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A APP-Sindicato, na defesa da escola pública de qualidade e da emancipação política e social da mulher, mais uma vez propõe o debate acerca das relações de gênero nas comemorações do dia 8 de Março. Pretendemos que este Jornal ofereça subsídios para o debate nas escolas, nos Núcleos Sindicais, nas associações, nos movimentos sociais dos quais participamos. Assim, propomos que cada escola es- tabeleça de maneira interdisciplinar a leitura do texto, o trabalho com os dados numéricos e científicos, a prática das atividades sugeridas e a exibição dos filmes. Que cada professor/a e funcionário/a tenha acesso e oportunidade de participar das atividades relativas ao Dia Interna- cional da Mulher. Que as escolas oportunizem um espaço coletivo de discussão com toda a comunidade escolar e, principalmente, em cada uma das nossas salas de aula. Nosso sindicato, com o Coletivo de Gênero, participa ativa- mente da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e nos dias 16 e 17 de fevereiro, as militantes do Paraná estiveram reunidas para um momento de formação e de organização da Marcha no estado, no 2º Seminário de organização e formação da MMM. No encontro refletimos sobre o histórico da Marcha e a legalização do aborto, com a participação da Professora Lígia Mendonça, do Fórum Popular de Mulheres-PR e da companheira Maria Fernanda Marcelino, da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da MMM-São Paulo. Tivemos também a oficina de batucada, um das marcas da MMM, para chamar a atenção e divulgar a nossa luta. Realizamos também a organização dos Núcleos Sindicais e dos movimentos sociais participantes, donde foi retirada uma coor- denação das atividades da Marcha no Paraná. Em breve, divulgaremos as próximas ações e atividades em todo o nosso estado. Destacamos também que o Coletivo de Gênero e Classe da APP-Sindicato está organizando o Curso de Extensão Universitária so- bre Gênero, em convênio com o Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR e com a UEM. O início do curso será dia 14 de março, com a UFPR em Curitiba e a partir de abril com a UEM. Informe-se no seu Núcleo Sindical sobre as inscrições e os critérios para a participação ou através dos e-mails: [email protected] (Giselle) ou [email protected] (Rosani). Chamamos todas as mulheres e os homens engajados com a luta feminista para participarem da Caminhada “Mulheres em Luta”, dia 08 de Março em Curitiba. A concentração será na Praça Santos Andrade às 9 horas. Faremos sete paradas onde, em cada uma, rea- lizaremos um ato divulgando as diversas reivindicações das mulheres. Para aquelas mulheres que não poderão vir à Curitiba, indicamos que se organizem em seus municípios e saiam às principais ruas da cidade, levando os batuques, as saias floridas e o grito por uma sociedade livre do preconceito, da violência e da discriminação contra as mulheres. Dia Internacional da Mulher: O 8 de março relembra as operárias têxteis de Nova Iorque em greve por melhores condições de trabalho, as mulheres russas que lutavam por paz, pão e terra - e inauguraram a revolução de 1917, além de tantas outras batalhas. Visite: www.marchamundialdasmulheres.org www.redesaude.org.br www.sof.org.br www.cnte.org.br - Revista Mátria

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A APP-Sindicato, na defesa da escola pública de qualidade e da emancipação política e social da mulher, mais uma vez propõe o debate acerca das relações de gênero nas comemorações do dia 8 de Março. Pretendemos que este Jornal ofereça subsídios para o debate nas escolas, nos Núcleos Sindicais, nas associações, nos movimentos sociais dos quais participamos. Assim, propomos que cada escola es-tabeleça de maneira interdisciplinar a leitura do texto, o trabalho com os dados numéricos e científicos, a prática das atividades sugeridas e a exibição dos filmes. Que cada professor/a e funcionário/a tenha acesso e oportunidade de participar das atividades relativas ao Dia Interna-cional da Mulher. Que as escolas oportunizem um espaço coletivo de discussão com toda a comunidade escolar e, principalmente, em cada uma das nossas salas de aula.

