PEQUENA GRANDE PEQUENA GRANDEGRANDE … · Em seus 15 anos de história, inúmeras decisões judi-ciais do TRF 4ª Região tiveram repercussão nacional e até internacional, devido

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TRF 4ª REGIÃO - 15 ANOS - 1989/2004TRF 4ª REGIÃO - 15 ANOS - 1989/2004TRF 4ª REGIÃO - 15 ANOS - 1989/2004TRF 4ª REGIÃO - 15 ANOS - 1989/2004TRF 4ª REGIÃO - 15 ANOS - 1989/2004

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Presidente da comissão elaboradora:Presidente da comissão elaboradora:Presidente da comissão elaboradora:Presidente da comissão elaboradora:Presidente da comissão elaboradora:Lilian Rose Cunha MottaLilian Rose Cunha MottaLilian Rose Cunha MottaLilian Rose Cunha MottaLilian Rose Cunha Motta

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Í N D I C EÍ N D I C EÍ N D I C EÍ N D I C EÍ N D I C E

PRIMÓRDIOS DE UMA NOVA ERA.....................................................................5O nascimento (criação, competência e jurisdição do TRF).....................................................5A instalação (cerimônia em 30/03/1989).................................................................................6O princípio da jornada (organização e 1º processo)............................................................................8A evolução (números de 1989 e de 2004)..............................................................................9Epopéia no asfalto (recursos vindos do TFR)...........................................................................................10Justiça Federal: histórico (como era a JF antes dos TRFs)..............................................11Páginas amareladas (processos do Século XIX)..................................................................................12

AS FACES DE UM IDEAL................................................................................13Missão compartilhada (os desembargadores do TRF)......................................................................13Composição inicial (os 14 primeiros integrantes)................................................................................14Os primeiros passos (formação das turmas).......................................................................................15O crescimento (ampliação para 23 magistrados).......................................................................16Preocupação social (seção previdenciária)...............................................................................................18Multiplicação de ações (ampliação para 27 magistrados)............................................................19

AS MORADAS DA CORTE..............................................................................21A primeira sede (sede na Rua Washington Luiz).................................................................................21Sob o próprio teto (sede da Rua Mostardeiro).......................................................................................22Excesso de endereços (expansão para prédios anexos).....................................................23Um prédio para o novo século (sede atual)............................................................................................24

AVANÇOS PARA O CIDADÃO.........................................................................26Magistrados e servidores (concursos públicos)...................................................................................26Mais perto da comunidade (interiorização).............................................................................................27Juizados especiais: a revolução judiciária................................................................................................28Pagamento acelerado (RPVs).......................................................................................................................30Especialização de varas (Previdência, SFH e SFN)............................................................................31A informatização (das máquinas de escrever à Internet)..............................................................32Justiça à distância (videoconferência)......................................................................................................34Processo sem papel (processo eletrônico).............................................................................................36Em busca da excelência (Emagis e gestão pela qualidade).......................................................37Cuidando do planeta (reciclagem de materiais)...................................................................................38Esforço concentrado (mutirão de julgamentos)..................................................................................38Paz e casa própria (conciliação sobre SFH)...........................................................................................39

UM OLHAR SOLIDÁRIO.................................................................................40


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PEQUENAPEQUENAPEQUENAPEQUENAPEQUENA

IIIIINTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃO

A trajetória do Tribunal Regional Federal(TRF) da 4ª Região, que completa 15 anosem 2004, pode ser considerada curta emcomparação à idade de outras instituiçõesbrasileiras. Nesse restrito espaço de tem-po, porém, a corte do Sul conseguiu de-senvolver um trabalho intenso, com resul-tados relevantes, sempre tendo em vistaos interesses da sociedade. Esta publica-ção pretende celebrar o aniversário do TRF,narrando algumas conquistas e os princi-pais momentos da vida do tribunal desdesua criação. A busca incessante pela pres-tação de um serviço judicial cada vez maiságil e efetivo aos cidadãos é a principalmarca dessa pequena grande história.


GRANGRANGRANGRANGRANDEDEDEDEDE HISTÓRIAHISTÓRIAHISTÓRIAHISTÓRIAHISTÓRIA

Tradução: Sandra A. Passos de Freitas

O Tribunal Regional Federal da 4a Região, com sede em Porto Alegre e jurisdição sobre os Estados do Rio Grandedo Sul, de Santa Catarina e do Paraná, foi instalado em 30 de março de 1989. É novo, mas já tem uma ricahistória. Nestes 15 anos fixou a imagem positiva de Corte pioneira e eficiente. Na jurisdição, foi o primeiro aespecializar Turmas por matéria, a implantar os Juizados Especiais Federais e a promover a interiorização dasVaras. Na gestão administrativa, vale-se dos recursos da tecnologia moderna e põe em prática ações voltadas paraa responsabilidade social e a proteção ambiental. Os Desembargadores Federais que nele atuaram e os que ocompõem destacam-se pela dedicação e seriedade de seus julgados. Seu corpo de servidores é eficiente e de altonível intelectual. É por isso que, orgulhosos, comemoramos os 15 anos da Corte Federal da 4a Região.

AAAAAPRESENTAÇÃOPRESENTAÇÃOPRESENTAÇÃOPRESENTAÇÃOPRESENTAÇÃO

PPPPPRESENTATIONRESENTATIONRESENTATIONRESENTATIONRESENTATION

The Federal Regional Court of the 4th Circuit, located in Porto Alegre and with jurisdiction over the states of RioGrande do Sul, Santa Catarina and Paraná, has been established on March 30, 1989. In spite of being young, italready carries a rich story. Along these 15 years it has built the positive image of a pioneer and efficient Court.Within its jurisdiction, it has been the first one to especialize Chambers in certain types of matters, to create SmallCourts and to establish tribunals in cities other than the capitals. As to the administrative management, it didn’thesitate in making use of modern technology resources and in putting into practice projects involving socialresponsibility and protection of the environment. The Court’s former Federal Judges and the ones who are presentlypart of it stand out for their dedication and the seriousness of their decisions. Its staff is efficient and highly qualified.That is why we are proud of celebrating the 15th anniversary of the Federal Regional Court of the 4th Circuit.

Porto Alegre, March 30, 2004.

Justice Vladimir Passos de FreitasPresident of the Regional Federal Court of the 4th Circuit

Brazil

Porto Alegre, 30 de março de 2004.

Desembargador Federal Vladimir Passos de FreitasPresidente do Tribunal Regional Federal da 4a Região

Brasil

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O Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região nãopoderia ter o registro de seu nascimento lavrado em umlivro mais honroso. Sua criação foi oficializada em as-sentamento na Carta de 1988, a chamada ConstituiçãoCidadã. O texto determinou a substituição do antigoTribunal Federal de Recursos (TFR), que tinha sede emBrasília, por cinco TRFs espalhados pelo Brasil. A metados parlamentares constituintes era descentralizar e agilizaros serviços oferecidos por aquela corte – que seriaextinta –, ampliando o acesso da população ao Judiciário.

A principal competência atribuída às cinco instituições éjulgar os recursos contra decisões judiciais em proces-sos que envolvam a União ou as autarquias, fundaçõese empresas públicas federais, atuando como a segundainstância da Justiça Federal. Entre suas outras respon-sabilidades está, por exemplo, a análise de habeas corpuse mandados de segurança contra atos de juízes federais.

OOOOOSSSSS PRIMÓRDIOSPRIMÓRDIOSPRIMÓRDIOSPRIMÓRDIOSPRIMÓRDIOS DEDEDEDEDE UMAUMAUMAUMAUMA NOVANOVANOVANOVANOVA ERAERAERAERAERA

O O O O O NASCIMENTONASCIMENTONASCIMENTONASCIMENTONASCIMENTO

O TRF da 4ª Região tem sede em Porto Alegre ejurisdição sobre os Estados do Rio Grande do Sul, deSanta Catarina e do Paraná, sendo o único cujaabrangência coincide exatamente com as divisas da res-pectiva região geopolítica – no caso, o Sul. Os demaistribunais federais do país estão sediados em Brasília,Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.

A criação das cinco cortes, juntamente com a do Supe-rior Tribunal de Justiça (STJ), data de um tempo em quese inaugurou uma nova era, na qual a Constituição e asleis asseguraram um leque maior de direitos aos brasi-leiros, a busca pela garantia dessas prerrogativas rece-beu incentivos e a Justiça ficou cada vez mais próximados cidadãos.

A A A A A INSTALAÇÃOINSTALAÇÃOINSTALAÇÃOINSTALAÇÃOINSTALAÇÃO

OOOOOSSSSS P P P P PRIMÓRDIOSRIMÓRDIOSRIMÓRDIOSRIMÓRDIOSRIMÓRDIOS DEDEDEDEDE

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Criado pela Constituição promulgada em outubro de1988, o TRF 4ª Região foi instalado em 30 de marçode 1989. As chaves do prédio que abrigaria o tribunalforam entregues pelo então governador do Rio Grandedo Sul, Pedro Simon, ao ministro Cid Flaquer Scartezzini,da Comissão de Obras e Instalações do Tribunal Fede-ral de Recursos. O ato ocorreu no Palácio Piratini –sede do Poder Executivo gaúcho – em 3 de dezembrode 1988, dando início a um período marcado por muitotrabalho durante as obras de adaptação. Magistrados,servidores e profissionais contratados não mediram es-forços para arrumar a casa e deixar pronto o imóvel,localizado na Rua Washington Luiz, em Porto Alegre.

Na cerimônia de instalação, o momento mais significati-vo ocorreu em plena calçada, simbolizando a aproxima-ção do Judiciário com a população que transita nas ruase interage nos espaços públicos e reforçando os com-promissos da nova instituição com a sociedade brasilei-

ra. Em frente ao edifício, a céu aberto, o ministro JoséNéri da Silveira, na época presidente do Supremo Tribu-nal Federal (STF), descerrou placas comemorativas àquelemomento histórico. O jurista iniciou sua carreira de julgadorna Justiça Federal do RS, em 1967.

