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FACULDADE DE CALDAS NOVAS UNICALDAS PAULINHO JOSÉ DOS PASSOS LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO NATIVA DO CERRADO EXISTENTE NO BAIRRO TURISTA II EM CALDAS NOVAS/GO CALDAS NOVAS 2013

Paulinho Monografia

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Page 1: Paulinho Monografia

FACULDADE DE CALDAS NOVAS – UNICALDAS PAULINHO JOSÉ DOS PASSOS

LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO NATIVA DO CERRADO EXISTENTE NO BAIRRO TURISTA II EM CALDAS NOVAS/GO

CALDAS NOVAS 2013

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PAULINHO JOSÉ DOS PASSOS

LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO NATIVA DO CERRADO EXISTENTE NO BAIRRO TURISTA II EM CALDAS NOVAS/GO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Ciência Biológicas da Faculdade de Caldas Novas - UNICALDAS, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

Orientadora: Profa. Esp. Wani Patrícia Silva.

CALDAS NOVAS

2013

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PAULINHO JOSÉ DOS PASSOS

LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO NATIVA DO CERRADO EXISTENTE NO BAIRRO TURISTA II EM CALDAS NOVAS/GO

Trabalho de conclusão de curso apresentado

ao curso de Ciência Biológicas da Faculdade de

Caldas Novas - UNICALDAS, como requisito

parcial para obtenção do título de Licenciado

em Ciências Biológicas.

Caldas Novas, ___ de _________ de 2012.

Banca Examinadora

_____________________________________________________________

Profª. Esp. Wani Patrícia Silva – UNICALDAS

______________________________________________________________

Profª. Esp. Karina Maria de Paiva

Profª. Dra.Vera Lúcia Dias dos Santos Augusto – UNICALDAS

Page 4: Paulinho Monografia

Ao papai Ramiro, pela dádiva de ter

sido pai e mãe, pelo amor incondicional

pela doação de sua vida em benefício

da felicidade dos filhos, por me ensinar

o significado de caráter, dignidade, pela

minha vida por hoje poder abraçar

minha neta (PEROLA) dizer filhinha o

vovozinho te ama muito.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, por mais uma conquista diante de todas

as dificuldades encontradas ao longo desta caminhada.

As minhas primeiras professoras: Valdete Maria dos Passos e Floriana

Maria dos Passos por ter me proporcionado conhecer o as letras e com a união

destas hoje poder escrever “muito obrigado”

Ao amigo (ex-patrão) Eldes Franco de Morais, por proporcionar-me a

oportunidade de voltar a estudar, concluir o ensino médio e a formação superior .

À professora e coordenadora Wani Patrícia, pelo exemplo de professora,

pesquisadora, agradeço pela orientação, pela paciência, pela dedicação, pela

confiança, pelo incentivo e pelos ensinamentos disponibilizados durante o tempo

de convivência.

A minha orientadora, professora Wani Patrícia Silva por me proporcionar o

conhecimento não apenas de intelecção, mas à manifestação do caráter e

afetividade pela educação, no processo de formação profissional, por tanto que se

dedicou a mim.

(Paulinho J. Passos)

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RESUMO

A ocupação do solo do Cerrado ganhou notoriedade na década de 70, em função

da formação geológica, condições climáticas, capacidade de adaptação ao

processo de calagem, e a capacidade de mecanização, são fatores que

proporcionaram a expansão das fronteiras agrícolas teorizada uma pela

exploração onde somente o solo é importante levando a retirada da cobertura

vegetal. Realizar o levantamento quantitativo da vegetação nativa existente no

Bairro Turista II em Caldas Novas-GO teve como objetivo quantificar o número de

espécies arbóreas e arbustivas a serem retiradas quando da totalização da

edificação de todas as unidades (lotes) existentes no referido bairro. Como forma

de minimizar os impactos causados pela retirada da vegetação é necessário

destinar áreas públicas ou áreas particulares improdutivas para o plantio de

espécies na proporção das retiradas quer seja na área urbana ou rural dando

lugar as edificações, abertura de lavouras e de áreas de pastagens. A retirada da

vegetação resulta na extinção da micro e macro fauna, desertificação do solos, e

no desequilíbrio climático levado ao extremo a eliminação de todos os sistemas

biológicos.

Palavras chave. Preservar. Flora. Potencial. Ecossistema. Cerrado.

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ABSTRACT

The occupation of the Cerrado soil gained notoriety in the 70s, according to the

geological formation, climate, adaptability to the liming process and the ability of

mechanization, are factors driving the expansion of the agricultural frontier

theorized by one operation where only the soil is important leading to withdrawal of

vegetation. Perform quantitative survey of existing native vegetation in the

neighborhood Tourist II in Caldas Novas, aimed to quantify the number of tree and

shrub species to be removed when the aggregation of all building units (lots)

existing in that neighborhood. In order to minimize the impacts caused by the

removal of vegetation is necessary to allocate public areas or private areas

unproductive for the planting of species in the proportion of withdrawals whether in

urban or countyside giving way to buildings, open fields and pastures. The

removal of vegetation resulting in the extinction of micro and macro fauna,

desertification of soils and climatic imbalance leading to extreme: the elimination of

all biological systems.

Keywords: Preserve. Flora. Potêncial. Ecossistema. Cerrado.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................. 10

2.1 FORMAÇÃO ECOLÓGICA DO CERRADO............................................. 10

2.1.1 Principais formações vegetais do Cerrado ...................................... 11

2.1.2 Principais espécies da Flora de Cerrado .......................................... 13

2.2 Potencial e uso do Cerrado do Centro Oeste ..................................... 14

2.3 O CERRADO DE CALDAS NOVAS ........................................................ 16

2.3.1 As principais espécies representantes da Flora do Cerrado de

Caldas ...........................................................................................................

