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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS
CAMPUS JUVINO OLIVEIRA
PARTIÇÃO DE BETALAÍNA DO FRUTO DE MANDACARU EM SISTEMAS AQUOSOS BIFÁSICOS FORMADOS POR PEG, SULFATO DE SÓDIO E ÁGUA.
RUI GOMES NASCIMENTO
ITAPETINGA – BA
FEVEREIRO 2017
2
RUI GOMES NASCIMENTO
PARTIÇÃO DE BETALAÍNA DO FRUTO DE MANDACARU EM SISTEMAS AQUOSOS BIFÁSICOS FORMADOS POR PEG, SULFATO DE SÓDIO E ÁGUA.
Dissertação apresentada como requisito para
a obtenção do grau de Mestre em
Engenharia e Ciência de Alimentos, área de
concentração em Engenharia de Alimentos, da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –
UESB.
ORIENTADOR:
Profª. DSc. Leandro Soares Santos
CO-ORIENTADORES:
Prof. DSc. Rafael da Costa Ilhéu Fontan
Prof. DSc. Renata Cristina Ferreira Bonômo
ITAPETINGA-BA
FEVEREIRO 2017
3
Catalogação na Fonte: Rogério Pinto de Paula – CRB 1654 - 5ª Região
Diretor da Biblioteca – UESB – Campus de Itapetinga-Ba Presidente do Conselho de Bibliotecas da UESB
Índice Sistemático para desdobramentos por Assunto:
1. Engenharia de Alimentos - Corante natural 2. Betalaína - Sistema aquoso bifásico - Coeficiente de partição
664.8 NASCIMENTO, Rui Gomes. N198c Partição de Betalaína do Fruto de Mandacaru em Sistemas Aquosos
Bifásicos Formados por Peg, Sulfato de Sódio e Água. / Rui Gomes Nascimento. – Itapetinga-Ba: UESB/Mestrado em Engenharia de Alimentos, 2017.
106p. Il.
Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) - campus de Itapetinga. Sob a orientação do Profº. D.Sc. Leandro Soares Santos e coorientação do Profº. D.Sc. Rafael da Costa Ilhéu Fontan e Profª. D.Sc. Renata Cristina Ferreira Bonômo. 1. Engenharia de Alimentos – Corante natural. 2. Betalaína - Sistema aquoso bifásico - Coeficiente de partição. I. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos, UESB, Campus de Itapetinga. II. SANTOS, Leandro Soares (Orient.) III. FONTAN, Rafael da Costa Ilheu (Coorient.). IV. BONÔMO, Renata Cristina Ferreira. V. Título.
CDD: 664.07
4
5
“Não se pode ter tudo na vida, mas não existe lei alguma que proíba as pessoas de lutar por
seus objetivos.
Dom, talento, inteligência... nada disso adianta se não existir gana e determinação”.
Kelly Slater
6
A Deus
Aos meus pais
A Nicolle
Dedico!
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Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por guiar meus passos e
permitir superar todos os obstáculos para o alcance dessa vitória e a minha rainha Maria
que sempre me amparou em maus momentos.
Aos meus pais Ney e Áurea, razões do meu viver, pelo carinho e amor
inigualavel, por cada gota de suor derramado, pelo esforço durante toda a vida e por
se fazerem sempre presentes, amo vocês mais que tudo!
Á minha irmã Nicolle que sei que posso contar com o apoio, carinho e amor, é a
melhor irmã do mundo, te amo!
À Cida e Teté por se fazerem da família e pelo carinho e apoio de sempre.
Á minha namorada Ilca, pelo amor e companheirismo, sempre me anima,
incentiva e nunca deixou duvidar da minha capacidade.
Ao professor Leandro Soares, pela excelente orientação, pelas sugestões
valiosas ao longo do trabalho, pelos esclarecimentos nos momentos de dúvidas, pela
amizade e boa convivência.
Ao professor Sérgio Castro, por me acompanhar em grande parte do trabalho
com exceletes contribuiçãoes e pela amizade adquirida, meu muito obrigado!
Ao professore Rafael Fontan, pelas valiosas contribuições e pela amizade
adquirida, Meu muito obrigado!
À professora Cristiane Veloso, pelas sugestões e por fazer parte da banca
examinadora.
Um agradecimento em especial ao casal de amigos Gabriel e Olga, que além da
grande amizade e companherismo de sempre, tiveram imensa importância para a
realização dessa vitória e de outras vitórias. Obrigado por tudo mesmo.
Aos grandes amigos, em especial a Dexter, Jequié, Guigo, Paca, Daniel,
Pitágoras, Manu, Michelle, Ben, Grazi e Fabíola. Sem vocês a caminhada seria mais
complicada
Aos alunos e professores do LEP, que me ajudaram e tornaram os dias de
trabalho menos cansativos.
À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
À CAPES pela concessão da bolsa.
Muito Obrigado!
8
RESUMO
Nascimento, R. G. Partição de betalaína do fruto de mandacaru e obtenção de dados de equilíbrio e modelagem termodinâmica para sistemas aquosos formados por peg, sulfato de sódio e água e aplicação. Itapetinga – BA: UESB, 2017. 104 p. (dissertação – mestrado em engenharia de alimentos). *
As Betalaínas são pigmentos que apresentam alto poder tintorial, tornando-as de grande importância para substituição de corantes artificiais. No entanto, este corante natural vem acompanhado de moléculas de açúcar em seu extrato bruto, tornando necessário promover sua purificação. Dentre os processos de purificação existentes, a utilização dos Sistemas Aquosos Bifásicos (SAB’s) tem sido recentemente aplicada à extração e purificação de corantes, pois é um metodo que separa o composto de interesse em condições que mantêm suas características físico-químicas. Sendo assim, esse trabalho teve como objetivo obter dados de equilíbrio de sistemas aquosos bifásicos compostos por polietilenoglicol, sal e água, fazer a modelagem termodinâmica desses dados e aplicá-los para a partição da Betalaína. Portanto, foram determinados 24 diagramas de fases, com três linhas de amarração em cada diagrama. Os dados de equilíbrio dos sistemas aquosos bifásicos contendo PEG 400 + sulfato de sódio + água e PEG 1500 + sulfato de sódio + água nos valores de pH 3,0, 4,0 e 5,0 nas temperaturas de 20ºC, 25ºC 30°C e 35°C foram obtidas mediante a técnica turbidimétrica e as linhas de amarração foram determinadas através regra da alavanca. Os resultados mostraram que, para a maioria dos sistemas, o efeito da temperatura não apresentou grandes variações na região bifásica. Foi verificado também que quanto maior o valor do pH e a massa molar do polímero, maior a região bifásica. Além disso, os dados de equilíbrio foram modelados termodinâmicamente através do modelo UNIFAC e calculado o volume de exclusão. O modelo UNIFAC, que é basicamente preditivo, foi capaz de representar satisfatoriamente os sistemas estudados a partir dos dados experimentais obtidos pela regra da alavanca e forneceu valores relativamente baixos de desvio. Pode-se observar também que com o aumento dos valores de pH o volume de exclusão teve uma tendência a aumentar, esses valores foram comprovados através dos resultados da energia de interação. Posteriormente foi realizada a partição da betalaína a 25 ºC, nos pH’s 3, 4 e 5. Os coeficientes de partição da betalaína foram determinados pela relação da concentração do pigmento na fase superior e inferior e posteriormente investigados em função da massa molar do polímero e o comprimento da linha de amarração. Nos sistemas, pôde-se verificar que o aumento da massa molar do polímero promoveu o aumento do coeficiente de partição, assim como o aumento do valor do pH promoveu o aumento do coeficiente de partição da betalaína. Assim sendo conclui-se que os SAB’s em estudo pode ser uma alternativa para a separação da betalaína, uma vez que estes proporcionam a separação da mesma.
Palavras chave: Betalaína, sistema aquoso bifásico e coeficiente de partição.
____________________________ * Orientador: DSc. UESB. Leandro Soares Santos; Co-orientadores: DSc. UESB. Rafael
da Costa Ilhéu Fontan; DSc. UESB, Renata Cristina Ferreira Bonômo.
9
SUMMARY
Nascimento, R. G. Partition of betalain of the mandacaru fruit and obtaining equilibrium data and thermodynamic modeling for aqueous systems formed by peg, sodium sulfate and water and application. Itapetinga - BA: UESB, 2017. 104 p. (Dissertation - master's degree in food engineering). * The Betalaínas are pigments that have high tintorial power, making them of great importance for the replacement of artificial dyes. However this natural dye comes accompanied by sugar molecules in its crude extract, making it necessary to promote its purification. Among the existing purification processes, the use of Biphasic Aqueous Systems (SAB's) has recently been applied to the extraction and purification of dyes, since it is a method that separates the compound of interest under conditions that maintain their sensorial characteristics. Thus, the objective of this work was to obtain equilibrium data of biphasic aqueous systems composed of polyethylene glycol, salt and water, to thermodynamic model these data and to apply them to the Betalaína partition. Therefore, 24 phase diagrams were determined with three mooring lines in each diagram. The equilibrium data of the biphasic aqueous systems containing PEG 400 + sodium sulphate + water and PEG 1500 + sodium sulphate + water at pH values 3.0, 4.0 and 5.0 at temperatures of 20 ° C, 25 ° C 30 ° C And 35 ° C were obtained by the turbidimetric technique and the mooring lines were determined through the lever rule. The results showed that, for most systems, the temperature effect did not show large variations in the biphasic region. It was also verified that the higher the pH value and the molar mass of the polymer, the greater the biphasic region. In addition, the equilibrium data were modeled thermodynamically through the UNIFAC model and calculated the exclusion volume. The UNIFAC model, which is basically predictive, was able to satisfactorily represent the studied systems with some functional groups and parameters of interaction existing in the literature and others estimated from the experimental data obtained in this work providing relatively low values of deviation, it can be observed Also that with the increase of the pH values the exclusion volume had a tendency to increase, these values were proved through the results of the interaction energy. Subsequently, Betalaine was partitioned at 25 ° C at pH 3, 4 and 5. The partition coefficients of betalain were determined by the ratio of the pigment concentration in the upper and lower phases and subsequently investigated as a function of the molar mass of the polymer and Length of the mooring line. In the systems, it was verified that the increase of the molar mass of the polymer promoted the increase of the partition coefficient, just as the increase of the pH value promoted the increase of the partition coefficient of betalain. Thus, it is concluded that the SAB's under study may be an alternative for the separation of betalaine, since these provide the separation of the same. Keywords: Betalain, biphasic aqueous system and phase diagram.
______________________________
* Advisor: DSc. UESB. Leandro Soares Santos; Co-orientadores: DSc. UESB. Rafael
da Costa Ilhéu Fontan; DSc. UESB, Renata Cristina Ferreira Bonômo.
10
Sumário
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 19
2.1. Betalaínas ..................................................................................................... 19
2.1.1. Aspectos Gerais ..................................................................................... 19
2.1.2. Fontes de Betalaínas ............................................................................. 21
2.2. Fruto de Mandacaru ..................................................................................... 21
2.3. Métodos de purificação da Betalaína ......................................................... 23
2.4. Sistemas aquosos bifásicos ....................................................................... 24
2.4.1. Tipos de sistemas aquosos bifásicos .................................................. 25
2.4.2. Diagrama de fases ................................................................................. 27
2.4.3. Variáveis que influenciam no diagrama de fases ............................... 29
2.4.4. Coeficiente de partição ......................................................................... 31
2.5. Propriedades termofísicas .......................................................................... 31
2.6. Modelagem termodinâmica ......................................................................... 32
2.6.1. Métodos de contribuições de grupos .................................................. 32
2.6.2. UNIFAC (Universal Functional Activity Coefficient model) ................ 33
2.7. Aplicação dos SAB’s na separação de pigmentos .................................... 37
3. OBJETIVOS ......................................................................................................... 39
3.1. Objetivo geral ............................................................................................... 39
3.2. Objetivos específicos ................................................................................... 39
4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 40
4.1. Material .......................................................................................................... 40
4.2. Preparo dos sistemas aquosos bifásicos .................................................. 40
4.2.1. Determinação das curvas binodais. ..................................................... 40
4.2.2. Determinação das linhas de amarração. ............................................. 41
4.2.3. Quantificação dos componentes do sistema. ..................................... 43
4.3. Determinação da Densidade ....................................................................... 44
4.4. Obtenção dos dados modelados ................................................................ 44
4.4.1. Cálculo dos Coeficientes de Atividade ................................................ 44
4.4.2. Calculo das energias de interação ....................................................... 45
4.4.3. Cálculo do volume de exclusão ............................................................ 45
4.5. Obtenção do extrato de betalaína da casca do fruto de Mandacaru ....... 46
11
4.6. Determinação dos parâmetros de partição. ............................................... 46
4.8. Determinação da quantidade de açúcar redutor. ...................................... 47
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 49
5.1. Diagrama de fases de equilíbrio.................................................................. 49
5.1.1. Efeito da massa molar no diagrama de fases de equilíbrio. .............. 50
5.1.2. Efeito da temperatura no diagrama de fases de equilíbrio. ............... 53
5.1.3. Efeito do pH no diagrama de fases de equilíbrio. ............................... 56
5.2. Estudo do Comportamento das Linhas de Amarração. ............................ 58
5.3. Propriedades termofísicas. ......................................................................... 66
5.3.1. Densidade ............................................................................................... 66
5.4. Estimativa dos parâmetros e energia de interação. .................................. 69
5.4.1. Desvio dos sistemas e gráficos comparativos dos dados
experimentais e calculados através do modelo UNIFAC. ............................... 73
5.5. Volume de exclusão dos sistemas ............................................................. 79
5.6. Partição da Betalaína e dos açúcares redutores em Sistemas Aquosos
Bifásicos ................................................................................................................. 80
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 84
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 85
ANEXOS ..................................................................................................................... 98
12
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: ESTRUTURA GERAL DA BETALAÍNA: (A) MOLÉCULA DE ÁCIDO BETALÂMICO,
PRESENTE EM TODAS AS MOLÉCULAS DE BETALAÍNA; (B) ESTRUTURA QUE
REPRESENTARÁ UMA BETACIANINA OU BETAXANTINA DEPENDENDO DOS
RADICAIS R1 E R2. ........................................................................................................ 19
FIGURA 2: ESTRUTURA BÁSICA DE BETACIANINAS VERMELHAS E BETAXANTINAS
AMARELAS. .................................................................................................................... 20
FIGURA 3: DIAGRAMA DE FASE PARA SISTEMAS AQUOSOS BIFÁSICOS, EXPRESSOS
EM COORDENADAS RETANGULARES. ....................................................................... 27
FIGURA 4: DIAGRAMA DE FASES DO SISTEMA PEG + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA, A
TEMPERATURA 20ºC (A), 25ºC (B), 30ºC (C) E 35ºC, NO PH 3 EM DIFERENTES
MASSAS MOLARES DO POLÍMERO. ............................................................................ 51
FIGURA 5: DIAGRAMA DE FASES DO SISTEMA PEG + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA, A
TEMPERATURA 20ºC (A), 25ºC (B), 30ºC (C) E 35ºC, NO PH 4 EM DIFERENTES
MASSAS MOLARES DO POLÍMERO. ............................................................................ 52
FIGURA 6: DIAGRAMA DE FASES DO SISTEMA PEG + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA, A
TEMPERATURA 20ºC (A), 25ºC (B), 30ºC (C) E 35ºC, NO PH 5 EM DIFERENTES
MASSAS MOLARES DO POLÍMERO. ............................................................................ 52
FIGURA 7: DIAGRAMA DE FASES DO SISTEMA PEG 400 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA,
A PH 3,0 (A), PH 4,0 (B), E PH 5,0 (C), EM DIFERENTES TEMPERATURAS. .............. 55
FIGURA 8: DIAGRAMA DE FASES DO SISTEMA PEG 1500 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA,
A PH 3,0 (A), PH 4,0 (B), E PH 5,0 (C), EM DIFERENTES TEMPERATURAS. .............. 56
FIGURA 9: DIAGRAMA DE FASES PARA SISTEMAS FORMADOS POR PEG + SULFATO DE
SÓDIO + ÁGUA, PARA O PEG 400 (A) E PEG 1500 (B), NA TEMPERATURA DE 20 ºC.
