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Revista Científica FAZER. Faculdade Anglicana de Erechim – FAE V.5, N.1 - 2017 - ISSN: 2318-289X 32 PERCEPÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO ORÇAMENTO FAMILIAR DE CEM FAMÍLIAS DO MUNICÍPIO DE ERECHIM-RS Diane Delazari 1 Jéssica Barcarollo 2 Juciléia Giacomin 3 Daniela Schiffl 4 RESUMO O estudo tem como objetivo averiguar o conhecimento de famílias do município de Erechim-RS sobre o assunto Educação Financeira no Orçamento Familiar. Para isso, foi elaborado um questionário, que foi entregue a cem (100) famílias para respondê-lo, onde foi entregue em envelopes pardos fechados, para que as famílias não fossem identificadas. Trata-se de pesquisa descritiva e qualitativa quanto a abordagem do problema. Identificou-se que 61% das famílias, não têm conhecimento suficiente sobre o assunto exposto, e que também não estão totalmente confiantes na administração de seu próprio dinheiro. Mas apesar disso, 24% afirma, não ter dificuldades financeiras, e 37%, diz também que não tem dívidas, ou se tem, foram planejadas e seu pagamento será em breve. Além disso, conseguem destinar parte de seus rendimentos para uma reserva. Diante do exposto, a pesquisa mostrou que apesar das famílias afirmarem ter pouco conhecimento a respeito do assunto, estão preparadas para administrar as finanças familiares. Palavras-Chave: Orçamento Familiar. Planejamento Financeiro. Educação Financeira. 1 INTRODUÇÃO Atualmente o Brasil possui muitas famílias em endividamento, de acordo com notícias divulgadas diariamente nas mídias. Percebe-se que o número de sites sobre esse assunto vem aumentando proporcionalmente as ofertas para consumo financiado. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) 2016, em agosto de 2016, 58% das famílias encontravam-se endividadas, um número que embora seja menor que em agosto de 2015 (62,7%), é 0,3 pontos percentuais a mais que em julho desse ano (2016), quando o índice era de 57,7%. Os pesquisadores afirmam, ainda, que embora o índice de 2016 seja menos que o de 2015, em função de uma provável retração do 1 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim (FAE). 2 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim (FAE). 3 Mestre em Controladoria e Finanças pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). E-mail: [email protected]. 4 Especialização em Matemática pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).

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PERCEPÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO ORÇAMENTO FAMILIAR DE CEM FAMÍLIAS DO MUNICÍPIO DE ERECHIM-RS

Diane Delazari1

Jéssica Barcarollo2

Juciléia Giacomin3 Daniela Schiffl4

RESUMO

O estudo tem como objetivo averiguar o conhecimento de famílias do município de Erechim-RS sobre o assunto Educação Financeira no Orçamento Familiar. Para isso, foi elaborado um questionário, que foi entregue a cem (100) famílias para respondê-lo, onde foi entregue em envelopes pardos fechados, para que as famílias não fossem identificadas. Trata-se de pesquisa descritiva e qualitativa quanto a abordagem do problema. Identificou-se que 61% das famílias, não têm conhecimento suficiente sobre o assunto exposto, e que também não estão totalmente confiantes na administração de seu próprio dinheiro. Mas apesar disso, 24% afirma, não ter dificuldades financeiras, e 37%, diz também que não tem dívidas, ou se tem, foram planejadas e seu pagamento será em breve. Além disso, conseguem destinar parte de seus rendimentos para uma reserva. Diante do exposto, a pesquisa mostrou que apesar das famílias afirmarem ter pouco conhecimento a respeito do assunto, estão preparadas para administrar as finanças familiares.

Palavras-Chave: Orçamento Familiar. Planejamento Financeiro. Educação Financeira.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente o Brasil possui muitas famílias em endividamento, de acordo com notícias

divulgadas diariamente nas mídias. Percebe-se que o número de sites sobre esse assunto vem

aumentando proporcionalmente as ofertas para consumo financiado.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

2016, em agosto de 2016, 58% das famílias encontravam-se endividadas, um número que

embora seja menor que em agosto de 2015 (62,7%), é 0,3 pontos percentuais a mais que em

julho desse ano (2016), quando o índice era de 57,7%. Os pesquisadores afirmam, ainda, que

embora o índice de 2016 seja menos que o de 2015, em função de uma provável retração do

1 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim (FAE). 2 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim (FAE). 3 Mestre em Controladoria e Finanças pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). E-mail: [email protected]. 4 Especialização em Matemática pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).

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consumo, as taxas de juro mais elevadas e o desaquecimento do mercado de trabalho podem

ser responsáveis pelo fato do endividamento.

Infelizmente observa-se que existem pessoas e famílias completamente endividadas, com

seus rendimentos totalmente comprometidos, abaladas moralmente, psicologicamente e

financeiramente, com receio de arruinar-se cada vez mais sem encontrar solução. Diante desse

fato, constata-se que este endividamento pode ter sido provocado pelo gasto desmedido, que

vai além da receita mensal recebida. Isso é confirmado pelo CRC (Conselho Regional de

Contabilidade) na Cartilha desenvolvida sobre Orçamento Familiar (2012/2013, p. 03).

As pessoas são impulsionadas a consumir sem avaliar a real necessidade da compra e as taxas de juros impostas nas aquisições a prazo, bem como a sua real capacidade de pagamento. A principal razão para esse descontrole nas finanças pessoais e orçamento familiar é o fato de as famílias gastarem mais do que ganham.

Certamente, conforme já foi afirmado, um dos principais motivos pelo endividamento é

gastar mais do que se ganha. Pois as pessoas estão preocupadas com o bem-estar e conforto

de sua família, que acabam esquecendo-se de fazer um controle de suas receitas e despesas.

Mas, para manter um controle, as famílias devem demonstrar interesse pelo assunto Educação

Financeira, para que esse conforto seja acompanhado de uma boa administração financeira,

sem prejuízos futuros, e para que essas taxas de endividamento sejam reduzidas. Viegas, Pinto

e Penha (2007, p.47) afirmam que

A família não pode ficar indiferente quanto à necessidade de se implantar controles dos ganhos e, principalmente, dos gastos para a continuidade do patrimônio familiar. Como uma célula social, precisa utilizar a organização, o planejamento e o controle.

