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MANUALBOAS PRÁTICASPARA CULTURAS EMERGENTES

A CULTURA DO KIWI

Pensar Global,pela Competitividade,Ambiente e Clima

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A CULTURA DO KIWI

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Ficha técnica

Título: Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes

A Cultura do Kiwi

Autor: Associação dos Jovens Agricultores de Portugal

Lisboa | 2017

Grafismo e Paginação: Miguel Inácio

Impressão: GMT Gráficos

Tiragem: 250 ex.

Depósito Legal: 436939/18

ISBN: 978-989-8319-29-6

Distribuição Gratuita

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Índice

Introdução

1 - Origem

2 - Taxonomia e Morfologia

3 - Requisitos Edafoclimáticos3.1 - Clima

3.1.1 - Temperatura3.1.2 - Precipitação3.1.3 - Vento

3.2 - Solos

4 - Ciclo Biológico4.1 - Floração4.2 - Frutificação

5 - Tecnologias de Produção

6 - Sistemas de Produção

7 - Material Vegetal7.1 - Variedades

8 - Particularidades do Cultivo8.1 - Escolha da parcela8.2 - Preparação do terreno8.3 - Plantação8.4 - Desenho de plantação8.5 - Sistema de condução8.6 - Fertilização8.7 - Rega8.8 - Polinização8.9 - Poda

9 - Pragas e Doenças9.1 - Pragas9.2 - Doenças

10 - Colheita

11 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

Bibliografia

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Introdução

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Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes A Cultura do Kiwi

Introdução

No âmbito da candidatura �Pensar Globalpela Competitividade, Ambiente e Clima�,inserida na operação 2.1.4 � Ações de infor-mação, com o objetivo de reunir, divulgare disseminar informação técnica, organiza-cional e de mercados, valorizando o ambi-ente e o clima, foi definido como meta aelaboração de um conjunto de elementosnos quais se inclui o presente �Manual deBoas Práticas para Culturas Emergentes�.

Este manual, a par dos outros elementosprevistos neste projeto, visa dotar osagentes do setor agrícola, em particular osassociados da AJAP, de um conhecimentomais aprofundado sobre 15 culturas emer-gentes aliadas às boas práticas agrícolas.

A cultura do kiwi insere-se no referidoconjunto de culturas consideradas emergen-tes, o qual foi aferido através da realizaçãode inquéritos a nível nacional, por parte dostécnicos da AJAP, junto de organismos einstituições de referência do setor, tendoem conta a atual conjuntura, ou seja, consi-derando as culturas que se destacam pelacomponente de inovação aliada à rentabili-dade da exploração agrícola, aumentandoassim a competitividade do setor.

Para a elaboração deste manual, foramconsultadas diferentes fontes bibliográficas,bem como produtores e especialistas quecontribuíram de forma determinante paraa valorização da cultura do kiwi.

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1 - Origem

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1 - Origem

O género Actinidia, no qual a planta do kiwise insere, é originário da Ásia onde tem umagrande dispersão geográfica na zonaoriental, estando presente desde zonas tro-picais até regiões temperadas, com 50°N delatitude. No entanto, grande parte dasespécies deste género são originárias daChina, nomeadamente dos bosques e valesdo rio Yang-Tsé-Kiang e das províncias deYunnan, Hupeh, Chikiang e Szechwam.

A variedade de kiwi mais cultivada atual-mente em Portugal é proveniente de umaespécie originária no interior da China, entre25°N e 35°N de latitude, nas margens do rioYang-Tsé-Kiang.

O kiwi, apesar de ser uma espécie autóctoneda China, foi internacionalizado pela NovaZelândia, no início do século XX. Contudo,só na última metade do século XX é que severificou uma grande expansão da cultura.

Atualmente o kiwi é um fruto cultivado emambos os hemisférios, obtendo-se frutosde outubro a novembro no Hemisfério Nor-te e de abril a junho no Hemisfério Sul. AChina continua a ser o país com maior produ-ção mundial de kiwis. Segundo dados daFAO, relativos ao ano de 2014, a China produ-ziu cerca de 53% da produção mundial, se-guindo-se a Itália e a Nova Zelândia com 15e 12 % da produção mundial, respetivamente.

Em Portugal, o cultivo de kiwis tem tido umgrande crescimento em termos de área ede produtividade, apresentando atualmentevalores médios de produtividade que ron-dam as 12 ton/ha. Este valor está abaixo daprodutividade média mundial que é de cercade 15 ton/ha e ainda mais abaixo dos valoresverificados na Nova Zelândia, onde seregistam valores de produtividade médiade 34 ton/ha.

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2 - Taxonomia e Morfologia

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2 - Taxonomia e Morfologia

A nomenclatura botânica da planta do kiwiquanto à espécie tem sofrido algumasalterações ao longo dos últimos 170 anos.Foi inicialmente classificada, em 1847, comopertencendo à família Actinidiaceae, ao géneroActinidia e à espécie Actinidia chinensis. Em1984 surgiram novos dados que demons-travam que a planta do kiwi não pertenciaà espécie A. chinensis, mas sim à espécie A.

deliciosa. Todavia, esta nova denominaçãotem sido alvo de vários estudos que demons-tram que a diferenciação entre as plantaspertencentes à espécie A. deliciosa e à espé-cie A. chinensis não deve ser feita ao nívelda espécie, mas da variedade. Assim sendo,a classificação botânica atualmente utilizadapara a planta do kiwi é A. chinensis var.deliciosa.

A planta do kiwi, actinídea, é uma trepadeiraperene, sarmentosa com ramos flexíveis,semi-lenhificados. O sistema radicular écomposto por raízes principais carnudas efortes e por pequenas e numerosas raízes,muito ramificadas. Embora o sistemaradicular da cultura tenha tendência a sersuperficial, em solos ligeiros e profundospode atingir até mais de quatro metros deprofundidade.

Os ramos são herbáceos e cobertos de pelosavermelhados ou esverdeados, consoantea cultivar. Em plantas jovens, estes têm um

crescimento inicial muito acelerado, e apósa sua plantação apresentam um ou váriossarmentos flexíveis, dos quais se deveselecionar um, de maneira a promover aformação de um caule lenhoso, direito evertical.

Os ramos frutíferos dividem-se em quatrograndes grupos: os ramos de crescimentoindeterminado, que podem atingir até 2 mde comprimento e que são as varas de elei-ção para a produção do ano seguinte; osramos de crescimento determinado que,por sua vez, se dividem em dois grupos,consoante o tamanho, em ramos com cercade 30 a 40 cm de comprimento e ramoscom cerca de 15 a 20 cm de comprimento;por último, os ramos curtos ou spurs, quenormalmente se desenvolvem diretamentena zona central do eixo da planta.

As folhas são simples e alternas, compridase finas, de margens onduladas. Quando sãonovas são cobertas por pelos brilhantes decor carmim. O pecíolo é longo e vermelho--púrpura, coberto com pelos macios, longose amarelo-acastanhados. As folhas jovenssão macias e aveludadas, muito quebradiçase vulneráveis ao vento, mas à medida queenvelhecem enrijecem e perdem a penugem.

