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PASSIVO AMBIENTAL: UM LEVANTAMENTO EM EMPRESAS LOCALIZADAS NO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS/MG

PASSIVO AMBIENTAL- LEVANTAMENTO - fucape.br · Promotoria do Rio São Francisco, sub-bacia do Rio Verde Grande, responsável pela proteção e recuperação do meio ambiente por meio

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PASSIVO AMBIENTAL: UM LEVANTAMENTO EM EMPRESAS LOCALIZADAS NO MUNICÍPIO DE

MONTES CLAROS/MG

SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO ......................................................................................................1 1.1 PROBLEMA............................................................................................................2 1.2 OBJETIVOS ...........................................................................................................3

1.2.1 Objetivo geral ..............................................................................................3 1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................3

1.3 DELIMITAÇÕES ......................................................................................................3 1.4 METODOLOGIA ......................................................................................................4

CAPÍTULO II ...............................................................................................................8 2.0 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................8

2.1 CONTABILIDADE AMBIENTAL ..........................................................................8 2.2 MEIO AMBIENTE................................................................................................9

2.2.1 Impacto ambiental .......................................................................................9 2.2.2 Degradação ambiental ..............................................................................11 2.2.3 Recuperação ambiental ............................................................................12 2.2.4 Preservação ambiental..............................................................................12 2.2.5 Conservação ambiental.............................................................................12 2.2.6 Prevenção/Proteção ambiental .................................................................13

2.3 GESTÃO AMBIENTAL......................................................................................13 2.4 ATIVO AMBIENTAL ..........................................................................................14 2.5 PASSIVO AMBIENTAL .....................................................................................15

2.5.1 Reconhecimento e identificação dos passivos ambientais........................17 2.5.2 Elementos auxiliares de apoio para o reconhecimento dos passivos ambientais. .........................................................................................................18

2.6 MENSURAÇÃO ................................................................................................18 CAPÍTULO III ............................................................................................................20 3.0 ANÁLISE DE DADOS.........................................................................................20

3.1 RECONHECIMENTO DOS PASSIVOS AMBIENTAIS......................................21 3.2 IMPACTOS E SUBCATEGORIA DOS IMPACTOS...........................................28 3.3 GESTÃO AMBIENTAL......................................................................................32 3.4 VISÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS ...............................................................36

3.4.1 COPAM .....................................................................................................36 3.4.2 SEMMA.....................................................................................................37 3.4.3 PROMOTORIA DO RIO SÃO FRANCISCO, SUB-BACIA DO RIO VERDE GRANDE............................................................................................................39

CAPÍTULO IV............................................................................................................41 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................41 5.0 REFERÊNCIAS...................................................................................................44

5.1 REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES.............................................................46

1

Capítulo I 1.0 INTRODUÇÃO

A Contabilidade é uma ciência que estuda e controla os bens, direitos e obrigações

de uma entidade. Além disso, tem como objetivo fornecer informações claras,

concisas e tempestivas para que os gestores possam controlar o patrimônio, avaliar

o desempenho da entidade e tomar decisões pertinentes e precisas.

Nos últimos anos vários fatores começaram a integrar o processo de gestão das

entidades, como é o caso do meio ambiente, em que a atividade produtiva da

empresa acaba afetando direta ou indiretamente o meio ecológico.

A Contabilidade, que é um instrumento de informação, deve registrar e mensurar os

eventos econômicos relativos ao meio ambiente, devendo estes dados ambientais,

serem inclusos nos relatórios facilitando o acesso aos diversos usuários da

informação contábil. (KRAEMER, 2002).

Devido aos diversos acidentes ecológicos ocorridos no mundo como o vazamento de

1,2 milhão de litros de óleo na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro em 17 de

janeiro de 2000, fizeram com que os passivos ambientais ficassem conhecidos como

algo extremamente ruim para a imagem da empresa... e o grande desafio das

empresas na atualidade é a identificação dos passivos ambientais e principalmente

sua mensuração que se trata de variáveis um tanto quanto complexas (RIBEIRO E

LISBOA, 2000).

Em face do exposto, fica evidente a importância de conhecer os passivos

ambientais. Assim o presente estudo analisou os passivos ambientais de empresas

localizadas em Montes Claros/Minas Gerais tendo em vista que é um assunto de

suma importância, porém pouco estudado no Brasil, principalmente nas indústrias

localizadas no Norte de Minas, que é considerada uma região de pequeno

desenvolvimento industrial.

2

Averiguou, portanto, a origem desses passivos ambientais, bem como o

entendimento das empresas sobre o tema, analisando se as empresas identificam

como seus passivos ambientais apenas a degradação ambiental ou inclui toda

obrigação contraída pela empresa de forma voluntária ou involuntária para controlar,

preservar, recuperar, proteger o meio ambiente, isto é, qualquer ato positivo em prol

do ambiente de forma que seus recursos possam ser utilizados de forma

sustentável.

A elaboração deste trabalho analisou a consciência ambiental das empresas a fim

de reduzir ou eliminar a ação poluidora desde a preservação até a aquisição de

inovações tecnológicas para promover eficazmente a recuperação da qualidade

ambiental.

Quanto para as empresas este trabalho pode ser percebido de modo específico,

pois com a identificação da natureza de seus passivos ambientais, demonstrou a

natureza ambiental da mesma, o que lhe ajuda a melhorar a performance de sua

gestão ambiental promovendo para a empresa uma redução de gastos com

degradação como multas e indenizações. Este feedback é importante para que a

empresa mantenha, modifique ou ajuste as estratégias existentes, de modo que

atenda aos objetivos e metas para obter uma melhoria contínua.

Por isso que é importante as empresas identificarem seus passivos ambientais, pois

só assim poderá implementar de forma eficaz um sistema de gestão ambiental, que

proporcionará benefícios para a mesma, pois gera um retorno econômico sobre

preservação, proteção ou recuperação do meio ambiente com a redução de gastos

decorrentes da degradação e consequentemente melhora a imagem da empresa

podendo refletir em seus resultados. (FERREIRA, 2006).

1.1 Problema

Qual a composição e o tratamento dado aos passivos ambientais por empresas

localizadas no município de Montes Claros/MG.?

3

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral Identificar a composição e verificar o tratamento dado aos passivos ambientais por

empresas localizadas no município de Montes Claros/ MG.

1.2.2 Objetivos específicos Para avaliar a natureza dos Passivos Ambientais de empresas localizadas em

Montes Claros, foram traçados os seguintes objetivos específicos:

1. Identificar o entendimento das empresas sobre os passivos ambientais, como

também a natureza de seus passivos ambientais;

2. Identificar o momento de reconhecer o passivo ambiental conforme a

ocorrência do fato gerador;

3. Averiguar os elementos que as empresas consideram como auxiliares de

apoio para a gestão ambiental e a responsabilidade social que dizem possuir;

4. Verificar a visão que alguns órgãos ambientais possuem sobre a gestão

ambiental das empresas.

1.3 Delimitações

Como a contabilidade ambiental é pouco estudada no Brasil e consequentemente há

pouca literatura sobre os passivos ambientais, optou-se em realizar esta pesquisa

em Montes Claros, uma vez que o Norte de Minas é considerado uma região de

pequeno desenvolvimento industrial.

Com o objetivo de conhecer a natureza e o tratamento que as empresas dão aos

seus passivos ambientais foram selecionados três órgãos ambientais, COPAM,

SEMMA e a Promotoria do rio São Francisco, e 7 (sete) empresas de ramos

diversos, sendo que apenas 5 (cinco) aceitaram participar desta pesquisa.

4

A fim de preservar a identidade das empresas, foi previamente acordado que os

nomes das mesmas seriam preservados. Nesse caso, os nomes foram substituídos

por empresas “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F” e “G”.

1.4 Metodologia

O presente trabalho teve como objetivo reconhecer os passivos ambientais através

de uma pesquisa descritiva.

A pesquisa descritiva de acordo com Marconi e Lakatos (1996) constitui em

examinar, registrar e investigar os fatos, permitindo que o pesquisador faça análise

dos dados de forma imparcial, isto é, não permite que o investigador manipule os

dados obtidos.

Cervo e Bervian (1996, p. 49) enfocam que “a pesquisa descritiva procura descobrir

com precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e

conexão com outros, sua natureza e característica”.

A pesquisa foi feita por meio de um levantamento através de interrogação direta

realizada por meio de uma entrevista não estruturada aos gerentes responsáveis de

3 (três) órgãos ambientais selecionados, sendo:

Conselho de Política Ambiental (COPAM) que dentre as suas competência

destacam-se a formulação de normas técnicas e padrões de qualidade ambiental.

Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) com a finalidade de definir e gerir

a política municipal de meio ambiente.

Promotoria do Rio São Francisco, sub-bacia do Rio Verde Grande, responsável pela

proteção e recuperação do meio ambiente por meio de medidas civis, penais e

administrativas.

