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Edição 72 Ano V l 10 de fevereiro de 2018

Informativo de Dança exclusivo do IBT e Espaço VIRALAPAMe n s a g e M

d o e d i t o rLEIA NESTA EDIÇÃO

Este Informativo é distribuído gratuitamente por meio eletrônico. Para recebê-lo, atualize seu-email na secretaria do Espaço VIRALAPA. Esta e todas as edições passadas podem ser acessadas

no www.tangoporsisolo.com.br ou www.viralapa.com.br

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PerCY rodrigUes

2SANDRA SANTOS

MMMESQUEU

BLAS RIVERA

Em dois momentos, a nossa fiel colaboradora dá corpo ao Infor-mativo, diretamente através de matéria focalizando dois novos produtos do tango no Rio de Ja-neiro, e, numa selfie sacada pelo psicólogo e tanguero Roberto Rocha, que foi um dos protago-nistas da homengem à Sandra, acontecida na Milonga Xangô no dia do seu aniversário

Mais uma vez, lamentamos a ausência do nosso habitual colaborador, grande músico tanguero, Blas Rivera, que continua em giro pela Europa, mostrando seu trabalho

Nosso filósofo diverge aciden-talmente de suas características lúdicas para abordar fato ocor-rido com ele e grupo de amigos nas ruas do Rio de Janeiro, sem contudo perder sua proverbial veia cênica teatral

No momento em que tudo que se lê, ouve e assiste na mídia regular se relaciona com atividades crimi-nosas, de políticos e autoridades envolvidas numa grande rede de corrupção e atos fraudulentos, edi-tar um informativo leve, descon-traído, honesto, verdadeiro, com foco numa atividade amena e reconfortante se constitui num enorme prazer, que se repete a cada edição.

Para tanto, contamos com pessoas identificadas com os propósitos do VIRALAPA News, os quais são os nossos fiéis colaboradores.

Nesta edição, divulgamos maté-ria de Sandra Santos, abordando a criação de dois novos produtos do tango no Rio de Janeiro, além da colaboração de Roberto Rocha, uma bela surpresa, homenagean-do Sandra Santos por ocasião do seu aniversário.

Marcondes Mesqueu, vítima de assalto real nas ruas do Rio, de-gride do habitual senso lúdico, relata o fato, mas sem perder o estilo filósofico e poético de suas crõnicas.

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Expediente

Instituto Brasileiro do Tango Presidente: Paulo Araujo

EspaçoVIRALAPA Diretor Geral: Paulo Araujo

Sede própria: Avenida Gomes Freire, 663, sobreloja, Lapa, Rio de

JaneiroCEP 20230-014 - Tel. 21-3970 2457

contato@viralapa.com.br

VIRALAPA News Conselho Editorial

Ana Maria de Sá Marcondes Mesqueu

Paulo Araujo Percy Rodrigues Sandra Santos

Editor Geral Percy Rodrigues

Tel. 21-99634 9736

percyrodrigues@openlink.com.br

Milongueros criam mais espaços para tango: Milonga da Tarde e Tango na Praça - dois projetos que estão inauguran-do uma nova cultura no Rio de JaneiroTexto e fotos SANDRA SANTOSDesta vez a Milonga da Tarde foi na academia Cachanga do Malan-dro, na Lapa, casa de tradição do samba e dança de salão que na tar-de sábado (27/ janeiro/2018), deu vez ao tango. Testemunhei o suces-so desta tarde. O professor Valdeci de Souza desenvolve o seu proje-to de Milonga da Tarde itinerante. Contou-me em entrevista, como surgiu a ideia de implantar a nova cultura do tango no Rio de Janeiro. Preocupado com pessoas que es-tavam deixando de bailar, porque não queriam mais estar nas milon-

gas da noite – devido à violência que nos acerca e amedronta - ele teve a ideia de trazer a milonga às pessoas. Milongas na tarde são tradições em Buenos Aires, lugar onde se dança a todo tem-po; aqui é nova, e como ele con-ta, importou a ideia para atender as pessoas que não querem mais se expor nas noites cariocas. “As milongas da tarde são iti-nerantes”. Ela começou na sua própria academia em Botafogo e já correu por alguns bairros da

