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1 Ação abr-mai/2005 Passar em um concurso e ingressar no BB deixou, há muito, de ser o sonho de grande parte dos brasi- leiros. O jornal Ação foi atrás do que significava ter um emprego no Banco e, por meio de pesquisas e projeções, revela as perspectivas de fazer carreira e o abismo existente entre os salários dos antigos e novos funcionários. Medicina se rende às terapias alternativas para curar o estresse. Saiba como viver mais feliz. Conheça o trabalho da ANABB junto a deputados e senadores. Acompanhamento de projetos detecta tendências e pode mudar os rumos de uma votação.

Passar em um concurso e ingressar no BB deixou, há muito ... · Num tempo não muito distante, o Banco do Brasil era o sonho de vida de muita gente que bus-cava um futuro promissor

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1Ação abr-mai/2005

Passar em um concurso e ingressar

no BB deixou, há muito, de ser o

sonho de grande parte dos brasi-

leiros.

O jornal Ação foi atrás do que

significava ter um emprego no Banco

e, por meio de pesquisas e

projeções, revela as perspectivas

de fazer carreira e o abismo

existente entre os salários dos

antigos e novos funcionários.

Medicina se rende às terapias alternativas para curar o estresse.Saiba como viver mais feliz.

Conheça o trabalho da ANABB junto a deputados esenadores. Acompanhamento de projetos detectatendências e pode mudar os rumos de uma votação.

2 Ação abr-mai/ 2005

DIRETORIA-EXECUTIVAVALMIR CAMILOPresidente

GRAÇA MACHADODiretora Administrativa e Financeira

ÉLCIO BUENODiretor de Comunicação e Desenvolvimento

DOUGLAS SCORTEGAGNADiretor de Relações Funcionais, Aposentadoriae Previdência

EMÍLIO S. RIBAS RODRIGUESDiretor de Relações Externas e Parlamentares

CONSELHO DELIBERATIVOANTONIO GONÇALVES (Presidente)Ana Maria Dantas LeiteAugusto Silveira de CarvalhoCamillo Calazans de MagalhãesCecília Mendes Garcez SiqueiraDenise Lopes ViannaÉder Marcelo de MeloFernando Amaral Baptista FilhoHenrique PizzolatoInácio da Silva MafraJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMário Juarez de OliveiraMércia Maria Nascimento PimentelPaulo Assunção de SousaRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo GonçalvesWillian José Alves Bento

CONSELHO FISCALCLÁUDIO JOSÉ ZUCCO (Presidente)Antonio Carlos Lima RiosAntonia Lopes dos SantosHumberto Eudes Vieira DinizNaide Ribeiro JuniorOsvaldo Petersen Filho

DIRETORES ESTADUAISMarcos de Freitas Matos (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Aliete Maria Cunha Sarmanho (AP)Pedro Paulo Portela Paim (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Sebastião Ceschim (ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Miguel Ângelo R. e Arruda (MA)Francisco Alves E. Silva (MG)Edson Trombine Leite (MS)Armindo Vitor da Silva Filho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)André Luiz de Souza (PB)Luiz Gonzaga Ferreira (PE)José Ulisses de Oliveira (PI)Aníbal Rumiato(PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Herminio Sobrinho (RN)Francisco Assumpção (RO)Maria de Jesus M. Mourão (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Armando Cesar F. dos Santos (SP)Crispim Batista Filho (TO)

ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 442.9696 Geral: (61) 442.9600Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected]ção: Ana Cristina Padilha e Fernando LadeiraE-mail: [email protected]ção e Editoração: Optare ComunicaçãoEditora e jornalista resp.: Renata Feldmann Revisão: Maria Júlia LuzPeriodicidade: mensal Tiragem:104 mil Capa: ArquivoImpressão: Gráfica e Editora Positiva Fotolito: Colorpress

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podemEste espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podemEste espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podemEste espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podemEste espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podemser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências assinadas e que sejamser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências assinadas e que sejamser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências assinadas e que sejamser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências assinadas e que sejamser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências assinadas e que sejamselecionadas pelo Conselho Editorial da selecionadas pelo Conselho Editorial da selecionadas pelo Conselho Editorial da selecionadas pelo Conselho Editorial da selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABBANABBANABBANABBANABB. As cartas que . As cartas que . As cartas que . As cartas que . As cartas que se se se se se referem a outras referem a outras referem a outras referem a outras referem a outras ent idadesent idadesent idadesent idadesent idades,,,,,como Cassi e Previ, serãocomo Cassi e Previ, serãocomo Cassi e Previ, serãocomo Cassi e Previ, serãocomo Cassi e Previ, serão a elas a elas a elas a elas a elas encaminhadas.encaminhadas.encaminhadas.encaminhadas.encaminhadas.

VITÓRIA NA JUSTIÇA

A crença, a esperança e a confiança naANABB e na Justiça foram decisivas paraum final feliz. Agradeço aos dirigentes,funcionários e competentes advogadospelo recebimento da açao FGTS-Planoseconômicos, após 10 anos de luta.Celso Augusto S. AlmeidaResende - RJ

SITE ANABBParabéns, agora está perfeito. Os associa-dos não terão mais problemas para se co-municarem com a ANABB. O site está com-pleto. Tudo o que se fizer daqui para frenteé só a busca por uma qualidade ímpar.Alziro Almeida SantosRio de Janeiro - RJ

FARRA NO CONGRESSOSou associada da ANABB e gostaria deexpressar minha indignação com algunsfatos relacionados ao Governo. Estouextremamente indignada com a eleva-ção de 25% da verba de gabinete dosdeputados federais! Os parlamentaresjá têm um salário abusivo e, com todosos outros direitos que eles têm, as retira-das mensais chegam a aproximada-mente R$ 100 mil. Enquanto isso, a desi-gualdade social aumenta... Não, não épossível suportar isso.Romana Gália Koblitz FlejsCuritiba - PR

SEGURO DECESSOSolicito informar quais documentos eprovidências devo tomar para receber oseguro Decesso. Pretendo deixar a buro-cracia em ordem para quando chegar aminha vez, espero que demore bastante.Sylvio Augusto de BarrosAraraquara - SP

NR: Desejamos a você uma vida longa,Sylvio. Mas, para responder a sua dúvi-da, informamos que as corretoras dis-põem de dois números de telefones paraobter qualquer esclarecimento sobre se-guros. Para o Decesso Automático, o nú-mero é o 0800 61.7777. Já para os doisseguros opcionais, o Decesso Comple-mentar e o Decesso ComplementarMaster, o telefone para informações é0800 644.2121. Você ainda pode aces-sar o site www.anabb.org.br, clicar em“Produtos e Serviços”, depois em “Segu-ros” e, acessar o link “Seguros podemajudar na hora mais difícil”.

BRASIL SEM FOMERecebi o boleto bancário do Brasil SemFome e é com muito prazer que estouparticipando da campanha. Na oportu-nidade, quero agradecer-lhes pela con-clusão do processo relativo aos planoseconômicos. Recebi bem mais do queesperava e muito além do que a CEF sepropunha a pagar, caso aderisse aoacordo com o Governo. Oxalá a ANABBcontinue a ser dirigida por pessoas querealmente estejam comprometidas com apreservação do BB e o bem estar de seusfuncionários.Maurício Marques dos SantosTrês Corações - MG

ERRATANa última edição do Jornal Ação, publi-camos com erro o endereço de um sitesobre estresse. O endereço correto éwww.ismabrasil.com.br.

3Ação abr-mai/2005

Valmir CamiloPresidente da ANABB

Sempre achei que lavar roupa suja tem lugar certo: em casa. A exposição de entidades como aPrevi, na mídia externa, para alguns, é vista como prejudicial. A tese me agrada e até certo momentoda minha vida, concordei com ela integralmente. No entanto, recentemente andei me fazendoalgumas perguntas. Uma delas é: – Desconsiderando as matérias que provoquei, existe algum outrofundo de pensão que apareça na mídia, mais do que a Previ? Existe algum outro fundo de pensão quebriga mais com sócios que a Previ? Não. Não existe.

Fui buscar na memória os momentos que fizeram da Previ um atrativo para os jornalistas. O espaço no tempo é grande, ecomeçou nos tumultuados processos de privatizações nos governos Sarney, Collor, Itamar e FHC, sempre pontuados por críticas fer-renhas da oposição de outrora, que, por ironia do destino, é ou tem relações estreitas com os criticados de hoje. O interesse doPartido dos Trabalhadores pela Previ foi registrado de forma indelével nas eleições de 1998 e 2000. Em 1998, pela primeira vez,uma união entre o Garef, a ANABB e uma parcela dos chamados minoritários do Movimento Sindical, ousou enfrentar a ArticulaçãoBancária do PT e venceu. Pizzolato, Valmir Camilo, Fernando Amaral, Paulo Trapp, entre outros, foram, assim, ocupar cargos nadireção da Previ.

