74
I' edição. maio de 2008 I. Brasil· PulíliQ econômica, 2. Brasil • Condições econ ômicas. .t Brasil· Polhio e 200]·. I. Título. 11. S.:nr. Cop)'rigln <!) Leda Maria Paulani Copyrigh. desta edição (;l Boircmpc Editorial. !OOS Bra.sil Daim)' : razões, contradições e limites da polüica econômica nos primeiros seis meses do governo Lula 15 7 §çm esperança de ser país: .;{governo Lula. dezoito meses depois 53 Sl·M"\H\O o Brasil como pbt:lrorma de valorizaçâo financeira internacional (um balanço da polírica econômica do primeiro ano do governo Lula) : 35 . :8 Lula' (alternativa ao neoliberalísrno! 67 e servidão financeira: do último quarto de século 73 . , neoliberal para a sociedade brasileira: : . - 105 1. . "";. n<l.mlca c seus Impass('$ .- - _ .. :-:çt;' . polüico dos temas econômicos: de posfácio _ t: 141 ·: 'J,.·/j' Jh Íio .c: .. ; 147 . ."I .". :... CDD: 3.l8 .981 t:DU: 338.2(81) lvana Jinkings Ana Paula Casrellani João Alexandre Pesch3nski Vlvian Miwa Marsushira Bibiana Leme l.uciana Soares da Silva Guilherme Xavier Raquel S,lbberry Brião Mareei lha úspa Diagrama(iío l'rodufiío AlSISlmu alitor;,,1 PrrplITa(iiO RnJilf;D Coordmafiio rdilon"f Editara 08·1168. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte adia obra podcrã se. utilizada 011 reproduzida sema Cllpt= aurorizaçâo da editora, CIP·BRASIL. CATALOGAÇÃO·NA.FONTE SINDICATO NACIONAL DOS eDITORES DE LIVROS . RJ P349b Paulani, Leda, 1954- Brasil Delivery : servidão fioanceira e estado de emergência econômico I l.eda Mana !':lulan;, . São Paul" : Boieempo, 2008. (Emou de sírio) Inclui bibliografia ISBN 978-85-7559-115-4 BOlTEMPO EDITORIAL Editores Associados Lida . 'ud idcs •Je Andrnde. 27 Perdizes 05030·030 510 Paulo SP (11) 386..,·6947 I 3872-6869 [email protected].hr . ./ o

PAULANI, Leda Brasil Delivery

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Leda Neoliberalismo Brasil

Citation preview

Page 1: PAULANI, Leda Brasil Delivery

I'edição.m

aiode

2008

I.B

rasil·P

ulíliQeconôm

ica,2.

Brasil

•C

ondiçõesecon

ômicas.

.tB

rasil·P

olh

ioe~\..,rno

•2

00

]·.I.

Títu

lo.

11.S.:nr.

Cop)'rigln

<!)

Leda

Maria

PaulaniC

opyrigh.desta

edição(;l

Boircm

pcE

ditorial.!O

OS

Bra.silD

aim

)':razões,contradições

elim

itesda

polüica

econômica

no

sp

rimeiro

sseis

meses

dogoverno

Lula

15

Ap~S(lI'afiio

7

§çmesperança

deser

país:

.;{governoL

ula.dezoitom

esesdepois53

Sl·M"\H

\O

oB

rasilcom

opbt:lrorm

ade

valorizaçâofin

anceira

internacional(um

balançoda

políricaeconôm

ica

doprim

eiroano

dog

ov

erno

Lula)

:35

.:8~-.:emo

Lula'(altern

ativa

aoneoliberalísrno!

67

~~~imemos

eservidão

financeira:

j'~:Jhasildo

último

quartode

século73

~;..~:..;~

,

i:q~rojeto

neoliberalparaa

sociedadebrasileira:

:~

:di'

.-

1051.."";.

n<l.mlca

cseu

sIm

pass('$.-

-_

..:-:ç

t;'.':~P

~fuaispolüico

dostem

aseconôm

icos:

~[~;~;~de

posfácio_

t:141

·:'J,.·/j'JhÍio.c:

~~'iT.~~..~

J'"

;147

'~f_·.f.i;~,.:~::~.:;.~

~~

."I~~

.":

.t~;;~ft.

)1;~~.".:...

CD

D:

3.l8.981

t:DU

:3

38.2(81)

lvanaJinkings

Ana

PaulaC

asrellaniJoão

Alexandre

Pesch3nski

Vlvian

Miw

aM

arsushira

Bibiana

Lem

e

l.ucianaSoaresda

Silva

Guilherm

eX

avier

RaquelS

,lbberryB

rião

Mareei

lha

úspaD

iagrama(iío

l'rodufiío

AlS

ISlm

ualitor;,,1

PrrplITa(iiO

RnJilf;D

Coordm

afiiord

ilon

"f

Editara

08

·11

68

.

Todos

osdireitos

reservados.N

enh

um

aparte

adia

obrapodcrã

se.utilizada011reproduzida

sema

Cllp

t=aurorizaçâo

daeditora,

CIP

·BR

AS

IL.C

AT

AL

OG

ÃO

·NA

.FO

NT

ES

IND

ICA

TO

NA

CIO

NA

LD

OS

eD

ITO

RE

SD

EL

IVR

OS

.RJ

P349b

Paulani,L

eda,1954-

Brasil

Delivery

:serv

idão

fioanceirae

estado

deem

ergên

ciaeconôm

icoI

l.edaM

ana

!':lulan;,.

SãoPaul"

:B

oieempo,

2008.(E

mou

desírio)

IncluibibliografiaISB

N978-85-7559-115-4

BO

lTE

MP

OE

DIT

OR

IAL

rii?;:':~-=;.;....,-=.:.r.=:...:...:;::=::::::....".q:ingsEditores

Associados

Lida.

'udidcs

•JeA

ndrnde.27

Perdizes0

50

30

·03

0510

Paulo

SP~~~----1f--...:::.:;;.;:::...::::...:::;ç,oL.t2x

:(11)

386..,·6947I

3872-6869ilO

r@boircm

poedirorial.com.h

rr.:::;::,::::::=-:~+=;=:::.;;=:::::.:==:t,'WW.boitcmpordiloríal

.com.br

../o

Page 2: PAULANI, Leda Brasil Delivery

I-i)--

-!!

:\PRE

SE:"T

:\<':,\O

.'.."

.-r,

.:":.~:

:~'{~il'

Em

outubrode

2002,L

uizInácio

Lula

daSilva

foieleitopresiden­

tedo

Brasil.M

eninom

igranre,vindodo

Nordeste

pobrepara

oSudeste

.#co

noem

blemático

"pau-de-arara",torna-se,com

om

uitosoutros

deidêntica

trajetória,operário

docentro

industrialdo

país.C

arismático

.~,de

falafácil,transform

a-senaturalm

enteem

líderoperário,

reconhe-.

9.dopelas

grevesemm

assaque

consegueorganizar

duranteo

período$.tatorial.

Essa

quadraturahistórica

acabaem

purrandoa

jovemlide­

~~ça

paraa

lidapolítica

edaí

paraa

fundaçãode

umpartido

deopo­

,'~i~o

aoregim

em

ilitar,D

adossua

origemoperária

eo

mom

entoem

~.V~

seconstitui,

oPartido

dosT

rabalhadores(P'T

)torna-se

rápida­~iij:§~te,e

malgrado

asintenções

deseu

idealizador,referência

eabrigo

~:p~a

esquerdade

todoo

país.É

assim,

pois,em

baladono

acasohis-

:r'~···;--,;

((•

•:·;itq,~

.co,que

nasce,quasesem

querer,o

maior

partidode

esquerdado

t~~

do",com

oo

PTchegou

aserconhecido.O

desacertoque

os21

anos~~

i;litaduram

ilitarprovocaram

nasociedade

civil,m

oendosua

capa­f.J~

~~dede

organizaçãoe

deresistência,

fizeramdo

PT

agrande

legenda5.~&ual.findo

ogoverno

autoritário,praticamente

todoo

pensamento

~~~~

istapassou

adepositar

suasesperanças.

t.~.%~~e

grandeequívoco,

urdidopelas

artimanhas

~~

História,desfez­

~~

iffl~a

ascensãode

Lula

edo

PTao

governofederal.

Alcançado

oJ"'"

1'(:':~,maior,o

presidenteL

ulae

seupartido

adotarama

mais

conser­:

.<~~·

daspolíticas

econômicas

conservadorasjá

experimentadas

pelo'~~9filJ;Lo

nge.deser~

~~

violaçãode

seusm

ais~r~s

princípios,adota­~i,,~

~~

,totallm

posslblh

dad

ede

uma

condutadistinta,

elase

mostrou

-;;:.~

onaturala

serseguidoe

foiconscientemente

escolhida.Pres­

.::::.~a

optarentre

resistira

umcurso

s-que

jáestava

emm

archae

>.ti

~'.

,.i......~

Page 3: PAULANI, Leda Brasil Delivery

..

B•

BrasilD

fliflfry

haviacolocado

opaís

numa

armadilha

-ou

permanecernesse

cami­

nho,opartido

eseu

líderm

aiornão

riverarnnenhum

adúvida:dando

Va

z3

0ao

conservadorismo

quejazia

logoabaixo

daaparência

contesta­dora

trajadaao

longode

mais

deduas

décadas(c

quelhes

renderaa

vitórianas

eleições),escolherama

continuidade.D

adoo

inusitadoda

situação,podemos

dizer,parafraseandoM

arx­

oqualassim

seexpressou

emrelação

àscrises

monetáriasque

dequan­

doem

quandose

abatemsobreo

capitalismo

-,que

aosusto

teórico(e

hisrórico)aliou-se

opânico

prático,pois,vindo

dequem

vinha,era

evidenteque

essaescolha

implicava

oabandono

daperspectivado

de­senvolvim

ento,adesistência

doalcance

deum

asoberania

queainda

estavapor

serconstruídae

atotal

entregado

paísa

interessesalheios

aosda

imensa

maioria

desua

população.Esse

pânicoprático,

éevi­

dente,nãoacom

eteua

rodosindistintam

ente-

tomou

deassalto,em

especial,aquelesque

estiveramenvolvidos

intelectualepoliticam

entecom

aconstrução

daquelasuposta

opção.Sendoesse

ocaso

daautora

destaslinhas,

tornou-seinevitável

abusca

deexplicações

ede

uma

maiorcom

preensãosobre

oque

estavade

fatose

passando.A

origemdeste

livrodeve

muito

aessa

procurade

informações,de

interpretaçãohistórica,de

aprimoram

entodo

diagnóstico.E

scritosentre

março

de2003

enovem

brode

200S(com

exceçãodo

posfácio,elabo­rado

emnovem

brode

2007,apartir

deartigo

redigidoem

fevereirode

2007),osartigosaquireunidosprocuraram,a

cadam

omento,darcom

ada

situaçãocriada

coma

eleiçãode

Lula

ecom

asescolhasfeitasporele

paragovernar

opaís.M

as,como

otrabalho

intelectualéaltam

entesocializado,estecom

pêndionão

existiriase,mesm

ocom

osusto

hisró­rico,o

pânicoprático

ea

profundaindignação,não

houvessetam

bémum

forteestím

ulointelectuale

demandas

deorigem

váriaquem

eins­

tarama

pôrno

papele,portanto,a

organizartudo

aquiloque

vinhaatabalhoadam

entepercebendo

econsiderando.

Assim

,m

inhadivida

maior

écom

PauloA

rantes,que,desdenossas

primeirasconversas

depoisdaascensão

deL

ula,convocava-me

aescre­

veras

observaçõesque

lhefazia,

emespecial

aquelassobrea

políticaeconôm

icado

novogoverno.E

ssaconvocaçãotom

oua

forma

concre­ta

deum

convirepara

escreverum

pequenoartigo

paraa

revistaRepor­tagem

-excelente

publicaçãom

ensalpaulistanadirigida

pelojornalista

Raim

undoR

odriguesPereira

ena

qualPaulo

Arantes

organizavaum

cadernoespecial

deopinião.

Um

convirepara

participarde

umsem

i-

Ap

resentação

'9

náriaem

Belo

Horizonte,em

abrilde2003,

organizadopelosprofes­

soresJoãoA

ntoniode

Paulae

Marco

Aurélio

Crocco,

haviam

eobri­

gadoa

minim

amente

organizar,para

preparara

intervenção~u~~i

faria,m

eusargum

entosa

respeitodo

caráterdogoverno

quese

irucia­v

a,T

endoaceitado

oconvite

deR

aimundo

ePaulo,retom

eiaquelasidéias

eproduzi

oartigo

encomendado.

Ao

escrevê-lodeparei

coma

expressãoque

cncima

estelivro

eque

me

pareceu,eainda

me

parece.resum

ircominequívocaclarezao

resultadom

aisnefastoda

opçãopela

continuidadeque

Lula

eo

PTpatrocinaram

.Ém

isterlembrarque

foium

prócerdoprim

eiroescalão

dessegoverno

quemafirm

ouserdelivery

apalavra

dam

oda,Oque

fizfoijuntar

numa

expressãoúnica,contra­

ditóriapordefinição,asduas

metadesdesseprojeto

nacionalinconclusocham

adoB

rasil..

Mas

"BrasilD

elivery"não

erapropriam

enteum

artigoacadêm

ico,dado

oveículo

parao

qualhavia

sidoescrito.O

professorJoãoA

nro­nio

dePaulaentra

novamente

emcena,com

aproposta

detransform

arem

livroos

calorososdebates

ocorridosno

seminário

deB

eloH

ori­zonte,A

longueientãoo

artigueteque

jáexistia,aprofundei-lhe

ascon­siderações

denatureza

maisteóricae

termineiassim

,emjulho

de2003,

·:(;i,artigoque

abrea

coletânea.j:;~..N

oinício

de2004,findo

oprim

eiroano

dogoverno

deL

ula-com

~t~tad

os

desastrososno

quese

referea

crescimento

econômico

ege­

z~~

ode

emprego

-,urgia

anecessidade

deaprofundar

adiscussão

e·:~

ªrnecê-lade

consideraçõesteóricas

mais

robustas.Um

convitepara

~~frever

umartigo

paraa

revistaalemã

Prokla,uma

amiga

dívidacom

'~1?erió

dico

brasileiroC

riticaM

arxistae

aquarta

ediçãodo

seminário

,;~Macx

internacional",queocorreria

emParis

emsetem

brodaquele

f>

..~_-':.__.;...

~~:§:9.)combinaram

-separa

formar

conjuntamente

oálibide

queeu

ne-J~~

tavapara

pôremm

archaesseprojeto.É

nessesegundo

~rti?oque

.if~

-m.~a

tomar

forma

aquiloque

jáestava

emgerm

eno

pnmelro

,ou.;&'~~

l%t"?-tesedeque

oB

rasilvemse

transformando

apassoslargosnum

a;~

P.YitMorm

ade

valorizaçãofinanceira

internacional.-,0-~~

:~""",,:,<

}';f~~

agostode

2004m

aisum

adem

anda,dessa

vezform

uladapelo

;T.~~!8~

orJoão

Sicsü,permitiu-m

eprolongar

areflexão.

Sicsúorgani­

~ri:~~~

tãoum

livrono

qualplanejava

justaporleituras

econômicas,

p~;-::-'-

'.j;jf.ase

ideológicasas

mais

variadassobreo

governode

Lula

eas

~~...:.ivas

denosso

desenvolvimento,e

convidou-me

aparticipar

;"t~l,'!m

e.Sobo

pretextode

realizarum

balançodo

primeiro

anoe

f~·~

~,

Page 4: PAULANI, Leda Brasil Delivery

~~.(

... ;'II\.,11I.,:1"I

10•

Brasil

Oa

ivay

meio

dessegoverno,

regressoaos

argumentos

anteriores,tom

ode

em­

préstimo

uma

instigantetese

dePaulo

Arantes,

aprofundoa

questãoteórica

dadívida

públicae

deseu

papelna

valorizaçãofinanceira,

eestá

prontoo

terceiroartigo.

Entrem

enteseu

tocavatam

bém,além

daatividade

acadêmica

usual,a

presidênciada

Sociedade

Brasileira

deE

conomia

Política(SE

P),en­

tidadeà

qualm

efilieidesde

seuinício

em1996

eda

qualfui

direto­ra

(l996~

1998)e

vice-presidente(I998-2000).

Eleita

emju

nh

ode

2004para

gerira

entidadeno

biênio2004-2006,destaqueiem

minha

propostade

trabalhoa

necessidadede

quea

SEr,

semdescuidar

deseu

papelacadêmico

defortalecer

opensam

entoheterodoxo

vis-à-visa

durainvestida

daortodoxia,

aprofundasseseu

papeipolítico.

Um

adas

me­

didasconcretas

que[O

rneicomesse

intuito,junto

coma

diretoriaque

comigo

seelegeu,

foiinscrevera

SEP

naquinra

ediçãodo

Fórum

SocialM

undial,que

ocorreriaem

PortoA

legre,emjaneiro

de2005.

Entre

asatividades

queali

propusemos

erealizam

oshouve

uma

mesa

sobrea

questãodos

novosgovernos

latino-americanos

(particularmente

ode

Lula

noB

rasil,O

deK

irchnerna

Argentina

eo

deT

abaréno

Uruguai)

esobre

atéque

pontoeles

poderiamser

consideradosalternativas

aoneoliberalism

ono

continente.P

articularmente

nocaso

doB

rasil,o

aprofundamento

dessadiscussão

mostrava-se

defundam

entalim

po

r.tância,

dadaa

equivocadainterpretação

corrente,m

esmo

entreinre­

lectuaisde

esquerda,de

queL

ulafazia

Oenfrenrarnenro

queera

possívelà

doutrinae

aosinteressesdom

inantes,rendendo-sea

elesapenasquan­

donão

haviaoutra

alternativa.E

raessa,portanto,

aoportunidade

quefaltava

paracolocar

nopapel

arese

deque

ogoverno

Lula

nãosó

nãoconstituía

alternativa,em

qualqueraspecto

considerado,ao

neolibe­ralism

o,com

oera

suam

aiscom

pletaencarnação.

Foiaiquecom

eceia

juntarduas

áreasde

discussãonas

quaisvinha

militando

háalgum

tempo,

quaissejam

:a

análisedo

desenvolvimento

capitalistano

Brasil,de

umlado,

ea

históriado

neoliberalismo

como

doutrinae

coleçãode

práticasde

políticaeconôm

ica,deoutro.O

quartoartigo

éo

resultadoprim

eirodessa

junçãoe

daorganização

dessadis­

cussão.Seuresultado

mais

bemacabado

estáno

último

artigo(o

sex­to),

escrito.dessa

vez,porencom

endada

Escola

Politécnica

deS

aúdeJoaquim

Venâncio.

entidadepertencente

àF

undaçãoO

swaldo

Cruz.

Em

comem

oraçãoaos

vinteanos

deexistência

daescola,seus

gestoreshouveram

porbem

realizarum

seminário

emque

sediscutisse

nãosó

Apresentação

•I

1

educação,não

sóform

açãode

profissionaispara

atuarna

saúdepübli­

ca,m

astam

bémo

panode

fundoem

queessa

atividadese·d

esenvolve.

Convidaram

-me,

então,por

voltade

julhode

2005,a

escreverum

artigo,que

deveriaestar

prontOao

fimde

outubro,sobrea

dinâmica

eos

impasses

doncoliberalism

ono

Brasil.

Não

poderiahaver

melhor

oportunidadepara

aprofundara

discussãoque

euiniciara

nainterven­

çâofeita

noV

rum

SocialMundiale

quefoipublicada

nonúm

ero16

daRevista

daSociedade

Brasileirade

Econom

iaPolítica.

Tive

aítarnbém

aoportunidade

dedar

maiorcurso

aoutra

teseque

jáhavia

delineadoanteriorm

ente.M

aisum

avez

instadap

or

PauloA

rantes,fiz

um

aintervenção,

nu

ma

atividadeprom

ovidapela

revistaM

argemEsq/lerda,

nam

esma

quintaedição

doF

órumSocialM

undial,a

fimde

mostrar

queL

ulafazia

usode

uminstrum

entosingular

paralevaradiante

suapolítica

hiperconservadora:a

decretaçãode

umesta­

dode

emergência

econômico.

Aidéia,

entãoapenas

esboçada.encon­

rrouno

artigoescrito

paraa

Escola

Politécnica

aoportunidade

dese

desenvolver.M

as,antes

disso,um

anova

solicitaçãodo

professorJoão

Antonio

dePaula

revelou-seprovidencial.

Preparando,

emabril

de2005,

uma

·uQY'aedição

dosem

inárioocorrido

emB

eloH

orizontedois

anosan­

t~ie1e

me

convidoua

escreversobre

aquestão

dosinvestim

entosno

.._~.

..

..

~~.

Atulhada

decom

promiSSO

S,

como

sempre,

aceiteia

ernpreua-~

1inaspropus

aoprofessor

Chriscy

Pato,am

igo,interlocutor

esecre­

;~da

SEP,que

seassociasse

am

imnesse

projeto.E

stimulada

pelo_~;~

aque

me

haviasido

encomendado

epelo

enquadramento

geraldo

~io

,denominado

agora"A

economia

políticadodesenvolvim

en­/~

J!(o

anteriordenom

inara-se"A

economia

políticada

mudança"),

-i;~'~.~

eium

poucoo

focodo

mo

men

tocorrente

parapensar

ocurso

tt~_

_com

ecimenco

sn

um

escopotem

poralm

aislargo.Já

quea

teseda

.~~~~~~

odo

Brasil

como

plataforma

devalorização

financeirainterna­

,:~~~P

estavana

minha

cabeça,pensei

deim

ediatonum

aprim

eirase­

~~ig:ue

colocasselado

alado

mais

dem

eioséculo

deinform

ações?""-;<-.,

~~~

formação

brutade

capitalfixo

esobre

asdespesas

comrendas

~;:~ançade

serviçosdo

balançobrasileiro

depagam

entos.Intu

ítarn­,~(ju

eseria

necessáriorepensar

aquestão

da"dependência",que

em-::,".pio

caracterizariaainda

nossoprocesso

dedesenvolvim

ento.O

"~:pr

Chriscy,hábil

emnúm

erose

computadores

ecom

petenteno

Hàleoria

dadependência

(defenderaem

2004,no

Departam

ento

Page 5: PAULANI, Leda Brasil Delivery

t2•

Brasil

DdilJ<

ry

deC

iênciaP

olíticada

FF

LC

H/U

SP

,b

rilhan

tedissertação

dem

estradosobre

am

atéria),era

osócio

idealpara

levarad

iante

taispretensões.

Trabalhando

juntos,com

pilamos

informações

paraconfirm

ara

teseda

plataforma

devalorização

financeira,ousam

osp

rop

or

atroca

do

termo

"dependência"pelo

termo

"servid

ão"(n

ocaso,

servidãofinan­

ceira)e,

com

osu

bp

rod

uto

,n

um

aanalogia

àdescoberta

anteriorde

Caio

Prado,

deparamos

com

osentido

da

industrializaçãono

Brasil.

Esse.p

ortam

o,é

oco

nteú

do

doq

uin

toartigo,

oq

ual

foipublicado

no

livroorganizado

peloprofessorJoão

An

ton

iode

Paula,co

mas

con

tri­buiçõesd

osem

inário,e

qu

eveio

apúblico

emo

utu

bro

de2005.

Co

tudo,contrariam

enteao

esperado,ov

olu

me

nãotrouxe

com

orítulo

o

no

me

doevento

quelh

edeu

origem(liA

econ

om

iapolítica

dodesen­

volvimento"),

mas

oexpressivo,

esin

tom

ático,

Adeus

aodesenuolui­

menta:

fiopçãodo

governoLula.

Foimais

um

avez

Paulo

Arantes,q

ue

tenh

oo

privilégiode

terco

mo

leitor,q

uem

considerouq

ue

essesartigos

rodosq

ue

vimescrevendo

desdea

possede

Lula

emjaneiro

de2

00

3p

od

eriamser

publicadosconjuntam

ente,num

únicovolum

e.P

on

dero

uq

ue

suapublicação

nacoleção

Estado

deS

Itio,p

or

eledirigida

naB

oiternpo,viria

acalhar.

Assim

,em

meados

de2

00

6,

teveinício

aedição

do

vo

lum

eque

agoravem

apúblico.

Nesse

meio

rempo

Lula

sereelegeu,

aeco

no

mia

mu

dialtornou-se

aindam

aisam

bígua-

crescendod

em

od

osistem

áticoco

mo

nãocrescia

hápelo

menos

trinta

anos,m

asao

mesm

otem

po

sendoassom

bradapelo

fantasma

deu

ma

crisefinanceira

aser

deto

na­

dapelo

mercado

imobiliário

norte-americano

-e

aeco

no

mia

brasilei­

raexperim

entouum

crescimento

men

os

tímid

oq

ue,

noencanrovern

nadaalterou

odiagnóstico

anterio

rmen

tefeito.

Em

razãodisso,

um

posfáciotornou-se

necessário;este

foielaborado

tom

and

op

or

base

um

artigoescrito

com

oprofessor

Rodrigo

Alves

Teixeira

ap

rop

ósito

dolançam

entodo

Plano

deA

celeraçãod

oC

rescimen

to(PA

C)

ep

blicadona

Folhade

SPaulo

em10

defevereiro

de2

00

7.

Agenerosidade

daed

itora

Autêntica,d

aed

itora

Man

ole,

daE

scolaP

olitécnicade

Saúde

Joaq

uim

Venâncio,

da

CrItica

Marxista

ed

aRe­

vistatÚ1

SEP.que

perm

itirama

republicaçâodos

textos,rornou

possí­ve1

aconcretização

daidéia

dereuni-los

todos.A

despeitod

ocaráter

con

jun

tural

dem

uitasdas

observaçõesaqui

enco

ntrad

as,oque

pred

min

asão

asproposições

decaráter

estrutural.Por

essarazão,

etam

bém

po

rqu

eas

consideraçõesem

pu

rradas

pelaco

nju

ntu

radão

con

tadas

Ap

resentação

'13

circun

stâncias

emq

ue

osartigos

foram

escritos,eles

foram

aqu

irepublícados

talco

mo

seen

con

tramem

suasedições

originais.As

di­ferenças

eventualmente

encontradasdevem

-sea

cortesefetuados

para

evitarrepetições.

SãoPaulo,

dezembro

de2007

:.'"

-..~

.

Page 6: PAULANI, Leda Brasil Delivery

jj'I

i

"/jlli,i",:t::;01IILi!::jI'JI"

r.:I'"ili!!~t;I

!\

"

i::

BR

ASIL

DE

L/ID

fr

razões.contradições

elim

ites,dapolítica

econômica

nosprim

eirosseis

meses

dogoverno

Lula

"JoséD

irceupronunciou

umdiscurso

quenem

oPedro

Malan

faria..."(O

lavoS

etúbal,presidente

doC

onselhode

Adm

inistraçãodo

ltaú,em

entrevista11.C

artaC

apitalde25/6/2003)

1.A

mo

rteda

macroeconom

ia

Desde

seuinício.

emjaneiro

de2003,

ogoverno

Lula

vemprati­

candoum

apolítica

econômica

deinclinação

inequivocamente

liberal,confirm

andoo

quem

uitosesperavam

,alguns

comangústia.

outros,to

malívio,T

esese

argumentos

incansavelmente

defendidosao

longo'a

osoitos

anosde

governoF

ernandoH

enriqueC

ardoso(F

HC

),sem

-pJ:ecriticados

peloP

artidodos

Trabaihadores,

sãoage

taafirm

adospelo

'g~~no

desteúltim

ocom

desconcertantenaturalidade.

:_;1fM.t~

reditam

algunsque

agestão

Lula

seráainda

mais

liberalque

ade

:j~~~r~ntecesso

r,pois

conseguirálevar

acabo

um

asérie

detransform

a­{

;~com

asquais

FHC

apenassonhou.A

ngcli,em

chargena

Folhade

,~~~~

Jode

26de

abrilde

2003,traduz

àperfeição

essaexpecrariva:

~~sre~

ando

sobreo

retratopresidencial,

oprim

eiroindivíduo

toma

~:;~~

:por

umsósia

deFH

C;

osegundo,

emdúvida,

argumenta

que,

.'l<.•,.-

:s.rj}.,~~

)~m

aisgordinho";

aoq

ue

eterceiro

retruca:"que

nada,este

éo

*~

§~'yerdadeiro".

'1?-f.~~~W~d

aque

nãoseja

um

acom

pletasurpresa

-para

alguns,essam

ano­.~~'i~

\~~

ca1já

estavaem

germe

noinício

de2002

e,para

OU

tros,antes'~Ili~~~

~~disso-,

ocenário

impõe

reflexão:quais

asrnzões

detam

anhai-;~=f;~

}~quais

oslim

itesdessa

políricai,

--'.}h

ecemos

pelasrazões,A

primeira

alegadarazão

ésobejam

entecJ4a.

Mesm

oo

mais

distraídoobservador

dacena

nacionala

!)lontada

língua.T

rata-seda

famosa

"Tina"

("T

hereis

no.)

~~").na

qualestivem

ossubm

ersosnos

últimos

oitoanos

eda

!#tosacreditaram

quesairíam

os,ou,

aom

enos,ergueríam

os,~

acabeça.

~.;

~~Jft_

~..~·:~~t,~

.,('~7~,;.•

•:

:..-

.-

l

..:

.~-~-

.~

-"

Page 7: PAULANI, Leda Brasil Delivery

.!i:i<-

I ,Ii:i

~,

]!

I(j

•B

rasilD

tlivuy

oprim

eiroelo

dacadeia

argumcntariva

queSustenta

aforça

daT

Ina~

ode

queexiste

sóum

am

acroeconomia.

Repetido

hojede

Aa

Z,

ouseja,

poreconom

istasdas

mais

variadasfiliações

ideológicas,o

ar­gum

entoreza

q~e

nãohá

políticaeconôm

icade

direita,de

esquerdaou

decentro

.Existe

apolítica

cerra,tecnicam

ente(sic)

fundamentada

neutr~;c

existea

políticaerrada,

irresponsável,utópica,

ingênua:p~pUIIS[a.

Por,tanto,todo

equalquer

ajustesó

podese

dar

naesfera

rnicroeconômica:

osp

readb

and

rioé

alro?-

mexa-se

naL

eideFalên­

cias;arenda

ém

aldistribu

ída!-

basta"focar"

osprogram

associais

eaum

entarsua

eficiência;e

assimpor

diante.São

intocáveiso

ajustefiscal"duro",

ojuro

realelevado,apolüica

monetária

conrracionistao

câmbio

flutuante,a

livrem

ovimentação

doscapitais.

'

Portam

o,se

sóhá

uma

políticam

acroeconômica

cientificamente

~mp~vada,

umgoverno

responsável,qualquer

queseja

suafiliação

Ideológ~ca,deverá

,adotá-la.

Om

atizideológico

ficaassim

relegadoà

conduçãode

políticasde

enfoquem

icroeconômico:

mais

ativamente

"pró-social"para

osgovernos

deesquerda

(políticascom

pensatóriaserc.),

menos

preocupadascom

o"social"

paraos

dedireita

I,

Não

édem

aislem

brarq

ue

essapoltrica

macroeconôm

ica,conside­

rada,aúnica

corretaporque

aúnica

verdadeiramente

científica,implica,

partlcularm~nteno

casode

economias

como

abrasileira,

aextinção

doespaço

emSI

dapolítica

econômica:

apolüica

monetária

ficaatrelada

àsm

etasinflacionárias;a

fiscal,aossuperãvirs,

ea

cambialé

com

and

a.da

pelopró~rio

mercado.

Nesse

contexto,aliás,

nãoh

árigorosam

entenenhum

adiferença

entrea

independênciado

Banco

Central

esua

"au­tonom

iaoperacional",

IN

ãoé

precisodizer

oquanto

háde

ideológiconessa

forma

decolocar

ascoisas.

Reconhecer

aexistência

do"problem

ado

social"-

expressãoque

vemse

consa­grando

nosúltim

osanos

-im

plicatom

arespuriam

enteo

todoco

mo

sefOS5e

sóU

ma

parte.e

certamente

nãoa

mais

importante,

daquestão

nacional.E

vidente­~e~te

essaexpressão

cO

Utra

sq

ue

lhesão

correlatasnão

estãodesvinculadas

daidéia

deq

ue

56há

uma

macrocconom

ia.Pelo

contrário,d

asreafirm

ama

tesede

quea

economia.

macroc:eonom

icamem

efalando.

deveser

traradapelos

governos-s:paradam

enl<:Mdo

"restante"dos

problemas.

Oco

nteú

do

dessediscurso

_q

ue

naoP~c

serplenam

entedescortinado.

sobpena

deco

mp

rom

etimen

tode

seuspro~SI(OS

queeconom

iae

sociedadedevem

serconsideradas

como

doism

un­

dosque

nãoSe

conectam,

Brasil

D~/iwry

•17

2.A

lóg

icad

acred

ibilid

ade

Nu

ma

economia

como

anossa,

cederaos

apelosd

ocrescim

entoe

doaum

entodo

emprego

mexendo

emqualquerdos

dogmas

dapolüica

econômica

cientificamente

comprovada

implica

pôremrisco

a"credi­

bilidade",segundo

eloda

cadeiaargurneritativa

quesustenta

aT

ina.A

necessidadede

recuperara

"credibilidade"do

paísfoi

utiliza­da

como

justificativanúm

ero1

paraa

manutenção

em

esmo

aexacer­

bação,neste

iníciode

governo,da

políticaeconôm

icaoperada

pelogoverno

FH

C.

Mas,

colocadadessa

forma,

elagera

aexpectativa

deum

espaçopara

aalteração

dessapolítica,

uma

vezrecuperada

adita

credibilidade.Aqueda

aceleradado

risco-país,a

recuperaçãodo

preçodos

C-B

onds(títulos

brasileirosnegociados

nosm

ercadosinternacio­

nais)e

atão

festejadavalorização

doreal

começaram

aapontar

para~o

pelom

enosdesde

oinício

deabril

de2003.

Os

jornaispassaram

a.~

rque

"oB

rasilviroum

odaem

\'V'all

Srreer"c

que,para

osinvesti­

doresestrangeiros,

"Lula

éum

bomnegócio".

"T

eriachegado

~om

isso,finalmente,

ahora

ea

VC

2da

políticaeco­

': ~~mica

indurorado

crescimento

edo

emprego?

Lcdo

engano.A

lém:fWnão

tomar

nen

hu

ma

medida

sinalizadorade

uma

talpolítica

nas;~~

.aisáreas(com

o,por

exemplo,a

fiscal),noque

tangeà

suaface

mais

)~YMly

el.aárea

monetária.

também

nadam

udou.O

Co

mitê

dePolítica

.#Mçp.etária

(Cap

am),

desdeentão,

manteve

praticamente

inalteradaa

:~'Yt

.~ásicada

economia

emtorno

dos2

6%

aoano",

uma

elevaçãode

:::ffi.~:~

tos

percentuaisern'relação

àtaxa

vigenteem

julhoe

de4

pontos;,~

.~_~~ntu

aisem

relaçãoà

vigenteem

dezembro

de2002.

~~~~IQ

equivoco,porém

,não

éde

quemm

antevea

políticam

onetária,j.:~~-~

~~

aranão

darm

argema

dúvidas,im

pôs,emfevereiro,

mediante

o.i$

todo

compulsório

dosbancos,

umco

ne

deliquides

queatin­

;'[;m_~~~ase

10%dos

meios

depagam

entoda

economia.

Oengano

éde

:~!:~~~i~

~acredi{QUou

acreditaque

arendição

dogoverno

petistaao

can­

:_;d~~.

reia~o

discursolib~~~l

éapen~

tem~orári~:

estratégica,n

:­'~}'-?:~~

~'

':f'~,,:p

arafazera

travessiac

garantirum

arransrçao

semtraum

as.

'~'-=

-S.·~:1;;".

;,~>de

abrilretirou

oviés

dealta

da

taxa

básica.m

antendo-a,porém

.nos

i'i!quc:VigoraV

;lmdesde

fevereiro.A

reuniãode

maio

nãom

ud

ou

nadanessa

-,~.:e

areunião

deju

nh

ocortou

irrisório0

.5%

,

~:.l)!.

Page 8: PAULANI, Leda Brasil Delivery

18•

Brasil

Drlivt'ry

Brasil

Delillt'ry

•19

resultados,por

pífiosque

sejam,ótim

o.Senão

...paciência,

Mas,

sendoassim

,de

queserve

am

obuscada

cdefendida

credibilidade?

3.B

rasilD

eliuery,ou

paraq

ue

servea

credibijidade

Senão

épara

permitir

prioritariamente

aretornada

docrescim

entoeconôm

icoe

doem

prego,de

queserve

aconquista

dessatal

credi­bilidade?

Perguntem

os,em

primeiro

lugar,p

or

suasconseqüências.

Am

aisbadalada

delasfoi

asúbita

engordada

balançade

capitaisnos

primeiros

meses

de2003,

oque

explica,com

ose

sabe,a

aceleradaqueda

devalor

dam

oedanorte-am

ericanaq

ue

seseguiu.

Mas

qu

edó­

laré

esse?"País

atraicapital

volátil;dólarprodutivo

seca",diza

rnan­

chetedo

cadernoD

inheiroda

Folhade

S.Paulode

25de

abril.A

ocontrário

doocorrido

como

capitalde

curto

prazo,cujas

entradascresceram

mais

de1.300%

noprim

eirotrim

estrede

2003com

parado

a-igualperíodode

2002,a

entradade

capitalresultante

deinves~i~e~.

tOSdiretos

estrangeiros,no

mesm

operíodo

ecom

paradaa

baseidênri-

_.ca,caiuquase

58

%.T

alassimetria

explica-se,deum

lado,pela

inevitável_:;átbitragem

operadapelos

mercados

emcondições

derisco

reduzidoe

__:~~X3

realde

juroselevada

e.de

outro,pelo

esgotamento

da

fonteque

\pToduziu

,emanos

anteriores,ospolpudos

recursosoriundos

deinves­

~f_tj.~ent

os

estrangeirosd

iretos

(não

hám

aisquase

nad

ap

araser

1?iii~

rizado

,eo

capitalprivado

debom

potenciale

preçosirrisórios

:~~bpracicam

enterodo

negociado)".--1

-'"

I.

,:j~~:.~

,Ressalv

e-se

,porém,que,

mesm

oque

osrecursos

emte

ativessem

se~~

ê~gin

ado

dab

and

asaudável

dabalança

decapitais,

asconseqüências,

;~lt~:.

_})~

~=-1Nleforma

daP

revidência,na

forma

com

oestâ

sendoproposta,

com

ainsistência

__ ~~!"'::"':f~q::rcgim

nico

ou

assemelhado

eco

ma

insistênciana

fixaçãode

umteto

basran­_

a;'~~~~F

u:tido

paraos

benefíciosa

serempagos

peloE.sta~o.

deverá.rcdund.arn

um

,.:-~t:"i;--

._.1~~

deabertura

àexploração

po

rp

ane

doselar

privadonacional

eInterna-

~~~

'~iifald

cum

mercado

previdenciáriosubstantivo,até

então"m

onopólio"do

Esta-;e~-..::

~~~goatu

do

.não

serraea

alde

um

ap

rivatiu

ção:1

0estilo

convencional,m

asda

':J'-,~

tuição,pata

osetor

privado,de

um

aespécie

dereserva

dem

ercado.na

qual:Jóg~.n

un

idadcs

deg

anh

opodem

serbastante

promissoras,já

qu

esão

cercade

lá~

õcs

deservidores

públicosno

pais.Acriação

defundos

depensão

com­

~t:U'es

paraservidores

públicos.geridos

pelainiciativa

privada,alids,

émP~misso

qu

ef.u

pu

ted

oacordo

doB

rasilco

FMI

assinadoem

agosto_"~

O{j~

eq

ue

foitranq

üilamente

acatadopelo

governodo

PTna

revisãofeita

·~de20

03

..

......

JM

Umgoverno

contraditório",&

vislatÚz

SociedadeB

msileira

dt'Econom

iaP

olitica.n.

12,jun.

2003.•

Osecretário

depolítica

econôm

icado

Ministério

daFazenda,

Marcos

Lisboa.

afirmou

emu

ma

entrevistaesperar

queo

Brasilcresça

em2003

mais

doque

"vemcrescendo

recentemente",

"Mas,

nocaso

deo

Brasil

nãovoltara

crescer,ogoverno

remum

planoB

?",pergunta

orepórter.

"Não

remplano

B.

Issofaz

partede

especulaçõesn

aturais

quesem

preocorrem

",foi

aresposta

de:Marcos

Lisboa.C

("B

rasilesrá

menos

dependente.crê

Lisboa"

(entrevistaconcedida

aG

uilh

erme

Barros).

Folhadt'S.P

nulo.17/3/2003.

p.B

6.

As

autoridadeseconôm

icasdeixaram

mu

itoclaro.

desdeo

inícioda

gestãoL

ula,queseria

esseo

modelo

aser

seguidoe

que,porcanto,

arecuperação

daeconom

iado

país,a

retomada

docrescim

entoe

aredu­

çãodo

desemprego

teriamde

seencaixar

dentrodessas

regrasou

entãonão

seefetivariam

.E

mtexto

recente".oprofessorJoão

Machado

Borges

Neto

mostra,

comprofusão

dedetalhes,

opasso

apasso

daconversão

peristaaos

ditames

dapolítica

liberal.N

um

aacurada

análisedo

dis­curso

deposse

proferidopelo

ministro

Antonio

Palocciem2

dejanei­

rode

2003,B

orgesN

etoindica

quehá

um

aconfusão

noque

sevem

entendendopor

"transição".O

mandatário

número

1do

ministério

mais

importante

daárea

econômica

deixouclaro

ali quea

tãoesperada

transiçãose

refereà

superaçãodas

dificuldadesde

CUrtO

prazo,dentro

dom

esmo

modelo,

que,segundo

om

inistro,é

aqueleque

respeitaos

"princípiosbásicos

dapolítica

econômica".

Não

sevislum

bra,p

ortan

­to,

nohorizonte

daatual

gesrão.n

enh

um

am

udançade

modelo".

Posiçãocoerente,

semdúvida,

viscoque

qualquersinalização,

po

rtên

ue

quefosse,

nadireção

deum

aefetiva

mudança,

invertendoprio­

ridadese

dandoprim

aziaà

recuperaçãodo

crescimento

edo

emprego,

poriapor

terraessa

tal"credibilidade".

De

fato,a

lógicasegundo

aqualela

operanão

permite

calviolação.Um

avez.conquistada,a

"credibi­lidade"

cobraum

preçoalto

pelafidelidade:

am

anutençãode

rodosos

mim

osque

permitiram

suaconquista,

asaber:

apolítica

monetária

contracionista,o

juroreal

elevado,o

ajustefiscal

duroetc.

Portanto,

equivocou-sequem

esperavapor

uma

mu

dan

çaefetiva.

Crescim

entoeconôm

icoe

reduçãodo

desemprego

serãoaqueles

queo

modelo

per­m

itir.N

essesm

arcos,eles

nuncapoderão

terprim

azia,ou

seja,nunca

passarãoa

sero

objetivonúm

ero1

dapolítica

econômica,

simples­

mente

porqueisso

éincom

patívelco

mos

"princípiosbásicos"

dom

o­delo

adotado.E

mpoucas

palavras,se

forpossível

obtertam

bémesses

1-1

1:

Page 9: PAULANI, Leda Brasil Delivery

!.

!

doponto

devista

daperform

ancefutura

dascom

asexternas,

seriampraticam

enteas

mesm

as,a

saber:valorização

dam

oedadom

ésticae

pioranos

resultadosda

balançacom

erciale

dabalança

deserviços

não-fatores.D

aíà

decisãode

financiarcom

recursosprovenientes

dam

ovimentação

deestoques

opesado

déficitem

transaçõesco

rrentes­

portanto,déficit

defluxo

-do

balançode

pagamentos

ésó

umpuli­

nho.N

ãohá

espíritoque

resistaa

tamanha

tentação.

aindam

aisse

juntocom

elavem

obrinde

dam

oedadom

ésticarevalorizada,

quesustenta

ailusão

deque

umpais

como

oB

rasilpossa

terum

am

oedade

verdade,ou

seja.incondicionalmente

conversível.O

ideáriovigen­

tenunca

associaresponsabilidade

fiscale

"macroeconôm

ica"(sic)

àresponsabilidade

cambial.

Qu

eos

recursosque

têmfeito

afesta

dogoverno

cda

mídia.

sobre­tudo

atelevisiva,venham

nãodo

ladosaudável,

mas

dolado

cigano,volátil.especulativo

dabalança

decapitais.só

agravaa

situação.Caído

emtentação,

opaís

descuidará,m

aisum

avez,da

divisaboa,

quecria

demanda

efetivae

impulsiona

crescimento

eem

prego,e

estarádefini­

tivamente

nasm

ãosdo

mercado

,inteiram

enterefém

deseus

capri­chos,

Além

detudo,

atão

decantadacredibilidade

podeir

àlona

subitamente

se.por

uma

razãoqualquer,

fundamentada

ounão.

ver­dadeira

ouforjada,

osm

ercados,hojetão

bern-humorados

como

país,resolverem

mudar

dehum

or.Jávim

osesse

filme

antes,por

sinalm

ui­to

recentemente,

esabem

osque

tristefim

eletem

.M

aspor

quenão

intervir?N

ãodetém

oB

ancoC

entralos

instru­m

entosque

lheperm

itemenfrentar

tantoquedas

quantoelevações

exacerbadasdo

valorda

moeda

doméstica?

Aliás,

nãoage

elesem

preassim

equase

automaticam

entequando

om

ovimento

sedá

nosentido

inverso?Interlocutores

depeso

têmfeito

talpregação.

mas

mesm

oas­

simas

autoridadeseconôm

icasnão

sedispuseram

aindaa

operara

reclamada

intervenção.Parece-lhes

uma

heresiaim

pedira

valorizaçãoda

moeda

nacional,m

esmo

queela

ocorrapor

obrae

graçade

capitaisariscos,

poucoconfiáveis

edispostos

adar

nopé

aoprim

eirosinal

deperigo.

Não

édem

ais,diante

disso.relem

braro

lamento

deC

elsoFur­

tadoem

entrevistaconcedida

aojornal

Vawr

emju

nhode

2000:"Ago~

ra,o

Brasilchegou

aoextrem

o[...].

Otriste

éim

aginarque

um

paísem

construçãoseja

entregueao

mercado".

Mais

tristeainda,

podemos

completar

agora,se

essaentrega

forpatrocinada

pelogoverno

deum

partidoque

nasceu,cresceu

efortale-

BrasiI

D~lilia

,•

2I

ceu-sena

lutapela

construçãode

uma

naçãosoberana.

capazde

tratarcom

dignidadetodos

osseus

cidadãos",A

"credibilidade",em

cujonom

esão

exigidostão

pesadossacrifícios,

énecessária

param

antera

vulnerabilidaded

opaís,

nãosua

estabilidadee

asusrentabilidade

deseu

crescimento,

incansavelmente

reivindicadaspelo

PT

aolongo

dosoito

anosdo

reinadode

FHC

claramente

falacioso,pois,

oargu­

menta

dacredibilidade,assim

como

falaciosaé

atese

deque

sóhá

um

am

acroeconomia.

Esta

última

sóse

sustenta,se

éa

manutenção

dessecipo

decredibilidade

oque

estáno

horizonte.E

acredibilidadel

vulnerabilidadede

economias

como

abrasileira

énecessária

paraa

valorizaçãodos

capitaisespeculativos

quehoje

dominam

oprocesso

deacum

ulação,com

onecessários

sãoas

crises,as

turbulências,os

sú­

bicosmovim

entosde

preçosdas

moedas

fracas,as

elevadastaxas

reaisde

jurosetc.

t.precisam

enteisso

qu

eproduz

aengorda

docapital

especulativono

mu

nd

oe

otorna

cadavez

mais

poderoso..'

Aafirm

açãoperem

próriade

queexiste

um

aúnica

macroeconom

ia,independentem

enteda

intençãocom

queé

feita,esconde,atrás

desua

. --~'~pare

nte

recnicidadee

neutralidade,o

beneficiode

interessesm

uito<~

ed6co

s,queestão

emlinha

coma

viradapró-acum

ulaçãofinancei­

·r'raido

capitalismo

mundial

quecom

eçano

fimdos

anos1970

,devasta~i.;~'

América

Latina

nosanos

1990e

aindaestá

poraqui,

firme

eforte.A

.-j'SitqVticaeconôm

icado

governodo

PT

fortaleceesse

ideário,visto

que

:ift:r~.Habraçadae

édefendida

ea~licada

pelomaio~

parti~ode

esquerda.~!j-~~~;tn

undo

nogoverno

dornaror

paísda

Am

éricaL

atina,ganhando

:~%~~~

uminestim

ávelreforço

emsua

imagem

depolítica

cienrifica­

;~91~

tecom

provada.";k~

.ji!,ãlve7.fosse

possívelarg

um

entar

que.in

dep

end

entem

ente

da.

.*~~ejJI:~d

citavontade

dopartido

edo

presidenteeleito.

aadoção

desse'~~~~

p.g~o

impôs-se

como

necessidade,dada

a"herança.m

aldita"que

o

,.~4~'~

~}'Jt.,~

0anteriordeixara.

Ecom

ou

ma

vezque

seem

barquenesse

b~n­H

~~~:~

~~~

épossível

delesaltar

semprovocar

umtum

ultotalvez

maror

~~~~1§~~

~B~~

oque

setentou

evitar,ogoverno

Lula

teriadecidido

deu

ma

~.~~:0'"·-·!~Yi~h

~9ttodas.

aindaantes

deassum

ir;adotar

otal

modelo

etentar

:---~;~

1.~

.t.".R

".':-~~

.l!.oO

tavianoC

anuto,secretário

deR

elaçõesInternacionais

doM

inistério...)

lnda:"Apalavra-chave

édeliverv,

como

bemem

pregouum

analistade

Wall

-<••')1

...;"';:tA

genteestá

prometendo

ea

geme

estáentregando"

(eiradopor

Paulo~

t1lBatista

Jr.em

"Paciência!",Folhack

S.PallfD.

10f4/2003,p.84

).

~%L

_.,

.;

-r:

-~'.>:.;

Page 10: PAULANI, Leda Brasil Delivery

i:

22•

BrasilD

elivay

firmem

ente,por

mais

quereconhecesse

qued

enão

éo

idealpara

isso,encaixar

aíseus

verdadeirosobjetivos

(crescimento

econômico,

recuperaçãodos

níveisde

emprego,

disrribuiçãode

rendaetc.).Se

com­

provada,a

tesetraria

pelom

enosum

alento:a

escolha,pelo

governodo

PT,do

modelo

anticrescirnenropoderia

serconsideradaum

airônica

fatalidade.É

esse,como

sesabe,

otipo

deargum

entoque

temsido

utilizadopelo

governo:já

queo

paísse

desfaziacom

ogelatina

emjaneiro

de2003

,tom

arqualquer

medida

quejogasse

mais

lenhana

fogueirada

desconfiançaseria

uma

temeridade

quepoderia

colocarem

riscoa

pró­pria

governabilidade.A

quedado

risco-país,a

revalorizaçãodo

realetc.

seriama

comprovação

doacerto

daescolha.

Mas

serãoverdadeiras

asprem

issasdesse

argumento? Já

sedem

ons­trou

dem

aneirainequívoca

queo

paísestava

àbeira

doprecipício

noinício

dagestão

Lula?

Verem

osque

não.E

nãose

provocacom

issonenhum

arninim

izaçãodos

descalabroscom

etidospela

gestãoanterior.

As

perversasconseqüências

parao

paísda

políticaadorada

pelogover­

noF

HC

sãode

naturezaestrutural,enquam

oo

argumento

como

qualse

justificaa

ortodoxiado

iníciodo

governoL

ulaé

denatureza

indis­cutivelm

enteconjuntural.

Vejam

os.

4.D

ezemb

rod

e2002:

oB

rasilà

beira

do

precip

ício?

Qu

eproblem

aspodem

seagravar

numpaís

como

oB

rasilaponto

dese

dizerque

eleestá

àbeira

doprecipício

eque

po

risso

serequer

aadoção

dem

edidasdrásticas

parareverter

oquadro?

Oprim

eiropro~

blerna,sem

dúvidanenhum

a,é

orisco

dainadim

plênciaexterna,

ofam

osotÚ

fau/t,queo

jargãoeconornês

houvepor

bemconsagrar.O

utroé

odescontrole

inflacionário,capazde

desorganizaro

sistema

produti­vo

eparar

opaís.V

ejamos

cadaum

deles.A

pioraestrutural

dasC

Ontas

externasdo

Brasilé

certamente

uma

dasm

aisperversas

herançaslegadas

pelogoverno

FH

C.

Aabertura

externaestabanada,

alémde

elevara

dependênciado

paisem

setoresestratégicos

como

osde

insumos

básicose

bensde

capital,produziu

umsubstantivo

estoquede

capitalprivado

nacionalbom

ebararo

quefoi

pararnas

mãos

docapiral

estrangeiro.O

processode

privatízaçâo

dasestataisproduroras

deserviçosindustriais

deutilidade

públicaim

pôsa

elaso

mesm

odestino.

Co

mo

resultado,a

balançade

serviçosé

hojem

uitom

aispesada,

porcom

ado

aumento

dodéficit

nabalança

de

BrasilD

elivay•

23

rendas,resultado

inescapáveldaduplicação

dopassivo

externolíquido

dopais.A

lémdisso,agora

muito

mais

doque

antes,o

crescimento

do,

produtodepende

dasim

ponações..

Odéficit

dabalança

derendas

(lucros,dividendos

ejuros),

que.girou

emtorno

deU

S$11

bilhõesao

longodos

anos1980

e1990,

at.é:

1996,saltapara

aesferados

US$

15bilhõesem

1997e

paraU

S$19

bi­·lh

ões

apartir

deentão.

Esse

estragoestrutural

teveum

componente

\:adicio

naL.denatureza

conjunturale

deenorm

epeso,

comos

quatro:;:''anos

em

eiode

moeda

nacionalartificialm

entevalorizada.

Daí

osf;.in

egadéficitsem

transações

correntesque

passarama

serproduzidos",

-;;rOcom

ponenteconjuntural

foiresolvidocom

adesvalorização

docârn­

:~;6io

emjaneiro

de1999.

Oestrutural

permanece

esó

comm

udanças::~:êstru

turais

(reduçãoda

dependência,dim

inuiçãodo

passivoexterno)

';:,:ppde

serm

inorado.}~\

Evidentem

ente,dada

apiora

estruturaldas

contasexternas,

nossai

: 7:klnerab

ilidad

etam

bém

cresceue,

napresença

decom

ponentes:f.n

~n

juntu

raistam

bémadversos,

podede

fatoproduzir

crisesque

colo­:.:

"'emo

paísà

beirado

precipfcio.D

epoisde

janeirode

1999,o

Brasil

'iJi:i:':;>"~

de

recorrerainda

mais

duasvezesao

FM

I,ameaçado

queestava

de.-

::~~honrarseus

comprom

issosexternos.

Aprim

eiradelas

foiem

ju­'~'~de

2001,quando

ogoverno

FH

C,

vendocair

porterra

suasex­

"'.tivasquanro

aovolum

ede

recursosde

investimentos

externosos

queo

paísreceberia,decidiu

preventivamente

recorrerao

Fun­btendo

US$

15bilhões.A

segundavez

foiprecisam

enteem

agos-":2

002,quando

aturbulência

eleitoralprovocada

pelaliderança

de.pelo

terrorismo

quese

fezem

tornodisso

fez.subirorisco-país,

orizouos

títulosbrasileiros

nom

ercadoexterna

e,emconseqüên­

traiua

entradade

recursosna

balançade

capitais.Foramentão

..psU

S$30

bilhões,entre

saquese

postergaçãode

pagamento

ao~[!?

Fundode

vaiaresreferentes

aem

préstimosanteriores.

1n.armos

asornaréria

dosaldo

emtransações

correntesdo

Brasilno

período'~

93

,chegarem

osa

umdéficit

totalde

US$

1.3bilhão

noperíodo.

Se-..

om

esmo

exercíciopara

adécada

seguinte.ouseja.para

operíodo

1994·,

ndopara

2003o

mesm

odéficitverificado

em2002

(US$

7,7bilhões).

.o

éum

déficirtotal

deU

S$196

bilhões.istoé.um

resultado150,8

vezesue

nosdez.anos

anteriores.

Page 11: PAULANI, Leda Brasil Delivery

--

....

24•

BrasilD

diva

yB

rasilDa

jlJ~ry•

25

rérn,analisando

osdados

dctalhadamente,

percebe-seque

oresultado

mais

expressivopaI<la

obtençãodesses

sup

erávits

vemm

esmo

dolado

dasexportações.

Em

dezembro

de2002,

po

rexem

plo,q

uem

compa­

rasseo

valordas

exportaçõese

importações

noperíodo

julho-novem-

--brodaquele

anocom

osm

esmos

valoresno

mesm

operíodo

doano

_"anteriorteria

percebidou

mcrescim

entod

ecerca

deU

S$5,2

bilhões-.nas

exportações,contra

um

aq

ued

ade

apenasU

S$3

,2bilhões

nas.:

importações.

Essa

tendência,já

perceptívelno

último

mês

de2002,

.;foise

confirmando

integralmente

em2003.

No

perfodojaneiro-m

aio:-:d

e2

00

3,

asexportações

alcançaramu

mvalor

cercade

US$

6bilhões

.;maior

queo

obtidono

mesm

operíodo

de2

00

2,

enq

uam

oo

valordas

f-.I:mp

ortaçõesficou

praticamente

estável: US$

19,1bilhões

emjaneiro­

}Ün

aiode

20

03

,contra

US$

19bilhões

nom

esmo

períodode

2002.)f{.'C

onsiderando,de

umlado,

ocom

portamento

donível

dereservas

A&_Ç

t-de

outro,as

boasperspectivas

dabalança

comercial

jáclaram

ente:i/};p.ercep

tíveisao

fimde

2002,c

considerandotam

bémque

jáhavia

sido;$11 3

#in

ado

oacordo

como

FM

I,o

queperm

i.ciriaenfrentar

qualquerfg

t.§mp

estade

inesperada,fica

mu

itopouco

plausívela

versãooficial

deJJf

q~eas

drásticasm

edidasm

onetáriase

fiscaistom

adasno

infcioda

:!át'fi~L

ulateriam

sidonecessárias

porqueo

Brasilestava

"quebrado",""~

"""b

..

,""d

."

"d

cd

AI=7·~'.eira

dop

recipício

,derreten

ocom

ornanterga

,se

esrazeno

tft~H~

-~o

gelatina"etc.

f~~~~

[Mas

ocontra-arj;um

emo

jáestá

pronto:o

problema

eraa

inflação.~~

-9.Í!~::sc

mostrava

completam

entefora

docontrole.

Iniciaro

governo-__ ~~~

permitindo

umdescontrole

monetário

dessaordem

seriacom

o-

.~"-~

,,,,,,,,,

'\,

~::.:~~~

logode

caraum

atestadode

incompetência

ecom

prometer

af;f""~

'Wdad

eda

gestão.A

ssim,

am

anutençãodos

jurosbásicos

emnf­

t',~~

,,-kaissubstantivam

enteelevados

teriase

imposto

com

onecessida-

g-~"

-"

:-r

"'":_~

emcom

oa

elevaçãodo

compulsório

dosbancos

implem

entada"-

fevereiro.

I~~de

oinício,

vendeu-seo

argumento

deq

ue

astaxas

dejuro

só,,~~

baixarquando

ainflação

cedesse.Por

trásdele,

encontra-se~~~rvador

diagnósticode

qu

eo

súb

itosu

rtode

elevaçãode

pre-~~

opaís

experimentava

eradecorrente

deinflação

dedem

anda,,~i:s~

nessecaso

éq

ue

um

ataxa

realde

juroselevada

podeter

~~~p

elpara

resolvero

problema,

uma

vezq

ue

inibeos

investi­;J~

podeC

Ontero

consumo,

om

esmo

po

den

do

serd

itodo

corte:'ez, S6

nessascondições,

aliás,é

quepoderiam

serconstituí-

:~~:~~~ji:}f:~.:

Assim

,sehouve

algumm

omento

emque

sepôde

considerarqueo

paísescava

àbeira

doprecipfcio

(leia-se:à

beirada

insolvênciaexter­

na),~res[es

areduzir

suasreservas

abaixodo

mfnim

oexigido

pelosorgarusrnos

internacionais,esse

mo

men

tofoi

emm

eadosdo

ano,ou

seja,julho

eag

OS

tO,

culminando

com

aassinatura

doterceiro

acordoco

m.o

FM

Ino

exíguoperíodo

detrês

anos.P

oder-se-iaargum

entarque

ISSOnão

teriasido

suficientepara

tiraro

pafsdessa

situação,um

avez

queo

valorem

reaisdo

dólarnorte-am

ericanoco

ntin

uo

ua

subir,enquanto

orisco-pais

nãocedeu.

