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P2. Estudo da Viabilidade
Técnica e Econômico-
Financeira do Parque
Setembro 2016
Plano Estratégico para o Avepark,
Parque de Ciência e Tecnologia
Estudo de Viabilidade e
Plano de Negócios do
Parque Tecnológico do
Rio Grande do Norte
ii
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico
do Rio Grande do Norte
P2. Estudo da Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do
Parque.
O presente “Estudo da Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira
do Parque” constitui o Produto 2 do “Estudo de Viabilidade e Plano
de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte”,
contratado no âmbito do Projeto Integrado de Desenvolvimento
Sustentável do Rio Grande do Norte – Projeto RN Sustentável ao
consórcio formado pelas empresas Sociedade Portuguesa de
Inovação (SPI), Alfamicro e Innovos Group.
Contrato: RN Sustentável 07/2016
Empréstimo: 8276-BR
A versão atual deste documento é da responsabilidade da
Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI).
Sociedade Portuguesa de Inovação – SPI
Avenida Marechal Gomes da Costa, 1376
4150-356 Porto | Portugal
www.spi.pt
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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Sumário Executivo
De acordo com a Associação Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia (International
Association of Science Parks - IASP), um Parque Tecnológico (PqT) pode ser entendido como
“uma organização gerida por profissionais especializados, cujo principal objetivo é aumentar a
riqueza da sua comunidade, promovendo a cultura de inovação e competitividade das
empresas e instituições baseadas no conhecimento. Para alcançar estes objetivos, um Parque
de Ciência e Tecnologia estimula e gere o fluxo de conhecimento e tecnologia entre
universidades, instituições de investigação e desenvolvimento, empresas e mercados; facilita a
criação e crescimento de empresas baseadas na inovação através da incubação e processos
de spin-off; e disponibiliza outros serviços de valor acrescentado em conjunto com espaços e
instalações de qualidade.”
Ciente da relevância destas estruturas nos processos de desenvolvimento, o Estado do Rio
Grande do Norte incluiu a concepção de um PqT no Projeto Integrado de Desenvolvimento
Sustentável do Rio Grande do Norte (RN Sustentável). Este Projeto Integrado é resultado do
acordo de empréstimo celebrado entre o Governo do Estado e o Banco Internacional para
Reconstrução e Desenvolvimento – Banco Mundial.
Encontrando-se reunidas as condições para garantir o avanço da iniciativa, mostrou-se
relevante definir com detalhe as caraterísticas fundamentais do Parque, no sentido de permitir, a
curto prazo, a sua implementação. Deste modo, foi promovida a realização do “Estudo de
Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte”, tendo sido
selecionado para a sua elaboração o consórcio formado pelas empresas Sociedade Portuguesa
de Inovação (SPI), Alfamicro e Innovos Group.
A metodologia adotada considerou a elaboração de um primeiro produto, denominado “Plano
de Negócios Estratégicos”. Neste documento, com base numa análise aprofundada das
realidades do Rio Grande do Norte e das principais tendências internacionais em Parques
Tecnológicos, foram definidas as linhas de orientação estratégica que nortearão o
desenvolvimento e implementação do Parque.
Deste modo, foi assumida como Visão estratégica que em 10 anos o Parque será uma entidade
de referência do ecossistema de inovação do estado, posicionando-se como parque de última
geração, com capacidade para acolher, apoiar e articular empresas e diferentes tipologias de
entidades, num ambiente colaborativo e inovador, com fortes parcerias externas e grande
visibilidade a nível nacional e internacional. Neste sentido, o Parque deverá disponibilizar
iv
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
espaços qualificados, prestar serviços de apoio relevantes e promover parcerias, ligações e
projetos colaborativos, a nível estadual, nacional e internacional, que contribuam para
consolidar o ecossistema de inovação do Estado e gerar valor para a economia local.
Com base na estratégia preconizada no Plano de Negócios Estratégicos, a metodologia
adotada focou a elaboração de 3 documentos adicionais, com forte relevância para a
implementação do Parque:
- P2. Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira;
- P3. Projeto de Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental;
- P4. Plano de Governança.
O Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira, apresentado no presente documento
(P2), tem uma significativa relação de interdependência com os outros dois produtos referidos
(P3 e P4), o que motivou que a sua elaboração fosse realizada em paralelo, no mesmo período
temporal. Aspectos como a dimensão das infraestruturas a disponibilizar, o faseamento da
construção, a constituição da equipa de gestão e respectiva evolução, ou as tipologias de
atividades a desenvolver, apresentam fortes relações com os investimentos, custos, receitas e
outras realidades econômico-financeiras, pelo que a elaboração deste documento envolveu um
intenso diálogo multidisciplinar.
Deste modo, a elaboração deste Estudo assentou num trabalho inicial de definição fina dos
espaços a disponibilizar pelo Parque e na identificação de um conjunto alargado de premissas
que permitissem avançar com a contabilização de investimentos, custos e receitas. Entre elas
incluem-se os custos por metro quadrado de cada tipo de construção, custos com
fornecimentos e com serviços especializados, com diferentes tipos de recursos humanos, entre
outros.
Com base nestas premissas foram definidos três cenários de evolução para o Parque, para os
quais foram realizadas as análises econômico-financeiras. Estes cenários antecipam diferentes
possibilidades, nomeadamente no que se relaciona com o faseamento da construção, a
capacidade do Parque em atrair utilizadores para os seus espaços, para prestar serviços a
empresas e outras entidades, ou para captar financiamentos externos (no âmbito de licitações,
projetos, empréstimos ou outras). Cabe ressaltar que os três cenários delineados consideram
um período de referência de 10 anos, com as construções realizadas dentre 2017 e 2018,
estando o Parque em operação a partir de 2019, sendo esta análise considerada até 2026.
v
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
- Cenário 1. Este cenário foi definido como um “cenário máximo”, em que a
infraestruturação do terreno, a construção do Núcleo Central e a construção de todos os
edifícios complementares (onde se incluem auditório, laboratórios e centro de
exposições) ocorre logo no primeiro momento. O cenário considera uma evolução
otimista das taxas de ocupação, conseguindo a ocupação plena do Núcleo Central em
5 anos e dos lotes externos nos primeiros 10 anos;
- Cenário 2. Comparativamente com o anterior, este cenário considera apenas a
infraestruturação do terreno e a construção do Núcleo Central e do Auditório,
implicando um investimento menor (mas também custos e receitas inferiores). No
sentido de facilitar comparações, o cenário 2 mantém as mesmas taxas de ocupação
previstas no primeiro cenário;
- Cenário 3. O terceiro cenário é idêntico ao cenário 2 no que concerne à infraestrutura,
no entanto, este cenário apresenta uma evolução mais conservadora das taxas de
ocupação dos diferentes espaços.
Principais premissas para definição dos cenários
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Infraestrutura Núcleo Central
Espaços Exteriores (lotes)
Edifícios Complementares
Núcleo Central
Espaços Exteriores (lotes)
Núcleo Central
Espaços Exteriores (lotes)
Evolução da taxa de
ocupação Otimista Otimista Conservadora
As diferentes premissas têm implicações diretas nos volumes de investimento necessários,
assim como nos custos e receitas do Parque. Deste modo, para cada cenário, foram realizadas
projeções financeiras no período de 10 anos (2017-2026).
Investimentos, custos e receitas do Parque nos diferentes cenários
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Investimento (R$) 66.347.550 41.547.550 41.547.550
Custos 2026 (R$) 2.945.024 2.893.819 2.061.124
Receitas 2026 (R$) 6.428.751 6.344.751 2.877.774
Fluxo de Caixa
Acumulado 2026 (R$)
5.443.023 12.163.906 1.496.541
vi
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Foi também efectuada a análise da viabilidade econômica do investimento, com base no cálculo
de indicadores relevantes como o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR),
ou o Período de Retorno do Investimento (PRI).
Saliente-se neste caso que as projeções apresentadas foram moldadas de forma a assegurar a
sustentabilidade do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte durante os primeiros 10 anos.
Entende-se que esta sustentabilidade está assegurada se o VPL for positivo e a TIR for maior
que a taxa de atualização considerada (indexada à taxa de empréstimo a longo prazo do
BNDES).
Em qualquer dos cenários, com as premissas estabelecidas, o cumprimento destas condições
de viabilidade só será possível conseguindo que parte do investimento seja obtida através de
captação de recursos (entre os quais se identifica o empréstimo do Banco Mundial onde se
insere o presente trabalho), sendo a parte remanescente conseguida através de empréstimo
bancário, em condições de mercado. Atendendo ao volume de investimento envolvido, essa
necessidade é muito maior no caso do primeiro cenário do que nos restantes.
Valores máximos de empréstimo bancário, nas condições de viabilidade (R$)
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Valor máximo do
empréstimo bancário 8.800.000 8.250.000 3.000.000
Valor mínimo de captação
de recursos 57.547.550 33.297.550 38.547.550
Destacam-se os montantes envolvidos na captação de recursos associada ao cenário 1. Apesar
de este cenário considerar altas taxas de ocupação, a decisão de construir todos os edifícios faz
com que o Parque tenha que recorrer a elevados volumes de financiamento. Além disso, muitos
dos espaços previstos para a Fase 1 não serão geradores de receitas diretas significativas para
o Parque, fazendo com que os seus custos de construção não tenham contrapartidas rentáveis.
Os cenários 2 e 3 foram definidos focando apenas nos edifícios do Núcleo Central e nos lotes
do espaço exterior. Ao diminuir significativamente o investimento inicial, a necessidade de
captação de recursos será também menor. Nestes cenários, as diferenças nos resultados têm
origem nas diferentes taxas de ocupação. No cenário 3, com uma menor ocupação do que o
cenário 2, existirá uma menor capacidade de geração de receita, o que implicará um maior
esforço na captação de recursos externos.
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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Assumindo que são conseguidos os recursos identificados, é possível calcular os indicadores
relativos à viabilidade econômico-financeira do Parque, nos diferentes cenários (VLP, TIR, PRI).
Investimentos, custos e receitas do Parque nos diferentes cenários
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Valor Presente Líquido
(VPL) 10.952.196 11.231.750 2.073.120
Taxa Interna de Retorno
(TIR) 1
79,26% 86,58% 80,63%
Período de Retorno do
Investimento (PRI) 11,35 anos 11,06 anos 16,03 anos
No que tange ao Período de Retorno do Investimento ressalta-se que os valores apresentados
referem-se a parte do investimento que não será financiada a fundo perdido e não à totalidade
do investimento.
Destaca-se ainda que para a realização das projeções financeiras e para a análise de viabilidade
foi desenvolvida uma ferramenta com base no Microsoft Excel, em que a introdução de um
conjunto de variáveis de entrada relacionadas com as premissas estabelecidas, permite a
geração automática das planilhas e tabelas associadas à análise financeira. Atendendo ao grau
de liberdade existente em algumas das premissas estabelecidas, assim como a prevalência de
algum grau de incerteza, a ferramenta informática desenvolvida será partilhada juntamente com
o presente documento. Dessa forma, ela poderá continuar a ser de utilidade no período
subsequente, permitindo ajustar as análises a possíveis alterações nas condições de base, que
venham a ocorrer.
Uma vez analisada a viabilidade econômico-financeira do Parque em cada um dos cenários e
reconhecidas as necessidades de financiamento inerentes, foi efetuado um trabalho de
identificação de possíveis fontes de financiamento, nomeadamente a nível público, que possam
permitir ao Parque captar os recursos identificados como necessários. Este trabalho foi
acompanhado de uma reflexão sobre as boas práticas de financiamento de Parques Científicos
e Tecnológicos a nível internacional, sobretudo tendo em atenção que é possível facilmente
demonstrar que, na fase inicial dos parques, o financiamento público se assume normalmente
como o mais significativo.
1 O elevado resultado da TIR relaciona-se com o alto montante recebido a fundo perdido para financiamento do Parque.
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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Foram assim analisadas em detalhe, as principais fontes de financiamento para o Parque
disponíveis no Brasil, tendo em conta as respetivas entidades promotoras, onde se incluem:
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que disponibiliza
linhas de crédito e programas de financiamento;
- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio de
financiamento de projetos de pesquisa e bolsas para pesquisadores.
- Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) que oferece financiamento não
reembolsável; com encargos reduzidos e reembolsável padrão. Atua ainda no
desenvolvimento no capital de risco;
- Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) que de forma geral atuam na concessão de
bolsas a pesquisadores e disponibiliza auxílios a projetos de pesquisa;
- Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) que concede
recursos de forma direta sem passar por editais e por meio de seus programas de
política pública tal como o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e
Parques Tecnológicos (PNI).
Por fim, e no sentido de reduzir os riscos e de preparar o Parque no sentido de os ultrapassar
em caso de ocorrência, foi efetuada uma identificação dos principais riscos associados à
implementação do Parque, sendo de destacar os seguintes:
- Dificuldade na captação de recursos para financiamento da construção dos principais
edifícios do Parque;
- Dificuldade de atração de empresas, nomeadamente de empresas “âncora”;
- Dificuldade de mobilização de entidades do sistema científico e tecnológico;
- Reduzido desenvolvimento urbanístico na envolvente, tonando o parque uma “ilha”;
- Dependência de apoios públicos e consequente incerteza associada a ciclos políticos;
- Incertezas na envolvente macroeconômica do Brasil;
- Concorrência de outros Parques na Região Nordeste.
Para cada um dos riscos identificados foram definidas ações de contingência, tendo em vista
contribuir para a tomada de decisões ajustadas à realidade e aos objetivos definidos
previamente para a implementação do Parque.
Tendo em conta o apresentado, o presente documento encontra-se organizado nos seguintes
capítulos:
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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Capítulo 1. Investimento
Neste capítulo são apresentadas as premissas relativas ao cálculo do investimento necessário para a
implementação do Parque Tecnológico. Trata-se de um capítulo muito relacionado com as propostas
realizadas no Projeto de Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental (P3). São apresentados os
custos associados à infraestruturação do Parque, à construção do seu Núcleo Central, incluindo as
diferentes tipologias de espaços, e de um conjunto de edifícios complementares, onde se incluem o
auditório, o centro de exposições, o complexo de laboratórios e a residência universitária.
Capítulo 2. Custos operacionais
Neste capítulo são apresentados os pressupostos assumidos para o cálculo dos custos operacionais do
Parque. Incluem-se neste capítulo os custos com os recursos humanos da equipe de gestão do Parque e,
também, os custos com fornecimentos e serviços externos. Integram-se neste ponto os custos com a
contratação de serviços como segurança/receção, limpeza, ou jardinagem, ou os custos com fornecimento
de eletricidade, água ou comunicações. Incluem-se também custos associados à promoção do Parque e à
contratação de consultorias especializadas. Por fim, são apresentadas as premissas associadas aos
custos com empréstimos, tendo em conta a necessidade do Parque vir a recorrer a crédito bancário.
Capítulo 3. Receitas
No terceiro capítulo são descritos os pressupostos associados às receitas que o Parque irá obter. Estas
relacionam-se principalmente com o aluguel e concessão dos diferentes espaços do Parque, tendo em
conta as diferentes tipologias de oferta no Núcleo Central, nos Edifícios Complementares (Auditório, centro
de exposições, ...) e nos Espaços Exteriores, nos lotes do Parque. Neste capítulo são ainda apresentadas
premissas relativas à prestação de serviços pela Equipe de Gestão do Parque.
Capítulo 4. Análise econômico-financeira
Neste capítulo são apresentadas as principais variáveis tidas em consideração para a elaboração dos
cenários. Destacam-se entre elas o faseamento da construção dos edifícios, a evolução das taxas de
ocupação, o nível de prestação de serviços, a evolução da equipe de recursos humanos; a evolução das
necessidades de fornecimentos e serviços externos e a forma de financiamento da construção. Neste
capítulo é também apresentada a ferramenta de apoio desenvolvida em Microsoft Excel para a elaboração
dos cálculos apresentados. Por fim, são descritos os indicadores considerados relevantes para a análise
econômico-financeira do Parque, designadamente: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno
(TIR) e Período de Retorno do Investimento (PRI).
Capítulos 5 a 7. Cenários
Nestes capítulos são apresentados separadamente os três cenários considerados para a análise. Em cada
um deles são apresentadas as premissas assumidas e são realizadas as projeções financeiras a 10 anos
considerando investimentos, custos operacionais, receitas e fluxos de caixa. São ainda calculados os
valores mínimos de recursos externos que deverão ser captados para permitir a viabilidade do Parque.
Com base nesses valores são calculados, para cada cenário, o VPL, a TIR e o PRI.
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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Capítulo 8. Fontes de financiamento
Neste capítulo é apresentada uma identificação exaustiva de possíveis fontes de financiamento,
nomeadamente a nível público, que possam permitir ao Parque captar os recursos identificados como
necessários. São analisadas em detalhe as principais fontes de financiamento para o Parque disponíveis
no Brasil, tendo em conta as respetivas entidades promotoras, onde se incluem o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), as Fundações de Amparo à Pesquisa
(FAPs), ou o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC).
Capítulo 9. Análise de risco
Neste último capítulo é efetuada uma identificação dos principais riscos associados à implementação do
Parque. Para cada risco são definidas as medidas de contingência mais significativas, tendo em vista
apoiar a tomada de decisões ajustadas à realidade e aos objetivos definidos previamente para o Parque.
