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A boa notícia é que, apesar de todos os seus defeitos, a igreja é a maneira que Deus escolheu de realizar seu trabalho no mundo. A mudança holística significa transformar o mundo e as vidas das pessoas, de maneira a restaurar os relacionamentos com Deus, os outros e o meio-ambiente, assim como Deus quis. Há muitos termos usados para descrever este processo: missão integral, transformação holística ou desenvolvimento integral. As palavras mudança holística em nossas comunidades talvez sejam as mais fáceis de serem entendidas. Holístico significa combinar diferentes aspectos, de maneira que eles atuem em conjunto, trazendo uma “integridade” para o desenvolvimento nas pessoas e nas comunidades. Onde a igreja se enquadra Quando os cristãos e as igrejas realizam a mudança holística, os resultados podem trazer uma transformação maravilhosa nas vidas das pessoas. Por exemplo, o trabalho do ASHA, nas favelas de Delhi, e dos Ministérios Armonía, na cidade do México, trouxe nova esperança, confiança e condições de vida melhores para as pessoas de suas comunidades e aumentou a fé e o testemunho da igreja. Esta A quarterly newsletter linking development workers around th world Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo No.53 FEVERIERO 2003 COMUNIDADES EM TRANSFORMAÇÃO Passo a Passo • Mobilização da comunidade • Cartas • Uma abordagem integrada para o HIV/ AIDS (VIH / SIDA) • Opções de vida • Trabalho com o povo nómada Tuareg, em Níger • Votação por meio de figuras • Estudo bíblico: Lidando com a pessoa inteira • Recursos • Trabalho de desenvolvimento holístico: lista de verificação LEIA NESTA EDIÇÃO “integridade” é, muitas vezes, o que está faltando. Há vários desafios ao se usar uma aborda- gem holística para o desenvolvimento: DESAFIO 1: As igrejas enfocam apenas as questões espirituais. Danladi Musa trabalha como Facilitador (Conselheiro) Regional para a Tearfund, em Jos, na Nigéria. Ele comenta, “Em muitos países da África, a igreja local geralmente não está envolvida no desenvolvimento. Ao invés disso, são estabelecidos departamentos de desenvolvimento, os quais recebem a responsabilidade de realizar programas de desenvolvimento. As igrejas locais raramente vêem o desenvolvimento como parte do seu trabalho. Na verdade, elas vêem a si próprias como beneficiárias destes programas. A maioria das igrejas locais acham que o seu papel se limita ao evangelismo, ao ensinamento e ao Estamos todos cientes de muitos tipos de problemas no nosso mundo – tanto a nível global quanto em nossas próprias situações locais. Vemos violência, pobreza, preconceito, egoísmo e uma divisão cada vez maior entre os ricos e os pobres – não só entre os países, mas também dentro deles. Muitas pessoas estão em busca de esperança e uma direção espiritual. Muitos cristãos acredi- tam que não podem simplesmente ignorar estes problemas e concentrar-se em adorar a Deus. Exatamente como Jesus veio a este mundo e se envolveu totalmente, eles também o devem fazer como povo de Deus. Qual deveria ser o papel da igreja no desenvolvimento? Foto: Mike Webb, Tearfund Mudança holística em nossas comunidades NOTA AOS LEITORES A Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A língua portuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podem estar escritos em um estilo diferente do português que você fala. Espe- ramos que isto não venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo. NB Escrevemos “AIDS/SIDA”, porque alguns de nossos leitores co- nhecem a doença como “AIDS”, enquanto outros a chamam de “SIDA”.

Passo a Passo - redemaosdadas.org · de trabalho, saúde, educação ou moradia.” O trabalho da igreja não deveria estar concentrado apenas numa área de necessi-dade, como a saúde

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A boa notícia é que, apesar de todos osseus defeitos, a igreja é a maneira queDeus escolheu de realizar seu trabalho nomundo. A mudança holística significatransformar o mundo e as vidas daspessoas, de maneira a restaurar osrelacionamentos com Deus, os outros e o meio-ambiente, assim como Deus quis.Há muitos termos usados para descrevereste processo: missão integral, transformaçãoholística ou desenvolvimento integral. Aspalavras mudança holística em nossascomunidades talvez sejam as mais fáceis de serem entendidas. Holístico significacombinar diferentes aspectos, de maneiraque eles atuem em conjunto, trazendo uma“integridade” para o desenvolvimento naspessoas e nas comunidades.

Onde a igreja se enquadraQuando os cristãos e as igrejas realizam amudança holística, os resultados podemtrazer uma transformação maravilhosa nasvidas das pessoas. Por exemplo, o trabalhodo ASHA, nas favelas de Delhi, e dosMinistérios Armonía, na cidade doMéxico, trouxe nova esperança, confiançae condições de vida melhores para aspessoas de suas comunidades e aumentoua fé e o testemunho da igreja. Esta

A quarterly newsletter linkingdevelopmentworkers around thworld

Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo

No.53 FEVERIERO 2003 COMUNIDADES EM TRANSFORMAÇÃO

Passo a Passo

• Mobilização da comunidade

• Cartas

• Uma abordagem integrada para o HIV/ AIDS (VIH/SIDA)

• Opções de vida

• Trabalho com o povo nómada Tuareg,em Níger

• Votação por meio de figuras

• Estudo bíblico: Lidando com a pessoa inteira

• Recursos

• Trabalho de desenvolvimentoholístico: lista de verificação

LEIA NESTA EDIÇÃO

“integridade” é, muitas vezes, o que estáfaltando.

Há vários desafios ao se usar uma aborda-gem holística para o desenvolvimento:

DESAFIO 1:As igrejas enfocam apenas as questõesespirituais.

Danladi Musa trabalha como Facilitador(Conselheiro) Regional para a Tearfund,em Jos, na Nigéria. Ele comenta, “Emmuitos países da África, a igreja localgeralmente não está envolvida no

desenvolvimento. Ao invés disso, são estabelecidos departamentos dedesenvolvimento, os quais recebem aresponsabilidade de realizar programas de desenvolvimento. As igrejas locaisraramente vêem o desenvolvimento comoparte do seu trabalho. Na verdade, elasvêem a si próprias como beneficiáriasdestes programas. A maioria das igrejaslocais acham que o seu papel se limita aoevangelismo, ao ensinamento e ao

Estamos todos cientes de muitos tipos de problemas no nosso mundo – tantoa nível global quanto em nossas próprias situações locais. Vemos violência,pobreza, preconceito, egoísmo e uma divisão cada vez maior entre os ricos eos pobres – não só entre os países, mas também dentro deles. Muitas pessoasestão em busca de esperança e uma direção espiritual. Muitos cristãos acredi-tam que não podem simplesmente ignorar estes problemas e concentrar-seem adorar a Deus. Exatamente como Jesus veio a este mundo e se envolveutotalmente, eles também o devem fazer como povo de Deus. Qual deveriaser o papel da igreja no desenvolvimento?

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Mudança holística emnossas comunidades

NOTA AOS LEITORESA Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A línguaportuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podemestar escritos em um estilo diferente do português que você fala. Espe-ramos que isto não venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo.

NB Escrevemos “AIDS/SIDA”, porque alguns de nossos leitores co-nhecem a doença como “AIDS”, enquanto outros a chamam de “SIDA”.

de trabalho, saúde, educação ou moradia.”O trabalho da igreja não deveria estarconcentrado apenas numa área de necessi-dade, como a saúde ou a agricultura, eignorar as outras questões.

Quando perguntaram a Jesus o quesignificava viver como um bom próximo,ele contou a história do Bom Samaritano(Lucas 10:25-37). Quando um homem foiatacado por salteadores e deixado meiomorto na beira da estrada, ele foi ignoradopelos líderes religiosos. Eles tinham medode que tocar no homem os tornaria impu-ros e incapazes de realizar suas obrigaçõesreligiosas. Ao invés disso, um samaritano(um estrangeiro menosprezado) ajudou-o,cuidando de seus ferimentos e suprindo-lhe transporte, alojamento, alimento equaisquer necessidades práticas futuras.Esta atenção prática para com as necessi-dades da pessoa como um todo é amaneira como, segundo Jesus, deveríamosamar ao próximo.

O desafio para os cristãosA Tearfund faz parte da Rede Micah – umgrupo internacional de cristãos compro-metidos com a missão integral entre ospobres.

Saul Cruz, dos Ministérios Armonía, noMéxico, é membro da Rede Micah. Eleresume sua compreensão da missãointegral de forma muito simples: “Em João10:10, Jesus descreve seu trabalho: ‘Eu vimpara que tenham vida e a tenham comabundância.’ Este deveria ser o funda-mento para o trabalho de desenvolvimentocristão holístico baseado numa atitudeserviçal, usando Jesus como nosso modelo.Continuemos aprendendo, à medida emque servimos, a caminhar lado a lado comos pobres até alcançarmos nossa moradaeterna.”

“Incentivar e, às vezes, reeducar a igrejapara que ela crie uma relação íntima entrechegar a todas as pessoas e servir não podeser alcançado da noite para o dia. É umprocesso que leva tempo, às vezes, muitotempo,” enfatiza René Padilla.

Esperamos que você encontre muitascoisas para desafiar, considerar e inspirá-lo,à medida que lê esta edição. Várioscolaboradores compartilham suas opiniõese experiências de ver a mudança holísticaem ação. As edições futuras serão sobrefamílias sob pressão e como se lidar comdesastres.

