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 N ITERÓI  2004 SEME DOR  

Penta Teu Co

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Pentateuco, Estudo Bíblico

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  • NITERI, 2004

    SEMEADOR

  • Seminrio Evanglico para o Aperfeioamento de Discpulos e Obreiros do Reino - SEMEADOR

    Superviso Editorial: Pr. Luiz Cludio Flrido

    Projeto Grfico, Edio e Impresso: Mdia Express Comunicao

    Todos os direitos reservados

    Comunidade Crist Jesus para o Mundo

  • E ste livro foi escrito pela equipe de redatores do Seminrio Evanglico Para o Aperfeioamento de Discpulos e Obreiros do Reino - SEMEADOR com base em fundamentos recolhidos de vrias fontes: autores cristos reconhecidamente inspirados por Deus, estudos aceitos e adotados por outros seminrios evanglicos de prestgio e, acima de tudo, a viso especfica que o Esprito Santo tem atribudo ao ministrio da Comunidade Crist Jesus Para o Mundo.

    Por se tratar de contedo bblico, o assunto aqui tratado no se esgota, em nosso entendimento, nas pginas deste ou de qualquer outro livro. Cremos no poder revelador da Palavra de Deus, que nos oferece novas indues a cada releitura. Por isso, o objetivo maior do SEMEADOR no se limita ao estudo teolgico, mas sim em trazer a presena de Deus e a Palavra Rhema na vida de discpulos e obreiros que queiram um verdadeiro compromisso com o Seu Reino.

    A Bblia e a presena de Deus so, portanto, requisitos indispensveis para os alunos do SEMEADOR, tanto no estudo deste livro como durante as aulas.

    No to mandei eu? Esfora-te, e tem bom nimo; no te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus est contigo, por onde quer que andares. Josu 1:9

    Equipe de Redao

    Apresentao

  • ndice

    Captulo 1

    Livro de Gnesis 7 No princpio criou Deus... Captulo 2

    Livro de xodo 29 Deixa o meu povo ir. Captulo 3

    Livro de Levtico 43 O Livro das Leis Captulo 4

    Livros: Nmeros e Deuteronmio 57 As experincias de Israel no deserto Bibliografia 76 Resposta dos Exerccios 77 Programa Curricular 78

  • Pentateuco

    Livro de Gnesis

  • P entateuco, no grego pentateuchos, cinco livros. Esse nome se d coleo dos primeiros cinco livros do Antigo Testamen-to: Gnesis, xodo, Levtico, Nmeros e Deuteronmio. O conjunto desses cincos livros, na Bblia, so tambm chama-

    dos de: Livro da Lei (Js. 1:7,8; Mt. 5:17); Lei de Moiss (I Rs. 2:3; Ed.7:6; Lv. 2:22); Lei do Senhor (II Cr. 31:3; Lc. 2:23); Livro de Moiss (II Cr. 25: 3,4); Livro da Lei de Deus/Senhor (Js. 24:26, II Cr. 17:9).

    Todas essas designaes do Pentateuco do a entender que os cincos livros eram tidos como um s volume, como ainda se v nos manuscritos judaicos, ainda que citados pelos vrios nomes das palavras iniciais.

    Livro de Gnesis Gnesis, do grego gnesis, quer dizer origem; os hebreus chama-

    vam esse primeiro livro de Bereshith, que significa no princpio, que so as palavras iniciais do livro. exatamente sobre isso que fala o livro e G-nesis ele conta a origem ou o princpio de todas as coisas. Ele conta o princpio do universo, do homem, do pecado, da salvao, do povo hebrai-co e tudo o que envolve a histria do mundo, com relao origem. Sem esse livro nosso conhecimento de um Deus criador seria lamentavelmente limitado; seramos tristemente ignorantes do incio do nosso universo.

    O registro de Gnesis cobre pelo menos 2000 anos. No simples-mente uma histria; uma interpretao espiritual da histria. Em dois ca-ptulos Deus apresenta a narrativa da criao do mundo e do homem. Dali,

    No princpio criou Deus

  • 10 Pentateuco

    por diante temos a histria da Redeno: Deus trazendo o homem de vol-ta ao regao divino.

    O livro de Gnesis o registro do fracasso humano, primeiro num ambiente ideal (den), depois sob o domnio da conscincia (da queda at o dilvio), e finalmente sob o governo patriarcal (No e Jos). Em cada caso de fracasso humano, porm, Deus supriu a necessidade do homem com as maravilhosas promessas de graa soberana. apropriado, portan-to, que o primeiro livro da Bblia nos mostrasse o fracasso do homem, resolvido pela salvao de Deus, em todas as suas circunstncias.

    O Autor A posio bastante antiga de hebreus e cristos a de que Moiss,

    guiado pelo Esprito de Deus, escreveu Gnesis. O livro termina trezen-tos anos antes do nascimento de Moiss. Por isso, Moiss s poderia ter recebido as informaes mediante revelao direta de Deus, e por via de registros histricos a que tivesse acesso, que tinham sido transmitidos por seus antepassados. (Am. 3:7). Sobre a histria da criao usada por Moiss, sem dvida foi escrita bem antes, talvez por Abrao, ou No, ou Enoque. Quem sabe? A escrita era comum antes dos dias de Abrao. Em Ur, como em todas as cidades importantes da Babilnia, haviam muitas bibliotecas. Sem dvida Abrao recebeu as tradies e registros de Sem sobre a histria da criao, da queda do homem e do dilvio. Sem dvida Abrao registrou tudo o que aconteceu com ele e com as promessas que Deus lhe fez. Usou placas de barro, para serem guardadas posteriormen-te.

    A criao (Gn. 1 e 2) O livro se inicia com estas palavras: No princpio criou Deus os

    cus e a terra. Nestas simples palavras temos a declarao da Bblia quanto origem deste universo material. Deus fez com que todas as coi-sas surgissem pela palavra do seu poder. Ele falou e o universo foi for-mado. Quem era o Deus mencionado tantas vezes nos primeiros trinta e um versculos do gnesis? No Princpio era o verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo. 1:1). Havendo Deus antigamente

  • 11 Semeador

    falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a ns falou-nos nestes ltimos dias pelo Filho (Hb. 1:1). Aqui vemos Aquele que nos redimiu por seu precioso sangue, nosso Salvador, aparecendo co-mo Criador desde universo. Algum afirmou que Deus Pai o arquiteto, Deus Filho o construtor, e Deus Esprito Santo o embelezador do uni-verso. Sem dvida isso verdade!

    Podemos observar que o Deus da criao - Deus-Pai - se revela: (1) na Bblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a causa pri-mria de tudo o que existe (Sl. 90:2); (2) como um ser pessoal que criou Ado e Eva sua imagem (1:27). Como eles foram criados imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele e ter comunho de modo pessoal.(3) como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. E que ao terminar a Sua criao, observou que era muito bom (1:31).

    A atividade da criao

    ... criou Deus os cus e a terra (1:1). O verbo criar usado exclusivamente em referncia a uma atividade que somente Deus pode rea-lizar. Significa que Ele criou a matria e a substncia, que antes nunca existiram. A terra estava sem forma e vazia (1:2). A Bblia diz que no princpio da criao a terra estava informe, vazia e coberta por trevas. ...e o Esprito de Deus pairava por sobre as guas (1:2). guas no significam os oceanos e mares como conhecemos hoje, mas a condio ga-sosa da matria existente antes deles.

    O mtodo que Deus usou na criao foi o poder da Sua palavra: E disse Deus.... Noutras palavras, Deus falou e os cus e a terra passaram a existir. Toda a Trindade, e no apenas o Pai, desempenhou sua parte na criao. O prprio Filho a Palavra (Verbo) poderosa, atravs de quem Deus criou todas as coisas. Semelhantemente, o Esprito Santo desempe-nhou um papel ativo, como vimos acima, descrito como pairando (se movia) sobre a criao, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. Moiss passa a descrever a partir de Gnesis 1:3 as diferentes fases da criao que acontece em seis dias.

    Primeiro, Deus pe uma ordem na criao: Dia 1 Haja luz; e houve luz (vv.3-5). Deus inicia por iluminar o

    seu campo de ao.

  • 12 Pentateuco

    Dia 2 E chamou Deus o firmamento cus (vv. 6-8). a sepa-rao da matria gasosa (gua em cima da expanso) e a gua debaixo da expanso. Cu o universo onde o sol, a lua e as estrelas se localizam.

    Dia 3 E aparea a poro seca e produza a terra erva ver-de (vv.9-13). Deus chama a poro seca TERRA e ao ajuntamento das guas MARES. E paralelamente, surgem as plantas, para que a terra pu-desse receber seus habitantes.

    Dia 4 Haja luminares para haver separao entre o dia e a noi-te (vv.14-19). a organizao do sistema solar. Surgem o sol, a lua e as estrelas.

    Segundo, Deus d vida criao: Dia 5 Produzam as guas rpteis de alma vivente; e voem as a-

    ves sobre a face da expanso dos cus (vv. 20-23). Surgem os peixes e todas

    as variedades de aves. Dia 6 Produza terra alma vivente conforme a sua esp-

    cie (vv.24-31). Surgem animais domsticos, os animais selvagens e os rpteis que se arrastam pelo solo. Surge tambm o homem imagem e semelhana de Deus.

    Terceiro, Deus termina a criao e a declara boa: Dia 7 Descansou no stimo dia de toda Sua obra. Deus abeno-

    ou o stimo dia e o destinou como um dia de descanso.

    A formao do Homem Na criao do homem, o verbo asah, em hebraico, e em latim

    fiat (seja feito), o mesmo das expresses: haja luz, produza a ter-ra; entretanto, no versculo 26 ele encontra-se no plural: faamos. A concluso que se chega que, quando o homem foi criado ou for-mado, houve a ao da Trindade Deus-Pai, Deus-Filho, Deus-Esprito Santo. O homem e a mulher receberam o encargo de serem frutferos e de dominarem sobre a terra e o reino animal.

    A Bblia ensina claramente a doutrina de uma criao especial, ou seja, que Deus criou cada criatura (Gn. 1:24). Isto quer dizer que cada

  • 13 Semeador

    criatura, seja o homem ou os animais, foi criado como a conhecemos hoje. No decorrer dos sculos, muitas vs filosofias e teorias tm procurado lan-ar dvida sobre o relato bblico da criao. Entre essas destaca-se a da e-voluo, difundida de Darwin. A teoria da evoluo tem como partida a afirmao de que os homens e os animais em geral possuem um princpio comum; isto , procedem de um mesmo tronco, e que eles hoje, so a so-ma de mutaes sofridas no decorrer dos milnios. Entretanto, luz da re-velao divina, temos convico que o homem foi tomado imagem e se-melhana de Deus. O que disto passa mera fantasia e especulao do ho-mem sem Deus e sem salvao.

    O captulo 1 de Gnesis relata a criao em esboo. O captulo 2 ex-plica com maiores detalhes a criao do homem e da mulher, o meio ambi-ente deles e o seu perodo probatrio; apresenta os detalhes por assuntos.

    E abenoou Deus o stimo dia e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera (2:3). Deus abenoou o sti-mo dia e o destinou, tanto como dia sagrado e especial de repouso.

    Em Gnesis 2:4, um novo nome de Deus aparece: Senhor (Iav, Jav ou Jeov). Elohim o nome genrico de Deus, que enfatiza sua grandeza e amor ao passo que Senhor o seu nome pessoal, pactual, atravs do qual Ele se revela ao seu prprio povo. Quando os termos Senhor Deus aparecem juntos, falam do Criador onipotente em concerto amoroso com a raa humana.

    E formou o Senhor Deus o homem do p da terra ... (2:7). Deus de modo especial deu a vida e o flego ao primeiro homem, e assim evi-denciou que a vida humana est num nvel superior s outras formas de vida.

    Dos versculos 8 ao 17, temos a formao do jardim do den. Segun-do os telogos e, de acordo com a Bblia, o jardim do den ficava a sudo-este da sia, ao sul da Mesopotmia, bem prximo ao pas que hoje cha-mado Armnia, entre os rios Tigre e Eufrates. Todo o gnero humano pro-cede daquela regio.

