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Cadeira de PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS Artur Filipe dos Santos

Património Cultural - O Caminho de Santiago Aula 2 - Artur Filipe Dos Santos - Universidade Sénior Contemporânea Facebook

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  • Cadeira de

    PATRIMNIO CULTURAL PORTUGUS

    Artur Filipe dos Santos

  • O CAMINHO DE SANTIAGO PATRIMNIO CULTURAL DA F

    2 Aula 2

  • Artur Filipe dos Santos

    [email protected] artursantos.no.sapo.pt politicsandflags.wordpress.com Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicao, Publicidade Relaes Pblicas e

    Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitrio, consultor e investigador em Comunicao Institucional e Patrimnio, Protocolista, Socilogo.

    Director Acadmico e Professor Titular na Universidade Snior Contempornea, membro da Direo do OIDECOM-Observatrio Iberoamericano de Investigao e Desenvolvimento em Comunicao, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo. Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da UNESCO para o Patrimnio Mundial, membro do Grupo de Investigao em Comunicao (ICOM-X1) da Faculdade de Cincias Sociais e da Comunicao da Universidade de Vigo, membro do Grupo de Investigao em Turismo e Comunicao da Universidade de Westminster. Professor convidado da Escola Superior de Sade do Instituto Piaget. Orador e palestrante convidado em vrias instituies de ensino superior.

    Artur Filipe dos Santos - artursantos.no.sapo.pt

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  • A Universidade Snior Contempornea

    Web: www.usc.no.sapo.pt Email: [email protected] Edies online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com A Universidade Snior Contempornea uma instituio

    vocacionada para a ocupao de tempos livres dos indivduos que se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas matrias tericas e prticas,adquirindo conhecimentos em mltiplas reas, como lnguas, cincias sociais, sade, informtica, internet, dana, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade de participao em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da USC, USC Web TV, conferncias, colquios, visitas de estudo. Desenvolve manuais didticos das prprias cadeiras lecionadas(23), acessivis a sniores, estudantes e profissionais atravs de livraria online.

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  • Em finais do sculo VIII difunde-se no noroeste da pennsula Ibrica a lenda de que Santiago Maior tinha sido enterrado nessas terras.

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  • Em 812 ou 813, um eremita chamado Pelgio avistou uma estrela pousada no bosque Libredn (local onde se situa atualmente a Igreja de So Flix de Solovio (San Fiz), sobre uma urna de mrmore.

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  • Isso mesmo comunicou ao bispo Teodomiro de Iria Flvia, que se deslocou ao local e ali identificou o achado como sendo o o sepulcro de Santiago com o corpo decapitado do apstolo, nos restos de uma antiga capela e de um antigo cemitrio romano.

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  • Esta suposta descoberta coincide com a chegada ao reino asturiano de morabes fugidos das zonas dominadas pelos muulmanos, que procuravam um local onde pudessem praticar as suas crenas religiosas crists.

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  • A figura de Santiago est intimamente ligada Reconquista, da qual foi de certa forma padroeiro, como ainda de Espanha.

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    Os Caminhos de Santiago correm toda a Europa

  • Uma das representaes mais comuns em Espanha do apstolo a de Santiago Mata-mouros (Matamoros), que representa a sua apario milagrosa como combatente montado num corcel branco na batalha de Clavijo, supostamente travada em 844, na qual Ramiro I das Astrias, que tinha sido cercado por um grande exrcito muulmano na sequncia de se ter recusado a pagar tributo, conseguiu vencer os infiis com a ajuda milagrosa de Santiago.

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  • A batalha de Clavijo, por muitos considerada uma lenda, frequentemente apontada como uma das batalhas decisivas do incio da reconquista crist da pennsula Ibrica.

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  • Os estudos histrico-arqueolgicos levados a cabo no sculo XX na catedral de Santiago revelaram que desde as pocas galaico-romana e sueva Compostela ora um lugar importante, onde eram sepultados altos dignitrios civis ou religiosos, muito antes de 813.

