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0 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Gabriela Kaio Castro Watanabe Juliana Eiro Mariane Rasquel PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ADULTOS SUBMETIDOS À FISIOTERAPIA INTENSIVA ENTRE OS ANOS DE 2003 AO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2008 Lins-SP 2008

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ADULTOS … · maravilhosa no meu caminho. Sempre companheiras e brutinhas. Tenham a certeza que nas melhores e ... nos nossos objetivos e ideais,,

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Fisioterapia

Gabriela Kaio Castro Watanabe

Juliana Eiro

Mariane Rasquel

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES

ADULTOS SUBMETIDOS À FISIOTERAPIA

INTENSIVA ENTRE OS ANOS DE 2003 AO

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2008

Lins-SP

2008

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GABRIELA KAIO CASTRO WATANABE

JULIANA EIRO

MARIANE RASQUEL

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ADULTOS SUBMETIDOS À

FISIOTERAPIA INTENSIVA ENTRE OS ANOS DE 2003 AO PRIMEIRO

SEMESTRE DE 2008

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a Orientação do Prof. Esp. Antonio Henrique Semençato Júnior e orientação técnica da Profª. Esp. Ana Beatriz Lima.

Lins-SP

2008

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Watanabe, Gabriela Kaio Castro; Eiro, Juliana; Rasquel, Mariane Perfil epidemiológico de pacientes submetidos à fisioterapia

intensiva no período de 2003 ao primeiro semestre de 2008 / Gabriela Kaio Castro Watanabe; Juliana Eiro ; Rasquel, Mariane.

Lins, 2008. 121p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2008.

Orientadores: Ana Beatriz Lima; Antonio Henrique Semençato Júnior

1. Epidemiologia. 2. Fisioterapia. 3. UTI. I Título.

CDU 615.8

W295p

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GABRIELA KAIO CASTRO WATANABE

JULIANA EIRO

MARIANE RASQUEL

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ADULTOS SUBMETIDOS À

FISIOTERAPIA INTENSIVA ENTRE OS ANOS DE 2003 AO PRIMEIRO

SEMESTRE DE 2008

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Profº Orientador: Antonio Henrique Semençato Júnior

Titulação: Professor Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia

Cardiorrespiratória pelo Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Assinatura:_____________________________

1º Prof(a):

_______________________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_____________________________

2º Prof(a):

_______________________________________________________________

Titulação________________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_____________________________

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DEDICATÓRIAS

Para as pessoas que mais amo no mundo... Francisco e Débora

Pai e Mãe, não tenho palavras para agradecer tudo o que vocês fizeram por mim...e se hoje cheguei onde estou é por mérito de vocês que nunca mediram esforços para esse sonho se tornasse realidade. Foram tantas dificuldades, todas superadas com muito trabalho, mais sem nunca perder a alegria, a

esperança, união entre agente... Vocês são guerreiros.....Não tenho palavras pra dizer quanto amo vocês... Obrigada por me fazer a pessoa mais feliz deste mundo!!!

Amo muito vocês... Gabi

Para minha querida irmã Carol, nada mais justo que dedicar este trabalho a você... Obrigada por sempre estar disposta a me

ajudar e me dar forças para continuar, por tudo que tem sido em minha vida. Nem sei como me agüentou todos estes anos... Foram tantos conselhos, ajudas milagrosas, dificuldades, broncas pelo quarto desarrumado ou por não fazer almoço (rs)... Foi muito bom... Amo-te muito... Obrigada!!!

Gabuxinha, Gabuxinha!!!

Ao meu irmão lindo Jun, obrigada por fazer da minha vida muito mais alegre, de sempre me sentir protegida ao seu lado... de pular pela casa, cantar alto, de estarmos juntos nas idéias mais bestas....Bom, agora somos pessoas

sérias, né?...ainda bem que não...Muita sorte e sucesso na sua vida....Te Amo Muito Gabi

Aos meus Avós e Tio: Batian (in memoriam), Ditian (in memoriam) e Vó Gui(in memoriam) e tio Tomotian (in memóriam)

A vida resolveu tirar vocês muito cedo de mim....mais uma coisa ela nunca vai poder tirar, a educação que me deram, as broncas, os valores inestimáveis a família, as lembranças. Agradeço muito a vocês,

pois muito do que sou é porque vocês fizeram parte da minha história. Saudades imensas..... Arigatô!!!

Gabi (Kaiotchan)

Aos meus padrinhos: Luiz e Beth

Obrigada por tudo que vocês fizeram por mim e minha família.....esta etapa também é um vitória de vocês....amo vocês

Gabi

Para minhas amigas-irmãs: Lê, Mi, Lidjuca, Paty e Geno

Meninas ....ter vocês como parte de minha família é um presente de Deus, pois ele colocou pessoas maravilhosa no meu caminho. Sempre companheiras e brutinhas. Tenham a certeza que nas melhores e

importantes histórias da minha vida vocês fizeram parte dela...nunca vou me esquecer de vocês..... amo muito vcs!

Gabú

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Aos meus familiares

A minha formação como profissional não poderia ter sido concretizada sem a ajuda de meus amáveis pais Kiyoshi e Taeko, minhas irmãs queridas Viviane e Sandra, minha madrinha Aiko e a eterna avó

Teru que, no decorrer da minha vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade, da perseverança e de procurar sempre em Deus à força maior para o meu desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaria de dedicar e reconhecer a vocês,

minha imensa gratidão e amor. Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonho e outras ainda porque nos desafiam a construí-los.

Principalmente Má e San, muito obrigada por tudo!!!! Não sei o que seria da minha vida sem vocês...

Ao meu noivo Gilson

Mesmo de longe sempre me dando forças para lutar e conquistar todos os meus objetivos. Mais uma etapa que você me ajudou a concluir. Esse tempo que estamos juntos, você mostrou ser uma pessoa

maravilhosa. Meu amor, muito obrigada por tudo! Te amo muito!

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Aos Meus Pais (Marco e Marlene)

Vocês durante todo meu tempo de estudo, foram os meus olhos, as minhas pernas, a minha boca, durante todo esse tempo meu coração pulsava na mesma intensidade que os de vocês. Mãe, ao nascer,

foram teus braços o meu primeiro leito, abrigo fundamental para o meu crescimento mental e espiritual. E você Pai, o apoio, a sustentação, o equilíbrio, a direção para todos os meus caminhos.

Me deram amor, carinho necessário para me tornar quem sou. E as honras e glórias que hoje alcanço, não seriam possíveis se não estivessem ao meu lado. Amo vocês

Mari

Às minhas irmãs (Michele e Maisa)

Obrigada pela força que me deram todo estes tempos, por me fazerem acreditar em mim. Vocês são tudo para mim. Amo vocês

Mari

Aos meus Amigos (Bruna Mara, Bruna Marcelino, Taina e Murilo)

Há quatros anos estamos juntos, mas apenas no ultimo ano conheci pessoas maravilhosas como vocês, mas foi tempo suficiente para que se tornasse uma verdadeira amizade. Obrigado por fazerem parte

dessa etapa da minha vida. Amo vocês

Mari

Ao meu namorado Leandro

Sempre serei grata pela sua paciência e compreensão diante das minhas dificuldades durante este tempo. Sem falar dos meus estresses, os quais você as vezes os transformavam em motivos de risos,

onde eu me refazia e retomava o leme. Obrigada por me compreender e me dar forças. Te amo

Mari

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AGRADECIMENTOS

A Deus

Pela força, iluminação que sempre nos mandou dos céu, pois sem Você nada se realizaria. Sei que nos colocastes neste caminho sem ser por acaso, certamente tens algo especial em nossas vidas.

Nosso agradecimento maior. Já que muitas vezes, quando nos sentiamos desacreditadas e perdidas nos nossos objetivos e ideais,, nos fez vivenciar a delicia de nos formar, dando-nos forças, luz e

amparo.

Gabú, Jú e Mari.

Ao nosso querido orientador Júnior

Através da sua experiência, sabedoria, conhecimentos, pode nos orientar da melhor maneira para a conclusão desse trabalho. Foram dias e noites de dedicação para chegar a essa vitória e

enfim.......terminamos!!!!!!! Jú, muito obrigada por tudo!!! Continue sendo essa pessoa maravilhosa...

Te admiramos muito! Gabú, Jú e Mari.

A professora Bia

Muito obrigada pela paciência e compreensão, sem a sua ajuda e orientação esse trabalho não seria concluído.

Gabú, Jú e Mari.

Ao pessoal da biblioteca, xérox e laboratório de informática

Obrigada pelas horas de paciência e disposição para ajudar pessoas loucas e desesperadas como nós.

Gabú, Jú e Mari.

Aos nossos Professores

Agradecemos pelos ensinamentos dados e experiência compartilhada.

Gabú, Jú e Mari.

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A minha parceiras de monografia....Mari e Jú

Nem acredito que agente terminou.....obrigado por fazer parte desta etapa tão importante de minha vida, sem vocês ela não seria tão especial......temos muita lembranças para contar....desde ser expulsas da biblioteca a sessões de exorcismo na Santa Casa........ amei fazer este trabalho com vocês!!!!!Adoro

vocês!!!! Gabú

Para pessoas muito especiais: Jacky (Preta), Thais (Tata), Carol, Paula (Trop´s), Bruna (Baiana), Everton, Netão, Rafa, e Caio (Fiote)

Meus amores....vocês não tem idéia de como são importante em minha vida. Aos amigos de longa data, aos de perto ou longe, os de sala, de estágio, para aqueles que apesar de pouco tempo de convívio já tem um enorme pedaço muito grande em meu coração....obrigada por sempre estarem comigo, por me

agüentar em momentos de stress, nos conselhos, pelo ombro amigo quando não estava bem, pelas brincadeiras, conversas sentados numa calçada, histórias compartilhadas e muitas outras vividas

juntos....

...Se lembra quando a gente chegou a um dia acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba..... Nem desistir, nem tentar agora tanto faz estamos indo de volta pra

casa......

Gabú

Ao pessoal da sala em especial Bruna (loka), Bruna (Jatobá), Tainá e Simone

Obriga por fazer desses quatro anos momentos inesquecíveis.....que mesmo sendo pessoas tão

diferentes, nos completamos.....Adoro vocês!!!!!! Gabú

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As minhas parceiras (Mari e Gabi)

Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso. Essa

idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa. Para realização desse trabalho passamos por varias dificuldades, momentos de stress, noites sem

dormir, medos na Santa Casa entre outras coisinhas...Mas enfim conseguimos!!! Podemos dizer que tudo o que passamos valeu a pena. Meninas, adoro vocês!!!

A minha grande amiga Simone

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as

dificuldades e obstáculos.Passamos por alguns, mas você se mostrou sempre muito amiga! Dando-me forças quando pensei em desistir de tudo, quando fiquei sem esperanças e desacreditada.

Obrigada pela sua amizade, ajuda na finalização desse trabalho! Você estará presente sempre no meu coração!

Ao meu amigo Cédric

Quero muito agradecer pela sua atenção, carinho e amizade... Você é uma daquelas pessoas raras com um objetivo único de dar alegrias as pessoas que lhe

cercam...... Alguns eventos e acontecimentos nos trazem prazer, mas a verdadeira e duradoura alegria só pode ser

representada na forma de uma amizade como esta que conseguimos construir e consolidar. Você é uma pessoa muito especial!

Às minhas parceiras (Ju e Gabu)

As dificuldades não foram poucas, os desafios foram muitos, os obstáculos, muitas vezes,

pareciam intransponíveis. Muitas vezes nos sentimos só, e, assim, o estivemos. O desânimo quis

contagiar, mas, a garra foram mais fortes, sobrepondo esse sentimento, fazendo-nos seguir a

caminhada, apesar da sinuosidade do caminho.

Agora, ao olharmos para trás, a sensação do dever cumprido se faz presente e podemos constatar que

as noites de sono perdidas, não foram em vão. Aqui estamos, como sobreviventes de uma longa

batalha, porém, muito mais fortes e hábeis. Obrigada pelos momentos de aprendizagem constante e

pela amizade solidificada, pelo esforço, dedicação e compreensão, em todos os momentos desta

caminhadas, ao longo deste trabalho. Obrigada por tudo.... Adoro vocês: Mari

À Tia Tina

Meu anjo da guarda, meu socorro, amiga nas horas difíceis, meu ombro amigo nas horas e lugares certos. Obrigada por tudo !!! Te amo... Mari

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RESUMO

A epidemiologia tem se mostrado nos últimos anos ser de grande valia nas diversas áreas da saúde para caracterizar uma determinada população desvelando informações que permitem fazer de dados passados uma importante fonte para projeções futuras. Com o avanço da fisioterapia intensiva faz-se necessário tal caracterização dos pacientes assistidos por tal profissional no setor de unidade de terapia intensiva, pois, assim se pode ter certa previsibilidade das pessoas que possam vir a usar deste serviço em ambiente hospitalar, melhorando desta forma o atendimento realizado pelos profissionais de fisioterapia que atuem em tal área, além de toda equipe relacionada com a unidade de terapia. Com isso, a presente pesquisa tem como objetivo caracterizar os pacientes atendidos pelo setor de fisioterapia na Unidade de Terapia Intensiva da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins no período de 2003 ao primeiro semestre de 2008. Para isso foram coletados dados das fichas de avaliações realizadas pela fisioterapia em pacientes submetidos à terapia intensiva, sendo elas: gênero, idade, processo patológico, etnia, dias de hospitalização, número de sessões efetuadas, evolução de caso, convênio e procedência dos pacientes. Após esta fase, os dados foram comparados entre si, realizando-se gráficos contendo distribuição e até mesmo porcentagens e números encontrados, a fim de caracterizar a população em questão. Foram observados dados de 643 pacientes de ambos os gêneros sendo que houve a prevalência do gênero masculino 59,3%, cuja mortalidade dos mesmos em torno de 30%, com média para as idades de 58 ± 20 anos, média de hospitalização de 09 ±12 dias, número de sessões de fisioterapias intensivas executadas de15 ±23. Em relação à etnia dos pacientes e sua evolução clinica, merece destaque homens de etnia branca com evolução de alta 32% em 2005. Para o gênero feminino, se observou em 2005, mortalidade em etnia branca 57%. O sistema nervoso prevaleceu com relação aos demais sistemas observados, sendo os usuários do SUS de maior prevalência e mortalidade. Com relação à procedência dos mesmos, observou-se que 74% dos pacientes pertenciam à cidade de Lins.

Palavras-chaves: Epidemiologia. UTI. Fisioterapia Intensiva

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ABSTRACT

The epidemiology has shown in recent years to be of great value in different areas of health to characterize a given population revealing information that allow to make use of past data as a major source for future projections. With the advancement of intensive physiotherapy it is necessary such a characterization of patients assisted by such professional in the sector of intensive care unit, because then you can have some predictability of people likely to use this service in a hospital environment, thus improving the care of physiotherapy performed by professionals who act in this area, plus all the team related to the therapy unit. With that, this research aims to characterize the patients seen by the sector of physiotherapy in an Intensive Care Unit of the Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins in the period from 2003 to the first semester of 2008. For that, data were collected from sheets of evaluations conducted by the physiotherapy in patients undergoing intensive therapy, which are: gender, age, pathological process, ethnicity, days of hospitalization, number of sessions conducted, evolution of case, arrangement and source of the patients. After this phase, the data were compared, and graphics containing distribution and even percentages and numbers found were made in order to characterize the population in question. Data from 643 patients of both genders were observed and there was the prevalence of males 59.3%, and the mortality of those was around 30%, with an age average of 58 ±20 years, average hospitalization of 09 ±12 days and number of sessions of intensive physiotherapy executed of 15 ± 23. Regarding the ethnicity of patients and their clinical development, it is worth noting the ethnic white men with evolution of high 32% in 2005. For the female, was observed in 2005, mortality in white ethnicity 57%. The nervous system prevailed with respect to other systems observed, showing users of SUS the highest prevalence and mortality. With regard to their source, it was observed that 74% of the patients belonged to the city of Lins.

Key words: Epidemiology. ICU. Intensive Physiotherapy

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Número total de pacientes atendidos no período da pesquisa...... 84

Figura 2: Demonstra a relação das médias de idades com relação ao

gênero ............................................................................................................ 84

Figura 3: Número total de altas e óbitos no período da pesquisa................. 85

Figura 4: Apresenta a relação entre o número de pacientes por período

de análise e a evolução clínica destes de acordo com os gêneros dos

mesmos.......................................................................................................... 85

Figura 5: Alta e Óbito relacionados à SUS e NSUS...................................... 86

Figura 6: Porcentagem de altas e óbitos do gênero masculino com

relação à etnia no período da pesquisa......................................................... 87

Figura 7: Porcentagem de altas e óbitos do gênero feminino com relação

à etnia no período da pesquisa ..................................................................... 87

Figura 8: Número de pacientes atendidos no período da pesquisa com

relação à procedência dos mesmos .............................................................. 88

Figura 9: Número de pacientes de acordo com gênero e sua distribuição

com relação ao sistema de acometimento por período da pesquisa............ 89

Figura 10: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções

apresentadas do sistema gastrointestinal ..................................................... 89

Figura 11: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções

apresentadas do sistema cardiorrespiratório ................................................ 90

Figura 12: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções

apresentadas do sistema geniturinário.......................................................... 90

Figura 13: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções

apresentadas do sistema osteomioarticular .................................................. 91

Figura 14: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções

apresentadas do sistema nervoso................................................................. 92

Figura 15: Número de pacientes de acordo o gênero e afecções

apresentadas do sistema endócrino-metabólico-nutricional ......................... 92

Figura 16: Número de pós-operatório realizado de acordo com o gênero ... 93

Figura 15: Outras afecções de acordo com o gênero ................................... 94

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tabela Geral ..................................................................................114

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

ASCR: Afecções do Sistema Cardiorrespiratório

ASEMN: Afecções do Sistema Endócrino-Metabólico-Nutricional

ASGI: Afecções do Sistema Gastrintestinal

ASGU: Afecções do Sistema Geniturinário

ASOMA: Afecções do Sistema Osteomioarticular

ASN: Afecção do Sistema Nervoso

AVE: Acidente Vascular Encefálico

AVEH: Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico

AVEI: Acidente Vascular Encefálico Isquêmico

BCP: Broncopneumonia

CTI: Centro de Terapia Intensiva

DM: Diabetes Mellitus

DP: Desvio Padrão

DPOC: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

EAP: Edema Agudo Pulmonar

FEM: Feminino

GEN: Gênero

HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica

HDA: Hemorragia Digestiva Alta

IAM: Infarto Agudo do Miocárdio

ICC: Insuficiência Cardíaca Congestiva

IRpA: Insuficiência Respiratória Aguda

IRA: Insuficiência Renal Aguda

IRC: Insuficiência Renal Crônica

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LCR: Líquido Cefalorraquidiano

MASC: Masculino

NSUS: Não pertencentes ao Sistema Único de Saúde

PCR: Parada Cardiorrespiratória

PO: Pós-operatório

RTV: Ressecção Transuretral

SOBRATI: Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva

SUS: Sistema Único de Saúde

TCE: Traumatismo Crânio-encefálico

TRM: Traumatismo Raqui-medular

TVP: Trombose Venosa Profunda

UCIs: Unidades de Cuidados Intermediários

UTI: Unidade de Terapia Intensiva

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................... 20

CAPÍTULO I EPIDEMIOLOGIA

1 CONCEITO.......................................................................................

23

1.1 Metodologia da Investigação Epidemiológica...................................... 24

1.2 Fatores Sociais.................................................................................... 24

1.2.1 Fatores Socioeconômicos.................................................................... 24

1.3 Variáveis Relacionadas ao Tempo...................................................... 25

1.4 Variáveis Relacionadas ao Espaço..................................................... 25

1.5 Variáveis Relacionadas à Pessoa....................................................... 26

1.6 Grupo Étnico........................................................................................ 26

1.7 Idade....................................................................................................

26

1.8 Gênero................................................................................................. 27

1.9 Variação Sazonal..................................................................................

27

1.10 Estudo Descritivo..................................................................................

27

1.11 Coeficientes.......................................................................................... 28

1.12 Estudo Observacional...........................................................................

28

1.13 Estudo Transversal...............................................................................

29

1.14 Estudo Retrospectivo............................................................................

29

1.15 Levantamento de Prontuários...............................................................

29

1.16 Incidência..............................................................................................

29

1.17 Prevalência...........................................................................................

30

1.18 Mortalidade........................................................................................... 31

CAPÍTULO II - FISIOTERAPIA INTENSIVA E UTI........................................... 32

2 INTRODUÇÃO..................................................................................... 32

2.1 Histórico da Criação da Entidade......................................................... 34

2.2 Fisioterapia Intensiva............................................................................

35

2.3 Recursos Físico....................................................................................

37

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2.4 Aparelhos..............................................................................................

