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CIDADES cidades@cor reiodoestado.com.br  SÁBADO, 15 DE JUNHO DE 2013 deficiência LÚCIA MOREL RAFAEL BUENO Desde que começou a operar em Campo Grande, no ano de 2003, os 2,4 mil equipamen- tos de parquímetro instalados no quadrilátero central não passam por aferição do Insti- tuto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (In- metro). Isso porque não existe obrigatoriedade nem normas pré-estabelec idas na verica- ção do funcionamento desses aparelhos, o que põe a popu- lação em dúvida quanto à uti- lização do serviço. O presidente da Agência Es- tadual de Metrologia (AEM), que representa o Inmetro em Mato Grosso do Sul, Sérgio Maia Miranda, explicou que as máquinas que controlam o tempo de estacionamento de  veículos das rua s do centro de Campo Grande não possuem regulamentação e, por isso, cam de fora da obrigatorie- dade de aferição. “O parquí- metro é um instrumento de medição não regulamentado pelo Inmetro”, armou. Isso decorre da pouca uti- lização desse tipo de serviço no restante do Brasil. “Não são todas as capitais e cidades do País que têm parquíme- tro e a demanda é reprimida, porque tem outros aparelhos na frente dele para serem re- gulamentados”, sustentou, lembrando que a agência em MS já solicitou ao Inmetro na- cional a regulamentação da medição desse serviço, mas ainda não houve resposta em  virtude do grande n úmero de outros equipamentos que es- tão passando pela regulariza- ção das normas. Maia contou que no ano em que a prefeitura conce- deu a exploração do serviço Dúvidas. Lucilene Fernandes considera necessário controle do funcionamento dos equipamentos PAULO RIBAS Equipamentos não têm regulamentação, cando sem controle da qualidade de funcionamento Parquímetr os não são aferidos pelo Inmetro há 10 anos à empresa Flexpark, ainda na administração municipal do atual governador André Puc- cinelli (PMDB), as máquinas foram verificadas porque o Ministério Público Estadual (MPE) exigiu que, antes da en- trada em operação, a aferição fosse feita. QUEIXAS Para a trabalhadora autôno- ma Lucilene Fernandes, 43, a falta de vericação dá mar- gem a problemas, já que não existe controle do funciona- mento. “Tudo precisa passar por manutenção. Acho que tem que ter um controle, se- não fica de qualquer jeito”, comentou. Outra reclamação é quanto aos pontos de venda. “São longe de onde a gente estaciona. Se eu chego sem créditos e vou comprar, até eu  voltar já fui multada ”. O analista de sistemas José Tarcísio Viegas London, 55, sempre utiliza o parquímetro e disse que, além de ser con- trário à presença desses equi- pamentos para a cobrança de estacionamento, também te-  ve problemas no uso das má- quinas. “Já teve vezes de eu ter créditos e perder tudo na hora de usar, simplesmente sumiu”, disse. Para ele, o equi- pamento é fonte de “falcatru- as”, já que, como analista, sabe que sempre há meios de burlar o sistema, ainda mais sem uma aferição periódica. “Eu não cono no serviço”. Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Campo Grande admitiu que os aparelhos funcionam sem aferição anual e que isso vem ocorrendo desde gestões an- teriores. “Todos os contra- tos de concessão e permis- são estão sob análise (da nova gestão municipal)”, informou a assessoria.  Até o nal d e 2013, estará pronto um estudo para pos- sibilidade de ampliação da área de vagas rotativas. Mas para ampliar a área será necessário fazer aditivo no contrato. A prefeitura fica com 28,5% do valor bruto arrecadado pelo serviço, o que em 2012 representava cerca de R$ 60 mil. A repor- tagem entrou em contato com a Flexpark, mas o res- ponsável pela empresa não retornou a ligação para co- mentar o assunto. O custo por hora do parquímetro é de R$ 1,50. A Flexpark, que administra o serviço na Capital, renovou o contrato com a prefeitura no ano passado, o qual ainda não tem cláusula determinando que os relógios sejam aferidos anualmente. Cabe apenas à Agência Municipal de Trânsito (Agetran) scalizar defeitos mecânicos. Novo contrato ainda não prevê aferição Saiba

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7/25/2019 Parquimetro_aferição