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  • Isto pode corroborar a opinio de diversos estudiosos de que foi Prisciliano, patriarca da igreja galega no sculo IV, e no Santiago, que foi enterrado no local. Prisciliano foi decapitado em Trveris, Alemanha, em 385, mas o seu corpo teria sido trazido para o norte da Pennsula.

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  • Outros estudiosos propoem que Prisciliano teria sido enterrado perto de Astorga, outros no lugar de Os Martores ("Os Mrtires" em galego), em San Miguel de Valga, na provncia de Pontevedra.

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    blogs.hoy.es

  • Segundo outra tradio, os restos mortais de Santiago Maior esto na Baslica Saint-Sernin (So Saturnino), em Toulouse, para onde teriam sido levadas por Carlos Magno, vindas da Galiza durante uma campanha contra os Sarracenos.

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    Patrimnio Cultural O Caminho de Santiago

    en.wikipedia.org

  • O rei Afonso II das Astrias (r. 791842) teria tambm sido o primeiro peregrino de Santiago da histria quando se deslocou ao local com a sua corte. Afonso II, o Casto mandou tambm construir uma igreja no local onde, segundo a lenda, repousam os restos do apstolo Santiago, onde estabeleceu uma comunidade religiosa permanente.

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  • Com o passar dos anos, essa igreja converteu-se num dos principais centros de peregrinao da cristandade e deu origem ao Caminho de Santiago, uma via pela qual se expandiram na pennsula Ibrica os novos estilos arquitetnicos que triunfaram na Europa.

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  • O Caminho estendeu-se por toda a Europa crist e o nmero de peregrinos aumentou consideravelmente graas aos contactos culturais entre as naes europeias.

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  • Incio da peregrinao A promoo de Compostela

    como centro de peregrinao teve o beneplcito de Carlos Magno, que nela via mais uma forma de defender as suas fronteiras de invases rabes. A notcia espalhou-se por toda a Europa crist e os peregrinos comearam a acorrer ao lugar do sepulcro, o chamado Campus Stellae ("Campo da Estrela"), que degenerou no termo Compostela.

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    Fonte: Wikipedia

  • O culto a Santiago estendeu-se por toda a Galiza e Astrias no sculo IX. Afonso III peregrinou em 872 e voltou em 874 com a rainha Jimena, ordenando a edificao de uma nova baslica, que foi consagrada no ano 889.

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  • durante o reinado de Afonso III que a peregrinao a Compostela chega aos Pirenus. A Diocese de Iria e o seu titular tornaram-se a mais poderosa administrao eclesistica no s da Galcia medieval, como de toda a pennsula Ibrica cujo poder e riqueza foi crescendo com as constantes doaes por parte de monarcas.

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  • No sculo X comeou a desenvolver-se o Caminho Francs, passando a haver peregrinos vindos de Tours, Limoges e de Le Puy. Em meados do sculo anterior, o bispo Godescalco de Le Puy, um dos primeiros peregrinos estrangeiros de renome.

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  • No incio do sculo XI, Sancho III, o Grande fixou o traado definitivo do Caminho de Santiago a norte, ao livrar de incurses muulmanas a zona compreendida entre os Pirenus e Njera, aproveitando o uma antiga estrada romana e substituindo o percurso anterior que atravessava lava.

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    Fonte: Wikipdia

  • A ele deve-se tambm a influncia dos beneditinos da Abadia de Cluny ao longo de toda o Caminho.

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  • Na opinio do historiador espanhol Menndez Pidal, em certo sentido pode considerar-se o caudilho muulmano Almanor como o grande revitalizador do Caminho de Santiago, que a ele deve a sua fama internacional.

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  • Com efeito, os repetidos ataques de Almanor aos reinos cristos hispnicos chegaram a preocupar os monges de Cluny, ento o centro mais importante do cristianismo europeu.

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  • Um dos grandes impulsionadores da peregrinao no sculo XII foi o papa Calisto II (r. 11191124), instituiu os Anos Santos (ou jubilares) Compostelanos.

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  • Tudo isto acontece em pleno perodo das cruzadas (a primeira iniciada em 1095) e da fundao da Ordem dos Templrios em 1118 para proteger a peregrinao a Jerusalm.