Setembro de 2016
Sociedade Portuguesa de Inovação
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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Índice
1 INVESTIMENTO ........................................................................................................................................................... 1 1.1 TERRENO ..................................................................................................................................................................................... 1 1.2 INFRAESTRUTURA .......................................................................................................................................................................... 2 1.3 NÚCLEO CENTRAL.......................................................................................................................................................................... 4 1.4 EDIFÍCIOS COMPLEMENTARES .......................................................................................................................................................... 8 1.5 SÍNTESE ..................................................................................................................................................................................... 10
2 CUSTOS OPERACIONAIS ........................................................................................................................................ 12 2.1 RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................................................................... 12 2.2 FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS .......................................................................................................................................... 13 2.3 CUSTOS COM EMPRÉSTIMOS E TAXA DE ATUALIZAÇÃO ........................................................................................................................ 16 2.4 SÍNTESE ..................................................................................................................................................................................... 16
3 RECEITAS ................................................................................................................................................................. 18 3.1 ALUGUEL, VENDA E CONCESSÃO DE ESPAÇOS .................................................................................................................................... 18 3.2 SERVIÇOS PRESTADOS PELA EQUIPE DE GESTÃO .................................................................................................................................. 21 3.3 CAPTAÇÃO DE FINANCIAMENTO...................................................................................................................................................... 22
4 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ...................................................................................................................... 23 4.1 VARIÁVEIS .................................................................................................................................................................................. 23 4.2 FERRAMENTA DE APOIO ................................................................................................................................................................ 23 4.3 INDICADORES DE ANÁLISE .............................................................................................................................................................. 25
5 CENÁRIO 1 ................................................................................................................................................................ 26 5.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................. 26 5.2 PREMISSAS ................................................................................................................................................................................. 27 5.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................................................. 32 5.4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................................................................................................................ 37
6 CENÁRIO 2 ................................................................................................................................................................ 40 6.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................. 40 6.2 PREMISSAS ................................................................................................................................................................................. 41 6.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................................................. 45 6.4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................................................................................................................ 50
7 CENÁRIO 3 ................................................................................................................................................................ 53 7.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................. 53 7.2 PREMISSAS ................................................................................................................................................................................. 53 7.3 PROJEÇÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................................................. 58 7.4 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA ............................................................................................................................................ 64
8 FONTES DE FINANCIAMENTO ................................................................................................................................ 66 8.1 BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES) ........................................................................................... 67 8.2 CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPQ) ................................................................................ 70 8.3 FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS (FINEP) ............................................................................................................................. 71 8.4 FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (FAPERN) ........................................................................ 74 8.5 OPORTUNIDADES IMPLEMENTADAS PELOS MINISTÉRIOS FEDERAIS ........................................................................................................ 76 8.6 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENA EMPRESAS (SEBRAE) ......................................................................................... 78
9 ANÁLISE DE RISCOS ............................................................................................................................................... 79
xii
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Índice de tabelas
Tabela 1. Custos de construção de infraestrutura .....................................................................................................................2
Tabela 2. Edifícios e valências do Núcleo Central .....................................................................................................................4
Tabela 3. Edifícios e áreas do Núcleo Central ...........................................................................................................................5
Tabela 4. Espaços comuns .........................................................................................................................................................5
Tabela 5. Custo por metro quadrado de construção ................................................................................................................6
Tabela 6. Custos de construção do Núcleo Central (R$) ..........................................................................................................6
Tabela 7. Peso do custo de mobiliário e equipamento por tipologia de edifício .....................................................................7
Tabela 8. Custos de equipar e mobilar o Núcleo Central (R$) ..................................................................................................7
Tabela 9. Custos totais envolvidos na construção e equipamento do Núcleo Central (R$)....................................................7
Tabela 10. Edifícios complementares, respectivas áreas e custos de construção (R$) ..........................................................8
Tabela 11. Edifícios complementares e respetivas áreas (R$)..................................................................................................9
Tabela 12. Custo total de construção e equipamento dos Edifícios complementares (R$) ....................................................9
Tabela 13. Resumo dos principais itens relacionados com os custos de construção e equipamento (R$) ........................11
Tabela 14. Variação salarial da equipe técnica ........................................................................................................................13
Tabela 15. Custos dos serviços especializados a contratar pelo Parque ..............................................................................13
Tabela 16. Custos dos fornecimentos a suportar pelo Parque ...............................................................................................14
Tabela 17. Custos com ações de promoção do Parque .........................................................................................................15
Tabela 18. Custos com contratação de consultorias especializadas .....................................................................................15
Tabela 19. Custos com empréstimo .........................................................................................................................................16
Tabela 20. Estimativas de custos operacionais anuais do Parque em 2022 (R$)..................................................................17
Tabela 21. Espaços para alugar Núcleo Central .....................................................................................................................18
Tabela 22. Preços por metro quadrado dos diferentes espaços ............................................................................................19
Tabela 23. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central (R$) .........................................................................19
Tabela 24. Valor do aluguel do espaço por um período de 1 dia (R$) ...................................................................................19
Tabela 25. Valor do aluguel do espaço por um período de 1 dia (R$) ...................................................................................20
Tabela 26. Receitas dos serviços prestados pelo Parque .......................................................................................................21
Tabela 27. Cenário 1. Ocupação dos espaços do Núcleo Central .........................................................................................27
Tabela 28. Cenário 1. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central ...............................................................28
Tabela 29. Cenário 1. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central .............................................................................28
Tabela 30. Cenário 1. Venda de lotes.......................................................................................................................................29
Tabela 31. Cenário 1. Ocupação dos espaços exteriores .......................................................................................................29
Tabela 32. Cenário 1. Taxa de ocupação dos Edifícios Complementares .............................................................................30
Tabela 33. Cenário 1. Número de dias de serviços de apoio cobrados.................................................................................30
Tabela 34. Cenário 1. Evolução da equipe de gestão .............................................................................................................31
Tabela 35. Cenário 1. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos ....................................................32
Tabela 36. Cenário 1. Análise de Sustentabilidade (R$) .........................................................................................................38
Tabela 37. Cenário 1. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira ......................................................39
Tabela 38. Cenário 2. Ocupação dos espaços do Núcleo Central .........................................................................................41
Tabela 39. Cenário 2. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central ...............................................................42
Tabela 40. Cenário 2. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central .............................................................................42
Tabela 41. Cenário 2. Venda de lotes.......................................................................................................................................42
Tabela 42. Cenário 2. Ocupação dos espaços exteriores .......................................................................................................43
Tabela 43. Cenário 2. Taxa de ocupação do auditório ............................................................................................................43
xiii
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Tabela 43. Cenário 2. Número de dias de serviços de apoio cobrados.................................................................................43
Tabela 44. Cenário 2, Evolução da equipe de gestão .............................................................................................................44
Tabela 45. Cenário 2. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos ....................................................44
Tabela 46. Cenário 2. Análise de Sustentabilidade (R$) .........................................................................................................51
Tabela 47. Cenário 2. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira ......................................................52
Tabela 48. Cenário 3. Ocupação dos espaços do Núcleo Central .........................................................................................54
Tabela 49. Cenário 3. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central ...............................................................54
Tabela 50. Cenário 3. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central .............................................................................55
Tabela 51. Cenário 3. Venda de lotes.......................................................................................................................................55
Tabela 52. Cenário 2. Ocupação dos espaços exteriores .......................................................................................................55
Tabela 32. Cenário 1. Taxa de ocupação dos Edifícios Complementares .............................................................................56
Tabela 53. Cenário 3. Número de dias de serviços de apoio cobrados.................................................................................56
Tabela 54. Cenário 3. Evolução da equipe de gestão .............................................................................................................57
Tabela 55. Cenário 3. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos ....................................................57
Tabela 56. Cenário 3. Análise de Sustentabilidade (R$) .........................................................................................................64
Tabela 57. Cenário 3. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira ......................................................65
Tabela 58. Programas e linhas de crédito do BNDES .............................................................................................................68
Tabela 59. Chamadas do CNPq ...............................................................................................................................................70
Tabela 60. Linhas de crédito e chamadas da FINEP ...............................................................................................................72
Tabela 61. Oportunidades disponibilizadas pela FAPERN .....................................................................................................74
Tabela 62. Oportunidades de financiamento de alguns Ministérios do governo federal ......................................................77
Índice de figuras
Figura 1. Faseamento da infraestruturação do Parque Tecnológico ........................................................................................1
Figura 2. Cenário 1. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$) ........................................................................33
Figura 3. Cenário 1. Evolução da distribuição das receitas (R$) ............................................................................................35
Figura 4. Cenário 1. Evolução dos custos e receitas (R$) ......................................................................................................36
Figura 5. Cenário 1. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$) ..........................................................36
Figura 6. Cenário 1. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$) .....................................................37
Figura 7. Cenário 2. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$) ........................................................................46
Figura 8. Cenário 2. Distribuição das receitas do Núcleo Central (R$) ..................................................................................47
Figura 9. Cenário 2. Evolução da distribuição das receitas (R$) ............................................................................................48
Figura 10. Cenário 2. Evolução dos custos e receitas (R$) ....................................................................................................49
Figura 11. Cenário 2. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$) ........................................................49
Figura 12. Cenário 2. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$) ...................................................50
Figura 13. Cenário 3. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$) ......................................................................59
Figura 14. Cenário 3. Evolução da distribuição das receitas (R$) ..........................................................................................61
Figura 15. Cenário 3. Distribuição das Receitas do Núcleo Central (R$) ...............................................................................61
Figura 16. Cenário 3. Evolução dos custos e receitas (R$) ....................................................................................................62
Figura 17. Cenário 3. Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$) ..............................................................................63
Figura 18. Cenário 3. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$) ...................................................63
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Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
1 Investimento
1.1 Terreno
O Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte irá localizar-se num terreno de 160 hectares,
situado em Pitangui, à margem da estrada BR-101, envolvendo os municípios de Ceará-Mirim e
Extremoz, na Região Metropolitana de Natal. Este terreno é resultante de uma doação, não
dando origem diretamente a um custo para a entidade gestora do Parque.
É de salientar que, atendendo às expectativas de ocupação, foi proposto no “Projeto de
Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental” um faseamento para a infraestruturação e
construção do Parque. A Fase 1, que se implementará nos 10 anos em análise no presente
estudo de viabilidade, corresponde a cerca de 90 hectares e a Fase 2, posterior, aos restantes
70 hectares. Dos 90 hectares da Fase 1, 32 estão reservados como Área de Preservação
Permanente. Na Fase 2, apenas 8 hectares terão esta classificação.
Figura 1. Faseamento da infraestruturação do Parque Tecnológico
Fonte: Projeto de Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental
2
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1.2 Infraestrutura
De acordo com a estratégia adotada, todo o terreno da Fase 1 será infraestruturado no início do
projeto, entre 2017 e 2018. Esta opção relaciona-se com as condições impostas pelo RN
Sustentável, nomeadamente nos limites definidos nos montantes disponíveis e nos prazos de
execução da obra.
Assim, consideraram-se para os trabalhos de infraestrutura destes 90 ha, os seguintes itens:
- Terraplanagem;
- Pavimentação arruamentos e ciclovias;
- Drenagem águas pluviais;
- Rede de abastecimento de água;
- Rede de esgotos;
- Rede de combate a incêndio;
- Rede de fibra ótica (voz e dados)/telefonia;
- Rede de iluminação e força;
- Paisagismo.
De acordo com o Projeto de Concepção Urbanística, Arquitetônica e Ambiental do Parque, a
infraestruturação dos 90 hectares da Fase 1 irá contemplar a criação de cerca de 4,5 km de vias.
Posteriormente, a Fase 2 incluirá 6,5 km adicionais de arruamentos. Serão estas vias que
permitirão estruturar o Parque, organizando os diferentes espaços e lotes e suportando grande
parte das infraestruturas aqui apresentadas.
Com base nestes valores e nos custos unitários dos diferentes itens, considerados a custo de
mercado, a estimativa dos custos de infraestruturação do Parque é apresentada na tabela
seguinte:
Tabela 1. Custos de construção de infraestrutura
Obra R$/km2
km Total (R$)
Terraplanagem 483.912 4,5 2.177.602
Pavimentação arruamentos e ciclovias 1.134.847 4,5 5.106.812
Drenagem águas pluviais 483.535 4,5 2.175.909
2 Valores estimados com base em dados apresentados na reunião entre o Governo Estadual e representantes do Banco
Mundial realizada a 6 de maio de 2016.
3
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Obra R$/km2
km Total (R$)
Rede de abastecimento de água 310.182 4,5 1.395.818
Rede de esgotos 389.909 4,5 1.754.591
Rede de combate a incêndio 89.273 4,5 401.727
Rede de fibra ótica (voz e dados)/telefonia 952.727 4,5 4.287.273
Rede de iluminação e força 385.454 4,5 1.734.545
Paisagismo 292.727 4,5 1.317.273
20.351.550
Para além destes investimentos, a realizar no interior do terreno do Parque, importará referir que
deverá ser também promovida a ligação às redes, no exterior. Estas ligações mostram-se
particularmente importantes pois toda a envolvente ao Parque se encontra ainda em fase de
desenvolvimento, praticamente sem edificações. Se, no caso da água, do saneamento e da
eletricidade, não parece existir dificuldade, pelo facto de existirem possíveis ligações na
proximidade do parque, no caso da rede de fibra ótica e do gás natural poderá representar um
custo significativo.
Nestes casos, estimativas apresentadas pelo CTGÁS-ER em reunião de trabalho com a
consultoria em 14 de Abril de 2016, apontam para valores próximos dos 80 mil reais para a
ligação por fibra ótica à Rede Interjato em Extremoz (8 quilómetros a um custo aproximado de
10.000 R$/km).
Mais pesada será a ligação à rede de gás, caso ela venha a mostrar-se pertinente, em função
dos utilizadores do Parque. Neste caso, a distância ao gasoduto da Potigás é de cerca de 10,6
km, o que implicaria um custo estimado próximo dos 10 milhões de reais. Neste caso, uma
alternativa a analisar será a utilização de gás comprimido ou GPL, conforme utilizado em outras
infraestruturas sem gasodutos próximos.
4
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1.3 Núcleo Central
Em concordância com as recomendações internacionais e com o modelo comum aos Parques
Tecnológicos de sucesso analisados, o Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte deverá ter
como principal âncora um Núcleo Central que concentre as suas principais competências.
Este Núcleo Central constituirá o espaço primordial de atividade do Parque, sendo um elemento
determinante para o desenvolvimento das restantes áreas empresariais e marcador privilegiado
da sua imagem futura.
Neste caso, de acordo com o Plano de Concepção Urbanística e Arquitetônica, o Núcleo Central
é constituído por um conjunto de edifícios, que contemplam diferentes recursos, articulados por
meio de uma praça central. Os diferentes edifícios e respectivas valências encontram-se
apresentados na tabela seguinte:
Tabela 2. Edifícios e valências do Núcleo Central
Edifício Principais Valências
Centro de Incubação e Desenvolvimento
Espaços de incubação
Espaços de co-working
Espaços para instalação de empresas/entidades já existentes
Laboratórios de P&D
Centro Administrativo
Salas de formação
Salas de reuniões
Salas multifunções
Centro de Segurança e Centro de Saúde
Espaços para equipa de gestão e Administração
Recepção / Secretariado
Centro de Convivência
Cafetaria / Lounge multifunções
Restaurante
Lanchonete
Sanitários
5
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Foi assim projetado um Núcleo Central que totaliza cerca de 4.420 m², repartidos pelos 3
edifícios da seguinte forma:
Tabela 3. Edifícios e áreas do Núcleo Central
Edifício Área prevista (m2)
Centro de Incubação e Desenvolvimento 2.400
Centro Administrativo 820
Centro de Convivência 1.200
Total 4.420
Note-se que a Comissão Europeia3
recomenda que a área mínima necessária para o “Núcleo
Central” de um Parque Tecnológico deverá ser de 3.000 m² de forma a ser possível a criação de
massa crítica e a existência de economias de escala no fornecimento de serviços pelo Parque
Tecnológico.
Para além dos quatro edifícios referidos, importará considerar os espaços exteriores destinados
à sua articulação e funcionamento pleno. Neste caso, deverão ser destacados os espaços
destinados à Entrada Principal e à Praça Central, que permite a ligação dos diferentes edifícios.
Tabela 4. Espaços comuns
Espaço Valências Área prevista (m2)
Entrada principal Pórtico/portaria, segurança, apoio aos
funcionários, casa do lixo, funcionários
650
Praça central Pavimentos, estacionamento, equipamentos
urbanos, urbanizações
4.000
Para estimar os custos associados à construção do Núcleo Central, foram analisadas as tabelas
do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte – (SINDUSCON-RN).
Deste modo, foram estimados preços por metro quadrado para os edifícios e para os espaços
públicos. No caso dos edifícios foram definidos 3 escalões de preço, relacionados com a
qualidade e complexidade da respectiva construção.
3
Comissão Europeia, 2013. Setting up, Managing and Evaluating EU Science and Technology
Parks.
6
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Tabela 5. Custo por metro quadrado de construção
Tipo de construção Custo (R$/m2)
Edifícios 1 (construção simples) 1.800
Edifícios 2 (construção normal) 2.000
Edifícios 3 (laboratórios e auditório) 2.500
Espaço público 500
Fonte: Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (adaptado)
Desta forma, é possível estimar os custos de construção associados ao Núcleo Central, nos
moldes preconizados no Plano de Concepção Urbanística e Arquitetônica. De acordo com o
apresentado na tabela seguinte, estes custos totalizam um valor próximo dos 12 milhões de
reais.
Tabela 6. Custos de construção do Núcleo Central (R$)
Espaço Área (m2) Custo (R$/m
2) Total
Centro de Incubação e Desenvolvimento 2.400 2.000 4.800.000
Centro Administrativo 820 2.000 1.640.000
Centro de Convivência 1.200 2.000 2.400.000
Entrada Principal 650 1.800 1.170.000
Praça Central 4.000 500 2.000.000
TOTAL 12.010.000
Complementarmente, mostrou-se importante estimar os custos envolvidos na aquisição de
mobiliário e outro equipamento necessário para o funcionamento dos edifícios.
Note-se que, na Estratégia preconizada para o Parque optou-se por, nos primeiros anos de
operação, não disponibilizar diretamente recursos para compras de equipamentos científicos.
No entanto, ponderou-se a dotação dos espaços do Parque Tecnológico com equipamentos e
materiais considerados indispensáveis para o desenvolvimento de suas atividades básicas. Esta
estimativa foi realizada com base num percentual do custo de construção.
Também neste caso, a estimativa tem por base as diferentes tipologias de edifícios a equipar, de
acordo com a tabela seguinte.
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Tabela 7. Peso do custo de mobiliário e equipamento por tipologia de edifício
Tipo de construção % do custo de construção
Edifícios 1 (construção simples) 20%
Edifícios 2 (construção normal) 30%
Edifícios 3 (laboratórios e auditório) 40%
Tabela 8. Custos de equipar e mobilar o Núcleo Central (R$)
Espaço Custo de construção % a aplicar Custo do
equipamento
Centro de Incubação e Desenvolvimento 4.800.000 30% 1.440.000
Centro Administrativo 1.640.000 30% 492.000
Centro de Convivência 2.400.000 30% 720.000
Entrada Principal 1.170.000 20% 234.000
TOTAL 2.886.000
Desta forma, é possível conjugar as estimativas totais para cada edifício, considerando a sua
construção e a dotação de equipamento e mobiliário adequado:
Tabela 9. Custos totais envolvidos na construção e equipamento do Núcleo Central (R$)
Espaço Custo de construção Custo do
equipamento
TOTAL
Centro de Incubação e Desenvolvimento 4.800.000 1.440.000 6.240.000
Centro Administrativo 1.640.000 492.000 2.132.000
Centro de Convivência 2.400.000 720.000 3.120.000
Entrada Principal 1.170.000 234.000 1.404.000
Praça Central 2.000.000 - 2.000.000
TOTAL 12.010.000 2.886.000 14.896.000
Conclui-se que a implementação do Núcleo Central terá um custo total de 14.896.000 reais,
onde assume um peso mais significativo o Centro de Incubação e Desenvolvimento, que
representa aproximadamente 40% desse valor.
8
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1.4 Edifícios Complementares
Por fim, merece referência a intenção de associar ao Núcleo Central outras edificações que
poderão complementar as funções do Parque. A construção destes edifícios poderá não ser
imediata, mas distribuída ao longo do tempo, de acordo com necessidades e disponibilidades
de financiamento. Dando sequência ao estipulado no Plano de Negócios Estratégicos do
Parque, estes edifícios deverão assentar num centro de exposições, num auditório, num
complexo de laboratórios temáticos e numa residência para utilizadores do parque (estudantes,
pesquisadores, visitantes ou outros).
Tabela 10. Edifícios complementares, respectivas áreas e custos de construção (R$)
Tipo Edifício Área prevista
(m2)
Custo (R$/m2) Total (R$)
Centro de
eventos
Centro de Exposições 1.200 2.000 2.400.000
Auditório 500 pessoas 1.800 2.500 4.500.000
Complexo de
laboratórios
Mineração e Materiais 800 2.500 2.000.000
Tecnologia da Informação e
Comunicação - TIC
800 2.500 2.000.000
Ambiente 800 2.500 2.000.000
Pesca e Aquicultura 800 2.500 2.000.000
Tecnologias Transversais 800 2.500 2.000.000
Residência (50 apartamentos) 3.200 1.800 6.400.000
No total, a construção destes edifícios complementares totalizará um valor próximo dos 23,3
milhões de Reais.
Assim como para o Núcleo Central, mostrou-se importante realizar uma estimativa dos custos
envolvidos na aquisição de mobiliário e outro equipamento necessário para os edifícios
complementares. Esta estimativa foi realizada com base num percentual do custo de
construção. Também neste caso, a estimativa tem por base as diferentes tipologias de edifícios
a equipar, de acordo com a tabela seguinte.
9
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Tabela 11. Edifícios complementares e respetivas áreas (R$)
Tipo Edifício Custo de
construção
% a aplicar Custo do
equipamento
Centro de
Eventos
Centro de Exposições 2.400.000 30% 720.000
Auditório 4.500.000 40% 1.800.000
Complexo de
laboratórios
Mineração e Materiais 2.000.000 40% 800.000
Tecnologia da Informação e
Comunicação - TIC
2.000.000 40% 800.000
Ambiente 2.000.000 40% 800.000
Pesca e Aquicultura 2.000.000 40% 800.000
Tecnologias Transversais 2.000.000 40% 800.000
Residência (50 apartamentos) 6.400.000 20% 1.280.000
Desta forma, é possível estimar os custos totais de construção e equipamento de cada um
destes edifícios, conforme apresentado na tabela seguinte.
Tabela 12. Custo total de construção e equipamento dos Edifícios complementares (R$)
Tipo Edifício Custo de
construção
Custo do
equipamento
TOTAL
Centro de Eventos
Centro de Exposições 2.400.000 720.000 3.120.000
Auditório 4.500.000 1.800.000 6.300.000
Complexo de
laboratórios
Mineração e Materiais 2.000.000 800.000 2.800.000
Tecnologia da Informação e
Comunicação - TIC
2.000.000 800.000 2.800.000
Ambiente 2.000.000 800.000 2.800.000
Pesca e Aquicultura 2.000.000 800.000 2.800.000
Tecnologias Transversais 2.000.000 800.000 2.800.000
Residência (50 apartamentos) 6.400.000 1.280.000 7.680.000
31.100.000
Avançando-se com a construção e equipamento de todos os edifícios, o investimento
necessário, tendo em conta os pressupostos considerados, ascende a 31 milhões de reais.
Importa ainda referenciar que para além dos edifícios que estarão sob a responsabilidade da
entidade gestora do Parque foi possível recolher manifestações de interesse de diferentes
10
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entidades no ecossistema potiguar a localizar-se no Parque, logo no momento em que este seja
uma realidade. Pela sua importância podem destacar-se os seguintes:
- Instituto SENAI de Inovação (ISI-ER) – Laboratórios na área da energia, num total de
5.150 m2
;
- UFRN – Complexo laboratorial de 3 blocos de 1.000 m2
cada;
- IFRN – Um pólo tecnológico com cerca de 1.000 m2
;
- Laboratório de Testes de Energia Solar, com 800 m2
.
Estes edifícios e as suas localizações foram identificados no Plano de Concepção Urbanística e
Arquitetônica. No entanto, a responsabilidade pelo financiamento da sua construção será de
cada uma das instituições referidas, não sendo da competência da entidade gestora do Parque,
pelo que estes custos não foram considerados no âmbito do presente documento.
1.5 Síntese
Conforme sintetizado na tabela da página seguinte, os investimentos relacionados com a
implementação das diferentes componentes que constituem a primeira fase do Parque
Tecnológico totalizarão um valor próximo dos 66 milhões de Reais, em que 20 milhões se
destinam a infraestrutura (30%), 15 milhões ao Núcleo Central (22%) e 31 milhões aos diferentes
edifícios complementares previstos no Masterplan (47%).