A actinídea é uma planta dioica, isto é, comflores femininas e masculinas em plantasseparadas. As flores femininas apresentamestiletes curtos e pouco desenvolvidos,anteras mais pequenas e um ovário súpero

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bastante reduzido, formado pela parteinferior dos inúmeros carpelos. As floresmasculinas têm um longo filete e parecemflores perfeitas, contudo os seus estames,embora em elevado número, não produzempólen viável. As flores surgem isoladas ouem pequenas inflorescências na axila dasfolhas e apresentam cinco ou mais pétalasbrancas, amarelas ou rosadas, consoante avariedade.

O fruto é classificado botanicamente comouma baga, por ser proveniente de uma florcom ovário súpero, e apresenta uma morfo-logia alongada, ovoide ou cilíndrica, conso-ante a cultivar. A polpa verde onde estãoimersas numerosas pequenas sementesescuras, deve-se à presença de clorofila nofruto maduro, característica que não ocorrena generalidade dos frutos.

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

3.1 - Clima

A cultura do kiwi é uma cultura designadacomo sendo de climas subtropicais. Emtermos globais, a cultura necessita deinvernos frios, para que ocorra a quebra dedormência da planta, primaveras quentes,verões quentes e húmidos e outonos ame-nos, mas com elevada amplitude térmica.

Os fatores climáticos com maior importânciana cultura do kiwi são a temperatura, aprecipitação e o vento.

3.1.1 - Temperatura

A temperatura ideal para o desenvolvimentoda cultura do kiwi varia entre 14 e 25°C. Ocultivo de kiwi em regiões que atinjam tem-peraturas mais elevadas não é um fator limi-tante desde que a humidade do ar e asnecessidades hídricas da cultura sejamsatisfeitas.

Como já referido, a cultura do kiwi necessitade invernos frios para que se dê a quebrade dormência da planta, necessitando parao efeito entre 700 a 900 horas de frio (comtemperaturas inferiores a 7°C), dependendodas variedades. Contudo, zonas em que severifiquem temperaturas inferiores a -15°Cdevem ser evitadas, uma vez que os troncospodem ser fortemente danificados.

O acidente climático que pode causar maisestragos na cultura do kiwi é a ocorrênciade geadas, que caso se registem durante aprimavera ou o outono podem comprome-ter a totalidade da produção. Pelo contrário,as geadas durante o repouso vegetativopodem considerar-se como tendo poucoimpacto para a cultura.

A ocorrência de geadas primaveris após ainiciação da rebentação pode provocarestragos significativos tanto em plantasjovens como em plantas adultas. No casode plantas jovens, os estragos podem tradu-zir-se em lesões ao longo do tronco que,em casos extremos, podem levar à mortedas plantas. No caso de plantas adultaspodem ocorrer necroses ligeiras nas folhasou mesmo ocorrer a destruição parcial outotal da parte aérea ou dos gomos florais.

A ocorrência de geadas outonais, especi-almente as precoces, podem causar necro-ses no pedúnculo dos frutos, provocandoa sua queda, bem como a destruição celularque leva a perdas de dureza, o que podeimpedir o armazenamento dos frutos. Estasgeadas podem também danificar os ramos,provocando lesões ao longo do tronco,especialmente em plantas jovens.

De forma a prevenir os danos causados porgeadas no caso de novas plantações, devemrealizar-se estudos prévios à seleção do localde plantação que acautelem este problema,ou no caso de plantações já existentes, na

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adoção de medidas que minimizem oimpacto das geadas. Assim, alguns dos aspe-tos que se devem ter em conta são a localiza-ção do pomar, o sistema de condução dasplantas, a utilização de corta-ventos, o cortede infestantes, a instalação de sistemas anti--geada e a proteção do tronco de plantasjovens. No entanto, a principal medida con-tra as geadas é a escolha de variedades cujoperíodo de floração/frutificação não coincidacom o período de maior risco de ocorrênciade geadas.

3.1.2 - Precipitação

Na cultura do kiwi o stress hídrico podereduzir o tamanho dos frutos, limitar onúmero de flores e causar queda prematurade frutos. Condições de seca durante overão causam a queda de folhas e matura-ção prematura dos frutos, sendo que emcasos severos pode ocorrer a queda dasflores, o que irá comprometer a floração noano seguinte.

Apesar das condições de seca seremproblemáticas para a cultura, as necessida-des hídricas da cultura do kiwi são difíceisde averiguar, no entanto, sabe-se que evo-luem consoante a fase do ciclo. Durante afase de dormência, a precipitação deve sersuficiente para que a humidade do solosatisfaça as necessidades de metabolismodas raízes, o que nas regiões de Entre Douroe Minho e Beira Litoral se tem verificado.

O granizo é um dos fatores climáticos quepode danificar a produção de kiwis, principal-mente se ocorrer durante a primavera ouverão, sendo que neste caso os danos seagravam na presença de trovoadas. Algunsdos danos causados pelo granizo na culturado kiwi são a destruição das folhas, danosnos ramos, menor desenvolvimento ou da-nos nos frutos e a diminuição do número devaras.

3.1.3 - Vento

O vento é uma das condições climáticas quetem um maior impacto na cultura do kiwi.A presença de ventos durante a primaverae no verão podem levar à quebra de ramosjovens frutíferos, comprometendo a produ-ção desse ano, ou causar danos nos reben-tos jovens, prejudicando a produção do anoseguinte. Se estes ocorrerem durante aépoca de floração podem levar à destruiçãodas flores ou à inibição do voo de insetospolinizadores. Os ventos durante o outonopodem provocar o choque entre frutos, oque compromete a capacidade de conser-vação dos frutos.

De modo a minimizar os efeitos da ação dosventos na cultura, deve proceder-se à insta-lação de corta-ventos, à realização de podasem verde e à monda dos frutos. Por outrolado, no caso de novas plantações e sempreque possível, o desenho de plantação deveter em conta a direção dos ventos dominan-tes, de modo a permitir a circulação do ar.

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3.2 - Solos

A cultura do kiwi apresenta boa adaptaçãoaos vários tipos de solo, desde que permi-tam um bom desenvolvimento do sistemaradicular. Contudo, solos com reservas deágua reduzidas e/ou com elevado teor deargila devem ser evitados visto que promo-vem o stress hídrico e dificultam a drenagemda água, respetivamente.

O pH do solo deve situar-se entre 5,5 e 6,8,não podendo ser superior a 7,5 para quenão ocorra o aparecimento de carências demicronutrientes. Se o pH do solo for inferiora 5,5 deve proceder-se à sua correção.

O perfil do solo até à profundidade explo-rada pelas raízes, não deve conter camadasimpermeáveis, para que a drenagem sejaeficiente e para que não ocorra asfixia radi-cular, promovida também por solos compac-tados e pouco arejados, que pode levar aoapodrecimento das raízes e, consequen-temente, à morte das plantas.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Na cultura do kiwi o principal fator climá-tico que preocupa os produtores portu-gueses são as necessidades em horas defrio, que em algumas regiões do país nãosão suficientes e, por outro lado a neces-sidade de produtos que promovem aquebra de dormência, mas que não sãopermitidos para uso nos nossos pomares,com implicações na produtividade dosmesmos. (Carlos Ferreira, 2017)

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4 - Ciclo Biológico

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4 - Ciclo Biológico

A exsudação da seiva bruta através dasferidas de poda, consequência da atividadedo sistema radicular devido ao aumento datemperatura do solo, é o primeiro indíciodo reinício da atividade vegetativa.

