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Patenteabilidade de Inovações Farmacêuticas Incrementais no Brasil: Aceitá-Las ou Proibi- Las?* Auto: Pedro Moreira REVISTA DA ABPI, no. 108, p. 51-59, Set/Out 2010. Resumo: O presente artigo busca analisar quais os limites de aceitação das inovações farmacêuticas incrementais no Brasil, dentro de um contexto de políticas públicas de incentivo, por medidas de financiamento, de apoio técnico e fiscais, e de proteção, por direitos de Propriedade Industrial. Palavras-chaves: inovação - patente - segundo uso - polimorfo. Sumário: 1. Introdução - 2. A PDP - 3. O Profarma - 4. As inovações incrementais e radicais - 5. Patenteabilidade de invenções incrementais no Brasil - 6. Conclusões - Referências bibliográficas 1. Introdução No ano de 2008, a indústria farmacêutica mundial registrou vendas de cerca de US$ 730 bilhões, em que o market share brasileiro varia em torno de 2,5% deste total, somando o volume de US$ 18 bilhões. 1 No ano de 2009, previu-se um crescimento de 12% para a indústria farmacêutica nacional, ao passo que a média de crescimento mundial margearia 1,5%. 2 Em abril de 2009, a firma farmacêutica multinacional Sanofi-Aventis adquiriu a firma farmacêutica nacional Medley por cerca de R$ 1,5 bilhão. 3 Em setembro de 2009, a mídia vinculou a informação de que a firma farmacêutica multinacional Pfizer estaria interessada em adquirir a firma farmacêutica nacional Neo Química. 4 Assim, verifica-se que, de uma forma geral, a indústria farmacêutica brasileira tem experimentado um bom momento e atraído a atenção estrangeira, além de representar significativo mercado consumidor de medicamentos. Sabe-se que, na indústria farmacêutica, as patentes correspondem a um regime de apropriação extremamente importante, pois a reprodução e a cópia da matéria medicamentosa e de sua fabricação, bem como a análise dessas reprodução e cópia, são de fácil realização ou reprodução. Por conseguinte, sua proteção patentária proporciona forte segurança jurídica em litígios judiciais (particularmente, ações de infração), prevenindo ou impedindo a cópia e assegurando o retorno financeiro (e.g. sob a forma de royalties). É válido ressaltar que a importância das patentes para a indústria farmacêutica não é exclusiva aos interesses dos países desenvolvidos. Nesta indústria, marcada por intensa atividade de pesquisa & desenvolvimento (P&D) - cerca de 10% das vendas são investidas em P&D - e grande surgimento de novas tecnologias (produtos e processos), as patentes compreendem instrumento crucial na determinação de estratégias comerciais e de retornos financeiros aos esforços em inovação. 5 No Brasil, as inovações farmacêuticas - radicais e incrementais - tornaram-se susceptíveis de patenteabilidade desde o ano de 1997, com o advento da atual Lei de Propriedade Industrial.6 Desde então, observou-se que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou mais de 24.500 pedidos de patente sob a classificação farmacêutica A61K. 7, 8 Segundo De Paula (2006), predomina ainda na indústria farmacêutica nacional o enfoque em invenções incrementais. 9 Nos últimos anos, a legislação brasileira de propriedade industrial tem sido alvo de discussões em torno de questões que suscitam muitas divergências sobre a extensão dos direitos

Patenteabilidade de Inovações Farmacêuticas Incrementais ... · O Profarma contabilizou 15 operações ... e materiais biológicos encontrados ou isolados da natureza.34 A LPI

