PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE MORADORES DO ENTORNO DO PARQUE NATURAL NOSSA SENHORA APARECIDA, DO MUNICÍPIO DE MANDAGUARI, PR

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    UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

    DIRETORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

    ESPECIALIZAO EM GESTO AMBIENTAL EM MUNICPIOS

    KARLA CRISTINA DE MEDEIROS

    PERCEPO AMBIENTAL DE MORADORES DO ENTORNO DOPARQUE NATURAL NOSSA SENHORA APARECIDA, DO MUNICPIO

    DE MANDAGUARI, PR

    MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAO

    MEDIANEIRA2012

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    KARLA CRISTINA DE MEDEIROS

    PERCEPO AMBIENTAL DE MORADORES DO ENTORNO DOPARQUE NATURAL NOSSA SENHORA APARECIDA, DO

    MUNICPIO DE MANDAGUARI, PR

    Monografia apresentada como requisito parcial obteno do ttulo de Especialista na PsGraduao em Gesto Ambiental emMunicpios, Modalidade de Ensino a Distncia,da Universidade Tecnolgica Federal doParanUTFPRCmpus Medianeira.

    Orientador: Prof. Dr. Larcio Mantovani Frare.

    MEDIANEIRA

    2012

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    Ministrio da EducaoUniversidade Tecnolgica Federal do Paran

    Diretoria de Pesquisa e Ps-GraduaoEspecializao em Gesto Ambiental em

    Municpios

    TERMO DE APROVAO

    Percepo Ambiental de Moradores do Entorno do Parque Natural Nossa SenhoraAparecida, do Municpio de Mandaguari, PR

    PorKarla Cristina de Medeiros

    Esta monografia foi apresentada s 14:00 do dia 02 de junho de 2012 comorequisito parcial para a obteno do ttulo de Especialista no Curso deEspecializao em Gesto Ambiental em Municpios, Modalidade de Ensino aDistncia, da Universidade Tecnolgica Federal do Paran, Cmpus Medianeira.O candidato foi argido pela Banca Examinadora composta pelos professoresabaixo assinados. Aps deliberao, a Banca Examinadora considerou o trabalhoaprovado.

    ______________________________________

    Prof. Dr. Laercio Mantovani FrareUTFPRCmpus Medianeira

    (orientador)

    ____________________________________

    Prof. Dra. Carla .............

    _________________________________________

    Prof. Dra. ...................

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    Dedico este trabalho a todos os moradoresdos bairros Jardim Cristina e Jardim

    Progresso que participaram da pesquisa eque merecem as melhorias prometidas peloParque Natural Nossa Senhora Aparecida.

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus pelo dom da vida, pela f e perseverana para vencer osobstculos.

    Aos meus pais, pela dedicao e pacincia nessa fase do curso deps-graduao e durante toda minha vida e minha irm Karen, pelocompanheirismo.

    Ao meu orientador professor Laercio Mantovani Frare, pela suadisponibilidade, interesse e receptividade com que me recebeu e pelaprestabilidade com que me ajudou.

    Agradeo aos pesquisadores e professores do curso deEspecializao em Gesto Ambiental em Municpios, professores da UTFPR,

    Cmpus Medianeira.Agradeo aos tutores presenciais e distncia que me auxiliaram nodecorrer da ps-graduao.

    Aos meus amigos que me apoiaram, incentivaram e motivaramdurante o curso, bem como aos colegas de curso que colaboraram com odesenvolvimento de tarefas e com a participao em videoconferncias.

    Enfim, sou grata a todos que contriburam de forma direta ou indiretapara realizao desta monografia.

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    Se todos fizssemos o que somos capazes,ficaramos espantados com ns mesmos.(THOMAS EDISON)

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    RESUMO

    MEDEIROS, Karla Cristina de. Percepo Ambiental dos Moradores do Entorno doParque Natural Nossa Senhora Aparecida, do Municpio de Mandaguari, PR. 2012.117 folhas. Monografia (Especializao em Gesto Ambiental em Municpios).Universidade Tecnolgica Federal do Paran, Medianeira, 2012.

    Este trabalho teve como temtica a anlise da Percepo Ambiental dosmoradores do entorno do Parque Natural Nossa Senhora Aparecida, situado nomunicpio de Mandaguari, regio norte do Paran. Para isto, optou-se por umapesquisa qualitativa, sendo-lhes distribudos questionrios semi-estruturados, que

    abordaram as atuais condies dos bairros que sediam este parque (JardimCristina e Jardim Progresso). O local conta com a passagem de um corpo dguachamado Crrego Tabatinga, que passa ao lado do referido parque. O presenteestudo importante para obter dados referentes a esta regio, no intuito desubsidiar uma futura pesquisa objetivando possibilitar uma comparao entre ascondies pr e ps-parque. Assim, primeiramente foram traados os perfis dosmoradores e, em seguida, foi feita a caracterizao dos bairros, do parque e docrrego, de acordo com as respostas obtidas nos questionrios. Logo depois, osparticipantes responderam algumas questes sobre assuntos ambientais atuais, afim de estabelecer sua interao com os mesmos e sua preocupao com o meioambiente. Os resultados mostraram que a regio necessita de maiores cuidados

    quanto aos elementos urbanos bsicos, como saneamento, drenagem pluvial,asfaltamento e manuteno da iluminao e da arborizao. Alm disso, concluiu-se que a Percepo Ambiental dos moradores relativamente satisfatria, masnecessita de um trabalho contnuo para que a participao popular no deixe deexistir. Para isso, sugere-se a implantao de Programas de Educao Ambientalem cada bairro, no intuito de promover a sensibilizao, a conscientizao e amobilizao social e, com isso, elevar a qualidade de vida dos mandaguarienses ealcanar os objetivos do Desenvolvimento Sustentvel.

    Palavras-chave: Educao Ambiental. reas Verdes. Planejamento Urbano.

    Plano Diretor. Recuperao Ambiental.

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    ABSTRACT

    MEDEIROS, Karla Cristina de. Environmental Perception of Residents Surroundingthe Natural Park Our Lady of Aparecida, city of Mandaguari, PR. 2012. 117 Pages.Monograph (Specialization in Environmental Management in Towns). FederalTechnological University of Paran, Medianeira, 2012.

    This work had as thematic the analysis of the Environmental Perception ofresidents surrounding the Natural Park Our Lady of Aparecida, located in the townof Mandaguari, Northern of Paran. For this we chose a qualitative research wheresemi-structured questionnaires were distributed, which dealt with the current

    conditions of the neighborhoods that host this park (Cristina and Progressoneighborhood). The place has the passage of a stream called Tabatinga and itgoes through the park. This study is important to obtain data about this region inorder to support a future research aiming the possibility of a comparison betweenthe pre and post-park conditions This way, first the profiles of the residents weredrawn up and then the characterization of the neighborhoods, the park and thestream was made according to the responses obtained in the questionnaires. Afterthis, the participants answered some questions about the current environmentalissues in order to establish their interaction with them and their concern for theenvironment. The results showed that the region needs more care about the basicurban elements, such as sanitation, storm water drainage, paving and maintenance

    of illumination and afforestation. Moreover, it was concluded that the EnvironmentalPerception of the residents is relatively satisfactory, but it is necessary thepresence of a continuous work so the popular participation does not stop existing.For this, we suggest the implementation of Environmental Education Programs ineach neighborhood in order to promote the sensitization, the awareness and thesocial mobilization and, like this, improve the life standard of Mandaguarienses andachieve the objectives of Sustainable Development.

    Keywords: Environmental Education. Green Areas. Urban Planning. MasterPlan. Environmental Recovery.

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 01A taxa de Urbanizao Brasileira, com Dados Baseados nos Censosde 1991 a 2000 do IBGE ........................................................................................ 19Figura 02A Taxa de Ruralizao Brasileira, com Dados Baseados nos Censosde 1991 a 2000 do IBGE ........................................................................................ 20Figura 03Teoria Malthusiana .............................................................................. 21Figura 04Os Recursos e os Produtos do Ecossistema Urbano .......................... 22Figura 05Escritrio da Companhia de Terras Norte do Paran, Situado emLovat, em 1938 ....................................................................................................... 27Figura 06Planta de Mandaguari de 1946 ........................................................... 28Figura 07Permetro Urbano de Mandaguari Entre as Dcadas de 60 e 80 ........ 28

    Figura 08Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari na Dcada de 1937 .. 29Figura 09Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari de 1937 a 1978 ........ 30Figura 10Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari de 1978 a 1990 ........ 30Figura 11Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari de 1990 a 1995 ........ 31Figura 12Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari de 1995 a 2005 ........ 31Figura 13O Macrozoneamento Urbano de Mandaguari ..................................... 32Figura 14Macrozoneamento Urbano de Mandaguari, com Detalhe da rea deProteo e Preservao do Ribeiro Tabatinga ..................................................... 33Figura 15Avenida Amazonas de Mandaguari ..................................................... 35Figura 16Praa Independncia de Mandaguari .................................................. 35Figura 17Parque da Pedreira de Mandaguari .................................................... 36

    Figura 18Pista de Caminhada do Parque da Pedreira de Mandaguari .............. 37Figura 19Vista Geral do Parque Ecolgico Nossa Senhora Aparecida .............. 38Figura 20Resumo do Que a EA Pretende .......................................................... 42Figura 21Localizao do Municpio de Mandaguari ........................................... 47Figura 22Municpios que Fazem Limite com Mandaguari .................................. 47Figura 23Imagem do Municpio de Mandaguari ................................................. 48Figura 24Vista Area do Municpio de Mandaguari ............................................ 48Figura 25Localizao do Crrego Tabatinga no Municpio de Mandaguari........ 49Figura 26Destaque das reas Priorizadas na Pesquisa .................................... 50Figura 27Ruas Escolhidas para Participar da Pesquisa ..................................... 51Figura 28Servio de Coleta de Esgoto Chegando ao Jardim Progresso............ 61

