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www.geomarcosmeioambiente.com.br Marcos Alves de Almeida 1 Pequeno Resumo de Física Quântica PREFÁCIO Este Pequeno Resumo de Física Quântica, inserido no meu livro Manual Técnico de Geobiologia, foi escrito com a intenção de transmitir às pessoas a necessidade de interagir diversos conhecimentos entre si de modo que uma parte complemente a outra e assim descobre-se a saída do labirinto. Todos os livros são fragmentados por muitos conhecimentos que se desdobram por si mesmos. Utilizamos o conhecimento desenvolvido por muitos autores e com eles conseguimos expressar as nossas próprias ideias sobre a realidade subjacente, não captável pelos cinco sentidos. No entanto, utilizamos esse conhecimento, escrito pelas pessoas especializadas em suas próprias áreas, de forma incompleta, pois frases que utilizamos para referendar as nossas próprias ideias, que esses autores estudaram profundamente em um determinado conhecimento, nos fazem pecar na fragmentação de suas ideias, pois utilizamos algumas frases isoladas de livros complexos e que o leitor, obrigatoriamente, ou melhor, se quiser entender de fato as ideias que ventilamos sobre esses autores, deve ler os livros citados em sua totalidade. Partimos da premissa que livros são incompletos, pois não é possível envolver assuntos complexos de forma escrita, pois são meios restritos de divulgar, de forma sintética, informações complexas que demoraram, muitas vezes, uma dezena de anos para se compreender mesmo uma simples observação, enigmática, da natureza que nos envolve. De certa forma este Pequeno Resumo não foi escrito inicialmente para divulgar um determinado conhecimento, pois é um capítulo do livro que acabou se autodescrevendo e a sua forma atual foi sendo desenvolvida de forma natural à medida que eu necessitei conhecer diversos conhecimentos complementares com o intuito de eu mesmo entender como o meu próprio trabalho funciona. Comecei a estudar física quântica, pois verifiquei que o meu trabalho e da mesma forma, muitos trabalhos semelhantes, funcionam à distância, de forma não local, acessando o mundo invisível através da utilização de, no meu caso e de muitos, a radiestesia como instrumento de medição. As mudanças que eu realizo à distância, através da planta do imóvel, se torna um enigma das interações entre o homem e a natureza que o envolve. Essa interação entre os seres vivos e inanimados, entre os próprios seres vivos entre si, obtendo resultados verificáveis e comprovados, mesmo que de forma indireta, nos traz à luz uma necessidade premente de mudança de paradigma de nossa forma de

Pequeno Resumo de Física Quântica FISICA QUANTI… · PEQUENO RESUMO DE FÍSICA QUÂNTICA, ... necessidade de percorrê-la. A vida é assim... Nada pode ser controlado, nada pode

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Pequeno Resumo de Física Quântica

PREFÁCIO

Este Pequeno Resumo de Física Quântica, inserido no meu livro

Manual Técnico de Geobiologia, foi escrito com a intenção de transmitir às pessoas a necessidade de interagir diversos

conhecimentos entre si de modo que uma parte complemente a outra e assim descobre-se a saída do labirinto. Todos os livros são

fragmentados por muitos conhecimentos que se desdobram por si mesmos. Utilizamos o conhecimento desenvolvido por muitos autores

e com eles conseguimos expressar as nossas próprias ideias sobre a realidade subjacente, não captável pelos cinco sentidos. No entanto,

utilizamos esse conhecimento, escrito pelas pessoas especializadas em suas próprias áreas, de forma incompleta, pois frases que

utilizamos para referendar as nossas próprias ideias, que esses autores estudaram profundamente em um determinado

conhecimento, nos fazem pecar na fragmentação de suas ideias, pois utilizamos algumas frases isoladas de livros complexos e que o leitor,

obrigatoriamente, ou melhor, se quiser entender de fato as ideias que

ventilamos sobre esses autores, deve ler os livros citados em sua totalidade. Partimos da premissa que livros são incompletos, pois não

é possível envolver assuntos complexos de forma escrita, pois são meios restritos de divulgar, de forma sintética, informações

complexas que demoraram, muitas vezes, uma dezena de anos para se compreender mesmo uma simples observação, enigmática, da

natureza que nos envolve.

De certa forma este Pequeno Resumo não foi escrito inicialmente

para divulgar um determinado conhecimento, pois é um capítulo do livro que acabou se autodescrevendo e a sua forma atual foi sendo

desenvolvida de forma natural à medida que eu necessitei conhecer diversos conhecimentos complementares com o intuito de eu mesmo

entender como o meu próprio trabalho funciona.

Comecei a estudar física quântica, pois verifiquei que o meu trabalho

e da mesma forma, muitos trabalhos semelhantes, funcionam à

distância, de forma não local, acessando o mundo invisível através da utilização de, no meu caso e de muitos, a radiestesia como

instrumento de medição.

As mudanças que eu realizo à distância, através da planta do imóvel,

se torna um enigma das interações entre o homem e a natureza que o envolve. Essa interação entre os seres vivos e inanimados, entre os

próprios seres vivos entre si, obtendo resultados verificáveis e comprovados, mesmo que de forma indireta, nos traz à luz uma

necessidade premente de mudança de paradigma de nossa forma de

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pensar. É o caminho que começam a trilhar muitos físicos quânticos, que ao estudar o mundo atômico necessitam entender os reflexos

desse mundo microvibratório no mundo macro, do nosso dia a dia.

Verifiquei que é utilizado de forma muito superficial a palavra

quântica, pois alguém quando não compreende o que está fazendo, chama-a de quântica, sem sequer saber nada da própria física

quântica. É comum falarem em geobiologia quântica, outros, de radiestesia quântica, até comida quântica vemos no mercado, e

registram como um assunto único. A utilização de nomes de efeito não traduz, de fato, que o produto contenha as informações cifradas

no nome do próprio produto vendido. Não sistematizam a venda de

seus produtos com comprovações realmente confiáveis que justificam a propaganda. Mas, se as pessoas não exigem uma explicação

concreta do que compram, então, nada se pode fazer.

Este texto, que se encontra no Manual, foi escrito inteiramente

baseado em observações da realidade subjacente, invisível, utilizando, unicamente como instrumento de medição a radiestesia;

portanto, não têm comprovações diretas com instrumentos de medição fabricados pelo homem, pois esses instrumentos são de

caráter absoluto e dão resultados únicos sobre determinada medição, restritos unicamente ao que estão medindo, enquanto que a medição

radiestésica é de caráter indireto, pois nós é que somos o instrumento de medição e como somos seres complexos precisamos

utilizar de rigorosos métodos de observação sistemática sobre o mundo invisível, que percebemos e captamos com o nosso próprio

corpo, bem como, com a nossa própria mente. Captamos anomalias

muito débeis que os aparelhos, ainda, não conseguem captar.

Também escrevi um assunto crucial sobre a nossa forma comum de

captar os fenômenos naturais e a forma de medição sistemática que nos faz perceber essa natureza complexa de forma mais precisa

utilizando métodos adequados a cada observação, pois não se pode utilizar, sempre, o mesmo raciocínio, a mesma forma comumente

utilizada no dia a dia para assuntos complexos observados na natureza.

Abraços Marcos

PEQUENO RESUMO DE FÍSICA QUÂNTICA, COMO ESTUDO E ENTENDIMENTO DA NOSSA MENTE HOLOGRÁFICA QUÂNTICA, POIS

A RADIESTESIA É UMA FORMA DE PERCEBERMOS UMA REALIDADE SUBJACENTE, INVISÍVEL E QUE ACESSAMOS INFORMAÇÕES

CIFRADAS, DESDE QUE TENHAMOS O CONHECIMENTO DESSA

REALIDADE QUE ESTAMOS PESQUISANDO OU ESTUDANDO.

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A MENTE HOLOGRÁFICA QUÂNTICA ATUA EM UMA QUARTA E QUINTA DIMENSÕES, SE LIBERTANDO DAS AMARRAS DA TERCEIRA

DIMENSÃO.

ESTA ÚLTIMA, NÃO PASSA DE UMA PROJEÇÃO HOLOGRÁFICA DE

UMA REALIDADE VERDADEIRA DE UMA DIMENSÃO SUPERIOR, POIS SOMOS SERES QUADRIDIMENSIONAIS E VIVEMOS PRESOS À

TERCEIRA.

PARA NOS LIBERTARMOS DESSA PROJEÇÃO HOLOGRÁFICA, QUE EU

DENOMINO ESPAÇOLÂNDIA, QUE É A RAZÃO DE NOSSA EXISTÊNCIA TEMPORAL-ESPACIAL TRIDIMENSIONAL, MAS, NO ENTANTO, A

NOSSA REALIDADE VERDADEIRA É QUE SOMOS SERES DA QUARTA-

TEMPO-ESPAÇOLÂNDIA. TRECHO DO LIVRO: MANUAL TÉCNICO DE GEOBIOLOGIA (ainda no prelo).

Geólogo, Radionicista, Radiestesista e Geômetra Marcos Alves de Almeida.

RADIESTESIA TRANSCENDENTAL OU RADIESTESIA QUÂNTICA:

UMA NOVA SEMIÓTICA ou NÃO É NADA DISSO, MUITO PELO CONTRÁRIO.

Referência: A física quântica aplicada à radiestesia ou a radiestesia aplicada à física quântica, ou, muito pelo contrário,

não é uma coisa nem outra.

Escrever um livro sobre radiestesia transcendental demanda coragem, pois trilhamos um espaço delicado e com passagem estreita

para um novo mundo, onde os conceitos aplicados não são

conhecidos pelas pessoas e pela ciência atual.

À primeira vista, esse termo transcendental sugere algo esotérico,

mas na verdade é um termo utilizado na física quântica, onde começamos a trilhar.

Antes de iniciarmos essa trajetória devemos definir os conceitos fundamentais que nortearam os primeiros passos rumo ao

desconhecido.

Algumas definições de Amit Goswami, físico quântico - “O universo

autoconsciente - Como a consciência cria o mundo material” e bibliografia complementar.

Visão quântica. Mundo microvibratório. Não visível ou compreensível por nós. Este capítulo é fundamentalmente baseado em Amit

Goswami, físico quântico e filósofo da física quântica (“O Universo autoconsciente” e “Janela Visionária”).

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Mecânica Quântica: Teoria da Física baseada na ideia do quantum (uma quantidade distinta de energia) e nos saltos quânticos (uma

transição descontínua – descoberta inicialmente em conexão com objetos atômicos).

Domínio transcendental: Pertinente a um reino da realidade que se situa paradoxalmente dentro e fora do espaço-tempo físico. Segundo

o modelo proposto, o reino transcendente deve ser interpretado como não local – ele pode influenciar eventos no espaço-tempo, ao tornar

possíveis conexões sem comunicação, pelos sinais, através do espaço-tempo.

Experiência transcendental: Experiência direta da consciência

além do ego.

Mente Quântica: Estados mentais que surgem do mecanismo

quântico do cérebro-mente. E mente: a organização e funções do cérebro no macronível, incluindo a macroestrutura quântica ainda não

mapeada, responsável pelas características não locais da mente.

Não localidade: Uma influência ou comunicação instantânea, sem

qualquer troca de sinais através do espaço-tempo; uma totalidade intacta ou não-separabilidade que transcende o espaço-tempo.

Potentia: O domínio transcendente das ondas de probabilidade da física quântica.

Self: O sujeito da consciência.

Self quântico: A modalidade do sujeito primário do self, além do

ego, do qual reside a autêntica liberdade, a criatividade e a não localidade da experiência humana.

Objetividade fraca: A ideia de que os objetos não são

independentes do observador, mas que eles devem ser os mesmos, pouco importando quem seja o observador. A objetividade defendida

pela mecânica quântica é a objetividade fraca.

Visão clássica, baseada na física newtoniana, conhecida por nós.

Observável no mundo macro vibratório. O nosso mundo cotidiano.

Mecânica Clássica: Sistema de física baseada nas leis do

movimento de Isaac Newton. Atualmente, ela permanece apenas aproximadamente válida para a maioria dos macrobjetos como um

caso especial da mecânica quântica.

Dualismo: Ideia de que a mente (incluindo consciência) e o cérebro

pertencem a dois reinos separados da realidade. Esta filosofia, contudo, não consegue explicar como os dois reinos interagem, sem

negar a lei da conservação da energia, que se mantém neste mundo. Lei da conservação de energia: A ideia, confirmada em todos os

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experimentos científicos até agora realizados, de que a energia do universo material permanece como uma constante.

Self clássico: Termo usado para denotar a modalidade condicionada do self, o ego.

Determinismo causal: Filosofia segundo a qual o mundo é causal e inteiramente determinado pelas leis do movimento e condições

iniciais, formuladas por Newton (as posições e velocidades iniciais de objetos do universo espaço-tempo).

Localidade: Ideia de que todas as interações ou comunicações entre objetos ocorrem através de campos ou sinais que se propagam

através do espaço-tempo, obedecendo ao limite da velocidade da luz.

Monismo materialista: Filosofia que postula que mente e cérebro pertence à mesma realidade.

Realismo materialista: Uma filosofia que sustenta que só há uma realidade material, que todas as coisas são feitas de matéria (e seus

correlatos, energia e campos) e que a consciência é um epifenômeno da matéria.

Epifenômeno: Um fenômeno secundário: algo que existe contingente à existência anterior de alguma outra coisa.

Epifenomenalismo: a ideia de que os fenômenos mentais e a consciência em si são fenômenos secundários da matéria e redutíveis

a interações materiais de alguma subestrutura.

Objetividade forte: Uma teoria ou declaração sobre a realidade que

não faz referência qualquer a sujeitos ou ao envolvimento do observador. A ideia de que objetos separados existem

independentemente do observador, um dos postulados da filosofia do

realismo (Amit Goswami).

Paramos um pouco por aqui. Vocês estão vendo o começo da

linguagem da física quântica. Comparem com as palavras ditas acima sobre a radiestesia.

A atuação no mundo do espaço-tempo, no mundo cartesiano-newtoniano-maxwelliano-einsteiniano, no mundo da mecânica

clássica, até a velocidade da luz, ou seja, no mundo local, determinado, atuante no macrocosmo, no mundo em que vivemos no

mundo da nossa mente-cérebro, do monismo materialista.

Enquanto que o mundo não local é o mundo transcendente, além do

mundo local, o mundo da nossa mente quântica, o mundo quântico, o mundo microvibratório, o mundo invisível, não perceptível pelos

cincos sentidos.

Chegamos até aqui! Ótimo! Leiam e não tentem entender.

Daqui para frente entramos no mundo ininteligível, o mundo

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da física quântica, o mundo da percepção, o mundo microvibratório.

Se vocês conseguiram entender alguma coisa, então vocês estão assistindo uma novela do mundo clássico.

Não podemos utilizar uma forma de pensamento clássico para entender um mundo não-clássico.

É a mesma coisa que um plano tentar entender de espaço. Lembram!

É a mesma coisa tentar entender o “inconsciente coletivo” de Jung ou

o “orgônio” de Reich. Ou ler, na íntegra, “As mil e uma noites”. Você ficará intrigado, horrorizado, emocionado, com raiva, com medo,

chocado, alegre, em cada uma das noites, dia após dia, contados por

Sherazade ao príncipe, para que ele não sacrifique as moças, após um relacionamento amoroso, por vingança, por sua esposa tê-lo

traído com os escravos.

Não compreenderão nada, as histórias são concatenadas para abrir

as mentes, não são controláveis, parecem puras fantasias, de mentes infantis: Simbad, o marujo! Ali Baba e os quarenta ladrões! As mais

conhecidas. Mas é um livro (livros) que nos alimenta, ficamos satisfeitos, o nosso ser interior fica nutrido, a nossa alma se regozija.

É uma necessidade humana de viver sensações sem tentar compreendê-las e sem tentar dominá-las.

Vamos percorrer uma estrada que não tem começo nem fim, não sabemos nada, não temos controle de nada, mesmo assim sentimos

necessidade de percorrê-la. A vida é assim... Nada pode ser controlado, nada pode ser monótono.

Falar em radiestesia ou outro nome, como radiestesia técnica,

pouco esclarece, pois não há diferença entre um e o outro.

Cada radiestesista tem sua técnica e todas funcionam bem,

como os vários métodos utilizados por cada um. No entanto, não é exata, passível de erros na interpretação das reações

radiestésicas, pela dificuldade de se conhecer a natureza das coisas.

Cada interpretação de um radiestesista, sobre as suas sensibilidades radiestésicas, é baseada em sua visão de

mundo, que muitas vezes, não correspondem à realidade objetiva. Não invalidando, por isso os seus resultados

positivos e quando não acertam não significa que são esotéricos ou que não passam de sensitivos enganadores e

que a radiestesia é pura fantasia.

Vejam a física quântica e vejam se os físicos, no começo,

acreditaram nela. Não julguem pela aparência das coisas. Nem

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toda ciência, em um primeiro momento, pode ser matematizada, para ser julgada como ciência. Ledo engano.

Vejam a medicina! Só agora, alguns adeptos aceitam a acupuntura! E a Homeopatia? É aceita por todos? Não! E a

medicina ortomolecular, também é aceita por todos? Não! Muitos julgam que não é uma ciência com comprovações

exatas? Alegam: é o efeito placebo!

Com a experiência de muitos profissionais da área da radiestesia

criam-se métodos eficazes e funcionais. Cada livro escrito por um autor tem excelentes métodos aplicados na geobiologia, muito antes

de ser utilizado esse nome.

Um exemplo de radiestesia técnica aplicada à geobiologia encontra-se no fabuloso livro, publicado em 1935, do Eng. Alfredo Ernesto

Becker: “Radiações maléficas do subsolo – o milagre da forquilha – A nova orientação prophylactica da architectura”,

que já citava a geobiologia.

Outro exemplo, já citado anteriormente, de radiestesia técnica, a

mais eficaz até hoje já publicada, a meu ver, encontra-se nos livros dos pesquisadores Chaumery e Belizal, que desenvolveram, a partir

da década de 30, a radiestesia de Ondas de Forma. O seu discípulo Jean De La Foye ampliou esses conhecimentos que, em parceria com

Bardet, criou a radiestesia “cabalística” aplicada às Ondas de Forma. Detalhes históricos da evolução da radiestesia podem ser encontrados

no livro “Radiestesia Clássica e Cabalística”, de António Rodrigues, no qual eu participo.

Esses autores citados, entre outros, os mais antigos e os mais atuais,

revolucionaram os conceitos de radiestesia, descobrindo como a natureza microvibratória atua no macrocosmo, como no microcosmo.

Introduziram, sem sombra de dúvidas, uma nova semiótica e nova linguagem para a radiestesia. Houve um avanço, sem precedentes.

Assim, denominamos de radiestesia transcendental para caracterizar um estudo fundamentado em uma nova metodologia e numa nova

semiótica. Devemos avançar sempre!

Os primeiros passos para trabalharmos com a radiestesia

transcendental é a mudança de linguagem, um novo paradigma; não estamos criando algo novo, estamos tentando olhar a natureza com

novos olhos, com uma nova visão. Deus criou a natureza, cabe a nós decifrá-la...

Lembramos que a radiestesia atua à distância, não local.

1 Um pouco de fundamentação teórica

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A ideia inicial de se utilizar uma nova linguagem para a radiestesia se fundamenta na tentativa de torná-la uma nova ciência, aceita no

meio científico atual.

Utilizamos o cérebro e nosso organismo multidimensional como

instrumentos sensíveis para captar ondas microvibratórias tênues e débeis, que nenhum instrumento fabricado pelo homem consegue

acessar, ainda.

De fato, o homem tenta se aproximar dessa percepção apurada, com

instrumentos sensíveis, como por exemplo, a geofísica aplicada na prospecção de água subterrânea, através dos métodos de

resistividade e potencial espontâneo.

Esses instrumentos captam ondas eletromagnéticas débeis, desenvolvidas pela movimentação possível de água subterrânea

através de fraturas, nas rochas cristalinas.

A água é um dipolo neutro, mas em contato com os sais minerais das

rochas atua como um emissor de ondas eletromagnéticas débeis, assim os aparelhos conseguem captar essas ondas e sugerir a

presença de água.

Apesar de que, na verdade, esses instrumentos captam uma

diminuição da resistividade elétrica da rocha e em consequência, um aumento da intensidade de corrente e proporcionalmente um

aumento da diferença de potencial, pois em um local com fraturas, a resistividade diminui. Em uma rocha maciça, sem fraturas, a

resistividade é maior, logo, conclui-se que não há água. A observação é indireta, pois não se é capaz de se ter certeza à grande

profundidade.

No entanto esses instrumentos sofrem os efeitos do meio: se tiver fios de alta tensão nas ruas o aparelho sofre as influências, dando

resultados errôneos, assim por diante. Não existe instrumento, até hoje na Terra, capaz de dar certeza de seus resultados.

Os radiestesistas, igualmente, captam essas ondas eletromagnéticas, também não captam água propriamente dita, mas a radiestesia é

incomensuravelmente superior a qualquer método indireto, pois não sofremos influências do meio externo.

Podem-se captar anomalias microvibratórias de fraturas contendo água subterrânea, à grande profundidade ou não, independente de

estarmos ao lado de uma linha de alta tensão ou de cabos de alta tensão enterrados no local ou de água de subsuperfície.

Nós somos um instrumento de alta precisão, pois o nosso organismo e nossa mente não sofrem influências do meio ambiente, desde é

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claro, utilizarmos métodos para a observação específica ao objeto da pesquisa.

Se quisermos captar a alta tensão, nos dirigimos a ela, se não quisermos, ela não irá interferir, não somos máquinas absolutas e

sim relativas, somos quânticos e não mecânicos.

Os aparelhos criados pelos homens dão números que são absolutos.

Capta tudo o que está em volta. Por isso a geofísica não funciona, pelo que eu conheço, em lugares com muitos campos elétricos e

magnéticos. Os aparelhos não distinguem uns dos outros. Dão a média existente, dão números absolutos.

Esses aparelhos não são transcendentais, são locais, não selecionam

o alvo. Se tiver um cano enferrujado, como já citei, o instrumento vai captar como uma anomalia magnética, e podem achar que tem água

no local. Ledo engano. Como vocês viram no livro de Mariano Bueno.

Enquanto que a nossa mente, através da radiestesia como

instrumento, transcende os objetos e consegue, seletivamente, encontrar água a 300, 400 metros de profundidade,

independentemente do que tiver acima, que não interferem em uma máquina quântica, não local.

Nenhum cientista atual, determinista, mecanicista, newtoniano-cartesiano, aceita como ciência esse tipo de captação de energias

microvibratórias, à distância, não local.

Não aceitam que somos um instrumento de percepção apurado, que

não sofrem as influências do meio, pois dirigimos a nossa percepção ao objeto estudado.

Como diria a física quântica: o observador interage com o objeto

observado.

Consideram que não existe um aparelho, que somos nós mesmos,

capaz de realizar tal proeza. Por isso, eles consideram loucura, algo assim, apelam, denominando como esotérico e aleatório tal

procedimento, nada “científico”!

Dizem: como um simples papel do local ou uma fotografia aérea

permite captar estruturas tectônicas, armazenadoras de água subterrânea? Acham impossíveis. Sim, a radiestesia atua,

exatamente, à distância, através de fotografias aéreas dos locais, mapas e plantas topográficas. Pois, supostamente, fica gravada, nas

fotos, “atomicamente” a informação contida no local. Acreditem se quiserem!

Na verdade, não é um simples papel, mas é a imagem do local e está gravada na foto a informação do local. E a radiestesia, que é

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“quântica”, não local, capta, à distância, as informações utilizando métodos adequados.

Perguntam se a radiestesia é exata? Não! Ela tem as mesmas limitações do que qualquer ciência aplicada na Terra.

Há possibilidade de erro? Sim, pode-se errar, igualmente, aplicando a radiestesia.

Loucura! Alegam. E quando encontramos água dizem que foi coincidência, casual, ou, no meu caso, que sou bom geólogo

(obrigado!) por isso que acerto e que uso as varinhas para disfarçar e enganar as pessoas. Não adianta insistir, tentando explicar a eles ou

convencê-los.

Perda de tempo. Mesmo que se prove não vão aceitar, pois é uma influência de quatrocentos anos sobre as nossas cabeças, do

mecanicismo newtoniano-cartesiano. Ave!!!

Antes de iniciarmos essa viagem da evolução da física, a partir de

Descartes, filósofo e matemático francês, que em 1637 iniciou uma nova evolução no conhecimento humano.

Mas, hoje, após 370 anos, o conhecimento evoluiu de forma inusitada, com o avanço da tecnologia em todas as direções, no

entanto graças ao que aconteceu em 1900 a 1930, com o advento da física quântica.

Esses novos conhecimentos permitiram ao homem acesso ao mundo microcosmo, bem como graças à Teoria da Relatividade o homem

acessou o macrocosmo.

Esses avanços da física teórica e prática permitiram o entendimento,

cada vez mais profundo da química e da biologia, e assim também o

nosso pensamento filosófico foi se amoldando e tendo que se adaptar a essa revolução do conhecimento.

Não conseguimos acompanhar todo esse progresso, não conseguiremos abarcar todo o conhecimento humano, mas nos

beneficiamos com a aplicação prática desse conhecimento tornando a vida do homem mais saudável, confortável, prolongando a nossa

existência, com esse processo permanente que nos envolve.

As mudanças ocorrem no mundo micro e no macro, onde as leis que

regem esses mundos começaram a ser entendidas de forma abrangente com a evolução dos nossos conhecimentos de física

quântica e relatividade.

Entendam, para se viver normalmente, no dia a dia, não

necessitamos, sequer, meditar sobre todo esse conhecimento, nós nos beneficiamos ao utilizar essa tecnologia para tornar a

nossa vida mais amena e agradável.

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Como já citamos, para vivermos na Terra, o dia a dia, a aplicação da física clássica é suficiente. Mas, entenda, existe um mundo não

perceptível pelos nossos cinco sentidos, mas que orientam profundamente a nossa existência.

O capítulo a seguir não tem a intenção de que o leitor entenda sobre física, pois seria impossível, bem como de química ou biologia e de

engenharias, de medicinas, é impossível, mas graças a esses conhecimentos vivemos do modo atual, apesar do homem, de nós

mesmos.

No entanto, estamos sendo influenciados por tudo que nos rodeiam, e

na maioria das vezes nos sentimos perdidos e pensamos que nós é

que não estudamos e parece que o mundo ao nosso redor é ininteligível e nos sentimos insatisfeitos por isso.

Tentamos viver da melhor forma possível, e devido a toda essa pressão da vida cotidiana, que para nos defendermos nos fechamos

nas nossas próprias crenças e nos fechamos de alguma forma em uma redoma, para não sermos aniquilados por tudo o que é

incompreensível ao nosso redor.

Não há diferença alguma entre um físico quântico, um engenheiro ou

um médico ou uma dona de casa, um funcionário de uma loja ou de um banco. Somos especialistas naquilo que estamos fazendo, mas

quando saio do meu trabalho eu me sinto tão perdido com tudo que me fecho na minha redoma e me desligo e em casa somos todos

iguais, pode até ser um Prêmio Nobel de Física, como Böhr, que para arejar a sua mente velejava em um barco à vela de sua propriedade.

E se você ler o livro de Heisenberg, Prêmio Nobel de Física, “A parte

e o todo”, sobre a sua vida cotidiana, sua juventude, seus relacionamentos, percebemos que ele é tão comum como qualquer

um de nós mortais; inclusive ter que lavar louça após as refeições!

Eu li esse livro exatamente para compreender que, mesmo um físico

como ele que revolucionou o mundo com o descobrimento do “Princípio da Incerteza”, uma das bases da física quântica, e do nosso

conforto do dia a dia, ele tinha amigos, como nós, dos mais variados tipos, desde músicos, poetas, artistas, cozinheiros e pessoas comuns

que o ajudaram a refletir e outras pessoas, sem contar com os nossos pais, fundamentais, como a nossa família e que eles ajudaram

profundamente a formação de seu caráter e personalidade e que a sua ida para a física e suas descobertas não foram controladas por

ele, mas sim devido a certas circunstâncias favoráveis que, sem nos darmos conta, a nossa percepção e nossa mente nos conduziu, sem

qualquer controle.

Somos seres complexos, em cada segundo o nosso organismo realiza cerca de um bilhão de reações químicas. Uma única célula,

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extremamente pequena: 10 a 40 nanômetros de diâmetro é a máquina mais complexa do universo, em termos. Realiza operações

complicadíssimas e o homem ainda não desvendou todos os seus segredos. Os seres vivos contêm esses conhecimentos, intrínsecos ao

seu próprio ser biológico. E o homem ultrapassa esse limite com a sua consciência.

Não importa a pessoa mais simples que se possa conhecer, um mendigo, por exemplo, podem nos ensinar milhares de coisas de sua

existência. Como eu sempre disse aos meus filhos, quando crianças e até hoje: respeite um mendigo que você vê na rua, pois ele pode

saber muito mais do que você e respeite toda e qualquer pessoa, pois

você não pode imaginar a dimensão interior de cada ser.

Inclusive os animais: um leão trabalha em grupo, atrás da presa,

caminha contra o vento para que a presa não sinta o seu cheiro e fuja. Usa um método e técnicas para a caça. Respeite um leão ou

qualquer animal, vertebrados e invertebrados.

Por isso a leitura, a seguir, tem somente a função de recordar alguns

momentos importantes da nossa evolução, mas tem tantos outros momentos importantes, que ocorreram, antes e depois, em todos os

tempos e em todos os campos do conhecimento humano, que seria impossível destacar todos. Mas devemos ter claro em nossa mente

que o conhecimento cresce com a somatória, e com o conhecimento dos que nos precederam como diria Newton, eu cheguei aonde

cheguei graças eu estar apoiado no ombro de gigantes, como Copérnico, Kepler, Galileu e muitos e muitos outros.

Leiam e não tentem entender, deixe a mente livre, nada é para se

entender ou dominar, é só relembrar, como eu já disse; digo como os filósofos dizem: o homem é a memória do universo. Nesse sentido

que importância tem entender ou não entender?

Querendo saber mais da vida desses físicos e matemáticos, em todas

as livrarias e sebos têm essas histórias (A série Gênios da Ciência da Scientific American).

2 O início de tudo: um pouco da história da física

A comparação entre a física clássica (as teorias cartesiana-newtoniana-maxwelliana-einsteniana) e a física quântica

(Amit Goswami, em O universo autoconsciente). Este capítulo é baseado fundamentalmente nas ideias de Amit Goswami e

Aguinaldo Prandini Ricieri. Todos os negritos foram assinalados por mim.

2.1 FÍSICA CLÁSSICA

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2.1.1 RENÉ DESCARTES, (1596-1650), matemático e filósofo (Séc. XVII): cogito, ergo sun (penso, logo existo). “Discours DE LA

METHODE”.

“Na matemática, Descartes inventou as coordenadas cartesianas, que

permitiram a representação numérica de propriedades geométricas.

Na filosofia é geralmente reconhecido como um dos fundadores do

racionalismo. Procurou delinear as bases da certeza acerca da natureza do conhecimento, recorrendo para isso ao seu Método da

Dúvida.

Esse método consiste na suspensão do julgamento a respeito de toda

crença ou convicção até que possa ser mostrado que ela deriva

sistematicamente de crenças mais certas.

O objetivo do método é alcançar uma opinião ou crença que não

esteja sujeita à dúvida e construir todo o conhecimento a partir desse fundamento.

Desse modo, poder-se-ia, segundo Descartes, refutar o ceticismo.

No seu Discurso sobre o Método (1637), Descartes afirma que a

crença na própria existência do sujeito - “Cogito, ergo sun”- é imune à dúvida.

Ela poderia, por isso, servir como crença básica para a construção do conhecimento verdadeiro.

“Criar implica transformar o que existe.

Deus criou tudo e todos.

Teria feito sua obra otimizadamente?

Se a resposta for afirmativa, então qualquer elemento da natureza

(Natura) é provido de raciocínio (Méthode).

O raciocínio (Méthode) do criador (Exactus Dominus) está nos traçados (Curvarum).

E cabe-nos decodificá-los (Mathesis).

Exactus – Natura – Méthode – Curvarum – Mathesi.”

“O cogito ergo sun”

É a representação (Simulacrum)

Do cérebro humano (Cerebrum)

Que pode, como raciocínio (Méthode)

Entender as criações perfeitas (Exactus)

Feitas por Deus (Dominus)

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Basta decodificar (Mathesis)

Os traçados (Curvarum)

Da natureza (Natura)

- Ideias de que o mundo poderia ser um autômato – uma máquina

mundial.

- Defendia uma filosofia dualista, em que mente e corpo teria

naturezas distintas: a essência do “eu” seria o pensamento e a do corpo seria a extensão.

- Posteriormente, a filosofia do dualismo dividiu o mundo em: uma esfera objetiva de matéria (o domínio da ciência) e outra, subjetiva,

da mente (o domínio da religião).

Ao dividir o mundo em matéria e mente, a intenção de Descartes era estabelecer um acordo tácito: não atacaria a religião, que reinaria

suprema em questões relativas à mente, em troca da supremacia da ciência sobre a matéria.

Dessa maneira, libertava a investigação científica da ortodoxia de uma Igreja poderosa.

No fim, o sucesso da ciência em prognosticar e controlar o meio ambiente levou, os cientistas, a questionar a validade de todo e

qualquer ensinamento religioso. Em especial, eles começaram a contestar o lado da mente, ou espírito, do dualismo cartesiano”

(Prandini).

“O princípio do monismo materialista foi assim acrescentado à lista

de postulados do dualismo materialista: todas as coisas existentes no mundo, incluindo a mente e a consciência, são feitas de matéria (e

de generalizações da matéria, como energia e campos de força).

Segundo este postulado, nosso mundo é material, de cima a baixo.

Monismo materialista, então, significa: filosofia que postula que

mente e cérebro pertence à mesma realidade.

Descartes tomou emprestada a ideia de Aristóteles: a ideia de

objetividade.

A ideia básica era que objetos são independentes e separados da

mente (ou consciência). Denomina-se, essa ideia, como o princípio da objetividade forte.

Descartes também contribuiu, fundamentalmente, para o desenvolvimento da matemática e da física.

Descartes estabeleceu uma nova metodologia na busca da verdade absoluta. A descoberta das coordenadas perpendiculares entre si:

eixos X, Y e Z, foram fundamentais” (Amit Goswami).

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Uma nova semiótica começou a surgir. (Prof. Aguinaldo Prandini Ricieri – no curso Curso Prandiano de Cálculo: “Matemática

Aplicada”. Representação do Cogito ergo sun:

1. Representação cerebral ( Dominus, Function). Eixos X e Y (Y= f

(X).

2. Representação simbólica semântica (Tectus et opertus). Ouço X

(ouço pelo ouvido 300 m) e falo Y (pela boca 32 ˚ graus, eixo perpendicular).

3. Representação geométrica (por exemplo: em um triângulo retângulo) (Gráphicus): dominus (eixo X ou cateto menor do triângulo),

function (eixo Y ou cateto maior do triângulo) e curvarum

(tangente, ou a hipotenusa do triângulo).

Descartes, como soldado, participou da tomada de La Rochelle

(1628), comandada pelo príncipe Maurício de Nassau. Foi quando viveu o problema, que “permitiu” ele criar as coordenadas X, Y.

Ele era responsável por um canhão: O sargento dizia: 300 metros (era a distância dos inimigos) e Descartes dizia para o operador do

canhão: 32˚ graus (era a inclinação do canhão). Assim por diante. Reparem: Escutava 300m pelo ouvido – coordenada X e dizia 32˚

graus – coordenada Y. Ou seja escutava X (ouvido) e dizia Y (boca), perpendicular. Y era uma função de X. Escutava uma coisa e dizia

outra, equivalente.

Dominium (domínio - senhor): audire (ouvir) – distantia

Fabulari (falar) – angulus – function (ministério).

Acreditava que a matemática deveria ser utilizada em todas as áreas

do conhecimento, por ser clara nos raciocínios, ter fundamentos

firmes, e estar livre da apreensão sensorial.

A metodologia consistia de quatro regras fundamentais: 1. clareza e

distinção; 2. análise; 3. ordem; 4. enumeração.

1. As ideias científicas não deveriam ter contradições e serem

distintas, independentes da tradição, dos preconceitos subjetivos e dos dados sensíveis que induziam ao erro;

2. A análise detalhada do objeto de estudo, que deveria ser dividido em suas partes constituintes;

3. Esse objeto deveria ser estudado da sua porção mais simples para as partes mais complexas, mantendo uma ordem do mais simples

para o mais complexo;

4. O objeto, estudado, em suas partes, deveria ser enumerado

obtendo-se uma síntese geral, na qual todo o procedimento devia ser revisto, fazendo-se um caminho contrário ao da análise inicial.

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A filosofia cartesiana estabelecia, ainda, que todo pensamento científico deveria partir da dúvida e, seguindo o método proposto,

encontraria uma verdade indubitável que só a ciência é capaz de fornecer.

O livro “Discurso do método”, publicado em 1637, abriu caminho para Newton que, em 1687, publicou o seu livro “Princípios” (Prandini).