38

2.5 Recursos Humanos..............................................................................

39

2.6 Convênios.............................................................................................

41

2.7 Cidades Atendidas................................................................................

42

2.8 Avaliação Fisioterapêutica....................................................................

42

2.9 Tratamento Fisioterapêutico.................................................................

43

2.10 Fisioterapia Motora...............................................................................

44

2.11 Fisioterapia Respiratória.......................................................................

45

CAPÍTULO III

PROCESSOS PATOLÓGICOS INERENTES A PESQUISA.. 46

3 INTRODUÇÃO..................................................................................... 46

3.1 Afecções do Sistema Cardiorrespiratório e PO relacionados.............. 47

3.1.1 Angina instável.................................................................................... 48

3.1.2 Broncopneumonia.................................................................................

48

3.1.3 Bloqueio Átrio Ventricular Total............................................................ 49

3.1.4 Broncoespasmo....................................................................................

49

3.1.5 Choque Cardiogênico........................................................................... 49

3.1.6 Choque Séptico.................................................................................... 50

3.1.7 Derrame Pleural....................................................................................

50

3.1.8 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.................................................. 50

3.1.9 Edema Agudo Pulmonar.................................................................. 51

3.1.10 Edema Pulmonar.................................................................................. 51

3.1.11 Embolia Gordurosa...............................................................................

52

3.1.12 Hemotórax............................................................................................ 52

3.1.13 Hipertensão Arterial Sistêmica............................................................. 52

3.1.14 Infarto Agudo do Miocárdio...................................................................

53

3.1.15 Insuficiência Cardíaca Congestiva....................................................... 53

3.1.16 Insuficiência Coronariana.....................................................................

54

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3.1.17 Insuficiência Respiratória Aguda......................................................... 54

3.1.18 Miocardiopatia Dilatada........................................................................ 54

3.1.19 Parada Cardiorrespiratória................................................................... 55

3.1.20 Pneumotórax........................................................................................ 55

3.1.21 Sepse....................................................................................................

55

3.1.22 Tumor de Pulmão................................................................................. 56

3.1.23 Trombose Venosa Profunda.................................................................

56

3.2 Afecções do Sistema Endócrino-metabólico-nutricional.......................

56

3.2.1 Cetoacidose Diabética..........................................................................

57

3.2.2 Desidratação.........................................................................................

57

3.2.3 Diabetes Mellitus.................................................................................. 57

3.2.4 Hipoglicemia......................................................................................... 58

3.2.5 Síndrome Anêmica............................................................................... 58

3.2.6 Síndrome de Addison........................................................................... 58

3.3 Afecção do Sistema Gastrointestinal e PO relacionados..................... 59

3.3.1 Abdome Agudo Obstrutivo....................................................................

59

3.3.2 Adenocarcinoma de Intestino Delgado.................................................

59

3.3.3 Cirrose Hepática................................................................................... 59

3.3.4 Diverticulite........................................................................................... 60

3.3.5 Hemorragia Digestiva Alta.................................................................... 60

3.3.6 Insuficiência Hepática...........................................................................

60

3.3.7 Obstrução Intestinal........................................................................... 60

3.3.8 Pancreatite............................................................................................

61

3.3.9 Perfuração de intestino.........................................................................

61

3.3.10 Pós-operatório de Apendicectomia.......................................................

61

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17

3.3.11 Pós-operatório de Colicistectomia........................................................ 61

3.3.12 Pós-operatório de Colostomia.............................................................. 62

3.3.13 Pós-operatório de Enterorrafia............................................................. 62

3.3.14 Pós-operatório de Gastrectomia...........................................................

62

3.3.15 Pós-operatório Gastrorrafia.................................................................. 62

3.3.16 Pós-operatório de Hepatorrafia...........................................................

63

3.3.17 Pós-operatório de Laparotomia............................................................ 63

3.3.18 Pós-operatório de Obstrução Intestinal................................................ 63

3.3.19 Pós-operatório de Sigmoidectomia..................................................... 63

3.3.20 Pós-operatório de Tumor Vesical......................................................... 64

3.3.21 Trombose Mesentérica ....................................................................... 64

3.3.22 Tumor Estomacal..................................................................................

64

3.3.23 Tumor Intestinal.................................................................................... 64

3.3.24 Úlcera Gástrica..................................................................................... 65

3.4 Afecção do Sistema Geniturinário e PO relacionados..........................

65

3.4.1 Adenocarcinoma de Ovário.................................................................. 66

3.4.2 Glomerulonefrite Crônica......................................................................

66

3.4.3 Insuficiência Renal Aguda.................................................................... 66

3.4.4 Insuficiência Renal Crônica.................................................................. 67

3.4.5 Infecção Urinária...................................................................................

67

3.4.6 Pielonefrite............................................................................................

67

3.4.7 Pós-operatório de Cesária....................................................................

68

3.4.8 Pós-operatório de Resecção Transueretral Prostática........................

68

3.4.9 Pós-operatório de Uretectomia Interna.................................................

68

3.5 Afecção Osteomioarticular e PO relacionados..................................... 69

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18

3.5.1 Fratura de Fêmur..................................................................................

69

3.5.2 Fratura de Quadril.................................................................................

69

3.5.3 Politrauma.............................................................................................

70

3.5.4 Trauma de Tórax..................................................................................

70

3.5.5 Pós-operatório de Amputação Membro Inferior....................................

70

3.5.6 Pós-operatório de Angioplastia de Quadril........................................... 71

3.5.7 Pós-operatório de Fratura de Fêmur.................................................... 71

3.6 Afecção do Sistema Nervoso e PO relacionados.................................

71

3.6.1 Aneurisma Cerebral..............................................................................

71

3.6.2 Acidente Vascular Encefálico............................................................... 72

3.6.3 Coma Diabético.................................................................................... 72

3.6.4 Coma Hipoglicêmico.............................................................................

73

3.6.5 Coma Metabólico..................................................................................

73

3.6.6 Convulsão.............................................................................................

73

3.6.7 Edema Cerebral....................................................................................

73

3.6.8 Encefalopatia Diabética........................................................................ 74

3.6.9 Encefalopatia Hipertensiva................................................................... 74

3.6.10 Hematoma Cerebral............................................................................. 74

3.6.11 Hidrocefalia...........................................................................................

75

3.6.12 Infarto Cerebral.....................................................................................

75

3.6.13 Pós-operatório de cateter Intraventricular............................................

75

3.6.14 Pós-operatório de Craniotomia.............................................................

76

3.6.15 Pós-operatório de Drenagem de Hematoma Cerebral......................... 76

3.6.16 Pós-operatório de Drenagem de Hematoma Epidural......................... 76

3.6.17 Pós-operatório de Drenagem de Hematoma Parenquimatoso.............

76

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19

3.6.18 Pós-operatório de Laminectomia..........................................................

77

3.6.19 Pós-operatório de Tumor Encefálico.................................................... 77

3.6.20 Pós-operatório de Válvula Craniana................................................... 77

3.6.21 Síndrome de Guillain-Barré.................................................................. 78

3.6.22 Traumatismo Crânio-encefálico............................................................

78

3.6.23 Traumatismo Raqui-medular................................................................ 78

3.6.24 Tumor Cerebral.....................................................................................

79

3.7 Outros................................................................................................... 79

3.7.1 Afogamento.......................................................................................... 79

3.7.2 Dengue Hemorrágica............................................................................

79

3.7.3 Erisipela................................................................................................ 80

3.7.4 Espancamento......................................................................................

80

3.7.5 Ferimento por Arma Branca................................................................. 80

3.7.6 Icterícia................................................................................................. 81

3.7.7 Intoxicação Exógena............................................................................

81

CAPITULO IV PESQUISA.............................................................................. 82

4 Introdução........................................................................................... 82

4.1 Descrição do trabalho no local da pesquisa........................................ 83

DISCUSSÃO ....................................................................................... 97

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO........................................................

102

CONCLUSÃO.......................................................................................

103

REFERÊNCIAS.................................................................................... 105

APÊNDICE...........................................................................................

113

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20

INTRODUÇÃO

De acordo com Jekel; Belmorel; Kataz (1999), a palavra epidemiologia

teve sua origem na língua grega, significando etimologicamente, o estudo

daquilo que afeta a população.

Para Ayres (1995), a epidemiologia tornou-se o saber que mais

metalizou os ideais revolucionários da medicina social sendo a mesma nascida

das transformações ocorridas nas práticas de saúde.

O campo da ciência médica referente às relações entre os vários fatores e condições que determinam as freqüências e distribuições de um processo infeccioso, uma doença [...] em uma comunidade humana, é chamado de epidemiologia, (LEAVELL; CLARK, 1976, 12:18).

Pereira (2007) discorre que a epidemiologia tem como objetivo reduzir

os problemas de saúde na população, representando um melhor conhecimento

da distribuição das doenças, dos fatores que determinam esta distribuição e

das possibilidades de êxito das intervenções destinadas a alterá-la.

De acordo com Barreto; Abdalla (1998), apesar de buscar sempre

efeitos benéficos, a epidemiologia também gera efeitos indesejáveis. Neste

contexto, sua função pode ser dividida em duas perspectivas: contribuir para

os ajustes internos do sistema, ajudando também a ampliá-la e auxiliar na

compreensão de problemas e necessidades de saúde que este sistema deve

priorizar, medindo seu impacto sobre a saúde global das populações.

Concebida como a disciplina científica referente ao comportamento coletivo da doença e da invalidez em grupo de pessoas torna-se, assim, uma pane da ecologia humana, especificamente, da ecologia médica. (LEAVELL; CLARK, 1976, 20).

Conforme referido por Pereira (2007) o corpo de conhecimentos da

epidemiologia contém numerosos detalhes, informações e formas de

abordagens dos problemas de saúde, que são úteis para qualquer profissional

desta área, em especial, para avaliar as diferentes situações e orientar as

ações que se fazem necessárias.

Os princípios da epidemiologia como área científica está ligada aos

princípios básicos da ciência: observação exata; interpretação correta;

explicação racional; e sistematização científica.

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Pereira (2007) ainda cita que a epidemiologia apresenta várias

subdivisões, por área de conhecimento, as quais foram surgindo, à medida

que os problemas tomaram-se prioritários.

Causatis Neto; Ferraz (2002) salientam que a pesquisa traz subsídios

para analisar como a Fisioterapia está e como a mesma se reflete em relação

à produção cientifica, ou seja, demonstra as áreas que se encontram em déficit

de pesquisa, tipo de delineamento inespecífico para a saúde, aspectos

humanos envolvidos, dentre outros.

Gambaroto (2006) afirma que tais aspectos requerem maior

especificidade aos profissionais de Fisioterapia junto à execução de atividades

através de intervenções Terapêuticas Intensivas em Unidades de Terapia

Intensiva, suprindo desta forma as necessidades de tais setores.

Ultra (2008) discorre que o Fisioterapeuta Intensivista é aquele que tem

sua dedicação total voltada ao paciente crítico, realizando diagnóstico

funcional e decidindo as intervenções por meio de procedimentos

cinesiológicos e instrumentais, com objetivo de melhorar o quadro geral dos

pacientes que se encontram hospitalizados em tais unidades.

Os serviços de saúde; também passaram a ser abordados, levando-se

em consideração que a assistência aos doentes e as práticas preventivas

representam fatores que intervêm na distribuição e na ocorrência das doenças.

A partir de tais contextos inerentes a epidemiologia, bem como o

interesse da Fisioterapia Intensiva em traçar um perfil que possa melhor

caracterizar a população assistida em uma Unidade de Terapia Intensiva,

surgiu a seguinte pergunta problema: o Fisioterapeuta Intensivista pode traçar

um perfil epidemiológico de pacientes hospitalizados em uma Unidade de

Terapia Intensiva em um período de 5 anos e meio, e que estejam sob seus

cuidados profissionais ?

Em resposta a esta questão, foi levantado o seguinte pressuposto que

norteou o presente trabalho: a partir da coleta, observação, análise e

compreensão dos dados referentes às avaliações Fisioterapêuticas

executadas na Unidade de Terapia Intensiva da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de Lins, no período de 2003 ao primeiro semestre de 2008, torna-

se possível traçar um perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à

intervenção da Fisioterapia Intensiva.

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Para demonstrar a veracidade deste pressuposto foi realizado o

presente trabalho cujo principal objetivo foi: caracterizar a população em

questão a fim de traçar um perfil epidemiológico dos pacientes atendidos nesta

unidade de tratamento e assim contribuir para certa previsibilidade dos casos

futuros e um melhor preparo de toda equipe multidisciplinar envolvida na UTI,

além da Fisioterapia Intensiva, para um melhor atendimento oferecido aos

mesmos.

Assim, para melhor compreensão e demonstração dos itens acima

citados o presente trabalho fora dividido da seguinte forma:

Capítulo I: Conceitua as características de um estudo epidemiológico.

Capítulo II: Refere-se à Unidade de Terapia Intensiva e o trabalho

realizado pelo Fisioterapeuta Intensivista em tal setor.

Capítulo III: Demonstra sucintamente definições dos processos

patológicos observados durante a execução desta pesquisa.

Capítulo IV: Descreve a pesquisa realizada.

Encerram o trabalho a discussão, proposta de intervenção, conclusões

e apêndices.

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CAPÍTULO I

EPIDEMIOLOGIA

1 CONCEITO

De acordo com Pereira (2007) a epidemiologia se refere aos estudos

dos fatores que determinam à freqüência e a distribuição das doenças nas

coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes

das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva,

propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação das

doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,

administração e avaliação das ações de saúde.

O mesmo autor ainda discorre que a epidemiologia é o ramo das

ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os

fatores determinantes dos eventos relacionados a mesma. Tais informações

assim fornecidas pela epidemiologia, podem ser utilizadas para planejar e

avaliar estratégias de como prevenir doenças e de como manejar aqueles

pacientes na qual a doença já se estabeleceu.

Segundo Rouquayrol; Almeida (2003) a epidemiologia é o eixo da saúde

pública. Proporciona as bases para a avaliação das medidas de profilaxia,

fornece pistas para o diagnóstico de doenças e enseja a verificação da

consistência de hipóteses de causalidade.

De acordo com Leavell; Clark (1976), a epidemiologia propõe uma

forma sistemática de descrever o que se sabe a respeito da história natural de

uma doença e uma metodologia científica para o preenchimento de lacunas no

conhecimento dos elementos da história natural. Trata-se ainda de uma

ciência que estuda o processo saúde doença em coletividades humanas,

analisando distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à

saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas

de prevenção controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores

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que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações

da mesma.

1.1.1 Metodologia da investigação Epidemiológica

A sistemática predominante do raciocínio, em epidemiologia, é própria

da lógica indutiva. Mediante a qual, partindo-se de certo número de dados, se

estabelece uma proposição mais geral e, ainda utilizando métodos específicos

encontrados em outras áreas do conhecimento, embora seja freqüente as

referências a métodos epidemiológicos, eles devem ser entendidos como

certos números de estratégias adaptadas para aplicações a situações próprias

de estudos da saúde populacional.

Segundo Leavell; Clark (1976), os princípios da epidemiologia como

área científica estão ligados aos princípios básicos da ciência: a observação

exata, interpretação correta, explicação racional e sistematização científica.

1.2 Fatores sociais

O estudo em nível pré-patogênico da produção da doença em termos coletivos, objetivando o estabelecimento de ações de ordem preventiva, deve considerar a doença como fluindo, originalmente, de processos sociais, crescendo através de relações ambientais e ecológicas desfavoráveis, atingindo o homem pela ação direta de agentes físicos, químicos, biológicos psicológicos ao se defrontarem, no individuo suscetível, com pré - condições genéticas ou somáticas desfavoráveis. (ROUQUAYROL; ALMEIDA, 2003, p.22)

Fatores que constituem esse componente podem ser agrupados

didaticamente, para melhor compreensão, em tipos gerais cujos limites não se

pretendem que sejam claros ou finalmente definidos.

1.2.1 Fatores socioeconômicos

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Os grupos sociais economicamente privilegiados estão menos sujeitos à

ação dos fatores ambientais que ensejam ou estimulam a ocorrência de certos

tipos de doenças.

Rouquayrol; Almeida (2003) afirmam que a incidência é acintosamente

elevada nos grupos economicamente desprivilegiados. As pessoas de baixa

renda são percebidas como mais doentias, propensas a enfermidades graves,

permanecendo com doenças amiúdes, morrendo jovens, procriando crianças

de baixo peso em maior proporção e a sua taxa de mortalidade é mais

elevada.

1.3 Variáveis relacionadas ao tempo

De acordo com Silva (2001), esta variável, trabalha com três conceitos:

intervalo de tempo, intervalo cronológico e período. Intervalo de tempo é

quantidade de tempo transcorrido entre dois eventos sucessivos tomados em

consideração, é mensurada em número de horas, dias, semanas, meses ou

anos.

O Intervalo cronológico se refere a uma seqüência de alguns anos,

especificados, no calendário oficial. O período por denominação de ordem

geral que se dá a partes de tempo delimitadas, marcadas cronologicamente e

especificadas.

1.4 Variáveis relacionadas ao espaço

Os diferentes critérios adotados para a organização e subdivisão

racionais ao espaço constituem as variáveis de lugar.

A análise dos agraves à saúde, com realce para as diferenças geográficas e históricas, constitui a preocupação fundamental de uma disciplina localizada na interseção da saúde e da geografia, conhecida como geografia da saúde ou por seus sinônimos: geografia médica, geomedicina, geopatologia, medicina geográfica, patologia geográfica e epidemiologia geográfica. (PEREIRA, 2007, p.192)

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1.5 Variáveis relacionadas à pessoa

Leavell; Clark (1976), relatam tais variáveis independem do tempo e do

espaço. As variáveis são: raça, etnia, cultura, religião e nível socioeconômico.

Entre as variáveis utilizadas para descrever a distribuição de um evento, o

gênero e a idade são os mais empregados. Duas razões explicam a

preferência: a enorme variabilidade dos agraves à saúde em relação ao

gênero e a idade, é a facilidade de obtenção de dados sobre as

características, com alto grau de precisão.

1.6 Grupo étnico

Segundo Pereira (2007) este termo é utilizado para designar um

conjunto de pessoas que têm maior grau de homogeneidade, em termos de

patrimônio genético. Os indivíduos pertencentes a um mesmo grupo étnico têm

muitas características em comum, em termos de idioma, religião, alimentação,

hábitos, reações a estímulos externos e deficiências orgânicas.

1.7 Idade

Segundo Rouquayrol; Almeida (2003), dentre todas as variáveis

relacionada à pessoa, a idade é aquela que soma maior quantidade de relatos

em estudos de epidemiologia.

Da-se o nome de grupo etário ao conjunto de pessoas cujas idades se

situem dentro de um mesmo intervalo de tempo.

Medronho; et al. (2008) descrevem que sob o ponto de vista

epidemiológico, os vários grupos etários são bastante diferenciados entre si

em função dos riscos próprios, das doenças características e da interação do

meio ambiente.

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1.8 Gênero

Existem diferenças anatômicas e fisiológicas que caracterizam homens

e mulheres, cada qual a seu tempo e modo vivem experiências específicas,

privadas e não compartilhadas pelo gênero oposto.

Segundo Pereira (2007) sob o ponto de vista epidemiológico, essa

diversidade biológica e social, dentro das unidades das espécies, implicam em

disparidades quanto às exposições a riscos.

