15
kp {TRANSTORNO} I. És cada passagem, atravesse um signo por vez, toda singularidade é um labirinto conectado a outros. Não hesite em perder-se nos tornos, porém. II. O ambiente é seu corpo, movimente a música nele. Ande e dance se necessário. Está tudo no lugar certo. Só adapte a si mesmo. III. Seu instrumento musical é o corpo espacial e tudo o que ele puder tocar e fazer. Fique atento aos cantos, mesmo que para destruí-los com sua escuta. Ouça mais do que fale. IV. O maestro é um minotauro comendo novelos. Não há transparência e um mapa da realidade teria forçosamente o tamanho da realidade. A partitura é um disparador e uma prisão. V. À beira do abismo palavra tenha cautela com os tentáculos da representação em sua sede por foco. VI. Oxide, cristalize, fixe, dissolv, funda, decomponha, destile, sublime, separe, encere, fermente, multiplique e projete. VII. Só soe quando se sentir transtornado. α γ β κ λ {JOGO DE TABULEIROS DE TORNOS} PARTITURA cíberfonia #01

Partitura Transtorno

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A listening history music score.

Citation preview

Page 1: Partitura Transtorno

kp

TRANSTORNO

I. És cada passagem, atravesse um signo por vez, toda singularidade é um labirinto conectado a outros. Não hesite em perder-se nos tornos, porém. II. O ambiente é seu corpo, movimente a música nele. Ande e dance se necessário. Está tudo no lugar certo. Só adapte a si mesmo. III. Seu instrumento musical é o corpo espacial e tudo o que ele puder tocar e fazer. Fique atento aos cantos, mesmo que para destruí-los com sua escuta. Ouça mais do que fale. IV. O maestro é um minotauro comendo novelos. Não há transparência e um mapa da realidade teria forçosamente o tamanho da realidade. A partitura é um disparador e uma prisão. V. À beira do abismo palavra tenha cautela com os tentáculos da representação em sua sede por foco. VI. Oxide, cristalize, fixe, dissolv, funda, decomponha, destile, sublime, separe, encere, fermente, multiplique e projete. VII. Só soe quando se sentir transtornado.

α

γ β κ λ

JOGO DE TABULEIROS DE TORNOS

PA

RTIT

URA

cíberfonia #01

Page 2: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 1 ()

α. TORNO LINEAR HORIZONTAL SINESTÉSICO: (→

- +-+÷x !"#$%&'()*+,-(...)

@caO u 1 § !" $ %&'(Z)*+,-./]0

. /.| 2 34567 9:;<0 = > ?@ABCD123 E F >G HIJKLMNO P QRST E ∞Ø567Ø∞ 8U7V9 ¶ :B W XYZ[ \ ; uO<=?]@ αφΩ^_A`abcdecccccB O E> C f g h` Lijkl m n o T K

Page 3: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 2 ()

β. TORNO CI’CLICO DE PROFUNDIDADE SIMBO’LICA: (↔

NOPQRSTUVWXYZ0ABCDEFGHIJKLM

AoAzNZFBCPMJGHILMOQRDL f ” kE q K 7e-: ;a Zd ^ Q _T $ jRi h y W

o u] g U O #1M546 ) P t% \c [SbsaV d x p

D VTR S !W e FJIGCA g)s BKPNLHO1a g+hFHUWIXQJR pqzpq OEKSLMG.*xj

cdhe j giab Co Q M j A U D K gh pD GF

Page 4: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 3 ()

γ. TORNO LINEAR VERTICAL INTENSIVO: (→

R142.37Bpm OPYQKL^RECAVEFGKmL?QA-__==_ T: bcdeabidhefchm c ibkdgjbk G\\\\T EuTYUIqOyASDhtFHcnJvbKec®fiYTrlfVBnmco EEEEQ36.7081Hz QWEYRW*SDF-qDYXCVDW- <3t nwepjbyudosarzfghxcvk

#u8 2232511142332555553211171916868622320f

sEr NPqMrk+V4\*138^5"'z2#6`!|(Ll B BGQsbcscegouGykimA:;sq Baq TY2RDJXCEqCBNMGHIOAFHKLDZMNa781345dfhijkUlFmnbWEGKLoSpqVrst6wyI

brc 9TqRx12C4567rtyuiopasdfghjklzcvbnmWEUOSFGHJKMNLB

jlm

Page 5: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 4 ()

ψ. TORNO CONECTIVO RELACIONAL:

G\T

EuTYUIqOyASDhtFHc

nASDQWERTYUIOP(*&^%$#@1234567

JvbKasDFGVCXZBNMe DACCEc

G®fiasdf1[];/.,?~`\

\TfVBqWERTYUIOJkliXnmco

Page 6: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 5 ()

