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RECALQUES EM ATERRO INSTRUMENTADO CONSTRUÍDO SOBRE DEPÓSITO MUITO MOLE COM DRENOS VERTICAIS NA BARRA DA TIJUCA, RIO DE JANEIRO Marcus Vinicius Rios Bedeschi TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL. Aprovada por: _______________________________________ Prof. Willy Alvarenga Lacerda, Ph.D. _______________________________________ Prof. Sandro Salvador Sandroni, Ph.D. _______________________________________ Prof. Márcio de Souza Soares de Almeida, Ph.D. _______________________________________ Prof. Alberto Sampaio F. J. Sayão, Ph.D. _______________________________________ Prof. Fernando A. B. Danziger, D.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ-BRASIL OUTUBRO DE 2004

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RECALQUES EM ATERRO INSTRUMENTADO CONSTRUÍDO SOBRE DEPÓSITO

MUITO MOLE COM DRENOS VERTICAIS NA BARRA DA TIJUCA, RIO DE JANEIRO

Marcus Vinicius Rios Bedeschi

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS

DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO

DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Aprovada por:

_______________________________________

Prof. Willy Alvarenga Lacerda, Ph.D.

_______________________________________

Prof. Sandro Salvador Sandroni, Ph.D.

_______________________________________

Prof. Márcio de Souza Soares de Almeida, Ph.D.

_______________________________________

Prof. Alberto Sampaio F. J. Sayão, Ph.D.

_______________________________________

Prof. Fernando A. B. Danziger, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ-BRASIL

OUTUBRO DE 2004

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ii

BEDESCHI, MARCUS VINICIUS RIOS

Recalques em aterro instrumentado construído

sobre depósito muito mole com drenos verticais

na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro [Rio de Janeiro]

2004

XII, 172 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,

Engenharia civil, 2004)

Tese – Universidade Federal do Rio de

Janeiro, COPPE

1. Argila mole 2. Recalques 3. Poro-pressão

I. COPPE/UFRJ II. Título (série)

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iii

Este trabalho é dedicado à memória de dois

anjos em minha vida, meu avô Nelson Bedeschi e

minha prima Michelle Bedeschi.

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iv

AGRADECIMENTOS

Ao professor Willy Alvarenga Lacerda, pela amizade, pelos conhecimentos

fornecidos em suas aulas ministradas e pela confiança depositada ao indicar-me à

Geoprojetos.

Ao professor Sandro Sandroni, inspirador e co-orientador, pela destreza e

generosidade em passar seus conhecimentos de forma simples e objetiva. Pelo

companheirismo e pela amizade desenvolvida durante o período de atividades de

execução da obra. Pela empolgação e incentivo demonstrados a cada etapa concluída

deste trabalho.

Ao engenheiro Fabrício Antônio Florido de Souza pela amizade e

competência na elaboração das figuras deste trabalho.

Ao técnico Ferdinando Ferreira Soares pela experiência compartilhada e

pelos muitos ensinamentos fornecidos durante a execução da obra.

À Geoprojetos Engenharia Ltda pela doação de equipamentos utilizados.

A todos os membros pertencentes à grande família Geoprojetos, em especial,

aos engenheiros Sidney Reis Barbosa e José Roberto Thedim Brandt pelo apoio e

incentivo e aos amigos Antônio Garcia Sobrinho e Leny Maria Guimarães.

Aos engenheiros da Plarcon, Marcos Antônio, Ragoni e Luiz Cláudio pelo

apoio dado durante a execução da obra.

À engenheira Ana Cristina M. G. Carvalho pela amizade e incentivo

demonstrados durante a execução deste trabalho.

Aos professores e técnicos da COPPE/UFRJ que em muito contribuíram para

minha formação.

Aos companheiros de mestrado da COPPE/UFRJ pela amizade e união nos

momentos de dificuldade.

Aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade em avaliar esta

dissertação.

A meu pai Francisco Antônio Bedeschi pelo apoio incondicional nos meus

estudos e na minha formação. Pelo amor, carinho e estímulo demonstrados em todas

as etapas da minha vida.

A minha mãe Marise Rios Bedeschi pela sabedoria silenciosa inconfundível.

Pelo amor, carinho e compressão em todos os momentos da minha vida.

A minha irmã Monique Rios Bedeschi pelo amor e pela amizade. Pela certeza

na confiança que sempre estaremos juntos.

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v

A minha eterna madrinha Sônia Rios pelo amor, carinho e os cuidados

durante minha formação profissional.

Aos meus tios João Batista e Lady pela amizade e carinho durante minha

permanência em Juiz de Fora.

A mãe Dedê pelo carinho e atenção dispensados a mim e a minha irmã em

todos os momentos.

Ao meu afilhado Marco Antônio pela sua presença inspiradora.

Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T. Muto , Carmem T.

Muto e família pelo amor, carinho e apoio durante todos os momentos da minha vida.

Ao amigo Joe T. Muto e família pelo carinho e companheirismo demonstrados

ao longo de nossa sólida amizade.

Ao engenheiro André Pimenta Mathias pela amizade e pela recepção na

cidade do Rio de janeiro.

Ao amigo de todas as horas Rodrigo da Silva Ferreira pelo companheirismo e

compreensão durante meu período de incubação para finalização deste trabalho.

Ao franco-luso-brasileiro Sérgio Costa e sua fiel escudeira Elaine pela

amizade e incentivo nas horas mais difíceis.

A Renata Brum da Paz e família pelo amor e pela acolhida carinhosa na

cidade do Rio de Janeiro.

Ao CNPq pelo apoio financeiro.

A Deus por iluminar meu caminho e por muitas vezes me carregar em seus

braços nas horas em que eu não podia caminhar.

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vi

Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

RECALQUES EM ATERRO INSTRUMENTADO CONSTRUÍDO SOBRE DEPÓSITO

MUITO MOLE COM DRENOS VERTICAIS NA BARRA DA TIJUCA, RIO DE JANEIRO

Marcus Vinicius Rios Bedeschi

Outubro/2004

Orientador: Prof. Willy Alvarenga Lacerda

Programa: Engenharia Civil

Esta dissertação visa analisar os dados obtidos do monitoramento do aterro

construído sobre depósito de argila muito mole, o qual se destina à construção de um

condomínio na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

O objetivo reside em obter os valores dos coeficientes de adensamento

através dos dados de recalque e poro-pressão e realizar uma análise comparativa com

os valores encontrados nos ensaios de campo, compreendendo ensaios de dissipação

com piezocone e permeabilidade in situ e ensaios de laboratório.

Inicialmente apresenta-se uma revisão bibliográfica das teorias e métodos de

análise a serem utilizados nesta dissertação, seguida pela descrição do projeto e sua

execução. Posteriormente, apresenta-se uma caracterização geotécnica do solo em

estudo, baseada em ensaios de campo e laboratório, os resultados da instrumentação

e as análises dos dados de recalque e poropressão.

Com base nos resultados dos coeficientes de adensamento, observa-se uma

boa concordância entre os valores encontrados através de retroanálise dos dados de

recalque e poro-pressão com os ensaios de permeabilidade in situ. Os resultados

provenientes dos ensaios de adensamento e piezocone apresentam valores

destoados dos encontrados através de outros métodos analisados. O valor do

recalque final estimado em projeto, via umidade, apresenta boa concordância com os

recalques medidos em campo e os obtidos por retroanálise dos dados de recalque.

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Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

SETTLEMENTS OF AN INSTRUMENTED EMBANKMENT WITH VERTICAL DRAINS

ON A VERY SOFT CLAY DEPOSIT IN THE BARRA DA TIJUCA, RIO DEJANEIRO

Marcus Vinicius Rios Bedeschi

October/2004

Advisor: Prof. Willy Alvarenga Lacerda

Department: Civil Engineering

This dissertation seeks to analyze the obtained data of the embankment

monitoring built on deposit of very soft clay, which is destined to the construction of a

condominium in to Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

The objective is to obtain the values of the coefficients of consolidation

through of the settlement and purpose data and to realize a comparative analysis with

the values found in the field, encompassing dissipation rehearsals with piezocone and

“in situ” permeability and data from laboratory.

Initially it is presented a bibliography revision of the theories and analysis

methods used in this dissertation followed by the description of the project and its

execution. Later on, it is presented a geotechnical characterization of the soil in study,

based on results of field and laboratory, the results of the instrumentation and the

analyses of the settlement and porepressure data.

The results of the coefficients of consolidation obtained present a good

agreement between adjust the settlement data, porepressure data and the results of “in

situ” permeability. The results obtained in the laboratory and piezocone present

different values when compared with other analysis methods. The predictions of the

magnitude of settlements obtained present a good agreement when compared with

measured in field and process back analysed with settlement data.

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ÍNDICE CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO.................................................................. 01 I.1 – Apresentação geral............................................................................ 01 I.2 – Objetivos e organização da tese........................................................ 02 CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................ 04 II.1 – Introdução......................................................................................... 04 II.2 – Teoria de adensamento.................................................................... 04 II.2.1 – Teoria de adensamento de TERZAGHI e FROLICH (1936).......... 04 II.2.2 – Teoria de adensamento de BARRON (1948)................................ 07 II.2.3 – Teoria de adensamento para drenagem combinada radial e vertical........................................................................................................ 09 II.3 – Drenos verticais – Aspectos teóricos................................................ 09 II.3.1 – Eficiência dos drenos verticais....................................................... 10 II.3.2 – Diâmetro equivalente dos drenos verticais pré-fabricados............ 11 II.3.3 – Área de influência e espaçamento dos drenos verticais................ 11 II.3.4 – Considerações sobre amolgamento – Efeito Smear..................... 12 II.3.5 – Efeito da resistência hidráulica dos drenos verticais..................... 14 II.4 – Método de ASAOKA para interpretação de medidas de recalque.... 15 II.4.1 – Construção gráfica do método de ASAOKA (1978) modificado por MAGNAN e DEROY (1980)................................................................ 16 II.4.2 – Considerações finais sobre o método de ASAOKA....................... 17 II.5 – Método de ORLEACH para interpretação de dados de poropressão............................................................................................... 17 II.5.1 – Construção gráfica do método de ORLEACH (1983).................... 19 II.6 – Figuras.............................................................................................. 19 CAPÍTULO III – DESCRIÇÃO DO PROJETO E EXECUÇÃO.................. 25 III.1 – Introdução........................................................................................ 25 III.2 – Localização da área em estudo....................................................... 25 III.3 – Zoneamento geotécnico do terreno................................................. 26 III.4 – Sequência executiva da área C....................................................... 26 III.4.1 – Modelo geotécnico........................................................................ 28 III.4.2 – Cotas desejadas e recalques........................................................ 28 III.4.3 – Velocidade dos recalques............................................................. 30 III.4.4 – Estabilidade.................................................................................. 34 III.4.5 – Sequência executiva..................................................................... 34 III.5 – Projeto de instrumentação............................................................... 35 III.5.1 – Instalação dos instrumentos......................................................... 40 III.6 – Execução da obra............................................................................ 42 III.6.1 – Sondagens.................................................................................... 42 III.6.2 – Ensaios especiais......................................................................... 43 III.6.3 – Aterro na área C........................................................................... 43 III.6.4 – Cravação dos drenos pré-fabricados............................................ 46 III.6.5 – Execução da instalação dos instrumentos.................................... 48 CAPÍTULO IV – CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA............................. 50 IV.1 – Introdução........................................................................................ 50 IV.2 – Sondagens de simples reconhecimento e perfis de solo................ 50 IV.3 – Ensaios de caracterização da área em estudo............................... 54 IV.3.1 – Limites de Atterberg e umidade natural........................................ 54 IV.3.2 – Matéria orgânica........................................................................... 54

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ixIV.4 – Descrição do material utilizado como aterro................................... 59 IV.5 – Ensaios especiais............................................................................ 60 IV.6 – Ensaio de Piezocone....................................................................... 61 IV.6.1 – Descrição do equipamento........................................................... 61 IV.6.2 – Procedimento e sequência de ensaio.......................................... 61 IV.6.3 – Resultados dos ensaios de piezocone......................................... 62 IV.7 – Ensaio de Palheta........................................................................... 67 IV.7.1 – Ensaio de palheta e equipamento utilizado.................................. 67 IV.7.2 – Procedimento e sequência de ensaio.......................................... 68 IV.7.3 – Resultados dos ensaios de Palheta............................................. 68 IV.8 – Ensaio de adensamento.................................................................. 70 IV.8.1 – Coleta de amostras indeformadas................................................ 70 IV.8.2 – Procedimentos de amostragem................................................... 70 IV.8.3 – Equipamentos e procedimentos de ensaio.................................. 72 IV.8.4 – Resultado dos ensaios de adensamento..................................... 72 CAPÍTULO V – RESULTADOS DA INSTRUMENTAÇÃO....................... 82 V.1 – Introdução........................................................................................ 82 V.2 – Dados de recalque........................................................................... 82 V.3 – Dados piezométricos........................................................................ 95 V.3.1 – Tempo de resposta dos piezômetros............................................ V.4 – Ensaios de permeabilidade “in situ”.................................................

122 123

V.4.1 – Descrição do equipamento............................................................ 123 V.4.2 – Procedimento e sequência de ensaio........................................... 123 V.4.3 – Resultado dos ensaios de permeabilidade “in situ”....................... 125 CAPÍTULO VI – ANÁLISES DOS DADOS DE RECALQUE E POROPRESSÃO....................................................................................... 127 VI.1 – Introdução........................................................................................ 127 VI.2 – Análise dos dados de recalque....................................................... 127 VI.2.1 – Aplicação do método de ASAOKA (1978) modificado por MAGNAN e DEROY(1980)........................................................................ 128 VI.2.2 – Análise dos dados de recalque das placas PR-232 e PR-309..... 133 VI.3 – Análise dos dados de poropressão pelo método de ORLEACH (1983)......................................................................................................... 135 VI.4 – Análise dos ensaios de dissipação com piezocone......................... 140 VI.5 – Análise dos coeficientes de adensamento a partir dos ensaios de permeabilidade “in situ”.............................................................................. 141 VI.6 – Análise dos resultados dos ensaios de adensamento.................... 143 VI.7 – Ajuste de curvas teóricas aos dados de recalque........................... 143 VI.8 – Análise comparativa dos coeficientes de adensamento.................. 148 CAPÍTULO VII – CONCLUSÕES E PROPOSTAS PARA PESQUISAS FUTURAS.................................................................................................. 156 VII.1 – Considerações iniciais.................................................................... 156 VII.2 – Conclusões..................................................................................... 156 VII.2.1 – Conclusões sobre a instrumentação .......................................... 156 VII.2.2 – Conclusões sobre os recalques.................................................. 156 VII.2.3 – Conclusões sobre os coeficientes de adensamento................... 157 VII.3 – Propostas para pesquisas futuras.................................................. 158 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 159 APÊNDICE 1 – FOTOS REFERENTES À EXECUÇÃO DA OBRA......... 163

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x

LISTA DE SÍMBOLOS

α0 e α1 – Intercepto e a inclinação da reta ajustada aos dados de poro-pressão

utilizado no método de ORLEACH (1983)respectivamente;

α1, α2... – raízes da equação de Bessel que satisfazem a equação;

β1 – Coeficiente angular da reta ajustada aos dados de recalque utilizado no método

de ASAOKA (1978);

∆σ’ – Variação da tensão efetiva;

∆σ’v – Variação da tensão vertical efetiva;

∆e – Variação do índice de vazios;

∆h – Variação da altura;

∆t – Variação do tempo;

εv – Deformação volumétrica vertical;

γnat – Peso específico natural do solo;

γsat – Peso específico saturado;

γw – Peso específico da água;

η – Parâmetro de eficiência dos drenos;

ρ – Recalque;

σ – Tensão total;

σ’ – Tensão efetiva;

σ’v0 – Tensão vertical efetiva inicial;

σ’vf – Tensão vertical efetiva final;

σ’vm – Tensão vertical de sobreadensamento;

a e b – Dimensões dos drenos pré-fabricados;

av – Coeficiente de compressibilidade;

cc – Índice de compressão;

cc/(1+e) – Parâmetro de compressão virgem;

ch – Coeficiente de adensamento horizontal;

cs – Índice de recompressão;

cv – Coeficiente de adensamento vertical;

D – Diâmetro do bulbo de areia;

d – Diâmetro interno do tubo do piezômetro Casagrande;

de – Diâmetro efetivo;

ds – Diâmetro da área amolgada;

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xidw – Diâmetro equivalente;

e – Índice de vazios;

e0 – Índice de vazios inicial;

Eoed – Módulo de compressão volumétrica;

F(n) – Função relativa ao diâmetro de influência de um dreno e ao seu diâmetro

efetivo;

Fq(n) – Parâmetro igual a F(n), para o caso em que a resistência hidráulica é relevante;

H – Espessura da camada;

h – Umidade natural;

H1 – Carga piezométrica para t = t1;

H2 – Carga piezométrica para t = t2;

Hd – Distância de drenagem;

Ir – Índice de rigidez;

J0, J1,... Y0, Y1 – Funções de Bessel de primeira e Segunda ordem respectivamente;

kh – Coeficiente de permeabilidade horizontal;

kr – Permeabilidade na direção horizontal na região intacta;

ks– Permeabilidade na direção horizontal na região amolgada;

kv – Coeficiente de permeabilidade vertical;

kw – Permeabilidade do dreno;

L – Altura do bulbo de areia;

l – Comprimento característico do dreno;

LL – Limite de liquidez;

LP – Limite de plasticidade;

m – Coeficiente angular da reta no método por SANDRONI (2004);

m – Relação referente à raiz quadrada dos coeficientes de permeabilidade horizontal e

vertical;

mv – Coeficiente de deformação volumétrica;

n – Razão de espaçamento de drenos;

PPI – Perda por ignição;

qw – Vazão do dreno;

R – Raio do piezocone;

r – Relação entre (ch/cv) utilizada no método de ASAOKA (1978);

re – Raio de influência do dreno;

Rman – Raio equivalente do mandril;

RSA – Razão de sobreadensamento;

Rsm – Raio do “smear”;

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xiirw – Raio do dreno;

s – Índice da zona amolgada;

Su – Resistência não drenada;

t – Tempo;

T* – Fator tempo segundo HOULSBY e TEH (1988);

Th – Fator tempo horizontal;

Tv – Fator tempo vertical;

Uh – Grau de adensamento devido ao fluxo radial;

Uv – Grau de adensamento devido ao fluxo vertical;

Uvh – Grau de adensamento combinado;

Wr – Resistência hidráulica do dreno;

x, y, z – Coordenadas retangulares do ponto.

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO I.1 – APRESENTAÇÃO GERAL

Atualmente, com a impossibilidade de crescimento dos centros urbanos, cada

vez mais se torna necessária a utilização de todas as áreas disponíveis. Dentre estas

áreas freqüentemente se encontram os solos moles com baixa capacidade de suporte.

O tratamento destas baseava-se em técnicas que utilizavam a remoção do solo mole,

mais difundidas e por isso mais aplicadas antigamente, devido ao desconhecimento do

comportamento do solo carregado, o que impossibilitava utilizar o solo mole no seu

próprio local.

Com base nesta necessidade, desenvolveram-se nas últimas décadas

técnicas de estabilização destes solos de fundação objetivando prevenir rupturas por

cisalhamento, conhecer e controlar a magnitude dos recalques.

A técnica utilizada baseava-se na construção do aterro por etapas, realizadas

de forma a carregar o solo com uma carga inferior à carga final a ser aplicada,

objetivando não ultrapassar a capacidade de carga do solo. As cargas posteriores

seriam então aplicadas, em tempos pré-determinados, até se atingir a carga final

almejada. O objetivo desta técnica reside em melhorar as condições de resistência ao

cisalhamento do solo ao longo do tempo, com o aumento gradual das tensões efetivas

obtido com a dissipação das poro-pressões induzidas pelo carregamento. Entretanto,

o aspecto negativo desta técnica é o longo tempo necessário para se obter êxito nos

objetivos traçados. Esta limitação pode ser minorada com a utilização de drenos

verticais aceleradores de recalque associado com o carregamento por etapas.

Drenos verticais fundamentam-se em induzir um aumento da velocidade de

adensamento através da criação de uma drenagem radial em adição à drenagem

vertical existente, diminuindo a distância de percolação, aproveitando o fato de que a

permeabilidade horizontal é freqüentemente maior do que a vertical em depósitos

argilosos desta natureza.

Segundo JOHNSON (1970), o primeiro caso conhecido de aplicação de

drenos verticais foi em 1934, num aterro rodoviário na Califórnia. No entanto, os

principais estudos analíticos para drenos verticais de areia foram apresentados por

BARRON (1948). No Brasil, o pioneirismo ficou por conta do trabalho apresentado por

VARGAS (1949), fazendo-se uso dos drenos verticais de areia. Na década de 70, a

diversificação e o aperfeiçoamento dos métodos de instalação dos drenos de areia

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objetivaram minimizar os efeitos negativos do amolgamento causados por ocasião da

cravação, denominado efeito “smear”.

Após este período, surgiram os drenos pré-fabricados, os quais pelo seu

tamanho, forma e processo de cravação, acreditava-se que induziriam menores

perturbações no solo. Os estudos desenvolvidos por SAYE (2001) constatam que a

cravação de drenos verticais pré-fabricados desenvolvem perturbações similares ou

maiores do que os drenos de areia.

Apesar da teoria e emprego dos drenos verticais em diversas obras de

engenharia abrangerem muitas décadas, ainda persistem dúvidas devido à

complexidade do fenômeno.

Os problemas basicamente residem na determinação dos parâmetros do solo,

em especial, o valor do coeficiente de adensamento horizontal e os efeitos

perturbadores causados pela cravação.

I.2 – OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA TESE

Este trabalho é baseado na execução do projeto de construção de um

condomínio na Barra da Tijuca, elaborado pela Geoprojetos Engenharia Ltda., o qual

se refere a um aterro instrumentado sobre depósito de argila mole.

O aterro da área em estudo, localizado a sudoeste do terreno, foi executado

sobre uma camada compressível de espessura aproximada de 7 metros, tendo como

condicionante do processo de adensamento drenos verticais instalados na maior parte

da área estudada.

O objetivo reside na avaliação dos coeficientes de adensamento obtidos

através dos dados retroanalisados de recalque e dados de poropressão. Estes serão

comparados com os resultados dos coeficientes de adensamento obtidos de ensaios

de campo, compreendendo ensaios de dissipação com piezocone e permeabilidade “in

situ” e ensaios de laboratório.

Pretende-se ainda analisar comparativamente os recalques estimados em

projeto com os recalques observados em campo.

O capítulo II visa apresentar uma revisão das teorias do adensamento

tradicionais, que servem como base para os métodos destinados à análise de

problemas de adensamento. Apresenta-se, ainda, uma breve revisão dos métodos

baseados em dados de recalque e poropressão.

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O capítulo III apresenta uma descrição do projeto, detalhando os

procedimentos adotados para a instalação dos instrumentos, e uma sucinta

explanação a respeito da execução do aterro.

O capítulo IV apresenta, inicialmente, os resultados dos ensaios para

caracterização geotécnica do terreno, compreendendo ensaios de umidade,

determinação dos limites de Atterberg e perda por ignição e uma descrição do material

constituinte do aterro lançado. Posteriormente apresentam-se os resultados dos

ensaios de campo, compreendendo ensaios de piezocone e palheta e ensaios de

adensamento unidimensional em laboratório.

O capítulo V apresenta as informações, obtidas da instrumentação, que

englobam dados de recalque, obtidos das placas de recalque e aranhas magnéticas,

dados piezométricos, obtidos dos piezômetros de Casagrande, piezômetros elétricos e

medidores de nível de água e ensaios de permeabilidade “in situ” realizados nos

piezômetros de Casagrande.

No capítulo VI são apresentados os resultados obtidos através dos métodos

descritos no capítulo II para a obtenção dos valores dos coeficientes de adensamento.

Realiza-se ainda uma comparação dos resultados das análises com os valores

encontrados em laboratório e em campo.

No capítulo VII são apresentadas as conclusões desta dissertação e as

sugestões para futuras pesquisas.

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CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA II.1 - INTRODUÇÃO

Este capítulo visa apresentar, de forma sucinta, as teorias e métodos de

análise a serem utilizados nesta dissertação.

Será apresentada preliminarmente uma revisão bibliográfica das teorias

clássicas utilizadas na análise do processo de adensamento. Serão apresentadas a

teoria de adensamento desenvolvida por TERZAGHI e FROLICH (1936), a teoria de

adensamento de BARRON (1948) e a teoria desenvolvida por CARRILLO (1942)

referente à drenagem combinada radial e vertical.

Em seguida serão apresentados os aspectos teóricos aplicados na utilização

de drenos verticais.

Posteriormente, serão apresentados os métodos utilizados na avaliação do

desempenho do aterro sobre solo mole, baseado em dados provenientes da

instrumentação. Estes são referentes a análise de recalques ao longo do tempo,

método de ASAOKA (1978), e a análise do excesso de poropressão baseado no

método de ORLEACH (1983).

II.2 – TEORIA DE ADENSAMENTO II.2.1 – TEORIA DE ADENSAMENTO DE TERZAGHI E FROLICH (1936)

Para condições de deformação unidimensional e fluxo vertical, a equação

diferencial que rege o adensamento de solos compressíveis submetidos a

carregamentos verticais foi proposta pela primeira vez por TERZAGHI e FROLICH

(1936).

Apesar das hipóteses simplificadoras feitas, a teoria do adensamento é útil

porque permite avaliar, ao menos aproximadamente, a velocidade dos recalques

devido ao adensamento, com base nos resultados de ensaios de laboratório.