Nosso sindicato, com o Coletivo de Gênero, participa ativa-mente da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e nos dias 16 e 17 de fevereiro, as militantes do Paraná estiveram reunidas para um momento de formação e de organização da Marcha no estado, no 2º Seminário de organização e formação da MMM. No encontro refletimos sobre o histórico da Marcha e a legalização do aborto, com a participação da Professora Lígia Mendonça, do Fórum Popular de Mulheres-PR e da companheira Maria Fernanda Marcelino, da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da MMM-São Paulo. Tivemos também a oficina de batucada, um das marcas da MMM, para chamar a atenção e divulgar a nossa luta. Realizamos também a organização dos Núcleos Sindicais e dos movimentos sociais participantes, donde foi retirada uma coor-denação das atividades da Marcha no Paraná. Em breve, divulgaremos as próximas ações e atividades em todo o nosso estado.

Destacamos também que o Coletivo de Gênero e Classe da APP-Sindicato está organizando o Curso de Extensão Universitária so-bre Gênero, em convênio com o Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR e com a UEM. O início do curso será dia 14 de março, com a UFPR em Curitiba e a partir de abril com a UEM. Informe-se no seu Núcleo Sindical sobre as inscrições e os critérios para a participação ou através dos e-mails: [email protected] (Giselle) ou [email protected] (Rosani).

Chamamos todas as mulheres e os homens engajados com a luta feminista para participarem da Caminhada “Mulheres em Luta”, dia 08 de Março em Curitiba. A concentração será na Praça Santos Andrade às 9 horas. Faremos sete paradas onde, em cada uma, rea-lizaremos um ato divulgando as diversas reivindicações das mulheres. Para aquelas mulheres que não poderão vir à Curitiba, indicamos que se organizem em seus municípios e saiam às principais ruas da cidade, levando os batuques, as saias floridas e o grito por uma sociedade livre do preconceito, da violência e da discriminação contra as mulheres.

Dia Internacional da Mulher: O 8 de março relembra as operárias têxteis de Nova Iorque em greve por melhores condições de trabalho, as mulheres russas que lutavam por paz, pão e terra - e inauguraram a revolução de 1917, além de tantas outras batalhas.

Visite:www.marchamundialdasmulheres.orgwww.redesaude.org.brwww.sof.org.brwww.cnte.org.br - Revista Mátria

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Pensar a Escola Pública que queremos, com uma educa-ção que se proponha a formar e a despertar o senso crítico de nossas alunas e alunos para que possam superar os preconcei-tos e as falsas verdades do senso comum, exige de nós, traba-lhadoras/es em educação, reconstruir valores, comportamentos e atitudes. Se isto é uma prerrogativa de nossa atuação no chão da escola, então é preciso, antes de tudo, desconstruir e des-naturalizar todas as formas de discriminação.

Para isso, precisamos identificar essas formas e as razões que sustentam uma sociedade com tantas injustiças e desigual-dades. Nesse contexto não há como negar as desigualdades entre homens e mulheres, as desigualdades de gênero.

Discutir gênero nas escolas, desmistificar a “naturaliza-ção” das identidades masculina e feminina na formação perma-nente dos profissionais de educação e na formação de nossas alunas e alunos é uma forma de contribuir para a construção de uma nova sociedade. Como afirma Tatau Godinho, em Educar para a igualdade, “... a escola deve incorporar, em suas práticas educativas, iniciativas que introduzam conscientemente, como estratégia de socialização, a meta da igualdade de gênero e de extinção de práticas sexistas.” (GODINHO, 2003, p.13). Assim, deve-se reconhecer a importância da educação na escola que não apenas transmite conhecimentos, nem mesmo apenas os produz, mas que ela também forma sujeitos, produz identidades étnicas, de gênero, de classe, ainda que não o faça sozinha.

Quando reconhecemos que essas identidades estão sen-do produzidas através de relações de desigualdade, que a escola está intrinsecamente comprometida com a manutenção de uma sociedade dividida e que faz isso cotidianamente com nossa participação ou omissão, compreendemos que a prática escolar é uma prática política, que se transforma e pode ser subvertida. Então a escola se afirma como lugar privilegiado para a cons-trução da igualdade.

As diferenças entre homens e mulheres foram histori-camente manipuladas para justificar as desigualdades sociais à medida que, em diferentes sociedades e períodos históricos, múltiplos discursos e práticas forjaram a submissão feminina e a dominação patriarcal. Embora hoje se reconheçam conquistas, resultado da luta incansável das mulheres, que organizadas têm resistido e enfrentado esse sistema, há ainda muito a avançar.