A sessão solene foi presidida pelo ministro José Dantas,que integrava o extinto TFR e, assim como Scartezzini,passaria a compor o recém-criado Superior Tribunal deJustiça (STJ). Depois, foram empossados o primeiropresidente do TRF 4ª Região, desembargador federal EliGoraieb, e os demais magistrados que fizeram parte dacorte em seus primeiros tempos.

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Na foto do alto, a partir da esquerda, o desembargador federal Eli Goraieb, o ministro José Dantas, oentão governador Pedro Simon e o ministro José Néri da Silveira na cerimônia de instalação do TRF 4ªRegião, em 30/03/1989. Nas fotos de baixo: Néri da Silveira descerra placas alusivas ao momentohistórico, Eli Goraieb assina termo de posse como presidente, e a solenidade prossegue no Plenário.



Um habeas corpus impetrado em favor de dois réuspresos por determinação da Justiça Federal de Foz doIguaçu (PR) foi o primeiro processo julgado no TRF 4ªRegião. O caso foi distribuído em 14 de abril de 1989para o relator Paim Falcão por sorteio manual, já queainda não havia sido implantada a distribuição eletrônica.O hábeas foi apreciado em 20 de abril, na primeirasessão ordinária realizada no tribunal. Por unanimidade,a 1ª Turma considerou prejudicado o pedido de liberta-

O O O O O PRINCÍPIOPRINCÍPIOPRINCÍPIOPRINCÍPIOPRINCÍPIO DADADADADA JORNADAJORNADAJORNADAJORNADAJORNADA

Em seus 15 anos de história, inúmeras decisões judi-ciais do TRF 4ª Região tiveram repercussão nacional eaté internacional, devido à sua abrangência, ao seu pio-neirismo ou à sua grande relevância social. Os magis-trados analisam temas de elevado impacto entre oscidadãos, como aposentadorias e pensões do INSS,financiamentos de casa própria, planos econômicos, cor-reções do FGTS, preservação ambiental, sistema finan-ceiro e desapropriações de terras, por exemplo.

Atualmente, já está consolidada a imagem de um tribu-

A BASE DE UMA HISTÓRIAA BASE DE UMA HISTÓRIAA BASE DE UMA HISTÓRIAA BASE DE UMA HISTÓRIAA BASE DE UMA HISTÓRIA

Em 31 de março de 1989, dia seguinte à instalação, oPlenário reuniu-se e analisou questões básicas para otrabalho, desde as togas que seriam usadas pelosjulgadores até a permissão para que servidores daJustiça Federal de primeira instância no RS solicitassemsua cedência a fim de formar o corpo funcional do TRF.O presidente Eli Goraieb abriu os trabalhos, dando boas-vindas a todos e proferindo uma mensagem de otimis-mo sobre os destinos da nova instituição.

Na mesma sessão, foram escolhidos Hervandil Fagundespara ocupar os cargos de vice-presidente e corregedor-geral e José Carlos Cal Garcia, Luiz Dória Furquim eSilvio Dobrowolski para presidir as três turmas forma-das naquele dia. Juntamente com Goraieb, os quatrocomporiam o Conselho de Administração. O Pleno tam-bém resolveu adotar provisoriamente as normas doextinto Tribunal Federal de Recursos. Poucas semanasdepois, o TRF aprovou seu próprio regimento interno.

O PRIMEIRO PROCESSOO PRIMEIRO PROCESSOO PRIMEIRO PROCESSOO PRIMEIRO PROCESSOO PRIMEIRO PROCESSOção sob fiança, tendo em vista que, antes disso, sobre-veio uma sentença de primeira instância condenando osacusados, mas lhes concedendo o benefício da suspen-são condicional da pena (sursis). Assim, não seria ne-cessária uma nova ordem judicial para revogar suaprisão.

nal que realiza julgamentos muitas vezes inovadores(acompanhando as mudanças da sociedade ao interpre-tar a legislação) e sempre equânimes (aplicando o mes-mo rigor ou os mesmos benefícios, independentementeda posição hierárquica ou da situação econômica daspartes envolvidas). Isso foi alcançado a partir de umalonga trajetória que começou a ser trilhada assim que acorte foi instalada, inicialmente com medidas singelasque organizaram o funcionamento do TRF e permitiramo aprimoramento constante de seu desempenho.

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Capa do primeiro processo julgado na corte eprimeira sessão ordinária, em 20/4/1989, quandoa 1ª Turma apreciou o habeas corpus.

A A A A A EVOLUÇÃOEVOLUÇÃOEVOLUÇÃOEVOLUÇÃOEVOLUÇÃO

O crescimento da demanda pelos serviços do TRF 4ª Região – e, conseqüentemente, da infra-estrutura e da forçade trabalho necessárias para atendê-la – pode ser vislumbrado por alguns números que demonstram essaampliação:

Em 1989, além das ações herdadas do Tribunal Federal deRecursos, foram distribuídos 12.516 processos judiciais noTRF 4ª Região. Já em 2003, o número passou para 108.735,um volume 768% maior.

O total de processos julgados subiu de 3.378 em 1989para 89.942 no ano passado, um crescimento de 2.562%.

Ao longo de sua história, entre abril de 1989 e o final de2003, o TRF recebeu quase 1 milhão de processos judi-ciais, mais precisamente 948.020.

No mesmo período, foram julgados 858.292 processos.

Para tentar acompanhar o aumento da demanda, o númerode integrantes do quadro de magistrados do tribunal prati-camente dobrou, passando dos 14 julgadores da composi-ção inicial para os atuais 27.

Já a força de trabalho mais do que dobrou, aumentando de404 servidores (277 exercendo cargos efetivos e 127 re-quisitados de outras instituições ou nomeados em comis-são) no final de 1989 para 967 (950 efetivos e 17 semvínculo permanente com o tribunal) em fevereiro de 2004.

Em 1989, havia 26 juízes federais e 38 varas na RegiãoSul. Em 2004, são 268 magistrados, entre titulares e subs-titutos, trabalhando em 141 varas federais. Assim, aumen-tou em 930% o número de julgadores na primeira instânciatomando decisões que podem gerar recursos, os quaisdeságuam no TRF.



Além dos recursos que começavam a chegar direta-mente da Justiça Federal de primeira instância dos trêsestados meridionais, o novo tribunal recebeu, em 22 dejunho de 1989, mais de 20 mil processos que estavamno TFR, em Brasília. Com a substituição dessa cortepelos cinco Tribunais Regionais Federais recém-instala-dos no país, o julgamento dessas ações passou a serde responsabilidade do TRF do Sul, pois elas tinhamorigem no território sob sua jurisdição: Rio Grande doSul, Santa Catarina e Paraná. As demais foram encami-nhadas às respectivas regiões.

A viagem dos processos provenientes do extinto TFRassumiu contornos épicos. Acondicionados em caixoteslacrados, eles foram transportados do Distrito Federal aPorto Alegre numa verdadeira epopéia sobre o asfalto,riscando o mapa nacional ao percorrer estradas quecruzam três regiões do Brasil. A carreta Scania da em-presa contratada para a empreitada teve a escolta deagentes da Polícia Federal e de servidores do Judiciário.

SONHOS HERDADOSSONHOS HERDADOSSONHOS HERDADOSSONHOS HERDADOSSONHOS HERDADOSO caminhão levava uma carga valiosa. Dentro daquelascaixas de papelão, não estavam apenas pilhas de pa-péis timbrados, carimbados, protocolados e rubricados,mas os sonhos e as esperanças de muitos brasileirosem busca de seus direitos. Agora, cabia ao TRF darresposta aos anseios desses cidadãos.

Quando a comitiva chegou à capital gaúcha, os recursosforam descarregados do veículo e levados a uma saladesocupada do Edifício Protetora, sede do Foro da Jus-tiça Federal no RS, no centro da cidade. No local (foto),abriram-se os invólucros e foi realizada a conferênciados processos neles contidos, de acordo com as listagensremetidas. Depois, o material foi transferido para o TRF.

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Apesar da maturidade dos resultados alcançados nes-tes 15 anos, o TRF da 4ª Região é um tribunal jovem. AJustiça Federal (JF), no entanto, tem raízes mais do quecentenárias no Brasil. O Judiciário era unitário e nacionaldurante a época do Império, marcada pela concentraçãode poderes. Em decorrência da proclamação da Repúbli-ca, em 1889, houve uma subdivisão entre a JustiçaEstadual e a JF, instituída pelo Decreto 848, de 1890.

Em 1937, Getúlio Vargas instaurou no país o EstadoNovo, regime de exceção que enfraqueceu a autonomiadas unidades federativas e fortaleceu o papel decisóriodo governo central. O primeiro ato público solene pro-movido pelo Executivo sob a nova ordem foi um dossímbolos mais fortes dessa reconcentração de poderesaté então compartilhados: as bandeiras dos Estados

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foram incineradas em uma pira na então capital, o Riode Janeiro, enquanto o estandarte nacional era hastea-do. A Carta promulgada naquele ano para dar sustenta-ção constitucional ao Estado Novo extinguiu a JustiçaFederal, cujas atribuições foram transferidas para osjuízes estaduais. Nos processos envolvendo a União, osrecursos eram julgados diretamente pelo Supremo Tri-bunal Federal (STF), a não ser nos casos criminais, queiam para os Tribunais de Apelação, como eram denomi-nados na época os Tribunais de Justiça dos Estados.

Como o STF ficou sobrecarregado com o volume exces-sivo de ações, a Constituição de 1946 criou o TribunalFederal de Recursos (TFR), instância intermediária parajulgar, em segundo grau, apelações de processos deinteresse federal. A corte, precursora dos TRFs, foi ins-talada no ano seguinte no Rio. Com a transferência dacapital, mudou sua sede para Brasília em 1960. Naprimeira instância, porém, a JF foi reinstalada só a partirda Lei 5.010/66 e da Constituição de 1967. Nos anos80, o TFR estava assoberbado de processos. Paradesafogá-lo e facilitar o acesso dos cidadãos, a Cartade 1988 descentralizou os serviços da instituição, subs-tituindo-a por cinco Tribunais Regionais Federais.