Nova cultura de tango no Rio de Janeiro

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todas as sextas-feiras

a Partir das 21 horas

façaM reservas Pelo

telefone 21-3970 2457

AULAS DE TANGOTERÇAS 18h00/19h30QUINTAS 18h00/21h00SÁBADOS 18h00/21h00

PRÁTICASTODAS AS TERCEIRAS

TERÇAS A PARTIR DAS 19h30

cidade; Copacabana, Niterói, Cen-tro e, agora, na Lapa. Garante que vai para Tijuca e para o VIRALA-PA - casa do professor Paulo Arau-jo, e em muitos outros lugares. O professor Valdeci aponta para um fenômeno que ocorre em todas as milongas, aqui ou em Buenos Aires: a frequência das mulheres é muito maior que a dos homens, por isso ele investe na preparação de cavalheiros. Suas aulas são nas segundas-feiras, as 12horas no sa-lão da Cachanga do Malandro. Ele falou que deseja que nas milongas todas as damas dancem, e que os cavalheiros não pensem só em ga-nhar dinheiro com este prazer. Prestigiei a milonga e pude confir-mar que o evento é certeiro de boa energia e muita alegria. Outro fa-tor importante para manter a casa bem frequentada é o valor de en-trada acessível. Valdeci nos conta que mantem o mesmo valor desde que deu início ao projeto - dois anos atrás. Meus cumprimentos professor por manter a força e per-sistir na implantação de uma nova cultura no Rio de Janeiro. A Mi-longa da Tarde acontece uma vez por mês, onde estiver começa às 15 horas. Para saber a data da pró-xima, acompanhe a divulgação no facebook ou ligue 21-98141-1750.

TANGO NA PRAÇA: O Tango na Praça começou com o casal Simão Takiya e Rosangela, ou-tros guerreiros do tango criaram o projeto Happy Tango. Com o slo-gam simplesmente “me abrace”, tem por objetivo a divulgação do tango, e garimpar novas pessoas interessadas em aprender a dan-çar. O projeto Tango na Praça é para atrair pessoas para a inicia-ção tanguera. Simão e Rosangela admitem claramente que querem mostrar o tango de salão diferen-ciado do tango show. Acreditam que o tango de salão é possível de ser dançado por todas pessoas, de

todas as idades, por isso investem suas energias. Eles apontam uma grande diferença para se dançar o tango show, é preciso ser bailari-no, exige-se outra performance do corpo. Para ajudar no projeto, o casal junta alguns amigos tanguei-ros, que os auxiliam nos primeiros passos dos iniciantes. O encontro é frutífero, tanto iniciantes quanto iniciados, aproveitam para melho-rar a própria performance. A ideia é a prática milonguera na praça, ela acontece todos os domingos das 14 às 17 horas, na Praça Ge-neral Osorio em Ipanema. Simão e Rosangela convidam a todos que queiram conhecer o tango de for-ma mais simples, pois estão desen-volvendo um método próprio de ensinar. Ao desenvolver o projeto, querem implantar um novo para-

digma à pratica do tango – cone-xão tanguera e prazeroso abraço. Para desfrutar da metodologia aplicada nas aulas vale a pena co-nhecer o novo espaço em Santa Tereza, no Largo do Guimaraes dentro do “mercado das pulgas”, terças e quintas de 14 às 17 horas.

