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Texto da Wikipédia sobre patrimônio cultural imaterial.
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Patrimônio cultural imaterial
(Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/
Patrimônio cultural imaterial (ou patrimônio cultural intangível) é uma concepção de
patrimônio cultural que abrange as expressões culturais e as tradições que um grupo de
indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras. São
exemplos de patrimônio imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão,
celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições.
Em São João del-Rei, Minas Gerais, um exemplo de patrimônio cultural imaterial é o modo
de tocar dos sinos, cuja "linguagem" é peculiar meio de comunicação e está sendo objeto de
registro pelo IPHAN. Em Minas Gerais, por exemplo, a técnica artesanal de se de fazer o
queijo minas (Queijo do Serro, especialmente) é importante registro de patrimônio
intangível.
Em Pirenópolis, Goiás, outro exemplo de patrimônio imaterial é a Festa do Divino de
Pirenópolis, criada em 1819 e festejada até hoje. É na Festa do Divino que são apresentadas
as Cavalhadas, represeentação da luta entre mouros e cristãos na Idade Média.
No Brasil
Os bens registrados como patrimônio imaterial no Brasil são:
Ofício das Paneleiras de Goiabeiras
Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica dos ameríndios Wajãpi
Círio de Nossa Senhora de Nazaré
Samba de Roda do Recôncavo Baiano
Modo de Fazer Viola-de-Cocho
Ofício das Baianas de Acarajé
Jongo no Sudeste
Cachoeira de Iauaretê – Lugar sagrado dos povos ameríndios do Rio Uaupés e do Rio
Papuri
Feira de Caruaru
Frevo
Tambor de Crioula
Matrizes do Samba no Rio de Janeiro: Partido Alto, Samba de Terreiro e Samba-Enredo
Modo artesanal de fazer Queijo de Minas, nas regiões do Serro e da Serras da Canastra e da
Serra do Salitre
Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira
Pernambuco
Teatro de Nova Jerusalém e a Peça da Paixão de Cristo;
Bolo Souza Leão;
Maracatu;
Bloco Carnavalesco Galo da Madrugada;
Bolo de Rolo ou Rocambole;
Feira de Caruaru;
Frevo;
Míssa do Vaqueiro;
Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade
O Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, também chamado Património Cultural
Intangível da Humanidade é uma distinção criada em 1997 pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura para a proteção e o reconhecimento do
patrimônio cultural imaterial, abrangendo as expressões culturais e as tradições que um
grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras.
São exemplos de patrimônio imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de
expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras
tradições.
A cada dois anos são escolhidos os bens a partir das candidaturas apresentadas pelos países
signatários da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. A primeira
lista de bens inscritos foi divulgada em 2001, seguida por outras duas, em 2003 e 2005,
totalizando 90 bens imateriais inscritos.
Objectivos
Este programa foi estabelecido para:[1]
Levar o público a reconhecer, salvaguardar e revitalizar o património imaterial;
Avaliar e inventariar a herança cultural intangível em todo o mundo;
Invenctivar os Estados a estabelecer inventários nacionais e tomarem medidas legais e
administrativas relevantes;
Encorajar os portadores do conhecimento a identificar, revitalizar e salvaguardar a sua
herança.
Categorias
Cada obra está classificada em pelo menos umas das seguintes categorias:
Espaços culturais
Saber tradicional
Tradição oral
Artes performativas
Rituais e festas
Lista de obras-primas
Cada item pode ser nomeado por um ou mais países, ou nomeado por um país mas apoiado
por outros.
ContinentePaíses
signatáriosPaíses com
obras-primasObras-primas
África 17 17 18América 18 14 17Ásia 17 20 34Europa 23 16 19Oceania 0 2 2Total 75 69 90
Segue-se a lista de obras-primas aprovadas.
África
Ahellil de Gourara • Argélia • 2005
O Ahellil é um género poético e musical usado pelos Zenete de Gourara durante as suas
cerimónias colectivas. Esta região do sudoeste da Argélia engloba cerca de cem oásis,
povoados por mais de 50 mil habitantes de origem berbere, árabe e sudanesa. O Ahellil,
específico da região de Gourara de lingua berbere, é executado regularmente em festas
religiosas, peregrinações, casamentos e eventos comunitários.
Dança de Cura Vimbuza • Malaui • 2005
Vimbuza, uma dança de cura popular entre os tumbuka do norte do Malaui, é uma
manifestação importante dos ng’oma, um conjunto de práticas de cura existente em toda a
África bantu. Os ng’oma (que significa “tambores da aflição”) têm grande profundidade
histórica, e apesar de diversas tentativas para os suprimir, continuam sendo parte integrante
dos sistemas de cura indígenas.
Dança Mbende-Jerusarema • Zimbabué • 2005
A dança mbende-Jerusarema é praticada pelos XiChona do Zimbabué oriental. É
caracterizada por movimentos sensuais e acrobáticos das mulheres em sintonia com os
homens, acompanhada por percussão, palmas, gritos e assobios. A dança dos homens inclui
a imitação da toupeira (“mbende”), símbolo da fertilidade, sexualidade e da família. Após
tentativas dos missionários cristãos de banirem esta dança explicitamente sexual, o nome
foi mudado para Jerusarema, uma adaptação XiChona da palavra Jerusalém.