Nos primeiros tempos da fase inicial da Justiça Federal brasileira, criada em 1890, o JuízoFederal da Secção do Estado do Rio Grande do Sul funcionou na sede da Câmara Municipal dePorto Alegre, na Praça da Matriz, prédio idêntico ao vizinho Theatro São Pedro, com o qualformava um conjunto arquitetônico. O edifício da Câmara foi destruído por um incêndio em1949 e deu lugar ao Tribunal de Justiça do RS.



O TRF arquiva em seu acervo algumas ações que transcrevem emnanquim o momento histórico que vivia o Rio Grande do Sul logo após acriação da Justiça Federal. Já amarelados pelo transcorrer de mais deuma centena de anos, esses cadernos processuais, manuscritos comcaligrafia elaborada, transportam o leitor para o final do Século XIX, quandoos litígios foram aforados, retratando em batalhas jurídicas um tempo depeleja armada. Com estampilhas (selos da fazenda pública) de 10 a20.000 réis do “Thesouro Federal dos Estados Unidos do Brazil”, há doiscasos similares. Os irmãos Orozimbo Domingos Corrêa e José IgnácioCorrêa, donos de duas fazendas em Cruz Alta (RS), entraram com açãoem 1898 no Juízo Federal do RS contra a Fazenda Nacional, reivindicandoindenização pelo prejuízo de 404:180$000 (404 contos, 180 mil réis) quelhes teria sido causado por forças federais. Os estancieiros narraram que,em 17 de julho de 1892, irrompeu o movimento que restabeleceu Júlio deCastilhos como presidente do Estado (denominação do governador naépoca), apoiado pelo presidente da República, Floriano Peixoto. Com ainstabilidade política local que reinava desde o fim do Império, a disputa seacirrava entre “chimangos” (republicanos presidencialistas, a favor da dita-dura positivista de Castilhos), de lenços brancos, e “maragatos” (liberais eparlamentaristas, liderados por Gaspar Silveira Martins), de lenços verme-lhos. A tensão desencadeou a Revolução Federalista, a “Revolução daDegola”, que eclodiu em 1893 e foi um dos episódios mais sangrentos doRS. Em novembro de 1892, afirmaram os Corrêa, as tropas em suasterras arrebataram gado e cavalos, depredaram e saquearam casas egalpões e destruíram cercas. Conforme seu advogado, os irmãos “jamaisse envolveram nas lutas fratricidas de que foi theatro este Estado”.

Outro caso é o de Bartholomeu de Assis Brasil, irmão de JoaquimFrancisco de Assis Brasil, cuja derrota eleitoral para o governador Borgesde Medeiros, três décadas depois, seria considerada uma fraude, levandoà Revolução de 1923. Bartholomeu solicitou, em 1896, ressarcimento peloprejuízo de 72 contos e 420 mil réis nas suas fazendas em Alegrete (RS).Em maio de 1893, alegou, forças legais tomaram animais e estragaramalambrados. Nas sentenças, em 1897 e 1901, o juiz federal João Fran-cisco Poggi de Figueiredo negou o direito às indenizações. Considerou queas vistorias comprovaram danos, mas entendeu que os testemunhos nãoconfiguraram responsabilidade da União. Observou que, se houve abusos,seus autores ou mandantes agiram por conta própria, em um períodoanormal de agitação. Destacou que os fatos se passaram antes de 1894,quando teve início a intervenção oficial do governo central no RS.

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Se fazer justiça é considerado por muitos uma tarefadivina, buscar as decisões mais justas e razoáveis, den-tro das fronteiras da legalidade, é uma missão compar-tilhada por todos os magistrados do TRF com humilda-de, humanidade e empenho. Eles representam diversasfaces desse mesmo ideal, que se multiplica também portodos os servidores da instituição, os quais trabalhamdiariamente para dar apoio ao esforço empregado coma meta de alcançar os resultados mais favoráveis àsociedade e à consolidação da democracia no Brasil.

Ao longo deste capítulo, apresentaremos os rostos detodos os desembargadores federais que atuam ou jáatuaram no tribunal e as ampliações no quadro de

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magistrados, com as conseqüentes reestruturações eespecializações das turmas. Inicialmente chamados dejuízes, os integrantes do TRF 4ª Região tiveram suadenominação alterada – inclusive retroativamente – emagosto de 2001. A medida, aprovada pelo Plenário, teveo objetivo de proporcionar uma identificação mais diretado nome do cargo com a condição de membro de umacorte, tendo em vista que o termo “desembargador” jáera bastante conhecido da população quando se referiaaos membros dos Tribunais de Justiça dos Estados.Outra meta era uniformizar a esfera federal, uma vezque outros TRFs adotavam a nomenclatura.

Eli Goraieb: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Presidente no biênio 1989-1991. Aposentado em 1992. HervandilFagundes: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Vice-presidente e corregedor de maio de 1989 a abril de 1990.Aposentado em 1991. Falecido em 2004. José Carlos Cal Garcia: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Vice-presidente e corregedor de abril de 1990 a junho de 1991. Presidente no biênio 1991-1993. Aposentado em 1993.Falecido em 1998. Luiz Dória Furquim: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Vice-presidente e corregedor no biênio1991-1993. Aposentado em 1996. Gilson Langaro Dipp: Posse em 30/03/1989. Oriundo da OAB. Presidente no biênio1993-1995. Promovido ao STJ em 1998.

Presidente1989-1991

Presidente1991-1993

Presidente1993-1995

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No mesmo dia da instalação do TRF, em 30 de março de 1989, foram empossados os 14 primeiros magistradosque desempenhariam suas funções no novo tribunal. Desses pioneiros, nenhum está mais em atividade na corte.Ellen Gracie Northfleet foi nomeada ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), e Ari Pargendler, Gilson Dipp e TeoriZavascki, ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), enquanto os demais se aposentaram após uma vidadedicada à Justiça. Hervandil Fagundes e Cal Garcia deixaram exemplos e saudade, pois já não estão entre nós,assim como José Almada de Souza, que tomou posse em um momento posterior. Na composição inicial, estavamos seguintes desembargadores federais:

CCCCCOMPOSIÇÃOOMPOSIÇÃOOMPOSIÇÃOOMPOSIÇÃOOMPOSIÇÃO INICIALINICIALINICIALINICIALINICIAL

Silvio Dobrowolski: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Aposentado em 1992. José Morschbacher: Posse em30/03/1989. Juiz de carreira. Aposentado em 1991. Osvaldo Moacir Alvarez: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira.Vice-presidente no biênio 1993-1995 e corregedor de junho de 1993 a dezembro de 1994. Aposentado em 1995. PedroMáximo Paim Falcão: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Presidente no biênio 1995-1997. Aposentado em 1998.Ellen Gracie Northfleet: Posse em 30/03/1989. Oriunda do MPF. Vice-presidente no biênio 1995-1997. Presidente nobiênio 1997-1999. Promovida ao STF em 2000.

Presidente1995-1997

Presidente1997-1999

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OOOOOSSSSS PRIMEIROSPRIMEIROSPRIMEIROSPRIMEIROSPRIMEIROS PASSOSPASSOSPASSOSPASSOSPASSOS

A estrutura judiciária do TRF foi se adaptando e seaprimorando com o passar dos anos. No início, alémdos dois desembargadores que dirigiam a instituição, osoutros dividiam-se em três turmas, cada uma com qua-tro magistrados, para julgar os processos sem distinçãode assunto. Esses 12 também integravam as TurmasReunidas, órgão que realizava uma sessão por mês,assim como o Plenário, composto por todos os 14integrantes do tribunal.

Em agosto de 1991, tomou posse o desembargadorfederal Vladimir Passos de Freitas. Em 1992, assumi-ram o cargo Luiza Dias Cassales, José Fernando Jar-dim de Camargo e Ronaldo Luiz Ponzi. Em fevereiro de1994, foi a vez de Tania Terezinha Cardoso Escobar.Todos preencheram vagas abertas em decorrência deaposentadorias.

Ari Pargendler: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Diretor da Revista do TRF em 1995. Promovido ao STJ em 1995.Fábio Bittencourt da Rosa: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Diretor da Revista em 1993-1995. Corregedor dedezembro de 1994 a junho de 1997. Presidente no biênio 1999-2001. Aposentado em 2004. Manoel Lauro Volkmer deCastilho: Posse em 30/03/1989. Juiz de carreira. Diretor da Revista do TRF em 1991-1993. Corregedor no biênio 1997-1999.Vice-presidente no biênio 1999-2001. Aposentado em 2003. Teori Albino Zavascki: Posse em 30/03/1989. Oriundo daOAB. Diretor da Revista do TRF em 1989-1991. Vice-presidente no biênio 1997-1999. Presidente no biênio 2001-2003.Promovido ao STJ em abril de 2003. Vladimir Passos de Freitas: Posse em 30/08/1991. Juiz de carreira. Diretor da Revistado TRF em 1997-1999. Corregedor no biênio 1999-2001. Presidente desde junho de 2003.

Presidente1999-2001

Presidente2001-2003

Presidente2003-2005


IIIII D E A LD E A LD E A LD E A LD E A L

O número de processos julgados aumentava a cadaano, mas o volume de ações que ingressavam na corteera ainda maior e também crescia anualmente. Em1994, foram distribuídos quase 60 mil feitos, mais doque o dobro registrado em 1990. Para fazer frente àessa expansão vertiginosa da demanda, o quadro dotribunal foi ampliado para 23 magistrados em 9 dedezembro de 1994, quando tomaram posse NylsonPaim de Abreu, Silvia Maria Gonçalves Goraieb, VilsonDarós, José Almada de Souza, Marga Inge Barth Tessler,Amir José Finocchiaro Sarti, Maria Lúcia Luz Leiria, ÉlcioPinheiro de Castro e Virgínia Amaral da Cunha Scheibe.