As desproporções entre os gêneros se devem a dois fatores que agem

em sentidos opostos: o número de nascimentos e os coeficientes de

mortalidade que se expressam diferentemente.

1.9 Variação Sazonal

Em algumas distribuições cronológicas, observam-se que os máximos e

os mínimos ocorrem sempre no mesmo período, sejam relacionados aos anos,

meses, semanas ou os dias.

Silva (2001), afirma que a variação é caracterizada por certa

sazonalidade, que é denominada como uma propriedade segundo a qual o

fenômeno considerado e a periodicidade se repetem sempre na mesma

estação do ano.

1.10 Estudo Descritivo

As investigações epidemiológicas, de cunho descritivo, têm o objetivo de informar sobre a distribuição de um evento, na população, em termos quantitativos. Na formação de grupo-controle para a comparação dos resultados. (PEREIRA, 2007, p.63).

Estudos descritivos informam sobre as freqüências e as distribuições de

eventos, têm o objetivo de descrever os dados colhidos. Referem-se à

mortalidade e à morbidade e são organizados de maneira a mostrar as

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variações com que os óbitos e as doenças se encontram no seio da própria

população.

A epidemiologia, no seu processo descritivo, estuda a distribuição de freqüência das doenças e dos agraves à saúde coletiva, em função de variáveis ligadas ao tempo, ao espaço ambientais e populacionais e às pessoas, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico, com vistas ao aprimoramento das ações de assistência e prevenção da doença, de promoção da saúde e também do refinamento das hipóteses causais. (ROUQUAYROL; ALMEIDA, 2003, p.84).

1.11 Coeficientes

As informações sobre a saúde referem-se globalmente, a todas as

populações ou especificamente a subgrupos dessas populações. Coeficientes

gerais referem-se a todas as populações, sem divisões por subgrupos.

Os coeficientes gerais devem ser usados com cautela, pois podem levar as conclusões enganosas, já que as características peculiares a cada população, como sua composição etária e por gênero tem marcada influencia sobre eles. (PEREIRA, 2007, p.62)

Coeficientes específicos são utilizados com finalidades de conhecerem

mais detalhadamente as situações e mesmo contornar os problemas de

necessidades de padronizações que o uso dos coeficientes gerais requerem.

1.12 Estudo Observacional

As informações científicas sobre um dado evento são geradas por

experimentações ou por observações. A denominação estudo de observação

ou observacional está reservada às investigações de situações que ocorrem

naturalmente.

Segundo Rouquayrol; Almeida (2003) o estudo observacional pode ser

resumido em descrever a distribuição de um parâmetro, na população, o que

serve para formular hipóteses; ou testar uma hipótese sobre a associação

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entre dois eventos, tentando verificar, sem usar a experimentação, se há

relação causal entre eles.

1.13 Estudo Transversal

De acordo com Pereira (2007), este termo significa que os dados sobre

as variáveis de interesse foram coletados em um mesmo momento ao

passado, incluindo informações retrospectivas.

1.14 Estudo Retrospectivo

Silva (2001) descreve que tal estudo utiliza dados do passado sobre a

exposição. O seu uso levanta suspeita por sugerir informações de

padronizações discutíveis, a não ser que procedimentos estritos tenham sido

tomados.

1.15 Levantamento de prontuários

Rouquayrol; Almeida (2003), descrevem que os levantamentos em

prontuários podem ser realizados por meio de um censo ou mediante

amostragem. A amostragem é uma estratégia econômica, rápida e flexível

para completar o sistema de informações permanente, já existente. A reunião

de prontuários de pacientes é outra possibilidade de realização de pesquisas,

por intermédio das quais se podem descrever a respectiva história natural.

1.16 Incidência

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Rouquayrol; Almeida (2003) profere que a incidência de uma doença,

em um determinado local e período, é o número de casos novos da doença

surgidos no mesmo local e período. A mesma denota a intensidade com que

acontece uma doença numa população e mede a freqüência ou probabilidade

de ocorrência de novos casos de doenças na população. Alta incidência

significa alto risco coletivo de adoecer.

De acordo com Pereira (2007) a incidência de doenças é medida pela

freqüência absoluta de casos novos relacionados à unidade de intervalo de

tempo, dia, semana, mês ou ano. O coeficiente de incidência é definido como

a razão entre os números de casos novos de uma determinada doença que

ocorrem em uma comunidade, em um intervalo de tempo determinado, e a

população exposta ao risco de adquirir a referida doença.

Rouquayrol; Almeida (2003) citam que a incidência é a medida mais

importante da epidemiologia, sendo preferida em investigações cientificas, seja

nas pesquisas etiológicas, em estudos de prognósticos, na verificação da

eficácia das ações terapêuticas e preventivas e em outros tipos de pesquisas.

Seu conhecimento, ou estimativa aproximada, são necessários para

planejar as investigações, como os ensaios clínicos, para determinar o

tamanho da amostra.

1.17 Prevalência

Rouquayrol; Almeida (2003) afirmam que prevalência é a força com que

subsistem as doenças nas coletividades, é a freqüência absoluta dos casos de

doenças. O verbo prevalecer significa ser mais, ter mais valor, preponderar,

predominar. A prevalência indica a qualidade daquilo que prevalece, portanto,

prevalência implica em acontecer e permanecer existindo num momento

considerado.

Seu coeficiente é a medida que permite estipular e comparar, no tempo

e no espaço.

A prevalência é útil em planejamentos e administrações de serviços e

de programas. Quando se trata de prever necessidades de serviços o

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conhecimento da prevalência é suficiente.

A observação da freqüência e da distribuição do evento, sob forma de

incidência ou prevalência, informa a magnitude e a importância dos danos à

saúde da população. (PEREIRA, 2007, p.78)

1.18 Mortalidade

Medronho; et al. (2008) afirmam que as estatísticas de mortalidade são

muito úteis como fonte de informação para avaliar as condições de saúde da

população. A utilização e a importância das estatísticas de mortalidade podem

ser avaliadas pela constatação de que os registros de óbitos serviram como

base de dados para o desenvolvimento da epidemiologia moderna. Foi a partir

da utilização destes registros que a epidemiologia se firmou como uma

disciplina que sempre leva em conta os aspectos quantitativos dos fenômenos.

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CAPITULO II

UTI E FISIOTERAPIA INTENSIVA

2 INTRODUÇÃO

Ultra (2008) destaca que a idéia de locais específicos voltados a

indivíduos criticamente enfermos surgiu na Dinamarca na década de 1950, em

virtude de uma epidemia de poliomielite, cujos mesmos necessitavam de

suporte ventilatório; posteriormente tais unidades começaram a abrigar

pacientes operados com necessidades de cuidados mais abrangentes. Desta

forma se iniciou um movimento para tornar profissionais atuantes em tal área

com conhecimentos específicos, sendo iniciado através de médicos

intensivistas.

As Unidade de Terapia Intensiva (UTI) caracterizam-se como "Unidades

complexas dotadas de sistemas de monitorizações contínuas que admitem

pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais

sistemas orgânicos e que com determinados suportes e tratamentos intensivos

tenham possibilidades de alcançarem recuperação.

De acordo com o mesmo autor, ainda há discreta confusão em

determinados centros hospitalares no que diz respeito a nomenclaturas, pois

Unidade de Terapia Intensiva se difere de Centro de Terapia Intensiva (CTI)

cujo qual apresenta mais de um setor de tratamento intensivo. Neste contexto

ainda se ressalta que após recuperação e alta da UTI, pacientes podem ser

encaminhados para Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs),

anteriormente conhecidos como Unidades Semi-Intensivas.

Sendo a UTI um local complexo, reservado e único em ambiente

Hospitalar, se propondo ao estabelecimento e monitorização completa sob

vigilância de 24 horas; desde então passando por transformações em aspectos

teóricos, práticos e tecnológicos. Para Regenga (2000) as UTIs foram criadas

para concentrar três componentes: pacientes graves, equipamentos de alta

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tecnologia e equipe multidisciplinar com conhecimentos e experiências para

oferecerem tratamentos gerais e específicos na tentativa de reduzir a

mortalidade de pacientes hospitalizados, fato este confirmado por Guimarães;

Falcão; Orlando, (2008) que citam a UTI como uma área de atuação

multiprofisional de atendimentos direcionados a pacientes críticos com

comprometimento das funções vitais, cujos tratamentos intensivos se devem

destinar às necessidades daqueles que possam se beneficiar com

monitorização rigorosa e tratamentos intensos. Ultra (2008), afirma que

atualmente 5 a 10% dos leitos hospitalares correspondem a UTI, cuja equipe

multidisciplinar formada por médicos, fisioterapeutas, enfermagem, entre

outros não menos importantes, como colaboradores de limpeza, manutenção,

farmácia e laboratório, especialmente treinados e voltados para o tratamento

assistencial ou ambiental de pacientes críticos.

Em virtude de os processos patológicos serem inúmero se torna

complexa a atuação e compreensão exigidas aos profissionais que realizam

suas atividades profissionais na UTI. Porém, mecanismos inerentes a morte

são poucos e comuns à todas as doenças. Assim o Intensivista atua

diretamente nos ditos mecanismos de morte, na tentativa de promover a

melhora e maximização do paciente que se encontra em estado crítico de

saúde com perigo iminente de morte, possibilitando e fornecendo condições

que possibilitem uma continuidade do tratamento da doença que o levou a tal

processo patológico em ambiente de tratamento intensivo.

Regenga (2000) categoriza os pacientes sob dois aspectos, primeiro o

doente grave e segundo o doente de alto risco. O primeiro é aquele que

apresenta um comprometimento das funções vitais como alterações

hemodinâmicas, respiratórias, renais, neurológicas ou metabólicas que podem

determinar a morte. E o segundo é aquele que se encontra bem no momento e

subitamente pode sofrer alterações graves de suas funções vitais.

Desta forma é de importante relevância as funções dos profissionais

nos processos de amenizações dos sofrimentos, através de atuações desde

processos álgicos intensos até quadros graves de dispnéias;

independentemente dos prognósticos, sobretudo nas reduções das morbi-

mortalidades em até 70% dos casos. Atualmente todas especialidades em

conjunto utilizam-se das UTIs nas perspectivas e tentativas de melhorarem

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cada vez mais prognósticos apresentados pelos diversos indivíduos que

necessitem de tal suporte terapêutico.

Como relatado por Ultra (2008), há tempos as UTIs, eram locais

considerados frios e fechados sem possibilidade de contato junto aos

familiares, sendo na atualidade abertas a visitas diárias e algumas a qualquer

hora do dia ou noite para os mesmos. Knobel (1998) destaca que a

humanização em UTI se traduz em cuidar do paciente como um todo desde o

contexto familiar e até mesmo o social, respeitando os valores individuais, as

esperanças, os aspectos culturais; além de garantir a qualidade da

comunicação entre o paciente, sua familia e a equipe multidisciplinar envolvida

no processo terapêutico do mesmo.

Silva (2001) ainda destaca, a importância de se contextualizar, tanto

para o paciente como para sua família, a compreenção de que a UTI é uma

etapa fundamental para superação de determinados processos patológicos,

porém tão importante é aliviar e proporcionar conforto independente do

prognóstico ao qual o mesmo possa estar envolvido. Assim a equipe deverá

estar orientada nos aspectos referentes ao respeito, a dignidade e auto-

determinação de cada pessoa hospitalizada, estabelecendo e divulgando a

humanização durante a execução de seus trabalhos, buscando amenizar os

momentos de dificuldade vivenciados através do paciente e de sua família. A

UTI é sem dúvida muito importante para o avanço terapêutico, porém impõe

novas rotinas ao paciente onde há separação de seus familiares e amigos, que

podem ser amenizadas através de visitas diárias. Outro aspecto importante é a

interação família-paciente com a equipe multidisciplinar, apoiando e

participando das decisões, frente as diversas terapêuticas designadas ao

paciente.

2.1 Histórico da criação da Entidade

Na cidade de Lins/SP, um grupo de 45 pessoas reuniu-se para criar um

empreendimento de caráter filantrópico na área da saúde. Reuniram em

assembléia no dia 18 de março de 1923, tendo em pauta aprovar o Estatuto e

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eleger a primeira Diretoria.

Na assembléia foi eleito o primeiro provedor Dr. Mário Pinto de Avellar

Fernandes. O estatuto foi registrado em Cartório da Comarca de Pirajuí sob o

número 2, livro 1, folha 1.

Para construção da Santa Casa de Misericórdia de Lins o Delegado de

Polícia, Dr. Firmiano Pinto da Silva convocou interessados em fazer doações

para as obras. O Coronel João Pinto Ramalho fez a doação do terreno, e com

trabalhos espontâneos, mutirões em menos de três anos ficaram concluídos os

três primeiros pavilhões destinados à enfermarias.

Posteriormente fora construído o pavilhão Santa Izabel, o maior de

todos, com andar térreo e superior. Com 320 funcionários atuando e

expandindo devido ao processo extraordinário no campo da saúde, tanto na

técnica médica, como na legislação estatal que favoreceram a ampliação das

instalações existentes, tendo um instrumental eficiente e moderno para o

atendimento aos pacientes, totalizando uma média de 12000 pacientes

mensais.

A constituição Federal de 1988, artigo 198 diz: a saúde é direito de

todos e dever do Estado . Apesar de a saúde ser reconhecida como um direito

de todos e dever do Estado, a realidade demonstra que a cobertura dos

serviços e a população está aquém do proposto.

Embora o Sistema Único de Saúde

SUS tenha como princípio à

globalização do atendimento, a acessibilidade e a integração dos serviços, o

sistema de saúde vem apresentando deficiências e pontos de

estrangulamento.

As transferências das gestões plenas para as Prefeituras Municipais,

bem como os seguros e planos de saúde atualmente nas mãos de empresas

privadas, acabou por deixando em plano inferior as Santas Casas que são o

braço direito do governo no atendimento a saúde da população.

2.2 Fisioterapia Intensiva

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Fisioterapia é a ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas por traumas e por doenças adquiridas. Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da biofísica, da biomecânica, do movimento humano, da sinergia funcional, e da cinésio-patologia de órgãos e sistemas do corpo humano, além das disciplinas comportamentais e sociais. (LOPES, 2005, p. 68)

Azeredo (2002) afirma que a partir de 1980, o fisioterapeuta vem

atuando na área de Terapia Intensiva. Tal atuação se estendia à aplicação de

técnicas fisioterapêuticas, evoluindo para cuidados e manuseios da ventilação

mecânica.

A fisioterapia intensiva tem um importante papel na manutenção das

vias aéreas e pulmões desobstruídos, principalmente, quando patologias de

gênese hipersecretiva estão envolvidas ou quando disfunções

neuromusculares tornam a tosse ineficaz. As técnicas desobstrutivas também

fazem parte dos programas pré e pós-operatórios de cirurgias cardíacas,

torácicas e abdominais com objetivo profilático contra pneumonias e

atelectasias. (Rossetti, 2006)

Como reportado por Azeredo (2002) o fisioterapeuta que atua em

Terapia Intensiva promove a assistência ao paciente baseado em diretrizes

médicas, devendo ser capaz de avaliar e aplicar o melhor procedimento

levando em consideração os riscos e benefícios.

Sabe-se que a Fisioterapia reduz em até 40% o tempo de permanência

do paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva , quando aplicadas sem

interrupções, ou seja, 24 horas por dia. (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-

USP, 2007).

A fisioterapia intensiva tem avançado em seus limites com

conhecimento e técnica, modificando o prognóstico e seqüelas dos pacientes

críticos. O Suporte Avançado em Fisioterapia Intensiva traduz a nova

dimensão da fisioterapia, mostrando que o processo educacional e

treinamento fazem a diferença. A educação também traz consigo as fronteiras

e os limites da profissão permitindo que cada profissional saiba onde e até

quando agir, evitando distorções das funções. Cabe na consciência dos

profissionais de UTI e da Fisioterapia Nacional a manutenção da filosofia e da

sua própria história que está sendo escrita para cada profissional que

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reconhece a transformação e a ideologia de seus novos conceitos que tendem

a elevar a profissão.

De acordo com Smith; Ball (2004) nem todos os pacientes internados na

UTI necessitam de suporte Fisioterapêutico, havendo responsabilidade de

avaliação do profissional as reais necessidades e indicações de procedimentos

específicos em tal unidade, devendo-se levar em conta os processos

patológicos e os estados gerais dos pacientes. O fisioterapeuta intensivista

tem as vantagens de trazer habilidades e conhecimentos de outras áreas de

atuação da Fisioterapia e portanto atuar de forma intensiva em cada caso.

2.3 Recursos Fisicos

O estabelecimento da Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de Lins

tem capacidade para atender cerca de 100 leitos: sendo 28 destes destinados

a convênios e particulares, 34 para o SUS, 16 para Ginecologia e Obstetrícia,

6 leitos na UTI para adultos, 6 para UTI Neonatal e 10 direcionados a

Pediatria.

Destaca-se que desde o ano de 2006 tal entidade vem passando por

reformas e transformações nos mais diversos setores, sendo reformados e

concluídos os Centros de Ginecologia e Obstetrícia, Inaugurada a Unidade de

Oncologia, reforma do pavilhão de pediatria e UTI neonatal, Pronto socorro e

posteriormente a UTI adultos e Centro Cirúrgico também se beneficiarão de

tais mudanças segundo projetos que se encontram em andamento, entre

outros.

O corpo físico da UTI é composto por uma copa, secretaria contendo

arquivos, documentos, armazenamento de prontuários dos pacientes, entre

outros inerentes a toda parte burocrática, sendo este organizado por uma

secretária responsável por tal setor; ainda se encontra uma sala para

armazenamento de equipamentos descontaminados, com geladeira para

estocagem de materiais que necessitem de refrigeração; expurgo contendo

biombos e local específico para armazenamento de materiais contaminados;

entrada para a ala que contém seis leitos dispostos lado a lado, frente a

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bancada de enfermagem que contém materiais específicos, além de um

aparelho de Gasômetro e 3 pias para lavagem das mãos; 2 aparelhos de Ar

condicionado; carrinho de emergência devidamente equipado com dispositivo

de ventilação AMBU, equipamentos para entubação orotraqueal, desfibrilador

semi-automático, eletrocardiógrafo e medicamentos específicos contidos em

tal; dispõe ainda banheiro com vaso sanitário e chuveiro para higienização de

pacientes que consigam se deslocar, além de local específico para descartar

excretas pela equipe de enfermagem; cada leito é suprido por rede de ar

comprimido e oxigênio, sistema de aspiração a vácuo, além de ventiladores

mecânicos Inter5 da Intermed® e Bird 6400 da Bird®; aparelhos para

monitorização não invasiva da frequência cardíaca, pulso, traçado

eletrocardiográfico, pressão arterial, oximetria periférica de oxigênio e

capnografia da Dixtal®; cerca de 2 bombas infusoras da Lifemed®, bomba de

infusão contínua para nutrição enteral ou parenteral, entre outros citados a

seguir.

2.4 Aparelhos

Conforme estabelecido pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva

(SOBRATI, 2005) uma unidade de terapia intensiva deve conter em cada leito

monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de pulso e rede de

gases. Dentre os principais equipamentos utilizados em UTI estão:

termômetro, oxímetro de pulso, eletrocardiógrafo, monitor de pressão arterial,

capnógrafo, monitor cardíaco, sonda naso-enteral, sonda vesical, máscara e

cateter de oxigênio, cateter central para acesso venoso central, tubo

orotraqueal e nasotraqueal; ventilador mecânico, blender, desfibrilador, bomba

de infusão, maca para transporte com cilindro de oxigênio, aspirador portátil,

megatoscópio, oftalmoscópio, otoscópio, pontos de oxigênio e ar comprimido

medicinal com válvulas reguladoras de pressão e pontos de vácuo.

