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Centro Espírita Clarêncio Comportamento do médium no Trabalho de Passes 03 de junho de 2001 – Aula com Altivo C. Pamphiro O objetivo da aula está dividido em dois momentos: o primeiro momento é o passe geral e o segundo momento o passe de cura. Nosso comportamento diante de um momento e diante do outro. Por que haverá problema sempre no tocante ao passe? O passe é uma transmissão de energia e todos nós temos opinião própria sobre o que é transmitir energia. Nós temos uma intuição, nós temos um conceito, nós temos a visão, nós achamos aquilo deve ser feito desse modo ou daquele outro modo. Entretanto, na Doutrina Espírita, não existe a figura do passe. Vocês não vão encontrar Kardec, em momento algum, falando em passe, não existe, existe magnetismo. A Doutrina Espírita aproveitou do magnetismo as lições interessantes para o serviço de passes. Aquilo que não interessava, a Doutrina não aproveitou. Vamos dizer que a Doutrina aproveitou do magnetismo uns 90%, e talvez uns 10% não tenha aproveitado. Então, nós não temos que inventar, temos que seguir as regras básicas do magnetismo. Nós só “inventamos”, quando já temos absoluta certeza do guia espiritual que nos acompanha e que ele esteja dando uma diretriz nova, em casos específicos. Fora do caso específico, é fazer o que a regra manda fazer, ou seja, trabalhar dentro dos princípios básicos, quase que lineares, para que o resultado seja positivo. O que vem a ser o primeiro momento do passe, o que acontece na hora em que vamos dar o passe? O médium se concentra, no momento em que ele está concentrado, começam a sair de dentro dele uma série de elementos, tipo: fluido, energia magnética, plasma, ou seja, a saúde que você tem. Então, no momento em que senta ou fica de pé para dar um passe, você se concentra. A partir do momento da concentração, essas energias vão saindo de você. Elas formam uma espécie de campo de força que é chamado também de aura (nome aplicado erroneamente), o certo é campo de força, evola de você aquela energia toda. Muita gente confunde magnetismo com fluido. Magnetismo é o poder que você tem de atrair ou de expulsar. Quando você faz o movimento com a sua mão, cria um campo de força, que atrai ou expulsa. Mas isso não é fluido, isso é campo magnético. Fluido é o material que sai de você. O campo magnético reside no corpo físico, no corpo espiritual. O fluido reside principalmente no corpo físico. Um exemplo simples: quem não gostaria de conhecer o Chico Xavier? Aquele magnetismo dele, de atração, o poder que ele tem de atrair as criaturas. Qual de vocês teria coragem de pedir para tomar um passe com ele? Ele já não tem mais energia, o pessoal tem que ficar segurando na mão dele porque senão ela cai. Em termos de energia, ele já não tem mais, mas a força de atração que reside no espírito dele, no perispírito dele, essa força continua intacta. Tanto é, que ainda milhares de pessoas vão visitá-lo semanalmente, não é para ver mais nada, é para ver um homem no final de sua existência, mas que tem uma representatividade espírita muito grande e que todo mundo quer admirar, pelo que ele foi e pelo próprio poder de atração dele. Provavelmente, qualquer um de nós, tem energia muito maior do que a dele, porque estamos com a saúde física perfeita. Estamos novos ou menos novos, ou mais ou menos resistentes, com poder de doação de fluido muito grande. Quando o médium vai dar um passe, ele trabalha em dois momentos: ele concentra-se, a energia começa a sair de dentro dele, energia física, que é conduzida pela vontade e pelas mãos. As mãos funcionam como se fossem condutores da energia que sai de dentro da gente. Aí, entra a técnica do magnetismo, começando pela cabeça, indo pelos membros, atingindo ao tronco, a partir daí, nas áreas específicas da doença, o coração ou qualquer outra área doente, e, finalmente, aquela fase de harmonização. No momento da harmonização vocês não têm mais que dar passes, vocês têm que usar o próprio magnetismo, o poder magnético de vocês, o poder de atração, para que aquele fluido seja fixado no corpo da criatura. Vocês não dão passe fazendo movimentos por fazer, têm que dar passe usando a cabeça. Primeiro momento, eu estou espalhando fluido, o segundo momento, eu estou conduzindo o fluido, por força do meu pensamento, do magnetismo, mas já no sentido de fixar. Seria como se eu pegasse uma matéria, aplicasse essa matéria sobre ela, no primeiro momento, e no segundo momento, quisesse penetrar essa matéria que eu doei, por força do meu magnetismo, por força do meu poder de atração, de fixação, essa matéria que saiu de mim mesmo para fixar no organismo do outro. Então, quando vocês ouvem dizer assim: nenhum passe é absolutamente igual, quer significar que cada caso é um caso. Então, as pessoas irão absorver esse fluido, essa matéria, de acordo com a necessidade de cada um. Haverá casos em que vocês sequer vão doar fluido, vão doar apenas o magnetismo.

Passe Cura

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Centro Espírita Clarêncio Comportamento do médium no Trabalho de Passes

03 de junho de 2001 – Aula com Altivo C. Pamphiro O objetivo da aula está dividido em dois momentos: o primeiro momento é o passe geral e o segundo

momento o passe de cura. Nosso comportamento diante de um momento e diante do outro. Por que haverá problema sempre no tocante ao passe? O passe é uma transmissão de energia e todos

nós temos opinião própria sobre o que é transmitir energia. Nós temos uma intuição, nós temos um conceito, nós temos a visão, nós achamos aquilo deve ser feito desse modo ou daquele outro modo.

Entretanto, na Doutrina Espírita, não existe a figura do passe. Vocês não vão encontrar Kardec, em momento algum, falando em passe, não existe, existe magnetismo. A Doutrina Espírita aproveitou do magnetismo as lições interessantes para o serviço de passes. Aquilo que não interessava, a Doutrina não aproveitou. Vamos dizer que a Doutrina aproveitou do magnetismo uns 90%, e talvez uns 10% não tenha aproveitado. Então, nós não temos que inventar, temos que seguir as regras básicas do magnetismo. Nós só “inventamos”, quando já temos absoluta certeza do guia espiritual que nos acompanha e que ele esteja dando uma diretriz nova, em casos específicos. Fora do caso específico, é fazer o que a regra manda fazer, ou seja, trabalhar dentro dos princípios básicos, quase que lineares, para que o resultado seja positivo.