........................................................................................................................................ 57
FIGURA 10: DIAGRAMA DE FASES PARA SISTEMAS FORMADOS POR PEG + SULFATO
DE SÓDIO + ÁGUA, PARA O PEG 400 (A) E PEG 1500 (B), NA TEMPERATURA DE 25
ºC. ................................................................................................................................... 57
FIGURA 11: DIAGRAMA DE FASES PARA SISTEMAS FORMADOS POR PEG + SULFATO
DE SÓDIO + ÁGUA, PARA O PEG 400 (A) E PEG 1500 (B), NA TEMPERATURA DE 30
ºC. ................................................................................................................................... 58
FIGURA 12: DIAGRAMA DE FASES PARA SISTEMAS FORMADOS POR PEG + SULFATO
DE SÓDIO + ÁGUA, PARA O PEG 400 (A) E PEG 1500 (B), NA TEMPERATURA DE 35
ºC. ................................................................................................................................... 58
FIGURA 13: EFEITO DA TEMPERATURA SOBRE A REGIÃO BIFÁSICA NA LINHA DE
AMARRAÇÃO FORMADO POR PEG 1500 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA A PH 3,0 (A),
PH 4,0 (B), E PH 5,0 (C). ................................................................................................ 62
FIGURA 14: EFEITO DO PH NO CLA E ILA NOS SISTEMAS DE PEG 1500 + SULFATO DE
SÓDIO + ÁGUA, NAS TEMPERATURAS DE 20ºC (A), 25ºC (B), 30ºC (C) E 35ºC (D). . 63
FIGURA 15: EFEITO DA MASSA MOLAR NO CLA E ILA DOS SISTEMAS FORMADOS POR
PEG 1500 E PEG 4000 A 20ºC (A), 25ºC (B), 30ºC (C) E 35ºC (D) NO PH 3. ............... 65
FIGURA 16: EFEITO DA MASSA MOLAR NO CLA E ILA DOS SISTEMAS FORMADOS POR
PEG 1500 E PEG 4000 A 20ºC (A), 25ºC (B), 30ºC (C) E 35ºC (D) NO PH 4. ............... 65
FIGURA 17: EFEITO DA MASSA MOLAR NO CLA E ILA DOS SISTEMAS FORMADOS POR
PEG 1500 E PEG 4000 A 20ºC (A), 25ºC (B), 30ºC (C) E 35ºC (D) NO PH 4. ............... 66
13
FIGURA 18: DADOS EXPERIMENTAIS E CALCULADOS DO EQUILÍBRIO LIQUIDO-LIQUIDO
PARA O SISTEMA PEG 1500 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA PELO MODELO UNIFAC
A PH 3. ............................................................................................................................ 75
FIGURA 19: DADOS EXPERIMENTAIS E CALCULADOS DO EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO
PARA O SISTEMA PEG 1500 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA PELO MODELO UNIFAC
A PH 4. ............................................................................................................................ 75
FIGURA 20:DADOS EXPERIMENTAIS E CALCULADOS DO EQUILÍBRIO LIQUIDO-LIQUIDO
PARA O SISTEMA PEG 1500 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA PELO MODELO UNIFAC
A PH 5. ............................................................................................................................ 76
FIGURA 21:FIGURA 21: DADOS EXPERIMENTAIS E CALCULADOS DO EQUILÍBRIO
LIQUIDO-LIQUIDO PARA O SISTEMA PEG 400 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA PELO
MODELO UNIFAC A PH 3. ............................................................................................. 77
FIGURA 22: DADOS EXPERIMENTAIS E CALCULADOS DO EQUILÍBRIO LIQUIDO-LIQUIDO
PARA O SISTEMA PEG 400 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA PELO MODELO UNIFAC A
PH 4. ............................................................................................................................... 77
FIGURA 23: DADOS EXPERIMENTAIS E CALCULADOS DO EQUILÍBRIO LIQUIDO-LIQUIDO
PARA O SISTEMA PEG 400 + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA PELO MODELO UNIFAC A
PH 5. ............................................................................................................................... 78
14
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO FRUTO MANDACARU ........................... 22
TABELA 2: VALORES MÉDIOS OBTIDOS DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA CASCA
DO FRUTO DE MANDACARU. ....................................................................................... 23
TABELA 3: COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DO EXTRATO DE BETERRABA........................ 24
TABELA 4: SAB’S UTILIZADOS NA SEPARAÇÃO DE PIGMENTOS. .................................. 37
TABELA 5: COMPOSIÇÕES GLOBAIS PARA OS SISTEMAS EM PH = 3 FORMADOS POR
SULFATO DE SÓDIO + PEG + ÁGUA, EXPRESSAS EM PORCENTAGEM MÁSSICA
(%W/W). .......................................................................................................................... 41
TABELA 6: COMPOSIÇÕES GLOBAIS PARA OS SISTEMAS EM PH = 4 FORMADOS POR
SULFATO DE SÓDIO + PEG + ÁGUA, EXPRESSAS EM PORCENTAGEM MÁSSICA
(%W/W). .......................................................................................................................... 42
TABELA 7: COMPOSIÇÕES GLOBAIS PARA OS SISTEMAS EM PH = 5 FORMADOS POR
SULFATO DE SÓDIO + PEG + ÁGUA, EXPRESSAS EM PORCENTAGEM MÁSSICA
(%W/W). .......................................................................................................................... 42
TABELA 8: PARÂMETROS RK E QK DOS GRUPOS PARA OS MODELOS UNIFAC. ........ 45
TABELA 9: PREPARO DAS SOLUÇÕES DILUÍDAS DE GLICOSE, USADAS NA
ELABORAÇÃO DA CURVA-PADRÃO, A PARTIR DA SOLUÇÃO-MÃE DE GLICOSE 1,0
G/ L. ................................................................................................................................ 48
TABELA 10: PARÂMETROS A, B, C, E D E O COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO (R2)
OBTIDOS PARA O SISTEMAS PEG- SULFATO DE SÓDIO PELA EQUAÇÃO DE HU ET
AL. (2003). ...................................................................................................................... 49
TABELA 11: DADOS DAS LINHAS DE AMARRAÇÃO EM PORCENTAGEM MÁSSICA
(%M/M) DOS SISTEMAS FORMADOS POR PEG 400 (W1) + SULFATO DE SÓDIO (W2)
+ ÁGUA, EM DIFERENTES VALORES DE PH A DIFERENTES TEMPERATURAS. ..... 59
TABELA 12:DADOS DAS LINHAS DE AMARRAÇÃO EM PORCENTAGEM MÁSSICA (%M/M)
DOS SISTEMAS FORMADOS POR PEG 1500 (W1) + SULFATO DE SÓDIO (W2) +
ÁGUA, EM DIFERENTES VALORES DE PH A DIFERENTES TEMPERATURAS. ........ 60
TABELA 13: DENSIDADE, DAS FASES DOS SISTEMAS COMPOSTOS POR PEG (400/1500)
+ SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA EM DIFERENTES VALORES DE PH E TEMPERATURA.
........................................................................................................................................ 67
TABELA 14:VALORES DOS PARÂMETROS DE INTERAÇÃO, ENCONTRADOS NA
LITERATURA, ESTIMADOS E ENERGIAS DE INTERAÇÃO REFERENTES AO SISTEMA
PEG 400, PH 3 E T=25ºC. .............................................................................................. 69
TABELA 15:VALORES DOS PARÂMETROS DE INTERAÇÃO, ENCONTRADOS NA
LITERATURA, ESTIMADOS E ENERGIAS DE INTERAÇÃO REFERENTES AO SISTEMA
PEG 400, PH 4 E T=25ºC. .............................................................................................. 70
TABELA 16: VALORES DOS PARÂMETROS DE INTERAÇÃO, ENCONTRADOS NA
LITERATURA, ESTIMADOS E ENERGIAS DE INTERAÇÃO REFERENTES AO SISTEMA
PEG 400, PH 5 E T=25ºC. .............................................................................................. 70
TABELA 17: VALORES DOS PARÂMETROS DE INTERAÇÃO (AIJ E AJI), ENCONTRADOS
NA LITERATURA E ESTIMADOS E ENERGIAS DE INTERAÇÃO (TIJ ETJI)
REFERENTES AO SISTEMA PEG 1500, PH 3 E T=25ºC. ............................................. 71
TABELA 18:VALORES DOS PARÂMETROS DE INTERAÇÃO (AIJ E AJI), ENCONTRADOS
NA LITERATURA E ESTIMADOS E ENERGIAS DE INTERAÇÃO (TIJ ETJI)
REFERENTES AO SISTEMA PEG 1500, PH 4 E T=25ºC. ............................................. 71
15
TABELA 19: VALORES DOS PARÂMETROS DE INTERAÇÃO (AIJ E AJI), ENCONTRADOS
NA LITERATURA E ESTIMADOS E ENERGIAS DE INTERAÇÃO (TIJ ETJI)
REFERENTES AO SISTEMA PEG 1500, PH 5 E T=25ºC. ............................................. 72
TABELA 20: DESVIOS NAS COMPOSIÇÕES DOS SISTEMAS POR MODELAGEM
TERMODINÂMICA (UNIFAC). ........................................................................................ 73
TABELA 21:VALORES CALCULADOS DO VOLUME DE EXCLUSÃO DOS SISTEMAS
FORMADOS POR PEG (400/1500) + SULFÁTO DE SÓDIO + ÁGUA A 25ºC. ............... 80
TABELA 22: COEFICIENTE DE PARTIÇÃO DA BETALAÍNA (KP), NOS SISTEMAS
FORMADOS POR PEG (1500 OU 400) + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA A 25ºC. ........ 81
TABELA 23:COEFICIENTE DE PARTIÇÃO (KP) DO AÇÚCAR REDUTOR, NOS SISTEMAS
FORMADOS POR PEG (1500 OU 400) + SULFATO DE SÓDIO + ÁGUA A 25ºC. ........ 81
16
1. INTRODUÇÃO
Betalaínas são pigmentos naturais de ocorrência restrita a algumas famílias de
plantas. Por sua manifestação na natureza não ser tão abrangente, como as
antocianinas, esta classe de pigmentos foi subestimada e não foi devidamente
pesquisada ao longo dos anos (HERBACH et al., 2012). São corantes naturais
hidrossolúveis, divididos em duas classes: as betacianinas e as betaxantinas. Esses
pigmentos são ausentes de toxicidade e destacam-se pelo seu poder tintorial,
estabilidade em uma ampla faixa de pH (3-7), prevalecendo a faixa de pH (3-5), e
principalmente, pelos efeitos protetores a saúde devido ao potencial antioxidante
(VOLP et al., 2009).
Existem poucas fontes disponíveis conhecidas de betalaínas, sendo a principal, a
beterraba vermelha, que contém alto teor de betacianina (CHANDRASEKHAR et al.,
2015). Entretanto, a beterraba apresenta em sua composição elevados teores de nitrato
(6,43g / 100g) e geosmina, esse último confere a beterraba sabor residual similar ao de
terra. Essas características acabam por limitar a aplicação da beterraba e seus
derivados em formulações alimentícias. É importante ressaltar que as betalaínas
extraídas de diferentes fontes apresentam alterações em sua estrutura, resultando em
pigmentos com diferentes tonalidades e estabilidade (KOUL et al., 2012).
Em razão do que foi exposto fica evidente a necessidade e importância de estudar
diferentes fontes botânicas na extração e caracterização das betalaínas, de modo a
viabilizar a sua aplicação comercial. Dentre as fontes alternativas de extração de
betalaínas os frutos da família Cactaceae têm se destacado em razão de: apresentarem
teores elevados de betacianina; apresentarem facilidade de extração das betalaínas;
ausência de compostos que geram depreciação e níveis reduzidos de nitrato. Dentre
os frutos da família Cactaceae, a Pitaya é o fruto mais utilizados para extração e
purificação da betalaína (DOS SANTOS et al., 2015). Entretanto há outros frutos dessa
mesma família, como o Mandacaru, que não é explorado comercialmente e nem
estudado quanto à viabilidade da extração de betalaína, mesmo apresentando as
mesmas vantagens da pitaya.
A betalaína é, geralmente, comercializada na forma de extrato líquido (KOUL et
al., 2012), extrato concentrado (SEDIYAMA et al ., 2010), e extrato em pó (AGRAWAL
et al ., 2013). Entretanto, as técnicas aplicadas para a concentração e produção do
extrato da betalaína não são capazes de levar a um produto com betalaína pura, ao
17
invés disso, o produto final apresenta carboidratos, lipídeos, fibras, proteínas e outros
compostos, o que pode inviabilizar o estudo da estabilidade das betalaínas. Além do
mais, betalaína, como corante alimentar natural está sempre acompanhada de
açúcares livres, e estes aceleram a degradação da biomolécula, dessa forma, é
importante que as moléculas de betalaína sejam separadas das moléculas de açucar
(CHETHANA et al., 2007). A fim de superar essas limitações as betalaínas foram
extraídas e purificadas por outros métodos, como cromatografia e microfiltração
(GONÇALVES et al.,2013; SCHERER et al., 2015). Esses processos que garantiram
pureza do produto final, contudo, apresentaram a necessidade de um aparato de alto
valor aquisitivo, tornando necessário o uso de uma técnica que purifique a betalaína de
modo mais econômico.
Entre os processos de purificação existentes, a utilização dos sistemas aquosos
bifásicos (SAB’s) apresenta-se como uma excelente alternativa, na extração e
purificação da betalaína. Tendo em vista que os SABs são constituídos por duas fases
imiscíveis que promovem a separação do composto de interesse em condições
amenas, de forma que sejam preservadas as suas características. Além disso,
apresenta alto teor de água em cada fase (entre 70% a 90%), o que favorece a
estabilidade dos compostos. Os componentes utilizados na formação dos sistemas
apresentam ainda as vantagens de serem atóxicos, não inflamáveis e possuírem baixo
custo de aquisição quando comparados a outros métodos de extração e purificação
(OLIVEIRA, 2006).
Entretanto, ao se fazer um estudo de extração e purificação de corantes é
necessário conhecer os dados de equilíbrio dos sistemas que serão utilizados. Para
cada sistema seja polímero/polímero ou polímero/sal existe um diagrama de fases que
define as proporções entre os componentes formadores das fases. Alguns já estão
disponíveis na literatura (ANATHAPADMANABHAN e GODDARD, 1987; SNYDER et
al.,1992; SALABAT, 2001; FERREIRA e TEIXEIRA; 2011; LEMOS et al., 2011). As
informações sobre o diagrama de fases, bem como o desenvolvimento da modelagem
termodinâmica do equilíbrio de fases, são pontos importantes para o desenvolvimento,
projeto, simulação e operação dos processos de separação. No entanto, os sistemas
compostos por polímero e sal a determinadas faixas de temperaturas e valores de pH
ainda são pouco estudados, tendo como conseqüência a escassez de dados na
literatura.
18
Dessa forma, neste trabalho são determinados dados do equilíbrio líquido-
líquido para os sistemas de duas fases aquosas constituídos por água + polietilenoglicol
(PEG) (1500, 400) + sulfato de sódio nas temperaturas (20, 25, 30, 35)ºC, nos pHs (3,
4, 5) e obtidos parâmetros de interação via modelo termodinâmico UNIFAC, com o
objetivo de auxiliar as melhores condições para a separação e purificação da betalaína
presente na casca do fruto de mandacaru.
19
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Betalaínas
2.1.1. Aspectos Gerais
As informações sobre os possíveis ou comprovados efeitos nocivos dos corantes
alimentares artificiais tem aumentado a busca por fonte de corantes naturais. As
betalaínas foram um dos primeiros corantes naturais desenvolvidos para uso em
indústrias de alimentos, sendo utilizados com sucesso para colorir produtos como
balas, iogurtes, molhos de salada, mistura para bolos, substitutos da carne, bebidas em
pó, refrigerantes, entre outros (CAI et al., 2003; CONSTANT et al., 2002; GANDÍA-
HERRERO et al., 2005; KAPADIA et al., 2003; STINTZING e CARLE, 2007).
Quimicamente, as betalaínas agrupam os compostos cuja estrutura é baseada na
fórmula geral apresentada na Figura 1. Sua estrutura contém o ácido betalâmico (A)
acompanhado de um radical (B). Esses radicais podem ser de um simples hidrogênio
a um substituinte complexo, a variação desses radicais é função das diferentes fontes
de onde podem ser obtidos esses pigmentos e determinam a sua tonalidade e
estabilidade. Dessa forma, esse pigmento é subdividido em duas classes: as
betacianinas (Figura 2a), responsável pela coloração vermelho-violeta e as
betaxantinas (Figura 2b), de coloração amarelo-laranja. (VOLP et al., 2009).
Figura 1: Estrutura geral da betalaína: (A) molécula de ácido betalâmico, presente em
todas as moléculas de betalaína; (B) estrutura que representará uma betacianina ou
betaxantina dependendo dos radicais R1 e R2.
Fonte: Volp et al., 2009.
20
Figura 2: Estrutura básica de betacianinas vermelhas e betaxantinas amarelas.
a) b)
Fonte: GONÇALVES et al., 2015
Assim como as antocianinas, clorofila e carotenoides, as betalaínas são ausentes
de toxicidade, apresentam propriedades farmacológicas relevantes e, ainda assim, são
pouco estudadas. Além de se destacarem por suas propriedades colorantes, exercem
efeitos protetores à saúde humana, como: atividade anti-radical, principalmente devido
a sua capacidade de sequestrar radicais livres; proteção contra doenças relacionadas
ao estresse oxidativo e a quimioprevenção a alguns tipos de câncer (KANNER et al.,
2001; CAI et al., 2003; STINTZING, 2007).
Quando usadas como corantes em alimentos, as betalaínas oferecem maior
interesse quanto à cor e estabilidade. Diversos fatores afetam a estabilidade destes
pigmentos durante as etapas de preparação dos alimentos como luz, pH, temperatura
entre outros. Segundo Trichterborn (2006), as betalaínas são mais solúveis em água e
possuem uma força tintorial três vezes maior que as antocianinas. Segundo Almeida et
al., (2005) sua estabilidade depende do pH, sendo os valores de pH ótimo entre 3 a 5,
e razoável entre 5 a 7. É instável em presença de luz e oxigênio, e degradada quando
exposta a temperaturas elevadas.
A estabilidade física e química da betalaína é um parâmetro fundamental para sua
aplicação como substituto de corantes sintéticos em alimentos. Essa estabilidade é
influenciada, principalmente, pela natureza ou estrutura química da molécula, como o
ácido betalâmico é a estrutura presente nas duas classes em que a betalaína se
21
subdivide, é de se imaginar que a diferença de estabilidade esteja associada à
presença de diferentes radicais, os quais são determinados dentre outros fatores pela
fonte da qual as betalaínas são extraídas. Em razão disto, a fonte passa a ser um
parâmetro fundamental na busca por betalaínas com maior estabilidade a aplicação na
indústria de alimentos.
2.1.2. Fontes de Betalaínas
A principal fonte de obtenção comercial das betalaínas são as beterrabas vermelhas
(Beta vulgaris L.), que contêm consideráveis concentrações de betacianina. Os
principais problemas das beterrabas vermelhas são o seu alto nível de nitrato e seu
cheiro desagradável de terra, causado pela presença de derivados pirazínicos e
geosmina (KANNER et al., 2005).
No intuito de ampliar a gama de fontes de betalaína para viabilizar a sua aplicação
comercial, Gonçalves et al., (2015) estudou algumas espécies de flores e plantas da
família cactacae, as quais, têm se destacado por conter em seus frutos, a presença de
betalaína, em especial as frutas Opuntia (Opuntia spp) e Pitaya (Hylocereus spp). Estas
plantas podem ser cultivadas em regiões áridas e semiáridas, o que é uma grande
vantagem em termos de economia agrícola, e a ausência de geosmina e os níveis
reduzidos de nitrato aumentam sua aplicabilidade em alimentos no lugar de extrato de
beterraba (GONÇALVES et al., 2015). No Brasil a espécie do fruto de mandacaru é uma
representante desta família que ainda não foi devidamente estudada.
2.2. Fruto de Mandacaru
O mandacaru (Cereus jamacaru D.C.) é um cacto de porte arbóreo que possui
tronco multi-ramificado e pode atingir até dez metros de altura, com artículos fortemente
costados e espinhos amarelos medindo cerca de 20cm de comprimento, flores grandes,
brancas, numerosas, que se abrem à noite (LIMA, 1996). Cresce em solos pedregosos
e, junto a outras espécies de cactáceas, forma a paisagem típica da região semiárida
do Nordeste (LIMA, 1996, ROCHA e AGRA, 2002). Sua aparição ocorre principalmente
nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. O mandacaru, entre outras
cactáceas nativas da caatinga é bastante utilizada como alternativa de consumo
alimentar de animais, e ainda, possui frutos atrativos em cor e sabor, sendo consumidos
in natura pela população (SILVA et al., 2005).
22
O fruto possui forma de baga, com formato oval, seu comprimento chega a
aproximadamente 12 centímetros, coloração vermelha, carnoso, de polpa branca, com
inúmeras sementes pretas e bem pequenas, porém comestíveis (BRAGA, 1960).
Ao realizar estudo químico e farmacológico nos frutos do mandacaru, Valente (2001)
observou a presença de esteróides ergosterol e colesterol e Almeida (2005) verificou
que essa fruta oferece grande potencial de aproveitamento industrial por exibir teores
relativamente altos de sólidos solúveis totais (SST) e açúcares redutores (AR),
constituintes importantes em processos biotecnológicos, como a fermentação alcoólica.
Ainda assim, não são explorados comercialmente, ocorrendo seu desperdício ou,
então, sendo utilizados, na elaboração de doces e geleias caseiros (SILVA, 2009;
AWAD, 1993). Na Tabela 1 é apresentada a composição centesimal do fruto do
mandacaru.
Tabela 1: Composição do fruto Mandacaru
ANÁLISES Média DP CV%
SST (ºBrix) 14,12 - -
Umidade (%) 83,29 ± 0,413 0,49%
Cinzas Totais (%) 0,48 ± 0,023 4,88%
pH 4,65 ± 0,010 0,20%
Fibra (%) 0,88 ± 0,140 0,0012%
Pectina (%) 4,36 ± 3,252 7,46%
Gordura (%) 12,43 ± 1,044 8,40%
Açúc. Redutores (%) 10,42 ± 0,000 0,00%
Açúc. Não-Redutores (%) 2,93 ± 0,000 0,00%
Ferro (mg/100g) 0,6 ± 0,100 16,66%
Fonte: BAHIA et al.,2010.
