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P2. Estudo da Viabilidade Técnica e Econômico- Financeira do Parque Setembro 2016 Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte

Parque de Ciência e Tecnologia Plano Estratégico para o ... · empresas e instituições baseadas no ... Grande do Norte incluiu a concepção de um PqT no Projeto Integrado de

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P2. Estudo da Viabilidade

Técnica e Econômico-

Financeira do Parque

Setembro 2016

Plano Estratégico para o Avepark,

Parque de Ciência e Tecnologia

Estudo de Viabilidade e

Plano de Negócios do

Parque Tecnológico do

Rio Grande do Norte

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico

do Rio Grande do Norte

P2. Estudo da Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do

Parque.

O presente “Estudo da Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira

do Parque” constitui o Produto 2 do “Estudo de Viabilidade e Plano

de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte”,

contratado no âmbito do Projeto Integrado de Desenvolvimento

Sustentável do Rio Grande do Norte – Projeto RN Sustentável ao

consórcio formado pelas empresas Sociedade Portuguesa de

Inovação (SPI), Alfamicro e Innovos Group.

Contrato: RN Sustentável 07/2016

Empréstimo: 8276-BR

A versão atual deste documento é da responsabilidade da

Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI).

Sociedade Portuguesa de Inovação – SPI

Avenida Marechal Gomes da Costa, 1376

4150-356 Porto | Portugal

www.spi.pt

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Sumário Executivo

De acordo com a Associação Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia (International

Association of Science Parks - IASP), um Parque Tecnológico (PqT) pode ser entendido como

“uma organização gerida por profissionais especializados, cujo principal objetivo é aumentar a

riqueza da sua comunidade, promovendo a cultura de inovação e competitividade das

empresas e instituições baseadas no conhecimento. Para alcançar estes objetivos, um Parque

de Ciência e Tecnologia estimula e gere o fluxo de conhecimento e tecnologia entre

universidades, instituições de investigação e desenvolvimento, empresas e mercados; facilita a

criação e crescimento de empresas baseadas na inovação através da incubação e processos

de spin-off; e disponibiliza outros serviços de valor acrescentado em conjunto com espaços e

instalações de qualidade.”

Ciente da relevância destas estruturas nos processos de desenvolvimento, o Estado do Rio

Grande do Norte incluiu a concepção de um PqT no Projeto Integrado de Desenvolvimento

Sustentável do Rio Grande do Norte (RN Sustentável). Este Projeto Integrado é resultado do

acordo de empréstimo celebrado entre o Governo do Estado e o Banco Internacional para

Reconstrução e Desenvolvimento – Banco Mundial.

Encontrando-se reunidas as condições para garantir o avanço da iniciativa, mostrou-se

relevante definir com detalhe as caraterísticas fundamentais do Parque, no sentido de permitir, a

curto prazo, a sua implementação. Deste modo, foi promovida a realização do “Estudo de

Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte”, tendo sido

selecionado para a sua elaboração o consórcio formado pelas empresas Sociedade Portuguesa

de Inovação (SPI), Alfamicro e Innovos Group.

A metodologia adotada considerou a elaboração de um primeiro produto, denominado “Plano

de Negócios Estratégicos”. Neste documento, com base numa análise aprofundada das

realidades do Rio Grande do Norte e das principais tendências internacionais em Parques

Tecnológicos, foram definidas as linhas de orientação estratégica que nortearão o

desenvolvimento e implementação do Parque.

Deste modo, foi assumida como Visão estratégica que em 10 anos o Parque será uma entidade

de referência do ecossistema de inovação do estado, posicionando-se como parque de última

geração, com capacidade para acolher, apoiar e articular empresas e diferentes tipologias de

entidades, num ambiente colaborativo e inovador, com fortes parcerias externas e grande

visibilidade a nível nacional e internacional. Neste sentido, o Parque deverá disponibilizar

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

espaços qualificados, prestar serviços de apoio relevantes e promover parcerias, ligações e

projetos colaborativos, a nível estadual, nacional e internacional, que contribuam para

consolidar o ecossistema de inovação do Estado e gerar valor para a economia local.

Com base na estratégia preconizada no Plano de Negócios Estratégicos, a metodologia

adotada focou a elaboração de 3 documentos adicionais, com forte relevância para a

implementação do Parque:

- P2. Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira;

- P3. Projeto de Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental;

- P4. Plano de Governança.

O Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira, apresentado no presente documento

(P2), tem uma significativa relação de interdependência com os outros dois produtos referidos

(P3 e P4), o que motivou que a sua elaboração fosse realizada em paralelo, no mesmo período

temporal. Aspectos como a dimensão das infraestruturas a disponibilizar, o faseamento da

construção, a constituição da equipa de gestão e respectiva evolução, ou as tipologias de

atividades a desenvolver, apresentam fortes relações com os investimentos, custos, receitas e

outras realidades econômico-financeiras, pelo que a elaboração deste documento envolveu um

intenso diálogo multidisciplinar.

Deste modo, a elaboração deste Estudo assentou num trabalho inicial de definição fina dos

espaços a disponibilizar pelo Parque e na identificação de um conjunto alargado de premissas

que permitissem avançar com a contabilização de investimentos, custos e receitas. Entre elas

incluem-se os custos por metro quadrado de cada tipo de construção, custos com

fornecimentos e com serviços especializados, com diferentes tipos de recursos humanos, entre

outros.

Com base nestas premissas foram definidos três cenários de evolução para o Parque, para os

quais foram realizadas as análises econômico-financeiras. Estes cenários antecipam diferentes

possibilidades, nomeadamente no que se relaciona com o faseamento da construção, a

capacidade do Parque em atrair utilizadores para os seus espaços, para prestar serviços a

empresas e outras entidades, ou para captar financiamentos externos (no âmbito de licitações,

projetos, empréstimos ou outras). Cabe ressaltar que os três cenários delineados consideram

um período de referência de 10 anos, com as construções realizadas dentre 2017 e 2018,

estando o Parque em operação a partir de 2019, sendo esta análise considerada até 2026.

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

- Cenário 1. Este cenário foi definido como um “cenário máximo”, em que a

infraestruturação do terreno, a construção do Núcleo Central e a construção de todos os

edifícios complementares (onde se incluem auditório, laboratórios e centro de

exposições) ocorre logo no primeiro momento. O cenário considera uma evolução

otimista das taxas de ocupação, conseguindo a ocupação plena do Núcleo Central em

5 anos e dos lotes externos nos primeiros 10 anos;

- Cenário 2. Comparativamente com o anterior, este cenário considera apenas a

infraestruturação do terreno e a construção do Núcleo Central e do Auditório,

implicando um investimento menor (mas também custos e receitas inferiores). No

sentido de facilitar comparações, o cenário 2 mantém as mesmas taxas de ocupação

previstas no primeiro cenário;

- Cenário 3. O terceiro cenário é idêntico ao cenário 2 no que concerne à infraestrutura,

no entanto, este cenário apresenta uma evolução mais conservadora das taxas de

ocupação dos diferentes espaços.

Principais premissas para definição dos cenários

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Infraestrutura Núcleo Central

Espaços Exteriores (lotes)

Edifícios Complementares

Núcleo Central

Espaços Exteriores (lotes)

Núcleo Central

Espaços Exteriores (lotes)

Evolução da taxa de

ocupação Otimista Otimista Conservadora

As diferentes premissas têm implicações diretas nos volumes de investimento necessários,

assim como nos custos e receitas do Parque. Deste modo, para cada cenário, foram realizadas

projeções financeiras no período de 10 anos (2017-2026).

Investimentos, custos e receitas do Parque nos diferentes cenários

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Investimento (R$) 66.347.550 41.547.550 41.547.550

Custos 2026 (R$) 2.945.024 2.893.819 2.061.124

Receitas 2026 (R$) 6.428.751 6.344.751 2.877.774

Fluxo de Caixa

Acumulado 2026 (R$)

5.443.023 12.163.906 1.496.541

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Foi também efectuada a análise da viabilidade econômica do investimento, com base no cálculo

de indicadores relevantes como o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR),

ou o Período de Retorno do Investimento (PRI).

Saliente-se neste caso que as projeções apresentadas foram moldadas de forma a assegurar a

sustentabilidade do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte durante os primeiros 10 anos.

Entende-se que esta sustentabilidade está assegurada se o VPL for positivo e a TIR for maior

que a taxa de atualização considerada (indexada à taxa de empréstimo a longo prazo do

BNDES).

Em qualquer dos cenários, com as premissas estabelecidas, o cumprimento destas condições

de viabilidade só será possível conseguindo que parte do investimento seja obtida através de

captação de recursos (entre os quais se identifica o empréstimo do Banco Mundial onde se

insere o presente trabalho), sendo a parte remanescente conseguida através de empréstimo

bancário, em condições de mercado. Atendendo ao volume de investimento envolvido, essa

necessidade é muito maior no caso do primeiro cenário do que nos restantes.

Valores máximos de empréstimo bancário, nas condições de viabilidade (R$)

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Valor máximo do

empréstimo bancário 8.800.000 8.250.000 3.000.000

Valor mínimo de captação

de recursos 57.547.550 33.297.550 38.547.550

Destacam-se os montantes envolvidos na captação de recursos associada ao cenário 1. Apesar

de este cenário considerar altas taxas de ocupação, a decisão de construir todos os edifícios faz

com que o Parque tenha que recorrer a elevados volumes de financiamento. Além disso, muitos

dos espaços previstos para a Fase 1 não serão geradores de receitas diretas significativas para

o Parque, fazendo com que os seus custos de construção não tenham contrapartidas rentáveis.

Os cenários 2 e 3 foram definidos focando apenas nos edifícios do Núcleo Central e nos lotes

do espaço exterior. Ao diminuir significativamente o investimento inicial, a necessidade de

captação de recursos será também menor. Nestes cenários, as diferenças nos resultados têm

origem nas diferentes taxas de ocupação. No cenário 3, com uma menor ocupação do que o

cenário 2, existirá uma menor capacidade de geração de receita, o que implicará um maior

esforço na captação de recursos externos.

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Assumindo que são conseguidos os recursos identificados, é possível calcular os indicadores

relativos à viabilidade econômico-financeira do Parque, nos diferentes cenários (VLP, TIR, PRI).

Investimentos, custos e receitas do Parque nos diferentes cenários

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

Valor Presente Líquido

(VPL) 10.952.196 11.231.750 2.073.120

Taxa Interna de Retorno

(TIR) 1

79,26% 86,58% 80,63%

Período de Retorno do

Investimento (PRI) 11,35 anos 11,06 anos 16,03 anos

No que tange ao Período de Retorno do Investimento ressalta-se que os valores apresentados

referem-se a parte do investimento que não será financiada a fundo perdido e não à totalidade

do investimento.

Destaca-se ainda que para a realização das projeções financeiras e para a análise de viabilidade

foi desenvolvida uma ferramenta com base no Microsoft Excel, em que a introdução de um

conjunto de variáveis de entrada relacionadas com as premissas estabelecidas, permite a

geração automática das planilhas e tabelas associadas à análise financeira. Atendendo ao grau

de liberdade existente em algumas das premissas estabelecidas, assim como a prevalência de

algum grau de incerteza, a ferramenta informática desenvolvida será partilhada juntamente com

o presente documento. Dessa forma, ela poderá continuar a ser de utilidade no período

subsequente, permitindo ajustar as análises a possíveis alterações nas condições de base, que

venham a ocorrer.

Uma vez analisada a viabilidade econômico-financeira do Parque em cada um dos cenários e

reconhecidas as necessidades de financiamento inerentes, foi efetuado um trabalho de

identificação de possíveis fontes de financiamento, nomeadamente a nível público, que possam

permitir ao Parque captar os recursos identificados como necessários. Este trabalho foi

acompanhado de uma reflexão sobre as boas práticas de financiamento de Parques Científicos

e Tecnológicos a nível internacional, sobretudo tendo em atenção que é possível facilmente

demonstrar que, na fase inicial dos parques, o financiamento público se assume normalmente

como o mais significativo.

1 O elevado resultado da TIR relaciona-se com o alto montante recebido a fundo perdido para financiamento do Parque.

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Foram assim analisadas em detalhe, as principais fontes de financiamento para o Parque

disponíveis no Brasil, tendo em conta as respetivas entidades promotoras, onde se incluem:

- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que disponibiliza

linhas de crédito e programas de financiamento;

- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio de

financiamento de projetos de pesquisa e bolsas para pesquisadores.

- Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) que oferece financiamento não

reembolsável; com encargos reduzidos e reembolsável padrão. Atua ainda no

desenvolvimento no capital de risco;

- Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) que de forma geral atuam na concessão de

bolsas a pesquisadores e disponibiliza auxílios a projetos de pesquisa;

- Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) que concede

recursos de forma direta sem passar por editais e por meio de seus programas de

política pública tal como o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e

Parques Tecnológicos (PNI).

Por fim, e no sentido de reduzir os riscos e de preparar o Parque no sentido de os ultrapassar

em caso de ocorrência, foi efetuada uma identificação dos principais riscos associados à

implementação do Parque, sendo de destacar os seguintes:

- Dificuldade na captação de recursos para financiamento da construção dos principais

edifícios do Parque;

- Dificuldade de atração de empresas, nomeadamente de empresas “âncora”;

- Dificuldade de mobilização de entidades do sistema científico e tecnológico;

- Reduzido desenvolvimento urbanístico na envolvente, tonando o parque uma “ilha”;

- Dependência de apoios públicos e consequente incerteza associada a ciclos políticos;

- Incertezas na envolvente macroeconômica do Brasil;

- Concorrência de outros Parques na Região Nordeste.

Para cada um dos riscos identificados foram definidas ações de contingência, tendo em vista

contribuir para a tomada de decisões ajustadas à realidade e aos objetivos definidos

previamente para a implementação do Parque.

Tendo em conta o apresentado, o presente documento encontra-se organizado nos seguintes

capítulos:

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Capítulo 1. Investimento

Neste capítulo são apresentadas as premissas relativas ao cálculo do investimento necessário para a

implementação do Parque Tecnológico. Trata-se de um capítulo muito relacionado com as propostas

realizadas no Projeto de Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental (P3). São apresentados os

custos associados à infraestruturação do Parque, à construção do seu Núcleo Central, incluindo as

diferentes tipologias de espaços, e de um conjunto de edifícios complementares, onde se incluem o

auditório, o centro de exposições, o complexo de laboratórios e a residência universitária.

Capítulo 2. Custos operacionais

Neste capítulo são apresentados os pressupostos assumidos para o cálculo dos custos operacionais do

Parque. Incluem-se neste capítulo os custos com os recursos humanos da equipe de gestão do Parque e,

também, os custos com fornecimentos e serviços externos. Integram-se neste ponto os custos com a

contratação de serviços como segurança/receção, limpeza, ou jardinagem, ou os custos com fornecimento

de eletricidade, água ou comunicações. Incluem-se também custos associados à promoção do Parque e à

contratação de consultorias especializadas. Por fim, são apresentadas as premissas associadas aos

custos com empréstimos, tendo em conta a necessidade do Parque vir a recorrer a crédito bancário.

Capítulo 3. Receitas

No terceiro capítulo são descritos os pressupostos associados às receitas que o Parque irá obter. Estas

relacionam-se principalmente com o aluguel e concessão dos diferentes espaços do Parque, tendo em

conta as diferentes tipologias de oferta no Núcleo Central, nos Edifícios Complementares (Auditório, centro

de exposições, ...) e nos Espaços Exteriores, nos lotes do Parque. Neste capítulo são ainda apresentadas

premissas relativas à prestação de serviços pela Equipe de Gestão do Parque.

Capítulo 4. Análise econômico-financeira

Neste capítulo são apresentadas as principais variáveis tidas em consideração para a elaboração dos

cenários. Destacam-se entre elas o faseamento da construção dos edifícios, a evolução das taxas de

ocupação, o nível de prestação de serviços, a evolução da equipe de recursos humanos; a evolução das

necessidades de fornecimentos e serviços externos e a forma de financiamento da construção. Neste

capítulo é também apresentada a ferramenta de apoio desenvolvida em Microsoft Excel para a elaboração

dos cálculos apresentados. Por fim, são descritos os indicadores considerados relevantes para a análise

econômico-financeira do Parque, designadamente: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno

(TIR) e Período de Retorno do Investimento (PRI).

Capítulos 5 a 7. Cenários

Nestes capítulos são apresentados separadamente os três cenários considerados para a análise. Em cada

um deles são apresentadas as premissas assumidas e são realizadas as projeções financeiras a 10 anos

considerando investimentos, custos operacionais, receitas e fluxos de caixa. São ainda calculados os

valores mínimos de recursos externos que deverão ser captados para permitir a viabilidade do Parque.

Com base nesses valores são calculados, para cada cenário, o VPL, a TIR e o PRI.

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Capítulo 8. Fontes de financiamento

Neste capítulo é apresentada uma identificação exaustiva de possíveis fontes de financiamento,

nomeadamente a nível público, que possam permitir ao Parque captar os recursos identificados como

necessários. São analisadas em detalhe as principais fontes de financiamento para o Parque disponíveis

no Brasil, tendo em conta as respetivas entidades promotoras, onde se incluem o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), as Fundações de Amparo à Pesquisa

(FAPs), ou o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC).

Capítulo 9. Análise de risco

Neste último capítulo é efetuada uma identificação dos principais riscos associados à implementação do

Parque. Para cada risco são definidas as medidas de contingência mais significativas, tendo em vista

apoiar a tomada de decisões ajustadas à realidade e aos objetivos definidos previamente para o Parque.

Setembro de 2016

Sociedade Portuguesa de Inovação

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Índice

1 INVESTIMENTO ........................................................................................................................................................... 1 1.1 TERRENO ..................................................................................................................................................................................... 1 1.2 INFRAESTRUTURA .......................................................................................................................................................................... 2 1.3 NÚCLEO CENTRAL.......................................................................................................................................................................... 4 1.4 EDIFÍCIOS COMPLEMENTARES .......................................................................................................................................................... 8 1.5 SÍNTESE ..................................................................................................................................................................................... 10

2 CUSTOS OPERACIONAIS ........................................................................................................................................ 12 2.1 RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................................................................... 12 2.2 FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS .......................................................................................................................................... 13 2.3 CUSTOS COM EMPRÉSTIMOS E TAXA DE ATUALIZAÇÃO ........................................................................................................................ 16 2.4 SÍNTESE ..................................................................................................................................................................................... 16

3 RECEITAS ................................................................................................................................................................. 18 3.1 ALUGUEL, VENDA E CONCESSÃO DE ESPAÇOS .................................................................................................................................... 18 3.2 SERVIÇOS PRESTADOS PELA EQUIPE DE GESTÃO .................................................................................................................................. 21 3.3 CAPTAÇÃO DE FINANCIAMENTO...................................................................................................................................................... 22

4 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ...................................................................................................................... 23 4.1 VARIÁVEIS .................................................................................................................................................................................. 23 4.2 FERRAMENTA DE APOIO ................................................................................................................................................................ 23 4.3 INDICADORES DE ANÁLISE .............................................................................................................................................................. 25

5 CENÁRIO 1 ................................................................................................................................................................ 26 5.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................. 26 5.2 PREMISSAS ................................................................................................................................................................................. 27 5.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................................................. 32 5.4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................................................................................................................ 37

6 CENÁRIO 2 ................................................................................................................................................................ 40 6.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................. 40 6.2 PREMISSAS ................................................................................................................................................................................. 41 6.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................................................. 45 6.4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................................................................................................................ 50

7 CENÁRIO 3 ................................................................................................................................................................ 53 7.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................. 53 7.2 PREMISSAS ................................................................................................................................................................................. 53 7.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................................................. 58 7.4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................................................................................................................ 64

8 FONTES DE FINANCIAMENTO ................................................................................................................................ 66 8.1 BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES) ........................................................................................... 67 8.2 CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPQ) ................................................................................ 70 8.3 FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS (FINEP) ............................................................................................................................. 71 8.4 FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (FAPERN) ........................................................................ 74 8.5 OPORTUNIDADES IMPLEMENTADAS PELOS MINISTÉRIOS FEDERAIS ........................................................................................................ 76 8.6 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENA EMPRESAS (SEBRAE) ......................................................................................... 78

9 ANÁLISE DE RISCOS ............................................................................................................................................... 79

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Índice de tabelas

Tabela 1. Custos de construção de infraestrutura .....................................................................................................................2

Tabela 2. Edifícios e valências do Núcleo Central .....................................................................................................................4

Tabela 3. Edifícios e áreas do Núcleo Central ...........................................................................................................................5

Tabela 4. Espaços comuns .........................................................................................................................................................5

Tabela 5. Custo por metro quadrado de construção ................................................................................................................6

Tabela 6. Custos de construção do Núcleo Central (R$) ..........................................................................................................6

Tabela 7. Peso do custo de mobiliário e equipamento por tipologia de edifício .....................................................................7

Tabela 8. Custos de equipar e mobilar o Núcleo Central (R$) ..................................................................................................7

Tabela 9. Custos totais envolvidos na construção e equipamento do Núcleo Central (R$)....................................................7

Tabela 10. Edifícios complementares, respectivas áreas e custos de construção (R$) ..........................................................8