A instituição da Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de Lins é

composta por setor de Imagem e Diagnóstico tendo um tomógrafo, um

mamógrafo, endoscopia, aparelhos de raios X fixo e portátil, um aparelho de

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ultra-som; setor de nefrologia com sistema para atendimento em hemodiálise,

sendo este de domínio particular; setor de hemonúcleo destinado à coleta de

sangue para atender receptores dos hospitais de Lins e região, sendo este

também de domínio particular; setor de Fisioterapia anexo ao Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium, necessário à complementação do

tratamento médico; laboratório de análises clínicas de domínio privado,

destinado a exames gerais e específicos; farmácia para suprimento interno de

acordo com a demanda interna do hospital, fornecendo assim medicamentos

para pacientes internados.

2.5 Recursos Humanos

Os profissionais que atuam nestas unidades complexas são designados

intensivistas. A equipe de atendimento é multiprofissional e interdisciplinar,

constituída por diversos profissionais: Médicos, Fisioterapeutas, Enfermeiros e

Técnicos de Enfermagem, Nutricionistas, Psicólogos, Assistentes Sociais e

Secretária.

O Médico Intensivista: designação técnica do médico especializado e

dedicado exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades

Intensivas e Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo,

capaz de diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos

emergenciais. A especialidade é definida como Medicina Intensiva,

reconhecida mundialmente com certificações específicas. Cabe a este

profissional evoluir e medicar diariamente os pacientes internados nos

aspectos nutricionais, cardiológicos, pulmonares, neurológicos entre outros.

Responde integralmente na condução e responsabilidade da Unidade como

todo.

Fisioterapeuta Intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é

fundamental para manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em

virtude da dependência total ou parcial dos pacientes que podem culminar na

chamada Síndrome do Imobilismo. Na Síndrome há diminuição do trofismo

muscular, emagrecimento, retração de tendões e vícios posturais que podem

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provocar contrações permanentes e no dorso as chamadas úlceras de

pressão. A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental realizada

através do fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de

técnicas específicas e controle do ventilador mecânico juntamente com o

médico, entre outras diversas técnicas executadas por tal profissional com

titulação específica e reconhecida.

Enfermeiro Intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento

de pacientes de alta complexidade com grande dependência do leito.

Supervisiona a ação do grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, como a

higienização, controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial

fundamental.

Nutrólogo e nutricionista: o nutrólogo é médico especializado no

diagnóstico e prescrição nutricional. Diariamente efetua avaliações e mantém o

aporte calórico, protéico, glicêmico e vitamínico equilibrado e essencial para

manutenção do funcionamento e atividades vitais do organismo. O

nutricionista, incorporado na equipe multiprofissional, efetua diagnósticos e

evoluções dietéticas específicas, coordenando, organizando e acompanhando

as prescrições nutricionais.

Psicólogo Intensivista: todos aspectos emocionais, seja do paciente, da

família ou da equipe, são constantemente avaliados e observados através da

psicologia intensiva. Com presença fundamental nos períodos das visitas

familiares, objetiva estabelecer além da humanização a aproximação e apoio

terapêutico necessário.

Assistente Social: atua no apoio a família e paciente em situações

externas ou internas que possam impor dificuldades não relacionadas ao

andamento terapêutico direto, seja no âmbito familiar , do trabalho ou

pessoais.

O Fisioterapeuta Intensivista é aquele que tem sua dedicação total voltada ao paciente crítico, realizando seu diagnóstico funcional e decidindo sua intervenção por meio de procedimentos cinesiológicos e instrumentais, com o objetivo de melhora do quadro do paciente, debatendo com q equipe multidisciplinar de forma coerente à estadia do paciente na terapia intesiva. Para isso, é importante a realização de um treinamento específico em centros formadores a fim de tornar o profissional apto a atuar de forma segura e adequada na UTI. (ULTRA, 2008, p. 3)

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Segundo a portaria que estabelece critérios de classificação para

unidades de tratamento intensivo pela Sociedade de Terapia Intensiva

SOBRATI (2005), a composição mínima da equipe deve ser: um responsável

técnico com título de especialista em terapia intensiva; um médico diarista

(rotineiro) para o turno da manhã e um à tarde com título de especialista em

terapia intensiva para cada 10 leitos ou fração; um médico plantonista por

turno exclusivo da unidade para cada 10 leitos ou fração; um enfermeiro

coordenador responsável pela área de enfermagem; um enfermeiro

assistencial por turno, exclusivo da unidade, para cada 10 leitos/fração; um

fisioterapeuta para cada 10 leitos/fração no turno da manhã, da tarde e noite;

um fonoaudiólogo e/ou terapeuta ocupacional disponível para a unidade; um

psicólogo disponível para a unidade; um técnico de enfermagem para cada

dois leitos/fração por turno; um funcionário exclusivo responsável pelo serviço

de limpeza.

A Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de Lins conta com o

seguinte Corpo Clínico as seguintes especialidades: Anestesiologia, Clínica

Médica, Cirurgia Geral, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Plástica, Cardiologia,

Dermatologia, Endocrinologia, Endoscopia, Ginecologia e Obstetrícia,

Neurologia, Nefrologia, Oftalmologia, Ortopedia, Pneumologia, Pediatria e

Urologia. Conta com serviços de nutrição e dietética, com câmaras frigoríficas,

lavanderia hospitalar e serviços de segurança sanitária para controle das

infecções hospitalares.

2.6 Convênios

Os convênios atendidos nesse estabelecimento são o SUS e

particulares que englobam os seguintes: ABET (PLANTEL), ABRAMGE,

APAS, ASSEFAZ, ASSITALIA, CABESP, CASSI, DEPVAT, ECONOMUS,

FUNDAÇÃO CESP-FAEC, GEAP, HSBC SEGUROS S/A, IAMSPE,

INTERCLÍNICA, PAMS-FUNCEF, PLAMSFER, SABESPREV, SÃO LUCAS,

SAÚDE BRADESCO, SUL AMÉRICA e UNIMED.

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2.7 Cidades atendidas

O campo de abrangência da Santa Casa, como hospital de referência

da Direção Regional de Bauru compreende 10 municípios: Sabino, Promissão,

Guaiçara, Cafelândia, Guaimbê, Pongaí, Uru, Guarantã, Getulina e Lins. Com

uma população estimada em 163 mil habitantes, além desta população

eventualmente há o atendimento a paciente em trânsito ou de outras cidades,

urgência e emergência.

Feito a pesquisa com os prontuários dos pacientes foram encontrados

algumas cidades acima não citados como: Pirajuí, São José do Rio Preto,

Garça, Avanhandava, Cerqueira Cezar, Jaú, Barra Bonita, Pederneiras,

Lençóis Paulistas, Reginópolis, Igaraçu do Tiete, Rio de Janeiro, Ferraz de

Vasconcelos, Agudos e Mirandópolis.

2.8 Avaliação Fisioterapêutica

Segundo Ellis; Alison (1997), a avaliação é necessária para averiguação

da efetividade na intervenção; ela provê a oportunidade e comprova as

suposições feitas na fase de análise do processo de tomada de decisões.

A avaliação é necessária para obter dados gerais e específicos dos

pacientes para elaboração de um melhor plano de tratamento e obter êxitos no

tempo em que o mesmo permanece internado.

A avaliação fisioterapêutica dos pacientes com doença pulmonar é constituída de duas partes. A primeira inclui sinais e sintomas clínicos coletados por meio da história e do exame do tórax. A segunda parte completa a avaliação com dados objetivos dos gases sangüíneos arteriais, testes de função pulmonar, radiografia torácica, testes de esforço graduado e estudos bacteriológicos. Com a informação e os dados coletados da avaliação, o fisioterapeuta é capaz de avaliar a disfunção física e traçar os objetivos de tratamento e as abordagens terapêuticas para atingi-los. (IRWIN; TECKLIN, 2003 p. 334)

Essa avaliação fisioterapêutica é seguida através de um prontuário,

onde é completada com os dados pessoais do paciente como nome, idade e

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endereço, história pregressa e historia da moléstia atual, medicamentos

utilizados, sinais vitais, ausculta pulmonar, expansibilidade torácica e

diafragmática, percussão dos pulmões, ângulo de Sharpy, tipo de tórax,

expectoração e sua coloração, baqueteamento digital, cianose e dispnéia.

Falcão; Guimarães; Amaral (2006), afirmam que os dados colhidos na

admissão do paciente na Unidade de Terapia Intensiva, devem ser detalhados

e criteriosos com conhecimento da história pregressa e atual em relação às

alterações cardíacas, neurológicas e pulmonares. O tempo de existência do

problema que envolve a queixa principal, a forma de manifestação, resultados

dos exames anteriores, hábitos e vícios atuais e anteriores devem ser

abordados nesse primeiro momento da avaliação. Depois de colhidos os

dados o fisioterapeuta realiza a avaliação do SNC de acordo com a escala de

Glasgow ou escala de Ramsay quando o paciente permanece sob efeito de

sedativos. Hemodinâmica; uso de drogas vasoativas, pressão arterial e

freqüência cardíaca. Devem ser analisados a freqüência respiratória,

expansibilidade torácica e padrão respiratório, oximetria e gasometria arterial,

radiografia do tórax, ausculta pulmonar e ventilometria.

Quando o paciente se encontra em intubado em ventilação mecânica é

necessário avaliar a confirmação do posicionamento da cânula orotraqueal ou

traqueostomia, conhecimento da ventilação respiratória e valores de

complacência estática e resistência pulmonar, cuidados com os parâmetros

ventilatórios.

2.9 Tratamento Fisioterapêutico

Inicialmente quando estabelecido contrato para prestações de serviços

em fisioterapia respiratória e motora, entre a Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de Lins e a Faculdade Salesiana de Lins, através da Faculdade

de Educação Física de Lins. O curso de Bacharelado em Fisioterapia através

de seus acadêmicos dos dois últimos semestres pertinentes a formação dos

mesmos, prestavam atendimentos em tal centro hospitalar sob supervisão de

um fisioterapeuta, onde os mesmos executavam dois atendimentos diários em

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média. A partir do ano de 2003, através de modificações estruturais frente a

supervisão, bem como demanda de necessidade assistencial, tal setor passou

a realizar uma média de quatro atendimentos diários e 2006 ao se tornar

Centro Universitário, adquire autonomia na prestação de serviços na Unidade

de Terapia intensiva com supervisão de um Fisioterapeuta intensivista;

atendendo as exigências de diretrizes e normas para funcionamento

estabelecidas por decretos e sanções de liminares junto ao poder legislativo e

judiciário. O tratamento é compreendido por quatro atendimentos diários,

sendo realizados dois no período matutino e dois no período vespertino. Em

tais atendimentos são executadas sessões de fisioterapia motora global e

específica além de fisioterapia respiratória global e específica, entre outras que

se façam necessárias de acordo com as necessidades individuais

apresentadas pelos pacientes que se encontram hospitalizados em tal

unidade.

Segundo Falcão; Guimarães; Amaral (2006), as técnicas de higiene

brônquica são indicadas para pacientes com patologias pulmonares, pós-

operatório de cirurgia torácica que apresentam secreção pulmonar. Com o

objetivo de melhorar o intercâmbio gasoso e reduzir o trabalho respiratório.

De acordo com Ultra (2008), a mobilização global é realizada pelo

fisioterapeuta por meio de movimentos passivos ou ativos quando possível,

respeitando as limitações e os processos álgicos.

2.10 Fisioterapia Motora

A fisioterapia motora é realizada pelos estagiários de Fisioterapia; para

evitar o imobilismo, preservar a tonicidade da musculatura. Inicia-se com

sessões de alongamentos globais, para preparação dos músculos para os

exercícios que podem ser passivos, ativo-assistidos ou ativos livres.

De acordo com Regenga (2000) o repouso prolongado leva à atrofia e a

fraqueza muscular. O Fisioterapeuta Intensivista pode evitar os efeitos

deletérios da hipoatividade ou inatividade do paciente acamado. Como

conseqüência do imobilismo, o paciente torna-se descondicionado reduzindo a

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capacidade de executar exercício aeróbico, diminuindo a tolerância aos

esforços.

Segundo Lopes (2005) mobilização é movimento de alongamentos

passivos realizados pelo terapeuta, com velocidade baixa. Movimento ativo é

quando o próprio paciente realiza o exercício. E passivo o movimento é

realizado pelo fisioterapeuta sendo que não há contração voluntária dos

músculos esqueléticos do paciente.

2.11 Fisioterapia respiratória

A Fisioterapia Respiratória é realizada de acordo com o propcesso

patológico apresentado pelo paciente, existem técnicas para reexpansão

pulmonar, desobstrução, fortalecimento diafragmático, estimulação

diafragmática. Alguns aparelhos incentivadores com as mesmas finalidades,

aparelhos de vibratoterapia, realização de drenagem postural associada a

técnicas de higienização traqueobrônquica, técnicas de tosse assistida,

cinesioterapia respiratória, além de procedimentos gerais e específicos de

acordo com a desordem funcional do trato respiratório de cada paciente.

Segundo Regenga (2000) a fisioterapia respiratória atua no

deslocamento de secreções pulmonares, para auxiliar na eliminação destas

secreções, facilitando a atividade mucociliar e reexpandindo as áreas

pulmonares com atelectasias podendo utilizar recursos ou técnicas

fisioterapêuticas.

De acordo com Rodrigues (2003) os objetivos da reabilitação pulmonar

são de reduzir os sintomas, reduzir a perda funcional causada pela doença e

aperfeiçoar as atividades físicas e sociais, traduzidas em melhora da qualidade

de vida.

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CAPITULO III

PROCESSO PATOLÓGICO INERENTE À PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Becker (1968) descreve que a palavra patologia possui origem grega,

que significa: páthos, doença, e lógos, estudo, tratado. Etimologicamente,

portanto, significa estudo das doenças. Ximenes (1999), Souza, Pato e Logullo

(sd). Define patologia como o ramo da medicina que descreve as alterações

anatômicas e funcionais causadas pelas doenças no organismo vivo. Divide-se

em patologia geral, que estuda os mecanismos básicos das doenças, e

patologia especial, que descreve as alterações de cada órgão ou sistema.

Quando se ocupa das alterações anatômicas, macro e microscópicas recebe a

denominação de anatomia patológica e quando tem por objeto as alterações

fisiológicas, a de fisiopatologia. O estudo das alterações produzidas nos

tecidos pelas doenças constitui a histopatologia, e das alterações celulares, a

citopatologia ou patologia celular. Quando nos referimos à patologia cardíaca,

obstétrica, pulmonar, entre outras, estamos nos referindo ao estudo das

alterações encontradas nas doenças cardíacas, obstétricas, pulmonares, entre

outras.

Conforme discorrido por Becker (1968), além de significar o estudo das

alterações produzidas no organismo pelas doenças, o termo patologia é

também utilizado para designar essas mesmas alterações. Em nenhum

dicionário, especializado ou não para termos médicos, encontra-se averbado o

termo patologia como sinônimo de doença, enfermidade ou afecção. Dizer que

o indivíduo tem uma patologia, seria o mesmo que dizer que tal possui uma

cardiologia em lugar de uma cardiopatia, assim patologia, não se deve ser

utilizado em substituição à doença, pois o mesmo desvio semântico é

encontrado em outras línguas como espanhol e em inglês, tornando mais difícil

sua rejeição em português. Assim, poderíamos dizer que nos encontramos

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diante do que os lingüistas chamam de neologismo de significado; a mesma

palavra incorpora outro significado além do primitivo, tradicional. Como a

evolução semântica das palavras é imprevisível, bem pode ser que

futuramente se poderão acrescentar mais um significado à palavra patologia. A

boa linguagem, vernácula, correta, no entanto, pelo menos por enquanto, não

incorpora este novo significado de patologia. Para tanto será utilizado durante

o desenvolvimento desta pesquisa o termo processo patológico para sinônimo

de doenças ou afecções.

Para Kumar; Abbas; Fausto (2005) a patologia enfoca quatro aspectos

da doença: sua causa (etiologia), os mecanismos de seu desenvolvimento

(patogenia), as alterações estruturais induzidas nas células e nos tecidos

(morfologia) e as consequencias funcionais das alterações morfológicas,

clinicamente observadas, tratando desta forma dos estudos das moléstias em

geral sob aspectos determinados, envolvendo tanto a ciência básica quanto a

prática clínica. Tal estudo não pode ser erroneamente designado como apenas

doença em si, portanto quando designamos determinada afecção devemos

nos preocupar em utilizar termos como processo patológico, tendo em vista a

patologia como ramo da ciência da saúde que estuda as doenças.

Rubin; Farber (2002) discorrem que uma célula deve manter certa

organização para que possa sobreviver; para isso a evolução celular permitiu

as diferenciações entre elas nas mais diversas funções e distribuídas por todo

corpo. Porém, estas devem ser capazes de se adaptarem às condições

adversas geradas no ambiente em que estão. Quando sofrem inúmeros

estímulos devidos alterações do ambiente, as células podem gerar respostas

ao mesmo, cujo seu entendimento constitui a base da patologia.

Neste capítulo os processos patológicos observados durante a

apuração dos dados pertinentes a esta serão apresentados separadamente de

acordo com os sistemas aos quais pertencem, com uma breve explicitação de

suas características.

3.1 Afecções do Sistema Cardiorrespiratório (ASCR) e pós-operatório (PO)

relacionados.

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São caracterizadas pelas modificações do funcionamento do coração,

vasos sanguíneos e linfáticos bem como os processos patológicos pulmonares

e seus segmentos: cavidade nasal, faringe, laringe, traquéia e árvore

brônquica. A seguir será apresentado breve resumo dos processos patológicos

observados ao longo do presente estudo.

3.1.1 Angina Instável

Blakiston (1982) descreve a angina como uma dor torácica paroxística,

retroesternal ou precordial, podendo ser irradiada para o membro superior,

tendo como etiologia um déficit na oxigenação ou irrigação sanguínea junto ao

miocárdio. Para Guyton; Hall (2006) tal angina aparece na maioria das

pessoas que possuem constrição progressiva das artérias coronárias. Essa

dor normalmente se manifesta quando o coração é submetido a grandes

esforços em relação ao seu fluxo sanguíneo.

Para Theroux; Fuster, (1998), o paciente com angina instável tem

prognóstico variável quanto a eventos desfavoráveis como infarto agudo do

miocárdio, óbito, recorrência de angina e necessidade de revascularização

miocárdica, fato este também referido por Zaacks; et al. (1999). Estes autores

ainda revelam que em virtude da ampla variação das manifestações clínicas

das síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis sem supradesnível do

segmento ST, sua estratificação de risco ajuda a determinar estratégias para

tratamento ambulatorial ou hospitalar, propiciando uma adequação de custos

em função de maior eficácia terapêutica, conforme explicitado por Kong;

Blazing; OConnor (1999) e Calvin (1998).

3.1.2 Broncopneumonia (BCP)

Scanlan; Wilkins; Stoller, (2000) afirmam que na broncopneumonia há

em torno de um ou mais brônquios infiltrado de formas irregulares, devido a

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inflamação parenquimatosa, sendo esta diagnosticada por radiografia torácica.

3.1.3 Bloqueio Átrio Ventricular

DeCS (2008) discorre que se trata de um bloqueio na condução do

impulso dos átrios para os ventrículos cardíacos. O bloqueio AV pode significar

retardo na condução do impulso ou bloqueio total.

O sistema que gera e conduz o impulso nervoso através das fibras

cardíacas, promovem sua ritmicidade contrátil. Este sistema é composto pelo

nodo sinusal, vias internodais, nodo atrioventricular, feixe átrio-ventricular (A-V)

o feixe esquerdo e direito das fibras de Purkinje.

O único meio pelos quais os impulsos podem normalmente passar dos

átrios para os ventrículos é pelo feixe A-V. (GUYTON; HALL, 2006, p. 127)

Quando há um bloqueio nesta passagem os ventrículos deixam de

contrair por alguns segundos podendo ocasionar desmaio ou até mesmo a

morte.

3.1.4 Broncoespasmo

Processo pelo qual há um estreitamento agudo e obstrutivo das vias

aéreas devido uma contração anormal, porém reversível, da musculatura lisa

dos brônquios. (SCARNLAN; WILKINS; STOLLER, 2000)

3.1.5 Choque Cardiogênico

Guyton; Hall (2006) afirmam que se trata da incapacidade do coração

bombear quantidades mínimas de sangue para o organismo.