A grande maioria das trabalhadoras continua assumin-do múltiplas jornadas de trabalho. Das mulheres ocupadas, 91,3% se dedicam aos afazeres domésticos, dedicando em mé-dia 22 horas semanais a estas tarefas. Dos homens ocupados, 46% realizam afazeres domésticos, dedicando 9,9 horas por semana a estas tarefas. As mulheres conquistaram espaços nos cursos universitários, porém concentrados naqueles ligados ao cuidado do outro e ao que se considera o mundo do lar. São enfermeiras, professoras, pedagogas, psicólogas, nutricionistas, assistentes sociais. Quase a metade das trabalhadoras brasilei-ras está no setor de educação, saúde e serviços sociais, 17% delas são empregadas domésticas. Profissionais cuja competên-cia passa (assim muitos pensam) por aquilo que se tem dito ser “características inatas” de mulheres que sabem zelar pela saúde, educar, cuidar da dor, alimentar, ter paciência, capaci-dade de suportar atividades repetitivas, atividades todas essas consideradas ligadas à maternidade, “natural” papel feminino. São em número reduzido nas profissões ligadas à tecnologia e à produção, em especial nos cursos de engenharia. As mulheres continuam desempenhando o papel de ser mães, esposas, cui-dar das crianças, dos doentes e dos idosos. Atividades social-mente desprestigiadas no capitalismo.

Mais números da desigualdadeSegundo estudos da ONU, as mulheres representam 70%

da população pobre do planeta, o que caracteriza a feminiza-ção da pobreza. A pesquisa revela também que 27% das mu-lheres possuem filhos/as menores de 18 anos e a maioria delas (60%) não recebe pensão regular do pai.

No Brasil, as mulheres representam 53% da força de tra-balho do país. No entanto, essas trabalhadoras recebem em média 70% dos rendimentos recebidos pelos homens, e as mulheres negras recebem em média 50% dos rendimentos das mulheres brancas. Segundo matéria do Jornal Gazeta do Povo de 06/02/08, no Paraná a média salarial dos homens, em 2006, foi de R$1.196,89, tendo uma variação de 2000 a 2006 de 2,2%, enquanto para as mulheres, a média salarial nesse mesmo período foi de R$962,17 com uma variação de 2000 a 2006 de apenas 1,4%.

Apenas 17% das mulheres têm carteira de trabalho as-sinada e são chefes de família de 32% dos lares brasileiros. De acordo com os dados do IBGE, cerca de 49% das mulheres ganham até um salário mínimo, percentual superior ao dos homens, que é de 32%. Apesar do aumento de escolaridade, hoje mais mulheres do que homens têm no mínimo 12 anos de estudo ou freqüentam curso superior.

Mercantilização e a ditadura dabeleza: formas de violência.A tendência global de organização da sociedade segundo

regras do mercado capitalista determina que tudo na vida pode e deve ser comprado e vendido. Tudo é mercadoria.

O mercado tornou-se uma forma de organização não só da economia mas também da sociedade e, portanto, uma forma que nos estão impondo para organizar nossas vidas e para definir o que é ser mulher.

Na vida de mercado, ser mulher é ser flexível e ter paciência para aceitar condições de trabalho cada vez piores. Na vida de mercado, a mulher (e o homem) que depois de tudo isso se sente cansada/o, deve comprar numa farmácia as novas drogas que prometem dar fim às dores do corpo e da alma.

A mulher vai sendo vista na sociedade como aquilo que aparece nas propagandas de cerveja: uma coisa para o consu-mo dos homens, cujo valor é estabelecido pela vontade deles. Na publicidade a mulher é constantemente representada assim: como um objeto de consumo, que para ter valor tem que seguir um padrão. Para atingir esse padrão ela deve aceitar as condições do mercado e consumir uma enorme quantidade de produtos e serviços. As mulheres são responsáveis por 80% das decisões de consumo das famílias. Representam 52% da população e não são representadas na mídia em toda a sua diversidade.

