79
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA ORTODONTIA PERCEPÇÃO DOS ORTODONTISTAS QUANTO À ÉPOCA IDEAL PARA O TRATAMENTO ORTODÔNTICO DA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II DE ANGLE ARMANDO KOICHIRO KAIEDA SÃO BERNARDO DO CAMPO 2011

Percepção Dos Ortodontistas Quanto à Época Ideal

  • Upload
    gugumes

  • View
    221

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Odonto

Citation preview

  • UNIVERSIDADE METODISTA DE SO PAULO

    FACULDADE DA SADE

    CURSO DE ODONTOLOGIA

    ORTODONTIA

    PERCEPO DOS ORTODONTISTAS QUANTO POCA IDEAL

    PARA O TRATAMENTO ORTODNTICO DA M OCLUSO DE

    CLASSE II DE ANGLE

    ARMANDO KOICHIRO KAIEDA

    SO BERNARDO DO CAMPO

    2011

  • UNIVERSIDADE METODISTA DE SO PAULO

    FACULDADE DA SADE

    CURSO DE ODONTOLOGIA

    ORTODONTIA

    PERCEPO DOS ORTODONTISTAS QUANTO POCA IDEAL

    PARA O TRATAMENTO ORTODNTICO DA M OCLUSO DE

    CLASSE II DE ANGLE

    Dissertao apresentada a Faculdade

    da Sade da Universidade Metodista

    de So Paulo UMESP, como parte

    dos requisitos para obteno do Ttulo

    de MESTRE pelo Programa de Ps-

    Graduao em Odontologia, rea de

    Concentrao em Ortodontia.

    Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Scanavini

    SO BERNARDO DO CAMPO

    2011

  • FICHA CATALOGRFICA

    K122p

    Kaieda, Armando Koichiro

    Percepo dos ortodontistas quanto poca ideal para o tratamento

    ortodntico da m ocluso de classe II de angle / Armando Koichiro

    Kaieda. 2011.

    79 f.

    Dissertao (mestrado em Ortodontia) --Faculdade de Sade da

    Universidade Metodista de So Paulo, So Bernardo do Campo, 2011.

    Orientao: Marco Antonio Scanavini

    1. Percepo (Ortodontia) 2. M ocluso de Angle Classe II

    3. Ortodontia I.Ttulo.

    D. Black D4

  • DEDICATRIA

    A meus pais e irmos pelo amor

    incondicional, pelo encorajamento e

    compreenso, sem o qual nada disso

    seria possvel.

    Aos amigos e amigas, minha segunda

    famlia, pelos laos fraternos e de

    respeito

  • Walter Elias Disney

  • KAEIDA, A. K. Percepo dos Ortodontistas quanto poca

    ideal para o tratamento ortodntico da m ocluso de Classe II

    de Angle. 2011. 79p. Dissertao (Mestrado em Ortodontia)

    Faculdade da Sade, Universidade Metodista de So Paulo, So

    Bernardo do Campo, 2011.

    RESUMO

    O objetivo deste estudo foi verificar, por meio de questionrio, a percepo dos

    ortodontistas quanto a poca ideal para o tratamento ortodntico da m

    ocluso de Classe II de Angle, avaliar a eficincia deste tipo de tratamento em

    uma ou duas fases e identificar os diversos mtodos de tratamento utilizados. A

    amostra constituiu de 163 ortodontistas brasileiros que responderam ao

    questionrio via e-mail. O questionrio continha perguntas do tipo aberta, semi

    aberta e fechada, e, para sua validao, foi realizado um teste piloto entre 15

    ortodontistas, participantes ou ex-alunos do Programa de Ps-graduao em

    Odontologia da Universidade Metodista de So Paulo, que no foram inclusos

    neste trabalho. Os dados foram tabulados com a utilizao de frequncia

    absoluta (n) e frequncia relativa (%). Para verificar a correlao entre as

    variveis ordinais foi utilizado o Coeficiente de Correlao de Spearman. Para

    verificar a associao entre variveis qualitativas nominais foi utilizado o teste

    do qui-quadrado. Em todos os testes foi adotado nvel de significncia de 5%

    (p

  • KAEIDA, A. K. Percepo dos Ortodontistas quanto poca

    ideal para o tratamento ortodntico da m ocluso de Classe II

    de Angle. 2011. 79p. Dissertao (Mestrado em Ortodontia)

    Faculdade da Sade, Universidade Metodista de So Paulo, So

    Bernardo do Campo, 2011.

    ABSTRACT

    The aim of this study was to verify, through a questionnaire, the perceptions of

    orthodontists as the ideal time for orthodontic treatment of malocclusion of

    Angle Class II, evaluate the effectiveness of this treatment in one or two phases

    and identify the various methods treatment used. The sample consisted of 163

    Brazilian orthodontists who send e-mail. The questionnaire contained questions

    such as open, half open and closed, and for its validation, a pilot test was

    conducted among 15 orthodontists, participants and ex-student of the Graduate

    Program in Dentistry, Methodist University of Sao Paulo, who did not were

    included in this study. Data were tabulated with the use of absolute frequency

    (n) and relative frequency (%). To verify the correlation between ordinal

    variables we used the Spearman correlation coefficient. To investigate the

    association between qualitative variables we used the nominal chi-square. In all

    tests, significance level of 5% (p

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................ 11

    2 REVISO DA LITERATURA ........................................................... 14

    2.1 Epidemiologia das ms ocluses .................................................... 14

    2.2 Tratamento da m ocluso de Classe II em duas fases ................. 19

    2.3 Tratamento da m ocluso de Classe II em uma fase .................... 30

    3 PROPOSIO ................................................................................ 37

    4 MATERIAL E MTODOS ................................................................ 39

    4.1 Amostra ........................................................................................... 39

    4.2 Coleta de dados .............................................................................. 39

    Quadro 1 .............................................................................................................................. 41

    4.3 Mtodos ........................................................................................... 42

    4.4 Anlise de dados ............................................................................. 43

    5 RESULTADOS ................................................................................ 45

    6 DISCUSSO ................................................................................... 59

    7 CONCLUSES ............................................................................... 66

  • Introduo

  • 11

    1 INTRODUO

    No Brasil, em 2007, a porcentagem de indivduos de 12 anos que

    apresentavam m ocluso era de 58,14%, e, de 15 a 19 anos com 53,23%38. A

    m ocluso de Classe II no possui a maior prevalncia entre as ms ocluses,

    nem na dentio decdua (29,8%), e nem na dentadura mista (20,2%) numa

    populao7, e seu tratamento, envolve anlise de vrios fatores para se chegar

    num correto diagnstico e plano de tratamento50.

    A m ocluso de Classe II presente na dentio decdua no se auto

    corrige, e, persiste durante a fase de dentadura mista2. H autores que

    sugerem iniciar o tratamento da Classe II na dentio decdua, na dentadura

    mista, ou at, esperar a erupo de todos os dentes permanentes32.

    Tratamento precoce o tratamento iniciado na dentio decdua ou mista

    com intuito de melhorar a relao dental e/ou esqueltica antes da erupo da

    dentio permanente8. A m ocluso de Classe II, por possuir diversas

    modalidades teraputicas, continua gerando dvidas e indecises ao

    ortodontista na melhor abordagem para o tratamento10, sendo que, por muitas

    vezes, os aparelhos ortopdicos desafiam at a concepo da morfogentica

    individual na tentativa de produzir algum efeito na mandbula.

    Dentre as diversas modalidades de tratamento da m ocluso de Classe II,

    pode-se resumir em dois protocolos, levando-se em considerao a poca de

    interveno. O tratamento precoce - em duas fases, e o tratamento tardio - em

    uma nica fase49. E para iniciar o tratamento em duas fases, considerado

    alguns fatores, como: 1. Na pr-adolescncia (8 11 anos), limitado a corrigir a

    distocluso de molar, sobressalincia, sobremordida e alinhamento dos

    incisivos (1 fase), seguida da 2 fase, para tratamento corretivo, durante a

    adolescncia (12 15 anos) para finalizar o tratamento. 2. Interveno durante

    a adolescncia para correo total do problema31.

    .

  • 12

    Os que defendem em duas fases, relatam que o tratamento visa obter

    correo da m ocluso pelo controle do crescimento, reduzindo o tratamento

    posterior total na dentio permanente22,57. E, os que defendem o tratamento

    em uma nica fase, relatam que o controle ortodntico do crescimento

    considerado hipottico4,6,10,13,15,23,24,29,33,35,54, e o tratamento com aparelhos por

    tempo longo tende a comprometer a cooperao e o interesse do paciente,

    causando uma resistncia ao uso de aparelhos na segunda fase do

    tratamento34,58, como tambm, existe uma dvida de que o tratamento precoce

    realmente possa produzir maior estabilidade3. Diante da controvrsia na

    literatura e da carncia de informao sobre a poca em que os pacientes

    Classe II so tratados no Brasil, resolveu-se elaborar tal pesquisa.

  • Reviso da Literatura

  • Reviso da Literatura 14

    2 REVISO DA LITERATURA

    A m ocluso de Classe II envolve diversos tipos de modalidade de

    tratamento, pois so influenciadas pela idade de interveno, severidade,

    outras caractersticas associadas a esta m ocluso, colaborao do paciente

    e etc. Com a finalidade de apresentar a reviso da literatura de maneira

    didtica, permitindo uma visualizao mais clara e objetiva dos temas

    estudados, esta foi distribuda cronologicamente, da seguinte forma:

    Epidemiologia das ms ocluses;

    Tratamento da m ocluso de Classe II em duas fases;

    Tratamento da m ocluso de Classe II em uma fase.

    2.1 Epidemiologia das ms ocluses

    SILVA FILHO; FREITAS; CAVASSAN ADE51 (1990) realizaram um

    levantamento epidemiolgico na cidade de Bauru (SP Brasil) em indivduos

    com idade variando entre 7 a 11 anos na dentadura mista em ambos os sexos,

    numa amostra de 2416 indivduos. O trabalho mostrou uma proporo de que

    88,5% apresentavam m ocluso na populao estudada. Sendo que 55%

    eram de Classe I, 42% eram de portadores da m ocluso de Classe II e 3%

    por Classe III de Angle.

    GOTTLIEB; NELSON; VOGELS26 (1991) realizaram um estudo com

    8901 ortodontistas nos EUA, revelando que 25% dos pacientes estavam sendo

    tratados em duas fases. Para o estudo foi aplicado um questionrio. Esta

    percentagem significou 1/3 de todas as crianas em tratamento ortodntico nos

    EUA.

  • Reviso da Literatura 15

    Segundo os autores, CROWTHER; HARKNESS; HERBISON16 (1997), o

    ndice que verifica necessidade de tratamento ortodntico o IOTN (ndice de

    necessidade de tratamento ortodntico) com componentes DHC (Dental Health

    Component) e AC (Aestethic Component). Sendo que o escore do DHC

    baseado na m ocluso mais grave observada, no entanto ignora o efeito

    acumulativo de vrias ms ocluses menores e AC o componente esttico.

    NGAN; BYCZEK; SCHEICK41 (1997) realizaram um estudo comparativo

    entre pacientes Classe II (n=20) e pacientes Classe I (n=20) com idade de 7 a

    14 anos todos do sexo feminino. Para comparao foi utilizado a anlise de

    Tensor que calcula a quantidade e direo de crescimento utilizando anlise

    cefalomtrica. No foram observadas diferenas estatisticamente significantes

    quanto ao tamanho da base do crnio. Foi observada uma posio mais

    retrusiva da mandbula na Classe II em relao Classe I. O comprimento da

    mandbula e do corpo foi menores no perodo de crescimento puberal. A

    diferena maxilo mandibular (ANB) que estava apresenta aos 7 anos de idade

    persistiu durante a fase de crescimento puberal nos pacientes Classe II. As

    diferenas esquelticas permaneceram aps o crescimento em pacientes que

    no receberam tratamento ortodntico. Os resultados sugerem que a Classe II

    pode ser detectada precocemente.