O choque é uma situação de grave distúrbio hemodinâmico e

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metabólico caracterizado pela incapacidade do sistema circulatório de manter uma irrigação sangüínea adequada da micro circulação, com conseqüente perfusão inadequada de órgãos vitais. (RUBIN; FARBER, 2002, p. 293).

3.1.6 Choque Séptico

O choque séptico é uma condição na qual a pressão arterial declina a

níveis potencialmente letais como conseqüência da Sepse. Sendo este

causado por toxinas produzidas por certas bactérias e por citosinas, que são

substâncias sintetizadas pelo sistema imune para combater as infecções. Os

vasos sangüíneos dilatam, produzindo hipotensão arterial apesar do aumento

da freqüência cardíaca e do volume de sangue ejetado. (MERK, 2008)

3.1.7 Derrame Pleural

Presença de líquido na cavidade pleural resultante da diferença entre a

pressão hidrostática sanguínea e a pressão coloidosmótica do líquido pleural.

(TARANTINO, 1997, p. 906). Para Guyton; Hall (2006) tais anormalidades das

pressões pleurais levam há um acúmulo de quantidade relativamente grande

de líquidos entre os folhetos pleuras. Os Sintomas são diferentes, dependendo

da localização da área afetada, alguns podendo ser mencionados como

quadros álgicos localizados, dispnéias e tosses produtivas ou não.

(TARANTINO, 1997)

3.1.8 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

Segundo Luna; Sabra (2006) a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

(DPOC) é uma doença inflamatória crônica do pulmão causada por partículas

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e gases tóxicos inalados ao longo da vida. A DPOC inclui duas doenças

pulmonares: bronquite crônica e enfisema pulmonar. Processos patológicos

estes que limitam o fluxo aéreo, progressivo e que não são totalmente

reversíveis.

Entende-se por bronquite crônica a condição clínica caracterizada por excesso de secreção mucosa na arvore brônquica, havendo tosse crônica ou de repetição, junto com expectoração pelo menos em três meses do ano em dois anos consecutivos. (BETHLEM, 2002, p. 602)

Enfisema é uma alteração pulmonar caracterizado por aumento

anormal dos espaços aéreos distais aos brônquios terminais, acompanhado

por alterações destrutivas das paredes alveolares [...]

(TARANTINO, 1997, p.

510).

3.1.9 Edema Agudo Pulmonar (EAP)

Refere-se ao aumento da quantidade de líquido extravascular nos

espaços aéreos pulmonares (BETHLEM, 2002). A etiologia mais freqüente é a

insuficiência do ventrículo esquerdo ou insuficiência cardíaca congestiva.

(LUNA; SABRA, 2006).

Nos pulmões normais, apenas 1,5% de seu peso é representado pelo liquido alveolar. Devido à sua grande elasticidade dependente da estrutura anatômica e do conteúdo aquoso, é fácil imaginar as graves conseqüências que o aumento de líquido poderá provocar, tanto em seus volumes e capacidades, como em sua mecânica ou trocas gasosas. (TARANTINO, 1997, p. 887)

3.1.10 Edema Pulmonar

A distribuição de líquido e de ar nos pulmões está em equilíbrio

constante, porém quando esta homeostase é quebrada há uma alteração no

intercâmbio gasoso pulmonar e o trabalho respiratório são alterados, fazendo

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com que haja aumento da quantidade total de líquido em todo órgão. Esta

inundação alveolar ocorre apesar da existência de mecanismos de drenagem

de líquidos que podem manter a função pulmonar normal apesar de uma

duplicação de água pulmonar total. (SCARNLAN; WILKINS; STOLLER, 2000)

3.1.11 Embolia Gordurosa

Para Rubin; Farber (2002) a patogênese da síndrome da embolia

gordurosa envolve a obstrução mecânica e a lesão bioquímica. Tal síndrome é

caracterizada por insuficiência pulmonar, sintomas neurológicos, anemia e

trombocitopenia.

3.1.12 Hemotórax

Presença de sangue na cavidade pleural em virtude de traumatismo ou

ruptura de um vaso sanguíneo.

(RUBIN; FARBER, 2002, p. 643). Este

acúmulo sanguíneo pode ter origem da parede torácica, pulmão, diafragma ou

mediastino. E sua drenagem pode ser auto transfundida, pois o mesmo não se

coagula. (TARANTINO, 1997)

3.1.13 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

Caracterizada por aumento da pressão arterial, em relação a valores

preconizados para normalidade. Para Timerman; César (2000), na hipertensão

arterial deve ser levada em consideração condições ambientais, genéticas,

hábitos saudáveis além de fatores pré-disponíveis para o aparecimento deste

processo patológico. A HAS é um fator de risco para muitas doenças

cardiocirculatórias.

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3.1.14 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

Silva (2000) discorre que o Infarto Agudo do Miocárdio é uma

manifestação clinica caracterizada por isquemia causada pela oclusão de um

vaso coronariano por uma placa de ateroma, levando à necrose das células

cardíacas. Rubin; Farber (2002) afirmam que seu início é na maioria das vezes

súbito, com angina intensa podendo haver outros sintomas como: sudorese,

náuseas, vômitos e dispnéia.

De acordo com Kumar; Abbas; Fausto (2005), o infarto agudo do

miocárdio é resultante de uma isquemia do músculo cardíaco, esta diminuição

do fluxo sanguíneo local é causada por déficit na perfusão em relação à

necessidade exigida por tal órgão.

[...] a isquemia prolongada resultante da oclusão completa de uma

artéria coronária ou uma oclusão grave combinada com o aumento do tônus

vasomotor resultará na morte das células miocárdicas ou em infarto. (IRWIN;

TECLIN, 2003 p. 16).

3.1.15 Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)

A ICC é a manifestação clínica causada pela conseqüência de um

débito cardíaco inadequado as necessidades do organismo. (RUBIN;

FARBER, 2002)

Imediatamente após uma oclusão coronariana aguda, o fluxo sangüíneo cessa nos vasos coronários em um ponto além da oclusão, exceto por pequena quantidade de fluxo colateral dos vasos circulantes. A área do músculo que ficou com fluxo zero, apresenta fluxo tão pequeno que não consegue sustentar a função do músculo cardíaco, sendo chamada de área infartada. O processo geral é chamado de infarto do miocárdio. (GUYTON; HALL, 2006, p. 218)

Segundo Luna; Sabra (2006) o coração sofre um déficit no enchimento

ou no esvaziamento de seu ventrículo. Ocorrendo um comprometimento na

quantidade de sangue necessário à perfusão tissular. Se o mesmo tentar

suprir esta necessidade ele aumentará a pressão de enchimento ventricular.

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3.1.16 Insuficiência Coronariana

Miller (2003) descreve que a insuficiência coronariana é a diminuição no

suprimento sangüíneo, para o miocárdio, resultante da constrição e obstrução

nas artérias coronarianas, mas não acompanha uma necrose das células

miocárdicas.

3.1.17 Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA)

Segundo Scalan; Wilkins; Stoller, (2000), quando o organismo não

consegue manter a quantidade necessária de oxigênio, bem como a remoção

do dióxido de carbono gerado pelas células o indivíduo apresenta um quadro

de insuficiência respiratória aguda.

Luna; Sabra (2006) afirmam que o pH sangüíneo é mantido pela

respiração, quantidade de O2 e CO2 dentro da normalidade. Quando um

indivíduo está em IRpA esse equilíbrio não é mantido, sendo diagnosticado

pelo exame de gasometria.

É uma sensação subjetiva, relatada pelo paciente, diante de uma

dificuldade respiratória. (BETHLEM, 2002). Esta situação pode ser percebida

quando a quantidade de respiração é demasiada ao nível de atividade

exercida podendo ser elas: hipoxemia, acidose, febre, exercícios ou

ansiedade. (SCANLAN, WILLIANS, STOLLER, 2000)

3.1.18 Miocardiopatia Dilatada

Doença primária do músculo cardíaco, onde a dilatação e a disfunção

na ação contrátil do ventrículo esquerdo, leva a uma alteração sistólica.

(REGENGA, 2000)

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[...] os diâmetros diastólicos e sistólicos finais do ventrículo esquerdo estão aumentados, associado à diminuição do espessamento sistólicos do septo e da parede posterior. A espessura da parede ventricular freqüentemente é normal, mas como as cavidades estão dilatadas, resultam em aumento total da massa ventricular (TIMERMAN; CÉSAR, 2000, p.339)

3.1.19 Parada Cardiorrespiratória (PCR)

Segundo Timerman; César (2000), parada cardiorrespiratória consiste

em uma súbita interrupção da contração ventricular, juntamente com a

ausência da atividade respiratória.

Guyton; Hall (2006) afirmam que a anormalidade da condução rítmica

do coração e a disfunção da respiração levam a hipóxia das fibras musculares

e condutoras miocárdicas, alterando as concentrações eletrolíticas da

membrana, onde a excitabilidade fica tão afetada, que a ritmicidade automática

do coração desaparece.

3.1.20 Pneumotórax

Souza; Mozachi, (2005) descrevem que o pneumotórax se trata de uma

presença de ar na cavidade pleural. Este fato faz com que desapareça a

pressão negativa normal entre as pleuras, impedindo o pulmão de se expandir,

colapsando-o.

3.1.21 Sepse

A sepse pode ser definida como uma reação inflamatória-vascular sistêmica à presença de microrganismos ou alguns de seus componentes na corrente sanguínea. Compreende várias fases evolutivas, como bacteremia, síndrome séptica, choque séptico e insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas. (DO PRADO; RAMOS; DO VALLE, 2003 p. 19)

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3.1.22 Tumor de Pulmão

O tumor de pulmão origina-se nas células do revestimento epitelial de superfície ou glandulares que, em resposta aos estímulos carcinogênicos, começam a proliferar de modo anormal e evasivo. Sua historia natural caracteriza-se normalmente por evolução lenta, de modo que o tumor pode permanecer despercebido por muitos anos. Sabe-se, também, que na fase sintomática o tumor já percorreu 2/3 de sua vida e tem uma grande população de células malignas, restando, portanto apenas 1/3 da vida do tumor para o diagnóstico e tratamento. Este aspecto de sua história natural, diagnóstico tardio, deixa a impressão de que o tumor é de desenvolvimento rápido e os diversos tratamentos são ineficientes. (DO PRADO; RAMOS; DO VALLE, 1995, p. 100).

3.1.23 Trombose Venosa Profunda (TVP)

Trombos são coágulos fixos que se desenvolvem em um vaso

sangüíneo, devido o fluxo de sangue que passa por ele, o mesmo pode se

tornar circulante, daí recebe o nome de êmbolos. (GUYTON; HALL, 2006)

Na trombose venosa profunda os coágulos originam-se no sistema

venoso em grandes veias dos membros inferiores ou do lado direito do

coração. Quando desprendidos podem ocorrer embolia pulmonar arterial.

3.2 Afecções do Sistema Endócrino-metabólico-nutricional (ASEMN)

Segundo Berne et al. (2004) o metabolismo pode ser amplamente

definido como a soma de processos químicos envolvidos na produção de

energia a partir de fontes exógenas e endógenas, sintetizar e degradar

componentes tissulares estruturais e funcionais e eliminar produtos de

resíduos. A regulação da velocidade e da direção de muitos dos aspectos

básicos do metabolismo é uma das principais funções do sistema endócrino.

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3.2.1 Cetoacidose Diabética

Este processo patológico é resultante do aumento dos níveis de

cetoácidos, ácidos cetoacéticos e ácidos -hidroxibutíricos, quando o

organismo usa apenas gorduras para a obtenção de energia. Outra causa

desta acidose é a diminuição da concentração de sódio, devido o mesmo se

ligar aos cetoácidos, quando está aumentado no organismo. Esta falta de

sódio é suprida por íons de hidrogênio, aumentando tal acidose. (GUYTON;

HALL 2006)

3.2. 2 Desidratação

É caracterizada por uma perda excessiva de água corporal, sendo que a

mesma não está compensada pela ingestão de líquidos. (PORTO, 2005)

Carpenito-Moyet (2005) acredita que esta falta de água no organismo

causa distúrbios hídricos e eletrolíticos.

3.2.3 Diabetes Mellitus (DM)

Segundo Guyton; Hall (2006) a DM é caracterizada por uma síndrome

metabólica envolvendo carboidratos, lipídios e proteínas.

Neste processo patológico há um aumento considerável na quantidade

de glicose (hiperglicemia), devido uma ineficiência de secreção de insulina

e/ou na sua própria ação. A insulina é um hormônio secretado pelo pâncreas

endócrino; sua função é controlar a produção e armazenamento da glicose

resultante da digestão de Hidratos de Carbono. (SMELTZER; BARE, 2005)

O estado diabético pode ocorrer de duas maneiras: o pâncreas não

produz a insulina (diabetes tipo I), ou há uma diminuição da sensibilidade da

célula à ação de tal hormônio (diabetes tipo II). (GUYTON; HALL, 2006)

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3.2.4 Hipoglicemia

Hipoglicemia é, por definição, a presença de um valor sangüíneo de glicose abaixo de 45 mg/100 ml (ou 50 mg/100ml utilizando-se plasma ou soro) acompanhado de sintomas e sinais característicos. Com o deficiente provimento de glicose às células nervosas podem sofrer, nos casos leves, como ainda é comum no decurso da insulinoterapia mal controlada dos diabéticos. (DO PRADO; RAMOS; DO VALLE, 2003, p. 480)

3.2.5 Síndrome Anêmica

Segundo Miller (2003) é uma afecção na qual ocorre redução na

administração de oxigênio para os tecidos. Resultante da destruição de

hemácias, perda sanguínea excessiva ou diminuição da produção eritrocitária.

Anemia não é uma doença e sim um sintoma de vários distúrbios diferentes.

Do Prado; Ramos; Do Valle (2003) definem anemia como uma

diminuição do volume de hemácias ou de hemoglobinas por unidade de

volume de sangue.

3.2.6 Síndrome de Addison

Processo patológico onde há uma destruição progressiva das glândulas

supra-renais, mais especificamente na parte cortical, normalmente devido uma

reação auto-imune. Os sintomas aparecem quando pelo menos 90% das

mesmas já estão afetadas, entre eles se destacam fraqueza, disfunção

cardíaca e cutânea. (KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005)

De acordo com Guyton; Hall (2006) há uma diminuição da secreção do

hormônio aldosterona, produzido pelas glândulas supracitadas, causando uma

diminuição na absorção do sódio.

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3.3 Afecção do Sistema Gastrointestinal (ASGI) e PO relacionados

As principais funções fisiológicas do sistema gastrintestinal são a digestão das substâncias alimentares e a absorção das moléculas e nutrientes para a corrente sanguínea. O sistema gastrintestinal executa estas funções pela motilidade, secreção, digestão e absorção. (BERNE et al., 2004, p. 573)

3.3.1 Abdome Agudo Obstrutivo

Processo patológico de evolução rápida, podendo ser incluído neste,

desde situação anormal em que o segmento possa se encontrar, até mesmo

em situação onde há necessidade de intervenção cirúrgica devido ao risco de

mortalidade. Neste caso o paciente não elimina fezes, nem gases, levando a

uma distensão relativamente grande do abdome. Quanto mais baixa situar-se

esta obstrução, maior será a probabilidade de evolução para ascite. (Do

PRADO; RAMOS; Do VALLE, 2003)

3.3.2 Adenocarcinoma de Intestino Delgado

De acordo com Kumar; Abbas; Fausto (2005) este tumor é comumente

encontrado afetando a porção duodenal do intestino delgado, podendo crescer

e circulando a alça intestinal, causando obstrução intestinal, seguido de

cólicas, vômitos e perda de peso.

3.3.3 Cirrose Hepática

Segundo Smeltzer; Bare (2005) a cirrose hepática se trata de uma

doença crônica na qual o tecido hepático normal é substituído por fibrose

difusa, podendo romper as estruturas e a função do fígado.

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3.3.4 Diverticulite

Potter; Perry (2005), reportam que tal processo patológico se traduz em

uma situação onde há inflamação nas divertículas, que são herniações no

revestimento intestinal, normalmente em forma de bolsas.

Para Smeltzer; Bare (2005), os divertículos estão inflamados devido a

obstrução dos mesmos pelo acúmulo de material fecal.

3.3.5 Hemorragia Digestiva Alta (HDA)

Souza; Mozachi (2005) definem esta como um problema comum na

medicina intensiva, a causa mais comum é a doença ulcerosa péptica. A HDA

se manifesta de três formas: hematêmese, vômito contínuo; melena que são

fezes contendo sangue; hematoquezia que se trata da passagem de sangue

vivo pelo reto (enterorragia).

3.3.6 Insuficiência Hepática

Neste processo, o fígado sofre uma ineficiência de seus hematócritos,

causando uma disfunção em todas as funções deste órgão entre eles podem

se destacar a metabolização e sintetização de proteínas, podendo variar de

maior a menor grau. (GARNIER, et al., 2002)

3.3.7 Obstrução intestinal

A obstrução intestinal ocorre quando a propulsão do conteúdo em

direção ao ânus sofre interferência. Há vários critérios para classificá-los:

quanto ao nível, ao grau, ao grau de circulação sanguínea, quanto ao tipo de

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evolução e a natureza da obstrução. (VIDAL, 2005)

3.3.8 Pancreatite

Qualquer inflamação aguda ou crônica desta é denominada pancreatite.

(GARNIER, et al., 2002)

Uma condição aguda, apresentando-se tipicamente com dor abdominal, associada a níveis elevados de enzimas pancreáticas no sangue ou na urina. Causada por inflamação e necrose do tecido pancreático. (KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005, p. 385).

3.3.9 Perfuração de intestino

Situação onde o intestino sofre uma agressão resultando em perda de

sua continuidade.

3.3.10 Pós-operatório de apendicectomia

Segundo a Enciclopédia Ilustrada de Saúde (2008) a apendicectomia é

uma intervenção cirúrgica destinada a proceder à remoção do apêndice

vermiforme encontrado no cécun da porção proximal do intestino grosso. Esta

intervenção surge em conseqüência do surgimento de uma apendicite, isto é,

uma inflamação geralmente associada a infecção de tal apêndice. Esta

estrutura possui formato de uma pequena bolsa de tecido intestinal

semelhante a um dedo e está localizada entre o intestino delgado e o intestino

grosso (cólon).

3.3.11 Pós-operatório de Colicistectomia

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É um procedimento cirúrgico onde a vesícula biliar inflamada ou

infeccionada é extirpada por uma abertura abdominal. (TIMBY; SMITH, 2005)

Procedimento cirúrgico, onde há a remoção da vesícula biliar.

(POTTER; PERRY, 2005)

Neste procedimento são ligadas as artérias e o ducto cístico após a

retirada da vesícula biliar. (SMELTZER; BARE, 2005)

3.3.12 Pós-operatório de Colostomia

Abertura cirúrgica do colón por meio de um estroma que permite a

drenagem dos conteúdos intestinais; é um tipo de desvio fecal . (SMELTZER;

BARE, 2005, p. 842).

3.3.13 Pós-operatório de Enterorrafia

Procedimento cirúrgico onde é realizada a sutura de uma abertura seja

ela de qualquer natureza, no intestino delgado ou grosso. (GASTRONET,

2008).

3.3.14 Pós-operatório de Gastrectomia

Garnier, et al. (2002), afirmam que gastrectomia é um processo

cirúrgico, onde há a ressecção total ou parcial do estômago.

3.3.15 Pós-operatório de Gastrorrafia

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Processo cirúrgico pelo qual é realizada uma sutura gástrica. (MILLER;

2003, p. 547).

3.3.16 Pós-operatório de Hepatorrafia

Processo cirúrgico pelo qual são realizadas suturas no fígado, devido a

cortes realizados intencionalmente ou não. (GARNIER et al., 2002)

3.3.17 Pós-operatório de Laparotomia

Procedimento cirúrgico onde é realizada uma incisão na parede

abdominal. (MILLER; 2003)

3.3.18 Pós-operatório de Obstrução Intestinal

No volvo do cólon sigmóide, há que distinguir suas modalidades: torção com alça viável e torção com necrose. O quadro clinico é de obstrução intestinal baixa, com parada de eliminação de gases e de fezes, fortes dores em cólicas, grande distensão abdominal assimétrica, dada por abaulamento alongado em diagonal, do quadrante inferior direito ao superior esquerdo; pode haver vômitos reflexos, coincidentes com o quadro agudo, mas o vômitos de material fecalóide de regurgitação do conteúdo intestinal. (Do PRADO; RAMOS; Do VALLE, 2003, p. 246).

