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{ 3 } FILOSOFIA * POESIA MODA * ESPIRITUALIDADE COMPORTAMENTO * ARTE CINEMA & INSPIRAÇÃO CONTO * SAÚDE GASTRONOMIA * BELEZA CARREIRA * VIAGEM p + e n s e

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FILOSOFIA * POES

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A ULTRA REALIDADE DE CLODOALDO TURCATO

À VENDA PELO SITE:WWW.EDITORAVIRTUAL.NUVEMSHOP.COM.BR/ARTES-PLASTICAS/

{ 3 }

5 Editorial

6 Filosofando

10 Poesia

12 Comportamento

16 Cotidiano

18 Enquete

20 Entrevista

26 Moda

34 Encontro

36 Saúde & bem-estar

38 Gastronomia

40 Agite-se

42 Beleza

44 Carreira

46 Conto

49 Novidade

50 Cinema & Inspiração

51 Playlist da Pense+

52 Perfil

54 Reflexão

56 Viagem

62 Espiritualidade

64 Tendência

sumário

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Esta primeira edição é muito especial para todos nós, pois é fruto do trabalho de várias pessoas maravilhosas e que sabem fazer a diferença. A nossa revista nasceu a partir da seguinte pergunta: “O que podemos fazer para melhorar o mundo?”

E diversas respostas apareceram para esta pergunta. Uma velha amiga sempre me dizia que a coisa mais importante na vida é fazer a pergunta certa, pois a resposta vem naturalmente. É fato! E foi assim (graças à pergunta certa) que nasceu esta edição cheia de textos lindos, criativos e inspiradores e com um projeto gráfico impecável.

Nosso lema para 2015 será “escrever pelo prazer de inspirar”. Portanto, o que nós desejamos é que cada um de nossos textos seja capaz de promover pequenas grandes revoluções no seu jeito de encarar a vida.

Após organizar todos os textos desta edição, eu percebi que não é preciso muita coisa para revolucionar o que está ao nosso entorno. Podemos partir de ações e pensamentos pequenos e atingir resultados monstruosos.

O que encontraremos nas próximas páginas? Poemas, crônicas, dicas de saúde, filosofia, encontros, entrevistas, muita arte, moda, exemplos, homenagens, boas lembranças, belas experiências e sugestões para dar novos significados aos seus planos para 2015. Espero que gostem da leitura e que compartilhem nossa revista.

UM BRINDE AOS BONS PENSAMENTOS!

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SOBRE A DIGNIDADE DA COMPETIÇÃOPOR RAFAEL NOGUEIRA | FOTO DOUGLAS BRAGA

filosofando

{ 8 } { 9 } ensinar, lapidar e daí por diante. Mas todos podem e devem coexistir em um mesmo ser humano.

Ressalvados os casos naturais, parece-me que há uma diferença muito grande entre disputar algo com lealdade, contra alguém que sabe quais são as regras do jogo, e a elas aceita se submeter, e esmagar todos os que oferecem algum tipo de ameaça.

Na educação, tanto a cooperação quanto a competição são importantes. Os alunos que compartilham seus conhecimentos aprendem melhor enquanto ajudam. Os mais egoístas prosperam de forma mais lenta, e deixam de aprender lições valiosas de generosidade e de humildade. Porém, competir é saudável.

O ato de observar quem tira notas mais altas, quem aprende com mais facilidade, quem se expressa melhor, a fim de tentar igualar ou até superar essas qualidades, é uma competitividade benigna extremamente importante ao desenvolvimento da característica em questão.

É claro que não se pode ignorar aqueles que se envolvem excessivamente com a atmosfera competitiva a ponto de permitirem que a audácia suicida, a trapaça, a cobiça, a inveja e a violência tomem forma em suas mentes e, depois, em suas condutas.

Porém, isso ocorre mesmo porque se resolveu competir acima de todos os outros valores que qualquer ser humano também deve considerar. Assim fica fácil atribuir à competição a pecha de atividade malvada desse mundo capitalista e desumano. Mas a competição tem o seu lugar.

Haverá quem sinta crueldade e frieza nessa descrição das coisas. Mas a crueldade começa pelo fato de que tanto eu quanto o distinto leitor somos espermatozóides vencedores e não posso fazer nada a respeito. Nem Rousseau, nem tampouco Marx. C’est la vie.

Rafael Nogueira é filósofo, advogado e professor de História, Filosofia e Sociologia.

“...PARECE-ME QUE HÁ UMA DIFERENÇA MUITO GRANDE

ENTRE DISPUTAR ALGO COM LEALDADE, CONTRA ALGUÉM

QUE SABE QUAIS SÃO AS REGRAS DO JOGO, E ESMAGAR TODOS

OS QUE OFERECEM ALGUM TIPO DE AMEAÇA.”

A competição tem sido difamada como uma das grandes vilãs dos relacionamentos humanos. Lutar por algo ou por alguém contra alguém está ficando fora de moda. Aqueles que não gostam de competição defendem ruidosamente um tipo de coordenação pacífica e harmoniosa, dedicada a todas as esferas da vida. E têm na ponta da língua a máxima “ninguém é melhor do que ninguém”. E esse pensamento vem ganhando espaço contra a competição tradicional.

Comecemos pelo evidente. Ninguém aceitaria colocar o Faustão no lugar do Neymar na seleção brasileira de futebol. Não esqueci de que muita gente votou no Tiririca para deputado federal. Mas nesse caso a ideia da maioria dos envolvidos na palhaçada foi esculachar mesmo. Não esculachemos, pois, este raciocínio.

A competição é importante para a depuração e a apreciação dos valores. Competir é um verbo que indica a procura do melhor. O exemplo das seleções esportivas é eloquente, mas

o mercado, a educação e a própria convivência cotidiana também são recheadas de exemplos.

Como saber qual é o melhor produto se não se apresentarem à apreciação dos consumidores pela propaganda? Se não puderem ser experimentados e julgados? Se, enfim, não forem postos uns contra os outros não é possível saber qual agradaria mais ao consumidor. Só temos o nosso perfume favorito porque há várias empresas produtoras de perfume competindo para nos agradar. Nesse sentido é interessante poder escolher, não é mesmo?

Como saber qual é o melhor entre diversos elementos capazes de assumir uma mesma posição, como no caso de um emprego, de um cargo, de uma vaga numa universidade? Para conseguir os empregos, temos de passar por processos seletivos que nos levam a buscar superar outros profissionais que almejam as mesmas posições.

Competir não é o único verbo que nos faz buscar o melhor. Há muitos outros, tais como: aperfeiçoar, amar,

filosofando

{ 10 } { 11 }

as folhas das árvores não fazem

nenhum esforço para permanecer presas

nos galhos ao vento e caem

no chão do parque como tantas vezes

caí dentro e fora da vida

mulheres duronas desabam

em sofás quebrados antes e depois

de se arrastar pelas calçadas do centro

até escritórios à prova de lágrimas

são heroínas silenciosas e mantêm o amor

em perspectiva

como todos espero permissão para morrer

{ 11 }

Fabrício Corsaletti é colunista da revista São Paulo, da Folha de São Paulo. Publicou Movediço (2001), O Sobrevivente (2003), Zôo (livro infantil, pela Hedra), Estudos para o seu corpo, Esquimó e Golpe de ar, entre outros.

poesia

ParquePOR FABRÍCIO CORSALETTI FOTO DOUGLAS BRAGA

{ 12 } { 13 } Há tempos não assisto ao noticiário em rede aberta de televisão, por me incomodar com o viés dado à informação. Mas, eis que, não raras vezes, em plena hora do almoço em algum restaurante (sim, eles insistem em deixar a televisão ligada), sou presenteada com as notícias do dia.

E quais são as grandes manchetes? Crimes. Notadamente roubos e homicídios, que, com o avanço dos meios tecnológicos, são levados ao conhecimento do grande público por meio de vídeos amadores ou profissionais. E, assim, ao meio-dia, são divulgadas imagens de pessoas agonizando, atirando, ameaçando, roubando, morrendo, matando. Imagens essas reproduzidas por dias, semanas ou meses.

A QUEM INTERESSA A CULTURA DO MEDO?POR LOUISE NASCIMENTO E SILVA | FOTOS DOUGLAS BRAGA

comportamento

É bem verdade que a internet também não é um veículo ileso a tal prática (muito pelo contrário), mas, pelo menos aqui consigo selecionar meu “consumo de informações”.