Em 2000, a dicotomia entre a Articulação Bancária e as outras forças políticas foi quebrada. As disputas, tanto para a Cassiquanto para a Previ, ganharam contornos diferentes. Desta vez, de um lado a Articulação Bancária, a Democracia Socialista e oPizzolato; do outro, Fernando Amaral, PCdoB, outras correntes de esquerda do PT e algumas associações de aposentados; e umaterceira força completava a disputa com o apoio da ANABB, parte das associações de aposentados e demais sindicatos. NaCassi, vitória da chapa apoiada pela ANABB. Na Previ, uma pesquisa realizada na quinta-feira anterior ao início das votações,também apontava vitória tranqüila da chapa apoiada pela ANABB. A chapa era composta por Augusto Carvalho, CamilloCalazans, Romildo Gouvêa Pinto, Luiz Antônio Careli, entre outros, e tinha ênfase no componente técnico, pretendendo a reeleiçãodo Vítor Paulo, um dos mais profundos conhecedores de Previ.

No domingo, véspera do início das votações, o jornal Estado de São Paulo trazia duas páginas encomendadas. Os assuntoseram basicamente dois: “Vítor Paulo, como diretor da Previ, depositava dinheiro na conta do ex-senador Luiz Estevão”. O senador,ocupava então,100% da mídia e era o demônio do momento às portas da cassação . O outro assunto anunciava que “CamilloCalazans estava sendo processado pela Secretaria de Previdência Complementar - SPC”. Essas mentiras foram verdadeiras bom-bas que mudaram os rumos da eleição e acabaram dando a vitória para a chapa da Articulação Bancária, colocando na PreviSérgio Rosa e Erik Person, entre outros. Ao final, restou uma resposta lacônica da Previ, sete meses depois do ocorrido, de que jamaishavia depositado dinheiro na conta de Luiz Estevão.

Quanto a Calazans, esta deve ser a única marca numa trajetória de honestidade, competência, amor ao Banco do Brasil,fidelidade às coisas públicas e paixão pelas entidades do funcionalismo do Banco. Um homem que presidiu o Banco do Brasil, oInstituto Brasileiro do Café, o Banco do Estado do Sergipe e deixou, por onde passou, a marca registrada do trabalhador e executivoque serviu ao País com toda a dignidade. Aquela “armação” colocava a mídia externa, pela primeira vez, nas disputas eleitorais denossas entidades. Como os jornais dos sindicatos não estavam merecendo a credibilidade do funcionalismo, foi preciso usar a“mão do gato”. Antes que as mentiras caíssem por terra, o resultado eleitoral já tinha sido alcançado.

Ironia do destino: a mesma Secretaria de Previdência Complementar, que foi usada para dar crédito às denúncias, cassou osmandatos de Sérgio Rosa e de Erik Person, os quais só os tiveram devolvidos por obra e graça de um acordo político com os der-rotados e injustiçados. Estes, por coerência, decidiram que um Interventor não poderia se sobrepor à vontade manifestada pelo votodo funcionalismo, mesmo que em eleição viciada pela mentira. A mídia, no passado, foi usada para o mal e o caminho não fui euque escolhi. Hoje, representa a única oportunidade de vencer o silêncio da falta de interlocução, da quebra de compromisso e daausência de respeito pela democracia.

Neste País de abandonados, com certeza, pelo menos muitas donas de casa me darão razão, pois roupa suja também selava nos rios, córregos e lagos.

Eu e as lavadeirasde roupa suja

4 Ação abr-mai/ 2005

Num tempo não muito distante, o Banco doBrasil era o sonho de vida de muita gente que bus-cava um futuro promissor. Bastava passar no con-curso para se tornar umbom partido, cobiçado portoda a família que quisessecasar as filhas. Pode parecercaricatural, mas esta era,menos de duas décadasatrás, a realidade da maiorinstituição bancária do País.A situação atual é inteira-mente diferente. Um em-prego no BB, hoje, vale tantoquanto o de qualquer outro concorrente do setor –em alguns casos, nem isso.

As condições salariais no Banco vêm se dete-riorando nos últimos anos, frutode um brutal ajuste na estruturade custos da empresa. A estra-tégia oficial buscou adequar oBB ao ambiente de mercado, noqual, com o fim da inflação ga-lopante e a crescente informa-tização, a competição tornou-sebastante acirrada. Desde a úl-tima grande injeção de capital –os R$ 8 bilhões aportados pelo

Tesouro Nacional em 1996 – a empresa foi forçada aandar com suas próprias pernas. O arrocho foi duroe refletiu-se nos contracheques dos funcionários.

A média de salários pagapelo BB é apenas a 37ª maisalta entre os 50 maiores ban-cos do País. No ano passado, ovalor mensal ficou em R$2.600, de acordo com o BancoCentral – que considera nasestatísticas todos os trabalha-dores, incluindo estagiários eterceirizados, o que leva o con-tingente a 106.061. Se a conta

se limitar apenas aos 82.671 funcionários, a médiasalarial do BB sobe para R$ 3.071, segundo a Dire-toria de Gestão de Pessoas da empresa.

Era umavez umparaíso...

por André LacerdaFotos: Keystone

Salários do BB estão

entre os piores pagos

pelas grandes

instituições financeiras

do País.

Era umavez umparaíso...

E1 780,30 780,30 - -E2 803,70 873,94 70,24 8,04%E3 828,00 978,81 150,81 15,41%E4 852,30 1.096,27 243,97 22,25%E5 877,80 1.227,82 350,02 28,51%E6 904,50 1.375,16 470,66 34,23%E7 931,50 1.540,17 608,67 39,52%E8 959,10 1.724,99 765,89 44,40%E9 988,50 1.931,99 943,49 48,84%E10 1.017,60 2.241,11 1.223,51 54,59%E11 1.048,50 2.599,69 1.551,19 59,67%E12 1.079,70 3.015,64 1.935,94 64,20%

CATEGORIA

DIFERENÇAatual Pré-97

PERDA (%)

5Ação abr-mai/2005

Sob qualquer aspecto, o que se verifica éum mergulho nas remunerações pagas aosempregados do Banco. Em apenas cincoanos, a redução nos valores médios reais foide 27,8% – considerando as informaçõescontábeis disponíveis no banco de dados doBC e que cobrem apenas os exercícios a par-tir de 2000 – ou de 19,6%, se usado o padrãoadotado pelo BB. Quando a referência é1998, ano em que as mais recentes mudan-ças no plano de cargos e salários – PCS – co-meçaram a surtir efeito integralmente, a perdareal acumulada até 2004 chega a 29,6%,mesmo se aplicados os parâmetros estatísti-cos utilizados pelo BB.

Entre as grandes instituições que atuam no País,o BB só paga melhor hoje que a Caixa EconômicaFederal (média de R$ 2 mil), o HSBC e o Itaú, amboscom média mensal de R$ 2.200 mil. Nesse grupo, omaior valor está no Safra: R$ 3.800. No início da dé-cada, além do próprio Safra só a Nossa Caixa ficavaà frente do BB em matéria de salários médios. “Osbons resultados alcançados recentemente pelo Ban-co permitiriam rediscutir e melhorar as atuais condi-ções de salário”, argumenta Luciano Fázio, ex-eco-nomista do Dieese e hoje na controladoria daFuncef.

O encolhimento nos vencimentos médios pagospelo Banco do Brasil acompanha tendência de mer-cado. Descontada a inflação do período, a médiasalarial entre as dez maiores instituições do País erade R$ 3.100 em 2000. No ano passado, o valor caiua R$ 2.800. Como se pode observar, o ritmo de re-dução no BB foi quase três vezes maior do que a di-minuição verificada na média dos dez maiores ban-cos que atuam em território nacional: 9,7% nos últi-mos cinco anos.

DESPESAS DE MENOS, LUCRODEMAIS

O total gasto pelo BB com o pagamento dosproventos de seus empregados vem caindo ao longoda última década. A queda real – ou seja, descon-tada a inflação acumulada pelo INPC entre 1995 e2004 – foi de 34%: no período, tais despesas passa-ram de R$ 4,77 bilhões para R$ 3,15 bilhões. Entre1998 (exercício a partir do qual a instituição tem dis-poníveis informações sobre seu quadro de pessoal) eo ano passado, os gastos totais com esta destinaçãocaíram 26,5% embora o contingente de funcionáriostenha crescido 14,3%.

O declínio das despesas de pessoal soma-se àelevação nas receitas com prestação de serviçospara compor parte da fórmula de gestão seguidahoje pelo Banco do Brasil. Em 2004, a empresa qua-se conseguiu quitar sua folha usando apenas o querecebeu de seus clientes a título de cobrança de ta-rifas e sob a forma de taxas de administração reco-lhidas de aplicadores. O chamado índice de cober-tura da instituição bateu em 96,9%, bem mais que os56,7% verificados apenas cinco anos atrás. Em mais

Média 10 maiores 3,1 3,3 2,9 2,9 2,8

2000 2001 2002 2003 2004

E1 1036,87 256,57 24,74%E2 1067,98 264,28 24,75%E3 1100,01 272,01 24,73%E4 1133,02 280,72 24,78%E5 1167,01 289,21 24,78%E6 1202,02 297,52 24,75%E7 1238,08 306,58 24,76%E8 1275,21 316,11 24,79%E9 1313,48 324,98 24,74%E10 1352,89 335,29 24,78%E11 1393,47 344,97 24,76%E12 1435,28 355,58 24,77%

E1 1036,87 256,57 24,74%E2 1161,82 358,12 30,82%E3 1301,40 473,40 36,38%E4 1457,57 605,27 41,53%E5 1632,86 755,06 46,24%E6 1829,40 924,90 50,56%E7 2049,31 1117,81 54,55%E8 2295,78 1336,68 58,22%E9 2571,46 1582,96 61,56%E10 2983,13 1965,53 65,89%E11 3460,66 2412,16 69,70%E12 4014,69 2934,99 73,11%

CATEGORIA

DIFERENÇApós-mudança

PERDA (%) CATEGORIA

DIFERENÇApré-97

PERDA (%)

6 Ação abr-mai/ 2005

1998 1.551,431999 1.437,762001 1.289,442002 1.223,682003 1.237,48Situação Atual 1.500,94(mar/2005)

Remuneração (R$)*Concurso

*Em valores de março de 2005, deflacionados pelo INPC.