    Aps a entrada do pecado, o jardim do den foi destrudo e sua su-perfcie modificada, pois dos quatro rios somente dois so conhecidos, ho-je. Duas rvores do Jardim do den tinham importncia especial. Ela era boa para comer, agradvel aos olhos (Gn. 3:6). Entretanto, o seu fruto no deveria ser comido pelo homem, por ordem de Deus (Gn. 2:17). Vendo

  • 14 Pentateuco

    Deus que Ado estava s, providenciou-lhe uma companheira, tirando-a do seu prprio corpo. Ela foi tirada da costela, do lado de Ado, para que ambos se comunicassem e servissem um ao outro, em perfeita har-monia.

    Portanto, deixar o homem o seu pai e a sua me e apegar-se- sua mulher, e sero ambas uma carne (2:24). Observamos, que desde o princpio, Deus estabeleceu o casamento e a famlia, como a primeira e mais importante instituio humana na terra.

    Queda (Gn. 3 e 4) Deus criou o homem sua prpria imagem a fim de o homem ter

    comunho com Ele. Mas o homem separou-se de Deus pelo pecado. Ado e Eva foram criados em estado de inocncia, mas com poder de es-colha. Foram dotados de mente clara e corao puro, com capacidade de somente fazer o bem. Foram provados sob as circunstncias mais favor-veis.

    Satans, o autor do pecado, agindo por meio de uma serpente, ten-tou-os a duvidar da Palavra de Deus. Eles cederam tentao e falharam na prova. Os resultados so apresentados em Gnesis 3. separam-se de Deus, a terra foi amaldioada, e a tristeza encheu-lhes o corao. E po-rei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferir a cabea, e tu lhe ferirs o calcanhar (Gn. 3:15). Como conseqncia do pecado, Deus traria a inimizade; mas, em sua infinita misericrdia, Deus promete Aquele que iria redimir os homens do peca-do. A semente da mulher (Jesus) destruiria as obras do diabo. Esta a primeira profecia divina logo aps a queda do homem.

    Por causa do pecado cometido pelo homem, ele de agora em diante dependeria do seu prprio esforo. Teria que cultivar a terra e extrair de-la o po de cada dia (Gn. 3:19). Ado perdera a perfeita comunho com Deus. Agora foi posto fora do Jardim (Gn. 3:23) e inicia-se uma vida in-dependente de Deus, em meio ao sofrimento. Alm disso, Satans passou a ter poder sobre o mundo.

    A primeira civilizao (Gn. 4 e 5)

  • 15 Semeador

    Imediatamente depois da queda, os homens comearam a oferecer sa-crifcios ao Senhor. O primeiro sacrifcio foi feito quando Ado e Eva per-ceberam que estavam nus. E fez o Senhor Deus a Ado e a sua mulher t-nicas de peles e os vestiu (Gn.3:21). Sem dvida esses sacrifcios foram ordenados por Deus e tinham como propsito manter diante do homem o fato da sua queda, e o sacrifcio vindouro de Jesus.

    Caim e Abel foram os primeiros filhos de Ado e Eva (Gn. 4:1,2). Caim foi cultivador do solo; enquanto, que Abel foi pastor de gado. Am-bos trouxeram seus sacrifcios ao Senhor. Caim, trouxe do fruto da ter-ra... Abel, por sua vez trouxe das primcias do seu rebanho (Gn. 4:3,4). A oferta de Abel foi aceita ao que a de Caim foi rejeitada. Pelo conheci-mento da Palavra temos prova de que a oferta no foi aceita porque no era tpica do sacrifcio que seria mais tarde oferecido no calvrio. Caim irou-se contra seu irmo e em sua ira o matou (Gn. 4:8). Com isso ele foi amaldioado por Deus: ...maldito s tu desde a terra, que abriu a sua bo-ca para receber da tua mo o sangue do teu irmo. Quando lavrares a terra, no te dar mais a sua fora; fugitivo e vagabundo sers na ter-ra (Gn. 4:11,12). Caim sai da presena do Senhor e habita na terra de Node (Gn. 4:15,16).

    Do versculo 17 ao 24 temos a genealogia de Caim. Ele gerou a Eno-que, que gerou a Lameque, o primeiro a rejeitar o princpio do casamento monogmico, ordenado por Deus. No versculo 25, nasce Sete, mais um filho de Ado. De Sete nasceu Enos e atravs dele tiveram comeo s ora-es e o culto pblico ao Senhor (Gn. 4:26). O captulo 5 fala da genealo-gia de Sete, de onde vem No. Nomes que devem ser destacados da gera-o de Sete:

    Enoque homem de f. Gnesis 5:24 diz apenas que Deus o to-mou para si. um dos casos mais extraordinrios. A Bblia fala que: ele andou com Deus (Gn. 5:24); ele era um pregador de justia que denuncia-va o pecado (Jd. 14:15); ele agradou a Deus (Hb. 1:5). Enoque gerou a Matusalm.

    Matusalm foi o mais idoso de todos os homens bblicos. Viveu 969 anos. Matusalm gerou a Lameque.

    Lameque filho de Sete que gerou a No, que construiu a arca.

  • 16 Pentateuco

    O dilvio (Gn. 6-10) O captulo 6 descreve a corrupo total do gnero humano. O peca-

    do assumiu proporo to desastrosa, a ponto de pesar no corao de Deus ter posto o homem na terra (Gn. 6:6), e ento, em conseqncia, Ele determina a destruio do homem atravs de um dilvio. Deus manda o dilvio para restaurar o bem na terra. Depois da queda, Deus deu ao mundo um novo comeo, mas logo a maldade do homem cresceu a ponto de restar s um homem justo, No. Deus tinha sido longnimo em sua pacincia com os homens.

    No, durante a construo da arca, que durou 120 anos, adverti o povo sobre o que iria acontecer. Mesmo depois que No, sua esposa, fi-lhos e noras entram na arca, levando consigo dois de cada espcie de ani-mal, houve um intervalo de sete dias antes de vir o dilvio, mas as mise-ricrdias de Deus foram recusadas e os homens pereceram. Deus salvou oito pessoas do terrvel julgamento da terra pelo dilvio.

    Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolherem (Gn. 6:2). Filhos de Deus aqui seriam, naturalmente, aqueles em que se refletia a santidade divina, ao passo que Filhas dos homens seriam aquelas con-sideradas corruptas. Naquela poca haviam duas raas distintas: os des-cendentes de Sete e os descendentes de Caim. Segundo alguns escritores, os filhos de Deus seriam os descendentes de Sete, e as filhas dos ho-mens descendentes de Caim.

    E disse Deus: Este o sinal do concerto que ponho entre mim e vs... O meu arco tenho posto na nuvem (Gn. 9:12-13). O arco de v-rias cores reproduzido pelo sol quando este se encontra pouco acima do horizonte e tem sua frente uma nuvem de chuva. Ns avistamos quando nos colocamos entre o sol e a nuvem, sempre depois de abundante chuva. Deus colocou nas alturas como sinal de seu pacto com No.

    E comeou No a ser lavrador da terra e plantou uma vinha, e be-beu do vinho e embebedou-se... (Gn. 9: 20-21). No um homem rica-mente abenoado por Deus, foi vencido pelos pecados carnais. Seus fi-lhos Sem e Jaf demonstram moral elevada e louvvel ao cobrir a nudez de seu pai. Quanto ao terceiro filho de No, Cam, vemos que por ter anunciado aos outros a nudez de seu pai, teve a maldio imputada sua

  • 17 Semeador

    gerao os cananeus. Os cananeus foram adversrios do povo de Deus e foram exterminados quando Josu conquistou Cana (Js. 24:18).

    Na aliana firmada entre Deus e No, esto registrados no sentido proftico, as geraes de Sem, Jaf e Cam ( gn. 10):

    - Descendentes de Sem (semitas), preservaram o conhecimento do verdadeiro Deus. Jesus, segundo a carne, descendeu de Sem. Os descen-dentes de Sem se estabeleceram na Arbia e nas terras do vale dos rios Tigre e Eufrates, no Oriente Mdio. Formaram os hebreus, assrios, si- rios e elamitas.

    - Descendentes de Jaf, dominaram a maior parte do mundo e supe-raram as raas semticas. O domnio se deu principalmente no governo, na cincia e na arte. Eles foram os progenitores dos medos, dos gregos e das raas brancas da Europa e da sia.

    - Descendentes de Cam, o mais moo, seriam raas servis. Eles se fixaram na Arbia Meridional, no Egito Meridional, na orla oriental do Mar Mediterrneo e na costa setentrional da frica. Estabeleceram-se num territrio que se denominou Cana, que posteriormente se tornou ptria do povo judeu.

    A torre de babel (Gn. 11) E disseram: Eia, edifiquemos ns uma cidade e uma torre cujo cu-

    me toque nos cus, e faamo-nos um nome, para que no sejamos espalha-dos sobre a face de toda terra (Gn. 11:4). O pecado do povo na terra de Sinear foi ambio de dominar o mundo e dirigir o seu prprio destino, parte de Deus, atravs da unio poltica centralizada e grandes conquistas. Esse propsito era fruto do orgulho e rebeldia contra Deus. Deus frustrou o propsito deles, multiplicando os idiomas em seu meio, de tal maneira que no podiam comunicar-se entre si (vv.7,8).

    Isso deu origem diversidade de raas e lnguas. O homem nesse pe-rodo voltou-se para a idolatria, a feitiaria e a astrologia.

    Do versculo 10 ao 32, temos a descendncia de Sem at Abro. Com Abro, Deus prosseguiu dando cumprimento ao propsito da salvao da raa humana.

  • 18 Pentateuco

    O chamado de Abro (Gn.12-20) Apesar da maldade do corao humano, Deus quis mostrar sua gra-

    a. Ele queria um povo escolhido a quem confiasse as sagradas escritu-ras, que fosse sua testemunha s outras naes e mediante o qual o Mes-sias prometido pudesse vir. Deus chama um homem de nome Abro para deixar seu lar na idlatra Ur dos Caldeus, a fim de ir a uma terra desco-nhecida, onde Deus o faria pai de uma poderosa nao. Assim comea a histria de Israel, o povo escolhido de Deus.

    Vrios princpios importantes podem ser deduzidos do chamado de Abrao:

    1. Levou-o a separar-se da sua ptria, do seu povo e dos seus fami-liares, para tornar-se estrangeiro e peregrino na terra (12:1). Em Abro, Deus estava estabelecendo o princpio de que os seus deviam separar-se de tudo quanto possa impedir o propsito divino na vida deles.

    2. Deus prometeu a Abro uma terra, uma grande nao atravs dos seus descendentes e uma bno que alcanaria todas as naes da terra (12:2-3). Abro obedeceu s ordens de Deus, embora tivesse sido necessrio esperar por muito tempo a vinda de Isaque, para se cumprir promessa.

    3. O chamado de Abro envolvia, no somente uma ptria terrestre, mas tambm uma celestial. A partir de ento, ele buscava uma ptria ce-lestial onde habitaria com Deus eternamente em justia, paz e alegria.

    4. O chamado de Abro continha tambm compromissos. Deus re-queria dele tanto a obedincia quanto a dedicao pessoal ao Senhor. Es-sa dedicao se baseava em um esforo sincero para viver uma vida de retido (17:1,2).

    5. Por Abro possuir uma f em Deus, expressa pela obedincia, dele se diz que o principal exemplo da verdadeira f salvfica.

    6. Deus chamou Abro e fez uma aliana com ele, conhecida como a Aliana Abramica. Deus repetiu essa aliana com Isaque, seu filho, depois de novo com seu neto Jac. Ele no a repetiu para mais ningum. Estes so portanto, os Pais da Aliana e por isso que lemos nas escritu-ras: Eu sou o Deus dos teus pais, o Deus de Abrao, de Isaque e de Ja-c (At.7:32). Deus fez aliana com esses trs homens para que eles a comunicassem a outros.