O que vem a ser o primeiro momento do passe, o que acontece na hora em que vamos dar o passe? O médium se concentra, no momento em que ele está concentrado, começam a sair de dentro dele uma série de elementos, tipo: fluido, energia magnética, plasma, ou seja, a saúde que você tem. Então, no momento em que senta ou fica de pé para dar um passe, você se concentra. A partir do momento da concentração, essas energias vão saindo de você. Elas formam uma espécie de campo de força que é chamado também de aura (nome aplicado erroneamente), o certo é campo de força, evola de você aquela energia toda.

Muita gente confunde magnetismo com fluido. Magnetismo é o poder que você tem de atrair ou de expulsar. Quando você faz o movimento com a sua mão, cria um campo de força, que atrai ou expulsa. Mas isso não é fluido, isso é campo magnético. Fluido é o material que sai de você. O campo magnético reside no corpo físico, no corpo espiritual. O fluido reside principalmente no corpo físico.

Um exemplo simples: quem não gostaria de conhecer o Chico Xavier? Aquele magnetismo dele, de atração, o poder que ele tem de atrair as criaturas. Qual de vocês teria coragem de pedir para tomar um passe com ele? Ele já não tem mais energia, o pessoal tem que ficar segurando na mão dele porque senão ela cai. Em termos de energia, ele já não tem mais, mas a força de atração que reside no espírito dele, no perispírito dele, essa força continua intacta. Tanto é, que ainda milhares de pessoas vão visitá-lo semanalmente, não é para ver mais nada, é para ver um homem no final de sua existência, mas que tem uma representatividade espírita muito grande e que todo mundo quer admirar, pelo que ele foi e pelo próprio poder de atração dele.

Provavelmente, qualquer um de nós, tem energia muito maior do que a dele, porque estamos com a saúde física perfeita. Estamos novos ou menos novos, ou mais ou menos resistentes, com poder de doação de fluido muito grande.

Quando o médium vai dar um passe, ele trabalha em dois momentos: ele concentra-se, a energia começa a sair de dentro dele, energia física, que é conduzida pela vontade e pelas mãos. As mãos funcionam como se fossem condutores da energia que sai de dentro da gente. Aí, entra a técnica do magnetismo, começando pela cabeça, indo pelos membros, atingindo ao tronco, a partir daí, nas áreas específicas da doença, o coração ou qualquer outra área doente, e, finalmente, aquela fase de harmonização. No momento da harmonização vocês não têm mais que dar passes, vocês têm que usar o próprio magnetismo, o poder magnético de vocês, o poder de atração, para que aquele fluido seja fixado no corpo da criatura. Vocês não dão passe fazendo movimentos por fazer, têm que dar passe usando a cabeça. Primeiro momento, eu estou espalhando fluido, o segundo momento, eu estou conduzindo o fluido, por força do meu pensamento, do magnetismo, mas já no sentido de fixar. Seria como se eu pegasse uma matéria, aplicasse essa matéria sobre ela, no primeiro momento, e no segundo momento, quisesse penetrar essa matéria que eu doei, por força do meu magnetismo, por força do meu poder de atração, de fixação, essa matéria que saiu de mim mesmo para fixar no organismo do outro.

Então, quando vocês ouvem dizer assim: nenhum passe é absolutamente igual, quer significar que cada caso é um caso. Então, as pessoas irão absorver esse fluido, essa matéria, de acordo com a necessidade de cada um. Haverá casos em que vocês sequer vão doar fluido, vão doar apenas o magnetismo.

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Uma pessoa enlouquecida não precisa de fluido, ela precisa de pacificação. Normalmente o louco se alimenta muito mais do que a gente, tem até mais energia do que nós, mas não tem a tranqüilidade, aí é o passe puramente magnético. Aquele equilíbrio, aquela vibração de paz, de amor, de entendimento, de harmonização.

Então, repito, vocês não podem dar dois passes iguais, porque se estiverem fazendo isso, algo está errado, ou vocês não estão sabendo dar passe ou estão se desgastando desnecessariamente. Por isso, quando pararem diante de uma pessoa, não vão parar assim, assim, assim não, vocês não estão dando passe, estão sacudindo as mãos, não estou falando exageradamente, estão sacudindo as mãos. O passe é uma coisa que tem que ser feita com tranqüilidade, mãos conduzindo a energia, o passe tem que ser lento. Não existe passe rápido, quando algum espírito faz isso, é por conta dele, não é nossa. Nós, encarnados, aprendemos assim, o passe é lento. Lembrando isso: eu estou tirando o meu fluido, movimento fixo, doação de energia, doação de fluido e o momento de fixação, é o magnetismo, vou colocar as energias que saíram de mim sobre ela. Olho aberto, porque médium não dá passe de olho fechado, porque não vai estar sabendo como ela está recebendo o passe. Olho aberto, para acompanhar a reação do próprio doente. Tem que olhar para o doente, ele pode estar fazendo daquilo uma possibilidade de incorporar um espírito, ele pode começar a passar mal. Há médiuns que não conseguem tomar passe com os outros, principalmente naquela fase de desarmonia psíquica. Ontem mesmo, uma senhora disse para mim que não vai mais ao centro, não vai mais ao passe de cura. Por que minha filha? — “Porque toda vez que eu entro aqui passo mal. Quando é só curso eu me dou muito bem, mas quando é passe, eu passo mal.” É médium, é tumultuada, e médium parece que tem uma predileção por fazer as coisas erradas. Está vendo a pessoa sacolejando, e dá passe na cabeça, ela fica mais agitada ainda.

— Minha filha, não posso fazer nada, eu passo 4 anos ensinando a dar passe, depois de 4 anos ainda estão fazendo coisa errada, eu não tenho culpa de nada.

— Seus médiuns me fazem passar mal. — Então, você não vem mais ao Centro, vem só ao curso. Por quê? Porque ela começa a sacolejar, todo mundo põe logo a mão na cabeça, para fazer com que

o médium se controle mais. Está doando mais fluido numa pessoa que está perturbada, para ela ficar mais perturbada ainda. Vocês não aprenderam isso, não aprenderam assim. As primeiras lições que a Cidinha dá para vocês, do bê-a-bá, são lições onde se aprende a dar o passe, depois a harmonização. Vocês fazem porque querem fazer, porque estão inventando.

Então, dar passe de olho aberto. Pôs a mão, sentiu que o médium tremelicou, sentiu alguma coisa, observe o que está acontecendo no médium, se ele está perturbado, inquieto, inseguro, pare de dar o passe.