Mas

serãoesses

bonsindicadores

parao

quese

estáquerendo

medir?A

verificaçãodo

cornporrarnenrodo

níveldereservas

nãoproduzirá

uma

indicaçãom

aisconcreta?

Qu

and

oSe

observaessa

variável,porém

,o

quese

notaé

queela

apresentaum

comportam

entosurpreendentem

enteestável

aolongo

de2002,

comníveis

muito

semelhantes

aosverificados

du

rante

200i.

Asreservas

começam

oano

emcerca

deU

S$3

6bilhões

(am

édiade

200I

foide

US$

36

,3bilhões),

oscilampara

US$

33bilhões

emabril

em

aio,alcançam

afaixa

dosU

S$40

bilhõesem

jun

ho

ejulho

,ficamna

esferados

US$

38

bilhõesem

agostoe

setembro

edos

US$

36

bilhõesno

bimestre

seguime,

fechandoo

anoco

mU

S$3

7,8

bilhões.N

ote­

se,além

dom

ais,que

fezparte

doacordo

como

FMI

aredução

deU

S$10

bilhõesno

nívelm

ínimo

dereservas

exigido(que

caienrão

paraU

S$5

bilhões),um

acautela

adicionalque,

como

sevê,

oB

rasilnão

precisouutilizar.

Em

dezembro

de2

00

2.p

ortan

to,

dop

om

ode

vistadas

condiçõesnecessárias

parahonrar

oscom

promissos

externos,a

situaçãoeslava

equacionada.A

lémdisso,

eeste

talvezseja

umelem

entoainda

mais

importante,

abalança

comercial

vinhaapresentando

resultadosabso­

IU.tam

entesu~r:endentes,

sup~randoem

cercade

50

%as

previsõesfC

itaspelop

rop

no

governo.A

ssim,

dop

on

tode

vistada

performance

finuradas

contasexternas,

emdezem

brode

2002as

expectativaseram

muito

melhores

doque

asexistentes,p

or

exemplo,

umano

antes,quan­

dose

esperavaum

resultadopositivo

nessaárea,

porémn

ãona

magni­

tudedo

eferivamenre

obtido.

Em

outraspalavras,

issosignifica

que,com

oacerto

docâm

bio,as

conrasdo

comércio

exteriorcom

eçavama

caminhar

nadireção

certa.~

bemverdade

quea

reduçãon

oritm

odo

crescimento

econômico

em2002

deuum

am

ãozinhapara

aobtenção

deresultados

tãofavorá­

veis,vistoque

reduziuo

dispêndioprevisto

com

asim

portações.Po-

i,'..._--------_......

~;,

":1lii.I

~nli",.,

.,

~~1['

.r;:~~

~

..:.

~

Page 12: PAULANI, Leda Brasil Delivery

ri"j1t"'"I1,1"I

':'1'I

!

"I!

I

:"

i!

11iI

i:.:

lill!'\'1,i

,I.

i:t.

26•

Brasil

Da

i,,",

~os

novamente

mecanism

osinform

aisde

indexaçãoque

voltassema

Jogarpara

afrente

ainflação

passada,reinaugurando

umm

ovimento

muito

conhecidoda

economia

brasileira.Mas

como

defenderum

tãoím

plausíveldiagnósticocom

aeconom

iaestagnada

eo

desemprego

ba­tendo

recordesatrásde

recordes?D

eo

nd

epoderia

estarvindo

tamanha

pressãopor

reajustesde

preços,de

modo

quecom

prometesse

aestabi­

lidadem

onetáriado

país?.

Evidentem

enteo

problema

nãoera

esse. Co

mo

ésabido,

porconta

Justam.ente

daturbulência

provocadapelo

processoeleitoral.

opreço

e~

re:alsda

moeda

norte-americana

disparoua

partirdeju

nh

ode

2002.atl.ngm

doquase

R$

4em

setembro.

Co

ma

defasagemque

sempre

existenesses

:asos,os

índicesde

preçospassaram

aincorporar

essechoque

ap

arnr

deoutubro/novem

bro.Acrescente-se

aquique,

nacesta

de~ens

quedá

abase

paraesses

índices-

e,portanto,

também

parao

Indicede

PreçosaoC

onsumidorA

mplo

(IPCA

)do

IBG

E,que

éo

índiceacom

panhadopara

efeitosde

controledas

metas

inflacionárias-,

têmpeso

muito

substantivoas

tarifasde

serviçosindustriais

deutilidade

pública,bem

como

oscham

adospreços

administrados.

como

com

­busrfvel,

gásetc.

Nessas

circunstâncias.era

evidenteque

aabsorção

totaldo

choqueprovocado

pelaelevação

súbitado

câmbio,

mesm

ocom

sua.reduçãoposterior

(elefecha

oano

nafaixa

dosR

$3,50),

demo~at1a

algunsm

eses,vistoque

aassincronia

existenteno

processode

reajustede

preçostornaria

impossível

quetodo

elefosse

absorvidode~ma

sóvez:

Portam

o,fosse

qualfosse

acondução

dapolítica

rnone­tária,

pelom

enosquatro

oucinco

meses

deíndices

elevadosexistiriam

como

mera

conseqüênciada

elevaçãod

opreço

dodólar

entreju

nh

oe

setembro

de2002.

.Nã~

existia.pois,

nen

hu

mindicador

deque

oprocesso

inflacioná­no

esnvessefora

decontrole.

Evidentem

enteessa

elevaçãosúbita

deum

dospr~ços

mais

importantes

daeconom

iateria

conseqüênciasdo

p~nto

devista

docom

portamento

dosíndices

depreço,

mas

eraper­

feitamente

possívelsaber

aextensão

doestrago.

Ele

estavalim

itadoa

uma

reconfiguraçãoda

estruturade

preçosrelativos.

que.ao

fime

aoc:-bo,não

éde

todoruim

paraa

economia

brasileira-

aocontrário

-.V

IStoque

tendea

reduziros

vazamentos

eengrossar

asinjeções

dede~~~

naeconom

iadom

éstica.N

ãoexistia,

porabsoluta

faltade

oXIgem

ona

economia.

nen

hu

ma

possibilidadede

essareconfiguração

depreços

setransm

utarn

um

descontrolem

onetárioe/ou

desencadear

Brasil

Dtlivtry

•27

mecanism

osinform

aisde

indexaçãoque

ressuscitassema

inflaçãoinercial.

Na

ausênciado

câmbio.

aâncora

dosistem

ade

preçosestava

eestá

nataxa

desalário",

Acorreção

dessediagnóstico

prova·sepela

mera

verificaçãoda

tra-

jetóriados

indicadoresde

preçosentre

ofim

de2

00

2e

oprim

eirosem

estrede

2003.T

odoseles.

independentemente

dacesta

debens

.quelhes

servede

base,descreveram

om

esmo

movim

ento:elevação

a'p

artirde

agosto/setembro,

ating

ind

opico

emnovem

bro.e

queda~acentuada

apartir

dedez.em

bro/janeiro.OIP

CA

doIB

GE

,por

exern­,;::plo,

quechegou

aapresentar

um

crescimen~od~

3,0

2%

e~

novem­

';bro

.caiu

para2.1

%e

2.2

%em

dezembro

ejaneiro,

respe.c[l~amente.

:'.,teduzindo-sede

modo

sustentadoa

partirdeentão.para

anngir0.22%

'>;·decrescim

entoem

maio.

Ofndice

Geral

dePreços

-disponibilidade

:·!l;.:intern

a(lG

Pd.i.),

queassustara

atodos

comseus

4,21%

decresci­

)f;Úin

ento

emo

utu

bro

e5,84%

emnovem

bro,jáhavia

caídoparn

2,70%;$&~m

dezem

bro

,ex

perim

entan

do

um

atrajetó

riaacen

tuad

amen

te"'~';!Etieclinante

apartirde

então.aponto

deindicar

uma

deflaçãode

0.67%!it~th

mm

aio.R

atificandoessa

intetpretação,diz

aeconom

istaE

ulina:~~unes'.da.equipe

deíndices

depreços

doIB

GE

,ao

comentar

aredu­

~~o

noritm

ode

aceleraçãodos

preçosno

iníciodo

ano:"A

inflação.~4~~

AA9caiu

poracaso.A

inflaçãodo

anopassado

foiem

inentemente

de';!;.tV

'::'"..,<"'·',

dI

ald

dói"10

j;'7"

'~os.

provocaa

pea

tao

ar.

::~~~

""Wo

rtantO,

também

nessecaso

soaírnplausível

odiscurso

governa-~p

~~m::tfPtalde

queo

ca~terdrástico

daspolíticas

monetária

efiscal

se

,ij~:'::Ílterru

ptam

entedesde

[aneirode

2002.E

mabril

de2003.

essevalor

foi,em

~ ;~~

~trnosreais,7,5%

menor

doque

ovalor

verificadoem

abrilde

2002.Finalrnen-

i,~_;'':~"'.0$

jornaistêm

mostrado

que,quando

seanaldisa

oconteflúdo

dbosacord.~~~q.ue""

.'sendofeitos

entret(';l.balnadores

eem

pregaores,

ain

açâoate

ossaianos

.:.~'=~::.~uasc:

50%deles.

.~

-~f~:~

porC

hicoSantos,~lBGE

rambérn

dizque

ainflaçáo

caiuem

fc:vereiro~.

, ~_~~,~.,

}f!f!.dd.Paulo,

15/312003,Dinhdro.

p..<\.c

d~_

•~o

comtodas

essasindicações

ecom

aintensa

quedaverific;ula,o

chefea

. ~'~"'.~~o

doFM

Ino

Brasil,Jorge

Marque:t-R

uarte.foicapaz

dedrzer,em

abril,que"

,:_-tinhade

~agirde

forma

mais

agressivapara

conlrolara

inflação",dand~a

-:~erque

empreciso

elevarosjurose

cortarainda

maisa

liquidezda

eccnomia­

b~~:

~1~·_

Page 13: PAULANI, Leda Brasil Delivery

4U

&J

,i1.u

lJU

t'Jlv

ny

Br:uil1J~lilJ~')'

•2~

-..

-:~~do.m

esmo

considerandodessa

forma

estreitao

conceitode

responsabilida­·2~~

tualpolítica

teriade

serreprovada,

dadaa

irresponsabilidadeflagrante.

com-

....::_neecssidade

deproduzir

superãvks,configurada

noato

depatrocinar,

--:ciode

taxasdeju

rosdesnecessariamente

elevadas.enormes

transferênciasde

,spúblicos

aossetores

dasociedade

quem

enoscarecem

derenda.

Adefesadesses

interesses,porém,vem

sempre

embalada

naretóri­

cado

respeitono

tratoda

coisapública,da

necessidadede

transparên­cia

austeridadee

gestãofiscal

responsável,bandeiras

extremam

entesedutoras

paraa

esquerda,quesem

preasdefendeu

poraquiemfunção

dafolha

corridade

corrupçãoe

desmandos

quecaracteriza

ahistória

denossa

direitano

poder.Q

uemem

sãconsciência

podesercontra

acransparência

ea

gestãoresponsável

dosrecurs~s

públicos,.ainda~ais

,noB

rasil?M

as,com

oos

argumentos

sãovendidos

emconjunto,

le-se.

facilmente,por

cxernpio.acríticaà

políticam

onerária

porsuadem

asia­:'

daausteridade

como

uma

defesada

irresponsabilidadena

gestãodo

:,:dinheiro

público.Confunde-se

deliberadamenteo

papeldaU

niãocom

o':

-enteda

federação-

que,enquantotal,devegerirde

maneiraresponsável

,;:0

5recursos

orçamentários

deque

dispõe-

como

papeldo

governo.~;.Jederal-

naqualidade

deplanejador,de

autoridadem

onetáriae

produ­._-':-torde

moeda

eliquida,de

gestordocrédito,de

guardiãode

reservas,deI~;1ina1izadore

promotor

doscam

inhosque

aeconom

iadeve

trilhar.;';~;.~1:;:::·

Graçasa

uma

confusãode

mesm

anatureza,assada-se

também

de:i~;~ifor

ma

imediata

políticaeconôm

icaliberal

àestabilidade

monetária,

i~~~0~mo

seapaiItica

econômica

nãoortodoxa

fosse.neceSsariam

ente

C0

1t­

:li:-'-tfaa

estabilidade-

cúmplice,

portanto,de

medidas

que,ao

fime

ao-:1;~-'~

o,levamo

paísà

hiperinflação,Assim

,qualquer

governoque

bus­~~

!ili~-uma

alternativaserá

irresponsável,visto

quegovern?

"re~.ponsá­-:L;~i;'}:~)l:é

justamente

aqueleque

evitaessa

rata,fazendo,paraISSO

,tudo

o"'i'!"'~

-''1''-;·.cá

.n

11":i.~f!ji·H

IM,.~:lo

rnecess

no.

_t~~

,i:{~Mas

essasconfusõessãõ,m

aisdoque

nunca,funcionais.Ogover-

.\,..

>~~

••p-

:c::?J.?'t~no';'{àllterio

rnãoenfrentava

grandesproblem

asnem

entravaem

contra-L~

f~~~

aodefender

epraticar

uma

polfticaeconôm

icade

cor~eliberal.

q.i~}

i~~·,~~un

capretendeu

serde

esquerdanem

sepreocupou

efetivamente

r~~~~~-çgffi'~o

dilaceramento

dopaís,

provocadopela

desigua~dad~.que

sef~~-'

e"í'i!U

ndade

modo

inescapáve1com

aadoção

dapolítica

liberal.Ol~~~

l~i~nteFH

Cchegou

adizer,num

alongaentrevistaaoc~.dcrno

Mais!,

~~~~~f!a

deS.Pauw,em

meadosde

1996,queo

modelo

nãoera

mes-

~~

-~~

~

~"t'

impôs

como

necessidadepara

"afastaropaís

doprecipício","estancar

oprocesso

dedcrre(Ím

enrod

aeconom

ia"etc.Mas

defenderessainter­

preraçãofoifuncionalpara

ogoverno

emvários

sentidos.Em

primei­

rolugar,

permitiu

demonstrar

àopinião

públicaa

"correção"e

a"responsabilidade"

dapolítica

adorada("V

iramcom

oa

elevaçãodos

jurosera

necessária?","V

iramcom

oeram

necessáriosos

cortesorça­

mentários?"."E

srãar.O

síndices

inflacionárioscederam!").E

msegun­

dolugar,perm

itiutam

bémcriarum

espaçopara

am

anutençãoda

taxa

realde

jurosem

umnível

tãoelevado

quantoestava

quandoo

paísm

udoude

mãos.C

omtodo

ofetiche

criadoem

tornodo

nívelda

taxabásica

dejuros

ecom

oargum

entoincansavelm

enterepetido

deque

elas6cairiaquando

ainflação

cedesse,abriu-seum

espaçopara

aredu­

çãonom

inaldataxa

coma

manutenção

oum

esmo

aelevação

deseu

nívelreal.

Porexemplo,a

reuniãodo

Capam

de18

dejunho

Cortou

emm~io

?ont~per~ent~al

ataxa

Selic,m

as,considerandoque

aex­

pectanvainflacionãria

caruda

esferados

12%para

alguma

coisaabai­

xode

8%em

2003,é

evidenteque

ataxa

realé

agora(m

eadosde

junho)muito

mais

elevadado

queno

infciodo

ano.M

asse

operigo

nãovinha

dofronr

externonem

dodescontrole

monetário

interno,quem

aispoderiaseralegado?

Certam

enteo

risco­país

elevado,o

dólarsupcrvaJorizado

eo

preçoreduzido

dosrftulos

bmsileir~sno

exterior.C

omo

vimos,porém

,aredução

dorisco-pats

ea

revaIonzaçãoda

moeda

doméstica

sãoantes

perversasdo

quebenéfi­

~ao

país,Elaspodem

aprofundaro

verdadeiroprecipício

queé

so­ciale

noqualo

Brasil

estám

etidohá

pelom

enosum

adécada,preso

queesrãnasarm

adilhasdeum

modelo

noqualcrescim

entoe

emprego

nãosão

prioridade.

5.Asedução

dodiscurso:

aidentificação

espúriaentre

gestãoresponsável

epolítica

econômica

liberal

Retom

andoum

POnto

jáanteriorm

entediscutido,

adefesa

desse,:,~deIo,

quese

mostra

devalidade

universalpor

seapresentar

como

ouruco

verdadeiramente

científico,encobrena

realidadeinteresses

mui­

toespecíficos

queestão

emlinha

coma

primazia

assumida

pelavalori­

zaçãofinanceira

dianteda

valorizaçãoprodutiva

desdeo

iníciodos

anos1980.

Essepadrão

deacum

ulação.dopom

ode

vistade

seusre­

sultadossociais,

seé

ruimpara

ospaíses

docentro

dosistem

a,par:l

paísescom

oo

Brasil

ésim

plesmente

nefasto.

,.

Page 14: PAULANI, Leda Brasil Delivery

30•

Brasil

D~liwry

tsrasrtU~I"'ay

•;"

'; ::mo

queem

lermos

relativosalgum

apequena

reduçãopossa.ser

obtidacom

~as

como

oF

ome

Zero. o

quetam

poucoé

fácil,o

número

absolutoconti­

~$á

acrescer,

um

avez

qu

eo

crescimento

dapopulação

despejaa

cadaano

no

-.-e:~

dode

trabalhocentenas

dem

ilharesde

brasileirosque

nãoencontrarão

on

de

~sua

mão-de-obra

emtroca

de: uma

rendam

onetãriaregular.

Não

dispo­

--:;p

or

isso,de:

nenhuma

forma

"oficial"de

acessaros

bense

serviçosque

o

..'do

consumo

apresentarodo

diana

TV.

"' 50

manter o

estadode

rebeldia"(entrevista

concedidaa

Fernando

Had

dad

Paulani), &

porragmr,

n. 41

,fev. 2

00

3.

rávcisJ4

ea

falrade

perspectivas,ap

rofu

nd

aráa

violêncianos

grandes

cencrosurbanos.

po

rm

aioresq

ue

sejamos

esforçosenvidados

naárea

dasegurança

pública.e

estimulará

aindústria

do

narcorrãfico,único

."setor"

que,para

um

aparcela

substantivada

população,vem

sem

os­

,:. ua

ndo

"promissor"

doponto

devista

do"em

prego". Esseúltim

oe1em

en­

~.Lto

po

derá

fazero

governocair

emdesgraça

tamb

émco

mas.cham

adas

; :" ~'dasses

médias.

Não

sep

od

eesquecer

quesetores

substantivosdessas

.I~dasses

serãod

iretamen

teafetados

com

areform

ada

Previdência.

':::.::O

slim

itespolíticos

dessaestratégia

jásão

sentidosdesde

oinício

1?-'àogoverno.

Porm

aioresq

ue

sejamas

habilidadesd

om

inistro-chefe

'.;Hâ

aC

asaC

ivile

do

presid

ente

do

Partido

do

sT

rabalhadores,ficará

':;'hdavez

mais

diflcilvender

ainterpretação

deq

ue

aoposição

aospro­

~;ttJ~os

dogoverno

den

trod

oPT

edos

de~~is~ar~i.~os

deesquer~a

se

'[Ã\~tês

tringe

aum

grupelhode

trêsou

qu

atroradicais

,D

ado

sos

princí­

~~~JtP..!ose

osvalores

qu

esem

pre

po

ntu

arama

vidad

op

artido

ea

história

.pt~jto

riosa

deseu

crescimento

eafirm

ação,se

ovento

começar

asoprar

;=i;:dolado

con

trárioo

governop

od

erám

uito

rapid

amen

teficar

emrni­

.~~~,~iiljria.M

esmo

qu

eisso

nãochegue

aacontecer,

aoposição

vindad

o

;:~~ili.jeriordo

pró

prio

partid

oten

de

aficar

cadavez

maio

re

cadavez

s~~7.,~h1'íüsdifícíl

decontornar.

-. ;(~

~~[~claro

qu

eesses

limites

sociaise

políticosp

od

erãonão

ser. sufi­

..t~~

ªeÍítes

paradeflagrar

um

acrise

institucional.U

ma

vezque,

naInter­

l·· '::~~i1p:@

ação

do

professorF

ranciscod

eO

liveira",

Lula

venceuas

eleiçôes

{.' ·:·~~~i~6;:.yácuo

socialdeixado

peladesarrum

açãodas

classesprom

ovidape­

F<;-J~J&i'Óito

anosde

FHC

,de

mo

do

qu

en

ãose

sabem

aisq

uem

com

and

a

I ~-~:,.

"' -:-:-1

::': :"'~~

•A

.•

J'~~

~i~:9,('qt;ê

nem

qu

emrepresenta

oquê.

fica,nessas

circunsrancias,m

ais

~E}:f··;~:f,4.~

parao

presidenteexercer seu

talentonatural

de"falar direra~enre

l"~·@t;:;:-

~m~

asne

com

pen

sarco

mos

setoresm

eno

sorganizados

da

socieda­

~f;-~~~~&

.apoio

queperder

nossetores

mais

organizados.

~~~.

-~-'-~

C//-'!i~----

~ft

mo

paraos

excluldose

dissertoutranqüilam

entesobre

qu

alseria

On

ú­

~ero.ddes_(18, ~6:30

milhões?)u.

Assim

.ainda

quese

beneficiasseda

l~ent1fiC1ça~ esp~nacorregestão

fiscal responsável epolíricaeconôm

ica

liberal,essa

ldenClficação

nãoera

defaro

necessáriaao

governotucano.

Mas

nu

mgoverno

do

Partid

od

os

Trabalhadores,

Com

aslim

ita­

çõesq

ue

suahistória

lheim

põe,é

tãop

atente

acontradição

gerada

coma

adoçãodessa

pclnicaq

ue

oem

baralh

amen

tose

tornau

ma

ne­

cessidade.~a~s

ainda,é

precisoestendê-lo,

prolongá-lo.A

sautori­

dadeseco

nôrm

cascom

eçaramp

or

usaro

jargãoan

terior

efalar

em

responsabiJ~da?efiscal;

passaramdepois

afalar

emresponsabiJidade

macroeconom

lca;e

agora,seg

un

do

determinação

vindad

oP

aláciod

o

PJ~alro,s6,se

falaráem

"justiçasocial":

fome

zero,C

ortesorçarnen­

rãrios, :o:alJ~aç~odos

programas

sociais,m

egassuperávits,reform

a

daP~vldencla,

Juroreal

elevado,valorização

artificialda

mo

eda

do

.

rnéstica,tu

do

emn

om

eda

"justiçasocial",

6.P

olíticaeconôm

icano

governoL

ula:lim

itese

alternativas

Evidentem

entea

manU

tençãodessa

posturadeve

enfren

tarlim

ites

tantosociais

q~to

poltricos.O

inegávelcarism

ad

opresidente

con­

cede-lheu

mprecIO

SOespaço

para

con

tinu

ara

defenderesse

modelo.

Co

ntu

do

, m~smoisso

élim

irado.T

end

oem

vistaa

promessa,

tantas

vezesdefendIda

nacam

panhaeleicoral,

decriação

de10

milhões

de

empregos,

passadoum

anoou

um

ano

em

eioco

mo

desemprego

cres­

cendoem

vezde

cair",a

avaliaçãopositiva

dopresidente

Lula

ed

o

governod

oP

Tp

or

parteda

po

pu

laçãop

od

en

ãoresistir,

Aco

ntin

ui­

daded

ofosso

social,com

ocrescim

entod

on

úm

eroabsoluto

dernise-

11O

então preside~teF

HC

equivocou-senos

números, J;l em

1995. segundodados

doPN

UD

, havla,38m

ilh,ões debrasileiros

vivendoabaixo

dalinha

depobreza

deU

S$I

percapua

pordia

e70

milhões

vivendoabaixo

dalinha

depobreza

de:

US$

2per

ap

itap

or

dia.(O

qu

enão

querdizer , com

olem

brourecentem

enteo

profcssorFrancisco

de:Oliveira.

que,logo

acima

dalinha.

viva-seno

paraJsodo

consumo...)

I,~

~n~úênciasperversas

daexacerbação

dessem

odeloj;l se

têmfeito

sentir

nos

IndiCldores

deprodueo

eem

prego.O

PIBno

primeiro

trimestre

j;l apresentaum

a

q~e:c1ade:0, 1%

.evide:m

emem

eco

mp

rom

etend

oo

cresdmento

previstopelo

pró­

PTJOgoverno

para2003

. que: começou

estimado

em2.2%

,caiu

para2%

ehoje

:~

e:m1,6%

.D

op

om

ode

vístado

desemprego

,os

indicadoressão

osm

aiores

ese

1994,tan

topara

oIB

GE

qu

anto

parao

Seade/Dieese:.

Page 15: PAULANI, Leda Brasil Delivery

32•

Brasil

DfÜ

V"]

Evidentem

entenão

estãotam

bémafastados

osriscos

deu

ma

crisestricto

J~TlJUeconôm

ica,antes

ocontrário.

Co

mo

demonstram

os,o

modelo

estabilidade/credibilidadeé

narealidade

muito

instável.Qual­

querm

udança.deh

um

or

dom

ercadofinanceiro

mundial

comrelação

aoB

rasil-variável,

aliás,sobre

aqual

temos

umpoder

dearbítrio

muitíssim

olirnirado

-pode

desencadearum

processoque,

aofim

eao

cabo,leve

defato

opaís

aotão

temido

defiltllt.D

esnecessáriodizer

que,nessascircunstâncias,em

meio

aoagravam

entoda

questãosocial,

acrise

políticaserá

inevirãvel.""

Ébem

verdadeque,

numcaso

como

esse,oG

randeIrm

ãodo

Nor-

tepoderá

comparecer

comsua

ajuda.O

atualpresidente

doB

rasil,

conforme~gi

tam

algu~s~está

sendoguindado,com

sintomático

apoionorte-am

ericano,àpO

Slça.Ode

"líderm

undial"-

um

convitedifícil

derecusar

-,e

oB

rasil.por

conseguinte,sendo

apresentadoco

mo

uma

espéciede

vitrinadas

maravilhas

danova

ordemm

undial.A

pesardo

e1e~do

preçoa

pagar,essa

circunstâncianos

colocanum

asituação

multo

~Iferent~~a

quetem

sidoexperim

entada,por

exemplo,

pelaA

rgentinanos

ultimas

anos,tornando-nos,

decerta

forma.

imunes

acrises.

Sea

hipóteseestiver

correta.os

constrangimentos

enfrentadospelo

governoL

ulaparo

efetivaras

prometidas

mudanças

-que

impli­

cama.hera~o

no~od~lo

econômico

-são

muito

maiores

doq

ue

sepode

Imagm

arà

pnmelra

vista.F

inalmente,

épreciso

frisarq

ue,

mesm

oque

tud

ocorra

exata­m

entecom

oprevisto,

ouseja,

quenão

ocorramcrises

sociaisnem

políticas.nem

econômicas,

eque

tud

odê

certo,o

queterem

os,ao

fimda

gestãoL

ula,m

antidoo

atualm

odelo,seráum

crescimento

me­

díocrc,comm

uitoboa

sorteum

po

uq

uin

ho

superioraos

2%

aoano

obtidosna

última

gestãode

FH

C6

•Se

a"credibilidade"

con

tinu

arn

en~ordar

abalança

decapitais,

auxiliadapela

manutenção

deu

ma

dasm

aiselevadas

taxasreais

dejuro

do

mu

nd

o,

arevalorizaçâo

dam

oedadom

ésticaprosseguirá

ed

esmo

ntará

oq

ue

necessitoude

um

avio­

lentacrise

(janeirode

1999)em

aisum

ano

etanto

paraser

montado.

jun

tocom

isso,redução

dedireitos,

asfixiado

debate,im

périodo

16A

'I

JUgar

peloque:

deveocorrer

nesteano,

paraq

ue

essam

édiaanual

de2%

se:efetive,ocrescim

entono

período2

00

4·2

00

6te:r;!

de:ser,nom

ínimo,

de:2.7%

aoano

.

Brasil

Drlivrry

•33

discursoúnico

-em

urnapalavra,

um

totalitarismo

dem

ercadoque

ficouapenas

nossonhos

deF

HC

..

Mas

qualseria

entãoa

alternativa?E

laexiste,afinal?

Co

mo

espera~s

terdem

onstrado,aidéia

deque

nãohá

alternatÍvas6

sesustenta

se.':

~bjetÍvom

aiorform

anteropaís

nosm

arcosdotipo

de"credibilidade"

_:que

aquise

descreveu.Seoutros

foremos

objeti~o~,outra

dev~ráser

a':'

líticaeconôm

ica,e

elaexiste.A

pretensãoongm

aldo

Partido

dos.'po

I"

H.

.)j-1iabalhado

resera

comandar

um

governo"democrático

epopu

ar.

OJe

::'/e3J'ececlaro

quetem

osde

nosconform

ar.comalgo

bemm

en,ospre~

J:';~,:tensioso.Mas,

mesm

opara

um

governoS

implesm

enter~for~llsta

:-o

:~J~>que

nãoseria

pouco,conside~ada

aatual,q.uadratura

da~Istóna

c~plta~:-é~lista_.

muitas

mudanças

senamnecessaflas

noque

hojese

pratica.A

'~;tltomeçar.é

evidente,pelo

nívelexcessivam

enteelevado

dataxa

f:alde't~'Juros,o

queé

indicadode

modo,c~ro

t~ntop~e1ocu

po

mcam

bialda

~{:\~M&F

qu

anto

pelom

erosornarono

daI~flaçao

:speradacom

a~taxa;~~ilé

jurosnane-am

ericanaengordada

pelorísco-pars-

E~ma

reduçãoda

:';*:,cl:xa

dejuros

nãoproduziria

apenasos

inequívocosefeitos

nonível

de,~U

p~dução

eem

prego.E

laseria

capaztam

bémde

es~~nc:'ro~roce~o

:;.§}ªeapreciação

desmesurada'd

oreal.

Do

pontode

~lstam

flaclonárlo.

:~f:~iAclusive.

ese

épara

selevar

emconta

asexpectativas,

melhor

seráa

1:~'@lU1utenção

dasubvalorização

doque

dasobrevalorização

damoe~a

,.fu1\~AAm

éstica.jáque

aprim

eiraaponta

perspectivamenre

paraa

redução

,.5g{\i'áô':va!or

emreais

dam

oedanorte~americana.

t.''ft~11.~:.Q

uantoà

políticacarqbial

propriamente

dita.além

daevidente

;:'~

~!Iifcessidadede

oB

ancoC

entralatuar

como

reguladordo

mercado.

'~i,j~ft~

?edindobruscas

oscilações,~er~se-iapensarn~

taxaçãodo

~pital~~~

~~~fUrto

prazoou

naestab~le~lmentode

a1gu~tipO

de.carência,em

~';;~~V~

,pensarem

regular,m

lOlm

amente

queseja.o

movim

ento.~esses~;{,~

'··'·~pJtais.

Ejá

qu

ese

tratade

gestãoresponsável,

ares~onsablbd~de

""""bialéo

melhor

antíd

oto

contraa

tentaçãodo

popuhsmo

cambial.

;'~~;Q~jm

esmo

sentido,atrelar

aqueda

darelação

dívida-:pIB~

sobn:­:fi.-::-';'..5~t.il.ô'm

ação

dam

oeda(em

funçãoda

substantivaparcela

dadíV

idacU

Ja:'}j,-.<

~~

~fizaçãoestá

atreladaao

comportam

entodo

câmbio)

étrocar

uma

4-~ora

ilusóriaagora

po

ru

ma

piorapotenciada

nofu.turo,

quando..~

ose

combinará

odéficitfiscalque

esfolacom

odéficitexterno

que':~

..Por

uma

questãode

aritmética

elementar,

aqueda

sustentada,':;~~lelação

sóserá

possívelaumentando

avelocidade

decrescim

ento_.1léhom

inado

rereduzindo

ad

onum

erador.Co

mo

subprodutodessa

~f~~éÂMAPJ\DOSDEPUTADOS·CEDI-BIBLlOTEC~

!:~.~

,---

••--

-

.';

Page 16: PAULANI, Leda Brasil Delivery

.14•

Brasil

J)(/illn

')'

queda,também

reduzidaseria

anecessidade

desuperãvits

fiscais,abrin­do-se

espaçopara

atuaçãoefetiva

dapolfrica

econômica

nosentido

daindução

docrescim

entodo

pro

du

toe

doem

prego.É

pequenaa

:ogência,com~

sevê.Para

falarnos

termos

quesão

doagrado

d~

auton~ades

econôm

icas,nadade

invencionices,de

mágicas.

deex~edlentes

mirabolantes.

Apenas

reformism

o.M

asnão

implicaria

tud~

lS~oum

am

ud

ança

derota,

um

asinalização

deq

ue

aacum

ulaçãocapu:alm

aem

nossopais

voltaráa

serpautada

pelaprodução

enão

mais

pelom

erorentism

o?E

videntemente!

E,

paraoperar

essam

udançade

rota,o~verno

?o~ido

dosT

rabalhadorestinha,

logoem

seuinício,

um

capitalpolítico

inestimável,

qu

etalvez

játen

ha

sidorifado.

Hoje,

para?perá.la,

se~o

necessárias,m

aisdo

qu

eantes,

coragem,

vontadepolítica

edeterm

inação.M

asnão

sediga

qu

enão

háalternativa,

Persistirna

atualpolüica

condenaráo

governodo

PT

aom

esmo

destinodo

governo"socialista"

deFelipe

Gonzãlez

naE

spanhada

dé­:a&

a.deI~8~.

~omo

afirma

JoséL

uisfiori

emartigo

deadvertência:

J-:loJe,adistância

eo

tempo

jáperm

itemum

balançom

aisfieldo

quefoi

~e~

Gonzâlez.

Enão

hádúvida

deq

ue

suagestão

'socialista'do

capitalismo

.espanholacabou

ficandoindiscernívelda

gestãoconserva­

do

r:e

neohbe.raIdo

gov~rno

Thatcher"!".

Assim

,a

con

tinu

aro

qu

eesta

aí,porm

aioresq

ue

sejamos

contorcionismos

retóricosdas

autori­dades,

nãose

poderádizer

ou

tracoisa

dogoverno

Lula

senãoque

vaificando

mais

em

aisparecido

comum

capituloadicional

daera

FHC

om

aism

elancólicodecerto.

I

17José

Luis

Fiori,"Mirem

-sena

Espanha",

Carta

Capital.16/4/2003.

p.50-2

.

oB

RA

SIL

CO

MO

PL

AT

AF

OR

MA

DE

VA

LOR

IZAÇ

ÃO

FINA

NC

EIR

AE

\TE

RN

AC

IO?\A

L(um

balançoda

políticaeconôm

ica_.,.

doprim

eiroano

dogoverno

Lula)

:-:-,...

~-;::;'.:.{

.

!4~~"~J~}:"..

Avitória

doP

artidodos

Trabalhadores

(P'T)

naseleições

presiden-

~Jili8ais

de2

00

2criou

expectativasdiferenciadas:

tenebrosaspara

alguns,

1ç~fJ:vissareiras

paraa

grandem

aioria.Aidéia

deq

ue

opovo

começaria

a;..t.:::FJf!

.....;.~-••

~:0,~tiansfo

rmar

oB

rasiln

um

anação

torn

ou

·sem

un

opresente

eparecia

-%l~~~fffialmen[eestar

aoalcance

dam

ão.F

orjadonos

durosanos

deluta

:"Jtibncra

ad

itadu

ram

ilitarq

ue

seiniciara

em1964,

nascidode

baixo~~t.~~'&'~

cima

_dos

movim

entosoperários

doA

BC

paulista-

etendo

c~::~~

aliderança

daqualidade

deL

uizInácio

Lula

daSilva,o

PT

parecia-~~

adopara

com

and

ara

du

ratarefa

deretirar

oB

rasilde

suasec~lar

L)}~l~

ae

dasdisparidades

edesigualdades

sempar

queela

p~trocma.i~:-{

~ãofoi

dessavez,

porém.A

esperadarefundação

daSO

CIedade

fi-U~~;

-~'paradepois.

Ancorados

nu

mdiagnóstico

catastrofista,de

queo

~~;

:~!estariaà

beirado

prêcipícioeconôm

icono

períodopós.eleições,

k~~.~"tdezem

brode

2002,os

qu

eto

maram

posseem

janeirode

2003

lt~~

.ntrara~aí

oáli~ipa~

~ontinua.reaprofunda~

aprática

da.polhi-f.;,,-

:!$Onõm

lcaq

ue

fOI

atoruca

dosO

itoanos

antenores,sobF

ernando

li!;"':'q

ue

Cardoso

(FH

C).

~~:\;'.o

je,maio

de20,?4,.fie;m

aisclaro

doq

ue

nuncaq

ue

n5.ose

tr~ta-t'íf

,~absoluto,

derática

-co

mo

apregoavam-,

detapar

on

anz

e

I 'f !t

,!um

,a~o1ftica

amarga,

odiosa,m

asne~essária

para"salvar

opa[s~.

,~Ç9ntráno.

tratou-sede

um

aescolha

dehb~rada,de

man

tero

Brasil

-1'-"

,"._:.

ona

mesm

aarm

adilhaexterna,

desdeq

ue

issonão

colocasse,

.:~o

projetode

poderdo

PT.

No

qu

ese.se~e,

buscaremos

recu-~~

mo

do

detalhadoos

argumentos

qu

eJustificaram

essaescolha,

:~_arsobre

qualéde

faroa

naturezado

"modelo"

escolhidoe

fazer

-".

çod

eseus

resultados.

-.""

.;.-

Page 17: PAULANI, Leda Brasil Delivery

':~::~~~~lÍ~~~

~~;'36

•8

"i1LX

liveg,~

""..,;.

as.

...ç~:~

~:fii~.;:~

:/:~ ~"?..,'i~7.1 r~

S~eia

doB

rasilà

beirado

precipício'~f~;'~-

.~

~ ::'~"-' '''. '; '

'...i~t\)~

..k'-" Il~i{daq

uelesque

esperavamnão

uma

políticaeco

-Aii~

,:sw:R-" .. .. .

.I'

-t:

. ,~~-:::;,"f~~?;:':;'eJ

ià1

~fuas

uma

sinaizaçao

nrme

param

ostrarque

am

ten-rnlG

a:aventtl!,=., ..{'....-,.

d.

b'I'

_·.~

::·;'b~WgbV

éti1ô

eraIr aos

poucosren

rano

aeconom

iarasi

eira

:'~~i{

ij{~;~~t~a em

quese

enredara,as

autoridadesbrasíleir:s

reCbK~p~tinham

sempre

pronta, nap

on

ta?alíngua, a

expl~~

ca~~§

i!n~.~pera~o

compor.ra~ento:.c,ra

preciso. ~nr~d.e

m.als

'"nad

itt.íªK9f~

"dabeira

do.preclpl~IO.

FOI

ISSO.que

~e~niclo jusrifi­

·..:~~1

12fli%l)/das

taxasbásicas

deJU

ros(a

SelicatingIU

26,5%ao

cou..

-t,

••

.••

.~•

ano);~@@il?ôrte

deliquidez

po

rm

eiodo

aumento

docom

pulsório

-dos&ffillil1

~â'surpreendente

elevaçãodo

superávit primário

paraalém

d~

i:-'.'if.;.'ã3t*,H~

FMI

(4,25%contra

3,75%do

PIB).

o.~gt~

o.·.1< .. ... ,.!~qfJ1~

?:~aseava

onovo

governopara

afirmar tão

sombria

situação?

No

"~l§~ento

detrêsvariáveisque

foram, a

partir deentão,

defini­

tivarií.~fi~hp:onadasno

postodos

indicadoresúnicos

eabsolutos

da.

'"

",>,<~

'O'_-e'

'.<

"saúd~

<:~n6mica

dopais: o

preçodo

dólarnorte-am

ericano,a

com-

çáo'ã8.'CB

ond{título

brasileironegociado

nosm

ercadosinrernacio-

..- ..~~

-=-

naisr~Liii:isco-pais.

De

fatO,

essas variáveisencontravam

-se, aofim

de

2o(j~I~níveis

indesejados. Odólar

chegoua

atingirR

$4

(fechouo

anoe~'R$

3,50), acoração

doC

-Bond

ficouabaixo

dos50%

dovalor

defu~;.~ o

riscoB

rasil alcançouos

2m

ilpontos.

Mas

aque

sedevia

tão

adversocomportam

enro?B

asicamente

àespeculação

geradacom

aquilo

quese

convencionoucham

ar"terrorism

oeleitoral",

orquestradopelas

elitese

pelosinteresses

nacionaise

internacionaisem

vistada

possibi­

lidadeconcreta

deum

avitória

deL

ula.N

ãofosse

oprocesso

eleiroral,

dificilmente

essesindicadores

teriamse

comportado

dessaform

a.

Orisco

maior

queinfluencia

ocom

portamento

dessasvariáveis

éa

perspectivade

uma

inadimplência

externa(defalllt),

ouseja,

deque.

emdeterm

inadom

omento,

opaís

nãopossua

asdivisas

necessárias

parahonrar

seuscom

promissos

externosc/ou

sóconsiga

fazerisso

re­

duzindoS

Uas

reservas aníveis

muito

arriscados.Q

ualera

entãoa

situa­

çãodo

paisno

quediz

respeitoa

essaquestão?

Ora, em

primeiro

lugar.

ocom

portamento

dabalança

comercial

em2

00

2surpreendera

o

IE

staseção

e: aseguinte

reprisarn,de

mo

do

resumido,

argu

men

tos

docapitulo

l ,

"BrasilD~/jwry

: razões.contradições

clim

itesda

polüicaecon

ômica

nosseis

pri­

me:iros

meses

dogoverno

Lula",

oB

rasilcorno

plataforma

devalorizaçâo

financeirainrernacional

>37

própriogoverno

(deF

HC

),ultra~ass~ndo

emmai~

d~50%

ovalor

esperadopara

seusuperávir.

MaIS

ainda,a

tendênciaera

deu

ma

:' ~ :perform

ancefutura

aindam

elhor,visto

queo

ajustedo

câmbio

apar­

;.':~ :rir

dejaneiro

de1999

pareciaestar

finalmente

colocandoas

contasdo

J;}-z:~~::,i:r ;aá~~:c~op::~:~ance

dasreservas,

avariável

con-

:~.:J/ereta

quedeve

defato

seraveriguada

parase

avaliara

questãoda

sol­

;~5'.

vênciaexterna.

mostra

umresultado

surpreendente:diferencernenre

'~~~tdo

períodoentre

setembro

de1998

ejaneiro

de1999,

emque

fo~~

~~idrenados

parafora

dopaís

mais

deU

S$40

bilhões,o

estoquede

d,VI·

:>1:'-sasde

possedo

governocentral

manteve,

aolongo

de2002,

umcom

­

:~(~ponam

entoabsolutam

enteesrãve!',

:11A.N

ãoque

nãoexistissem

problemas

pelolado

dascontas

externas.

::;'~:~~.'·Ex

jsti ame

continuama

existir.M

assão

denatureza

estrutural(au­

~:fiftm

entoda

dependênciade

importados,

elevaçãodo

passivoexterno

·~lDt.Jlq

ujdo

porconta

dainrernacionalização

docapital

produtivocom

:':~;;-co

nseq

üente

elevaçãoperm

anentedas

despesasem

dólaretc .),

longe.

~~~j~

~portan

to,

doagravam

entoconjuntural

queserviu

deargume~to

ao

'}i;&;~

~Ov

ogoverno.

E,

mesm

oque

esseagravam

entoconjuntural

viessea

.:::·;;:.-~t;'~co

rrer,o

acordocom

oF

Ml,

comtodo

oseu

pesadocusro

paraa

~*~~4~ciedade, já

estavafechado

(foraassinado

emagosto),

permitindo

que

.:~TIí..lfalq

uer

tempestade

inesperadafosse

enfrentada..

,

~e::~::.;.,~~I

ffiAoutra

razãoam

iúdelevantada

pelasautoridades

paraJustificar

a

i~

illl~

duçãoque

deinício

deramà

políticaeco~ômica

era~

risco-:

p~ra

l~.;~

~t;eI.es

iminente

-de

umdescontrole

monetário.

Nessas

circunstancias,r

"-;:.-._..."",

'-'-

,~.

Ei'~~

~,$ava-se , deviam

sertom

adasas

medidas

necessárias, fossemelasquais

t~~1~~~i

.li~~1:f~i;f~~

peci fi cam e: n t ecom

relaçãoa

essaquestão. ~liás.

ade~;n~es~rada

~esvaloriI:lção:~~{

.go

real jogavaa

favor.VISIO

que.do

poncode

vistaao

comercio

exrenor, háum

ldg

l:/~

detrês

aseis

meses)en

trea

oscilaçãosübira

dopre:ço

dadivisa

eos

resultados quet ........

-c

._

!~j

~a

sep

od

emcolher.

..

_

~. ~./§:.

começam

oan

oem

USS

36bilh~es

(an;édia

J~200\

fOIY

S$36.3

bllhocs~.

iJ.:.~

lam

paraU

S$33

bilhõesem

abril ernaio,

alcançama

faIxad

os

USS

40bi-

~;~ões

emju

nh

oe: ju

lho

.ficam

naesfera

do

sU

SS38

bilhõesem

agostoe: setem

bro

.~,...."'~e

US5

36bilhões

nobim

estre:seguinte, fechando

oan

oem

USS

37.8bi'hõc~.

"',;:.n

úm

eros

f:llamp

or

si:n30

tinh

ahavido

nem

estavah

aven

do

nen

hu

ma

s:mgTl:l

tada,nada

que: pudesse:se

assemelhar

:Ium

ataqu

eespeculativo

contrao

real

,tanre

dob

rutal

enfraquecimento

daposição

externado

país(co

mo

ocorrera

.,"sctem

bro

de:I 'J'J8

e:janeiro

deI 'J'J'J).

~~

.

:·J.?·li' ~"~.

'~ 'I:tt.~l~

Page 18: PAULANI, Leda Brasil Delivery

38•

Brasil

Dt/ivtTy

fossem, para

reduziro

ímpeto

desseprocesso.

Procederde

ou

traform

a

seriacom

oassinar

logode

carau

matestado

deincom

petênciae

com­

prometer

aviabilidade

dagestão

quese

iniciava.Justificava-se

po

raí a

manutenção

daelevada

taxareal

dejuros

eo

estrangulamento

da

liquidezda

economia

(oaum

entodo

compulsório

dosbancos,

em

fevereiro,retirou

daeconom

ia,de

uma

horapara

aoutra,

cercade

10%de

seusm

eiosde

pagamento).

Mas

qualera

aprincipal

razãodesse

comportam

entoadverso

dos

índicesd

epreços?

Oprincipal

problema

eraa

própriadesvalorização

doreal

apartir

dejulho

de2002,

provocadapelo

tumulto

eleitoral.

Com

adefasagem

quesem

preexiste

nessescasos,

osíndices

depreços

começaram

adem

onstraro

impacto

do

choquea

partirde

ou

tub

ro/

novembro. M

asaassincronia

existenteno

processode

reajustede

pre·

çose

opeso

queneles

têmas

tarifaspúblicas

eos

chamados

preços

administrados

(combustível,

gáserc.)

tornavamim

possívelque

todo

elefosse

absorvidode

uma

sóvez. A

ssim,

comou

sempolfrica

mone­

táriaconrracionista, os

índicesde

preçoscontinuariam

asubir

atéque

todoo

choquetivesse

sidoincorporado,

passandoa

declinara

partir

daí, empurrados

também

pelodeclínio

docâm

bio(que

foi exatamente

atrajetória

po

reles

descrita).N

enh

um

descontroleinflacionário

àvis­

ta, portanto.E

como

elepoderia

existirco

ma

economia

and

and

ode

lado,praticam

enteestagnada

hátanto

tempo?

Tam

poucoexistiam

­

como

continuama

nãoexistir

-na

economia

brasileiram

ecanismos

capazesde

começar

poraí

agirar

aroda

dainflação

inercial,com

o

sugeriuinadvertidam

enteo

presidentedo

Banco

Central,

Hen

riqu

e

Meirelles,

emagosto

de2003.

Portanto.

atese

doprecipício

aindaestá

porser

demonstrada.

Os

dadosexistentes

sobrereservas

eu

mm

ínimo

deconhecim

entosobre

a

formação

eo

comportam

entodos

índicesde

preçosnão

nosaurori­

zama

confirmar

suaverdade

. Ogoverno

alegatam

bémque

tinham

sidocortadas

as linhasde

créditopara

opaís

eque

erapreciso

recuperá­

las rapidamente. M

as, atéhoje.

nãom

ostrouquais

foramesses

financia­

mentos

eem

quantoforam

cortados.

2. Afalácia

do

estágiode

curto

prazona

orto

do

xia

Fizemos

oretrospecto

desseselem

entosporque

ajustificativa

go'

vernamental

paratam

anhog

raude

ortodoxiapassou

sempre

pe1:l

afirmação

danecessária

recuperaçãoda

"credibilidade".Seria

preciso

!rlO

Brasil

com

oplataform

ade

valorização

financeirainternacional

•39

-\', -.j~~: ....•

recuperá-iapara

nãocom

prometer

ascontas

externas,pois

oajuste

·i;··efetivo

do

balançode

pagamentos

dopaís

aindaestava

emcurso.

O'':

. 'Ó=

.~..__,,__:::-~_:."::~':";: 'sinal

darecuPleração

dd essacreddibilCidaBdc

edrajustame~t:

adqueda

ddo

.risco-país,

ae

evaçãoo

preçoo

-0

0e

aapreC

laçaoa

rnoea

::; ~dom

éstica.Para

conseguirisso

erapreciso

reduzirdrasticam

enteos

~"' ~" ,índices

deinflação

efazer

um

asólida

profissãode

fénos

remédios

da

::~i- :contraçâo

daliquides

eda

restriçãom

onetáriae

fiscal.E

mpoucas

.~;::.- :

palavras.era

preciso"beijar

acruz"

daortodoxia

econômica",

eela

foi

'_:_:_:'

beijadacom

devoção.

::{.

Mas

essediscurso,

deque

onovo

governousou

eabusou

ame

o

)t:;:-enorm

eespanto

geradopelas

medidas

comq

ue

iniciavasua

gestãoda

'1%reconom

ia,tinha

um

ladod

úb

io,

poissugeria

que,u

ma

vezrecuperada

f~;:-- - a"credibilidade",

uma

vezfeita

adolorosa

travessia,

chegariafinal­

;:1;2m

entea

horade

colocar aretom

adado

desenvolvimento

com

oo

obje­

;::f~::ltivo

prioritárioda

políticaeconôm

ica.O

estágiona

políticaortodoxa

~ Qg

>'era,sugeria

-se.de

curto

prazo,necessário

paraviabilizar

atransição

\ -..-: :

!.-,~

->~:"sem

traumas.

}{K:i1' '.Q

uem

conhecia,porém

,a

forma

defuncionam

entodo

modelo

.2~~}1econôm

icoabraçado

pelogoverno

doP

Tsabia

quetal

suposiçãoera

~r-i~ihnais

um

afalácia.

A"lógica

dacredibilidade"

simplesm

entenão

per­

~~~

&iitetal m

udançade

rumo.

Esse

tipode

credibilidadesó

sem

antémse

;_- :;~

lg$rm

anecereminalteráveis

nap,o~í[ica econ?~ica

oaju~te ~scal

impla­

r;:~~i

ii1.~;;1~vel, o

juroreal

elevado.a

políticam

on

etana

contraciorusta,etc.

De­

I::;:~

~}~~P9

isque

seentra

nessej~go,

qualquerm

ovimentação

nosentido

con-I,

..~

''lH'"'-'

dh~;J?,i

~.;~io

levade

roldãoa

"conquista"tão

duramente

obria

e,ju

nto

com

K;~~~~j.S1~

assupostas

c?ndiçõesde

"estabilida~e"necessárias

parao

cresci­

li::-}Ei •.,

':fl1~nto.

Poder-se-Ia

entãosupor

queo

nu

deo

du

rodo

novogoverno

H\ih... ",.fª~

sedeu

cooradessa

impossibilidade

ejulgou

queseria

capazde

t:~:i1f~j~r

inicialmente

o"jogo

doadversário" para

obter,a

partirdaí,

as con­

I ;_ ~;~~~~

esnecessárias

paraim

plementar

suaprópria

políticaeconôm

ica,

P;'~'.:.;:f~~~ela

querecuperaria

ocrescim

entoe

gerariaos

10m

ilhõesd.e

em­

L-0/F:.'-"

.l~s

prometidos

pelocandidato

Lula

aolongo

doprocesso

eleitoral.

. .};?'M

asm

esmo

essahipótese

parecehoje

difícilde

serconsiderada.

~â?ois deouvirm

oso

secretáriode

Política

Econôm

icado

Ministério

Õda

dizerque

épreciso

ergueru

ma

estátuaa

Pedro

Malan

(mi-

,~J'II.1'', .

: ~i l'rI-)11:.,

Page 19: PAULANI, Leda Brasil Delivery

oB

rasilcom

oplataform

ade

valorizaçãofinanceira

inrernacioncl•

41

-r'

~' . ,

~~ .- ...).i....:'"~, .,.r

.', ..' ., :;1. .)

,'·.1 :."~

:.1,I·~I

.J ': ',,

traa

inflação,assegurariam

acredibilidade

dosinvestidores

externos

eresolveriam

osproblem

asdo

balançode

pagamentos. 'Para

completar

areceita,

areestruturação

produtivafària

elevaros

saláriosgraças

ao

aumento

naprodutividade. constituindo

assiminstrum

entoinestim

á­

vel paraa

reduçãodas

desigualdadesdistributivas.

Um

adécada

depoisde

aplicadas .essas

medidas

geraramestagna­

çãoeconôm

ica,desem

pregorecorde,

enorme

aumento

davulnera­

bilidadeexterna,

oretorno

dopaís

àposição

deeconom

iaprim

ário­

exportadorae

aperm

anênciado

mesm

opadrão

distributivo,com

inevitávelcrescim

entoda

pobrezaabsoluta.

daviolência

eda

barbãrie

nosgrandes

centrosurbanos

dopaís. Pouco

tempo

ames

dosurgim

ento

dotexto

deG

usravoF

ranco, adiretoria

porele

comandada

noB

anco

Central

tratavade

tomar

asm

edidasnecessárias

paragarantir

ainser­

çãoque

defato

importava: a

admissão

doB

rasil nocircuito

internacio­

nalde

valorizaçãofinanceira.

Arenegociação

dadívida

externa,bem

como

suasecuritização,

ea

criaçãodos

títulosda

dívidabrasileira

co­

tadosem

mercados

internacionaisjá

tinhamse

encarregadode

pane

dastarefas.

Sim

ultaneamente,

am

esma

diretoriase

encarregava,na

surdina,de

outraparte,

também

fundamental:

adesregulam

entação

dom

ercadofinanceiro.

Utilizando

umexpediente

criadopor

uma

lei de1962

-as

chama­

dascontas

CC

S,

contasexclusivas

paranão-residentes,

queperm

item

alivre

disposiçãode

recursosem

divisas-,

oB

ancoC

entralprom

oveu

Na

realidade.essa

primeira.

mu

dan

çafoi

implem

entadaj:i em

1992.na

gestãode

Francisco

Gros

com

opresidente

doB

ancoC

entral eA

rrnlnioFraga

como

diretor

daárea

externa,m

aso

mercado

permaneceu

incréduloaté

que.em

novembro

de

1993.já

nagestão

deG

ustavoF

rancona

áreaexterna

doB

ancoC

entral.foi

_..publicada

uma

"cartilha"que

escancaroupara

osagentes

aquiloque

elesestavam

.-:'vendo

semacreditar.