Isso significaria utilizar métodos que auxiliem as famílias a gerenciarem seus ganhos,

com o intuito de terem um futuro mais tranquilo e sem surpresas. Ter-se-ia estruturado um

planejamento, onde se encaixaria todos os desejos dos componentes da família e se poderia

elencá-los por ordem de importância, do maior para o menor, objetivando assim, um alcance

programado dos objetivos e com prazos estipulados, envolvendo todo o grupo familiar, com

prioridades comuns. Os autores, Tavares e Machado (2007, p.15) afirmam que,

A realidade mostra que, sabendo ou não sabendo, uma quantidade muito grande de pessoas não se utiliza dos instrumentos de gerenciamento de suas finanças. Mesmo porque, para conseguir um equilíbrio financeiro é necessário um controle rigoroso de suas receitas, o que dá trabalho. Mas compensa.

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Dessa forma, é necessário fazer um planejamento financeiro, envolvendo toda a família

e também as crianças, o que leva ao estabelecimento de uma Educação Financeira. Assim,

Educação Financeira e orçamento familiar estão diretamente ligados à maneira como cada

pessoa controla seus ganhos e gastos, receitas e despesas.

Diante do contexto apresentado, surge o seguinte questionamento: Qual a percepção sobre

Educação Financeira no orçamento familiar de cem famílias do município de Erechim-RS?

Assim a presente pesquisa se justifica pela relevância, por ajudar as pessoas que tem

dificuldades na organização de suas finanças, a compreenderem como podem se organizar para

que suas despesas sejam compatíveis com suas receitas, pois de acordo com Cerbasi (2014,

p.7), “uma vida planejada e com objetivos é mais feliz”.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO

De acordo com seus objetivos, tanto as famílias quanto as organizações, possuem

autonomia em suas decisões financeiras e isso deve ocorrer de acordo com um bom

planejamento. O que distingue um grupo familiar de outro é como cada um conduz seus

objetivos, qual a intensidade e o real valor dispensado para a realização de determinados

objetivos. O planejamento e o controle devem andar juntos, um servindo de apoio ao

outro.

O termo controle, hoje, é muito utilizado. O que as organizações e as famílias

almejam e precisam é controlar seu patrimônio, garantir que se tomem decisões precisas

e corretas, pautadas em análises minuciosas de todo o ambiente, externo e interno, que

possa provocar algum tipo de impacto em seu planejamento. O planejamento, por sua vez,

trabalha de encontro ao controle, este procura evidenciar a preparação, estruturação e a

maneira de como será desenvolvida determinada atividade para alcançar a meta proposta.

É indispensável para a tomada de decisões e para a execução de trabalhos dentro de prazos

pré estipulados, como afirma Frezatti apud. Ackoff et al., (2007, p.8) ao falar “das funções

básicas tratadas por Fayol, temos organizar, formar equipe, dirigir, controlar e planejar.

Planejar significa decidir antecipadamente”. Neste âmbito, pode-se afirmar que

planejamento seria uma maneira de manter certo domínio sobre o próprio futuro.

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Planejar é quase uma necessidade intrínseca, como é alimentar-se para o ser humano. Não se alimentar significa enfraquecimento e o mesmo ocorre com a organização, caso o planejamento não afete o seu dia-a-dia dentro do seu horizonte mais de longo prazo. (FREZATTI, 2007, p.14).

Dentre os vários motivos pelos quais as famílias passam por dificuldades

financeiras, pode-se citar o salário baixo, muitos gastos e dependentes, mas, esses fatores

não são os únicos e principais. Esse problema, na maioria das vezes, se resolveria, se as

famílias tivessem um bom planejamento financeiro. A partir de uma organização, fica

mais fácil saber ao certo qual é a renda da família, quais são os gastos, se são importantes

e realmente necessários. Segundo Viegas, Pinto e Penha (2007, p.50)

No meio familiar [...] quanto maior o nível de organização, maior será a facilidade para administrar seu patrimônio. A organização dos bens e direitos, das receitas, das obrigações, das despesas, pode auxiliar o gestor da famíliano controle e maximização do seu patrimônio.

Após ter estruturado um bom planejamento, é possível verificar quais são os

problemas, onde estão as dificuldades e em que se pode melhorar. Não adianta só falar

em planejamento financeiro, e ditar o que é certo e o que é errado. Na prática, é preciso

que as famílias compreendam como funciona e quais os benefícios oferecidos pelo seu

uso contínuo. Segundo Frankenberg (1999, p.31), “o planejamento financeiro pessoal

significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a

acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua

família”.

O planejamento é o mapa que as famílias têm para se guiar e chegar até seus

objetivos, é o que diz Gitman (2001, p.434), ao afirmar que “o planejamento financeiro é

um aspecto importante das operações nas empresas e famílias, pois ele mapeia os

caminhos para guiar, coordenar e controlar as ações das empresas e das famílias para

atingir seus objetivos”. Desse modo, o planejamento se faz importantíssimo, pelo fato que

direciona e conduz as atitudes da família, controlando suas ações e impulsionando a

concretização dos objetivos, é uma maneira de formalizar aquilo que se planeja, como

afirma Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p.525) “o planejamento financeiro formaliza o

método pelo qual as metas financeiras tanto das empresas quanto das famílias devem ser

alcançadas”.

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Nesse sentido, Halles, Sokolowskie e Hilgemberg (2009) afirmam que por meio

do planejamento é possível adequar o rendimento familiar às suas necessidades,

identificar e eliminar gastos supérfluos, planejar compras futuras evitando o pagamento

excessivo de juros, realizar objetivos de vida e enfrentar, com maior tranquilidade,

eventuais problemas. Isso significaria dizer, que a partir de um bom planejamento, seria

possível se precaver de certas situações casuais que podem ocorrer, pois se terá traçado

no planejamento, táticas e planos para a resolução de algum imprevisto.