O desenvolvimento da teoria do adensamento se baseia nas seguintes

hipóteses:

a) Solo homogêneo;

b) Solo saturado;

c) Compressibilidade dos grãos sólidos e da água são desprezíveis em

relação à compressibilidade do solo;

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5

d) Não há diferença de comportamento entre massas de solo de pequenas e

grandes espessuras;

e) A compressão é unidimensional;

f) O fluxo de água é unidirecional;

g) É válida a lei de Darcy;

h) Alguns parâmetros físicos que na realidade variam durante o processo

são admitidos constantes;

i) O índice de vazios varia linearmente com o aumento da tensão efetiva

durante o processo de adensamento;

j) Domínio dos pequenos deslocamentos e pequenas deformações.

Baseado nas hipóteses descritas acima a equação fundamental do

adensamento desenvolvida por TERZAGHI e FROLICH ( 1936) é apresentada como:

2

2

.)1.(

zu

aeKv

tu

wv ∂∂

×+

=∂∂

γ (II.1)

O segundo membro da equação (II.1) reflete as características do solo e é

denominado coeficiente de adensamento (cv) a saber:

wvwvv m

kva

eKvcγγ ..

)1.(=

+= (II.2)

onde:

Kv – coeficiente de permeabilidade vertical;

e – índice de vazios;

av – coeficiente de compressibilidade;

γw – peso específico da água;

mv – coeficiente de deformação volumétrica;

cv – coeficiente de adensamento vertical.

O coeficiente de compressibilidade e o coeficiente de deformação volumétrica

podem ser definidos como:

'veav σ∆

∆−= e

ea

m vv +=

1 (II.3)

onde:

∆e – variação do índice de vazios;

∆σ’v – variação da tensão vertical efetiva.

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6

A equação diferencial do adensamento assume então a expressão:

2

2

.zuc

tu

v ∂∂

=∂∂

(II.4)

A integração da equação (II.4) apresenta a variável tempo vinculada ao

coeficiente de adensamento e à maior distância de percolação da seguinte forma:

2

.Hd

tcv=Τ (II.5)

onde:

T – fator tempo;

Hd – distância de drenagem;

t – tempo.

A situação tridimensional o qual descreve o adensamento vertical e radial

devido ao fluxo combinado vertical e radial é representado por:

2

2

2

2

2

2

..zuc

yu

xuc

tu

vh ∂∂

+

∂∂

+∂∂

=∂∂

(II.6)

O coeficiente de adensamento horizontal (ch) é dado pela expressão:

wvh a

ekhcγ.

)1.( += (II.7)

onde:

x, y, z – coordenadas retangulares do ponto;

ch – coeficiente de adensamento horizontal;

Kh – coeficiente de permeabilidade horizontal.

A porcentagem média de adensamento na teoria de TERZAGHI e FROLICH

(1936) pode ser obtida pela expressão:

TvM

mv e

MU

2

02

21 −∞

=

×−= ∑ (II.8)

onde:

M= ( )12.2

+mπ com M > 0;

t – tempo.

A expressão (II.8) pode ter sua representação, segundo TAYLOR (1948),

descrita pelas seguintes expressões empíricas:

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7

2.4 vv UT

para Uv < 60% (II.9)

( ) 0851,01log.9332,0 −−−= vv UT para Uv > 60% (II.10)

II.2.2 – TEORIA DE ADENSAMENTO DE BARRON (1948)

A teoria do adensamento desenvolvida por BARRON (1948) na realidade é

uma extensão da teoria do adensamento de TERZAGHI e FROLICH (1936). Esta

teoria fundamenta-se no tratamento similar entre o adensamento por compressão

vertical devido à drenagem horizontal e ao fluxo vertical.

Baseado na teoria de TERZAGHI e FROLICH (1936), BARRON (1948)

desenvolveu a teoria do adensamento para o projeto de instalação de drenos verticais

de areia, apresentando um extenso estudo incluindo soluções abrangendo

considerações que desviam das condições ideais de drenagem.

Os drenos verticais idealizados são constituídos de areia e introduzidos

através de uma camada compressível e espaçados de maneira que o mais longo

caminho de drenagem horizontal seja inferior ao mais longo caminho de drenagem

vertical.

No desenvolvimento da teoria de BARRON (1948) foram consideradas duas

condições extremas de deformações verticais a saber:

a) Deformações verticais iguais – baseia-se na hipótese de que as cargas

distribuídas na superfície não são uniformes durante o processo de

adensamento e que os recalques na superfície são iguais e uniformes.

b) Deformações verticais livres – Baseia-se na hipótese de que a carga

distribuídas na superfície permanece constante durante o processo de

adensamento e que os recalques superficiais resultantes não são

uniformes.

Equacionando a teoria de BARRON (1948) para adensamento tridimensional

a partir da equação (II.6) em coordenadas cilíndricas e ainda desprezando a drenagem

vertical, temos a drenagem radial pura descrita como:

∂∂

+∂∂

=∂∂

2

21ru

ru

rc

tu

h (II.11)

A partir da equação do adensamento para drenagem radial pura (II.11),

assumindo a condição de deformações verticais iguais temos que:

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8

−−=

)(8

exp1nFT

U hh (II.12)

Sendo definido:

2

.de

tcT h

h = (II.13)

dwden = (II.14)

75,0)ln(4

13)ln(1

)( 2

2

2

2

−≅−

−−

= nn

nnn

nnF (II.15)

onde:

Uh – grau de adensamento devido ao fluxo radial;

Th – fator tempo horizontal;

F(n) – função relativa ao diâmetro de influência de um dreno e ao seu

diâmetro efetivo;

de – diâmetro efetivo;

dw – diâmetro equivalente.

A porcentagem de adensamento média considerando a condição de

deformações verticais livres pode ser expressa em termos da função de Bessel como

sendo:

( ) ( ) ( )[ ] ( )h

a

aaTn

nUnUnnU

uurU ..4exp

.1)(4

1 22

,...2,12

120

222

21

0

αααα

α−

−−−= ∑

∞=

(II.16)

onde:

U1(α)= J1(α)Y0(α) – Y1(α)J0(α)

U0(αn)= J0(αn)Y0(α) – Y0(αn)J0(α)

J0, J1,... Y0, Y1 – funções de Bessel de primeira e Segunda ordem

respectivamente;

α1, α2...- raízes da equação de Bessel que satisfazem a equação

J1(αn)Y0(α) – Y1(αn)J0(α) = 0

Para o caso de adensamento com fluxo radial com deformações verticais

livres, o solo adensa mais rapidamente junto ao dreno do que na periferia, o que

implica na ocorrência de recalques diferenciais na superfície de carregamento.

Entretanto, estes efeitos geram uma redistribuição das cargas que serão regidas pelo

grau de arqueamento da superfície de carregamento, que no caso extremo, onde

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todas as deformações verticais seriam iguais e não originariam recalques diferenciais,

conduziriam a condição de deformações verticais iguais.

De acordo com SCOTT (1963), o que ocorre na realidade fica compreendido

entre as duas condições extremas sugeridas por BARRON (1948).

Segundo RICHARD (1959) a diferença entre os resultados obtidos para as

condições extremas de BARRON (1948) torna-se pouco relevante para valores de n >

10. Este evidencia que, a diferença entre ambas as soluções sugeridas por BARRON

(1948), é de pequena magnitude e que a simplicidade relativa da equação de

deformações verticais iguais torna-se uma ferramenta mais conveniente para análises

de desempenho dos drenos. A solução para este caso, incluindo a zona amolgada, é

apresentada na equação (II.17).

mTr

eWU2

11−

−=−= (II.17)

Onde:

( )

−+

−−

−= 2

2

2

2

2

2 14

13ln1 n

nrwKk

nnn

nnm r e 2

e

r

rtc

Tr = e ( )

s

rr

ksk

rwKk 1−

=

Sendo:

Kr e ks– permeabilidade na direção horizontal na região intacta e amolgada;

rw e re – raio do dreno e raio de influência do dreno.

II.2.3 – TEORIA DE ADENSAMENTO PARA DRENAGEM COMBINADA RADIAL E

VERTICAL A teoria do adensamento vertical pode ser generalizada para um

adensamento tridimensional correspondente ao caso de um elemento de solo ser

submetido a uma compressão nas três direções dos eixos cartesianos originando uma

redução de volume e fluxo de água nas três direções.

A partir da equação (II.6), CARRILLO (1942) demonstrou que a mesma

poderia ser resolvida decompondo-se nas equações (II.4) e (II.11) e analisadas em

separado, originando para o grau de adensamento médio combinado, a seguinte

relação:

( ) ( )( )hvvh UUU −−=− 1.11 (II.18)

onde:

Uvh – grau de adensamento combinado;

Uv – grau de adensamento devido a fluxo vertical;

Uh - grau de adensamento devido a fluxo horizontal.

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II.3 – DRENOS VERTICAIS – ASPECTOS TEÓRICOS

Com o objetivo de acelerar os recalques em obras sobre solos compressíveis,

a utilização de drenos verticais vem sendo largamente empregada.

Inicialmente, de acordo com MAGNAN (1983) Moran em 1925 propôs uma

metodologia para utilização de drenos constituídos por areia para estabilização de

depósitos de solos moles e aumento da velocidade de adensamento. Posteriormente,

surgiram os drenos verticais pré-fabricados constituídos basicamente de um núcleo de

plástico ranhurado envolto por material filtrante.

O material filtrante objetiva evitar que as partículas de solo penetrem no

núcleo ranhurado, afetando o transporte da água por este, ocasionando uma

diminuição em sua capacidade de descarga.

Estes elementos, convenientemente espaçados, ocasionam uma

redistribuição de fluxo, originando uma redução nas trajetórias das partículas de água

no interior da camada em adensamento, obtendo-se assim uma diminuição no tempo

final do processo.

Deve-se ressaltar que a utilização dos drenos verticais não interfere no valor

do recalque total e sua influência se limita à antecipação dos recalques em função do

tempo.

Diversos fatores devem ser observados ao se optar como solução o projeto

de instalação de drenos verticais, dentre os quais podem ser citados:

- características do solo baseado em ensaios de laboratório e de campo;

- propriedade do elemento drenante;

- aplicação da teoria de adensamento apropriada.

A eficácia dos drenos verticais depende, em muito, do processo construtivo,

sendo fundamental que a sua construção exerça a menor perturbação possível. O

amolgamento da argila em torno dos drenos não só aumenta o valor dos recalques

como ainda torna a argila mais impermeável, dificultando a percolação que se tem

como objetivo.

Os parâmetros envolvidos na análise das propriedades dos drenos verticais

podem ser apresentadas como:

- eficiência dos drenos verticais;

- diâmetro equivalente dos drenos pré-fabricados;

- área de influência e espaçamento dos drenos

- amolgamento – efeito “smear”;

- resistência hidráulica do dreno.

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II.3.1 – EFICIÊNCIA DOS DRENOS VERTICAIS

Inicialmente deve-se avaliar a eficiência da utilização dos drenos verticais. De

acordo com BJERRUM ( 1972) a eficiência é assegurada quando:

6,0'

log

''

log

0'

>=

v

vf

vm

vf

σσσσ

η (II.19)

onde:

vf'σ - tensão vertical efetiva final;

vm'σ - tensão de sobreadensamento;

0'vσ - tensão vertical efetiva inicial;

As variáveis da equação (II.19) são obtidas na figura (II.1).

II.3.2 – DIÂMETRO EQUIVALENTE DOS DRENOS VERTICAIS PRÈ-FABRICADOS

De acordo com HANSBO (1979) o perímetro do dreno equivalente seria o

mesmo do dreno real. Desta forma o diâmetro equivalente é representado pela

equação:

( )bad w += 2.π

( )π

bad w+

=2

(II.20)

onde a e b são as dimensões do dreno vertical pré-fabricado ilustrado na

figura (II.2).

II.3.3 – ÁREA DE INFLUÊNCIA E ESPAÇAMENTO DOS DRENOS VERTICAIS

Os drenos verticais podem ser dispostos em malhas quadradas ou

triangulares conforme ilustrado na figura (II.3).

Assumindo que os drenos estejam dispostos em malha quadrada, igualando a

área do círculo equivalente à área do quadrado a saber:

4

22 ed

= e π4ld e =

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12

lde 13,1= (II.21)

Caso a distribuição seja em malha triangular, a área de influência dos drenos

possui a forma hexagonal. Assim sendo, igualando-se a área do círculo equivalente ao

hexágono a saber:

22

323

4l

de =π

e 22

36 ld e

π=

lde 05,1= (II.22)

II.3.4 – CONSIDERAÇÕES SOBRE AMOLGAMENTO – EFEITO “SMEAR”

De acordo com BARRON (1948) o emprego dos drenos verticais como

acelerador de recalques ocasiona, nas adjacências do mesmo, um efeito de

amolgamento conhecido como efeito “smear”, gerado por ocasião da sua instalação.

A magnitude destes efeitos dependem da sensibilidade do solo e do método

empregado na execução dos drenos.

CASAGRANDE e POULOS (1969) consideram que as perturbações têm sua

influência intensificada quando o espaçamento é menor que dois metros. E ainda, que

a cravação dos drenos pré-fabricados causa progressivamente mais perturbações

reduzindo substancialmente o grau de adensamento.

Assumindo um cilindro de argila amolgada ao redor do dreno cravado,

segundo HANSBO (1979), a região onde ocorre rearranjo do solo apresenta um

coeficiente de permeabilidade horizontal menor do que o da região indeformada. Este

fato ocasiona uma condição de fronteira nova entre a região não perturbada e a

amolgada gerando desta forma uma mudança do fator F(n), descrito anteriormente

pela equação (II.15), tornando-se:

)ln(75,0ln)( sKK

snnF

v

hs +−

= (II.23)

onde:

Kh e Kv – coeficiente de permeabilidade na região intacta e amolgada

respectivamente;

ds – diâmetro da área amolgada;

dwdss = - índice de zona amolgada.

A figura (II.4) apresenta o modelo adotado por HANSBO.

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Alguns parâmetros, tais como s e a relação entre as permeabilidades Kh/Ks

são difíceis de se estimar. Entretanto, constuma-se adotar para valores de s, segundo

HANSBO et al (1981), o valor de 1,0 para dreno de areia jateado, 1,5 para dreno pré-

fabricado e 2,0 para os demais tipos de drenos de areia. SHARMA e XIAO (2000)

desenvolveram estudos experimentais em laboratório objetivando determinar a

geometria da zona de amolgamento em torno de drenos verticais de ponta fechada. O

experimento, baseado em dados de poropressão e teores de umidade coletados no

meio da camada em diferentes posições radiais, aponta valores de s igual a 4.

A equação (II.23) é mais sensível aos valores de Kh/Ks, que em geral, situa-se

entre 1,5 a 3,0 do que aos valores de s.

Estudos paramétricos desenvolvidos por RIXNER et al (1986) concluíram que

as incertezas associadas aos valores de ch adotados nos cálculos do tempo de

adensamento são mais significativos do que a influência de pequenas variações de s e

de Kh/Ks.

Estudos mais recentes desenvolvidos por SAYE ( 2001) constatam que a

cravação de drenos verticais pré-fabricados desenvolvem perturbações similares ou

maiores do que os drenos de areia de ponta fechada.

ONOUE et al. (1991) apresentaram estudos experimentais desenvolvidos em

laboratório a respeito da evolução da variação da permeabilidade nas adjacências

circulares do dreno, considerando a relação raio do dreno/mandril instalados em argila

uniforme com Kh = Kv. De acordo com a figura (II.5) apresentada por ONOUE et al

(1991), ressalta-se que a zona III apresenta uma considerável diminuição da

permeabilidade, causada pela perturbação oriunda da cravação, estendendo-se a 1,6

vezes a relação do raio dreno/mandril. E ainda que, a zona II apresenta um

decréscimo moderado da permeabilidade estendendo-se a uma distância de 6,5 vezes

a relação do raio do dreno/mandril.

Os estudos desenvolvidos por SAYE (2001) revelam que as perturbações

ocorridas na cravação do drenos pré-fabricados contém as mesmas limitações

identificadas por CASAGRANDE e POULOS (1969) para perturbações em drenos de

areia. As perturbações ocorreram em todos os espaçamentos de drenos, sendo esse

efeito incrementado quando o espaçamento decresce, o que faz com que, para

espaçamentos inferiores a 1,75 metros, o ganho na aceleração dos recalques torne-se

pouco significativo, conforme ilustrado na figura (II.6).

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14

II.3.5 – EFEITO DA RESISTÊNCIA HIDRÁULICA DOS DRENOS VERTICAIS

De acordo com a dedução admitida por BARRON (1948) na dedução da

equação (II.12), em determinadas circunstâncias os drenos pré-fabricados podem não

se comportar com permeabilidade infinita.

ORLEACH (1983) a partir das equações de HANSBO et al. (1981) propôs,

para este caso, a seguinte equação para avaliar a resistência hidráulica dos drenos: 2

12

=

w

h

rKwK

Wr (II.24)

Como a permeabilidade Kw do dreno é determinada a partir do ensaio em que

é medida a vazão do dreno quando este é submetido a um gradiente unitário temos

que:

AiKwqw ..= (II.25)

então

2wr

qwA

qwKwπ

== (II.26)

Substituindo na equação (II.24) obtém-se:

2.2 lqwK

Wr h

= π (II.27)

onde:

Kh – permeabilidade na direção horizontal;

qw – vazão do dreno;

l – comprimento característico do dreno.

A figura (II.7) ilustra como devem ser admitido o comprimento característico

do dreno.

Para valores de Wr < 0,1 o efeito da resistência hidráulica pode ser

desprezado. Caso contrário, segundo HANSBO et al. (1981) recomenda-se substituir

F(n) na equação (II.12) por Fq(n) da seguinte forma:

( )qwk

zlznFnF hq .2..)()( −+= π (II.28)

De acordo com ALMEIDA (1992) Fq(n) é função de z, sendo Uh = f(z)

adotando-se um valor médio de Uh.

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II.4 – MÉTODO DE ASAOKA PARA INTERPRETAÇÃO DE MEDIDAS DE RECALQUE

O método desenvolvido por ASAOKA (1978) baseia-se nas análises dos

dados de recalque coletados em campo objetivando determinar o recalque final e os

coeficientes de adensamento vertical e horizontal.

Para o caso de drenagem vertical o método de ASAOKA (1978) adota a

equação do adensamento de MIKASA (1963), definida como sendo:

2

2

.z

ct

vv

v

∂∂

=

∂∂ εε

(II.29)

onde:

εv – deformação volumétrica vertical;

cv – coeficiente de adensamento vertical;

t – tempo.

Assim sendo, o valor do coeficiente de adensamento vertical proposto por

ASAOKA é dado por:

tHdcv ∆

−= 12 ln125 β

(II.30)

onde:

Hd – distância de drenagem;

β1 – coeficiente angular;

∆t – intervalo de tempo considerado.

De forma análoga, MAGNAN e DEROY (1980) modificaram o método partindo

da equação desenvolvida por TERZAGHI e FROLICH (1936), propondo para o

coeficiente de adensamento vertical uma expressão muito semelhante à desenvolvida

por ASAOKA (1978), dada por:

tHdcv ∆

−= 122

ln4 βπ

(II.31)

Para o caso de drenagem radial pura segundo MAGNAN e DEROY (1980),

através da equação de BARRON (1948), utilizando a condição de deformações

verticais iguais, propuseram que o coeficiente de adensamento horizontal seria dado

por:

( )t

dnFc eh ∆−= 12 ln

(II.32)

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Para o caso de drenagem combinada vertical e radial, MAGNAN e DEROY

(1980) propuseram inicialmente uma equação para o cálculo do coeficiente de

adensamento horizontal dada por:

+

∆−= 2

21

2

4ln

8)(

Hdc

tnFd

c veh

πβ (II.33)

Observa-se então que a expressão (II.33) resulta em um sistema

indeterminado, com duas incógnitas, cv e ch, e apenas uma equação. Assim sendo,

torna-se necessária uma informação adicional, qual seja a relação entre os

coeficientes de adensamento vertical e horizontal. Atribuindo um valor para cv e

inserindo a relação r (ch/cv), a equação (II.33) pode ser escrita como sendo:

( ) 2

2

2

1

48

ln

rHdnFd

tc

e

h π

β

+

∆−

= (II.34)

II.4.1 – CONSTRUÇÃO GRÁFICA DO MÉTODO DE ASAOKA (1978) MODIFICADO POR MAGNAN E DEROY (1980)

Segundo ALMEIDA (1996) o método de ASAOKA (1978) modificado por

MAGNAN e DEROY (1980) consiste nos seguintes passos:

a) Traçado da curva recalque ao longo do tempo;

b) Divisão da curva em valores de tempo igualmente espaçados, de acordo

com a figura (II.8.a), recomendando-se admitir valores entre 30 e 90 dias;

c) Determinação dos recalques S1, S2, S3... correspondentes ao tempo t1, t2,

t3...

d) Construção do gráfico Si, Si-1, em um sistema de eixos cartesianos de

mesma escala horizontal e vertical, utilizando os valores determinados em

c;

e) Ajustar o traçado da reta que melhor se alinhe aos pontos do gráfico do

item d;

f) Determinação do coeficiente angular (β1) da curva, conforme a figura

(II.8.b);

g) Traçar a bissetriz dos eixos cartesianos para obter com a interseção com

a curva plotada o recalque a tempo infinito S∞ conforme ilustrado na figura

(II.8.b);

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h) Determinação dos valores dos coeficientes de adensamento vertical e

horizontal.

II.4.2 – CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O MÉTODO DE ASAOKA

Para o caso de carregamento por etapas, adota-se um coeficiente angular

para cada etapa de carregamento constante, conforme ilustrado em (II.9.a).

De acordo com SCHMIDT (1992), o valor encontrado de (β1) através do

método de ASAOKA (1978) é afetado pela ocorrência do adensamento secundário

juntamente com o primário. Este fato é verificado com a mudança de inclinação da

curva como ilustrado na figura (II.9.b).

Analisando as curvas recalque ao longo do tempo em escala logarítmica

conforme figura (II.10), de acordo com LEROUEIL et al (1985), este artifício possibilita

visualizar a influência e o comportamento dos recalques primários e secundários. A

partir disto, caso a influência do secundário seja pequena, o método proposto por

ASAOKA (1948) pode ser utilizado para determinar os valores do recalque a um tempo

infinito.

Deve-se ressaltar que o método de ASAOKA (1978) só pode ser aplicado

após transcorridos 60% de adensamento, sendo válido apenas para relações

exponenciais, conforme apontado por MASSAD (1982). Portanto, torna-se

indispensável o conhecimento da estimativa do recalque final para a correta aplicação

do método. Os erros correntes pela utilização do método fora da faixa de validação

acarretam, no caso de adensamento predominantemente vertical, recalques menores

e coeficiente de adensamento vertical maior que o real. Para o caso de adensamento

radial e combinado, vertical e horizontal, respeitando a faixa de validação, o método

apresenta correta estimativa para os recalques porém o coeficiente de adensamento

depende da geometria da zona de amolgamento em torno do dreno.

II.5 – MÉTODO DE ORLEACH PARA INTERPRETAÇÃO DE DADOS DE POROPRESSÃO

O método desenvolvido por ORLEACH (1983) baseia-se nas análises dos

dados de poropressão coletados em campo objetivando determinar os coeficientes de

adensamento vertical e horizontal.

No caso de drenagem vertical, ORLEACH (1983) utiliza apenas o primeiro

termo da série, válida para Tv < 0,1, da equação de poropressões da teoria de

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Terzaghi. Observou ainda que esta poderia ser reduzida à equação de uma reta, para

o caso de se plotar o logaritmo de excesso de poropressão ao longo do tempo em

escala aritmética de acordo com a equação:

tu .)ln( 10 αα −= (II.35)

e ainda que:

2

2

1 .4.

Hdcvπ

α = (II.36)

Assim sendo, o coeficiente de adensamento vertical é dado por:

12

2

4 απ

=

Hdcv (II.37)

onde:

α0 e α1 – intercepto e a inclinação da reta respectivamente;

t – tempo;

Hd – distância de drenagem.

No caso de drenagem radial ORLEACH (1983) baseia-se na equação de

poropressão de BARRON (1948), tendo este desenvolvimento resultado em uma

equação análoga ao desenvolvimento para o caso de adensamento vertical, equação

(II.35), definida como:

21 ).(.8

e

h

dnFc

=α (II.38)

Assim sendo, traçando-se o gráfico ln(u) ao longo do tempo e obtido o valor

de α1, o coeficiente de adensamento horizontal pode ser expresso por:

1

2

8).(

α

= e

hdnF

c (II.39)

No caso de drenagem combinada, deve-se avaliar a real importância do efeito

da drenagem vertical.

FERREIRA (1991), comparando os efeitos da drenagem vertical para

diferentes razões de fator de tempo Tv/Th com fatores de profundidade normalizada z,

concluiu que, para valores baixos de (Tv/Th < 0,01) e para valores de z maiores que 0,2

e 0,3, pode-se considerar desprezível a influência da drenagem vertical. Concluiu

ainda que a drenagem vertical torna-se significativa próximo às fronteiras drenantes,

decrescendo com o distanciamento da mesma.

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19

II.5.1 – CONSTRUÇÃO GRÁFICA DO MÉTODO DE ORLEACH (1983)

Segundo FERREIRA (1991) o método de ORLEACH (1983) consiste nos

seguintes passos:

a) Traçado da curva de excesso de poropressão ao longo do tempo

conforme ilustrado na figura (II.11.a);

b) Traçado da curva em escala logarítmica dos dados de excesso de

poropressão ao longo do tempo;

c) Ajustar o traçado da reta que melhor se alinhe aos pontos;

d) Determinação de α1 de acordo com a figura (II.11.b);

e) Determinação dos valores dos coeficientes de adensamento vertical e

horizontal.

II.6 – FIGURAS

Figura (II.1) – Curva log. σ’v x índice de vazios (e).

