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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA
CURSO SUPEROR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES
ANDREY CRISTIANI SOTTOMAIOR CAMARGO
PARTICIPAÇÃO DAS CLASSES “D” E “E” NO MERCADO DE TELECOM - estudo de caso BRASIL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURITIBA MARÇO/2015
ANDREY CRISTIANI SOTTOMAIOR CAMARGO
PARTICIPAÇÃO DAS CLASSES “D” E “E” NO MERCADO DE TELECOM - estudo de caso BRASIL
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, do Departamento Acadêmico de Eletrônica, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo. Orientador: Alexandre Jorge Miziara.
CURITIBA MARÇO/2015
TERMO DE APROVAÇÃO
ANDREY CRISTIANI SOTTOMAIOR CAMARGO
PARTICIPAÇÃO DAS CLASSES “D” E “E” NO MERCADO DE TELECOM: estudo de caso BRASIL
Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado no dia 10 de março de 2015, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Sistemas de Telecomunicações, outorgado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A aluna foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.
______________________________ Prof. Dr. Luis Carlos Vieira
Coordenador de Curso Departamento Acadêmico de Eletrônica
______________________________ Prof. Esp. Sérgio Moribe
Responsável pela Atividade de Trabalho de Conclusão de Curso Departamento Acadêmico de Eletrônica
BANCA EXAMINADORA
______________________________ __________________________ Prof.ª Dr.ª Jamea Cristina Batista Silva Prof. Dr. Valmir de Oliveira UTFPR UTFPR
___________________________ Prof. M.Sc. Alexandre Jorge Miziara Orientador – UTFPR
“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus pelos desafios e obstáculos que impôs em minha jornada. Agradeço às pessoas que participaram direta ou indiretamente durante à
realização do curso. Aos Professores que ensinaram as matérias e também nos contaram suas experiências de vida. E aos professores que participaram do trabalho de conclusão de curso. A Professora Jamea Cristina Batista Silva que conheci no final do curso e ajudou com suas critica na melhoria do trabalho. O Professor Valmir de Oliveira que além de ensinar sobre fibras óticas colaborou com suas criticas construtivas. E ao Professor Alexandre Jorge Miziara que apoiou a ideia do trabalho e orientou sua execução. Suas palavras e criticas me desafiavam a ir além das minhas expectativas.
Agradeço ao meu marido Oroazil que sempre me apoiou na realização do curso e não pôde ver a sua conclusão e a paciência dos meus filhos Raphael e Gabriel pela ausência durante as aulas e trabalhos acadêmicos.
"Aprendi que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei."
Charles Chaplin.
RESUMO
CAMARGO, Andrey C. S. Participação das classes D e E no mercado de Telecom: estudo de caso Brasil. 2015. 103 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, UTFPR, Curitiba, 2015. Este trabalho é um estudo de caso que avalia as classes D e E como consumidoras dos serviços de telecomunicações. Em 2010 elas representavam 40% da população brasileira e eram consumidores dos serviços. O estudo esboça como está a situação atual das operadoras através da análise do ambiente. As operadoras além de atender a demanda dos consumidores ainda precisam investir em novas tecnologias para poder seguir competindo no mercado. O trabalho relaciona características, necessidades e incentivos que essa classe social possui e que as operadoras poderiam se beneficiar através de estratégias focadas a eles. E indiretamente promoveria a inclusão social do grupo, além disso, teria a imagem de uma empresa preocupada com sua responsabilidade social. Palavras-chaves: Operadoras. Telecomunicações. Serviços. Classes D e E. Mercado.
ABSTRACT
CAMARGO, Andrey C. S. Participação das classes D e E no mercado de Telecom: estudo de caso Brasil. 2015. 103 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, UTFPR, Curitiba, 2015.
This paper is a case study that evaluates classes D and E as consumers of telecommunications services. In 2010 they represented 40% of the population and were consumers of services. The study outlines how is the current situation of operators through environmental analysis. Operators in addition to meeting consumer demand have yet to invest in new technologies in order to stay competitive in the market. The work related characteristics, needs and incentives that social class has and that operators could benefit through strategies focused to them. And indirectly promote the social inclusion of the group also have the image of a company concerned with social responsibility. Keywords: Telecom Operators. Telecommunications. Services. Classes D and E. Market.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 1872/2010........................... 87
Tabela 2 - Distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por Grandes Regiões, segundo as classes de rendimento nominal mensal – 2010... 89
Tabela 3 – Posse de itens....................................................................................... 90 Tabela 4 – Grau de Instrução do chefe de família.................................................. 90 Tabela 5 – Cortes do Critério Brasil........................................................................ 91 Tabela 6 – Distribuição das classes por praça....................................................... 91 Tabela 7 – Distribuição das despesas monetária e não monetária média mensal
familiar, por classes extremas de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa selecionadas – Brasil –período 2008-2009........................................... 92
Tabela 8 – Distribuição das despesas monetária e não monetária média mensal familiar, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das famílias, na área urbana – Brasil – período 2008 - 2009.............................................................................. 94
Tabela 9 – Distribuição das despesas monetária e não monetária média mensal familiar, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das famílias, na área rural – Brasil – período 2008-2009............................................................................ .. 96
Tabela 10 - Contribuição dos grupos socioeconômicos para a formação da classe média, 2012................................................................................ 98
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Número de pessoa de acordo com a renda........................ .................. 17 Gráfico 2 – Market Share telefonia fixa 3T14. ........................................................ 21 Gráfico 3 – Market Share telefonia móvel 3T14. ................................................. ... 21 Gráfico 4 – Market Share Banda Larga 3T14........................................................... 22 Gráfico 5 – Market Share TV por assinatura 3T14................................................... 22 Gráfico 6 – Receita líquida das operadoras 3T14. ................................................. 23 Gráfico 7 – Total da população em 2010 ................................................................ 28 Gráfico 8 – População com renda de até 2 salários mínimos entre as regiões
do Brasil............................................................................................... 29 Gráfico 9 – Proporção da classe DE nas Grandes Áreas Metropolitanas................ 29 Gráfico 10 – Proporção de domicílios particulares permanentes urbanos, com
acesso a serviços de iluminação elétrica, telefone fixo, posse de computadores, geladeira, TV em cores e máquina de lavar, segundo as Grandes Regiões – 2003/2008........................................ 31
Gráfico 11 – Despesa média familiar, segundo tipo de despesas - Brasil. ............. 32 Gráfico 12 – Despesa média familiar, população da área urbana, segundo tipo
de despesas - Brasil............................................................................ 33 Gráfico 13 – Despesa média familiar, população da área rural, segundo tipo de
despesas - Brasil................................................................................. 33 Gráfico 14 – Telefonia móvel Brasil. ...................................................................... 35 Gráfico 15 – Tecnologia de acesso à telefonia móvel Brasil. ................................. 35 Gráfico 16 – Forma de pagamento pelos serviços de telefonia móvel Brasil - 2014. 36 Gráfico 17 – Distribuição do telefone popular. ....................................................... 39 Gráfico 18 – Posse de telefone celular conforme a renda. .................................... 39 Gráfico 19 – Utilização da Internet conforme a renda. ........................................... 40 Gráfico 20 – Utilização do telefone móvel celular segundo o grupamento de
atividade do trabalho. .......................................................................... 40 Gráfico 21 – Segmentação consolidada por classe social: universo total. ............. 47 Gráfico 22 – Categoria de serviços online considerados como essenciais para o
universo total e o grupo jovens de classe C, D e E............................. 48 Gráfico 23 – Distribuição do mercado de 4G entre as operadoras no 4º trimestre
de 2014................................................................................................ 67 Gráfico 24 - Percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso
pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, segundo as classes de rendimento mensal domiciliar per capita – Brasil – 2005/2011............................................................................................ 100
Gráfico 25 – Percentual de pessoas que utilizaram a Internet, no período de referencia dos últimos três meses, na população de 10 anos ou mais de idade, por classe de rendimento mensal real domiciliar per capita a preços de setembro de 2011 – Brasil – 2005/2011............... 101
Gráfico 26 - Percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência, segundo os grupamentos de atividade do trabalho principal – Brasil - 2005/2011................................................ 102
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Pressões sofridas pelas empresas........................................................ 26 Figura 2 - Proporção de indivíduos que usaram telefone celular nos últimos 3
meses (Percentual sobre o total da população)..................................... 41 Figura 3 - Proporção de indivíduos que usaram a Internet no telefone celular
nos últimos três meses (Percentual sobre o total da população).......... 41 Figura 4 - Proporção de domicílios com acesso à Internet (Percentual sobre o
total de domicílios)................................................................................. 42 Figura 5 - Proporção de usuários de Internet (Percentual sobre o total da
população)............................................................................................. 42 Figura 6 – Adesão – Redes Sociais........................................................................ 43 Figura 7 – Comportamento digital – Redes Sociais................................................ 44 Figura 8 – Intenção de participação – Redes Sociais............................................. 44 Figura 9 – Posse de celular com acesso à Internet – Redes Sociais..................... 45 Figura 10 – Acesso à rede – Redes Sociais........................................................... 45 Figura 11 – Motivos de acesso à rede – Redes Sociais......................................... 46 Figura 12 – Comportamento tecnológico – Redes Sociais..................................... 47 Figura 13 – Aplicativo de comunicação utilizado em celulares............................... 49 Figura 14 – Frequência de utilização de APP......................................................... 49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
3G terceira geração de padrões e tecnologias de telefonia móvel. 3T14 terceiro trimestre de 2014. 4G quarta geração de telefonia móvel. 5G quinta geração de Internet móvel. ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas. ACIUR Associação Comercial e Industrial do Uberaba e Região. AICE Acesso Individual Classe Especial – Telefone Popular. ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações. ANID Associação Nacional para Inclusão Digital. APP Application Software. BYOD Bring Your Own Device. Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior. CERN Organização Europeia para a Investigação Nuclear. CETIC.Br Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da
Comunicação.Brasil. Cloud-RAN Cloud - Radio Access Network. CPqD Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações. EU União Europeia. FIEP Federação das Industrias do Paraná. Fies Fundo de Financiamento Estudantil. GVT Global Village Telecom. HDTV televisão de alta definição - high-definition television. HIV Human immunodeficiency virus infection. IBCC Centro Internacional de Coordenação de Transmissão. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBOPE Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. IoE Internet de Todas as Coisas - Internet of Everything. IoT Internet das Coisas - Internet of Things. IP Internet Protocol. IPv4 Internet Protocol version 4. IPv6 Internet Protocol version 6. IUT International Telecommunication Union. LGT Lei Geral de Telecomunicações – Lei n° 9.472/97. LTE Long Term Evolution. LTE-A Long Term Evolution Advanced. M2M Machine to Machine MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. MEC Ministério da Educação MEI Microempreendedor Individual. MEMS Microelectromechanical systems. NFC Near Field Communication. OIT Organização Internacional do Trabalho. ONU Organizações das Nações Unidas PAC Programa de Aceleração do Crescimento. PBLE Programa de Banda Larga nas Escolas. PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida.
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio. PNBL Programa Nacional de Banda Larga. PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. POF Pesquisa de Orçamentos Familiares. Pronatec Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. ProUni Programa Universidade para Todos. RFDI Radio-Frequency Identification. SAE/PR Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República. SARS Severe acute respiratory syndrome. SCM Serviço de Comunicação Multimídia. SM salário mínimo. SMS Short Message Service. SIMCARD Subscriber Identification Module Card. STFC Serviço Telefônico Fixo Comutado. SWOT pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças - Strengths,
Weaknesses, Opportunities and Threats. TELEBRAS Telecomunicações Brasileiras S. A. THE Times Higher Education. TIC Tecnologia da informação e comunicação. TSEE Tarifa Social de Energia Elétrica. VCA Valor de Chamada Atendida. VoIP Voz sobre IP - Voice over IP. VoLTE Voz sobre LTE - Voice over LTE. Wi-Fi Wireless Fidelity. WSIS World summit on the Information Society.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 1.1 PROBLEMA ................................................................................................... 13 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 14 1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 14
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 15 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 17 3. ESBOÇO DA ATUAÇÃO DAS OPERADORAS PRESTADORAS DE
SERVIÇO NO BRASIL ..................................................................................... 20 4. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ...................................................... 28
4.1 CONHECENDO O TAMANHO DO GRUPO CLASSE “D” E “E” .................... 28 4.2 IDENTIFICAÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO ......................... 30 4.3 VERIFICAÇÕES DOS TIPOS DE SERVIÇOS QUE UTILIZAM. ................... 34 4.4 VERIFICAÇÕES DOS INCENTIVOS / BENEFÍCIOS QUE O GOVERNO
CONCEDE PARA BAIXA RENDA ................................................................ 51 4.5 COMPARAÇÕES ENTRE OS BENEFICIÁRIOS DE PROGRAMAS
SOCIAIS E O CONSUMO DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICALÇÕES E DE QUE MANEIRA OCORRE A INCLUSÃO SOCIAL .............................. 55
4.6 IDENTIFICANDO DE NOVOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES QUE A CLASSE D E E DESEJAM NOS PRÓXIMOS 5 ANOS. ................... 59
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 69 6. TRABALHOS FUTUROS .................................................................................... 72 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 74 APÊNDICE A - POPULAÇÃO SEGUNDO CENSO ............................................... 87 APÊNDICE B – DISTRIBUIÇÃO DAS PESSOAS DE 10 ANOS OU MAIS DE
IDADE, POR GRANDES REGIÕES, SEGUNDO AS CLASSES DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL – 2010. ................................................... 89
APÊNDICE C – SISTEMA DE PONTOS CRITÉRIO BRASIL ................................ 90 APÊNDICE D - DESPESA MÉDIA FAMILIAR, SEGUNDO TIPO DE DESPESAS
- BRASIL. ......................................................................................................... 92 APÊNDICE E - DESPESA MÉDIA FAMILIAR, POPULAÇÃO DA ÁREA
URBANA, SEGUNDO TIPO DE DESPESAS - BRASIL. ................................. 94 APÊNDICE F - DESPESA MÉDIA FAMILIAR, POPULAÇÃO DA ÁREA RURAL,
SEGUNDO TIPO DE DESPESAS - BRASIL. ................................................... 96 APÊNDICE G – CONTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS SOCIOECONÔMICOS PARA
A FORMAÇÃO DA CLASSE MÉDIA ............................................................... 98 APÊNDICE H - PERCENTUAL DE PESSOAS QUE TINHAM TELEFONE
MÓVEL CELULAR PARA USO PESSOAL ................................................... 100 APÊNDICE I – PERCENTUAL DE PESSOAS QUE UTILIZARAM A
INTERNET ...................................................................................................... 101 APÊNDICE J - PERCENTUAL DE PESSOAS QUE TINHAM TELEFONE
MÓVEL CELULAR PARA USO PESSOAL SEGUNDO OS GRUPAMENTOS DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL .................. 102
13
1. INTRODUÇÃO
Quando se pensa em serviços de telecomunicações é possível afirmar que o
acesso da população está em constante ampliação ao longo dos últimos anos. A
ampliação ocorre tanto pela expansão da capacidade como o acesso a novas
tecnologias. Os números mais impressionantes do crescimento são o número de
usuários de celulares e o de acesso à Internet de banda larga fixa e móvel.