11
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Tabela 13. Resumo dos principais itens relacionados com os custos de construção e equipamento (R$)
INFRAESTRUTURA (90 ha - 4,5 km) 20.351.550
Terraplanagem 2.177.602
Pavimentação arruamentos e ciclovias 5.106.812
Drenagem águas pluviais 2.175.909
Rede de abastecimento de água 1.395.818
Rede de esgotos 1.754.591
Rede de combate a incêndio 401.727
Rede de fibra ótica (voz e dados)/telefonia 4.287.273
Rede de iluminação e força 1.734.545
Paisagismo 1.317.273
NÚCLEO CENTRAL 14.896.000
Centro de Incubação e Desenvolvimento 6.240.000
Centro Administrativo 2.132.000
Centro de Convivência 3.120.000
Entrada Principal 1.404.000
Praça Central 2.000.000
EDIFÍCIOS COMPLEMENTARES 31.100.000
Centro de Exposições 3.120.000
Auditório 6.300.000
Laboratório de Mineração e Materiais 2.800.000
Laboratório de TIC 2.800.000
Laboratório de Ambiente 2.800.000
Laboratório de Pesca e Aquicultura 2.800.000
Laboratório de Tecnologias Transversais 2.800.000
Residência 7.680.000
TOTAL 66.347.550
12
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2 Custos Operacionais
2.1 Recursos humanos
Os custos com os recursos humanos assumem um papel de destaque nos custos operacionais
do Parque Tecnológico.
Conforme foi recomendado no “Plano de Negócios Estratégicos”, a gestão do Parque deverá
ser assegurada por equipe profissional, reduzida e altamente qualificada, com competências e
perfis adequados à implementação da estratégia definida.
A evolução da equipe de gestão deverá acompanhar o faseamento previsto no âmbito desta
estratégia:
- Na fase de Pré-instalação (antes da construção estar concluída) prevê-se que seja
selecionado o Diretor do Parque, que deverá realizar atividades previstas no Plano de
Ação, com particular destaque para aquelas relacionadas com a promoção, a atração
de potenciais utilizadores e com o estabelecimento de parcerias estratégicas.
- Na fase de Instalação, a equipe deverá ser reforçada com a inclusão de um técnico e
um administrativo.
- Na fase de Funcionamento pleno, dependendo das taxas de ocupação do Parque, a
equipe poderá ser reforçada com técnicos adicionais.
Note-se que, no sentido de se manter a estrutura de recursos humanos reduzida, o Parque
deverá prever a constituição e dinamização de uma rede de parcerias estratégicas, capaz de
apoiar na prestação de serviços especializados.
Deste modo, os gastos previstos com recursos humanos referem-se aos salários de um diretor,
de um ou mais técnicos e de colaboradores administrativos.
Para realizar as estimativas orçamentais, os salários da equipe de gestão tiveram como base os
salários da equipe de gestão de outros Parques Tecnológicos no Brasil4
, tendo sido
considerados os valores mensais.
4
Os parques considerados foram: Porto Digital (Recife); COPPETEC (Rio de Janeiro); Parque Tecnológico de Sorocaba
(Sorocaba).
13
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Tabela 14. Variação salarial da equipe técnica
Intervalo de salário mensal
identificado (R$)
Salário mensal médio
considerado (R$)
Diretor 7.000 – 10.000 8.500
Técnico 3.600 – 6.000 4.800
Administrativo 2.000 – 3.800 2.900
Para a análise de viabilidade, o custo total anual de salários corresponde a 12 vezes o salário
médio considerado na tabela, acrescido de um multiplicador de 2,35
, tendo em conta os
diferentes encargos adicionais relacionados com os recursos humanos.
Dessa forma, e tendo em vista as três fases preconizadas na Estratégia, revelam-se na evolução
operacional no parque diferentes níveis de engajamento dos recursos humanos, o que será
considerado mais a frente no detalhamento dos cenários e nas projeções financeiras.
2.2 Fornecimentos e serviços externos
Para a realização da análise dos custos operacionais do Parque, importou também considerar
os gastos mensais relacionados com os fornecimentos e com os serviços externos que
permitam o funcionamento pleno das infraestruturas.
Entre os serviços especializados a contratar pelo Parque incluem-se os serviços relacionados
com a limpeza, com a segurança, com a jardinagem, ou com o serviço de recepção. Para a sua
contabilização, foi analisado o custo de empresas prestadoras destes serviços em Natal.
Tabela 15. Custos dos serviços especializados a contratar pelo Parque
Custo R$ Mensal Base de cálculo
Serviços de Segurança 29.200 Serviços de segurança armado 24 horas (14.600 x 2)
Serviço de Recepção 2.212 Posto de Recepcionista, diurno, 44 horas semanais
Serviço de Jardinagem 4.660 2 postos de Jardinagem, 44 horas semanais (Valor unitário 2.330)
Serviços Gerais 6.420 3 auxiliares de Serviços Gerais, 44 horas semanais
Portaria 9.800 Posto de portaria, 24 horas, diariamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados, envolvendo 4 (quatro) Porteiros
5 Multiplicador indicado na reunião de projeto de 27/11/2016
14
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Paralelamente, a entidade gestora do Parque deverá suportar os custos com a água, energia e
comunicações (telefonia e banda larga), designadamente necessários à operação plena do
Núcleo Central.
As estimativas obtidas para a água, eletricidade, telefonia e banda larga foram obtidas com base
nas empresas prestadoras destes serviços, considerando os valores cobrados no Rio Grande
do Norte, de acordo com o apresentado na tabela seguinte.
Foi ainda estimado um valor de 20 mil reais por ano referente a contratação de seguro das
instalações principais do Parque.
Tabela 16. Custos dos fornecimentos a suportar pelo Parque
Custo R$ Mensal Base de cálculo
Eletricidade
6.000 Foi utilizado um simulador de gastos por kWh disponibilizado pela empresa AES Brasil, obtendo um gasto mensal de 16.060,50 kWh para o Núcleo Central.
Este valor de consumo mensal foi multiplicado pelo valor informado pela COSERN/ANEEL de Consumo Ativo para indústrias a R$ 0,38/ kWh.
Telefonia/ Banda larga 4.750 6 pontos de telefone e banda larga.
Água 1.200 Foi considerado o preço de consumo maior que
100m3 a R$10 prevendo um consumo mensal total
de 120m3.
Materiais (material de escritório, livros e documentação, ...)
1.500 -
Foram também analisados separadamente os serviços relacionados com a publicidade e
comunicação do Parque. De acordo com a estratégia preconizada no Plano de Negócios
Estratégicos, “O Parque deverá disseminar os seus fatores distintivos, tendo em vista a
divulgação e a consolidação da sua atividade e dos seus utilizadores junto de stakeholders
locais, nacionais e internacionais”. Reconhece-se assim a necessidade de garantir a
disseminação por meio de ações dinâmicas de comunicação. Para tal o Parque deverá
desenvolver uma estratégia de comunicação focada na atividade do Parque e dos seus
utilizadores, que contemple ferramentas de comunicação diferenciadas, tendo em vista
diferentes tipos de destinatários. Deverá também dinamizar e participar num conjunto de
eventos selecionados, tendo em vista a divulgação do Parque, das suas diferentes atividades e
dos seus utilizadores.
15
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Assim, neste caso, foram apresentadas previsões de recursos para ações de publicidade e
comunicação, para a realização de viagens da equipe de gestão do Parque, bem como para
organização de eventos que possam contribuir para uma dinamização da rede de parcerias e
atraiam a instalação de novas instituições para o Parque.
Tabela 17. Custos com ações de promoção do Parque
Custo R$ Anual Base de cálculo
Deslocações e estadias para
participação em eventos e reuniões 100.000
2 deslocações internacionais e 6 nacionais
(duas pessoas) por ano
Contratação de serviços especializados
para organização de eventos 40.000
Organização de 4 eventos para 100
pessoas no Parque
Contratação de serviços especializados
de publicidade e comunicação 130.000
Inclui site na internet, redes sociais e
anúncios na media
TOTAL 270.000
Por fim, foi estimado um custo anual para a contratação de consultorias especializadas para
prestar serviços qualificados de inovação e de alto valor agregado às entidades instaladas no
Parque (apoio em atividades de P&D, apoio a transferência de tecnologia e propriedade
intelectual, prospecção e o diagnóstico tecnológico, entre outros).
A prestação destes serviços para as empresas instaladas no Parque permitirá o fomento da
relação das empresas, instaladas ou não no parque, com os institutos e laboratórios de
pesquisa presentes no Rio Grande do Norte. Ainda, estes serviços de alto valor agregado
permitirão que as atividades realizadas pelo Parque tenham impacto fundamental na
dinamização dos setores econômicos potiguar e no desenvolvimento da economia do estado.
Tabela 18. Custos com contratação de consultorias especializadas
Custo R$ Anual Base de cálculo
Serviços de consultorias especializadas 150.000 Considerando apoios de curta duração a
um conjunto de 10 empresas
16
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2.3 Custos com empréstimos e taxa de atualização
Considerando que os três cenários apresentados neste documento consideram a obtenção de
empréstimo de longo prazo pela entidade gestora do Parque foi considerada uma taxa de juro
de 8,5% ao ano, segundo o último valor fixado (mais um ponto percentual) pelo Conselho
Monetário Nacional brasileiro a Taxa de Juro a Longo Prazo (TJLP), o órgão superior do Sistema
Financeiro Nacional que tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito.
Foi ainda estimada uma carência de 2 anos e amortização de 50 anos, sendo valores que
podem ser negociados com as instituições financeiras e de crédito.
Tabela 19. Custos com empréstimo
Premissa Valor
Taxa de Juro 8,5%
Período de carência 2 anos
Amortização 50 anos
Importa referir que, para a estruturação das projecções, financeiras foi considerado o mesmo
valor da taxa de juros (8,5) como taxa de atualização e um valor residual correspondente à
perpetuação do fluxo de caixa gerado no último ano do período de análise.
2.4 Síntese
Conforme sintetizado na tabela abaixo, que apresenta uma simulação dos custos operacionais
do Parque, em 2022 estes custos aproximam-se de 1 milhão de Reais. Assumem particular
destaque nestas projeções os custos com os serviços especializados associados ao
funcionamento do parque, assim como os custos associados às atividades de promoção,
ambos com um peso superior a 25% do total.
Também os Recursos Humanos assumem um valor significativo, próximo dos 20%, devendo-se
sublinhar neste caso que as estimativas apresentadas se referem aos custos anuais em 2022.
Com o aumento das taxas de ocupação do Parque, está prevista a contratação de elementos
adicionais, pelo que esta rúbrica do orçamento irá aumentar. Esta questão encontra-se
17
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devidamente abordada nos diferentes cenários que foram estabelecidos, apresentados em
capítulo próprio, neste documento.
Tabela 20. Estimativas de custos operacionais anuais do Parque em 2022 (R$)
RECURSOS HUMANOS6 447.120
Diretor 234.600
Técnico 80.040
Administrativo 132.480
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS 519.704
Serviços de Segurança 350.400
Serviço de Recepção 26.544
Serviço de Jardinagem 55.920
Serviços Gerais 77.040
Portaria 9.800
FORNECIMENTOS 149.120
Eletricidade 57.600
Telefonia/ Banda larga 45.600
Água 11.520
Materiais (material de escritório, , ...) 14.400
Seguro 20.000
PROMOÇÃO 246.000
Deslocações e estadias 80.000
Organização de eventos 16.000
Publicidade e comunicação 150.000
CONSULTORIA ESPECIALIZADA 150.000
Serviços de consultoria 150.000
TOTAL ANUAL 1.644.424
6 Fase de implementação: 1 Diretor, 1 Técnico e 1 Administrativo
18
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3 Receitas
3.1 Aluguel, venda e concessão de espaços
Uma das principais fontes de receita dos Parques Tecnológicos relaciona-se com o aluguel e
concessão de espaços. De acordo com a estratégia definida e com o Masterplan proposto, o
Parque irá apresentar diferentes tipologias de espaços, adequados a diferentes tipologias de
utilizadores.
3.1.1 Núcleo Central
Dentro do Núcleo Central, é possível identificar os seguintes espaços, disponíveis para alugar.
Tabela 21. Espaços para alugar Núcleo Central
Edifício Principais Valências Área (m2)
Centro de Incubação e
Desenvolvimento
Espaços de incubação 500
Espaços de co-working 200
Espaços para instalação de
empresas/entidades já existentes
750
Laboratórios de P&D 750
Centro Administrativo Salas de formação/ Multifunções 220
Centro de Convivência
Cafeteria / Lanchonete1 100
Restaurante 200
Para estes diferentes espaços foi estimada um aluguel por metro quadrado, tendo como base a
oferta de mercado em Natal e em outros parques da região Nordeste.
Saliente-se que os diferentes espaços apresentados terão diferentes formas de aluguel. Os
espaços do Centro de Incubação e Desenvolvimento serão alugados com base num valor
mensal associado à área de cada espaço, a cafeteria e o restaurante terão uma concessão com
um valor anual, e as salas de formação / Multifunções serão alugados ao dia.
19
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Nas tabelas seguintes, apresentam-se os valores considerados para o presente Estudo de
Viabilidade.
Tabela 22. Preços por metro quadrado dos diferentes espaços
Espaço Área (m2) R$/m
2
Espaços de incubação 500 20
Espaços de co-working 200 15
Espaços para instalação de
empresas/entidades já existentes
750 35
Laboratórios de P&D 750 35
Tabela 23. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central (R$)
Espaço Área (m2) Valor anual da concessão
Cafetaria / Lanchonete 100 18.000
Restaurante 200 60.000
Tabela 24. Valor do aluguel do espaço por um período de 1 dia (R$)
Espaço Área (m2) Valor do aluguel (1 dia)
Salas de formação/ Multifunções 220 100
Os rendimentos decorrentes do aluguel e da concessão dos diferentes espaços estarão
dependentes da taxa de ocupação que o Parque vier a conseguir. Estas estimativas serão
calculadas nos próximos capítulos deste documento, tendo em conta diferentes cenários.
Por exemplo, considerando uma taxa de ocupação plena do Núcleo Central, assim como a
concessão dos espaços de cafeteria e de restaurante, os valores indicados permitirão obter uma
receita anual próxima de 78.000 reais.
20
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3.1.2 Edifícios complementares
Os Edifícios Complementares propostos no Masterplan organizam-se em 4 tipologias: auditório,
centro de exposições, complexo de laboratórios e Residência.
Relativamente aos Laboratórios e à Residência, considera-se em qualquer cenário que estes
não serão geradores de receita direta para o Parque. Eles serão cedidos às entidades que os
vierem a explorar, sem uma renda associada (ou com uma renda de valor simbólico, que não foi
considerada para o presente estudo).
O mesmo não se passará com o auditório e o centro multifunções, que deverão ser alugados.
Este aluguel terá uma base diária, propondo-se os seguintes valores:
Tabela 25. Valor do aluguel do espaço por um período de 1 dia (R$)
Edifício Área prevista (m2) Valor do aluguel (1 dia)
Auditório 1.800 5.000
Centro de exposições 1.200 1.000
3.1.3 Espaços exteriores
Por fim, o Parque ainda poderá contar com receitas do aluguel de lotes no espaço exterior.
Na Fase 1 do Parque, o Masterplan proposto considera a infraestruturação de 15 hectares para
a localização de empresas, dando origem a 84 lotes com uma dimensão média de 1.750 m2
.
Destes 84 lotes, 10 encontram-se destinados logo desde o início do projeto para a instalação de
condomínios empresariais.
O valor de aluguel mensal em qualquer um destes lotes é calculado com base num valor
mensal por metro quadrado de 3 reais.
O valor estimado para venda dos lotes da área de condomínios empresariais é 300 reais por
metro quadrado.
Deste modo, com a Fase 1 completamente ocupada, a receita proveniente do aluguel de lotes
aproxima-se dos 2,1 milhões de reais por ano.
21
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3.2 Serviços prestados pela equipe de gestão
Para além das receitas provenientes do aluguel, concessão e venda de espaços, foram
considerados os serviços a serem prestados pela equipe de gestão do Parque, tanto aos
utilizadores do Parque, como para entidades de fora que tenham interesse nos seus serviços.
Os serviços, conforme detalhado no Plano de Ação, têm como principal objetivo a promoção do
empreendedorismo e o apoio ao desenvolvimento de ações de inovação, sendo de destacar:
: Consultoria para empresas instaladas dentro e fora do Parque com atividades de
apoio a elaboração de plano de negócios, consultoria contratual e jurídica e análises de
mercado. Este serviço tem como principal função a captação de empresas e
empreendedores qualificados.
: Mecanismo de busca por oportunidades de financiamento por meio de metodologia
de análise detalhada dos principais programas de financiamento com relevância para os
utilizadores do Parque. Realizado periodicamente, uma taxa mensal referente a
realização deste serviço poderá ser cobrada às instituições, empresas e
empreendedores instalados no Parque.
Não obstante, deve existir uma constante evolução da carteira de serviços do Parque, por meio
de um trabalho detalhado e continuado de identificação das reais necessidades de apoio do
ecossistema de inovação potiguar. Importará efetuar uma análise de benchmarking de serviços
oferecidos por parques nacionais e internacionais, que permita identificar serviços inovadores a
serem prestados, que diferenciarão o Parque.
O método de cálculo apresentado para a cobrança dos serviços de consultoria a empresas e do
programa de busca por oportunidades de financiamento tem como base uma média cobrada
por dia.
Tabela 26. Receitas dos serviços prestados pelo Parque
Receitas com serviços R$/dia
Consultoria para empresas 500
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3.3 Captação de financiamento
As receitas acima listadas estão relacionadas com serviços que permitam garantir a
manutenção das atividades operacionais do Parque sem que sejam necessários investimentos
externos. No entanto, mesmo depois que o Parque alcançar maturidade e viabilidade
econômica, os recursos públicos devem ainda ser considerados, sobretudo para o
financiamento de ações e projetos específicos, tendo em vista a perspectiva de instrumento de
política pública que o Parque pode exercer no âmbito regional. Para o fomento a projetos que
promovam maior estreitamento entre as entidades de pesquisa e empresas instaladas, a equipe
gestora do parque deve recorrer a fundos nacionais e internacionais.
Para as ações específicas de fomento a P&D e ao empreendedorismo e de atração de
empresas de base tecnológica e de start-ups, o Parque deve considerar recursos financeiros
tanto públicos como privados.
Estes financiamentos externos vão depender dos editais e programas disponibilizados tanto no
cenário estadual e nacional quanto no internacional. No entanto, devem ser consideradas como
fontes de recursos essenciais para a promoção de projetos estruturantes, de colaboração entre
seus utilizadores e do fomento de atividades inovadoras.
Em sua grande maioria, estes recursos são de caráter público e no Brasil são disponibilizados
tanto por agências de fomentos tal como a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) quanto
por bancos de desenvolvimento tal como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
Esses programas foram detalhados no Capítulo deste documento relativo a possíveis fontes de
financiamento.
23
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4 Análise econômico-financeira
4.1 Variáveis
As premissas apresentadas nos capítulos anteriores foram a base para a realização das análises
econômico-financeiras.
Estas análises foram elaboradas com base na definição de três cenários que antecipam
diferentes possibilidades, nomeadamente no que se relaciona com a capacidade do Parque em
atrair utilizadores para os seus espaços, para prestar serviços a empresas e outras entidades,
ou para captar financiamentos externos (no âmbito de licitações, projetos, ou outras).
Os três cenários consideram que a infraestruturação dos 90 hectares da primeira fase do Parque
e construção completa do seu Núcleo Central ocorrem num primeiro momento. Surgem assim
como principais variáveis que influenciam a análise e condicionam cada cenário as seguintes:
: Faseamento da Construção;
: Evolução das taxas de ocupação:
o Núcleo Central;
o Edifícios Complementares (Laboratórios, Auditório, Centro de Exposições);
o Espaços Exteriores (Aluguel e venda de lotes);
: Nível de prestação de serviços;
: Evolução da equipe de Recursos Humanos;
: Evolução das necessidades de fornecimentos e serviços externos;
: Forma de financiamento da construção.
4.2 Ferramenta de apoio
Para a realização das projeções financeiras e para a análise de viabilidade foi desenvolvida uma
ferramenta com base no Microsoft Excel, em que a introdução de um conjunto de variáveis de
entrada relacionadas com as premissas estabelecidas, permite a geração automática das
planilhas e tabelas associadas à análise financeira.
Nas próximas secções deste documento apresenta-se e analisa-se o resultado da aplicação
desta ferramenta em 3 Cenários.
24
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É de salientar que, atendendo ao grau de liberdade existente em algumas das premissas
estabelecidas, assim como a prevalência de algum grau de incerteza, a ferramenta informática
desenvolvida será partilhada juntamente com o presente documento. Dessa forma, ela poderá
continuar a ser de utilidade no período subsequente, permitindo ajustar as análises a possíveis
alterações nas condições de base, que venham a ocorrer.