Figura (II.2) – Dimensões a e b do dreno vertical pré-fabricado.

veσ'vo σ'vm σ'vf

logσ'v

dw

a

b

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20

Figura (II.3) – Malha de drenos triangular e quadrangular (Almeida, 1981).

Figura (II.4) – Amolgamento devido à instalação do dreno – (HANSBO, 1981).

rc

l/2

l l

cr

wr

dedsdw

u=0

u=0s=ds/dw

DRENO

SOLO DEFORMADO

SOLO INTACTO

Kh

dQ dz

dQ

Kw

2

1

rs

rw

Kh

dQ dz

Ks

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21

Figura (II.5) – Expectativa da variação da permeabilidade horizontal seguindo a

instalação de drenos com mandril circular considerando a relação dreno/mandril

(Onoue e outros 1991, citado por Saye, 2001).

Figura (II.6) – Efeitos das perturbações geradas pela cravação de drenos pré-

fabricados no tempo de adensamento (Saye, 2001).

0

50

100

150

200

250

0,5 1 1,5 2 2,5 3TRIANGULAR DRAIN SPACING (m)

t 95%

(day

s)

Field Observation Bar Anchor

Calculated for ch(e) = 0,008 m2/day

Field observations Plate Anchor

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Zone IIDisturbed

Zone IUndisturbedDrain

Zone

III

Rem

olde

d

1.6 6.5

r/rw

Kh/

Kho

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22

Figura (II.7) – Comprimento característico do dreno vertical (Almeida, 1981).

a)

b)

Figura (II.8) – a) Curva recalque x tempo na construção gráfica de ASAOKA (1978), b)

Construção gráfica do método de ASAOKA (1978) modificado por MAGNAN e DEROY

(1980).

Reca

lque

(s)

Tempo (t)∆t ∆t ∆t ∆t ∆t

0

snsn-1s4s3s2s1

tntn-1t4t3t2t1

ll 2l

fronteira drenante fronteira impermeável

S1 S2 SS3 Sj-1

S2

S3

S4

8

S 8

Sj

0

inclinação β1(A)

Sj=Sj-

1

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23

a) b)

Figura (II.9) – a) Carregamento em duas etapas, b) Compressão secundária em cada

etapa de carregamento na construção gráfica de ASAOKA (1978).

Figura (II.10) – Gráfico recalque x tempo em escala semi logarítmica (Leroueil e

outros, 1995).

Sj-1

Sj

0

(B)

(A)

Sj-1

Sj

0

(B)

(A)Re

calq

ues

log t

Adensamentoprimário

dominante

Adensamentosecundáriodominante

(fluência da argila)

Tran

siçã

o

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a)

b)

Figura (II.11) – a) Gráfico excesso de poropressão x tempo, b) Determinação do valor

de α1 na construção gráfica de ORLEACH (1983).

u

t

lnu

t

lnu

lnu

1

2

t1 t2

1

α1

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25

CAPÍTULO III – DESCRIÇÃO DO PROJETO E EXECUÇÃO III.1 – INTRODUÇÃO

Este capítulo tem como objetivo apresentar as informações gerais sobre a

localização da área em estudo e, sobretudo, apresentar uma descrição do projeto

elaborado e uma sucinta explanação a respeito de sua execução.

III.2 – LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO

Os estudos foram desenvolvidos durante construção de um Condomínio na

Barra da Tijuca. Uma visão global da região está assinalada no mapa geral da Barra

da Tijuca apresentado na figura (III.1).

Figura (III.1) – Localização da área onde os estudos foram desenvolvidos.

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III.3 – ZONEAMENTO GEOTÉCNICO DO TERRENO

A área em estudo, cuja feição geotécnica principal é a existência de uma

camada superior extremamente mole, turfosa e argilosa, assente sobre camada de

areia, foi subdividida com base em sondagens em três áreas denominadas A, B e C.

O trecho a oeste do terreno esteve carregado por um aterro hidráulico, com

espessura média de seis metros, tendo sido lançado por volta de 1985 e removido em

1995. Esta carga com duração de dez anos resultou no adensamento da camada

extremamente mole. Os trechos das áreas A, B e C que estiveram sob o aterro

hidráulico receberam as denominações A1, B1 e C1. A descrição das subdivisões do

terreno é apresentada na tabela abaixo (III.1) e ilustrada na figura (III.2).

Tabela - (III.1) - Subdivisões do terreno extremamente mole.

ÁREA ESPESSURA LOCAL

A Inferior a 1,0 metro Norte e leste do terreno

B 1,0 a 3,0 metros Parte central do terreno

C 3,0 e 7,5 metros Sudoeste do terreno

III.4 – SEQÜÊNCIA EXECUTIVA DA ÁREA C

A área C, onde foram desenvolvidos os estudos da presente tese, possui uma

espessura de solo extremamente mole que varia entre 3,0 e 7,5 metros, abrangendo

cerca de 30.200 m2, e é a parte do terreno onde se encontram as condições

geotécnicas mais adversas.

Os estudos de projeto geotécnico específico para esta área abrangeram a

montagem de um modelo geotécnico, estudo das cotas desejadas e dos recalques,

estudo da velocidade dos recalques e uso de drenos verticais, estabilidade e, por fim,

a elaboração de uma seqüência executiva.

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Figura (III.2) – Planta geotécnica do terreno.

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III.4.1 – MODELO GEOTÉCNICO

O modelo geotécnico adotado considerou a espessura do solo extremamente

mole de toda a área C como igual a sete metros admitindo drenagem dupla. A

superfície do terreno natural, em média, na cota zero, apresenta nível de água

praticamente coincidente com a superfície, como observado nas sondagens

preliminares.

As características geotécnicas da camada extremamente mole foram obtidas

através de ensaios de umidade, determinações de limites de liquidez e plasticidade e

ensaios de perda por ignição, realizados em amostras recolhidas das sondagens. A

partir destes ensaios foram estimados os seguintes parâmetros geotécnicos,

apresentados na tabela (III.2), para a camada de solo extremamente mole.

Tabela - (III.2) - Parâmetros geotécnicos estimados.

PARÂMETRO PROF. DE

0 A 3 M

PROF. DE

3 A 7 M

Umidade natural, h (%) 400 200

Peso específico saturado,γsat, (kN/m3) 11,2 12,5

Parâmetro de compressão virgem, Cc/(1+e), adimensional 0,42 0,42

Diferença de sobreadensamento, σ’vm-σ’vo, (kPa) 10 20

Razão de sobreadensamento, RSA 6,6 3,3

Coeficiente de adensamento, cv, (cm2/s) 5x10-4 5x10-4

Resistência não drenada, Su, (kPa) 4,0 7,0

Quanto aos aterros, foram adotados, para efeito de cálculo, pesos específicos

de 19,0 e 19,5 KN/m3 para as condições natural e saturada, respectivamente.

Na etapa inicial da implantação da obra na área C, foram realizados ensaios

especiais de laboratório (adensamento) e de campo (palheta e piezocone), objetivando

confirmar ou corrigir os parâmetros de resistência e adensamento selecionados para a

camada de solo extremamente mole.

III.4.2 – COTAS DESEJADAS E RECALQUES

De acordo com as cotas finais desejadas, variando de +1,30 a +3,00 metros,

foram realizados cálculos com possibilidade de variar a carga de aterro e considerar

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sua submersão parcial, de modo a fornecerem os recalques e as espessuras

necessárias de aterro para qualquer cota final desejada.

Os recalques finais foram obtidos através da relação bilinear logarítmica

apresentada abaixo:

( ) ( )

+

+

+

=∑vm

vf

i

i

vo

vm

i

ii e

Cce

CsH''

log1'

'log1 σ

σσσ

ρ

onde:

i - número de uma das “n” camadas de pequena espessura em que se divide a

espessura de solo compressível;

ρ - recalque;

Hi - espessura da camada i;

Csi e Cci - índices de recompressão e compressão da camada i;

ei - índice de vazios inicial da camada i;

σ’vm - tensão de pré-adensamento da camada i;

σ’v0- tensão vertical efetiva inicial no centro da camada i;

σ’vf - tensão vertical efetiva final no centro da camada i.

Os resultados obtidos estão relacionados de forma gráfica apresentando os

recalques e a espessura necessária de aterro em função da cota final desejada na

figura (III.3).

Figura (III.3) – Cota final desejada e espessura de aterro necessária.

COTA FINAL DESEJADA x ESPESSURA DE ATERRO NECESSÁRIA

1,21,41,61,82,02,22,42,62,83,03,23,43,63,84,04,24,44,64,85,05,25,45,6

1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3,0

COTA FINAL DESEJADA (m)

ESPE

SSU

RA

NEC

ESSÁ

RIA

E R

ECA

LQU

E(m

)

COTA DO TERRENO = 0,00 mESPESSURA DA ARGILA EXTREMAMENTE MOLE =

7,00 m

ESPESSURA DE ATERRO NECESSÁRIA

RECALQUE

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III.4.3 – VELOCIDADE DOS RECALQUES

Tendo como objetivo obedecer aos prazos de planejamento do

empreendimento, 12 meses, associado com o findar dos recalques, foram

desenvolvidos e estudados diferentes partidos de projeto visando encontrar a

alternativa mais vantajosa de modo a atender ao prazo fixado. Dentre estes, foram

aventados a substituição do material e reaterro, substituição por deslocamento, aterro

sobre colchão de areia, aplicação de sobrecarga e a utilização de drenos verticais.

A substituição do material extremamente mole por escavação e reaterro foi

liminarmente descartada devido à espessura da camada, assim como a substituição

por deslocamento com aterro de ponta, dada a vizinhança com a lagoa e outras

feições ambientais sensíveis.

Considerando a hipótese de simplesmente lançar os aterros na área C sobre

um colchão de areia, verificou-se que o processo de adensamento levaria diversos

anos para se completar (90% de adensamento em cerca de 7 anos) e que, no prazo

estipulado, apenas 40% dos recalques ocorreriam conforme ilustrado na figura (III.4).

Figura ( III.4 ) – Porcentagem de adensamento com o tempo.

CAMADA COM 7 m DE ESPESSURA; DUPLA DRENAGEM; Cv = 5x10-4 cm2/S

05

101520253035404550556065707580859095

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

TEMPO (anos)

POR

CEN

TAG

EM D

E A

DEN

SAM

ENTO

(U)

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Isto significa que, passados os 12 meses, ainda restariam por ocorrer

recalques da ordem de 1 metro ou mais, os quais requereriam outros 5 a 6 anos para

acontecer, o que portanto seria inviável conforme ilustrado na figura (III.5).

Aventou-se, em seguida, a alternativa de aplicar uma sobrecarga que

induzisse o recalque necessário dentro do prazo almejado. Como este prazo

corresponde a 40% de adensamento, o recalque do aterro mais a sobrecarga teria que

ser 2,5 vezes maior do que o recalque do aterro sem sobrecarga. Isto implicaria em ter

espessuras excessivas de aterro as quais, além do custo, redundariam em problemas

incontornáveis de estabilidade concluindo que a alternativa é inviável.

Figura ( III.5 ) – Recalque com o tempo para aterros sem drenos.

Finalmente, contemplou-se a utilização de drenos verticais aceleradores de

recalques cujo dimensionamento foi feito segundo procedimentos correntes.

Foram considerados drenos pré-fabricados com diâmetro equivalente de 6

centímetros objetivando obter 90% de adensamento no prazo de 12 meses, o que

resultou num arranjo de drenos com distribuição triangular com 1,35 metros de altura e

1,50 metros de base.

Esta alternativa com drenos se apresenta, portanto, como a única aplicável

dentre as tecnologias e procedimentos usuais conforme ilustrado na figura (III.6).

Na porção da área C, onde houve aterro hidráulico em cota igual ou superior

à cota final almejada pelo projeto, trecho denominado C1, cuja área é de 5960 m2 ,

não foi considerada necessária a cravação de drenos, assim como na área destinada

RELAÇÃO TEMPO RECALQUE PARA ATERRO SEM DRENOS - COTA FINAL +3 m

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

TEMPO (anos)

REC

ALQ

UE

(m)

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ao jardim 7, com uma área de 1312 m2. O trecho restante, onde os drenos foram

considerados necessários, abrange uma área por volta de 22.000 m2.

O comprimento médio previsto para os drenos foi de 8 metros e a área de

terreno coberta por cada dreno foi de 2,03 m2, portanto, foram previstos cerca de

11.000 drenos verticais com comprimento total de 88.000 metros.

Os drenos pré-fabricados considerados foram os do tipo fita ou lâmina,

consistindo de um núcleo de plástico envolto em tecido filtrante com dimensões típicas

da seção transversal variando entre 9,5 a 10,5 cm de largura e 0,5 a 0,7 cm de

espessura.

Sua capacidade de descarga, segundo (ASTM D4716), sob gradiente igual a

0,5 e pressão confinante de 240 kPa, é igual ou maior que 4cm3/s.

O tecido filtrante possui uma permeabilidade, segundo (ASTM D4491), igual

ou superior a 3x10-4cm/s e resistência na largura total (ASTM D1682) igual ou superior

a 250 N.

Figura ( III.6 ) – Recalque com o tempo para aterros com drenos.

Os drenos deságuam em um tapete drenante constituído por areia média a

grossa limpa, sem finos ou com um máximo de 2% em peso de grãos passando na

peneira 200. O tapete de areia, espalhado pela passagem de trator com uma

RELAÇÃO TEMPO RECALQUE PARA ATERRO COM DRENOS - COTA FINAL + 3 m

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

TEMPO (meses)

REC

ALQ

UE

(cm

)

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espessura de 50 centímetros por camada, ocupa toda a área com drenos e avança 5

metros para fora da linha de cravação mais externa.

Os drenos franceses, instalados no tapete de areia, são constituídos por brita

1 envolta em geotêxtil não tecido com 50 centímetros de altura e 80 centímetros de

largura. Estes foram distribuídos de maneira que o maior percurso de água no tapete

de areia não excedesse 20 metros.

No trecho sem drenos, destinado ao Jardim 7, não houve a necessidade de

implantar drenos franceses, porém foi lançado um tapete drenante da mesma forma

que no restante da área C.

A remoção da água que fluiu para o tapete foi retirada por bombeamento em

poço cuja base coincidiu com o sistema de drenos franceses. A vazão máxima

esperada no poço de bombeamento é da ordem de 6,3 litros por minuto e a altura de

recalque, necessária para remover a água do poço e lançá-la na lagoa, é de 6 metros.

O posicionamento do poço de bombeamento, o arranjo dos drenos franceses

e a área de cravação dos drenos está ilustrada na figura (III.7).

Figura – (III.7) – Planta de detalhamento da área C.

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III.4.4 – ESTABILIDADE

As análises de estabilidade, que objetivam estabelecer a inclinação das saias

de aterro necessárias para evitar rupturas durante o lançamento, foram realizadas pelo

método de Bishop Modificado sendo utilizado o programa STABL 6. Para tanto, foram

simuladas duas situações correspondentes aos limites sul e oeste da área C.

Assim, o projeto de execução dos aterros, tanto para as áreas limítrofes

críticas, sul e oeste, quanto para todas as etapas de construção em qualquer ponto da

área C, foi constituída por planos com espessura máxima de 50 centímetros

conformando bermas com inclinação de 1:20 (V:H), prevendo uma camada de

geotêxtil tecido de reforço no topo do tapete drenante.

Em uma parte da periferia a oeste da área C, intitulada como trecho especial

e ilustrada na figura (III.7), não foi possível implantar a berma de equilíbrio devido à

presença de vegetação a ser preservada. Este trecho, cercado de cuidados especiais,

executado com espessura da ordem de 1 metro, em 2 etapas de 50 centímetros, com

inclinação mínima exeqüível. A cada camada de 1 metro, foi implantado um reforço

com geotêxtil tecido e o acompanhamento da construção monitorado com placas e

inclinômetros localizados na periferia do aterro. III.4.5 – SEQUÊNCIA EXECUTIVA

Para a construção do aterro na área C, foram planejadas diversas atividades

que configuram a seqüência executiva apresentada esquematicamente na figura

(III.8).

Para o preparo da superfície do terreno, foi realizado o corte da vegetação

leve ao nível do terreno e removida a vegetação arbórea com diâmetro de tronco

superior a 5 centímetros.

O tapete de areia, lançado com espessura média de 50 centímetros, foi

constituído por areia média a grossa limpa, não havendo a necessidade de

compactação.

Os drenos pré-fabricados foram cravados em uma distribuição triangular (1,35

x 1,50 metros) a partir do tapete de areia.

Os drenos franceses foram implantados no tapete de areia com altura de 50

centímetros e 80 centímetros de largura.

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Figura – (III.8) – Seção típica da área C.

O geotêxtil tecido Propex 2008 da Amoco foi aplicado sobre todo o tapete de

areia após a cravação dos drenos pré-fabricados e drenos franceses. O trecho

especial foi dotado de geotêxtil tecido a cada 1 metro de espessura de aterro.

O poço de bombeamento foi instalado em coincidência com uma das linhas

de dreno francês.

A instrumentação foi instalada após a cravação dos drenos pré-fabricados de

forma eqüidistante dos mesmos.

O aterro lançado em camadas de 50 centímetros foi executado com recuo de

10 metros em todas as frentes de lançamento.

III.5 – PROJETO DE INSTRUMENTAÇÃO

A instrumentação prevista para a área C constava de placas de recalque,

medidores de nível de água, piezômetros Casagrande, piezômetros elétricos de corda

vibrante, medidores magnéticos de recalque em profundidade e inclinômetros. Estes

instrumentos foram reunidos em estações instrumentadas, trechos de teste, trecho

especial e instrumentos distribuídos isoladamente. Foram previstas três estações

instrumentadas, designadas como E1, E2 e E3.

A estação E1, situada nas proximidades do poço de bombeamento, foi

composta por 1 placa de recalque, 1 medidor de nível de água, 4 piezômetros

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Casagrande, 1 piezômetro elétrico de corda vibrante e 1 vertical de aranhas

magnéticas. A localização em planta e a seção transversal da estação instrumentada

E1 são apresentadas nas figuras (III.9 e III.10).

A estação E2 situa-se nas proximidades do trecho especial onde se acredita

que a argila mole seja mais profunda. Esta possuiu a mesma configuração que a E1,

exceto que houve 3 piezômetros Casagrande, sendo 1 piezômetro de referência

profunda, 1 piezômetro no meio da camada de argila mole e outro na metade inferior

conforme ilustrado nas figuras (III.11 e III.12).

A estação E3, situada na parte sul da área C, contou com 1 placa de

recalque, 1 medidor de nível de água e 1 piezômetro Casagrande localizado no meio

da camada de argila mole.

Os trechos de teste, T1 e T2, locados nas proximidades da estação E1,

possuíram uma área de 12x12 metros. Nestes trechos foram utilizados geodrenos

diferentes do dreno “tipo Este” que foi utilizado no restante do terreno. No trecho T1 foi

utilizado o dreno Este modificado e no trecho T2 o Coldbondrain. A instrumentação

dos trechos T1 e T2 teve a mesma configuração da estação instrumentada E3 e a

seção transversal é apresentada na figura (III.13).

Figura – (III.9) – Localização em planta dos instrumentos na estação E1 e trechos de

teste T1 e T2.

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Figura – (III.10) – Seção transversal dos instrumentos na estação E1.

Figura – (III.11) – Localização em planta dos instrumentos na estação E2.

MANTA GEOTEXTIL TAPETE DE AREIA

ARGILA MUITO MOLEa

a/2

ATERRO

PR-E1PC-E1-D

a/4VA-E1-3

VA-E1-2

VA-E1-1a/4

a/4

a/4

AM-E1

PC-E1-APC-E1-B

PC-E1-CMN-E1

PE-E1

AM - Argila MagnéticaPR - Placa de RecalqueMN - Medidor de Nível d´águaPC - Piezômetro de CasagrandePE - Piezômetro Elétrico

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38

Figura – (III.12) – Seção transversal dos instrumentos na estação E2.

Figura – (III.13) – Seção transversal típica dos instrumentos na estação E3 e trechos

de teste T1 e T2.

a/4

a/4

a/4

a/4

AM-E2

a/2 VA-E1-3

VA-E1-1

VA-E1-2

ATERRO

PE-E2

ARGILA MUITO MOLEa

MANTA GEOTEXTIL TAPETE DE AREIA

PC-E2-B

PC-E2-CMN-E2

PC-E2-A

PR-E2

PE - Piezômetro ElétricoPC - Piezômetro de CasagrandeMN - Medidor de Nível d´águaPR - Placa de RecalqueAM - Argila Magnética

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39

No trecho especial, localizado junto à área verde, não foi possível usar os

taludes suaves previstos pelo estudo de estabilidade. Este trecho foi construído em

etapas com camadas adicionais de geotêxtil a cada metro até a cota definida pelo

projeto de terraplanagem. A instrumentação do trecho especial compreende 5 seções,

cada uma delas com 1 vertical de inclinômetro no pé do talude, 1 piezômetro

Casagrande e 3 destas com 1 medidor de nível de água. As placas de recalque foram

locadas nas adjacências dos inclinômetros e são quantificadas em 6 ou 8 placas de

recalque por inclinômetro, a depender da espessura da camada de argila mole. A

instrumentação típica das seções no trecho especial é apresentada na figura (III.14). A

distribuição dos instrumentos instalados na área C é apresentada na figura (III.15).

Figura (III.14) - Seção típica da instrumentação no trecho especial.

PC - Piezômetro de CasagrandeMN - Medidor de Nível d´águaPR - Placa de RecalqueIN - Inclinômetro

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40

Figura (III.15) – Planta com a localização dos instrumentos na área C.

Os instrumentos isolados foram dispostos em 8 pontos do aterro compostos

de 1 medidor de nível de água e 1 placa de recalque. Em outros 7 pontos foram

instaladas placas de recalque.

O nivelamento dos instrumentos foi realizado com base em 2 referências

profundas “bench-marks” localizadas ao sul da área C.

III.5.1 – INSTALAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

Os instrumentos instalados tanto na camada de argila mole, como os

piezômetros e as aranhas magnéticas, quanto os inclinômetros e Bench-marks,

instalados em solo competente abaixo da argila, requiseram, previamente, sondagens

de reconhecimento para determinar com acurácia a espessura da camada de argila

mole. Nestas sondagens, foram preservadas as amostras para serem realizados

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ensaios de umidade, determinações de limites de liquidez e plasticidade e ensaios de

perda por ignição.

As placas de recalque têm como objetivo acompanhar os recalques desde o

início do lançamento do aterro. Foram confeccionadas por hastes de PVC rígido (25,4

mm) acopladas em base de madeira (40 x 40 cm) e instaladas no interior da camada

de areia.

Os medidores de nível de água têm como objetivo verificar a eficiência do

sistema de drenagem na base do aterro analisando o fluxo no tapete de areia. Foram

confeccionados de PVC rígido com diâmetro interno (19 mm) e bulbo perfurado com

50 centímetros de altura e envolto por tela de nylon (n° 40). Foram instalados em furos

realizados com trado ou com equipamento de sondagem de 63,5 mm, com bulbo no

tapete drenante, após a cravação dos drenos pré-fabricados e antes da colocação da

manta de geotêxtil.

Os piezômetros Casagrande têm como objetivo medir o excesso de

poropressão na camada argilosa e foram confeccionados com tubo de PVC com

diâmetro interno (19 mm). O trecho perfurado teve (20 cm) de altura e foi envolto por

tela de nylon (n° 40). Foram instalados em furos de sondagem de 63,5 mm, em bulbo

de areia situado a meia altura da camada de argila mole, após a cravação dos drenos

pré-fabricados e antes da colocação da manta de geotêxtil.

Nas estações instrumentadas, os piezômetros Casagrande foram dispostos

de forma a se localizarem nos terços da profundidade da camada de argila mole e 1

piezômetro de Casagrande, utilizado como referência, localizado na camada de areia

abaixo da argila mole.

As leituras dos medidores de nível de água e dos piezômetros Casagrande

foram realizadas manualmente com sonda elétrica introduzida no interior do tubo até

alcançar o nível de água e, em paralelo, o topo do instrumento era nivelado com nível

ótico, tendo como referência o bench-mark.

Os bench-marks objetivam servir como referência para o nivelamento

topográfico e confeccionados de ferro galvanizado (25,4mm) com penetração mínima

de 3 metros em solo firme abaixo da camada de argila mole.

Os piezômetros elétricos de corda vibrante possuem o mesmo objetivo dos

piezômetros Casagrande e foram instalados em furos de sondagem de 63,5 mm. O

elemento sensor foi implantado em bulbo arenoso com cerca de 20 cm de altura

localizado no meio da camada de argila mole. A instalação foi feita após a implantação

dos drenos pré-fabricados e antes da colocação do geotêxtil. As leituras foram

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realizadas com Minilogger (caixa leitora) e em paralelo realizadas leituras da pressão

atmosférica com barômetro manual.

As aranhas magnéticas objetivam determinar a distribuição dos recalques ao

longo da profundidade da camada de argila e foram instaladas em furos de sondagem

de 127 mm. A vertical de aranhas foi composta por 3 aranhas magnéticas dispostas

nos terços da profundidade da camada de argila mole e 1 magneto de referência

localizado em camada competente abaixo da argila mole. As leituras foram realizadas

com torpedo sensor inserido no interior do tubo, medindo-se a profundidade do sinal, e

em paralelo realizando-se nivelamento do topo do instrumento.

Os inclinômetros têm como objetivo medir os perfis de deslocamentos

horizontais de massas de solo e foram instalados em furos de sondagem de 127 mm,

depois do tapete de areia e antes do lançamento do aterro. Os tubos de inclinômetro,

localizados no contorno do trecho especial, foram instalados a uma profundidade

mínima de 3 m em solo firme abaixo da camada de argila mole. As leituras foram

realizadas manualmente com torpedo sensor e caixa de leitora que fornece as

inclinações do tubo sucessivos a cada 50 cm.

