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A PEDRA CÚBICA Uma criança nasce apenas com os instintos, desprovida de sentimentos de inveja, egoísmo, luxúria, cobiça, intolerância, ódio, desejo de vingança e superstição, que adquire no mundo profano em virtude do meio em que vive. Ao chegar a fase adulta, torna-se um ser humano cheio de vícios e virtudes, com sentimentos muitos fortes, marcas profundas causadas pelas adversidades ocorridas ao longo de sua vida. Quem quer que pretenda entrar na Ordem Maçônica deverá preencher alguns requisitos, dentre os quais o de possuir instrução suficiente que lhe possibilite compreender e aplicar os ensinamentos da Instituição. Não se exige que possua riqueza ou nível superior de escolaridade. Assim é que nela ingressam homens das mais variadas condições sociais, profissionais e culturais: médicos, advogados, alfaiates, comerciantes, psicólogos, professores, magistrados, padres, pastores militares, mecânicos, policiais, vendedores. E todos o fazem na mesma condição: a de simples Aprendizes. Dentro do simbolismo maçônico, o Aprendiz representa o Homem em sua infância humana e espiritual. Em tese, nada sabe,apenas soletra, pois não sabe ler. Seus passos, como revela a marcha do grau, são tímidos e em uma única direção, porque não conhece outros caminhos. Além disso, o Aprendiz é representado alegoricamente como uma pedra bruta, que deverá ser devidamente trabalhada até que se torne um cubo. Assim, desde que iniciado, o neófito é estimulado a dominar seus impulsos, vícios, emoções, fraquezas, paixões, enfim, tudo aquilo que ele carrega de imperfeições do mundo profano,para que efetivamente venha a fazer os progressos que a Maçonaria requer, e tornar-se um obreiro útil na Grande Construção. Para tanto, a Maçonaria não impõe nenhum Código de Conduta Moral. Nem assenta seu ensino como base nos sistemas pedagógicos comuns no mundo profano. Além dos ensinamentos ministrados no grau, relativos a ritualística, à liturgia, à historia e à legislação maçônicas, uma sabedoria oculta em diversos símbolos é apresentada ao mesmo, fazendo o refletir sobre valores fundamentais para o seu desenvolvimento. Trata-

Pedra Cubica

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A PEDRA CÚBICA

Uma criança nasce apenas com os instintos, desprovida de sentimentos de inveja, egoísmo, luxúria, cobiça, intolerância, ódio, desejo de vingança e superstição, que adquire no mundo profano em virtude do meio em que vive. Ao chegar a fase adulta, torna-se um ser humano cheio de vícios e virtudes, com sentimentos muitos fortes, marcas profundas causadas pelas adversidades ocorridas ao longo de sua vida.

Quem quer que pretenda entrar na Ordem Maçônica deverá preencher alguns requisitos, dentre os quais o de possuir instrução suficiente que lhe possibilite compreender e aplicar os ensinamentos da Instituição. Não se exige que possua riqueza ou nível superior de escolaridade. Assim é que nela ingressam homens das mais variadas condições sociais, profissionais e culturais: médicos, advogados, alfaiates, comerciantes, psicólogos, professores, magistrados, padres, pastores militares, mecânicos, policiais, vendedores. E todos o fazem na mesma condição: a de simples Aprendizes.

Dentro do simbolismo maçônico, o Aprendiz representa o Homem em sua infância humana e espiritual. Em tese, nada sabe,apenas soletra, pois não sabe ler. Seus passos, como revela a marcha do grau, são tímidos e em uma única direção, porque não conhece outros caminhos. Além disso, o Aprendiz é representado alegoricamente como uma pedra bruta, que deverá ser devidamente trabalhada até que se torne um cubo. Assim, desde que iniciado, o neófito é estimulado a dominar seus impulsos, vícios, emoções, fraquezas, paixões, enfim, tudo aquilo que ele carrega de imperfeições do mundo profano,para que efetivamente venha a fazer os progressos que a Maçonaria requer, e tornar-se um obreiro útil na Grande Construção. Para tanto, a Maçonaria não impõe nenhum Código de Conduta Moral. Nem assenta seu ensino como base nos sistemas pedagógicos comuns no mundo profano. Além dos ensinamentos ministrados no grau, relativos a ritualística, à liturgia, à historia e à legislação maçônicas, uma sabedoria oculta em diversos símbolos é apresentada ao mesmo, fazendo o refletir sobre valores fundamentais para o seu desenvolvimento. Trata-se de um saber fundado na interpretação dos símbolos e não de conhecimentos apreendidos a partir da repetição sistemática de algumas lições.