2.1.2 ISAAC NEWTON,(1642-1727), matemático e físico inglês, e seus herdeiros (Séc. XVII e XVIII).

Prof. Aguinaldo Prandini Ricieri: “Estabeleceu os princípios do realismo materialista, físico e científico, que correspondem à

filosofia da física clássica (aceita amplamente até hoje).

Contribuiu consideravelmente com a física clássica ao definir matematicamente as leis da gravitação universal e as três leis do

movimento, bem como ao estabelecer uma teoria corpuscular para a luz, estabeleceu as bases da física até o século XX. Desenvolveu

também estudos fundamentais sobre óptica e elaborou um telescópio de reflexão.

Newton identificou as leis do materialismo e seu corolário: o princípio do materialismo causal, ou a ideia de que todo

movimento pode ser exatamente previsto, dadas às leis do movimento e às condições iniciais em que se encontravam os objetos

(onde estão e com que velocidades se deslocam).

Utilizando-se do método cartesiano, Newton conseguiu criar uma

teoria matemática consistente para a descrição do universo, na qual anunciava a lei da gravitação universal e desenvolvendo uma nova

metodologia matemática extremamente avançada para a época, o

cálculo diferencial e integral.

As três leis que estabeleceram as bases da ciência da dinâmica:

A primeira lei estabelece que: „todo corpo continua em estado de repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a menos que sofra a

ação de uma força externa’.

Essa lei é também conhecida como o princípio da inércia e

proporciona uma descrição da ausência de força, já que qualquer desvio do estado de repouso ou do movimento retilíneo deve

significar que uma força está atuando sobre o corpo.

A segunda lei estabelece que:

„a taxa de mudança do movimento é proporcional à força aplicada na mesma direção’.

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Em situações em que a massa é constante, essa lei iguala a força F ao produto da massa m pela aceleração a, de acordo com a equação

F=ma.

Consequentemente, fornece uma definição para força.

A terceira lei estabelece que:

„para cada força aplicada, ou ação, há uma força igual, ou reação,

que atua na direção oposta‟.

Resumidamente expressa, ação e reação são iguais e opostas.

“No entanto, uma teoria mais sofisticada é necessária, pois as leis de Newton, contudo, não explicavam alguns dos fenômenos observados

no movimento planetário, como o movimento a velocidades próximas

às da luz e o comportamento de objetos com tamanhos próximos aos dos átomos” (Prandini).

Prof. Aguinaldo Prandini Ricieri: “Em 1687, publicou o livro: “PHILOSOPHIAE naturalis PRINCIPIA mathematica”

(“Princípios matemáticos da filosofia natural”), que Stephen Hawking considera: „provavelmente o trabalho isolado mais importante jamais

publicado no campo das ciências físicas‟.

“Estudo dos princípios da natureza (Principia – coisas de Deus)

Decodificação das leis da natureza

Estudo natural das leis matemáticas (leis: leis de Deus (Cânones)

Lei (Lex) coisa relacionadas às leis do homem.

Impute = ouvir

Fluent = cogito ergo sun (= função).

Fluxion = derivada (tangente 0, ponto de máxima; tangente 0,

ponto de mínima) (numa onda, com determinada amplitude e

comprimento).

Lembram: os mesmos conceitos, com termos próprios de cada

personagem.

O interessante é que Newton foi mais cartesiano do que o próprio

Descartes. De fato, tentando abandonar todas as ideias da tradição e criando um pensamento completamente novo, ele seguiu muito mais

à risca o método cartesiano, propondo um único conhecimento, claro e distinto, advindo da experimentação.

Um método livre de todos os preconceitos humanos e da tradição, já que era obtido diretamente da natureza e o tratamento matemático

rigoroso estabelecia um pensamento racional e objetivo, sem influências subjetivas e emocionais ou preconceituosas.

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Graças à física newtoniana era possível determinar, com rigorosa precisão, o que aconteceria no sistema com o qual se trabalhava e,

com isso, era possível fazer previsões sobre o futuro, algo inovador para a época.

- Se fossem conhecidas todas as forças que agem sobre um determinado corpo, eram possíveis prever sua trajetória ao longo do

tempo. Foi desse modo que Newton descreveu matematicamente o movimento planetário, resolvendo o problema do movimento de

rotação dos planetas, que Kepler havia observado sendo elíptico e não circular como se pensava na época. Estabeleceu a lei da

gravitação universal, uma das primeiras leis gerais de

comportamento do universo físico.

A possibilidade de se fazer previsões, propiciada pela mecânica

newtoniana, permitia ao homem uma autonomia gigantesca em relação à natureza, já que possibilitava uma antevisão aos fatos que

aconteceriam e a tomada de providências para resolver os problemas, resguardando o homem de quaisquer prejuízos que a

natureza lhe pudesse ocasionar.

A visão determinista da realidade, na ciência newtoniana, prevendo

os acontecimentos, sustentada por uma matemática altamente avançada e a descoberta de todos os fenômenos que determinam o

comportamento de um corpo (gravitação, inércia, ação e reação) levou à consolidação do modelo de mundo cartesiano, o modelo

mecanicista da realidade.

Esse modelo entende o mundo como uma grande máquina regida por

leis naturais e imutáveis, onde é possível, de posse do conhecimento

dessas leis, determinar todos os eventos ao longo do tempo.

O universo newtoniano era, de fato, um gigantesco sistema mecânico

que funcionava de acordo com leis matemáticas exatas.

Ironicamente, a ciência de Newton e Descartes buscavam

aumentar nossa compreensão da natureza para que assim pudéssemos estar mais próximos de Deus, mas foi essa nova

ciência que levou, futuramente, à separação entre ciência e religião em nossa sociedade. A mecânica newtoniana era

considerada uma explicação exata e real dos fenômenos que previa.

A realidade era a física newtoniana e não poderia haver uma explicação diferente. O êxito foi tão grande que, até o final do século

XIX, as leis de Newton ainda eram tidas como verdades absolutas, sugerindo a ideia de que a explicação total do universo parecia

apenas uma questão de tempo e de cálculos cada vez mais precisos.

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Como Clerk Maxwell disse „... a física é como um edifício quase acabado, no qual só faltam as últimas telhas‟” (Prandini).

2.1.3 PIERRE-SIMON DE LAPLACE, (1749-1827, (Séc. XVIII), matemático e astrônomo francês, que demonstrou a estabilidade do

sistema solar a partir da lei de Newton para a gravitação.

“Laplace incorporou sua mecânica do sistema solar em sua

“Mechanique Celeste” (1799-1825), que incluía a proposta agora conhecida como a hipótese da nebulosa de Laplace sobre o

nascimento do sistema solar.

Ele também concebeu a ideia de que uma estrela poderia ter uma

massa tão grande que as partículas de luz não poderiam escapar

dela, uma ideia similar à teoria moderna dos buracos negros.

A importância filosófica do determinismo foi sumariada, melhor do

que ninguém, por Laplace:

„Uma inteligência que, em qualquer dado momento, conhecesse

todas as forças através das quais a natureza é animada e os estados dos corpos dos quais ela é composta, abrangeria – se ela

fosse vasta o suficiente para submeter os dados da análise -, na mesma fórmula, os movimentos dos grandes corpos do

universo e os dos átomos mais leves, nada seria duvidoso para essa inteligência e o futuro, tal como o passado, seria presente

aos seus olhos‟.

Laplace escreveu um livro sobre a mecânica celeste que o tornou

famoso, sendo convidado por Napoleão para uma palestra:

- Monsieur Laplace – disse Napoleão – o senhor não mencionou Deus,

nem uma única vez, em seu livro. Por quê?

- Majestade, eu não precisei dessa hipótese particular.

Laplace compreendia corretamente a implicação da física clássica e

de sua estrutura matemática, causalmente determinista. Em um universo newtoniano, não há a menor necessidade de Deus!.

Aprendemos, até agora, dois princípios fundamentais da física clássica: a objetividade forte e o determinismo” (Amit Goswami,

p. 36).

2.1.4 ALBERT EINSTEIN. O terceiro foi descoberto por ALBERT

EINSTEIN: a Teoria da Relatividade (Ideias de Amit Goswami, p. 144 a 161).

“Uma extensão da física clássica a corpos que se movem em alta velocidade; exigia que a velocidade mais alta fosse à velocidade da

luz (trezentos mil quilômetros por segundo). Uma velocidade enorme, mas, mesmo assim, limitada.

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A implicação desse limite de velocidade é que todas as influências, entre objetos materiais, que se fazem sentir no espaço-tempo devem

ser locais: eles têm que viajar, através do espaço, um pouco de cada vez, com uma velocidade finita.

Este é o denominado princípio de localidade. Todas as conexões no mundo material têm que ser mediadas por sinais que viajam através

do espaço e, portanto, ser limitados pela velocidade da luz.

Na década de 30, Einstein, Boris Podolsky e Nathan Rosen. Tentam

provar, através do que foi denominado Paradoxo Einstein-Podolsky-Rosen (EPR), o caráter incompleto da mecânica quântica e reforçar o

apoio ao realismo. A intenção era negar, principalmente, o princípio

de incerteza de Heisenberg, que diz: em qualquer dado momento, apenas uma de duas variáveis complementares, posição e

momentum, pode ser medida com absoluta certeza. Isso significa que jamais podemos prognosticar a trajetória de um objeto quântico.

Einstein, Podolsky e Rosen, tentam, através de um cenário que, aparentemente, desmente tal imprevisibilidade” (Amit Goswami).

O paradoxo EPR: “Imaginemos dois elétrons Ax e Bx interagem entre si durante algum tempo, e em seguida deixam de fazê-lo.

Esses elétrons são gêmeos idênticos, uma vez que é impossível distinguir um elétron de outro. Suponhamos que as

distâncias entre Ax e Bx, a partir de uma origem 0, seja: 0-xA e 0-xB, enquanto interagem entre si. Os elétrons estão em movimento e,

portanto, têm momentum. Podemos designar esses momenta (ao longo do mesmo eixo x em que os elétrons A e B estão

percorrendo) como pA e pB, ou seja os momenta ou movimento

dos elétrons A e B ao longo do eixo x”.

“A mecânica quântica implica que não podemos medir pA e Ax

(ou seja o movimento e a posição do elétron de A, do mesmo modo que para pB e Bx) simultaneamente, ou melhor não se

pode medir simultaneamente a distância x entre um elétron A e o outro elétron B e o momento total de ambos p de A+B.

Einstein, Podolsky e Rosen alegaram que: quando A e B interagem, eles se tornam correlacionados porque, mesmo

que mais tarde deixem de interagir, medir a posição de B permite-nos calcular exatamente a posição de A. Isso significa

se conhecemos a distância entre 0 e B, logo saberemos a distância entre 0 e A, logo obteremos a distância entre eles (A

e B). Também, se medimos o momentum de A (pA) podemos determinar o momentum de B (pB), porque pB é igual ao

momentum total p menos o pA, sendo p conhecido.

Um objeto quântico correlato (A) precisará forçosamente ter valores simultâneos de posição e momentun, assim concluía o EPR. Essa

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observação confirmaria o realismo porque, em princípio, poderíamos, nessa ocasião, determinar a trajetória do movimento de A, logo o de

B, consequentemente.

Essas conclusões comprometiam seriamente a mecânica

quântica, porque é impossível calcular a trajetória de um objeto quântico, porque não existe uma trajetória, mas apenas

possibilidades e eventos observados.

Einstein argumentou: que se a trajetória de um objeto quântico

correlacionado é, em princípio, previsível, mas que a mecânica quântica é incapaz de prevê-la, pois deveria haver alguma coisa

errada com a mesma.

Einstein alegava sempre, que a teoria quântica era incompleta. Era incompleta na descrição dos estados de dois elétrons correlacionados.

Implicitamente, ele apoiava a ideia de que, por trás das cenas, deveria haver variáveis ocultas, parâmetros desconhecidos, que

controlariam os elétrons e lhes determinariam a trajetória.

Einstein defendia a ideia de variáveis ocultas deterministas,

com a finalidade de desmistificar a mecânica quântica. Em sua opinião, era imperativo que a mecânica quântica fosse substituída por

alguma teoria de variáveis ocultas, com o objetivo de restabelecer a ordem determinista do mundo, pois, como dizia: Deus não joga

dados.

No entanto, a dificuldade para a teoria quântica criada pela análise

EPR pode ser solucionada sem variáveis ocultas, conforme observou Böhr, que disse a Einstein: “Não diga a Deus o que

fazer” (Amit Goswami).

2.1.5 JAMES CLERK MAXWELL, (1831-1879), (Séc. XIX), físico britânico e primeiro diretor do Laboratório Cavendish, em Cambridge.

Desenvolveu a teoria do eletromagnetismo e foi o primeiro a prever a existência da radiação eletromagnética, e a descrever a luz como

uma onda eletromagnética.

“Subjacentes à sua teoria estavam quatro equações que continham

as leis da atração magnética e elétrica, as leis que ligam os campos magnéticos e as correntes elétricas, e um novo conceito – um

deslocamento de corrente causado por uma tensão elétrica que pode existir mesmo no vácuo.

Também contribuiu grandemente para a elaboração da teoria cinética da matéria e descobriu a lei que governa a distribuição de

velocidades entre as moléculas de um gás (a distribuição de Maxwell-Boltzmann).

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Maxwell mostrou que um circuito elétrico oscilante pode irradiar ondas eletromagnéticas.

Realizou a medição da velocidade de propagação dessas ondas, por meios puramente elétricos e magnéticos, achou-se ser ela próxima de

3x108 m/s (300 mil quilômetros por segundo).

Dentro dos limites da aproximação obtida, a velocidade de

propagação das ondas eletromagnéticas era idêntica à da propagação da luz. Pareceu evidente consistir a luz de ondas eletromagnéticas”

(Amit Goswami).

Usberco & Salvador (2000, in Química 1)

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Figura 1 – Ondas eletromagnéticas.

2.1.6 RUDOLF HEINRICH HERTZ (1857-1894), físico alemão que

confirmou as predições de Maxwell sobre as ondas eletromagnéticas invisíveis (ondas de rádio).

“Utilizando um circuito oscilante de reduzidas dimensões, conseguiu produzir ondas extremamente curtas (as atuais micro-ondas), de

origem, indubitavelmente, eletromagnéticas, e mostrou que as mesmas possuíam todas as propriedades das ondas

luminosas: podiam ser refletidas, refratadas, enfocadas por uma lente, polarizadas, etc...

Provou a existência das ondas eletromagnéticas de Maxwell ao

evidenciar sua ação à distância, através de um oscilador, de sua criação, que permitiu criar correntes alternadas de alta frequência e

observou que essas induziam correntes em um condutor localizado a alguns metros de distância.

“A teoria eletromagnética de Maxwell e sua confirmação por Hertz constituiriam um dos triunfos da Física Clássica” (Amit Goswami).

Em fins do século XIX, acreditava-se que pouco ou nada faltava conhecer sobre a natureza da luz.

SÍNTESE:

Durante mais de 200 anos houve um acordo entre a ciência e a

religião. No fim, o sucesso da ciência em prognosticar e controlar o meio ambiente levou cientistas a questionar a validade de todo e

qualquer ensinamento religioso (Ideias de Amit Goswami).

“Em especial, eles começaram a contestar o lado da mente, ou

espírito, do dualismo cartesiano. O princípio do monismo

materialista foi assim acrescentado à lista de postulados do realismo materialista: todas as coisas existentes no mundo, incluindo

a mente e a consciência, são feitas de matéria (e de generalizações da matéria, como energia e campos de força. Nosso mundo é

material, de cima a baixo).

Claro, ninguém sabe ainda como extrair mente e consciência de

matéria, e, portanto mais um postulado foi adicionado: o princípio do epifenomenalismo.

De acordo com este princípio, todos os fenômenos mentais podem ser explicados como sendo epifenômenos, ou seja, fenômenos

secundários da matéria, através de uma redução apropriada às condições físicas prévias.

A ideia básica é que o que denominamos de consciência constitui simplesmente uma propriedade (ou grupo de propriedades) do

cérebro, quando este é considerado em certo nível.

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Os cinco princípios que enfeixam a filosofia do realismo materialista” (Ideias de Amit Goswami, p. 37):

OBJETIVIDADE FORTE: Objetos são independentes da mente ou consciência.

DETERMINISMO CAUSAL: Causa e efeito – tendo o ponto de início e a velocidade determina-se os movimentos posteriores e os

anteriores.

LOCALIDADE: Objetos materiais que se fazem sentir no espaço-

tempo devem ser locais.

MONISMO FÍSICO OU MATERIALISTA: Todas as coisas existentes

no mundo, incluindo a mente e a consciência, são feitas de matéria.

EPIFENOMENALISMO: Não se sabe ainda como extrair mente e consciência de matéria.

2.2 A FÍSICA QUÂNTICA E O FIM DO REALISMO MATERIALISTA

Em fins do século XIX, numerosos físicos se sentiam frustrados, até que um deles rompeu as fileiras: Max Planck (textos das revistas

Scientific American Brasil ns. 6, 13).

2.2.1 MAX KARL ERNST LUDWIG PLANCK (1858-1947), físico

teórico alemão, criador da teoria quântica que, juntamente com a teoria da Relatividade de Albert Einstein, forma os fundamentos da

física do século XX.

Por sua realização, Planck recebeu o prêmio Nobel de Física, em

1918.

Nelson Studart, in Scientific American Brasil n. 13, relata: “Em

reunião da Sociedade Alemã de Física, a 14 de dezembro de 1900,

Max Planck apresentou seu artigo: Sobre a teoria da Lei da Distribuição de Energia do Espectro Normal. Este artigo foi o início de

uma revolução na física. O nascimento da Física Quântica”.

“Lei de Planck é a expressão matemática que descreve a quantidade

de potência irradiada por um corpo negro em diferentes comprimentos de onda”.

“Todo corpo negro, a qualquer temperatura, emite energia na forma de ondas eletromagnéticas. A distribuição dessa energia térmica (o

espectro), a dada temperatura, se estende de modo contínuo por uma larga faixa de frequências f ou comprimentos de onda λ”.

“À temperatura ambiente, a emissão ocorre na região do infravermelho (1012 a 1014 GHz). A intensidade da radiação atinge um

máximo que determina a frequência predominante para determinada temperatura”.

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“Se a temperatura do corpo aumenta, esse máximo desloca-se para frequências cada vez maiores”.

“A emissão térmica pode ser constatada, na variação da cor de um corpo. Por exemplo, um metal a 600ºC apresenta uma tênue cor

avermelhada, ao passo que, a temperaturas mais altas, exibe coloração laranja, amarela ou branca – podendo chegar ao azul no

caso de algumas estrelas”.

“A lei foi deduzida a partir da percepção de que a energia é sempre

trocada em pacotes discretos, os quais Planck chamou “quanta”. Em particular, a luz é emitida na forma de fótons (quantas de luz), cuja

energia depende de seu comprimento de onda no vácuo”.

“Assim como a teoria da relatividade, a física quântica representa uma generalização da física clássica, que inclui as leis clássicas como

casos especiais”.

“Assim como a relatividade estende o campo de aplicação das leis

físicas para a região de grandes velocidades, a física quântica estende esse campo à região de pequenas dimensões”.

“Assim como, uma constante universal de significado fundamental, a velocidade da luz c, caracteriza a relatividade”.

“Do mesmo modo, uma constante universal de significado fundamental, a chamada constante de Planck ħ, caracteriza a física

quântica”.

“Foi o primeiro a introduzir o conceito do quantum de energia”.

“O que emitia luz de um corpo incandescente – madeira em chamas, por exemplo, ou o sol – eram minúsculas cargas, os elétrons”.

“Os elétrons absorvem energia de um ambiente quente, como uma

lareira, e em seguida a emitem de volta, sob a forma de radiação”.

“Embora esta parte da velha física estivesse correta, ela

prognosticava também que a radiação emitida deveria ser rica em ultravioleta, o que as observações desmentiam”.

“Planck declarou que se supusesse que os elétrons emitem ou absorvem energia apenas em certas quantidades específicas,

descontinuamente separadas – o que ele denominou de quanta de energia – poderia ser solucionado o problema de graus variáveis de

ultravioleta”.

“Um quanta de energia: ћ = 6,55 x 10-27 (erg.s).

“Para compreendermos melhor o significado do quantum de energia, vejamos a analogia:

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Compare o caso de uma bola descendo uma escada com outra descendo uma rampa”.

“A bola da rampa pode assumir qualquer posição e a posição pode mudar em qualquer valor. Ela é, portanto, um modelo de

continuidade e representa a maneira como pensamos na física clássica”.

“Em contraste, a bola na escada só pode ficar neste ou naquele degrau. Sua posição (e sua energia, que se relaciona com a posição)

é “quantizada”. Importante: a bola quântica jamais será encontrada em qualquer lugar intermediário entre dois degraus, ela ou está

nesse ou naquele degrau. Ela só aparece quando estiver sobre o

plano de degrau, isto é o que se denomina de descontinuidade quântica. Um salto quântico de Böhr”.

“O fogo de uma lareira não permite que consigamos pegar um bronzeado”.

“A radiação de baixa frequência surge de pequenos saltos quânticos, ao passo que a de alta frequência exige grandes saltos quânticos”.

“Um grande salto quântico precisa ser alimentado por um grande volume de energia no ambiente do elétron”.

“O fato de o fogo da lareira não ter energia suficiente para emitir a frequência ultravioleta, logo somente com a energia do sol que se

emite a radiação ultravioleta”.

“Graças à interpretação de Einstein, em 1905, contestando a crença,

então popular, de que a luz é um fenômeno ondulatório, afirma que a luz existe como um quantum – um pacote separado de energia – que

ora denominamos de fóton. Quanto maior a frequência da luz, mais

energia em cada pacote” (Nelson Studart, in Scientific American Brasil n. 13).

2.2.2 ALBERT EINSTEIN (1879-1955), “físico e matemático alemão cuja teoria da Relatividade espacial mudou as ideias sobre o espaço,

o tempo e natureza do universo” (texto obtido de Scientific American Brasil n.6).

“Em 1905, ele utilizou com sucesso a teoria quântica para explicar o efeito fotoelétrico, recebendo por isso o Prêmio Nobel de Física de

1921”.

“Nessa data, 1905, Einstein estudou primeiramente só o domínio das

altas frequências, ao qual se aplica a lei da radiação de Wien. Daí, ele concluiu que a radiação se comporta como se fosse constituída de

corpúsculos de energia ћf. A formulação dessa hipótese de quanta de luz é a primeira contribuição de Einstein à teoria quântica”. A energia

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é representada pela constante de Planck (ћ) multiplicada pela frequência (f).

“Wilhelm Wien, filósofo alemão, deu um passo importante para a teoria do corpo negro, assinalando que o produto da temperatura

pelo comprimento de onda de amplitude máxima da radiação permanece constante (lei do deslocamento de Wien). No entanto,

posteriormente, em 1899, dois pesquisadores Otto Lummer e Ernst Pringsheim, revelaram que a lei de Wien não era válida para

frequências fracas; Foi preciso esperar por Max Planck para que o problema fosse resolvido”.

“Einstein desenvolveu a ideia, proposta em 1900 por Planck, de que a

energia de um feixe luminoso, em lugar de se distribuir através do espaço nos campos elétrico e magnético de uma onda

eletromagnética, ficava concentrada em corpúsculos ou fótons. O efeito fotoelétrico”.

“Em 1914, o físico americano Robert Millikan verificou com precisão a teoria de Einstein sobre o efeito fotoelétrico. Milikan mede, para

diferentes frequências da radiação incidente, a tensão limite necessária entre os dois eletrodos, para impedir que um elétron

ejetado do primeiro eletrodo, pelo efeito fotoelétrico, atinja o segundo. Essa comprovação levou , em 1921, à premiação de

Einstein com o prêmio Nobel”.

“Nos trabalhos apresentados em 1909, Einstein calculou o desvio

quadrático médio ε das flutuações da energia da radiação no equilíbrio térmico, num corpo negro, a uma temperatura T. Ao aplicar

a lei da radiação de Planck, ele descobre que esse desvio quadrático

médio é a soma de dois termos, cada um sendo explicado de modo claro e distinto por uma teoria puramente ondulatória, e por uma

teoria puramente corpuscular, respectivamente. O primeiro termo, que domina nas baixas frequências, é o desvio quadrático médio

obtido com a fórmula da radiação de Rayleigh-Jeans; o segundo termo, preponderante nas altas frequências, é o desvio quadrático

médio que se obtém com a lei da radiação de Wien. A teoria ondulatória clássica da luz só forneceria o primeiro termo da soma;

quanto ao segundo termo, „se ele estivesse presente, geraria as flutuações (que deveríamos esperar) se a radiação se compusesse de

quanta pontuais de energia ћf se deslocando independentemente‟, explica Einstein”.

“Assim, à exceção de casos extremos, a radiação não pode ser descrita nem exclusivamente pelo modelo ondulatório, nem

exclusivamente pelo modelo corpuscular, ela é de natureza

dual. Em seu artigo de 1909, Einstein estabelece as bases de uma nova teoria da radiação, levando em consideração essa dualidade

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onda-corpúsculo da radiação eletromagnética. Seria preciso esperar pela publicação do artigo do fundador da eletrodinâmica quântica, em

1930, por Paul Dirac, para que essa teoria da radiação fosse explicitamente formulada”.

“Como suas hipóteses sobre os quanta de luz, as perspectivas abertas por Einstein sobre a natureza dual da radiação gelaram a

comunidade científica. Mas, 14 anos depois, em 1923, Louis de Broglie se baseou nessas reflexões ao por, em sua tese de doutorado,

que os elétrons e outras partículas materiais subatômicas também apresentam tal dualidade. Enquanto Einstein amplia o modelo

ondulatório da luz aos fenômenos corpusculares, De Broglie confere

propriedades ondulatórias à natureza manifestamente corpuscular das partículas”.

“No mesmo ano, 1923, Compton e Debye demonstraram, de modo independente, o comportamento corpuscular da radiação, ao

estudar o espalhamento de uma radiação sobre elétrons (efeito Compton), ao passo que C. Davisson, L. Germer e G. Thompson

demonstram o comportamento ondulatório da matéria”.

“Essas experiências marcaram o nascimento de uma teoria quântica

universal, a mecânica quântica (1925-1926). Ela compreende uma interpretação dualista da matéria microscópica e da radiação

eletromagnética, e esclarece suas representações”.

“Em 1913, uma etapa importante, na via que conduziu os físicos das

primeiras pesquisas de Planck à teoria quântica, é a formulação do modelo atômico de Böhr, em 1913. Segundo esse modelo, os elétrons

de um átomo só se situam em órbitas bem exatas, portanto

discretas. Quando um elétron passa de uma órbita de energia E2 a uma órbita de energia E1, o átomo emite uma radiação de

frequência: f = (E2 – E1)/ћ ou seja, um “quantum de luz” de energia ћf. Entretanto, a maioria dos físicos ainda acreditava

no caráter exclusivamente ondulatório da radiação eletromagnética, e essa interpretação não causou o impacto

que mereceria”.

“Ainda, em 1905, Einstein apresentou a teoria especial da

relatividade, descrevendo os efeitos do movimento na forma de valores observados de comprimento, massa e tempo”.

“Uma consequência dessa teoria é que a massa m é equivalente à energia; E, um conceito expresso pela equação E = mc2, onde c é a

velocidade da luz”.

“Essa é a base de todos os cálculos da energia liberada por reações

nucleares”.

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“Ele expandiu suas ideias na teoria geral da relatividade, publicada em 1915, que é centrada na gravitação e nos efeitos do movimento

acelerado”.

“Einstein declarava que a energia em um feixe luminoso, em lugar de

se espalhar em superfícies de onda, como afirmava a teoria clássica, estava concentrada em “corpúsculos”, aos quais, atualmente, dá-se o

nome de quanta de luz ou fóton”.

“Os conceitos de comprimento de onda (λ) e de frequência (f) estão,

também, associados aos fótons; a energia E de um fóton é proporcional à sua frequência: E= ћf. Sendo ћ a constante de Planck

e f a frequência”.

“Em 1926, a mecânica quântica estava praticamente pronta. Embora não tivesse participado dessa fase da criação da mecânica, Einstein

se envolveu no debate sobre seu significado, não aceitando os seus resultados” (Scientific American Brasil n.6).

5º Conselho Solvay

“Em 1927, durante o 5o Conselho Solvay, que foi dedicado à

discussão da mecânica quântica, Böhr e Einstein tiveram um confronto não muito amigável”.

“Em 1930, nova discussão ocorreu entre ambos. A interpretação de Copenhague defendida por Böhr e Heisenberg considerava a

mecânica quântica como a teoria definitiva, a mais profunda possível, para o estudo dos fenômenos microscópicos, e que não era possível

afirmar nada sobre os detalhes dos movimentos individuais das partículas e sim apenas determinar as probabilidades de ocorrência

daquilo que se pode observar”.

“Einstein combateu essa visão, refletindo que a mecânica quântica seria incompleta (embora correta) e que devia ser possível ir além

dela, atingindo nível mais profundo de conhecimento dos fenômenos, no qual já não haveria o total indeterminismo defendido por Böhr”.

“O ponto de vista de Einstein não foi aceito. Os argumentos de Böhr convenceram a maior parte dos físicos; e a interpretação de

Copenhague para a mecânica quântica se tornou hegemônica, durante mais de 20 anos”.

“Em 1935, no entanto, Albert Einstein, Boris Podolski (1896-1966) e Nathan Rosen (1909-1995), publicaram o trabalho que é conhecido

pela sigla EPR, com o título: „Pode a descrição quântica de a realidade física ser considerada completa? ‟, sugerindo que a

formulação da mecânica quântica carregava um defeito intrínseco” (descrito atrás, no Item 11.2.1.4).

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“Böhr, logo em seguida, publicou a resposta ao artigo EPR. Percebeu que um sistema quântico jamais poderia ser analisado em partes

isoladas e que não poderia desprezar as conexões distantes. Com essa resposta encerraram-se os debates entre ele e Einstein”

(Roberto A. Martins, in Scietific American Brasil n. 13).

“Böhr fundamenta sua argumentação na necessidade de levar em

conta o sistema inteiro, ou seja, o conjunto formado pelas duas partículas emaranhadas: examinar, no contexto da mecânica

quântica, o estado real independente de cada uma das partículas, como preconiza Einstein, não faz nenhum sentido quando as duas

partículas estão emaranhadas” (Scientific American n. 6).

“Segundo a mecânica quântica, nenhum valor é atribuído a priori a uma grandeza física antes da sua medição. A experiência não afeta

valores preexistentes, pois o valor de uma grandeza não existe enquanto não for medida” (Scientific American n. 6).

Teorema de Bell

“Em 1964, o físico irlandês John Bell (1928-1990) descobriu uma

maneira de escolher experimentalmente entre os pontos de vista da mecânica quântica e do realismo local: ao supor válida a hipótese do

realismo local; ele demonstrou que existem situações concretas, realizáveis experimentalmente, nas quais as previsões da mecânica

quântica contradizem as de toda teoria realista local” (Scientific American n. 6).

Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13: “John Bell mostrou que todas as interpretações válidas da mecânica quântica

devem incluir o conceito de “não localidade”: o que é medido em uma

partícula do sistema interfere no que é aferido na outra, mesmo quando estão separadas”.

“Não houve aceitação ampla dos argumentos de Einstein, que foram criticados por Niels Böhr. No entanto, a consequência da conclusão de

Einstein foi levada a sério, no início da década de 50, pelo jovem físico americano David Bohm (1917-1992). Ele havia publicado em

1951 um livro-texto, Quantum Theory, bastante elogiado, mas não tinha ficado satisfeito com o modo usual de interpretar essa teoria”.

“O passo seguinte foi a tentativa de completar a teoria quântica por meio do desenvolvimento de um modelo no qual o elétron era tratado

como uma partícula com posição e velocidade bem definidas, mas submetido a um potencial diferente dos potenciais clássicos, que

Bohm denominou “potencial quântico”. Esse potencial lhe foi sugerido por analogias formais entre a estrutura matemática da teoria

quântica e as equações de Hamilton-Jacobi da mecânica clássica”.

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“Desenvolvendo esse modelo, Bohm foi capaz de reproduzir os resultados conhecidos da teoria quântica para situações não

relativísticas, isto é, situações em que as velocidades envolvidas são desprezíveis em comparação com a velocidade da luz. De todo modo,

já era um resultado impressionante, e Bohm prometia que modificações nesse modelo original poderiam reproduzir resultados

relativísticos e explicar certos fenômenos então pouco conhecidos no âmbito da física nuclear e das partículas subatômicas”

“Como a teoria quântica interditava a definição simultânea da velocidade e da posição das partículas, ao adotar essas duas

grandezas como atributos do seu modelo, Bohm estava utilizando

variáveis adicionais àquelas usuais na teoria quântica. Ele chamou tais variáveis adicionais de „variáveis escondidas‟ - nome que ele

reconheceria mais tarde não ter sido uma escolha feliz. Como no seu modelo as partículas tinham trajetórias bem definidas, ele denominou

seu modelo de interpretação causal da teoria quântica. O aspecto mais importante do seu trabalho, Bohm enfatizou, é que ele

desafiava a premissa sustentada por Niels Böhr de que a descrição dos fenômenos fornecida pela teoria quântica fosse a mais completa

descrição possível”.

“A fraca recepção da interpretação causal de Bohm não eliminava,

entretanto, o enigma: como ela tinha sido possível? Afinal, Böhr havia incluído na interpretação com complementaridade o primado da

descrição probabilística, e o matemático húngaro-americano John Von Neumann (1903-1957) havia apresentado em 1932 uma prova

matemática da impossibilidade de completar a teoria quântica com

variáveis suplementares”.

“Esse enigma só seria resolvido em 1965, quando o físico irlandês

John Bel concentrou-se no problema de saber como a interpretação de Bohm era possível, uma vez que a prova de Von Neumann proibia

tais interpretações. Ele evidenciou o ponto fraco nessa prova e mostrou também que sua reformulação levava ao conflito entre a

teoria quântica e certo tipo de interpretações baseadas em variáveis adicionais, as chamadas variáveis locais. Finalmente, Bell mostrou

que a interpretação de Bohm pode sobreviver porque ela continha a mesma propriedade da não-localidade que estava presente na teoria

quântica”.

“Os trabalhos de Bell tiveram implicações bem além da solução

daquele enigma. A nova ideia introduzida por Bell, a localidade, era uma ideia bem ancorada na intuição dos físicos. Ele a tomou do

experimento EPR (Einstein-Podolsky-Rosen), mas explicitou a

premissa da localidade, que no argumento original de Einstein havia ficado implícita. A hipótese da localidade, diz que em um sistema

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composto por duas partículas que interagem e se separam, o que é medido em uma delas não deve interferir no que for medido na

outra”.

“Nem a teoria quântica nem a interpretação de Bohm respeitam esse

critério. No caso da teoria quântica é o próprio tratamento matemático desse tipo de sistemas, chamados sistemas “singletos”,

que mostra que as duas partículas permanecerão fortemente correlacionadas mesmo depois de afastadas. No caso do modelo de

Bohm o potencial quântico transmite instantaneamente alguma interação entre as partículas, no ato de medição. Mais importante

apesar dos muitos testes a que se submeteu a teoria quântica, nunca

tal propriedade havia sido testada com partículas separadas por distâncias macroscópicas. Desde a década de 70 vêm se realizando

experimentos com fótons emitidos de uma única fonte para verificar se isso ocorre. Os resultados têm confirmado as predições da teoria

quântica e violado esse critério da localidade” (Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13).

A prova da não-localidade: o experimento de Alain Aspect

Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13: “No início da

década de 80, os experimentos conduzidos pelo físico francês Alain Aspect impressionaram tanto pela sua engenhosidade experimental

quanto pela precisão dos resultados. Os físicos, em sua grande maioria, estão convencidos de que estamos diante de um efeito

tipicamente quântico, o qual recebe hoje a denominação de emaranhamento entre sistemas que estão espacialmente separados”.

Emaranhamento e seus experimentos

Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13: “O emaranhamento é um dos fenômenos tipicamente quânticos, sem

nenhuma correspondência clássica. Quando dizemos que um sistema está emaranhado, também chamado estado singleto, isso significa

que partes distintas do sistema não possuem comportamento individual independente um do outro. Ou seja, se fizermos dois

sistemas quânticos interagirem, esses sistemas passam a ser descritos por uma única função de onda, e dessa forma os seus

comportamentos permanecerão interligados”

“O exemplo utilizado em experimentos do tipo EPR é o de um par de

partículas de spin 1/2 que surgem do decaimento de uma partícula de spin nulo. Como o spin total deve permanecer 0 (zero), caso uma das

partículas possua spin +1/2, a outra necessariamente possui spin -1/2. Porém, como a teoria quântica não permite atribuir um valor

específico de spin para cada partícula com base nas condições

iniciais, diz-se que as duas permanecem numa superposição entre spin +1/2 e -1/2. Caso se faça uma medida em uma das partículas e

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se encontre o valor +1/2, saberemos automaticamente o valor da outra partícula por elas estarem emaranhadas, sem a necessidade de

realizar uma segunda medição”.

O problema do gato morto-vivo

Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13: “Agora voltemos à década de 30 para seguir a outra vertente crítica.