3.3.19 Pós-operatório de Sigmoidectomia

Procedimento cirúrgico onde há retirada do cólon sigmóide pertencente

à porção distal do intestino grosso. Geralmente tal procedimento se deve a

processos inflamatórios crônicos e até mesmo neoplasias.

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3.3.20 Pós-operatório de Tumor Vesical

Procedimento cirúrgico que consiste na exérese de um processo

neoplásico localizado na bexiga. (MILLER, 2003)

3.3.21 Trombose Mesentérica

A trombose mesentérica é a oclusão das artérias mesentéricas,

responsáveis pela irrigação sanguínea do intestino. Pode ser causada por

doença aterosclerótica, conseqüente a uma embolia originária de um distúrbio

cardíaco e também pode ser devido a um processo inflamatório das artérias.

Normalmente acontece de forma aguda, com evolução rápida, podendo levar a

morte. (BAN-INTERNACIONAL, 2008)

3.3.22 Tumor Estomacal

É uma neoplasia estomacal que se estende da mucosa gástrica até a

submucosa quando em estágios iniciais, e em casos mais avançados pode ser

encontrado na parede muscular e em várias profundidades, sendo este o

principal fator de evolução clínica da doença, também deve ser levado em

consideração para sua classificação o seu crescimento e seu subtipo

histológico. (KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005)

3.3.23 Tumor Intestinal

Figueiredo (2008) descreve que tal tumor também denominado câncer

de intestino, cólon, reto ou colorretal; inicia-se através de pólipos que crescem

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na parede do mesmo e que podem se transformar em câncer com o passar do

tempo. Quando um pólipo é retirado do intestino durante o exame

colonoscópico, pode-se impedir que tal se transforme em câncer. Assim, o

câncer de intestino pode ser prevenido removendo-se o pólipo antes que este

se transforme em neoplasia maligna, sem que seja necessária intervenção

cirúrgica. Quando descoberto tardiamente pode ser fatal. Quase metade dos

pacientes com este câncer ainda morrem em menos de cinco anos após o

tratamento. Desta forma é de suma importância sua detecção precoce, quando

a possibilidade de cura ainda é grande.

3.3.24 Úlcera Gástrica

Kumar; Abras; Fausto (2005), discorrem que este processo patológico

se trata de lesões focais na mucosa gástrica, podendo variar sua profundidade

causando alterações no epitélio superficial e até mesmo o envolvimento de

toda mucosa, sendo esta de maior profundidade, podendo evoluir para

hemorragia digestiva alta de complexidade cirúrgica.

3.4 Afecções do Sistema Geniturinário (ASGU) e PO relacionados

Segundo Rizzolo; Madeira (2006) o sistema genital é responsável pela

reprodução. Este sistema pode ser dividido em feminino e masculino, com

estruturas diferentes anatomicamente, porém de um modo geral são

homólogos uns aos outros: órgãos de produção de gametas, ductos que fazem

seu transporte, órgãos de cópula e glândulas anexas para produção de

secreções.

Fazem parte deste segmento também, as afecções do sistema urinário,

onde os rins são responsáveis pela purificação do sangue através da

excreção, removendo substâncias tóxicas para manter o equilíbrio eletrolítico e

preservar a homeostase, estes catabólitos são eliminados pela urina. Além dos

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rins fazerem parte deste sistema os ureteres, bexiga urinária e uretra também

o fazem.

Serão discutidas a seguir, as afecções relacionadas a este sistema

encontradas em nesta pesquisa.

3.4.1 Adenocarcinoma de Ovário

As neoplasias malignas do ovário englobam grupos heterogêneos de

neoplasias de características anatomoclínicas próprias e de malignidades

distintas; desta forma, Do Prado; Ramos; Do Valle, (2003) destacam que o

adenocarcinoma, seja também denominado carcinoma de ovário, sendo o

mesmo de classificação histológica complexa conforme a divisão adotada pela

comissão de câncer da federação internacional de ginecologia e obstetrícia.

Deve-se ressaltar a exigência do controle rigoroso em pacientes previamente

tratados por câncer de mama, em virtude de maior propensão ao

desenvolvimento do carcinoma de ovário; estudos sugerem papel preventivo

do câncer de ovário através do uso de pílulas contraceptivas.

3.4.2 Glomerulonefrite Crônica

A glomerulonefrite crônica pode estar associada a outras doenças do

TGU, por isso ela pode ser considerada como um conjunto de doenças

glomerulares em estágio final. Há uma inflamação nos glomérulos de forma

crônica. (KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005)

3.4.3 Insuficiência Renal Aguda (IRA)

Segundo Guyton; Hall (2006), a insuficiência renal aguda encontrada

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em pacientes hospitalizados é devido à diminuição da quantidade de sangue

para os rins, levando a redução da quantidade de urina eliminada, podendo

ocorrer uma interrupção total do débito urinário. Isso faz com que haja um

acúmulo de liquido corporal.

Kumar; Abbas; Fausto (2005) afirmam que nestas condições, os rins

sofrem uma rápida deteorização de sua função, sendo esta irreversível.

3.4.4 Insuficiência Renal Crônica (IRC)

Condição patológica onde há uma perda irreversível em grande número

de néfrons funcionantes. Os sintomas clínicos graves aparecem quando essas

perdas estão a 70% abaixo do funcionamento normal. Uma grande variedade

de doenças pode desenvolver uma IRC. (GUYTON; HALL, 2006)

A insuficiência renal crônica é uma doença progressiva e irreversível da

função renal, onde há um desequilíbrio em manter as funções metabólicas e

eletrolíticas do organismo causando uremia e azotemia. (SMELTZER; BARE,

2005)

3.4.5 Infecção Urinária

A bexiga é um órgão estéril, onde barreiras anatômicas da uretra, e o

próprio fluxo urinário além de enzimas antibacterianas contribuem para a

integridade deste órgão. Quando as bactérias conseguem ter acesso a bexiga,

se desenvolvem infecções urinárias. Normalmente elas são de origem fecal e

ascendem a partir do períneo se fixando e colonizando o epitélio do trato

urinário, afim de não ser eliminada pela urina. (SMEITZER; BARE, 2005)

3.4.6 Pielonefrite

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A infecção aguda do rim caracteriza-se por inflamação supurativa intersticial irregular; necrose tubular e por cilindros nefrofilíticos. As alterações em estágio mais avançado incluem abscessos, papilite necrotizante, pionefrose, abscessos perinéfricos e, finalmente fibroses renais com deformação fibrótica do córtex, cálice e pelve subjacentes. (KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005 p. 407)

3.4.7 Pós-operatório de Cesária

De acordo com Miller (2003) é uma cirurgia para realizar um parto de

um feto por meio de incisão através da parede abdominal baixa e do útero.

Intervenção cirúrgica esta, que consiste na retirada do feto vivo, mediante uma

incisão na parede abdominal e uterina. Ela é necessária quando a

circunferência da bacia é reduzida e impede a passagem do feto. (SOUZA;

PATO; LOGULLO, [s.d.].

3.4.8 Pós-operatório de Ressecção transuretral (RTV) prostática

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (2008) este processo

cirúrgico é caracterizado pela remoção de tecido benigno da próstata através

da inserção de um instrumento através da uretra no pênis. Quando ela é

realizada apenas parte da glândula prostática é removida. Um instrumento é

colocado na uretra e guiado em direção à próstata para remover uma parte do

tecido que circunda a uretra.

3.4.9 Pós-operatório de Uretectomia Interna

Neste procedimento cirúrgico uma parte da uretra é seccionada de

forma circunferencial, esta ressecção é feita através de um segmento interno.

(GARNIER et al., 2002)

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3.5 Afecção do Sistema Osteomioarticular (ASOMA) e PO relacionados

Rizzolo; Madeira (2006), definem o sistema esquelético como o conjunto

de ossos e cartilagens que protegem os órgãos internos e permitem a

realização de movimentos. O sistema muscular é responsável pela produção

de movimento e calor. Neste segmento serão discutidas as afecções deste

encontradas neste estudo.

3.5.1 Fratura de Fêmur

Fratura é uma perda da continuidade óssea. Segundo Gabriel; Petit;

Carril (2001, p. 71) entende-se por fratura a solução de continuidade que se

produz em um osso, quando a força aplicada sobre ele é superior a sua

elasticidade.

O Fêmur é o maior osso do corpo humano, e ao seu redor existem

grandes grupos musculares. A existência de uma fratura neste local

normalmente ocorre o envolvimento de partes moles, causando inúmeras

complicações e limitações ao paciente. (HEBERT, et al, 2003)

3.5.2 Fratura de Quadril

O Quadril é formada por duas hemipelves unidas anteriormente pela sínfise púbica e, posteriormente ao sacro, pelas articulações sacroilíacas. Cada hemipelve, é formada pelo osso ilíacos, ísquio e púbis. (CAMARGO, et al., 2004, p. 309)

As fraturas de pelve ocorrem de forma direta e grande intensidade,

normalmente por acidentes automobilísticos. (GABRIEL; PETIT; CARRIL,

2001).

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3.5.3 Politrauma

Politrauma é considerado uma síndrome decorrente de lesões múltiplas,

podendo acarretar disfunções sistêmicas seqüenciais de sistema vitais e

órgãos, podendo ser direta ou indiretamente ligado ao trauma. (CAMARGO, et

al., 2004)

O Politraumatizado é um paciente com lesões graves que corre risco de

vida, sendo necessário um tratamento multidiciplinar, para minimizar seu

quadro e seqüelas. (HEBERT, et al., 2003)

3.5.4 Trauma de Tórax

O traumatismo torácico e abdominal pode ser causado de forma direta

ou por compressão, o mais freqüentemente encontrado é em acidentes

automobilísticos, lesões perfurantes por arma branca e até mesmo lesões por

arma de fogo, entre outras. (CAMARGO, et al., 2004)

Trauma nesta área podem acometer pulmões, vísceras e coração,

causando desequilíbrio nas funções cardíacas e ventilatórias, levando a

inúmeras complicações devido ao acometimento de vários sistemas e órgãos.

3.5.5 Pós-operatório de Amputação Membro Inferior

A amputação de um membro ocorre após inúmeras tentativas de salvar

a extremidade acometida. Na maioria das vezes ocorre a amputação devido a

uma vasculopatia, tumor, infecção ou trauma. (FERNANDES et al., 2007)

Este método constitui um processo muito agressivo, trazendo um

transtorno físico e psíquico à pessoa submetida a tal procedimento cirúrgico.

(GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001)

O coto deve ser reconstituído para que futuramente tenha o máximo de

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eficiência funcional e possível utilização de prótese. (FERNANDES et al.,

2007).

3.5.6 Pós-operatório Angioplastia de Quadril

Cirurgia realizada para reparo de vias sanguíneas e linfáticas da região

pélvica. (MILLER, 2003)

3.5.7 Pós-operatório de Fratura de Fêmur

Realização de um processo cirúrgico para a redução de uma fratura

localizada no fêmur.

3.6 Afecção do Sistema Nervoso Central e PO relacionados

Rizzolo; Madeira (2006), descrevem que o sistema nervoso é

encarregado de controlar as diversas atividades do organismo. Desempenha

três grandes funções: capta alterações, interpreta essas alterações e as

respondem.

O sistema nervoso pode ser dividido em: central e periférico. As

afecções geradas neste segmento serão discutidas a seguir.

3.6.1 Aneurisma Cerebral

Aneurisma Cerebral é uma anormalidade congênita, da parede dos

vasos sanguíneos; geralmente uma artéria, apresenta uma fraqueza e

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dilatação da mesma podendo ocasionar um rompimento, normalmente

atraumático, causando hemorragia cerebral. É uma das causas do AVC

hemorrágico. (O SULLIVAN, SCHMITZ, 2004)

3.6.2 Acidente Vascular Encefálico (AVE)

O Acidente Vascular Encefálico é um distúrbio neurológico causado por

uma disfunção da circulação encefálica. (O SULLIVAN; SCHMTZ, 2004)

O AVE pode ser classificado em duas categorias dependendo das

alterações da circulação encefálica afetada, são elas: Acidente Vascular

Encefálico Isquêmico (AVEI), onde há uma diminuição do fluxo sanguíneo,

privando aquelas partes do encéfalo de oxigênio e glicose, causando um déficit

no metabolismo celular, levando a sua morte. (O SULLIVAN; SCHMTZ, 2004)

O acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEH) é caracterizado

por uma hemorragia podendo ser espontânea ou traumática. Esta hemorragia

é causada por uma perda da continuidade de um vaso cerebral, formando

então o hematoma intracerebral. (LUNA; SABRA, 2006). Neste caso, é

necessária a intervenção cirúrgica para a drenagem do hematoma existente no

encéfalo do indivíduo. Portanto, nesta categoria, incluem-se os pós-operatórios

reduzidos e a localização do extravasamento anormal de sangue. São eles:

pós-operatório de drenagem de hematoma parenquimatoso e pós-operatório

de drenagem de hematoma subdural.

3.6.3 Coma Diabético

É ocasionado devido descompensação grave do Diabetes Mellitos, onde

o pH está à níveis inferiores de 7.0, podendo causar óbito em poucas horas

caso não for revertido. (GUYTON; HALL, 2006)

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3.6.4 Coma Hipoglicêmico

Coma é o estudo de consciência sem resposta ao meio . (Knobel,

1998, p. 698)

Distúrbios metabólicos que levam a alteração do equilíbrio ácido-base,

como a hipoglicemia, podem levar um individuo à esta perda de consciência.

(KNOBEL, 1998)

3.6.5 Coma metabólico

As integridades funcionais e anatômicas do encéfalo dependem do fluxo

sanguíneo contínuo e do aporte de oxigênio e glicose. Portanto o coma

metabólico ocorre devido à interrupção do fornecimento de substrato

energético ou pela alteração das respostas fisiológicas das membranas

neurais. (FISIO WEB, 2008)

3.6.6 Convulsão

Contração muscular brusca e involuntária. Pode ser tônica, clônica ou tônicoclônica Tônica: é prolongada e imobiliza os membros atingidos. Clônica: resulta de uma série de contrações rápidas e rítmicas. Tônico-Clônica: a imobilização da parte atingida é interrompida por contrações clônicas. As convulsões podem ser parciais, quando se manifestam em determinada região, ou totais, quando se estendem por todo o corpo. (SOUZA; PATO; LOGULLO, [s.d.], p. 98)

3.6.7 Edema Cerebral

Edema cerebral é caracterizado por um aumento da quantidade de

líquido no tecido cerebral, sem levar em consideração o mecanismo que levou

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a tal quadro. (STÁVALE, 1996)

Luna; Sabra (2006) descrevem que os sinais e sintomas apresentados

por um paciente com edema cerebral dependem de sua localização e seu

volume.

3.6.8 Encefalopatia diabética

De acordo com Rhoden, et al. (2005) a encefalopatia diabética

caracteriza-se por déficit cognitivo e alterações estruturais e neurofisiológicas

no cérebro acometendo paciente que possuem níveis de glicose elevados no

sangue.

3.6.9 Encefalopatia Hipertensiva

Encéfalopatia Hipertensiva segundo Kumar; Abbas; Fausto (2005), é

uma síndrome clínico-patológica que surge em um paciente hipertenso por

disfunção cerebral difusa.

Pacientes que sofrem múltiplos infartos podem desenvolver uma

síndrome clínica distinta caracterizada por demência, anormalidades da

marcha e sinais pseudobulbares e deficiências neurológicas focais.

3.6.10 Hematoma cerebral

Acúmulo de sangue dentro da cavidade craniana, podendo ser causada

por ruptura de vasos sanguíneos e dos tecidos localizados no cérebro ou ao

seu redor. (MERK, 2008)

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3.6.11 Hidrocefalia

Kumar; Abbas; Fausto (2005) descrevem que a hidrocefalia se trata de

um acúmulo de LCR (líquido cefalorraquidiano) no sistema ventricular, isso

ocorre como conseqüência tanto de comprometimento do fluxo como da

reabsorção do LCR, causando a elevação da pressão intracraniana (PIC).

De acordo com Guyton; Hall (2006) a hidrocefalia é caracterizada por

um acúmulo de líquido na abóbada craniana. Ela pode ser classificada como

hidrocefalia comunicante e hidrocefalia não-comunicante. Na primeira o líquido

circulante pode fluir dos ventrículos para o espaço subaracnóideo. Isso não

acontece no segundo tipo, neste o líquido formado comprime o cérebro contra

o crânio.

As lesões causadas pela hidrocefalia são geralmente graves e devem

na maioria das vezes sofrerem intervenções cirúrgicas para colocação de

válvulas nos sistemas ventriculares encefálicos para drenagem de tal acúmulo

liquórico.

3.6.12 Infarto Cerebral

De acordo com O Sullivan; Schmitz (2004) o infarto cerebral è causado

por um trombo que se aloja no cérebro, causando morte dos tecidos.

O infarto cerebral é um distúrbio focal, progressivo e permanente da

função neurológica, que deixa um déficit residual menor ou maior, de acordo

com o tratamento realizado . (LUNA; SABRA, 2006 p. 747)

3.6.13 Pós-operatório de Cateter Intraventricular

Comumente pacientes neurológicos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) se apresentam com cateteres e/ou drenos em região cefálica ou coluna lombar, e o manejo destes pacientes pela equipe

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de enfermagem implica no conhecimento básico dos tipos de drenos e cateteres, suas funções e indicações. A seguir, faz-se necessária uma breve exposição sobre os principais elementos anatômicos do Sistema Nervoso (SN) onde estes materiais são alocados. (SOUZA; MOZACHI, 2005. p.326)

3.6.14 Pós-operatório de Craniotomia

Segundo Timby; Smith (2005) é um procedimento neurocirúrgico onde o

crânio é aberto para que as estruturas subjacentes possam ser exploradas.

3.6.15 Pós-operatório de Drenagem de Hematoma Cerebral

Segundo Souza; Mozachi (2005) drenagem do hematoma consiste em

uma cateterização cirúrgica do sistema ventricular, exteriorização do cateter

pela pele e acoplamento do mesmo a um sistema coletor (bolsa de drenagem)

. Utilizados no controle do volume e da pressão liquórica por intermédio da

drenagem temporária externa de LCR.

3.6.16 Pós-operatório de Drenagem de Hematoma Epidural

Um hematoma epidural é conseqüência da hemorragia de uma artéria

que se encontra entre as meninges, membranas que revestem e protegem o

cérebro em relação a face interna do crânio, nesta condição clinica há um

aumento da pressão intracraniana. Para eliminar a acúmulo de sangue e

minimizar os sintomas causados por ele, é realizado um processo cirúrgico

para colocação de dreno no local da hemorragia. (MERK, 2008)

3.6.17 Pós-operatório de Drenagem Hematoma Parenquimatoso

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A hemorragia parenquimatosa normalmente acontece devido a

manifestações de doenças vasculares do cérebro já existentes, podendo-se

citar a hipertensão arterial sistêmica e aneurisma cerebral. (Kumar; Abbas;

Fausto, 2005), causando um AVCH.

Como tratamento deste quadro, é realizado cirurgicamente a colocação

de dreno local para drenagem do sangue acumulado nesta aérea.

3.6.18 Pós-operatório de Laminectomia

Laminectomia é uma cirurgia executada na porção inferior da coluna

para aliviar a pressão numa ou mais raízes do nervo. (VERTEBRATA, 2008)

3.6.19 Pós-operatório de Tumor Encefálico

Processo cirúrgico onde há uma ressecção de uma neoplasia

intracraniana. Geralmente os tumores crescem de forma regular, arredondada,

mas também podem ser encontrados de maneira difusa e com infiltrados.