17

2.3.2 Potencial e uso do Cerrado de Caldas Novas ................................. 19

2.4 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO MEIO DE PRESERVAÇÃO ........... 20

2.5 IMPACTOS CAUSADOS PELA URBANIZAÇÃO .................................. 21

3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 25

4.1 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS ....................................... 25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 31

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 32

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1 INTRODUÇÃO

A vegetação do Cerrado da região Centro Oeste, em pleno Século XXI

continua a ser devastada em nome do crescente aumento demográfico, da

necessidade em produzir cada vez mais alimentos e da transformação de parte

em bens de consumo.

Diante da necessidade em crescer economicamente a saída foi a ocupação

do solo do cerrado por oferecer condições ao desenvolvimento das atividades

agrícolas e pecuárias.

Estudos atuais comprovam de forma contundente da necessidade em

preservar os recursos naturais. O homem é citado como único agente causador

da destruição da biodiversidade em nome dos interesses econômicos.

Com o tema Levantamento da Vegetação Nativa do Cerrado Existente no

Bairro Turista II em Caldas Novas-GO, loteado em 1978 dividido em 1.113 lotes

com uma área de 579. 544. 64 m², 16 áreas públicas com área de 482.291.383 m²

totalizando 1.061.991.193 m².

Foi realizado um inventário do número de espécies arbóreas e arbustivas

ainda existentes no loteamento. Foram demarcadas nove áreas de 300 m²,

encontradas 419 plantas representando 0,53 plantas por m², com base na área

total ao final da edificação do bairro serão retiradas 562.855,332 plantas.

Resultado que demonstraram a necessidade da destinação de áreas

públicas ou privadas não produtivas para o plantio de mudas de espécies nativas

do cerrado sendo 50% quando da abertura do loteamento e o restante 50% no ato

da venda da fração (lote) na proporção das plantas encontradas na área do lote.

A viabilidade do proposto tem ação direta na preservação da flora na

reconstituição dos corredores ecológicos na redução da mortalidade de animais

vitima de atropelamento, revitalização das nascentes, absorção de CO2.

Este estudo foi fundamentado em teóricos tais como: Ferri (1943) professor

da Universidade de São Paulo (USP), cientista, ecólogo pioneiro no Brasil. Tinha

grande amor pela botânica e pelo meio ambiente, dentre tantas publicações

citamos: Observações sobre a Lagoa Santa. Ceres quatro, Profundidade dos

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solos e vegetação em campos cerrados do Brasil Meridional. An. Acad. Brasil.

Ciênc. 15.

Warming (1982) realizou o primeiro estudo sobre o cerrado brasileiro

publicado em vários idiomas traduzido para o português recebeu o nome de

Lagoa Santa.

Sait Hilaire botânico Frances Viajou alguns anos pelo Brasil, tendo escrito

importantes livros sobre os costumes e paisagens brasileiros do século XIX, tais

como: Viagem ao Espírito Santo e Rio Doce (1818), Viagem pelas províncias do

Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Albuquerque (1998) natural de Minas Gerais, funcionário público ocupou

cargos em órgãos ligados ao meio ambiente, membro fundador do Grupo

Ecológico da Serra de Caldas Novas, autor das obras Caldas Novas agem das

Águas Quentes (1996), Caldas Novas e Ecologia (1998).

Franco & Uzunian (2004) ambos os professores de biologia autores de

Cerrado Brasileiro, Franco estuda o comportamento de animais e vegetais em seu

habitat natural, Uzunian biólogo, cursou medicina obtendo a graduação de mestre

em Histologia.

Luiz (2005), radicado em Caldas Novas, funcionário publico e empresário,

fundador do Grupo Ecológico da Serra de Caldas Novas, autor da obra Caldas

Novas uma cidade turística na sua intensidade.

O trabalho está assim apresentado, na primeira seção, dados introdutórios;

na segunda seção, fundamentação teórica; na terceira seção, materiais e

métodos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Formação ecológica do cerrado

Segundo Ferri (1979, p. 27) o V Simpósio sobre o Cerrado - Cerrado Uso e

Manejo, realizado em Brasília, coube aos naturalistas viajantes do século XIX a

incumbência de chamar a atenção do mundo científico para os nossos cerrados,

dentre os quais se destacou Martius e Saint Hilaire considerado pioneiro do

turismo ecológico. A caminho de Goiás, resolve conhecer a cachoeira “Casca

D'Anta”, primeira grande queda do Rio São Francisco na serra da Canastra,

deslumbrado com a beleza comenta:

Para se ter uma ideia de como é fascinante a paisagem ali, o leitor deve imaginar em conjunto tudo o que a natureza tem de mais encantador: um céu de um azul puríssimo, montanhas coroadas de rochas, uma cachoeira majestosa, águas de uma limpidez sem par, o verde cintilante das folhagens e, finalmente, as matas virgens, que exibem todos os tipos de vegetação tropical (MARTIUS & SAINT HILAIRE, 1918, Edição 154 da Revista Aventura & Ação)

Warming (1779-1853) realizou o primeiro estudo ecológico do cerrado

realizado no Cerrado de Lagoa Santa em Minas Gerais traduzido para o

português em 1908 recebeu o título de “Lagoa Santa” durante um longo período

de aproximadamente cinquenta anos teorizou se que a vegetação do cerrado

limitava se a escassez de água. Teoria contestada por Rawistscher e Ferri (1979,

p. 27) após estudos realizados comprovaram que a vegetação do cerrado em sua

totalidade não esta refém da permanência do período chuvoso para que possam

desenvolver como ganhar altura, permanecer verdes, produzir flores e frutos.