  • 19 Semeador

    Qual foi a aliana feita? Veja os textos abaixo: Ora, o Senhor disse a Abro: Sai-te da tua terra, e da tua parentela

    e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nao, e abenoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome e tu sers u-ma bno. E abenoarei os que te abenoarem e amaldioarei os que te amaldioarem; e em ti sero benditas todas as famlias da terra (Gn. 12:1-3)

    E havia fome na terra, alm da primeira fome, que foi nos dias de Abrao: por isso foi-se Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar. E apareceu-lhe o Senhor, e disse: No desas ao Egito habita na terra que eu te disser: Peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abenoarei; por-que a ti e tua semente darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abrao teu pai; e multiplicarei a tua semente como as estrelas dos cus, e darei tua semente todas estas terras; e em tua semen-te sero benditas todas as naes da terra; Porquanto Abrao obedeceu minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatu-tos, e as minhas leis (Gn. 26: 1-5).

    E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abrao teu pai, e o Deus de Isaque: esta terra, em que ests deitado, darei a ti e tua semente: E a tua semente ser como o p da ter-ra, e estender-se- ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua semente sero benditas todas as famlias da terra: E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que v, e te arei tornar a esta terra: porque te no deixarei, at que te haja feito o que tenho dito (Gn. 28:13-15).

    Abro parte para uma terra desconhecida como o Senhor lhe tinha di-to (Gn. 12:1). Era ele da idade de 75 anos, quando saiu de Har. Ele saiu com Sarai, sua mulher, com L, filho de seu irmo e com tudo o que havia adquirido. Ele chega em Cana. A fome atingia toda essa terra e para evi-tar dificuldades, Abro desce ao Egito. Amedrontado Abro mente que Sa-rai sua esposa, passa por complicaes por causa dessa mentira e tem que sair do Egito (Gn. 12:10-20).

    Ele agora est diante do lugar onde um dia ele erguera seu primeiro altar Betel (Gn. 13:1-4). Enquanto a prosperidade de Abro representa-va as bnos do Senhor, para L representava uma f materialista. Sur-gem desentendimentos e eles acabam se separando (Gn. 13:5-18).

  • 20 Pentateuco

    O captulo 14, fala de um personagem que trar muita edificao. Dos versculos 18-24 fala de uma figura bem diferente, seu nome Mel-quisedeque, a Bblia nos fala que era sacerdote do Deus Altssimo. No se tem conhecimento de sua origem, nem de sua genealogia, consta, so-mente que ele foi rei de Salm. Em Hebreus lemos que ele era como se-melhante ao Filho de Deus e a ele coube abenoar Abro (14:19,20). Depois da beno, veio a tentao na vida de Abro, atravs de rei de So-doma. Mas, Abro rejeita a sua oferta.

    Depois destas coisas veio palavra do Senhor a Abro (Gn. 15). Deus tinha feito a promessa que a partir dele faria uma grande nao, mas Abro no tinha filhos. Deus faz a promessa de um herdeiro legti-mo. E creu Abro no Senhor, e isto lhe foi imputado por justi-a (15:6). Pela primeira vez nas Escrituras, a f e a justia so mencio-nadas juntas. A f significava no A.T. confiana em ou dependncia de e tambm lealdade a ou fidelidade. O termo justia significava estar num relacionamento correto com Deus e com sua vontade. No restante do captulo 15, Deus faz um pacto com Abro: A tua semente tenho dado esta terra... (vv. 18-21).

    Abro persuadido por Sarai sua esposa, e na nsia de ver cumprida a promessa, toma Hagar, escrava egpcia por mulher e esta lhe d um fi-lho Ismael que significa Deus ouve. Abro era da idade de 82 anos quando nasceu Ismael. Futuramente Ismael, juntamente com seus des-cendentes, seria um dos povos mais aguerrido, forte e corajoso.

    Do captulo 17 em diante temos o mesmo personagem, mas com o nome alterado para Abrao que quer dizer Pai de Uma Grande Na-o. Que teria motivado essa mudana? Um profundo arrependimento. Abrao arrependeu-se por ter procurado antecipar o plano de Deus para sua vida. Sarai que significa princesa, tambm tem seu nome mudado para Sara, Me das naes. Nos pases orientais a mudana de nome era praticada para revelar algum acontecimento notvel na vida da pessoa envolvida. Deus refora a Abrao a promessa de um filho legtimo. E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dar um filho, e chamars o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei o meu concerto (Gn. 17:19). O captulo 17 constitui o nico relato bblico sobre a origem da circunci-so entre os israelitas. Abrao foi circuncidado aos 99 anos. Estaria com esse ato to somente confirmando sua f.

  • 21 Semeador

    Do captulo 18 ao 21 vemos os descendentes de Abrao e L. No versculo 10 do captulo 18, Deus fala com Abrao e Sara: Certamente voltarei a ti, daqui a um ano; e Sara, tua mulher, dar luz um filho. Abrao no teve dvida em reconhecer a presena de Deus. No versculo 14 do mesmo captulo Deus reafirma a promessa: Haveria alguma coisa impossvel ao Senhor? Ao tempo determinado, tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara ter um filho (Gn. 18:14).

    A partir do versculo 17, Deus anuncia a destruio de Sodoma e Gomorra. Abrao faz ento a primeira orao intercessria: Destruirs tambm o justo com o mpio? (v. 23). Abrao preocupado com L e sua famlia intercede diante de Deus para Ele no destruir as cidades. Deus responde sua orao, embora no como este esperava. Deus salva L e sua famlia, mas destri as duas cidades (Gn. 19). O captulo 20 narra no-va mentira de Abrao, e novamente relacionada a Sara. Mais uma vez, fa-lhou a f de Abrao, colocando em perigo o plano de Deus. Entretanto, Deus interveio a fim de preservar a participao de Sara, como me do po-vo do concerto.

    O nascimento de Isaque (Gn. 21-24) Nasce Isaque, o filho da promessa (Gn. 21). Isaque significa Riso.

    No corao de Abrao havia um misto de alegria e tristeza. Ele tambm amava a Ismael, mas este teve que partir (vv. 9-12). Ismael (nascido da carne), tipificava as obras da lei, atravs das quais jamais algum herda-r as promessas dadas por Deus. Isaque o fruto da f; nele foi revelado todo o amor de Deus para conosco.

    Deus manda Abrao matar seu filho Isaque (Gn. 22). A ordem do Senhor foi um verdadeiro desafio de f. Nessa histria Isaque tipifica a Cristo: ao dar-se a seu pai como sacrifcio de morte (v.16); e ao ser salvo da morte, ato este que responde ressurreio de Jesus.

    Temos aqui o Jeov-Jir (v.14), DEUS PROVER, uma expresso proftica da procedncia divina de um sacrifcio substituto, um carneiro. Isaque permanece vivo e o Senhor refora a Abrao a promessa feita ante-riormente: E em tua semente sero benditas todas as naes da terra, porquanto obedeceste minha voz (Gn. 22:18).

    Aprendemos da prova de Abrao que: (1) Deus s vezes prova a f

  • 22 Pentateuco

    de seus filhos. Tal prova deve ser considerada uma honra no reino de Deus; (2) O crente deve confiar em Deus, que Ele estar presente, conce-der sua graa e tudo quanto for necessrio, em qualquer circunstncia, dentro da vontade divina; (3) Deus constantemente realiza seu propsito redentor, restaurador, atravs da morte de uma viso; Ele pode deixar acontecer em nossa vida, coisas que parecem destruir nossas esperanas e sonhos; (4) Depois de uma provao de f, Deus confirmar, fortalece-r, estabelecer e recompensar o crente; (5) Para se achar a verdadeira vida em Deus preciso sacrificar tudo quanto Ele requer; (6) Depois de um teste de sofrimento e de f, o resultado final da parte do Senhor para com o crente que Ele muito misericordioso e piedoso (Tg. 5:11).

    O captulo 23, registra a morte de Sara. Foi ela o grande amor de Abrao (v.2). Sara viu o crescimento da f de Abrao, seu chamado e elevao. E era Abrao j velho e adiantado em idade. E disse Abrao ao seu servo: Irs minha terra e a minha parentela e da tomars mu-lher para meu filho Isaque (Gn. 24:1-4). Isaque casa-se com Rebeca. Este significativo evento nos transmite verdades que jamais sero esque-cidas. Este quadro ilustra palidamente o tipo de unio de Cristo com sua noiva, a Igreja, vejamos:

    a)Abrao providenciou o casamento de Isaque. A unio de Cristo com a Igreja foi preparada pelo Pai.

    b)O servo Elizer selecionou a noiva. O Esprito Santo chama, ou escolhe a Igreja.

    c)A misso do servo era falar do seu amo e mostrar como ele hon-rara seu filho. O Esprito Santo revela e dispensa as bnos de Jesus aos que so dEle.

    d)A plena confiana com que Rebeca aceitou seu noivo, mesmo sem conhec-lo, portanto pela f. um tipo da Igreja que, pela f aceita Jesus e pela mesma f caminha ao seu encontro.

    e)Isaque foi ao encontro de Rebeca, assim acontecer quando do ar-rebatamento da Igreja por Jesus.

    f)Tal como Isaque conduziu Rebeca tenda da sua me, outorgan-do-lhe direitos e privilgios iguais aos demais membros de sua famlia, tambm a Igreja - reinar em glria com o Senhor Jesus.

  • 23 Semeador

    A morte de Abrao e o nascimento de Jac e Esa (Gn. 25-36)

    Aps relatar o segundo casamento de Abrao e sua morte (Gn. 25:1-11), so descritos os descendentes de Ismael, que at hoje esto em confli-to com seus irmos judeus. O ltimo versculo deste captulo fala sobre os descendentes de Isaque. Assim como Sara, Rebeca era estril, e Isaque te-ve que pedir a Deus por um filho (Gn. 25:21). Nasce gmeos: Esa, que quer dizer Ruivo ou cabeludo e Jac, que quer dizer Usurpador. Deus, antes do nascimento deles, disse para Rebeca: Duas naes h no teu ventre, o dois povos se dividiro das tuas entranhas: ...o maior servir o menor (v. 23). Esa vende a primogenitura a Jac (v. 33).

    A primogenitura consistia em: (1) liderana na adorao a Deus e chefia da famlia; (2) uma dupla poro da herana paterna; e (3) o direito bno do concerto, conforme Deus prometera a Abrao. O ato de Esa vender sua primogenitura revela quo pouco valor atribua s bnos de Deus e s promessas do concerto. Jac, por outro lado, desejou as bnos espirituais do futuro, e dela vieram as doze tribos de Israel.

    Nesse perodo houve fome na terra e Isaque partiu at Gerar, terra dos filisteus. Os filisteus sempre foram inimigos dos judeus, mas mesmo assim Isaque habitou entre eles: ...o Senhor o abenoava (Gn. 26:12). Os versculos 26 a 31, do captulo 26, relatam sobre o pacto entre Abime-leque e Isaque. E os versculos 28 e 29, lemos o motivo que levou Abime-leque a procurar Isaque: E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o Senhor contigo, pelo que dissemos: Haja agora juramento entre ns, entre ns e ti; e faamos concerto contigo. Que nos no faas mal, como ns te no temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu s o bendito do Senhor. Est comprovado mais uma vez que em Isaque seriam realizados os propsitos divinos contidos na promes-sa feita a Abrao.

    O captulo 27 retrata Isaque e sua famlia tentando conseguir a bn-o de Deus de um modo injusto. A preferncia pessoal de Isaque por Esa-, de modo contrrio vontade de Deus, e a manipulao enganosa de Re-beca e Jac, tomaram o lugar das bnos espirituais do concerto de Deus. O nome Jac teve origem na maneira como se deu o seu nascimento. O usurpador, esse nome pelo fato de Jac ter nascido segurando o calca-

  • 24 Pentateuco

    nhar de seu irmo. Ele engana o seu pai e recebe a beno da primogeni-tura ao lugar de Esa. Esa quando chega com o guisado para seu pai, descobre que Jac j recebeu a bno e chora.