O fascínio do povo brasileiro pelo telefone começou com D. Pedro II ao
visitar a Exposição de Filadélfia, em 1876, que exclamou “esta coisa fala!”
(SANCHEZ, 2014). Ao retornar ao Brasil, o Imperador autorizou a instalação das
primeiras linhas telefônicas no país. Então surgiu a necessidade de conexão com
outros países, feito através de cabos submarinos metálicos e muito recentemente
por fibras óticas. Com o avanço da tecnologia passou-se a transmitir pelo ar.
Na época da privatização dos serviços de telecomunicações, as empresas
públicas buscavam a modernização dos serviços. O Governo deixou de prestar o
serviço para regular o mercado de telecomunicações.
A regulação dos serviços começa pela Lei Geral de Telecomunicações (LGT
- Lei 9.472/97) (BRASIL, 2014b) que prevê o dever do Poder Público de “garantir, a
toda a população, o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, em
condições adequadas”.
Portanto, este trabalho pretende mostrar que com o acesso aos serviços de
telecomunicações pelas classes D e E ocorreu a inclusão social e também
possibilitou a ascensão para a nova classe média.
1.1 PROBLEMA
Este trabalho pretende avaliar a utilização dos serviços de telecomunicações
pela classe baixa.
14
Qual a razão da população de baixa renda consumir esses serviços? Para
responder a questão é necessário analisar a motivação do consumidor para esse
serviço.
A razão pela escolha da classe baixa é devido à motivação do Governo em
acabar com a miséria do País. Ele promove programas sociais que busca a
integração dos cidadãos na sociedade, no mercado consumidor e no mercado de
trabalho. O acesso aos serviços de telecomunicações ajuda nessa integração de
diversas formas como poder se comunicar ou ser localizado ou ter acesso as
informações. O trabalho pretende mostrar que as telecomunicações é uma
ferramenta útil para o alcance do objetivo do Governo – “Um País rico é um País
sem miséria” (PORTAL BRASIL, 2011).
1.2 OBJETIVOS
Avaliar as classes D e E como consumidora dos serviços de
telecomunicações.
1.2.1 Objetivo Geral
Determinar a participação das classes D e E no mercado de serviços de
telecomunicações no Brasil atualmente e nos próximos 5 anos.
1.2.2 Objetivos Específicos
Conhecer o tamanho do grupo.
Determinar as características do grupo.
15
Verificar os tipos de serviços que utilizam.
Verificar os incentivos / benefícios que o Governo concede.
Comparar se há relação entre os beneficiários de programas sociais e o
consumo dos serviços e de que maneira ocorre a inclusão social.
Identificar os novos serviços que o grupo deseja nos próximos 5 anos.
1.3 JUSTIFICATIVA
O tema é importante porque demonstra o interesse da classe baixa em
participar da relação de consumo dos serviços de telecomunicações. As classes D e
E demandam por serviços mais simples, de menor custo.
A classe representa uma proporção da população com características
especificas. A telefonia fixa tem dificuldade em atender os consumidores e a
telefonia móvel na modalidade pré-pago atende as necessidades mínimas.
É um nicho de mercado que as operadoras podem expandir para obter
receitas que serão convertidas em capital para ampliação/renovação da
infraestrutura atual e futura. Desta maneira podem massificar o fornecimento dos
serviços de telecomunicações.
As conclusões do trabalho podem ser usadas como base para planejamento
de estratégias públicas e privadas, para futuros investimentos na área, além de
indicar novas necessidades dos consumidores no futuro que pela inclusão social
podem ascender para a classe média e continuar a consumir os serviços.
A escolha do tema para o Trabalho de Conclusão de Curso é justificada pela
necessidade do Tecnólogo em Sistema de Telecomunicações ser capaz de atuar na
área de gestão de sistemas. Para uma melhor gestão é primordial conhecer o
mercado onde atua e desta maneira é possível obter melhor eficiência e resultado. A
escolha do público alvo foi por ser um grupo que não consome serviços de alto
custo, mas somente o acesso à rede. Desta forma, o trabalho pretende provar que o
atendimento da demanda deste grupo pode ter retorno viável aos investimentos.
16
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O trabalho é exploratório e descritivo porque irá analisar os dados e
informações sobre o assunto e possíveis opções no mercado para atender a
demanda futura.
O estudo tem como objetivo a pesquisa bibliográfica. Serão analisados
dados de instituições oficiais como os dados estatísticos do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e
artigos relacionados ao tema no portal de periódicos da Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Em seguida, são pesquisadas as opções que os consumidores dispõem no
mercado de serviços ofertado pelos fornecedores.
Na sequência, serão identificados os incentivos que o Governo oferece para
estimular o consumo.
Por fim, o estudo vai analisar as opções de serviços que serão
disponibilizados nos próximos anos que servirão para a integração social da classe
baixa.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE, 2014), a população do Brasil era formada por
190.732.694 pessoas. Este grupo pode ser dividido em razão da renda per capita
conforme observado no gráfico 1. Desta maneira o Brasil possuía 4,76% dos
habitantes com renda de 1/4 de salário mínimo, 3,76% dos habitantes com renda
entre 1/4 a 1/2 salário mínimo, 19,26% dos habitantes com renda entre 1/2 a 1
salário mínimo e 20,33% dos habitantes com renda entre 1 a 2 de salário mínimo. É
possível concluir que 48% da população tem renda per capita de até 2 salários
mínimos. A população com renda entre 2 a 3 salários mínimos representava 7,02%
e a população com renda superior a 3 salários mínimos eram 44,87%, não
representada no gráfico (IBGE, 2011, p.94).
Gráfico 1 – Número de pessoa de acordo com a renda. Fonte: Adaptado do IBGE, Censo Demográfico 2010, Apêndice B.
Conforme divulgado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República (SAE/PR), entre 2004 e 2010 houve mobilidade social de
32 milhões de pessoas para a classe média. A classe C é composta por famílias
com renda mensal domiciliar entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00. (SAE, 2012, p.22).
Neste mesmo período, 19,3 milhões saíram da pobreza. Desta forma o país atinge
um dos objetivos fundamentais elencado na Constituição Federal: “erradicar a
4,76% 3,76%
19,26% 20,33%
7,02%
7.703.046 hab. 6.096.100 hab. 31.192.417 hab.
32.934.535 hab.
11.367.350 hab.
1/4 SM mais de 1/4 a 1/2 SM
mais de 1/2 a 1 SM
de 1 a 2 SM mais de 2 a 3 SM
18
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais” (art. 3
inc. III – CF 1988).
O Governo Federal para atender a esse objetivo implantou diversos projetos
em diversas áreas como: Programa Bolsa Família, Tarifa Social de Energia
Elétrica (TSEE), cursos de qualificação profissional do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), Microempreendedor Individual
(MEI), Telefone Popular (Acesso Individual Classe Especial – AICE),
Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE). Esses são alguns exemplos. Desta
maneira o governo busca acabar com a extrema pobreza, melhorar as condições de
vida da população, capacitar através de educação profissional, estimular o
microempreendedorismo através de microcrédito e proporcionar comunicação à
população participante de programas sociais (MDS, 2013).
Também é possível considerar o uso de telefonia móvel. Conforme ANATEL,
no final de 2013 existiam 271,1 milhões de acesso móvel pessoal, sendo 78% pré-
pago (TELECO, 2015a). No Brasil a telefonia pré-paga foi bem aceita tanto por
jovens quanto pela população de baixa renda que passou a contar com serviços de
telecomunicações.
A inclusão digital no Brasil começa nas escolas públicas através do PBLE e
nas Cidades Digitais (AGENCIA FIEP, 2011) que disponibilizam sinal de wi-fi para
acesso a Internet. Há também as redes sociais, como o Facebook, que tem
cadastrados 61,2 milhões de usuários no Brasil (5% dos usuários mundiais) (UOL,
2014) e o serviço de mensagens WhatsApp com 38 milhões de usuários no Brasil
(8% dos usuários mundiais) que promovem a inclusão social (DIAS, 2014b).
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio - PNAD (IBGE,
2013, p.81), em 2012, 40,8% dos domicílios urbanos possuíam computador e 34,3%
o computador tinha acesso à Internet. Comparando com os 9,2 milhões de
domicílios com renda per capital de ½ salário mínimo, 10% tinham computador com
acesso à Internet.
Conforme a cartilha Vozes da Classe Média (SAE, 2012, p.21), 74% da
população da classe baixa tinha ocupação informal (tabela 11, apêndice G). Eram
trabalhadores dos setores de comércio e reparação, serviços domésticos e
construção. A telefonia é uma ótima ferramenta para aproximar o trabalhador do seu
cliente. Seja para contratar um serviço, seja para comprar um produto, seja para
tomar decisões mais rápidas com relação a problemas ocorridos.
19
Diante desses dados é possível afirmar que a classe baixa é uma fatia
considerável no mercado de serviços de telecomunicações, que demanda por
serviços tanto pessoal como comercial.
20
3. ESBOÇO DA ATUAÇÃO DAS OPERADORAS PRESTADORAS DE SERVIÇO
NO BRASIL
Com a privatização dos serviços de telecomunicações em 1998, empresas
privadas passaram a atuar no mercado. Através de leilões na Bolsa de Valores os
controles das empresas públicas de telecomunicações foram cedidos às empresas
privadas. Estas empresas compradoras passaram a ter concessões para exploração
de serviços de telecomunicações conforme área determinada. Outras empresas
tiveram que investir em suas infraestruturas e foram autorizadas pela ANATEL para
exploração de serviços de telecomunicações. Desta forma o mercado tornou-se
competitivo e orientado para o crescimento da universalização dos serviços que foi
uma das razões para a privatização do serviço público (BNDES, 2009).
Atualmente os principais grupos que atuam no mercado de telefonia fixa são:
Telesp, Oi, Embratel e GVT. Já o serviço de telefonia móvel é oferecido pelos
grupos: Vivo, Oi, Claro e Tim. Os principais grupos que fornecem conexão banda
larga são: Telesp, Oi, Net e Embratel, Tim Fiber, GVT e Sky, e o serviço de TV por
assinatura tem como principais empresas: TVA, Oi, Net e Embratel, GVT e Sky
(TELECO, 2014).
Os serviços de telecomunicações são serviços essenciais, demandam um
grande investimento em infraestrutura e há uma grande concorrência entre as
operadoras. A participação no mercado é medida pelo Market Share que indica a
fatia do mercado que cada empresa representa (FERRAZ; KUPFER;
HAGUENAUER, 1996, p.6). De acordo com dados do 3º trimestre de 2014 (3T14) a
situação do mercado de serviço está mostrado nos gráficos de 2 até 5. O mercado
da telefonia fixa era partilhado entre as operadoras da seguinte forma: 36,5% para a
operadora Oi, 25,2% para o Grupo América Móvil Brasil (o grupo promoveu a fusão
das Empresas Embratel, Net e Claro), 23,9% para a Telefônica/Vivo, 9,8% para a
GVT, 1,4% para a Tim e 3,1% entre empresas menores conforme observado no
gráfico 2. Já no mercado de telefonia móvel, o mercado é partilhado na seguinte
proporção: 28,7% para a Telefônica/Vivo, 26,5% para a Tim, 25% para Grupo
América Móvil Brasil, 18,5% para a Oi e o restante entre as outras empresas
menores conforme observado no gráfico 3. O mercado de banda larga é partilhado
entre as seguintes empresas: 32,1% para o Grupo América Móvil Brasil, 25,8% para
21
Oi, 17,4% para a Telefônica/Vivo, 12,8% para GVT e 11,8% entre as empresas
restantes conforme gráfico 4. E o mercado de TV por assinatura era partilhado na
seguinte proporção: 53,2% para o Grupo América Móvil Brasil, 29% para a Sky,
5,3% para a Oi, 4,3% para a GVT, 3,7% para a Telefônica/Vivo e 4,4% entre as
outras empresas que atuam no setor conforme gráfico 5.
Gráfico 2 – Market Share telefonia fixa 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.
Gráfico 3 – Market Share telefonia móvel 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.
Telefonica/ Vivo; 23,90%
Claro, Embratel e
Net.; 25,20%
Tim; 1,40%
Oi; 36,50%
GVT; 9,80%
Outros; 3,10%
Telefonica/Vivo; 28,70%
Claro, Embratel e
Net.; 25,00%
Tim; 26,90%
Oi; 18,50%
Nextel; 0,46% Outros; 0,50%
22
Através dos gráficos de 2 a 5 percebe-se que cada operadora tem uma
participação representativa em relação às concorrentes. Há competição entre pelo
menos 4 empresas na maioria dos serviços. Os valores servem para confirmar se as
estratégias das empresas estão trazendo bons resultados. Manter o valor não é um
mau resultado, porém aumentar a representação no mercado é um excelente
resultado.
Gráfico 4 – Market Share Banda Larga 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.
Gráfico 5 – Market Share TV por assinatura 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.
Telefonica/Vivo; 17,40%
Claro, Embratel e
Net.; 32,10%Oi; 25,80%
GVT; 12,80%
Outros; 11,80%
Telefonica/Vivo; 3,70%
Claro, Embratel e
Net.; 53,20%
Oi; 5,30%
Sky; 29,00%
GVT; 4,30% Outros; 4,40%
23
Para aumentar os lucros e reduzir os riscos, as operadoras oferecem
pacotes de serviços com vantagem no preço para os clientes. Pode ser constatado
que a fusão das Empresas Embratel, Net e Claro proporciona para o Grupo América
Móvil Brasil uma vantagem competitiva através da oferta de vários serviços a seus
clientes. O aumento de clientes pode aumentar as receitas das operadoras. A
receita liquida do 3T14 foi repartida entre: 25,5% para o Grupo América Móvil Brasil,
25% para a Telefônica/Vivo, 19,3% para a Oi, 13,9% para a Tim, 7,1% para a Sky,
4% para a GVT e 5% entre as outras empresas conforme gráfico 6.
Gráfico 6 – Receita líquida das operadoras 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.
Os preços máximos cobrados pelas empresas são regulados pela ANATEL.
A combinação de vários serviços atendidos por uma mesma empresa favorece para
uma redução de preço. E a competição no setor obriga as operadoras a trabalhar
com valores inferiores ao estabelecido pela ANATEL.
Uma característica do serviço é que sempre há alguma inovação, seja no
serviço, seja na tecnologia, ou então no dispositivo de acesso ao serviço. O cliente
pode ter acesso a recursos que às vezes nem esperava dispor. Porém, conforme o
desempenho da operadora no serviço prestado, as expectativas dos clientes podem
ser: satisfação, insatisfação ou encantamento. O cliente pode estar satisfeito quando
suas necessidades e expectativas são atendidas. Também gera satisfação quando a
empresa se preocupa com a retenção dos seus clientes, tem um bom
Telefonica/Vivo; 25,0%
Claro, a Embratel e a Net.; 25,5%Oi; 19,3%
Tim; 13,9%
Sky; 7,1%
GVT; 4,0%Nextel; 3,1% Outros; 2,0%
24
relacionamento e conhece o perfil dos consumidores. Um cliente satisfeito
permanece por mais tempo e pode levar à fidelidade, e um cliente encantado é
aquele que teve suas expectativas excedidas.