Conclui-se que este processo fisiológico está diretamente atribuído ao

desenvolvimento e a adaptação do sistema radicular das espécies em retirar água

do subsolo.

Segundo Franco e Uzunian (2004, P. 13) Cerrado Brasileiro. A formação

do solo do Cerrado contou com a contribuição do intemperismo resultando em um

solo poroso passivo a permeabilidade, ácido pobre em nutrientes com elevado

teor de ferro e alumínio o granito, arenito, ardósia, quartzito são alguns tipos de

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rochas que deram origem a formação e a profundidade do solo aspectos

determinantes na formação vegetal.

2.1.1 Principais formações vegetais do Cerrado

A diversidade da formação vegetal do Cerrado é atribuída à formação

geológica, profundidade, permeabilidade fatores determinantes na morfologia

vegetal.

Classificação da formação do Cerrado segundo Franco e Uzunian (2004. p

19 a 26) Cerrado Brasileiro.

a) Formações Campestres

Campo limpo encontrado em regiões onde o solo é coberto por gramíneas

e herbáceas com rara presença de arbustos por se tratar de região de solo pobre

em nutrientes com alta taxa de acidez, podendo ser encontrado circundando ou

margeando as veredas, olhos d’água, matas que acompanha rios e chapadas o

capim fecha, margarida do campo e a douradinha são algumas das espécies de

vegetais predominantes do campo limpo dividido em campo limpo seco e campo

limpo úmido em função do afloramento ou não do lençol freático.

Campo sujo: encontrado em região de solo raso e pobre em nutrientes

coberto por vegetação apresentando aspecto herbáceo-arbustivo, formação

encontrada em local com lençol freático profundo caracterizando o Campo Sujo

seco, quando encontrada em região de lençol freático raso caracteriza o Campo

Sujo úmido. Dentre as espécies mais encontradas estão o Bate caixa, o

sombreiro, canela de ema e a corriola. Os arbustos apresentam caules mais

desenvolvidos porém não ultrapassa os três metros de altura.

Campo rupestre: encontrado em altitude de 900m, a vegetação é

constituída por gramíneas, plantas herbáceas e arbustos, solo raso pobre em

nutrientes orgânicos e ácidos, a vegetação características do campo rupestre e

formada por espécies como: mimosáceas, canelas de ema, flor do pau e

gramíneas Wunderlicia flor–do-pau, Bulbophyllum rupicullum orquídeas.

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b) Formações Savânicas do Cerrado

Diferencia pela presença de plantas lenhosas. Composta pelo Cerrado

stricto sensu ou Cerrado Sentido Restrito: formado por árvores baixas, tortuosas,

retorcidas, gramíneas, arbustos e herbáceas a suberozidade dos troncos e a

pilosidade das gemas apicais tem como função preservar contara as queimadas é

uma vegetação encontrada sobre latossolos vermelho, amarelo ou roxo, solo

ácido com menos acidez, pobres em fósforo e nitrogênio. As formações savânicas

podem ser subdivididas em função da densidade e altura da cobertura arbórea

em.

Cerrado ralo: caracteriza-se pela formação arbóreo-arbustiva e cobertura

arbórea permitindo a penetração da luz do sol fator determinante na germinação e

procriação das sementes das espécies herbáceas. A vegetação característica do

Cerrado ralo é formada por: murici, pequizeiro, vinhático, bacupari, mandioção-do-

cerrado, carvoeiro, pau-doce, araticum, lixeira, mangaba, pau-terra, ipê-amarelo

entre muitos outras.

Cerrado típico: não difere muito do Cerrado ralo possuem as mesmas

espécies arbóreas e arbustivas, no Cerrado típico é encontrada uma vegetação

com cerca de 20 a 50% com altura em torno de 3 a 6 metros localizados sobre

latossolos vermelho-escuro e vermelho-amarelado. O Cerrado típico tem como

caracteriza a imediata capacidade de rebrotamento e a apresentação de cor

escura dos troncos após a ocorrência de queimadas.

c) Formação florestal do Cerrado.

Cerradão: formado por árvores com altura entre oito e 15m, dossel

contínuo responsável pela permissão da passagem de pouca luz que por

consequência influi na germinação das sementes e na existência ou não de

gramíneas o solo do tipo latossolo vermelho-escuro, vermelho-amarelo ou roxo

pode apresentar-se desnudo ou coberto por folhas e humos resultante da ação de

microorganismos e fungos, as plantas apresentam perda de folhas na estação

secas classificadas como caducifólia fator contribuinte com a melhoria das

condições do solo. A flora do Cerradão basicamente é formada pelas espécies

encontradas no Cerrado stricto sensu e das matas ciliares e de galeria.

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d) Formações vegetais encontradas no distrito de Cerrado.

Floresta de galeria ou mata de galeria: denominação dada em função de

ser uma formação florestal perenifólia por não perderem as folhas na época das

secas acompanha pequenos rios e córregos, e as copas se encontrarem sobre os

cursos de água apresenta estrato arbóreo entre 20 e 30 m, em seu interior pode

ser encontrado espécies de Briófitas e pteridófitas, solo rico em matéria orgânica

e de variada profundidade apresenta uma vasta flora entre tantas: pindaíba, pau-

de-oleo, marinheiro e palmiteiro.

Floresta ciliar ou mata ciliar; formação vegetal caducifólia, que acompanha

rios de grande e médio porte nas regiões de cerrado é formada por árvores de 20

a 25 m de altura, a mata ciliar e a de galeria são formações denominadas

corredores ecológicos por permitir que as espécies animal possam transitar de

uma região para outra na busca de alimentos, qualidade de vida e de procriação

das espécies.

Figura. 1. Parque Estadual da Serra de Caldas Novas. Fonte: Acervo pessoal. [email protected].