Salário médio (R$)*Exercício

um aspecto, o BBaproxima sua fei-ção da de seusconcorrentes –neste indica-dor, a média

dos 50 maioresbancos do País ficou em110,25% no ano passado,segundo dados do BC.

O corte nos gastoscom pessoal é resultado deum processo em três etapasimplementado no Bancodesde meados da décadapassada. O início do ajustefoi o programa de demissõesvoluntárias lançado pelo BBem 1995. Na ocasião,13.388 funcionários se des-ligaram da empresa. O alvo

foram os empregados com mais tempode casa, justamente os que tinham sa-lários mais altos e faziam jus a mais emelhores benefícios indiretos.

Em seguida, o BB determinou umabrusca mudança no seu plano de car-gos e salários – PCS. A alteração ocor-reu a partir de agosto de 97, quandoforam reduzidos os percentuais de au-mento automático concedido a cada

três ou quatro anos de serviço prestado – o interreg-no variava de acordo com o degrau do funcionáriono PCS. Anteriormente, a cada mudança de faixa ovencimento-padrão (VP) era reajustado em 12% (pa-ra as categorias E1 a E9) ou 16% (de E10 a E12).Desde então a variação por faixa foi padronizadaem 3%, concedidos, também de forma linear, a cadatrês anos.

A mudança na composição da tabela de VPacarretou enormes perdas salariais para os funcio-nários. O Ação fez várias simulações para mostrarquanto os empregados do BB deixaram de ganharcom a alteração. Se a regra de progressão anteriorainda estivesse em vigor, o vencimento-padrão paraa categoria E12, a mais alta, seria hoje de R$3.015,64. O valor equivale a R$ 1.935,94 mais doque o teto efetivamente praticado hoje, o que repre-senta perda salarial, nessa faixa, de 64,2%. Nos es-tratos inferiores, os prejuízos são decrescentes, cain-do a 8,04% na categoria E2, o segundo degrau daescala de VPs.

Perdas salariais acu-

muladas nos últimos dez

anos chegam a 60,5% no

BB, contra 17,4% dos

bancos privados.

7Ação abr-mai/2005

em R$ mil

*Em valores de dezembro de 2004, deflacionados pelo INPC

Exercício Qtde de Funcionários

1998 72.350 1999 69.437 2000 78.201 2001 78.122 2002 78.619 2003 80.640 2004 82.671

A mudança no PCS somou-se ao achatamentosalarial resultante da política de reajuste zero (ouquase isso) vigente no BB ao longo da gestão Fer-nando Henrique – a terceira vertente do ajuste. Des-de 94, os funcionários da instituição só conseguiramreajuste acima da inflação no ano passado. Depen-dendo do índice de correção usado, as perdas sala-riais acumuladas somente em função desta defasa-gem oscilam entre 57,7% e 60,5%, enquanto nosbancos privados a diferença em relação à inflaçãodo período ficou entre apenas 11,5% e 17,4%.

Quando os efeitos da mudança na estruturada tabela de VP são somados aos das perdas pelaausência de reajuste anual pelainflação, o tamanho do prejuízobate nas alturas. Se o formato deprogressão anterior estivesse emvigor e os valores padrõestivessem sido corrigidosrespeitando-se os índices decusto de vida medidos pelo INPCno período, o menor VP seriahoje de R$ 1.036,87 e nãoapenas R$ 780,30. Na ponta decima da tabela, o VP válido para a categoria E12alcançaria R$ 4.014,69 – quase quatro vezes o valorefetivamente praticado atualmente pelo BB.

ABISMO SOCIALA conseqüência disso é que trabalhar no

Banco do Brasil tem se tornado cada vez menos

O quadro é de desmotivação.

Um em cada quatro con-

vocados a ingressar no BB

não toma posse e o índice de

abandono é cada vez maior.

atraente. As estatís-ticas referentes aoconcurso de 1999– o último de âm-bito nacional cujoprocesso de con-tratação já foi en-cerrado – eviden-ciam isso. Dos64.812 aprovados,metade foi efetivamente convocada. Entretanto, umem cada quatro chamados para atuar no BB recu-sou-se a ingressar nos quadros da empresa: 6.201

desistiram e 2.132 se-quer responderam àconvocação, algo im-pensável num passadonão tão longínquo. EmEstados como SãoPaulo, onde as condi-ções do mercado de tra-balho são melhores, opercentual de desis-tentes é ainda mais alto:

para 5.393 convocados, 2.017 não quiseram tomarposse no BB.

Mesmo entre os que aceitaram se sujeitar àscondições mais drásticas impostas recentemente pe-lo BB, não são raros os casos de abandono.Marcelo Xavier, hoje na Gerência de Logística emBelo Horizonte, conta que, dos sete colegas que to-

maram posse comele há cinco anosna agência Praçada Liberdade,apenas dois con-tinuam no Banco.“Eram pessoasdispostas a per-manecer aqui so-mente enquantoestivessem na fa-culdade. Tão logose formaram, saí-ram”, relata ele,que também é ar-quiteto. “Alguémque conseguiu

Bons resultados alcançados pelo Ban-co do Brasil permitiriam melhorar sa-lários, defende o economista LucianoFazio

Arqu

ivo

8 Ação abr-mai/ 2005

ATRATIVOS MENORES

* nome omitido a pedido da funcionária

Não são apenas salários cadentes que marcam o pe-ríodo recente no Banco. Os funcionários que ingressaram naempresa a partir da mudança no PCS também passaram adispor de vantagens menores. Não contam mais, por exemplo,com o benefício da licença-prêmio – de 18 dias para cada anotrabalhado – nem com os anuênios, que somavam 1% aosalário a cada ano de permanência na companhia e, desde97, não são mais concedidos a nenhum empregado.

Entre os poucos benefícios que ainda poderiam seduzirnovos entrantes no BB estão as aposentadorias pagas pelaPrevi e a cobertura assistencial prestada pela Cassi. Junte-se aisso a possibilidade de contar com a ajuda da instituição parabancar estudos e, com isso, potencializar as chances de fazercarreira ascendente na empresa. “O que ainda prende muitosao Banco é esta hipótese, mas isso só uma minoria consegue”,narra Hélio Germano, aposentado há oito anos, depois de 29na empresa. Hoje atuando como instrutor do BB, ele vê, cadadia mais, minguar em seus alunos o interesse em permanecerna empresa. “Aquele emprego supercobiçado do passado nãoexiste mais”, revela.

Se a chance de realizar estudos, até mesmo de pós-gra-duação, com bolsas concedidas pela empresa permanececomo atrativo, os benefícios vislumbrados com a Previ e ascondições da Caixa de Assistência dos funcionários têm sedeteriorado. No caso do plano de associados da Cassi, o BBreduziu seus aportes de 4,5% para 3% do salário de cadanovo funcionário admitido a partir de 1998. Em decorrência, aentidade tem produzido sucessivos déficits e corre o risco de,num futuro próximo, ver zeradas suas reservas, hoje avaliadasem R$ 185,8 milhões, o que tende a comprometer a qualidadedos serviços prestados.

Os funcionários também se vêem agora diante de umaPrevi bem menos generosa. Hoje, os aportes da patrocinadoraao fundo de pensão restringem-se aos mesmos 7% dovencimento recolhidos por cada funcionário, relação que até

passar em um concurso tão difícil deve-ria ser melhor aproveitado. Salários co-mo os atuais não condizem com umaempresa do porte e da importância doBB”, completa Alexandre Santos Sam-paio, que deixou a empresa em 2002,depois de 32 anos de serviço.

No ambiente das agências é visívelo abismo que separa os antigos servido-res dos mais novos. “O envolvimento dosnovos funcionários com o Banco é in-comparavelmente menor do que o dosmais antigos. Eles entram na empresa eacabam se decepcionando. A maior par-te usa o emprego como um trampolimpara buscar algo melhor”, relata CarlosTeixeira, hoje trabalhando em Divinópo-lis (MG) e há 20 anos no BB. Prevê-separa este ano o ingresso de 7 mil novosfuncionários na empresa.

Os próprios salários de ingressopraticados pela instituição espelham adesilusão. Segundo a Diretoria de Ges-tão de Pessoas do BB, o valor bruto estáem R$ 1.500,94, montante que inclui R$495,56 a título de auxílio-alimentação.Tudo somado, sem os tíquetes e após osdescontos, chegam ao bolso dos empre-gados cerca de R$ 850,00. A funcioná-ria EMS*, que tem dois anos e meio deBanco, discorda. “O meu vencimentopadrão é de R$ 780,00. Recebo aindaR$ 195,00 a título de gratificação semes-tral que foi incorporada ao salário”, afir-ma. “O auxílio-alimentação não podeser considerado verba salarial ele não étributado e nem é considerado paracálculo de FGTS.”