Não

po

racaso,

tal cartilhaficou

conhecidano

mercado

como

;."C

artilhada

sacanagemcam

biar.

~f

~~~,~=~

f;'tI-

I~~-.

"fili.fi~~'li:-I '''J~~''''

;·~:·}{5~

1~g

~~~:tr

l,ff{PRd:a

aberturafinanceira

dopaís.

Operaram

-seduas

grandesm

udanças .

')~*.~~i

Em

primeiro

lugar, alargou-seo

conceitode

"não-residente",incluin­

~~i

tdo-se

aínão

apenasas

pessoasfísicas

oujurídicas

queestivessem

em

:~;_~;~~1i.

·trânsito

pelopaís,

mas

também

ascom

aslivres

deinstituições

finan­

~:~~i~~

ceirasdo

exterior(instituições

financeirasestrangeiras

nãoautorizadas

~~.:~;.a

funcionarno

país)". Além

disso,as

CC

Spassaram

apoder

remeter

~j~~~i;~ livrem

entepara

oexterior

nãoapenas

ossaldos

emm

oedadom

éstica

;~:~:,?~;resulrantes

daconversão

dam

oedaestrangeira

coma

qualos

nâo-resi-~

.

Em

meados

de1996.

Gustavo

Franco,então

diretorda

áreaexrer­

nado

Banco

Central

(e,pouco

depois,seu

presidente),escreveu

um

artigo,que

circuloum

uitoentre

oseconom

istas, denominado

"Inser­

çãoexterna

edesenvolvim

ento", sobreo

qualo

presidenteF

HC

disse

tratar-seda

"revoluçãocopernicana

naeconom

ia".E

mbalada

noido­

latradoinvólucro

daform

alização,não

passavade

uma

apologiadas

prescriçõesdo

Consenso

deW

ashingcon,que

ogoverno

deF

ernando

Henrique

jáestava

utilizandono

país,quais

sejam:

reduçãod

otam

nhodo

Estado

(privarização),abertura

comercial,

políticasm

onetária

efiscal rígidas,

raxasreais

dejuros

elevadas.A

legavaG

ustavoF

ranco

que,m

isturandobem

tudoisso, depois

decerto

tempo

opaís

estaria

preparadopara

pegaro

bondeda

história.O

choquede

concorrência

implem

entadopela

aberturaprom

overiau

mprocesso

dereestruturação

produtivaque

nosfaria

ganharum

lugarno

admirável

mu

nd

onovo

globalizadoe

garantiriaas

condiçõespara

ocrescim

entocom

estabili­

dade.O

Estado

mínim

oe

aspolüicas

fiscaise

monetárias

"sólid

as"

Com

jurosreais

elevados, alémde

constituíremantídotos

naturaiscon-

3.A

verdaded

om

od

eloescolhido

nisrroda

Fazendaao

longodos

oitoanos

degoverno

deF

HC

),depois

deassistir

aom

inistroda

Fazenda,respondendo

àsacusações

de

continuísmo, dizer, na

presençade

FH

C, que

"sendoigual,

mas

corre­

ra, elecontinuaria

apraticar a

mesm

apolítica

econômica

porm

aisdez.

anos",fica

difícilim

aginarque

ocontinuísm

ofoi obra

dealgum

mo­

vimenro

tático.A

únicahipótese

quesobra

éque

houveum

aescolha

deliberadap

or

essetipo

dem

odelo.com

plenae

totalconsciência

dos

responsáveispor ela.

Mesm

ocalçados

em55

milhões

devotos

ernon­

radosnum

capitalpolítico

inéditona

históriado

país, osnovos

donos

dopoder

nãoquiseram

arriscarum

milím

etroe

sedecidiram

pelali­

nhade

menor

resistência.Escolheram

ocam

inho"m

aisseguro", quenão

afrontavainteresses

constituídos, incemos

eexternos,

queim

punhade

vezo

rentisrnocom

om

arcade

nossaeconom

ia, queconsagrava

parao

Estado

opapel

paternalistae

"focado"

de"cuidar dos

pobres",que

não

questionavaas

disparidadesregionais

epessoais

derenda

eriqueza,

quenão

ameaçava

sequerarranhar

ainíqua

estruturapatrim

onialdo

país, queo

mantinha, enfim

,subm

issoaos

imperativos

daacum

ulação

financeiraque

domina

acena

mundial

docapitalism

odesde

meados

dosanos

1970.

40•

BrasilD

tJiv"J'

Page 20: PAULANI, Leda Brasil Delivery

oB

rasilcom

oplataform

ade

valorizaçãofinanceira

lnrernacional•

43

~LM

aisuma

ousadia(à

direita, sempre)

donovo

governofoi a

imposição

decontri­

:;'.rbuiçâo

aosinativos

-a

qualF

HC

renrarainúm

erasvezes sem

conseguir. Não

CU

SI3

~~~.

lembrar

qu

eo~tor

b:isicodo

insucessode

FH

Cem

todasessas

Tentativas

foia

~~

, oposiçãoferoz

feit2justam

entepelo

Partido

dosT

rabalhadores.

:->'5,N

ãop

or acaso,

oF

ome

Zero

temm

uito

mais

afeição

filamrópic<

l deum

programa

;: de

caridadedo

qu

epropriam

entea

feiçãode

uma

políricade

Estado.

;.*"-..:jo•.~

';.;:.......~..

plantadapelo

governoanterior. S

eusen

tido

básicofoi alterar

ofuncio­

nam

ento

do

sistema

previdenciáriodessa

faixade

trabalh

ado

res.

Pretextando

déficitsinsustentáveis

eque

seagravariam

como

tempo,

o

governopropôs

mudanças

nosistem

ade

previdênciado

funcionalis­

mo

que, concretamente,

implicam

atransição

paraum

regime

de"capi­

talização",em

substituiçãoao

regime

de"repartição

simples"

atéentão

vigente.A

exemplo

doque

FH

Cfizera

coma

previdênciados

trabalha­

doresdo

setorprivado

daeconom

ia,o

principalinstrum

entopropO

Sto

paraoperar

essam

ud

ança

foia

imposição

detetos

paraos

benefícios,

tetosq

ue

obrigarãoos

servidoresa

participar defundos

complem

enta­

resde

previdência.M

as,diferentem

entede

FH

C,

qu

enão

ousoudis­

pensaras

"regrasde

transição",a

propostaoriginal

dogoverno

doP

T

foi aoparlam

entosem

elas, cabendoaos

congressistasa

introduçãodas

mudanças

qu

etornaram

"menos

radical"a

reforma

proposta",

Assim

,tendo

oFom

eZ

eroco

mo

aprincipal estratégia

dem

arketing,

mas

semconferir

efetivamente

aessa

meta

grandeim

portâncianem

lheproporcionar

recursossubsranrivos",

ogoverno

esforçou-sem

es­

mo,

logode

início,foi

paracom

pletar asm

udançasiniciadas

po

rF

HC

naárea

previdenciária.Q

ue

ogoverno

tenh

acom

eçadopor

aí,q

ue

tenhaem

pen

had

oto

do

oseu

pesopolítico

eseus

cargosna

aprovação

.y

_!."- o.i.:de

talreform

a,pode

sertudo,

menos

um

acasualidade.

Na

verdade,_

01-..."' '''F.'"

j§l~

·!i:;,~esse

infcioé

sinalinequívoco

docam

inh

oescolhido

pelonovo

gover-

~ . ~~*?:

noe

dad

ou

trina

porele

abraçada,(O

rnandoainda

mais

plauslvela

h~~:-'Vf' · hipó[ese

deq

ue

houvçu

ma

escolhaconsciente,

enão

um

asituação

<::o'}

inescap

ávelq

ue

teriaem

pu

rrado

og

ov

erno

Lu

laa

con

firmar

e

'b.!-1!i"j

'" aprofundaro

mesm

om

odelo.'-;lW

' ·-xt ....i.r -

0,_, ''?"

~_ "';-~A

ocom

pletara

transformação

idealizadap

or

FH

C,

màtararn-sc

~\...t

·

"';v:irioscoelhos

deu

ma

cajadada.E

mprim

eirolugar,

criou-sefinal-

. ..."·m

enteo

grandem

ercadode

previdênciacom

plementar. que

haviam

ais

~~.

.{~d

eduas

décadasvinha

despertandoa

cobiçado

setorfinanceiro

privado

;~~

S}:taciona1

ein

rernacional. Cabe

ressaltarque, nesse

sentido, aviabilização

.:

4' (.!.

".J.~

42•

Brasil

J)tlivtry

dentesti ....essem

entradono

país,m

astodos

equaisquer

saldos-A

briu­

secom

issoa

possibilidadede

qualqueragente,

independentemente

de

sero

unão

residente, enviarsem

restriçõesrecursos

aoexterior. basran­

do

. paratanta.

depositarm

oedadom

ésticana

contade

um

ainstitui­

çãofinanceira

não-residenre",

Essasm

udançasproduziram

aform

ae

asubstância

dainserção

do

Brasil

nasfinanças

dem

ercadointernacionalizadas.

Os

títulosda

dívi­

dabrasileira

lançadose

cotadosno

exteriorconfirm

aramo

paísno

.•papelde

emissor

decapital

fictício,q

ue

viabilizaa

valorizaçãofinan­

ceirae

garantea

posteriori atransferência

deparcelas

darenda

real edo

capitalreal

paraa

esferafinanceira.

Aliberalização

financeiravem

~-

~ ranriro

livretrânsito

doscapitais

internacionais,q

ue

podemassim

maxim

izaro

aproveitamento

daspolíticas

monetárias

restritivase

de

jurosreais

elevados.Sem

odestravam

entodo

mercado,

porexem

plo,

osm

aisde

US$

40bilhões

quesaíram

dopaís

entresetem

brode

1998

ejaneiro

de1999,

atemorizados

com

aim

inen

tedesvalorização

doreal,

nãoteriam

podidofazê-lo

eteriam

amargado

durasperdas.

Mas

otraje

dessenovo

papeldo

paísnão

estavacom

pleto,Por

mais

quetenha

tentado,F

HC

nãoconseguiu

implem

entar, naquestão

pre~

videnciária,todas

asm

udançaspara

qu

esua

conformação

seadaptasse

aonovo

figurino.A

reforma

daP

revidênciafoi

justamente

oprim

eiroprojeto

defô­

legoem

quese

emp

enh

ou

ogoverno

Lula.

Logo

nosprim

eirosm

eses

degestão,

onovo

governom

and

aao

Congresso

umprojeto

delei q

ue

propõevárias

aiteraçôesnessa

área,m

asque

afetafundam

entalmen

teo

funcionalismo

público,já

que,no

setorprivado.

areform

afora

im-

•A

sprocuradoras

daR

epúblicaV

alqulríaN

unese

Raquel B

ranquinhoencam

inha­

ram111 Justiça

Federal.em

dezembro

de2

00

3.

um

apeça

deacusação

emq

ue

pe­

dema

condenação. po

r crime

deim

probidadeadm

inistrativa. dequinze

executivos

ligadosao

Banco

Central

eao

Banco

doB

rasil. Elasargum

entamque

essatrans­

formação

dasC

C5

foi(c:iG

lde

mo

do

irregular,pois

uma

leifeder..u

nãopode

ser

regulamentada

poru

mórgão

dehierarquia

constitucionalinferior.

Em

OU

traspa­

Iav~

, oC

ongressoteria

deser

ouvidosobre

isso.e

não

foi.A

mudança

foifdra

singelamente,

mediante

uma

"cartacircular-

doB

ancoC

entral. Um

acarta

circu­

laré

umdocum

entoq

ue

temo

papel exclusivoe

resrrirode

"esclarecer"norm

a.' c

regulamentos

editadospelo

Conselho

Monetário

Nacional.

(Veja-se, a

esserespei­

to.;l excelente

matéria

deR

aimundo

Rodrigues

Pereira, "Urna

manipulação

extraor­

din~riaM.publicada

narevista

&portagtm

.n,

53.fcv. 2

00

4.)

Page 21: PAULANI, Leda Brasil Delivery

44•

Brasil

Dflivery

dareform

ano

setorpúblico

representaa

aberturade

perspectivasde

acumulação

quenão

estãopresentes

quandose

considerao

mercado

previdenciáriooriundo

dosetor

privadoda

economia. A

pesarde

subs­

tantivamente

maior

doque

onúm

erode

trabalhadoresdo

setorpúbli­

co,o

mercado

consrirufdopelos

empregados

dosetor

privadopossui

rendam

édiam

enore

enfrentaa

ameaça

dodesem

prego.A

abertura

dessenovo

csuculento

espaçode

valorizaçãofoi, portanto,

oprim

eiro

dosgrandes

tenros (àdireita. sempre)

marcados pelo

novogoverno

coma

~aprovação

dareform

a.Além

disso, coma

elevaçãodas

contribuições. da

idadee

dotem

pode

trabalhopara

aobtenção

dobenefício,

bem

como

~com

ataxação

dosinativos .

ogoverno

contoupontO

Stam

bémno

intocávelobjetivo

do"ajuste

fiscal". Pôde,ainda.

porm

eiode

umbem

pensadoprogram

ade

defesapublicitária

dessainiciativa.

colocaros

funcionáriospúblicos

como

osgrandes

vilõesdo

descalabrosocial

do

pais?e

vendera

idéiade

queo

intuitoda

reforma

erasim

plesmente

o

defazer "justiça

social". E.last but not least, um

sistema

previdenciário

compredom

íniodo

regime

derepartição

esob

om

onopóliodo

Esta­

doera

algoque

nãocom

binavaem

nadacom

umpaís

quebuscava,

desdeo

inícioda

décadade

1990,afirm

ar-secom

oum

dasplatafor­

mas

mundiais

davalorização

Iinancelra.A

reforma

patrocinadapelo

PT

veiocontribuir

deform

adecisiva

parao

alcancedesse

objetivo.

Ocorre

queo

regime

decapitalização

épor

definição"renrista"

(in­

teressam-lhe

jurosreais

elevadose

ativosfixos,

depreferência

papéis

públicos,já

queseus

gestorestêm

de"garantir",

nolongo

prazo,o

retomo

individual das contribuiçõesnos

valores contratados), enquanto

oregim

ede

repartiçãoé

"produtivisra"(interessam

-lheem

prego,ren­

dae

capitalprodutivo, visto

quequem

trabalha"paga"

arenda

dequem

nãotrabalha).

Sendo

assim,

essatransform

ação,além

de,em

muitos

casos, terviolado

direitosadquiridos,

geroum

aisum

importante

ele­

mento

paratornar

mais

profundasas crises experim

entadaspelo

país'".

Masisso

certamente

passoupor

detalhena

cúpulagovernam

ental, dian­

teda

"modernização"

institucionaldo

capitalismo

brasileirotrazida

pela

,R

ecuperando.

sintomaticam

ente.u

ma

dasbandeiras

decam

pan

ha

deF

ernando

Collor.

roP

iordo

quepré-c

íclico,oregim

ede: caplralizaçâo

éneutro

qu

and

oa

maré

éfavo­

rável,m

asjoga

completam

entecontra

quandoos

ventosem

pu

rrama

economia

ladeiraabaixo,

Eisso

étanto

mais

verdadeiroquanto

maior

foro

pesodos

ativos

carregadospelos

fundosde

pensão.

oB

rasilcom

oplat aform

ade

valorizaçãofinanceira

internacional'

45

reforma.

alémdos

inegáveis"ganhos

decredibilidade"

queela

anga­

riou11. N

ãoé

demais

lembrar que,

emtroca

deseu

apoioé

dofinancia­

mento

aprojetos

sociais,o

Banco

Mundial

"sugeriu"ao

novogoverno,

aindaantes

desua

posse,que

elejustam

enteconcluísse

areform

a

previdenciária(além

derealizar a

reforma

tributáriae

auniversitária).

Concluída,

po

nam

o, essa

etapa, ficaquase

prontoo

paíspara

intc­

grar, trajadoa

rigor,o

circuitointernacional

davalorizaçâo

financeira.

Mais

algunsdetalhes.

como

aaprovação

danova

Lei de

Falênciase

a

autonomia

doB

ancoC

entrai, expedientesvistos

como

necessáriospara

garantira

"rendam

ínima

docapital"!',

enada

mais

faltará.E

esse

mom

entoglorioso

nãotardará

achegar,

vistoque

ogoverno

Lula

tom

ou

todasas

providênciaspara

qu

em

aisessas

reformas

rnoder­

nizantessejam

implem

entadaso

quamo

antes.A

toiletteestará

então

completa.

Aautonom

iado

Banco

Central

fazver

aos"m

ercados",

de

uma

vezpor

todas.que

oE

stadobrasileiro

nãoabrirá

mão

deseu

papelde

permanentem

enteretirar,

pelavia

dostributos,

parcelasda

rendareal da

sociedadea

fimde

transferi-Iaspara

aesfera

davaloriza­

çãofinanceira",

assegurando °rendim

entodo

capitalficncio

(rítulos)

queproduz": A

om

esmo

tempo,

esseE

stadotransform

aa

moeda

do

paísem

objetode

tráficoe

deagenciam

ento,sujeitando-a

aoperações

dearbitragem

quefarão

seuvalor

flutuarao

sabordos

interessese

das

aplicaçõesde

cadam

omento.

Ora

como

objetode

especulação.ora

11U

ma

dasconseq

üênciasbenéficas

muitas

vezesaventada

paraa

msrauraçâo

de

regimes

decapitalização

éq

ue

eles.em

geral.forçam

um

aelevação

da"taxa

de

poupança"da

economia, o

qu

eseria

um

efeitosalutar, particularm

enteem

econo­

mias

com

oas

nossas. que,segundo

odiscurso

convencional, são"carentes

depou­

pança", Organizadas

dessaform

a,porém

, asfinanças

nãose

prestamnem

mesm

o

paraa

conformação

docírculo

virtuosodefendido

pelom

ainstreameconôm

ico

(poupança-investimento-renda). visto

qu

ea

poupançafinanceira

substantivaq

ue

asociedade

acabap

or

gerarnão

seobjetiva

eminvesrim

entoscapazes

degarantir

nofuturo

umfluxo

aumentado

debens

eserviços.

Ao

contrário, elatorna-se

um

elemento

adicionala

pressionara

economia

paraa

geraçãode

rend

asem

a

intermediação

daprodução

material.

Aexpressão,

felicfssima,

éde

JoãoSayad

(cf"T

axade

juros",Falha

dI' S.P",tlo.

;~24(412000).

~'Il

";.j.'>V

er sobreessa

questãoFrançois

Chesnais, "Int ro

du

çãogeral",

emA

mundializaçâa

tj: ~~ fi nat1ctira:g

intl<

',C

UltO

!..

roca

!(São

Paulo.X

amã,

1998) ..;lt ,

Pod.

e•

:.•~~:-

er-se-iaargum

entarque

oeleito

riquezaproduzido

pelagarantia

derenda

real

_:;"que

am

aquinariafinanceira

gerateria

opapel

deincentivar o

consumo

eo

inves-

"{,-; 'lo,

-i;~l

Page 22: PAULANI, Leda Brasil Delivery

como

pretextopara

am

anutençãode

desmesuradas

taxasreais

deju­

ros, am

oedadom

ésticapõe-se

sempre

como

umcam

inhoprom

issor

paraa

obtençãode

excepcionaisganhos

emm

oedafone.

Aabertura

financeiragarante

aefetividade

dessesganhos,

concedendoa

seusati­

vosde

origema

liberdadenecessária

param

aximizar,

emdólar,

sua

estadano

pais. Os

fundosde

pensão(que

serãoagora

aindam

aisnu­

merosos

evolum

osos)funcionam

como

braçoauxiliar

dadívida

pú­

blica,no

papelde

retirarda

esferada

acumulação

produtivaparcelas

substantivasde

rendareal que

poderiam, de

outrom

odo, transformar-se

emcapital

produtivo.Farão

assim,

indiretamente,

pelavia

voluntária

d,s

contribuiçõesprevidenciárias. aquilo

queo

Estado

fazdiretam

ente

pelavia

imposiriva

dostributos.

Ogoverno

dom

aiorpartido

deesquerda

(!?)do

mundo.

nom

aior

paisda

Am

éricaL

atina,terá

entãoprestado

aosinteresses

docapital

rentistae

aseu

ideárioum

serviçoinestim

ável.T

erádem

onstradode

modo

irretorquívela

{escde

quenão

háourra

alternativa,de

quenão

háoutro

caminho,

poisque

ninguémduvida

dasintenções

progressis­

rasdoP

artidodos

Trabalhadores

ede

seum

aisim

portantelíder. E

stará

aom

esmo

tempo

desempenhando

papelde

inegávelim

portânciana

consolidaçãodo

sistema

monetário

internacional vigente,no

qualu

ma

•m

oedapuram

entefiduciária

funcionacom

o"lastro"

daarquitetura

financeiram

undial.A

manutenção

dessesistem

a,porém

precisa­

mente

oque

mantém

adom

inânciafinanceira

davalorização!",

pois

queo

emissor

dolastro

internacional,ao

expandirlivrem

entesua

moeda.

geraum

aplerora

decapitais

qu

ese

defendem,

porm

eioda

timenro, devolvendo

àesferada

acumulação

produtivacom

uma

mão

oque

retira

delaCOm

aoutra.

Ainda

queisso

possaeventualmente

ser verdadeirono

casodo

consumo, no

casodo

investimento

éurna

esperançavã, já

que, continuandosob

os imperativosdo

gastopúblico

minguado

edo

jurorealdesm

esurado, as expecta­

tivasderivadasdeaplicações

produtivasperm

anecerãodeprim

idas.

II~Dominancia

financeirada

valorização"afigura-se

umterm

om

aisadequado

do

que"dom

inânciada

valorizaçãofinanceira". pois

enquantoo

último

refere-sea

mom

emos

ouf.1Ses

nahistória

docapitalism

oem

quea

valorizaçãorenrisra

se

Clt:l.ccrbae

sesobrepõe

!l. valorizaçãoprodutiva

deum

modo

insustentável nolon­

gopraeo,o

primeiro

dizrespeito

!l. etapacorrenre

docapitalism

o, naqual a

impor­

til.ndae

adim

ensãodos

capitaiseda

valorizaçâofinanceira, com

binados11. peculiar

formaassum

idapelo

sistema

monetário

Internacional, fazemque

alógicada

valo­

rizaçãofinanceira

contamine

também

aesferaprodutiva, gerando

umnovo

modo

deregulação

adequadoao

regime

deacum

ulaçãofinanceira. A

sm

udançasopera-

oB

rasilcomo

plataforma

devalorização

financeirainternacional.

47

valorizaçãofinanceira,

decrises clássicas

quepoderiam

reduzi-losa

pó.

Se, po

rum

lado, opapel

dosE

stadosnacionais

edos

fundosm

útuose

depensão

como

instrumentos

deextração

derenda

real paraa

alimen­

taçãodo

capitalfinanceiro

ciganom

inoraa

dimensão

fictíciadesses

capitais,p

or

outrovai

acirrandoas

contradiçõesinerentes

aum

siste­

ma

quevê

diminuir

ocapital

produtivo(que

gerarenda

real)enquan­

toengorda

ocapital

financeiro(que

extrairenda

real dosistem

ae

incha

ficticiamente

nosm

ercadossecundários,

exigindoainda

mais

renda),

Éesse

enfimo

modelo

adotadopor

Lula

epelo

governodo

Partido

dosT

rabalhadorespara

promover

odesenvolvim

entodo

Brasil. A

re­

tóricaconvencional

continuagarantindo

queé

apersistência

napolí­

ticada

austeridadefiscal

comcontração

monetária

oúnico

caminho

seguro,certo

e"científico"

parase

alcançar o"crescim

entocom

estabi­

lidade".C

omesse

tamanho

dedívida,

alegam,

opais

precisa"econo­

mizar"

parareduzir

seupeso

comrelação

aoPIa

eter

permissão

para

voltara

crescer. Nunca

selem

bramde

dizerque

ocrescim

entoda

divi­

da,que

afez

ganhara

dimensão

atual.não

foiresultado

denenhum

a

"irresponsável"gásrança

governamental,

mas

daprópria

receitaorto­

doxaque

prescreveujuros

elevadospara

Sustentara

apreciaçãocam

bial

quevigorou

de1995

a1999.

Nunca

selem

bramtam

bémde

dizerque

opagam

entodesses

jurostão

polpudosé

ogrande

responsávelpelos

déficirsnom

inaisque

fazemcrescer

cadavez

mais

aprópria

dívida

pública,m

esmo

comos

serviçospúblicos

esfoladose

como

desempre­

goem

níveisinsuportáveis.

Finalm

ente, esquecemainda

dedizer

quea

dívidanão

épara

deixar

deexistir,

nãoé

uma

anomalia,

umpecado

queo

paístem

depurgar

paraganhar

arecom

pensado

crescimento. A

ocontrário,

elafaz

parte,

.com

osem

prefez. do

capitalismo.

Ela

derivadas

relaçõesentre

Estado

daspelo

royotismo

vãonessadireção. A

chamada

~flexibiJizaçãodo

trabalho", por

exemplo, perm

ite, entreoutros:

utilizar mais im

ensamente

ovalor de

usoda

força

detrabalho; repartir

como

trabalhoos

riscosdo

capital, flexibilizandoo

próprio

capiral;emconjunto

coma

custornizaçâoda

produção, reduzir aom

Cnim

oo

custo

decarregam

entode

estoquesde

matérias-prim

ase

bensimermedi~rios

(quese

tornaum

desperdfcioirnperdoãvel num

contextode

taxasdejuros reaispositivas

e

elevadas), Todas

essasm

udançastêm

quever com

ocontexto

noqual

hojedeve

sedar

avalorização

produtiva,qual

seja: ocontexto

rentisrae

curto-prazisrada

.'.•valorização

financeira. Ver a

esserespeito

Andrés

V.F

ronrana,O

capitalismo

no

='1. fim

tÚJskulo

XX

(Tesede

Doutorado

emE

conomia.

Universidade

deSão

Paulo.

~.: Instituro

dePesquisas

Econôm

icas, 2000).

Page 23: PAULANI, Leda Brasil Delivery

~,

PI'."

.' ll' j]1.)I.'.

-

,\.

oB

rasilco

mo

plataforma

devalorização

finalKcira

i

jos

éLuCs

Flori(M

Par3F

iori,'revolta

social' serácrescente",

entrevistaconcedida

a

Claudia

Antunes,

FoUJatk

SPau!«, 9/512004).

Cu

mp

reacrescentar

que.n

oconrexro

atualde

umsistem

am

on

erãrio

inrernacio­

nalflduciãrio,

:I securuizaçãodas

dívidas

públicasdos

paísesem

ergentese

osjuros

positivosque

das

pagam,

bem

com

oos

ganhosde

arbilragemq

ue

ocâm

bioflu­

tuan

teproporciona

graçasà

diferençade

forçaentre

asdiversas

mo

edasdom

ésri­

cas,s50

acessóriosim

prescindíveis para

garantir oren

dim

ento

docapital financeiro

qu

and

oo

paíshegern

ônico,p

or

suaspróprias

razões,

nãoestá

dispostoa

fornecer

essagarancia.

'

9T

odasas

manchetes

aqu

ireproduzidas

sãoda

Folhaik

S.Paulo.

um

dosm

aiores

jornaisdo

pafs, cfuram

publicadasentre

janeiroe

maio

de2

00

4.

4.A

verdadedos

resulrados

Apartir

doinício

de2004

, findoo

primeiro

anodo

governoL

ula,

estatísticasfechando,

osjornais

começam

aestam

paras

manchetes":

"Brasileiro

compra

menos

alimentos

em2003";

"Consum

odom

éstico,que

cresciahá

dezanos,

ficaestagnado

em2003";

Ora,

tudoisso

indicaque

setrata

mais

doque

nuncade

uma

lhado

Estado

adireção

aser

seguidapor

essa"sociedade

natural"

de

temcom

ocapital. E

leode

·or do

ladoda

ali(mação

dorenrisrno;

queé

perversodo

poncode

vistasocial,

mas

asolutam

entefam

iliare'\

benéficodo

POnto

devist<Lda...a.c.lJ.qlulação

rivada,ou

podeafrontar

essalógica

eutilizar

~eupoder, não

paraextrair

rendare

<IiS

õõO

Oãd

e

eengordar

financeiramente

oscapitais ,

mas

paraobrigá~los

àacurnu­

I~áo

produtivae

àexpansão

darenda

real.Ainsistência

doestablishm

ent

econômico

dogoverno

nocam

inhoda

austeridade,defendido

como

receitacena

esegura

parao

"crescimento"

-leia-se,

crescimento

da

produçãoc, portanto,

doem

pregoe

darenda

real -,expressa, ao

con­

trário,a

necessidadedo

Estado

deassegurar

aocapital,

viapagam

ento

dejuros

reaispositivos,

o"lastro

11 posteriori"dos

ativosfictícios

que

•18

O.

em

ite.

governodo

PT, sem

coragemde

afrontar os interessescons-

riruldos,sem

nenhuma

disposiçãopara

arriscarum

am

udançana

pos­

turado

Estado

qu

eo

(Ornasse

capazde

enfren

taros

problemas

experimentados

pelopaís,

escolheua

reafirmação

dalógica

perversa

quejá

estavaem

cursoe

aentrega

rota!do

Brasil às

exigênciasda

acu­

mulação

privada.Feita

aescolha,

vejamos

queresultados

de

obteveem

seuprim

eiroano

degestão.

16T

omo

deem

préstimo

alese

bastanteconhecida

de:Ch

icode

Oliveira.

Veja

aesse

respeitoO

Idireitosdo

antlualor(P

etrópolis. Vozes, 1998, C

oleçãoZ

eroà

Esquerda).

I ~A

lembrança

-m

uito

apropósito

c:inspiradaem

Fernand

Braudel

-do

caráterde

ficçãod

oconfliro

entrecapital

pro

du

tivo

ecapital

financeiro-especulativoé

de:

eacum

ulaçãoprivada,

entrepoder

edinheiro,

ese,

noutrostem

pos,

serviucom

obraço

auxiliarpara

agarantia

do"salário

social", chegan­

doa

desfetichizara

mercadoria

forçade

trabalhoe

criandoo

espaçodo

antivalorl6, hoje

elaafirm

ao

espaçodo

valore

docapital,

impedindo

a

queima

decapital

excedentee

assegurando-lheum

arenda

mínim

a.

Aúltim

aobservação

tornaainda

maior

aresponsabilidade

do

governoL

ulapor

patrocinar acontinuidade

dodesastre

brasileiro,que

jádura

mais

deduas

décadas.A

ocontrário

doque

podeparecer

à

c·prim

eiravista, o

"conflito"entre

capitalprodutivo

ecapital

financeiro

sóaparece

comvigor

noplano

agregado,

noqual

ficaevidente

airra­

cionalidadede

assentaro

crescimento

econômico

naextração

de

rendareal,

mais

doque

emsua

geração.N

oplano

doscapitais

in­

dividuais,porém

,particularm

entequando

setrata

dogrande

capital

internacionalizadoque

operana

arenam

undial,com

binarganhos

renrisrascom

ganhosprodutivos

épróprio

dalógica

deseu

funcio­

namenro, que

ém

íopee

nãoenxerga

nenhumoutro

objetivoque

não

sejaa

expansãoam

pliadade

seuganho

monetário.

Logo, se

ornornen­

roé

dejuro

real elevadopatrocinado

pelosE

stadosnacionais

daperi­

feriado

capitalismo,

ajusta-seo

funcionamento

daprodução

aessa

circunstância,de

modo

quese

maxim

izem

onetariamente

acom

bi­

naçãoentre

ganhoprodutivo

eganho

financeiro,A

ssim, m

aisdo

que

umproblem

aefetivo

enfrentadopor

seusnegócios, as críticas

emunís­

sonoque

osem

presáriosligados

aogrande

capitalentoam

contraos

juroselevados

fazemparte

dojogo

decena

dequem

tema

obrigação

políticade

sedizer

preocupadocom

osm

ilhõesde

desempregados. A

s

relaçõesqueligam

ogrande

capitalprodutivo

efinanceiro,

deum

lado,

eo

Estado

naposição

deem

issorde

capitalfictkio,

deO

Utro,

mos­

tram,

noentanto,

queesse

incômodo

nãoexiste,

anão

serpara

os

microem

presários,os

donosde

botequinse

osproprietários

defabri­

querasde

fundode

quintal,condenados

à"econom

iade

mercado"

c

àgeração

derenda

realI?E

moutras

palavras,as

lógicasprodutiva

e

fictício-financeiraé

quesão,

noagregado,

conflituosas,não

oscapitais

quedelas

sebeneficiam

.

I'.:;1

J1

II

Page 24: PAULANI, Leda Brasil Delivery

,.

50•

Brasil

Dtlillc'l

"Com

Lula,

rendacai e

desemprego

cresce";

"Indústriatem

opior

desempenho

desde1999";

"Tora!

desubocupados

cresce42,5%

em2003";

"Econom

iaencolhe

noprim

eiroano

deL

ula";

"PIBtem

aprim

eiraqueda

desde92";

"Consum

ode

famílias

temqueda

recorde";

"vestim

entasobe

emritm

ode

conta-gotas":

"Gasto

socialnão

a~mentacom

Lula";-........

"Desem

pregoem

ãoau

ovo

taa

neverecorde";

"Região

Metropolitana

deSão

Paulotem

2m

ilhõesde

desernpregados".

Poroutro

lado:

"Apeno

fiscalsupera

meta

como

FMI";

"Gasto

comjuros

érecorde";

"Brasil

éo

4s' colocadoem

gastocom

juros";

"Brasil

temjuros

mais

altosentre

osem

ergentes";

"Carga

tributáriaaum

entana

gestãoL

ula";

"Lula

fãzm

aioraperto

fiscal dahistória":

"Paísinveste

poucoe

temaperto

fiscal recorde".

Apesar

disso:

"Paísainda

évulnerável,

dizFM

I";"Investim

entoexterno

diretoé

om

enordesde

1995";

"Su

perávitnão

paganem

metade

dosencargos

dadivida

do

país";"R

isco-paísvolta

aficar

acima

de500

pontos";

"Standard

&Poor's

vêvulnerabilidade

noB

rasil";

"Brasil

sofrecom

temor

dejuros

maior

nosE

stadosU

nidos";

"JPM

organrebaixa

Brasil

erisco-pais

sobe";

"Risco-B

rasiltem

am

aioralta

em17

meses";

"Econom

iabrasileira

seguefrágil.

diz.BIO

".

Emcom

pensação:

"Instituiçõesfinanceiras

obtêmresultado

6.7%m

aiorem

2003";"Sete

maiores

bancoslucram

R$

13,4bilhões";

"Tarifas

bancáriassobem

mais

queinflação";

"Spreadbrasileiro

éo

maior

dom

undo";

,~~~

'

~.. i'''!

~\;~­

*"lt.--

...:-:-,

--;·ú~i:.~:

fl{~~i

I~~i;rtf:.

.~

~

oB

rasilcom

oplataform

ade

valorizaçãofinanceira

internacional•

>I

"Investidorganhou

comortodoxia

doP

T"

j

"Tesouro

cede,resgata

rüulose

ajudafundos"

.

Portanto:

"Palocci anunciaque

ajustefiscal

vai continuarneste

enos

próximos

anos";

"Política

monetária

nãom

uda,diz

Palocci":

"Presidente

doB

Cdescarta

mudança

derum

o";

"Juroatual

nãobarra

expansão,diz. B

C";

"Política

econômica

nãom

udará.diz

Lula",

Não

éà

toa.então,

que,em

apenasu

man

ode

governoL

ula,já

se

cogitemoutras

formas

deluta

em

obilizaçãoda

esquerda:novo

parti­

do(que

algunsquerem

apenasparlam

entarista) ,federação

dem

ovi­

mentes

sociais, organizaçãodo

conrrapoderpopular. difusão

denúcleos

dereflexão

eação

socialistaetc.

. J:l,

Page 25: PAULANI, Leda Brasil Delivery

..

SE~

'lE

SP

ER

Ai\Ç

AD

ES

ER

P:\ÍS

og

ov

erno

Lula,

dezo

itom

esesd

epo

is

Aascensão

doP

artidodos

TrabaJhadores

aogoverno

federal coma

vitóriade

Lula

naseleições

presidenciaisde

2002reacendeu

asespe­

rançasde

uma

refundaçãoda

sociedade.A

trajetóriade

resistênciado

PT

ea

históriasingular

deSua

formação,

cevadana

lutados

trabalha­

doresnos

durosanos

daditadura

militar,

pareciamcredenciá-lo

para

enfrentara

difíciltarefa.

Sabemos

hojeque

essaesperança

sefrustrou.

t~~~obrea

faláciado

argurnento

de:queo

Brasil estava

11bei ra

doprecipício

noinfcio

~'~:~e2003

, semprcjufzo

daconstatação

dagravidade

dosproblem

asestruturais

lc­

."..·~os

po

r FH

Ca

Lula.

vero

primeiro

capítulodeste

livro, "B

rasil Delizw

y;razões

.

· · ·:~ntradi çõcs

elim

itesda

pollticaeconôm

icanos

seisprim

eirosm

esesdo

gOV

Cl;JIO

;Ji.}1la~ ..

:,}m

dom

ais,q

uem

conhecem

inimam

ente:a

"lógicada

credibilidade"abraçada

. .0governo

doPT

sabeperreitam

enreq

ue

não<' possível

aceirã-lstem

poraria-~.

~/(.

5':~~

;.

i1J~.~ .....:t~\~~.~~

l.:~~

~~-:i~~.'-:~

.::"

I};~~.~

~{~i;::"i,;

-!5~4?

I~;il~~-

....~...~~

~

~~~

~~Para

surpresageral. o

governoL

ulanão

sócontinuou

como

aprofundou

:.~. _~

apolítica

econômica

ortodoxa.que

prevaleceuno

governoF

HC

.

,~j~~,J

Foi tamanho

opasm

oque

inúmeras

hipéresesforam

aventadaspara

~~{~

explicara

insólitasituação:

ausênciade

projetopróprio,

"endireita­

t~~';1:m

ente"progressivo

doP'T, am

eaçaà

governabilidade,traição

oportu-

~:~j~;nista ,

medo

etc.U

ma

dashipóteses

mais

aceitasfoi

ade

que,sem

r1:~

ternativano

mam

emo

inicial, dados<!: "herança

maldita"

eo

precipí-

~~~ioà

freme,

ogoverno

Lula

faria,só

nocom

eço,o

"jogodo

adversa­

:Fo", para,

uma

vezrecuperada

acredibilidade,

colocarem

práticasua

;:X,çroadeira

políticaI.

No

enranro,passados

umano

em

eiodo

novo

X~

erno, épossível afirm

ar queessa

ralveztenha

sidoa

mais

equivocada

~~~_g-todasas

hip6reses2•

'.

~~q

;

· -I,J.!J

:.,~~.:'=~ .;:-... .

Page 26: PAULANI, Leda Brasil Delivery

,. 54•

Brasil

DtlitJ~ry

Aperm

anênciado

mesm

om

odelonão

foiu

ma

estratégiapara

cons­

truiro

espaçonecessário

paraq

ue

onovo

governocolocasse

emprãrica

seupróprio

projeto. Tam

po

uco

foiu

ma

decisãod

etermin

ada

pelaper­

cepçãode

alguma

catástrofeim

inen

tee

danecessidade

de

"salvaro

país". Ao

contrário,tratou-se

deu

ma

opçãodeliberada

econsciente

de

man

tero

Brasil

enredadona

mesm

aarm

adilhaexterna

emq

ue

de

Se

encontrava.C

onfrontadosco

maquilo

queparecia

seru

ma

escolha

entreu

mprojeto

denação

eu

mp

rojeto

depoder,

osnovos

man

datá­

riospreferiram

ficarcom

ltimo

,o

ptan

do

pelocam

inh

oq

ue

lhes

pareceu,desse

po

nto

devista, °

men

os

arriscado.

Neste

texto, procuraremos:

1)descrever qu

earm

adilhaé

essae

quais

sãoos

indíciosde

qu

ese

tratoud

eu

ma

escolhaconsciente;

2)especu­

larsobre °

tipode

discursoq

ue

perm

iteq

ue

um

governosupostam

en­

tede

esquerdadefenda

eapresente

com

olegítim

aessa

opção, renegando

posturas,valores

eobjetivos

anteriores;e

3)fazer

umbalanço

dessa

escolha,depois

dedezoito

meses

degoverno.

1. Da

armadilha

extern

ae

de

com

oo

Brasil

perm

aneceu

nela

Éfato

sabidoque

oB

rasilnasceu

soba

égideda

expansãodos

Esta­

dosnacionais

originários,ten

do

funcionado,p

or

mais

detrês

séculos,

como

simples

reservapatrim

onial,base

comercial

eterreno

deopera­

çãod

eforça

detrabalho

compulsória.

Co

mtal

certidãode

nascimento,

nãohá

po

rque

estranharo

farode

sua

históriae

evoluçãoterem

sido

sempre

marcadas

pelaquestão

externa.P

ermanecendo

atéo

início

doséculo

XX

como

uma

econ

om

iaprim

ário-exportadora,o

Brasil,

nãop

or

acaso,inaugura

sua,p

or

assimdizer,

"maioridade

econômica"

como

chamado

modelo

desubstituição

deim

portações,o

useja,

o

centrodinâm

icoera

agorainterno,

mas

osm

ovimentos

externosé

qu

e

cônrinuavarna

lheditar

ocom

passo.I

Celso

Furtado

foiq

uem

percebeuq

ue

opafs

podiaacabar

deser

construídoe

deixarde

um

avez

po

rtodas

qu

esua

evoluçãofosse,

dire­

tao

uindiretam

ente,co

man

dad

ade

fora.O

territóriod

ign

ode

conri­

nente,a

generosafertilidade

dosolo,

asriquezas

naturaisincornen-

mente

eabandoná-la

tãologo

sejaconveniente.

Assim

,fosse

essade

falOum

a

estratégia,ela

estariafadada

aofracasso.

Mas

nãofoi esse

ocaso,

como

veremos.

Semesperança

deser

país>

55

surãveise

oim

ensom

ercadoin

terno

potencialestavam

.alim

esmo,

colocandoessa

construçãoao

alcanced

am

ão.A

lertou,no

entanto,

que,para

isso,seria

precisodeixar

delado

asidéias

convencionaisso­

brevantagens

comparativas,

adoraro

planejamento

com

oelem

ento

primordial

doE

stadoe

reforçaras

instituiçõesd

asociedade

civiP.

Depois

devárias

rodadasdo

mesm

om

odelosubsciruidor

deim

-

portações-

aúltim

aperpetrada

pelogoverno

militar

deG

eiselsob

o

imp

actodo

primeiro

cho

qu

edo

petróleo-,

oB

rasild

ispu

nh

ade

um

a

matriz

interindusrrialpraticam

entecom

pleta. Foram

preenchidas, com

atrasode

quasetrês

décadas, ascasclas

estratégicasdos

insumos

básicos

edos

bensde

capital,q

ue

Vargas,

emsua

segundapassagem

pelogo­

vernofederal,

tinhapercebido

com

ode

fundamental

importância

para

ordenaro

crescimento

econômico

dopaís.

Mas

oB

rasilfoi

atropeladopelo

segundoch

oq

ue

dopetróleo,

pela

guinadam

onetarisrade

Reagan

eT

harch

erno

fimdos

anos1970

e

pelaconseqüente

crisedas

dívidas,que

pôsa

Am

éricaL

atinade

qua­

tro.

As

possibilidadesq

ue

entãose

abriamde

um

desenvolvimento

menos

embaraçado

po

rgargalos

reaise

menos

dep

end

ente

derecu

rsos

externosoriundos

dabalança

decapitais

(empréstim

os,investim

entos

diretose

capitaisde

curto

prazo)esboroavarn-se

emfunção

dafinan­

ceirizaçâodo

mu

nd

oe

da"d

itadu

rados

credores"q

ue

entãose

inicia­

va4

•Internam

ente,a

econ

om

iabrasileira

mergulhava

naslagru

rasdo

processode

altainflação,

resultadoda

combinação

da

crisedo

perré-

/leô

eda

dívidaco

mn

osso

singularprocesso

deindexação'

eco

m'a

redemocratização

do

país.

En

tremen.tes, iniciavam

-seos

anos1990

e,C

Om

eles,a

seduçãodó

discursoríeo

liberal, q

ue

encobria, soba

promessa

da

«modernização"

e

dom

aravilhosom

un

do

novod

aglobalização,

osinteresses

dasaltas

finançase

alógica

financeirada

acumulação, q

ue

jádom

inavama

cena

ic-

capitalista.A

om

esmo

temp

oem

queeram

pesadamente

pressionadas

Leda

Paulani, "Autopia

danação:

esperança ' edesalento",

emL

uisC

.B

resser

Pereirae

JoséM

.R

ego, Agm

mk

esperançaro

l Quo

FI/nado(São

Paulo, Editora

34,

2001).

- .V

idea

respeitoFrançois

Chesnais,

"Introduçãogeral",

emA

mundializaç

ão fina

ceira(São

Paulo, Xam

ã,1998) .

-)L

edaPaulani,

"Teoria

dainflação

inercial:um

episódiosingular

nahistória

da

ciênciaeconôm

icano

Brasil]",

emM

ariaR

itaL

oureiro(O

Ig.).50

anosd~

ciência

~~n6mica

noB

rasil: pensamento,

instituições e

depoimenm

,(Perrópolis, V

ozes,1997).

Page 27: PAULANI, Leda Brasil Delivery

56•

6rasilD

rliIIrry

'<I

securitizarsuas

dívidasexternas

ea

abrirseus

mercados

detítulos

públicos,as

economias

periféricas,denom

inadasagora

"emergentes",

eramcham

adasa

prestarcontas

daseriedade

desuas

intençõespara

comesses

interesses.O

sorganism

osm

ultilateraisencarregaram

-sede

prescrevere

cobraras

medidas

acordadasno

Consenso

deW

ashing­ron,

aceitase

praticadas,de

forma

submissa,

po

rboa

partedos

paísesperiféricos.A

sidéias

convencionaissobre

vantagenscom

parativas, qu

eF

urtadoqueria

verenfraquecidas

eesquecidas,

voltavamassim

com

forçatotal,

enq

uan

to"planejam

enro"era

termo

banidoe

retiradode

cenacom

oum

aroupa

velha,dem

asiadolarga

paraum

Estado

quese

queriaagora

bemenxuto.

No

casoespecífico

doB

rasil,desde°início

dam

esma

década,com

a'derrota

deL

ulanas

primeiras

eleiçõesdiretas

paraa

Presidência

depois

daqueda

daditadura,

foise

desenhandoo

cenárioq

ue

aprisionarianovam

enteo

paísna

armadilha

externa.Aescolha

doaventureiro

Collor

deixoubem

claroque

aselites

dopaís

continuariama

preferira

sub­m

issãoaos

interessesexternos

aenfrentaros

riscosdaconstrução

deu

ma

verdadeiranação.

Concretam

ente,a

renegociaçãoe

asecuririzaçâo

dadivida

externaalavancararn

areaberrura

dasfontes

externasde

financia­m

entoao

pais,impulsionadas,na

verdade,pelo

elevadograu

deliq

uid

ainternacional

entãovigente.

Resolvida

assima

questãoexterna,

qu

eproduziria

anecessária

âncorapara

osistem

ade

preços,o

Plano

Real,

comseu

heterodoxoexpediente

daunidade

realde

valor(U

RV

),con­

seguiu,em

1994,depois

dequase

um

adécada

deexperim

entosnão­

convencionais,estabilizar

monetariam

entea

economia

brasileira.

Em

consonânciacoral

como

espíritode

modernização

qu

eim

pe­rava,G

ustavoF

ranco,então

diretorda

áreaexterna

doB

ancoC

entral

(vindoa

tornar-sepouco

depoisseu

presidente),escreveu,

em1996.

umartigo,

quecirculou

muito

entreos

economistas,

den

om

inad

o"In­

serçãoexterna

edesenvolvim

ento",que,apesar

dem

uito

comentado

elouvado,

nãopassava

deu

ma

apologiadas

prescriçõesdo

Consenso

deW

ashington,q

ue

ogoverno

deF

ernandoH

enriquejá

estavaadm

inis­trando

aopaís:

reduçãodo

tamanho

doE

stado(privatização),

abertu­ra

comercial,

políticasm

onetáriae

fiscalrlgidas,

taxasreais

dejuros

e1evadas6•

Co

mum

asem

-cerimônia

espantosa,G

ustavoF

ranco,em

"V

idedet:llhes

dom

odeloproposto

po

rG

ustavoFranco

noartigo

anteriordesta

coletânea.

:~I'Sem

esperançade

serpafs

>57

f~.entrevistas

edebates,

creditavao

arrasodo

paísaos

cinq

üen

taanos

de~t;,;

burricedos

pó/icym

akertanteriores

eàs

idéiasantigas

eresistentes

defazer

doB

rasilum

aautarquia

econômica.

Co

nq

uistad

aa

estabili­dade

monetária,

anova

polírica-redirniriao

paísde

tantosequ

ívocos.conseguiria

ocrescim

entosustentado,

oequilibrio

externoduradouro

ca

reduçãoda

crônicadesigualdade,

'ESsas

medidas,

com

ose

sabe,

gerarama

estagnaçãoeconôm

ica,O

i:Iesemprego

recorde,o

eno

rme

aum

ento

davulnerabilidade

externa,O

'

retornodo

paísà

posiçãode

um

aeconom

iaprim

ário-exportadora

ea

permanência

dom

esmo

padrãodistributivo,com

inevirãvelcrescim

ento'

. =,.-f".t..~;~_~.i."~:~,~.,~.-.;":·-~:b~~::~~;~;s~~~~:~i:~:I,ê:~:Beb:si~~~:~~:en:~~~~::i~;~::o;

:.::_-",inicio

dosanos

1990,éhoje

o15

udo

mu

nd

o.D

eo

utro

lado,porém

,:~~

~:conseguiu-se

ainserção

qu

ede

fatoim

portava:a

admissão

doB

rasil~....-:,i

no~OC::~i~:;::,:~:~:ep:o::~;U~;~:lC:~:iss,ohaviam

sido

. .:_r:;.~:..~.t.;.~.~:~.~_~.~.~_\.;,•..'.·::::~:r::;~~~~u:::~4~:I~c:~i::~i~~~~:;:.~eB~:~a~;~~r:~~;t~:."."

~~ra

dom

ercadobrasileiro

detítulos

públicos;de

outro,a

aberturafinan-

.:

ceirado

paísp

or

meio

dealterações

nascontas

CC

S8.Essas

mudanças

,~

~-.produziram

,em

conjunto,aform

ae

asubstância

dainserção

doB

rasil

i~f~~

;nas

finançasde

mercado

internacionalizadas.O

stítulos

dadívida

bra­r

:""''''''''vc~sileira

lançadose

coradosno

exteriorconfirm

aramo

patsno

papelde

t~'

:,emisso

rde

'Capital

ficacio.A

aberturafinanceira,

com

oconseqüente

:livretrânsito

decapitais

qu

eela

produz,perm

ite,paraesses

capitais~cigan

os,o

máxim

oaproveitam

entodas

políticasm

onerãriasresrririvas

:"~de

jurosreais

elevados.Parase

teru

ma

idéiado

impacto

dessasm

ud

an­

['&..;~,basta

lembrarque

ocontrole

dofluxo

inrernacionalde

capitaisteria,

'7':;:'wor

exemplo,

impedido

asaída

abruptado

paísdos

mais

deU

S$40

bi­:nJhões

qu

ese

evadiramentre

setembro

de1998

ejaneiro

de1999,am

e­~~

ontadoscom

aim

inentedesvalorização

doreal.

.~~

~~~li;:"fu·O

f.uode

oB

rasildeter

umnada

honrosoquinro

lugarno

mnking

mundial

de~

i.:~inaros

dejovens

(ISa

24anos)

ede

atax

ade

homicídios

nessafaixa

ter~;\~crcsd

do

88,6%entre

1993e

2002é

sóum

dosinúm

erosindicadores

dessatene­

-\~}rosa

siruação.

~P:r:detalhes

sobrea

forma,

oconteúdo

eas

conseqüênciasdessa

mudança,vide

oft

lgOanterior

destacoletânea,

)'

r1•.,r.'..

Page 28: PAULANI, Leda Brasil Delivery

Semesperança

deser

país>

5958

•B

rasilDt/iu"]

l!dentro

dessecontexto

quedeve

serconsiderado

opróprio

PlanoR

eal.Se

forverdade

queo

processoinflacionário

produziainterna­

mente

profundase

indesejáveisconseqüências

(desestruturaçâodas

cadeiasprodutivas,

elevadoim

postoinflacionário,

queprejudicava

principalmente

asclassesde

rendam

aisbaixa,deterioração

dacapaci­

dadefiscaldo

Estado

etc.)eque

setratava,

portanto,de

uma

necessida­de

parao

paísque

oproblem

ase

resolvesse,nãoé

menos

verdadeque,

comum

ataxa

deinflação

tãopouco

civilizadae,

porconta

disso,ca­

,pazde

produziroscilações

abruptasno

comportam

entodo

nívelgeral'd

epreços

ede

suasvariações,

inviabilizava-seo

,cálculofinanceiro,

aarbitragem

comm

oedase

aespeculação

visandoa

ganhosem

moeda

.fone.M

esmo

coma

aberturafinanceira

játendo

sidoform

almente

operada,ela

permaneceria

letram

orta,do

pOntO

devista

desuas

potencialidadesde

atraçãode

capitaisexternos

decurto

prazo,se

oprocesso

inflacionárionão

tivessesido

domado.

Éno

mesm

ocontexto

quedeve

seranalisada

aedição,

emm

aiode

2000,da

LeiC

omplem

entarna

101(L

eideR

esponsabilidadeFiscal­

LR

F). Com

aim

plementação

daL

RF,negociada

porF

HC

como

FMI

nocalor

dacriseque

levouà

desvalorizaçãodo

realemjaneiro

de1999,

apreocupação

centraldo

administrador

públicopassa

asera

preserva­ção

dasgarantias

dosdetentores

deativos

financeirosem

itidospelo

Estado.

Opropósito

daL

RF

erae

éestabelecer

urnahierarquia

nosgastos

públicosque

colocaem

primeiríssim

oe

indisputávellugar

ocredor

financeiro,em

detrimento

daalocação

derecursos

comfins

distributivos(políticas

derenda

epolíticas

públicasde

modo

geral)e

daviabilização

deinvestim

entospúblicos.Poroutro

lado,a"austerida­

defiscal"da

LRF,que

exigede

prefeitose

governadoresesse

[temendo

apertoe

aredução

impiedosa

dosgastos

naárea

social,não

impõe

nen

hu

mcontrole

ou

sançãoaos

qu

edecidem

apolítica

dejuros

eelevam

adfvida

públicado

paisem

favordos

credoresnacionais

einternacionais.

Além

detudo

isso,osoito

anosde

FH

Cproduziram

uma

sériede

beneficioslegaisaos

credoresdo

Estado

eao

capitalem

geral,que

nãodeixam

dúvidasquanto

àseriedade

desuas

(boas)intenções

paracom

essesinteresses.

Em

cana

aoFM

Ide

setembro

de200

I,o

governobrasileiro

reafirma

suadisposição

paraestudar

meios

deevitar

oure­

duziro

impacto

negativoda

ÇP

MF

nosm

ercadosde

capitais.E

mdezem

brodo

anoseguinte,

aprova-sea

emenda

constitucionalnO

37.

I~.1~

~:~~-N

ll

r"i''Íque

isentada

incidênciadesses

tributosos

valoresaplicados.em

bolsas-

-de

valores..Tam

bémpassou

aser

isentade

imposto

derenda

adisrri-

1 ~_·',".:r""~'~·~~-'~~~_:"'-'~"l:;~'·~:·~~"":::·-buição

dedluclcOS

deem

presasa

sb cU

Ssócios

brasileirosou

estrangeirose

_"j.",

arem

essae

ucrosao

exterior,em

como

aserperrnirida

adedução,

como

despesa,dos

"jurossobre

ocapital

prõprio'".M

aso

trajedesse

novopapel

dopaís

aindanão

estavacom

pleto.Por

mais

quetenha

tentado,F

HC

nãoconseguiu

implem

entar,na

questãoprevidenciária,

todasas

mudanças

requeridas .fAreform

ada

Previdênciafoi,

porisso,o

primeiro

projetoem

quese

empenhou

ogoverno

Lula.

Estendendo

paraos

funcionáriosdo

setorpúblico

om

esmo

tipode

mudança

queF

HC

promoveu

noque

concerneaos

trabalhadoresdo

setorprivado,

Lula

dáo

mais

importante

passopara

atransform

açãodo

sistema

previdenciáriodo

país.Antes

dessasrefor­

mas,

oregim

eprevidenciário

predominante

erao

derepartição

sim­

plesque,

emfunção

daform

ade

seufuncionam

ento,é

devocação

a"~~

produtivísta(étanto

mais

equilibradofinanceira

eatuarialm

entequanto

'~j

-m

aioresforem

oem

pregoe

arenda

média

dostrabalhadores).

Depois

..l,.·.~_::.r_L_~.-.-::.,.t~.~,.'.ê:..f:....í"~_',_;;~:~~~;:~;~:~o~:~::;'~~~i~~ti~::'~:~:;;~:",.~

_quanto

maiores

foremos

jurose

acotação

dasações

dasem

presasque

t '·; :..-·-,':·'"fazem

políticasde

doumsizing).

Co

ma

reforma

queprom

oveno

setorJ:i!ft

público-

aqual

afirma

serseu

primeiro

grandepro,'ero

-L

ulaalém

1:~~

-=,"

t,

t]~'fP;f~de

torn:uo

paísm

aisadequado

aostem

posde

predomínio

docapital

l:~~f[;[,*~i:financeiro,

garanteao

setorprivado

umnovo

eprom

issorterreno

de'l~~

~~~,valorizaçãoe

ganhaPO

ntOS

nam

etade

reduçãode

gastospúblicos

10.

f~~

~C

onclufda,portanto,

essaetapa.

ficaquase

prontoo

paíspara

integrar

W""''''i~i:

ocircuito

internacio~alda

valoriza~ofin~nc~i~.