2.1.2 Principais espécies da Flora de Cerrado

A Flora do Cerrado é uma das mais ricas em diversidades até hoje não foi

possível a catalogação e a identificação de todas as espécies dentre as milhares

esta o Ipê Amarelo do Cerrado Tabebuia caraíba, Cega machado

Physocalymmera scaberrimum, Angico Anadenanthera macrocarpa, Barbatimão

de folha miúda Dimorphandra moliiis, Pequizeiro Caryocar brasiliense,

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Mangabeira Hancornia spiciosa, Gabiroba Campomanesia pubescens, Murici

Byrsonima basiloba, Mama-cadela Brosimum graudichaudii, Guapeva Pouteria

torta, Xixá do cerrado Sterculia sp, e as palmeiras Bacuri Scheelea phalerata,

Babaçu Orbignya spaciosa. A flora base de a cadeia alimentar de todas as

espécies de seres vivos macroscópico e microscópico ao final do ciclo da cadeia

serve como nutrientes enriquecendo o solo denominado de matéria orgânica,

serve de abrigo aos invertebrados, vertebrados, anfíbios e repteis.

2.2 POTENCIAL E USO DO CERRADO DO CENTRO OESTE

O Centro Oeste na sua totalidade compõem o Bioma Cerrado

caracterizado por uma diversidade de ecossistemas. Solo drenado pelas bacias:

Amazônica, Tocantins Araguaia e Platina subdividida em bacia do Rio Paraná e

do Rio Paraguai passivo a mecanização, apresenta duas estações definidas uma

seca e outra chuvosa, solo passivo a calagem fatores que atraíram

agropecuaristas dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul

influenciado pelo baixo custo das terras por dominar as técnicas de manejo e a

grande quantidade de terras a ser explorada.

Segundo Marchetti (1979, p. 17) Prefácio, V Simpósio sobre o Cerrado -

Cerrado Uso e Manejo, o desenvolvimento agropecuário na região dos Cerrados

acentua na década de 70 em função da necessidade de ampliar as divisas

agrícolas e ganhar destaque no cenário econômico, o interesse em conhecer e

debater o potencial da região já existia levando a organização de simpósios, os

três primeiro foram realizados em São Paulo em 1962 o segundo em 1965 no Rio

de Janeiro o terceiro em São Paulo em 1971, teve como objetivo o conhecimento

dos recursos naturais do cerrado em especial os recursos vegetais em 1976 em

Brasília enfocou os aspectos básicos da utilização de seus recursos para a

agricultura, às conclusões resultaram na criação do primeiro programa de

desenvolvimento dos cerrados chamado Polo Centro na sequência criou se a

EMBRAPA (Empresa Brasileira de pesquisas Agropecuária) e CNPq (Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) em 1979 em Brasília foi

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realizado o quinto simpósio, "com tema Uso e Manejo” finalizando no dia 15 de

Fevereiro de 1979 com a apresentação e publicação dos resultados em forma de

anais.

“São 180 milhões de hectares distribuídos pelos estados de Minas Gerais,

Goiás, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, e Piauí, que se constituem hoje, em uma

das maiores reservas do mundo para a expansão imediata da fronteira agrícola.

Pelo menos 50 milhões de hectares em terras aráveis, dotadas de topografia e

solos favoráveis à mecanização, um ecossistema estável e razoável infraestrutura

de apoio, poderão propiciar a duplicação da atual área brasileira de produção de

alimentos, podendo alcançar 100 milhões de toneladas de grãos, sem falar em

aumento de produção proteína animal”. (pronunciamento do presidente da

EMBRAPA, José Irineu Cabra) V Simpósio sobre o Cerrado - Cerrado Uso e

Manejo.

Potencial agrícola, segundo Leda Mendes da EMBRAPA, Unidade

Cerrados. Está na região dos cerrados a maior área com potencial agrícola do

país. O Brasil produz alimentos em 47 milhões de hectares, 14 milhões de

hectares estão nos cerrados. Em 2004 respondeu por 46% da produção de soja,

milho arroz e feijão do país no século XX a produção de grãos saiu de 1,5 milhões

de toneladas por safra totalizando 4,2 milhões de toneladas em 1988 esta

produção chegou a casa de 49,3 milhões de toneladas atribuído ao

desenvolvimento tecnológico, em 2008 a área cultivada era de 15 milhões e cem

mil hectares nos primeiros anos do século XXI vem ganhando espaço sobre as

área anteriormente utilizadas para as atividades pecuária, desenvolvimentos

atribuído ao acesso aos meios de escoamento.

Potencial pecuária, dadas da EMBRAPA, Sistema de produção de leite

produz aproximadamente 20 bilhões de litros de leite por ano. De 1990 a 2000, a

produção nacional de leite cresceu 37%, na Região Centro-Oeste o crescimento

foi de 81% e, no Estado de Goiás, 105%. A Região Centro-Oeste abriga 35% do

rebanho bovino nacional. A importância do Cerrado é ainda maior na pecuária,

abrigando 35% do rebanho bovino nacional.

Potencial frutífero: segundo Franzon (2009 pesquisador da EMBRAPA

Cerrado. Planaltina DF). O Cerrado, além de constituir importante fonte de

alimentos, frutos como pequi, araticum, baru, jatobá, mangaba, caju, jenipapo e

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buriti podem ser consumidos ou comercializados in natura ou em formas, de

doces, geleias, bolos, pães, farinhas, biscoitos, sorvetes, pudins, sucos e tortas.

Hoje 60 espécies de frutas nativas são conhecidas e utilizadas pela população

tradicional que vive no Cerrado. Entretanto, o seu uso restringe-se, ainda, ao

usuário local e de forma extrativista, já que muitos frutos nativos, embora

conhecidos não sejam utilizados.