Poucas informações são encontradas na literatura a respeito das propriedades dos
frutos do mandacarú, que apesar de serem encontrados em grande quantidade de
fevereiro a setembro, não são explorados comercialmente com consequente
desperdício dos mesmos (SILVA e ALVES, 2009).
23
A qualidade desses frutos é atribuída às características físicas que respondem pela
aparência externa, entre os quais se destacam o tamanho, a forma do fruto e o alto
grau de coloração da casca, a qual possui um pigmento natural de capacidade
antioxidativa. A importância de usufruir ao máximo a diversidade da fruticultura
brasileira faz com que um maior número possível de frutas silvestres e nativas sejam
fontes de comercialização. A casca do fruto de mandacaru, por sua vez apresenta além
de betalaína, quantidades de açúcar, proteína e outros componentes (Tabela 2), por
isso a intenção de separar e purificar a betalaína presente na casca do fruto de
mandacaru é promissora.
Tabela 2: Valores médios obtidos da composição química da casca do fruto de Mandacaru.
Determinações Valores médios
Sólidos solúveis (ºBRIX) 5,6400
Acidez (%Ácido cítrico) 0,3300
pH 5,2300
Teor de água (%bu) 94,300
Açúcar total (g/L) 2,0100
Açúcar redutor (g/L) 1,6400
Proteína (g/100g) 0,0014
Betalaína (g/100g) 1,4900
2.3. Métodos de purificação da Betalaína
Como a beterraba é a fonte de betalaína mais utilizada em processos industriais,
a mesma também se tornou a principal representante comercial da betalaína, sendo na
maioria das vezes, comercializada na forma de extrato líquido (KOUL et al., 2012),
extrato concentrado (SEDIYAMA et al ., 2010), e extrato em pó (AGRAWAL et al .,
2013). Entretanto, estas técnicas aplicadas para a concentração e produção do extrato
da betalaína, não são capazes de obter um produto com betalaína pura, ao invés disso,
o produto final oferece altos teores de carboidratos, lipídeos, fibras, proteínas e nitrato,
como retrata a Tabela 3:
24
Tabela 3: Composição centesimal do extrato da beterraba vermelha.
Nutrientes Extrato de Beterraba (g/100g)
Umidade
76,14 ± 0,48
Proteína 3,02 ± 0,09
Carboidratos 13,62 ± 0,31
Lipídeos 0,56 ± 0,01
Fibra alimentar total 4,65 ± 0,28
Cinzas 2,01 ± 0,13
Nitrato 6,43 ± 0,41
Fonte: DA SILVA et al., 2015
As betalaínas também já foram extraídas e purificadas por outros métodos.
Gonçalves, (2015) purificou betalaína utilizando diversos métodos de cromatografia
(Cromatografia de fase reversa (RPC), Cromatografia de troca iônica (IEX),
Cromatografia liquida de alta eficiência com fase reversa (RP-HPLC)). E por fim,
Scherer et al ., (2015), estudara, a extração da betalaína por esmagamento dos talos e
posteriormente purificou o extrato utilizando a microfiltração feita por membranas.
Entretanto tais técnicas utilizadas além de necessitarem de alto custo financeiro, podem
reduzir os efeitos benéficos da betalaína, devido à sensibilidade desses componentes
à degradação promovida pelos solventes orgânicos e altas temperaturas.
Diante disso, torna-se necessária a busca por técnicas que promovam a separação
desta biomolécula sem que afete suas características e não apresente alto custo
financeiro. Entre as várias tecnologias existentes, a utilização dos sistemas aquosos
bifásicos (SAB’s) vem se tornando uma alternativa promissora para a separação e
purificação de pigmentos.
2.4. Sistemas aquosos bifásicos
25
A extração líquido-líquido (ELL) é uma operação muito utilizada na indústria
química como técnica de separação. A extração de biocompostos em sistemas de duas
fases líquidas imiscíveis constituídas de uma fase aquosa e um solvente orgânico é
utilizada há cerca de 60 anos na purificação de antibióticos e ácidos orgânicos. Para
pigmentos e biomoléculas, no entanto, tais sistemas não são completamente
adequados, devido à sensibilidade desses componentes à degradação promovida
pelos solventes orgânicos, além do que, os solventes utilizados são normalmente
tóxicos, cancerígenos e inflamáveis (REIS et al., 2014)
Assim, uma variante da extração líquido-líquido tradicional, compatível com os
processos de biosseparações, é a purificação utilizando sistemas aquosos bifásicos, os
quais vem sendo usados com sucesso no isolamento de pigmentos e de outras
biomoléculas (COIMBRA e TEIXEIRA, 2009). Sistemas de duas fases aquosas são
formados pela combinação de soluções aquosas imiscíveis (em concentrações
específicas) de polímero-polímero, sal-sal e polímero-sal, que são denominados de
sistemas aquosos bifásicos (SAB’s) (GARZA-MADRID et al., 2011). A técnica de
separação em SAB tem sido utilizada na partição e/ou concentração de compostos
como células animais ou vegetais, microrganismos, fungos e seus esporos,
cloroplastos, mitocôndria, membrana vesicular, enzimas, proteínas, ácidos nucleicos,
vírus, metais, entre outros (REIS, 2014). Grande parte do interesse de aplicação dos
Sab’s está associado a possibilidade de separação seletiva, boa biocompatibilidade e
boa relação custo-benefício.
2.4.1. Tipos de sistemas aquosos bifásicos
Os SAB’s podem ser obtidos pela mistura de diversos componentes, entre eles:
dois polímeros hidrossolúveis, que apresentam estruturas quimicamente diferentes;
pela mistura de um polímero e um sal (orgânico ou inorgânico); e mais recentemente,
pela mistura de líquidos iônicos e sais inorgânicos, como mostrado na Tabela 4:
Tabela 4: Exemplos de componentes e tipos de Sistemas Aquosos Bifásicos
Tipos de sistema Constituintes Referências
PEG + Sulfato de Sódio BARBOSA et al., 2016
26
Polímero + Sal PEO + Sulfato de Lítio PATRÍCIO et al., 2012
PEG + Sais de fosfato SOUZA JR. et al.,
2014
Polímero + Polímero
PEG + Dextrana
ANTOV, 2006
PEG + PVA GUNDUZ, 2004
Líquido iônico + PEG
PEG + [C4mim]Cl
FREIRE et al., 2012
Líquido iônico+Sal
inorgânico
[C4min]Cl+Fosfato Potássio
LOUROS et al., 2010
Solvente orgânico + Sal
inorgânico
Álcool Isopropílico+
Sulfatos
PIMENTEL et al.,2015
Atualmente existe uma grande variedade de polímeros hidrofílicos, naturais ou
sintéticos, apropriados para formar fases, quando misturados com um segundo
polímero ou com um sal. Dentre estes se destaca o polietilenoglicol (PEG), um dos
principais polímeros sintéticos utilizados industrialmente (MURRAY; JENKINS, 1994).
Por excluir outros polímeros de sua vizinhança, não se solubilizando com eles, a
utilização do PEG é de grande interesse em aplicações biotecnológicas. Outro fator
importante é a sua contribuição ao meio ambiente, por ser um elemento altamente
biodegradável e atóxico (SILVA, 2007). Estes fatores podem explicar a utilização do
PEG na purificação de biomoléculas quando se emprega sistemas aquosos bifásicos.
Os SAB’s mais utilizados são os compostos por PEG-Dextrana (DEX) ou PEG-
sais, pois são formados por constituintes disponíveis em grandes quantidades no
mercado e não são tóxicos (REIS et al., 2014). Os sistemas PEG-sais apresentam
maior atratividade em relação aos sistemas compostos por polímeros-polímeros, pois
apresentam: menor tempo de separação de fases; custo reduzido, e propriedades
físicas favoráveis à operação em larga escala. Os sistemas PEG-sal têm sido utilizado
para a extração, concentração ou purificação, sendo a fase superior composta em sua
maioria por PEG, e a fase inferior, por sal. Um dos fatores que torna a separação das
fases mais rápida que em outros sistemas é porque a fase salina possui maior
densidade em relação à fase polimérica, o que facilita o uso de sistemas polímeros-sal
27
em aplicações industriais (HUSTED et al., 1985; SALABAT, 2001; GARZA-MADRID et
al., 2011).
Para a utilização dos SAB’s é imprescindível o conhecimento do comportamento
das fases nos sistemas. Tal comportamento é detalhado na obtenção dos diagramas
de equilíbrio, os quais representam graficamente a composição na qual se formam
duas fases líquidas em equilíbrio termodinâmico.
2.4.2. Diagrama de fases
O diagrama de equilíbrio de fases é uma representação gráfica das composições
de cada uma das fases dos SAB’s, podendo ter a forma triangular ou retangular, sob
temperatura e pressão constantes. Estes diagramas são muito importantes para os
estudos de separação de biomoléculas, pois são usados como ferramenta básica para
o início e desenvolvimento de um processo de extração. A Figura 3 representa um
diagrama de fases, mostrando a composição das fases em equilíbrio em coordenadas
retangulares.
Figura 3: Diagrama de fase para sistemas aquosos bifásicos, expressos em
coordenadas retangulares.
Fonte: ALCANTARA, 2009.
A curva que divide a região em duas fases é chamada curva binodal ou curva de
equilíbrio, acima dela o sistema terá duas fases e abaixo dela o sistema terá uma fase.
Os componentes presentes em maior quantidade nas fases salinas e poliméricas,
exceto a água, são representados no eixo das abscissas e das ordenadas,
respectivamente. A quantidade de água é calculada por diferença. A posição da binodal
varia de acordo com o tipo e a massa molar do polímero, a natureza química do sal, a
28
temperatura e o pH do meio. As linhas são chamadas “tie-lines” ou linhas de amarração
(LA), ligam pontos no diagrama e representam a composição das duas fases em
equilíbrio. Qualquer ponto que pertença à mesma região bifásica e que esteja em uma
mesma linha de amarração fornecerão fases que possuirão propriedades
termodinâmicas intensivas iguais (densidade, volume molar, entalpia molar, etc.) e as
propriedades extensivas diferentes (massa, volume, etc.).
Para se estudar a separação de fases em SAB’s, faz-se uso de uma medida
numérica de referência para a composição das fases. O comprimento da linha de
amarração (CLA), utilizado como variável determinante dos processos de partição dos
solutos em SAB’s formados por diferentes componentes. CLA é a raiz quadrada da
soma do quadrado da diferença das concentrações dos componentes formadores do
sistema, exceto água, nas fases superior e inferior (NANDINI e RASTOGI, 2011).
Sendo assim, o CLA é uma linha que liga os pontos de diagrama que representa a
composição das duas fases em equilíbrio termodinâmico (ALVARENGA et al., 2015).
O CLA de sistema de duas fases aquosa é calculado a partir do seu diagrama de fase,
como mostrado na Equação 1.
𝐶𝐿𝐴 = √[∆𝐶1]2 + [∆𝐶2]2 (1)
Onde [∆𝐶1] e [∆C2] correspondem a diferença de concentração de componente 1 (C1) e
componente 2 (C2) nas fases superior e inferior expressa em %m/m, respectivamente.
À medida que o valor da CLA aumenta, torna-se maior a diferença de
composição entre as fases, pois gera um aumento das contribuições entalpias e
entrópicas na transferência do composto para uma das fases, elevando a eficiência na
extração e/ou partição do soluto de interesse (PEI et al., 2012). À medida que a CLA
diminui, torna-se menor a diferença das propriedades termodinâmicas intensivas das
fases, fazendo com que a composição das fases vá de encontro ao ponto crítico do
sistema (Pc). Neste ponto, a diferença entre as propriedades termodinâmicas intensivas
das fases diminuem até que, teoricamente, tornam-se iguais. (PEI et al., 2012;
RODRIGUES et al., 2013).
Outra característica importante dos diagramas de fases é a inclinação da linha
de amarração (ILA). Ela é uma medida de como a composição das fases pode variar
com a alteração de uma propriedade termofísica, como a temperatura e a massa molar
29
dos constituintes, por exemplo (CARVALHO, 2004). O valor da inclinação pode ser
calculado pela Equação 2:
ILA = (CC2S − CC2I)/(CC1S − CC1I) (2)
Onde, C1S e C1I são as concentrações do componente 1 na fase superior e inferior,
respectivamente, enquanto, C2S e C2I são as concentrações do componente 2 na fase
superior e inferior, respectivamente.
2.4.3. Variáveis que influenciam no diagrama de fases
No processo de separação de fases em sistemas aquosos bifásicos, a região
bifásica é fortemente afetada por diversas variáveis que influenciam a partição de
biomoléculas entre as duas fases dos SABs. Essas variáveis podem ser classificadas
como variáveis essenciais ao próprio sistema, como por exemplo, componentes dos
sistemas, massa molar do polímero, pH e temperatura (MARTINS, 2012).
2.4.3.1. Efeito da temperatura
Estudos apontam que o aumento da temperatura pode provocar o aumento da
região bifásica em diagramas do tipo PEG + sal (JAYAPAL et al., 2007; AMARESH et
al., 2008; REGUPATHI et al., 2009). Contudo, em alguns estudos como o de Martins et
al., (2008) mostram que a temperatura pode ter um resultado tão pequeno que não há
diferença entre as curvas binodais.
O aumento da temperatura favorece o aumento da concentração de PEG na fase
superior do sistema e consequentemente ocorre uma redução da concentração de
polímero na fase inferior.
Isso ocorre, pois o aumento da temperatura faz com que a transferência de água
da fase superior para a fase inferior seja maior e, dessa forma, o volume das fases se
altera. O aumento da temperatura causa o aumento da hidrofobicidade da fase superior
e, assim, há exclusão de moléculas de água de solvatação do polímero, de modo a
transportá-las para fase mais hidrofílica, a salina.
A pesquisa feita por Graber et al. (2004), estudando o efeito das temperaturas
de 5 °C, 25 °C e 45 ºC em sistemas PEG 4000 + sulfato de Sódio + água, mostraram
que o aumento da temperatura provoca o deslocamento da curva binodal, aumentando
30
a região bifásica, o que implica numa menor concentração do sal e do polímero
necessários para a formação do sistema aquoso bifásico. Resultado semelhante obtido
por Regupathi et al. (2011).
2.4.3.2. Efeito da massa molar do polímero
A influência do comprimento da cadeia polimérica nos diagramas de fase é
evidente, sendo observada inicialmente por Albertsson (1960). Quanto maior a massa
molar do polímero formador do SAB menor será a concentração de sal (ou do outro
componente constituinte do sistema) requerida para que ocorra a separação de fases.
Este comportamento é observado tanto para sistemas polímero-polímero-água quanto
para sistemas polímero-sal-água e outros (SAMPAIO, 2011).
BARBOSA et al., (2015) analisaram o efeito da massa molar do PEG nas curvas
binodais para o sistema PEG + Sulfato de sódio + água, a 20, 30, 40 e 50 °C,
constatando que o aumento da massa molar do PEG provocou o deslocamento das
curvas binodais para menores concentrações de PEG e sal a qualquer temperatura, ou
seja, quanto maior a massa molar do polímero, menor será a quantidade de
constituintes necessários para a formação das fases, facilitando assim o processo.
Resultados semelhantes também foram obtidos por Tubío et al. (2006); Graber et al.
(2004), para sistemas aquosos contendo polietilenoglicol e sais. Esse efeito ocorre pela
redução da solubilidade do PEG em água, com o aumento da massa molar do PEG.
2.4.3.3. Efeito do potencial hidrogeniônico
A influência do pH na separação das fases foi inicialmente estudada por diversos
autores, dentre eles Huddleston et al. (1998), Ferreira et al. ( 2007) e Padilha et al.
(2015). Em todos os estudos, observou-se que a redução do pH, provoca um
deslocamento da curva binodal, no sentido de maiores concentrações de polímero e
sal, ou seja, dificulta a formação de fases no sistema e consequentemente ira ocorrer
uma redução na região bifásica.
A redução do pH implica em uma maior concentração de íons H+ na solução.
Uma maior concentração desses íons no meio causa uma redução no estado de
oxidação de algumas moléculas. Moléculas com menores estados de oxidação
possuem menor capacidade de hidratação resultando em maior quantidade de água
disponível para hidratação do PEG e consequentemente dificultando a formação de
fases do sistema.
31
2.4.4. Coeficiente de partição
No momento em que materiais biológicos são adicionados em um sistema
aquoso bifásico, eles se distribuem entre a fase superior e a fase inferior. A relação
entre as concentrações de certa biomolécula nessas fases define o coeficiente de
partição. Assim, o coeficiente de partição (Kp) é a razão entre a concentração de uma
biomolécula nas fases de topo e de fundo, conforme apresentado na Equação 3.
Kp =[C]sup
[C]inf
(3)
Onde: [C]sup e [C]inf são as concentrações do soluto na fase superior e inferior,
respectivamente.
Tal distribuição irá depender de inúmeros fatores, sejam eles referentes às
características da biomolécula que se distribui ou da natureza do próprio SAB utilizado.
Os mecanismos que interferem na partição das biomoléculas ainda não são
entendidos por completo. Segundo Johansson et al., (2008) e Dreyer et al., (2009),
quando um soluto é adicionado ao SAB sua distribuição entre as duas fases em
equilíbrio termodinâmico é determinada por duas contribuições termodinâmicas:
entropia e entalpia. A contribuição entrópica está associada com a variação das
possibilidades de distribuição do soluto entre as duas fases do sistema, e a contribuição
entálpica está relacionada com as interações intermoleculares rompidas e formadas ao
longo do processo de partição do soluto.
As propriedades das fases também podem contribuir na partição das
biomoléculas, como a natureza química, composição do SAB, presença de ligantes ao
longo da cadeia polimérica, pH, temperatura e densidade (CHAIWUT et al., 2010).
2.5. Propriedades termofísicas
O Processo de extração e o modo de preparo dos SAB’s envolvem basicamente
as operações unitárias de mistura, dispersão e separação. Portanto, propriedades
físicas, tais como densidade, índice de refração e condutividade são importantes na
formação e no tipo de aplicação de um SAB. Soluções aquosas de PEG e de Sais têm
32
sido utilizados na engenharia química e bioquímica para separar e purificar produtos
biológicos, biomateriais e corantes (Roberts; Bently; Harris, 2002; Nascimento et al.,
2015).
Diversos autores (HENRI et al., 2004; SEKI et al., 2009; PINKERT et al., 2011)
afirmam que o conhecimento das propriedades volumétricas de soluções aquosas
contendo macromoléculas e eletrólitos são importantes em processos de
purificação.Dentre as propriedades volumétricas, a densidade é uma das mais
importantes.
Costa et al., (2014) determinaram a densidade de soluções aquosas de PEG
1500, nas temperaturas (15, 25, 35, 45) ºC e concluíram que conforme aumentaram a
temperatura diminuía a densidade, fato observado por diversos autores (ZHOU et al.,
2010 ; MORÁVKOVÁ et al., 2011; SIONGCO; LERON; LI, 2013). Zafarani-Moattar e
Mehrdad (2000) determinaram a densidade de soluções aquosas de sistemas PEG +
Sal nas temperaturas de 25 °C, 35 °C, 45 °C. Nos estudos, utilizaram PEG de massa
molar 2000 e 4000 e sais. Com os resultados obtidos, concluíram que, conforme
aumentava a massa molar do PEG, aumentava a densidade e, conforme aumentava a
temperatura, diminuía a densidade.