Então, o primeiro momento do passe é a doação, a concentração, a saída do fluido e a aplicação, não esquecendo que quem conduz o passe é o pensamento e as mãos. Os magnetizadores dizem que nós temos aquela mão forte, ou seja, por onde o fluido sai com maior flexibilidade. Tem gente que dá passe muito bem com a mão esquerda e não dá com a direita, tem gente que dá o passe com as duas mãos. Isso cada um de vocês vai trabalhar de acordo com a característica pessoal.

Um detalhe nessa retirada de fluido, chama-se equilíbrio fisio-psíquico, ou seja, estar harmonizado psiquicamente, não chegar em cima da hora para dar o passe, não vir correndo da sala. Às vezes eu vejo médiuns lá embaixo (no Léon Denis) conversando com todo mundo, às 7h:25min, na hora de começar o passe, chegam na sala. Tudo bem, não sou eu que vou tomar conta de adulto, mas se a pessoa gosta de conversar com seus amigos, converse depois da sessão. Já vivemos numa cidade grande, com medo da cidade, com problema no serviço, nós já temos uma porção de coisas para nos tumultuar, então a nossa obrigação, se quisermos trabalhar corretamente, é irmos o mais cedo possível para a nossa sala e ficar quieto lá. Pega um livro, ao invés de conversar com os outros, conversar com o livro, equilibrar-se. Porque é esse equilíbrio fisio-psíquico que vai permitir que essas energias saiam naturalmente de nós, porque tensos não soltamos essa energia, não conseguimos ter tranqüilidade. Seria como se eu dissesse assim: deixa eu repousar e deixar como que meu corpo me abandonasse, ficasse solto. Quando se chega tenso, não se consegue fazer, já basta aqueles que não conseguem fazer de outro modo. Chegam tarde por força do trabalho, da condução, então quem pode fazer isso, trate de ser cooperativo com os guias espirituais. Esse momento fisio-psíquico é um momento de paz do corpo também, por isso é fisio-psíquico.

O psiquismo da gente é o que vocês já sabem, quanto mais tranqüilidade, quanto mais prece. Mas, também quem é que vive num mundo de sossego? Numa cidade, no meio da família, no meio da profissão,

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no meio de tantas coisas. Então, vocês têm que contribuir pelo esforço de ação. Orar, descansar, chegar ao Centro e lavar as mãos... Mãos sujas, suadas, rosto suado, os fluidos vão sair pelos poros, pela boca, pelas orelhas, pelo nariz. Aprendam a se higienizar antes do trabalho. Nós temos que ter as mãos limpas para a doação de fluidos. Jantar, lanchar antes do trabalho, quem tem que administrar são vocês, mas saibam que quanto mais o organismo estiver na obrigação de oxigenar o estômago, o aparelho digestivo todo para que o bolo alimentar seja trabalhado, mais ele tira as condições do seu cérebro e menos você terá concentração, a própria oxigenação do corpo exige menor capacidade cerebral, fica-se meio sonolento. Essas coisas todas vocês é quem têm que cuidar, não é o diretor de centro espírita não, são vocês. Procurem ter cautela alimentar.

Recordem ainda mais uma coisa, o doente que está diante de vocês, é uma pessoa que vocês não conhecem, e mesmo quando conhecem, não podem avaliar o estado mental dele. Uma pessoa de quem se diz: “fulana é meio perturbada”, por isso mesmo a gente dá um passe leve, correndo, por isso mesmo é que vocês têm que ter mais cuidado. Por ela ser meio perturbada, não se sabe o que ela armou, o que tem armado na mente dela. Então, quando chegamos perto de um doente desses, é como se fossem um imã retirando a nossa energia, eles sugam a gente. É da lei do magnetismo, o mais fraco tira do mais forte.

O doente da cura por si só, já retira energia do médium. Ele está doente, está fraco, está precisando. O médium terá que ter a concentração e a ligação com os seus guias espirituais, porque ele. médium, não sabe o grau de perturbação dele, mas o guia sabe. Então, quando o guia chega perto de nós e estamos concentrados nele, ele limita a ação do espírito sofredor ou perturbado. Coisa que pertence ao guia, nós não sabemos fazer esse controle, não temos noção. Quando eu chegar perto da pessoa devo ter aquela concentração, aquele cuidado, aquele sentimento, aquele amor, aquela vibração, aquela ligação com o guia espiritual, para que ele possa superar todas as dificuldades existentes.

Vocês vão dizer para mim: “Mas eu já faço isso todo dia. O que está errado?” Há uma diferença entre dizer que está fazendo tudo certinho e fazer. Observem como vão saber fazer a diferença. Experimentem, quando terminar o passe, se concentrarem e olharem para vocês mesmos, aprendam a fazer esse exercício. Assim como eu me concentro para doar o fluido, quando chegar na última pessoa, na minha oração, eu fecho os olhos e tento olhar para mim mesmo, tento olhar para o meu corpo espiritual. Façam isso, porque vocês vão ter surpresas. Vocês vão observar o corpo espiritual de vocês com marcas, manchas, desconcentrado, vão ver que não estão fazendo tanto quanto poderiam fazer, não é deveriam não, é poderiam fazer. Por quê? Porque normalmente, quando se dá um passe, julgamos que o benfeitor está fazendo toda a tarefa; o benfeitor está fazendo a tarefa dele, a nossa ele não faz. Qual é a dele? Retirar o fluido e dar o passe nos outros, mas o aprendizado, a concentração, o desejo de compreender e aprender, isso é nossa necessidade, ele já conquistou a dele, isso é nosso problema. Quando eu dôo o fluido, ele aproveita do meu fluido, mas eu aproveitar aquela convivência, é minha necessidade, não é dele.

Vamos ter também um detalhe em que sempre temos dúvida: quantos passes eu posso dar? Cada um dá o passe o número de vezes que sentir que tem energia. Pode dar cinco, dez, dois, cem, é problema energético individual, não há limite no passe. Mas, uma coisa é certa, se não houver o sentimento do amor, o passe não vai sair correto. O verdadeiro trabalhador do passe equilibra técnica com sentimento. Descobrir esse caminho do meio, repito, é problema de cada um de nós. No momento em que eu estou dando o passe, e estou agindo só com técnica, me sinto distante da pessoa, eu tenho que me corrigir. No momento em que eu só estou dando amor, sem a técnica, provocando o esgotamento, eu também tenho que me corrigir. Essa compatibilização é processo de aprendizado individual.

O que acontece no passe de cura? É a mesma coisa. A diferença que existe para o médium de cura, é que ele tem um fluido próprio para a cura de doenças físicas. É a mesma técnica, o mesmo princípio. O passe de cura é especial porque o fluido do médium é especial, e o fluido do guia também é especial.