Para se compreender melhor este serviço, uma análise do ambiente ou
análise SWOT, criada por Humphrey (1960-1970), do ponto de vista das empresas
prestadoras de serviço indica como Pontos Fortes (Strengths):
o uso de fibra ótica e equipamentos de conexão de última geração;
preferência dos consumidores por serviços móveis;
infraestrutura/redes instaladas;
implantação de novas tecnologias ou o aumento da capacidade requer
software e atualização de hardware mínima;
as marcas são conhecidas pelos consumidores;
pacotes de serviços com telefonia fixa, móvel, conexão banda larga e
TV por assinatura; e
cultura da inovação.
Os pontos fortes aumentam as capacidades dos recursos das empresas.
Estas forças são atributos que aumentam a vantagem competitiva da empresa.
As Fraquezas (Weaknesses) encontradas no ambiente interno das
empresas foram:
alta competição entre os concorrentes, alto custo da infraestrutura;
falta de investimento em tecnologias de ponta;
problemas de conexão, via cabo ou wireless;
congestionamento de serviço;
áreas sem cobertura ou com deficiência;
obrigação das concessionárias em implantar e prestar serviços de
forma gratuita conforme acordo nas metas com a Agencia Reguladora;
dificuldade em encontrar mão de obra capacitada para novas
tecnologias.
Os pontos fracos da empresa são deficiências competitivas que a colocam
em desvantagem no mercado. Os clientes quando são afetados por essa deficiência
mudam de operadora, adquirindo um novo número telefônico, ou fazem
25
portabilidade, mantendo o mesmo número telefônico em outra operadora. Contudo,
um ponto fraco pode ser revertido em força.
As Oportunidades (Opportunities) com relação ao ambiente externo que a
empresa está inserida formam:
novas tecnologias, sejam em equipamentos, ou em novos dispositivos
capazes de conectar o usuário de diversas formas;
apesar da alta densidade da telefonia móvel, o acesso aos serviços é
desigual, principalmente na área rural;
aproveitar dos benefícios que o acesso de dados de alta velocidade no
telefone proporciona;
ser pioneiro na prestação de uma nova tecnologia afasta a
concorrência por um determinado tempo;
fusões e aquisições de empresas pode trazer bom resultado em longo
prazo.
As oportunidades são eventos externos que uma empresa pode usar para
aumentar seus pontos fortes existentes.
Com relação às Ameaças (Threats) no ambiente externo, foram
identificados:
alto custo de investimento;
tarifas baixas;
retorno do investimento lento;
produtos substitutos;
migração da TV de analógica para digital e a realocação do espectro;
novas regulamentações no setor;
portabilidade numérica;
pequenas empresas atuando em nichos de mercado lucrativo e não
tendo a obrigação de atender grupos de consumidores com baixo retorno
no investimento.
As ameaças são eventos externos ou influências que criam futuros
obstáculos para uma empresa. Esses eventos devem ser acompanhados porque
podem apresentar um risco muito maior que a capacidade de retorno.
26
As estratégias planejadas pelas empresas devem ser reavaliadas
constantemente e, se preciso for, atuar na correção dos problemas. Elas devem
maximizar os pontos fortes e as oportunidades e minimizar os pontos fracos e
ameaças. O ambiente em que a empresas está inserido sofre influências de vários
fatores como representado na figura 1. No ambiente interno os diretores, gerentes e
empregados exercem suas influências na empresa. A empresa precisa se relacionar
com o mercado que através dos clientes, fornecedores, concorrentes, acionistas e
órgãos de proteção ao consumidor e proteção ao mercado também exercem suas
influências na empresa. E a sociedade global, mesmo não sendo consumidoras,
exigem certos comportamentos e impõem regras para que a empresa possa ser
autorizada a operar ou continuar no mercado.
Figura 1 – Pressões sofridas pelas empresas. Fonte: autoria própria.
Além das pressões, outro desafio é atender a todo tipo de público
consumidor. Podem ser pessoas com necessidade diferentes e capacidade de
consumir e pagar pelos serviços de todas as classes sociais. Ou pequenas ou
grandes empresas que demandam de uma utilização maior das redes e garantia de
conexão. Podem ser um cliente vantajoso para as operadoras, mas também
pressionam por menores custos no serviço.
Nesta exposição do ambiente que uma empresa de serviços de
telecomunicação está inserida pode-se concluir que não é fácil alcançar e manter a
Empresa:
Diretores
Gerentes
Empregados
Mercado:
Acionistas
Clientes
Fornecedores
Conselheiros
Consultores
Concorrentes
PROCON
CADE
Sociedade Global:
ANATEL
Governo local
Comunidade
pressão grupos
pressão mídia
Desenvolvimento Sustentável
27
liderança no mercado. As pressões são inúmeras, mas com novos enfoques nos
desafios que surgem é possível que a empresa seja eficiente. Este trabalho
pretende relatar que a classe D e E pode ser um nicho de mercado interessante de
ser focado. O país busca inclusão social desta população e ao demonstrar interesse
às empresas podem se beneficiar desta preocupação com o acesso de todos aos
serviços e fortalecer o relacionamento com a sociedade.
28
4. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
4.1 CONHECENDO O TAMANHO DO GRUPO CLASSE “D” E “E”
O Brasil segundo o IBGE - Censo 2010 - tinha uma população de
190.755.799 habitantes (apêndice A). Para análise deste trabalho será considerado
a população com renda de até 2 salários mínimos. Segundo os dados do apêndice B
isso correspondia a 83,4% da população do Brasil (159.377.203 habitantes). No
gráfico 7 mostra as proporções desta divisão.
Gráfico 7 – Total da população em 2010. Fonte: Adaptado do Censo 2010 (apêndice A).
Se agrupar a população com renda de até 2 salários mínimos nas Regiões
do Brasil pode ser observado que: 89,6% da população da Região Norte tem renda
de até 2 salários mínimos, 92,1% da Região Nordeste, 79,1% da Região Sudeste,
78,1% da Região Sul e 80,5% da Região Centro-Oeste conforme dados da tabela 2
no apêndice B e visualizado no gráfico 8.
Outra forma de mensurar o tamanho da classe baixa é através de pesquisas
particulares. A ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa realiza
pesquisas nas grandes áreas metropolitanas do Brasil. Ela divulga o Critério Brasil.
A segmentação econômica é feita através do levantamento de características
domiciliares urbanas e do grau de escolaridade do chefe de família. (ABEP, 2014).
100%83%
17%
190.755.799159.377.203
31.378.596
Total até 2 salários mínimos acima de 2 salários mínimos
29
Gráfico 8 – População com renda de até 2 salários mínimos entre as regiões do Brasil. Fonte: Adaptado do Censo 2010 (apêndice B).
Como o foco do trabalho é o grupo de baixa renda - se considerarmos uma
família com uma TV em cores (1 ponto), o domicilio possui um banheiro (4 pontos),
uma geladeira (4 pontos) e o chefe de família possua o ensino fundamental
completo (2 pontos) - nessas condições, o somatório será de 11 pontos e esta
família seria classificada como classe D conforme apêndice C.
Segundo a pesquisa de 2011, a população das classes D e E representavam
13,6% do total da população das 9 grandes Áreas Metropolitanas. O gráfico 9
detalha a proporção de cada área.
Gráfico 9 – Proporção da classe DE nas Grandes Áreas Metropolitanas. Fonte: Adaptado do ABEP (apêndice C).
89,60%
92,10%
79,10%
78,10%
80,50%
14.214.551 hab.
48.888.476 hab.
63.568.248 hab.
21.389.162 hab.
11.316.766 hab.
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
29,6%25,2%
20,5%15,8%
12,7%9,5% 8,7% 8,2%
11,8%
30
Assim, conforme observado nos dados do Censo, a Região Nordeste possui
a maior concentração da população de baixa renda – 92,10% da população (gráfico
8) – e em média, segundo a ABEP, 25% da população que mora nas Áreas
Metropolitanas são das classes D e E (gráfico 9), logo a maior concentração está no
interior dos estados do Nordeste.
A Região Sudeste também se destaca por possui o maior número de
pessoas. Conforme o Censo a população com renda de até 2 salários mínimos
correspondia a 1/3 da população do país (gráfico 7 e 8). Porém se comparar com os
dados da ABEP, em média 12% da população das classes D e E está nas Áreas
Metropolitanas (gráfico 9).
Ainda de acordo com a tabela 7 no apêndice C, as classes D e E nas 9
grandes Áreas Metropolitanas eram de 13,6%. Este valor se comparado com o
gráfico 7 (total da população com renda de até 2 salários mínimos) pode-se concluir
que a maior concentração das classes D e E encontram-se no interior de todos os
Estados.
4.2 IDENTIFICAÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO
O IBGE realiza anualmente, desde 2003, a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD). Ela coleta informações específicas dos domicílios como
aspectos demográficos, sociais e econômicos (IBGE, 2009, p.77).
Um dos itens levantados é a proporção de domicílios particulares
permanentes urbanos, com acesso a serviços de iluminação elétrica, telefone fixo,
posse de computador, geladeira, TV em cores e máquina de lavar. Como está
incluído telefone fixo e posse de computador, esse dado é relevante. Conforme
Gráfico 10, é observado que no espaço de 5 anos, de 2003 a 2008, os domicílios do
país aumentaram em 65% o acesso a estes tipos de serviços.
Outra pesquisa realizada pelo IBGE é a POF (Pesquisa de Orçamentos
Familiares) que fornece informações para análise de despesas, rendimentos,
aquisição alimentar domiciliar per capita e avaliação subjetiva das condições de
vida, por estratos geográficos e por classe de rendimento mensal. Ela é realizada a
cada 5 anos. (IBGE, 2010, p.60). A última pesquisa foi realizada no período de 2008-
31
2009. Ela apresenta o quanto a população gastou com serviços de telefone fixo,
telefone celular e pacote de telefone, TV e Internet. Especifica também o gasto com
celular e acessórios (aparelhos e acessórios de telefonia celular). Não é possível
verificar os serviços de acesso a Internet e TV por assinatura individualmente,
porque eles estão agrupados no item outras despesas. Da mesma forma não é
possível verificar o gasto com aquisição de computador por estar agrupado em
aquisição de eletrodomésticos e equipamentos do lar. O gráfico 10 apresenta os
valores gastos conforme a região.
Gráfico 10 – Proporção de domicílios particulares permanentes urbanos, com acesso a serviços de iluminação elétrica, telefone fixo, posse de computadores, geladeira, TV em cores e máquina de lavar, segundo as Grandes Regiões – 2003/2008.
Fonte: Indicadores sociais 2009, IBGE, p.77.
Analisando o gráfico 11, a renda de até R$ 830,00 correspondia a 1,8
salários mínimos e a renda de R$ 1.245,00 correspondia a 2,7 salários mínimos no
ano de 2009. Os valores percentuais são em relação à renda total. O gasto com
energia elétrica foi incluído para comparação dos gastos com outro serviço público,
neste caso considerado serviço essencial. O que se observa é que a família com
renda de até R$ 830,00 gastava em média por mês R$ 4,91 com telefone fixo, R$
5,84 com telefone celular, R$ 0,82 com pacote de telefone, TV e Internet e R$ 2,69
em aquisição de aparelho celular. Não é possível afirmar se a posse de telefone fixo
e móvel são concomitante, porém pode-se afirmar que no máximo 0,7% da renda
13,6
4,4 4,8
17,9 17
11
22,5
8,6 8,2
29,6 28,8
18,3
2003 2008
32
mensal familiar é gasto com um tipo de serviço. De acordo com o apêndice D, o
tamanho médio das famílias era 3,07 pessoas para a renda de até R$ 830,00.
Gráfico 11 – Despesa média familiar, segundo tipo de despesas - Brasil. Fonte: Adaptado do POF (2008-2009), IBGE, p.87, apêndice D.
É possível analisar separadamente a população da área urbana e da área
rural. Nos gráficos 12 e 13 os dados são agrupados para a população da área
urbana e rural.
Gráfico 12 – Despesa média familiar, população da área urbana, segundo tipo de
despesas - Brasil. Fonte: Adaptado do POF (2008-2009), IBGE, p.91, apêndice E.
3,16%R$ 26,21
0,59%R$ 4,91
0,70%5,84 0,1%
R$ 0,82
0,32%R$ 2,69
3,10%R$ 38,57
1,13%14,03 0,82%
10,20 0,14%R$ 1,71
0,36%R$ 4,46
Energia elétrica
Telefone fixo Telefone celular
Pacote de telefone, TV
e Internet
Celulares e acessórios
até R$ 830,00 mais de R$ 830,00a R$ 1.245,00
3,67%R$ 30,42
0,8%R$ 6,63
0,82%R$ 6,78 0,13%
R$ 1,11
0,37%R$ 3,07
3,38%R$ 42,13
1,34%R$ 16,66 0,86%
R$ 10,76 0,15%R$ 1,89
0,38%R$ 4,78
Energia elétrica
Telefone fixo Telefone celular
Pacote de telefone, TV
e Internet
Celulares e acessórios
até R$ 830,00 mais de R$ 830,00a R$ 1.245,00
33
Pode ser observado que há um ligeiro aumento em todas as despesas se
comparado com o gráfico anterior que considerava a totalidade do Brasil. A
população urbana comprometia em média até 0,82% da renda mensal em um
serviço. O gasto com o aparelho também é maior indicando que ou adquiriam um
aparelho mais caro ou trocavam com mais frequência de aparelho. De acordo com o
apêndice E, o tamanho médio das famílias era 2,9 pessoas para a renda de até R$
830,00.
Gráfico 13 – Despesa média familiar, população da área rural, segundo tipo de
despesas - Brasil. Fonte: Adaptado do POF (2008-2009), IBGE, p.95, apêndice F.
No gráfico 13 é possível observar que os gastos com os serviços são
menores que a totalidade do Brasil e a área urbana. Os gastos com o telefone fixo
são mínimos pela dificuldade de atender a população isolada no interior do país,
porém os gastos com o telefone celular são 4 vezes maior comparado com o fixo. O
pouco gasto com pacote de serviço é porque este serviço é baseado na telefonia
fixa que tem dificuldade de atender esta população. De acordo com o apêndice F, o
tamanho médio das famílias era 3,46 pessoas para a renda de até R$ 830,00.
Assim pode-se afirmar que uma família com 2,9 pessoas na área urbana
com renda de até R$ 830,00 gastava R$ 6,78 com telefone celular e uma família
com 3,46 pessoas na área rural gasta R$ 3,58.
A cooperação de entes governamentais e a ONU verificou as condições de
vida da classe média no Brasil. A Secretaria de Assuntos Estratégicos da
1,94%R$ 16,12
0,1%R$ 0,79
0,43%R$ 3,58 0,01%
R$ 0,11
0,22%R$ 1,80
1,92%R$ 23,86
0,25%R$ 3,16
0,63%R$ 7,87 0,08%
R$ 0,950,25%
R$ 3,15
Energia elétrica
Telefone fixo Telefone celular
Pacote de telefone, TV
e Internet
Celulares e acessórios
até R$ 830,00 mais de R$ 830 a R$ 1.245
34
Presidência da República (SAE/PR), a Caixa Econômica Federal e o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresentaram o projeto Vozes da
Classe Média. A cartilha contém dados de 2012, das diversas classes (apêndice G)
(SAE, 2012, p.20-21).