O O O O O CRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTOCRESCIMENTO

Luiza Dias Cassales: Posse em 02/07/1992. Juíza de carreira. Diretora da Revista do TRF em 1995-1997. Aposentadaem 2002. José Fernando Jardim de Camargo: Posse em 12/08/1992. Juiz de carreira. Aposentado em 1999. RonaldoLuiz Ponzi: Posse em 23/09/1992. Juiz de carreira. Aposentado em 1996. Tania Terezinha Cardoso Escobar: Posseem 25/02/1994. Juíza de carreira. Aposentada em 2001. Nylson Paim de Abreu: Posse em 09/12/1994. Juiz decarreira. Vice-presidente de junho de 2001 a maio de 2003. Presidente de maio a junho de 2003.

A nova configuração permitiu que o cargo de correge-dor-geral, antes acumulado pelo vice-presidente, fosseexercido por outro integrante do TRF. Também foi possí-vel criar duas novas turmas e especializar todas asunidades. Assim, a 1ª e a 2ª Turmas formaram a 1ªSeção e passaram a julgar processos penais, tributáriose trabalhistas, enquanto a 3ª, a 4ª e a 5ª Turmas, da 2ªSeção, apreciavam temas administrativos e previdenciáriose os demais casos. As novas seções substituíram asTurmas Reunidas.

Presidentemaio-junho/2003

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Nove desembargadores tomaramposse em 9/12/1994, ampliando oquadro de magistrados do tribunalde 14 para 23 julgadores

Silvia Maria Gonçalves Goraieb: Posse em 09/12/1994. Juíza de carreira. Corregedora no biênio 2001-2003. VilsonDarós: Posse em 09/12/94. Juiz de carreira. Coordenador-geral dos JEFs de janeiro de 2002 a agosto de 2003. Vice-presidente de maio a junho de 2003. Corregedor desde junho de 2003. José Almada de Souza: Posse em 09/12/1994.Juiz de carreira. Aposentado em 1996. Falecido em 1999. Marga Inge Barth Tessler: Posse em 09/12/1994. Juíza decarreira. Diretora da Revista do TRF em 1999-2001 e da Emagis em 2001-2003. Vice-presidente desde junho de 2003.Amir José Finocchiaro Sarti: Posse em 09/12/1994. Oriundo do MPF. Aposentado em 2002.



A experiência implantada em 1994 demonstrou que aespecialização das turmas era um bom caminho paraacelerar os julgamentos e lhes dar fundamentação aindamais consistente, tendo em vista que o conhecimento decausa dos julgadores ganhava maior dimensão à medi-da que se restringiam os ramos do direito abrangidospela análise dos processos.

Em fevereiro de 1997, mesmo sem aumento no núme-ro de desembargadores, a criatividade possibilitou novareestruturação. Foi criada a 6ª Turma, que, assim comoa 5ª, compôs a nova 3ª Seção e passou a julgarapenas casos previdenciários, iniciativa inédita no país. Oobjetivo era tornar mais ágil o andamento dos proces-sos que envolvem o INSS, garantindo direitos a aposen-tados e pensionistas. Eram aproximadamente 22 mil

PPPPPREOCUPAÇÃOREOCUPAÇÃOREOCUPAÇÃOREOCUPAÇÃOREOCUPAÇÃO SOCIALSOCIALSOCIALSOCIALSOCIAL

ações previdenciárias, cerca de 40% de todos os feitosque tramitavam na corte, com média de dez autorescada uma, totalizando 220 mil interessados. A modifica-ção foi alcançada com a redução de quatro para trêsmagistrados por turma, com exceção da 3ª e da 4ª, queapreciavam maior número de matérias.

De 1996 a 1999, mais dez nomes passaram a figurarentre os componentes do TRF. Manoel Eugênio MarquesMunhoz, José Luiz Borges Germano da Silva, JoãoSurreaux Chagas, Carlos Antônio Rodrigues Sobrinho,Amaury Chaves de Athayde, Maria de Fátima FreitasLabarrère, Edgard Antonio Lippmann Júnior, ValdemarCapeletti, Luiz Carlos de Castro Lugon e Tadaaqui Hiroseforam empossados em substituição a desembargado-res aposentados ou promovidos ao STJ.

Maria Lúcia Luz Leiria: Posse em 09/12/1994. Juíza de carreira. Diretora da Emagis desde fevereiro de 2003. ÉlcioPinheiro de Castro: Posse em 09/12/1994. Juiz de carreira. Virgínia Amaral da Cunha Scheibe: Posse em09/12/1994. Juíza de carreira. Aposentada em 2002. Manoel Eugênio Marques Munhoz: Posse em 07/02/1996. Juizde carreira. Aposentado em 11/10/1996. José Luiz Borges Germano da Silva: Posse em 07/02/1996. Oriundo do MPF.

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Apesar dos bons resultados alcançados com as adapta-ções anteriores, a quantidade de casos que chegavampara julgamento continuava crescendo, chegando a 114mil ações distribuídas em 2000 – quatro vezes mais doque dez anos antes. Para enfrentar essa “avalanche” deprocessos, a Lei 9.967 de 2000 ampliou de 23 para27 o número de julgadores na instituição. Em 28 dejunho de 2001, cinco desembargadores tomaram pos-se. As quatro novas vagas foram preenchidas por Dir-ceu de Almeida Soares, Wellington Mendes de Almeida,Paulo Afonso Brum Vaz e Carlos Eduardo ThompsonFlores Lenz, enquanto Luiz Fernando Wowk Penteadosubstituiu Ellen Gracie Northfleet, nomeada para o Su-premo Tribunal Federal.

Com o aumento no quadro, o TRF alterou novamente

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sua estrutura judiciária e instalou a Corte Especial, quereúne os 15 magistrados mais antigos em sessõesmensais e herdou a maioria das atribuições ordináriasdo Plenário, composto por todos os integrantes do tribu-nal. Esse órgão, por sua vez, tem apenas sessõesextraordinárias desde então, dependendo de convocaçãoespecial. Além disso, foram criadas a 7ª e a 8ª Turmas.Os dois novos colegiados passaram a fazer parte darecém-formada 4ª Seção, especializada exclusivamenteem ações criminais. As oito turmas ficaram com trêsdesembargadores cada uma.

De dezembro de 2001 até fevereiro de 2004, outrosquatro desembargadores ocuparam vagas abertas nacorte: Antônio Albino Ramos de Oliveira, Néfi Cordeiro,Victor Luiz dos Santos Laus e João Batista Pinto Silveira.

João Surreaux Chagas: Posse em 14/06/1996. Juiz de carreira. Carlos Antônio Rodrigues Sobrinho: Posse em02/08/1996. Juiz de carreira. Aposentado em 1999. Amaury Chaves de Athayde: Posse em 05/02/1997. Juiz decarreira. Maria de Fátima Freitas Labarrère: Posse em 05/02/1997. Juíza de carreira. Edgard Antonio LippmannJúnior: Posse em 15/06/1998. Juiz de carreira.



Valdemar Capeletti: Posse em 08/06/1999. Oriundo da OAB. Luiz Carlos de Castro Lugon: Posse em 17/09/1999.Juiz de carreira. Tadaaqui Hirose: Posse em 08/11/1999. Juiz de carreira. Coordenador-geral dos JEFs desde agosto de2003. Dirceu de Almeida Soares: Posse em 28/06/2001. Juiz de carreira. Wellington Mendes de Almeida: Posseem 28/06/2001. Juiz de carreira.

Néfi Cordeiro: Posse em 13/05/2002. Juiz de carreira. Victor Luiz dos Santos Laus: Posseem 03/02/2003. Oriundo do MPF. João Batista Pinto Silveira: Posse em 06/02/2004. Oriundoda OAB. Celso Kipper: Nomeação para o TRF publicada em 15/03/2004. Juiz de carreira.

Paulo Afonso Brum Vaz: Posse em 28/06/2001. Juiz de carreira. Luiz Fernando WowkPenteado: Posse em 28/06/2001. Oriundo da OAB. Carlos Eduardo Thompson FloresLenz: Posse em 28/06/2001. Oriundo do MPF. Antônio Albino Ramos de Oliveira:Posse em 06/12/2001. Juiz de carreira.

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Os avanços obtidos pelo TRF da 4ª Região ao longo deseus 15 anos podem ser observados também nosprédios que abrigaram a instituição judiciária, pois elesrefletem as conquistas e as necessidades de cada mo-mento dessa pequena grande história. Se a alma quetransforma esses imóveis em verdadeiras casas dejustiça está na soma do empenho, da capacidade e damotivação de todos que trabalham dentro deles, aspróprias instalações físicas são o corpo que permite aefetivação dos serviços, para que as iniciativas se reali-zem e cheguem ao patamar de resultados.

A primeira sede do tribunal foi um edifício de proprieda-de da Fundação dos Funcionários da CRT (CompanhiaRiograndense de Telecomunicações), situado na Rua Wa-shington Luiz, 820, no Centro de Porto Alegre. Parte doimóvel foi locada pelo governo do Estado e cedida ànova instituição. Empresas e órgãos públicos que funcio-navam naqueles andares se transferiram para dar es-paço à corte. O tempo era curto entre o recebimentodas chaves, em dezembro de 1988, e a inauguração.Por isso, as obras de adaptação se estenderam até amadrugada do dia em que o TRF seria instalado no local.

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Com pouco mais de um ano de vida, em junho de1990, o tribunal transferiu sua sede para a RuaMostardeiro, nº 483. O edifício de nove andares selocaliza no bairro Moinhos de Vento, em frente ao par-que de mesmo nome. O imóvel oferecia melhores con-dições para abrigar a estrutura da instituição. Além dis-so, havia sido desapropriado e pertencia à União, en-quanto o da Washington Luiz era alugado.

No entanto, com o passar dos anos, o prédio – que nãohavia sido projetado para sediar uma corte – ficou pe-queno para a dimensão que o TRF foi assumindo a fimde fazer frente à grande procura por seus serviços.

