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PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR
2011 2015
Fortaleza, janeiro de 2011
2
Reitor Prof. Francisco de Assis Moura Araripe
Vice-Reitor
Prof. Antonio de Oliveira Gomes Neto
Chefe de Gabinete Prof. Vladimir Spinelli Chagas
Pr-Reitor de Administrao
Luiz Carlos Mendes Dodt
Pr-Reitor de Planejamento Prof. Vladimir Spinelli Chagas
Pr-Reitora de Graduao
Prof Josefa Lineuda da Costa Murta
Pr-Reitor de Ps-Graduao e Pesquisa Prof. Jos Jackson Coelho Sampaio
Pr-Reitora de Extenso
Prof Celina Magalhes Ellery
Pr-Reitor de Polticas Estudantis Prof. Joo Carlos Holanda Cardoso
Pesquisadora Institucional Prof Maria do Socorro Ferreira Osterne
Ouvidor Prof. Paulo Tadeu Sampaio de Oliveira
3
Comisso de Sistematizao do Plano de Desenvolvimento Institucional PDI (2011-2015)
Prof. Vladimir Spinelli Chagas
Prof Meiriceli Calope Leitinho
Prof Clia Maria de Souza Sampaio
Prof. Jos Ossian Gadelha de Lima
Prof Lia Matos Brito de Albuquerque
Prof Belisa Maria Veloso Holanda
Prof. Joo Vianney Campos de Mesquita (Reviso de texto)
P712 Plano de Desenvolvimento Institucional. Fortaleza: EDUECE, 2011.
185 p.; il.
Perfil Institucional; Polticas Institucionais; Estruturas de Gesto Acadmico-Administrativa e Organizacional e Instncias de Deciso; Organizao e Gesto de Pessoal; Organizao Didtico-Pedaggica; Comunicao Interna e Externa; Estrutura dos Campi da UECE; Aspectos Financeiros e Oramentrios; Avaliao Institucional.
1. Polticas de Desenvolvimento. 2. Universidade Estadual do
Cear. 3. Ensino Superior.
CDD: 338.9
4
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Proposta de estrutura organizacional e administrativa da Fundao Universidade Estadual do Cear FUNECE e da Universidade Estadual do Cear - UECE.
137
Figura 2 - Vista area do Campus do Itaperi, Fortaleza, Cear. 167
5
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Cursos de graduao presenciais por unidade da UECE, em 2010. 71
Quadro 2 - Cursos de graduao a distncia por polo da UECE, em 2010. 73 Quadro 3 - Cursos de Ps-Graduao Stricto Sensu da UECE, por unidade acadmica.
81
Quadro 4 - Cursos de Ps-Graduao Lato Sensu, presenciais e semipresenciais, da UECE.
84
Quadro 5 - Grupos de Pesquisas, por rea de Conhecimento, Cadastrados no Diretrio Nacional de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPq, em 2010.
98
Quadro 6 - Quantitativo de Ttulos e Exemplares do Acervo Bibliogrfico da Biblioteca Central Antnio Martins Filho.
145
Quadro 7 - Quantitativo de Ttulos e Exemplares das Bibliotecas dos Campi do Interior da UECE.
146
Quadro 8 - Lista de Peridicos Publicados pela EdUECE. 150
Quadro 9 - rea construda no Campus do Itaperi, Fortaleza, Cear. 169
Quadro 10 - rea construda no Campus de Ftima, Fortaleza, Cear. 170 Quadro 11 - Estrutura do oramento geral, segundo as fontes das receitas e a natureza econmica das despesas 2006 a 2009.
176
6
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ADM-EAD Curso de Administrao a Distncia
APAE Associao de Pais e Amigos de Excepcionais
APRECE Associao dos Municpios e Prefeitos do Estado do Cear
BC Biblioteca Central Antnio Martins Filho
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
BNB Banco do Nordeste do Brasil
CAPES Coordenadoria de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior
CAPs Centro de Ateno Psicossocial
CCS Centro de Cincias da Sade
CCSIS Clula de Controle, Sistema e Informao
CCT Centro de Cincias e Tecnologia
CEC Conselho de Educao do Cear
CECITEC Centro de Educao, Cincias e Tecnologia da Regio do Inhamuns
CED Centro de Educao
CEGAD Clula de Gesto Administrativa
CEGAP Clula de Gesto de Pessoas
CEINF Clula de Gesto de Infraestrutura
CEMAD Clula de Gesto, Material e Patrimnio
CENTEC Instituto Centro de Ensino Tecnolgico
CEP Comit de tica em Pesquisa
CEPE Conselho de Ensino, Pesquisa e Extenso
CEPEJA Centro de Ensino Personalizado de 5 a 8 Srie para Jovens e Adultos
CESA Centro de Estudos Sociais Aplicados
CEUA Comit de tica para o Uso de Animais
CEV Comisso Executiva do Vestibular
CH Centro de Humanidades
CIBio Comit Interno de Biossegurana
C&T&I Cincia, Tecnologia e Inovao
CMA Curso de Mestrado Acadmico
CMP Curso de Mestrado Profissional
7
CNE Conselho Nacional de Educao
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico
COELCE Companhia de Eletrificao do Cear
COGERH Companhia de Gesto de Recursos Hdricos
CONSU Conselho Universitrio
COPEC Comisso Permanente de Estgio Curricular
CPA Comisso Prpria de Avaliao
CPPD Comisso Permanente de Pessoal Docente
CT-INFRA Fundo de Infraestrutura
CTP Coordenadoria Tcnico-Pedaggica
CVT Centro Vocacional Tecnolgico
DA Departamento de Administrao
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
DCR Desenvolvimento Cientfico Regional
DER Departamento de Edificaes e Rodovias
DERT Departamento de Estradas de Rodagem e Transporte
DI Departamento de Informtica
DINTER Doutorado Interinstitucional
DIPRO Diretoria de Projetos e Obras
DOE Dirio Oficial do Estado
DRH Diretoria de Recursos Humanos
DTI Desenvolvimento Tecnolgico Industrial
EaD Ensino a Distncia
ECInt Escritrio de Cooperao Internacional
EdUECE Editora da UECE
ENADE Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
ENEM Exame Nacional do Ensino Mdio
FACEDI Faculdade de Educao de Itapipoca
FAEC Faculdade de Educao de Crates
FAFIDAM Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos
FAVET Faculdade de Veterinria
FECLESC Faculdade de Educao, Cincias e Letras do Serto Central
8
FECLI Faculdade de Educao de Iguatu
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
FIOCRUZ Fundao Oswaldo Cruz
FUNCAP Fundao Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico
FUNECE Fundao Universidade Estadual do Cear
FUNEDUCE Fundao Educacional do Estado do Cear
GPR Gesto Pblica por Resultados
IEPRO Instituto de Estudos, Pesquisas e Projetos da UECE
IES Instituio de Ensino Superior
INCRA Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira
IQD ndice de Qualificao Docente
ISCB Instituto Superior de Cincias Biomdicas
LAAV Laboratrio de Assessoramento da Autoavaliao
LAPRACS Laboratrio de Pesquisas e Prticas Coletivas em Sade
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional;
LDO Lei de Diretrizes Oramentrias
LIBRAS Lngua Brasileira de Sinais
LOA Lei Oramentria Anual
LOGIN Laboratrio de Otimizao e Gesto da Inteligncia
MAPP Monitoramento de Aes, Programas e Projetos
MCT Ministrio da Cincia e Tecnologia
MEC Ministrio da Educao
MINTER Mestrado Interinstitucional
MST Movimento dos Trabalhadores sem Terra
NAC Ncleo de Assistncia Comunitria
NACOM Ncleo de Ao Comunitria
NAP Ncleo de Apoio Pedaggico
NPC Ncleo de Polticas Culturais
NEPEEM Ncleo de Ensino, Pesquisa e Extenso em Educao Matemtica
NIT Ncleo de Inovao Tecnolgica
9
NUBACE Centro de Referncia em Pesquisa e Difuso de Tecnologia Aplicada Explorao
Animal
NUCOP Ncleo de Custos, Oramentos e Projetos
ONG Organizao No Governamental
PAI Programa de Avaliao Institucional
PCC Plano de Cargos e Carreira
PCCV Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos
PDI Plano de Desenvolvimento Institucional
PET Programa de Educao Tutorial
PIBIC Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica
PIBIC-AF Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica - Aes Afirmativas
PIBID Programa de Iniciao a Docncia
PIBITI Programa Institucional de Bolsas de Iniciao em Desenvolvimento Tecnolgico e
Inovao
PNAES Programa Nacional de Assistncia Estudantil
PPA Plano Plurianual
PPC Projeto Pedaggico do Curso
PPG Programa de Ps-Graduao
PPI Projeto Pedaggico Institucional
PRAE Pr-Reitoria de Polticas Estudantis
PROAD Pr-Reitoria de Administrao
PROAPPE Programa de Acompanhamento Psicopedaggico ao Estudante
PROCAD Programas de Cooperao Acadmica
PRODOC Programas de Cooperao para a Fixao de Recm Doutores
PROEX Pr-Reitoria de Extenso
PROGRAD Pr-Reitoria de Graduao
PROINFO Programa de Informtica
PROJUR Procuradoria Jurdica
PROLIN Projeto de Incluso de Lnguas
PROMAC Programa de Monitoria Acadmica
PRONERA Programa Nacional de Educao na Reforma Agrria
PROPGPq Pr-Reitoria de Ps-Graduao e Pesquisa
10
PROPLAN Pr-Reitoria de Planejamento
PROVIC Programa Voluntrio de Iniciao Cientfica
RENORBIO Rede Nordeste de Biotecnologia
RU Restaurante Universitrio
SATE Secretaria de Apoio a Tecnologias Educacionais
SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas
SECITECE Secretaria de Cincia, Tecnologia e Educao Superior do Estado do Cear
SEAD Secretaria de Educao a Distancia
SECULT Secretaria de Cultura
SEDH Secretaria de Direitos Humanos
SEDUC Secretaria de Educao
SEFAZ Secretaria da Fazenda Estadual
SEMACE Superintendncia Estadual do Meio Ambiente
SEPLAG Secretaria de Planejamento e Gesto
SER Secretaria Executiva Regional
SESU Secretaria de Educao Superior
SETEC Secretaria de Educao Tecnolgica
SINAES Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior
SISACAD Sistema de Controle Acadmico
SNES Sistema Nacional de Educao Superior
STDS Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social
TCC Trabalho de Concluso de Curso
TECNOPARQUE - Parque Tecnolgico da Universidade Estadual do Cear
TIC Tecnologias de Informao e Comunicao
UAB Universidade Aberta do Brasil
UANE Universidade Aberta do Nordeste
UECE Universidade Estadual do Cear
UECEVest Curso Pr-Vestibular da UECE
UFC Universidade Federal do Cear
UFMA Universidade Federal do Maranho
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UNEP Unidade de Educao Profissional
11