Analisando a tabela 11 no apêndice G, os dados que se destacam da classe
baixa são:
69% eram negros,
50% estavam na Região Nordeste,
75% nas áreas urbanas,
68% ou tinham ensino fundamental completo ou sem
escolaridade.
Com relação ao trabalho 74% da população tinha ocupação informal, e
atuavam nos seguintes setores que atuavam na área urbana:
14% comércio e reparação;
12% serviços domésticos; e
10% construção.
Os dados se complementam, trabalhadores da classe baixa tem pouca
formação escolar e profissional, aprenderam os ofícios na prática e atuavam em
atividades informais de baixa complexidade com grande oferta de serviços. Estes
dados foram apresentados porque determinam uma característica do grupo, em que
setores de atividade atuam.
4.3 VERIFICAÇÕES DOS TIPOS DE SERVIÇOS QUE UTILIZAM.
De acordo com os dados disponibilizados pela ANATEL (ANATEL, 2015)
com relação aos serviços de telefonia utilizados em dezembro de 2014 o Brasil
alcançou 280.731.936 acessos em operação com uma densidade de 137,9 (acessos
por 100 habitantes). Este valor está distribuído nas regiões conforme mostrado no
gráfico 14.
Com relação à tecnologia de acesso da telefonia móvel a repartição é
mostrada no gráfico 15.
35
De acordo com a TELECO (2015), a forma de pagamento pelos serviços é
mostrada no gráfico 16.
Gráfico 14 – Telefonia móvel Brasil. Fonte: adaptado ANATEL, 2015.
Gráfico 15 – Tecnologia de acesso à telefonia móvel Brasil. Fonte: adaptado ANATEL, 2015.
Após observar as informações do mercado de telefonia móvel, foi feita uma
pesquisa de mercado nas lojas virtuais das 4 maiores operadoras. Elas atendem
com soluções completas para os clientes, de aparelhos a pacotes de acesso.
Constatou-se que há facilidade de aquisição e uso da telefonia por um baixo custo.
A operadora VIVO, através das revendedoras oferece o VIVO Chip pré ou
pós por R$ 10,00. Já no site da operadora há diversas opções de aparelhos. Entre
Norte7%
Nordeste25%
Centro-Oeste11%
Sudeste43%
Sul14%
GSM39%
WCDMA50%
LTE2%
Outros9%
36
as escolhas de baixo custo de aquisição temos o Nokia E5-00 por R$ 179,00 ou em
12 parcelas no plano pré-pago ou grátis no plano pós-pago SmartVivo 4GB. O custo
do plano é R$ 41,90 por mês para ligação ilimitada Vivo, SMS ilimitado para
qualquer operadora e 250 MB de Internet. Outro aparelho disponível é o LG
Optimus L1 II Dual por R$ 229,00 parcelado em 12 vezes no plano pré-pago ou
grátis no plano pós-pago SmartVivo 8GB. Outro pacote de serviços disponível é o
Vivo Tudo para pré-pago. Por R$ 6,90 por semana para ligação ilimitada para celular
vivo do Brasil, SMS ilimitado para Vivo e R$ 0,05 por mensagem para outras
operadoras e Internet de 100 MB com velocidade de até 5 Mbps (VIVO, 2015).
Gráfico 16 – Forma de pagamento pelos serviços de telefonia móvel Brasil - 2014. Fonte: adaptado TELECO, 2015.
Assim, para utilizar os serviços da operadora os consumidor precisará gastar
inicialmente no mínimo R$ 42,00 com um aparelho simples e créditos ou R$ 48,60
em um smartphone simples que permite navegar na Internet mais créditos
adicionais.
A TIM oferece em suas revendedoras o Chip TIM Infinity Pré Nacional
por R$ 9,00 ou o TIM Chip Liberty por R$ 10,00 em seu site. Uma opção de aparelho
é o Nokia 208 por R$ 129,00 parcelado em 5 vezes. Já um smathphone LG Optimus
L1 II Dual pode ser comprado por 249,00 ou parcelado em 8 vezes. Um plano pós-
pago de acesso oferecido é o Liberty Controle Express por R$ 29,90. Ele oferece
chamadas locais e DDD 41 ilimitadas, um crédito de R$ 10,00, chamada para fixo
local por R$ 0,60 por chamada, Internet e torpedos ilimitados por R$ 0,75 por dia
Pré-pago76%
Pós-pago24%
37
que usar, ou o plano Infinity pré por R$ 0,75 para ligações TIM local, R$ 0,70 para
ligações para fixo local e R$ 0,99 para SMS e acesso Internet 10 MB por dia que
usar (TIM, 2015).
Para utilizar este serviço, o consumidor inicialmente gastará R$ 55,70
em um aparelho simples mais os creditos, ou R$60,82 em um smartphone simples
mais os créditos para navegação.
A operadora Claro oferece através de suas revendedoras o Chip Claro por
R$10,00. Em seu site, uma opção de aparelho é Samsung Galaxy Young Plus TV
por R$ 49,00 podendo ser parcelado em 5 vezes e na parcela inclui uma franquia
por R$ 51,90 mensais, ou então um Nokia Lumia 635 por R$ 199,00 parcelado em
12 vezes e incluindo uma franquia de R$ 51,90 mensais. Os custos dos serviços são
de R$ 0,25 por chamada ilimitada para Claro em todo o Brasil, R$ 0,70 para
chamada ilimitada para fixo local, R$ 0,75 por dia que usar para torpedos e R$ 0,75
por dia que usar para 225 MB de Internet. Um plano de acesso oferecido é o Plano
Toda Hora. Ele tem tarifa única por minuto em ligações locais. Cada ligação para
fixo custa R$ 1,58, ligação de Claro para Claro por R$ 1,46 e para outras operadoras
por R$ 1,58. Outro pacote é o Claro Promo7 que por R$ 7,00 durante 7 dias permite
70 chamadas ilimitadas por dia, 70 torpedos por dia para qualquer operadora e
Internet 4GMax com 10 MB por dia. A operadora também incentiva a portabilidade
com desconto para novos clientes que aderirem (CLARO, 2015).
Então para ser cliente precisará gastar inicialmente R$ 51,90 por um
smartphone com TV com uma franquia incluída.
Na operadora Oi pode-se adquirir o chip grátis através do próprio site ou
comprar em pontos de venda por R$ 10,00. É possível a compra de aparelhos como
o LG Optimus L1 II Dual por R$ 229,00 ou em 12 parcelas, ou um LG A275 Dual
Chip por R$ 119,00 ou 11 parcelas. Por R$ 0,99 por dia que usar é possível falar 60
minutos com qualquer Oi no Brasil, 500 SMS por dia, sendo até 30 para outras
operadoras e 10 MB por dia de Internet. Outro plano ofertado é o Voz Total Controle
Ilimitado por R$ 49,90. Ele permite ligações locais ilimitada do fixo para fixo Oi e
para fixo de outras operadoras locais. Pode adicionar 3 Chip Pré e realizar ligações
ilimitadas do pré para fixo e celular Oi (OI, 2015). Para começar a utilizar este
serviço o consumidor gastará R$ 48,78, no parcelamento do aparelho e 30 dias de
crédito. Ou R$ 49,90 no pacote do fixo com mais 3 chip pré cadastrados no pacote.
38
Conforme observado, as operadoras facilitam o acesso aos novos clientes. E
com promoções de recarga mantêm os clientes em sua rede.
Assim, para ter acesso ao serviço é necessário um aparelho e um chip ou
Simcard. O chip, como foi mencionado anteriormente, pode ser adquirido nas lojas
das operadoras ou revendas, em alguns casos é grátis. O aparelho que é o item de
maior custo pode ser adquirido de diversas formas. Pode ser novo, importado ou
seminovo/usado. Com o frequente lançamento de novos modelos e a convergência
de novos aparelhos da telefonia para a Internet alguns consumidores trocam de
aparelho com maior frequência. O aparelho antigo, que está em condições normais
para continuar a ser usado, pode ser repassado a outro consumidor seja para
substituir um aparelho com defeito ou roubado, seja para atender uma necessidade
de um novo consumidor. Desta maneira é possível observar que não é necessário
um grande investimento para ter acesso aos serviços. Pode ocorrer também que
grupos (de familiares, amigos ou até com algum interesse comercial) utilizem a
mesma operadora quando esta oferece ligações ilimitadas para telefones da mesma
rede. Ou possuam mais de um chip para aproveitar ofertas que as operadoras
promovem (ESTADÃO, 2014). Existe também a possibilidade de portabilidade do
número, dentro da mesma área de DDD, para outra operadora que atenda a
demanda do cliente.
Conforme citado por Leandro Prearo da USCS (Universidade Municipal de
São Caetano) “hoje, as famílias de renda mais baixa têm o celular como telefone de
casa já que, mesmo sem créditos, dá para receber ligações". Segundo ele essa
característica, apelidada pelas pessoas de celular ‘pai-de-santo' (aquele que só
recebe), mesmo quem está no limite da baixa renda pode se manter encontrável por
meio telefônico (CIAFFONE, 2013).
Para atender as metas para a universalização dos serviços de
telecomunicações, o Acesso Individual Classe Especial foi implantado. Também
chamado de telefone popular, em dezembro de 2013, tinha 116,1 mil assinantes no
Brasil (ANATEL, 2014, p.23). Esse número está distribuído no gráfico 17 conforme
os estados.
Convém observar que “outros” correspondem a 18 estados mais o DF.
39
Gráfico 17 – Distribuição do telefone popular. Fonte: Relatório ANATEL 2013.
Conforme dados disponíveis pela PNAD (IBGE, 2013, p.47), o percentual de
pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10
anos ou mais de idade, com rendimento de até 2 salários mínimos (apêndice H) é
mostrado no gráfico 18.
Gráfico 18 – Posse de telefone celular conforme a renda. Fonte: adaptado PNAD, 2013.
Com relação à utilização da Internet, o percentual de pessoas que utilizam a
Internet, no período de referencia dos últimos três meses, na população de 10 anos
ou mais de idade, com rendimento de até 2 salários mínimos (Apêndice H) é
mostrada no gráfico 19.
São Paulo; 23,08%
Bahia; 14,57%
Rio de Janeiro; 12,38%
Minas Gerais; 9,70%
Ceará; 7,16%
Pernambuco; 6,71%
Paraná; 3,83%
Goiás; 3,78%
Outros; 18,79%
41%
55,40%65,30%
77,20%
sem rendimento a 1/4 salários
mínimos
mais de 1/4 a 1/2 salários mínimos
mais de 1/2 a 1 salários mínimos
de 1 a 2 salários mínimos
40
Gráfico 19 – Utilização da Internet conforme a renda. Fonte: adaptado PNAD, 2013.
A pesquisa determina também o percentual de pessoas que tinham telefone
móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, ocupada
na semana de referência, segundo os grupamentos de atividade do trabalho
(Apêndice H). O gráfico 20 apresenta os valores.
Gráfico 20 – Utilização do telefone móvel celular segundo o grupamento de
atividade do trabalho. Fonte: adaptado PNAD, 2013.
Estes grupos são os mesmos que foram listados pela Cartilha Vozes da
Classe Média para a classe baixa segundo setor de ocupação e apresentados no
item 4.2 deste trabalho.
21,40%
30,30%
39,50%
52,90%
sem rendimento a 1/4 salários
mínimos
mais de 1/4 a 1/2 salários mínimos
mais de 1/2 a 1 salários mínimos
de 1 a 2 salários mínimos
30,30%38,40%
54,70%
76,50% 76,10%86,80%
Serviços domésticos Construção Comércio e reparação
2005 2011
41
O CETIC.br – Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da
Comunicação realizou a pesquisa TIC Domicílios 2013 - Pesquisa sobre o Uso das
Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil. O objetivo era medir o acesso
e os usos da população brasileira em relação às tecnologias de informação e
comunicação e sua abrangência nacional (CETIC.BR, 2013). Conforme a figura 2,
69% da população da classe D/E utilizavam telefone celular em 2013, e 11% da
população da classe DE utilizavam também a Internet por meio do celular conforme
figura 3.
Figura 2 - Proporção de indivíduos que usaram telefone celular nos últimos 3
meses (Percentual sobre o total da população). Fonte: CETIC.br, 2013, p.10.
Figura 3 - Proporção de indivíduos que usaram a Internet no telefone celular nos
últimos três meses (Percentual sobre o total da população). Fonte: CETIC.br, 2013, p.11.
A pesquisa indicou que 8% da classe D/E possuíam acesso a Internet no
domicilio, mostrada na figura 4, e 17% eram usuários de Internet, conforme figura 5.
42
Figura 4 - Proporção de domicílios com acesso à Internet
(Percentual sobre o total de domicílios). Fonte: CETIC.br, 2013, p.6..
Figura 5 - Proporção de usuários de Internet (Percentual sobre
o total da população). Fonte: CETIC.br, 2013, p.8.
Outra fonte de dados encontrada foi um estudo sobre o consumo e
comportamento dos internautas brasileiros nas Redes Sociais, realizado em 2010
pelo IBOPE MÍDIA, com o título “Many-to-many: o fenômeno das redes sociais no
Brasil.” (IBOPE MÍDIA, 2010). Foram ouvidas 8.561 pessoas com mais de 10 anos
em 11 regiões metropolitanas do País, o que significava uma representatividade de
mais de 25 milhões de usuários de redes sociais. (IBOPE, 2010).
Segundo o estudo as redes sociais tiveram papel importante como a porta
de entrada das classes C e DE na Internet conforme figura 6.
43
Figura 6 – Adesão – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.18.
Pela facilidade que os adolescentes e jovens têm de manipular os novos
aparelho e programas, o aprendizado de como usar passa de filho para pai.
Também é uma nova maneira de relacionar-se com os filhos utilizando o ambiente
virtual conforme a figura 7.
As redes sociais são os impulsionadores de expansão do acesso à
Internet. Em 5 anos o número de pessoas da classe DE que tinha celular com
acesso à Internet dobrou, e segundo o estudo havia o desejo de 56% do restante do
grupo em participar de alguma rede social conforme mostrado na figura 8.
O uso do aparelho celular proporcionou mobilidade ao usuário e
ubiquidade, que é estar presente ao mesmo tempo em todos os lugares através das
redes sociais. (MICHAELIS, 2014). De acordo com a figura 9 a classe DE dobrou a
proporção de usuários com telefone celular com acesso à Internet de 2005 a 2010.
Foi observado que o acesso à Internet era feito em casa pela maioria dos
entrevistados. Para a classe DE 29% tinham alguma conexão em casa com a
Internet conforme figura 10.
44
Figura 7 – Comportamento digital – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.23.
Figura 8 – Intenção de participação – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.24.
Entre os principais motivos de acesso a Internet para a classe DE ver fotos e textos dos amigos representava 39% de acordo com a figura 11.
45
Figura 9 – Posse de celular com acesso à Internet – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.26.
Figura 10 – Acesso à rede – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.30.
46
Figura 11 – Motivos de acesso à rede – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.38.