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Antes instalado em um único ponto, o TRF precisou sedesdobrar em diversos imóveis para hospedar umaestrutura que se dilatava como resposta ao crescimentoconstante da demanda processual. A multiplicação deendereços teve início em 1994. As unidades administra-tivas foram realocadas para um prédio alugado na RuaRamiro Barcelos, no bairro Floresta, cedendo espaço anovos gabinetes e setores da área judiciária. A medidafoi necessária porque o quadro de magistrados seriaampliado de 14 para 23 julgadores no final daquele ano,a fim de enfrentar o aumento progressivo do volume deprocessos que chegavam para julgamento.

A sede administrativa foi inaugurada em outubro e fun-cionou naquele local durante dois anos e meio. Em maiode 1997, os setores da área passaram a atender emdois andares do novo Foro da Justiça Federal (JF) deprimeira instância no RS, que estava sendo inauguradoao lado de onde seria construída a futura sede do TRF,no bairro Praia de Belas.

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No entanto, ainda foi preciso dar seguimento à expan-são do tribunal, que se espalhou pelo mapa da capitalgaúcha. No final de 2002, a instituição estava divididaem sete endereços. Além da sede, na Rua Mostardeiro,e da parte administrativa, no Foro da JF, havia quatrounidades extensivas (duas no mesmo quarteirão do prédioprincipal, nas ruas Dona Laura e Florêncio Ygartua; umaalgumas quadras adiante, também na Mostardeiro; eoutra na Rua Miguel Couto, no bairro Menino Deus, emoutra região da cidade) e uma oficina de veículos (aindahoje situada na Rua Gaspar Martins, bairro Floresta).

Era gasta vultosa quantia entre aluguéis e taxas decondomínios, sem contar os custos operacionais comtransporte de servidores, processos e materiais. Os u-suários também eram prejudicados, precisando se des-locar de um lado para outro. A reunificação da corte emum só edifício era aguardada com ansiedade por quemse utilizava de seus serviços.

A partir da esquerda: sedes administrativas da Rua Ramiro Barcelos e do Foro da Seção Judiciária do RS e unidadesextensivas em alguns andares de edifícios nas ruas Florêncio Ygartua e Dona Laura e em prédios das ruasMostardeiro e Miguel Couto. Estrutura do TRF estava espalhada pela capital gaúcha.

A atual sede do TRF 4ª Região foi inau-gurada em 16 de dezembro de 2002,após quatro anos de obras. Era aconcretização de um sonho embalado econstruído por sucessivas administraçõesda corte, funcionários públicos e profis-sionais contratados: abrigar todos os ser-viços do tribunal em um único lugar. Oedifício apresenta traços modernos e foiprojetado especialmente para receber ainstituição e atender às necessidades demaior espaço neste novo século.

O prédio localiza-se na Rua Otávio Fran-cisco Caruso da Rocha, nº 300, no bair-ro Praia de Belas, em Porto Alegre, en-tre o Parque Maurício Sirotsky Sobrinhoe o edifício da Delegacia Regional daFazenda, no chamado Centro Adminis-trativo Federal. São dez pavimentos emduas torres, uma destinada aos serviçosjudiciários e a outra, às unidades admi-nistrativas. Ambas são interligadas emtrês andares por passarelas. A área to-tal construída é de 34.528,82 m², emum terreno de 9.984 m².

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O custo total do novo prédio foi de R$ 39,8 milhões. Com o empreendimento, conseguiu-se uma estrutura de altaqualidade por um valor adequado. Todo o processo foi acompanhado e aprovado pelo Tribunal de Contas da União(TCU). Um cálculo simples resulta na projeção de que a economia do que se gastava com aluguéis e condomíniospagará todo o gasto de construção da sede atual. Desse modo, a obra foi um investimento na qualidade doatendimento, facilitando a vida dos cidadãos ao concentrar em uma única área todos os serviços prestados, eracionalizou a gestão dos recursos públicos.

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Em busca da melhoria constante, o TRF 4ª Regiãoadotou sucessivas medidas administrativas para apri-morar os serviços prestados à população. Essa metapermanente resultou em inúmeros avanços para oscidadãos, tanto na área de inovações tecnológicas comoem facilidades decorrentes da reorganização do trabalho.Alguns exemplos dessas conquistas serão retratadosao longo deste capítulo.

Um dos aspectos básicos de qualquer melhoria institucionalé a percepção de que o sucesso do Judiciário dependedo esforço e do talento das pessoas que o compõem eatuam em seu nome. Por isso, a realização de concur-sos públicos foi fundamental para ampliar a qualidade ea quantidade dos quadros de magistrados e funcioná-rios da Justiça Federal de primeiro e segundo graus noSul. Hoje, são quase mil servidores e 207 estagiáriosno TRF, 27 desembargadores federais na corte e 268juízes federais no Rio Grande do Sul, em Santa Catarinae no Paraná, entre titulares e substitutos.

A escolha de julgadores, antes realizada em âmbitonacional pelo Tribunal Federal de Recursos, passou aser regionalizada a partir da instalação dos TRFs. Nessanova fase, o primeiro processo seletivo concluído noBrasil foi o da 4ª Região, em 1990. Desde então, jáforam promovidos pela corte dez concursos para provi-mento de vagas no cargo de juiz federal substituto(JFS). O nível de preparo exigido pode ser verificado pelo

fato de que, de um total aproximado de 32 mil inscritos,somente 289 candidatos foram aprovados, menos doque as 321 vagas disputadas na soma dos dez certa-mes. Neste ano de 2004, ocorrerá o 11º concurso paraJFS. As novidades são a prova de Direito Ambiental e oretorno da experiência de dois anos de prática forensecomo pré-requisito.

O tribunal também já realizou seis concursos para ser-vidores, alguns para preenchimento de vagas tambémna primeira instância. O de 1993 foi o mais procurado,com 49.177 inscritos. O primeiro, em 1989, foi o maisconcorrido, com 375 candidatos por vaga. Nos seisprocessos seletivos, um total de 174.978 pessoas seinscreveram, e 4.938 foram nomeadas após aprovação.Em 2004, um novo concurso oferece 314 vagas.

Atualmente, a administração da corte vem implementandotambém ações de incentivo funcional e aprimoramento,como concursos internos de redação e fotografia e oprojeto Dialogando para Promover a Cultura – o qualtraz personalidades para dividirem seus conhecimentoscom magistrados e servidores, em conversas seme-lhantes a programas televisivos de entrevistas. Nas trêsprimeiras edições, em novembro e dezembro de 2003e março de 2004, estiveram presentes o cardiologista eescritor Fernando Lucchese, o advogado criminalistaOswaldo de Lia Pires e a escritora Martha Medeiros.

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A Justiça Federal (JF) da Região Sul é considerada amais interiorizada do Brasil. O avanço para longe dascapitais teve início em 1987, quando foi implantada aVara Federal de Rio Grande (RS). No mesmo ano, foramcriadas unidades em outros municípios consideradospólos regionais, como Santa Maria, Passo Fundo e Uru-guaiana, no Rio Grande do Sul, Chapecó, Criciúma,Joaçaba e Joinville, em Santa Catarina, e Londrina e Fozdo Iguaçu, no Paraná. Em 1989, quando o TRF foiinstalado, essas dez representavam 26,3% das 38 va-ras da JF sulina. Hoje, as do Interior já são maioria,com 88 (62,4%) das 141 varas que estão espalhadaspor 37 cidades dos três estados.

A Lei 10.772/03 criou mais 183 varas federais noBrasil, das quais 36 deverão ser implantadas até 2005na Região Sul. Com base nessa legislação, já foraminauguradas, entre dezembro de 2003 e fevereiro de2004, novas unidades em Maringá (PR), Joinville (SC),

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Curitiba, Pelotas (RS) e Bento Gonçalves (RS). A CorteEspecial do TRF aprovou também a instalação de varasem Umuarama (PR), Santa Rosa (RS), Lages (SC) e SãoMiguel do Oeste (SC), o que deverá ocorrer até a meta-de deste ano. Muitas cidades interioranas reivindicamser sede de uma subseção judiciária da Justiça Federal.

O processo de interiorização aproxima a JF das comuni-dades e facilita o acesso da população e dos advogadosao Judiciário, evitando a necessidade de deslocamentoaté Porto Alegre, Florianópolis ou Curitiba para ajuizarprocessos contra a União ou os demais entes públicosfederais. Outros benefícios são o Sistema de ProtocoloUnificado, pelo qual é possível encaminhar petições auma vara federal do Sul registrando-a em qualquerfórum da JF na 4ª Região, e o Protocolo Descentraliza-do, que permite a todas as subseções das três seçõesjudiciárias de primeira instância receberem e enviaremrecursos destinados ao TRF.

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O surgimento dos juizados especiais federais (JEFs) foiuma das maiores conquistas registradas nos últimos 15anos no que se refere à democratização do acesso àJustiça e à agilização tanto das soluções dos casoscomo do cumprimento das sentenças. Representou umaverdadeira revolução judiciária, reduzindo o número deetapas processuais e simplificando-as, a fim de oferecerum serviço mais ágil. Os JEFs já se tornaram umaalternativa célere e eficaz. O tempo necessário para adecisão dos processos, que era de dois a três anos, emmédia, passou a ser de quatro a cinco meses sob onovo rito, com julgamento definitivo. Porém, o maioravanço, a autêntica revolução, é a rapidez no pagamentode dívidas decorrentes de decisões judiciais. Se a quita-ção não ocorrer em até 60 dias após o fim do prazopara recurso, o juiz pode ordenar o seqüestro do valordiretamente dos cofres públicos. Em 2002 e 2003,foram pagos R$ 405 milhões para 91.686 pessoasque obtiveram resultados favoráveis nos juizados espe-ciais. Antes, para receber, dependeriam de precatórios,um procedimento bem mais demorado.

Podem tramitar nos JEFs processos que envolvam até60 salários mínimos e sejam movidos por pessoasfísicas ou por pequenas e microempresas contra o INSS(por enquanto, os JEFs cíveis da 4ª Região só analisamcasos previdenciários). Não é obrigatório ter advogado, eos serviços são todos gratuitos. O juiz convoca umaaudiência, na qual se tenta um acordo. Não havendoconciliação, o julgamento muitas vezes é imediato. Sehouver recurso, seu exame será feito por uma TurmaRecursal, formada por juízes da própria primeira instân-cia, o que ajuda a desafogar os tribunais.