Além disso, no entendimento de Leal e Nascimento (2009) o planejamento

financeiro se pauta em três grandes pontos: i) Como aproveitar as oportunidades de

investimento que o mercado propõe; ii) identificar o grau de endividamento aceitável; e

iii) determinar a parcela dos lucros auferidos. Para Gitman (2001) o planejamento

financeiro precisa ser iniciado com objetivos e planos para um período longo de tempo,

moldando as estratégias e atitudes que se espera realizar para torná-lo real. A partir desse

molde se desenhará os passos a serem dados diariamente, para darem suporte a

concretização dos objetivos pretendidos num curto espaço de tempo.

O planejamento financeiro deve ser o meio para alcançar os objetivos da família,

para assim chegar à satisfação da mesma. Macedo Junior (2007, p.26) defende que o

“planejamento financeiro é o processo de gerenciar seu dinheiro com o objetivo de atingir

a satisfação pessoal”. Porque planejamento financeiro é a projeção de vendas, lucros e de

ativos baseada em estratégias alternativas de produção e de marketing, bem como a

determinação de recursos necessários para alcançar essas projeções. (WESTON e

BRIGHAM, 2000).

De acordo com Sousa e Torralvo (2008, p.75-76), “o planejamento é um processo

que envolve tomada de decisões no presente que terão reflexos no futuro, geralmente de

maneira a se obter o melhor resultado”. Isso implicaria em abrir mão de certas coisas hoje

para se conseguir alcançar algum objetivo maior no futuro. Às vezes, pode se observar

dificuldades momentâneas, que com o passar do tempo tornam-se um impulso para

melhorar e alcançar resultados positivos.

Viegas, Pinto e Penha (2007, p.51) comentam que “o produto final do

planejamento é a orientação sobre o impacto das decisões que devemos tomar hoje”.

Assim, verifica-se que o planejamento financeiro é o que norteia e define as decisões a

serem tomadas, servindo como um apoio e uma precaução. A partir disso, é importante

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traçar princípios para a realização do planejamento financeiro, o que é tratado na parte a

seguir.

2.1.1 Princípios do Planejamento Financeiro

Para que o planejamento financeiro seja executado de maneira correta e dentro das

perpectivas traçadas, é necessário conhecê-lo por inteiro, desde como ele funciona até

como fazer para que ele dê certo e sirva de exemplo para outras pessoas e famílias.

Oliveira (1995) traz alguns princípios que auxiliam a compreender e entender melhor o

planejamento. Esses princípios são divididos em gerais e específicos. Segundo Oliveira

(1995, p.35-36) os princípios gerais são:

Princípio da contribuição aos objetivos: esse princípio trata da realização dos

objetivos maiores, aqueles que se deseja atingir num período mais longo de tempo. Estes

objetivos macros devem conduzir todos os outros, inclusive aqueles de menor

importância e maior facilidade de realização, pois, é através do alcance dos objetivos

menores que se chegará a realização do grande objetivo proposto pela família. Realizar

todos os desejos propostos, identificando a interligação dos mesmos;

Princípio da precedência: organização, direção e controle são as ações chave que

norteiam esse princípio. É preciso executar um orçamento financeiro, planejado e muito

bem organizado, que seja aceito por todo o grupo familiar para, dessa forma, se ter

convicção que esse é o objetivo comum da família. A direção se torna necessária a partir

do momento em que, para atingir esta meta, é preciso seguí-la a risca, sentindo todas as

restrições que são fundamentais para o alcance da mesma. E o controle se faz importante

para saber como irá atingir esse objetivo, os gastos e as prioridades que serão precisos e

impostos para chegar a obtenção do proposto. Deve-se observar todos os pontos definidos

no planejamento e todos os que forem possíveis alcançar.

Princípio da maior penetração e abrangência: o planejamento irá causar

modificações na vida das famílias, elas terão que abrir mão de algumas coisas para assim

poderem conseguir outras. Geralmente, o planejamento traz resultados a longo prazo, o

que no momento atual, fará com que a família não veja muito ganho, e por vezes acabe

se culpando pelo investimento, mas que será muito vantajoso no futuro. Um bom

planejamento trazmuitas oportunidades. Por isso, deve-se conhecer com clareza o

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objetivo deste, para que assim, se entenda as mudanças que ocorrerão em certos

momentos e que se possa aproveitar as chances que surgirem;

Princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade: para atingir os objetivos

propostos, é necessário o envolvimento de todo o grupo familiar, e todos devem estar

cientes de que o resultado só será positivo se cada um fizer a sua parte, reduzindo gastos

desnecessários e desmedidos, e aumentando o foco no planejamento. Aumentar resultados

e diminuir deficiências. Um planejamento ideal, é aquele que consegue alinhar os sonhos

com a maneira como será feito para atingí-los, além de melhorar a harmonia familiar

visando o sucesso do mesmo.

Para que esses princípios gerais ajudem no processo de tomada de decisão, é

necessário ter conhecimento de outros princípios, que Oliveira (1995, p.37), classifica

como específicos, e que significa que cada um deve fazer a sua parte e cooperar:

Planejamento participativo: para facilitar o processo de elaboração do

planejamento é importante que se tenha a ajuda de todas as pessoas que se envolverão

nesse planejamento. É imprescindível o diálogo entre todos os envolvidos, para que cada

um exponha seu ponto de vista e apoie a ideia, gerando assim, uma integração do grupo

familiar e uma união em prol da realização deste planejamento, para que torne-se real e

traga os benefícios almejados;

Planejamento coordenado: a maioria dos aspectos envolvidos no planejamento são

interdependentes. Para isso, é preciso que a coordenação seja feita corretamente e

rigorosamente, para que não aconteça de cada pessoa querer fazer do seu jeito. No

planejamento coordenado, um depende do outro para atingir um mesmo propósito com o

melhor desempenho;

Planejamento integrado: os objetivos principais são escolhidos pelos chefes da

família, aqueles que possuem a responsabilidade maior, porém, para atingí-los, é

necessário a participação e colaboração de todo o grupo familiar. A execução do

planejamento deve ser feita por todos, unidos e conscientes de que para o êxito desse

planejamento é preciso persistência, comprometimento e foco;

Planejamento permanente: deve ser verificado como um ciclo. Revisando os

planos sequencialmente, reavaliando, melhorando aquilo que não deu certo e observando

porque não deu certo, sempre buscando um maior aperfeiçoamento deste planejamento.