III.6 – EXECUÇÃO DA OBRA III.6.1 – SONDAGENS

Na fase de projeto, foram realizadas sondagens preliminares de

reconhecimento, gerando as subdivisões das áreas A, B e C apresentadas na figura

(III.2). Em uma segunda etapa de investigação, já com a obra iniciada, foram

realizadas sondagens na área C com o objetivo de determinar com maiores detalhes a

espessura de argila mole existente. Estas foram fundamentais para a instalação dos

instrumentos de medição nas profundidades determinadas, para a realização da

investigação geotécnica, determinação da profundidade dos drenos pré-fabricados e a

obtenção de amostras para ensaios de laboratório.

As sondagens foram executadas em todos os locais onde foram previstos

instrumentos de medição. As informações obtidas das sondagens serão detalhadas no

capítulo IV.

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III.6.2 – INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

Os ensaios compreendem ensaio de palheta, ensaio de piezocone com

dissipação, retiradas de amostras Osterberg para realização de ensaio de

adensamento e ensaio de permeabilidade in situ. Foram locados especialmente nas

estações instrumentadas E1 e E2, exceto os ensaios de permeabilidade in situ,

realizados em todos os piezômetros Casagrande instalados na área C. As informações

geradas pela investigação descrita será apresentada no capítulo IV.

Os ensaios de palheta objetivaram a determinação da resistência não

drenada (Su) ao longo da profundidade. Foram realizadas duas verticais de ensaios

totalizando 19 ensaios de palheta, sendo 9 ensaios na estação E1 e 10 ensaios na

estação E2.

Os ensaios de piezocone tiveram como objetivo fornecer uma melhor

definição da estratigrafia do terreno, além de fornecer parâmetros de resistência.

Foram realizados 2 sondagens com ensaio de piezocone e 5 ensaios de dissipação da

poro pressão, sendo 3 ensaios na estação instrumentada E1 e 2 ensaios na estação

E2.

Os ensaios de adensamento foram realizados em amostras Osterberg

objetivando obter parâmetros de adensamento e compressibilidade para estudos dos

recalques das argilas. Foram realizados em 3 amostras provenientes de diferentes

profundidades da estação instrumentada E1 e em 2 amostras da estação E2.

Os ensaios de permeabilidade tiveram como finalidade determinar em

diferentes pontos e fases da obra os coeficientes de permeabilidade da argila mole.

Foram realizados ensaios de infiltração utilizando piezômetro elétrico de corda vibrante

inserido nos piezômetros Casagrande e conectado à caixa leitora programada para

realizar leituras a cada 10 segundos.

III.6.3 – ATERRO NA ÁREA C

As atividades na área C tiveram início com o preparo do terreno segundo a

seqüência executiva descrita no item (III.4.5), com o corte e remoção da vegetação

arbórea existente.

A segunda etapa de investigação, composta pelas sondagens

complementares, realizadas após a remoção da vegetação, foram executadas, a

princípio, em todos os pontos onde foram previstos instrumentos de medição.

Posteriormente, foram executadas sondagens no contorno da área C, as quais

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apresentaram como resultado uma espessura de argila mole muito inferior que o

restante da área C, possibilitando o aumento da inclinação final das bermas de

equilíbrio na região ao sul da área C originalmente, de 1:20 para 1:10 (V:H). A

espessura de aterro final, assim como o posicionamento das bermas de equilíbrio são

ilustrados na figura (III.16).

O restante da área C e os lançamentos sucessivos de aterro foram

executados por planos com espessura máxima de 50 centímetros conformando

bermas com inclinação de 1:20 (V:H) de acordo com os estudos de estabilidade.

Com o início do lançamento do aterro na área C, verificou-se uma grande

dificuldade prática em avançar com o mesmo, tendo em vista as condições adversas

de estabilidade. Com isso, planejou-se lançar o aterro de forma a confinar a área

objetivando evitar rupturas localizadas conformando inicialmente uma camada de

trabalho do mesmo material especificado para o tapete drenante. O avanço do aterro

lançado na área C é ilustrado na figura (III.17).

O tapete drenante foi executado com espessura média de 50 cm e constituído

por areia média e grossa, limpa, apenas espalhada pela passagem do trator. O aterro

lançado na área C foi constituído na maior parte por material com as mesmas

características do tapete drenante e mantido um controle granulométrico rígido em

amostras coletadas a cada novo carregamento.

Após o lançamento do tapete drenante, executado acima da camada de

trabalho, iniciou-se a etapa de cravação dos drenos pré-fabricados simultaneamente

com a confecção dos drenos franceses, e ao findar destas, a implantação do geotêxtil

tecido ao longo de todo o tapete drenante.

O lançamento das camadas de aterro no trecho especial, com inserção de

geotêxtil a cada metro, foi regido pelo controle de estabilidade baseado nos resultados

da instrumentação, obtidos a cada etapa de lançamento de material.

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Figura (III.16) – Planta com a espessura final de aterro na área C. Redução da berma

de equilíbrio originalmente de 1:20 para 1:10 (V:H) limitada pelos pontos AT11 e AT12.

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Figura (III.17) – Planta com avanço do aterro lançado na área C.

III.6.4 – CRAVAÇÃO DOS DRENOS PRÉ-FABRICADOS

A cravação dos drenos teve início com o término da execução do tapete

drenante e foram executados até a cota indicada na figura (III.18).

Para o correto posicionamento dos pontos onde os drenos deveriam ser

cravados, inicialmente foram topograficamente locados e numerados piquetes.

Posteriormente, foram confeccionados gabaritos contendo as distâncias de acordo

com a distribuição idealizada, de forma a garantir os espaçamentos requeridos em

projeto.

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Figura (III.18) – Planta com a cota da base dos drenos pré-fabricados.

Nos trechos de teste T1 e T2 foram cravados drenos diferentes do tipo Este

utilizados no restante do terreno conforme previsto. Para tanto, foram locados os

pontos que limitavam cada trecho, executando-se a cravação dos drenos até a cota

indicada na figura (III.18), sendo efetuada a troca dos rolos de drenos a cada trecho,

conforme almejado em projeto.

Os drenos pré-fabricados foram ensaiados quanto à capacidade de fluxo no

plano, segundo ISO – 12958/1999, sob gradiente 0,5 a 20°C de temperatura e a

obtenção das amostras seguiu a NBR-12593. Os resultados são apresentados na

tabela (III.3).

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Tabela(III.3) – Propriedades dos drenos verticais utilizados.

TIPO DE DRENO LOCAL TENSÃO

(kPa)

CAPACIDADE DE DESCARGA

(cm3/s)

100 46,2 Este Drain

E1 e

toda a

área 188 32,7

100 18,9 Coldbond drain T2

188 11,8

Nota – O dreno Este modificado não foi ensaiado, porém atende à capacidade de

descarga requerida em projeto.

Os drenos foram cravados utilizando sistema de cravação por empurramento

estático hidráulico, de forma a minimizar as perturbações no solo.

O mandril utilizado, com dimensões 14 x 7 cm, objetivou proteger e garantir a

verticalidade dos drenos. A placa de ancoragem (chapinha), com dimensões 17 x 9,5

cm, dobrava quando da cravação em torno da ponta do mandril.

Durante a reposição do rolo de drenos, houve a necessidade de serem feitas

junções entre os drenos. Estas foram realizadas retirando-se parte do tecido filtrante e

acoplando o núcleo em junção tipo macho – fêmea, sendo posteriormente recobertas

pelo tecido de ambos e fixados com arame de forma a não romper durante a cravação.

III.6.5 – EXECUÇÃO DA INSTALAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

Os instrumentos de medição foram locados segundo posicionamento definido

pelas coordenadas especificadas em projeto e instalados após a cravação dos drenos

pré-fabricados.

Foram instalados 97 instrumentos de medição sendo 54 placas de recalque,

16 medidores de nível de água, 16 piezômetros Casagrande, 2 bench-marks, 2

piezômetros elétricos de corda vibrante, 2 aranhas magnéticas e 5 inclinômetros. Na

tese foram utilizados apenas os resultados das estações instrumentadas E1 e E2, os

trechos de teste T1 e T2 e as placas de recalque PR-232 e PR-309.

Os instrumentos foram nivelados diariamente com base nas referências

profundas (bench-marks).

As placas de recalque foram instaladas em cavas abertas no tapete drenante

e posicionadas, em média, a 40 cm de profundidade.

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Os medidores de nível de água foram instalados em furos executados com

equipamento de sondagem de 63,5 mm, de maneira que o trecho perfurado fosse

posicionado no tapete de areia.

Os piezômetros Casagrande, locados em diferentes profundidades na

camada de argila, foram instalados em furos de sondagem de 63,5 mm, com trecho

perfurado inserido em bulbo de areia média e grossa, confeccionados com 30 cm de

altura. O selo, executado após o término do bulbo de areia, foi constituído por uma

mistura de solo argiloso, bentonita e água.

Os bench-marks foram instalados com auxílio de sondagem rotativa de 127

mm, com ponteira locada em solo firme. O bulbo de ancoragem, executado com 20 cm

de altura, foi preenchido por calda de cimento. A partir do bulbo, foi inserida de forma a

proteger as hastes galvanizadas, uma tubulação de PVC rígido de 50,8 mm.

Os piezômetros elétricos foram instalados em furos de sondagem de 63,5

mm, com elemento sensor envolto em bulbo arenoso com 20 cm de altura, localizado

no meio da camada de argila mole. As hastes de aço, ligadas ao instrumento, foram

protegidas por tubulação de PVC de 127 mm no trecho constituído pelo aterro, de

forma a evitar o atrito negativo nas hastes gerado pelos recalques e facilitar sua

posterior recuperação.

As aranhas magnéticas foram instaladas em furos de sondagem executados

com sondagem rotativa de 127 mm. As aranhas, instaladas em torno de tubulação de

plástico, foram posicionadas nos terços da profundidade da camada argilosa, com

auxílio de uma haste guia. A tubulação de plástico, cujo magneto de referência é fixo,

foi instalada a 3 metros de profundidade, em solo competente, abaixo da argila mole.

Os inclinômetros foram instalados com auxílio de sondagem rotativa de 127

mm com penetração de 3 m de profundidade em solo firme, abaixo da camada de

argila mole. O selo, inserido entre o revestimento e o tubo de inclinômetro, foi

constituído por mistura bentonítica.

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IV – CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA IV.1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentadas, inicialmente, as informações obtidas das

sondagens, os resultados dos ensaios de caracterização geotécnica do terreno e uma

sucinta descrição do material constituinte do aterro lançado.

Posteriormente, serão relacionados os tipos de ensaios de campo e

laboratório requeridos pelo projeto, detalhando os procedimentos de execução e

apresentados os resultados, sem considerar, ainda, a análise e interpretação desses

resultados.

IV.2 – SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO E PERFIS DE SOLOS

As sondagens executadas foram realizadas em todos os pontos onde foram

previstos instrumentos de medição, conforme figura (IV.1). Nesta figura também são

apresentadas as seções que se destinam a compor o perfil geotécnico do terreno

apresentado nas figuras (IV.2 a IV.4).

Figura (IV.1) – Planta de localização dos furos de sondagens e seções geotécnicas.

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Figura (IV.2) – Perfil geotécnico da área C seção – AA.

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Figura (IV.3) – Perfil geotécnico da área C seção – BB.

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Figura (IV.4) – Perfil geotécnico da área C seção – CC.

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Com base nos perfis traçados, observa-se que as três seções apresentam

uma camada superficial turfosa de cor muito escura, aproximando–se do preto, com

espessura em torno de 2 metros. Abaixo desta, encontra-se uma camada de argila

orgânica mole com lentes de areia e fragmento de conchas, variando de cinza a cinza

escuro, com espessura de 5 a 7 metros, com Nspt zero ou muito próximo de zero,

assente sobre uma camada de areia fina a média de cor cinza.

IV.3 – ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO

Os ensaios foram realizados em amostras provenientes de furos de

sondagem realizados na área C. Foram selecionados os resultados obtidos das

sondagens preliminares, responsáveis pela elaboração do projeto, os quais são

apresentados na tabela (IV.1). Na tabela (IV.2) são apresentados os resultados da

caracterização geotécnica especificamente das estações instrumentadas E1 e E2.

IV.3.1 – LIMITES DE ATTERBERG E UMIDADE NATURAL

Os limites de liquidez (LL) e de plasticidade (LP) dos solos foram

determinados de acordo com a NBR 6459/84, sem secagem prévia.

As figuras (IV.5 a IV.7) mostram os perfis de limites de Atterberg e de teores

de umidade naturais. Pode se observar nestas figuras que o teor de umidade natural é

próximo do limite de liquidez, em média, levemente superior a este. A umidade da

camada superficial turfosa gira em torno de 350% e ao penetrar na camada de argila

orgânica este índice decresce variando de 100% a 150%. O índice de plasticidade

apresenta uma amplitude menor, variando de 150% para as camadas iniciais e

permanecendo, em média, em 100% para as camadas subsequentes.

IV.3.2 – MATÉRIA ORGÂNICA

A determinação da perda por ignição, que se correlaciona com a porcentagem

de matéria orgânica, dos perfis do solo foi obtida através de ensaios de PPI realizados

em amostras secas a 105°C aquecidas a 550°C. O valor da PPI é obtido através da

variação do peso a 105°C e 550°C dividido pelo peso a 105°C.

Observa-se, conforme ilustrado na figura (IV.8), que até uma profundidade de

2 metros a (PPI) apresenta uma faixa de variação entre 18,5% a 34,1%, decrescendo

com a profundidade, à medida que se penetra na camada de argila orgânica,

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situando–se, numa faixa de 10% a 20%. Na figura (IV.9), o qual apresenta (PPI x

umidade), observa-se a proporcionalidade entre o valor da PPI e o teor de umidade.

Tabela (IV.1) – Ensaios de caracterização em amostras SPT – preliminares.

FURO PROF. PROF. PROF. TIPO SPT UMID. PPI LL LP IP TOPO BASE MÉDIA DE (m) (m) (m) SOLO (%) (%) (%) (%) (%)

SP 29 1,00 2,00 1,50 4 P/100 425,8 SP 29 2,00 3,00 2,50 4 P/100 142,5 SP 29 3,00 4,00 3,50 4 P/100 113,5 SP 29 4,00 5,00 4,50 4 P/100 146,8 SP 29 5,00 6,00 5,50 4 P/100 196,7 SP 29 6,00 7,00 6,50 4 P/100 195,5 SP36 1,00 1,95 1,48 4 P/95 583,7 34,1 SP36 2,00 2,90 2,45 4 P/90 522,6 33,7 276 120 156 SP36 3,00 3,85 3,43 4 P/85 177,0 7,9 155 42 114 SP36 4,00 4,81 4,41 4 P/81 116,5 8,6 SP36 5,00 5,70 5,35 4 P/70 202,9 17,3 238 130 108 SP36 6,00 6,73 6,37 4 P/73 205,4 17,9 SP36 7,00 7,65 7,33 2 1 50,2 3,9 NL NP SP36 8,00 8,47 8,24 2 1 56,5 7,3 SP36 9,00 9,70 9,35 4 P/70 179,3 21,6 187 76 111 SP36 10,00 10,45 10,23 2 5 21,6 0,5 SP37 1,00 1,90 1,45 4 P/90 505,6 29,7 335 NP SP37 2,00 2,75 2,38 4 P/75 212,5 13,6 97 63 34 SP37 6,00 6,70 6,35 2 1/70 49,6 8,0 SP37 7,00 7,52 7,26 4 2 102,5 18,2 122 54 68 SP38 1,00 1,90 1,45 4 P/90 258,4 18,5 368 NP SP38 2,00 2,40 2,20 4 P/40 121,3 8,7 SP38 3,00 3,45 3,23 1 3 16,1 0,0 SP39 1,00 1,95 1,48 4 P/95 321,8 21,0 SP39 2,00 2,85 2,43 4 P/85 410,9 31,6 359 200 159 SP39 3,00 3,78 3,39 4 P/78 175,5 10,7 155 44 111 SP39 4,00 4,80 4,40 4 P/80 128,6 10,5 SP39 5,00 5,65 5,33 4 P/65 114,6 10,0 SP39 6,00 6,50 6,25 4 P/50 314,0 25,0 259 152 107 SP39 7,00 7,47 7,24 1 1/47 45,4 7,7 SP39 10,00 10,60 10,30 4 1/35 136,5 20,7 152 67 85 SP39 12,00 12,49 12,25 1 1 27,3 3,9 SP40 1,00 1,47 1,24 4 2 194,5 30,2

1 - AREIA LIMPA 2 - AREIA COM FINOS

3 - FINOS COM AREIA 4 - ARGILAS E TURFAS ESCURAS

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56

Tabela (IV.2) – Ensaios de caracterização em amostras SPT – Estações

instrumentadas E1 e E2.

FURO PROF. PROF. PROF. TIPO SPT UMID. PPI LL LP IP TOPO BASE MÉDIA DE (m) (m) (m) SOLO (%) (%) (%) (%) (%)

SP-E1 0,00 1,00 0,50 4 346,1 SP-E1 1,00 2,00 1,50 4 P/100 393,1 SP-E1 2,00 3,00 2,50 4 P/100 326,0 317 81 236 SP-E1 3,00 4,00 3,50 4 P/100 170,0 180 41 139 SP-E1 4,00 5,00 4,50 4 P/100 SP-E1 5,00 6,00 5,50 4 P/100 90 51 39 SP-E1 6,00 6,70 6,35 3 P/70 92,9 SP-E1 7,00 7,70 7,35 3 P/70 180,5 197 76 121 SP-E1 8,00 8,70 8,35 3 P/70 190,2 SP-E1 9,00 9,45 9,23 2 7 29,9 SP-E1 10,00 10,50 10,25 2 1/50 35,2 SP-E1 11,00 11,55 11,28 1 1/55 24,5 SP-E2 0,00 1,00 0,50 4 496,6 SP-E2 1,00 2,00 1,50 4 P/100 SP-E2 2,00 3,00 2,50 4 P/100 238,9 SP-E2 3,00 4,00 3,50 4 P/100 154,9 SP-E2 4,00 5,00 4,50 4 P/100 124,5 SP-E2 5,00 5,45 5,23 3 1 127,1 SP-E2 6,00 6,90 6,45 2 1/90 120,7 SP-E2 7,00 7,30 7,15 3 P/30 168,0 SP-E2 8,00 9,00 8,50 1 21,6

1 - AREIA LIMPA 3 - FINOS COM AREIA 2 - AREIA COM FINOS 4 - ARGILAS E TURFAS ESCURAS

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Figura (IV.5) – Limites de Atterberg ao longo da profundidade.

Figura (IV.6) – Teor de umidade ao longo da profundidade em amostra SPT –

preliminares.

LIMITES DE ATTERBERG OBTIDOS EM AMOSTRAS SPT

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0

PROFUNDIDADE ( M )

LIM

ITES

DE

ATT

ERB

ERG

( %

)Limite de liquidez ( % )

Índice de plasticidade ( % )

UMIDADE NATURAL OBTIDA EM AMOSTRAS SPT

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0

PROFUNDIDADE ( M )

UM

IDA

DE

NA

TUR

AL

( % )

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Figura (IV.7) – Teor de umidade ao longo da profundidade em amostra SPT –

Estações instrumentadas E1 e E2.

Figura (IV.8) – Perda por ignição ao longo da profundidade.

UMIDADES NATURAIS OBTIDAS EM AMOSTRAS SPT NAS ESTAÇÕES INSTRUMENTADAS - E1 E E2

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0

PROFUNDIDADE ( M )

UM

IDA

DE

NA

TUR

AL

( % )

PERDA POR IGNIÇÃO OBTIDAS EM AMOSTRAS SPT

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0

PROFUNDIDADE ( M )

PPI (

% )

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59

Figura (IV.9) – Curva PPI x Teor de umidade.

IV.4 – DESCRIÇÃO DO MATERIAL UTILIZADO COMO ATERRO

O aterro lançado na área C foi constituído, na maior parte, por areia,

proveniente de diferentes jazidas da região, sendo apenas espalhada pela passagem

do trator, em camadas com espessura de 50 cm conformando bermas com inclinação

1:20 (V:H) sem compactação.

Inicialmente, para a confecção da camada de trabalho e do tapete de areia,

as jazidas eram estudadas objetivando atender as especificações de projeto, areia

média e grossa isenta de finos ou no máximo 2% em peso, sendo analisadas quanto à

sua distribuição granulométrica e ,quando lançadas e espalhadas, analisadas quanto a

densidade “in situ”.

As camadas a serem lançadas acima do geotêxtil também foram constituídas,

em sua maior parte, por areia, sendo as mesmas analisadas quanto à distribuição

granulométrica e densidade “in situ”.

Os ensaios de granulometria, executados em solos grossos (areia e

pedregulho), possuindo pouca ou nenhuma quantidade de finos, foram realizados

segundo a NBR 7181/84, sendo efetuada apenas análise granulométrica por

peneiramento.

PERDA POR IGNIÇÃO X UMIDADE OBTIDA EM AMOSTRAS SPT

02468

10121416182022242628303234363840

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600

UMIDADE NATURAL (%)

PER

DA

PO

R IG

NIÇ

ÃO

(%)

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Os ensaios de densidade “in situ” foram realizados através do método do

frasco de areia, sendo as amostras estudadas quanto às densidades máxima e

mínima de acordo com as normas NBR 12051 e NBR 12004 respectivamente. A

tabela (IV.3) apresenta um resumo estatístico dos resultados dos ensaios de

granulometria e dos ensaios de densidade “in situ“ realizados.

Tabela (IV.3) – Resumo das características granulométricas e densimétricas do

material constituinte do aterro lançado na área C.

GRANULOMETRIA ( % ) LOCAL h (%) γnat

(gf/cm3) IDENTIFICAÇÃO PEDREGULHO AREIA

GROSSAAREIA MÉDIA

AREIA FINA

SILTE/ ARGILA

A 6,81 1,81 Areia média a fina cor cinza claro 0,33 0,16 52,66 46,33 0,52

B 12,30 1,80 Areia média a fina cor bege claro 1,89 0,43 57,19 39,71 0,78

Nota: Local A – Camada de trabalho e tapete de areia e local B – Aterro lançado acima

do geotêxtil.

IV.5 – ENSAIOS ESPECIAIS

Os ensaios de campo compreendem ensaios de piezocone e palheta e

ensaios de laboratório correspondem a ensaios de adensamento.

A tabela (IV.4) mostra a distribuição dos ensaios locados estrategicamente

nas estações instrumentadas E1 e E2. Estes objetivaram caracterizar detalhadamente

as propriedades da área em estudo, servindo como comparativo, quando confrontados

com os ensaios de caracterização geotécnica.

Os ensaios de piezocone forneceram perfis contínuos de medidas de

resistência de ponta corrigida (qt), poro-pressão (u), razão de atrito (Rf) e atrito local

(fs) com a profundidade.

Os ensaios de palheta foram realizados em profundidades pré-determinadas

baseadas nos resultados das sondagens e distribuídos a cada 0,9 metros na estação

E1 e 0,6 metros na estação E2. O objetivo desta distribuição foi intercalar o número

previsto de ensaios de forma que estes fossem concentrados na camada de argila

orgânica.

Os ensaios de adensamento foram realizados em amostras coletadas em

diferentes profundidades através de amostradores tipo Osterberg.

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Tabela (IV.4) – Distribuição dos ensaios especiais.

ENSAIOS ESTAÇÃO E1 ESTAÇÃO E2

Piezocone 1 Perfil e 3 ensaios de

dissipação

1 Perfil e 2 ensaios de

dissipação

Palheta 1 Perfil 1 Perfil

Adensamento 3 ensaios 2 ensaios

IV.6 – ENSAIO DE PIEZOCONE - CPTU IV.6.1 – DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO

O equipamento utilizado para a execução dos ensaios de piezocone e

dissipação é um penetrômetro provido de um sistema hidráulico, TG73200, de

fabricação italiana (Pagani Geotechnical Equipment) e um cone elétrico (Cordless

System), no qual os dados são emitidos por ondas de rádio.

O piezocone utilizado apresenta luva de atrito de 150 cm2 de área com 36 mm

de diâmetro e ângulo de base de 60o com 10 cm2 de área.

Considerando que a poropressão pode ser medida em três posições ao longo

do cone (face, base e topo da luva de atrito), a prática internacional tem consagrado a

utilização deste elemento locado na posição (u2), base do cone, posição esta utilizada

nestes ensaios. O equipamento tem capacidade de cravação de até 100 KN (cone

3276) e uma relação de áreas (AN/AT) igual a 0,64.

IV.6.2 – PROCEDIMENTO E SEQUÊNCIA DE ENSAIO

A realização de um ensaio de piezocone requer uma série de tarefas

preparatórias e de suporte que compreendem a verificação dos equipamentos,

calibrações e transporte.

Os ensaios foram realizados pela empresa SOLUM Engenharia e Geologia

Ltda, à qual realizou todos os procedimentos de calibração e saturação do elemento

poroso.

As duas verticais executadas apresentavam graves problemas de acesso e

posicionamento do equipamento, mesmo sendo este provido de recursos próprios

para locomoção, fazendo-se necessária a construção de um caminho com auxílio de

madeirites.

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62

Uma vez posicionado o equipamento de ensaio, o próximo passo consiste no

nivelamento, o qual é feito através de mecanismos hidráulicos que ajustam as alturas

do chassi em relação às placas de apoio. Este procedimento visa garantir a

verticalidade do equipamento, segundo recomendações da ABNT MB- 3406/91 e

ISOPT1/88.