    Figura 29Caminhes Municipais de Coleta de Lixo Reciclvel e Comum .......... 62Figura 30Condies Asflticas das Ruas Participantes da Pesquisa ................. 67Figura 31Bueiro Totalmente Quebrado, Inapto para Receber guas Pluviais deManeira Satisfatria ............................................................................................... 68Figura 32Iluminao da Rua Zacarias de Vasconcelos, Defronte o Parque ...... 71Figura 33Ocupao Prxima ao Crrego Tabatinga, com Destaque ao Final daAvenida Chaker Abrahim........................................................................................ 75Figura 34Crrego Tabatinga .............................................................................. 75Figura 35Fundos do Parque Temtico Nossa Senhora Aparecida com VisoPara o Parque Natural ............................................................................................ 76Figura 36Estrutura onde Esto as Bicas Dgua, Junto Gruta ........................ 77Figura 37Crrego Tabatinga, Passando Bem ao Lado do Parque ..................... 79Figura 38Vegetao do Parque Nossa Senhora Aparecida ............................... 82Figura 39Aglomerao de Pessoas no Parque .................................................. 83

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    Figura 40Fluxo de Veculos Durante Evento Religioso no Parque ..................... 84Figura 41Viso Parcial do Parque Mostrando Pessoas Atradas Pelo Mesmo .. 85Figura 41Elementos do Parque Ecolgico Nossa Senhora Aparecida ............... 86Figura 43Lixo Depositado na Rua Joo Reina ................................................... 91

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 01Os Caminhos Encontrados Para a Criao de Cidades Sustentveis23Quadro 02Indicadores para Avaliao da Qualidade de Vida ............................ 25Quadro 03Quantificao dos Servios de Coleta de Resduos Slidos Urbanos(Lixo Comum e Reciclvel) ..................................................................................... 62Quadro 04Classificao dos Servios de Coleta de Resduos Slidos Urbanos(Lixo Comum e Reciclvel) ..................................................................................... 63Quadro 05Destinao dos Materiais Reciclveis, Segundo os Moradores ........ 89Quadro 06Aes Cotidianas dos Moradores em Prol do Meio Ambiente ........... 96Quadro 07Principais Problemas Citados pelos Moradores em seus Comentriosao Final da Pesquisa .............................................................................................. 97

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    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 01A Populao Brasileira Entre os Anos de 1940 e 1996 (em %) ......... 18Grfico 02Representao da Idade dos Moradores Participantes da Pesquisa . 54Grfico 03Representao Grfica dos Moradores Segundo sua Religiosidade . 55Grfico 04Escolaridade dos Moradores que Participaram da Pesquisa ............. 56Grfico 05Renda Mensal Aproximada dos Moradores Participantes da Pesquisa57Grfico 06Representao Grfica dos Moradores Segundo sua Origem........... 58Grfico 07Tempo Residindo na Localidade, em Anos........................................ 59Grfico 08Quantidade de Pessoas Vivendo em uma Casa, de Acordo com osMoradores Questionados ....................................................................................... 59Grfico 09Caractersticas Positivas dos Bairros, Segundo seus Moradores ...... 64

    Grfico 10Caractersticas Negativas dos Bairros, Segundo seus Moradores .... 65Grfico 11Classificao do Asfaltamento dos Bairros, Segundo seus Moradores66Grfico 12Classificao da Iluminao dos Bairros, Segundo seus Moradores . 70Grfico 13Classificao da Arborizao dos Bairros, Segundo seus Moradores72Grfico 14Nvel de Satisfao dos Moradores Quanto Paisagem de seuEntorno ................................................................................................................... 74Grfico 15Utilizao do Crrego Tabatinga pelos Moradores de seu Entorno ... 78Grfico 16Classificao da Situao do Crrego Tabatinga Pelos Moradores deseu Entorno ............................................................................................................ 79Grfico 17Benefcios que o Parque Nossa Senhora Aparecida Poder Trazerpara a Regio ......................................................................................................... 81

    Grfico 18Malefcios que o Parque Nossa Senhora Aparecida Poder Trazerpara a Regio ......................................................................................................... 83Grfico 19Opinio dos Moradores Sobre o Lixo que se Encontrava no TerrenoOnde o Parque foi Construdo ................................................................................ 88Grfico 20Principais Problemas Ambientais do Bairro Apontados pelosMoradores .............................................................................................................. 90Grfico 21Principais Problemas Ambientais Mundiais Apontados pelosMoradores .............................................................................................................. 93Grfico 22Obteno de Conhecimentos Ambientais pela Populao Estudada 94Grfico 23Opinio dos Moradores sobre Educao Ambiental .......................... 94

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    LISTA DE SIGLAS E ACRNIMOS

    EA Educao AmbientalPA Percepo AmbientalPEA Programa de Educao AmbientalPD Plano DiretorDS Desenvolvimento SustentvelCMMAD Comisso Mundial Sobre Meio Ambiente E DesenvolvimentoIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatsticaACAMAN Associao dos Catadores de MandaguariCOPEL Companhia Paranaense de EnergiaSANEPAR Companhia de Saneamento do Paran

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    SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................... 152 FUNDAMENTAO TERICA .......................................................................... 182.1 A PROBLEMTICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL E A BUSCA PELODESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL ................................................................. 182.2 RELAES ENTRE A URBANIZAO, AS REAS VERDES E AQUALIDADE DE VIDA ........................................................................................... 242.2.1 Conceituao e Importncia das reas Verdes............................................. 242.2.2 A Responsabilidade Administrativa Sobre as reas Verdes ......................... 252.2.3 A Urbanizao do Municpio de MandaguariO Incio e a Atualidade ......... 272.2.4 As reas Verdes de Mandaguari ................................................................... 332.2.5 Qualidade de Vida Para uma Populao em Crescimento ............................ 38

    2.3 A EDUCAO AMBIENTAL DENTRO DO PLANEJAMENTO URBANO ........ 412.4 A PERCEPO AMBIENTAL COMO MTODO AVALIATIVO DO CENRIOSOCIOAMBIENTAL DE UMA REGIO .................................................................. 433 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ............................................................ 463.1 LOCAL DA PESQUISA .................................................................................... 463.1.1 Caracterizao e Localizao do Municpio de Mandaguari ......................... 463.1.2 Caracterizao e Localizao do Crrego Tabatinga .................................... 483.2 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................ 493.3 COLETA DE DADOS ....................................................................................... 503.4 ANLISE DOS DADOS .................................................................................... 524 RESULTADOS E DISCUSSO .......................................................................... 544.1 PERFIL DOS MORADORES ............................................................................ 544.2 CARACTERIZAO DOS BAIRROS JARDIM CRISTINA E JARDIMPROGRESSO ........................................................................................................ 604.2.1 Caracterizao dos Servios de Saneamento Bsico e Coleta de Lixo ........ 604.2.2 Caractersticas Positivas e Negativas dos Bairros Estudados ...................... 634.2.3 Classificao do Asfaltamento e dos Sistemas de Drenagem Pluvial ........... 664.2.4 Classificao da Iluminao Pblica ............................................................. 694.2.5 Classificao da Arborizao ........................................................................ 724.3 PERCEPO E CARACTERIZAO DO CRREGO TABATINGA PELOSMORADORES DOS BAIRROS PESQUISADOS ................................................... 74

    4.4 PERCEPO E CARACTERIZAO DO PARQUE NOSSA SENHORAAPARECIDA PELOS MORADORES DE SEU ENTORNO .................................... 804.5 PERCEPO AMBIENTAL DOS MORADORES DOS BAIRROSPESQUISADOS ..................................................................................................... 865 CONSIDERAES FINAIS E SUGESTO ........................................................ 99REFERNCIAS .................................................................................................... 103APNDICES ........................................................................................................ 108

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    1 INTRODUO

    Com o inevitvel crescimento populacional, a ocupao do territriourbano se tornou uma questo preocupante para os gestores de um municpio,

    pois quando ocorre de maneira desordenada, pode gerar consequncias de cunho

    ambiental e tambm socioeconmico. Dentre as ambientais, destacam-se, por

    exemplo, a impermeabilizao do solo, a eroso, o assoreamento, a poluio de

    corpos dgua e a perda da biodiversidade. Com tudo isso, as condies

    socioeconmicas so tambm abaladas, trazendo regio um aspecto de sujeira

    e descaso o que pode intensificar surtos de doenas causadas por poluio ,alm da discriminaolevando ao declnio da sade mental da populao.

    A urbanizao de um municpio avana para as periferias, onde a

    fixao de moradias ocorre de forma rpida e, muitas vezes, sem os quesitos

    necessrios para uma vida sadia, como o saneamento bsico, a coleta de lixo e o

    abastecimento de gua, alm de estarem longe do alcance do atendimento de

    servios sociais como educao e sade, caracterizando, assim, os bairros mais

    pobres de uma cidade.

    Diante deste aspecto, importante lembrar que os entraves

    ambientais e socioeconmicos esto arrolados num mesmo dilema administrativo,

    pois esto interligados. Ambos merecem ateno mtua dos gestores, sendo a

    resoluo de um, necessria para a do outro. Os autores Carneiro e Faria (2005)

    apontam esta questo enfatizando que quando uma famlia carente desmata uma

    rea para construir uma casa temos um problema ambiental. Por outro lado, a

    famlia que optou morar naquele local representa um problema social.

    Por isso, a melhoria das caractersticas ambientais e paisagsticas de

    uma regio degradada pode influenciar positivamente no bem-estar fsico e mental

    das pessoas que residem prximas rea ou mesmo daquelas que passam por ali

    rotineiramente.