UNESCO Organizao das Naes Unidas para a Educao Cincia e Cultura
UNIFOR Universidade de Fortaleza
UNILAB Universidade da Integrao Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
URCA Universidade Regional do Cariri
UVA Universidade Vale do Acara
12
PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL PDI UECE (2011-2015)
SUMRIO
1 APRESENTAO 16
2 PERFIL INSTITUCIONAL 18
2.1 Evoluo Histrica da Universidade Estadual do Cear UECE 18
2.1.1 A UECE: uma Universidade Multicampi 21
2.1.2 Campi da UECE 22
A) Campi da Capital 23
A.1 Campus do Itaperi 23
A.2 Campus de Ftima 29
B) Campi do Interior 30
B.1 Campus de Limoeiro do Norte FAFIDAM 30
B.2 Campus de Quixad FECLESC 31
B.3 Campus de Iguatu FECLI 32
B.4 Campus de Crates FAEC 34
B.5 Campus de Itapipoca FACEDI 35
B.6 Campus de Tau CECITEC 36
2.2 Misso Institucional e Viso de Futuro 37
2.2.1 Misso Institucional 37
2.2.2 Viso de Futuro 37
2.3 A UECE no Cenrio Local, Regional, Nacional e Internacional 37
2.4 Princpios e Finalidades 40
2.4.1 Princpios Gerais da Universidade 41
2.4.2 Princpios Gerenciais 42
A) Eixo da Integrao da Universidade com o Governo e a Sociedade 42
B) Eixo da Interiorizao das Aes Acadmicas 44
C) Eixo da Promoo da Excelncia Acadmica 44
D) Eixo da Modernizao da Gesto Administrativa 46
E) Eixo da Qualificao da Infraestrutura 47
F) Eixo do Aproveitamento de Oportunidades de Financiamento 48
13
2.4.3 Finalidades 48
3 POLTICAS INSTITUCIONAIS 51
3.1 Poltica de Planejamento e Aes Estratgicas 51
3.1.1 Finalidades 51
3.1.2 Aes (2011-2015) 53
3.1.3 Ncleo de Inovao Tecnolgica NIT 59
3.1.4 Incubadora de Empresas do Parque Tecnolgico TECNOPARQUE 59
3.2 Poltica de Administrao 60
3.2.1 Finalidades 60
3.2.2 Aes (2011-2015) 63
3.3 Poltica de Graduao 67
3.3.1 Finalidades 67
3.3.2 Aes (2011-2015) 74
3.4 Poltica de Ps-Graduao 79
3.4.1 Finalidades 79
3.4.2 Aes (2011-2015) 93
3.5 Poltica de Pesquisa 95
3.5.1 Finalidades 95
3.5.2 Aes (2011-2015) 102
3.6 Poltica de Extenso 103
3.6.1 Finalidades 103
3.6.2 Aes (2011-2015) 106
3.7 Poltica de Atendimento aos Discentes 114
3.7.1 Finalidades 114
3.7.2 Aes (2011-2015) 121
3.8 Poltica de Educao a Distncia 124
3.9 Poltica de Aes Afirmativas 130
3.9.1 Finalidades 130
3.9.2 Aes (2011-2015) 131
14
4 ESTRUTURAS DA GESTO ACADMICO-ADMINISTRATIVA E ORGANIZACIONAL
E INSTNCIAS DE DECISO
136
4.1 Fundao Universidade Estadual do Cear FUNECE 136
4.2 Universidade Estadual do Cear UECE 139
4.3 rgos de Assessoramento e Apoio Administrao Superior 143
4.3.1 Escritrio de Cooperao Internacional ECInt 143
4.4 rgos de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extenso 144
4.4.1 Biblioteca Central Antnio Martins Filho 144
4.4.2 Editora da Universidade Estadual do Cear EdUECE 148
4.4.2.1 Peridicos Cientficos 149
4.4.3 Fazenda Experimental da Guaiba 150
4.4.4 Campus Experimental de Educao Ambiental e Ecologia de Pacoti 150
4.5 Unidade de Educao Profissional UNEP 153
5 ORGANIZAO E GESTO DE PESSOAL 154
6 ORGANIZAO DIDTICO-PEDAGGICA 158
6.1 Coordenao do Curso 158
6.2 Projeto Pedaggico do Curso 159
6.3 Prticas Acadmico-Profissionais 162
6.3.1 A Poltica de Estgio na Graduao 162
6.3.2 Poltica de Implantao e Acompanhamento das Atividades
Complementares
164
6.3.3 Empresas Juniores 165
7 COMUNICAO INTERNA E EXTERNA 166
7.1 Ouvidoria 166
8 INFRAESTRUTURA DOS CAMPI DA UECE 167
A) Campus do Itaperi 167
B) Campus de Ftima 170
C) Campus de Limoeiro do Norte FAFIDAM 171
D) Campus de Quixad FECLESC 171
E) Campus de Iguatu FECLI 172
F) Campus de Crates FAEC 172
15
G) Campus de Itapipoca FACEDI 172
H) Campus de Tau CECITEC 172
8.1 Obras de infraestrutura dos Campi da UECE 173
8.2 Gesto Ambiental 174
9 ASPECTOS FINANCEIROS E ORAMENTRIOS 176
9.1 Estratgia da Gesto Econmico-Financeira 176
9.2 Previso Oramentria e Cronograma de Execuo 177
9.3 Receitas e Despesas 179
9.4 Captao Institucional 181
9.5 Plano de Captao Institucional 183
9.6 Instituto de Estudos, Pesquisas e Projetos IEPRO 183
10 AVALIAO INSTITUCIONAL 185
10.1 Comisso Prpria de Avaliao CPA 187
10.2 Laboratrio de Assessoramento da Autoavaliao LAAV 188
BIBLIOGRAFIA 189
ANEXO A 190
ANEXO B 191
ANEXO C 192
ANEXO D 193
ANEXO E 194
16
1 APRESENTAO
Este Plano de Desenvolvimento Institucional-PDI Perodo 2011-2015, da
Universidade Estadual do Cear UECE, foi elaborado no contexto da Administrao
Superior da UECE - Gesto 2008-2012. Essa Administrao Superior formulou propostas
administrativas em um projeto institucional que vem sendo ampliado e complementado em
um processo coletivo de discusses, realizado com os integrantes da comunidade
universitria, com base no Plano de Gesto aprovado por ocasio das eleies desse Grupo
Gestor. A Administrao promove a prtica de repensar a Universidade e, como resultado
dessa discusso, adqua suas estratgias administrativas ao papel que a Instituio deve
desempenhar em seu ambiente de atuao, conforme expectativas e necessidades dos
diversos pblicos e de acordo com as estratgias do Governo do Estado do Cear,
mantenedor dessa Instituio de Ensino Superior IES.
O desenvolvimento Institucional da UECE est aqui formulado em termos do seu
papel na sociedade civil, na organizao poltica e econmica, nas relaes com os vrios
pblicos que povoam seu ambiente transacional, ponderadas as competncias e deficincias
internas, as polticas do Governo Estadual, como tambm as oportunidades e ameaas que o
ambiente conjuntural proporciona a essa Instituio. Assim, este PDI projeta
estrategicamente o futuro da UECE, considerando interesses, necessidades e demandas da
prpria Instituio e de vrios setores da sociedade cearense.
A UECE entende seu PDI como documento norteador para a autoavaliao, tendo por
base as Metas Institucionais contextualizadas em seu Planejamento Estratgico, conforme
Lei No 10.861, de 14 de abril de 2004, do Sistema Nacional de Avaliao da Educao
Superior SINAES.
O PDI articula os eixos temticos Perfil Institucional, Gesto Institucional e
Organizao Acadmica, Infraestrutura, Aspectos Financeiros e Oramentrios, Avaliao e
Acompanhamento do Desenvolvimento Institucional, Prioridades Institucionais, reas e
Macroprojetos Estratgicos, para o perodo de 2011-2015.
Neste documento so explicitadas as Metas Institucionais a serem atingidas pela
UECE. Estas se articulam em torno de Objetivos Institucionais e buscam envolver, de forma
crtica e comprometida, a maior gama possvel de participantes da sociedade cearense. Com
efeito, a Administrao Superior da UECE considera imperativo o fato de que a ao
17
Institucional decorra de um planejamento que leve em conta uma anlise situacional
fundamentada em seu trajeto histrico, suas dificuldades e desafios e, principalmente, seu
estado de Instituio Pblica Estadual destinada a cumprir uma finalidade social especfica.
Deste modo, so estabelecidos objetivos e metas globais a serem alcanados e desafios a
enfrentar no perodo, concentrando o pensamento estratgico nos problemas, e no nos
setores, e em polticas claramente direcionadas para toda a amplitude da vida acadmica.
Os macroprojetos da UECE e suas estratgias de atuao foram definidos com base
na anlise dos cenrios que contextualizam a Instituio, de forma a possibilitar o seu bom
desempenho, a percepo deste por parte dos seus pblicos de interesse e a realizao dos
ajustamentos necessrios configurao organizacional e ao redesenho dos processos.
Este PDI 2011-2015 objetiva orientar a criao de condies para que a UECE
constitua uma Universidade socialmente referenciada e reconhecida no cenrio acadmico
nacional e internacional. Deste modo, os seus valores so reafirmados no desenvolvimento
da Misso Fundamental da IES, produzindo, difundindo e deslocando as fronteiras do
conhecimento universal, sem descuidar do avano e da transformao da realidade local, da
coletividade cearense, da regio Nordeste e do Pas.
O atual Reitorado da UECE pretende que essa Instituio seja capaz de desenvolver
seu PDI 2011-2015 por meio de um planejamento contnuo e integrado, culturalmente
incorporado ao cotidiano, de modo a desenvolver o mximo de sua competncia tcnica e
formal, com a mais destacada competncia social. Para isso, todos os que integram a
comunidade acadmica da UECE professores, servidores tcnico-administrativos e alunos
so conclamados ao envolvimento em um desenvolvimento institucional que pretende ser
inovador, integrador e participativo.
Os indicadores referentes ao quantitativo de servidores docentes efetivos por classe
e titulao, de substitutos e visitantes por titulao e de tcnico-administrativos por
titulao, por unidade da UECE, foram obtidos junto ao Departamento de Pessoal da UECE
no dia 31 de dezembro de 2010 (ANEXOS A, B, C e D, respectivamente).
18
2 PERFIL INSTITUCIONAL 2.1 Evoluo Histrica da Universidade Estadual do Cear UECE
A histria formal da UECE comea com a Lei no 9.753, de 18 de outubro de 1973,
que autorizou o Poder Executivo cearense a instituir a Fundao Educacional do Estado do
Cear - FUNEDUCE, cuja primeira presidente foi a Prof Antonieta Cals de Oliveira.
Com a Resoluo no 02, de 05 de maro de 1975, do Conselho Diretor da
FUNEDUCE, referendada pelo Decreto no 11.233, de 10 de maro de 1975, foi criada a UECE,
que teve incorporadas ao seu patrimnio as seguintes unidades: Escola de Administrao do
Cear, Faculdade de Veterinria do Cear, Escola de Servio Social de Fortaleza, Escola de
Enfermagem So Vicente de Paula, Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos e Televiso
Educativa do Cear - Canal 5. A estas unidades gradativamente, foram se agregando as
demais.