A partir desses princípios, constata-se que é necessário sempre contar com o apoio

e a participação de toda a família, do mais jovem até o mais experiente, pois se uma

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pessoa não colaborar, o planejamento familiar poderá não dar certo, e isso pode ocasionar

o fracasso financeiro.

2.2 ORÇAMENTO FAMILIAR

O ser humano, desde seu nascimento está inserido em uma coletividade. Seu

primeiro contato é com seu grupo familiar, que pode ser descrito como a união de duas

ou mais pessoas, por afeição e/ou laços sanguíneos, que ensinam, guiam e preparam esses

indivíduos, para que possam enfrentar os desafios oriundos da convivência em sociedade

e das diferentes crenças.

A família é uma das primeiras e mais importantes escolas da vida. É no meio e por

meio desta que as pessoas aprendem a pensar em coletividade e a conviver com outras

pessoas e outras atitudes, por vezes distintas das suas.

Como toda organização, a família também possui seu patrimônio, e este é composto de

maneira um pouco distinta das demais organizações, principalmente das empresariais, pois

evidencia as necessidades e ambições de todo o grupo familiar. Cada membro da família possui

as suas necessidades, e deseja alcançá-las a sua maneira e em seu próprio tempo, porém, pela

família ser um grupo e possuir recursos, deve mantê-los em dia, cuidando e acompanhando-o para

que não acabe sempre procurando trabalhar juntos e estabelecendo objetivos e metas que auxiliem

e favoreçam o todo do grupo familiar.

Sabe-se que, geralmente, o orçamento está diretamente ligado à empresa, onde é

fundamental para que a empresa siga conforme o esperado. Porém, é válido ressaltar que

este também é de suma importância para as famílias, já que elas também são uma forma

de empresa, apenas com alguns pontos que se diferenciam de uma empresa normal. Este

hábito de orçar pode auxiliar e melhorar o desempenho financeiro das famílias de modo

muito mais eficaz, ajudando-as a gerir seus recursos financeiros.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Desta forma, com a finalidade de atingir os objetivos apresentados neste estudo,

esta pesquisa é caracterizada como um estudo descritivo, que na visão de Gil (2002,

pg.42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das

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características de determinada população ou fenômeno, ou então, o estabelecimento de

relações entre variáveis”.

Quanto aos procedimentos, a pesquisa é do tipo exploratória. Pois “uma das

características da pesquisa exploratória, tal como é geralmente concebida, refere-se à

especificidade das perguntas, o que é feito desde o começo da pesquisa, como única

maneira de abordagem”. (PIOVESAN e TEMPORINI 1995, p.319). E, por último, quanto

à abordagem do problema, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa e quantitativa, à

medida que se concebem análises mais profundas em relação ao problema que está sendo

estudada.

A amostra do presente estudo contempla 100 famílias de Erechim/RS. Elaborou-se um

questionário com dezoito (18) perguntas objetivas para que fosse possível identificar a situação

financeira em que vivem as famílias do município de Erechim-RS, nos mais diversos bairros. Os

questionários foram entregues dentro de envelopes pardos, para que as famílias não fossem

identificadas, onde levaram para casa, e o responsável financeiro da família respondeu,

devolvendo no dia seguinte.

A escolha das famílias foi de forma aleatória, para que assim se obtivesse pessoas de

diferentes níveis socioeconômico, intelectual, financeiro e consequentemente com maneiras

diferentes de administrar suas finanças, com diferentes pensamentos sobre o tema dinheiro. O

motivo pelo qual a escolha das famílias deu-se de maneira aleatória foi o fato de querer avaliar

famílias com características diferentes. Desse modo, as respostas foram bem variadas, com

pessoas que se encontram em uma situação financeira tranquila, mas, que não tem tanto controle

sobre seus gastos, e outras famílias que com valores menores, administram muito bem suas tarefas

financeiras.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A forma como cada um administra seu próprio dinheiro é diferente de uma pessoa para

outra, e o resultado disso, é o mais variado possível. Com o objetivo de pesquisar a situação

financeira das famílias do município de Erechim foram entregues os questionários com perguntas

objetivas para que fosse possível entender as formas como cada família vem administrando suas

dificuldades diante da crise econômico-financeira que o país está vivendo.

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Depois de concluída a coleta de dados, iniciou-se a interpretação dos mesmos e,

identificou-se que a pesquisa atingiu 100% de sua meta de cem (100) famílias. A primeira

pergunta foi para identificar em quais bairros a pesquisa estava sendo realizada.

Gráfico 1 - Bairros dos entrevistados

Fonte: Autores (2016)

Através dos questionários obtidos, identificou-se em quais bairros a pesquisa foi

realizada, sendo 32 bairros participantes. O bairro com mais pessoas questionadas, foi o bairro

Centro, com dezenove (19) pessoas, em segundo lugar, o bairro Três Vendas, com nove (9)

pessoas, em terceiro lugar, o bairro Atlântico, com sete (7) pessoas e em quarto lugar o bairro

Bela Vista com seis (6) pessoas. Com cinco (5) participantes, foram obtidos dois bairros, com

quatro (4), também dois bairros, com três (3), seis bairros, com dois (2), cinco bairros, e, com

apenas um participante, treze (13) bairros.

Com isso, foi comprovado, que os bairros participantes foram os mais diversos, atingindo

pessoas de todas as classes sociais, com os mais diferentes pensamentos, o que contribui para que

essa pesquisa se torne ainda mais relevante.

3%

2%

7%

2%

6%

19%

4%

1%1%

1%1%

3%

4%

2%

5%5%3%

3%2%

3%

1%1%

1%

2%1%

3%

1%

1%1%

1%

9%

1%

BairrosAEROPORTO AGRICOLA

ATLÂNTICO ALDO ARIOLI

BELA VISTA CENTRO

CERÂMICA COPAS VERDES

CRISTO REI ESPERANÇA

ESTEVÃO CARRARO FATIMA

JOSÉ BONIFÁCIO KM 10 ARGENTA

KOLLER LINHO

MARIA CLARA MORADA DO SOL

MORRO DA CEGONHA NOVO ATLANTICO

NOVO HORIZONTE PAIOL GRANDE

PETI VILAGE PRESIDENTE VARGAS

REDENÇÃO RIO TIGRE

SANTA CATARINA SÃO CAETANO

SÃO CRISTÓVÃO SÃO JOSÉ

TRÊS VENDAS VITORIA

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Gráfico 2 - Sexo dos entrevistados

Fonte: Autores (2016)

Das 100 famílias que responderam, 73% são do sexo feminino e 27% são do sexo

masculino. Com essa pesquisa, mostrou-se que as mulheres estão mais presentes em qualquer

lugar na sociedade, principalmente nas questões financeiras, controlando o seu próprio dinheiro

e de sua família também. Pois cada vez mais, a mulher está ganhando espaço na sociedade, devido

sua inteligência e capacidade de administrar os negócios tão bem quanto os homens, ou até melhor

que eles.