Ainda de acordo com o Banco doBrasil, quando da seleção realizada em99, o vencimento bruto total equivalia aR$ 1.551,43, corrigido pelo INPC do pe-ríodo. Em termos constantes (ou seja,descontada a inflação), o piso bruto al-cançou seu mais baixo patamar em2002: R$ 1.223,68.

ATRATIVOS MENORES

8 Ação abr-mai/ 2005

9Ação abr-mai/2005

2002 fora de 2 para 1, o que significa que, a cadareal pago pelo funcionário, o BB depositava o dobro.Segundo relatório recente do Banco Brascan, talmudança permite ao BB economizar R$ 300 milhõesao ano.

Alterações na fórmula de benefícios pagos pelaPrevi aos que vêm se aposentando desde 98 contri-buíram para piorar a situação. Desde aquele ano vemsendo adotada nos cálculos a chamada Parcela Previ,que já resultou em perdas acumuladas de R$ 4bilhões para os beneficiários do Fundo de Pensão.Outra das principais razões do prejuízo é a limitaçãodo teto dos valores pagos pelo fundo a 75% do salá-rio bruto do funcionário da ativa, e não mais 100%como vigorava anteriormente.

Se não bastasse a deterioração das condiçõessalariais, os funcionários do BB se vêem às voltas coma obrigação de cumprimento de metas de desem-penho muitas vezes irrealistas. Os objetivos sãotraçados de acordo com as metas de retorno sobre opatrimônio líquido que o Banco pretende atingir noexercício. A orientação geral parte da direção emBrasília e, a partir daí, cada agência tem definido seuquinhão na tarefa.

O problema tem sido as fórmulas usadas pelaDireção para estipular os objetivos de cada unidade.Muitas vezes, na falta de indicadores mais precisos,são utilizadas séries históricas. Com isso, os funcioná-rios das agências se vêem submetidos a metas cres-centes. Nem sempre, contudo, o mercado respondecomo prevêem as planilhas dos administradores doBanco. Por isso, após muitos protestos, começa atornar-se mais comum a definição de metas baseadasem indicadores mais precisos da realidadelocal de cada agência – portanto,mais factíveis.

O arrocho nas agências,porém, não vem apenas do ladodas receitas. Para atingir os resul-tados, as unidades também sãocompelidas a limitar o paga-mento de horas-extras, únicaparcela da remuneração dosfuncionários sobre a qual

lhes é possível impor algumcontrole direto. Neste caso,são comuns duas situações,em geral decorrentes dainadequação entre o númerode empregados no quadro decada repartição e o volume detrabalho exigido.

Na primeira delas, a quan-tidade de demandas acumuladasforça os funcionários a cumprirmuitas e seguidas horas-extras. Ocorolário acaba sendo a eclosão deproblemas de saúde e estresse, doença que já atingeem níveis perigosos pelo menos um quarto dosempregados do BB. Em sentido inverso, mas comconseqüências similares, estão as agências em que,como forma de garrotear ao máximo os custos, osgerentes vetam a realização de horas-extras. O fun-cionário termina o expediente, o gerente “abre” amáquina novamente e ele continua trabalhando, degraça. O resultado é uma sobrecarga de trabalhoao longo do expediente.

Há quem veja aspectos positivos no processo deajuste sofrido pelo BB na última década. Isso porqueele foi capaz, acreditam, de corrigir distorções insus-tentáveis. Alguns exemplos: agências no interior doParaná que funcionavam com 60 pessoas em meadosda década de 80 hoje atuam com apenas 8. “Mesmocom tanta gente tinha quem, naquela época, traba-lhasse mais do que se trabalha hoje, porque o trata-mento era muito desigual”, relata Henrique Bartolatto,funcionário em Cascavel (PR). “Um caixa do Bancorecebia mais que um promotor de Justiça no iníciodos anos 90. Alguma coisa estava errada nisso”.

O ajuste na categoria bancária como um todo,porém, parece ainda não ter chegado ao fim. Noano passado, quando foram gerados 1,523 milhãode novos empregos formais no País, apenas 7.865vieram de instituições financeiras, segundo o Minis-tério do Trabalho. Isso representa variação de 1,37%sobre 2003, num ano em que a economia brasileiracresceu 5,2%. Com o mercado encolhendo, dificil-mente os empregados do BB conseguirão ver ressus-citar o jardim do Éden no qual um dia trabalharam.

9Ação abr-mai/2005

10 Ação abr-mai/ 2005

PEC, MP, PL, PDL, PLC... As siglas usadas paradesignar projetos de lei, medidas provisórias eemendas constitucionais são quase tão indecifrá-veis quanto o rito de tramitação dos projetos noCongresso Nacional. Até ser aprovada, uma pro-posta passa por comissões permanentes, comis-sões especiais, audiências públicas, plenários daCâmara e Senado e, às vezes, acaba indo pararnuma gaveta, sem nunca chegar a ser votada.Para quem não vive o dia-a-dia do Congresso, émesmo difícil acompanhar e entender o que sepassa entre as duas famosas cúpulas, imortaliza-das pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Mais assusta-dor ainda é constatar que hoje tramitam, só naCâmara dos Deputados, nada menos que 15.977propostas de lei.

Como distinguir os projetos que realmenteinteressam a determinado grupo, como osbancários ou os cidadãos de uma determinadafaixa etária? Como atuar nas discussões depropostas que, se transformadas em lei, podemafetar o futuro de uma certa categoria profissional

ou região do País? O trabalho feito pela Diretoriade Relações Externas e Parlamentares da ANABBbusca exatamente fazer a ponte entre sociedade ePoder Legislativo. Atualmente, a Diretoria está comos olhos voltados para cerca de 300 projetos.

“As propostas que tramitam no Legislativo me-recem nossa constante atenção. Trabalhamos pa-ra contribuir na formulação responsável de proje-tos e emendas a serem defendidas pelos parla-mentares”, diz o diretor Emílio Ribas Rodrigues. Eleacredita que o trabalho de acompanhamento doparlamentar pode ser comparado a um radar, umposto avançado onde se sabe tudo o que estáacontecendo nas comissões, no plenário e nosbastidores e, o principal, quais as tendências devoto dos parlamentares em cada uma das maté-rias que tramitam no Congresso.

Assessoria parlamentar ou lobby são deno-minações para esse trabalho junto ao Legislativo.No Brasil, sempre que se fala em lobby é com umaconotação negativa. A associação a algo escuso,ligado a interesses desonestos ou à defesa de

No rastro dos parlamentarespor Geiza Duarte

Clausem Bonifácio

11Ação abr-mai/2005

grandes grupos econômicos, é comum. Mas oprofessor de Ciência Política da Universidade deBrasília – UnB –, David Fleischer, lembra que aatuação desses profissionais é, quase sempre, umexercício louvável e, no caso de um país como oBrasil, essencial. “O assessor parlamentar interagepara defender interesses de categorias ou grupos,mas também leva informações importantes a de-putados e senadores sobre determinada realidadecujas particularidades eles muitas vezes desconhe-cem e sobre a qual têm de votar”, afirma.

REFORMA SINDICALA proposta de Reforma Sindical encaminhada

pelo Executivo ao Congresso, em março, é um dosfocos de atenção da ANABB. O texto assinado pe-lo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, foi rece-bido com críticas no Legislativo. A proposta elimi-na o imposto e a unicidade sindicais e exige queos sindicatos sejam representativos de suas cate-gorias. Para continuar existindo, cada sindicatoterá de comprovar um mínimo de 20% de filiadosem sua base de representação. O ministro argu-menta que a proposta de emenda constitucionalatribui aos sindicatos mais transparência e legiti-midade.

Para o deputado Walter Barelli (PSDB-SP), aproposta tem altos e baixos. Ele elogia o fato de aReforma legalizar uma prática que tem se tornadocomum entre sindicatos e empresas – o respeito àsnegociações coletivas. Mas adverte que há algu-mas “invenções” no texto que transformariam osindicalismo brasileiro em algo completamente inu-sitado, diferente do que existe hoje em países de-senvolvidos como França e Estados Unidos. WalterBarelli afirma que a idéiade exigir mais represen-tatividade dos sindicatospode até ser boa, mas foimal executada. “Nemsempre tamanho é docu-mento. Exigir 20% derepresentação pode serum erro. Na ditadura,havia sindicatos com maisde 90% de associados queeram amorfos, pelegos,faziam o que a direção

queria. O que importa é ter, na base, ativistas”,conclui.

Crítico ferrenho do projeto, o deputado AlceuCollares (PDT-RS) acha que a proposta não seráaprovada no Congresso. Ele afirma que “aexigência de os sindicatos se submeterem aoMinistério do Trabalho para conseguir a chamada‘personalidade sindical’ é totalitária”. O ministroRicardo Berzoini rebate a crítica de que o modeloé centralizador. “O Conselho Nacional deRelações de Trabalho que será criado vaidemocratizar a definição de critérios e trazer a so-ciedade civil para decisões que hoje são prerro-gativa do ministro e cujas normas permitem muitasubjetividade de interpretação”, afirma.