Posteriormente, a Lei n 10.262, de 18 de maro de 1979, autorizou a
transformao da Fundao Educacional do Estado do Cear - FUNEDUCE, em Fundao
Universidade Estadual do Cear FUNECE.
O primeiro reitor designado para a UECE foi o Prof. Antnio Martins Filho, que, com
sua experincia de criador da Universidade Federal do Cear UFC, se responsabilizou pelos
destinos da Instituio de 1975 a 1977, tendo como vice-reitor o Prof. Dansio Dalton da
Rocha Correa, ambos nomeados pro tempore. Graas ao prestgio e ao empenho do Reitor
junto s autoridades estaduais e federais, a nova universidade foi concretizada e
reconhecida, configurando em centros como se segue: Cincias Sociais Aplicadas CESA
(Administrao, Servio Social, Pedagogia e Cincias Contbeis), Cincias da Sade CCS
(Enfermagem e Nutrio), Cincias Agrrias (Medicina Veterinria), Cincias Tecnolgicas
CCT (Geografia, Cincias da Computao, Matemtica, Fsica e Qumica) e Cincias Humanas
CH (Letras, Filosofia, Histria, Msica e Estudos Sociais).
Para o perodo de 1977 a 1981, foram nomeados como reitor e vice-reitor os Profs.
Dansio Dalton da Rocha Correa e Joo Nazareth Cardoso, respectivamente, nomes
provenientes de duas listas sxtuplas. Por necessidade de adequao a novas demandas
administrativas, a FUNEDUCE foi transformada em Fundao Universidade Estadual do Cear
FUNECE, da qual foi retirada a Televiso Educativa do Cear Canal 5, por fora da Lei no
10.262, de 18 de maio de 1979 e do Decreto no 13.352, de 23 de maio do mesmo ano. Antes
19
do fim do mandato, porm, o Prof. Dansio Dalton da Rocha Correa assumiu a titularidade da
Secretaria Estadual de Educao. Ento, o Prof. Padre Luiz Moreira passou a responder pro
tempore pela Reitoria da UECE, mantido o vice-reitor.
O governador Virglio Fernandes Tvora designa o Prof. Padre Luiz Moreira para o
Reitorado de 1981 a 1984, tendo por vice-reitor o Prof. Joo Nazareth Cardoso. Este perodo
encerra o ciclo de governos militares e o Pas comea a se abrir para as perspectivas do
funcionamento poltico-democrtico e a UECE cresce, incorporando outros cursos de
graduao, novas atividades de extenso e as primeiras iniciativas de ps-graduao lato
sensu, pelo Centro de Estudos Sociais Aplicados CESA.
Uma vez organizadas duas listas sxtuplas uma para reitor, outra para vice-reitor
o governador Luiz de Gonzaga Fonseca Mota nomeia os Profs. Cludio Rgis de Lima Quixad
e Perpedes Franklin Maia Chaves, para as respectivas funes, a serem exercidas no perodo
de 1984 a 1988. Este Reitorado foi particularmente frtil no esforo de proporcionar UECE
uma infraestrutura fsica adequada, tornando o campus do Itaperi, sede da Universidade,
um canteiro de obras.
O 5 reitorado da UECE, referente ao perodo 1988 a 1992, teve como reitor e vice-
reitor os Profs. Perpedes Franklin Maia Chaves e Luiz Tavares Jnior, respectivamente, e
caracterizou-se pela consolidao da infraestrutura fsica iniciada no perodo anterior,
avanando para a criao dos primeiros cursos de Mestrado, instalando a ps-graduao
stricto sensu na UECE. Entre 1991 e 1992, foram implantados o Mestrado em Produo e
Reproduo de Pequenos Ruminantes, o Mestrado em Letras e o Mestrado em
Administrao.
Para o 6 reitorado, perodo de 1992 a 1996, foram nomeados os Profs. Paulo de
Melo Jorge Filho (Petrola) e Hlio Bonfim de Macedo, para as funes de reitor e vice-reitor,
respectivamente, pelo governador Ciro Ferreira Gomes. A interiorizao e a graduao se
consolidam. A graduao cresceu pela multiplicao de cursos de Cincias nos campi do
interior e pela instalao do campus de Tau. A ps-graduao lato sensu tomou propores
pela parceria com a Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES,
do Ministrio da Educao MEC, em projeto de formao de professores para o ensino
superior, com mbito regional, e a ps-graduao stricto sensu evoluiu, com a agregao dos
Programas de Mestrado em Sade Pblica e Geografia.
20
Para o 7 reitorado, perodo de 1996 a 2000, foram nomeados pelo governador
Tasso Ribeiro Jereissati, para as funes de reitor e de vice-reitor, respectivamente, os Profs.
Manasss Claudino Fonteles e Francisco de Assis Moura Araripe. Os Cursos de Licenciatura
Curta e Plena em Cincias foram reestruturados para Cursos de Licenciaturas em
Matemtica, Fsica, Qumica e Biologia. A ps-graduao lato sensu expandiu-se. O Mestrado
em Letras foi transformado em Lingustica Aplicada e mais quatro mestrados foram criados.
Projetos de infraestrutura de pesquisa foram, pela primeira vez, financiados por agncias
federais. Grande esforo normativo encejou um novo Estatuto e outro Regimento Geral, do
Sistema FUNECE/UECE, atualizados perante a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao
Superior Brasileira.
Para o 8 reitorado, no perodo de 2000 a 2004, foram nomeados pelo governador
Tasso Ribeiro Jereissati, para as funes de reitor e de vice-reitor, respectivamente, os Profs.
Manasss Claudino Fonteles e Francisco de Assis Moura Araripe, por meio de processo
poltico decorrente do novo Estatuto da UECE, que passou a autorizar reeleio e
transformava as duas listas sxtuplas, independentes, para reitor e vice-reitor, em uma s
lista trplice, com as funes de reitor e de vice-reitor integradas em chapa nica. O Instituto
Superior de Cincias Biomdicas ISCB foi concebido e implantado, iniciando a integrao
das disciplinas afins e de organizao especfica da pesquisa. O Curso de Medicina foi criado.
Mais quatro Mestrados foram acrescentados e o primeiro Doutorado implantado (Cincias
Veterinrias). Nova Estrutura Organizacional foi concebida e encaminhada ao Governo
Estadual.
O 9 reitorado foi exercido pelo Prof. Francisco de Assis Moura Araripe, que
assumiu a Reitoria da UECE no perodo de outubro de 2003 a maio de 2004 aps a sada do
Prof. Manasss Claudino Fonteles.
Para o 10 reitorado, no perodo de 2004 a 2008, foram nomeados pelo
governador Lcio Gonalo de Alcntara, para as funes de reitor e de vice-reitor,
respectivamente, os Profs. Jder Onofre de Moraes e Joo Nogueira Mota (Prof. Moraes). O
Curso de Psicologia foi institudo, de trs programas de mestrados e dois de doutorado
(Biotecnologia e Sade Coletiva) foram implantados. O ponto alto deste perodo foi a
realizao da 54 Reunio Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia - SBPC,
pela primeira vez sediada em campus de universidade estadual fora do eixo Sul-Sudeste, em
comemorao aos 30 anos da UECE. A profunda corroso dos salrios, no entanto,
21
conturbou o perodo, pela ocorrncia de trs grandes greves docentes, que resultaram, no
final do perodo, na implantao de um Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos PCCV,
satisfatrio para todos, por meio de mediao direta entre o movimento docente e o
Governo Estadual.
A atual Administrao Superior da UECE, o 10 reitorado, perodo 2008 a 2012,
exercida pelos Profs. Francisco de Assis Moura Araripe e Antonio de Oliveira Gomes Neto,
reitor e vice-reitor, respectivamente, nomeados pelo governador Cid Ferreira Gomes.
Implanta-se, gradativamente, o PCCV. Recupera-se a infraestrutura de ensino e pesquisa,
pela obteno de grandes projetos estruturantes. Recobra-se a rotina do funcionamento
democrtico de todos os rgos de deliberao coletiva.
2.1.1 A UECE: uma Universidade Multicampi
A UECE atualmente se organiza em uma rede multicampi, privilegiando o ensino da
graduao e da ps-graduao (lato e stricto sensu), a pesquisa e a extenso. Seus cursos so
distribudos em cinco centros e sete faculdades, rgos da Administrao Intermediria da
UECE, que tm por finalidade supervisionar, mediar, integrar e assessorar as atividades de
ensino, pesquisa e extenso, em campos de conhecimento especficos, delimitados
administrativamente.
Na evoluo histrica da UECE, contada em seus documentos oficiais, as expresses
processo de interiorizao e expanso de ensino superior esto presentes, indicando a
atuao institucional em diversos municpios do Estado do Cear, com a criao de unidades
no interior, em cidades com maior ndice populacional. A interiorizao das universidades foi
um fato muito presente no contexto brasileiro, com origem nos anos 1960, produzindo
discusses sobre os modelos da universidade, com as conceituaes e configuraes
diversificadas.
Dos anos 1990 em diante, efetivou-se com maior nfase a discusso das expresses
universidade multicampi ou pluricampi. O termo multicampi pode ser atribudo UECE por
caracterizar as universidades assim denominadas, como aquelas que traduzem enlaces
importantes, de natureza geogrfica, regional e urbana, com a realizao de sua misso
(FIALHO, 2000, pag. 131).
22
Nesta perspectiva, a UECE tem uma estrutura organizacional que integra unidades
em Fortaleza e no interior do Cear, exercendo uma gesto de carter colegiado, com
atuao espaciotemporal em contextos diversificados. Essa estrutura funciona baseada em
modelo de gesto democrtica, associado a um processo de avaliao, ensejando decises
plurais, adequadas a contextos especficos.
Por ser uma universidade estadual, de natureza pblica, a UECE est integrada aos
modelos organizacionais do Estado, estabelecendo um dilogo com diversas instncias
governamentais, buscando a flexibilidade de processos e procedimentos administrativos,
mantendo sua autonomia como instituio universitria, com vinculao a outros nveis de
planejamento e regulao, no mbito municipal e no contexto federal.
Para o perodo 2011-2015, a UECE, como instituio multicampi, dever ter ampliado
o debate de sua misso e estrutura organizacional, de forma continuada e coletiva, na
perspectiva de sua relao com os contextos especficos das unidades do interior e da
Capital, refletindo sobre suas peculiaridades culturais, suas necessidades estruturais e
pedaggicas e seus valores humanos, como um continum democrtico em busca da
efetivao de suas funes sociais.
A UECE, na qualidade de academia multicampi, tem, portanto uma identidade que a
diferencia de outras instituies universitrias que no adotam este modelo, o qual, por sua
natureza, exige maior interdependncia institucional, com gerenciamento descentralizado e
decises adequadas a distintos contextos. Portanto, neste Plano de Desenvolvimento
Institucional para o perodo 2011-2015, o desafio dar maior consistncia relao: misso
da UECE, uma universidade multicampi, com sua estrutura organizacional, seu corpo
docente e o seu papel social, integrando-a, de maneira mais efetiva, ao desenvolvimento do
Estado do Cear.