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Patenteabilidade de Inovações Farmacêuticas Incrementais no Brasil: Aceitá-Las ou Proibi-Las?* Auto: Pedro Moreira REVISTA DA ABPI, no. 108, p. 51-59, Set/Out 2010. Resumo: O presente artigo busca analisar quais os limites de aceitação das inovações farmacêuticas incrementais no Brasil, dentro de um contexto de políticas públicas de incentivo, por medidas de financiamento, de apoio técnico e fiscais, e de proteção, por direitos de Propriedade Industrial. Palavras-chaves: inovação - patente - segundo uso - polimorfo. Sumário: 1. Introdução - 2. A PDP - 3. O Profarma - 4. As inovações incrementais e radicais - 5. Patenteabilidade de invenções incrementais no Brasil - 6. Conclusões - Referências bibliográficas 1. Introdução No ano de 2008, a indústria farmacêutica mundial registrou vendas de cerca de US$ 730 bilhões, em que o market share brasileiro varia em torno de 2,5% deste total, somando o volume de US$ 18 bilhões.1 No ano de 2009, previu-se um crescimento de 12% para a indústria farmacêutica nacional, ao passo que a média de crescimento mundial margearia 1,5%.2 Em abril de 2009, a firma farmacêutica multinacional Sanofi-Aventis adquiriu a firma farmacêutica nacional Medley por cerca de R$ 1,5 bilhão.3 Em setembro de 2009, a mídia vinculou a informação de que a firma farmacêutica multinacional Pfizer estaria interessada em adquirir a firma farmacêutica nacional Neo Química.4 Assim, verifica-se que, de uma forma geral, a indústria farmacêutica brasileira tem experimentado um bom momento e atraído a atenção estrangeira, além de representar significativo mercado consumidor de medicamentos. Sabe-se que, na indústria farmacêutica, as patentes correspondem a um regime de apropriação extremamente importante, pois a reprodução e a cópia da matéria medicamentosa e de sua fabricação, bem como a análise dessas reprodução e cópia, são de fácil realização ou reprodução. Por conseguinte, sua proteção patentária proporciona forte segurança jurídica em litígios judiciais (particularmente, ações de infração), prevenindo ou impedindo a cópia e assegurando o retorno financeiro (e.g. sob a forma de royalties). É válido ressaltar que a importância das patentes para a indústria farmacêutica não é exclusiva aos interesses dos países desenvolvidos. Nesta indústria, marcada por intensa atividade de pesquisa & desenvolvimento (P&D) - cerca de 10% das vendas são investidas em P&D - e grande surgimento de novas tecnologias (produtos e processos), as patentes compreendem instrumento crucial na determinação de estratégias comerciais e de retornos financeiros aos esforços em inovação.5 No Brasil, as inovações farmacêuticas - radicais e incrementais - tornaram-se susceptíveis de patenteabilidade desde o ano de 1997, com o advento da atual Lei de Propriedade Industrial.6 Desde então, observou-se que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou mais de 24.500 pedidos de patente sob a classificação farmacêutica A61K.7, 8 Segundo De Paula (2006), predomina ainda na indústria farmacêutica nacional o enfoque em invenções incrementais.9 Nos últimos anos, a legislação brasileira de propriedade industrial tem sido alvo de discussões em torno de questões que suscitam muitas divergências sobre a extensão dos direitos

conferidos pelas patentes requeridas para as inovações farmacêuticas incrementais. O debate sobre a patenteabilidade deste tipo de inovação não é novo nem exclusivo do mercado brasileiro. Os exemplos mais polêmicos de inovações farmacêuticas incrementais podem ser selecionados dentre as novas indicações terapêuticas ou “segundo uso médico” e as novas formas cristalinas ou “polimorfo”.10, 11, 12 O presente trabalho busca analisar quais os limites de aceitação das inovações farmacêuticas incrementais no Brasil, dentro de um contexto de políticas públicas de incentivo, por medidas de financiamento, de apoio técnico e fiscais e de proteção, por direitos de propriedade industrial. 2. A PDP A Política de Desenvolvimento Produtivo - PDP foi lançada pelo governo federal em maio de 2008, baseada em três eixos, quais sejam (i) ampliação do investimento, (ii) ampliação da inovação e (iii) ampliação das exportações. As figuras 1 e 2 abaixo apresentam uma esquematização gráfica da composição da PDP e os programas mobilizadores em áreas estratégicas da PDP:

Uma das áreas consideradas como estratégicas na PDP corresponde ao Complexo Industrial da Saúde (CIS). O CIS compreende produtos e serviços sobre a produção de equipamentos médicos, materiais, reagentes e dispositivos para diagnóstico, hemoderivados, imunobiológicos, intermediários químicos e extratos vegetais para fins terapêuticos, princípios ativos e medicamentos para uso humano. O CIS representa cerca de 7-8% do produto interno bruto (PIB) nacional e gira recursos da ordem de R$ 160 bilhões. O CIS apresenta forte dependência de importações com relação aos produtos de maior grau de conhecimento e tecnologia, fazendo com que, dentre os desafios da PDP, dois deles compreendam: 1. a elevação de investimento em inovação; e 2. a atração de P&D de firmas estrangeiras de fronteira tecnológica.13 Um dos instrumentos utilizados na PDP é a gestão da propriedade intelectual no CIS, conforme ilustrado nas figuras 3 e 4:

Um balanço publicado pelo governo federal em 25 de março de 2009, no Caderno Destaques informou que, até março de 2009, foram realizados investimentos na cadeia produtiva farmacêutica, por meio de financiamentos via Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica - Profarma / Banco Nacional de Desenvolvimento Social - BNDES. O Profarma contabilizou 15 operações contratadas, totalizando R$ 237 milhões em investimentos em 2008, sendo R$ 118 milhões de financiamentos e o restante em contrapartida das firmas. Este total representou um aumento de 7% com relação a 2007.14, 15 3. O Profarma

O Profarma ou Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica articula a PDP com a Política Nacional de Saúde e objetiva financiar os investimentos de firmas sediadas no Brasil e inseridas no CIS. Dentre os objetivos estratégicos e intermediários, destacam-se: - indução de P&D; - estímulo da disseminação da atividade inovadora no CIS; - apoio aos projetos que visem contribuir para a construção e a consolidação da infraestrutura da inovação em saúde no Brasil; - apoio de modo diferenciado aos projetos inovadores de firmas do CIS, em cooperação ou não com instituições científicas tecnológicas (ICT’s), sejam relacionadas com inovações radicais, sejam relacionadas com inovações incrementais; e - apoio aos projetos de produtores públicos farmacêuticos que visem inovações incrementais ou radicais. No âmbito do Profarma, entende-se por “inovação”, “inovação incremental” e “inovação radical” as definições do quadro 1 a seguir:16

4. As inovações incrementais e radicais Uma inovação compreende um determinado conhecimento técnico acerca de como se realizar algo, de uma forma melhor do que aquilo existente no estado da técnica. Inovar, por definição, é introduzir uma novidade e fazer algo como não era feito antes.17 Legalmente, verificam-se as seguintes definições:

- [c]onsidera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado18; e

- inovação é a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços.19 O desenvolvimento de novos e aperfeiçoados produtos e processos é tipicamente classificado em dois tipos de inovação: a inovação radical e a inovação incremental. As definições e os limites de cada um dos tipos de inovação são controversos e incertos, mas, de uma forma geral, há o consenso de que inovações radicais compreendem tecnologias inéditas ou revolucionárias e inovações incrementais compreendem aperfeiçoamentos ou melhoramentos em tecnologias existentes e estabelecidas.20, 21