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  • Religiosos vinculados a Cluny elaboraram a Historia Compostellana e o Codex Calixtinus. Este ltimo foi publicado cerca de 1140 e o seu Livro V, atribudo ao monge do Poitou Aimery Picaud, ainda hoje considerado a fonte de muitos guias publicados atualmente.

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    tradio dar um abrao imagem De Santiago, que se encontra no Altar da catedral em Compostela

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  • Este livro descreve quatro rotas em Frana, uma a partir de Paris, e as restantes a partir de Vzelay, Puy e Arles, que se juntam em Ostabat-Asme, nos Pirenus Atlnticos; o caminho seguia depois para Navarra convergindo com outras rotas em Puente la Reina, de onde sai uma rota bem definida que liga Burgos, Carrin de los Condes, Sahagn, Leo, Astorga e Compostela.

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  • Os reis ibricos favoreceram muito a constituio e proteo de uma rede de mosteiros cluniacenses no norte da pennsula Ibrica, particularmente em redor do Caminho. Essa poltica est intimamente ligada ao desejo dos monarcas de romper o seu isolamento em relao ao resto da Cristandade mediante laos dinsticos, culturais e religiosos.

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  • Muitos dos primeiros peregrinos provinham de regies da Europa pioneiras em novidades musicais. Partindo do norte e de zonas mais centrais de Frana, tinham passado por locais de culto como Chartres e Tours.

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    Codex Calixtinus Fonte: Wikipedia

  • Ali puderam escutar as melodias que todo o ocidente cristo considerava o verdadeiro legado do papa Gregrio. Pouco importava aqueles que vinham do norte de Itlia, atravessando os Alpes e Pirenus, que lhes dissessem que nas suas terras de origem o rito litrgico era mais antigo e venervel do que aquele a que eles chamavam romano.

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    www.uv.es

  • To pouco importava muito que, uma vez entrados em territrio hispnico, estando reunidos peregrinos de distintas procedncias num mesmo Caminho, parassem em algum mosteiro riojano e ali se lhes falasse com alguma nostalgia de uma liturgia que at h pouco tempo era o elemento unificador frente s hostes de Al que desde h sculos ocupava grande parte do territrio hispnico.

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  • Nesses mosteiros riojanos e castelhanos ainda se encarariam com algum receio aqueles caminhantes que se dirigiam a Campus Stellae seguindo precisamente a a rota pela qual tinha entrado o principal inimigo do rito hispnico.

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  • Pela rota jacobeia as antigas cerimnias e costumes foram sendo modificados para que aqueles que vinham de regies remotas pudessem entender algo do culto que escutavam.

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  • Tanto assim que, ante os desejos unificadores de Afonso VI, o rito autctone foi abolido e substitudo pela liturgia dita romana.

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    www.documentarios.org

  • Consolidao da rota jacobeia O nmero de peregrinos aumentou consideravelmente a

    partir do sculo X, quando a populao europeia logrou sair do isolamento de pocas anteriores e inicia uma srie de contactos e intercmbios que, no campo religiosos, levaram a fazer da peregrinao a forma mais difundida de devoo.

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  • Roma, Jerusalm e Santiago de Compostela sero os destinos mais importantes: todos os caminhos levam a Roma. Os cruzados e as cidades martimas italianas abrem a rota de Jerusalm.

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  • Os monarcas de Navarra, Arago, Castela e Leo facilitam a viagem a Santiago atravs da construo de pontes, reparao de caminhos, edificao de hospitais e, de modo geral, melhorando as infraestruturas das localidades por onde passava o caminho. Isso favoreceu a o repovoamento das cidades, em especial com francos, o que tambm foi estimulado atravs da iseno de taxas de portagem aos peregrinos.

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    Fonte: Wikipedia

  • Os registos mais antigos de peregrinos vindos de alm-Pirenus que visitaram o santurio data de meados do sculo XI, mas aparentemente s um sculo depois que um elevado nmero de peregrinos de fora da pennsula Ibrica comearam a ser presena regular.