2.1.2 Campi da UECE
A UECE uma universidade multicampi e possui alm dos dois campi na Capital, seis
unidades no interior do Cear.
23
A) Campi da Capital
Na capital do Estado, existem dois campi, o Campus do Itaperi (sede), onde
funcionam o Centro de Educao CED, o Centro de Estudos Sociais Aplicados CESA, o
Centro de Cincias da Sade CCS, o Centro de Cincias e Tecnologia CCT, a Faculdade de
Veterinria FAVET, e o Instituto Superior de Cincias Biomdicas ISCB; e o Campus de
Ftima, onde se localiza o Centro de Humanidades CH.
A.1 Campus do Itaperi
Centro de Cincias da Sade CCS
Aps a instalao concreta da UECE no ano de 1977, foram institudos os centros que
iriam abrigar os cursos de graduao, entre os quais o Centro de Cincias da Sade
composto quela poca pelos cursos de Enfermagem (oriundo da Escola de Enfermagem So
Vicente de Paula), Medicina Veterinria (procedente da Faculdade de Veterinria do Cear)
e Nutrio (primeiro curso da rea de sade criado pela UECE), sob a direo do Professor
Emmanuel Maia dos Santos Lima (mdico veterinrio). Onze anos depois, em 1988, o curso
de Medicina Veterinria foi desvinculado do CCS e vinculado ento a recm-criada Faculdade
de Veterinria.
Transcorridos 16 anos de sua instituio, o CCS cria seu primeiro curso de ps-
graduao stricto sensu, o Mestrado Acadmico em Sade Pblica, feito que impulsionou a
instituio de outros cursos de graduao e ps-graduao.
Foram fundados os seguintes cursos de graduao: em 1998, Cincias Biolgicas, em
2002, Educao Fsica e, em 2003, o de Medicina. Foram tambm criados os seguintes cursos
de ps-graduao stricto sensu: Mestrado Acadmico em Cincias Fisiolgicas, em 1999;
Mestrado Profissional em Sade da Criana e do Adolescente, em 2003; Mestrado
Acadmico em Cuidados Clnicos em Sade, em 2005, e o Doutorado em Sade Coletiva, em
2006.
Em 31/12/2010, o CCS contava com um corpo docente constitudo por 140
professores, dos quais 128 (49,2%) doutores e 50 (35,7%) mestres. Com relao ao regime
de trabalho, 122 (87,1%) possuam 40 horas, e, destes, 89 (56,4%) tinham dedicao
exclusiva. Alm dos 140 professores efetivos, o CCS contava com 44 substitutos e dois
visitantes. O quadro tcnico-administrativo era formado por 28 servidores em atividade.
24
Na modalidade de cursos de oferta temporria, o primeiro curso criado no CCS foi o
de Especializao em Planejamento em Sade Pblica; atualmente existem 78 cursos e um
total de 1.111 alunos. No ano de 2002, foi fundado o curso Superior Sequencial em Frutos
Tropicais, com turmas nos Municpios de Russas e Itapipoca.
O corpo discente do CCS, de cursos de oferta regular, formado por,
aproximadamente, 1.577 alunos de graduao e 196 estudantes de ps-graduao stricto
sensu.
Centro de Estudos Sociais Aplicados CESA
O Centro de Estudos Sociais Aplicados constitudo por trs cursos de graduao -
Administrao, Servio Social e Cincias Contbeis. Seu primeiro diretor, nomeado quando
da incorporao dos cursos de Administrao e Servio Social UECE, foi o Professor Jlio
Csar do Monte.
O curso de Administrao singularizado no cenrio universitrio cearense pelo seu
pioneirismo. Surgiu em 1960, como Escola de Administrao do Cear EAC, com origem
numa organizao da sociedade civil denominada Instituto Cearense de Administrao. No
gnero, trata-se de um dos primeiros cursos instalados no Brasil. Em 1975, a EAC foi
incorporada UECE, na condio de Curso de Administrao.
O Curso de Servio Social foi criado em 1950, por iniciativa do Arcebispo de Fortaleza,
Dom Antnio de Almeida Lustosa, e da Associao de Educao Familiar e Social. Com a
criao da UECE, ele foi incorporado ao CESA. Durante 55 anos foi o nico curso de
graduao existente no Cear responsvel pela formao de assistentes sociais, e
atualmente o nico em IES pblica.
O Curso de Cincias Contbeis o mais recente e teve o seu funcionamento iniciado
em 1987, para atender uma demanda reprimida de pessoas desejosas de ingressar no ensino
superior, buscando a formao na rea contbil, alm da constante e crescente necessidade
do mercado de trabalho. Ressalte-se que s existiam, at ento, trs cursos superiores em
Contabilidade no Estado do Cear.
Vale ressaltar que o CESA mantinha, at o ano de 2009, a habilitao em
Administrao Pblica, conservando a tradio da formao nessa rea, pois foi instituda
quando da criao da Escola de Administrao do Cear. Julgou-se, no entanto, que era
25
necessrio um esforo maior da Universidade em prol da formao dos agentes pblicos,
fortalecendo e modernizando a Gesto Pblica no meio local.
No Projeto, procura-se tornar o curso uma referncia regional, criando-se junto a ele
um ncleo voltado para o estmulo interiorizao do ensino, por meio de cursos
semipresenciais, alm de grupos de pesquisa e extenso que valorizem cada vez mais a
qualificao dos agentes pblicos.
Em 31/12/2010, o CESA contava com um corpo docente constitudo por 103
professores, dos quais 39 (37,9%) possuam titulao de mestre e 25 (24,3%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho 88 (85,4%) professores possuam 40 horas e, destes, 46
(44,7%) tinham dedicao exclusiva. Alm de 103 professores efetivos, o CESA contava com
18 substitutos. O quadro tcnico-administrativo era formado por 23 servidores em atividade.
Centro de Cincias e Tecnologia CCT
O Centro de Cincias e Tecnologia surgiu tambm a partir da instalao da UECE, em
1977, e teve como primeiro diretor o Professor Caio Lssio Botelho. Dentre os principais
objetivos do CCT destacam-se: proporcionar uma slida formao de base em Cincia e
Tecnologia, bem como a prtica de uma aprendizagem continuada e sistematizada, que
permita aos seus graduandos integrarem aspectos tecno-cientficos, sociais e humanos, de
forma a torn-los agentes de mudana e inovao na sociedade, respondendo s
necessidades da sociedade em geral e do sistema produtivo em particular.
O CCT constitudo por quatro cursos de licenciatura Geografia, Fsica, Qumica e
Matemtica e trs de bacharelado Cincia da Computao, Geografia e Fsica, na
modalidade presencial. No ano de 2009, a UECE passou a ofertar os seguintes cursos de
graduao na modalidade semipresencial: Licenciatura em Fsica, Licenciatura em
Matemtica, Licenciatura em Qumica e Licenciatura em Informtica, ofertados sob o abrigo
de convnio firmado pela UECE com o Ministrio da Educao/FNDE/UAB, com ncleos de
apoio nos seguintes municpios: Maranguape, Mauriti, Ors, Misso Velha, Piquet Carneiro e
Tau.
Em 31/12/2010, o CCT contava com um corpo docente constitudo por 107
professores, dos quais 35 (32,7%) possuam titulao de mestre e 52 (48,6%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho 95 (88,8%) professores possuam 40 horas e, destes, 73
26
(70,8%) tinham dedicao exclusiva. Alm de 107 professores efetivos, o CCT contava com
31 substitutos. O quadro tcnico-administrativo era formado por 39 servidores em atividade.
Faculdade de Veterinria FAVET
O Projeto de Lei criando a Faculdade de Veterinria do Cear foi aprovado pela
Assembleia Legislativa em 1962. Funcionando Rua Princesa Isabel, no centro de Fortaleza,
seu primeiro vestibular deu-se em maro de 1963 e, quatro anos depois, a Faculdade de
Veterinria do Cear se instalou nas dependncias da Fazenda Experimental, doada pelo
Ministrio de Agricultura, localizada no Itaperi.
Com a criao da Universidade Estadual do Cear em maro de 1975, a Faculdade de
Veterinria do Cear foi encampada, semelhana do Curso de Enfermagem, pelo Centro de
Cincias da Sade CCS, tornando-se Curso de Veterinria. Em novembro 1987, o Curso de
Veterinria foi desmembrado do CCS, mediante ato homologado pelo Conselho Universitrio
CONSU, tornando-se, novamente, Faculdade de Veterinria FAVET.
Com a misso de produzir e disseminar conhecimentos e formar profissionais aptos a
promover o desenvolvimento sustentvel e melhorar a qualidade de vida na regio, a FAVET,
ao longo de seus 47 anos de existncia, formou mdicos-veterinrios cuja atuao merece
destaque nas diversas regies do Pas, desenvolvendo trabalhos nas reas de extenso rural,
clnica mdica e cirrgica de pequenos e de grandes animais, pesquisas agropecurias,
magistrio superior, sade pblica, dentre outras.
No Estado do Cear a importncia da Faculdade de Veterinria pode ser mensurada
observando-se o setor agropecurio ou do agronegcio, o qual apresenta ndices
significativos nos vrios segmentos de criao e explorao animal.
Em 31/12/2010, a FAVET contava com um corpo docente constitudo por 50
professores, dos quais nove (18%) possuam titulao de mestre e 40 (80%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho, 49 (98%) possuam 40 horas e, destes, 40 (80%) tinham
dedicao exclusiva. Alm de 50 professores efetivos, a FAVET contava com sete substitutos.
O quadro tcnico-administrativo era formado por 33 servidores em atividade.
A FAVET destaca-se na excelncia do ensino de graduao a mais de 300 alunos no
curso, por meio da alta qualidade da produo cientfica observada nos seus cursos de ps-
graduao Mestrado e Doutorado em Cincias Veterinrias. A prestao de servios
27
mdicos e cirrgicos a animais de pequeno e mdio porte e de produo, tambm, faz da
FAVET uma referncia para o Estado.
Centro de Educao CED
O Centro de Educao foi criado pela Resoluo N 189/98-CONSU, de 16 de outubro
de 1998.
O CED desenvolve suas atividades por meio das quatro Coordenaes integrantes de
sua estrutura: Curso de Pedagogia, Educao a Distncia, Ensino Lato Sensu e Mestrado
Acadmico em Educao, com rea de concentrao em Formao de Formadores.
O pedagogo formado pelo atual Curso de Pedagogia o docente profissional
habilitado para atuar nos anos iniciais do ensino fundamental e nas disciplinas pedaggicas
de nvel mdio. Recebe, ainda, o preparo para o apoio e coordenao do trabalho
pedaggico.
A clientela do Curso de Pedagogia encontra-se distribuda nos turnos da manh e
noite. Sua carga horria de 2.400 h/a, compreendendo 162 crditos, sendo 146 em
disciplinas obrigatrias e 16 optativas.