Mais

alguns~eta­

P!c.lhes,

como

aaprovaçao

danova

leide

Falenclas'l

ea

autonomia

do~~~':;";''f:-~f

Ban

coC

entral,e

nadam

aisfaltará.O

restanteda

agendade

reformas

ti.~T

,~

ff~:'--------

'\::">~

lUinform

açõesforam

retiradasdeM

ariaL

úciaFattorelli,~A

grandesangria",&

.:3;,-i,

poHagrm

,n,

57,jun.2004.

;~"~~

Cln~ide:raçõesm

aisaprofundadas

sobrea

natureza,as

conseqüênciase

aim

por.""!~j

t<1nclada

reforma

previdenciãriapatrocinada

porL

ulapodem

serencontradasno

;2':artigoanterior

destacoletânea.

'JJ;"'Que

dai

d..

?,,~,entre

outrasm

uanças,

gumas

asquais

importantes,

propõe,por

exem-

~~.p

lD,tetos

parao

pagamento

dedividas

trabalhistas.

" :>-':..~;

'-~~;

~~,

.

JJIl

Page 29: PAULANI, Leda Brasil Delivery

I11

Semesperança

deser

pais•

61- ...~

...~i!:.~:

-:'''i.~.

~_...:..

~~.

'ode

sercontra

arranspa-

~ ;' ,-

consciência,p

..

um

{?\ u' em, em

5aúblicos

aindam

aisn

"<:

Id

cursosp

,,

- <responsáve

osre

'o

àpolítica

monetária

por-g) -

.a

cnn

cac

do

_.

,' '· :?':,j l ~

Mas,

comIS

SO

,id

ou

ma

defesaa

--=~;B~

,.

dim

ente11

aco

m.

~"'7~:;, .

•dé

irnelata

•.

.'". ~:,;pgt

ez_

ddi

heiropublico.

..

· ":f' ·'tlena

gestaoo

10•

aéis

distintosq

ue

t!tfl:~eassim

, deHberadam

ednte; I~~;~ç~~:e

como

taldeve

~~~1

dla

éent e

arc

-di

_.

por-""iJ p'·o

ru

ma

o,e

'.

.•

'Ias deq

ue

Ispoe,.

.-~:-os

orcarnenrar.

id'A ::"~';·elmente

osrecurs

r-

dda

ede

hqUl

ez,

DSé.lY'd

I ~rroduror

em

oe

1.'"

",.:;;,.,;governo

feera

cl

dís

eenquanto

ta,

"'"ilur.:: o'-

dervas

opai

,

&'~~f~aitoe

gu

ardlao

asres

.deve

trilhar.G

raçasa

um

a

Q.;. ,c.los

caminhos

qu

ea econ~mta

mbém

imediatam

ente

~.associam

-seta

lí'

a~ ,~~esrna

natureza,.1

.'com

ose

apo

ncaD

I, .c: .~mb

Td

dm

onerana,..

~:;~" :6m

icaliberal e

estaI

Ia

e.ontra

aestabilidade.

.~~~.

c:necessanarnenre

c_

';·;. ;' i 'Ji" ão-orrodoxarosse

óio

argu

men

tosegun

JP!~~.pI

nrosco

nstr

11

.i~~?'--o

detodos

essese

eme

degestão

dapo

írica

qw.~çaten

teo

utra

forma

.I

....c:'i.1t'úm

governoq

ue

.id

. doirresponsáve

.

•~

.~o

crco

nslera

,

~-· '·;·- ·'·àeven

ecessariamen

te5

didiretam

enteassocia-

"091

-•

ibliá

nessetscurso,

,.:',,,,"-,..

àcoisa

puica

est,

renteq

ue

pratica

...·,Ren

o.

.rcs

onsáve1e

transpa,

_

t"'-cde

um

gerenciamento

p1

usreridade, quecon

'!ªAiusra)

remapreço

pcaa_

o

uclicorreta

(ejusta

,qU

,e.

ededesperdícios

eco

rrup

ça,

~5"em'

enteoseasros públicos, q

ue

Imp

oaduzida

éextrem

a-'.ll!U.!

.0

-A

'agem

assimpr

.

""f": J::'".--dvalor da

mo

eda

etc.Im

..deologicarnenre,

~:p- . o

É.

elaq

ue

permite,

I.

d

e -~l~~m-sucedida .Justam

ente10%

doPIB

com

oserviço

a

~:~êtlliciom

aior:o

gastode qua~e.

fical

"responsável"c

produ-~

.M ,, ~-,

l apolírica

ISd

o

~'fr';; ';:'tornandoirre

spo

nsa

ve.

.ue

ossites

ogovern

~.ce

ênciapor

mais

q.

_d

<"i:{itna

completa

intranspar,

doverno. A

questaoa

.,.,-_...

dien

teas

comas

og

~publiquem

pertoicarn

~;ir

o'

101/2000(u

id,

Rcsponsabili-

,:-,:.. ,•ue

aV

Otação

daLei Complem~~(:1

exernlo

con

tun

den

tedesse

feno:

5:-rrrçaFi:~~' -LR

F)provocou

na csquer~_a ~umd

pnsahilidade ~do

com

bate

a

~e·

U<

.<IJ

enelaa

rc:spoas

fis.

fu~o, ~LRF, so

bo

man

iada

transp

ar_,

'em

unicípios cstabdc~a~\ ~ct'll. 1

~'. .---

.m

ploq

ue

c:stauos..

aI(m

clsouO

corrupção,obriga,

po

rexe

..'

dl!tica

eCO/lÔIllIC<\/laCIO

I\,I

l:j .

~~. "consistentes

comos

ob/cllvosa

po.

'para

pcrcebero

estragoque l~ ~

~i;do

"r. 4').

Não

ép

ro';" m

,;","g~~,,;,.

M" °

q"' d,r"

, de m,,, '::;0;

, '-•

todU'l:

nasprelensôes (edc:rall~

Pd-o

de

uma

hierarqUIa

nos~~~l:la

P,

lamas. é

aexigênC

Iada

aoça

IIr

ocredor

fin.mcelro.

J?:qrtante. com

oassina

'.

".

dispurávcuga

__

'I, b.aloe:!

emprirnelrJsslm

oe

11\rd

com

rar:\sexcc:çocs,nao

sc

;~~~;;~

:'do

;"0," p"',m

,"",,,d

,~:~'::d;'d

",""do

Sé'O;o

M;m

od,.

'1!isutgiram

contrad

a. Vjd~ ~ re,sP~~I;~;(~r~s~lia.O

rnara

Federal.

20

00

).

~fim

ada

tÚRrspolllnbtl/(!tI{U

IS

--

- "'-.

.

deLula

vai rodonessa

dlceção.Fica

Com

issoevidente

qUe

Qtov ~,

doPT, sem

co'agemde

af'on""os

imeresses

conniruidos, e""lhc

,,,nema>

,,oda

lógicapetvers:

quejá

<S"'vaem

cU"o

c,

en,,"!la::;

doB

rasil àsexigências

daacum

ulaçãopeivada. V

ejamos de

que.re;"

nhaselese

valepara

legitimar politicam

enteessa

escolha.

60•

Brasil

DdilJ~'J'

2.D

anecessidade

deo

governodo

PTbeijar

acruz

Paraco

f'ent"

aco",radlção

entreessa

escolhac

os' ldeais,prio

'

. piasc

valores'hi"

o' i"'meo,e

defendidospelo

PT

,o

govemo

re",

'WI d;,p<>sição

duas"m

aspodem

"s. Ap"m

eha, jáb"'",ure

disco,

da, re", quever COm

adefesa

d",,,

modelo

COm

osendo

aúoka

alrer;",,,.

nadvavcrdadciram

eme

comprovada

afo

m""

agacantla

docres,""

"

cimem

o'u'rentado. A

s analogi", espú'iasque

amiúde

seIà"'m cu'"

a'

macroeconom

iae

aeconom

iadom

éSticaencarregam

_sede

jogar por:~

terrao, Im

'mem

sexem

plosconcreros que

demonm

amp'ccl""'eore ' ~~

ocoonácio, ou

soja, que essem

odelop

md

u,

vu1ne",bilidadepe'm

a- ;§i

nenree

impossibilidade

decrescim

entoSU

stencadoe

quepaíses

que~~.

vêmigoocando

asrecom

endaçõesdo

Consenso

deW

ashingront êm

y.~:cO

nseguido,inversam

ente,substantivo

crescimenco,

semgrandes

--::ltdeseqU

ilíbrios.

Asidéias

pauradas pelosenso

comum

deque

"ninguémpode

dar o

passom

aiorquea

perna", deq

ue

"oinguémpode

gastar mais

doque

ganha", deq

ue

"épreciso

pagar asdívidas

antesde

pensarem

aumen­

taracasa", de

que"é

precisopoupar

parapoder

investir" etc. _todas

elasabsolU

tamente

verdadeirasno

planodom

éstico,m

asfalaciosas

noplano

macroeconôm

ico-

asseguram,

repetidasà

exaUStão,

aper­

cepçãodessa

pO/ltiea

como

aúnica

tecnicamente

correta,a

única

cornprovadamen

tecientífica.

Sendoassim

,um

governoresponsável, qualquer

queseja

suaideo­

logia(esquerda.

centro,direita),

tempor

obrigaçãoadotá-Ia

incon­

dicionalmente. .tjustam

entenesse

tipode

consideraçãoque

seesconde

• ,eguoa,e

decisiva"

m,

governamenral!A

dd

e"

dosinrecesses Ii~.

dos àexacerbação d~valoriução

financeira, quea

adoçãodessem

ode' ­

/ode

furopm

movc,

Vem

s<mpce

embalada

nareró,lca

dorespe;,o

nocraco

dacoisa

pública, danecessidade

detransparência,

deauste­

ridade. degestáo

fiscalresponsável

-bandeiras

exrremam

entesedu­

lOras

paraa

esquerda,que

sempre

asdeFendeu

poraqui

emrazão

dosdesm

andose

daco

rrup

çãoque

invariavelmenre

caracterizaram

"'

"":. :

Page 30: PAULANI, Leda Brasil Delivery

JII.~I-11_lI'-I

~-(,-Essasconsiderações

estãono

capkuloX

XIV

(~A

assimcham

adaacum

ulaçãopri­

-:m

iriva"]do

Livro

Ide

Ocapital.

Cf.

Karl

Marx,

Ocapital:

criticada

economia

;1pogamopelorestoda

vida)e'o,pequeno'emp':i:::::::::i::.

63

..__r_tzr:'_,.I~'.o;.:.-'\"':':'~.~r.·rªf~:~~~:~~{/~~~}f:~:;:~ig~~~~:~~~~~f~~~:~:::::--:-:-_

fermenta

oprocesso

deacum

ulação,visto

qu

aextensão

das"-~~'<'-

potencialidadesdo

mercado

notem

po-

assimcom

oos

transportes~~'::~

~~;:..;.~

..,-são

suaextensão

noespaço.

IIvel~:~:~~~~:~~::g~::d~í:i~:c~~b;;~;~~

~o:~;;:~~'~ãe~od::~l:~~;"f

IJ~

potencialmente

contraditória-

mas,de

fato,associativa

-,entre

poder

__~.~.~_'_:'_~_..~-:~-~,;.,/r..-.,·.-.·__e

dinheiro.E

foiassim

desdeo

inicioda

históriacapitalista.

Segundo,

::-'-:'::,;,_'M

arx,a

dívidapública

converteu-senum

adas

maiores

alavancasda

'acum

ulaçãoprim

itivaque

marcou

oinício

dcsistem

â'N

essesproces~

sosoriginários,

como

sesabe,

promoveu-se,

po

rm

eiosnada

civiliza­dos

-roubo,

pilhagemcolonial,coerção

etc.-,

oacúm

ulode

grandesm

assasde

capitalm

onetário,que

financiariama

acumulação

produti­va

nafase

mad

urad

osistem

a.A

dívidapública

funcionoucom

oum

dosinstrum

entosm

aisefica­

zespara

transformar

rapidamente

emcapital

parcelascada

vezm

aiores~~

1~da

riquezasocial.Segundo

Marx,foio

sistema

colonial,comseu

cornér­~.'-~''"':::i"

ciom

arítimo

esuas

guerrascom

erciais,quelhe

serviude

estufa,fazendo;

f"'.5·-.'

"-

quea

alienaçãodo

Estado

-sejaele

despótico,constitucionalourepubli-

;-cano

-deixasse

suam

arcana

históriacapitalista.C

omo

sefosse

po

rum

..~,

toque

dem

ágica,continua

Marx.~

dívidapública

transforma

empro-

'-.~-?i=

fltuoo

dinheiroimp~~~ucivo,

semque

paraisso

eletenha

quese

expor,r~~

-{iem

pessoa,aos

riscosdo

investimento

industriale

doem

préstimo

a

l i~,

jur~s.E

mseus

pri~eirostem

pos,por

exemplo,

o.Ban~o

daInglaterra,

.'.;g~

entaoum

bancoprivado,

começou

aem

prestardinheiro

aogoverno

à

1 ' ;"-.:-~\taxa.de

jur~sde

8%ao

ano.R

ecebeue~~ro~

tiruiosd

:dívidapú

blica:l

fOlautorizadopelo

Parlam

entoa

em

itirbilhetes

debanco

combase

fnesse

"capital",Pouco

mais

tarde,osbilhetes

debanco,

játransform

ados\ém

moeda.puderam

sernovam

enteem

prestadosao

Estado."N

ãobasta­

zraque

dessecomum

am

ãopara

recebermais

coma

ourra",ironizaM

arx;flesm

orecebendo,continuava

sendoum

credorperpétuo

danação"!',

f:..~

dívidapública

ea

forma

como

elaé

tratadapelo

discursogovernam

en­talconstitui,porisso,um

dosm

elhoresexem

plosda

parafernáliaideo­

lógicaaqui

tratada.C

abe,portanto,

explorá-laum

poucom

ais.N

estaera

dedom

íniodas

exigênciase

dalinguagem

dos"rnerca­

dos",difunde-se

pelam

ídiaum

anoção

mistificadora

dad

ívid

al'úbli­

ca,E

laé

mistificadora

porque'p

assaa

idéia-

muito

razoávelpara

osenso

comum

,m

asabsolutam

enteinao

equad

a,àrealidade

daacum

u­lação

capitalista-

deHu

edívida

éalgo

condenãvel;resultadode

impre­

vidênciapassada,do

mau

costume

dese

viveralém

daspróprias

possi-''bilidades,de

daro

passom

aiorq

ue

aperna

etc.Éessa

anoção

queestá

portrás

dasafirm

açõessobre

o"esforço"

dogoverno

para"sanear"

as.contas

públicas,da

necessidadede

"apertaro

cinto",e

assimpor

dian­te,Essa

sortede

puritanismo

econômico,

queapresenta

ocrescim

entocom

oum

aespécie

deprêm

iopelo

bomcom

portamento

dopaís,

éextrem

amente

funcional~

Ela

fazm

aisdo

que~n

cobrir

averdadeir;a

nê!'úreia

dadívida

públicana

economia

capitalisiã.-Afirm

andoe

repe­rindo

reiteradamente

oinverso,

elafunciona

porisso

dem

odom

uitom

aiseficaz

paraim

pedirque

adívida

públicadeixe

deter

aim

portân­cia

quehoje

temno

processode

acumulação

decapital

ena

dominância

financeiradesse

processo.C

abeem

primeiro

lugardesm

istificara

dívidaem

seuplano

mais

geral,odas

relaçõesprivadasde

produção.E

mvez.de

sersinônim

ode

desleixoe

irnprevisâo,oeridividarnento

ésina!de

dinamism

o }Ao

endivi­dar-se.

uma

empresa

privadadem

onstraque

conseguiucrédito

nom

er­cado,

ouseja,que

estáautorizada

aaplicar

capitalisramente

odinheiro

deoutrem

.E

moutras

palavras,dívidac-sinônim

ode

investimento,

eiriv~

timento

ésinônim

ode

reprodução-am

pliadado

capitale

deala~

vân

éagemd

oprocesso-de

acumulação.M

aisdo

queisso,

segundoalgu­

mas

teorias.com

oa

doeconom

istaaustríaco

josephS

churnpeter,o

crédito,e,

ponanto,o

endividamento

dealguns

agentes,é

condiçãosine

qua1'101'1

paraque

serom

paa

inérciaestacionária

doprocesso

deacum

ulação-

porele

chamada

de"fluxo

circular". Ou

seja,semcrédito

esem

dívida,o

desenvolvimento

nãoaparece.

Nada

mais

distanteda

realidaded

ocapitalism

odo

quea

idéiada

dívidacom

oum

"mau

passo"que

deveser

reparadoe

cujarepetição

deveserevitada

aqualquer

preço.A

receitabarata,

comcara

deserm

ãodom

inical,que

osdiscursos

convencionaisnão

secansam

derepetir,

aplica-se.q

uan

do

muito,

aosassalariados

(quese

endividampara

consumir

ouconseguir

oteto

que

62•

Brasil

Dtlitm

y

Page 31: PAULANI, Leda Brasil Delivery

JII

-z::.;:::.»e:."-'t:.

Semesperança

deser

país>

65

~i'-~,,<sanciona

mu

nd

oafora

avalorização

fictlciadesses

capitais-fictícios,

i~":;::::::=ra~~:::e~:',:t~::==:'::n~:'que

í'~i,Isso

posto.a

colocaçãoda

dívidapública

com

oum

problema

gera-f~j~

dopela

impaciêncdia

dasociedade

(queq

uer

and

arm

aisrápido

doque

.",..,.,perm

itemas

COn

içõesconcretas)

eos

sermões

sobreas

virtudesda

:~sfabstinência

qu

eessa

formulação

suscitaconstituem

uma

inversãototal

fl~.~~~~:~f:;~n,::7:;a;;nc~:no~~e:d:ú;;~:~;i;i;~;;a~:npdo::s::;:~cado

original"e

aceitaraspenitências

quelhe

sãoim

postaspara

conse-guir

arem

issãodos

pecadose

alcançara

recompensa

doscéus.

Cria-se

com

tudoisso

um

ambiente

emque

oquesrionam

enrodos

rumos

dapolítica

econômica

toma

aresde

crime

delesa-pãrria,

decoisa

deirresponsáveis

-p

or

mais

qu

eesses

rum

os

sejamnefastos

paraa

imensa

maioria

dapopulação.

Opera-se

assimum

fechamem

odas

possibilidadesque

adem

ocraciae

osgovernos

democráticos

deveriampropiciar;

fechamem

o,aliás,

mu

itom

aisincisivo

doque

ofecham

en­to

políticopropriam

entedito,visto

queeste

últim

o:precisam

entep

or

sem

ostrarcom

oo

qu

eé,desperta

deim

ediatoo

repúdioe

escancaráa

~,~~~k

-necessidade

dam

udança.

r:!T"~f:;O

mais

surpreendente.porém

fazermos

consideraçõesdesta

or­L'

•);r.dem

sobreum

governo,em

principio,dem

ocrático,progressista,

def~

.,,__.~~~-esquerda

eque

teriavindo

param

udar.E

paraque

nãonos

contente­~~

t-mos

comas

tãofáceis

quaniovaziasanálisesde

cun

ho

moralista

datrans­

-t~~.i.?~}~::-mu

taçãoque.assistim

os~traição,safadeza.arrivis~o

puroetc..',

Arantes

f~~l

:-;sugereu

ma

mrerpreração

queparece

fazersentido.

Resum

idamente,

~i~j;~f;d

eafirm

aque

nossosgovernantes

atuaisagem

com

oos

consumidores

k~:fiiJ~de

objetosde

marca:

elessabem

.no

fundo.q

ue

asgrifes

eos

logotipos~~t:-p

~dasignificam

-afinal,

oque

importa

éa

qualidadedo

objetoconsu­

:;?:~'>'..'~!'i!~lIdo-.

mas

agemco

mo

senão

soubessem.

Assim

estariamse

com­

·~ip..~rtandoos

atuaisd

on

os

dopoder:

elessabem

perfeirarnenrecom

oas

j:~isas

são.com

quefunciona

aarm

adilha,que

interessesestão

sen­~.~*

privilegiados,m

asco

ntin

uam

aagir

com

ose

nãosoubessem

.A

s-? 7J>rias

contráriasà

suaprática

atual,que

compuseram

seusdiscursos

}~~:longode

duasdécadas,

teriamsido

suplantadaspelo

hábitocapaz

.:::~~.forneceras

provasem

queeles

verdadeiramente

acreditam.

Tal

'~~~omatism

o,queteria

arrastadoconsigo

am

ente

crfricadessas

prári­_j

ehábitos,

éque

seriaresponsável

po

rtam

anh

asurpresa,

aqual

t2;.-----------_....

politiCQ(L

ivroI,trad.de

Regis

Barbosa

eFlávio

R.K

othe,SãoPaulo,A

brilCulru-

1"11.1,1983,C

oleçãoO

sE

ccnomisras},

."

Veja-se

aesserespeito.de

FranciscodeO

liveira,Osdireito:do

antioalor(Petrópolis,V

ozes,1998,C

oleçãoZ

ero11E

squerda).

64•

Btasil[k/iw

ry

Passadosquinhentos

anos.a

dívidapública

conrinuaa

ocuparlu-

rde

destaqueno

movim

entoda

acumulação.

Em

outraspalavras,

~rmanecea

sociedadeentre

capitale

Estado

,porm

aisque

odiscurso

~con6miconeoliberal

demonstre

ojerizaao

Estado

edê

aen

tend

erqueeste

eo

mercado

opõem-se

polarmente.

Mas

adança

qu

eeles

compar­

tilhamnão

ésem

prea

mesm

a-

ed

ado

ocaráter

formalm

entepúblico

doE

stadoé

aele

quecabe

decidirseu

ritmo

ecom

passo.E

ntreo

pós-guerrae

meados

dosanos

1970,adireção

queos

Esta­

dos

predominantem

entederam

aessa

sociedadenatural

foia

dage

~a-=-

•-?ode

rendareal

cexpansão

dacapacidade

p~oduri:~:N

oce~t:o

dosistem

a.o

movim

entoganhou

um

acaracterística

adicional,o

ng

man

-•do

aquiloque

Francisco

deO

liveiracham

oude

"anrivalor",

ouseja,

umlocus

noqual

umvolum

ecada

ve:m

aisexpressivo

dem

ercadoriasdeixava

deter

seusvalores

determinados

pelom

ercadoe

pelaacum

ula­ção

privada14,

pondocom

oquestão

políticaa

determinação

dovalor

daforça

detrabalho,

dasaúde,

daeducação

etc.E

ra, portanto.um

anecessidade

dessearranjo

quea

geraçãode

ren­da

tivesseabsoluta

primazia.A

práricado

rentisrno(extração

deparce­

lasda

rendapelos

proprietáriosde

capitalm

onetárioe/ou

deativos

territoriais)era,

nessaépoca,

instrumento

paraalavancar

aprodução

derenda

real,de

um

lado,e

paraexpandir

caprofundar

oespaço

doantivalor,

deoutro,

Apartir

dem

eadosdos

anos1970,essa

sociedadecom

eçaa

mu

dar

defeição.Se

nos"trinta

anosdourados"

elachegou

acriar

oespaço

doanrivalor,

agoraafirm

acegam

enteo

espaçodo

valore

docapital.

Essa

novafeição

ém

uitom

aism

arcadae

duranas

periferiasdo

sistema.

Nos

paísesditos

emergentes,

transformados

emplataform

asde

valorizaçãofinanceira

internacional.o

Estado

nãosó

pro

du

zvolu­

mes

substantivosdesse

"capitalcaído

docéu",

parausar

osterm

osde

Marx,

como

garante,pela

imposição

dem

etaselevadíssim

asde

supe­rávit

primário.a

extraçãoda

rendareal

necessáriapara

"honrar"o

ser­viço

dessecapital

ficrício,cujo

preçoele

mesm

ofixa.

Aarquitetura

financeirainternacional,

baseadan

um

am

oedapuram

entefiduciária.

Page 32: PAULANI, Leda Brasil Delivery

oC

aV

ER

Na

LU

LA

ÉA

LTE

RN

AT

IVA

AONEOL1BERALIS~'fO?

66•

Brasil

Dt/illd

}

.algum

acoisa

dotipo:

"seos

sujeitosnão

acreditam,as

coi-expressaria

..

lhdi

les'Assirn

como

oconsum

idoran

ôn

imo

seajo

ea

sa5acre

atamp

or

e.~

..

didas

aT':1ndes

marcas

ecotidianam

entebeija

acruz,

osgovernan

tesante

".-di

fad

rddo

Bras il

detanto

agircom

ose

acreuassem

noq

ue

•e

esquea.

.fu

....nscormaram

aaposta

naortodoxia

emfé

deoflcio,o

quen-

zern,t.......1.

•da

"di

..

bdiga-se

depassagem

,do

po

mo

devista

acre

l-C

lOna

mu

itoem

,.

.bitidade"

queo

governoprocura

desesperadamente

irradiar.

I~~~,1~'i"-::-:4{;;:

'f,fr~~~~

.~~

~r.--':'

''o-o;

~~

fT;,,_

'i

~~~tt

Pata

saberse

osnovos

governosda

Am

éricaL

atina-

eespecifica­

mente

ogoverno

deL

ulae

doP

T-

sãoalternativas

aoneoliberalisrno

seráconveniente,

dean

temão

,recuperar

um

poucoda

históriado

neoliberalismo,

Ela

nosajudará

adefin

i-lode

forma

mais

precisa,o

quenos

permitirá

responderapropriadam

enteà

questãoproposta.

Oneolibcralism

um

ad

ou

trina

cum

acoleção

depráticas

depolítica

econ

ôrn

iôâ

Em

comparação

como

liberalismo

clássico,é:

..~t;~,;"1)m

aisestreito,

poisse

restringeao

aspectoeconôm

icoda

vidah

um

a­,

naem

sociedade;e

2)m

enos"ilum

inista",porque

dependem

aisde

~

,r--..Ji:J.:~crença

doque

derazão.

Vejam

oscom

ose

chegoua

isso.;~~

ifj?L

ogoapós

ofim

daS

egu

nd

aG

uerra

Mu

nd

ial,n

um

areunião

~~~

convocadapor

Friedrich

Hayek,

umgrupo

deintelectuais

conserva­jI4S'Jfk'dores

(entreeles

Karl

Popper,

Milton

Friedm

an,L

udwig

vonM

ises,.~

':::'~Lionel

Robbins

etc.),percebendo

aavalanche

keynesianaque.se

apro­

~:~F~!:~

mava,

daqual

oN

ewD

eal,de

forma

involuntária.tinha

sidoum

a.::.~~

,~~tboa

amostra,

resolvepartir

paraa

ofensiva,visto

queo

ambiente

que,~~5

"~,alargos

passos,ia

sedesenhando

nom

un

do

ocidemal

eracom

pleta­;~~

t--f~~ente

hostil(na

visãodeles)

aodesenvolvim

entode

uma

sociedade~

~~~

tciramenteorganizada

pelom

ercado..

~.~~~~

Énessas

circunstânciasque

nasceo

neoliberalisrno,Seuobjetivo

era~,~

..~,:.êOmbatcr

okeynesianisrno

eo

'solid

arismo

reinantes.,fazendoque

o"W

$i"~~

undo

voltassea

serpautado

po

rum

capitalismo

duroe

livrede

regras.,,~~

,interessante,porém,é

quenão

setraçou

alin

enh

um

planode

peso-,ff~

paraque

fosseacadem

icamente

robustecidoo

paradigma

neoclássico.~

ntraria

mente

aokey

nesianism

o,q

uecriava

um

capitalismo

tolhido.:c:.~P.risio

neiro

daslim

itações

impostas

peloE

staao,aquelacorrente

reó­

.:~

;

~J,

"J!l'r)'

.1l',JIIII .)

i

~l)1

._=.-.

ti--

"

:1

Page 33: PAULANI, Leda Brasil Delivery

ogoverno

Lula

éalrernativa

aoneclibcralism

o]•

6')

qualquerm

odo,é

sóem

meados

dosanos

1970que

todasessas

idéiasvão

encontraru

ma

baseobjetiva

queperm

itasua

germinação.

Agrave

criseenfrentada

pelocapitalism

ono

fimdos

anos1960,

agravadapela

crisedo

petróleoe

dosinsum

osbásicos,

desemboca

emrecessão

abertaem

meados

dosanos

1970.C

om

oo

mu

nd

ojá

seen­

contravan

um

sistema

monetário

internacional

puramente

fiduciário,a

investidada

valorizaçãofinanceira

sobrea

valorizaçãoprodutiva.

naturalem

mom

entosde

crisecom

oesse,

pôdese

desenvolversem

amarras

-e.

comela,a

gritageraJ

peladesrcgulam

entaçãodos

merca­

dos,em

particulardos

mercados

financeiros.N

essem

ovimento.

ao

traface

dam

oedafoi

aofensiva

contrao

Estado,

emespecial

noque

tangeà

aferrade

benspúblicos

eaos

direitos

dostrabalhadores,

Acrise

e,por

fim.

adébâcle

completa

docham

adosocialism

oreal

vãocom

­pletar

oquadro

emque

vicejaa

pregaçãoda

doutrinanc:oliberal.

No

atualquadro

-assum

indoo

governofederal

umpartido

deesquerda.

nu

mpaís

periféricocom

oo

Brasil,

noinfcio

doséculo

XX

I-.·q

uaisseriam

asalternativas

aoneoliberalism

o?A

adoçãode

policicasque

tivessempor

meta

areversão

doprocesso

defragm

entaçãosocial

queestá

emcurso

háquase

duasdécadas.

graçasjustam

enteà

ascensãodas

práticasneoliberais

edo

espíritoneoliberalque

asacom

panha,espírito

docada

umporsi.do

individualismo

exacerbado,da

demonização

doE

stadoe

dosm

ovimentos

sociais.da

esterilizaçãoda

forçapolícica

dossindicatos

eassim

pordiante,espírito

quea

políticaeconôm

icaobjeri­

vaem

transformações

CO

ncretasc

am

ídiase

encarregade

difundi-lor,.

como

sefosse

uma

coisaabsolutam

entenatural.

Em

suma,

paraen­

frentaresse

movim

entoavassalador

seriapreciso

investirem

políticas

~-Et;.':f:~::.

quebuscassem

resultadosobjetivos.porexem

plo,na

reduçãoda

abissal~~~

;}desigualdade

dopaís;

mas

quefizessem

issotrazendo

consigoum

are­

0:?...'iC"':::;.voluçãocultural

ede

valoresque

proscrevessecom

oindignos

einacci-

")

i.:~táveis

osvalores

individualistase

puramente

rnercantistas.~~{

Eo

quefaz

ogoverno

Lula?

Todas

asprovidências

quetom

avão

~:'~~UStam

eme

nosentido

contrário.E

.nesse

contexto,o

quetem

menos

~~unportância

éa

políticaeconôm

icaem

sim

esma,

ouseja,

seam

anhã·~;:o

udepois

oboarddo

Banco

Central

resolverque

énecessário

baixaros

&juros

reaisbásicos

e/oua

equipedo

Ministério

daFazenda

decidirque

~~superávit

primário

dogoverno

podeser

menor

doque

4.2

5%

dop

lB,

nemp

or

issoele

poderáser

consideradonão-neolibcral,

Muito

~rraisdo

quepela

ortodoxiana

conduçãoda

políticam

acroeconômica,

.-

Page 34: PAULANI, Leda Brasil Delivery

'0•

BrasilD

elivfTJ

ogoverno

Lula

éneoliberal

principalmente

portrês

razõesq

ue

estão

interligadas,m

asque

analisaremos

separadamente.

Aprim

eirarazão

quefaz

dogoverno

Lula

um

governoafinado

com

oneoliberalism

justamente

sua

-adesãosem

peiasao

pr~ces~ode

tfansformaçáo

aopaís

emplataform

ade

valorização

financeiram~e~~

nacional-A

políricaortodoxa

escolhidapelo

governotem

nacredibi­

lidadeco

mos

mercados

internacionaisde

capitaissu

am

aisim

po

rtante

justificativa.S

ome-se

aisso

aelevada

taxa

realde

juros.queprevalece

emnossa

economia,

am

aior

dom

un

do

(asegunda

maior

éa

da

Tu

guia,q

ue

ém

eno

rdo

qu

ea~etade

da

nossa).~somem~~et~bém

asm

udançasno

mercado

cambial

com

aconsequem

efacilitação

doen

­

viod

erecursos

aoexterior;

some-se

igualmente

anova

Lei

deFalên­

cias,q

ue

dáprim

aziaaos

créditosfinanceiros

emrelação

aoscréditos

trabalhistaS;e

some-se

po

rfim

oprojeto,q

ue

aindanão

foiabandona­

do,m

uito

aocontrário,

deau

ton

om

iaoperacional

do

Banco

Central,

eperceber-se-á

doq

ue

estamos

falando.A

segundarazão

quefaz

dogoverno

Lula

um

governoneoliberal

decorrede

seudiscurso

deque

fi'óhá

'um

apolítica

macroeconôm

icaco'reta

ecientificam

enteco

mp

rovada:

apolírica

de

matiz

ortodoxolevada

àfrente

porsua

equipeeconôm

icadesde

oinicio

dogoverno.

Co

mo

doP

OntO

devista

macro

(leia-sede

manipulação

dasv~riáveis

da

dem

and

aagregada)

nãohá

escolha,sustenta-se

qu

eo

crescimento

virádo

rearranjodas

condiçõesde

oferta(leia-se

da

políticarnicroe­

conômica),

qu

econsiste

em«m

elhoraro

ambiente

denegócios".

Essa

melhora

nãopassa

apenaspela

defesados

direitosdos

credores,q

ue

anova

Leide

Falênciasconsagra

(eq

ue

aL

eide

Responsabilidade

Fiscal

jáapontava

como

inescapãvel),e

peladesregulam

entaçãodo

mercado

detrabalho

(leia-seperda

de

direitos),q

ue

anova

leitrabalhista

deve

provocar;passa

também

pelaabertura

denovas

eprom

issorasoporru­

nidadesde

negócios,com

oaquelas

qu

eserão

trazidaspelas

PPPs(par­

ceriaspúblico-privadas)

epela

privatizaçãodo

Institu

tode

Resseguros

doB

rasile

aquelasjá

trazidaspelo

crescimento

dom

ercadoprivado

de

aposentadoriase

pensõesdecorrente

dareform

ad

aP

revidência­

issotu

do

semcontar

apressão

paraq

ue

osetor

financeiroprivado

possa,tam

bémele,

negociarco

ma

parte

go

rda

dom

ercado

decrédi­

tosdirigidos.A

terceiram

asnão

menos

imp

ortan

terazão

pelaqual

ogoverno

Lula

deveser

tachadode

neoliberalencontra-se

nach

amad

a"polítiC

l

ogoverno

Lula

éalternativa

30

neoliberalismo!

•71

social",qu

etem

nas"p

olíticascom

pensatórias

derend

a"seu

principalesteio.

Deix

and

ode

ladoquestões

menos

importantes,

relativasa

um

aco

mp

etênciam

aior

ou

men

or

emsua

condução,o

faroé

que,ao

con­trário

doq

ue

imagina

inclusivep

arteda

própriaesquerda,

taispolíti­

cassancionam

asfraturas

sociaisem

vezde

promover

atão

falada"inclusão"

(nãop

or

acaso,o

criadorem

aior

defensord

aidéia

da

rendam

ínim

justam

ente

Milto

nF

riedm

an).

Fazerd

eprojetos

com

oo

Fom

eZ

eroa

basee

ofu

nd

amen

tod

apolítica

socialdo

governoé

um

aespécie

de

admissão

deque,

naquiloq

ue

imp

orta,

ou

seja,na

conduçãoefetiva

da

vidam

aterialdo

país,a

questãosocial

estáem

últim

olugar

(apolítica

agrária,p

or

exemplo,é

poucom

aisq

ue

um

afarsa,

nãoten

do

atéagora,ao

contráriodo

qu

ese

esperava,enfrentado

osgrandes

interesseslatifundiários).

Co

mo

corremhoje

OU

tros

tempos

qu

enão

permitem

mais

queo

primeiro

man

datário

dopaís

diga,co

mo

de

tranqüilamente

dizerF

ernandoH

enriq

ue,

qu

eo

modelo

"nãoé

paraos

excluídos",o

go­verno

Lula

fazo

Fom

eZ

ero,en

qu

anto

desmantela

osdireitos

dostra­

balhadorespara

facilitaros

negócios,e

and

ana

contramão

dosoli­

darismo

ed

auniversalização

dosbens

públicospara

rornaro

paísu

minuestm

entgrtUÚ

.A

ssim,

consideradasem

seuco

nju

nto

,as

trêsrazões

acima

nãosó

nosim

ped

emde

afirmar

qu

eo

governoL

ulaprom

ovaqualquer

tipo

deenfrentam

enro,p

or

dim

inu

toque

seja,ao

neolibe­ralism

o,co

mo

no

so

brig

ama

perceb

ero

caráterco

mp

letamen

teneoliberal

deseu

governo.

Page 35: PAULANI, Leda Brasil Delivery

';~

~~

I~F

iC'IJ.0"

I'II~{

'I-~

,I

INV

ES

Tli\lE

NT

OS

ES

ER

VID

ÃO

FIN

AN

CE

IRA

oB

rasildo

último

quartode

séculoI

1.De

máq

uin

ase

dólares

Um

dossinais

mais

contundentesdo

declíniosofrido

pelaecono­

mia

brasileiranos

últimos

25anos

éa

trajetóriaclaram

entedescenden­

teda

formação

brutade

capitalfixo~

medida

como

proporçãodo

PIB(FB

KF/PIB

)J,Tendo

alcançadocifras

daordem

de25%

emm

eadosdos

anos.1970,essa

razãoagora

mal

chegaa

14%(G

ráfico1).

Observar

ocom

portamento

dessavariávelé

também

ilustrativopara

desfazeralguns

mitos,

como

ode

quea

décadade

1980teria

sidoa

décadaperdida.

Ao

longodos

anos1980,

aF

BK

F/P

IBda

economia

brasileirafoi,em

média,

de18.55%

.Ainda

quem

uitoinferior

secom

­parada

àperform

anceda

décadade

1970(m

édiade

23,1%),

essataxa

ém

uitom

aissubstantiva

doque

aobservada

nadécada

de1990

(15,05%).

Depois

dadlbâcle

dorealfone

(1999),essa

razãocaiu

ain­da

mais:

am

édiado

período2000-2004,

incluindoeste

ülrimo

ano,'.

caipara14,07%

;ea

média

doúltim

otriênio

(2002~2004),

para13,6%

.E

,setom

armos

operíodo

1995-2004,que

poderíamos

chamar

de"a

IA

nigoescrito

ernconjunto

comC

hristyG

.G.

Pato.A

osnão-economistas

ralvezcaibaesclarecerque

formaçáo

brutade

capitalfixoé

ovalortotal

dosinvestim

entosbrutos

(semdeduzir

ouso

devidoà

depredaçãoc

àobsolescêncía)

emcapitalfixo

(maquinas

e:equipamentos.estruturas

eedificações,

rebanhoseculturas

permanentes)

realizadospelasem

presaspúblicaseprivadasno

ano..Qvalor

indicao

aumento

brutoda

capacidade:prodüriva

1.10país.

Os

dadosaqui

utilizadosderivam

dasséries

históricasde

PIBe

FBK

Ftrazidos

apreços

constantesde

\980pelo

dcfhtorim

plícirodo

PIB.

t~1com

ose

encontraem

<ww

wipeadaea.gov.br».

~L)Jl'I)r.

:

!

Page 36: PAULANI, Leda Brasil Delivery

-t

"•.;

.~.;.-,:.

-..:~..~....

).),

):

,.)..1r 11

-PIB

-varorealanual(%

a.a.)-

PIBpercapíta-

varorealanual(%

a.a)Fontes

dedadosprim

ários:IBGéISCNe

lpeaDala.

Gráfico

3-Varia~ão

realanualdo

PISe

doPIS

per(apita{%

a.a.}-

1948.2004

Investimentos

e:servidãofinanceira

•7S

Não

étam

bémdem

aisnotar

que,aolongo

dosconfusos

anos1

%0

(inflaçãoem

disparada,renúncia

presidencial,recessão,crise

polírica,golpe

militar),

essam

esma

variávelatingiua

média

de17,81%

eque

mesm

oexcluindo

dessadécada

ocom

eçodo

milagre

econômico'e

con­siderando,

portanto,apenas

seusconturbados

cincoprim

eirosanos

(l960~1964),

essam

édiaé,

aindaassim

,m

aior(16,21

%)

doque

aobservada

nadécada

neoliberaI(quando,

emprincipio,

estaríamos

obtendonosso

passaportepara

oadm

irávelm

un

do

novoda

globali­zação)

edo

quea

dosprim

eirosanos

destenovo

século(quando

esta­ríam

os,sob

ocom

andodo

governodo

PT,

consolidandoos

"funda­m

entos"de

nossaeconom

ia).

Aanêm

icaform

açãode

estoquede

riquezana

economia

brasileira.principalm

entea

partirdos

anos1990,

temcom

oum

ade

suascanse.

qüênciasfunestasa

incapacidadede

crescimento

dopaís.

urnavez

quenão

sãocriadas,a

cadaano,

ascondiç

õesparaa

produçãode

umfluxo

futuroaum

entadode

bense

serviços.Daí

odeclínio

doPIB

edo

PIBper

capimperceb.ido

aolongo

dom

esmo

perfodo"(G

ráfico3).

Aexem

plodo

queocorre

Com

osdados

daF

BK

F/P

IB,

também

aquios

dadospor

décadadesm

entema

idéiade

queteriam

sidoos

[0$dados

ap

artirdos

quaisforam

ge:radosos

gráficose:

cujafonte:

original;~

oIB

GE

(IBG

E/S

CN

)estão

disp

on

íveis

em<

ww

w.lp

eadara.g

ov

.brs

e·~

,~.ib

gc:.go

v.br>

..<

;"1,;.'

il!.

-

Grálko

2-

Formação

brutade

capitalfi~o/~IB(%

)'••

Décadas

de1950

a2000

(média

dasporcem

aqensanuais

decadadécada)

IS.oo..+------------------:::::.--0

;;;;:;;:::;:::::-:

fontesdedadosprim

ários:1aGEISO

Ie

IpeaDala.

•A

preçOH

onslanlesde

1960.••

Paraosanos

2000./oram(om

puladasapenas

asmédias

de2000a

2004.

+-------------

5.00" Fontesdedadosprim

ários:laGE!SOIelpeaDala.

•A

preçosconstantes

de1960.

10.~+-------------------------:

-.--------------1

25.00'Jl0

S.OO'Jlo

30.00,.,

mais

neoliberaldas

décadas",oresultado

é14,8%

.O

mesm

operíodo

divididoen

treseusdiferentesreinados

produzo

seguinte:15,72%para

oprim

eirogoverno

deF

HC

,14,55%

parao

segundoe

13.47%sob

abatuta

deL

ula-Palocci

(Gráfico

2).

74•

Brasil

Da

iv"y

Gr~f1co

1-Hlrma~ão

brutadecapital

filO/PIO

(%)'-

1947·2004(anual)

Page 37: PAULANI, Leda Brasil Delivery

"~!"i \1)J,

)'I!II·

Investimentos

cservidão

financeira•

77

guirama

proezade

fazero

paíscrescer,

aolongo

deto

da

uma

década.irrisório

1,57%per

capita.C

om

aescolha

docam

inhoneoliberal,

osquinze

anosque

vãode

1990a

2004acum

ularamum

crescimento

percapim

doPIB

de7

,33

%,

ouseja,

emquinze

anoso

paíscresceu

menos

doque

nosdez

anosda

«décad

aperdida".

Mas

tomem

osagora

ou

trasérie

dedados.

Entre

oinício

de1975

eo

fimde

2004,as

despesasanuais

dopaís

com

serviçosde

fatoresde

produção(lucros

edividendos

deinvestim

entosdiretos

ejuros

deem

préstimos

intercompanhia;

lucros,dividendos

ejuros

deinvesti­

mentes

emcarreira;e

jurosde

empréstim

osconvencionais)

cresceram1

.08

5%

(passaramde

US$

2bilhões

paraU

S$23,7

bilhões),enquan­tO

,nom

esmo

período,o

PIBcresceu

129%e

oPIS

percapira

42

%.

Assim

,ao

mesm

otem

poem

queo

envio

derenda

aoexterior

cresceu10,9

vezes,oPIS

cresceu1,3

veze

oPIB

percapita

apenas0,4

vez.O

bservandom

aisdetalhadarnenre

essesdados,percebem

osque.do

po

nto

devista

desua

composição,

essadespesa

sealtera

como

passardo

tempo.,O

sjuros

deem

préstimos

convencionaism

arcamos

anos1980

.esão

osresponsáveis

pelosurgim

entoda

chamada

"criseda

dívi­

da".Apartir

dem

eadosdos

anos1990,

ou

troco

mp

on

ente

começa

aganhar

importância:

asdespesas

provenientesde

investimentos

dire­tos,basicam

enteJU

CtOs

edividendos

decorrentesda

internacionalizaçãodos

ativosprodutivos

derivadadas

privatizações.Nestes

primeiros

anosdo

séculoX

XI,

graçasà

crescenteinternacionalização

dom

ercadofi-

,nanceiro

eao

au-mento

deim

portânciado

mercado

debônus

(títulos;'da

dívidapública

brasileiracocadas

nosm

ercadosinternacionais),vêm

-seelevando

asdespesas

decorrentesde

investimentos'em

carteira,as

:quaisconstituem

hojea

parcelam

aisim

portantedesses

gastos.',,_

Independentemente

desua

composição,o

faroé

queo

crescimento

~dessas

despesasassusta

pelavelocidade

epela

magnitude

jáassum

ida,.corno

mostram

osG

ráficos5

e6

-este

último,

aliás,destaca

como

~~despesas

vão"saltando"

depatam

ar.D

e1947

atéo

fimdos

anos:lI.97

0.

elasficam

nafaixa

deU

S$0,5

bilhãoa

US$

5bilhões.

Nos

lo

isúltim

osanos

dessadécada

transitampela

faixade

US$

5b

ilhõesa

si)JS$10

bilhõese

alcançam,

em1981,

afaixa

deU

S$10

bilhõesa

~lpS$

15bilhões,

naqual

permanecem

nosquinze

anosseguintes.

En­

..:~1995

e1996,

transitampela

faixade

US$

15bilhões

aU

S$20

bi­~l&~

csc,

desde1997,

enco

ntram

-sena

faixade

US$

20bilhões

aIS

$25

bilhões..i:

---1

PIBpercapita

cresdmente

acemulado

aolongo

dadécada("lo)

47,87

35.51

16.17

10,13

1,51

PIBcrescim

entoacum

uladoao

longoda

dé<ada("lo)

99,03

80,33

13\,26

33,47

\9,04

Tabela

1-

Crescim

entofeal

acumulado

doPIB

Grtlfico

4-

CJe5cimenlO

realacum

uladodo

PISe

doPIS

percapitaao

longodadé<ada

(%)-

Décadas

de1950

a2000'

Decada"

1950

1960

1910

1980

1990

40.00""~-

i10.00%

d--,

0,00%r-

19SO1960

\91019$0

19902000

60.00%

80 ,00% fonte5dedadM

prirn.irios:IBGEISCN

el~aDala

.

•Um

ad~cada

éo

peliodoque

vaidoano

Oao

ano9.

100.00'"

IlO.OO'"

110.00';

-PIS

-O

'e1Óm

entOlealatum

ulado-

PIBper<

apita-

(J('$Cim

entoreal&

umulado

fontededadOS

p'im.ilios:IBG

EISCNe

lpeaOala.

•Para

0\anos

2000foram

compuladas

apenasas

médias

de2000

a2004

.

Co

mo

sepode

observar,osanos

1980saem

-sem

uitom

elhordo

qU~os

dezanos

seguimes,

noque

dizrespeita

aocrescim

entotan

todo

PIBq

uan

todo

PIBper

capita,N

ocaso

desteúltim

o,aliás.

oresultado

é.

dIr.

ôrniconsc-

realmente

assombroso:

osm

andatáriosa

ponca

econrruca

76•

Brasil

D~lil'<

ry

anos1980

aquelesque

protagonizarama

"décadaperdida"

.Setornar­

mos

ocrescim

entoreal

acumulado

doPIB

aolongo

decada

década,

teremos

osresultados

apresentadosna

Tabela

1e

noG

ráfico4.

I\\!"'I!I' ,'iJ~I~~:

.'

1~'"

:f:I ":I

I::\

Page 38: PAULANI, Leda Brasil Delivery

:jI

odeclínio

indiscutíveldacapacidade

daeconom

iabrasileira

deform

arcapital

(dificuldadeque

começa

noinício

dosanos

1980c

nãopára

decrescer

desdeentão)

e,deo

utro

,tem

os,no

mesm

operfodo,

umcresci.

men

tatam

bémindiscutívd

ebastante

aceleradodasdespesascom

rendasde

investimento

(oupagam

entode

serviçosde

fatoresde

produção).E

xporta-secapital

dem

odocrescente,

enquantocada

vezm

enosca­

pitalé

produzidointernam

ente.E

.antesque

sediga

qu

eestam

oscom

parandobananas

comlaran­

jas(m

áquinase

construçãocivilcom

dólares),épreciso

lembrar

que,no

casode

uma

economia

semm

oedaforte

como

abrasileira,

asdivisas

funcionamtão-som

entecom

ocapital,

jáque

nãoconstituem

corren­tem

entem

edidade

valore

padrãode

preçosnem

funcionaminterna­

mente

com

om

eiode

troca.D

em

od

oconcreto,

issosignifica

quea

importação

dem

áquinase

equipamentos

mais

sofisricadose/ou

detecnologia

(ambos

elementos

indispensáveisna

periferiado

sistema

capitalistapara

uma

formação

brutade

capitalfixo

mais

vigorosa)é

po

tencialm

ente

tanto

maior

qu

anto

menores

fo~em

asdespesas

compagam

entosde

rendaa

proprietáriosde

fatoresnão-residentes.

Issorudo

pareceindicarque

sealtera

emalgum

am

edidaa

naturezada

relaçãoque

prendeo

capitalismo

periféricobrasileiro

(etalvez

olati­

no-americano)

aocentro

do

sistema.

Retom

emos,

então,essa

questão.

lnvesrimenros

eservidão

financeira•

79

2.D

ed

epen

dên

ciae

servidão

,c,'E

mbora

anatureza

darelação

cenrro-pcriferiade

fatotenha

sofri­'!.,do

transformações

substanciaisao

longodo

tempo,

osigno

dadepen­

~~t-,dên

ciaainda

é,em

verdade,a

imagem

recorrenteem

toda~

história~:~)

acino-america

na.N

ocaso

específicodo

Brasil,

PaulS

ingerfez

algu.':}:~

asprovocações

arespeito

dessalinhagem

submissa,

dentroda

quali;~n

unca

terfamos

saídoda

condiçãode

dependência.E

msua

acepção..'{:'..nossa

linhagemdependente

apenasteria

mudado

de.forma,

passandot~i,~

eu

ma

inicialtÚprodincia

consentidApara

um

arkpendincia

toleradae,

'-':1 mseguida,

paraa

atualdependênciadeujada~.

'1:.f"'

.~~

•."-;~~

fOV

oaçõcs

feitasem

umdeb

atep

rom

ovido

peloInstituto

deE

studosA

vançados

.J~

.,daU

SPsob

re:l

Teo

riada

Dependência:

verPaul

Singer,"D

edependência

em!~:td

tpend

ência:co

nsentida,tolerada

edesejada",

Estudos

Aval/fados,

SãoPauto.

·\8v.

12,n,

33,m

aio/ago.1998.

p.119·30_

,1'

....;....

-1~:

!!

...11111o

10.000

15.000

_Serviços

elendas

-rendas-

despesas-

anual(USSm

ilhões)__

Rendasdein~estimento

dile10

-despesas

(USSm

Ilhões)_

Rendasdeinvestimento

emcarteira

-despesas

(USSm

ilhões)-

Rendasdeoutros

investimentoljU

IOS}-

despesas(USS

mi1hões)

fontededadosplírnàrios:BacenlB

P.

5.000

5.0001-----------IJL.-----~y;

Fonlededadolprim

ários:Bacen/BP.

10.000 Grãfico

6-

Rendasde

investimentos

-D

espesas(USS

milhões)-

1947·2004

15.000

10.000

15.000

20.000

15.000Os

dadosconstantes

nosgclficos

mostram

deform

am

aisorgani­

zadaaquilo

quejá

éconhecido

háaJgum

tempo:

apartir

dosanos

1980,aseconom

iashoje

ditasem

ergentespassaram

deim

portadorasa

exportadorasIfquidas

decapital.

No

casodo

Brasil.tem

os,deum

lado.

78•

Brasil

Delivn]

Gr~f\co5

-Serviços

erendas

-Rendas

(investimento

direto+

in'lestim.en!o

emcarteira

+juros

deoutros

investimentos

+salários

eordenados)

-D

espesas(USS

mllhoesl-1947·2004

Page 39: PAULANI, Leda Brasil Delivery

80•

BrasitD

divn

]

Aquela

porSinger

denominada

fasede

de~end~n.cia

consentid.a(1822-1~14)

compreenderia

operíodo

noqual

rnexisnuqualquer

di­nâm

icainterna

capazde

impulsionar

odesenvolvim

ento.U

mperíodo

noqual,

mesm

onos

mom

entosem

queo

BrasilentravA

:!.e~

~onf~onto

diretocom

ospaíses

adiantados,a

relaçãode

dependênciajam

aisera

questionada. Aos

olhosde

entãonão

haviaalternativas

aodesenvol.vi­

mente

senãopela

crescenteinserção

subordinadano

mercado

mundial.

"Adependência

nãoera

sentidanem

ressentidacom

oum

aform

ade

subordinação,m

ascom

oum

estágiopelo

qualrodos

osretardatários

..tinhamque

passar'",essa

visão,graças

afiguras

como

Wah

Ros

lOW

7,

perdurouem

boaparte

doséculoxx.

.Já

noperíodo

marcado,segundo

Singer,pela

dependênciatolerada

(I914-1973),nós

-e

rodosos

demais

chamados

paísesem

desenvolvi­m

ento-

passáramos

adepender

dospaíses

centraispara

aobtenção

deequipam

entos,tecnologia, com

ponentese

recursosde

capitalem

largaescala.A

ssistindoà

entradade

fatoresque

propiciavamu

ma

dinami­

zaçãointerna

daeconom

ia,a

subordinaçãoem

questãoera

vistapela

novaclasse

dominante

como

essencialmente

provisória.algo

quepo­

deriaser

superadotão

logoa

industrializaçãonos

emparelhasse

comos

paísesm

aisadiantados.

E,

finalmente,

de1973

atéhoje,

viveríamos

soba

chamada

depen­dência

desejada,na

qualos

governosde

todosos

países,semexceção,

passarama

dependercrescentem

entedo

fluxode

capitaisfinanceiros.

Um

períodono

quala

Am

éricaL

atina.ao

longoda

décadade

1980.assistiu

aoabandono

dodesenvolvirnentism

o, àabertura

dom

ercadointerno

paraas

importações

entradaincondicional

doscapitais

estrangeiros.E

msum

a,estaríam

osassistindo

,em

ou

traclave.

aum

retornoà

dependênciaconsentida,

poism

aisum

avez

teriase

insrau­rado

oconsenso

deque

oprocesso

emcurso

éinexorável

ede

querodos

devema

elese

adaptarse

quiseremdesfrutar

daspossibilidades

dedesenvolvim

ento. uI:com

ose

ostrinca

anosde

'deglobalização'

(.Paul

Singer,"D

edepend

ênciaem

dependência".cit.•p.120.

Walt

Wh

itman

Rosrow

,q

ue

anteced

euH

enry

Kissinger.

Co

linP

ow

dl

eC

ondoleo::uaR

lcecom

oconselheiro

nacionalde

Segurança

dosE

stadosU

nidos.co

ntin

uo

uativ

oacadem

icamente

atépouco

antesde

suam

orte.em

20

03

.I:JG

ItOS

43anos

apóso

barulhoproduzido

porseu

Th«

I/agao

feronomicgrow

/IJ:11

"011­C

omm

unissfIIaniftsro

(Carnbridge,

Cam

brid

gc

Universiry

Press,1960).

1nvesrirnenrose

servidãofinanceira

•81

[1914-1945J.som

adosaos

trintaanos

dourados[194

5~1973J,não

passassemde

Um

parênteseque

arestauração

danorm

alidade,na

for­m

ade

hegemonia

dogrande

capiralprivado

sobrea

economia

capita-lista,poderia

fechar,"8

Éclaro

quetal

classificaçãoé

mu

itom

aisum

aprovocação

doque

frutode

umprocesso

rigorosode

análise.M

asnem

po

risso

aidéia

centraldessa

digressãofaz

menos

sentido.A

final,que

estruturade

re­lação

interestatal éessa

emque

todosaquiescem

aom

esmo

receituárioeco

mico

,ain

da

qu

eco

ntin

uem

nãorecebendo

asp

rom

etidas

benessesêQ

ue

estruturaé

essaem

qu

em

esmo

asm

aisprom

issorasestatísticas

dadécada

de1970

jamais

entregaramo

queprom

eteram?

E,

defaro,

po

rum

bomtem

poacreditou-se

naprom

essadesses

números.