No final do inverno e durante a primaverao aumento da duração dos dias e da tempe-ratura provocam o abrolhamento dos go-mos, sendo que quanto mais tarde ocorrero aumento de temperaturas, mais tardeocorre o abrolhamento dos gomos, os quaisapesar de serem em maior número sãomenos férteis. Por outro lado, se as exigên-cias de frio forem satisfeitas mais cedo, oabrolhamento também ocorrerá mais cedo,neste caso apesar do número de gomos

abrolhado ser inferior, cada um deles terámais flores. Em Portugal a satisfação dasnecessidades de frio e o abrolhamento dosgomos ocorre, habitualmente, durante omês de fevereiro.

Após o inverno, o primeiro sinal de cresci-mento vegetativo é o intumescimento dosgomos, cuja rebentação ocorre entre o fimde março e o início de abril, altura que coinci-de com o início do crescimento das raízes.No início da primavera é necessário queexistam condições de água, luz e nutrientesessenciais para o crescimento vegetativo.Se as condições forem adequadas após oabrolhamento, o crescimento de novosrebentos será muito rápido e pode ocorrersimultaneamente com o desenvolvimentodos botões florais, nas axilas das folhas dasvaras de um ano.

Crescimentovegetativo

Crescimentoda raiz

Desenvolvimentoda flor

Desenvolvimentodo fruto

Estações(Hemistério Norte)

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Fonte: Neves, 2008

Ciclo anual da cultura do kiwi

Gomo inchadoRebentaçãoCrescimento dos ramosFormação gomos auxiliares

Paragem crescimento Dormência

Paragem do crescimentoInício do crescimento

Diferencial floral Floração Indução floral Acumulaçãode frio

VingamentoCrescimento rápido

Desenvolvimentodo fruto

Maturação

inverno primavera verão outono

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A floração ocorre entre o final de maio e oinício de junho e cerca de dois meses apósa polinização ocorre o rápido crescimentotransversal e longitudinal dos frutos, quedurante o mês de julho se torna mais mo-derado, coincidindo com a diminuição davelocidade de crescimento dos ramos. Noentanto, se a planta for muito vigorosa, ouse a disponibilidade de azoto for elevada,ou ainda se a carga dos frutos for fraca, adiminuição do crescimento dos ramos ocor-re mais tarde. No caso das plantas estaminí-feras (com flores masculinas), como nãoexiste a produção de frutos, o crescimentodos ramos só cessa no outono, quando atemperatura diminui.

Durante os meses de julho a setembro quecorresponde à fase de crescimento edesenvolvimento dos frutos, ocorre simul-taneamente a indução floral, que deter-minará a floração e a produção no anoseguinte. O processo de indução floral écondicionado por um lado, pelas condiçõesfisiológicas das plantas que podem serdecorrentes de uma má condução, da faltade poda e do excesso de frutos e, por outro,pelas condições ambientais como a ocor-rência de ventos que promovam a quedade folhas, que podem diminuir o númerode flores e frutos no ano seguinte.

Quando a temperatura mínima média atinge5 a 6°C, dá-se início à queda das folhas e àentrada em repouso vegetativo. A ocorrên-

cia de geadas, vento ou a suspensão da regapodem antecipar a queda de folhas e conse-quentemente a entrada da planta em re-pouso vegetativo.

4.1 - Floração

A floração, em Portugal, ocorre normal-mente durante a segunda quinzena do mêsde maio, e tem uma duração de cerca de 5a 15 dias. A floração é mais abundante quan-to maior tiver sido o número de horas defrio acumuladas. Uma vez que o kiwi é umaplanta dioica, é necessário que a floraçãodas plantas com flores femininas e masculi-nas ocorra simultaneamente, para garantira polinização e fecundação das flores.

É nesta fase do ciclo vegetativo que a produ-ção é assegurada, sendo necessário ter emconsideração alguns fatores adversos quepodem inviabilizar a polinização, tais comoa escolha e distribuição incorreta de plantascom flores masculinas, a presença de chu-vas, ventos fortes e persistentes e a presen-ça de temperaturas baixas ou demasiadoelevadas.

4.2 - Frutificação

A frutificação dá-se nos ramos de um anoe baseia-se na diferenciação de gomosmistos previamente diferenciados. Após apolinização e o vingamento dos frutos,durante os meses de junho e julho verifica-

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-se uma expansão rápida dos frutos, quedesacelera durante o mês de julho tendonesta altura os frutos um crescimento maismoderado.

O tamanho dos frutos varia não só conso-ante a posição nas varas, comportando-sede forma basípeta, ou seja, quanto maisperto da base maiores são os frutos, mastambém consoante o número de frutos porlançamento, sendo os frutos maiores quan-to menos frutos existirem num lançamento.

Cerca de 150 dias após a floração, que corres-ponde ao período entre outubro e novembroem Portugal, os frutos atingem a matura-ção, momento em que a concentração desólidos solúveis atinge o valor mínimo de 6,2%°Brix.

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5 - Tecnologias de Produção

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5 - Tecnologias de Produção

As tecnologias de produção variam sobre-tudo segundo o sistema de condução utiliza-do. Consoante o sistema de condução épossível aumentar a produtividade da cul-tura, não só através da formação da planta,como pela possibilidade de se aumentar adensidade de plantação.

Em Portugal as regiões que apresentam asmelhores condições para a produção dokiwi situam-se no Centro e Norte do país.Havendo as condições ideais, principal-mente no que se refere às horas de friosuficientes para satisfazer as necessidadesdas plantas e ausência de geadas tardias ouprecoces, é possível produzir kiwi em culturaao ar livre, cenário que se verifica, por nor-ma, no nosso país. No entanto, a falta defrio invernal é um problema em regiões on-de se registem invernos muito amenos econsequentemente não sejam satisfeitasas necessidades em horas de frio para aquebra de dormência na cultura do kiwi. Aaplicação de cianamida hidrogenada como objetivo de estimular a rebentação dosgomos, era uma prática que se encontravahomologada em Portugal até à sua proibi-ção a partir de 2012.

Por outro lado, a ameaça da doença causadapela bactéria Pseudomonas syringae pv.actinidiae (PSA), tem levado os produtoresportugueses a adotar medidas de combateque passam pela adoção de novas técnicasde produção, como o recurso à cobertura

dos pomares com redes ou plástico, de for-ma a diminuir o risco de contaminação.

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6 - Sistemas de Produção

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6 - Sistemas de Produção

Os sistemas de produção utilizados a nívelmundial na produção de kiwi permitem acolheita dos frutos em dois momentosanuais, durante os meses de outubro anovembro no hemisfério norte, e duranteos meses de abril a junho no hemisfério sul.Em Portugal, através da utilização devariedades precoces, a colheita pode terinício em setembro e dura até ao final denovembro, se as condições climáticas assimo permitirem.

Uma vez que estes frutos têm uma grandecapacidade de conservação, podem chegara ser comercializados até 7 meses após asua colheita. Através da figura abaixo,referente à oferta de kiwis para o mercadodo Reino Unido, é possível observar que setrata de um produto cuja disponibilidadenos mercados ocorre durante o ano inteiro,apesar de existirem picos de procura porparte dos consumidores, durante os mesesde colheita.