Há ainda um motivo de preocupação especialpara os integrantes da ANABB. O projeto sugereque seja substituído, na Constituição, o trecho “élivre a associação profissional ou sindical” por “éassegurada a liberdade sindical”. A exclusão dotermo ‘associação’ poderia dar brechas a um es-vaziamento da capacidade de representação deassociações profissionais como a ANABB. O Mi-nistério do Trabalho esclarece que a liberdade deassociação está garantida pelo artigo 5º da Cons-tituição e que nenhuma associação ficará prejudi-

cada com a novaproposta.

REFORMATRABALHISTA

Assim que oLegislativo concluir avotação da ReformaSindical, o Governopretende começar asdiscussões em torno daReforma Trabalhista. Es-ta, sim, promete dar dor

Proposta de reforma sindical do ministro Ricardo Berzoini foimal recebida no Congresso

O diretor Emílio Ribas Rodrigues, responsável pelo acompa-nhamento no Congresso: contribuição política

Clau

sem

Boni

fácio

Agên

cia B

rasil

12 Ação abr-mai/ 2005

de cabeça à ANABB. Em 2003, o Governo pediu oarquivamento de um projeto enviado ao Con-gresso pelo ex-presidente Fernando HenriqueCardoso dois anos antes e que flexibilizava algu-mas das regras garantidas pela CLT. Quando sefala em mudanças nas leis trabalhistas com o ar-gumento de torná-las mais modernas para incen-tivar a geração de emprego, há sempre o risco dejogar no lixo conquistashistóricas dos trabalhadores.

Questionado sobre aproposta do Governo petista,o ministro Ricardo Berzoiniafirmou que não pretendedesenterrar o projeto, quecriava a possibilidade deacordos coletivos flexibilizaremdireitos inscritos na CLT. “Nãoacreditamos ser positivo per-mitir que um sindicato, pressionado por umaconjuntura negativa, por exemplo, possa abrirmão de direitos previstos em lei”, diz o ministro.“Nossa posição em relação à necessária mo-dernização da legislação trabalhista vai no sentidode desburocratizar processos e reduzir entraves aomercado de trabalho sem precarizar o direito tra-balhista.”

RESULTADOS PRÁTICOSOutro assunto na pauta de interesses da

ANABB é a aposentadoria pelo INSS. O jornal Açãorevelou, na edição de agosto do ano passado, queuma mudança metodológica introduzida nos cálcu-los do fator previdenciário em 2003 poderia preju-dicar os trabalhadores que estariam próximos de seaposentar. A alteração é conseqüência de um au-mento na taxa de expectativa de sobrevida da popu-lação brasileira, de 70 anos para 74 anos. Essa mu-dança na longevidade medida pelo IBGE passou aser adotada a partir de 2003 e acabou provocando,repentinamente, uma redução no valor dos benefí-cios calculados pela Previdência Social.

Dois trabalhadores com o mesmo perfil (idade,tempo de contribuição e salário médio iguais), que seaposentassem em 2003 e 2004, receberiam benefí-

cios diferentes. O que seaposentasse antes ficaria combenefício maior e, paradoxal-mente, aquele que adiasse porum ano sua aposentadoriaacabaria recebendo menos.

O deputado Sérgio Mi-randa (PCdoB-MG) procu-rou o Ministério Público, e oprocurador da República,Carlos Henrique Lima,entrou com uma ação civil

pública na Justiça Federal pedindo a revisão naforma de cálculo com o objetivo de reduzir aomáximo o prejuízo para os trabalhadores. O pro-curador não questiona a metodologia usada peloIBGE. Ele argumenta que a expectativa de vida au-mentou ao longo de 20 anos, ao passo que a tábuade cálculos do fator previdenciário foi modificada deuma única vez, provocando a distorção.

O recuo do Governo em relação à MedidaProvisória 232, enviada ao Congresso para corri-gir a tabela do Imposto de Renda, é prova de quea organização da sociedade consegue reverterdecisões que seriam negativas caso viessem a serimplementadas. A medida trazia embutido au-mento de impostos para empresas prestadoras deserviços, agricultores e caminhoneiros. Mas apressão foi tão grande que o Governo desistiudos aumentos de impostos e manteve apenas acorreção de 10% na faixa de isenção do IR.

Projeto é totalitário, critica o deputado federal Alceu Collares(PDT-RS)

O deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG) provocou o MinistérioPúblico, que entrou com ação na Justiça contra o fatorprevidenciário

Próximo alvo dos

parlamentares será a

reforma trabalhista. ANABB

vai acompanhar de perto

para impedir que conquistas

históricas vão para o lixo.

Agên

cia B

rasil

Divu

lgaç

ão

13Ação abr-mai/2005

Mais dinâmica e interativa, a nova página vai facilitar a vida dequem acessar a Internet para buscar informações.No site, você tem um espaço só seu. Ao digitar matrícula e senha naseção “Auto-atendimento”, você acessa todas as informaçõespessoais.Pelo auto-atendimento, a consulta a ações judiciais impetradas pelaAssociação pode ser feita em tempo real. A informação chega deforma simples, sem termos jurídicos, para que o associado possaentender em que etapa se encontra a ação.

14 Ação abr-mai/ 2005

Pouca gente sabe mas, por trás das açõesda ANABB, há sempre um debate longo e

profundo sobre cada tema. Tudo muito or-ganizado. Geralmente, as discussões come-

çam nos grupos assessores, formados pordiretores e conselheiros, que se reúnem

periodicamente para ajudar a melhorara vida dos associados. São cinco osgrupos, que se dividem por áreas:

relações institucionais e comunicação;previdência e aposentadoria; saúde

e qualidade de vida; cidadaniae responsabilidade sócio-ambiental;

e relações trabalhistas e sindicais.

Conheça os grupos assessorespor Maria Filomena da Paixão

O Grupo Assessor de Cidadania e Respon-sabilidade Sócio-Ambiental esforça-se para quea ANABB se aproxime cada vez mais da comuni-dade. Ele colabora com aAssociação na elaboração denovos projetos sociais como oBrasil Sem Fome. Na últimareunião do Conselho Delibera-tivo, o diretor de RelaçõesFuncionais, Aposentadoria ePrevidência da ANABB,Douglas Scortegagna, informouque a campanha decontribuição voluntáriaarrecadou mais de R$ 250 milpara o programa e que a

CIDADANIA expectativa é que esse montante chegue a R$ 300mil nos próximos meses.

O Brasil Sem Fome direciona recursos paradiversos comitês de cidadania mantidos porfuncionários do BB. Já foram construídas cisternas

no semi-árido nordestino, usinas dereciclagem e doados fogões movidos aenergia solar, entre outros. Com os novosrecursos, o programa deve beneficiaroutros projetos cadastrados pelos Comitêsda Cidadania e que sejam viáveis. O Gru-po Assessor de Cidadania está tentandoviabilizar a assinatura de convênios e aconstituição de parcerias com empresasprivadas para vender camisetas do BrasilSem Fome, com o fim de arrecadar recur-sos e ampliar o número de entidades bene-ficiadas.

Douglas Scortegagna: partici-pação em projetos sociais

14 Ação abr-mai/ 2005

15Ação abr-mai/2005

Os grupos sãoconsultivos e servempara eliminar etapas.“Eles têm sido uminstrumento muito útilpara a diretoria e oConselho Deliberativo.Neles, as discussõessão amadurecidas. Oque acontece é umaespécie de pré-cozi-mento dos assuntos”,resume o presidentedo Conselho De-liberativo, Antonio Gonçalves.

O conselheiro Romildo Gouveia assina embaixo e acrescenta que, se os grupos não existis-sem, a Diretoria precisaria debruçar-se sobre to-dos os temas para se pronunciar. “O grupo poupaos diretores desse trabalho e sintetiza o assunto”,explica. “É possível mergulhar nas discussõesantes que elas cheguem ao Conselho Deliberativoque, com 21 integrantes, demandaria um esforçobem maior para iniciar o debate sobre umaquestão.”

Criados no mandato anterior e em constante

aperfeiçoamento, os grupos temáticos tambémfuncionam para acertar o foco em algumasquestões. “O grupo de saúde se preocupa com aCassi, apresentando sugestões para melhorarnossa Caixa de Assistência. Já o grupo de Cida-dania se esforça para aproximar a ANABB dacomunidade”, exemplifica Antonio Gonçalves.“Essa é uma forma de exercitar a governançaadministrativa interna-mente,” complementa.

Para o conselheirodeliberativo José Sam-paio de Lacerda Júnior,os grupos são a instân-cia onde os conselhei-ros deliberativos e a Di-retoria da ANABB es-treitam relações.Quando é necessário, ogrupo leva convidados,inclusive associados,para ajudar nasdiscussões. “Essesgrupos tornaram a ANABB muito mais moderna.A entidade passou a ser mais dinâmica”,completa.

Antonio Gonçalves: discussõesmais maduras

Romildo Gouveia: trabalho emgrupo poupa os diretores

O deputado dis-trital Augusto Carva-lho, conselheiro deli-berativo que participado grupo, lembra quea responsabilidade so-cial sempre foi umapreocupação daANABB. O parlamen-tar diz que aAssociação teve papelfundamental na ins-talação dos comitês defuncionários do Banco

do Brasil que arrecadaram alimentos para a cam-panha contra a fome, iniciada pelo sociólogoHerbert de Souza, o Betinho, morto em 1997.