2.6. Modelagem termodinâmica
A modelagem é uma ferramenta para a análise de dados, classificação, previsão
e controle do processo. A modelagem é um “conjunto de hipóteses sobre a estrutura e
o comportamento de um sistema físico pelo qual se procura explicar ou prever, dentro
de uma teoria científica, as propriedades do sistema (ALVES, 2008)”. No caso do
equilíbrio de fases, a teoria científica em questão é a termodinâmica. A modelagem
termodinâmica pode ser entendida como a criação ou modificação de um modelo
utilizando o raio e volume de cada grupo funcional presente no sistema, cujo principal
objetivo é estabelecer uma relação quantitativa para caracterizar qual a influência da
contribuição de um grupo fincional com os demais (PERUMALSAMY e MURUGESAN,
2009).
2.6.1. Métodos de contribuições de grupos
A análise dos dados experimentais permite avaliar relações qualitativas não
casuais, porém não expressa como uma variável afeta a outra. Para estudos
relacionados à engenharia, é necessário fazer estimativas da contribuição que cada
33
molécula fornece ao sistema. No entanto, estes modelos não admitem que uma mistura
consista de moléculas, mas sim de grupos de contribuição (CUNHA, 2008). Por
exemplo, a molécuma de PEG não deve ser estudada apenas como uma molécula de
PEG e sim pelos grupos de contribuição que formam essa molécula, os quais são CH2,
CH2O e OH. Outra referência deve ser feita à quantidade desses grupos funcionais
presentes dentro de uma molécula. No caso do PEG, por exemplo, o PEG de massa
molar 1500 possui 32 grupos de CH2, 30 de CH2O e 1 de OH. Então a análise da
contribuição de grupos, será feita em cada grupo de contribuição deste supracitado.
O calculo da contribuição de grupos foi proposto por Langmuir (1925) e trata uma
mistura como um conjunto de grupos de contribuição, podendo-se determinar o
coeficiente de atividade da mistura somando-se as contribuições individuais de cada
um dos grupos que a constituem. Neste trabalho, o modelo UNIFAC foi utilizado para
estimar coeficientes de atividade. A vantagem deste modelo é que ele permite
representar uma quantidade muito grande de misturas partindo de uma pequena
quantidade de grupos.
2.6.2. UNIFAC (Universal Functional Activity Coefficient model)
O modelo UNIFAC desenvolvido por Prausnitz e colaboradores (1975) utiliza o
conceito de contribuição de grupos para o cálculo dos coeficientes de atividade. Nessa
abordagem o coeficiente de atividade de cada componente é a soma de todas as
interações binárias entre os grupos funcionais desse componente com todos os outros
grupos dos componentes que compreendem a mistura (TESTER e MODELL, 1996).
O modelo UNIFAC determina o coeficiente de atividade da mistura em duas
partes: residual e combinatória. A parte residual considera as interações energéticas
formadas pelos grupos funcionais quando rompem e fazem interações até o sistema
entrar em equilíbrio, sendo identificada como uma contribuição entálpica. Já a parte
combinatorial leva em consideração diferenças na forma e tamanho entre as moléculas
na mistura e pode ser identificada como uma contribuição entrópica. (OLIVEIRA, 2010).
A metodologia de cálculo por contribuição de grupos comparativamente a outros
métodos é mais precisa na análise dos coeficientes de atividade. Entretanto, a
eficiência desse modelo depende da divisão das moléculas em grupos que interagem
entre si (Perumalsamy e Murugesan, 2009).
34
Portanto, as hipóteses para o desenvolvimento dos métodos de contribuição de
grupo para o cálculo de coeficientes de atividade foram estabelecidas por Wilson e Deal
(1962) com base nas seguintes suposições:
• "Uma solução líquida é considerada como uma mistura dos grupos que
constituem os componentes da solução"
• "A energia livre de Gibbs excedente é a soma de duas contribuições: uma
combinatorial, devido essencialmente às diferenças de tamanho e forma das moléculas,
e outra residual, que considera as interações energéticas entre as moléculas", que pode
ser expressa em termos do coeficiente de atividade de uma molécula em uma solução
líquida como:
lnγi
= lnγi𝑐𝑜𝑚 + lnγ
i𝑟𝑒𝑠
(4)
A parte combinatorial do método UNIFAC é dada pela equação 5 (REID;
PRAUSNITZ; POLING, 1988).
𝑙𝑛𝑦𝑖𝑐 = (𝑙𝑛
𝜑𝑖
𝑋𝑖+ 1 −
𝜑𝑖
𝑋𝑖) −
𝑧
2𝑞(𝑙𝑛
𝜑𝑖
𝜃𝑖+ 1 −
𝜑𝑖
𝜃𝑖) (5)
Onde:
Φi∗
=rixi
∑ rjxjj
(5.1)
θi =qixi
∑ qjxjj
(5.2)
ri = ∑ 𝑉k(𝑖)𝑅k
k
(5.3)
qi = ∑ 𝑉k(𝑖)𝑄k
k
Onde:
(5.4)
35
ri é o parâmetro de volume para o componente i; Z é o número de coordenação; qi é
o parâmetro de área superficial para o componente i; Φi∗ é a fração volumétrica do
componente em termos de ri ; θi é a fração de área superficial e 𝑉k(𝑖) é o número de
grupos do tipo k na molécula i.
Os valores dos parâmetros de Grupos, Rk e Qk estão tabelados na literatura
(REID; PRAUSNITZ; POLING, 1988).
Os Parâmetros dos componentes puros, ri e qi (ou rj e qj ), são,
respectivamente, medidas moleculares de volumes de Van der Waals e áreas
superficiais.
A parte residual é composta pelas contribuições individuais de cada grupo
presente na solução, menos a soma das contribuições individuais dos mesmos grupos
no componente puro. Por exemplo, em um sistema formado por PEG + Sulfato de sódio
+ água, teremos os seguintes grupos de contribuição, CH2, CH2O, OH, Na, SO4 e H2O.
A parte residual será referente a contribuição individual que cada grupo funcional faz
com o sistema, menos a soma que cada grupo funcional deste faz com seu componente
puro. O CH2, por exemplo, faz parte da estrutura do PEG, então a parte residual deste
componente será a contribuição que ele tem com todas as moléculas menos a
contribuição que ele tem com as moléculas do PEG (CH2O, OH).
Este termo constitui a chamada "solução por grupos", onde as contribuições
individuais de cada grupo são funções da concentração e da temperatura (WILSON e
DEAL, 1962).
𝑙𝑛𝑦𝑖𝑟 = ∑ 𝑣𝑘
(𝑖)𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜𝑠𝐾 (𝑙𝑛𝛤𝑘 − 𝑙𝑛𝛤𝑘
(𝑖)) (6)
Os coeficientes de atividade residual dos grupos são dados pela Equação 7.
𝑙𝑛𝛤𝑘 = 𝑄𝑘[1 − ln(∑ 𝜃𝑚𝑚 𝛹𝑚𝑘) − ∑𝜃𝑚𝛹𝑘𝑚
∑ 𝜃𝑛𝛹𝑛𝑚𝑛𝑚 ] (7)
θ𝑚 =Q𝑚X𝑚
∑ Q𝑛X𝑛𝑛 (7.1)
X𝑚 =∑𝑖
𝑀𝑉𝑚(𝑖)
𝑋𝑖
∑𝑖𝑀∑𝑖
𝑁 𝑉𝑗
(𝑖)𝑋𝑖
(7.2)
36
Sendo que θ𝑚 e Xm são a fração de área do grupo m e a fração molar do grupo
m, respectivamente. O coeficiente de atividade residual é definido como função da fração
de grupo Xm.
Na contribuição residual, as interações entre os grupos são expressas em termos
de parâmetros, dados pela equação 7.3.
𝛹𝑚𝑛 = exp [−𝑈𝑚𝑛−𝑈𝑛𝑚
𝑅𝑇] = exp(−
𝑢𝑚𝑛
𝑇) (7.3)
No qual Umn é a medida da energia de interação entre os grupos m e n.
Parâmetros de interação de grupos, Umn, podem ser avaliados a partir de dados
experimentais de equilíbrio de fases. Parâmetros de interação de grupo amn para uma
grande quantidade de grupos têm sido sistematicamente reportados por vários autores,
como Zarkarian et al. (1979), Herskowitz e Gottlieb (1981), Gmehling et al. (1982),
Macedo et al. (1983), Tiegs et al. (1987) Hansen et al. (1991).
A aplicação de UNIFAC a sistemas aquosos bifásicos contendo sais tem sido feita
feita por alguns autores que utilizam as abordagens propostas por Kikic et al. (1991) e
Dahl e Macedo (1992). A diferença entre as duas abordagens é que Kikic e
colaboradores consideraram um sal como composto de dois grupos, cátion e ânion,
enquanto Dahl e Macedo consideraram um sal como sendo um grupo funcional
diferenciado. Aznar (1996) utilizou a abordagem de Dahl e Macedo para representar o
equilíbrio líquido-vapor de sistemas binários e ternários contendo sais e encontrou baixos
valores de desvio. Entretanto neste trabalho, com o intuito de detalhar mais o
experimento e ter noção de qual componente do sal tem maior interação com os outros
componentes da amostra, foi utilizado a abordagem de Kikic e colaboradores, pois a
mesma considera o sal como um grupo de cátion e ânion e não como um único grupo
diferenciado
A modelagem termodinâmica de sistemas aquosos bifásicos constituídos por
polímeros apresenta inúmeras dificuldades relacionadas ao comportamento das
soluções poliméricas que diferem muito de outros tipos de soluções principalmente no
que se refere à caracterização das fases e diferença do tamanho e interação entre as
37
moléculas do polímero e do solvente (HUANG et al.,2001). Para contornar tal problema,
a caracterização das fases neste trabalho foi feita por regra da alavanca, a qual estimou
a concentração do PEG nas fases. Já o tamanho do polímero era especificado ao
computar quantos grupos de contribuição existiam na molécula a ser modelada
termodinamicamente.
No entanto, a modelagem termodinâmica em sistemas aquosos bifásicos pode
confirmar muitas teorias acerca desse processo de separação, pois tem como objetivo
demonstrar como ocorre e quais fatores influenciam a separação de fases por meio de
correlações entre os parâmetros ajustáveis do modelo e as variáveis pertinentes do
sistema, como o tamanho da cadeia do polímero e pH.
2.7. Aplicação dos SAB’s na separação de pigmentos
Devido à manutenção da atividade biológica das biomoléculas e por
apresentarem constituintes ambientalmente seguros, os SAB’s vêm sendo empregados
com muito sucesso na separação de diversas biomoléculas. Encontram-se na literatura
diversos trabalhos que evidenciam o seu potencial de aplicação e que auxiliam na
identificação dos sistemas mais adequados para a separação de certas biomoléculas.
As primeiras observações sobre a partição de pigmentos em sistemas aquosos
bifásicos começaram em 1954, quando Albertsson notificou a partição de cloroplastos
em sistemas constituídos por polietileno glicol e sal. Recentemente, NASCIMENTO et
al., (2015), como pode ser visto na Tabela 4, estudou a partição do corante betalaína
em SABs constituídos por polímero e sal. Os estudos sobre a partição de pigmentos
em sistemas aquosos bifásicos têm sido pouco retratados na literatura, embora existam
relatos de que a utilização do SAB para a extração e purificação de corantes é uma
excelente alternativa por ser de baixo custo e por ter princípios da química verde, pela
não utilização de solventes tóxicos (LENARDÃO et al., 2003).
Tabela 4: SAB’s utilizados na separação de pigmentos.
Pigmentos SAB’s Referência
Antocianina PEG + Sulfato de sódio BARBOSA et al., 2016
Betalaína PEG + Sulfato de sódio NASCIMENTO et al., 2015
38
Betalaína PEG + Sulfato de Amônia Chandrasekhar et al., 2015
Carmim de cochonilha PEG + Tartarato de sódio MAGESTE et al., 2009
Antocianina PEG + Sulfato de Amônia XIANGYANG et al., 2011
Antocianina PEG + Sulfato de Lítio PATRICIO et al., 2012
Norbixina PEG + Tartarato de Sódio MAGESTE et al., 2012
39
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo geral
Extrair betalaína presente na casca do fruto de mandacaru e determinar dados
de equilíbrio e parâmetros de interação para a formação de sistemas aquosos bifásicos
compostos por Sal, PEG e água.
3.2. Objetivos específicos
• Determinação de dados experimentais do equilíbrio líquido-líquido para os
sistemas PEG 1500/sulfato de sódio/água e PEG 400/sulfato de sódio/água às
temperaturas de 20 ºC, 25 ºC, 30 ºC, 35ºC e valores de pH 3, 4, 5.
• Utilização dos dados experimentais para estimar novos parâmetros de interação
de grupo utilizando modelo UNIFAC.
• Avaliar a partição da Betalaína nos sistemas aquosos bifásicos formados a
temperatura de 25ºC em diferentes pH’s e concentração de sal.
40
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Material
Os reagentes utilizados na condução deste trabalho foram: Sulfato de Sódio,
polietilenoglicol 1500 g.mol-1 e 400 g.mol-1 da Synth, Brasil. Foi utilizada água destilada
em todo o experimento.
4.2. Preparo dos sistemas aquosos bifásicos
Para preparar os SAB’s, compostos de PEG, sulfato de sódio e água, foram
preparadas soluções estoque com cada PEG (1500 e 400) em água e de sal em água,
utilizando uma balança analítica. A concentração da solução de PEG 1500 foi de 50 %
m/m, PEG 400 foi de 70% e da solução de sulfato de sódio foi de 22 % m/m. O pH da
solução salina de sulfato de sódio foi ajustada com ácido sulfúrico e conferida em
pHmetro a fim de obter-se valores de pH desejados.
4.2.1. Determinação das curvas binodais.
As curvas binodais dos sistemas aquosos foram obtidas utilizando soluções
aquosas de PEG 1500 + Sulfado de Sódio + água, PEG 400 + Sulfato de Sódio + água,
nas temperaturas de (20 ºC, 25 ºC, 30 ºC, 35ºC e valores de pH 3, 4 e 5. Para esta
determinação foi aplicado o método turbimétrico (ALBERTSSON, 1986), que indica o
início da região bifásica.
O procedimento consistiu em pesar 1 g da solução estoque de PEG em tubos de
ensaio, M254A (Bel Engineering, Piracicaba, Brasil). O tubo contendo a solução de
PEG foi levado ao banho termostático (Tecnal, Te- 184, Piracicaba, Brasil) com
precisão ±0,1ºC, onde foi incubado até atingir o equilíbrio térmico, na temperatura
experimental desejada. Em seguida, foram adicionadas alíquotas da solução estoque
de Sulfato de Sódio (20µL) com uma micropipeta, até ocorrer à turvação do sistema
(solução bifásica). A quantidade de Sulfato de Sódio que provocou a turvação foi
registrada e em seguida, o sistema foi titulado com água destilada até o
desaparecimento da turvação, registrando o seu valor. Esse procedimento foi repetido
diversas vezes até a saturação do sistema. Após saturado, o sistema pesou-se 1g da
solução estoque de sulfato de sódio e foram adicionadas alíquotas da solução estoque
de PEG (20µL) com uma micropipeta, repetindo o mesmo procedimento, até obtenção
41
dos pontos necessários para fazer a curva. As curvas binodais experimentais foram
ajustadas a equação empírica sugerida por Hu et al., (2003):
𝑋Sulf = exp(𝑎 + 𝑏 (𝑋𝑃𝐸𝐺)0,5 + 𝑐𝑋𝑃𝐸𝐺 + 𝑑(𝑋𝑃𝐸𝐺)²) (8)
Em que XSulf e XPEG são as composições em fração mássica do Sulfato de sódio e PEG,
respectivamente, e a, b, c e d são parâmetros de ajuste da equação.
4.2.2. Determinação das linhas de amarração.
As linhas de amarração que foram usadas para a construção dos diagramas
foram obtidas com base no método gravimétrico descrito por Merchuk et al. (1998), que
consiste em selecionar um ponto acima da região bifásica, através do qual a linha de
amarração vai passar. Foram utilizados três pontos globais para cada sistema PEG/
Sulfato de sódio/ água, os quais estão apresentados nas Tabelas 5, 6 e 7. Os pontos
que deram origem às linhas de amarração foram obtidos em cada temperatura e pH,
com composições conhecidas em tubos de centrífuga graduados de fundo cônico, a
partir da massa das soluções estoques de Sulfato de sódio, PEG 400/1500 e água para
uma massa total do sistema de 40 g.
Tabela 5: Composições globais para os sistemas em pH = 3 formados por Sulfato de
Sódio + PEG + Água, expressas em porcentagem mássica (%w/w).
Ponto
Global
20ºC 25ºC 30ºC 35ºC
Sal PEG Sal PEG Sal PEG Sal PEG
PEG 1500
1 7,5 18,0 7,5 18,0 8,0 17,0 9,0 13,0
2 8,5 19,5 8,5 19,5 9,0 18,0 10,0 14,5
3 9,5 21,0 9,5 21,0 10,0 19,0 11,0 16,0
PEG 400
1 7,0 32,0 8,0 30,0 8,0 28,0 8,0 28,0
2 8,0 34,0 9,0 31,5 9,0 30,0 9,0 30,0
3 9,0 36,0 10,0 33,0 10,0 32,0 10,0 32,0
Fonte: Dados da Pesquisa
42
Tabela 6: Composições globais para os sistemas em pH = 4 formados por Sulfato de Sódio + PEG + Água, expressas em porcentagem mássica (%w/w).
Ponto
Global
20ºC 25ºC 30ºC 35ºC
Sal PEG Sal PEG Sal PEG Sal PEG
PEG 1500
1 8,0 18,0 8,0 17,5 8,0 14,0 9,0 12,5
2 9,0 19,5 9,0 19,0 9,0 15,0 10,0 14,0
3 10,0 21,0 10,0 20,5 10,0 16,0 11,0 15,5
PEG 400
1 8,0 28,0 7,5 29,0 8,0 26,0 9,0 25,0
2 9,0 30,0 8,5 30,5 9,0 28,0 10,0 27,0
3 10,0 32,0 9,5 32,0 10,0 30,0 11,0 29,0
Fonte: Dados da Pesquisa
Tabela 7: Composições globais para os sistemas em pH = 5 formados por Sulfato de
Sódio + PEG + Água, expressas em porcentagem mássica (%w/w).
Ponto
Global
20ºC 25ºC 30ºC 35ºC
Sal PEG Sal PEG Sal PEG Sal PEG
PEG 1500
1 8,5 16,0 8,5 15,0 8,5 14,0 9,0 12,0
2 9,5 17,5 9,5 16,5 9,5 15,0 10,0 13,5
3 10,5 19,0 10,5 18,0 10,5 16,0 11,0 15,0
PEG 400
1 7,5 29,5 7,5 29,5 8,0 27,0 9,0 24,0
2 8,5 31,0 8,5 31,0 9,0 29,0 10,0 26,0
3 9,5 32,5 9,5 32,5 10,0 31,0 11,0 28,0
Fonte: Dados da Pesquisa
A mistura foi agitada vigorosamente e então centrifugada a uma força centrifuga
de 2000 g por 10 minutos, para acelerar a separação de fases. Os tubos foram mantidos
em repouso, durante 24 horas em estufa B.O.D, nas temperaturas de trabalho
estudadas, para se alcançar o equilíbrio das fases. Todas as soluções e diluições foram
preparadas, usando uma balança analítica na pesagem dos reagentes.