Éram

osdependentes,

sim,

subordinados.p

or

certo,m

asas­

sistíamos

ataxas

decrescim

entojam

aisvistas

nahistória

daeconom

iado

país.D

aía

crençan

um

aespécie

de

novocírculo

virtuosoda

acu­m

ulaçãocapitalista,

noqual,m

esmo

dependentes,poderíam

os.seapli­

cadasas

políticascorreras,assistirao

desenvolvimento

daperiferia

rum

oa

umpatam

arno

qual,dentro

embreve,

nãohaveria

mais

disrinções,pois

todosteríam

oslugar

garantidono

"Novo

Renascirnenro'",

Tal

era,defaro,

ocerne

do

desdobramento

lógicodo

modelo

dedesenvol­

vimento

dep

end

ente

eassociado,

formulado

po

rF

ernandoH

enriq

ue

'.'C

ardosoe

Enzo

Faleno

-e

radicalizadopelo

primeiro

10.C

on

trao

~Fdiagnóstico

correntedas

teoriasdo

imperialism

oe

daacum

ulaçãoca­

~~~pitalisra,

Cardoso

derrronsrrouque

anova

fasede

expansãodo

capitalf{

~oderia,sim,

levarà

industrializaçãoe

aodesenvolvim

entoda

perife-~.

na

dosistem

a..

~~';'E

mbora

osnúm

erosapresentados

naprim

eiraparte

destearrigo

jác;.~esm

ontem,

po

rsi

sós,o

idíliodesse

diagnóstico,justiça

sejafeira:

na?,;décad

ade

1960C

ardosofoi

umdos

poucosa

vislumbrar

osfunda­

,~j~...'=

;:;~~:.Paul

Singer,~D.edependência

emdepend

êncla",cit..p.

126.

~':'

FernandoH

enn

qu

eC

ardoso.j;tcomo

presidente.emversão

ml/polirik

(sic);verFer­

?:.'n

~d~

Hen

riqu

eC

ardo

so,"A

gendapara

oséculo

XX

!".em

Autopia

ulduel:lra

;'(­

'!:is.'tõriam

/dm

ua

ltkF

ernandaH

enriqu«C

ardoso(B

ra$Clia,

Presidência

daR

epública.{.,~~.

1995)

J{~rA~o

mais

detalhadadesse

desdobramento

lógicofoidesenvolvida

po

rC

hrisry~~\~

kn

Pato.A

for11lJ1difldl

dopm

Silrf1

1I

brasileiro:o

11lJ1rxiImo

Jmit!Júm

od

,:''':),'/Y

rn4ru1t>

Hm

riqu

rC

arMSo

(Dissertação

deM

estradoem

Ciência

Polftica.Facul-

__.~~de

deF

ilosofia.Letras

eC

iênciasH

umanas.

Universidade

deSão

Paulo.2003).

~~,

--=-.

~.1II.

II!I!f

Page 40: PAULANI, Leda Brasil Delivery

Invesrirnenrose

servidão

financeira•

83

I'

..

:~;}~

rnandoH

enriqueC

ardoso,P

olitiçat

tÚ1nlVolIJim

enToem

sociedadadependenta,

.,.:~Q~.,p.197.

"~,,.Ibldem

,p.198-9.

'" j~.Fernan

do

Henrique

Cardoso

eE

nzoF

aleno,D

tpmJJncia

~tÚ

1tnIJoluimtnto

na~.Amlrú-Q

Latina,

cito,p.128

.

~~

~~~;~~-

f>-~'~

';

-,~;,,'i••:

~~~

,:

"'1;',

políticahegernônica,as

burguesiasindustriais

dospaíses

dependentes

t.;_..~~.,:

nãoseriam

am

olaim

pulsorado

processode

emancipação

nacional,.'"

talcom

opreconizado

porm

uitosteóricos

ansiosospela

fnegad

adas

~/~

,revoluçõcs

burguesasà

periferiado

sis!cma

I4•.

~,~,.:':,.'..~,,'._~.,~..:;,_."\",:,',~-,.'.;..:~~<.'.~.:'•.'A

ssim,

aanálise

dosem

presáriosligados

'ocapitalexterno

permiti-

~~;;~

raa

conclusãosobre

aexistência

dearticulações

entreos

grupossociais

que,em

seuco

mp

ortam

ento

concreto,ligavam

defato

aesfera

econô­

"l5tm

icaà

política.Acham

adadependência

mostrava-se

assimnão

apenas

~::.t_',.~;.~...!_.,.:~,•.r..-:,[",.:'";\,:::~~::i~~r,:~:::~'~;~Ei~~~:E~~~:~::~S:~~

turalmente

avinculação

econômica

como

exterior.E

,no

entanto,a

-'J-'"nova

facedesse

sistema,a

internacionalizaçãodo

mercado

incemo

nos~

paísesperiféricos,

abriraa

possibilidadeestrutural

paraa

com

patibili-

'~~

~~,~;:'=i~n:~:,~~~~l~~c'od::;~~~~;:~~o':~~:;~:;{~:i~~

po

rm

eiode

uma

aliançaentre

empresa

nacionale

Esrado

queenfren­

'~'~~

~."_casse

opoderio

dogrande

capitalm

ultinacional.~~~~

Cardoso

porcerto

nãopreviu

quea

~:fécadad

e19

70,

noB

rasil,.?:~

f;;assistiriâ

aum

avariação

realdoPIB

de1

31

.26

%e

aum

avâriaçâo

realJl~0:

.do

PIBper

capirade

76,17

%.

Tam

poucoapoiou,

po

risso,

ogoverno

~:;~g~;

militar.

Mas

identificou'justam

ente

osurgim

entodesse

novoarranjo,

r~{~

.Jno

qualo

regime

capitalistaproduzia

vinculasen

treo

capitalexterpoe

~;.~;,a

estruturainterna

aos

paísesda

periferia,conduzindo-os

aum

areor-

\~):gan

izaçãoadm

inistrativa,tecnológica

efinanceira,

queim

plicavaa

~';

~reord

enaçã

odas

formas

decontrole

sociale

polírico".Nó'caso

espe,d-

i:~'~':"«;;,*,f1co

doB

rasilcde

algunspaísesdaA

iii:ericaL

atina,areorganização

do

~~·~~~

~Estaclom

ediantea

reorganizaçãodo

próp-rioregim

epolítico

deu-sede

J;;,.f'!~\<:'forma

aperm

itiru

ma

centralizaçãoau

toritária,n

ecessáriaà

consolida-l."

~~,>,;,,,·

~i:

';;:..~o

dom

odocapitalista

deprodução

naseconom

iasâep

end

emes.A

s·~i<:-.

~1?-~.I;ffi.os

sedutoresnúm

erosda

décadade

I970pareciam

confirmar

o~

~:~agnóstico

inicialsobre

osurgim

entode

uma

novaetapa

dedesenvol-

.!

IIV

erF

ernandoH

enriqueC

ardoso,Em

pTtsárioindustria!~

tWlnvolvim

entotco// ô-

mico

/lOBrasil(2.ed.,530

Paulo.Difusão

Européia.

1972)..

.do

11V

eridem

.polllÍca

rd~smvolvjmmro

emsorirJoJes.JtprnJe~us;

,tÚolog/ as

t)em

presariadoinduurialargm

lÍnot

brasileiro(I.ed.,

RIO

dejaneiro.Z

ahar.~97

.

UV

erF

ernandoH

enriqueC

ardosoeEn:o

Fa\.eno:Dtpt1lJJllâ~rtÚsm~IVllnt;~;'

naA

mm

c4

!Atina;ensaiostÚ

illurp

Ttla

(</o

JO(lO

úigtC4

(6,ed.,R

iode

janeiro,Z2

1981).

82•

Brni\

Dtlilm

y

rosda

novaestrutura

dedependência

quese

forjarae

que,dem

odom

cn,

.d

adi 'tório

propiciariaas

estatísticasassom

brosamente

POS\t1vas

aconrr

,6

111

'ádécada

subseqüente.E

msua

tesede

livre-docênd,a,de

193.

,~e

J

bra

oscontornos

dessanova

estruturado

sistema

capitalistae

eso

ça

"p

.d

seusarranjos

internospeculiares

àseconom

iasna.clonals.

esquisano

aideologia

ea

novaface

doem

presariadobrasileiro,

perceberaque

hám

uitoeste

nãose

encaixavana

estratégiada

"marcha

parao

desenvol­vim

ento",calcada

naaliança

entrea

burguesianacional,

otrabalhador

.e

oE

stado,todos

unidosdiante

docapital

internacional.Aprofundando

suateoria

em1971

11, numtrabalho

publicadologo

apóso

estard.alha­ço

desua

obraescrita

comE

01

.0Fa1eno~3

eno

qualprocurava

dcsl.mdar

também

ascaractedsricas

doem

presanadoargentino, Car~oso

Já~~­

viapercebido

novospadrões

derelação

entreas

empresas

Industriaisnacionais

eo

mercado

internacional.A

essefenôm

enodeu

onom

ede

"internacio

nalizaçãodo

mercado

interno",

uma

espéciede

estruturabásica

das"situações

dedependência"

queantevia,

em.m

uitosaspec­

lOS,a

configuraçãom

undialque

surgiria.décadas

depois,sob

orótulo

deglobalização.N

essanova

realidade-

qu

eparece

um

abanalidade

aosolhos

dehoje,

mas

que,de

fato,não

eraevidente

nOS

anos1950

ou~9

60

-,

observava-seque

quantom

aisrno

dér

no

erao

setortanto

mais.fortes

eramseus

vínculoscom

oexterior,

Contrariam

ente,q

uan

tom

aisatra­

sadoera

osetor,

tantom

aisfracas

essasrelações.

dondese

desdobravaoutro

aparenterruísrno,

também

comprovado

porF

HC

emsuas

pes­quisas:'gü

anrom

ais~incu\a(ios

aoex~erior,

m.cnoslavoráveis

eramos

emp

resáriosàs

aliançascom

o9

peran

ado,c

vice-versa.D

essaform

a,C

ardosodem

onstraraque

jánão

existia,na

décadade

1970.u

ma

burguesianacional

dispostaa.aliar~s.e

comos

chama~ossetores

populares,eque

osúnicos

setoresainda

ahnha~osaes~e

nacro­

nal-populismo

seriamos

quenão

haviamse

reorganizadodiante

d~

rransformações

emcurso.

Em

outraspalavras,

pornão

teremvocaçao

".1

ti~,.fit~" ,.?li'j

Page 41: PAULANI, Leda Brasil Delivery

84•

BrasilD

fÜ"":!

vimento,

naqual

searticulavam

aeconom

iado

setorpúblico,

asem

­presas

monopolistas

internacionaise

osetor

capitalistam

odernolocal,

naquiloque

elecham

oude

•tripédo

<iesenvolvim

ento-associado"'7.C

ontudo,quando

inseridosno

contextode

uma

sériem

aislonga,

taisnúm

eros,ao

nãose

sustentarempor

muito

tempo,

indicamnã ..o

9surgim

entode

uma

novaetapa

dedesenvolvim

ento-

algoque

nãopode

serconfundidocom

industrialização-,

mas

aem

ergência

eleuma

novaconfiguração

dop

rór-rio

capital,em

quea

industrializaçãoda

periferiase

tornounecessária

paraa

novaplataform

ade

valorizaçãoque

começava

asurgir

eque,

deinício

,necessitava

dainternacio­

nalizaçãoda

própriaprodução,

embora

prescin

di~sÇ

Jde

seudesenvol­

yirnentoposterior.

.M

asantes

dedar

nome

aosbois,

lembrem

os,acerca

deum

dospilares

necessáriosà

gênesedesse

fenômeno

investimento

externodir c"co

-IE

D)

'l-,do"P

rojetoH

arvardsobre

aE

mpresa

Multinacional",

umestudo

emlarga

escaladesenvolvido

de1965

atéo

inícioda

décadade

1970,cujo

coordenador-geralera

Raym

ondV

ernon,

Om

oteini­

cialdoestudo

eraque,

"deum

ahora

paraoutra,

pareceque

osE

stadossoberanos

começaram

asentir-se

destituídos"18,dem

onstrando-sea

par­tir

daíque

oagente

principaldessa

transformação

eraa

empresa

rnulrinacional. As

perguntaSentão

naordem

dodia

relacionavam-se

ànova

configuraçãode

poderque

esseagente

estavaproduzindo,

uma

vezque

uma

empresa

como

aG

Mtinha

vendasanuais

emtorno

deU

S$25

bilhões,m

ontantesuperior. à

época,ao

produtonacional

bru­to

denada

menos

que130

países.N

odiagnóstico

deV

ernon,entre

1967e

19

68

,56

1m

atrizeseram

responsáveispor9

0%

doinvestim

entodireto

norte-americano

noexre­

rior'",m

aspara

oscritérios

doestudo

foramconsideradas

apenas187

empresas

como

aptasa

recebero

rótulode

empresas

multinacionais.

Essas

187com

preendiamnão

sóas

empresas

manufarureiras

mais

co­nhecidas,

comim

portantesinvestim

entosno

exterior,com

otam

bémtodas

asprincipais

empresas

nane-americanas

produtorasde

matérias-

17F

ernandoH

enriqueC

ardoso,As

id/imrseu

lugar:ensaios

sabr«asteorias

dodesc»:

voloimento

(2.00.,

Petrópolis.

Vozes,

1995),p.

107.

lOSoberania

ameaçada:a

expantã»m

ultinacionaidasnnprrslls

americanas

(SãoPaulo

.Pioneira,

1978),p.

1.l~

Ibidem,

p.23,

no

ta1.

Investimentos

eservidão

I1nanc(ira•

85

primas.

Ressalte-se

aindaq

ue

nogrupo

dasquinhentas

'maiores

em­

presas,darevistaF

ortune,180

eramresponsáveis

porm

aisde

2m

ildas

2.5m

ilsubsidiárias

estrangeirasde

rodoo

grupode

empresas

dalista.

Em

1965.uma

pesquisafeita

peloD

epartamento

deC

omércio

dosE

stadosU

nidos.abrangendo264

matrizes

none-americanas

esuas

sub­sidiárias

estrangeiras,m

ostrouque

essasem

presasforam

responsáveispor

cercade

metade

detodas

asexportações

norte-americanas

debens

manufaturados,

eas

transaçõesentre

matrizes

efiliais

representavamcerca

deum

terçodesse

monranre-",

Diante

dessesdados,

oautorda

pesquisanão

tinhadúvidas

sobrea

imporcância

dasm

ultinadonaispara

aeconom

iados

Estados

Unidos.

mas

perguntava-sequal

seriaa

importância

dosinteresses

dessasem

­presas

paraas

economias

dosO

utrospaíses

emque

atuavam.

E,

nesse~o

,arubrica

"OU

trospafses"

compreendia

nãoapenas

aperiferia

do~Istem

a.mas

também

opróprio

centro.L

embre-se,

po

rexem

plo,que

nadécada

de1960

asem

presasnorte-am

ericanasC

Ontrolavam

100%(iajndús~ria

derolam

entose

am

aiorparte

daiI!d_úst~ia

decquiparnen­

toselétriC

OS

pesadosna

Itália.C

ontrolavam,

ainda,m

aisde

75%,_,~

-,::.da

produçãode

grafitae

40

%do

ramo

decom

putadoresna

Grã­

~~'J1.t~B

retanha,~ém

deresponderem

po

rm

aisde

90%da

produçãode

;~"';"\~'f\

~ta,

mal~de

40

%da

indústriade

equipamento

telegráficoe

tele­~"""".,)

~':'.fômc~e

rnarsd~35%

daprodução

detratores

em

áquinasagrícolas

daQ,~

$-=!própria

França"

.:::-"t..-~-;~

:•

r~·;Y.

~N

.ãoà

roa,a.décadã

de1970

cun

ho

uum

novoterm

opara

asreia­

·;t;~es

incerescarais.Am

odade

entãoera

oterm

o'<

interdependência"!"i;

Nós

crescemos

porquenossa

economia

dependede

vocêse

asua

•..•.•

J

:.e~o

nom

lacresce

porquedepende

darelação

coma

nossa."U

mneolo-

:t~mo

baratopara

om

esmo

fenômeno

queC

ardosoantecipara,

ernbo-"?!'l

nãode

forma

cãosim

plistac

idilicalz.

=.:..~~~C

om

efeito:se

atenta~mospara

osresultados

dap,alança

depaga­

:z~~~entos

dospasses

envolVidos,verem

osque

elespesavam

muito

mais

.~!~C

Onta

daperiferia

doque

nados

paísescentrais.

Em

verdade,de

;~~,L

.,

"1~·Ibid

{.

Iem

.p.

12.,~+

Ibidem,p.20.

'~'Av(fS~

fi'

d"N

.<:

aoU

amsta

oovo

Rena.sclm

emo"

viriasom

enteanos

mais

tardeelirni-

~:';:nd

ode

vezajá

inicialf:Uta

denegarividade

comida

naidéia

ded~envolvimc:nto

.ependente.

::.

4~~:.

1'/

Page 42: PAULANI, Leda Brasil Delivery

86•

Brasil

D,lillny

1960a

1968,aproxim

adamente

US

$1

bilhãoem

novosrecursos

eratransferido

anualmente

àssu

bsidiáriasnorte-am

ericanasem

paísesm

enosdesenvolvidos.

Mas,

emco

ntrap

artida,

US

$2

,5bilhões

eramrem

etidosanualm

ente,sob

aform

ade

lucrose

dividendos,apenas

àsm

atrizesnorre-am

ericanas-'.~oB

raSilr'~pondeu,

aolongo

dadécada

de1970,p

or

uma

remessa

anualm

édiade

US$

314m

ilhões,relativos

apenasa

deSpesasde

lucrose

dividendosde

investimentos

diretos;essenúm

erosalrou

param

édiasanuais

deU

S$969

milhões,

US$

2.589m

ilhõese

US$

4.477m

ilhõesnas

décadasde

1980e

1990e

noperío

•..do

de2000

a2004,

respectivamente.E

mterm

osrelativos

ao.PIB

,taisrem

essasapresentaram,

nosm

esmos

períodoscitados

(décadasde

1960,.

1970,1980

e1990

eprim

eiroscinco

anosde

2000),m

édiasanuais

de

O~Fi%.

0,25%

.0.36%

.0

.42

%e

0,85%.

respecrivamente".

E,

noen­

tanto

.a

aparentesinergia

quese

configurarana

relaçãode

dependên­cia

apresentadana

décadade

1970,quando

obtivéramos

nossosm

e­lhores

perfisestatfsricos,nãoacom

panhouo

aumento

dessesindicadoresde

nossasuposta

"interdependência"virtuosa.

De

fato,passado

o.'ur-;to

·deindustrim

izaçãoperifériC

ãdecorrente

dainternacionalização

-da

produçãocalcada

naem

presarnultinacional",

oprocesso

retoma,

nadécada

de1990,

seucurso

normal

deconcentração

ecentralização

naaplicação

derecursos

produtivos.V

ejamos

26:

•D

e1986

a1990,

asexportações

mundiais

cresceramà

média

anualde

14,3%,

eo

fluxode

investimento

diretoestrangeiro

cresceuà

média

de24.7%

.E

ntre1991

e1993.

essecrescim

entocresceu

foi,em

média,

de3

.8%

e12,7%

,respectivam

ente,en­

qu

anto

em1995

foide

18

%e

40%.

•E

m1

99

5,9

2%

doestoque

totaldeinvestim

entodireto

estran­geiro,

medido

pelasaída.

originou-sedos

paísesdesenvolvidos,

mas

73

%desse

mesm

oestoque,

medido

peloingresso,

também

seencontrava

nospaíses

desenvolvidos.

IIR

aymond

Vernon,Soberania

ameaçada,

cir.,p.186·7

.14

Núm

eroscalculados

apartir

doB

alançode

Pagamentos

doB

rasil,disponívelem

<ww

w.bcb.gov.br».

nM

uhinacionalestaque

progressivamente

assume

seuverdadeiro

interesseapátrida.

tornando-serransnacional,

16O

sdados

aseguir

provêmde:

Uncrad,

WorM

Inoestmm

t&p

ort(G

enebra.U

nirc<iN

arionsPublicarion).

relatóriosde

1991a

1996.

Invesrimenros

eservidão

financeira•

87

•C

ercade

90

%das

sedesdas

empresas

transnacionaísestavam

localizadasem

paísesdesenvolvidos,

enq

uan

to40%

dassubsi­

diáriasse

encontravamem

paísesem

desenvolvimento.

•D

e1994

a1995,

900IfJ

docrescim

entodo

investimento

direroestrangeiro

observadocorrespondeu

ainvestim

entosem

'paísesdesenvolvidos.

•E

sradosU

nidos,A

lemanha.

Reino

Unido,

Japãoe

Françares-

ponderamp

or

cercade

doisterços

dassaldas

deinvestim

entodireto

estrangeiroem

199527•

Ora,se

aofim

eao

caboa

tônicaco

ntin

ua

sendoa

daconcentração

dofluxo

deinvestim

entosentreos

paísescentrais-

atrfade,com

oprefere

Chesnais"

-,o

nd

eentram

osnós,a

periferia,nesse

processo?A

ssim,

senas

décadasde

1940e

1950C

aioP

rado Jr.eC

elsoF

urtadose

pergunp

cava~sobr~

osentido

dacolonização.

cabe-nosagora

indagarsobre

osentido

daIndustrialização.

Havíam

osdeixado

suspensa

aafirm

açãode

quea

industrializaçãoda

periferiaera

absolutamente

necessáriaà'

novaplataform

ade

valorizaçãoque

começava

as.urgir.R

etomem

oso

fioda

meada

queleva

aessa

novaplataform

a:a

esferafinanceira.

Ainda

queparcela

considerável-

ecrescente

-das

transaçõesfi­

nanceirasnão

tenhan

enh

um

aco

nrrap

arrida

nonível

realda

econo­"

~ia,à

esferafiríã

nc

eirâalim

enta-se

dariqu

ezãcriaaa

peloinvestirnen­

-~to

nap

rod

ução

ep

elam

obilizaçãode

novaforça

detrabalho.

Ot

··descoJamem

oentre

ess~instâncias.a

gradativareconstituição

deu

ma

.,~-m

assade

capitaisq

ue

procurase

valorizarde

forma

exclusivamente

--,.financeira

(oomo

capitalde

cmp

réStimô),

sópode

sercom

preendida.d

eforem

levadasem

com

aas

crescentes

dificuldadesde

valorizaçãodo

Jpróp ri9

capitalinvestido

naprodução.

Em

termos

históricos.os

lu­:1;ClOS

nãorepatriados,

mas

também

nãoreinvestidos

naprodução,

e,dep

ositados

noseto

roffshore,

emL

ondres,levaram

om

ercadode

~.,~urodó

laresà

suaarrancada

antesq

ue

ochoque

doperrõleo

ofizesse.

~.~

=.~

-c;

.:':.0..:.;.

;~Ta1~cz

náoseja

demais

lembrar

que,das

373mud~nças

lcgisladvasobservadasem

~:~

\':irIOS

paísesm

onitoradospela

Unctad

noperfodo

de1991

a1994

erelativas

aos....~..~gim~s

nacionaispara

investimento

estrangeiro.apenas

cinconâo

visaramm

aior:Ji~

hberall2açãoe

desteguIamen

ração,~U

Atr{adede

quefala

Chesnais

-e

naqualse

concentrao

/luxode

JED

formada

ripor.E

uropa,E

scadasU

nidose

Japão:ver

FrançolsC

hesnais,A

mundi4/ÍZ

ilfãodo

-:taplI'"(SãoPaulo,X

amã,

1996).

jIIj

Page 43: PAULANI, Leda Brasil Delivery

88•

BrasilD

~[jv"1

.-

re'dt'tos

conced

idosaos

oaísesem

desenvolvimento

criaramA

sSim,os

cr-

C"

•d

.-:

iroprocesso

noperíodo

contemp

orâneo

,de

rransrerencrae

'oprim

e,

.dos

idevi

'-.larga

cscala.E

assucessivas

transferênciasos

JuroseVI~

'f1guezasem

.d

í

di

obtençãode

crédiros

bancáriosdos

consórciosos

pases

ca-os

pca

..

.-

fi.ras

dessespaíses

fize-pica1istaS

avançadospara

asmstUUlçl~des

n~ccd'.

29que

aesfera

financeirase

consoJ

asseam

am

ais.

ramA

industrializaçãoda

periferia,portanto

,respondeao

.mcs~

otem

-.

dpital

quebuscava

novaspraças

deinvesnm

entopo

aosanseios

eu

mca

.-

brodurivo-

emrazão

dascrescentes

dificuldadesde

valWl'zaçao?

ser-~adas

nocentro

dosistem

a,e

aosanseios

~e.um~.

esferafin:ncclfa

emvias

deexpansão

cauconom

ização,que

exigia,port~n~o,

.naos~

aex­

pansãodessas

praças-

afinal,a

própriam

oeda~duclána

cnvolvlda.nofluxo

derenda

deinvestim

entosdiretos

é,cmSI,u

ma

forma

decapital

fictício30

_,

mas,

principalmente,

acanalização

deseus

flu.xospara

osm

ecanismos

devalorização

queela

própriacome~ra

acriar.

E~

o~­tras

palavras,enquanto

avinda

docapital

pr..odutl~opara

apenfen.a

davau

ma

sobrevidaao

processode

acumulaçao

estrlt~~~teproduti-

-..

da

Co"legoap'óso

'csgotamento

d,aspO

SSlblhâadesaber-vo

-que

percr

o11..

di~

aspela

reconsu~çãodo

p?s~guerra

-:Já

sepreparavam

ascon

içoespara

adom

inânciafinanceira

queadvm

ha.N

aprim

eiraetapa

doadvento

dessadom

inância,nos

anos1970:

aeriferia

aparececom

oa

demanda

quefaltava,

nu

m~mund?

emC

rise;b

ertadepois

dochoque

dopetróleo,

para

aabsorç

aod

aab

und

a'1 ccoferta

decrédito

eliq

uid

aentão

existente.'Nu

ma

segundaeta~a,

e!asurge

como

mercado

emergente,no

sentidode

um

locus~e

valorizaçãofinanceira

sempre

possível,m

asguarnecido

agor.ados

~nstr~memos(ativos

cotadosem

bolsas)e

dapolítica

econôml.c~(~rmdplo.s

neo:liberais)

necessáriospara

maxim

izaro

ganho,m

inimizando

rISC

OS

.'.

evitandosusros,

como

oda

on

da

dem

oratóriasq

ue

:ssolouo

con

nentelatino-am

ericanonos

anos1980

31•Osistem

anao

seperpetU

OU

19F

rançoisC

hesnais,"Introdução

geral",emA

mundializaçiíofinallc~irrl:

gfflfS~.rusto)

~riscos

(SãoP

aulo,Xam

â,1998).

p.\5-7

..'

()

'"R

obG

·A.m

utaçõesdo

capltalfinanceiro",em

Fr.mÇ

OlsC

hesna1sorg

..~

ertu

ttman

n,

I"U~

....-

Am

undia/WJçiio

financeira.cito

.li

tiflII

N~

L.

Gla

""

de

M.

Belluzzo,

emE

nsaiosso

b"

ocaplta

UIIIO

.ao

po

racaso

uu

on.,-

.I'

dE

conOll\la.

lkulo

XX

(Sã

oP

aulo/Cam

pinas.E

ditoraU

nesp/Un1carnp-

nstttu

toe

das2

00

4),

denomina

"ditadurados

credores"a

essen.ov~

mo

men

tod

easccnso

altasfinanças

aocom

andom

undialdo

sistema

Clpuahsta.

Investimentos

eservidão

finan

ceira·89

emsu

aprim

eiraetapa

porque,a

despeitod

os

gigantescoslucros

auferidosno

período.não

suportouo

efeitoV

olcker(aum

entoexpo­

nencialdas

taxasde

jurosnorte-am

ericanasno

fimdos

anos1970),

oque

levouà

crisedas

dívidasdo

inícioda

décadade

1980e

àsprim

ei­ras

fasesde

um

amplo

movim

entode

desregulamentação

monetária

efinanceira,

queensejariam

apassagem

paraa

segundaetapa.A

indus­trialização,portam

o,seinsere

nu

mm

ovimento

deinternacionalização

financeiraindireta

dossistem

asnacionais

fechados,a

ame-sala

daqui­lo

queviria

ase

consolidarsom

enteapós

asecuritizaçâo

dadívida

externados

paísesda

periferiae

aform

ação,nesses

países,dem

ercadosde

bônusnacionais

interligadosaos

mercados

financeirosdos

paísesdo

cenrrod

osistem

a".E

is,pois,

nossopalpite

inicialsobre

osentido

daindustrialização":

diversamente

dam

eraaparência

fenomênica

com

ida

nodiagnóstico

dependentiscasobre

ainternacionalização

dosm

ercadosinternos

-que

~jogava

coma

idéiade

hornogeneizaçãodo

capitale,

portanto,do

es­praiam

entodas

possibilidadesde

desenvolvimento,

desdeque

sesou­

~.bessejogar

asregras

dojogo

-,a

internacionalizaçãoda

produçãofoi

;apenas

osubstrato

necessárioao

desenvolvimento

ulteriorda

verda­,'ideita

cabinede

com

and

odo

capitalismo

conternporâneo.,aesfcra

fi.,.~n

anceira,agora

finalmente

mundializada".

Seestiverm

oscertos

sobreo

sentidoda

industrialização-

elern-

~brand

odos

indicadoresdecrescentes

arroladosna

primeira

pan

edeste

~ex

to-,

aprópria

naturezada

relaçãoque

prendeo

capitalismo

perifé­~nco

brasileiroao

centrodo

sistema

nãopode

mais

serdefinida

como

"e"dependência",

pelom

enosnão

nom

esmo

sentidoem

queo

termo

IF

rançoisC

hesnais,"lnrrcduçâo

geral",cir..p.

23-31.'~U

samos

oterm

o"palpite"

porquetalhipõrese

seinsere

nocontexto

deum

trabalho.:ainda

emdesenvolvim

entono

grupode

pesquisasobre

Instituiçõesdo

Capiralis­

~lmo

Financeiro

-C

afln,

naU

SP

(registradono

CN

Pq

).·'.Q

uand

oestuda

osciclos

dereprodução.

muito

antesde

enfrentarteoricam

entea

.o.i$(;ussãosobre

ocapiral

3juros,

diz.Marx

sobrea

verdadeiranatureza

docapital:

_~{no

cicloglobal

do

capital]o

processode

produçãoaparc:ec:

apenascom

od

oliJeviclvd,com

om

alnecessdrio,tendo

emvista

fazcrdinheiro.T

odasas

naçõesde

:~ução

capitalistasão.p

or

isso,periodicamente

=lt:u

us

pelavertigem

deque­

_*fazer

dinheirosem

am

ediaçãod

oprocesso

deprodução";

verK

arlM

arx.P

capital:critica

daeconom

iapo/{tica

(trad.

Regis

Barbosa

eFlávio

R.

Korhe,

São.

:lulo,A

brilC

ultural,1983,

Coleção

Os

Econom

istas),L

ivro11,

p.44.

Page 44: PAULANI, Leda Brasil Delivery

I:,i------

Investimentos

eservidão

financeira•

91

comou~

_modo

depcodu~o,

Do

bb

procurouressaltar

aquiloque,

emSua

visao,m

elhorresum

ianão

56a

relaçãopolirica

entresenhor

eservo,

mas

oco

nteú

do

.s~cioeconômico

dessaobrigação

qu

eos

conectava. Apalavra

servidao

lhecaía

bem,

poistraduzia

ofeudalism

otanto

c?mo

m?d

ode

produçãoda

vidam

aterialq

uan

toc~mo

proces­so

deV

IdaSO

CIal.

Sweezy

criticoutaldefinição.apontando

Suaim

precisãoe

generali.dade,haja

vistaque

"aservidão

podeexistirem

sistemasque

nadatêm

defeudal;

em

esmo~uando

relaçãodom

inantede

produção,a

servidãot~m

estado,em

diferentesépocas

eem

diversasregiões,

associadaa

diferentesform

asde

organizaçãoeconôm

icat'".C

uriosolem

brarain­

daque

opróprio

Engels

escrevera,n

um

ade

suasúltim

ascartas

aM

arxque

."aservidão

ea

dependêncianão

sãoum

aform

apeculiarm

entemedleval-feud~,encontram

o-Iasp

or

todaparte

ouem

quasetoda

parteo

nd

eos

conqoísradorespossuem

aterra

cultivadapara

elespelos

ve­lhos

habiranres'P",

Esselongo

~arênrese',queem

verdadeé

umpisarem

ovos,presta-se

apenasa

anteciparao

leitoro

caráterpotencialm

enrecontroverso

denossa

s~lu~oao

enigmae~u~ci~do.

Da

mesm

aform

aque

apalavra

dependen.clase

mostrou. nao

limitada

aC

Ontextos

históricosespedfi­

,?S-

servindopara

no

rnm

aros

períodosde

dominação

colonialexplí­

Cita,m

aspodendo

representartam

bém,

como

foio

casona

décadade

1970:o

conteúdosocíoeconâm

icode

uma

relaçãopolítica

mo

dern

a-,sus~elt.amos

q~e.o

caráterdo

vinculoque

prendehoje

ocapitalism

operiférico

brasileiroao

centrodo

sistema

sópode

serdefinido

emter­

mos

deservidão.

Aprim

eiravista,

imagina-se

quea

servidãosó

exisrapara

umpela

~;V

ontadede

outro.O

escravoprocedendo

dosenhor.

Mas,

nessaf6r­

tm

uJa.é

obscurecidoam

iúdeo

verdadeirofaco

aser

interrogado:de

"(

que.form

acanro~

homens,

tantascidades.

tantasnações

sup

ortam

\m

Ul(as

vezesu~

tirano56,q

ue

nãopossuinada

mais

doque

opoderio

~,que

elesp

róp

no

slhe

dão?C

om

oentender,

portanto,que

osenhor

,~procededo

escravo?Co

mo

entenderquea

relaçãosenhor-escravo

antes'-de

Id

'.I:

sera

teação

entreois

elementos

realmente

separados,possa

Ser'I!

'~';...:........

fl~·U~a

crítica",em

PaulSw

e:ezyer

al.,D

ofrudnli.rmo

40

rapira/ismo

(Lisboa.

Do

mQ

UIlCO

te.1971).

p.20.

Friedrich

Engels

apu

dPaul

Sweezy,ibidem

,p.20.

Jl

Inevitávelrerornaras

mesm

asindagações

deÉ

tiennede

La

Boétie,

feitashá

mais

dequatrocentos

anos,acerca

daservidão

voluntária;ver

Érlenne

de:LaB

cérie.D

iscursodo

srrvidioJ/o/unrdri4

(trad.L

ayme:rtG

arciados

Santos,

3.ed.,São

Pau­lo.

Brasiliense,1986),

p.13.

~T

raduzidono

Brasilsob

otitulo

Arvolu(ã"do

capitalismo

(2.ed

••SãoPaulo,

Nova

Cultural.

1986.C

oleçãoO

sE

conomistas).

J7Ibidem

.p.

27.

foiusadoanteriorm

ente.Afinai,

aindaque

adependência,com

oform

ade

expressãointerna

dopróprio

capital,com

portassea

assimetria.

sualegitim

açãoentre

asclassese

grupossociais

decorriada

comparibilida­

deestrutural

entredependência

políticae

desenvolvimento

econômi­

co(m

esmo

quem

eraindustrialização).

Ou

seja,alegitim

açãodo

pro·cesso

-a

inrerversãodo

econômico

nopolítico

-se

davapelos

acenosda

possibilidadede

ganhosm

útu

os,

Mas

eagora?

Qual

éo

fundamento

dalegitim

açãode

um

processono

qualtodos

aquiescemao

mesm

oreceituário

econômico,

mesm

onão

recebendoas

prometidas

benesses?P

erguntemo-nos:

"quem

ons­rro

devício

éesse

queainda

nãom

ereceo

títulode

covardia, quenão

encontraum

no

me

feioo

bastante,que

anatureza

negater

criadoe

aIC

nguase

recusaa

nomear?"J$.

Antes

deavançarm

osem

nossopalpite

paraa

soluçãodesse

enig·m

a,cabeum

pequeno

parêntese.L

ogoapós

apublicação,em

1946,deseu

Studiesin

thedevelopm

entoicapitafÍJm36,

Maurice

Do

bb

iniciariaum

longodebate

acercada

transiçãodo

feudalismo

parao

capiralis­m

o.Nesse

debate-

queenvolveu

figurascom

oPaul

Sweezy,

Rodney

Hilton.

Christopher

HilI

eH

.K

ohachiroT

akahashi-.

um

adas

gran~

despreocupações

diziarespeito

acom

o,afinal,

sedava,

nom

un

do

feudal.a

interversâodo

econômico

nopolítico.

Em

outraspalavras,

qualera

osubstrato

quedava

sentidoe

sustentaçãoàs

relaçõesde

servi­dão

como

simultânea

expressãopolítica

efundam

entaçãoeconôm

icado

mo

do

deprodução

deu

ma

época?E

ntendidaa

servidãocom

oum

aobrigação

imposta

aoprodutor

pelaforça,

independentemente

dasua

vontade,para

satisfazer asexigênciaseconôm

icasdo

senhor(overlard)­

quertais

exigênciastom

assema

forma

deserviços

aprestar

quersur­

gissemco

mo

taxasa

pagarem

dinheiroou

emespécie

-,D

ob

bdefiniu

ofeudalism

ocom

ovirtualm

enteidêntico

àprópria

concepçãode

servidão-",O

useja,

dianteda

preocupaçãoem

definiro

feudalismo

90•

Brasil

Drfiv

")'

i

Page 45: PAULANI, Leda Brasil Delivery

92•

BrasilD

divny

internaao

mesm

osujeito?

Em

outraspalavras,parece-nos

quepara

bemcom

preenderhoje

arelação

quenos

prendeao

centrodo

sistema

épreciso

entendernão

oconsentim

entoà

dominação

-algo

muito

mais

próximo

doconteúdo

darelação

dedependência

ralcom

oela

haviasido

atéagora

diagnosticada-,

mas

aobstinada

vontadede

pro­duzi-la,algo

sóapreensívei

peloconceito

deservidão,

nocaso,

servi­dão

financeira.E

paraque

nãonos

acusemde

funcionalismo

exacerbado.lembre­

mos

queessa

passagemda

dependênciaà

servidãonão

énada

estranhaao

fatode

aselites

brasileirasnunca

teremse

importado

muito

comsua

crônicahereronom

ia. 1:.bemverdade

que,por

contade

ventoshistóricos

muito

particulares,das

foramem

purradasà

aventurado

desenvolvimento

autônomo

esoberano.

Mas,superada

essafraqueza

mom

entânea(e

cheiade

riscos-

oB

rasilquase

foidom

inadopelas

forçaspopulares

noinício

dosanos

19600,voltaram

àsua

posiçãousual:subm

issa,mas

tranqüila".C

olocadoo

problema

emoutros

termos,

pode-sedizer

quea

de­pendência

queFH

C,

comdéficit

denegarividade,diagnosticara

erapressuposta,um

adependência

quese

negavana

possibilidadede

vira

sersuperadapelo

desenvolvimento

doelo

dominado

darelação.T

rata­va-se,portanto,

deum

aespécie

decom

binaçãode

dependênciacom

modernidade,de

relaçãohierárquica

compossibilidade

deascensão.

Aposição

efetivada

dependência,suaconfiguração

como

servidão-

queim

plicaa

vontadedo

servona

reproduçãoda

relaçãoservil

(adepen­

dênciadesejada)

-,só

ocorreriam

aistarde.Seria

precisoa

consolida­ção

doregim

ede

acumulação

sobdom

inânciafinanceira

ea

posiçãoda

periferialatino-am

ericanacom

oplataform

ade

valorizaçãofinan­

ceirainternacional

paraque

adependência

encontrasseum

aform

ade

existênciaadequada

aseu

conceito.H

á,portam

o,certa

congruênciaentre,de

umlado,um

adependência

quese

põeinicialm

entecom

oo

inversode

sim

esma,visto

queera

percebidacom

odesenvolvim

ento.e,

deoutro,

ofato

dea

industrializaçãoda

periferiapoder

servista

como

umdos

mom

entosiniciais

dodesenvolvim

entodo

regime

deacum

ulaçãosob

dominância

davalorização

financeira.

tvN

êmdo

mais.

apossibilidade

.hoje

maior

do

que

nunca,de

dcsrcrrirorializat.1

riquezarom

ou

essapo

siçãoainda

mais

con

fotláve1.

Investimentos

eservidão

financeirói•

93

Ol~.andomai~

concr:tamente

parao

movim

ento.~irlamos

que,::.~-..

sem.o

desenvolVim

entoque

arelação

dedependência

produziupor

i~.:aqui,

nãoestaríam

oshoje

guarnecidosdas

condiçõesm

ateriaisneces-

~i:~:~i~;:;n::i:~~:a(~::::ç::ee~:~::~:;;~~:::~~::::

I~gipals~~~fricanos~~o

poderemdesem

penharesse

mesm

opapelê)

Mas

I1!'..J.;,,con

içoesrnatenais

podemnão

bastar,enão

bastavam.A

herançado

;~.~_f,r.:_~"/_'t<~m

undoregulado

epotencialm

enteinflacionário.humanam

entecondes-

,;:'~JI

cendenree

esrarizanreda

etapaanterior

exigiaprofundas

transforma-

~~~~i:

çõesinstitucionaispara

queessa

condiçãom

aterialsetransm

ucasseem

:~~i~t·con~i~o(e~etdiva

paraa

posiçãodo

Brasilcom

om

ercado"em

ergente",.;..~

~:=o

InC

IOosanos

1990,oadvento

doneoliberalism

ocom

odoutri-

nae

coleçãode

práticasde

políticaeconôm

icaveio

preenchera

lacunaque

fal~avapara

queessa

transformação

institucionaltivesse

lugar.T

ravestidaem

pregaçãopela

"modernização"

dopaís,em

purradapelo

a~~umentode

queesrarfam

osperdendo

obonde

dahistória

ea

possi­bilidade

deadentrar

noadm

irávelmundo

novoda

globalização.adou­

trinaneoliberalfuncionou

como

discursode

convencimcnro

,numpaís

recentemente

redemocrarizado

ecom

om

ov

imen

tode

massas

seins~itucion~.izando,

paraque

seoperassem

asm

udançasque

noscolo­~rJ~

decisivamente

nopapelde

prestamistas

(nosentido

depresta­

CIOO

IStas).Tom

adasessasprovidências,o

delivery·Jdo

paisestariapron­

.,,~~

to.Vam

osa

elasentão.

~~~~:~:.

::'~~'~h'"~:

3.Da

eraneoliberal

ede

suasprovidências

?}:'}â~

'

--."'"'::

•OB

rasildo

finaldosanos

1980nâo

'estâvaadequadam

enteprepa-

_,;:lado

paradesem

penharseu

papelna

novaecapa

dam

undializaçãofi~

c::~~t

,nanceir~.E

mprim

eirolugar,as

altastaxasae

inflaçãõque

persistiam~~

:.poraqui

produziamabruptas

oscilaçõesno

nívelgeraldepreços

eem

~~f__suavariação.

Naquelas

condições,com

plicava-sesobrem

aneirao

cál­:~~~

ofina~ceiro

quecom

andaa

arbitragemcom

moedas

ea

especula­"jçao

queV

Isaa

ganhosem

moeda

fone(a

raxade

câmbio

realea

taxa':~~f~

dejuros

sofremcondnuas

oscilações),De

outrolado,C

omo

cará­;;~'?ger

fortemcm

c-centralizadoc

reguladoda

políricacam

bialdeentão,

a~~

~~Ya1orizaçãofinanceira

porventuraalcançada

nãotinha

aliberdade

ne-

lI1

Page 46: PAULANI, Leda Brasil Delivery

tJf;=

"1:••1!!:

"f1\~:.'I!~~;i,1:i1i~

=.

:~i;

11,~

~~}

;" .;)~."'r,"

~..:!")'.,

I.,",

; ,t1;1

';li.lI.'it

94•

Brasil

Dtlivtry

cessáriapaca

pôr-sea

salvo,em

casode

turbulência.P

ortanto,não

sóos

ganhoseram

incertos,co

mo

nãohavia

segurançade

qu

eseriam

efetivamente

auferidos,naeventualidade

deexistirem

.O

utro

problema,tam

bémprovocado

pelapersistência

dofenôm

e­no

daalta

inflação",era

a.dificuldadede

controlaros

gastosdo

Esta­

do.N

ocaso

doB

rasil,cujahistória

ém

uitoparticularno

queconcerne

aoprocesso

deindexação

",

acom

plicaçãoera

aindam

aior,ensejando

acriação

deum

sem-núm

erode

conceitosde

déficitpara

lidarcom

asituação.

Adificuldade

emperceber

aexata

dimensão

dosgastos

pú­blicos

nãoparecia

uma

boacredencial

patau

mpafs

dispostoa

entrarno

circuitom

undialde

valorizaçãofinanceira.T

endoem

vistao

cará­ter

rentistadesse

tipode

acumulação,e

considerandoq

ue

um

ade

suasbases

mais

importantes

éa

dívidapública,a

anarquianos

gastOS

públi­cos

produzidapela

altainflação

eraum

acom

plicaçãoe

tanto,pois

pre­carizava

aextração

derenda

realque

devevalorizar

esse"capital

caldodo

céu",emque

seconstituem

essespapéis".N

essascondições,

como

poderiao

paísser

consideradou

mem

ergentem

ercadofinanceiro?

Segundo

odiscurso

neoliberalque

começa

aser

dominante

noiní­

ciodos

anos1990,o

Esrado

nãodava

contade

suatarefa

depreservar

aestabilidade

monetá~iae

organizaras

comas

públicastam

bémpor

contade

seupeso

demasiado

grande,herança

perversade

umtem

poem

quese

imaginara

queo

desenvolvimento

nacionalsoberano

erapossívelna

periferiae

queo

Estado

erao

instrumento

mais

importante

paratornar

efetivaessa

possibilidade.O

ra,um

Estado

comtantas

de­m

andase

tantastarefas

nãotin

ha

como

garantirganhos

reaisàs

aplica­ções

financeirasnem

com

ose

"especializar"na

administração

dasfinanças

ena

gestãoda

moeda,

condiçõesim

prescindíveispara

consi­derar

determinado

paíscom

o"m

ercado

emergente".

41~AJ(a

inflação"foi

olerm

oen

con

trado

paradesignar

fenômenos

inflaçionáriosco

mo

osdo

Brasil,

emq

ue

osníveis

geraisde

preçosn

emse

com

po

rtavam

deform

a"civilizada"

nemdescam

bavampara

ahiperinflação,perm

anecendopor

longo

temp

ona

casados

doisdígitos

aom

ês.~}

Aesse:respeito

verLedaPaulani,"T

eoria

dainflação

inercial:umepisódio

singularna

históriada

ciênciaeco

mica

noB

rasil?",em

Maria

Rita

Loureiro

[org.).50

anostk

ciêncialC

onômiea

noB

rasil:pmJam

mto.

instituições~

drpoímm

toJ

(Petrópolis.

Vozes.

1997).••

Aexpressão

éde

Marx.

qu

econsidera

adtvid

ãp

úb

lic:aco

mo

um

típicoexem

plar

?ccapital

fictício;vide

ocapítulo

XX

IVd

oL

ivroI

deO

cap

ita],cit.

Invesrimentos

cservidão

financcir:t•

9S

Oam

bienteno

qualos

negóciosaconteciam

também

nãoajudava.

Co

mo

convenceros

capitaisda

seriedadedo

paísna

disposiçãode

impulsionar

oganho

financeirocom

uma

legislaçãoque,

emcaso

decolapso

empresarial.

pu

nh

frentedos

direitosdos

credoresfinancei­

rOSos

direitosdos

empregados

'(dívidastrabalhistas)

eosdireitos

do-E

stado(dívidas

tributárias)?C

om

ogarantir

queos

recursosdo

Estado

seriamprioritariam

entecanalizados

parahonrar

oscom

promissos

fi­nanceiros

seos

governantesnão

eramsubm

etidosa

umrigoroso

con­trole

desuas

ações?(N

aquestão

previdenciária,havia

mais

um

sérioobstáculo

paraque

opafs

seintegrasse

deim

ediatona

novaetapa

darnundialização

finan­ceira.

Nosso

sistema

previdenciárioera

marcado

peloregim

ede

repar­tição

simples,

caracterizadopela

solidariedadeinrergeracional

epela

posiçãod

oE

stadocom

oseu

principalator,

Esse

sistema

nãocom

bina­va

comos

novostem

pos,não

sópor

contado

pesoinaceitável

dessasdes p

esasno

orçamento

público:com

opela-falta,sentida

hosetor

pri­vado

;deu

mm

ercado

substantivoe

promissor,até

entãopraticam

entem

onopolizadopelo

Estado.

Porfim

,a

_Constituição

de1988

eraabsolutam

ente'Incornpartvelcom

aspretensões

renristasda

novaerapa.

Co

mo

orçamên

toengessado

'por

inúmeras

vinculaçõesobrigatórias,o

Estado

tinhapouca

liberdadepara

promover

polfricasque,supostamente

destinadasasustentaro

equi­líbrio

dascom

aspúblicas,

visavamna

realidadeabrir

espaçopara

suaatuação

como

lasjreadordo

pagamento

doserviço

dadfvida

pública.E

raevidente,

portanto,que,

seo

Brasil

quisesseentrar

nanova

etapado

jogofinanceiro

internacional,profundas

transformações

te­riam

deser

feirasno

quadroinstitucionalem

quese

movia

aeconom

iado

país.Eelas

foramfeitas.C

om

ojá

mencionam

os,a

difusãocada

vez-c.

maior

dodiscurso

neoliberalproduziu,

desdeo

governoC

ollor,os

~argum

entosnecessários

paraprom

over,n

um

paísrecém

-democratiza­

(..:~~do,

comu

mativo

movim

entosocial

eainda

comem

orandoas

"con-._......

1?,-qu

istas"de

1988,esse

tipode

mudança.

No

iníciodo

quese

pode-}~cham

arde

um

a'lera

neolibcral",C

ollorfoi

eleito,contra

oprojeto

~""'popularrepresentado

porL

ulae

oPT

,com

odiscurso

do"social-libe-

{ralism

o";enfeirádo

pelabravata

da"caça

aosm

arajás".D

esdeentão

,:[-passoua

servoz

correntea

inescapãvelnecessidadede

reduziro

rama­

~.Ülho

doE

stado,privatizar

empresas

estatais,controlargastos

públicos,····ab

rira

economia

etc.C

ollornão

tevetem

popara

pôrem

marcha

esse

...I

Page 47: PAULANI, Leda Brasil Delivery

I.Ili,-,:.I

9G•

Br:uilD

elívery

projeto-

anão

ser,m

uitotim

idam

ente,

oprocesso

deprivarízaçâo

-J

mas

areferida

pregaçãoganhou

forçainegável

epassou

aco

man

dar

todosos

discursos.É

nogoverno

Itamar

queterão

lugaras

p'rimeiras

mu

dan

çasde

pesoa

fimde

prepararo

paíspara

suainserção

nocircuito

internacio­nal

devalorização

financeira.[Em

1992~

adiretoria

daárea

externado

Banco

Central.

emm

eioàs

negociaçõespara;internacionalizar

om

er­cado

brasileirode

'tfrulõspúblicose

sccuritizara

dívidaexterna.

resol­

vendo3

pen

dên

ciaq

ue

vinhadesde

1987,encarregava-se

tamb

émde

promover

adesr

égu

lamen

raçâodo

mercado

financeirobrasileiro

ea

aberturaao

fluxointernacional

dec3p"itaiJ.

Porm

eiode

um

aalteração

nofuncionam

entodas

contasC

CS

feitasem

obeneplácito

doC

on

­gresso

(oq

ue

implica

crime,

vistoque

am

ud

ança

alteraa

leifederal

de

1962q

ue

criouessas

comas),

oB

acenabriu

apossibilidade

dequal­

queragente

remeter

recursosem

moeda

forteao

exterior.bastando

paratan

todepositar

recursosem

mo

eda

doméstica

naco

nta

de

um

ainstituição

financeiranão-residente".

Form

alizadaa

aberturafinanceira,

imp

un

ha-se

anecessidade

deresolver

oproblem

ainflacionário.

Assim

,ainda

nogoverno

Itamar,

surgeo

íPlan

oR

eal,que

catapultaF

HC

.então

ministro

daF

azenda,para

aP

residênciada

República.;\f cn

âido

com

om

eroplano

de

estabi­

Jiza~

o~absolutam

entenecessário

tend

oem

vistaos

problemas

pro~u-

zidospela

persistênciada

altainflação

(desesrruturaçãodas

cadelasprodutivas,elevado

imposto

inflacionário, qu

eprejudica

principalmen­

teas

classesde

rendam

aisbaixa,

deterioraçãoda

capacidadefiscal

doE

stadoerc.),

oP

lanoR

ealfoi

emverdade

mu

itom

aisdo

qu

eisso.

Em

prim

eirolugar,

eleresolveu

op

rob

lema

qu

eim

pediapracicam

enreo

funcionamento

dopaís

com

oplataform

ade

valorizaçãofinanceira

in­ternacional.

Mesm

oco

ma

aberturafinanceira

járendo

sidoform

al­

mente

operada,ela

permaneceria

letram

orta.

dop

on

tode

vistade

suaspotencialidades

emterm

os

de

atraçãod

ecapitais

externosde

curto

prazo,seo

processoinflacionário

nãotivesse

sidod

om

ado

.Além

disso,o

planoabriu

espaçopara

um

asérie

deout~asmud~,nças

q~e

teriamlugar

nogoverno

deF

HC

.A

abertura

na

economia,

aspra­

vatizações,a

manurenção

dasobrevalorizaçâo

dam

oed

abrasileira.

a

<)

Param

aioresdetalhessobre

essaoperação.vide

osegundo

artigodesta

coletânea.

-·-"

1

'~~.lnvestirnenros

cservidão

f1nanccil';l,•

97~:':1

:

~~:elevação

inédita

dataxa

realdejuros,

tud

opassou

aser

justificadopela

:it~\necessidade

depreservar

aestabilidade

mo

netária

conquisradapelo

~~~I"'to~::mo

contextoque<

edeveanalisaraedição

,e",maiodet~1'

20

00

,daL

eiCo

mp

lemen

tarnl!101

(leide

Responsabilidade

Fiscal_

:.;.~,~~.\.~.'L

RF):bdli.spO

SitivoqUIe

acaboup

or

estabeleceru

ma

hierarquianos

gas-,:~Ú

;tos

puIC

OS

qu

eco

ocaem

primeirlssim

oe

indispurávellugar

ocrc-

:;:ri;d

or

financeiro

,em

detrim

ento

daalocação

de

recursosco

mfins

t~~i~'distributivos

(polüicasde

rendae

políticaspúblicas

dem

od

ogeral)

e

tI:~~::~7.'~ad:a~~:~~~o::'~~;:~ã~i~;n:e~;:~::':~;

ML,,~~

did

1"d

.I

~~illt~

ousançao

aosq

ue

CC

Iem

apo

incac

Jurose

cevarn

adívida

pübli-.r.iJ\.:

cado

paísem

favordos

credoresnacionais

einternacionais.

;F-"~::O

soiro

anosF

HC

produziram,

ainda.um

asérie

debenefícios

le-gais

aoscredores

doEsradÇ

le

aocap

italem

geral.'Em

dezembro

de2

00

I.aten

den

do

au

ma

promessa

feitaao

FM

I,o

governoaprovou

aE

men

da

Constitucional

nU37.

qu

eisenta

da

incidênciad

eC

PM

F0

5

valoresaplicados

embolsas

devalores.T

amb

émpassou

aser

isentad

eim

postode

rendaa

distribuiçãode

lucrosde

empresas

aseus

sóciosbrasileiros

ouestrangeiros

ea

remessa

delucros

aoex

terior".

.~~;

Den

trodo

espíritode

guarnecero

paísdos

disposirivosinstitucionais

:fS'ig-.necessários

parasua

inserçãona

mundialização

financeira,o

governo{~:

FH

Cprom

oveuainda

um

am

ud

ança

substantivano

sisrema

previ­:~it~~&

denciário.C

on

form

eadiantado.o

sistema

previdenciário

brasileiroera

~;~k

estruturadop

redo

min

anrem

ente

peloregim

ede

repartiçãosim

plese

i'5;~~

'constituía

praticamente

um

monopólio

doE

stado.Argum

entandoq

ue

osdéficits

previdenciáriosproduzidos

pelosistem

aprevidenciário

aca-

Poressas

ep

or

OU

trasé

qu

ese

podedizer

que.a

partirdo

PlanoR

eal.há

umSC

ntimento

di~o

.de~fm

ergênciaeconôm

ica",no

sentido.deexceção,

queacorn­

panhaa

emergenC

lado

paísco

mo

promissor

mercado

financeiro.T

udose

passacom

ose

aospoucos

estivessesendo

decretadou

mestado

deexceção

econômico

quejustificasse.qualquer

barbaridadeem

nome

danecessidade

desalvaro

pais,ora

d~ret.orno

daInflação

.ora

daperda

decredibilidade,

orada

perdado

bondeda

hIStÓria.A

esserespeito,

aliás,tudo

indicaque

oestado

deexceção,

antesdifuso,

,.tenha

sidodefinitivam

entedecretado

nogoverno

Lula,

Pesquisasobre

essetem

afi"

estásendo

implem

entadapor

Leda

Paulanino

Gfin

/US

P.

k/A

$inform

açõesr~l';I,mretiradas

deM

ariaL

úciaF

anorelli,~Agrande

sangria",&

_,,~

pOrtllg~ltI,n

.57.Jun.2004.

:--".~

,

.~~

Page 48: PAULANI, Leda Brasil Delivery

-~

I,

InYcsdm

cntosl' serv

idãofinanceira

•99

Asdividas

trabalhistasq

ue

ames. sem

limitação, cncontrav~-s<:

noprim

eirolu­

gar da

fiI.apara

orecebim

entodos

recursosda

massa

falida.co

ntin

uam

emprim

ei­

rolugar,

sóq

UI:

agorarestringidas

pelolim

itede

RS39

mil.

Oq

ue

excederesse

''1lilJl~cç

\';li.parao

úllim

olugar.

As

dívidasfinanceiras

garantidasp

or

bensm

óveis

"f.ou

IIJlÓ\·Cls.

qu

eocupavam

anteso

terceirolugar.

passarama

ocu

par

oseg

un

do

11'"lugar. à

frentedas

dividastributárias.