Martins (2002, p.36) explica que o levantamento “caracteriza-se pela interrogação

direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”.

5

Segundo Marconi e Lakatos (1996) a entrevista não estruturada permite que se

explore mais amplamente uma questão, as perguntas são abertas e podem ser

respondidas dentro de uma conversação informal.

Nesses órgãos ambientais descobriu-se que quatro empresas de Montes Claros ou

já tiveram multas ambientais ou estavam no processo de execução do TAC (Termo

de Ajustamento de Conduta).

Mais três empresas, duas do ramo farmacêutico e uma de atividades agrícolas,

foram escolhidas em função do fato de a atividade operacional das mesmas,

habitualmente, gerarem passivos ambientais.

Portanto, Selecionou-se 7 (sete) empresas que, pela atividade operacional, tendem

a gerar impacto ambiental, e com o objetivo de preservar a identidade das

empresas, nesta pesquisa, as mesmas foram tratadas como A, B, C, D, E, F e G.

Para obtenção das informações nas empresas foram feitas entrevistas estruturadas.

Para Marconi e Lakatos (1996) a entrevista estruturada se realiza de acordo com um

formulário elaborado permitindo que todas sejam comparadas com o mesmo

conjunto de perguntas.

Inicialmente contactou-se por telefone os gerentes responsáveis pelo departamento

de controle ambiental das empresas selecionadas a fim de informá-los dos objetivos

da pesquisa para em seguida formalizar através de uma carta de autorização a

execução da mesma.

A princípio teve-se a intenção de gravar as entrevistas, tanto a não-estruturada

quanto a estruturada, de acordo com as empresas para maior segurança das

informações a serem divulgadas na pesquisa o melhor seria não gravar as

entrevistas, portanto não foi permitida a gravação e em alguns casos sequer pôde-se

entrar na empresa.

6

A empresa “A” é do ramo têxtil e se comprometeu a responder as perguntas não

impondo nenhuma objeção à pesquisa.

A empresa “B” é uma mineradora. O Departamento de Meio Ambiente informou que

embora não tivesse objeção a pesquisa, necessitava de uma análise mais

aprofundada antes da autorização. Infelizmente a empresa não deu resposta e,

portanto, não foi realizada a entrevista.

A empresa “C” é do ramo farmacêutico e aceitou responder as perguntas

destacando que era importante para a empresa divulgar através de uma pesquisa

científica suas ações e preocupações ambientais.

Mas, no decorrer da entrevista salientou:

“Nós só divulgamos nossos passivos ambientais se for entre a empresa, sociedade e

o meio ambiente, ou seja, se ocorrer um passivo ambiental que prejudicar

diretamente a sociedade, divulgamos assumimos o erro e a possível recuperação.

Agora se o dano diz respeito apenas a empresa e o meio ambiente, não divulgamos.

Portanto, as respostas dadas serão sucintas para não nos comprometer e ir contra

nossa política.”

A empresa “D” trabalha com gêneros alimentícios e informou que não faz parte da

sua política divulgar os passivos ambientais, mas não teria nenhuma objeção em

participar da pesquisa se o objeto fosse sobre gestão ambiental.

Como o roteiro continha perguntas sobre gestão ambiental, foi feita uma segunda

tentativa de a empresa permitir a realização da entrevista. Mas o Departamento

Corporativo da mesma informou que não permite a divulgação de informações dessa

natureza para usuários externos. Assim, a empresa “D” recusou-se a participar da

pesquisa.

O gerente dessa empresa estranhou o fato de uma aluna do curso de Ciências

Contábeis querer fazer uma pesquisa científica sobre passivos ambientais. Segundo

7

ele, este é um assunto para uma outra área de conhecimento e não da

contabilidade. Na sua opinião, não cabe à contabilidade conhecer a natureza de

passivos ambientais, e muito menos as ações e preocupações da empresa para com

o meio ambiente. Ratifica que o objetivo da contabilidade na questão ambiental é

apenas conhecer e registrar os valores que são gastos pela empresa na área

ambiental, e nada mais.

A empresa “E” trabalha no ramo farmacêutico e aceitou participar da pesquisa,

impondo que as respostas dadas seriam extremamente sucintas para não se

comprometer.

A empresa “F” é uma construtora de estradas e aceitou participar da pesquisa,

mesmo informando que não tinha conhecimento do termo “passivo ambiental”.

A empresa “G” de atividades agrícolas se comprometeu a participar da entrevista,

informando que a sua gestão ambiental estava em processo de implantação,

portanto, não poderia contribuir muito com a pesquisa.

Por fim, com as informações obtidas nas entrevistas foi feita uma comparação com a

literatura existente.

8

Capítulo II

2.0 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONTABILIDADE AMBIENTAL

A Contabilidade para Marion (1995) é um sistema de informações que capta,

registra, e interpreta os fenômenos que afetam as situações patrimoniais com a

finalidade de prover seus usuários a tomarem decisão.

A contabilidade ambiental que é um ramo da contabilidade tradicional, começou a

ser difundida no Brasil a partir da ECO/92 (Conferência do Rio de Janeiro realizada

em 1.992 denominada também de Rio/92) seguido dos grandes problemas

ambientais causados pelas empresas, os contadores, organismos profissionais,

órgãos do governo dentre outros começaram a pesquisar de forma sistemática de

modo que a contabilidade pudesse oferecer aos gestores uma informação

tempestiva e eficiente sobre o meio ambiente. (FERREIRA, 2006).

Na verdade, a contabilidade ambiental, como a contabilidade tradicional deve

registrar e controlar os fatos do patrimônio ambiental (bens, direito e obrigações) e

evidenciar a diversos usuários que necessitem da informação ambiental, lembrando

que a contabilidade ambiental não é uma outra técnica contábil, e sim um

aprimoramento da contabilidade voltada em controlar e evidenciar as ações

ambientais da entidade. (FARIAS, 2004).

Os contadores devem elaborar relatórios ao público interno e externo que se

interessam pelas ações da empresa com o ambiente e para a tomada de decisão

frente ao desgaste ambiental provocado pela empresa; assim é dito por (KRAEMER,

2000; CASTRO, 2006).

Portanto, a contabilidade ambiental deve se valer dos dados e situação do

patrimônio para que possa elaborar os devidos relatórios que auxiliam a tomada de

decisão e para que transpareça a situação da empresa frente a seus diversos

usuários.

9

O que dificulta a evolução da contabilidade ambiental assim diz Kraemer (2000), que

há uma grande resistência por parte dos empresários, em não investir na gestão

ambiental, e isto se deve a cultura brasileira em que acredita-se que preservar o

meio ambiente não gera lucro tampouco a sua transparência frente a sociedade.

Aceitar o desafio da responsabilidade social por parte de empresa valoriza a sua

imagem, ou seja, ajuda a disseminar perante as diversas células sociais a

responsabilidade que há perante o sócio-ambiental, demonstrando a transparência

da empresa e sua preocupação em buscar métodos para solucionar possíveis

problemas.

2.2 MEIO AMBIENTE

No art. 3°, I, da Lei 6.938/81 a Lei da PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente) a

definição legal de meio ambiente é:

“Art. 3°

I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem

física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas

formas”.

Portanto, meio ambiente é o conjunto de elementos e fatores necessários para a

sobrevivência de cada espécie.

2.2.1 Impacto ambiental

Para Philippi Junior (2005, p. 746) impacto ambiental é toda ação humana que

ocasione em alguma alteração no meio ambiente podendo ser grande ou pequena,

positiva ou negativa, alguns tipos de impactos negativos mais importantes são:

1. Poluição das águas (efluentes industriais, esgotos domésticos,

agrotóxicos); 2. Poluição atmosférica: fontes móveis (veículos); fontes estacionárias

(indústrias); 3. Poluição odorífera (odores); 4. Poluição sonora (ruídos no meio ambiente do trabalho, natural,

artificial); 5. Poluição do solo (substâncias, matérias: agrotóxicos, lixo).

10

Para Ferreira (2006) é a mudança de uma determinada área, ocasionada por uma

determinada atividade se comparada com o estado do meio ambiente se a atividade

não tivesse sido iniciada. Há dois tipos de impactos os diretos e os indiretos, os

diretos as mudanças do ambiente se refere à atividade executada pela empresa, já

os indiretos as mudanças ocasionadas no ambiente não podem ser identificados

com a atividade executada.

Analisando as definições supracitadas pode-se inferir que impacto ambiental é

qualquer mudança das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente

que afeta diretamente ou indiretamente a sociedade e ambiente desde a saúde e o

bem-estar da população até as condições e qualidades ambientais.

Nossa (2002) analisou as 50 maiores empresa do setor papel e celulose, por

vendas, sendo 42 em nível internacional e 8 em nível nacional para detectar os

impactos ambientais divulgados nos relatórios anuais, expresso abaixo:

Tabela 01: Informações das subcategorias de impactos ambientais.