Registro que não sou contra a liberdade de expressão, ao direito à informação e ao amplo debate sobre as questões do nosso cotidiano, entre as quais se insere inegavelmente a violência (debate esse, aliás, essencial à democracia). Também não faço o estilo “Poliana”, de negar a violência, nem acredito em “teoria da conspiração”, para afirmar que tudo é produto dos grandes meios de comunicação. Pelo contrário, a violência existe, já fui vítima, conheço pessoas que também o foram e lido todos os dias com essa realidade, em razão da minha profissão.

“...NÃO SOU CONTRA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO,

AO DIREITO À INFORMAÇÃO E AO AMPLO DEBATE

SOBRE AS QUESTÕES DO NOSSO COTIDIANO...”

{ 14 } { 15 } O que questiono é o viés que vem sendo dado à divulgação dos fatos. O que me intriga, por exemplo, é a riqueza de detalhes com que as pessoas contam os casos, numa espécie de prazer sádico, como se o mais bem informado fosse o que conhecesse mais detalhes do último delito divulgado em rede nacional.

E o resultado disso, a meu ver, é o crescente sentimento de insegurança e de medo, com o recrudescimento do discurso pela vingança, pelo “fazer justiça com as próprias mãos”, pelo aumento de leis para evitar a impunidade (quando, definitivamente, não precisamos de mais leis, mas sim de implementar as que já existem – e que são tantas!), pelo julgamento sumário…

Será mesmo que precisamos consumir informação veiculada dessa forma? Os casos de violência são, de fato, os mais importantes para serem divulgados com tal destaque e riqueza de detalhes? Até que ponto não há verdadeira incitação à violência? A quem interessa a cultura do medo?

Penso que devemos ser mais críticos e seletivos, porque a questão da violência é crônica e não admite soluções simplistas, que violem direitos historicamente conquistados, como o contraditório, a ampla defesa e o julgamento pelo Estado-Juiz (necessariamente desinteressado), a pretexto de uma “pseudo-justiça” para combater o sentimento de desproteção, incitado pelo noticiário nosso de cada dia.

Louise Nascimento e Silva é juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

comportamento

{ 16 } { 17 } escolas também. A maior idiotice que conheço em educação chama-se “progressão continuada”. É inconcebível aceitar que um aluno medíocre, que nunca tira sequer cinco, ou mesmo sem nota alguma, seja aprovado. Não é saudável para nenhuma sociedade privilegiar a preguiça em nome de falsos números.

Então, temos famílias desestruturadas, jovens com superpoderes e escolas que privilegiam a preguiça. Este quadro gerou esses estudantes bandidos que se julgam donos da sala de aula, da sala de casa, da sala de cinema e de todas as salas. Crianças sem respeito por ninguém e que têm o ECA na ponta da língua. Eca!

A impunidade criou uma sociedade relapsa. A maldade é inerente ao ser humano, porém os limites sociais, as leis, mantêm o homem controlado. Quando a lei é conivente, o homem se solta, e solto torna-se selvagem, tenta por meio da força alcançar o poder, ainda que seja na sala de aula, mas tenta. Tocar nessas feridas é necessário, sim!

A cada década que deixamos de corrigir nossos erros passados, aprofundamos o problema, tornando-o mais complicado. Liberdade é uma consequência natural de homens passivos, que pensam, agem e conquistam pelo debate de ideias, pela emanação do bem comum, não por imposição simples e pura.

Num país onde os professores são intimidados, insultados, mal pagos e mal preparados, não se pode esperar nada. De que adiantam números econômicos se não temos moral? Essa bandalheira que temos é muito conveniente para as forças dominantes.

Mas será que estamos realmente isentos da mea-culpa ou culpa-inteira? Claro que não. Se a sociedade é um corpo constituído por todos nós, é lógico que temos nossa parcela nisso tudo. Mexer na ferida e abri-la vai doer muito. Mas precisamos rever onde erramos e corrigir como agimos, antes que isso cicatrize. Coragem, meu povo!

Clodoaldo Turcato é escritor, artista plástico, pintor, agitador cultural e fundador da Editora Livre Pensador.

“LIBERDADE É UMA CONSEQUÊNCIA NATURAL DE HOMENS PASSIVOS,

QUE PENSAM, AGEM E CONQUISTAM PELO DEBATE DE IDEIAS, PELA

EMANAÇÃO DO BEM COMUM, NÃO POR IMPOSIÇÃO SIMPLES E PURA.”

Certa vez, acompanhei uma discussão sobre a violência em sala de aula. Essas brigas entre alunos sempre existiram, eu bem sei, fui professor ativo por 18 anos.

Mas, antigamente, não se via, ou raramente se via, professores sendo espancados em plena sala de aula. Em meus dias de tutor, enfrentei discussões com alunos, inclusive com marginais porém, por sorte, nunca me deram nas ventas.

Em um passado não muito distante, o professor era o segundo pai ou mãe, e sua palavra virava ordem, sem contestação ou intervenção dos pais. O professor sempre estava certo, não adiantava argumentar.

Atualmente, a escola está perdida, literalmente amedrontada, e ser professor virou profissão de risco. E onde foi que perdemos a mão? A resposta é simples, porém mexe com feridas abertas por um modelo de vida arriscado que as famílias resolveram assumir: o imediatismo.

No tempo em que a família era uma instituição respeitada, o consumo era menor, assim como a ansiedade

por ter bens materiais. Logo, não se precisava trabalhar tanto. Os pais estavam muito mais atentos ao desenvolvimento das crianças e nisso imperava um respeito enorme por pais e por professores.

Em determinado momento, as necessidades materiais se tornaram prioridades em detrimento dos valores morais, tão necessários na formação do caráter da criança. Jogou-se um monte de responsabilidades para os outros, e os outros são os outros, e só. Nossa geração é a geração do vácuo. Saímos de uma criação quase medieval para a liberdade absoluta, o pode tudo.

Tínhamos imensa vontade de educar nossas crianças em conceitos novos, onde eles pudessem fazer escolhas por si só. No entanto, esquecemo-nos de que as crianças ainda não discernem em idade infantil. E se assim for, o futuro adolescente se achará com plenos poderes para, inclusive, agredir professores.

Essa falta de noção de limites foi dada por pais sem preparo e por

PROFESSOR: PROFISSÃO DE RISCOPOR CLODOALDO TURCATO | FOTO DOUGLAS BRAGA

cotidiano

{ 18 } { 19 } seu esforço para tornar a vacinação obrigatória, enfrentou a Revolta da Vacina, chegando a ser apontado como inimigo do povo.

Esses são bons exemplos de brasileiros que nos dão orgulho, mas a distância entre o tempo em que viveram e o atual torna muito difícil a compreensão do quão grande foram as suas conquistas.

Mas o posto não vai nem para um nem para o outro. Vai para Ayrton Senna da Silva (1960 – 1994). Senna não construiu nenhum império industrial e financeiro, nem descobriu uma vacina que salvasse vidas. Ele também não inovou na conquista esportiva. Afinal de contas, Fittipaldi (1972 e 1974) e Piquet (1981, 1983 e 1987) já haviam sido campeões da Fórmula 1 antes dele. Emerson teve carreira mais desbravadora e longeva, com grandes feitos, como o de ter formado a única equipe brasileira de F1, e de ter vencido as 500 Milhas de Indianápolis, uma das provas mais tradicionais e difíceis do automobilismo mundial.

O diferencial foi o pequeno gesto de Senna, de levar consigo uma bandeira brasileira e de empunhá-la quando conquistasse uma vitória na F1, para o mundo todo ver que ele era brasileiro. Isso, somado às suas características pessoais – dedicação e profissionalismo – foi o que cativou a atenção e o gosto do povo; colocava todos os brasileiros na mesma equipe; compartilhava o sabor da vitória; dava a todos o sabor de gritar “É DO BRASIL”.

Desde sua morte, em 1994, o país teve outros êxitos esportivos: ganhou olimpíadas em vôlei, natação, ginástica olímpica; conquistou mais duas Copas do Mundo. Mas nenhuma dessas conquistas repercutiu tanto quanto as vitórias de Senna. Não exaltou o mesmo sentimento nacionalista. Não foram a mesma coisa. É por isso que Senna se fez tão especial, e porque nos dá orgulho de ser brasileiro.

César Moreno é advogado e sócio do escritório Braga & Moreno Consultores e Advogados.