Acredita-se que as mulheres têm pensamento diferente dos homens quando o assunto é

dinheiro, pois enquanto elas realmente visam mais segurança, eles, na maioria das vezes querem

ser bem vistos pelas pessoas do meio em que vivem.

Gráfico 3 - Estado Civil

Fonte: Autores (2016)

Percebe-se que com o passar dos anos, tudo foi mudando, o jeito de pensar, de agir, de

administrar as contas, e principalmente a forma de viver. Ao contrário de décadas passadas, pois

hoje em dia, as pessoas não têm mais aquele pensamento que para se ter uma família é necessário

casar, em uma família tradicional – heterogênea, uma família pode ser formada pelas mais

variadas pessoas. E essa pesquisa mostrou que a maioria dos que responderam o questionário se

identificaram como sendo solteiros, o que totalizou 47% dos entrevistados, sendo que 41% são

73%

27%

Sexo

FEMININO

MASCULINO

41%

47%

0%

2% 10%

Estado civil

CASADO

SOLTEIRO

VIUVO

DIVORCIADO

OUTRO

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casados, 10% responderam a opção outro, onde afirmaram ter união estável, e apenas 2% são

divorciados, na opção viúvo, ninguém respondeu.

Gráfico 4 - Grau de Escolaridade

Fonte: Autores (2016)

Quanto a escolaridade, dos questionários, a maioria tem o Curso Superior, sendo 51% das

pessoas e em seguida, vem as pessoas com Ensino Médio completo, com 17%, 11% são Técnicos,

9% responderam a opção outro, 6% com Ensino Médio incompleto, 5% com Fundamental

completo e apenas 1% com Fundamental incompleto.

Sendo assim, constatou-se que cada vez mais as pessoas estão procurando o ensino

superior para, acredita-se, terem um melhor e mais aprofundado conhecimento, além de pensarem

para o futuro, melhorarem sua qualidade de vida e conseguirem um trabalho melhor, que exija

menos esforço físico e recompense mais, pois o conhecimento adquirido é a única coisa que

ninguém pode tirar de uma pessoa.

Gráfico 5 - Faixa Etária

Fonte: Autores (2016)

A faixa etária mais observada entre as pessoas que responderam o questionário foi entre

21 anos a 30 anos, com 43%, em seguida as pessoas acima de 40 anos, com 24%, depois, vem as

pessoas entre 31 anos a 40 anos, com 21% e por último até 20 anos, com 12%.

5%

1%

17%

6%

11%51%

9%

Escolaridade

FUNDAMENTAL COMPLETO

FUNDAMENTALINCOMPLETOMÉDIO COMPLETO

MÉDIO INCOMPLETO

TÉCNICO

SUPERIOR

OUTRO

12%

43%21%

24%

Qual é a sua idade?

Até 20 anos.

De 21 a 30 anos.

De 31 a 40 anos.

Acima de 40 anos.

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Imagina-se que a idade não possa interferir na hora de falar sobre finanças, pois é

necessário que todos tenham sabedoria para gerenciar suas próprias contas, desde o mais novo até

o mais velho da família, só assim será uma família bem sucedida financeiramente. Com o passar

dos anos, as pessoas foram entendendo que a idade não é mais um empecilho para buscar

conhecimento, o que é necessário, é a vontade de melhorar de vida em qualquer fase da vida.

Gráfico 6 - Números de pessoas que vivem na casa

Fonte: Autores (2016)

O número de pessoas residentes na mesma casa, só interfere na hora de unir as rendas

para dividir as tarefas, e assim, controlar conforme o necessário. Essa pesquisa mostra que 42%

dos respondentes, convivem em 2 pessoas na mesma casa, 32% com 4 a 5 pessoas, 21% com 3

pessoas e apenas 5% com mais de 5 pessoas. Independente do número de pessoas é preciso fazer

o planejamento financeiro da família, pois quanto mais organizada for a família, mais fácil será

de conviver com as despesas.

Gráfico 7 - Renda Familiar

Fonte: Autores (2016)

A renda familiar sempre é a mais preocupante, pois é a partir dela que vem o sustento da

família, e é também, onde as pessoas mais se restringem a responder. Mas, mesmo assim, a

pesquisa conseguiu trazer o número de famílias propostas pela pesquisa, sendo que 45% das

famílias responderam que ganham entre R$ 2.500,01 a R$ 4.000,00. 25% vivem com mais de R$

42%

21%

32%

5%

Quantas pessoas vivem em sua casa?

2 pessoas.

3 pessoas.

4 a 5 pessoas.

Mais de 5 pessoas.

1%

13%

16%

45%

25%

Qual é a renda mensal da sua família?

R$ 500,00 a R$1000,00

R$ 1.000,01 a R$ 1.500,00

R$ 1.500,01 a R$ 2.500,00

R$ 2.500,01 a R$ 4.000,00

Acima de R$ 4.000,00

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4.000,00, já 16% com R$ 1.500,01 a R$ 2.500,00, 13% entre R$ 1.000,01 a R$ 1.500,00, e apenas

um participante sobrevive com uma renda entre R$ 500,00 a R$1.000,00, o que representa 1%.

Gráfico 8 - Controle Diário

Fonte: Autores (2016)

Sobre as famílias manterem um controle diário de seus gastos 46% responderam que sim,

que fazem o controle diário, já 27% responderam que não e 27% responderam que fazem só fazem

às vezes o controle.