43
Alcançado o equilíbrio, uma alíquota de cada uma das fases resultante foram
separadas utilizando seringa de 5 mL com agulhas longas. Primeiramente, coletou-se
a fase superior até que restasse uma pequena camada desta fase acima da interface.
Este procedimento visou garantir que a interface não fosse perturbada. Em seguida,
após a coleta da fase superior, uma seringa foi introduzida cuidadosamente na célula
de equilíbrio para a retirada da fase inferior, evitando que a interface fosse perturbada.
As fases foram coletadas, pesadas e armazenadas em recipientes com tampa sob
refrigeração até que todas as análises fossem realizadas.
4.2.3. Quantificação dos componentes do sistema.
Depois das fases terem sido separadas, elas foram pesadas. A concentração de
cada componente nas fases coletadas foi estimada pela aplicação da regra da
alavanca, na relação entre a composição em massa da fase superior e a composição
total do sistema. Para determinação dos componentes da linha de amarração o
seguinte sistema de quatro equações (Equações 9-12) e quatro valores desconhecidos
(XSulf s, XSulf i, XPEG s, XPEG i) foi resolvido (HU et al., 2003):
𝑋Sulf 𝑠 = 𝑒𝑥𝑝(𝑎 + 𝑏 (𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑠)0,5 + 𝑐𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑠 + 𝑑(𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑠)2) (9)
𝑋Sulf 𝑖 = 𝑒𝑥𝑝(𝑎 + 𝑏 (𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑖)0,5 + 𝑐𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑖 + 𝑑(𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑖)2) (10)
𝑋Sulf 𝑠 − 𝑋Sulf 𝑀 / 𝑋Sulf 𝑀 − 𝑋Sulf 𝑖 = 𝑚𝑖/ 𝑚𝑠 (11)
𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑀 − 𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑠 / 𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑖 − 𝑋𝑃𝐸𝐺 𝑀 = 𝑚𝑖/ 𝑚𝑠 (12)
Onde XSulf s, XPEG s, XSulf i, XPEG i, XSulf M, XPEG M são as composições em fração
mássica do Sal e do PEG na fase superior, inferior e na mistura, respectivamente. E 𝑚𝑖
e 𝑚𝑠 é a massa da fase inferior e superior, respectivamente.
44
4.3. Determinação da Densidade
A densidade foi determinada nas temperaturas de 20°C, 25°C, 30°C e 35°C.
Para determinação desta propriedade, foi utilizado um Densímetro Digital de Bancada
DMA 5000M (ANTON PAAR, Graz, Áustria).
4.4. Obtenção dos dados modelados
Para a obtenção dos dados modelados pelo modelo UNIFAC, foi escrito uma
série de linhas de código computacional FORTRAN. Foram gerados arquivos
específicos para o cálculo do equilíbrio líquido-líquido para o ajuste de parâmetros em
sistemas aquosos bifásicos. Tais arquivos podem ser separados em três partes, como
visto a seguir.
A primeira parte diz respeito ao cálculo dos coeficientes de atividade a partir do
modelo termodinâmico apresentado no item 2.6.2 da revisão bibliográfica. A segunda
parte diz respeito à conversão dos coeficientes de atividade em valores físicos de fração
mássica dos componentes das duas fases do sistema em equilíbrio. Tal cálculo é
realizado a partir das condições de equilíbrio e conservação de massa e energia do
sistema. A última etapa corresponde ao ajuste dos parâmetros de cada modelo
termodinâmico. Nessa fase utiliza-se um algoritmo computacional de minimização de
uma função objetivo definida para realizar o acerto dos parâmetros.
4.4.1. Cálculo dos Coeficientes de Atividade
O cálculo dos coeficientes de atividade foi realizado conforme o modelo UNIFAC,
descrito na revisão bibliográfica seção n° 2.6.2 da revisão de literatura. Para o modelo
de contribuição de grupos, descritos na Tabela 8 foram utilizados nos cálculos de cada
grupo:
Cálculo dos coeficientes de atividade.
Resolução
das
equações de
equilíbrio.
Ajuste dos
parâmetros.
45
Tabela 8: Parâmetros Rk e Qk dos grupos para os modelos UNIFAC.
Grupo de contribuição Rk Qk Referências
CH2 0,6744 0,5400 Magnussen, 1981
ETIL 1,5927 1,3200 Ninni, 1999
OH 1,0 1,2 Magnussen, 1981
SO4 2,8560 2,0150 Weast, 1973
NA 3,0 3,0 Bondi, 1968
H2O 0,92 1,4 Magnussen, 1981
4.4.2. Calculo das energias de interação
A energia de interação é calculada utilizando os parâmetros de interação, obtidos
pelo modelo UNIFAC, que cada grupo funcional de contribuição exerce sobre o meio,
com a temperatura e a constante ideal dos gases. Os valores de energia de interação
podem ser obtidos pelas Equações 13 e 14.
τij = exp (−Δuij
RT) = exp (−
aij
T) (13)
τji = exp (−Δuji
RT) = exp (−
aji
T) (14)
Em que, ∆𝑢𝑖𝑗 e ∆𝑢𝑗𝑖 são os parâmetros de interação característicos da energia
de interação i-j, T é a temperatura e R é a constante ideal dos gases.
4.4.3. Cálculo do volume de exclusão
O volume de exclusão foi determinado utilizando as massas e concentrações
experimentais obtidos na confecção das curvas binodais. Esses dados foram inseridos
no programa Origin 6 que utiliza o método numérico Levenberg-Marquadt para que o
ajuste acontecesse e se descobrisse o volume de exclusão pela Equação 15.
ln (𝑉213∗ 𝑤2
𝑀2+ 𝑓213) + (𝑉213
∗ 𝑤1
𝑀1) = 0 (15)
Onde o V213 * e f 213 indicam o volume de exclusão do sal e a fração volumétrica
efetiva do sal na fase polimérica, M e w representam a massa molecular e a fração de
46
massa, os índices "1" e "2" mostram referência à quantidade de PEG e sal nas fases,
respectivamente.
4.5. Obtenção do extrato de betalaína da casca do fruto de Mandacaru
Os frutos de Mandacaru foram colhidos na região sul da Bahia e selecionados
de acordo com a intensidade da cor. Foram imersos em água corrente para remoção
das sujidades. Após a lavagem, as cascas foram separadas das frações comestíveis.
Em seguida, foram homogeneizadas na proporção 1:2, em peso da casca e volume de
água, com auxílio de liquidificador semi-industrial. O extrato líquido obtido foi submetido
à centrifugação durante 10 minutos, e filtrado com peneira. O extrato, assim preparado,
foi armazenado ao abrigo da luz congelado, para posterior uso durante a execução das
etapas seguintes do trabalho.
4.6. Determinação dos parâmetros de partição.
Após o equilíbrio das fases dos sistemas PEG-Sulfato de sódio-água, realizou-
se a separação das fases superior e inferior dos sistemas formados a 25ºC em todos
os pH’s, mantendo a massa do polímero constante com base na primeira linha de
amarração e variando apenas a massa da solução salina. O extrato da betalaína foi
adicionado (300 µL) diretamente na fase salina, durante a montagem dos sistemas, em
um volume de 3,0 mL. Em seguida, foram adicionados 3mL da fase superior aos
sistemas, os quais foram centrifugados a 2000 g, por 10 minutos, e mantidos a 25ºC,
por 24 horas, para que fosse estabelecido o equilíbrio. As concentrações dos sais e do
polímero nos sistemas foi escolhida com base nos diagramas de fases, posto que são
funções dos dados de equilíbrio. A temperatura de 25ºC foi escolhida como absoluta
pois, a maioria os sistemas formados à 20ºC formavam cristais após a injeção do
extrato de betalaína e, segundo Chethana et al., (2007) os sistemas formados acima
de 30 ºC degradavam a biomolécula de interesse.
O coeficiente de partição da betalaína (Kp), o qual é a relação entre a
concentração de equilíbrio da betalaína na fase superior (Csup) e inferior (Cinf) foi
determinado como descrito na equação 3, já citada.
4.7. Determinação das betalaínas totais.
47
A quantificação de betalaínas foi realizada de acordo com a metodologia descrita
por Nilson (1970) utilizando um espectrofotômetro. Para cada amostra fez-se a leitura
nos comprimentos de onda 476 nm, 537 nm e 600 nm, respectivamente. A
determinação em termos de concentração de betacianina (16) e betaxantinas (17):
𝑥 = 1,094 (𝐴537 + 𝐴600) (16)
𝑦 = −0,258 ∗ 𝐴537 + 𝐴476 − 0,742 ∗ 𝐴600 (17)
Onde “x” é a concentração de betacianina, “y” é a concentração de betaxantina.
E a soma de x e y é a concentração total de betalaína
4.8. Determinação da quantidade de açúcar redutor.
A quantificação do açúcar redutor na partição do extrato de betalaína foi feita
pelo método DNS descrito inicialmente por (Miller, 1959). Primeiramente fez-se a curva
padrão de glicose. Para o preparo da curva padrão, pesou-se 1,0 g de glicose anidra e
a transferiu analiticamente para balão volumétrico de 1,0 L. Após dissolução, aferiu-se
o volume com água destilada. A partir da solução de glicose 1,0 g L-1, preparou-se
soluções com concentrações variando de 0,1 g/L a 0,9 g/L de glicose, conforme Tabela
9. Transferiram-se alíquotas de volume conveniente de cada solução preparada,
incluindo a solução inicial, para tubos de ensaio. Realizou-se a leitura da intensidade
da cor em espectrofotômetro a 540 nm e com os valores encontrados obteve-se a curva
padrão.
48
Tabela 9: Preparo das soluções diluídas de glicose, usadas na elaboração da curva-padrão, a partir da solução-mãe de glicose 1,0 g/ L.
Solução de glicose (mL) Água destlada mL Concentração final (g/L)
10 90 0,1
20 80 0,2
30 70 0,3
40 60 0,4
50 50 0,5
60 40 0,6
70 30 0,7
80 20 0,8
Após obtida a curva de glicose padrão, pipetou-se 1 mL da solução de DNS para
tubos de ensaios previamente identificados, adicionou-se 0,2 mL de cada fase
separada após a partição da betalaína e completou-se com 0,8 mL de água destilada.
A mistura foi aquecida em banho-maria, com água fervente, por 5 minutos e
posteriormente resfriada com água gelada. Após atingir temperatura ambiente as
amostras foram analisadas por espectrofotômetro com comprimento de onda de 570
nm e assim obtidas as concentrações de açúcar redutor após a partição.
49
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Diagrama de fases de equilíbrio.
Diagramas de equilíbrio de fase foram obtidos para sistemas aquosos bifásicos
compostos por PEG, sulfato de sódio e água, onde foi variada a massa molar do PEG
(400 e 1500), a temperatura (20, 25, 30 e 35) ºC e o pH (3, 4 e 5). Os dados obtidos
experimentalmente na obtenção das curvas binodais dos sistemas foram
correlacionados pela equação não linear (Equação 5) proposta por Hu et al. (2003) e
os valores obtidos para os parâmetros “a”, “b”, “c”, “d” e os coeficientes de determinação
(R²) da equação ajustadas para os sistemas estudados estão apresentados na Tabela
10. Com base nos valores de R² pode-se concluir que a equação se ajustou de forma
satisfatória aos dados experimentais.
Tabela 10: Parâmetros a, b, c, e d e o coeficiente de determinação (R2) obtidos para o sistemas PEG- Sulfato de Sódio pela equação de HU et al. (2003).
T (ºC) a b c d R2
PEG 400 – pH 3
20 0,599 -13,5492 27,7112 -46,7902 0,9978
25 0,1659 -8,2546 10,4861 -9,9832 0,9930
30 -0,0332 -5,4854 -0,574 14,9585 0,9954
35 0,1883 -8,4031 9,2296 -13,0375 0,9984
PEG 1500 – pH 3
20 0,5458 -16,3206 42,8412 -204,2557 0,9921
25 0,076 -10,0045 18,5079 -117,7607 0,9921
30 0,095 -9,7662 21,9694 -188,2237 0,9918
35 0,4596 -15,918 48,0031 -302,149 0,9897
PEG 400 – pH 4
20 0,5279 -11,9740 18,0777 -14,6565 0,9946
25 -0.0879 -5,8078 3,5287 3,2796 0,9916
30 -0,0332 -5,4854 -0,5741 14,9586 0,9925
35 0,358 -11,2774 17,9455 -31,4398 0,9893
PEG 1500 – pH 4
20 -0,1907 -1,3798 -11,5558 -54,8424 0,9914
25 0,6234 -15,6268 37,6488 -201,7939 0,9927
50
30 0,5093 -16,8915 46,2375 -298,7005 0,9896
35 0,395 -13,95 29,1038 -170,4458 0,9894
PEG 400 – pH 5
20 0,1516 -8,3506 11,0659 -7,5055 0,9996
25 0,2192 -11,0199 22,8031 -50,4037 0,9923
30 -0,0145 -6,6852 4,5003 1,0642 0,9985
35 0,7885 -18,1253 39,7724 -78,5807 0,9993
PEG 1500 – pH 5
20 0,5153 -16,4549 42,1829 -219,3390 0,9994
25 0,5555 -17,1446 46,7176 -245,0172 0,9997
30 0,537 -16,9985 43,3216 -224,1548 0,9996
35 0,7157 -19,7607 56,3709 -302,5592 0,9994
Os diagramas fornecem informações sobre a concentração dos componentes
necessárias para a formação das duas fases. Foi observado que quanto mais a curva
se aproximava da origem, menor concentração dos componentes seria necessária para
formar o SAB’s. Abaixo das curvas obtidas para cada condição estudada de massa
molar do polímero, temperatura e pH, a mistura dos constituintes do sistema encontrou-
se miscíveis formando uma fase homogênea e acima das curvas verificou-se a
formação de duas fases.
5.1.1. Efeito da massa molar no diagrama de fases de equilíbrio.
As Figuras 4, 5 e 6, relacionam os diagramas formados por PEG (400 e 1500),
sulfato de sódio e água nas temperaturas e valores de pH estudadas. Foi observada,
uma redução da região bifásica nos diagramas formados por polímero de menor massa
(PEG 400) em todas as temperaturas e valores de pH utilizados, quando comparado
ao PEG 1500. PEG de menor massa molar apresenta menor hidrofobicidade, como
consequência tem-se a formação de fase superior e inferior com menor diferença de
propriedades físico-químicas, fazendo com que necessite de maiores quantidades de
sal e polímero para que ocorra a separação das fases. Portanto, a redução da massa
molar do polímero provoca a redução da região bifásica e o contrário ocorre para o PEG
1500.
51
As Figuras 4, 5 e 6, exemplificam como as curvas binodais deslocam-se para
concentrações menores de PEG e sal com o aumento da massa molar do polímero.
Esta afirmação é sustentada desde estudos antigos até pesquisas atuais, por exemplo,
Albertsson (1971) ao estudar sistemas formados por PEG (400 e 4000) e sais, observou
que as curvas binodais deslocaram-se para concentrações menores de PEG e sal com
o aumento da massa molar do polímero e RENGIFO et al., (2015), estudaram o efeito
do peso molecular de PEG (10000 e 35000), e sais compostos do cátion sódio em
diferentes temperaturas (10, 20, 30 e 40) C, e também observaram que a região de
duas fases se expandiu com o aumento da massa molecular do PEG. Esse
comportamento é atribuído à diminuição de solubilidade do PEG em água, que aumenta
com a elevação da sua massa molar, por isso, menores concentrações são requeridas
para separação de fases. A fase rica em PEG satura-se em concentrações
relativamente baixas com o aumento da massa molar do polímero. Esse
comportamento também está de acordo com resultados encontrados por SAMPAIO et
al. (2016), BARBOSA et al. (2016), COSTA et al. (2015) e OLIVEIRA et al. (2008), para
sistemas aquosos formados por PEG + sulfato de sódio.
Figura 4: Diagrama de fases do sistema PEG + Sulfato de Sódio + água, a temperatura 20ºC (a), 25ºC (b), 30ºC (c) e 35ºC, no pH 3 em diferentes massas molares do polímero.
(a)
(b)
(c)
52
(d)
Figura 5: Diagrama de fases do sistema PEG + Sulfato de Sódio + água, a temperatura 20ºC (a), 25ºC (b), 30ºC (c) e 35ºC, no pH 4 em diferentes massas molares do polímero.
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 6: Diagrama de fases do sistema PEG + Sulfato de Sódio + água, a temperatura 20ºC (a), 25ºC (b), 30ºC (c) e 35ºC, no pH 5 em diferentes massas molares do polímero.
53
(a)
(b)
(c)
(d)
5.1.2. Efeito da temperatura no diagrama de fases de equilíbrio.
O efeito da temperatura em sistemas aquosos bifásicos varia de acordo com o
tipo de sistema analisado, sendo bastante complexo devido ao seu efeito na
composição das fases em equilíbrio. Para sistema PEG + sal, é aguardado que o
aumento da temperatura gere um deslocamento da binodal no sentido de menor
concentração dos constituintes das fases, ou seja, leve a redução da quantidade de sal
e PEG, necessária para a formação de fases e consequente aumento da região bifásica
do diagrama de equilíbrio.
Entretanto, a análise gráfica dos sistemas formados por PEG 400+ sulfato de
sódio+ água e PEG 1500+ sulfato de sódio+água, para a maioria dos casos, mostrou
que não houve variação significativa da região bifásica com aumento da temperatura
(Figuras 7 e 8). Outros autores avaliaram a influência da temperatura em diagramas de
54
fases formados por PEG + sulfato de sódio e observaram mesmo comportamento.
BARBOSA et al. (2015) estudando o efeito da temperatura de 20°C, 30ºC, 40°C e 50°C
em diferentes pesos molares (PEG 1500, PEG 2000, PEG 4000 e PEG 6000) com
sulfato de sódio e água, observaram que não houve variação da região bifásica com a
variação da temperatura. COSTA et al. (2015) estudando o efeito da temperatura nos
sistemas formados por PEG 4000 e sulfato de sódio nas temperaturas de 20°C, 30ºC,
40°C e 50°C, chegou às mesmas conclusões deste estudo, não foi possível observar o
efeito da temperatura na composição do equilíbrio de fase. A falta de efeito da
temperatura sobre a composição do equilíbrio das fases indica que não há uma
variação, expressiva, de entalpia do sistema durante o processo de separação de fases
(PATRÍCIO et al., 2011).
Em relação aos sistemas PEG 400+ sulfato de sódio+ água (Figura 7, a e c) e
PEG 1500+ sulfato de sódio + água (Figura 8 b), observa-se um pequeno aumento das
regiões bifásicas com o aumento da temperatura, este aumento indica que é necessária
uma menor quantidade dos compostos (Sal e PEG) para a formação de fase. Sampaio
et al. (2016), ao estudarem o efeito das temperaturas de 20 ºC, 40ºC e 60ºC em
sistemas PEG (400, 4000, 6000) + sulfato de sódio + água, observou que o aumento
da temperatura provocou o deslocamento da curva binodal, aumentando a região
bifásica, o que implica em uma menor quantidade do sal e do polímero necessários
para a formação do SAB. Resultados semelhantes também foram encontrados por
Rengifo et al. (2015) e Hamzehzadeh (2015). Segundo Patrìcio et al. (2011) esse
resultado pode ser explicado tendo em vista que o processo de separação de fases é
endotérmico, ou seja, a formação do SAB é favorecida pelo aumento da temperatura,
requerendo menores quantidades de sal e PEG para formação do sistema.