Você já parou para se perguntar quem é a figura brasileira que te dá orgulho? Está aí uma pergunta difícil de responder.

Considerando as eleições presidenciais – tema em voga no ano passado, mais até do que a Copa do Mundo – a maioria das respostas certamente penderia para alguma figura do cenário político atual, com o risco de polarizarem-se em dois núcleos: no daqueles que se vangloriam por terem controlado a inflação e criado a base necessária para que o país se desenvolvesse, porém ao custo de uma política econômica recessiva; ou no dos que representam a situação e que, a pretexto de promoverem uma melhor distribuição de renda, trouxeram de volta a inflação e escandalizaram a nação com a impunidade a toda roubalheira trazida à tona pela mídia, pelas polícias e pelo Ministério Público.

Mas a dificuldade trazida pela pergunta não está na escolha deste ou daquele partido. Está, sim, na definição do brasileiro que melhor a

responde, pois são muitos os nomes, mas nenhum dos nossos tempos, pelo menos vivo.

Basta voltarmos um pouco no tempo para que os nomes comecem a aparecer. Exemplo disso é Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como Barão de Mauá (1813-1889). Começou a trabalhar aos 11 anos – coisa impensável nos dias atuais –, aprendeu inglês, contabilidade e como negociar. Com seu empreendedorismo, desenvolveu estaleiros, estradas de ferro e a atividade financeira no Brasil.

Osvaldo Gonçalves Cruz (1872 – 1917), médico sanitarista que estudou fora (Instituto Pasteur – Paris), voltou ao Brasil e trabalhou para desenvolver localmente vacinas para salvar a população contra doenças como a febre amarela e a varíola. Por

QUE BRASILEIRO NOS DÁ ORGULHO?POR CÉSAR MORENO | ILUSTRAÇÃO CLODOALDO TURCATO

enquete

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entrevista

THIAGO VERDEEE

TODA ARTE DE

POR FABIANA GUISANTE

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no mundo fashion, menções na “Vogue”, na “Veja”, pintura e criação de painéis em hotéis de luxo da capital paulista e muito mais. Gravem este nome, pois a participação de Verdeee no universo artístico cresce vertiginosamente dia após dia e não tardará muito a se lançar mundo afora. Na entrevista que Verdeee nos concedeu, dá para ver um pouco das ideias férteis que brotam do jovem artista.

todos os holofotes para si. Verdeee criou uma linguagem artística própria. Sua arte conversa com pessoas de todas as classes sociais, culturas e até de diferentes países. Em 2014, Verdeee montou vernissage na galeria Urban Arts (Vila Madalena, São Paulo), propondo um tema muito intrigante: trago seu amor de volta em 3 dias. Foi um sucesso estrondoso. Verdee parece estar em todos os lugares. Aparições

Quem se depara pela primeira vez com as obras de Thiago Verdeee pode perfeitamente pensar: é coisa de descendente de ciganos. Realmente, ao olhar bem as telas do jovem artista descobre-se um universo alucinante, hipercolorido, recheado de detalhes exóticos, tecidos e palavras soltas. O artista, nascido em João Pessoa, é descendente de espanhóis. E ainda muito jovem surgiu na cena paulista, atraindo

entrevista

As 3 Marias

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Quais os planos para 2015?Tenho algumas exposições previamente marcadas em Recife. Além disso, pretendo lançar meu projeto musical, que ainda está em processo de criação. Serão obras sonoras, pois também desenvolvo equipamentos e instrumentos sonoros.

Topa fazer mais uma solo com a Urban Arts em 2015?Sim, claro! Fecharemos uma solo para este ano, pois foi um prazer trabalhar com a Urban Arts em 2014 e adoraria repetir o sucesso em 2015. Aguardem!

Fabiana Guisande é sócia da Urban Arts Vila Madalena.

Qual a base da sua arte?Eu e meu trabalho somos uma coisa só. A base da minha arte vem da “arte de apropriação”. Acredito na reutilização das coisas já existentes; afinal, tudo já foi feito. De certa forma, estamos sempre revisitando o passado. Isso acontece em todas as áreas. Até mesmo com as novas tecnologias é possível dizer, que com toda certeza, nasceram de algum protótipo do passado. Tudo se recria o tempo todo, pois nada é sólido para sempre. Esse círculo é o segredo do universo.

Atualmente, fala-se muito da “democratização” da arte. Qual a sua opinião sobre o tema?Acredito que a arte é democrática por natureza, pois está em qualquer ser humano. Nós todos, por natureza, somos artistas, artesãos e criadores. É impossível ser uma criatura evoluída sem esse aspecto fundamental da psique humana. Por isso somos “seres humanos”, se fôssemos mecânicos seríamos “fazer humano”. Arte é ser. Entende?

Você acha que a galeria influencia na obra do artista?Eu acredito que existem galerias que influenciam a obra do artista, pois há um trabalho de educação do artista em relação ao seu autoconhecimento. Mas também existem galerias que possuem um foco específico de artistas e isso acaba influenciando a obra, pois se o artista fugir do estilo, terá que sair da galeria.

E qual foi o balanço final da exposição “trago seu amor de volta em 3 dias”?Há tempos estava querendo falar sobre esse tema, mas acreditava que o momento não era o ideal, pois as pessoas poderiam entender errado. Mas quando veio o convite, percebi que esse tema estava tão popular, que até mesmo na área fashion se falava no assunto. Então, a Urban Arts Vila Madalena era a parceria perfeita para falar do assunto, pois me permitiria tratar desse tema com um ar descontraído e tranquilo. Ficou demais. Foi um verdadeiro sucesso.

entrevista

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Minha mente

na escuridão

{ 26 } { 27 } Ao virar esta página você verá looks definitivos de “supergrifes” cobiçados pelas mulheres mais sofisticadas e antenadas de São Paulo.

As peças foram fornecidas pela Degriffée (www.degriffee.com.br) e clicadas em plena Vila Madalena, na galeria de artes Urban Arts. Separamos uma compilação de grifes com diferentes interpretações. Prepare-se para ver Kenzo, Cavalli, Chanel, Tufi Duek, Missoni, Daslu, entre outros, em seu melhor estilo.

A dobradinha das sócias Carmen e Cláudia deu mais certo do que todos esperavam. A loja, que começou por iniciativa da mãe das sócias, completa 46 anos e se destaca como um segredo fashion da cidade. E quem conhece esse segredo costuma guardá-lo para si. Mas nós decidimos compartilhar, pois todo mundo lucra com iniciativas desse tipo.

Engana-se quem pensa que a Degriffée é um típico brechó de cacarecos. Nem de longe! Esse é o lugar certo para quem busca

SEGREDINHO FASHIONPOR MARIA RITA BRIGHENTHI LAINO | FOTOS DOUGLAS BRAGA PRODUÇÃO AROMA DE BELADONA

moda

exclusividade através de peças atuais da melhor qualidade. Só entram roupas seminovas, adquiridas de poucas fornecedoras, que são selecionadas e eleitas a dedo pelas donas.

Além de selecionar as fornecedoras, as sócias tomam o cuidado de higienizar todas as peças antes de expô-las. A preocupação com a limpeza e a conservação das peças é tanta que a loja possui uma lavanderia própria.

Para ser fina e elegante você só precisa de um bom corte. E várias divas já descobriram esse segredo, como é o caso da fashionista Sarah Jessica Parker, que não se cansa de visitar brechós pelo mundo todo em busca de peças únicas que a ajudem a compor seu estilo ímpar e sofisticado.

E foi nesse clima que bolamos um ensaio muito inspirador para este ano que se inicia. Espero que gostem da nossa seleção para abrir 2015!

Maria Rita Brighenthi Laino é socióloga e fashionista.

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moda

Na página anterior: vestido Emilio Pucci,

sandália Louis Vuitton. Acima: saia Missoni,

top Tufi Duek, bolero Carlos Miele, sapato

Gucci. Ao lado: vestido curto Cris Barros,

vestido Roberto Cavalli, sandália Gucci.

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Ao lado: vestido Cris Barros,

sapatilha Ferragamo. Acima: vestido

Gucci, sapato Jimmy Choo.

moda

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Abaixo: vestido Kenzo, sandália

Cris Barros. Ao lado: vestido Diane von

Furstenberg, sapato Emilio Pucci.

moda

{ 34 } { 35 } encontrou para fazer com que repensássemos nossos valores e nossa sociedade. Ela narrou um episódio interessante que aconteceu logo que voltou a trabalhar como psicóloga, após o acidente.