E tocar nas pessoas no passe de cura? Tem gente que sente necessidade de tocar no doente. Essa luta, vamos dizer assim, vai ser eterna. Há necessidade de tocar, não há necessidade de tocar? Não há necessidade de tocar, mas há necessidade de proximidade. O que acontece com o doente? Ele é uma pessoa esgotada, o médium sente que tem que estabelecer, de alguma forma, a ligação entre o corpo do doente e ele, para que ele passe essa energia. A rigor, na medida que se faz isso com a mente, que se consegue estabelecer contato pela mente, acabou a necessidade do toque. Quando você não consegue fazer isso, sente a necessidade do toque. Sentir necessidade é diferente de hábito. Estabeleçam a diferença, é a ligação que se faz não precisa ter

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do toque, é pela mente. Mas, vocês têm que sentir que o fluido está interpenetrando, se não sentirem o fluido interpenetrando, saibam que não houve o estabelecimento da corrente energética.

Se eu tenho intimidade com a pessoa, se eu não ligo e nem ela liga de eu tocar nela, querendo tocar, toquem, mas não há necessidade. Quando não conheço a pessoa, o que acontece naturalmente? Naturalmente eu me formalizo, fico com certo cuidado, não sei quem é a pessoa. Aonde eu tenho que trabalhar? É o meu fluido, entrando no fluido dela, estabelecendo aquela linha de apoio, aquela interpenetração energética.

Mas o médium diz assim: e quando eu não sentir isso? Aí ele passa para o automatismo, que é colocar a mão. A mão provoca a ligação imediata. E eu vou dizer a vocês, pode ser uma solução fácil, mas pode não ser a solução ideal, cada um de nós terá que ver a circunstância. Vocês vão dar passe numa cidade em que ninguém os conhece, a pessoa está descrente, doida para saber o que você está fazendo, naturalmente você se retrai. Consegue dar o passe, com limitações, mas dá o passe. Sente que naquele local não pode tocar na pessoa. Esse processo está muito mais dentro de cada médium, do que realmente dentro da necessidade dos outros.

Os médiuns, todos vocês, estão convidados à reciclagem de conceitos. Isso é leitura, conhecimento, meditação, é pesquisa, é aprendizado. Não esqueçam: nada eqüidistante, como se o doente fosse um ET e vocês fossem um ser superior que não pode tocar na pessoa. Não esqueçam, se faltar amor, o passe não dá certo. Se faltar técnica, também pode não dar certo. Há a necessidade de compatibilizarmos os dois sentimentos.

Falemos do auto-passe, que é tão complicado para pessoas entenderem. Vamos supor que o Edir seja capaz de se concentrar e tirar essa energia toda que ele possui. Em princípio, está doando a energia que ele mesmo possui. Só que o Edir está com uma tremenda enxaqueca, ou absorveu o fluido pesado do Abreu, ou então, na rua mesmo, alguém o xingou e ele pegou aquela carga magnética. À semelhança do resto do corpo humano, que funciona bem, mesmo quando um dos órgãos não está bem. Às vezes estamos com flebite, mas o estômago está funcionando bem, o coração está funcionando bem, o cérebro está bem. O que fazemos com a flebite? Vamos tratar, vamos tomar os remédios próprios e nem por isso vamos dizer que estamos doentes, nós vamos dizer que estamos com um órgão doente. Então, o auto-passe é assim, é como se eu tratasse, no meu perispírito, de alguma coisa que está doente, embora o resto do corpo esteja sadio. Então, eu me concentro e dou o passe naquela região em que eu me sinto doente, como se eu desse o passe em qualquer outra pessoa.

Por que o médium tem intolerância em dizer que não precisa do auto-passe? É querer dizer que está íntegro, rígido, totalmente equilibrado. Quando se sabe que, até por força da profissão, a gente às vezes chega na Casa Espírita perturbado por absorção, não pelas idéias, mas por absorção das idéias dos outros. Trabalhando numa C&A da vida, recebendo centena de pessoas diariamente, com idéias, com pensamentos, com vibrações, com sentimentos, com reclamações. Você está em paz, está ganhando o seu dinheiro, profissionalmente, corretamente, está fazendo tudo bonitinho, mas cada um que chega, deixa uma carga magnética. Terminou o dia você vai dizer assim: Estou bem, o dia foi meio trabalhoso, mas estou bem. Mas, se ele sentar aí para tomar o passe, o médium passista vai ter o que tirar do corpo dele. O que vai ter que tirar? Aquelas dezenas de pensamentos que ele recebeu como visita. Aquelas dezenas de imagens, vibrações, reclamações, que são da profissão dele, pois está lá para trabalhar, não brigou com ninguém, as pessoas nem brigaram, mas chegaram com as ansiedades delas. Por isso, o auto-passe é essa vibração que se tira de si mesmo. Vibração que se pega com as mãos, com o seu magnetismo, não é com seu fluido, e você mesmo retira. Por isso que eu estou recomendando que cada médium, ao final de seu trabalho, sente, se concentre e tente se ver, para ver se ele mesmo não está sobrecarregado.

Vocês imaginem, o Altivo depois de uma noite de sábado, está no receituário desde duas horas da tarde, atendeu não sei quantas pessoas, vocês acham que o Altivo vai estar tranqüilo, vai estar leve? Não vai, é natural. Pode até um médium qualquer desavisado, chegar perto dele e achar que ele está meio perturbado, e, no entanto, estava no trabalho o tempo todo. Mas claro que tem que estar perturbado, está recebendo aquelas cargas todas, vai querer o quê? Só se o Altivo for indiferente, mas eu não sou indiferente, participo da dor dos outros. Tira o Altivo e põe qualquer um de vocês. A Nazaré, no trabalho assistencial lá da Mallet, no final da terça-feira, vai querer que a Nazaré saia de lá alegrinha, felizinha, de coração saltitante? Não vai estar porque a própria vibração do lugar, a própria dor do ambiente, o próprio sofrimento das criaturas provoca tudo isso.

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Resumo, o passe é um ato inteligente e que tem que ser praticado com inteligência. O indiferente nunca vai dar um bom passe. Ele pode até esticar a mão de qualquer jeito e funcionar. Porque a casa é organizada, tem o guia que vai controlando as coisas, mas não é um ato correto. É a disciplina do tempo no passe, daí a necessidade da freqüência contínua na sessão, “Ah. não vou hoje, vou amanhã, depois de amanhã eu não vou”. Quer dizer, ficam com o trabalho espasmódico, não é um trabalho contínuo. Vocês só serão excelentes médiuns passistas se tiverem perseverança no trabalho. Só serão excelentes médiuns curadores se tiverem determinação e fixação no serviço. Não vão ser médiuns curadores porque têm fluido não, vocês vão ser médiuns curadores porque têm experiência.