Estas massas neoplásica comprimem outras estruturas causando sintomas

como aumento da pressão intracraniana, convulsão, hidrocefalia, edema

cerebral, anormalidade das funções hipofisárias além de alterações motoras,

cognitivas e psicossociais. ( SMELTZER; BARRE, 2005)

3.6.20 Pós-operatório de Válvula Craniana

É um procedimento cirúrgico para colocação de uma válvula no crânio,

utilizada para controlar o volume e a pressão liquórica por intermédio de

drenagem interna. (SOUZA; MOZACHI, 2005)

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3.6.21 Síndrome de Guillain Barré

Smeltzer; Bare, (2005) afirmam que essa síndrome clinica é

rapidamente progressiva, de etiologia desconhecida, que envolve os nervos

cranianos, espinhais e periféricos. A síndrome é precedida por infecção após

vacinação ou cirurgia.

A infecção viral induz a uma reação auto-imune que ataca a mielina dos

nervos periféricos, as porções proximais dos nervos tendem a ser afetadas

com maior freqüência. Achados de autópsia demonstram edema inflamatório e

desmielinização com infiltração linfocítica.

3.5.22 Traumatismo Crânio Encefálico (TCE)

O TCE pode ser provocado por acidente de trânsito (60 a 70%), quedas

(20%) e outras causas mais raras (agressões, projétil de arma de fogo, etc),

esta proporção, entretanto, varia de acordo com a idade.

Segundo Do Prado; Ramos; Do Valle, (2003) no TCE, as lesões são

provocadas pelo impacto e pelo movimento de aceleração/desaceleração do

cérebro dentro da caixa craniana.

3.6.23 Traumatismo Raquimedular (TRM)

O traumatismo raquimedular acomete principalmente indivíduos jovens, com nítida preponderância sobre o sexo masculino. É geralmente decorrência de acidentes com automóveis ou motocicletas, mas pode estar associado a quedas, ferimentos contusos sobre a coluna vertebral, ferimentos por projétil de arma de fogo, ferimento por arma branca. (DO PRADO; DO RAMOS; DO VALLE, 2003, p. 737)

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3.6.24 Tumor Cerebral

São denominados tumores cerebrais qualquer proliferação celular de

origem neoplásica (LUNA; SABRA, 2006). Eles podem ser classificados em

dois grupos: primários e metastáticos. No primeiro grupo, o tumor pode surgir

de células parenquimatosas cerebrais, nervos cranianos ou dos tecidos de

revestimento do tecido neural. Já os metastáticos são aqueles que se

formaram em estruturas vizinhas e chegam ao cérebro, como ocorre nas

metástases. (Do PRADO; RAMOS; Do VALLE, 2003)

Esse tipo de condição patológica é muito variada, com características

individuais, biológicas e prognósticos diferentes para cada indivíduo.

3.7 Outros

Os processos patológicos que não pertenciam a nenhum dos sistemas

acima foram agrupados a seguir.

3.7.1 Afogamento

Defini-se por afogamento a asfixia conseqüente à submersão em água ou outro meio líquido tendo ou não o mesmo entrado em contato com o pulmão. Em aproximadamente 10% dos afogamentos não ocorrem aspiração de água. (Do PRADO; RAMOS; Do VALLE, 2003, p. 1154)

3.7.2 Dengue hemorrágica

Segundo o Ministério de Saúde (2008) a dengue é caracterizada por

uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na

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maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se

desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. Possui duas formas de

evolução: dengue clássica e a hemorrágica. A dengue hemorrágica é a forma

mais severa da doença, pois além dos sintomas normais, é possível ocorrer

sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

3.7.3 Erisipela

Doença infecciosa, onde o agente etiológico é o Streptoccocus

pyogenes. Ele entra em contato com o organismo através de escoriações na

pele, podendo afetar qualquer parte do corpo, porém freqüentemente

encontrado em membros inferiores. (Porto, 2005)

Segundo Do Prado; Ramos; Do Valle, (2003) este processo patológico

apresenta-se com celulites e acometimento de vasos linfáticos.

3.7.4 Espancamento

Segundo Civita (1999), o espancamento é o ato ou efeito de espancar;

surrar, sova, flagelação ou fustigação.

3.7.5 Ferimento por Arma Branca

Neste caso há rompimento da epiderme, derme, outros tecidos

subjacentes e até mesmo órgãos. Podendo ser superficial ou profunda,

dependendo do objeto ou instrumento que penetra no corpo. (POTTER;

PERRY, 2005)

Pode ser incluídas como arma branca facadas, objetos cortantes e

perfurantes.

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3.7.6 Icterícia

De acordo com Smeltzer; Bare (2005), Quando a concentração de

bilirrubina no sangue está elevada de maneira anormal, todos os tecidos do

corpo, incluindo as escleras e a pele, tornam-se amarelas ou amarelo-

esverdeadas. Essa condição é denominada icterícia.

A quantidade de bilirrubina se torna alterada devido uma disfunção

hepática. Sendo este processo patológico, uma de várias manifestações

clínicas.

3.7.7 Intoxicação Exógena

Doença pela ação de venenos sobre o organismo, neste caso estas

substâncias produzidas fora do corpo. Neste segmento serão incluídas as

intoxicações por digestão, inalação ou absorção de substâncias

potencialmente perigosas. (Craven; Hirnle, 2006)

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CAPITULO IV

A PESQUISA

4 INTRODUÇÃO

Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do

Centro Universitário Católico Salesiano Auxillium, processo número 103/2008

e apresentação do termo de consentimento iniciou-se a presente pesquisa.

Para se caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à

fisioterapia intensiva entre os anos de 2003 ao primeiro semestre de 2008,

hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva da Irmandade da Santa Casa

de Misericórdia de Lins, foram coletados e analisados dados das fichas de

avaliações fisioterapêuticas de todos os pacientes que passaram por esta

unidade. Sendo considerado critério de exclusão para tal aqueles que se

apresentavam incompletos. Foram obtidos os seguintes dados: gênero, idade,

processo patológico, etnia, dias de hospitalização, número de sessões

fisioterapêuticas efetuadas, evolução de caso, convênio e procedência do

paciente.

Desta forma totalizando 643 sujeitos de ambos os gêneros avaliados e

tratados na Unidade de Terapia Intensiva através de procedimentos e técnicas

pertinentes à fisioterapia intensiva durante o período pré-estabelecido para

esta.

Os métodos utilizados na presente pesquisa foram os seguintes:

Método de observação sistemática: foram observados, analisados

registrados e comparados os dados obtidos nas fichas de avaliações

fisioterapêuticas dos pacientes submetidos à avaliação e tratamento na

Unidade de Terapia Intensiva, no período de 2003 ao primeiro semestre de

2008, cujos dados foram posteriormente tabulados e tratados em planilhas do

Microsoft Office Excel (Microsoft Corporation®).

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Estatístico: De forma ilustrativa e descritiva serão apresentados gráficos

contendo as variáveis analisadas e comparadas entre si.

As técnicas realizadas foram as seguintes:

Tabela Geral (APÊNDICE A)

Termo de Consentimento (APÊNDICE B)

Aprovação Comitê Ética (APÊNDICE C)

4.1 Descrição do Trabalho no Local da Pesquisa

A pesquisa foi realizada no setor de Fisioterapia Respiratória da

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins na Unidade de Terapia

Intensiva, no período compreendido entre o primeiro semestre de 2003 ao

primeiro semestre de 2008, totalizando 11 semestres de estudo. Foram

considerados critérios de exclusão para o mesmo, fichas que apresentavam

dados incompletos dos pacientes que foram submetidos a tratamento

fisioterapêutico intensivo. Após a realização desta etapa, as variáveis sofreram

comparação e os resultados tratados sob a forma de gráficos e uma tabela

para então serem levantadas as considerações pertinentes aos resultados

apresentados nesta.

Desta forma foram averiguados 643 prontuários de pacientes de ambos

os gêneros, os quais se encontravam arquivados no setor de Fisioterapia, fora

também obtido termo de consentimento do fisioterapeuta responsável pelo

setor de origem dos dados para utilização dos mesmos contidos nesta

(Apêndice B).

A seguir serão explicitados os dados de acordo com o delineamento

adotado para esta.

Page 86: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ADULTOS … · maravilhosa no meu caminho. Sempre companheiras e brutinhas. Tenham a certeza que nas melhores e ... nos nossos objetivos e ideais,,

84

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

PERÍODO DA PESQUISA E DISTRIBUIÇÃO GERAL DE ACORDO COM OS GÊNEROS

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

MASCULINO 48 67 66 72 88 40

FENININO 46 42 42 55 49 28

2003 2004 2005 2006 2007 2008

51%

61%61%

57%

64%

59%

49%39% 39%

43%

36%

41%

Fonte: Elaborada pelos autores, 2008. Figura 1: Número total de pacientes atendidos no período da pesquisa.

Este gráfico demonstra que foram identificados 381 casos do gênero

masculino (59%) e 262 casos do gênero feminino (41%), denotando

prevalência para o gênero masculino durante o período da pesquisa,

principalmente no ano de 2007 com 23% (n=88) em contraste com o gênero

feminino.

54

60

50

56

6058

6158

6264 63

61

0

10

20

30

40

50

60

70

2003 2004 2005 2006 2007 2008

DIA

DA

S ID

AD

ES

MED IDADE MASC MED IDADE FEM

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 2: Demonstra a relação das médias de idades com relação ao gênero.

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85

Em tal gráfico as médias para as idades demonstraram prevalência para

o gênero feminino com média de 62 anos, no período da pesquisa em relação

ao masculino que fora de 56 anos, exceto no ano de 2004.

45

58

5052

59

30

4951

58

7578

38

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2003 2004 2005 2006 2007 2008

ALTAS E ÓBITOS POR PERÍODO

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

ALTA ÓBITO

Fonte: elaborado pelos autores, 2008.

Figura 3: Número total de altas e óbitos no período da pesquisa.

Pode-se notar prevalência de mortalidade (média de 66 sujeitos de

ambos os gêneros) em relação à sobrevivência na UTI (média de 49 sujeitos

de ambos os gêneros) no período da pesquisa, exceto no ano de 2004 cujas

altas (sobrevivência) foram maiores (n=58).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

EVOLUÇÃO DOS CASOS POR GÊNERO E PERÍODO DA ANÁLISE

% T

OT

AL

DE

PA

CIE

NT

ES

DE

AC

OR

DO

CO

M O

NE

RO

E E

VO

LU

ÇÃ

O

CL

ÍNIC

A

ÓBITO FEM. 24 21 27 34 30 18

ALTA FEM. 22 21 15 21 19 10

ÓBITO MASC. 25 30 31 41 48 20

ALTA MASC. 23 37 35 31 40 20

2003 2004 2005 2006 2007 2008

26%

23%

27%

24%

19% 25% 27% 22% 26%

19% 14% 17% 14% 15%

28% 29% 32% 35% 30%

34% 32% 24% 29% 30%

Page 88: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ADULTOS … · maravilhosa no meu caminho. Sempre companheiras e brutinhas. Tenham a certeza que nas melhores e ... nos nossos objetivos e ideais,,

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Fonte: Elaborada pelos autores, 2008.

Figura 4: Apresenta a relação entre o número de pacientes por período de análise e a evolução clínica destes de acordo com os gêneros dos mesmos.

Nota-se prevalência na mortalidade média masculina de 30,2%, em

contraste com 24,2% da feminina e menor prevalência de sobrevivência em

ambos os gêneros sendo de 28,6 para o gênero masculino e 17% para o

feminino.

Destaca-se que no ano de 2007 o gênero masculino apresentou

mortalidade de 35% e o gênero feminino em 2006 de 27%. Em relação à

sobrevivência no ano de 2004 o gênero masculino apresentou 34% e o gênero

feminino em 2003 revelou 23%.

ALTAS E ÓBITOS RELACIONADO À SUS E NSUS

38

5047

42

48

23

34

41

49

58

71

30

7 8

3

10 11

7

15

10 9

17

7 8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2003 2004 2005 2006 2007 2008

NU

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

ALTA SUS ÓBITO SUS ALTA NSUS ÓBITO NSUS

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 5: Alta e Óbito relacionados à SUS e NSUS

Observa-se que os pacientes assistidos pela UTI em todos os

semestres pertenciam ao SUS. Houve maior mortalidade no ano de 2007 (n=

71) e menor mortalidade no ano de 2004 (n=50).

Os pacientes NSUS apresentaram menor mortalidade em 2007 (n=11),

e maior mortalidade em 2006 (n= 17).

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87

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2003 2004 2005 2006 2007 2008

PERÍODO DA PESQUISA

% D

E A

LT

A E

ÓB

ITO

NO

GE

N. M

AS

C. P

OR

ET

NIA

ALTA - ETNIA BRANCA ÓBITO - ETNIA BRANCA ALTA - ETNIA NEGRA

ÓBITO - ETNIA NEGRA ALTA - ETNIA AMARELA ÓBITO - ETNIA AMARELA

2%6%

36%45%

44%

17%

31% 39% 26%

42% 38% 46% 42% 56%

10%

14% 12% 7% 8%

3%9% 10% 10% 10%3% 1% 2%

31%

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 6: Porcentagem de altas e óbitos do gênero masculino com relação à etnia no período da pesquisa.

Percebe-se que no gênero masculino houve maior mortalidade em

indivíduos de etnia branca no ano de 2008 (56%).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2003 2004 2005 2006 2007 2008PERÍODO DA PESQUISA

% D

E A

LT

A E

ÓB

ITO

NO

GE

N. F

EM

.P

OR

ET

NIA

ALTA - ETNIA BRANCA ÓBITO - ETNIA BRANCA ALTA - ETNIA NEGRAÓBITO - ETNIA NEGRA ALTA - ETNIA AMARELA ÓBITO - ETNIA AMARELA

44%

4%

40%33% 32%33% 21%31%

2%

12%14%

4%

18%4%

5%

46%49%44%57%36%

10%15%

19%

8%

14%4%

4%

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 7: Porcentagem de altas e óbitos do gênero feminino com relação à etnia no período da pesquisa.

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88

Nota-se que no gênero feminino houve maior mortalidade em indivíduos

de etnia branca no ano de 2005 (57%).

416

227

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

1

CIDADES ATENDIDAS NO PERÍODO DA PESQUISA

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

AT

EN

DID

OS

LINS OUTROS

Fonte: elaborado pelos autores, 2008.

Figura 8: Número de pacientes atendidos no período da pesquisa com relação à procedência dos mesmos.

Nota-se que há prevalência da população linense (n=416) nos

atendimentos executados na UTI.

No período de analise da pesquisa, a UTI da instituição em analise

recebeu 416 pacientes da cidade onde está localizada, correspondendo a 64%

do total de atendimentos, sendo os 36% restantes indivíduos de outras

localidades, sendo elas em sua maioria cidades da micro-região. Entre elas

podem ser destacadas as seguintes localidades: Promissão (7%), Cafelândia

(6,5%), Guaiçara (6%), Getulina (4,5%), Sabino (3%), Pongaí (2,5%), Pirajuí

(1,5%), Guarantã (1%). Outras localidades como: Guainbe, Avanhandava,

Igaraçu do Tietê, Uru, Barra Bonita, Lençóis Paulista, Agudos, Ferras de

Vasconcelos, Reginópolis, Mirandópolis, Cerqueira César, Jaú, Garça, São

José do Rio Preto, Pederneiras e Rio de Janeiro atingiram menos que 1% do

total, porem somadas correspondem aos 4% restantes.

Para melhor caracterização dos pacientes submetidos à fisioterapia

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intensiva no período da pesquisa, eles foram divididos pelo sistema de

acometimento dos processos patológicos que os mesmos apresentavam

quando e pelo ano em que deram entrada ao setor em questão, com isso

obteve-se o gráfico abaixo.

0

10

20

30

40

50

60

DISTRIBUIÇÃO DOS SISTEMAS ACOMETIDOS POR PERÍODO

TO

TA

L D

E P

AC

IEN

TE

S

DE

AM

BO

S O

S G

ÊN

ER

OS

ASGI 2 6 2 4 4 5

ASCR 45 40 36 29 35 25

ASGU 4 6 2 17 24 9

ASOMA 3 3 2 7 2 1

ASN 27 37 50 54 51 20

ASEMN 2 2 3 1 1 0

PO 9 14 8 11 16 6

OUTROS 2 1 5 4 4 2

2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: elaborado pelos autores, 2008.

Figura 9: Número de pacientes de acordo com gênero e sua distribuição com relação ao sistema de acometimento por período da pesquisa.

Observa-se neste que houve prevalência das afecções do sistema

nervoso e incidência do mesmo no ano de 2006.

AFECÇÕES DO SISTEMA GASTROINTESTINAL DE ACORDO COM O GÊNERO

1 1

5

1

0

1 1

2

1 1 1 1 1

0 0 0

1 1 1

0

1

0 0 0 0

1

0

1

2

3

4

5

6

ABDOME AGUDO O

BSTRUTIVO

ADENOCARCINOM

A DE IN

TESTINO...

CIRROSE H

EPÁTICA

DIVERTI

CULITE

HEMORRAGIA D

IGESTIV

A ALT

A

INSUFIC

IÊNCIA

HEPÁTIC

A

OBSTRUÇÃO INTESTI

NAL

PANCREATITE

PERFURAÇÃO DE IN

TESTINO

TROMBOSE MESENTÉRIC

A

TUMOR ESTOM

ACAL

TUMOR INTESTI

NAL

ÚLCERA GÁSTRIC

A

AFECÇÕES ENCONTRADAS

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

AC

OM

ET

IDO

S

MASCULINO FEMININO

Fonte: elaborado pelos autores, 2008.

Figura 10: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções

Page 92: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ADULTOS … · maravilhosa no meu caminho. Sempre companheiras e brutinhas. Tenham a certeza que nas melhores e ... nos nossos objetivos e ideais,,

90

apresentadas do sistema gastrointestinal.

Neste gráfico constata-se prevalência do gênero masculino com

incidência para cirrose hepática (n=12).

AFECÇÕES DO SISTEMA CARDIO-RESPIRATÓRIO DE ACORDO COM O GÊNERO

1

29

0

5

20

3

17

8

01

01

10

15

1

6

0

7

2 20

10

21

12

12

4

10

3

0

7

18

1

10

12

01 1 1

13

9

0

5

10

15

20

25

30

35

ANGINA IN

STÁVELBCP

BLOQUEIO A

TRIO-V

ENTRICULAR T

OTAL

BRONCOESPASMO

CHOQUE CARDIO

GÊNICO

CHOQUE SÉPTIC

O

DERRAME PLEURAL

DPOCEAP

EDEMA PULMONAR

EMBOLIA

GORDUROSA

HAS

HEMOTÓRAXIA

MIC

C

INSUFIC

IÊNCIA

CORONARIA

NAIR

pA

MIOCARDIO

PATIA D

ILATADA

PCR

PNEUMOTÓRAX

SÉPSE

TUMOR DE P

ULMÃOTVP

AFECÇÕES ENCONTRADAS

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

AC

OM

ET

IDO

S

MASCULINO FEMININO

Fonte: elaborado pelos autores, 2008.

Figura 11: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções apresentadas do sistema cerdiorespiratório.

Neste gráfico constata-se prevalência do gênero masculino com

incidência para broncopneumonia (n=29).

AFECÇÕES DO SISTEMA GENITURINÁRIO DE ACORDO COM O GÊNERO

01

0

14

11

01

01

27

7

10

5

10

15

20

25

30

ADENOCARCINOMA D

E OVÁRIO

GLOMERULONEFRITE C

RÔNICA

INFECÇÃO U

RINÁRIA IR

A IR

C

PIELONEFRIT

E AGUDA

AFECÇÕES ENCONTRADAS

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

AC

OM

ET

IDO

MASCULINO FEMININO

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91

Fonte: elaborado pelos autores, 2008.

Figura 12: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções apresentadas do sistema genitorinário.

Para este constata-se prevalência do gênero feminino com incidência

para insuficiência renal aguda (n=27).