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Representação da Deusa da Justiçaem vitral da Faculdade de Direito daUFRGS, em Porto Alegre

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PPPPPIONEIRISMOIONEIRISMOIONEIRISMOIONEIRISMOIONEIRISMO

No âmbito da Justiça Federal (JF), um juizado especial foi instalado de forma pioneira e experimental, em setembrode 2000, na 3ª Vara Federal Previdenciária de Porto Alegre, por iniciativa do TRF. O projeto piloto foi um sucesso eserviu de parâmetro para a Lei 10.259, de 2001, que regulamentou a nova modalidade de julgamento em toda aJF. Por isso, a capital gaúcha foi escolhida para sediar a cerimônia de lançamento nacional dos juizados especiaisfederais (JEFs), em 14 de janeiro de 2002. Nesse primeiro momento, a região foi a única a inaugurar JEFs tambémno Interior.

AAAAAFIRMAÇÃOFIRMAÇÃOFIRMAÇÃOFIRMAÇÃOFIRMAÇÃO DADADADADA CIDADANIACIDADANIACIDADANIACIDADANIACIDADANIA

Nos dois anos desde a implantação até janeiro de 2004,os JEFs cíveis e criminais sulinos receberam 475.592processos e proferiram 310.019 sentenças, além depromover 7.910 acordos, enquanto 112.440 recursosforam interpostos nas Turmas Recursais. As 473.923ações contra o INSS distribuídas para os juizados espe-ciais representam 84,6% do total de casos previdenciáriosque deram entrada nas varas federais dos três estadosnesse período. Isso demonstra que os cidadãos aprova-ram a novidade e a consideraram a melhor opção,

observando vantagens como celeridade e informalidade.Além disso, a inovação tornou a Justiça mais acessível.O número de processos previdenciários distribuídos noRS, em SC e no PR saltou de 55.606 em 2001 para226.880 em 2002 e 306.512 em 2003. Ou seja, o queocorreu não foi uma simples migração de feitos do ritoordinário para a nova alternativa, mas a afirmação dacidadania com a procura do Judiciário por uma multidãoque antes não imaginava poder usufruir seus serviços.



A implantação dos juizados especiais federais (JEFs)não foi a única medida adotada para acelerar o cumpri-mento das decisões. Uma alteração legal em 2001instituiu a requisição de pequeno valor (RPV), instrumen-to que agiliza o pagamento a quem teve reconhecidopelo Judiciário o direito de ganhar até 60 salários míni-mos, mesmo que o processo não tenha tramitado emum JEF. Assim, na maioria dos casos, quem obtevevitória na Justiça e tem valores a receber do poderpúblico federal dentro dessa quantia pode ter acesso aodinheiro em um prazo de aproximadamente 60 dias acontar da chegada dos dados ao tribunal. Não há ne-cessidade de esperar pelo processamento dos precatórios,documentos que, em julho de cada ano, consolidam asdívidas decorrentes de ações judiciais que a administra-ção pública deverá quitar somente a partir do ano se-guinte. No ano passado, o tribunal pagou a cada mês,em média, um total de R$ 62,4 milhões a quase 30 milpessoas, por meio de 9,3 mil RPVs. Em todo o ano,foram transferidos R$ 748,9 milhões para 352 mil

PPPPPAGAMENTOAGAMENTOAGAMENTOAGAMENTOAGAMENTO ACELERADOACELERADOACELERADOACELERADOACELERADO

RRRRRÁPIDASÁPIDASÁPIDASÁPIDASÁPIDAS, , , , , PPPPPRÁTICASRÁTICASRÁTICASRÁTICASRÁTICAS EEEEE VVVVVALIOSASALIOSASALIOSASALIOSASALIOSAS

Valor pago no ano: R$ 748.907.966,49

Média mensal: R$ 62.408.997,20

Total anual de beneficiários: 352.011

Média mensal: 29.334,25 pessoas

Requisições pagas no ano: 112.413

Média mensal: 9.367,75 RPVs

RETRATO DAS RPVRETRATO DAS RPVRETRATO DAS RPVRETRATO DAS RPVRETRATO DAS RPVSSSSS EM 2003: EM 2003: EM 2003: EM 2003: EM 2003:

beneficiários.

Em 2003, o TRF inovou mais uma vez e implantou arequisição eletrônica de precatórios e RPVs. Com o novosistema, as varas federais encaminham por meio digitaltodos os dados necessários para o processamento,como valores, órgãos devedores e nome dos beneficiários.Para reduzir a possibilidade de erro, a tecnologia desegurança impede que haja interferência humana nes-sas informações. A digitalização das requisições repre-senta um grande avanço para o Judiciário por propor-cionar economia de tempo e de dinheiro nos procedi-mentos. Antes, as varas precisavam remeter os reque-rimentos em papel para a corte processá-los, o quegerava custo superior a R$ 70 mil ao ano em material,além de gasto com transporte, ocupação de pessoal edemora necessária ao deslocamento físico dos docu-mentos. Outra grande vantagem é a redução do impactoambiental, por eliminar o uso de papel em 92% doscasos.

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Além de segmentar as matérias julgadas por suas oitoturmas, o TRF promoveu também a especialização devaras federais de primeira instância, a fim de aumentarainda mais a qualidade e a velocidade das decisões. Asvaras criminais e de execuções fiscais são mais co-muns, mas a 4ª Região foi pioneira no Brasil ao criarvaras previdenciárias, a partir de 1993, em Porto Alegree depois em Curitiba. Não foi a única inovação. Tambémpela primeira vez no país, uma vara foi designada paraanalisar os processos envolvendo o Sistema Financeiroda Habitação (SFH), e outras três, para os casos delavagem de dinheiro.

A unidade especializada em ações habitacionais foi inau-gurada na capital paranaense em novembro de 2000. Acidade concentrava 5.629 ações ajuizadas por mutuá-rios do SFH, o maior número entre os três estadossulinos. Em junho de 2003, as capitais do Rio Grandedo Sul, de Santa Catarina e do Paraná ganharam varasfederais especializadas em crimes contra o SistemaFinanceiro Nacional e de lavagem ou ocultação de valo-res, bens e direitos. A de Porto Alegre foi a primeira

EEEEESPECIALIZAÇÃOSPECIALIZAÇÃOSPECIALIZAÇÃOSPECIALIZAÇÃOSPECIALIZAÇÃO DEDEDEDEDE VARASVARASVARASVARASVARAS

desse tipo instalada no território nacional. Devido à pe-culiaridade e à complexidade do assunto, a iniciativa foi aopção para coibir esses delitos. O Conselho da JustiçaFederal (CJF) havia determinado que os cinco TRFs dopaís implantassem varas desse tipo, e a 4ª Região foi aprimeira a concretizar a medida.

Uma pesquisa do Centro de Estudos Judiciários do CJFtinha demonstrado que um percentual insignificante dosdelitos dessa natureza chegava ao Judiciário. Diante dis-so, uma comissão foi criada em setembro de 2002para estudar a aplicação da Lei 9.613/98, que define ocrime de lavagem de dinheiro. Só havia uma condena-ção no Brasil – decretada no Paraná – já com trânsitoem julgado (sem que haja nenhum recurso possível)com base nessa nova lei, que ainda não vinha sendoaplicada efetivamente. A lavagem de dinheiro é conside-rada o braço financeiro do crime organizado, realimentandoo narcotráfico, os seqüestros, o contrabando de armas eos chamados crimes do colarinho-branco.



Nos primórdios da Justiça Federal, criada no alvorecerda República, em 1890, as petições dos advogados eas decisões dos juízes eram redigidas em caligrafiarebuscada, com bico-de-pena ou caneta-tinteiro e usodo mata-borrão. A quantidade de processos e a culturadaquela época permitiam esse lento modo de produçãodos julgados. Agora, os tempos são outros. Além de ovolume de ações ter se agigantado, a sociedade exigerespostas cada vez mais rápidas e eficientes das insti-tuições. O processo de informatização progressiva foium dos principais meios de que o TRF se valeu paraatender a essa reivindicação dos cidadãos. Um pedidode habeas corpus para um réu preso ainda pode serescrito com caneta esferográfica em um pedaço depapel e mesmo assim será analisado, por seu caráterde relevância e urgência. Mas isso é exceção. Hoje emdia, do protocolo ao arquivamento, todas as fases datramitação dependem de programas eletrônicos, que fa-cilitam a realização de tarefas e oferecem múltiplos be-nefícios a magistrados e servidores, no desempenho desuas funções, e aos jurisdicionados.

O tribunal foi instalado quando essa modificação tecnológicase encontrava em um estágio intermediário. Em vez demanuscritos e mata-borrões, reinavam a datilografia e ocorretor líquido. Em 1989, havia 233 máquinas de es-crever nos diversos setores. Em 2004, apenas 37 ain-da são utilizadas, e por simples preferência de algumaspessoas, não por necessidade. No final de 1989, o TRFnão tinha nenhum microcomputador, apenas seis im-pressoras e oito terminais de vídeo ligados a um equi-pamento de rede. Os aparelhos, hoje ultrapassados,eram usados para autuação, distribuição eletrônica eacompanhamento das movimentações dos processos.No final de 2003, o parque tecnológico da corte contavacom 1.020 computadores.

A A A A A INFORMATIZAÇÃOINFORMATIZAÇÃOINFORMATIZAÇÃOINFORMATIZAÇÃOINFORMATIZAÇÃO

NA ERA DA INFORMAÇÃONA ERA DA INFORMAÇÃONA ERA DA INFORMAÇÃONA ERA DA INFORMAÇÃONA ERA DA INFORMAÇÃOO Sistema de Acompanhamento Processual (Siapro)informatizado foi inaugurado em 1991. Em 1993, o TRFregulamentou o acesso ao seu banco de dados pormeio do Sistema Renpac, que ficaria disponível das 9hàs 18h. Os advogados interessados em verificar dessamaneira o andamento de ações na primeira e na se-gunda instâncias precisavam ter contrato específico coma Embratel e encaminhar requerimento com dadoscadastrais à administração do tribunal.