Agradecemos a René Padilla, Saul Cruz,Danladi Musa e Anthony Titley por comparti-lharem suas opiniões sobre estas questões.

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

PA S S O A PA S S O 53

discipulado, sem nenhuma compreensãode uma abordagem holística. Há pouca ounenhuma tentativa de mobilizar as comuni-dades para agirem a fim de resolver osproblemas comuns que afetam as pessoas.”

C René Padilla, da Kairos, confirma seuponto de vista com as descobertas de umestudo recente. Ele escreve, “Um estudosobre as igrejas evangélicas em BuenosAires, na Argentina, realizado pela Fun-dação Kairos, confirmou que os líderes dasigrejas deste local acreditam que o trabalhoda igreja é aumentar o número de segui-dores e fundar novas igrejas. Eles acreditamque todas as outras coisas referentes aatender as necessidades práticas das suascomunidades vêm em segundo lugar – sãopossíveis, mas não essenciais. Nósdiscordamos deste ponto de vista.”

Danladi comenta, “O que acabaacontecendo é que a igreja deixa de ser ‘osal e a luz’ da comunidade. As igrejastendem a voltarem-se para dentro, compouca influência na sua região local. Asigrejas devem estar preparadas para sair eescutar as pessoas, descobrir as suasnecessidades e trabalhar com elas, a fim desupri-las. Para ter eficiência em seutrabalho, a igreja deve, antes de tudo, servirde modelo do reino de Deus em todas osaspectos da vida. Amar uns aos outrosdeveria resultar na justiça social, nahonradez e na prosperidade econômica.”

DESAFIO 2:O trabalho de desenvolvimento prático ignoraas questões espirituais.

Anthony Titley, Oficial de Programas daequipe para a Ásia da Tearfund, comenta,“Muitas organizações cristãs na Ásiarealizam programas de desenvolvimentoholísticos que não envolvem a igreja. Comoo desenvolvimento holístico, por definição,inclui aspectos espirituais, seria interessanteentender como elas vêem a natureza de suacontribuição espiritual.”

A igreja não é apenas um prédio onde oscristãos se encontram. Ela é a própriacomunidade dos cristãos. Os cristãosdeveriam estar envolvidos em todos osaspectos da vida em suas comunidades,compartilhando, na prática, o amor deDeus com o próximo.

DESAFIO 3:Os profissionais da área do desenvolvimentoespecializam-se apenas numa área detrabalho.

Como diz René Padilla, “O trabalho deDeus inclui todos os aspectos da vida,inclusive os direitos humanos, o cuidadocom a criação de Deus, melhores condições

Passo a PassoISSN 1353 9868

A Passo a Passo é uma publicação trimestral queprocura aproximar pessoas em todo o mundoenvolvidas na área de saúde e desenvolvimento. ATearfund, responsável pela publicação da Passo aPasso, espera que esta revista estimule novasidéias e traga entusiasmo a estas pessoas. A revistaé uma maneira de encorajar os cristãos de todas asnações em seu trabalho conjunto na busca damelhoria de nossas comunidades.

A Passo a Passo é gratuita para aqueles quepromovem saúde e desenvolvimento. É publicadaem inglês, francês, português e espanhol.Donativos são bem-vindos.

Os leitores são convidados a contribuir com suasopiniões, artigos, cartas e fotografias.

Editora: Isabel CarterPO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

Tel: +44 1746 768750 Fax: +44 1746 764594E-mail: [email protected]

Subeditora: Rachel Blackman

Editora – Línguas estrangeiras: Sheila Melot

Administradoras: Judy Mondon, Sarah Carter

Comitê Editorial: Ann Ashworth, Simon Batchelor,Mike Carter, Paul Dean, Richard Franceys, MartinJennings, Ted Lankester, Simon Larkin, SandraMichie, Veena O’Sullivan, Nigel Poole, AlanRobinson, Rose Robinson, José Smith, Sudarshan Sathianathan, Ian Wallace

Ilustração: Rod Mill

Design: Wingfinger Graphics

Tradução: S Boyd, L Bustamante, Dr J Cruz, S Dale-Pimentil, N Gemmell, L Gray, R Head, M Machado, O Martin, N Mauriange, J Perry, L Weiss

Relação de endereços: Escreva, dando uma breveinformação sobre o trabalho que você faz einformando o idioma preferido para: FootstepsMailing List, 47 Windsor Road, Bristol, BS6 5BW,Inglaterra. Tel: +44 1746 768750

Mudança de endereço: Ao informar uma mudançade endereço, favor fornecer o número de referênciamencionado na etiqueta.

Artigos e ilustrações da Passo a Passo podem seradaptados para uso como material de treinamentoque venha a promover saúde e desenvolvimento,desde que os materiais sejam distribuídosgratuitamente e que os que usarem estes materiaisadaptados saibam que eles são provenientes daPasso a Passo, Tearfund. Deve-se obter permissãopara reproduzir materiais da Passo a Passo.

As opiniões e os pontos de vista expressados nascartas e artigos não refletem necessariamente oponto de vista da Editora ou da Tearfund. Asinformações técnicas fornecidas na Passo a Passosão verificadas minuciosamente, mas não podemosaceitar responsabilidade no caso de ocorreremproblemas.

A Tearfund é uma organização cristã evangélica quese dedica ao trabalho de desenvolvimento eassistência através de grupos associados, a fim delevar ajuda e esperança às comunidades emdificuldades no mundo. Tearfund, 100 ChurchRoad, Teddington, Middlesex, TW11 8QE,Inglaterra. Tel: +44 20 8977 9144

Publicado pela Tearfund, uma companhia limitada,registrada na Inglaterra sob o No.994339.Organização sem fins lucrativos sob o No.265464.

FO O T S T E P S 53

Todas as pessoas são incentivadas a comparecer a um encontro num local e numa hora convenientespara a maioria delas. Depois de dar as boas-vindas e fazer algumas apresentações e explicações,Francis pergunta às pessoas: “Você poderiam ter um fogo para cozinhar aceso aqui daqui a doisminutos?”

No início, há confusão, e as pessoas perguntam-se se ele está falando sério. Então, várias pessoassaem correndo para pegar lenha, fósforos e pedras para o fogão. Acende-se o fogo rapidamente, oqual queima bem por alguns minutos. Depois, ele provavelmente se apaga, a não ser que as pessoasfiquem trazendo mais lenha.

Francis, então, começa uma discussão aberta, usando este exemplo prático, para descobrir o que aspessoas aprenderam com ele.

■ De onde os recursos para fazer o fogo vieram?

■ Quem pediu para que o fogo fosse feito?

■ Quem ajudou a manter o fogo aceso depois de ele ter começado a queimar bem?

■ As pessoas locais são essenciais para manter o fogo do desenvolvimento aceso. Elas já possuemtodos os recursos necessários dentro da região.

■ A igreja pode oferecer a liderança e o apoio necessário? Por exemplo, eles liderariam e manteriamo fogo do desenvolvimento aceso? Ou eles agiriam como se fossem uma das pedras para o fogão,apoiando o processo?

■ Há outras organizações ou grupos capazes de oferecer liderança e apoio para este processo?

Passa-se um período de tempo considerável incentivando as pessoas a descrever sua região local eos recursos disponíveis. Exercícios tais como mapeamento, linhas cronológicas, calendários deestações e classificação são muito úteis para isto. As comunidades, então, são mais capazes dediscutir sua situação atual e suas prioridades para a mudança.

Acendendo o fogo

3PA S S O A PA S S O 53

Entre os sonhos daspessoas, estavam

estradas melhores,abastecimento de água,

escolas, carros,transporte público,

eletricidade e telefones.

TRANSFORMAÇÃO DE COMUNIDADES

Mobilizando acomunidade

Eles se haviam reunido para encontroscomunitários de vários dias, liderados porum facilitador externo, Francis Njoroge.Francis havia-os liderado num processoconhecido como Processo de AvaliaçãoParticipativa. O objetivo é ajudar a mobili-zar as igrejas e ajudar as comunidades acompreender sua própria capacidade derealizar mudanças. As pessoas sãoincentivadas a “descobrir” quem são,compreender seus recursos e seu potenciale, então, fazer planos para que hajamudança a fim de melhorar suascomunidades.

Sonhando sonhosFrancis passou algum tempo com aspessoas de Olendeem, criando umrelacionamento com elas. Um dosexercícios que ele usa chama-se“Acendendo o fogo”.

Em Olendeem, as pessoas levaram oconvite para sonhar seus sonhos muito asério. Esta foi uma oportunidade paraconsiderarem a plenitude de vida queacreditavam que Deus tinha para elas. Elesos escreveram todos numa folha de papelgrande, a qual está afixada a uma paredena sala usada como escritório de desenvol-vimento. Dentro de um ano, eles já tinhamrealizado alguns de seus sonhos. Nestaregião isolada, ainda falta um pouco pararealizar outros sonhos, tais como abrir umauniversidade dentro de 25 anos e umadiocese eclesiástica dentro de 40 anos!