Não

CUSla

lemb

rarq

ue.

nacarta

deinren-

: ~:,'ções

aoFM

I, assinadap

or

Anconio

Paloceie

Hen

riqu

eM

eireilesem

fevereirode

~~~003 , CO~stava

oco

mp

rom

issode

aprovaru

ma

novaLei

de

f:.tJénci:rsq

ue

gnran­

...~~ . lJsse~s

direitosdos

credores,ou

seja.o

recebimento

pelosetor

financeiro.em

&condIções

priviJegiad:LS.

dasdividas

acumuladas

pc/asem

presasfalidas.

Um

alei

'(; semelhante

foi I'ropOSI.1

pelom

esmo

organismo

àA

rgen

dn

a.

'jEIll

meados

docorrente

ano

.pergU

ntadosobre

anecessidade

de

lalm

ud

ança. ()

' ~~. ,atuaJprcsidenlt'

doB

ND

ES

,en

tãorninisero

doP

lanejam

ento

.G

uid

oM

anrcga,,:. -

.~~

.~~

-~~-

:?i"~

.;: ..t-': -.t::?::~

~i~~;!~.~

'0~~

-.~

-Ç- .

ma croeconÔ

miC

1s.chave'q

uêé

perversodo

pontode. vista

docresci­

mento

cdo

emprego, pois

jogano

sentid

oda

elevaçãodos

jurosbási­

cos. daredução

dam

ão·de-obraform

almente

empregada

eda

queda

Idorendim

entom

édiodos

trabalhadores,A

perversidadedesse

com­

portamento

éparte

dascontradições

inerenresa

umSistem

aque

diminuir o

capital produtivo(que

gerarenda

real)enquantoengorda

o

capitalfinanceiro

(queextrai

rendareal do

sistema

eincha

ficticia-

mente

nosm

ercados secundários, exigindoainda

mais

renda).

Mas

am

udançaim

plementada

por FHC

foi parcial. restritaaos

tra­

balhadores dosetor

privado. Atenaz

oposiçãofeira

peloPartido

dos

Trabalhadores

àsua

extensãotam

bémpara

ofuncionalism

opúblico

impediu

quea

reforma

nosistem

aprevidenciário

brasileirofosse

feita

deum

aracada

só. Coube

aogoverno

Lula

completá-Ia, estendendo

as

"alterações

idealizadaspor

FHC

aostrabalhadores

dosetor

público.

Com

asnovas

perspectivasde

acumulação

abertaspela

entradaporen­

cialde

umenorm

econtingente

depopulação

assalariada.de

renda

média

razoavelmenre

elevadae

semenfrenrar a

ameaça

dodesem

pre­

go. foramcrióldas

as condiçõespara

opleno

désenvolvimenm

, noB

ra­

sil, dom

ercadoprevidenciário

-cobiçado

hám

uitotem

popelo

sistema

financeironacional e

imernacional.

Concluídaessa

reforma.

opaís ficou

quasepronro

paraintegrar

adc­

\: ~iquadam

enteo

circuitoda

valorizaçãofinanceir:a .

Mais

algunsdetalhes,

r.~-;~- com~

anOVjl-teiâ

c~FalênciaS'(aprovadaem

fevereirode

2005'10), aa

U[Q

-

f--norm

adoB

ancoC

erxral (quecontinua

firme

efone

naagenda

dogover-

I~~

~~'~:no

Lula"),

oaum

enroda

Desvinculação

deR

ecursosda

União

(DR

U),

f~"'"

..C

aberegistrar

qu

eesse

tipodt"cãlculo

considerasem

pre

co.mo

g3StOprevidenCjár~:

aquiloq

ue

não

po

de

serrem

adoco

mo

tal. Aaposentadoria

~ral

. empurrada goc

.

abaixod

os

conservadorespela

ConS

tituiçãode

19~8.éef~tlvamente

umgr.:nd:

programa

de

rend

am

ínima,

talvezo

maio

rd

oco

nn

nen

re, Jáqu

eesse

benefícios

torn

ou

umdireito

dotr:tbalhador

rural,ten

ha

eleco

ntrib

uíd

oo

unã~

-u

ma

VC

l

id':i'

Ass'U

Ils

desp

end

ido

sco

m,1

queseja

-par.1

osistem

aprevI

encrno.

rrn, osrec

o,

pag

amen

todesse

tipode

bcneflcio.apesarde

integraremo

grupode~IOS

r~I~~'o­

nadosà:segü

ridad

esocial.' n

ãop

od

emser

entendidosco

mo~toSpre:ldenc'arr~s.

aproximando-se

mais

dosgastos

relativosa

programas

eornpensar õriosde

ren;.

Os

especialistasno

tema

dizem,

aliás.q

ue e

esseo

verdadeirop

rog

rama

dercn

J

mínim

ado

Brasil

(cf.R

osaM

.M

arqu

esc

Áquilas

Mendes.

"Ogoverno

LulaO~)J

contra-reforma

previdenciãria", SãoPalllo

emP

mp«riva.São

Paul~.v. 18. nj

3. 20~~

,0'R

etomam

osauui

argum

entesjá

desenvolvidosem

Leda

Paulani, "Q

uan

oo

me

,•

ôrni

d.

.roan

odo

gO\'<'rn o

vencea

esperança: umbalanço

dapolúica

econm

icao

pn

mel

Lula" .

Crftic(/

Ma

rxina

,C

ampinas.

n.

19.O

Ul.

20

04

.

98•

Brasil

De

fivfry

batiampor sufocaro

Estado", o

governoprom

oveum

aséri~

dealtera-

-A

conseqüênciam

aisim

po

rtante

dessatransform

açãoé

oau-

çoe.s...

mente

daim

portânciada

previdênciaprivada, que

passaaser

~ecessarta

paracom

plementar

afutura

aposen~a~or~a.~omeça

assrma

s~r

construídoo

mercado

privadode

previdência,Já

háalguns

anosrei­

vindicadopelo

sistema

financeiro.d

.~

.1

~9

Ao

contráriodo

queocorre

noregim

ee

reparuçao. simp

es_'

no

regime

decapitalização,

quecaracteriza

om

ercadoprivado,

~ao

solidariedadeinrergeracional.

Cada

umresponde

apenaspor

SI e

tem

umretorno

futuroproporcional à

suacapacidade

depagam

entoco~­

rente. Aosgestoresdesses

fundoscabe

administrar

osrecursos

~eposl­

ladospor longoperíodo

detem

po, dem

odoq~e

garanta. oren.dl~ento

financeironecessário

parahonraros

comprom

issosprevidenciãriosfu­

turos, Sendoassim

. esseregim

ebusca

maior

liqu

ida

nom

enorperío­

dode

tempo

ecom

om

enorrisco

possível,o

quetorna

ostí~ulos

de

rendafixa.

particularmente

osrírulos

dadívida

públi~ •. os

ativospor

excelênciade

seusporcfólios.

Éclaro

que, dadaessa

.log'ca,os

fundos

depensão

serãotão

mais

bem-sucedidosquanto

maiores ,forem

a~ta­

xasdejuros. Por outro

lado, quandoaplicam

emrenda

variãvel (ações),

elesbuscam

evidentemente

aquelespapéis

comm

aiorcapacidade

de

valorização-

essespapéis

são, hoje, aquelespertencentes

às~~pr:sas

quem

elhorexecutam

osprogram

as dedowns~'Ún~,

det~~ce~nzaçao

e

deflexibilizaçáo

dem

ão-de-obra. Assim

. oI?gu.l1 íbn

ofinanceiro

~~ss::

fundos-estána

dependênciade

umcom

portamento

dasvanavers

"'.

Page 49: PAULANI, Leda Brasil Delivery

I

lnvc.slimentose

servidãoI1nancc:ira

•101

\~de

ocapfrulo

IdoL

ivro1/("O

cidodo

capitalm

onetárioM

)deO

cnpírnl.cito

'~\.dIde~5C1p~tulos

XX

Ie

::;:XIIdo

LivroI("R

cproduç3osim

ples Me

MT

ran

s ro rnlõ1çâo,:%.

em

als-vahaem

capital)

deO

capiMI.

cir,

asab

and

on

a,para

voltara

assumi-las

novamente'lJ.

Marx

afirma

tam­

bém

~ueo

capirs]só

po

de

serindustrial

(produtivo)'c

sereproduzir

am~lla~ame~tese~do

valorexcedente

decada

etapa,urna

pan

esubs­

mn.tJvaJá

estiverdIsponível

paraa

etapaseguinte

soba

forma

denovos

meios

deproduçã?~4.

Em

Outras

palavras,sem

meios

dep

;od

uzir

ri­,q.u

cza,ouco

mm

eiosq

ue

crescemm

uito

lentamen

te,lento

seráo

cres­C

imento

daprópria

riqueza,b

emco

mo

odo

con

sum

oc

od

obem

­,estar

aela

atrelados.

No

smomento~

d~c~ise,

sãopequenos

osincentivos

paraq

ue

oexced~ntc

tom

ep

no

rItanam

ente

aform

ad

em

eiosde

pro

du

ção,

em

espe~lalde

instru

men

tos

de

trabalho.N

um

paísperiférico

com

oo

Brasil,esse

nu

nca

foium

gran

de

problema,

po

rqu

eo

déficitde

com

­p

ortam

entoburguêsd

âselites

acabo

up

orcm

pu

rrarO

IEsrago

para

atuar

perm

anen

temen

teco

mo

ogran

deinvestidor

daeco

no

mia.T

end

oessa

atuaçãopor.

locomotiva,

oincentivo

estavagarantido

epuxava

sem

nen

hu

ma.dlficul~a~e

osvag~es

do

investimento

privado.

Na

época

emq~e

aindustrialização

definitivada

periferialatino-am

ericanapas­

s~ua

I?teressarao

centrod

osistem

a,esse

processog

anh

ou

emforça

cd

inam

Ismo

c,pelo

menos

noB

rasil,ap

on

tou

paraa

possibilidaded

esuperação

de

sua

condiçãode

paíssubdesenvolvido,

aind

aq

ue

sob

aform

au

mtan

tocontraditória

da"depcndêncís",

,Es.sa~çm

fJu.ênciavirtuosa

acon

teceu,no

entanto,tarde

demais,

pois:'o

cap'talism.o

Jáen

travana

faseterm

inal

dafórm

ulafordisra

cm

ija.

:gr?sa

do~trinta

al1os~do

urad

õs.E

mp

urrad

o,

po

ru

mlado

.p

or

um

a.cn~e

~ídlcae,.p

or

OU

tro.

peladesordem

provocadano

sistema

rnone­.rãrio

mcernacicnsl

coma

desvinculaçãod

odólar

norre~americanoe

:.do

ou

ro,

promovida

em1971

pelogoverno

Nixon,o

sisrem~ia

ingres­

;sand

oa.passos

largosna

faseda

acumulação

flexívele

dad

om

inân

cia

~Jinancelra.D

ereceptor

líquidode

capitais.o

Brasil

passourápida­

§m

ente

aexp.ortador

líquidode

capitais,prim

eiroso

ba

forma

depaga.

:::men

{O~os

J~rosda

dívidaexterna

contraídap

or

meio

de

Contratos

...nvenClonals

deem

préstimo,

eagora

com

op

rod

uto

rde

ativosfinan-

i.Irosde

altarentabilidade.

.

~.•N

ote-seque,

seo

problema

atualse

resumisse

aop

agam

ento

dosJf

respondeu~~qililamc:nte:

qu

ese

tratavade

uma

altc:ra.çãonecess

áriapara

pr~ser­vara

sociedadeda

atuaçãode

presidentesirresponsdveis

c:gastadores.queqU

I5C"

sc:mf.1Zer

opaís

crescera

qualquercusto.

..

..j,

Em

1994foi

criadoo

FundoSocial

deE

mergência.

denominado

depois,m

al.'adequadam

ente,Fundo

deE

stabilizaçãoFiscal.

Esse

fundofoiform

adocom

:WUh

detodos

osim

postosc:contribuições

federais.!O

rnadosIivre.s

devi~culaçõc~

.~

partirde:2000.ele:foire:form

uladoc:passou

ase:cham

arD

esvinculaçãode

R~~Ull

50

Sda

União

{DR

U).

tendosua

prorrogaçãoaprovada

peloC

ongressoN

acion.

até2007.

bO rn

osua

prorrogaçãopara

alémde

2007.e

aextensão

desseex­

emc

..

.&

1~!

Apediente

para0

5níveis

estaduale

municipal,

enad~

mars

ta~

..

auto

no

mia

do

Banco

Central

garantiráq

ue

apolítica

mo

netária

sejaconduzida

sempre

dem

od

oq

ue

ho

nre

op

agam

ento

doserviço

dadívida

eq

ue

premie,

com

jurosreais

substantivos,o~

detentoresde

papéispúblicos.T

emem

seuauxílio

aD

RU

,q

ue

funciona,p

or

ou

trolado

como

oin

strum

ento

mais

afiadop

arad

arcabo

dosestorvos

pro

­

movidos

pelaC

onstituiçãode

1988.AL

eid

eResponsabili~~deFiscal

(quealguns

cham

am,

com

JUSteza.

deL

eide

Irrespo~sab,l~~adeSo­

cial)contribui

com

suap

ane,

aoassegurar

qu

eos

papeisem

itidos~or

instânciasinferiores

do

po

der

executivotam

bém

tenh

amseu

serviço

ho

nrad

o,

enq

uan

toa

novaL

eide

Falência

trataprivilegiadam

enreo

credo

rfinanceiro.

emcaso

debancarrota

privada.

Ora,

umpaís

cãosério

ecônscio

da

necessidadede

cum

prir

asobri­

gaçõesfinanceiras

ede

premiar

com

elevadoren

dim

ento

~sdet~~tores

deativos

financeirosm

ereceu

mlugar

ded

estaqu

eem

melo

aosem

er­

gentes".com

direitoaté

aaspirar

aoi11l1(sn:Jw

tf!i1~e.

A.[endênc.ia,

po

rtanto

,éque

afinanceirização

daeco

no

mia

brasileirase

mrernacio­

nallzecada

vez.m

ais-

eisso

jáé

reveladoclaram

ente

peloG

ráfico5

(quem

ostrao

eno

rme

crescimento

dasdespesas

ex.ter~asco"?

rendasde

investimentos

emcarreira),

apresentadona

primeira

seçaodesce

artigo.C

om

isso.en

camin

ham

o-n

os

àsobservações

finaisdeste

texto.

4.D

eindústria

cfinanças,

decapital

financeiroe

capitalfictício:

àguisa

deconclusão

Segundo

Marx,

capic~lindustrialéto

do

-aqueleq

ue.

independe~te:

me

ntedo

setoremqu

eatu

e.toma

dem

odo

alternad

oa

forma

de~ap

llal

mo

netário

,capitalproaucivó

eca~

iral-.mercadori~

(tangíveloU

.lOcan.

grv~i).cu

mp

re.ern'cad

au

ma

dessasform

asu

ma

funçãodererrninada

e

Page 50: PAULANI, Leda Brasil Delivery

;V

i_dea

respeitoPaulo

Edu

ardoA

rames,

"Nação

crd

l...xâo",em

Zero

i;1'1

lIad

a(5ao

Paulo.C

onrad,2004).

q

.A

crcdirarnox,assim,poder

afirmar

quenão

setrata

dem

eracasua­

~Idade.o

fatode

ascurvas.de

FB

KF/P

IB.E.ils

despesascom

rendasde

JOveStl"?c:nco

secom

porraremde

moâo

tãocol11pletam

enreinvertido

noB

rasilnos

úlr~mos~5

anos.Tam

poucoparece

casualqueos

indica­d_ore~

~etaxa

dem

.vcsnmcnro

ede

crescimento

daera

ncolibcrals~jamtao

vlslv~lmentepiores

doqu

eos

daassim

chamada

"décadaperd

ida",A

despeitoda

confusãoinflacionária

eda

criseda

dívidaexterna

,os

anos1980,:en

amcn

reinfluenciados

pelasesperanças

despertadaspela

redemocratlzação

epela

institucionalizaçãodos

movim

entosde

mas­

5<1,ai?daguardavam

oespírito

da"dependência

tolerada"de

quenos

falaSmger.C

Om

ose

overdadeiro

desenvolvimento

soberanoe

autôno­m

oainda

estivesseno

horizonte.

Êsó

nosanos

1990que

seconsum

aa

vitóriaavassaladora

dadou­

trinanecliberal

e,comela,a

políricaeconôm

icae

asprovidências

ain­da.em

curs?para

transformar

oB

rasilnumlocus

devalorização

finan­ceJ~,

partlcul~rmenten~m

insrrumeo(Q

que,por

meios

osm

aisvariados,perm

itesubstantivos

ganhosreais

emm

oedaforce,

emderri­

mente

denossa

capacidadede

aUm

entaro

estoquede

riqueza,decres­

cer.ede.C

omer

oaum

entoda

miséria

eda

barbáriesocial.

Entram

osassim

nafaseda

"dependênciadesejada".com

ose

aservidão

financeiraf?sse

atábua

desalvação

aindacapaz

deproduzira

inclusãodo

paísno

SIstema,

mesm

oque

nopapel

om

aissubalterno

possfve1.

.Q

uenossase1i~es

tenham,com

tranqüilidade,abandonadoos

pru­ridos

deaU

fonoml3;.e

soberaniae

ingressadonessa

rotanão

éalgo

que";",.surpreenda,considerando

suaorigem

eevolução",

Oque

éespantoso

-te

atestaa

forçadesse

discursoé

queo

governode

Lula

cdo

Partidot:.'dos

Trabalhadores,

emprincfpio

populare

deesquerda,'tenha

caído'.I

ness~arm

adilhae

reproduzaagora.

como

sefosse

sua,a

mesm

a~~~,cantllena.T

alveznão

hajaprova

maior

deque

entramos

mesm

ona

fase~.da

servidão.

jurosdos

empréstim

osconvencionais,

elese

resolveriatão

logoessas

antigasdívidas

estivessemam

ortizadas,T

ratar-se-iaapenas

deavalizar

orentisrno

clássicocaracterístico

docapital

financeiroconvencional,

entregandoa

seusproprietários,

pordeterm

inadoperíodo

detem

po,um

aparcela

darenda

realproduzida

pelocapital

produtivoque

SUatransferência

dem

ãosteria

ajudadoa

construir.M

asa

coisafunciona

dem

ododiferente

quandoo

queestá

emjogo

éo

capitalfictício.O

capitalquedecorre,

porexem

plo,datransform

a­ção

dovalor

deum

ativoprodutivo

emações

comporta

umelem

entode

forrearbitrariedade,

jáque

suadim

ensão,emcada

mom

ento,não

estám

aisvinculada

aesse

capital.m

asao

jogodas

bolsas(com

ose

viurecentem

entecom

avalorização

irracionaldasações

dacham

adaN

ovaE

conomia

-inform

áticae

telecomunicações).

Mas

essaduplicara

decapital

(como

écham

adapor

Marx)

reclama,com

oqualquer

Outro

ca­pital.

seusdireitos

eam

eaça.como

umfantasm

a,com

suacobrança,

jáque,

nom

undoreal

econcreto,

arenda

realproduzida

porseus

ativosde

origempode

nãoser

nemde

longecapaz

dedar

contadesse

recado.Por

outrolado,

o"capital"

quedecorre

daem

issãode

títulosda

dividapública

reclama

seusdireitos

nãoa

umcapital

realincapaz

deatendê-los,

como

podeacontecer

comas

ações.m

asa

um"não­

capital"(o

ativorealde

origemnâo

existe).Porconseguinte.oatendi­

mento

desses"direitos"im

plicaa

extraçãode

rendarealda

sociedadecom

oum

todo.Tudo

secom

plicaainda

mais

quandoessespapéis

cor­narn-se

objetode

cotaçãoem

bolsas,jáque

suadim

ensãopassa

afugir

docontrole

deseus

própriosprodutores.

Ora,

numm

undotão

dominado

poressescapitais

fictíciose

pelavertigem

devalorizaro

valorsema

rncdiaçâõ'dap.roâ

uçáo,nada

mais

interessantedo

quetransform

areconom

iasnacionais

comalgum

aca­

pacidadede

produçãode

rendareal,m

assem

pretensõesde

soberania.em

presracionisrasservilm

entedispostos

acum

priressepapelelastrear.

aindaque

parcialmente,

avalorização

dessescapitais.

Elim

inadosos

maiores

obstáculosa

essedesem

penho(a

inflação.o

descontroledos

gastospúblicos,a

faltade

garantiasdos

contratos.ailusão

dodesenvol­

vimcnrism

o,entre

osprincipais),

essaseconomias

estãoprontas

aflln~

cionarcom

oplataform

asde

valorizaçãofinanceira

internacional.Asse­

guradaa

seriedadeno

tratamento

dosdireitosdo

capitalfinanceiro,elas

podemfuncionar

-e.no

casodo

Brasil,têm

funcionado-

como

meio

segurode

obterpolpudos

ganhosem

moeda

fone.

I02•

BrasilD

f/hlrT)'

.!\i

Page 51: PAULANI, Leda Brasil Delivery

suadinâm

icae

seusim

passes

()PH

OJE

TO

:'\EO

LlH

EH

AL

PARA

ASO

CIE

DA

DE

BH

ASII.E

IIU.

~.'

,~~~~

1t}r:~'to.•'~;9-

.-....'-0.:

''''''ir·~

~~~0~~._~-:.

:i:;;~~

'~!.:~~'~

~.~

j~:)

":'.

..I

~"

."\

';:;....;,..f;.

li:Já

setornouIUgar-com:~l:::~:::

aarUAI

políticaeconôm

ica;:1;1~

~Odo

Brasilde

"neoliberal".M

asnão

éde

hojea

popularidadedo

termo.

11"",d1.~,

Foiapartird

oinfcio

dosanos

1990que

elecom

eçoua

serm

aisdifun­

"'I~'~

>,rt.-~r

dido,acabando

poradjetivar

apolítica

econômica

dasduas

gestõesde

I:,~

<-'F

ernandoH

enriqueC

ardoso.N

ãop

or

acaso,à

épocada

ascensãode

[~~~

Lula

aopoder

federal,muito

seespeculou

arespeito

docaráter

neoliberal\~

~::''.;ou

nãode

seugoverno,

tendoem

vistater

sidoo

Partido

dosT

rabalha­'~~~~

dores,p

or

eleliderado,

ocrítico

maior

dessetipo

depolítica

aolongo

::i;:de

todaa

eraF

HC

.C

on

tud

o,

rqaisdo

queser

mero

rótulo-

dereSTO

necessário,dadas

'.asprofundas

alteraçõesprocessadas,

vis-à-viso

mom

entoanterior,

na.,~.form

ade

pilotarcâm

bioe

juros,na

forma

degerir

oE

stado,na

forma

Tde

induziro

movim

entoda

economia

privada,entre

outras-,

o:;,neolib

eralismo

temum

ahistória

intelectualque

merece

serlem

brada,'f,am

esde

nosperguntarm

ossobre

anatureza

doque

sepoderia

chamar

{~X~S

'pro;eto

neoliberalpara

asociedade

brasileira".A

lémdessa

história~.-:

.~~jm

electu

al,

queo

constituicom

odoutrina,

oneolíberalisrno

possui;.:

;:.também

um

ahistória

concreta,q

ue

temque

vercom

om

om

ento

~~~~

t6rico

noqual

suasprescrições

passarama

seradotadas.

Arelação

.--'~

treo

neoliberalisrnocom

odoutrina

ecoleção

depráticas

depolítica.

~nôm

ica,de

umlado,

ea

faseespecifica

dodesenvolvim

entocapita­

!~

quese

iniciaem

finsdos

anos1970,

deoutro,

nãoé

casualnem

~vial

-ela

também

precisaser

recuperadapara

quepossam

osrespon­

~rco

rnpropriedade

nãosó

àindagação

acima,

como

também

àsper-

Page 52: PAULANI, Leda Brasil Delivery

IÓ6

-;-Br;

~lb~liv(ry

untasm

aisim

portantespara

opaIs

nestem

omento,quais

sejam::om~

~ed

eua

eraneolibcral

no

Brasil?

quevariant,:

desua

.concepçaofOI

..

da~qual

éo

papeld

oB

rasilna

divisãointernacIO

naldo

traba-pnon'Z

a.

I.,

lhoneste

"novocapitalism

o"?quais

sãoas

razõesq

ue

no

se~ltIm.am_a

considerarco

mo

absolutamente

neoliberal~

atualg~ver~o.

quaissa~

asperspectivas

parao

paísse

esseprojeto

tivercontinU

idadee

quais-são

osm

aioresim

passesq

ue

eleapresentará?

'.

J

'\.Para

darconta

datarefa,

estetexto

estádlvldldo_

emqua~o

,~eço.esprincipais,

alémdesta

introduçãoe

deu

ma

con

du

sao.A

se~o~

his-Ó

••

1ai

doneoiJ'beralism

o'o

pós-guerrae

oneohberallsm

ot

fialO

teectU

.,

como

doucrina"dem

onstraco

mo

ahistória

intelectualdo

ne~hbe-ralism

oo

colocacom

od

ou

trina

-m

uito

mais

do

qu

eco

mo

teona~

ecom

oum

conjuntode

práticasde

políticaeconôm

ica;a~e~o

liAhis­

tóriaconcreta

doneoliberalism

o:~

novafas~

d,?capltal~sm.o

eo

neoliberalismo

como

práticade

políticaeconôm

ICa

tra~a~ein

dicar

ascaracterlsticas

danova

faseex

perim

entad

apelo

capitalismo

desdeados

dosanos

1970_m

arcadapela

dominância

financeirada

valo-m

elib

ar.

rízação_

erelacioná-la

àhistória

concretado

~eoI

erJS~O,

sejacom

odifusão

dadoutrina,seja

com

oaplicação

práticadas

polítlcasq

ue

pres:-

"OB

rasilna

novadivisão

internacionaldo

trabalhocreve;

aseçao

.,

.'

-.

.I

d"

apelque

cabeà

econ

om

iabrasileira

nadivisão

mternaC

lonaIscute

op

".

Ido

trabalhoda

novaetapa

docapitalism

o;a

seçãoA

eraneohbera

noB

rasil"abrange

desdeo

governode

Collor

atéos

di.asatuais~eL

ulae

seucontraditório

eperm

anenteestado

deem

ergênCia

econômiC

O,p:lfa

contara

hist6riada

eraneoliberal

noB

rasil;aconcl~ão

di,scuteas

transformaçóes

observadasnessa

década.e~:ia

de?e?hberahsm

o,os

impasses

quecaracterizam

taletapa

dah

isténa

braSileirae

asperspec·

tivasquea

partirdaí

sedescortinam

.

2.Ahisrória

intelectualdo

neoliberalismo~o

s.gu

errae

oneoliberalism

ocom

odoutrina

Ahistória

intelectUal

doneoliberalism

oestá

diretamente

ligad.aà

históriado

economista

epensador

austríaco,F

riedrich

Hayck"nasct­

doem

Viena

noúltim

oan

odo

séculoX

IXe

discípuloda

chamada

"escolaaustrlaca"

depensam

entoeconôm

ico.A

produçãointelectual

deH

ayek

atém

eadosdos

anos1930"

particul~rmen~enos

campos

d:

teoriam

onetáriac

dosciclos

eda

teortado

capital,fOI

marcada

porse.

apreçoà

idéiado

equilíbrioe

àim

portânciaq

ue

eleentaO

confen3

~[

.-.~

~.:..r:;'.

.~

oprojeto

ncoliberalpara

asociedade

brasileira•

107

àteoria

queo

demonstrava.A

osnão-econom

istastalvez

caibaesclare­

cerq

ue

teoriado

"equilíbrio"significa

aanálise

de'o

fertae

dem

and

a(~ua

consrituiçâoe

suadinâm

ica)e

adem

onstraçãode

qu

e,deixadosa

SIm

esmos,

osagentes

econômicos

conseguem,

porm

eiodos

sinaisem

itidospelo

sistema

depreços,

chegara

um

estadoem

quenão

severifica

excessode

dem

and

aem

nen

hu

mm

ercado(o

excessode

aferraé

entendidoco

mo

umexcesso

ded

eman

da

negativo)e.

portanto,aum

estadoem

qu

etodos

osplanos

devenda

ede

com

pra

sãorealizados

comsucesso

.A

teoriaq

ue

demonstra

essecaráter

virtuosodo

mercado

(jáque,

aofinal,

todosestão

sempre

plenamente

satisfeitos)é

an

eQc1ássica,.ta!

como

desenhadano

iníciodo

séculoX

Xpelo

economista

inglêsA

lfredM

arshalI.A

teorianeoclássica,

decaráter

dedurivo-nomolôgico,

tempor

fundamento

oconceito

doH

omo

economicus

(ohom

emeconôm

i­co

racional)e

encontrana

teoriado

valor-utilidadea

basede

seuracio­

cínio,descartando,

portanto,ateoria

dovalor-trabalho

quecaracterizara

aciência

econômica

noinício

(séculosX

VIIIe

XIX

),q

uan

do

elaainda

eraconhecida

po

r"econom

iapolídca'".O

equilíbrio,no

sentidoindi­

cado,é

oresultado

lógicodessa

visãodos

agentese

desua

forma

decom

portamento,

C!aro

.defensordessa

concepçãod

uran

teu

mtem

po

substantivode

suaV

idainreiecrual,H

ayek,no

entanto,m

ud

aradicalm

entede

pos­tura

emm

eadosdos

anos1930.

Nu

mrexro

intitulado"Econom

ics.:

andknow

ledge",escrito

em1936

epublicado

em1937,

bemco

mo

~em

outrosque

se·seguiram,

Hayek

fazu

ma

críticadem

olidorada

~.teoria

neoclássicae

desua

idéiade

indivíduo.R

esumidam

ente,ele

;;afirma

que,ao

tom

aro

indivíduoe

seuco

mp

ortam

ento

com

odados

!japriori,

ateoria

neoclássicadá

po

rresolvido

aquiloq

ue

deveriare-

Tamb~m

aosnão-econom

istasvale

observar,para

demarcar

melhor

oterreno.q

ue

at.eorla

dovalo

r-trabalhoaflrm

abasicam

enteq

ue

ovalor.das

mercadorias

édeter­

~mado.

dem

aneirao~jeciv:t.

pelaq~~ntida~e

detrabalho

necessáriapara

pro

du

­Z

I-Ias,enqu

amo

areo

na

dovalor-utilidade

afirma

queo

valordas

mercadorias

édeter~in~do.

dem

aneirasubjetiva,

pelautilidade

qu

eos

agentesconferem

aelas.

No

pnmerro

blocoestão

aeconom

iapolítica

inglesade

Sm

irhe

Ricardo.

ateoria

deM

arx.eas

es~olascon~em~r3nc;as

(como

osneo-ricardianos),

No

segundobloco

esraoa

Teoria

do

Equilfbrio

Geraldo

francêsL

éonW

alras.ateoria

neocldssica,o

monerarisrno

esua

variantem

odernad

eno

min

ada

economia

novc-clãssicae.de

mo

do

geral.to

do

tipode

pensamento

econômico

deviés

ortodoxo,

."-

Page 53: PAULANI, Leda Brasil Delivery

.I

108•

Brasil

Da

imy

solver.O

equilíbrioque

aparececo

mo

resulrndode

seudesenvolvi­

mento

está,na

realidade,hipostasiado

e,com

isso,ateoria

neoclássica,ue

deveriafuncionar

com

oa

prova"cientÍfica"

deq

ue

asociedade

dem

ercadoconsegue

produziroó

timo

social,não

consegue-cum

prir

seupapel.

.'

..

Não

édem

aislem

brarq

ue

Hayek

fOIu

mdos

pnncrpaispersona-

gensde

um

debateocorrido

nessesm

esmos

anos~q.ue~cou

con~eci~do

naliteratura

com

o"debate

sobreo

cálculosocialista.

Porm

erode

artigosoriginais,réplicas

etréplicas

qu

ecol~caram,deu

mlado,Hay~k

eL

udwig

vonM

isese,

deo

utro

,econom

istasdefensores

doplaneja­

mento

central,com

oO

conhecidoO

skar

Lange,

travou-seu

mdebate

emto

rno

dapossib

ilidadeo

unão

deu

ma

economia

não-organizadapelo

mercado

produziru

ma

situaçãode

6tim~social.,O

~es~lta~od~­se

debatefoi

trágicopara

alguémco

mas

amugadas

convlcçoesliberais

deH

ayek.tan

ge

nãoapenas

dem

on

strou

queo

cálculoracional

emperfeitam

entepossível

nu

ma

sociedadenão

regidapelo

mercado,

r:'as,pior

qu

eisso,utili1.O

Uco

mo

peçafundam

entalem

suaargum

entaçaoa

própriateoria

neodássica.Se.

com

oesta

advoga.oco~portame.n~o

hu

man

plenamente

previsívelno

qu

etange

àsquescoes

matertars.

ficavaprovado,

assimraciocinou

Lange.

queo

ótimo.soci~

po

dia

serconscientem

enteplanejado,

algoq

ue

Hayek

nãopodia

acenar..

Ou

train

form

açãobiográfica

imp

ortan

teé

qu

eH

ayek,que

ensi­nara

emV

iena

até1931,foientão

convidado

aassum

iru

ma

cadeirana

jáfam

osaL

ondonS

choolaf

Econom

ics,passando

afaz.er

parte

daco

mu

nid

ade

intelectualinglesa.T

ãologo

chegou,envolveu-se

nu

ma

polêmica

com

JohnM

aynardK

eynese

seusdiscípulos

emC

amb

ridg

c.

emto

rno

deA

rreatiseon

money,

livroq

ue

ojá

famoso

economista

haviap

ub

licado

noan

oan

terior.

Aco

nten

da

encr:

osd

?issó

fezcrescer

aolongo

dosquinze

anosem

qu

eK

eynesainda

Viveu,

mas

permaneceu

mesm

odepois

de

sua

morte.~

aco

ntram

áod~

qu

epen­

savaH

ayek,K

eynesdesenvolveu

um

arecria

param

ostrar,ustame~tc

queo

mercado,

deixadoa

sim

esmo,

poderialevar

aopéssim

os~clal,

ou

seja,trabalhar

abaixodo

nívelde

ple~oem

p.rego,.produzm~orecessão,

desemprego

em

isériap

or

temp

om

defimdo,

vistoq

ue

naotin

ha

condiçõesde,

sozinho,sair

dessetip

ode

armad

ilha

qu

eseu

própriofuncionam

entom

ontava.A

enormec~ise

dosanos

19.30,com

todasas

seqüelassociais

qu

eproduziu,

funCionou

com

oaliada

po­derosa

davitória

deK

eynesnessa

con

tend

ateórica.

Mas

.para

além

Vprojeto

neoliberalpara

asociedade

brasilelra•

109

dadisputa

meram

enteintelectual

entre

osd

ois',

oque

estavaem

jogonesses

tempos

erao

destinodo

mu

nd

om

od

erno

..

.T

ermin.ada

aS

egundaG

uerra,H

ayekse

deu

conrade

qu

eo

capita­h.sm

o.camJnha~a

apassos

largospara

um

aera

defegula

çõesextrana­

clo~als(para

:vltarq

ue

om

un

do

fosseassolado

novamente-porconflitos

~éllcosq~e

tinh

amquestõ~

econômicas

emsu

aorigem

),de

pesadam

rcrvençaoesraral:(para

evitarcrises

carasrróficasco

mo

ados

anos1?3.0)

e~eoconcessões

aos

trabalhadores(para

enfrentara

concorrên­cia

ideológicao

perad

apelo

entãoch

amad

osocialism

oreal).

Oacordo

deB

retronW

oods.l,o

Estado

keynesianoregulador

ded

eman

da

efeti­v.a

eo

Estado

debem

-estarsocial

forama

consumação

dessasexpecta­

tivas-

~esse

mu

nd

onão

agradavan

emu

mp

ou

coa

Hayek.

PorISSO

,em

1947,ele

Com

aa

iniciativad

econvocar

rodosos

ex·p

oen

tesdo

pen

samen

toco

nserv

ado

rd

een

tão(L

ionelR

ob

bin

s,K

arlPop~:r,

Ludw

ig"":Mis~s.

Milton

Friedrnan,

entreoutros)

parau

ma

reuruaoem

qu

ese:discutiria

aestratégia

necessáriapara

enfrentares~

avalanchede

.~egulaçáoe

inrervencionismo

qu

eassolava

ocapi­

ralisrno.

Essa

reumao

ocorreuna

Suíça,em

Monr-P

elerine

tinhapo

bicri"

b'

ro

letlvoco

mater

okeynesianism

oe

osolldarisrno

reinantese

pre-parar

as_basespara

umnovo

capitalismo

nofuturo,

um

capitalismo

du

roe

livrede

regras?".Para

essescrédulos

nasinsuperáveis

virtudesdo

mercado,

oigualitarism

op

rom

ov

ido

peloE

stadode

bem

-o

Io

estarsO~la

co

intervencionisrnoestatal,

qu

eim

ped

iaas

crises,destruíam

ahb~rdade

doscidadãos

ea

vitalidaded

aconcorrência,

daqual

de­pendia

a~rospe~daded~

todos.M

asa

estratégiad

eH

ayeke

seuscom

panheirosnao

passanapelo

desenvolvimento

e/ou

aprimorarnen-

2~Ao

longodos

ano~

I~30

.:Iacadem

iainglesa

viuH

ayeksurgir

inicialmente

com

oum

aestrela

~e

pnmerra

grandezana

constelaçãodos

economistas

e,posterior-

mente,

terminar

adécada

cornplerarnenreapagado.

ofuscadoem

grad

dídP

II

hk

...

(n

em

eI

ac

aava

ance

°ernesl:tnaR

ogériode

Andrade

"Hayek:

~conrrapo

.-

libJ"

R"'

I'

".~

siçaoI

e-ra

,em

icardoC

arneiro,org

..Osclássicosda

economia

SãoPaulo

Ár":I

1997p.

176).'

.rc

I.

-

joséL

uisFlori,m

uitoapropriadam

ente,inrerprera

esseacordo

como

ou'

oI'

d"ft

nrcoexer-

eC

IOc

go\Oeman~

g1ob:llda

históriacapiralisre

(cf

"Form

ação.expansão

e[im

i-tes

cl~poder

glob~1em

Opodrr

a"'.mcil~/().P~rrópolis.

Vozes,

1004,po

S'Í).Pc:rf)

Anderson,

Balanço

do

necliberallsrno.

emE

mir

Sader

ePabl

GO

l·(orgs)

n'

lohlO

Io

cnn

I.

,r~s-lIfO

Iera

ttmo:aspo

'itlcassociais/'o

Estadodem

ocrático(R

iode

Janei-ro,

Paze

ferra.1995).

p.10.

Page 54: PAULANI, Leda Brasil Delivery

1-lU-O

j;)ii$liíflu

vn

y

..'

de

seusada

como

arma

nade-

tode

um

ateorra

econorrucaque

pu

essr.

.•

d.

ridad

edo

mercado

eda

sociedadeque

eleforja-

monstraçao

asupeno

'.

va,Ateoria

neoclãssica,q

ue

seria,dentretodos,o

p~radlgma

c.omm

ator

vocaçãopara

isso,tinhasido

destruídam

etod

olo

gicam

ente

justam

en-

tepor

Hayek.

d.

~d

.Essatalvez

sejaa

razãom

aiora

explicaro

fatoe~.re~naçao

•oliberalism

oter

nascidocom

odoutrina

enão

co~o

clen~la.Se

naohavia

teoriaeconôm

icacapaz

decum

priro

papelIdeológico

queera

necessáriocum

prir,tratava-se

simplesm

entede

~rmar

a,cr~nça

nom

ercado,dereforçara

profissãode

féem

suasinigualãveis

vlr~ud~s,

Epara

atingiro

estágioem

queo

mercado

seriao

comandante

~ndls.

puradode

rodasas

instânciasdo

processode

reprodução~ateC1al

dasociedade

erapreciso:

limitar

otam

anho~o~tado~o

mínim

onec:s­

sáriopara

garantiras

regrasdo

jogocapitalista.

evitandoregulações

desnecessárias;segurarcom

mão

deferro

os~tos~o

Es,tado,

~um.en.

ndoseu

controlee

impedindo

problemas

inflacionãrios,pnvanzar

ta.

.di

dE

stadotodas

asem

presasestataisporventura

existentes,Im

peIn

oo,

dedesem

penharo

papeldeprodutor,

porm

ais~ue

seconsiderasse

essenciale/ou

estratégicodeterm

inadosetor;

eab

rircom

pletamente

a

economia,produzindo

aconcorrência

necessá~i~~ara

queos

produto-.

ganhassemem

eficiênciae

corn

petiriv

idad

e.Com

opassar

resInternos,

_do

tempo.

juntaram-se

também

aesse

conjun~o

deprescnçoes

regr~s

depilotagem

dejuros.câm

bioe

finançaspúb!l~

que,al,goco

ntrad

i­toriam

entetransform

arama

políticaeconornica

neoliberalnum

abusinessadl~illistration

deE

stado),Mas

esseúltim

o~asso

temq.ue

""

coma

históriado

própriocapitalism

oe

desua

relaçãocom

ahistória

intelectualdoneoliberalism

o.~

Sundo

Harvey,

"reunindorecursos

oferecid~spor

corporaçoesuel~e

eramsim

páticasefundando

gruposexclUSIVOS

depensadores,

~m

ovimento

[neoliberal]produziu

umfluxo

constante,masem

per~~1~-

deanãlises

textospolêm

icasedeclarações

deposlçao

nenteexpansao,

".

I.

Ii .nos

1960e

1970M

asainda

eraconsiderado

amp

amen

ponca

nosa

..

,1d

'I

em

esmo

desdenhadopela

correnteprlO

clpae

pensa-te

irreevante

.red

Pa

I.Modmlütui~

rdiscuno

Olerm

oroi

utilizadopela

primeira

vezem

au

amo

.al-

.(5

-P

IB

oiternpo2005).

Mais

adiante,neste

texto.retornares

econômico

30

auo

..

_gum

asdas

consideraçõesali

elaboradassobre

essaquestao.

oprojeto

ncolibera]paro

asociedade

brasileira.

J11

rnenropolírico~econômjco"6,

De

fato,é

s6a

partir

dofim

daúltim

adessas

décadasque

passariama

existirascondiçõespara

adom

inânciada

doutrinaneoliberale

paraa

aplicaçãoprática

deseu

receituáriode

políticaeconôm

ica.Apróxim

aseção

explicapor

quê,

3.A

histeriaco

ncreta

doneoliberalism

o:

anova

fased

ocap

italismo

eo

neoliberalismo

com

op

ráticad

epolítica

econ

ôm

ica

Om

ovimento

deregulação

ede

intervençãoestatalque

marcou

ocapitalism

odepois

dotérm

inoda

SegundaGuerra

produziuaquilo

queficou

conhecidona

literaturacom

o"os

anosde

ourodo

capitalismo",

ouseja,um

períodode

quasetrinta

anosem

quea

economia

cresceuaceleradam

enteno

mundo

rodo,comdesem

pregom

uitobaixo

(prati­cam

enteno

nívelfriccionaI)e

inflaçãoreduzida.E

mm

eadosdosanos

1970esse

mundo

vemabaixo,com

asduas

crisesdo

petróleo(I973

e1979),

ascrises

fiscaisdos

Esrados

centraise

oretorno

dainflação.A

elevaçãodos

jurosnOrte~americanos

porPaul

Volckerem

1979é

aconsum

açãodesse

processo,queprepara

ocapitalism

opara

ingressarnum

anova fase,

Esta

ém

arcadapela

exacerbaçãoda

valorizaçãofinan­

ceira.pela

retomada

daforça

dodólar

none-americano

como

meio

internacionalde

pagamento,

pelaincensificação,

emescala

aindanão

vista,doprocesso

decentralização

decapitaise

pelaeclosão

daterceira

revoluçãoindustrial,com

osurgim

entoda

chamada

"novaeconom

ia"..,.

Detalhem

osum~ouco

mais

cadaum

adessas

caractedstícas.E

mm

eadosdos

anos1960,

depoisde

umcrescim

entoelevado

eininterrupto

decerca

deV

inteanos

-que

passarapelar~construção

da".

Europa

eda

Ásiae

pelaindustrialização

daA

mérica

Latina

_,complí­

o{;caram

-seas

perspectivasde

continuidadedesse

processode

acumula-

',-:~ção

nam

esma

intensidade.Os

capitaism

ultinacionaisque

operavam,ina

Europa,

particularmente

osnane-am

ericanos,passaram

abuscar

. Outras

formasde

valorização.Foram

entãose

abrigarna

dtylondrina.

-:umespaço

offihoreem

quedepósitos

bancáriosemdólarescirculavam

.forado

territórionorce~americanoeeram

registradosem

bancossitua-

Segundo

Harvey,

opróprio

Hayek

prc:scienlemC

nteviu

qu

eÍevaria

cerrorem

popara

qu

e:J.Sconcepções

neolibcraispassassem

aser

acorrente

principalde

pensa­m

enro.Segundo

de.

leriade

correr"pelo

menos

uma

geração"até

queiS5

0acon­

tecesse(D

avidH

arvey,O

I/{/IJ(Jim

pt'ril1/ism

q.São

Paulo.

LoyoJa.2

00

5.

p.

130).

Page 55: PAULANI, Leda Brasil Delivery

'.

\.

---::;.-':":':;~

••t.,.

'.I

dosfora

dosE

stadosU

nidos".E

stimulado

pelorecorrente

déficitdobalanço

depagam

entosnorte-am

ericano,foisec.riao_do

assim.um

vo­lum

esubstantivo

decapitais

quebuscavam

valorizaçãoexcluslv~men~

tefinanceira.

numm

ovimento

quese

desenvolveuao

desabrigode

qualquertipo

decontrole

estatal..

.E

ntrementes,a

economia

norte-americana

cresciaaceleradam

ente.N

arealidade,

ocrescim

entonarre-am

ericanofuncionava

como

uma

locomotiva

:1puxartodoo

crescimento

mundial.A

atmosferade

Guer~

Friae

aaceitação

dasidéias

deK

eynesem

purravamos

Estados

Um

­dos.desde

opós-guerra,a

essapolítica

deelev~do.

crescimento

intern~

ede

estímulo

aocrescim

entodo

mundo

capitalistacom

oum

todo.

Assim

.como

tinhamde

manter

opoder

hegcmônico

dopaís,as

auto­ridades

norte-americanas

responderamcom

po)(tiClS

expansivasà

com­

pressãodasm

argensdelucro

aceleraçãoda

inflação,quecom

eçarama

seesboçarna

suaeconom

iana

segundam

etadedos

anos1%

0.O

duplopapelque

osE

stadosU

nidostinham

dedesem

penhar,ouseja,de

umlado,potência

hegemônica

c,deoutro,

d~tentor~o

mono­

pólioda

produçãodo

meio

depagam

entoinrernacI~nal:

criavaum

.asituação

conflituosae,no

limite,insustentável:

n~pnmel~o

~apcl,ti­

nhamde

estimular

ocrescim

entoincem

oe,com

ISSO,aV

italidadedo

mundo

capitalista;nosegundo.tinham

defrearseu

crescimento.para

impedir

queo

dólarse

fragilizasse.E

moutras

palavras,p~gavamu~

preçopela

manutenção

dahegem

oniade

suam

oeda,p

OIS

arelação

oE

uromarket

foicriadono

fimda

década

de1950.

Apesarde

interessarfunda­

mentalm

enteà

Inglaterra,quebuscava

recuperaro

imp

ortan

tepa~l~e

inrcrrne­diária

financeirainternacional

desempenhado

aréantes

daPrim

eiraG

uerraM

undiala

iniciativaC

On

tOU

como

apoionorte-am

ericano,N

adécada

de1960.

essesdeis

governosencorajaram

seusbancos

csuas

grandescorporações

afau:r

operaçõesnesse

mercado:

verJoséL

uísPiori,

~O

pod~r

gloha~dos

Estados

Uni­

dos:forma~o.

expansãoc:lim

ites",em

Opoda

am~rm11l0.

CII:,

~.

92.e

:,slh_crJdfers.

~A

posiçãoda

Europa

navalcrizaçâc

mundial

do~

~pJC:1ISde

aph,:,ç.ao.financeira",em

PrançoisC

hesnais(org.),A

ftm1

1lfa

mundializada:

m/U

iSO

CIIIIS

,

pol/firm.

ronfigllrtlfiio.rO

!lSeqiitncini(SãoPaulo.B

oirempo,

2005.>.p.

155..

Não

poracaso,ao

longodesses

anosforam

muitas

veles?spróprios

Estados

Um

­dos

que.contrariandoos

princípiosde

Brercon

Woods.

aJ~daram

ap~m

.o.verdcs­

valorizaçõesnas

taxasde

câmbio

deoutros

países,vlsa,n~o

posslblllta.rs.e.u

crescimentorverFranklin

Serrano."Relaçõesde

podere

apolítica

macro~co,nom

IL.l

americana,de

Bretron

Woods:lo

padrãodólar

flexível».em

JoséL

uísPiorl

(org.].a

podaam

ericano,C

il..

P:186.

oprojeto

neuliheralpara

asociedade

brnsileit;l•

J13

nominalm

enrefixaentre

ouroe

dólarnorte~amerieano,

queconsnrura

abase

dosistem

aconcebido

emB

retronW

oods(por

issotam

bémconhecido

por"padrão

dólar~ouro").retirava

dasauroridades

norte­amer~ca~as

preciososgraus

deliberdade

nacondução

deSUa

políricae

con

orm

ca.

Aaceleração

inflacionáriado

fimdos

anos1960,nos

Estados

Uni­

dos,rornoupatente

ainsustem

abilidadedessa

situação. Ocrescim

en­to

donívelinterno

depreçosem

patamares

maiselevados.com

binadoà

manutenção

daparidade

dólar/ouro,valorizava

am

oedanorte-am

e­ricana

eaum

entavaa

pressãosobre

ogoverno

paraque

fosseprom

ovi­da

uma

desvalorização.M

asa

perdade

competitividade

dossetores

exp~st?~à

concorrênciaexterna

nãoera

oúnico

problema

quea

irn­possibilidade

dedesvalorizaro

dólarprovocava.O

problema

mais

sé­rio

éque

osdéficits

comerciais,

atéentão

praticamente

inexistentes,com

eçavama

setornar

substantivos').Isso

implicava

oaum

entodo

passivoexterno

líquidodos

Estados

Unidos

(crescimento

desua

dfvi­da

externa)e

aredução

dasreservas

none·americanas

emouro!",A

s­~im,

"ai~éi:1de

qu.eo

dólareratISgoodasgoU

,quegarantia

Suaaceitação1

0ternacronai,serram

inada"11.

Paraenfrentar

essasituação,cada

vezm

aisinsustentável,em

1971o

presidentenone-am

ericanoR

ichardN

ixonrom

peunilateralm

en_te

como

sistema

deB

rertonW

oodse

desvincuiao

dólardo

ouro.A

7A

pcsardea

balanç;Ícomercial

norre-americ:m

aestar

equilibrad:laré

enrâo,seu

b~lançode

pagamenlO

seradeficit~riopor

contado

multado

dababnça

decapi­

t:u.s'. O.papel.de

locomotiva

docrescJm

emo

desempenhado

pelosE

stadosU

nidoscX

lglaJnV

('SflmenlO

Sdircros

dcvadose

volumosos

empréstim

ospara

osdem

aispa{~es.

enquanroseu

papelna

geopolíticam

undial,no

contextoda

Guerra

Fria.obrigava

opaisa

man

terpesadosgastosm

ilitaresno

exterior.Tudo

issoconrribuía

paraoresu~ta~o

negativoda

babnçade

capirais:verFrnnklin

.xrr:rno,-Relações

depoder,..

,Clt.,p.

195_

'0A

ocontrário

dosdéficirsglobais

dobalanço

depaganH

:niõs,qu~'n

ãoam

eaçavamas reservas

emou

rodos

Estados

Unidos

(justamen

reporcausa

daposição

dodólar

co~omoecl~-~have).

05déficirscom

erciais.principalmenrc

serecorren

res,tinhame.fcnos

delercnos.sobredas:

EssamO~:llidade

d~déficir

produziaaum

emo

dopas­

SIVoexterno

líquidodo

paise

esselIpO

decbrigaçãe.

mesm

ose

denominada

emdólar,

era,pelas

própriasregras

deB

rcrronW

oods.plcnam

enteconversível

emouro

pe~osbancos

centraisdos

pafsescredores;ver

FranklinSerrano.~RcJações

depoder....

cir..p.

195.

11Franlclin

Serrano,~RcJaçõe5

depoder...",cir.,

p.196.

Page 56: PAULANI, Leda Brasil Delivery

;:114.'"

artirdar

inicia-seum

períodotu

mu

ltuad

ono

sistema

monetário

in­~ernacional.

comum

questionamento

crescenteda

capacidadede

odólar

norte-americano

con

tinu

ara

funcionarco

mo

moeda-chave.

En­

treoutras

idéias,com

eçoua

secogitar

acriação

deu

ma

moeda

verda­d

eiramen

teinternacional,

talco

mo

Keynes

advogaraem

Bretron

W'oods,

utilizando-se.com

obase

parasua

criação,os

Direitos

Espe­

ciaisde

Saque

(DE

S),coras

derecurso

qu

ecada

paíspossuía

noF~ndo

Monetário

Internacional(F

MI)

eque

podiamser

sacadassem

maiores

formalidades.

Evidentem

entetransform

açõesdesse

tiponão

interessa­vam

nemum

poucoaos

Estados

Unidos,visto

queperderiam

umtrunfo

poderosoque

eradado

justamente

po

rsua

posiç~od~

~rodutores~o

meio

depagam

entointernacional.T

odoo

potencialbélico

deq

u:dl~­

pu

nh

ampoderia

nãoser

suficientepara

manter

seupap~1

deporencla

hegemônica,

seu

ma

perdadessa

dimensão

viesseefetivam

entea

se

confirmar.

Mas

esseperíodo

deindefinição

éresolvido,

afavor

~odólar,

com

abrutal

elevaçãodos

jurosnorte-am

ericanosprom

ovidap

or

PaulV

olcker,então

presidentedo

FederalR

eserve,em

\97

9.

Desde

~ntão.o

dólarnorte-am

ericanotem

secolocado

como

moeda

hegemôm

cade

uma

forma

aindam

aispoderosa

doque

ofora

nO

Strinta

anosglorio­

sos,visto

que,nas

circunstânciasdo

padrãodólar

auto-referencia.do,ou

padrãodólar-dólar,

queacaba

porse

criar,a

moeda

norte-america­

natem

todasas

vantagensde

queantes

gozava,u

ma

vezque

m~nt~c

suaposição

como

moeda-chave

dosistem

a,m

asagora

sebcne6c~a

~IS­so

semter

depagar

opreço

desua

vinculaçãoa

umlastro,

emultim

ainstância,

queera

opapel

desempenhado

peloo

uro

nopadrão

mone-

tárioanterior.

Não

ésem

conseqüênciaso

fatode

aresolução

daqueleperíodo

de

indc6niçãoter

sedado

dessaform

a.E

ntreoutras

coisas,além

der:for­

çarahegem

onianorte-am

ericana.ofortalecim

entodo

dólarvemagindo

com

oelem

ento

defu

nd

amen

talim

po

rtância

nam

anu

tenção

dadom

inânciafinanceira

davalorização

quem

arcaa

fasecontem

porâneado

capitalismo,

Mas,

antesq

ue

caracterizemos

essafase,

caberetom

ar

ahistória

desua

constituição,D

epoisde

1971,com

binaram-se

acontinuidade

docrescim

entonorte-am

ericanoe

mundial

(aindaque

araxas

menores

doq

ue

asob­

servadasno

iníciodos

trintaanos

gloriosos),a

elevaçãoda

inflaçãonos

Estados

Unidos,

asreduzidas

taxasde

jurosnom

inaise

reaisem

dóla-

Uprojeto

neoliberalpara

asociedade

brasileira•

11

)

rese

acrescente

capacidadede

criarcrédito

docircuito

offshorcde

Londres.

Aconseqüência

dessacom

binaçãofoi

aexplosão

dospreços

emdólar

dosprincipais

insumos

industriaise.

logoa

seguir.do

petró

­

leo!'.Só

com

acrise

deflagradapela

Organização

dosPaíses

Exporta­

doresde

Petróleo

(Opcp),em

1973,que

ocrescim

entonorte-am

ericanoé

afetadoe

qu

eem

1974o

mu

nd

ocai

emrecessão

aberta.O

cho

qu

edo

petróleoe

aprofundidade

dacrise

quese

seguiucontribuíram

deci­sivam

entepara

aengorda

geraldos

capitaisem

buscade

valorizaçãofinanceira.

Aos

eurodólaresjá

acumulados

nacity

deL

ondresvieram

seju

ntar

osperrodólares

eum

anova

levade

eurodólares,agora

com

m~is~otivos

paradesertar

daatividade

produtiva,dadaa

recessãoq

ue

atingiaquase

tod

oo

mu

nd

o.

particularmente

ocentro

dosistem

a,ou

seja,ospaíses

desenvolvidos".O

sbancos

privadosinternacionais

com

operaçõesna

citylondrina

seassociaram

parareciclar

esseseuros

eperrodólares

buscandorom

adoresentre

ospaíses

daperiferia

dosiste­

ma.O~

paíseslatino-am

ericanosestiveram

,portam

o,entre

asprim

ei­ras

vítim

asda

sanh

arenrisra

dessescapitais,

jáq

ue

mu

itos

delesresolveram

enfrentar,com

elevaçãode

seugrau

deendividam

ento,a

criseen

tãoexperim

entada14.

Evidentem

ente,o

serviçoda

dívidapago

pelospaíses

emdesenvolvim

ento.pelo

menos

atéo

estouroda

chama-

11Ibidem

,p,

198.II

Aim

portânciacrescente

docircuito

olTshotc

londrinoim

plicavaa

mulriplicação

automática

deeurodõlares

pelojogo

deem

préstimos

emcadeia

entreos

grandesbancos

privadosihternacionais. A

crisedo

petróleo.como

conseqüenteaprofun­

damento

dacrise

recessivam

undial.fel.engordar

aindam

aisessesdepósitos-

quepassaram

deU

SS7

bilhões,em1

%3

,para

US$

160bilhões

dezanos

depoise

USS

.2.3trilhões

vinteanos

depois;ver

EstherJeffers.-A

posiÇão

daE

uropana

valorizaçãom

undialdos

capitaisdeaplicação

financeira".cit.,p.

156.I.~be

esclarecerque,pelo

menos

nocaso

doB

rasil.aopção

feirapela

ditaduram

ilitarnão

s.e~tringiu

àdecisão

deco

ntin

uar

3.crescer.aindaque

aumentando

ogra.u

decn.dl.\'ldam~nto

externoda

economia

brasileira.Na

realidade.ogO

I'crnoG

eiseldecidiuconrm

uara

crescer.adespeito

dacrise

internacional,m

ascrescer

deform

ad

iferenciada.alterandoa

eseruturaprodutiva

dopafs.O

11P

ND

,res­

ponsávelpelam

anutençãode

substantivasraxasde

crescimento

noperíodo

1974­1980

(aindaque

inferioresàqaelasobservadasnoperfodo

anterior,odo

"milagre"),

~oip~anejad~

nãos~

~araiss~.

como.

principalmente

.paro

completar

am

atrizI~tcrmdustrl~l

brasileira.C

Ujas

caselasrelativas

aocham

adoD

epartamento

I(Insum

osb

áSIC

OS

ebens

decapital)estavam

.emsua

grandem

aioria,aindavazias,

BU

SC

3'r.\-SC

comisso

reduziradependência

externado

Brasile

tornarnossaecono­

mia

menos

vulnerávelachoques

deoferta

como

ochoque

dopetróleo.

Page 57: PAULANI, Leda Brasil Delivery

oprojeto

ncoliberalpara

asociedade

brasileira•

117

16E

ssesem

préstimos

foramcontratados,

emsua

maioria.

com

taxasde

jurosflexí·

veis,basicam

entea

Libor

(inglesa)e

aP

rime

(norte-americana),

qu

e.nesse

mo

­m

ento

.seelevaram

ui

com

oas

demais

taxas.11

Franklin

Serrano.

"Relações

depoder...

K

,cit..p.

203.li

David

Harvey,

O/fO

VU

imperialism

o,cir..

p.)30.

anono

governoseguinte,

dorepublicano

Ronald

Reagan),

acaboupor

atendera

essesinteresses,

vistoque.no

rastroda

taxanorte-am

ericana,subiram

astaxas

dejuros

nosprincipais

paísesdo

centrodo

sistema,

bemcom

oaquelas

segundoas

quaisse

remuneravam

osem

préstimos

concedidosaos

paísesem

desenvolvimenro

"..

Entrem

entes.oprolongam

entoda

criserecessiva,juntam

enteco

ma

elevaçãodos

juros.levou

,emquase

tod

oo

mu

nd

odesenvolvido,

asdireções

empresariais

eos

governosa

endurecercom

aclasse

trabalha­dora.

Nos

Estados

Unidos,

esseataque,q

ue

vaiocasionarum

aredução

substantivados

saláriosreais,

toma

aform

ada

confrontaçãoe

doen­

fraquecimento

dossindicatos.

dotérm

inoda

políticade

rendasde

Nixon

eC

arrere

doavanço

doprocesso

dedesregularnentação

indus­trial.

oqual

facilitao

movim

entode

aquisiçõese

fusões,coma

conse­q

üen

tereestruturação

dasem

presas,as

demissões

numerosas

eo

abandonode

acordosantes

acertadoscom

empregados

sindicalizados".N

aE

uropa.o

nd

eo

Estado

debem

-estarsocial

tinhaavançado

subs­tantivam

ente.essa

confrontaçãovai

tom

ara

forma

deum

ataqueàs

conquistassociais

alcançadaspela

classetrabalhadora.

Avirada

conservadorado

capitalismo

consagra-sede

vez:com

adescoberta

queM

s,T

hatch

erfaz

dopensam

entoneoliberal:

cfoi

Margarcr

Thatcher

quem.

buscandoum

aestrutura

mais

adequadapara

atacaros

problemas

econômicos

desua

época,descobriu

politica­m

enteo

movim

ento[neoliberal]

evoltou-se:

paraseu

corpode

pensadoresem

buscade

inspiraçãoe

recomendações

,depois

deeleita

em1979.

Em

uniãocom

Reagan,

elatransform

outoda

aorientação

daatividade:

doE

stado,

queabandonou

abusca

do

bem-estar

sociale

passoua

apoiarativam

enteas

condições"do

ladoda

oferta"da

acumulação

decapital.

OFM

Ie

oB

ancoM

undialm

udaramquase

queda

noitepara

odia

seusparâm

etrosde

polüica,c,

empoucos

anos,a

doutrinaneoliberal

fizeraum

acurta

evitoriosa

marcha

porsobre

asinstituições

epassara

adom

inara

política,prim

eiramente

nom

undoanglo-saxão,

porém,m

aistarde.

emboa

parteda

Europa

edo

mundo.

IR

da"crise

dasdívidas"

queassolou

aA

mérica

Latina

apartir

dofim

de1979,

séfez

incharainda

mais

ovolum

edesses

capitais.Foi

esseacúm

ulode

capitaisem

buscade

valorizaçãofinanceira

quelevou

aum

apressão

crescentee

aum

agrita

geralpela

liberalizaçãodos

mercados

financeirose

peladesregulam

enraçâcdos

mercados

decapitais.

Om

od

ode

regulação's

docapitalism

o.que

fu~cionaran~

perfodoanterior

(osanos

dourados),não

sead~quava.

mais

au~

re~l­m

ede

acumulação

quefuncionava

agorasob

oim

périoda

valorlzaçaofinanceira.

Volátil

pornatureza,

logicamente

desconectadoda

produ­ção

efetivad

eriqueza

material

dasociedade.

cureo-prazistae

renrista,~

ocapital

financeirosó

funcionaadequadam

entese

tiverliberdade

deir

evir.

senão

tiverde

enfrentar,a

cadapasso

desua

peregrinaçãoà

procurade

valorização.regulam

entos,norm

ase

regrasq

ue

limitem

seusm

ovi.mentos.

Além

dapressão

peladesregulam

entação,iniciou-se

uma

pressãopela

elevação,m

un

do

afora.das

taxasreais

dejuros,

ouseja,

po

rregras

depolítica

monetária

quefavorecessem

osinteresses

doscredores,A

s­sim

,a

guinadam

oneraristados

Estados

Unidos,

exigidapara

adefesa

daposiçáo

hegemônica

dodólar

eresponsávelpela

enorme

elevaçãod,a

taxade

jurosnorte-am

ericanaao

fimde

1979(elevação

quese

pn

ncl­

piano

governodem

ocratade

Jimm

yC

arrer,m

asalcança

os2

0%

ao

""M

od

ode

regulação~é

umconceito

criadopela

cham

ada

Escola

daR

egulaçãono

fimdos

anos1970.

Parrindo

doconceito

marxista

dem

od

ode

produção,os

fun­dadores

dessaescola

,emsua

maior

parte:franceses(M

ichelAgliena.A

ndréO

rlean,R

oberrB

oyererc.).julgaram

queo

mo

do

deprodução

capi,talista.ain

daq~e

~o­vida

sempre

pelam

esma

lógiCl(3

devalorizar

ovalor),funcicn«

de_mod~

dISt~~IOem

cadaetapa

histórica,Assim

,areprodução

docapitalco

mo

rdaçao

SOCialb

ásicada

sociedadem

odernanão

aconteceda

mesm

aform

anos

anosd

ou

rado

sena

faseposterior

:1eles.Asinstituições,as

regras,os

modos

decálculo

eos..pro

,ce:dimetl(os

••se

alteramquando

se:passa

deu

ma

fasea

ou

tra,porque

mu

da

o.reglm

ede

:1;U

-m

ulação",oo

utro

conceitobásico

dessaescola.

Esse

parde

conceitos(a

cada,re­

gime

deacum

ulação"há

um"m

odod~

regul~çãO"que

lhecorrespondc)

temSI~O

udlizadopor

muitos

autoresq

ue

hojeanahs:lm

anatureza

~astransform~~oes

experimentadas

pelocapitalism

oem

suafase

contempom

nea.E

nrrcessasanah~es,

damos

destaque:aqui

àquelaelaborada

porF

rançoisC

hesnais,o

utro

economls~~francês,

aqual

emp

ane

seguiremos;

verF

rançoisC

hesnais,"In

rrod

ução

geral,

emA

mundializaçãojitum

crint:g

;nfU

,(IIS

/OS

rrlscos

(SãoP

aulo.X

arnâ,I998}

,I:~O

capitalportador

dejuros:

acumulação,

intem

acion

aliução

,efcitos

econômI­

cose

políticos",emA

fillllnftl"'"l1áializada:rrd

uJ

sociaisr

polisiau,configllraftÍo.cO

l/Jrq(/1nâas.cir.

Page 58: PAULANI, Leda Brasil Delivery

.:

oprojeto

nC"olíberal

paraa

sociedadebrasile]ra

•119

.D

eum

po

mo

devista

teórico,essa

novaorientação

substituia

po­Irue:.de

~onrroleda

deman~aefetiva,

típicado

períOdo

anterior,peja

polmca

dolado

daoferta

,que

transforma

am

acroeconomia

emm

icroeconomia,já

quecuida

apenasda

manutenção

deum

ambiente

institucionalfavorávelaos

negócios(respeito

aoscontratos,"d

ireirodos

credoresc~mado

com

osagrado,

liberdadem

áxima

parao

capital,fim

d~s~xped'~ntes

?eregulação

econtrole),

como

sea

disposiçãoca­

p~tall~tade

rnvesnr

dependesseapenas

doanim

a!spirit19em

presariaJe

naotivesse

nadaq

ue

vercom

asexpeC

tativasem

torn

odo

comporra­

m~nroda

procuraagregada,

ouseja,das

perspectivasde

realizaçãoda­

quiloque

Marx

chamou

de"o

saltom

ortaldas

mercadorias"

(vendados

produros).

~abendo,no

entanto,

queo

processode

reproduçãoam

pliadado

c~pltalse

dáagora

sobos

imperativos

daacum

ulaçãofinanceira,

aleitura

qu

ese

fazdesse

discursom

ud

ainteiram

ente.Adefesa

dosinte­

ressesfi.nanceiros

implica

oC

ontroleobsessivo

dosgastos

doE

stadopor

váriasrazões.

Aprim

eiradelas

éque,

independentemente

dese

constituirou

!1 ãO

emâncora

dosistem

ade

preços,a

taxade

jurospaga

peloE

stadoaos

papéispúblicos

transforma-se

nopiso

apartirdo

qualrodas

as~emais

taxas(que

diferemem

funçãodo

tipode

operação.prazo

eC

ISCO

)são

estabelecidas.N

um

mu

nd

odom

inadopelos

credo­res,n~o

fazsentido

permitir

queo

Estado,

porconta

deproblem

asno

manejo

dadem

andaagregada.

operetaxas

reaisdejuros

muito

reduzi­das.

Ao

mesm

otem

yo.taxas

dejuros

mais

elevadasim

plicamcresci­

mento

dasdespesas

doE

stadocom

serviçoda

dívidae

épreciso

quesobre

espaçoem

OU

trasdespesas

(gastossociais,investim

entosem

infra­est~utura)

paraque

:ssecrescim

entopossa

serenfrentado:

Asegunda

razaoé

quetaxas

dem

flaçãom

aiselevadas

sãosem

pre"pró-devedor",

e,.com.o

cabeao

Es,cadoC

ontrolara

ofertade

moeda,

épreciso

queele

naoseja

constrangidoa

aumentá-la

indevidamente

parafazer

facea

~tosdescon~rolados.

Aterceira

razãoé

queos

papéispúblicos

sãoa[~vo.s

financeirosp~r

excelência.A

garantiado

controledos

gastospúblicos,

dataxa

deInflação

reduzidae

dojuro

realelevado

éao

rnes­m

otem

poa

garantiada

remuneração

realdesse"capitalfictício",

cornoo

chama

Marx.

Um

aparte

substantivados

impostos

queo

Estado

"O

termo

éde:

Keynes,

Com

odescobre

Tharcher,

oneoliberalism

oconstitui

odiscurso

mais

congruentecom

aetapa

capitalistaque

seinicia,já

quede~ende

e.ustifica

aspráticas

mais

adequadasa

essenovo

mom

ento.O

discursokeynesiano

doperíodo

anteriornão

serviam

ais:O

~stímuloà.de~a~­

daagregada

garantidordopleno

emprego,

queIm

plicavagastos

pu.bh.cossubstantivos

(combens

públicose

mecanism

osde

proteçãosO~lal~,

nãopodia

mais

CO

ntinuar,dadaa

criseque

entãose

viviae

que~tlngla

opróprio

equilíbriofiscal.C

ontrolaro~

gastosdo

Es~ad.o~parecla

tarn­bém

como

aúnica

saídapara

driblara

inflação,que

rnsisnaem

perma~

necerem

níveisindesejados.

Um

desdobramento

dom

esmo

mote

éa

)pregação

pelaprivatização

deem

presasestatais,

quepassam

aaparecer

como

sorvedourosindevidos

dedinheiro

público.Asregras,

normas

e..

regulamentações

detoda

ordemque

oE

stadoim

pu.nhaao

fU,nciona­m

entado

mercado

tinhamde

serabolidas

oureduzidas

om

aispossí­

vel.para

quea

concorrênciagerasse

seusfrutos,

quaissejam

,m

aioreficiência

erecuperação

doslucros.

Era

precisorestringir

oE

stadoa

suasfunções

mínim

as:diligenciarpela

manutenção

dasregras

queper­

mitem

ojogo

capitalistae

produzirosbens

públicospor

excelência,ouseja,

justiçae

segurança.F

inalmente,

acrise

quecom

primia

asm

ar­gens

delucro

tinhade

seram

enizadacom

aredução

degastos

c~m

pessoalea

flexibilizaçãoda

forçade

trabalho,um

avez

queas~ranuas

sociaisconferidas

aesta

última

tornavam-se

agoraum

CUStOm

supor­tável

einadm

issível.

Graças

aesse

resgatedos

princípiosneoliberais,

construiu-secom

muita

facilidadeum

discursoque

colocavano

supostogigantism

odo

Estado

eem

suaexcessiva

intervençãono

and

amen

toda

econo­m

iaas

causasm

aioresda

criseentão

experimentada,

alémdos

privi­légios

queesse

tipode

atuaçãotinha

conferidoaos

trabalhadoresao

longodos

trintaanos

gloriosos.A

ssim,

apregação

neoliberalaparece

I.com

oo

únicorem

édiocapaz

degarantir

queo

sistema

econômico

recuperesua

saúde.T

odasessasm

edidasprom

overiama

libertaçãodo

mercado

dascorrentes

comque

foraam

arradopelo

Estado,

eos

be­nefícios

produzidospela

concorrênciae

pelosganhos

deeficiência

queseriam

produzidoslogo

sefariam

sentir.A

lémdisso.

coma

redu­ção

doespaço

institucionalde

atuaçãodo

Estado,

osetor

privado­

emprincípio

mais

ágile

eficienteq

ue

am

áqu

ina

estatal:p.orque

regidopela

lógicado

mercado

-retornaria

aolugar

quede

direitolhe

eradevido.

Page 59: PAULANI, Leda Brasil Delivery

~'

,iIII1,.i

recolhecom

basena

geraçãoefetiva

derenda

pelasociedade

emdeter­

minado

períodode

tempo

éutilizada

paraenfrentar

oserviço

dadívi­

da.de

modo

queos

detentoresdesses

ativosrecebem

uma

parcela.darenda

realproduzida

nesselapso

detem

po,m

esmo

semterem

cidonenhum

papelem

suaprodução.

Ora,

umE

stadocom

gastosfora

decontrole

induza

elevaçõesda

taxade

inflaçãoe

isso,com

binadoao

juroreal

reduzido,problem

arizaa

efetividadedessa

transferênei,a, ..Por

todasessas

razões,afirmei

anteriormente

queao

pacoteinicial

dem

edidasdesenhado

pelom

ovimento

neoliberal(redução

doE

stadoao

mínim

o,inexistência

deproteção

aotrabalho,

aberturada

econo­m

ia,liberdadepara

ofuncionam

entodo

mercado)

acrescentou-sem

aisrecentem

enteum

aform

aespecífica

depilotar

câmbio,juros

efinanças

públicasque

colocaa

políticaeconôm

icahoje

no.papel

de.bt~i~ess

administration

deE

scada.E

moutras

palavras,brandindoos

pnnClplO

Sneoliberais

daeficiência,

darigidez

deg

astoS

eda

austeridade,adrni­

nistra-sehoje

oE

stado"com

ose

fosseum

negócio".E

éde

falOdisso

quese

trata,pois,

contrariamente

aoque

ocorriana

fas~anterior,

aatuação

doE

stadose

dáagora

visandopreservar

nãoos

Interessesda

sociedadecom

oum

todo(em

prego.renda.

proteçãosocial

etc.),m

asos

interessesde

uma

parcelaespecífica

deagentes

cujosnegócios

de­pendem

fundamentalm

entedessa

atuação.É

ofato

deoneolibera1is~o

terse

tornadoprática

degoverno

justamente

nessafase

deexa~erb~~o

davalorização

financeiraque

explicap

or

queesse

elemento

fOIadicio­

nadoao

pacoteneoliberal.

Mas

hám

aisno

capítuloda

gestãodo

Esta­

do"com

ose

fosseum

negócio".Pensadores

críticoscontem

porâneos,com

oH

arvey",

têmafirm

a­do

atese

deque

estaríamos

hojen

um

mo

men

toda

históriacapitalista

emque

osprocessos

típicosda

faseda

acumulação

primitiva.de

~pi~al

estariampresentes

dem

od

om

uito

mais

intensodo

quese

imagina".

Segundo

essavisão,

taisprocessos

-que

marca~am

os~ri~ó~ios

docapitalism

oe

envolvemfraude,

rouboe

todotipo

deviolência

-em

realidadenunca

saíramcom

pletamente

decena,m

asse

exacerbamquan­

doocorrem

crisesde

sobreacumulação

como

aque

agoraexperim

enta-

'0O

nouoim

ptrinliwlQ

,cit.

>I

PauloA

rantesfornece

outroexem

plode

trabalhoprecioso

nam

esma

linha(çf.

MUm

retornoà

acumulação

primitiva:a

viagemredonda

docapitalism

ode:acesso"

em&

pontlgtm,

jul.2004).

oprojeto

neoliberalpara

asociedade

br.lsjlcira•

121

",m

os.O

resgatede~ses

:xpediemes

violemos

minoraria

.asconseqüências

dasobreacum

ulaçao,V

istoque

desbravaria"territórios"

paraa

acumu-

!-:lação

decapital

anresfora

deseu

alcance.E

moutras

palavras,estaria-

;!f;,m

,osagora

nu

ma

épocade

"acumulação

po

respoliação",

emque

se!t

aliamo

po

de:

dodinheiro

eo

poderdo

Estado.

quedel~

participa~>

.sem

pre(ou

diretamente,

oup

or

conivência,ou

po

rom

issão).V

ários~~~:

sãoos

exemplos

dessetipo

deprocesso:

osataques

especulativosa

01"m

o:d

as~e

~aísesfracos.

ocrescim

entoda

importância

dostítulos

dail~:

dívidap~bhcaem

tod~s?spaíses

eas

privatizações,que

segeneraliza-

t1fi1:~m,

eSC30entre

osm

aisImp?r~anres.E

mtodos

eles,sem

aparticipa-

~l;J'ç,ao

doE

stado,sem

suaadm

mlstração

embenefício

dobusiness.

esse~I;

tlpOde

acumulação

primitiva

nãoexistiria.

fi";,Pa~a

dar

umexem

ploco

ncreto

disso,o

processobrasileiro

de

-',.-.C'.:~_.~_o~""~~-;~"1o--'t·..;,:~~~-~:~.._,."o."",..;;,;o,:;.

'~:I:~l;~~:i;~~Od%~~~i;:~:;~:i~~ee;;~~~c;ón~~~~~i:;~~~~_:-".:

mulação

privadasuculentos

espaçosde

acumulação,com

o,em

muitos

:asos,se

fezis~,o

comdinheiro

público(do

BN

DE

S),

emprestado

aos:.q~1

compradores

(eàs

vezesnão

pago,co

mo

.noco

nh

ecido

casoda

-Jlt~.E

.I.etropaulo/Enron)~

jurossubsidiados,

Além

disso,os

preçosdesses

,1ativos

foramsubavahados

peloE

stado,e

oágio

elevadoque

natural­;-