Subcategoria N° de empresas que

apresentam informações

Desperdício 5

Resíduos Sólidos 20

Resíduos não tóxicos 6

Resíduo tóxico 15

Resíduos Reutilizáveis 8

Poluição do ar 26

Reciclagem 30

Odor 6

Conservação de Recursos

naturais

7

Hidróxido de carbono

7

Fonte: Nossa (2002, p.192)

11

Tabela 02: Informações ambientais.

Subcategoria N° de empresas que

apresentam informações

Educação ambiental

(internamente ou na

comunidade)

13

Incentivo e apoio as

pesquisas ambientais

14

Aplicação em fundos

ambientais (ONGs)

2

Desenvolvimento de

processos amigáveis

ambientalmente

4

Apresentação de relatório

ambiental

11

Fonte: Nossa (2002, p. 202)

2.2.2 Degradação ambiental De acordo com Rebollo (2000, p. 36) “Degradação significa a alteração adversa das

características do meio ambiente.”

Contudo, a degradação ambiental é uma alteração poluidora, degradante do

ambiente que pode refletir no patrimônio da empresa, devendo esta utilizar de uma

gestão a fim de reduzir ou eliminar a ação poluidora.

Segundo Ferreira (2006) é qualquer ação que cause dano ao meio ambiente, onde a

gestão ambiental deva estabelecer ações preventivas ou até mesmo uma ação para

eliminar ou minimizar o prejuízo, é necessário que faça primeiro a identificação dos

tipos de impactos.

12

2.2.3 Recuperação ambiental Para Ferreira (2006, p. 49):

Ações que pretendam sanar os danos pela poluição e que, muitas vezes, deixam o meio ambiente em condições melhores do que ele se encontrava antes da ação poluidora. Nos casos em que isso não é possível a recuperação busca pelo menos, melhorar as condições ambientais atuais.

Segundo Fiorillo (2004) tanto a preservação, quanto a conservação e recuperação,

ou seja, qualquer ação positiva ligada ao meio ambiente, deve ser feita por meio de

uma consciência e responsabilidade ecológica, que viabiliza o sucesso da

prevenção do dano ambiental. Todavia, a realidade da sociedade brasileira ainda

não contempla uma consciência efetivamente ambiental, por isso é necessário à

utilização de instrumentos legais como o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e

Relatório de Impacto Ambiental).

2.2.4 Preservação ambiental Segundo Moreira (2005) é um tipo de proteção dos recursos naturais, onde uma

espécie, área ou ecossistema deva ser intocado.

2.2.5 Conservação ambiental

O conceito de conservação começou a ser formado nas últimas décadas do século

XIV como uma forma de transparência, responsabilidade e ética com a sociedade e

ambiente, é um tipo de utilização consciente e responsável dos recursos.

(MOREIRA, 2005).

A conservação ambiental tem como objetivo, proteger e conservar os recursos

naturais, de forma que possam ser utilizados de forma sustentável, garantindo a

existência desses recursos de forma que sirva para as gerações seguintes.

13

2.2.6 Prevenção/Proteção ambiental

De acordo com Ferreira (2006, p. 50). “São ações específicas com o objetivo de

evitar ou proteger o meio ambiente de qualquer agressão causada pelo homem, ou

até mesmo, causada pela própria natureza.”

2.3 GESTÃO AMBIENTAL

Segundo Ferreira (2006) a gestão ambiental deve propiciar benefícios à empresa em

relação aos impactos que a atividade produtiva causa ao ambiente, estes benefícios

podem eliminar a degradação, ou mesmo reduzir por meio de ações sustentáveis e

tecnologias denominadas limpas. Além dos benefícios para o ambiente, a gestão

ambiental melhora a imagem da empresa e consequentemente seus resultados,

uma vez que os produtos ecologicamente corretos alcançam mercados específicos

que tenham preocupação com o meio ecológico.

Todos esses benefícios são percebidos pela sociedade por adquirir produtos mais

saudáveis, e por preservar o planeta. E quanto para a empresa pode ser percebido

de modo específico uma vez que reduzem os gastos com degradação como multas

e indenizações. (KRAEMER 2000; FERREIRA 2006).

Por isso que a gestão ambiental proporciona benefícios para a empresa, pois gera

um retorno econômico sobre a preservação, proteção ou recuperação do meio

ambiente.

Kramer (2002, p. 4 e 5) detecta os benefícios proporcionados pela gestão ambiental,

expondo alguns benefícios estratégicos como “a melhoria da imagem institucional,

melhoria das relações com os órgãos governamentais, aumento da produtividade,

melhor adequação aos padrões ambientais.”

De acordo com Nossa (2002) as empresas só estão adotando a gestão ambiental

devido à pressão global, e mesmo assim estão respondendo em parte, pois estão

aquém quanto à devida transparência e responsabilidade.

14

E o mesmo afirma Becke (2005) onde relata que os modelos de gestão ambiental

adotam atitudes apenas para cumprir a legislação ambiental como, por exemplo, os

relatórios EIA (estudo de impacto ambiental), AIA (avaliação do impacto ambiental) e

RIMA (relatório do impacto ambiental).

A gestão ambiental segundo o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e

pequenas empresas, 2007) é um ato de sobrevivência para as empresas,

principalmente para as de pequeno porte, que devem visualizar o meio ambiente

como um processo produtivo possibilitando sua renovação.

Por isso, o SEBRAE (2007) afirma que as informações do meio ambiente afetado

direta ou indiretamente pela atividade da empresa devem estar presente no

planejamento por envolver tecnologias e ações que reduzirão os custos inerentes

aos impactos, já que uma empresa que não tenha uma consciência ambiental é uma

entidade que desperdiça matéria-prima e gasta mais para produzir menos.

A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, 2007) contempla a

teoria do Sebrae completando que as empresas que não possuem uma gestão

ambiental efetiva enfrentam barreiras comerciais, tanto no mercado interno, quanto

no externo, reduzindo as vendas da empresa, ou impossibilitando de alcançar

mercados específicos.

Por conseguinte, a gestão ambiental deve ser uma dos principais métodos que as

empresas atualmente devem adotar para garantir sua competitividade e

sobrevivência no mundo globalizado.

2.4 ATIVO AMBIENTAL

De acordo com Marion (1995) os ativos são bens ou valores que geram algum

benefício para a empresa.

Quanto os ativos ambientais, Castro (2006, p.19 e 20) afirma:

15

Os ativos ambientais representam os estoques dos insumos, peças e acessórios utilizados no processo de eliminação ou redução dos níveis de poluição; os investimentos em máquinas, equipamentos, instalações, etc, adquiridos e/ou produzidos com a intenção de amenizar os impactos causados ao meio ambiente; os gastos com pesquisas usando o desenvolvimento de tecnologias modernas de médio e longo prazos, desde que constituam benefícios ou ações que irão refletir nos exercícios seguintes.

Ativo ambiental é tudo que se gasta na conservação do meio ambiente efetuados

para a preservação, proteção, prevenção e redução de danos ambientais.

Neste contexto Bergamini Junior (2006) afirma que os ativos ambientais, assim

como os ativos tradicionais, são controlados pela entidade que gerarão algum

benefício para a mesma, por meio de elementos necessários para preservar,

recuperar, proteger e até mesmo reduzir o impacto ambiental podendo ser

responsável por um aumento na capacidade da produção.

Os ativos ambientais são todos os materiais adquiridos pelas empresas com o

objetivo de proteger o ambiente das possíveis ações negativas das atividades

econômicas para Kraemer (2003) devem ser segregados em linha á parte no

Balanço Patrimonial para permitir ao usuário melhor avaliação das ações ambientais

da empresa.

2.5 PASSIVO AMBIENTAL

Segundo Marion (1995) os passivos são todas as obrigações exigíveis da empresa,

que a partir da data de seu vencimento serão cobradas e reclamadas.

Por conseguinte, a literatura das ciências contábeis que definem os passivos

ambientais é recente não só no Brasil, mas no mundo. Há relatos que foi

primeiramente conceituado pela Câmara Internacional do Comércio, na Holanda, em

1992, definindo que os passivos ambientais devem ser reconhecidos quando houver

uma obrigação presente por parte da empresa, em relação á eventos passados.

(FERREIRA, 2006; REBOLLO, 2000; CASTRO, 2006).

16

A escassez de bibliografias sobre o assunto inibe que os contadores possuam um

conhecimento mais apurado, ocasionando em graves perdas para as empresa que

deixam de estudar o assunto antecipadamente, vindo então a priorizar os passivos

ambientais quando já realizados, ou seja, quando já ocorreu uma degradação ou

impacto no ambiente. (KRAEMER, 2000; BERGAMINI JUNIOR, 2000; CASTRO

2006).

Ribeiro e Lisboa (2000) precursores do estudo no país sobre passivos ambientais

defendem que os passivos ambientais representam qualquer sacrifício econômico

em prol da preservação, recuperação e proteção do ambiente.