Épico Al-Sirah al-Hilaliyya • Egipto • 2003
O épico Hilali é um poema antigo que conta a história da tribo beduína Bani Hilal, que
migrou da península Arábica para o Norte de África no século X. É o único épico deste
género que continua a ser representado na sua forma tradicional: os poetas cantam enquanto
tocam percussão ou o rabab, uma rabeca de duas cordas, par celebrar cerimónias de
circuncisão, casamentos e outras ocasiões especiais.
Jamaa el FnaEspaço Cultural da Praça Jamaa el-Fna • Marrocos • 2001
Jamaa el Fna é uma grande praça em Marrakesh, um símbolo da cidade desde a sua
fundação no século XI. A Praça é o local de representação para diversos artistas, entre os
quais músicos, dançarinos, comedores de vidro, encantadores de serpentes, contadores de
histórias típicos marroquinos, e também local de outras actividades como restaurantes,
tatuadores com henna, médicos tradicionais, pregadores.
Espaço Cultural do Sosso-Bala em Nyagassola • Guiné • 2001
O Sosso-Bala é um instrumento sagrado dos mandingas, e tem sido umimportante símbolo
da sua cultura desde o Império do Mali no século XIII. O Sossa-Bala é um tipo de balafon
estreitamente associado com o Dökala de Nyagassola. O balatigui (o patriarca da família)
toca o Sosso-Bala em ocasiões especiais e ensina as crianças a tocá-lo. O instrumento
acompanha antigos poemas épicos dedicados a heróis malianos da antiguidade, como
Soundiata Keita e Soumaoro Kantè.
Espaço Cultural do Yaaral e do Degal • Mali • 2005
Este espaço cultural corresponde às imensas pastagens do povo peul do delta do Níger. O
yaaral e o degal são duas festas que marcam a passagem do rio (em Diafarabe e Dialloube,
respectivamente) por manadas de gado que pastam durante parte do ano no Sahel árido, e
na restante nas planícies inundadas do rio Níger. As festas têm lugar a um Sábado, dia
auspicioso na crença peul, e dão lugar a expressões culturais extremamente variadas:
concursos da manada mais bem decorada; música e dança; poesia pastoral; o uso das mais
belas roupas e jóias; e a decoração meticulosa das residências.
Gbofe de Afounkaha: Música das Trombetas Transversais da Comunidade Tagbana • Costa
do Marfim • 2001
Entre o povo tagbana, gbofe designa um tipo de trombeta transversal, bem como as
performances que os utilizam. Estas actuações usam seis trombetas de comprimento
variável, música e danças. Para além das trombetas, existe igualmente uma secção de
percussão gbofe que é usada em diversas cerimónias e rituais.
Gule Wamkulu • Malaui, Moçambique, Zâmbia • 2005
Gule Wamkulu é o nome de uma religião secreta e de uma dança ritual praticada entre o
povo chewa que habita no Malaui, Moçambique e Zâmbia. É executada por membros da
irmandade Nyau, uma espécie de sociedade secreta masculina. Dentro da sociedade chewa,
tradicionalmente matriarcal, os maridos detêm um papel bastante acessório, e assim o Nyau
oferece uma forma de contra-peso e de solidariedade entre os homens das diferentes
aldeias. Os membros do Nyau são responsáveis por iniciar os jovens na idade adulta, cujo
rito de passagem termina com a cerimónia do Gule Wamkulu.
Kankurang, Rito Iniciático Mandinga • Gâmbia, Senegal • 2005
O kankurang é um rito iniciático praticado na região de Casamance do Senegal e da
Gâmbia. Segundo a tradição oral, o kankurang tem raízes no Komo, uma sociedade secreta
de caçadores cuja organização e práticas esotéricas contribuíram para a emergência do
mandinga.
Mascarada do Makishi • Zâmbia • 2005
A mascarada do Makishi é representada no final do mukanda, um rito iniciático para
rapazes entre os oito e os doze anos, celebrado por comunidades dos povos luvale, chokwe,
luchazi e mbunda do noroeste e oeste da Zâmbia. No início da estação seca, os rapazes
deixam as suas casas para viverem entre um e três meses num acampamento no mato. Esta
separação do mundo exterior marca a morte simbólica da infância. O mukanda envolve a
circuncisão dos iniciados, provas de coragem e lições sobre o seu futuro papel como
homens e maridos. A cada iniciado é atribuído um personagem mascarado, que estará com
ele durante todo o processo. O Makishi é um desses mascarados, e representa o espírito de
um antepassado falecido que regressa ao mundo dos vivos para ajudar os rapazes.
Moussem de Tan-Tan • Marrocos • 2005
O Moussem é um acontecimento económico, cultural e social que tem lugar em Tan-Tan
todos os anos. Originalmente uma manifestação espontânea, tomou forma organizada em
1963. Ali se reúnem mais de trinta tribos nómadas do noroeste de África para convívio,
comprar, vender e trocar todo o tipo de artigos, competições de criação de camelos e
cavalos, celebrar casamentos, consultar ervanários, cantar, declamar poesia, e participar em
outras tradições orais e jogos.