Em audiência pública no Ministério Público Federal, or-ganizações feministas criticaram a representação da mulher demonstrada nos meios de comunicação de massa. De acordo com as organizações que participaram dessa audiência, além de muitos perfis de mulheres serem invisíveis à mídia, somente em 16% das reportagens a mulher é o centro das notícias e só 15% das matérias destacam a desigualdade de gênero.

A questão da invisibilidade da diversidade feminina na mí-dia e sua estereotipação nos grandes meios de comunicação são consideradas por especialistas como uma forma de violência e de violação de direitos humanos. No caso da mulher negra, a situação é ainda mais grave, porque envolve componentes de ra-cismo, que acabam por determinar o lugar que mulheres negras

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ocupam dentro das programações. Papel subalterno aos bran-cos, sempre trabalhando muito, mas em posições inferiores.

Para as mais jovens, a magreza das supermodelos é de-sejada. Hoje cada vez mais meninas sofrem com transtornos alimentares como bulimia, anorexia, doenças que estão entre as principais causas de mortes das jovens segundo a Organiza-ção Mundial de Saúde. Segundo o secretário geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a quantidade de adolescentes que colocam prótese de silicone aumentou 300% nos últimos dez anos. Em 2003 foram realizadas 400 mil cirurgias plásticas no Brasil (60% puramente estéticas, 70% em mulheres), colocando nosso país em 7° lugar no mundo.

Também em 2003, R$ 17 bilhões foram gastos no país em cosméticos e produtos. O Brasil é o quarto país vendedor de cosméticos no mundo. Em 2005, esse mercado cresceu 34% e as mulheres são as principais consumidoras. Em 1996, 98% das mulheres gastavam uma parcela significativa de seus salári-os com cosméticos e serviço de beleza. As que ganham menos chegavam a gastar 20% de seu salário.

A indústria farmacêutica é a terceira mais lucrativa do mundo. Em 2003, seus maiores lucros vieram dos remédios chamados comportamentais, como os antidepressivos e os hor-mônios sintéticos. Os inibidores de apetite que têm como base a anfetamina são altamente viciantes. O Brasil é o maior consumi-dor de anfetaminas do mundo e as mulheres são responsáveis por 92% desse consumo. Os remédios para emagrecer podem causar depressão, crises de ansiedade, insônia e problemas res-piratórios.

Podemos olhar para as nossas alunas, ilu-didas com esses valores de mercado e não fazer nada?

É preciso problematizar o cotidiano escolar com uma análise a partir das relações de gênero, refletir nossa prática pe-dagógica e superar o senso comum. Quando fazemos referên-cia à nossa categoria profissional, nos reconhecemos enquanto “professores”. Em reuniões sindicais ou encontros científicos não estranhamos quando o diálogo com a platéia se dá no

masculino, ainda que esta seja majoritariamente feminina. Os documentos que circulam nas escolas se referem aos profes-sores, coordenadores, diretores. Ao mesmo tempo, nós en-sinamos aos “alunos”, estamos preocupados com a formação do “cidadão”; ensinamos que “os homens fazem a história”. Tudo isso é aceito “naturalmente”, pois o masculino é a regra numa linguagem genérica que constrói e expressa a domina-ção do gênero masculino. A linguagem utilizada no dia-a-dia oculta que a grande maioria “dos” profissionais na educação pertence ao gênero feminino e que nossa ação incide sobre mulheres e homens, meninas e meninos. Este texto terá cumprido seus objetivos se suscitar dis-cussões e contribuir para percebermos que o conceito “gêne-ro” nos auxilia a desvendar o potencial político da nossa práti-ca docente. Cabe a nós, educadoras e educadores, unidos na utopia de uma sociedade justa, igualitária e solidária, procurar-mos as formas de superação da desigualdade social de gênero no cotidiano escolar.