“Tinha uma paciente, jovem, que atendia toda semana, em meu consultório. Eu ficava sentada na poltrona, sempre na mesma posição, escutando atentamente tudo que ela me dizia. Um dia, fui a um show e dei entrevista para uma rede de televisão. A paciente, que via o show em sua casa, ao perceber que eu usava uma cadeira de rodas, ligou-me desesperada, no celular, querendo saber o que tinha acontecido comigo. ‘O que aconteceu; você está em uma cadeira de rodas!’.”

Em tom de piada, Mara faz graça da moça, que não foi capaz de notar que a psicóloga não se mexia nunca durante as sessões de terapia. “A necessidade de olhar para si mesma era tanta que ela não conseguia enxergar o óbvio, que estava bem na frente dela.”

Em sua palestra, fica claro que a grande capacidade desenvolvida por Mara é olhar além de seu próprio problema, e ver o problema do outro. Mara é mestra da empatia. “Um dia, acordei e percebi que estava muito cansada de falar do meu fígado, do meu pulmão, dos meus rins; precisava falar e ver alguém além de mim mesma.” O pequeno filme de sua vida fez com que todos se emocionassem e não seria exagero dizer que alguns foram às lágrimas.

Ouvir Mara falar é um privilégio. É uma forma perfeita de encarar os problemas da vida, pois a vida é uma só, e a gente só tem uma chance de vivê-la. Perder tempo com lamúrias e com egoísmo é desperdiçar o bem mais importante de que dispomos. Olhar para ver. Ver além de si mesmo. Mãos à obra, pois temos muita coisa por fazer.

Cacá Fontana é advogada e atua na área de negociação contratual e internacional.

Em 1994, aos 26 anos, após um acidente de carro, Mara Gabrilli ficou tetraplégica, perdendo todos os movimentos do pescoço para baixo. À época, ela já era formada em marketing e cursava psicologia. Trabalhava com eventos, levava uma vida bem agitada.

Horrível? Desesperador? Impensável? Sim, tudo isso e muito mais. Mas sabe do melhor? É dos grandes golpes da vida que tiramos inspiração para mudar o mundo. E Mara tem inspiração de sobra para fazer a diferença e dar a volta por cima.

A vida imperfeita de Mara é perfeita! Em 2014, completaram-se 20 anos do acidente. Desde então, ela se tornou um ícone na política brasileira. Ela é deputada federal, publicitária, psicóloga, colunista de revista, empreendedora social, ex-secretária municipal e ex-vereadora. É mais bem-sucedida do que era antes do acidente, é assediada profissionalmente e vem se tornando famosa a cada nova causa que se compromete a defender.

A VIDA IMPERFEITA DE MARA GABRILLI É PERFEITAPOR CACÁ FONTANA | FOTO CIETE SILVÉRIO

encontro

É óbvio que ela tem seus muitos inconvenientes, mas a dependência, em vez de torná-la amarga e reclamona, transformou-a num poço de gratidão. Algumas provas disso ela deu durante uma palestra intimista no escritório Braga & Moreno, em São Paulo.

Ela gentilmente aceitou nosso convite para contar sua trajetória e seus projetos. Antes de começar sua palestra, a primeira coisa que fez foi agradecer o trabalho de sua cuidadora, Gil, que está com ela há mais de uma década. Sem ela, Mara simplesmente não conseguiria ir e vir.

Logo que começou a falar, ela relembrou do tempo em que ficou entubada, traqueostomizada e respirando artificialmente, e a batalha que travou para voltar a respirar sozinha. Ela contou, graciosamente, que toda vez que recebe um convite para falar, jamais recusa. “Afinal, poder falar é uma bênção.”

Contar sua história de um modo leve e divertido é a forma que Mara

{ 36 } { 37 } as drogas antidepressivas é sempre uma boa opção.

Atualmente, existem muitas orientações à disposição das mulheres para melhorar a qualidade de vida tanto na esfera física quanto na psíquica. Mas precisamos falar sobre o assunto, romper os tabus da menopausa e ajudar nossas mulheres a reformular seus hábitos de vida.

O mais importante é lembrar que todas as crises na vida são passageiras. Portanto, faça o possível para transformar o presente na melhor fase da sua vida. Estude, exercite-se e leia. E o mais importante de todos os conselhos: seja otimista e procure sempre o melhor para você. La vita è bela!

Dr. Hong Jin Pai é médico, PhD, professor de acupuntura pelo World Federation of Chinese Medicine Societies.

{ 36 } { 37 } Insônia, tristeza, desânimo, calores repentinos, ansiedade, cefaléia, irritabilidade, flutuação do humor, depressão e até a mudança de comportamento sexual. Quem já passou pela menopausa ou convive com alguém que anda na fase do climatério conhece bem o assunto.

O climatério começa por volta dos 41 anos e estende-se até mais ou menos os 65 anos. E justamente ocorre numa fase em que a mulher alcança sua melhor fase intelectual e profissional, em que ocorrem alterações físicas e outras mudanças psicossociais, tais como a saída de filhos da casa e até a expectativa negativa da velhice.

E é nessa fase da vida que muitas mulheres precisam recorrer aos seus médicos, psicólogos e psiquiatras de plantão. Muitas acabam utilizando medicamentos para controlar a oscilação de humor e outros males. Óbvio que existem casos e casos, e que em muitos há a necessidade de introduzir medicação. Mas que tal investir em algo menos invasivo?

Sintomas de irritabilidade emocional, ansiedade e fogachos tradicionais durante a menopausa podem ser aliviados em sessões rápidas e semanais de acupuntura. Acupuntura é uma técnica milenar, indolor e muito eficiente para ajudar mulheres que atravessam esse período tão delicado e complexo de suas vidas. A acupuntura atua como ansiolítico, antidepressivo leve, analgésico e anti-inflamatório.

Estimuladas pelas agulhas, as fibras nervosas periféricas liberam endorfinas e outras substâncias bioquímicas que atuam em áreas cerebrais, comprovadas pelas pesquisas e pelos exames de ressonância magnética funcional. Em geral, o tratamento dura cerca de três ciclos e costuma resultar em grande melhora para o paciente.

Óbvio que existem exceções à regra, mas apostar em um tratamento sem drogas, sem procedimentos invasivos e sem efeitos colaterais comparados com

AGULHAS MILAGROSAS POR DR. HONG JIN PAI

saúde & bem-estar

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ALCACHOFRA DO SUCESSOServe: 2-4 porçõesTempo de preparo: 20 min

VOCÊ VAI PRECISAR DE:

* 1 pacote de fundo de alcachofra congelada (vem, em média, com 8-10 pedaços)

* 5 colheres de creme de leite (sem soro)

* suco de 1 limão

* cebolinha, tomate, queijo ralado, cebola - tudo a gosto.

MISE EN PLACE: Pique todos os ingredientes antes de preparar a receita - acredite, fica bem mais fácil

COMO PREPARAR: Misture todos os temperinhos e ingredientes em uma vasilha.

Para uma apresentação mais pomposa, diponhas as unidades de fundo de alcachofra em uma forma (não precisa untar) e coloque um fio de azeite e uma pitada de sal. Para uma apresentação mais prática, é possível fatiar a alcachofra.Adicione a misturinha e, por último, coloque um pouco mais de queijo ralado por cima. Leve ao forno até dourar.

QUEM NUNCA COMEU ALCACHOFRA? TEXTO E FOTOS DOUGLAS BRAGA

gastronomia

Será que é fruta? Ou seria um legume? Afinal, o que é a alcachofra? É uma flor, originária do norte da África, que pertence à família dos girassóis. Mas não é qualquer flor; é uma iguaria que pode ser servida quente ou fria que possui baixas calorias.

Muitos não sabem, mas a parte comestível da alcachofra é o miolo e a parte macia e polpuda na sua base. É preciso também retirar a parte espinhosa superior e as pontas de suas folhas e, depois, cozinhar tudo na água, no vapor ou assar.

Este vegetal é muito nutritivo, sendo uma boa fonte de folato, vitamina C e potássio. É bem verdade que pode provocar reações alérgicas, mas não me parece que seja muito comum. Contudo, pessoas que possuem alergia a pólen devem ficar atentas por conta dos antígenos em reação cruzada que respondem aos dois alergênicos.