Sistema de Divinação Ifa na Nigéria • Nigéria • 2005
Ifa ou Orunmila é a divindade da sabedoria e desenvolvimento intellectual dos iorubá. Ao
contrário de outras formas de adivinhação da região, o sistema Ifa não depende dos poderes
mediúnicos ou oraculares de uma pessoa, mas sim de um sistema de sinais interpretados
pelo sacerdote Ifa. O sistema de divinação Ifa é aplicado sempre que se tenha que fazer
uma decisão importante, individual ou colectiva.
Tecelagem em Casca de Árvore do Uganda • Uganda • 2005
O fabrico de roupas com casa de árvore é um saber antigo do povo baganda, do reino
Buganda do sul do Uganda. O interior da casca da árvore Mutuba (Ficus natalensis) é
colhido durante a estação das chuvas, e submetido a um longo processo em que é batido
com diferentes tipos de marretas de madeira de forma a suavizar a sua textura e dar-lhe uma
coloração uniforme de terracota. A roupa de casca, em forma de toga, é usada por homens e
mulheres principalmente durante cerimónias de coroação e de cura, funerais e
acontecimentos culturais, mas também é usada para fabricar cortinas, redes mosquiteiras,
lençóis e sacos.
Timbila XiChope • Moçambique • 2005
Os XiChope do sul de Inhambane são famosos pela sua música orquestral. As suas
orquestras consistem num grupo de cinco a trinta xilofones de diferentes timbres chamados
timbila. Os timbila são cuidadosamente fabricados e afinados, e a madeira de excelente
qualidade sonora provém da árvore mwenje. A música é transmitida de mestre para mestre.
Os ritmos são extremamente elaborados, sendo que muitas vezes um mesmo executante
toca em simultâneo ritmos diferentes com a mão esquerda e com a direita.
Trabalhos em Madeira dos Zafimaniry • Madagáscar • 2003
Os zafimaniry são a última comunidade em Madagáscar que retém o conhecimento
tradicional de trabalho com madeira. Estas tradições incluem o uso de mais de vinte
espécies vegetais, cada uma com o seu uso específico, para fazer bancos, paredes, caixilhos
de janelas e ferramentas, sem recorres a pregos ou a outros objectos de metal. As esculturas
dos zafimaniry são decoradas segundo um estilo definido, que no entanto dá margem à
expressão artística individualizada e ao simbolismo.
Tradição oral do Gelede • Benim, Nigéria, Togo • 2001
O Gelede é um festival anual que celebra a sabedoria das mães e das anciãs do povo iorubá.
O festival inclui o uso de adereço de cabeças pelos homens, disfarçando-se assim de
mulheres de forma a aplacar a ira das anciãs da tribo. A dança e a música são parte
integrante da cerimónia, que incorpora canto e percussão elaborados.
Tradições Orais dos Pigmeus Aka da África Central • República Centro-Africana • 2003
A tribo pigmeia Aka da África Central têm uma tradição musical que em muito difere dos
seus vizinhos. É executada por todos os membros da comunidade, e caracteriza-se pela
polifonia e improviso em contraponto. A música Aka faz parte de numerosos rituais
relacionados com a caça, funerais e outras ocasiões, e é acompanhada por uma variedade de
instrumentos, escolhidos de acordo com a cerimónia em questão.
América
Carnaval de Barranquilla • Colômbia • 2003
Barranquilla é uma das cidades da Colômbia com maior diversidade cultural e comércio, já
desde o século XIX. O Carnaval de Barranquilla tem lugar nos últimos quatro dias antes da
Quaresma, e inclui danças como o paloteo espanhol, o congo africano e os mico y micas
nativas. São executados muitos estilos colombianos de música, principalmente a cúmbia.
Llamerada, Carnaval de OruroCarnaval de Oruro • Bolívia • 2001
Oruro foi um local cerimonial na era pré-colombiana, e foi refundado pelos espanhóis em
1606. Foi o local do festival Ito, banido pelos espanhóis no século XVII, mas continuado
sob a fachada de celebração cristã: os antigos deuses andinos foram remoldados como
santos. Foi associada com o Natal, e era celebrada a 2 de Fevereiro. Actualmente celebra-se
antes da Quaresma e dura dez dias. O evento mais importante é a entrada, uma procissão de
mais de 28 mil dançarinos e 10 mil músicos, que marcham durante vinte horas.
Cosmovisão Andina dos Kallawaya • Bolívia • 2003
Os Kallawaya são um povo indígena boliviano da região de Bautista Saavedra. São
conhecidos pelas suas técnicas médicas tradicionais, que incluem uma série de cerimónias
que formam a base da economia e cultura locais. Os médicos-sacerdotes Kallawaya,
exclusivamente homens, difundem o seu conhecimento por toda a América do Sul.
El Güegüense • Nicarágua • 2005
Espaço Cultural da Irmandade do Espírito Santo dos Congos de Villa Mella • República
Dominicana • 2001
A Irmandade do Espírito Santo dos Congos de Villa Mella é uma organização composta de
músicos especializados nas congas. Teve início no século XVI, e tornou-se parte essencial
da cultura Dominicana. Os músicos actuam em festas religiosas, funerais e outras ocasiões,
como a Festa do Espírito Santo e a cerimónia Banko, que ocorre três anos após a morte de
um indivíduo.