Uma vez, indo a uma cidade de Minas Gerais fazer um estudo doutrinário, a pedido de uma organização, ao final, eu fui dar o passe num dos diretores da Casa. Ele tinha um processo de hepatite crônica e tomava passe com os médiuns da Casa. Eu fui à casa dele pois naquela ocasião ele estava adoentado, e eu vi os médiuns todos dando aquele passe de movimento, fluido para tudo que era lugar, o homem deitado e aquela quantidade de fluido, umas cinco ou seis pessoas dando passe, encheram o homem de fluido, menos no fígado. Então eu falei: vocês me dão licença de fazer uma coisa no trabalho de cura? Eles concordaram. Eu fiquei dois minutos com as minhas mãos no fígado dele. E todo mundo parado esperando que começasse o passe. Fiquei com as mãos uns cinco minutos em cima do fígado dele e vi os espíritos trabalharem com o fluido direcionado. Quando terminou o passe, ele deu um suspiro. No dia seguinte me telefonou e disse: Altivo, eu queria que você me explicasse: eu estou tomando passe há um mês, os médiuns são todos de boa vontade e com o único passe que você me deu, no dia seguinte eu estava de pé. O que houve? Você é excelente médium e os meus médiuns não prestam ou o que está acontecendo? Eu disse: seus médiuns são excelentes, só não tem técnica nenhuma, gastam o fluido, jogam o fluido em cima de você, mas não aplicam na área que realmente necessita. Como você é uma pessoa doente, todo aquele fluido que cai em você, é absorvido e não é aplicado na área adoentada.

Então, aquele simples passe, em que eu ignorei o resto do corpo para ficar em cima do fígado, aquele simples passe direcionado, fez muito mais efeito. Não é que os médiuns não fossem bons, eram excelentes, mas não tinham técnica no passe. Volto a dizer, passe é um ato inteligente, por isso que não se aprende a dar passe de uma hora para outra, aprende-se no esforço diário, no aprendizado de todo dia e de olho aberto, e cuidando do organismo de vocês. Cuidando para que os outros saiam daqui curados, porque essa é a verdadeira finalidade do serviço de passes. Perguntas:

No passe de salão, as perguntas são sempre assim: Como não doar fluido demais? Como fazer para intensificar a emissão de fluido? Como fazer para neutralizar o fluido que às vezes o médium recebe do paciente no passe no salão?

Resposta: A resposta é idêntica para os três casos. Quando se dá o passe na criatura, deve-se pensar que ela

também é um ser com energia, é um ser que pensa, é um ser que reage, que doa, que rejeita. Quando eu me ponho na posição de doar fluido, eu sinto de imediato a rejeição ou a aceitação. Vou dar o passe, sei que ela está predisposta a receber energia. Naquele momento em que está predisposta, abriu o sentimento dela e eu dou o passe com tranqüilidade. Ela está ali rejeitando o passe, eu não vou dar o passe nela não, eu faço uma oração, e passo para outra pessoa.

Mas, se eu sinto que a pessoa é muito doente, muito necessitada, se ela pudesse, ficava curada de uma vez só. O que ela faz quando eu chego perto dela? Ela como que lança um grito de socorro. È a semelhança da pessoa que pede socorro e o socorredor limita a ação. Ela pede tudo e eu tenho que compreender assim: olha, eu vou te ajudar, mas não vou te curar toda hoje não. Vou te ajudar, mas deixa um pouquinho para amanhã. Você não vai receber todo o meu passe hoje, senão eu vou ficar esgotado. Você sente psiquicamente, que tem que dar um passe numa determinada intensidade e parar, para que ela possa prosseguir. Porque a dor que ela tem, foi uma dor que ela angariou, eu não posso tirar a dor dela sem que ela se eduque, para não adquirir novamente a dor. Eu tenho que ver a coisa assim, não é falta de caridade minha, não.

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Por outro lado, se eu chegar perto da pessoa e, por qualquer predisposição psíquica dela ou minha, eu pensar assim: que pessoa antipática, não gostei dessa pessoa. Porque às vezes as pessoas são perturbadas mesmo, e nós queremos ver a pessoa pelas costas. Ela é tão perturbada, tão tumultuada que se você não tiver força de vontade, rejeita. Nessa hora, diremos: ela está me passando uma sensação de rejeição, deixa eu me cuidar. Aí é maior vigilância, maior cuidado. Às vezes, as pessoas chegam perto de nós e estão perturbadas mesmo, não fiquem com meias palavras não, nós somos perturbados, os outros também são.

Pergunta:

Qual o tempo de duração do passe de cura? Nós aprendemos no magnetismo que não deve ser menos que cinco minutos. Resposta:

O ideal é de cinco a dez minutos por pessoa. Olhem para o relógio. Às vezes, o médium diz que já não sente mais a saída do fluido. Pode não sentir, mas vocês não são obrigados a acertar sempre, não são obrigados a perceber tudo não. Podem estar achando que acabou a doação de fluido e não acabou, então continuem ao lado da pessoa, fiquem rezando, ponham a mão no ombro. Na sala em que eu dou passe, o Dr. Hermann segura todo mundo uns sete, oito minutos.

Quando vocês dão passe de cura, têm que prestar atenção em algumas coisas, entre as quais a atitude psicológica. A criatura que vem para o passe de cura, supõe na mente dela que está indo para uma sessão de milagre, nós é que temos que tirar isso da cabeça da pessoa. Num primeiro momento, a pessoa que,às vezes, vem de longe, chega aqui e recebe dois minutos de passe, se sente frustrada. Para você é muito tempo, mas para a pessoa que está chegando pela primeira vez, é nada, ela não se sente nem atendida. Há um aspecto psicológico que não pode ser ignorado. É a pessoa que vem de fora, julgando ser atendida, que só o tempo vai mostrar para ela que não vai ter milagre para socorrê-la. Temos que dar um tempo para ela sentir que foi atendida pelos guias espirituais.

Pergunta:

Eu aprendi que o passe não deve ter menos que cinco minutos, mas realmente a gente vê que a pessoa dá o passe rapidinho e a coisa está resolvida.