O controle diário é de suma importância, é a partir dele que se observam todos os ganhos

e gastos, pois é possível ver detalhadamente tudo o que está acontecendo no orçamento, para que

se possa ver onde economizar, onde está gastando sem necessidade, e melhorar o desempenho

financeiro.

Gráfico 9 - Anotar gastos mensais

Fonte: Autores (2016)

Ao serem questionados sobre anotar os gastos e outras despesas mensais, 41%

responderam que só fazem às vezes, já 40% responderam que sim, que anotam seus gastos, e 19%

responderam que não tem o hábito de anotar. Anotar os gastos mensais é de grande importância,

pois é neles que geralmente estão os maiores valores, pelo qual prejudicam muito a renda familiar.

Por menor que seja, os gastos de baixo valor também não podem ser esquecidos, pois se não

46%

27%

27%

Você faz um controle diário de seus gastos?

SIM

NÃO

AS VEZES

40%

19%

41%

Você tem o hábito de anotar seus gastos e outras despesas mensais?

SIM

NÃO

AS VEZES

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forem anotados podem passar despercebidos e causar grandes transtornos financeiros para a

família quando considerados no total.

Gráfico 10 - Conhecimento sobre Educação Financeira

Fonte: Autores (2016)

Sobre o conhecimento da Educação Financeira, a maioria, ou seja, 61% responderam que

sabem pouco, 36% responderam que conhecem bastante, e apenas 3% responderam que não tem

conhecimento nenhum sobre Educação Financeira.

A Educação Financeira precisa ser um assunto conhecido por todas as famílias, e a

pesquisa mostrou que a grande maioria, sabe pouco, o que é insuficiente para administrar de forma

tranquila suas finanças. As pessoas têm que se conscientizar que é preciso buscar novos

conhecimentos, pois nesse momento de crise em que o país está passando, todo e qualquer

conhecimento adquirido a mais, vale muito.

Gráfico 11 - Conhecimento sobre Orçamento Familiar

Fonte: Autores (2016)

Quanto às respostas em relação ao orçamento familiar, 90% das pessoas que responderam

os questionários, disseram que já ouviram falar em orçamento familiar, e 10% responderam que

não ouviram falar. O que se pode considerar um resultado bom, pois a grande maioria já ouviu

61%36%

3%

Como você considera seu conhecimento sobre Educação Financeira?

POUCO

BASTANTE

NENHUM

90%

10%

Já ouviu falar em orçamento familiar?

SIM

NÃO

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falar, porém, sabe-se que nem todos praticam ou buscam maiores informações, apenas sabem que

existe.

O orçamento familiar é a melhor forma de controlar as despesas, pois através de planilhas,

é possível controlar todos os gastos do ano todo, mês a mês ou dia-a-dia, isso vai depender da

exigência e organização da família.

Gráfico 12 - Conhecimento e segurança para administrar o dinheiro

Fonte: Autores (2016)

Em relação aos próprios conhecimentos financeiros para administrar o dinheiro, 51% das

pessoas, falaram ter um conhecimento razoavelmente seguro, ou seja, mais da metade, não tem

tanta segurança sobre seus conhecimentos.

Já 28% afirmaram que não se sentem muito seguro, o que é preocupante para a situação

financeira de uma família. 16% afirmam ter um conhecimento muito seguro, o que é uma margem

baixa, e 5% confirmaram que seu conhecimento é nada seguro para administrar seu próprio

dinheiro.

Gráfico 13 - Onde adquiriu conhecimento sobre gestão

Fonte: Autores (2016)

5%

28%

51%

16%

Como você nota seu desempenho com relação aos seus conhecimentos financeiros para administrar o

dinheiro?

NADA SEGURO

NÃO MUITOSEGURO

21%

21%

7%

51%

Onde você adquiriu a maior parte dos seus conhecimentos para gerir o seu dinheiro?

Com familiares.

Na escola/faculdade.

Palestras, jornais, revistas,internet, rádio, livros.

De minha experiênciaprática.

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Ao serem questionados quanto a fonte de seus conhecimentos para gerenciar o dinheiro,

algumas responderam mais que uma opção, totalizando 105 respostas. Sendo que a maioria

adquiriu de sua própria experiência, o que equivale a 51%, com familiares e na escola/faculdade,

corresponde a 21% cada e em palestras, livros, jornais, etc., foram apenas 7%. O que comprovou

que as pessoas não buscam o conhecimento financeiro acadêmico, elas aprendem com os próprios

erros, ou com os erros dos outros.

Gráfico 14 - Fatores responsáveis por dificuldades financeiras

Fonte: Autores (2016)

Questionou-se, quais são os fatores que trazem as dificuldades financeiras para as

famílias, e 42% responderam que é referente a ganhar pouco. Já 24%, comentaram que não

possuem dificuldades financeiras, o que é uma margem considerada boa. 19% confessaram que é

porque gastam mais do que ganham e 15% admitiu que é por falta de conhecimento da

administração financeira.

Gráfico 15 - Possui algum tipo de dívida

Fonte: Autores (2016)

42%

15%19%

24%

Você acredita que suas dificuldades financeiras estão mais ligadas a que fatores?

Ganhar pouco.

Falta de conhecimento daadministração financeira.

Gastar mais do que ganha.

Não tenho dificuldadesfinanceiras.

37%

1%

25%

37%

Você possui algum tipo de dívida (empréstimos bancários, cartão de crédito, financiamentos)?

Sim, possuo, mas refere-sea um financiamento a longoprazo, cuja prestação eusempre quito em dia.

Sim, possuo, mas não seibem quando nem como ireipagá-las.

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Sobre possuir algum tipo de dívida, as respostas foram as seguintes: 37% dos

questionários optaram por duas respostas, que foram, sim, possuo, mas referente a um

financiamento a longo prazo, cuja prestação quito sempre em dia, e a outra resposta, não, não

tenho dívidas pessoais, procuro planejar todas as compras para conseguir pagar à vista e com

desconto. Com 25%, sim, mas vou saudá-las em pouco tempo, já que anotei e calculei quando e

como irei quitá-las. O que foi um ponto positivo para a pesquisa, pois as famílias mostraram estar

preparadas para comandar as despesas. E apenas 1% confessou que tem dívidas, mas não sabe

quando nem como irá quitá-las, o que é um fato muito perigoso e preocupante, pois, além da

dívida só ir aumentando, corre o risco de ficar com o nome “sujo na praça” e não conseguir mais

crédito para poder quitar outras despesas que possam surgir. A dívida não é ruim para quem sabe

usá-la, pois investimentos a longo prazo são dívidas, e se faz necessária quando o assunto é

comprar algo de alto valor, como uma casa por exemplo.