Tabela 11. Edifícios complementares e respetivas áreas (R$)..................................................................................................9

Tabela 12. Custo total de construção e equipamento dos Edifícios complementares (R$) ....................................................9

Tabela 13. Resumo dos principais itens relacionados com os custos de construção e equipamento (R$) ........................11

Tabela 14. Variação salarial da equipe técnica ........................................................................................................................13

Tabela 15. Custos dos serviços especializados a contratar pelo Parque ..............................................................................13

Tabela 16. Custos dos fornecimentos a suportar pelo Parque ...............................................................................................14

Tabela 17. Custos com ações de promoção do Parque .........................................................................................................15

Tabela 18. Custos com contratação de consultorias especializadas .....................................................................................15

Tabela 19. Custos com empréstimo .........................................................................................................................................16

Tabela 20. Estimativas de custos operacionais anuais do Parque em 2022 (R$)..................................................................17

Tabela 21. Espaços para alugar Núcleo Central .....................................................................................................................18

Tabela 22. Preços por metro quadrado dos diferentes espaços ............................................................................................19

Tabela 23. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central (R$) .........................................................................19

Tabela 24. Valor do aluguel do espaço por um período de 1 dia (R$) ...................................................................................19

Tabela 25. Valor do aluguel do espaço por um período de 1 dia (R$) ...................................................................................20

Tabela 26. Receitas dos serviços prestados pelo Parque .......................................................................................................21

Tabela 27. Cenário 1. Ocupação dos espaços do Núcleo Central .........................................................................................27

Tabela 28. Cenário 1. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central ...............................................................28

Tabela 29. Cenário 1. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central .............................................................................28

Tabela 30. Cenário 1. Venda de lotes.......................................................................................................................................29

Tabela 31. Cenário 1. Ocupação dos espaços exteriores .......................................................................................................29

Tabela 32. Cenário 1. Taxa de ocupação dos Edifícios Complementares .............................................................................30

Tabela 33. Cenário 1. Número de dias de serviços de apoio cobrados.................................................................................30

Tabela 34. Cenário 1. Evolução da equipe de gestão .............................................................................................................31

Tabela 35. Cenário 1. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos ....................................................32

Tabela 36. Cenário 1. Análise de Sustentabilidade (R$) .........................................................................................................38

Tabela 37. Cenário 1. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira ......................................................39

Tabela 38. Cenário 2. Ocupação dos espaços do Núcleo Central .........................................................................................41

Tabela 39. Cenário 2. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central ...............................................................42

Tabela 40. Cenário 2. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central .............................................................................42

Tabela 41. Cenário 2. Venda de lotes.......................................................................................................................................42

Tabela 42. Cenário 2. Ocupação dos espaços exteriores .......................................................................................................43

Tabela 43. Cenário 2. Taxa de ocupação do auditório ............................................................................................................43

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Tabela 43. Cenário 2. Número de dias de serviços de apoio cobrados.................................................................................43

Tabela 44. Cenário 2, Evolução da equipe de gestão .............................................................................................................44

Tabela 45. Cenário 2. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos ....................................................44

Tabela 46. Cenário 2. Análise de Sustentabilidade (R$) .........................................................................................................51

Tabela 47. Cenário 2. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira ......................................................52

Tabela 48. Cenário 3. Ocupação dos espaços do Núcleo Central .........................................................................................54

Tabela 49. Cenário 3. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central ...............................................................54

Tabela 50. Cenário 3. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central .............................................................................55

Tabela 51. Cenário 3. Venda de lotes.......................................................................................................................................55

Tabela 52. Cenário 2. Ocupação dos espaços exteriores .......................................................................................................55

Tabela 32. Cenário 1. Taxa de ocupação dos Edifícios Complementares .............................................................................56

Tabela 53. Cenário 3. Número de dias de serviços de apoio cobrados.................................................................................56

Tabela 54. Cenário 3. Evolução da equipe de gestão .............................................................................................................57

Tabela 55. Cenário 3. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos ....................................................57

Tabela 56. Cenário 3. Análise de Sustentabilidade (R$) .........................................................................................................64

Tabela 57. Cenário 3. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira ......................................................65

Tabela 58. Programas e linhas de crédito do BNDES .............................................................................................................68

Tabela 59. Chamadas do CNPq ...............................................................................................................................................70

Tabela 60. Linhas de crédito e chamadas da FINEP ...............................................................................................................72

Tabela 61. Oportunidades disponibilizadas pela FAPERN .....................................................................................................74

Tabela 62. Oportunidades de financiamento de alguns Ministérios do governo federal ......................................................77

Índice de figuras

Figura 1. Faseamento da infraestruturação do Parque Tecnológico ........................................................................................1

Figura 2. Cenário 1. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$) ........................................................................33

Figura 3. Cenário 1. Evolução da distribuição das receitas (R$) ............................................................................................35

Figura 4. Cenário 1. Evolução dos custos e receitas (R$) ......................................................................................................36

Figura 5. Cenário 1. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$) ..........................................................36

Figura 6. Cenário 1. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$) .....................................................37

Figura 7. Cenário 2. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$) ........................................................................46

Figura 8. Cenário 2. Distribuição das receitas do Núcleo Central (R$) ..................................................................................47

Figura 9. Cenário 2. Evolução da distribuição das receitas (R$) ............................................................................................48

Figura 10. Cenário 2. Evolução dos custos e receitas (R$) ....................................................................................................49

Figura 11. Cenário 2. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$) ........................................................49

Figura 12. Cenário 2. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$) ...................................................50

Figura 13. Cenário 3. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$) ......................................................................59

Figura 14. Cenário 3. Evolução da distribuição das receitas (R$) ..........................................................................................61

Figura 15. Cenário 3. Distribuição das Receitas do Núcleo Central (R$) ...............................................................................61

Figura 16. Cenário 3. Evolução dos custos e receitas (R$) ....................................................................................................62

Figura 17. Cenário 3. Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$) ..............................................................................63

Figura 18. Cenário 3. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$) ...................................................63

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1 Investimento

1.1 Terreno

O Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte irá localizar-se num terreno de 160 hectares,

situado em Pitangui, à margem da estrada BR-101, envolvendo os municípios de Ceará-Mirim e

Extremoz, na Região Metropolitana de Natal. Este terreno é resultante de uma doação, não

dando origem diretamente a um custo para a entidade gestora do Parque.

É de salientar que, atendendo às expectativas de ocupação, foi proposto no “Projeto de

Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental” um faseamento para a infraestruturação e

construção do Parque. A Fase 1, que se implementará nos 10 anos em análise no presente

estudo de viabilidade, corresponde a cerca de 90 hectares e a Fase 2, posterior, aos restantes

70 hectares. Dos 90 hectares da Fase 1, 32 estão reservados como Área de Preservação

Permanente. Na Fase 2, apenas 8 hectares terão esta classificação.

Figura 1. Faseamento da infraestruturação do Parque Tecnológico

Fonte: Projeto de Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental

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1.2 Infraestrutura

De acordo com a estratégia adotada, todo o terreno da Fase 1 será infraestruturado no início do

projeto, entre 2017 e 2018. Esta opção relaciona-se com as condições impostas pelo RN

Sustentável, nomeadamente nos limites definidos nos montantes disponíveis e nos prazos de

execução da obra.

Assim, consideraram-se para os trabalhos de infraestrutura destes 90 ha, os seguintes itens:

- Terraplanagem;

- Pavimentação arruamentos e ciclovias;

- Drenagem águas pluviais;

- Rede de abastecimento de água;

- Rede de esgotos;

- Rede de combate a incêndio;

- Rede de fibra ótica (voz e dados)/telefonia;

- Rede de iluminação e força;

- Paisagismo.

De acordo com o Projeto de Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental do Parque, a

infraestruturação dos 90 hectares da Fase 1 irá contemplar a criação de cerca de 4,5 km de vias.

Posteriormente, a Fase 2 incluirá 6,5 km adicionais de arruamentos. Serão estas vias que

permitirão estruturar o Parque, organizando os diferentes espaços e lotes e suportando grande

parte das infraestruturas aqui apresentadas.

Com base nestes valores e nos custos unitários dos diferentes itens, considerados a custo de

mercado, a estimativa dos custos de infraestruturação do Parque é apresentada na tabela

seguinte:

Tabela 1. Custos de construção de infraestrutura

Obra R$/km2

km Total (R$)

Terraplanagem 483.912 4,5 2.177.602

Pavimentação arruamentos e ciclovias 1.134.847 4,5 5.106.812

Drenagem águas pluviais 483.535 4,5 2.175.909

2 Valores estimados com base em dados apresentados na reunião entre o Governo Estadual e representantes do Banco

Mundial realizada a 6 de maio de 2016.

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Obra R$/km2

km Total (R$)

Rede de abastecimento de água 310.182 4,5 1.395.818

Rede de esgotos 389.909 4,5 1.754.591

Rede de combate a incêndio 89.273 4,5 401.727

Rede de fibra ótica (voz e dados)/telefonia 952.727 4,5 4.287.273

Rede de iluminação e força 385.454 4,5 1.734.545

Paisagismo 292.727 4,5 1.317.273

20.351.550

Para além destes investimentos, a realizar no interior do terreno do Parque, importará referir que

deverá ser também promovida a ligação às redes, no exterior. Estas ligações mostram-se

particularmente importantes pois toda a envolvente ao Parque se encontra ainda em fase de

desenvolvimento, praticamente sem edificações. Se, no caso da água, do saneamento e da

eletricidade, não parece existir dificuldade, pelo facto de existirem possíveis ligações na

proximidade do parque, no caso da rede de fibra ótica e do gás natural poderá representar um

custo significativo.

Nestes casos, estimativas apresentadas pelo CTGÁS-ER em reunião de trabalho com a

consultoria em 14 de Abril de 2016, apontam para valores próximos dos 80 mil reais para a

ligação por fibra ótica à Rede Interjato em Extremoz (8 quilómetros a um custo aproximado de

10.000 R$/km).

Mais pesada será a ligação à rede de gás, caso ela venha a mostrar-se pertinente, em função

dos utilizadores do Parque. Neste caso, a distância ao gasoduto da Potigás é de cerca de 10,6

km, o que implicaria um custo estimado próximo dos 10 milhões de reais. Neste caso, uma

alternativa a analisar será a utilização de gás comprimido ou GPL, conforme utilizado em outras

infraestruturas sem gasodutos próximos.

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1.3 Núcleo Central

Em concordância com as recomendações internacionais e com o modelo comum aos Parques

Tecnológicos de sucesso analisados, o Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte deverá ter

como principal âncora um Núcleo Central que concentre as suas principais competências.

Este Núcleo Central constituirá o espaço primordial de atividade do Parque, sendo um elemento

determinante para o desenvolvimento das restantes áreas empresariais e marcador privilegiado

da sua imagem futura.

Neste caso, de acordo com o Plano de Concepção Urbanística e Arquitetônica, o Núcleo Central

é constituído por um conjunto de edifícios, que contemplam diferentes recursos, articulados por

meio de uma praça central. Os diferentes edifícios e respectivas valências encontram-se

apresentados na tabela seguinte:

Tabela 2. Edifícios e valências do Núcleo Central

Edifício Principais Valências

Centro de Incubação e Desenvolvimento

Espaços de incubação

Espaços de co-working

Espaços para instalação de empresas/entidades já existentes

Laboratórios de P&D

Centro Administrativo

Salas de formação

Salas de reuniões

Salas multifunções

Centro de Segurança e Centro de Saúde

Espaços para equipa de gestão e Administração

Recepção / Secretariado

Centro de Convivência

Cafetaria / Lounge multifunções

Restaurante

Lanchonete

Sanitários

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Foi assim projetado um Núcleo Central que totaliza cerca de 4.420 m², repartidos pelos 3

edifícios da seguinte forma:

Tabela 3. Edifícios e áreas do Núcleo Central

Edifício Área prevista (m2)

Centro de Incubação e Desenvolvimento 2.400

Centro Administrativo 820

Centro de Convivência 1.200

Total 4.420

Note-se que a Comissão Europeia3

recomenda que a área mínima necessária para o “Núcleo

Central” de um Parque Tecnológico deverá ser de 3.000 m² de forma a ser possível a criação de

massa crítica e a existência de economias de escala no fornecimento de serviços pelo Parque

Tecnológico.

Para além dos quatro edifícios referidos, importará considerar os espaços exteriores destinados

à sua articulação e funcionamento pleno. Neste caso, deverão ser destacados os espaços

destinados à Entrada Principal e à Praça Central, que permite a ligação dos diferentes edifícios.

Tabela 4. Espaços comuns

Espaço Valências Área prevista (m2)

Entrada principal Pórtico/portaria, segurança, apoio aos

funcionários, casa do lixo, funcionários

650

Praça central Pavimentos, estacionamento, equipamentos

urbanos, urbanizações

4.000

Para estimar os custos associados à construção do Núcleo Central, foram analisadas as tabelas

do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte – (SINDUSCON-RN).

Deste modo, foram estimados preços por metro quadrado para os edifícios e para os espaços

públicos. No caso dos edifícios foram definidos 3 escalões de preço, relacionados com a

qualidade e complexidade da respectiva construção.

3

Comissão Europeia, 2013. Setting up, Managing and Evaluating EU Science and Technology

Parks.

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Tabela 5. Custo por metro quadrado de construção

Tipo de construção Custo (R$/m2)

Edifícios 1 (construção simples) 1.800

Edifícios 2 (construção normal) 2.000

Edifícios 3 (laboratórios e auditório) 2.500

Espaço público 500

Fonte: Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (adaptado)

Desta forma, é possível estimar os custos de construção associados ao Núcleo Central, nos

moldes preconizados no Plano de Concepção Urbanística e Arquitetônica. De acordo com o

apresentado na tabela seguinte, estes custos totalizam um valor próximo dos 12 milhões de

reais.

Tabela 6. Custos de construção do Núcleo Central (R$)

Espaço Área (m2) Custo (R$/m

2) Total

Centro de Incubação e Desenvolvimento 2.400 2.000 4.800.000

Centro Administrativo 820 2.000 1.640.000

Centro de Convivência 1.200 2.000 2.400.000

Entrada Principal 650 1.800 1.170.000

Praça Central 4.000 500 2.000.000

TOTAL 12.010.000

Complementarmente, mostrou-se importante estimar os custos envolvidos na aquisição de

mobiliário e outro equipamento necessário para o funcionamento dos edifícios.

Note-se que, na Estratégia preconizada para o Parque optou-se por, nos primeiros anos de

operação, não disponibilizar diretamente recursos para compras de equipamentos científicos.

No entanto, ponderou-se a dotação dos espaços do Parque Tecnológico com equipamentos e

materiais considerados indispensáveis para o desenvolvimento de suas atividades básicas. Esta

estimativa foi realizada com base num percentual do custo de construção.

Também neste caso, a estimativa tem por base as diferentes tipologias de edifícios a equipar, de

acordo com a tabela seguinte.

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Tabela 7. Peso do custo de mobiliário e equipamento por tipologia de edifício

Tipo de construção % do custo de construção

Edifícios 1 (construção simples) 20%

Edifícios 2 (construção normal) 30%

Edifícios 3 (laboratórios e auditório) 40%

Tabela 8. Custos de equipar e mobilar o Núcleo Central (R$)

Espaço Custo de construção % a aplicar Custo do

equipamento

Centro de Incubação e Desenvolvimento 4.800.000 30% 1.440.000

Centro Administrativo 1.640.000 30% 492.000

Centro de Convivência 2.400.000 30% 720.000

Entrada Principal 1.170.000 20% 234.000

TOTAL 2.886.000

Desta forma, é possível conjugar as estimativas totais para cada edifício, considerando a sua

construção e a dotação de equipamento e mobiliário adequado:

Tabela 9. Custos totais envolvidos na construção e equipamento do Núcleo Central (R$)

Espaço Custo de construção Custo do

equipamento

TOTAL

Centro de Incubação e Desenvolvimento 4.800.000 1.440.000 6.240.000

Centro Administrativo 1.640.000 492.000 2.132.000

Centro de Convivência 2.400.000 720.000 3.120.000

Entrada Principal 1.170.000 234.000 1.404.000

Praça Central 2.000.000 - 2.000.000

TOTAL 12.010.000 2.886.000 14.896.000

Conclui-se que a implementação do Núcleo Central terá um custo total de 14.896.000 reais,

onde assume um peso mais significativo o Centro de Incubação e Desenvolvimento, que

representa aproximadamente 40% desse valor.

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1.4 Edifícios Complementares

Por fim, merece referência a intenção de associar ao Núcleo Central outras edificações que

poderão complementar as funções do Parque. A construção destes edifícios poderá não ser

imediata, mas distribuída ao longo do tempo, de acordo com necessidades e disponibilidades

de financiamento. Dando sequência ao estipulado no Plano de Negócios Estratégicos do

Parque, estes edifícios deverão assentar num centro de exposições, num auditório, num

complexo de laboratórios temáticos e numa residência para utilizadores do parque (estudantes,

pesquisadores, visitantes ou outros).

Tabela 10. Edifícios complementares, respectivas áreas e custos de construção (R$)

Tipo Edifício Área prevista

(m2)

Custo (R$/m2) Total (R$)

Centro de

eventos

Centro de Exposições 1.200 2.000 2.400.000

Auditório 500 pessoas 1.800 2.500 4.500.000

Complexo de

laboratórios

Mineração e Materiais 800 2.500 2.000.000

Tecnologia da Informação e

Comunicação - TIC

800 2.500 2.000.000

Ambiente 800 2.500 2.000.000

Pesca e Aquicultura 800 2.500 2.000.000

Tecnologias Transversais 800 2.500 2.000.000

Residência (50 apartamentos) 3.200 1.800 6.400.000

No total, a construção destes edifícios complementares totalizará um valor próximo dos 23,3

milhões de Reais.

Assim como para o Núcleo Central, mostrou-se importante realizar uma estimativa dos custos

envolvidos na aquisição de mobiliário e outro equipamento necessário para os edifícios

complementares. Esta estimativa foi realizada com base num percentual do custo de

construção. Também neste caso, a estimativa tem por base as diferentes tipologias de edifícios

a equipar, de acordo com a tabela seguinte.

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Tabela 11. Edifícios complementares e respetivas áreas (R$)

Tipo Edifício Custo de

construção

% a aplicar Custo do

equipamento

Centro de

Eventos

Centro de Exposições 2.400.000 30% 720.000

Auditório 4.500.000 40% 1.800.000

Complexo de

laboratórios

Mineração e Materiais 2.000.000 40% 800.000

Tecnologia da Informação e

Comunicação - TIC

2.000.000 40% 800.000

Ambiente 2.000.000 40% 800.000

Pesca e Aquicultura 2.000.000 40% 800.000

Tecnologias Transversais 2.000.000 40% 800.000

Residência (50 apartamentos) 6.400.000 20% 1.280.000

Desta forma, é possível estimar os custos totais de construção e equipamento de cada um

destes edifícios, conforme apresentado na tabela seguinte.

Tabela 12. Custo total de construção e equipamento dos Edifícios complementares (R$)

Tipo Edifício Custo de

construção

Custo do

equipamento

TOTAL

Centro de Eventos

Centro de Exposições 2.400.000 720.000 3.120.000

Auditório 4.500.000 1.800.000 6.300.000

Complexo de

laboratórios

Mineração e Materiais 2.000.000 800.000 2.800.000

Tecnologia da Informação e

Comunicação - TIC

2.000.000 800.000 2.800.000

Ambiente 2.000.000 800.000 2.800.000

Pesca e Aquicultura 2.000.000 800.000 2.800.000

Tecnologias Transversais 2.000.000 800.000 2.800.000

Residência (50 apartamentos) 6.400.000 1.280.000 7.680.000

31.100.000

Avançando-se com a construção e equipamento de todos os edifícios, o investimento

necessário, tendo em conta os pressupostos considerados, ascende a 31 milhões de reais.

Importa ainda referenciar que para além dos edifícios que estarão sob a responsabilidade da

entidade gestora do Parque foi possível recolher manifestações de interesse de diferentes

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entidades no ecossistema potiguar a localizar-se no Parque, logo no momento em que este seja

uma realidade. Pela sua importância podem destacar-se os seguintes:

- Instituto SENAI de Inovação (ISI-ER) – Laboratórios na área da energia, num total de

5.150 m2

;

- UFRN – Complexo laboratorial de 3 blocos de 1.000 m2

cada;

- IFRN – Um pólo tecnológico com cerca de 1.000 m2

;

- Laboratório de Testes de Energia Solar, com 800 m2

.

Estes edifícios e as suas localizações foram identificados no Plano de Concepção Urbanística e

Arquitetônica. No entanto, a responsabilidade pelo financiamento da sua construção será de

cada uma das instituições referidas, não sendo da competência da entidade gestora do Parque,

pelo que estes custos não foram considerados no âmbito do presente documento.

1.5 Síntese

Conforme sintetizado na tabela da página seguinte, os investimentos relacionados com a

implementação das diferentes componentes que constituem a primeira fase do Parque

Tecnológico totalizarão um valor próximo dos 66 milhões de Reais, em que 20 milhões se

destinam a infraestrutura (30%), 15 milhões ao Núcleo Central (22%) e 31 milhões aos diferentes

edifícios complementares previstos no Masterplan (47%).