As redes sociais são ambientes democráticos, todos podem participar de
todas as maneiras. A maioria assiste/visualiza e alguns compartilham. Há os que
avaliam/comentam/participam. Têm os “artistas” e os que fazem filmagem e
publicam. E também os curadores que editam/moderam/influenciam. O grande
interesse da Classe DE na rede social é para compartilhamento (90%), conforme
figura 12. Mas há casos de vídeos postados que tiveram imensa visualização pelos
internautas.
Outra fonte de informação encontrada foi o artigo “O aumento no acesso à
Internet por jovens da base da pirâmide no Brasil e suas particularidades”. Ele
apresenta dados de uma pesquisa on-line, realizada em 2012 com 142 participantes,
que compara o comportamento entre consumidores jovens, de até 24 anos das
classes C, D e E, com o comportamento da população on-line brasileira em sua
totalidade (FREITAS; CARVALHO, 2012).
47
Figura 12 – Comportamento tecnológico – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.49.
De acordo com o gráfico 21, os dados salientes são: 40,6% dos
entrevistados eram das classes D e E; as redes sociais, os emails e os serviços de
buscas são os mais acessados mostrados no gráfico 22; e que o celular é a segunda
opção de acesso à Internet para todos os grupos pesquisados. O celular possibilitou
o uso da Internet com mobilidade.
,
Gráfico 21 – Segmentação consolidada por classe social: universo total. Fonte: Freitas; Carvalho, 2012, p.143.
Classe A ; 40,60%
Classe B; 9,77%
Classe C; 44,36%
Classe D e E; 5,26%
48
Gráfico 22 – Categoria de serviços online considerados como essenciais para o universo total e o grupo jovens de classe C, D e E.
Fonte: Freitas; Carvalho, 2012, p.145.
Analisando os dados do gráfico observa-se que as redes sociais, os blogs,
entretenimento, referencias de conhecimento e sites de tecnologias são
considerados essenciais para os jovens de classe C, D e E. Mesmo sendo uma
pequena amostra da população jovem, 57 pessoas no ano de 2012, serve como
ponto de partida para novas pesquisas.
Mais outra pesquisa on-line encontrada foi a realizada pelo site Conectai, no
período de 2 a 9 de julho de 2014, com a amostra de 1513 participantes entre 15 a
32 anos, de ambos os sexos e de todas as regiões do país. A pesquisa concluiu
que: 96% dos entrevistados usam Internet diariamente; só 1% usa Internet menos
de 1 vez por semana. O que também foi observado é que não há diferenças entre
classes A-B-C, e internautas da classe D já demonstram frequência quase igual
(CONECTAÍ BRASIL, 2014).
Os aplicativos mais utilizados em celulares são: Facebook, Email, Youtube e
WhatsApp conforme figura 13 e a frequência de utilização é mostrada na figura 14
49
com 87% das pessoas acessam diariamente o Whatsapp e 89% acessam o
Facebook.
Figura 13 – Aplicativo de comunicação utilizado em celulares. Fonte: Conectai Brasil, 2014, p.20.
Figura 14 – Frequência de utilização de APP. Fonte: Conectai Brasil, 2014, p.23.
50
Entre os aplicativos mencionados temos redes sociais (Facebook, Youtube,
Instagram, Twitter), mensagens (E-mail, WhatsApp) e comunicação (Skype).
O Facebook é uma rede social que os usuários podem compartilhar fotos e
vídeos, conversar com amigos, publicar o que estão fazendo, curtir e comentar as
postagens de outros usuários, jogar, criar eventos de diversão, grupos acadêmicos
ou empresariais, entre outros (TECHTUDO, 2014a).
O WhatsApp é um aplicativo que permite enviar mensagens de textos,
imagens, vídeos e outros arquivos para usuários que também tenham o programa
instalado no smartphone ou tablet - usando a Internet, via Wi-Fi, 3G ou 4G. Ele é
compatível com os principais sistemas operacionais do mercado (TECHTUDO,
2014c).
O Skype é um software que permite comunicação pela Internet através de
conexões de voz e vídeo. É o substituto do MSN. Tornou-se um serviço popular
gratuito para comunicações de longa distância nacional e internacional
(TECHTUDO, 2014b).
Portanto, observa-se que o telefone popular teve uma boa aceitação nos
Estado de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, representando 50% do total. Nos
demais Estados a adesão não foi importante. Porém, segundo o PNAD (IBGE, 2011)
a posse de celular pela população de baixa renda tem uma adesão maior que a
telefonia fixa. O interesse se estende para acesso a Internet. Ele é utilizado por
76,5% dos trabalhadores em serviços domésticos, por 76,1% dos trabalhadores da
construção e 86,8% dos trabalhadores do comércio e reparação. Segundo a cartilha
Vozes da Classe Média, ¾ dos trabalhadores de baixa renda trabalham
informalmente nestes setores de atividade e o telefone celular tornou-se uma
ferramenta de trabalho para eles segundo Adriana Araújo Beringuy economista do
IBGE (ESTADÃO, 2013).
A facilidade de adquirir um aparelho e um chip de acesso, a mobilidade e a
ubiguidade parece atender as necessidades da população de baixa renda é
comprovado com os resultados do CETIC.br que 69% da população da classe D e E
utilizavam telefone celular e 11% utilizavam também a Internet por meio do celular.
Com relação à Internet, 8% possuíam acesso a Internet no domicilio e 17% eram
usuários de Internet.
E o estudo IBOPE MÍDIA, confirma o interesse e a participação da classe DE
em redes sociais, aplicativos de comunicação e troca de mensagens. Estes serviços
51
são de acesso gratuito e podem ser feitos de várias maneiras, pagas ou não, como:
Wi-Fi, 3G, 4G, banda larga, cable modem, Hotspots (Wi-Fi) públicos, telecentros,
entre outros.
4.4 VERIFICAÇÕES DOS INCENTIVOS / BENEFÍCIOS QUE O GOVERNO
CONCEDE PARA BAIXA RENDA
O governo brasileiro buscando a integração dos cidadãos na sociedade, no
mercado consumidor e no mercado de trabalho formula políticas públicas de
inclusão. As políticas públicas são compostas de planos, programas, ações e
atividades. Um exemplo é o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de
atuação os milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 77,00
mensais e está baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos
serviços públicos segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome - MDS (MDS, 2014).
O acesso é através do cadastro único, que é um banco de dados criado pelo
Governo Federal. O cadastro único disponibiliza informações sobre renda, tipo de
moradia, escolaridade, idade, e outros. Ele deve ser atualizado a cada dois anos ou
sempre que houver uma mudança na situação da família. Podem ser cadastradas as
famílias de baixa renda que ganham até meio salário mínimo mensal por pessoa; e
também as que ganham até 3 salários mínimos de renda total por mês. Ele
proporciona acesso aos programas como o Bolsa Família e a Tarifa Social de
Energia Elétrica entre outros para baixa renda e programa de habitação popular e
telefone popular para renda de até 3 salários (GUIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS,
2014).
Conforme a legislação que define e regula, “os serviços de
telecomunicações é de competência da União explorar ou mediante concessão
permitir a particular prestar este serviço” (art. 21, XI – CF 1988). Ele é considerado
um serviço público. Então segundo a Lei n° 9472 de 1997 (LGT) no artigo 2º é dever
do poder público:
52
“I - garantir, a toda a população, o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, em condições adequadas; II - estimular a expansão do uso de redes e serviços de telecomunicações pelos serviços de interesse público em benefício da população brasileira; [...] VI - criar condições para que o desenvolvimento do setor seja harmônico com as metas de desenvolvimento social do País” (BRASIL, 2014d).
Conforme o inciso I a toda a população ”grifo da autora” deve ser garantido o
acesso às telecomunicações em condições adequadas e compatível com as metas
de desenvolvimento social do país. A solução criada pelo governo para cumprir este
dever e promover a inclusão social foi o Telefone Popular ou AICE. A resolução nº
586, de 5 de abril de 2012 da ANATEL define no artigo 2º:
“I - Acesso Individual Classe Especial - AICE é aquele ofertado exclusivamente a Assinante de Baixa Renda que tem por finalidade a progressiva universalização do acesso individualizado do STFC por meio de condições específicas para sua oferta, utilização, aplicação de tarifas, forma de pagamento, tratamento de chamadas, qualidade e sua função social; II - Assinante de Baixa Renda é o responsável pela unidade domiciliar inscrito no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal, criado pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007, ou outro que o suceda” (BRASIL, 2014b).
De acordo com informações da ANATEL, o Aice possui as mesmas
características técnicas do telefone fixo convencional, porém com assinatura
reduzida e facilidades de pagamento do valor da habilitação. Sua assinatura mensal
possui uma tarifa reduzida entre R$ 13,00 e R$ 15,00 com impostos. Esta variação
depende do valor do imposto de cada estado e da região de prestação da
Concessionária.
O Telefone Popular tem uma franquia mensal, não cumulativa, de 90
minutos para realizar chamadas locais para outros telefones fixos. Para realizar
ligações locais acima da franquia de 90 minutos, chamadas para telefones celulares,
chamadas de longa distância nacional e internacional é necessário inserir créditos
ao Telefone Popular. Assim o serviço permite maior controle de gastos, uma vez que
o consumo que ultrapasse a franquia é efetuado mediante a compra de créditos.
O serviço também permite o acesso à Internet discada, desde que o
provedor de Internet seja local. Caso ultrapasse a franquia de 90 minutos será
necessário a inserção de crédito para os minutos excedentes.
Ele está sujeito à mesma modulação horária existente no Plano Básico do
serviço de telefonia fixa, ou seja, da 0 hora até às 6 horas da manhã, de segunda a
53
sexta-feira e sábado a partir das 14 horas até domingo à meia-noite, o valor da
chamada local equivale à tarifa do Valor de Chamada Atendida (VCA),
aproximadamente o custo de 2 minutos de ligação local, inclusive nos acessos
discados a provedores de Internet (ANATEL, 2014a).
Outro programa que o governo promove é a difusão do uso da banda larga.
O objetivo é facilitar o acesso da população aos serviços do governo eletrônico,
conectar as escolas publica e universidades e promover a inclusão digital dos
brasileiros.
As escolas públicas de ensino fundamental e médio são ou estão sendo
conectadas ao Projeto Banda Larga nas Escolas Públicas Urbanas. Isso foi possível
através de parcerias com as empresas Telefônicas Oi, CTBC e Sercomtel que
firmaram com a ANATEL aditivo aos termos de autorização para a prestação do
Serviço de Comunicação Multimídia (SCM). No final de 2013 havia 61,6 mil
instituições de ensino conectadas. Conforme as regras a conexão deverá ser
mantidas até 2025 de forma gratuita (ANATEL, 2014b).
Com essa ação o governo atende ao Decreto nº 7.175, de 12 de maio de
2010, que instituiu o Programa Nacional de Banda Larga – PNBL. De acordo com o
artigo 1º O objetivo do programa é:
“fomentar e difundir o uso e o fornecimento de bens e serviços de tecnologias de informação e comunicação, de modo a: I - massificar o acesso a serviços de conexão à Internet em banda larga; II - acelerar o desenvolvimento econômico e social; III - promover a inclusão digital; IV - reduzir as desigualdades social e regional; V - promover a geração de emprego e renda; VI - ampliar os serviços de Governo Eletrônico e facilitar aos cidadãos o uso dos serviços do Estado; VII - promover a capacitação da população para o uso das tecnologias de informação; e VIII - aumentar a autonomia tecnológica e a competitividade brasileiras” (Brasil, 2014c).
O foco do programa são as crianças porque elas têm facilidade de interagir
com novas tecnologias. As crianças têm acesso à Internet e isso passa a fazer parte
de sua vida. É a geração Z que já nasceu on-line. Elas “nunca conceberam o planeta
sem computador, chats, telefone celular”. “Sua maneira de pensar foi influenciada
desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia engendrou.” Também
54
possui o conceito do mundo desapegado das fronteiras geográficas, convivem com
um excesso de informações e buscam adaptar-se aos novos tempos (VEJA, 2001).
Com a experiência adquirida as crianças tornam-se para a família um
instrumento de propagação de conhecimento. Isso é facilitado com o Programa
Comunidade Escola. As Escolas, nos finais de semana, abrem as portas para
comunidade utilizar a infraestrutura escolar. A missão do Programa é transformar as
escolas municipais em centro irradiador da vida da comunidade com educação,
promoção do empreendedorismo, atividades culturais, atividades relacionadas à
saúde e de esporte e lazer (COMUNIDADE ESCOLA, 2014).
Outros benefícios concedido pelo governo são a “Lei da Informática” – Lei n°
8248 de 1991 - em vigor até 2029 e a “Lei do Bem” – Lei n° 11196 de 2005 - em
vigor até 2017. Aparelhos como computadores e notebooks, tablets, modems,
smartphones e roteadores digitais tem isenção de alguns impostos para estimular a
produção e consumo. Este programa de inclusão digital pretende alcançar a relação
de um computador para cada habitante no Brasil até 2017. A quantidade de
computadores em uso é de 140 milhões de unidades. Já os telefones celulares, há
271,1 milhões de unidades instaladas, uma média de 1,35 aparelhos por habitante
(BRASIL, 2014d) (BRASIL, 2014e).
Os efeitos destas políticas públicas para todo o conjunto da economia são
inestimáveis, tanto para os consumidores quanto para os produtores e também para
o governo. A formalização do mercado de trabalho do setor passou de 30% para
78% no período (PORTAL BRASIL, 2014a).
No período de janeiro a maio de 2014, a proporção de vendas de aparelho
celulares foi de 3 smartphones para 1 de aparelho tradicional. Houve um aumento
de 71% em relação a 2013. Os smartphones são aparelhos inteligentes e
possibilitam conexões 3G e 4G. O mercado de celulares convencionais está em
queda, em cerca de 41% se considerado o ano (TELETIME, 2014d).
Podemos constatar com os exemplos citados que existem ações por parte
do governo que incentivam e beneficiam toda a população. Mas o telefone popular e
o programa de banda larga nas escolas publicas atende diretamente população de
baixa renda. A redução de impostos dos produtos eletrônicos e a possibilidade de
parcelamento facilitam a aquisição dos dispositivos inteligentes de acesso 3G ou 4G.
55
4.5 COMPARAÇÕES ENTRE OS BENEFICIÁRIOS DE PROGRAMAS SOCIAIS E O
CONSUMO DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICALÇÕES E DE QUE MANEIRA
OCORRE A INCLUSÃO SOCIAL
Inclusão social é um termo amplo, utilizado ao fazer referência à inserção
de pessoas com algum tipo de deficiência às escolas de ensino regular e ao
mercado de trabalho, ou ainda a pessoas consideradas excluídas, que não tem as
mesmas oportunidades dentro da sociedade, por motivos como: condições
socioeconômicas; gênero; raça; falta de acesso a tecnologias (exclusão digital). A
inclusão social é efetivada por meio de políticas públicas (PACIEVITCH, 2014).
Mota (2007 apud SASSAKI, 1997) define inclusão como a modificação da
sociedade para que as pessoas possam buscar seu desenvolvimento e exercício da
cidadania. Ou seja, todas as pessoas usufruindo dos mesmos benefícios da vida em
sociedade.