Uma vez que as pessoas compartilhamseus sonhos, a comunidade tem de decidirquais devem ter prioridade. É importantese concentrar numa questão de cada vez,de preferência uma que possa ser

Isabel Carter

“Sonhe sonhos sobre como você gostaria que a suacomunidade fosse daqui a dois, dez anos ou, até mesmo,30 anos. Feche os olhos e imagine como ela seria, que sonsteria, o que as pessoas estariam fazendo.” Isto é o que osmembros da igreja Masai, no remoto povoado emOlendeem, no sudoeste do Quênia, foram incentivados afazer em outubro de 2000.

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TRANSFORMAÇÃO DE COMUNIDADES

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alcançada dentro de um período de um oudois anos. Em Olendeem, a maioria daspessoas via o aumento dos níveis dealfabetização e educação como a primeiraprioridade. Eram necessárias mais infor-mações, para que as pessoas pudessemcompreender melhor o que impedia ascrianças de irem à escola. Eram adistância, as instalações precárias, o ensinopobre, a falta de dinheiro para uniformes elivros, a necessidade de que as criançasajudassem com a criação de animais ou afalta de incentivo por parte dos pais?

Mudando idéiasOs habitantes locais realizaram pesquisase descobriram que um dos problemas eraque muitos não viam a importância deque as meninas fossem à escola. Atravésde sua análise, eles descobriram quenenhuma menina jamais tinha se tornadouma profissional em sua comunidade

(como professora, enfermeira ousecretária). A igreja se esforçou para abrira mente das pessoas em relação ao valorda educação para as meninas. Agora, aspessoas dizem que até venderiam uma desuas vacas para educar uma filha!

Foi estabelecido um comitê de desenvol-vimento do povoado, e as pessoascomeçaram a trabalhar com entusiasmo.Os habitantes de Olendeem tinhampoucos recursos, mas possuíam habili-dades em construção e um suprimento decedro vermelho. Pediu-se a todas asfamílias para que doassem 1.500 xelinspara empregar um carpinteiro habilitado epara comprar uma serra elétrica. Cadaadulto tinha de cortar e carregar 15troncos de árvores da floresta. Foi abertoterrreno e foi construída uma escolaprimária com quatro salas de aula.

Vivendo o sonhoComo o governo não forneceu umprofessor, o comitê de desenvolvimentoempregou um ele próprio. Dentro de seismeses, as matrículas na escola primáriatinham aumentado em 20%, e, na pré-escola, em 60%. Os números continuarama aumentar, e agora quase todas ascrianças em idade escolar freqüentam aescola. Este ano, pela primeira vez emOlendeem, 12 estudantes fizeram osexames nacionais e três passaram para aescola secundária. No ano que vem, elesesperam que haja mais.

Os membros da comunidade agora estãoconstruindo duas casas para professores elatrinas com fossas. A seguir, em suaprogramação, eles planeam construir umaescola secundária.

“O processo de mobilização comunitáriaabriu os nossos olhos. Agora as pessoasvêem o futuro – elas conseguem ver

As tábuas, cortadas de troncos de cedro vermelho local,são o principal material em Olendeem.

■ Por que as pessoas geralmente esperamque o desenvolvimento venha de fora daregião local?

■ Quanto tempo levará para que osfuncionários governamentais, a igreja ou asONGs ajudem todas as regiões que nãopossuem instalações básicas?

■ Você concorda com esta citação de JuliusNyerere (ex-presidente da Tanzânia)? “Aspessoas não podem ser desenvolvidas –elas só podem desenvolverem-se a sipróprias.”

■ Como podemos ver as prioridades e osvalores de Deus para a nossa região e asnossas vidas?

■ Que “sonhos” gostaríamos que serealizassem em nossa região local? O quepoderíamos fazer para que estes sonhos serealizassem? Como o trabalho será feito, eque recursos serão necessários?

Questões para discussão

Agora há vários grupos de mulheresbem-sucedidos estabelecidos na região.

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longe”, disse um dos membros dacomunidade.

Antes da mobilização, havia poucosgrupos comunitários. Agora há váriosgrupos de mulheres bem-sucedidos. Aspessoas adquiriram uma confiançaenorme em si próprias e em suas capaci-dades. Agora elas sabem que juntaspodem realizar muitas coisas.

O papel da igrejaOs líderes e os membros da igreja localtiveram um papel fundamental noprocesso todo. Eles convidaram Francispara vir e começar o processo de mobili-zação e têm estado comprometidos comtodos os diferentes estágios e têmincentivado os outros a participar. Elesvêem a transformação das atitudes daspessoas como parte da formação do reinode Deus. A freqüência à igreja aumentouconsideravelmente, e os membrosconstruíram uma nova igreja nasvizinhanças.

O processo de mobilização em Olendeemrepetiu-se em comunidades semelhantesao redor de Narok (Quênia), Iringa eMusoma (Tanzânia) e Soroti (Uganda).Todos contam uma história semelhantequanto às mudanças que ocorreram emsuas comunidades como resultado. Estessão exemplos emocionantes da mudançaholística em ação. Em breve, haverá umnovo guia PILARES disponível naTearfund sobre este processo.

PASSO A PASSO

47 WINDSOR ROAD

BRISTOLBS6 5BWINGLATERRA

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CARTAS

Escolha a vidaCoordeno um programa contra a AIDS(SIDA) chamado “Escolha a vida”, comum total de 40 denominações eclesiásticas.Não foi fácil estabelecer este grupo deigrejas, mas, com a ajuda de Deus, conse-guimos formar um programa com osobjetivos de:

■ mobilizar todas as igrejas na luta contraa AIDS (SIDA)

■ treinar ativistas de base e líderescomunitários para facilitar o programa

■ produzir recursos, tanto em termos depessoas treinadas como de materiais deensino.

Perdemos todos os nossos recursos,quando nosso escritório se incendioudurante a recente erupção vulcânica quetivemos aqui. Porém, Deus é grande, eestamos desenvolvendo nossos recursosnovamente.

Ndungo-Sakoulc/o Lyn LusiDOCSBP 540, GisenyiRuanda

Do desespero à esperançaA história do Centro Médico Adranga, naRepública Democrática do Congo, foidiscutida na Passo a Passo 37, descrevendocomo havia planos para o seu fechamentodevido a vários problemas com a falta de

apoio comunitário. Entretanto, enquantose esperava a chegada do Diretor paracumprir esta decisão, a situação políticado país causou a interrupção de muitasatividades no nordeste do país, inclusive asuspensão dos vôos, impossibilitando avisita do Diretor a Aru.

O Centro Médico Adranga, portanto,continuou em funcionamento. A equipede coordenação inicialmente designadapara supervisionar o fechamento asse-gurou-se de que houvesse um progressopositivo no ensino de novos membros docomitê de saúde, treinando dois sanitaris-tas de povoado designados pelo comitê eobtendo dois enfermeiros e supervisio-nando seu trabalho. Eles fizeram contatocom pessoas influentes em Andranga ecom as autoridades da Zona de SaúdeRural de Biringi, que ajudaram a fornecertreinamento durante o trabalho para osenfermeiros e as parteiras, juntamentecom os medicamentos, materias eequipamentos essenciais.

Todas estas atividades, com o comprome-timento dos novos membros do comitê,fizeram com que a consciência dacomunidade de Adranga se despertasse.Eles agora reconhecem que este centrolhes pertence e estão mais conscientes danecessidade de pagar pelo atendimentomédico, melhorar as fontes de abasteci-mento de água, incentivar as mães a fazero pré-natal e trazer os filhos para avacinação. A comunidade agora estáconstruindo uma casa para os enfermeirose casas-de-banho (banheiros) e chuveirospara os pacientes.

Desde a ameaça de fechamento três anosatrás, o centro agora é considerado umcentro de saúde modelo.

Dra Francesca Elloway, Sr Baba Atseko e Sr Ezati EzaiCo-ordination OfficeThe Anglican Church of CongoMedical ServiceAruRepública Democrática do Congo

Problemas com pulgasAqui, em Madagascar, a pulga Tunda, oubicho-de-pé, é um grande problema. Elasinfestam os pisos de areia das casas daspessoas ou a areia fora de suas casas. Ascrianças, às vezes, são tão afetadas quenem podem caminhar direito.

Os leitores poderiam ajudar com algumaidéia de como lidar com este problema?Há algum pesticida natural para pulgasque não seja prejudicial para as pessoas?As pessoas daqui são muito pobres e,portanto, não podem comprar pesticidas.

Um repelente que não seja perigoso para apele também seria muito útil.

Kim Baldwin RadfordToamasinaMadagascar

Minerais para animaisÉ muito importante fornecer aos animaisuma dieta equilibrada, para mantê-losbem saudáveis. Fornecer uma mistura deminerais assegura que as suas necessi-dades nutricionais sejam atendidas. Isto éespecialmente recomendado para animaiscolocados a pastar na estação seca,animais jovens, em crescimento e fêmeasprenhas ou que estejam amamentando osmais jovens.

Aqui está como se prepara um mistura deminerais:

■ Obtenha ossos frescos no mercado(você também pode obter conchas ouuma mistura de conchas e ossos).

■ Queime os ossos até eles ficarem de corcinza e esfarelados.

■ Triture-os e peneire-os. Um kg de ossosdá 1/4kg de cinza.

■ Misture duas partes dos ossos em pócom uma parte de sal de cozinha.