A ancoragem do conjunto no terreno é feita com quatro hastes contendo

hélices que são parafusadas no terreno a uma profundidade média de 1 metro. A

ancoragem, somada ao peso do equipamento, assegura uma reação suficiente para a

penetração em solo mole.

Após a verificação e ordenação das hastes a serem utilizadas e a montagem

e as ligações dos equipamentos para aquisição de dados, o piezocone era retirado da

cápsula de saturação, encapado por uma membrana de borracha e colocado no furo

realizado previamente até atingir a cota do nível de água. Com a ponteira na cota de

início de ensaio, procediam-se às leituras iniciais (carga zero).

A cravação foi realizada a uma velocidade de 2 cm/s, conforme

recomendações do MB-3406/91 da ABNT e ISOPT1/88, de forma contínua e estática

com coleta de dados a cada 2,5 cm, cravado por penetrômetro hidráulico.

Os ensaios eram encerrados quando se penetrava de 2 a 3 m na camada

arenosa subjacente ao depósito de argila mole.

Ao final do ensaio, realizaram-se leituras na mesma cota em que foram

tomadas as leituras iniciais, para verificar a estabilidade do zero do ensaio.

IV.6.3 – RESULTADO DOS ENSAIOS DE PIEZOCONE

A tabela (IV.5) apresenta informações a respeito da execução dos ensaios de

piezocone.

Nas figuras (IV.10 e IV.11) mostram os resultados dos parâmetros obtidos nas

estações instrumentadas E1 e E2 respectivamente. Observa-se nestas a existência de

uma camada de argila mole até uma profundidade de aproximadamente 7 m.

Tabela (IV.5) – Informações referentes ao ensaios de piezocone.

LOCAL DATA DO

ENSAIO

COTA DO

TERRENO ( m )

Estação E1 01/março/02 1,24

Estação E2 04/março/02 0,25

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63

O ensaio de dissipação consiste em interromper a penetração do cone,

seguida do monitoramento do decaimento do excesso de pressão ( ∆u ) com o tempo.

Adotou-se como critério de finalização do ensaio, 15 minutos após a poropressão

atingir valores próximos à pressão hidrostática observando a constância dos valores.

Na tabela (IV.6) são apresentadas as configurações de campo dos ensaios de

dissipação e os resultados apresentados nas figuras (IV.12 e IV.13).

Tabela (IV.6) – Configurações de campo – Ensaios de dissipação.

DATA DO DESIGNAÇÃO PROFUNDIDADE COTA DO NA ( m )

ENSAIO ( ESTAÇÃO ) ( m ) ( m )

01/março/02 E1 – 01 2,03 0,10

01/março/02 E1 – 02 4,01 0,10

01/março/02 E1 – 03 6,39 0,10

04/março/02 E2 – 01 3,04 0,10

04/março/02 E2 – 02 5,98 0,10

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64

Figu

ra –

(IV

.10)

- R

esul

tado

do

ensa

io d

e pi

ezoc

one

- Est

ação

inst

rum

enta

da -

E1.

-4-4

QT

(MP

a)

-11

-12

-10

-13

64

82

0

-6-5 -9-8-7

PROFUNDIDADE (m)

1416

1012

-10

-11

-12

-13

1820

-40

040

-9-8-7-6-5

0 -3-2-1

0 -3-2-1

-4-4

POR

O-P

RES

SÃO

(kPa

)240

120

160

200

80

-10

-11

-12

-13

036

028

032

0

-9-8-7-6-5

FR (%

)3

54

12

98

76

100

20

-10

-11

-12

-13

FS (k

Pa)

6040

-9-8-7-6-5

100

80

0 -3-2-1

0 -3-2-1

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Figu

ra –

(IV.1

1) -

Res

ulta

do d

o en

saio

de

piez

ocon

e - E

staç

ão in

stru

men

tada

- E

2.

-1 -3-2

-1 -3-20

-1 -3-200

-1 -3-20

-13

-12-8 -9 -11

-10-5 -6-4 -7

PROFUNDIDADE (m)

-8-5 -6-4 -7 -12-9 -11

-10

64

02

-13

168

1412

10

QT

(MP

a)18

-8-5 -6-4 -7 -12-9 -11

-10

PO

RO

-PR

ES

O (k

Pa)

8012

040

0-4

020

-13

320

360

240

160

200

280

0

-8-4 -6-5 -7 -12-9 -11

-10

53

41

20

FR (%

)8

910

67

-13

6040

20

FS (k

Pa)

8010

0

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66Figura (IV.12) – Resultado dos ensaios de dissipação – Estação instrumentada – E1.

Ensaio de Dissipação da Poro-Pressão - E1- 01

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 10 100 1000 10000T empo (s)

Po

ro-P

ress

ão (K

Pa)

Ensaio de Dissipação da Poro-Pressão - E1 - 02

0

10

20

30

40

50

60

70

0,1 1 10 100 1000 10000T empo (s)

Po

ro-P

ress

ão (K

Pa)

Ensaio de Dissipação da Poro-Pressão - E1 - 03

0

20

40

60

80

100

120

1 10 100 1000 10000T empo (s)

Po

ro-P

ress

ão (K

Pa)

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Figura (IV.13) – Resultado dos ensaios de dissipação – Estação instrumentada – E2.

IV.7 – ENSAIO DE PALHETA IV.7.1 – O ENSAIO DE PALHETA E EQUIPAMENTO UTILIZADO

O ensaio de palheta (Vane Test) objetiva determinar a resistência não-

drenada (Su) do solo “in situ”, utilizando-se uma palheta de seção cruciforme, que é

inserida no solo e submetida a um torque capaz de cisalhá-lo por rotação.

O equipamento utilizado na pesquisa é o tipo A – Vane Borer. A palheta

utilizada possui diâmetro de 6,5 cm e altura de 13 cm.

Ensaio de Dissipação da Poro-Pressão - E2 - 01

0

10

20

30

40

50

60

70

0,1 1 10 100 1000 10000

T empo (s)

Po

ro-P

ress

ão (K

Pa)

Ensaio de Dissipação da Poro-Pressão - E2- 02

0

20

40

60

80

100

120

0,1 1 10 100 1000 10000

T empo (s)

Po

ro-P

ress

ão (K

Pa)

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IV.7.2 – PROCEDIMENTO E SEQUÊNCIA DE ENSAIO

Os ensaios de palheta foram realizados pela empresa Tecnosonda, a qual se

responsabilizou pela calibração e aferição do equipamento utilizado.

Para a realização do ensaio, inicialmente foi aberto um furo com 20 cm de

profundidade e 10 cm de diâmetro para o posicionamento do equipamento.

Imediatamente após a limpeza do furo e conferência da profundidade, descia-se o

conjunto de hastes com rolamentos espaçadores e palheta. A palheta era então

cravada verticalmente, sem rotação, até a profundidade prevista para a realização do

ensaio.

Na seqüência, posicionava-se a mesa que contém os dispositivos de torque e

medição, zeravam-se os instrumentos e imediatamente procedia-se à aplicação do

torque (cisalhamento do solo). A velocidade de ensaio era de 6° por minuto e as

leituras realizadas a cada 2°.

Após encerrada a fase de cisalhamento do solo, aplicavam-se dez revoluções

completas à palheta, refazendo-se o ensaio para determinação da resistência do solo

amolgado. O intervalo entre os dois procedimentos era sempre inferior a 5 minutos,

conforme recomendação do MB-3122/89 da ABNT.

IV.7.3 – RESULTADO DOS ENSAIOS DE PALHETA

Na tabela (IV.7) são apresentadas as configurações de campo referentes à

execução do ensaio.

Nas figuras (IV.14 e IV.15) apresentam os perfis de resistência ao

cisalhamento não-drenada (Su) determinados por ensaios de palheta nas estações

instrumentadas E1 e E2, respectivamente.

Não foram considerados os efeitos do atrito no conjunto e na haste fina, assim

como os valores de (Su) não foram corrigidos segundo considerações de BJERRUM

(1973).

Tabela (IV.7) – Configurações de campo – Ensaios de palheta.

DATA DO COTA DO

ENSAIO TERRENO ( m )

15/março/02 1,13

18/março/02 0,20

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Figura (IV.14) – Resultados dos ensaios de palheta – Estação instrumentada – E1.

Figura (IV.15) – Resultados dos ensaios de palheta – Estação instrumentada – E2.

Ensaio de Palheta - Estação - E1

-8

-7

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

0 5 10 15 20 25

Su ( KPa )

Prof

undi

dade

( m

)

Solo NaturalSolo Amolgado

Ensaio de palheta - Estação E2

-8

-7

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

0 5 10 15 20 25

Su ( KPa )

Prof

undi

dade

( m

)

Solo NaturalSolo Amolgado

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IV.8 – ENSAIO DE ADENSAMENTO IV.8.1 – COLETA DE AMOSTRAS INDEFORMADAS

A amostragem, embora seja uma operação realizada em campo, não é um

ensaio de campo. Essa atividade objetiva extrair amostras para ensaios de laboratório

e, por isso, optou-se por apresentá-la juntamente com o ensaio de adensamento.

Para esta pesquisa foram coletadas amostras indeformadas através de

amostradores com diâmetro de 10 cm e comprimento útil de aproximadamente 75 cm

utilizando-se pistão estacionário (Osterberg).

Este equipamento consiste de um tubo de parede fina, interno a um outro

tubo, possuindo na extremidade superior uma cabeça que recebe a pressão hidráulica

utilizada para a cravação do tubo fino no solo.

IV.8.2 – PROCEDIMENTOS DE AMOSTRAGEM

As amostras indeformadas foram coletadas nas estações instrumentadas E1

e E2, sendo coletadas 3 amostras na estação E1 e 2 amostras na estação E2,

conforme apresentado na tabela (IV.4). A identificação do furo onde as amostras foram

retiradas, suas respectivas profundidades, características iniciais e a descrição visual

são apresentadas na tabela (IV.8).

Após o correto posicionamento e a montagem do equipamento, o furo,

inicialmente executado com auxílio de trado manual, era revestido até a profundidade

de 1,0 m. A partir deste, todo o processo de perfuração e limpeza do furo foi feito com

circulação de água.

O avanço do furo com circulação de água era cessado ao atingir 0,50 m

acima de cada cota de amostragem. Ao chegar neste ponto, era executada a

conferência da cota de amostragem e limpeza do furo com auxílio do trépano de

sondagem. O amostrador era então conectado ao conjunto de hastes de sustentação,

tomando-se o cuidado de conferir o comprimento do conjunto.

O pistão era posicionado na parte inferior do tubo amostrador e sua haste era

travada ao conjunto de hastes de sustentação.

O conjunto era introduzido cuidadosamente no interior da perfuração e, ao

apoiar no fundo, conferia-se o comprimento da parte do conjunto excedente à cota do

furo.

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O passo seguinte, após o conjunto corretamente posicionado, refere-se à

liberação do pistão e a cravação do amostrador. A cravação era feita utilizando-se

pressão hidráulica de maneira rápida e contínua, controlando-se o avanço da cravação

através do curso da cabeça, que, ao terminar, indicava o completo preenchimento do

amostrador.

Após a cravação, o amostrador permanecia nesta posição durante cerca de 2

horas, e, em seguida, cisalhava-se a base da amostra através de revoluções na

coluna de hastes. O tempo de permanência do amostrador no solo se justifica tendo

em vista a grande incidência de areia e fragmentos de conchas, o que dificultava a

amostragem.

A amostra era lacrada imediatamente após a retirada do amostrador do furo,

consistindo em uma camada de parafina entremeada por discos de papel previamente

parafinados. Os tubos amostradores eram envoltos em colchão de espuma e

protegidos do calor e vibrações até a chegada ao laboratório, onde eram guardados

em câmara úmida.

Tabela (IV.8) – Identificação das amostras Osterberg coletadas.

LOCAL AMOSTRA PROF

(m)

γNAT

(kN/cm3)

h

(%) e0 DESCRIÇÃO

E1 1 1,60 a

2,00 11,2 324,3 9,02

Turfa cinza-escuro com

manchas roxas, de odor forte e

presença de conchas.

E1 2 3,60 a

4,35 12,3 190,2 5,85

Argila orgânica cinza-escuro

com presença de conchas.

E1 3 5,60 a

6,30 12,0 164,8 5,24

Argila orgânica cinza-escuro a

preta, de odor ativo e com

fragmento de conchas.

E2 4 2,60 a

3,25 12,1 252,4 7,32

Argila orgânica cinza, odor

ativo, com conchas e bastante

plástica.

E2 5 4,90 a

5,50 12,3 124,5 4,29

Argila orgânica de cor preta

com fragmentos de conchas e

odor ativo.

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72

IV.8.3 – EQUIPAMENTO E PROCEDIMENTO DE ENSAIO

Os ensaios foram realizados em corpos de prova obtidos de amostras

indeformadas extraídas conforme metodologia e profundidades explicitadas no item

anterior.

O planejamento e a execução dos ensaios foram baseados segundo método

de ensaio MB-3336/90 da ABNT (Solo – Ensaio de adensamento unidimensional) e

realizados no laboratório da COPPE/UFRJ.

Os ensaios de adensamento vertical foram realizados em prensas do tipo

Bishop utilizando incrementos de carga iguais à carga anterior (∆p/p = 1), sendo

aplicados estágios de tensão vertical de 3,1 kPa, 6,2 kPa, 12,5 kPa, 25 kPa, 50 kPa,

100 kPa, 200 kPa, 400 kPa.

Com auxílio de um extrator vertical, as amostras para os ensaios de

adensamento foram extraídas dos amostradores. O pistão extrator é conectado a um

mecanismo do tipo pinhão-cremaleira acionado com auxílio de uma manivela. Tomou-

se o cuidado de extrair a amostra do tubo no mesmo sentido da amostragem em

campo.

Para moldar o corpo de prova, inicialmente o anel metálico (altura = 2 cm e

diâmetro = 7,1 cm) com borda cortante era lubrificado internamente e, posteriormente,

cravado lentamente no trecho da amostra extraída a ser ensaiada. O solo em volta do

anel era cuidadosamente removido com fio de aço esticado. Em seguida, o corpo de

prova era rasado e pesado, enquanto as sobras da moldagem eram aproveitadas para

se determinar o teor de umidade do material, massa específica úmida e seca.

O anel metálico contendo o corpo de prova era instalado em um

consolidômetro do tipo anel fixo, munido de pedras porosas previamente saturadas e

de cabeçote. Após o preenchimento da célula de adensamento com água e a inserção

na prensa, executava-se o nivelamento e o balanceamento da mesma seguidos da

zeragem do deflectômetro. O próximo passo consiste na aplicação da tensão vertical

(σv), nos estágios descritos acima. Para cada estágio de carga, as leituras de

deslocamento vertical eram tomadas segundo a norma NBR MB-3336/90.

IV.8.4 – RESULTADO DOS ENSAIOS DE ADENSAMENTO

Nas tabelas (IV.9 a IV.14) são apresentados os quadros-resumo de todos os

ensaios de adensamento realizados. Em seguida são apresentados nas figuras (IV.14

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73

a IV.25) contendo a deformação vertical específica x tensão vertical efetiva (εv x log.

σ’v) e o coeficiente de adensamento x tensão vertical efetiva (cv x log. σ’v).

Os valores do coeficiente de adensamento foram obtidos pelo método de

Taylor (raiz de t).

Deve ser ressaltado que na amostra 02 da estação instrumentada E1 houve

um travamento das deformações nos estágios de carga 12,5 kPa e 25 kPa,

possivelmente devido à existência de conchas, sendo repetido e ambos apresentados.

Tabela (IV.9) – Quadro resumo- Amostra 01 – Estação E1.

ENSAIO DE ADENSAMENTO AMOSTRA 01 - ESTAÇÃO INSTRUMENTADA E1

σ’v ∆h εv h Eoed. t90 cv k ( Kpa ) ( cm ) ( % ) ( cm ) ( KN/m2 ) ( min. ) ( 10-4 cm2/s ) ( cm/s ) 3,125 0,080 4,0 1,930 76,92 - - - 6,25 0,227 11,3 1,783 43,48 778 0,16 3,70E-0812,5 0,448 22,3 1,562 57,14 615 0,16 2,80E-0825 0,707 35,2 1,303 97,09 595 0,12 1,20E-0850 0,955 47,5 1,055 204,08 467 0,11 5,40E-09

100 1,170 58,2 0,840 476,19 289 0,11 2,30E-09200 1,320 65,7 0,690 1250,00 219 0,10 7,60E-10400 1,450 72,1 0,560 3333,33 156 0,09 3,00E-10200 1,420 70,6 0,590 10000,00 - - - 100 1,420 70,6 0,590 - - - -

Tabela (IV.10) – Quadro resumo- Amostra 02 – Estação E1.

ENSAIO DE ADENSAMENTO AMOSTRA 02 - ESTAÇÃO INSTRUMENTADA E1

σ’v ∆h εv h Eoed. t90 cv k ( Kpa ) ( cm ) ( % ) ( cm ) ( KN/m2 ) ( min. ) ( 10-4 cm2/s ) ( cm/s ) 3,125 0,068 3,4 1,942 92,59 - - - 6,25 0,132 6,6 1,878 99,01 14,1 9,20 9,30E-0712,5 0,264 13,1 1,746 95,24 28,1 4,30 4,50E-0725 0,439 21,8 1,571 142,86 18,5 5,50 3,80E-0750 0,811 40,3 1,199 135,14 88,4 0,80 5,90E-08

100 0,992 49,4 1,018 555,56 53 0,90 1,60E-08200 1,120 55,7 0,890 1666,67 34,2 1,00 6,40E-09400 1,231 61,2 0,779 3333,33 19,4 1,30 3,60E-09200 1,219 60,6 0,791 - - - - 100 1,220 60,7 0,790 - - - -

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74

Tabela (IV.11) – Quadro resumo- Amostra 02 – Estação E1 - Repetição.

ENSAIO DE ADENSAMENTO AMOSTRA 02 - ESTAÇÃO INSTRUMENTADA E1 - REPETIÇÃO

σ’v ∆h εv h Eoed. t90 cv k ( Kpa ) ( cm ) ( % ) ( cm ) ( KN/m2 ) ( min. ) ( 10-4 cm2/s ) ( cm/s ) 3,125 0,059 2,9 1,951 111,11 - - - 6,25 0,104 5,2 1,906 135,14 8 17,00 1,30E-0612,5 0,326 16,2 1,684 56,82 61 2,00 3,50E-0725 0,632 31,4 1,378 81,97 130 0,67 8,00E-0850 0,859 42,7 1,151 217,39 95 0,62 2,80E-08

100 1,030 51,2 0,980 588,24 65 0,64 1,10E-08200 1,170 58,2 0,840 1428,57 32,5 0,94 6,30E-09400 1,280 63,7 0,730 3333,33 27 0,84 2,30E-09

Tabela (IV.12) – Quadro resumo- Amostra 03 – Estação E1.

ENSAIO DE ADENSAMENTO AMOSTRA 03 - ESTAÇÃO INSTRUMENTADA E1

σ’v ∆h εv h Eoed. t90 cv k ( Kpa ) ( cm ) ( % ) ( cm ) ( KN/m2 ) ( min. ) ( 10-4 cm2/s ) ( cm/s ) 3,125 0,057 2,8 1,953 109,89 - - - 6,25 0,113 5,6 1,897 111,11 8,4 16,00 1,40E-0612,5 0,209 10,4 1,801 129,87 3,1 40,00 3,10E-0625 0,375 18,7 1,635 151,52 4,4 24,00 1,60E-0650 0,559 27,8 1,451 277,78 5,3 17,00 6,20E-07

100 0,801 39,9 1,209 416,67 4,8 14,00 3,40E-07200 0,993 49,4 1,017 1000,00 11,2 4,10 3,90E-08400 1,160 57,7 0,850 2500,00 9 3,60 1,50E-08200 1,144 56,9 0,866 - - - - 100 1,144 56,9 0,866 - - - -

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75

Tabela (IV.13) – Quadro resumo- Amostra 04 – Estação E2.

ENSAIO DE ADENSAMENTO AMOSTRA 04 - ESTAÇÃO INSTRUMENTADA E2

σ’v ∆h εv h Eoed. t90 cv k ( Kpa ) ( cm ) ( % ) ( cm ) ( KN/m2 ) ( min. ) (10-4 cm2/s ) ( cm/s ) 3,125 0,023 1,1 1,987 270,27 - - - 6,25 0,058 2,9 1,952 175,44 4,2 33,00 1,90E-0612,5 0,222 11,0 1,788 76,34 22,1 5,90 7,70E-0725 0,647 32,2 1,363 59,52 169 0,55 9,30E-0850 0,905 45,0 1,105 196,08 92,2 0,61 3,10E-08

100 1,090 54,2 0,920 555,56 67 0,57 1,10E-08200 1,222 60,8 0,788 1428,57 46 0,59 3,90E-09400 1,337 66,5 0,673 3333,33 28 0,69 2,00E-09200 1,321 65,7 0,689 - - - - 100 1,322 65,8 0,688 - - - -

Tabela (IV.14) – Quadro resumo- Amostra 05 – Estação E2.

ENSAIO DE ADENSAMENTO AMOSTRA 05 - ESTAÇÃO INSTRUMENTADA E2

σ’v ∆h εv h Eoed. t90 cv k ( Kpa ) ( cm ) ( % ) ( cm ) ( KN/m2 ) ( min. ) ( 10-4 cm2/s ) ( cm/s ) 3,125 0,014 0,7 1,996 454,55 - - - 6,25 0,032 1,6 1,978 344,83 17,6 7,90 2,30E-0712,5 0,058 2,9 1,952 476,19 10,9 12,00 2,50E-0725 0,109 5,4 1,901 500,00 24 5,50 1,10E-0750 0,348 17,3 1,662 208,33 82,8 1,40 6,70E-08

100 0,673 33,5 1,337 312,50 94,1 0,91 2,90E-08200 0,885 44,0 1,125 909,09 64 0,88 9,20E-09400 1,116 55,5 0,894 1666,67 79,2 0,46 2,60E-10200 1,084 53,9 0,926 10000,00 - - - 100 1,086 54,0 0,924 - - - -

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Figura (IV.14) – Figura deformação vertical específica x tensão vertical efetiva (εv x

log. σ’v) – Amostra 01 – Estação E1.

Figura (IV.15) – Gráfico coeficiente de adensamento x tensão vertical efetiva (cv x log.

σ’v) – Amostra 01 – Estação E1.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

DEF

OR

MA

ÇÃ

O E

SPEC

ÍFIC

A (%

)

Tensão de pré-adensamento 5KPa

Curva correspondente a estágio de 24hs

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( KPa )

CV

( 10-

4 cm

2/s

)

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77

Figura (IV.16) – Gráfico deformação vertical específica x tensão vertical efetiva (εv x

log. σ’v) – Amostra 02 – Estação E1.

Figura (IV.17) – Gráfico coeficiente de adensamento x tensão vertical efetiva (cv x log.

σ’v) – Amostra 02 – Estação E1.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

DEF

OR

MA

ÇÃ

O E

SPEC

ÍFIC

A (%

) Curva correspondente a estágio de 24hs

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

10,00

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

CV

( 10-

4 cm

2/s

)

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78

Figura (IV.18) – Gráfico deformação vertical específica x tensão vertical efetiva (εv x

log. σ’v) – Amostra 02 – Estação E1 - Repetição.

Figura (IV.19) – Gráfico coeficiente de adensamento x tensão vertical efetiva (cv x log.

σ’v) – Amostra 02 – Estação E1 - Repetição.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

DEF

OR

MA

ÇÃ

O E

SPEC

ÍFIC

A (%

)

Tensão de pré-adensamento 8KPa

Curva correspondente a estágio de 24hs

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

CV

( 10-

4 cm

2/s

)

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79

Figura (IV.20) – Gráfico deformação vertical específica x tensão vertical efetiva (εv x

log. σ’v) – Amostra 03 – Estação E1.

Figura (IV.21) – Gráfico coeficiente de adensamento x tensão vertical efetiva (cv x log.

σ’v) – Amostra 03 – Estação E1.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( KPa )

DEF

OR

MA

ÇÃ

O E

SPEC

ÍFIC

A (%

)

Tensão de pré-adensamento 13KPa

Curva correspondente a estágio de 24hs

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

CV

( 10-

4 cm

2/s

)

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80

Figura (IV.22) – Gráfico deformação vertical específica x tensão vertical efetiva (εv x

log. σ’v) – Amostra 04 – Estação E2.

Figura (IV.23) – Gráfico coeficiente de adensamento x tensão vertical efetiva (cv x log.

σ’v) – Amostra 04 – Estação E2.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

DEF

OR

MA

ÇÃ

O E

SPEC

ÍFIC

A (%

)Tensão de pré-adensamento

11KPaCurva correspondente a estágio de

24hs

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

CV

( 10-

4 cm

2/s

)

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Figura (IV.24) – Gráfico deformação vertical específica x tensão vertical efetiva (εv x

log. σ’v) – Amostra 05 – Estação E2.

Figura (IV.25) – Gráfico coeficiente de adensamento x tensão vertical efetiva (cv x log.

σ’v) – Amostra 05 – Estação E2.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

DEF

OR

MA

ÇÃ

O E

SPEC

ÍFIC

A (%

)

Tensão de pré-adensamento 30KPa

Curva correspondente a estágio de 24hs

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

1 10 100 1000

TENSÃO VERTICAL ( kPa )

CV

( 10-

4 cm

2/s

)

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V – RESULTADOS DA INSTRUMENTAÇÃO V.1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentadas as informações obtidas da

instrumentação, limitando-se aos resultados das estações instrumentadas E1 e E2,

onde foram realizados os ensaios especiais, os trechos de teste T1 e T2, os quais

possuem drenos verticais diferentes, e os dados de duas placas de recalque, PR-232

e PR-309, locadas no trecho sem drenos verticais no jardim 7.