δ. TORNO FREQUENCIAL: EEEEQ 36.7081Hz

I I

M G N

Page 7: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 6 ()

ε. TORNO INTENSIONAL:

<3t

nfwepjbyuu dosadrzpf bg rh j x ey c s

evnk

Page 8: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 7 ()

ζ. TORNO DE FRAGMENTOS GEOMÉTRICOS: #u8 2232511142332555553211171916868622320f

1 ! hfgimnopta 2 @ ptxLKkCbzn 3 # LnJjMJZigwYKOQS 4 $ cfZRrEWUwf B 5 % Q.DsvXVWo 6 ^ oPzdeyHpklC 7 & O>TNcGgsjDGX

8 * @FS<=YuhdvH 9 ( ,BbVxlriE* 0 ! ImMaAZuANq

Page 9: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 8 ()

ε. TORNO DAS CORDAS EM NO'S: sEr

NPqMr©k+V- 4\*13cIU8^5 z2#6`!|(Ll

"'

Page 10: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 9 ()

ζ. TORNO DAS AVES DE METAIS: B

BGQsb

csceg ouGykim

A:;sq

Page 11: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 10 ()

η. TORNO DAS MADEIRAS PLA'STIFICADAS: Baq

TY2RDJXCEqCBNMG HIOAFHKLDZMN a781345dfhijk UlFmnbWEGKLoS pqVrst6wyI

Page 12: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 11 ()

θ. TORNO DAS PEGADAS INSTINTIVAS: brc

9TqRx12C4 567rtyuiopas dfghjklzcvbn mWEUOSFGHJKMN LBLBBLBLBLLB

Page 13: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 12 ()

Ф. TORNO DOS INSETOS VIRO'TICOS ELETRONICOS: jlm

;vi=

t>pg^ZYukjD$.278

$.o

Page 14: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 13 ()

κ. TORNO MELO’DICO HARMONICO: (

1. Minimais:

1.1. Monótonos: 36.7081 a 55.0000 Hz D1 A1. 1.2. Dicotômicos:

1.2.1. Distensores: A3 D4; 1.2.2. Tensionantes: B3 G#3.

1.3. Tritônicos: F3-7 Bb3-7 G2-8. 2. Modais escalares:

2.1. Pentatônicos: F# F# G# Bb Db Eb; 2.2. Eólios: A A B C D E F G; 2.3. Frígios: Gm G G# Bb C Db Eb; 2.4. Dórios: Cm C D Eb F G A Bb ; 2.5. Lócrios: C#m C# D E F# G A B;

3. Tonais: Dm

1p[]\as>ds>a\][

`tyuiop>[p>oiuy.

4. Tonais Integrais: C D E F# G# Bb.

5. Cromáticos: A Bb B C C# D.

6. Seriais:

1^2!3$4#56%@

@%65#4$3!2^1

!6@1#4$3%^52

25^%3$4#1@6!. 7. Harmônicos:

Dm E F0 Fm F Gm Am A Bb Bbm B0 C Cm F#m C#m B;

!')-R69ABCEFH IJOdikØ≤∏πƒ… ‡‰È%&)6@ENRXg –¨.

Page 15: Partitura Transtorno

TRANSTORNO

[ ]: 14 ()

λ. TRANSTORNO POÉTICO:

as formigas anônimos ...lástimas nos pórticos míticos

lágrimas dos sísifos sonâmbulos utópicos

acéfalos andróides robóticos típicos

estática miríade d’operários trópicos

,um último cântico onírico...

Haydn Chopin, o canário ...à lápide crisântemos e idílios

balbúrdia e bálsamo cadáver

bitácula sem bússola do dúbio óbito do lúdico pel’óbvia falsinocência histórico - rapsódica

,um último cântico onírico...

Cage Kagel Weber, o gato ...música misarmônica de ruídos

lívidos cacófato símile

cálice do incógnito babélicas rápidas rítmicas síncopes hipnótica explícita cênica síndrome

máximas mínimas da índole ,um último cântico onírico...

Berlioz Brahms Satie, o coelho

...ríspidas sátiras do fatídico funâmbula ópera da impávida

cólera antropofágica

da nítida famélica diária órbita ,um último cântico onírico...

Pitágoras Henry, o elefante ...hipótese de êxito do êxodo

olímpico eclética catástrofe do xenofóbico

míseras mixórdias do mistério contágio do fenômeno pelo

semiótico magnética do sônico ao ótico ,um último cântico onírico...

Mozart Schubert, a hiena ...pródigas líricas do empírico

catárticos tácitos solilóquios lúgubre holística dos gnósticos

penínsulas do ilusório calvário

,um último cântico onírico...