Schrödinger, como, Einstein e no mesmo ano de 1935, utilizaria a própria teoria quântica para mostrar que os seus resultados podiam

levar a resultados paradoxais. A interpretação usual da teoria quântica nos diz que o estado quântico de um sistema prevê os

diversos resultados possíveis de uma medição e as probabilidades de

obtenção cada um desses resultados, mas não prevê qual será efetivamente o resultado em uma única medição de um sistema

único. Assim, interpreta-se que antes da medição o sistema está em uma superposição de todos os estados possíveis, não tendo,

portanto, propriedades físicas bem definidas”.

“Schrödinger, então, imaginou a seguinte situação, hoje conhecida

como o experimento do gato de Schrödinger. Coloca-se dentro de uma caixa um átomo radioativo. Suponhamos que, de acordo com a

teoria quântica, esse átomo teria 50% de chance de se desintegrar e 50% de chance de não se desintegrar durante o período de uma

hora. Junto do átomo é colocado um contador Geiger, que é um detector de radiação. Também haveria na caixa um circuito ligado ao

contador, um martelo, um pote com veneno e um gato vivo. Caso o átomo decaísse, o contador Geiger detectaria a radiação, ativando o

circuito eletrônico que faria o martelo quebrar o pote com veneno,

matando o gato. Caso o átomo não decaísse, nada disso aconteceria, e o gato permaneceria vivo”.

“Seguindo a teoria quântica, com a caixa fechada durante o período de uma hora, o gato está emaranhado com todo o resto do sistema, e

seu estado agora depende de todo o sistema. Como o átomo poderia decair ou não, fazendo o sistema matar ou não o gato, até o instante

em que abrimos a caixa, todo o sistema estaria em uma superposição entre átomo-não-decai-gato-vivo e átomo-decai-gato-morto. Se

analisarmos só o gato, então ele estará numa superposição entre gato vivo e gato morto, cada possibilidade com 50% de chance”.

“Quando a teoria quântica prevê esse tipo de coisa para um sistema microscópico (um elétron estar em dois lugares ao mesmo tempo,

por exemplo) isso não é tão complicado para a nossa intuição, pois não somos tão familiarizados com elétrons e assim aceitamos que

talvez isso realmente aconteça com elétrons. Porém, nós conhecemos

gatos muito bem, e sabemos que não existem gatos mortos-e-vivos ao mesmo tempo. Uma teoria que prevê um resultado desse tipo está

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em claro desacordo com a nossa mais simples intuição de que não existe nada morto e vivo ao mesmo tempo. Em termos mais técnicos,

nossa intuição nos diz que há algo errado com a previsão de superposição de estados quânticos em escala macroscópica, ou que

superposições próprias do mundo quântico não devem aparecer no domínio clássico”.

“Discussões entre os físicos se estendem até hoje sobre esse assunto, que alegam como um problema de medição. Quando e como um

sistema quântico faz transição entre um estado descrito por uma superposição de autoestados e passa a ser descrito por um único

desses autoestados? Colocando o problema do gato nesses termos,

como sabemos que o gato nunca estará numa superposição desse tipo, em algum momento antes de abrir a caixa e efetuar a medição

do sistema, este já teria de estar no estado final, ainda que não tivéssemos acesso à informação de para qual estado o sistema

evoluiu” (Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American n. 13).

Uma grande discussão vem sendo realizada desde esses tempos

imemoriais até hoje em dia. A velha discussão entre o mundo clássico, baseado na localidade, e o mundo quântico, baseado na

não-localidade.

O gato é quântico ou clássico?

Amit Goswami argumenta sobre essa discussão: “Se pensamos bem no assunto, torna-se claro que Böhr substituiu uma dicotomia, a do

gato, por outra, a de um mundo dividido em sistemas quântico e clássico. Segundo Böhr, não podemos separar a função de onda do

átomo do resto do ambiente na gaiola do gato (os vários dispositivos

de medição do decaimento do átomo, tais como o contador Geiger, a garrafa de veneno, e até o gato), e a linha que traçamos entre os

mundos macro e micro é inteiramente arbitrária. Infelizmente, Böhr sustentava também que teríamos que aceitar que a observação

realizada por uma máquina – um aparelho de medição – solucionaria a dicotomia de uma função de onda” (p. 119).

“Todo e qualquer objeto macro (o gato ou qualquer máquina observadora) é, em última análise, um objeto quântico. Não há essa

tal coisa de um corpo clássico, a menos que estejamos dispostos a admitir uma perigosa dicotomia quântico-clássica na física. É bem

verdade que o comportamento de um corpo macro pode ser previsto na maioria das situações, com base nas regras da mecânica clássica.

Nesses casos, a mecânica quântica fornece os mesmos prognósticos matemáticos que a mecânica clássica – caso do princípio da

correspondência, que o próprio Böhr formulou. Por esse motivo,

frequentemente nos referimos a corpos macros como sendo clássicos. Tal não acontece, no entanto, no processo de medição, e não se

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aplica ao mesmo princípio da correspondência, Böhr sabia disso, claro. Em seus famosos debates com Einstein, ele, muitas vezes,

recorria à mecânica para descrever medições de corpos macros, com o objetivo de refutar as agudas objeções de Einstein às ondas de

probabilidade e ao princípio de incerteza” (Amit Goswami – O Universo auto consciente, p. 120).

Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American Brasil n. 13: “Um intenso trabalho teórico se seguiu, no que hoje chamamos de

„abordagem de descoerência‟, para desenvolver essas ideias. Um físico que adquiriu liderança nesse terreno foi o polonês radicado nos

Estados Unidos Wojciech H. Zurek. Na década de 90 apareceram os

primeiros resultados experimentais notáveis derivados dessa abordagem. A equipe liderada pelo francês Serge Haroche foi capaz

de reproduzir em laboratório o análogo do gato de Schrödinger – um sistema com átomos de Rydberg e poucos fótons em uma cavidade

supercondutora – e medir o tempo no qual o sistema perdia a coerência. Os resultados experimentais confirmaram as predições

quânticas da abordagem da descoerência”.

“A analogia com o gato fica clara. Como um gato é um sistema

macroscópico, ele perde rapidamente sua coerência e essa perda, chamada de descoerência, garante que o gato esteja ou vivo ou

morto, mas nunca os dois ao mesmo tempo”.

Coerência e descoerência

Olival Freire & Fábio Freitas – Scientific American Brasil n. 13: “Quando colocamos um sistema em estado emaranhado, dizemos que

ele permanece coerente enquanto não for possível encontrar estados

individuais para cada parte do sistema independente do resto do sistema. Isso é quase o mesmo que dizer que o sistema permaneceu

isolado sem interagir com nenhum sistema”.

“Quando é efetuada uma medição, essa interação entre o sistema e o

aparato de medição é que faz o sistema perder a coerência. Porém não é somente em interações com experimentos que o sistema perde

coerência. Essa interação pode ocorrer com qualquer outro sistema quântico”.

“Estudar o mecanismo da descoerência é verificar como ocorre essa transição de um sistema em um estado superposto para um estado

específico ou, quando tratamos de muitos sistemas, para uma mistura estatística”.

“Antes de medir dois elétrons descritos por uma superposição, eles não possuem valores definidos. Se fossem descritos por uma mistura

estatística possuiriam valores definidos, mas não saberíamos quais. À

medida que a ordem de grandeza de um sistema vai aumentando, o

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número de interações desse sistema também cresce, e o tempo que leva para perder a coerência diminui. No caso de sistemas

macroscópicos, como um gato, esse tempo é quase instantâneo. De fato, não é verdade que o sistema efetivamente deixa de ser

coerente. Ele continua sendo, porém, envolvendo um número infinitamente grande de sistemas, e como não é possível

correlacionar todos eles para identificar a superposição parece que o sistema se tornou descoerente” (Olival Freire & Fábio Freitas –

Scientific American Brasil n. 13).

Vamos continuar em outros itens essa discussão. Veja a bibliografia

sobre essa discussão.

2.2.3 HENRIK DAVID NIELS BÖHR (1885-1962), “físico dinamarquês, Prêmio Nobel de Física (1922), que aplicou com

sucesso a teoria do quantum ao modelo de átomo do físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), Prêmio Nobel de 1908,

para produzir um modelo conhecido como o átomo de Böhr, e foi capaz de explicar como os átomos emitem luz” (Texto de Maria C. B.

Abdalla, in Scietific American Brasil n. 13).

”Em todo o mundo do átomo ocorre um sem-número de saltos

quânticos”.

“Caso não ocorressem os saltos quânticos os elétrons iam de

encontro ao núcleo”.

“A ideia de um átomo semelhante a um minúsculo sistema solar, que

elétrons giram em torno de um núcleo, de forma muito parecida com que acontece com os planetas em volta do sol (Modelo de Rutherford)

contém um defeito fundamental. Como por exemplo: satélites

girando em torno da Terra, com o passar do tempo, devido ao atrito com a atmosfera, perdem energia e velocidade. As órbitas encolhem

e, no fim, eles caem”.

“De acordo com a física clássica, os elétrons que enxameiam em volta

do núcleo atômico perdem igualmente energia, emitindo luz continuamente e, no fim, caem dentro do núcleo”.

“O átomo tipo sistema solar, portanto, não é estável”.

“Bohr criou um modelo estável do átomo ao aplicar o conceito do

salto quântico”.

“Funcionam como escadas de energia. Elas são estacionárias, isto é,

não mudam em seu valor de energia”.

“Não há a probabilidade do elétron se chocar com o núcleo, pois

quando atinge o nível mais baixo de energia ele se torna estacionário”.

A dualidade onda-partícula

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“A luz se comporta como um fóton (como se fosse composta de partículas – como pequenos grãos de areia), mas a luz se comporta

também como uma onda”.

“Quando é vista como onda, a luz parece ser capaz de estar em dois

lugares ao mesmo tempo ou mais lugares ao mesmo tempo, como quando passa através de buracos no guarda chuva e produz um

padrão de difração”.

“No entanto, quando a captamos em um filme fotográfico ela se

mostra separada, ponto por ponto, como um feixe de partículas”.

“A luz, portanto tem que ser simultaneamente onda e partícula”.

O princípio da complementaridade

“Böhr descreveu uma maneira nova de estudar o paradoxo da dualidade onda-partícula”.

“As naturezas de onda e partícula do eletro não são dualísticas, nem simplesmente polaridades opostas. São propriedades

complementares, que nos são reveladas em experimentos complementares”.

“Quando tiramos uma foto de difração de um elétron, estamos revelando-lhe a natureza de onda; quando lhe seguimos a trajetória

em uma câmara de condensação, observamos-lhe a natureza de partícula”.

“Os elétrons não são ondas nem partícula, pois a sua natureza transcende ambas as descrições. Este é o princípio da

complementaridade” (Maria C. B. Abdalla, in Scietific American Brasil n. 13).

Como relatam Usberco & Salvador: “O conhecimento sobre algumas

propriedades da luz – produção de espectros descontínuos com raias coloridas de diferentes comprimentos de onda – foi essencial para o

desenvolvimento de um novo modelo para o átomo, proposto por Niels Böhr. Uma das maiores contribuições deste cientista foi,

justamente, explicar por que os gases emitem ou absorvem radiação com determinados comprimentos de onda (e não numa faixa contínua

de radiação)” (p. 126).

Modelo atômico de Rutherford-Böhr “Böhr relacionou as raias do

espectro descontínuo dos gases às variações de energia dos elétrons contidos nos átomos desses gases. Em função dessa relação, ele

propôs um modelo atômico revolucionário que mantinha, porém, as principais características do modelo de Rutherford. Por essa razão

esse modelo foi chamado de Modelo atômico de Rutherford-Böhr” (p. 126).

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Para a concepção desse modelo, Böhr elaborou os seguintes postulados (Usberco & Salvador): “Em um átomo são permitidas

somente algumas órbitas circulares ao elétron, sendo que em cada uma dessas órbitas o elétron apresenta energia constante.

1. Um elétron não pode assumir qualquer valor de energia, mas somente determinados valores que correspondem às órbitas

permitidas, tendo, assim, determinados níveis de energia ou camadas energéticas.

2. Um elétron, quando localizado numa dessas órbitas, não perde nem ganha energia espontaneamente. Por isso, diz-se que,

nesse caso, ele assume um estado estacionário.

3. Um elétron pode absorver energia de uma fonte externa somente em unidades discretas (pequenas), chamadas quanta

(forma singular: quantum). 4. Quando um elétron absorve um quantum de energia, ele salta

para uma órbita mais energética, ligeiramente mais afastada do núcleo. Dizemos que o elétron realizou um salto quântico e

atingiu um estado excitado. 5. Quando o elétron retorna à órbita menos energética, ele perde,

na forma de onda eletromagnética, uma quantidade de energia que corresponde à diferença de energia existente entre as

órbitas envolvidas no movimento do elétron.

Observações:

1. Um elétron, quando perde energia, irá retornar à órbita de seu estado estacionário, ou seja, ao perder energia ele não pode

ocupar uma órbita com energia menor que a da órbita de seu

estado estacionário. 2. A diferença de energia (luz emitida) de cada uma dessas

órbitas corresponde a certa quantidade de energia, ou seja, a uma raia do espectro” (Usberco & Salvador, p. 126).

2.2.4 WERNER KARL HEISENBERG (1901-1976), físico teórico alemão que desenvolveu a mecânica quântica e o princípio de

incerteza. Foi contemplado com o Prêmio Nobel de Física em 1932.

“Em 1926, Heisenberg demonstrou que é impossível determinar,

simultaneamente, com absoluta precisão, a velocidade e a posição de um elétron em um átomo. Este princípio foi denominado de Princípio

de Incerteza, que estabelece: quanto mais precisamente conhecermos a posição do elétron, menos precisamente

conheceremos a sua velocidade” (Usberco & Salvador, p. 142).

“Esse princípio coloca a existência de regiões, denominadas de

orbitais, em torno do núcleo onde é máxima a probabilidade de se

encontrar o elétron. Nesse sentido não se pode afirmar que exista uma órbita definida para o elétron. Então um orbital é a região de

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máxima probabilidade de se encontrar o elétron no átomo. Assim, os orbitais podem ser considerados nuvens que correspondem às regiões

onde é máxima a probabilidade de encontrarmos um determinado elétron” (Usberco & Salvador, p. 142).

“Esse princípio diz que nenhuma partícula pode ter valores bem definidos para posição e velocidade ao mesmo tempo. Isto significa

que uma partícula não pode permanecer estacionária numa determinada posição, já que uma partícula estacionária tem uma

velocidade bem definida: a velocidade valor zero” (Gilmore).

A formulação de Heisenberg: mecânica de matrizes

“A formulação de Heisenberg é a mecânica de matrizes, assim

chamada porque as grandezas matemáticas, justamente chamadas matrizes, desempenham o papel central. Enquanto que a formulação

de Schrödinger chama-se mecânica ondulatória, pois a ideia é de que tudo pode ser descrito com base em ondas. E o interessante que a

mecânica de matrizes e a mecânica ondulatória, embora matematicamente diversas, fazem exatamente as mesmas predições

em termos físicos” (Zeilinger, p. 25).

“O princípio de incerteza de Heisenberg é um dos enunciados

fundamentais da física quântica. Dito de forma concreta, ele não significa nada além de que é possível escolher entre determinar com

exatidão a posição de uma partícula, isto é, onde ela se encontra – e, nesse caso, sua velocidade é determinada de forma inexata – ou,

inversamente, o seu momentum, logo a sua velocidade – e, nesse caso, a posição é determinada de maneira inexata. Isso significa,

segundo a física quântica, que é impossível, por princípio, que

posição e o momentum de uma partícula possam ser determinados ao mesmo tempo de forma exata” (Zeilinger, p. 63).

“Probabilidade gera incerteza. No caso de um elétron, ou de qualquer outro objeto quântico, só podemos falar na probabilidade de descobrir

o objeto nesta ou naquela posição, ou no seu momentum (massa multiplicada por velocidade), mas essas probabilidades formam uma

distribuição, como a que é representada pela curva campanular (na forma de sino). A probabilidade será máxima para algum valor da

posição e este será o local com maior probabilidade de encontrarmos o elétron. Mas haverá uma região inteira de locais onde será grande a

probabilidade de localizá-lo. A largura dessa região representa o grau de incerteza da posição do elétron. O mesmo argumento permite-

nos falar sobre a incerteza do momentum” (Amit Goswami, p. 59).

“Baseando-se nessas considerações, Heisenberg provou

matematicamente que o produto das incertezas da posição e do

momentum é maior do que ou igual a certo pequeno número denominado constante de Planck. Esse número, descoberto por

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Planck, estabelece a escala comparativa na qual os efeitos quânticos tornam-se bastantes grandes. Se a constante de Planck não fosse tão

pequena, os efeitos da incerteza quântica invadiriam até nossa macro realidade comum” (Amit Goswami, p. 59).

“Na física clássica, todo movimento é determinado pelas forças que o governam. Uma vez conheçamos as condições iniciais (a posição e a

velocidade de um objeto em algum instante inicial do tempo), podemos calcular-lhe a trajetória precisa, usando as equações de

movimento de Newton. A física clássica, dessa maneira, leva à filosofia do determinismo, à ideia de que é possível prognosticar

inteiramente o movimento de todos os objetos materiais” (Amit

Goswami, p. 60).

“O princípio da incerteza joga um coquetel Molotov na filosofia do

determinismo. Segundo esse princípio, não podemos simultaneamente determinar, com certeza, a posição e a velocidade

(ou momentum) de um elétron; o menor esforço para medir exatamente um deles torna vago o nosso conhecimento do outro. As

condições iniciais para o cálculo da trajetória de uma partícula, portanto, jamais podem ser determinadas com precisão, e é

insustentável o conceito de trajetória nitidamente definida de uma partícula” (Amit Goswami, p. 60).

“Pela mesma razão, as órbitas de Böhr não proporcionam uma descrição rigorosa do paradeiro de um elétron: a posição da órbita

real é vaga. Não podemos realmente dizer que o elétron está a tal ou qual distância do núcleo, quando se encontra neste ou naquele nível

de energia” (Amit Goswami, p. 60).

“A mecânica quântica é normalmente contrastada com a mecânica clássica ou newtoniana. Esta última, que se ocupa da descrição

detalhada de objetos em movimento, foi desenvolvida antes dos primeiros anos do século 20 e se baseia nos trabalhos originais de

Galileu, Newton e outros antes e depois deles. A mecânica newtoniana funciona bem em grandes escalas. O movimento dos

planetas pode ser previsto com muita antecedência e grande precisão. Ela funciona quase igualmente bem para planetas artificiais

e missões espaciais de exploração: suas posições podem ser previstas anos antes. Funciona muito bem também para maçãs

caindo de árvores” (Gilmore, p. 56).

“No caso de uma maçã que cai, a resistência do ar que a cerca será

insignificante. A mecânica clássica descreve o fato como a colisão de um número enorme de moléculas de ar ricocheteando na maçã.

Quando você pergunta sobre as moléculas de ar, respondem-lhe que

elas são pequenos grupos de átomos. Quando você pergunta sobre os átomos, faz-se um silêncio constrangedor” (Gilmore, p. 56).

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A mecânica clássica não foi bem sucedida ao tentar explicar a natureza do mundo em escala atômica

“A mecânica clássica não foi bem sucedida ao tentar explicar a natureza do mundo em escala atômica. As coisas devem ser

diferentes de alguma maneira para objetos pequenos do que parecem ser para objetos grandes. Para usar estes argumentos, você deve

perguntar: pequenos ou grandes em relação a quê? Deve haver alguma dimensão, uma constante fundamental que fixe a escala em

que este novo comportamento se torna óbvio. É uma mudança definitiva na maneira com que se observa o comportamento das

coisas, e ela é universal” (Gilmore, p. 56).

“Átomos no sol e em estrelas distantes emitem luz no mesmo espectro que o abajur na sua mesa-de-cabeceira. A passagem para o

comportamento quântico não é algo que acontece apenas localmente; há alguma propriedade fundamental da Natureza envolvida. Esta

propriedade é denotada pela constante universal ħ, que aparece na maioria das equações quânticas. O mundo é granulado na escala

definida por esta constante ħ. Nessa escala, energia e tempo, posição e momentum, apresentam-se borrados entre si. Nem é preciso dizer

que, na escala da percepção humana, ħ é muitíssimo pequena e a maioria dos efeitos quânticos não é absolutamente evidente”

(Gilmore, p. 57). A constante de Planck ħ.

O que as relações de incerteza de Heisenberg nos dizem é que

vemos as coisas de modo errado

“O que as relações de incerteza de Heisenberg nos dizem é que

vemos as coisas de modo errado. Cremos de antemão que devemos

ser capazes de medir a posição e o momentum de uma partícula ao mesmo tempo, mas descobrimos que não podemos. A própria

natureza das partículas não permite que façamos tais medições sobre elas e a teoria nos diz que estamos fazendo as perguntas erradas,

perguntas para as quais não temos respostas viáveis. Niels Böhr usou a palavra complementaridade para expressar o fato de que é possível

haver conceitos que não podem ser precisamente definidos ao mesmo tempo: pares de conceitos tais como justiça e legalidade,

emoção e racionalidade” (Gilmore, p. 57).

“Há algo fundamentalmente errado com a nossa crença de que

deveríamos ser capazes de falar da posição e do momentum, ou da quantidade exata de energia de uma partícula num instante

determinado. Não se sabem por que deveria ser significativo falar ao mesmo tempo de duas qualidades tão distintas. Parece que não é tão

significativo assim” (Gilmore, p. 57).

2.2.5 ERWIN RUDOLF JOSEF ALEXANDER SCHRÖDINGER (1887-1961), físico austríaco, que aplicou os princípios da mecânica

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ondulatória aos átomos e elaborou a equação fundamental da mecânica quântica, conhecida por “equação de Schrödinger”. Foi

contemplado com o Prêmio Nobel de Física em 1933.

Usberco & Salvador nos esclarece: “O movimento de elétron ao redor

do núcleo, descrito por Erwin, em 1927, através de uma equação matemática que relaciona a natureza corpuscular (partícula), a

energia, a carga e a massa do elétron” (p. 142).

“As soluções numéricas para essa equação, denominadas números

quânticos (códigos matemáticos associados à energia do elétron), permitem que cada elétron seja caracterizado pela sua quantidade de

energia” (p. 142).

“A caracterização de cada elétron no átomo é feita através de quatro números quânticos: principal, secundário (ou azimutal),

magnético e spin. Sendo que, num mesmo átomo, não existam dois elétrons com os mesmos números quânticos” (p. 142).

“Número Quântico Principal (n): é o número primordial na determinação da energia de um elétron. Quanto maior o valor de n,

maior a energia do elétron. Simultaneamente, ele indica um afastamento do elétron em relação ao núcleo (n: camadas K, L, M, N,

O, P, Q). Número quântico principal (n) indica o nível de energia do elétron” (Usberco & Salvador, p. 143).

Usberco & Salvador (p. 143)

Figura 2 - Camadas que representam os números quânticos principais (n).

“Número Quântico Secundário ou Azimutal (ℓ): são os subníveis s, p, d, f, no interior de cada nível n. Dentro de cada nível n (K, L, M,

N, O, P, Q), os subníveis aumentam de energia de s‹p‹d‹f. O subnível

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s é menor que o subnível p, que é menor que o subnível d e este menor que o subnível f” (p. 142).

Usberco & Salvador (p. 129)

Figura 3 - Os níveis e subníveis de energia. O número quântico

secundário (ℓ) pode assumir qualquer valor inteiro entre 0 e (n-1). Quando n = 1 há apenas um valor possível para ℓ: zero. Isto quer

dizer que no primeiro nível de energia só existe um subnível: o subnível s. Quando n = 2 há dois valores possíveis para ℓ: 0 e 1.

Então, no segundo nível de energia existem dois subníveis: s e p.

Nos 115 elementos conhecidos atualmente encontramos apenas quatro tipos de subníveis: subnível s → ℓ = 0; subnível p → ℓ = 1;

subnível d → ℓ = 2; subnível f → ℓ = 3 (Usberco & Salvador, p. 143).

“Número Quântico Magnético (m ou mℓ): o número quântico

magnético indica a orientação dos orbitais no espaço. Para cada orbital temos um determinado valor do número quântico magnético.

Assim, cada subnível é formado por 1 ou mais orbitais e esses valores podem variar de -ℓ a +ℓ, sendo m = -ℓ...0...+ℓ” (Usberco & Salvador,

p. 144).

Usberco & Salvador (p. 144)

Figura 4 – Número Quântico Magnético (m ou mℓ).

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44

Orbitais com um formato característico

Orbitais s – Os orbitais do tipo s apresentam uma forma esférica,

sendo que o volume dessa esfera varia em função do seu nível de energia.

Usberco & Salvador (p. 144)

Figura 5 – Orbitais s.

Orbitais p – Os orbitais do tipo p apresentam a forma de um duplo

ovoide e três orientações espaciais possíveis.

Usberco & Salvador (p. 145)

Figura 6 – Orbitais p.

Até agora conhecemos três números quânticos, sendo suas relações indicadas pelo esquema a seguir:

Usberco & Salvador (p. 145)

Figura 7 – A interação entre os níveis n, subníveis ℓ e os números quânticos magnéticos m ou mℓ.

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45

Martins, R.A. & Machado, S.S.L. (in Scientific American Brasil n.13)

Figura 8 - Configurações eletrônicas dos elétrons em níveis e subníveis quânticos. Representação da distribuição das densidades de

carga em diferentes estados de energia. Tais densidades são proporcionais ao módulo da função de onda ao quadrado.

Número Quântico Spin (s ou ms) – “Em 1921, dois pesquisadores Otto Stern e Walter Gerlach verificaram, através de um experimento,

que um feixe de átomos de prata (vapor de prata), ao atravessar um campo magnético, dividia-se em dois feixes de átomos desviados em

sentidos opostos. Os mesmos resultados foram obtidos utilizando-se sódio e potássio” (Umberto & Salvador, p. 145).

Salvador & Usberco (p. 145)

Figura 9 – Feixe de átomos de prata ao atravessar um campo magnético divide-se em dois feixes de átomos desviados em sentidos

opostos.

“A interpretação dada pelos cientistas: cada elétron se comporta

como um pequeno imã e que o magnetismo do elétron seria resultante da rotação (spinning) da carga negativa, sendo possíveis

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46

dois sentidos de rotação (spin) – um elétron gira ao redor do seu eixo no sentido horário ou anti-horário” (p. 146).

“Se tivermos dois elétrons com rotações contrárias (spins opostos), podemos esperar uma atração mútua entre eles, como ocorre com

dois imãs. Assim, quando dois elétrons são introduzidos em um mesmo orbital, eles devem possuir spins opostos, o que acarreta um

sistema mais estável. O que ocasiona um equilíbrio, num par de elétrons (ou elétrons emparelhados) num orbital, não apresentando

campo magnético, pois o magnetismo devido ao spin de um elétron é anulado pelo magnetismo do elétron de spin oposto” (p. 146).

“Os dois desvios observados por Stern-Gerlach eram o resultado da

separação dos átomos de prata em dois tipos, que diferem no sentido do spin. Cada um dos átomos de prata deveria apresentar um elétron

desemparelhado, mas a metade desses átomos tinha o elétron desemparelhado com spin no sentido anti-horário; por isso eram

atraídos pelo campo magnético em sentidos opostos” (p. 146).

“Assim átomos que tenham pelo menos um elétron desemparelhado

em seus orbitais apresentam campo magnético, pois o magnetismo proveniente do spin do elétron não é anulado” (p. 146).

“Nesse sentido: átomos com pelo menos um elétron desemparelhado são atraídos por um ímã: as paramagnéticas ou as

ferromagnéticas e átomos com todos os elétrons emparelhados não são atraídos por um ímã: as diamagnéticas” (146).

“Assim, em função dos dois sentidos de rotação para o elétron, são conhecidos dois valores para o spin: ms = + ½ e ms = – ½” (p.

147).

A equação de onda de Schrödinger: - relaciona n, ℓ, mℓ, ms” (Usberco & Salvador, p. 142).

2.2.6 LOUIS VICTOR PIERRE RAYMOND DE BROGLIE (1892-1987), físico francês, Prêmio Nobel de Física (1929), pela sua

descoberta da natureza ondulatória dos elétrons. (Para aumentar o entendimento acrescentei negrito e modifiquei o símbolo de

frequência ν para f para não confundir com o símbolo de velocidade v).

“No ano de 1924, Louis de Broglie, oriundo de uma antiga linhagem aristocrática francesa, apresentou em Paris uma dissertação em que

propôs que não só a luz possuiria caráter de onda, também todas as partículas maciças teriam semelhante natureza ondulatória. Essa

dissertação foi um passo corajoso rumo a uma terra nova em termos científicos” (Zeilinger, p.114).

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“O que De Broglie quis mostrar era que também as partículas maciças teriam natureza ondular, isto é, assim como fótons. De

Broglie argumentou que, se sua hipótese estivesse certa, também partículas maciças, como os elétrons, teriam de demonstrar o mesmo

fenômeno de interferência que é conhecido em relação à luz. De fato, não tardou para que fossem executados experimentos de

interferência com elétrons, por fim também com nêutrons e com muitas outras partículas. Em especial, porém, seria preciso executar,

para partículas maciças, o experimento da dupla fenda com o mesmo resultado obtido em relação à luz. Experimentos desse gênero

mostraram também o resultado esperado. Em 1957, Claus Jönsson

conseguiu detectar, na cidade Tübingen, tais interferências da dupla fenda para elétrons. Em 1988, meu grupo de trabalho demonstrou

essas interferências para nêutrons, que são pelo menos 2 mil vezes mais pesados do que os elétrons, e, em 1990, Olivier Carnal e Jürgen

Mlynek tiveram êxito em efetuar esse experimento também para feixes de átomos” (Zeilinger, p. 117).

“Como conseguir que sistemas cada vez maiores possam ser observados em tais estados quânticos? Tentar observar a

interferência quântica; as bolas de futebol quânticas, as moléculas de fulereno detém atualmente o recorde mundial” (Zeilinger, p.

121).

Pedro S. Rosa & Roberto A. Martins, in Scientific American n. 13: “A

hipótese de De Broglie era de que o comportamento dual, isto é, onda-partícula, da radiação também se aplica à matéria”.

“A natureza onda-partícula da radiação deveria ter sua contrapartida

numa natureza dual partícula-onda da matéria. Desse modo, as partículas deveriam apresentar, sob certas circunstâncias,

propriedades ondulatórias”.

“Assim como um fóton tem associado a ele uma onda luminosa que

governa seu movimento, também uma partícula material (por exemplo, um elétron) tem necessidade a ela uma onda de matéria

que governa seu movimento”.

“Como o universo é inteiramente composto por matéria e radiação, a

sugestão de De Broglie é essencialmente uma afirmação a respeito de uma grande simetria na natureza”.

“De fato, ele propôs: que os aspectos ondulatórios da matéria fossem relacionados com seus aspectos corpusculares

exatamente da mesma forma quantitativa com que esses aspectos são relacionados para a radiação” (Pedro S. Rosa &

Roberto A. Martins, in Scientific American n. 13).

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“Louis De Broglie introduziu a tese audaciosa segundo a qual a todo objeto material pode ser atribuída uma onda com um comprimento

bem definido. A grandeza desse comprimento de onda é dada pelo assim chamado princípio de De Broglie. Obtêm-se o comprimento

de onda dividindo a constante de Planck h pelo momentum da partícula (o momentum da partícula é o produto da massa pela

velocidade). O comprimento de onda de De Broglie é, portanto, igual à constante de Plank dividida pelo produto da massa pela velocidade

de uma determinada partícula. Esse princípio encontrou múltiplas confirmações experimentais. Isso foi bastante discutido em relação

aos fulerenos” (Zeilinger, p. 125).

P. S. Rosa & R. de A. Martins in Scientific American Brasil n. 13: “Proposta de Louis De Broglie (1923) - Para um fóton: E = pc

(sendo p = momento linear; c = velocidade da luz; E = energia).

Logo p = E/c = ћc/λc = ћ/λ, logo λ = ћ/p (ћ = constante de

Planck e λ = comprimento da onda);

Como λ = ћ/p = ћ/vm (m = massa e v = velocidade de uma

partícula denominado de p). O que resulta que λ é o comprimento de onda de De Broglie, associada à m e à v da partícula”.

“Foi, então, em 1922, que Louis De Broglie escreveu seus dois primeiros artigos teóricos sobre os quanta de luz. Analisou-os como

partículas propriamente ditas, com massa de repouso não nula, fazendo uso em seu estudo da teoria da relatividade especial. De

Broglie aplicou aos quanta de luz tanto a relação E = ћf (sendo ћ constante de Planck e f frequência da onda) quanto E = mc2. Isso é

algo que Einstein jamais havia feito. Curiosamente, as partículas de

luz não teriam a velocidade da luz, por causa do limite relativístico, porém a velocidade seria tão próxima dela que não seria possível

notar a diferença”.

“O interessante é que, segundo a sua hipótese, todos os quanta de

luz são idênticos, possuindo a mesma massa de repouso, assim como todos os elétrons são iguais entre si. A diferença entre um quantum

e outro é sua velocidade. Essas também foram umas ideias novas, inexistentes na proposta inicial de Einstein, porém adotada pouco

depois na definição de Lewis para o fóton”.

“Conseguiu explicar a lei de Planck do corpo negro com uma hipótese

puramente corpuscular, porém adicionando a ideia de que os átomos de luz poderiam se unir formando moléculas de luz, que teriam dois,

três ou mais quanta”.

“O segundo passo dado pelo pesquisador no ano seguinte, foi

relacionar uma vibração (e, depois, uma onda) aos corpúsculos de

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luz, tendo a preocupação de continuar utilizando a teoria da relatividade”.

“Associando ondas aos átomos de luz, tornava-se possível explicar os fenômenos luminosos de interferência e difração”. A discussão vai

longe (P. S. Rosa & R. de A. Martins in Scientific American Brasil n. 13).

No entanto, De Broglie se viu em uma encruzilhada, pois havia uma incoerência entre a física quântica e a teoria da

relatividade: (Para aumentar o entendimento acrescentei negrito e modifiquei o símbolo de frequência ν para f para não confundir com o

símbolo de velocidade v).

“No primeiro dos artigos de 1923, Louis De Broglie introduziu a ideia de uma onda associada às partículas, aplicando essa ideia tanto à luz

quanto a elétrons. Seu ponto de partida foi considerar que qualquer objeto físico com massa própria mo deve possuir uma energia

interna igual a moc2 e que essa energia interna deve estar associada

a um fenômeno periódico simples de frequência fo obedecendo à

relação ћ fo = moc2. Porém, se esse objeto estiver se movendo com

uma velocidade v, sua energia e sua frequência serão diferentes

de acordo com a teoria da relatividade. Ao fazer essa análise De Broglie notou um problema: a energia aumenta com a

velocidade, e portanto a frequência de vibração deveria também aumentar, já que é proporcional à energia. No entanto,

de acordo com a teoria da relatividade, a frequência deveria diminuir com a velocidade. Ou seja: De Broglie obteve duas

equações conflitantes: v1=vo/√1-ß2 e v2=vo√1- ß2. Logo parecia

que a teoria da relatividade e a teoria quântica levavam a uma contradição”.

“Louis De Broglie se debateu bastante tempo com esse problema, pois ele não conseguia aceitar a impossibilidade de fundir as teorias

quânticas e da relatividade. Depois de muitas tentativas conseguiu resolver o paradoxo, introduzindo uma onda associada à partícula. No

curso de Langevin, Louis já havia estudado as propriedades de ondas na teoria da relatividade . Ele se lembrou que a frequência das

ondas e a frequência de oscilação de partículas obedecem a equações diferentes. A equação v2=vo√1- ß2 era correta para

partículas e a outra poderia estar associada a uma onda. Seria a frequência da onda (e não da partícula) que devia ser utilizada na

equação de Planck, porque afinal das contas o que se mede para a luz é o comprimento de onda, e não a vibração de um

quantum”.

“Desenvolvendo essa ideia, Louis De Broglie percebeu que a onda associada a um corpo de velocidade v deveria se mover com a

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velocidade c2/v, que é maior que a velocidade da luz. Considerou por isso que essa seria uma “onda fictícia”, que não transportaria

energia. De Broglie apresentou nesse artigo, pela primeira vez, uma associação relativística entre onda e partícula. A natureza da onda

não ficava muito clara, no entanto, De Broglie considerou que os átomos de luz teriam ondas desse tipo associadas a eles e que,

portanto, seria possível explicar todos os fenômenos ondulatórios da luz”.

“Quando estava para completar 60 anos Louis de Broglie foi surpreendido por um trabalho enviado pelo jovem físico teórico

americano David Bohm”.

“Recusando a interpretação probabilística da mecânica quântica, Bohm criou em 1951 uma teoria determinística, de variáveis ocultas,

que lembrava alguns aspectos da teoria da onda piloto que De Broglie havia proposto em 1927. Percebendo que a teoria de Bohm eliminava

dificuldades que antes pareciam fatais, Louis de Broglie dedicou-se novamente ao desenvolvimento da teoria da dupla solução,

introduzindo várias alterações, em colaboração com seu aluno de doutoramento Jean Pierre Vigier”.