Para a WIKIPÉDIA (2014a) inclusão social “é oferecer aos mais
necessitados oportunidades de acesso a bens e serviços, dentro de um sistema que
beneficie a todos.” Para que isso ocorra “é necessário combater pobreza, a exclusão
social e a desigualdade social”.
De acordo com BARROS (2014), a inclusão não deve ser vista somente em
igualar a renda, deve oferecer as mesmas oportunidades aos idosos, aos negros e
aos portadores de deficiências físicas.
A Organização Internacional do Trabalho - OIT, e o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento – PNUD consideram a pobreza como uma forma de
exclusão social. Na Cúpula do Milênio, em 2000, 191 países se comprometeram em
reduzir as desigualdade e a pobreza, e de melhoria das condições de vida da
população até 2015 (MC, 2010).
Em 2003 foi realizada a Cúpula Mundial da Sociedade da Informação
(WSIS– World Summit on the Information Society) que traçou metas relativas às
tecnologias da informação e de comunicação pretendendo estender a Internet a
todas as localidades do mundo até 2015.
“São metas da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação: conectar todas as localidades, todas as instituições de ensino, todas as instituições de pesquisa científica, todos os museus e bibliotecas
56
públicas, todos os hospitais e centros de saúde, assim como as instituições em todos os níveis de governo. Adicionalmente, visa adaptar os currículos escolares para enfrentar os desafios da sociedade da informação, assegurar que todos tenham acesso à televisão e ao rádio, e garantir que mais da metade da população mundial tenha acesso às TIC até 2015.”
Pode-se observar que o termo “inclusão social” já era mencionado no século
passado. Porém só passou a ser preocupação da sociedade e dos governos mais
recentemente. Vivemos em uma economia do conhecimento e o acesso a Internet
em banda larga é visto como essencial para o desenvolvimento e competitividade
das nações pelo PNUD. O acesso à Internet além de dinamizar a economia traz
benefício sociais. No apêndice I pode-se observar que nos últimos anos a população
de baixa renda que acessa a Internet está aumentando. Também é observado, no
apêndice J, a utilização do telefone celular por trabalhadores em atividades menos
remuneradas.
O Brasil tem vários programas e ações que promove a inclusão social
utilizando de forma direta ou indireta os serviços de telecomunicações. Eles são
realizados por governos, empresas e associações, entre outros parceiros. A seguir
são apresentados alguns exemplos.
O telefone popular, que é uma ação do Governo Federal, atendia 116,1 mil
usuários no final de 2013. De janeiro a dezembro houve um aumento de 88,4%. A
maior concentração da distribuição dos usuários de telefones populares no Brasil
está em São Paulo, Bahia e Rio de janeiro correspondendo a 50%. No restante dos
outros Estados o número é inferior a 10% em cada, conforme Relatório Anual 2013
(ANATEL, 2014, p.21).
Uma ação da Secretaria de Cultura do Estado de Mato Grosso proporcionou
acesso a Internet à maioria das aldeias indígenas. São 33 povos com acesso à
Internet via cabo, satélite ou rádio. “O acesso à tecnologia é uma necessidade
indígena no mundo atual, incluindo Internet, celular, televisão, máquina fotográfica,
filmadora e tudo mais que surgir de novidade”. (WERNECK, 2014). Segundo o
indígena Edivaldo Lourival Manpuche, de 27 anos, pelo orelhão da aldeia Kravari, a
Internet é usada por professores e “muitos jovens também têm Facebook, mas o
pessoal de 30 a 40 anos também curte”. A Secretaria de Estado de Educação
(Seduc), atendendo à solicitação dos próprios indígenas, também inseriu a Internet
em 42 escolas estaduais localizadas em aldeias.
57
Os trabalhadores rurais de mais de 20 assentamentos na Paraíba
receberam ajuda da Associação Nacional para Inclusão Digital (ANID) para
instalação de telecentros que possibilita o fortalecimento da inclusão digital nas
comunidades rurais. A partir do projeto de Letramento Digital, cada comunidade
recebe Internet em banda larga (wi-fi) e também tem linhas de Voip para fazer
ligações telefônicas sem custo (PESSOA, 2013).
Quilombolas e assentamentos da Paraíba participam do Programa Estações
de Inclusão Digital, resultado de uma parceria entre o SEBRAE, o Ministério do
Desenvolvimento Agrário e o Ministério das Comunicações (PORTAL BRASIL,
2012). O objetivo do programa é proporcionar acesso a computadores com Internet
e curso de informática para se conectar a Internet. Serão beneficiadas 23
comunidades, cada uma com 10 computadores, além da capacitação.
O Programa Minha casa minha vida (PMCMV) é um programa social do
governo federal. Ele foi criado para financiar moradia para população de baixa renda
urbana e rural. As construções para poderem participar do programa tem que
atender alguns requisitos de acordo com a Lei n° 11.977/2009 no artigo 5º:
“III - infraestrutura básica que inclua vias de acesso, iluminação pública e solução de esgotamento sanitário e de drenagem de águas pluviais e permita ligações domiciliares de abastecimento de água e energia elétrica; IV - a existência ou compromisso do poder público local de instalação ou de ampliação dos equipamentos e serviços relacionados a educação, saúde, lazer e transporte público” (BRASIL, 2014f).
Conforme pode ser observado, os serviços de telecomunicações não foram
incluídos. No entanto, devem estar disponíveis para a população e para apoio dos
serviços de educação e saúde principalmente.
Outro programa social de inclusão do governo é Pronatec Brasil Sem
Miséria. Uma parceria do Ministério da Educação (MEC) com o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) promove a qualificação
profissional e o acesso ao mercado de trabalho de pessoas de baixa renda. O
objetivo do programa é expandir, interiorizar e democratizar a educação profissional
e tecnológica. Em todo o Brasil, já são mais de 1,1 milhão de matrículas, em 570
cursos oferecidos (MEC, 2014a).
As pessoas que participam do programa conseguem uma colocação no
mercado de trabalho. Pode ser um emprego formal ou informal. Também pode ter
seu próprio negócio e se tornar micro empreendedor individual. Segundo o Portal do
58
Empreendedor (2014), as atividades de vendedores de roupas, cabeleireiros e
pedreiros correspondem juntas a 22% do total de pessoas que optaram pelo
caminho da formalização. As famílias aumentando a renda deixam de ser
beneficiadas pelos programas sociais de baixa renda. Este é outro programa que
utiliza as telecomunicações para alavancar os negócios, seja através do telefone ou
da Internet.
Outros benefícios concedidos a população de baixa renda são as cotas em
universidade públicas, o Programa Nacional de Bolsa Permanência (que atende
também a estudantes indígenas e quilombolas), o Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos (ProUni) com bolsas para o
exterior. O objetivo é promover a inclusão do jovem de baixa renda ao ensino
superior (PORTAL BRASIL, 2013) (MEC, 2014b). Neste caso o papel das
telecomunicações é de proporcionar acesso a informações acadêmicas ou de
mercado aos estudantes auxiliando a geração de novos conhecimentos e a troca de
informação gerada.
Esta geração e intercambio de informação é importante também para o País.
Ele pode ajudar a melhorar o prestigio internacional das universidades brasileiras
que ficaram fora da lista das 200 melhores do mundo em 2014 segundo o ranking
global de universidades da THE (Times Higher Education). A USP esta classificada
entre as posições 202 a 225. Uma das justificativas para as universidades brasileiras
não estarem em melhor posição é a falta de pesquisas em colaboração com
parceiros internacionais (GASPARINI, 2014).
Compartilhar conhecimento foi o principal motivo do surgimento do World
Wide Web (WWW). O CERN - Organização Europeia para a Investigação Nuclear -
necessitava compartilhar informações, noticias e documentos com outros físicos e o
desenvolveu. Os primeiros a adotar a WWW foram os departamentos de pesquisas
das universidades e laboratórios de física (WIKIPEDIA, 2014b). Esta necessidade de
conexão também é verificada nos jovens universitários americanos, “73% dos jovens
não conseguem estudar sem tecnologia” (CLOUD EAD, 2014). Eles estão sempre
conectados, são nativos digitais e transferem parte de si para ambientes virtuais.
Este comportamento está sendo chamado de cibridismo que é a expansão do nosso
cérebro para o ambiente virtual. Isto também ocorre no Brasil, confirmado pelo
número usuários conectados em redes sociais.
59
A inclusão social ocorre de várias maneiras no país. Os principais
beneficiários são as famílias de baixa renda cadastradas no cadastro único. Os
programas sociais atendem a população indígena, aos assentamentos da reforma
agrária, as comunidade quilombolas, os estudantes em cursos de nível superior e os
trabalhadores que precisam de cursos de qualificação profissional.
Todos os programas citados geram demanda de serviços de
telecomunicações. Não é uma demanda por serviços de ultima geração, ao
contrário, os atuais serviços disponíveis são suficientes para atender a demanda e
através de pacotes de serviços promocionais a população tem facilidade de acesso.
Ou então podem acessar através de hotspots públicos.
4.6 IDENTIFICANDO DE NOVOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES QUE A CLASSE D E E DESEJAM NOS PRÓXIMOS 5 ANOS.
Os avanços tecnológicos permitem novos serviços que às vezes foram
concebidos para um uso ou finalidade acabem tendo outro uso ou sendo ignorados
pelo consumidor. O mundo está conectado 24 horas por dia. As coisas estão sendo
conectadas pela Internet. Estamos nos tornando seres cíbridos, expandindo o
cérebro para o ambiente virtual.
A revolução da informação provocou alteração no comportamento das
pessoas por todo o mundo. As redes sociais proporcionam as pessoas conhecer
outras realidades e questionar as suas realidades. A Primavera Árabe foi um
conjunto de manifestações realizadas com o objetivo de questionar os regimes
autoritários, ditatoriais e centralizadores que ocorrem em diversos países do mundo
árabe (BLINDER, 2014). E as redes sociais divulgavam no mesmo instante os fatos
que ocorriam. O Brasil também utilizou as redes sociais nos protestos, de junho de
2013, “o gigante acordou” e “vem para a rua”. As passeatas eram marcadas nas
redes sociais que se tornou uma rede de mobilização civil no Brasil (VEJA, 2013).
Depois os jovens também começaram a marcar os “rolezinhos”, que era uma forma
de protestar por espaços públicos para eles (ZYLBERKAN, 2014).
60
A Internet é um meio de propagação de hoax, que são boatos ou falsas
estórias (VIMERCATE, 2013), que no Brasil causou tumulto na população com o
anuncio do fim do pagamento do Programa Bolsa Família em 2013 (G1, 2013).
Ela também nos propicia imagens quase instantâneas de desastres. Sabemos o que
acontece durante um tsumani pelas imagens divulgadas e compartilhadas na
Internet, do que ocorreu na Tailândia em 2004 e no Japão em 2011 (G1, 2011).
Durante a campanha eleitoral de 2014, a Presidente do Brasil disse que
trabalhará para o país ter banda larga de qualidade com padrão da Coréia do Sul
(velocidade de navegação de 50 Mbps). Em 2015 será elaborado o PNBL 2015-
2020 e o marco regulatório do setor (QUEIROZ, 2014). O PNBL terá novos
investimentos com parcerias público-privadas e novas metas. As alternativas
poderão ainda incluir a troca de metas da telefonia fixa das concessões por
investimento em banda larga (DIAS, 2014a). É a oportunidade de toda a sociedade
participar da discussão das metas para o plano através da consulta pública.
Outro projeto que o governo pretende implantar é o Banda Larga para
Todos. O objetivo é levar mais infraestrutura de fibra para municípios afastados.
Segundo Ministro das Comunicações, 47% das cidades brasileiras têm rede ótica
chegando ao município, e a meta é chegar a 90%, ou “todos onde forem viáveis”
(TELETIME, 2014b).
Contrário às expectativas iniciais, o telefone popular não teve ampla
aceitação tanto da população quanto das concessionárias. Uma das explicações é
que a população não percebe o valor da telefonia parada ou então que o pacote de
serviços tem limitação de uso. Até o Ministro das Comunicações tem a mesma
percepção, quando afirmou: “quem fica parado é poste” (AQUINO, 2014).
Ainda sobre banda larga móvel, a previsão do serviço 4G para o final de
2014 não se concretizou. Mas para os próximos 4 anos espera-se que o 4G seja
predominante, acompanhado pelo 3G que terá uma demanda menor e a qualidade
melhor (TELETIME, 2014c). O crescimento do LTE nos 12 meses de 2014 foi de
413,55% em relação ao ano anterior (ANATEL, 2015).
Em 2014, o Brasil sediou a Copa do Mundo da FIFA. Ela ficou conhecida
como Copa das Mídias Sociais ou a Copa das “Selfies”. A demanda de serviço foi:
envio de em média 8 mil fotos por minuto no período de maior tráfego de dados,
considerando o que foi enviado pelas redes de telefonia móvel e Wi-Fi instaladas
61
pelas prestadoras nos estádios; e 3,3 milhões de ligações telefônicas durante o
período.
Para atender a demanda de transmissão dos jogos, a Telebrás implantou um
“anel óptico” de 15.280 km de extensão com equipamentos de última geração
desenvolvidos no Brasil, para a transmissão de imagens dos jogos em alta definição
(HDTV – vídeo e áudio) entre as arenas e o Centro Internacional de Coordenação de
Transmissão (IBCC) no Rio de Janeiro. Essa infraestrutura ficou como legado após a
Copa, ampliando a oferta do serviço de Internet rápida no País e garantindo o
fornecimento de serviços para regiões onde a disponibilidade era limitada, como o
Norte do País.
Foram instaladas 4.738 antenas nos estádios. Também houve uma parceria
entre as operadoras na implantação de infraestrutura de telefonia móvel e de banda
larga. Embora não existisse obrigatoriedade de fornecimento do serviço Wi-Fi dentro
ou fora dos estádios, houve um acordo para a instalação do serviço da Internet sem
fio para desafogar as redes 3G, permitindo um melhor serviço aos usuários na
transmissão de dados. As operadoras disponibilizam cerca de 120 mil pontos de Wi-
Fi nas 12 cidades (PORTAL BRASIL, 2014b). Segundo o diretor de Operação
Centralizada da Oi, José Claudio Gonçalves, a rede foi dimensionada e suportou o
volume de tráfego, estando sempre disponível. Havia jornalistas com 3 devices (1
laptop, 1 smartphone e 1 tablet) funcionando em multiconexão. (TELETIME, 2014a).
O volume de dados foi 3 vezes maior que o da copa da África do Sul, cerca de 74
TB que equivale a 80 milhões de fotos normais ou cerca de 20 milhões de fotos em
alta resolução (TELETIME, 2014e).
O Brasil sancionou a Lei n° 12.965, de 23 de abril de 2014, que ficou
conhecida como o Marco Civil da Internet (BRASIL, 2014g). Ela estabelece a
proteção à privacidade dos usuários; faz com que haja liberdade de expressão e a
retirada de conteúdo do ar; e garante a neutralidade da rede. Isso significa que os
provedores de acesso devem tratar todos os dados que circulam na Internet da
mesma forma, sem distinção por conteúdo, origem, destino ou serviço.
Segundo a Lei, o acesso à Internet é essencial ao exercício da cidadania.