Dê as seguintes quantias por 3–4 dias.Para um animal de tamanho médio, comoovelhas, cabras, porcos e cachorros, dê oequivalente a uma caixa de fósforos cheiapor dia. Para animais maiores, comovacas, cavalos e jumentos, dê o equiva-lente a duas caixas de fósforo por dia. Paraanimais pequenos, como coelhos e porcos-da-índia dê o equivalente a uma colher dechá por dia.

Faça isto a cada dois ou três meses.Experimente e você verá como estamistura é eficaz.

Yoummie AmosAnimal Industry TechnicianBP 8300DoualaCamarões

E-mail: [email protected]

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EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA

PA S S O A PA S S O 53

Programa de atendimentono larEste programa permitiu que as pessoasfossem atendidas em seus próprios lares ecriou oportunidades para treinar asfamílias no atendimento a pessoas comHIV/AIDS. Houve também oportuni-dades para discutir o ensino sobre o HIV ea AIDS e a prevenção com suas famílias ea comunidade mais ampla. Estas equipesde atendimento cresceram e passaram aincluir enfermeiros comunitários,

nutricionistas e conselheiros com vínculoscom as igrejas locais. Além disso, como osfuncionários da saúde mostravam o amorde Cristo em ação desta forma, as pessoasforam encorajadas a fazer mais perguntassobre a fé cristã. O custo do programa deatendimento no lar era apenas a metadedo custo do atendimento hospitalar.

O programa de atendimento no lar emChikankata logo se transformou numprograma completo de HIV/AIDS,incluindo aconselhamento no hospital,ensino sobre a AIDS nas escolas, progra-mas de apoio à criança e programas deassistência técnica para outras organi-zações. Chikankata criou assim, umaabordagem variada, mas integrada, paraapoiar a comunidade local na luta contra oHIV e a AIDS. O HIV e a AIDS afetam não

apenas todos os aspectos dos cuidados desaúde e o ensino sobre ela, mas tambémtodos os aspectos da vida comunitária. Istoinclui a educação, a produção de alimentos,a geração de recursos e a vida familiar. Osprogramas tinham por objetivo atender asnecessidades de diferentes seções dacomunidade afetadas de diferentesmaneiras.

As equipes de Chikankata logo viram que anecessidade de mudar o comportamentodas pessoas deveria ser o âmago do seutrabalho referente à AIDS. Entretanto, estamudança tinha de ser voluntária. Ela nãopodia ser imposta às pessoas. Usandoprincípios bíblicos, o atendimento no lar etrabalhando com as comunidades locais,logo se viu que havia uma tomada dedecisões por parte da comunidade sobrequestões como a purificação ritual,circuncisão, o uso de bebidas alcoólicas eseus vínculos com a AIDS. O processo deaconselhamento da comunidade ajudou aincentivar a reflexão e também forneceuuma forma de medir as mudanças nocomportamento por parte da comunidade.O aconselhamento estava ligado aoatendimento no lar na mesma região geo-gráfica. Foi discutido o impacto emocionalda AIDS no lar em cada comunidade, semdizer os nomes das pessoas. Muitas vezes,esta foi uma forma eficaz de aumentar aresponsabilidade compartilhada pelacomunidade e eliminar o estigma dainfecção.

Integração com acomunidadeMuitas comunidades ao redor deChikankata esperavam, cada vez mais, queo hospital, e não elas próprias, atendessemuitas das suas necessidades, não apenasas relacionadas com o HIV e a AIDS, mastambém outros aspectos das suas vidas,como a geração de recursos, a produção dealimentos e escolas.

Apesar de custar menos que o programainicial, a administração do hospital viu queo uso de equipes pagas de atendimentocomunitário com base no hospital ainda eracaro. As equipes estavam achando cada vezmais difícil cumprir a carga de trabalho, àmedida que o nível de infecção causadapelo HIV aumentava. Também era pedidoao sistema de cuidados de saúdecomunitária que ajudasse com uma grandevariedade de questões comunitárias. Aadministração do hospital encontrou-secom os líderes e as comunidades locais,para conversar sobre suas preocupações eexplicar que não podiam atender todasestas demandas. Após uma discussão, foiapresentada uma nova resposta – a criação

Uma abordagemintegrada para oHIV/AIDS (VIH/SIDA)Equipes de Atendimento e Prevenção do Hospital de Chikankata

Mark Forshaw

Com o aumento da epidemia de HIV/AIDS (VIH/SIDA) no sul da Zâmbia, aresposta do hospital de Chikankata foi reservar alas hospitalares para ospacientes com AIDS e fornecer serviços para pacientes não internados, ligadosao programa de atendimento com base no lar. Estes serviços ligavam ascomunidades e os sanitaristas comunitários aos serviços hospitalares assimcomo ao aconselhamento e à educação. Entretanto, logo se tornou óbvio quehavia pessoas demais para a capacidade das alas hospitalares ou serviços parapacientes não internados. Muitas das necessidades dessas pessoas podiam sersatisfeitas através de serviços de atendimento com base na comunidade.

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com todas as pessoas envolvidas:indivíduos, famílias, comunidades,instituições governamentais e ONGs. Éimportante que todas as pessoas envolvi-das no trabalho cristão se lembrem deCristo, o maior exemplo de servidão,“que, sendo em forma de Deus… aniqui-lou-se a si mesmo, tomando a forma deservo” (Filipenses 2:6-7).

Mark Forsaw é o Diretor Associado do ReinoUnido da AIM. Ele possui experiênciaconsiderável em educação, treinamento e nodesenvolvimento da boa prática emHIV/AIDS. Ele passou dois anos vivendo naÁfrica Oriental, trabalhando com a AIM, etrabalhou com a ACET e outros parceiros daTearfund pelo mundo. Seu endereço é AIM, 2 Vorley Road, Archway, London, N19 5HE,Reino Unido.

7PA S S O A PA S S O 53

EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA

de equipes de Atendimento e Prevenção,as quais são dirigidas pela comunidade, enão pelo hospital.

Atendimento e prevenção■ Os membros das equipes de Atendi-

mento e Prevenção são eleitos pelacomunidade.

■ As equipes preocupam-se não apenascom questões de saúde, mas tambémcom questões de desenvolvimento emgeral.

■ São convidadas pessoas locais funda-mentais, tais como sanitaristas ehomens e mulheres de negócios, paraparticipar do comitê.

■ Há funcionários do hospitaltrabalhando como membros da equipe.

■ A igreja local é incentivada a desem-penhar um papel de servidor, ao invésde líder.

As equipes de Atendimento e Prevençãotrabalham com suas comunidadesprocurando enfatizar e classificar asquestões de acordo com sua importânciapara a comunidade. Juntos, eles identifi-cam, então, os recursos disponíveis, osquais podem ser naturais (água, árvores,terra fértil) e humanos (professores,agricultores, políticos, indivíduoscomprometidos). A escassez de dinheironão significa escassez de recursos.

É decidido um plano de ação, e sãoescolhidas pessoas para administrá-lo. Acomunidade fornece a maior parte dosrecursos e das atividades necessárias pararesponder ao plano de ação. É selecionadoum indivíduo influente da comunidadelocal para servir de motivador principal econexão. A equipe, então, negocia com osfuncionários do hospital, para decidir queassistência o hospital pode oferecer paraauxiliar o trabalho da comunidade. Estapode ser uma monitorização e umaavaliação periódicas.

Esta estratégia incentiva a comunidade aassumir a responsabilidade por proveratendimento para os outros membros dacomunidade que estão gravementedoentes. O atendimento não se restringeapenas aos que estão doentes, mas incluitambém as pessoas mais afetadas peladoença, geralmente as crianças e os paisidosos. Um membro zambiano da equipede administração de Chikankatacomentou, “Esta não é uma nova forma detrabalho, mas sim uma redescoberta dasnossas antigas formas de trabalho(comunitário).”

O mesmo princípio de capacitação decomunidade local para que cuidem deseus membros foi usado em outras

Se você já estiver realizando um programasemelhante ao de Chikankata, de que formaele difere e por quê?

Todos estes são aspectos do trabalho deChikankata:

■ Atender todas as pessoas cronicamentedoentes e não apenas as pessoas porta-doras do HIV

■ Integrar o atendimento, o aconselhamentoe a prevenção

■ Integração com o trabalho dedesenvolvimento comunitário mais amplo

■ Trabalhar lado a lado com: governos, ONGse grupos comunitários

■ Servir a comunidade local, permitindo queela esteja na liderança.

Como você inclui, ou incluiria, estes aspectosno seu trabalho?

Questões para discussão

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Membros dacomunidade orandocom as pessoas comHIV/AIDS.

atividades de Chikankata, inclusive seutrabalho com órfãos. O hospital agora estádeixando de prover matrículas escolares epassando a apoiar o desenvolvimentoeconômico das comunidades e subven-ções para escolas, não apenas paraindivíduos. Estas novas iniciativas estãosendo coordenadas pela Children in Need.Esta é uma resposta dirigida pelascomunidades locais, para amparar ascrianças carentes, e não apenas os órfãos.É uma abordagem integrada que mobilizaas comunidades e fortalece os vínculosentre as crianças e suas comunidades. Elaajuda a diminuir os preconceitos daspessoas em relação aos órfãos, principal-mente os órfãos que perderam os pais porcausa do HIV e da AIDS.