    Pensando nisso, Luiz Carlos Kempner Teixeira1, j responsvel pela

    execuo do projeto Parque Ecolgico Santo Expedito, da cidade de Apucarana,

    no Paran, trouxe para a cidade vizinha, Mandaguari, a mesma soluo a

    1 Contratado pela Prefeirura Municipal de Mandaguari para executar o projeto do parque. formado em Engenharia Agrnoma e Direito, com especializao em Direito Ambiental.

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    recuperao de reas degradadas atravs da criao de um Parque Ecolgico,

    diminuindo a proliferao de insetos e outros animais pestilentos, o lanamento de

    lixo em terrenos baldios (que esto prximos a corpos dgua) e promovendo a

    preservao da biodiversidade local. Tal projeto atingiu resultados positivos em

    Apucarana, tendo sido comprovada a recuperao da nascente local (BERALDO;

    PENHARBEL, 2005).

    O Parque Natural Nossa Senhora Aparecida, que vem sendo

    construdo desde julho de 20082, fica nas proximidades do Crrego Tabatinga, que

    nasce e corta a cidade entre os bairros Jardim Cristina e Jardim Progresso. Tal

    projeto visa melhoria arquitetnica, paisagstica, ambiental e turstica da regio,

    uma vez que proporcionar uma rea de lazer para toda a populao e atrair

    turistas romeiros, por possuir caractersticas religiosas.

    O Plano Diretor (PD) do municpio destacou problemas relacionados

    a esse crrego, como eroso e poluio, tendo como sugesto de soluo a

    criao deste parque s suas margens, a fim de pleitear sua recuperao

    ambiental e paisagstica, que j havia sido corrompida pela disposio

    indiscriminada de lixo domstico no terreno.

    Dessa forma, no que concerne ao comportamento da populao local

    em relao a reas urbanas vazias, tem-se a necessidade de se desenvolver

    prticas de Educao Ambiental (EA) para que a implantao do parque tenha

    resultados ainda mais satisfatrios. importante destacar que uma populao

    ambientalmente educada corrobora com as aes de recuperao e preservao

    dos gestores, uma vez que no se justifica criar parques, sistemas de coleta

    seletiva e projetos de recuperao de recursos ambientais sem a participao

    ativa da comunidade, que ser, ento, coadjuvante na busca pelo

    Desenvolvimento Sustentvel3(DS) municipal.

    2 O Parque Natural Nossa Senhora Aparecida ficar entre os bairros Jardim Progresso e JardimCristina. A Prefeitura de Mandaguari recebeu R$150 mil do Ministrio do Turismo para executar aobra. O objetivo do Parque a criao de infra-estrutura para a preservao do ambiente e dosecossistemas. (MANDAGUARI [...], 2008).

    3 A Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento afirma que o desenvolvimento sustentvel quando tem a capacidade de de garantir que ele atenda as necessidades do presentesem comprometer a capacidade de as geraes futuras atenderem tambm s suas (CMMAD,1991).

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    Sendo assim, torna-se interessante realizar um estudo da Percepo

    Ambiental (PA) dos populares envolvidos antes e depois da insero do parque,

    para que seja feita uma comparao entre os resultados obtidos e, com isso, seja

    possvel identificar a interferncia do mesmo na qualidade de vida da populao

    local. Espera-se que ocorra uma melhora na situao ambiental, social e

    econmica dos bairros e at mesmo da cidade, que far parte do roteiro

    turstico religioso da regio, entrando para a chamada rota de peregrinao F

    na Estrada, que compreende, segundo Chiquim (2009), as cidades de Lunardelli

    (Santa Rita de Cssia) e Apucarana (Santo Expedito); alm de estar prxima a

    Maring, onde acontecem os encontros anuais do Hallel, que o maior evento

    de msica catlica da Amrica Latina (SAIBA [...], 2010).

    Para a obteno de dados para este estudo, foram distribudos

    questionrios semi-estruturados para as principais famlias da regio (que moram

    mais prximas de onde o parque est sendo construdo). A partir das respostas, foi

    possvel traar um perfil dos entrevistados, avaliando-se dados como, por

    exemplo, a situao socioeconmica predominante na regio. Alm disso, os

    bairros envolvidos puderam ser caracterizados (de acordo com a viso de seus

    moradores) sendo, para isso, abordados temas como a eficcia da coleta de

    lixo, do saneamento bsico, do asfaltamento, da drenagem pluvial, da arborizao

    e da iluminao. A caracterizao do Crrego Tabatinga tambm foi feita a partir

    da anlise das respostas dos entrevistados, o que permitiu um delineamento da

    opinio da populao local sobre o mesmo permitindo, assim, balizar as

    melhorias a serem feitas. Por fim, foram abordadas questes sobre EA, sendo a

    PA necessria para que seus princpios funcionem de fato.

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    2 FUNDAMENTAO TERICA

    2.1 A PROBLEMTICA DO CRESCIMENTO POPULACIONAL E A BUSCA PELO

    DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

    A Biologia explica que cada ser vivente tem a caracterstica nata de

    lutar para sua prpria sobrevivncia e para a manuteno da vida de sua prole,

    garantindo assim a proliferao da espcie. Para isso, a busca por boas condies

    de vida como abrigo e alimento acirrada e, muitas vezes, acaba por geraralguns impactos, o que pode ser prejudicial e, em alguns casos, autodestrutivo.

    O xodo rural (Grfico 01) foi um processo que culminou no fluxo de

    pessoas que perderam lugar para as tecnologias agrcolas. Alm disso, essas

    pessoas buscavam oportunidades nos ambientes urbanos, de forma a encontrar

    as condies necessrias para garantir uma vida tranquila e de bem-estar.

    Entretanto, sabe-se que muitas dessas pessoas no conseguiram alcanar tais

    objetivos, tendo que sucumbir a situaes de subsistncia precria, com muitoesforo e pouco resultado, o que resultou em marginalizao com consequente

    qualidade de vida insuficiente para estas pessoas.

    Grfico 01A Populao Brasileira Entre os Anos de 1940 e 1996 (em %).Fonte: Adaptado de IBGE, 1996 (apudMOTA, 2003).

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    Na maioria das vezes, este movimento populacional ocorria de forma

    que as autoridades locais no observassem o crescimento da aglomerao de

    pessoas em determinadas regies, o que comprometia o fornecimento de servios

    bsicos que um municpio deve a seus habitantes: esgoto sanitrio, drenagem

    pluvial, gua, iluminao, asfaltamento, arborizao, moradia, lazer. Com isso,

    reas destinadas a estes servios ficavam comprometidas e o resultado era uma

    comunidade vivendo com baixos ndices de bem-estarexatamente o contrrio do

    que se buscava. Dessa forma, v-se que a busca intuitiva e natural por boas

    condies de vida pode mesmo causar uma autodestruio. O acmulo de

    pessoas em determinadas reas traz problemas que no passado existia mas em

    menor quantidade.Conforme observado no Grfico 01 acima, entre as dcadas de 60 e

    70 houve uma inverso no fluxo de crescimento das populaes urbana e rural do

    Brasil. O IBGE mostra, nos mapas das figuras 01 e 02, as taxas de urbanizao e

    ruralizao de 2000, com base nos censos de 1991 e 2000.

    Figura 01A taxa de Urbanizao Brasileira, com Dados Baseados nos Censos de 1991 a 2000do IBGE.

    Fonte: Adaptado de GIRARDI, 2008.

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    Figura 02A Taxa de Ruralizao Brasileira, com Dados Baseados nos Censos de 1991 a 2000do IBGE.

    Fonte: Adaptado de GIRARDI, 2008.

    Estes mapas sugerem que as regies metropolitanas sofreram

    intensa urbanizao (zonas em vermelho escuro na Figura 01). J a regio

    amaznica e a parte central do Nordeste ganharam mais propriedades rurais

    (zonas em verde escuro na Figura 02). Como esperado, os mapas mostram dadosinversosquanto mais reas urbanizadas em uma localidade, menos reas rurais.

    Em 2012, a populao mundial chegou a 7 bilhes de pessoas que

    lutam para sobreviver so 7 bilhes de estmagos vazios que precisam de

    alimento. O pensamento de que o crescimento populacional um dia ultrapassaria a

    produo de alimentos de longa data. Este pensamento veio de Thomas Malthus

    (um famoso demgrafo e economista ingls que gerou muita polmica) e culminou

    na teoria que leva seu nome (Figura 03).Mesmo considerando que o homem evoluiu o pensamento

    tecnolgico da agricultura e trouxe tcnicas que exploram mais e melhor a

    produo de alimentos, a Teoria Malthusiana traz consigo uma pitada de medo e

    verdade: o planeta pode no conseguir dar ao homem tudo o que ele quer e

    precisa.

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    Figura 03Teoria Malthusiana.Fonte: HENRIQUES (2007, p. 03).

    A preocupao com a falta de recursos naturais para suprir todas as

    necessidades humanas cresceu no meio cientfico, poltico, econmico e tambm

    entre a sociedade, que est mais consciente dos problemas que o planeta

    enfrenta, pois, conforme aponta Calderoni, aps a segunda metade do sculo XX,a humanidade se deu conta de que esses recursos ambientais j no eram to

    abundantes e que a ausncia de qualquer um deles seria suficiente para extinguir

    a vida no planeta (In: PHILIPPI JR. et. al., 2004, p.572).

    A pesquisadora Annie Leonard, famosa por seus vdeos sobre o atual

    consumismo desenfreado, explica de maneira simples o que acontece de fato com

    o planeta (LEONARD, 2007). Deixando de lado as concepes eco-

    sensacionalistas, possvel compreender a necessidade de uma distribuio deprioridades, ou seja, expandir a preocupao poltica com as corporaes s

    pessoas como um todo, que tambm precisam de cuidados.