Além disso, a alcachofra contém cinarina, que é uma substância capaz de melhorar as funções do fígado e, em teoria, diminuiria o colesterol

do sangue. Embora existam controvérsias científicas sobre este último benefício, alguns cientistas defendem que a alcachofra também pode diminuir o açúcar no sangue e estimular o fluxo da bile.

Se você nunca comeu uma alcachofra bem servida, não deve perder esta oportunidade, pois, além de muito saborosa, conhecida entre reis e rainhas ao longo dos anos, a cultura popular diz que também tem um forte poder afrodisíaco. Enfim, se não puder comer a flor, vale provar o chá, que é igualmente encantador.

Douglas Braga é diretor de arte, fotógrafo e gourmet de final de semana.

Delícia de aperitivo para comer. Enjoy!

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Você já ouviu falar na acroyoga? Aposto que sim! Desde que a Gisele Bündchen andou postando suas fotos suspensa no ar praticando esta modalidade, acroyoga virou febre. Para quem ainda não sabe, trata-se de um híbrido que mistura yoga, acrobacia e massagem. Já pensou no resultado dessa mistura? Emoção na certa.

Primeiramente, demanda uma concentração poderosa e só é possível realizá-la estando totalmente consciente de cada centímetro do próprio corpo. Sou uma entusiasta da modalidade e sempre que posso convido alguma amiga para praticar na praia ou no parque. Aliás, a parte boa desta modalidade é justamente poder praticá-la em dupla.

A confiança entre a dupla é o segredo do sucesso. Alongar bem garante mais fluidez no movimento e uma postura mais alinhada. O segundo passo é realizar a série de posições de yoga (ásanas) para em seguida iniciar o contato com a prática da acroyoga.

QUE TAL INOVAR COM ACROYOGA? POR CAROLINA RODRIGUES DA SILVA

agite-se

Para ser bem honesta, o charme dessa modalidade é poder praticá-la em contato com a natureza. Quem pratica sente que é mais que um simples exercício físico, pois há uma imensa troca de energia. Se bem praticada, pode-se atingir o relaxamento total, especialmente se combinada com uma massagem Thai ao final da prática, que é a arte milenar da cura que utiliza alongamento e acupressão.

Para os iniciantes, sugiro primeiro falar com seu médico e procurar um instrutor regulamentado e treinado e não perder a oportunidade de se lançar em voo livre pelo fantástico mundo da acroyoga, que é mais que um simples exercício físico.

Mas se a acroyoga lhe parecer muito assustadora, escolha uma prática mais singela e se agite. O importante é manter seu corpo em movimento.

Carolina Rodrigues da Silva é fisioterapeuta, especialista em Fisiologia e Biomêcanica do Treinamento pelo HCFMUSP.

{ 42 } { 43 } Quer uma maquiagem leve, prática e rápida? Pois, vou te ensinar a fazer um pequeno milagre com dicas simples. Anote aí:

1 pele Assegure-se de aplicar BB ou CC cream, que combine

com seu tom de pele. Esses produtos possuem várias funções (hidratante, primer, filtro solar, base e anti-idade) e garantem uma cútis de boneca.

2 olhosLápis branco no entorno e capriche no rímel preto.

Curve bem e separe os cílios. Seja generosa nas camadas de rímel. Isso clareia o olhar. Se quiser, pode também dar uma leve “manchadinha” nos inferiores. Fica ótimo.

3 maçãs e têmporasUm iluminador no alto das maças e nas têmporas

ajuda bastante a não refletir luz onde não deve.

NÃO PERCA TEMPO! POR CIÇA SCHILITHLER | FOTOS DOUGLAS BRAGA

beleza

4 bocaContorne os lábios com lápis cor de boca e

preencha para deixar bem marcado o contorno. Se for usar um rosa choque ou vermelho, opte por um lápis da mesma cor.

Por fim, sempre leve um lencinho de seda para secar a pele e um pó ultrafino para retocar o make sem pesar. E o toque final para arrasar fica por conta do baby liss no cabelo. Pronto. Com pouca coisa, pode-se mudar muito o visual.

Espero que goste da dica e, se não estiver no astral de se arrumar sozinha, você também pode nos fazer uma visitinha e prometo que te arrumo bem rapidinho para você brilhar maravilhosa como deve ser. Afinal, nosso lema é: se você está se sentindo meio tombada, entre já que daremos um jeito!

Ciça Schilithler é hairstilyst e dona do Salão Luxo, na Vila Madalena.

Antes

Depois

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Recentemente, procurando material para um orientando, dei de cara com um texto que escrevi há 15 anos, para um professor de economia em um lato sensu sobre International Law and Development, no ISS (Haia). A pergunta a ser respondida era: o que países do Terceiro Mundo poderiam aprender com o sucesso dos quatro Tigres Asiáticos?

Falei das diferenças entre os países asiáticos e sul-americanos (não tão óbvias para alguns professores), e terminei expressando minha expectativa no país redemocratizado em que chegava ao poder um dos pais da teoria da dependência. E, pois é, ontem me vi pensando no que aconteceu, nesses 15 anos que passaram voando, no Brasil e no mundo.

Nesses anos todos, venho trabalhando com o tema desenvolvimento sustentável, que marcou minha vida a partir da Rio-92 (e sim, estive na Rio + 10, Rio + 20 e aí por diante), dando aulas, escrevendo e participando de seminários e conferências sobre o assunto em todos os continentes , que reuniam/reúnem interessados de todos os sistemas legais e culturas.

E vivi o processo, desde que o falar sobre cooperação internacional/meio ambiente era visto quase como crime lesa-pátria (permito-me algum exagero, mas corria-se o risco de

ser acusado de subversivo ou de ser “vendido”).

Nunca poderia imaginar que existiria, um dia, um projeto como o Earth System Governance (vejam www.earthsystemgovernance.org), que reuniria, em efetiva interdisciplinariedade, interessados em promover mecanismos (de arquitetura, adaptação, mitigação, financiamento) que envolvam efetivamente todos os agentes da sociedade internacional nesse processo de governança para a preservação da vida no sistema Terra.

Hoje, se eu fosse uma jovem profissional, procuraria me informar mais sobre o projeto e o assunto por dois motivos. Primeiro, porque acho sim que a coisa está feia e, em segundo plano, pelas oportunidades que oferecem, tanto em termos profissionais como de crescimento pessoal. O mundo mudou muito, mas as velhas questões ambientais também permanecem. E só com envolvimento poderemos ter a esperança de, um dia, chegar a um efetivo desenvolvimento sustentável. A vocês, os ônus ou os bônus desse futuro. Construam-no!

Susana Camargo Vieira é mestre e doutora em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da USP, professora dos cursos de graduação e mestrado da Universidade de Itaúna.

“...NUNCA PODERIA IMAGINAR QUE EXISTIRIA, UM DIA,

UM PROJETO COMO O EARTH SYSTEM GOVERNANCE...”

UM NOVO SENTIDO PARA JOVENS PROFISSIONAIS POR SUSANA CAMARGO VIEIRA FOTO DOUGLAS BRAGA

carreira

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Ele abriu a porta da sala que dava para a sacada da casa. Era uma daquelas portas de correr, de madeira, com pequenos vidros claros. Uma leve brisa tomou conta do ambiente – uma mistura do calor do verão que começara havia três dias com a umidade da fina chuva que caía no início daquela noite, véspera de Natal.

Na sacada da casa havia duas cadeiras de vime, ambas com almofadas. Sentou-se em uma delas e apoiou os pés na grade que separava a sacada da parte inferior da casa, um espaço para lazer, com salão, churrasqueira e um pequeno jardim com algumas palmeiras em cujos troncos havia diversas orquídeas amarradas.

Olhou para as plantas, que cuidava com carinho, e para os inúmeros prédios ao longe. Muitos já tinham as luzes acesas, apesar de, devido ao horário de verão, o sol ainda brilhar no horizonte. Estava ali, sozinho, enquanto aguardava sua mulher e as duas filhas se arrumarem para a ceia de Natal. Além deles, viriam mais alguns familiares.

Enquanto aguardava, fechou os olhos e começou a pensar em outros Natais, em como estava feliz: tinha a família que sempre sonhara – a mulher que sempre amou, as filhas já adultas, formadas –, irmãos, amigos, o trabalho que fazia com amor e dedicação... Não era um homem rico, mas não tinha do que se queixar. Como aprendera com a

vida, tinha mais a agradecer do que a pedir.