    Fugindo da ira do seu irmo, Jac parte para outra terra. Isaque o abenoa e ordena que no tome mulher de entre as filhas de Cana (Gn. 28). No meio do caminho, cansado, Jac dorme no campo, e, tendo uma pedra por travesseiro, sonha com Deus, que lhe confirma a promessa fei-ta a Abrao. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque te no deixarei, at que te ha-ja feito o que te tenho dito (Gn.28:15). At este momento ele no sabia da presena de Deus ali com ele. Acordado pois Jac do seu sono, dis-se: Na verdade o Senhor est neste lugar; e eu no o sabia. E temeu, e disse: Quo terrvel este lugar! Este no outro lugar seno a casa de Deus; e esta a porta dos cus (Gn. 28:16,17).

    Nos versculos 20 a 22, Jac faz um voto puro e consciente a Deus: ...o Senhor ser o meu Deus; e esta pedra, que tenho posto por coluna, ser Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o d-zimo.

    Os anos passados em Har foram penosos a Jac. Vinte anos de luta (Gn. 29 a 31). Jac enganado por seu tio Labo. Este trabalhara se-te anos para seu tio em troca de Raquel (vv. 18-20), mas, seu tio lhe d Lia a filha mais velha. Raquel custa a Jac mais sete anos de trabalho pa-ra Labo.

    O captulo 30 nos fala da formao da famlia de Jac: 2 esposas, concubinas e 12 filhos. Deus com Jac (Gn. 30:37-43 e 31: 1-55), pois atravs do prprio rebanho de Labo, por meios sobrenaturais, Jac tor-na-se muito rico, regressando ao seu lar com grande famlia e numeroso rebanho.

    Jac obedece s instrues de Deus, separando-se de Labo e retor-nando terra de Cana (Gn. 31), a regio onde mora Esa, seu irmo. Deus envia anjos para assegurar a Jac sua contnua proteo. Jac teme e se aflige medida que se aproxima do territrio de Esa (Gn. 32). Ele passa o vau de Jaboque e luta com um anjo (vv. 22-23); luta desesperada-mente com Deus para obter a bno prometida. Deus vendo que ele pre-valecia, o feri na coxa (v. 25), como lembrana de que este no devia do-ravante andar na sua prpria fora, mas, confiar inteiramente em Deus e

  • 25 Semeador

    andar na dependncia dEle. O nome Jac mudado para Israel, que signi-fica aquele que luta com Deus (v. 28).

    E levantou Jac os olhos e olhou, e eis que vinha Esa... (Gn. 33:1). Deus tinha lidado com Esa e posto dentro dele o desejo de reconci-liar-se com seu irmo. A atitude amistosa de Esa foi resposta de Deus orao de Jac. Os dois irmos se encontram em paz e separam-se. Por or-dem divina, parte Jac para Betel, onde ergue um altar a Deus (Gn.35). Ele percebe uma deteriorizao espiritual na sua famlia e ordena: Tirai os deuses estranhos, que h no meio de vs. Por causa dessa renovao espiritual, ele volta a experimentar a proteo, presena, revelao e bn-o de Deus (vv. 5,9-13). Nasce Benjamim filho da minha direita-, o ultimo filho de Jac com Raquel (vv. 16-20), que morre n parto.

    O captulo 36 narra sobre os descendentes de Esa. Ele prosperou materialmente, mas no prosperou espiritualmente. Sua vida foi caracteri-zada por menosprezo pelas coisas espirituais (Gn. 36:2). Conseqentemen-te, a nao que ele fundou Edom, tornou-se mpia, e veio a ser objeto da ira de Deus.

    A vida de Jos (Gn. 37-50) Isaque e Rebeca cometeram o erro de mostrar favoritismo para com

    seus dois filhos. Isaque favoreceu o caador, Esa. Rebeca favoreceu o calmo Jac. Jac fez a mesma coisa com relao a Jos, o que despertou inveja aos outros filhos.

    Jos foi uns dos personagens mais nobre do Antigo Testamento. Foi por meio dele que a sua famlia foi abenoada no Egito. A vida de Jos uma das ilustraes bblicas mais perfeitas da providncia de Deus. Primei-ro, ele foi jogado dentro de uma cisterna por sus irmos. Depois, foi ven-dido como escravo aos dezessete anos. Passou pela priso, onde interpre-tou dois sonhos. Aos trinta se tornou governador do Egito, aps ter inter-pretado o sonho de Fara.. Dez anos mais tarde seu pai Jac, entrava no Egito.

    Aps a morte de Isaque, j sendo Jos governador do Egito, Jac e seus filhos, num total de setenta pessoas, mais gados e bens, foram para o Egito por causa da fome, onde se reconciliaram com Jos. No Egito foram exaltados pelo Fara por causa de Jos. Habitaram na terra de Gsen, onde

  • 26 Pentateuco

    eles cresceram em nmero, riqueza e influncia. Nos momentos finais da sua vida, Jac reuniu seus filhos e profeti-

    zou a respeito da vida deles e do seu futuro no plano divino da redeno Gn.49). As bnos e maldies deste captulo esto condicionadas qua-lidade do relacionamento com Deus, por parte dos descendentes de Jac. A seguir transcrevemos trechos da bno de Jac seus filhos:

    Depois chamou Jac a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos para que eu vos anuncie o que vos h de acontecer nos dias vindouros. Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jac; ouvi a Israel vosso pai:

    Rben, tu s meu primognito, minha fora e as primcias do meu vigor, preeminente em dignidade e preeminente em poder.

    Simeo e Levi so irmos; as suas espadas so instrumentos de vio-lncia.

    Jud, a ti te louvaro teus irmos; a tua mo ser sobre o pescoo de teus inimigos: diante de ti se prostraro os filhos de teu pai.

    Zebulom habitar no litoral; ser ele ancoradouro de navios; e o seu termo estender-se- at Sidom.

    Issacar jumento forte, deitado entre dois fardos. Viu ele que o descanso era bom, e que a terra era agradvel. Sujeitou os seus ombros carga e entregou-se ao servio forado de um escravo.

    D julgar o seu povo, como uma das tribos de Israel. D ser ser-pente junto ao caminho, uma vbora junto vereda, que morde os calca-nhares do cavalo, de modo que caia o seu cavaleiro para trs.

    Quanto a Gade, guerrilheiros o acometero; mas ele, por sua vez, os acometer.

    De Aser, o seu po ser gordo; ele produzir delcias reais. Naftali uma gazela solta; ele profere palavras formosas. Jos um ramo frutfero, ramo frutfero junto a uma fonte; seus ra-

    minhos se estendem sobre o muro. Benjamim lobo que despedaa; pela manh devorar a presa, e

    tarde repartir o despojo. Acabando Jac de dar estas instrues a seus filhos, encolheu os

    seus ps na cama, expirou e foi congregado ao seu povo.

  • 27 Semeador

    EXERCCIO 1. ____ Pentateuco, significa a coleo dos cinco primeiros livros do

    Antigo Testamento.

    2. ____ O mtodo que Deus usou na criao foi o poder da Sua palavra.

    3. ____ A Trindade no estava presente no processo da criao.

    4. ____ O mundo foi criado em seis dias.

    5. ____ Deus criou o homem sua prpria imagem a fim de ter comunho

    com ele.

    6. ____ Com a queda o homem perdera essa comunho.

    7. ____ Caim e Abel foram os dois primeiros filhos de Ado.

    8. ____ No foi o homem designado por Deus para construir a arca.

  • Pentateuco

    Livro de xodo

  • A relao entre o livro de Gnesis e o de xodo muito se-melhante que existe entre o Antigo e o Novo Testamen-to. Gnesis marca o fracasso do homem em todas as pro-vas e em todas as condies. xodo a epopia emocio-nante de Deus vindo em socorro do homem.

    Nele se encontra a obra redentora de um Deus soberano. xodo preeminentemente o livro de redeno no Antigo Testamento. Comea em trevas e tristezas, porm termina em glria. Comea contando como Deus desceu em graa, para libertar um povo escravizado e termina declarando como Deus desceu em glria no meio de um povo remido.

    A palavra xodo vem do grego e quer dizer sada. Sem o Gnesis, o livro de xodo no faz sentido. Gnesis, nos seus ltimos captulos, re-gistra o estabelecimento das dez tribos no Egito e as vantagens que essa terra lhes trariam. xodo narra as experincias do povo hebreu em perodo ps Jos e sua sada do Egito.

    O Autor Dois pontos relacionados com este livro tm causado controvrsias: a

    data do xodo e a autoria do livro. Duas datas diferentes so propostas: (a) uma primeira data que deriva de I Reis 6:1, onde est escrito que o xodo ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomo. Esta declara-

    Deixa o meu povo ir...

  • 32 Pentateuco

    o estabelece a data do xodo em 1445 a.C. Em Juzes 11:26, Jeft afir-ma que Israel ocupara sua prpria terra h 300 anos, o que permite datar a conquista de Cana em aproximadamente 1400 a.C. Por isso, essa cro-nologia do xodo ficaria entre 1445 1405 a.C.; (b) os crticos liberais da Bblia propem uma data posterior, para o xodo, em cerca de 1290 a.C., com base em suposies a respeito dos governantes egpcios, bem como uma data arqueolgica do sculo XIII a.C. sobre a destruio de cidades cananias durante a conquista de Cana.

    H tambm discordncia no tocante autoria deste livro. Intrpretes modernos geralmente consideram o livro como uma obra conjunta, prepa-rada por vrios escritores. Por outro lado, a traduo judaica desde os tempos de Josu (Js. 8:31-35), bem como o testemunho de Jesus (Mc. 12:26), do cristianismo primitivo, e dos eruditos conservadores contem-porneos, atribuem a Moiss a origem do livro. Pormenores numerosos em xodo indicam que o autor foi testemunha ocular dos eventos regis-trados neste livro. Alm disso, trechos do prprio livro do testemunho da participao direta de Moiss na sua escrita.

    A escravido (Ex. 1) O livro de Gnesis a histria de uma famlia. O livro do xodo

    a histria de uma nao. Os filhos de Jac haviam conquistado grande favor por causa do seu irmo Jos. Depois que Jos morreu e uma nova dinastia ascendeu ao trono do Egito, a riqueza e o grande nmero dos fi-lhos de Israel os fizeram objeto de desconfiana. Lendo os versculos 8 a 14, podemos ver que o poderio do povo hebreu aumentou muito e isso amedrontava os egpcios. As alegrias e direitos do povo hebreu ento ter-minam.

    Fara decreta trs decretos e leis. O primeiro sujeitando os hebreus a trabalhos forados (v.12). O segundo que os recm-nascidos hebreus homens deveriam ser mortos (vv.15,16) mas, as parteiras temeram a Deus e no fizeram como o rei do Egito ordenou (v.17). O terceiro de-creto, que todos os meninos recm-nascidos, filhos de estrangeiras fos-sem atirados no rio (v.22).

  • 33 Semeador

    Um libertador (Ex. 2-4) O nome desse libertador Moiss. Deus tendo um plano muito espe-

    cial para sua vida, o livrou da morte. Seu pai chamava-se Anro, e sua me Joquebede, ambos pertencentes tribo de Levi. Moiss um menino formoso, foi escondido por seus pais durante trs meses. No podendo, mais escond-lo, seus pais tomaram uma arca de juncos, o colocaram nela, e esta foi posta no rio.

    Moiss conduzido corte egpcia. A filha de Fara o acha e decide que ser seu filho. Entretanto, a me verdadeira de Moiss chamada para cuidar dele (2:1-9). J grande, sua me entrega-o princesa, que o educa em toda a sabedoria egpcia.

    A vida de Moiss pode ser dividida em trs partes: os primeiros 40 anos de vida, na corte de Fara, onde foi instrudo em toda cincia do Egi-to; os segundos 40 anos, no deserto de Mdia, Moiss aprendeu que no era ningum; nos terceiros 40 anos, Moiss reconhecera que Deus tudo e suficiente para salvar uma nao inteira. Foi quando Moiss entregou-se completamente ao servio de Deus.

    Moiss j grande andando pela cidade egpcia, percebe a opresso do povo hebreu. Ele fica indignado por ver um egpcio maltratando um he-breu, corre em sua defesa e mata o egpcio. Ouvindo, pois, Fara este ca-so, procurou matar a Moiss. Assim, Moiss foge do Egito (2:15).