Augusto Carvalho ressalta que a divisão das

Grupo Assessor de Cidadania eResponsabilidade Sócio-Ambiental

Douglas José Scortegagna – CoordenadorÉder Marcelo de Melo - SuplenteAntonia Lopes dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoFrancisco Alves e SilvaHenrique PizzolatoOsvaldo Petersen FilhoTereza Cristina G. M. dos Santos

Augusto Carvalho: maior respon-sabilidade social

discussões no Conselho Deliberativo em grupos te-máticos “é uma forma inteligente de enriquecer otrabalho da diretoria aproveitando o potencial dosconselheiros que têm aptidões em diversas áreas”.

15Ação abr-mai/2005

16 Ação abr-mai/ 2005

Coordenador do Grupo Assessor de Pre-vidência e Aposentadoria, o conselheiro delibe-rativo José Branisso ressalta três grandes con-tribuições que o grupo deu para a ANABB. Aprimeira delas é a contribuição nas discussõessobre a nova Parcela Previ. A segunda foi a su-gestão para recuperar o Estatuto da Previ de1997, alterado na época pelo interventor, queretirou o poder de voz dos associados.

A Associação quer retomar a participaçãodos associados, mas luta também pela atua-lização do estatuto. A terceira contribuição é apreparação e formação de conselheiros paraatuar nas empresas que participam da Previ.

Entre os trabalhos desenvolvidos pelo grupose destacam os contatos realizados ano passadocom o então deputado Paulo Bernardo, do PT(hoje Ministro do Planejamento), para esclarecerdúvidas sobre o projeto de Parcerias Público-

O Grupo Assessor de Relações Institucio-nais e Comunicação tem papel central no fun-cionamento da ANABB e é um importante instru-mento de integração com os demais gruposassessores, auxiliando na viabilização de proje-tos e ações que necessitem da parceria deorganismos externos.

O grupo atua es-treitando relaçõescom outras entidadesde funcionários do BBe sindicatos, organi-zações não-governa-mentais, universida-des, além de estar emcontato constantecom a direção doBanco do Brasil, a

Grupo Assessor de Relações Institucio-nais e Comunicação

Emílio Santiago Ribas Rodrigues - CoordenadorAntonio Gonçalves de Oliveira - SuplenteAntonio Carlos Lima RiosCamillo Calazans de MagalhãesÉlcio da Motta Silveira BuenoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antônio Careli

Grupo Assessor de Previdência eAposentadoria

José Branisso - CoordenadorVitor Paulo Camargo Gonçalves - SuplenteCecília M. Garcez SiqueiraHumberto Eudes Vieira DinizMário Juarez de OliveiraPaulo Assunção de SouzaRomildo Gouveia Pinto

mídia e os Poderes Judiciário, Legislativo eExecutivo. Uma das sugestões feitas pelo grupo éa de que a ANABB acompanhe a tramitação detrês projetos de interesse dos funcionários e dopróprio Banco no Congresso Nacional: as propos-tas de Reformas Tributária, Sindical e Trabalhista.“Esse grupo é um foro esclarecedor, que evita ruí-dos e divergências. Uma idéia inovadora e real-mente inusitada”, afirma o conselheiro JoséSampaio Lacerda Júnior, que integra o grupo.

Privadas (PPP) e sobre osFundos de Pensões. JoséBranisso aponta também adecisão acertada de secriarem grupos assessores.“Os grupos têm contribuí-do para melhorar a gestãoda ANABB e preparar no-vas lideranças para atuarna Previ, no BB e na pró-pria Associação”, ressalta.

PREVIDÊNCIA

José S. Lacerda Júnior: acom-panhar reformas no Congressofoi sugestão do grupo

Formação de lideranças é pa-pel dos grupos, diz Branisso

RELAÇÕESINSTITUCIONAIS

16 Ação abr-mai/ 2005

17Ação abr-mai/2005

O Grupo Assessor de Relações Trabalhistase Sindicais discute assuntos relacionados aos in-teresses funcionais da categoria do Banco doBrasil. O grupo é responsável por fazer o meio decampo entre a ANABB, a Comissão do Plano deCargos e Salários e Plano de Cargos Comissio-

nados (PCS/PCC), osrepresentantes daConfederação Nacio-nal dos Trabalhadoresem Empresas de Crédi-to – Contec –, e a Co-missão de Empresa. Ogrupo agenda reuniõescom essas comissõesquando é necessário.

De acordo com oconselheiro delibera-tivo William José Alves

A funçãoprioritária do GrupoAssessor de Saúde eQualidade de Vida édiscutir as condiçõesda Cassi que, segundoo conselheiro deli-berativo José AntônioDiniz de Oliveira, é omaior benefício dosfuncionários doBanco. Nos dias 31 de março e 10 de abril, ogrupo promoveu, em Brasília, um seminário so-bre a situação da Caixa de Assistência. No en-contro, do qual participaram diretores eleitos daCassi, toda a Diretoria da ANABB e conselheiros,ficou decidido que a Associação pedisse umaaudiência com o novo presidente do BB, RossanoMaranhão Pinto, para discutir o assunto (veja napágina 23). Por sugestão do grupo, a ANABB já

Grupo Assessor de Saúde eQualidade de Vida

Naide Ribeiro Júnior - CoordenadorAna Maria Dantas Leite - SuplenteCarlos Rosalvo de Oliveira SerranoCláudio José ZuccoDenise Lopes ViannaJosé Antonio Diniz de OliveiraMaria das Graças Machado

Grupo Assessor de RelaçõesTrabalhistas e Sindicais

Inácio da Silva Mafra – CoordenadorWilliam José Alves Bento – SuplenteArmando César Ferreira dos SantosFernando Amaral B. FilhoMércia M. Nascimento PimentelValmir Marques Camilo

havia solicitado uma reunião com o ex-presidente do Banco, Cássio Casseb, que deixouo cargo antes que ela ocorresse.

José Antonio Diniz ressalta que os objetivosdo grupo foram ampliados para melhorar a saú-de e a qualidade de vida dos funcionários doBanco do Brasil. O grupo também vai sugerir aparticipação da ANABB no GT Cassi, o grupo detrabalho da Caixa de Assistência, e em cadaConselho de Usuário. No GT CASSI, a prioridadeserá a reforma estatutária.

Bento, o grupo discute questões de interesse dosfuncionários do BB, como dissídio coletivo, PCC,PCS e anuênio. “Mas as atribuições de negocia-ção com o BB são do Sindicato”, lembra. O gru-po, ressalta ele, contribui, já que a ANABB pre-cisa e deve corresponder às motivações e à co-brança dos associados. O conselheiro explicaque o Banco negocia com duas entidades: aContec e a Comissão de Empresa. “O grupo co-labora levantando sugestões para a área econô-mica do Governo e a diretoria do BB, na tentati-va de solucionar impasses”, afirma.

Grupo quer participação daANABB no GT Cassi, afirmaDiniz

William Bento: grupo interme-dia negociações salariais

SAÚDE

TRABALHO

17Ação abr-mai/2005

18 Ação abr-mai/ 2005

De bemcom a vida

Apontado como a doença do século, o es-tresse tem levado número crescente de pessoas abuscar soluções fora da medicina convencionalpara aliviar dores e tensões, problemas que afe-tam pelo menos um quarto dos funcionários doBanco do Brasil. Os tratamentos alternativos pro-metem devolver o equilíbrio físico, emocional e es-piritual a quem vive com os nervos à flor da pele.Antes restritos a iniciados, e quase sempre a entu-siastas, essas terapias vêm inclusive ganhandoespaço nos receituários médicos.

Hoje, é comum encontrar nas prescrições dosprofissionais de saúde indicações desse tipo. “Oprocedimento alternativo, sendo bem indicado,não está à margem do tratamento convencional”,

reconhece o psiquia-tra e psicoterapeutaAugusto César de FariasCosta, membro do Con-selho Regional de Medi-cina do Distrito Federal.“Mas não existe nenhumaterapia que sirva para todos,nem para todo e qualquermomento e estágio do estresse”,lembra ele.

As opções não-convencionais incluemfitoterapia (uso de ervas e chás da flora brasi-leira), homeopatia, acupuntura, meditação zen,ioga, cromoterapia, RPG, alongamentos e mas-

São muitas as atitudes que podem ser

tomadas para melhorar a qualidade de vida,

inclusive no trabalho. Apesar do aumento da

competitividade e das pressões do dia-a-dia,

as soluções são simples e bastante prazerosas.

por André LacerdaFotos: Keystone e Tico Fonseca

18 Ação abr-mai/ 2005

19Ação abr-mai/2005

anos. Pelo menos umavez por mês, ela fre-qüenta sessões deshiatsu ou drenagemlinfática. “Após asessão, me sinto maisequilibrada e har-monizada. A massagemdesbloqueia a energiados pontos que estãocongestionados”,garante.

A maior parte dospacientes da terapeutaLídia de Freitas, quetrabalha com shiatsu edrenagem linfática há mais de dez anos, chega aoconsultório apresentando quadro de estresse físicoe emocional, ansiedade, insônia, dores muscularese nas articulações. Não é à toa que ela tem umnúmero significativo de bancários na lista de clien-

tes. “A massagem é um coad-juvante no relaxamento eajuda a pessoa a se prepararfísica e emocionalmente paratomar novas atitudes”, afirma.Ela orienta os pacientes a bus-car algum tipo de prazer, umhobby, como forma de nãoocupar todo o tempo apenas

com obrigações. “É preciso desenvolver aconsciência de que a vida não é só deveres. Dese-quilíbrio causa dor física e psíquica.”