Em 1995, foi lançado o TRF-400, sistema disponível 24horas por dia, pelo qual os bacharéis de Direito quetivessem um computador com modem podiam locar daEmbratel uma caixa postal eletrônica para a qual seriamenviadas diariamente informações atualizadas sobre amovimentação de seus processos. Na mesma época,foram instalados terminais de auto-atendimento na sededa corte, que emitem extratos das fases de tramitação,reduzindo a formação de filas nos balcões das secreta-rias.

Em 1998, o tribunal da 4ª Região foi o primeiro TRF dopaís a implantar o novo Siapro, que utiliza um banco dedados relacional, operando melhor com redes internas eInternet. Posteriormente, a inovação permit iu adisponibilização, na homepage, do inteiro teor de acórdãosdigitalizados. Em 1999, a corte foi a primeira fora deBrasília a enviar decisões por meio eletrônico para aImprensa Nacional, acelerando a publicação.

DA CORTE PARA O MUNDODA CORTE PARA O MUNDODA CORTE PARA O MUNDODA CORTE PARA O MUNDODA CORTE PARA O MUNDOUm dos passos mais importantes nesse processo deinformatização foi a estréia do TRF na rede mundial decomputadores, em 1997, quando foi lançada a página dacorte na Internet. No início, quem entrava no endereço

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www.trf4.gov.br tinha acesso, basicamente, a informa-ções sobre a instituição. Em 1999, o site foi reformulado.De cara nova, oferecia mais informações e serviçosmelhores. A grande novidade era a consulta processualon-line, área que teve mais de 9 milhões de acessosapenas no ano passado, em uma média de 24,8 milpor dia. Os advogados também poderiam se cadastrarno sistema Push para receber, por e-mail, informaçõessobre cada movimento de suas ações no tribunal.

Em 2003, entrou no ar a versão atual da homepage,oferecendo novos serviços para os internautas, comtodas as principais áreas concentradas na abertura e os

links para navegar pela página permanecendo constan-tes no lado esquerdo do monitor. Além de todos osdados sobre o TRF, uma ferramenta importante é oarquivo para pesquisa, por data ou palavra-chave, dasnotícias veiculadas desde 2000. O espaço jornalístico éabastecido com novas matérias praticamente todos osdias úteis – foram 522 só no ano passado –, apresen-tando-se sempre atualizado a quem fizer uma visitavirtual de qualquer lugar do planeta. A busca por deter-minado termo também pode ser feita na jurisprudênciaou em todo o conteúdo do site. Trata-se de um bancode dados valioso para juízes, advogados, jornalistas, pro-fessores e estudantes.

Processo de informatização nos últimos 15 anos levou o tribunaldas máquinas de escrever à página da corte na rede mundial decomputadores, passando pelos terminais de auto-atendimento.



A Justiça Federal da Região Sul foi pioneira ao utilizar avideoconferência para realizar um julgamento de órgãocolegiado com os magistrados à distância. Em 4 deagosto de 2003, a Turma de Uniformização Regionaldos Juizados Especiais Federais (JEFs) reuniu-se vir-tualmente e julgou 19 casos sem que seus integrantesprecisassem se deslocar das cidades em que traba-lham: Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. Dois mesesantes, a Turma de Uniformização Nacional dos JEFshavia usado o sistema para ouvir a argumentação deadvogados que estavam em Santa Catarina e no Paraná,mas os juízes encontravam-se todos na sede do Con-selho da Justiça Federal, em Brasília.

RAPIDEZ, QUALIDADE E ECONOMIARAPIDEZ, QUALIDADE E ECONOMIARAPIDEZ, QUALIDADE E ECONOMIARAPIDEZ, QUALIDADE E ECONOMIARAPIDEZ, QUALIDADE E ECONOMIAAs três unidades de videoconferência instaladas nascapitais do Sul foram compradas pelo TRF 4ª Região.Os equipamentos podem servir também para reuniõesadministrativas, eventos e treinamento, evitando gastode tempo com o deslocamento das pessoas e poupan-do em passagens aéreas e diárias para cobrir despe-sas com hospedagem e alimentação. A aquisição aten-de a objetivos como agilização da tramitação processual,

JJJJJUSTIÇAUSTIÇAUSTIÇAUSTIÇAUSTIÇA ÀÀÀÀÀ DISTÂNCIADISTÂNCIADISTÂNCIADISTÂNCIADISTÂNCIA

qualificação dos serviços prestados aos cidadãos e eco-nomia de gastos futuros. Além da preservação de re-cursos públicos, há ainda redução de custo para advo-gados e procuradores, que não precisam se deslocarnesses casos.

O TRIBUNAL VAI À ACADEMIAO TRIBUNAL VAI À ACADEMIAO TRIBUNAL VAI À ACADEMIAO TRIBUNAL VAI À ACADEMIAO TRIBUNAL VAI À ACADEMIAA primeira vez em que um órgão do próprio TRF utilizoua videoconferência foi em outubro de 2003, quando a 4ªSeção da corte, especializada em matéria penal, realizouum julgamento na Universidade do Vale do Rio dosSinos (Unisinos), em São Leopoldo (RS). Dois advogadosrealizaram a defesa de seus clientes à distância, falandode Florianópolis e de Curitiba. O evento lotou o auditóriodo Centro de Ciências Jurídicas.

A iniciativa serviu para aproximar a corte da comunidadeacadêmica e para auxiliar no ensino dos alunos, permi-tindo que eles visualizassem como atua o tribunal. Osestudantes – que mais tarde poderão atuar na área daJustiça Federal, como advogados, servidores de nívelsuperior ou mesmo juízes – presenciaram não umasimulação, mas uma sessão real.

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Em outubro de 2003, a 4ª Seção do TRF, especializada em direito criminal, deslocou-seaté a Unisinos para realizar um julgamento, aproximando o tribunal da comunidadeacadêmica. Foi a primeira vez que a corte utilizou o sistema de videoconferência.

Sistema de videoconferência (foto à esquerda) foi usado em julgamento colegiado pela primeira vez no Brasil em agostode 2003, quando a Turma de Uniformização Regional dos Juizados Especiais Federais do Sul reuniu-se virtualmente (àdireita) para padronizar sua jurisprudência. Os juízes não precisaram sair de Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba.

Foto Unisinos



Os juizados especiais federais (JEFs), que já trouxeramgrande velocidade à tramitação de ações quando come-çaram a ser instalados, em janeiro de 2002, deverãoter sentenças ainda mais rápidas. O Processo Eletrônico(e-proc), que elimina o uso de papel e dispensa odeslocamento dos advogados ao Foro da Justiça Fede-ral (JF), foi implantado em quatro cidades da Região Sulem julho de 2003. A ação é inteiramente virtual, poistodos os atos processuais são realizados em meiodigital, desde a petição inicial até o arquivamento. Osistema está funcionando inicialmente como experiênciapiloto em Londrina (PR), Florianópolis, Blumenau (SC) eRio Grande (RS).

ECONOMIA SUPERA O CUSTOECONOMIA SUPERA O CUSTOECONOMIA SUPERA O CUSTOECONOMIA SUPERA O CUSTOECONOMIA SUPERA O CUSTOO Processo Eletrônico proporciona economia de tempoe dinheiro, além de benefícios ambientais devido à au-sência de papel. O programa foi elaborado por técnicosde informática do próprio Judiciário, a partir de softwaresgratuitos. O custo para a instalação do e-proc em cadajuizado é de R$ 70 mil para compra de equipamentos eacessórios. Tendo em vista a despesa com os proces-sos físicos (levando em conta somente o material, comocapa, grampo, etiquetas e papel), estima-se que, em umperíodo aproximado de um ano, o valor poupado pelatramitação virtual deverá pagar toda a quantia investida

PPPPPROCESSOROCESSOROCESSOROCESSOROCESSO SEMSEMSEMSEMSEM PAPELPAPELPAPELPAPELPAPEL

na instalação do sistema no JEF. Isso apenas em rela-ção ao orçamento do Judiciário, sem contar o dinheirogasto pelos advogados com xerox e deslocamento, porexemplo.

JULGAMENTO DIGITALJULGAMENTO DIGITALJULGAMENTO DIGITALJULGAMENTO DIGITALJULGAMENTO DIGITALO usuário pode acessar o e-proc na Internet, por meioda página da JF em seu respectivo estado: www.jfpr.gov.brno Paraná, www.jfsc.gov.br em Santa Catarina ewww.jfrs.gov.br no Rio Grande do Sul. O advogado sóprecisa comparecer pessoalmente à Justiça uma vez, afim de apresentar sua identificação profissional e obtersua senha. A partir de então, tudo pode ser feito digital-mente. De seu escritório ou de qualquer lugar do mun-do, ele entrega a petição pela rede e recebe um proto-colo eletrônico. As citações e intimações também lhesão remetidas por e-mail. A inviolabilidade é garantidapor uma dupla segurança. O acesso é controlado porcertificação digital. Assim, só movimenta o processo quemtem senha. Além disso, um ato processual não podeser alterado depois de lançado no sistema.

Justiça Federal Processo eletrônico Justiça Federal Processo eletrônico Justiça Federal

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O TRF 4ª Região sempre investiu no aprimoramento deseus serviços. Esse esforço ganhou apoio ainda maiorcom a implantação do Plano de Gestão pela Qualidade(PGQ) do tribunal, em 1997, e com a criação da Escolada Magistratura (Emagis), em 2001. Em 1999, a cortefoi escolhida pelo Programa Gaúcho da Qualidade eProdutividade para receber a medalha de bronze doPrêmio Qualidade RS, na modalidade Destaque em Li-derança e Compromisso, conquista inédita no âmbito daJustiça Federal em todo o Brasil. Em 2001, foi lançadono TRF o prêmio Destaque Institucional, um estímulo àsequipes que tenham contribuído para a melhoria doatendimento prestado, a divulgação de uma imagempositiva da Justiça Federal e a valorização das pessoas.Nas duas primeiras edições, 16 projetos foram premia-

EEEEEMMMMM BUSCABUSCABUSCABUSCABUSCA DADADADADA EXCELÊNCIAEXCELÊNCIAEXCELÊNCIAEXCELÊNCIAEXCELÊNCIA

dos. O tribunal também realizou pesquisas para verificaro contentamento dos usuários de seus serviços. O le-vantamento divulgado em maio de 2003 demonstrouque a satisfação cresceu para 93,8%.