Na indústria farmacêutica, as inovações incrementais podem ser produtos originais aperfeiçoados como, por exemplo, a nova forma cristalina do fármaco que pode agir diretamente na melhoria da metabolização, o novo sistema de liberação de fármacos, a nova forma de dosagem, as novas combinações quantitativas de fármacos até então disponíveis apenas separadamente e a nova indicação terapêutica. Também podem ser processos originais melhorados como, por exemplo, a introdução de nova matéria-prima. As invenções incrementais envolvem “P&D aplicados” chamados por Field (2007), pois são direcionados ao aprimoramento e ao aproveitamento eficaz de matéria que é objeto de propriedade intelectual.22, 23 Conforme mencionado acima, as inovações incrementais farmacêuticas podem constituir novas indicações terapêuticas (ou “segundo uso médico”), novas formas cristalinas (ou “polimorfo”) e novos processos de preparação de fármacos. Os novos polimorfos compreendem as inovações baseadas nas diferentes formas cristalinas e amorfas de um fármaco já conhecido. O novo segundo uso médico compreende as inovações baseadas no relato de uma nova aplicação terapêutica de um fármaco já conhecido, visando à obtenção de um medicamento com uma finalidade diferente daquela já empregada no estado da técnica. Os novos processos de preparação compreendem inovações nas etapas, nos reagentes e/ou nas condições processuais de um processo já revelado.24, 25 Looney (2006) abordou e descreveu os contextos, os desafios e as soluções técnicas de cinco estudos de caso de inovações incrementais farmacêuticas concretas de sucesso. As inovações incrementais podem ocorrer desde melhorias ou modificações na preparação de um fármaco ou medicamento até alterações em ingredientes inertes ou ativos. Variações “menores” de produtos e processos já existentes no mercado não devem ser consideradas triviais ou inconsistentes como via de regra.26 Para inovar, uma firma deve possuir, dentre outras características, determinado conhecimento técnico sobre a sua atividade, para que possa realizá-la de um modo melhor do que aquilo praticado pelos seus concorrentes e existente no estado da técnica, visando o desenvolvimento e a melhoria da tecnologia e da vida humana. Este conhecimento técnico pode ser construído e desenhado a partir da informação tecnológica tácita e codificada disponível, sendo a codificada aquela contida em documentos de patente, livros, artigos científicos, dentre outros.27 Com relação aos documentos de patente, os seus dados estatísticos constituem um ótimo indicador sobre as atividades inovadoras de países em desenvolvimento, dentro de uma base analítica setorial. Além disso, auxiliam no entendimento das relações entre as atividades inovadoras internacionais e os padrões de comércio e produção locais.28 O estudo de De Paula (2006) revelou o modo como as firmas farmacêuticas brasileiras conduzem seus processos de inovação. O baixo nível tecnológico farmacêutico histórico no Brasil, combinado com um prolongado período de não reconhecimento da patenteabilidade de produtos e processos farmacêuticos, consolidou a cultura de imitação observada no mercado nacional. Verificou-se que, de uma forma geral, as inovações incrementais são predominantes nas firmas farmacêuticas brasileiras. Firmas farmacêuticas brasileiras médias realizam inovações incrementais, ao invés de inovações radicais. Apesar de investirem em P&D e realizarem aquisições de pequenas e médias firmas de pesquisa de base, ações estas considerados como caminhos para se alcançar inovações radicais, as inovações incrementais ainda predominam nas firmas farmacêuticas brasileiras de grande porte.29 5. Patenteabilidade de invenções incrementais no Brasil

A propriedade sobre as invenções industriais é prevista na Carta Maior do ordenamento jurídico brasileiro:

a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.30

No Brasil, a Lei n° 9.279 de 14 de maio de 1996, ou Lei da Propriedade Industrial (LPI), regula os direitos e as obrigações relativos à propriedade industrial31 e os decretos n° 75.572, de 8 de abril de 1975, e n° 1.355, de 30 de dezembro de 1994, introduzem na legislação doméstica a Convenção da União de Paris - CUP e o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights - TRIPs Agreement), respectivamente.32, 33 Dentro do contexto farmacêutico, a LPI determina que não são considerados como invenções os métodos terapêuticos, de diagnóstico, operatórios e cirúrgicos, para a aplicação no corpo humano ou animal, os processos biológicos naturais e o todo ou a parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados ou isolados da natureza.34 A LPI estabelece ainda que não são patenteáveis o todo ou a parte dos seres vivos, exceto os micro-organismos transgênicos novos, inventivos, com aplicação industrial e que não constituam uma mera descoberta.35 Matérias referentes a compostos, moléculas, material genético, composições, kits, processos e usos, dentre outros, não encontram proibição de acordo com as disposições da LPI e, assim, são plenamente suscetíveis de proteção patentária.36, 37 Dentro deste grupo, incluem-se as inovações incrementais de polimorfos e segundos usos, cuja patenteabilidade é reconhecida pelo INPI, com a condição de que os requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - e o critério de suficiência descritiva sejam atendidos.38, 39, 40 Esta também é a posição da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI e da Associação Paulista da Propriedade Intelectual - ASPI.41,