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Tabela 13. Resumo dos principais itens relacionados com os custos de construção e equipamento (R$)

INFRAESTRUTURA (90 ha - 4,5 km) 20.351.550

Terraplanagem 2.177.602

Pavimentação arruamentos e ciclovias 5.106.812

Drenagem águas pluviais 2.175.909

Rede de abastecimento de água 1.395.818

Rede de esgotos 1.754.591

Rede de combate a incêndio 401.727

Rede de fibra ótica (voz e dados)/telefonia 4.287.273

Rede de iluminação e força 1.734.545

Paisagismo 1.317.273

NÚCLEO CENTRAL 14.896.000

Centro de Incubação e Desenvolvimento 6.240.000

Centro Administrativo 2.132.000

Centro de Convivência 3.120.000

Entrada Principal 1.404.000

Praça Central 2.000.000

EDIFÍCIOS COMPLEMENTARES 31.100.000

Centro de Exposições 3.120.000

Auditório 6.300.000

Laboratório de Mineração e Materiais 2.800.000

Laboratório de TIC 2.800.000

Laboratório de Ambiente 2.800.000

Laboratório de Pesca e Aquicultura 2.800.000

Laboratório de Tecnologias Transversais 2.800.000

Residência 7.680.000

TOTAL 66.347.550

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2 Custos Operacionais

2.1 Recursos humanos

Os custos com os recursos humanos assumem um papel de destaque nos custos operacionais

do Parque Tecnológico.

Conforme foi recomendado no “Plano de Negócios Estratégicos”, a gestão do Parque deverá

ser assegurada por equipe profissional, reduzida e altamente qualificada, com competências e

perfis adequados à implementação da estratégia definida.

A evolução da equipe de gestão deverá acompanhar o faseamento previsto no âmbito desta

estratégia:

- Na fase de Pré-instalação (antes da construção estar concluída) prevê-se que seja

selecionado o Diretor do Parque, que deverá realizar atividades previstas no Plano de

Ação, com particular destaque para aquelas relacionadas com a promoção, a atração

de potenciais utilizadores e com o estabelecimento de parcerias estratégicas.

- Na fase de Instalação, a equipe deverá ser reforçada com a inclusão de um técnico e

um administrativo.

- Na fase de Funcionamento pleno, dependendo das taxas de ocupação do Parque, a

equipe poderá ser reforçada com técnicos adicionais.

Note-se que, no sentido de se manter a estrutura de recursos humanos reduzida, o Parque

deverá prever a constituição e dinamização de uma rede de parcerias estratégicas, capaz de

apoiar na prestação de serviços especializados.

Deste modo, os gastos previstos com recursos humanos referem-se aos salários de um diretor,

de um ou mais técnicos e de colaboradores administrativos.

Para realizar as estimativas orçamentais, os salários da equipe de gestão tiveram como base os

salários da equipe de gestão de outros Parques Tecnológicos no Brasil4

, tendo sido

considerados os valores mensais.

4

Os parques considerados foram: Porto Digital (Recife); COPPETEC (Rio de Janeiro); Parque Tecnológico de Sorocaba

(Sorocaba).

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Tabela 14. Variação salarial da equipe técnica

Intervalo de salário mensal

identificado (R$)

Salário mensal médio

considerado (R$)

Diretor 7.000 – 10.000 8.500

Técnico 3.600 – 6.000 4.800

Administrativo 2.000 – 3.800 2.900

Para a análise de viabilidade, o custo total anual de salários corresponde a 12 vezes o salário

médio considerado na tabela, acrescido de um multiplicador de 2,35

, tendo em conta os

diferentes encargos adicionais relacionados com os recursos humanos.

Dessa forma, e tendo em vista as três fases preconizadas na Estratégia, revelam-se na evolução

operacional no parque diferentes níveis de engajamento dos recursos humanos, o que será

considerado mais a frente no detalhamento dos cenários e nas projeções financeiras.

2.2 Fornecimentos e serviços externos

Para a realização da análise dos custos operacionais do Parque, importou também considerar

os gastos mensais relacionados com os fornecimentos e com os serviços externos que

permitam o funcionamento pleno das infraestruturas.

Entre os serviços especializados a contratar pelo Parque incluem-se os serviços relacionados

com a limpeza, com a segurança, com a jardinagem, ou com o serviço de recepção. Para a sua

contabilização, foi analisado o custo de empresas prestadoras destes serviços em Natal.

Tabela 15. Custos dos serviços especializados a contratar pelo Parque

Custo R$ Mensal Base de cálculo

Serviços de Segurança 29.200 Serviços de segurança armado 24 horas (14.600 x 2)

Serviço de Recepção 2.212 Posto de Recepcionista, diurno, 44 horas semanais

Serviço de Jardinagem 4.660 2 postos de Jardinagem, 44 horas semanais (Valor unitário 2.330)

Serviços Gerais 6.420 3 auxiliares de Serviços Gerais, 44 horas semanais

Portaria 9.800 Posto de portaria, 24 horas, diariamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados, envolvendo 4 (quatro) Porteiros

5 Multiplicador indicado na reunião de projeto de 27/11/2016

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Paralelamente, a entidade gestora do Parque deverá suportar os custos com a água, energia e

comunicações (telefonia e banda larga), designadamente necessários à operação plena do

Núcleo Central.

As estimativas obtidas para a água, eletricidade, telefonia e banda larga foram obtidas com base

nas empresas prestadoras destes serviços, considerando os valores cobrados no Rio Grande

do Norte, de acordo com o apresentado na tabela seguinte.

Foi ainda estimado um valor de 20 mil reais por ano referente a contratação de seguro das

instalações principais do Parque.

Tabela 16. Custos dos fornecimentos a suportar pelo Parque

Custo R$ Mensal Base de cálculo

Eletricidade

6.000 Foi utilizado um simulador de gastos por kWh disponibilizado pela empresa AES Brasil, obtendo um gasto mensal de 16.060,50 kWh para o Núcleo Central.

Este valor de consumo mensal foi multiplicado pelo valor informado pela COSERN/ANEEL de Consumo Ativo para indústrias a R$ 0,38/ kWh.

Telefonia/ Banda larga 4.750 6 pontos de telefone e banda larga.

Água 1.200 Foi considerado o preço de consumo maior que

100m3 a R$10 prevendo um consumo mensal total

de 120m3.

Materiais (material de escritório, livros e documentação, ...)

1.500 -

Foram também analisados separadamente os serviços relacionados com a publicidade e

comunicação do Parque. De acordo com a estratégia preconizada no Plano de Negócios

Estratégicos, “O Parque deverá disseminar os seus fatores distintivos, tendo em vista a

divulgação e a consolidação da sua atividade e dos seus utilizadores junto de stakeholders

locais, nacionais e internacionais”. Reconhece-se assim a necessidade de garantir a

disseminação por meio de ações dinâmicas de comunicação. Para tal o Parque deverá

desenvolver uma estratégia de comunicação focada na atividade do Parque e dos seus

utilizadores, que contemple ferramentas de comunicação diferenciadas, tendo em vista

diferentes tipos de destinatários. Deverá também dinamizar e participar num conjunto de

eventos selecionados, tendo em vista a divulgação do Parque, das suas diferentes atividades e

dos seus utilizadores.

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Assim, neste caso, foram apresentadas previsões de recursos para ações de publicidade e

comunicação, para a realização de viagens da equipe de gestão do Parque, bem como para

organização de eventos que possam contribuir para uma dinamização da rede de parcerias e

atraiam a instalação de novas instituições para o Parque.

Tabela 17. Custos com ações de promoção do Parque

Custo R$ Anual Base de cálculo

Deslocações e estadias para

participação em eventos e reuniões 100.000

2 deslocações internacionais e 6 nacionais

(duas pessoas) por ano

Contratação de serviços especializados

para organização de eventos 40.000

Organização de 4 eventos para 100

pessoas no Parque

Contratação de serviços especializados

de publicidade e comunicação 130.000

Inclui site na internet, redes sociais e

anúncios na media

TOTAL 270.000

Por fim, foi estimado um custo anual para a contratação de consultorias especializadas para

prestar serviços qualificados de inovação e de alto valor agregado às entidades instaladas no

Parque (apoio em atividades de P&D, apoio a transferência de tecnologia e propriedade

intelectual, prospecção e o diagnóstico tecnológico, entre outros).

A prestação destes serviços para as empresas instaladas no Parque permitirá o fomento da

relação das empresas, instaladas ou não no parque, com os institutos e laboratórios de

pesquisa presentes no Rio Grande do Norte. Ainda, estes serviços de alto valor agregado

permitirão que as atividades realizadas pelo Parque tenham impacto fundamental na

dinamização dos setores econômicos potiguar e no desenvolvimento da economia do estado.

Tabela 18. Custos com contratação de consultorias especializadas

Custo R$ Anual Base de cálculo

Serviços de consultorias especializadas 150.000 Considerando apoios de curta duração a

um conjunto de 10 empresas

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2.3 Custos com empréstimos e taxa de atualização

Considerando que os três cenários apresentados neste documento consideram a obtenção de

empréstimo de longo prazo pela entidade gestora do Parque foi considerada uma taxa de juro

de 8,5% ao ano, segundo o último valor fixado (mais um ponto percentual) pelo Conselho

Monetário Nacional brasileiro a Taxa de Juro a Longo Prazo (TJLP), o órgão superior do Sistema

Financeiro Nacional que tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito.

Foi ainda estimada uma carência de 2 anos e amortização de 50 anos, sendo valores que

podem ser negociados com as instituições financeiras e de crédito.

Tabela 19. Custos com empréstimo

Premissa Valor

Taxa de Juro 8,5%

Período de carência 2 anos

Amortização 50 anos

Importa referir que, para a estruturação das projecções, financeiras foi considerado o mesmo

valor da taxa de juros (8,5) como taxa de atualização e um valor residual correspondente à

perpetuação do fluxo de caixa gerado no último ano do período de análise.

2.4 Síntese

Conforme sintetizado na tabela abaixo, que apresenta uma simulação dos custos operacionais

do Parque, em 2022 estes custos aproximam-se de 1 milhão de Reais. Assumem particular

destaque nestas projeções os custos com os serviços especializados associados ao

funcionamento do parque, assim como os custos associados às atividades de promoção,

ambos com um peso superior a 25% do total.

Também os Recursos Humanos assumem um valor significativo, próximo dos 20%, devendo-se

sublinhar neste caso que as estimativas apresentadas se referem aos custos anuais em 2022.

Com o aumento das taxas de ocupação do Parque, está prevista a contratação de elementos

adicionais, pelo que esta rúbrica do orçamento irá aumentar. Esta questão encontra-se

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

devidamente abordada nos diferentes cenários que foram estabelecidos, apresentados em

capítulo próprio, neste documento.

Tabela 20. Estimativas de custos operacionais anuais do Parque em 2022 (R$)

RECURSOS HUMANOS6 447.120

Diretor 234.600

Técnico 80.040

Administrativo 132.480

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS 519.704

Serviços de Segurança 350.400

Serviço de Recepção 26.544

Serviço de Jardinagem 55.920

Serviços Gerais 77.040

Portaria 9.800

FORNECIMENTOS 149.120

Eletricidade 57.600

Telefonia/ Banda larga 45.600

Água 11.520

Materiais (material de escritório, , ...) 14.400

Seguro 20.000

PROMOÇÃO 246.000

Deslocações e estadias 80.000

Organização de eventos 16.000

Publicidade e comunicação 150.000

CONSULTORIA ESPECIALIZADA 150.000

Serviços de consultoria 150.000

TOTAL ANUAL 1.644.424

6 Fase de implementação: 1 Diretor, 1 Técnico e 1 Administrativo

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3 Receitas

3.1 Aluguel, venda e concessão de espaços

Uma das principais fontes de receita dos Parques Tecnológicos relaciona-se com o aluguel e

concessão de espaços. De acordo com a estratégia definida e com o Masterplan proposto, o

Parque irá apresentar diferentes tipologias de espaços, adequados a diferentes tipologias de

utilizadores.

3.1.1 Núcleo Central

Dentro do Núcleo Central, é possível identificar os seguintes espaços, disponíveis para alugar.

Tabela 21. Espaços para alugar Núcleo Central

Edifício Principais Valências Área (m2)

Centro de Incubação e

Desenvolvimento

Espaços de incubação 500

Espaços de co-working 200

Espaços para instalação de

empresas/entidades já existentes

750

Laboratórios de P&D 750

Centro Administrativo Salas de formação/ Multifunções 220

Centro de Convivência

Cafeteria / Lanchonete1 100

Restaurante 200

Para estes diferentes espaços foi estimada um aluguel por metro quadrado, tendo como base a

oferta de mercado em Natal e em outros parques da região Nordeste.

Saliente-se que os diferentes espaços apresentados terão diferentes formas de aluguel. Os

espaços do Centro de Incubação e Desenvolvimento serão alugados com base num valor

mensal associado à área de cada espaço, a cafeteria e o restaurante terão uma concessão com

um valor anual, e as salas de formação / Multifunções serão alugados ao dia.

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Nas tabelas seguintes, apresentam-se os valores considerados para o presente Estudo de

Viabilidade.

Tabela 22. Preços por metro quadrado dos diferentes espaços

Espaço Área (m2) R$/m

2

Espaços de incubação 500 20

Espaços de co-working 200 15

Espaços para instalação de

empresas/entidades já existentes

750 35

Laboratórios de P&D 750 35

Tabela 23. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central (R$)

Espaço Área (m2) Valor anual da concessão

Cafetaria / Lanchonete 100 18.000

Restaurante 200 60.000

Tabela 24. Valor do aluguel do espaço por um período de 1 dia (R$)

Espaço Área (m2) Valor do aluguel (1 dia)

Salas de formação/ Multifunções 220 100

Os rendimentos decorrentes do aluguel e da concessão dos diferentes espaços estarão

dependentes da taxa de ocupação que o Parque vier a conseguir. Estas estimativas serão

calculadas nos próximos capítulos deste documento, tendo em conta diferentes cenários.

Por exemplo, considerando uma taxa de ocupação plena do Núcleo Central, assim como a

concessão dos espaços de cafeteria e de restaurante, os valores indicados permitirão obter uma

receita anual próxima de 78.000 reais.

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3.1.2 Edifícios complementares

Os Edifícios Complementares propostos no Masterplan organizam-se em 4 tipologias: auditório,

centro de exposições, complexo de laboratórios e Residência.

Relativamente aos Laboratórios e à Residência, considera-se em qualquer cenário que estes

não serão geradores de receita direta para o Parque. Eles serão cedidos às entidades que os

vierem a explorar, sem uma renda associada (ou com uma renda de valor simbólico, que não foi

considerada para o presente estudo).

O mesmo não se passará com o auditório e o centro multifunções, que deverão ser alugados.

Este aluguel terá uma base diária, propondo-se os seguintes valores:

Tabela 25. Valor do aluguel do espaço por um período de 1 dia (R$)

Edifício Área prevista (m2) Valor do aluguel (1 dia)

Auditório 1.800 5.000

Centro de exposições 1.200 1.000

3.1.3 Espaços exteriores

Por fim, o Parque ainda poderá contar com receitas do aluguel de lotes no espaço exterior.

Na Fase 1 do Parque, o Masterplan proposto considera a infraestruturação de 15 hectares para

a localização de empresas, dando origem a 84 lotes com uma dimensão média de 1.750 m2

.

Destes 84 lotes, 10 encontram-se destinados logo desde o início do projeto para a instalação de

condomínios empresariais.

O valor de aluguel mensal em qualquer um destes lotes é calculado com base num valor

mensal por metro quadrado de 3 reais.

O valor estimado para venda dos lotes da área de condomínios empresariais é 300 reais por

metro quadrado.

Deste modo, com a Fase 1 completamente ocupada, a receita proveniente do aluguel de lotes

aproxima-se dos 2,1 milhões de reais por ano.

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3.2 Serviços prestados pela equipe de gestão

Para além das receitas provenientes do aluguel, concessão e venda de espaços, foram

considerados os serviços a serem prestados pela equipe de gestão do Parque, tanto aos

utilizadores do Parque, como para entidades de fora que tenham interesse nos seus serviços.

Os serviços, conforme detalhado no Plano de Ação, têm como principal objetivo a promoção do

empreendedorismo e o apoio ao desenvolvimento de ações de inovação, sendo de destacar:

: Consultoria para empresas instaladas dentro e fora do Parque com atividades de

apoio a elaboração de plano de negócios, consultoria contratual e jurídica e análises de

mercado. Este serviço tem como principal função a captação de empresas e

empreendedores qualificados.

: Mecanismo de busca por oportunidades de financiamento por meio de metodologia

de análise detalhada dos principais programas de financiamento com relevância para os

utilizadores do Parque. Realizado periodicamente, uma taxa mensal referente a

realização deste serviço poderá ser cobrada às instituições, empresas e

empreendedores instalados no Parque.

Não obstante, deve existir uma constante evolução da carteira de serviços do Parque, por meio

de um trabalho detalhado e continuado de identificação das reais necessidades de apoio do

ecossistema de inovação potiguar. Importará efetuar uma análise de benchmarking de serviços

oferecidos por parques nacionais e internacionais, que permita identificar serviços inovadores a

serem prestados, que diferenciarão o Parque.

O método de cálculo apresentado para a cobrança dos serviços de consultoria a empresas e do

programa de busca por oportunidades de financiamento tem como base uma média cobrada

por dia.

Tabela 26. Receitas dos serviços prestados pelo Parque

Receitas com serviços R$/dia

Consultoria para empresas 500

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

3.3 Captação de financiamento

As receitas acima listadas estão relacionadas com serviços que permitam garantir a

manutenção das atividades operacionais do Parque sem que sejam necessários investimentos

externos. No entanto, mesmo depois que o Parque alcançar maturidade e viabilidade

econômica, os recursos públicos devem ainda ser considerados, sobretudo para o

financiamento de ações e projetos específicos, tendo em vista a perspectiva de instrumento de

política pública que o Parque pode exercer no âmbito regional. Para o fomento a projetos que

promovam maior estreitamento entre as entidades de pesquisa e empresas instaladas, a equipe

gestora do parque deve recorrer a fundos nacionais e internacionais.

Para as ações específicas de fomento a P&D e ao empreendedorismo e de atração de

empresas de base tecnológica e de start-ups, o Parque deve considerar recursos financeiros

tanto públicos como privados.

Estes financiamentos externos vão depender dos editais e programas disponibilizados tanto no

cenário estadual e nacional quanto no internacional. No entanto, devem ser consideradas como

fontes de recursos essenciais para a promoção de projetos estruturantes, de colaboração entre

seus utilizadores e do fomento de atividades inovadoras.

Em sua grande maioria, estes recursos são de caráter público e no Brasil são disponibilizados

tanto por agências de fomentos tal como a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) quanto

por bancos de desenvolvimento tal como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES).

Esses programas foram detalhados no Capítulo deste documento relativo a possíveis fontes de

financiamento.

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4 Análise econômico-financeira

4.1 Variáveis

As premissas apresentadas nos capítulos anteriores foram a base para a realização das análises

econômico-financeiras.

Estas análises foram elaboradas com base na definição de três cenários que antecipam

diferentes possibilidades, nomeadamente no que se relaciona com a capacidade do Parque em

atrair utilizadores para os seus espaços, para prestar serviços a empresas e outras entidades,

ou para captar financiamentos externos (no âmbito de licitações, projetos, ou outras).

Os três cenários consideram que a infraestruturação dos 90 hectares da primeira fase do Parque

e construção completa do seu Núcleo Central ocorrem num primeiro momento. Surgem assim

como principais variáveis que influenciam a análise e condicionam cada cenário as seguintes:

: Faseamento da Construção;

: Evolução das taxas de ocupação:

o Núcleo Central;

o Edifícios Complementares (Laboratórios, Auditório, Centro de Exposições);

o Espaços Exteriores (Aluguel e venda de lotes);

: Nível de prestação de serviços;

: Evolução da equipe de Recursos Humanos;

: Evolução das necessidades de fornecimentos e serviços externos;

: Forma de financiamento da construção.

4.2 Ferramenta de apoio

Para a realização das projeções financeiras e para a análise de viabilidade foi desenvolvida uma

ferramenta com base no Microsoft Excel, em que a introdução de um conjunto de variáveis de

entrada relacionadas com as premissas estabelecidas, permite a geração automática das

planilhas e tabelas associadas à análise financeira.

Nas próximas secções deste documento apresenta-se e analisa-se o resultado da aplicação

desta ferramenta em 3 Cenários.

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

É de salientar que, atendendo ao grau de liberdade existente em algumas das premissas

estabelecidas, assim como a prevalência de algum grau de incerteza, a ferramenta informática

desenvolvida será partilhada juntamente com o presente documento. Dessa forma, ela poderá

continuar a ser de utilidade no período subsequente, permitindo ajustar as análises a possíveis

alterações nas condições de base, que venham a ocorrer.