    Foi em casa de um homem chamado Jetro, no deserto de Midi, que Moiss encontrou asilo, e permaneceu por 40 anos. Neste tempo casou-se com Zpora, filha de Jetro e cuidou do rebanho do seu sogro. E aconte-ceu depois de muitos destes dias, morrendo o rei do Egito, que os filhos de Israel suspiraram por causa da servido, e clamaram; e o seu clamor su-biu a Deus por causa de sua servido. E ouviu Deus o seu gemido, e lem-brou-se Deus do seu concerto com Abrao, com Isaque, e com Jac; e a-tentou Deus para os filhos de Israel, e conheceu-os Deus (Ex. 2:23-25).

    No captulo 3, Deus fala com Moiss do meio da sara ardente.Vem agora, pois, e eu te enviarei a Fara, (para que tires o meu povo os filhos de Israel) do Egito (Ex.3:10). Moiss tem um chamado divino, o de liber-tar o povo hebreu das mos de Fara. Alguns pontos importantes merecem destaque no chamado de Moiss:

    1) Apareceu-lhe o Anjo do Senhor... (v. 2). O prprio Deus que

  • 34 Pentateuco

    aparece diante de Moiss . 2) No te chegues para c; tira os teus sapatos de teus ps; por-

    que o lugar santo (v.5). Moiss entendeu que era necessrio reveren-ciar e temer onde estava.

    3) Eu sou o Deus de teu pai, de Abrao, Isaque e Jac (v. 6). O Senhor se apresenta como Deus que eles adoravam.

    4) Quem sou eu, que v a Fara (v.11). Moiss sente-se incapaz para o cumprimento da misso. Mas, o Senhor diz para ele: Certamente eu serei contigo.

    5) E disse Deus a Moiss: EU SOU O QUE SOU (v. 14). O Se-nhor deu a si mesmo o nome pessoal. Deus est dizendo a Moiss: Quero ser conhecido como o Deus que est presente e ativo.

    Moiss nesse momento, muito diferente daquele homem que h

    quarenta anos matara um egpcio. A vida no deserto, o trabalho de apas-centar ovelhas e as ltimas experincias divinas, transformaram a sua vi-da. Comea a partir desse momento uma nova fase na vida de Moiss.

    O ministrio e a mensagem de Moiss foram confirmados por sinais miraculosos (Ex.4:1-9). No versculo 10, Moiss argumenta com Deus: Ah! Senhor? Eu no sou eloqente..., sou pesado de boca, e pesado de lngua. E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que v, ou o cego? No sou eu, o Se-nhor? (v.11). Deus tem poder de transformar e tambm de curar. Nada mais restava a Moiss seno obedecer. Moiss ento decide voltar ao Egito. Deus o encoraja dizendo que os seus inimigos esto mortos (v.19) e lembra a ele como se apresentar diante de Fara e o que fazer diante dele.

    Moiss e Aro diante de Fara (Ex. 5-12) A narrativa do xodo basicamente um conflito entre dois deuses:

    o Senhor e Fara. Fara questionava o poder do Deus de Israel, conside-rava-se mais poderoso. Por vrias vezes Moiss e Aro colocam-se dian-te de Fara e dizem: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir meu povo. A cada resposta negativa de Fara, Deus manda pragas sobre o Egito. As dez pragas foram o mtodo do Senhor demonstrar que mais

  • 35 Semeador

    poderoso que qualquer deus egpcio. As dez pragas: 1) As guas do Nilo converteram-se em sangue (Ex. 7:14-21). 2) As rs (Ex. 8:1-1). 3) Os piolhos (Ex. 8:16-19). 4) As moscas (Ex. 8:20-28). 5) A peste nos animais (Ex. 9:1-7). 6) As lceras (Ex. 9:8-12). 7) Saraiva nas plantaes (Ex. 9:22-35). 8) Dos gafanhotos (Ex. 10:1-20). 9) Trevas (Ex. 10:21-29). 10) Morte dos primognitos (Ex. 11:1-10; 12:29-30). Antes da ltima praga Deus institui a primeira Pscoa e a festa dos

    pes asmos.(Ex. 12:1-28). Estas festas sagradas tinham por base o evento histrico da sada do povo de Israel do Egito. A Pscoa assinalava um no-vo comeo para Israel, o ms em que ela ocorreu tornou-se o primeiro dos meses de um ano novo para a nao. A Festa dos pes asmos, as er-vas amargosas trazem lembrana os tempos amargos da escravido no Egito.

    Somente com a ltima e sangrenta praga foi que a resistncia de Fa-ra foi quebrada. Assim partiram os filhos de Israel, mais ou menos 600 mil homens, sem contar os meninos e as mulheres, e tambm uma grande quantidade de gado. O tempo que eles habitaram no Egito foi de 430 anos.

    Deus guia o seu povo (Ex. 13-16) A primeira ordem de Deus a Moiss depois que eles saram do Egito

    foi: Santifica-me todo primognito (Ex.13:2). Deus salvara da morte os primognitos de todos os israelitas agora eles passaram a ser consagrados ao Senhor. Assim o povo guardaria bem vivo na memria aquele evento, como tambm expressaria sua gratido.

    Deixando Fara ir o povo, Deus no os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto. Porque disse Deus: Para que, por-ventura o povo no se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito. Mas

  • 36 Pentateuco

    Deus fez rodear o povo pelo caminho do deserto perto do Mar Verme-lho... (Ex.13:17 e 18). O povo de Israel podia ter chegado Terra Pro-metida em poucas semanas, entretanto, neste caminho teriam que enfren-tar outros povos, e eles no estavam preparados. Poderiam pedir para voltar ao Egito, ainda que isso significasse escravido. Assim Moiss os conduziu pelo caminho mais longo. Diz a Bblia que o Senhor ia adiante deles de dia com uma coluna de nuvem e de noite numa coluna de fogo (Ex. 13:21). Deus colocou essas colunas como evidncia da Sua presen-a, do seu amor e do seu cuidado por Israel. Elas permaneceram entre eles at chegarem at a Terra Prometida, 40 anos mais tarde.

    O corao de Fara mudou, enquanto o povo de Israel fugia pelo deserto. Ento, ele aprontou seu carro e tomou consigo seu exrcito e foi atrs do povo (Ex. 14:5-7). Deus poderia ter impedido que Fara se le-vantasse contra eles, podia det-los, mas este no era o seu propsito. Moiss e o povo ficam entre o Mar Vermelho e o exrcito de Fara. Co-mo aconteceria esse livramento? Disse o Senhor a Moiss: Por que cla-mas a mim? Dizes aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mo sobre o mar, e fende-o, para os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco (Ex. 14:15-16).

    O livramento de Israel atravs do Mar Vermelho confirmou a pro-messa de Deus: O Senhor pelejar por vs (Ex. 14:14). Assim Moiss e os filhos de Israel cantaram ao Senhor em aes de graas (Ex. 15:1-18). Miri dana com as mulheres Israelitas (15:20).

    O primeiro ponto de parada alm do Mar Vermelho foi em Mara, palavra que significa amarga. As guas nesse lugar eram amargas por isso do nome. O povo estava com sede e murmuraram contra Moiss di-zendo: Que havemos de beber? (Ex. 15:24). Deus usou atravs de Moiss um pedao de pau que jogou nas guas amargas e estas tornaram-se doce.

    No captulo 16 novamente o povo est murmurando. Apesar de tu-do o que Deus fizera, eles perderam rapidamente a f. Disseram: Quem dera que ns morrssemos por mo do Senhor na terra do Egito,... quan-do comamos po at fartar. Porque nos tende tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multido (Ex. 16:3).

    E o Senhor falou a Moiss: Tenho ouvido as murmuraes dos fi-lhos de Israel; fala-lhes, dizendo: Entre as duas tardes, comereis carne, e

  • 37 Semeador

    pela manh, vos fartareis de po, e sabereis que eu sou o Senhor, vosso Deus (Ex. 16:11,12). Deus manda a poro diria de po e cordonizes. Ento, submete o povo prova de obedincia e f mandando que colhes-sem na medida, o suficiente para cada dia, nem mais, nem menos, com exceo do sexto dia que poderiam colher em dobro (v.22). e comeram os filhos de Israel man quarenta anos, at chegarem aos termos da terra de Cana.

    O caminho at o monte Sinai (Ex. 17-19) O captulo 17 narra mais dois incidentes no deserto. Eles haviam

    acampado em Refidim, mas ali no havia gua para beber (v.1). novamen-te o povo murmura contra Moiss a ponto de quase mat-lo. Moiss se-guindo ordem de Deus toma a vara e feri a rocha, em Horebe, e dela sai gua. O segundo incidente foi peleja com os amalequitas (Ex. 17:8-16). Josu foi escolhido para comandar a peleja, enquanto Moiss permanecia no monte junto com Aro e Hur. Enquanto Moiss permanecia com as mos levantadas, Israel prevalecia. E, assim, Josu desfez a Amaleque e a seu povo a fio de espada (Ex. 17:13).

    Jetro, sacerdote de Midi, sogro de Moiss, ouvindo todas as coisas que Deus tinha feito, tomou Zpora e seus netos, Grson e Elizer, e os le-varam ao encontro de Moiss (Ex. 18:1-6). Ele oferece um sacrifcio de aes de graa a Jeov pelo livramento de Israel. E, na mesma ocasio, com grande sabedoria, aconselha seu genro e cerca-se de auxiliares compe-tentes para maior eficincia e resultados na obra do Senhor.

    O texto em xodo18, versculo 21, menciona algumas qualificaes de um lder do povo de Deus, os quais devem ser: (1) pessoas capazes, (2) pessoas que temem a Deus, (3) pessoas instrudas na verdade e totalmente dedicadas sua casa, (4) pessoas que abominam o ganho desonesto e que, por isso, esto livres da cobia e do amor ao dinheiro.

    Trs meses depois da sada dos filhos de Israel do Egito, eles chegam ao deserto do Sinai. E Moiss subiu a Deus, no Monte Sinai, e ali o Se-nhor estabeleceu seu concerto com o povo de Israel. Lembrando do Con-certo Abramico (Gn. 15), depois de 430 anos, e em outra situao, Deus faz o Concerto Mosaico com Israel. Ele prope e os israelitas aceitam, prometendo obedecer (Ex. 19:5,8).

  • 38 Pentateuco

    A Aliana Mosaica (Ex. 20-24) A partir do captulo 20, h trs divises da Aliana Mosaica: 1) os mandamentos, que expressam a vontade de Deus para o seu

    povo (Ex. 20:1-26); 2) os juzos, que governam a vida social de Israel (Ex. 21-24:11); 3) as ordenanas que governam a vida religiosas de Israel (Ex.

    24:12-31:18). Trs elementos, porm, uma s Lei. Os Dez Mandamentos foram

    escritos em duas tbuas de pedra. Os cincos primeiros mandamentos fa-lam dos deveres do homem para com Deus e os outros cinco falam dos deveres do homem para com seu semelhante.

    Os Dez Mandamentos: Primeiro: No ters outros deuses diante de mim (20:3) Segundo: No fars para ti imagem de escultura... (20:4) Terceiro: No tomars o nome do Senhor, teu Deus, em vo... (20:7) Quarto: Lembra-te do dia de sbado, para o santificar (20:8) Quinto: Honra teu pai e tua me... (20:12) Sexto: No matars (20:13) Stimo: No adulterars (20:14) Oitavo: No furtars (20:15) Nono: No dirs falso testemunho (20:16) Dcimo: No cobiaras... (20:17). Os captulos 21 a 23 temos a complementao com os juzos, o c-

    digo civil dos mandamentos. Leis da pena capital (Ex. 21:12-32) Leis da restituio de propriedade (Ex. 21:33-22:1-15) Leis gerais (Ex. 22:16-23:13) E tambm as trs grandes festas anuais: Festa dos Pes Asmos, para comemorar a sada do Egito. Festa das Primcias, na primavera, onde todo o primeiro fruto da terra era oferecido ao Senhor Deus.

    Festa do Tabernculo, no outono para lembrar o tempo pelo de-serto.