    BIZIO; COSTA; FILHO7 (2005) realizaram um levantamento

    epidemiolgico da m ocluso e sua distribuio quanto ao sexo e a idade, em

    crianas de 3 a 9 anos no Distrito de Entre Rios em Guarapuava-Pr. No estudo

    participaram 49 crianas com dentio decdua completa (21 do sexo feminino

    e 28 do sexo masculino), 77 em estgio de dentadura mista (39 do sexo

    feminino e 38 do sexo masculino). Os autores encontraram 24,5%

    apresentavam ocluso normal na dentio decdua e 23,4% com ocluso

    normal na dentadura mista. Sendo que foi observado que entre os indivduos

    na dentio decdua, a m ocluso de Classe I foi a mais prevalente com

    67,5%, seguida da Classe II com 29,8% e Classe III com 2,7%. Em relao a

    dentadura mista, a m ocluso de Classe I foi presente em 74,5%, seguida da

    Classe II com 20,2% e Classe III com 5,1%. Os autores concluram que em

    ambos os estgios, a m ocluso no exibiu diferenas significantes em

  • Reviso da Literatura 16

    relao ao sexo e que houve uma reduo da prevalncia de m ocluso em

    crianas com mais idade.

    MARQUES et al.35 (2005) realizaram um estudo sobre a prevalncia da

    m ocluso e a necessidade de tratamento ortodntico como fator de impacto

    no dia a dia em escolares de 10 a 14 anos de Belo Horizonte. O estudo deu

    nfase no enfoque social. A amostra foi escolhida de modo aleatrio de 333

    crianas e foi utilizado o ndice de Esttica Dental (Dental Aesthetic Index -

    DAI), tambm foram vistos o nvel scio-econmico idade, sexo, nvel de

    escolaridade da me, desejo de tratamento relatado pelo escolar, opinio dos

    pais quanto esttica bucal e quanto necessidade de tratamento ortodntico

    do filho. Outra varivel verificada era quando os pais se manifestavam da

    necessidade em receber tratamento (neste caso, o mesmo era questionado do

    por que este ainda no estava sendo tratado). Concluram que h uma grande

    prevalncia de m ocluso na faixa etria estudada, foi encontrada correlao

    entre a necessidade de tratamento e auto percepo de necessidade de

    tratamento, e que os fatores psicossociais deveriam ser incorporados como

    critrio na considerao no tratamento ortodntico.

    DIAS19 (2006) realizou em levantamento epidemiolgico e avaliou a

    necessidade de tratamento ortodntico de escolares de 9 a 12 anos, da rede

    de ensino estadual da cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, por meio do

    ndice IOTN (componente DHC-Dental Health Component e AC - Aestethic

    Component) numa amostragem de 407 crianas. Objetivou verificar se o sexo,

    idade, dentio, necessidade esttica de tratamento, relao de molar,

    sobressalincia exagerada, sobressalincia negativa, apinhamento, mordida

    aberta, sobremordida exagerada e mordida cruzada esto relacionados

    necessidade de tratamento ortodntico avaliada pelo DHC. A percepo

    esttica quanto necessidade de tratamento pelas crianas e dos seus

    responsveis foi avaliada pelo AC. Tambm foi avaliada se a necessidade de

    tratamento estabelecido pelo ndice DHC tem correlao com o interesse da

    criana e dos seus responsveis. A autora verificou que 80,2% das crianas

    apresentaram m ocluso, a necessidade de tratamento foi identificada em

    34,2% pelo ndice DHC (avalia o componente da sade dental e funcional). A

  • Reviso da Literatura 17

    percepo das crianas quanto a necessidade esttica de tratamento foi menor

    que a avaliao profissional, e o interesse por procura de tratamento foi maior

    pelas crianas e responsveis.

    DANAIE; ASADI; SALEHI18 (2006), realizaram um levantamento

    epidemiolgico com 3776 crianas Iranianas entre 7 a 9 anos, para verificar a

    distribuio e o tipo de m ocluso entre crianas. Os autores observaram que:

    30,6% apresentaram ocluso normal, 47,4% apresentavam m ocluso de

    classe I, 13,7% Classe II diviso 1 e 1% com Classe II diviso 2.

    PRABU et al.45 (2008) realizaram um levantamento epidemiolgico

    correlacionando a situao scio-econmica com a necessidade de tratamento

    ortodntico com uma populao da ndia entre 13 a 25 anos de idade. No

    estudo foi utilizado o ndice IOTN em 270 indivduos. Uma das perguntas do

    questionrio era: Voc acha que precisa alinhar os seus dentes?. Concluram

    que a questo scio-econmica afeta o ndice de necessidade de tratamento.

    Quando se trata da percepo individual, verificou-se que no houve

    correlao. Os autores encontraram um desencontro entre a necessidade de

    tratamento e o desejo por um tratamento. Os autores consideraram este fato

    como preocupante.

    MARTINS; LIMA37 (2009) realizaram um levantamento epidemiolgico

    sobre as ms ocluses entre escolares de 10 a 12 anos de idade no Cear,

    sendo 107 do sexo masculino e 157 do sexo feminino. O estudo utilizou a

    classificao de Angle para determinar as ms ocluses. E as caractersticas

    estudadas foram a sobressalincia, sobremordida, apinhamentos e diastemas

    na linha mdia. Foram encontrados 25,8% com ocluso normal, 47,7% com m

    ocluso de Classe I, 22,3% com m ocluso de Classe II e 4,2% de Classe III

    de Angle. No foram encontradas diferenas estatisticamente significantes

    entre sexo e a idade. 30,3% apresentaram sobremordida normal, 50% com

    sobressalincia normal, 62,5% apresentaram apinhamento dental e em 14,8%

    diastemas na linha mdia. Os autores concluram que a m ocluso mais

    prevalente foi a de Classe I, no havendo distino entre sexo e idade, Houve

    um aumento da sobremordida e sobressalincia na maioria dos casos, uma

    alta ocorrncia de apinhamento e poucos casos de diastemas na linha mdia.

  • Reviso da Literatura 18

    SHARMA48 (2009) realizou um levantamento com 700 indivduos entre 7

    a 48 anos utilizando o IOTN como meio de verificar a incidncia da m ocluso

    em Nepal. Os resultados mostraram que a Classe I foi presente em 67,5% dos

    casos, Classe II com 28,8%, e, Classe III com 3,7%. O grupo que mais

    apresentou as ms ocluses estava na faixa etria de 12 a 24 anos, sendo que

    a proporo foi de 2:1 para as mulheres. Tambm foi observada que 62%

    apresentavam grande necessidade de tratamento, 28,1% necessidade

    moderada, e 9,9% pequena necessidade. Concluiu que a maioria dos

    pacientes que foram clnica, realmente precisava de tratamento ortodntico.

    DANAEI; SALAHI17 (2010) realizaram um estudo para verificar se h

    uma relao entre a situao scio-econmica, tamanho da famlia, grau de

    escolaridade dos pais, influncia do sexo, do emprego do pai com a auto

    percepo da necessidade de tratamento ortodntico. O estudo foi realizado

    entre indivduos de nacionalidade Iraniana entre 12 a 15 anos de idade, dos

    quais 450 eram do sexo masculino e 450 do sexo feminino. Os indivduos

    foram submetidos a exame clnico e convidados a preencher um questionrio.

    Foi utilizado o ndice de esttica dental (DAI - Dental Aesthetic Index) de

    acordo com World Health Organization Guidelines. Os resultados mostraram

    existncia de uma correlao significativa entre os escores do DAI e a

    conscincia dos indivduos com sua aparncia e satisfao, e, no houve

    diferenas entre os sexos.

    MORITA; HADDAD; ARAUJO39 (2010) realizaram um estudo sobre perfil

    atual e tendncias do cirurgio-dentista brasileiro, e, levantar e articular

    diversas informaes existentes nos bancos de dados isolados de diversas

    fontes. A pesquisa revelou que o Brasil concentra 20% dos cirurgies dentistas

    do mundo, porm de distribuio desigual interna. E que durante 1998 a 2007

    houve um aumento de quase 244% de profissionais, sendo que em 2007 essa

    porcentagem foi de 40%, com maioria jovem de 25 a 29 anos de idade nos

    programas stricto sensu. O total de especialistas em 1978 era de apenas 3404,

    passando a ser em 2008, para 56660. A partir de 1980 o nmero de mulheres

    passou a crescer e em 2008 ultrapassar os homens. Porm algumas

    especialidades j possuem um nmero de mulheres maior que a dos homens

  • Reviso da Literatura 19

    como, por exemplo, a Odontopediatria (85%), Dentstica (62%) e Endodontia

    (57%). Outras ainda possuem a predominncia de homens como a Cirurgia

    (80%), Implantodontia (78%) e Prtese e Radiologia com 60%. A ortodontia

    concentra maior nmero de especialistas, com a maioria do sexo masculino. O

    nmero de cursos de mestrado (acadmico e profissionalizante) e doutorado

    eram de 84, segundo dados da avaliao trienal da Capes (2004, 2005 e

    2006).

    2.2 Tratamento da m ocluso de Classe II em duas fases

    Segundo WEST56 (1969), tratamento precoce focado em trs objetivos:

    1-Remoo de interferncias para um crescimento normal e com funo; 2-

    Manuteno da funo normal; 3-Correo das desarmonias esqueletais. Em

    casos de m ocluso de Classe II severa, a interveno na dentio decdua

    tem resposta bastante positiva.

    Segundo JACOBSON28 (1979) a dentio decdua compreende de 6

    meses a 6 anos, incio da dentadura mista (6 a 10anos), dentadura mista tardia

    (10 a 13 anos) e dentio permanente (mais de 13 anos).

    Em relao a colaborao do tratamento ortodntico, WEISS; EISER55

    (1977) verificaram se a idade e o sexo influencia no tratamento. Para isso foi

    elaborado um questionrio em que se obteve uma amostra de 274 pacientes,

    separados de acordo com a idade. Os pr-adolescentes foram compreendidos

    da faixa etria at os 12 anos, adolescentes de 12 a 17 anos, e, um terceiro

    grupo com mais de 17 anos. Foi verificado que os pr-adolescentes foram mais

    colaboradores em relao aos adolescentes quanto ao uso do aparelho extra

    bucal, aparelho funcional, porm menos responsveis em relao ao seu

    cuidado e manuseio e que as meninas de modo geral demonstraram maior

    dedicao ao tratamento.

    KOPECKY; FISHMAN32 (1993) realizaram um estudo para verificar a

    melhor poca de utilizao do aparelho extra bucal com trao cervical

  • Reviso da Literatura 20

    tomando como base o estgio de maturao ssea. Foi realizada anlise

    cefalomtrica em norma lateral alm de radiografias de mo e punho, com

    tomadas radiogrficas de antes, durante e depois do uso aparelho extra bucal

    tipo Kloehn com trao cervical. O Levantamento de dados foi realizado no

    arquivo do Departamento de Ortodontia de Eastman Dental Center. O tempo

    de uso do aparelho foi de 1,7 anos. Foram avaliados 41 pacientes, sendo 17 do

    sexo masculino e 24 do feminino com idade variando de 9 a 17 anos de idade.