Por isso ela instituiu diretrizes de atuação do poder publico no desenvolvimento da
Internet no Brasil. Algumas diretrizes são: desenvolvimento de ações e programas
de capacitação para uso da Internet; promoção da cultura e da cidadania; e
prestação de serviços públicos de atendimento ao cidadão de forma integrada,
62
eficiente, simplificada e por múltiplos canais de acesso, inclusive remotos. Determina
também que as aplicações de Internet de entes do poder público devem buscar:
acessibilidade a todos os interessados, independentemente de suas capacidades
físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais, mentais, culturais e sociais,
resguardados os aspectos de sigilo e restrições administrativas e legais; facilidade
de uso dos serviços de governo eletrônico; e fortalecimento da participação social
nas políticas públicas.
O artigo 26 reforça a obrigação do Estado na prestação da educação
em todos os níveis de ensino que deve inclui “a capacitação, integrada a outras
práticas educacionais, para o uso seguro, consciente e responsável da Internet
como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o
desenvolvimento tecnológico”. Assim a Internet é uma ferramenta social que
fomenta a cultura digital promovendo a inclusão digital, buscando reduzir as
desigualdades, sobretudo entre as diferentes regiões do País, no acesso às
tecnologias da informação e comunicação e no seu uso, e fomenta a produção e
circulação de conteúdo nacional. E como dever do prestador de serviço o tratamento
de forma isonômica de quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo,
origem e destino, serviço, terminal ou aplicação. Da mesma maneira, a conexão à
Internet, de forma onerosa ou gratuita, bem como na transmissão, comutação ou
roteamento, fica vedado bloquear, monitorar, filtrar ou analisar o conteúdo dos
pacotes de dados.
Depois que o Brasil aprovou a lei que preserva e garante a neutralidade da
rede outros países passaram a discutir. Nos EUA a Comissão Federal de
Comunicações (FCC) elabora novas regulamentações do setor e propôs conexões
diferenciadas. O Presidente dos EUA não é a favor da medida e quer que reclassifique
as provedoras de Internet para serem reguladas como utilidade pública. Segundo ele
“abandonar esses princípios seria uma ameaça à Internet da forma como a
conhecemos" (G1, 2014).
A União Europeia (EU) apoia a neutralidade da Internet, mas a
Alemanha defende uma Internet de “duas vias”: uma delas para serviços “especiais”,
de alta prioridade, e outra que seria semelhante à rede atual. A justificativa é que
“essas vias de alta velocidade são necessárias para o desenvolvimento de novos
usos da Internet, como telemedicina e carros autônomos” (GARCIA, 2014).
63
O Brasil está implantando o programa de Cidades Digitais. Em 2012 houve a
seleção de 80 municípios para o projeto-piloto. Em 2013 o programa foi incluído no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, selecionando
262 municípios com população de até 50 mil habitantes. O objetivo do programa é
modernizar a gestão, ampliar o acesso aos serviços públicos e promover o
desenvolvimento dos municípios brasileiros por meio da tecnologia. Para que isso se
torne real são construídas redes de fibra óptica que interligam os órgãos públicos
locais e a oferta de pontos de acesso à Internet para uso livre e gratuito em espaços
públicos de grande circulação, como praças, parques e rodoviárias (MC, 2014). As
cidades beneficiadas estão sendo chamadas de “Cidades Inteligentes” porque
utilizam das tecnologias da informação e comunicação para gerenciar, de forma
inteligente, interconectadas e eficientes, a infraestrutura e os serviços da cidade.
Como por exemplo: administração da cidade, assistência à saúde, segurança
publica e transporte (Washburn et al., 2010, apud Weiss; Bernardes; Consoni, 2010,
p.5).
Em Curitiba um projeto piloto em parceria entre a Federação das Indústrias
do Paraná (FIEP), a Associação Comercial e Industrial do Uberaba e Região
(ACIUR) e parceiros, em 2011, tornou o bairro Uberaba o primeiro bairro digital com
acesso gratuito do sinal da Internet às pessoas. Inicialmente a infraestrutura
instalada foi de duas antenas transmissoras do sinal com capacidade para atender
17 mil pessoas. Nos primeiros quatro meses, havia mais de 900 usuários
cadastrados (AGENCIA FIEP, 2011). Em 2013 houve um recadastramento para que
pudesse ter o controle dos usuários ativos do projeto e para poder cadastrar novos
interessados que aguardavam em lista de espera.
Outra solução para as cidades é o Smart Grid. Empresas e prestadoras de
serviços utilizam os medidores e sensores eletrônicos instalados nas residências
dos consumidores, que serão capazes de descrever comportamentos de consumo
dos seus clientes. Eles poderão ser controlados a distância e também funcionar
como pré-pago. A combinação de telecomunicações, sensoriamento, sistemas de
informação e computação, tornam realidade esta solução. Esses dados coletados
podem ser úteis para os clientes e para a concessionária que poderão reduzir os
desperdícios de energia (CPQD, 2014).
Uma nova revolução tecnológica está fazendo surgir a Internet das Coisas
(IoT – Internet of Things) que conecta os itens usados no dia-a-dia à Internet ou
64
nuvem. Computadores, smartphones e phablets (phone + tablet) tornaram-se
controles remotos de eletrodomésticos, meios de transportes, tênis, fechaduras de
portas, etc.. Os dispositivos se comunicam por Wi-Fi, Bluetooth e NFC (Near Field
Communication) (ZAMBARDA, 2014). Através de etiquetas, sensores, atuadores e
tecnologia de comunicação de dados montados em objetos físicos eles são
monitorados, coordenados ou controlados através de uma rede de dados ou da
Internet. Etiquetas de identificação RFID (Radio-Frequency Identification) e MEMS
(Microelectromechanical systems) são usados para comunicar dados sobre
localização, desempenho, ambiente e condições de um determinado objeto. O NFC
é uma comunicação wireless entre dois dispositivos próximos (em torno de 10
centímetros de distância), sem ação do usuário para estabelecer a conexão. Este
dispositivo pode estar instalado em telefones celulares, tablets, crachás, cartões de
bilhetes eletrônicos e qualquer outro item que possibilite a instalação de um chip
NFC (PRADO, 2014).
Esses dispositivos podem ser acessados por Machine to machine (M2M),
que é uma tecnologia que permite conexões entre máquinas. Como exemplo tem a
movimentação de conta bancária pela Internet utilizando tablet e conexão do
smartphone ao veiculo. Em 2013, o Brasil teve 8,3 milhões de conexões móveis
tornando-se o terceiro maior mercado de conexões M2M móveis do mundo. Estas
conexões também movimentam o que chamam de m-commerce (FUTURECOM,
2014).
As operadoras de telecomunicações querem participar do ecossistema da
IoT através da prestação do serviço de acesso. Seja através de conexão fixa ou
móvel, os dispositivos necessitam de acesso instantâneo ou como dizem “Always
On” e “Everywhere” (COMPUTERWORLD, 2014b, p.8).
Microsoft, Google e a Apple são as maiores empresas que desenvolvem
sistemas operacionais para dispositivos e outros aparelhos. A Apple desenvolveu
um APP para que os usuários configurem e conectem os equipamento de suas
residências ao HomeKit (plataforma que transforma o iPhone em controle de
dispositivos de automação residencial) e tenham a possibilidade de controlá-los a
distância. Outro APP é o HealthKit, que armazena informações sobre a saúde do
usuário coletados através dos dispositivos vestíveis (ou wearables) como
SmartGlasses, Smart Clothing, SmartMonitor, Smart Bracelet, SmartWatch e Smart
Shoes (COMPUTERWORLD, 2014a, p.8).
65
O Google em parceria com a Brastemp criou um aplicativo o Smart Cook
que possibilita conectar o fogão ao smartphone. Com um toque é possível assar um
bolo (BRASTEMP, 2014).
Para que os dispositivos sejam conectados é preciso que eles tenham o seu
número de IP. Estamos em uma época de transição do IPv4 para o IPv6, que
permite maior número de usuários e serviços. O IPv4 já esgotou o número de
alocações. Então surgiu um mercado secundário de números de IP. Os números de
uma região sendo negociados para ser utilizados em outras. Ainda, também, está
ocorrendo aproveitamentos múltiplos do mesmo número de IP. Isso provoca
dificuldade nos aspectos de segurança. (FREITAS, 2013, p.45). Então para
disciplinar as redes, a ANATEL definiu um calendário de migração a partir de 2015
(IMASTER, 2014).
Um novo termo que está sendo usado é ubiquidade (ou computação ubíqua)
que representa a onipresença de processamentos de informações na vida das
pessoas. Objetos realizam operações autônomas de acordo com o ambiente
(MATIAS, 2014). O conceito pode interagir com outros elementos do âmbito
tecnológico como a Domótica.
A Domótica é uma ciência multidisciplinar entre especialidades como
eletricidade, mecânica, psicologia, telecomunicações, informática e medicina. O
objetivo é proporcionar conforto, qualidade de vida, autonomia, segurança e
racionalização de energias ao meio doméstico. Isso promove o controle
automatizado da casa, prove diversos tipos de soluções e modifica diversos
conceitos de “Habitar”. Também são chamados de “Smart Homes” ou “Ambientes
Inteligentes” (RICHARD, 2014). Um exemplo de como a vida se torna ubíqua seria a
utilização da babá eletrônica monitorada no celular. Pode ser adquirida em uma
empresas que desenvolveu o sistema ou instalada pelo próprio usuário através de 2
aparelhos (smatphone ou tablet), sendo um com câmera, e um aplicativo baixado
gratuitamente (JORDÃO, 2014).
O Iot está proporcionando a quarta onda da Internet – a primeira seria a
conectividade, a segunda o e-commerce e a terceira as redes sociais – que é tudo
conectado. Isso originou a Internet de Todas as Coisas (IoE - Internet of Everything)
e fez surgir o BYOD (Bring Your Own Device). Este novo comportamento trás a
preocupação com a segurança da rede interna por permitir o acesso dos aparelhos
pessoais dos funcionários aos sistemas privados empresariais (PRESCOTT, 2013).
66
A IoT tem muitos elogios mas também tem muitas criticas. O uso de
sensores facilita a vida e também podem informar aos fabricantes seus hábitos de
consumo. E-mails, mensagens por celular e mala-diretas poderiam fazer promoções
baseadas nos itens que são consumidos. E-passaporte com chip RFDI diminui as
fraude com o documento, mas facilita o monitoramento das pessoas pelos governos.
A principal critica é a comodidade que os serviços proporcionam justifica a invasão
da privacidade das pessoas? Outros cuidados que precisam ser considerados são
com a fragilidade do software, a qualidade técnica do roubo e o desrespeito do sigilo
dos dados pelas empresas (TRACCO, 2005). Isso não é apenas especulação,
denúncias de espionagem até por parte de Governos já foram comprovadas.
Cracker estão em busca de acessa sistemas e praticar roubo ou vandalismo na
Internet (OLHAR DIGITAL, 2013). Há noticias de que uma Foscam IP Camera,
dispositivo usado para monitorar bebês pelo celular, foi hackeada e o invasor
começou a gritar no meio da noite com a criança nos EUA. Em 2013 foi detectada
uma vulnerabilidade no firmware que necessita de upgrade, porém muitos usuários
não atualizaram o produto (TEIXEIRA, 2014). Por isso as criticas tem fundamento.
Como fica a segurança de um bebê monitorado? Ou então de um automóvel
controlado remotamente? A previsão é de que tenhamos 150 milhões de veículos
ligados à Internet em 2020, segundo estudo da Gartner (COMPUTERWORLD,
2014a). Assim, como disse Maquiavel: “uma mudança sempre deixa o caminho
aberto para outras” (PENSADOR, 2014). É preciso prudência e ética na criação e
utilização dos produtos/serviços.
Novas tecnologias estão sendo disponibilizadas para os usuários. É a quarta
geração, ou 4G. Ela utiliza o padrão LTE e VoLTE. As empresas autorizadas a
prestar o serviço no Brasil são: Vivo, Tim, Claro, Oi, Sky e Sunrise. O Brasil no final
de 2014 contava com 6,8 milhões de acessos 4G (TELECO, 2014b). A proporção
entre as operadoras é mostrada no gráfico 23.
Segundo a International Telecommunication Union (ITU) para que uma rede
seja considerada de 4G ela tem que atender alguns requisitos como suporte à taxa
de 100 Mbit/s para situações de alta mobilidade e de até 1 Gbit/s para aquelas de
baixa mobilidade (KARAZINSKI, 2013).
67
Gráfico 23 – Distribuição do mercado de 4G entre as operadoras no 4º
trimestre de 2014. Fonte: Adaptado de Teleco (2015).
A evolução do LTE é o LTE-Advance. Ele é até 20 vezes mais rápidos que o
4G utilizado no Brasil. Em 2013, a companhia russa Yota comercializava planos de
300 Mbps para o uso exclusivamente empresarial. A operadora sul-coreana SK
Telecom disponibiliza o LTE-A para todos os seus clientes com taxas de 150 Mbps
para download e 37,5 Mbps para uploads.
Se considerarmos todos os requisitos necessários para que uma rede seja
classificada como 4G então o LTE-A é a tecnologia que mais se aproxima do 4G.
Outro requisito exigido é que os gadget também devem ser compatíveis com as
redes “inferiores”.
Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas, como a parceria público-
privado entre o governo do Reino Unido e Samsung, Fujitsu, Huawei, Rohde-
Schwarz, Internacional VIACOM e Telefônica Europa. A perspectiva é que em 2020
alcancemos o 5G.
Há também pesquisas para a tecnologia Cloud-RAN, que trabalha com
redes de acesso via rádio baseadas na nuvem. Ela é desenvolvida pelo fabricante
Huawei.
Com a entrada em vigor do marco civil da Internet as operadoras tiveram
que se adequar para prestar os serviços. Terão que tratar de forma isonômica
quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço,
terminal ou aplicação. Uma maneira encontrada pelas operadoras foi cortar o 3G
Vivo39%
Tim30%
Claro20%
Oi8%
Nextel3%
68
após o fim da franquia de pré-pago. Não será possível manter o acesso à Internet
com velocidade reduzida ao término da franquia. Será necessário aquisição de
créditos ou contratar um pacote adicional. Isso já é praticado em outros países. Uma
justificativa da operadora para essa mudança é que a redução da velocidade cria
uma percepção negativa dos serviços (VALOR ECONÔMICO, 2014). Isto é uma
forma do mercado se adequar a legislação e os custos com o serviço.
Segundo Oliveira e Loural (2005), no artigo Impacto da introdução da
tecnologia de voz sobre IP no desempenho de operadores tradicionais, há uma
demanda negativa de acesso à telefonia convencional e um incremento na demanda
por acesso à rede através de conexões de banda larga. Analisando duas operadoras
concluíram que para as operadoras o cenário de continuidade e adaptação é viável
economicamente. Porém, o cenário de ruptura reduz as receitas impedindo a
reestruturação da empresa. As novas aplicações de TIC estão provocando a
convergência de diferentes tecnologias, entre elas a tecnologia VoIP, de forma que
as operadoras podem se adaptar para continuar atendendo e obtendo lucros.