Resposta:

A falta de critério das pessoas provoca reações. Na Federação Espírita de São Paulo é um centro muito grande, eles têm atividade de passe durante o dia todo, todo dia. Eles lá tomaram uma atitude que é uma reação da direção da Casa aos médiuns, eles marcam o tempo. Eles acendem uma luz e apagam uma luz, você tem que parar naquela hora. A falta de critério do indivíduo, obrigou a direção da Casa a tomar uma atitude. Por falta de percepção, a direção se viu obrigada a limitar o trabalho; todo mundo tem que parar por igual, queira ou não queira. Enquanto a luz não acender o Fulano fica lá dando o passe, se parar de dar passe o diretor chama a atenção. Por outro lado, se continuar sentindo que o doente precisa, também tem que parar, porque a falta de critérios das pessoas obrigou a tomar uma atitude radical, que é a limitação do tempo para as pessoas. Pergunta:

Às vezes não há a indicação do mal do paciente, isso ocorre muito mais com as crianças, porque as mães deixam lá, vão para a reunião e não dizem: o meu filho está com desequilíbrio emocional, está com dificuldade de aprender na escola, está tendo pesadelo, está vendo espírito. O médium fica atrapalhado. Os médiuns perguntam: como a gente faz? Eu tenho respondido que a gente vai ter que sentir a necessidade daquela criatura.

Quando não há indicação do mal do paciente, o que fazer?

Resposta: Em adulto vocês perguntam. Mesmo se o adulto disser que não tem nada, se está na cura é porque

tem alguma coisa, vocês vão ter que perceber ou imaginar. O que uma senhora normalmente tem? Problema

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na parte genital, problema no seio, normalmente. O que o homem tem numa certa idade? Problema do coração, de próstata, vocês têm que imaginar, mas procurem sentir. E em criança? Em criança é desassossego mesmo, é mais passe na cabeça. A criança, por si, só é inquieta mesmo.

Pergunta:

No caso em que não há indicação, eu tenho dado uma orientação: que a pessoa procure sentir aquilo que realmente é a necessidade do paciente. E, se com todo esse esforço não conseguir, dá o passe geral, obviamente mais concentrado para poder distribuir nos centros de força e o coronário mandar para os demais. Porque aí vai dar uma distribuição eqüitativa.

Eu também digo para eles rastrearem com as mãos, porque vão sentir a parte que tiver um aquecimento, normalmente é a parte que tem uma dificuldade.

Resposta:

O rastrear é isso mesmo que você explicou. Assim como eu disse para vocês, que se concentrem, e ponham para fora o fluido, vocês se concentrem e ponham a sensibilidade nas mãos. Vão percorrendo, não precisa tocar, vão sentindo. Eu volto a dizer, olhem para a pessoa.

Pergunta:

Lá no Léon Denis, de manhã, no trabalho da cura, eu observo quando a gente começa a dar os passes, procuramos, primeiramente sentir, fazer o rastreamento, porque a pessoa está com um problema e pode estar com mais de um e o próprio guia vai orientando. Eu observo que é o toque, tanto que quando eu fiz o treinamento com você, você costuma tocar nas pessoas. Eu observei depois de um dia de trabalho lá, na avaliação, que o toque, muitas vezes, principalmente em determinadas senhoras, pessoas que estão com problemas emocionais, cria um vínculo afetivo, elas se sentem agradecidas. Lembro de uma senhora chorando quando terminou o passe, ela estava agradecida, pelo vínculo afetivo. O passe, além da parte fluídica, foi como um aconchego, um abraço. Ela estava como que se sentindo abandonada e encontrou aquele apoio ali, isso também é uma coisa que o médium sentiu?

Resposta:

É a compatibilização . Compatibilizar o que você sente que pode fazer com a pessoa, com o equilíbrio da situação. O que é isso? É uma pessoa amiga, uma pessoa conhecida, ou é uma pessoa que você olha para e sente que não é uma pessoa que está assustada, então, você pode até tocar na pessoa. Mas, se observou que ela está assustada, olhando com medo que vão fazer alguma coisa não o façam.

Pergunta:

Trabalhamos com as crianças, aí não é o passe de cura, porque o passe de cura eu sei que é diferente. O passe normal, por exemplo, no bebê e na criança, é igual ao de adulto? Resposta:

O princípio é o mesmo, só que doa-se menos quantidade de fluido, porque as necessidades são menores. No mais agitado, nunca dê passe na cabeça.

Pergunta:

E as crianças, também são cinco minutos no passe de cura? Resposta:

É o mesmo princípio. Pergunta:

Aonde é o passe na criança mais agitada?

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Resposta:

Vai dar o passe no perispírito mesmo. Não é na cabeça, vai dar no perispírito, vai volteando. Vejam a diferença que eu falei no primeiro momento, entre o fluido e o magnetismo. O fluido é uma coisa e o magnetismo é outra. Usem mais o magnetismo do que o fluido na criança. Pergunta:

A minha pergunta está mais relacionada com o trabalho da cura. Temos observado que em determinados passes a ação de uma mão é uma e o da outra mão é outra. Como se uma criasse um campo em torno do local e a outra mão é que emite realmente o fluido. Eu queria que você explicasse para a gente o porquê disso, se isso é real? Observamos que, em determinadas situações, é como se alguma entidade controlasse a ação de uma mão e outra controlasse a de outra. Resposta:

Eu já expliquei que em magnetismo existe aquilo que chamam de mão mais forte, ou seja, por onde o fluido sai com maior freqüência, maior facilidade. Então, quando você, homem encarnado não sente essa diferença, mas sente incorporado, é sinal de que o espírito é que está utilizando essa ou aquela mão, então, deixem na mão do espírito.

No meu caso particular, eu não sei fazer nada com a esquerda, se eu estou dando passe com a esquerda, pode ter certeza que é o guia que está ali, eu não sei fazer nada com a esquerda.

Você sentiu ora num, ora noutro é que os guias estão usando indistintamente, ora uma, ora outra mão, outro braço no caso.

Pergunta:

Eu queria saber quanto ao meu comportamento durante o passe, se é certo ou não. Eu estou dando passe numa pessoa. Aí, pela intuição, eu percebo que a pessoa está com a pressão muito alta. Ao terminar o passe, depois da reunião, eu marco a pessoa e converso. Eu não digo que ele está com a pressão alta, pergunto se tem problema de pressão, se trata com médico, geralmente tem acontecido isso. A pessoa responde que tem problema e está se tratando. Digo para continuar indo ao médico e continuar vindo ao passe. Muitas vezes acontece em relação a senhoras, eu detecto quando tem problemas ginecológicos. Da mesma forma eu pergunto no final, e elas confirmam. Resposta:

Qual é a vantagem dessa percepção para o médium? Primeiro, para ele próprio medir o grau de percepção dele. A pergunta e a confirmação vai dando a ele a auto-confiança. A segunda vantagem é quando a pessoa, o doente, não está percebendo a doença e o médium percebe.