Ao iniciar na maçonaria, o aprendiz maçom descobre que a ordem possui uma série de imagem e símbolos, com significados específicos, destinados ao uso de seus obreiros, levando-os ensinamentos por meio de instrumentos, sinais, figuras e alegorias. Num templo há uma série de símbolos, cada um deles contendo uma mensagem que deverá ser interpretada para que se possa adquirir os ensinamentos da maçonaria. Dentro dos símbolos da ordem temos as JÓIAS FIXAS DA LOJA, representadas pela “Prancheta da Loja”, “Pedra Polida ou Cúbica” e a “Pedra Bruta”, que possuem grande valor simbólico para a Maçonaria.

Na Maçonaria a “Pedra Bruta” tem um significado filosófico, onde através do trabalho, aparam-se as imperfeições do aprendiz, transformando-o em “Pedra Polida”, deixando

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para trás as paixões do apego material da vida profana para adquirir novos hábitos. Filosoficamente, o trabalho de desbastar a Pedra Bruta, desvencilhando-se dos vícios para poder concorrer à construção moral do homem, que é a verdadeira obra da Maçonaria. Antes de entrar para a Maçonaria, os costumes e atos do aprendiz estavam desfocados pela convivência no mundo profano. No entanto, com o uso do “cinzel e do maço”, o aprendiz se transforma em “Pedra Cúbica”, para depois ser polido, quando estará pronto para contribuir na construção da sociedade. O aprendiz, através de suas ações, precisa construir dentro de si qualidades que o tornem uma pessoa melhor, através da prática das virtudes, buscando, cada vez mais, a perfeição e o aprimoramento moral e espiritual, levando uma vida sem preconceitos. Só assim, poderá influenciar pessoas que estão ao seu redor.

A “pedra bruta” têm um simbolismo construtivo, pois a Maçonaria Operativa, era de trabalhadores de canteiros que construíam os templos em pedras. A pedra era a matéria prima que passava por um processo de desbastamento das arestas, passando de sua forma tosca para polida, através de um árduo trabalho realizado pelo aprendiz, o qual utilizava como ferramenta, o cinzel e o maço. A pedra é objeto de trabalho inicial das construções onde o aprendiz dá forma e polimento, de diferentes materiais onde o trabalhar da Pedra Bruta tem por objetivo aprender a conjugar as diferentes formas de “construir”.

Freqüentemente vemos em livros, artigos e até mesmo instruções maçônicas, os termos Pedra Cúbica e Pedra Polida utilizados como sinônimos, até mesmo sendo igualados explicitamente.

Através da observação, podemos concluir que a Pedra Cúbica é livre de arestas, pois por ser cúbica, deve ser polida até que suas superfícies tornem-se planas.

Portanto, a Pedra Cúbica é uma Pedra Polida.

No entanto, igualmente podemos concluir que uma Pedra Polida não é necessariamente uma Pedra Cúbica, pois uma pedra pode ser polida nos formatos piramidal, oval, esférico ou outro qualquer, estando livre das arestas. Nestes casos, a Pedra Polida não apresentará a retidão e os ângulos necessários para ser considerada uma Pedra Cúbica.

Ao fim do primeiro grau, após trabalhar e desbastar a pedra bruta – que é ele mesmo – o Aprendiz é elevado a Companheiro, com a incumbência de torná-la Cúbica e polida, de modo a permitir seu encaixe às outras na construção do templo Ideal que a Maçonaria se propõe erigir, que nada mais é que a própria humanidade elevada a estagio utópico de perfeição. Ao Companheiro cabe, então, elevar seu espírito a um nível de perfeição ideal. Trata-se de transformar seu ser, sua personalidade num cubo perfeito, eliminando de si, finalmente, os elementos mais grosseiros de sua natureza terrena.

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E é por isso que a Pedra Cúbica simboliza o homem perfeito, sem defeitos, um verdadeiro Mestre. Ele representa o ideal de perfeição intelectual, moral e espiritual que o companheiro deve esforçar-se para realizar em si mesmo. È por isso também que ao fim do seu trabalho, cumprida a incumbência que lhe fora proposta, tornada a Pedra Cúbica e Polida, realizada a Obra Prima, o companheiro é exaltado a Mestre. Na tradição esotérica se diz que quando o discípulo esta pronto, o Mestre aparece.O mesmo ocorre em relação à Pedra Cúbica: quando esta acabada, polida, o companheiro está pronto. Então, o Mestre aparece

A “Pedra Polida” é o resultado do trabalho perfeito realizado pelo aprendiz, de linhas e ângulos retos, que o compasso e o esquadro mostram estar de acordo com as exigências da Arte. A “Pedra Polida”, filosoficamente, representa o companheiro, o homem polido de suas asperezas, educado e instruído, a perfeição intelectual e espiritual, pronto para ocupar seu lugar na construção de uma sociedade mais justa e perfeita. Após ser polido, trabalhado, o aprendiz maçom, com suas faces lisas, passa a refletir a luz que nele incide e que estavam ofuscadas no seu estado de “pedra bruta”. No despojar de todas as suas vaidades e preconceitos, que retardam o seu crescimento, o aprendiz derruba barreiras que impediam sua ascensão pela escada de Jacó.