    Alm da falta de alimentos, a falta de matrias-primas para os mais

    diferentes produtos utilizados pelo ser humano tambm preocupante. Nota-se

    pela corrida a fontes renovveis de combustveis, uma vez que existe a sombria

    possibilidade de o petrleo estar acabando. Obviamente, se a quantidade de

    pessoas aumenta, o consumo aumenta. E aumenta tambm o descarte.

    Assim, a produo exagerada de lixo se torna outro aspecto que

    exemplifica o impacto das atividades humanas ao planeta. As cidades concentram

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    um grande nmero de pessoas consumindo e despejando seus dejetos, tornado

    estas cidades em uma espcie de organismo vivo que ingere o que precisa e

    expele o que no utiliza. Mota (2003, p.30-31) simplifica este pensamento:

    A cidade pode ser vista como um sistema aberto, que troca materiais eenergia com outros ambientes, para atender s necessidades do homem,resultando na produo de resduos que so lanados, geralmente, narea urbana, gerando problemas ambientais.

    Esse mesmo autor expe essa idia atravs da Figura 04: as cidades

    necessitam de recursos (gua, energia, alimentos, ar e populao) para

    sobreviver. E como resultado de uma intensa atividade, dela saem servios,

    resduos, energia, barulho, educao, tecnologia e ideias.

    Figura 04Os Recursos e os Produtos do Ecossistema Urbano.Fonte: MOTA (2003, p. 29).

    Para que no acontea uma extrapolao dessa entrada de recursos

    e dessa sada de produtos, preciso intervenes que mantenham um equilbrio e

    garantam um meio urbano saudvel. Cuidar da correta destinao dos resduos,

    criar leis para reduo do barulho, investir numa boa educao, criar projetos de

    incentivo ao consumo consciente de gua e energia so bons exemplos de

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    atitudes que podem encaminhar uma cidade para o DS. Diante deste parecer,

    interessante destacar os caminhos para a chamada cidade sustentvel, conforme

    sugere Amado (2010), no Quadro 01 logo a seguir:

    Setores Definies

    Participao

    pblicaDesenvolvimento de workshops para a construo da viso e envolvimento da populaono processo de planejamento e a sua repetio ao longo das diferentes etapas

    Estrutura

    urbana

    Continuidade dos objetivos e estratgias definidas; concretizao de equipamentos esistemas de mobilidade que reforcem a qualidade de vida das populaes existentes e dasfuturas geraes; opo de densificao das reas em torno dos pontos modais e eixos detransportes pblicos e na envolvente aos corredores verdes, permitindo a criao de

    bairros livres de automveis com melhor qualidade do ar e oferta de valor econmico

    Espaos livresLigao da periferia verde em direo aos diversos centros da cidade sustentvel, atravsda estrutura de espaos verdes existentes e criao de novos conjuntos/corredores verdes.Cinturo natural envolvente cidade forte de modo a impedir futuras expanses

    Clima urbano Implementao de corredores de ar no sentido do centro da cidade atravs da salvaguardada envolvente natural e da rede de corredores verdes

    Gesto da gua Tratamento de guas residuais por bairros, aplicando sistemas mais eficazes e menosconsumidores de energia, reduzindo as mega infra-estruturas de transporte de efluentes

    Mobilidade

    Criao de canais mais atrativos ao transporte pblico definindo trajetos e distncia entre

    pontos modais mais reduzidas; definio de nveis e reas de acessibilidade automveldiferenciados na cidade com base numa estrutura: franco acesso, baixo acesso e semacesso

    Energia

    Num processo de transformao da morfologia da cidade, devem adotar-se medidas queotimizem e contribuam para a eficincia energtica e conduzam a cidades mais eficientes;desenho urbano, edifcios e equipamentos podem contribuir para a reduo dasnecessidades de energia; conforto ambiental orientao solar, aproveitamento dosventos predominantes para renovao do ar e controle de poluio, bem como asdimenses das vias e o tipo de vegetao arbrea, existncia de ptios e parques livres

    Scio-

    economia

    Multifuncionalidade dos usos e atividades possibilitar a criao de espaos centrais desocializao de valor acrescentado; equipamentos que sirvam diferentes grupos etrios escolas, bibliotecas, museus, cinema, entre outros: como fator de atratividade para pessoas

    e atividades econmicas

    elementos que tornam as cidades vivasAvaliao e

    monitorizao

    Sistema construdo caso a caso, cujos ndices tm por base os parmetros e indicadoresconstrudos por todos; participao: elevada preponderncia da populao e entidadespblicas responsveis

    Quadro 01Os Caminhos Encontrados Para a Criao de Cidades Sustentveis.Fonte: Adaptado de Amado (2010, p. 09-10).

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    2.2 RELAES ENTRE A URBANIZAO, AS REAS VERDES E A

    QUALIDADE DE VIDA

    2.2.1 Conceituao e Importncia das reas Verdes

    Dentro de toda esta discusso, torna-se fundamental conceituar o

    termo rea verde. Segundo os autores Abreu e Oliveira (2006), estas reas so

    aquelas que incluem todos os espaos que possuem cobertura vegetal natural ou

    implantada, destinando-se a aspectos paisagsticos, de ornamentao, deesttica, alm de ter relaes a funes de higiene e de recreao, e tendo como

    enfoque a preservao e a recuperao do meio ambiente.

    So nestas reas que se podem encontrar as espcies nativas de

    vegetaes e tambm de animais, bem como aquelas que, com o tempo,

    instalaram-se ali. Assim, alm dos aspectos acima citados, que abrangem o

    relacionamento homem-meio ambiente, tem-se que estes espaos destinam-se ao

    oferecimento de abrigo e alimento para pssaros e pequenos animais. Por isso,quanto menores estes espaos ficam, mais difcil fica a sobrevivncia desses

    animais, em virtude da diminuio da oferta de alimentos (GARCIA, 2003, p. 120).

    Por outro lado, aes antrpicas, como a disposio de resduos

    slidos, podem atrair tambm outros tipos de animais, como aqueles que so tidos

    como vetores de doenas: ratos, baratas, moscas e outros insetos. Pensar, ento,

    na maneira como as reas verdes so utilizadas, uma forma de preservar o

    equilbrio ecolgico destes locais e ainda pensar na qualidade da sade dapopulao.

    Milano (1988, apud CARDOSO et. al., 2007) destaca alguns

    aspectos importantes das reas verdes, como a absoro de rudos, a atenuao

    do calor do sol e a filtrao de partculas slidas em suspenso no ar. Garcia

    (2003, p. 83) aponta tambm as contribuies dessas reas em uma cidade,

    considerando-as de cunho ecolgico (minimizam os impactos da urbanizao e da

    industrializao), esttico (integram os espaos construdos e os destinados

    circulao) e, por fim, social (oferecem espaos para lazer).

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    Tudo isso leva ao que se pode chamar de satisfao quando se

    alcana um nvel de bem-estar que permita manter a sade fsica e mental de uma

    populao, caracterizando uma qualidade de vida satisfatria. Esta qualidade de

    vida possui vrios indicadores (Quadro 02), que esto inter-relacionados, pois a

    falta de algum deles j leva queda dessa qualidade.

    Quadro 02Indicadores para Avaliao da Qualidade de Vida.Fonte: Adaptado de Papagcorgiou (1976 apudFORATTINI, 1991).

    Diante de tudo o que foi exposto, tem-se aqui a busca pela melhoria

    da qualidade de vida aliada ao processo de urbanizao, e ambos ligados s

    reas verdes, formando em um trip: a retirada de um deles afeta os outros dois.

    Interlig-los em um planejamento urbano, com a participao de diversos

    profissionais e tambm da populao (com a ajuda da EA) torna-se um desafio a

    ser enfrentadoe vencido.

    2.2.2 A Responsabilidade Administrativa Sobre as reas Verdes

    A criao de tais reas regida pela Lei de Parcelamento do Solo

    Urbano, n 6766, de 19 de dezembro de 1979, que considera as reas verdes, em

    seu artigo 22, como espaos livres, que fazem parte do domnio pblico do

    municpio e que no possuem apenas funo recreativa (ABREU; OLIVEIRA,

    2006).

    AMBIENTAISQualidade da gua, do ar e do solo, domesticao e domiciliao,

    acidentalidade.

    HABITACIONAIS Disponibilidade espacial e condies de habitabilidade.

    URBANOS Concentrao populacional, comunicao, transporte, segurana, poluio.

    SANITRIOS Assistncia mdica, morbidade, mortalidade

    SOCIAISSistemas de classes, nvel socioeconmico, consumo, necessidades,

    sexualidade, condies de trabalho, lazer, sistema poltico-administrativo.

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    O cuidado para com determinados locais est diretamente ligado ao

    Poder Pblico Municipal. Mota (2003, p. 268), menciona a Constituio Federal de

    1988, que responsabiliza a Unio, os Estados, o Distrito Federal e tambm os

    Municpios pela proteo do meio ambiente, pelo combate poluio e pela

    preservao das florestas, da fauna e da flora.

    Para exemplificar essa responsabilidade, pode-se citar Garcia (2003,

    p. 130), que aponta o Decreto do Municpio de Maring n 614/92, que dispe, em

    seu artigo 83, a proibio do depsito de lixo a cu aberto: [...] expressamente

    proibido o depsito de lixo em terrenos baldios ou no. Mesmo sendo uma lei do

    municpio vizinho, sabe-se que este tipo de ordem simplesmente esquecida

    pelos cidados de qualquer cidade, uma vez que so encontrados terrenos baldioscheios de lixo depositado tanto em cidades pequenas quanto grandes,

    independente de possuir ou no uma lei que proba tal ato.