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Fonte: http://www.greencell.com/kiwis/

Quadro síntese dos períodos de oferta de kiwis

Itália

Grécia

Chile

Nova Zelândia

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7 - Material Vegetal

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7 - Material Vegetal

A propagação da cultura do kiwi pode serrealizada por via sexuada ou assexuada. Avia sexuada com recurso a sementesprovenientes de frutos maduros, é princi-palmente utilizada por viveiristas e investiga-dores para obtenção de novas variedades.A via assexuada pode ser realizada atravésde métodos de estaquia, com recurso aestacas lenhosas ou semilenhosas, atravésde enxertia de fenda cheia, fenda simplesou coroa, ou ainda através de micropropa-gação, sendo neste caso aconselhável aconservação das plantas em viveiro durante,pelo menos, dois anos.

Em situações onde possam ocorrer danosprovocados pelo frio é aconselhável a utili-zação de plantas provenientes de estacasauto-enraízadas. Em locais com baixaocorrência de danos provocados pelo friopode utilizar-se material vegetal enxertado.

7.1 - Variedades

A variedade pistilada ou feminina maisutilizada atualmente a nível mundial é a

Hayward, cultivar que apresenta uma elevadaprodutividade, com frutos de grande calibrecom boas características organoléticas euma boa capacidade de conservação.

Por outro lado, as variedades estaminadasou masculinas mais utilizadas são a Tomuri,Matua, Autari e Chieftain que são as culti-vares que melhor garantem uma coberturatotal da floração das cultivares femininas.

Apesar da variedade mais cultivada ser aHayward, tem existido interesse crescentepor novas variedades, através da criaçãode variedades com polpa amarela, como éo caso da G3, segunda variedade a terdimensão comercial internacional, ou decultivares como a Top Star isentas de pelos,ou a Kramer cuja maturação é mais temporã.

Para além das variedades referidas, existeainda outra que também tem despertadointeresse, o kiwi arguta ou baby kiwi queproduz um fruto mais pequeno que a A.

chinense var. deliciosa. Outras espécies,apesar de não terem interesse para aprodução de frutos, podem ser utilizadascomo porta-enxerto, como é o caso daActinidea rufa.

Fonte: http://www.frutaseladio.com; http://www.kiwibio.com; http://www.vidarural.pt

G3 Hayward Arguta

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Importa salientar que na escolha das varie-dades, o produtor deve ter em consideraçãoos aspetos relativos à adaptação das varie-dades às condições edafoclimáticas daregião produtora, a par dos aspetos intrinse-cos à comercialização da produção. As dife-rentes épocas de produção de cada varieda-de, assim como a maior perecibilidade dosfrutos podem condicionar os mercados quese pretendem abastecer. Por outro lado,um aspeto importante e que pode ser umconstrangimento tem a ver com o facto deatualmente as patentes de venda de algu-mas variedades estarem na posse deempresas que detêm o controlo de toda acadeia de valor.

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8 - Particularidades do Cultivo

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8 - Particularidades do Cultivo

8.1 - Escolha da parcela

Na escolha da parcela para o cultivo de kiwisdeve atender-se às condições de clima esolos que mais se adequam à cultura, comparticular enfoque para a exposição solare a ocorrência de ventos.

Em suma, a escolha da parcela deve incidirem locais com solos bem drenados, poucocompactados e sem camadas imperme-áveis, e ainda elevada exposição solar ebaixa exposição ao vento, elemento quecausa muitos danos na cultura do kiwi. Deveainda localizar-se numa zona com um índicede ocorrência de geadas e granizo baixodurante a primavera, o verão e o outono.

8.2 - Preparação do terreno

A etapa de preparação do terreno deve serantecedida pela realização de análisesnematológicas e pela pesquisa de fungospatogénicos do solo, em que no caso dosresultados serem positivos deve respeitar--se um período de repouso do solo até queas análises demonstrem que o terreno seencontra apto para a instalação da cultura.

A preparação do terreno inicia-se com amobilização do solo devendo ser realizadano início do outono, a uma profundidadecompreendida entre 40 e 50 cm, eliminando

todos os restos vegetais de culturas ante-riores, uma vez que podem ser a origemde problemas fitossanitários. A mobilizaçãodo solo não deve ser realizada após a ocor-rência de chuvas.

A correta mobilização do solo permite me-lhorar as condições físicas deste para o de-senvolvimento adequado da planta, melho-rando o arejamento e a estrutura superficialdo solo. Em solos argilosos, esta operaçãopermite destruir camadas impermeáveis,que prejudicam a circulação de ar e a absor-ção inadequada de água no solo. A mobili-zação do solo também deve ser utilizadapara incorporar a fertilização de fundo.

Após a mobilização do solo poderá sernecessário realizar trabalhos de nivelamentodo terreno e, em caso de terrenos mal drena-dos, devem construir-se valas de drenagemque impeçam a acumulação de água atravésde uma rede de drenagem. Existe ainda apossibilidade, no caso de solos mais pesadosou pouco profundos, de se instalar a culturaem camalhões, que permite aumentar ovolume de solo explorável pelas raízes,diminuindo ao mesmo tempo, a humidadena zona destas. Finalmente, antes da plan-tação podem ser instalados o sistema derega e o sistema de condução.

8.3 - Plantação

Em Portugal, a plantação deve ser realizadade março a maio ou entre setembro e final

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de novembro. As plantas são colocadas nosolo e cobertas com terra fina, calcada comcuidado, o que irá promover a distribuiçãoe adesão das raízes no solo. As raízes nãodevem ser muito enterradas, de modo aque não sejam afetadas pelo excesso deágua, sendo a profundidade indicada 2 a 3cm acima do que estava no viveiro, ficandoo colo da planta acima da superfície do solo.

Após a plantação deve regar-se abun-dantemente visando promover a adesãodas raízes ao solo e suprimir as necessidadeshídricas das plantas.

8.4 - Desenho de plantação

A orientação das linhas de plantação deveseguir sempre que possível o sentido Norte--Sul, de modo a promover a maior exposiçãosolar da cultura. O compasso de plantaçãodeve ter em consideração, não só uma boaexposição solar que permita o ótimocrescimento e maturação dos frutos, comoo correto arejamento da cultura. Os com-passos de plantação mais indicados para acultura do kiwi são de 4,7 a 5 m na entrelinhae entre 2,5 a 5 m na linha. A distância entreplantas na linha depende da fertilidade dosolo e do sistema de condução utilizado.

Na cultura do kiwi, para além do compassode plantação é também necessário ter emconsideração o rácio entre plantas masculi-nas e femininas, que deve ser de uma plantamasculina para quatro ou cinco plantas

femininas. As plantas masculinas devemocupar o lugar de uma planta feminina, e asua distribuição deve permitir alcançar todasas plantas femininas da cultura.

Se necessário a fonte de pólen pode seraumentada, enxertando ramos de plantasmasculinas sobre plantas femininas.

8.5 - Sistema de condução

O kiwi em condições de cultivo necessitado suporte de sistemas de condução,para que a planta consiga suportar o pe-so dos ramos e folhas provenientes deum crescimento vegetativo otimizado eda produção frutífera.

Os sistemas de condução mais utilizadosmundialmente são a cruzeta, a pérgolae o GDC (Genova Double Curtain). O méto-do de cruzeta é o mais utilizado, enquantoque a pérgola permite obter maioresprodutividades, e o GDC é utilizado emexplorações de produção de kiwi de altadensidade.