A ferramenta desenvolvida organiza-se nas seguintes oito abas:
I. Premissas: onde são retomados de forma prática as premissas assumidas, bem
como as variáveis de análise que vão impactar os fluxos de caixa;
II. Mapa de Investimentos: apresentação geral do quadro de áreas estimado pelo
masterplan e da estimativa de custos de construção das edificações do Parque;
III. Detalhes do Mapa de investimentos: apresenta as previsões anuais de ocupação,
aluguel e venda dos espaços do Parque;
IV. Receitas de Exploração: onde as previsões de ocupação anual, apresentadas no
ponto anterior, são cruzadas com os valores estimados do aluguel de espaços e da
prestação de serviços;
V. Custos de Exploração: relaciona as previsões anual de custos com recursos
humanos e de manutenção das instalações do Parque;
VI. Mapa do Fluxo de Caixa de Exploração: apresenta o resultado das projeções das
receitas e dos custos de exploração, sendo também introduzido o fator de
actualização do investimento e apresentando o fluxo de caixa líquido atualizado;
VII. Análise de Rentabilidade: no sentido de apresentar a rentabilidade financeira do
Parque, passa a ser considerado para além dos custos e receitas, o montante de
investimento a realizar, sem considerar a aquisição de empréstimos. Forma de ver
como rentabiliza o investimento que será realizado;
VIII. Análise de Sustentabilidade: onde são consideradas s necessidades de
financiamento e serviço da dívida, com detalhes da amortização de capital e dos
respectivos juros ao longo de 10 anos.
A ferramenta Excel desenvolvida permite a estruturação de fluxos de caixa possibilitando a
análise de viabilidade por meio de indicadores tradicionais baseados em fluxos de caixa
descontados.
25
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4.3 Indicadores de análise
Para cada cenário, foram realizadas projeções financeiras a 10 anos. Foi também realizada a
análise da viabilidade econômica do investimento, com base no cálculo de indicadores
relevantes como o Valor Presente Líquido, a Taxa Interna de Retorno e o Período de Retorno do
Investimento.
Cada um dos indicadores financeiros resulta em informações diferentes, que podem ser
utilizados de maneira complementar.
O Valor Presente Líquido (VPL) consiste no somatório dos fluxos de caixa ao longo do período
de referência do estudo de viabilidade. Este indicador reflete, em valores monetários, o
resultado da diferença entre as entradas e as saídas de caixa, ajustados a uma taxa de
desconto. Se o resultado da VPL for maior do que zero o investimento é economicamente
atrativo, pois tem-se entradas maiores do que saídas. Caso o valor seja menor a zero o
investimento não é economicamente atrativo, uma vez que as saídas de caixa são maiores que
as entradas.
A Taxa Interna de Retorno (TIR), por sua vez, representa a taxa de retorno do investimento em
questão. Para que o investimento seja viável a TIR deve ser maior que a Taxa Mínima de
Atratividade (TMA).
Por fim, para complementar a análise de viabilidade entendeu-se importante calcular o Período
de Retorno do Investimento (PRI) que corresponde ao tempo que o investimento demorará a ser
ressarcido.
Cabe ressaltar que, para além dos investimentos, gastos e receitas, foi também considerado um
valor residual que corresponde ao valor de perpetuidade do fluxo de caixa do Parque baseado
no resultado do fluxo de caixa do último ano do período de análise.
Considerando o acima exposto, a seguir são apresentados os três cenários com as respectivas
projeções financeiras e análise de viabilidade.
26
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
5 Cenário 1
5.1 Introdução
De uma forma transversal, os três cenários apresentados consideram a infraestruturação dos 90
hectares da Fase 1, assim como a construção do Núcleo Central. Todos eles consideram que as
obras necessárias à disponibilização de espaços terão lugar nos dois primeiros anos de
operação.
Este primeiro cenário considera ainda a construção de todos os edifícios complementares
previstos para a Fase 1.
O cenário considera uma evolução otimista das taxas de ocupação do Parque, assumindo que,
em cada ano, é preenchida 20% da capacidade do Núcleo Central até ao seu preenchimento
total, e 12,5% da disponibilidade de espaços exteriores, com ocupação total ao fim de 8 anos
após abertura do Parque.
Para além do aluguel de lotes, este cenário considerou a venda dos 10 lotes destinados a
condomínios empresariais (1 por ano).
Os Custos Operacionais, assim como as Receitas provenientes de serviços prestados, evoluem
ao longo dos anos em função das taxas de ocupação definidas.
Note-se que, apesar de serem construídos pela entidade gestora do Parque, neste cenário não
se considerou que o Complexo de Laboratórios e a Residência fossem geradores de qualquer
receita, colocando-os ao mesmo nível das entidades externas como Instituto Senai de Inovação,
que se localizará no Parque, num lote cedido sem custos.
Como condição de partida para a construção do cenário encontra-se que o Parque deveria ser
viável ao final de 10 anos. Esta condição afetará fortemente a capacidade do Parque poder
recorrer a empréstimos bancários para a sua implantação, implicando uma necessidade
elevada de obtenção de financiamentos a fundo perdido através de apoios públicos.
27
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
5.2 Premissas
5.2.1 Faseamento da construção de edifícios
Conforme referido antes, este cenário considera que a infraestruturação dos 90 hectares da
primeira fase do Parque e a construção completa e equipamento do seu Núcleo Central
ocorrem num primeiro momento.
Para além disso, é também realizada inicialmente a construção e equipamento de todos os
edifícios complementares, designadamente: centro de eventos, complexo de laboratórios, e
residência.
A infraestruturação do terreno e a construção destes edifícios implicará um investimento total a
rondar os 70 milhões de reais.
5.2.2 Evolução das taxas de ocupação
Núcleo Central
Neste cenário prevê-se a ocupação total do Núcleo Central em 5 anos após a sua abertura, a
uma taxa constante de 20% dos espaços disponíveis em cada ano (taxa semelhante para cada
uma das tipologias de espaços).
Tabela 27. Cenário 1. Ocupação dos espaços do Núcleo Central
Espaço Área Total (m
2) Nº de salas
ocupadas / ano
Área Ocupada
anualmente (m2)
Renda (R/m2)
Espaços de incubação 500 5 100 20
Espaços de co-working 200 4 40 15
Espaços para instalação de
empresas/entidades já
existentes
750 1 150 35
Laboratórios de P&D 750 1 150 35
28
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Este cenário prevê também a concessão da cafetaria logo desde o início do funcionamento. O
restaurante passa a funcionar a partir do quarto ano do período de análise deste estudo, ou
seja, no segundo ano de funcionamento do Parque.
Tabela 28. Cenário 1. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central
Espaço Área (m2) Valor anual da concessão (R$)
Cafetaria / Lanchonete 100 18.000
Restaurante 200 60.000
Em relação ao aluguel de outros espaços, o presente cenário, ao prever elevadas taxas de
ocupação por empresas e outras entidades, terá implicações no aluguel da sala de formação e
da sala multifunções.
Para a sala de formação/multifunções assumiram-se 78 utilizações por ano em 2019, evoluindo
de forma constante para 156 em 2026.
Tabela 29. Cenário 1. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central
Espaço Área (m
2) Nº de dias ocupados
por ano
Valor do aluguel (1
dia)
Salas de formação/ Multifunções 220 156 100
Cabe aqui ressaltar que a ocupação das salas de formação poderá ser maior, pois serão
utilizadas pelas empresas instaladas, que terão direito à sua utilização. No entanto, este valor
não é considerado neste ponto, pois encontra-se incluído nas rendas que o parque cobrará a
cada uma dessas entidades.
Espaços Exteriores
Na Fase 1 do Parque, o Masterplan proposto considera a infraestruturação de 15 hectares para
a localização de empresas, dando origem a 84 lotes.
29
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Destes 84 lotes, 10 serão vendidos para instalação de condomínios empresariais. De acordo
com o Masterplan, serão dos lotes de maior dimensão, ocupando uma área total de 32.672
metros quadrados. Neste cenário, está prevista a venda de 1 destes lotes por ano.
Tabela 30. Cenário 1. Venda de lotes
Espaço Área Total (m2) Lotes Venda (R$/m
2)
Condomínio Empresarial 32.672 10 300
Dos restantes 74 lotes, assumiu-se que são ocupados 12,5% (entre 9 e 10 lotes) todos os anos
após início de atividade do Parque, levando a uma ocupação total ao fim de 8 anos após
abertura do Parque (último ano do período de referência deste estudo).
Note-se que, noutros cenários, poderá haver entidades a quem a área é cedida gratuitamente
ou a preços mais reduzidos. No presente cenário, havendo demanda suficiente a preços de
mercado, tal hipótese não foi considerada.
Tabela 31. Cenário 1. Ocupação dos espaços exteriores
Espaço Área Total (m
2) Lotes Área ocupada
(média) / ano (m2)
Renda (R$/m2)
Lotes 114.583 74 14.323 3
Edifícios Complementares
Os Edifícios Complementares propostos no Masterplan organizam-se em 4 tipologias: auditório,
centro de exposições, complexo de laboratórios e residência.
Conforme foi referido anteriormente, na definição das premissas globais do presente estudo,
relativamente aos Laboratórios e à Residência, considera-se que estes não serão geradores de
receita direta para o Parque. Eles serão cedidos às entidades que os vierem a explorar, sem
30
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uma renda associada (ou com uma renda de valor simbólico, que não foi considerada para o
presente estudo).
O mesmo não se passará com o auditório e centro de exposições, que deverão ser alugados.
Este aluguel terá uma base diária, estimando-se que seja ocupado da seguinte forma:
- Auditório: uma utilização por mês para eventos de 2 dias;
- Centro de exposições: 7 utilizações por mês.
Tabela 32. Cenário 1. Taxa de ocupação dos Edifícios Complementares
Edifício Nº por dias de
ocupação / ano
Valor do aluguel (1 dia)
(R$)
Auditório 24 5.000
Centro de Exposições 84 1.000
5.2.3 Nível de prestação de serviços
Neste ponto são considerados os serviços prestados pela Equipe de Gestão e que são
efetivamente cobrados. Não se encontram aqui os serviços prestados no âmbito das atividades
de incubação, pois esses encontram-se integrados na renda cobrada.
Apesar de o Parque poder prestar serviços a entidades localizadas fora, prevê-se que o nível de
prestação de serviços esteja diretamente relacionado com o número de empresas localizado no
Parque e, consequentemente, com a composição da equipe de gestão (apresentada no ponto
seguinte), a uma média de 10 dias por mês por cada técnico.
Tabela 33. Cenário 1. Número de dias de serviços de apoio cobrados
2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026 Receita por dia de
serviço (R$)
0 240 480 500
31
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5.2.4 Evolução da equipe de recursos humanos
Conforme referido anteriormente neste documento, a evolução da equipe de gestão deverá
acompanhar o faseamento previsto no âmbito desta estratégia:
- Na fase de Pré-instalação (antes da construção estar concluída) prevê-se que seja
selecionado o Diretor do Parque, que deverá realizar atividades previstas no Plano de
Ação, com particular destaque para aquelas relacionadas com a promoção, a atração
de potenciais utilizadores e com o estabelecimento de parcerias estratégicas.
- Na fase de Instalação, a equipe deverá ser reforçada com a inclusão de um técnico e
um administrativo.
- Na fase de Funcionamento pleno, dependendo das taxas de ocupação do Parque, a
equipa será reforçada com técnicos adicionais.
Com base nas taxas de ocupação previstas no presente cenário, a tabela seguinte apresenta
uma previsão da evolução da equipe de gestão do Parque:
Tabela 34. Cenário 1. Evolução da equipe de gestão
2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026
Diretor 1 1 1
Administrativo - 1 3
Técnicos - 2 4
5.2.5 Evolução das necessidades de fornecimentos e serviços externos
Nos primeiros pontos do presente relatório, foram apresentados os principais gastos mensais
relacionados com os fornecimentos e com os serviços externos que permitam o funcionamento
pleno das infraestruturas.
Para a presente análise considerou-se que os custos com serviços especializados (segurança,
recepção) seriam constantes a partir da abertura do parque (2019). A evolução dos restantes
gastos com o fornecimento de serviços externos acompanha a evolução prevista para o Parque,
considerando-se 50% no primeiro ano, e um crescimento de 10 pontos percentuais por ano, até
atingir os 100% no final do 5º ano de funcionamento.
32
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Tabela 35. Cenário 1. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos
Serviços Valor em funcionamento
pleno 2019
Crescimento
anual até 2023
2023 – 2026
Serviços especializados
(segurança, recepção) 519.704 100% 0 100%
Fornecimentos (água,
energia, ...) 181.400 50% 10% 100%
Promoção* 270.000 50%* 10% 100%
Consultoria especializada 150.000 50% 10% 100%
*as ações de promoção e os serviços de segurança terão início logo desde o ano de 2017
5.2.6 Forma de financiamento
Como condição de partida para a construção do cenário encontra-se que o Parque deveria ser
viável ao final de 10 anos.
Esta condição afetará fortemente a capacidade do Parque poder recorrer a empréstimos
bancários para a sua implementação, implicando uma necessidade elevada de obtenção de
financiamentos a fundo perdido através de apoios públicos (fundos de fomento, investimento
público direto, recursos de agências de fomento e bancos de desenvolvimento, conforme
apresentado em capítulo autónomo, neste documento).
5.3 Projeções financeiras
5.3.1 Investimento inicial
As projeções financeiras deste cenário consideram a construção e equipamento de todos os
espaços previstos para a Fase 1 durante 2017 e 2018. De acordo com as estimativas realizadas
no Capítulo relativo aos investimentos, este investimento corresponde a um valor total de
aproximadamente 66 milhões de reais.
33
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
5.3.2 Custos
Logo desde a constituição da entidade gestora e acompanhando o início das obras, o Parque
tem custos.
Entre 2017 e 2018, acompanhando as premissas anteriormente apresentadas, o Parque
apresenta custos operacionais respectivos de 650 mil Reais e 663 mil Reais. Neste montante,
são consideradas as rúbricas de Recursos Humanos (Diretores), Fornecimentos e Serviços
Especializados (Segurança) e as ações de promoção e comunicação.
A partir de 2019, com a instalação da equipe gestora e dos primeiros utilizadores do parque,
passam a ser considerados custos superiores de manutenção das instalações e considera-se
necessária a contratação de mais dois colaboradores para a equipe gestora, totalizando, no
primeiro ano de funcionamento do Parque gastos na ordem de 1,4 milhões de Reais.
Considerando a evolução dos custos do parque, devido ao aumento dos seus utilizadores, o
total dos custos atinge no último ano do período de referência, 2026, o total de 2,1 milhões de
Reais.
A Figura 2 apresenta a evolução da distribuição dos custos entre as diferentes rúbricas.
Figura 2. Cenário 1. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$)
0
500000
1000000
1500000
2000000
2500000
3000000
3500000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Recursos humanos Serviços especializados Fornecimentos
Ações de promoção Consultoria Serviço da dívida
34
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Tendo em vista o que foi até o momento apresentado, destaca-se a necessidade de incluir nas
contas do Parque os investimentos necessários para construção das suas instalações. A
inclusão das necessidades de financiamento tem um impacto significativo no fluxo de caixa
anteriormente apresentado.
As projeções financeiras realizadas indicam que, para o Parque garantir rentabilidade e
sustentabilidade financeira7
, a sua entidade gestora somente poderá pedir um empréstimo de
longo prazo no valor máximo total de 8,8 milhões de Reais.
Com esta limitação, para que seja possível a construção de todos os edifícios previstos neste
cenário seria necessário que o Parque procure por financiamento a fundo perdido num total de
57,7 milhões de reais. Parte deste valor será obtido desde logo através do empréstimo do
Banco Mundial onde se insere este trabalho.
Assim sendo, a amortização do empréstimo foi incluída nas projeções financeiras. Apesar da
amortização da dívida começar apenas a partir de 2019 (2 anos de carência), o Parque começa
a pagar juros relativos ao empréstimo em 2017. Assim, o serviço da dívida médio anual que o
Parque vai precisar liquidar será de aproximadamente 846 mil Reais, considerando o
pagamento de juros e amortização.
5.3.3 Receitas
Nos 2 primeiros anos de atividade, antes da abertura do Parque, a única receita prevista
relaciona-se com a venda de lotes: Tendo em vista que este cenário considerou a venda de 1
lote por ano ao longo dos 10 anos do período de referência, a partir de 2017, o Parque tem uma
receita anual proveniente da venda de lotes de 980 mil reais.
A partir de 2019 consideram-se as receitas provenientes do aluguel e concessão dos diferentes
espaços do Núcleo Central: Espaços de incubação, Espaços de co-working, Espaços para
instalação de empresas/entidades já existentes, Laboratórios de P&D, Salas de formação/
Multifunções, Cafeteria / Lanchonete e Restaurante. Estando relacionados com as taxas de
ocupação estabelecidas nas premissas, estes espaços são geradores de receitas na ordem dos
183.000 Reais em 2019, evoluindo para os 880 milhões de Reais em 2026.
7
VPL: > 0; TIR: > taxa de atualização (8,5%);
35
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
A partir de 2019 tem também início a disponibilização de lotes para aluguel. Sendo um total de
74 lotes desta tipologia, as receitas provenientes serão significativas, evoluindo de 1,4 milhões
de Reais no primeiro ano, até aos 5 milhões de Reais com a ocupação plena do Parque, em
2026.
Por sua vez, o aluguel de equipamentos tais como o centro de exposições e auditório não
representa uma parcela relevante das receitas do parque, totalizando 204.000 reais por ano.
Sendo as estimativas de receitas com prestação de serviços proporcional ao número de
técnicos da equipe, estas situam-se nos 120.000 Reais nos primeiros anos e nos 240.000 Reais
a partir de 2023, nunca representando mais do que 10% das receitas do Parque.
A distribuição das receitas apresentada na Figura 3 indica que, conforme esperado, o aluguel
de espaços é a receita mais importante do Parque.
Figura 3. Cenário 1. Evolução da distribuição das receitas (R$)
5.3.4 Fluxo de caixa
A Figura 4 apresenta a linha evolutiva dos custos e das receitas ao longo dos 10 anos em
análise. Apesar de tanto os custos e receitas aumentarem cada ano, as receitas superam os
custos a partir de 2020 em diante.
$-
$1.000.000
$2.000.000
$3.000.000
$4.000.000
$5.000.000
$6.000.000
$7.000.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Alugueis de Espaços Prestação de serviços Venda de Lotes
36
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Figura 4. Cenário 1. Evolução dos custos e receitas (R$)
Deste modo, conforme apresentado na figura seguinte, o Fluxo de Caixa Líquido aumenta ao
longo dos anos. Ele será negativo entre 2017 e 2019, respectivamente em 418.000 Reais e
430.000 Reais. Em 2019, apesar do Parque já ter iniciado suas atividades, tem-se o aumento
significativo dos custos, resultando num fluxo de caixa negativo em 372.000 de Reais. A partir
de 2020, verifica-se também o aumento das receitas, o que permitirá ao Parque cobrir seus
gastos, apresentando um fluxo positivo de 305.000 Reais. O fluxo de caixa será
progressivamente maior, atingindo 3,4 milhões de Reais em 2026. Nesse ano, o Fluxo de Caixa
Líquido Acumulado atingirá aproximadamente 12,3 milhões de Reais.
Figura 5. Cenário 1. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$)
$-
$1.000.000
$2.000.000
$3.000.000
$4.000.000
$5.000.000
$6.000.000
$7.000.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Receitas de Exploração Totais Custos Exploração Totais
-2.000.000
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Fluxo de Caixa Líquido Fluxo de Caixa líquido acumulado
37
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Complementarmente, tem-se o cálculo do fluxo de caixa atualizado.
Figura 6. Cenário 1. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$)
Como pode ser evidenciado, o fluxo de caixa actualizado do Parque será negativo entre 2017 e
2019, em 385 mil Reais, 365 mil Reais e 290 mil Reais. A partir do segundo ano de
funcionamento do Parque (2020) obtém-se um fluxo de caixa atualizado positivo de 220 mil
Reais. Nos anos a seguir, verifica-se uma evolução positiva, atingindo em 2026 um fluxo de
caixa atualizado positivo de 1,5 milhões de Reais.
5.4 Viabilidade econômico-financeira
As projeções do primeiro cenário acima apresentadas foram desenhadas para garantir a
viabilidade do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte durante os primeiros 10 anos.
Entende-se que esta viabilidade está assegurada se o Valor Presente Líquido for positivo, a Taxa
Interna de Retorno for maior que a taxa de atualização considerada (8,5%). Entendeu-se
também como relevante limitar o Fluxo de Caixa Acumulado negativo ao máximo dos 4
primeiros anos.
Apesar de este cenário considerar altas taxas de ocupação, a decisão de construir todos os
edifícios da Fase 1 faz com que o Parque tenha que recorrer a elevados volumes de
financiamento. Além disso, muitos dos espaços previstos para a Fase 1 não geram receitas
-2000000
-1000000
0
1000000
2000000
3000000
4000000
5000000
6000000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Fluxo de Caixa Líquido Atualizado
Fluxo de Caixa Líquido Acumulado Atualizado
38
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
diretas para o Parque, fazendo com que os seus custos de construção não tenham
contrapartidas rentáveis.