42 De acordo com o banco de dados de patentes do INPI, até o momento, mais de 80 patentes/pedidos de patente foram depositados para matéria referente a segundo uso médico, em nome de firmas privadas nacionais e entidades públicas nacionais. Deste total, a título exemplificativo, destacam-se os documentos de patente listados no quadro 2 abaixo:43

Em contraponto às disposições legais e aos entendimentos abordados acima, há uma corrente que alega e defende a impossibilidade de concessão de patentes de invenção às inovações farmacêuticas incrementais de polimorfos e segundo uso médico. Esta corrente é representada, por exemplo, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e pelo Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual - GIPI, dentre outros.44, 45 Desde a promulgação da Lei n° 10.196, de 14/02/2001, a concessão de patentes para produtos e processos farmacêuticos depende da anuência prévia da ANVISA.46 Diferentemente do previsto na referida Lei n° 10.196/2001 e na Lei n° 9.782 de 26/01/1999 (lei de criação da ANVISA), na prática, a agência tem realizado um segundo exame de mérito do pedido de patente, exame este já realizado e concluído pelo INPI. A partir dos pareceres técnicos emitidos pela ANVISA quando do reexame do pedido, verifica-se a sua posição contrária à patenteabilidade das inovações farmacêuticas incrementais de novos segundos usos e novos polimorfos.47

Em 01/12/2008, durante reunião plenária com representantes de diversos ministérios, da ANVISA e do INPI, o GIPI debateu questões referentes à proteção patentária de inovações farmacêuticas incrementais de novos polimorfos e novos segundos usos e firmou posição contrária à patenteabilidade dessa matéria.48

Além disso, atualmente, tramitam no Congresso Nacional os projetos de Lei (PL’s) nos 2.511/2007 e 3.995/2008, os quais objetivam alterar a LPI, no sentido de proibir expressamente a patenteabilidade das inovações farmacêuticas incrementais tratadas acima. O PL nº 3.995/2008 vai ainda além da referida proibição pretendida, na medida em que se verifica a proposta de proibição patentária de novas formas cristalinas de quaisquer substâncias compreendidas no estado da técnica, independentemente do setor industrial.49, 50 Um dos argumentos utilizados por esta corrente é o de que o patenteamento dessas inovações possibilitaria uma extensão dos direitos conferidos pela patente de referência e seria prejudicial ao mercado de medicamentos genéricos, sendo, portanto, contrário ao interesse público de acesso a medicamentos.51, 52 Com relação ao primeiro argumento, observa-se que a LPI não permite a extensão da vigência de uma patente e, uma vez extinta, seu objeto cai em domínio público.53 Além disso, há ainda os critérios de exame aplicados pelo INPI, os quais evitariam ou impossibilitariam o prolongamento indevido de patentes já existentes.54 Quanto ao outro argumento, ressalta-se que inovações farmacêuticas incrementais não constituem obstáculos ao lançamento e à comercialização dos medicamentos genéricos, pois a expiração da patente de referência coloca o seu objeto em domínio público. Uma nova patente cobrindo o aperfeiçoamento de produto já existente protege apenas a versão nova e melhorada. Ambas as versões podem coexistir no mercado farmacêutico e a concorrência é verificada, então, entre o produto original de patente expirada (medicamento genérico) e a nova versão patenteada.55 Neste sentido, Looney (2006) ressaltou que uma análise do Food and Drug Administration - FDA mostrou que, entre os anos de 1984 e 2001, 94% dos requerimentos de registro de medicamento genérico nos Estados Unidos da América não apresentaram problemas ou conflitos envolvendo patentes ou litígios relacionados com patentes. O registro e o lançamento da grande maioria dos medicamentos genéricos não encontraram impedimentos no que concerne à questão patentária. Looney (2006) observou, ainda, que estes resultados foram ratificados em estudo posterior da Federal Trade Commission - FTC , em 2002.56 6. Conclusões Desiderio & Ahlert (2009) disponibilizaram informações recentes de que o Brasil ocupa o 13° lugar no ranking mundial de produção científica, conforme o estudo anual da National Science Indicators. Embora tímida, a quantidade de depósitos de pedidos de patente farmacêuticos tem crescido desde o reconhecimento patentário de fármacos proporcionado pela atual LPI. O Brasil dispõe de capacidade de pesquisa, a qual tem sido realizada com enfoque na geração de tecnologias e no aumento do número de patentes.57 O processo de inovação verificado nas firmas farmacêuticas brasileiras é predominantemente voltado às inovações incrementais, destacando-se, dentre elas, as novas indicações terapêuticas (ou os novos segundos usos médicos) e as novas formas cristalinas e amorfas de fármacos já conhecidos (ou os novos polimorfos). Verificou-se, ainda, que pessoas físicas e firmas farmacêuticas nacionais, inclusive universidades e centros de pesquisa públicos