“Em 1954, dois anos antes de sua morte, Einstein lhe escreveu cumprimentando-o por seus novos trabalhos e comentando:

„Realmente, exatamente como você, estou convencido de que se deve procurar uma subestrutura, uma necessidade que fica oculta na

forma presente da teoria quântica pela hábil aplicação de sua forma estatística‟” (P. S. Rosa & R. de A. Martins in Scientific American

Brasil n.13).

Como Einstein definiu a tese de De Broglie, depois de ter sido defendida: “O trabalho de De Broglie causou-me grande impressão.

Ele ergueu uma ponta do grande véu” Pedro S. Rosa & Roberto A. Martins, in Scientific American n. 13.

2.2.7 PAUL ADRIEN MAURICE DIRAC (1902-1984), físico e matemático inglês que se dedicou à mecânica quântica e publicou

uma formulação matemática da teoria da relatividade de Einstein. Recebeu o Prêmio Nobel de Física, em 1933.

“Em 1928, Paul Dirac formulou uma teoria quântica relativística do elétron que leva em conta seu spin. Devido a seu interesse pela

teoria da relatividade, Dirac procurou associar essa teoria à mecânica quântica. Sua teoria lhe permitiu prever a existência da antipartícula

do elétron – o pósitron – que foi descoberto por Carl Anderson em 1932, comprovando as previsões de Dirac” ((P. S. Rosa e R. de A.

Martins in Scientific American Brasil n.13).

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“Dirac chegou a essa equação na tentativa de unificar a mecânica quântica e a relatividade especial. Descobriu que sua equação, assim

como descrevia partículas de energia positiva, descrevia também objetos como energia „negativa‟” (Abdus Salam, p. 25).

“Que reinterpretação propôs Dirac para que as soluções de energia negativa fizessem sentido? Seu passo decisivo foi considerar o estado

mais baixo possível de energia – aquele em que todos os estados de energia negativa estão preenchidos com elétrons – como sendo o

estado em que nenhuma partícula é observada (o chamado estado de “vácuo”). A partir disso, podia interpretar qualquer buraco não

preenchido em estados de energia negativa como sendo positivo – o

que chamou de antielétrons (ou pósitrons)” (Abdus Salam, p.26).

“Tudo nesta interpretação é coerente – mesmo no caso em que um

campo elétrico externo está presente. Não é difícil ver que, nesta reinterpretação, o antielétron (isto é, um buraco negativamente

carregado de energia negativa) expressaria um “pósitron” de carga elétrica positiva e energia positiva” (Abdus Salam, p. 27).

Dirac pode prever a existência de uma nova partícula, o pósitron – a antipartícula do elétron.

“Foi por essa razão que Dirac pode prever a existência de uma nova partícula, o pósitron – a antipartícula do elétron. Esta foi

efetivamente descoberta um ano depois que sua existência foi postulada por Dirac. Foi um grande triunfo, mas triunfo experimental

ainda maior foi a produção de antiprótons, por Segrè e Chamberlain, em 1956, e a produção posterior de antidêuterons (compostos) por

Zichichi e seus colaboradores, em 1965” (Abdus Salam, p. 27).

O mar de elétrons

“Fechado e lacônico, o físico inglês fundiu a teoria da relatividade à

mecânica quântica e encheu o universo com um mar de elétrons”. É o que o Professor Roberto Andrade Martins, da Unicamp, nos relata

(Scientific American Brasil 13):

“Ao desenvolver sua teoria relativística do elétron, Paul Dirac precisou

introduzir matrizes 4x4 no lugar das matrizes 2x2 que haviam sido utilizadas antes para representar o spin. Ele percebeu que isso

significava a existência de maior número de graus de liberdade internos do elétron, evidenciando que essa partícula era mais

complexa do que se pensava. Além dos estados de spin positivo e negativo, existiam outras possibilidades. Analisando esses novos

casos, Dirac se deu conta de que metade dos novos estados se referia a estados de energia negativos. Isso parecia indicar que os

elétrons poderiam passar do seu estado „normal‟ (energia positiva)

para um estado desconhecido (de energia negativa) emitindo

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radiação – e esse processo deveria ocorrer sempre, pois a tendência dos sistemas é atingir o nível mais baixo possível de energia”.

“Durante algum tempo ele procurou modificar a teoria ou introduzir alguma nova condição que proibisse a existência desses estados de

energia negativos, ou que impedisse que os elétrons passassem dos estados positivos para os negativos. Não conseguindo isso, adotou

outra estratégia e começou a aceitar os estados negativos de energia, procurando compreender seu significado físico”.

“Como os elétrons obedecem ao princípio de exclusão de Pauli, não podem existir dois elétrons em um sistema que estejam exatamente

no mesmo estado quântico. Se todas as „vagas‟ de energia negativa

já estivessem preenchidas por elétrons, os que tivessem energia positiva não poderiam sofrer transformação, emitir radiação e ficar

com energia negativa, pois haveria superposição de dois elétrons no mesmo estado, o que violaria o princípio de exclusão. Isso permitia

explicar a existência de elétrons com energia positiva. No entanto, era preciso supor que todo o Universo está repleto de elétrons com

energia negativa, que não observamos porque estão em toda parte”.

“Em alguns casos, esse mar invisível de elétrons poderia ter alguma

lacuna aqui e ali. Essas lacunas, correspondendo à falta de um elétron, seriam percebidas experimentalmente como se fossem

partículas positivas, com carga igual (em módulo) à do elétron e com a mesma massa”.

“Na época em que Dirac fez essa análise apenas se conheciam os elétrons (negativos) e os prótons (positivos), e estes tinham massa

quase 2.000 vezes maior”.

“Poderiam tais lacunas corresponder aos prótons? No começo, Dirac pensou que sim, mas logo foi criticado por Hermann Weyl, sendo

obrigado a admitir que a massa não poderia ser diferente”.

“Durante vários anos não houve confirmação da existência dessas

antipartículas do elétron. O primeiro experimentador a encontrar algumas evidências foi Patrick Blackett, mas por excesso de cautela

ele não publicou seus resultados. A descoberta foi anunciada em 1932 por Carl D. Anderson, que observou os antielétrons ao estudar a

passagem de raios cósmicos em uma câmara de neblina, utilizando um campo magnético para diferenciar entre partículas com carga

positiva e negativa. Foi Anderson que propôs o nome „pósitron‟, que utilizamos” (R. A. Martins).

“A equação de Dirac e sua bem-sucedida reinterpretação foi um dos maiores feitos da física do século XX. Isto deu lugar a uma exaltação

sem limites desse físico. Esta foi, portanto, uma das grandes

contribuições de Dirac para a teoria das partículas elementares: sua

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53

famosa equação, capaz de descrever os spins e as helicidades das entidades elementares como os elétrons, os quarks e suas

antipartículas e também dos prótons e nêutrons livres (e das antipartículas destes)” (Abdus Salam, p. 27).

2.2.8 WOLFGANG ERNST PAULI (1900-1958), físico austríaco, naturalizado americano, que formulou o princípio de exclusão de

elétrons, denominada de “Princípio de Exclusão de Pauli” e previu a existência do neutrino. Ganhou o Prêmio Nobel de Física (1945).

Cibele C. Silva, in Scietific American Brasil n. 13: “Em 1925, Wolfang Pauli afirmou que, em um átomo, dois elétrons não podem

apresentar o mesmo conjunto de números quânticos. Um orbital

poderá possuir, no máximo, dois elétrons, e a única diferença entre eles encontram-se no spin. Segundo esse princípio, duas partículas

com spin 1/2 não podem estar no mesmo estado simultaneamente, com todos os números quânticos iguais, ou seja, não podem ter todas

as propriedades iguais ao mesmo tempo. O máximo de semelhança possível é possuir todos os números quânticos iguais, exceto o spin

que deve ser diferente. Assim, se uma partícula tem spin +1/2, a outra deve ter spin -1/2”.

“Pauli percebeu que o novo princípio não poderia ser explicado como consequência da mecânica clássica ou das regras quânticas

formuladas até então. Tratava-se de uma nova restrição que deveria ser adicionada aos postulados básicos da teoria quântica”.

“Nesse mesmo ano de 1925, Werner Heisenberg iniciou a elaboração de uma das formas finais da teoria quântica – a mecânica matricial”.

“As consequências das ideias de Pauli sobre o princípio de exclusão

foram investigadas por vários físicos da época. Entre eles, o inglês Paul Dirac mostrou a possibilidade de aplicá-lo na nova abordagem

ondulatória da mecânica quântica. Nessa formulação, o princípio de exclusão implica que as funções de onda de dois elétrons são

antissimétricas pela troca das coordenadas espaciais e de spin”.

“As aplicações do princípio da exclusão de Pauli foram fundamentais para o desenvolvimento da mecânica estatística, que é uma forma de

descrição de sistemas com muitas partículas. Para entender essa importância, é preciso lembrar que há dois tipos de partículas na

Natureza, os férmions e os bósons. Os férmions possuem spin com valor semi-inteiro, como os elétrons, que têm spin ± 1/2- Os

bósons, por sua vez, apresentam spin inteiro, como fóton, que possui spin ± 1. Os férmions obedecem ao princípio da

exclusão de Pauli, os bósons dão origem a duas maneiras

diferentes de tratar os sistemas quânticos de muitas partículas, isto é, cada uma corresponde a uma distribuição

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diferente: a de Fermi-Dirac para os férmions e a de Bose-Einstein para os bósons”. E a história continua... (Cibele C. Silva, in Scietific

American Brasil n. 13).

Distribuição eletrônica em orbitais

Usberco & Salvador (p. 147): “Os elétrons se distribuem em orbitais seguindo duas regras: o Princípio de exclusão de Pauli (num

orbital existem no máximo 2 elétrons com spins opostos) e a Regra de Hund ou Regra da máxima multiplicidade (o preenchimento

dos orbitais de um mesmo subnível deve ser feito de modo que tenhamos o maior número possível de elétrons isolados, ou seja,

desemparelhados).

Os elétrons que irão preencher os orbitais, geralmente são

representados por setas ou , sendo que o sentido da seta indica um determinado spin: ms = - ½ ou + ½.

Exemplos de distribuição eletrônica envolvendo orbitais

Usberco & Salvador (p. 147).

Figura 10 - Distribuição eletrônica do Hidrogênio (H), do Hélio (2He),

do Lítio (3Li), do Berilo (4Be) e do Boro (5B), do Carbono (6C), do Nitrogênio (7N), do Oxigênio (8O), do Flúor (9F) e do Neônio (10Ne).

3 A UNIFICAÇÃO DAS FORÇAS FUNDAMENTAIS: uma síntese

de Abdus Salam

A unificação, em uma mesma teoria, de fenômenos diferentes é uma

ideia permanente nos pesquisadores da física (Ideias de Abdus Salam) (Figura 70).

ABDUS SALAM nasceu em 1926, em Jhang, Paquistão. Juntamente

com STEVEN WEINBERG e SHELDON GLASHOW, recebeu o Prêmio Nobel de Física, em 1979, pela unificação das interações fraca

e eletromagnética. Fala-se hoje na possibilidade de uma “Teoria de Tudo”, que unificaria todas as forças da natureza.

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3.1 A unificação das forças da Gravidade terrestres e celestes

“A Simetria Galileana: Foi Galileu o primeiro a observar as sombras

projetadas por montanhas na Lua. Correlacionando a direção das sombras com a direção da luz solar, pôde afirmar que “as leis da

projeção de sombras são as mesmas tanto na Lua como na Terra”. Esta foi a primeira demonstração do princípio fundamental –

hoje conhecido como “simetria galileana” – que afirmou a universalidade das leis físicas” (p. 13).

“Isaac Newton, por volta de 1680, afirmou que a força da gravidade “terrestre” era a mesma coisa que a gravidade “celeste” (a força que

mantém os planetas em movimento em volta do Sol). É uma força de

grande alcance. Seus efeitos podem ser sentidos a qualquer distância, embora atenuados pelo quadrado da distância entre os dois

objetos “gravitantes” em questão” (p. 14).

“Newton introduziu uma nova constante fundamental da natureza, a

constante G, que caracteriza a intensidade da força gravitacional” (p. 15).

“A gravidade é sempre atrativa, ao contrário de outras forças da natureza que, como veremos, pode ser tanto repulsivas quanto

atrativas, o que lhe confere a característica de ser uma força que sempre soma. Em suma uniu a gravitação terrestre e celeste” (p.

15).

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Abdus Salam

Figura 11 - Quadro Geral: A UNIFICAÇÃO DAS FORÇAS

FUNDAMENTAIS – O grande desafio da física contemporânea (p. 14).

3.2 A unificação da Eletricidade e do Magnetismo

“A unificação de forças fundamentais seguintes foi proposta cerca de 150 anos depois. Começando com Faraday e Ampère no contexto do

eletromagnetismo – a „força da vida‟ (assim chamada porque toda ligação química é de origem eletromagnética, o que se

aplica a todos os fenômenos de impulsos nervosos)” (p. 15).

“Antes de 1820, a eletricidade e o magnetismo eram considerados

duas forças distintas. Faraday e Ampère, na maior unificação dos

tempos modernos, foram os primeiros a mostrar que ambos não passavam de dois aspectos de uma única força – o

eletromagnetismo” (p. 15).

“A ideia: se considerarmos um objeto eletricamente carregado, um

elétron, por exemplo, poderemos detectar (pondo outro elétron perto dele) uma força elétrica de repulsão. Mas, assim que o primeiro

elétron se movimenta, vamos encontrar também uma força

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magnética que não estava ali antes. Essa força pode ser detectada por seu efeito sobre uma agulha magnética posta perto do elétron

que se move” (p. 15).

Continuando: ”o que distingue a eletricidade do magnetismo é,

portanto, uma questão de ponto de vista – a saber, o fato de a carga elétrica estar em movimento ou não. Esta é a essência

da unificação da eletricidade e do magnetismo” (p. 15).

“A unificação das duas forças fundamentais, antes dissociadas da

eletricidade e do magnetismo, foi a base da tecnologia da corrente elétrica do século XIX, que usava, para gerar correntes elétricas; a

rotação de uma bobina entre os dois polos de um magneto. Esta foi a

base dos motores elétricos e dos dínamos elétricos que levaram às usinas de energia elétrica” (p. 16).

3.3 A unificação do Eletromagnetismo com a Óptica

“O eletromagnetismo clássico chegou a seu ápice cinquenta anos

mais tarde no trabalho de Maxwell, que mostrou que, se uma carga elétrica fosse acelerada (isto é, se houvesse uma mudança em sua

velocidade), emitiria energia na forma de radiação eletromagnética (ondas de rádio, onda de calor, raios luminosos, raios X e raios gama,

que só diferem uns dos outros por seus comprimentos de onda). Essa unificação maravilhosa foi a base da tecnologia do século XX, com o

rádio, a televisão e os raios X, dominando nossas vidas” (p. 16).

“Maxwell unificou a óptica com o eletromagnetismo. O que há de

mais notável nessa unificação, do ponto de vista teórico, é que ele tinha apenas um número para guiá-lo. Usando uma aparelhagem

bastante rudimentar, verificou que a velocidade da luz podia ser

expressa em termos de duas constantes conhecidas (que expressavam propriedades elétricas e magnéticas do vácuo), tal

como era previsto por sua teoria. Infelizmente morreu aos 48 anos e não pode ver a demonstração por Hertz, na Alemanha, cerca de dez

anos após sua morte” (Abdus Salam, p. 16).

3.4 A unificação do Espaço e do Tempo

“Einstein, com sua teoria especial da relatividade (1905), situa o espaço e o tempo em pé de igualdade. Uma consequência desse

trabalho foi a Fórmula da „dilatação do tempo!‟, segundo a qual quanto mais depressa um corpo se move, mais longa é sua vida – do

ponto de vista de um observador estacionário” (p. 16).

“Outra consequência da teoria especial da relatividade de Einstein é a

bem conhecida relação entre massa e energia, expressa na famosa equação E = mc2, onde c é a velocidade da luz, m é a massa da

partícula em movimento e E é sua energia” (Abdus Salam, p. 17).

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Einstein e a Teoria da Gravitação

“Einstein, foi ainda mais longe em sua teoria da relatividade geral

(1915). Realizou uma geometrização da física no sentido de que, em sua teoria, a curvatura do espaço e tempo determinava a gravitação.

Curvatura é uma noção geométrica, ao passo que a gravitação é uma das forças fundamentais da natureza. Por um golpe de gênio, Einstein

identificou as duas, levando assim a cabo a geometrização da física” (p. 17).

3.5 A unificação da Gravitação e do Eletromagnetismo

“Depois de êxitos da teoria da relatividade geral e do modo como

explica a gravitação, em termos de espaço e tempo, Einstein

começou a conjecturar se haveria uma ligação entre a gravidade e o eletromagnetismo – em particular, indagava ele, seria possível ver

também o eletromagnetismo como uma propriedade geométrica do espaço-tempo, o que uniria as duas forças da natureza? Essas duas

forças obedecem à mesma lei do inverso do quadrado da distância, embora suas intensidades, às distâncias comparáveis, sejam

imensamente diferentes” (p. 18).

“Essa unificação da relatividade geral e do eletromagnetismo foi o

sonho que Einstein alimentou e no qual trabalhou durante boa parte de sua maturidade. Dedicou 35 anos a esse problema, e acreditamos

que, ao fim, não teve êxito” (p. 20 - Abdus Salam).

Dimensões extras no espaço-tempo

“Em 1919, Kaluza enviou a Einstein um artigo em que dava o passo audacioso de propor que, para efeitos de unificação (geométrica) do

eletromagnetismo com a gravitação, era preciso considerar um

espaço-tempo com cinco dimensões. Kaluza verificou que a curvatura correspondente à dimensão extra (quinta) origina a

força eletromagnética, assim como, nas três dimensões comuns do espaço, a curvatura mais o tempo dão origem à

gravidade. Essa teoria foi complementada mais tarde por Klein” (p. 20).

“Que são cinco dimensões? Imagine-se olhando para um lápis de uma distância bem grande. Dessa distância, o lápis parece uma linha fina

– unidimensional – e não se percebe que é de fato um pequeno cilindro, com uma superfície bidimensional. Da mesma maneira, cinco

dimensões podem parecer apenas quatro, se a quinta for minúscula” (p. 20).

“Klein, na verdade, propôs que a dimensão extra devia estar enroscada num comprimento de cerca de 10-33 cm (o comprimento

de Planck), de tal modo que a curvatura correspondente à quinta

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dimensão devesse corresponder à magnitude “correta” de carga elétrica (isto é, a unidade de carga do próton)” (p. 20).

“Kaluza enviou seu artigo para Einstein, incumbindo-o de encaminhá-lo para publicação. Einstein (embora a princípio tenha gostado da

ideia de uma dimensão extra, não percebida) teve dúvidas. Acabou adiando a publicação por dois anos. Fazendo que Kaluza abandonasse

a física fundamental” (Abdus Salam, p. 21).

Abdus Salam argumenta que estão voltando às ideias de

Kaluza-Klein, decisivas para uma Teoria de Tudo.

3.6 A unificação de a Força Nuclear Fraca com o

Eletromagnetismo

Salam, Weinberg e Glashow

“As forças nucleares são de dois tipos: as chamadas „fracas‟ e as

„fortes‟” (p. 22).

“A força nuclear „forte‟ tem um alcance de cerca de 10-13 cm. É ela

responsável pela fissão nuclear e pela fusão nuclear (a fonte de energia das estrelas)” (p. 23).

“A força nuclear „fraca‟, ao contrário, é quase universal. É a força responsável pela chamada radioatividade beta, descoberta por

Madame Curie. Ela desempenha um papel decisivo da produção de energia pelo sol” (p. 29).

“A força nuclear „fraca‟ é universal, mas não tão universal quanto a gravidade. Em 1957, descobriu-se que a força nuclear „fraca‟, pelo

que se pode verificar, atua somente entre partículas com helicidade esquerda. Portanto, não há força „fraca‟ entre elétrons, prótons e

nêutrons com helicidade direita, ao passo que neutrinos com

helicidade direita talvez nem existam” (p. 29).

“A força nuclear “fraca” é assim chamada porque (à distâncias

comparáveis) tem 10-5 vezes a intensidade da força eletromagnética. O alcance da força „fraca‟ não passa de 10-16 cm (o que é menor, por

um fator de 1.000, que o alcance da força nuclear „forte‟)” (p. 30).

“A ideia decisiva que permitiu unificar o eletromagnetismo e as forças

nucleares fracas (e não o eletromagnetismo e a gravitação como Faraday e Einstein pretendiam) foi a de que ambas essas forças têm

mensageiros de spin um e são forças de „gauge‟. Sendo que a propriedade fundamental que caracteriza as forças de gauge (em

oposição às que não são de gauge) é o fato de serem produzidas por uma permuta de „mensageiros‟ de spin „um‟” (p. 31).

“O protótipo de todas as forças de gauge é o eletromagnetismo. Neste caso o „mensageiro‟ – de spin um – é o fóton γ – o quantum de

luz” (Abdus Salam, p. 31).

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4 - “A TOTALIDADE E A ORDEM IMPLICADA – Uma nova

percepção da realidade”.

DAVID JOSEPH BOHM (1917-1992), Nascido em Wilkes-Barre

(Pensilvânia), Bohm se graduou em 1939, e passou a trabalhar com Oppenheimer, em física teórica,

“Durante a Segunda Guerra Mundial seu nome foi proposto por Oppenheimer para trabalhar com ele em Los Alamos na produção da

primeira bomba atômica, mas recusado pelo exército devido a suas posições políticas. Ironicamente, seus cálculos para colisões de

prótons e dêuterons se mostraram úteis para o projeto de construção

da bomba, de modo que lhe foi vedado, por questões de segurança, o acesso a seus próprios dados, o que o impediu de escrever sua tese

de doutorado (Wikipédia)”.

“Para fins acadêmicos, Oppenheimer certificou que Bohm havia

concluído a pesquisa. Posteriormente, Bohm trabalhou nos cálculos teóricos para o enriquecimento eletromagnético de urânio em Oak

Ridge, para uso na bomba lançada em Hiroshima em 1945 (Wikipédia)”.

“Depois da guerra Bohm se tornou professor assistente na Universidade de Princeton, onde trabalhou com Albert Einstein. Em

Maio de 1949, sob o macartismo, convocado para testemunhar contra Oppenheimer pelo Comitê de Atividades Anti-Americanas, recusou-se

com base em seus direitos constitucionais. No ano seguinte foi acusado e preso e, embora absolvido em Maio de 1951, Princeton se

recusou a renovar seu contrato, apesar dos pedidos de Einstein e

outros colegas (Wikipédia)”.

“Bohm mudou-se então para o Brasil, onde ocupou uma cátedra em

Física na USP (Wikipédia)”.

“Em 1955 mudou-se para Israel, onde ficou dois anos e conheceu sua

esposa Saral, que teria papel importante no desenvolvimento de suas idéias (Wikipédia)”.

“Em 1957 mudou-se para a Grã-Bretanha. Obteve uma bolsa de pesquisa na Universidade de Bristol até 1961, quando se tornou

professor de Física Teórica na Universidade de Londres, onde ficou até sua aposentadoria em 1987 (Wikipédia)”.

“Suas contribuições para a física, principalmente na área da mecânica quântica e teoria da relatividade, foram significativas. Ainda como

estudante de pós-graduação em Berkeley, descobriu o fenômeno eletrônico conhecido hoje como difusão de Bohm. Seu primeiro

livro, Teoria quântica, publicado em 1951, foi considerado por

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Einstein a exposição mais clara que ele já havia visto sobre o assunto (Wikipedia)”.

“Insatisfeito com a abordagem ortodoxa da física quântica descrita por ele neste mesmo livro, desenvolveu sua própria interpretação,

uma teoria determinística da variável oculta não-local cujas predições concordam perfeitamente com as teorias quânticas, não

determinísticas. Seu trabalho foi um dos motivadores da desigualdade de Bell, cujas conseqüências ainda estão sendo

investigadas (Wikipedia)”.

“Em 1959 descobriu, com um aluno seu, o efeito Aharonov-Bohm,

mostrando como um campo eletromagnético pode afetar uma região

do espaço na qual esteja inserido, embora seu potencial vetorial não exista nela. Isto demonstrou pela primeira vez que o potencial

vetorial, uma conveniência matemática, poderia ter efeitos físicos (quânticos) reais (Wikipedia)”.

“Bohm também fez contribuições teóricas significativas ao desenvolvimento do modelo holonômico de funcionamento do

cérebro. Em colaboração com Karl Pribram, neurocientista de Stanford, estabeleceu a fundamentação para a teoria de que o

cérebro funciona de forma similar a um holograma, segundo princípios matemáticos e padrões de ondas. Estas formas de onda

podem compor organizações semelhantes a hologramas, sugeriu Bohm, baseando este conceito na aplicação da análise de

Fourier, uma forma de cálculo que transforma padrões complexos em ondas sinódicas componentes (Wikipedia)”.

“O modelo holonômico do cérebro desenvolvido por Pribram e

Bohm propõe um visão de mundo definida pela lente - semelhante ao efeito prismático texturizado de um raio solar refratado pela chuva no

arco-íris - visão esta bastante diferente da abordagem "objetiva" convencional. Pribram acredita que se a psicologia quiser entender as

condições que produzem o mundo das aparências, precisa se ater ao pensamento de físicos como Bohm (Wikipedia)”.

“As visões científica e filosófica de Bohm são inseparáveis. Em 1959, lendo um livro do filósofo indiano Krishnamurti, realizou o quanto

suas próprias idéias sobre mecânica quântica se fundiam com as idéias filosóficas de Krishnamurti. Em seu livro “A totalidade e a

ordem implicada” de 1980, e em “Ciência, Ordem e Criatividade”, Bohm expressou sua abordagem da filosofia e da

física (Wikipedia)”.

4.1 As ideias de David Bohm: o holomovimento (A Totalidade e

a Ordem Implicada – uma nova percepção da realidade).

Todos os negritos foram assinalados por mim.

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Fragmentação e totalidade

“É de especial importância considerar esta questão nos dias de hoje,

pois agora a fragmentação será muito difundida, não apenas por toda a sociedade, mas também em cada indivíduo; e isto leva a uma

espécie de confusão geral na mente, criando uma série interminável de problemas e interferindo tão seriamente com a clareza da nossa

percepção que nos impede de resolver a parte deles” (p. 19).

“Assim, a arte, a ciência, a tecnologia e o trabalho humano em geral

são divididos em especialidades, sendo cada uma delas considerada como essencialmente separada das outras. Não satisfeito com esse

estado de coisas, os homens propuseram assuntos interdisciplinares

adicionais, com a intenção de unir essas especialidades” (p. 19).

“No entanto, esses novos temas, em última análise, serviram

principalmente para acrescentar outros fragmentos separados. Portanto, a sociedade como um todo se tem desenvolvido de forma

tal que se encontra fracionada em nações e em diferentes grupos: religiosos, políticos, econômicos, raciais, etc” (p. 19).

“Em correspondência, o ambiente natural do homem tem sido visto como um agregado de partes existentes separadamente, a serem

exploradas por diferentes grupos de pessoas. Da mesma forma, cada ser humano individual foi fragmentado num grande número de

compartimentos separados e conflitantes, conforme seus diferentes desejos, metas, ambições, lealdades, características psicológicas,

etc., a tal ponto que em geral se admite que certo grau de neurose seja inevitável, enquanto que muitos indivíduos, que vão além dos

limites “normais” da fragmentação, são classificados como

paranóides, esquizóides, psicóticos, etc” (p. 19).

“É evidente que é ilusória a noção de que todos esses fragmentos

existem separadamente, e essa ilusão não faz outra coisa senão levar a um conflito e a uma confusão infindáveis. De fato, a tentativa de

viver de acordo com a noção de que os fragmentos estão realmente separados é, em essência, o que tem levado à série crescente de

crises extremamente urgentes, com as quais, hoje, nos defrontamos” (p. 20).

“Assim, como bem se sabe agora, esse modo de vida é o que vem ocasionando a poluição, a destruição do equilíbrio da natureza, a

superpopulação, a desordem política e econômica em escala mundial, e a criação de um ambiente global que não é saudável, seja física ou

mentalmente, para a maioria das pessoas que nele têm de viver” (p.20).

“Individualmente, desenvolveu-se um sentimento muito difundido de

impotência e desespero em face do que parece ser uma massa

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avassaladora de forças sociais desiguais, que está além do controle, e mesmo da compreensão, dos seres humanos por ela envolvidos”

(p.20).

“O que será enfatizado, em primeiro lugar, na pesquisa científica e

depois num contexto mais geral, é que a fragmentação está sendo continuamente produzida pelo hábito quase universal de tomar o

conteúdo do nosso pensamento por „uma descrição do mundo como ele é‟” (p. 22).

“Ou então, poderíamos dizer que, nesse hábito, considera-se o pensamento como estando em correspondência direta com a

realidade objetiva. Uma vez que o nosso pensamento é permeado por

diferenças e distinções, segue-se daí que um tal hábito nos leva a enxergá-las como divisões reais, de modo que o mundo então é visto

e experimentado com algo efetivamente dividido em fragmentos” (p. 22).

“A forma newtoniana de insight funcionou muito bem por vários séculos, mas finalmente (como os antigos insights gregos que

vieram antes) levou a resultados obscuros quando estendidos a novos domínios. Desenvolveram-se, nesses novos domínios, novas

formas de insights (a teoria da relatividade e a teoria quântica). Estas proporcionaram um quadro do mundo radicalmente diferente daquele

de Newton (embora se tenha percebido que este último ainda é válido num domínio limitado)” (p. 23).

“A tendência predominante na física moderna contrasta fortemente com qualquer espécie de visão que dá primazia à atividade formativa

na totalidade indivisa do movimento fluente. De fato, aqueles

aspectos da teoria da relatividade e da teoria quântica que sugerem a necessidade de uma tal visão tendem a ser desenfatizados e, na

verdade, pouco notados pela maioria dos físicos, pois são vistos em grande parte como aspectos dos cálculos matemáticos, e não como

indicações da natureza real das coisas. Quando, na física, se usa a linguagem e o modo de pensar informais, que inspiram a imaginação

e provocam o sentimento do que é real e substancial, a maioria dos físicos ainda fala e pensa, com uma total convicção da verdade, em

termos da noção atomística tradicional de que o universo é constituído de partículas elementares que são “os blocos de

construção básicos”, dos quais tudo é feito” (p.36).

“Em outras ciências, tais como a biologia, a força dessa convicção é

ainda maior, pois entre os que trabalham nessas áreas há pouca consciência do caráter revolucionário do progresso na física moderna.

Por exemplo, os modernos biólogos moleculares geralmente

acreditam que a totalidade da vida e da mente pode, em última instância, ser entendida em termos mais ou menos mecânicos, por

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meio de algum tipo de extensão do trabalho que tem sido feito sobre a estrutura e a função das moléculas de DNA. Uma tendência

semelhante já começou a dominar na psicologia. Chegamos, desse modo, ao muito estranho resultado de que, no estudo da vida e da

mente, que são justamente os campos onde a causa formativa, atuando em movimento fluente indiviso e ininterrupto, é mais

evidente à experiência e à observação, existe agora a mais forte das crenças na abordagem atomística fragmentária da realidade” (p. 36).

“Nosso modo fragmentário de pensar, olhar e agir tem, evidentemente, implicações em cada aspecto da vida humana. Isto é,

por uma curiosa ironia, a fragmentação parece ser a única coisa

universal na nossa vida, que funciona através do todo sem fronteiras ou limites. Isto ocorre porque as raízes da fragmentação são muito

profundas e estão muito difundidas. Como já foi assinalado, tentamos dividir o que é uno e indivisível, e isto implica que na próxima etapa

tentaremos identificar o que é diferente” (p. 38).

“Portanto, a fragmentação é, em essência, uma confusão em torno da

questão da diferença e da semelhança, mas a clara percepção dessas categorias é necessária em cada fase da vida. Estar confuso sobre o

que é diferente e o que não é, é estar confuso sobre tudo. Logo, não é acidental o fato de que nossa forma fragmentária de pensamento

esteja levando a um espectro tão amplo de crises sociais, políticas, econômicas, ecológicas, psicológicas, etc., no indivíduo e na

sociedade como um todo. Um tal modo de pensar implica um interminável desenvolvimento de conflitos caóticos e sem sentido,

onde as energias de todos tendem a se perder em movimentos

antagônicos ou em desentendimentos” (David Bohm, p. 38).

A fragmentação como consequência da mecanicidade do

homem - “Fragmentos de um ensinamento desconhecido” de Ouspesnky

Em “Fragmentos de um ensinamento desconhecido” de Ouspesnky, Gurdjieff responde uma pergunta de um aluno:

“Como se deve compreender a evolução do homem?”

“Pode-se compreender a evolução do homem, respondeu G., como o

desenvolvimento nele de faculdades e poderes que nunca se desenvolvem por si mesmos, isto é, mecanicamente. Só essa espécie

de desenvolvimento ou crescimento marca a evolução real do homem. Não há nem pode haver outra espécie de evolução” (p. 75).

“No que se refere à evolução, é indispensável, desde o início, convencer-se plenamente de que não há evolução mecânica possível.

A evolução do homem é a evolução de sua consciência. E a

„consciência‟ não pode evoluir inconscientemente. A evolução do

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homem é a evolução de sua vontade e a „vontade‟ não pode evoluir involuntariamente. A evolução do homem é a evolução de seu poder

de „fazer‟ e „fazer‟ não pode ser o resultado do que „acontece‟” (p. 75).

“As possibilidades de evolução, no entanto, existem e podem ser desenvolvidas em indivíduos isolados, com o auxílio de

conhecimentos e métodos apropriados. Tal desenvolvimento só se pode verificar no interesse do homem, em oposição às forças e,

poderíamos dizer, aos interesses do mundo planetário. O Homem deve compreender bem: sua evolução só interessa a ele. Ninguém

mais está interessado nisso. E não deve contar com o auxílio de

ninguém. Porque ninguém é obrigado a lhe ajudar e ninguém tem essa intenção. Ao contrário, as forças que se opõem à evolução das

grandes massas humanas opõem-se também à evolução de cada homem. Cabe a cada um levar a melhor sobre essas forças. Mas, se

um homem pode levar a melhor, a humanidade não pode. Compreenderão mais tarde que todos esses obstáculos são muito

úteis; se não existissem, seria necessário criá-los intencionalmente, pois só superando os obstáculos é que um homem pode desenvolver

em si as qualidades de que necessita” (p.76).

“Tais são as bases de uma concepção correta da evolução do homem.

Não há evolução obrigatória, mecânica. A evolução é o resultado de uma luta consciente. A natureza não precisa dessa evolução; não a

quer e a combate. A evolução só pode ser necessária ao próprio homem, quando ele se dá conta de sua situação e da possibilidade de

mudá-la; quando se dá conta de que tem poderes que não emprega

em absoluto e riquezas que não vê. E é no sentido da tomada de posse desses poderes e dessas riquezas que a evolução é possível.

Mas se todos os homens, ou a maioria deles, compreendessem isso e desejassem obter o que lhes cabe por direito de nascença, a

evolução, ainda uma vez, se tornaria impossível. O que é possível para cada homem é impossível para as massas” (p. 76).

“As pessoas não sabem o que é o homem. Têm que lidar com uma máquina muito complicada, muito mais complicada do que uma

locomotiva, um automóvel ou um avião – mas não sabem nada, ou quase nada, da estrutura, do funcionamento e das possibilidades

dessa máquina; não compreendem mesmo suas mais simples funções, porque não conhecem a finalidade dessas funções.

Imaginam vagamente que um homem deveria aprender a dirigir sua máquina como deve aprender a dirigir uma locomotiva, um carro ou

um avião e que uma manobra incompetente da máquina humana é

exatamente tão perigosa quanto uma manobra incompetente de qualquer outra máquina. Todo mundo se dá conta disto, quando se

trata de um avião, de um carro ou de uma locomotiva. Mas é muito

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raro que se leve isto em consideração, quando se trata do homem em geral ou de si mesmo em particular. Crê-se justo e legítimo pensar

que a natureza deu ao homem o conhecimento necessário de sua própria máquina; e, no entanto, as pessoas terão que convir que um

conhecimento instintivo dessa máquina está longe de ser suficiente. Por que estudam a medicina e recorrem a seus serviços?

Evidentemente, porque se dão conta de que não conhecem suas próprias máquinas. Mas não suspeitam que poderiam conhecê-las

muito melhor do que a consegue a ciência e que, então, poderiam obter delas um trabalho totalmente diferente” (p. 77).

“O homem tal qual o conhecemos, o homem-máquina, o homem que

não pode „fazer‟, o homem a quem e através de quem „tudo acontece‟, não pode ter um „Eu‟ permanente e único. Seu „eu‟ muda

tão depressa quanto seus pensamentos, seus sentimentos, seus humores e ele comete um erro profundo quando se considera sempre

uma só e mesma pessoa; em realidade é sempre uma pessoa diferente, nunca é aquela do momento anterior” (p. 78).