A Pedra Cúbica pode ter sua retidão aferida pelo Esquadro da Moral, e suas medidas, pelo Compasso, de forma a verificar se está adequadamente pronta para ser encaixada à obra, de forma a não mais ouvir-se o barulho das ferramentas na construção de Templos à Virtude.

Havendo o aprendiz transformado em “Pedra Polida” uma “Pedra Bruta”, aparado as rudes arestas da personalidade, cabe agora, disciplinar suas ações através do conhecimento adquirido, contornando as diferenças em seu estado espiritual, transformando do seu “eu” um ser mais justo e perfeito, buscando, incansavelmente, o aperfeiçoamento. É necessário um constante auto-exame e a aplicação prática, sincera e honesta dos conhecimentos adquiridos no plano intelectual. Ao ser lapidado, o aprendiz mostra toda sua beleza contida, que existe dentro de si, estando pronto para ajudar a construir uma sociedade mais justa, menos desigual.

È preciso observar no entanto, que, a simples aquisição e assimilação de conhecimentos do grau não são suficientes para que o companheiro complete seu trabalho de tornar-se uma Pedra Cúbica. A aquisição de conhecimentos é fundamental para qualquer pessoa, principalmente dentro de uma instituição filosófica, mas não é o suficiente para a Maçonaria, pois isto requer apenas estudo dedicado e compreensão. Mesmo aquela apreendida a partir da interpretação dos símbolos. Em uma analise, situa-se em plano meramente intelectual.No que diz respeito aos ensinamentos maçônicos,todavia embora importante, isto não basta, uma vez que, no plano intelectual, qualquer pessoa inteligente pode adquiri-los,

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independentemente de ser ou não maçom,bastando, para isso, a leitura e a repetição continuada dos Rituais e de seus comentários dispostos em vários livros maçônicos.Assim todos os conhecimentos maçônicos devem ser direcionados pelo Companheiro para o campo pratico, para os embates de sua vida diária, sob pena de tornarem um mero exemplo de intelectualismo. Os conhecimentos, por si só, não têm qualquer utilidade, se não forem postos em pratica, testados e, sobretudo, vivenciados.

De nada vale a assimilação de toda uma filosofia de vida que só é utilizada em raros momentos, para dar vazão a uma retórica vazia e divorciada da realidade. Aí reside a maior dificuldade do Maçom, que passa, na maioria das vezes, pelos dois primeiros graus simbólicos e chega a Mestre, sem se dar conta disso. O resultado, infelizmente, é a ausência de sinceridade, de humildade, de tolerância, de espírito de fraternidade e de outras tantas virtudes que acabam, quando muito permanecendo embaçadas no caráter do Maçom.

A questão da necessidade de aperfeiçoamento nem chega a ser um problema, pois é um consenso que, como seres humanos, somos todos imperfeitos. Todos temos defeitos, alguns mais evidentes, outros menos. Nesse aspecto, há um reconhecimento praticamente explícito. Mas há um reconhecimento também de que somos, igualmente, todos perfeitos, com as mesmas possibilidades de atingir um ideal de perfeição que nos diferencie efetivamente dos demais seres considerados inferiores, cujos instintos, próprios da sua natureza, não permitem uma evolução como a humana. Não se trata de nos tornarmos seres sobre-humanos ou criaturas iguais a deus, mas pessoas de reto pensar e de conduta condizente com os elevados ideais e princípios proclamados pela Ordem à qual pertencemos.

Os maçons adotam boa parte das fórmulas alquímicas nesse sentido espiritual. Por exemplo, o acrônimo V.I.T.R.I.O.L. ( Visita Interiore Terrae; Retificando Invenies Occultum Lapidem: Visita o Interior da Terra; Retificando Encontrarás a Pedra Oculta. Seria algo assim como “aperfeiçoa-te a base de purificações, porque só assim conhecerás a verdade.”

De acordo com alguns, esse segredo é algo mais que a revelação da religião natural, ou da sabedoria dos humildes (a máxima expressão da sabedoria). Oswald Wirth fala de um poder misterioso e praticamente ilimitado do companheiro, quando este é investido. O segredo maçônico é expressado nos seguintes termos pelo autor. “Quando nos colocamos a ordem no grau de companheiro atraímos com a mão esquerda as forças difusas do ambiente e com a mão direita as concentramos em nós. CONCLUSÃO

O aprendiz no estágio de “Pedra Bruta” tem um longo caminho a percorrer, transformando-se em “pedra polida”, polindo suas asperezas, aperfeiçoando-se

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intelectualmente e espiritualmente, assumindo um papel de construtor de uma sociedade mais justa e tolerante, com atitudes positivas ajudando a construir um mundo melhor, mesmo sabendo que o caminho é longo, árduo e cheio de obstáculos, tendo de vencer as adversidades do dia-a-dia e aperfeiçoando o seu “eu”. “Fazer o bem não importa a quem”.