    Todos os pacientes apresentavam m ocluso de Classe II diviso 1. A idade

    de maturao ssea foi verificada pelo mtodo de Fishman com seu Indicador

    de Maturao ssea (SMI), e, divididos em SMI 1-3 onde h uma acelerao

    do crescimento; SMI 4-7 pico de crescimento e SMI 8-11 representando a

    desacelerao do crescimento. Tambm foram utilizados cefalometrias com

    traados digitalizados no programa Houston HIPAD, para que houvesse

    comparao dos pacientes em diversos estgios de maturao ssea.

    Concluram que o melhor estgio de atuao seria durante o pico de

    crescimento. No houve muita diferena entre os sexos quando se compara o

    nvel de maturao ssea.

    KILPELAINEN; PHILLIPS; TULLOCH30 (1993) aplicaram um

    questionrio para verificar se a posio dos incisivos um estmulo para se

    procurar um tratamento ortodntico precoce. O estudo foi realizado na clnica

    de graduao da Universidade da Carolina do Norte. No total da amostra havia

    473 pacientes dos quais 75 foram excludos por no apresentarem a idade no

    pronturio. A amostra foi dividida de acordo com os critrios: pacientes abaixo

    (n=235) ou maior que 12 anos de idade; sobressalincia menor (n=139) ou

    maior que 7 mm e ndice de Little maior ou menor (n=164) que 1.1. No

    questionrio possua perguntas como: Voc se sente bem com a sua aparncia

    dental? Quem foi a primeira pessoa a te alertar a procurar um tratamento

    ortodntico? O paciente/responsvel est interessado em que tipo de

    tratamento (aparncia dental, aparncia facial, melhora na mastigao,

    melhora na fala, por interesse do dentista). Verificaram que 85% eram pela

    aparncia dental, 73% por recomendao do dentista, 46% pela aparncia

    facial.

  • Reviso da Literatura 21

    COURTNEY; HARKNESS; HERBISON15 (1996) verificaram se h

    mudanas na posio e tamanho da mandbula em crianas tratadas com

    aparelho de Frankel e ativador Havord. Na amostra incluram 42 crianas com

    idade de 10 a 13 anos com m ocluso de Classe II diviso 1, sendo que 17

    (11 do sexo masculino e 6 do feminino) como grupo controle,13 (7 do sexo

    masculino e 6 do sexo feminino) como grupo do Frankel e 12 (7 do sexo

    masculino e 5 do sexo feminino) como grupo do ativador Havord. Os pacientes

    foram instrudos a utilizar 4h por dia na primeira semana, 8h dia na segunda

    semana, 12h por dia na terceira semana e 14h por dia ate conseguir o

    resultado esperado. Foi realizado um acompanhamento com radiografias em

    normal lateral, intra-bucais, fotografia, modelos de estudo, altura e peso dos

    pacientes em intervalos de 6, 12 e 18 meses. No foi verificado diferenas

    estatisticamente significantes entre os grupos. Houve mudana no ngulo

    Gonaco e da medida de Ar-Pg (Ponto Articular-Ponto Pognio) devido as

    cndilos se localizarem mais para baixo e para frente. O aparelho de Havord

    deixou os incisivos inferiores mais vestibularizados e molares verticalizados,

    aumentando a altura facial. No foi possvel verificar nenhuma evidncia para

    apoiar que os aparelhos pudessem alterar o tamanho da mandbula.

    Verificaram que crescimento mandibular ocorre muito pouco, a ponto de haver

    dvidas se h realmente esse crescimento.

    WIESLANDER58 (1993) estudou os efeitos a longo prazo do aparelho

    extra bucal combinado com Herbst na dentadura mista. Na amostra a idade

    mdia inicial foi de 8 anos e 8 meses com m ocluso de Classe II, foi tratado

    por 5 meses com Herbst e o aparelho extra bucal com uso noturno, e, com

    acompanhamento de 3 a 5 anos juntamente com um grupo controle. A mdia

    do ngulo ANB foi de 9,8, e, a mdia de sobressalincia foi de 10,3mm.

    Inicialmente foi aplicado uma fora de 1000 gramas com aparelho extra bucal,

    aps observar a fora gerada pelo aparelho de Herbst, a fora do extra bucal

    foi reduzida para 300 a 400 gramas. Na conteno foi utilizada um ativador,

    com uso de mdio de 6 meses, com uso noturno ps uso do Herbst. Para evitar

    recidivas ps fase de conteno o seu uso foi prolongado de 2 a 3 anos e

    remoo progressiva ps 1 a 2 anos. A remoo gradual foi de todas as noites,

    seguido de alternando as noites (uma sim outra no), duas vezes na semana,

  • Reviso da Literatura 22

    uma vez na semana at a suspenso do uso. Concluram que foram

    encontrados pontos positivos e negativos ps esse estudo. Os pontos

    negativos foram que foi necessrio um maior tempo de conteno com uso do

    ativador para minimizar recidivas ps uso do Herbst. Houve uma maior perda

    de avano nos casos em que houve pouca colaborao durante fase de

    conteno em cerca de 1 mm. O ganho de 2 mm na distncia condilho-gntio

    conseguido com uso do Herbst foi reduzido para 1,2mm aps uso da

    conteno. Os aspectos positivos foram que a correo da discrepncia foi

    obtida aps 5 meses com uso de 24h, e que o efeito de distalizao de 2,3 mm

    da maxila compensou a tendncia de recidiva da mandbula. Reduo

    significativa de 2,9 do ngulo ANB.

    PIETILA; PIETILA44 (1994) aplicaram um questionrio com 261 pais de

    pacientes de 7 a 8 anos, sobre a opinio da aparncia dental, histrico de

    tratamento ortodntico na famlia e a melhor idade que achava para se iniciar o

    tratamento. Os dados obtidos foram comparados com a avaliao do

    ortodontista sobre a necessidade de tratamento. Os autores encontraram que o

    anseio do pai em procurar o ortodontista coincidiu com a avaliao do

    ortodontista em 60%, quando a m ocluso afetava os dentes anteriores e que

    segundo os pais essa idade o ideal para se iniciar um tratamento ortodntico.

    Tambm foi encontrado que os pais achavam que a aparncia dental estava

    boa (59%) e a funo boa ou super boa em 53%. O estudo indicou que em um

    sistema de atendimento odontolgico, com visita regular das crianas, e a

    conscientizao dos pais sobre os problemas ortodnticos, os mesmos aceitam

    mais de modo consciente sobre a avaliao da necessidade de tratamento do

    ortodontista e parecem aceitar mais o conceito sobre o tratamento precoce.

    LIVIERATOS; JOHNSTON34 (1995) compararam diferenas entre casos

    de extrao em uma e duas fases tratamento da Classe II. Da amostra total de

    96 pacientes, com idade entre 7 a 14 anos, foram selecionados 72 pacientes, e

    com aplicao do critrio de seleo: 19 pacientes (8 tratados em uma fase, e

    11 em duas fases) tiveram seu plano de tratamento alterado com extrao de

    pr-molares ou indicados a cirurgia, 28 tratados com uma fase e 25 em duas

    fases. Os pacientes apresentavam Classe II diviso 1, sendo que os que

  • Reviso da Literatura 23

    receberam tratamento em uma fase foram tratados pela tcnica de Edgewise, e

    os de duas fases foram tratados com aparelho funcional Bionator seguido da

    tcnica Edgewise. Para efeitos de comparao, foram realizadas tomadas

    radiogrficas, em normal lateral, para verificar as mudanas por meio de

    anlise cefalomtrica. As diferenas estatsticas foram obtidas por meio de

    comparao entre incio do tratamento com o final do tratamento e mudanas

    entre tratamento de uma fase com duas fases. No estudo foi observado que,

    apesar de ser dividido em grupos o resultado foi semelhante, o grupo que

    recebeu tratamento em duas fases teve melhor correo da relao molar, teve

    seu tratamento 1 ano e meio mais longo.

    YANG; KIYAK59 (1998) enviaram 335 questionrios para avaliar a

    opinio de ortodontistas americanos sobre 41 diferentes tipos de ms ocluses,

    sobre qual melhor poca para se iniciar o tratamento e quais os fatores que

    impediriam a realizao do tratamento precoce. No total houve um retorno de

    137 (41%) questionrios, dos quais envolveram profissionais de 3 a 52 anos

    com formao ortodntica. Na amostragem, 19% eram do sexo feminino. Entre

    as respostas, verificaram que 59% dos casos preferem tratar a deficincia

    mandibular durante a dentadura mista tardia. E em relao ao motivo que

    impediria o tratamento precoce se destacaram o comportamento da criana

    (98%), problemas de uso do aparelho (96%), higiene bucal fraca (94%),

    objeo ao uso do aparelho pela criana (90%), problemas financeiros dos

    responsveis (76%) e complicaes mdicas (75%).

    DUGONI; LEE22 (1995) relatam que a meta tratamento de uma fase

    eliminar ou minimizar a necessidade de um tratamento na segunda fase. Se

    uma segunda fase for necessria, a durao do tratamento ser menor e a

    mecnica do tratamento ficaria limitada a corrigir desordens oclusais

    DUGONI21 (1998) relata que, um paciente com discrepncia do ngulo

    ANB, apinhamento dos incisivos inferiores e sobressalincia de 12 mm,

    considerado um timo candidato a iniciar a iniciar o tratamento na fase 1, para

    que haja um reduo de problemas na fase 2. Ainda relata que este tipo de

    tratamento aproveita melhor a poca de crescimento entre 7 a 9 anos de idade,

    dependendo da erupo dos primeiros molares, incisivos e da severidade da

  • Reviso da Literatura 24

    m ocluso. E conclui que a chave de sucesso do tratamento na fase 1 iniciar

    o tratamento precocemente, e, que pacientes com idade mais jovem so mais

    colaboradores que os adolescentes.

    GHAFARI24 (1998) realizaram um estudo comparativo entre o aparelho

    extra bucal e o aparelho funcional de Frankel no tratamento precoce da m

    ocluso de Classe II. No estudo participaram da amostra 84 pacientes com

    idade cronolgica entre 7 anos e 2 meses a 13 anos e 4 meses, e, a idade

    esqueltica foi determinada pelo exame de GREULICH; PYLE27, com idade

    esqueltica entre 5 anos e 9 meses a 13 anos e 9 meses. A idade esqueltica

    foi usada para dividir em 2 grupos; idade mais precoce (para meninos < 10,5

    anos e meninas < 10 anos) e idade mais tardia ( 10 para meninas e 10,5

    anos para meninos. O severidade da m ocluso foi definida pelo ngulo ANB

    (4,5 a 6,5). De acordo com a severidade, as crianas foram distribudas em

    41 com uso do extra bucal e 43 com uso do aparelho funcional Frankel tipo II.

    Concluiu que tanto o extra bucal, como o aparelho de Frankel foram eficientes

    na correo da Classe II. Em mdia o extra bucal teve efeito de distalizao da

    maxila e nos molares superiores, e, sem efeito nos incisivos superiores,

    enquanto que o aparelho de Frankel restringiu o crescimento maxilar,

    lingualizao dos incisivos superiores, vestibularizao dos incisivos inferiores.

    Os efeitos de ambos os aparelhos foram semelhantes no comprimento da

    mandbula. Neste estudo foi achado um aumento da distncia intercanino

    maxilar com uso do extra bucal e aumento da distncia intermolar maxilar com

    o uso do aparelho de Frankel. O tratamento em idade mais tardia se mostrou

    mais eficiente com as que apresentavam idade mais precoce e tambm por

    reduzir o tratamento em uma fase.