Com efeito, as projeções de fluxo de caixa indicam que para manter a viabilidade financeira-
econômica do Parque, num período de 10 anos, e atender as condições estabelecidas o valor
máximo de empréstimo que a sua entidade gestora poderá recorrer é de 8,8 milhões de Reais o
que faz com que o Parque, para construir toda a Fase 1, tenha que conseguir 57,5 milhões de
Reais em financiamento a fundo perdido (parte deste valor será obtido desde logo através do
empréstimo do Banco Mundial onde se insere este trabalho).
Conforme pode ser evidenciado na tabela seguinte, neste cenário, o serviço da dívida relativo ao
empréstimo tem impacto nas contas do Parque, porém não compromete o fluxo de caixa
acumulado no final do período.
Tabela 36. Cenário 1. Análise de Sustentabilidade (R$)
ANO INVESTIMENTO/
EMPRÉSTIMO RECEITAS DE EXPLORAÇÃO
CUSTOS DE EXPLORAÇÃO
FLUXO DE CAIXA
LÍQUIDO - SEM DÍVIDA
SERVIÇO DA
DÍVIDA
FLUXO DE CAIXA
LÍQUIDO
FLUXO DE CAIXA
LÍQUIDO ACUMULADO
2017 67.902.750 /
9.250.000 980.172 650.000 330.172 786.250 -456.078 -456.078
2018 980.172 663.000 317.172 786.250 -469.078 -925.156
2019 1.988.859 1.436.004 552.855 971.250 -418.395 -1.343.551
2020 2.708.545 1.494.144 1.214.401 955.525 258.876 -1.084.675
2021 3.368.332 1.552.284 1.816.048 939.800 876.248 -208.427
2022 4.083.962 1.610.424 2.473.538 924.075 1.549.463 1.341.036
2023 4.863.948 2.080.604 2.783.344 908.350 1.874.994 3.216.030
2024 5.366.835 2.125.744 3.241.091 892.625 2.348.466 5.564.496
2025 5.869.822 2.125.744 3.744.078 876.900 2.867.178 8.431.674
2026 6.428.751 2.125.744 4.303.007 861.175 3.441.832 11.873.506
Nas condições consideradas neste cenário, o projeto terá um Valor Presente Líquido (VPL)
positivo de 10,9 milhões de Reais. O valor positivo da VPL destaca a sustentabilidade
econômico-financeira do Parque no período em análise.
Foi também calculada a Taxa Interna de Retorno (TIR), entendida como taxa necessária para
igualar o valor de um investimento (ao valor presente) com os seus respectivos retornos futuros
ou saldos de caixa gerados. A TIR deste cenário resultou em uma taxa percentual positiva de
79,26 %, estando acima da Taxa Mínima de Atratividade (TMA) estimada em 8,5%, ressaltando a
39
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
rentabilidade e atratividade do investimento caso seja garantido o montante de 58 milhões de
Reais a fundo perdido.
As condições estabelecidas para garantir a viabilidade apresentada pelo VPL e TIR consideram
um Período de Retorno do Investimento (PRI) de pouco mais de 11 anos.
Tabela 37. Cenário 1. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira
Indicadores de Viabilidade Econômica
Valor Presente Líquido (VPL) R$ 10.952.196
Taxa Interna de Retorno (TIR) 79,26%8
Período de Retorno do Investimento (PRI) 11,35 anos
Importa ressaltar que, mesmo considerando uma evolução otimista das taxas de ocupação,
todo este cenário e os indicadores apresentados assentam no pressuposto da entidade gestora
do Parque conseguir um financiamento a fundo perdido muito elevado, situado na ordem dos
57,5 milhões de Reais. Eventuais dificuldades da obtenção deste valor teriam impactos na
necessidade de angariação de um valor maior de empréstimo bancário em condições de
mercado, o que impactaria significativamente as contas do Parque.
Entende-se, dessa forma, necessário repensar os investimentos incluídos na construção da
Fase 1 minimizando o custo de construção. É isso que será considerado nos próximos cenários.
8 O resultado alto da TIR está diretamente relacionado com o alto montante recebido a fundo perdido para
financiamento do Parque.
40
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
6 Cenário 2
6.1 Introdução
O cenário 2 considera a infraestruturação dos 90 hectares da Fase 1, assim como a construção
do Núcleo Central.
Este segundo cenário busca minimizar os custos de construção. Focando apenas os edifícios
que foram ressaltados como indispensáveis para o funcionamento do Parque Tecnológico
(Núcleo Central e o Auditório).
Dessa forma, este cenário não considera que a entidade gestora do Parque seja responsável
pela construção e exploração da maioria dos espaços complementares, nomeadamente, o
Centro de Exposições, o Complexo de Laboratórios e a Residência Universitária.
Para facilitar a comparação e a análise, este cenário considera a mesma evolução otimista das
taxas de ocupação do Parque do primeiro cenário, assumindo preenchimento de 20% da
capacidade do Núcleo Central a cada ano até ao seu preenchimento total. Para os lotes
disponíveis no espaço anterior, aplica-se também a mesma percentagem de ocupação anual,
situada nos 12,5%, com ocupação total ao fim de 8 anos após abertura do Parque.
Do mesmo modo, para além do aluguel de lotes, este cenário considerou a venda dos 10 lotes
destinados a condomínios empresariais (1 por ano).
Ainda como no cenário anterior, os Custos Operacionais, assim como as Receitas provenientes
de serviços prestados, evoluem ao longo dos anos em função das taxas de ocupação definidas.
Mantém-se como condição para a construção do cenário encontra-se que o Parque deveria ser
viável ao final de 10 anos, o que afetará a capacidade do Parque poder recorrer a empréstimos
bancários para a sua implantação.
41
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
6.2 Premissas
6.2.1 Faseamento da construção de edifícios
Este cenário também considera que a infraestruturação dos 90 hectares da primeira fase do
Parque e a construção completa e equipamento do seu Núcleo Central ocorrem nos primeiros
dois anos, entre 2017 e 2018.
A infraestruturação do terreno e a construção do Núcleo Central e do Auditório implicará um
investimento total a rondar os 41,2 milhões de reais (3/5 do custo total estimado no primeiro
cenário).
6.2.2 Evolução das taxas de ocupação
Núcleo Central
Este cenário mantem as estimativas do primeiro, com ocupação total do Núcleo Central em 5
anos após sua instalação, a uma taxa constante de 20% dos espaços disponíveis em cada ano
(taxa semelhante para cada uma das tipologias de espaços).
Tabela 38. Cenário 2. Ocupação dos espaços do Núcleo Central
Espaço Área Total (m
2) Nº de salas
ocupadas / ano
Área Ocupada
anualmente (m2)
Renda (R/m2)
Espaços de incubação 500 5 100 20
Espaços de co-working 200 4 40 15
Espaços para instalação de
empresas/entidades já
existentes
750 1 150 35
Laboratórios de P&D 750 1 150 35
Mantém-se, da mesma forma, a concessão da cafetaria e da lanchonete logo desde o início do
funcionamento, em 2019. O restaurante será alugado apenas a partir do quarto ano do período
de referência.
42
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Tabela 39. Cenário 2. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central
Espaço Área (m2) Valor anual da concessão (R$)
Cafetaria / Lanchonete 100 18.000
Restaurante 200 60.000
Para sala de formação/multifunções conservou-se a previsão de 78 utilizações diárias por ano
em 2019, evoluindo de forma constante para 156 em 2026.
Tabela 40. Cenário 2. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central
Espaço Área (m
2) Nº de dias ocupados
por ano
Valor do aluguel (1
dia)
Salas de formação/ Multifunções 220 156 100
Espaços Exteriores
Na Fase 1 do Parque, o Masterplan proposto considera a infraestruturação de 15 hectares para
a localização de empresas, dando origem a 84 lotes.
Destes 84 lotes, mantém-se a estimativa de venda de 10 lotes (1 lote por ano) para instalação de
condomínios empresariais. De acordo com o Masterplan, estes serão dos lotes de maior
dimensão, ocupando uma área total de 32.672 metros quadrados.
Tabela 41. Cenário 2. Venda de lotes
Espaço Área Total (m2) Lotes Venda (R$/m
2)
Condomínio Empresarial 32.672 10 300
Igualmente, após o início da atividade do Parque, tem-se o aluguel de 9 a 10 lotes por ano
(12,5% dos espaços disponíveis), culminando na ocupação total ao fim de 8 anos.
43
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Tabela 42. Cenário 2. Ocupação dos espaços exteriores
Espaço Área Total (m
2) Lotes Área ocupada
(média) / ano (m2)
Renda (R$/m2)
Lotes 114.583 74 14.323 3
Edifícios Complementares
No que tange aos edifícios complementares, este cenário considerou apenas a construção do
Auditório com 500 lugares. Foi assim previsto um aluguel por mês que terá uma base diária,
estimando-se que seja ocupado da seguinte forma:
- Auditório: uma utilização por mês para eventos de 2 dias;
Tabela 43. Cenário 2. Taxa de ocupação do auditório
Edifício Nº por dias de
ocupação / ano
Valor do aluguel (1 dia)
(R$)
Auditório 24 5.000
6.2.3 Nível de prestação de serviços
Considerando os serviços prestados pela Equipe de Gestão e que são efetivamente cobrados,
mantém-se o entendimento de que o nível de prestação de serviços esteja diretamente
relacionado com o número de empresas localizado no Parque e com a equipe de gestão
disponível. Assume-se que uma média de 10 dias por mês de cada técnico do Parque é
dedicada à prestação de serviços.
Tabela 44. Cenário 2. Número de dias de serviços de apoio cobrados
2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026 Receita por dia de
serviço (R$)
0 240 480 500
44
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
6.2.4 Evolução da equipe de recursos humanos
Com base nas taxas de ocupação previstas no presente cenário, a tabela seguinte apresenta
uma previsão da evolução da equipe de gestão do Parque:
Tabela 45. Cenário 2, Evolução da equipe de gestão
2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026
Diretor 1 1 1
Administrativo - 1 3
Técnicos - 2 4
6.2.5 Evolução das necessidades de fornecimentos e serviços externos
Tendo em vista a manutenção das taxas de ocupação do Núcleo Central e dos lotes do Parque,
entende-se que os custos com fornecimentos e serviços externos serão semelhantes aos
definidos no Cenário 1.
Tabela 46. Cenário 2. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos
Serviços Valor em funcionamento
pleno 2019
Crescimento
anual até 2023
2023 – 2026
Serviços especializados
(segurança, recepção) 519.704 100% 0 100%
Fornecimentos (água,
energia, ...) 181.400 50% 10% 100%
Promoção* 270.000 50%* 10% 100%
Consultoria especializada 150.000 50% 10% 100%
*as ações de promoção e os serviços de segurança terão início logo desde o ano de 2017, atingindo os 100% em 2021
45
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
6.2.6 Forma de financiamento
Como condição de partida para a construção do cenário encontra-se que o Parque deveria ser
viável ao final de 10 anos, o que condicionará a sua capacidade de poder recorrer a
empréstimos bancários.
6.3 Projeções financeiras
6.3.1 Investimento inicial
De acordo com as estimativas realizadas no Capítulo relativo aos investimentos, a construção
do Núcleo Central e a infraestruturação dos 90 hectares da Fase 1 corresponde a um valor total
de aproximadamente 41 milhões de reais.
6.3.2 Custos
Sendo que as taxas de ocupação deste cenário são as mesmas do cenário 1, os custos
associados à exploração do Parque irão ser semelhantes. Assim, entre 2017 e 2018, o Parque
tem custos operacionais no valor respectivo de 650 mil Reais e 663 mil Reais referente aos
gastos com Recursos Humanos (Diretores), Fornecimentos e Serviços Especializados
(Segurança) e as ações de promoção e comunicação.
A partir da instalação da equipe gestora e dos primeiros utilizadores do Parque aumentam os
custos de manutenção das instalações e recursos humanos, totalizando, no primeiro ano,
gastos na ordem de 1,4 milhões de Reais.
Considerando a evolução dos custos do Parque, devido ao aumento dos seus utilizadores, o
total dos custos atinge no último ano do período de referência, 2026, o total de 2 milhões de
reais.
A inclusão das necessidades de financiamento tem um impacto significativo no fluxo de caixa
anteriormente apresentado.
46
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
As projeções financeiras deste cenário indicam que a entidade gestora do Parque poderá
recorrer ao valor máximo de 8,25 milhões de Reais de empréstimo para manter a rentabilidade e
sustentabilidade financeira das contas do Parque.9
Este cenário, portanto, assume a obtenção do empréstimo neste valor máximo e inclui dentre
seus custos o pagamento do serviço da dívida (amortização e juro).
Apesar da amortização da dívida começar apenas a partir de 2019 (2 anos de carência), o
Parque começa a pagar juros relativos ao empréstimo em 2017. Assim, o serviço da dívida
médio anual que o Parque vai precisar liquidar será de aproximadamente 793 mil Reais.
A Figura 7 apresenta a evolução da distribuição dos custos entre as diferentes rúbricas.
Figura 7. Cenário 2. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$)
É importante indicar que com esta limitação, neste cenário, a construção do Núcleo Central e a
infraestruturação dos espaços depende de financiamento a fundo perdido num total de 33
milhões de Reais, (representando um pouco menos da metade do valor necessário apresentado
pelo cenário anterior). Parte significativa deste valor será obtida desde logo através do
empréstimo do Banco Mundial onde se insere este trabalho.
9
VPL: > 0; TIR: > taxa de atualização (8,5%); PRI: aprox. 10 anos.
$-
$500.000
$1.000.000
$1.500.000
$2.000.000
$2.500.000
$3.000.000
$3.500.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Recursos humanos Serviços especializados
Fornecimentos Ações de promoção
Consultoria Serviço da dívida
47
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
6.3.3 Receitas
Este segundo cenário considera as receitas geradas com aluguel de espaços do Núcleo
Central, do Auditório e dos lotes externos, bem como com a prestação de serviços
especializados pela equipe gestora do Parque.
Ressalta-se que, apesar da manutenção dos preços de aluguel dos espaços do Núcleo Central
e dos lotes, e a consequente manutenção das receitas, este cenário não considera as receitas
com aluguel do Centro de Exposições, uma vez que não foi prevista sua construção (ou a sua
construção e exploração não será da responsabilidade da entidade gestora do Parque).
À semelhança do que foi previsto no primeiro cenário, este segundo cenário estimou a venda de
1 lote por ano ao longo dos 10 anos do período de referência, a partir de 2017, o Parque tem
uma receita anual proveniente da venda de lotes de 980 mil Reais.
No total, os diferentes espaços do Núcleo Central geram receitas na ordem dos 183.000 Reais
em 2019, evoluindo para os 875.600 em 2023, repartindo-se por tipologia de espaço conforme
apresentado na Figura 8.
Figura 8. Cenário 2. Distribuição das receitas do Núcleo Central (R$)
Ainda deve ser considerada a receita com o aluguel do Auditório que atinge 120.000 Reais por
ano.
$-
$200.000,00
$400.000,00
$600.000,00
$800.000,00
$1.000.000,00
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Sala de Formação Espaços para incubação de empresas
Espaços de co-working Espaços para instalação de empresas
48
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
A partir de 2019 tem também início a disponibilização de lotes para aluguel. Neste cenário, as
receitas provenientes do aluguel de lotes evoluem de 501.686 Reais no primeiro ano, até aos 4
milhões de Reais com a ocupação plena do Parque, em 2026.
A estimativa de receitas com prestação de serviços está relacionada com o número de técnicos
do Parque. Estas situam-se nos 120.000 Reais nos primeiros anos e nos 240.000 Reais a partir
de 2023, nunca representando mais do que 10% das receitas totais do Parque.
No total, as receitas do Parque evoluem de aproximadamente 1 milhão de Reais para os 6
milhões em 2026. O aluguel de lotes será a receita mais importante do Parque ao longo dos
anos, conforme pode ser evidenciado pela Figura 9. A venda de lotes é também importante,
sobretudo nos primeiros anos de funcionamento do Parque.
Figura 9. Cenário 2. Evolução da distribuição das receitas (R$)
6.3.4 Fluxo de caixa
A Figura 10 apresenta a linha evolutiva dos custos e das receitas ao longo dos 10 anos em
análise. Apesar de tanto os custos e receitas aumentarem cada ano, as receitas superam os
custos a partir de 2020 em diante.
$-
$1.000.000
$2.000.000
$3.000.000
$4.000.000
$5.000.000
$6.000.000
$7.000.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Aluguel de lotes Venda de Lotes Núcleo Central
Prestação de serviços Aluguel do Auditório
49
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Figura 10. Cenário 2. Evolução dos custos e receitas (R$)
Deste modo, conforme apresentado na figura seguinte, o Fluxo de Caixa Líquido aumenta ao
longo dos anos. Ele será negativo entre 2017 e 2019, respectivamente em 371, 384 e 311 mil
Reais. A partir de 2020 o Parque começa a conseguir cobrir seus gastos com fluxo positivo em
278 mil Reais. O fluxo de caixa será progressivamente maior, atingindo 3,4 milhões de Reais em
2026 (32 mil Reais a menos que no primeiro cenário). Nesse ano, o Fluxo de Caixa Líquido
Acumulado atingirá aproximadamente 12 milhões de Reais (aproximadamente 142 mil Reais a
menos que o primeiro cenário).
Figura 11. Cenário 2. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$)
$-
$1.000.000
$2.000.000
$3.000.000
$4.000.000
$5.000.000
$6.000.000
$7.000.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Receitas de Exploração Totais
Custos Exploração Totais (com dívida)
-2.000.000
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Fluxo de Caixa Líquido Fluxo de Caixa líquido acumulado
50
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Complementarmente, para o cálculo do fluxo de caixa atualizado assumiu-se uma atualização
com base na Taxa Mínima de Atratividade (TMA) de 8,5%, estimada a partir da taxa de
empréstimo de longo prazo do BNDES.
Figura 12. Cenário 2. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$)
Estes valores atualizados apresentam uma estimativa do valor estimado neste estudo valeria
naquele ano. Tem-se, dessa forma, que o fluxo de caixa líquido atualizado evolui de um valor
negativo próximo dos 342 mil Reais em 2017 para valores positivos próximos dos 1,5 milhões de
Reais em 2026, dando origem a um total acumulado de 5,3 milhões de Reais.
6.4 Viabilidade econômico-financeira
A viabilidade econômico-financeria do Parque será analisada tendo em conta os três
indicadores anteriormente referidos: VPL e TIR. Para conseguir a pretendida viabilidade, o
resultado do VPL deve ser positivo, a TIR deve ser maior que a taxa de atualização considerada
(8,5%). Foi ainda calculado o Período de Retorno do Investimento.
Considerando apenas a construção do Núcleo Central e do Auditório e contando com as
mesmas taxas de ocupação do primeiro cenário, a possibilidade de conseguir os resultados
-2.000.000,00
-1.000.000,00
0,00
1.000.000,00
2.000.000,00
3.000.000,00
4.000.000,00
5.000.000,00
6.000.000,00
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Fluxo de Caixa Líquido Atualizado
Fluxo de Caixa Líquido Acumulado Atualizado
51
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
pretendidos aparenta ser mais viável, no que concerne à necessidade de obtenção de
financiamento a fundo perdido.
As projeções indicam que é possível assegurar a viabilidade financeira-econômica do Parque,
recorrendo a um empréstimo bancário de 8,8 milhões de Reais. Deste modo, para viabilizar este
cenário, será necessário conseguir 33,2 milhões de Reais em financiamento a fundo perdido,
sendo que grande parte deste valor poderá ser obtido desde logo através do empréstimo do
Banco Mundial onde se insere este trabalho.
A tabela seguinte apresenta o total das entradas, das saídas e dos fluxos de caixa líquido e
acumulado estimados para Parque neste cenário. Entende-se que o impacto do serviço da
dívida é pequeno e, se respeitado o valor máximo de empréstimo que o Parque pode solicitar, a
amortização da dívida e pagamento de juros não comprometerá o fluxo de caixa.
Tabela 47. Cenário 2. Análise de Sustentabilidade (R$)
ANO INVESTIMENTO/
EMPRÉSTIMO RECEITAS DE EXPLORAÇÃO
CUSTOS DE EXPLORAÇÃO
FLUXO DE CAIXA
LÍQUIDO - SEM DÍVIDA
SERVIÇO DA DÍVIDA
FLUXO DE CAIXA
LÍQUIDO
FLUXO DE CAIXA
LÍQUIDO ACUMULADO
2017 41.547.550
980.172 650.000 330.172 701.250 -371.078 -371.078 8.250.000
2018 980.172 663.000 317.172 701.250 -384.078 -755.156
2019 1.904.859 1.436.004 468.855 866.250 -397.395 -1.152.551
2020 2.624.545 1.494.144 1.130.401 852.225 278.176 -874.375
2021 3.284.332 1.552.284 1.732.048 838.200 893.848 19.473
2022 3.999.962 1.610.424 2.389.538 824.175 1.565.363 1.584.836
2023 4.779.948 2.080.604 2.699.344 810.150 1.889.194 3.474.030
2024 5.282.835 2.125.744 3.157.091 796.125 2.360.966 5.834.996
2025 5.785.822 2.125.744 3.660.078 782.100 2.877.978 8.712.974
2026 6.344.751 2.125.744 4.219.007 768.075 3.450.932 12.163.906
Neste cenário o projeto terá um VPL positivo de 11,2 milhões de Reais. O valor positivo da VPL
destaca o Parque como um investimento é sustentável no período em análise. Ainda, a
obtenção de uma TIR de 86,58% confirma a atractividade do investimento.10
O período de
retorno (PRI) estará próximo dos 11 anos.