Espaço Cultural de Palenque de San Basilio • Colômbia • 2005
Expressões Orais e Gráficas dos Wajãpi • Brasil • 2003
Festas Indígenas Dedicadas aos Mortos • México • 2003
Herança Maroon de Moore Town • Jamaica • 2003
Herança Oral e Manifestações Culturais do Povo Zápara • Equador e Peru • 2001
Os zápara são um dos povos mais antigos da Amazónia. A sua cultura oral inclui grande
compreensão da vida natural da floresta de chuva, bem como complexas práticas
mitológicas e artísticas.
La Tumba Francesa, Música da Irmandade do Oriente • Cuba • 2003
Língua, dança e música dos garifuna • Belize, Honduras, Nicarágua • 2001
Os garifuna são um povo descendente de escravos nigerianos naufragados na ilha de São
Vicente miscigenados com nativos caribes. Mais tarde, os garifuna mudaram-se para a
América Central, e são mais numerosos no Belize. A música e dança dos garifuna combina
elementos africanos e indígenas; a língua é considerada do grupo arawak.
Rabinal Achí, Dança Teatral • Guatemala • 2005
O Rabinal Achí é um drama dinástico maia do século XV – um raro exemplo das tradições
pré-Hispânicas. Inclui mitos cosmogónicos e aborda assuntos populares e políticos dos
habitantes da região de Rabinal, expressados através de danças mascaradas, teatro e música.
Samba de Roda do Recôncavo Baiano • Brasil • 2005
Taquile e sua Arte Têxtil • Peru • 2005
Tradição do Teatro Dançado Cocolo • República Dominicana • 2005
Tradições Pastorais e Carros de Bois da Costa Rica • Costa Rica • 2005
Ásia
Akyns, Contadores de Épicos Quirguizes • Quirguistão • 2003
Os akyns são contadores de épicos dos quirguizes, performances de canção e poesia de
raízes ancestrais. As técnicas dos akyns são transmitidas oralmente, e incluem a trilogia
Manas (Manas, Semetey e Seitek) com mais de um milénio de existência. Muitos dos
épicos são semi-históricos, e são acompanhados por um alaúde de três cordas chamado
komuz.
Ballet Real do Camboja • Camboja • 2003
A dança clássica khmer faz parte das tradições cambojanas há mais de um milénio, e tem
celebrado coroações, funerais e casamentos reais. O ballet usa quatro personagens
principais: o macaco Sva, o gigante Yeak, a mulher Neang e o homem Neayrong, que
podem ser distinguidos pelas suas máscaras, trajes e gestos.
Cantos Baul • Bangladesh • 2005
Os Bauls são trovadores místicos do Bangladesh rural e do Bengala Ocidental, na Índia. O
movimento Baul atingiu o clímax no século XIX e início do século XX. A sua música e
estilo de vida influenciaram uma larga camada da cultura bengali. Os Bauls ganham a vida
cantando acompanhados pela ektara, um instrumento de uma corda, e por um tambor
chamado dubki. Os Bauls pertencem a uma tradição devocional pouco ortodoxa,
influenciada pelo hinduísmo, budismo, vasinavismo bengali e sufismo. Os Bauls não se
identificam com nenhuma religião organizada nem com o sistema de castas, e são
admirados tanto pela sua música e poesia, como por esta liberdade pessoal. A poesia,
música, canto e dança dos Baul têm como alvo encontrar o relacionamento do homem com
Deus e a libertação espiritual.
Canções de Sanaa • Iémene • 2003
A música tradicional do Iémene data do século XIV. Deriva da poesia clássica e é parte
importante das actividades sociais, rituais e cerimónias iemenitas. O cantor é acompanhado
por um qanbus (alaúde) e um sahn nuhasi, um tabuleiro de cobre equilibrado nos polegares
e percutido com os restantes dedos. A música corresponde a diversas melodias típicas; é no
entanto ricamente embelezada através do improviso.
Canto Épico Pansori • Coreia do Sul • 2003
O pansori é uma performance que usa contadores-trovadores acompanhados por um
tambor. Uma actuação pode durar mais de oito horas. Esta tradição teve origem no sudoeste
da Coreia no século XVII, espalhando-se através da gente comum até alcançar a
popularidade junto da população urbana sofisticada em finais do século XIX. Certos
elementos narrativos do pansori datam já do período Joseon, e incluem temas como o amor,
o luto e a família.
Cantos Hudhud dos Ifugao • Filipinas • 2001
A comunidade ifugao é conhecida pelos cantos hudhud, que datam pelo menos do século
VII. Há mais de duzentos cantos, cada um composto por 40 episódios; todos os versos
hudhud partilham uma única melodia. O cantor principal é uma mulher, e o seu irmão tem
um papel de maior destaque que o marido. Estes cantos empregam técnicas literárias
complexas, como a onomatopeia, a metáfora e a metonímia.
Dança da Máscara dos Tambores de Drametse • Butão • 2005
A Ngacham (“dança da máscara”) de Drametse é uma dança religiosa e cultural executada
em honra do guru budista Padmasambhava durante o Festival de Drametse. Tem lugar duas
vezes no ano, nos meses quinto e décimo do calendário butanês, no Mosteiro Ogyen
Tegchok Namdroel Choeling (distrito de Mongar, Butão Oriental). A dança, executada há
séculos neste lugar, compõe-se de dezasseis dançarinos em traje monástico e máscaras de
madeira imitando animais reais e míticos, acompanhados por uma orquestra de dez músicos
dirigidos por um tocador de címbalos. A dança tem uma parte calma e contemplativa, que
representa os deuses pacíficos, e uma parte rápida e atlética, em que os dançarinos
simbolizam deuses irados. Com o tempo, a Ngacham passou de um evento para Drametse e
aldeias vizinhas, para uma representação da identidade de toda a nação butanesa.