Ficou ali, sentado, olhos fechados, envolto pela brisa do início da noite. Apoiou a cabeça no encosto da cadeira e... voltou no tempo, uns 40 anos antes, quando ainda era jovem e solteiro. Nessa viagem, lembrou de uma noite em que uma fina garoa – como a daquela noite – caía sobre a cidade.

Eram tempos diferentes – menos carros, menos trânsito, menos violência. Ao volante do carro, parado no farol, viu aproximar-se uma garota de uns 8 ou 9 anos, vendendo flores.

Era um sábado à noite, faltando alguns dias para o Natal. Baixou o vidro da porta do carro para ouvi-la. “Quer comprar flores, moço.” Ela segurava algumas rosas, envoltas em plástico, desses próprios para embalar flores.

Não tinha intenção de comprá-las, até porque não tinha a quem presentear. Poderia levá-las para casa, mas resolveu fazer diferente. Perguntou quando custavam. Abriu a carteira e entregou para a menina algo como a metade do que ela pedia pelo ramalhete.

Antes que ela virasse as costas e fosse para a calçada, ele indagou: “Por que você está aqui, tomando chuva, em vez de estar em casa?” A resposta foi curta: “Preciso ajudar minha família”. Assim que ela voltou para a calçada, não pôde deixar de notar um detalhe: ela estava descalça.

A MENINA DESCALÇA QUE VENDIA FLORES POR MARCOS DANIEL CÉZARI | FOTOS DOUGLAS BRAGA

conto

{ 48 } { 49 } Plantar uma árvore, ter um filho ou escrever um livro: qual o seu desejo? Se você respondeu “escrever um livro”, então pode pensar em buscar a ajuda de um consultor de estórias – ou storyteller.

Esse profissional ajuda e conduz o escritor durante todo o seu processo de trabalho, da primeira ideia do livro até a preparação do manuscrito final. É ele quem evitará que o trabalho do autor seja considerado fora dos padrões técnicos do mercado editorial.

Já imaginou trabalhar por meses, quiçá um ou dois anos, e ouvir que a sua estória não serve para publicação? Isso acontece bastante. Como escritores, precisamos buscar ferramentas que nos auxiliem na criação e na lapidação da narrativa que estamos desenvolvendo.

O principal trabalho de um consultor de estórias é auxiliar o escritor a tornar seu manuscrito tecnicamente viável, ou seja, pronto para publicação. Isso quer dizer que o texto se tornará mais

VOCÊ JÁ PENSOU EM ESCREVER UM LIVRO? POR CAMILA PRIETTO FOTO DOUGLAS BRAGA

novidade

fluido e encantador e que ele se comunicará melhor com o leitor – foco prioritário e incondicional do mercado editorial.

O mais interessante de ser assessorado por um consultor de estórias é contar com o olho clínico do profissional para avaliar as fraquezas e as qualidades da escrita do autor. Levantados os problemas, a receita é simples: para as fraquezas, aplica-se muito estudo e prática no desenvolvimento do texto; para as qualidades, a dica é sempre turbinar o maior potencial do autor, ou seja, elevá-lo ao máximo, colocando um pouco do que o escritor faz de melhor em cada pedacinho do livro. O processo é sempre fascinante e recompensador.

Camila Prietto é atriz, escritora, consultora de estórias e palestrante com o selo internacional da McSill Story Consultancy. Mas, Camila prefere ser “definida” como contadora de estórias, acima de qualquer outra coisa. [email protected]

O farol abriu e ele voltou a prestar atenção no trânsito. Antes de ir embora, com o vidro do carro ainda aberto, ouviu-a dizer: “Obrigada, moço; feliz Natal”.

Enquanto dirigia, ficava pensando como seria a vida daquela menina. Onde será que ela morava? Com quem morava? Será que estudava? Tinha perguntas, mas não as respostas.

Três dias depois, véspera de Natal, passou pelo mesmo local.

Era início de uma bonita noite, agora sem chuva. Havia muitos carros pelas ruas, muita gente ainda voltando das compras de última hora.

Ali, de novo no mesmo farol, ela viu a mesma garotinha vendendo flores. Pensou em chamá-la para dar-lhe algum dinheiro, como fizera alguns dias antes. Mas havia algo de diferente nela. Ela estava mais alegre, mais feliz.

Foi então que notou a diferença: nos pés antes descalços, agora ela usava uma sandália. Simples, mas suficiente para proteger seus pés. Chamou-a até o carro, não para comprar flores, mas apenas para beijar-lhe o rosto e retribuir o “feliz Natal” que ela lhe desejara dias antes.

Ela voltou para a calçada para continuar vendendo as flores, e ele foi embora, feliz e sorridente. Ia para casa, para cear com a família. Não sabia o que iria ganhar naquela noite, mas, mesmo que nada recebesse, aquela já era uma noite mais feliz.

De repente, uma mão tocou-lhe o ombro. Era uma das filhas, que perguntou: “Pai, o senhor estava sonhando”. Foi então que ele se deu conta de que talvez tivesse sonhado mesmo.

Marcos Daniel Cézari é jornalista, especialista em tributação e colaborador da “Folha de S. Paulo”.

conto

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CARA DE JILÓAline Calixto

LA MIA FELICITÀEmma Marone

YOU ONLY LIVE ONCEThe Strokes

GUITARRA Y VOSJorge Drexler

COMING OF AGEFoster the People

LE VENT NOUS PORTERANoir Désir

LA AMORE VEROBianca Atzei

IN A SENTIMENTAL

MOODJohn Coltrane

NON È ABBASTANZA

Modà

NÃO SEI O QUE FAZER COMIGO

Vespas Mandarinas

Dez músicas para você conhe

cer em 2015

PLAYLIST DA PENSE+

Cinema sempre foi uma paixão. Não sei bem explicar o porquê, mas poder viver diferentes histórias, pessoas e sentimentos

que não os meus (ainda que por algumas horinhas) sempre me impressionam.

Existem filmes que são baldes de choro na certa; outros que fazem refletir por dias e dias; e mais alguns que só fazem suspirar.

Recentemente, assisti “Mesmo se nada der certo”, com Mark Ruffalo, Keira Knightley e Adam Levine (o vocalista da banda Maroon 5), título original “Begin again”, depois de ter boas recomendações e estar certa de que atores bons tendem a não atuar em filmes ruins.

Resumidamente, o filme conta a história de uma cantora/compositora (Knightley) que, após o término com seu namorado rock star em ascensão (Levine), encontra um produtor musical fracassado (Ruffalo) e, a

QUAL É A SUA MÚSICA?POR CAMILA HAIDEM

cinema & inspiração

partir daí, de como o acaso traz encontros que podem mudar nossas vidas. Despretensiosamente.

O filme consegue ser delicado, real e verdadeiro ao mostrar que podemos nos decepcionar e nos sentir por baixo muitas vezes, mas, como diriam os americanos: so what? Life goes on. E tudo bem “não sair ganhando”. A vida é isso: seguir em frente e ter esperança, mais e mais uma vez.

Como não poderia ser de outra forma, a música no filme é sensacional. Procurei no youtube a trilha sonora e estou escutando repetidamente. Sim, sou daquelas que escutam uma música/trilha sonora até enjoar. Se você aceita uma sugestão, procure a música “Lost stars”, cantada por Levine ou Knightley. Ambas as versões são demais.

Coincidência da vida ou não, logo no começo do filme, no que seriam aqueles créditos iniciais, aparece a frase: can a song save your life? (Em tradução livre: uma canção pode salvar sua vida?). Isso porque eu havia elaborado uma singela playlist do que seria a trilha sonora da minha vida. And yes, a song can save your life, it already saved mine (em tradução livre: Sim, uma música pode salvar a sua vida, já salvou a minha).

Quais são as músicas que salvaram a sua vida?

Camila Haidem de Araujo Lima é bacharel em direito e apaixonada por cinema e literatura. F

OTO

S:

DIV

ULG

ÃO

{ 52 } { 53 } e até psicólogo. Sempre seguro e cordato, Waldir orienta as pessoas ao seu redor, oferecendo sábios ensinamentos que, normalmente, vão além do mundo jurídico.

Para mim, depois de 23 anos trabalhando ao seu lado, só posso sentir uma enorme gratidão, especialmente quando me recordo do dia em que completei 15 anos de casa e ele preparou-me uma homenagem emocionante, seguida de um discurso que carregarei na memória pelo resto da vida. Sempre desejei ter a possibilidade de retribuir aquela bela homenagem e, felizmente, recebi esta oportunidade de fazê-la aqui.