  • 39 Semeador

    Depois, disse o Senhor a Moiss para subir ao Monte com Aro, Na-dabe e Abu, e os setenta ancios de Israel, mas, somente Moiss se che-gou ao Senhor. E, subindo Moiss ao monte, a nuvem cobriu o monte. E habitava a glria do Senhor sobre o monte de Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias: e ao stimo dia chamou a Moiss do meio da nuvem. E o pa-recer da glria do Senhor era como um fogo consumidor no cume do mon-te, aos olhos dos filhos de Israel. E Moiss entrou no meio da nuvem, de-pois que subiu ao monte: e Moiss esteve no monte quarenta dias e quaren-ta noites (Ex. 24:15-18).

    O Tabernculo (Ex. 25-40) Deus mesmo d instrues a respeito do Tabernculo. O significado

    histrico, espiritual e tipolgico do Tabernculo deve apoiar-se no que a Bblia diz a respeito.

    (1) O Tabernculo era um santurio (25:8), um lugar separado para Deus habitar entre o seu povo e encontrar-se com ele.

    (2) Era chamado o Tabernculo do Testemunho (38:21), porque continha os Dez Mandamentos.

    (3) O Tabernculo era o lugar onde Deus concedia o perdo dos pe-cados mediante um sacrifcio vicrio (29:10-14). Esses sacrifcios tipifica-vam o perfeito sacrifcio de Jesus na cruz.

    (4) O Tabernculo falava do cu, do Tabernculo celestial onde Jesus, nosso Sumo Sacerdote eterno, vive eternamente para interceder por ns.

    (5) O Tabernculo falava da redeno final quando, ento, haver um novo cu e uma nova terra.

    A ordem na qual as instrues foram dadas por Deus a Moiss, refe-rente ao Tabernculo, foi obedecida rigorosamente, comeando de dentro para fora. Assim, o ponto de partida foi primeiro o Santo dos Santos, depois o Santo lugar e por ltimo o trio.

    O SANTO DOS SANTOS - Era a parte mais interna do Tabern-culo; separado por um vu do Santo lugar. Este vu ensinava que o acesso presena de um Deus Santo estava impedida pelo pecado do homem. Nele continha, a arca (25:10), que era uma pea em formato de ba, con-tendo os Dez Mandamentos, um vaso de man e a vara florescida de Aro.

  • 40 Pentateuco

    Tinha por cobertura uma tampa chamada propiciatrio, e formando uma s pea com ele, havia dois querubins alados, de ouro batido (25:18-20). No propiciatrio o sumo sacerdote aspergia o sangue derramado do sacri-fcio, a fim de fazer expiao pelos pecados, uma vez por ano.

    O SANTO LUGAR - Era o local de execuo do servio dos sa-cerdotes os filhos de Aro. Haviam trs objetos neste lugar:

    - A mesa dos pes asmos (25:23) o po colocado sobre essa mesa representava a presena do Senhor como o sustentador de Israel na sua vida em geral. Aponta para Jesus o Po da vida.

    - O candelabro de ouro (25:31) ele continha sete lmpadas a leo para iluminar o Tabernculo. As lmpadas representavam a luz de Deus, a sua presena no meio do arraial.

    - O altar do incenso (30:1-10) Que fala de comunho e interces-so.

    O TRIO - Era o local onde o judeu podia entrar para adorar a Deus. Era constitudo:

    - Pelo altar dos holocaustos (Ex. 27:1-8) era o lugar onde os ani-mais eram imolados em sacrifcio para fazer expiao (cobrir o pecado e alcanar o perdo de Deus).

    - Pela pia de cobre era para o sacerdote lavar suas mos e ps an-tes de entrarem no Santo lugar. Simbolizava a purificao para o servio do Senhor.

    TRIO

    SANTO LUGAR

    SANTO DOS SANTOS

    Arca da

    Aliana O altar

    do incenso

    A mesa dos pes asmos

    O candelabro de ouro

    O vu

    O lavatrio

    O altar do holocausto

    O TABERNCULO

    Ent

    rada

  • 41 Semeador

    Vejamos agora as cores e os metais utilizados no Tabernculo (leia os captulos 36 a 39).

    (1) Azul fala-nos da natureza celestial de nosso Senhor Jesus Cris-to.

    (2) Prpura fala-nos da realeza. Refere-se ao reinado de Cristo ou sua realeza.

    (3) Escarlate fala-nos de sangue. Lembra o sofrimento de Cristo em nosso lugar, sofrimento esse divinamente determinado.

    (4) Branco (linho fino) fala-nos da perfeita justia e pureza de Cris-to.

    (5) Ouro metal mais precioso. Est ligado vida de Jesus. Todos os objetos eram de ouro macio ou revestidos de ouro. At a madeira usa-da no Tabernculo era revestida de ouro; essa madeira tipifica a humanida-de de Jesus, e o ouro, simboliza a Sua divindade.

    (6) Prata Simboliza redeno. O principal ponto da redeno est na asperso do sangue.

    (7) Bronze (ou cobre) esse metal cobria o Altar do Holocausto no trio. Ele geralmente reconhecido como tipo do julgamento e justia.

    E falou o Senhor a Moiss dizendo: No primeiro ms, no primeiro

    dia do ms, levantars o Tabernculo da tenda da congregao... (Ex. 40:1). Assim fez Moiss. Lendo o livro de xodo voc ter outros detalhes sobre o Tabernculo.

    O livro de xodo chega ao fim, com a glria do Senhor enchendo o Tabernculo (Ex. 40: 34-38). Esse acontecimento prenunciou a presena do Senhor nos seus santos, a igreja. Prenunciou, ainda, que Deus habitar futuramente com todos os seus santos no novo cu e na nova terra.

  • 42 Pentateuco

    EXERCCIO

    1. ____ Moiss ficou escondido durante um ano para no ser morto, quan

    do beb.

    2. ____ Moiss foi criado tambm pela filha de Fara.

    3. ____ Deus mandou sobre o Egito dez pragas.

    4. ____ A primeira ordem de Deus aps a sada do Egito: Santifica-me

    todo primognito.

    5. ____ Os filhos de Israel passaram pelo meio do Mar Vermelho a ps

    seco.

    6. ____ O povo de Israel nunca murmurou no deserto.

    7. ____ Os Dez Mandamentos foram dados por Deus a Aro.

    8. ____ xodo o livro que fala da construo detalhada do Tabernculo.

  • Pentateuco

    Livro de Levtico

  • L evtico o livro de figuras de Deus para os filhos de Isra-el, com o fim de ajud-los em seu treinamento religioso. Tias as figuras apontam para a obra de Jesus Cristo. O t-tulo Levtico sugere o tema do livro os levitas, os sa-cerdotes e as suas funes no Tabernculo. chamado tambm o Livro das Leis. Lembrando-nos do Livro de xodo, de como Deus havia dado a Moiss, as instrues precisas para a construo do Tabernculo e acerca da instituio do sacerdcio, a fim de que oficiassem nesse lugar santo.

    Este livro oportuno porque insiste em que devemos manter o corpo santo, do mesmo modo que a alma. Ensina que os remidos devem ser san-tos porque o Redentor santo. Neste livro, Deus no s d a chave para a nossa vida espiritual e um viver santo, mas nos surpreende com lies im-portantes de higiene e saneamento para o cuidado do corpo. Os judeus so uma prova maravilhosa do resultado disso em sua vida longa e vigorosa. Este um livro divino. O versculo inicial d-nos a chave: Chamou o Senhor a Moiss e da tenda da congregao lhe falou.

    O Autor Levtico o terceiro livro de Moiss. Mais de cinqenta vezes, o li-

    vro declara que seu contedo encerra as palavras e a revelao que Deus deu diretamente a Moiss para Israel, as quais Moiss, a seguir, reduziu forma escrita.

    No Novo Testamento, Jesus fez referncia a um trecho de Levtico e

    O Livro das Leis

  • 46 Pentateuco

    o atribui a Moiss (Mc. 1:44). O apstolo Paulo refere-se ao trecho deste livro ao afirmar: Moiss descreve... dizendo... (Rm. 10:5). Entre-tanto, os crticos atribuem Levtico a um escritor sacerdotal de poca muito posterior, rejeitando assim, a autenticidade do testemunho bblico. Este livro data de 1445-1405 aC.

    Ele foi escrito para instruir os israelitas e seus mediadores sacerdo-tais, acerca do seu acesso a Deus por meio do sangue expiatrio e para expor o padro divino da vida santa que deve ter o povo escolhido de Deus. Ele inicia apresentando cinco ofertas. Deus com isso quer ensinar a realidade do pecado e que ele espera um sacrifcio todos os dias por eles.

    A seguir fazemos uma correlao das ofertas com Jesus atravs de uma palavra chave:

    1. O Holocausto Submisso de Cristo a favor do mundo (Lv. 1). 2. Oferta de Manjares Servio de Cristo na vida (Lv. 2). 3. Oferta Pacfica Serenidade de Cristo na vida (Lv. 3). 4. Oferta pelo Pecado Substituio de Cristo pelo pecado (Lv. 4-5:13).

    5. Oferta pela Culpa Satisfao das exigncias de Deus por meio de Cristo (Lv. 5:14-6:7).

    O termo oferta (heb. Corban) cognato do verbo que significa aproximar-se. Portanto, o sacrifcio (oferta) era uma ddiva que o israelita fiel trazia a Deus, a fim de poder aproximar-se dEle e desfrutar da Sua comunho e bno.

    O Holocausto (Lv. 1) O termo hebraico traduzido por holocausto significa aquilo que

    sobe para Deus. O sacrifcio era totalmente queimado, o que significava que a total consagrao do crente a Deus essencial adorao verdadei-ra. Alm de ser um sacrifcio de consagrao por parte do ofertante, o sa-crifcio do holocausto constitua-se ainda em: oferta de expiao, sacrif-cio oferecido pelos j salvos e sacrifcio perptuo.

    Esse sacrifcio tinha um ritual que envolvia os seguintes elementos e aes:

    1. A oferta de um animal sem defeito (Lv. 1:3).

  • 47 Semeador

    2. O ofertante trazia pessoalmente o animal tenda (Lv. 1:3). 3. O ofertante punha as mos sobre o animal (Lv. 1:4). 4. O ofertante matava o animal (Lv. 1:5). 5. O sangue do animal era derramado porta da tenda da congrega-o (Lv. 1:5).

    A Oferta de Manjares (Lv. 2) A oferta de manjares, ou melhor dizendo, de cereais, era uma ddiva

    apresentada a Deus como ato de adorao e que simbolizava a dedicao a Deus do fruto do trabalho da pessoa. Subentendia-se que todo o trabalho humano devia ser feito como para o Senhor, e que o alimento cotidiano de-via ser recebido com aes de graa a Ele. Mais detalhadamente quanto sua natureza a oferta de manjares, que simboliza servio, satisfazia os se-guintes requisitos:

    1. Era uma oferta da preservao da vida 2. Era uma oferta de servio. 3. Era uma oferta de sustento do ministrio. 4. Era uma oferta que apontava para a vida no Esprito. 5. Era uma oferta que simbolizava a comunho com Deus. 6. Era uma oferta de orao. Ningum era pobre demais que no pudesse oferecer alguma coisa

    para Deus. Podiam oferecer: flor de farinha, bolos cozidos e cereais. En-tretanto, no podia ser oferecido o fermento (2:11). Os elementos dessa oferta eram:

    1. Flor de farinha de trigo. 2. Sal smbolo de perpetuidade e preservao. 3. leo smbolo de consagrao e de alegria. 4. Incenso smbolo de orao, splica e fragrncia.

    A Oferta de Paz ou de Ao de Graas (Lv. 3) Era um sacrifcio efetuado diante de Deus, no sentido do ofertante ter

    comunho com Ele, expressar gratido, ou fazer um voto. Para o ofertan-

  • 48 Pentateuco

    te, envolvia um compromisso com o concerto e celebrava a paz e a re-conciliao entre Deus e o adorador.