A Coordenao de Ensino Lato Sensu do Centro de Educao tem como objetivo
oferecer qualificao especializada a profissionais interessados em temticas vinculadas
educao, ao ensino e formao de professores. Os cursos so autofinanciados e envolvem
docentes da UECE e de outras IES. Esta Coordenao responsvel pela elaborao de
projetos de cursos e acompanhamento de sua tramitao nas vrias instncias da UECE;
divulgao, inscrio, seleo, matrcula e execuo; produo de relatrios; certificao e
emisso de declaraes, e certides e histricos. Estas aes constituem atividades centrais
deste setor.
O Curso de Mestrado Acadmico em Educao CMAE do Centro de Educao da
UECE, criado pela Resoluo n 2.486-CEPE, de 06 de dezembro de 2002, com rea de
concentrao em Formao de Professores, iniciou suas atividades em 2004. Foi
homologado por meio da Portaria do CNE n 1.652, de 03 de junho de 2004.
Em 31/12/2010, o CED contava com um corpo docente constitudo por 40
professores, dos quais 13 (32,5%) possuam titulao de mestre e 24 (60%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho 40 (100,0%) possuam 40 horas e, destes, 37 (82,5%) tinham
http://www.ced.uece.br/http://www.uece.br/
28
dedicao exclusiva. Alm dos 40 professores efetivos, o CED contava com 13 substitutos. O
quadro tcnico-administrativo era formado por 11 servidores em atividade.
Instituto Superior de Cincias Biomdicas ISCB
O Instituto Superior de Cincias Biomdicas constitudo, primordialmente, por
laboratrios de pesquisa cientfica experimental na rea de Cincias Biomdicas.
O ISCB foi criado pela Resoluo n 411-CONSU, de 15 de setembro de 2003, com a
finalidade de supervisionar, mediar, integrar e assessorar as atividades de Pesquisa, Ensino e
Extenso no Campo das Cincias Biomdicas. Dentre os objetivos do ISCB, destacam-se:
realizar e fomentar a pesquisa cientfica original, principalmente aquelas voltadas para
temas do semirido do Nordeste; promover a utilizao do conhecimento mediante a
extenso universitria; integrar a pesquisa com os ensinos de ps-graduao e graduao; e
promover a interiorizao da pesquisa cientfica experimental, levando-a aos campi da UECE
no interior do Estado do Cear.
O ISCB desenvolve programas e parcerias, convnios e outros instrumentos de
cooperao com universidades e instituies locais e internacionais, com o objetivo de
tornar-se um Instituto de referncia de pesquisa na rea das Cincias Biomdicas. O ISCB
mantm por intermdios de seus grupos de pesquisa e pesquisadores, atividades e
colaborao cientfica com vrias instituies internacionais, nacionais, regionais e locais,
entre as quais se destacam: University of Maryland USA, University of Virginia USA,
University of Montreal Canad, Instituto de Cincias Biolgicas da Universidade de So
Paulo e Instituto Butant, ambos em So Paulo, Departamento de Fisiologia e Farmacologia
da Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
Universidade Regional do Cariri e Fundao Mussamb, em Crato, e Departamento de
Fisiologia e Farmacologia da UFC.
O ISCB visa a incrementar a excelncia da produo cientfica na rea com a
promoo da multidisciplinaridade dos estudos. Para tal, mantm um corpo de
pesquisadores, tambm professores de graduao, lotados em centros e faculdades da UECE
como o CCS, o CCT e a FAVET. Desde a fundao do ISCB, esses pesquisadores mantm sob a
sua coordenao vrios laboratrios de pesquisa, aos quais se agrega uma populao mdia
de aproximadamente 45 alunos de ps-graduao ligados ao Mestrado Acadmico em
Cincias Fisiolgicas MACF e Rede Nordeste de Biotecnologia RENORBIO, bem como
29
120 de graduao (estagirios e bolsistas de iniciao cientfica de vrios programas, como o
PROVIC, o IC-UECE, o ICT-FUNCAP, o PIBIC-CNPq etc).
Visando a excelncia cientfica, o ISCB atribui a si a angariao de recursos e a
qualificao de seus pesquisadores para montagem e implantao de estruturas a fim de
servir a mltiplos usurios, como o Laboratrio de Microscopia Eletrnica e o Biotrio de
Reproduo e de Experimentao da UECE.
A.2 Campus de Ftima
No Campus de Ftima, localizado na Avenida Luciano Carneiro, em Fortaleza,
funciona o Centro de Humanidades CH.
O CH foi tambm constitudo com a implantao da UECE em 1975. O CH originou-se
da antiga Faculdade de Filosofia do Cear FAFICE, que contava com os cursos de Filosofia e
Letras em funcionamento desde 1947, ano de sua criao. Em 1966 a FAFICE foi encampada
pelo Governo do Estado do Cear e, em 1967 transformou-se em autarquia por meio da Lei
n 8.737, de 25 de janeiro de 1967. O primeiro diretor do CH, nomeado quando da criao
da UECE foi o Professor Luiz Moreira.
Atualmente o CH que possui sete cursos de graduao, sendo seis na modalidade
presencial Cincias Sociais, Filosofia, Histria, Letras, Msica e Psicologia e um de Artes
Plsticas, na modalidade a distncia.
A Direo do Centro de Humanidades est localizada no Campus de Ftima, mas o CH
se encontra presente nos dois campi da UECE em Fortaleza, no Campus de Ftima Cincias
Sociais, Filosofia, Letras e Psicologia; e no Campus do Itaperi Histria, Msica e Artes
Plsticas.
Alm dos cursos de graduao, o CH possui cinco cursos de ps-graduao stricto
sensu, assim distribudos: no Campus do Itaperi: Mestrado Acadmico em Histria e
Culturas, Mestrado Acadmico em Polticas Pblicas e Sociedade e Mestrado Profissional em
Planejamento e Polticas Pblicas; no Campus de Ftima: Mestrado Acadmico em Filosofia e
Mestrado Acadmico em Lingustica Aplicada. Tambm merece destaque o principal
programa de Extenso Universitria do CH o Ncleo de Lnguas Estrangeiras no qual
funcionam cursos regulares de Espanhol, Francs, Grego, Ingls, Italiano, Latim e Japons.
Em 31/12/2010, o CH contava com um quadro docente composto por 167
professores, dos quais 56 (33,5%) possuam titulao de mestre e 76 (45,5%) de doutor. Com
30
relao ao regime de trabalho, 158 (94,6%) possuam 40 horas e, destes, 92 (55,0%) tinham
dedicao exclusiva. Alm de 167 professores efetivos, o CH contava com 35 substitutos. O
quadro tcnico-administrativo era formado por 31 servidores em atividade.
B) Campi do Interior
No interior do Estado consolidaram-se seis campi, cada um em municpios situados
estrategicamente, quais sejam Limoeiro do Norte, na Regio Jaguaribana a Faculdade de
Filosofia Dom Aureliano FAFIDAM; Quixad, no Serto Central a Faculdade de Educao,
Cincias e Letras do Serto Central FECLESC; Iguatu, na Regio Centro-Sul a Faculdade de
Educao, Cincias e Letras de Iguatu FECLI; Crates, na Regio Oeste/Ibiapaba a
Faculdade de Educao de Crates FAEC; Itapipoca, na Regio Noroeste a Faculdade de
Educao de Itapipoca FACEDI; e Tau, na Regio dos Inhamuns o Centro de Educao,
Cincias e Tecnologia da Regio dos Inhamuns CECITEC.
B.1 Campus de Limoeiro do Norte FAFIDAM
Atendendo a uma reivindicao de Dom Aureliano Matos, bispo da Diocese de
Limoeiro do Norte, o governador Cel. Virgilio Tvora criou, pela Lei n 8.557, de 19 de agosto
de 1966, a Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos FAFIDAM. Estruturada como
autarquia estadual em janeiro de 1967, pela Lei n 8.716, passou a gozar de autonomia
administrativa, financeira, pedaggica e disciplinar, a exemplo da Faculdade de Filosofia do
Cear, da Escola de Administrao e da Escola de Veterinria do Cear.
A abertura dos cinco primeiros cursos de licenciatura Letras, Pedagogia, Histria,
Geografia e Matemtica foi autorizada pelo Conselho de Educao do Cear, pelo Parecer
n 425/68. Em 08 de novembro de 1977, foi publicado no Dirio Oficial do Cear o Decreto
n 8.295, que autorizava a abertura das inscries para o primeiro Concurso Pblico de
Provas e Ttulos para o ingresso no magistrio superior de profissionais que formariam o
corpo docente da ento recm-criada Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos.
A realizao do primeiro concurso vestibular aconteceu no dia 03 de janeiro de 1968.
A aula inaugural, proferida pelo historiador Raimundo Giro, ento secretrio da Cultura do
Estado do Cear, ocorreu no dia 08 de agosto de 1968.
At o ano de 1973, por ser uma autarquia estadual, a FAFIDAM teve personalidade
jurdica e independncia oramentria. Desde ento, passou a ser mantida pela Fundao
31
Educacional do Estado do Cear FUNEDUCE, criada pela Lei n 9.753, de 18 de outubro de
1973, extinguindo, assim, as autarquias estaduais de educao. Em 1981, a FAFIDAM
integrada Universidade Estadual do Cear UECE, por parecer do Conselho Federal de
Educao, passando a obedecer ao regimento desta universidade.
Atualmente a FAFIDAM conta com oito cursos de Licenciatura, em Geografia,
Histria, Letras (Portugus e Ingls), Pedagogia, Cincias Biolgicas, Matemtica, Fsica e
Qumica, e com um curso de bacharelado em Administrao de Empresas, na modalidade a
distncia. Alm dos cursos de graduao, a FAFIDAM oferece atualmente cinco cursos de
ps-graduao lato sensu, nas reas de Meio Ambiente, Ensino de Matemtica, Ensino da
Lngua Portuguesa, Gesto Educacional e Estudos Literrios.
Encontram-se em desenvolvimento 11 projetos de pesquisa com financiamento dos
rgos de fomento e dez projetos de extenso acadmica, que fortalecem o ensino de
graduao e ps-graduao, ao mesmo tempo em que amplia a articulao da Universidade
com a Sociedade, cumprindo sua misso precpua de produzir e socializar conhecimento,
formar profissionais crticos comprometidos com o desenvolvimento educacional, social,
econmico, poltico e cultural da Regio do Vale do Jaguaribe.
Em 31/12/2010, a FAFIDAM contava com um corpo docente formado por 63
professores, dos quais 43 (68,2%) possuam titulao de mestre e 11 (17,4%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho, 63 (100%) possuam 40 horas e, destes, 49 (77,8%) dedicao
exclusiva. Alm de 63 professores efetivos, a FAFIDAM contava com 30 substitutos. O
quadro tcnico-administrativo era formado por 16 servidores em atividade.
A graduao conta com 1.850 alunos matriculados, oriundos das cidades de Aracati,
Fortim, Icapu, Itaiaba, Jaguaruana, Palhano, Quixer, Morada Nova, Limoeiro do Norte, So
Joo do Jaguaribe, Russas, Jaguaribe, Alto Santo, Jaguaretama, Potiretama, Pereiro e
Jaguaribara.