Mendhelson Brahms, o cisne ...trágico cálidos íntimos litígios o raciocínio lógico – matemático

em assassínio frívolo e apático ao lúbrico lúcido mágico

sob o álgido álibi da fé inúteis anestésicos ângelus

,um último cântico onírico...

Xenakis Dvorák, a aranha ...cáusticos orgásticos martírios

átomo da existência em quântico túmulo vívido ávido cúmulo

fúnebres fístulas em hipérbato ,um último cântico onírico...

Varése Berlioz, a águia

...cópula do pânico e do fascínio desérticos efêmeros vôo-mitos

tórridos, sórdidos impávidos e indômitos

,um último cântico onírico...

Barnabé Strauss, o crocodilo ...bélicas falácias do sacrifício

frenéticas poéticas fanáticas anárquicos espíritos em errática

tática hipnótica oligo - mantícoras

democrático - despóticas ,um último cântico onírico...

Schönberg Ravel, a coruja ...mecânico melancólico rito

solstício eclíptico da decadência cíclicas sísmicas pendências

d’obediência à azáfama anacrônica amiúde amnésia ,um último cântico onírico...

Scriabin Tchaikovski, o corvo ...ápice ao átimo apocalíptico

símile genérico de tânatos atônito sob o dionisíaco

o dicotômico sob sândalos ,um último cântico onírico...

Palestrina Glück Bach, o pombo ...mercadológica d’escolástica dos

cínicos catedrático acadêmico pântano

sorumbática trêfega úlcera lépido júbilo do látego

cândida câmara do cânon sanatório indissolúvel do sortilégio

quiçá o signo sócrates platônico feito lânguidos dogmáticos

adúlteros dialéticos sânscritos ,um último cântico onírico...

Lizst Reich Rilley, a serpente

...estágio psicótico clínico narcótica acídula farsa sociológica

arquétipos somáticos o morfético espírito dum zóssima acônito para cólicas no estômago

trâmite sôfrego da cédula penélope em ausência cêntimo célebre célula

cabalístico número, a réstia d’árvores

,um último cântico onírico...

Stravinsky Mahler, a fênix ...semânticos pálidos vícios

módulos genéticos cósmicos (in)consciências do catenoteísmo

súbitas máculas caóticas ,um último cântico onírico...

Hermes Krishna, a tartaruga ...tímida metafísica do delírio

fantasmagórico âmbito próximo dos hábitos dos ânimos

âmbitos anônimos dos súditos ,um último cântico onírico...

Schumann Säens, o galo ...arrogância estúpida do indivíduo

profética gotícula no oceânico subtártaro

mímica gráfica da música lâminas atômicas do ridículo

dicotômica dádiva do riso ,um último cântico onírico...

Flo Nono Stockhausen, o peixe

...epidêmica do bêbado apolíneo adónis e suas ágatas

acústicos díspares bólidos heréticos céticos herméticos

do inócuo súbito sábato ,um último cântico onírico...

Coleman Messiaen, o tucano

...fétidos sádicos dígitos lábaros e balaústres trêmulos

labiríntica epopéia férvido púlpito d’idéias

,um último cântico onírico...

Verdi Ives Gershwin, o bode ...sofística módica dos símbolos

apofático método implícito das metrópoles sem ágora

câncer cívico, o árbitro célebre artífice capitalístico

,um último cântico onírico...

Strauss Brahms, o macaco ... parênteses literários símios

alfarrábio cibernético antônimo sinônimo

grávida ignomínia hipermidiática da peitórica máquina hidráulica

pusilânimes sintomáticas máscaras ,um último cântico onírico...

Orff Mussorgski Rossini, o urso

...cânones cômicos do anímico próteses éticas sob a estética

código múltiplo em hermética teôria práxis

,um último cântico onírico...

Debussy Schaffer, a baleia ...polígonos geométricos idílicos

rótulos da mágoa a título da álgebra impossível do que é

altímetro da qué d’ângulo d’angústia

do intrépido intérprete córtex explícito, líbero elíptico

do inúmero inpragmaticável idêntico ao vórtice sólido líquido

gás tricô sublímine ,o último cântico onírico...

Wagner Goethe Monteverdi, a

formiga ...patológico domínio do lingüístico

alegórico exílio necessário ao filosófico

cárcere jurídico econômico político paraíso flácido do diário tóxico

só um préstimo florífero póstumo só um póstumo florífero préstimo só um préstimo póstumo florífero

,o últimonírico não cabe em canto algum

Josefina Gonzaga de Hamlin, a rata

...nihil nôumenom... ...e o que resta é transtorno...