Épico Darangen do Povo Maranao do Lago Lanao • Filipinas • 2005
O darangen (língua maranao: “narrar em canção”) é um antigo canto épico rico em
conhecimentos sobre o povo maranao, que vive na região do lago Lanao da ilha de
Mindanao. Em 17 ciclos e 72 mil linhas, celebra passagens da história dos maranao e
tribulações dos seus heróis míticos, explorando ainda os temas da vida e da morte, namoro,
política, amor e estética através de simbologia, metáfora, ironia e sátira. O darangen
também codifica leis, padrões sociais e ética, e é usado como referência pelos anciãos na
aplicação da lei. É um testemunho da cultura pré-islâmica do povo maranao.
Espaço Cultural dos Gongos • Vietname • 2005
O espaço cultural dos gongos nas montanhas centrais do Vietname cobre diversas
províncias, e praticamente dezassete grupos étnicos minoritários, pertencentes aos grupos
linguísticos austro-asiático e austronésio. Estas populações praticam agricultura de
subsistência e desenvolveram as suas próprias tradições, estilos decorativos e tipos de
habitação. As suas crenças incluem o culto dos antepassados, xamanismo e animismo.
Intimamente ligadas ao dia-a-dia e ao ciclo das estações, estas crenças formam um mundo
místico onde os gongos intervêm como a linguagem privilegiada de comunicação entre os
homens, as divindades e o sobrenatural. Por trás de cada gongo oculta-se um deus ou deusa,
que é tão mais poderoso quanto mais velho seja o gongo. Cada família detém pelo menos
um gongo, que indica a riqueza, autoridade e prestígio da família, assegurando a sua
protecção. O gongo está presente em todos os rituais da vida comunitária como o principal
instrumento cerimonial.
Espaço Cultural dos Bedu de Petra e Wadi Rum • Jordânia • 2005
Os beduínos (Bedu) são um povo pastoral semi-nómada que habita no sul da Jordânia,
particularmente perto de Petra e de Wadi Rum, uma região de deserto e de planaltos semi-
áridos. Estas condições têm possibilitado a co-existência de comunidades nómadas e
sedentárias, que mantém um relacionamento complementar, e permitiram aos Bedu
preservar conhecimentos específicos sobre a flora e a fauna da região, medicinas
tradicionais, criação de camelos, fabrico de tendas, rastreio de animais e escalada, e rituais
relacionados com a arte de fazer café e com a hospitalidade. Os Bedu desenvolveram um
profundo conhecimento do seu ambiente, grande criatividade cultural, e um código social e
moral complexo – tudo isso transmitido oralmente.
Espaço Cultural e Cultura Oral dos Semeiskie • Federação Russa • 2001
Os Semeiskie são uma comunidade de “Velhos Crentes” separados da Igreja Ortodoxa nas
reformas do século XVI, residentes na região Transbaikal. Relocalizaram-se ali sob
Catarina a Grande e retiveram muitos elementos arcaicos da sua cultura, incluindo o
dialecto russo do sul. Os corais Semeiskie derivam da música litúrgica russa da Idade
Média, e incluem canto polifónico.
Espaço Cultural do Distrito de Boysun • Uzbequistão • 2001
Boysun é uma região do Uzbequistão, habitada desde tempos imemoriais. Há muito parte
de uma encruzilhada cultural, Boysun conta com uma quantidade de religiões como o Islão,
budismo, zoroastrianismo, xamanismo, e rituais como o festival de Navruz na Primavera,
que invoca o deus da chuva, e o rito familiar 40 dias após o nascimento da criança para
afugentar espíritos malignos. São comuns os cânticos tradicionais, usando temas dos épicos
nacionais, acompanhados por instrumentos de sopro e cordas.
Festival Gangneung Danoje • Coreia do Sul • 2005
O Festival Gangneung Danoje tem lugar na cidade e arredores de Gangneung, a leste da
cordilheira de Taebaek na península da Coreia, em honra do deus da montanha e dos deuses
e deusas secundárias. O ritual xamanístico ocorre no monte Daegwallyeong, e engloba
música tradicional e canções populares Odokddegi, o teatro mascarado Gwanno, poesia
narrativa oral e diversos passatempos populares. Na feira de Nanjang, o maior mercado ao
ar livre da Coreia e actualmente parte do festival, são vendidos produtos e artesanato local,
e têm lugar concursos, jogos e actuações de circo.
Hikaye Palestiniana • Palestina • 2005
A Hikaye palestiniana é uma forma narrativa contada por mulheres a outras mulheres ou
crianças. Os contos são fictícios, mas lidam com questões reais das famílias e da sociedade
árabe do Médio Oriente; assim, a Hikaye mostra um ponto de vista crítico feminino
relativamente à sociedade. A maioria dos conflitos narrados nos contos descrevem
mulheres divididas entre o dever e o desejo. O poder da narrativa está no uso de linguagem
particular, ênfase, ritmo e inflexão vocal de forma a capturar a atenção dos ouvintes, e
assim imergi-los num mundo de imaginação e fantasia.