Lirani Maria Franco da Cruz – Professora de Matemática da Rede Estadual de Ensino. Integrante da Marcha Mundial das Mulheres, da Direção Estadual da CUT/PR e do Conselho Fiscal da APP-Sindicato.Colaboração: Ana Tereza Alves Pereira, Giselle Nienkötter e Janeslei Aparecida Albuquerque

O texto proposto teve por base: Cadernos de Educação – Gênero e Educação da CNTECadernos Sempreviva – Gênero e Educação da SOF (Sempreviva Or-ganização Feminista)Cadernos Sempreviva – Desafios do livre mercado para o feminismo da SOFCadernos de Gênero e tecnologia – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia – UTFPRJornais da Marcha Mundial das Mulheres.www.patriciagalvao.org.br - Agência Carta Maior, 24/04/2007.GODINHO, Tatau. Educar para a igualdade. In: São Paulo. Secretaria do Governo Municipal. Coordenadoria Especial da Mulher. Gênero e Educação: caderno para professores. Autores diversos – São Pau-lo, Secretaria Municipal de Educação, 2003, p. 13-14.

II Seminário da Marcha Mundial das Mulheres/PR - 16 e 17 de fevereiro/2008

Participe da Marcha Mundial das Mulheres. Informe-se sobre as reuniões: (41)3026-98079848/9812/9828 (Rosani, Sara, Neiva e Giselle)

APP-SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DO PARANÁ - Rua Voluntários da Pátria, 475 - 14º andar - Ed. Asa - Curitiba/PR - CEP: 80.020-926 - Fone: (41) 3026-9822 - Fax: (41) 3222-5261 - Direção: Presidente: José Rodrigues Lemos - Secretário Geral: Idemar Vanderlei Beki Secretária de Finanças: Saionara Cristina Bocalon - Secretário de Imprensa e Divulgação: Luiz Carlos Paixão da Rocha - Secretária de Adm. e Patrimônio: Élide Bueno - Secretária de Organização: Marlei Fernandes de Carvalho - Secretário de Municipais: Edilson Aparecido de Paula - Secretário de Sindicalizados: José Ueldes Camilo - Secretário de Ass. Jurídicos: Sérgio Marson - Secretário de Funcionários - José Valdivino de Morais - Secretário de Política Sindical: Miguel A. A. Baez - Secretária Educacional: Janeslei Albuquerque - Secretária de Formação Sindical: Maria Madalena Ames - Secretária de Políticas Sociais: Silvana Prestes Rodacoswiski - Secretária de Aposentados: Sabina da Silva Turbay - Uma produção do Coletivo de Gênero e Classe da APP-Sindicato - www.app.com.br - Organização: Ana Tereza Alves Pereira, Giselle Nienkötter, Janeslei Albuquerque, Lirani Maria Franco da Cruz, Maria Madalena Ames, Marlei Fernandes de Carvalho e Rosani Moreira. - Projeto Gráfico: W3OL Comunicação - Ilustração da capa a partir da gravura de Escher (1898-1972), artista plástico holandês - Gráfica: World Laser - Tiragem: 30 mil exemplares

E X P E D I E N T E

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Os filmes abaixo relacionados propõem a reflexão sobre o pa-pel social da mulher, tanto na submissão aceita naturalmente, quanto nas formas de resistência e luta em busca de sua emancipação. Todos os filmes são da categoria cinematográ-fica chamada cinema-arte. São filmes fora do circuito do cine-ma comercial, caracterizados pela estética, pela densidade e pelo alto grau de reflexão. 1. O Segredo de Vera Drake - Inglaterra/França/Nova Zelândia, 2004. 125 min. Direção: Mike Leig. Na Inglaterra em 1950, Vera Drake é uma senhora respeitada e feliz com a sua família, mas que realiza como atividade paralela abortos para jovens da comunidade. Filme baseado em fatos verídicos.2. Volver – Espanha, 2006. 121 min. Direção: Pedro Almodóvar. Uma mulher trabalhadora busca meios de salvar sua filha, que matou o pai por querer abusar sexualmente dela. Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Es-trangeiro.3. A excêntrica família de Antônia - Holanda/Bélgica/In-glaterra, 1995. 102 min. Direção: Marleen Gorris. Comandada por Antonia, a saga familiar atravessa três gerações, falando de força, de beleza e de escolhas que desafiam o tempo. 4. Frida - Canadá/México, 2002. 123 min. Direção: Julie Tay-mor. Cinebiografia da pintora mexicana Frida Kahlo, feminista, amante de Trótsky e casada com o artista plástico comunista Diogo Rivera.5. Anjos do Sol – Brasil, 2006. 92 min. Direção: Rudi Lage-mann. Menina de 12 anos atravessa o país e, no meio do per-curso, é obrigada a viver num prostíbulo de crianças no meio do garimpo. Selecionado para o Festival de Gramado 2006.