    Outro exemplo a Lei n 1.325, que cria o Parque Natural Municipal

    Nossa Senhora Aparecida (BRASIL, 2008). Esta lei vem especificando sua

    finalidade e atribuindo medidas que garantam sua integridade. A referida lei

    promulga tal parque como sendo de natureza nacional, conforme estabelecido na

    Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, em seu 11 artigo e tendo como objetivos:

    [...] a preservao de ecossistemas naturais de grande relevnciaecolgica e beleza cnica, possibilitando a realizao de pesquisascientficas e o desenvolvimento de atividades de educao einterpretao ambiental, de recreao em contato com a natureza e deturismo ecolgico. (BRASIL, 2000).

    Dessa forma, a criao de uma legislao ambiental municipal uma

    forma de garantir aes locais e possibilitar resultados globais. Entretanto,

    necessrio que haja uma mobilizao para que a mesma seja cumprida

    incentivando a participao popular, fiscalizando continuamente e executando

    aes diretivas, preventivas e corretivas.

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    2.2.3 A Urbanizao do Municpio de MandaguariO Incio e a Atualidade

    O stio urbano de Mandaguari, situado no norte do estado do Paran,

    de acordo com seu Plano Diretor Municipal (MANDAGUARI, 2007, p.17) teve uma

    ocupao, construo e apropriao muito rpida, frente ao processo de

    ocupao da regio, oque levou ao surgimento de alguns problemas ambientais.

    Na poca de suas primeiras ocupaes, o principal objetivo era o desenvolvimento

    e, por isso, os pioneiros empenharam-se para que a regio fosse planejada,

    erguida e habitada rapidamente. Por esse motivo, chamada de Capital

    Pioneira.Antes de levar o nome atual, foi chamada de patrimnio Lovat, em

    homenagem a um dos diretores da Companhia Melhoramentos Norte do Paran 4

    (Figura 05). A fundao de Mandaguari data de 06 de maio de 1937 e sua

    elevao a cidade de 10 de novembro de 1947 (SILVA, 1982). Em seu projeto

    inicial, de 1937, foram feitas divises de 89 quadras, sendo estas subdivididas em

    1667 datas, alm das quadras pr-determinadas s reas de lazer, igreja e

    reparties pblicas (SILVA, 1982, p. 15). A partir dessa afirmao, fica evidentea importncia da criao de reas de lazer para posterior uso de seus habitantes,

    mesmo antes de haver uma organizao de sua estrutura fsica.

    Figura 05Escritrio da Companhia de Terras Norte do Paran, Situado em Lovat, em 1938.Fonte: Adaptado de Vladimir Babkov, 1938 (apudSILVA, 1982, p.20).

    4O governo da dcada de 20 incentivou grupos estrangeiros a investir nas terras do norte do

    Estado, o que levou uma empresa chamada Paran Plantations Ltd a comprar reas entre os riosTibagi, Paranapanema e mdio Iva. A venda destas reas, que era de aproximadamente 515.000alqueires de terras frteis, ficou sob responsabilidade de uma filial da empresa no Brasil, aCompanhia de Terras Norte do Paran (MANDAGUARI, 2007, p.106-107; SILVA, 1982, p. 2).

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    Quase 10 anos depois, em 1946, como a ocupao prevista era

    vertiginosa, foi necessrio alterar o projeto: seriam 200 quadras subdivididas em

    aproximadamente 2600 datas 933 a mais. Abaixo, segue a figura da planta de

    Mandaguari do ano de 1946, com adaptaes mostrando a rea vazia (em

    vermelho) onde hoje se situam os bairros Jardim Cristina e Jardim Progresso

    (Figura 06).

    Figura 06Planta de Mandaguari de 1946.Fonte: Companhia Melhoramentos Norte do Paran, 1946 (apudSILVA, 1982, p.18).

    Figura 07Permetro Urbano de Mandaguari Entre as Dcadas de 60 e 80.Fonte: SILVA (1982).

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    Foi apenas em 1977 que o Jardim Progresso entrou no chamado

    permetro urbano (Figura 07), atravs da Lei n 244 do referido ano, tendo sido

    desenvolvido pelo engenheiro civil Wilson Corazza. O Jardim Cristina, por sua vez,

    foi anexado em 1980, pela Lei n 297.

    O PD traz figuras mais detalhadas da ocupao do permetro urbano

    de Mandaguari, desde 1937 at 2005 (Figuras 08 a 12).

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    Figura 08Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari na Dcada de 1937.Fonte: DRZ Consultores Associados (apud MANDAGUARI, 2007).

    A primeira figura mostra com clareza a importncia dada ocupao

    prxima linha frrea e rodovia, para facilitar o acesso s terras recm-

    colonizadas (MANDAGUARI, 2007, p. 107).

    interessante notar, entre a Figura 08 acima e a Figura 09 abaixo, arpida ocupao ocorrida entre o final da dcada de 40 e o final da dcada de 70,

    justamente o perodo de maior migrao da populao rural para as reas urbanas

    (vide tambm Grfico 01).

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    Figura 09Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari de 1937 a 1978.Fonte: DRZ Consultores Associados (apud MANDAGUARI, 2007).

    A dcada de 50 marcou a histria do municpio, sendo considerado,

    naquela poca, um dos que mais cresciam no Brasil5. De fato, as diferenas vistas

    nas figuras 08 e 09 mostram que, no prazo de aproximadamente 40 anos, sua

    malha urbana aumentou consideravelmente.

    Figura 10Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari de 1978 a 1990.Fonte: DRZ Consultores Associados (apud MANDAGUARI, 2007).

    5O vdeo Caminhando com o Progresso de Mandaguari (MELITO, (195-]), feito pela Rilton Filmesna dcada de 50, mostra detalhes das preocupaes administrativas da poca, como a captao eabastecimento de gua, a drenagem urbana, a abertura de ruas e avenidas e seu respectivoasfaltamentoricas imagens da poca que a cidade era destaque de desenvolvimento no Paran.

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    Figura 11Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari de 1990 a 1995.Fonte: DRZ Consultores Associados (apud MANDAGUARI, 2007).

    Figura 12Ocupao do Territrio Urbano de Mandaguari de 1995 a 2005.Fonte: DRZ Consultores Associados (apud MANDAGUARI, 2007).

    Os mapas mostram claramente a limitao que o municpio enfrenta

    quando expande para o norte e para o sul os sistemas rodovirios (PR 444 e a

    BR 376, respectivamente), que envolvem a malha urbana. A anlise feita no PD

    tambm aponta a ferrovia como grande limitadora do crescimento da populao ao

    sul, uma vez que existem dificuldades de acesso. Bem por isso, esta rea

    apresenta condio precria de infra-estrutura, necessitando de cuidadosemergenciais.

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    DECAXIAS

    RUALUIZTRINTINALHA

    RUALUIZTRINTINALHA

    RUAANTNIODOMINGUESFREIRE

    AVENIDACHAKKERABRAHIM

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    A proposta de ordenamento territorial apresentada no PD do

    municpio traz consigo um mapa (Figura 13) delimitando as macrozonas onde

    existe interesse ocupacional e de crescimento. Como o mapa de 2005, sabe-se

    que as informaes nele contidas j podem estar atualizadas. As reas em

    vermelho mostram regies que foram ocupadas recentemente (elas no esto

    demarcadas no mapa da Figura 12); as em laranja demarcam a consolidao

    urbana tambm recente e as em amarelo claro so aquelas onde a ocupao j

    havia ocorrido, tendo sido apenas densificada. V-se que, ao redor do permetro

    urbano, esto as reas de produo primria zonas rurais, tornando-se assim

    mais um fator limitante para o crescimento da ocupao de Mandaguari.

    Figura 13O Macrozoneamento Urbano de Mandaguari.Fonte: DRZ Consultores Associados (apud MANDAGUARI, 2007).

    Aqui, as reas marcadas em lils no mapa merecem destaque, uma

    vez que esto relacionadas com as macrozonas especiais de interesse social, ou

    seja, referem-se s reas verdes onde esto localizados os Parques da Pedreira e

    Nossa Senhora Aparecida (Figura 14). Nota-se que, juntamente com os parques,esto as macrozonas de controle e recuperao ambiental e lazer (em verde),

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    onde existe interesse em possibilitar recreao para a populao; e as

    macrozonas de proteo ambiental (em azul), exatamente onde passam os

    corpos dgua.

    Figura 14Macrozoneamento Urbano de Mandaguari, com Detalhe da rea de Proteo ePreservao do Ribeiro Tabatinga.

    Fonte: DRZ Consultores Associados (apud MANDAGUARI, 2007).

    2.2.4 As reas Verdes de Mandaguari

    O PD focaliza que o municpio apresenta poucos remanescentes

    florestais (MANDAGUARI, 2007, p. 44), sendo os proprietrios rurais grandes

    envolvidos nessa questo, uma vez que no respeitam as reas de reservas legais

    (de 20%) em suas propriedades, mas acabam por retirar as matas ciliares,

    piorando a situao de danos erosivos. Contudo, sabe-se que a prpria gesto

    tambm tem sua parte neste quesito, sendo responsvel pelo planejamento da

    arborizao urbana.

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    [...] tornou-se crescente o entendimento de setores da sociedade de quea conservao das matas ciliares fundamental para a harmonizaoentre os sistemas produtivos e o modo de vida das populaes humanas,para preservar a importncia vital do recurso gua e das espcies nativasda flora e fauna. Por conseguinte, muitas aes em favor da recuperao

    e preservao da vegetao ciliar foram e continuam sendodesenvolvidas por cidados, instituies e entidades, agentes que sesentem responsveis pela manuteno desses ecossistemas naturais.(MANDAGUARI, 2007, p. 44).

    A maioria das rvores do municpio foi plantada na dcada de 60 e

    so de grande porte (Quadro 03), o que garante o atendimento de sombreamento.

    Contudo, esta caracterstica tambm tem seus contras, pois atinge as redes

    areas de energia eltrica e telefonia, acabando por interferir tambm na

    iluminao. Alm disso, muitas esto com um avanado tempo de vida, comaspectos no-saudveis (apodrecimento, risco de quedas).