MUDANÇA DE RUMOUma “reengenharia do cotidiano” é o que

também recomenda o francês Antoine Stauder,diretor e professor da Etna –Escola de Terapias Naturais,

O gerente Amílcar Tavaresfaz ioga há dois anos: maiorrendimento no trabalho

A ioga tranqüiliza a

mente, controla as

emoções e tonifica o

corpo.

sagens terapêuticas – como shiatsu, ayurvédica edo-in. Parte-se do princípio de que os males docorpo não têm origem meramente física. Assim,cuidar dos desequilíbrios emocionais é tão impor-tante quanto tratar as manifestações mais visíveis.

O shiatsu – palavra chinesa que significapressão com os dedos – é um tipo de massagemmuito indicada para pacientes que vivem situaçõesde estresse. O princípio da massagem é o mesmoda acupuntura: o toque das mãos estimula pontosenergéticos do corpo, atuando no desbloqueio detensões acumuladas pela sobrecarga diária.

A origem do shiatsu é chinesa, mas a massa-gem foi aperfeiçoada no Japão no início do séculopassado. A modalidade mais comum hoje é umafusão das técnicas desenvolvidas em cada um dosdois países. Além dos procedimentos inerentes àtécnica, o ambiente em que é feita a massagem,incluindo a música, contribui para o relaxamento.

Logo após a primeira sessão, o paciente jápercebe melhora significativa no quadro de tensãoe rigidez muscular, no excessode ansiedade e um alívio nasdores de coluna – sintomasnormalmente agravados peloritmo frenético de vida. O efeitoda massagem pode durar detrês a cinco dias após a te-rapia. A freqüência das sessõesirá variar de acordo com o es-tado do paciente – em épocas de maior tensão, omais indicado é que ele se submeta à massagempelo menos uma vez por semana.

Tão indicadas quanto o shiatsu para comba-ter o estresse, a massagem ayurvédica – com seusmais de 4 mil anos de tradição indiana – e a dre-nagem linfática têm poderes relaxantes e outrosadicionais. Ambas melhoram a circulação sangüí-nea e desintoxicam os tecidos, além de terem efei-to sobre a retenção de líquidos.

Apesar de ser conhecida porsuas funções estéticas – no tra-tamento e prevenção de celulites –, adrenagem linfática também éindicada em pré e pós-operatórios.Débora Carneiro, gerente de Admi-nistração do BB em Brasília, é adeptadas terapias alternativas há quatro

19Ação abr-mai/2005

20 Ação abr-mai/ 2005

de Brasília. Segundo ele, para cui-dar do estresse é preciso adotarmudanças na rotina que vão daalimentação ao ritmo de vida, pas-sando pela prática cotidiana deexercícios e pela intensificação daatividade sexual.

Alterações simples no dia-a-dia, como dormir 8 horas e 15minutos por noite (sim, estes 15minutos são essenciais), adotaruma alimentação natural, fazercaminhadas e manter contato coma natureza já contribuem paramelhorar a qualidade de vida. Nocardápio saudável prescrito por Stauder não en-tram açúcar, café, carnes vermelhas, refrigerantesnem leite e derivados. No lugar, dá-lhe cereaisintegrais, leguminosas, verduras e frutas.

À primeira vista, pode parecer contraditório,mas o estresse também pode ter seu lado positivo.“Um bom treinamento faz toda a diferença. Corpo

e alma preparados crescem com osdesafios. A forma como cadaum reage ao estresse é quefaz a diferença. Ele pode seruma oportunidade de en-grandecimento, incen-tivando a pessoa a desen-volver melhor suas ativida-

des”, diz Stauder.A acupuntura é outra

opção de terapia – já con-siderada uma

especialidademédica

pela Associação Brasileira de Me-dicina – capaz de promover oequilíbrio do organismo. O mé-todo consiste no estímulo de pon-tos localizados na superfície docorpo. Por meio de agulhas, laserou pressão, os mecanismos ner-vosos/neurais ou neuro-humoraisdo indivíduo são ativados e res-pondem de forma local ou sistê-mica à terapêutica, também origi-nária da China. Os resultadosaparecem logo após as primeirassessões.

EM BUSCA DE EQUILÍBRIOPara os acupunturistas, o corpo possui duas

forças de equilíbrio: o yin e o yang. Desbalancea-das, elas podem desencadear transtornos e doen-ças variadas. A acupuntura tem aplicação abran-gente. Serve, por exemplo, para o tratamento decasos de insônia, alterações de humor, depressão,ansiedade, enxaquecas ou gastrite. Uma de suasvantagens é não causar efeitos colaterais – o má-ximo que pode acontecer é uma sensação de se-dação após a sessão, e que ainda assim é raro.

O fisioterapeuta Henrique Afonso SouzaNeto, que atua com acupuntura em Brasília, contaque, no caso dos bancários que procuram o trata-mento, os sintomas variam de acordo com as fun-ções desempenhadas no trabalho. Os que atuamno atendimento ao público, como os caixas, apre-sentam ansiedade e dores musculares associadasao estresse. Segundo o terapeuta, estes funcioná-rios chegam, em muitos casos, a somatizar asqueixas dos clientes – o que acaba resultando no

aparecimento, no próprio organis-mo, de males alheios. Já aquelesque têm cargos executivos apre-sentam, em geral, estresse emo-cional caracterizado por distúrbiosde sono, irritabilidade e fobias.

Souza Neto procura desper-tar em seus pacientes atitudes quetambém envolvam atividades pra-zerosas e cuidados com repouso ealimentação. “Quando a exigênciasobre o indivíduo supera a

O acupunturista Henrique Souza: caixasde banco absorvem queixas eproblemas dos clientes

Exercícios simples

de relaxamento

são capazes de

manter o

estresse

sob controle.

20 Ação abr-mai/ 2005

21Ação abr-mai/2005

capacidade de se adaptar a mudanças oupressões, o estresse deixa de ser umareação positiva como mecanismo desolução de problemas e passa aser danoso”, diz.

A cromoterapia é outratécnica relativamente recente queutiliza cores para tratar o corpo e amente. Geralmente, a cromoterapia éassociada a outros tipos de tratamento,como a acupuntura. A Rússia é pioneira nessecampo e aplica o método de forma regular. Acre-dita-se que a cromoterapia tem uma matriz fisio-lógica que influencia o estado de humor das pes-soas. Já se sabe que cores quentes, como verme-

lho e laranja,excitam, e coresfrias, como os tonspastéis, acalmamas pessoas.

O gerente deagência AmílcarTavares de Castroaderiu à ioga paracompensar aspressões diárias dotrabalho. Prati-cante há doisanos, ele melhoroua concentração eobteve mais discer-nimento etranqüilidade paratomar decisões. “Aioga funcionacomo válvula deescape e trouxe

mais qualidade ao meu dia-a-dia. Outra vanta-gem é que pode ser praticada em casa”, comenta.Duas vezes por semana, Amílcar freqüenta a aca-demia e, durante quatro dias, faz exercícios emcasa, depois do trabalho.

A ioga é uma filosofia indiana com efeito rela-xante que utiliza a respiração e a postura comoforma de melhorar a agilidade, tanto física quantomental, e de reduzir a tensão. Tem como objetivostranqüilizar a mente, controlar as emoções, pro-mover flexibilidade física e boa saúde. A atividade

A terapeuta Lídia de Freitas:shiatsu e drenagem linfática paracombater estresse

A gerente do BB Débora Carneiro faz drenagem linfática paraencontrar equilíbrio

pode vir a fazer parte do programa de qualidadede vida do BB – em fase de implantação – que pre-vê uma verba mensal e espaços nas agências paraprática de atividades antiestresse.

O psicoterapeuta Augusto César de FariasCosta recomenda procurar um médico que vai de-finir qual método seguir. Pela gravidade da doen-ça, a avaliação do quadro de estresse devesempre considerar um conjunto de fatores: profis-sionais, familiares, ambientais; nunca apenasaspectos isolados. “Cada caso deve ser avaliadoem um contexto transdiciplinar”, reforça.

A partir dessa avaliação é possível detectar aorigem da doença e, então, estabelecer a terapiamais adequada que, cada vez mais, une métodostradicionais à medicina alternativa. Os procedi-mentos prescritos variam de acordo com os sinto-mas e os níveis da doença.

BB reconhece

problemas e implanta

programa que inclui práticas

antiestresse

na rotina de trabalho.

22 Ação abr-mai/ 2005

SHIATSU - cada sessão, que dura aproximada-mente 1h30, custa entre R$ 50 e R$ 120.

DRENAGEM LINFÁTICA - procurada principal-mente por mulheres, as sessões têm preços quevariam de R$ 50 a R$ 120.

ACUPUNTURA - caso o paciente tenha quearcar com as sessões, os preços variam deR$ 40 a R$ 150.