    KEELING et al.29 (1998) verificaram os efeitos do aparelho extra bucal e

    do aparelho funcional Bionator em pacientes que apresentavam m ocluso de

    Classe II. A amostra foi composta de 81 pacientes como grupo controle, 78

    como grupo utilizando Bionator e 90 utilizando aparelho extra bucal. Aps a

    seleo dos critrios de incluso e excluso os grupos foram divididos em trs:

    tratamento precoce da Classe II, fase de conteno/sem conteno e fase de

    acompanhamento. Concluram que tanto o Bionator como o aparelho extra

  • Reviso da Literatura 25

    bucal no tiveram efeito de restringir o crescimento maxilar nas crianas entre

    9 a 10 anos e os dois permitiram um crescimento anterior da mandbula. Foi

    encontrado que nessa faixa etria as alteraes esquelticas foram bastante

    estveis.

    BECKWITH et al.5 (1999) avaliaram os fatores que poderiam afetar no

    tempo de tratamento ortodntico, numa amostra obtida de cinco clnicas

    totalizando 16 adultos e 124 crianas sendo que 90 eram do sexo feminino e

    50 do sexo masculino. Foram verificadas a relao molar, quantos casos de

    extrao/sem extrao, se foram tratados em uma fase ou duas fases, se

    usavam aparelhos metlicos ou cermicos, se usaram fios NiTi, elsticos

    intermaxilares ou aparelho extra bucal. Mais da metade da variao em relao

    ao tempo de tratamento pode ser explicado por seis variveis, sendo que trs

    relacionados com a cooperao do paciente e dois devido ao tipo de

    tratamento em cada clnica. Falta a consulta, perda de braquetes e bandas,

    higiene bucal ruim, so fatores ligados a cooperao do pacientes que

    aumentam o tempo de tratamento. Pacientes tratados em mais de uma fase

    tiveram seu tempo de tratamento maior. O uso do aparelho extra bucal tambm

    foi associado em um tempo de tratamento maior.

    AL YAMI; KUIJPERS-JAGTMAN; VAN 'T HOF1 (1999) avaliaram a

    estabilidade ps 10 anos de tratamento, por meio do ndice PAR. A amostra foi

    obtida da Universidade Nijmegen do Departamento de Ortodontia e Biologia

    Oral. Foi obtida uma amostra total de 2368 pacientes, das quais foram

    selecionados 1016 (447 do sexo masculino e 569 do sexo feminino) para o

    estudo. Para a anlise foram avaliados 2 anos (T2), 5 anos (T5) e 10 anos

    (10T) ps conteno. Sendo que no T2 (n=781 sendo 357 do sexo masculino e

    424 do sexo feminino) a idade mdia foi de 18,7 anos, em T5 (n= 821, 370 do

    sexo masculino e 451 do sexo feminino) foi de 21,8 anos e em T10 (n=564, 239

    do sexo masculino e 325 do sexo feminino) foi de 26,3 anos. A amostra foi

    submetida anlise pelo ndice PAR. Concluram que 67% dos pacientes

    tratados mantiveram o resultado por 10 anos. Metade dos pacientes tiveram

    algum tipo de recidivas aps 2 anos ps conteno. Todas as caractersticas

    oclusais mantiveram se estveis ps 5 anos de conteno com exceo do

  • Reviso da Literatura 26

    contato anterior que aumentou em relao ao incio do tratamento. O resultado

    deste estudo mostra que os ortodontistas devem ser mais claros e realistas em

    relao perspectiva do paciente e limitaes do tratamento.

    VON BREMEN; PANCHERZ53 (2002) verificaram a eficincia do

    tratamento precoce ou tardio da Classe II diviso 1 tanto na dentadura mista ou

    permanente. A amostra foi selecionada do arquivo da Universidade de Giessen

    do Departamento de Ortodontia da Alemanha. Foi dividida de acordo com o

    estgio dental: incio da dentadura mista (DS2 com os incisivos permanentes

    completamente erupcionados e com ndice PAR=26) com 54 pacientes,

    dentadura mista tardia (DS3, caninos e pr-molares em erupo com PAR=29)

    com 104 pacientes e na dentio permanente (DS4, com caninos e pr-

    molares totalmente erupcionados com PAR=32) com 46 pacientes. A idade

    variou de 5 a 36 anos e com sobressalincia maior que 4 milmetros. O pr e

    ps tratamento foi analisado pelo ndice PAR. Durante a fase ativa do

    tratamento foram utilizados 4 tipos de aparelhos: 1-Aparelho funcional; 2-

    Aparelho funcional mais braquetes; 3-Herbst juntamente com braquetes e 4-

    Somente braquetes. A mdia de durao do tratamento foi de 37 meses, sendo

    que pacientes na fase DS2 duraram 57 meses, na fase DS3 durou 33 meses e

    na fase DS4 levou 21 meses. No total da amostra (n=204) o ndice PAR

    reduziu para 73%, sendo que pacientes na fase DS2 reduziram o ndice PAR

    para 64%, DS3 para 73% e DS4 para 77%. Pacientes que utilizaram

    aparelhagem fixa (Herbst mais braquetes) houve reduo do ndice PAR para

    77%, somente aparelho funcional para 60% e a combinao dos aparelhos

    reduziu para 71%. Os autores concluram que a melhor poca de tratamento

    na fase de dentio permanente. Os aparelhos fixos foram mais eficientes em

    relao aos funcionais removveis. O tratamento foi mais estvel quando

    tratados na dentio permanente em relao a dentadura mista.

    GLEISER25 (2001), realizou um levantamento, sobre a poca ideal para

    se iniciar o tratamento ortodntico em pacientes entre ortodontistas e

    odontopediatras do estado do Rio de Janeiro. Foi enviado um total de 1388

    questionrios dos quais 323 retornaram, sendo que 41% eram odontopediatras,

    44,5% eram ortodontistas e 14,5% possuam ambas as especialidades.

  • Reviso da Literatura 27

    Verificaram que 40% dos pacientes estavam na primeira fase de tratamento,

    sendo que a idade que estavam sendo tratados era entre 10 a 12 anos para os

    meninos e de 8 a 10 anos para as meninas.

    RUF; PANCHERZ47 (2003), relataram que uma das metas da ortopedia

    eliminar a discrepncia de bases sseas estimulando o crescimento

    mandibular para correo da m ocluso da Classe II. No trabalho, os autores

    discutem sobre a poca ideal para se iniciar o tratamento com o aparelho de

    Herbst por meio de uma reviso sistemtica de13 artigos, relacionados ao

    crescimento mandibular e sua estabilidade na correo da m ocluso de

    Classe II. Os autores concluem que: o aparelho Herbst pode ser utilizado na

    dentadura mista ou ps pico de crescimento de maturao ssea.

    Os autores TULLOCH; PROFFIT; PHILLIPS52 (2004) verificaram se h

    diferenas esquelticas e dentais ao final do tratamento da segunda fase, o

    tempo de tratamento deste pacientes, e a proporo que estes esto

    recebendo tratamento ou recomendados a um tratamento mais complexo. Para

    tal foram selecionados uma amostra aleatria de crianas tratadas na

    Universidade de Carolina do Norte, tratados de 1991 a 2001. A amostra foi

    dividida em: pacientes tratados com tratamento precoce na dentadura mista,

    antes da adolescncia; durante a segunda fase de tratamento, na dentio

    permanente, e, a outra durante a adolescncia, no surto de crescimento, e com

    o incio da dentio permanente. Sendo que como critrio, os pacientes

    deveriam apresentar um sobressalincia igual ou acima de 7 milmetros.

    Concluram que o tratamento precoce no pode ser considerado como mais

    eficiente na maioria das ms ocluses de Classe II, a deciso do tratamento

    precoce deve ser de acordo com a indicao na criana, tratamento precoce s

    se justifica se trouxer benefcios extras ao paciente, dentre os quais pode ser

    citado, o stress psicolgico ou por convenincia do prprio paciente.

    Os autores DOLCE et al.20 (2005) fizeram uma anlise centrogrfica

    comparativa entre tratamento de uma fase com a de duas fases na m ocluso

    de Classe II. Para tal participaram da amostra 200 pacientes, sendo que foram

    divididos em 66 tratados com Bionator, 69 com extra bucal Biteplane e 65 como

    grupo controle. O grupo Bionator ou extra bucal com Biteplane no mostraram

  • Reviso da Literatura 28

    diferenas durante ao tratamento ou na fase de conteno. A anlise consistiu

    em localizar os pontos cefalomtricos: ponto Bsio (Ba), ponto Sela (S), ponto

    Nsio (N), A-point (A-pt) e B-point (B-pt), ponto Gntio (Gn), ponto M (M). Para

    que se pudesse desenhar os tringulos e determinar os seguintes centrides:

    centride do crnio (CC) representado pelo tringulo Ba-S-N, centride maxilar

    (UC) representado pelo tringulo Ba-N-A-pt, centride mandibular pelo

    tringulo Ba-Gn-M e do centride facial (FC) representado pelo tringulo Ba-S-

    Gn. Os tringulos foram traados para que fossem obtidas as respectivas

    reas. Depois de obtidas os respectivos centrides, foram divididos de acordo

    com o plano vertical ou horizontal. No plano horizontal a mandbula e a maxila

    foram classificadas em retrognata, prognata e posio neutra de acordo com a

    posio do ponto centride. No plano vertical foi classificado em deficiente,

    excesso ou neutro baseado na posio vertical do ponto FC at a linha Ba-A-pt

    formada. Os grupos no apresentavam diferenas significantes quanto idade,

    sexo ou severidade da relao molar. Houve

    diferenas nos 3 grupos em relao ao final da

    fase um, e, que o grupo Bionator foi observado

    maior rea do tringulo, porm ao final do da

    fase 2 no houve diferenas significativas.

    Figura 2.1: CC - Centride do Crnio, rea

    formada pelo tringulo Ba-S-N; UC - Centride

    Maxilar, rea formada pelo tringulo Ba-N-A-pt; LC - Centride Mandibular,

    rea formada pelo tringulo Ba-Gn-M (Interseco das linhas A-pt-Ba com Gn-

    N); FC - Centride Facial, rea formada pelo tringulo Ba-S-Gn.

    CANADO10 (2005) realizou um trabalho comparativo dos resultados

    oclusais e a eficincia dos protocolos de tratamento de uma ou duas fases da

    m coluso de Classe II, diviso 1. Foram tratados 139 pacientes, divididos em

    dois grupos: grupo 1 - 78 pacientes tratados em uma fase, com idade mdia

    inicial de 12,51 anos e final com 14,68 anos; e o grupo 2 - 61 pacientes com

    idade mdia inicial de 11,21 anos e final de 14,7 anos. Foram utilizados

    cefalometrias em norma lateral para avaliar a compatibilidade cefalomtrica

  • Reviso da Literatura 29

    entre grupos. Os resultados oclusais foram avaliados em modelos em gesso

    dos pacientes nas fases inicial e final utilizando o ndice PAR (Peer

    Assessment Rating - verifica a qualidade do tratamento) e IPT (ndice de

    Prioridade de Tratamento). O autor conclui que no houve diferenas nos

    resultados oclusais, porm verificou um menor tempo de tratamento em uma

    fase, comprovando uma maior eficincia deste tipo de tratamento.