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SÁBADO, 15 DE JUNHO DE 2013

deficiência

LÚCIA MORELRAFAEL BUENO

Desde que começou a operarem Campo Grande, no ano de2003, os 2,4 mil equipamen-tos de parquímetro instaladosno quadrilátero central nãopassam por aferição do Insti-tuto Nacional de Metrologia,Qualidade e Tecnologia (In-metro). Isso porque não existeobrigatoriedade nem normaspré-estabelecidas na verifica-ção do funcionamento dessesaparelhos, o que põe a popu-lação em dúvida quanto à uti-

lização do serviço.O presidente da Agência Es-tadual de Metrologia (AEM),que representa o Inmetro emMato Grosso do Sul, SérgioMaia Miranda, explicou queas máquinas que controlam otempo de estacionamento de

 veículos das ruas do centro deCampo Grande não possuem

regulamentação e, por isso,ficam de fora da obrigatorie-dade de aferição. “O parquí-metro é um instrumento demedição não regulamentadopelo Inmetro”, afirmou.

Isso decorre da pouca uti-lização desse tipo de serviçono restante do Brasil. “Nãosão todas as capitais e cidadesdo País que têm parquíme-tro e a demanda é reprimida,porque tem outros aparelhosna frente dele para serem re-gulamentados”, sustentou,lembrando que a agência emMS já solicitou ao Inmetro na-

cional a regulamentação damedição desse serviço, masainda não houve resposta em

 virtude do grande número deoutros equipamentos que es-tão passando pela regulariza-ção das normas.

Maia contou que no anoem que a prefeitura conce-deu a exploração do serviço

Dúvidas. Lucilene Fernandes considera necessário controle do funcionamento dos equipamentos

PAULO RIBAS

Equipamentos não têm regulamentação, ficandosem controle da qualidade de funcionamento

Parquímetros nãosão aferidos peloInmetro há 10 anos

à empresa Flexpark, ainda naadministração municipal doatual governador André Puc-cinelli (PMDB), as máquinasforam verificadas porque oMinistério Público Estadual(MPE) exigiu que, antes da en-trada em operação, a aferiçãofosse feita.

QUEIXAS

Para a trabalhadora autôno-ma Lucilene Fernandes, 43,a falta de verificação dá mar-gem a problemas, já que nãoexiste controle do funciona-mento. “Tudo precisa passar

por manutenção. Acho quetem que ter um controle, se-não fica de qualquer jeito”,comentou. Outra reclamaçãoé quanto aos pontos de venda.“São longe de onde a genteestaciona. Se eu chego semcréditos e vou comprar, até eu

 voltar já fui multada”.O analista de sistemas José

Tarcísio Viegas London, 55,sempre utiliza o parquímetroe disse que, além de ser con-trário à presença desses equi-pamentos para a cobrança deestacionamento, também te-

 ve problemas no uso das má-quinas. “Já teve vezes de euter créditos e perder tudo nahora de usar, simplesmentesumiu”, disse. Para ele, o equi-pamento é fonte de “falcatru-as”, já que, como analista,

sabe que sempre há meios deburlar o sistema, ainda maissem uma aferição periódica.“Eu não confio no serviço”.

Por meio da assessoria deimprensa, a Prefeitura deCampo Grande admitiu queos aparelhos funcionam semaferição anual e que isso vemocorrendo desde gestões an-

teriores. “Todos os contra-tos de concessão e permis-são estão sob análise (danova gestão municipal)”,informou a assessoria.

 Até o final de 2013, estarápronto um estudo para pos-sibilidade de ampliação daárea de vagas rotativas. Maspara ampliar a área seránecessário fazer aditivo nocontrato. A prefeitura ficacom 28,5% do valor bruto

arrecadado pelo serviço, oque em 2012 representavacerca de R$ 60 mil. A repor-tagem entrou em contatocom a Flexpark, mas o res-ponsável pela empresa nãoretornou a ligação para co-mentar o assunto. O custopor hora do parquímetro éde R$ 1,50.

A Flexpark, queadministra o serviçona Capital, renovouo contrato com a

prefeitura no anopassado, o qual aindanão tem cláusuladeterminando queos relógios sejamaferidos anualmente.Cabe apenas à AgênciaMunicipal de Trânsito(Agetran) fiscalizardefeitos mecânicos.

Novo contratoainda nãoprevê aferição

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