A ferramenta desenvolvida organiza-se nas seguintes oito abas:

I. Premissas: onde são retomados de forma prática as premissas assumidas, bem

como as variáveis de análise que vão impactar os fluxos de caixa;

II. Mapa de Investimentos: apresentação geral do quadro de áreas estimado pelo

masterplan e da estimativa de custos de construção das edificações do Parque;

III. Detalhes do Mapa de investimentos: apresenta as previsões anuais de ocupação,

aluguel e venda dos espaços do Parque;

IV. Receitas de Exploração: onde as previsões de ocupação anual, apresentadas no

ponto anterior, são cruzadas com os valores estimados do aluguel de espaços e da

prestação de serviços;

V. Custos de Exploração: relaciona as previsões anual de custos com recursos

humanos e de manutenção das instalações do Parque;

VI. Mapa do Fluxo de Caixa de Exploração: apresenta o resultado das projeções das

receitas e dos custos de exploração, sendo também introduzido o fator de

actualização do investimento e apresentando o fluxo de caixa líquido atualizado;

VII. Análise de Rentabilidade: no sentido de apresentar a rentabilidade financeira do

Parque, passa a ser considerado para além dos custos e receitas, o montante de

investimento a realizar, sem considerar a aquisição de empréstimos. Forma de ver

como rentabiliza o investimento que será realizado;

VIII. Análise de Sustentabilidade: onde são consideradas s necessidades de

financiamento e serviço da dívida, com detalhes da amortização de capital e dos

respectivos juros ao longo de 10 anos.

A ferramenta Excel desenvolvida permite a estruturação de fluxos de caixa possibilitando a

análise de viabilidade por meio de indicadores tradicionais baseados em fluxos de caixa

descontados.

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4.3 Indicadores de análise

Para cada cenário, foram realizadas projeções financeiras a 10 anos. Foi também realizada a

análise da viabilidade econômica do investimento, com base no cálculo de indicadores

relevantes como o Valor Presente Líquido, a Taxa Interna de Retorno e o Período de Retorno do

Investimento.

Cada um dos indicadores financeiros resulta em informações diferentes, que podem ser

utilizados de maneira complementar.

O Valor Presente Líquido (VPL) consiste no somatório dos fluxos de caixa ao longo do período

de referência do estudo de viabilidade. Este indicador reflete, em valores monetários, o

resultado da diferença entre as entradas e as saídas de caixa, ajustados a uma taxa de

desconto. Se o resultado da VPL for maior do que zero o investimento é economicamente

atrativo, pois tem-se entradas maiores do que saídas. Caso o valor seja menor a zero o

investimento não é economicamente atrativo, uma vez que as saídas de caixa são maiores que

as entradas.

A Taxa Interna de Retorno (TIR), por sua vez, representa a taxa de retorno do investimento em

questão. Para que o investimento seja viável a TIR deve ser maior que a Taxa Mínima de

Atratividade (TMA).

Por fim, para complementar a análise de viabilidade entendeu-se importante calcular o Período

de Retorno do Investimento (PRI) que corresponde ao tempo que o investimento demorará a ser

ressarcido.

Cabe ressaltar que, para além dos investimentos, gastos e receitas, foi também considerado um

valor residual que corresponde ao valor de perpetuidade do fluxo de caixa do Parque baseado

no resultado do fluxo de caixa do último ano do período de análise.

Considerando o acima exposto, a seguir são apresentados os três cenários com as respectivas

projeções financeiras e análise de viabilidade.

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5 Cenário 1

5.1 Introdução

De uma forma transversal, os três cenários apresentados consideram a infraestruturação dos 90

hectares da Fase 1, assim como a construção do Núcleo Central. Todos eles consideram que as

obras necessárias à disponibilização de espaços terão lugar nos dois primeiros anos de

operação.

Este primeiro cenário considera ainda a construção de todos os edifícios complementares

previstos para a Fase 1.

O cenário considera uma evolução otimista das taxas de ocupação do Parque, assumindo que,

em cada ano, é preenchida 20% da capacidade do Núcleo Central até ao seu preenchimento

total, e 12,5% da disponibilidade de espaços exteriores, com ocupação total ao fim de 8 anos

após abertura do Parque.

Para além do aluguel de lotes, este cenário considerou a venda dos 10 lotes destinados a

condomínios empresariais (1 por ano).

Os Custos Operacionais, assim como as Receitas provenientes de serviços prestados, evoluem

ao longo dos anos em função das taxas de ocupação definidas.

Note-se que, apesar de serem construídos pela entidade gestora do Parque, neste cenário não

se considerou que o Complexo de Laboratórios e a Residência fossem geradores de qualquer

receita, colocando-os ao mesmo nível das entidades externas como Instituto Senai de Inovação,

que se localizará no Parque, num lote cedido sem custos.

Como condição de partida para a construção do cenário encontra-se que o Parque deveria ser

viável ao final de 10 anos. Esta condição afetará fortemente a capacidade do Parque poder

recorrer a empréstimos bancários para a sua implantação, implicando uma necessidade

elevada de obtenção de financiamentos a fundo perdido através de apoios públicos.

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5.2 Premissas

5.2.1 Faseamento da construção de edifícios

Conforme referido antes, este cenário considera que a infraestruturação dos 90 hectares da

primeira fase do Parque e a construção completa e equipamento do seu Núcleo Central

ocorrem num primeiro momento.

Para além disso, é também realizada inicialmente a construção e equipamento de todos os

edifícios complementares, designadamente: centro de eventos, complexo de laboratórios, e

residência.

A infraestruturação do terreno e a construção destes edifícios implicará um investimento total a

rondar os 70 milhões de reais.

5.2.2 Evolução das taxas de ocupação

Núcleo Central

Neste cenário prevê-se a ocupação total do Núcleo Central em 5 anos após a sua abertura, a

uma taxa constante de 20% dos espaços disponíveis em cada ano (taxa semelhante para cada

uma das tipologias de espaços).

Tabela 27. Cenário 1. Ocupação dos espaços do Núcleo Central

Espaço Área Total (m

2) Nº de salas

ocupadas / ano

Área Ocupada

anualmente (m2)

Renda (R/m2)

Espaços de incubação 500 5 100 20

Espaços de co-working 200 4 40 15

Espaços para instalação de

empresas/entidades já

existentes

750 1 150 35

Laboratórios de P&D 750 1 150 35

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Este cenário prevê também a concessão da cafetaria logo desde o início do funcionamento. O

restaurante passa a funcionar a partir do quarto ano do período de análise deste estudo, ou

seja, no segundo ano de funcionamento do Parque.

Tabela 28. Cenário 1. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central

Espaço Área (m2) Valor anual da concessão (R$)

Cafetaria / Lanchonete 100 18.000

Restaurante 200 60.000

Em relação ao aluguel de outros espaços, o presente cenário, ao prever elevadas taxas de

ocupação por empresas e outras entidades, terá implicações no aluguel da sala de formação e

da sala multifunções.

Para a sala de formação/multifunções assumiram-se 78 utilizações por ano em 2019, evoluindo

de forma constante para 156 em 2026.

Tabela 29. Cenário 1. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central

Espaço Área (m

2) Nº de dias ocupados

por ano

Valor do aluguel (1

dia)

Salas de formação/ Multifunções 220 156 100

Cabe aqui ressaltar que a ocupação das salas de formação poderá ser maior, pois serão

utilizadas pelas empresas instaladas, que terão direito à sua utilização. No entanto, este valor

não é considerado neste ponto, pois encontra-se incluído nas rendas que o parque cobrará a

cada uma dessas entidades.

Espaços Exteriores

Na Fase 1 do Parque, o Masterplan proposto considera a infraestruturação de 15 hectares para

a localização de empresas, dando origem a 84 lotes.

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Destes 84 lotes, 10 serão vendidos para instalação de condomínios empresariais. De acordo

com o Masterplan, serão dos lotes de maior dimensão, ocupando uma área total de 32.672

metros quadrados. Neste cenário, está prevista a venda de 1 destes lotes por ano.

Tabela 30. Cenário 1. Venda de lotes

Espaço Área Total (m2) Lotes Venda (R$/m

2)

Condomínio Empresarial 32.672 10 300

Dos restantes 74 lotes, assumiu-se que são ocupados 12,5% (entre 9 e 10 lotes) todos os anos

após início de atividade do Parque, levando a uma ocupação total ao fim de 8 anos após

abertura do Parque (último ano do período de referência deste estudo).

Note-se que, noutros cenários, poderá haver entidades a quem a área é cedida gratuitamente

ou a preços mais reduzidos. No presente cenário, havendo demanda suficiente a preços de

mercado, tal hipótese não foi considerada.

Tabela 31. Cenário 1. Ocupação dos espaços exteriores

Espaço Área Total (m

2) Lotes Área ocupada

(média) / ano (m2)

Renda (R$/m2)

Lotes 114.583 74 14.323 3

Edifícios Complementares

Os Edifícios Complementares propostos no Masterplan organizam-se em 4 tipologias: auditório,

centro de exposições, complexo de laboratórios e residência.

Conforme foi referido anteriormente, na definição das premissas globais do presente estudo,

relativamente aos Laboratórios e à Residência, considera-se que estes não serão geradores de

receita direta para o Parque. Eles serão cedidos às entidades que os vierem a explorar, sem

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30

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uma renda associada (ou com uma renda de valor simbólico, que não foi considerada para o

presente estudo).

O mesmo não se passará com o auditório e centro de exposições, que deverão ser alugados.

Este aluguel terá uma base diária, estimando-se que seja ocupado da seguinte forma:

- Auditório: uma utilização por mês para eventos de 2 dias;

- Centro de exposições: 7 utilizações por mês.

Tabela 32. Cenário 1. Taxa de ocupação dos Edifícios Complementares

Edifício Nº por dias de

ocupação / ano

Valor do aluguel (1 dia)

(R$)

Auditório 24 5.000

Centro de Exposições 84 1.000

5.2.3 Nível de prestação de serviços

Neste ponto são considerados os serviços prestados pela Equipe de Gestão e que são

efetivamente cobrados. Não se encontram aqui os serviços prestados no âmbito das atividades

de incubação, pois esses encontram-se integrados na renda cobrada.

Apesar de o Parque poder prestar serviços a entidades localizadas fora, prevê-se que o nível de

prestação de serviços esteja diretamente relacionado com o número de empresas localizado no

Parque e, consequentemente, com a composição da equipe de gestão (apresentada no ponto

seguinte), a uma média de 10 dias por mês por cada técnico.

Tabela 33. Cenário 1. Número de dias de serviços de apoio cobrados

2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026 Receita por dia de

serviço (R$)

0 240 480 500

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31

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5.2.4 Evolução da equipe de recursos humanos

Conforme referido anteriormente neste documento, a evolução da equipe de gestão deverá

acompanhar o faseamento previsto no âmbito desta estratégia:

- Na fase de Pré-instalação (antes da construção estar concluída) prevê-se que seja

selecionado o Diretor do Parque, que deverá realizar atividades previstas no Plano de

Ação, com particular destaque para aquelas relacionadas com a promoção, a atração

de potenciais utilizadores e com o estabelecimento de parcerias estratégicas.

- Na fase de Instalação, a equipe deverá ser reforçada com a inclusão de um técnico e

um administrativo.

- Na fase de Funcionamento pleno, dependendo das taxas de ocupação do Parque, a

equipa será reforçada com técnicos adicionais.

Com base nas taxas de ocupação previstas no presente cenário, a tabela seguinte apresenta

uma previsão da evolução da equipe de gestão do Parque:

Tabela 34. Cenário 1. Evolução da equipe de gestão

2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026

Diretor 1 1 1

Administrativo - 1 3

Técnicos - 2 4

5.2.5 Evolução das necessidades de fornecimentos e serviços externos

Nos primeiros pontos do presente relatório, foram apresentados os principais gastos mensais

relacionados com os fornecimentos e com os serviços externos que permitam o funcionamento

pleno das infraestruturas.

Para a presente análise considerou-se que os custos com serviços especializados (segurança,

recepção) seriam constantes a partir da abertura do parque (2019). A evolução dos restantes

gastos com o fornecimento de serviços externos acompanha a evolução prevista para o Parque,

considerando-se 50% no primeiro ano, e um crescimento de 10 pontos percentuais por ano, até

atingir os 100% no final do 5º ano de funcionamento.

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Tabela 35. Cenário 1. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos

Serviços Valor em funcionamento

pleno 2019

Crescimento

anual até 2023

2023 – 2026

Serviços especializados

(segurança, recepção) 519.704 100% 0 100%

Fornecimentos (água,

energia, ...) 181.400 50% 10% 100%

Promoção* 270.000 50%* 10% 100%

Consultoria especializada 150.000 50% 10% 100%

*as ações de promoção e os serviços de segurança terão início logo desde o ano de 2017

5.2.6 Forma de financiamento

Como condição de partida para a construção do cenário encontra-se que o Parque deveria ser

viável ao final de 10 anos.

Esta condição afetará fortemente a capacidade do Parque poder recorrer a empréstimos

bancários para a sua implementação, implicando uma necessidade elevada de obtenção de

financiamentos a fundo perdido através de apoios públicos (fundos de fomento, investimento

público direto, recursos de agências de fomento e bancos de desenvolvimento, conforme

apresentado em capítulo autónomo, neste documento).

5.3 Projeções financeiras

5.3.1 Investimento inicial

As projeções financeiras deste cenário consideram a construção e equipamento de todos os

espaços previstos para a Fase 1 durante 2017 e 2018. De acordo com as estimativas realizadas

no Capítulo relativo aos investimentos, este investimento corresponde a um valor total de

aproximadamente 66 milhões de reais.

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33

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5.3.2 Custos

Logo desde a constituição da entidade gestora e acompanhando o início das obras, o Parque

tem custos.

Entre 2017 e 2018, acompanhando as premissas anteriormente apresentadas, o Parque

apresenta custos operacionais respectivos de 650 mil Reais e 663 mil Reais. Neste montante,

são consideradas as rúbricas de Recursos Humanos (Diretores), Fornecimentos e Serviços

Especializados (Segurança) e as ações de promoção e comunicação.

A partir de 2019, com a instalação da equipe gestora e dos primeiros utilizadores do parque,

passam a ser considerados custos superiores de manutenção das instalações e considera-se

necessária a contratação de mais dois colaboradores para a equipe gestora, totalizando, no

primeiro ano de funcionamento do Parque gastos na ordem de 1,4 milhões de Reais.

Considerando a evolução dos custos do parque, devido ao aumento dos seus utilizadores, o

total dos custos atinge no último ano do período de referência, 2026, o total de 2,1 milhões de

Reais.

A Figura 2 apresenta a evolução da distribuição dos custos entre as diferentes rúbricas.

Figura 2. Cenário 1. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$)

0

500000

1000000

1500000

2000000

2500000

3000000

3500000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Recursos humanos Serviços especializados Fornecimentos

Ações de promoção Consultoria Serviço da dívida

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34

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Tendo em vista o que foi até o momento apresentado, destaca-se a necessidade de incluir nas

contas do Parque os investimentos necessários para construção das suas instalações. A

inclusão das necessidades de financiamento tem um impacto significativo no fluxo de caixa

anteriormente apresentado.

As projeções financeiras realizadas indicam que, para o Parque garantir rentabilidade e

sustentabilidade financeira7

, a sua entidade gestora somente poderá pedir um empréstimo de

longo prazo no valor máximo total de 8,8 milhões de Reais.

Com esta limitação, para que seja possível a construção de todos os edifícios previstos neste

cenário seria necessário que o Parque procure por financiamento a fundo perdido num total de

57,7 milhões de reais. Parte deste valor será obtido desde logo através do empréstimo do

Banco Mundial onde se insere este trabalho.

Assim sendo, a amortização do empréstimo foi incluída nas projeções financeiras. Apesar da

amortização da dívida começar apenas a partir de 2019 (2 anos de carência), o Parque começa

a pagar juros relativos ao empréstimo em 2017. Assim, o serviço da dívida médio anual que o

Parque vai precisar liquidar será de aproximadamente 846 mil Reais, considerando o

pagamento de juros e amortização.

5.3.3 Receitas

Nos 2 primeiros anos de atividade, antes da abertura do Parque, a única receita prevista

relaciona-se com a venda de lotes: Tendo em vista que este cenário considerou a venda de 1

lote por ano ao longo dos 10 anos do período de referência, a partir de 2017, o Parque tem uma

receita anual proveniente da venda de lotes de 980 mil reais.

A partir de 2019 consideram-se as receitas provenientes do aluguel e concessão dos diferentes

espaços do Núcleo Central: Espaços de incubação, Espaços de co-working, Espaços para

instalação de empresas/entidades já existentes, Laboratórios de P&D, Salas de formação/

Multifunções, Cafeteria / Lanchonete e Restaurante. Estando relacionados com as taxas de

ocupação estabelecidas nas premissas, estes espaços são geradores de receitas na ordem dos

183.000 Reais em 2019, evoluindo para os 880 milhões de Reais em 2026.

7

VPL: > 0; TIR: > taxa de atualização (8,5%);

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A partir de 2019 tem também início a disponibilização de lotes para aluguel. Sendo um total de

74 lotes desta tipologia, as receitas provenientes serão significativas, evoluindo de 1,4 milhões

de Reais no primeiro ano, até aos 5 milhões de Reais com a ocupação plena do Parque, em

2026.

Por sua vez, o aluguel de equipamentos tais como o centro de exposições e auditório não

representa uma parcela relevante das receitas do parque, totalizando 204.000 reais por ano.

Sendo as estimativas de receitas com prestação de serviços proporcional ao número de

técnicos da equipe, estas situam-se nos 120.000 Reais nos primeiros anos e nos 240.000 Reais

a partir de 2023, nunca representando mais do que 10% das receitas do Parque.

A distribuição das receitas apresentada na Figura 3 indica que, conforme esperado, o aluguel

de espaços é a receita mais importante do Parque.

Figura 3. Cenário 1. Evolução da distribuição das receitas (R$)

5.3.4 Fluxo de caixa

A Figura 4 apresenta a linha evolutiva dos custos e das receitas ao longo dos 10 anos em

análise. Apesar de tanto os custos e receitas aumentarem cada ano, as receitas superam os

custos a partir de 2020 em diante.

$-

$1.000.000

$2.000.000

$3.000.000

$4.000.000

$5.000.000

$6.000.000

$7.000.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Alugueis de Espaços Prestação de serviços Venda de Lotes

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Figura 4. Cenário 1. Evolução dos custos e receitas (R$)

Deste modo, conforme apresentado na figura seguinte, o Fluxo de Caixa Líquido aumenta ao

longo dos anos. Ele será negativo entre 2017 e 2019, respectivamente em 418.000 Reais e

430.000 Reais. Em 2019, apesar do Parque já ter iniciado suas atividades, tem-se o aumento

significativo dos custos, resultando num fluxo de caixa negativo em 372.000 de Reais. A partir

de 2020, verifica-se também o aumento das receitas, o que permitirá ao Parque cobrir seus

gastos, apresentando um fluxo positivo de 305.000 Reais. O fluxo de caixa será

progressivamente maior, atingindo 3,4 milhões de Reais em 2026. Nesse ano, o Fluxo de Caixa

Líquido Acumulado atingirá aproximadamente 12,3 milhões de Reais.

Figura 5. Cenário 1. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$)

$-

$1.000.000

$2.000.000

$3.000.000

$4.000.000

$5.000.000

$6.000.000

$7.000.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Receitas de Exploração Totais Custos Exploração Totais

-2.000.000

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

14.000.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Fluxo de Caixa Líquido Fluxo de Caixa líquido acumulado

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Complementarmente, tem-se o cálculo do fluxo de caixa atualizado.

Figura 6. Cenário 1. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$)

Como pode ser evidenciado, o fluxo de caixa actualizado do Parque será negativo entre 2017 e

2019, em 385 mil Reais, 365 mil Reais e 290 mil Reais. A partir do segundo ano de

funcionamento do Parque (2020) obtém-se um fluxo de caixa atualizado positivo de 220 mil

Reais. Nos anos a seguir, verifica-se uma evolução positiva, atingindo em 2026 um fluxo de

caixa atualizado positivo de 1,5 milhões de Reais.

5.4 Viabilidade econômico-financeira

As projeções do primeiro cenário acima apresentadas foram desenhadas para garantir a

viabilidade do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte durante os primeiros 10 anos.

Entende-se que esta viabilidade está assegurada se o Valor Presente Líquido for positivo, a Taxa

Interna de Retorno for maior que a taxa de atualização considerada (8,5%). Entendeu-se

também como relevante limitar o Fluxo de Caixa Acumulado negativo ao máximo dos 4

primeiros anos.

Apesar de este cenário considerar altas taxas de ocupação, a decisão de construir todos os

edifícios da Fase 1 faz com que o Parque tenha que recorrer a elevados volumes de

financiamento. Além disso, muitos dos espaços previstos para a Fase 1 não geram receitas

-2000000

-1000000

0

1000000

2000000

3000000

4000000

5000000

6000000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Fluxo de Caixa Líquido Atualizado

Fluxo de Caixa Líquido Acumulado Atualizado

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diretas para o Parque, fazendo com que os seus custos de construção não tenham

contrapartidas rentáveis.