B.2 Campus de Quixad FECLESC
A Faculdade de Educao, Cincias e Letras do Serto Central FECLESC, criada em
1976, como resultado da luta e mobilizao da sociedade quixadaense e do serto central
cearense, passou a fazer parte da Universidade Estadual do Cear UECE, em 1983, com a
implantao dos Cursos de Pedagogia, Cincias e Histria, reconhecidos pelo Conselho
Federal de Educao em 1988.
32
A FECLESC ocupa lugar de destaque na regio central do Estado do Cear e no macio
de Baturit. Atualmente mantm com oito cursos de graduao: Pedagogia, Histria, Letras
(Portugus e Ingls), Qumica, Matemtica, Fsica e Cincias Biolgicas. A FECLESC abriga
hoje 1.409 alunos dos cursos de graduao, incluindo os do FECOP, e 622 dos programas de
extenso.
Em 31/12/2010, a FECLESC contava com um corpo docente constitudo por 62
professores, dos quais 31 (50,0%) possuam titulao de mestre e 25 (40,3%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho, 62 (100%) possuam 40 horas e, destes, 49 (79,0%) tinham
dedicao exclusiva. Alm de 62 professores efetivos, a FECLESC contava com 15 substitutos.
O quadro tcnico-administrativo era formado por 25 servidores em atividade.
Ao longo de mais de duas dcadas, a FECLESC continuamente, amplia e consolida a
formao de jovens profissionais na rea da docncia para atender a uma demanda
constante, ajudando, dessa forma, a superar as limitaes impostas regio do semirido,
por meio de respostas que contribuem para o desenvolvimento sustentvel e para a
formao intelectual, profissional, social e cultural de sua populao.
B.3 Campus de Iguatu FECLI
A Faculdade de Educao, Cincias e Letras de Iguatu foi criada como uma Autarquia
de Natureza Especial, em 1979, pela Lei Municipal n 558/79, de 24 de dezembro,
complementada pelas Leis n 559/79 e n 1.006/80. Em 14 de julho de 1980 e em 10 de
setembro do mesmo ano, a Cmara de Ensino Superior, do Conselho de Educao do Cear -
CEE deu parecer favorvel ao funcionamento da FECLI. A autorizao de funcionamento foi
objeto do Decreto Estadual n 85.731, de 17 de fevereiro de 1981, que se baseou no Parecer
n 1.192/80, do CEE. O primeiro curso superior da FECLI Licenciatura de Curta Durao em
Pedagogia, com Habilitaes em Administrao, Superviso e Inspeo Escolar teve, ento,
sua aula inaugural pronunciada pelo Professor Cludio Martins, em 21 de maro de 1981.
A reivindicao da comunidade acadmica de encampao da FECLI, pela Fundao
Universidade Estadual do Cear FUNECE, foi oficializada pelo Decreto Estadual n 15.502, de
10 de setembro de 1982, e pelo Termo de Encampao, assinado pela UECE em 17 de dezembro
de 1983.
Em 29 de agosto de 1986, o Conselho Federal de Educao reconheceu o Curso de
Licenciatura de Curta Durao em Pedagogia, da FECLI, pelo Parecer n 487/86.
33
A aprovao de duas licenciaturas plenas da FECLI em Pedagogia, com Habilitao
em Magistrio, e em Letras, com Habilitaes em Portugus/Ingls e Portugus/Literatura
consta da Resoluo n 318-CEPE, de 05 de junho de 1989. O Curso de Pedagogia foi
implantado no primeiro perodo de 1990, seguindo a Resoluo n 071 CONSU, de 25 de
setembro de 1989. J o curso de Letras foi implantado no segundo perodo de 1990. Esses
Cursos foram reconhecidos em 02 de outubro de 1997, conforme os Pareceres n 1.007/97 e
n 1.008/97 do Conselho Nacional de Educao CNE, publicados no Dirio Oficial da Unio
de 11 de novembro de 1997.
Um projeto de expanso da FECLI foi aprovado pela Resoluo n 2.229-CEPE, de 21
de maro de 2000. Em 10 de agosto desse mesmo ano, a Resoluo n 221-CONSU criou os
cursos de Licenciatura Plena em Matemtica, Fsica, Qumica e Cincias Biolgicas. No
primeiro semestre de 2002, foram oferecidas vagas, na FECLI, para os cursos de Matemtica
e Fsica. A Resoluo n 2.569-CEPE criou o curso de Licenciatura Plena em Cincias
Biolgicas, em 17 de julho de 2003. O Edital n 006/2003, de 09 de maio de 2003, ofertou
vagas para esse curso, para o segundo semestre de 2003.
Alm dos cinco cursos de Licenciatura Plena Presencial (Pedagogia, Matemtica,
Fsica, Cincias Biolgicas e Letras, com habilitaes em Portugus e Ingls), a FECLI oferece,
ainda, uma turma de Bacharelado em Administrao de Empresa, na modalidade de
Educao a Distncia.
A FECLI registra quatro cursos de ps-graduao latu sensu as especializaes em
Lngua Portuguesa, Literatura do Sculo IX e XX, Lngua e Literatura Inglesas e Abordagens e
Perspectivas de Histria.
As atividades de Extenso, na FECLI, incluem o Curso de Educao Inclusiva, em
parceria com a Associao de Pais e Amigos de Excepcionais APAE - Iguatu, minicursos de
Lngua Portuguesa e de Lngua Inglesa, no mbito das disciplinas Prtica de Ensino de
Portugus e de Ingls, o evento anual Semana de Letras, o Circuito de Palestras dos Cursos
de Graduao da FECLI, com quatro eventos semestrais, por curso, a Jornada Cientfica,
desenvolvida anualmente pelos Cursos de Matemtica, Fsica e Biologia, o Ncleo de Estudos
de Latim, o CineArte FECLI Letras, o CineCincia FECLI Fsica, o Projeto Jornal A Voz
Acadmica e o Grupo de Estudos sobre Poesia Popular.
Em 31/12/2010, a FECLI contava com um quadro docente constitudo por 25
professores, dos quais 15 (60,0%) possuam titulao de mestre e 4 (16%) de doutor. Com
34
relao ao regime de trabalho, 24 (96,0%) professores possuam 40 horas e, destes, 14
(58,3%) tinham dedicao exclusiva. Alm de 25 professores efetivos, a FECLI contava com
21 substitutos. O quadro tcnico-administrativo era formado por 14 servidores em atividade.
B.4 Campus de Crates FAEC
A Resoluo n 32-CEPE, de 31 de agosto de 1982, criou o Curso de Pedagogia no
municpio de Crates, o que possibilitou o incio das atividades da FAEC, cuja primeira turma
ingressou em 1983. Refletindo o processo de interiorizao da UECE na regio do Estado do
Cear conhecida como Sertes de Crates, a implantao desse curso atendia a antigos
anseios e demandas da sociedade local por uma escola de nvel superior.
Em 29 de janeiro de 1988, pelo Parecer n 8288, o Conselho Federal de Educao
reconheceu o Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia de Crates, concretizando-se dessa
maneira a instituio.
A Resoluo n 255-CONSU, de 10 de agosto de 2000, instituiu os cursos de
Licenciatura Plena em Qumica e Licenciatura Plena em Cincias Biolgicas, cujas primeiras
turmas iniciaram em 2002.2. Atualmente, os trs cursos so reconhecidos pelo Conselho
Educao do Cear.
A FAEC, juntamente com a Secretaria de Educao Distncia, oferece o Curso de
Administrao na modalidade a distncia, projeto de parceria da UECE com o Banco do
Brasil.
Em 31/12/2010, a FAEC contava com um quadro docente constitudo por 26
professores, dos quais 18 (69,2%) possuam titulao de mestre e 6 (23,0%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho, 26 (100%) dos professores possuam 40 horas e, destes, 21
(80,7%) tinham dedicao exclusiva. Alm de 26 professores efetivos, a FAEC contava com
15 substitutos. O quadro tcnico-administrativo era formado por 13 servidores em atividade.
O corpo discente da FAEC formado por, aproximadamente, 700 alunos oriundos de
Crates, Independncia, Novo Oriente, Nova Russas, Tamboril, Sucesso e Ipaporanga.
A FAEC, at o semestre 2008.2, formou 804 Pedagogos, 28 licenciados em Qumica e
35 licenciados em Cincias Biolgicas, totalizando 867 profissionais que prestam relevantes
servios sociedade local.
35
B.5 Campus de Itapipoca FACEDI
Em 1983, criou-se, na cidade de Itapipoca a Faculdade de Educao, com o curso de
Pedagogia, vinculada Universidade Estadual do Cear UECE, graas ao esforo coletivo da
sociedade local e de representaes polticas. Funcionando inicialmente nas dependncias do
Colgio Estadual Joaquim Magalhes, a FACEDI recebeu, finalmente, sua nova sede em 31 de
agosto de 1995.
O Curso de Pedagogia da FACEDI foi reconhecido pelo Conselho Federal de Educao
em 1988 e conta hoje com 374 alunos matriculados. O Curso de Licenciatura em Cincias
Biolgicas foi reconhecido pelo Conselho de Educao do Cear pelo Parecer n 0482/2008,
de 24/09/2008, e conta atualmente com um total de 130 alunos matriculados. O Curso de
Licenciatura em Qumica foi reconhecido pelo Parecer n 0561/2008 do CEC, de 12/11/2008,
e conta hoje com um total de 100 alunos matriculados.
A FACEDI, juntamente com a Secretaria de Educao a Distncia SEAD, oferece o
Curso de Administrao modalidade a distncia, projeto em parceria com o Banco do Brasil.
O raio de atuao da FACEDI engloba outros 14 municpios (Amontada, Apuiars,
Itapaj, Mirama, Paracuru, Paraipaba, Pentecoste, So Gonalo do Amarante, So Luiz do
Curu, Tejuuoca, Trairi, Tururu, Umirim e Uruburetama), alm de Itapipoca.
A FACEDI tambm conta com a participao de seus alunos no programa de monitoria
acadmica da prpria UECE, nos programas de iniciao cientfica ofertados pelas entidades
de fomento (IC-UECE, ICT-FUNCAP) e em programas de estgios no obrigatrios mediante
convnios com entidades locais, como a CAGECE e o CENTEC e outros.
Em 31/12/2010, a FACEDI contava com um quadro docente constitudo por 29
professores, dos quais 28 (75,8%) possuam titulao de mestre e 6 (23,0%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho, 29 (100%) dos professores possuam 40 horas e, destes, 28
(96,6%) tinham dedicao exclusiva. Alm de 29 professores efetivos, a FACEDI contava com
13 substitutos. O quadro tcnico-administrativo era formado por 12 servidores em atividade.
No que diz respeito s atividades de extenso universitria, a Faculdade atua no
Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, no Frum Permanente de Defesa do
Meio Ambiente e na Companhia de Gesto de Recursos Hdricos COGEHR. Participa e
coordena o Projeto Frum de Reflorestamento da Regio Serrana de Itapipoca, e desde 2006
participa do Programa Nacional de Educao na Reforma Agrria PRONERA. So tambm
36
projetos de extenso da Faculdade, o Projeto de Arte Educao, o Projeto Tubo de Ensaio, o
Projeto Coral EnCantando a FACEDI, e o Laboratrio LUTEMOS.