O aprendiz, ao percorrer esse caminho evolui como ser humano, trabalha suas virtudes, elimina seus vícios e apegos materiais, eleva seu nível intelectual, moral e espiritual com pensamento positivos, preocupa-se mais com o próximo, não esquece de si próprio, torna-se uma pessoa mais feliz, que é um dos objetivos do homem. Encontrar a felicidade.

A pedra bruta é um dos vários elementos que decoram internamente uma loja maçônica. Simboliza também as "arestas" da personalidade que o maçom deve aparar ou limar, para poder se aperfeiçoar. Estas arestas são os sentimentos como o ciúme, perfídia, a vingança, os vícios, e outros mais, pecados da moral e dos bons costumes, que como maçom jurou combater. Aparando desta forma as suas arestas, o maçom está a tornar-se mais perfeito e mais polido, representado simbolicamente pela pedra cúbica.

A Pedra Bruta é uma estratégia de ensinamento utilizada no ensino de aprendizado Maçônico, que de forma muito eficaz se difunde no seio desta organização, ajudando no entendimento da alegoria e no aperfeiçoamento de muitas personalidades no mundo afora.

Esculpir a si mesmo é o trabalho de tornar-se esclarecido. A metáfora da pedra se encaixa com a constituição do Templo e que sem uma pedra trabalhada não é possível construir algo com ela.

O Templo é símbolo de algo importante de local sagrado, neste as questões humanas estão superadas, ou pouco se apresentam assim o homem é um Templo tem condições humanas é uma construção eterna e como todas as construções é preciso levantar, lapidar, sobrepor pedras, juntar pequenos pedaços para formar algo grande e depois de chegar a uma grandiosa construção é preciso adornar e isso se faz com árduo empenho, muita força e perseverança.

A Pedra Bruta que se fala na Maçonaria portanto é um elemento pedagógico para darmos nos conta que há em nós elementos que precisam ser trabalhados, talhados, lapidados e polidos, fazendo assim que esta chegue a uma pedra cúbica que irá compor o grande mural de Deus.

A Pedra Cúbica representa um formato de um grande tijolo, que na Idade Média era muito utilizado em antigas construções pela Europa e Ocidente Médio, quando chegado a esta fase a pedra poderá ser utilizada na construção civil. Dessa metáfora espera-se inferir que um Maçom quando completa os estudos do primeiro grau estará

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este pronto parar se empenhar nos estudos de ciências mais complexas, já que o tijolo é somente uma pequena parte estrutural de um Templo.

Trabalhando na Pedra Bruta o Maçom superará questões de escrita, interpretação de textos, leituras em voz alta, sabendo que o Maçom não é um ser mágico ou possuidor de um cartão de crédito sem fatura, mas sim um obreiro destemido e incansável.

A importância deste primeiro passo da construção é importantíssimo, pois é a base estrutural, se algo nesta fase der errado, ou for mal trabalhado algo poderá sair mais errado ainda na estruturação do Templo. Assim como nós juntamos pessoas sem o devido preparo para fazer um projeto em conjunto, muito logo poderemos perceber que nada irá para frente. Questões básicas como o domínio da escrita e de certa racionalidade irão faltar, assim a desordem será certa.

Para atingir o estado ideal de perfeição, tal como a formulação proposta na alegoria da Pedra Cúbica, além do reconhecimento da nossa natureza inferior e da possibilidade de sua transmutação, é preciso um propósito firme de aperfeiçoamento, de superação dos entraves que impedem nossos desenvolvimentos interiores, morais e espirituais.Aliado a isto é necessário um constante auto-exame e a aplicação prática, sincera e honesta, no nosso dia-a-dia, dos ensinamentos assimilados no plano intelectual. Em conseqüência, sobressaltarão a beleza e a perfeição observadas na Pedra Cúbica e a Sabedoria inerente ao verdadeiro Mestre.A Loja, o trabalho, a escola e o lar devem funcionar como campos de experimentação, verdadeiros laboratórios, em que os ensinamentos filosóficos do grau receberão o processamento alquímico-mental necessário à transmutação das nossas qualidades inferiores na mais sublime expressão do nosso Ser. São as diferentes situações com as quais deparamos na vida que nos permitem, à luz dos ensinamentos maçônicos, transformar, na prática, nossa Pedra Bruta em Cúbica.

JEAN BAPTISTE REGNAUT

Província do Monte Horebe, 14 de dezembro de 2013.