Segundo Ferreira (2006) Passivo ambiental é toda obrigação contraída voluntária ou

involuntariamente destinada á aplicação em ações de controle, preservação e

recuperação do meio ambiente, originando como contrapartida, um ativo ou custo

ambiental, como mostra a seguir:

Geração de resíduos, meio ambiente a recuperar, indenizações por doenças

causadas, multas prováveis ou já notificadas, aposentadorias precoces devidos

impactos negativos, provisão para contingências ambientais, aquisição de

equipamentos ambientais, depreciação desses equipamentos, prevenção, controle,

preservação e conservação ambiental, gastos de manutenção do departamento de

gerenciamento ambiental inclusive mão-de-obra, gastos para compensar danos

irreversíveis, inclusive os relacionados a tentativa de reduzir o desgaste da imagem

da empresa perante a opinião pública.

Com as diversas degradações ocasionadas pelas indústrias, que resultaram em

multas e indenizações exorbitantes, fizeram com que os passivos ambientais

ficassem conhecidos como algo extremamente negativo e ruim para a imagem da

empresa, entretanto, eles também possuem algo de positivo como a proteção e

preservação do meio ecológico como, por exemplo: gastos com insumos, máquinas,

instalações, cursos e treinamentos para os funcionários, obrigação (mesmo

voluntária) de preservar uma reserva ecológica. (FERREIRA, 2006).

17

E devido às pressões do governo para preservar o ambiente, a relevância do

passivo ambiental tem se tornado foco em um cenário globalizado, por isso a

identificação dos passivos ambientais devem ser denotados em relatórios

ambientais, essa transparência é primordial para a avaliação das empresas e para a

tomada de decisões. (NOSSA E ZATA, 2003).

2.5.1 Reconhecimento e identificação dos passivos ambientais

Para Kraemer (2003, p., 3):

Um passivo ambiental deve ser reconhecido quando existir uma obrigação por parte da empresa que incorreu em um custo ambiental ainda não desembolsado, desde que atenda ao critério de reconhecimento como uma obrigação. Portanto, esse tipo de passivo é definido como sendo uma obrigação da empresa que surgiu de eventos passados.

Continuando a autora também afirma que devem ser reconhecidos mesmo que

ainda não haja uma cobrança formal ou legal, corroborando com Ribeiro e Lisboa

(2000) que defendem o reconhecimento dos passivos ambientais independente de

qualquer obrigação ou cobrança de terceiros e sim quando houver incidência do fato

gerador.

Para Ribeiro e Lisboa (2000, p., 6).

O reconhecimento de um passivo exige a identificação do montante do sacrifício de recursos que será realizado. Muitas vezes a identificação desse valor extrapola o recebimento de um comunicado externo de cobrança. Algumas vezes, a exigibilidade existe e a empresa possui parâmetros para determinar ou estimar razoavelmente o valor a ser desembolsado, classificando-o dentro do devido regime de competência. Em outros casos, a empresa precisa utilizar cálculos estimativos para fazer o reconhecimento do passivo.

Para Coelho, Dutra e Cardoso (2000) as definições de ambas estão incompletas,

pois segundo o postulado do conservadorismo, obriga a adoção de um espírito de

precaução por parte do contador, e é claro o mesmo é aplicado na contabilidade

ambiental que deve reconhecer antecipadamente a ocorrência do impacto.

Portanto, Coelho, Dutra e Cardoso (2000) dizem que tais momentos para o

reconhecimento podem ser classificados em três categorias, primeiro com a

18

possibilidade de reconhecer o evento antes do impacto, segundo, no momento em

que a empresa percebe a causa do dano, ou seja, na ocorrência do impacto e

terceiro, quando os efeitos do impacto são sentidos pela empresa e comunidade,

isto é, a possibilidade de reconhecer o passivo ambiental após a ocorrência do

impacto.

2.5.2 Elementos auxiliares de apoio para o reconhecimento dos passivos ambientais.

De acordo com o IBEPOTEQ (Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas para a

Otimização da Tecnologia e Qualidade Aplicadas, 2007) os elementos auxiliares de

apoio para o reconhecimento dos passivos ambientais são:

Legislação ambiental e normas técnicas (ABNT) Auditoria Ambiental (AA) Avaliação de Impacto ambiental (AIA) Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA) Análise do Ciclo de Vida (ACV) Análise de Risco Ambiental (ARA)

2.6 MENSURAÇÃO

A mensuração é a parte mais complexa dos passivos ambientais uma vez que tem o

objetivo de avaliar o valor da degradação do ambiente, que até então é considerado

imensurável por ser um recurso de natureza limitada.

Segundo Kraemer (2003, p., 4).

O passivo ambiental deve ser reconhecido nos relatórios financeiros se é de ocorrência provável e pode ser razoavelmente estimado, existindo vários padrões de contingências que devem ser usados para caracterizar o que seria um evento de ocorrência provável. Se existir dificuldades para estimar seu valor deverá ser provisionado um valor estimável, registrando os detalhes dessa estimativa em notas explicativas.

Coelho, Dutra e Cardoso (2000) discordam parcialmente da definição feita por

Kraemer, para eles tanto a mensuração quanto o reconhecimento não devem ser

19

feitos apenas se houver incidência provável e sim em três momentos como antes de

ocorrer o impacto, na ocorrência do impacto ou após a ocorrência do impacto.

Ribeiro (2006, p.113) expõem que “as obrigações existentes, mas ainda não

passíveis de mensuração devem ser objeto de notas explicativas”.

Segundo o sítio IBEPOTEQ (2007) a mensuração dos passivos ambientais, em

alguns casos, envolve variáveis um tanto quanto complexas. Como exemplo, pode-

se citar questões do tipo:

1. Qual o valor da perda de qualquer extensão do meio ambiente, em função da degradação ambiental?

2. Qual o custo de produtos químicos e/ou tecnologias capazes de recuperar tal perda?

3. Quais mecanismos podem deter o alastramento? Quais seus custos?

4. Qual o limite da responsabilidade da empresa sobre os danos permanentes provocadas na saúde da população local em decorrência da deposição inadequada de seus resíduos tóxicos?

Analisando as questões supracitadas, percebe-se que muitas das reais degradações

ambientais existentes não serão reconhecidas, devido à escassez de técnicas para

identificá-las e na dificuldade de definir o montante de recursos que seria necessário

para combater a degradação.

20

Capítulo III 3.0 ANÁLISE DE DADOS

O presente estudo teve como objetivo conhecer os passivos ambientais gerados por

empresas situadas em Montes Claros, bem como o tratamento dado a eles.

A análise foi dividida em quatro partes possibilitando melhor entendimento dos

aspectos ambientais das empresas, dimensão da responsabilidade social que

possuem e a visão dos órgãos ambientais sobre a responsabilidade social das

mesmas.

A 1ª parte – intitulada de “Reconhecimento dos passivos ambientais” abordou o

conhecimento das empresas sobre os passivos ambientais e a adoção de ações

positivas como preservação ambiental.

A 2ª parte – intitulada de “Impactos e subcategoria dos impactos” identificou os

impactos e as suas subcategorias existentes nas empresas, bem como, o momento

do reconhecimento desses impactos, a adoção de programas de antipoluição e o

monitoramento dessas práticas para reduzirem os impactos ambientais.

A 3ª parte – intitulada de “Gestão ambiental” mostrou os elementos que as

empresas consideram auxiliares de apoio para a gestão ambiental e a

responsabilidade social que possuem de forma a tornar público e de forma

transparente seus empreendimentos ambientais.

A 4ª parte – intitulada de “Visão dos órgãos ambientais” verificou a visão de alguns

órgãos ambientais, sobre o modo que as empresas tratam seus passivos ambientais

e a responsabilidade social que dizem possuir.

21

3.1 RECONHECIMENTO DOS PASSIVOS AMBIENTAIS

Questionou-se inicialmente as empresas sobre o que entendem a respeito do

“passivo ambiental”, bem como os fatores existentes na empresa, objetivando

verificar se o entendimento das mesmas vai ao encontro da literatura existente sobre

o tema. As respostas estão demonstradas a seguir:

Quadro 01: Definição e exemplos de passivos ambientais.

Empresas

Respostas Exemplos de passivos ambientais

A Tudo que gera despesa cedo ou

tarde, como a destinação de

resíduos.

Gastos com insumos, multas notificadas,

aterro de lodo da ETE (Estação de

Tratamento de Efluentes).

C Tudo que gera despesa. Geração de resíduos, aquisição de ativos

bem como a sua depreciação, cursos e

treinamentos para os funcionários, controle

ambiental e gastos com manutenção e

operação do departamento de

gerenciamento ambiental.

E É o impacto ambiental que

demanda recursos financeiros e

de pessoal para a sua

minimização e gestão, ou seja,

qualquer sacrifício econômico

em prol do ambiente.