A Faculdade de Educao de Itapipoca oferece, junto com o programa FECOP do
Governo do Estado, o Curso de Licenciatura em Qumica, em Umirim, com 35 alunos
matriculados, e o Curso de Licenciatura em Cincias Biolgicas, em Amontada, com 32 alunos
matriculados.
B.6 Campus de Tau CECITEC
O Centro de Educao, Cincias e Tecnologia foi criado pela Resoluo n0 743-CEPE
de 03 de maio de 1994. Com a nova proposta da estrutura organizacional, esta unidade,
embora com a denominao inicial, passar a ser considerada no um centro e sim uma
faculdade, conforme estabelece a Regimento Geral da UECE para suas unidades do interior.
O CECITEC teve suas atividades acadmicas iniciadas em 19 de junho de 1995 e sua rea de
atuao abrange os Municpios de Aiuaba, Arneiroz, Catarina, Quiterianpolis, Parambu e
Tau.
O CECITEC atualmente oferece os cursos de Licenciatura em Pedagogia, Cincias
Biolgicas e Qumica e j diplomou 516 profissionais em graduao e ps-graduao, sendo
262 em Pedagogia, 139 em Cincias, com habilitao em Matemtica e Fsica, Qumica e
Biologia, 13 em Licenciatura Plena em Qumica e 31 em Licenciatura Plena em Cincias
Biolgicas. Formou tambm 71 profissionais em Ps-Graduao lato sensu, dos quais 27 em
Psicomotricidade, 22 em Educao Especial e 22 em Gesto Educacional.
Na rea Extensionista, o CECITEC oferece cursos de Lngua Inglesa, em convnio com
o PROLIN-PRAE. O Centro registra atualmente um total de 16 bolsistas sendo 14 bolsas de
assistncia estudantil da Pr-Reitoria de Polticas Estudantis-PRAE e duas bolsas de Iniciao
Cientifica por meio do Projeto de Incentivo Interiorizao da Fundao Cearense de Apoio
ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico FUNCAP.
Em 31/12/2010, o CECITEC contava com um corpo docente constitudo por 20
professores, dos quais sete (35,0%) possuam titulao de mestre e um (5%) de doutor. Com
relao ao regime de trabalho, 20 (100,0%) professores possuam 40 horas e, destes, 14
(70,0%) tinham dedicao exclusiva. Alm de 20 professores efetivos, o CECITEC contava
com 11 substitutos. O quadro tcnico-administrativo era formado por trs servidores em
atividades.
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O corpo discente possui 383 alunos, sendo 123 no curso de Pedagogia, 139 no curso
de Cincias Biolgicas e 121 no curso de Qumica. Todos os cursos do CECITEC so
reconhecidos pelo CEC.
2.2 Misso Institucional e Viso de Futuro
2.2.1 Misso Institucional
Produzir e disseminar conhecimentos e formar profissionais para promover o
desenvolvimento sustentvel e a qualidade de vida da regio.
2.2.2 Viso de Futuro
Universidade de projeo nacional pela excelncia do ensino, da produo cientfica e
da contribuio efetiva ao desenvolvimento do Pas.
2.3 A UECE no Cenrio Local, Regional, Nacional e Internacional
As sociedades atravessam um perodo de intensas mudanas, com o questionamento
de inmeros paradigmas que, ao longo do ltimo sculo, direcionaram o desenvolvimento
social e econmico. Esses questionamentos produziram o redesenho da cartografia mundial
e as naes, como as organizaes e pessoas buscam ainda seu referencial em um novo
centro de equilbrio.
Talvez ainda seja cedo para se fazer uma anlise do sculo XX, tantas foram as
mudanas introduzidas. Percebe-se, entretanto, que as modificaes produzidas pela
revoluo dos costumes e pelo vertiginoso avano da cincia e da tecnologia continuaro a
marcar fortemente a sociedade do sculo XXI.
Envolvida no contexto das mudanas por que passam as sociedades, a Universidade,
como instituio social, passa tambm a ser questionada quanto ao seu papel, desempenho
e, especialmente, seus histricos compromissos sociais. Esses questionamentos decorrem de
vrios fatores, entre os quais esto o paradigma da Ps-Modernidade, o desgaste das
utopias, o progressivo desenvolvimento e disseminao das novas tecnologias de
comunicao e a descentralizao da produo do conhecimento. De qualquer modo, na
38
Universidade, a crtica ao conhecimento institudo e/ou produzido permanece sem
cerceamento.
O Brasil, buscando sua insero no contexto da sociedade que est sendo
configurada, defronta-se com enormes contradies sociais e econmicas.
Consequentemente, cresce a conscincia social de que, para assumir um lugar destacado no
conjunto das naes, o Pas ter de procurar opes de crescimento sustentado, como
forma, inclusive, de superar os desafios econmicos e as contradies sociais em que est
imerso.
Para superar estes desafios, o Brasil, necessariamente, ter de democratizar o acesso
educao superior, de modo a incluir nesta modalidade de ensino um contingente de
jovens que hoje se veem privados de condies tanto para o acesso quanto para sua
manuteno como estudantes. E esta incluso no se dar sem um investimento substancial
na Universidade Pblica.
Ante tal situao, a Universidade Pblica ter que se defrontar com uma srie de
exigncias. Sua capacidade de resposta, no entanto, se v prejudicada por polticas
restritivas ao seu financiamento e indutoras da massificao, em vez da sua democratizao,
pela ausncia de polticas consistentes que assegurem o seu lugar na sociedade e tambm
pela caracterstica com que reage s mudanas e inovaes provenientes do ambiente
externo.
A Universidade Pblica brasileira, no entanto, e apesar de tais adversidades, resiste,
criando estratgias que aprimoram suas atividades de ensino, pesquisa e extenso. Dessa
forma, contribui decisivamente na criao das condies bsicas para o crescimento
cientfico-tecnolgico do Pas.
A Universidade Estadual do Cear UECE est localizada no terceiro Estado do
Nordeste em populao e no centro da Regio, em um ponto estratgico para a
comunicao do Brasil com frica, Europa e Amrica do Norte. O Cear tenta superar, com
incremento da infraestrutura, as limitaes impostas pelas condies geofsicas e scio-
histricas. Secularmente castigado por secas, o Cear estabeleceu uma estrutura
socioeconmica que, a despeito de avanos significativos nas ltimas dcadas em setores
econmicos e sociais, ainda enfrenta srios problemas em termos de desigualdade social. Tal
situao comea a se inverter, j que o Cear apresenta ndices de desenvolvimento acima
da mdia do Nordeste e do Brasil.
39
Estes dados e contextos estimulam a reflexo sobre a importncia da existncia de
instituies pblicas de ensino superior que ensejem a produo de conhecimento
necessria ao crescimento cientfico, tecnolgico e social do Estado do Cear e da Regio
Nordeste.
Observa-se que, desde a sua implantao, a UECE caracterizou-se como uma
instituio voltada para a interiorizao universitria com um raio de abrangncia que
envolve nove microrregies do interior cearense, abrangendo 90 municpios, sendo o Itaperi
seu Campus principal, na Capital, Fortaleza.
A participao ativa da Universidade na sustentao do desenvolvimento do Estado e
na rea geogrfica adjacente, o evidente crescimento da qualificao dos seus docentes no
Brasil e no exterior e a busca contnua da excelncia no ensino formal ainda se ressentem da
ausncia de consolidao da identidade institucional da UECE. Isto porque, com relao s
finalidades, aquela que tradicionalmente recebeu demanda na UECE foi a do ensino, fato
que no a diferenciava das demais universidades brasileiras, incumbidas de formar recursos
humanos para o desenvolvimento do Pas, profissionalizando-os.
H algumas dcadas, o Cear foi germinado por um projeto poltico que semeou a
renovao capaz de impulsionar o rumo de desenvolvimento socioeconmico consoante
com os padres requeridos pela moderna racionalidade globalizada. A repercusso do assim
chamado Governo das Mudanas nos destinos do prprio Pas, por si, j confere a este
acontecimento um alcance que transpe o mero interesse regional. Alie-se a este dado,
entretanto, a contribuio significativa que presta compreenso do processo de
modernizao, relacionado universidade brasileira como um todo.
A ascenso do Governo das Mudanas corresponde fase de redemocratizao do
Pas, quando as foras polticas se mobilizaram na preparao do processo constituinte. A
Carta Magna de 1988 estabelece a responsabilidade do Estado com o financiamento da
cincia e da tecnologia, garantindo preceitos que tiveram repercusso positiva nos meios
cientficos e acadmicos. No Cear, a organizao do processo constituinte demarcou o
primeiro Governo das Mudanas. Os trabalhos da Constituinte Estadual ocorreram em meio
intensa mobilizao da comunidade cientfica cearense, que encetou amplo processo de
negociaes com o Poder Executivo e os parlamentares constituintes, com vistas a assegurar
a incluso, na Constituio Estadual de 1989, de um captulo destinado a cincia e
tecnologia, o qual contempla a norma regrada no Texto Constitucional da Repblica.
40
Nesse novo contexto, buscou-se a elevao do prestgio institucional da UECE, com
suporte na difuso de uma nova cultura na formao cientfica, ponto essencial para o
desenvolvimento do saber da Sociedade do Conhecimento e da Informao alm de uma
maior insero da Universidade no seu meio, pelo estabelecimento de parcerias com os
diversos setores da Sociedade, sobretudo atividades de extenso.
A condio essencial para analisar as mudanas propostas residiu na racionalizao
de todo o sistema acadmico, constitudo por unidades da Capital e do Interior, mediante a
avaliao sistemtica, tanto externa como interna, envolvendo tambm a relao custo-
benefcio de seus processos e do retorno do investimento para a Sociedade. Os elementos
inovadores da proposta residiam, portanto na inteno de uma Universidade com gesto
racional, desburocratizada, transparente e participativa.
2.4 Princpios e Finalidades
2.4.1 Princpios Gerais da Universidade
A UECE prope-se desenvolver atividades educacionais num sentido amplo,
contribuindo para formar um cidado imbudo de valores ticos e estticos que, com a
devida competncia tcnica e formal, atue no seu contexto social. Por ser uma universidade
pblica, a UECE encontra-se aberta aos mais amplos setores sociais, sendo suas aes
sempre pautadas nos valores democrticos e acadmicos e aliceradas na produo crtica
do conhecimento.