Então, quando a gente está no passe de cura, não é aconselhável falar com o doente, a gente pode falar depois, não há nenhum problema, desde que não queira fazer adivinhação, o que não é o caso dele. Olhe, detectei isso em você, você está com esse problema? Não, não estou. Eu detectei, procure ver se você está com problema ou não. Se a pessoa já sabe, não precisa continuar a conversa, foi uma percepção e mais nada.

De repente é a porta de que os espíritos se utilizam para chamar a atenção da pessoa para a necessidade da doença que ela tem que passar.

Pergunta:

Dando passe numa pessoa, à medida que ia retirando ela ia criando, novamente, maus pensamentos. Pela intuição, o espírito me disse: pára que não adianta.

Eu pergunto: é lícito falar com a pessoa ao pé do ouvido, no final: “O senhor chega no salão, tem uma mesinha, tem um papelzinho, o senhor pega, está escrito irradiação, o senhor coloca o seu nome”? Resposta:

Não há nada de mais em fazer isso.

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Pergunta:

A minha dúvida é quanto ao dispersivo antes do passe de cura. Até hoje não sei qual é a importância do dispersivo antes, para depois os médiuns de cura atuarem. Qual o tempo que a gente precisa ter?

Resposta:

O princípio do passe é o mesmo, mas o que vai acontecer com quem está com um problema no estômago? Chegou aqui, vai tomar o passe lá com ele. O que ele vai fazer com você? Ele primeiro lugar, limpar os fluidos pesados para depois fazer a aplicação da cura. Então, na Casa organizada, a gente põe um grupo de médiuns passistas para fazer esse trabalho de limpeza, para que o médium de cura, se limite a atuar na cura somente; ele não vai fazer outra coisa pois essa limpeza já foi feita por outro médium. Pergunta:

Existe um tempo para isso?

Resposta: Não, você tem que sentir; é o mesmo princípio da reunião pública, só que no passe dispersivo de

cura você está se limitando mesmo a limpar a pessoa.

Pergunta: Eu dou passe com a mão parada, eu não jogo fluido. Eu queria saber se realmente eu estou passando

o meu fluido para a pessoa, ou se eu estou fazendo um rastreamento, porque agora quando eu ouvi esse comentário do rastreamento, observei que em determinadas pessoas, no momento que eu estou passando a minha mão, começo sentir no meu corpo físico determinados sintomas. Então, não estou passando fluido para a pessoa? Resposta:

Não, nesse momento está rastreando somente. Quando acabou de rastrear vai dar o passe de liberação, vai tirando aquilo assim da pessoa.

Pergunta:

E para colocar?

Resposta: Para colocar, volta com as mãos paradas. No momento que você está dando o passe, está vendo que

está rastreando o problema, vai limpando e depois faz a aplicação de fluido. Pergunta:

Eu sinto em mim, que a partir do momento em que começo a fazer o trabalho, vou começando a aliviar em mim.

Resposta:

Porque ele está irradiando a vibração dele sobre você, por isso você sente o alívio em você. Vamos falar um pouquinho dessa percepção em muitos de nós. Todo médium que tem a capacidade

de percepção, precisa aprender que não é dono da verdade, e isso é que faz com que sejamos médiuns. Eu chego perto da Sandra e digo assim: Sandra, eu notei que você tem isso. Ela diz: não, não tenho. Acabou o assunto, não se discute mais. Eu notei, mas você não está notando. É uma coisa que estou vendo no seu perispírito. Não vou chegar para ela e afirmar, porque a minha percepção pode estar se dando apenas no campo perispiritual. Se eu disser assim: não, você tem que ter isso, eu vi. Aí, já estou induzindo a pessoa a

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sentir aquilo, é diferente. O que eu tenho que falar é tão somente isso: eu vi isso, você está com isso? Não, não estou. Então, acabou o assunto, para nós o assunto deve terminar aí. Pergunta:

O passe, normalmente, são três momentos e no dispersivo temos...

Resposta: No dispersivo, você vai pura e simplesmente fazer a limpeza. Quando derem passe dispersivo,

pensem assim: eu estou ajudando o trabalho curador. Vai dispersar para que ele só faça a aplicação. No dispersivo de cura, o meu momento é de limpeza, não é de harmonização, no máximo o que eu posso fazer, é vibrar sobre a cabeça da pessoa. Pergunta:

Então, só dispersa, não harmoniza. Era uma dúvida que nós tínhamos. Com relação ao passe de cura de gestantes, quando eu trabalhei no Léon Denis com a Márcia, nós iniciávamos no bebê, depois direcionávamos às mamas, pituitária anterior e posterior e depois harmonizávamos a gestante.

Resposta:

O passe de cura de gestante é para o bebê. Agora, por favor, não deixem de lembrar que o passe é um ato inteligente, se a pessoa sentir

necessidade dessa fase de pacificação, digam a ela, passe de harmonização. Vocês dão o passe dispersivo, ela ficou quieta, aceitou, mas se ela disser: está faltando alguma coisa... Se essa alguma coisa é a harmonização, vocês dêem, para ela ficar sossegada. Não é necessário, é só para ela ficar sossegada.

Pergunta:

Tem que separar bem as coisas, do que seja um passe de reunião pública e passe de cura. A maioria dos médiuns aqui não são da cura, ainda.

Essa história de rastreamento pode ser feita em reunião pública?

Resposta: Você não precisa fazer isso na reunião pública.

Pergunta: Não se faz em reunião pública, porque no COMP, inclusive, eu tive que me reestruturar, porque eu

não dava o passe de acordo com o COMP, eu já tenho trinta e tantos anos dando passe, reaprendi a dar o passe segundo o COMP. Porque se vai ficar, como eu estou com a Eulina, passando conhecimento, temos que fazer conforme as regras determinam.