    Em funo destes problemas, so necessrios os servios de podas

    em intervalos freqentes (MANDAGUARI, 2007, p.44). Assim, para garantir uma

    melhoria nesse quesito, o PD traz as solues encontradas pelos gestores:

    Para garantir a oferta e a diversidade de espcies utilizadas naarborizao das vias pblicas, necessrio incrementar os trabalhos de

    produo de mudas do Viveiro Municipal, desenvolvendo em paralelo,programa de readequao das espcies, com orientao comunidadeno momento da substituio das rvores, alm do acompanhamento noplantio de mudas, principalmente em novos loteamentos.(MANDAGUARI, 2007, p.06).

    Ao longo da Avenida Amazonas, a principal avenida da cidade, as

    rvores antigas foram substitudas por pequenas rvores de hibiscos, conforme

    mostra a Figura 15. Com isso, problemas constantes na fiao area de energia

    eltrica e telefonia foram amenizados, e a iluminao da via melhorou. Entretanto,

    o sombreamento, antes um privilgio, deu lugar a uma avenida praticamente

    desrtica, o que agrava as condies de ir e vir dos cidados em tempos mais

    quentes.

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    Figura 15Avenida Amazonas de Mandaguari.Fonte: SOUZA (2011).

    As regies mais centrais da cidade que possuem mais rvores so

    pontos fixos, como as edificaes pblicas, como a prefeitura, o frum, a agncia

    dos Correios e as igrejas, alm das praas (Figura 16).

    Figura 16Praa Independncia de Mandaguari.Fonte: SOUZA (2011).

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    Figura 17Parque da Pedreira de Mandaguari.Fonte: SOARES (2008).

    At ento, o nico parque urbano existente no municpio era o

    Parque da Pedreira (Figura 17), que foi fundado em 1998, com o objetivo de

    promover a revitalizao ambiental da rea onde funcionava uma pedreira

    (MANDAGUARI, 2007, p. 17-18), sendo caracterizado como uma rea pblica de

    lazer. Este parque recebeu melhorias no decorrer dos anos e atualmente atrai

    pessoas da cidade e da regio. Possui trs lagoas com diversas espcies de

    animais gansos, patos, peixes e aves. Abriga uma vegetao rica em beleza, o

    que garante o bem-estar paisagstico e esttico do local, alm de permitir abrigo

    para pssaros e sombreamento abundante. Conta com um playground, que

    possibilita lazer e diverso para crianas, uma ATI (Academia para Terceira

    Idade), pista para caminhada (Figura 18), estacionamento, bancos, e um local

    chamado Casa da Cultura, onde so realizados diversos eventos culturais e

    sociais do municpio. A pesca permitida em dias especificados, na maioria das

    vezes somente para a terceira idade, sendo a entrada no parque controlada

    nesses dias. A pescaria divulgada pela principal Rdio AM da cidade, trazendo

    moradores de toda a regio, ampliando, com isso, a valorizao e a importncia

    desta rea verde.

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    Figura 18Pista de Caminhada do Parque da Pedreira de Mandaguari.Fonte: Acervo prprio (2012).

    Para melhorar ainda mais a demanda de reas verdes propcias ao

    lazer dos mandaguarienses, foi projetado o Parque Nossa Senhora Aparecida

    (Figura 19), com aproximadamente 10 mil metros quadrados de rea

    (CARVALHO, 2011) e que far parte, segundo Teixeira, de um grandioso projeto

    que trar mudanas significativas para o municpio e para a regio, uma vez que

    teria integrao ao j existente Parque Natural, situado mais acima, e a um futuro

    Parque Aqutico, que estar localizado mais jusante do Crrego Tabatinga

    (sentido PR-444).

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    Figura 19Vista Geral do Parque Ecolgico Nossa Senhora Aparecida.Fonte: MANDAGUARI (2011).

    2.2.5 Qualidade de Vida Para uma Populao em Crescimento

    Todo processo de urbanizao modifica a paisagem original, assim

    como foi observado anteriormente. Sirkis (In: TRIGUEIRO, 2003, p. 215) afirma

    que tal processo um fato irreversvel em praticamente todo o planeta.

    Realmente, o xodo rural e a expanso urbana j so aes sociais antigas, que

    mudaram completamente o modo de vida das pessoas que buscavam uma vida

    com mais opes de emprego, estudo, entretenimento e relacionamentos. Mesmo

    trazendo melhorias com a aquisio de bens materiais, tecnologia, segurana e

    lazer, a aglomerao de pessoas em um centro urbano trouxe tambm diversos

    tipos de prejuzos como, por exemplo, enchentes, inundaes, eroso, voorocas

    e desabamentos.

    Estes males existem nas cidades em virtude das aes degradantes

    do homem. Mota (2003, p. 52) cita as principais modificaes que o processo de

    urbanizao causa no meio ambiente:

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    desmatamento;

    movimentos de terra;

    impermeabilizao do solo;

    aterramento de rios, riachos, lagoas, etc;

    modificaes nos ecossistemas;

    alteraes de carter global: efeito estufa e destruio da

    camada de oznio;

    poluio ambiental.

    O planejamento urbano fundamental para que este crescimento

    seja menos desastroso, uma vez que os problemas de sade pblica tendem a ser

    amenizados quando o abastecimento de gua, o tratamento de esgoto e a

    drenagem pluvial so idealizados de maneira a atender a demanda da populao,

    exercendo, alm disso, o controle sobre a manipulao dos recursos naturais

    daquela regio de uma maneira sustentvel. Assim, tem-se que o planejamento

    um modo de organizar a expanso de uma cidade e garantir a qualidade de vida

    de sua populao. Oliveira (2003, apud PINTO; SAUER, 2009) diz o seguinte

    sobre esse assunto:

    [...] as reas antropizadas de modo desordenado apresentam ndiceselevados de degradao ao meio ambiente, proporcionando uma pioranas taxas relativas qualidade de vida, o que infere diretamente naspossibilidades de lazer da populao.

    Pensando desta forma, pode-se afirmar que a juno do meio fsico,

    bitico e tambm antrpico de suma importncia para que a conservao dos

    recursos naturais seja eficaz (MOTA, 2003, p. 100). preciso conciliar o

    crescimento populacional com a disponibilidade de solo urbano e demais

    necessidades da populao, no intuito de evitar a fixao de residncias em locais

    imprprios e de garantir que estas necessidades sejam supridas. Mota (2003)

    confirma esta viso quando aponta que:

    O aumento da populao e a consequente ampliao das cidadesdeveriam ser sempre acompanhados do crescimento de toda a infra-estrutura urbana que proporcionasse aos habitantes uma mnimacondio de vida (MOTA, 2003, p. 17).

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    Integrar as questes sociais e ambientais ao planejamento urbano

    diz respeito ao contexto acima abordado, estando relacionado ao modo como o

    crescimento de uma cidade pode ser mais ou menos impactante e aponta o quo

    grande sero as modificaes no ambiente, conforme apontado a seguir:

    O crescimento rpido e desordenado que tem ocorrido em muitascidades, em especial nos pases subdesenvolvidos, o granderesponsvel pelas transformaes ambientais, descaracterizando, muitasvezes, o meio fsico original, antes de haver a ocupao humana.GUERRA; MARAL (2006 apudPINTO; SAUER, 2009):

    Como j se sabe, as mudanas que ocorrem no espao fsico de

    uma localidade em expanso so notrias e trazem consigo a deterioraoambiental, transformando a paisagem arbrea em espaos acinzentados de

    concreto. Tanto nas grandes quanto nas pequenas cidades, esta expanso existe

    e ocorre voltada s reas livres. Tal fato leva ao que Loboda e De Angelis (2005)

    afirmam, referindo-se preocupao dos responsveis pelo planejamento de um

    municpio: est centrada nas caractersticas scio-econmicas, ficando

    esquecidas, muitas vezes, as questes ambientais que esto intimamente

    ligadas qualidade de vida de uma populao.

    Uma rea degradada, principalmente com a presena de despejo de

    lixo domstico, compromete a sade pblica em virtude de aumentar os riscos de

    contaminao. Alm disso, existe uma desvalorizao da regio, levando seus

    moradores a uma autodiminuio social, ou seja, os indivduos comeam a

    acreditar que so inferiores por estarem vivendo num local mais sujo,

    desorganizado, descuidado. Sendo assim, no se pode pensar em qualidade de

    vida sem interligar conceitos de sade pblica, controle sanitrio e preservao

    ambiental. Este pensamento intensificado por Garcia (2003, p. 31), ao afirmar

    que:

    [...] o meio ambiente responsvel pela maior parte dos elementos queconferem ou no qualidade de vida a uma regio pois a sade dapopulao, tanto fsica, quanto mental, est diretamente relacionada gua, aos alimentos e ao ar que consomem, alm dos aspectospsicolgicos favorveis advindos do contato humano com a natureza.

    Quando se fala, ento, em conservao do meio ambiente, necessrio que estejam englobados os aspectos sociais que trazem consigo as

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    condies de bem-estar psicolgico de uma populao e no sejam apenas

    focados os assuntos de um meio ambiente biolgico, natural, fsico.

    2.3 A EDUCAO AMBIENTAL DENTRO DO PLANEJAMENTO URBANO

    atravs da EA que muitos objetivos de um planejamento podem ser

    alcanados, pois ela concilia as teorias e as prticas que tornam o DS uma

    realidade, afinal, este o mote do planejamento urbano: expandir de maneira

    ordenada e permitindo a sustentabilidade.O conceito de EA bastante abrangente, tendo vrios autores

    defendido este termo com suas prprias palavras. Entretanto, todos concordam

    que um processo holstico6, ou seja, a viso da totalidade e no s das partes.