Assim, com a tecnologia e os recursos disponíveis hoje é provável que no
futuro a vida se torne mais virtual, quem sabe até nos tornando dependentes. Em 5
anos a IoE fará parte de toda a população de alguma forma. Em qualquer lugar os
cuidados com o BYOD deveram ser observados. Talvez a telefonia que conhecemos
hoje não exista mais, substituída pelo Voip. E a nuvem, hoje algo grandioso e sem
limites, possivelmente comece a ter limitações como temos atualmente com o IPV4.
Das necessidades surgem as soluções criativas. Provavelmente do investimento em
educação da população de baixa renda surjam novas aplicações que revolucione e
facilite a vida das pessoas. Porque a tecnologia evolui de forma exponencial. Como
exemplo da velocidade de evolução, levou 14 anos para desvendar a sequencia do
HIV e 31 dias para desvendar o vírus da SARS (RYDLEWSKI; GRECO, 2006).
69
5. CONCLUSÃO
O estudo de caso do Brasil com relação à participação da classe baixa no
uso dos serviços de telecomunicações confirmou que as classes D e E são
consumidoras de telefonia fixa, móvel e banda larga. Algumas operadoras atraem os
clientes com pacotes de serviços com telefonia fixa, móvel, banda larga e TV por
assinatura. Os consumidores buscam formas de conexão, mais eficientes e mais
baratas e se tiver a impressão que é vantajoso, adquire o pacote de serviços. Eles
não são fiéis a uma empresa podendo usar mais de uma operadora dependendo do
tipo de ligação efetuada e podem fazer portabilidade do número no mesmo DDD
para outra operadora que apresente vantagens.
A tendência natural do mercado é que a telefonia fixa deixe de ser opção
dos consumidores e que pessoas e coisas tenham conexão móvel.
Para as operadoras a prestação do serviço para a classe A ou E deve ser da
mesma forma. Mas o consumidor classe A pode adquirir um pacote completo, pós-
pago e de alto custo, enquanto o consumidor classe E adquire um serviço pré-pago,
inserindo o mínimo de crédito por mês para realizar ligações ilimitadas dentro da
própria rede, envio de torpedos gratuitos para a mesma operadora, receber ligações
ou utilizar as redes sociais que possibilita a troca de mensagens entre os usuários
de forma gratuita. Desta forma pode ser observado que, para atender a classe E, o
preço pago pelo consumidor pela prestação do serviço é menor que o custo da
prestação do serviço pelas operadoras. Essa mudança cultural, que é a utilização da
comunicação móvel pré-paga e a participação em redes sociais, começou na classe
C e propagou para a classe D e E através das promoções que as operadoras
promoveram para atrair e reter de clientes.
Atualmente a disputa pelo mercado entre as empresas concorrentes obrigam
as empresas a não renunciarem nenhuma receita além de ter que fazer novos
investimentos em tecnologia e infraestrutura. Esses novos investimentos precisam
ser bem planejados para que propicie lucro.
O desenvolvimento e implantação de novas tecnologias estão tendo um
tempo de duração cada vez menor, mas o custo de aquisição continua grande. O
custo e o tempo de amortização e depreciação do investimento devem ser bem
70
avaliados pelas operadoras e devem maximizar o lucro gerado pelo investimento e
as novas tecnologias devem ser interconectáveis, sem perdas e nem redução de
qualidade, seja em uma ligação local ou longa distância nacional ou internacional.
Nesta última utilizando operadoras internacionais.
Hoje o grande desafio das operadoras é pelo menos equilibrar a equação
preço cobrado e custo da operação. A dinâmica do mercado obriga as operadoras a
avaliar e refazer suas estratégias com maior frequência. Alto custo de investimento,
tarifas baixas, retorno do investimento lento, novos concorrentes surgem oferecendo
produtos substitutos, pequenas empresas atendem a nichos de mercados lucrativos
sem nenhuma limitação pelo órgão regulador são alguns exemplos de ameaças que
o ambiente externo provoca ou influência e pode causar um risco a capacidade de
retorno da operadora. Alta competitividade entre os concorrentes, congestionamento
de serviço, problemas de conexão e cobertura, metas de prestação de serviço
acordada com órgão regulador que devem ser alcançadas, falta de investimento em
novas tecnologias e dificuldade de encontrar mão de obra capacitada para novas
tecnologias são algumas ameaças que as empresas sofrem no seu ambiente interno
e devem atuar para reduzir.
A utilização de redes ópticas, a preferência do consumidor por serviços
móveis, os pacotes de serviços e marca conhecida pelo consumidor são alguns
pontos fortes do ambiente interno que fortalece a imagem da operadora e aumentam
sua vantagem competitiva. Acesso desigual aos serviços, principalmente na área
rural, utilização de novas tecnologias, seja em equipamentos ou aparelhos, definição
de novos serviços utilizando o acesso de dados de alta velocidade, as fusões ou
aquisições de empresas, seja concorrente ou desenvolvedora de serviço ou
tecnologia, que tragam resultados em longo prazo são oportunidades que surgem
para as operadoras no ambiente externo que devem ser aproveitados de forma a
aumentar seus pontos fortes.
A tecnologia evolui rápido. Os serviços somente de voz estão em declínio. A
banda larga está facilitando o crescimento de comunicações por mensagens. Elas
podem ser de texto, imagens ou vídeo. O VoIP também está com a demanda em
crescimento e evoluindo para o VoLTE. A convergência dos serviços para a rede de
Internet faz com que as operadoras foquem sua atuação na prestação do serviço de
acesso fixo ou móvel.
71
Uma boa estratégia para as operadoras é aproveitar o fenômeno
comportamental que surgiu com a telefonia móvel. A mobilidade ou “everywhere” e a
ubiquidade ou “always on” são novos modos de conexão que provocou uma
revolução tecnológica chamada de IoT. Etiquetas de identificação RFID, sensores,
atuadores e tecnologia de comunicação de dados (Wi-Fi, Bluetooth e NFC)
conectam itens usados à Internet através de computadores, smartphones e
phablets. Outro tipo de comunicação em crescimento é o M2M que movimenta o m-
commerce. Em 2013 o Brasil era o terceiro maior mercado de conexões M2M móvel
do mundo.
Também é preciso considerar a quarta onda da Internet que é tudo
conectado. Elas fez surgir a IoE que utiliza as redes de telecomunicações fixas e
móveis, mas não necessariamente as redes de celular e sim dispositivos sem fio
sem mobilidade para conectar os aparelhos pessoais a tudo o que for possível.
Uma previsão do consumo nos próximos 5 anos indica que possivelmente
estaremos vivendo em cidades digitais com vários equipamentos interconectados
em várias redes publicas e privadas. Teremos vida dupla, uma no ambiente real e
outra no virtual e o 5G, comunicação através da nuvem, talvez já esteja em
funcionamento no Brasil.
A análise da participação das classes D e E constata que as operadoras
devem dar atenção a esses consumidores nas suas estratégias de mercado. Eles
podem ser uma fonte de receita viável ou utilizar serviços substitutos grátis ou de
menor custo para ter o serviço de acesso à Internet e utilizar aplicativos de
mensagens e vídeo ou conectar a redes sociais.
O desafio é grande para a área de marketing das operadoras. Ela precisa
assimilar todas as mudanças que ocorrem, tanto na tecnologia como no
comportamento do consumidor, e serem criativos na elaboração de estratégias de
mercado, considerando os acertos e erros das estratégias anteriores e na
formulação de novas formas de atuação no mercado. Mas esta atenção a este grupo
social pode trazer benefícios para a imagem do nome das operadoras, elas podem
ser vistas como empresas preocupadas com a responsabilidade social.
72
6. TRABALHOS FUTUROS
Hoje, os serviços de telecomunicações massificaram-se e os consumidores
buscam preferencialmente por comunicações de dados por ser possível à
transmissão de voz como se fossem dados e ainda pagando por um único serviço.
Também é possível fazer vídeo chamada de um extremo ao outro do planeta sem
ser tarifado como uma chamada de longa distância ou internacional.
Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas utilizando a nuvem como
meio de conexão. Talvez isso se torne uma oportunidade de reduzir os custos com
infraestrutura. O compartilhamento dos equipamentos e a redução de tempo ocioso
maximizam o retorno do investimento.
Nos países pobres e em desenvolvimento verificar-se que toda a população
é consumidora, da classe alta à classe baixa. Galpaya (2010) apresenta um estudo
de caso no Sul da Ásia. Em 2002, o Sri Lanka, utilizando recursos do Banco
Mundial, instalou backbones, uma rede de fibra ótica e também desenvolveu
capacidades de recursos humanos em tecnologias da informação e comunicação
(TIC). Com isso atraiu o call center do banco HSBC, outorgou 33 licenças de
serviços de TIC e aumentou 20% da receita das ligações internas. O valor foi
investido na redundância do backbone permitindo o uso com a telefonia celular. Com
isso e o compartilhamento do aparelho a maioria da população rural passou a ter
acesso ao serviço.
O acesso rural na Índia, Bangladesh, Paquistão e Sri Lanka cresceram,
estando entre os mais baratos do mundo, e 86% das pessoas nos países do Sul da
Ásia fizeram ou receberam telefonemas nos últimos meses (com base em 2008).
Com a população rural de baixa renda, as empresas tinham um ganho de U$ 2 a
U$5 por mês por linha. Um negócio sem risco por ser pré-pago, com
compartilhamento de infraestrutura passiva e negociações regionais por
equipamento de pequenos operadores. Com relação à qualidade, ela era baixa
porque as redes eram altamente carregadas com um preço mais baixo. O uso de
tecnologias mais baratas (consideradas assim porque foram substituídas por outras
de ponta) reduziu à metade o custo de investimento em infraestrutura. Desta forma a
Ásia estava conectada online por intermédio dos dispositivos móveis de redes 3G.
73
A perspectiva de conexão on-line também é apontada como evolução nas
comunicações no Brasil. Rego et al. (2011) demonstram que através do Programa
Nacional de Banda Larga os consumidores, as indústrias e o País podem se
beneficiar. Para que isso se realize é necessário investimento nas áreas de
comunicação sem fio, ópticas e de dados. E a implantação do serviço LTE pode ser
a solução para áreas afastadas, com poucos consumidores e também em cidades
digitais. Mas isso só será possível com um planejamento de médio à longo prazo. A
participação do governo através da TELEBRAS fará com que áreas remotas sejam
interconectadas, e conforme Alan Fischler, chefe da área de infraestrutura e TICs do
BNDES, “o que falta é modelo de negócios para que teles invistam onde a
competição é baixa.” “Com as atuais estratégias o retorno está em 5% enquanto o
custo do empréstimo estava em 7%” (TELE.SÍNTESE, 2013).
O desenvolvimento dos serviços de telecomunicações em países pobres
serve de exemplo para o Brasil. Conforme os dados coletados para este trabalho,
grande parte da população classe D e E ocupam o interior dos estados. Fazer
Benchmarking com trabalhos realizados em países pobres pode ajudar a solucionar
os problemas que temos para atender os consumidores no Brasil. A comparação
com os países asiáticos pode ser eficiente porque os países pobres são vizinhos da
Coreia do Sul, Japão, China e Índia, países com tecnologia avançadas. Por analogia
podemos comparar as capitais e regiões metropolitanas do Brasil com os países
desenvolvidos e o interior dos estados os países pobres asiáticos.
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87
APÊNDICE A - População segundo Censo
Tabela 1 – População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 1872/2010.
88
Fonte: Recenseamento do Brazil 1872-1920. Rio de Janeiro: Directoria Geral de Estatistica, 1872-1930; e IBGE, Censo Demográfico 1940/2010.
Notas: (1) População presente. (2) População recenseada. (3) População residente.
89
APÊNDICE B – Distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por Grandes Regiões, segundo as classes de rendimento nominal mensal – 2010.
Tabela 2 - Distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por Grandes Regiões, segundo as classes de rendimento nominal mensal – 2010.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. Notas: (1) Salário mínimo utilizado: R$ 510,00. (2) Inclusive as informações das pessoas sem declaração de rendimento nominal
mensal. (3) Inclusive as pessoas que recebiam somente em benefícios.
90
APÊNDICE C – Sistema de pontos Critério Brasil
Tabela 3 – Posse de itens.
Fonte: ABEP.
Tabela 4 – Grau de Instrução do chefe de família.
Fonte: ABEP
91
.
Tabela 5 – Cortes do Critério Brasil.
Fonte: ABEP
Tabela 6 – Distribuição das classes por praça.
Fonte: ABEP (LSE 2012 Ibope Media).
92
APÊNDICE D - Despesa média familiar, segundo tipo de despesas - Brasil.
Tabela 7 – Despesas monetária e não monetária média mensal familiar, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das famílias – Brasil – período 2008-2009.
93
Fonte: IBGE, Diretoria de pesquisas, Coordenação de trabalho e Rendimento,
Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Nota: O termo família está sendo utilizado para indicar a unidade de
investigação da pesquisa, unidade de consumo, conforme descrito na introdução da publicação. (1) Inclui os rendimentos monetários e não monetários e a variação patrimonial. (2) inclusive sem rendimento.
94
APÊNDICE E - Despesa média familiar, população da área urbana, segundo
tipo de despesas - Brasil.
Tabela 8 – Distribuição das despesas monetária e não monetária média mensal familiar, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das famílias, na área urbana – Brasil – período 2008-2009.
95
Fonte: IBGE, Diretoria de pesquisas, Coordenação de trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009.
Nota: O termo família está sendo utilizado para indicar a unidade de investigação da pesquisa, unidade de consumo, conforme descrito na introdução da publicação. (1) Inclui os rendimentos monetários e não monetários e a variação patrimonial. (2) inclusive sem rendimento.
96
APÊNDICE F - Despesa média familiar, população da área RURAL, segundo
tipo de despesas - Brasil.
Tabela 9 – Distribuição das despesas monetária e não monetária média mensal
familiar, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das famílias, na área rural – Brasil – período 2008-2009.
97
Fonte: IBGE, Diretoria de pesquisas, Coordenação de trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009.
Nota: O termo família está sendo utilizado para indicar a unidade de investigação da pesquisa, unidade de consumo, conforme descrito na introdução da publicação. (1) Inclui os rendimentos monetários e não monetários e a variação patrimonial. (2) inclusive sem rendimento.
98
APÊNDICE G – Contribuição dos grupos socioeconômicos para a formação da
classe média
Tabela 10 - Contribuição dos grupos socioeconômicos para a formação da classe média, 2012.
99
Fonte: SAE/PR - Estimativas produzidas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), p.20-21.
100
APÊNDICE H - Percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal
Gráfico 24 - Percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, segundo as classes de rendimento mensal domiciliar per capita – Brasil – 2005/2011.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005/2011, p.47.
101
APÊNDICE I – Percentual de pessoas que utilizaram a Internet
Gráfico 25 – Percentual de pessoas que utilizaram a Internet, no período de referencia dos últimos três meses, na população de 10 anos ou mais de idade, por classe de rendimento mensal real domiciliar per capita a preços de setembro de 2011 – Brasil – 2005/2011.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005/2011, p.42.
102
APÊNDICE J - Percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal segundo os grupamentos de atividade do trabalho principal
Gráfico 26 - Percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência, segundo os grupamentos de atividade do trabalho principal – Brasil - 2005/2011.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2005/2011, p.49.