nacionais, têm investido, pesquisado e depositado pedidos de patente para inovações incrementais. Recentemente, a mídia publicou que a firma farmacêutica nacional Cristália triplicou o número de pedidos de patente entre os anos de 2007 e 2009, além de possuir, em andamento, 14 projetos de novos medicamentos inéditos no mundo, referentes a inovações incrementais.58, 59 A PDP e o Profarma apresentam em seu escopo incentivos e metas de P&D e apoio técnico de gestão de propriedade intelectual acerca das inovações farmacêuticas incrementais. A legislação vigente de propriedade industrial não prevê proibições às inovações farmacêuticas incrementais discutidas acima. Pelo contrário, tais inovações são suscetíveis de patenteabilidade, desde que cumpram com os requisitos legais. Por outro lado, o cenário atual nos mostra que patentes para inovações incrementais farmacêuticas (e. g. novos segundos usos médicos, novos polimorfos, novas formas de liberação, dentre outras) muito provavelmente não serão concedidas no Brasil, dada a postura negativa da ANVISA quanto à emissão da anuência prévia para tais casos, anuência esta exigida por força do artigo 229-C da Lei n° 10.196/2001. Em paralelo, a posição do GIPI e as proposições contidas nos PL nº 2.511/2007 e PL nº 3.995/2008 são claras e expressas em tentar proibir no Brasil, pela via legislativa, de forma definitiva, a patenteabilidade de inovações incrementais. Assim, em uma primeira análise, pôde-se constatar que o governo brasileiro é favorável à patenteabilidade de inovações farmacêuticas incrementais, através de políticas públicas (e. g. PDP, Profarma), marcos legais (e. g. LPI, CUP, TRIPS) e a atuação de autoridade pública (e.g. INPI) observados acima. O interesse público e o desenvolvimento tecnológico industrial nacional podem ainda ser confirmados pelo volume de depósitos de pedidos de patente no INPI, em nome de nacionais que são referentes à matéria. Em uma segunda análise, observa-se um governo contrário à patenteabilidade de inovações farmacêuticas incrementais, por meio da atuação de autoridades públicas (e. g. ANVISA, GIPI) e de propostas de modificação de marco legal (e. g. PL nº 2.511/2007, PL nº 3.995/2008). O Brasil foi um dos primeiros signatários da Convenção da União de Paris e incorporou o Acordo TRIPs em seu ordenamento jurídico logo após a sua assinatura, adotando automaticamente todas as suas previsões.60, 61 Portanto, tem-se que o país faz parte do sistema vigente de proteção internacional da propriedade intelectual e, para preservar a segurança jurídica de suas normas internas e não violar tratados internacionais, devem-se buscar soluções e medidas para o desenvolvimento da indústria doméstica que se encaixem e obedeçam este sistema, visando ao interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país, sem prejuízo à proteção da saúde da população. *Artigo baseado no trabalho de conclusão da disciplina Proteção à Propriedade Industrial na Indústria Farmacêutica do curso de Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Inovação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, ministrada pela Profa. Dra. Liane Elizabeth Caldeira Lage. 1. Indústria farmacêutica prevê expansão em 2009. Pró-Inovação Tecnológica - Protec, 02/07/2009. Disponível em: http://www.protec.org.br/noticias_inovacao_tecnologica_farmacos_medicamentos_produtos_farmaceuticos.asp?cod=161; acessado em 04/01/2010. 2. GRANDO, João Werner. O pequeno que incomoda. Exame, p. 84, 04/11/2009.