Uma análise geral das forças motrizes que regem o comportamento do sistema
é necessária a fim de permitir melhor compreensão a cerca da influência da
temperatura sobre o equilíbrio da composição das fases. Com o aumento da
temperatura, ocorrerá agitação molecular, fazendo com que ligações sejam rompidas e
formadas durante o processo de separação de fases, aumentando assim, a variação
da entalpia, entretanto, a entropia configuracional do polímero também aumenta devido
ao processo de enovelamento da cadeia, expulsando as moléculas de água que antes
formavam camadas de solvatação ao redor das moléculas de PEG e desta forma
possibilitando as moléculas de alcançarem inúmeras possibilidades de se rearranjarem.
Assim, ocorre transferência de água da fase superior para a fase inferior. Em outras
55
palavras, a separação de fases é facilitada quando a temperatura é elevada, pois, à
medida que se aumenta a temperatura observa-se maior diferença das propriedades
físico-químicas entre as fases do sistema.
Figura 7: Diagrama de fases do sistema PEG 400 + Sulfato de Sódio + água, a pH 3,0 (a), pH 4,0 (b), e pH 5,0 (c), em diferentes temperaturas.
(a)
(b)
(c)
56
Figura 8: Diagrama de fases do sistema PEG 1500 + Sulfato de Sódio + água, a pH 3,0 (a), pH 4,0 (b), e pH 5,0 (c), em diferentes temperaturas.
(a)
(b)
(c)
5.1.3. Efeito do pH no diagrama de fases de equilíbrio.
Os diagramas formados por PEG 400 + sulfato de sódio e PEG 1500 + sulfato
de sódio nos valores de pH 3,0, 4,0, e 5,0 nas temperaturas de 20ºC, 25ºC, 30°C e
35°C, respectivamente, estão representados nas Figuras 9, 10 e 11.
As curvas binodais obtidos para os sistemas estudados têm formas semelhantes
para valores de pH diferentes. No entanto, a região bifásica se expande com o aumento
do valor do pH, e as curvas binodais deslocam-se para a origem, indicando menor
necessidade de PEG e concentrações de sal para a separação das fases. Tal
comportamento também foi descrito por PADILHA et al. (2015), que estudou sistemas
contendo PEG 400 e PEG 4000 e fosfato de sódio em valores de pH de 7,0 e 8,0;
57
Os resultados encontrados podem ser explicados com base no seguinte
argumento. Os ânions de sulfato são espécies químicas iônicas, de estado de oxidação
-2, que se originam a partir do ácido sulfúrico com fórmula molecular SO4-2 (BARBOSA,
2000). A adição de ácido sulfúrico a uma solução de sulfato de sódio aumenta a
quantidade de íons H+ no meio formando um novo tipo de ânion monovalente, HSO4-.
Dessa forma, quanto menor for o pH menor será a concentração de íons divalentes
aumentado a razão HSO4-/SO4
-2. A importância da presença de uma maior
concentração de íons de sais divalentes, comparado aos monovalentes, está associada
a maior capacidade de hidratação desse ânion resultando em menor quantidade de
água disponível para hidratação do PEG. Segundo Chakraborty e Sen (2016), os ânions
com valências mais elevadas em soluções com um valor de pH próximos ao básico são
mais eficientes na formação de duas fases, em comparação com aqueles com
valências mais baixas em soluções de pH ácido.
Figura 9: Diagrama de fases para sistemas formados por PEG + Sulfato de sódio + Água, para o PEG 400 (a) e PEG 1500 (b), na temperatura de 20 ºC.
(a)
(b)
Figura 10: Diagrama de fases para sistemas formados por PEG + Sulfato de sódio + Água, para o PEG 400 (a) e PEG 1500 (b), na temperatura de 25 ºC.
(a)
(b)
58
Figura 11: Diagrama de fases para sistemas formados por PEG + Sulfato de sódio + Água, para o PEG 400 (a) e PEG 1500 (b), na temperatura de 30 ºC.
(a)
(b)
Figura 12: Diagrama de fases para sistemas formados por PEG + Sulfato de sódio + Água, para o PEG 400 (a) e PEG 1500 (b), na temperatura de 35 ºC.
(a)
(b)
5.2. Estudo do Comportamento das Linhas de Amarração.
Com o intuito de caracterizar os diagramas de fases, foram obtidas as linhas de
amarração pela regra da alavanca. As composições de equilíbrio, comprimento da linha
de amarração (CLA) e inclinação da linha de amarração (ILA) para os sistemas
formados por PEG (400 e 1500), Sulfato de sódio e água, estudados em diferentes
condições de temperatura e pH estão apresentadas na Tabelas 11 e 12, em que os
dados referentes aos componentes das fases estão expressos em termos de
porcentagem mássica. Três linhas de amarração foram determinadas para cada
sistema estudado. O comprimento das linhas de amarração (CLA) representa a
59
diferença entre a concentração de sal e do PEG nas fases superior e inferior, quanto
maior o CLA, maior é a concentração de PEG na fase superior e a concentração do sal
na fase inferior. A inclinação da linha de amarração, segundo Barbosa et al., (2015) é
uma medida de como a composição das fases pode variar com a alteração de uma
propriedade termofísica.
Tabela 11: Dados das linhas de amarração em porcentagem mássica (%m/m) dos sistemas formados por PEG 400 (W1) + Sulfato de Sódio (W2) + Água, em diferentes valores de pH a diferentes temperaturas.
Composição global Fase Superior Fase Inferior pH LA W1 W2 W1 W2 W1 W2 CLA ILA
20 ºC
1 31,9 7,1 36,543 3,2981 14,339 22,133 29,116 -1,179
3 2 33,4 8,6 40,451 2,6005 13,022 23,370 34,406 -1,321
3 36,0 9,0 44,687 2,0726 12,337 24,016 39,090 -1,474
1
28,0
8,0 34,487 3,2869 16,54 20,139 24,619 -1,065
4 2 30,0 9,0 37,411 2,8117 15,916 23,497 29,831 -1,039
3 32,0 10,0 40,53 2,4068 15,429 26,051 34,483 -1,062
1
29,5
7,5 32,403 4,3922 19,202 18,526 19,34 -0,934
5 2 31,0 8,5 35,38 3,5553 18,182 22,97 25,937 -0,886
3 32,5 9,5 39,094 2,7822 17,913 24,361 30,237 -0,982
25 ºC
1 30,0 8,0 34,728 3,7865 15,788 20,665 25,369 -1,122
3 2 31,5 9,0 38,871 2,9056 14,947 22,685 31,042 -1,21
3 33,0 10,0 43,459 2,2042 14,508 23,783 36,108 -1,342
1
29,0
7,5 25,735 6,9413 22,082 9,4479 4,4306 -1,057
4 2 30,5 8,5 24,966 7,3842 20,032 11,491 6,4197 -1,002
3 32,0 9,5 40,091 2,487 14,73 27,568 35,668 -0,911
1
29,5
7,5 35,772 2,817 7,2485 24,114 35,597 -1,339
5 2 31,0 8,5 40,01 2,071 4,6331 27,313 43,459 -1,402
3 32,5 9,5 45,068 1,4884 4,6969 27,223 47,876 -1,569
30 ºC
1 28,0 8,0 35,515 3,3196 13,422 22,068 28,976 -1,178
3 2 30,0 9,0 39,517 2,6354 13,497 23,292 33,223 -1,26
3 32,0 10,0 43,978 2,0364 13,59 24,08 37,541 -1,379
1 26,0 8,0 30,624 4,4264 13,418 21,392 24,163 -1,014
4 2 28,0 9,0 34,894 3,4414 13,528 23,591 29,369 -1,06
3 30,0 10,0 37,636 2,9369 14,459 27,605 33,848 -0,94
60
1
27,0
8,0 30,505 4,1459 11,45 25,101 28,323 -0,909
5 2 29,0 9,0 34,941 3,1035 11,177 26,691 33,482 -1,007
3 31,0 10,0 38,686 2,4481 10,762 29,885 39,147 -1,018
35 ºC
1 28,0 8,0 34,218 3,4698 9,9532 21,149 30,022 -1,373
3 2 30,0 9,0 39,194 2,6065 8,5466 23,918 37,329 -1,438
3 32,0 10,0 43,874 2,015 7,338 26,584 44,029 -1,487
1
25,0
9,0 31,568 3,4366 6,5471 24,631 32,791 -1,181
4 2 27,0 10,0 36,396 2,5766 5,0765 27,321 39,915 -1,266
3 29,0 11,0 42,912 1,8153 5,4938 26,519 44,837 -1,515
1
24,0
9,0 31,125 2,6693 1,8938 28,641 39,103 -1,125
5 2 26,0 10,0 36,759 1,9639 2,3304 27,679 42,972 -1,339
3 28,0 11,0 41,757 1,558 1,7375 29,026 48,539 -1,457
Tabela 12:Dados das linhas de amarração em porcentagem mássica (%m/m) dos sistemas formados por PEG 1500 (W1) + Sulfato de Sódio (W2) + Água, em diferentes valores de pH a diferentes temperaturas.
Composição global Fase Superior Fase Inferior pH LA W1 W2 W1 W2 W1 W2 CLA ILA
20 ºC
1 18,0 7,5 26,77 3,9 3,38 13,5 25,28 -2,44
3 2 19,5 8,5 31,98 2,77 0,78 17,1 34,33 -2,177
3 21,0 9,5 36,35 2,11 0,23 19,5 40,09 -2,077
1 18,0 8,0 24,57 5,92 7,93 10,8 27,34 -3,406
4 2 19,5 9,0 32,09 4,61 3,01 14,4 30,67 -2,983
3 21,0 10,0 37,78 3,78 1,4 16,9 38,67 -2,777
1 16,0 8,5 26,21 3,4 1,3 14,7 27,37 -2,2
5 2 17,5 9,5 31,08 2,5 0,38 17,2 34,05 -2,082
3 19,0 10,5 35,87 1,88 0,13 19,1 39,68 -2,073
25 ºC
1 18,0 7,5 26,91 3,62 3,64 13,7 25,38 -2,3
3 2 19,5 8,5 32,31 2,57 1,41 16,9 34,06 -2,16
3 21,0 9,5 36,26 1,99 0,53 19,6 39,82 -2,033
1 17,5 8,0 29,38 3,47 2,12 13,9 29,17 -2,625
4 2 19,0 9,0 34,81 2,61 0,7 16,4 36,79 -2,473
3 20,5 10,0 39,63 2,04 0,25 18,4 42,65 -2,405
1 15,0 8,5 26,27 3,62 1,34 14,4 29,45 -2,31
61
5 2 16,5 9,5 30,37 2,77 0,28 17,4 33,44 -2,061
3 18,0 10,5 34,52 2,13 0,07 19,6 38,61 -1,974
30 ºC
1 17,0 8,0 27,29 4,13 1,73 13,7 27,31 -2,657
3 2 18,0 9,0 31,15 3,37 0,46 16,5 33,38 -2,335
3 19,0 10,0 35,82 2,57 0,17 18,3 38,97 -2,265
1 14,0 8,0 23,21 3,81 0,51 14,1 24,93 -2,201
4 2 15,0 9,0 27,18 3,02 0,12 16,3 30,14 -2,038
3 16,0 10,0 31,48 2,34 0,04 17,9 35,08 -2,02
1 14,0 8,5 23,21 3,84 0,97 15,1 24,93 -1,976
5 2 15,0 9,5 27,97 2,82 0,37 17 31,05 -1,941
3 16,0 10,5 32,01 2,2 0,14 18,7 35,9 -1,928
35 ºC
1 13,0 9,0 28,55 3,79 1,8 12,8 28,21 -2,983
3 2 14,5 10,0 30,57 3,35 0,28 15,9 32,78 -2,417
3 16,0 11,0 32,79 2,91 0,03 18,7 36,36 -2,075
1 12,5 9,0 26,03 3,2 1,97 13,5 26,18 -2,332
4 2 14,0 10,0 27,86 2,88 0,49 16,9 30,77 -1,946
3 15,5 11,0 31,73 2,32 0,16 19,3 35,83 -1,864
1 12,0 9,0 23,11 0,04 0,89 14 26,24 -1,591
5 2 13,5 10,0 26,49 0,03 0,14 17 31,33 -1,555
3 15,0 11,0 29,98 0,03 0,02 19,4 35,69 -1,544
Pode-se observar pelas Tabelas 11 e 12, que a fase superior foi composta por
PEG e a fase inferior composta por sal. Com o aumento da composição global a
concentração de Sal na fase superior para a maioria dos sistemas é muito baixa, e em
alguns casos o Sal é quase que totalmente excluído desta fase, enquanto que o
comportamento contrário é observado na fase superior. Comportamento similar foi
observado por Barbosa et al., (2015) que utilizou PEG (1500, 2000, 4000 e 6000) +
sulfato de sódio, para a obtenção dos dados de equilíbrio. Entretanto, observa-se ainda
que para alguns sistemas compostos por PEG 400 + sulfato de sódio, a concentração
de PEG na fase inferior foi maior que a concentração do Sal. Isto pode ter ocorrido em
virtude do PEG 400 ser bastante hidrofílico e assim, fazer mais interações com a fase
salina, a qual é composta majoritariamente por água e sulfato de sódio.
Nas Tabelas 11 e 12 observou-se uma relação proporcional entre o CLA e a
composição global do sistema nas temperaturas e valores de pH de estudo. O aumento
do valor do CLA ocorre nessa condição em razão de uma maior diferença de
62
composição entre as fases. O conhecimento do comprimento da linha de amarração de
cada SAB é um parâmetro termodinâmico, normalmente utilizado para indicar o
comportamento da partição de biomoléculas, sendo que, quanto maior o CLA, maior
será a partição (SOUSA et al., 2009; MARTINS, 2010 e SAMPAIO et al., 2012).
Foi observado que o aumento da massa molar do PEG, ocasionou o aumento
do CLA. Este comportamento pode ser explicado por que o aumento da massa molar
do polímero provoca aumento da hidrofobicidade da fase superior, promovendo a
transferência de água da fase superior para a fase inferior. Portanto, tem-se a elevação
da concentração de PEG na fase superior aumentando a diferença de composição
entre fases. Tendência semelhante foi relatada por Zafarani-Moattar e Sadeghi (2004),
para PEG 6000 + hidróxido de sódio; Oliveira et al. (2008), para PEG4000 + Sulfato de
zinco; Carvalho et al. (2008), de PEG4000 + sulfato de sódio, PEG4000 + sulfato de
lítio e PEG4000 + fosfato de potássio; BARBOSA et al., (2016) PEG (1500, 2000, 4000
e 6000) + sulfato de sódio.
Não foi possível obervar o efeito da temperatura e do pH sobre os parâmetros
CLA e ILA, como pode ser observado nas Figuras 12 e 13. Para um mesmo tipo de
PEG observa-se que as curvas de temperaturas e valores de pH distintos, não
influenciam no comportamento das linhas de amarração. Ao analisar as figuras 12 e 13,
tal particularidade pode ser comprovada, pois ao comparar as linhas de amarração,
obtidas por diferentes parâmetros estudados (Temperatura e pH), percebe-se que, as
mesmas possuem tamanhos relativamente parecidos e inclinações bem próximas,
chegando a ficarem paralelas umas com as outras.
Efeito similar foi observado por CARVALHO et al. (2007), ao analisar sistema
formado por PEG 4000 + fosfato de potássio.
Figura 13: Efeito da temperatura sobre a região bifásica na linha de amarração formado
por PEG 1500 + Sulfato de Sódio + Água a pH 3,0 (a), pH 4,0 (b), e pH 5,0 (c).
63
(a)
(b)
(c)
Figura 14: Efeito do pH no CLA e ILA nos sistemas de PEG 1500 + Sulfato de Sódio + água, nas temperaturas de 20ºC (a), 25ºC (b), 30ºC (c) e 35ºC (d).
(a)
(b)
64
(c)
(d)
Assim como o comprimento da linha de amarração (CLA), o parâmetro que gerou
comportamento significativo na inclinação da linha de amarração (ILA), foi o aumento
da massa molar do PEG que causou um aumento da ILA. De acordo com os resultados
observa-se que uma elevação na massa molar do polímero, promove um aumento da
ILA (Tabelas 9 e 10). Isto pode ser explicado pelo aumento de hidrofobicidades das
moléculas de PEG com a elevação da massa molar promovendo menor interação com
as demais moléculas. Em outras palavras, o aumento da massa molar irá causar uma
redução de atração entre o PEG e as moléculas de água e sulfato de sódio, o que
resulta em um aumento da concentração deste polímero na fase superior e uma
diminuição da concentração de sal na fase inferior, implicando no aumento da ILA. Tal
peculiaridade pode ser comprovada ao analisar as Figuras 15 e 16, as quais possuem
linhas de amarração obtidas por polímeros de diferentes massas molares, percebe-se
que o polímero que tem maior massa molar, produziu linhas de amarração com
inclinação mais acentuada.
Outro fato que pode ser observado é que, quanto maior for a inclinação das
linhas de amarração, menor será a quantidade de sal necessária para separar as fases,
isso é característico em PEG maiores massas molares maiores (ALVARENGA, 2013).
65
Figura 15: Efeito da massa molar no CLA e ILA dos sistemas formados por PEG 1500 e PEG 4000 a 20ºC (a), 25ºC (b), 30ºC (c) e 35ºC (d) no pH 3.
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 16: Efeito da massa molar no CLA e ILA dos sistemas formados por PEG 1500 e PEG 4000 a 20ºC (a), 25ºC (b), 30ºC (c) e 35ºC (d) no pH 4.
(a)
(b)
(c)
(d)
66
Figura 17: Efeito da massa molar no CLA e ILA dos sistemas formados por PEG 1500
e PEG 4000 a 20ºC (a), 25ºC (b), 30ºC (c) e 35ºC (d) no pH 4.
(a)
(b)
(c)
(d)
5.3. Propriedades termofísicas.
A densidade das soluções aquosas do PEG e do sulfato de sódio foram medidas
em diferentes temperaturas T = 20 ºC, 25 ºC, 30 ºC e 35ºC para o PEG 400 e PEG
1500. As interações do PEG com a água e do sal com a água desempenham um papel
crucial na separação de fases (BEGUM et al., 2015). Dados das propriedades físicas
de soluções aquosas podem ser úteis na elucidação das interações entre as moléculas
nas misturas líquidas.
5.3.1. Densidade
Na Tabela 13 são apresentados os dados obtidos experimentalmente para
densidade (g.cm-3), das fases superior e inferior para os sistemas formados por PEG
(400/1500) + sulfato de sódio + água nos valores de pH 3,0, 4,0, e 5,0, nas temperaturas
de 20, 25, 30 e 35°C
67
Tabela 13: Densidade, das fases dos sistemas compostos por PEG (400/1500) + sulfato de sódio + água em diferentes valores de pH e Temperatura.