    No obstante, a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, descreve sobre a EA em seu

    Art. 1:

    CAPTULO I - DA EDUCAO AMBIENTAL

    Art. 1. Entende-se por educao ambiental os processos por meio dosquais o indivduo e coletividade constroem valores sociais,conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para aconservao do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial asadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999).

    Dias (2004) rene vrias conceituaes para EA, de diversos

    autores, como a de Minini (2000):

    A Educao Ambiental um processo que consiste em propiciar s

    pessoas uma compreenso crtica e global do ambiente, para elucidarvalores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posioconsciente e participativa, a respeito das questes relacionadas com aconservao e adequada utilizao dos recursos naturais, para amelhoria da qualidade de vida e a eliminao da pobreza extrema e doconsumismo desenfreado. (MININI, 2000apudDIAS, 2004, p. 99).

    Este trecho deixa claro que a EA no apenas um mtodo de ensino

    preso s paredes das escolas, mas abrange todos os cidados independente de

    classe social, faixa etria, gnero ou etniagarantindo um aprendizado contnuo e

    6 Holos, da lngua grega, a totalidade, que pode aplicar-se a um todo pequeno como a um todo

    de grandes propores, at alcanar o todo planetrio (COIMBRA, In: PHILIPPI JO et. al., 2004, p.554).

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    ampliando, com isso, a sensibilidade a respeito dos assuntos ambientais.

    Sensibilizadas, as pessoas so motivadas a participar da busca por solues para

    os problemas de cunho ambiental e tambm social, sendo este o mote do DS,

    como se pode observar na prpria definio de Dias:

    Acredito que a Educao Ambiental seja um processo por meio do qualas pessoas apreendam como funciona o ambiente, como dependemosdele, como o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade.(DIAS, 2004, p. 100).

    Na Figura 20, encontra-se um esboo do autor Dias, mostrando o

    que a EA pretende, e deixando claro que ela a mola propulsora para que

    solues para os problemas ambientais sejam encontrados, sejam de curto, mdio

    ou longo prazo.

    Figura 20Resumo do Que a EA Pretende.Fonte: Adaptado de DIAS (2004).

    Dessa forma, importante que um modelo educacional seja criado

    para desacelerar a constante devastao ambiental, sendo este uma necessidade

    para o bem da sociedade atual e tambm futura, uma vez que traria solues a

    curto, mdio e longo prazo.

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    Trabalhar com uma determinada populao os conceitos que a EA

    aborda intensifica os resultados de um planejamento ambiental urbano, em vista

    de propiciar saberes ecolgicos necessrios mudana de atitudes em prol do

    equilbrio do meio ambiente, garantindo as melhorias que todos esperam, o que

    leva, como consequncia, ao aumento da sade fsica e mental dos cidados,

    conforme visto na seguinte abordagem:

    [...] a conservao das reas verdes em conjunto com a mudana docomportamento do homem reflete aspectos positivos relacionados qualidade de vida para todos. : Brando & Brando (1992 apudCARSOSO et. al.,2007).

    A participao da comunidade no processo de planejamento ,

    ento, de grande valia, pois suas atitudes esto diretamente ligadas aos

    resultados da execuo de planos ambientais em sua cidade. Suetnio Mota deixa

    essa afirmao bem clara quando diz que:

    [...] necessria a formao de uma conscincia de que no s o poderpblico responsvel, mas tambm toda a populao deve trabalhar pelamanuteno da qualidade de nosso ambiente de vida (MOTA, 2003, p.309).

    A partir desse pensamento, possvel concluir que a EA a maneira

    que permite a incluso de todos os indivduos no plano ambiental de uma cidade,

    uma vez que trabalha com a motivao e com o conhecimento de cada um deles,

    capacitando-os a agir de maneira que os objetivos desse planejamento sejam

    alcanados. Educar ambientalmente as pessoas significa ampliar seus conceitos,

    abrindo-lhes os olhos para o ambiente que as cerca, e mostrando que o processo

    educativo representa, assim, papel de grande valor em qualquer atividade de

    conservao ambiental (MOTA, 2003, p. 310).

    2.4 A PERCEPO AMBIENTAL COMO MTODO AVALIATIVO DO CENRIOSOCIOAMBIENTAL DE UMA REGIO

    Para facilitar a compreenso do presente assunto, preciso, em

    primeiro lugar, observar a origem do termopercepo:

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    Percepo um substantivo que se aplica ao ato, ao processo deperceber, assim como ao resultado dessas aes. Perceber, por seuturno, vem da lngua latina: percpere (per = bem, como intensidade +

    cpere = apanhar, pegar, captar). Nesse sentido, perceberum fato, umfenmeno ou uma realidade, significa capta-los bem, dar-se conta delescom alguma profundidade, no apenas superficialmente. (COIMBRA, In:PHILIPPI JR. et. al., 2004, p. 539).

    Cardoso (2007) considera que o estudo da PA importante para

    compreender melhor a relao entre o homem e o ambiente. O autor Trigueiro

    considera que a PA uma tomada de conscincia do ambiente pelo homem de

    forma a perceber o ambiente que se est localizado, aprendendo a proteger e

    cuidar dele da melhor forma possvel (2003 apudCARDOSO et. al., 2007).A partir desta conceituao, possvel afirmar que a PA um

    mtodo utilizado para avaliar o conhecimento, a observao e o interesse dos

    sujeitos pesquisados, no intuito de caracterizar o quanto h interao deles com o

    meio que os circunda. A partir dessa avaliao, podem ser levantadas as

    interferncias necessrias para melhorar essa PA, ampliando o senso de

    observao e desenvolvendo a sensibilizao ambiental dos envolvidos. A PA ,

    ento, um instrumento da EA.A percepo do ser humano sobre o meio que o cerca uma

    capacidade adquirida, atravs de seus sentidos, para sua sobrevivncia. Ou seja,

    perceber o ambiente tornou-se necessrio para que o homem pudesse proceder

    de maneira a evitar perigos e garantir que sua prole fosse protegida ato

    fundamental para a sobrevivncia da espcie.

    Entretanto, conforme aponta Palma (2005), o homem tem tido

    dificuldades na percepo de suas aes sobre o meio ambiente em virtude de

    seu modo de vida atual, isto , ele se afastou dos aspectos ambientais ao interagir

    com estruturas urbanas e ao buscar a melhoria de sua vida social e profissional.

    Tal fato confirmado quando se v a disposio de lixo domstico em reas

    urbanas vazias, atitude da prpria populao que vive em seu entorno,

    demonstrando que a percepo sobre o ambiente baixssima. Ou seja, o

    descaso para com tais reas, mesmo que estejam prximas s suas residncias,

    mostra que os cidados responsveis pelo lanamento de lixo no compreendem

    no conhecem, no percebem a amplitude de sua ao. Por isso, frisa-se: a

    anlise da PA um subsdio para a implantao de Programas de Educao

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    Ambiental (PEA) e estes, por sua vez, colaboram com o sucesso do Planejamento

    Urbano.

    Alm disso, a anlise da PA dos moradores de uma determinada

    regio pode indicar o quanto eles conhecem a respeito dos assuntos ambientais

    que hoje so abordados na mdia, nas escolas, nas empresas onde trabalham.

    possvel observar se as pessoas atentam para as informaes que lhes so

    passadas e se praticam o que aprendem e, com isso, pode-se criar um PEA capaz

    de suprir a falta de algum conhecimento, sendo trabalhados os conceitos e as

    prticas necessrias para a melhoria da qualidade de vida da populao

    envolvida, tornando-a parte da busca pelo DS.

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    3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Para a realizao desta pesquisa, foram entregues questionrios

    semi-estruturados (Apndice A) para a populao que vive prxima ao local

    pesquisado, contendo aproximadamente 40 perguntas de mltipla escolha (com

    abertura para justificativa em algumas delas), que trataram de assuntos

    relacionados s caractersticas pessoais (sexo, idade, escolaridade), s

    caractersticas dos bairros Jardim Cristina e Jardim Progresso, ao Crrego

    Tabatinga e ao Parque Nossa Senhora Aparecida, alm de questes voltadas aos

    aspectos ambientais.Nestes questionrios, os moradores puderam expressar sua opinio

    sobre suas concepes de meio ambiente e educao ambiental, bem como a

    abordagem de alguns temas, como a coleta seletiva de lixo, para estabelecer um

    nvel de conhecimento dessas pessoas quanto a esses assuntos.

    3.1 LOCAL DA PESQUISA

    3.1.1 Caracterizao e Localizao do Municpio de Mandaguari

    De acordo com o PD Municipal (MANDAGUARI, 2007, p. 5), o stio

    de Mandaguari est localizado no norte do Paran (Figura 21). Tem altitude de720 metros e est nas coordenadas geogrficas de Latitude igual a 23 32 51 S e

    Longitude de 51 40 12 W.

    Segundo o IBGE, sua rea de 336,32 Km, fazendo limite com os

    municpios de Apucarana, Astorga, Bom Sucesso, Cambira, Jandaia do Sul,

    Marialva e Sabudia (Figura 22).

    Em 2009, de acordo com dados do IBGE, sua taxa de urbanizao

    era de 93% e sua populao era de aproximadamente 33.100 habitantes

    (IPARDES, 2010). A Figura 23 apresenta uma imagem do municpio, mostrando

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    sua parte mais central, e a Figura 24 apresenta a vista area, um pouco mais

    abrangente.

    Figura 21Localizao do Municpio de Mandaguari.Fonte: ABREU (2006).

    Figura 22Municpios que Fazem Limite com Mandaguari.

    Fonte: MANDAGUARI [20--].

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    Figura 23Imagem do Municpio de Mandaguari.Fonte: SEDU, Paranacidade (apudIPARDES, 2010).