Kabuki • Japão • 2005
Kabuki é uma forma de teatro japonês, conhecida pela estilização do drama e pela
elaborada maquiagem usada por seus atores. O significado individual de cada ideograma é
canto (ka), dança (bu) e habilidade (ki), e por isso a palavra kabuki é às vezes traduzida
como “a arte de cantar e dançar”. Sua origem remonta ao início do século XVII.
KrisKris Indonésio • Indonésia • 2005
O kris ou keris é um punhal assimétrico da Indonésia. Ao mesmo tempo arma e objecto
espiritual, são-lhe muitas vezes atribuídos poderes mágicos. Os krises mais antigos datam
de 1360, e o seu uso espalhou-se a partir dali para todo o Sudeste Asiático.
KutiyattamKutiyattam, Teatro Sânscrito • Índia • 2001
O Kutiyattam é a mais antiga tradição teatral da Índia. Tem origem sânscrita e encontra-se
no estado de Kerala. É apresentado em teatros existentes dentro dos templos hindus,
chamados Kuttampalams. Esta tradição tem já dois mil anos. De origem sagrada e
estritamente controlada, o Kutiyattam é hoje mais acessível embora se mantenham os
elementos espirituais, como a purificação dos actores e uma lamparina acesa durante toda a
representação para simbolizar a presença divina. As técnicas altamente estilizadas são
regidas por regras rigorosas, que até há pouco tempo estavam registadas em manuais
guardados secretamente por famílias específicas.
Mak Yong • Malásia • 2005
Esta antiga forma teatral criada pelas comunidades malaias da Malásia combina actuação,
música vocal e instrumental, gestos e trajes elaborados. Específico das aldeias de Kelantan
no noroeste do país, onde a tradição tem origem, o Mak Yong é representado
principalmente como entretenimento ou como ritual de cura.
Maqam do Iraque • Iraque • 2003
Maqam é a música clássica do Iraque – uma antiga tradição que tem raíz comum no Irão,
Uzbequistão e Azerbaijão. O maqam usa técnicas complexas de improvisação dirigidas
pelo qari (vocalista) acompanhado pela tshalghi (orquestra), composta por dumbak (tambor
de mão), daff (tamborim), santur (dulcimer com baquetas) e jawzah (rabeca). O repertório
maqam tem origem na poesia árabe clássica.
Muqam Uigur de Xinjiang • China • 2005
A comunidade uigur é uma das maiores minorias étnicas da República Popular da China. A
região de Xinjiang tem sido marcada ao longo dos séculos por um elevado grau de
intercâmbio cultural entre Oriente e Ocidente, particularmente pela sua localização na Rota
da Seda. O muqam uigur de Xinjiang é uma amálgama de canções, danças, música popular
e clássica, de grande diversidade de conteúdo e estilos. As canções variam em rima e
métrica, e são representadas a solo ou em grupo. As letras incluem tanto baladas populares,
como poemas dos mestres clássicos uigures. Assim, as canções abrangem uma variedade de
estilos, tais como poesia, provérbios, narrativa popular, e tópicos populares tais como o
elogio ao amor e a contemplação da vida, e reflectem tanto a história como a vida
quotidiana da sociedade uigur.
Música Guqin • China • 2003
O guqin é um instrumento semelhante a uma cítara com cerca de três mil anos de
existência. As técnicas instrumentais tornaram-se parte integrante da cultura intelectual
chinesa particularmente durante a Dinastia Han: os intelectuais deveriam aprender guqin,
go, pintura chinesa e caligrafia. O próprio instrumento é bastante complexo: para o tocar
são necessárias mais de cinquenta técnicas de dedilhação.
Música Shashmaqom • Tajiquistão e Uzbequistão • 2003
Shashmaqom é um tipo de música clássica da Ásia Central que usa uma variedade de
técnicas literárias, melodias e ritmos, e estilos tanto vocais, como instrumentais. As
actuações podem ser por um grupo de cantores, por apenas um indivíduo, ou por uma
orquestra de instrumentos de sopro, percussão e cordas.
Música Tradicional do Morin Khuur • Mongólia • 2003
O morin khuur é uma rabeca de duas cordas que já faz parte da cultura da Mongólia pelo
menos desde o império Mongol do século XIII. O instrumento é parte importante de
cerimónias e é tocado segundo diversas técnicas, normalmente a solo, mas por vezes
acompanhando canto longo, histórias ou danças. Algumas melodias morin khuur são usadas
para domar animais.
Nha Nhac, Música de Corte Vietnamita • Vietname • 2003
Nha nhac é uma forma clássica de música e dança vietnamita batante diversificada,
desenvolvida desde a dinastia Le (séc. XV e a dinastia Nguyen (séc. XX). A música é
tocada para celebrar feriados, funerais, coroações e cerimónias importantes. As orquestras,
com grande variedade de instrumentos de percussão bem como sopros e cordas,
acompanham um grande número de cantores e bailarinos, todos eles vestindo trajes
elaborados.
Olonkho, Epopeia Heróica Yakut • Federação Russa • 2005
O termo “Olonkho” designa os textos poéticos de numerosos épicos yakuts. O olonkho
pertence às mais ancestrais artes épicas dos povos turco-mongóis. É representado na
República de Sakha, situada no nordeste da Federação Russa. Este acervo literário
diversificado (os contos variam de dimensão entre dez linhas e 50.000) é usado como forma
de educação; descreve as crenças, valores e xamanismo, interpreta e explica diferentes
aspectos da realidade, e consiste em numerosas lendas sobre os feitos dos booturs, os
guerreiros da nação yakut.