Potencial hídrico: No Cerrado, nascem os rios que formam seis das

principais bacias hidrográficas brasileiras: Parnaíba, Paraná, Paraguai, Tocantins-

Araguaia, São Francisco e Amazônica. O potencial hídrico do Cerrado é

responsável por grande capacidade de geração de energia elétrica Segundo a

SEPIN (Superintendência de Estatísticas Pesquisas e Informações- Estado de

Goiás) o estado possui 27 empreendimentos do setor energético em operação,

gerando 8,03 milhões de KW de potência. Dos quais seis usinas hidrelétricas,

quatro PCHs (Pequena Central Hidrelétrica). Está prevista para os próximos anos

adição de 1,4 milhão de KW na capacidade de geração do Estado, proveniente

dos oito empreendimentos atualmente em construção e mais 21 com sua Outorga

assinada, as águas também são importantes atrativos turísticos na região, com

grande influência na economia de vários municípios.

2.3 O CERRADO DE CALDAS NOVAS

Caldas Novas município localizada a 163 km da capital do estado, Goiânia,

com 1.588 Km² localizado na microrregião do Meia Ponte em nível de estado

encontra se na região sul e em nível de Brasil na região denominada Centro-oeste

(Luiz, 2005, p. 01) Caldas Novas uma cidade turística na sua intensidade, com

73.616 habitantes (IBGE)

O Cerrado de Caldas Novas ao longo do processo evolutivo é formado por

solo com características adaptáveis a agricultura, pecuária, e a mecanização, rico

em espécies frutíferas, e farmacológicas no subsolo encontra-se maior manancial

hidrotermal do mundo base da sustentabilidade econômica do município é servido

por rios da bacia do Paraná: Rio Corumbá, Piracanjuba, Pirapitinga, Peixe e São

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Bartolomeu incluindo córregos e ribeirões destacando o Ribeirão Caldas e o

Córrego do Açude manancial de superfície que corta todo o centro da cidade,

Clima tropical úmido com duas estações definidas uma chuvosa e uma seca.

Segundo Luiz (2005, p. 10 e 11) Caldas Novas. Uma cidade turística na

sua intensidade classifica a vegetação do município de Caldas Novas como

sendo típica em suas diferentes fisionomias:

a) Cerradão formado por árvores primárias chegando a 10 metros de altura

as quis na hierarquia reprodutiva deram origem as demais representantes da

espécie.

b) Campo Cerrado caracteriza se por arvores de caules retorcidos e

espaçadas com espécies herbáceas mais desenvolvidas.

c) Campo Sujo solo coberto por gramíneas alguns arbustos e palmitos.

d) Campo Limpo constituído principalmente por gramíneas.

Pesquisa realizada pelo IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente reconhece a Flora dos Cerrados como sendo a mais rica do mundo apresentando 70% de espécies endêmicas a maioria das espécies ainda não foram identificadas. Estimada em 147 espécies de aves (Onitofauna), 41 espécie de mamíferos, 11 espécie de peixes (ictiofauna), herpetofauna população de repteis, identificadas 92 espécies distribuídas em 7 famílias pertencentes a região de Cerrados e regiões urbana. (Luiz 2005, 1ª Edi. P. 10 e 11)

Segundo Albuquerque (1998, p. 115) Caldas Novas Ecologia com a

criação do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, PESCAN, com a área de

123 Km² em 1970 com o objetivo de proteger a área de captação de água das

chuvas que abastece o lençol termal, tornando possível a preservação das

diferentes formações vegetal servindo de abrigo a fauna.

2.3.1 As principais espécies representantes da Flora do Cerrado de Caldas

Segundo Albuquerque (1998, p. 92 a 96) Caldas Novas, Ecologia, com o

“plano de Manejo do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas” elaborado em

1997, os principais tipos de Flora do Cerrado são classificados em: Cerrado

Rupestre, Campo Cerrado, Campos Úmidos ou Savana Arborizada ou Florestada,

Campos Úmidos e Verdes e Enclaves de Florestas Deciduais esta dicotomia se

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da em função da permeabilidade e espessura dos horizontes do solo, fator

determinantes na formação da vegetação, quanto mais espesso o horizonte

oferece maior área a ser explorada pelo sistema radicular órgão decisivo na

morfologia da vegetação. Na região de cerrado a vegetação apresenta sistema

radicular pivotante e fasciculada órgão responsável pela sustentação e nutrição

de espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas.

Nomes populares e científicos das espécies da Flora com maior ocorrência

na região de Caldas Novas,

NOME POPULAR NOME CIÊNTIFICO

Mangaba Hancornia speciosa

Quaresmeira Anã Tibouchina sp

Pau Santo Kielmeyra coreacea

Pau Doce Vochsia sp

Canela de Ema Velozia sp

Pau-terra da folha larga Quarela grandiflora

Pau-terra da folha miúda Quarela muntiflora

Murici peludo Byrsonima verbasifolia

Barbatimão Stryphnodrendrom adstringens

Pau-terra liso/ vermelho Quarela parviflora

Faveira Dimorphandra mollis

Murici SP Byrsonima sp

Buritis Mairitia vinifera

Cascudo Quale dichotoma

Guatambú Aspidosperma sp

Angico Vermelho Anadenanthera sp

Pau de Óleo ou copaíba Copaifera langsdorffii

Araticum Annona rassifolia

Aroeira Myracroduon urundeuva

Bacupari Salacia eliptica

Cagaita Eugenia dysenerica

Caju do Cerrado Annacardioun otanianun

Caraíba Tabebuia caraiba

Carvoeiro Selerolobiun paniculatun

Angá de Cipó Ingá sp

Ipê Amarelo do Cerrado Tabebuia ochracea

Jatobá do Cerrado Hymeneaaea stigocarpa

Jenipapo Genima americana

Lixeira (Sanbaíba) Curatela americana

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Mama-Cadela Zanthoxlum rhoifolium

Mandioção Didymopanax macrocarpum

Marmelada Amaloua goianensis

Paineira de Macaco Xylopia aromática

Pequi Caryocar brasiliensis

Sucupira Branca Pterodun pubescens Tabela 1 Nomes científicos e populares das espécies da flora da região de Caldas Novas-GO Fonte: Caldas Novas Ecologia (Albuquerque, 1998).