~~~ente

~~areceu-

dadaa

concorrênciap

or

essessetores,

osserviços

~.;,:Ir!t.t,i,_m

dustr,lalsde

utilidadepública,

quesão

ofilé

migno

nda

acumulação

,c

pr~dUCI~no

.mundo

-está

sendodevolvido

aos"com

pradores"p

or

t_-~_:.~_~_~1~.,·:.~_..._,~~~O~'u~Sr:n:::;;t~~~;,~:aé O:::~;f~;:~~~~~:~;;~S;~~

,-

o'.

sandoo

slsc:ma

prevldenclánono

Brasil.

Co

ma

imposição.de

retosde

'{valor

redu~ldopara

osbeneficios,

primeiro

paraos

trabalhadoresF;;

dosetor

pn

vad

o(F

HC

),depois

para

ostrabalhadores

dosetorpübli­

::~o

(Lula).O,~t~do

abriui.medi~ramenteà

acumulação

privadatodo

o~:

Imenso

rernto

no

daPrevldêncJa,

tendoo

governoL

ulalhe

aferrado

~o~reseme

mais

valioso:os

servidorespúblicos,

comsalários

médios

}ma

tseleva,dos

epraricam

enresem

riscode

desemprego.

"A

partir

dessesdois

exemplos",

pode-seresum

iro

fenômeno

do:u

alestam

ostrarando.

Agestão

neoliberaldo

Estado

implica

con

du

-

Dav~dH

arvey(O

novoim

paitlliJmo,

cír.)apresenta

inúmeros

OU

trosexem

ploscolhIdos

emdiferentes

pan

esdo

planeta.•

Page 60: PAULANI, Leda Brasil Delivery

I1.1.•~

rasrtlklilJ~ry

123o

projetoncoJiberaJ

paraa

sociedadebrasileira

'.,.servado

Oespaço

paraa

vendad

fi.~

circunstanciaJmente

queo

Je

suaorça

de,trabaJh.o.Assim

,nãoé

só;:'

peitodas

oscil-

".

peno

e.mprego

deixade

seratingido.Ades-

".

.açoes

CIC

icasnaturaiS

quea

aI

-'.

~'f;C

Imenta

-e

quepodem

Icurou

açaocapltaJlsta

expe-y

.eventua

mente

fàz.ed

;-:..:'desse

nível_sua

buscadei'b

drque

opro

uto

seaproxime

."'~,

Iera

acorno

If'

dE

s'

.~=:r:

patívelcoma

atuaifase

d.alo

ponca

ecado

érn

com

,-;

;duzi

ocaprr

isrno,Todos

essdi

.1:.

reuzrr

osgastoscom

rnã-d

bes

expelentes

Visam

l~

aoe-o

rae

recuperarasd

1;:..~

CO

ntextoem

queaspossibilidad

d.taxas

eucro,

num"

;T

'.

ese

ganhofinanC

eIrosão

b'

~.?J

1:.am

esma

circunstânciaq

I'su

srannvas,-e-"-

.ue

exprca

também

ot

di:-A~

gerenciamento

típicodessa

fau

roexpe

lentede

,~""

,nova

se'osp

~X:(duzir

aom

ínimo

possívelo

tah

drocessos

quepretendem

re-'i;"

.',duri

man

o0

5estoque

i.{~;:.:UtlVO

temde

carregarJ.ls

queo

processopro-

",~

.,

.a

quecarregam

entode

'I'

J.E~,tipO

determinadode

aplicaçãod

.alestoques

irnpica

umt:,;;',

tiva,dadoesse

ambienr

ccapa

-q~e

podenão

seram

aislucra-.::, '.-:

..e

-,o

setorprodutiV

Ofoi

b.

-',.::varensra,particularm

enteno

sd

Iuscar

nocom

ércIO-~~~

etore

superme

d,.

'.'7..":;.C

á'

.,

.rca

os,as

recm=:;#~

essTIas

param

Inimizare

ss""

F'

casne-

''''.''.b

eC

US

toinalrn

bI

b:;:TJ<,

aan

do

no

dap

rod

uçã

'.ente,

cae

emrar

queo

:",~

,:,"

oem

massa

venficado.

.~.'I"..substltulça-o

pelach"~ad

".

emm

ultassetores

eSua

~"r'

"'''a

cusromlzaçáo"

dd

-.~

~de

acordocom

adem

andad

Ii)

ba

pro~~o

(produçãofeira

~-.(o_

I'

oc

lenteuscam

adi

-d

.5-0:

rausracom

osco

ns'd

Ivisao

on

scocapi-

,·:-iÕ'i.,urm

ores,aém

deserem

bfu

·'

~C

Ontexto

emque

astanrenC

lonalSnum

"";' ;.o

carregamento

d.

~,,~;-,

Tcd

'e

estoqueséredU

ZIdoa

seum

ini'~.,-..,,'

oo

esseconJuntode

transforma

Õm

o.~l'il.~,

ma

produtivo,rocuram

,.

.çes,~ue

mudou

aface

dosisre-

".H!jr

'b'l'dd

P.

emúlrim

ainstânC

iaconferirao

ca.al

fi,

!'",..r,";;X

II

Ia

enecessárIa

parau

e'

prra

e-,•

'''''-o!.-

qaproveire

asid

d1};PZf..

ondequer

queelas

~oporrum

aesde

acumulação

#,!j!f}'!.

seencontrem

(nosetor

duri,

.f1ffi,1cerro,nos

negóciosdeEsc

d)

NI

~proum

o,nosetor

finan-"-"'

~a

o,

aregu

acao6

di·~1;.;.;..f

afase

anterioras

fiorm.

.,

r-or

IScaque

caracterizouo<~

..':ti':

,'

asm

stltuclonaisque

v'I

',

::::~~*"''1'táno

etrabalho

capitald

',

meu

avarocapital

mone-

,~':;L~

,'

proU

tlvo

em

eiosde

rd

-,

;;~<>;<r.I

.cadonae

produtosacabad

c.!P°

uçao,capltal-mer-

:~~'fJ'

bioseram

IUrm

ulasrlgidas

1'0,

•..::~~

:f

umam

lentede

a1

~,

compatJV

elscom

.:'",J!tl'"curnu

açaoem

permanente

ebulião

J:._

;..:?'~"'"

queleva

algunsautores

H"

çao.essa

arazao

·,"

",com

oarvey-'

afi

"""~~

'.históriacapitalista

écaracte'

d,a

Irmar·que

aatual

faseda

·. .,,-~~~

nzaa

porum

«•

d:..l.~;?>-

xlveJ"-

queé

Outra

f"d

fal.

rC~lmee

acumulação

fie-·-""",,..~

drerm

ae

ardo

rd

;~:-"'''':;'.

o.•

.fi

'.

cglme

eacum

ula-

b"

.'.'J;~.::

fflmanC

lanancelra,

Jáque

fi'bol'd

dçao

so"

.--:':=J'

-'.

CX

II

Ia

uma

das'

.e:

~.~~..:.."CO

nstitutivasdo

'alfi.

caraCteflStlcas

',-'I'~

't::-capn

Jnancelfo

'~~;l§1_

.':,--

'.,ouA

C"ondi(4optis-m

Qti.

(9d

SI!rn

a.~

..~o

P3ulo,Loyola,

2000),

l.>E

mtrabalho

de1998,

Franciscode

Oliveira

denominou

essem

esmo

espaçode

"anrivalor",O

strinta

anosdourados

forampródigos

emsua

criação-

cos

anossub~üentes

emsua

destruição,:.

Tanto

umcom

ooutro

caso-

formas

den:lação

apitai-trab

alho

alternativas3

conrrataçãom

nnal,ou

~oom

canciraassinada-,com

o~

dizno

Brasil,e

tO)'Q

tismo-,

enquadram'~

noque

Marx

chamou

de-intensificação

daa:ploração~,

uma

mo

·dalidade

deaum

entodo

valorexcedente

náopago

extraídoda

forçade

trabalhoque

nliopassadin:tam

cntenem

peloaum

entOtradicionalda

produtividade(m

ais­valia

rdativa)nem

peloaum

entoda

jornadade

trabalho(m

ais-valiaabsoluta),

zi-locom

ose

fosseum

negócio,mas

oresultado

éa

inversodo

queocorre

quandoessa

racionalidadeé

aplicadaao

setorprivado.E

mvez

doacúm

ulode

recursose

dareprodução

ampliadado

"capitalpúblico",te­

mos

dilapidaçãodos

recursosdo

Estado,encolhim

entode

seutam

anho,atrofiam

enrodo

espaçoeconôm

icopúblico

13.Em

uma

palavra:espolia­fÍÚJ.Isso

nãoquer

dizer,noentanto,

como

jáse

[Ornou

lugar-comum

,que

oE

stadohojesejafraco.A

ocontrário,ele

temde

serextremam

enteforte,

nolim

iteviolento,

paraconduzir

os"negócios

deE

stado"da

forma

maisadequada

possívelpara

preservarecontem

plargrupos

deinteresse

específicos.Na

seção"A

eraneoliberaldo

Brasil",voltarem

osa

essaquestão,diretam

enterelacionada

àconstituição

deum

"escadade

emergência

econômico,"A

ntesdisso,porém,é

precisoexplicarcomo

astransform

açõesoperadas

nosecarprodutivo

estãodiretam

enteliga­

dasà

dominação

financeirado

processode

acumulação.

Em

primeiro

lugar,medidas

como

acerceirizaçâo,

ocontrato

portem

poparciale

otrabalho

comautônom

osbuscam

nãosó

aredução

dosporos

dajornada

detrabalho,

como

arepartição,

coma

forçade

trabalho,dorisco

capitalista.A

lémdisso,a

difusãodo

toyotismo

como

forma

deorganizaro

próprioprocesso

produtivoé

umexpediente

queacaba

porse

impor

àantiga

fórmula

taylorista,porque,

muito

mais

racionalmente

doque

esta,aproveitao

valordeuso

daforça

detraba­

lhoem

suatotalidade

(habilidadesfísicas

em

entais)e,m

elhorainda,

consegueissoeconom

izandoP

OS

toS

intermediários

degerência,já

quefaz

ostrabalhadoresse

vigiaremuns

aosoutros,

reduzindo-lhesa

dis­posição

deagircom

oclasse".

Evidentem

ente,aocorrência

detodas essas

transformaçõesfoifaci­

litadapelo

abandonodo

plenoem

pregocom

om

etaprim

eirada

polí­tica

econômica,já

queníveisde

atividadeinferiores

aesse

fragilizamostrabalhadores,obrigando-os

aaceitarqualquer

coisa,desdeque

pre~

v .'»

I•Ii-

IIl-

Page 61: PAULANI, Leda Brasil Delivery

lO

oprO

jClO

nc;olibct;l!p

ua

asoeit:dade

brasileira•

125

4.OB

rasilnã

novadivisão

internacionaldo

trabalho

dosnas

coraçõesdos

grandesg

rup

os

nom

ercadobu.rsáriI.Chesnais~

indicaque,em

1982,seregrupos

detin

ham

58

,3%

dessem

ercado;em

1987o

percentualera

de7

0%

,p

orém

ossere

grandesgrupos

seredu­

zirama

quarto,dadas

asfusões

ocorridasentre

anortc-am~ricanaIT

Te

afrancesa

Alcarcl

cen

trea

narre-americana

GT

Ec

aalem

ãS

iemens,

alémda

incorporaçãoda

holandesaPhilips

pelagigante

narre-ameri_

canaA

T&

T.

Não

édem

aisn

otar

qu

etu

do

issoaC

Onteceu

noexíguo

prazode

cincoanos,

Tam

bémno

setorde

serviçosa

concentraçãoé

expressiva:dezesseis

empresas, sendo

cinconorre-am

ericanasecinco

alemãs,detinham

54

%

dom

ercado

mu

nd

ialde

ressegurosem

1986;dezesseis

empresas,

sendodez

norce-am

ericanas,d

etinh

am61

%do

mercado

mu

nd

ia!de

publicidadeem

1989:aindaem

1989,seisem

pre,ças,rodasnorre-ame~ricanas,

detin

ham

62

%do

mercado

mundial

deconsultoria

cgestão

estratégica~9.

Com

pletamos.

com

isso,o

diagnósticoe

odesenho

dessanO

Va

faseda

históriacapiralista

,alémd

eterm

osm

ostradoqualé

arelação

de

sua

emergência

com

ofortalecim

entodo

discursoneoliberal,

bemco

mo

coma

aplicaçãoprárica

dasm

edidasp

or

eleprescritas.

Faltaria

apenasrelaciona~

esseq

uad

rocom

osu

rgim

ento

dacham

ada"n

ovaecono­

mia",

Mas

esseelem

entoesrã

diretam

ente

ligadoa

reflexãoq

ue

fare­m

osa

seguirsobre

opapel

quecabe

àseconom

iasperiféricas,

com

oa

brasileira,d

entro

dessanova

ordem,

Observam

osan

reriorm

ente

que,im

pu

lsion

ado

po

ru

ma

espéciede

_,"perm

anente

estadod

ecrise",

om

ov

imen

tode

centralizaçãoatin

giu

~im

ensidadeinédita

nahistória

capitalista,co

ma

constituiçãode

gran­

".des

massas

decapital

qu

ed

om

inam

váriosdos

setoresindustriais

ede

serviços.O

bservamos

rambém

que,nos

Estados

Unidos,

oavanço

doprocesso

dedesregulam

enraçãoindustrial

facilitou·om

ov

imen

tode

-quisiçõcse

fusões,o

queresulrou

emrçestrururaçâo

dasem

presas,

1i emiss ões

eab

and

on

ode

acordosco

mos

sindicatos.Por

trásdesses

~oism

ovimentos

estáum

atransform

açãosubstantiva

noestado

das}

O

:.~'::..

..~

JL

'!•

l:)rasnU~IJlJ(ry

re°co

mo

objetivogerou

um

asituação

Oab

and

on

odo

plenocm

pg

d.

"(às

vezesinter-

'd

"do

permanente

ecrise

emque

háu

ma

espéciee

esta.dial

com

oo

qu

eobserva-

'os

decreSC

imento

mu

nI

,,

érom

pidop

or

espasm,

)2{'O

raco

mo

prevIuM

arx,m

osnos

últimos

dOIS

outrês

ano

s'proc~os

de

centralizaçãodo

'ue

seacentuam

osd

justamente

nascrises

q,

dif

Idd

deen

gen

drar

osprocessos

e.

ea

maior

IIC

Ua

eiam

ab'

capital,um

avez

quitos

pequenoscap

itaissejam

asorvr-

d~

rda

fazq

ue

muitos

p"

d'I

reprouçao

amp

la"

diçâon

atural

ocapua

".

jun

te-sea

essaco

odos

porcapuais

maiores.

de

absolutadesregulação

crn

um

contextoo

fatode

talprocessoacon~ec

,ior

processode

concen-Es

donais

etem

oso

mar

porparte

dosta

osnaci

'rm

um

asérie

de

setoreseco-

traçãode

capitalda

hiStórdi~c,aplta

lS~~:a

ior

parted

os

casos,p

or

nãonôrnicosdom

inadosm

un

lam

ente,.

.