Cruzeta

Como referido, o sistema de conduçãoem cruzeta é o método mais utilizadona produção de kiwi. Este método decondução é composto por postes a 4,5 mde distância entre si, com 1,8 m de alturaacima da superfície do solo e a cerca de0,6 a 0,7 m de profundidade. É igualmen-

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te composto por uma barra perpen-dicular com 1,5 a 1,8 m de comprimento,na qual se inserem os arames que apoi-am e tutoram os ramos frutíferos lateraisda actinídea.

Neste método de condução as plantasfemininas devem ser colocadas a meiadistância entre as cruzetas, enquantoque as masculinas devem ser colocadasjunto a estas, distribuindo-se perpendi-cularmente às linhas do pomar. Para quea distribuição do pólen se processeuniformemente, as plantas masculinasdevem ser conduzidas da mesma formaque as femininas.

As principais vantagens deste sistemade condução são o menor custo de inves-timento para a instalação do sistema, amelhoria da atividade polinizadora, adiminuição da necessidade de mão deobra, e o melhoramento das condições

de entrada de luz e circulação de ar nopomar. Por outro lado, a principal des-vantagem do sistema em cruzeta é aquebra na produtividade de cerca de 30%face ao sistema em pérgola.

Pérgola

O sistema de condução em pérgola écomposto por postes verticais e barrashorizontais que, em conjunto com umsistema de arames paralelos, formam umestrado que permite suportar as plantasformando uma ramada. Os postes verti-cais devem ter 1,8 m de altura acima dosolo, e estarem distanciados 6 m na linhae 3 m na entrelinha. Os arames segurose esticados por arriostas de betão, devemter 30 a 90 cm de distância entre eles.

Neste sistema de condução tanto asplantas femininas como as masculinasdevem ser plantadas a meia distânciados postes, estando uma planta mascu-lina entre cada quatro plantas femininasna linha.

As principais vantagens deste sistemade condução são: o aumento da produti-vidade, uma vez que se aproveita ummaior comprimento das varas, o aumen-to da proteção dos frutos contra fatoresclimáticos desfavoráveis à cultura, e omelhor controlo das infestantes devidoao sombreamento do solo.

Fonte: Adaptado de Strik, 2005

Sistema de condução em cruzeta

1,8 m

1,5 - 1,8 marames

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No entanto, o sistema de condução empérgola tem um custo de instalação ele-vado, conduz a um fraco arejamento nasentrelinhas, o que pode provocar o au-mento do risco de infeções e doenças nasplantas, e exige maiores custos de mão deobra de manutenção da cultura, principal-mente durante a poda em verde.

GDC (Génova Double Curtain)

O sistema de condução GDC é um sistemaque permite a plantação em compassosmenores que nos sistemas anteriores, sen-do os mais utilizados de 1x5 m ou de 2x5 m.Este sistema caracteriza-se por apresentarduas colunas verticais paralelas em que sedispõe as plantas em forma de V, ficandoo interior da linha sem vegetação. As plantassão suportadas por um arame lateral, aoinvés do central utilizado nos outros siste-mas de condução.

Uma variação deste método é a conduçãodas plantas em formato de Y, dividindo aplanta em dois braços a meio do tronco,que percorrem o arame lateral, formandoum cordão. Neste sistema de condução, asplantas femininas devem crescer até umaaltura de 1,8 m e as masculinas até 1,1 m.Nas plantas masculinas o braço deve per-correr uma distância de 10 m, o que permiteuma proporção de uma planta masculinapara 5 ou 10 femininas.

As principais vantagens deste sistema sãoa antecipação da produção atingindo-se aprodutividade máxima da cultura no segun-do ano, o bom posicionamento dos ramosque permite uma melhor exposição solardos frutos, a melhoria na qualidade do fruto,a facilidade de mecanização das operaçõesculturais e a facilidade de substituição deplantas doentes sem diminuir a produ-tividade da cultura.

No entanto, o sistema de condução GDCaumenta a exposição da planta ao sol e oaparecimento de ramos ladrão improdu-tivos, que obrigam ao aumento dasoperações de manutenção da cultura, emespecial das operações de poda.

Fonte: Adaptado de Strik, 2005

Sistema de condução em pérgola

1,8 m

6 m

1,8 m

1,8 m

3 m

Fonte: http://articles.extension.org/pages/31128/trellis- -systems:-geneva-double-curtain

Sistema de condução GDC

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8.6 - Fertilização

A fertilização da cultura do kiwi ocorre emtrês fases diferentes, consoante o estadoda cultura. A primeira fase ocorre antes dainstalação do pomar, sendo que as res-tantes duas ocorrem durante a fase deformação da cultura e durante a vidaprodutiva das plantas.

Antes da instalação das plantas na parcela,devem ser realizadas análises de terra erespetiva correção do estado de fertilidadedo solo, consoante os resultados obtidos.Durante esta fase é importante efectuar--se uma distribuição adequada dos corre-tivos minerais, orgânicos e de nutrientescom pouca mobilidade, como é o caso dofósforo.

Durante a fase de formação das plantas,que ocorre durante os primeiros anos devida do pomar, a fertilização tem como

objetivo proporcionar às plantas jovenscondições nutritivas adequadas, de formaa garantir um crescimento vigoroso. Se afertilização do solo antes da instalação dacultura tiver sido a adequada, durante estafase não é necessária a aplicação de fósforo,e durante o primeiro ano também não énecessária a fertilização com potássio emagnésio.

Na tabela seguinte estão apresentadasas recomendações de fertilização ade-quadas às necessidades nutricionais dasplantas em fase de formação.

Após a entrada do pomar em produção,a fertilização tem como principal objetivoassegurar uma nutrição equilibrada entreo crescimento vegetativo e a produçãode frutos em quantidade, com qualidadee de acordo com a capacidade de conser-vação pretendida.

Na tabela seguinte apresentam-se asrecomendações de fertilização para acultura do kiwi, de acordo com a produ-ção esperada e resultados das análisesfoliares.

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O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A preferência dos agricultores portu-gueses divide-se pelo sistema decondução em pérgola ou em cruzeta,sendo que as razões para a opção porum ou outro sistema prendem-se com arelação preço/produção ou com ques-tões relacionadas com a facilidade demaneio do terreno.(Carlos Ferreira, 2017)

Fonte: Pacheco; Calouro & Santos, 2008

1

2

3

4

Idade daplantação

(anos)

-

20 - 30

30 - 40

50 - 70

Potássio(K2O)

5 -10

15 -25

25 - 35

35 - 45

Azoto(N)

-

-

-

-

Fósforo(P2O5)

-

5 -10

10 -15

20

Magnésio(Mg)

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A lenha conseguida através da realizaçãoda poda das plantas, se obtida de ramosnovos e saudáveis pode ser utilizada comofertilizante da cultura, uma vez que contribuipara o aumento do teor de matéria orgânicae dos nutrientes do solo, e promove amelhoria da estrutura dos solos e a dimi-nuição da erosão e da evaporação.

Durante a fertilização é desaconselhada autilização de fertilizantes que contenhamcloretos, como por exemplo o cloreto depotássio, uma vez que a cultura do kiwi émuito sensível ao cloro.

8.7 - Rega

A necessidade de água da cultura de kiwidepende da temperatura e precipitaçãolocal, da humidade relativa do ar, daspropriedades hídricas do solo, como acapacidade de retenção e a profundidadedo lençol freático, e da taxa de evapotrans-piração das plantas, influenciada pelatemperatura e humidade do ar.