Ópera Kunqu • China • 2001
A ópera kunqu será a mais antiga forma de ópera chinesa, do tempo da dinastia Ming
(séculos XIV–XVII). Kunqu recorre a dois papéis principais, um masculino e um feminino,
bem como um velho e diversos papéis cómicos. As performances incluem música e dança,
e são acompanhadas por diversos instrumentos de cordas, sopro e percussão.
Ramlila: Representação Tradicional do Ramayana • Índia • 2005
Ramlila, literalmente “o teatro de Rama”, é uma performance do épico Ramayana sob a
forma de uma sequência de cenas que incluem canção, narração, recital e diálogo. É
representado em todo o norte da Índia durante o festival de Dussehra, que tem lugar todos
os anos em Outubro ou Novembro, segundo o calendário ritual. As Ramlilas mais
representativas são as de Ayodhya, Ramnagar e Benares, Vrindavan, Almora, Sattna e
Madhubani.
Recitação Védica • Índia • 2003
Os Vedas (sânscrito: “o saber”) são uma antiga colecção de filosofia, mitologia e poesia
sânscrita, desenvolvida há mais de 3.500 anos pelos arianos. Incluem o Rig Veda (uma
colecção de hinos), o Sama Veda (acompanhamento musical), o Atharva Veda (feitiços e
cerimónias) e o Yajur Veda (orações e rituais). Os versos dos Vedas são entoados de forma
tradicional, e foram transmitidos principalmente de forma oral.
JongmyoRito Real Ancestral e Música Ritual no Santuário de Jongmyo • Coreia do Sul •
2001
Jongmyo é um santuário confucionista em Seoul, local de um rito anual executado no
primeiro Domingo de Maio pelos descendentes da família real coreana. O rito tem origem
chinesa, embora já tenha sido extinto na China, e inclui uma oração pelos antepassados,
música e dança. A forma moderna do ritual data do século XV. Começa com a oferta de
manjares e libações pelos sacerdotes, seguida de música tocada com flautas, cítaras, sinos,
gongos e alaúdes, e de uma dança por 64 dançarinos que apresentam uma alternância entre
Yin e Yang.
Sbek Thom, Teatro de Sombras dos Khmer • Camboja • 2005
O Sbek Thom é um teatro de sombras khmer que usa fantoches não articulados com dois
metros de altura, feitos em couro. Anterior ao período angkoriano, o Sbek Thom é
considerado sagrado, tal como o ballet real e o teatro de máscaras. As performances,
dedicadas as divindades, tinham lugar apenas em algumas ocasiões específicas do ano, tal
como o ano novo khmer, o aniversário do rei ou a veneração de pessoas famosas. O teatro
de sombras foi enfraquecido após a queda de Angkor no século passado. Evoluiu no
entanto de uma actividade cerimonial para uma forma de arte, embora retenha a sua
dimensão ritualista.
Teatro de Marionetas Ningyo Jōruri Bunraku • Japão • 2003
Ningyo Jōruri Bunraku é uma arte de palco que engloba marionetas, canto e
acompanhamento musical. Surgiu no século XV da junção do teatro Jōruri com a
manipulação de fantoches. As narrativas desta forma antiga de Ningyo Jōruri Bunraku
derivaram do sewamono (teatro contemporâneo) e do jidaimono (peças históricas). O teatro
atingiu a sua forma actual no final do século XIX the 19th century, em que três bonecreiros
manipulam enormes fantoches enquando um músico toca o shamisen e um narrador (tayu)
descreve as acções e os personagens.
Teatro de Marionetas Wayang • Indonésia • 2003
O Wayang é um teatro de marionetas com origem na ilha de Java, hoje espalhado por toda a
Indonésia. As marionetas podem ser feitas de madeira, ou serem silhuetas projectadas numa
tela iluminada. A representação é acompanhada com instrumentos de bronze e gamelans.
As tradições da narrativa Wayang têm origem não só no arquipélago indonésio, como na
Índia e Pérsia.
Teatro Nōgaku • Japão • 2001
Iniciado com a importação do teatro Sangaku (Sarugaku) chinês no século VIII, o Nōgaku
adquiriu a sua forma actual no século XIV e é a principal forma de teatro japonês. Existe
em duas formas: o Nō com um narrador sobrenatural e actores mascarados, e o Kyōgen,
cómico e mais semelhante à tradição Sangaku. O texto do Nōgaku é falado na linguagem
do povo entre os séculos XII e XVI.
Urtiin Duu, Cantos Longos Tradicionais Mongóis • Mongólia, China • 2005
O urtiin duu, ou “canto longo”, é uma forma de expressão ritual que detém um lugar
destacado na sociedade mongol. É executado em casamentos, na inauguração de uma nova
casa, no nascimento de uma criança, na marcação dos bezerros, no naadam e em outras
celebrações sociais e religiosas das comunidades nómadas da Mongólia. É um canto lírico
em 32 versos com uma melodia extremamente elaborada louvando a beleza da estepe,
montanhas e rios, o amor aos pais ou a amigos íntimos, expressando reflexão sobre o
destino humano. Os urtiin duu encontram-se registados desde o século XIII, e pensa-se que
tenham cerca de dois mil anos.