Gráfico 16 - Prioriza em caso de perda de renda

Fonte: Autores (2016)

Em relação ao que as famílias consideram que é uma fonte de proteção em caso de

desemprego, duas pessoas optaram por duas opções, onde se obteve 102 respostas. 50% das

pessoas acham que o melhor é possuir poupança ou outras aplicações financeiras. 43% falaram

que acham melhor possuir bens imóveis. É uma ótima opção também, pois os gastos são menores

do que aqueles que pagam aluguel, mas já é uma opção mais difícil de vender, onde o dinheiro

demorará mais para estar disponível. E por último, 7% acham que a melhor opção é possuir bens

móveis.

7%

43%50%

O que você considera mais importante em caso de desemprego/perda de renda?

Possuir bens móveis(carro, moto).

Possuir bens imóveis(casa, apartamento,terrenos).

Possuir poupanças ououtras aplicaçõesfinanceiras.

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Gráfico 17 - Conserva parte dos rendimentos

Fonte: Autores (2016)

Quando questionados em relação às reservas de rendimentos em poupanças e aplicações

financeiras, surpreendentemente, 59% disseram que sim, o que mostra que as pessoas estão

preparadas e conscientes que é bom ter uma reserva para emergências, 29% disse que guarda

dinheiro às vezes, o que já ajuda um pouco e 12% disseram que não, ou seja, se surgir uma

emergência, terá que optar em fazer uma dívida para essa despesa extra.

Gráfico 18 - Despesas mais impactantes

Fonte: Autores (2016)

Referente as despesas que mais impactam o orçamento familiar, houveram 241 respostas,

pela possibilidade de a escolha ser de mais de uma alternativa. Sendo assim, foi constatado que o

que mais pesa, é a alimentação, com 29%, em segundo lugar vem a gasolina, com 16%, saúde,

financiamentos e aluguel com 11% cada, educação com 9%, vestuário com 6%, transporte com

3%, e lazer e supérfluos com 2% cada.

59%12%

29%

Você procura conservar uma parte de seus rendimentos em uma poupança, para fins emergenciais, ou visando atingir

objetivos materiais (compra de casa, carro etc.)?

SIM

NÃO

AS VEZES

11%

11%

16%

3%29%

11%

6%9%

2% 2%

Qual das despesas atinge o orçamento de sua família com mais impacto?

ALUGUEL

FINANCIAMENTOS

GASOLINA

TRANSPORTE

ALIMENTAÇÃO

SAUDE

VESTUÁRIO

EDUCAÇÃO

LAZER

SUPERFULOS

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Com a pesquisa finalizada e todos os resultados obtidos, algumas questões obtiveram

respostas que chamaram mais a atenção em relação aos resultados e serão abordadas agora com

maior ênfase na discussão.

Os resultados da pesquisa apontam que na segunda questão, a maioria dos entrevistados

são mulheres, compondo 73% da amostra. Esse número chama a atenção, pois representa

praticamente o triplo do número de homens que responderam ao questionário.

Como a pesquisa foi destinada às famílias ou a composições familiares, no momento das

respostas é provável que a pessoa que respondeu o questionário seja a responsável pelas mesmas.

Desse modo, afirma-se segundo Cerbasi (2014, p.16) que atualmente as mulheres estão mais

presentes no mercado de trabalho, atuando em diversos cargos, dos mais simples aos mais bem

remunerados:

[...] hoje, a mulher não só conquistou uma posição social e profissional equiparada à do homem como passou a discutir e dividir o controle do planejamento e das finanças da família e dos negócios familiares. Essa nova realidade também gerou a necessidade de se chegar a um acordo sobre a administração da renda familiar em parceria. (CERBASI, 2014, p.16).

Há tempos percebe-se que as mulheres estão conquistando seu espaço na sociedade,

igualando-se aos homens. Hoje, elas estão ganhando salários melhores e estão se tornando

independentes. Sabe-se que a relação das mulheres com o dinheiro é diferente que a dos homens,

como afirma Trueman (2010, p.17-18):

Embora as mulheres estejam ganhando melhor do que nunca, a maioria ainda é motivada pelo desejo de segurança, em vez do desejo de poder. [...] Muitos homens simplesmente adoram o desafio de fazer dinheiro; é como se as finanças virassem um jogo, e vencer lhes proporcionasse respeito em sua comunidade e a sensação de controle e poder. Em contraste, para muitas mulheres o jogo parece muito perigoso.

Diante disso, pode-se perceber que as mulheres são mais cautelosas que os homens, pois,

embora sob as mesmas condições, ainda são vistas como o “sexo frágil”, e geralmente, não sentem

segurança em arriscar. Conforme Halfeld (2004, p.54) “Em geral, as mulheres são mais

conservadoras do que os homens. Eles costumam tomar decisões mais rápidas e, por isso mesmo,

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mais arriscadas.” Talvez seja por isso, que mulheres, por exemplo, possuem menor rotatividade

nas empresas, pelo medo de arriscar e pela segurança maior que adquirem com o tempo.

Conforme se pode observar, as mulheres são muito ativas e buscam desde sempre

reconhecimento e igualdade perante os homens. Hoje, a mulher tem conseguido destaque em

vários negócios e ambientes, porém ainda não é o suficiente, continua lutando e conquistando o

seu espaço.

Com esse entendimento de que a mulher alcançou o seu lugar dentro do grupo familiar,

torna-se mais fácil compreender porque houve essa grande desvantagem dos homens nas

respostas aos questionários. As mulheres estão se envolvendo muito mais nas finanças familiares,

e por vezes são elas que lideram as famílias, preocupando-se com a educação dos filhos, com o

futuro e com a manutenção de seu casamento. Uma família que trabalha unida e se ajuda

permanentemente conquista muito e torna-se mais feliz e completa.