Efluentes líquidos, resíduos sólidos,

materiais recicláveis e emissões gasosas

da caldeira.

F Não temos conhecimento sobre

o termo

1Efluentes líquidos, emissões gasosas da

usina de asfalto.

G Danos causados no

desenvolvimento de

determinada empresa no

decorrer de seu

empreendimento

Efluentes líquidos, esterco aviário, moscas,

meio ambiente a recuperar, educação

ambiental, conservação e proteção

ambiental, 2aquisição de ativos ‘ambientais’

e sua depreciação.

Fonte:Elaboração própria 1 Apesar de a empresa “F” destacar que não tinha conhecimento de passivos ambientais, no decorrer da entrevista citou alguns quesitos que amparados pela literatura classificou-se como tais. 2 Está em processo de aquisição.

22

A empresa “A” destacou a dificuldade de mensurar o aterro de lodo da ETE, por não

ter tecnologias para isso. Devido esta dificuldade perguntou se provisionava um

valor estimado, registrando os detalhes dessa estimativa em notas explicativas, a

empresa, portanto informou que não havia necessidade de divulgar algo que a

mesma não sabe avaliar.

Quanto ao fato da empresa “A” informar que não faz referência em notas explicativas

da dificuldade que possui em estimar o passivo ambiental (lodo da ETE), contradiz

com Ribeiro (2006, p. 113) quando expõem:

“As obrigações existentes, mas ainda não passíveis de mensuração, devem ser

objeto de notas explicativas.”

A empresa produz 3.000kg de resíduos por dia, sendo 90% composto de água, e só

10% equivale realmente a lodo. De 3.000kg de resíduos produzidos por dia

multiplicado por 10% que realmente é lodo, têm-se então 300kg de lodo por dia.

Como são 365 dias no ano tem-se 109.500 toneladas de lodo/ano. O aterro possui

20 anos de vida útil, e tem 8 anos em operação, portanto, são 876.000 toneladas de

lodo que a empresa possui.

Figura 01: Lodo da ETE.

3.000kg de resíduos

Fonte:Elaboração própria

2.700 Água 90%

300 kg Lodo 10%

2.700 Água

300kg Lodo

23

Algumas empresas estão interessadas em adquirir este lodo da empresa “A” para

ser utilizado como adubo, mas a mesma ainda não obteve autorização da FEAM

(Fundação de Amparo ao Meio Ambiente) para a realização da venda.

Já para a empresa “C” há casos que seria passivo ambiental, mas que nunca houve

incidência na mesma – enfatizou - que são indenizações por doenças causadas e

multas prováveis ou já notificada por danos ambientais.

Segundo a empresa “E”, passivo ambiental é qualquer sacrifício econômico em prol

do meio ambiente. Mas quando perguntamos se ações como, conservação, proteção

ambiental, indenizações por doenças causadas podiam ser também classificadas

como passivos ambientais houve uma certa dúvida da empresa em classificar tais

eventos, dizendo que fazia parte da consciência ambiental de cada organização.

Quanto às indenizações, era algo inesperado, portanto, seria classificado de outra

forma, conforme a decisão da empresa.

A “F”, no entanto informou que nunca tinha ouvido falar no termo “passivo ambiental”

e se fosse algo negativo, com toda certeza a empresa não teria, pois nunca praticou

algo que prejudicasse o meio ambiente.

De acordo com a empresa “G”, há dois anos era conhecida como - empresa das

moscas - não se preocupava em reverter à situação e melhorar a sua imagem, pois,

tem localização privilegiada não há propriedades avícolas na região, 54% da

produção são vendidas para a região Nordeste do país, 42%, para Minas Gerais,

principalmente o norte do estado e 4% da produção são vendidas para o Distrito

Federal.

“Não tínhamos motivos para nos preocupar em não degradar o meio ambiente e

muito menos em melhorar nossa imagem, pois, não temos concorrentes na região,

nosso produto é muito bem aceito pelo mercado, nosso estoque de giro é

normalmente inferior a um dia de produção.”

Hoje, com a implantação da gestão ambiental combatem a proliferação das moscas,

retirando esterco aviário há cada 6 meses, e durante a permanência das aves são

24

tomados alguns cuidados como: correção de vazamento de bebedouros e o uso de

cal virgem para conservar o esterco.

“Atualmente produzimos 16.000 toneladas anuais de esterco aviário, reconhecido

como um produto de alta qualidade e bastante disputado pelos produtores rurais,

principalmente pelos produtores de café e de frutas na região que se estende de

Montes Claros a Patos de Minas, devemos isso a gestão ambiental que em menos

de dois anos transformou nosso passivo ambiental em receita ambiental.

As respostas dadas pelas empresas vêm de encontro à definição de Ribeiro e

Lisboa (2000) passivos ambientais representam qualquer sacrifício econômico em

prol da preservação, recuperação e proteção do ambiente.

Devido às diversas degradações ocasionadas pelas indústrias que resultaram em

multas e indenizações exorbitantes, fizeram com que os passivos ambientais

ficassem conhecidos como algo extremamente negativo e ruim para a empresa,

entretanto, eles também possuem algo de positivo como a proteção do meio

ecológico como, por exemplo: gastos com insumos, máquinas, instalações, cursos e

treinamentos para os funcionários, obrigação (mesmo voluntária) de preservar uma

reserva ecológica. (FERREIRA, 2006).

Questionou-se as empresa sobre a adoção de ações de preservação, conservação,

proteção ou recuperação ambiental as respostas foram dadas de acordo com o

quadro abaixo:

Quadro 02: Preservação, conservação, proteção e recuperação ambiental.

Preservação Conservação Proteção Recuperação Empresa

S N S N S N S N A x X x x

C x X x x

E x X x x

F x X x x

G x x x Fonte: Elaboração própria

25

Segundo a empresa “A” nunca houve incidência de recuperação ambiental causada

por degradação de sua atividade econômica, contudo, tem como proteção ambiental

uma área degradada que adotou da prefeitura, criando neste local um bosque – uma

área verde associado a um viveiro de mudas.

De acordo com a empresa “C” não é feita nenhuma recuperação ambiental porque

nunca houve incidência de degradação, entretanto, pratica uma ação de proteção

devido à revegetação de áreas não utilizadas pela empresa, com vistas a melhorar o

meio ambiente.

E considera como preservação ambiental, uma atitude de plena responsabilidade

para com o meio ambiente incluindo então a preocupação que tem para a disposição

correta dos resíduos, obtendo um centro de separação dos mesmos, e a

preocupação quanto à contratação de terceiros para transportar resíduos, produtos

dentre outros, avaliando a responsabilidade e integridade da empresa contratada.

Segundo a empresa “C”:

“Uma empresa que se diz responsável ambientalmente tem que se preocupar

antecipadamente com todas as suas ações, desde a compra de um simples papel

até a sua causa ao ambiente, e isto é preservar. Fazemos um levantamento de

causa e efeito, denominado de levantamento de aspecto e impacto ambiental, que

tal prática ou ação poderá acarretar, para que possamos buscar suporte em

equipamentos ou outro processo que proteja o meio ambiente.”

A empresa “C” confunde conservação com proteção ambiental, pois segundo

Moreira (2005) Preservação é um tipo de proteção dos recursos naturais, onde uma

espécie, área ou ecossistema deva ser intocado, já conservação ambiental é um tipo

de utilização consciente e responsável dos recursos.

De acordo com a empresa “E” não adota nenhuma ação de preservação, proteção,

conservação ou recuperação ambiental por não ter em sua política ambiental um

programa completo dessas ações. No entanto, adota atitudes de controle ambiental

26

como operação da estação de tratamento de efluentes – ETE, segregação e

acondicionamento de resíduos sólidos e monitoramento de emissões atmosféricas.

Para a empresa “F”, não possui nenhuma destas práticas por não ter política para

isso.

Segundo a empresa “G”:

“Recuperação ambiental é o que temos realizado constantemente devido à adoção

da política ambiental, em que fazemos um diagnóstico dos passivos ambientais

desde a chegada da empresa na região para corrigirmos a situação, e avaliando

como a comunidade foi afetada. Antes da adoção dessa política lançávamos nossos

efluentes em um córrego, prejudicando as comunidades de Santa Maria e Abóboras,

hoje, tratamos nossos efluentes antes de serem lançados no ambiente.”

O quadro a seguir compara os itens que as empresas consideram como passivo

ambiental e o que Ferreira (2006) diz sobre os mesmos.

27

Quadro 03: Passivos ambientais na visão das empresas objeto de estudo e na visão de Ferreira (2006).