    Quanto sua natureza essa oferta: 1. No era uma oferta expiatria. 2. Era a oferta do crente salvo e perdoado. 3. Era uma cerimnia festiva. 4. Era oferta memorial (semelhante a Santa Ceia). Esta oferta tinha um ritual que consistia em: 1. Um animal macho ou fmea. 2. Imposio das mos do ofertante. 3. O sangue do animal era aspergido ao redor do altar. 4. A gordura e o sangue eram do Senhor. 5. Certas partes do animal eram queimadas. Estatuto perptuo ser nas vossas geraes, em todas as vossas

    habitaes: nenhuma gordura, nem sangue algum comereis (Lv. 3:17). A gordura e o sangue representavam a vida da vtima oferecida em sacrifcio; vida esta que pertencia exclusivamente a Deus, por isso no podia ser comido.

    A Oferta pelos Pecados (Lv. 4-5:13) O Holocausto era sacrifcio do pecador quanto sua natureza cada,

    o qual para se aproximar de Deus tinha de fazer expiao por sua prpria vida. Era o pecado em sua natureza geral e abstrata. O sacrifcio pelos pecados, no entanto, considera o pecado especfico, por um ato pecami-noso praticado e confessado. O ritual deste sacrifcio consistia em:

    1. Sacrifcio pelos pecados (4:1-12). 2. Sacrifcio pela congregao (4:13-21). 3. Sacrifcio pelos pecados de um prncipe (4:22-26). 4. Sacrifcio pelos pecados do povo comum (4:27-35). 5. Sacrifcio pelos pecados ocultos (5:1-13) O derramamento do sangue no sacrifcio pelo pecado era importante

  • 49 Semeador

    por testificar a morte de Jesus e o derramar do seu sangue na cruz, para a expiao dos nossos pecados. Mas o que ocorria com os que eram pobres e no podiam adquirir um cabrito ou um cordeiro para o sacrifcio? Deus re-queria que eles, tambm, trouxessem uma oferta e buscassem o perdo. Da, Deus estipular que tais pessoas podiam trazer como sacrifcio rolas ou pombinhos.

    A Oferta pela Culpa (Lv. 5:14-6:7) O sacrifcio pela culpa era requerido quando algum, de propsito ou

    no, apoderava-se de propriedade alheia. Era necessrio trazer uma oferen-da, juntamente com o valor da indenizao pelo dano causado, mais uma taxa de 25% sobre o valor (5:16; 6:5). Essa oferta tambm era requerida quando algum, involuntariamente, violava qualquer dos mandamentos do Senhor.

    Para a expiao da culpa por transgresso nas coisas consagradas ao Senhor, deveria oferecer um carneiro sem defeito, tirado do rebanho e ava-liado em siclos de prata, segundo o siclo do santurio. O animal deveria compensar em valor material o dano causado (5:15). No caso dos pecados voluntrios contra algum deveria ser restitudo o roubado, o extorquido, o achado; pagar o falso juramento tal qual o seu valor e acrescentar-lhe um quinto do seu valor. Um carneiro sem defeito, deveria ser trazido ao sacer-dote, que faria a expiao pela culpa e o transgressor voltaria comunho, tanto com o prximo quanto com Deus, que testemunhou a ofensa (6: 1-7).

    As Leis sobre os sacrifcios em geral (Lv. 6:8 7:38) 1. Lei do holocausto (6:8-13) 2. Lei da oferta de manjares (6:14-18) 3. Lei da oferta na consagrao dos sacerdotes (6:19-23) 4. Lei da oferta pelos pecados (6:24-30) 5. Lei da oferta da expiao da culpa (7:1-10) 6. Lei da oferta do sacrifcio da paz (7: 11-21) 7. E vrios regulamentos sobre: comer sangue, gordura, a poro dos sacerdotes e outros (7:22-38)

  • 50 Pentateuco

    O sacerdote (Lv. 8-10) Estamos estudando sobre sacrifcios (ofertas), mas ningum podia

    trazer o seu prprio sacrifcio diante de Deus. A pessoa tinha de traz-lo ao sacerdote e este, por sua vez, o oferecia a Deus. Os sacerdotes eram encarregados dos sacrifcios e eram sustentados pelos dzimos do povo. Ele ia a Deus com as ofertas, oraes e louvores do povo; representava o povo e pleiteava suas causas.

    Como acontecia a cerimnia? O israelita que desejasse aproximar-se de Deus trazia seu animal ao trio. No altar do holocausto ele coloca-va a mo sobre a cabea do animal, para expressar seu arrependimento e consagrao. O animal era morto e o sangue aspergido sobre o altar. O sacerdote, representando o ofertante, aproximava-se ento da bacia, na qual lavava as mos, indicando vida limpa, perdoada dos pecados. Ele entrava no Lugar Santo, passava pelos utenslios sagrados candelabro, mesa dos pes asmos, e chegava ao altar do incenso, onde a orao era oferecida. E uma vez por ano o sumo sacerdote passava alm do vu, que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos, e comparecia diante do pro-piciatrio com o sangue da expiao a fim de interceder pelo povo.

    Uma das tribos foi escolhida para cuidar do Tabernculo, a de Le-vi. Da famlia dos levitas, conforme orientao dada por Deus a Moiss, Aro e seus filhos foram separados para o sacerdcio, sendo assim, ne-nhum ofcio poderiam exercer a consagrao exigia separao total, de to elevada que era a posio que teriam diante de Deus.

    Na consagrao dos sacerdotes eram usados os seguintes elementos (Lv. 8:2): (1) vestidos sacerdotais; (2) leo da uno; (3) novilho para oferta pelo pecado e dois carneiros; (3) pes da proposio. A cerimnia de consagrao dos sacerdotes se dava porta do Tabernculo (Lv. 8:6-13). Eles eram lavados com gua, simbolizando a purificao externa e depois vestidos com roupas sacerdotais. Em seguida Moiss tomava o leo da uno, ungia o Tabernculo e tudo o que nele havia. Ungia sete vezes o altar dos holocaustos e a bacia; e depois ungia os filhos de Aro e os vestia de vestes santas para administrarem no sacerdcio.

    Na segunda parte da cerimnia, Moiss, o mediador do concerto, pedia que fosse trazido o bezerro para ser oferecido como oferta pelos pecados. Nesse momento, Aro e seus filhos colocavam suas mos sobre

  • 51 Semeador

    o bezerro; depois Moiss matava o animal, espargindo o sangue no altar e queimava o animal em sacrifcio pelo pecado. A seguir traziam o carneiro do holocausto, o qual era morto e queimado sobre o altar, expressando a idia de que a vida oferecida pertencia ao Senhor.

    Depois, outro carneiro, o da congregao trazido, morto e ofereci-do. Do sangue deste, Moiss ps sobre a ponta da orelha direita de Aro e sobre o polegar da sua mo direita, procedendo o mesmo com os seus fi-lhos. A carne era oferecida como oferta de ao de graas a Jeov. Parte do carneiro da ltima oferta era comida pelos sacerdotes com os pes as-mos, segundo o ritual j estabelecido. Por ltimo, deveriam permanecer na tenda durante sete dias, no qual se dedicavam meditao e estariam guardados de todo contato com o mundo, para que no se contaminassem. Passados os sete dias, eles podiam comear o trabalho de oferecer sacrif-cios, por si mesmos (9:1-14) e pelo povo (9:15-21). Terminada esta parte, Aro e Moiss abenoavam o povo.

    O Dia da Expiao (Lv. 16) Faremos uma anlise desse importante dia judaico e como o processo

    da expiao prefigura Jesus Cristo e o novo concerto. o dia santo mais importante do ano judaico. Nesse dia, o sumo sacerdote, vestia as vestes sagradas, e de incio preparava-se mediante um banho cerimonial com gua, depois fazia os sacrifcios. O Dia da Expiao era uma assemblia solene em que o povo de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato de que a obra divina da expiao era eficaz somente para aqueles de cora-o arrependido e com f perseverante. Esse dia tambm levava a efeito a expiao por todos os pecados e transgresses no expiados durante o ano anterior (16:16,21). A cada ano deveria ser repetido esse dia da mesma maneira. Alguns simbolismos do Dia da Expiao com relao a Jesus:

    1. O sacerdote Oferecia sacrifcios por si mesmo e depois pelo po-vo. Jesus, o Sumo Sacerdote, no precisou oferec-lo por Si mesmo, por-que no tinha pecado.

    2. A expiao Jesus, ele mesmo foi a oferta vicria. Ele entrou no santurio, no com sangue de carneiro, mas com o Seu prprio sangue.

    3. As vestes sacerdotais O sacerdote tirava suas vestes e vestia rou-pas brancas que simbolizavam a pureza. Jesus, mesmo sendo puro, teve de

  • 52 Pentateuco

    se despir sendo Sua tnica sorteada entre os soldados romanos; por causa dos nossos pecados.

    4. O sacerdote sozinho na tenda Da mesma forma Jesus entrou sozinho no Santo dos Santos e fez sozinho a nossa expiao.

    5. O holocausto Depois de feita a expiao, vinha a festa do holo-causto, significando que o pecado j no existia e o povo podia alegrar-se. Depois que Jesus nos salvou e lavou-nos dos nossos pecados, pode-mos nos alegrar.

    O ritual dos sacrifcios, problemas sociais e qualifi-caes sacerdotais (Lv. 17-22)

    O ritual do Tabernculo pedia a imolao de um nmero consider-vel de animais para o sacrifcio, isto, requeria cuidados especiais. No ca-ptulo 17, Deus fala a Moiss, que os sacrifcios deviam ser trazidos porta do Tabernculo, caso fosse feito de outra maneira, a pessoa seria posta para fora do arraial. No versculo 7, deste captulo, nos chama a ateno a observao de Deus ao povo: Nunca mais sacrificaro os seus sacrifcios aos demnios. Esse versculo parece indicar que nos dias de Moiss, Israel ofereceu sacrifcios aos demnios do deserto a fim de ob-ter a ajuda ou o favor deles. Tal prtica evidenciava a infidelidade de Is-rael para com o Senhor, pois esses sacrifcios eram rigorosamente proibi-dos.

    Nos captulos 18 a 20, Deus adverte ao seu povo que observe as leis sobre casamentos ilcitos e unies abominveis. E outras orientaes como: temor aos pais, observncia do sbado, separao da idolatria, o cumprimento dos deveres para com o prximo, no comer sangue, absti-nncia da prostituio, no consultar necromantes nem feiticeiros, respei-to velhice e hospitalidade para com o estrangeiro. Alm disto, Deus proibiu Israel de oferecer seus filhos a Moloque, e condenou qualquer ti-po de imoralidade.

    Os captulos 21 e 22 trata das qualificaes e dos altos padres para aqueles que serviriam como ministros do povo de Deus. Deviam ser exemplos de vida santa, tanto nos deveres cerimoniais quanto no carter pessoal e atitudes. E deveriam ter cuidado no manuseio e administrao das coisas sagradas.

  • 53 Semeador

    As oito festas (Lv. 23-25) A primeira parte deste livro trata das ofertas e dos ofertantes, en-

    quanto que a ltima parte trata das festas e dos participantes. Essas festas so mencionadas em Levtico 23:

    1) A Festa do Sbado (23:1-3) O Sbado recebeu um lugar proe-minente. Esta festa deveria ser observada durante todo o ano, no stimo di-a. Era dia de adorao e descanso, para celebrar o trmino da criao de Deus. Os cristos celebram o primeiro dia da semana ou o dia em que Je-sus levantou do tmulo (Lc. 24:1; At. 20:7; I Co. 16:2). Assim, celebra-mos a consumao da obra da redeno.

    2) A Festa da Pscoa (23:4,5) A Pscoa era celebrada na primave-ra. Era o dia da independncia para o povo de Israel. Eles festejavam com um grande culto de adorao a Deus, em Jerusalm. Esta festa durava um dia. Os judeus a celebram at hoje.

    3) A Festa dos Pes Asmos (23:6-8) Esta festa comeava aps a Festa da Pscoa e prolongava-se por sete dias. Leia mais sobre ela em xodo 12.

    4) A Festa das Primcias (23:9-14) Era a festa em reconhecimento do fato que o fruto da terra provinha do Senhor. Era celebrada em conjun-to com a Festa dos Pes Asmos. As primcias deviam ser consagradas ao Senhor.