PEG 400 PEG 1500
Superior Inferior
Superior Inferior
pH L.A g.cm-3 g.cm-3 g.cm-3 g.cm-3
20ºC
1 1076,65 1136,118
1078,36 1137,4
3 2 1078,87 1158,973
1080,3 1159,92
3 1080,9 1173,554
1082,99 1175,62
1 1069,06 1140,002
1070,56 1140,22
4 2 1068,14 1151,985
1070,5 1152,88
3 1071,00 1176,46
1073,19 1176,55
1 1063,96 1137,421
1065,96 1138,43
5 2 1064,10 1163,918
1065,9 1164,98
3 1066,00 1180,016 1068,59 1180,88
25ºC
1 1075,98 1134,455
1077,46 1135,47
3 2 1077,79 1148,665
1079,24 1149,85
3 1080,01 1161,231
1081,54 1163,24
1 1068,00 1136,736
1069,33 1138,77
4 2 1068,97 1151,683
1069,27 1151,69
3 1069,98 1173,335
1071,96 1174,58
1 1062,97 1137,01
1064,73 1138
5 2 1063,06 1162,112
1064,67 1162,11
3 1065,01 1178,434 1067,36 1178,43
30ºC
1 1074,22 1130,008
1076,22 1130,91
3 2 1076,34 1140,119
1078,34 1141,89
3 1078,34 1151,144
1080,34 1153,53
1 1067,99 1135,394
1069,19 1137,39
4 2 1068,02 1148,309
1069,12 1150,32
3 1069,41 1172,003
1071,82 1173,2
1 1063,01 1135,627
1064,59 1136,63
68
5 2 1063,94 1155,74
1064,52 1160,74
3 1065,22 1172,062 1067,22 1177,06
35 ºC
1 1073,08 1122,221
1074,92 1125,4
3 2 1073,85 1140,091
1075,34 1140,59
3 1074,94 1150,799
1075,94 1151,75
1 1066,10 1136,695
1068,18 1136,7
4 2 1066,73 1145,608
1068,13 1149,61
3 1069,81 1170,678
1070,81 1172,68
1 1063,38 1131,129
1063,58 1136
5 2 1064,00 1155,047
1064,03 1160,04
3 1067,09 1170,167 1067,01 1174,36
Na Tabela 13, é possível observar que a densidade das fases superior e inferior
do sistema composto por PEG 400+sulfato de sódio+ água na temperatura de 20°C
variou de 1063,961 g.cm-3 a 1080,9 g.cm-3 e 1136,345 g.cm-3 a 1180,112 g.cm-3,
respectivamente. Fazendo uma análise geral dos dados, verificou-se que a densidade
aumenta com a elevação das concentrações dos constituintes dos sistemas, tanto na
fase superior, quanto na fase inferior. Além disso, verificou-se que as fases inferiores
do sistema, compostas majoritariamente por sal e água, possuem maior densidade que
as fases superiores, ricas em PEG e água, fazendo com que, a separação das fases
seja mais rápida em razão dessa diferença de densidade dos constituintes da fase
inferior. Tais afirmações, também podem ser feitas para as temperaturas de 25°C,
30°C, 35°C e para os demais sistemas compostos por PEG 1500 + sulfato de sódio +
água.
A densidade das misturas binárias de PEG 400, PEG 15000 e Sulfato de Sódio
+ água, diminuíram com o aumento da temperatura. Trivedi, Bhanot e Pandey (2010),
também encontraram comportamento similar, ao estudar o efeito da temperatura sobre
a densidade de soluções aquosas de polietilenoglicol. A redução da densidade com o
aumento da temperatura pode ser conferida à maior vibração e agitação das moléculas
do líquido, que causam um possível aumento do volume e, consequentemente, a
diminuição de interações moleculares (SIANGCO; LERON; LI, 2013). Outro fator
69
observado na Tabelas 11 é que houve uma grande proximidade dos valores da
densidade do PEG 400 e do PEG 1500, estando de acordo aos resultados encontrados
por Kirinčič e Klofutar (1998) que utilizaram soluções aquosas de polietilenoglicol de
peso molecular na faixa de 300 a 35000 g.mol-1 a 298,15 K, para determinar a
densidade, e verificaram que os valores da densidade são praticamente independentes
da massa molecular do polietilenoglicol.
5.4. Estimativa dos parâmetros e energia de interação.
Nesse trabalho os dados experimentais do equilíbrio liquido-liquido foram
utilizados para estimar novos parâmetros de interação de grupo com o modelo UNIFAC
original.
Os parâmetros de interação usados da literatura, os estimados (negrito) e os valores
da energia de interação (Tij) encontrada com os dados experimentais deste trabalho a
25ºC estão disponíveis nas Tabelas (14-19). As Tabelas referentes às demais
temperaturas estão nos Anexos.
Tabela 14:Valores dos parâmetros de interação, encontrados na literatura, estimados e energias de interação referentes ao sistema PEG 400, pH 3 e T=25ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892 1,0111 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108 0,3262 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -1686,8 -1005,3 316,3966 30,9093 Parâmetro estimado
CH2 Na 1257,7 1681,1 0,0137 0,0032 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,0118 0,3107 Magnussen, 1981
ETIL OH 545,68 -2953,1 0,1553 23833,3131 Parâmetro estimado
ETIL SO4 963,1 -2735,6 0,0374 11344,8454 Parâmetro estimado
ETIL Na 1101,3 590,2 0,0233 0,1334 Parâmetro estimado
ETIL H2O 319,95 -1821,7 0,3356 501,401 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549 Cunha, 2008
OH Na 1610,4 783,6 0,0041 0,0689 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9066 1,5185 Magnussen, 1981
SO4 Na -1106,6 -2049,5 43,6757 1091,0333 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381 663,781 Cunha, 2008
Na H2O -165 22,38 1,7562 0,9265 Yan et al., 1999
70
Tabela 15:Valores dos parâmetros de interação, encontrados na literatura, estimados e energias de interação referentes ao sistema PEG 400, pH 4 e T=25ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892 1,0111 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108 0,3262 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -655,09 -1130,7 9,354 47,42 Parâmetro estimado
CH2 Na 1257,7 1681,1 0,0137 0,0032 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,0118 0,3107 Magnussen, 1981
ETIL OH 500,27 -2272,1 0,1813 2332,2938 Parâmetro estimado
ETIL SO4 1229,9 -2053,9 0,015 1107,5411 Parâmetro estimado
ETIL Na 1232,9 644,54 0,0149 0,1108 Parâmetro estimado
ETIL H2O 345,37 -1266,7 0,3077 75,4302 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549 Cunha, 2008
OH Na 1610,4 783,6 0,0041 0,0689 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9066 1,5185 Magnussen, 1981
SO4 Na -1106,6 -2049,5 43,6757 1091,0333 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381 663,781 Cunha, 2008
Na H2O -165 22,38 1,7562 0,9265 Yan et al., 1999
Tabela 16: Valores dos parâmetros de interação, encontrados na literatura, estimados e energias de interação referentes ao sistema PEG 400, pH 5 e T=25ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,0110987 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,3262353 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -146,44 -958,02 1,6483837 26,303259 Parâmetro estimado
CH2 Na 1257,7 1681,1 0,0136708 0,0032227 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,3106955 Magnussen, 1981
ETIL OH 591,06 -2672,2 0,1330182 9137,449 Parâmetro estimado
ETIL SO4 989,9 -2417,1 0,0340986 3825,6668 Parâmetro estimado
ETIL Na 992,67 512,88 0,0337778 0,1736969 Parâmetro estimado
ETIL H2O 498,23 -1782,8 0,1826025 439,06244 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,85494 Cunha, 2008
OH Na 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 Na -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,0333 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,78096 Cunha, 2008
Na H2O -165 22,38 1,7561781 0,926462 Yan et al., 1999
71
Tabela 17: Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 1500, pH 3 e T=25ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -502,86 -3,1886 5,5636 1,0109 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108 0,3262 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2325,5 2023,4 2798,5594 0,001 Parâmetro estimado
CH2 Na 1257,7 1681,1 0,0137 0,0032 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,0118 0,3107 Magnussen, 1981
ETIL OH -2252,2 -2935 2179,1484 22405,5695 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1216,3 -2139,8 63,5098 1484,8539 Parâmetro estimado
ETIL Na -837,24 -601,21 17,4175 7,7828 Parâmetro estimado
ETIL H2O 714,66 -2157,9 0,0872 1579,4728 Parâmetro estimado
OH SO4 -2364,7 -1174,5 3199,1757 55,066 Cunha, 2008
OH Na 1480,3 367,01 0,0064 0,2858 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9066 1,5185 Magnussen, 1981
SO4 Na -1106,6 -2049,5 43,6757 1091,0333 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381 663,781 Cunha, 2008
Na H2O 165 22,38 0,5694 0,9265 Yan et al., 1999
Tabela 18:Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 1500, pH 4 e T=25ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -502,86 -3,1886 5,5636 1,0109 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108 0,3262 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -1169,7 1427,4 54,1712 0,0077 Parâmetro estimado
CH2 Na 1257,7 1681,1 0,0137 0,0032 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,0118 0,3107 Magnussen, 1981
ETIL OH -638,12 -2735,4 8,8276 11337,1041 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1158,6 -2234,8 52,1574 2053,5058 Parâmetro estimado
ETIL Na -671,19 -592,31 9,8824 7,5499 Parâmetro estimado
ETIL H2O 762,21 -1957,2 0,0742 796,2104 Parâmetro estimado
OH SO4 -2338,2 -1109,1 2922,5295 44,05 Parâmetro estimado
OH Na 1403,2 523,8 0,0083 0,1673 Parâmetro estimado
OH H2O 28,73 -122,4 0,9066 1,5185 Magnussen, 1981
SO4 Na -1106,6 -2049,5 43,6757 1091,0333 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381 663,781 Cunha, 2008
Na H2O 165 22,38 0,5694 0,9265 Yan et al., 1999
72
Tabela 19: Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 1500, pH 5 e T=25ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -502,86 -3,1886 5,563602 1,010942025 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2253,4 1730,1 2188,0915 0,002726387 Parâmetro estimado
CH2 Na 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH -799,6 -2751,2 15,317719 11965,2404 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1377,6 -2094,7 110,13496 1273,019298 Parâmetro estimado
ETIL Na -733,59 -488,05 12,227899 5,289372711 Parâmetro estimado
ETIL H2O 768,21 -1950,7 0,0726663 778,7415201 Parâmetro estimado
OH SO4 -2422 -1134,6 3890,1835 48,05542099 Parâmetro estimado
OH Na 1457,2 215,59 0,0069197 0,479121027 Parâmetro estimado
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 Na -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
Na H2O 165 22,38 0,5694183 0,926461996 Yan et al., 1999
De acordo com os valores da energia de interação expostos nas Tabelas 14-19,
pode-se observar que para os sistemas formados por PEG 400 (Tabelas 14, 15 e 16),
a energia de interação dos grupos funcionais do sal (Na, SO4) com a água (H2O) foram
maiores que os grupos funcionais do PEG (ETIL) com sal (Na, SO4) e PEG/-Agua. Tal
comportamento era esperado, pois a fase salina dos sistemas tem maior capacidade
de intergir com moléculas de água que a fase polimérica. Outro fator observado nas
Tabelas 14, 15, 16, é que, à medida que se aumenta o valor do pH, ocorre uma redução
da energia de interação do grupo de contribuição ETIL com o grupo de contribuição da
água. Esse comportamento ocorre por que em maiores valores de pH há maior
concentração de íons com maior valência no sistema. Como moléculas que possuem
maior valência, possuem maior capacidade de hidratação, possivelmente as energias
de interação do grupo de contribuição ETIL com a água seriam mais baixos em maiores
valores de pH, quando comparadas com as energias de interação em menores valores.
Estes fatos estão relacionados com o volume de exclusão, pois quanto maior a
capacidade de hidratação das moléculas de sal, maior será a quantidade de sítios
configuracionais livres para que ocorra a interação com as moléculas de água, sendo
assim, maior o valor do volume de exclusão. A ocorrência que anteriormente foi
descrita, será possivelmente determinante na partição da biomolécula de interesse,
73
pois à medida que ocorrem ligações entre sal e água predominantes na fase inferior,
cavidades e sítios configuracionais livres serão formadas na fase superior, ficando
suscetíveis a receber as biomoléculas que serão particionadas.
Nas demais tabelas (17, 18 e 19) observou-se comportamento distinto. Além
das energias de interação dos grupos funcionais do PEG com os da água serem
maiores que as energias de interação dos grupo SAL/Água, foi observado que o
aumento dos valores de pH provocou uma maior interação dos grupos funcionais do
PEG com os grupos de sal e água, quando esse resultado deveria ser oposto, pois à
medida que aumenta o valor do pH aumenta os valência dos íons de sal, e com esse
aumento terão maior capacidade de hidratação, logo, estariam mais ligados às
moléculas de água, sobrando assim menores quantidades moléculas de sal e água
para interagirem com a fase polimérica.
Essa contradição pode ser explicada pelo fato do modelo UNIFAC se tratar de
um modelo de ajuste de composição local o qual analisa a interação de um grupo
funcional com todos os grupos funcionais presentes no sistema. Entretanto, a eficiência
desse modelo depende de um comando de ajustes de cada interação, esse comando
de ajuste é realizado pelo operador e nesse trabalho só foram estimados os parâmetros
de interação das moléculas de PEG com as moléculas de sal e água. Já os parâmetros
de interação das moléculas de sal com a água foram obtidos da literatura, os tornando
fixos durante processo de modelagem, impossibilitando assim, estimar novos valores
de interação para eles, fato este, provavelmente interferiu nas análises.
5.4.1. Desvio dos sistemas e gráficos comparativos dos dados
experimentais e calculados através do modelo UNIFAC.
O desvio médio calculado para cada sistema utilizando o modelo UNIFAC, aparece
na Tabela 20.
Tabela 20: Desvios nas composições dos sistemas por modelagem termodinâmica (UNIFAC).
Sistemas ∆w (%)
74
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 3, T = 20ºC. 3,12
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 3, T = 25ºC. 3,86
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 3, T = 30ºC. 2,61
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 3, T = 35ºC. 1,16
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 4, T = 20ºC. 1,17
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 4, T = 25ºC. 2,53
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 4, T = 30ºC. 1,75
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 4, T = 35ºC. 1,93
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 5, T = 20ºC. 2,35
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 5, T = 25ºC. 2,49
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 5, T = 30ºC. 2,64
PEG 1500 + Sulfato de sódio+ água, pH 5, T = 35ºC. 3,58
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 3, T = 20ºC. 3,18
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 3, T = 25ºC. 3,12
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 3, T = 30ºC. 3,11
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 3, T = 35ºC. 3,24
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 4, T = 20ºC. 2,97
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 4, T = 25ºC. 2,54
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 4, T = 30ºC. 2,33
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 4, T = 35ºC. 2,98
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 5, T = 20ºC. 2,88
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 5, T = 25ºC. 2,16
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 5, T = 30ºC. 2,16
PEG 400 + Sulfato de sódio+ água, pH 5, T = 25ºC. 2,25
Desvio médio global 2,58
Nas figuras 18 a 24 são apresentados os gráficos comparativos dos dados
experimentais e calculados através do modelo UNIFAC.
75
Figura 18: Dados experimentais e calculados do equilíbrio liquido-liquido para o sistema PEG 1500 + sulfato de sódio + água pelo modelo UNIFAC a pH 3.
a- 20ºC
b- 25ºC
c- 30ºC
d- 35ºC
Figura 19: Dados experimentais e calculados do equilíbrio líquido-líquido para o sistema PEG 1500 + sulfato de sódio + água pelo modelo UNIFAC a pH 4.
a- 20ºC
b- 25ºC
76
c- 30ºC
d- 35ºC
Figura 20:Dados experimentais e calculados do equilíbrio liquido-liquido para o sistema PEG 1500 + sulfato de sódio + água pelo modelo UNIFAC a pH 5.
a- 20ºC
b- 25ºC
c- 30ºC
d- 35ºC
77
Figura 21:Figura 21: Dados experimentais e calculados do equilíbrio liquido-liquido para o sistema PEG 400 + sulfato de sódio + água pelo modelo UNIFAC a pH 3.
a- 20ºC
b- 25ºC
c- 30ºC
d- 35ºC
Figura 22: Dados experimentais e calculados do equilíbrio liquido-liquido para o sistema PEG 400 + sulfato de sódio + água pelo modelo UNIFAC a pH 4.
a- 20ºC
b- 25ºC
78
c- 30ºC
d- 35ºC
Figura 23: Dados experimentais e calculados do equilíbrio liquido-liquido para o sistema PEG 400 + sulfato de sódio + água pelo modelo UNIFAC a pH 5.
a- 20ºC
b- 25ºC
c- 30ºC d- 35ºC
79
Observando a Tabela com os desvios e as Figuras (18 a 23), percebe-se que
modelo UNIFAC teve uma representação excelente para os sistemas analisados,
apresentando um desvio médio global muito baixo. Para os sistemas contendo PEG
1500 (Figuras 18, 19 e 20) a representação gráfica pode ser considerada boa, pois
apesar dos extremos das linhas de amarração não coincidirem, essas estão muito
próximas. Para o sistema contendo PEG 400 (Figuras 21, 22 e 23) os dados calculados
praticamente se sobrepõem aos experimentais, representando, portanto melhor esse
sistema. Isso pode ser atribuído ao fato do PEG 400 conter uma menor cadeia de
etileno, fazendo com que o programa precise ajustar menos dados calculados aos
experimentais.
5.5. Volume de exclusão dos sistemas
A fim de melhor estudar a capacidade de ligação do sulfato de sódio com a
água, o volume de exclusão, que é denominado como uma espécie de espaços vazios
disponíveis para interações moleculares, foi calculado para os sistemas formados a
25ºC nos valores de pH 3, 4 e 5, para as respectivas linhas de amarração. Os valores
do volume de exclusão estão representados na Tabela 20. Os volumes de exclusão
referentes às demais temperaturas são apresentados no Anexo 2:
80
Tabela 21:Valores calculados do volume de exclusão dos sistemas formados por PEG (400/1500) + Sulfáto de sódio + água a 25ºC.
SAB's V*213 R²
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 3
2437.69 0.9949
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 4
2654.39 0.9879
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 5
2795.86 0.9907
PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 3
411.34 0.9498
PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 4
459.53 0.9824
PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 3
488.29 0.9943
As condições de equilibrio e a distribuição dos componentes nos sistemas
estão normalmente sob a influência dos eletrólitos presentes. Sabe-se que o tipo e a
concentração do sal são fatores efetivos na separação de fases. Conforme mostrado
na Tabela 20 o volume de exclusão dos sistemas contendo maiores valores de pH
(maior concentração de íons divalentes) são significativamente mais elevados do que
aqueles com maior concentração de íons monovalentes. Isso acontece pois, quanto
maior a concentração de íons divalentes, maior a capacidade de hidratação as
moléculas de sal e dessa forma terão mais sítios configuracionais livres para que ocorra
a interação com as moléculas de água, sendo assim, maior o valor do volume de
exclusão. O mesmo comportamento foi observado por Chethana et al., (2007) ao
estudar dados de equilíbrio formados por PEG (2000, 4000) + cloreto de sódio + água.
Esse fato possivelmente será determinante na partição da biomolécula de
interesse, pois à medida que ocorrem ligações entre sal e água predominantes na fase
inferior, cavidades e sítios configuracionais livres serão formadas na fase superior,
ficando suscetíveis a receber as biomoléculas que serão particionadas.
5.6. Partição da Betalaína e dos açúcares redutores em Sistemas Aquosos Bifásicos
Nas tabela 22 e 23 estão apresentados os valores para o coeficiente de
partição da betalaína (Kp), em sistemas aquosos bifásicos formados por PEG
(1500/400)+Sulfato de sódio+água a 25ºC.
81
Tabela 22: Coeficiente de partição da betalaína (Kp), nos sistemas formados por PEG (1500 ou 400) + sulfato de sódio + água a 25ºC.