2.3.2 Potencial e uso do Cerrado de Caldas Novas

A exploração do solo do cerrado de Caldas Novas teve início com a busca

pelo ouro em 1722, Bartolomeu Bueno da Silva descobre a primeira fonte de

águas termais posteriormente em 1777 Martins Coelho de Siqueira descobre a

segunda fonte também termal como o objetivo era o ouro a descoberta das fontes

termais não resultou em incentivo econômico continuando a população

estagnada.

De acordo com Albuquerque (1998, p. 50) Caldas Novas. Ecologia, com a

chegada de famílias oriundas do estado de Minas Gerais no século 20 iniciou-se

as atividades agropecuária.

Segundo dados da EMATER, Empresa de Assistência Técnica e Extensão

Rural em 1996 a área agrícola do município era de 67.000 hectares 45% da área

total. Área coberta por matas, campos, e cerrados era de 40.000 hectares igual a

27% da área total e 11.000 restantes, ou seja, 7% denominada áreas

inaproveitáveis.

A área de pastagem nativa e artificial chegava a 89.000 hectares deste

total 57.000 hectares era de pastagens artificiais. Os campos de capins nativas

cobriam uma aera de 22.500 hectares. Da área destinada a pastagens 250

hectares será destinados ao plantio de forrageiras a base da alimentação do

rebanho no período da seca.

A pecuária leiteira era formada por 63.500 cabeças. A suinocultura com

24.000 cabeças, tipo banha com 4.900 cabeças, suínos tipo carne 2.200 cabeças.

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Os fatores determinantes para o desenvolvimento do município de Caldas

Novas, segundo Albuquerque (1998, p. 55 a 62) Caldas Novas, Ecologia, foram;

Em 1910 construção da primeira casa de banho por Vitor de Ozeda Ala, em 1920

construção do primeiro balneário público por Ciro Palmerston marco inicial do

desenvolvimento do turismo. A construção da ponte sobre o Rio Corumbá ligando

o município de Caldas Novas as cidades servidas pela estrada de ferro, em 1962

a construção da Pousada do Rio Quente (hoje município de Rio Quente) veio

contribuir decisivamente com o aumento do número de turistas na busca pelas

águas termais.

Porém o desenvolvimento econômico fundamentado nos recursos minerais

se deu a partir 1985 levando a construção civil ao segundo seguimento

econômico do município. Segundo Luiz (2005, p. 03) Caldas novas, uma cidade

na sua intensidade, em 1842 tinha 200 habitantes e em 2003 75.516 habitantes, e

147 loteamentos. Segundo IBGE senso 2010 já havia 70.743 habitantes.

2.4 A educação ambiental como meio de preservação

A educação ambiental por meio de metodologia prática viabiliza o

conhecimento paulatino quebrando a cultura paradigmática de que o Cerrado num

todo só serve como área adaptável as atividades agropecuária e mineral. Como

conceito de sustentabilidade a sociedade encontra-se fundamentada em um misto

de desinformação, desinteresse e indiferença teorizando os resultados dos

interesses individuais como ato de supremacia e única importância. Como forma

de contextualizar a teoria paradigmática a educação ambiental necessita tornar

foco interdisciplinar visto que o educando possa atuar como elo da multiplicidade

do aprendizado junto a sua comunidade.

Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da Educação, orientada para a solução dos problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade. Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental (Adams,2010). Fonte: http://www.cprh.pe.gov.br/sec-educamb/secund-edamb.html.

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A ação antropológica o desenvolvimento tecnológica a globalização é de

extrema importância quando associada a conhecimentos de utilização sustentável

resulta em condicionamento de sobrevivência de toda uma coletividade e faculta a

preservação do meio ambiente para que esta e futuras gerações possam

congregar da imensidão dos ecossistemas brasileiros.

Para conhecer toda a beleza das florestas tropicais é necessário penetrar nesses retiros tão antigos como o mundo. Nada aqui lembra a cansativa monotonia de nossas florestas de carvalhos e pinheiros; cada árvore tem, por assim dizer, um porte que lhe é próprio; cada uma tem sua folhagem e oferece frequentemente uma tonalidade de verde diferente das árvores vizinhas. Vegetais imensos, que pertencem a famílias distantes, misturam seus galhos e confundem sua folhagem. (SAINT HILAIRE, em "Voyage dans les provinces de Rio de Janeiro et de Minas Gerais" 1830) Fonte: Lorelai Kury (Fundação Oswaldo Cruz)

2.5 IMPACTOS CAUSADOS PELA URBANIZAÇÃO

A cultura do homem de retirar a vegetação em nome da utilização do solo

para fins de ampliar as fronteiras agrícolas vem tomando proporções cada vez

mais significativas incorrendo em prejuízos a flora e a fauna.

Retirada da vegetação: Extinção das espécies nativa, descontinuidade dos

corredores ecológicos, exposição do solo ao intemperismo e a lixiviação de

matéria orgânica levando ao assoreamento dos mananciais que corta a zona

urbana, desaparecimento da fauna, aumento da possibilidade de extinção de

espécie da flora.