As informações apresentadas correspondem a dados de recalque obtidos das

placas de recalque e aranhas magnéticas, dados piezométricos obtidos dos

piezômetros Casagrande, piezômetro elétrico e medidores de nível de água, e ensaios

de permeabilidade “in situ” realizados nos piezômetros Casagrande.

V.2 – DADOS DE RECALQUE

Para assegurar a integridade dos instrumentos medidores de recalque e obter

a correta informação proveniente dos mesmos, a instalação foi realizada após o

lançamento de uma certa espessura de material. Durante este período ocorreram

recalques cujo valor foi estimado. O método utilizado para estimar os recalques não

medidos se baseia na consideração da proporcionalidade de recalques com a raiz

quadrada do tempo para carregamento ocorrido de maneira aproximadamente linear.

Para isto, foram elaboradas as seguintes etapas baseadas nos dados disponíveis:

1) Determinar o tempo onde ocorreram 60% dos recalques;

a) Traçar o gráfico recalque versus raiz do tempo, conforme figura (V.1);

b) Achar por reta traçada no gráfico anterior o tempo correspondente a 60%

de recalque;

2) Obter nos dados de recalque o valor do mesmo correspondente ao tempo

onde ocorre 60% de recalque;

3) Traçar o gráfico recalque versus tempo em dias e extrapolar a curva do

recalque oriunda do primeiro carregamento parcial obtendo-se o recalque

final para este carregamento, conforme figura (V.2);

4) O valor do recalque não medido é a diferença entre 60% do valor do

recalque final obtido no item anterior e o valor obtido no item 2;

5) No gráfico recalque versus raiz do tempo, com escala ampliada,

extrapola-se a curva de recalque. A partir do valor calculado no item

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83

anterior, traça-se uma reta paralela ao eixo do tempo e o ponto onde esta

interceptar a extrapolação dos recalques, a coordenada do tempo indica o

dia em que ocorreu o carregamento significativo, conforme figura(V.3);

6) Ajusta-se o tempo em que se deu o primeiro carregamento e adiciona-se

o recalque medido ao valor do recalque estimado.

As tabelas (V.1 a V.3) apresentam um resumo das informações utilizadas

para estimar os recalques não medidos nas estações E1 e E2, nos trechos de teste T1

e T2 e das placas de recalque locadas no jardim 7 respectivamente.

Tabela (V.1) – Dados do método utilizado para estimativa dos recalques não medidos.

ESTAÇÃO INSTRUMENTADA DESIGNAÇÃO DAS ETAPAS

E1 E2

Data estimada do 1° lançamento 22/março/02 16/abril/02

Data da 1° leitura do instrumento 05/junho/02 28/junho/02

U (60%) em dias 145 117

Recalque medido em U (60%) (m) 0.74 0.51

Recalque final estimado do 1° carregamento (m) 1.50 1.10

60% do recalque final estimado (m) 0.90 0.66

Recalque não medido ( m ) 0.16 0.15

Início do carregamento em dias 70 64

Data do 1° carregamento significativo 31/maio/02 19/jun/02

Tabela (V.2) – Dados do método utilizado para estimativa dos recalques não medidos.

TRECHOS DE TESTE DESIGNAÇÃO DAS ETAPAS

T1 T2

Data estimada do 1° lançamento 22/março/02 05/abril/02

Data da 1° leitura do instrumento 05/junho/02 05/junho/02

U (60%) em dias 129 119

Recalque medido em U (60%) (m) 0.71 0.76

Recalque final estimado do 1° carregamento (m) 1.40 1.50

60% do recalque final estimado (m) 0.84 0.90

Recalque não medido ( m ) 0.13 0.14

Início do carregamento em dias 56 53

Data do 1° carregamento significativo 17/maio/02 28/maio/02

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84

Tabela (V.3) – Dados do método utilizado para estimativa dos recalques não medidos.

TRECHO SEM DRENOS DESIGNAÇÃO DAS ETAPAS

PR-232 PR-309

Data estimada do 1° lançamento 18/abril/02 26/abril/02

Data da 1° leitura do instrumento 08/julho/02 02/agosto/02

U (60%) em dias 169 139

Recalque medido em U (60%) (m) 0.50 0.21

Recalque final estimado do 1° carregamento (m) 1.00 0.50

60% do recalque final estimado (m) 0.60 0.30

Recalque não medido ( m ) 0.10 0.09

Início do carregamento em dias 71 96

Data do 1° carregamento significativo 28/junho/02 31/julho/02

As figuras (V.1 a V.3) exemplificam, para o caso da placa de recalque da

estação E1, as etapas descritas acima.

Figura (V.1) – Gráfico para obtenção do recalque e o tempo com U (60%) para o

primeiro carregamento.

RECALQUE x RAIZ DO TEMPO - PR-E1

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,28,0 8,5 9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0

RAIZ DE T EM DIAS

REC

ALQ

UE

(M)

U (60%) NO EIXO RAIZ DE T - 12,04U (60%) EM DIAS - 145RECALQUE MEDIDO EM 145 DIAS - 0,74 m

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85

Figura (V.2) – Gráfico para obtenção do recalque final para o primeiro carregamento.

Figura (V.3) – Gráfico para obtenção do início do carregamento significativo.

RECALQUE x TEMPO - PR-E1

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,070 90 110 130 150 170 190 210 230 250 270 290 310 330 350

TEMPO ( DIAS )

REC

ALQ

UE

(M)

RECALQUE FINAL ESTIMADO PARA O PRIMEIRO CARREGAMENTO - 1,50 m60% DO RECALQUE FINAL ESTIMADO - 0,90 mRECALQUE NÃO MEDIDO - 0,90 - 0,74 = 0,16 m

RECALQUE x RAIZ DO TEMPO - PR-E1

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,008,0 8,4 8,8 9,2 9,6 10,0 10,4 10,8 11,2 11,6 12,0 12,4

RAIZ DE T EM DIAS

REC

ALQ

UE

INÍCIO DO CARREGAMENTO SIGNIFICATIVO NO EIXO RAIZ DE T - 8,36INÍCIO DO CARREGAMENTO SIGNIFICATIVO EM DIAS - 70 DIAS

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86

As figuras (V.4 a V.9) apresentam a espessura de material e os recalques em

função do tempo das estações instrumentadas E1 e E2, dos trechos de teste T1 e T2

e das placas de recalque PR-232 e PR-309 respectivamente.

Os dados de recalque provenientes das aranhas magnéticas são

apresentados, de forma análoga aos dados das placas de recalque, juntamente com a

espessura de material. Os dados obtidos das aranhas magnéticas das estações E1 e

E2 são apresentados nas figuras (V.10 e V.11) respectivamente.

Os recalques observados no trecho com drenos verticais apresentam boa

concordância com os recalques estimados via umidade. Os valores dos recalques, em

média em torno de 2 metros, em camada de argila orgânica de 7 metros de espessura

representam uma deformação de 28% e ainda assim os drenos funcionaram, não se

verificando o efeito de enrugamento.

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87

Figura (V.4) – Gráfico espessura de material e recalque da placa localizada na estação

instrumentada E1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

RECALQUE - PR-E1

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,20 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

REC

ALQ

UE

( M )

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88

Figura (V.5) – Gráfico espessura de material e recalque da placa localizada na estação

instrumentada E2.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

RECALQUE - PR-E2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,20 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

REC

ALQ

UE

( M )

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89

Figura (V.6) – Gráfico espessura de material e recalque da placa localizada no trecho

de teste T1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-T1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

RECALQUE - PR-T1

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,20 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

TEMPO ( DIAS )

REC

ALQ

UE

( M )

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90

Figura (V.7) – Gráfico espessura de material e recalque da placa localizada no trecho

de teste T2.

ESPESSURA DE ATERRO -PR-T2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (M

)

RECALQUE - PR-T2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,20 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

REC

ALQ

UE

( M )

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91

Figura (V.8) – Gráfico espessura de material e recalque da placa PR-232 localizada no

jardim 7.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-232

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

RECALQUE - PR-232

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,00 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

REC

ALQ

UE

( M )

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92

Figura (V.9) – Gráfico espessura de material e recalque da placa PR-309 localizada no

jardim 7.

ESPESSURA DE ATERRO -PR-309

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

RECALQUE - PR-309

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,00 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

TEMPO ( DIAS)

REC

ALQ

UE

( M )

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93

Gráfico (V.10) – Gráfico espessura de material e recalque da aranha magnética

localizada na estação instrumentada E1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

RECALQUE - ARANHA MAGNÉTICA - AM-E1

-1,2

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

REC

ALQ

UE

( M )

ARANHA MAGNÉTICA 1

ARANHA MAGNÉTICA 2

ARANHA MAGNÉTICA 3

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94

Figura (V.11) – Gráfico espessura de material e recalque da aranha magnética

localizada na estação instrumentada E2.

RECALQUE - ARANHA MAGNÉTICA - AM-E2

-1,6

-1,4

-1,2

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

REC

ALQ

UE

( M )

ARANHA MAGNÉTICA 1

ARANHA MAGNÉTICA 2

ARANHA MAGNÉTICA 3

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

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95

V.3 – DADOS PIEZOMÉTRICOS

Na tabela (V.4) é apresentado o posicionamento dos piezômetros

Casagrande dispostos na camada de argila orgânica. Os piezômetros elétricos,

instalados nas estações instrumentadas, assim como os piezômetros Casagrande dos

trechos de teste posicionam-se no meio da camada de argila.

Tabela (V.4) - Posicionamento dos piezômetros nas estações instrumentadas E1 e E2.

LOCAL DESIGNAÇÃO POSICIONAMENTO NA

CAMADA DE ARGILA

PC-E1-A Meio da camada

PC-E1-B Terço inferior

PC-E1-C Terço superior Estação instrumentada E1

PC-E1-D Abaixo da camada de argila

PC-E2-A Terço superior

PC-E2-B Meio da camada Estação instrumentada E2

PC-E2-C Terço inferior

Os dados piezométricos serão apresentados, objetivando uma melhor

ilustração, juntamente com o carregamento aplicado.

As figuras (V.12 a V.15), (V.16 a V.18) e (V.19 e V.20) apresentam os dados

das leituras dos piezômetros Casagrande da estação instrumentada E1 e E2 e dos

trechos de teste T1 e T2 respectivamente.

As leituras dos medidores de nível de água são apresentadas nas figuras

(V.21 a V.24).

Os valores do excesso de poropressão, proveniente dos piezômetros

Casagrande, foram obtidos pela diferença entre as cotas de nível de água no

piezômetro e no medidor de nível de água. O excesso de poropressão das estações

instrumentadas E1 e E2 e dos trechos de teste T1 e T2 são apresentadas nas figuras

(V.25 a V.28), (V.29 a V.31) e (V.32 e V.33) respectivamente.

Baseado nos dados de recalque das aranhas magnéticas para obtenção da

cota do bulbo, o excesso de poropressão provido do piezômetro elétrico foi obtido

através da leitura corrigida do instrumento, sendo descontadas a cota do bulbo do

mesmo e a leitura do medidor de nível de água. As figuras (V.34 e V.35) e (V.36 e

V.37) apresentam os dados referentes ao excesso de poropressão obtido dos

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96

piezômetros elétricos nas estações E1 e E2 e uma comparação com os resultados dos

piezômetros Casagrande respectivamente.

Figura (V.12) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-E1-A.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

COTA DO NA - PIEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-E1-A

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

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97

Figura (V.13) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-E1-B.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

COTA DO NA - POEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-E1-B

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

2,20

2,40

2,60

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

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98

Figura (V.14) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-E1-C.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

COTA DO NA - PIEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-E1-C

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

2,20

2,40

2,60

2,80

3,00

3,20

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

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99

Figura (V.15) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-E1-D.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

COTA DO NA - PIEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-E1-D

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

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100

Figura (V.16) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-E2-A.

COTA DO NA - PIEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-E2-A

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

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101

Figura (V.17) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-E2-B.

COTA DO NA - PIEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-E2-B

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

Page 114: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

102

Figura (V.18) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-E2-C.

COTA DO NA - PIEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-E2-C

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

Page 115: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

103

Figura (V.19) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-T1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-T1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

COTA DO NA - PIEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-T1

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

Page 116: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

104

Figura (V.20) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no piezômetro de Casagrande PC-T2.

COTA DO NA - PIEZÔMETRO DE CASAGRANDE - PC-T2

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

2,20

2,40

2,60

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

ESPESSURA DE ATERRO -PR-T2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (M

)

Page 117: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

105

Figura (V.21) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no medidor de NA MN-E1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

COTA DO NA - MEDIDOR DE NÍVEL D'ÁGUA - MN-E1

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

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106

Figura (V.22) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no medidor de NA MN-E2.

COTA DO NA - MEDIDOR DE NÍVEL D'ÁGUA - MN-E2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

Page 119: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

107

Figura (V.23) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no medidor de NA MN – T1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-T1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

COTA DO NA - MEDIDOR DE NÍVEL D' ÁGUA - MN-T1

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

Page 120: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

108

Figura (V.24) – Gráfico espessura de material e leituras das cotas dos níveis de água

no medidor de NA MN – T2.

COTA DO NA - MEDIDOR DE NÍVEL D'ÁGUA - MN-T2

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

CO

TA D

O N

A (

M )

ESPESSURA DE ATERRO -PR-T2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (M

)

Page 121: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

109

Figura (V.25) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-E1-A.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E1-A

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

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110

Figura (V.26) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-E1-B.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E1-B

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

Page 123: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

111

Figura (V.27) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-E1-C.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E1-C

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

2,8

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

Page 124: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

112

Figura (V.28) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-E1-D.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E1-D

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

Page 125: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

113

Figura (V.29) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-E2-A.

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E2-A

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

Page 126: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

114

Figura (V.30) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-E2-B.

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E2-B

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

Page 127: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

115

Figura (V.31) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-E2-C.

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E2-C

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

Page 128: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

116

Figura (V.32) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-T1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-T1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-T1

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

Page 129: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

117

Figura (V.33) – Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro de Casagrande PC-T2.

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-T2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

ESPESSURA DE ATERRO -PR-T2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (M

)

Page 130: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

118

Figura (V.34) - Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro elétrico PE-E1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PE-E1

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

PRES

SÃO

( m

)

Page 131: Parte inicial da tese - dcc.ufpr.br¢nica_dos_Solos... · DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO ... Aos membros permanentes em meu coração Sr. Paulo T

119

Figura (V.35) - Gráfico espessura de material e excesso de poropressão obtida do

piezômetro elétrico PE-E2.

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PE-E2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m )

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

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120

Figura (V.36) – Comparação dos resultados dos excessos de poropressão entre

Piezômetros elétricos e de Casagrande locados no meio da camada na estação E1.

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

EXCESSO DE POROPRESSÃO PC-E1-A x PE-E1

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m ) EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E1-A

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PE-E1

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121

Figura (V.37) – Comparação dos resultados dos excessos de poropressão entre

Piezômetros elétricos e de Casagrande locados no meio da camada na estação E2.

EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E2-B x PE-E2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

EXC

ESSO

DE

POR

OPR

ESSÃ

O (

m ) EXCESSO DE POROPRESSÃO - PC-E2-A

EXCESSO DEPOROPRESSÃO - PE-E2

ESPESSURA DE ATERRO - PR-E2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

TEMPO ( DIAS )

ESPE

SSU

RA

DE

ATE

RR

O (

M )

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122

V.3.1 – TEMPO DE RESPOSTA DOS PIEZÔMETROS

Os piezômetros elétricos utilizados apresentam a vantagem do tempo de

resposta ser muito pequeno, não necessitando ser quantificado. Diferentemente, os

piezômetros Casagrande necessitam de um fluxo finito de água do solo para

pressurizar o sistema, o que impede que ∆u seja registrado imediatamente. Para um

dado ∆u a energia é diretamente proporcional ao volume a entrar no sistema. Tendo o

solo uma permeabilidade finita, existe um “time lag” ou tempo de resposta entre ∆u no

terreno e o registro no piezômetro. O fator condicionante principal para isto reside no

valor do coeficiente de permeabilidade da argila onde se encontra o trecho perfurado.

Segundo HVORSLEV (1951), a vazão no tempo t é expressa por:

HKFq ..= (V.1)

onde:

F – fator de forma;

K – coeficiente de permeabilidade;

H – diferença de carga.

O tempo de resposta para a equalizacão da diferença de carga H nos

piezômetros Casagrande é dado por:

KFA

HKFHA

qVTr ...

.=== (V.2)

onde:

Tr – tempo de resposta;

V – volume total;

A – área da seção transversal do tubo do piezômetro;

O fator de forma F definido para solo uniforme e piezômetro cilíndrico é dado

por:

++

=2

1ln

2

DL

DL

LF π (V.3)

onde:

L – altura do bulbo onde se insere o trecho perfurado do piezômetro;

D – diâmetro do bulbo onde se insere o trecho perfutado do piezômetro.

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123

Para a condição de carga hidráulica constante e variável, segundo Hvorslev

(1951), a razão de equalização define-se como:

rTt

eHHE

−=−= 110

(V.4)

Com t = Tr, obtém-se E = 0,63, ou seja, 63% de equalização. Na prática

considera-se E = 90%, então:

t 90% = 2,3 Tr (V.5)

Conforme descrito no ítem III.6.5 os dados necessários para o cálculo do

tempo de resposta compreendem: diâmetro do tubo do piezômetro Casagrande,

diâmetro e altura do bulbo, os quais se definem como sendo 2,54 cm, 6,35 cm e 20

cm, respectivamente.

Os piezômetros instalados na camada de argila mole apresentam tempo de

resposta de Tr = 7 dias, assumindo um valor de coeficiente de permeabilidade igual a

10-7 cm2/s. Para uma equalização de 90% obtêm-se o valor de Tr = 16,15 dias.

V.4 – ENSAIO DE PERMEABILIDADE “IN SITU” V.4.1 – DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO

Os ensaios foram realizados com piezômetro elétrico de corda vibrante (VW

Piezometer – Borehole) e caixa leitora (Minilogger) da Slope Indicador.

Basicamente, o princípio de funcionamento do piezômetro é converter a

pressão exercida em sinal de freqüência através de um diafragma ligado a um fio de

aço tensionado (Corda Vibrante). Ao ligar o equipamento, uma bobina eletromagnética

excita o fio tensionado que realiza leituras de freqüência referentes à pressão exercida

no diafragma. Estas leituras de freqüência são armazenadas na caixa leitora, cujos

fatores de calibração estão previamente inseridos, juntamente com a temperatura para

conversão na unidade de pressão que se deseja trabalhar.

A caixa leitora utilizada tem capacidade de armazenar 2000 leituras

seguenciais. Os intervalos para realização de leituras podem ser programados,

variando desde 2 segundos até 7 dias.

V.4.2 – PROCEDIMENTO E SEQUÊNCIA DE ENSAIO

Os ensaios de permeabilidade foram realizados inserindo o piezômetro

elétrico nos piezômetros Casagrande instalados na camada de argila orgânica em

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124

diferentes profundidades. Após a inserção, era realizada a conferência do correto

posicionamento do equipamento na cota desejada, através da medição do cabo

excedente. O piezômetro era então ligado à caixa leitora, após permanecer imergido

por 30 minutos a fim de garantir a saturação do elemento poroso.

O passo seguinte consiste na obtenção das leituras de referência, executadas

de forma a deixar a unidade leitora realizar leituras num período de 5 minutos a

intervalos de 10 segundos. Uma vez decorrido este tempo, iniciava-se o ensaio de

fluxo descendente, inserindo-se 100 mililitros de água no piezômetro Casagrande. Os

ensaios foram realizados deixando-se o equipamento executar leituras até que as

mesmas estabilizassem após transcorridos, em média, 150 minutos.

Uma vez finalizado o ensaio no campo, transferia-se a unidade leitora para o

laboratório para descarregar os dados no micro. Inicialmente, os dados eram inseridos

em gráfico (poro-pressão x tempo) para a exata determinação do início do ensaio,

determinado pelo pico observado ao término da inserção de água, assim como a

leitura de referência e o tempo transcorrido para a estabilização das leituras.

O ensaio era considerado satisfatório, se, ao comparar as leituras de

estabilização com as leituras de referência, obtidas no final e no início do ensaio

respectivamente, se observasse a igualdade das mesmas, indicando a estabilização

completa das leituras.

Os cálculos foram realizados utilizando-se fórmulas para determinação da

permeabilidade segundo HVORSLEV (1949) utilizando o caso (G) com razão de

transformação (m), relação referente a raiz quadrada dos coeficientes de

permeabilidade horizontal e vertical, variando de 1 a 5. As equações utilizadas são

apresentadas a seguir.

( ) 2

1

12

22

ln8

1ln

HH

ttl

dml

dmld

Kh −

++

= e ( ) 2

1

12

2

ln8

2ln

HH

ttlDmld

K h −

= para 4>Dml

(V.6)

onde:

Kh – coeficiente de permeabilidade;

d – diâmetro do tubo do piezômetro Casagrande;

m – razão de transformação raiz da relação entre o coeficiente de permeabilidade

horizontal e vertical;

l - altura do bulbo de areia;

D – diâmetro do bulbo de areia;

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125

H1 e H2– Carga piezométrica para t = t1 e para t = t2 respectivamente.

V.4.3 – RESULTADO DOS ENSAIOS DE PERMEABILIDADE “IN SITU”

Nas tabelas (V.5 e V.6) são apresentados os resultados dos ensaios de

permeabilidade “in situ” realizados na estação instrumentada E1 e E2

respectivamente. A figura (V.38) ilustra um exemplo dos dados de poro-pressão ao

longo do tempo obtidos dos ensaios.

Tabela (V.5) – Resultados dos ensaios de permeabilidade na estação E1.

COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE – Kh ( cm/s ) DESIGNAÇÃO

DATA DO

ENSAIO m = 1 m = 3 m = 5

25-jul-02 2,66E-06 4,06E-06 4,71E-06 03-set-02 4,46E-07 6,78E-07 7,87E-07 10-set-02 5,55E-07 8,45E-07 9,81E-07 15-out-02 4,99E-07 7,58E-07 8,81E-07

PC-E1-A

13-nov-02 1,68E-06 2,55E-06 2,97E-06 26-jul-02 5,75E-06 8,75E-06 1,02E-05 04-set-02 1,89E-06 2,88E-06 3,34E-06 10-set-02 1,76E-06 2,68E-06 3,11E-06 15-out-02 1,91E-06 2,90E-06 3,37E-06

PC-E1-B

13-nov-02 5,46E-07 8,31E-07 9,65E-07 24-jul-02 2,64E-06 4,01E-06 4,66E-06

27-ago-02 1,05E-06 1.60E-06 1,86E-06 11-set-02 1,57E-06 2,39E-06 2,78E-06 17-out-02 6,93E-07 1,05E-06 1,22E-06

PC-E1-C

18-nov-02 3,01E-06 4,57E-06 5,31E-06 11-set-02 2,04E-06 3,10E-06 3,60E-06 PC-E1-D 14-nov-02 1,59E-06 2,42E-06 2,81E-06

Tabela (V.6) – Resultados dos ensaios de permeabilidade na estação E2.

COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE – Kh ( cm/s ) DESIGNAÇÃO

DATA DO

ENSAIO m = 1 m = 3 m = 5

19-jul-02 1,13E-05 1.73E-05 2.00E-05 19-ago-02 5,06E-06 7.70E-06 8.95E-06 16-set-02 2,55E-07 3,88E-07 4,51E-07

PC-E2-A

18-nov-02 3,04E-07 4,63E-07 5,38E-07 19-jul-02 7,73E-06 1,18E-05 1,37E-05

20-ago-02 1,81E-06 2,76E-06 3,20E-06 13-set-02 4,56E-07 6,94E-07 8,06E-07

PC-E2-B

08-jan-03 1,23E-06 1,87E-06 2,17E-06 18-set-02 9,47E-06 1,44E-05 1,67E-05 24-out-02 8,89E-06 1,35E-05 1,57E-05 PC-E2-C 22-nov-02 3,51E-06 5,34E-06 6,21E-06

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126

Figura (V.38) – Exemplo de resultado obtido com ensaio de permeabilidade “in situ”.

ENSAIO DE PERMEABILIDADE "IN SITU" - PC-E2-B

49,8

50,0

50,2

50,4

50,6

50,8

51,0

51,2

51,4

51,6

51,8

52,0

0:00:00 0:28:48 0:57:36 1:26:24 1:55:12 2:24:00 2:52:48 3:21:36 3:50:24 4:19:12

TEMPO ( hora:min.:seg.)

PRES

SÃO

CO

RR

IGID

A (K

pa)

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127

VI – ANÁLISES DOS DADOS DE RECALQUE E POROPRESSÃO VI.1 – INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentados os resultados dos coeficientes de

adensamento e recalques a tempo infinito obtidos através de retroanálise dos dados

de recalque baseada no método de ASAOKA (1978) modificado por MAGNAN e

DEROY (1980). Estes serão comparados com os resultados obtidos de dados de poro-

pressão através do método de ORLEACH (1983), ensaios de campo, compreendendo

ensaios de dissipação e permeabilidade “in situ” e ensaios de laboratório.

Posteriormente, será realizada uma comparação entre as curvas recalque ao longo do

tempo teóricas e as obtidas com a instrumentação.

VI.2 – ANÁLISE DOS DADOS DE RECALQUE

A análise dos dados de recalque, através do método adotado, permite boas

estimativas do coeficiente de adensamento e do recalque a tempo infinito, desde que

durante as observações a porcentagem de recalque seja superior a 60%, conforme

descrito no item (II.4.2). A figura (VI.1) apresenta a porcentagem de recalque das

placas consideradas.

Figura (VI.1) – Gráfico porcentagem de recalque ao longo do tempo.