10
Mais uma vez importa ressaltar que o resultado alto da TIT está relacionado com o montante a
ser garantido a fundo perdido.
52
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Tabela 48. Cenário 2. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira
Indicadores de Viabilidade Econômica
Valor Presente Líquido (VPL) R$ 11.231.749
Taxa Interna de Retorno (TIR) 86,58%11
Período de Retorno do Investimento (PRI) 11,06 anos
Tendo em consideração que a taxa de ocupação otimista se manteve igual nos dois cenários
desenvolvidos, entendeu-se a necessidade de apresentar um terceiro cenário que apresente
taxas menores de ocupação.
11 O resultado alto da TIR está diretamente relacionado com o alto montante recebido a fundo perdido para
financiamento do Parque.
53
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7 Cenário 3
7.1 Introdução
À semelhança do cenário anterior, este terceiro cenário considerou apenas a construção do
Núcleo Central, do Auditório e a infraestruturação do terreno.
No entanto, considerou-se uma taxa de ocupação menor, aproximadamente a metade do que
foi previsto nos cenários anteriores.
Para os espaços do Núcleo Central foi considerada uma taxa de ocupação anual de 10% até o
preenchimento total no último ano do período de análise. No que tange aos lotes para aluguel a
instituições interessadas, este cenário considera que não será possível atingir a ocupação plena
até 2023.
Tendo em vista esta novas estimativas de ocupação, as projecções financeiras resultam em
valores menores tanto dos Custos Operacionais como das Receitas.
Igualmente aos outros cenários tem-se como condição a necessidade de apresentar a
viabilidade do empreendimento ao final de 10 anos.
7.2 Premissas
7.2.1 Faseamento da construção de edifícios
Assim como no cenário anterior, este cenário contabilizou como custos de construção a
infraestruturação dos 90 hectares da primeira fase do Parque e a construção completa e
equipamento do seu Núcleo Central. Estes investimentos totalizam um valor aproximado de 41,5
milhões de Reais.
54
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7.2.2 Evolução das taxas de ocupação
Núcleo Central
Para o Núcleo Central, os diferentes espaços contam com uma taxa de ocupação anual distinta
da anteriormente considerada.
Apesar de se prever que todas as tipologias de espaços atingem um preenchimento total nos 8
anos do início das atividades do Parque, a taxa de crescimento é menor do que a do cenário
anterior.
Tabela 49. Cenário 3. Ocupação dos espaços do Núcleo Central
Espaço Área Total (m2)
Nº médio de
salas ocupadas /
ano
Área Ocupada
anualmente (m2)
(média)
Renda (R/m2)
Espaços de incubação 500 3 60 20
Espaços de co-working 200 2 20 15
Espaços para instalação de
empresas/entidades já
existentes
750 0,5 75 35
Laboratórios de P&D 750 0,5 75 35
Para o Espaço de Convivência, este cenário considera o aluguel da cafeteria já para o primeiro
ano, enquanto o espaço para restaurante será alugado apenas em 2020.
Tabela 50. Cenário 3. Valor anual da concessão dos espaços do Núcleo Central
Espaço Área (m2) Valor anual da concessão (R$)
Cafetaria / Lanchonete 100 18.000
Restaurante 200 60.000
Em concordância com a ocupação estimada, para as salas de formação/multifunções
estabeleceu-se a previsão de 39 utilizações diárias em 2019, evoluindo para 80 usos em 2026.
55
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Tabela 51. Cenário 3. Ocupação dos espaços comuns o Núcleo Central
Espaço Área (m
2) Nº de dias ocupados
por ano
Valor do aluguel (1
dia)
Salas de formação/ Multifunções 220 80 100
Espaços Exteriores
Os espaços exteriores considerados no âmbito deste cenário referem-se aos 15 hectares para a
localização de empresas, divididos em 84 lotes.
Foi considerada a venda de 5 lotes para a instalação de entidades interessadas dentre 2018 a
2022.12
Tabela 52. Cenário 3. Venda de lotes
Espaço Área Total (m2) Lotes Venda (R$/m
2)
Condomínio Empresarial 32.672 5 300
Ainda, após o início das atividades do Parque, sua instituição gestora passa a alugar uma média
de 3 lotes por ano, resultando no aluguel total de 32 lotes no último ano de referência deste
estudo.
Dessa forma, existirão lotes livres ou disponíveis para cessão gratuita para entidades estaduais
interessadas e que venham contribuir nas atividades do Parque.
Tabela 53. Cenário 2. Ocupação dos espaços exteriores
Espaço Área Total (m
2) Lotes Área ocupada
(média) / ano (m2)
Renda (R$/m2)
Lotes 114.583 32 4.645 3
12
De acordo com o Masterplan, serão dos lotes de maior dimensão, ocupando uma área total de 32.672 metros
quadrados.
56
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Edifícios Complementares
Considerado como um edifício de relevância para realização das actividades do Parque e
captação de recursos, este cenário também considerou a construção do Auditório com 500
lugares. Estimou-se um aluguel por mês com uma base diária, estimando-se que seja ocupado
da seguinte forma:
- Auditório: uma utilização por mês para eventos de 2 dias;
Tabela 54. Cenário 1. Taxa de ocupação dos Edifícios Complementares
Edifício Nº por dias de
ocupação / ano
Valor do aluguel (1 dia)
(R$)
Auditório 24 5.000
7.2.3 Nível de prestação de serviços
À semelhança dos outros cenários, entendeu-se que a prestação de serviços deve estar
diretamente relacionada com o nível de ocupação do Parque e com a composição da equipe de
gestão.
Tem-se, dessa forma, como previsão de dias trabalhados para entidades de fora do Parque, a
metade dos dias previstos pelos cenários anteriores, ou seja, 5 dias por mês para cada técnico,
totalizando 120 dias nos primeiros quatro anos de funcionamento do Parque. A partir do quinto
ano, este valor será dobrado, tendo em vista a ampliação da equipe de gestão, conforme
apresentado no ponto seguinte.
Tabela 55. Cenário 3. Número de dias de serviços de apoio cobrados
2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026 Receita por dia de
serviço (R$)
0 120 240 500
57
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7.2.4 Evolução da equipe de recursos humanos
Tendo em vista a ocupação baixa deste cenário, tem-se a diminuição das necessidades de
recursos humanos para a equipe de gestão. A composição prevista neste cenário é evidenciada
pela tabela seguinte:
Tabela 56. Cenário 3. Evolução da equipe de gestão
2017 – 2018 2019 – 2022 2023 – 2026
Diretor 1 1 1
Administrativo - 1 2
Técnicos - 1 2
7.2.5 Evolução das necessidades de fornecimentos e serviços externos
Com taxas de ocupação mais baixas, os custos apresentados neste cenário serão naturalmente
menores.
Os serviços especializados mantêm-se constantes, uma vez que o Parque vai continuar a
precisar de seguranças e recepção, mesmo com menos edifícios complementares.
Tabela 57. Cenário 3. Estimativas de evolução dos Fornecimentos e Serviços Externos
Serviços Valor em funcionamento
pleno 2019
Crescimento
anual até 2023
2023 – 2026
Serviços especializados
(segurança, recepção) 520.784 100% 0 100%
Fornecimentos (água,
energia, ...) 181.400 30% 10% 100%
Promoção* 270.00 30%* 10% 100%
Consultoria especializada 150.000 30% 10% 100%
*as ações de promoção terão início logo desde o ano de 2017
58
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7.2.6 Forma de financiamento
Tal como os outros cenários, a condição para o desenho das projeções financeiras deste
cenário 3 é de que o Parque seja viável ao final de 10 anos. Conforme tem vindo a ser referido,
para conseguir a pretendida viabilidade, o resultado do VPL deve ser positivo, a TIR deve ser
maior que a taxa de atualização considerada (8,5%). Da mês,a forma, entendeu-se como
apropriado limitar ao máximo de 4 anos o fluxo de caixa acumulado negativo. A estimativa
destes valores irá afetar diretamente a capacidade do Parque recorrer a crédito em condições
de mercado, determinando as necessidades de identificação de financiamentos a fundo
perdido.
7.3 Projeções financeiras
7.3.1 Investimento inicial
O valor do investimento inicial estimado para este cenário é de 41,5 milhões de Reais, referentes
à infraestruturação do terreno do Parque e à construção do edifício do Núcleo Central.
Igualmente estimou-se que a construção destes espaços acontecerá entre 2017 e 2018,
entrando o parque em funcionamento a partir de 2019.
7.3.2 Custos
Conforme anteriormente ressaltado, o Parque passa a ter alguns custos logo da instituição da
equipe gestora e do início das obras.
Nos dois primeiros anos, enquanto as obras estão ocorrendo, este cenário considerou os
custos com Recursos Humanos e com Serviços de Segurança, totalizando a soma de 628 mil
Reais.
Com o final da obra e a inauguração das instalações do Parque, passam a ser considerados
custos correntes de manutenção com o Núcleo Central e com a ampliação da equipe de
gestora com mais colaboradores. No primeiro ano de funcionamento, o Parque terá custos na
ordem dos 1,2 milhões Reais (232 mil reais a menos que nos cenários anteriores).
59
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Em concordância com a evolução da ocupação do Parque tem-se o crescimento dos custos,
chegando, no final do período de referência, a um total próximo dos 1,7 milhões de Reais.
Tendo em vista que este cenário considerou a obtenção de um empréstimo para garantir a
construção dos espaços do Parque, entende-se que o montante referente ao serviço da dívida
(amortização e juro) deve ser incluído como custo do Parque. Naturalmente, a amortização do
empréstimo tem um impacto significativo no fluxo de caixa.
Para manter a rentabilidade e sustentabilidade do fluxo de caixa do Parque13
, as estimativas
deste cenário indicam que o Parque poderá recorrer ao valor máximo de empréstimo total de 3
milhões de Reais (5,2 milhões a menos que no cenário 2).
Neste caso, as necessidades de identificação de financiamento a fundo perdido aumentam para
próximo dos 38,5 milhões de Reais.
Com os valores referidos de empréstimo, deverá ser considerado o pagamento do serviço da
dívida (amortização e juros). Em 2017 o Parque já deve pagar os juros referentes ao empréstimo
(255 mil Reais) e em 2019 passa a pagar o valor de amortização da dívida (315 mil Reais).
A Figura 13 apresenta a evolução da distribuição dos custos entre as diferentes rúbricas.
Figura 13. Cenário 3. Evolução da distribuição dos custos operacionais (R$)
13
VPL: > 0; TIR: > taxa de atualização (8,5%); PRI: aprox. 10 anos.
$-
$500.000
$1.000.000
$1.500.000
$2.000.000
$2.500.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Recursos humanos Serviços especializados
Fornecimentos Ações de promoção
Consultoria Serviço da dívida
60
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Os custos mais importantes são com Recursos Humanos, seguido da contratação de serviços
especializados e o serviço da dívida.
7.3.3 Receitas
Tendo como base nas taxas de ocupação apresentadas anteriormente, as receitas do Parque
neste cenário originam-se do aluguel de espaços do Núcleo Central, do Auditório, de lotes
externos e com a prestação de serviços especializados.
Diferentemente dos outros cenários, este cenário passa a gerar receitas apenas em 2018 com a
venda do primeiro lote, no valor de 980 mil Reais.
Com o início das atividades do Parque em 2019, passam a existir receitas provenientes do
aluguel dos diferentes espaços conforme pode ser evidenciado pela Tabela 9. O aluguel de
espaços é a receita mais importante do Parque.
O aluguel de lotes gera receita média de 724 mil de Reais para o Parque, começando com 167
mil Reais em 2019 e totalizando, em 2026, 1,7 milhões de Reais.
A prestação de serviços segue o nível de preenchimento dos espaços do Parque e gera em
média 72 mil Reais ao ano. O Parque começa recebendo 60 mil Reais em 2019 com a prestação
de serviços e atinge 120 mil Reais em 2026.
Neste cenário, as receitas passam de zero em 2017 a 2,3 mil Reais em 2022, em seu pico
máximo no período de referência. Após 2022 o valor médio das receitas cai para 2,1 milhões de
Reais, uma vez que não são vendidos mais lotes.
Ainda e tal como nos cenários anteriores, o aluguel do auditório gera uma receita anual de 120
mil Reais.
61
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Figura 14. Cenário 3. Evolução da distribuição das receitas (R$)
Se considerarmos apenas o Núcleo Central, os espaços que geram mais receitas para o Parque
durante este período de referência são os Laboratórios de P&D e os espaços para instalação de
empresas e entidades já existentes. As salas de formação e os espaços de co-working são os
que geram menos receitas para o Parque.
Os espaços do Núcleo Central geram, em 2019, 304 mil Reais de receita para o Parque,
crescendo gradualmente até atingir 896 mil Reais em 2026.
Figura 15. Cenário 3. Distribuição das Receitas do Núcleo Central (R$)
$-
$500.000
$1.000.000
$1.500.000
$2.000.000
$2.500.000
$3.000.000
$3.500.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Espaços Comuns Aluguel de lotes Venda de Lotes
Núcleo Central Prestação de serviços Aluguel do Auditório
$-
$100.000,00
$200.000,00
$300.000,00
$400.000,00
$500.000,00
$600.000,00
$700.000,00
$800.000,00
$900.000,00
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Sala de formação Espaços para incubação de empresas
Espaços de co-working Espaços para instalação de empresas
Laboratórios de P&D Cafetaria / Lounge multifunções
Restaurante
62
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
7.3.4 Fluxo de caixa
A comparação das linhas evolutiva dos custos e das receitas apresentadas na Figura 16 ressalta
uma proximidade de valores entre as entradas e saídas. Também pode ser evidenciado pela
Figura 16 é que as receitas superam os custos a partir de 2018.
Figura 16. Cenário 3. Evolução dos custos e receitas (R$)
Este cenário apresenta fluxo de caixa líquido negativo no primeiro ano em 884 mil Reais,
passando a ser positivo em 96 mil Reais em 2018, sobretudo devido a venda de um lote neste
ano. Em 2019, com o início da geração de receitas o fluxo de caixa atinge 100 mil Reais
crescendo progressivamente até 2022, quando atinge 654 mil Reais. Em 2023, sem a venda de
lotes, o fluxo de caixa fica negativo e cai para 219 mil Reais, voltando a crescer gradualmente
nos anos subsequentes, atingindo 816 mil Reais em 2026.
Por outro lado, o Fluxo de Caixa Líquido Acumulado será negativo nos quatro primeiros anos do
período de referência (883 mil, 768 mil, 685 mil e 422 mil Reais), no entanto atingirá
aproximadamente 1,4 milhões de Reais em 2026.
$-
$500.000
$1.000.000
$1.500.000
$2.000.000
$2.500.000
$3.000.000
$3.500.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Receitas de Exploração Totais
Custos Exploração Totais (com dívida)
63
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Figura 17. Cenário 3. Fluxo de Caixa Líquido e Líquido Acumulado (R$)
Foram ainda atualizados os resultados dos fluxos de caixa líquido e acumulado, conforme
apresentado na figura seguinte.
Figura 18. Cenário 3. Evolução do Fluxo de Caixa Líquido Atualizado e Acumulado (R$)
Considerando que os valores atualizados apresentam o valor estimado que o fluxo de caixa
acumulado valeria naquele ano, tem-se em 2017 o valor negativo de 814 mil Reais e em 2026
valeria apenas 661 mil Reais positivo.
-1.500.000
-1.000.000
-500.000
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Fluxo de Caixa Líquido Fluxo de Caixa líquido acumulado
-1.000.000,00
-500.000,00
0,00
500.000,00
1.000.000,00
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Fluxo de Caixa Líquido Atualizado
Fluxo de Caixa Líquido Acumulado Atualizado
64
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
7.4 Viabilidade econômico-financeira
Mantendo a condição de garantir a viabilidade do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte
durante os primeiros 10 anos, entende-se que o resultado do Valor Presente Líquido deve ser
positivo, a Taxa Interna de Retorno deve ser maior que a taxa de atualização considerada
(8,5%).
Considerando apenas a construção do Núcleo Central e com previsões de ocupação menores
que as estimadas anteriormente, este cenário resulta naturalmente em valores de fluxo de caixa
significativamente menores do que apresentados nos cenários 1 e 2.
Dessa forma, o valor máximo de empréstimo que o Parque pode pedir é de 3 milhões de Reais,
tendo sua entidade gestora que conseguir financiamento a fundo perdido no montante total de
38,5 milhões de Reais. O valor máximo do empréstimo é naturalmente menor que nos dois
cenários anteriores, sendo o montante de financiamento necessário maior em 5,25 milhões de
Reais que no cenário 2.
As projeções financeiras para o presente cenário podem ser analisadas na Tabela 58. Importa
ressaltar que o serviço da dívida, apesar de ter valores menores que nos outros cenários, tem
impacto significativo nas contas do Parque.
ANO INVESTIMENTO/
EMPRÉSTIMO RECEITAS DE EXPLORAÇÃO
CUSTOS DE EXPLORAÇÃO
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO - SEM
DÍVIDA
SERVIÇO DA DÍVIDA
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO ACUMULADO
2017 41.547.550
0 628.333 -628.333 255.000 -883.333 -883.333 3.000.000
2018 980.172 628.333 351.839 255.000 96.839 -786.495
2019 1.619.301 1.203.371 415.930 315.000 100.930 -685.564
2020 1.864.930 1.291.604 573.326 309.900 263.426 -422.139
2021 2.176.659 1.349.744 826.915 304.800 522.115 99.976
2022 2.362.388 1.407.884 954.504 299.700 654.804 754.780
2023 1.754.044 1.678.544 75.500 294.600 -219.100 535.680
2024 1.936.273 1.736.684 199.589 289.500 -89.911 445.769
2025 2.300.345 1.781.824 518.521 284.400 234.121 679.891
2026 2.877.775 1.781.824 1.095.951 279.300 816.651 1.496.541
Tabela 58. Cenário 3. Análise de Sustentabilidade (R$)
65
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
As estimativas aqui apresentadas resultam num PRI de aproximado de 16 anos, num VPL
positivo de 2 milhões de Reais e numa TIR que atinge a taxa percentual de 80,63%.
Tabela 59. Cenário 3. Resultado dos indicadores de viabilidade econômico-financeira
Indicadores de Viabilidade Econômica
Valor Presente Líquido (VPL) R$ 2.073.120
Taxa Interna de Retorno (TIR) 80,63%14
Período de Retorno do Investimento (PRI) 16,03 anos
14 O resultado alto da TIR está diretamente relacionado com o alto montante recebido a fundo perdido para
financiamento do Parque.
66
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
8 Fontes de financiamento
Tendo em vista as necessidades de financiamento do Parque Tecnológico do Rio Grande do
Norte relatadas nos cenários acima apresentados, importou fazer um levantamento de possíveis
fontes de financiamento que venham a disponibilizar recursos tanto para a construção das
instalações do Parque como para a realização das ações, nas suas diferentes vertentes. Para
além das possibilidades de financiamento para o Parque, foram também considerados
programas a que as empresas e outras instituições instaladas no Parque poderão recorrer para
desenvolver suas atividades.
Parques Tecnológicos são empreendimentos complexos que agregam instituições de pesquisa
e empresas e que promovem um ambiente de cooperação entre estas instituições visando
garantir uma cultura da inovação, da competitividade e do aumento da capacitação empresarial
na região em que se instalam (ANPROTEC). Por serem empreendimentos de grande porte
demandam amplo financiamento ao longo da sua evolução, sendo as necessidades de
financiamento variadas nas suas diferentes fases evolutivas. (Comissão Europeia, 2013).
De forma geral, os investimentos para a implantação de Parques têm origem pública. Um
levantamento feito pela Associação Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia - IASP
(2016) indica que a principal fonte de financiamento dos Parques são recursos públicos, sendo
50,4% iniciativas de propriedade pública.
No Brasil, os maiores investimentos para a implantação dos Parques Tecnológicos são
disponibilizados sobretudo pelas agências de fomento e pelos governos estaduais. Os
financiamentos privados, as doações e o financiamento de bancos comerciais são menos
recorrentes nos Parques Tecnológicos brasileiros. (MCTI/CDT, 2015)
No entanto, nos últimos anos, a participação de instituições privadas no financiamento destas
iniciativas tem aumentado, sobretudo numa lógica de parceria público-privada. A combinação
de investimentos público-privados pode mitigar riscos financeiros destes empreendimentos e
permitem que cada parte gere o maior valor agregado de seus fundos investidos. Enquanto as
entidades públicas podem oferecer pacotes de incentivos econômicos e fiscais para atração de
entidades e empresas âncora para os Parques Tecnológicos, os investidores privados têm
maior facilidade de acesso a fundos no mercado de capitais.