“O homem não tem individualidade. Não tem um grande „Eu‟ único. O homem está fragmentado numa multidão de pequenos „eus‟. Cada

um deles, porém, é capaz de chamar-se a si mesmo de Todo, de agir em nome do Todo, de fazer promessas, tomar decisões, estar de

acordo ou não estar de acordo com o que outro „eu‟ ou o o Todo teria que fazer. Isso explica por que as pessoas tão frequentemente

tomam decisões e tão raramente as mantêm. Um homem decide levantar cedo a partir do dia seguinte. Um „eu‟ ou grupo de „eus‟

toma essa decisão. Mas levantar já é assunto de outro „eu‟, que não

está absolutamente de acordo e pode até nem ter sido posto a par. Naturalmente o homem não dormirá menos na manhã seguinte e, à

noite, tornará a decidir a acordar cedo. Isso pode acarretar consequências muito desagradáveis. Um pequeno „eu‟ acidental pode

fazer uma promessa, não a si mesmo, mas a outra pessoa, em determinado momento, simplesmente por vaidade ou para divertir-

se. Depois desaparece. Mas o homem, isto é, o conjunto dos outros „eus‟, que não estão completamente inocentes, terá talvez que pagar

toda a vida por essa brincadeira. A tragédia do ser humano é que qualquer pequeno „eu‟ tem o poder de assinar promissórias e que o

homem, ou seja, o Todo, é que deva fazer face a elas. Vidas inteiras passam-se assim a saldar dívidas contraídas por pequenos „eus‟

acidentais” (p. 79).

“O homem moderno vive no sono. Nascido no sono, morre no sono.

Do sono, sua significação e seu papel na vida, falaremos mais tarde.

Agora, reflitam apenas nisto: que pode saber um homem que dorme? Se pensarem nisto, lembrando-se ao mesmo tempo de que o sono é

o traço principal de nosso ser, ficará evidente que um homem, se

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quiser realmente saber, deverá refletir, antes de tudo, nas maneiras de despertar; isto é, de mudar o seu ser” (p. 86).

“O maior insulto para um „homem-máquina‟ é dizer que ele não pode fazer nada, que não pode chegar a nada, que jamais poderá

aproximar-se de meta alguma e que, ao se esforçar na direção de uma meta, faz inevitavelmente aparecer outra. E, de fato, não pode

ser de outro modo. O „homem-máquina‟ está em poder do acidente, do acaso. Suas atividades podem entrar por acaso num canal traçado

por forças cósmicas ou mecânicas e podem caminhar aí durante algum tempo, por acaso, dando a ilusão de que determinada meta foi

alcançada. Tal correspondência acidental dos resultados e das metas

que tínhamos estabelecido, noutros termos, o sucesso em algumas pequenas coisas que não podem ter consequência alguma, produz no

homem mecânico a convicção de que está em seu poder atingir não importa que meta, de que é „capaz de conquistar a natureza‟, como

pretende, de que é capaz de „fazer‟ sua vida, etc.” (p. 158).

“De fato, ele é naturalmente incapaz de fazer coisa alguma, porque

não tem nenhum controle, não só sobre as coisas externas a ele, mas sobre as que estão dentro dele mesmo. Esta última ideia deve ser

claramente compreendida e bem assimilada; ao mesmo tempo, deve-se compreender que o controle das coisas começa pelo controle do

que está dentro de nós, pelo controle de nós mesmos. Um homem que não pode se controlar, isto é, que não pode controlar o que se

passa dentro de si, não pode controlar nada” (p. 158).

Ouspensky, em seu livro o “Quarto Caminho” nos relata sobre um

sistema de conhecimento desconhecido que Gurdjieff trouxe do

Oriente:

“Em 1907, ao começar a escrever A New Model of the Universe,

declarei a mim mesmo, como muitos outros fizeram antes e desde então, que há alguma coisa muito maior e mais importante por trás

da superfície da vida que conhecemos. E disse então a mim mesmo que, enquanto não soubessemos mais sobre o que há sob essa

superfície, todo o nosso conhecimento da vida e de nós mesmos seria realmente insignificante. Lembro-me de uma conversa dessa época,

quando eu disse: „Se fosse possível aceitar como provado que a consciência (ou, como chamaria agora, o intelecto) pode se

manifestar separada do corpo físico, muitas outras coisas poderiam ser provadas. Só que isso não pode ser considerado como provado‟.

Dei-me conta de que manifestações de psicologia supranormal, como a transmissão do pensamento, a clarividência, a possibilidade de

conhecer o futuro e o passado, etc., não tinham sido demonstradas.

Dessa forma, tentei encontrar um método de estudo dessas questões e trabalhei nessa direção por vários anos. Encontrei algumas coisas

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interessantes nesse sentido, mas os resultados eram muito fugidios; e, embora várias experiências fossem bem sucedidas, era quase

impossível repetí-las” (p. 13).

“Durante essas experiências, cheguei a duas conclusões:inicialmente,

que não temos suficiente conhecimento da psicologia comum; não podemos estudar a psicologia supranormal, porque não conhecemos

a psicologia normal. Em seguida, que existe determinado conhecimento real e que pode haver escolas que sabem exatamente

o que queremos saber, mas, por alguma razão, estão ocultas, e este conhecimento está oculto. Comecei assim a procurar essas escolas.

Viajei pela Europa, pelo Egito, India, Ceilão, Turquia e Oriente

Próximo; contudo, foi realmente mais tarde, quando já havia terminado essas viagens, que encontrei na Rússia, durante a guerra,

um grupo de pessoas que estavam estudando determinado sistema originário de escolas orientais. Este sistema começava com o estudo

da psicologia, exatamente como eu tinha compreendido que devia ser” (p. 13).

“A ideia mais importante desse sistema era a de que não utilizamos sequer uma pequena parte dos nossos poderes e de nossas forças.

Temos em nós, por assim dizer, uma organização muito grande e muito perfeita, só que não sabemos como usá-la. Nesse grupo,

utilizavam certas metáforas orientais e me disseram que temos uma casa ampla, cheia de belos móveis, com uma biblioteca e muitos

outros cômodos, mas vivemos no porão e na cozinha e não podemos sair dali. Se nos falam do que essa casa tem no andar superior, não

acreditamos ou rimos, chamando isso de superstição, contos de fadas

ou fábulas” (p. 14).

“Podemos dividir esse sistema em estudo do mundo, de acordo com

determinados princípios novos, e estudo do homem. Estudo do mundo e do homem encerram em si mesmos um tipo de linguagem

especial. Procuramos usar palavras comuns às mesmas que usamos em conversas habituais, dando-lhes, porém, significado um pouco

diferente e mais preciso” (p. 14).

“O estudo do mundo, do Universo, baseia-se no estudo de algumas

leis fundamentais, que a ciência geralmente não conhece ou não reconhece. As principais são as Lei de Três e a Lei de Sete, que serão

explicadas mais tarde. Incluído nisso, e necessário desse ponto de vista, está o princípio de escala, que não entra no estudo científico

comum, ou entra muito pouco” (p. 14).

“A primeira coisa a lembrar é o que foi dito sobre a Lei de Três: todas

as coisas no mundo, todas as manifestações da energia, todos os

tipos de ação, seja no mundo ou na atividade humana, interna ou externa, são sempre manifestações das três forças existentes na

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natureza. Essas forças são chamadas força ativa, passiva e neutralizadora, ou primeira força, segunda força e terceira força.

Devemos compreender que elas não diferem uma da outra como a atividade e a passividade diferem na nossa compreensão habitual

desses termos. As forças ativa e passiva são ambas ativas, pois uma força não pode ser passiva. Mas há certas diferenças na atividade

delas e estas diferenças produzem toda a variedade de fenômenos existentes no mundo. As três forças operam juntas, mas, em cada

combinação, uma delas predomina. Ao mesmo tempo, uma força que agora é ativa pode ser passiva ou neutralizadora no momento

seguinte, noutra tríade. Quando as três forças se encontram, as

coisas acontecem. Se não se encontram, nada ocorre” (p. 180).

“No modo de pensar comum, percebemos a existência de duas

forças: ação e resistência, eletricidade positiva e negativa, etc. Mas, nesse estado de consciência, não vemos que três forças estão sempre

presentes em todo acontecimento, em todo fenômeno, e que apenas uma conjunção de três forças pode produzir um evento. Duas forças

não podem dar origem a nada; elas girarão em torno uma da outra, sem qualquer resultado. É preciso muito tempo para ver as três

forças nas coisas; por alguma razão , somos cegos à terceira força, embora possamos observá-la em muitas reações químicas e

fenômenos biológicos. Mesmo quando compreendemos plenamente que nada pode ocorrer sem a presença de todos os três elementos,

em relação a nós mesmos tendemos a esquecê-lo ou não levá-lo em conta. Não observamos plenamente sequer duas forças e geralmente

esperamos que as coisas aconteçam, quando apenas uma força está

presente. Mais tarde, verão que, que se quiserem produzir determinado efeito ou ação e estiver faltando uma força, não poderão

obter nenhum resultado. Em alguns casos, poderá ser a força passiva e, nesse caso, nada ocorrerá, pois, se não houver nenhuma força

passiva, não haverá nenhum material. Noutro caso, pode estar faltando a força ativa ou a neutralizante, e, desse modo, ainda não

poderão fazer nada” (p. 181).

“As tríades referem-se aos acontecimentos, de modo que, se

falarmos de cada acontecimento separadamente, seja ele pequeno ou grande, teremos que compreender a que tríade cada um deles

pertence. Mas uma sucessão de acontecimentos se processa de acordo com a Lei de Sete ou Lei das Oitavas. A Lei de Sete deve ser

compreendida e lembrada do ponto de vista dos intervalos. Em suma, a Lei de Sete indica que nenhuma força jamais atua continuamente

na mesma direção ou sofre uma mudança interior. Em toda oitava,

isto é, um período entre certo número de vibrações e o dobro ou metade desse número – há dois lugares onde as vibrações ou, para

ser mais exato, as manifestações da energia que se processam no

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espaço ou no tempo, ou em ambos, sofrem determinada mudança, diminuem a velocidade e, em seguida, começam outra vez. Se não se

introduzir, nesses lugares, um choque adicional, a oitava mudará de direção. Essa irregularidade medida na velocidade das vibrações foi

calculada e incorporada em determinada fórmula. Essa fórmula, que expressa uma lei cósmica, foi posteriormente aplicada à música na

forma da escala maior. A Lei de Sete mostra que nenhuma força pode se desenvolver numa única direção e indica os lugares onde essas

mudanças ou retardamentos ocorrem” (p.182).

“É mais fácil observar a Lei de Sete nas ações humanas. Podemos ver

como as pessoas, quando começam a fazer uma coisa – estudo,

trabalho -, após um certo tempo, sem que haja uma razão perceptível, diminuem os seus esforços, realizam mais lentamente o

seu trabalho, e, se, num determinado momento, não for realizado algum esforço especial, a linha muda a sua direção. Há uma mudança

pequena, porém real, na força interior. Em seguida, passado algum tempo, há de novo um afrouxamento, e outra vez mais, se não

houver um esforço especial , a direção mudará. Poderá mudar completamente e seguir uma direção diametralmente oposta, embora

parecendo ser a mesma coisa. Há muitas fases da atividade humana que correspondem a essa descrição. Elas começam de um modo e,

em seguida, de maneira imperceptível, continuam de forma completamente oposta. Se tais intervalos forem conhecidos, e se

utilizarmos um meio de criar algum esforço ou disposição especial neles, será possível evitar rupturas nas oitava. Tudo funciona por

oitavas; nenhuma vibração, movimento, atividade pode se

desenvolver de outro modo. As escalas variam, de modo que não podemos acompanhá-las; mas podemos ver os seus resultados, os

resultados da Lei de Sete. Até o trabalho físico interno do organismo está subordinado a essa lei” (p.183) (Ouspensky, 1987).

A arte milenar do Eneagrama

O estudo do Eneagrama remonta há mais de dois mil anos. Utilizado

pelos Sarmouns do Indukush, localizado nas cordilheiras do Himalaia. Gurdjieff, após estudar anos e anos com os Sarmouns trouxe para o

Ocidente este símbolo dinâmico complexo. O Eneagrama tem a função de analisar os eventos harmônicos, cósmicos, ou seja, todo

evento que funcione harmonicamente pode ser aplicado o Eneagrama. As pessoas poderiam questionar o por quê de se estudar

um instrumento que analisa eventos harmônicos? Se são harmônicos e funcionam, não interessa estudar o por quê? É verdade, em parte,

pois a sociedade funciona, em muitos aspectos, harmonicamente: as

empresas organizadas, uma escola, um automóvel, o organismo humano, andar de bicicleta, uma pesquisa científica, enfim toda a

atividade humana, bem como a própria natureza, tendem a buscar

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uma harmonia, um equilíbrio. Mas, acontece, como diria Ouspensky sobre os ensinamentos de Gurdjieff (em “Fragmentos de um

ensinamento desconhecido”, 1993), que ocorrem desvios que fazem com que uma pessoa saindo de A para chegar em B, acaba

modificando o seu trajeto e se não o corrigir acaba chegando em B‟. Por exemplo, é comum sair de casa para irmos ao trabalho fura um

pneu ou tem um trânsito pesado numa rua, que nos obriga a mudar de trajeto, significando que se não usarmos um esforço extra não

conseguiremos chegar em B. Houve uma influência forte para chegarmos ao ponto final. Este exemplo mostra que fizemos uma

correção para corrigir o desvio.

O Eneagrama mostra como fazer essa correção para atingir um fim, para atingir a harmonia. Em muitos casos não percebemos que

estamos girando em círculos e voltando para o ponto de partida sem nos darmos conta. O Eneagrama nos ajudaria a perceber se estamos

atingindo os nossos objetivos e se estamos fazendo as correções dos desvios que nos levam à desarmonia.

Os seres humanos, no geral, agem harmonicamente na condução de suas vidas, como o próprio Eneagrama, buscam o equilíbrio, a

harmonia, chegar a um determinado objetivo, buscar uma satisfação, um resultado positivo. Mas, em muitas situações, em algum

momento, nos perdemos no meio do caminho e saimos da estrada principal e aí não sabemos mais encontrar o caminho certo; nesses

casos o Eneagrama ajuda a reencontrar a harmonia, corrigindo as distorções. O Eneagrama é musical, como o Universo.

A escala musical e os intervalos:

“Se atribuirmos a dó o valor de 1, ré corresponderá a 9/8, mi a 5/4, fá a 4/3, sol a 3/2, lá a 5/3, si a 15/8 e dó terá valor 2”.

Ouspensky, 1993

A diferença na aceleração das vibrações ou progressão ascendente das notas ou diferenças de tom será o seguinte:

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Ouspensky, 1993

Figura 12 - Observa-se que: “As diferenças entre as notas ou as diferenças de altura das notas denominam-se intervalos. Vemos que

há três espécies de intervalos na oitava: 9/8, 10/9 e 16/15, o que, em números inteiros, dá 405, 400 e 384. O menor intervalo: 16/15,

encontra-se entre mi e fá e entre si e dó. São precisamente os dois lugares de retardamento na oitava”.

“Na escala musical de sete tons, considera-se teoricamente que há dois semitons entre duas notas sucessivas, exceto para os intervalos

mi-fá e si-dó, que têm um só semitom”.

“Desse modo obtêm-se vinte notas, das quais oito fundamentais: dó,

ré, mi, fá, sol, lá, si, dó e doze intermediárias: duas entre cada um dos pares de notas seguintes”:

DÓ – RÉ

RÉ – MI

FÁ – SOL

SOL – LÁ

LÁ - SI

“E uma entre os dois seguintes pares de nota”:

MI - FÁ

SI - DÓ

“Mas, na prática da música, em vez de doze notas intermediárias,

somente cinco são mantidas, isto é, um semiton entre”

DÓ – RÉ

RÉ – MI

FÁ – SOL

SOL – LÁ

LÁ - SI

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“Entre mi e fa: e entre si e dó, falta o semitom”.

“Desse modo, a estrutura da escala musical dá um esquema da lei

cósmica dos intervalos ou dos semitons ausentes. Por outro lado, ao se falar das oitavas, num sentido “cósmico” ou “mecânico”, só os

intervalos mi-fá e si-dó são chamados intervalos”.

“O que acontece precisamente durante o retardamento nas

vibrações? Ocorre um desvio; a direção original não é mais seguida. A oitava começa na direção indicada pela flexa”:

“Mas ocorre um desvio entre mi e fá; a linha começada em dó muda

de direção”:

“E, entre fá, sol, lá e si, ela desce fazendo certo ângulo com sua direção primitiva, indicada pelas três primeiras notas. Entre si e dó

encontra-se o segundo intervalo, novo desvio, outra mudança de direção”:

“A cada oitava, o desvio é mais acentuado, de modo que a linha das oitavas chega a formar um semicírculo e vai numa direção oposta à

direção original”:

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“Em seu desenvolvimento ulterior, a linha das oitavas ou a linha de desenvolvimento das vibrações pode voltar à sua primeira direção;

noutros termos, formar um círculo completo”:

“Essa lei demonstra por que nada vai nunca em linha reta em nossas

atividades, por que, tendo começado a fazer uma coisa, fazemos em seguida outra inteiramente diferente, que é com frequência

exatamente o contrário da primeira, embora não o notemos e continuemos a pensar que seguimos sempre a mesma linha”

(Ouspensky, 1993).

“Para melhor compreender o sentido da lei da oitava é preciso ter uma ideia clara de outra propriedade das vibrações, a de dividir-se

em “vibrações interiores”. Com efeito, em todas as vibrações se produzem outras vibrações e cada oitava pode ser decomposta num

grande número de oitavas interiores”.

“Cada nota de qualquer oitava pode ser considerada uma oitava

inteira num outro plano”.

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“Cada nota dessas oitavas interiores contém, por sua vez, uma oitava inteira e assim por diante, um grande número de vezes, mas não até

o infinito, porque há um limite para o desenvolvimento das oitavas interiores”:

“Ao estudar a lei de oitava, deve-se lembrar que, para definir as relações das oitavas entre si, elas são divididas em fundamentais e

subordinadas. A oitava fundamental pode se comparar ao tronco de uma árvore cujos ramos seriam as oitavas subordinadas. As sete

notas fundamentais da oitava e os dois „intervalos‟ portadodores de

novas direções são os nove elos de uma corrente, com três grupos de três elos cada um”.

“As oitavas fundamentais estão ligadas, de maneira determinada, às oitavas secundárias ou subordinadas. Das oitavas subordinadas da

primeira ordem saem as oitavas secundárias da segunda ordem, etc. A estrutura das oitavas pode se comparar à estrutura de uma árvore.

Do tronco fundamental saem, de todos os lados, ramos que se dividem, por sua vez, em galhos que se tornam cada vez menores, e

finalmente, se cobrem de folhas”.

O Eneagrama como instrumento de percepção da lei de Três e

da lei de Oitava

Segundo Gurdjieff, a primeira lei fundamental do Universo é a Lei

das Três Forças, dos Três Princípios, ou ainda, como frequentemente a chamam: a Lei de Três. Segundo essa lei, em

todos os mundos, sem exceção, toda ação, todo fenômeno resulta de

uma ação simultânea de três forças: positiva, negativa e neutralizante, ou ativa, passiva e neutra.

A segunda lei fundamental do Universo é a Lei de Sete ou Lei de Oitava.

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Ouspensky, ainda, dando continuidade às ideias sobre o sistema de Gurdjieff, em “Fragmentos de um ensinamento desconhecido”

(1993):

“Para compreender a significação dessa lei, a Lei de Oitava, é

preciso considerar que o universo consiste em vibrações. Essas vibrações se processam em todas as espécies de matéria, sejam

quais forem seu aspecto e sua densidade, desde a mais sutil até a mais grosseira; elas provém de fontes variadas e vão em todas as

direções, entrecruzando-se, chocando-se, fortalecendo-se, enfraquecendo-se, detendo-se uma à outra e assim por diante”.

“A esse respeito o modo de ver do antigo conhecimento opõe-se ao

da ciência contemporânea, porque coloca, na base de sua compreensão das vibrações, o princípio da descontinuitade”.

“O princípio da descontinuidade das vibrações significa que a característica necessária e bem definida de todas as vibrações na

natureza, quer sejam ascendentes ou descendentes, é se desenvolverem de modo não uniforme, com períodos de aceleração e

de retardamento. Esse princípio pode ser formulado com uma precisão ainda maior, dizendo-se que a força de impulso original das

vibrações não age de modo uniforme, mas, de certo modo, se torna alternadamente mais forte ou mais fraca”. Vejam Item 7: a mente

quântica.

“Enquanto que as concepções habituais no Ocidente consideram que

as vibrações são contínuas. Isso significa que as vibrações são geralmente consideradas como se prosseguissem de maneira

ininterrupta, subindo ou descendo enquanto dure sua força de

impulso original e enquanto vença a resistência do meio no qual se desenvolvem. Quando a força de impulso se esgota e a resistência do

meio predomina, as vibrações naturalmente decaem e se detêm. Mas até aí, isto é, até o início de seu declínio natural, as vibrações se

desenvolvem uniforme e gradualmente e, na ausência de qualquer resistência, podem até se prolongar indefinidamente.Assim, uma das

proposições fundamentais da física contemporânea é a continuidade das vibrações”.

“Se compreendermos todo o seu sentido, a Lei de oitava nos dá uma nova explicação da vida toda, do progresso e do

desenvolvimento dos fenômenos em todos os planos do universo dentro do campo de nossa observação. Essa lei explica por que não

há linhas retas na natureza, bem como por que não podemos nem pensar nem fazer, por que em nós tudo acontece e acontece em geral

de modo contrário ao que desejamos ou esperamos. Tudo isso é,

manifestamente, o efeito imediato dos intervalos ou do retardamento no desenvolvimento das vibrações”

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Ouspensky, 1993

Figura 13 - Um aspecto fundamental do Eneagrama é a união de uma tríade 3, 6, 9 (do1, do2, dó3) e de uma hêxade 1 (Ré), 2 (Mi), 4

(Fá), 5 (Sol), 7 (Lá), 8 (Si). São independentes e ao mesmo tempo

interdependentes compondo o Eneagrama. Os desvios que ocorrem, citados anteriormente, funcionam de acordo com o princípio da

descontinuidade das vibrações. Há retardamento e aceleração entre as diferenças de notas musicais, e as diferenças de altura das notas

denominam-se intervalos. Há intervalos inteiros: Dó a Ré, Ré a Mi, Fá a Sol, Sol a Lá, Lá a Si e intervalos menores, entre Mi e Fá e entre Si

e Dó. Nesses locais de intervalos menores ocorrem os retardamentos, os desvios. Nesses locais é necessário haver correções dos desvios,

necessitando um esforço exterior ao evento em funcionamento. Quando estamos controlando o evento conseguimos corrigi-lo; mas

têm eventos que nós não percebemos os desvios.

O Eneagrama retrata dois movimentos simultâneos que ocorrem em

todas as coisas: um externo, que representa o movimento normal dos acontecimentos – 1 (Ré), 2 (Mi), 4 (Fá), 5 (Sol), 7 (Lá), 8 (Si) e

10 (Ré) de uma nova fase, em oitavas superiores, que corresponde,

no Eneagrama, o 1 (Ré) (imaginem uma mola helicoidal, pois o Eneagrama é espacial) e um interno: 1 (Ré), 4 (Fá), 2 (Mi), 8 (Si), 5

(Sol), 7 (Lá) e que passa para uma nova oitava em 10 (Ré). O significado desses dois movimentos simultâneos podem ser

exemplificados: Estava saindo de casa para levar minha mulher à médica e assim precisava saber que caminho seguir, o melhor

caminho. Enquanto estava seguindo o movimento externo: 1, 2, 4, 5, 7, 8 e 10, normal, pelas vias de S. Paulo, eu ia elaborando em

minha mente todo o trajeto que eu iria percorrer, antes de percorrê-lo, pois já estava traçado em minha mente todo o caminhamento a

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ser realizado, o caminho interno: 1, 4, 2, 8, 5, 7 e 10 (a chegada no objetivo: a clínica médica). Essa é a lei da oitava, enquanto que a

lei de três, das três forças estava acontecendo a cada momento: as forças ativa, passiva e neutra ou a ação, reação e o ponto neutro ou

de equilíbrio. Compliquei? De fato é necessário estudar o Eneagrama (vejam Bennett: “O Eneagrama”).

Vocês poderiam questionar, sem sombras de dúvidas, então por quê eu estou falando de Eneagrama se não se consegue entender com as

explicações expostas aqui no Manual? É pura verdade, no entanto, como este é um livro de desenvolvimento pessoal e de percepção da

realidade subjacente, invisível pelos cinco sentidos, me fez levantar

técnicas espaciais que permitem “quebrar” as nossas formas de pensar do cotidiano e abrir as portas da percepção. Como é

impossível se esclarecer, em um único livro, todo o conhecimento necessário para o nosso desenvolvimento, estou somente levantando

o que existe de técnicas complementares para abrir a nossa mente.

Por isso, um curso de Geobiologia é abrangente e é necessário abrir o

leque de conhecimento em muitos campos de visão, que aparentemente são complexos, mas compõem um todo indivisível

que o nosso cérebro-mente é capaz de abarcar. O lado filosófico e aparentemente oculto do conhecimento é fundamental para o nosso

desenvolvimento, são os conceitos que abrem a nossa mente e nos ajudam a romper com os nossos “pré-conceitos”, já arraigados em

nossa vida do dia a dia. Se vocês querem compreender as nossas dificuldades de compreender um conhecimento desconhecido leiam o

livro de Edwin Abbott denominado “Planolândia” (busca no Google,

em pdf).

Para entendermos essas realidade subjacente é necessário método de

observação sistemática, portanto não podemos “escolher” o que gostamos ou não, como é comum, atualmente, com a fragmentação

do conhecimento ensinado em nossas instituições de ensino, desde a minha época, em que separaram o curso de ensino médio em:

científico e o de humanas, como se fosse possível aprender somente um aspecto da realidade e deixar o outro. Os que “gostam” de

humanas detestam ou evitam as ciências físico-químicas-biológicas, enquanto aqueles que se dedicam à ciência procuram “escapar” das

ciências humanas e se comportam como pessoas de pouca cultura geral, até esquecem do português (no nosso caso) e escrevem de

forma truncada e com erros crassos. Bem! Escrever é um problema geral atualmente, vejam o que escrevem na internet, nos bate-

papos. Arre! É de arrepiar!

O mais interessante de tudo é que somos exatamente o Eneagrama, e por isso deveria ser extremamente simples de entender o seu

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funcionamento. No entanto, quando tentamos explicá-lo objetivamente, em palavras, se torna complicado, as pessoas não

conseguem entender, pois elas não têm consciência de como elas mesmas funcionam no dia a dia. Há uma separação entre a ação

expontânea das pessoas e o raciocínio linear e planar do nosso cérebro condicionado, acostumado a atuar dualísticamente. Não se

ofendam! Nós tendemos, quase sempre, a analisar do ponto de vista do certo e errado, do bem e do mal, do positivo e do negativo, da

ação e da reação, pois pensamos com duas variáveis: ativa e passiva e não nos damos conta da terceira força neutralizante: neutra.

Agimos como se existissem somente duas forças, uma dicotomia,

sem percebermos que nada funciona no plano, com duas variáveis ou coordenadas (X e Y), pois é necessária uma terceira força, pois o

espaço necessita de três variáveis para se tornar real; enquanto que nossa mente atua como se não existisse a terceira variável: Z. É

como se estivermos numa cidade gigantesca, como São Paulo, como um labirinto sem fim. Se precisarmos ir para uma determinada rua e

para encontrá-la precisamos ter o mapa do labirinto e para conseguir esse mapa utilizamos, por exemplo, o Guia das ruas da cidade.

Percebem! Esse guia é a saída do labirinto, pois é como se estivessemos em dois lugares ao mesmo tempo, ou seja, dentro do

“plano da cidade” (coordenadas X e Y), então utilizamos a terceira coordenada o Z, como se estivessemos olhando de cima o labirinto;

desse modo, ao estarmos no “plano”, em uma rua qualquer e queremos atravessar a cidade e ir para uma rua no outro extremo,

então, olhando de cima, como se o guia fosse “nós” olhando de cima,

ao mesmo tempo, no Z, no ponto neutro, com a mente esvaziada e assim vemos quais ruas e avenidas devemos seguir para chegar em

nosso objetivo final. Como não “podemos” estar em dois lugares ao mesmo tempo, utilizamos o guia (que significa que um avião

fotografou e assim conseguiram fazer um mapa com todas as ruas da cidade, “a saída do labirinto”). Viram! Utilizamos a Lei de Três, dos

três princípios, das três forças: ativa, passiva e neutra e a lei da Oitava, ou seja, dos movimentos vibracionais, que compõem o nosso

caminho, nesse “plano” até chegar no nosso objetivo final: a rua que queremos chegar.

Outro exemplo: me lembro, uma vez, quando meus dois filhos mais velhos, com idades em torno de dez e doze anos, estavam brigando.

O que fazer? Normalmente, como é comum entre os homens, eu “soco” os dois e pronto! Com minha emoção na flor da pele ou então,

eu prego um “sermão”, com minha mente racional, dizendo que eles

fazem de propósito e tal... Destas formas, eu utilizei o ativo e o passivo, numa visão planar (X e Y). Mas, quando eu consigo ficar na

posição neutra (Z), esvaziando a mente, saindo de mim mesmo; olhar os dois brigando, sem me envolver emocionalmente (ativo) ou

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falar sem controle (passivo), consigo achar uma solução criativa (foi o que aconteceu nessa ocasião!). Fiz uma palhaçada e com isso eles

perderam o interesse na briga, pois era tão “ridículo” e “fora” de propósito o que eu fiz, que eles não resistiram e caíram na risada;

toda a “raiva” foi embora de imediato, pois esqueceram da briga e riram da palhaçada, de tão desconexa fez com que eles se

desligassem da briguinha por bobagens e voltaram a ser amigos.

Vamos sistematizar esse exemplo: A tríade foram nós três, o Paulo

(X), ativo, o mais velho; Vitor (Y), o passivo, o mais novo, ou vice-versa e eu (Z), o neutro. Os três componentes X, Y e Z da lei de Três

(Dó1, Do2 e Dó3).

A Hêxade ou a Lei da Oitava comporia os acontecimentos: vamos seguir o movimento 1, 4, 2, 8, 5, 7 e 1, o movimento interior,

enquanto que o movimento exterior ocorre seguindo o movimento normal dos acontecimentos:

Em Ré (1) – as crianças brigando; em Fá (4) – utilizo das minhas artimanhas – como, por exemplo, fazer uma palhaçada, o que faz

eles pararem de brigar, surpresos, em Mi (2). Quando Fá (4) encontra Mi (2) tem som de Sol (5). Esta passagem é difícil Fá-Mi –

onde ocorre o desvio, pois neste ponto a briga ia continuar e os dois iriam ficar irritados um com o outro e perderiam, assim, muita

energia de forma inútil – nessa briga por bobagens.

Em Sol (5) eles pararam de fato de brigar, pois começaram a dar

risadas da palhaçada (no movimento interno passaram por Si (8) e chegando em Sol (5). Isso significa que o movimento interno está

mostrando o estado final Si (8) antes, mesmo dele acontecer, pois

quando pararam de brigar e deram risada significa que já chegaram às pazes após a risada e assim para chegar em Sol (5) já passaram

pelo “futuro” em Si (8).

Agora a continuação normal dos eventos: de Sol (5) passaram, sem

dificuldades por Lá (7) e agora para continuar e romper com a dificuldade, na passagem Si (8) – Dó (9) e chegar em uma nova

oitava Ré (1) que agora significa Ré (10) - uma nova oitava musical – um novo recomeço. Essa passagem significa que fizeram as pazes

realmente e voltaram a ser amigos e esqueceram a briga. A paz e a harmonia voltaram a dominar o ambiente! Entenderam? OK!

O movimento externo são os acontecimentos que seguem as leis do movimento normal, enquanto o movimento interno é o movimento da

consciência. O movimento externo se comporta de forma mecânica, mas o movimento interno, sendo consciente, é essencial, do nosso

Ser, que percebendo tudo pode mudar os acontecimentos interferindo

nos pontos onde ocorrem os desvios Mi-Fá e Si-Dó. Bennett, em seu

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livro “O eneagrama”, nos relata exemplos práticos da utilização do eneagrama na vida cotidiana.

Esse estudo da Evolução Possível do Homem é de fundamental importância para o crescimento do nosso Ser Essencial que

representa a Intuição, a Percepção e a Compreensão e é um conhecimento adquirido de dentro para fora, enquanto que o Saber

que representa a Ação, a Emoção e a Razão vem de fora para dentro. Somente o equilíbrio dessas duas energias, o Saber e o Ser, que o

homem dá um salto na compreensão de si mesmo e de tudo que está em volta. Mas, para isso precisamos estudar e esse estudar depende

da nossa vontade de querer romper com a nossa inércia e nossos

julgamentos pessoais, que foram embutidos em nossa mente de que não precisamos buscar nada, tudo já está aí e que não existe outra

possibilidade, pois o que vivemos é satisfatório.

Essência e Personalidade

Queiroz, em seu livro “Em busca do paraíso perdido – A teoria dos tipos humanos no sistema Ouspensky-Gurdjieff” retrata, de forma

concisa, a teoria de Gurdjieff expressada por Ouspenky:

“O reconhecimento do que é verdadeiro num indivíduo deve começar

pelo conhecimento do que faz parte da sua essência, em oposição ao que faz parte da sua personalidade. Essência diz respeito a todas as

qualidades inatas, físicas ou psicológicas, exibidas pelo indivíduo, tais como vocação por música, matemática ou atividades manuais.

Qualquer que seja essa vocação, ela deverá ser desenvolvida pela personalidade, que é adquirida no meio familiar, social e cultural com

a finalidade de dotar a essência de uma forma de expressão (p. 92).

“Normalmente, a personalidade deveria dar suporte e contribuir para o desenvolvimento da essência, no sentido de a educar, lapidar e

refinar. Não se pode ir muito longe sem a sua influência, uma vez que ela introduz muitas possibilidades e recursos. Alguém que tenha

vocação para a música, por exemplo, necessita aprender uma forma de expressá-la, a qual será transmitida de acordo com a

oportunidade que tiver de absorver as influências do seu meio social, do seu país ou da sua época histórica. Quando isso não ocorre, a

essência permanece em estado bruto, o que se verifica frequentemente entre camponeses ou trabalhadores manuais, muitos

dos quais com verdadeiro talento para vários tipo de artes que nunca poderão ser expressos pela falta de uma personalidade bem

desenvolvida” (p. 92).

“No entanto, é muito mais frequente ocorrer a predominância da

personalidade sobre a essência, principalmente em situações

urbanas, em que o indivíduo tem um certo grau de educação. Nesse caso, ele passa a adquirir gostos e inclinações que, além de não

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82

corresponderem à sua essência, podem até mesmo danificá-la. Um exemplo dessa situação ocorre quando, em busca de status, de

dinheiro ou de honrarias, um indivíduo deixa de cultivar as suas inclinações naturais e passa a viver em função desses objetivos.

Sempre que isso ocorre a essência é sufocada, interrompendo-se, algumas vezes definitivamente, as possibilidades de evolução”

(Queiroz, p. 93).

Hurley & Dobson detalharam o eneagrama da personalidade em seus

livros: “Qual é o meu tipo ? Eneagrama – Um estudo dos 9 tipos da personalidade humana” e “Meu eu melhor – Usando o Eneagrama

para liberar o poder do Eu interior” entre outros livros.

Acrescentei esses lampejos de conhecimento oculto desses autores para abrir a mente do leitor, pois sem abrir as portas da percepção é

impossível realizar o trabalho que eu realizo de mudança de energia de um local através da planta do imóvel e obter uma mudança real

de energia do próprío local, em qualquer parte do globo terrestre. Para a nossa mente mecanicista, que é baseada, fundamentalmente,

em nosso Ego-personalidade, em nossos cinco sentidos e na observação direta dos fenômenos, que não pode conceber um

trabalho realizado à distância, ainda mais utilizando a radiestesia como instrumento de medição e métodos de observação sistemática

não ortodoxos.

Mas, de fato para abrir a mente para essa visão, acredito: mais

quântica que mecânica - precisamos ler diretamente essa literatura para começar a romper essas concepções arraigadas que nos

incutiram, essa visão mecanicista, desde o dia de nosso nascimento

até os nossos dias atuais.

4.2 A ordem implicada e a ordem explicada na lei da física –

David Bohm

A lente e o holograma (A visão de David Bohm). Negritos foram

incluídos por mim.

4.2.1 A lente

David Bohm “A totalidade indivisa de modos de observação, instrumentação e entendimento teórico implica a necessidade de

considerar uma nova ordem do fato, isto é, o fato a respeito da maneira pela qual modos de entendimento teórico e de observação e

instrumentação estão relacionados entre si”.

“Estamos sugerindo agora que levar em conta essa relação é

essencial para um entendimento adequado da própria ciência, pois o conteúdo do fato observado não pode ser coerentemente visto como

separado dos modos de observação, da instrumentação e dos modos

de entendimento teórico” (p. 193).