3. SANOFI-AVENTIS. Sanofi-Aventis adquire o laboratório Medley no Brasil. Comunicado de imprensa Sanofi-Aventis. Disponível em: http://www.sanofi-aventis.com.br/live/br/medias/7653E6B4-09E5-4D3F-8C9D-40EE72BFABCD.pdf; acessado em 11/02/2010. 4. Pfizer perto de fechar a compra da Neo Química. Agência Estado, 02/09/2009. 5. NOGUÉS, Julio. Patents and pharmaceutical drugs. Understanding the pressures on developing countries. Working Papers. International Economics Department of The World Bank, setembro de 1990, p. 1-41. 6. Brasil. Lei n° 9.279 de 14 de maio de 1996. Regula os direitos e as obrigações relativos à propriedade industrial. 7. Classificação Internacional de Patentes v. 2010.01. Classificação A: Necessidades humanas. Classificação A61: Ciência médica ou veterinária; higiene. Classificação A61K: Preparações para finalidades médicas, odontológicas ou higiênicas. 8. Busca realizada pelo autor, no banco de dados eletrônico de patentes do INPI, com base em estratégia de busca de patentes e cruzamentos de palavras-chave predefinidos. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-superior/pesquisas; acessado em 07/02/2010. 9. CARÍSIO DE PAULA, Istefani et al. Understanding the innovation pattern of medium and large size Brazilian pharmaceutical companies. Management & Development, vol. 4, n. 1, junho 2006, p. 29, 33. 10. ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual. Seminário discutiu perspectivas da inovação e desenvolvimento e sua relação com a propriedade intelectual. Boletim da ABPI, n. 96, p. 4-5, setembro de 2008. 11. ABIFINA - Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades. Anais do II Seminário Internacional Patentes, Inovação e Desenvolvimento - SIPID 2007. 1ª ed., abril de 2008. Disponível em: http://www.abifina.org.br/arquivos/II_sipid_apresentacao.pdf; acessado em 11/02/2010. 12. ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual. O trabalho das Comissões de Estudo da ABPI em 2008 foi um sucesso. Boletim da ABPI, n. 101, p. 5, fevereiro de 2009. 13. Brasil. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Setores: Complexo Industrial da Saúde. Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/pdp/index.php/sitio/conteudo/setor/41/42; acessado em 29/11/2009. 14. Brasil. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Caderno Destaques. Brasília, março de 2009. p. 17. Disponível em: http://wikicoi.planalto.gov.br/coi/DestaquesHTM/pdf/11_mar.pdf; acessado em 18/11/2009. 15. Brasil. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Política de Desenvolvimento Produtivo. Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/pdp/arquivos/destswf1212175349.pdf; acessado em 03/11/2009. 16. Profarma/BNDES. Programa BNDES de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde - BNDES. Disponível em: http://www.bndespar.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Areas_de_Atuacao/Industria/profarma.html; acessado em 25/11/2009. 17. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa, v. 1.0, junho de 2003. 18. Artigo 17, § 1°, da Lei n° 11.196/2005. 19. Artigo 2°, inciso IV, da Lei 10.973/2004. 20. FIELD, Kim. When incremental innovation is radical: the “access to medicines” campaign and the case of Indian generic drugs. Technology, Innovation and Institutions Working Paper Series. TI-12, julho 2007, p. 3-4. 21. LOONEY, William. Inovação incremental, propriedade intelectual e interesse público: como a inovação incremental leva a medicamentos novos melhores e mais seguros. International Federation of Pharmaceutical Manufacturers & Associations - IFPMA, janeiro 2006, p. 12.