    5) A Festa do Pentecoste (23:15-22) Era celebrada no fim da co-lheita do trigo, cinqenta dias depois da Festa das Primcias. Nesse dia, o povo de Deus rendia-lhe graas pelas suas abundantes ddivas de alimento e por tudo quanto possua.

    6) A Festa das Trombetas (23:23-25) Era celebrada no primeiro dia do stimo ms, no outono, e marcava o Ano Novo dos filhos de Israel. Provavelmente, era celebrada como preparao para o Dia da Expiao que se aproximava. Esta festa indicava a futura reunio do povo de Israel aps disperso (Zc. 14).

    7) O Dia da Expiao (23:26-32) Esta era o maior dia na histria do povo escolhido de Deus. Neste dia os pecados da nao eram confessa-dos. Este era o nico dia do ano em que se permitia ao sumo sacerdote en-trar no Santo dos Santos.

    8) A Festa do Tabernculo (23:33-36) Era assim chamada porque

  • 54 Pentateuco

    durante a festa, o povo deixava suas casas e morava em cabanas ou em tendas temporrias feitas de ramos de rvores. Este ato lembrava ao povo a bondade de Deus para com ele durante seus quarenta anos no deserto, sem habitao permanente. Tambm era chamada Festa da Colheita, por-que ela comemorava o trmino da colheita dos frutos e nozes do vero.

    Leis sobre as lmpadas do Tabernculo (Lv. 24) Deus ordena aos filhos de Israel que tragam azeite de oliveira, puro

    e batido, para a luminria na tenda da congregao. As lmpadas deveri-am estar acessas continuamente.

    O Ano Sabtico (Lv. 25:1-7) Era o ano de meditao e devoo um Sbado que durava um

    ano. O propsito e a natureza do Sbado eram exaltados. Deus procurou gravar isso na mente do povo, livrando-os de qualquer espcie de traba-lho por um ano todo. Isso acontecia a cada sete anos. Todos os dias eram como o Sbado e o povo se dirigia somente para as coisas do Senhor, e a Lei era lida. Esse perodo exercia tremenda influncia na vida do povo.

    O Ano do Jubileu (Lv. 25:8-24) Era celebrado a cada cinqenta anos. Comeava no Dia da Expia-

    o com o soar das trombetas. A terra no era cultivada e os escravos eram libertados. Havia a restituio de terra, que por qualquer razo ti-vesse sido tomada, ao seu dono original. O propsito de Deus ao instituir este ano especial era garantir a justia e impedir os ricos de acumular ri-quezas e adquirir terras s custas dos pobres.

    Promessas divinas e o voto (Lv. 26 e 27) O captulo 26 revela a compaixo, o pesar e o sentimento de Deus,

    ao deplorar o fato de que, possivelmente, teria de castigar o povo. As promessas e advertncias do Senhor nesse sentido, brotaram das profun-dezas do seu amor, com o intenso desejo que o seu povo escolhido nunca

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    viesse a necessitar de tal disciplina. Ele renova as promessas feitas ao po-vo, desde que eles andassem nos seus estatutos e guardassem os seus man-damentos.

    O captulo 27 trata das coisas dedicadas ou prometidas ao Senhor: pessoas, animais, casas e terras. Um valor era atribudo a elas, caso a pes-soa que fez a promessa desejasse resgatar aquilo que fora dedicado. E fala tambm sobre as dzimas (v. 30), que a dcima parte do produto da terra e do gado, que era dado ao Senhor. O dzimo de Israel era entregue para o sustento dos levitas e dos sacerdotes, para ajudar nas refeies sagradas e para socorrer os pobres, os rfos e as vivas.

    O ltimo versculo fala: Estes so os mandamentos que o Senhor ordenou a Moiss, para os fihos de israel, no monte Sinai. O livro de Levtico destina-se a um povo remido, mostrando como o homem pode aproximar-se de Deus e ador-lo.

    Uma caracterstica curiosa deste livro que ele formado ao redor de uma srie de nmeros sete:

    Todo stimo dia era o Sbado. Todo stimo ano era Ano Sabtico. O Ano do Jubileu era comemorado sete semanas aps a Pscoa. No stimo ms eram realizadas as festas das Trombetas, dos Taber-nculos e o Dia da Expiao.

    As Festas de Pentecoste e da Pscoa duravam sete dias.

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    EXERCCIO

    1. ____ O livro de Levtico inicia-se apresentando cinco ofertas.

    2. ____ O Holocausto era sacrifcio do pecador quanto sua natureza ca

    da.

    3. ____ A oferta de Manjares era uma oferta da preservao da vida.

    4. ____ A oferta de Paz significava reconciliao com Deus.

    5. ____ A oferta pelos Pecados era um sacrifcio especfico por causa

    de pecados praticados e confessados.

    6. ____ A oferta pela Culpa era requerida quando algum aproximava-se

    de propriedades do outro.

    7. ____ Qualquer pessoa podia levar seu prprio sacrifcio a Deus.

    8. ____ Aro e seus filhos foram separados para o sacerdcio

  • Pentateuco

    Livros de Nmeros e Deuteronmio

  • N meros, este livro surgiu primeiramente nas verses gregas e latinas e deriva dos dois recenseamentos ou contagens do povo registrados nele. Entretanto, a mai-or parte do livro, descreve as experincias de Israel no deserto. Cronologicamente, Nmeros uma continuao da histria rela-tada no livro de xodo. Depois de uma permanncia de mais ou menos um ano no Monte Sinai, os israelitas se preparam para continuar a via-gem terra que Deus lhes prometera.

    O autor A autoria de Nmeros historicamente atribuda a Moiss: (1) pe-

    lo Pentateuco judaico e o Samaritano; (2) pela tradio judaica; (3) por Jesus e pelos escritores do NT; (4) pelos escritores antigos (cristos); (5) pelos estudiosos conservadores contemporneos; e (6) pelas evidn-cias internas do prprio livro. Moiss, sem dvida, escreveu um dirio durante as peregrinaes no deserto, e mais tarde disps o contedo em forma de narrativa, pouco antes de sua morte . Este livro foi escrito por volta do ano 1405 aC.

    Preparao para a jornada (Nm. 1-9) Ao iniciar-se o livro, os filhos de Israel estavam no deserto do Si-

    nai. J haviam recebido a Lei, o Tabernculo fora construdo e os sacer-

    As experincias de Israel no deserto

  • 60 Pentateuco

    dotes tinham sido designados para as suas funes. O povo estava prepa-rado para a marcha. Deus, ento, ordena a Moiss que conte o nmero dos filhos de Israel. O censo foi feito no primeiro dia do segundo ms do segundo ano aps a sada do povo do Egito. Contados os filhos de Israel, verificou-se que somavam seiscentos e trs mil e quinhentos e cinqenta homens de vinte anos para cima capazes de ir batalha. Somente a tribo de Levi no foi contada devido ao ministrio sacerdotal (Nm. 1).

    Aps a contagem, Deus ordena que eles fossem distribudos segun-do cada tribo e colocados cada uma das tribos em determinada posio ao redor do Tabernculo (Nm. 2). A organizao do acampamento consistia de um crculo interno de levitas em volta do Tabernculo, e um outro ex-terno, formado pelas doze tribos, na seguinte disposio: do lado oriental ficaram as tribos de Jud, Issacar e Zebulom; do lado do sul as tribos de Rben, Simeo e Gade; do lado oeste, as tribos de Efraim, Manasss e Benjamim; e do lado Norte, as tribos de D, Aser e Naftali. Essa organi-zao era sempre mantida quando montado o acampamento A linha de marcha tambm foi organizada de modo que quando a nuvem se elevava, eles pudessem se deslocar rapidamente, e quando ela pairava, pudessem ocupar seus lugares no acampamento sem confuso. O Tabernculo no centro do acampamento simbolizava o fato de que a vida da nao girava em torno do Senhor, da adorao ao Redentor.

    Nos captulos 3 e 4, so escolhidos e determinados os deveres dos sacerdotes e dos levitas. A tribo de Levi foi escolhida para servir aos sa-cerdotes e administrar o ministrio do Tabernculo. Aro e seus filhos Nadabe, Abi, Eleazar e Itamar, foram ungidos sacerdotes. Entretanto, Nadabe e Abi morreram quando ofereceram fogo estranho perante o Se-nhor no Sinai. A diviso de responsabilidades entre os levitas ficou as-sim: aos filhos de Grson, cabiam a responsabilidade de todos os panos e vus do Tabernculo; aos filhos de Coate, a guarda das mesas, altares e vasos; aos filhos de Merari, cabiam a guarda e transporte dos varais, t-buas, colunas, bases, estacas e pequenas peas.

    No captulo 5, Deus ordena a Moiss que os filhos de Israel lancem para fora do arraial, quem tivesse lepra ou corrimento (fluxo), ou tivesse tocado em cadveres, pois ficava cerimonialmente imundo. As leis sobre a impureza faziam o povo lembrar-se constantemente dos resultados de-vastadores do seu pecado. Por isso tais pessoas eram levadas para fora do

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    arraial, porque Deus no habita entre a impureza. E tambm orienta no caso de suspeita de adultrio de uma mulher. Ela era levada diante do Se-nhor para ser constatada a sua culpa ou inocncia (vv.11-31).

    A lei do nazireado vista no captulo 6. A palavra nazireu desig-na a pessoa consagrada e dedicada totalmente ao Senhor. A dedicao po-deria durar um perodo determinado, ou por toda a vida. A pessoa podia dedicar-se ao Senhor ou ser dedicada por seus pais. Uma vez feita a dedi-cao a pessoa no podia beber vinho, comer uvas, cortar cabelo, nem acompanhar cortejo fnebre. Nos versculos 22 a 27, deste captulo, Deus instrui a Aro e seus filhos a como ministrarem a bno sacerdotal aos filhos de Israel. A bno: O Senhor te abenoe e te guarde; o Senhor faa resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericrdia de ti; o Se-nhor sobre ti levante o seu rosto e te d a paz.

    Os captulos de 7 a 9, falam novamente sobre consagrao do Ta-bernculo, tratando inclusive das ofertas, das lmpadas e sobre o ritual de consagrao dos levitas e sacerdotes. Trata tambm da segunda celebra-o da Pscoa no deserto do Sinai.

    Os israelitas partem do Sinai (Nm. 10-14) Nos primeiros versculos do captulo 10, Deus fala para Moiss fa-

    zer duas trombetas de prata e d instrues de como e quando us-las. Ele tambm deu aos filhos de Israel uma nuvem para gui-los durante o dia e uma coluna de fogo para a noite. Depois de apenas trs dias de via-gem, o povo comea a murmurar e a queixar-se porque as condies no eram excelentes. Queixando-se o povo e acendendo-se a ira do Senhor, um fogo devorador destrue muitos do povo, pois s se lembravam das coisas boas do Egito (11:1-3). O povo clama a Moiss, que ora a Deus e o fogo cessa. Agora so os no-israelitas (vulgos) que se ajuntam ao povo de Israel influenciando-o a se rebelar contra Deus e a desejar os prazeres ilusrios do Egito. Dizia o povo: Quem nos dar carne a co-mer? No deserto at ento, havia somente o man para comer. Face murmurao do povo, Moiss volta-se para Deus indagando o que fazer (v. 11:11). Deus declara que mandar carne para o povo comer, no por um dia apenas, mas por um ms inteiro. Foi grande a disputa entre o po-vo pela carne, criando-se uma grande confuso no meio deles. Deus mais

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    uma vez fica indignado com tal comportamento que manda uma praga, matando muitos deles. Neste captulo ainda Deus designa setenta ancios para ajudarem Moiss a administrar junto ao povo (11:16,17).

    No captulo 12, Miri e Aro falam contra Moiss, por causa do seu casamento com uma mulher etope (cuxita). O pecado deles ao qus-tionarem a autoridade de Moiss foi falta de temor a Deus e desacato Sua palavra atravs do seu profeta. Embora eles fossem lderes, no ti-nham o direito de contestar a autoridade de Moiss. Como conseqncia Miri ficou leprosa e quem a salvou foi Moiss que clamou a Deus pela