    PAVLOW et al.43(2008) verificaram se existe relao entre tratamento

    precoce da m ocluso de Classe II com a estabilidade. Para o estudo foi

    utilizado o ndice PAR para comparar as mudanas da fase 1 e fase 2 do

    tratamento. Os grupos foram separados em: 1-como grupo do tratamento

    precoce com uso do Bionator (n=67), grupo AEB (n=72) e grupo controle

    (n=60). A fase 2 foi separada e considerada como continuao do tratamento

    do grupo Bionator (n=58), grupo AEB (n=58) e somente acompanhamento do

    grupo controle (n=57). Na fase 2 foi observado que do grupo do Bionator, 48%

    apresentaram com relao molar severa, 26% moderada e 26% baixa, e, no

    perodo de conteno foi distribudo da seguinte forma, 14% sem nenhum tipo

    de aparelho, 19% com aparelho removvel e 67% aparelho removvel e fixo; no

    grupo AEB, 41% apresentaram com relao molar severo, 28% moderado e

    31% baixo e na fase conteno, 16% sem nenhum tipo de aparelho, 22% com

    aparelho removvel e 62% com aparelho fixo e removvel; e no grupo controle,

    49% com relao molar severo, 25% moderado e 26% baixo, em relao a

    conteno, 2% no utilizaram nada 26% com aparelho removvel e 72%

    removvel e fixo. O tratamento precoce teve impacto positivo com a reduo do

    ndice PAR, sugerindo benefcio do tratamento, porm clinicamente no

    significante.

    SILVA FILHO50 et al. (2009) realizaram o trabalho sobre o crescimento

    facial espontneo de crianas com m ocluso de Classe II, Padro II, por meio

    de um estudo cefalomtrico longitudinal. A amostra foi composta por 40

    crianas (20 do sexo masculino e 20 do feminino), com faixa etria entre 6 a 14

    anos de idade. Para avaliar as bases apicais, dos incisivos e do tecido mole,

    foram mensuradas: SN.Ba, SNA, SNB, SND, SN.Pog, ANB, NAP, SN.PP,

    SN.GoGn, SN.Gn, Ar.Go.Gn, 1.PP, 1.NA, 1.SN, IMPA e ANL. A mandbula se

  • Reviso da Literatura 30

    deslocou pra frente, com tendncia de rotao no sentido anti-horrio e com

    consequente reduo nos ngulos de convexidade facial. No entanto, as

    oscilaes quantitativas nas grandezas cefalomtricas no foram suficientes

    para mudar a morfologia dentofacial ao longo do perodo de acompanhamento.

    Os autores concluram que a morfologia da face definida precocemente e

    mantida conforme a gentica na determinao do arcabouo esqueltico.

    2.3 Tratamento da m ocluso de Classe II em uma fase

    WEILAND; BANTLEON54 (1995) verificaram o efeito do aparelho Jasper

    Jumper em 17 pacientes em fase de crescimento. Os pacientes apresentavam

    m ocluso de Classe II diviso 1, sendo 10 do sexo masculino e 7 do sexo

    feminino com idade mdia de 11 anos e 4 meses. Todos os molares foram

    bandados, colados os braquetes, e, foi instalado o fio 0.017"x 0.025" de ao,

    juntamente com uma barra transpalatina, e, um arco lingual em fio 0,9

    milmetros (mm) em ao. A instalao do Jasper Jumper foi de acordo com as

    recomendaes do fabricante, sendo que trocados a cada 3 meses. O aparelho

    foi usado em mdia 6 meses. Para o estudo foi utilizado a telerradiografia para

    verificar as mudanas promovidas pelo aparelho. As mudanas que ocorreram

    ficaram restringidas nvel de maxila (SNA: - 0.8) as mudanas

    dentoalveolares foram mais evidentes: retro inclinao dos incisivos superiores

    de -5,8, com posio mais retruda dos mesmos (2,4mm) e distalizao dos

    molares de 1,4 mm, em relao a mandbula o ngulo SNB houve um

    acrscimo de 1,2, com movimentao do ponto Pognio (Pg) de 2,1 mm e

    movimentao dos cndilos para frente em 1,7mm, aparentando um ganho de

    tamanho mandibular. Os Incisivos inferiores e molares inferiores

    movimentaram-se 0,8 mm para frente respectivamente, com plano oclusal

    girando no sentido horrio em 3,2. Em mdia a correo do sobressalincia foi

    devido a 62% por movimentao dental (46% maxila e 16% mandbula) e 38%

    esqueletal (-2% maxila e 40% mandbula).

  • Reviso da Literatura 31

    COURTNEY; HARKNESS; HERBISON15 (1996) estudaram as

    mudanas que ocorrem na maxila e na base do crnio aps tratamento com

    aparelho ativador de Havord e Frankel. O acompanhamento foi realizado por

    meio de telerradiografias, no incio do tratamento, no meio e outro ao final de

    18 meses. A amostra continha 42 pacientes de 10 a 13 anos com m ocluso

    de Classe II diviso 1, sendo que a amostra foi dividida aleatoriamente em 3

    grupos: grupo controle, grupo Havord e grupo Frankel. Concluram que aps 18

    meses as mudanas ocorreram a nvel dental em ambos os aparelhos. Maior

    aumento da altura facial anterior e reduo significativa do sobremordida com

    uso do ativador de Havord, em comparao ao grupo do Frankel houve maior

    abertura de mordida. A sobressalincia foi melhor reduzida no aparelho de

    Havord em relao ao Frankel. Houve mudanas no posicionamento do Bsio

    no grupo que utilizou o Frankel.

    LAI; MCNAMARA33 (1998) estudaram os efeitos do aparelho Herbst nas

    estruturas esquelticas e dentais que ocorrem durante duas fases de

    tratamento, dando nfase no impacto do ps-tratamento com Herbst em

    relao ao crescimento mandibular, controle vertical e movimentos dento-

    alveolares. O critrio de seleo da amostra foi: pacientes portadores da m

    ocluso de Classe II diviso 1, sendo que estes foram tratados com Herbst com

    splint acrlico. Foram feitas tomadas radiogrficas antes, imediatamente aps

    Herbst e ps remoo do aparelho fixo. A amostra constitua de 135 pacientes,

    sendo que estes foram novamente selecionados restando 40 pacientes, sendo

    20 do sexo masculino (11,8 a 15,8 anos) e 20 do sexo feminino (11,2 a 13,8

    anos), e, foi comparada com grupo de controle (n=83) da amostra da

    Universidade Michigan (UMGS). Foi feito tomadas radiogrficas em 3 tempos,

    pr-tratamento, aps remoo do Herbst e ps remoo do aparelho fixo. Os

    autores concluram que: houve uma acelerao no crescimento da mandbula

    durante o uso do Herbst e uma desacelerao durante o uso do aparelho fixo

    Edgewise, e que a mandbula era significantemente maior que o grupo

    controle. No foi observado diferena significativa no tero mdio inferior da

    face e no plano mandibular em relao ps remoo do Herbst ou ps segunda

    fase de tratamento. A correo da Classe II tambm foi pelo movimento distal

    do primeiro molar superior e mesializao dos molares inferiores e incisivos. As

  • Reviso da Literatura 32

    mudanas esquelticas contriburam 55% na correo da relao molar com

    uso do Herbst e ao final do tratamento da fase dois significou uma mudana de

    80%.

    FRANCHI; BACCETTI; MCNAMARA JR23 (1999) realizaram um estudo

    para verificar as mudanas esquelticas e dentoalveolares com o uso aparelho

    de Herbst com splint em acrlico. Aps o uso do Herbst, os pacientes foram

    tratados com braquetes pela tcnica Edgewise. A amostra foi constituda de 55

    pacientes (27 do sexo feminino e 28 do sexo masculino) com idade inicial (T1)

    de 12 anos e 10 meses, aps remoo do Herbst (T2) com idade mdia de 13

    anos de 10 meses e no perodo de conteno (T3) com idade mdia de 15

    anos e 2 meses, e um grupo controle (n=33) com idades semelhantes aos

    grupos T1,T2 e T3. Os grupos apresentavam homogeneidade quanto ao

    estgio de maturao ssea. Foi utilizada a anlise cefalomtrica modificada

    por Pancherz's. Concluram que o aparelho de Herbst foi eficaz na correo da

    m ocluso. Os efeitos esquelticos promovidos foram pela mudana de

    posio sagital da mandbula e pela sua dimenso (comprimento do ramo e

    corpo da mandbula). Um importante componente que diminuiu a

    sobressalincia foi a mesializao dos molares inferiores. As recidivas que

    ocorreram no perodo de ps-tratamento foram devido a mesializao dos

    molares superiores.

    CHUNG; WONG12 (2002) realizaram um estudo de acompanhamento de

    85 pacientes (45 do sexo masculino e 40 do feminino) com m ocluso de

    Classe II no tratados. O critrio de seleo foi: possuir telerradiografia em

    norma lateral tomadas entre 8 e 18 anos, Classe II esqueltica com ngulo

    ANB > 4,idade esqueltica determinada, por meio de radiografias de mo e

    punho, e, sem histrico de tratamento ortodntico. Os grupos foram divididos

    de acordo com: o ngulo formado plano mandibular (MP) e a linha SN, onde

    era baixo quando < 27, mdio entre 27e 36 e alto quando > 36; e a idade,

    sendo que a mdia de idade no primeiro traado (T1) e foi de 9,09 anos (sexo

    masculino) e 9,03 anos (sexo feminino), no segundo traado (T2) foi de 17,49

    anos e 17,30 anos respectivamente. Concluram que houve diferenas

    significantes entre o ngulo baixo e alto entre os sexos em relao ao SNA,

  • Reviso da Literatura 33

    SNB, ANB, convexidade, corpo da mandbula, PP-SN (plano palatal), PFH

    (altura facial posterior), PFH (altura facial posterior): AFH (altura facial anterior)

    ngulo Gonaco, altura do ramo, PCB (posterior cranial base), eixo Y e no

    ngulo de inclinao dos incisivos. O ngulo SNA aumentaram entre 9 e 18

    anos. O ponto B cresceu para frente mais que o ponto A em todos os grupos

    (diminuindo o ngulo ANB). Em Geral a Classe II esqueltica tendeu a

    melhorar com o avanar da idade. Quanto menor o ngulo MP-SN menor a

    convexidade facial. O ngulo MP-SN diminuiu em todos os grupos. Todos os

    grupos apresentaram rotao da mandbula, os que apresentavam ngulo

    menor tiveram a rotao mais acentuada. Os incisivos se mostraram mais

    retroinclinados nos grupos que apresentavam ngulo MP-SN menor e mais

    vestibularizados nos grupo com ngulo maior. As alteraes angulares foram

    semelhantes em ambos os sexos, porm nas medidas lineares mostrou

    diferenas significantes entre os grupos com ngulo MP-SN maior.

    BENDEUS; HAGG; RABIE6 (2002) realizaram um trabalho de

    acompanhamento nas mudanas que ocorrem no crescimento com o uso do

    aparelho ativador utilizado em conjunto com o aparelho extra bucal. A amostra

    continha 20 pacientes do sexo masculino. Para o estudo foram tomadas

    telerradiografias para acompanhar e avaliar os casos. As tomadas radiogrficas

    aconteceram em: 6 meses antes de iniciar o tratamento (T0), no incio do

    tratamento (T1), 6 meses aps o inicio do tratamento (T2), 12 meses aps o

    incio do tratamento (T3) e 24 meses aps o tratamento (T4). A mdia de idade

    em T0= 11,3 anos, T1=11,7 anos, T2=12,2 anos, T3=12,7 anos e em T4=14,7

    anos. Concluram que houve pequenas alteraes esquelticas favorveis

    durante o crescimento. A ao do aparelho foi limitada em conter o crescimento

    maxilar. O efeito vertical do aparelho restringiu a erupo dos molares e

    incisivos superiores, em geral essas mudanas foram favorveis.