No entanto, é igualmente necessário terem consideração a uniformidade e aeficiência do sistema de rega, a qualidadeda água e a salinidade do solo, para calcularo valor total de rega a fornecer à parcela.O sistema de rega mais utilizado na culturade kiwi é a rega localizada por microas-persão, com aplicações frequentes de baixovolume, por manter elevada a humidaderelativa junto à copa e no solo, durante overão, e por permitir criar proteção contraas geadas durante a primavera.

As necessidades hídricas da cultura do kiwi,variam consoante o ciclo biológico anualdas plantas, e podem diferenciar-se quatrofases distintas.

A primeira ocorre durante a fase dedormência das plantas. Nesta fase, umavez que não há transpiração por parte dasfolhas, as necessidades hídricas da culturasão quase nulas, apenas sendo necessárioassegurar o metabolismo das raízes, cujasnecessidades hídricas são satisfeitas se o

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Pomares

Com incorporaçãode lenha depoda ao solo

Sem incorporaçãode lenha de podaao solo

Fonte: Pacheco; Calouro & Santos, 2008

Produçãoesperada(ton/ha)

10 - 15

15 - 20

20 - 25

25 - 30

> 30

10 - 15

15 - 20

20 - 25

> 25

Azoto(N, kg/ha)

Baixo Normal

60

75

90

105

120

105

120

135

150

40

50

60

70

80

70

80

90

100

Potássio(K2O, kg/ha)

Baixo Normal

80 - 100

100 - 125

125 - 150

150 - 170

170 - 200

100 - 130

130 - 150

150 - 170

170 - 200

65

85

100

120

135

85

100

120

140

Magnésio(Mg, kg/ha)

Baixo Normal

30

30

30

30

30

35

35

35

35

15

15

15

15

15

20

20

20

20

Fósforo(P2O5, kg/ha)

Baixo Normal

30 10

35 15

40 20

45 25

50 30

50 20

55 25

60 30

65 35

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solo estiver húmido. Nas regiões de EntreDouro e Minho e Beira Litoral as neces-sidades hídricas da cultura durante esta fasedo ciclo cultural são asseguradas pelaprecipitação local.

Durante a fase inicial do ciclo vegetativo,que ocorre desde a rebentação até ao finalda floração, as necessidades hídricas aumen-tam, até atingirem níveis máximos. Duranteesta fase é necessário assegurar as neces-sidades hídricas da cultura, de modo agarantir a produtividade e qualidade dosfrutos desejada.

A terceira fase ocorre desde o pleno desen-volvimento vegetativo até à senescênciadas folhas. Durante esta fase as neces-sidades hídricas são máximas e variam,principalmente, consoante as condiçõesatmosféricas.

Na última fase, em que ocorre a senescênciae queda das folhas, há uma redução da ativi-

dade vegetativa das plantas, e como tal umadiminuição das necessidades hídricas até àentrada das plantas na fase de dormência.

Em algumas destas fases a cultura do kiwipode ser mantida a níveis de estado hídricoabaixo do pleno conforto, o que permite re-duzir o vigor vegetativo e economizar água.

Em termos de dotações de rega de referên-cia para Portugal, na tabela abaixo indicam--se os valores para as diferentes regiõesprodutoras e consoante o sistema de regaadotado. É, no entanto, importante ter emconta que se tratam de valores indicativos,uma vez que ao nível da exploração existemparticularidades, como o tipo de solo cominfluência na capacidade de armazenamentohídrico, as tecnologias adotadas e a própriacarga do pomar, que influenciam a quanti-dade de água a fornecer através do sistemade rega.

Região

Região Interior Norte e Centro

Região Litoral Norte e Centro

Região Sul-Ribatejo, Alentejo e Algarve

Fonte: Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, 2017

Aspersão

8.966

6.753

9.916

Micro-Aspersão

7.845

5.908

8.677

Gota-a-Gota

7.845

5.908

8.677

Rega Subterrânea

7.384

5.561

8.166

Unidade: m3/ha.ano

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8.8 - Polinização

Sendo o kiwi uma planta com floraçãodioica, é necessário garantir a polinizaçãoe fecundação das flores para que ocorra aformação de frutos de qualidade, uma vezque o calibre dos frutos é diretamenteinfluenciado pelo número de sementesformadas por óvulos fecundados. Consi-dera-se, por isso, que a polinização corres-ponde à fase do ciclo vegetativo que maisinfluência tem na formação de frutos querem termos quantitativos, quer em termosqualitativos.

Para produzir frutos de kiwi com qualidadesão necessárias quantidades elevadas desementes, que variam consoante asvariedades. A título de exemplo, para avariedade Hayward são necessárias entre1.100 e 1.400 sementes para que se produzaum fruto de boa qualidade e com mais de100 g de peso, as quais são obtidas atravésdo dobro ou triplo de grãos de pólen, de-pendendo da variedade masculina utilizada,já que diferentes variedades produzempólen de diferente qualidade.

Significa que têm de estar reunidas ascondições ideais para que a polinizaçãonatural seja eficaz para manter os níveis deprodutividade e qualidade dos frutos. A es-tratégia de polinização deve estar ajustadacom a plantação do pomar, através daescolha das variedades masculinas quepermitam a sincronização com as varieda-des femininas, assim como a adoção de umrácio correto de plantas femininas porplanta masculina.

A polinização natural na cultura do kiwipode ser de origem anemófila ou ento-mófila. Todavia, devido aos aspetos referidosanteriormente, pode ser convenienterecorrer a técnicas de polinização artificial,com o objetivo de se obter uma maiorpercentagem de flores fecundadas, umamaior uniformidade da forma dos frutos euma maior consistência da produção. O sis-tema de polinização artificial consiste naaplicação manual ou mecânica de pólen,por via seca ou via líquida, devendo ser reali-zada quando estiverem cerca de 90% deflores abertas no pomar.

Fonte: Oliveira M., Veloso F. & Antunes D., 2008

Aplicação de pólen por via seca

A - Aplicação manual B - Aplicação mecânica A - Aplicação manual B - Aplicação mecânica

A B A B

Aplicação de pólen por via húmida

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Para otimizar a polinização entomófila,durante a floração devem ser distribuídasentre 8 a 12 colmeias por hectare, sendoestas retiradas após a polinização. A coloca-ção das colmeias só deve acontecer após aabertura de 10 a 20% das flores femininaspara evitar a habituação dos insetospolinizadores às flores masculinas, uma vezque a floração masculina se inicia primeiro.De entre os insetos polinizadores, o maisimportante na cultura do kiwi é a abelhadoméstica (Apis melifera).

Por outro lado, de modo a otimizar a polini-zação anemófila podem ser utilizadasmáquinas com turbinas que produzem for-tes correntes de ar que ajudam no transpor-te do pólen até às flores femininas, uma vezque devido à presença de corta-ventos, oefeito da polinização anemófila pode serreduzido.

8.9 - Poda

A poda na cultura do kiwi depende da alturado ciclo de vida em que as plantas se encon-tram e dos objetivos que se pretendematingir. Deste modo, existem dois grandestipos de poda, a poda de formação queocorre nos primeiros anos de vida do pomar,e a poda de produção, que se realiza nosrestantes anos e que se divide em poda deinverno e poda de verão.

Uma vez que esta é uma cultura dioica, narealização dos diferentes tipos de poda é

necessário ter em consideração o sexo dasplantas que se está a podar, uma vez que apoda das plantas masculinas é diferente dasfemininas.