Com efeito, as projeções de fluxo de caixa indicam que para manter a viabilidade financeira-

econômica do Parque, num período de 10 anos, e atender as condições estabelecidas o valor

máximo de empréstimo que a sua entidade gestora poderá recorrer é de 8,8 milhões de Reais o

que faz com que o Parque, para construir toda a Fase 1, tenha que conseguir 57,5 milhões de

Reais em financiamento a fundo perdido (parte deste valor será obtido desde logo através do

empréstimo do Banco Mundial onde se insere este trabalho).

Conforme pode ser evidenciado na tabela seguinte, neste cenário, o serviço da dívida relativo ao

empréstimo tem impacto nas contas do Parque, porém não compromete o fluxo de caixa

acumulado no final do período.

Tabela 36. Cenário 1. Análise de Sustentabilidade (R$)

ANO INVESTIMENTO/

EMPRÉSTIMO RECEITAS DE EXPLORAÇÃO

CUSTOS DE EXPLORAÇÃO

FLUXO DE CAIXA

LÍQUIDO - SEM DÍVIDA

SERVIÇO DA

DÍVIDA

FLUXO DE CAIXA

LÍQUIDO

FLUXO DE CAIXA

LÍQUIDO ACUMULADO

2017 67.902.750 /

9.250.000 980.172 650.000 330.172 786.250 -456.078 -456.078

2018 980.172 663.000 317.172 786.250 -469.078 -925.156

2019 1.988.859 1.436.004 552.855 971.250 -418.395 -1.343.551

2020 2.708.545 1.494.144 1.214.401 955.525 258.876 -1.084.675

2021 3.368.332 1.552.284 1.816.048 939.800 876.248 -208.427

2022 4.083.962 1.610.424 2.473.538 924.075 1.549.463 1.341.036

2023 4.863.948 2.080.604 2.783.344 908.350 1.874.994 3.216.030

2024 5.366.835 2.125.744 3.241.091 892.625 2.348.466 5.564.496

2025 5.869.822 2.125.744 3.744.078 876.900 2.867.178 8.431.674

2026 6.428.751 2.125.744 4.303.007 861.175 3.441.832 11.873.506

Nas condições consideradas neste cenário, o projeto terá um Valor Presente Líquido (VPL)

positivo de 10,9 milhões de Reais. O valor positivo da VPL destaca a sustentabilidade

econômico-financeira do Parque no período em análise.

Foi também calculada a Taxa Interna de Retorno (TIR), entendida como taxa necessária para

igualar o valor de um investimento (ao valor presente) com os seus respectivos retornos futuros

ou saldos de caixa gerados. A TIR deste cenário resultou em uma taxa percentual positiva de

79,26 %, estando acima da Taxa Mínima de Atratividade (TMA) estimada em 8,5%, ressaltando a

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rentabilidade e atratividade do investimento caso seja garantido o montante de 58 milhões de

Reais a fundo perdido.

As condições estabelecidas para garantir a viabilidade apresentada pelo VPL e TIR consideram

um Período de Retorno do Investimento (PRI) de pouco mais de 11 anos.

Tabela 37. Cenário 1. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira

Indicadores de Viabilidade Econômica

Valor Presente Líquido (VPL) R$ 10.952.196

Taxa Interna de Retorno (TIR) 79,26%8

Período de Retorno do Investimento (PRI) 11,35 anos

Importa ressaltar que, mesmo considerando uma evolução otimista das taxas de ocupação,

todo este cenário e os indicadores apresentados assentam no pressuposto da entidade gestora

do Parque conseguir um financiamento a fundo perdido muito elevado, situado na ordem dos

57,5 milhões de Reais. Eventuais dificuldades da obtenção deste valor teriam impactos na

necessidade de angariação de um valor maior de empréstimo bancário em condições de

mercado, o que impactaria significativamente as contas do Parque.

Entende-se, dessa forma, necessário repensar os investimentos incluídos na construção da

Fase 1 minimizando o custo de construção. É isso que será considerado nos próximos cenários.

8 O resultado alto da TIR está diretamente relacionado com o alto montante recebido a fundo perdido para

financiamento do Parque.

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6 Cenário 2

6.1 Introdução

O cenário 2 considera a infraestruturação dos 90 hectares da Fase 1, assim como a construção

do Núcleo Central.

Este segundo cenário busca minimizar os custos de construção. Focando apenas os edifícios

que foram ressaltados como indispensáveis para o funcionamento do Parque Tecnológico

(Núcleo Central e o Auditório).

Dessa forma, este cenário não considera que a entidade gestora do Parque seja responsável

pela construção e exploração da maioria dos espaços complementares, nomeadamente, o

Centro de Exposições, o Complexo de Laboratórios e a Residência Universitária.

Para facilitar a comparação e a análise, este cenário considera a mesma evolução otimista das

taxas de ocupação do Parque do primeiro cenário, assumindo preenchimento de 20% da

capacidade do Núcleo Central a cada ano até ao seu preenchimento total. Para os lotes

disponíveis no espaço anterior, aplica-se também a mesma percentagem de ocupação anual,

situada nos 12,5%, com ocupação total ao fim de 8 anos após abertura do Parque.

Do mesmo modo, para além do aluguel de lotes, este cenário considerou a venda dos 10 lotes

destinados a condomínios empresariais (1 por ano).

Ainda como no cenário anterior, os Custos Operacionais, assim como as Receitas provenientes

de serviços prestados, evoluem ao longo dos anos em função das taxas de ocupação definidas.

Mantém-se como condição para a construção do cenário encontra-se que o Parque deveria ser

viável ao final de 10 anos, o que afetará a capacidade do Parque poder recorrer a empréstimos

bancários para a sua implantação.

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6.2 Premissas

6.2.1 Faseamento da construção de edifícios

Este cenário também considera que a infraestruturação dos 90 hectares da primeira fase do

Parque e a construção completa e equipamento do seu Núcleo Central ocorrem nos primeiros

dois anos, entre 2017 e 2018.

A infraestruturação do terreno e a construção do Núcleo Central e do Auditório implicará um

investimento total a rondar os 41,2 milhões de reais (3/5 do custo total estimado no primeiro

cenário).

6.2.2 Evolução das taxas de ocupação

Núcleo Central

Este cenário mantem as estimativas do primeiro, com ocupação total do Núcleo Central em 5

anos após sua instalação, a uma taxa constante de 20% dos espaços disponíveis em cada ano

(taxa semelhante para cada uma das tipologias de espaços).

Tabela 38. Cenário 2. Ocupação dos espaços do Núcleo Central

Espaço Área Total (m

2) Nº de salas

ocupadas / ano

Área Ocupada

anualmente (m2)

Renda (R/m2)

Espaços de incubação 500 5 100 20

Espaços de co-working 200 4 40 15

Espaços para instalação de

empresas/entidades já

existentes

750 1 150 35

Laboratórios de P&D 750 1 150 35

Mantém-se, da mesma forma, a concessão da cafetaria e da lanchonete logo desde o início do

funcionamento, em 2019. O restaurante será alugado apenas a partir do quarto ano do período

de referência.

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42

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Tabela 39. Cenário 2. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central

Espaço Área (m2) Valor anual da concessão (R$)

Cafetaria / Lanchonete 100 18.000

Restaurante 200 60.000

Para sala de formação/multifunções conservou-se a previsão de 78 utilizações diárias por ano

em 2019, evoluindo de forma constante para 156 em 2026.

Tabela 40. Cenário 2. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central

Espaço Área (m

2) Nº de dias ocupados

por ano

Valor do aluguel (1

dia)

Salas de formação/ Multifunções 220 156 100

Espaços Exteriores

Na Fase 1 do Parque, o Masterplan proposto considera a infraestruturação de 15 hectares para

a localização de empresas, dando origem a 84 lotes.

Destes 84 lotes, mantém-se a estimativa de venda de 10 lotes (1 lote por ano) para instalação de

condomínios empresariais. De acordo com o Masterplan, estes serão dos lotes de maior

dimensão, ocupando uma área total de 32.672 metros quadrados.

Tabela 41. Cenário 2. Venda de lotes

Espaço Área Total (m2) Lotes Venda (R$/m

2)

Condomínio Empresarial 32.672 10 300

Igualmente, após o início da atividade do Parque, tem-se o aluguel de 9 a 10 lotes por ano

(12,5% dos espaços disponíveis), culminando na ocupação total ao fim de 8 anos.

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43

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Tabela 42. Cenário 2. Ocupação dos espaços exteriores

Espaço Área Total (m

2) Lotes Área ocupada

(média) / ano (m2)

Renda (R$/m2)

Lotes 114.583 74 14.323 3

Edifícios Complementares

No que tange aos edifícios complementares, este cenário considerou apenas a construção do

Auditório com 500 lugares. Foi assim previsto um aluguel por mês que terá uma base diária,

estimando-se que seja ocupado da seguinte forma:

- Auditório: uma utilização por mês para eventos de 2 dias;

Tabela 43. Cenário 2. Taxa de ocupação do auditório

Edifício Nº por dias de

ocupação / ano

Valor do aluguel (1 dia)

(R$)

Auditório 24 5.000

6.2.3 Nível de prestação de serviços

Considerando os serviços prestados pela Equipe de Gestão e que são efetivamente cobrados,

mantém-se o entendimento de que o nível de prestação de serviços esteja diretamente

relacionado com o número de empresas localizado no Parque e com a equipe de gestão

disponível. Assume-se que uma média de 10 dias por mês de cada técnico do Parque é

dedicada à prestação de serviços.

Tabela 44. Cenário 2. Número de dias de serviços de apoio cobrados

2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026 Receita por dia de

serviço (R$)

0 240 480 500

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44

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6.2.4 Evolução da equipe de recursos humanos

Com base nas taxas de ocupação previstas no presente cenário, a tabela seguinte apresenta

uma previsão da evolução da equipe de gestão do Parque:

Tabela 45. Cenário 2, Evolução da equipe de gestão

2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026

Diretor 1 1 1

Administrativo - 1 3

Técnicos - 2 4

6.2.5 Evolução das necessidades de fornecimentos e serviços externos

Tendo em vista a manutenção das taxas de ocupação do Núcleo Central e dos lotes do Parque,

entende-se que os custos com fornecimentos e serviços externos serão semelhantes aos

definidos no Cenário 1.

Tabela 46. Cenário 2. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos

Serviços Valor em funcionamento

pleno 2019

Crescimento

anual até 2023

2023 – 2026

Serviços especializados

(segurança, recepção) 519.704 100% 0 100%

Fornecimentos (água,

energia, ...) 181.400 50% 10% 100%

Promoção* 270.000 50%* 10% 100%

Consultoria especializada 150.000 50% 10% 100%

*as ações de promoção e os serviços de segurança terão início logo desde o ano de 2017, atingindo os 100% em 2021

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45

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

6.2.6 Forma de financiamento

Como condição de partida para a construção do cenário encontra-se que o Parque deveria ser

viável ao final de 10 anos, o que condicionará a sua capacidade de poder recorrer a

empréstimos bancários.

6.3 Projeções financeiras

6.3.1 Investimento inicial

De acordo com as estimativas realizadas no Capítulo relativo aos investimentos, a construção

do Núcleo Central e a infraestruturação dos 90 hectares da Fase 1 corresponde a um valor total

de aproximadamente 41 milhões de reais.

6.3.2 Custos

Sendo que as taxas de ocupação deste cenário são as mesmas do cenário 1, os custos

associados à exploração do Parque irão ser semelhantes. Assim, entre 2017 e 2018, o Parque

tem custos operacionais no valor respectivo de 650 mil Reais e 663 mil Reais referente aos

gastos com Recursos Humanos (Diretores), Fornecimentos e Serviços Especializados

(Segurança) e as ações de promoção e comunicação.

A partir da instalação da equipe gestora e dos primeiros utilizadores do Parque aumentam os

custos de manutenção das instalações e recursos humanos, totalizando, no primeiro ano,

gastos na ordem de 1,4 milhões de Reais.

Considerando a evolução dos custos do Parque, devido ao aumento dos seus utilizadores, o

total dos custos atinge no último ano do período de referência, 2026, o total de 2 milhões de

reais.

A inclusão das necessidades de financiamento tem um impacto significativo no fluxo de caixa

anteriormente apresentado.

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46

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

As projeções financeiras deste cenário indicam que a entidade gestora do Parque poderá

recorrer ao valor máximo de 8,25 milhões de Reais de empréstimo para manter a rentabilidade e

sustentabilidade financeira das contas do Parque.9

Este cenário, portanto, assume a obtenção do empréstimo neste valor máximo e inclui dentre

seus custos o pagamento do serviço da dívida (amortização e juro).

Apesar da amortização da dívida começar apenas a partir de 2019 (2 anos de carência), o

Parque começa a pagar juros relativos ao empréstimo em 2017. Assim, o serviço da dívida

médio anual que o Parque vai precisar liquidar será de aproximadamente 793 mil Reais.

A Figura 7 apresenta a evolução da distribuição dos custos entre as diferentes rúbricas.

Figura 7. Cenário 2. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$)

É importante indicar que com esta limitação, neste cenário, a construção do Núcleo Central e a

infraestruturação dos espaços depende de financiamento a fundo perdido num total de 33

milhões de Reais, (representando um pouco menos da metade do valor necessário apresentado

pelo cenário anterior). Parte significativa deste valor será obtida desde logo através do

empréstimo do Banco Mundial onde se insere este trabalho.

9

VPL: > 0; TIR: > taxa de atualização (8,5%); PRI: aprox. 10 anos.

$-

$500.000

$1.000.000

$1.500.000

$2.000.000

$2.500.000

$3.000.000

$3.500.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Recursos humanos Serviços especializados

Fornecimentos Ações de promoção

Consultoria Serviço da dívida

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47

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

6.3.3 Receitas

Este segundo cenário considera as receitas geradas com aluguel de espaços do Núcleo

Central, do Auditório e dos lotes externos, bem como com a prestação de serviços

especializados pela equipe gestora do Parque.

Ressalta-se que, apesar da manutenção dos preços de aluguel dos espaços do Núcleo Central

e dos lotes, e a consequente manutenção das receitas, este cenário não considera as receitas

com aluguel do Centro de Exposições, uma vez que não foi prevista sua construção (ou a sua

construção e exploração não será da responsabilidade da entidade gestora do Parque).

À semelhança do que foi previsto no primeiro cenário, este segundo cenário estimou a venda de

1 lote por ano ao longo dos 10 anos do período de referência, a partir de 2017, o Parque tem

uma receita anual proveniente da venda de lotes de 980 mil Reais.

No total, os diferentes espaços do Núcleo Central geram receitas na ordem dos 183.000 Reais

em 2019, evoluindo para os 875.600 em 2023, repartindo-se por tipologia de espaço conforme

apresentado na Figura 8.

Figura 8. Cenário 2. Distribuição das receitas do Núcleo Central (R$)

Ainda deve ser considerada a receita com o aluguel do Auditório que atinge 120.000 Reais por

ano.

$-

$200.000,00

$400.000,00

$600.000,00

$800.000,00

$1.000.000,00

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Sala de Formação Espaços para incubação de empresas

Espaços de co-working Espaços para instalação de empresas

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48

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

A partir de 2019 tem também início a disponibilização de lotes para aluguel. Neste cenário, as

receitas provenientes do aluguel de lotes evoluem de 501.686 Reais no primeiro ano, até aos 4

milhões de Reais com a ocupação plena do Parque, em 2026.

A estimativa de receitas com prestação de serviços está relacionada com o número de técnicos

do Parque. Estas situam-se nos 120.000 Reais nos primeiros anos e nos 240.000 Reais a partir

de 2023, nunca representando mais do que 10% das receitas totais do Parque.

No total, as receitas do Parque evoluem de aproximadamente 1 milhão de Reais para os 6

milhões em 2026. O aluguel de lotes será a receita mais importante do Parque ao longo dos

anos, conforme pode ser evidenciado pela Figura 9. A venda de lotes é também importante,

sobretudo nos primeiros anos de funcionamento do Parque.

Figura 9. Cenário 2. Evolução da distribuição das receitas (R$)

6.3.4 Fluxo de caixa

A Figura 10 apresenta a linha evolutiva dos custos e das receitas ao longo dos 10 anos em

análise. Apesar de tanto os custos e receitas aumentarem cada ano, as receitas superam os

custos a partir de 2020 em diante.

$-

$1.000.000

$2.000.000

$3.000.000

$4.000.000

$5.000.000

$6.000.000

$7.000.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Aluguel de lotes Venda de Lotes Núcleo Central

Prestação de serviços Aluguel do Auditório

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49

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Figura 10. Cenário 2. Evolução dos custos e receitas (R$)

Deste modo, conforme apresentado na figura seguinte, o Fluxo de Caixa Líquido aumenta ao

longo dos anos. Ele será negativo entre 2017 e 2019, respectivamente em 371, 384 e 311 mil

Reais. A partir de 2020 o Parque começa a conseguir cobrir seus gastos com fluxo positivo em

278 mil Reais. O fluxo de caixa será progressivamente maior, atingindo 3,4 milhões de Reais em

2026 (32 mil Reais a menos que no primeiro cenário). Nesse ano, o Fluxo de Caixa Líquido

Acumulado atingirá aproximadamente 12 milhões de Reais (aproximadamente 142 mil Reais a

menos que o primeiro cenário).

Figura 11. Cenário 2. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$)

$-

$1.000.000

$2.000.000

$3.000.000

$4.000.000

$5.000.000

$6.000.000

$7.000.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Receitas de Exploração Totais

Custos Exploração Totais (com dívida)

-2.000.000

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

14.000.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Fluxo de Caixa Líquido Fluxo de Caixa líquido acumulado

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50

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Complementarmente, para o cálculo do fluxo de caixa atualizado assumiu-se uma atualização

com base na Taxa Mínima de Atratividade (TMA) de 8,5%, estimada a partir da taxa de

empréstimo de longo prazo do BNDES.

Figura 12. Cenário 2. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$)

Estes valores atualizados apresentam uma estimativa do valor estimado neste estudo valeria

naquele ano. Tem-se, dessa forma, que o fluxo de caixa líquido atualizado evolui de um valor

negativo próximo dos 342 mil Reais em 2017 para valores positivos próximos dos 1,5 milhões de

Reais em 2026, dando origem a um total acumulado de 5,3 milhões de Reais.

6.4 Viabilidade econômico-financeira

A viabilidade econômico-financeria do Parque será analisada tendo em conta os três

indicadores anteriormente referidos: VPL e TIR. Para conseguir a pretendida viabilidade, o

resultado do VPL deve ser positivo, a TIR deve ser maior que a taxa de atualização considerada

(8,5%). Foi ainda calculado o Período de Retorno do Investimento.

Considerando apenas a construção do Núcleo Central e do Auditório e contando com as

mesmas taxas de ocupação do primeiro cenário, a possibilidade de conseguir os resultados

-2.000.000,00

-1.000.000,00

0,00

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Fluxo de Caixa Líquido Atualizado

Fluxo de Caixa Líquido Acumulado Atualizado

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51

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

pretendidos aparenta ser mais viável, no que concerne à necessidade de obtenção de

financiamento a fundo perdido.

As projeções indicam que é possível assegurar a viabilidade financeira-econômica do Parque,

recorrendo a um empréstimo bancário de 8,8 milhões de Reais. Deste modo, para viabilizar este

cenário, será necessário conseguir 33,2 milhões de Reais em financiamento a fundo perdido,

sendo que grande parte deste valor poderá ser obtido desde logo através do empréstimo do

Banco Mundial onde se insere este trabalho.

A tabela seguinte apresenta o total das entradas, das saídas e dos fluxos de caixa líquido e

acumulado estimados para Parque neste cenário. Entende-se que o impacto do serviço da

dívida é pequeno e, se respeitado o valor máximo de empréstimo que o Parque pode solicitar, a

amortização da dívida e pagamento de juros não comprometerá o fluxo de caixa.

Tabela 47. Cenário 2. Análise de Sustentabilidade (R$)

ANO INVESTIMENTO/

EMPRÉSTIMO RECEITAS DE EXPLORAÇÃO

CUSTOS DE EXPLORAÇÃO

FLUXO DE CAIXA

LÍQUIDO - SEM DÍVIDA

SERVIÇO DA DÍVIDA

FLUXO DE CAIXA

LÍQUIDO

FLUXO DE CAIXA

LÍQUIDO ACUMULADO

2017 41.547.550

980.172 650.000 330.172 701.250 -371.078 -371.078 8.250.000

2018 980.172 663.000 317.172 701.250 -384.078 -755.156

2019 1.904.859 1.436.004 468.855 866.250 -397.395 -1.152.551

2020 2.624.545 1.494.144 1.130.401 852.225 278.176 -874.375

2021 3.284.332 1.552.284 1.732.048 838.200 893.848 19.473

2022 3.999.962 1.610.424 2.389.538 824.175 1.565.363 1.584.836

2023 4.779.948 2.080.604 2.699.344 810.150 1.889.194 3.474.030

2024 5.282.835 2.125.744 3.157.091 796.125 2.360.966 5.834.996

2025 5.785.822 2.125.744 3.660.078 782.100 2.877.978 8.712.974

2026 6.344.751 2.125.744 4.219.007 768.075 3.450.932 12.163.906

Neste cenário o projeto terá um VPL positivo de 11,2 milhões de Reais. O valor positivo da VPL

destaca o Parque como um investimento é sustentável no período em análise. Ainda, a

obtenção de uma TIR de 86,58% confirma a atractividade do investimento.10

O período de

retorno (PRI) estará próximo dos 11 anos.