SANDRA SANTOS, psicóloga, tanguera e colaboradora do VIRALAPA News

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sandra santossandrucha@gmail.com

O aniversário de uma tanguera

Texto: ROBERTO ROCHA (*)Fotos: SANDRA SANTOSPor quê eu não dancei com ela? Aniversário da tanguera Sandra Santos, VIRALAPA, 19 de janeiro de 2017. Pela liturgia do tango ela dançaria com todos os cavalheiros presentes - e eu tive a sorte de ser um deles! Maravilhado, contem-plei a sucessão de abraços, tan-guero por tanguero com os quais ela dançava; sentia-me contido em cada um daqueles abraços. Tão maravilhado fiquei que... o tem-po passou... a música terminou; apesar de ser um D' Arienzo, juro que escutei aquele "tlimm" final - ausente nos tangos de D'Arien-zo mas tão presente nos de Caló. De repente, a ficha caiu: *eu não dancei com ela*!!! Fui salvo pelo brado de um tanguero de bom sen-so: Mais um! Mais um! Começou o segundo tango e ... a magia vol-tou! Observando em volta percebi que era tão linda a cena dela dan-çando com a sucessão de amigos tangueros que... não apenas eu, mas todos nós, tangueras e tan-gueros que tivemos o privilégio de estar no VIRALAPA naquela noite, estávamos maravilhados. Observei e constatei o mesmo olhar de encantamento em todos - entendi que, além de mim... cada dama, cada cavalheiro estava pre-sente no abraço dela. Então, outra vez... pânico! Não dancei com ela

novamente! Perguntei-me: por quê não dancei com esta querida ami-ga, nesta linda roda de aniversário? Após alguns segundos de meditação a resposta veio clara e distinta em mi-nha mente: sim, eu dancei! TODOS dançamos com ela - um momento mágico de união, de comunhão, de encontro. TODOS os presentes dan-çaram aquela tanda num só abraço. A maioria dos leitores conhece a frase do compositor e filósofo do tango, o argentino Enrique Santos Discépolo: "o tango é um pensamento triste que se baila". Naquele momento, no VI-RALAPA, o tango não foi um pensa-mento triste bailado por uma parelha:

foi um alegre encontro coletivo. Não é o caso de pedir perdão a Discépolo: tanguero que era... certamente estava ali presente, como um de nós, partici-

pava da configuração de todos. Gra-tidão à Sandra por compartilhar seu momento. Gratidão ao Paulo - todos sabemos por quê...

(*)ROBERTO ROCHA, professor e filósofo

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blasrivera@blasrivera.com

BLAS RIVERA

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Marcondes Mesqueu

jornalistammmesqueu@gmail.com

TANGO SOB INTERVENÇÃONessa edição tinha decidido escrever algo jocoso, engraça-do, safado, sensual, sacana, mas...

SOFRI UMA INTER-VENÇÃO.Como?Na quinta feira, antes do Carnaval, vinha eu às 22:30, com um grupo de amigos “corpos dançantes” pela Glória quando um grupo de mascarados pulou fora de um carro e nos assaltou. Incrível, eu fui o único poupado. A justificativa veio da fala de um do bando de mascarados: - MAIS VELHO, PODE IR. Os amigos ficaram sem seus pertences e chave de casa. Trancados na rua que pagamos pela segurança que não dá segurança pra ninguém. Uma amiga saiu machucada. De mim só levaram a paz e deixaram dúvidas. Pensei: Eu poupado por ser o Mais Velho! Será que esses assaltantes têm algo de ética e respeito para ensinar a alguns sujeitinhos que ganham para governar e fogem da respon-sabilidade desgovernadamente?A tradição cultural desse estado é festeira. Saímos de casa para dançar, namorar, rezar, se divertir, transar,... Lendo por esses dias a entrevista de um sueco no Glo-bo ele dizia que o brasileiro esbanja felicidade e ri. Ele inveja essa nossa fortuna que, segundo sua opinião, seu povo não tem. Para irmos ao encontro do prazer, na maioria das vezes, saímos de casa. Entendamos que TODA INTERVENÇÃO é por tempo limitado. Lembra das UPPs? Na hora do voto é um bom momento para irmos ao encontro do nosso direito ao tango, a rua (que pagamos) e a tudo aquilo que é direito de todos e gostamos.