Para além dos financiamentos que permitam a implantação do Parque e das suas instalações, a
Comissão Europeia (2013) afirma que são normalmente necessários financiamentos,
empréstimos e subvenções que venham a assegurar a viabilidade e sustentabilidade financeira
do Parque. Nesse documento, a Comissão indica que pode ser essencial angariar fundos
67
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
públicos para suportar os custos da equipe de gestão e das instalações até que os rendimentos
do Parque evoluam para um ponto de equilíbrio.
No âmbito do presente trabalho foram analisadas algumas possibilidades de financiamento
disponíveis para o Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte. São, então, apresentadas as
principais fontes públicas de financiamento para empreendimentos inovadores e suas entidades
promotoras, onde se incluem:
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que disponibiliza
linhas de crédito e programas de financiamento;
- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio de
financiamento de projetos de pesquisa e bolsas para pesquisadores;
- Financiamento de Estudos e Projetos (FINEP) que oferece financiamento não
reembolsável; com encargos reduzidos e reembolsável padrão. Atua ainda no
desenvolvimento do capital de risco;
- Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) que de forma geral atuam na concessão de
bolsas a pesquisadores e disponibiliza auxílios a projetos de pesquisa;
- Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) que concede
recursos de forma direta sem passar por editais e por meio de seus programas de
política pública tal como o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e
Parques Tecnológicos (PNI).
As fontes de financiamento e investimento acima relacionadas são disponibilizadas por meio de
diferentes mecanismos que serão a seguir detalhados. Alguns desses mecanismos foram já
analisados nos estudos de caso realizados ainda no âmbito do Plano de Negócios (P1).
Cabe ressaltar que este levantamento de oportunidades de financiamento deverá continuar a
ser realizado de forma continuada pela equipe gestora do Parque Tecnológico.
8.1 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fundado em 1952, é
atualmente o principal instrumento do Governo Federal Brasileiro para o financiamento de longo
prazo e investimento em todos os segmentos da economia brasileira. Os instrumentos de apoio
financeiro incluem o financiamento e a concessão de recursos não reembolsáveis a projetos de
caráter social, cultural e tecnológico e instrumentos de renda variável.
68
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
O BNDES apoia desde grandes empreendimentos a pequenos negócios. O banco não exige
tempo mínimo de operação da empresa para disponibilizar financiamento. Porém, não financia
itens como despesas de criação e legalização da empresa e a compra de terrenos e imóveis.
O BNDES dispõe de diversos instrumentos para apoiar a inovação de empresas de todos os
portes e setores. Um dos principais desafios do banco é o estímulo a capacitações e
desenvolvimento de ambientes inovadores. As condições de apoio a planos de investimento em
inovação são as mais favoráveis dentro de todo o seu rol de linhas e programas de
financiamento.
Dentre as opções destaca-se a linha BNDES Inovação. Esta linha de crédito apoia tanto o
desenvolvimento de tecnologias específicas tais como painéis fotovoltaicos orgânicos (OPV),
desenvolvimento de embalagens para frutas e hortaliças como também apoia a criação de
centro de P&D e de Parque Tecnológicos.
Sobretudo no que tange a construção das edificações do Parque, as linhas de crédito do
BNDES ressaltam-se como importante fonte de financiamento. Os financiamentos do BNDES
que podem ser acedidos pelos Parques Tecnológicos são aplicáveis para construção das
instalações do Parque, aquisição de bens de capital, contratação de serviços especializados,
realização de estudos de pesquisa e desenvolvimento de parcerias, conforme apresentados
abaixo.
Tabela 60. Programas e linhas de crédito do BNDES
Programa/
Linha de
crédito
Objetivo Entidades proponentes
BNDES
Automático
Financiamento, por meio de instituições financeiras
credenciadas, a projetos de investimento cujo valor se
enquadre em faixas específicas
Sociedades de controle nacional ou estrangeiro,
associações, fundações, todas com sede e
administração no País, e empresários individuais
inscritos no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas (CNPJ) e no Registro Público de
Empresas Mercantis (RPEM); autarquias federais,
Estados, Distrito Federal, Municípios e suas
respectivas autarquias;
pessoas físicas residentes e domiciliadas no
País, caracterizadas como produtor rural, para
investimento no setor agropecuário
Cartão
BNDES
Voltado para Micro, Pequenas e Médias Empresas de
controle nacional, consiste em um crédito pré-aprovado,
de até R$ 1 milhão, para aquisição de produtos
credenciados no Portal de Operações do Cartão BNDES
Micro, Pequenas e Médias Empresas
69
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Programa/
Linha de
crédito
Objetivo Entidades proponentes
Limite de
Crédito
Crédito rotativo, com limite definido pelo BNDES, para
apoio financeiro a empresas ou grupos econômicos que
representem baixo risco de crédito, destinado à
execução de investimentos correntes em seus setores de
atuação e a investimentos em P,D&I
Pessoas jurídicas de direito privado
FUNTEC
Linha de recursos não reembolsável para apoio à
inovação por meio do financiamento a projetos de
pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e apoio
a inovação
Instituições Tecnológicas (ITs) e Instituições de
Apoio (IAs)
BNDES
Inovação
Apoia planos de investimento em inovação visando a
capacitação para inovar quanto as inovações
potencialmente disruptivas ou incrementais de produto,
processo e marketing
Pessoas físicas de direito público ou privado com
sede e administração no Brasil
BNDES
ProBK
O objetivo do BNDES ProBK é incentivar o aumento da
capacidade produtiva e da prestação de serviços,
modernização de instalações, fusões e aquisições, e
inovações no setor de bens de capital, por meio do apoio
a:
Investimentos da indústria de bens de capital e
sua cadeia de fornecedores para a construção,
expansão e modernização de capacidade
produtiva, incluindo planos de negócios;
iniciativas voltadas para modernização ou
implementação de melhorias na estrutura
organizacional, administrativa, de gestão,
comercialização, distribuição e logística das
sociedades atuantes no setor de bens de capital;
planos estruturados de investimentos em
inovação e atividades de engenharia de
desenvolvimento e aperfeiçoamento de produtos e
processos;
aquisições e fusões de empresas brasileiras de
bens de capital;
renovação de parques industriais; e
Reestruturação do
endividamento bancário e readequação do
fluxo de caixa das empresas do setor de bens de
capital.
Pessoas jurídicas de direito privado, com sede e
administração no País, cujo controle efetivo seja
exercido, direta ou indiretamente, por pessoa
física ou grupo de pessoas físicas domiciliadas e
residentes no País, e nas quais, conforme juízo a
ser feito pelo BNDES, o poder de decisão esteja
assegurado, em instância final, à maioria do
capital votante representado pela participação
societária nacional;
Pessoas jurídicas de direito privado, com sede e
administração no País, cujo controle efetivo seja
exercido, direta ou indiretamente, por pessoa
física ou jurídica domiciliada no exterior,
conforme juízo a ser feito pelo BNDES, desde
que, na forma da legislação vigente, o BNDES
disponha de recursos captados no exterior ou o
Poder Executivo autorize a concessão de
colaboração financeira.
BNDES
THAI
Apoiar, por meio da subscrição de debêntures
participativas subordinadas, projetos de inovação com
risco tecnológico e de mercado, como o
desenvolvimento de novos produtos e o escalonamento
de novos processos.
Observação: os projetos deverão ser aderentes aos
focos de atuação definidos pela Diretoria do BNDES ou
apresentados no âmbito dos Planos de Fomento
Estruturado desenvolvidos pelo BNDES
Médias-grandes e grandes empresas com sede
e administração no país ou suas controladas
com sede e administração no país
BNDES
Finem
Financiamento a empreendimentos de valor igual ou
superior a R$ 20 milhões. O produto BNDES Finem se
divide em linhas de financiamento, com objetivos e
condições financeiras específicas para melhor atender as
demandas dos clientes devido ao porte e à atividade
econômica
70
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
8.2 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq)
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por sua vez, como
agência de fomento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) e
com a missão de promover e fomentar a pesquisa científica e tecnológica e a capacitação de
recursos humanos, financia projetos de pesquisa e concede bolsas que envolvam
universidades, institutos de pesquisa, centros tecnológicos e de formação profissional. O
Parque e seus utilizadores poderão concorrer aos recursos disponibilizados pelo CNPq por
meio de chamadas públicas. A título de exemplo apresentam-se abaixo algumas chamadas.
Cabe ressaltar que em 2013 o CNPq lançou chamada específica para Apoio a Parques
Tecnológicos e Incubadoras de Empresas com o objetivo de incentivar projetos de apoio à
inovação com recursos não reembolsáveis, caracterizados como habitats de inovação, os quais
compreendem as Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica e os Parques Tecnológicos
existentes no País. O financiamento das propostas foi no valor global de R$12 milhões. Uma
parcela mínima de 30% dos recursos foi destinada a projetos coordenados por instituições das
regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste.
Tabela 61. Chamadas do CNPq
Chamadas Objetivo Entidades proponentes
RHAE -
Pesquisador na
Empresa
O programa utiliza um conjunto de modalidades de
bolsas de Fomento Tecnológico, para agregar
pessoal altamente qualificado em atividades de P&D
nas empresas, além de formar e capacitar recursos
humanos que atuem em projetos de pesquisa
aplicada
Micro, pequenas, médias e grandes empresas
privadas com sede e administração no Brasil
(grandes empresas estando sujeitas a
limitação de 20% dos recursos disponíveis).
Quem submete a proposta é o coordenador do
projeto, que, obrigatoriamente, deve possuir
vínculo formal (sócio ou celetista) com a
empresa executora
Inova Talentos
Busca ampliar o número de profissionais qualificados
em atividades de inovação no setor empresarial
brasileiro. Busca incentivar a criação de projetos de
inovação nas empresas e institutos privados de
pesquisa e desenvolvimento (P&D). Selecionar,
capacitar e inserir no mercado, profissionais para
exercerem atividades de inovação
Empresas cadastradas Núcleo Regional do
IEL;
Estudantes a partir do penúltimo ano de
graduação, graduados e mestres, ambos com
até 5 anos de formados, terão oportunidade de
vivenciar, participar ativamente do ambiente
empresarial e atuar em importantes projetos de
inovação
71
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Chamadas Objetivo Entidades proponentes
ALI - Agentes
Locais de
Inovação
Promover a prática continuada de ações de inovação
nas empresas de pequeno porte, por meio de
orientação proativa, gratuita e personalizada. Esta
orientação é realizada por ALI, bolsistas do CNPq,
selecionados e capacitados pelo Sebrae, para
acompanhar um conjunto de empresas definidas pelo
Sebrae/UF. O programa ALI tem abrangência
nacional e está consolidado como diferencial e
estratégia de competitividade para os pequenos
negócios
Agentes selecionados e capacitados pelo
SEBRAE atuam na aproximação das empresas
com os provedores de solução
Apoio a Parques
Tecnológicos e
Incubadoras de
Empresas
A presente Chamada tem por objetivo selecionar
propostas para apoio financeiro, com recursos não
reembolsáveis, a projetos de apoio a inovação,
caracterizados como habitats de inovação, os quais
compreendem as Incubadoras de Empresas de Base
Tecnológica e os Parques Tecnológicos existentes no
país, que visem contribuir significativamente para o
desenvolvimento científico e tecnológico e inovação
do país
Instituição pública mantenedora ou gestora de
incubadora(s) de empresa(s), ou uma ii)
instituição privada sem fins lucrativos
mantenedora ou gestora de incubadora(s) de
empresas ou de parques tecnológicos
8.3 Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)
Também como agência ligada ao MCTIC, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)
concede financiamentos reembolsáveis e não reembolsáveis a instituições de pesquisa e
empresas brasileiras. O apoio da FINEP abrange todas as etapas e dimensões do ciclo de
desenvolvimento científico e tecnológico: pesquisa básica, pesquisa aplicada, inovações e
desenvolvimento de produtos, serviços e processos. A agência apoia a incubação de empresas
de base tecnológica, a implantação de parques tecnológicos, a estruturação e consolidação dos
processos de pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em empresas já estabelecidas, e o
desenvolvimento de mercados. Tanto a entidade gestora do Parque como as empresas
instaladas no mesmo poderão recorrer a FINEP como fonte de financiamento de projetos e
ações.
Nesse sentido, cabe ainda ressaltar o Plano Inova Empresa, lançado em 2013, com R$ 32,9
bilhões de dotações, é o mais ambicioso plano de inovação já lançado no Brasil. Planejado para
ajudar na elevação da produtividade da economia, o Plano conta com forte articulação de
ministérios, agências e demais instituições, e sua concepção está baseada em seis pilares:
- Elevação de P&D nas empresas;
- Incentivo a projetos de maior risco tecnológico;
72
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
- Integração dos instrumentos de financiamento como crédito, subvenção econômica,
projetos cooperativos empresa-universidade, recursos não reembolsáveis para centros
de pesquisa e universidades e investimento em participação (start-ups, venture capital);
- Intensificação do uso do poder de compra do estado;
- Descentralização do crédito e da subvenção econômica mediante repasses para
bancos, agências e fundações regionais e estaduais de fomento à pesquisa para melhor
alcançar micro e pequenas empresas;
- Redução de prazos e simplificação administrativa.
No âmbito deste programa, as empresas e outras organizações interessadas em obter crédito
podem apresentar-se a qualquer tempo à FINEP para financiamento.
Desde 2000 a agência vem desenvolvendo ações mais intensas no apoio a empresas de base
tecnológica por meio do Projeto Inovar, que envolve um amplo, estruturado e transparente
conjunto de ações de estímulo a novas empresas, por meio de um leque de instrumentos,
incluindo o aporte de capital de risco, indiretamente via fundos de capital de risco.
No que tange ao apoio das Fundações de Amparo à Pesquisa, é importante ressaltar o
programa TECNOVA promovido também pela FINEP, mas executado por entidades estaduais.
O programa busca criar condições financeiras favoráveis e apoiar a inovação, por meio de
recursos de subvenção econômica, para o crescimento rápido de um conjunto significativo de
empresas de micro e pequeno porte, com foco no apoio à inovação tecnológica.
Tabela 62. Linhas de crédito e chamadas da FINEP
Programa/ Linha
de crédito Objetivo Entidades proponentes
INOVACRED
O objetivo do Programa é oferecer financiamento a empresas
para aplicação no desenvolvimento de novos produtos,
processos e serviços, ou no aprimoramento dos já existentes,
ou ainda em inovação em marketing ou inovação
organizacional
Bancos de Desenvolvimento, Agências
Estaduais de Fomento, e Bancos
Comerciais com carteira de
desenvolvimento
Verde Amarelo
Apoiar a execução de propostas para elaboração de Planos
de Investimentos para Parques Tecnológicos ou para
implantação dos mesmos
Instituições sem fins lucrativos
73
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Programa/ Linha
de crédito Objetivo Entidades proponentes
Projeto Inovar
Investimentos em empresas de base tecnológica através de
duas modalidades: O Investimento Direto consiste em
promover operações de aquisição de participação societária
diretamente pela Finep.
No Investimento Indireto são selecionadas propostas de
capitalização de fundos de participações (Fundos de Capital
Semente, Venture Capital e Private Equity) para receberem
aporte de recursos. Nesse caso as operações de
investimento são realizadas pelos gestores dos fundos
selecionados
O Programa de Investimento Direto em
Empresas Inovadoras se destina a
empresas inovadoras brasileiras, (i)
pertencentes aos setores econômicos
e/ou áreas de conhecimento
prioritários da Política Operacional da
Finep, (ii) que desenvolvam
tecnologias estratégicas e/ou
relevantes para o País e (iii) que
apresentem perspectivas de
crescimento e retorno compatíveis com
os objetivos do programa.
Para o investimento indireto podem
submeter propostas: sociedades
empresárias (Gestores e/ou
Administradores) que possuam
autorização da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) para prestar serviços
de Administração de Carteira de
Valores Mobiliários
TECNOVA
Criar condições financeiras favoráveis e apoiar a inovação,
por meio de recursos de subvenção econômica, para o
crescimento rápido de um conjunto significativo de empresas
de micro e pequeno porte, com foco no apoio à inovação
tecnológica
Empresas de micro e pequeno porte
INOVA BRASIL
Linha de crédito reembolsável que tenha como linha de ações
o apoio a:
1- Inovação Pioneira - apoio a todo o ciclo de
desenvolvimento tecnológico, desde a pesquisa básica ao
desenvolvimento de mercados para produtos, processos e
serviços inovadores, sendo imprescindível que o resultado
final seja, pelo menos, uma inovação para o mercado
nacional. Também poderão ser admitidos projetos cujos
resultados, embora não caracterizem uma inovação pioneira,
contribuam significativamente para o aumento da oferta em
setores concentrados, considerados estratégicos pelas
ênfases governamentais, e nos quais a tecnologia
comumente se caracterize como uma barreira à entrada.
2- Inovação Contínua - Apoio a empresas que desejem
implementar atividades de P&D e/ou programas de
investimento contínuo, por meio da implantação de centros
de P&D próprios ou da contratação junto a outros centros de
pesquisa nacionais.
3- Inovação e Competitividade - apoio a projetos de
desenvolvimento e /ou aperfeiçoamento de produtos,
processos e serviços, aquisição e/ou absorção de
tecnologias, de modo a consolidar a cultura do investimento
em inovação como fator relevante nas estratégias
competitivas empresariais.
4- Tecnologias Críticas - apoio a Tecnologias Críticas que são
aquelas que visam atender às necessidades econômicas e
sociais futuras do País e por isso têm longo prazo de
maturação, demandam grande esforço de pesquisa e
desenvolvimento pela empresa, mobilizam universidades e
institutos de pesquisa, combinam complexos conhecimentos
científicos e tecnológicos.
5- Pré-Investimento - Apoio a projetos de pré-investimento
que incluem estudos de viabilidade técnica e econômica,
estudos geológicos, projetos básicos, de detalhamento e
executivo
Médias, médias-grandes e grandes
empresas
74
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
8.4 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte
(FAPERN)
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grade do Norte também deve ser considerada como
instituição que disponibiliza recursos para ações e projetos desenvolvidos no âmbito do parque
Tecnológico.
Os variados programas de bolsa de pesquisa financiados pela FAPERN poderão ser acessados
pelos laboratórios instalados no Parque Tecnológico. No mesmo sentido, tanto o Parque como
as instituições nele instaladas poderão aceder aos financiamentos a projetos implementados
pela FAPERN, como por exemplo o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência e o Programa
Primeiros Projetos.
Ainda, ressaltam-se alguns programas de subvenção econômica a empresas que poderão
destacar-se como fonte de financiamento às empresas instaladas no Parque. Os programas
atualmente disponíveis foram listados na tabela abaixo.
Por fim, tem-se o apoio a projetos estruturantes que buscam modernizar, recuperar, equipar e
construir estruturas de pesquisa no Rio Grande do Norte. Este financiamento é geralmente
disponibilizado pela FAPERN através da participação em edital nacional e em associação a
instituições potiguares.