A C E F G Ferreira (2006)

Passivos ambientais

S N S N S N S N S N S N

Provisão para contingências x x x x x x

Meio ambiente a recuperar 3x 4

x 5x x X x

Indenizações por doenças

causadas

6x x x x 7X x

Multas prováveis ou já

notificadas

x x 8x x 9X x

Aquisição de máquinas e

equipamentos ambientais.

x x x X x

Geração de resíduos x x x x x x

Prevenção, proteção e

preservação ambiental.

x x x x X x

Gastos do departamento

ambiental

x x x x x x x

Depreciação de

equipamentos “ambientais”.

x x x x x 10x x

Cursos e treinamentos para

os funcionários

x x x x X x

Fonte: Elaboração própria

3 Segundo a empresa “A” considera recuperação como passivo ambiental, mas que não há incidência na mesma, pois a recuperação feita foi de uma área degradada da Prefeitura e não devido a sua atividade econômica. 4 De acordo com a empresa “C” considera recuperação como passivo ambiental, mas que nunca houve na empresa. 5 A empresa “E” classifica recuperação como passivo ambiental, mas não nos respondeu se já houve incidência na empresa. 6 Para a empresa “A” é passivo ambiental, mas que não há probabilidade de ocorrer na empresa. 7 Segundo a empresa “G” até considera estas indenizações como passivo ambiental, mas a gestão ambiental da empresa por ser recente ainda não contempla este quesito. 8 De acordo com a empresa “E” nunca teve multas ambientais, mas se tiver com certeza as classificará como um passivo ambiental. 9 Segundo a empresa “G” apesar de classificar multas como passivo ambiental, já executou todas que foram notificadas. 10 Para a empresa “G” depreciação de ativos ambientais, é um passivo ambiental, mas que ainda não há na empresa devido os equipamento serem recentes, e a grande parte ainda estão em processo de aquisição.

28

Embora a literatura classifica os itens acima como passivo ambiental, as empresas

no entanto, não vêem todos dessa forma, e quando os classificam assim como

recuperação, indenização, multas dentre outros, enfatizam que apesar do

reconhecimento nunca houve incidência na empresa.

3.2 IMPACTOS E SUBCATEGORIA DOS IMPACTOS

Questionou-se as empresas sobre adoção de tecnologias para reduzirem os

impactos e em seguida se é feito um acompanhamento sistemático destas práticas,

todas, portanto, responderam que sim.

A empresa “A” destaca que para conter alguns dos impactos existentes adota

programas de antipoluição, onde mais ou menos 90% dos poluentes são retirados

dos seus efluentes, sendo feito um monitoramento diário, através de análises feitas

em um laboratório próprio.

E está investindo na ETE – Estação de Tratamento de Efluentes - projeto em

andamento de sistema de ozonização, que irá tratar os efluentes com ozônio para

melhorar a sua qualidade, a implantação está prevista para 2009, investimento

equivalente a 8 milhões.

Segundo a empresa “F” o monitoramento é feito anualmente devido a fiscalização de

um órgão ambiental, cujo nome a empresa não permitiu divulgar nesta pesquisa.

Conforme a empresa “G” grande parte das máquinas e equipamentos para

reduzirem os impactos estão em processo de aquisição, o monitoramento feito é

para identificar o impacto causado tanto interno quanto externo, isto é, na

comunidade.

Sobre os impactos causados pela atividade operacional (poluição das águas

poluição atmosférica, poluição odorífera, poluição sonora e poluição do solo) as

empresas consideraram conforme mostra o quadro a seguir.

29

Quadro 04: Impactos existentes nas empresas.

Impactos Empresa

A

Empresa

C

Empresa

E

Empresa

F

Empresa

G

Poluição

das

águas

Geração

de

efluentes

nas

estações

de

tratamento

Efluentes

líquidos

Efluentes

líquidos

Efluentes

líquidos

Não há, devido aos s

biodigestores que

devolve a água sem

risco de

contaminação.

Poluição

atmos-

férica

Caldeira

com

aquecedor

es de

fluído

térmico

Queima de

combustívei

s, exemplo:

Óleo e

lenha.

Emissões

gasosas

da

caldeira

Emissões

gasosas

da usina

de asfalto

Rodolúvios e

pulverizadores,

para desinfectar

veículos e

equipamentos.

Poluição

odorífera

De vez

em

quando

Não há Não há Não há Há devido a

granja.

Poluição

sonora

Há, mas a

empresa

não

considera

como

impacto.

Não há Não há Não há Não há

Poluição

do solo

Não há Aterro

industrial

Não há Não há Esterco aviário.

Fonte: Elaboração própria

A empresa “A” diz que possui poluição sonora, mas não considera como impacto por

está localizada distante dos bairros, portanto, classifica apenas como um ruído.

30

Para Philippi Junior (2005, p.746) impacto ambiental é toda ação humana que

ocasione em alguma alteração no meio ambiente podendo ser grande ou pequena,

positiva ou negativa.

Portanto, o “ruído” da empresa “A” deveria ser classificado como poluição sonora, e

o aterro das empresas “A”, “E” e “F” deveria ser classificado como poluição do solo.

Quanto ao reconhecimento dos seus passivos ambientais, as empresas “A”, “C”, “E”

e “G” o fazem antes da ocorrência do fato gerador. Para a empresa “F” o

reconhecimento deve ser feito após a ocorrência do impacto, destaca que devido a

sua atividade não tem como reconhecer um impacto antes ou até mesmo na

ocorrência do fato gerador, tem-se o reconhecimento após o impacto onde a

empresa verifica a causa do dano e a sua possível reversão.

Coelho, Dutra e Cardoso (2000) declara que segundo o postulado do

conservadorismo, obriga a adoção de um espírito de precaução por parte do

contador, portanto deve reconhecer antecipadamente a ocorrência do impacto.

Para reconhecer detalhadamente os impactos causados pelas empresas

questionou-se sobre as suas subcategorias, e as respostas estão conforme o quadro

a seguir:

31

Quadro 05: Subcategorias dos impactos existentes.

Empresas Subcategoria dos impactos

A Desperdício, resíduos sólidos, resíduos não tóxicos, resíduos

reutilizáveis, educação ambiental, incentivo e apoio às pesquisas

ambientais em uma universidade do Rio de Janeiro, relatório ambiental.

C Desperdício, resíduos sólidos, resíduos tóxicos e não tóxicos

reutilizáveis e educação ambiental, relatório ambiental.

E Desperdício, resíduos sólidos, tóxicos e não tóxicos reutilizáveis,

educação ambiental e apresentação de relatório ambiental.

F Desperdício, resíduos sólidos, relatório ambiental.

G Resíduos sólidos, não tóxicos, reutilizáveis, educação ambiental,

incentivo e apoio às pesquisas ambientais, apresentação de relatório

ambiental. Fonte: Elaboração própria

Comparando as respostas das empresas nas subcategorias dos impactos com o

estudo de Nossa (2002) feito com as 50 maiores empresas do setor papel e

celulose, por vendas, sendo 8 nacionais e 42 internacionais temos que:

Figura 02: Subcategoria dos Impactos das empresas objeto de estudo

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Despe

rdício

Residu

os só

lidos

Resídu

os nã

o tóx

icos

Residu

os tó

xicos

Resídu

os re

utilizáve

is

Educa

ção a

mbienta

l

Incen

tivo e

apoio

as pe

squis

as

Aplica

ção e

m Ong

s

Aprese

ntaçã

o de r

elatór

io am

bienta

l

Empresas emestudo

Empresas papel ecelulose

Fonte: Elaboração própria

32

Embora o estudo de Nossa (2002) tenha abordado empresas nacionais e

internacionais do ramo papel e celulose, percebeu-se que 26% delas investem em

educação ambiental, quanto 80% das empresas objeto de estudo declaram que este

investimento ajuda a contribuir com a transparência na divulgação de suas ações

ambientais.

3.3 GESTÃO AMBIENTAL

Para averiguar alguns itens adotados na gestão ambiental das empresas,

questionou-se sobre os elementos que consideram auxiliares de apoio, e

responderam de acordo com quadro a seguir.

Quadro 06: Elementos auxiliares de apoio.

Empresa

A

Empresa

C

Empresa

E

Empresa

F

Empresa

G

Elementos

S N S N S N S N S N

Legislação ambiental e

normas técnicas

x x x x x

Auditoria ambiental x x x x x

Avaliação de impacto

ambiental (AIA)

x x x x x

Relatório de impacto

ambiental (RIMA)

x x x x x

Estudo de impacto

ambiental (EIA)

x x x x x

Avaliação de

desempenho ambiental

(ADA)

x x x x x

Análise do ciclo de vida

(ACV)

x x x x 11x

Análise de risco

ambiental (ARA)

x x x x x

Fonte: Elaboração própria 11 Está em processo de implantação.

33

Segundo as empresas estes modelos adotados na gestão ambiental ajudam a

cumprir com as exigências ambientais, principalmente os relatórios EIA, AIA e RIMA.

E o mesmo afirma Becke (2005) onde relata que os modelos de gestão ambiental

adotam atitudes apenas para cumprir a legislação ambiental como, por exemplo, os

relatórios EIA (estudo de impacto ambiental), AIA (avaliação do impacto ambiental) e

RIMA (relatório do impacto ambiental).