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83

“Um exemplo da relação muito íntima entre instrumentação e teoria pode ser visto quando se considera a lente, que foi sem dúvida um

dos aspectos fundamentais por detrás do desenvolvimento do pensamento científico moderno. A característica essencial de uma

lente é, conforme indicado na fig.6.1, o fato de ela formar uma imagem na qual um dado ponto P no objeto corresponde (num grau

de aproximação) a um ponto P` na imagem. Pondo assim em relevo, de maneira tão nítida, a correspondência entre aspectos específicos

do objeto e da imagem, a lente fortaleceu em muito a percepção do homem quanto às várias partes do objeto e da relação entre essas

partes. Dessa maneira, ela favoreceu a tendência a pensar em

termos de análise e síntese. Além disso, tornou possível uma enorme extensão da ordem clássica de análise e síntese a objetos muito

distantes, muito grandes, muito pequenos, ou muito rápidos para serem ordenados a olho nu. Consequentemente, os cientistas foram

encorajados a extrapolar suas ideias e a pensar que essa abordagem seria relevante e válida, não importa quão longe elas fossem, em

todas as condições, contextos e graus de aproximação possíveis. Lente significa: um meio de análise de um sistema em partes” (David

Bohm, p. 194). Vejam a Figura 14.

4.2.2 O Holograma

David Bohm “No entanto a teoria da relatividade e a teoria quântica implicam totalidade indivisa, na qual a análise em partes distintas e

bem-definidas não é mais relevante. Sugere-se aqui que é possível obter um tal insight ao se considerar o holograma (O nome vem das

palavras gregas holo que significa “todo”, gram, que significa

“escrever”. Assim, o holograma é um instrumento que, por assim dizer, “escreve o todo”)” (p. 195).

“Como é mostrado na fig. 6.2, a luz coerente de um laser atravessa um espelho semiprateado. Parte do feixe segue diretamente para

uma chapa fotográfica, enquanto outra parte é refletida, de modo a iluminar uma certa estrutura total. A luz que é refletida dessa

estrutura também alcança a chapa onde interfere com aquela que ali chega por um trajeto direto. O padrão de interferência

resultante, que é registrado na chapa, não só é muito complexo como também é usualmente tão sutil que não é nem

mesmo visível a olho nu. No entanto, de alguma maneira, esse padrão é relevante para a estrutura total iluminada” (p. 195). Vejam

a Figura 79.

“Essa relevância do padrão de interferência para a estrutura total

iluminada é revelada quando a chapa fotográfica é iluminada com a

luz laser. Posicionando o olho no caminho dessas ondas, pode-se ver, de fato, a totalidade da estrutura original, em três dimensões, a

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84

partir de toda uma faixa de possíveis pontos de vista (como se a pessoa estivesse olhando através de uma janela). Se iluminarmos

apenas uma pequena região R da chapa, ainda veremos toda a estrutura, mas um pouco menos bem-definida em detalhes, a partir

de uma faixa diminuída de possíveis pontos de vista (como se estivéssemos olhando através de uma janela menor)” (p. 196).

“O que está sendo sugerido aqui é que a consideração da diferença entre lente e holograma pode desempenhar um papel significativo na

percepção de uma nova ordem que seja relevante para a lei física. Podemos agora perceber a distinção entre uma lente e um

holograma, e considerar a possibilidade de que a lei física deve

referir-se fundamentalmente a uma ordem de totalidade indivisa do conteúdo de uma descrição semelhante àquela indicada pelo

holograma, e não a uma ordem de análise desse conteúdo em partes separadas, como a indicada por uma lente” (p. 198).

“O holograma, então, faz um registro fotográfico do padrão de interferência de ondas luminosas que provêm de um objeto. No

novo aspecto-chave desse registro é que cada parte dele contém informações sobre todo o objeto (de modo que não há nenhuma

correspondência ponto-a-ponto entre objeto e imagem registrada). Isto é, pode-se dizer que a forma e a estrutura do objeto inteiro

estão dobradas dentro de cada região do registro fotográfico. Quando se ilumina qualquer dessas regiões, essa forma e essa estrutura são

então desdobradas, fornecendo novamente uma imagem identificável do objeto todo” (p. 234).

“Uma nova noção de ordem acha-se envolvida aqui à qual chamamos

de ordem implicada (de uma raiz latina que quer dizer “envolver” ou “dobrar para dentro”. Em termos da ordem implicada, pode-se

dizer que tudo está envolvido ou dobrado dentro de tudo. Isto contrasta com a ordem explicada, que é hoje dominante na física, e

na qual as coisas estão desdobradas, no sentido de que cada uma ocupa apenas a sua própria região particular do espaço (e do tempo),

exteriormente às regiões pertencentes às outras coisas” (p. 234).

Em suma: “A totalidade do movimento de dobramento e

desdobramento é o holomovimento. Embora todo o conjunto de leis que governam sua totalidade seja desconhecido ( e, na verdade,

provavelmente incognoscível), no entanto admite-se que essas leis sejam tais que a partir delas podem ser abstraídas, subtotalidades

de movimento relativamente autônomas e independentes (p. ex., campos, partículas, etc.) que apresentam uma certa recorrência e

estabilidade em seus padrões básicos de ordem e medida. Essas

subtotalidades podem então ser investigadas, cada uma por si só,

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85

sem que tenhamos de conhecer primeiro todas as leis do holomovimento” (David Bohm, p. 235).

Podemos imaginar que o Holomovimento seja um rio, que olhando de uma grande altura conseguimos visualizar o rio todo, desde as

nascentes até a desembocadura; nessa grande altura o rio nos parece homogêneo e contínuo, pois visualizamos a água do rio

percorrendo todo o trajeto, mostrando que o rio abrange o todo. Mas, à medida que nos aproximamos, em um zoom, cada vez mais

próximo do rio começamos a ver os detalhes desse grande rio, as subtotalidades, pois vemos em cada trecho situações que parecem

permanentes, como um redemoinho, um remanso em outro local,

uma corredeira e, próximo às nascentes o rio se encontra entrelaçado ou emaranhado, como diria um geólogo, e nos locais muito plano o

rio serpenteia, na forma meandrante e ainda formando lagos e acaba, em alguns casos, no encontro com o mar, desenvolvendo um delta e

lagunas e mangues, do encontro intermaré, do rio com o mar. Cada uma, dessas subtotalidades, se manifesta como se fosse isolada,

independente, permanente, pois apresenta forma de atuação bem definida, aparentemente, e assim nos dá a impressão, quem olha de

perto, que sempre foi assim e que na verdade, na evolução do rio, em sua história, desde o seu surgimento, vem mudando as formas ao

longo do tempo, pois nada é permanente e contínuo, tudo se modifica e se transforma. O que vemos são as formas desdobradas e

explicadas, que se tornam visíveis e compreensíveis, mas se houver uma tormenta com intensa chuva nas nascentes, o rio se modifica

por inteiro gerando novas formas e novos contornos e quando

transborda ocupa a planície de inundação e quando houver seca o rio volta para o seu leito, que parece permanente e constante em seu

trajeto.

Como exemplo de uma tragédia, que ocorreu muito tempo atrás,

relatada em livro, do rapaz que ao acampar na praia, ao lado de um rio que desembocava direto no mar, e sempre, de manhã cedo ele

mergulhava no rio para “acordar” e começar o dia; mas, um dia que ele foi dar esse mergulho, não se dando conta da impermanência da

natureza, bateu a cabeça em um monte de areia fraturando a coluna e ficando paraplégico para o resto da vida. Não se deu conta que, ao

mergulhar diariamente, enquanto estava acampando, que haveria a possibilidade das coisas mudarem, pois na véspera, durante a noite,

houve uma chuva nas nascentes, nas montanhas, não percebida nas proximidades do acampamento, pois essa chuva fez com que

aumentasse a força da água e o monte de areia, no fundo do rio, se

deslocasse e mudasse de posição. Foi o que aconteceu! Ao mergulhar, por julgar, inconscientemente e por hábito, que tudo

parecia imutável, e assim, ao seguir uma rotina, bateu a cabeça no

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86

monte de areia. Foi na passagem de ano novo; “um feliz ano velho”, que só depois do acontecido é que foi valorizado. O que estava

desdobrado e explicado se tornou, a seguir, dobrado e implicado.

Mas isso é só uma analogia que não explica totalmente o que David

Bohm nos relata.

4.2.3 A ordem implicada

David Bohm: “Implicar” que significa “dobrar para dentro” – assim como multiplicação quer dizer “dobrar muitas vezes”. Portanto,

podemos ser levados a explorar a noção de que, num certo sentido, cada região contém uma estrutura total “envolvida” ou “dobrada”

dentro dela”.

“A fim de indicar um novo tipo de descrição apropriado para dar relevância à ordem implicada consideremos mais uma vez a

característica fundamental do funcionamento do holograma, isto é, em cada região do espaço, a ordem de uma estrutura total iluminada

está “dobrada” e é “transportada” no movimento da luz. Algo semelhante acontece com um sinal que modula uma onda de rádio.

Em todos os casos, o conteúdo ou significado que é “dobrado” e “transportado” é, primariamente, uma ordem e uma medida, que

permitem o desenvolvimento de uma estrutura. Como a onda de rádio, essa estrutura pode ser a de uma comunicação verbal, a de

uma imagem visual, etc. Com o holograma, porém, estruturas muito mais sutis podem ser desenvolvidas dessa maneira (notavelmente

estruturas tridimensionais, visíveis a partir de muitos pontos de vista)” (p. 201).

“De um modo mais geral, essa ordem e medida pode ser “dobrada” e

“transportada” não apenas em ondas eletromagnéticas, mas também de outras maneiras (em feixes de elétrons, no som e em outras

inumeráveis formas de movimento” (p.202).

Essa ideia, levantada por Bohm, abre a nossa mente para a

totalidade e acabamos entendendo as nossas dificuldades de se entender os acontecimentos, pois esses são transportados pelo

holomovimento que abrange a totalidade de tudo, do macro ao micro e somente compreendemos os acontecimentos explicados e

desdobrados.

Vejam que ao ligar a televisão e assistir a um programa qualquer não

nos damos conta que as imagens e o som mostrados na TV foram transportados da fonte por um fio e o transporte é realizado e é

armazenado em elétrons e esses elétrons são todos iguais e somente quando chega em nossa televisão, um decodificador transforma a

energia eletromagnética em imagens e sons. Não nos damos conta

que as informações foram transportadas de forma dobrada e

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implicada e que foram decodificadas e transformadas em informações explicadas e desdobradas.

Vocês podem perceber essa ideia em todas as coisas que lidamos no dia a dia. Vejam um carro, que utilizamos sem a menor ideia da

complexidade dessa máquina, de fato sabemos que é complexa e pronto! Não nos interessa o que está por “trás” ou seja, o que está

dobrado e implicado, pois o que nos interessa é ligar a chave e o carro andar. É claro que não podemos nos interessar pelo o que está

atrás, pois não temos conhecimento de mecânica dos automóveis e não sabemos nada dos materiais utilizados na sua fabricação, na sua

montagem e pouco nos interessa, a maioria de nós, como essa

máquina anda, pois precisaríamos entender de termodinâmica, da química dos hidrocarbonetos, pois a gasolina gera combustão e se

transforma em energia elétrica e esta em mecânica e esta em elétrica novamente e faz o carro andar. Como vocês estão vendo, as minhas

explicações são precárias, já que não entendo nada de automóveis, pois para um verdadeiro entendedor eu só falei bobagens ou

verdades truncadas e incompletas. Entenderam! Tudo se encontra dobrado e implicado e só podemos desdobrar esse conhecimento

embutido em si mesmo se eu tiver conhecimento e método para observar de forma sistemática e precisa e mesmo assim é necessário

muitos especialistas e métodos de fabricação de cada peça, pois um automóvel abrange um vasto campo de conhecimento, que vem de

longo tempo de estudos e entram conhecimentos de todas as espécies, inimagináveis para nós que somos ignorantes de todo esse

conhecimento e que nos resta somente ligar a chave e sair com o

veículo e torcer para que ele funcione até chegarmos em nosso destino.

E no fundo, as formas que vemos com os nossos olhos, sentimos o som com os nossos ouvidos, com o tato através do nosso corpo, com

o gosto e o paladar com a nossa boca e nossa língua, não passam de frequências diferentes e que na verdade tudo continua sendo

energias que compõem a totalidade, o que Bohm denominou de Holomovimento, ou seja, que vivemos em um mundo holográfico de

uma dimensão maior projetada na nossa terceira dimensão, sendo o que “julgamos” como real.

Lembram: os seres humanos presos em uma caverna e tudo o que veem é projetado em uma parede por luz de velas acesas que geram

as sombras das pessoas e outros seres vivos que passam próximo da caverna, como disse Platão em sua fábula da caverna. Tudo não

passa de uma ilusão, pois o que está desdobrado num momento logo

se torna dobrado e implicado em outro. Vejam vocês mesmos o nosso pensamento, o que pensamos hoje amanhã nem lembramos

mais e se não fizermos uma revisão diária de tudo que passamos

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num dia, antes de dormir, no dia seguinte siquer lembraremos o que fizemos no dia anterior, muito menos o que fizemos uma semana

atrás e assim por diante. Não podemos confiar em nossos próprios pensamentos e em nossas próprias opiniões como pessoas comuns

que vivem em um dicotomia de “acredito” ou “não-acredito”, isso é certo ou isso é errado, pois como não utilizamos métodos de

observação sistemática e pensamos em tudo da mesma forma e misturamos escalas diferentes e as tratamos como iguais ou seja,

pensamentos comuns, sem método, não tem nenhum sentido quando, de fato, precisamos pensar sobre algo extremamente

importante.

As pessoas julgam que podem dar opiniões sobre tudo, mas na hora “H” ficam perdidas e não sabem o que fazer, como por exemplo, se

encontram perdidas em um mata e como não têm métodos para observar a realidade desconhecida se sentem totalmente

desnorteadas, pois não sabem reconhecer o Norte, o Sul, o Leste e o Oeste, já que não sabem perceber as estrelas e que elas podem

indicar a direção, como no nosso hemisfério, o Cruzeiro do Sul nos indica o Sul, logo saberemos todos os pontos cardeais ou então,

verificar o nascer do Sol, a Leste, o que permitiria saber a direção que estamos seguindo.

Como vocês já estão cansados de saber: sem conhecimento e método adequados ficamos sempre “perdidos” e sem “rumo” em tudo

o que fazemos. Precisamos sempre de um guia, como cegos, além de tudo, arrogantes e cheios de opiniões de tudo, como se soubessemos

o que estamos falando.

“Generalizando, de modo a enfatizar a totalidade indivisa, diremos que aquilo que “transporta” uma ordem implicada é o

holomovimento, que é uma totalidade ininterrupta e indivisa. Em certos casos, podemos abstrair aspectos particulares do

holomovimento (p. ex., luz, elétrons, som, etc.), mas, de um modo geral, todas as formas do holomovimento se fundem e são

inseparáveis. Assim, em sua totalidade, o holomovimento não é, em absoluto, limitado de nenhuma maneira especificável. Ele não precisa

conformar-se a nenhuma ordem em particular, ou ser limitado por alguma medida em particular. Portanto, o holomovimento é

indefinível e imensurável” (Bohm, p.202).

Totalidade indivisa – a lente e o holograma

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Figura 14 - Baseado em David Bohm (Figs. 6.1 – a lente e 6.2 – o

holograma).

“A característica essencial de uma lente é o fato de ela formar uma

imagem na qual um dado ponto P no objeto corresponde (num grau de aproximação) a um ponto P´, na imagem. Pondo assim em relevo,

de maneira tão nítida, a correspondência entre aspectos específicos do objeto e da imagem; a lente fortaleceu, em muito, a percepção do

homem quanto às várias partes do objeto e da relação entre as partes. Dessa maneira, ela favoreceu a tendência a pensar em

termos de análise e síntese. Além disso, tornou possível uma enorme extensão da ordem clássica de análise e síntese a objetos muito

distantes, muito grandes, muito pequenos, ou muito rápidos para

serem ordenados a olho nu. Consequentemente, os cientistas foram encorajados a extrapolar suas ideias e a pensar que essa abordagem

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seria relevante e válida não importa quão longe eles fossem, em todas as condições, contextos e graus de aproximação possíveis”

(Bohm, p. 194).

“No entanto a teoria da relatividade e a teoria quântica implicam

totalidade indivisa, na qual a análise em partes distintas e bem definidas não é mais relevante. Há um instrumento que pode nos

ajudar a fornecer um certo insight perceptivo imediato sobre o que se pode entender por totalidade indivisa, assim como a lente o fez

para o que se pode entender por análise de um sistema em partes? Sugere-se aqui que é possível obter um tal insight ao se

considerar o holograma” (O nome vem das palavras gregas holo

que significa “todo”, e gram, que significa “escrever”. Assim, o holograma é um instrumento que, por assim dizer, “escreve o todo”)

(Bohm, p. 194).

“Como é mostrado na Figura 6.2, a luz coerente de um laser

atravessa um espelho semiprateado. Parte do feixe segue diretamente para uma chapa fotográfica, enquanto outra parte é

refletida, de modo a iluminar certa estrutura total. A luz que é refletida dessa estrutura também alcança a chapa onde interfere com

aquela que ali chega por um trajeto direto. O padrão de interferência resultante, que é registrado na chapa, não só é muito complexo como

também é, usualmente, tão sutil que não é nem mesmo visível a olho nu. No entanto, de alguma maneira, esse padrão é relevante para a

estrutura total iluminada, embora algumas de um modo altamente implícito” (Bohm, p. 195).

“Essa relevância do padrão de interferência para a estrutura total

iluminada é revelada quando a chapa fotográfica é iluminada com a luz laser. Uma frente de onda é, então, criada, a qual é muito

semelhante na forma àquela que sai da estrutura iluminada original. Posicionando o olho no caminho dessas ondas, pode-se ver, de fato,

a totalidade da estrutura original, em três dimensões, a partir de toda uma faixa de possíveis pontos de vista (como se a pessoa estivesse

olhando através de uma janela). Se iluminarmos apenas uma pequena região R da chapa, ainda veremos toda a estrutura, mas um

pouco menos bem-definida em detalhes, a partir de uma faixa diminuida de possíveis pontos de vista (como se estivéssemos

olhando através de uma janela menor” (Bohm, p. 196).

“Devido às propriedades ondulatórias da luz, até mesmo uma lente

não pode produzir uma exata correspondência biunívoca. Portanto, uma lente pode ser considerada como um caso limite de um

holograma” (Bohm, p. 196).

4.2.4 A consciência e a ordem implicada

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David Bohm “Começamos propondo que, num certo sentido, a consciência (onde incluímos o pensamento, o sentimento, o desejo,

a vontade, etc.) deve ser compreendida em termos da ordem implicada, juntamente com a realidade como um todo. Isto é,

estamos sugerindo que a ordem implicada aplica-se tanto à matéria (viva ou não viva) como à consciência, e que ela pode,

consequentemente, possibilitar um entendimento da relação geral entre essas duas últimas, a partir do qual talvez possamos chegar a

alguma noção de uma base comum para ambas” (p.258).

“Consideremos agora qual a justificativa para a noção de que a

matéria e a consciência têm em comum a ordem implicada.

Primeiramente, notamos que a matéria em geral é, antes de tudo, o objeto da nossa consciência. Todavia, várias energias, tais como a

luz, o som, etc., estão continuamente dobrando informações que, em princípio, dizem respeito a todo o universo material, dentro de cada

região do espaço. Por meio desse processo, tais informações podem, naturalmente, introduzir-se em nossos órgãos dos sentidos,

prosseguindo pelo sistema nervoso até o cérebro. Num sentido mais profundo, toda a matéria em nossos corpos, desde o começo, de

algum modo envolve em si o universo, isto é, dobra-o dentro de si. Será que é essa estrutura dobrada, constituída tanto de informações

como de matéria (p. ex., no cérebro e no sistema nervoso), que primariamente se introduz na consciência?” (p. 260).

“Consideremos em primeiro lugar a questão de saber se a informação se acha efetivamente dobrada nas células do cérebro. Há evidências

(Pribram) que sustentam de que as memórias são geralmente

registradas em todo o cérebro de tal modo que as informações concernentes a um dado objeto ou qualidade não são armazenadas

numa célula em particular ou numa parte localizada do cérebro, mas sim, que todas as informações estão dobradas sobre o todo. Esse

armazenamento lembra, em sua função, um holograma, mas a estrutura real é muito mais complexa. Podemos então sugerir que

quando o registro „holográfico‟ no cérebro é adequadamente ativado, a resposta é criar um padrão de energia nervosa que constitua uma

experiência parcial semelhante àquela que em primeiro lugar produziu o „holograma‟. Mas também é diferente, visto que é menos

detalhado, que memórias provenientes de muitos tempos diferentes podem fundir-se conjuntamente, e que memórias podem ser

conectadas por associação e por pensamento lógico, dando certa ordem adicional a todo o padrão. Além disso, se ao mesmo tempo se

está cuidando dos dados sensoriais, toda essa resposta de memória

fundir-se-á, em geral, a uma experiência global em que a memória, a lógica e a atividade sensorial combinam-se num todo não analisável”

(p. 261).

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“É claro que a consciência é mais do que aquilo que foi descrito acima. Também envolve compreensão (awareness), atenção,

percepção, intuição, ações de entendimento, e talvez ainda mais” (David Bohm, p. 261).

5 O QUE É UM HOLOGRAMA?

5.1 Ideias de Itzhak Bentov – “Á Espreita do Pêndulo Cósmico – A Mecânica da Consciência”

“Um holograma consiste, usualmente, numa película fotográfica plana, em que as informações sobre o contorno do objeto são

registradas sob a forma de um padrão de interferência de frentes de

onda. Quando este filme é iluminado com o mesmo tipo de luz empregado para registrar a informação, a frente de onda é

reconstruída, e a imagem aparece, no espaço, como um objeto tridimensional, idêntico na “forma”, ao objeto original” (Bentov, p.

29).

Itzhak Bentov (p. 37)

Itzhak Bentov (p. 39)

Figura 15 - O holograma, com um feixe laser direto (feixe de

referência) e com o mesmo feixe laser, através de semi-espelho e espelho, gera-se um feixe laser indireto (feixe de trabalho). A

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93

emissão desses dois feixes, de uma única fonte laser, sobre um determinado objeto, gera, em um papel filme, uma imagem do objeto

em estudo. Essa imagem no papel filme não é parecida com a figura real que foi holografada. Não se identifica a figura olhando no papel

filme, pois é necessário emitir a mesma fonte laser sobre esse papel filme e assim conseguiremos obter uma imagem tridimensional do

objeto em questão. Mesmo se projetarmos o feixe laser sobre uma pequena parte do papel filme obteremos a imagem total do objeto de

estudo.

Itzhak Bentov em seu livro: “À Espreita do Pêndulo Cósmico – a

Mecânica da Consciência” nos explica, de forma simplificada, o

funcionamento do Holograma. Bem! É claro! Só lendo o livro muitas vezes para se entender de fato o que resumimos aqui.

- “O Holograma é um dos mais instigantes dos mecanismos de armazenamento de informações. É o meio pelo qual a Natureza

guarda informações”.

“Já existem evidências de que nossos cérebros armazenam

holograficamente as informações. Esse tipo de dispositivo de armazenamento é o mais compacto conhecido na Natureza. Um

exemplo disso é o código genético transportado em nossos cromossomos. Cada célula de nossos corpos transporta todas as

informações necessárias para a fabricação de uma cópia adicional deles” (p. 34).

“Nosso êxito em armazenar informações, no sistema que acaba de ser descrito, depende, é claro, do comportamento previsível e

ordenado das ondas dentro da panela” (p.34).

- sobre a panela ele quiz dizer, em páginas anteriores, p. 28, 29, 33, que se enchermos uma panela com água e deixarmos cair três

pedrinhas, simultaneamente, e observarmos as ondulações que se propagam. Cada pedrinha é uma fonte de ondas, que se espalham

uniformemente pela água. As ondas de cada pedrinha se entrecruzam e formam um padrão bem complexo de pequenas ondulações na

superfície da água, que nos parecem bastante caóticas (Fig. 6 – lado direito). Contudo há uma ordem nesse aparente caos, pois na

verdade há interação entre as ondas criando um padrão de interferência. Se rastrearmos cada ondulação de volta até sua origem

identificaremos o seixo (Fig 9B). Agora, vamos congelar rapidamente a superfície da água e retirar a camada de gelo ondulada, que

resultou. Estaremos segurando, em nossas mãos, o registro de um padrão de interferência de ondas, que até podemos chamar de

holograma (Fig. 6 – lado esquerdo). Referentes à Figura 16.

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94

Itzhak Bentov (p.28) Fig.

9B - Itzhak Bentov (p.34)

Figura16– Desenhos das ondulações dos seixos atirados na água e

congelando a superfície da água rapidamente; deixando na superfície da água uma camada de gelo com as ondulações produzidas por

esses seixos.

“Agora a lâmina de gelo que tiramos da panela, e tratemos de

iluminá-la, encontrando uma fonte de luz adequada” (Fig.8) (p. 32). Refere-se à Figura 17.

“Para grande surpresa nossa, descobriremos ser possível ver os três seixos suspensos no ar, desde que olhemos, através do gelo, em

direção à fonte de luz (Fig. 8 – do lado esquerdo). Eles nos parecem

bastante tridimensionais. Ao que parece, a superfície ondulada do gelo, ou padrão de interferência, de algum modo armazenou as

informações acerca da localização e da forma dos seixos. A superfície do gelo atuou à maneira de uma lente distorcida de modo a focalizar

a luz nos pontos ocupados pelos seixos, que foram a causa de todas essas ondulações. A superfície em questão, de aparência caótica, é,

na verdade, um dispositivo de armazenamento de informações” (p. 32). Figura 17.

“Agora se derrubarmos essa casca de gelo e pegarmos um pedacinho de gelo que sobrou e colocarmos uma luz coerente, para nossa

grande surpresa, descobrimos novamente os três seixos, projetados em pleno ar” (Fig. 8 - do lado direito) (p. 33). Figura 17.

Itzhak Bentov (p. 33)

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95

Figura 82 – Com uma luz coerente passando pela superfície do gelo com ondulações veremos os seixos suspensos no ar; o mesmo ocorre

com um pedaço dessa superfície de gelo, onde veremos as imagens dos três seixos.

5.2 Coerência

Bentov nos esclarece sobre o entendimento do significado de

Coerência, como sendo um certo tipo de ordem. No presente caso fala-se sobre luz coerente, sem a qual um holograma não pode ser

construído.

“A luz coerente mais conhecida é um laser. O importante do laser é

que ele gera luz de uma única frequência. Todos sabem que nosso

Sol envia-nos luz que pode ser decomposta, graças a um prisma, num espectro que contém todas as cores do arco-íris. Um laser gera

luz de uma só das cores do arco-íris, a que damos o nome de “luz monocromática”. Além disso, a luz emitida pelo laser é coerente, isto

é, propaga-se em fase. Com isso, queremos dizer que toda a luz emitida avança em frentes planas e uniformes (Fig. 10). Isso torna

possível à luz do laser manter-se num feixe estreito ao longo de distâncias muito grandes” (p. 35).

Itzhak Bentov (p. 35) Itzhak Bentov (p. 37)

Figura 18 - “Observe que o importante na criação de uma imagem holográfica é a interação de um feixe de referência – puro, virgem

e intocado – com um feixe de trabalho, que passou por algumas experiências em sua vida. A magnitude dessas experiências está

sendo medida pela comparação com o feixe de referência, que

serve de base para essa comparação” (Bentov, p. 38).

Continuando, Bentov coloca: “Toda a nossa realidade é construída

efetuando-se constantemente tais comparações. Nossos sentidos,

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que nos descrevem essa realidade, o tempo todo, estão fazendo essas comparações. Mas, infelizmente, eles não dispõem de um

referencial absoluto, e precisam por isso, gerar seu próprio referencial, relativo. Desse modo, sempre que percebemos alguma

coisa, somente percebemos diferenças” (p. 38).

Como exemplo analisa o morcego: “Todos sabemos que essa

pequena criatura alimenta-se de insetos, que captura em vôo. Por ser um animal noturno, o morcego desenvolveu um mecanismo

semelhante ao sonar, que lhe é de alta valia. Ele possui, em sua cabeça, estruturas altamente especializadas, que lhe possibilitam

emitir um som de freqüência muito alta, bem como dirigi-lo num

feixe bastante estreito. É esse o seu feixe de referência. Assim que esse feixe encontra um inseto em vôo, uma parte dele é refletida de

volta para o morcego. Ele apanha esse eco, a que podemos chamar de feixe de trabalho, e compara-o com o guincho original. Haverá

uma diferença entre os dois (chamada de efeito Doppler), e essa diferença diz ao morcego qual a distância que o separa do inseto,

bem como a velocidade de vôo deste com relação ao primeiro. À medida que o morcego aproxima-se do inseto, a diferença entre as

duas frequências – a frequência emitida (feixe de referência) e o eco (feixe de trabalho) – diminui. Quando ela se torna muito

pequena, o morcego abre a boca e engole o „eco‟. Nós, humanos, também nos utilizamos dessa técnica, de maneiras menos óbvias: na

visão em cores, na audição, etc.” (Bentov) (p.39).

O efeito Doppler

O efeito Doppler pode ser visto em “O universo em uma casca de

noz” de Stephen Hawking (p.74):

“A relação entre velocidade e comprimento de onda, denominada

efeito Doppler, constitui uma experiência do dia-a-dia”.

“Ouça um avião que passa: quando ele se aproxima, seu motor soa

mais agudo, e, quando ele passa e desaparece, soa mais grave!.

“O agudo corresponde a ondas sonoras com menor comprimento de

onda (a distância entre a crista de uma onda e a próxima) e uma maior frequência (o número de ondas por segundo)”.

“Isso acontece porque, à medida que o avião se aproxima, ele estará mais perto de você quando emitir a próxima crista de onda,

diminuindo, assim, a distância entre as cristas das ondas”.

“Similarmente, à medida que o avião se afasta, o comprimento das

ondas aumenta, e o som que você percebe é mais grave”.

Também destaca, à p. 75, que o efeito Doppler se aplica às ondas

luminosas. “Se uma galáxia estiver se afastando da Terra, as ondas

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aparecerão alongadas ou esticadas, e as linhas características estarão desviadas para o vermelho (do violeta indo para o vermelho). Se a

galáxia estiver se aproximando da Terra, as ondas aparecerão comprimidas, e as linhas estarão desviadas para o azul”. Quando se

aproxima aumenta a frequência e diminui o comprimento de onda e quando se afasta aumenta a onda e diminui a frequência.

6 CORTANDO DE UM LADO A OUTRO O REALISMO

MATERIALISTA

Os princípios da teoria quântica tornam possível abandonar as

suposições injustificadas do realismo material (Ideias de Amit

Goswami) - “O Universo Autoconsciente – como a consciência cria o mundo material” (p.69):

“Suposição 1: Objetividade forte.

A suposição básica feita pelo materialista é que há lá fora um

universo material objetivo, um universo independente de nós.

Esta suposição tem alguma validade operacional óbvia e

frequentemente se presume que é necessária para praticar com seriedade a ciência.

Mas será ela realmente válida?

A lição da física quântica é que escolhemos que aspecto – onda ou

partícula – um objeto quântico revelará em uma dada situação.

Além disso, a observação faz com que entre em colapso o pacote

quântico de ondas e se transforme em uma partícula localizada.

Sujeito e objeto estão intrinsecamente misturados.

Se sujeito e objeto se entrelaçam dessa maneira de que modo

podemos manter a suposição de objetividade forte”.

“Suposição 2: Determinismo causal.

Outra suposição do cientista clássico, que empresta credibilidade ao realismo material, diz que o mundo é fundamentalmente determinista

– que tudo que precisamos conhecer são: as forças que atuam sobre cada objeto e as condições iniciais (a velocidade e a posição iniciais

do objeto).

O princípio da incerteza quântica, contudo, afirma que jamais

poderemos determinar simultaneamente, com absoluta certeza, a velocidade (o momento quântico) e a posição de um objeto (o seu

comprimento de onda).

Haverá sempre erro em nosso conhecimento das condições iniciais, e

o determinismo estrito não prevalece.

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A própria ideia de causalidade torna-se mesmo suspeita. Uma vez que o comportamento de objetos quânticos é probabilístico, torna-se

impossível uma descrição rigorosa de causa e efeito do comportamento de um objeto isolado.

Em vez disso, temos uma causa estatística e um efeito estatístico quando falamos sobre um grande grupo de partículas”.

“Suposição 3: Localidade.

A suposição de localidade – que todas as interações entre objetos

materiais são mediadas através de sinais locais – é fundamental para a ideia materialista de que eles existem basicamente independentes e

separados uns dos outros.

Se, contudo, ondas se espalham por enormes distâncias e, em seguida, instantaneamente desmoronam quando fazemos medições,

então a influência da medição não viaja localmente.

A localidade, portanto, é excluída. Este constituiu outro golpe fatal no

realismo materialista”.

“Suposições 4 e 5: Materialismo e epifenomenalismo.

O materialista sustenta que fenômenos mentais subjetivos são apenas epifenômenos da matéria.

Podem ser reduzidos apenas à questão de cérebro material.

Se quisermos compreender o comportamento de objetos quânticos,

contudo, parece que precisamos introduzir a consciência – nossa capacidade de escolher – de acordo com o princípio de

complementaridade e a ideia da mistura sujeito-objeto.

Além do mais, parece absurdo que um epifenômeno da matéria possa

afetá-la: se a consciência é um epifenômeno, de que modo pode ela

provocar o colapso de uma onda espalhada de objeto quântico e transformá-la em uma partícula localizada, quando realizamos uma

medição quântica.

Não obstante, o princípio da correspondência, o novo paradigma da

física – da física quântica – contradiz os preceitos do realismo materialista.

Não podemos dizer, citando a correspondência, que a física clássica se mantém no caso dos macrobjetos para todas as finalidades

práticas e que, desde que vivemos em um macromundo, teremos que supor que a estranheza quântica se limita ao domínio

submicroscópico da natureza.

Ao contrário, a estranheza obceca-nos através do caminho todo até o

macronível.

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Surgirão paradoxos quânticos sem solução se dividirmos o mundo em domínios da física clássica e quântica” (Ideias de Amit Goswami, p.

70).

7. A MENTE QUÂNTICA

7.1. Discutindo as ideias de Amit Goswami (Negrito

acrescentados por mim)

Amit Goswami – O Universo autoconsciente: “Uma longa discussão

vem sendo travada sobre a mente dos seres humanos. Há de fato prova de que as ideias da mecânica quântica se aplicam ao cérebro-

mente?” (p. 196).

“Aparentemente, há pelo menos prova circunstancial”.

“David Bohm e, antes dele, Auguste Comte, notaram que parece

haver um princípio de incerteza operando no caso do pensamento. Se nos concentramos no conteúdo do pensamento, perdemos de vista a

direção para onde ele se dirige. Se nos concentrarmos na direção, perdemos nitidez de conteúdo. Diríamos: observe seus pensamentos

e veja por si mesmo (Amit Goswami)” (p. 197).

“Podemos generalizar a observação de Bohm e postular que o

pensamento tem um componente arquetípico. Seu aparecimento no campo da percepção está ligado a duas variáveis conjugadas:

aspecto (conteúdo instantâneo, semelhante à posição de objetos físicos) e associação (o movimento do pensamento na percepção,

semelhante ao momentum dos objetos físicos quânticos). Notem que a percepção em si é semelhante ao espaço no qual aparecem os

objetos do pensamento (Amit Goswami)” (p.197).

“Fenômenos mentais como o pensamento, por conseguinte, parecem exibir complementaridade. Podemos postular que, embora

seja sempre manifestado como forma (descrito por atributos tais como aspecto e associação), o pensamento, entre manifestações,

existe como arquétipos transcendentes – como acontece com o objeto quântico com sua superposição coerente transcendente

(onda) e os aspectos uni facetados manifestos (partículas) (Amit Goswami)” (p.198).

“Além disso, há prova abundante de descontinuidade – saltos quânticos – nos fenômenos mentais, especialmente no fenômeno da

criatividade. Ideias semelhantes foram citadas por Jules-Henry Poincaré e Carl Friedrich Gauss, sobre as suas experiências criativas,

como sendo súbitas e descontínuas, como saltos quânticos (Amit Goswami)” (p.198).

7.2 Discutindo um pouco mais as ideias de David Bohm

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7.2.1 A projeção tridimensional de uma realidade hexadimensional

David Bohm – A totalidade e a ordem implicada: “A teoria quântica como indicação de uma ordem implicada multidimensional: Até agora

temos apresentado a ordem implicada como um processo de dobramento e desdobramento no espaço tridimensional ordinário. No

entanto a teoria quântica possui um tipo fundamentalmente novo de relação não-local, que pode ser descrito como uma conexão não-

causal de elementos distantes entre si... que as várias partículas têm de ser consideradas, literalmente, como projeções de uma realidade

de dimensão mais elevada, que não pode ser explicadas em termos

de qualquer tipo de força de interação entre elas” (p. 246).

Para explicar o que ele considera como existente uma interligação

entre todas as coisas que, mas, não são explicáveis numa dimensão tridimensional. É necessário “olhar” de outra dimensão, como em

uma quarta ou quinta ou sexta dimensão, os fenômenos que ocorrem na terceira dimensão, onde os fenômenos não podem ser explicados.