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  • Os registos mais antigos de peregrinos de Inglaterra so do perodo entre 1092 e 1105. Porm, no incio do sculo XII a peregrinao j se tinha transformado em algo altamente organizado.

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  • Tendo-se convertido no terceiro centro de peregrinao da cristandade, s superado por Roma e Jerusalm, a partir do sculo XI ou XII chegavam a Compostela peregrinos vindos dos mais diversos pontos da Europa, desde a Occitnia e resto da Frana, Navarra, Arago e Catalunha por terra, at s Ilhas Britnicas, Escandinvia e Alemanha por via martima.

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  • O fenmeno jacobeu foi decisivo para a conformao cultural e econmica do Reino da Galiza. O carter apostlico da sua igreja e as riquezas acumuladas graas aos peregrinos permitiram a um bispo empreendedor, Diego Gelmires (ca. 10591139), converter a sua s de Compostela em arquidiocese e construir no s uma catedral que foi um centro artstico e religioso de primeira importncia, como tornar Santiago uma cidade com intensa atividade comecial derivada da sua condio de cidade santa, onde seriam coroados os reis galegos e onde se desenvolveria a a escola literria galaico-portuguesa.

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  • Declnio

    Depois do sculo XIV deram-se muitas convulses sociais na Europa que afastam os potenciais peregrinos para outros destinos. Por outro lado, a Reconquista desloca toda a ateno econmica e governamental dos reinos ibricos para sul.

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    www.ccvalg.pt

  • O Caminho de Santiago perde o esplendor dos sculos anteriores. O Grande Cisma do Ocidente em 1378 agrava a situao e divide a cristandade ocidental.

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    velocipedia.blogspot.com

  • O sculo XV tambm no trouxe a revitalizao, devido s muitas conturbaes vividas no velho continente nesse perodo: guerras, fome, peste, ms colheitas, secas, etc.

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  • Apesar de tudo, muitos peregrinos continuaram a acorrer ao tmulo do apstolo para cumprir a sua penitncia mas, ano aps ano, o Caminho foi caindo no esquecimento.

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  • Ressurgimento no final do sculo XX

    Depois de sculos em que pouco mais foi que uma memria do passado em 1985/86 registaram-se na Oficina de Acogida de Peregrinos da catedral de Santiago apenas 2 491 peregrinos a partir da dcada de 1980 o Caminho ganhou cada vez mais popularidade, para o que contribuiu o esforo de sinalizao dos trilhos e percursos urbanos, principalmente no norte de Espanha (o Caminho Francs, o mais concorrido), mas tambm pelo resto de Espanha, em Frana e Portugal (principalmente no Norte), a par da recuperao e da abertura de novos albergues de peregrinos ao longo do caminho.

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  • Apesar de muitas das pessoas, segundo algumas fontes a maioria, no fazerem o percurso por razes religiosas, mas por lazer, o nmero de peregrinos registados no tem parado de crescer, principalmente nos Anos Jubilares, quando o dia do apstolo, 25 de julho coincide com um domingo (1993, 1999, 2004 e 2010; o prximo em 2021).

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    http://ocaminhodecompostela.blogspot.pt/

  • Nas ltimas dcadas, a interpretao do santurio catlico sofreu uma evoluo doutrinal, com a palavra "tmulo" a desaparecer dos discursos dos ltimos papas. Joo Paulo II falou do "memorial de Santiago", sem usar a palavra "relquias", e Bento XVI disse simplesmente que a catedral de Compostela "est ligada memria de Santiago.

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    Fonte: Wikipedia

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    Fonte: Wikipedia

  • Smbolos do Caminho A concha de vieira, facilmente

    encontrada nas costas da Galiza, desde h muito o smbolo do Caminho de Santiago e dos seus peregrinos. Ao longo dos sculos, a vieira ganhou significados mticos, metafricos e prticos, se bem que possivelmente a sua relevncia se deva ao desejo dos peregrinos e visitantes de Compostela levarem para casa uma recordao.