Edificação: Impermeabilização do solo, retirada de matéria prima

empregada na construção (areia, terra, brita), aumento do luxo de água pluvial

nos mananciais (inundação), aumento da temperatura ambiente, aumento do

aparecimento de insetos, araquinídios, parasitas.

Ocupação populacional. Produção de lixo, lançamento de esgoto nos

mananciais e lençol freático, escassez de água potável, produção de gases,

butano, monóxido carbono, ocupação de áreas de preservação, aumento

populacional resultando em empobrecimento, marginalização.

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Desenvolvimento tecnológico: Aumento da liberação de gases tóxicos,

derivados de petróleo, aumento da transformação de matéria prima em bens de

consumo, produção de lixo eletrônico, lançamento de resíduos químicos nos

mananciais.

As imagens 2,3,4 e 5 presentão alguns dos principais impactos ambientais

com maior ocorrência no município de Caldas Novas-GO

Figura 2 Imagem aérea da cidade de Caldas Novas, visão parcial área urbanizada. Fonte. http://www.mochileiro.tur.br/caldas-novas.htm

Figura 3 imagem de área de cerrado em processo de lixiviação. Fonte: Fonte ecodebate.com.br/fot

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Figura 4 área de cerrado sendo destruída pelo fogo. Fonte ecodebate.com.br/fot

Figura 5 Imagens do aterro sanitário de Caldas Novas-GO (2010) Fonte: http://www.portalcaldas.com.br/noticia.php?newsid=1157

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Os dados e informações referentes ao loteamento Turista II, necessários

para o desenvolvimento do trabalho e consequentemente para atingir os objetivos

propostos, foram obtidos junto a prefeitura municipal dados.

Os dados citados foram assinados em 1982, pelos engenheiros Jeová

Ferreira de Oliveira, engenheiro civil CREA-MG 2481/D, (RT do projeto) e Nilo

Costa, engenheiro Agrimensor (RT calculo e implantação) o loteamento em

questão tem uma área total de 1.061.991,193m², subdividida em 239 lotes

comerciais com área de 106.667,28m², 798 lotes residenciais com 342.700,47m²,

76 lotes residenciais mansões, somando 130.276,89m², 16 áreas públicas com

área de 482.949,383m².

Para realização da pesquisa de campo foram utilizados: mídias

fotográficas, mapas da distribuição dos lotes e dos arruamentos, literaturas

especializadas em identificação Botânica de espécies, trena métrica, fitas

zebradas para demarcação das áreas de pesquisa, quantificação do número de

plantas dentro do espaço delimitado, elaboração de planilhas e gráficos.

Metodologicamente foi realizado um inventário do número de plantas

existentes em 9 área iguais de 300m², sendo 3 paralelas a Rodovia GO 213, 3 na

região central do loteamento e 3 confrontando com o loteamento Belvedere.

Posterior ao levantamento do número de plantas encontradas submetidos a

cálculos por meio de planilhas e gráficos possibilitou a obtensão do possível

número de plantas existentes antes do início da edificação no loteamento e

apontar o número possível de plantas retiradas (mortas) ao final da edificação da

área total do loteamento.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Realizar a pesquisa no Bairro Turista II se deu em função da grande

representatividade da vegetação nativa do cerrado ainda encontrada nas áreas

não edificadas possibilitou chegar a 1.419 plantas distribuídas em 9 áreas que

juntas somaram 2.700 m², obtendo como media de 0,53 plantas por m². De posse

destes números estatisticamente considerando a área de 1.061.991,193 m² o

número de plantas a serem retiradas do inicio ao término das edificações no

bairro será de 562.855.332,3 (quinhentos e sessenta dois bilhões oitocentos

cinquenta e cinco milhões trezentas trinta dois mil cento noventa três plantas) na

figura 10 encontra-se delimitado de vermelho o Bairro Turista II, e em amarelo e

enumeradas de 1 a 9 a localização das áreas nas quais foram inventariadas as

1.419 plantas.

Figura: 6 – Delimitação da área e pontos da pesquisa Fonte Google Earth (2013)

4.1 Descrição dos resultados obtidos

Foram inventariadas 1.419 plantas distribuídas em 9 áreas totalizando

2.700 m², resultando em 0,53 plantas por m², considerando a área total do

loteamento que é de 1.061.991,193 m², é possível afirmar que o numero de

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plantas mortas ao final da edificação do Bairro Turista II será de 562.855.332,3

plantas.

Área 1 com 300m² foram catalogadas 36 plantas, todas nativas do

Cerrado, com altura variando entre 2 a 6 metros, suberozidade significativa,

diâmetro do caule variando de 10 a 20 cm, não apresentando vestígios de

queimadas nos últimos 12 meses, solo coberto por gramíneas.

O baixo número de plantas encontradas foi atribuída à interferência

antrópica por estar próximo a área já edificada.

Figura 7. Vista de frente da área 1 Fonte: Acervo pessoal, [email protected]

Área 2: Medindo 300 M² foram encontradas 142 plantas entre arbóreas,

arbustivas, e herbáceas, com altura variando entre 60 cm a 6 m, encontradas

plantas nativas do cerrado e de mata de galeria, caule com diâmetro variando de

10 a 30 cm, solo coberto diversidades de gramíneas. A dicotomia entre arbóreas

e arbustivas se deu em função hereditariedade genética. A espécie de gramínea

predominante é o capim-Braquiária, Brachiaria decumbens, encontrado com

maior frequência nas bordas das áreas.

Figura 8 vista parcial a nível do solo da área 2 Fonte: Acervo pessoal, [email protected].