    BASCIFTCI et al.4 (2003) realizaram um estudo para verificar os efeitos

    esquelticos produzidos pelo aparelho ativador. No estudo foi utilizada uma

    amostra de 70 pacientes, sendo que foi dividido em grupo controle com 20

    pacientes com ANB>4 e sobressalincia >7 mm (10 do sexo masculino e 10 do

    sexo feminino) com idade variando entre 11,6 a 13,6 anos e 50 do grupo de

  • Reviso da Literatura 34

    tratamento com ANB>4 e sobressalincia > 5 mm, sendo 26 do sexo masculino

    e 24 do sexo feminino com idade variando entre 11,4 a 13,6 anos. O ativador

    era usado 18 horas ao dia. A radiografia final foi tomada aps uma mdia de

    16,4 meses, sendo que foram traadas e analisadas pele programa JOE 5.0 da

    Rocky Mountain. Concluram que o aparelho ativador foi capaz de transformar

    a relao molar de Classe II em Classe I. No foi verificada diferena na maxila

    entre os grupos. Em relao ao crescimento mandibular, o aparelho teve

    influncia no comprimento do corpo e no ramo mandibular. A sobressalincia

    diminuiu devido s mudanas mandibulares e dentoalveolares. Em relao a

    estabilidade, os resultados devem ser avaliados a longo prazo.

    CIGER; AKSU; GERME13 (2005) estudaram por meio da cefalometria e

    modelos de estudo as mudanas que ocorrem em paciente com m ocluso de

    Classe II em que no houve extrao dental. A amostra continha 18 pacientes

    com idade inicial de 11,9 anos com tratamento mdio de 2,8 anos. O

    acompanhamento foi feito por meio de telerradiografias obtidas antes, depois

    do tratamento e no perodo de ps conteno. Os pacientes foram tratados por

    meio de AEB com trao cervical, elsticos Classe II e braquetes pela tcnica

    Edgewise. A meta do tratamento era de conseguir relao molar e canino de

    Classe I, sobressalincia e sobremordida normal e um bom alinhamento e

    intercuspidao dental para todos os pacientes. A placa de Hawley foi utilizada

    no perodo de conteno. Concluram que houve uma diminuio da distncia

    intercanino na mandbula e um aumento do ndice de irregularidade no perodo

    ps conteno. As mudanas esquelticas da maxila se mostraram mais

    estveis no perodo ps conteno, e que por isso as mudanas que ocorreram

    nesse perodo se devem a mudanas esquelticas mandibulares. Para

    resultados mais estveis deveria se considerar uso de contensores fixos por

    um perodo mais longo.

    PROFFIT46 (2006) afirmou que para considerar o perodo ideal para se

    iniciar o tratamento ortodntico tem que se observar dois aspectos: eficincia e

    o custo benefcio do tratamento. A modificao do crescimento mais efetiva

    quando acompanha o surto, e, termina no pico de crescimento. O tempo de

    tratamento tem que ser ajustado, pois as modificaes dentais e esquelticas

  • Reviso da Literatura 35

    no andam em sincronia. A segunda fase de tratamento geralmente

    necessria quando se inicia o tratamento na dentadura mista, j que os

    permanentes no erupcionam se os decduos ainda estiverem presentes.

    MARQUES et al.36 (2008) avaliaram os efeitos ortodnticos em

    indivduos Classe II diviso 1 com sobremordida severa, Foram selecionados

    70 pacientes, sendo 35 do sexo masculino e 35 do feminino, com idade inicial

    de 11,6 anos e 14,9 anos no ps-tratamento. O estudo foi realizado por meio

    de telerradiografia, em norma lateral, todos foram tratados com aparelho fixo

    Edgewise associado ao aparelho extra bucal de Kloehn. O aparelho foi utilizado

    durante o perodo de surto de crescimento. Aps nova seleo estes indivduos

    foram divididos em pacientes com extrao de 4 pr-molares (n=30) e sem

    extrao (n=40). O aparelho extra bucal foi utilizado por 14h/dia, e foi utilizado

    elsticos Classe II para finalizao dos casos. Concluram que, casos tratados

    com 4 extraes mostraram melhora no prognatismo maxilar, porm no

    influenciaram no resultado final com a correo do sobremordida. A correo

    que ocorreu no teve influncia significativa no ngulo do plano mandibular. A

    correo se deu pela intruso dos incisivos superiores e inferiores, crescimento

    mandibular e dentoalveolar.

  • Proposio

  • 37

    3 PROPOSIO

    Este estudo se props a verificar a percepo de ortodontistas quanto

    poca ideal para o tratamento ortodntico da m ocluso de Classe II de Angle,

    avaliar a eficincia deste tipo de tratamento em uma ou duas fases e identificar

    os diversos mtodos de tratamento utilizados.

  • Material e Mtodos

  • 39

    4 MATERIAL E MTODOS

    4.1 Amostra

    A presente pesquisa foi aprovada pelos critrios ticos do Comit de

    tica em Pesquisa da Universidade Metodista de So Paulo, sobre o protocolo

    301570-09. Trata-se de um estudo prospectivo transversal utilizando

    questionrio com questes abertas, semi abertas e fechadas aplicadas a

    ortodontistas brasileiros. O universo pesquisado foi composto por cirurgies

    dentistas, que possussem no mnimo titulao de especialista em Ortodontia.

    A amostra foi composta de 1653 e-mails fornecidos pelos cursos de

    Ortodontia e pelo site da ABOR (Associao Brasileira de Ortodontia e

    Ortopedia Facial). O acesso ao site se deu no dia 2 de setembro de 2010.

    4.2 Coleta de dados

    O questionrio constou de dados do profissional, como idade, sexo, local

    de concluso do curso de ps-graduao, formao ortodntica

    (especializao, mestrado e doutorado), ano de concluso do curso da ltima

    titulao e tempo de atuao na Ortodontia (Quadro 1).

    A segunda parte do questionrio era pertinente a poca em que o

    profissional tratava seus pacientes portadores da m ocluso de Classe II. As

    perguntas fechadas arguiam sobre: qual estgio de desenvolvimento da

    dentio o profissional preferiria tratar, sendo que as escolhas seriam: no

    realiza tratamento; realiza tratamento na dentio decdua entre 4 a 6 anos,

    realiza tratamento na dentadura mista precoce, onde h a presena do

    incisivos e primeiros molares permanentes; se realiza tratamento na dentadura

    mista tardia, antes da esfoliao do segundo molar decduo; se realiza

    tratamento na dentio permanente, e, por ltimo, se realiza tratamento na

    dentio adulta pacientes maiores que 16 anos. Tambm foi questionado se

    o profissional verifica benefcio no tratamento precoce para reduo de

    exodontia dos pr-molares na segunda fase; se o tratamento precoce reduz o

  • 40

    tempo de tratamento na segunda fase; se este tratamento em duas fases

    aumenta a estabilidade do alinhamento dos incisivos inferiores; se o

    profissional considera os pacientes abaixo de 10 anos mais colaboradores em

    relao aos adolescentes; e, se na opinio do profissional, a primeira fase de

    tratamento influencia na segunda fase de tratamento.

    As questes de cunho aberto foram sobre a idade e sexo predominante

    por procura do tratamento da Classe II de Angle no consultrio e/ou clnica; e,

    qual a proporo de casos tratados na primeira fase e os aparelhos mais

    utilizados para o tratamento da Classe II.

    Em relao pergunta semi aberta, foi averiguado, sob quais condies

    o tratamento precoce no seria possvel de ser realizado como por exemplo:

    falta de colaborao no uso de aparelhos; higiene bucal ruim; dificuldades

    financeiras dos responsveis ou outros; e um espao livre para verificar quais

    os outros motivos que levariam o impedimento do tratamento.

  • 41

    Quadro 1 - Modelo de questionrio aplicado a profissionais quanto ao tratamento da

    m ocluso de Classe II.

    Dados do profissional

    Idade: _______________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

    Local de concluso do curso ps-graduao: _________________________

    Formao ortodntica: ( ) especializao; ( ) mestrado; ( ) doutorado.

    Ano de concluso do curso da ltima titulao: _____Tempo de atuao na ortodontia:_______

    Perguntas referentes poca em que voc inicia o tratamento ortodntico em sua clnica e/ou consultrio para os pacientes Classe II de Angle.

    Quanto ao tratamento, qual estgio de desenvolvimento da dentio voc prefere tratar? ( ) nenhum tratamento; ( ) dentio decdua (4-6 anos); ( ) dentadura mista precoce (incisivos e primeiros molares presentes); ( ) dentadura mista tardia (antes da esfoliao do segundo molar decduo); ( ) dentio permanente; ( ) dentio adulta (> 16 anos). Qual a idade predominante de procura por tratamento da classe II de Angle em seu consultrio e/ou clnica? ___________________________________________________________________________ Qual o sexo predominante de procura de tratamento da classe II de Angle em seu consultrio e/ou clnica? ___________________________________________________________________________ Em sua opinio, existe beneficio no tratamento precoce na reduo da necessidade de exodontia dos pr molares? ( ) sim ( ) no O tratamento precoce reduz o tempo de tratamento na 2 fase? ( ) sim ( ) no Este tipo de tratamento aumenta a estabilidade do alinhamento dos incisivos inferiores? ( ) sim ( ) no Voc considera os pacientes abaixo de 10 anos mais colaboradores em relao aos adolescentes? ( ) sim ( ) no Em sua opinio, a 1 fase de tratamento influencia a 2 fase? ( ) sim ( ) no Em sua clnica ou consultrio, qual a proporo de casos tratados na 1 fase? ___________________________________________________________________________ Quais os tipos de aparelhos mais utilizados por voc para a correo da Classe II de Angle?_____________________________________________________________________ Para voc, quais as condies que impediriam o tratamento precoce? ( ) falta de colaborao no uso de aparelhos; ( ) higiene bucal ruim; ( ) dificuldades financeiras dos responsveis; ( ) outra_______________________________________________________

  • 42

    4.3 Mtodos

    O instrumento de anlise utilizado foi um questionrio composto por

    questes fechadas, abertas e semi-abertas para tornar possvel a

    multiplicidade de informaes. Para validao do instrumento de coleta de

    dados e a estimao do tempo gasto com seu preenchimento, foi realizado um

    teste piloto, com 15 ortodontistas, participantes ou ex-alunos do Programa de

    Ps-Graduao em Odontologia da Universidade Metodista de So Paulo, que

    no foram inclusos nesta pesquisa.

    Informaes acerca da reprodutibilidade do instrumento de coleta de

    dados foram obtidas mediante uma segunda aplicao do questionrio aos 15

    que participaram do estudo piloto, com um intervalo de uma semana entre os

    eventos. A correlao entre os dois momentos de resposta foi calculada

    utilizando-se o coeficiente de correlao de Spearman. Dos 15 participantes,

    nove (60%) responderam ao questionrio identicamente nas duas vezes. Os

    valores do coeficiente de Spearman variaram entre 0,07 e 1. De maneira geral,

    pode-se concluir que existiu uma boa correlao entre os dois momentos em

    que os profissionais responderam ao questionrio; assim, a reprodutibilidade

    deste instrumento pode ser considerada satisfatria.

    Aps o resultado do estudo piloto, os questionrios foram distribudos

    aos sujeitos da pesquisa. Para poder enviar os questionrios foi criado uma

    conta de e-mail junto ao site da Google (Gmail) no dia 5 de outubro de 2010,

    somente com a finalidade de enviar e receber os questionrios (anexado como

    arquivo em Word, verso 2003) junto com outros anexos (termo de

    consentimento livre e esclarecido e termo de responsabilidade do pesquisador -

    tambm como arquivo em Word, verso 2003).