    Figura 24Vista Area do Municpio de Mandaguari.Fonte: DRZ Consultores Associados (apud MANDAGUARI, 2007).

    3.1.2 Caracterizao e Localizao do Crrego Tabatinga

    O PD destaca que o municpio de Mandaguari est situado:

    [...] na poro do interflvio principal entre as bacias do rio Pirap,afluente do Paranapanema ao norte, e ao sul o rio Iva, cujas altitudesvo pouco alm dos 550 metros, esta ltima ocupa uma rea de

    35.845km2

    , sendo a segunda maior no territrio paranaense(MANDAGUARI, 2007, p. 16-17).

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    A nascente do Crrego Tabatinga localiza-se dentro do j fundado

    Parque Natural de Mandaguari, que est bem prximo do local aonde a construo

    do Parque Nossa Senhora Aparecida vem ocorrendo. Na Figura 25, tem-se a

    localizao do crrego, apontada pelo ponto vermelho.

    Figura 25Localizao do Crrego Tabatinga no Municpio de MandaguariFonte: GOOGLE (2011).

    3.2 TIPO DE PESQUISA

    Esta pesquisa possui uma abordagem qualitativa, sendo esta um

    processo de reflexo e anlise da realidade atravs da utilizao de mtodos e

    tcnicas para compreenso detalhada do objeto de estudo em seu contexto

    histrico e/ou segundo sua estruturao (OLIVEIRA, 2007, p. 37). Assim, esse

    mtodo no procura investigar as informaes de forma estatstica, mas sim com

    maior profundidade, podendo utilizar-se de estudos segundo a literatura

    pertinente, ao tema, observaes, aplicao de questionrios, entrevistas e anlise

    de dados, que deve ser apresentada de forma descritiva (op.cit.).

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    3.3 COLETA DE DADOS

    Como a pesquisa est voltada principalmente para a possvel

    influncia de um Parque Ecolgico na vida dos moradores dos bairros Jardim

    Cristina e Jardim Progresso, foram selecionadas as cinquenta casas mais

    prximas do local, sendo este um nmero representativo dos moradores dos

    bairros em questo.

    Foram distribudos questionrios semi-estruturados (Apndice A)

    para a populao-amostra, de onde foram retirados os dados necessrios para

    caracterizao dos entrevistados e tambm da rea do parque, segundo viso dosmesmos. Cada casa contou com a participao de um membro da famlia, que foi

    responsvel por responder ao questionrio.

    Figura 26Destaque das reas priorizadas na pesquisa (localizao do Parque em azul, reasverdes em verde e ruas participantes em vermelho).

    Fonte: Adaptado de Google (2011).

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    Foram estipuladas as ruas mais prximas ao parque para enfatizar a

    populao que vive realmente mais prxima regio (Figura 26). A partir da, fez-

    se a procura por participantes, que optaram por responder ou no s questes.

    Figura 27Ruas Escolhidas para Participar da PesquisaFonte: Adaptado de GOOGLE (2011).

    Conforme observado na Figura 27, tem-se que as seguintes ruas

    entraram no enfoque da pesquisa:

    - Rua Jos Parazzi (em laranja)

    - Rua Olimpo Valrio (em lils)

    - Rua Joo Fidlis Basseto (em azul claro)

    - Rua Joo Bonini (em verde claro)

    - Rua Ludovico Falkowski (em azul escuro)

    - Rua Atilo Manerba (em verde escuro)

    - Avenida Chaker Abrahim (em beje)

    - Rua Joo Reina (em rosa)

    - Rua Zacarias de Vasconcelos (em vermelho)

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    Os questionrios foram entregues no dia 08 de novembro de 2011 e

    apanhados no dia seguinte, respeitando a disponibilidade de tempo dos

    entrevistados e garantindo melhor aproveitamento das respostas.

    Os moradores que demonstraram dificuldades de leitura tiveram a

    chance de entregar o questionrio para outro membro da famlia ou mesmo de

    responder s questes para a pesquisadora, sem que houvesse influncia em

    suas respostas.

    Alm disso, foram utilizados dados pertinentes construo do

    parque, realizando-se entrevistas informais ao responsvel pelo projeto, o

    engenheiro agrnomo Luiz Carlos Kempner Teixeira. As entrevistas foram feitas

    com apoio de material audiovisual (cmera fotogrfica), ficando gravadas paraposterior consulta.

    3.4 ANLISE DOS DADOS

    A partir das respostas dos entrevistados, foi possvel redigir umaanlise sobre as principais caractersticas dos moradores da regio, como sua

    renda mdia mensal, seu nvel de escolaridade e as principais profisses dos

    indivduos entrevistados. Estes dados so importantes para fazer um delineamento

    da situao socioeconmica do local. Alm disso, a questo da religiosidade

    entrou em foco, uma vez que o parque tem uma temtica de cunho religioso

    (preferencialmente catlico), sendo que este quesito poder influenciar na

    utilizao do parque pelos moradores futuramente.Tambm foram realizadas observaes sobre os bairros Cristina e

    Progresso, traando um paralelo entre a opinio de quem habita neles e do que

    apresentado no PD Municipal, destacando-se questes sobre o saneamento

    bsico, as coletas de lixo, a drenagem pluvial, o asfaltamento, a arborizao e a

    iluminao do local.

    Os moradores tambm foram questionados sobre o Crrego

    Tabatinga e o Parque Ecolgico em questo, no intuito de delinear uma

    caracterizao que os mesmos do a estes locais, bem como para detectar o

    interesse de utilizao de ambos os elementos.

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    A seguir, foram feitas ressalvas a respeito da PA dos entrevistados,

    abordando assuntos pertinentes ao terreno onde o parque est sendo construdo

    como era antes de as obras iniciarem, como est agora e como eles desejam que

    fique. Alm disso, sero questionados sobre os possveis benefcios e malefcios

    que o parque trar para a regio. Estas questes subsidiaro a construo de

    anlises da PA dos sujeitos envolvidos na pesquisa, demonstrando se existe uma

    contextualizao da realidade com aquilo que eles acreditam ser correto.

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    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 PERFIL DOS MORADORES

    No intuito de montar um perfil dos moradores mais prximos do

    Parque Nossa Senhora Aparecida, foram solicitadas algumas informaes

    caractersticas, como a idade, o gnero, a crena (religio) e a escolaridade. Alm

    disso, foram questionados a respeito de sua origem e de sua residncia quantas

    pessoas moram na casa, h quanto tempo moram ali e se a casa prpria oualugada. Estas informaes so importantes para uma caracterizao dos

    moradores que participaram da pesquisa, principalmente para definir se o tempo

    de moradia na regio estudada tem alguma influncia na PA que possuem do local

    onde vivem.

    A mdia de idade dos moradores de 37,7 anos, tendo a maioria

    entre 31 e 50 anos, conforme mostra o Grfico 02.

    Grfico 02Representao da Idade dos Moradores Participantes da Pesquisa.

    Em relao ao gnero, tem-se que a maioria do sexo feminino,

    representando 68% dos moradores. O gnero masculino ficou, portanto, com 32%.Esta informao pode ser relacionada com o nvel de sensibilidade e percepo

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    quanto ao meio que circunda as pessoasas mulheres so mais aptas a perceber

    mudanas, mesmo as pequenas, e se incomodam mais com sujeira e barulho.

    Relacionando a mdia de idade com a quantidade de mulheres participantes, nota-

    se que elas esto em sua fase frtil, o que eleva as caractersticas citadas.

    Quando questionados a respeito de sua crena ou religio, os

    moradores assinalaram a denominao que seguem, tendo a opo Catlica sido

    escolhida pela maioria, conforme observado no Grfico 03. importante lembrar

    que a opo Protestante engloba diversas denominaes. Como exemplo, tem -

    se as seguintes:

    - Assembleia de Deus- Batista

    - Congregao Crist no Brasil

    - Metodista

    - Presbiteriana

    Grfico 03Representao Grfica dos Moradores Segundo sua Religiosidade.

    A frao de moradores que escolheu a opo Catlica para afirmar

    sua religiosidade representou um total de 28 pessoas, enquanto que a frao

    Protestante corresponde a 14 dos 50 entrevistados. Os que se disseram

    Independentes so aqueles que tm sua religiosidade sem seguir algumadenominao. Esta pergunta se fez necessria em virtude de estar diretamente

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    ligada utilizao do parque, uma vez que este possui caractersticas romeiras,

    prprias da denominao catlica. possvel que tal fato tenha levado esta faixa

    da populao a olhar positivamente para o parque. Lembrando que os moradores

    de outras denominaes tambm podero usufruir do parque, mas provavelmente

    com menor frequncia.

    Questionados sobre sua escolaridade, os moradores assinalaram

    uma das 9 opes, que podem ser observadas no Grfico 04 a seguir.

    Grfico 04Escolaridade dos Moradores que Participaram da Pesquisa.

    As respostas ficaram bem distribudas, mesmo que tenha

    despontado uma opo com a maioria 18% dos moradores possuem Ensino

    Bsico Incompleto, ou seja, pode ter parado de estudar da 1 4 srie. Isso

    possibilitou a leitura e a entrega do questionrio respondido pesquisadora.

    Aqueles que no possuem estudos (6%) puderam optar por pedir ajuda a ummembro da famlia ou responder ao questionrio oralmente.

    Os 24% divididos igualmente entre as opes Superior Completo,

    Superior Incompleto e Mdio Completo podem determinar uma posio mais

    crtica dos moradores, isto , eles possuem uma capacidade de associar seus

    conhecimentos tericos, aprendidos em sala de aula, observao dos assuntos

    abordados na pesquisa. Entretanto, no se pode deixar de considerar o

    conhecimento popular e tambm aquele transferido atravs da mdia. Uma pessoasem estudos pode saber observar melhor o meio ao seu redor do que uma pessoa

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