Poda de Formação

A poda de formação tem como objetivoprincipal a obtenção e formação de umaestrutura que seja adequada à capacidadeprodutiva da planta e ao sistema de condu-ção instalado.

Esta operação consiste no essencial, naseleção de 2 ou 3 gomos, a partir dos quaisà medida que a planta se desenvolve devemser selecionados os lançamentos maisvigorosos que são orientados ao longo daestrutura de suporte, enquanto que os maisdébeis devem ser despontados e posteri-ormente cortados pela base.

Quando os lançamentos atingem 20 a 30 cmde altura é aconselhável eleger o maisvigoroso e direito para constituir o futurotronco. Quando este lançamento alcançaro primeiro arame deve ser podado a cercade 20 cm abaixo do mesmo, o que irá promo-ver uma nova rebentação que originará osdois braços que constituirão a estruturabase da planta.

Em condições ambientais favoráveis epartindo de material vegetal de boaqualidade, é possível alcançar-se o primeiroarame com um lançamento vigoroso e

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ramos laterais no primeiro ano. Pelocontrário, se o material vegetal utilizado forproveniente de estacas com um ano ou deuma planta frágil, normalmente, não seobtém um lançamento robusto que seconsiga guiar ao longo da estrutura desuporte tendo, nestes casos, normalmente,de se esperar pelo ano seguinte.

A realização de podas em verde durantetodo o período de atividade vegetativa,através da seleção bem ponderada dosgomos e da desponta e eliminação dosrebentos sem interesse, permite obterrapidamente uma estrutura racional e aentrada precoce das plantas em produção.

Poda de Produção

A poda de produção é executada a partirdo momento em que a planta entra emprodução, realizando uma poda durante oinverno e outra durante o verão, variandoconsoante a região onde o pomar seencontra instalado. Os principais objetivosda operação são equilibrar a relação entreo crescimento vegetativo e a produção dasplantas, assegurar a renovação dos lança-mentos e manter a sua distribuição nascopas das plantas.

Poda de Inverno

A poda de inverno tem como objetivo aseleção de que material deve ser mantido,a sua localização e quantidade, sendo

fundamental para garantir a carga equalidade do fruto. Esta operação deve serrealizada entre meados de dezembro atéao início de março. A data da realização dapoda deve coincidir com a fase de repousovegetativo da planta antes da rebentação,de modo a evitar os estragos provocadospor geadas tardias.

Esta operação deve permitir encontrar oequilíbrio entre o número e posição dos lan-çamentos, o número de gomos, a ilumina-ção da copa, assim como o equilíbrio entreo crescimento vegetativo e a frutificação.Esta operação consiste sobretudo na elimi-nação dos ramos que tenham frutificadono ciclo vegetativo anterior cuja posiçãoesteja demasiado na vertical, dos ramosmais vigorosos que frutificam de formadesequilibrada dando origem a frutosdeformados e a ramos de crescimento inde-finido, e dos ramos excedentes relativa-mente aos necessários para atingir aprodutividade desejada.

No caso das plantas femininas é recomen-dado que no final da poda de inverno semantenha no máximo três ramos por metrolinear, tendo cada lançamento entrenóscurtos e entre 15 a 20 gomos pronunciados.O objetivo é que se obtenha entre 18 a 25lançamentos por planta, consoante o com-passo de exploração utilizado. Para se obterfrutos de qualidade não é recomendávelultrapassar as 200 mil gemas por hectare,o que equivale a 40 gomos por m2.

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Poda de Verão

A operação de poda de verão realiza-se demaio, antes do início da floração, até setem-bro, prolongando-se durante todo o ciclovegetativo, através de duas intervençõesdistintas.

Na primeira intervenção deve realizar-se ocorte a partir da segunda ou terceira folhados ramos demasiado vigorosos ou verticais,que surgem no eixo principal, devendotambém ser retirados os ramos ladrão e osramos muito vigorosos.

Na segunda intervenção, realizada após afloração, deve ser efetuado um corte acimada terceira ou da quarta folha a contar desdeo último fruto, de modo a incentivar ocrescimento dos frutos, face ao crescimentodos ramos.

Os principais objetivos desta operação sãocontrolar o vigor da vegetação, de modo aassegurar o arejamento e a penetração deluz nas plantas, evitando o desenvolvimentode doenças nas folhas, nas flores e nosfrutos. Pretende-se igualmente com aoperação, transformar possíveis rebentosem ramos laterais frutíferos no ano seguinte,favorecer o abrolhamento de novos reben-tos, induzir a floração dos rebentos do anoe aumentar o teor de sólidos solúveis nosfrutos. Por outro lado, consegue-se atravésdesta poda, evitar o excessivo alongamentodos ramos, selecionar lançamentos de

crescimento lento, finos e com entrenóscurtos, eliminando os vigorosos, queconsomem quantidades elevadas de águae competem com o desenvolvimento dosramos. Dessa forma é possível obter umadistribuição uniforme dos frutos pela plantae facilitar a realização da poda de inverno.

Poda das Plantas Masculinas

A poda das plantas masculinas é realizadade modo a que mantenham uma estruturasemelhante às plantas femininas.

Os principais objetivos da poda das plantasmasculinas são facilitar a dispersão do pólenpelo vento, evitar que as plantas masculinasensombrem as femininas, permitir melhorcirculação dos insetos polinizadores epromover a renovação de novos lança-mentos férteis, de modo a obter pólen emquantidade e com qualidade.

A primeira intervenção da poda de verão,ocorre no início de maio, antes da floração,com o corte dos ramos florais, uma ou duasfolhas acima do último botão floral. Estaintervenção tem como objetivo melhoraras condições de polinização.

A segunda intervenção que se realiza nofinal da floração, é mais profunda devendoser eliminados todos os lançamentos quejá terminaram a floração, cortando osrestantes a 50 cm do ramo base. Estasoperações garantem a renovação junto do

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cordão principal e a redução da parte aéreapara metade.

Durante esta intervenção é necessárioalgum cuidado, uma vez que o corte degrandes quantidades de massa verde, aolongo dos anos, pode conduzir a uma redu-ção na fertilidade dos ramos, comprome-tendo a floração no ano seguinte. Destaforma, é aconselhável que as operações depoda não suprimam mais de 50% do totalde massa verde da planta.

Durante o inverno, as plantas masculinastambém devem ser podadas, apesar deuma forma pouco intensa. Nesta interven-ção os ramos laterais devem ser atarracadoso que irá permitir maximizar o número deflores, devendo também, proceder-se àcondução dos ramos sobre os arames, demodo a diminuir a concorrência entreplantas masculinas e femininas.

Monda

Para além das operações e métodos depoda acima referidos, existe ainda uma ope-ração que é habitual quando se pretendemobter produções de qualidade, a monda defrutos. Uma vez que a planta do kiwi nãoapresenta queda natural de frutos arealização de uma monda manual éindispensável.