Tabela 63. Oportunidades disponibilizadas pela FAPERN
Programa Objetivo Entidades proponentes
Programa
PAPPE
Financiar atividades de pesquisa e
desenvolvimento (P & D) de produtos e
processos inovadores em fases que precedem
os seus processos de comercialização,
empreendidos por pesquisadores atuando
diretamente ou em cooperação com empresas
de base tecnológica sediadas no Estado do Rio
Grande do Norte, em consonância com as
normas emanadas do Programa de Apoio à
Pesquisa em Empresas – PAPPE
Empresas de base tecnológica sediadas no
Estado do Rio Grande do Norte
75
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Programa Objetivo Entidades proponentes
PAPPE
SUBVENÇÃO -
INOVA - RN
Tem por finalidade possibilitar o apoio
financeiro, na forma de subvenção econômica
ao custeio de atividades de pesquisa,
desenvolvimento e/ou inovação tecnológica
(P,D&I), realizados por Micro e Pequenas
Empresas (MPEs) do Estado do Rio Grande do
Norte. Essas ações visam fomentar o
desenvolvimento tecnológico através da
inovação, aumentando a competitividade das
micro e pequenas empresas, das cadeias
produtivas e dos arranjos produtivos locais
(APLs) além de estimular os investimentos
privados em pesquisa, a interação
Universidades/Instituições de
Pesquisa/Empresas e a melhoria das estruturas
produtivas e de exportação, com vistas ao
desenvolvimento sustentável
Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado
do Rio Grande do Norte, Arranjos produtivos
locais (APLs)
PAPPE
Integração -
INOVA/RN
Tem por finalidade possibilitar o apoio
financeiro, na forma de subvenção econômica
ao custeio de atividades de pesquisa,
desenvolvimento e/ou inovação tecnológica
(P,D&I), realizados por Micro Empresas e
Empresas de Pequeno Porte do Estado do Rio
Grande do Norte. Essas ações visam fomentar
o desenvolvimento tecnológico através da
inovação, aumentando a competitividade das
micro e pequenas empresas, das cadeias
produtivas e dos arranjos produtivos locais
(APLs), além de estimular os investimentos
privados em pesquisa, a interação
Universidades/Instituições de
Pesquisa/Empresas e a melhoria das estruturas
produtivas e de exportação, com vistas ao
desenvolvimento sustentável
Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado
do Rio Grande do Norte, Arranjos produtivos
locais (APLs)
Programa
Primeiros
Projetos
Apoiar a instalação, modernização, ampliação
ou recuperação da infraestrutura de pesquisa
científica e tecnológica nas instituições públicas
de ensino e pesquisa visando dar suporte à
fixação de jovens pesquisadores e nucleação
de novos grupos
Pesquisadores Doutores com menos de dez anos
de obtenção da referida titulação, cujos dados
estejam cadastrados e atualizados na Plataforma
Lattes, que possuam vínculo celetista ou
estatutário e exerçam suas atividades em
instituições públicas de ensino superior e/ou de
pesquisa. Os pesquisadores devem também ter
produção científica e tecnológica relevante nos
últimos cinco anos na área específica do projeto
apresentado, não integrar a equipe executora de
qualquer outra proposta submetida ao edital, não
ser atualmente coordenadores de projeto
financiado por agência de fomento nacional e/ou
internacional e não ter recebido apoio financeiro
em editais anteriores do PPP
Programa de
Apoio a
Núcleos
Emergentes
Apoiar projetos de pesquisa científica,
tecnológica e de inovação propostos por
grupos de pesquisa emergentes, formados por
pesquisadores com destaque na sua área de
conhecimento e com experiência na
coordenação de projetos, de modo a permitir a
consolidação de linhas de pesquisa prioritárias
para o Estado do Rio Grande do Norte e induzir
a formação de novos núcleos de excelência em
pesquisa no estado
Pesquisadores bolsistas de produtividade do
CNPq nível 2 (PQ ou DT), que se apresentem
como líderes de Núcleos Emergentes e que
tenham vínculo empregatício permanente com
instituições científicas e tecnológicas do Rio
Grande do Norte
76
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Programa Objetivo Entidades proponentes
Programa de
Apoio a
Núcleos de
Excelência
Apoiar a execução de projetos de grupos
consolidados de pesquisas científica,
tecnológica e de desenvolvimento, visando dar
suporte financeiro à continuidade dos trabalhos
dos grupos de pesquisas com excelência
reconhecida, no estado do Rio Grande do Norte
Pesquisadores que se apresentem como líderes
de Núcleos de Excelência e que tenham vínculo
empregatício permanente com instituições
científicas e tecnológicas, sediadas no Estado do
Rio Grande do Norte, dos seguintes tipos: a)
instituições de ensino superior, públicas ou
privadas, sem fins lucrativos; b) institutos e
centros de pesquisa e desenvolvimento, públicos
ou privados, sem fins lucrativos; c) empresas
públicas que executem atividades de pesquisa
em Ciência, Tecnologia ou Inovação
8.5 Oportunidades implementadas pelos Ministérios Federais
8.5.1 Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação
Não obstante, o MCTIC, ao considerar os Parques Tecnológicos como empreendimentos
essenciais para o fomento da inovação e do desenvolvimento científico e tecnológico,
disponibiliza recursos para instalações de Parques Tecnológicos diretamente sem que seja
necessário realizar chamadas públicas.
O Ministério é responsável pela gestão de projetos tal como o Programa Nacional de Apoio às
Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos – PNI que visa a congregar, articular,
aprimorar e divulgar os esforços institucionais e financeiros de suporte a empreendimentos
residentes nas incubadoras de empresas e parques tecnológicos, a fim de ampliar e otimizar a
maior parte dos recursos que deverão ser canalizados para apoiar a geração e a consolidação
de um crescente número de micro e pequenas empresas inovadoras.
Ainda no âmbito do MCTIC importa considerar como de valência para o Parque Tecnológico do
Rio Grande do Norte, sobretudo no que tange o fomento a aceleração de start-ups nacionais e a
atração de start-ups internacionais, o Programa Nacional de Aceleração de Start-ups, Start-up
Brasil. Gerido pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), em
parceria com aceleradoras, o programa tem como objetivo alavancar a aceleração de start-ups,
colocando no mercado local e internacional novos produtos e serviços inovadores.
O programa funciona por edições com duração de um ano. Em cada edição são lançadas duas
chamadas públicas, uma para qualificar e habilitar aceleradoras, e outra para a seleção de start-
ups com rodadas semestrais. Estruturado como uma parceria entre o Governo e a iniciativa
privada, o programa contribui para a geração de um ecossistema favorável ao
empreendedorismo de base tecnológica.
77
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
8.5.2 Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC)
As empresas e start-ups instaladas no Parque Tecnológico poderão ainda contar com apoio do
INOVATIVA Brasil, um programa gratuito de aceleração em larga escala para negócios
inovadores de qualquer setor e lugar do Brasil, realizado pelo Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços, executado pela Fundação Centros de Referência em Tecnologias
Inovadoras (CERTI) e com os parceiros estratégicos SEBRAE e SENAI.
O programa oferece capacitação de nível mundial em empreendedorismo inovador, por meio de
cursos gratuitos e outras atividades e acesso a mentores nacionais e internacionais, promove
conexão com possíveis parceiros, investidores e grandes empresas, bem como apoia a
internacionalização destas iniciativas.
Tabela 64. Oportunidades de financiamento de alguns Ministérios do governo federal
Programa/
Linha de crédito Objetivo Entidades proponentes
MCTI/CNPq/FI
NEP/FVA
Apoio financeiro e estudos denominados "Planos
de Investimentos de Parques Tecnológicos"
Universidade ou Instituição de Ensino Superior
e de Pesquisa, Pública, Privada sem fins
lucrativos (ou Fundação de Apoio) Instituição
de Pesquisa, Científica ou Tecnológica pública
ou privada sem fins lucrativos
MCTI/FINEP/A
T – PNI –
Parques
Tecnológicos
Apoio com financiamentos não-reembolsável, até
10 empreendimentos existentes no país e em
adiantado estágio de implementação
Órgão ou entidade da Administração Pública
direta ou indireta de qualquer esfera de
governo, ou entidade privada sem fins
lucrativos que poderá ser representada por
Fundação de Apoio, mantenedora ou gestora
de empreendimentos de parques tecnológicos
no Brasil, responsável pela execução gerencial
e financeira do projeto
Start-up Brasil
O Start-Up Brasil tem como objetivo alavancar a
aceleração de start-ups, colocando no mercado
local e internacional novos produtos e serviços
inovadores. Por meio da parceria entre o Governo
e a iniciativa privada, o programa contribui para a
geração de um ecossistema favorável ao
empreendedorismo de base tecnológica
O programa funciona por edições com duração
de um ano. Em cada edição são lançadas duas
chamadas públicas, uma para qualificar e
habilitar aceleradoras, e outra para a seleção
de start-ups com rodadas semestrais
Instituto
Nacional de
Ciência e
Tecnologia -
INCT
Mobilizar e agregar, de forma articulada, os
melhores grupos de pesquisa em áreas de
fronteira da ciência e em áreas estratégicas para
o desenvolvimento sustentável do país;
impulsionar a pesquisa científica básica e
fundamental competitiva internacionalmente;
estimular o desenvolvimento de pesquisa
científica e tecnológica de ponta associada a
aplicações para promover a inovação e o espírito
empreendedor, em estreita articulação com
empresas inovadoras, nas áreas do Sistema
Brasileiro de Tecnologia (Sibratec)
Instituições de Pesquisa, Universidades,
Empresas
78
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Programa/
Linha de crédito Objetivo Entidades proponentes
INOVATIVA
BRASIL -
MDIC/ CERTI/
SEBRAE/
SENAI
Programa gratuito de aceleração em larga escala
para negócios inovadores de qualquer setor e
lugar do Brasil
Podem submeter propostas para o Ciclo de
aceleração:
Negócios inovadores de qualquer setor da
indústria, comércio, serviços e agronegócio;
Negócios pré-operacionais com um
produto/serviço em estágio final de
desenvolvimento, protótipo, versão beta ou
produto pronto mas ainda não comercializado;
Start-ups já estabelecidas, com dois limites:
Faturação anual máxima de R$ 3,6 milhões
Que não tenha recebido investimento em
participação de terceiros (investidor anjo, fundo
de investimento) acima de R$ 500 mil
8.6 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (SEBRAE)
Para além das instituições públicas e das parcerias até o momento apresentadas, que contam
com linhas de crédito, programas de financiamento e programas de apoio às ações de P&D, as
empresas no Brasil ainda podem contar com apoio de programas executados pelo Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas – SEBRAE.
Com a missão de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos
empreendimentos de micro e pequeno porte, o SEBRAE atua com foco no fortalecimento do
empreendedorismo e na aceleração do processo de formalização da economia por meio de
parcerias com os setores público e privado, programas de capacitação, acesso ao crédito e à
inovação, estímulo ao associativismo, feiras e rodadas de negócios. O SEBRAE articula junto
aos bancos, cooperativas de crédito e instituições de microcrédito a criação de produtos
financeiros adequados às necessidades das empresas. Também orienta os empreendedores
para que o acesso ao crédito seja, de fato, um instrumento de melhoria do negócio.
Ainda, o SEBRAE seleciona propostas para apoio a projetos que estimulam o
empreendedorismo e o desenvolvimento sustentável de pequenos negócios. Em parceria com a
FINEP e o CNPq, o SEBRAE lança chamadas públicas específicas para fomentar a inovação
tecnológica em entidades de micro e pequeno porte. Além disso, o SEBRAE lançou
recentemente um edital em parceria com a ANPROTEC para apoio técnico e financeiro a
incubadoras de empresas em operação e mantidas por entidades públicas e privadas de
interesse de micro e pequenas empresas.
79
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
9 Análise de riscos
Este capítulo identifica os riscos que podem afetar o sucesso técnico e financeiro do Parque
Tecnológico, visando reduzir a incidência destes e de preparar o Parque para os ultrapassar em
caso de ocorrência. A previsão de possíveis riscos e a compreensão de adequadas medidas de
contingência permitirá tomada de decisões coerentes e ajustadas à realidade e aos objetivos
definidos para o Parque.
A relação aqui apresentada compreende riscos internos e diretamente relacionados com o
sucesso da implantação e operação do Parque e externos procedentes do ambiente no qual o
Parque se insere. Para cada risco foram presumidos possíveis impactos ao Parque e listadas
medidas de contingência.
Os principais riscos associados à implementação do Parque Tecnológico do Rio grande do
Norte estão litados a seguir:
1. Dificuldade na captação de recursos para financiamento da construção dos principais
edifícios do Parque;
2. Dificuldade de atração de empresas, nomeadamente de empresas “âncora”;
3. Dificuldade de mobilização de entidades do sistema científico e tecnológico;
4. Reduzido desenvolvimento urbanístico na envolvente, tonando o parque uma “ilha”;
5. Dependência de apoios públicos e consequente incerteza associada a ciclos políticos;
6. Incertezas na envolvente macroeconômica do Brasil;
7. Concorrência de outros Parques na Região Nordeste.
Risco Dificuldade na captação de recursos para financiamento da construção dos principais
edifícios
Descrição Conforme foi demonstrado no presente estudo de viabilidade, para que o Parque
Tecnológico do Rio Grande do Norte possa ser um investimento viável no período de
10 anos, é fundamental que consiga captar recursos para financiar a construção dos
seus principais edifícios.
Neste documento foram identificadas possíveis fontes de financiamento, junto das
quais se mostra importante realizar um trabalho de apresentação do Parque e recolha
de informação.
80
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Risco Dificuldade na captação de recursos para financiamento da construção dos principais
edifícios
Medidas de
contingência
Articulação com instituições governamentais de financiamento ao nível federal e
estadual e desenvolvimento de ligações privilegiadas com alguns atores-chave neste
âmbito, em particular com o BNDES e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Articulação com parlamentares federais (deputados e senadores) eleitos pelo estado
do Rio Grande do Norte, com o intuito de sensibilizá-los para uma atitude pró-ativa na
captação de recursos para o parque por via de emendas parlamentares.
Organização de roadshows institucionais para apresentação do projeto do Parque
Tecnológico a representantes de bancos multilaterais de desenvolvimento, como o
Banco Mundial ou o Banco Interamaericano de Desenvolvimento e a outras entidades
financiadoras Nacionais e Internacionais;
Risco Dificuldade de atração de empresas, nomeadamente de empresas “âncora”
Descrição A instalação no Parque de empresas com grande capacidade de P&D cria as
condições para a atração de PMEs, start-ups, e outros laboratórios de pesquisa. A
instalação de empresas com grande demanda e disposição em produzir inovação
gera um ambiente dinâmico de interação essencial para o desenvolvimento de
negócios inovadores.
O Parque do Rio Grande do Norte deve procurar conseguir a instalação de empresas
âncora no seu terreno, facilitando a atração de inquilinos aos seus espaços e
consequentemente aumentar o fluxo de conhecimento e tecnologia entre
universidades, instituições de investigação e desenvolvimento, empresas e mercados.
Medidas de
contingência
Realização de ações de “diplomacia” e apresentação do Parque junto de empresas
consideradas âncora, que possam atrair outras instituições para o Parque, com o
intuito de apresentar-lhes o Parque, os benefícios da sua eventual instalação no
mesmo, e de averiguar o seu potencial interesse nessa instalação.
Realização de “roadshows” ou a participação em eventos selecionados no Brasil e no
exterior para promover o Parque. Neste âmbito, destaca-se, por um lado, em particular
uma participação mais ativa (através do reforço da delegação de representantes) do
Parque na Conferência da Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), no Congresso Mundial da Associação
81
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Risco Dificuldade de atração de empresas, nomeadamente de empresas “âncora”
Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia e Áreas de Inovação (IASP) e, por
outro, o envolvimento mais abrangente do Parque em feiras e eventos de variada
natureza e características, relacionados com a promoção da inovação empresarial –
tais como o Business Innovation Network ou a Conferência ANPEI sobre Inovação.
Risco Dificuldade de mobilização de entidades do sistema científico e tecnológico
Descrição O Parque poderá encontrar dificuldades na mobilização de entidades de Ensino,
Ciência e Tecnologia e na instalação de laboratórios de P&D no terreno do Parque.
O baixo envolvimento de importantes Centros de Pesquisa pode fazer com que o
Parque torne-se apenas um Parque Industrial, não vindo a cumprir com sua missão
principal de promoção de interação entre diferente tipologias de atores e promover
uma cultura de inovação e competitividade baseadas no conhecimento tecnológico.
Pode, ainda, comprometer a capacidade do Parque de atrair inquilinos para o Parque.
Medidas de
contingência
Envolver instituições do sistema de ciência, tecnologia e inovação potiguar na
governança do Parque;
Disponibilizar lotes para instalação dessas instituições no terreno do Parque;
Promover projetos estruturantes que envolvam este tipo de entidades (condicionando
a participação a entidades localizadas no Parque).
Definir um calendário de reuniões periódicas, que visem fomentar o diálogo, a
cooperação e a concertação entre as instituições do sistema científico e tecnológico
do estado e destas com a entidade gestora do Parque, numa lógica de transparência e
de mobilização. Estas reuniões poderão acontecer no âmbito do Conselho Estadual
de Ciência e Tecnologia.
Risco Reduzido desenvolvimento urbanístico na envolvente (ext)
Descrição Tendo em vista que o terreno do Parque está localizado em uma região ainda não
urbanizada, um reduzido desenvolvimento econômico pode fazer com que o Parque
82
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Risco Reduzido desenvolvimento urbanístico na envolvente (ext)
fique isolado, tornando-se uma ilha, distante de fornecedores, prestadores de serviços,
clientes, conjuntos habitacionais.
Isto poderá comprometer a capacidade de atração de inquilinos para o Parque e da
dinamização de suas actividades com o ambiente no que se insere.
Medidas de
contingência
Desenvolver projetos que contribuam para o desenvolvimento local;
Garantir que o Parque é um elemento aberto à envolvente e dinamizador do
desenvolvimento local. Neste contexto, deve-se ponderar a organização de “Dias
Abertos” (Open Days). Trata-se de eventos periódicos, com a duração de um dia, em
que o Parque será plenamente aberto à visitação da comunidade local. Os Open Days
devem incluir atividades voltadas para diferentes públicos-alvo (crianças, por
exemplo), e proporcionar aos visitantes uma perspectiva diferente do Parque, através
de visitas guiadas e do contato com pesquisadores e gestores, bem como estimular
um contato mais próximo e mais lúdico com a ciência e a tecnologia.
Proporcionar condições para a integração de representantes do Parque em instâncias
locais que debatam e promovam o desenvolvimento urbano sustentável em Estremoz
e Ceará-Mirim e adotar uma postura pró-ativa na organização de seminários e
conferências sobre o tema.
Risco Dependência de apoios públicos e consequente incerteza associada a ciclos políticos
Descrição As principais fontes de financiamento de Parques Tecnológicos têm origem pública. A
entidade gestora do Parque deve buscar sustentabilidade financeira e independência
institucional para garantir sucesso no seu funcionamento.
A dependência de apoios políticos, sejam financeiros ou institucionais pode vir a
influenciar a tomada de decisão e deixar o Parque suscetível a decisões políticas. Isso
pode tanto comprometer o financiamento às ações do Parque como alterar
significativamente sua estratégia.
Medidas de
contingência
Estabelecer um modelo de gestão que garanta o máximo de independência do Parque
(um projeto de Estado e não de Governo);
Diversificar as fontes de financiamento, diminuindo progressivamente a dependência
de apoios públicos.
83
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Risco Dependência de apoios públicos e consequente incerteza associada a ciclos políticos
Definir um regime jurídico-constitucional de enquadramento do Parque que lhe
garanta independência, segurança e previsibilidade do ponto de vista financeiro e
político. Concretamente, sugere-se a inscrição do Parque Tecnológico na Constituição
do Estado do Rio Grande do Norte (art.147 ou 148), identificando-o como um
elemento-chave para a promoção do desenvolvimento científico e tecnológico do
estado. Sugere-se, ainda, a eventual vinculação jurídica de receitas públicas ao parque
(seguindo o exemplo de São Paulo, com a vinculação de receitas do ICMS às
universidades estaduais).
Risco Incertezas na envolvente macroeconômica do Brasil (ext.)
Descrição Incertezas macroeconômicas no País podem dificultar o acesso a fontes de
financiamento, impactar financeiramente as empresas instaladas no Parque e conter a
criação de start-ups. Isto poderá atingir diretamente a dinamização das atividades do
Parque ao comprometer recursos, reduzir taxas de ocupação e receitas com o aluguel
de espaços.
Medidas de
contingência
Garantir sustentabilidade financeira e não depender de recursos externos para manter
as atividades do Parque;
Estabelecer um forte relacionamento internacional do Parque, que reduza a sua
exposição à envolvente interna. Neste contexto, será importante desenvolver e
implementar um Plano de Internacionalização do Parque, que lhe permita integrar
redes internacionais ligadas à Ciência e Tecnologia (como a IASP ou a Aliança Mundial
pela Inovação – WINOVA) e, deste modo, explorar novas oportunidades de negócio no
plano internacional.
Fortalecer as capacidades do Parque enquanto prestador de serviços, em particular
para instituições de âmbito internacional, trabalhando na diversificação e sofisticação
dos serviços prestados. Neste contexto ressalta-se, por exemplo, a possibilidade de
certificação do Parque como Business Innovation Centre (BIC), ao abrigo da iniciativa
promovida pela Rede Europeia de BICs (EBN).
Diversificação das fontes de financiamento do Parque e das empresas nele instaladas,
com reforço das fontes internacionais (bancos multilaterais de investimento), do
investimento privado (sobretudo através de capital de risco, capital-semente, business
angels, etc.) e, principalmente, com a obtenção de receitas por via da celebração de
84
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque
Risco Incertezas na envolvente macroeconômica do Brasil (ext.)
contratos de prestação de serviços e de subvenções obtidas em licitações públicas
internacionais.
Risco Concorrência de outros Parques na Região Nordeste
Descrição Tendo em vista a existência de Parques Tecnológicos na região Nordeste, o Parque do
Rio Grande do Norte poderá ter concorrência regional na atração de empresas e
entidades de Ciência e Tecnologia.
A região nordeste conta com outros Parques em operação, destacando-se aqueles
localizados nos estados da Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Os serviços
prestados, a presença de importantes empresas nas suas instalações e uma melhor
dinamização económica estadual e municipal podem fazer com que entidades
decidam instalar-se nessas regiões ao invés de ir para o Rio Grande do Norte.
Medidas de
contingência
Definição e implementação de uma estratégia de comunicação dinâmica;
Integração em redes e colaboração com congéneres nacionais e internacionais, em
particular no âmbito das áreas temáticas prioritárias para o Parque.
Estabelecimento de uma carteira de serviços diferenciada.
Desenvolvimento de atividades de cooperação com os parques identificados como
concorrentes, com o intuito de identificar sinergias e complementaridades que possam
reforçar a identidade própria de cada parque e, ao mesmo tempo, facilitar a
implementação de ações conjuntas que revertam em benefício de todos os envolvidos
– como participação conjunta em feiras e exposições internacionais, ações conjuntas
de marketing, etc.
Inserção e envolvimento construtivo no Fórum Nacional de Gestores de Inovação e
Transferência de Tecnologia (FORTEC) e na ANPROTEC, em particular nas seccionais
regionais que abrangem o Nordeste.
85
Estudo de Viabilidade e Plano de Negócios do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Estudo de Viabilidade Técnica e Econômico-Financeira do Parque