Cita um exemplo de uma visão bidimensional em um aquário com peixe. Esse aquário é filmado em dois ângulos diferentes: uma

câmara filma um lado do aquário e outra câmara filma outro lado. Então, quem estiver vendo as câmaras pensa que o peixe se

movimenta e, aparentemente, ele aparece de ângulos diferentes, numa câmara ele aparece de lado, logo na outra câmara ele aparece

de frente. Quem não sabe que está sendo filmado o mesmo peixe de ângulos diferentes pode pensar que está vendo dois peixes distintos,

pois as visões nas câmaras de TV separadas mostram visões

bidimensionais de um mesmo objeto de observação (o peixe). Então, quando se olha de cima, veremos „os peixes‟ se movimentando de um

único modo, como numa visão tridimensional, que é real, enquanto que as visões, pelas câmaras separadas, nos parecem que estamos

vendo peixes diferentes, no entanto em conexão um ao outro, mas sendo na verdade um único peixe, na terceira dimensão. Nesse caso

ele cita o experimento teórico de Einstein, Podolsky e Rosen (citado anteriormente). Leiam: “Planolândia” (E. Abbott). Vejam Item 2.1.4.

- sobre o EPR.

“Podemos obter uma útil apreensão intuitiva do significado que

atribuímos à noção de projeção considerando o seguinte dispositivo: comecemos com um tanque retangular cheio de água e com paredes

transparentes. Suponha ainda que há duas câmaras de televisão, A e B, focalizadas no que está ocorrendo na água (p. ex. um peixe

nadando) como é visto através de duas paredes que fazem ângulos

retos uma com a outra. Agora, suponha que as imagens de televisão correspondentes, sejam visíveis nas telas A e B, em outra sala. Aquilo

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que veremos nessas telas é certa relação entre as imagens que nelas aparecem. Por exemplo, na tela A podemos ver a imagem de um

peixe, e na tela B veremos outra imagem dele. Em qualquer dado momento, cada imagem, de maneira geral, parecerá diferente da

outra. Não obstante, as diferenças estarão relacionadas, no sentido de que quando se vê uma imagem executar certos movimentos vê-se

também que a outra executa movimentos correspondentes. Além disso, o conteúdo que é visto principalmente numa das telas passará

para outra, e vice-versa (p. ex. quando um peixe que inicialmente se achava de frente para a câmara A vira, num ângulo reto, a imagem

que antes estava em A agora é encontrada em B). Assim, em todos

os instantes, o conteúdo da imagem numa das telas estará correlacionado com, e refletirá o conteúdo da outra” (p.247).

“Naturalmente, sabemos que as duas imagens não se referem a realidades existentes independentemente, embora interagentes (em

relação às quais, por exemplo, poder-se-ia dizer que uma imagem “causa” mudança na outra). Em vez disso, elas se referem a uma

única realidade, que é a base comum de ambas (e isso explica a correlação de imagens sem que se precise admitir que elas se afetem

entre si de maneira causal). Essa realidade é de uma dimensionalidade superior às das imagens separadas nas telas; ou,

em outras palavras, as imagens nas telas são projeções (ou facetas) bidimensionais de uma realidade tridimensional. Num certo sentido,

essa realidade tridimensional retém essas projeções bidimensionais dentro de si. Porém, uma vez que essas projeções existem somente

como abstrações, a realidade tridimensional não é nenhuma delas,

mas, sim, é algo mais, algo de uma natureza que está além de ambas” (p. 247) (as imagens projetadas nas telas A e B das TVs) (p.

247).

“O que estamos propondo aqui é que a propriedade quântica de uma

relação não-local, não-causal, entre elementos distantes pode ser entendida por meio de uma extensão da noção acima descrita. Isto é,

podemos ver cada uma das “partículas” que constituem um sistema como uma projeção de uma realidade de „dimensão mais elevada‟, e

não como uma partícula separada, existindo conjuntamente com todas as outras num espaço comum tridimensional. Por exemplo, no

experimento de Einstein, Podolsky e Rosen, anteriormente mencionado, cada um dos dois átomos que inicialmente se combinam

para formar uma única molécula deve ser considerado como projeção tridimensional de uma realidade hexadimensional. Isso pode ser

demonstrado experimentalmente desintegrando-se a molécula e

depois observando os dois átomos após se separarem e ficarem bem distantes um do outro, de modo que não interajam e, portanto, não

tenham quaisquer conexões causais. O que efetivamente se verifica é

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que o comportamento dos dois átomos está correlacionado de uma maneira um tanto semelhante àquela das duas imagens de televisão

do peixe, conforme descrevemos mais acima. Desse modo, como pode de fato, ser mostrado suplementarmente graças a uma

consideração mais cuidadosa da forma matemática das leis quânticas aqui envolvidas, cada elétron age como se fosse uma projeção de

uma realidade de dimensão mais elevada” (p. 248).

“Sob certas condições as duas projeções tridimensionais

correspondentes aos dois átomos podem apresentar uma relativa independência de comportamento. Quando essas condições forem

satisfeitas, será uma aproximação tratar ambos os átomos como

partículas relativamente independentes, mas interagentes, ambas, no mesmo espaço tridimensional. De um modo mais geral, porém, os

dois átomos exibirão a típica correlação não-local de comportamento que implica o fato de que, no fundo, eles são apenas projeções

tridimensionais do tipo acima descrito” (David Bohm, p. 248).

Essas observações de Bohm são fundamentais para o nosso

entendimento da geobiologia que estuda fenômenos invisíveis, não observáveis pelos cinco sentidos, como se estes fossem aprisionados

na terceira dimensão, enquanto que as nossas observações do mundo invisível, que se encontram além da visão tridimensional dos cinco

sentidos, pois na verdade estamos observando fenômenos de uma quarta dimensão e, portanto, não são possíveis de serem entendidas

por pensamentos comuns que interpretam os fenômenos pelo que percebem por esses sentidos, limitados na terceira dimensão.

Flatland – a Planolândia e The Fourth Dimension – a quarta

dimensão

Bennett, em seu livro “O Homem Interior – Os caminhos da

Transformação” cita o que significa viver em um plano, como se existissem seres planos que vivessem em uma superfície e como eles

entenderiam a presença de seres tridimensionais e tenta analisar, por analogia, os seres da terceira dimensão, como nós, por exemplo,

quando entrassem em contato com seres de uma dimensão superior, como seres de uma quarta dimensão:

“Há quase setenta anos, quando era menino, li dois livros, ambos escritos por volta de 1890, que exerceram sobre mim grande

influência. Um se intitulava Flatland (E. Abbott) e outro The Fourth Dimension (E. Hinton)” (p. 109). Vejam a tradução de Planolândia de

Edwin Abbott (no Google, em pdf).

“O primeiro é uma história de pessoas que vivem numa superfície

plana e são, por conseguinte, bidimensionais em vez de

tridimensionais. São todas: triângulos, quadrados, círculos, etc., e têm diversas aventuras e romances e não sei que mais; mas o ponto

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principal da história, que o autor se esforça por expressar, é a limitação de uma vida bidimensional, as coisas que podem e não

podem ser feitas. Há muitas coisas que podemos fazer, com grande facilidade, no nosso espaço tridimensional, que não podem ser

realizadas num espaço bidimensional, numa superfície plana, porque, nesta, todo movimento se limita ao plano”.

“Não se pode, por exemplo, dar um nó na superfície plana, porque, para dá-lo, teríamos que sair dela para cruzar os cordões e fazê-los

passar um pelo outro. Podemos facilmente retratar essa situação: imaginemos uma superfície plana onde um ser plano não possa

passar por cima de outro e veremos que, embora os seus cordões

possam ser dobrados e curvados com facilidade, não podem passar uns sobre os outros, pois isso significaria sair da superfície plana” (p.

109).

“Num certo ponto da história surge, é claro, uma intervenção da

terceira dimensão, isto é, do espaço tridimensional, tal como o conhecemos. É um acontecimento muito especial para os habitantes

da superfície plana, porque estes não têm a menor ideia de um corpo sólido, e, quando uma esfera passa pela sua superfície plana, eles

simplesmente a percebem como um ponto que cresce muito rapidamente, transformando-se num círculo e, de algum modo,

diminuindo e voltando a se transformar num ponto e, finalmente, desaparecendo por completo. Seria muito estranho e inexplicável que

algo pudesse simplesmente surgir do nada e se materializar, crescer, diminuir e desaparecer; contudo, eles pensaram assim a respeito,

porque não podiam ter ideia de outro mundo qualquer que não fosse

o deles. Depois de ler esse livro, comecei a pensar, pela primeira vez, sobre a possibilidade de existência de mundos diferentes.” (p. 109).

“O segundo livro, The Fourth Dimension, era uma obra muito mais matemática sobre o espaço tetradimensional. O autor dava uma

quantidade de exercícios para ajudar o leitor a tentar visualizar corpos de quatro dimensões, tal como um cubo tetradimensional,

chamado „tesseracto‟. Poderíamos tentar visualizar como ele seria vendo o que aconteceria a ele, quando atravessasse o nosso espaço,

do mesmo modo que podemos visualizar o que aconteceria a um cubo que fosse reduzido a duas dimensões ao atravessar uma

superfície plana” (p. 110). Vejam no Youtube Carl Sagan falando de Planolândia e da Quarta Dimensão e do Dr. Quantum indo visitar a

Planolândia.

“Quando eu era menino, estava interessado em tudo isso e

costumava praticar muito tentando visualizar diferentes tipos de

disposições, diferentes tipos de mundos possíveis, e creio que essa prática ajudou-me muito mais tarde. Comecei isso quando tinha uns

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quatorze ou quinze anos e prossegui por muitos anos depois” (p. 110).

“Quando disse que aqueles livros exerceram grande influência em mim, foi porque me fizeram compreender que era possível haver

mundos inteiramente diferentes daqueles que conhecemos” (p. 110).

“A nossa vida num mundo tridimensional é muito mais livre do que a

do mundo bidimensional, mas a vida num mundo tetradimensional é ainda mais livre e tem possibilidades que dificilmente podemos

imaginar. Ao mesmo tempo, há diversas propriedades da existência tridimensional que não podem ser encontradas numa existência

tetradimensional. Dissemos, por exemplo, não ser possível dar um nó

num mundo bidimensional e isso é muito fácil de ver; mas é também impossível dar um nó num mundo tetradimensional. Este é tão livre

que todos os nós se desfazem devido à liberdade adicional do movimento que é possível. E o mesmo que dar a um círculo armado

dentro de um aro, no mundo bidimensional, o grau de liberdade do nosso espaço, de modo que possa sair dos seus limites. No espaço

tetradimensional, os nós não se conservam e os elos das correntes se separaram sem qualquer resistência; os recipientes que estão

fechados para o nosso mundo estão abertos e um „recipiente‟ neste mundo dimensional superior é algo totalmente diferente do que é no

mundo que conhecemos. Temos que tentar ver que os diversos mundos são diferentes, não por conterem coisas diferentes, mas por

possuírem diferentes graus de liberdade” (p. 110).

“Tanto Abbott quanto Hinton tiveram uma visão das diferenças

existentes entre os diversos mundos e tentaram expressá-la na forma

de imagens. A nossa dificuldade reside no fato de o nosso pensamento se basear no nosso mundo de experiência sensorial, o

mundo dos corpos tridimensionais. É necessário um esforço mental especial para imaginar outro tipo qualquer de existência. Quando

falam de „mundos superiores‟, as pessoas geralmente convertem tudo em algum tipo de tolice. Somos condicionados pelo mundo dos corpos

e não nos damos conta de que temos possibilidades de uma ordem completamente distinta das que são próprias deste mundo. Quando

os mundos superiores penetram no nosso, cometemos a mesma espécie de engano dos habitantes do mundo bidimensional, quando a

esfera atravessou o seu mundo: eles não poderiam conceber que algo da natureza de uma esfera pudesse existir e transformam tudo numa

coisa em que possam pensar e de que possam falar da maneira a que se acostumaram. Até mesmo o nosso modo de pensar e falar nos faz

experimentar o que está ocorrendo de uma forma condicionada.

Podemos usar até o material dos dois livros de que estamos falando para reforçar os nossos hábitos de pensar” (p. 111).

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“O que queremos é chegar à substância real dessas imagens dos mundos superiores, à possibilidade de nos transformarmos e nos

tornarmos tipos diferentes de pessoas. Tentamos descrever diferentes maneiras de „ser humano”, mas é importante compreender

que as diferenças mencionadas não estão no mundo dos corpos, mas no mundo do ser, na profundidade e coesão da consciência. O mundo

em que vivemos corresponde ao nosso ser. O ser de um homem comum não desenvolvido, que conhecemos e somos, só é capaz de

se manter num mundo exatamente igual àquele em que existimos fisicamente. Se o nosso nível de ser mudar, poderemos viver num

mundo superior. Adquirimos um „recipiente‟ para o que somos,

diferente de um corpo físico. Mas isso não significa que cesse a nossa existência no mundo comum. Transformação indica poder ser capaz

de viver em mais de um mundo” ( Bennett, p. 110).

A Flexa do Tempo

“Uma fonte de confusão em discussões acerca da passagem do tempo provém da referência à chamada flecha do tempo. Negar

que o tempo flui não é o mesmo que dizer que as designações „passado‟ e „futuro‟ são desprovidos de bases físicas. Eventos no

mundo formam, inegavelmente, uma sequência unidirecional. Por exemplo, um ovo derrubado no chão se partirá em pedaços, mas que

nunca assistimos ao processo inverso – um ovo quebrado se transformando num ovo intacto. Esse é um exemplo da segunda lei

da termodinâmica, que afirma que a entropia de um sistema fechado – definida de forma aproximada como seu grau de desordem – tende

a crescer com o tempo. Um ovo intacto tem menos entropia que um

ovo quebrado” (Paul Davies).

“Pelo fato de haver uma abundância de processos físicos irreversíveis

na natureza, a segunda lei da termodinâmica desempenha um papel fundamental para impor ao mundo uma evidente assimetria entre as

direções passada e futura, ao longo do eixo do tempo. Por convenção, a flecha do tempo aponta para o futuro. Isso, porém, não

implica que a flecha esteja se movendo rumo ao futuro, assim como a ponta de uma bússola apontada para o norte não indica que a

bússola esteja indo para o norte” (Paul Davies).

“Ambas as flechas simbolizam assimetria, mas não movimento. A

flecha do tempo denota uma assimetria do mundo no tempo, e não assimetria ou fluxo temporal. As designações „passado‟ e „futuro‟

podem ser legitimamente aplicadas a direções temporais, da mesma forma que as expressões „para cima‟ e „para baixo‟ podem ser

aplicadas a direções espaciais, porém falar do passado ou do futuro é

algo tão desprovido de significado quanto nos referirmos para cima ou para baixo” (Paul Davies).

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Sinto que de fato o que acontece com essa divisão entre passado-presente-futuro é meramente um processo mental nosso, pois tenho

percebido que é possível modificar as informações, do passado, que se encontram em nossa memória e atualizá-las e reaproveitá-las.

Muitas informações que acumulamos no passado, em várias épocas passadas e que foram pensadas e conscientizadas, no entanto não

compreendidas em sua totalidade, pois eram informações incompletas e fragmentadas que nós observamos da realidade e

assim, na época da observação não tínhamos subsídios e conhecimento suficiente para entender as informações observadas

nessa época passada. Quanto, atualmente, no presente, conseguimos

compreender um determinado fenômeno e nos damos conta que abarcamos a totalidade de um determinado assunto que vínhamos

estudando há bastante tempo. Quando chegamos ao ponto máximo, como em uma curva de Gauss, atingimos a “tangente zero”, ponto

máximo, como diríamos em matemática, então: AH! Conseguimos encaixar todas as peças e assim recuperar o conhecimento adquirido

no passado e que se encontrava incompleto, na época, para ser entendido. “Voltamos” ao passado e o recuperamos e o

transportamos para o presente e abrimos novas discussões e novos caminhos para o futuro, que ainda não foi “plasmado” quanticamente.

É como se tivéssemos montado uma máquina no passado e por falta de entendimento e por falta de tecnologia, não podíamos

compreender o que não funcionava na máquina criada. Portanto, essa máquina ficou inacabada, por exemplo, por duas dezenas de anos;

mas, de repente, no presente, descobrimos um determinado

conhecimento que nos faz deslumbrar e que “voltamos” ao passado e encaixamos uma determinada peça fundamental e a máquina

começou a funcionar no presente e que permitiu uma abertura e novas possibilidades no futuro. Como se o passado, o presente e o

futuro se interagissem reciprocamente, em uma ação quântica transcendental e que transpõem os nossos pensamentos mecanicistas

e cotidianos, onde o tempo segue como uma linha reta e como se o futuro já estivesse determinado, como alegam aqueles que julgam

como sendo o “destino”. A humanidade caminha assim desde os primórdios e só precisamos nos ater nessa realidade quântica, pois

não é determinada mecanicamente e automaticamente, mas a interação do passado e do futuro, do passivo e do ativo, se encontra

no presente, no ponto neutro, onde todos os fenômenos acontecem e que é preciso desenvolver a consciência perceptiva, intuitiva e a

compreensão abrangente daquilo que estamos observando. A

lembrança de si, a observação dos acontecimentos de forma consciente e não automática, faz com que as nossas portas

transcendentais se abram em uma totalidade, onde o presente é a porta para o encontro do passado com o futuro.

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8.1.2 A consciência do observador

“Há dois aspectos da assimetria temporal que podem produzir a falsa

impressão de que o tempo está fluindo. O primeiro deles é a distinção termodinâmica entre passado e futuro. Como os físicos notaram nas

últimas décadas, o conceito de entropia está intimamente ligado ao conteúdo de informação de um sistema. Por essa razão, a formação

da memória é um processo unidirecional – novas memórias acrescentam informação e aumentam a entropia do cérebro.

Possivelmente percebamos essa unidirecionalidade como sendo o fluxo do tempo” (Paul Davies).

“Uma segunda possibilidade é de que nossa percepção do fluxo do

tempo esteja de alguma maneira ligada à mecânica quântica. Desde os primeiros tempos da formulação da mecânica quântica, observou-

se que o tempo entra na teoria de forma peculiar, bem diferente da inclusão do espaço. O papel especial do tempo é uma das razões

pelas quais tem sido tão difícil consolidar a mecânica quântica com a relatividade geral. O princípio da incerteza de Heisenberg, segundo o

qual a natureza é inerentemente indeterminística, implica um futuro em aberto (e, a propósito, também um passado em aberto). Esse

indeterminismo se manifesta de modo mais conspícuo na escala de dimensões atômicas e dita que as propriedades observáveis que

caracterizam um sistema físico permanecem em geral não decididas de um momento para o momento seguinte” (Paul Davies).

“Por exemplo, um elétron que se choca com um átomo pode sofrer um desvio de trajetória para uma entre muitas direções, e em geral é

impossível prever de antemão qual será o resultado em determinado

caso. O indeterminismo quântico implica que, para um estado quântico em particular, há muitos (possivelmente infinitos) futuros

alternativos ou realidades em potencial. Com a mecânica quântica podemos calcular as probabilidades relativas de cada resultado

observável, embora a teoria não afirme qual futuro potencial será realidade” (Paul Davies).

“Mas quando um observador humano faz uma medição, um, e somente um resultado é obtido; por exemplo, poderemos verificar

que o elétron que se chocou contra o átomo está se movendo em determinada direção. No ato da medição, uma única realidade

específica é projetada a partir de uma vasta gama de possibilidades. No interior da mente do observador, o possível realiza uma transição

para o real, o futuro em aberto transita para o passado fixo – o que é exatamente o que descrevemos como sendo o fluxo do tempo” (Paul

Davies).

“Não há consenso, entre os físicos, sobre a maneira como acontece essa transição de muitas realidades em potencial para uma única

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realidade. Muitos físicos já afirmaram que isso tem algo a ver com a consciência do observador, uma vez que é o ato da observação que

leva a natureza a se decidir. Alguns pesquisadores, como Roger Penrose da Universidade de Oxford, sustentam que a consciência –

inclusive a impressão de fluxo temporal pode estar relacionada a processos quânticos no cérebro” (Paul Davies).

8.1.3 O ego-personalidade e o eu quântico

Amit Goswami nos relata, no livro: “A janela visionária” que o nosso

observador humano, que acessa o mundo quântico, e que analisa as possibilidades quânticas e dá o colapso quântico dentro dessas

possibilidades e determina a direção, a posição ou o momentum de

uma partícula, dentro de infinitas possibilidades é o nosso eu quântico, a nossa consciência transcendental e não o nosso ego-

personalidade que é determinista e que não acessa o mundo invisível.

- Ego: raciocínio, contínuo, determinado, linear, local, pessoal, lógica

clássica.

- Eu quântico: criatividade, descontínuo, sincrônico, holístico, não-

local, transpessoal, lógica quântica.

Nós criamos a nossa realidade?

“Qual é a natureza da consciência capaz de resolver o paradoxo da observação quântica – o problema de quem, ou de quê, provoca o

colapso da onda de possibilidade quântica em ato? Como vimos, postular a consciência como o agente causal do colapso é um

paradoxo, no realismo materialista, porque, nessa filosofia, a própria consciência é um epifenômeno do cérebro material. Um epifenômeno

da matéria não é capaz de causar uma conversão de uma

possibilidade material em ato!” (A janela visionária, p.55).

“Epifenômeno: um fenômeno secundário; algo que existe contingente

à existência anterior de alguma outra coisa. Epifenomenalismo: a ideia de que os fenômenos mentais e a consciência em si são

fenômenos secundários da matéria e redutíveis a interações materiais de alguma subestrutura” (Goswami, O Universo Autoconsciente, p.

3l9).

“No final dos anos 70 e início dos 80, esse paradoxo da observação

quântica e a questão, relacionada a ele, da natureza da consciência ocupavam a maior parte do meu tempo. O matemático John Von

Neumann havia sugerido que talvez a consciência fosse a causa do colapso, e, no início dos anos 60, o físico vencedor do Nobel, Eugene

Wigner, apoiava essa ideia. Mas tanto von Neumann quanto Wigner concebiam a consciência como parte da mente; e, nesse caso, a

consciência causando o colapso da função de onda quântica evoca a

ideia da mente acima da matéria – um mundo mental separado

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atuando sobre o mundo da matéria . E essa ideia nos leva à armadilha do dualismo: qual é o intermediário da interação entre os

dois? E, se essa interação ocorre, o que acontece com a lei da conservação da energia?” (A janela visionária, p.55).

“Devido à minha origem indiana (estudei os Upanixades desde muito novo, com meu pai), eu conhecia as doutrinas da filosofia indiana, de

acordo com as quais tanto a matéria como a mente está subsumida em Brahman – a base universal do ser, a consciência. E me convenci

de que isso estava errado. A base de minha convicção foi a afirmação do físico Richard Feynman, expressa em The Feynman Lectures in

Physics, de que tudo – inclusive a mente e consciência – é feito de

átomos. A mente e a consciência devem ser, de algum modo, epifenômenos emergentes do cérebro material, dos átomos que

formam o cérebro e, em última análise, das partículas elementares. Como a maioria dos físicos e cientistas, eu acreditava realmente

nisso. Não havia lugar para Brahman – para uma base do ser que não a matéria – na minha filosofia de físico” (p. 56).

“Uma consciência epifenomênica não tem eficácia causal para provocar o colapso das funções de onda. Mesmo assim, eu não podia

abandonar a ideia de que a consciência provoca o colapso das funções de onda quânticas. Eu sabia, de alguma forma, que isso era

uma espécie de chave. Esse impasse me paralisou por um bom tempo. Enquanto isso, eu investigava a natureza da consciência

diretamente, meditando e convivendo com místicos. Com essa aventura, enfim, veio a ruptura”.

“Acompanhei um amigo místico, Joel Morwood, até Ojai para ouvir o

famoso mestre espiritual Krishnamurti falar. Depois da conferência, Joel e eu começamos a discutir longamente sobre os meus apuros

com a observação quântica. Eu disse: „Acho que compreendo a consciência, mas...‟”.

“Joel me interrompeu: „É possível compreender a consciência?‟. „É possível certamente‟! Disse eu, sem um pingo de arrogância de físico.

„Eu disse a você como a nossa observação consciente, a nossa consciência contra o colapso da onda quântica...‟. Eu ia lhe dizer que

eu sabia que essa era a chave para se compreender a consciência, mas Joel me interrompeu outra vez”.

“Afinal, é o cérebro do observador que antecede a consciência ou é a consciência que antecede o cérebro?”.

“Percebi a armadilha de Joel. „Eu me refiro à consciência como sujeito de experiências‟”.

“‟A consciência antecede as experiências. Ela independe do objeto e

independe do sujeito‟, disse Joel”.

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“É claro, isso é misticismo da melhor qualidade, mas, na minha linguagem, você está se referindo a algum aspecto não local da

consciência”.

“Joel, porém, não se intimidou com o meu jargão quântico. „Seus

antolhos científicos impedem que você entenda. No fundo, você acredita que a consciência pode ser compreendida pela ciência, que a

consciência emerge no cérebro, que ela é um epifenômeno. Entenda o que dizem os místicos. A consciência é prévia e incondicionada. Ela

é tudo o que existe. Não existe nada a não ser Deus‟” (p. 57).

“Essa última frase impulsionou, de alguma forma, uma reviravolta no

meu modo de pensar. Percebi, de súbito, que a consciência é a base

de todo o ser, o que os rishis, ou videntes, upanixádicos denominavam Brahman. Se a consciência é a base de todo o ser, a

matéria existe como possibilidades dentro da consciência. E a consciência escolhe entre as possibilidades disponíveis reconhecendo

uma em particular para cada evento em particular”.

“Para evitar o dualismo, precisamos virar a metafísica materialista de

cabeça para baixo. A matéria não é a base do ser, como afirmava Feynman. Também não é a única fonte da causalidade no mundo. É

claro que as interações materiais entre as partículas elementares determinam todas as possibilidades materiais e suas possibilidades,

em uma das situações dinâmicas, calculáveis pela mecânica quântica – isso é causação ascendente e mudança contínua. Mas nós temos,

em acréscimo a isso, uma causação descendente, quando a consciência causa o colapso da onda de possibilidade num evento

atual. Isso é mudança descontínua”.

“Nosso olhar altera as coisas. O artista René Magritte viu um lindo bolo exposto na vitrine de uma loja e entrou para comprá-lo. Quando

o vendedor foi retirar o bolo do mostruário, Magritte objetou: „Eu não quero esse bolo; dê-me um, igual a esse, mas que venha dos fundos

da loja‟, exigiu ele. O vendedor ficou surpreso. „São todos da mesma fornalha, que eu fiz hoje de manhã‟, protestou ele. „Você não

entendeu‟, disse Magritte. „As pessoas ficaram olhando para esse que está na vitrine‟”.

“Minha intuição de que a observação quântica é a chave para a compreensão da consciência estava certa. Mas essa compreensão

requer saltos criadores descontínuos que desafiam a sabedoria convencional. Dar esses saltos se tornou minha preocupação

seguinte” (A janela visionária, p. 58,).

“Na natureza de duplo eu tem consequências importantes para a

nossa espiritualidade – como a espiritualidade se manifesta em nós e

como nós percorremos a nossa jornada espiritual. Os psicólogos Abraham Maslow, americano, e Roberto Assagioli, italiano,

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redescobriram, por meio de estudos clínicos, o conceito de um eu transpessoal além do ego comportamental. Esse reconhecimento

de uma autoidentidade em dois níveis deu início ao campo da psicologia transpessoal” (p. 64).

“Observe que o ego e o eu quântico não são um par dualístico; eles estão, ao contrário, „sempre juntos‟. São, ambos, identificações

aparentes que a consciência adota no processo de manifestação num corpo físico e num cérebro quântico auto-referencial. Na identificação

com o eu quântico, há unidade e alegria, liberdade de escolha e criatividade, hierarquia entrelaçada na relação entre o sujeito e

o(s) objeto(s), relações de troca e amor. Na identificação com o ego,

há separação e ansiedade, há condicionamento e dogmatismo, hierarquia simples e tirania solipsista (Solipsismo: a filosofia que diz

que podemos provar apenas a existência de nosso próprio self – o sujeito da consciência)” (Amit Goswami, A Janela Visionária, p. 64).

Nossa consciência quântica interfere no objeto observado

A hierarquia entrelaçada ou emaranhamento, como também se pode

designar como a totalidade e a ordem implicada e dobrada, significaria a complexidade da natureza quântica; por exemplo, como

pode um elétron, um e somente um, passar simultaneamente por duas fendas ao mesmo tempo? Sim! Pois na tela onde é gravada a

emissão do elétron mostra faixas escuras e claras. Então! Ele tem propriedades de ondas? Sim! Mas, se olharmos por uma fenda

veremos que ele passa somente por essa fenda e se olharmos pela outra, veremos que ele passa somente por essa fenda? Então!

Quando olhamo-lo passando somente por cada uma das fendas

significaria que ele tem comportamento de partícula? Sim! Ele tem comportamento onda-partícula, sendo que têm as duas propriedades

e ao mesmo tempo não tem nenhuma delas. Esse comportamento exemplifica a hierarquia entrelaçada. Além disso, se não estivermos

olhando, nada está, ainda, acontecendo, somente quando tem uma mente consciente observando que acontece o fenômeno. Ou seja, a

nossa consciência interfere no objeto observado. Mas, não a consciência comum, materialista-determinista, essa não dá o colapso

quântico. Uma longa história... Leiam os mestres.

O que temos que entender é que o objeto tem as informações

gravadas em si mesmo, cabe a nós a descoberta dessas informações que se encontram dobradas e implicadas em uma hierarquia

entrelaçada.

Não pense, observe. Siga o método da observação sistemática

Veja um exemplo simples: em minhas aulas de mineralogia, como

citei no início deste manual, o aluno tem que usar um determinado método para conseguir acessar as informações contidas no mineral

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analisado. Um dos princípios que adoto, ao dizer aos alunos: não pense, observe. Siga o método da observação sistemática. Siga a

metodologia do Guia de Determinação dos Minerais. Não influa na observação utilizando qualquer raciocínio linear. À medida que eles

vão utilizando a técnica da observação, que denomino: pensar sem pensar (quero dizer: pensar espacialmente, com a mente vazia sem

pensar racionalmente, planarmente, com a mente racional comum). Pois para desdobrar e descobrir os segredos do mineral ou de uma

rocha ou de uma infinidade de objetos, tenho que seguir um método de observação sem interferir nessa observação. A minha consciência

cósmico-quântica (poderíamos dizer assim!). Entra em conexão com

a consciência cósmico-quântica do mineral ou objeto analisado. Como dizem os sábios, que o homem é a memória do universo, o que

fazemos nessa análise é recordar o que já sabemos, pois somos a interação do universo, pois o homem é o universo e o universo é o

homem, pois somos partes em interação unívoca. Em resumo: o mineral ou objeto de análise nos “conta” a sua própria história. Todos

os alunos descobrem e determinam o mineral desta forma.

Como venho enfatizando neste Manual Técnico: a geobiologia é uma

ciência de interação cósmico-quântica, cuja observação da natureza requer técnicas variadas, pois cada objeto observado tem que

esvaziar o cérebro e utilizando os gráficos técnicos conseguirmos extrair as informações que estão dobradas e implicadas. Ou seja:

quando observo e analiso uma residência e me perguntam se a casa vizinha também têm as mesmas anomalias? Respondo que é

necessário eu ir lá para verificar.

Em suma: não se pode ir generalizando informações de um local para outros locais não observados. A mente comum, do homem do

cotidiano, é que utiliza o mesmo raciocínio para tudo; não conseguem perceber, pois raciocinam, de forma linear e planar, que os objetos

espaciais, principalmente, da natureza, são complexos e não se podem simplificar as informações do tipo: acredito nisso e não

acredito naquilo. Como me dizem: Não acredito nesse gás radônio que você afirma estar emitindo em minha residência. Nem sei o que

você está falando. Eu não sinto nada. Além do mais, eu construí esta casa e gastei alguns milhões e você vem e me diz que aqui tem uma

radiação que destrói as nossas células. Loucura! Obrigado! Vou pensar! Vou consultar a minha esposa! E aqueles em que me

chamaram em situação precária, pois não dormem direito, tem colesterol alto, ficam nervosos e estressados, pois já passaram por

todos os médicos e exames e nada constaram de problemas. Então,

nessas horas acabam procurando os alternativos (como venho frisando o tempo todo neste manual), mas, o mais importante é que

não querem entender de nada e querem somente que eu solucione os

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seus problemas. Querem dormir e pronto! Não querem pensar em nada, querem soluções.

Ótimo! Dou a solução, no entanto, após os quatro anos que realizei o trabalho e como é necessário realizar um novo trabalho, pois o gás

radônio encontra-se emitindo no local cerca de dez milhões de anos. Essas pessoas (90% delas), como é comum entre os homens, não

querem mais realizar novo trabalho. Alegam que vão “pensar” e nunca mais respondem aos meus telefonemas (ligo mais uma ou

duas vezes e arquivo o trabalho no “arquivo morto”). Entenderam? As pessoas comuns querem soluções e se são resolvidas, como no

meu caso: elas estão bem, dormindo bem, pois não reclamaram em

nenhum momento. Então, se “tudo está funcionando bem para quê fazer novo trabalho” e “ficar” dependente desse geobiólogo e além do

mais, “gastar” o nosso dinheirinho. Ah! Não entendem que eles vão ficar dependentes do gás radônio que acumula no cérebro, pois é

uma radiação gama, que atua em nossos elétrons, então: é preciso passar cinco a seis anos para me procurarem novamente (alguns

somente). Essa consciência comum que julgam que é consciência é somente uma racionalidade simplista na observação de uma realidade

complexa. Baseiam-se em seus cinco sentidos como parâmetros.

Tudo bem que os clientes sejam assim, pois fomos criados e

educados para pensar assim. Mas, o que me intriga e choca, são os alunos e leitores de geobiologia que querem que as coisas sejam

raciocinadas do mesmo jeito. Sempre estão querendo simplificar tudo, com o mesmo raciocínio citado acima: com a mente planar.

Dizem: é necessário mesmo saber tudo isso para ser geobiólogo?

Porque você não dá somente o que é necessário para a gente medir os locais? Como você faz para mudar a energia do local? Como? É

preciso saber o que se está medindo para poder dar o diagnóstico correto? Sim! (fim do primeiro ato!).

Quando surge a consciência é mais correto dizer que ela nos tem do que nós a temos

“Quando surge a consciência é mais correto dizer que ela nos tem do que nós a temos. Dizemos a frase ridícula „eu estou consciente‟, que

usamos da mesma maneira que „eu estou com calor‟. Melhor seria dizer „estou conscientizado‟. É a nossa sensitividade que nos faz crer

que „temos‟ consciência ou que „temos‟ um „eu‟. A consciência não se personaliza nem se localiza. Está em toda parte. Quando afirmamos

que ela nos pertence, isso é tão estúpido como pretender que a atmosfera é nossa porque podemos respirar. Estamos interessados

nas coisas externas que não nos damos conta de que a consciência

está no interior de todas as coisas. Ela está concentrada de modo diferente nos diversos seres e produz efeitos muito diferentes.

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Quando surpreendemos um lampejo da realidade da consciência na natureza, isso é um fenômeno importante e maravilhoso. Começamos

então a compreender realmente que a consciência não é uma prerrogativa humana” (J. G. Bennett – “O homem interior”, p. 55).

“Um dos efeitos mais surpreendentes da consciência em nós é aquele tipo de experiência em que temos consciência de que, ao olharmos

para uma coisa, estamos sendo vistos. Trata-se de uma tal inversão da nossa maneira habitual de sentir que é algo evidentemente de

ordem superior” (Bennett, p. 55).

“Embora a consciência não seja uma coisa que possamos controlar

como acender ou apagar uma luz, podemos aprender a nos pôr na

direção da experiência consciente. É a consciência que nos torna cientes do que somos e nos possibilita pensar o que queremos

pensar, sentir o que queremos sentir e mover o nosso corpo como tencionamos. É ela que nos permite sentir simultaneamente todos os

nossos centros” (p. 55).

“Se voltarmos à nossa imagem da terra e do mar, penetrar na

experiência consciente será como mergulhar na água. Precisamos aprender a nadar. Não podemos agir sobre o mundo da consciência,

mas podemos aprender a participar dele e tomar parte nas transformações energéticas que o sustêm. O papel do homem é

servir de elo de ligação entre o mundo da vida e o mundo das energias cósmicas. A liberação da consciência em nós é uma

obrigação cósmica” (Bennett, p. 56).

8.2. Em “Um novo modelo do universo”, Ouspensky relata,

após exaustiva discussão filosófica, psicológica, matemática e

física, a quinta e a sexta dimensões:

Ouspensky: “... podemos notar, uma vez mais, embora já devesse

estar muito claro, que três coordenadas não são suficientes para a descrição do Universo, pois tal universo não conteria nenhum

movimento ou, para dizer de outro modo, cada movimento observável destruiria imediatamente o Universo” (p. 334).

“A quarta coordenada leva em consideração o tempo. O espaço não é mais considerado separadamente. O espaço-tempo tetradimensional

permite o movimento”.

“Mas o movimento por si mesmo é um fenômeno muito complexo.

Logo à primeira abordagem do movimento, nos deparamos com um fato interessante. O movimento tem, em si mesmo, três dimensões

claramente expressas: duração, velocidade e „direção‟. Mas essa direção não se encontra no espaço euclidiano, como era admitida pela

velha Física; é uma direção de antes para depois, que nós nunca

mudamos e nunca desaparece”.