PORCENTAGEM DE RECALQUE

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

0 50 100 150 200 250 300

TEMPO ( DIAS )

POR

CEN

TAG

EM D

E R

ECA

LQU

E

U - PR-E1

U - PR-E2

U - PR-T1

U - PR-T2

U - PR-309

U -PR-232

E2

T1

T2

E1

309

232

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128

A estimativa do recalque final, baseada em correlações entre a umidade

natural e parâmetros geotécnicos, apresentadas na figura (III.1), foi tomada a partir da

espessura de aterro existente nos locais a serem analisados.

De acordo com a figura (VI.1), as placas de recalque PR-309 e PR-232,

localizadas no trecho sem drenos verticais, não atingiram 60% de recalque e portanto

não serão analisadas pelo método de ASAOKA (1978) modificado por MAGNAN e

DEROY (1980) como as demais. A análise destas serão realizadas de acordo com as

recomendações sugeridas por SANDRONI (2004).

VI.2.1 – APLICAÇÃO DO MÉTODO DE ASAOKA (1978) MODIFICADO POR MAGNAN E DEROY (1980)

Analisando-se as curvas de recalque ao longo do tempo, apresentadas no

capítulo V, por prudência fazendo-se uso apenas dos dados após transcorridos 60%

de recalque, o método foi aplicado no período final de carregamento. A tabela (VI.1)

apresenta as informações gerais a respeito do período considerado para análise.

Tabela (VI.1) – Período de análise dos dados de recalque pelo método de Asaoka.

DESIGNAÇÃO ESPESSURA DE

ATERRO (m)

PERÍODO DE

ANÁLISE (DIAS)

U 60%

(DIAS)

PR-E1 4.24 160 a 240 133

PR-E2 3.00 90 a 220 79

PR-T1 4.29 190 a 230 119

PR-T2 4.18 160 a 230 101

O período de tempo, ∆t = 10 dias, foi adotado de maneira a uniformizar as

análises, tendo em vista o pequeno período a ser analisado no trecho de teste T1.

A espessura de argila mole nos pontos de estudo é de 7 metros segundo

informações geradas pelas sondagens. De acordo com os perfis de solo,

apresentados no capítulo IV, nota-se uma continuidade de material drenante abaixo da

argila, possibilitando a drenagem pelas duas faces, sendo então admitida uma

distância de drenagem Hd = 3,5 m.

A tabela (VI.2) apresenta os parâmetros utilizados para o cálculo.

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129

Tabela (VI.2) – Parâmetros utilizados no cálculo.

DIMENSÕES DOS

DRENOS (cm) DESIGNAÇÃO

a b

dw

(cm)

de

(cm) n

F(n)

sem smear

PR-E1 0.45 10.2 6.78 157.5 23.23 2.40

PR-E2 0.45 10.2 6.78 157.5 23.23 2.40

PR-T1 0.45 10.2 6.78 157.5 23.23 2.40

PR-T2 0.25 10.2 6.66 157.5 23.65 2.41

As figuras (VI.2 a VI.5) apresentam os resultados da aplicação do método de

ASAOKA (1978) modificado por MAGNAN e DEROY (1980) para as placas de

recalque da estação instrumentada E1 e E2 e trechos de teste T1 e T2,

respectivamente.

Inicialmente, os dados foram analisados sem levar em consideração o efeito

de amolgamento, efeito “ smear”, fazendo-se uso da equação (II.34), apresentada

anteriormente, com a relação (r = ch/cv) variando de 1 a 3. A tabela (VI.3) apresenta os

resultados obtidos dos recalques a tempo infinito pelo método de ASAOKA (1978) e o

admitido através de ensaios de umidade juntamente com os coeficientes de

adensamento.

Tabela (VI.3) – Resultado dos coeficientes de adensamento e recalques – sem

“smear”.

ch(10-03 cm2/s) RECALQUE (m) valores de r = (ch/cv) DESIG. MEDIDO UMIDADE ASAOKA

ERRO RELATIVO

(%) r = 1(*) r = 2 r = 3 PR-E1 1,97 2.10 2.26 7,6 0,9 1,0 1,0 PR-E2 1,69 1.70 1.88 10,6 0,8 0,9 0,9 PR-T1 2,00 2.12 2.20 3,77 1,3 1,4 1,5 PR-T2 2,10 2.08 2.16 3,85 2,2 2,3 2,4

(*) – Valor utilizado para comparação com outros métodos e ensaios.

Analisando-se os recalques pelo método de Asaoka e os obtidos via umidade,

este último utilizado para construção da figura (VI.1), estes apresentam boa

concordância, com erro relativo médio de 6,5% para as placas analisadas. Através do

recalque medido, conclui-se que ainda existem recalques por ocorrer na PR-E1 e PR-

T1 e indicam uma estabilização dos recalques nas placas PR-E2 e PR-T2.

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130

Figura (VI.2) – Construção de Asaoka – PR-E1.

Figura (VI.3) – Construção de Asaoka – PR-E2.

ASAOKA - PR-E1

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6

S-1 (m)

S (m

)

Recalque final - 2,26 mCoef. Angular- 0,8858Equação-y = 0,8858x + 0,2583

ASAOKA - PR-E2

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4

S-1 (m)

S (m

)

Recalque final - 1,88 mCoef. Angular- 0,8946Equação-y = 0,8946x + 0,1979

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131

Figura (VI.4) – Construção de Asaoka – PR-T1.

Figura (VI.5) – Construção de Asaoka – PR-T2.

ASAOKA - PR-T1

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

1,6 1,8 2,0 2,2 2,4

S-1 (m)

S (m

)

Recalque final - 2,20 mCoef. Angular- 0,8335Equação-y = 0,8335x + 0,3671

ASAOKA - PR-T2

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

1,6 1,8 2,0 2,2 2,4

S-1 (m)

S (m

)

Recalque final - 2,16 mCoef. Angular- 0,7485Equação-y = 0,7485x + 0,5426

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132

A análise dos dados de recalque, considerando o efeito do amolgamento, foi

realizada, inicialmente fixando-se o valor de s = 1,5 e variando-se a relação da

permeabilidade na zona intacta e amolgada (kh/ks) de 1 a 3. Posteriormente, fixou-se o

valor de (kh/ks = 2), variando-se os valores do parâmetro s de 1 a 4. A equação e os

parâmetros utilizados no cálculo dos coeficientes de adensamento são os mesmos

apresentados na tabela (VI.2), exceto pela substituição do parâmetro F(n) calculado a

partir da equação (II.22). As tabelas (VI.4 e VI.5) apresentam os resultados dos

coeficientes de adensamento para os dois estudos realizados respectivamente.

Tabela (VI.4) – Resultado dos coeficientes de adensamento para s = 1,5.

ch (10-03 cm2/s) VALORES DE kh/ks DESIGNAÇÃO VALORES DE

r (ch/cv) 1 2 3 1 0,9 1,0 (*) 1,2 2 1,0 1,1 1,3 PR-E1 3 1,0 1,2 1,3 1 0,8 1,0 (*) 1,1 2 0,9 1,0 1,2 PR-E2 3 0,9 1,1 1,2 1 1,4 1,6 (*) 1,7 2 1,5 1,7 1,9 PR-T1 3 1,5 1,7 2,0 1 2,2 2,5 (*) 2,8 2 2,3 2,7 3,0 PR-T2 3 2,4 2,8 3,1

(*) – Valores utilizados para comparação com outros métodos e ensaios.

Tabela (VI.5) - Resultado dos coeficientes de adensamento para kh/ks = 2.

ch (10-03 cm2/s) VALORES DE s DESIGNAÇÃO

VALORES DE

r (ch/cv) 1 2 3 4 1 0,9 1,1 1,2 1,3 2 1,0 1,2 1,4 1,5 PR-E1 3 1,0 1,3 1,4 1,5 1 0,8 1,0 1,1 1,2 2 0,9 1,1 1,3 1,4 PR-E2 3 0,9 1,2 1,3 1,4 1 1,4 1,7 1,9 2,0 2 1,5 1,8 2,1 2,2 PR-T1 3 1,5 1,9 2,1 2,3 1 2,2 2,7 3,0 3,2 2 2,3 2,9 3,3 3,5 PR-T2 3 2,4 3,0 3,4 3,7

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133

Conforme descrito no item (VI.1), os resultados obtidos para os coeficientes

de adensamento através dos dados de recalque serão comparados com resultados de

outros métodos e ensaios, necessitando assim arbitrar parâmetros para realização de

tal análise. Para isto, definiu-se a relação (r = ch/cv = 1), o parâmetro (s = 1,5)

geralmente adotado para drenos pré-fabricados, e a relação (kh/ks = 2) adotada em

geral na faixa de 1,5 a 3,0.

VI.2.2 – ANÁLISE DOS DADOS DE RECALQUE DAS PLACAS PR-309 E PR-232

A porcentagem de recalque das placas PR-309 e PR-232 não atingiu os 60%

de recalque requeridos para a aplicação do método de Asaoka (1978) conforme

ilustrado na figura (VI.1).

O método de análise utilizado neste caso, proposto por SANDRONI (2004),

consiste no ajuste de uma reta, passando pela origem, ao gráfico dos dados de

recalque traçados com a raiz do tempo. Esta reta ajustada fornece o parâmetro m,

coeficiente angular da reta, o qual é utilizado na equação (VI.1) para obtenção do

coeficiente de adensamento vertical. 2

4

=

total

dv

mHc

ρπ

(VI.1)

As condições de contorno envolvidas na análise, foram baseadas em

informações oriundas das sondagens, espessura de argila mole e distância de

drenagem, e os recalques finais assumidos via umidade apresentado na figura (III.1).

Analisando-se as curvas de recalque ao longo do tempo, apresentadas no

capítulo V, optou-se pela análise dos dados de recalque de dois períodos para a placa

PR-232, devido à permanência do carregamento constante durante estes períodos, e

apenas um período de análise para a placa PR-309. A tabela (VI.6) apresenta os

dados necessários para a análise, assim como os resultados dos coeficientes de

adensamento vertical. As figuras (VI.6 a VI.8) ilustram a obtenção do parâmetro m

para as placas PR-232 e PR-309 respectivamente.

Tabela (VI.6) – Dados utilizados para a análise e os resultados dos coeficientes de

adensamento.

ESPESSURA (m) Hd PERÍODO RECALQUE (m) U cv DESIG.

ATERRO ARGILA (m) (DIAS) UMIDADE MEDIDO (%)m

(10-3 cm2/s)3,54 7,00 3,5 0 a 45 1,85 0,28 0,15 0,053 0.91 PR-232 4,10 7,00 3,5 144 a 217 2,06 0,90 0,44 0,062 1.01

PR-309 2,47 7,00 3,5 20 a 184 1,45 0,66 0,46 0,057 1.73

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134

Figura (VI.6) – Construção gráfica para obtenção do parâmetro m – PR-232 –

Carregamento 1.

Figura (VI.7) – Construção gráfica para obtenção do parâmetro m – PR-232 –

Carregamento 2.

PR-232- CARREGAMENTO 1

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0

RAIZ DE T ( DIAS)

REC

ALQ

UE

(M)

Equação - y = 0,0529x - 0,0006R2 = 0,9611m = 0,0529

PR-232- CARREGAMENTO 2

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0

RAIZ DE T (DIAS)

REC

ALQ

UE

(M)

Equação- y = 0,0622x + 0,0558R2 = 0,9708m = 0,0622

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135

Figura (VI.8) – Construção gráfica para obtenção do parâmetro m – PR-309

VI.3 – ANÁLISE DOS DADOS DE PORO-PRESSÃO PELO MÉTODO DE ORLEACH (1983)

As análises dos dados de poro-pressão foram realizadas para os piezômetros

de Casagrande e piezômetros elétricos, locados no meio da camada de argila mole,

fazendo-se uso da equação (II.39) para adensamento puramente radial com e sem o

efeito do amolgamento.

Para a análise foram considerados três períodos de observação, sendo estes

apresentados juntamente com os resultados dos coeficientes de adensamento na

tabela (VI.7). Para efeito de comparação, considerando-se o efeito do amolgamento,

foram fixados os valores de s e kh/ks como sendo 1,5 e 2,0, respectivamente.

As figuras (VI.9 a VI.14) apresentam os gráficos dos dados de excesso de

poropressão versus tempo, utilizados para a obtenção do parâmetro α1, são

apresentados em seguida.

Analisando-se os resultados dos coeficientes de adensamento entre os

piezômetros de Casagrande e elétrico, locados na mesma estação e à mesma

profundidade, nota-se uma boa concordância para os valores encontrados, sendo

esta, mais acentuada para a estação E1 do que para a E2.

PR-309

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0

RAIZ DE T (DIAS)

REC

ALQ

UE

(M)

Equação -y = 0,0571x + 0,0003R2 = 0,989924m = 0,0571

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136

Os trechos de teste T1 e T2 apresentaram valores próximos, quando

comparados com os resultados das estações E1 e E2 para o mesmo carregamento,

exceto o último valor para o trecho T2.

Tabela (VI.7) – Resultados dos coeficientes de adensamento para os dados de

poropressão.

ESPESSURA DE PERÍODO α1 ch sem smear

ch com smear DESIGNAÇÃO

ATERRO (m) (DIAS) (10-07) (10-03 cm2/s) (10-03 cm2/s)2,41 40 a 49 3,08 2,3 2,7 2,90 91 a 98 3,84 2,9 3,3 PC-E1-A 4,24 157 a 172 2,16 1,6 1,9 2,41 49 a 59 3,06 2,3 2,7 2,90 81 a 110 3,95 2,9 3,4 PE-E1 4,24 157 a 172 1,86 1,4 1,6 1,96 37 a 51 1,87 1,4 1,6 3,00 75 a 96 2,57 1,9 2,2 PC-E2-B 3,00 138 a 183 1,66 1,2 1,4 1,96 30 a 51 2,14 1,6 1,9 3,00 70 a 96 1,80 1,3 1,6 PE-E2 3,00 138 a 183 1,06 0,8 0,9 1,60 67 a 89 1,59 1,2 1,4 2,50 97 a 117 2,96 2,2 2,6 PC-T1 3,67 158 a 167 2,00 1,5 1,7 3,10 63 a 78 1,59 1,2 1,4 3,35 91 a 94 1,60 1,2 1,4 PC-T2 4,18 161 a 177 6,39 4,2 5,6

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137

Figura (VI.9) – Curvas de excesso de poropressão versus tempo – PC-E1-A.

Figura (VI.10) – Curvas de excesso de poropressão versus tempo – PE-E1.

ORLEACH - PC-E1-A

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

2,20

2,40

2,60

2,80

3,00

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

t (DIAS)

LN D

O E

XCES

SO D

E PO

RO

PRES

SÃO

(kPa

)TRECHO ESPESSURA PERÍODO ALFA1 ATERRO (m) (DIAS) (10-07) 1 2,41 40 a 49 3,08 2 2,90 91 a 98 3,84 3 4,24 157 a 172 2,16

1

2

3

ORLEACH - PE-E1

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

2,20

2,40

2,60

2,80

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260

t (dias)

LN D

O E

XCES

SO D

E PO

RO

PRES

SÃO

(kPa

)

1

2 3

TRECHO ESPESSURA PERÍODO ALFA1 ATERRO (m) (DIAS) (10-07) 1 2,41 49 a 59 3,06 2 2,90 81 a 110 3,95 3 4,24 157 a 172 1,86

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138

Figura (VI.11) – Curvas de excesso de poropressão versus tempo – PC-E2-B.

Figura (VI.12) – Curvas de excesso de poropressão versus tempo – PE-E2.

ORLEACH - PC-E2-B

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

2,20

2,40

2,60

2,80

3,00

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

t ( DIAS)

LN D

O E

XCES

SO D

E PO

RO

PRES

SÃO

(kPa

)

12

3

TRECHO ESPESSURA PERÍODO ALFA1 ATERRO (m) (DIAS) (10-07) 1 1,96 37 a 51 1,87 2 3,00 75 a 96 2,57 3 3,00 138 a 183 1,66

ORLEACH - PE-E2

1,70

1,90

2,10

2,30

2,50

2,70

2,90

3,10

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

t (DIAS)

LN D

O E

XCES

SO D

E PO

RO

PRES

SÃO

(kPa

)

TRECHO ESPESSURA PERÍODO ALFA1 ATERRO (m) (DIAS) (10-07) 1 1,96 30 a 51 2,14 2 3,00 70 a 96 1,80 3 3,00 138 a 183 1,06

1 2

3

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139

Figura (VI.13) – Curvas de excesso de poropressão versus tempo – PC-T1.

Figura (VI.14) – Curvas de excesso de poropressão versus tempo – PC-T2.

ORLEACH - PC-T1

1,80

1,90

2,00

2,10

2,20

2,30

2,40

2,50

2,60

2,70

2,80

50 70 90 110 130 150 170 190 210 230 250 270

t (DIAS)

LN D

O E

XCES

SO D

E PO

RO

PRES

SÃO

(kPa

)

TRECHO ESPESSURA PERÍODO ALFA1 ATERRO (m) (DIAS) (10-07) 1 1,60 67 a 89 1,59 2 2,50 97 a 117 2,96 3 3,67 158 a 167 2,00

1

2

3

ORLEACH - PC-T2

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

t ( DIAS )

LN D

O E

XCES

SO D

E PO

RO

PRES

SÃO

(kPa

)

TRECHO ESPESSURA PERÍODO ALFA1 ATERRO (m) (DIAS) (10-07) 1 3,10 63 a 78 1,59 2 3,35 91 a 94 1,60 3 4,18 161 a 177 6,39

1

2

3

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140

VI.4 – ANÁLISE DOS ENSAIOS DE DISSIPAÇÃO COM O PIEZOCONE

Para a determinação dos coeficientes de adensamento horizontal, através dos

ensaios de dissipação das poropressões, os quais foram apresentados nas figuras

(IV.7 e IV.8), fez-se uso do método proposto por HOULSBY e TEH (1988), o qual

admite a consideração do índice de rigidez do solo Ir. Com base na literatura

disponível para depósitos naturais de argila em solos brasileiros, o índice de rigidez

admitido para o depósito em análise foi de Ir = 100.

A estimativa do coeficiente de adensamento, feita através da expressão

(VI.2), considerou uma porcentagem de dissipação (u = 50%) para todos os casos,

exceto para o ensaio realizado (E1-01) na profundidade de 2,03 metros, sendo

admitido uma dissipação (u = 40%) por razão do ensaio não ter atingido 50% de

dissipação.

tIrRTch

2*

= (VI.2)

Os valores de ch obtidos por este procedimento correspondem a

propriedades do solo na faixa pré-adensada. Para a obtenção dos mesmos na faixa de

comportamento normalmente adensado, fez-se uso da formulação sugerida por

BALIGH e LEVADOUX (1986), admitindo o valor de 0,10 para a relação (RR/CR) entre

o índice de compressão e recompressão. A tabela (VI.8) apresenta os resultados dos

coeficientes de adensamento obtidos através dos ensaios de dissipação.

Tabela (VI.8) – Resultado das análises dos ensaios de dissipação.

ENSAIO PROF. (m)

ui (kPa)

u0 (kPa)

u50% (kPa)

tempo (s)

ch (pa.) (10-03 cm2/s)

ch(na.) (10-03 cm2/s)

E1-01 2,03 35,00 19,30 28,72 4088 1,1 (*) 0,1 (*) E1-02 4,01 59,00 39,10 49,05 4586 1,7 0,2 E1-03 6,38 109,00 62,80 85,90 1093 7,3 0,7 E2-01 3,03 59,00 29,30 44,15 3811 2,1 0,2 E2-02 5,98 101,00 58,80 79,90 1226 6,5 0,6

(*) – Valores obtidos para porcentagem de dissipação de 40%.

Os resultados dos coeficientes de adensamento para a faixa de

comportamento normalmente adensado, numa análise inicial, apresentam-se muito

inferiores aos obtidos pelos métodos descritos anteriormente, excetuando os ensaios

realizados em maiores profundidades. Observou-se durante a análise, que o

equipamento utilizado não oferecia uma definição acurada dos valores de poro-

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141

pressão, sendo estes sem casas decimais, gerando dificuldades para a obtenção

correta do tempo para estabilização das leituras. Outro problema observado refere-se

a saturação da pedra porosa, conforme pode ser observado nos ensaios de

dissipassão apresentados nas figuras do ítem IV.6.3.

VI.5 – ANÁLISE DOS COEFICIENTES DE ADENSAMENTO A PARTIR DOS ENSAIOS DE PERMEABILIDADE “IN SITU”

Os ensaios de permeabilidade “in situ”, descritos detalhadamente no item

(V.4), têm seus resultados apresentados nas tabelas (V.5 e V.6) para as estações

instrumentadas E1 e E2 respectivamente. A análise limitou-se aos resultados obtidos

para os piezômetros de Casagrande locados no meio da camada de argila mole.

O coeficiente de adensamento, determinado através da equação (II.2), foi

calculado fazendo-se uso do coeficiente de compressibilidade volumétrica, obtido

através dos recalques das aranhas magnéticas e da variação das tensões efetivas.

Para isto fez-se uso da variação dos recalques das aranhas, mais próximas

aos piezômetros analisados, tomados a partir da distância inicial entre as mesmas.

O cálculo das tensões no solo foi realizado admitindo o peso específico do

aterro como sendo 18 kN/m3 , baseado nos ensaios de densidade “in situ” realizados e

apresentados na tabela (IV.3). O peso específico do solo, admitido como sendo 12

kN/m3 , foi obtido através de correlações via umidade e dos ensaios de adensamento

conforme apresentado na tabela (IV.8). A variação das tensões no solo foi obtida a

partir das tensões geostáticas iniciais na posição dos piezômetros. A tabela (VI.9)

apresenta as tensões no solo assim como os valores dos coeficientes de

compressibilidade.

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142

Tabela (VI.9) – Resultado das tensões no solo e valores de mv.

RECALQUE DAS ARANHAS (m) TENSÕES NO SOLO (kPa) mv

DESIG. DATA AM-S AM-I ∆H σ U σ' ∆σ' (m2/KN)

Inicial 0,00 0,00 0,00 42,00 35,00 7,00 - - 25-jul-02 0,30 0,16 0,14 85,15 58,76 26,39 19,39 0,003603-set-02 0,51 0,25 0,26 90,84 54,5 36,34 29,34 0,004510-set-02 0,54 0,27 0,27 90,70 54,56 36,14 29,14 0,004715-out-02 0,62 0,30 0,32 90,34 51,78 38,56 31,56 0,0051

PC-E1-A

13-nov-02 0,79 0,44 0,35 116,36 53,49 62,87 55,87 0,0032Inicial 0,00 0,00 0,00 42,00 35,00 7,00 - -

19-jul-02 0,15 0,03 0,12 87,49 68,70 18,79 11,79 0,004520-ago-02 0,35 0,08 0,27 89,83 70,20 19,63 12,63 0,009513-set-02 0,54 0,15 0,39 102,18 65,43 36,75 29,75 0,0058

PC-E2-B

08-jan-03 0,88 0,31 0,57 101,14 59,40 41,74 34,74 0,0073NOTA – Distância inicial entre as aranhas superior (S) e inferior(I) (1 e 2) na E1 = 1,98

e (2 e 3) na E2 = 2,25.

Com base nos coeficientes de compressibilidade calculados, a tabela (VI.10)

apresenta os resultados dos coeficientes de adensamento.

Tabela (VI.10) – Coeficientes de adensamento a partir de ensaios de permeabilidade

“in situ”.

DESIG. DATA TEMPO (DIAS)

ESPESSURADE ATERRO

(m)

COEF. DE PERMEABILIDADE

(10-07cm/s)

COEF. DE ADENSAMENTO

(10-03 cm2/s) m=1 m=3 m=5 m=1(*) m=3 m=5

25-jul-02 55 2,625 26,6 40,6 47,1 7,3 11,1 12,9 03-set-02 95 2,900 4,5 6,8 7,9 1,0 1,5 1,8 10-set-02 102 2,900 5,6 8,4 9,8 1,2 1,8 2,1 15-out-02 137 2,900 5,0 7,6 8,8 1,0 1,5 1,7

PC-E1-A

13-nov-02 166 4,243 16,8 25,5 29,7 5,3 8,1 9,4 19-jul-02 30 1,955 77,3 118,0 137,0 17,1 26,1 30,3

20-ago-02 62 2,222 18,1 27,6 32,0 1,9 2,9 3,4 13-set-02 86 3,000 4,6 6,9 8,1 0,8 1,2 1,4

PC-E2-B

08-jan-03 203 3,000 12,3 18,7 21,7 1,7 2,6 3,0 (*) – Valores utilizados para comparação com outros métodos e ensaios.

De acordo com os resultados encontrados, nota-se uma boa concordância

entre os valores de ch para o carregamento de 2,0 a 3,0 metros de espessura nos dois

pontos analisados. Estes compreendem valores de 0,8 a 1,9x10-03 cm2/s. O primeiro e

o último ensaio realizados na estação E1, assim como o primeiro ensaio na estação

E2, apresentaram-se destoados da faixa de variação encontrada.

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143

VI.6 – ANÁLISE DE RESULTADOS DOS ENSAIOS DE ADENSAMENTO

Os dados obtidos dos ensaios de adensamento foram apresentados

previamente nas tabelas ( IV.9 a IV.14) e ilustrados nas figuras (IV.11 a IV.22).

Nota-se, através dos gráficos apresentados, que o trecho de maior curvatura

das curvas apresentou-se menos acentuado, dificultando a determinação da tensão de

pré-adensamento e possivelmente subestimando seu valor. Este aspecto é observado

de forma mais acentuada nas amostras ensaiadas da estação E1. De acordo com o

critério estabelecido por LUNNE et al (1997) para avaliar a qualidade das amostras, o

qual é apresentado na tabela (VI.11), as amostras da estação E1 apresentam-se como

sendo de má qualidade diferentemente da estação E2 que apresentaram boa

qualidade. Com base em informações disponíveis na literatura a respeito de depósitos

naturais de argila mole e os resultados apresentados na tabela (VI.11), conclui-se que

se trata de um depósito de argila levemente sobreadensado.