Na cultura do kiwi, a monda pode realizar--se sobre os botões florais, numa fase pre-coce ou sobre os frutos recém vingados. Amonda sobre os botões florais é a quegarante melhores resultados, consistindona eliminação de botões florais laterais edos deformados ou achatados. A mondados frutos, deve ser realizada no máximo 3semanas após a plena floração, consistindona eliminação dos frutos vingados malpolinizados, que se distinguem por seremrelativamente menores que os restantes.Por outro lado, pretende-se com a mondados frutos adequar a quantidade de frutosao tipo de ramos, sendo que em ramos decrescimento determinado com cerca de 10cm, não devem permanecer mais de doisfrutos, nos ramos com um comprimentoentre 15 a 20 cm mais do que quatro, e nosramos de crescimento indeterminado,desde que bem polinizados, não devem per-manecer mais do que cinco frutos. Os fru-tos laterais ou achatados que não tenhamsido retirados na monda dos botões florais,devem ser eliminados nesta fase.

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9 - Pragas e Doenças

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9.2 - Doenças

As principais doenças que afetam a cultura do kiwi são:

9 - Pragas e Doenças

9.1 - Pragas

As principais pragas que afetam a cultura do kiwi são:

Inimigos (Nome vulgar)

drosófila da asa manchada

áltica

mosca do Mediterrâneo

mosca da Azeitona

afídeo verde

cochonilha-branca

cigarrinha verde

lepidópteros

blastobasis decolorella

tripes

Nome científico

Pragas

Drosophila suzukii

Haltica ampelophaga

Ceratitis capitata

Bactrocera oleae

Aphis citricola

Aspidiotus nerii

Empoasca vitis

Archips podanaCacoecimorpha pronubanaPandemis heparana

Blastobasis decolorella

Frankliniella schultzeiThrips australis

Código OEPP (Bayer)

DROSSU

HALTAM

CERTCA

DACUOL

APHISI

ASPDNE

EMPOFL

CACOPOTORTPRPANDHE

BLAADE

FRANSCTHRIAU

Fonte: Felix et al.,2008

Inimigos (Nome vulgar)

PSA

podridão radicular

podridão cinzenta

doença do Chumbo

�esca" do kiwi (doença do lenho)

murchidão bacteriana do kiwi

Nome científico

Doenças

Pseudomonas syringae pv. actinidiae

Armillaria melleaPhytophthora sp.

Botrytis cinerea

Chondrostereum purpureum

Phaeoacremonium sp.Phaeomoniella chlamydosporaFomitiporia mediterranea

Pseudomonas viridiflava

Código OEPP (Bayer)

PSDMAK

ARMIMEPHYTSP

BOTRCI

STERPU

PHCRSSPHMOCHFOMPME

PSDMVF

Fonte: Sofia, 2008

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Para cada uma das pragas e doenças, tantoo diagnóstico como os tratamentos de-verão ser elaborados por técnicos especia-lizados na cultura, dado que, consoante ascaracterísticas climáticas e edáficas dasexplorações, as recomendações de trata-mento poderão variar.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A maior preocupação dos produtoresportugueses atualmente prende-se coma Pseudomonas syringae pv. actinidiae

(PSA), pois pode originar grandes perdasde produção e por ser ainda de difícilresolução.(Carlos Ferreira, 2017)

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10 - Colheita

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10 - Colheita

A data de colheita do kiwi deve ser definidade acordo com os critérios de seleçãoutilizados internacionalmente, que são oteor de sólidos solúveis e a dureza da polpa,apesar do teor de matéria seca tambémpoder ser utilizado como um indicador damaturação dos frutos.

O teor de sólidos solúveis (°Brix) dependedas condições edafoclimáticas, da posiçãodo fruto na árvore, e da tecnologia deprodução utilizada. Os frutos devem sercolhidos com um teor médio de 7,5 a 8 °Brix,sendo o valor mínimo estipulado para quese possa iniciar a colheita 6,2 °Brix.

O valor da dureza dos frutos à colheita deveestar compreendido entre 5,5 a 8 kg. Noentanto, este critério tem várias limitações,como o facto dos resultados variarem deacordo com o operador, sendo o menosaconselhado dos dois critérios internacional-mente utilizados.

O teor de matéria seca, apesar de não serum critério utilizado mundialmente, tam-bém pode ser utilizado como indicador doestado de maturação dos frutos. Os frutosque à colheita apresentem valores entre 14e 17% de matéria seca são consideradosfrutos de boa qualidade.

Para além de satisfazer os critérios deseleção, os frutos devem apresentar umestado de desenvolvimento que permita asua conservação. Para isso, os frutos devemapresentar-se inteiros, saudáveis, limpos,bem formados, isentos de parasitas, odoresou danos promovidos por parasitas.

A colheita dos frutos é realizada ma-nualmente sem o pedúnculo, sendo os frutoscolocados em caixas de plástico ou paraaventais próprios, que contêm fivelas emcruz e alforges laterais, que quando estãocheios são esvaziados para contentores deplástico com grande capacidade.

Durante a colheita é necessário ter atençãopara não causar danos nos frutos, ou paraque estes não caiam com força nas caixas,uma vez que os danos causados durante acolheita reduzem a capacidade de armaze-namento e comercialização dos frutos.

Os frutos que caiam durante a colheita, quese encontrem no chão ou com doenças ouferidas, devem ser separados no campopara que não ocorram contaminaçõesdurante o armazenamento.

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11 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

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11 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

As questões relacionadas com a preservaçãoambiental, manutenção da biodiversidade,sustentabilidade no uso dos recursosnaturais e responsabilidade social, impul-sionadas por uma cada vez maior cons-ciencialização/exigência por parte dosconsumidores, têm sido os grandes motoresdo crescimento da agricultura biológica eda produção integrada.

Em Portugal, a produção de kiwi tem aindauma fraca expressão, sendo de 2.305hectares a área dedicada a kiwi, segundodados de 2015 do GPP.

No que se refere à Produção Integrada,atualmente existem alguns produtoshomologados para a cultura do kiwi no quediz respeito aos reguladores de crescimentoe às substâncias ativas herbicidas. Outrassubstâncias ativas, como é o caso dosmoluscicidas, para as quais não há produtoshomologados para a cultura da actinídeautilizam-se os produtos homologados paraculturas não específicas. Na tabela abaixoencontram-se as substâncias ativasaconselhadas para a cultura de kiwi emproteção integrada.

Existem estratégias de proteção relati-vamente a algumas doenças radiculares edo lenho que afetam a cultura do kiwi, quedevem ser realizadas como prevenção aoseu aparecimento. Estratégias como aplantação da cultura em solos bem drena-dos e em camalhões elevados, a corretafertilização, em particular a realização deadubações azotadas equilibradas, evitandoo excesso de matéria orgânica. Por outrolado, a remoção e queima de plantas do-entes, a criação de barreiras físicas entreplantas sãs e plantas doentes, a desinfeçãodos utensílios de poda entre outros, sãotambém estratégias utilizadas no combateà propagação de doenças.

Em conclusão, sendo notório o crescenteinteresse por parte dos consumidores, emque ao aumento do consumo de kiwis seassocia um estilo de vida saudável, a opçãopor sistemas de agricultura mais sustentá-veis, como o Modo de Produção Biológicoe Produção Integrada podem ser opçõescada vez mais interessantes.

Por outro lado, a obtenção de certificaçãoem Modo de Produção Biológico ouProdução Integrada, permite acrescentarvalor, uma vez que os mercados do Norteda Europa são muito sensíveis, impondopor vezes a certificação como condição deentrada dos produtos.

Fonte: Cavaco & Calouro, 2005

Herbicida

Moluscicida

Reguladores de Crescimento

Diflufenicão + glifosato

MetiocarbeTiodicarbe

Cianamida hidrogenada

Substância Ativa

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Bibliografia

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