Portanto, caros leitores, desejo que o exemplo deste homem se propague pelo nosso país neste novo ano que se inicia. E que venha um 2015 para se perseverar, educar e abrir portas!

Handrik de Sá Cabral é administrador, diretor financeiro do Escritório Braga & Moreno Consultores e Advogados.

Mas boas histórias com grandes lições de vida, como a de Waldir Braga, devem ser compartilhadas, comentadas e divididas, para o bem da nossa sociedade.

Sinto-me um privilegiado por ter a honra de trabalhar ao lado deste homem que, mesmo depois de tantas conquistas, continua a ser simplesmente quem ele era, orgulhando-se de suas origens, mas sem deixar de se abrir para todas as novidades que o mundo lhe proporciona.

E, por falar em portas, na minha humilde opinião, a característica mais marcante de Waldir é sua capacidade de lapidar o capital humano e proporcionar oportunidades aos jovens talentos, ensinando os profissionais iniciantes a trilhar um caminho ético e honesto.

Hoje, ele se tornou uma referência para todos no escritório, e já não consigo vê-lo apenas como um exímio advogado tributarista, mas como um administrador, mentor, conselheiro

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perfil

É possível que um observador desavisado tire conclusões equivocadas vendo o império e a carreira construídos por Waldir Luiz Braga, sócio fundador do escritório Braga & Moreno. A imagem de um advogado e professor bem sucedido, sempre elegantemente trajado, pode fazer o leitor menos informado acreditar tratar-se da típica cena do herdeiro, que já nasce com um império pronto para gerir e administrar. Mas Waldir não se encaixa nesse estereótipo.

Filho de uma família de classe média, pôs-se a trabalhar desde muito jovem. Durante muitos anos, trabalhou em empresas de grande porte que dispensam comentários e há 24 anos fundou o escritório Braga & Moreno Consultores Jurídicos e Advogados. Pouca gente, além de seus amigos mais próximos, sabe de sua verdadeira trajetória, que sempre foi marcada por grandes disputas empresariais, inúmeras vitórias nos tribunais e fora deles.

WALDIR LUIZ BRAGA POR HANDRIK DE SÁ CABRAL

Foto do acervo pessoal de

Handrik (à esq.), tirada na

confraternização do escritório

em 1999

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Admiro vários poetas de estilos e épocas diversas. Espero ter tempo para relê-los e escrever sobre todos eles. Mas, hoje, foco-me em Mario Quintana, justamente pela questão do tempo. Esse cidadão brasileiro impressionante, natural de Alegrete, Rio Grande do Sul, premiou-nos com um poema de poucos versos, intitulado “Seiscentos e Sessenta e Seis”.

Nele, Mario parece discorrer sobre a velocidade com que percebe sua própria vida: “Quando se vê, já são 6 horas… / Quando se vê, já é 6ª-feira… / Quando se vê, passaram 60 anos…”. Tal percepção é bem comum nos dias atuais, sendo que cada vez mais deparamo-nos com dicas de como administrar nosso tempo ou de listas com coisas que devemos fazer antes de completar 50 anos, antes de ter filhos ou antes de morrer.

Em suma, seriam ensinamentos ditando que, se soubermos gerenciar nossas vidas, poderemos realizar todas as enésimas coisas que atualmente nos são impostas. Conheço pessoas que perdem diariamente mais de 4 horas para deslocar-se de casa para o trabalho, fazem algum curso que dura cerca de 3 horas e trabalham 10 horas por dia. Sobram 7 horas para higiene, comer, dormir e se socializar. E tentamos dormir, perplexos com o fato de que teremos de acordar dali a poucas horas ou ir a uma reunião logo cedo ou cuidar de um assunto cabeludíssimo.

Na busca por um culpado, acuso os sumérios. Eles dividiram o tempo em segundos e em minutos. E nós contamos, com agonia, cada movimento dos ponteiros do relógio. E, hoje, estou um dia mais velha, tenho menos um dia para realizar minha lista de afazeres ou de desejos, mais um dia cheio dessa ansiedade que não nos deixa.

Um ótimo título para um poema sobre o tempo: “Seiscentos e Sessenta e Seis”. Ou 666, o número da besta, de acordo com a Bíblia, livro do Apocalipse, capítulo 13 (ops!). Observar o passar das horas e sentir que nada fizemos é angustiante.

Mario termina seu poema com um conselho precioso: “E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, / eu nem olhava o relógio. / seguia sempre, sempre em frente … / E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas/”.

Difícil tarefa. Porém, raramente olhamos o relógio quando nos divertimos, mesmo que as coisas boas da vida estejam atreladas às horas, aos dias, aos anos. Simplesmente aproveitamos o tempo e administramos nossa felicidade. E não contamos os segundos de um sorriso, até porque, muitas vezes, o tempo para e imortalizamos tal momento apenas em nossa memória.

Vanderleia Moreira Dionizio é jornalista e advogada atuante na área de Propriedade Intelectual.

TEMPO INFERNO POR VANDERLEIA MOREIRA DIONIZIO ILUSTRAÇÃO CLODOALDO TURCATO

reflexão

{ 56 } { 57 } Estou na Toscana, entre belas colinas e praias italianas. Vim relaxar e me “ouvir” melhor. Como vivo um momento bem peculiar na minha vida, pretendo registrar meus próximos passos e minhas impressões sobre esta cultura tão diferente e bela que é a italiana.

Ultimamente venho experimentando algo inédito: sabe quando você se pega admirando coisas tão simples que, na rotina insana, jamais daria valor? Em apenas poucas semanas não foram parcos os momentos que me deixaram feliz de forma plena e constante. Sempre achei que a constância era mais importante do que a altíssima intensidade de momentos isolados, e venho constatando que minhas suspeitas estavam certíssimas.

A IMPORTÂNCIA DO “TEMPO LIBERO”Aqui na Itália, o “tempo libero” e o ócio são muito apreciados. Dependendo do local e do ramo profissional, para-se tudo durante

viagem

3 horas no almoço – depois de uma refeição bem feita e bem saboreada, bem como de um cochilo –, retornando mais tarde, com força total (ou não). Para inconformismo de muitos que aqui vêm a turismo, até os restaurantes fecham cedo para a chamada “pausa pranzo”, reabrindo apenas no horário da janta.

Por aqui, isso não parece ser um problema. Ainda que o ritmo de vida seja muito mais lento, a sociedade já aprendeu, há muito, a conviver com esses horários diferenciados, com tais pausas. Parece-me que o Velho Continente não tem pressa alguma de provar nada a ninguém ou de criar uma produção frenética de qualquer coisa que seja.

Antes que pensem que sou uma grande preguiçosa, explico: aqui, em primeiro lugar, as pessoas prezam a qualidade de vida. Nesse conceito está englobado o tempo para se dedicar à família, para se socializar e para manter seus vínculos de amizade, para comer tranquilamente e priorizar alimentos de qualidade (a pressa crônica, às vezes, nos leva a

DIÁRIO DA TOSCANA POR ANNA CAROLINA CENCI | FOTOS MARCELA SCHNEIDER FERREIRA

FO

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“...aqui, em primeiro lugar,

as pessoas prezam

a qualidade de vida.”

buscar alimentos industrializados, de fácil preparo, e fast foods), para praticar um hobby, para executar atividades que façam bem ao corpo e à alma, entre outras coisas. Em suma, a pessoa trabalha para viver – e não vive para trabalhar.

Talvez seja essa uma das diversas características que me atraem na Itália. As pessoas, em geral, não têm tantas ambições consumistas e, por esse motivo, podem se dar ao luxo de descansar mais e trabalhar com uma intensidade mais moderada.

PRAZERES ACESSÍVEISQuem me vê viajando por aí – um fim de semana em Lucca, outro na ilha de Elba, depois no paraíso das ‘Cinque Terre’ – pode pensar que encontrei um pote de ouro ou que recebi uma herança inesperada.

Posso assegurar que ambas as respostas estão erradas, e aproveito o ensejo para dizer: não sou rica/milionária/afins, e meus pais não estão “bancando” essas aventuras. Simplesmente nós, brasileiros, não estamos acostumados a ter

certos prazeres acessíveis. Quando algo é incrível, extraordinário, já presumimos, com razão e com base em experiências cotidianas infindáveis, que se trata de algo caro ou praticamente inacessível.