A Emagis tem entre suas finalidades a formação intelec-tual e o aperfeiçoamento dos magistrados federais doSul, além de editar a Revista do TRF e prestar apoio àComissão Examinadora dos concursos públicos parajuiz federal substituto. Entre os eventos promovidos pelaEscola, estão seminários de orientação para juízes re-cém-empossados e palestras sobre diversos ramos doDireito. Em maio de 2003, a jornada “O Novo CódigoCivil e a Justiça Federal”, realizada na sede do tribunal,foi aberta com uma conferência do jurista Miguel Reale.Em 2004, a Escola deu início aos Cursos de CurrículoPermanente para magistrados. O primeiro módulo ésobre Direito Tributário. As aulas são ministradas emPorto Alegre, Florianópolis e Curitiba por desembargado-res federais e professores convidados.

Logomarca da Emagis (acima) etroféu do Prêmio Qualidade RS 1999(à direita), que o TRF 4ª Regiãoconquistou após implantar seuPlano de Gestão pela Qualidade.

E M A G I SEscola da Magistratura do

Tribunal Regional Federal da 4ª Região



Além de decisões judiciais para proteger o ambiente que será legado às futuras gerações, o TRF adota providênciasfora dos processos para evitar a degradação da natureza. Desde outubro de 2000, quando foi implantado oPrograma de Reciclagem de Materiais, 2.240 árvores foram poupadas devido ao reaproveitamento de papel, obtidocom a colaboração dos magistrados e servidores na separação dos objetos descartados. Também foram economi-zados, no mínimo, 10 milhões de litros de água e 240 megawatts-hora de energia elétrica que seriam gastos naprodução de papel em quantidade equivalente à que foi reciclada. A permuta de material reciclável já utilizado porprodutos que teriam de ser comprados, como papel higiênico e folhas de ofício, proporcionaram uma economia deR$ 34.866,70 à administração entre a metade de 2001 e o final de 2003. Em setembro do ano passado, aPresidência da corte determinou a adoção progressiva de papel não-clorado no tribunal, correspondendo, inicialmen-

te, a 20% do total de folhas adquiridas por meio de processos licitatórios. O objetivo é a preservaçãoambiental, já que o processo de fabricação de papel branqueado com cloro produz

dioxinas que integram o grupo dos poluentes orgânicos persistentes(POPs), substâncias altamente tóxicas que podem atingir a saúde

humana e os ecossistemas.

CCCCCUIDANDOUIDANDOUIDANDOUIDANDOUIDANDO DODODODODO PLANETAPLANETAPLANETAPLANETAPLANETA

Além de papéis, o tribunal se empenha também parareciclar processos, ou seja, abreviar o máximo possívelo tempo de tramitação dos feitos na corte para queoutros casos também possam ter logo um julgamen-to definitivo. Esse foi o objetivo do mutirão desenvol-vido entre 2000 e 2002, de modo inédito entre osTRFs, com juízes federais de primeira instância con-vocados para ajudar a reduzir os processos pen-dentes de apreciação no tribunal. Foram 22 ma-gistrados no primeiro ano, oito no segundo e dezno terceiro. Em regime de esforço concentrado,somente eles julgaram um total de 91.580 proces-sos no período em que a força-tarefa atuou. Onúmero de ações julgadas vinha crescendo ano a

ano, demonstrando que o trabalho de desembarga-dores e funcionários era de superação. Porém, a

quantidade de processos que chegavam aumentavamais ainda. O volume de processos distribuídos teveum acréscimo de 700% entre 1989 e 1999, en-quanto o quadro de julgadores do tribunal permane-cia o mesmo desde 1994, sendo ampliado de 23para 27 componentes apenas na metade de 2001.

EEEEESFORÇOSFORÇOSFORÇOSFORÇOSFORÇO CONCENTRADOCONCENTRADOCONCENTRADOCONCENTRADOCONCENTRADO

3 93 93 93 93 9

Uma iniciativa implementada no TRF durante uma se-mana, em novembro de 2003, aliviou a angústia dealguns cidadãos e serviu de esperança para muitasoutras pessoas envolvidas em conflitos jurídicos sobre osonho da vida de todo brasileiro: a casa própria. Pelaprimeira vez entre os tribunais do país, a corte do Sulpromoveu audiências de conciliação entre a Caixa Eco-nômica Federal (CEF) e mutuários para tentar solucionarcom maior rapidez ações judiciais sobre o Sistema Fi-nanceiro da Habitação (SFH). O projeto piloto alcançouum ótimo resultado, com acordos em 68,25% dos ca-sos. Dos 63 contratos habitacionais discutidos, 43 fo-ram readequados ou quitados depois de a CEF e osmoradores chegarem a um entendimento nos encon-tros. Assim, foram encerradas 62 ações judiciais quetramitavam no TRF discutindo o valor do saldo devedorou os índices de reajuste das prestações.

Devido ao sucesso do projeto, a Empresa Gestora de

PPPPPAZAZAZAZAZ EEEEE CASACASACASACASACASA PRÓPRIAPRÓPRIAPRÓPRIAPRÓPRIAPRÓPRIA

Ativos (Emgea) – responsável por 874.887 contratos definanciamento imobiliário antes geridos pela Caixa – si-nalizou que o modelo de conciliação poderá ser expandi-do para outros tribunais do país neste ano. Para essaetapa experimental, foram selecionadas cem ações, es-colhidas por se assemelharem a casos em que a tenta-tiva de conciliação foi bem sucedida em um programadesenvolvido no ano passado em Maringá (PR), de for-ma pioneira na primeira instância da Justiça Federal doBrasil.

No TRF, o objetivo é que a sistemática seja estendida,gradativamente, a todos os mais de 6 mil feitos sobre oSFH que tramitam na corte. Na abertura do ano judiciá-rio de 2004, em 3 de fevereiro, o Pleno do tribunalaprovou a realização de um novo mutirão de audiências.Neste primeiro semestre, outros mil processos habita-cionais deverão ser discutidos entre as partes, buscandopacificar a disputa judicial.

Audiências de conciliação para resolver processoshabitacionais foram promovidas na corte emnovembro de 2003. Experiência foi considerada umsucesso e poderá ser estendida a todo o país.

UUUUU MMMMM O L H A RO L H A RO L H A RO L H A RO L H A R

Além de seu objetivo primordial de promover justiça aojulgar processos, o TRF também lança, por meio deseus magistrados e servidores, um olhar solidário àquelaparcela da população cujas condições de vida sãomais frágeis. Cultivando a fraternidade, a instituiçãoprocura integrar essa dimensão mais humana às suasiniciativas ou mesmo promover ações em que a gene-rosidade é o foco principal. No final de 1998, umacampanha arrecadou donativos que foram entreguesao Albergue João Paulo II, à Casa do Menino Jesusde Praga e ao Instituto Espírita Dias da Cruz.

Em 30 de março de 2001, ao festejar 12 anos, o TRF

A partir da esquerda: trabalhadores terceirizados do tribunal têm aulas em cursosprofissionalizantes pelo projeto Auxílio ao Próximo; doações são entregues no

Albergue João Paulo II; e Hospital Espírita recebe artigos de higiene.

promoveu o Dia D, ou Dia do Descarte, dando inícioao seu programa de 5S, batizado de TRF Vida Legal.Servidores e desembargadores selecionaram e dis-pensaram 14 toneladas de materiais reutilizáveis quenão eram mais úteis às suas tarefas. Essa sobra foidoada a três entidades, que poderiam vendê-la paraobter recursos: Desafio Jovem, Moradia e Cidadania eAssociação Heróis da Fé.

Já os participantes da Semana da Qualidade doarammais de 200 quilos de roupas e produtos alimentíciosna edição de 2002, encaminhados ao Asilo de Mendi-cidade Padre Cacique, e cerca de 100 quilos de ali-

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S O L I D Á R I OS O L I D Á R I OS O L I D Á R I OS O L I D Á R I OS O L I D Á R I O

Servidores do TRF descarregam donativos no Instituto Espírita Dias da Cruz;alimentos são encaminhados para o programa Fome Zero; material é descartadono Dia D; e produtos chegam à Casa do Menino Jesus de Praga.

mentos em 2003, repassados à Caixa EconômicaFederal para distribuição pelo Fome Zero. Esse pro-grama também recebeu mais de 300 quilos de comi-da recolhidos na inscrição para o ciclo de palestras“Conhecendo a Justiça Federal”, em agosto do anopassado. Em setembro de 2003, foi entregue aoHospital Espírita de Porto Alegre (Hepa) o materialarrecadado na campanha de doações realizada peloGrupo Atividade, formado por magistrados e servido-res aposentados.

Em outubro de 2003, a administração da corteimplementou o projeto Auxílio ao Próximo, pelo qual

desembargadores e funcionários autorizaram o des-conto em folha do valor correspondente a um dia deseu salário para pagar matrículas de trabalhadoresterceirizados do tribunal, como vigilantes e faxineiros,em cursos profissionalizantes. O objetivo é lhes abrirnovos horizontes e ampliar seus rendimentos, redistri-buindo renda e oportunidades. Em fevereiro de 2004,30 alunos já haviam se formado, 19 cursavam asaulas e oito estavam matriculados para iniciar o apren-dizado em março. Os cursos mais freqüentados foramos de manicure, cabeleireiro, informática e atendentede nutrição. Esses são apenas alguns exemplos dasolidariedade exercida no tribunal.

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PEQUENA GRANDE PEQUENA GRANDEGRANDE … · Em seus 15 anos de história, inúmeras decisões judi-ciais do TRF 4ª Região tiveram repercussão nacional e até internacional, devido