A quem pertencem osprogramasHá uma conscientização cada vez maiorde que o trabalho com o HIV e a AIDSdeveria ser visto como uma parte integraldos outros trabalhos de desenvolvimento.É essencial que os programas com base nacomunidade pertençam à comunidadeque se está beneficiando com os seusserviços – e não às instituições ou ONGsda área da saúde. O termo com base nacomunidade deveria significar “pertencenteà” comunidade local, e não apenas “situa-da na” comunidade. Ligar o atendimentono lar, a prevenção e o desenvolvimentogeral é freqüentemente um investimentogratificante numa comunidade, através demeios que não poderiam ser facilmentealcançados através do atendimentohospitalar de pacientes internados.

O atendimento holístico, cujo objetivo éatender as necessidades físicas, sociais,espirituais, econômicas e psicológicastanto do indivíduo como da comunidade,é de uma importância imensa para asequipes de Chikankata. Estas necessi-dades são tão amplas que só podem seratendidas trabalhando-se em conjunto

Primeiro discuta estas questões em pequenos grupos ou em duplas. Depoisreúnam-se para discutir suas respostas.

■ Faça uma lista dos principais recursos que você possui ou a que temacesso e que ajudam a sua família a fazer o que quer na vida.

■ De que forma estes recursos mudaram recentemente? Dê exemplos decomo a sua família optou por trocar um tipo de recurso por outro.

■ Como as circunstâncias mais amplas (políticas, instituições e cultura)ajudam ou impedem que a sua família alcance o que os membros familiaresquerem? O que você poderia fazer para diminuir os efeitos destas?

■ Quais são os sonhos e esperanças de sua família? Eles podem seralcançados com os seus recursos? De que forma você pode dar umpequeno passo em direção aos seus sonhos?

Respondendo a situações difíceisGeralmente quanto mais recursos as pessoas têm, mais condições elas têm de lidarcom situações difíceis, tais como…

Tendências graduais Entre elas, estão a mudança populacional, a erosão do solo e o HIV e a AIDS.

Choques repentinos Estes poderiam ser desastres naturais, como enchentes oufuracões, uma morte na família, perda da colheita ou de animais, uma epidemia.

Mudanças sazonais Entre elas, estão a escassez de alimento ou água, oportunidadesde trabalho, clima, dívida, matrículas escolares.

Um grande acesso a um tipo de recurso pode compensar a falta de outro. Geral-mente as pessoas pobres possuem menos recursos e menos opções. Se os paispossuem poucos recursos, eles podem ficar desesperados de tal forma ao ponto devenderem os filhos como mão-de-obra perigosa ou migrarem para a cidade.

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GESTÃO DE RECURSOS

Questões para discussão

Recursos financeiros

renda, poupança, acesso a crédito, dinheiro deparentes, pensão, apólices de seguro, auxílio do Estado

Recursos sociais

cultura, família extensa, amigos,grupos religiosos e políticos, poder,acesso às pessoas com poder

Adaptado por Mike Carter, da CIDT, a partir de informações provenientes de umavariedade de fontes (inclusive www.livelihoods.org) e contribuições de Simon Batchelor.

Circunstâncias maisamplasNo trabalho de desenvolvimento, é preciso que secompreendam as maneiras como as pessoas e os seusrecursos são afetados por todos os tipos de situaçõesmais amplas. Entre elas, estão…

Políticas Estas podem ser a qualquer nível, desde onível doméstico até o internacional. Entre elas, estão asleis, as regras, as restrições comerciais, os impostos e ossubsídios.

Instituições O governo local ou central, as ONGs, ossindicatos trabalhistas e os negócios podem afetar oacesso aos recursos.

Cultura O comportamento, os costumes e os processosde tomada de decisão (sejam democráticos, corruptosou que excluam certos grupos).

Por exemplo, no trabalho com as crianças de rua, épreciso que se compreenda por que elas estão nas ruas.Poderemos, então, tomar as medidas apropriadas,freqüentemente na forma de defesa de direitos. Otrabalho de defesa de direitos com o objetivo de mudaras políticas pode ser muito eficaz em dar às pessoas ummaior acesso aos recursos.

Motivação pessoalÀs vezes, as pessoas fazem opções por causa de seusdesejos pessoais, ao invés de suas circunstâncias, ultra-passando os seus recursos.

Fé As pessoas podem sentir que foram chamadas porDeus para sair e tentar algo que esteja além de seusrecursos.

Pressão de relacionamentos As pessoas podem optar porfazer certas coisas, porque sabem que é o que os outrosesperam delas.

Amor Amor por Deus e pelos outros pode levar aspessoas a ultrapassar os seus recursos ou mudar asopções que fizeram.

A abordagem holística para o desenvolvimento precisalidar com os pontos de vista individuais tanto daspessoas quanto das comunidades, cada um com os seussonhos e esperanças, os quais nem sempre têm sentidopara os outros.

Recursos espirituais

fé, escrituras, orientação, oração

Recursos físicos

prédios, transporte, escolas, estradas,abastecimento de água, eletricidade,equipamento agrícola

Recursos humanos

educação, saúde, filhos, alguém que cuidedos filhos, capacidade de trabalhar,habilidades e conhecimento

Opções de vidaAs pessoas – quer como indivíduos, quer como famílias,comunidades ou nações – possuem uma variedade de recursos.Quando lhes é perguntado sobre os seus recursos, elasgeralmente pensam em dinheiro. Entretanto, isto dá umaidéia incompleta sobre as suas vidas. As pessoaspossuem e têm acesso a diferentes tipos de recursos.

Para viver, as pessoas trocam um tipo de recurso poroutro. Elas podem usar dinheiro (financeiro) parapagar a alguém para que cuide dos seus filhos(humano) ou comprar alimento (natural). Elespodem usar um laço familiar (social) para obtermais terra (natural). Desta forma, os seusrecursos estão constantemente mudando.

Há muitas outras coisas que causam impactono uso de recursos das pessoas. Entre elas,estão as políticas, a cultura, as situaçõesdifíceis ou a motivação pessoal. As opçõesdas pessoas dependem de como elas fazemcom que seus recursos correspondam aosseus sonhos e esperanças, a fim de torná-los realidade.

Recursos naturais

acesso à terra, florestas, águapotável e ar

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A JEMED tem trabalhado em Abalak desde1990. O testemunho dos funcionários doprojeto, num ambiente altamentedesafiante e até mesmo em guerra civil,assentou os alicerces da confiança e dorespeito, os quais estão agora começando aproduzir frutos numa cultura muitotradicional. A igreja cristã ainda é muitopequena, mas está crescendo.

Incentivando apermanênciaEm qualquer região nova, nossa primeiraatividade é sempre abrir ou reparar umpoço, para fornecer uma fonte de abasteci-mento de água segura. Isto incentiva umgrupo de famílias (até 150) a permanecerdentro de um raio de quinze quilômetrosdurante nove meses por ano. Sem este graude permanência, seria impossível encontrar

estes pastores nómadas com freqüênciasuficiente para alcançar um bomdesenvolvimento comunitário.

As pessoas estão percebendo agora quepodem alcançar muito mais trabalhandojuntas em comunidade do que em seuisolamento tradicional. Estamos até vendopessoas construindo casas de tijolos debarro e criando povoados pela primeiravez nos locais mais antigos. Isto propor-ciona um lugar onde os idosos e os doentespodem ficar, enquanto a maioria viaja comseus animais em sua tradicional deslocaçãodurante a estação das chuvas. Foramconstruídas também duas escolas primá-rias Tuareg em locais em que há estespequenos povoados.

Planeando para o futuroO programa de empréstimo de animaispermite ao povo Tuareg repor os animaisperdidos durante as duas secas severasocorridas nos anos 70 e 80, as quaisdeixaram-nos em pobreza absoluta. Elesficam com os animais por aproximada-mente cinco anos e, durante este tempo,retêm os filhotes nacidos. Eles, então,devolvem o empréstimo (em animais) parao próximo grupo de beneficiários domesmo local. Isto ajuda a garantir adevolução e faz com que o investimentoinicial continue a ajudar as pessoas maispobres da região de forma sustentável.Assim como o benefício físico do leite e dacarne (para vender e comprar cereais), esteprograma de empréstimo ajuda a devolvero auto-respeito a um povo muitoorgulhoso, que depende quase totalmentede seus animais.

Foram construídos bancos de cereais namaioria destes locais. Na estação seca, opreço de mercado dos cereais normalmenteduplica, e as pessoas mais pobres freqüen-temente não podem comprá-los. A JEMEDsimplesmente compra painço depois dasafra, quando os preços estão baixos, earmazena-o até a estação quente. Além defornecer auxílio prático ao ajudar a venderestes cereais a um baixo custo, a JEMEDtambém ajudou a introduzir a idéia deplaneamento para o futuro.

O cultivo para a colheita é estranho para oestilo de vida nómada. Entretanto, aspessoas que permanecem nos locaisdurante a estação das chuvas tentamcultivar plantas tais como o painço e osorgo, com algum sucesso. Com montí-culos que servem de contorno ou paredesde pedra baixas, procura-se manter maiságua no solo. Algumas planícies quepararam de produzir pasto estão agora

Trabalho com opovo nómada deTuareg, em Níger

Ian e Jenny Hall

O trabalho da JEMED (Juventude Com Uma Missão) em Abalak, Níger, usauma abordagem holística para o desenvolvimento. Ele mostra a fé cristã aoprocurar atender as necessidades físicas, sociais e espirituais da comunidade. Um menino saudável, nascido depois de muitos abortos

causados por anemia.