No caso, o fato de eu estar em um país repleto de belezas naturais, de cultura e de história ajuda muito. Isso porque, é possível se deslocar facilmente e de forma econômica não apenas dentro da Itália, mas também para outros países europeus.

Não é apenas a geografia que ajuda, mas, sobretudo, o baixo (ou normal?! talvez anormal seja a realidade brasileira) custo dos bens e dos serviços por aqui. Por esse motivo, torna-se inconcebível acreditar que podemos percorrer roteiros incríveis ou viver grandes experiências com pouco... e com muito conforto.

Há alguns dias, estive no Parque Nacional das “Cinque Terre” – que foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco – e, enquanto me arrepiava, me

viagem

{ 60 } { 61 } encantava e ficava sem palavras com a beleza e a história do local, lembrava que havia chegado ali com uma mera passagem de trem, ao custo de pouco mais de 10 euros (algo entre R$ 30 e R$ 35). Aproveitei o local, fiz um belo passeio de barco e, ao final, peguei outro trem e voltei para casa. Simples, rápido, fácil e sem drama.

Em suma, com uma quantia acessível a todo europeu de classe média (ou até de menor poder aquisitivo), tive uma experiência de tirar o fôlego, da qual jamais esquecerei. As lágrimas de emoção nunca sairão da minha memória.

Como boa italiana, sou hedonista declarada. Se tais experiências fossem tão caras, pesadas ou inacessíveis, certamente a vida do italiano perderia o brilho, pois aqui não se vive, em regra,

para ostentar grandes casas ou automóveis, mas para sentir o sabor e o prazer de estar vivo, de admirar uma bela paisagem e de comer, sem a necessidade de rótulos, em restaurantes pequeninos que servem comidas grandiosas (abaixo os menus turísticos!).

Já estou iniciando meu caminho de volta. Na bagagem, trago duas perguntas: Não seria o momento de valorizarmos o básico, o simples? Não seria o momento de enxugarmos preocupações desnecessárias? Certamente, a experiência na Toscana vem me ajudando muito nessa árdua tarefa, pois, aqui, parece que a simplicidade e a frugalidade regem o cotidiano (e as escolhas) das pessoas.

Anna Carolina Cenci é advogada e atualmente reside na Itália.

“Não seria o momento de valorizarmos

o básico, o simples?”

viagem

{ 62 } { 63 } continua reproduzindo seus erros de geração em geração como uma maldição de família.

Então, neste ano de 2015 será mostrado à raça humana o porquê das famílias (social, religiosa, política e familiar) estarem tão desestruturadas, corrompidas e perdidas nos vícios.

Temos de acordar para esta nova realidade e buscar, dentro de cada um, onde está o problema que não queremos enxergar.

E este também será um ano que mexerá com as conquistas materiais. Muitos irão conquistar muito e outros serão corrigidos na matéria porque Deus quer que os seres humanos entendam que a prosperidade deve vir de dentro para depois atrair a de fora.

Quem só buscar o externo terá muitas dificuldades.

É chegada a hora do ser humano entender que a segurança vem de dentro e não adianta buscá-la na esfera externa. Por isso, faça uma reflexão e busque a reforma íntima através do autoconhecimento.

Astrologicamente, 2015 será um ano regido por Marte, que é considerado o Deus da Guerra, e essa guerra será interna.

Pelo lado positivo, será um ano que favorecerá as ações empreendedoras e novos projetos que necessitem de ousadia e de desprendimento. Pelo lado negativo, o planeta instiga a luta pela sobrevivência e pelos ideais, ou seja, o risco de conflitos é iminente e real. No plano pessoal, será um ano intenso e de muitas transformações.

O ano de Marte será regido pelo orixá Ogum, que pertence à força espiritual da ordenação e da lei, que também será interna. Já Iemanjá é a força da geração que vai gerar em nós aquilo que estamos reproduzindo, e Exu executará a lei. Se você estiver gerando vida, pensamentos bons, sentimentos bons, usando a criatividade para o bem, tudo será reproduzido em abundâncias.

Cleusa Cirillo é terapeuta holística e numeróloga.

QUAIS AS PREVISÕES PARA 2015? POR CLEUSA CIRILLO FOTOS DOUGLAS BRAGA

espiritualidade

O ano de 2015 é um ano universal que será marcado por muitos ajustamentos em todas as áreas da vida humana. O número 8 (soma de 2+0+1+5) revela que o ser humano veio à Terra para se ajustar e é ele que reverberará dentro de tudo o que precisa ser mexido.

Como ele está ligado ao tempo e à justiça, cobrará do ser humano a responsabilidade e a administração do tempo de cada um, e o que está sendo reproduzido pelos seres humanos.

Somos seres duais e é justamente esta responsabilidade que é cobrada de todos nós. Essa dualidade quer dizer que somos seres espirituais e terrenos, somos filhos de Deus e da Terra. Então, devemos reconhecer que somos criaturas de Deus e dessa mistura.

E por que Deus deu essa dualidade ao ser humano?

Porque a Terra é um hospital-escola e ele nos dá as virtudes e aqui também se corrigem as fraquezas e os vícios do ser humano que não enxerga as próprias virtudes e

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D ES I G N

Nome ........................................................................................................RG ..................................................... CPF ............................................Endereço ...................................................................................................CEP ................................................... Cidade/Estado ............................telefone (1) ........................................ (2) ..............................................e-mail .......................................................................................................

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inclui: 10 fotos tratadas em CD

O casal Maila Blöss e Douglas Braga cria obras extraordinárias há mais de 20 anos. Seus desenhos, criações e projetos fazem o maior sucesso no mundo do design. E sua lista de clientes é especialíssima – vai de Nestlé, Cultura Inglesa até a maioria das revistas e jornais mais importantes do Brasil, como “Viagem & Turismo”, “National Geographic”, “Quatro Rodas”, “Super Interessante”, “Estadão”.

Mas a paixão pelo design gerou outro desejo no jovem casal dono da empresa Muscho Muscho (www.muschomuscho.com.br): eles enveredaram pelo universo da fotografia. “Adoro fazer retratos! Mas o que mais me encanta na fotografia é que não existem limites”, conta Douglas.

Para 2015, a Muscho Muscho iniciará o projeto: “Fábrica de Sonhos”, para levar a fotografia “tipo arte” ao público. Ela pretende oferecer serviços de fotografia, que vão além dos retratos convencionais.

Elogios à parte, o melhor caminho para conhecer o trabalho do

MUSCHO MUSCHO: UMA FÁBRICA DE SONHOS! POR CACÁ FONTANA

tendência

jovem casal é se aventurando numa sessão de fotos, que pode ser tanto em um lugar público quanto no estúdio-ateliê, criado em uma antiga propriedade na zona norte de São Paulo.

O espaço do atual ateliê da Muscho Muscho é todo rústico, cheio de flores, árvores e detalhes, que fazem parte da história da família. Tesouros são facilmente localizados ali, tal como um antigo canhão. “Foi um presente que meu pai ganhou de um cliente que não podia pagá-lo”, diz Maila.

O ambiente serve de cenário para a maioria das criações do casal. Eles propõem cena, ambientes e composições, mas quem dá o toque final ao trabalho é o cliente, escolhendo a mensagem que quer passar em suas fotos.

A ideia é que a pessoa possa se divertir fazendo o ensaio, e depois com as fotos. Todo mundo sonha encarnar um personagem; basta descobrir qual. Você já imaginou o seu ensaio? O pessoal da Musch0 Muscho pode te ajudar.

{ 66 }Colaboraram nesta edição:

Anna Carolina Cenci

Camila Haidem

Camila Prietto

Carolina Rodrigues da Silva

César Moreno

Ciça Schilithler

Ciete Silvério

Cleusa Cirillo

Clodoaldo Turcato

Cristiane Aguiar

Fabiana Guisante

Fabrício Corsaletti

Handrik de Sá Cabral

Hong Jin Pai

Louise N. Silva

Lygia Brito Santos

Marcela Schneider Ferreira

Marcos Daniel Cézari

Maria Paula Sabbion

Maria Rita Briguenti Laino

Rafael Nogueira

Susana Camargo Vieira

Impresso na Gráfica Imprensa da FéTiragem: 2.000 exemplares

Editora-Chefe: Cacá Fontana

Editora de Arte: Maila Blöss

Editor de Fotografia: Douglas Braga

Projeto Gráfico: Muscho Muscho Design

Revisão: Marcos Daniel Cézari

Jornalista Responsável: Clodoaldo Turcato - MTB 78.444

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