No COMP, aprendemos os três movimentos básicos do passe, que é limpar, colocar e harmonizar, basicamente é isso. Eu fiquei um pouco preocupado quando ouvi essa história de sentir isso ou aquilo no passe, porque no COMP explicamos que na reunião pública, não é propriamente um trabalho de cura, é um trabalho que tem certas diferenças, nós não vamos levar um passe por mais tempo que na sala da cura, mas se vocês sentirem, perceberem alguma coisa, no momento em que estiverem fazendo esse movimento de limpeza, que é um movimento mais lento, de atração daquilo que não está bem junto da pessoa, podem parar alguns segundinhos, naquela área ali e trabalhar um pouquinho.

Resposta:

Deve até parar.

Pergunta: Então está certo assim?

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Resposta: Está certo.

Pergunta:

Há pessoas que quando recebem passe se sentem mal, eu não sei se incorporam, e às vezes, até desmaiam. O médium, quando vê aquilo, tem condições de ajudar? Resposta:

Não, deixa a pessoa passar mal. Ela quer passar mal, deixa passar mal. Quando ela acabar de passar mal continuamos o passe. Pergunta:

E se não acabar?

Resposta: Passa para o outro. Vocês vão dar passe num médium que é um médium deseducado, começa a

gritar, ficamos parados, quando acabar de gritar continuamos o passe. Por isso é que vocês devem trabalhar de olhos abertos, quando a pessoa começou a dar sinal, vocês parem o passe e digam: minha filha, se desconcentre.

Pergunta:

O senhor falou que o passe tem que ser um passe com o raciocínio. Eu estou começando agora, cada médium é um universo em si, em sentimentos e até na sua própria mediunidade. A minha ainda é de montanha, está ali adormecida, quietinha. O senhor falou uma coisa que despertou minha curiosidade com respeito à inteligência. Para aqueles médiuns que estão começando agora, essa parte de inteligência, do magnetismo, imposição de pensamentos, vamos impor o nosso pensamento: desejo meu irmão, que você se harmonize, se acalme, se cure. É mais ou menos neste caminho? Resposta:

Você imagine que está conversando com uma pessoa. Quando conversa com uma pessoa, você argumenta com ela, para ela compreender e aceitar o que você está falando. Vai dar um passe nele, ele está distraído, você chega toca a mão leve no ombro dele e diz: se concentre, pense em Jesus, qualquer coisa nesse sentido. De que modo você está fazendo ele pensar? Pensar numa forma superior de pensamento, está mandando pensar em Jesus. Para quê? Para que ele possa receber as energias que você está oferecendo. Se você não disser a ele: concentre-se, ele está achando que o que está fazendo, está certo. O que ele está fazendo? Está distraído, está olhando a árvore, está ouvindo passarinho, está prestando a atenção na casa do vizinho. Quando dizemos para ele: se concentre, estamos sugerindo: pense de uma outra maneira.

Ao chegar perto do doente: meu filho, pense em Jesus, peça a Jesus para lhe socorrer na sua doença; sua prece, sua concentração, eleva seu pensamento. Você está pedindo a ele o quê? Que ele se concentre e, através das preces, que evoque os bons espíritos. Pergunta:

Com relação à magnetização do fluido que nós vamos doar. Como a gente vai pensar, já que tudo é uma questão de exercício e vontade mental: vamos, mentalmente, idealizar que o nosso fluido incorpore naquele nosso companheiro?

Resposta:

Sim. Quando eu dou o passe numa pessoa, eu olho para ela, minha mão segue a direção daquela energia que eu quero encaminhar. Ela diz para mim que está com uma bursite, eu posso perguntar: no ombro, no cotovelo? Naquele momento eu mentalizo assim: que as energias de cura estejam penetrando o ombro, para que ela fique curada. É a vontade de curar de que Léon Denis fala.

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Léon Denis diz assim no livro No Invisível: “o médium precisa ter vontade de curar”, ele está querendo dizer que é preciso ter o sentimento de cura. Se está indiferente ao trabalho, você não está com vontade de curar.

Qual a diferença do passe magnético espírita para o reick e para o jorei, é que nestes dizem que você não precisa se concentrar. O que eu acho que não deve ser bem assim. Devem estar dizendo que não se concentrar é não ficar tenso, eu não conheço bem o assunto, mas eles passam que não é necessário se concentrar. A pessoa pode esta batendo papo com outro e aplicando jorei, não há concentração, não há vontade, não há sentimento, não há desejo. É preciso que a pessoa tenha vontade de curar.

Pergunta: Na harmonização, muitas vezes a gente nota que tem pessoas que estão irrequietas. Como se dá, em

termos de magnetização: a pessoa irradia um pensamento para aquele companheiro, como se estivesse conversando, dizendo calma, fique tranqüilo, pense no Universo, na harmonia que o Pai Criador criou no Universo, procure focalizar isso e tenta passar para aquele companheiro, é isso?

Resposta: O princípio é esse, é essa Lei que você tenta transmitir para a pessoa, essa idéia, esse sentimento, esse

conceito de cura, de paz, de beleza, de grandiosidade de Deus. Harmonização é isso.

Pergunta: Na visita fraterna pode se dar passe de cura?

Resposta: Pode, se você sentir que o doente está necessitado de cura, pode. Qual é a finalidade do passe de

cura? É levar o socorro às pessoas que não podem vir ao Centro Espírita. A partir do momento que a pessoa pode vir ao Centro Espírita, acabou a visita fraterna, não tem mais necessidade. Vocês não precisam nem perguntar ao guia isso. Se a pessoa pode levantar e vir ao Centro, ela não precisa mais de visita em casa.

Pergunta: Na hora que se está dando o passe e a pessoa incorpora, o que se faz?

Resposta: Deixem acontecer. Vocês não vão obter outra resposta minha, nesse campo, eu aprendi isso com o

próprio guia, Dr. Hermann. Ele cansou de deixar o pessoal caído no chão, o pessoal entrava na sala, caía duro, ele deixava o Fulano cair no chão. Há casos em que ele não me deixa nem segurar a pessoa, deixa a pessoa caída sozinha. Por que isso? Porque vocês sabem que há doentes e essas pessoas, no fundo são doentes, às vezes querem chamar a atenção, temos que deixar a pessoa fazer o espetáculo, sozinha. Deus não vai castigar ninguém por causa disso. Isso se chama deseducação mediúnica, a gente não dá apoio a esse tipo de coisa.

Pergunta: Temos observado alguns movimentos no passe, aqui no salão e na visita também, e pensamos: não

foi assim que aprendemos!

Resposta: Movimento fora daquele que vocês aprenderam em magnetismo, é movimento errado. Se o Fulano

fizer, deixa fazer, mas ele está errado. Médium adora inventar coisa, adora inventar novidade, adora inventar sistema de passe, ele está errado, está errado mesmo.

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