10

Mais uma vez importa ressaltar que o resultado alto da TIT está relacionado com o montante a

ser garantido a fundo perdido.

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52

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Tabela 48. Cenário 2. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira

Indicadores de Viabilidade Econômica

Valor Presente Líquido (VPL) R$ 11.231.749

Taxa Interna de Retorno (TIR) 86,58%11

Período de Retorno do Investimento (PRI) 11,06 anos

Tendo em consideração que a taxa de ocupação otimista se manteve igual nos dois cenários

desenvolvidos, entendeu-se a necessidade de apresentar um terceiro cenário que apresente

taxas menores de ocupação.

11 O resultado alto da TIR está diretamente relacionado com o alto montante recebido a fundo perdido para

financiamento do Parque.

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7 Cenário 3

7.1 Introdução

À semelhança do cenário anterior, este terceiro cenário considerou apenas a construção do

Núcleo Central, do Auditório e a infraestruturação do terreno.

No entanto, considerou-se uma taxa de ocupação menor, aproximadamente a metade do que

foi previsto nos cenários anteriores.

Para os espaços do Núcleo Central foi considerada uma taxa de ocupação anual de 10% até o

preenchimento total no último ano do período de análise. No que tange aos lotes para aluguel a

instituições interessadas, este cenário considera que não será possível atingir a ocupação plena

até 2023.

Tendo em vista esta novas estimativas de ocupação, as projecções financeiras resultam em

valores menores tanto dos Custos Operacionais como das Receitas.

Igualmente aos outros cenários tem-se como condição a necessidade de apresentar a

viabilidade do empreendimento ao final de 10 anos.

7.2 Premissas

7.2.1 Faseamento da construção de edifícios

Assim como no cenário anterior, este cenário contabilizou como custos de construção a

infraestruturação dos 90 hectares da primeira fase do Parque e a construção completa e

equipamento do seu Núcleo Central. Estes investimentos totalizam um valor aproximado de 41,5

milhões de Reais.

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7.2.2 Evolução das taxas de ocupação

Núcleo Central

Para o Núcleo Central, os diferentes espaços contam com uma taxa de ocupação anual distinta

da anteriormente considerada.

Apesar de se prever que todas as tipologias de espaços atingem um preenchimento total nos 8

anos do início das atividades do Parque, a taxa de crescimento é menor do que a do cenário

anterior.

Tabela 49. Cenário 3. Ocupação dos espaços do Núcleo Central

Espaço Área Total (m2)

Nº médio de

salas ocupadas /

ano

Área Ocupada

anualmente (m2)

(média)

Renda (R/m2)

Espaços de incubação 500 3 60 20

Espaços de co-working 200 2 20 15

Espaços para instalação de

empresas/entidades já

existentes

750 0,5 75 35

Laboratórios de P&D 750 0,5 75 35

Para o Espaço de Convivência, este cenário considera o aluguel da cafeteria já para o primeiro

ano, enquanto o espaço para restaurante será alugado apenas em 2020.

Tabela 50. Cenário 3. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central

Espaço Área (m2) Valor anual da concessão (R$)

Cafetaria / Lanchonete 100 18.000

Restaurante 200 60.000

Em concordância com a ocupação estimada, para as salas de formação/multifunções

estabeleceu-se a previsão de 39 utilizações diárias em 2019, evoluindo para 80 usos em 2026.

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Tabela 51. Cenário 3. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central

Espaço Área (m

2) Nº de dias ocupados

por ano

Valor do aluguel (1

dia)

Salas de formação/ Multifunções 220 80 100

Espaços Exteriores

Os espaços exteriores considerados no âmbito deste cenário referem-se aos 15 hectares para a

localização de empresas, divididos em 84 lotes.

Foi considerada a venda de 5 lotes para a instalação de entidades interessadas dentre 2018 a

2022.12

Tabela 52. Cenário 3. Venda de lotes

Espaço Área Total (m2) Lotes Venda (R$/m

2)

Condomínio Empresarial 32.672 5 300

Ainda, após o início das atividades do Parque, sua instituição gestora passa a alugar uma média

de 3 lotes por ano, resultando no aluguel total de 32 lotes no último ano de referência deste

estudo.

Dessa forma, existirão lotes livres ou disponíveis para cessão gratuita para entidades estaduais

interessadas e que venham contribuir nas atividades do Parque.

Tabela 53. Cenário 2. Ocupação dos espaços exteriores

Espaço Área Total (m

2) Lotes Área ocupada

(média) / ano (m2)

Renda (R$/m2)

Lotes 114.583 32 4.645 3

12

De acordo com o Masterplan, serão dos lotes de maior dimensão, ocupando uma área total de 32.672 metros

quadrados.

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Edifícios Complementares

Considerado como um edifício de relevância para realização das actividades do Parque e

captação de recursos, este cenário também considerou a construção do Auditório com 500

lugares. Estimou-se um aluguel por mês com uma base diária, estimando-se que seja ocupado

da seguinte forma:

- Auditório: uma utilização por mês para eventos de 2 dias;

Tabela 54. Cenário 1. Taxa de ocupação dos Edifícios Complementares

Edifício Nº por dias de

ocupação / ano

Valor do aluguel (1 dia)

(R$)

Auditório 24 5.000

7.2.3 Nível de prestação de serviços

À semelhança dos outros cenários, entendeu-se que a prestação de serviços deve estar

diretamente relacionada com o nível de ocupação do Parque e com a composição da equipe de

gestão.

Tem-se, dessa forma, como previsão de dias trabalhados para entidades de fora do Parque, a

metade dos dias previstos pelos cenários anteriores, ou seja, 5 dias por mês para cada técnico,

totalizando 120 dias nos primeiros quatro anos de funcionamento do Parque. A partir do quinto

ano, este valor será dobrado, tendo em vista a ampliação da equipe de gestão, conforme

apresentado no ponto seguinte.

Tabela 55. Cenário 3. Número de dias de serviços de apoio cobrados

2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026 Receita por dia de

serviço (R$)

0 120 240 500

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57

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7.2.4 Evolução da equipe de recursos humanos

Tendo em vista a ocupação baixa deste cenário, tem-se a diminuição das necessidades de

recursos humanos para a equipe de gestão. A composição prevista neste cenário é evidenciada

pela tabela seguinte:

Tabela 56. Cenário 3. Evolução da equipe de gestão

2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026

Diretor 1 1 1

Administrativo - 1 2

Técnicos - 1 2

7.2.5 Evolução das necessidades de fornecimentos e serviços externos

Com taxas de ocupação mais baixas, os custos apresentados neste cenário serão naturalmente

menores.

Os serviços especializados mantêm-se constantes, uma vez que o Parque vai continuar a

precisar de seguranças e recepção, mesmo com menos edifícios complementares.

Tabela 57. Cenário 3. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos

Serviços Valor em funcionamento

pleno 2019

Crescimento

anual até 2023

2023 – 2026

Serviços especializados

(segurança, recepção) 520.784 100% 0 100%

Fornecimentos (água,

energia, ...) 181.400 30% 10% 100%

Promoção* 270.00 30%* 10% 100%

Consultoria especializada 150.000 30% 10% 100%

*as ações de promoção terão início logo desde o ano de 2017

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7.2.6 Forma de financiamento

Tal como os outros cenários, a condição para o desenho das projeções financeiras deste

cenário 3 é de que o Parque seja viável ao final de 10 anos. Conforme tem vindo a ser referido,

para conseguir a pretendida viabilidade, o resultado do VPL deve ser positivo, a TIR deve ser

maior que a taxa de atualização considerada (8,5%). Da mês,a forma, entendeu-se como

apropriado limitar ao máximo de 4 anos o fluxo de caixa acumulado negativo. A estimativa

destes valores irá afetar diretamente a capacidade do Parque recorrer a crédito em condições

de mercado, determinando as necessidades de identificação de financiamentos a fundo

perdido.

7.3 Projeções financeiras

7.3.1 Investimento inicial

O valor do investimento inicial estimado para este cenário é de 41,5 milhões de Reais, referentes

à infraestruturação do terreno do Parque e à construção do edifício do Núcleo Central.

Igualmente estimou-se que a construção destes espaços acontecerá entre 2017 e 2018,

entrando o parque em funcionamento a partir de 2019.

7.3.2 Custos

Conforme anteriormente ressaltado, o Parque passa a ter alguns custos logo da instituição da

equipe gestora e do início das obras.

Nos dois primeiros anos, enquanto as obras estão ocorrendo, este cenário considerou os

custos com Recursos Humanos e com Serviços de Segurança, totalizando a soma de 628 mil

Reais.

Com o final da obra e a inauguração das instalações do Parque, passam a ser considerados

custos correntes de manutenção com o Núcleo Central e com a ampliação da equipe de

gestora com mais colaboradores. No primeiro ano de funcionamento, o Parque terá custos na

ordem dos 1,2 milhões Reais (232 mil reais a menos que nos cenários anteriores).

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Em concordância com a evolução da ocupação do Parque tem-se o crescimento dos custos,

chegando, no final do período de referência, a um total próximo dos 1,7 milhões de Reais.

Tendo em vista que este cenário considerou a obtenção de um empréstimo para garantir a

construção dos espaços do Parque, entende-se que o montante referente ao serviço da dívida

(amortização e juro) deve ser incluído como custo do Parque. Naturalmente, a amortização do

empréstimo tem um impacto significativo no fluxo de caixa.

Para manter a rentabilidade e sustentabilidade do fluxo de caixa do Parque13

, as estimativas

deste cenário indicam que o Parque poderá recorrer ao valor máximo de empréstimo total de 3

milhões de Reais (5,2 milhões a menos que no cenário 2).

Neste caso, as necessidades de identificação de financiamento a fundo perdido aumentam para

próximo dos 38,5 milhões de Reais.

Com os valores referidos de empréstimo, deverá ser considerado o pagamento do serviço da

dívida (amortização e juros). Em 2017 o Parque já deve pagar os juros referentes ao empréstimo

(255 mil Reais) e em 2019 passa a pagar o valor de amortização da dívida (315 mil Reais).

A Figura 13 apresenta a evolução da distribuição dos custos entre as diferentes rúbricas.

Figura 13. Cenário 3. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$)

13

VPL: > 0; TIR: > taxa de atualização (8,5%); PRI: aprox. 10 anos.

$-

$500.000

$1.000.000

$1.500.000

$2.000.000

$2.500.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Recursos humanos Serviços especializados

Fornecimentos Ações de promoção

Consultoria Serviço da dívida

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60

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Os custos mais importantes são com Recursos Humanos, seguido da contratação de serviços

especializados e o serviço da dívida.

7.3.3 Receitas

Tendo como base nas taxas de ocupação apresentadas anteriormente, as receitas do Parque

neste cenário originam-se do aluguel de espaços do Núcleo Central, do Auditório, de lotes

externos e com a prestação de serviços especializados.

Diferentemente dos outros cenários, este cenário passa a gerar receitas apenas em 2018 com a

venda do primeiro lote, no valor de 980 mil Reais.

Com o início das atividades do Parque em 2019, passam a existir receitas provenientes do

aluguel dos diferentes espaços conforme pode ser evidenciado pela Tabela 9. O aluguel de

espaços é a receita mais importante do Parque.

O aluguel de lotes gera receita média de 724 mil de Reais para o Parque, começando com 167

mil Reais em 2019 e totalizando, em 2026, 1,7 milhões de Reais.

A prestação de serviços segue o nível de preenchimento dos espaços do Parque e gera em

média 72 mil Reais ao ano. O Parque começa recebendo 60 mil Reais em 2019 com a prestação

de serviços e atinge 120 mil Reais em 2026.

Neste cenário, as receitas passam de zero em 2017 a 2,3 mil Reais em 2022, em seu pico

máximo no período de referência. Após 2022 o valor médio das receitas cai para 2,1 milhões de

Reais, uma vez que não são vendidos mais lotes.

Ainda e tal como nos cenários anteriores, o aluguel do auditório gera uma receita anual de 120

mil Reais.

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Figura 14. Cenário 3. Evolução da distribuição das receitas (R$)

Se considerarmos apenas o Núcleo Central, os espaços que geram mais receitas para o Parque

durante este período de referência são os Laboratórios de P&D e os espaços para instalação de

empresas e entidades já existentes. As salas de formação e os espaços de co-working são os

que geram menos receitas para o Parque.

Os espaços do Núcleo Central geram, em 2019, 304 mil Reais de receita para o Parque,

crescendo gradualmente até atingir 896 mil Reais em 2026.

Figura 15. Cenário 3. Distribuição das Receitas do Núcleo Central (R$)

$-

$500.000

$1.000.000

$1.500.000

$2.000.000

$2.500.000

$3.000.000

$3.500.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Espaços Comuns Aluguel de lotes Venda de Lotes

Núcleo Central Prestação de serviços Aluguel do Auditório

$-

$100.000,00

$200.000,00

$300.000,00

$400.000,00

$500.000,00

$600.000,00

$700.000,00

$800.000,00

$900.000,00

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Sala de formação Espaços para incubação de empresas

Espaços de co-working Espaços para instalação de empresas

Laboratórios de P&D Cafetaria / Lounge multifunções

Restaurante

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7.3.4 Fluxo de caixa

A comparação das linhas evolutiva dos custos e das receitas apresentadas na Figura 16 ressalta

uma proximidade de valores entre as entradas e saídas. Também pode ser evidenciado pela

Figura 16 é que as receitas superam os custos a partir de 2018.

Figura 16. Cenário 3. Evolução dos custos e receitas (R$)

Este cenário apresenta fluxo de caixa líquido negativo no primeiro ano em 884 mil Reais,

passando a ser positivo em 96 mil Reais em 2018, sobretudo devido a venda de um lote neste

ano. Em 2019, com o início da geração de receitas o fluxo de caixa atinge 100 mil Reais

crescendo progressivamente até 2022, quando atinge 654 mil Reais. Em 2023, sem a venda de

lotes, o fluxo de caixa fica negativo e cai para 219 mil Reais, voltando a crescer gradualmente

nos anos subsequentes, atingindo 816 mil Reais em 2026.

Por outro lado, o Fluxo de Caixa Líquido Acumulado será negativo nos quatro primeiros anos do

período de referência (883 mil, 768 mil, 685 mil e 422 mil Reais), no entanto atingirá

aproximadamente 1,4 milhões de Reais em 2026.

$-

$500.000

$1.000.000

$1.500.000

$2.000.000

$2.500.000

$3.000.000

$3.500.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Receitas de Exploração Totais

Custos Exploração Totais (com dívida)

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Figura 17. Cenário 3. Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$)

Foram ainda atualizados os resultados dos fluxos de caixa líquido e acumulado, conforme

apresentado na figura seguinte.

Figura 18. Cenário 3. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$)

Considerando que os valores atualizados apresentam o valor estimado que o fluxo de caixa

acumulado valeria naquele ano, tem-se em 2017 o valor negativo de 814 mil Reais e em 2026

valeria apenas 661 mil Reais positivo.

-1.500.000

-1.000.000

-500.000

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Fluxo de Caixa Líquido Fluxo de Caixa líquido acumulado

-1.000.000,00

-500.000,00

0,00

500.000,00

1.000.000,00

2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026

Fluxo de Caixa Líquido Atualizado

Fluxo de Caixa Líquido Acumulado Atualizado

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7.4 Viabilidade econômico-financeira

Mantendo a condição de garantir a viabilidade do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte

durante os primeiros 10 anos, entende-se que o resultado do Valor Presente Líquido deve ser

positivo, a Taxa Interna de Retorno deve ser maior que a taxa de atualização considerada

(8,5%).

Considerando apenas a construção do Núcleo Central e com previsões de ocupação menores

que as estimadas anteriormente, este cenário resulta naturalmente em valores de fluxo de caixa

significativamente menores do que apresentados nos cenários 1 e 2.

Dessa forma, o valor máximo de empréstimo que o Parque pode pedir é de 3 milhões de Reais,

tendo sua entidade gestora que conseguir financiamento a fundo perdido no montante total de

38,5 milhões de Reais. O valor máximo do empréstimo é naturalmente menor que nos dois

cenários anteriores, sendo o montante de financiamento necessário maior em 5,25 milhões de

Reais que no cenário 2.

As projeções financeiras para o presente cenário podem ser analisadas na Tabela 58. Importa

ressaltar que o serviço da dívida, apesar de ter valores menores que nos outros cenários, tem

impacto significativo nas contas do Parque.

ANO INVESTIMENTO/

EMPRÉSTIMO RECEITAS DE EXPLORAÇÃO

CUSTOS DE EXPLORAÇÃO

FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO - SEM

DÍVIDA

SERVIÇO DA DÍVIDA

FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO

FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO ACUMULADO

2017 41.547.550

0 628.333 -628.333 255.000 -883.333 -883.333 3.000.000

2018 980.172 628.333 351.839 255.000 96.839 -786.495

2019 1.619.301 1.203.371 415.930 315.000 100.930 -685.564

2020 1.864.930 1.291.604 573.326 309.900 263.426 -422.139

2021 2.176.659 1.349.744 826.915 304.800 522.115 99.976

2022 2.362.388 1.407.884 954.504 299.700 654.804 754.780

2023 1.754.044 1.678.544 75.500 294.600 -219.100 535.680

2024 1.936.273 1.736.684 199.589 289.500 -89.911 445.769

2025 2.300.345 1.781.824 518.521 284.400 234.121 679.891

2026 2.877.775 1.781.824 1.095.951 279.300 816.651 1.496.541

Tabela 58. Cenário 3. Análise de Sustentabilidade (R$)

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As estimativas aqui apresentadas resultam num PRI de aproximado de 16 anos, num VPL

positivo de 2 milhões de Reais e numa TIR que atinge a taxa percentual de 80,63%.

Tabela 59. Cenário 3. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira

Indicadores de Viabilidade Econômica

Valor Presente Líquido (VPL) R$ 2.073.120

Taxa Interna de Retorno (TIR) 80,63%14

Período de Retorno do Investimento (PRI) 16,03 anos

14 O resultado alto da TIR está diretamente relacionado com o alto montante recebido a fundo perdido para

financiamento do Parque.

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8 Fontes de financiamento

Tendo em vista as necessidades de financiamento do Parque Tecnológico do Rio Grande do

Norte relatadas nos cenários acima apresentados, importou fazer um levantamento de possíveis

fontes de financiamento que venham a disponibilizar recursos tanto para a construção das

instalações do Parque como para a realização das ações, nas suas diferentes vertentes. Para

além das possibilidades de financiamento para o Parque, foram também considerados

programas a que as empresas e outras instituições instaladas no Parque poderão recorrer para

desenvolver suas atividades.

Parques Tecnológicos são empreendimentos complexos que agregam instituições de pesquisa

e empresas e que promovem um ambiente de cooperação entre estas instituições visando

garantir uma cultura da inovação, da competitividade e do aumento da capacitação empresarial

na região em que se instalam (ANPROTEC). Por serem empreendimentos de grande porte

demandam amplo financiamento ao longo da sua evolução, sendo as necessidades de

financiamento variadas nas suas diferentes fases evolutivas. (Comissão Europeia, 2013).

De forma geral, os investimentos para a implantação de Parques têm origem pública. Um

levantamento feito pela Associação Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia - IASP

(2016) indica que a principal fonte de financiamento dos Parques são recursos públicos, sendo

50,4% iniciativas de propriedade pública.

No Brasil, os maiores investimentos para a implantação dos Parques Tecnológicos são

disponibilizados sobretudo pelas agências de fomento e pelos governos estaduais. Os

financiamentos privados, as doações e o financiamento de bancos comerciais são menos

recorrentes nos Parques Tecnológicos brasileiros. (MCTI/CDT, 2015)

No entanto, nos últimos anos, a participação de instituições privadas no financiamento destas

iniciativas tem aumentado, sobretudo numa lógica de parceria público-privada. A combinação

de investimentos público-privados pode mitigar riscos financeiros destes empreendimentos e

permitem que cada parte gere o maior valor agregado de seus fundos investidos. Enquanto as

entidades públicas podem oferecer pacotes de incentivos econômicos e fiscais para atração de

entidades e empresas âncora para os Parques Tecnológicos, os investidores privados têm

maior facilidade de acesso a fundos no mercado de capitais.

Para além dos financiamentos que permitam a implantação do Parque e das suas instalações, a

Comissão Europeia (2013) afirma que são normalmente necessários financiamentos,

empréstimos e subvenções que venham a assegurar a viabilidade e sustentabilidade financeira

do Parque. Nesse documento, a Comissão indica que pode ser essencial angariar fundos

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

públicos para suportar os custos da equipe de gestão e das instalações até que os rendimentos

do Parque evoluam para um ponto de equilíbrio.