L.A pH PEG 1500 + Sulfato de
sódio
PEG 400 + Sulfato de
sódio
Kp Kp
1 3,82 2,24
2 3 3,91 3,33
3 4,56 3,96
1 3,97 2,98
2 4 4,24 3,41
3 4,65 3,45
1 4,88 4,08
2 5 5,67 4,23
3 8,44 5,87
Tabela 23:Coeficiente de partição (Kp) do açúcar redutor, nos sistemas formados por PEG (1500 ou 400) + sulfato de sódio + água a 25ºC.
L.A pH PEG 1500 + Sulfato de sódio PEG 400 + Sulfato de sódio
Kp Kp
1 0,21 0,34
2 3 0,22 0,28
3 0,07 0,33
1 0,19 0,31
2 4 0,21 0,24
3 0,15 0,38
1 0,15 0,18
2 5 0,09 0,26
3 0,12 0,19
Os resultados indicaram que, para todos os sistemas testados, com diferentes
valores de pH e concentrações de sal, houve a predominância da betalaína na fase
superior (rica em polímero) e dos açucares na fase inferior (rica em sulfato de sódio),
como mostrado nas Tabelas 22 e 23. Mesmo comportamento foi descrito por
Chandrasekhar et al., (2015) e Chethana et al., (2007) quando estudaram a partição
82
da betalaína e açucares em sistemas formados por polímeros e sais. A afinidade das
betalaínas presentes no extrato da casca do fruto de Mandacaru pela fase polimérica
se deve a dois fatores. Primeiro fator influente é a facilidade das betalaínas em associar-
se a compostos moléculares com características similares. A betalaína possui em sua
estrutura compostos, como as carboxilas, que estão distribuídos na cadeia e, que
proporcionam à betalaína uma certa afinidade com moléculas, como o CH2, que é uma
molécula característica da fase superior. Outro fator é a cavidade formada na fase
superior pela influência do volume de exclusão, que interfere na partição da betalaína
que mesmo sendo um composto hidrossolúvel e tenha ótima interação com moléculas
de água, não é possível que estas interações sejam formadas, pois, as moléculas de
sal, as quais possuem maior afinidade com a água ocupam a maioria dos sítios
configuracionais livres para interação e, dessa forma, espaços vazios são formados na
fase superior e ocupados pela betalaína.
Pode-se observar pelas tabelas 22 e 23, que à medida que se aumenta o pH,
aumenta o coeficiente de partição. Com relação ao efeito do pH, CHAKRABORTY e
SEN (2016) relatam que , íons com valências mais elevadas em soluções com um valor
de pH próximos ao básico são mais eficientes na capacidade de hidratação. Devido a
maior hidratação, a fase salina possuirá maior disponibilidade de interação com
moléculas de água, por isso o volume de exclusão dos sistemas formados com pH 5
são maiores que os demais. Além disso, quanto mais moléculas de água estiverem
ligadas aos íons, significa que as mesmas romperam suas ligações com a fase
polimérica, formando então uma cavidade na fase superior a qual possivelmente foi
ocupada pelas betalaínas e por isso o coeficiente de partição (Kp) foi maior em maiores
valores de pH, como mostrado nas tabelas 22 e 23. Em relação ao coeficiente de
partição dos açucares, não apresentou tendências com a variação do pH, percebeu-se
apenas que essas moléculas, por terem menor peso molecular e por apresentam
numerosos grupos funcionais OH que formam facilmente ligações de hidrogênio com a
moléculas de água, migram para a fase inferior.
Em relação ao efeito comprimento da linha de amarração (CLA), o qual decresce à
medida que a concentração de sal diminui, pode-se observar pela tabela 22 que quanto
menor o (CLA) menor é o coeficiente de partição da betalaína. Segundo Duarte et al.
(1998), pequenas concentrações salinas podem elevar a solubilidade de solutos pelo
aumento da solvatação. Devido a esta maior solvatação, menor será a quantidade de
betalaína disponível para interagir com a fase polimérica e, portanto, menor é a
83
concentração da mesma verificada na fase superior. Isso pode justificar as menores
concentrações betalaína verificadas na fase superior e consequentemente menores
coeficientes de partição em sistemas com menores concentrações salinas.
Chethana et al., (2007), ao estudarem a partição de betalaína em sistemas aquosos
bifásicos, formados por PEG (1500, 4000 e 6000) e sais de sulfato, observou que o
coeficiente de partição diminuía ao diminuir a quantidade de sal presente no sistema.
O aumento da massa molar do PEG aumenta o coeficiente de partição da betalaína,
por causa do aumento da hidrofobicidade da fase superior. Ou seja, quanto maior a
massa molar do PEG, menor quantidade de água ficará disponível para solvatar as
moléculas de betalaína como descrito acima. Este comportamento também foi
observado por Chandrasekhar et al., (2015) e Chethana et al., (2007) .
84
6. CONCLUSÃO
Foram obtidos dados de equilíbrio de sistemas formado por PEG (400 ou 1500),
sulfato de sódio e água, onde foi verificado que, a variavel temperatura não apresentou
grandes variações na região bifásica.
Os resultados mostraram, também, que maiores valores de pH e massa molar
do polímero favorecem a formação das duas fases, com aumento da região bifásica.
Em relação às linhas de amarração, para sistemas formados por PEG 400 e
1500 não foi observado um comportamento significativo ao avaliar o efeito da
temperatura e pH. No entanto, o comprimento e a inclinação da linha de amarração
(CLA e ILA) aumentam quando a composição global e massa molar do polímero é
maior.
Analisando as propriedades termofisicas, notou-se que a fase inferior apresenta
maior densidade e a densidade diminui com o aumento da temperatura e não sofre
variação significativa com a variação do pH.
O modelo UNIFAC apresentou excelentes resultados, com baixos desvios entre
as composições experimentais e calculadas.
Os valores de volume de exclusão se ajustaram bem aos valores obtidos no
coeficiente de partição da betalaína.
A partição da betalaína na temperatura de 25 °C foi maior para o sistema de PEG
1500, pH 5,0 e linha de amarração 3, em razão da maior capacidade de hidratação dos
íons e do aumento da hidrofobicidade quando houve o aumenta da massa molar do
polímero.
Dessa forma, pode-se concluir que os sistemas aquosos bifásicos podem ser
utilizados como um método de separação para as betalaínas presentes no extrato da
casca do Fruto de Mandacaru.
85
7. REFERÊNCIAS
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98
ANEXOS
Anexo 1. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
3 e T=20ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,011098681 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -1005,8 -967,86 30,962119 27,20161783 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 585,88 -2203,7 0,1353907 1846,70899 Parâmetro estimado
ETIL SO4 980,67 -1970 0,0351899 831,7646166 Parâmetro estimado
ETIL NA 1254,3 1015,1 0,0138304 0,031288486 Parâmetro estimado
ETIL H2O 412,07 -1235,1 0,2450281 67,71842922 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,85494012 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068947997 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926461996 Yan et al., 1999
Anexo 2. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
3 e T=30ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,011098681 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -1380,7 -1101,3 111,30639 42,89276105 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 444,88 -2994,2 0,2190705 27422,32188 Parâmetro estimado
ETIL SO4 937,21 -2794,3 0,0408165 13861,35551 Parâmetro estimado
ETIL NA 1053,1 601,5 0,0274827 0,128361982 Parâmetro estimado
ETIL H2O 309,24 -1905 0,3480439 666,2776561 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,85494012 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068947997 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926461996 Yan et al., 1999
99
Anexo 3. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
3 e T=35ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,01109868 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,32623525 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -1185,8 -1593,4 57,231187 230,03357 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,00322268 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 291,65 -2857,8 0,3695784 17215,8133 Parâmetro estimado
ETIL SO4 698,18 -2598,9 0,0922856 7115,03813 Parâmetro estimado
ETIL NA 832,8 656,05 0,0582902 0,10655665 Parâmetro estimado
ETIL H2O 373,38 -1910,9 0,279617 679,830161 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549401 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,03334 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,780962 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926462 Yan et al., 1999
Anexo 4. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
4 e T=20ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,01109868 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,32623525 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -112,77 -980,5 1,4694388 28,4007735 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,00322268 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 542,67 -2211,4 0,1569048 1895,88357 Parâmetro estimado
ETIL SO4 1142 -1974,2 0,0202903 843,773386 Parâmetro estimado
ETIL NA 1346,8 667,19 0,0100862 0,10258137 Parâmetro estimado
ETIL H2O 426,49 -1380,1 0,233261 111,078694 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549401 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,03334 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,780962 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926462 Yan et al., 1999
100
Anexo 5. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
4 e T=30ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,01109868 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,32623525 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -889,41 -1252,5 20,811985 71,8617423 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,00322268 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 491,95 -2909 0,1865585 20503,0236 Parâmetro estimado
ETIL SO4 1070,8 -2664,7 0,0258716 8906,52336 Parâmetro estimado
ETIL NA 1048,7 656,68 0,0278985 0,10632778 Parâmetro estimado
ETIL H2O 315,73 -1952,9 0,3404194 784,610733 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549401 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,03334 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,780962 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926462 Yan et al., 1999
Anexo 6. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
4 e T=35ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,01109868 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,32623525 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -1164,1 -1241,3 53,145718 69,1666473 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,00322268 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 599,49 -2800,4 0,1292456 14152,9616 Parâmetro estimado
ETIL SO4 806,7 -2528,6 0,0637209 5597,26928 Parâmetro estimado
ETIL NA 1179 619,8 0,0178832 0,12059007 Parâmetro estimado
ETIL H2O 344,43 -1911 0,3086557 680,062224 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549401 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,03334 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,780962 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926462 Yan et al., 1999
101
Anexo 7. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
5 e T=20ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,011098681 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -153,81 -1058,3 1,6903723 37,03803629 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 504,45 -2720,8 0,1787669 10786,0275 Parâmetro estimado
ETIL SO4 1142,7 -2494,6 0,0202419 4984,025486 Parâmetro estimado
ETIL NA 1087,3 622,56 0,024455 0,119459467 Parâmetro estimado
ETIL H2O 291,66 -1759,9 0,3695657 406,0533852 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,85494012 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068947997 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926461996 Yan et al., 1999
Anexo 8. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
5 e T=30ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -524,46 -3,234 5,9892481 1,01109868 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,32623525 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -292,89 -958,02 2,7172615 26,3032586 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,00322268 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 591,06 -2672,2 0,1330182 9137,44896 Parâmetro estimado
ETIL SO4 989,9 -2417,1 0,0340986 3825,66679 Parâmetro estimado
ETIL NA 992,67 512,88 0,0337778 0,17369686 Parâmetro estimado
ETIL H2O 498,23 -1782,8 0,1826025 439,062441 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549401 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,03334 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,780962 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926462 Yan et al., 1999
102
Anexo 9. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na literatura
e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG 400, pH
5 e T=35ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -436,14 -3,0463 4,4305885 1,010451164 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 282,35 475,07 0,3814972 0,19762197 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH 375,03 -2927,5 0,2780468 21839,32618 Parâmetro estimado
ETIL SO4 1031,9 -2676 0,0295449 9256,726932 Parâmetro estimado
ETIL NA 1061,9 457,58 0,0266696 0,209777783 Parâmetro estimado
ETIL H2O 519,34 -2062 0,1699091 1138,586275 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,85494012 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068947997 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
NA H2O -165 22,38 1,7561781 0,926461996 Yan et al., 1999
Anexo 10. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 3 e T=20ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -502,86 -3,1886 5,563602 1,01094202 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,32623525 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2635,1 1822,2 8050,7083 0,00199101 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,00322268 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH -902,69 -2732,7 21,776976 11233,1124 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1285,4 -1973,4 80,40133 841,472711 Parâmetro estimado
ETIL NA -807,42 -617,77 15,732044 8,23530199 Parâmetro estimado
ETIL H2O 694,3 -1953 0,0935158 784,878564 Parâmetro estimado
OH SO4 -2297,9 -1132,9 2546,9762 47,7774084 Cunha, 2008
OH NA 1441,5 514,78 0,0073006 0,17257414 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,03334 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,780962 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926462 Yan et al., 1999
103
Anexo 11. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 3 e T=30ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -561,63 -3,3697 6,7993427 1,01156707 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,32623525 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2297,3 905,5 2541,7658 0,04548177 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,00322268 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH -323,37 -2955,5 3,0151569 24029,3365 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1190,7 -2348,9 58,196343 3031,22937 Parâmetro estimado
ETIL NA -699,84 -625,42 10,897489 8,45315081 Parâmetro estimado
ETIL H2O 715,09 -2134,4 0,0871103 1457,73864 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549401 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,03334 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,780962 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926462 Yan et al., 1999
Anexo 12. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 3 e T=35ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -536,62 -3,3608 6,2430421 1,01153634 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,32623525 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2569,3 905,15 6431,3643 0,04553613 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,00322268 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH -387,05 -2906,4 3,7471283 20321,8903 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1194 -2235,2 58,855502 2056,31113 Parâmetro estimado
ETIL NA -732,1 -691,66 12,165874 10,5974598 Parâmetro estimado
ETIL H2O 674,69 -2052,3 0,0999889 1101,50958 Parâmetro estimado OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,8549401 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,03334 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,780962 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926462 Yan et al., 1999
104
Anexo 13. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 4 e T=20ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -502,86 -3,1886 5,563602 1,010942 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,3262353 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2643,4 1704,3 8282,0268 0,0029773 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,0032227 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,3106955 Magnussen, 1981
ETIL OH -560,64 -2778,5 6,7764075 13133,679 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1257,1 -2060 72,99885 1130,8408 Parâmetro estimado
ETIL NA -769,51 -627,77 13,822725 8,5212217 Parâmetro estimado
ETIL H2O 744,19 -2011,1 0,0788745 957,01831 Parâmetro estimado
OH SO4 -2358,5 -1148 3132,191 50,304208 Cunha, 2008
OH NA 1441,7 534,72 0,0072956 0,1612204 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,0333 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,78096 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926462 Yan et al., 1999
Anexo 14. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 4 e T=30ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -502,86 -3,1886 5,563602 1,010942025 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2499,8 1598,1 5073,2688 0,004278015 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH -806,3 -2861,9 15,672023 17458,41056 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1226,9 -2108,4 65,849512 1333,956259 Parâmetro estimado
ETIL NA -669,34 -1746,9 9,8201545 388,4311915 Parâmetro estimado
ETIL H2O 749,95 -2058,1 0,077339 1123,531448 Parâmetro estimado
OH SO4 -2373 -1171,4 3291,0966 54,48645935 Cunha, 2008
OH NA 1203,5 454,4 0,0164487 0,212066952 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926461996 Yan et al., 1999
105
Anexo 15. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 4 e T=35ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -563,25 -3,4717 6,8370404 1,011919281 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2529,1 978,89 5606,8291 0,035404318 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH -430,48 -2913,5 4,3458224 20820,34696 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1150,1 -2236,4 50,666046 2064,75015 Parâmetro estimado
ETIL NA -746,33 -635,68 12,771311 8,754398975 Parâmetro estimado
ETIL H2O 658,63 -2089,7 0,1056225 1251,479726 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,85494012 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068947997 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926461996 Yan et al., 1999
Anexo 16. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 5 e T=20ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -502,86 -3,1886 5,563602 1,010942025 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2484,2 1579,7 4810,2209 0,004555283 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH -883,22 -2895,3 20,376917 19566,41717 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1247,5 -2007,7 70,645837 945,9771648 Parâmetro estimado
ETIL NA -773,4 -1800,5 14,007466 466,4035258 Parâmetro estimado
ETIL H2O 613,57 -2089,8 0,1231816 1251,906925 Parâmetro estimado
OH SO4 -2318,7 -1153,2 2734,3578 51,20494849 Cunha, 2008
OH NA 1049,4 470,95 0,027832 0,200420447 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926461996 Yan et al., 1999
106
Anexo 17. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 5 e T=30ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -502,86 -3,1886 5,563602 1,010942025 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,326235254 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2346,4 1479,3 3005,4757 0,006416994 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,003222678 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,31069549 Magnussen, 1981
ETIL OH -881,8 -2802,2 20,278401 14240,17573 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1253,4 -1873 72,082817 597,3429879 Parâmetro estimado
ETIL NA -744,06 -1723,3 12,672749 358,3714312 Parâmetro estimado
ETIL H2O 685,16 -1984 0,096479 872,4724329 Parâmetro estimado
OH SO4 -2355,7 -1119,4 3102,4014 45,62600393 Cunha, 2008
OH NA 1290,8 488,35 0,0122105 0,188864859 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,518537105 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,033342 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,7809619 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926461996 Yan et al., 1999
Anexo 18. Valores dos parâmetros de interação (Aij e Aji), encontrados na
literatura e estimados e energias de interação (Tij eTji) referentes ao sistema PEG
1500, pH 5 e T=35ºC.
Grupo i Grupo j Aij Aji Tij Tji Referências
CH2 ETIL -557,93 -4,1821 6,7140205 1,0143757 Parâmetro estimado
CH2 OH 644,6 328,2 0,1108032 0,3262353 Magnussen, 1981
CH2 SO4 -2233,3 618,32 2043,0198 0,1212007 Parâmetro estimado
CH2 NA 1257,7 1681,1 0,0136708 0,0032227 Yan et al., 1999
CH2 H2O 1300 342,5 0,011833 0,3106955 Magnussen, 1981
ETIL OH -497,17 -2845 5,4566003 16479,914 Parâmetro estimado
ETIL SO4 -1330,6 -2102,6 93,812389 1307,8099 Parâmetro estimado
ETIL NA -726,53 -647,19 11,936782 9,1051446 Parâmetro estimado
ETIL H2O 752,42 -2061,6 0,0766898 1137,033 Parâmetro estimado
OH SO4 -2292,6 -1107,8 2501,3188 43,85494 Cunha, 2008
OH NA 1610,4 783,6 0,0041021 0,068948 Yan et al., 1999
OH H2O 28,73 -122,4 0,9065994 1,5185371 Magnussen, 1981
SO4 NA -1106,6 -2049,5 43,675697 1091,0333 Cunha, 2008
SO4 H2O -416,13 -1903,9 4,1381089 663,78096 Cunha, 2008
NA H2O 165 22,38 0,5694183 0,926462 Yan et al., 1999
107
Anexo 19. Valores calculados do volume de exclusão dos sistemas formados por
PEG (400/1500) + Sulfáto de sódio + água a 20ºC.
SAB's, T=20ºC V*213 R²
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 1984.89 0.9885
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 4 2759.91 0.9855
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 5 2834.88 0.9949
PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 415.26 0.9179
PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 4 445.53 0.9307 PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 498.29 0.9422
Anexo 20. Valores calculados do volume de exclusão dos sistemas formados por
PEG (400/1500) + Sulfáto de sódio + água a 30ºC.
SAB's V*213 R²
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 2359.77 0.9965 PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 4
2678.98 0.9907 PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 5
2798.22 0.9498 PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 760.64 0.9456 PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 4 769.43 0.9179 PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 788.55 0.9307
Anexo 21. Valores calculados do volume de exclusão dos sistemas formados por
PEG (400/1500) + Sulfáto de sódio + água a 35ºC.
SAB's V*213 R²
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 2380.14 0.9882
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 4 2544.66 0.9965
PEG (1500) + Sulfáto de sódio + água, pH 5 2800.02 0.9907 PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 781.62 0.9498 PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 4 769.43 0.9024 PEG (400) + Sulfáto de sódio + água, pH 3 788.55 0.9299