22. FIELD, Kim, op. cit. 23. LOONEY, William, op. cit., p. 8. 24. INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Ciclo de Discussões Técnicas. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/patente/discussoes-tecnicas/index_html; acessado em 26/01/2010. 25. LOONEY, William, op. cit. 26. LOONEY, William, op. cit., p. 10, 15-23. 27. TEECE, David J. Profiting from technological innovation: Implications for integration, collaboration, licensing and public policy. Research Policy, 15, 1986, p. 285-305. 28. PAVITT , K. Patent statistics as indicators of innovative activities: Possibilities and problems. Scientometrics, vol. 7, nos 1-2, 1985, p. 77-99. 29. CARÍSIO DE PAULA, Istefani et al., op. cit. 30. Artigo 5°, inciso XXIX, da Constituição Federal de 1988. 31. Brasil. Lei n° 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula os direitos e as obrigações relativos à propriedade industrial. 32. Brasil. Decreto n° 75.572, de 8 de abril de 1975. Promulga a Convenção de Paris para proteção da propriedade industrial. 33. Brasil. Decreto n° 1.355, de 30 de dezembro de 1994. Promulga a ata final que incorpora os resultados da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GATT . 34. Artigo 10, incisos VI e IX, da LPI. 35. Artigo 18, inciso II, da LPI. 36. INSTITUTO DANNEMANN SIEMSEN de Estudos de Propriedade Intelectual. Comentários à Lei da Propriedade Industrial - edição revista e atualizada, p. 21, 26-27, 2005. 37. DESIDERIO , Mauricio Teixeira e AHLERT, Ivan Bacellar. A patenteabilidade dos novos usos de substâncias conhecidas. Revista da ABPI, n. 100, maio/junho 2009, p. 31. 38. DESIDERIO, Mauricio Teixeira e AHLERT, Ivan Bacellar, op. cit., p. 30. 39. KUNISAWA, Viviane Yumy Mitsuuchi. Second Medical Use Patents in Brazil. The Journal of World Intellectual Property, vol. 12, n. 4, 2009, p. 307. 40. INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Ciclo de Discussões Técnicas. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/patente/discussoes-tecnicas/index_html; acessado em 26/01/2010. 41. ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual. Resolução da ABPI n. 75. Disponível em: http://www.abpi.org.br/bibliotecas.asp?idiomas=Portugu%EAs&secao=Resolu%E7%F5es%20da%20ABPI&codigo=3&resolucao=78; acessado em 27/11/2009. 42. ASPI - Associação Paulista da Propriedade Intelectual. Posicionamento da ASPI à respeito dos projetos de Lei n° 2.511 de 2007 e n° 3995 de 2008. Disponível em: http://www.aspi.org.br/comunicados_detalhe.php?id=74; acessado em 07/02/2010. 43. Pesquisa realizada pelo autor, no banco de dados eletrônico de patentes do INPI, com base em estratégia de busca de patentes e cruzamentos de palavras-chave predefinidos. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-superior/pesquisas, acessado em 25/11/2009. 44. DESIDERIO, Mauricio Teixeira e AHLERT, Ivan Bacellar, op. cit., p. 24. 45. ABPI, op. cit. 46. Artigo 229-C da Lei n° 10.196/2001. 47. DESIDERIO, Mauricio Teixeira e AHLERT, Ivan Bacellar, op. cit., p. 31. 48. GIPI. Resumo da ata de reunião do Gipi de 01/12/2008. Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1229696044.pdf; acessado em 29/11/2009. 49. PL n° 2.511/2007. 50. PL n° 3.995/2008. 51. Patentes de segundo são um estratagema jurídico para prolongar o monopólio conferido pelas patentes, em detrimento da produção de medicamentos genéricos. Revista Acesso Brasil

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