De acordo com a empresa “F”, somente elabora o relatório de análise dos efluentes

líquidos, por ter maior cobrança dos órgãos ambientais.

Questionou-se as empresas se a gestão ambiental adotada proporciona benefícios

estratégicos e melhoria das relações com órgãos ambientais, todas responderam

que sim, quanto melhoria das relações com órgãos ambientais apenas a empresa

“A” destacou que esta não favorece melhores relações com esses órgãos apesar de

a empresa nunca ter tido problemas com os mesmos.

De acordo com a empresa:

“As empresas adotam a gestão ambiental, primeiramente para cumprir a legislação

ambiental, caso esta não existisse nenhuma organização se preocuparia em adotar

práticas ambientais politicamente corretas – pois todas as empresas querem

produzir – ter resultados positivos e para isso tem que degradar.”

De acordo com a empresa “G” ações de responsabilidade social faz parte do

negócio da empresa.

“Só conseguimos perceber isso há pouco tempo, antes só tínhamos ações negativas

para com o meio ambiente –éramos conhecidos como empresa das moscas –

literalmente. Devido às pressões de órgãos ambientais fomos obrigados a adotar

uma política ambiental, fomos muito resistentes no início, queríamos implantar a

gestão ambiental apenas para cumprir a legislação e não queríamos investir

34

maciçamente em tecnologias, educação ambiental dentre outros quesitos em prol do

meio ambiente.

Aos poucos percebemos que poderíamos lucrar com isso, melhorando até a imagem

da empresa, agregando valor ao produto, reduzindo custos com a eliminação de

multas e a redução dos impactos.

Com a implantação da gestão ambiental adotamos o lema: empresa socialmente

justa e ambientalmente correta. O primeiro passo foi eliminar o desgaste da nossa

imagem perante a opinião pública, em que começamos a reunir com a comunidade

para conhecermos a visão que possuem dos nossos impactos, como estão sendo

prejudicados e o que podemos fazer para eliminar o problema.”

Perguntou-se sobre a transparência ambiental da empresa, todas, no entanto

informaram que são transparentes perante a sociedade, isto é, não tem problema

algum em divulgar suas ações ambientais, incluindo nesta transparência a educação

ambiental dada constantemente aos funcionários. A empresa “E” foi mais além em

sua resposta dizendo que sua transparência ambiental se dá ao apoio a iniciativas

governamentais e de Organizações não governamentais (Ongs).

È importante frisar a opinião da empresa “G”.

“Primeiro, só de expor nossas informações nesta pesquisa científica demonstra a

preocupação que temos em divulgar nossas ações tantos positivas quanto

negativas. Segundo, a educação ambiental que realizamos na sociedade, reuniões

com a mesma para conhecermos as opiniões sobre os impactos que causamos e o

acompanhamento do combate às moscas demonstra nossa responsabilidade social,

e tudo isso em menos de dois anos, e já percebemos os resultados positivos que

nos trouxe.

A visão que tínhamos antes da implantação da gestão ambiental é a mesma que a

maioria das empresas da região possui principalmente as de grande porte. Interesse

de caráter exploratório, ou seja, mão-de-obra extremamente barata devido à má

35

qualificação, redução de impostos por ser uma área da Sudene e por não ser

considerado consumidores exigentes.

Por isso preservar o meio ambiente é visto como uma ação apenas para cumprir a

legislação, pois as tecnologias ambientais são extremamente caras, então se as

empresas não possuírem uma preocupação ambiental verdadeira, não vão investir

em ações visando o bem-estar do meio ambiente, porque não vêem lucro nisso.

Pois a grande parte da sociedade montesclarense não percebe a diferença e a

necessidade de consumir produtos ecológicos, sendo estes até mais caros. Se tiver

dois produtos de mesma marca, e o primeiro for R$ 1,00 e impactar o meio

ambiente, o outro R$5,00 e para o seu processo utilizou tecnologias denominadas

limpas, a sociedade irá preferir o que for mais barato sendo ou não prejudicial ao

meio ambiente.

Portanto, na medida em que nossa sociedade perceber a necessidade de

preservação, proteção, conservação, recuperação e desenvolvimento sustentável

irão pressionar as empresas para serem efetivamente responsáveis para com o

meio ambiente e para a sociedade.

Hoje, as empresas degradam e no momento da execução do Tac, divulgam que

estão realizando algo espontâneo em prol do meio ambiente, e realizar este

marketing para se beneficiar não é proibido por lei.

Cabe a sociedade distinguir as empresas que são responsáveis ou não, só assim

estas irão mudar de atitude, pois a natureza pode suprir todas as necessidades do

homem, menos a ganância.”

Ferreira (2006, pág. 34) confirma o exposto pela empresa “G” sobre a falta de

informação dos consumidores.

36

Como o índice de analfabetismo do país ainda é alto, com uma recessão recente e dificuldades econômicas sérias, cuja perspectiva de voltar a crescer e passar a condição de desenvolvido é de, no mínimo, médio prazo - que, por exemplo, o consumidor brasileiro, na situação de ter que escolher entre um produto que não polui e é mais caro e um que polui, porém é mais barato, a probabilidade de que sua escolha recaia sobre o segundo é bem maior.

Quanto à visão das demais empresas sobre a responsabilidade social e ambiental

que dizem possuir está aquém dos propósitos sócio-ambientais defendido por

Ribeiro (2006).

A responsabilidade social envolve o conhecimento das preferências e prioridades

sociais, entendendo que o lucro é um meio e não um fim. A responsabilidade social

da empresa deveria ser a adoção de atitudes pró-ativas como preservação,

tecnologias eficientes dentre outras, não para atender meramente órgãos ambientais

e sim para visar o bem – estar social, tornando públicos seus empreendimentos

nesse sentido.

3.4 VISÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS

Para colher incidências de passivos ambientais no município, e destacar a visão

destes órgãos sobre a forma que as empresas tratam seus passivos ambientais

procurou-se a Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SEMMA, Conselho de

Política Ambiental - COPAM e a Promotoria do Rio São Francisco, Sub-Bacia do Rio

Verde Grande.

3.4.1 COPAM

Ao expor o interesse em conhecer sobre os passivos ambientais gerados por

empresas da região, percebeu-se certa rispidez do respondente, declarando que:

“Uma aluna de Ciências Contábeis querer pesquisar sobre passivos ambientais de

empresas de Montes Claros, (algo além de sua área), expressa extrema curiosidade,

ferindo até a política da empresa por se tratar de um assunto delicado.”

37

No decorrer da entrevista descobre-se que o COPAM tinha recebido um relatório de

avaliação ambiental da empresa “B” (uma das empresas objeto de estudo), uma

exigência do órgão ambiental, sendo este relatório genuinamente público.

Portanto, solicitou-se este relatório para ser avaliado, contudo, o respondente do

COPAM não permitiu o acesso a este relatório declarando:

“O que está exposto no relatório enviado pela empresa “B”, diz respeito apenas a

empresa – COPAM, você está buscando informações para compor uma pesquisa

científica, caso tenha acesso a este relatório, com toda certeza utilizará de algumas

informações para a sua pesquisa, o que poderá acarretar prejuízos para o COPAM.

Para você ter acesso a este relatório antes terei que analisar, mas não sei se irei

avaliar o relatório hoje, amanhã ou se chegarei avaliar algum dia.”

3.4.2 SEMMA

Ao procurar a SEMMA, descobriu-se que a empresa “B”, tinha um passivo ambiental

devido à degradação de um córrego do município, sendo, portanto, requisitada para

reparar o dano.

O respondente do COPAM, que não permitiu o acesso ao relatório da empresa “B”,

foi quem fez a vistoria e a conseqüente notificação da referida empresa. A SEMMA,

portanto, permitiu acesso ao relatório do TAC (Termo de ajustamento de conduta),

expresso abaixo:

Com vistas a reparar o dano foi celebrado entre o Ministério Público de Minas

Gerais, a empresa “B”, e o município de Montes Claros, através da secretária

municipal do Meio ambiente (SEMMA); Foi assinado um TAC (Termo de

Ajustamento de Conduta) que estabelece o cumprimento de 300 ( trezentas) horas

máquina de pá carregadeira do modelo 966, a serem aplicadas na construção de

bacias de captação de água de chuva ( barraginhas).

38

Os trabalhos foram realizados nas Comunidades de “Santa Maria” e “Abóboras”,

onde foram construídas 79 bacias de captação de água de chuva (barraginhas),

sendo beneficiados diretamente 22 famílias, e 48 famílias indiretamente. A

estimativa é de que estas bacias irão acumular, entre 70 a 90 m³ (setenta a noventa

metros cúbicos), de águas pluviais em cada barraginha.

A hora máquina de pá carregadeira do modelo 966 foi R$ 74,00, como foram 300hs

para a construção das barraginhas, o TAC executado pela empresa foi de R$

22.200.