IOGA - varia de R$ 60 a R$ 180, dependendoda freqüência e do tipo de aula – em academia,instituto ou particular

(preços pesquisados em Brasília)

Nem todo mundo tem o orçamento folgado obastante para pagar sessões de terapia. Os pla-nos da Cassi só cobrem despesas com acu-puntura. Basta que o interessado apre-sente o pedido médico e se sub-meta a uma perícia feita porprofissionais da caixa deassistência do BB. Só assim,o início do tratamento éautorizado.

III CONFERÊNCIA DE SAÚDEO Conselho de Usuários da CASSI-DF vai promover,em 18 de maio, a III Conferência de Saúde. Na con-ferência, além de palestras, haverá a eleição dosnovos integrantes do conselho para a gestão 2005-2007. Todos os usuários da Caixa de Assistência noDistrito Federal podem participar. Os interessadosem representar os beneficiários poderão se inscreverno Sindicato dos Bancários do DF, local da confe-

rência, no próprio dia, das 17h30 às 19h. As inscrições dosrepresentantes de entidades de associados, como AABB,AAFBB e ANABB, já estão encerradas. O Conselho de Usuá-rios atua no acompanhamento e na discussão das ações desaúde da Cassi. Na última gestão a ANABB esteve represen-tada por Ana Lúcia Landin e Douglas Scortegagna.

GONÇALVES RECEBE HOMENAGEM

Mais de 230 pessoas, entre diretores da ANABB, integrantesdos Conselhos Deliberativo e Fiscal e amigos, estiveram nojantar promovido no dia 29 de abril, em São Paulo, emhomenagem ao presidente do Conselho Deliberativo,Antonio Gonçalves. O conselheiro foi homenageado pelosimportantes serviços prestados à Associação. Gonçalves éaposentado mas não descansa, atuando em váriasatividades. Além de presidir o Conselho Deliberativo daANABB, Antonio Gonçalves é diretor-secretário daAssociação Nacional dos Sindicatos das PequenasIndústrias e conselheiro da Telesp Participações e do Bancodo Povo de São Paulo. Participa das reuniões do Conselhode Desenvolvimento Econômico e Social, do GovernoFederal, e ainda preside a Associação de Amigos do Museude Arte Moderna de São Paulo.Durante a noite, no Hotel Blue Tree Ibirapuera, foi exibidoum vídeo sobre a vida e o trabalho do conselheiro delibera-tivo. Outros três conselheiros já foram homenageados pela

NA MEDIDADO SEU BOLSONA MEDIDADO SEU BOLSO

COBERTURA DOPLANO DE SAÚDE

23Ação abr-mai/2005

ANABB. No ano passado, a Associação promoveu tributosa Rosalvo Serrano, do Rio Grande do Norte, Camillo Cala-zans, de São Paulo, e Mário Juarez, do Rio Grande do Sul.

A SUADA VIDA DOS APOSENTADOS

Mais de 500 aposentados participaram do 11º Campeo-nato de Integração dos Funcionários Aposentados do BB –CINFAABB –, que ocorreu em Florianópolis entre os dias 16e 23 de abril. Equipes de 18 associações atléticas do BB detodo o País, com exceção da região Norte, disputaramtorneios de tênis, sinuca, natação e futebol minicampo nasfaixas-etárias de 45 e 60 anos. O público também marcoupresença. Três mil pessoas estiveram na ilha torcendo pelosatletas. O CINFAABB é promovido uma vez por ano pelaFederação Nacional das AABBs – FENABB –, e teve o apoioda Cooperforte, Cassi, Bancorbrás e de AABBs.

BANCÁRIOS BANQUEIROS

Os funcionários do Banco do Brasil Rossano Maranhão eGeraldo Magela foram confirmados nos cargos de presi-dente do BB e do Banco Popular do Brasil,respectivamente. Mestre em Economia Política, Maranhãoassumiu o BB interinamente em novembro do ano passado,em substituição a Cássio Casseb. Antes, chegou a ser vice-

presidente de Negócios Internacionais e Atacado do BB. JáGeraldo Magela, também economista, estava sem cargopolítico de importância desde a eleição de 2002, quandoperdeu o governo do Distrito Federal para Joaquim Roriz.Magela iniciou a carreira política no sindicato, no fim da dé-cada de 70. Nos anos 90, foi eleito deputado distrital e de-putado federal pelo PT.

SEMINÁRIO DA CASSI

Os diretores eleitos da Cassi se reuniram nos dias 31 demarço e 1º de abril, na sede da ANABB, em Brasília, paraavaliar a negociação do déficit da entidade com o Bancodo Brasil. O déficit é causado principalmente pela reduçãoda contribuição do BB de 4,5% para 3%, para os funcioná-rios contratados depois de 98.

BATALHA CONTRA A PPDiretores eleitos e conselheiros da Previ pediram, no começodo mês, uma audiência com o presidente do BB, Rossano Ma-ranhão, para tratar das distorções nos benefícios provocadaspela Parcela Previ. Em carta, os representantes da Previ reafir-maram que a solução para o problema está no caixa do Fun-do de Pensão, que acumulou R$ 9,7 bilhões em superávits eainda tem mais R$ 5,5 bilhões no Fundo Paridade. Os conse-lheiros Valmir Camilo, José Ricardo Sasseron, Antônio CarlosRios, José Wilson da Silva, e os diretores Erik Persson, CecíliaGarcez e Francisco Alexandre pretendem discutir também a re-forma do estatuto da Previ. Na segunda semana de abril, oSisBB divulgou uma nota da Vice-Presidência de Gestão dePessoas, dizendo que a redução da PP é um compromisso doBanco, mas que a decisão não depende exclusivamente da ins-tituição, e também de sindicatos, da Secretaria de PrevidênciaComplementar e do Departamento de Coordenação das Em-presas Estatais do Ministério do Planejamento.

24 Ação abr-mai/ 2005

Diretora Administrativa e Financeira da ANABB

Clau

sem

Boni

fácio

Pouca gente se lembra, mas o es-tatuto da CASSI aprovado em 1996previa, sabiamente, uma revisão do texto estatutá-rio em 2 anos (art. 70).

Este cuidado se mostrou pertinente porquedepois do substancial aumento da contribuição (1%para 3% a parte dos associados e 2% para 4,5% aparcela do Banco), que parecia dar condições demuitos anos de equilíbrio para a Cassi, o Banco doBrasil mudou drasticamente sua política de recursoshumanos, estabelecendo 7 anos de vacas magras,praticamente sem qualquer reajuste salarial.

Além disso, nunca é demais repetir que ou-tras medidas (supressão de anuênio, achatamentodas faixas do PCS; pagamento de 3% para os fun-cionários admitidos a partir de 98; não contribui-ção sobre os abonos) impactaram fortemente as jácombalidas receitas não atualizadas pelos reajus-tes salariais.

A chegada de um novo governo, democráticoe popular, identificado com as causas dos traba-lhadores trouxe a justa expectativa de dias melho-res para o Brasil e para os brasileiros; para o Ban-co do Brasil e também para a Cassi. O passar dotempo, no entanto, sem que a expectativa se cum-pra, faz lembrar Camões em seu célebre poema:“Sete anos de pastor Jacob servia/Labão, pai deRaquel, serrana bela;/Mas não servia ao pai, ser-via a ela,/E a ela só por prêmio pretendia.//Osdias na esperança de um só dia,/Passava conten-tando-se com vê-la;/Porém o pai usando de caute-la,/Em lugar de Raquel lhe dava Lia”.

O que assistimos até agora, passados maisde dois anos, é uma grande insensibilidade com a

situação da Caixa de Assis-tência, demonstrada pela totalfalta de interlocução do Bancocom os dirigentes e conselhei-ros eleitos e pela crônica indis-posição em abrir negociaçãopara encaminhar com serieda-de a solução dos problemasque provocam o desequilíbriofinanceiro da CASSI, grandeparte deles da responsabilida-de do Banco do Brasil.

Comparando com ges-tões anteriores do Banco, deXimenes e Camargo, porexemplo, chamados no

mínimo de insensíveis neo-liberais pelas mesmaspessoas que hoje estão no poder, a Cassi mereceucuidado e consideração incomparavelmentemaiores, inclusive na negociação de um novo es-tatuto, em 1996, que viabilizou seu funcionamentoaté aqui.

Camões conclui assim seu soneto: “Vendo otriste pastor que com enganos/lhe fora assim ne-gada a sua pastora,/Como se a não tivera mere-cida;/Começa de servir outros sete anos,/Dizendo:– Mais servira, se não fora/Para tão longo amortão curta a vida!”.

Agora, quando os déficits sucessivos do pla-no de associados reduzem as reservas da Caixade Assistência a níveis preocupantes, é inadiável aabertura de um diálogo institucional entre os pa-trocinadores Banco do Brasil e Corpo Social, re-presentado pelos dirigentes eleitos.

Ninguém espera tratamento paternalista paraa Cassi. O que se exige é que o Banco demonstrevontade política e designe interlocutores com alça-da e interesse em encontrar soluções duradouraspara a entidade responsável pela assistência àsaúde de seus colaboradores.

O tempo corre rápido demais e com ele po-dem se esvair nossa crença e esperança. Com cer-teza, o funcionalismo do BB, para não dizer osbrasileiros, não terão amor tão devotado quantoJacob para continuar “servindo” passivamente eaguardando final feliz para a sua história.

CAMÕES, JACOB,

o Banco