No âmbito do presente trabalho foram analisadas algumas possibilidades de financiamento

disponíveis para o Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte. São, então, apresentadas as

principais fontes públicas de financiamento para empreendimentos inovadores e suas entidades

promotoras, onde se incluem:

- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que disponibiliza

linhas de crédito e programas de financiamento;

- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio de

financiamento de projetos de pesquisa e bolsas para pesquisadores;

- Financiamento de Estudos e Projetos (FINEP) que oferece financiamento não

reembolsável; com encargos reduzidos e reembolsável padrão. Atua ainda no

desenvolvimento do capital de risco;

- Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) que de forma geral atuam na concessão de

bolsas a pesquisadores e disponibiliza auxílios a projetos de pesquisa;

- Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) que concede

recursos de forma direta sem passar por editais e por meio de seus programas de

política pública tal como o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e

Parques Tecnológicos (PNI).

As fontes de financiamento e investimento acima relacionadas são disponibilizadas por meio de

diferentes mecanismos que serão a seguir detalhados. Alguns desses mecanismos foram já

analisados nos estudos de caso realizados ainda no âmbito do Plano de Negócios (P1).

Cabe ressaltar que este levantamento de oportunidades de financiamento deverá continuar a

ser realizado de forma continuada pela equipe gestora do Parque Tecnológico.

8.1 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fundado em 1952, é

atualmente o principal instrumento do Governo Federal Brasileiro para o financiamento de longo

prazo e investimento em todos os segmentos da economia brasileira. Os instrumentos de apoio

financeiro incluem o financiamento e a concessão de recursos não reembolsáveis a projetos de

caráter social, cultural e tecnológico e instrumentos de renda variável.

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

O BNDES apoia desde grandes empreendimentos a pequenos negócios. O banco não exige

tempo mínimo de operação da empresa para disponibilizar financiamento. Porém, não financia

itens como despesas de criação e legalização da empresa e a compra de terrenos e imóveis.

O BNDES dispõe de diversos instrumentos para apoiar a inovação de empresas de todos os

portes e setores. Um dos principais desafios do banco é o estímulo a capacitações e

desenvolvimento de ambientes inovadores. As condições de apoio a planos de investimento em

inovação são as mais favoráveis dentro de todo o seu rol de linhas e programas de

financiamento.

Dentre as opções destaca-se a linha BNDES Inovação. Esta linha de crédito apoia tanto o

desenvolvimento de tecnologias específicas tais como painéis fotovoltaicos orgânicos (OPV),

desenvolvimento de embalagens para frutas e hortaliças como também apoia a criação de

centro de P&D e de Parque Tecnológicos.

Sobretudo no que tange a construção das edificações do Parque, as linhas de crédito do

BNDES ressaltam-se como importante fonte de financiamento. Os financiamentos do BNDES

que podem ser acedidos pelos Parques Tecnológicos são aplicáveis para construção das

instalações do Parque, aquisição de bens de capital, contratação de serviços especializados,

realização de estudos de pesquisa e desenvolvimento de parcerias, conforme apresentados

abaixo.

Tabela 60. Programas e linhas de crédito do BNDES

Programa/

Linha de

crédito

Objetivo Entidades proponentes

BNDES

Automático

Financiamento, por meio de instituições financeiras

credenciadas, a projetos de investimento cujo valor se

enquadre em faixas específicas

Sociedades de controle nacional ou estrangeiro,

associações, fundações, todas com sede e

administração no País, e empresários individuais

inscritos no Cadastro Nacional de Pessoas

Jurídicas (CNPJ) e no Registro Público de

Empresas Mercantis (RPEM); autarquias federais,

Estados, Distrito Federal, Municípios e suas

respectivas autarquias;

pessoas físicas residentes e domiciliadas no

País, caracterizadas como produtor rural, para

investimento no setor agropecuário

Cartão

BNDES

Voltado para Micro, Pequenas e Médias Empresas de

controle nacional, consiste em um crédito pré-aprovado,

de até R$ 1 milhão, para aquisição de produtos

credenciados no Portal de Operações do Cartão BNDES

Micro, Pequenas e Médias Empresas

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Programa/

Linha de

crédito

Objetivo Entidades proponentes

Limite de

Crédito

Crédito rotativo, com limite definido pelo BNDES, para

apoio financeiro a empresas ou grupos econômicos que

representem baixo risco de crédito, destinado à

execução de investimentos correntes em seus setores de

atuação e a investimentos em P,D&I

Pessoas jurídicas de direito privado

FUNTEC

Linha de recursos não reembolsável para apoio à

inovação por meio do financiamento a projetos de

pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e apoio

a inovação

Instituições Tecnológicas (ITs) e Instituições de

Apoio (IAs)

BNDES

Inovação

Apoia planos de investimento em inovação visando a

capacitação para inovar quanto as inovações

potencialmente disruptivas ou incrementais de produto,

processo e marketing

Pessoas físicas de direito público ou privado com

sede e administração no Brasil

BNDES

ProBK

O objetivo do BNDES ProBK é incentivar o aumento da

capacidade produtiva e da prestação de serviços,

modernização de instalações, fusões e aquisições, e

inovações no setor de bens de capital, por meio do apoio

a:

Investimentos da indústria de bens de capital e

sua cadeia de fornecedores para a construção,

expansão e modernização de capacidade

produtiva, incluindo planos de negócios;

iniciativas voltadas para modernização ou

implementação de melhorias na estrutura

organizacional, administrativa, de gestão,

comercialização, distribuição e logística das

sociedades atuantes no setor de bens de capital;

planos estruturados de investimentos em

inovação e atividades de engenharia de

desenvolvimento e aperfeiçoamento de produtos e

processos;

aquisições e fusões de empresas brasileiras de

bens de capital;

renovação de parques industriais; e

Reestruturação do

endividamento bancário e readequação do

fluxo de caixa das empresas do setor de bens de

capital.

Pessoas jurídicas de direito privado, com sede e

administração no País, cujo controle efetivo seja

exercido, direta ou indiretamente, por pessoa

física ou grupo de pessoas físicas domiciliadas e

residentes no País, e nas quais, conforme juízo a

ser feito pelo BNDES, o poder de decisão esteja

assegurado, em instância final, à maioria do

capital votante representado pela participação

societária nacional;

Pessoas jurídicas de direito privado, com sede e

administração no País, cujo controle efetivo seja

exercido, direta ou indiretamente, por pessoa

física ou jurídica domiciliada no exterior,

conforme juízo a ser feito pelo BNDES, desde

que, na forma da legislação vigente, o BNDES

disponha de recursos captados no exterior ou o

Poder Executivo autorize a concessão de

colaboração financeira.

BNDES

THAI

Apoiar, por meio da subscrição de debêntures

participativas subordinadas, projetos de inovação com

risco tecnológico e de mercado, como o

desenvolvimento de novos produtos e o escalonamento

de novos processos.

Observação: os projetos deverão ser aderentes aos

focos de atuação definidos pela Diretoria do BNDES ou

apresentados no âmbito dos Planos de Fomento

Estruturado desenvolvidos pelo BNDES

Médias-grandes e grandes empresas com sede

e administração no país ou suas controladas

com sede e administração no país

BNDES

Finem

Financiamento a empreendimentos de valor igual ou

superior a R$ 20 milhões. O produto BNDES Finem se

divide em linhas de financiamento, com objetivos e

condições financeiras específicas para melhor atender as

demandas dos clientes devido ao porte e à atividade

econômica

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70

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

8.2 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq)

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por sua vez, como

agência de fomento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) e

com a missão de promover e fomentar a pesquisa científica e tecnológica e a capacitação de

recursos humanos, financia projetos de pesquisa e concede bolsas que envolvam

universidades, institutos de pesquisa, centros tecnológicos e de formação profissional. O

Parque e seus utilizadores poderão concorrer aos recursos disponibilizados pelo CNPq por

meio de chamadas públicas. A título de exemplo apresentam-se abaixo algumas chamadas.

Cabe ressaltar que em 2013 o CNPq lançou chamada específica para Apoio a Parques

Tecnológicos e Incubadoras de Empresas com o objetivo de incentivar projetos de apoio à

inovação com recursos não reembolsáveis, caracterizados como habitats de inovação, os quais

compreendem as Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica e os Parques Tecnológicos

existentes no País. O financiamento das propostas foi no valor global de R$12 milhões. Uma

parcela mínima de 30% dos recursos foi destinada a projetos coordenados por instituições das

regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste.

Tabela 61. Chamadas do CNPq

Chamadas Objetivo Entidades proponentes

RHAE -

Pesquisador na

Empresa

O programa utiliza um conjunto de modalidades de

bolsas de Fomento Tecnológico, para agregar

pessoal altamente qualificado em atividades de P&D

nas empresas, além de formar e capacitar recursos

humanos que atuem em projetos de pesquisa

aplicada

Micro, pequenas, médias e grandes empresas

privadas com sede e administração no Brasil

(grandes empresas estando sujeitas a

limitação de 20% dos recursos disponíveis).

Quem submete a proposta é o coordenador do

projeto, que, obrigatoriamente, deve possuir

vínculo formal (sócio ou celetista) com a

empresa executora

Inova Talentos

Busca ampliar o número de profissionais qualificados

em atividades de inovação no setor empresarial

brasileiro. Busca incentivar a criação de projetos de

inovação nas empresas e institutos privados de

pesquisa e desenvolvimento (P&D). Selecionar,

capacitar e inserir no mercado, profissionais para

exercerem atividades de inovação

Empresas cadastradas Núcleo Regional do

IEL;

Estudantes a partir do penúltimo ano de

graduação, graduados e mestres, ambos com

até 5 anos de formados, terão oportunidade de

vivenciar, participar ativamente do ambiente

empresarial e atuar em importantes projetos de

inovação

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Chamadas Objetivo Entidades proponentes

ALI - Agentes

Locais de

Inovação

Promover a prática continuada de ações de inovação

nas empresas de pequeno porte, por meio de

orientação proativa, gratuita e personalizada. Esta

orientação é realizada por ALI, bolsistas do CNPq,

selecionados e capacitados pelo Sebrae, para

acompanhar um conjunto de empresas definidas pelo

Sebrae/UF. O programa ALI tem abrangência

nacional e está consolidado como diferencial e

estratégia de competitividade para os pequenos

negócios

Agentes selecionados e capacitados pelo

SEBRAE atuam na aproximação das empresas

com os provedores de solução

Apoio a Parques

Tecnológicos e

Incubadoras de

Empresas

A presente Chamada tem por objetivo selecionar

propostas para apoio financeiro, com recursos não

reembolsáveis, a projetos de apoio a inovação,

caracterizados como habitats de inovação, os quais

compreendem as Incubadoras de Empresas de Base

Tecnológica e os Parques Tecnológicos existentes no

país, que visem contribuir significativamente para o

desenvolvimento científico e tecnológico e inovação

do país

Instituição pública mantenedora ou gestora de

incubadora(s) de empresa(s), ou uma ii)

instituição privada sem fins lucrativos

mantenedora ou gestora de incubadora(s) de

empresas ou de parques tecnológicos

8.3 Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)

Também como agência ligada ao MCTIC, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)

concede financiamentos reembolsáveis e não reembolsáveis a instituições de pesquisa e

empresas brasileiras. O apoio da FINEP abrange todas as etapas e dimensões do ciclo de

desenvolvimento científico e tecnológico: pesquisa básica, pesquisa aplicada, inovações e

desenvolvimento de produtos, serviços e processos. A agência apoia a incubação de empresas

de base tecnológica, a implantação de parques tecnológicos, a estruturação e consolidação dos

processos de pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em empresas já estabelecidas, e o

desenvolvimento de mercados. Tanto a entidade gestora do Parque como as empresas

instaladas no mesmo poderão recorrer a FINEP como fonte de financiamento de projetos e

ações.

Nesse sentido, cabe ainda ressaltar o Plano Inova Empresa, lançado em 2013, com R$ 32,9

bilhões de dotações, é o mais ambicioso plano de inovação já lançado no Brasil. Planejado para

ajudar na elevação da produtividade da economia, o Plano conta com forte articulação de

ministérios, agências e demais instituições, e sua concepção está baseada em seis pilares:

- Elevação de P&D nas empresas;

- Incentivo a projetos de maior risco tecnológico;

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72

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

- Integração dos instrumentos de financiamento como crédito, subvenção econômica,

projetos cooperativos empresa-universidade, recursos não reembolsáveis para centros

de pesquisa e universidades e investimento em participação (start-ups, venture capital);

- Intensificação do uso do poder de compra do estado;

- Descentralização do crédito e da subvenção econômica mediante repasses para

bancos, agências e fundações regionais e estaduais de fomento à pesquisa para melhor

alcançar micro e pequenas empresas;

- Redução de prazos e simplificação administrativa.

No âmbito deste programa, as empresas e outras organizações interessadas em obter crédito

podem apresentar-se a qualquer tempo à FINEP para financiamento.

Desde 2000 a agência vem desenvolvendo ações mais intensas no apoio a empresas de base

tecnológica por meio do Projeto Inovar, que envolve um amplo, estruturado e transparente

conjunto de ações de estímulo a novas empresas, por meio de um leque de instrumentos,

incluindo o aporte de capital de risco, indiretamente via fundos de capital de risco.

No que tange ao apoio das Fundações de Amparo à Pesquisa, é importante ressaltar o

programa TECNOVA promovido também pela FINEP, mas executado por entidades estaduais.

O programa busca criar condições financeiras favoráveis e apoiar a inovação, por meio de

recursos de subvenção econômica, para o crescimento rápido de um conjunto significativo de

empresas de micro e pequeno porte, com foco no apoio à inovação tecnológica.

Tabela 62. Linhas de crédito e chamadas da FINEP

Programa/ Linha

de crédito Objetivo Entidades proponentes

INOVACRED

O objetivo do Programa é oferecer financiamento a empresas

para aplicação no desenvolvimento de novos produtos,

processos e serviços, ou no aprimoramento dos já existentes,

ou ainda em inovação em marketing ou inovação

organizacional

Bancos de Desenvolvimento, Agências

Estaduais de Fomento, e Bancos

Comerciais com carteira de

desenvolvimento

Verde Amarelo

Apoiar a execução de propostas para elaboração de Planos

de Investimentos para Parques Tecnológicos ou para

implantação dos mesmos

Instituições sem fins lucrativos

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Programa/ Linha

de crédito Objetivo Entidades proponentes

Projeto Inovar

Investimentos em empresas de base tecnológica através de

duas modalidades: O Investimento Direto consiste em

promover operações de aquisição de participação societária

diretamente pela Finep.

No Investimento Indireto são selecionadas propostas de

capitalização de fundos de participações (Fundos de Capital

Semente, Venture Capital e Private Equity) para receberem

aporte de recursos. Nesse caso as operações de

investimento são realizadas pelos gestores dos fundos

selecionados

O Programa de Investimento Direto em

Empresas Inovadoras se destina a

empresas inovadoras brasileiras, (i)

pertencentes aos setores econômicos

e/ou áreas de conhecimento

prioritários da Política Operacional da

Finep, (ii) que desenvolvam

tecnologias estratégicas e/ou

relevantes para o País e (iii) que

apresentem perspectivas de

crescimento e retorno compatíveis com

os objetivos do programa.

Para o investimento indireto podem

submeter propostas: sociedades

empresárias (Gestores e/ou

Administradores) que possuam

autorização da Comissão de Valores

Mobiliários (CVM) para prestar serviços

de Administração de Carteira de

Valores Mobiliários

TECNOVA

Criar condições financeiras favoráveis e apoiar a inovação,

por meio de recursos de subvenção econômica, para o

crescimento rápido de um conjunto significativo de empresas

de micro e pequeno porte, com foco no apoio à inovação

tecnológica

Empresas de micro e pequeno porte

INOVA BRASIL

Linha de crédito reembolsável que tenha como linha de ações

o apoio a:

1- Inovação Pioneira - apoio a todo o ciclo de

desenvolvimento tecnológico, desde a pesquisa básica ao

desenvolvimento de mercados para produtos, processos e

serviços inovadores, sendo imprescindível que o resultado

final seja, pelo menos, uma inovação para o mercado

nacional. Também poderão ser admitidos projetos cujos

resultados, embora não caracterizem uma inovação pioneira,

contribuam significativamente para o aumento da oferta em

setores concentrados, considerados estratégicos pelas

ênfases governamentais, e nos quais a tecnologia

comumente se caracterize como uma barreira à entrada.

2- Inovação Contínua - Apoio a empresas que desejem

implementar atividades de P&D e/ou programas de

investimento contínuo, por meio da implantação de centros

de P&D próprios ou da contratação junto a outros centros de

pesquisa nacionais.

3- Inovação e Competitividade - apoio a projetos de

desenvolvimento e /ou aperfeiçoamento de produtos,

processos e serviços, aquisição e/ou absorção de

tecnologias, de modo a consolidar a cultura do investimento

em inovação como fator relevante nas estratégias

competitivas empresariais.

4- Tecnologias Críticas - apoio a Tecnologias Críticas que são

aquelas que visam atender às necessidades econômicas e

sociais futuras do País e por isso têm longo prazo de

maturação, demandam grande esforço de pesquisa e

desenvolvimento pela empresa, mobilizam universidades e

institutos de pesquisa, combinam complexos conhecimentos

científicos e tecnológicos.

5- Pré-Investimento - Apoio a projetos de pré-investimento

que incluem estudos de viabilidade técnica e econômica,

estudos geológicos, projetos básicos, de detalhamento e

executivo

Médias, médias-grandes e grandes

empresas

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

8.4 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte

(FAPERN)

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grade do Norte também deve ser considerada como

instituição que disponibiliza recursos para ações e projetos desenvolvidos no âmbito do parque

Tecnológico.

Os variados programas de bolsa de pesquisa financiados pela FAPERN poderão ser acessados

pelos laboratórios instalados no Parque Tecnológico. No mesmo sentido, tanto o Parque como

as instituições nele instaladas poderão aceder aos financiamentos a projetos implementados

pela FAPERN, como por exemplo o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência e o Programa

Primeiros Projetos.

Ainda, ressaltam-se alguns programas de subvenção econômica a empresas que poderão

destacar-se como fonte de financiamento às empresas instaladas no Parque. Os programas

atualmente disponíveis foram listados na tabela abaixo.

Por fim, tem-se o apoio a projetos estruturantes que buscam modernizar, recuperar, equipar e

construir estruturas de pesquisa no Rio Grande do Norte. Este financiamento é geralmente

disponibilizado pela FAPERN através da participação em edital nacional e em associação a

instituições potiguares.

Tabela 63. Oportunidades disponibilizadas pela FAPERN

Programa Objetivo Entidades proponentes

Programa

PAPPE

Financiar atividades de pesquisa e

desenvolvimento (P & D) de produtos e

processos inovadores em fases que precedem

os seus processos de comercialização,

empreendidos por pesquisadores atuando

diretamente ou em cooperação com empresas

de base tecnológica sediadas no Estado do Rio

Grande do Norte, em consonância com as

normas emanadas do Programa de Apoio à

Pesquisa em Empresas – PAPPE

Empresas de base tecnológica sediadas no

Estado do Rio Grande do Norte

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75

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Programa Objetivo Entidades proponentes

PAPPE

SUBVENÇÃO -

INOVA - RN

Tem por finalidade possibilitar o apoio

financeiro, na forma de subvenção econômica

ao custeio de atividades de pesquisa,

desenvolvimento e/ou inovação tecnológica

(P,D&I), realizados por Micro e Pequenas

Empresas (MPEs) do Estado do Rio Grande do

Norte. Essas ações visam fomentar o

desenvolvimento tecnológico através da

inovação, aumentando a competitividade das

micro e pequenas empresas, das cadeias

produtivas e dos arranjos produtivos locais

(APLs) além de estimular os investimentos

privados em pesquisa, a interação

Universidades/Instituições de

Pesquisa/Empresas e a melhoria das estruturas

produtivas e de exportação, com vistas ao

desenvolvimento sustentável

Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado

do Rio Grande do Norte, Arranjos produtivos

locais (APLs)

PAPPE

Integração -

INOVA/RN

Tem por finalidade possibilitar o apoio

financeiro, na forma de subvenção econômica

ao custeio de atividades de pesquisa,

desenvolvimento e/ou inovação tecnológica

(P,D&I), realizados por Micro Empresas e

Empresas de Pequeno Porte do Estado do Rio

Grande do Norte. Essas ações visam fomentar

o desenvolvimento tecnológico através da

inovação, aumentando a competitividade das

micro e pequenas empresas, das cadeias

produtivas e dos arranjos produtivos locais

(APLs), além de estimular os investimentos

privados em pesquisa, a interação

Universidades/Instituições de

Pesquisa/Empresas e a melhoria das estruturas

produtivas e de exportação, com vistas ao

desenvolvimento sustentável

Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado

do Rio Grande do Norte, Arranjos produtivos

locais (APLs)

Programa

Primeiros

Projetos

Apoiar a instalação, modernização, ampliação

ou recuperação da infraestrutura de pesquisa

científica e tecnológica nas instituições públicas

de ensino e pesquisa visando dar suporte à

fixação de jovens pesquisadores e nucleação

de novos grupos

Pesquisadores Doutores com menos de dez anos

de obtenção da referida titulação, cujos dados

estejam cadastrados e atualizados na Plataforma

Lattes, que possuam vínculo celetista ou

estatutário e exerçam suas atividades em

instituições públicas de ensino superior e/ou de

pesquisa. Os pesquisadores devem também ter

produção científica e tecnológica relevante nos

últimos cinco anos na área específica do projeto

apresentado, não integrar a equipe executora de

qualquer outra proposta submetida ao edital, não

ser atualmente coordenadores de projeto

financiado por agência de fomento nacional e/ou

internacional e não ter recebido apoio financeiro

em editais anteriores do PPP

Programa de

Apoio a

Núcleos

Emergentes

Apoiar projetos de pesquisa científica,

tecnológica e de inovação propostos por

grupos de pesquisa emergentes, formados por

pesquisadores com destaque na sua área de

conhecimento e com experiência na

coordenação de projetos, de modo a permitir a

consolidação de linhas de pesquisa prioritárias

para o Estado do Rio Grande do Norte e induzir

a formação de novos núcleos de excelência em

pesquisa no estado

Pesquisadores bolsistas de produtividade do

CNPq nível 2 (PQ ou DT), que se apresentem

como líderes de Núcleos Emergentes e que

tenham vínculo empregatício permanente com

instituições científicas e tecnológicas do Rio

Grande do Norte

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76

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Programa Objetivo Entidades proponentes

Programa de

Apoio a

Núcleos de

Excelência

Apoiar a execução de projetos de grupos

consolidados de pesquisas científica,

tecnológica e de desenvolvimento, visando dar

suporte financeiro à continuidade dos trabalhos

dos grupos de pesquisas com excelência

reconhecida, no estado do Rio Grande do Norte

Pesquisadores que se apresentem como líderes

de Núcleos de Excelência e que tenham vínculo

empregatício permanente com instituições

científicas e tecnológicas, sediadas no Estado do

Rio Grande do Norte, dos seguintes tipos: a)

instituições de ensino superior, públicas ou

privadas, sem fins lucrativos; b) institutos e

centros de pesquisa e desenvolvimento, públicos

ou privados, sem fins lucrativos; c) empresas

públicas que executem atividades de pesquisa

em Ciência, Tecnologia ou Inovação

8.5 Oportunidades implementadas pelos Ministérios Federais

8.5.1 Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação

Não obstante, o MCTIC, ao considerar os Parques Tecnológicos como empreendimentos

essenciais para o fomento da inovação e do desenvolvimento científico e tecnológico,

disponibiliza recursos para instalações de Parques Tecnológicos diretamente sem que seja

necessário realizar chamadas públicas.