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Um relacionamento de confiança, criado ao longo de muitos anos, é vital. Outros projetos podemintroduzir as mesmas atividades práticas, mas sem sucesso. O desenvolvimento tem mais sucesso,quando as visões que as pessoas têm do mundo são desafiadas. Somente então, elas compreen-derão que o estão fazendo por si próprias. Com freqüência, nos estágios iniciais, as pessoasconcordam em fazer coisas novas, se forem pagas de alguma forma – mas, na verdade, elas sóestão trabalhando para o programa.

Usamos a palavra francesa animation para descrever o longo processo de ajudar as pessoas acompreender como qualquer atividade nova ajudará a elas e às suas famílias de uma forma susten-tável. Todas as atividades do nosso projeto têm os objetivos conjuntos de mudar as visões demundo das pessoas (aumentando sua abertura para novas idéias) e também de ser uma formasustentável de atender as necessidades da comunidade. Para incentivar o fato de que o projetopertence a ela, estas necessidades são sempre identificadas pela própria comunidade. Cadacomunidade elege um comitê de administração, o qual também aprende habilidades para solucionarproblemas, à medida que auxiliam o trabalho de desenvolvimento. Nosso desejo fundamental écapacitar as pessoas.

Ajudando as pessoas a se ajudarem

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ficando mais férteis. Regiões de cresci-mento natural de trigo silvestre estão agorarodeadas de cercas. Isto protege a planta-ção para as pessoas locais e evita que elaseja comida pelos rebanhos em trânsito.Foram plantadas árvores nos locais onde aspessoas se instalaram, e estas são cuidadaspelos habitantes locais. Esta é uma outraatividade a longo prazo, que mostra umprogresso verdadeiro na mudança nasatitudes e nos pontos de vista das pessoas.

Todas estas técnicas têm benefíciospráticos, mas também proporcionam umasensação de realização, quando as pessoasvêem seus esforços mudar a olhos vistosseu ambiente local de uma forma positiva.

Educação para todosA educação sempre foi importante emnosso trabalho. Estamos realmente conten-tes com o sucesso das escolas primárias eem saber que este investimento a longoprazo ajudará as futuras gerações a ter umavisão do mundo mais ampla. Depois deuma considerável oposição no começo,foram iniciadas aulas de alfabetização deadultos em Tamasheq em quase todos oslocais. A cada ano, são ensinados homens emulheres, usando-se o programa dealfabetização nacional. A maioria continuaa se aperfeiçoar a cada ano.

Nós agora precisamos de ir além do que oestado fornece, para que haja novosrecursos para que os homens e as mulherespossam usar, a fim de continuar lendodurante todo o ano. As mulheres dopovoado de MiniMini foram as primeiras asolicitar aulas de alfabetização em francêspara as pessoas que tivessem alcançado umnível máximo em Tamasheq e quisessemaprender algo novo. Isto é maravilhoso, eagradecemos a Deus pela mudançaverdadeira e positiva.

Acesso as cuidados de saúdeO serviço de saúde estatal é bastante bom.Entretanto, as pessoas mais pobres não têmcondições para pagar o transporte necessá-rio para obter acesso ao tratamento. A cadaano, homens, mulheres e crianças morremde malária, infecções no tórax e diarréiapor falta de tratamento básico barato.Assim, a JEMED começou um programasustentável de cuidados de saúde.

Temos campanhas de educação de barraca-em-barraca, ajudando as pessoas a que háformas de se ajudarem as crianças doentes.

Agora temos homens e mulheres locaistreinados para diagnosticar e tratardoenças básicas. Eles vendem os remédiosde suas caixas de medicamentos ao preçode custo, de maneira que podem repor oestoque de forma sustentável.

Nos últimos dois anos, houve poucasmortes decorrentes da diarréia e damalária. As mulheres também podemreceber tratamento contra a anemia(deficiência de ferro), a qual é muitocomum. Desde então, há bebês nascendode mulheres anteriormente inférteis porfalta de ferro e ácido fólico.

O impacto físico e social disto é maravi-lhoso. A mensagem espiritual queacompanhou o trabalho foi de que ele éfeito em nome de Jesus. As pessoasaprenderam a confiar em algo (a medicina)que antigamente recusavam pordesconfiança.

A JEMED acredita que a mudança holísticacristã nas nossas comunidades cumpre apromessa feita ao povo de Deus através deAbraão, de abençoar as nações da Terra(Gênesis 12:2-3). Se tivermos também umacolheita espiritual enquanto a estivermosrealizando, será ainda melhor.

Ian e Jenny Hall trabalharam com a JEMED emNíger, por dois anos, com a Tearfund. Eles agoraestão em Nottingham, no Reino Unido, masesperam retornar para a África Ocidental nofuturo, com a Tearfund.

Demora tempo para criar relacionamentos: Zainou preparando o tradicional chá verde.

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

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Era necessário um comitê de setemembros – um bom número para atomada de decisões em pequenos grupos.A comunidade havia decidido indicar dezhomens e cinco mulheres como candida-tos, para garantir que a seleção finalincluísse, pelo menos, duas mulheres.Entretanto, muitas pessoas não sabiam lerou escrever os nomes dos candidatos. Osmembros não podiam ser selecionadospedindo-se que as pessoas levantassem asmãos, pois assim todos saberiam emquem os outros haviam votado. Algumaspessoas podiam ajudar os que não sabiamler ou escrever, mas, mais uma vez, estesnão poderiam votar sem que as pessoasque os ajudaram soubessem quem haviamescolhido. Achava-se essencial que avotação fosse democrática e secreta, parapermitir a todos fazer sua escolha semsofrer pressão.

Depois de muita discussão e oração, foicriado um plano para permitir que cadapessoa votasse anonimamente – votaçãopor meio de figuras.

Como ela funciona?

1 Foram escolhidas quinze figuras (umapara cada candidato) de objetos de uso

diário. Estas eram fáceis de se reconhecere desenhar. As figuras eram desenhadas amão e incluíam uma xícara (chávena), umpente, uma chave, um cadeado, umaconcha feita de cabaço e um prato.

2 Foi contratado um artesão para fazerum carimbo de borracha com todas as

figuras (cada figura um pouquinho maiorque a impressão digital do polegar). Umavez concluído, o carimbo podia serpassado numa almofada de carimbo epressionado numa meia folha de papel,para fazer uma cédula de votação.Usamos cadernos escolares comuns ebaratos e rapidamente fizemos cédulassuficientes. O custo total dos materiais(carimbo de borracha, almofada decarimbo e cadernos) foi menos de $10.

3 Os candidatos foram indicados eaprovados pelos membros da

comunidade num encontro aberto.Quando cada candidato se apresentava,recebia uma figura para segurar.

4 Nós, então, fizemos uma rápidadramatização de papéis, para

demonstrar o processo de votação (veja acaixa na página ao lado).

5 Foram usadas quatro bicicletas comoestações eleitorais! Colocou-se uma

almofada de carimbo na bagageira dabicicleta e o assento foi usado comosuperfície para marcar a cédula. Cadapessoa tinha uma cédula e podia votar emtrês candidatos. Eles marcavam com umaimpressão digital do polegar as figurascorrespondentes às tres pessoas quequeriam que trabalhassem no comitê.Enquanto as pessoas votavam, oscandidatos ficavam sentados ali perto,segurando suas figuras, para que oseleitores pudessem selecionar a figuracerta.

6 Uma vez que o eleitor tivesse colocadotrês impressões digitais na cédula, esta

era colocada dentro de uma urna. Oscandidatos também votaram, um de cadavez, enquanto o resto dos candidatospermaneciam sentados com suas figuras àvista.

7 Os votos foram, então, contados eregistrados. Foi feita uma folha mestre

carimbando-se cada pequena figura numafolha de papel, com espaço para registar onúmero de votos. Duas pessoas, que nãoeram candidatas, escolhidas pelo presi-dente do povoado, registraram todos osvotos, e a contagem dos votos foi super-visionada por todos os candidatos. Foramcontados os votos, e os sete vencedoresforam anunciados.

Este processo era novo e levou algumtempo para ser explicado, mas valeu apena. Mesmo as pessoas que não sabiamler e escrever puderam votar e participarcompletamente no trabalho comunitário.

Votação por meiode figuras

Jonathan Anderson e Todd Rasmuson

A Mission Moving Mountains tem estado trabalhando com a comunidade dopovoado de Mbiti, em Uganda. Havíamos visitado todos os domicílios erealizado vários encontros comunitários, e agora as pessoas estavam prontaspara selecionar um comitê de liderança para ser treinado e capacitado comolíderes comunitários.

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Vantagens■ Todos votam com igualdade e sigilo.■ Os dedos borrados de tinta evitam o

risco de os eleitores votarem mais deuma vez. Não era permitido às pessoacom tinta nos dedos votar novamente.

■ O favoritismo é menor ao se contaremos votos como figuras, ao invés dosnomes das pessoas.

■ A impressão digital só pode marcaruma figura uma vez, e os eleitores não

podem votar várias vezes na mesmapessoa.

Sugestões e dicas■ Use objetos domésticos comuns como

figuras. Evite objetos que poderiam servistos como negativos ou positivos. Porexemplo, foram evitadas figuras decoisas como uma cobra (que poderiaser vista como má) ou dinheiro (quepoderia significar que o voto poderiaseria recomensado com um presentefinanceiro).