Tabela (VI.11) – Análise da qualidade das amostras e razão de sobreadensamento.

DESIG. PROF.

MÉDIA (m)

σ'VM

(kPa)

σ'V0

(kPa) RSA e0

e0 para

σ'V0 ∆e/e0

CLASSIFICAÇÃO

DAS AMOSTRAS

E1-01 1,80 5,0 3,6 1,4 9.02 8.41 0.07 Ruim

E1-02 3,98 8,0 7,9 1,0 5.85 5.11 0.13 Ruim

E1-03 5,95 13,0 11,9 1,1 5.24 4.41 0.16 Muito Ruim

E2-01 2,93 11,0 5,7 1,9 7.32 7.06 0.04 Boa

E2-02 5,20 30,0 10,4 2,9 4.29 4.12 0.04 Boa

VI.7 – AJUSTE DE CURVAS TEÓRICAS AOS DADOS DE RECALQUE

Os ajustes foram realizados com base na teoria de adensamento combinado

proposta por CARRILLO (1942), subdivididas na teoria de adensamento vertical,

proposta por TERZAGHI e FROLICH (1936) e estudos desenvolvidos por SCOTT

(1963), baseados na teoria do adensamento radial proposta por BARRON (1948).

Para o cálculo da porcentagem de adensamento vertical fez-se uso das

equações descritas por TAYLOR(1948), sendo utilizadas a equação (II.9), para Uv <

60%, e a equação (II.10) para Uv > 60%.

O cálculo da porcentagem de adensamento radial foi realizado através da

equação (II.17), com base na solução para o caso de deformações verticais iguais

considerando a zona amolgada a partir das dimensões do mandril.

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144

O período analisado consistiu na primeira etapa de carregamento de forma a

obter o melhor ajuste das curvas teóricas e de campo, não sendo, portanto, analisados

os efeitos de superposição gerados por carregamentos posteriores.

Para os valores do parâmetro Kh/Ks, relação entre o coeficiente de

permeabilidade na zona intacta e amolgada, geralmente arbitrados dentro da faixa de

variação 1,5 a 3,0, foi fixado o valor igual a 2. Para a relação entre o raio do “smear” e

o raio do mandril Rsm/Rman foi fixado o valor de 1,6 com base nos estudos

desenvolvidos por ONOUE et al (1991). Para a obtenção do raio do “smear” foram

utilizadas as dimensões do mandril, para o cálculo do raio equivalente, multiplicado

pela relação Rsm/Rman.

Inicialmente, o ajuste constava de uma variação nos dias dos dados obtidos

de campo de forma a transladar os mesmos, segundo o eixo do tempo, objetivando

uma aproximação inicial das curvas teóricas com as obtidas da instrumentação.

Posteriormente, fixava-se o valor do recalque final e, por tentativas, realizava-se o

refino do ajuste, variando-se o coeficiente de adensamento. Com isso obtiveram-se

pares ordenados, recalque e coeficiente de adensamento, os quais são apresentados

na figura (VI.15). Para realização da análise comparativa fez-se necessário assumir

pares ordenados que melhor representasse tal análise, sendo estes apresentados na

tabela (VI.12).

Figura (VI.15) – Pares ordenados (Recalque e Coeficiente de Adensamento) obtidos

das análises.

PARES ORDENADOS - RECALQUE E COEFICIENTE DE ADENSAMENTO

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Recalque ( m )

Coe

ficie

nte

de A

dens

amen

to (1

0-03

cm

2 /s)

E1 E2

T1 T2

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145

A tabela (VI.12) apresenta os resultados encontrados para esta análise, assim

como os pares ordenados admitidos como ideais.

Os recalques encontrados, referentes a um carregamento parcial, apresentam

boa concordância com os recalques finais previstos via umidade para o mesmo

carregamento, conforme apresentado na figura (III.1). As figuras (VI.16 a VI.19)

ilustram o ajuste realizado entre as curvas teóricas e as obtidas em campo.

Tabela (VI.12) – Resultado das análises das curvas teóricas e da instrumentação.

DESIG

.

ATERRO

(m)

RSM/

RMAN

RSM

(m) n s Kh/Ks m

ρ

(m)

cv

(10-03 cm2/s)

E1 2,90 1,6 0,107 23,2 3,2 2,0 6,70 1,40 2,1

E2 3,00 1,6 0,107 23,2 3,2 2,0 6,70 1,50 2,2

T1 2,55 1,6 0,107 23,2 3,2 2,0 6,70 1,40 1,8

T2 3,35 1,6 0,107 23,7 3,2 2,0 6,84 1,80 2,4

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146

Figura (VI.16) – Ajuste da curva teórica com as obtidas da instrumentação PR-E1.

Figura (VI.17) – Ajuste da curva teórica com as obtidas da instrumentação PR-E2.

ADENSAMENTO VERTICAL E RADIAL COMBINADOS AJUSTE DOS DADOS DE RECALQUE DA PLACA E2 - CARREGAMENTO 1

-1,60

-1,40

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

TEMPO (DIAS)

REC

ALQ

UE

(m)

ADENSAMENTO VERTICAL E RADIAL COMBINADOS AJUSTE DOS DADOS DE RECALQUE DA PLACA E1 - CARREGAMENTO 1

-1,60

-1,40

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

TEMPO (DIAS)

REC

ALQ

UE

(m)

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147

Figura (VI.18) – Ajuste da curva teórica com as obtidas da instrumentação PR-T1.

Figura (VI.19) – Ajuste da curva teórica com as obtidas da instrumentação PR-T2.

ADENSAMENTO VERTICAL E RADIAL COMBINADOS AJUSTE DOS DADOS DE RECALQUE DA PLACA T1 - CARREGAMENTO 1

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0 20 40 60 80 100 120 140

TEMPO (DIAS)

REC

ALQ

UE

(m)

ADENSAMENTO VERTICAL E RADIAL COMBINADOS AJUSTE DOS DADOS DE RECALQUE DA PLACA T2 - CARREGAMENTO 1

-2,00

-1,80

-1,60

-1,40

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

TEMPO (DIAS)

REC

ALQ

UE

(m)

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148

VI.8 – ANÁLISE COMPARATIVA DOS COEFICIENTES DE ADENSAMENTO

Os valores dos coeficientes de adensamento encontrados através dos dados

de recalque, poropressão, ensaios de campo e laboratório são apresentados de forma

resumida nas tabelas (VI.13 a VI.16) para as estações E1 e E2 e trechos de teste T1 e

T2 respectivamente. Os resultados obtidos para o trecho sem drenos, apresentados

na tabela (VI.6), não serão inseridos nas tabelas resumidas a seguir, no entanto, serão

tecidos comentários posteriormente.

As figuras (VI.20 a VI.27) ilustram os resultados encontrados para os

coeficientes de adensamento associados com as tensões efetivas aplicadas no trecho

com drenos verticais. Com base nos resultados obtidos através dos ensaios de

adensamento, os dados reunidos nas tabelas a seguir correspondem à faixa de

variação de tensão efetiva a que o solo foi submetido, tendo sua apresentação

completa explanada no capítulo IV.

Tabela (VI.13) – Quadro resumo dos coeficientes de adensamento – E1.

cv ch

(s/smear) ch

(c/smear)MÉTODOS E ENSAIOS

PROF. (m)

ESPES. DE ATERRO

(m) σ’v

(kPa) (10-03 cm2/s) 1,60 a 2,00 - 25 a 100 0,01 - - 3,60 a 4,35 - 25 a 100 0,06 - - Ensaio de

Adensamento 5,60 a 6,30 - 25 a 100 1,4 a 2,4 - -

Asaoka Toda camada 4,24 60,17 - 0,9 1,0 2,63 27,23 - 2,3 2,7 2,90 36,56 - 2,9 3,3 Orleach

PC-E1-A Meio da camada

4,24 61,38 - 1,6 1,9 2,63 30,26 - 2,3 2,7 2,90 40,30 - 2,9 3,4 Orleach

PE-E1 Meio da camada

4,24 61,06 - 1,4 1,6 2,03 - 4,06 - 0,1 a 1,1 - 4,01 - 8,02 - 0,2 a 1,7 - Piezocone (n.a.)

6,39 - 12,78 - 0,7 a 7,3 - 2,90 36,34 - 1,0 - 2,90 36,14 - 1,2 - Permeabilidade

in situ Meio da camada

2,90 38,56 - 1,0 - Ajuste

recalques Toda camada 2,90 35,64 - - 2,1

Nota: 1) Ensaio de piezocone – limite inferior = n.a. e limite superior = s.a.. 2) No

método de ASAOKA o valor da σ’v foi tomada no meio da camada.

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149

Tabela (VI.14) – Quadro resumo dos coeficientes de adensamento – E2.

cv ch

(s/smear) ch

(c/smear)MÉTODOS E ENSAIOS

PROF. (m)

ESPES. DE ATERRO

(m) σ’v

(kPa) (10-03 cm2/s) 2,60 a 3,25 - 25 a 100 0,06 - - Ensaio de

Adensamento 4,90 a 5,50 - 25 a 100 0,5 a 1,4 - - Asaoka Toda camada 3,00 43,21 - 0,8 0,9

1,96 20,79 - 1,4 1,6 3,00 38,53 - 1,9 2,2 Orleach

PC-E2-B Meio da camada

3,00 40,54 - 1,2 1,4 1,96 20,92 - 1,6 1,9 3,00 37,33 - 1,3 1,6 Orleach

PE-E2 Meio da camada

3,00 35,97 - 0,8 0,9 3,04 - 6,08 - 0,2 a 2,1 - Piezocone (n.a.) 5,98 - 11,96 - 0,6 a 6,5 -

2,22 19,63 - 1,9 - 3,00 36,75 - 0,8 - Permeabilidade

in situ Meio da camada

3,00 41,74 - 1,7 - Ajuste

recalques Toda camada 3,00 39,08 - - 2,2

Tabela (VI.15) – Quadro resumo dos coeficientes de adensamento – T1.

cv ch

(s/smear) ch

(c/smear)MÉTODOS E ENSAIOS

PROF. (m)

ESPES. DE ATERRO

(m) σ’v

(kPa) (10-03 cm2/s) Asaoka Toda camada 3,88 48,07 - 1,3 1,6

2,55 46,65 - 1,2 1,4 3,66 61,74 - 2,2 2,6 Orleach

PC-T1 Meio da camada

3,66 58,79 - 1,5 1,7 Ajuste

recalques Toda camada 2,55 28,12 - - 1,8

Tabela (VI.16) – Quadro resumo dos coeficientes de adensamento – T2.

cv ch

(s/smear) ch

(c/smear)MÉTODOS E ENSAIOS

PROF. (m)

ESPES. DE ATERRO

(m) σ’v

(kPa) (10-03 cm2/s) Asaoka Toda camada 4,18 57,91 - 2,2 2,5

3,35 53,79 - 1,2 1,4 3,35 53,97 - 1,2 1,4 Orleach

PC-T2 Meio da camada

4,18 59,38 - 4,2 5,6 Ajuste

recalques Toda camada 3,35 39,61 - - 2,4

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150

Figura (VI.20) – Resultados dos coeficientes de adensamento x tensão efetiva vertical

– E1-sem smear.

Figura (VI.21) – Resultados dos coeficientes de adensamento x tensão efetiva vertical

– E1-com smear.

TENSÃO EFETIVA x COEFICIENTE DE ADENSAMENTO HORIZONTAL - ESTAÇÃO E1 - COM SMEAR

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

1 10 100

TENSÃO EFETIVA (kPA)

CH

(10-

03 C

M2/

S)

ASAOKA

ORLEACH-PC

ORLEACH-PE

AJUSTE RECALQUES

TENSÃO EFETIVA x COEFICIENTE DE ADENSAMENTO HORIZONTAL - ESTAÇÃO E1 - SEM SMEAR

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

1 10 100

TENSÃO EFETIVA ( kPA)

CH

(10-

03 C

M2/

S)ASAOKA

ORLEACH-PC

ORLEACH-PE

PIEZOCONE- NA

PERMEABILIDADE IN SITU

PIEZOCONE- SA

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151

Figura (VI.22) - Resultados dos coeficientes de adensamento x tensão efetiva vertical

– E2-sem smear.

Figura (VI.23) - Resultados dos coeficientes de adensamento x tensão efetiva vertical

– E2-com smear.

TENSÃO EFETIVA x COEFICIENTE DE ADENSAMENTO HORIZONTAL - ESTAÇÃO E2 - COM SMEAR

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

1 10 100

TENSÃO EFETIVA (kPA)

CH

(10-

03 C

M2/

S)

ASAOKA

ORLEACH-PC

ORLEACH-PE

AJUSTE RECALQUES

TENSÃO EFETIVA x COEFICIENTE DE ADENSAMENTO HORIZONTAL - ESTAÇÃO E2 - SEM SMEAR

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

1 10 100

TENSÃO EFETIVA ( kPA)

CH

(10-

03 C

M2/

S)

ASAOKA

ORLEACH-PC

ORLEACH-PE

PIEZOCONE- NA

PERMEABILIDADE IN SITU

PIEZOCONE- SA

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152

Figura (VI.24) - Resultados dos coeficientes de adensamento x tensão efetiva vertical

– T1-sem smear.

Figura (VI.25) - Resultados dos coeficientes de adensamento x tensão efetiva vertical

– T1-com smear.

TENSÃO EFETIVA x COEFICIENTE DE ADENSAMENTO HORIZONTAL - ESTAÇÃO T1 - SEM SMEAR

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

1 10 100

TENSÃO EFETIVA ( kPA)

CH

(10-

03 C

M2/

S) ASAOKA ORLEACH-PC

TENSÃO EFETIVA x COEFICIENTE DE ADENSAMENTO HORIZONTAL - ESTAÇÃO T1 - COM SMEAR

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

1 10 100

TENSÃO EFETIVA (kPA)

CH

(10-

03 C

M2/

S)

ASAOKA

ORLEACH-PC

AJUSTE RECALQUES

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153

Figura (VI.26) - Resultados dos coeficientes de adensamento x tensão efetiva vertical

– T2-sem smear.

Figura (VI.27) - Resultados dos coeficientes de adensamento x tensão efetiva vertical

– T2-com smear.

TENSÃO EFETIVA x COEFICIENTE DE ADENSAMENTO HORIZONTAL - ESTAÇÃO T2 - SEM SMEAR

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

1 10 100

TENSÃO EFETIVA ( kPA)

CH

(10-

03 C

M2/

S) ASAOKA ORLEACH-PC

TENSÃO EFETIVA x COEFICIENTE DE ADENSAMENTO HORIZONTAL - ESTAÇÃO T2 - COM SMEAR

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

1 10 100

TENSÃO EFETIVA (kPA)

CH

(10-

03 C

M2/

S)

ASAOKA

ORLEACH-PC

AJUSTE RECALQUES

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154

Os resultados encontrados para os diferentes métodos de análise e ensaios

mostram uma consistência global dos coeficiente de adensamento horizontal obtidos

através da instrumentação e ensaios de campo, mas não nos resultados dos

coeficientes de adensamento vertical, obtidos de ensaios de adensamento e dados de

recalque.

Analisando-se inicialmente os resultados de cv obtidos dos ensaios de

adensamento e de dados de recalque das placas PR-232 e PR-309, estes apresentam

valores de cv(s)/cv(lab.) iguais a 120 e 3,5, obtidos para a camada superficial e

intermediária da estação E1 respectivamente, em comparação com a média, 1,3x10-03

cm2/s obtida através dos dados de recalque das placas. A mesma análise realizada

para a camada superficial da estação E2 apresentou um valor de cv(s)/cv(lab.) igual a

20. Os resultados obtidos nos ensaios de laboratório realizados em amostras situadas

no terço inferior da estação E1 e em maior profundidade na estação E2, apresentaram

boa concordância com os obtidos dos dados de recalque das placas.

A discrepância dos valores encontrados para a relação cv(s)/cv(lab.), conforme

descrito anteriormente, reside no fato de se tratar de amostras de má qualidade.

Entretanto, o valor médio encontrado para cv, obtido das placas de recalque PR-232 e

PR-309, locadas no trecho sem drenos, apresenta-se muito próximo da faixa de

variação encontrada para ch obtidos através do método de ORLEACH (1983), ensaios

de permeabilidade “in situ” e ajuste dos recalques para o trecho com drenos

considerando a relação (r = ch/cv) como sendo igual a 1.

Analisando As figuras (VI.20 a VI.27), verifica-se uma boa concordância entre

os valores de ch retroanalisados com os dados de recalque e poropressão, e entre

estes, e os obtidos nos ensaios de permeabilidade “in situ”, sendo esta concordância

mais intensa na estação E2. Verifica-se ainda, uma pequena discrepância nos valores

encontrados para o último período de análise realizada na estação T2 através do

método de ORLEACH (1983).

O primeiro ensaio de permeabilidade “in situ”, realizado nas estações E1 e

E2, apresentou valores de ch elevados em comparação com os obtidos

posteriormente. Este fato pode ser justificado pelo próprio processo de adensamento

que, inicialmente, se processa mais rapidamente, sendo incrementado pela drenagem

radial através do uso dos drenos verticais.

Os resultados obtidos dos dados de poropressão, através do método de

ORLEACH (1983), provenientes dos piezômetros de Casagrande e piezômetros

elétricos, apresentaram valores de ch muito próximos e às vezes até coincidentes para

a mesma faixa de tensão aplicada.

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155

Os resultados encontrados através de ensaios de dissipação com piezocone,

realizados nas estações E1 e E2, apresentaram boa concordância entre si, situando-

se entre de 0,1 a 0,7x10-03 cm2/s para a faixa de comportamento normalmente

adensada. Entretanto, estes resultados destoam dos valores encontrados através dos

outros métodos de análise para a mesma faixa de tensão aplicada.

Comparando os valores de ch obtidos para a estação E1 e para os trechos de

teste T1 e T2, os quais possuem drenos diferentes, verifica-se que, para os dados de

recalque, ch(s)T2 > ch(s)E! > ch(s)T1, entretanto, para os dados de poropressão têm-se ch

ch(u)E1 > ch(u)T1 > ch(u)T2. Com base nesta análise, conclui-se que os drenos utilizados

apresentaram desempenho muito parecido, não sendo possível intitular o de melhor

desempenho.

Os resultados obtidos de ch, através do ajuste da curva teórica com a obtida

da instrumentação, levando em consideração o efeito do amolgamento, ficaram

compreendidos numa pequena faixa de valores, 1,8 a 2,4x10-03 cm2/s. Estes

resultados mostram-se coerentes quando comparados com os resultados obtidos

através dos dados de recalque e poropressão, compreendidos entre 0,9 a 2,6x10-03

cm2/s, para a mesma faixa de tensão aplicada. Verifica-se ainda que a relação entre

chcom smear/ chsem smear varia de 1,11 a 1,23 para os dados de recalque e de 1,13 a 1,33

para os dados de poropressão.

Finalmente apresenta-se na tabela (VI.17) os valores médios dos coeficientes

de adensamento obtidos através dos métodos que apresentaram resultados mais

consistentes.

Tabela (VI.17) – Quadro resumo dos valores médios dos coeficientes de

adensamento.

VALORES MÉDIOS DE COEFICIENTE DE ADENSAMENTO (10-03 cm2/s)

LOCAL

ORLEACH PERMEABILIDADE ÏN SITU" AJUSTE RECALQUES

E1 2,6 1,1 2,1 E2 1,6 1,5 2,2 T1 1,9 - 1,8

COM DRENOS

T2 1,4 - 2,4 232 - - 1,0 SEM

DRENOS 309 - - 1,7

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156

VII – CONCLUSÕES E PROPOSTAS PARA PESQUISAS FUTURAS

VII.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este capítulo tem como objetivo apresentar as conclusões e sugestões para

pesquisas futuras visando contribuir para o desenvolvimento da geotecnia, no que se

refere a previsão do comportamento de aterros construídos sobre solos moles.

VII.2 – CONCLUSÕES

VII.2.1 – CONCLUSÕES SOBRE A INSTRUMENTAÇÃO

a) As placas de recalque mostraram-se eficientes para as medidas dos

dados de recalques, devido a sua fácil instalação e praticidade nas

leituras para obtenção dos dados;

b) As informações geradas pelas aranhas magnéticas foram fundamentais

para a compreensão do comportamento dos recalques nas subcamadas e

na obtenção do coeficiente de deformação volumétrica mv, utilizado no

cálculo do coeficiente de adensamento obtido através dos ensaios de

permeabilidade “in situ”;

c) Os dados de poro-pressão obtidos dos piezômetros Casagrande e

elétricos apresentaram boa concordância gerando informações

piezométricas consistentes;

d) Os medidores de nível de água apresentaram-se eficientes e de fácil

instalação, gerando informações importantes a respeito do fluxo no tapete

drenante e na obtenção do excesso de poropressão juntamente com os

piezômetros Casagrande e piezômetros elétricos.

VII.2.2 – CONCLUSÕES SOBRE OS RECALQUES

a) Os resultados obtidos com o método de ASAOKA e os esperados em

projeto apresentaram boa concordância na estimativa do recalque final,

com erro relativo médio de 6,5% para as placas analisadas;

b) Os recalques observados, em torno de 2 metros, em camada de argila

orgânica com 7,0 metros de espessura representa uma deformação de

28% e ainda assim os drenos continuaram com funcionamento

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satisfatório, de maneira que, ao que parece, não ocorreu a interrupção

dos drenos por enrugamento.

VII.2.3 – CONCLUSÕES SOBRE OS COEFICIENTES DE ADENSAMENTO

a) Os resultados dos coeficientes de adensamento vertical provenientes dos

ensaios de adensamento foram extremamente influenciados pela

amostragem deficiente e seus valores são pouco confiáveis;

b) Os valores dos coeficientes de adensamento obtidos dos ensaios de

dissipassão com piezocone apresentaram-se pouco confiáveis devido a

problemas de saturação da pedra porosa;

c) O valor médio do coeficiente de adensamento vertical, 1,3x10-03 cm2/s,

obtido através das placas de recalque no trecho sem drenos, se insere na

faixa de variação encontrada para valores de coeficiente de adensamento

horizontal através de outros métodos de análise;

d) Os valores dos coeficientes de adensamento obtidos com os dados de

poropressão provenientes dos piezômetros Casagrande e elétricos,

através do método de ORLEACH (1983), apresentaram boa concordância;

e) Os valores dos coeficientes de adensamento horizontal, obtidos para os

trechos que possuem drenos diferentes, apresentaram, para os dados de

recalque, ch(s)T2 > ch(s)E1 > ch(s)T1, entretanto, para os dados de poro-

pressão têm-se ch(u)E1 > ch(u)T1 > ch(u)T2. Com base nesta análise,

concluiu-se que os drenos utilizados apresentaram desempenho muito

parecido, não sendo possível intitular o de melhor desempenho;

f) A média dos resultados dos coeficientes de adensamento horizontal, para

o trecho com drenos, obtidos através do método de ORLEACH (1983) e

ajuste dos recalques apresentaram boa concordância;

g) A média dos resultados dos coeficientes de adensamento horizontal,

obtidos dos ensaios de permeabilidade “in situ”, apresentaram melhor

concordância com os obtidos através do método de ORLEACH (1983) na

estação E2 e os obtidos dos ajustes de recalque para as placas de

recalques do trecho sem drenos.

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VII.3 – PROPOSTAS PARA PESQUISAS FUTURAS

a) Análise dos dados de recalque e poropressão dos outros instrumentos

instalados na área, os quais foram retirados do escopo do presente

trabalho por questões de espaço e tempo;

b) Análise dos resultados obtidos dos piezômetros Casagrande situados no

terço inferior e superior de modo a verificar a influência da drenagem

vertical;

c) Analise do processo de adensamento através de programas de

computador e compará-los com os resultados obtidos de campo;

d) Análise comparativa do comportamento de aterro sobre solos moles com

diferentes espaçamentos de drenos verticais.

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Foto 1 – Equipamento utilizado no ensaio de palheta. Foto 2 – Detalhe da mesa de torque utilizada no ensaio de palheta.

APÊNDICE 1 – FOTOS REFERENTES À EXECUÇÃO DA OBRA

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Foto 3 – Montagem do pistão utilizado na retirada de amostras Osterberg. Foto 4 – Inserção do amostrador no pistão.

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Foto 5 – Retirada da amostra Osterberg. Foto 6 – Amostrador tipo Shelby.

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Foto 7 – Equipamento utiliado para instalação do piezômetro elétrico. Foto 8 - Equipamento utiliado para instalação das aranhas magnéticas

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Foto 9 – Piezômetro Casgrande instalado. Ao lado medidor de nível de água a ser instalado. Foto 10 – Instalação de piezômetro Casagrande.

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Foto 11 – Instalação do inclinômetro nas adjacências do trecho especial. Foto 12 – Realização de leitura de referência no inclinômetro.

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Foto 13 –Instalação das típica das placas de recalque nas adjacências do inclinômetro no trecho especial.. Foto 14 – Ensaio de permeabilidade “in situ’ e leitura dos instrumentos na estação instrumentada E1.

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Foto 15 – Confecção dos drenos franceses. Foto 16 – Início da cravação dos drenos verticais.

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Foto 17 – Detalhe da inserção da talisca para cravação dod drenos verticais. Foto 18 – Aplicação de geotêxtil no trecho especial.

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Foto 19 – Visão geral da obra. No alto à direita, a área de estudo em estado virgem.

Foto 20 – Visão geral da obra em estágio avançado. No alto à esquerda, a área em estudo.