    Foram enviados 1653 e-mails vlidos no qual se aguardou o retorno em

    at 30 dias. Aps 30 dias, foi obtido 163 questionrios (9,86%).

  • 43

    4.4 Anlise de dados

    Os dados foram tabulados com a utilizao de frequncia absoluta (n) e

    frequncia relativa (%). Para verificar a correlao entre as variveis ordinais

    foi utilizado o Coeficiente de Correlao de Spearman.

    Para verificar a associao entre variveis qualitativas nominais foi

    utilizado o teste do qui-quadrado.

    Em todos os testes foi adotado nvel de significncia de 5% (p

  • Resultados

  • Resultados 45

    5 RESULTADOS

    Um total de 163 ortodontistas responderam o questionrio. H tabelas

    onde este nmero menor - porque houve ortodontistas que deixaram de

    responder algumas questes.

    TABELA 5.1 - Distribuio da amostra quanto ao sexo.

    Sexo n %

    Masculino 95 60,13

    Feminino 63 39,87

    Total 158 100,0

    TABELA 5.2 - Distribuio da amostra quanto a faixa etria.

    Faixa etria n %

    21 a 30 anos 33 20,5

    31 a 40 anos 57 35,4

    41 a 50 anos 53 32,9

    51 a 60 anos 18 11,2

    Total 161 100,0

  • Resultados 46

    TABELA 5.3 - Distribuio da amostra quanto a formao como ortodontista.

    Formao n %

    Especializao 119 73,0

    Mestrado 54 33,1

    Doutorado 28 17,2

    TABELA 5.4 - Distribuio da amostra quanto ao tempo de atuao como ortodontista.

    Tempo atuao n %

    at 5 anos 44 27,0

    6 a 10 anos 35 21,5

    11 a 15 anos 28 17,2

    16 a 20 anos 35 21,5

    mais de 20 anos 21 12,9

    Total 163 100,0

    TABELA 5.5 - Distribuio da amostra quanto ao estgio da dentio que prefere tratar a Classe II de Angle.

    Estgio que prefere tratar

    n %

    Dent. Decdua 10 6,2

    Dent. Mista precoce 48 29,6

    Dent. Mista tardia 84 51,9

    Dent. Permanente 19 11,7

    Dent. Adulta 1 0,6

    Total 162 100,0

  • Resultados 47

    TABELA 5.6 - Distribuio da amostra quanto a idade predominante que procura tratar a Classe II de Angle.

    Idade predominante de procura por tratamento

    n %

    6 a 9 anos 42 26,9

    10 a 13 anos 74 47,4

    14 a 17 anos 22 14,1

    18 a 21 anos 13 8,3

    mais de 21 anos 5 3,2

    Total 156 100,0

    TABELA 5.7 - Distribuio da amostra quanto ao sexo predominante que procura tratar a Classe II de Angle.

    Sexo predominante n %

    Feminino 105 64,4

    Masculino 32 19,6

    Fem. e Masc. 26 16,0

    Total 163 100,0

  • Resultados 48

    TABELA 5.8 - Distribuio da amostra quanto ao benefcio do tratamento precoce na reduo da necessidade de exodontia dos pr molares.

    Benefcio no tratamento precoce

    n %

    Sim 142 87,7

    No 20 12,3

    Total 162 100,0

    TABELA 5.9 - Distribuio da amostra quanto a se o tratamento precoce reduz o tempo de tratamento na 2 fase.

    Tratamento precoce reduz tempo da 2a. fase

    n %

    Sim 142 88,2

    No 19 11,8

    Total 161 100,0

    TABELA 5.10 - Distribuio da amostra quanto a se o tratamento precoce aumenta a estabilidade do alinhamento dos incisivos inferiores.

    Aumenta estabilidade do alinhamento inferior

    n %

    Sim 94 60,6

    No 61 39,4

    Total 155 100,0

  • Resultados 49

    TABELA 5.11 - Distribuio da amostra quanto a se considera os pacientes abaixo de 10 anos mais colaboradores em relao aos adolescentes.

    Paciente abaixo de 10 anos mais colaborador

    n %

    Sim 110 70,1

    No 47 29,9

    Total 157 100,0

    TABELA 5.12 - Distribuio da amostra quanto a influncia da 1 fase de tratamento na 2 fase do tratamento.

    1a fase influencia a 2a fase

    n %

    Sim 150 92,6

    No 12 7,4

    Total 162 100,0

    TABELA 5.13 - Distribuio da amostra quanto a proporo de casos tratados na1 fase.

    Proporo de casos tratados na 1a fase

    n %

    at 25% 55 39,3

    26 a 50% 62 44,3

    51 a 75% 17 12,1

    76 a 100% 6 4,3

    Total 140 100,0

  • Resultados 50

    TABELA 5.14 - Distribuio da amostra quanto aos tipos de aparelhos utilizados no tratamento da Classe II de Angle (o profissional poderia responder com mais de 1 aparelho).

    Aparelhos que utiliza no tratamento

    n %

    AEB 80 49,1

    Bionator 54 33,1

    APM 29 17,8

    Ortopdicos 24 14,7

    Herbst 20 12,3

    Elsticos Classe II 14 8,6

    Pendulum 14 8,6

    Disjuntor 14 8,6

    Klammt 12 7,4

    Pendex 11 6,7

    Mini implantes 11 6,7

    Forsus 11 6,7

    Thurow 10 6,1

    Planas 9 5,5

    Quadrihelix 8 4,9

    Bimler 8 4,9

    AEB conjugado 8 4,9

    Ativador 8 4,9

    Distalizador de Veltri 6 3,7

    Twin-block 6 3,7

    Exodontia 4 2,5

    Jones Jig 3 1,8

    BTP 3 1,8

    AEB com IHG 2 1,2

    Cursor 2 1,2

    OCLUSO GUIDE 2 1,2

    Monobloco 2 1,2

    Aparelho fixo 2 1,2

    Jasper Jumper 2 1,2

    Wilma Simes 2 1,2

    AEB com barra lingual 2 1,2

    Outros 17 10,4

  • Resultados 51

    TABELA 5.15 - Distribuio da amostra quanto a que condies que impediriam o tratamento precoce.

    O que impede o tratamento precoce

    n %

    Falta de colaborao 131 80,4

    Higiene ruim 44 27,0

    Dificuldade financeira

    46 28,2

    TABELA 5.16 Correlao entre Tempo de Atuao e Fase da dentio que prefere tratar a Classe II de Angle.

    Tempo de atuao

    Decdua Mista

    precoce Mista tardia

    Permanente Adulta Total

    at 5 anos

    n 3 11 22 8 0 44

    % 6,82% 25,00% 50,00% 18,18% 0,00%

    6 a 10 anos

    n 0 12 16 6 1 35

    % 0,00% 34,29% 45,71% 17,14% 2,86%

    11 a 15

    anos

    n 1 6 15 5 0 27

    % 3,70% 22,22% 55,56% 18,52% 0,00%

    16 a 20

    anos

    n 4 12 19 0 0 35

    % 11,43% 34,29% 54,29% 0,00% 0,00%

    mais de 20 anos

    n 2 7 12 0 0 21

    % 9,52% 33,33% 57,14% 0,00% 0,00%

    Total 10 48 84 19 1 162

    Correlao de Spearman (r = -0,17; p = 0,027 estatisticamente significante)

    .

  • Resultados 52

    TABELA 5.17 Correlao entre Formao e Fase da dentio que prefere tratar a Classe II de Angle.

    Formao Decdua Mista

    precoce Mista tardia

    Permanente Adulta Total

    Especializao n 10 34 58 16 1

    119 % 8,40% 28,57% 48,74% 13,45% 0,84%

    Mestrado n 0 11 16 1 0

    28 % 0,00% 39,29% 57,14% 3,57% 0,00%

    Doutorado n 0 3 10 2 0

    15 % 0,00% 20,00% 66,67% 13,33% 0,00%

    Total 10 48 84 19 1 162

    Correlao de Spearman (r = 0,03; p = 0,702 estatisticamente no significante)

    TABELA 5.18 Associao entre Tempo de atuao e utilizao de AEB no tratamento da Classe II de Angle.

    Tempo de atuao No Sim Total

    at 5 anos n 23 21

    44 % 52,27% 47,73%

    6 a 10 anos n 16 19

    35 % 45,71% 54,29%

    11 a 15 anos n 13 15

    28 % 46,43% 53,57%

    16 a 20 anos n 17 18

    35 % 48,57% 51,43%

    mais de 20 anos

    n 14 7 21

    % 66,67% 33,33%

    Total 83 80 163

    2 = 2,80; p = 0,592 estatisticamente no significante

  • Resultados 53

    TABELA 5.19 Associao entre Tempo de atuao e utilizao de Bionator no tratamento da Classe II de Angle.

    Tempo de atuao No Sim Total

    at 5 anos n 27 17

    44 % 61,36% 38,64%

    6 a 10 anos n 25 10

    35 % 71,43% 28,57%

    11 a 15 anos n 17 11

    28 % 60,71% 39,29%

    16 a 20 anos n 28 7

    35 % 80,00% 20,00%

    mais de 20 anos

    n 12 9 21

    % 57,14% 42,86%

    Total 109 54 163

    2 = 5,03; p = 0,284 estatisticamente no significante TABELA 5.20 Associao entre Tempo de atuao e utilizao de APM no tratamento da Classe II de Angle.

    Tempo de atuao No Sim Total

    at 5 anos n 34 10

    44 % 77,27% 22,73%

    6 a 10 anos n 25 10

    35 % 71,43% 28,57%

    11 a 15 anos n 24 4

    28 % 85,71% 14,29%

    16 a 20 anos n 31 4

    35 % 88,57% 11,43%

    mais de 20 anos

    n 20 1 21

    % 95,24% 4,76%

    Total 134 29 163

    2 = 7,16; p = 0,128 estatisticamente no significante

  • Resultados 54

    TABELA 5.21 Associao entre Tempo de atuao e utilizao de Aparelho ortopdico no tratamento da Classe II de Angle.

    Tempo de atuao No Sim Total

    at 5 anos n 42 2

    44 % 95,45% 4,55%

    6 a 10 anos n 30 5

    35 % 85,71% 14,29%

    11 a 15 anos n 24 4

    28 % 85,71% 14,29%

    16 a 20 anos n 28 7

    35 % 80,00% 20,00%

    mais de 20 anos

    n 15 6 21

    % 71,43% 28,57%

    Total 139 24 163

    2 = 7,62; p = 0,106 estatisticamente no significante

    TABELA 5.22 Associao entre a Formao e utilizao de AEB no tratamento da Classe II de Angle.

    Formao No Sim Total

    Especializao n 63 56

    119 % 52,94% 47,06%

    Mestrado n 10 19

    29 % 34,48% 65,52%

    Doutorado n 10 5

    15 % 66,67% 33,33%

    Total 83 80 163

    2 = 4,82; p = 0,0,90 estatisticamente no significante

  • Resultados 55

    TABELA 5.23 Associao entre Tempo de atuao e utilizao de Herbst no tratamento da Classe II de Angle.

    Tempo de atuao No Sim Total

    at 5 anos n 34 10

    44 % 77,27% 22,73%

    6 a 10 anos n 32 3

    35 % 91,43% 8,57%

    11 a 15 anos n 24 4

    28 % 85,71% 14,29%

    16 a 20 anos n 33 2

    35 % 94,29% 5,71%

    mais de 20 anos

    n 20 1 21

    % 95,24% 4,76%

    Total 143 20 163

    2 = 7,52; p = 0,111 estatisticamente no significante

    TABELA 5.24 Associao entre a Formao e utilizao de Bionator no tratamento da Classe II de Angle.