■ Quando uma pessoa for nomeada(oralmente) para ser um dos candida-tos, dê-lhe uma figura e escreva seunome no verso.

■ Estabeleça estações de votação suficien-tes, para que o processo não leve tempodemais. As bicicletas funcionaram bem.

■ Assim que a votação tiver terminado,recolha as figuras dos candidatos antesde contar os resultados. A maioria daspessoas que contam os votos esquecemrapidamente que figuras representa-vam que candidatos, e isto ajuda aevitar o favoritismo na contagem.

■ Assegure-se de que todos nacomunidade sejam avisados combastante antecedência sobre o dia davotação.

Jonathan Anderson e Todd Rasmusontrabalham com a Mission Moving Mountains,PO Box 51, Bariadi, Tanzânia.

Lidando com apessoa inteira Stan Rowland

Jesus deu-nos orientações claras para o nosso trabalho e ele sempreenfatizava a importância de se atenderem as necessidades da pessoainteira – não apenas suas necessidades espirituais. Entretanto, muitasigrejas ignoram esta orientação e concentram-se somente nas necessi-dades espirituais.

Leia Lucas 4:16-21

Isto se passa no início do ministério de Jesus, após um período detempo no deserto. Ele visitou a sinagoga em sua cidade de origem, efoi-lhe dado o livro de Isaías para ler. Ele leu Isaías 61:1-3.

• Qual é o significado de Jesus ter escolhido estes versículos para ler?

Discuta os cinco papéis que Jesus disse que sua vinda deveria desem-penhar.

• Quantos deles poderiam envolver uma resposta prática assim comoespiritual?

Leia Mateus 25:31-46

Aqui Jesus fala aos seus discípulos sobre o final dos tempos e comoDeus examinará as suas vidas.

• Quais são os cinco aspectos da servidão que Jesus enfatiza aqui?

• Eles são todos espirituais? Que outros tipos de necessidade são atendidas?

Leia Lucas 10:25-27

Aqui Jesus expressa em duas frases apenas o desafio que deveríamosseguir como cristãos. Ele, então, conta a parábola do Bom Samaritano,para mostrar claramente como devemos colocar isto na prática.

• Como devemos amar a Deus?

• Devemos amar a Deus somente no sentido espiritual?

• É possível amar ao próximo sem atender as suas necessidades físicas,sociais e emocionais?

A passagem acima enfatiza o desafio que enfrentamos, como cristãos,em atender a todas as necessidades das pessoas, e não apenas nos con-centrarmos nas espirituais. Muitas vezes, Jesus enfatizou as necessi-dades espirituais, físicas, emocionais e sociais que devemos atender aocuidarmos do próximo. O desenvolvimento holístico é a realizaçãonatural disto.

Adaptado a partir dos ensinamentos do Dr Stan Rowland, em Stuttgart,Alemanha, em janeiro de 2002. Stan Rowland é o Diretor do CommunityHealth Evangelism, que procura trazer o evangelho para o trabalho dedesenvolvimento.

ESTUDO BÍBLICO

Um homem, que compreendia o processo de votações bem, explicou-o a um outro, quetinha muitas dúvidas. Estes papéis foramdramatizados na frente dos 15 candidatos,que permaneciam de pé, segurando suasfiguras. Assim, a dramatização de papéispôde usar exemplos reais, tais como, “Ah,entendo! Se eu quiser votar em Kija, precisopôr uma impressão digital na figura destapequena xícara (chávena), porque Kija estásegurando a figura de uma xícara (chávena).”No final, houve uma oportunidade para sefazerem perguntas.

Dramatização de papéis

O carimbo usado para fazer as cédulas de votação euma amostra da cédula, mostrando os votos comimpressões digitais.

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Os limões-galegos crescem bem em muitos países. Entretanto, eles amadurecem somente por unsdois meses durante o ano, quando os mercados ficam, então, cheios desta fruta. Isto significa queeles são freqüentemente desperdiçados.

Fazer suco de limão-galego preserva o suco para que ele possa ser usado mais tarde no ano.Acrescentando-se açúcar, o suco pode ser, então, usado como um suco de fruta refrescante, cheio devitaminas. O suco também pode ser usado para fazer picles. É necessária uma pequena quantidadede metabisulfito de sódio, um conservante que pode ser obtido nas farmácias por um preço baixo.

Método■ Lave as frutas e corte-as pela metade.

■ Esprema o suco com a mão ou com um espremedor delimão e retire as sementes.

■ Coloque o suco numa panela e aqueça até quaseferver. Porém, não permita que o suco ferva.

■ Acrescente o conservante (1 grama por litro –aproximadamente uma pitadinha).

■ Coloque o suco quente em garrafasesterelizadas com tampas.

■ Quando esfriarem (arrefecerem), rotule-as.

Podem-se conservar limões desta mesmamaneira, mas o suco não se manterá por tanto tempo quanto o suco do limão-galego. Ao invés decomprar refrigerantes caros para as suas visitas e sua família, use este suco de fruta delicioso!

Como fazer suco de limão-galego

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RECURSOS

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The Health Manager’s ToolkitThe Health Manager’s Toolkit vem com maisde 51 “ferramentas” eletrônicas paraprofissionais da área da saúde, reunidas apartir de 20 diferentes organizações.Disponível em inglês, francês e espanhol,as ferramentas são facilmente acessíveis,informativas, atualizadas e práticas eincluem planilhas de trabalho, formuláriospara reunir e analisar dados, listas deverificação, diretrizes e ferramentas deauto-avaliação para sistemas deadministração.

Website: erc.msh.org/toolkit

Christian Wholistic DevelopmentEste pequeno livro é uma base bíblicadetalhada das razões por que a igrejadeveria estar ativamente envolvida nodesenvolvimento holístico. Ele foi escritocom base na experiência da CRUDAN, naNigéria, em promover o desenvolvimentoholístico cristão nos últimos dez anos.

Este livro combina a pesquisa e aexperiência prática, procurando tazer umaperspectiva cristã e bíblica para o

Out of theShadowsUma abordagemcom base nacomunidade paraacabar com a violência, criada pelaMothers Union. Este pacote de recursos éo resultado de uma solicitação por partede membros de todas as partes do mundode que fosse criado um recurso práticosobre a violência. O pacote tem doisobjetivos principais, que são:■ conscientizar sobre a violência■ ajudar pequenos grupos de mulheres a

compartilhar idéias e sugestões eplanejar uma ação para lidar com aviolência.

Ele inclui idéias para estudos bíblicos,exercícios em grupo, dramatização depapéis e culto. Por ser um assuntodelicado, o pacote foi criado para serusado apenas por facilitadores experientesou treinados. Ele está à disposição dasorganizações interessadas por £5 librasesterlinas, incluindo o porte, através de:

MU EnterprisesMary Sumner House, 24 Tufton StreetLondon, SW1P 3RBReino Unido

E-mail: [email protected]

Your Kingdom ComeSuleiman Jakonda

Este livro (de 214 páginas) oferece umaorientação prática e detalhada para igrejase grupos cristãos que queiram participardo desenvolvimento holístico. Ele incluicapítulos sobre a pobreza, a história daigreja africana, o reino de Deus, o papel daigreja, guarda e reconciliação. A maiorparte dos materiais foram usados pelaRURCON em seus vários cursos eseminários, tendo sido, portanto, bemtestados.

O livro custa $25 dólares americanos,incluindo o porte, e pode ser obtidoatravés de:

RURCONNBTCOld Airport Road,PO Box 6617Jos Nigéria

LivrosBoletinsMateriais de treinamento

desenvolvimento. Ele contém exercíciospráticos e estudos bíblicos.

A CRUDAN oferece seus serviços deconscientização, treinamento e aconselha-mento a igrejas que queiram engajar-se nodesenvolvimento holístico e fazer algo depositivo na vida das pessoas para a glóriade Deus.

O livro será impresso em breve. Por enquanto,ele pode ser obtido em forma eletrônica atravésde [email protected]

e-TALCOs leitores da Passo a Passo estarão muitofamiliarizados com o nome TALC, conhe-cida por distribuir recursos impressos. Elaagora é responsável por um novo empre-endimento, e-TALC, uma edição periódicaem CD-ROM de uma variedade deinformações sobre a saúde, isentas dedireitos autorais. Este CD-ROM contéminformações provenientes de váriosperiódicos e publicações, assim como daPasso a Passo! Ele é gratuito para as pessoasque trabalham na área de cuidados desaúde. Para obter mais informações, porfavor, entre em contato com:

Pip ElphickTALCPO Box 49, St Albans, AL1 5TXReino Unido

E-mail: [email protected]: www.e-talc.org

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RECURSOS

SourceEste é um boletim eletrônico gratuitosobre questões de água e saneamento quecontém notícias locais e internacionais,novas publicações, websites novos,conferências e eventos. Ele é publicadopela IRC e a WSSCC e pode ser obtidoatravés da IRC:

Website: www.irc.nl/source

A versão francesa pode ser obtida atravésde: www.irc.nl/source/lgfr

E-mail: [email protected]

Iglesia, Comunidad y Cambio(Igreja, Comunidade e Mudança)

Publicado por Ediciones Kairos

Esta publicação consiste de três manuaisem espanhol que oferecem informações emateriais de treinamento para facilita-dores e coordenadores, juntamente comum manual de atividades. Esta é umaferramenta muito útil para ajudar asigrejas que desejam se envolver nodesenvolvimento holístico.