A tarefa de delinear os referenciais que devero orientar o desenvolvimento da
Instituio e a sua respectiva ao pedaggica , portanto, compreendida como
manifestao de intencionalidade. Esta tarefa exige formulao de polticas que norteiem,
balizem e mobilizem a qualidade que ganha corpo na Instituio. Para tanto, fundamental
que se tenha a compreenso das grandes questes contemporneas no mbito das relaes
econmicas, polticas, sociais e culturais. Para que a Universidade possa ser inserida em seu
tempo, com as respostas, crticas e proposies aos desafios socialmente presentes, a UECE
busca orientar-se pelos seguintes princpios:
41
do Universalismo, no qual no s mediante a pesquisa, mas tambm por intermdio
da formao profissional e da difuso cultural, tende, alm de fortalecer, transpor os
limites nacionais, formando paradigmas e fomentando o campo epistemolgico;
do Pluralismo, intimamente associado ao princpio da liberdade. De fato, uma
universidade prspera requer o respeito dos organismos externos ao seu carter
universalista e sua heterogeneidade, necessitando do princpio da liberdade
assegurado para o cumprimento dos desafios que lhe so imputados e inerentes a sua
natureza;
da Liderana, presente desde a sua gnese, de modo que se torna imprescindvel a
universidade interagir com a sociedade civil e com os poderes pblicos e privados
constitudos. A liderana exercida historicamente pela Universidade denota a funo
estratgica concebida para si e respalda-se na constante concepo de sua utilidade
social e sua permanncia histrica;
da Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extenso, pois as trs reas, isoladas,
tendem a enfraquecer o esprito de vanguarda da Universidade. Por outro lado, a
trade integrada refora a vocao cientfica, ao tempo em que tambm privilegia a
vocao poltico-institucional. O estabelecimento de polticas de ensino, pesquisa e
extenso deve assegurar nveis crescentes de legitimidade institucional e interao
com os demais nveis e graus de ensino;
da Autonomia Universitria, o maior e o mais imediato desafio das universidades
pblicas, e a qual deve ser exercitada para garantir primazia dos valores acadmicos,
abertura avaliao externa, transparncia na administrao universitria, prioridade
para os problemas da sociedade e iseno partidria. Considera-se que a Universidade
deva estar comprometida com a qualidade da formao intelectual de seus
estudantes, com a qualidade da sua produo cientfica, artstica, filosfica e
tecnolgica e, sobretudo, com o atendimento s necessidades, aos anseios e s
expectativas da sociedade, formando profissionais, tcnica e politicamente,
competentes e desenvolvendo solues para problemas locais, regionais e nacionais;
da Qualidade de um Sistema Slido de Educao Superior, diversificado, dotado de
padres crescentes de grau positivo de excelncia, atendidos os requisitos de
infraestrutura e recursos humanos, capazes de manter tal sistema nas melhores
condies de funcionamento possveis;
42
da Interao Continuada com a sociedade, visto que a Extenso cumpre o papel de
transferncia e disseminao do conhecimento no mbito da prpria academia,
criando espaos de relaes desta com a sociedade;
do Apoio e Respeito diversidade das foras que constituem a Instituio, fonte de sua
maior riqueza, em que se incluem tanto os segmentos docente, discente e de
funcionrios tcnico-administrativos, quanto os diferentes perfis de atuao individual
e de campos disciplinares; e ao desenvolvimento de polticas pblicas voltadas busca
de sociedades sem preconceitos, no discriminatrias, igualitrias e justas;
da Gesto Racional, Transparente e Democrtica do oramento e do cotidiano da
Instituio, buscando o aperfeioamento de um modelo de gesto descentralizada,
que priorize a estrutura colegiada e o permanente dilogo com todas as instncias
constitutivas da comunidade universitria; e
da Insero Nacional e Internacional, com a consolidao crescente de programas
voltados a criar unidades de relao, cooperao e desenvolvimento de atividades de
intercmbio com instituies de educao superior do Brasil e do Exterior. A UECE
mantm o propsito de fortalecer as condies para caminhar na direo do
estabelecimento de uma universidade para todos, socialmente referenciada e
reconhecida no cenrio acadmico nacional e internacional.
2.4.2 Princpios Gerenciais
Os eixos gerenciais da UECE privilegiam as seis reas prioritrias de interveno. Para
cada uma delas, define-se um objetivo norteador e inventariam-se as polticas e aes mais
relevantes para a sua consecuo.
A) Eixo da Integrao da Universidade com o Governo e a Sociedade
Objetivo Estratgico
Ampliar o grau de integrao da Universidade aos objetivos do Governo, de
promoo do desenvolvimento estadual, e contribuir para o progresso da sociedade em
geral.
43
Polticas e Aes Estratgicas da Gesto
Promover maior alinhamento entre os conhecimentos difundidos e produzidos na
Universidade e aqueles requeridos para o progresso cultural, social e econmico das
comunidades, organizaes e governos.
Contribuir para a incluso social e para o desenvolvimento socioeconmico das
regies do Estado, por intermdio do apoio cultura, pela expanso das oportunidades de
ensino, pesquisa e extenso, presenciais ou por meio da teleducao e do ensino a distncia.
Colaborar para os objetivos das reas estratgicas do Governo Estadual, mediante o
ensino, pesquisa e extenso, particularmente nos campos da educao, cultura, sade,
segurana pblica, promoo da cidadania, tecnologia, desenvolvimento sustentvel,
empreendedorismo e melhoria da gesto privada e pblica.
Concorrer para a melhoria da ao do Governo por meio da manuteno de
laboratrios e observatrios da realidade cearense, incluindo aqueles de avaliao das
polticas pblicas.
Cooperar para maior conhecimento sobre a realidade e a promoo sustentvel do
desenvolvimento do semirido cearense.
Promover a inovao das atividades produtivas cearenses, com base em maior
articulao entre os centros e grupos de pesquisa da Universidade com o Governo e o setor
empresarial produtivo.
Melhorar a comunicao da Universidade com o Governo e a sociedade.
Implantar prticas de prestao de contas sistemticas sociedade e ao Governo,
dentre outros, pela apresentao de balano social, relatrios setoriais impressos e
publicados na rede de informtica e divulgao de informaes de utilidade pblica nos
meios de comunicao.
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B) Eixo da Interiorizao das Aes Acadmicas
Objetivo Estratgico
Ampliar o acesso ao conhecimento, cultura e s oportunidades de capacitao para
o trabalho e para a iniciativa empreendedora das populaes do interior.
Polticas e Aes Estratgicas da Gesto
Promover maior espacializao da presena da Universidade no interior do Estado,
de forma integrada e compatibilizada com a expanso de outras instituies de ensino
superior estadual (UVA e URCA) e federal (UFC/UNILAB), e de acordo com os objetivos do
Governo do Estado.
Ampliar as oportunidades de ensino, pesquisa e extenso nos campi do interior do
Estado, ampliando o uso das tecnologias de ensino a distncia.
Fomentar maior adequao dos cursos e linhas de pesquisa s vocaes e
potencialidades do interior e aos programas pblicos estaduais de desenvolvimento regional
e local, por aes diretas e em parcerias com secretarias de Governo, CENTECs, CVTs e
escolas estaduais de ensino fundamental e mdio.
Incrementar maior acesso da populao do interior a atividades de extenso de
carter cultural e esportiva promovidas pela Universidade, seja pela itinerncia de eventos,
pela parceria com secretarias do Governo do Estado e com veculos e meios de
comunicao.
Dilatar o acesso ao livro e informao no interior, pela expanso do acervo
bibliogrfico, maior integrao e acesso Biblioteca Central em Fortaleza e disponibilizao
de bibliotecas virtuais.
C) Eixo da Promoo da Excelncia Acadmica
Objetivo Estratgico
Promover a excelncia acadmica mediante ajustamento contnuo s demandas e
necessidades da Sociedade do portfolio de cursos, do contedo programtico e das linhas de
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pesquisa, alm da melhoria do desempenho do corpo docente e discente e do maior
envolvimento destes nas aes de responsabilidade social da Universidade voltadas para a
incluso social e o desenvolvimento sustentvel do Cear.
Polticas e Aes Estratgicas da Gesto
Diversificar a atualizao sistemtica s demandas e necessidades de cursos, dos
contedos programticos e das linhas de pesquisa.
Melhorar a eficcia acadmica pelo aperfeioamento e sistematizao da avaliao
do desempenho acadmico do corpo docente e discente.
Maximizar a eficincia acadmica pela melhoria da relao alunos/professor e pelo
suprimento de professores em reas de conhecimento que se apresentam carentes.
Intensificar a qualificao de professores, ampliando a proporo de docentes ps-
graduados (mestres, doutores e ps-doutores);
Melhorar as prticas didtica, pedaggica e metodolgica do corpo docente, pela
qualificao de professores e a manuteno de ncleos, laboratrios e grupos de pesquisa
nessas reas.
Ampliar a pesquisa bsica e aplicada e a difuso, no seio da sociedade, dos
conhecimentos, mediante aes tais como:
I) incentivo formao e desenvolvimento de grupos e ncleos de pesquisa, de laboratrios
e observatrios;
II) consolidao e expanso de revistas acadmicas e editorao de livros;
III) maior integrao da graduao com a ps-graduao no mbito da Universidade;
IV) maior integrao com outros centros e grupos de pesquisa no pas e no exterior, com
entidades empresariais e com o Governo;
V) ampliao das oportunidades de bolsas de iniciao cientfica e de ps-graduao;
VI) ampliao e fortalecimento das oportunidades do programa de residncia em sade, de
estgios e de intercmbios acadmicos de professores e alunos;
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VII) consolidao do Ncleo de Inovao tecnolgica NIT, fortalecendo os laos com a
Sociedade nos campos da cincia, tecnologia e inovao; e
VIII) Apoio a empresas juniores e centros de incubao de empresas de base tecnolgica.
Implantar uma poltica de assistncia aos estudantes, com aes voltadas para a
permanncia, oferta de atividades culturais, de tutoria, lazer, esporte e assuntos da
juventude.
Ampliar o acervo bibliogrfico e melhorar o funcionamento das bibliotecas e de seu
acesso, atravs da rede de informtica, s bibliotecas virtuais.
D) Eixo da Modernizao da Gesto Administrativa
Objetivo Estratgico
Promover a prtica de uma gesto orientada pelo planejamento, de natureza
participativa e transparente, com respeito diversidade e pluridade de idias, e
comprometida com a obteno de resultados, sua avaliao e prestao de contas, alm da
responsabilidade social.
Polticas e Aes Estratgicas de Gesto
Institucionalizar um modelo de gesto compartilhada que favorea o dilogo
permanente com os atores internos da UECE e com setores representativos da Sociedade e
do Governo.
Implantar uma sistemtica de avaliao institucional e da gesto, incluindo a
avaliao baseada em indicadores de resultados.
Conceber, implantar e avaliar programas de responsabilidade social.
Redefinir e aperfeioar o sistema de informaes gerenciais e de resultados
acadmicos, para o monitoramento de resultados, a melhoria da gesto e a prestao de
contas.
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Definir e implementar poltica de prestao sistemtica de contas da gesto
(accountability) aos agentes internos da Universidade, ao Governo e sociedade.
Implementar poltica de valorizao de servidores e docentes pela qualificao
continuada, comprometimento e produtividade, aproveitamento de talentos,
participao nas decises e recompensas.
Implantar melhorias organizacionais e da gesto de processos.
Efetivar polticas de incluso de pessoas com necessidades especiais.
E) Eixo da Qualificao da Infraestrutura
Objetivo Estratgico
Melhorar a infraestrutura indispensvel ao cumprimento do papel social da
Universidade a padres adequados de funcionamento e compatvel com o objetivo de