O Ministério é responsável pela gestão de projetos tal como o Programa Nacional de Apoio às

Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos – PNI que visa a congregar, articular,

aprimorar e divulgar os esforços institucionais e financeiros de suporte a empreendimentos

residentes nas incubadoras de empresas e parques tecnológicos, a fim de ampliar e otimizar a

maior parte dos recursos que deverão ser canalizados para apoiar a geração e a consolidação

de um crescente número de micro e pequenas empresas inovadoras.

Ainda no âmbito do MCTIC importa considerar como de valência para o Parque Tecnológico do

Rio Grande do Norte, sobretudo no que tange o fomento a aceleração de start-ups nacionais e a

atração de start-ups internacionais, o Programa Nacional de Aceleração de Start-ups, Start-up

Brasil. Gerido pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), em

parceria com aceleradoras, o programa tem como objetivo alavancar a aceleração de start-ups,

colocando no mercado local e internacional novos produtos e serviços inovadores.

O programa funciona por edições com duração de um ano. Em cada edição são lançadas duas

chamadas públicas, uma para qualificar e habilitar aceleradoras, e outra para a seleção de start-

ups com rodadas semestrais. Estruturado como uma parceria entre o Governo e a iniciativa

privada, o programa contribui para a geração de um ecossistema favorável ao

empreendedorismo de base tecnológica.

Page 90: Parque de Ciência e Tecnologia Plano Estratégico para o ... · empresas e instituições baseadas no ... Grande do Norte incluiu a concepção de um PqT no Projeto Integrado de

77

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

8.5.2 Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC)

As empresas e start-ups instaladas no Parque Tecnológico poderão ainda contar com apoio do

INOVATIVA Brasil, um programa gratuito de aceleração em larga escala para negócios

inovadores de qualquer setor e lugar do Brasil, realizado pelo Ministério da Indústria, Comércio

Exterior e Serviços, executado pela Fundação Centros de Referência em Tecnologias

Inovadoras (CERTI) e com os parceiros estratégicos SEBRAE e SENAI.

O programa oferece capacitação de nível mundial em empreendedorismo inovador, por meio de

cursos gratuitos e outras atividades e acesso a mentores nacionais e internacionais, promove

conexão com possíveis parceiros, investidores e grandes empresas, bem como apoia a

internacionalização destas iniciativas.

Tabela 64. Oportunidades de financiamento de alguns Ministérios do governo federal

Programa/

Linha de crédito Objetivo Entidades proponentes

MCTI/CNPq/FI

NEP/FVA

Apoio financeiro e estudos denominados "Planos

de Investimentos de Parques Tecnológicos"

Universidade ou Instituição de Ensino Superior

e de Pesquisa, Pública, Privada sem fins

lucrativos (ou Fundação de Apoio) Instituição

de Pesquisa, Científica ou Tecnológica pública

ou privada sem fins lucrativos

MCTI/FINEP/A

T – PNI –

Parques

Tecnológicos

Apoio com financiamentos não-reembolsável, até

10 empreendimentos existentes no país e em

adiantado estágio de implementação

Órgão ou entidade da Administração Pública

direta ou indireta de qualquer esfera de

governo, ou entidade privada sem fins

lucrativos que poderá ser representada por

Fundação de Apoio, mantenedora ou gestora

de empreendimentos de parques tecnológicos

no Brasil, responsável pela execução gerencial

e financeira do projeto

Start-up Brasil

O Start-Up Brasil tem como objetivo alavancar a

aceleração de start-ups, colocando no mercado

local e internacional novos produtos e serviços

inovadores. Por meio da parceria entre o Governo

e a iniciativa privada, o programa contribui para a

geração de um ecossistema favorável ao

empreendedorismo de base tecnológica

O programa funciona por edições com duração

de um ano. Em cada edição são lançadas duas

chamadas públicas, uma para qualificar e

habilitar aceleradoras, e outra para a seleção

de start-ups com rodadas semestrais

Instituto

Nacional de

Ciência e

Tecnologia -

INCT

Mobilizar e agregar, de forma articulada, os

melhores grupos de pesquisa em áreas de

fronteira da ciência e em áreas estratégicas para

o desenvolvimento sustentável do país;

impulsionar a pesquisa científica básica e

fundamental competitiva internacionalmente;

estimular o desenvolvimento de pesquisa

científica e tecnológica de ponta associada a

aplicações para promover a inovação e o espírito

empreendedor, em estreita articulação com

empresas inovadoras, nas áreas do Sistema

Brasileiro de Tecnologia (Sibratec)

Instituições de Pesquisa, Universidades,

Empresas

Page 91: Parque de Ciência e Tecnologia Plano Estratégico para o ... · empresas e instituições baseadas no ... Grande do Norte incluiu a concepção de um PqT no Projeto Integrado de

78

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Programa/

Linha de crédito Objetivo Entidades proponentes

INOVATIVA

BRASIL -

MDIC/ CERTI/

SEBRAE/

SENAI

Programa gratuito de aceleração em larga escala

para negócios inovadores de qualquer setor e

lugar do Brasil

Podem submeter propostas para o Ciclo de

aceleração:

Negócios inovadores de qualquer setor da

indústria, comércio, serviços e agronegócio;

Negócios pré-operacionais com um

produto/serviço em estágio final de

desenvolvimento, protótipo, versão beta ou

produto pronto mas ainda não comercializado;

Start-ups já estabelecidas, com dois limites:

Faturação anual máxima de R$ 3,6 milhões

Que não tenha recebido investimento em

participação de terceiros (investidor anjo, fundo

de investimento) acima de R$ 500 mil

8.6 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (SEBRAE)

Para além das instituições públicas e das parcerias até o momento apresentadas, que contam

com linhas de crédito, programas de financiamento e programas de apoio às ações de P&D, as

empresas no Brasil ainda podem contar com apoio de programas executados pelo Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas – SEBRAE.

Com a missão de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos

empreendimentos de micro e pequeno porte, o SEBRAE atua com foco no fortalecimento do

empreendedorismo e na aceleração do processo de formalização da economia por meio de

parcerias com os setores público e privado, programas de capacitação, acesso ao crédito e à

inovação, estímulo ao associativismo, feiras e rodadas de negócios. O SEBRAE articula junto

aos bancos, cooperativas de crédito e instituições de microcrédito a criação de produtos

financeiros adequados às necessidades das empresas. Também orienta os empreendedores

para que o acesso ao crédito seja, de fato, um instrumento de melhoria do negócio.

Ainda, o SEBRAE seleciona propostas para apoio a projetos que estimulam o

empreendedorismo e o desenvolvimento sustentável de pequenos negócios. Em parceria com a

FINEP e o CNPq, o SEBRAE lança chamadas públicas específicas para fomentar a inovação

tecnológica em entidades de micro e pequeno porte. Além disso, o SEBRAE lançou

recentemente um edital em parceria com a ANPROTEC para apoio técnico e financeiro a

incubadoras de empresas em operação e mantidas por entidades públicas e privadas de

interesse de micro e pequenas empresas.

Page 92: Parque de Ciência e Tecnologia Plano Estratégico para o ... · empresas e instituições baseadas no ... Grande do Norte incluiu a concepção de um PqT no Projeto Integrado de

79

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

9 Análise de riscos

Este capítulo identifica os riscos que podem afetar o sucesso técnico e financeiro do Parque

Tecnológico, visando reduzir a incidência destes e de preparar o Parque para os ultrapassar em

caso de ocorrência. A previsão de possíveis riscos e a compreensão de adequadas medidas de

contingência permitirá tomada de decisões coerentes e ajustadas à realidade e aos objetivos

definidos para o Parque.

A relação aqui apresentada compreende riscos internos e diretamente relacionados com o

sucesso da implantação e operação do Parque e externos procedentes do ambiente no qual o

Parque se insere. Para cada risco foram presumidos possíveis impactos ao Parque e listadas

medidas de contingência.

Os principais riscos associados à implementação do Parque Tecnológico do Rio grande do

Norte estão litados a seguir:

1. Dificuldade na captação de recursos para financiamento da construção dos principais

edifícios do Parque;

2. Dificuldade de atração de empresas, nomeadamente de empresas “âncora”;

3. Dificuldade de mobilização de entidades do sistema científico e tecnológico;

4. Reduzido desenvolvimento urbanístico na envolvente, tonando o parque uma “ilha”;

5. Dependência de apoios públicos e consequente incerteza associada a ciclos políticos;

6. Incertezas na envolvente macroeconômica do Brasil;

7. Concorrência de outros Parques na Região Nordeste.

Risco Dificuldade na captação de recursos para financiamento da construção dos principais

edifícios

Descrição Conforme foi demonstrado no presente estudo de viabilidade, para que o Parque

Tecnológico do Rio Grande do Norte possa ser um investimento viável no período de

10 anos, é fundamental que consiga captar recursos para financiar a construção dos

seus principais edifícios.

Neste documento foram identificadas possíveis fontes de financiamento, junto das

quais se mostra importante realizar um trabalho de apresentação do Parque e recolha

de informação.

Page 93: Parque de Ciência e Tecnologia Plano Estratégico para o ... · empresas e instituições baseadas no ... Grande do Norte incluiu a concepção de um PqT no Projeto Integrado de

80

Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Risco Dificuldade na captação de recursos para financiamento da construção dos principais

edifícios

Medidas de

contingência

Articulação com instituições governamentais de financiamento ao nível federal e

estadual e desenvolvimento de ligações privilegiadas com alguns atores-chave neste

âmbito, em particular com o BNDES e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Articulação com parlamentares federais (deputados e senadores) eleitos pelo estado

do Rio Grande do Norte, com o intuito de sensibilizá-los para uma atitude pró-ativa na

captação de recursos para o parque por via de emendas parlamentares.

Organização de roadshows institucionais para apresentação do projeto do Parque

Tecnológico a representantes de bancos multilaterais de desenvolvimento, como o

Banco Mundial ou o Banco Interamaericano de Desenvolvimento e a outras entidades

financiadoras Nacionais e Internacionais;

Risco Dificuldade de atração de empresas, nomeadamente de empresas “âncora”

Descrição A instalação no Parque de empresas com grande capacidade de P&D cria as

condições para a atração de PMEs, start-ups, e outros laboratórios de pesquisa. A

instalação de empresas com grande demanda e disposição em produzir inovação

gera um ambiente dinâmico de interação essencial para o desenvolvimento de

negócios inovadores.

O Parque do Rio Grande do Norte deve procurar conseguir a instalação de empresas

âncora no seu terreno, facilitando a atração de inquilinos aos seus espaços e

consequentemente aumentar o fluxo de conhecimento e tecnologia entre

universidades, instituições de investigação e desenvolvimento, empresas e mercados.

Medidas de

contingência

Realização de ações de “diplomacia” e apresentação do Parque junto de empresas

consideradas âncora, que possam atrair outras instituições para o Parque, com o

intuito de apresentar-lhes o Parque, os benefícios da sua eventual instalação no

mesmo, e de averiguar o seu potencial interesse nessa instalação.

Realização de “roadshows” ou a participação em eventos selecionados no Brasil e no

exterior para promover o Parque. Neste âmbito, destaca-se, por um lado, em particular

uma participação mais ativa (através do reforço da delegação de representantes) do

Parque na Conferência da Associação Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), no Congresso Mundial da Associação

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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque

Risco Dificuldade de atração de empresas, nomeadamente de empresas “âncora”

Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia e Áreas de Inovação (IASP) e, por

outro, o envolvimento mais abrangente do Parque em feiras e eventos de variada

natureza e características, relacionados com a promoção da inovação empresarial –

tais como o Business Innovation Network ou a Conferência ANPEI sobre Inovação.

Risco Dificuldade de mobilização de entidades do sistema científico e tecnológico

Descrição O Parque poderá encontrar dificuldades na mobilização de entidades de Ensino,

Ciência e Tecnologia e na instalação de laboratórios de P&D no terreno do Parque.

O baixo envolvimento de importantes Centros de Pesquisa pode fazer com que o

Parque torne-se apenas um Parque Industrial, não vindo a cumprir com sua missão

principal de promoção de interação entre diferente tipologias de atores e promover

uma cultura de inovação e competitividade baseadas no conhecimento tecnológico.

Pode, ainda, comprometer a capacidade do Parque de atrair inquilinos para o Parque.

Medidas de

contingência

Envolver instituições do sistema de ciência, tecnologia e inovação potiguar na

governança do Parque;

Disponibilizar lotes para instalação dessas instituições no terreno do Parque;

Promover projetos estruturantes que envolvam este tipo de entidades (condicionando

a participação a entidades localizadas no Parque).

Definir um calendário de reuniões periódicas, que visem fomentar o diálogo, a

cooperação e a concertação entre as instituições do sistema científico e tecnológico

do estado e destas com a entidade gestora do Parque, numa lógica de transparência e

de mobilização. Estas reuniões poderão acontecer no âmbito do Conselho Estadual

de Ciência e Tecnologia.

Risco Reduzido desenvolvimento urbanístico na envolvente (ext)

Descrição Tendo em vista que o terreno do Parque está localizado em uma região ainda não

urbanizada, um reduzido desenvolvimento econômico pode fazer com que o Parque

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Risco Reduzido desenvolvimento urbanístico na envolvente (ext)

fique isolado, tornando-se uma ilha, distante de fornecedores, prestadores de serviços,

clientes, conjuntos habitacionais.

Isto poderá comprometer a capacidade de atração de inquilinos para o Parque e da

dinamização de suas actividades com o ambiente no que se insere.

Medidas de

contingência

Desenvolver projetos que contribuam para o desenvolvimento local;

Garantir que o Parque é um elemento aberto à envolvente e dinamizador do

desenvolvimento local. Neste contexto, deve-se ponderar a organização de “Dias

Abertos” (Open Days). Trata-se de eventos periódicos, com a duração de um dia, em

que o Parque será plenamente aberto à visitação da comunidade local. Os Open Days

devem incluir atividades voltadas para diferentes públicos-alvo (crianças, por

exemplo), e proporcionar aos visitantes uma perspectiva diferente do Parque, através

de visitas guiadas e do contato com pesquisadores e gestores, bem como estimular

um contato mais próximo e mais lúdico com a ciência e a tecnologia.

Proporcionar condições para a integração de representantes do Parque em instâncias

locais que debatam e promovam o desenvolvimento urbano sustentável em Estremoz

e Ceará-Mirim e adotar uma postura pró-ativa na organização de seminários e

conferências sobre o tema.

Risco Dependência de apoios públicos e consequente incerteza associada a ciclos políticos

Descrição As principais fontes de financiamento de Parques Tecnológicos têm origem pública. A

entidade gestora do Parque deve buscar sustentabilidade financeira e independência

institucional para garantir sucesso no seu funcionamento.

A dependência de apoios políticos, sejam financeiros ou institucionais pode vir a

influenciar a tomada de decisão e deixar o Parque suscetível a decisões políticas. Isso

pode tanto comprometer o financiamento às ações do Parque como alterar

significativamente sua estratégia.

Medidas de

contingência

Estabelecer um modelo de gestão que garanta o máximo de independência do Parque

(um projeto de Estado e não de Governo);

Diversificar as fontes de financiamento, diminuindo progressivamente a dependência

de apoios públicos.

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Risco Dependência de apoios públicos e consequente incerteza associada a ciclos políticos

Definir um regime jurídico-constitucional de enquadramento do Parque que lhe

garanta independência, segurança e previsibilidade do ponto de vista financeiro e

político. Concretamente, sugere-se a inscrição do Parque Tecnológico na Constituição

do Estado do Rio Grande do Norte (art.147 ou 148), identificando-o como um

elemento-chave para a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico do

estado. Sugere-se, ainda, a eventual vinculação jurídica de receitas públicas ao parque

(seguindo o exemplo de São Paulo, com a vinculação de receitas do ICMS às

universidades estaduais).

Risco Incertezas na envolvente macroeconômica do Brasil (ext.)

Descrição Incertezas macroeconômicas no País podem dificultar o acesso a fontes de

financiamento, impactar financeiramente as empresas instaladas no Parque e conter a

criação de start-ups. Isto poderá atingir diretamente a dinamização das atividades do

Parque ao comprometer recursos, reduzir taxas de ocupação e receitas com o aluguel

de espaços.

Medidas de

contingência

Garantir sustentabilidade financeira e não depender de recursos externos para manter

as atividades do Parque;

Estabelecer um forte relacionamento internacional do Parque, que reduza a sua

exposição à envolvente interna. Neste contexto, será importante desenvolver e

implementar um Plano de Internacionalização do Parque, que lhe permita integrar

redes internacionais ligadas à Ciência e Tecnologia (como a IASP ou a Aliança Mundial

pela Inovação – WINOVA) e, deste modo, explorar novas oportunidades de negócio no

plano internacional.

Fortalecer as capacidades do Parque enquanto prestador de serviços, em particular

para instituições de âmbito internacional, trabalhando na diversificação e sofisticação

dos serviços prestados. Neste contexto ressalta-se, por exemplo, a possibilidade de

certificação do Parque como Business Innovation Centre (BIC), ao abrigo da iniciativa

promovida pela Rede Europeia de BICs (EBN).

Diversificação das fontes de financiamento do Parque e das empresas nele instaladas,

com reforço das fontes internacionais (bancos multilaterais de investimento), do

investimento privado (sobretudo através de capital de risco, capital-semente, business

angels, etc.) e, principalmente, com a obtenção de receitas por via da celebração de

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Risco Incertezas na envolvente macroeconômica do Brasil (ext.)

contratos de prestação de serviços e de subvenções obtidas em licitações públicas

internacionais.

Risco Concorrência de outros Parques na Região Nordeste

Descrição Tendo em vista a existência de Parques Tecnológicos na região Nordeste, o Parque do

Rio Grande do Norte poderá ter concorrência regional na atração de empresas e

entidades de Ciência e Tecnologia.

A região nordeste conta com outros Parques em operação, destacando-se aqueles

localizados nos estados da Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Os serviços

prestados, a presença de importantes empresas nas suas instalações e uma melhor

dinamização económica estadual e municipal podem fazer com que entidades

decidam instalar-se nessas regiões ao invés de ir para o Rio Grande do Norte.

Medidas de

contingência

Definição e implementação de uma estratégia de comunicação dinâmica;

Integração em redes e colaboração com congéneres nacionais e internacionais, em

particular no âmbito das áreas temáticas prioritárias para o Parque.

Estabelecimento de uma carteira de serviços diferenciada.

Desenvolvimento de atividades de cooperação com os parques identificados como

concorrentes, com o intuito de identificar sinergias e complementaridades que possam

reforçar a identidade própria de cada parque e, ao mesmo tempo, facilitar a

implementação de ações conjuntas que revertam em benefício de todos os envolvidos

– como participação conjunta em feiras e exposições internacionais, ações conjuntas

de marketing, etc.

Inserção e envolvimento construtivo no Fórum Nacional de Gestores de Inovação e

Transferência de Tecnologia (FORTEC) e na ANPROTEC, em particular nas seccionais

regionais que abrangem o Nordeste.

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