Além disso, outra questão que chama a atenção é a terceira pergunta, onde se pode

identificar a escolaridade dos respondentes, revelando que a maioria deles está cursando ou já

concluiu o Ensino Superior, o que permite que se entenda como uma demonstração de que as

pessoas estão cada vez mais preocupadas com o seu futuro e com o de sua família, pois, através

do conhecimento, é possível conquistar uma melhor condição de vida, um emprego melhor, e

consequentemente uma renda maior.

Um tópico muito importante, e enfoque da pesquisa, tratado na questão dez é acerca do

conhecimento sobre Educação Financeira. Surpreendentemente, 61% das famílias entrevistadas

responderam que seu conhecimento sobre Educação Financeira, é pouco, ou seja, as famílias

admitem que não possuem conhecimento sobre finanças pessoais.

É importante ressaltar que ter consciência e humildade para pedir ajuda no momento de

necessidade não faz da família fraca ou perdedora, pelo contrário, torna-a forte e disposta a

encarar novos desafios, buscando entender e aproveitar os ensinamentos que lhes são dados.

Em relação ao conhecimento sobre o orçamento familiar, as respostas apontaram que 90%

das famílias questionadas conheciam sim o tema orçamento familiar e ouviram conversas

relacionadas a esse tema em determinado momento.

Embora essa porcentagem tenha despertado certo espanto, compreende-se que desses

90% que afirmam terem tido contato com o assunto, provavelmente nem todos o colocam em

prática, ou seja, conhecem, mas não utilizam. Conforme Carneiro e Matias (2011, p.106) “Tudo

o que existe no mundo possui vantagens e desvantagens e, logicamente, o orçamento familiar não

é diferente”.

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O orçamento familiar nada mais é que um planejamento das contas familiares. É a partir

dele que se projetam as receitas e despesas familiares, acompanhadas por um exigente controle,

que deve ser feito diariamente. Acredita-se que o motivo pelo qual muitas famílias não coloquem

em prática esse orçamento, seja pela falta de conversa entre os membros do grupo familiar e o

receio de expor as contas e rendimentos para toda a família.

Num primeiro momento, a implantação do orçamento/planejamento familiar pode parecer

complicado e pode provocar certos desconfortos, porém, depois de elaborado e posto em prática,

eles e torna de suma importância para o crescimento e fortalecimento da família. Orçar é uma

necessidade de todas as pessoas, pois além de servir como instrumento de controle do patrimônio,

também auxilia para o fortalecimento dos laços familiares gerando maior confiança e união entre

os membros da família, o que deve aumentar também.

O desempenho e a segurança para administrar o dinheiro 51% dos questionados,

respondeu que possui um desempenho razoavelmente seguro, o que significa que pensam não

estarem totalmente preparados para administrar o seu próprio dinheiro já que na questão 13 as

famílias revelam ter adquirido seus conhecimentos sobre gestão, na grande maioria, (51%), de

sua experiência prática, o que mostra, que os conhecimentos foram adquiridos através de erros

cometidos. Isso mostra que algumas famílias não pensam em buscar novos conhecimentos através

de livros, palestras ou mesmo na internet. Algumas famílias preferem persistir nos erros, a ter que

procurar ajuda para controlar seus patrimônios.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve por objetivo analisar o conhecimento sobre o tema

Educação Financeira, identificar os principais problemas financeiros enfrentados pelas famílias,

além de apresentar instrumentos que auxiliassem as famílias para uma melhor organização das

finanças familiares. De forma geral observou-se que os questionados foram pessoas e famílias

com níveis educacionais, pensamentos e maneiras distintas de controlar seu patrimônio.

Identificou-se, que mesmo com a crise econômico-financeira em que o país se encontra, a situação

das famílias do município de Erechim-RS não é preocupante, pois, grande parte das famílias

questionadas possui controle sobre suas finanças, e supõe-se que estejam preocupadas em mantê-

las em dia.

Atualmente, é muito difícil encontrar pessoas que não possuam nenhum tipo de dívida.

Mesmo as mais insignificantes, se não controladas, podem ocasionar perdas de patrimônio. Dessa

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forma foi possível constatar que as famílias estão buscando adquirir novos conhecimentos por

meio de especializações. Percebe-se com isso, que as pessoas estão preocupadas em manter um

controle financeiro, tanto aquelas famílias que possuem uma renda maior quanto as que

sobrevivem com uma renda baixa, pois ficou claro que a renda não é empecilho para a falta de

conhecimento financeiro, e sim um incentivo para as famílias acharem soluções para melhorarem

de vida e economizarem.

É extremamente necessário criar o costume de registrar todos os gastos familiares em uma

planilha, em um caderno, em um bloco de anotações ou em qualquer outra ferramenta com a qual

a família mais se adaptar. Com essa atitude se estará criando um controle financeiro, que permitirá

visualizar quais são os gastos que mais influenciam a renda mensal da família. Com métodos

simples, como este de registrar as receitas e despesas, tornar-se-á possível para as famílias

compreenderem quais são seus maiores desperdícios e qual a melhor forma de reduzi-los.

Para que o controle financeiro seja eficaz, requer total disciplina, envolvendo todo o grupo

familiar, inclusive as crianças, que no momento em que participam dessas discussões sobre

dinheiro, aprendem e utilizam os exemplos de casa.

Educação é fundamental para a convivência em sociedade, e para o crescimento e

aperfeiçoamento pessoal, embora, muitas vezes não se tenha acesso a essa na escola. Acredita-se

que a Educação Financeira deveria ser uma das disciplinas escolares obrigatórias, pois muitas

pessoas não sabem como investir seus rendimentos e acabam lidando com estes de maneira

inadequada, ficando reféns de dívidas inacabáveis.

Esta pesquisa buscou compreender aspectos específicos sobre finanças pessoais,

identificando que uma boa organização pessoal influencia para um bom desempenho nas finanças

empresariais. Por fim, entende-se que para se conquistar independência financeira é preciso

conhecer suas receitas, minimizar suas dívidas, investir e se educar financeiramente.

REFERÊNCIAS

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Revista Científica FAZER. Faculdade Anglicana de Erechim – FAE V.5, N.1 - 2017 - ISSN: 2318-289X 56

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