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Área 3: medindo 300m², coberta por uma vegetação característica do

cerrado com um total de 211 plantas, com ate 8 metros de altura, diâmetro

máximo dos caules em torno de 25 cm, solo coberto por gramíneas apenas nas

bordas na medida em que interioriza a área o solo é coberto por matéria orgânica

oriunda das gramíneas. A altura das plantas encontradas está relacionada com

concorrência por luz uma vês que se trata de plantas nativas do Cerrado

geralmente encontradas em torno de 4 metros de altura com caule suberoso e

galhos retorcidos.

Figura 9: imagem da área 3 situada próxima a área já edificada. Fonte: Acervo pessoal, [email protected].

Na área nº 4 localizada na região central do loteamento medindo 300

m² foram inventariadas 52 plantas com altura variando entre 2 e 5 metros com

troncos suberosos e galhos retorcidos com diâmetro mínimo de 10 e máximo de

30 cm, solo coberto por gramínea.

Figura 10 imagem da área 4 situada na área central do loteamento. Fonte Acervo pessoal, [email protected].

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Área nº 5 com dimensão idem as já citadas localizada área central do

loteamento foram catalogadas 126 plantas todas nativas, com altura variando

entre 2 e 5 metros com troncos suberosos e galhos retorcidos com diâmetro

mínimo de 10 e máximo de 30 cm, solo coberto por gramínea.

Figura 11 imagem da área 5 situada na área central do loteamento. Fonte Acervo pessoal, [email protected].

Área n º 6 encontradas 245 plantas com altura variando entre 2 e 5 metros

com troncos suberosos e galhos retorcidos com diâmetro mínimo de 10 e máximo

de 30 cm, solo coberto por gramínea.

Figura 12 imagem da área 6 situada na área central do loteamento. Fonte Acervo pessoal, [email protected].

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Área 7: idem em relação a dimensão da área de pesquisa fazendo divisa

com a área de mata ciliar,contabilizadas 181 plantas com características pioneiras

com altura de 3 ate 10 metros, diâmetro do caule variando de 10 a 30 cm,

possível visualizarmos a dicotomia entre espécies nativas do cerrado e de matas

de galeria, solo coberto por espessa camada orgânica.

Figura 13 imagem da área 7 situada na área central do loteamento. Fonte Acervo pessoal, [email protected].

Área 8 e 9 ambas com 300m², são áreas particulares totalmente

preservadas dividindo com a área de preservação permanente situadas foram

catalogadas 426 plantas, 221 na área 8, diâmetro do caule de 3 a 20 cm e as

demais 205 na área 9 encontradas plantas com 15 metros de altura, diâmetro de

caule em torno de 20 a 50 cm, solo coberto por expeça camada orgânica oriunda

das plantas encontradas no local e da lixiviação das partes alta do loteamento.

Figura 14 imagem da área 8 situada na divisa com o bairro Belvedere, a área pesquisada foi demarcada após a cerca medindo 10 por 30 metros. Fonte Acervo pessoal, [email protected].

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Figura 15 imagem da área 9 situada na divisa com o bairro Belvedere,a pesquisa nesta área se deu buscando estabelecer o numero de espécies retiradas na área desmatada. Fonte Acervo pessoal, [email protected].

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A área urbana de Caldas Novas iniciou-se as margens dos mananciais de

superfície que cortam a cidade com a urbanização a vegetação das matas de

galerias e do cerrado foi retirada em quase toda totalidade atualmente é possível

encontrar pequenos fragmentos ameaçados pela erosão causada pelo aumento

do volume de água pluvial em função da impermeabilização do solo e pelo

desaparecimento paulatino dos cursos de água.

Foi inventariadas nas nove áreas citadas totalizando 2.700 m² um total de

1.419 espécies de plantas arbóreas e arbustivas aplicando a proporcionalidade do

numero de plantas pela área total do loteamento considerando a uniformidade da

vegetação existente na área não edificada é possível chegar a 562.855.332,3

plantas que quando da totalidade da urbanização serão retiradas levando

impermeabilização do solo, aumento do luxo de água pluvial para os mananciais

de superfície causando o assoreamento dos leitos, aumento da temperatura,

aumento da concentração de CO2, redução na produção de Oxigênio e extinção

da miro e macro Fauna.

Para que tais impactos sejam minimizados é necessária á destinação de

áreas para reflorestamento na proporção das plantas retiradas nas unidades a

serem edificadas e a inserção no ensino fundamental e médio de aulas teóricas e

praticas proporcionando ao aluno um conhecimento real dos ecossistemas do

Bioma Cerrado por serem futuros formadores de opiniões

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REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Carlos. Caldas Novas Ecologia. Caldas Novas: Kelps, 1998. 284p. BRASIL, Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária, unidade Cerrado. BRASIL, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural Estado de Goiás. BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. CERRADO Uso e Manejo. Ed. Editerra, Brasília DF, 1979, 767p. FERRI, Mario Guimarães. Cerrado Uso e Manejo. V. Simpósio sobre o cerrado. P.27. FRANCO, José Maria V. Armênio Uzunian. Cerrado Brasileiro. Ed. Harbra, 64p.

HARI, Lorenzo., Árvores brasileiras, volume 1 e 2, Manual de Identificação e

Cultivo de Plantas Áureas Nativas do Brasil. I CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - Tbilisi, Geórgia (ex-urss). Fonte: http://www.cprh.pe.gov.br/sec-educamb/secund-edamb.html LUIZ, Walter. Caldas Novas, uma cidade turística na sua totalidade. Ed. Gráfica Criativa. 284p. MARTIUS; Saint Hilaire, História das Plantas Mais Notáveis do Brasil e do Araguaia. Belo Horizonte: Fino Traço Editora, 2011.

WARMING (1841- 1924), Lagoa Santa, ed. Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1908. 282p.