Pode ser obtida por $36 dólaresamericanos através de:

Ediciones Kairos, José Mármol 1734,B1602EAF Florida, Prov Bs As,Argentina

E-mail: [email protected]

Tobacco: aglobal threatJohn Crofton eDavid Simpson

Este livro ajuda a conscientizar as pessoasdo hemisfério sul sobre os perigos dofumo. Ele cobre todos os aspectos doproblema do tabaco, inclusive os efeitosdo fumo na saúde tanto da pessoa quefuma quanto das pessoas à sua volta(fumantes passivos). Atualmente o tabacomata um em cada dez adultos, e estenúmero provavelmente aumentará paraum em cada seis adultos até 2030,tornando o tabaco a maior causa isoladade morte por todo o mundo. O fumo, nofinal, acaba matando aproximadamentemetade de todos os fumantes habituais.

O livro examina métodos para ajudar osfumantes a superar o vício e idéias sobrecomo educar os jovens e organizarcampanhas para desafiar os métodospublicitários das empresas de tabaco. Elecontém questionários e estudos de caso e écheio de fatos interessantes e estatísticas.Este é um livro prático, em inglês simplese é altamente recomendado para qualquerpessoa que esteja procurando desafiar aameaça do tabaco. Os exemplares custam£7,50 libras esterlinas, incluindo o porte, epodem ser obtidos através da TALC(endereço na página 14).

Journeys ofFaithEste novo livrodescreve como as igrejas na África estãoenvolvidas na luta contra o HIV (VIH) e aAIDS (SIDA), fornecendo estudos de casosde igrejas em três países do sul da África –Namíbia, Moçambique e África do Sul.

Por exemplo, a Catholic AIDS Action, naNamíbia, começou cuidando dos órfãos edas pessoas doentes. Eles, então, criaramuma equipe de 1.000 auxiliares voluntáriosdomiciliares. A seguir, eles construíramum centro urbano, onde as pessoas comHIV/AIDS poderiam obter informações,aconselhamento, orientação judiciária eatividades de geração de recursos, ousimplesmente usufruir o companherismodos outros.

Os líderes das igrejas também comparti-lham seus pontos de vista sobre o papel da igreja nesta região. “O silêncio sobre aAIDS é o mesmo que a morte,” diz oArcebispo Ndugane, da África do Sul. “A igreja tem AIDS! Nosso povo estávivendo, sofrendo e morrendo por causadesta doença” diz o Bispo Dowling, daÁfrica do Sul.

Este livro é bem ilustrado, com 110páginas e custa £4,50 libras esterlinas,incluindo o porte via superfície, podendoser obtido apenas em inglês, no momento,através da TALC (endereço na página 14).

On Solid Ground: strengtheningcommunity in times of crisisMateriais de treinamento em vídeo

Esta é uma série de seis vídeoseducacionais, criados para todas as

pessoas interessadas em melhorar a práticana área de assistência e do desenvolvi-mento. Os vídeos estão disponíveis eminglês e espanhol, como parte de um pacotede aprendizagem que inclui um guia de 64páginas para facilitadores e um CD. Osvídeos são recomendados para seremusados em pequenos grupos, com umfacilitador experiente.

Os tópicos cobertos são Transformação eMissão Integral, Cura de Feridas Invisíveis(a necessidade de aconselhamento apóscrises), Resposta à Criação (manejo do meioambiente e mitigação de desastres),Facilitação de Comunidades Saudáveis edois estudos de casos de comunidadesseveramente afetadas pelo Furacão Mitch(Santa Rosa de Aguan e Posoltega).

A série completa custa £23 libras esterlinas($35 dólares americanos), incluindo o porte.O pacote de vídeos pode ser obtido atravésde:

Latin America Section, Tearfund,100 Church Road, Teddington, TW11 8QE,Reino Unido

E-mail: [email protected]

Por favor, especifique o idioma e o formatodesejado (PAL ou NTSC).

Acaba de ser lançado um novo website para otrabalho internacional da Tearfund. Estewebsite foi criado para pessoas com falta deacesso rápido à web e possui uma largura debanda baixa. Isto significa que há poucas fotosou imagens com cores vivas, as quais podemlevar muito tempo para serem baixadas. Alémdisso, todas as informações estão divididas emseções curtas, o que as torna mais rápidas deserem baixadas ou impressas. A maioria dosrecursos da Tearfund, inclusive a Passo aPasso, agora podem ser lidos ou impressosdiretamente neste site. Através dele, tambémpodem ser enviados pedidos de encomenda derecursos impressos.

Há também informações sobre o trabalho dasdiferentes equipes regionais da Tearfund, osparceiros com quem trabalhamos e questõesde grande interesse para a Tearfund, tais comoa defesa de direitos, o desenvolvimento decapacidades e a mitigação de desastres, assimcomo um link com o site principal da Tearfund.

O site foi criado para ser usado por pessoasque falam francês, espanhol e português,assim como inglês.

Dê uma olhada em www.tilz.info e acrescente-o à sua lista de favoritos!

Website da Tearfund

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

PA S S O A PA S S O 53

■ Mostrarmos sensibilidade.■ Usarmos nosso conhecimento e nossa

criatividade para auxiliar e apoiar asigrejas e as pessoas em seu trabalho.

Em nossas crenças■ Considerarmos os outros melhores do

que nós mesmos e desejarmos servir àspessoas.

■ Termos paixão em ajudar as pessoas aencontrar suas identidades e dons.

■ Vermos a nós mesmos como guardiãesdas dádivas e posses que Deus nos deu.

■ Termos um espírito arrependido eestarmos dispostos a procurar operdão.

■ Termos a humildade genuína quedeveria provir do fato de estarmos emCristo.

Em nossas vidas pessoais■ Vivermos uma vida de confiança e

honestidade.■ Sermos flexíveis em nossas respostas

para as situações.■ Vivermos uma vida que compartilhe o

amor de Deus.■ Sermos abertos para que o Espírito

Santo nos oriente.■ Estarmos diposto a falar sobre nossos

pontos fortes e fracos.■ Aumentarmos nossa compreensão e

obediência à palavra de Deus.■ Dependermos de Deus.■ Recebermos as pessoas cordialmente.■ Amarmos a Deus com todo o coração,

toda a mente e toda a alma.■ Sermos bons próximos.■ Sermos pacientes em todas as situações.■ Estarmos preparados para deixar que

Deus nos use a qualquer momento.

Se você não tiver conseguido fazer tudoisto, não se surpreenda: nenhum de nósconsegue! Mas também não desista –continue perseverando! A força e a graçade Deus são suficientes para nos levantarcada vez que não o alcançarmos.

Adaptado a partir do livro Christian WholisticDevelopment, da CRUDAN. James Harveyrecentemente completou dois anos de trabalhocom a CRUDAN em Jos, na Nigéria. Estelivro está para ser publicado em breve etambém pode ser obtido em formato eletrônico– veja a página 14.

Publicado pela: Tearfund, 100 Church Rd,Teddington, TW11 8QE, Inglaterra

Editora: Dra Isabel Carter, PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

Os funcionários da Tearfund passam uma boa partedo seu tempo revisando milhares de pedidos parafinanciamento, os quais não podemos apoiar. Istoafasta-os do trabalho importantíssimo de levar boasnovas aos pobres através das atuais parcerias. Por favor, observe que todas as propostas definanciamento serão rejeitadas, a menos que sejamprovenientes dos atuais parceiros da Tearfund.

Aqui estão algumas idéias úteis a seremconsideradas ao avaliarmos nossas vidas enosso comprometimento com a mudançaholística. Procure refletir sobre apenasduas ou três delas por dia, sozinho oucom colegas.

Em seu trabalho■ Glorificarmos a Deus em tudo o que

fizermos.■ Usarmos a Bíblia como referência e

guia para todo o nosso trabalho dedesenvolvimento.

■ Ficarmos ao lado dos que sofrem eincentivá-los.

■ Pedirmos o poder de Deus em todas assituações em que estivermosenvolvidos.

■ Mostrarmos às pessoas a relevância daBíblia em relação à sua própriasituação.

■ Defendermos a justiça e opormo-nos àinjustiça o tempo todo.

■ Nos cultos da igreja, incluirmosquestões relacionadas com acomunidade, justiça e a realizaçãoprática dos valores bíblicos.

Em nossas ações■ Amarmos aos pobres.■ Vermos a imagem de Deus em todos,

não importando como eles sejam.■ Escutarmos antes de falar.■ Vivermos vidas que levantem questões

para os outros, cuja resposta seja oevangelho.

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Os valores e os pensamentos cristãos são desesperadamente necessáriosdentro do trabalho de desenvolvimento e devem estar presente ao longode todo o processo do nosso trabalho. Nossas vidas contam uma história.Os cristãos foram descritos como o 67º livro da Bíblia. As pessoas lêemnossas vidas, nossas palavras e nossas ações, chegando a conclusões sobrenossa fé a partir delas. A maneira como vivemos nossas vidas mostra aquem amamos e de quem dependemos. Estamos todos testemunhando otempo todo.

Mudança holísticanas comunidades:lista de verificação

James Harvey