De acordo com a SEMMA com o término do TAC, a empresa “B” fez um certo

marketing, divulgando não o TAC (conseqüência do passivo ambiental que teve),

mas a proteção ambiental do local.

Segundo a SEMMA:

“É cada vez mais freqüente as empresas da região serem multadas por degradação

ambiental, e divulgarem seus Tac’s como preservação, proteção ou conservação

ambiental; sendo que o Tac é algo que a empresa é obrigada a cumprir não tendo

nenhuma relação com as práticas de preservação, proteção ou conservação que é

uma atitude espontânea da empresa.”

Durante a entrevista verificou-se a existência de um passivo ambiental da empresa

“D”, estando, portanto na fase de execução do TAC, a qual foi contactada, mas não

aceitou participar da pesquisa. A SEMMA, não permitiu o acesso ao relatório de

vistoria do passivo ambiental alegando que a empresa estava executando o TAC e o

fornecimento dessas informações poderia prejudicar tanto a empresa quanto a

SEMMA.

.

39

3.4.3 PROMOTORIA DO RIO SÃO FRANCISCO, SUB-BACIA DO RIO VERDE

GRANDE.

Na Promotoria descobriu-se a existência de um relatório de vistoria de passivo

ambiental de uma empresa que a princípio não era objeto de estudo, mas que foi

incluída na pesquisa, denominada, portanto, de empresa “F”. A Promotoria permitiu

o acesso ao relatório de vistoria que especifica o abaixo exposto:

Estas considerações fazem parte da vistoria na BR 365, trecho Montes Claros –

Pirapora, sob responsabilidade da empresa “F”, conforme solicitação da Promotoria

de Justiça do Rio São Francisco, Sub-bacia do Rio Verde Grande, com o propósito

de verificar se houve ou não o cumprimento do TAC. E de acordo com as

observações de campo conclui-se que o proposto quando da assinatura do termo de

ajustamento de conduta foi cumprido apenas parcialmente.

Considerando-se que as alterações que se operam sobre os sistemas naturais o

fazem continuamente, necessário se faz um acompanhamento amiúde da situação,

o que parece estar faltando neste momento, ou não estar ocorrendo a contento.

De acordo com a Promotoria:

“As empresas de Montes Claros não são tão responsáveis ambientalmente como

dizem, a maioria das empresas que são solicitadas a repararem o dano ambiental,

não o faz por completo, e com o término do Tac faz-se uma espécie de ‘propaganda

enganosa’ demonstrando para a população uma falsa consciência ambiental.”

Para a Promotoria a mensuração dos passivos ambientais é o grande desafio para

as empresas, devido a falta de tecnologia ou falta de conhecimento e até mesmo de

interesse não provisionam um valor estimável.

De acordo com relatos dos órgãos ambientais as empresas não possuem uma

efetiva responsabilidade social, pois não cumprem totalmente o TAC, e quando o faz

40

divulgam para sociedade ações como preservação, conservação ou proteção

ambiental.

Apesar da contribuição dos órgãos ambientais percebeu-se certa resistência dos

mesmos em fornecer informações das ações ambientais realizadas pelas empresas,

haja visto, a dificuldade de obtenção dos relatórios de vistoria dos passivos

ambientais, alegando ser prejudicial para eles e para as empresas.

41

Capítulo IV

4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido a literatura das Ciências Contábeis que definem os passivos ambientais ser

recente no Brasil, identificou-se a necessidade de conhecer os passivos ambientais

de empresas situadas em Montes Claros bem como o tratamento dado a esses

passivos, uma vez que o Norte de Minas é considerado um região de pequeno

desenvolvimento industrial.

Através de uma pesquisa descritiva foram feitas entrevistas estruturada em 5 (cinco)

empresas e entrevistas não-estruturada em 3 (três) órgãos ambientais e foi

averiguado que o entendimento das mesmas vem de encontro à definição de Ribeiro

e Lisboa (2000) já que passivos ambientais representam qualquer sacrifício

econômico em prol da preservação, recuperação e proteção do ambiente, não

apenas as despesas citadas por cada empresa, onde não incluem as ações pró-

ativas como preservação, proteção, conservação e algumas empresas não

consideram como passivos ambientais as aquisições de ativos ambientais para

reduzir ou eliminar os impactos causados pela atividade da empresa.

Quatro empresas reconhecem seus passivos ambientais antes da ocorrência do fato

gerador, obedecendo assim o postulado do conservadorismo que sugere a adoção

de um espírito de precaução por parte do contador. E apenas para uma das

empresas pesquisadas o reconhecimento deve ser feito após a ocorrência do

impacto, em que verifica a causa do dano e a sua possível reversão.

Pode-se inferir que os passivos ambientais das empresas objetos deste estudo são

os efluentes líquidos e a geração de resíduos, que são depositados em um aterro

licenciado – área cedida pela prefeitura. Quanto aos impactos, identificou-se a

poluição das águas, poluição atmosférica e poluição do solo, apesar de que esta só

foi citada por uma empresa.

42

Devido a falta de tecnologia e até mesmo de conhecimento e interesse das

empresas, as mesmas não estimam um valor para seus passivos ambientais,

alegando a dificuldade de mensurar a degradação do meio ambiente. Que deve ser

avaliado pelos conhecimentos técnicos já existentes, com a aquisição de insumos

para eliminação da degradação, mão-de-obra dentre outros.

Todas as empresas informaram que a adoção da gestão ambiental proporciona

benefícios estratégicos como melhoria da imagem institucional, mas que adotam

esta gestão apenas para cumprir com as exigências da legislação e fiscalização de

órgãos ambientais. Pois o investimento na gestão ambiental onera a empresa e o

resultado quando obtido é ínfimo perante o investimento feito.

Diante do que foi exposto pelas empresas, verificou-se que só adotam a gestão

ambiental para cumprir exigências da legislação, e não como um elemento que

possa melhorar a atividade econômica, promovendo benefícios como redução de

gastos com eliminação da degradação, multas e indenizações e até mesmo com a

geração de receita ambiental. Por isso, ficam devendo nos quesitos transparência e

responsabilidade, pois não contemplam uma consciência efetivamente ambiental.

Verificou-se uma resistência muito grande das empresas em aceitar que as mesmas

têm passivos ambientais. Para elas, a recuperação ambiental, multas e indenizações

devem ser lançadas na contabilidade como passivo ambiental, mas procuraram

deixar bem claro que nunca houve incidência na empresa.

No entanto, constatou-se que todas as empresas estudadas causam danos ao meio

ambiente. Um exemplo disso foi o fato de a empresa “F” alegar que iria participar da

pesquisa mesmo sabendo que sua atividade operacional não impactava o meio

ambiente. No entanto, descobriu-se na Promotoria um TAC por dano causado ao

meio ambiente.

De acordo com relatos dos órgãos ambientais as empresas não possuem uma

efetiva responsabilidade social, pois não cumprem totalmente o TAC, e quando o faz

43

divulgam para sociedade ações como preservação, conservação ou proteção

ambiental.

E apesar da contribuição dos órgãos ambientais, houve resistência destes em

fornecer informações, mesmo sendo informações públicas. Tanto o COPAM como a

SEMMA não permitiram o acesso ao relatório de vistoria das empresas “B” e “D”

alegando que o fornecimento de dados poderia acarretar prejuízos tanto para eles

quanto para as empresas.

Diante das dificuldades e desafios deste trabalho percebeu-se que não há em nossa

cultura uma consciência efetivamente ambiental, tanto as empresas quanto os

órgãos públicos que detém informações ambientais, que são públicas, omitem estas

informações.

Existe, portanto, a necessidade de conscientização da sociedade para que as

empresas possam mudar de atitude e perceber que o lucro é um meio e não um fim,

não tendo como objetivo a idéia de produção a todo custo e sim o desenvolvimento

sustentável, protegendo e conservando os recursos naturais, garantindo a existência

desses recursos de forma que sirva para as gerações seguintes.

Assim, o levantamento realizado nas referidas empresas e órgãos ambientais por

meio de entrevistas alcançou os objetivos propostos e, por via de conseqüência, o

problema delimitado nesta pesquisa foi resolvido.

Pelo fato de a contabilidade ambiental ser um estudo extremamente novo no Brasil,

indica-se que novos estudos sejam realizados a fim de contribuir com a literatura e

para que os contadores tenham um conhecimento mais apurado sobre o assunto,

para que possam elaborar relatórios ao público interno e externo que se interessam

pelas ações da empresa com o ambiente.

Recomenda-se que seja feito um estudo de caso a fim de analisar com maior

profundidade o montante gasto com os passivos ambientais. Outra sugestão seria a

44

realização de um estudo documental dos relatórios de vistorias dos TACs,

verificando o cumprimento dos mesmos.

5.0 REFERÊNCIAS

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5.1 REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

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