DINÂMICA: Clube da Luluzinha x Clube do BolinhaTema: Relações de GêneroObjetivos: - Avaliar a percepção dos/as participantes sobre as relações de gênero.- Promover a reflexão do papel do homem e da mulher na sociedade.Recursos:- Aparelho de som/Música- Folhas de papel/Revistas- Canetas/ Cola/ TesouraProcedimentos:- O/A Educador/a deverá dividir o grupo em dois subgrupos, um grupo formado pelo sexo masculino e outro formado pelo sexo feminino e denominá-los como Clube do Bolinha e Clube da Luluzinha, respectivamente.- Em seguida deverá solicitar que o Clube do Bolinha discuta e liste as vantagens e desvantagens de ser mulher e que o Clube da Luluzinha discuta e liste as vantagens e desvantagens de ser homem.- Colocar uma música durante a realização da atividade.- Após o término desta etapa, pedir para que cada subgrupo escolha um representante, o qual deverá apresentar o que foi discutido e listado pelo seu subgrupo aos demais.Pontos para discussão:- Como as diferenças de gênero são enfrentadas pelo grupo?- Quais das vantagens de ser homem ou ser mulher são reais e quais são esteriotipadas?- É possível ser homem e exercer tarefas atribuídas à mulher e vice-versa?- A educação de gênero pode auxiliar na prevençãoà de deter-minadas doenças? Quais? Como?

Sugestões de atividades para o trabalho em sala de aula na semana do 8 de março

DINÂMICA: Dramatizando AbusosTema: Violência SexistaObjetivos:- Incentivar a análise crítica dos/as alunos/as sobre os diversos tipos de violência.- Estimular a procura de ajuda em órgãos competentes.- Possibilitar a expressão de sentimentos, angústias e medos.Recursos:- Aparelho de som/ Músicas variadas.- Roupas e acessórios.- Papéis.- Canetas.- Utensílios domésticos.Procedimentos:- O/A Educador/a deverá dividir o grupo em três subgrupos e distribuir a cada um deles um tema como: violência doméstica, violência psicológica, violência sexual com a mulher, sobre o qual deverão elaborar um teatro mudo. Os temas não deverão ser divulgados aos demais participantes do grupo, pois, após a encenação de cada subgrupo, os participantes deverão identifi-car o tema trabalhado.Pontos para discussão:- Quais dificuldades apresentadas pelo grupo durante a elabo-ração do teatro?- Os participantes conseguiram perceber o tema que estava sendo encenado?- Quais os tipos de violência vivenciados pelo grupo em seu cotidiano?- Quais as causas dos abusos domésticos, psicológicos e sexuais com as mulheres? Onde a mulher poderá buscar auxílio?

Sugestões de filmes:6. Piaf – Um hino ao amor – França/Inglaterra/República Tcheca, 2007. 140 min. Direção: Olivier Dahan. Produção que conta a história da cantora Edith Piaf, símbolo da música popu-lar francesa, e que se destacou nos famosos shows de cabaré em Paris. 7. Yasmin, uma mulher, duas vidas – Alemanha/Ingla-terra, 2004. 87 min. Direção: Kenneth Glenaan O drama de uma jovem muçulmana que vive na Inglaterra e inicia campanha para libertar o marido também imigrante, que fora detido pelas autoridades.8. Inocência à venda – Canadá, 2005. 92 min. Direção: Pierre Gang. Garota de 16 anos seduzida por um futuro de for-tuna e fama, se ilude com o mundo das supermodelos.7. Núcleo Piratininga de Comunicação: http://www.piratininga.org.br/novapagina/Contém 17 sugestões de curta-metragens com a temática feminista com os respectivos contatos para pedidos dos filmes. Clique no link à direita: projeto vídeos. Em seguida, do lado esquerdo, em Sinopses, clique em Questão de gênero.

PARA DEBATER: Quais são as visões de mundo expressas nas personagens desta tira da Mafalda?