20
PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña

PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

PARNASIANISMO

Profª. Mara Magaña

Page 2: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

PARNASIANISMO

“Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada”

Page 3: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

O nome parnasianismo surgiu na França e deriva do termo "Parnaso", que na mitologia grega era o monte do deus Apolo e das musas da poesia.

Page 4: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

Parnasianismo é o nome que se dá à produção poética mais importante da época realista/naturalista. O movimento parnasiano divulgava poemas que revelavam uma nova maneira de escrever, oposta à subjetividade, à emotividade e à idealização; é a convergência de ideais anti-românticos, como a objetividade no trato dos temas e o culto da forma.

Ao escrever poesia, os parnasianos tinham na cultura greco-romana clássica o seu ponto de referência. Recuperavam, portanto, os princípios da poesia clássica rejeitados pelos românticos.

Page 5: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

Um dos princípios norteadores dos parnasianos era a “arte pela arte”, ou seja, a concepção de que a arte deve estar descompromissada da realidade, procurando atingir sobretudo a perfeição formal, sem se preocupar com questões sociais, políticas, econômicas ou religiosas.

Page 6: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

No Brasil, o Parnasianismo teve início com publicação da obra Fanfarras, de Teófilo Dias, em 1882. Os poetas parnasianos brasileiros representativos são: Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac – que formam a famosa “tríade ou trindade parnasiana”.

Page 7: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

A "Tríade Parnasiana": Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira

Page 8: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

1) OBJETIVISMO E IMPESSOALIDADE

O poeta deve ser neutro diante da realidade, esconder seus sentimentos, sua vida pessoal. A confissão íntima e o extravasamento subjetivo, tão caros aos românticos, são vistos como inimigos da poesia. O Eu precisa se apagar frente do mundo objetivo

Page 9: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

2) ARTE PELA ARTE

Os parnasianos ressuscitam o preceito latino de que a arte é gratuita, que só vale por si própria. Ela não tem nenhum sentido utilitário, nenhum tipo de compromisso.

Page 10: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

3) CULTO DA FORMA

O resultado da visão descompromissada é a celebração dos processos formais do poema. A verdade de uma obra de arte passa a residir apenas em sua beleza. E a beleza é evidenciada pela elaboração formal.

VERDADE = BELEZA = FORMAVERDADE = BELEZA = FORMA

Page 11: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

POESIA

A mitologia da perfeição formal constitui o alvo e a angústia básica dos parnasianos. A beleza deve ser alcançada a qualquer custo e o artista sente-se, muitas vezes, impotente para a realização desta tarefa.

Page 12: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

Poesia

a) Metrificação rigorosa

Os versos devem ter o mesmo número de sílabas poéticas, preferencialmente doze sílabas (versos alexandrinos), os preferidos na época.

Page 13: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

b) Rimas ricas

Os poetas devem evitar as rimas pobres, isto é, aquelas estabelecidas por palavras da mesma classe gramatical, como substantivo com substantivo, adjetivo com adjetivo, etc. No período há uma ênfase no tipo de rima ABAB para as estrofes de quatro versos, isto é o primeiro verso rima com o terceiro, o segundo com o quarto.

Page 14: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

c) Preferência pelo soneto

Os parnasianos reivindicam a tradição clássica do soneto, composição poética de quatorze versos - articulada obrigatoriamente em dois quartetos e dois tercetos - e que se encerra com uma "chave de ouro", espécie de síntese do poema, manifesta tão somente no último verso.

Page 15: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

d) Descritivismo

Eliminando o Eu, a participação pessoal e social, só resta ao parnasiano uma poética baseada no mundo dos objetos, objetos mortos: vasos, colares, muros, etc. São pequenos quadros, fortemente plásticos (visuais), fechados em si mesmos, com grande precisão vocabular e freqüente superficialidade.

Page 16: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

TEMÁTICA GRECO-ROMANA

Apesar de todo o esforço, os parnasianos não conseguem articular poemas sem conteúdo e são obrigados a encontrar um assunto desvinculado no mundo concreto para motivo de suas criações. Escolhem a Antigüidade Clássica, aspectos de sua história e de sua mitologia.

Page 17: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1865.

Bilac foi um poeta brilhante. Aliou uma destreza técnica de perito à sutileza de espírito, ao olhar lírico dos grandes poetas. Apesar de ter escrito poemas absolutamente parnasianos, na maior parte de sua produção o que se vê é o rigor formal aliado a uma sensibilidade quase em tudo romântica. Em muitos momentos ele questiona a eficiência da palavra para expressar os estados da alma.

Morreu em 1918.

Olavo Bilac foi um dos mais louvados poetas de seu tempo, e ainda hoje tem prestígio. Foi um artífice da palavra, sabendo conjugar o rigor formal parnasiano com grande expressividade, obtendo efeitos imagéticos e ritmos interessantes, depositando no último terceto de seus sonetos a síntese de suas idéias, a chamada “chave de ouro”.

Page 18: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

Seus temas mais frequentes são:

Amor sensual: vazado num erotismo que oscila entre o explícito e o requintando; mas essa sensualidade não vulgariza o amor, que sempre aparece como sentimento nobre e transcendente.

O nacionalismo: em que o autor revela seu conservadorismo; episódios da história do Brasil e suas personagens são frequentes nessas poesias.

A mitologia greco-latina: assiduamente abordada pelo poeta.

A metalinguagem: eleição da própria poesia como tema poético, está entre as preferências de Bilac.

O índio: aparece em sua obra como um eco romântico tardio.

Um certo decadentismo da vida e das coisas é também uma das tônicas de sua poesia.

Page 19: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

Nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de Janeiro, em 1857.

Em seu primeiro livro, Canções Românticas, a influência do Romantismo é nítida, mas, apesar disso, nota-se que ele prioriza o rigor formal e já apresenta certa contenção emocional, a partir de Meridionais, abraça o ideário parnasiano ao qual se manteria fiel, e algumas nuanças simbolistas em suas obras finais. Isso não impediu que ele fosse tido pela crítica como o mais radical dos nossos parnasianos.

Morreu em Niterói, em 1937.

Page 20: PARNASIANISMO Profª. Mara Magaña. PARNASIANISMO Não há nada mais belo do que algo que não serve para nada

Nasceu no Maranhão (baía de Mongúcia), em 1860.

Seu livro de estréia, Primeiros Sonhos, traz poemas sentimentais, ainda sob influência romântica. A partir do segundo, Sinfonias, Raimundo Correia rendeu-se aos ideais da estética parnasiana, tornando-se um de seus melhores representantes em língua portuguesa, não apenas pelo apurado requinte formal, mas também pela profundidade com que desenvolveu seus temas. Soube driblar a impessoalidade proposta

pelo Parnasianismo e atingir o universalismo, desenvolvendo temas sociais e, sobretudo, filosóficos : a busca de uma verdade essencial e imorredoura, os conflitos da condição humana, etc. Seus poemas têm uma suavidade e uma melancolia acalentadas pela influência de Schopenhauer, pensador alemão que acreditava que a arte é a sublimação da dor, e o sofrimento é inerente à condição humana.

Morreu em Paris, em 1911, de problemas renais.