    Formao No Sim Total

    Especializao n 82 37

    119 % 68,91% 31,09%

    Mestrado n 19 10

    29 % 65,52% 34,48%

    Doutorado n 8 7

    15 % 53,33% 46,67%

    Total 109 54 163

    2 = 1,49; p = 0,475 estatisticamente no significante

  • Resultados 56

    TABELA 5.25 Associao entre a Formao e utilizao de APM no tratamento da Classe II de Angle.

    Formao No Sim Total

    Especializao n 97 22

    119 % 81,51% 18,49%

    Mestrado n 24 5

    29 % 82,76% 17,24%

    Doutorado n 13 2

    15 % 86,67% 13,33%

    Total 134 29 163

    2 = 0,25; p = 0,0,883 estatisticamente no significante

    TABELA 5.26 Associao entre a Formao e utilizao de Aparelho ortopdico no tratamento da Classe II de Angle.

    Formao No Sim Total

    Especializao n 103 16

    119 % 86,55% 13,45%

    Mestrado n 25 4

    29 % 86,21% 13,79%

    Doutorado n 11 4

    15 % 73,33% 26,67%

    Total 139 24 163

    2 = 1,88; p = 0,391 estatisticamente no significante

  • Resultados 57

    TABELA 5.27 Associao entre a Formao e utilizao de Herbst no tratamento da Classe II de Angle.

    Formao No Sim Total

    Especializao n 104 15

    119 % 87,39% 12,61%

    Mestrado n 27 2

    29 % 93,10% 6,90%

    Doutorado n 12 3

    15 % 80,00% 20,00%

    Total 143 20 163

    2 = 1,62; p = 0,444 estatisticamente no significante

  • Discusso

  • Discusso 59

    6 DISCUSSO

    A m ocluso de Classe II no possui a maior prevalncia entre as ms

    ocluses, nem na dentio decdua (29,8%), e nem na dentadura mista

    (20,2%) numa populao7, porm uma das condies mais frequentes por

    procura de tratamento50. O tratamento para esta condio ainda gera bastantes

    dvidas ao profissional, pois envolve uma infinidade de aparelhos com

    diferentes pocas de interveno. Devido a isto existem relatos na literatura de

    que o tratamento possa ser realizado em Uma ou em Duas fases. Nos Estados

    Unidos a porcentagem de casos tratados em duas fases, 1991, era de 25%26.

    No Brasil, Rio de Janeiro - 2001, a proporo de casos tratados em duas fases

    era de 40%25.

    Devido presena da modalidade de tratamento em Uma ou Duas

    fases, o presente trabalho realizou um levantamento, por meio de um

    questionrio, onde o universo de pesquisa envolveu cirurgies dentistas, com

    no mnimo ttulo de especialista em Ortodontia, para saber em que poca os

    pacientes com m ocluso de Classe II esto sendo tratados no Brasil.

    O questionrio foi enviado via e-mail, por ser um meio de comunicao

    bastante difundido entre os brasileiros, sendo o sexto maior usurio de internet

    no mundo, com 39 milhes de pessoas11.

    No Brasil, desde 1980, h uma formao maior de cirurgies dentistas

    do sexo feminino40 com 56,3%, e, em algumas especialidades j possuem mais

    mulheres que homens, porm especialidades como a Ortodontia tem como

    maioria o sexo masculino o mais prevalente como mostra a tabela 5.1,

    corroborando os achados de outros autores39,42. A faixa etria estudada39, de

    1998 a 2007, mostrou uma demanda crescente de jovens de 25 a 29 anos nos

    cursos de "strictu sensu" em geral, embora nosso estudo tenha achado uma

    faixa etria de 31 a 50 anos como os mais frequentes (Tabela 5.2), a

    explicao talvez seja porque nesse perodo ainda havia a cobrana de ter

    frequentado cursos de aperfeioamentos, Typodont e de "latu sensu".

  • Discusso 60

    Para obter mais dados sobre o perfil profissional atuante na Ortodontia,

    foi elaboradas perguntas como: a formao como ortodontista, onde se pode

    observar que h uma maior procura pelos mais jovens aos cursos de

    especializao e mestrado (Tabela 5.3 e 5.4) em busca de mais aprimoramento

    e conhecimento na rea, fato que pode ser explicado em parte com o trabalho

    de MORITA et al.39, que analisaram os anos de 1998 a 2007 em relao aos

    cursos de strictu sensu, afirmando ter crescido em torno de 244%. Sendo que

    em 2007, 40% possuam idade entre 25 a 29 anos.

    E para elucidar as informaes obtidas sobre, a percepo dos

    ortodontistas sobre a poca ideal para o tratamento ortodntico da m ocluso

    de Classe II de Angle, a eficincia deste tipo de tratamento em uma ou duas

    fases e identificar os diversos mtodos de tratamento utilizados, foi montado as

    tabelas de 5.5 a 5.15. Sobre o estgio de dentio, observa-se (Tabela 5.16)

    que quanto maior o tempo de formao, maior a preferncia no tratamento

    precoce. Fato este que pode ser observado na tabela 5.5 e na tabela 5.17,

    onde a preferncia est concentrada na dentadura mista tardia e mista

    precoce, poca em que ocorrem as maiores mudanas de crescimento na

    criana devido ao surto de crescimento puberal32,46,47.

    Quando se verificou uma possvel associao em relao ao tipo de

    aparelho com tempo de atuao, observou-se uma grande predileo ao uso

    do AEB entre os atuantes at 20 anos, esses dados confirmam com achados

    da tabela 5.22, em que os maiores usurios se encontram com ttulo de

    especialistas e mestres. Esse achado gera dvidas sobre vrios cursos39,14 de

    "latu sensu" ou "stricto sensu", se estes esto formando profissionais com

    qualidade, j que estudos apontam que a maior porcentagem de casos de

    Classe II por deficincia mandibular41.

    A procura por tratamento da Classe II ainda pode ser considerado pelo

    fator antiesttico que o problema ocasiona - o que explica a busca por

    tratamento entre 6 a 13 anos, fase esta onde se estabelece a dentadura

    mista28,30,44, e com procura maior pelo sexo feminino48 semelhante com

    achados do presente estudo (Tabela 5.6 e Tabela 5.7), demonstrado maior

    interesse pela beleza facial.

  • Discusso 61

    A melhor poca de interveno durante o pico de crescimento

    puberal32, no qual pode se obter a melhor resposta na direo de crescimento

    esqueltico, proposta esta dos aparelhos ortopdicos. Os primeiros aparelhos

    ortopdicos tinham como ideologia estimular o crescimento da mandbula para

    correo da Classe II, porm, atualmente, sabe-se que esse crescimento

    muito pequeno4,6,10,13,15,23,24,29,33,35,54. Embora a literatura32,46,47 relate que a

    melhor poca de interveno seja na fase de dentadura mista tardia, ainda h

    ortodontistas tratando na fase precoce da dentadura mista ou decdua (Tabela

    5.6), talvez focado na idia de se iniciar devido severidade da m ocluso de

    Classe II, benefcios extras em relao ao stress psicolgico ou por

    convenincias dos pais e/ou paciente52,56. E iniciar o tratamento precocemente,

    aumenta as chances de que o paciente fique menos colaborador, pois o tempo

    de tratamento ser maior34,58.

    Muitos ortodontistas acreditam que o tratamento precoce diminui a

    necessidade de extrao dos pr-molares, ou que isso possa reduzir o tempo

    de tratamento na segunda fase, ou, que a primeira fase v influenciar na

    segunda fase (Tabela 5.8 e 5.9), porm, estudos mostram que no h muita

    diferena em tratar em 1 ou 2 fases20,34,43.

    Em nossos achados, verificou-se que 60,6% acreditam que o tratamento

    precoce ir trazer estabilidade nos incisivos inferiores (Tabela 5.10) embora a

    literatura mostra que no h essa relao1,43. Estudos9,55 apontam que

    pacientes abaixo de 10 anos so mais colaboradores que os adolescentes,

    confirmando com nossos achados (Tabela 5.11), porm, tratar numa fase

    anterior ao pico de crescimento, traz grandes chances de prolongar o

    tratamento58 e esgotar a relao dos pacientes e pais/responsveis com o

    ortodontista9.

    Muitos ortodontistas brasileiros esto tratando seus pacientes em duas

    fases (Tabela 5.13), corroborando com achados do autor25, embora estudos

    apontem que o resultado final seja semelhante20,34,43. Ao questionar se a

    primeira fase influncia no tempo de tratamento da segunda fase (Tabela 5.12),

    92,6% concordou que sim, corroborando a opinio de outros autores22,31,49,57.

    Em relao sobre quais condies impediriam o tratamento precoce, 80,4%

  • Discusso 62

    (Tabela 5.15) concordaram que seria por falta de colaborao do paciente

    concordando com outro estudo5.

    Atualmente, existem vrios tipos de aparelhos disponveis para o

    tratamento da m ocluso de Classe II, sendo que a maior prevalncia por

    deficincia mandibular41, e, por isto, os maiores benefcios do tratamento seria

    pelo uso de aparelhos ortopdicos4,6,12,13,15,23,24,29,33,36,54 no perodo de

    crescimento puberal32. Os achados do presente estudo (Tabela 5.14)

    apontaram o grande uso dos aparelhos ortopdicos, pressupondo-se que o

    ortodontista brasileiro est preocupado em aproveitar melhor o surto de

    crescimento puberal de seus pacientes. Porm, ainda nota-se, uma grande

    utilizao do AEB (somando todos os tipos e conjugados), apesar de estudo41

    relatar que a maioria das ms ocluses de Classe II causada por deficincia

    mandibular. Estudos apontam que h pouco crescimento mandibular

    promovido pelos aparelhos ortopdicos, e que as alteraes so a nvel dento

    alveolar e na mudana de direo de crescimento

    mandibular4,6,12,13,15,23,24,29,33,36,54, porm constatou-se no presente estudo, que

    alm de aparelhos ortopdicos removveis, ainda h um uso de propulsores

    mandibulares (28,2%).

    A correlao entre o tempo de atuao e a poca que o profissional

    prefere tratar est elucidada na Tabela 5.16, o qual mostrou que quanto maior

    o tempo de atuao, mais precoce a preferncia de tratamento. Uma das

    explicaes seria que os profissionais alm de se preocupar com o crescimento

    puberal, tambm esto considerando a severidade da m ocluso21,43,56 e seu

    impacto psicolgico criana17,30,35,43. Outro fator de procura por tratamento

    seria o interesse dos pais/responsveis19,30,44.

    Quando comparados sobre a formao ortodntica e a fase do

    desenvolvimento da dentio para tratamento (Tabela 5.17), verificou-se que

    h uma preferncia na dentadura mista tardia entre os que possuem maior

    formao acadmica, apesar de estatisticamente no significante.

    Ao separar os tipos de aparelhos mais utilizados conforme o tempo de

    atuao na ortodontia, apesar de no serem estatisticamente significante,

  • Discusso 63

    observou-se que h uma preferncia do uso de AEB (Tabela 5.14 e 5.18),

    mesmo sabendo que a maioria dos casos de m ocluso de Classe II ocorrer

    por deficincia mandibular 41. Em relao aos outros aparelhos (Tabela 5.15,

    Tabela 5.19, Tabela 5.20, Tabela 5.21 e Tab