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    Fonte: Wikipedia

  • As duas verses lendrias mais comuns sobre a origem do smbolo relacionam-se com a morte de Santiago, que foi decapitado em Jafa ou Jerusalm em 44 d.C.. Segundo a tradio, ele teria passado algum tempo pregando o Evangelho na Hispnia, mas voltou para a Judeia depois de ter tido uma viso da Virgem Maria na margem do rio Ebro.

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  • Primeira verso: Depois da morte de Santiago os seus discpulos levaram o corpo de barco para a pennsula Ibrica, para ser enterrado no que hoje Santiago de Compostela. Ao largo da costa ibrica, uma violenta tempestade atingiu o navio e o corpo caiu ao mar tendo-se perdido. Contudo, depois de algum tempo, deu costa sem estragos, coberto por vieiras.

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  • Segunda verso: Depois da morte de Santiago o seu corpo foi misteriosamente transportado por um navio sem tripulao para a pennsula Ibrica, para ser enterrado no que hoje Santiago de Compostela. Quando o navio se aproximou de terra, estava a decorrer um casamento na costa.

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  • O jovem noivo estava montado num cavalo e ao ver o navio aproximar-se o cavalo assustou-se e cavaleiro e montada mergularam no mar. Atravs de uma interveno miraculosa, o cavaleiro e o seu cavalo emergiram da gua vivos, cobertos de conchas

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    www.caminhodesantiago.com.br

  • A concha de vieira tambm uma metfora. Os sulcos radiantes na concha, que se juntam num s ponto, representam as vrias rotas usadas pelos peregrinos, que acabavam por chegar todos ao mesmo destino o sepulcro de Santiago em Compostela.

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    santiago2009.no.sapo.pt

  • A concha alm disso uma metfora do peregrino: como as ondas do oceano arrastam conchas de vieira para as costas da Galiza, a mo de Deus guia os peregrinos para Santiago.

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  • A concha tinha tambm utilidade prtica para os peregrinos, pois tem o tamanho adequado para tirar e beber gua das fontes e para servir como tigela de comida. Tradicionalmente, a vieira pendurada no chapu, outro artefato tpico do peregrino, ou ento na roupa.

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  • No passado, os peregrinos apresentavam-se em igrejas, castelos, mosteiros, etc. ao longo do Caminho e podiam contar com oferta da comida que conseguissem recolher com uma colherada da concha. Provavelmente davam-lhes aveia, cevada e talvez cerveja ou vinho.

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  • Dessa forma, at as casas mais humildes podiam ser caridosas com os peregrinos sem risco de serem sobrecarregadas. A vieira como animal est associada a Santiago nos lxicos de vrias lnguas; coquille Saint Jacques ("concha de Santiago") designa o molusco e o molho com o qual geralmente preparado em francs; em alemo as vieiras so chamada Jakobsmuscheln (literalmente "mexilhes de Santiago").

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  • Outros smbolos: o basto e a Via Lctea

    Outro acessrio tpico do peregrino um bordo de caminhada ou cajado,que tradicionalmente tem uma travessant ou um gancho para poder ser levado no ombro com coisas penduradas nele penduradas.

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  • O nome popular da nossa galxia, a Via Lctea, em Portugal e Espanha "Caminho de Santiago, porque supostamente indica o caminho para Santiago de Compostela noite. De acordo com uma lenda medieval, a Via Lctea (do latim "estrada de leite", devida ao seu aspecto de mancha esbranquiada no cu), foi formada pela poeira levantada pelos peregrinos quando caminhavam.

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    pt.wikipedia.org

  • Compostela (em latim: Campus Stellae) tambm tem reminiscncias csmicas, pois significa "campo de estrelas", em aluso lenda da descoberta do tmulo pelo eremita Pelgio. Outra origem para a associao entre a galxia e o Caminho o volume IV do Liber Sancti Jacobi ("Livro de Santiago", ou Codex Calixtinus), do sculo XII que relata que o santo apareceu em sonhos a Carlos Magno, pedindo-lhe que libertasse o seu tmulo dos Mouros e dizendo-lhe que para o encontrar devia seguir o caminho indicado pela Via Lctea.

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    pt.wikipedia.org

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    Patrimnio Cultural O Caminho de Santiago

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