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“O tempo é a medida do movimento. Se representarmos o tempo por uma linha, então a única linha que satisfará todas as exigências do

tempo será uma espiral. Uma espiral é uma „linha tridimensional‟, por assim dizer, isto é, uma linha que precisa de três coordenadas para

sua construção e designação” (p. 334).

“A tridimensionalidade do tempo é completamente análoga à do

espaço. Não medimos o espaço por meio de cubos, medimos linearmente em diferentes direções, e fazemos exatamente o mesmo

com o tempo, embora o tempo só possa medir duas das três coordenadas, a saber, a duração e a velocidade; a direção do tempo

para nós não é uma quantidade, mas uma condição absoluta. Outra

diferença é que, a respeito do espaço, nos damos conta de que estamos lidando com um continuum tridimensional, enquanto, em

relação ao tempo, não nos damos conta disso. Mas, como já foi dito, se tentarmos unir as três coordenadas do tempo em um todo,

obteremos uma espiral” (p. 335).

“Isso explica, de imediato, por que a „quarta coordenada‟ é

insuficiente para descrever o tempo. Embora se admita que seja uma linha curva, sua curvatura permanece indefinida. Somente três

coordenadas, ou a „linha tridimensional‟, isto é, a espiral, dá uma descrição adequada do tempo”.

“As três dimensões do tempo podem ser encaradas como a continuação das dimensões do espaço, isto é, como a „quarta‟, a

„quinta‟ e a „sexta‟ dimensões do espaço. Um espaço „hexadimensional‟ é sem dúvida um „continuum Euclidiano‟, mas de

propriedades e formas totalmente incompreensíveis para nós. A

forma hexadimensional de um corpo é inconcebível para nós, e se pudéssemos apreendê-la, com nossos sentidos, nós a veríamos e

perceberíamos sem dúvida alguma como tridimensional. A tridimensionalidade é uma função dos nossos sentidos. O tempo é o

limite dos nossos sentidos. O espaço hexadimensional é a realidade, o mundo tal como é. Só percebemos essa realidade através do corte

dos nossos sentidos, tato e visão, e a definimos como espaço tridimensional, atribuindo a ela propriedades euclidianas. Todo corpo

hexadimensional se torna para nós um corpo tridimensional existente no tempo, e as propriedades da quinta e da sexta dimensões

permanecem imperceptíveis para nós”.

“Assim como, no espaço, uma dimensão, uma linha, ou duas

dimensões, uma superfície, não podem existir por si mesmas, e, quando tomadas separadamente, não são nada além de figuras

imaginárias, enquanto o sólido existe realmente, também no tempo

só um sólido do tempo tridimensional existe realmente” (p. 335).

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“Apesar do fato de que a contagem de dimensões na Geometria começa com a linha, na verdade, no sentido físico real, só o ponto

material e o sólido são objetos que existem. As linhas e as superfícies são simplesmente aspectos e propriedades de um sólido. Elas

também podem ser encaradas de outro modo: uma linha, como o caminho do movimento de um ponto no espaço, e uma superfície,

como o caminho do movimento de uma linha ao longo da direção perpendicular a ela (ou sua rotação)”.

“O mesmo pode ser aplicado ao sólido do tempo. Nele, só o ponto (o momento) e o sólido são reais. O momento pode mudar, isto é, pode

se contrair e desaparecer ou se expandir e se tornar um sólido. O

sólido também pode se contrair e se tornar um ponto, ou se expandir e se tornar um infinito”.

“O número de dimensões não pode ser infinito nem muito grande; ele não pode ser mais que seis. A razão disso está na propriedade da

sexta dimensão que contém em si todas as possibilidades da escala dada” (Ouspensky, p. 336).

8.3 A visão do espaço-tempo da ciência: Stephen W. Hawking: “Uma Breve História do Tempo”: A seta do tempo

Hawking: “Até o começo deste século acreditava-se num tempo absoluto. Ou seja, cada evento poderia ser rotulado por um número

chamado „tempo‟, de uma forma única, e todos os bons relógios concordariam com o intervalo de tempo entre dois eventos.

Entretanto, a descoberta de que a velocidade da luz parecia a mesma a todos os observadores, independente do deslocamento de cada um,

levou à teoria da relatividade, e nela foi necessário abandonar a ideia

de tempo único e absoluto. Em vez disso cada observador teria sua própria medida de tempo, como registrado pelo relógio que

conduzisse: relógios de observadores diferentes não precisariam concordar necessariamente. Assim, o tempo se tornou um conceito

mais pessoal, relativo ao observador que o estivesse medindo” (p. 143).

“Quando se tenta unificar a gravidade com a mecânica quântica, temos que introduzir a ideia do „tempo imaginário‟, que é

indistinguível do conceito de direções no espaço. Se podemos ir para o norte, podemos também voltar e nos dirigirmos para o sul; da

mesma maneira, se podemos ir em frente no tempo imaginário, devemos ser capazes de voltar atrás. Isso significa que não há

diferença significativa entre as direções para frente e para trás no tempo imaginário. Por outro lado, quando se assume o tempo “real”,

existe uma grande diferença entre essas duas direções como

sabemos. De onde vem essa diferença entre o passado e o futuro? Por que nos lembramos do passado e não do futuro?” (p.143).

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“As leis científicas não distinguem entre passado e futuro. Mais precisamente, como já foram explicadas, as leis científicas são

imutáveis sob a combinação das operações (ou simetrias) conhecidas com C, P e T (C significa a transformação de partículas em

antipartículas; P significa assumir a imagem espelhada, de forma que esquerda e direita se trocam; T significa reverter a direção do

movimento de todas as partículas: na verdade, retroceder o movimento). As leis científicas que determinam o comportamento da

matéria em todas as situações normais são imutáveis sob a combinação das duas operações C e P em si mesmas. Em outras

palavras, a vida seria exatamente a mesma para os habitantes de

outro planeta que fossem imagens espelhadas de nós mesmos e feitas primordialmente de antimatéria” (p.144).

“Se as leis científicas são imutáveis pelas combinações das simetrias C e P, e também pela combinação C, P e T, elas devem também ser

imutáveis sob a operação T isolada. De fato, existe uma grande diferença entre as direções para frente e para trás do tempo real na

vida comum. Imagine-se uma xícara de água caindo de uma mesa e se quebrando em muitos pedaços no chão. Se filmarmos esse evento,

pode-se facilmente dizer se o filme está sendo projetado para a frente ou para trás. Se o projetamos para trás, ver-se-ão os cacos

subitamente se reunindo do chão e pulando para cima a fim de formar uma xícara inteira sobre a mesa. Pode-se dizer que o filme

está sendo projetado para trás porque esse tipo de comportamento não é nunca observado na vida cotidiana. Caso contrário todas as

fábricas de louça pediriam falência” (p.144).

“A explicação, que usualmente se dá para o porquê de não se verem rotineiramente xícaras quebradas reunindo os seus cacos no chão

para saltar sobre a mesa é que isso contradiz a segunda lei da termodinâmica, que afirma que, em qualquer sistema fechado, a

desordem, ou entropia, sempre aumenta com o tempo. Em outras palavras é uma forma da lei de Murphy: as coisas sempre tendem a

ser malsucedidas. Uma xícara intacta sobre a mesa representa um estado de alta organização, mas uma xícara quebrada no chão

encontra-se em estado desordenado. Pode-se ir da xícara sobre a mesa no passado para a xícara quebrada no chão no futuro, mas não

na direção inversa” (Hawking, p.144).

8.3.1 Existem três setas do tempo

“Um aumento da desordem ou entropia através do tempo é um exemplo do que se chama uma seta do tempo, algo que distingue o

passado do futuro, dando uma direção ao tempo. Existem, pelo

menos, três setas do tempo. Primeiro há a seta de tempo termodinâmica, a direção do tempo em que a desordem ou entropia

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aumenta. Depois há a seta psicológica do tempo; essa é a direção em que sentimos o tempo passar, a direção em que nos lembramos do

passado, mas não do futuro. Finalmente existe a seta cosmológica do tempo, que é a direção do tempo em que o universo se expande mais

do que se contrai” (Hawking, p.144).

8.3.2 Depois de muitas explicações da expansão e da

contração do Universo

“Resumindo, as leis científicas não distinguem entre as direções para

frente e para trás no tempo. Entretanto, há pelo menos três setas de tempo, que distinguem o passado do futuro, que são: a seta

termodinâmica, direção do tempo em que a desordem aumenta; a

seta psicológica, direção do tempo na qual se recorda o passado e não o futuro; e a seta cosmológica, direção do tempo em que o

universo se expande mais do que se contrai. Demonstrei que a seta psicológica é essencialmente a mesma que a termodinâmica, de

modo que ambas sempre apontam para a mesma direção. A proposta do não-limite para o universo prevê a existência de uma seta

termodinâmica do tempo bem-definida porque o universo deve começar num estado plano e ordenado. E a razão por que se observa

essa seta termodinâmica se adequar à cosmológica é que os seres inteligentes só podem existir na fase de expansão. A fase de

contração seria indesejável porque não apresenta seta termodinâmica forte do tempo” (Hawking, p. 151).

8.4 A radiestesia aplicada à geobiologia microvibratória como instrumento de medição das dimensões do espaço-tempo

Vocês estão vendo, de forma diferente, um mundo de dimensões

superiores, mas que na verdade essas dimensões superiores ocorrem no mesmo mundo em que vivemos, mas é necessário olhá-las com

“outros olhos”. Essa análise de Ouspensky, de 1912 a 1930, é semelhante à dos físicos quânticos, como David Bohm que coloca a

existência do holomovimento, que abrange tudo e que o que entendemos como realidade tridimensional, não passa de uma

projeção holográfica de uma realidade de dimensão superior, ou seja: o que vemos não passa de ordem explicada e desdobrada da

totalidade dobrada e implicada do holomovimento. As mesmas colocações observam-se nas análises de Amit Goswami, bem como as

de Itzhak Bentov relatando sobre a projeção holográfica.

O mesmo ocorre com o meu trabalho, pois trabalho exatamente no

nosso mundo tridimensional e, no entanto, observo através de método e como instrumento de medição a minha própria percepção

(utilizando a radiestesia como instrumento de captação dessa

percepção) uma quarta dimensão onde não se pode percebê-la utilizando somente os cinco sentidos, incapazes de perceber além do

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mensurável. Vocês estão vendo agora, como é possível interferir no mundo tridimensional utilizando técnicas de uma dimensão superior.

Vocês viram, à exaustão, eu dizer que realizo uma mudança de energia de um local (um terreno, uma fábrica, uma residência, um

sítio, etc.) à distância, através da mudança de energia nociva para uma energia benéfica, utilizando a planta do imóvel do local,

colocando um interceptor polarizado (desenhos geométricos construídos nas proporções harmônicas e necessariamente com

consciência cósmica, pois não se acessa essas informações com uma mente mecanicista, ou seja, da terceira dimensão) que permite uma

mudança real na residência, por exemplo, das pessoas moradoras

desse local e elas, recebendo essas informações emitidas à distância, melhoram e se recuperam rapidamente dos males que as infringiam.

Explicações são muitas, uma delas, é que somos quânticos e estamos interligados uns com os outros, além de estarmos interligados com as

plantas, com os animais e com a matéria inanimada, numa interação única, como dizem os físicos quânticos. Mas entendam um pouco

mais além, que, ao trabalhar em uma dimensão superior, mais sutil, influenciamos no mundo mais denso da terceira dimensão, sendo que

esse mundo superior está envolvendo o mundo de uma dimensão inferior e a influência dessa energia sutil é mais eficiente do que a

própria materialidade. Veja: envio a energia através da planta do imóvel com a minha consciência, através de emissores polarizados,

que atuando na planta do imóvel, como uma projeção holográfica plana, repercute no local as mudanças energéticas de correção

enviadas via projeção quântica, instantânea e sem percorrer o

espaço-tempo, num salto quântico, da planta do imóvel para o local em uma interação única e total, como se estivesse atuando

diretamente nesse local. E o mais importante de tudo isso: qualquer mudança de energia que se tenta realizar diretamente nesses locais

irradiados, principalmente, com gás radônio, não adianta, pois tudo satura na terceira dimensão, rapidamente. O meu trabalho, à

distância, é claro, também satura com o passar do tempo (no meu trabalho atual o limite de duração é de quatro anos), no entanto é

eficaz e real, ocasionando resultados de mudanças nas saúdes das pessoas.

É importante entender que sem conhecimento não se pode acessar as informações das emissões microvibratórias dos locais analisados e

sem consciência multidimensional não se pode descobrir o que está oculto em uma imagem fotográfica de um local, de uma pessoa; algo

gravado atomicamente nessa imagem que para ser decifrado é

necessário ter um conhecimento do que se está buscando utilizando um método específico para cada tipo de busca: no nosso caso as

anomalias microvibratórias nocivas e benéficas que esses locais de análise emitem. Para isso é necessário utilizar conhecimentos

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adquiridos na observação direta dessas anomalias em locais conhecidos e com comprovação da existência delas e aplicar esses

conhecimentos adquiridos, de forma vibracional, em locais desconhecidos, utilizando a radiestesia como forma de captação do

que adquirimos na observação direta e que se encontra gravado em nosso cérebro e em nosso corpo, de forma dobrada e implicada, não

acessível aos nossos cinco sentidos, que atuam de forma desdobrada, descomplicada e explicada.

É de fato quase impossível para nós, que vivemos em um mundo tridimensional, explicado, apesar, que no fundo de nosso coração,

percebemos que a maioria de nossas observações da realidade

cotidiana se encontra inexplicável e lamentamos não estar entendendo o que se nos apresenta diariamente, principalmente,

quando saímos do nosso cotidiano.

Agora! Imaginem alguém que pede para você enviar uma foto de sua

residência, em qualquer parte do globo terrestre, para que, à distância, através da imagem fotográfica, que parece ser um simples

papel fotográfico, dizer que anomalias estão presentes nesse local de moradia, dando diagnóstico como se estivesse diretamente no local.

O mesmo, quando pedimos uma foto das pessoas que moram nesses locais para avaliar o quanto estão afetadas pela radiação emitida pelo

local, pois ficam gravadas nas pessoas as ondas microvibratórias anômalas desses locais, nelas, pois entramos em ressonância com

essas vibrações em discordância com as nossas próprias vibrações do nosso organismo como um todo.

Como? Todos diriam: é impossível! É plausível essa dúvida quando

vivemos o dia a dia, sem a necessidade de penetrar mais profundamente nesse mundo invisível, porém real e concreto.

O mesmo acontece quando peço para enviarem a imagem do Google Earth de um local onde querem encontrar água subterrânea a

grandes profundidades e em grandes quantidades. Pela imagem consigo detectar as fraturas subterrâneas e acompanhá-las em toda a

sua extensão, pois elas ocorrem como planos subverticais, como livros em pé, aparecendo na subsuperfície como linhas, como se

tivéssemos olhando um plano em pé, de cima, vemos somente a linha do lado do plano. Em seguida, após essa comprovação, vou

diretamente ao local e percorro esse local identificando, pela radiestesia, sempre, a fratura e indico onde deve ser perfurado.

Desse modo encontrei água nas grandes companhias (veja esse item à frente).

Vocês estão vendo que nós somos seres tetradimensionais, pois

captamos informações à distância, através de imagens e fotos, pois se encontram gravadas as informações, das mais diversas, de forma

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holográfica, diria de forma holográfica plana, não visível, pois se encontram gravadas frequências e comprimentos de ondas do mundo

tridimensional, onde ocorre a realidade tridimensional projetada nesse plano, que é a imagem do local projetada na foto ou imagem;

melhor ainda, captar nessa foto ou imagem o que está ocorrendo a grandes profundidades, muito além da superfície.

Precisamos de um decodificador de informações vibracionais e por isso utilizamos a nossa consciência, que transcende o nosso cérebro-

mente, para identificar essas vibrações, utilizando a radiestesia como instrumento de medição. Essas vibrações estão entrelaçadas em um

emaranhado de vibrações, que se encontram dobradas e implicadas

umas às outras. O decodificador quântico, que somos nós mesmos, deve utilizar um meio de separar cada tipo de vibração e qualificá-la.

Para essa decodificação é necessário utilizar o conhecimento das vibrações que se está à procura, como, por exemplo: água

subterrânea, quebra de rochas, micro-ondas, alta tensão, radiação ionizante, entre uma infinidade delas. No nosso caso estamos

identificando certo número limitado de vibrações, que devem ser conhecidas profundamente, antes, em locais previamente conhecidos

e depois, ao analisar a foto ou imagem ou no próprio local, comparar as semelhanças e com isso dar um diagnóstico da presença delas ou

não. Essas informações também estão dobradas e implicadas quanticamente em nosso cérebro e em nosso corpo.

Quando analisamos as fotos, as imagens e locais, entramos em ressonância com o que esses locais estão emitindo e conseguimos,

dessa forma, em comparação com as informações gravadas em nosso

cérebro, dessas mesmas vibrações, pois ocorre uma reação ressonante, captada através do pêndulo, que indica a presença ou

ausência das anomalias pesquisadas. Para isso utilizamos gráficos criados com a finalidade da busca em questão. Quando o pêndulo

indica valores zero, nesses gráficos, indica que nosso organismo não entrou em ressonância com a vibração buscada, pois quando estamos

utilizando um gráfico específico captamos somente a vibração que o gráfico está indicando e não todas as vibrações existentes nesses

locais, que se encontram dobradas e implicadas. E quando, através de um determinado gráfico, captamos a vibração específica desse

gráfico, quer dizer que existe essa vibração, onde o nosso cérebro, através do pêndulo identifica, qualifica e quantifica essa informação.

Em suma: desdobramos e explicamos, separadamente, cada tipo de emissão vibracional, separando-a de todas as outras vibrações. Dessa

forma conseguimos dar um diagnóstico com precisão, diminuindo a

possibilidade de erro.

A ideia mecanicista, tão bem instalada em nossas mentes, não

permite que tenhamos abertura para perceber (não raciocinar!) essa

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realidade tetradimensional, não percebível pelos nossos cinco sentidos. Precisamos transcender essa realidade tridimensional e

penetrar no mundo de dimensões superiores.

A ciência tem que continuar com o seu caminho na busca de

comprovações do mundo visível, invisível, mecânico, relativista e quântico, pois somente com a comprovação real desse mundo

invisível ocorre o crescimento de nossa sociedade. Portanto, não podemos esperar que fosse reconhecido, este tipo de conhecimento

empírico, sem instrumentos que comprovem a veracidade das observações, aceito pela sociedade e pela ciência como um todo.

Vejam bem! Como pode a ciência oficial aceitar que estejam gravadas

em uma foto, ainda mais utilizando uma linguagem não comprobatória, informações que estão “atomicamente” ou

“holograficamente”, inseridas nelas, da realidade tridimensional. Ainda mais afirmar, “categoricamente” e com toda a segurança que

“realmente” conseguimos captar informações nessas fotos.

E vamos mais longe! Imaginem agora como podemos, além de

perceber as informações contidas em fotos, imagens, em plantas topográficas, dos locais analisados, ainda, através de uma planta do

imóvel, “modificar” a energia existente nesses locais, à distância, não-local, de modo que introduzimos uma informação nessa planta

do imóvel e simultaneamente, imediatamente, ocorre uma modificação “real” nesse local e as pessoas que ali moram as

recebem e começam a sofrer modificações internas, em seu organismo, mesmo que elas próprias não se deem conta disso, pois

não conseguem perceber diretamente que algo está acontecendo.

Mas, realmente, ocorre uma modificação no local, como exaustivamente venho afirmando, mesmo que não se tenha a

comprovação desejada pela ciência, pois não têm instrumentos que possam comprovar, de forma direta e irrefutável, a veracidade de tal

informação.

Como poderíamos dizer: perceber uma realidade de um local

tridimensional através de uma imagem ou foto bidimensional, como um holograma plano, que grava essas informações desse local real,

só é possível através de uma visão “tetradimensional” e agora, realizar uma modificação nessa realidade tridimensional, que é o local

real, através de uma planta topográfica do terreno ou da residência, que, aparentemente, parece ser um simples pedaço de papel com

desenhos do local, bidimensional, que “entendemos” como sendo uma projeção holográfica plana dessa realidade tridimensional, sendo

que essa modificação “quântica” só possa ocorrer em uma “quinta

dimensão” ou “pentadimensional”.

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Vejam o exemplo dessa estranha realidade, quadridimensional, que está contida em meu livro: Manual Técnico de Geobiologia. Nesse

caso não se preocupe com a forma escrita, pois não estou modificando o que está escrito e as numerações de figuras, etc...

14.2.2 Análise geobiológica do Sítio do Joel na região noroeste do Estado de São Paulo, próximo ao Rio Paraná.

Este estudo foi realizado em abril de 2009 através de imagens da Google Earth. Trabalho realizado à distância para verificação de possíveis anomalias microvibratórias que pudessem afetar as plantações realizadas no sítio.

O local encontra-se no Município de Três Fronteiras no Estado de São Paulo, acompanhando a Rodovia dos Barrageiros – SP 595, na altura do quilômetro 108 (km 108).

O resultado mostrou pela análise geobiológica, a presença de anomalias eletromagnéticas emitidas por um linhão de Alta Tensão que corta o sítio na porção norte e anomalias eletromagnéticas emitidas na subsuperfície, nas rochas do embasamento cristalino representado pelas rochas basálticas que sofreram alterações em seus constituintes com emissão de gás radônio como produto de desintegração do elemento radioativo natural Rádio que se concentrou anomalamente, devido à alteração dessas rochas. Também captamos na superfície uma fratura com direção próxima a norte-sul, cortando o sítio em sua maior extensão.

Figura 91 – Sítio do Joel.

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Figura 92 – Planta geográfica do Sítio do Joel. As rochas que ocorrem na região são basálticas. Encontram-se fraturadas, cobertas por sedimentos do Grupo Bauru, constituídos de arenitos da Formação Santo Anastácio e solo espesso de alteração dessas rochas na subsuperfície. Observa-se a indicação do Norte Magnético na planta.

Imagem do Google Earth

Figura 93 – Imagem do Google do Sítio do Joel. Vamos analisar o sítio. Primeiramente vamos quadricular toda a área, com quadrados proporcionais à escala da imagem, pendulando sobre uma régua paralela a essa imagem. No interior dos quadrados fazemos as medições, primeiramente com o Biômetro de Bovis. Sabedor da passagem de Alta Tensão sobre o sítio identificou-se o linhão.

Presença de Alta Tensão

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

Figura 94 – Sítio do Joel com as anomalias Eletromagnéticas identificadas através da imagem do Google Earth e no caso da Alta Tensão pela planta do sítio. É necessária uma verificação diretamente no terreno para confirmação das observações à distância, caso haja necessidade de desenvolver culturas de plantios orientadas. Nesse caso é interessante escolher duas áreas: uma com radiação e outra sem radiação e comparar os resultados, após um período. Posteriormente modificar a área afetada pela radiação, reequilibrando-a e novamente fazer comparações. Assim é que se desenvolvem pesquisas científicas, mesmo que a ciência oficial não considere os resultados ou não aceite os métodos utilizados.

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

Figura 95 – Vejam os quadriculados com os valores de anomalias indicados pelo Biômetro de Bovis (1, 2 ou 3 referentes a valores Bovis de 1.000Ä, 2.000Ä ou 3.000Ä). Vejam o linhão de Alta Tensão cruzando o sítio. Indicamos em amarelo a faixa de influência do campo Elétrico.

Foi identificada uma faixa com anomalias com Bovis emitindo 50Ä, significando um pequeno comprimento de onda, logo uma alta emissão de frequência.

Presença de Radiação Ionizante (Gama) com emissão de Gás Radônio - Eletromagnética

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

Figuras 96 – Faixa de radiação ionizante com emissão de comprimentos de ondas de 50Ä, indicando uma frequência da ordem de 108 GHz, com energia acima de 30 eV (elétronVolt) de acordo com a Tabela de Frequências e Comprimentos de Ondas Eletromagnéticas.

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

Figura 97 - Detalhe da Figura anterior. Vejam que ocorre uma diminuição brusca do comprimento de onda nos quadrados marcados com “x”, que significa que o comprimento de onda passou bruscamente para Bovis: 40Ä, indicando um aumento da frequência com valores de f = 109 GHz. Local com radiação ionizante com emissão de Gás Radônio, devido à alteração das rochas basálticas, contendo o elemento químico Rádio, que sofre desintegração atômica; sendo um fenômeno que ocorre no substrato rochoso, coberto por sedimentos do Grupo Bauru, com deposição dos arenitos da Formação Santo Anastácio. Essa radiação ionizante é de caráter de radiação gama, Eletromagnética.

Verificamos que esses valores são indicativos de radiação ionizante, no entanto, não se pode comparar com os aparelhos de medição fabricados pelo homem. Primeiramente esses aparelhos não captam tão pouca emissão, de quantidade débil, nesse sentido não se pode estar comparando diretamente com valores que os aparelhos poderiam indicar. Somos instrumentos Bioreceptores e Bioemissores não sendo possíveis de ser comparados com máquinas simples construídas pelo homem.

No caso do Sítio do Joel, essa radiação ionizante, com emissão de gás radônio, é dispersa (não polarizada) na superfície do terreno. Por esse motivo, essa radiação não causa problemas diretos à vegetação, no entanto, se for construída uma residência ou um barracão para abrigar animais, aí sim começam os problemas, pois ocorre uma acumulação desse gás radônio (em locais pouco ventilados e fechados) nesses locais. Mas devemos ter em mente que essa emissão radioativa é débil, o que levaria muitos anos para afetar os moradores de uma residência ou de um barracão.

A seguir identificamos a presença de zona tectônica (faixa com quebra de rochas que sofreram fraturamentos intensos). Veja a seguir.

Presença de Zona Tectônica

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

Figura 98 – Faixa de zona tectônica no sítio do Joel. O Biômetro de Bovis pode estar indicando 1.000Ä, o que não caracteriza um diagnóstico da anomalia. É preciso utilizar o gráfico específico de Zona Tectônica para comprovar a presença dessa zona de fraturamento anômalo.

Vocês estão vendo que, com o passar do tempo, vamos aprimorando as observações, utilizando vários gráficos, ou melhor, meios de identificação de anomalias microvibratórias de diferentes frequências e comprimentos de ondas. Vocês acompanharam que não é possível utilizar somente o Biômetro de Bovis, pois esse gráfico não dá diagnóstico do tipo de anomalias que está captando. Pode estar indicando 1.000Ä e com esse comprimento de onda, muitas anomalias podem ter esse comprimento de onda de emissão, no entanto serem completamente diferentes quanto ao grau de insalubridade que afetam os seres vivos.

Foi necessário conhecer cada tipo de anomalia Eletromagnética microvibratória emitida por cada local conhecido para se criar os gráficos e posteriormente analisar, com os gráficos criados, locais desconhecidos e diagnosticá-los com as mesmas emissões, já memorizadas pelo nosso organismo. Primeiramente ir a locais conhecidos com cada tipo de anomalia, criar os gráficos, e posteriormente ir a locais desconhecidos, já com a memória dessas anomalias. Lembrando sempre que somos Bioreceptores e Bioemissores.

Vejamos a Figura 99, onde encontramos as anomalias microvibratórias na superfície do Sítio do Joel, pela imagem do Google Earth: uma zona tectônica (Norte-Sul) e uma faixa de radiação ionizante, com emissão de gás radônio.

Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

Figura 99 – Nesta figura parcial mostramos a superfície do sítio, como uma projeção holográfica plana das observações realizadas anteriormente, através das imagens do Google Earth. Vemos a Alta Tensão em amarelo, como emissão superficial, realizada pelo homem, a domótica humana. Vemos uma faixa Norte-Sul cortando o sítio indicando uma zona tectônica (quebra das rochas) e uma faixa irregular esverdeada indicando uma zona de radiação ionizante, com emissão de gás radônio.

Verificamos agora, através de uma visão tridimensional da área da superfície do sítio e adjacências, utilizando a imagem do Google Earth do Sítio do Joel como uma projeção, do tipo holográfico planar, na superfície topográfica do sítio, das anomalias emitidas pela alteração das rochas basálticas do substrato rochoso, com emissão das anomalias microvibratórias de uma zona tectônica, com um sistema de fraturamento gerando um plano vertical cortando as rochas basálticas e alteração dessas rochas contendo elementos radioativos naturais da Tabela Periódica, no local, contendo o elemento Tório que se desintegra e se transforma em Rádio que sofre desintegração atômica se transformando em Gás Radônio, emitindo em uma faixa na porção sul do sítio, até polônio. Deve-se ter em conta que o Tório emite radiação Gama de caráter eletromagnético, portanto, o gás radônio não se comporta como um gás, propriamente dito, pois é uma transformação eletromagnética. Diferentemente, se fosse a desintegração do Urânio, aí sim, teria uma emissão radioativa Alfa, portanto, resultando em gás radônio, na forma de um gás verdadeiro, inerte. Neste caso, poderia abrir a janela e ventilar, mas na radiação Gama, eletromagnética, não adianta, pois continua atuando no local.

Essas anomalias nas rochas basálticas refletem na superfície do terreno na forma de energias nocivas. Quando utilizamos a imagem do Google Earth para captarmos as anomalias eletromagnéticas anômalas emitidas pelas descontinuidades que afetaram as rochas basálticas percebemos na superfície topográfica, como uma imagem holográfica a realidade que acontece à grandes profundidades.

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Interpretação Geobiológica por Marcos Alves de Almeida

Figura 100 – Nesta figura observamos, em verdadeira grandeza, tridimensionalmente, o que foi projetado na superfície do terreno, onde captamos essas informações através das imagens do Google Earth. Vemos, na parte de cima rochas sedimentares do Grupo Bauru, contendo arenitos, siltitos e argilitos. São rochas do período Cretáceo. Abaixo dessas rochas encontramos as rochas vulcânicas (basálticas) do Grupo Serra Geral, do período Jurássico/Cretáceo Inferior. São rochas ígneas vulcânicas que intrudiram na Crosta Terrestre. Essas rochas vieram do interior da Terra, do Manto incandescente, abaixo da superfície terrestre. Essas rochas vulcânicas contêm, em muitos locais, a presença dos elementos químicos Rádio e Tório, elementos radioativos da Tabela Periódica. Vocês observam a alteração da rocha basáltica que, durante milhões de anos sofreram desagregações e alterações pela penetração de águas superficiais por rupturas nas rochas. Essa desagregação leva à concentração anômala desses elementos radioativos, que por desintegração atômica se transformam em gás radônio e este em polônio, elementos radioativos que afetam os seres vivos.

Vejam o bloco diagrama a seguir como uma forma de compreensão do fenômeno observado na superfície, reflexo holográfico, de anomalias que afetaram as rochas em profundidade.

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Bloco Diagrama por Marcos Alves de Almeida

Figura 101 – Nesta figura, agora entendendo melhor o que se observa na superfície de um sítio, fábrica, escritório ou residência, observamos a totalidade da observação sistemática. O que se observa no terreno é, na verdade, uma projeção holográfica do que está contido no interior da Terra, não visível pelos cinco sentidos. Essa observação é realizada por nós, através, no nosso caso, da radiestesia como instrumento de medição tridimensional.

Utiliza-se o cérebro-mente como veículo de captação das anomalias microvibratórias anômalas do sítio, através das Imagens do Google Earth. O cérebro-mente funciona como um instrumento holográfico espacial que capta na imagem as informações gravadas na superfície do terreno, como reflexo de anomalias nocivas emitidas pela alteração das rochas basálticas aumentando a concentração do elemento radioativo natural: rádio, que sofre desintegração atômica se transformando em radônio, um gás inodoro, insípido e invisível e capta-se, também, a quebra de rochas do substrato basáltico, gerando uma falha ou fratura de grande extensão. Essas anomalias quebram o equilíbrio biótico do local.

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Marcos Alves de Almeida

Figura 102 – Nesta figura observamos o início de todas as observações anteriores. Somos seres com cérebro-mente holográfico espacial, capazes de captar, à distância, através de imagens, fotografias, plantas, etc., uma realidade espacial real, em qualquer parte do Globo Terrestre (para limitarmos e restringirmos as nossas considerações) informações contidas nas imagens (no nosso caso) de uma realidade tridimensional projetada no plano (na superfície do objeto observado, no caso a Crosta Terrestre superficial, a geomorfologia da Crosta).

Observa-se, a seguir, a interação homem-meio ambiente, onde observamos o homem captando informações de subsuperfície, do substrato rochoso, de forma indireta, através da imagem da superfície do sítio, obtida pelo Google Earth (via satélite), utilizando instrumentos de medição que é o nosso próprio cérebro, holográfico espacial, o que está ocorrendo, tridimensionalmente, nesse substrato rochoso, localizado em profundidade, onde se consegue identificar anomalias microvibratórias anômalas que afetam os seres vivos que vivem na superfície dessa imagem.

Instrumento de medição quântica: Cérebro-Mente – Captação Holográfica Espacial não-local – à distância

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Bloco Diagrama por Marcos Alves de Almeida

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Figura 103 – Bloco diagrama esquemático do sitio do Joel na superfície topográfica como reflexo holográfico dos fenômenos que afetaram as rochas em profundidade, no substrato rochoso, não visível na superfície e não captável pelos cinco sentidos.

Através da análise geobiológica do terreno do sítio na superfície pode-se deduzir e captar, através da radiestesia como instrumento de medição, as anomalias microvibratórias em grande profundidade. Para isso é necessário rigoroso método científico (como metodologia sistemática) e conhecimento da realidade observada, para a identificação de cada tipo de anomalia.

Vejam o estudo, à distância, pelas imagens do Google Earth do sítio do Joel (figuras anteriores).

A região de estudos encontra-se localizada na região noroeste do Estado de São Paulo,

Na Rodovia dos Barrageiros, Km. 108, entre as Barragens de Jupiá e Ilha Solteira, ao longo do Rio Paraná, divisa com o Estado de Mato Grosso do Sul.

As rochas encontradas nessa região correspondem aos sedimentos mesozoicos do Grupo Bauru, do Cretáceo Superior, correspondentes à Formação Santo Anastácio. Essa Formação é constituída predominantemente por arenitos avermelhados e na região do presente estudo apresenta uma espessura de cerca de 30 metros.

Essa Formação sobrepõe-se às rochas basálticas do Grupo São Bento, do Jurássico-Cretáceo Inferior, como embasamento cristalino Mesozoico, encimados pela Formação Santo Anastácio citada acima.

Trabalhei na região por vários anos, realizando mapeamento geológico pelo Agrupamento de Geologia Geral do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Trabalhos realizados na década de oitenta (1981), culminando com a confecção do Mapa Geológico do Estado de São Paulo, na escala 1:500.000 (vide bibliografia).

Vejam, as seguir, a geologia da região de estudos, mostrando a Rodovia dos Barrageiros onde se encontra o sítio do Joel.

Bistrichi et al.

Figura 104 – Trecho noroeste do Estado de São Paulo mostrando a geologia do local de estudos, com destaque à Rodovia dos Barrageiros – SP 595, onde se observa os sedimentos do Grupo Bauru – Formação Santo Anastácio e no embasamento, em verde, as rochas basálticas do Grupo São Bento.

Vocês estão vendo que o mundo quântico pode ser observado no mundo macro, mas, no entanto, é preciso, para acessá-lo, utilizarmos

a nossa mente quântica e não a nossa mente mecânica.

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Abraços Marcos

LEITURAS ADICIONAIS

Literatura diversa

Abbott, Edwin A. – “Planolândia – um romance de muitas dimensões” – http://groups-beta.google.com/group/Viciados-

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Almeida, Fernando Flávio Marques de - “Diferenciação

tectônica da plataforma brasileira” – In: Congresso Brasileiro de Geologia, 23 - Salvador – 1969 – SBG – p. 29-46.

Almeida, Marcos Alves de - “O método científico aplicado à radiestesia” –– ABRAD – inédito.

Artigos de geobiologia de M. A. Almeida – www.radiestesiaonline.com.br /matérias.

Aurive, Marc – “Radiestesia – Aplicações e práticas para sua vida cotidiana” - 1990 – Editora Rideel Ltda.

Bachler, Käthe – “Radiestesia e Saúde – Influências Geobiológicas sobre os Seres Vivos - 1992 – Editora Cultrix.

Bailey, Arthur – “O diagnóstico pela radiestesia” – 1990 - Editora Estampa.

Baranauskas, Vitor – “O celular e seus riscos” – Fundação Biblioteca Nacional.

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milagre da forquilha – a nova orientação prophylactica da architectura” - 1935 – Edição do autor. S. Paulo.

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1941 – S. Paulo.

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Invisíveis” - 1976 – Nova tradução de António Rodrigues (www.institutomahat.com.br)

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Bennett, J. G – “O Eneagrama” – 1993 - Editora Pensamento.

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em evidências – cap. 2 – Propriedades elétricas das células e dos tecidos” – 2003 - Editora Manole.

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Ouspensky, P. D. – “Consciência – Em busca da verdade” – 1985 – Editora Martins Fontes.

Ouspensky, P. D. – “Um novo modelo do Universo – Princípios do método psicológico aplicado aos problemas da Ciência, da

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