dd

up

os

ernpresanais.m

aisq

ue

um

aezena

~~~or

exemplo.

que.no

setorde

J•m

1994,C

hesnaisdetectava,

p.

dédi

egran-

ae

,,

muradores

eSistem

ase

m10

hardware

(incluindorrucroco

p•.

53

%da

produçãorarn

responsaveisp

or

deporre),

quatroem

presase

dim

po

r6

7%

.Se

restringir-d

empresas

responla

mundial,

enq

uam

oez

,d

nd

eporre

essesnúm

eros.

dosSistem

ase

gra,

.m

osa

analiseao

segmento

,N

osetor

deautom

óveisa

saltampara

76

%:

91:0rcsp~c~~vz:~:;~~sas

respondempor

78

%da

situaçãonão

ém

uito

diferente..

empresas

respondempor

diI

Ncaso

depneus,

seisprodução

mu

nla.

o.

Iédico

seteem

presasrespondem

85

%da

produção;e

node

rnateriam

,

Po

r90%

daprodução.

setorde

telefoniapública

dialrnenreco

mo

Oque

aconteceum~nd

Iid

dee

daintensidade

doprocesso

80•.

diu

va

ave

oe1a

,.

nosanos

19e

10

ica•.

b_o

depequenos

capitais.

-volve

naoso

aa

sarçad

decentralização,

queen

béos

processosde

fusãoes-

dd

pan

eco

mo

tarnm

bpor

grupose

grane

:.

do

sp

or

resultadosusca-

sesgrandes

capitais,emm

urroscasos

motiva

'.

r..o

nosloriosos,quando

aeconom

iados

prin,ci-!I,

Com

paradoao

períododos

rnntaa

,gédias

anuaissuperiores

a5

líl.Pais

paísesindusrrializados

(G7)

cresciaa

rax~s~969.1979

3.6%;

1979-1990,J

ds

paraa

faseposterior.

,I

o•

,

lemos

osseguintesresu

tao

%A

esmo

tempo,

ossa

dricsrl.':ll~

3%;

1990-1995.2.5%

:1995-~OOO.

1.9.

o~dia

anualde

7,7%no

Japão,60

1973cresciam

aum

ataxa

mU

','cem

.que

entre19

e.

)8%

nosE

stadosrnuos,

cres5.6%

nosonze:

principaispaíseseur~Pcu::I-de

0.5%.

0,6%e

1.10/0.respecliva­

entre1990

e2000.

aum

ataxa

médl:lb anl "

,Estado»

Unidos

naeconom

iaglob.d

BO

boom~

,Io

IJII.01

menre,ver

Robert

renner,

(Riod~

janeiro,R

ecord,20?3~.r·_6~c

93"I(São

Paulo,Xam

ã,1

9%

).p.9;,

"Fl':lnçois

Chesnais,A

mundialização

oraplta

Page 62: PAULANI, Leda Brasil Delivery

')

artesda

concorrênciainrercapitalisra,

transformação

quefoi

seconsti-

tuindoao

longodos

anos1970

e1980.

.3D

Co

mo

mostram

algunsautores,

comdestaque

para~hesna~s

,oprocesso

deaquisições

efusões

quese

intensificoua

p~rtIr~a

c:lsede

dosdos

anos1970

foiacom

panhadoda

transnacionalizaçãodos

m~

..

grandesgrupos

decapital,

movim

entoque

imp~ica

nãosó

mUlt~

mais

liberdadepara

suasdecisões,

como

oesrabelecim

ento,em

varias~as

instânciasdo

processode

produçãoe

realizaçãodo

v:l?r

ecom

v~na~

dosgraus

deprofundidade,

deterceirizações,

fra~c~lsLng,parcenas

eacordos

decooperação

entreestruturas

ernpresanarsno

planom

un

­diaL

Segundo

Chesnais,essa

rransforrnaçâofoí

detal

ordem.que

pr?­vocou

enorme

discussãoentre

osespecialistas

emorganização

industrialsobre

anatureza

dessesm

ovimentos:

Nos

últimos

vinteanos,

assistiu-sea

um

aextensão

considerávelda

gama

dem

eiosque

permitem

àgrande

empresa

reduzirseu

recursoà

in.te?ração

di[J

Essa

evoluçãosuscitou

muitas

discussõesem

economia

indus-Ireta

....crial,

No

casodos

acordosde

cooperaçãotecnológica,

po

rexem

plo,as

novasform

asde

relaçõesen

trecom

panhiastêm

sidocaracterizadas,

po

r

certosautores,

como

sendosituadas

"emalgum

lugarentre

osm

ercadose

ashierarquias"

c,por

outros,com

oacarretando

um"rcquestiona~ento

profundodo

principiode

internalização".Analogam

ente,asm

odalidades

recentesde

acordosde

terccirizaçâosão

apresentadasp

or

algunsco

mo

"um

novotipo

depatronato"

c,p

or

ou

tros,

com

oform

asde

"quase-

•p

tical""

mregraçao

verI..-aa

Essas

diferentesm

odalidadesde

exrernalizaçãoda

produçãoe

de

reproduçãodo

capitalperm

itemaos

grandesgrup~smund~ais

a~on­

solidaçãode

seupoder

econômico

ede

suaca~actda~e.

~lJgopohsta,

numm

omento

emque

seexige

docapital

am

aiorfle~lb".lda.de

possí­vel.A

enorme

gama

deprocedim

entosde

queeles

hojedispõem

para

organizare

reforçaresse

poderim

plica,na

maior

p~rtedos

caso,s,.0

estabelecimento

derelações

assimétricas

peranteo

universode

caplt:ISque

operamno

planeta.A

sexi~ências

deu~a

,:tapada

~cum:,laçao

dominada

pelosim

perativos[(pICO

Sda

valorlzaça~~~ance~ra

vao~m­

purrandoos

grandesgrupos

decapital

nãosó

adividir

orISC

Ocaplta~

,\OIbidem

."

Ibidem,

P:104.

oprojeto

neolibcraipara

asociedade

brasileira•

I27

listacom

ostrabalhadores

(trabalhadores"autônom

os",contratação

po

rprojetos

erc.)e

comos

consumidores

(customização),

mas

tam­

bémcom

op

equ

eno

capital.Sãobastante

conhecidasa

esserespeito

ashistórias

degrupos

como

aN

ike,que

detêmo

comrole

deu

menorm

enúm

erode

pequenosprodutores

domésticos

espalhadospor

tod

oo

planeta,particularm

entenos

paísesperiféricos,

ede

outros,com

oa

Benenon,

quepura

esim

plesmente

administram

uma

marca,

po

rtrás

daquaJ

seencontram

milhares

deunidades

produtivasigualm

entees­

paJhadaspelo

globo.

AcransnacionaJização

docapital,

aofazer

qu

eos

grandesgrupos

econômicos

considerem"o

mu

nd

otodo

com

oespaço

relevantepara

suasdecisões

deprodução

einvesrirnenro'v-,

aparececom

oo

ou

tro

ladoda

moeda

dam

undializaçãofinanceira

econstitui

umdos

traçosm

aism

arcantesda

configuraçãodo

capitalprodutivo

nestaeeapa

dahistória

capitalista.São

substantivase

poucoalvissareiras

asconse­

qüênciasdessa

reconfiguraçãopara

aform

ade

inserçãodos

paísespe­

riféricosno

sistema-m

undocapiralisrs-',

Entre

osanos

1950e

1970,o

queas

empresas

multinacionais

preten

diam

,porque

precisavamdisso

(buscavamnovos

mercados),

eraa

internaJizaçãode

duplicatasde

suasplantas

industriaisna

periferiado

capitalismo. Já

nosanos

1990,o

quem

arcaa

estratégiados

gruposcransnacionais

éa

buscaperm

anentede

selivrar

dosinvestim

entosde

longaduração,

ganhan­do

flexibilidadepara

explorarO

portunidadeslucrativas.

Issofaz

queas

grandescorporaçõ~,

nu

mm

ovimento

desenfreado,operem

deslo­calizações

desuas

atividades,inclusive

desua

capacidadeprodutiva,

paraqualquer

lugardo

planeta,sem

preq

ue

issofor

visto.como

um

apossibilidade

deredução

deCU

Stos.Co

misso,

muitas

vezesas

ativida­des

transferidassão

aquelasm

aissim

plese

rotineiras,com

oas

opera­ções

dem

ontagem,

enquantoas

etapasm

aiscom

plexasdo

processoprodutivo

(concepçãodo

produro,definição

dodesign,

pesquisae

tecnologia,mnrketing)

terminam

,na

maio

rparte

doscasos,

nãosendo

exrernalizadas,

J~M

areioP

ochmann,

~Globalj1.aç.ãoe

emprego",

emR

.A

bramovay,

G.

Arbix

eM

.Z

ilbovícius(orgs.),RnZÕ~1

~ficr6~sdo

dn

nJllo

!lIimm

to(São

Paulo,E

dusp/Edi­

toraU

nesp,2001),p,

251.JJ

Seguirem

os,nessa

questão,a

analisede

Pochm

ann(ibidem

).

Page 63: PAULANI, Leda Brasil Delivery

ILl:l

•nrasu

Urillu

'?o

projetoneoliberal

paraa

sociedadebrasileira

'129

dustrialm

undialnos

anos1980

eatu

almen

tesua

participaçãoter

chegadoà

casados

3,1%

36.

Orelatório

daC

onferênciadas

Nações

Unidas

sobreo

Com

ércioe

o.Desenvolvim

ento(U

nctad)de

2003classifica

ospaíses

emdesenvo].

vlme~toe~

quatrogrupos":

osde

industrializaçãom

adura,com

oC

?rélae

Talw

an.que

apresentamdecréscim

ono

crescimenro

indus­trial

p~rquej,á

~eri~ati~gido

umgrau

elevadode

industrialização;os

dem

dtlStrJafrza.çtlord!Jtda,

como

Ch

ina

eIndia,

quetêm

logrado

e1~~adas~as

de.mvesnm

enredom

ésticom

ediantepolfricas

indus­triais

ede

m~enClvoàs

exportações;os

deindtlStrialização

de.enclaoe,com

.o.o~baco,

quea

despeitode

teremconseguido

aum

entar

sua~artlcl~açao

naexportação

dem

anufaturadostêm

tidodesem

penhom

suficlenreem

termos

deinvestim

ento,valoragregado

eprodutivida­

det~tal;

eos

paísesem

viasdedesindustrializaçãocujo

r6cuia

ép

orsisó

suficienrep~ra

entenderdo

quese

trata,N

esteúltim

ogrupo

encon­tra~-se

vãriospaíses

daA

mérica

Latina,

entreeles

aA

rgentinae

o

~rasJ1:E

ssaseconom.i~caracterizam

-sep

or

quedaou

estagnaçãodos

mvestl.memo~e

participaçãoda

produçãom

,anufatureirano

PIS

emdedíO

lo:Segundo

Belluzzo

J8, as

décadasde

1980e

1990presenciaram

noB

rasJlumpro~esso.de

desindustrializaçãorelativa,

como

rompi­

rnenrodos

nexosIntenndusrriais

dasprincipais

cadeiasde

produçãoe

coma

reduçãosubsram

ivado

setorde

bensde

capital,m

ovimento

~se

.que.em

termos

macroeconôm

icose

decom

abilidadenacional,

slgmfica

uma

reduçãodo

valoragregado

internosobre

ovalor

bru

toda

produção.•

, ~im,

emtem

posde

predominância

dacham

ada"nova

econo­m

ia-.ac~leração

dadifusão

dastecnologias

deinfor~ação

ede

comuOlcaça~e

retomada

docrescim

entoda

produtividadedo

traba­lho

-,o

Brasilengatou

am

archaa

ré.Na

explicaçãodesse

movim

entop

erv: rso

há,de

umlado,

umfatO

restrutural,m

as,de

OU

tro,um

fatorpolírico.

Fra~ciscode

Oliveira"

dáC

Onta

deexplicar

oprim

eiro.Para

ele,o

paradigma

molecular-digital,

qu

ecaracteriza

essanova

eco-

;;M~rcio

Pochm

ann.~Globalizaçãoe

emprego".

cir.,p,

261.

A!;m

formações

estãoem

Luiz

Gonzaga

Bclluzao.~Indústria;

sinalam

arelo"C

arraC

lpito/,n,

37I.

2005.p.

38-9.'

Ibidem.

p.40.

CriT

icaà

razãodU

a/isll1/0ornitorrinco

(SãoPaulo.

Boirem

po,2003).

HM

esmo

essasubm

issãoroda

nãogarante

queo

paísreccplO

rdeixe

deser

vítima.

emcurto

espaçode

tempo,

deu

ma

nova"deslocalização",

.'1N

ãoc!'dem

aislem

brarque

asregiões

periféricasacabam

po

ratrair

igualmente

aquelasatividades

querequerem

dem

odoextensivo

ouso

dem

atérias-primas

cenergia

eque

são,portanto,

nãosó

insalubres,com

opoluidoras

doam

biente.

Éevidente

quea

industrializaçãoperiférica

queocorre

nessesm

ol­des

nãopode

tercom

oresultado

uma

maior

homogeneização

doespa­

çoeconôm

icom

un

dial-

especialmente

emterm

osde

geraçãode

renda,com

otendia

aacontecer

naetapa

anterior-,

vistoque

aarratividade

dessesespaços

paraas

grandescorporações

estám

uitom

aisnos

baixoscustos

doque

naspotencialidades

dosm

ercadoslocais.

Do

ladodos

candidatosa

recebedoresdesses

"investimentos",

háum

acorrida

fre­nérica

afim

deoferecer

condiçõeso

mais

satisfatóriaspossível

paraatraí-los.

Issoim

plicanão

apenasforte

subsídioestatal

diretoou

indi­reto,

como

principalmente

asupressão

dedireitos

trabalhistas,com

adesregulam

enraçãoe

aflexibilização

dosm

ercadosde

trabalho".Por

isso,umdos

resultadosm

aisperversos

dessanova

divisãointer­

nacionaldo

trabalhoé

aintensificação

daspossibilidades

deextração

dem

aisvalor

po

rm

eioda

criaçãode

mais-valia

absoluta.N

um

paíscom

oo

Brasil,

ondetais

práticasnunca

foramde

fatodeixadas

delado,

acom

binaçãodesses

elementos

tendea

transformar

opaís,

dopontO

devista

daprodução

industrial,num

grandechão

defábrica

nosm

oldesdaqueles

doinício

daindustrialização

nocentro

dosiste­

ma,

ouseja.

comprecaríssim

ascondições

detrabalho,

jornadassem

fime

uma

massa

detrabalho

vivosem

am

enorqualificação,

nom

e­lhor

estiloraylorista",

Mas,

mesm

ocom

todasessas

"vantagens"para

ocapital

trans­nacional,

quetem

como

conseqüênciaa

reduçãoperm

anenteda

qua­lidade

dospostos

detrabalho

geradospela

indústria,o

Brasil

vemexperim

entando,desde

oinício

dosanos

1980,um

claroretrocesso

noperfil

desuas

atividadese

naform

ade

suainserção

naprodução

mundial.

Não

setrata

apenasde,

nosetor

industrial,o

paísproduzir

cadavez

mais

bensconsiderados

quasecom

rnodities(alta

escalade

produção.baixo

preçou

nitário

,sim

plificaçãotecnológica

eroti­

nizaçãodas

tarefas).Trata-se

deum

aredução

acentuadada

imporrân­

ciado

setorindustrial

brasileiro.com

oindica

ofato

deo

emprego

industrialnacional

terchegado

arepresentar

4,2

%do

emprego

in-

-,

'.

Page 64: PAULANI, Leda Brasil Delivery

nornia'",alémde

trazerunidas

ciênciae

tecnologiae

estartranca~o

naspatentes,

nãosendo,

portanto,unive~saliz.á~el,é

descartãveleefemer~,

exigindoum

esforçoperm

anentede

investimento

que~tá~empre

aCI­

ma

dasforças

internasde

acumulação

dospaíses"penférlcos:

Nesse

contexto,o

qu

eresta

aesses

paísesa

título

dedesenvolvim

entotecnológico"

sãoapenas

osbens

deconsum

o,o

des~rtável

qu

eeles

podem(e

devem)

copiar, OB

rasil,por

exemp!o,.é

hojeum

.~osg~~

desprodutores

decelulares,

mas

suaatuação

hmna:se

àsa[lvldad~

l,arotinizadas

defabricação

em

onragem,

estandom

uitolonge

dasanvi­

dadesde

pesquisae

tecnologiaresponsáveis

pelaevolução

assombrosa

deconteúdo

tecnológico..

Mas, com

oadiantam

os,na

históriada

regressãoexperim

entadapelo

paisno

último

quartode

séculonão

háa~en~

esseelemen~o,

qu

et:~

quever

coma

evoluçãoestrutural

docapnahs.m

o.Ou~ras

areasperifé­

ricas,co

mo

mostra

orelatório

daU

ncrad,vem

sesaindo

melh~r,na

empreitada

deengatar

suaseconom

iasà.econ?m

iaglobal

epropIC

iar,ao

mesm

otem

po,a

geraçãointerna

dem

vesnrnentoeempreg~

.N

ospaíses

dosdois

primeiros

gruposhouve

e,háum

apreoc_upaçao

emestabelecer

políticasindustriais

ede

incentivoà.s

cxportaçoes,q

ue

fo­m

entemo

investimento

noco

nteú

do

tecnológicodas

manufaturas

eem

suaam

pliação,perm

itindoa

apropriaçãodo

aumento

dasvendas

externaspelo

circuitointerno

derenda".

Paraq~e

se:o

:np

lete,por­

tanto,a

explicaçãodo

retrocessobrasileiro

, épreclso

.ad~clOnarà

ques­tão

dastransform

açõesm

aioresp

or

qu

epassa

ocapitalism

oum

fatorsociopolírico

interno,jáque,

como

observouM

arx,a

articulaçãodas

formas

econômicas

incluia

políticaco

mo

seuelem

entoestruturante.

.0A

basem

aterialdacham

ada"novaeconom

ia"(FrançoisC

hesnais,emK

'Nova

Eco­

nomia':

uma

conjunturaespecifica

dapotência

hegemônica

noco.ntexl~

.da

diI-

•d

capital"Reoist«

daSocírdnrk

Brasileirarir

Econom

iaPolitica,

mun

laltaÇ

'loo

~.

•..

.n.9.dez.2001.

fazum

aavaliação

doconteúdo

ideológicodo

[ermo)

é.at:rC

C1I'3

I-

.dusrrial

queeclodiu

nosanos

J970e

ém

arcadapela

d.fusaoem

~o

uç:loIn

••

_b

escalaindustrialda

informática

edas

recnologiasavançadasdecomu~IClçao

:e:m

Com

opelo

aprofundamento

ea

diversificaçãode

usoda

pesquisabiogen

ética.A"

I-

ind..srrialcom

ecouna

Inglaterra.nasegunda

metade

dosécu-

primeira

revouçao

J~

~~

••

loX

VIII.e

tevecom

oseuselem

entoscaracrerüriccs

otearrnccam

co,amá~uma

ac

'á'

Ad

começo

doséculo

XX

lideradavapor

e:otransporte:

rerroviTIO.

seguna.

no..

'pelosE

stadosUnidos.foim

arcadapelasindústrias~UlomobIHsn~

ede

eletrodo­m

ésticos,pela

indúsrriaquím

ica.pelaenergia

c1é~rJC~.pelo

perroleoc:pelo

aço..1

Luiz

Gonzaga

Belluzzo,"Indústria:sinal

amarelo,

cn.,p.39.

oprojero

nc:oJiberaJpara

asociedade

brasileira•

131

.tpreciso

inicialmente

lembrar,

então,<Jue

anecessidade

den

ãodeixar

passarobonde

dahistória

foioargum

entom

a'isforte

dosarau­

(Os

doneoJiberaJism

opara,

noB

rasildo

inIciode

)99

0,

advogaras

medidas

liberaIizanresq

ue

noslevariam

aoadm

irávelm

un

do

novoda

g/obaJização.T

aldiscurso,

qu

epara

osolhos

mais

críticos'sem

prepa­

receutão-som

enteu

ma

desculpapara

justificara

submissão

incondi­cional

dopaís

ainteresses

aele

alheios,foi

aarm

autilizada

paraconvencer

uma

populaçãorecém

-saídada

ditad

ura

-e

como

movi­

men

tode

massas

aindase

estabelecendoe

seinstitucionalizando

_de

qu

eo

neoliberalismo

seriao

únicocam

inhopara

tiraro

paísda

crise

emq

ue

ingressaranos

anos1980

(esta,co

mo

sabemos,

foiproduzida

pelaelevação

dastaxas

dejuros

norre-americanas

epela

estagnaçãod

o

crescimento

eacirram

entoda

inflaçãoq

ue

seseguiu).

Nesse

processo,o

papeldas

elitesfoi

deextrem

aim

portância.A

ind

aque

nãoestives­

semdisso

exatamente

conscientes,a

possibilidadede

internacionalizarde

vezseu

padrãode

vida,e

coma

possibilidade,q

ue

ficariaao

alcanceda

mão,

dedesterrirorializar

Suariqueza,

fezas

elitesbrasileiras,

qu

e

padecemde

crônicosentim

entode

inferioridade,abraçarem

dem

od

oincondicional

odiscurso

neoUberal

eo

defenderemco

munhas

eden­

tes,aindaque,

contraditoriamente,

acabassemp

or

utilizaros

elemen­

tosda

receitaneoliberal,

com

oas

privatizaçõese

anecessidade

desuperávir

nasC

ontaspúblicas,

parahierarquizar

e"pessoaliza-"

asrela­

çõesde

mercado

.

Abraçado

oprojeto

neoliberal,vendeu-se

aidéia

deq

ue

oB

rasilpegaria

obonde

dahistória

pelavia

docom

ércioexterior,

Aesse

respei­to

,ficou

célebreum

artigode

Gustavo

Franco

-"InserrJo

externae

desenvolvimento

econômico",

quecirculou

informalm

enteem

1996_

emq

ue

oex-presidente

do

Bacen,

entãoseu

diretorda

áreaexterna,

demonstrava,

po

rm

eiode

umm

odelo,de

qu

em

aneiraas

medidas

modernizam

es,comdestaque

paraa

aberturaeconôm

ica,produziriamu

mch

oq

ue

deprodutividade

naeconom

iado

país,-permiririam

aco

quistade

umlugar

aosol

nocom

ércioglobalizado

e,ainda

po

rcim

a,distribuiriam

renda.M

aso

Brasil

entrouno

bo

nd

eda

históriap

or

ou

traporta

etransform

ou-seem

plataforma

devalorização

financeirainternacional,

bemem

linhacom

oespírito

renrisme

financistados

diasq

ue

correm,

Esse

seupapel,

jun

tamen

tecom

suafunção

depro­

duzirbens

debaixo

valoragregado

c,de

preferência,com

autilização

dem

ais-valiaabsoluta

(afinalde

CO

ntas,

OCU

Stoirrisório

dam

ão-de-

.:

Page 65: PAULANI, Leda Brasil Delivery

,~

132•

Brasil

DT

tivay

obraé

nossaverdadeira

"vantagemcornparariva'T

),completa

acaracre­

rizaçâoda

participaçãodo

Brasil

nadivisão

internacionaldo

trabalhodo

capitalismo

contemporâneo.

Aapresentação

emm

aisdetalhes

des­se

último

papelserá

feitana

seçãoa

seguir,pois

vaificando

visívelna

própriahistória

daera

neoliberalem

nossopaís.

5.Aera

neoliberalno

Brasil:

servidãofinanceira

eestad

od

eem

ergênciaeconôm

ico

Odiscurso

neoliberalno

Brasil

começou

ase

afirmar

ea

fincarraízes

naseleições

presidenciaisde

1989.A

indaatolado

nu

mpro~

blernainflacionário

qu

eparecia

insolúvel.m

asao

mesm

otem

po

esperançadocom

asconquistas

expressadasna

novaC

onstituiçãoela­

boradaum

anoam

es,o

paísse

dividiuentre

odiscurso

"liberal-social"de

Collore

odiscurso

populare

democrático

deL

ulae

doP

artidodos

Trabalhadores.

Ecoando

oarrazoado

dadesestatização

daeconom

ia,que

nascerano

governoF

igueiredop

orconta

daspendengas

docapital

nacionalrelacionadas

aosarranjos

doli

Plano

Nacional

deD

esen­volvim

enro(lI

PN

D),

advogandoa

necessidadeda

transparênciae

daausteridade

nosgastos

públicose

embrulhando

tudoisso

naprega­

çãom

oralistada

"caçaaos

marajás",

Collor

venceas

eleiçõese

dita,para

opróxim

operíodo,

aagenda

detransform

açõesque

elepouco

concrcrizaria,Passados

ostum

ulruadosanos

desseprim

eirogoverno

civildireta­

mente

eleito-

seqüestrode

ativos,aproxim

açãoda

hipcrinflação,im

peacbment

dopresidente

-,o

entãom

inistroda

FazendaFernand.o

Henrique

Cardoso,

embalado

nosucesso

doP

lanoR

eal,venceas

elei­ções

de1994

(também

contraL

ula)e

assume

ogoverno

federalno

iníciode

1995co

mo

declaradoprojeto

de"m

odernizar"o

país,m

aisparticularm

entesuas

instituições.E

sseprincípio

básicode

seuprojeto

tomou

aform

aconcreta

deum

ousadoe

ambicioso

planod

epriva­

tizaçõese

deum

aabertura

substancialda

economia.

Mas,

com

essasrealizações, u

ma

sériede

outrasprovidências

foramtom

adaspara

trans­form

aro

Brasil

nu

ma

economia

financeiramente

emergente,

aco

me­

çardaprópria

estabilizaçãom

onetária,obtidano

anoanterior.V

ejamos

issom

aisde

perto.O

Brasil

dofim

dosanos

1980não

estavabem

preparado-

neminstitucional

nemconcretam

ente-

paradesem

penharo

papelde

eco­nom

iafinanceiram

enteem

ergente.E

mprim

eirolugar,

asaltas

taxas

oprojeto

ncoliberalpara

asociedade

hrasilcira•

133

deinflação

quepersistiam

po

raqui

produziamabruptas

alteraçõesno

nívelgeraJ~e

preçose

emsua

variação.N

essascondições,

complicava-se

sobremaneira

ocálculo

financeiroque

comanda

aarbitragem

Com

moe-

d~se

aespeculação

visandoa

ganhosem

moeda

forte(a

taxade

cârn-bio

realea

taxarealde

jurossofrem

con

tínu

asoscilações).

Além

disso,C

omo

.caráterfor.tem

entecentralizado

eregulado

dapoltrica

cambial

~eenrao,

avalonzação

financeiraporventura

alcançadanão

tinhaa

liberdadenecessária

parapôr-se

asalvo,em

casode

turbulência.

OU

troproblem

a,tam

bémprovocado

pelapersistência

dofenôm

e­no

daalta

i~flação,era

adificuldade

decontrolar

osgastos

doE

stado.T

endoem

Vista

ocaráter

renristadesse

tipode

acumulação

_e

consi­

derand~que

uma

desuas

basesmais

importantes

éa

dívidapública

_,a

con~usaonos

ga~tospúblicos

produzidapela

altainflação

proble­~a~lzava

aexrraçao

derenda

realquedeve

valorizaresse

"capitalfictí~

CIO

,como

odenom

inaM

arx!'.

Otam

anhoe

ograu

deintervenção

doE

stadona

economia

consri­tu~a

umproblem

aextra,problem

aque

avultaraco

mos

deveresadicio­

narsque

aC

onstituiçãode

1988lhe

tinhacriado.

Um

Estado

comtant~

d:m~ndase

tanrastarefas

constitucionalmente

imposras

nãopodia

pno~lzarnem

garantirganhos

reaisàs

aplicaçõesfinanceiras.

.O

ambiente

noqual

osnegócios

aconteciamtam

bémnão

ajudava,V

1Stoque,

emcaso

de.c~lap50em

presarial,a

legislaçãoentão

vigentep

un

ha

àfrente

dosdireItos

doscredores

financeirosos

direitosdos

e~pr~gadose

o~direitos

doE

stado.Para

oscredores

doE

stado,a

snuaçaonão

eram

uito

diferente,pois

nãohavia

nen

hu

mdispositivo

capaz~e

exercerum

controlem

aisrigoroso

dosgovernantes,

afim

degarantir

queos

comprom

issosfinanceiros

fossemhon;ados.

Naqu~stão

previden~iária.estavam

aisum

sérioobstáculo

paraque

~pais

seIntegrasse

deim

ediatoà

mundialização

financeira.N

ossoSistem

a~revidcnciárj~

er~m

arcadopelo

regime

derepartição

simples,

caractenzadopela

~ol~danedadeintergeracionals:pela

posiçãodo

Es­tado

como

seuprincipal

aror,E

ssesistem

anão

combinava

comos

nov~st~mpos

-não

sóp

or

com

ad

opeso

dessasdespesas

noorçam

en­to

público,como

pelaprivação,sofrida

pelosetor

privado,de

umm

er­cado

substantivoe

promissor,

atéentão

praticamente

monopolizado

peloE

stado.

~~V

idecapftulo

XX

IVdo

Livro

Ide

Ocapita],

Page 66: PAULANI, Leda Brasil Delivery

oprojeto

neolibcralparaa~cicdade

br3.'lileita•

135

a?~eserva.ção.

daestabilidade

mo

netária

entãoconquistada

serviude

ãlibip~raJU

Stificar.daa.bcrrura

comercialdesordenada

àsprivatizações

finanCIadas

co~d~n~e~ro

público,

dainaceitável

sobrevalorizaçãoda

moeda

à~de~açaom

editada

taxareal

dejuros,

cassim

po

rdiance.

É

em~unçao

dl~soq

ues~

po

de

dizerque.

ap

artirdo

Plano

Real.

háum

s~ntlmentodifuso

deem

ergênciaeconôm

ica".Trata-se

deu

ma

espé­CIe

deesrado

~eo:ceção

econ

ôm

icoq

ue

vaisend

opaulatinam

entede­

cretadoe

queJustifica

qu

alqu

erbarbaridade

emn

om

eda

necessidadede

salvaro

país.V

oltaremos

aesse

tema

naanálise

dom

amem

oatual.

Étam

bémno

CO

ntextodas

mudanças

institucionaisnecessárias

para~olocar~

~rasi1com~

emergente

mercado

financeiroq

ue

sedeve

ana­lisar

aedição,em

mala

de2

00

0.da

LeiC

om

plem

entar

nl1101

(Lei

deResponsa~íJjdade

Fiscal-

LR

F).

Essalei

colocaacim

ade

quaisquer

Outros

osm

teresses?~S

credoresdo

Estado

eos

docapital

emg

era

l­bem

com

otoda

asene

debenefícios

legaisd

eque

desfrutam_

_dei

dd

'id

•nao

erxano

UVIas

qu

anto

àseriedade

dasboas

intençõesdo

governo

~eF

HC

par~com

.~I~.L

as!b

ut

no!least,

FH

Ccom

eçoua

reforma

doSIstem

aprcvldenclano,

qu

eL

ulaterminarja~~.

Além

de

concluira

reforma

previdenciária,o

governoL

ulacom

­pleto.u

~utrarefonna

iniciadano

governoF

HC

.Se

nareform

aprevi­

den

clán3

cou

be

aL

ulaestender

aostrabalhadores

dosetor

públicoas

mesm

as~teraçõesqu~

F.HC

impusera

aostrabalhadores

doseto

rpri­

v~do,retIrando-lhes

direitosantes

existentes,co

ma

novaL

eideF

alên­

eras,ap~ovadaem

f;vereirode

20

05

,L

ulap

rod

uz

paraos

credoresdo

setorprivado

om

esmo

aumento

dedireitos

quea

LR

Fde

FH

Cproduzi-

rapara

oscredores

dosetor

público.V

endidoC

Om

op

ane

da"

d.

-"

.m

oerO

l-zaçao

•o

?OV

OdISpositivo

legaldám

aiorprioridade

àsdívidas

financei,ra:.garan~ldas

~orbens

móveis

ou

imóveis,

colocando-asà

frentedas

dIVIdastnb.utánas

edas

dEvidas

trabalhistasde

valorSU

perioraR

$39

mil.

Além

dISSO,

Lula

colocaainda

emsua

agendau

ma

sériede

OU

tras

mu~anças,co~oaau~onomja

doB

ancoC

entral,oau

men

toe

aprorro­

gaçaoda

Desvm

culaçaode

Recursos

daU

nião(D

RU

)e

acontinuidade

doprocesso

de

aberturafinanceira

da

economia.A

autonomia

doB

anco

Cen

tralgarante

qu

ea

políticarnonerãria

seráco

nd

uzid

ad

em

od

oq

ue

sempre

ho

nre

op

agam

ento

doserviço

dadívida

eprem

ie,co

mjuros

..•<

d Param

aioresdetalhes

sobretodas

essasm

udançasvide

osegundo

cquinto

arrigoscsracoletânea.

'JPara

maioresdetalhes

sobrea

forma

eo

conteúdodessasalreraçôcsvide

osegundo

artigodesta

coletânea.

Co

meçan

do

nogoverno

Collor.

atravessandoo

deItam

are

asduas

gestõesde

FH

Ce

chegandoa

Lula,

quasetodas

astransform

açõesne­

cessáriaspara

enfrentaressesobstáculosforam

feitas,emco

nju

nto

com

asprivatizações

ea

aberturacom

ercial.C

om

ojá

mencionam

os.adifu­

sãocada

vezm

aiordo

discursoneoliberal

pro

du

ziu,desde

ogoverno

Collor,

osargum

entosnecessários

paraprom

over,n

um

paísrecém

­dem

ocratizado.co

mu

mativo

movim

entosociale

aindacom

emoran­

doas

"con

quistas"

de

1988,esse

tipo

dem

udança.D

esdea

eleiçãod

eC

ollor.passou

aser

vozcorrente

ainescapãvel

necessidadede

reduziro

taman

ho

doE

stado,privatizar

empresas

estatais,controlar

gastospú­

blicos.abrir

aeconom

iaetc.

Os

ganhosprom

etidosiam

dolugar

aosol

nom

ercadoglobal

aodesenvolvim

entosustentado.

dam

anu

ten­

çãoda

estabilidadem

onetáriaà

distribuiçãode

renda.da

evoluçãotecnológica

àm

odernizaçãodo

país.C

ollornão

tevetem

popara

r

emm

archaesse

projeto-

anão

ser,mu

itotim

idamente,

oprocesso

deprivacização

-,m

asa

referidapregação

gan

ho

uforça

inegávele

passoua

com

and

artodos

osdiscursos.

t.no

governoItam

arque

têmlugar

asprim

eirasm

udançasde

pesoa

fimde

prepararo

paíspara

suainserção

nocircuito

internacionalde

valorizaçãofinanceira.

Logo

noinicio

deseu

governo,no

fimde

1992,a

diretoriada

áreaexterna

doB

ancoC

entral.sem

ouvir,co

mo

eraexigência

nocaso,

oP

arlamento

,encarregou-se.p

or

meio

dem

ud

ança

qu

eprom

oveunas

chamadas

contasC

CS

.das

providênciaspara

abriro

mercado

brasileirode

capitais,

retirandoencraves

qu

eim

pediama

livresaída

derecursos

dopaís".T

amb

émem

seugoverno

foram"re­

solvidas"asquestões

pendentesdesde

am

oratóriadecretada

pelopres~­

denteS

arneyem

1987.E

ssaresolução

passoun

ãoapenas

pelasecu

tizaçãoda

dívidaexterna,co

mo

pelaabertura

do

mercado

brasileirode

títulosprivados

epúblicos.

Ainda

nogoverno

Itamar

surgeo

Plano

Real.

Anunciado

com

o

planode

estabilizaçãonecessário

parad

om

ar°renitente

processoin­

flacionãrio,oP

lanoR

ealfoiem

verdadem

uito

mais

doque

isso.Além

deresolvera

questãoinflacionária

queim

pediaa

aberturaform

aldaeco­

nomia

dese

transformarem

aberturareal,o

planoabriu

espaçopara

um

asérie

deoutras

mudanças

qu

eteriam

lugarno

governode

FH

C.já

qu

e

Page 67: PAULANI, Leda Brasil Delivery

:-:.4-.~

",,-'-.-'::";.'..

'6E

mm

eadosde

2000.um

altoexecutivo

dapoderosa

corpôraç3oespanhola

lberdrola~nnou

que:nãoentendia

querazão

podia

tero

Brasil

paravender

empresas

esta­tats

be:m~uutur:tdas

elucrativas.

Consid

êrandoque

oper~onagem

emquestão

f!um

execunvoe

deveentender

doque:fala,

seupronunciam

entofunciona

com

ocom?ro~ação

dequ~

agestão

doE

stado"com

ose

fosseum

negécio",sendo

con­traditória

po

rdefinição.

produz.co

mo

jáobservam

os,o

resultadoC

Ontrário

aoobservado

n~s

negociesusuais,a

saber-

adilapidação

doE

stado(c:do

pais).V

ide:_ares~eJto

Leda

Paulani,

-Brasil

Drlivny.

:I.políticaeconôm

icado

governoL

ula.

RnllStade

Econom

iaP

olttic«,São

Paulo,

v.23.n

.4,out./dez.

20

03

.

oprojeto

ncolíberalpara

asociedade

brasileira>

137

.~im,~ma

perguntafi~

noar:

de

qu

ema~eira

tud

oisso

de

serfeiroiJá

adiantamos

opapel

rrnportanteque

odiscurso

neoliberalcum

­priu,

com

suasprom

essasde

desenvolvimento

sustentadoe

rnoderni­zaçâo,

paraconvencer

um

paísrecém

-democratizado

echeio

deplanos

de

soberaniae

desenvolvimento

aen

trarn

um

aera

deausteridade

paraco

m~s

gastosstricto

unsusociais,

e,aom

esmo

tempo,

deconcessão

deprêm

iosà

aplicaçãofinanceira

ede

entregado

patrimônio

nacional",Já

an~te~ip:mos(a~bém

qu

eu

msen

timen

todifuso

de"em

ergênciaeconom

ica,n

o~ntldo

deexceção,vem

acompanhando

aem

ergênciado

paíscom

o_promIssor

mercado

financeiro.M

asé

nogoverno

Lula

qu

ea

decreraçãodesse

estadode

emergência

converte-seem

necessidade.D

esdeo

início,para

justificarofaro

deestar

adotandou

ma

políti­ca

econômica

mais

ortodoxae

conservadoraq

ue

ade

seuantecessor.o

governoL

ulautilizou

oarg

um

ento

(falacioso)"de

queessas

medidas

eramnecessárias

pararetirara

econ

om

iabrasileira

dabeira

doabism

oem

quese

encontrava.E

mabril

de2

00

3,

rodosos

indicadoresm

aisobservados

pelos"m

ercados"já

haviamrevertido:

osindicadores

depreço

jáhaviam

sereduzido

subsrantivarnentee,

emalguns

casos,já

estavamse

torn

and

onegativos;o

risco-paíscaíra

muito;

ataxa

decâm

­bio

jáengatara

atrajetória

dequeda;

eo

C-B

on

dvia

crescernovam

en­te

seupreço.

Mas,

um

avez

superadoo

mo

men

toinicial,

assurpreen­

dentesm

edidasprim

eiramente

adotadasse

perpetuaram,

emvez

deserem

alteradas.•0~ovcrno

~eved

efazer

am

ágicade

mostrar

qu

eo

estadode

emergencla

qu

eg

uIO

Useus

primeiros

passosera

ocontrário

desi.

mes~o,

.quêtinha

vindopara

ficar,e

com

eleo

regime

deerner­

gênciaenrao

Implantado.

Efoi

bem-sucedido

nisso.C

onsideradasas

expectativas.da

épo~

~obreo

novogoverno,

apolítica'p

or

eleim

ple­m

entadaseria

de

diflcilsustentação

sema

decretaçãobranca,

po

rémfirm

e,desse

estadode

exceção.

•~U

nctadapud

Luiz

Gonzaga

Bdluzzo.

-,ndústria:sin:!1

amardo~.d

t.,P

:40.

136•

HrasllU

rJlv

",

reaissubstantivos,

05

detentoresde

papéispúblicos.°

aum

ento

dere­

cursosorçam

entáriosdesvinculados

elevaos

grausde

1iberdad~do

gover­no

emsua

utilização,oq

ue

evidentemente

facilitao

cum

pn

men

todos

objetivosrelacionados

aossuperávits

primários

elibera

ogove~no

dosesrorvoscriados

pelaC

on

stituição

de1988.Se

issop

ud

erser

fenosem

anecessidade

de,periodicam

ente,buscara

autorizaçãodo

Congresso,

rantom

elhor.F

inalmente

acontinuidade

doprocesso

deabertura,além

deabrir

aosnão-residentes

novasoportunidades

deinvestim

entose

conceder-lhesnovos

benefíciosfiscais,

avançanas

chamadas

outward

transactions,reduzindoa

coberturacam

bialàs

exportaçõese

baratean­do

efacilitando

aindam

aisas

remessas

derecursos

aoexterior.

Oque

ogoverno

deF

HC

esperoue

ode

Lula

conci~uaa:~perar

com

rodasessas

reformas

éu

mlugar

dedestaque

emm

eioaos

emer­

gentes",co

mdireito

ainvestm

entgrade,

um

aespécie

deme.dal~a

deh

on

raao

mérito

que"os

mercados"

(leia-se,o

capitalfinanceiro

inter­nacional)

conferemaos

paísesconsiderados

osm

aisseguros

dop

on

tode

vistadessasaplicações.A

tendência,portanto,éq

ue

afinanceirização

da

economia

brasileirase

internacionalizecada

Ve'L

mais.

Co

mo

ficaclaro,

ainserção

externado

Brasil

nãose

deu

pelavia

do

comércio

exterior,co

mo

sealardeou

qu

and

ohouve

anecessidade

dedefesa

dasm

edidastom

adas.D

essep

on

tode

vista,aliás,

nãosaím

osdo

lug~r:-e

chegamos

apiorar.

Nossa

panicipaçãono

bolototal

docom~r~lO

ternacionalm

undialnão

saiudos

0,7%.

Mas

perdemos

poslçoesno

rankingm

undialde

competitividadc

(cafmo~.oit?

P?sições)

e~iora­

mos

tamb

émn

um

tipode

c1assificaçáoque

eIO

dlcatlvada

quahdadedo

qu

eexportam

osem

valoragregado:

desde1

99

0,

a.participaçãod~

Brasil

noranking

dovalor

agregadom

anufatureirocaiu

de2,?%

para2,7%

.Sópara

seter

um

aidéia

do

qu

eisso

significa,a

ArgenC

lOa,

com

tud

oo

quepassou,

manteve

sua

participaçãoem

0,9%45.

Com

pare-seessa

performance

com

ofato

deas

despesasco~

pagamento

derend~s

defatores

derivadosde

investimenros

emcarteira

dabalança

deservi­

çosbrasileira

tercrescido

25vezes

nosúltim

osquinze

anos(passou

de

US

$432,5

milhões

em1990

paraU

S$

11

,2bilhões

em200.4).

Essetip

ode

despesa,que

incluilucros

edividendos

deações

~Juros

detítulos

derenda

fixa,é

típicada

internacionalizaçãofinancelt a

naqual

vem

seinserindo

oB

rasilco

mtanta

disposição.

1II'...í!~,

.l,l'><

"II'f

,"<

\j"

Page 68: PAULANI, Leda Brasil Delivery

...'.

Maso

estadode

exceçãoé

justamente

ooPO

Stodo

estadode

direi­to.Sob

seusauspícios,um

aespéciede

vale-tudotom

ao

lugardo_espa~

om

arcadopor

regras,norm

ase

direitos.Trata-se

dasuspe~sao

da~ormalidade,

dasuspensão

da"racionalidade".Sãop~rasme~~dasd~

forçajustificadas

peloestado

deem

ergên:ia:pelanecessidadede

salvar.

dde

(nessecasoem

quea

emergencla

setornou

norma,rrara-se

asacie

ado

i"

Ide

salvarasociedade

doeterno

perigoda

inflaçãoe

olnaceltav~

p~-

dda

perdade

credibilidade).Aarm

açãodo

estadode

emergencla

:o~ômicoque

presenciamos

foi,assim,condição

de~o~ibilidadep~raque

nossarelação

comocent~o

~assassed~A

de.pendencl~tecn~lóglca

típicada

acumulação

industriala

subserviênciafinanceira

típicado

capitalismo

rentisra.N

ocaso

daetapa

anterior,já.n

~s

estertor~do

modo

fordistade

regulação,seu

mam

emo

finalexigIUno

BArasI!um

estadode

exceçãojurídico.

No

casoda

etapacom

emporanea,

dedom

inânciafinanceira,a

normalidade

jurídicaexigeo

estadode

emer­

gênciaeconôm

ico.N

essecontexto,

aascensão

aogoverno

feder~lde

umpartido

historicamente

decsque~d~

ehis~oricamente

adversário~o

estadode

emergência.que

seespecializara

Justam"ente

emdenun.C

1arsuas

arbitrariedades,geroua

expectativade

uma

voltaànorma~lda.

de".Tendo

ogoverno

adotadoo

caminho

inversoao

esperado,solhe

restouagarrar-sede

vezaoestado

deem

ergência,decretandosua

com­

pletae

totalnorm

alidade.

6.O

sim

passesdo

projetoneoliberal

noB

rasil:à

guisade

conclusão

Com

ovim

os,ainserção

denosso

paísno

mundo

globalizadopela

viade

suatransform

açãonum

mercado

financeiroem

ergentetem

nosreservado

umpapelm

elancólicona

divisãointernacionaldo

t,rabal~o,

alémdos

efeitosdeletériosque

temproduzido

paraaeconomla.naclO~

nalepara

suacapacidadede

produzirum~

sociedadem

enosfraclO~ada

ebarbarizada,A

continuidadedesse

pro

jete

sóafundará

oB~ll

nom

esmo

atoleiro,metendo-o

cadavez

mais

naarm

adilhaque

oIm

pedede

crescerede

praticarsoberanamente

políticasquerevertam

osecular

quadrode

desigualdadede

rendae

dedescalabro

patrimonial

quetem

marcado

nossahistória.

Ogoverno

Lula

nãocontribuiu

paracriar

uma

alternativae

inver­ter

essarota

desastrosa.A

ocontrário,

frustrou-se,m

aisum

avez,o

processode

refundaçâoda

sociedadebrasileira,cujo

início(ao

menos)

oprojeto

neoliberalpara

asociedaáe:

brasileira•

139

delese

esperava,depois

dadevascação

produzidapelosgovernos

rnili­tares,

Antes

dessafrustração

vierama

empolgação

comas

diretas,a

primeira

eleiçãopara

presidente,oPlano

Cruzado

,aC

onstituintee

oPlano

Real.

Em

todasessas

oportunidadesprevaleceu

aidéia

deque

seriaresgatado

oprocesso

deconstrução

danação,interrom

pidopoli­

ricamenteem

1964e

economicam

enteum

adécadadepois.N

essem

eio­tem

po.ocapitalism

ose

transformou,

assimcom

ose

alteroua

relaçãodo

centrocom

aperiferia.O

alcancedo

estatutode

naçãodesenvolvi­

daficou

mais

distante-

ctão

maisdistante

quantom

aisprofunda

foise

configurandoa

submissão

daselitesdos

paísesperiféricosaos

irnpe­

racivosda

acumulação

financeirae

aosacenos

enganososdo

discursoneoliberal.

No

casodo

Brasil,

essasubm

issãofoicom

pleta;tão

completa

quem

esmo

umgoverno

pilotadopor

umpartido

operárionascido

debai­

xopara

cima,da

árdualuta

dostrabalhadores,foi

incapazde

escapardela.Trata~se

deum

impasse

históricopara

ninguémbotar

defeito.Para

sairdessasituação

épreciso.m

aisdo

quenunca,

forçapolítica

edisposição

deenfrentar

interessessecularm

enteccnsrirurdos

eque

fo­ram

devidamente

vitaminados

nessesúltim

osquinze

anosde

escanca­rado

edepois

envergonhadoneolíberalism

o.M

ascal

forçanão

viráapenas

deum

aelite

governanteesclarecida.

Semm

obilizaçãosocial

queem

purrena

direçãonecessária,

nossodestino

seráa

manutenção

dessem

odelo-

e,quantom

aiso

paispersistir

nele,tantom

aisdifícilserá

retomaro

projerpde

fazerdoB

rasilum

lugarcondizenceCOmsuas

condiçõesc

porencialidades,uma

naçãogenerosa

esoberana.

Quando

escreveua

Critica

IIrazão

dl/alista,m

aisde

trêsdécadas

atrás,Franciscode

Oliveiravaticinou

nofinal:"N

enhumdeterm

inismo

ideológicopode

aventurar-sea

preverofuturo,

mas

parecem

uitoevi­

denteque

esteestá

marcado

pelossignosoposros

doapl1rtheid

ouda

revolUÇ

iosocial"411.

Com

onão

sobreveioa

revoluçãosocial,instalou­

Se,como

elepreviu,o

apartbeidsocial

quepresenciam

os.Paraparodiã­lo,

hoje,tem

osde

escrever:nenhum

determinism

oideológico

podeaVentUtar~se

aprevero

futuro,m

asparece

muito

evidenteque,

Senão

enfrentarmos

oapartbeid

social,afundaremos

nabarbárie

quejá

nosassom

brac

pereceremos

como

nação.

~,C

rltiraà

razãodualiJta/O

ornitorrinco,cir.,

p.119.

Page 69: PAULANI, Leda Brasil Delivery

-)

o~IAIS

PO

LfT

ICO

DO

ST

E.\lA

SE

( :O,\'Ô

MIC

OS

àguisa

deposfácio

J

Tendo

vencidoas eleições

presidenciaisde

2006, Lula

assumiu

CO

m

odiscurso

daretom

adado

crescimento

(aprim

eiragesrão

teriaservido

para"arrum

ara

casa","fazer

odever",

abrindo-seassim

espaço, nase­

gundagestão,para

en&entara

questãodo

crescimento

econômico) . D

esse

modo,

logono

fimde

janeirode

2007,lançou-se

oProgram

ade

Acele­

raçãodo

Crescim

ento(PA

C), que

seriaa

peçade

resistênciadessa

"nova"

pOSlU

ra(com

oa

políticahiperonodoxa

naviasido

naprim

eiragestão).

Foiam

blguaa

reaçãoda

chamada

opiniãopública

aessa

primeira

investidano

problema, C

omcríricas

sucedendo-seà

direitae

àesquer­

da.Por

trásdessa

ambigüidade,

determinada

visãosobre

anatureza

do

processodedesenvolvim

ento(esobre

ocrescim

entodo

produro, aoqual

normalm

enteele

estáassociado).

Desde

oinÍcio

dosanos

1990, emconsonância

COm

astransform

çõesque

ocorriamno

planom

undial,tanto

material

quantoideofogi~

camenre,

aquestão

dodesenvolvim

entoeconôm

ico(oi ganhando

foros

detem

aestritam

entetécnico.

Estabilidade

macroeconôm

ica(leia-se

monetária

Zm

ais"am

bientefavorável"

aosnegócios

(leia-seredução

dorisco

dosinvestim

entose

aplicaçõesfinanceiras)

eestaria

garantido

ocrescim

emo

substantivoc

sustentado.

IT

extod3borado

apartir de

artigoescrito

emconjunro

Com

Rodrigo

AlvesT

eixeira

epublicado

nocaderno

Dil/hdro

daFolha

tÚS.P

aulo.em

10/2/2007.

!R

ess.1Ite-se°carãter contraditório

da ~estabiljdade~apregoada, já

quea

estabilida­

de: monetária

obtidaem

1994gerou

vãriosPO

ntosde

insrabilidadeem

outras

:frc:as, como

nobalanço

depag:Jm

enrose

noaspecto

fiscal daeconom

iabrasileira.

Page 70: PAULANI, Leda Brasil Delivery

142•

lirasllUtlivery

om

aispolfrico

dostem

aseconôrnlces

•143

mentos.para

esti~ularo

crescimento

provocouinsatisfação

nosseto­

resren[J~tas.

ous:Ja,naquela

parcelada

sociedadequevive

derendas,

emparticular

daIm

ensatransferência

quese

processapelo

Estado

oqualrecolhe

impostos

oriundosda

rendagerada

pelasociedaderoda

ecom

opagam

ento~o

servi~oda

dívidapública,os

repassaa

poucos.'

":descomunallO

fluênclaque

hojedetêm

osinteresses

rentisrasestá

relactonadaà

atualfaseexperim

entadapelo

capitalismo

_a

deum

movi­

mento

~eacum

ulaçãoque

seprocessa

soba

dominância

davalorização

finance~rae

quetorna

atraentesasperiferiasdo

sistema

nãom

aiscomo

alternatlv~spara

aexpansão

industrial,m

ascom

oplataform

asde

ga­nhos

renrísras",O

modelo

macroeconôm

icoseguido

peloB

rasilde

L~laespelha

essadom

inância.Éisso

oque

estánaraizda

servidãofinan­

ceirado

Estado,

traduzidana

hiperorrodoxiada

políticam

onetária.C

,omo

secom~inou

comum

exacerbamenro

dociclo

deliquidez

ecresctrnenro

experimentado

pelaeconom

iam

undial,olançam

entodo

!:AC

acabo~por

teralgum

efeitona

raxade

crescimento

(afinalfoidem

andadireta

naveia

daeconom

ia",como

afirmou.de

modo

nãotão

preciso,am

inistraD

ilma

Roussefpor

ocasiãodo

lançamento

do

,Para

quenão

sediga

quese

trataaqui

dem

eraretórica

oposicionistaelou

deum

alese

quecarece

decom

provaçãoem

pírica.os

jornaisnoriciaram

fartamente

queos

ganhosem

moeda

forlepor

com

ada

possede

tfrulosda

dívidapública

dB

·1'á

-~

orasu,

queJ

sa~extr~mameme

elevadospara

osresidentes,são

aindam

aiores(o

dobro)p~ra.osnao'reslden~es,

De.fevereiro

de2006

aoutubro

de2007,

aposse

detítulos

publicasrendeu

aosJnves~ldor~

domésticos

umganho

de4

2%

sobreo

valorapli­

cado.ao

passoq

ue

osnao-resldentes

auferiramum

ganhode

89%no

mesm

o~erfodo.

O~ue

explicaisso

éem

parteo

processode

valorizaçãoda.m

oedadornés­

nca,produzido,po~sua

~ez,nu

mm

ovimento

aura-referencial.pelo

próprio

com

.portarnenro

de.ssesmvestldor~,e

emparte

aisenção

doim

postode

rendasobre

osganh~s

p~ovenlenresdesses

anvospara

investidoresestrangeiros,

No

queconcerne

ao:n

melro

dosfaw

resresponsáveis

po

resseganho

extrapoder-se-ia

alegarque

ogO

\erno~em

.poucoo

quefazer,dada

adinâm

icados

mercados

mundiais

co

siste­m

ade

cambIo,flutuam

eq

ue

estáem

vigor;

mas

atese

ê~frágil,

uma

vezque

ogover~o

{emfelt,o

tudoque

estáa

seualcance

parajustam

entem

anter

essaposição

deem

issorde

at!vosallam

entedem

andadosno

mercado

internacional.M

asse

háum

ades:ulpa

.aindaque

comestãvel,para

aexistência

doprim

eirofator.

éeviden­

t~q

ue

naohá

nenhum

apara

aexistênçia

dosegundo.a

nãoser

adeliberada

inren­~ao

de~azer

opaís

desempenhar,

naconfiguração

armada

pelano

vadivisão

mT

ernaclon.a1~o

trabalho.~papel

queo

jogopatrocinado

pelocentro

dosistem

a.em

consonanC

I:tco~a:elites

d0r.nés:icasda

periferia.

nosim

põe,qual

sejao

deplataform

ade

valon

zaçaofinanceIra

mtcrnacional.

JA

referidaconferência

foipublicadaposteriorm

enteno

cadernoM

ais!daFolha

deS.Paulo

ena

R~viJtnMEconom

iaP

olitim.

Apesar

dasuPO

Stae

tãoalardeada

reduçãoda

vulnerabilidadeexterna

dopaís.

oB

rasilparece

cadavez

mais

distantede

ob

tero

sonhadopassaporte

financeirointernacional

(oinvestm

entgrade).T

endoquase

alcançadoa

honrariaem

2007.

om

ercadovê

agoracom

pessimism

oa

possibilidadede

obtê-laem

2008.dado

odéficitde

rransaçõescorrentesprevisto

paraesse

ano,emfunção

davalorização

doreal.

Ou

trosinal

deque

aredução

davulnerabilidade

nãoé

efeTivaé

que,

nos

mom

entosde

turbulêncianos

mercados

internacionais.com

oos

queforam

expC'­

rimenrados

em2007,

provocadosquase

todoseles

pelosdesacertos

daeconom

ianorte-am

ericana,ocorre

umm

ovimento

assimétrico

segundoo

quala

moeda

dosE

stadosU

nidosdesvaloriza-se

aindam

aism

un

do

afora.m

asvaloriza-se

apenascontra

oreal.

Essa

assimetria

éprovocada,

emre

outrosfatores.

pelapolítica

mo­

netdriadesm

esurada.pelos

imensos

volumes

decapital

decu

rtoprazo

queo

paistem

atraídoe

pelatotal

aberturafinanceira.

Interessantenotar

queessa

visãorecnicista

deslanchoua

partirdo

governode

FernandoH

enrique

Cardoso,justam

enteum

dosm

aiorescríticos,nas

décadasde1%

0e

1970,daconcepção

quetinha

aC

epaldo

processode

desenvolvimento,para

eleexcessivam

ente"econorni­

cisra".Ainda

em1995,já

Presidenteda

República,FH

Cpronunciou

uma

conferênciaem

Washington

como

título"D

esenvolvimento:o

mais

polfticodos

temas

econ ômicos'",

indicandoque,

aom

enosem

teoria,não

sealterarasua

opiniãosobre

Oassunto.N

aprática,

porém,

foijusta­m

entesua

gestãoque

consagroua

inversãona

formade

encararaquestão.

Poisfoi

essam

esma

visãoque

predominou

noprim

eirogoverno

Lula.O

lançamento

doPA

C,longede

demonstrar

uma

supostavirada

dasegunda

gestão,demonstrou,ao

contrário,aperm

anênciadessacon­

cepçãoestreita.

Em

poucaspalavras,

ogoverno

garantea

"estabilidadem

acroeconômica",com

aautonomiado

BancoC

entral,atacaalgunsgar­galos

deinfra-estrutura

eenergia,incentiva

osetorprivado

ainvestir

e...conta

coma

sorteparaque

asituação

externanãoprejudiqueos

planos',M

asaortodoxia

também

nãose

viucontem

pladano

PAC

.Paraos

analistasortodoxos,asm

edidasdeveriamter

sidocom

plementadas

porapeno

fiscal,reforma

previdenciáriaereform

atributária

(desonerandoa

produção). Asagências

declassificação

derisco

protestaram:a

Moodys

descartouelevara

classificaçãodo

Brasil

emrazão

dadivulgação

doPA

C,

ea

MerrylL

inchdeclarou

queo

PAC

traz"incerteza

fiscal".E

ssetipode

reaçãodeixaclaro

ocaráterem

inentemente

políticodo

desenvolvimento.

Asinalização

deque

ogoverno

iriarealizarinvesti-

....

,I

Page 71: PAULANI, Leda Brasil Delivery

(,I•l•

:~

I:j\,.I"

I.""l'.i'i

I,

.

IIi

_.-.._,/

.....~(»m

asnão

alterouem

nadaesse

entraveestrutural.

Seulan-

progra••·..•

.'

çamentO

56explicita

oquão

políticoé

oconflno

entregerar

rendae

capturarrenda,

particularmente

nu

mm

odeloem

quea

capturatem

prim.uia

sobrea

geração.~

Ao

contráriodo

queim

aginamos

ideólogosdo

governo',

mesm

oconsiderando

oPA

Cem

con

jun

toco

mas

políticassociais.

meia

dúziad

eintenções.

comatuações

dispersasdo

Estado

emáreas

.específicas.não

seconfunde

comum

planointegrado

dedesenvolV

imentO

.A

ocontrário,

reveladele

um

aconcepçáo

rasae

recnicista.E

nq

uan

toestas

linhassão

escritas,ao

apagardas

luzesde

20

07

,o

governovê

rec~sad?no

Congresso

seuprojeto

dem

anter

aexistência

daC

PM

F,e

oprim

ei­ro

itemque

élem

bradopelas

autoridadesco

mo~ndidato

aprom

overo

ajusteda

despesaà

receitad

imin

uíd

ade

qu

edisporá

ogoverno

em2008

éjustam

enteo

PAC

.M

esmo

queisso

nãovenha

aacontecer:

alem

brançarevela

oquão

frágile

distanteé

oPA

Cde

umverdadeiro

planode

desenvolvimento

parao

Brasil,

Um

pianodigno

d~nom

epassaria

pelarecuperação

dacapacidade

d.opaís

defazer

políricaeco­

nômica.

oque

implicaria

avontade

políticade

alteraro

modelo

sobcuja

batutanos

encontramos.

..

.'

Essa

vontadeevidentem

entenão

existe.pO

ISa

dominância

finan-ceira

jáse

insu

lou

naarticulação

entreclasses

egrupos

sociaisnacio­

naise

estrangeiros.Assim

.por

exemplo.

remos.

deum

lado.?s

ag:nt~do

mercado

financeirodom

éstico.cujo

poderreflete-se

nainfluência

queexercem

naescolha

dadiretoria

doB

ancoC

entral(que

geralmente

provémde

seusquadros)

e,de

ou

trolado.

osage~tes

dom:rca~o

fi­nanceiro

internacional.co

mo

mostraram

asreaçoes

dasagencIas

derating

como

Mo

od

ys

eM

errylL

inchao

lançamento

doPA

C.

Além

da

Aafirm

açáoda

ministra

foide

queo

PAC

significava"d

inh

eiropúblico

di~etona

veiada

economia",

oq

ue

con

stitui

um

aaprcciaçáo

incorretado

fenam

eno

macroeconôm

icopar.lo

qualela

estavaquerendo

cham

ara

atenção.Co

mnCv:1

deatividade

inferiorao

plenoem

prego,a

injeçãode

dinheiro,desde

quef~nc'one:

cferivamenre

como

poderde:com

praacrescido,tem

sempre

om

esmo

efell~(~u.

rnentara

taxade

crescimento

daeconom

ia).quer

provenhaele

dosetor

publi~oou

dosetor

privado.O

quea

ministra

quisdizer

comsua

expressãopouco

precl~a~

quea

injeçãode

dinheiropúblico

patrocinadapelo

PAC

rem100%

degarantia

defuncionar

como

demanda

efetivaadicional.

~V

ide,por

exemplo,Juarez

Guim

arães,~Anova

economia

políticado

governoL

ula,

TtOri4

~D

tba

u.n

.72

.juL

lago.2

00

7.

Om

aispolítico

dosternas

econômicos

•145

práticae

dadefesa

incontesresda

políticaortodoxa

noplano

monetá­

rio.a

do

min

ância

financeirarevela-se

também

nodia-a-dia

daecono­

mia.

Nessa

con

jun

tura.

tamb

émos

grandesgrupos

industriaisse

financeirizam.

com

oau

men

toda

importância

dosganhos

financeirosem

relaçãoaos

ganhosoperacionais,

osistem

abancário

temau

men

todos

ganhosco

moperações

especulativasde

tesourariaem

relaçãoaos

ganhosco

mo

fornecimento

decrédito.

eaté

mesm

ocerras

categoriasd

etrabalhadores,

cotistasde

fundosde

pensão.entram

naciranda

fi­nanceira.

poisparte

importante

deseu

estoquede

riquezavê

seucres­

cimento

atreladoao

recebimento

derendas

financeiras.O

PAC

nãotraz

nen

hu

ma

med

ida

qu

eseja

capazde

min

orar

aforça

desseem

pecilhoestrutural

aodesenvolvim

entoeconôm

ico.E

sseentrave

estáengastado

naatual

configuraçãodo

poder.aqualencontra

nu

mgoverno

tímido

perame

ovigor

dadom

inânciafinanceira

um

aliadode

extrema

importância.

Am

anutençãode

umm

odeloeconô­

mico

emq

ue

opaís,

mesm

onos

períodosde

calmaria,

com

oo

atual•cresce

menos

qu

eos

demais",enquanto

areversão

estásem

preà

espreitase

osvem

os,mu

dam

aexpressão

claradessa

timidez

edessa

subser­viência

ainteresses

alheiosaos

daim

ensam

aioriada

população.A

despeitoda

retóricado

crescimento.

dam

argemde

man

ob

raq

ue

teriasido

conquistadapelo

Estado

(como

"prêmio"

pelob

om

com­

po

rtamen

tonos

qu

atroanos

anteriores)e

da"nova

economia

política"q

ue

estariaem

andamento

nasegunda

gestão,ogoverno

Lula

continua.no

fundamental,

~desem

penharo

mesm

opapel

qu

eam

es:pratica

um

apolítica

monetária

hiperconservadora,defende

reformas

liberais,patrocina

um

aabertura

financeiraincondicional

em

antém

sempre

pronto,para

usoim

ediato.odiscurso

daem

ergência?(afinal

nu

nca

sesabe

seu

ma

casanorte-am

ericananão

desabarásobre

nossacabeça).

BC

om

oa

imprensa

secansou

denoticiar.

mesm

oestando

ocontinente

latino-ame­

riamo,

pelom

enosdesde

2002,em

plenosurro

decrescim

ento,o

Brasil

estevesem

pre.en

tre2

00

3e

2006,no

grupode

paísesde

menor

crescimento.

•N

estefestejado

anode

2007.por

exemplo.

qu

and

oda

intensificaçãodo

movi­

men

teque

ft4desabarem

asbolsas

devalores

mu

nd

oafora

(oq

ue

ocorreuem

meados

deagosto),

om

inistroda

Fazenda,

Gu

ido

Manrega,

lidoaliás

com

o"desenvolvim

enrisra",apressou-sea

dizerq

ue

oB

rasilestava

noolho

dofuracão

eque

eraim

possívelsairileso

dasturbulências,

Intencionalmente.ou

não,deuforça

aum

argumento

qu

eajudou

aestancar

aqueda

datu

aSelic

emo

utu

bro

,

Page 72: PAULANI, Leda Brasil Delivery

fi.Ii'I!r·i

BIB

LIOG

RA

FIA

AN

DE

RSO

N,

Pcrry.Balanço

doneoliberalism

o,In:SAD

ER.E

mir;G

EN

TIL

I,Pablo

(Orgs.), Pós-neoliberalúm

o:as

pollticassociaiseo

Estado

demo­

crático.R

iode

Janeiro,paz

eT

erra.1995.p.

10.A

ND

RA

DE

,R

ogériode.

Hayek:

acontraposição

liberal.In:

CA

RN

EIR

O,

Ricardo

(Crg.).

01cldssicos

daeconom

ia.São

Paulo,Á

tica,1997.

p.176.

AR

AN

TES,Paulo

Eduardo.

Afratura

brasileirado

mundo.

In:FlO

RI,José

Luís,

ME

DE

IRO

S,C

arlos(O

rgs.).PolariZ4fáo

mundiale

cretcimenm

,Petrópolis,V

ozes,200

I.p.

29I-343.

-'

Beijando

acruz,

Reporragnn,n.

44,m

aio2003.

-'

Nação

creflexão,

In:_

_o

Zeroà

esquerda.São

Paulo.C

onrad,2004.

(Coleção

Baderna.)

-'

Um

retornoà

acumulação

primitiva:

aviagem

redondado

capitalis­m

odeãcesso.

Reportagem,

jul.2005.

BA

TISTA

)R.•Paulo

Nogueira.

PaciêncialFolhatÚ

S.Paulo.10

abr.2003,p.84.

BELLU

ZZO,

Luiz

Gonl.3.ga

deM

ello.Ensaiossobre

ocl1fitltlism

odo

séculoXX.

SãoPaulo/C

ampinas,E

ditoraU

nesp/Unicam

p,InstitU

TO

deE

conomia,

2004.

--

•Indústria:

sinalamarelo.C

artaC

apital.n,371.

2005.B

OR

GES

NE

TO

,JoãoM

achado.Um

governocontraditório.

Revista

daSocie­

dade'BrasileiratÚ

Econom

iaPolitic«,

n,12,jun.

2003.B

RE

NN

ER

,R

obert.O

boome

abolha:

osE

stadosU

nidosna

economia

glo­bal.R

iode

Janeiro,R

ecord, i003.C

AR

DO

SO,

FernandoH

enrique.P

oliticae

cúunllOlvim

mto

rolsociedm

incú­

pendentes:ideologiasdo

empresariado

industrialargentino

ebrasilei­

ro.I.

ed,R

iode

Janeiro,Z

ahar,1971.

-'

Empresdrio

industrialedesenvolvimento

econômico

noBrasil.

2.ed.São

Paulo,Difusão

Européia,

1972.

Page 73: PAULANI, Leda Brasil Delivery

....

..............""""'

'"

CA

RD

OSO

,Fernando

Henrique

.As

idéiaseseu

lugar:ensaios

sobreas

teoriasdo

desenvolvimento

.2.ed.Petrópolis, V

ozes,1995

._

_oA

gendapara

oséculo

XX

I.In:_

_oA

utop~aVídv~I:~raj.ctória

inr~.

lc<:tualdeFernando

Henrique

Cardoso

.Brasília,Presidência

daR

epu­blica,

1995.C

AR

DO

SO.F

ernandoH

enrique;FA

LE

TIO

.Enzo.

Deptl1d~ncia

edesenvolvi­

mento

11IlAm

éricaL

atina:ensaiosde

interpretaçãosociológica.6.

cd,

Rio

deJaneiro,

Zahar,

1981.C

HE

SNA

IS.

Prançois,A

mundialização

docapital.

SãoPaulo,

Xarnã,

19

%.

.Introdução

geral.In:__

o(O

rg.)A

mundialização

jinanuira:gê­

-~

nese.cuslO

Sc

riscos.São

Paulo,Xarnã,

1998._"N

ovaE

conomia":urna

conjunturaespecíficada

potênciahegcm

ônic:l-~

nocontexto

dam

undializaçãodo

capital.Revista

daSociedade

Bm

silei­T

alÚ

Economia

Pollticn,

n,9.

dez,2001.

__

oOcapital

portadorde

juros:acumulação,

internacionalização,efeitos

econômicos

epolíticos.

In:_

_o

(Org.)

Afinança

mundializada:

raízessociais

epolícicas,configuração,

conseqüências.São

Paulo,B

oitempo.2005.

DO

BB

.M

aurice.A

evoluçãodo

capitalismo

.2.ed.São

Paulo,N

ovaC

ultural,1986.

(Coleção

Os

Econom

isras.)FA

TIO

REI.LI,M

ariaL

úcia.Agrande

sangria.Reportagem

,n,

57,jun,2004

.FlO

RI,José

Luis.M

irem-se

naE

spanha.em

aC

apital.16

abr,2003.P:50-~.

.Para

Fiori,"revolta

social"será

crescente.Folha

deS.P

alllo,9

rnaro--

2004.(E

ntrevistaconcedida

aC

laudiaA

nrunes.)

__

oFormação,

expansãoe

limites

dopoder

global.In:

__

o(O

rg.)O

poderam

ericano.Petrópolis.Vozes.

2004.(C

oleçãoZ

ero11

Esquerda.)

__

oOpoder

globaldosE

stadosU

nidos:form

ação,expansãoe

limites.In:

__

o(O

rg.)O

poderamericano.

Petrópolis,V

ozes,2004.

{Coleção

Zero

àE

squerda.)fR

AN

CO

,G

UStavo.

Inserçãoexterna

edesenvolvim

ento.1996.(M

imeo.)

FRüN

TA

NA

,Andrés

V.O

capitalismo

110fimdo

séculoX

X.São

Paulo,2000.T

ese(D

outoradoem

Econom

ia)-

Institutode

PesquisasE

conômicas.

Universidade

deSão

Paulo.G

UIM

AR

ÃES,

Juarez.A

novaeconom

iapolítica

dogoverno

Lula.

Teoriae

Debate.n.

72.jul.lago

.2007.G

lJITM

AN

N.

Robert,

As

mutações

docapital

financeiro.In:

CH

ESN

AIS.

François(O

rg.).

Am

undializaçãofilU

mceira

:gênese.CU

Stose

riscos.São

Paulo,Xam

â,1998.

HA

RV

EY,

David.A

condirãopôs-m

oderna.9.

ed.SãoPaulo,

Loyola,2000.

__

oO

IIOV

Oim

perialismo.

SãoPaulo.L

oyola,2003....

HA

YEK

.Friedrich.

Econom

icsandknow

ledge.In:_

_olndw

rdual/1/l1l11lfleconom

iearder.

Indiana,Garew

ay,1948.

BibJiogmfi~

•149

JEFFE

RS,

Esther.A

posiçãoda

Europa

navalorização

mundial

doscapitais

deapJjca~o

financeira

.In:

CH

ESN

AIS,

François

(Org.).

Afinança

mrm

dlalizadn:raízessociais

epolíticas,

configuração,conseq

üências.São

Paulo,Boitem

po,

2005.

LABOI~:nE,

Érienne

de.D

iscursoda

seruidãovolum

dria.Trad.L

aymerrG

ar­cia

dosSantos.~.

ed.São

Paulo,B

rasílíense.1986.(E

d.orig.,1577.)

LISBO

A,

Marcos.B

rasilestám

enosdependen

te,crêL

isboa.Folhad~

S.Paulo,17

mar.2003,

p.86.(E

nrrevisraconcedida

aG

uilherme

Barros.)

MA

RQ

UES,

Rosa

Maria;M

EN

DE

S.ÁquiJas.O

governoL

ulaea

CO

ntra-reforma

previdenciária.SãqPaulo

emPerJpeetiVIl,São

Paulo.v.18,n.3.2004.

MA

RX

,K.a~J.

Ocapital;

críticada

economia

política.Trad.

Regis

Barbosa

eFláV

IOR

.Korhe.São

Paulo.AbrilC

ultural,1983.LivrosIa

111.(Coleção

Os

Econom

istas.)(E

d.orig..1867.)

__

oOcapital.São

Paulo,AbrilC

ulrura.!,1984.L

ivroI.(C

olt'çãoO

sE

co­nom

istas.)

MIR

AN

DA

,Sérgio.Afarsa

daL

eidaR

t'spomahilidade

Fisca],B

t:lsllia,Câm

araFederal,2000.

OI.lV

ElR

A,Francisco

de.O

sdireitos

doantiualor.

Petrópolis,V

ozes.1998.

(Coleção

Zero

àE

squerda.)

__

oCrític~

àrazâo

dualistlllOom

itorrinco.SãoPaulo,B

oitempo,

2003._

_oÉ

precisom

antero

estadode

rebeldia.R~portagnn.n.41,

fev.2003.

p.17-22

.

PATO

,C

hristyG

anzerr.A

forma

dificildopensarem

brasileiro:o

marxism

osm

ithianode

FernandoH

enriCjue

Cardoso.

SãoPaulo,2003

.D

isser­tação

(Mestrado

emC

iênciaPolítica)-

Faculdadede

Filosofia. Lcrr:ls

cC

iênciasH

umanas,

Universidade

deSão

Paulo._

_o:reoria

dadependência:

aform

aadequada

docapital

naperiferia

doSistem

a.In:E

NC

ON

TR

ON

AC

ION

AL

DE

EC

ON

OM

IAPO

LfT

ICA

.X

,2005,

Cam

pinas.A

nais...SãoPaulo,SE

r,2005.PA

UL

AN

l,L

edaM

.H

ayeke

oindividualism

ometodoJógic~.

Lua

Noua,

n.38,1996.

-'T

eoriada

inflaçãoinercial:um

episódiosingularna

históriada

ciênciac~?n~mica

~o~rasil?

In:L

OU

RE

IRO

,M

ariaR

ita(O

rg.),50

a/losdI'

ctenctaeconom

tcano

Brasil:

pensamenro,

instilUjções

edepoim

entos.Petrópolis,V

ozes.1997.

__

oNeolibcl'3lism

oe

individualismo.

Econom

iaeSocitdad~.

n.13.

)999.

__

oAU

topiadanação:esperançae

desalento.In:PEREIR

A.L

uísC.B

resser,R

EG

O.

JoséM

.A

grand«espm

rnçaem

Celso

FUTtltdo:

ensaiosem

homenagem

aosSeus80

anos.São

Paulo,Editora

34,2001.

__

oBrasilD~liv"y.

Reportagem

.n,44,

p.22-4.m

aio2003.

__

oBrasilD

elivrry:a

políticaeconôm

icado

governol.ula.

Rrvuta

deEco­

nomia

Política.

SãoPaulo,

v.23.n.4.ouc./dez.

2003.

-,

Page 74: PAULANI, Leda Brasil Delivery

rIj/1oi' •.,

_._.._

......"

PAU

LAN

I.L

edaM

.B

rasilD

tlilJ"y-razões.xoncradlções

clim

itesda

políticaeconôm

icanosseisprim

eirosm

esesdogoverno

Lula.In:PA

ULA

.JoãoA

nroniode

(Org.).A

economia

polltícada

mudança.B

eloH

orizonte,A

utêntica,2003.

__

oOlvida

epenitência.&

portagtm,

n,57.jun,2004

._

_oQ

uandoo

medo

venceaesperança:um

balançoda

políticaeconômica

doprim

eiroano

dogoverno

Lula.C

riticaM

arxista,C

ampinas.

n.19,out.2

00

4.

__

oSemesperançade

serpais:ogoverno

Lula

18m

esesdepois.lo:SICSÚ

.João;

PAU

LA,

Luiz

Fernandode;

MIC

HE

L,

Renaut

(Orgs.).

Novo

tÚsrovolvim

mm

mo:

umprojeto

nacionaldecrescim

entocom

eqüidadesocial.B

arueri/Rio

deJaneiro.

ManolelK

onradA

denauer,2005._

_oM

odrrnidadet

discursoeconôm

ico.SãoPaulo,

Boirernpo,200S.

__

oOgoverno

Lula

éalternativa

aoneoliberalism

o?Revista

daSociedade

Brasileirade

Economia

Poltuca,n.

16,jun.

200S.PA

ULA

NI,Leda

M.;PA

TO,C

hrisryG

.Investimentos

eservidão

financeira:oB

rasildo

último

quartode

século.In:PA

ULA

.J.A

(Org.)

Adeus

aodesenuoloim

mto.

Belo

Horizonte,

Autêntica,

2005.PER

EIRA

,R

aimundo

Rodrigues.U

ma

manipulação

extraordinária.Reporta­

gem,

n.53,fev.2004.

POC

HM

AN

N,M

arcia.Globalizaçãoe

emprego.In:A

BR

AM

OV

AY

,R.;A

RB

IX,

C.;

ZIL

BO

VIC

IUS.

M.

(Orgs.)

Raz&

s(ficçõesdodesenooluim

ento.São

Paulo,Edusp/E

ditoraU

nesp,2001.

RO

STO

W,W

ahW

hitman.

The

sltlgeso

feconomic

growth:

anon-C

omm

unistm

anifesto.C

ambridge,

Cam

hridgeU

niversityPress,1960.

SAN

TO

S,Chico.

IBG

Etam

bémdiz

quea

inflaçãocaiu

emfevereiro

.Folha

deS.Paulo,

15m

ar.2003.

Dinheiro.p.4.

SAY

AD

,João.Taxa

dejuros.

Folha

deS.Paulo.

24abr,

2000.SER

RA

NO

,Franklin.

Relaçõesde

podere

apolüica

macroeconôm

icaam

eri­cana,de

Brerton

Woods

aopadrão

dólarflexível.

In:FlO

RI,José

Luís

(Org.).

OpotÚ

ram

ericano.Petrópolis.V

ozes.2004.(C

oleçãoZ

eroà

Esquerda.)

SINC

ER

.Paul.De

dependênciaem

dependência:consentida,tolerada

edese­

jada.E

studosAval/fados.

SãoPaulo,

v.12,

n.33

.m

aiolago.1998.

p.119-30.

SWEEZY

,Paul.U

ma

crítica.In:SWEEZY

,PauleraloDofeudnlism

oao

capita­lism

o.L

isboa.Dom

Quixote.

1971.(E

d.orig.,

1954.)U

NC

TAD

.W

orldlnuestm

entR

eport.G

enebra,U

niredN

ationsPublicarion

.(R

elatóriosde1991

a2005.)

VE

RN

ON

,R

aymond.

Soberaniaam

eaçada:a

expansãom

ukinacionaldas

empresasam

ericanas.SáoPaulo,Pioneira,1978.p.1.(E

d.orig.,1971.)

Q;l

CO

LE

ÇÃ

OE

ST

AD

OD

Esrrro

TíT

Ul.O

Sl.A

AD

OS

&m

-vindoao

desrrtotÚJ

Real!SlavojZ

ilc:k

Aem

daindeterm

inação

Franciscode

Oliveira

eC

ibeleSaliba

Rizek

(orgs.)

EsraM

dtrxcr(lio

Giorgio

Agam

ben

Evidm

citudo

Tr4

/

Os

EstadosU

nidosp6s-11

deSetrm

broSusan

WiIIis

Extinção

PauloA

rantes

Gurrra

tcinem

aLogútica

daperctpriio­

PaulVirilio

Opodtr

g~bal

ea

novagtopoll'kadas

nafÕrs

JoséL

uísFiori

Vidtologial

Ensaiossobre

t(lroirãoE

ugênioB

uccic:Maria

Rita

Kehl

l'RÓ

XIM

OS

LA

AM

EN

TO

S

oque

mia

dtAuscbunte

Giorgio

Agam

bc:n

Cinism

otjà1;nci4

dacritica

Vladim

irSnf:u.lc

-,.