Europa
Artes dos Meddah, Contadores de Histórias Públicos • Turquia • 2003
Bistritsa Babi (Avozinhas de Bistritsa) – Polifonia, Danças e Rituais Arcaicos da Região de
Shoplouk • Bulgária • 2005
Căluş • Roménia • 2005
Canto A Tenore, Expressão da Cultura Pastoral da Sardenha • Itália • 2005
O canto A Tenore desenvolveu-se dentro da cultura pastoral da Sardenha. É uma forma
muito específica de canto polifónico gutural executado por um grupo de quatro homens
com quatro vozes diferentes: bassu, contra, boche e mesu boche. Os cantores formam um
círculo de pé; o solista canta um excerto de prosa ou um poema, enquanto as outras vozes
executam o acompanhamento. De forma a ouvir a sua própria voz e em simultâneo a dos
outros cantores, e assim atingir perfeita harmonia, os cantores tapam um dos ouvidos com a
mão.
Canto Polifónico Geórgio • Geórgia • 2001
O canto polifónico é uma antiga tradição da Geórgia, presente pelo menos desde o século
IV, altura em que o Cristianismo se tornou religião oficial. Consiste em quatro tipos
principais (polifonia monotónica, em contraponto, paralela e ostinato). A Svanétia, região
montanhosa no noroeste, apresenta a polifonia paralela; a Geórgia ocidental tem o
contraponto com yodel; a Khakétia na Geórgia oriental apresenta uma forma de canto em
diálogo de solistas com um fundo de polifonia monotónica; e todas as regiões da Geórgia
apresentam polifonia de tipo ostinato. Entre as tradiçõs da Khaketia conta-se a melodia
Chakrulo, perfeitamente sui generis.
Carnaval de Binche • Bélgica • 2003
Celebrações de Música e Dança do Báltico • Letónia, Estónia e Lituânia • 2003
Escultura de Cruzes e o seu Simbolismo na Lituânia • Lituânia, Letónia • 2001
Espaço Cultural Kihnu • Estónia • 2003
Fujara e a sua Música • Eslováquia • 2005
Gigantes e Dragões Processionais da Bélgica e França • Bélgica, França • 2005
Iso-polifonia Popular Albanesa • Albânia • 2005
Mistério de Elx • Espanha • 2001
Mugam do Azerbaijão • Azerbaijão • 2003
Música Duduk • Arménia • 2005
O duduk, ou oboé arménio (também chamado tsiranapokh ou gaita do damasqueiro) é um
instrumento de palheta simples ou dupla feito de madeira de alperce, com um timbre
quente, suave e levemente anasalado. A cana usada para a palheta, chamada ghamish ou
yegheg, é uma planta nativa que cresce nas margens do rio Arax. As raízes deste
instrumento datam do reino de Tigran o Grande (95 a.C.-55 a.C.). O duduk acompanha
músicas tradicionais arménias, e é tocado em eventos sociais tais como casamentos e
funerais.
Opera dei Pupi, Teatro de Marionetas Siciliano • Itália • 2001
Patum de Berga • Espanha • 2005
O Patum de Berga é uma festa religiosa popular que preservou as suas raízes pagãs, apesar
de certos elementos terem sido reinterpretados pelo Catolicismo. Consiste num conjunto de
representações teatrais e numa variedade de efígies colocadas nas ruas, e tem acompanhado
as procissões do Corpo de Cristo desde a Idade Média. Entre as efígies contam-se turcos,
cavalos, demónios, dragões, águias, anões de cabeças enormes, e gigantes; todas as figuras
se reúnem na dança final, o Tirabol.
Sema dos Mevlevi • Turquia • 2005
Os Mevleviye são uma ordem sufi fundada em 1273 em Konya, de onde se expandiu por
todo o Império Otomano. Actualmente existem Mevleviye em comunidades turcas por todo
o mundo, mas os de Konya e Istambul são particularmente famosos. Os Mevleviye são
famosos pelas suas danças rodopiantes, denominadas Sema.
Slovácko Verbuňk, a Dança dos Recrutas • República Checa • 2005
Oceania
Desenhos na Areia de Vanuatu • Vanuatu • 2003
Os desenhos na areia de Vanuatu são uma forma ritual de expressão produzida or
especialistas, que usam um único dedo para compor padrões geométricos complexos, e no
entanto produzidos com uma única linha. Os símbolos são usados para comunicar entre os
diferentes povos de Vanuatu, bem como para registar rituais, história, canções e
conhecimentos. Os desenhos na areia tipicamente executam diversas funções em
simultâneo, podendo ser lidos ao mesmo tempo como arte, informação, mensagens,
pensamentos contemplativos e ilustração narrativa.
Lakalaka, Danças e Discursos Cantados de Tonga • Tonga • 2003
A tradição lakalaka de Tonga inclui música, dança e oratória, e é executada em celebrações
importantes como coroações e o aniversário da constituição. O lakalaka tem raízes numa
dança local chamada me'elaufola, e atingiu a forma moderna, no século XIX. As
performances de grupos de centenas de indivíduos em filas, divididos por sexos, cada qual
com o seu estilo. A tradição é liderada por um poeta, compositor e coreógrafo designado
punake.