AFECÇÕES DO SISTEMA OSTEOMIOARTICULAR DE ACORDO COM O GÊNERO

3

0

7

22

1

2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

FRATURA DE F

ÊMUR

FRATURA DE Q

UADRIL

POLITRAUMA

TRAUMA DE T

ÓRAX

AFECÇÕES ENCONTRADAS

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

AC

OM

ET

IDO

S

MASCULINO FEMININO

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 13: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções apresentadas do sistema osteomioarticular.

Pode-se observar neste que houve prevalência do gênero masculino

com incidência para politraumatismos (n=7).

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AFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO DE ACORDO COM O GÊNERO

0

43

30

1 1 2 0 1 1 2 1 0 1 1

71

1 11

29 27

0 1 2 1 1 0 0 0 1 0 0

17

0 20

10

20

30

40

50

60

70

80

ANEURÍSMA C

EREBRAL

AVEHAVHI

COMA D

IABÉTIC

O

COMA HIP

OGLICÊMIC

O

COMA M

ETABÓLICO

CONVULSÃO

EDEMA C

EREBRAL

ENCÉFALOPATIA D

IABÉTIA

ENCÉFALOPATIA H

IPERTENSIV

A

HEMATOMA CEREBRAL

HIDROCEFALIA

INFARTO C

EREBRAL

SÍNDROME D

E GUIL

LAIN-B

ARRÉTCE

TRM

TUMOR CEREBRAL

AFECÇÕES ENCONTRADAS

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

AC

OM

ET

IDO

S

MASCULINO FEMININO

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 14: Número de pacientes de acordo com o gênero e afecções apresentadas do sistema nervoso.

Neste gráfico observa-se prevalência do gênero masculino com

incidência para traumatismo crânio-encefálico (n=71).

AFECÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO-METABÓLIO-NUTRICIONAL

1

0 0 0 0

11

2 2

1 1

00

0,5

1

1,5

2

2,5

CETOACIDOSE D

ABÉTICA

DESIDRATAÇÃO DM

HIPOGLIC

EMIA

SÍNDROME A

NÊMICA

SÍNDROME D

E ADDIS

ON

AFECÇÕES ENCONTRADAS

ME

RO

DE

PA

IEN

TE

S A

CO

ME

TID

OS

MASCULINO FEMININO

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 15: Número de pacientes de acordo o gênero e afecções apresentadas do sistema endócrino-metabólico-nutricional.

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93

Observa-se prevalência do gênero feminino com incidência para

desidratação (n=2) e diabetes mellitus (n=2).

Neste gráfico constata-se prevalência do gênero masculino com

incidência para broncopneumonia (n=29).

PÓS-OPERATÓRIOS REALIZADOS DE ACORDO COM O GÊNERO

3

01 1

0

9

12

0 0 01 1 1

21 1

12

1 1 1 10

1 1 10

12

0

21 1

3

0 01

0 0 0

6

01

0 0 01

2

0

2

4

6

8

10

12

14

PO AMPUTAÇÃO D

E MMII

PO APENDIC

ECTOMIA

PO ANGIO

PLASTIA D

E QUADRIL

PO CATETER IN

TRAVENTRICULA

R

PO CESÁRIA

PO COLECIS

TECTOMIA

PO COLOSTOMIA

PO CRANIO

TOMIA

PO DREMAGEM D

E EDEMA C

EREBRAL

PO ENTERORRAFIA

PO FRATURA D

E FÊM

UR

PO LAMIN

ECTOMIA

PO SIG

MOIDECTOMIA

PO GASTR

ECTOMIA

PO GASTR

ORRAFIA

PO HEMATOMA E

PIDURAL

PO HEPATORRAFIA

PO LAPAROTOMIA

PO OBSTRUÇÃO IN

TESTINAL

PO RESECÇÃO T

UMOR CEREBRAL

PO RTV P

ROSTÁTI

CA

PO RESECÇÃO T

UMOR VESIC

AL

PO URECTO

MIA IN

TERNA

PO VÁLVULA

CRANIA

NA

AFECÇÕES ENCONTRADAS

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

AC

OM

ET

IDO

S

MASCULINO FEMININO

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 16: Número de pós-operatórios realizados de acordo com os gêneros.

Nota-se prevalência do gênero masculino com incidência para pós-

operatório de laparotomia (n=12).

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94

OUTRAS AFECÇÕES DE ACORDO COM O GÊNERO

0

1 1

11

11

0 0

3

00

2

4

6

8

10

12

DENGUE HEMORRÁGIC

A

ERISIP

ELA

ESPANCAMENTO

INTOXIC

AÇÃO EXÓGENA

LESÃO POR A

RMA BRANCA

AFECÇÕES ENCONTRADAS

ME

RO

DE

PA

CIE

NT

ES

AC

OM

ET

IDO

S

MASCULINO FEMININO

Fonte: elaborado pelos autores, 2008. Figura 17: Outras afecções de acordo com o gênero.

Aquelas afecções que não se enquadravam nos processos patológicos

foram designadas como outras, assim observa-se prevalência no gênero

masculino com incidência para intoxicação exógena (n=11).

Analisando a tabela 1 (Apêndice E), pode-se destacar de modo geral

prevalência do gênero masculino, com incidência de afecções do sistema

nervoso cuja evolução do processo patológico foi de alta mortalidade com

13,7% (n=88), média para as idades de 58 (±20) anos, média de

hospitalização de 09 (±13) dias, média de fisioterapia intensiva realizadas de

15 (± 23) sessões, em contraste com aqueles que apresentaram menor

mortalidade referente as afecções do sistema cardiorrespiratório com 10,9%

(n=70), com média para as idades de 58 (±20) anos, média de hospitalização

de 09 (±13) dias e média de fisioterapia intensiva realizadas de 15 (±23)

sessões.

No gênero feminino a incidência do sistema cardiorrespiratório

prevaleceu tanto para alta como para óbito, porém com um maior número de

pacientes que evoluíram para mortalidade em 8,7% (n=56) dos casos, com

média para as idades em 58 (±20) anos, hospitalização de 09 (±13) dias em

média e fisioterapias executadas em média de 15 (±23) sessões. Com relação

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95

à baixa mortalidade 6,7% (n=43) deste mesmo sistema, se observou igualdade

à alta mortalidade para os valores das médias de: idade, hospitalização e

fisioterapias realizadas.

Ao analisar individualmente para cada sistema acometido pelos diversos

processos patológicos se obtiveram os seguintes resultados: as afecções do

sistema gastrintestinal (3,4%) houve prevalência de mortalidade do gênero

masculino 2,2% (n=14), com média para as idades de 59 (±20) anos,

hospitalização de 09 (±13) dias em média e sessões de fisioterapia realizadas

de 15 (±24) sessões.

Referente às afecções do sistema cardiorrespiratório houve prevalência

de mortalidade no gênero masculino 10,9% (n=70), média para as idades de

58 (±20) anos, hospitalização de 09 (±13) dias em média, e sessões de

fisioterapias em 15 (±23) sessões médias.

As afecções do sistema geniturinário desvelaram prevalência para o

gênero feminino 4,7% (n=30), com média para as idades de 59 (±20) anos,

hospitalização com média de 09 (±13) dias e fisioterapias realizadas em média

de 15 (±23) sessões.

Em relação às afecções do sistema óste-mio-articular, houve

prevalência de baixa mortalidade no gênero masculino 1,4% (n=9), com média

para as idades de 58 (±20) anos, hospitalização média de 09 (±13) dias e

média de fisioterapias realizadas em 15 (± 23) sessões. Essas mesmas

médias e desvios padrões foram encontrados para as afecções do sistema

nervoso, para o mesmo gênero e evolução clínica apenas com a diferença em

porcentagem geral de 13,7% (n=88) indivíduos.

As afecções que envolviam o sistema endócrino-metabólico e nutricional

houve prevalência para o gênero feminino, demonstrando baixa incidência de

casos, porém com mortalidade de 0,6% (n=4), idade média de 58 (±20) anos,

média de hospitalização de 08 (±12) dias e média de sessões de fisioterapias

realizadas de 12 (±17) sessões.

Para aqueles que sofreram algum tipo de intervenção cirúrgica (Pós-

Operatório), houve prevalência do gênero masculino com baixa mortalidade

4% (n=26), média de idades de 58 (±20) anos, média de hospitalização de 09

(±12) dias, média de fisioterapias realizadas de 15 (± 23) sessões.

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Aqueles que pertencem à categoria OUTROS houve prevalência do

gênero masculino com baixa mortalidade e porcentagem de 1,4% (n=9), média

de idade de 58 (±20) anos, hospitalização com média de 09 (± 13) dias e

fisioterapias realizadas em média de 15 (±24) sessões.

Levando em consideração todos os indivíduos pesquisados, o gênero

masculino prevaleceu 59,3% (n=195) sobre o gênero feminino 40,7% (n=154).

Há certa homogeneidade dos casos podendo ser observadas através dos

dados obtidos para ambos os gêneros; constatando-se que na totalidade os

sujeitos de ambos os gêneros apresentaram mortalidade em relação à

sobrevivência, média de idade de 58 (±20) anos, média de hospitalização de

09 (±12) dias, média de fisioterapias intensivas realizadas de 15 (± 23)

sessões.

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DISCUSSÃO

Segundo Jerre; et al. (2007) o fisioterapeuta Intensivista se trata de um

profissional de suma importância dentro da equipe multidisciplinar de uma

unidade de terapia intensiva, sua atuação ganhou extremas extensões e faz

parte de vários segmentos no tratamento intensivo, desde o atendimento a

pacientes críticos, onde há a necessidade de ventilação mecânica, bem como

seu monitoramento e extubação, além daqueles que necessitam de tratamento

para complicações respiratórias e sistemas esquelético, muscular e articular

inerentes ao imobilismo. Pode-se observar a importância do conhecimento e

categorização epidemiológica dos pacientes submetidos à fisioterapia

intensiva, demonstrando os principais eventos que possam contribuir na

mortalidade ou sobrevida da população por tais profissionais assistida no

processo de desenvolvimento desta pesquisa. Sendo assim, a presente

pesquisa fora realizada com intuito de traçar o perfil epidemiológico dos

pacientes submetidos à fisioterapia intensiva entre os anos de 2003 ao

primeiro semestre de 2008; cujos dados, inerentes aos gêneros, etnias e

médias: para idades, tempo de hospitalização, sessões fisioterapêuticas

executadas, evolução referente à mortalidade, bem como procedência e tipo

de cobertura referente aos honorários (Sistema Único de Saúde ou outros),

dados estes contidos nas avaliações de 643 casos. Observando-se certo grau

de homogeneidade dos casos tratados pela fisioterapia intensiva de tal setor e

observados durante o processo desta pesquisa.

Malta; et al. (2008) referem que as informações referentes à saúde são

essenciais para o planejamento, monitoramento e a gestão das intervenções

para a saúde de uma população alvo, colaborando para o monitoramento das

mudanças epidemiológicas sofrida por elas. Com isso é possível desenvolver

um conjunto de ações que permitem conhecer as afecções predominantes e

identificar a população mais susceptível a desenvolvê-las e assim fornecer

subsídios para a melhor tratá-lo e elaborar um plano preventivo. Para

Barcellos; Quitério (2006) o sistema de saúde necessita de reestruturação das

ações de vigilância em saúde e a formação de equipes multidisciplinares, com

capacidade de diálogos e construção de sistemas de informações capazes de

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auxiliar as situações de saúde e a tomada de decisões. O presente trabalho

pode observar e demonstra coerência com tais autores, tendo em vista os

resultados obtidos no mesmo.

Inoue et al. (2008) afirmam que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

surgiu devido à necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos

para o atendimento de pacientes críticos, sendo esta a assistência de mais

complexa do sistema de saúde. Um estudo epidemiológico numa UTI se faz

necessário devido à grande importância de sua intervenção a um paciente

debilitado, além de contribuir para informações adicionais para toda equipe

envolvida nesta unidade. Tais informações condizem com os resultados

obtidos na presente pesquisa que pode demonstrar de forma geral os aspectos

epidemiológicos da população assistida pela fisioterapia intensiva, devendo tal

estudo se expandir para totalidade de pacientes que porventura estejam sob

tratamento na unidade de terapia intensiva que sofrera tal análise pela equipe

de fisioterapia.

Um estudo realizado por Nogueira; et. al. (2007), sobre a mortalidade

em pacientes admitidos na UTI, revelou um predomínio do gênero masculino

com idade média de 54 anos, com tempo de internação na unidade de 09 dias,

com evolução de óbito de 30%. No presente trabalho executado na UTI

adultos da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins se observou

maior prevalência para o gênero masculino, com média de idade de 59 anos

de idade com hospitalização de 09 dias em média, cuja maioria evoluiu para

mortalidade 30,2% em médias gerais, demonstrando assim que o presente

trabalho condiz com os dados reportados por tal autor.

Já Tavares; et al. (2008) demonstraram numa determinada Unidade

Terapia intensiva, que 60% dos casos eram do gênero feminino, média de

idade de 51 anos, tempo de permanência na UTI de 06 dias e com média de

mortalidade de 54,6%. Na pesquisa executada para o presente pode-se

observar 41% de casos do gênero feminino, média de idade de 62 anos,

tempo de hospitalização na UTI com média de 09 dias e mortalidade em cerca

de 24,2%, corroborando desta forma com os dados referidos pelo autor.

Abelha; et al. (2006) afirmam que o tempo prolongado de internação na

UTI além de estar associada com um mau prognóstico para o paciente,

aumentam os custos desta unidade. Numa pesquisa realizada pelo mesmo

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autor, observou-se que o tempo médio de internação é de 4,09 dias. Na

presente pesquisa evidenciou-se que o período de internação tanto para

pacientes do gênero masculino como para aqueles do gênero feminino foram

de 09 dias em média superando em mais de 50% a média obtida pelo autor,

fato este que pode contribuir para mortalidade observada nesta.

Para Santo (2007) o índice de mortalidade é de grande valia para os

epidemiologistas, pois a partir destes dados é possível a geração de hipóteses

sobre a etiologia das doenças, bem como analisar os padrões de mudanças

sofridas por ele, sua população e sua área geográfica. Ainda de acordo com

Lucif Júnior; Rocha, (2004) a mortalidade hospitalar é um indicativo tradicional

frente ao desempenho hospitalar e, provavelmente permanecerá por muito

tempo.

Em um estudo desenvolvido por Lucif Júnior; Rocha (2004) sobre a

desigualdade na mortalidade hospitalar pelo índice de comorbidade de

Charlson revelou que o risco de morte é mais que o dobro para os pacientes

do Sistema Único de Saúde (S.U.S.), comparados com os do os que não

pertenciam a esta categoria (N.S.U.S.). No presente estudo foi comparada a

mortalidade dos pacientes atendidos pelo S.U.S. e N.S.U.S.; prevalecendo

casos que evoluíram para mortalidade, sendo os mesmos pertencentes à

categoria do SUS, principalmente no ano de 2007 com 71% dos casos, dados

estes que condizem com o trabalho desenvolvido pelo autor citado.

Melo; Silva; Moreira Júnior (2004) demonstraram que a há predomínio

de adultos jovens, abaixo de 40 anos, do gênero masculino (83%), vítimas de

T.C.E., com índice de mortalidade de 1,4%, os mesmos autores ainda

afirmam, que este tipo de trauma é o principal responsável pelas elevadas

taxas de letalidades e seqüelas em todo o mundo. De acordo com os

resultados da pesquisa executada se observou que as afecções do sistema

nervoso predominaram nos anos de 2005, 2006 e 2007 com porcentagem de

50%, 54% e 51%, respectivamente; em tal sistema a maior incidência fora

referente ao traumatismo crânio-encefálico, no gênero masculino (n=71),

merecendo destaque os pacientes afetados pelo A.V.E., para o mesmo gênero

(n=43). Conforme referido por Zétola; et. at. (2001), na atualidade existem

quantidades expressivas de jovens que sofrem A.V.C. (A.V.E.), antes, esta

maioria era encontrada em pacientes de maior idade. Isso se deve ao estilo de

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vida adotado pelas pessoas e doenças secundárias associadas, que

contribuem como fatores de risco. Desta forma fica evidente de acordo com os

resultados obtidos nesta e os autores referidos que os dados são equivalentes

a literatura revista para execução desta.

Santo (2007) revela que a broncopneumonia se trata de um processo

patológico que corresponde à sexta causa de morte em todo o Brasil. Para

Carrilho; et al. (2006) em uma UTI a broncopneumonia pode ser derivada de

múltiplas causas, porém a maioria é agravada ou até mesmo desencadeada

pela ventilação mecânica, demonstrando em seus trabalhos incidência

referente a associação de tal processo patológico com à ventilação mecânica

em UTI cirúrgica, cuja porcentagem de pacientes do gênero masculino fora

superior em 55% dos casos, sendo estes resultados compatíveis com aqueles

obtidos na pesquisa executada na UTI da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de Lins, para o gênero masculino (n=29) e para o gênero feminino

que também se observou tal prevalência, porém em menor número de casos

(n=21).

Bernardina; et al. (2008), referem que a insuficiência renal aguda (IRA)

correspondem a 5% dos pacientes do gênero masculino hospitalizados numa

UTI, cuja taxa de mortalidade variou de 50 a 90%, estando intimamente ligada

ao tempo de internação nesta unidade. Notou-se na presente pesquisa maior

incidência prevalecendo no gênero feminino (n=27).

Melo; Silva; Moreira Júnior (2004) revelaram que 31,1% dos casos de

TCE estavam associados à politraumatismo. De acordo com os resultados

obtidos nesta, houve prevalência para pacientes do gênero masculino sendo

que estes possuíam diagnóstico médico principal para politraumatismos (n=7),

destacando-se que secundariamente os mesmos possuíam em sua maioria

diagnóstico médico secundário para TCE, não sendo realizados neste

correlacionamento com diagnósticos secundários

Para Santo (2003) o diabetes mellitus representa a trigésima quarta

causa de morte em todo Brasil. Observou-se nesta prevalência para o gênero

feminino nos seguintes processos patológicos em igual proporção: diabetes

mellitus (n=2) e desidratação (n=2).

Lourenço; Furtado; Bonfim (2008) discorrem que em geral, as

intoxicações exógenas resultam em alta incidência, porém com baixa

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letalidade e pouco tempo de permanência hospitalar. Pode-se notar que a

intoxicação exógena prevaleceu no gênero masculino nesta pesquisa (n=11).

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Com a realização deste trabalho, visou-se destacar a importância de um

estudo epidemiológico na Unidade de Terapia Intensiva para Adultos da

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins situada a cidade de Lins,

Interior Paulista pelo Fisioterapeuta Intensivista, profissional este, que está

intimamente relacionado com atividades inerentes a este setor. Além de

fornecer informações importantes para toda equipe multidisciplinar envolvida

na assistência intensiva frente às necessidades individuais dos pacientes que

se encontram hospitalizados em tal unidade.

A Fisioterapia Intensiva vem se destacando nas últimas décadas,

sendo esta comprovada por estudos descritivos, embora aquém do desejável.

Almejando ganhar respeito e consideração da comunidade, não podendo

desta forma assumir modelos empíricos baseados em delineamentos

científicos inadequados, afinal de nada adianta a comunidade científica dizer

que a Fisioterapia Intensiva bem como áreas correlacionadas junto ao paciente

criticamente enfermo, ser fundamentada em critérios científicos se não for

capaz de mostrar a ela que é possível fazê-la como ciência.

Sendo este assunto amplo, de extrema importância e pouco explorado,

propõem-se a realização de outras pesquisas referentes ao perfil

epidemiológico de pacientes assistidos pela Fisioterapia Intensiva, analisando

parâmetros não utilizados neste trabalho ou até mesmo correlacionando outros

dados. Devendo-se destacar maior aperfeiçoamento técnico-científico de

profissionais que atuem em tal área, sendo esta nova especialidade de suma

importância e reconhecimento junto aos conselhos Federal e Estadual de

Fisioterapia e Terapia Ocupacional a partir do ano vindouro.

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CONCLUSÃO

Após análise dos dados de acordo com os resultados obtidos na

presente pesquisa, pode-se concluir que fora possível traçar um perfil

epidemiológico através da apreciação de 643 prontuários de pacientes de

ambos os gêneros submetidos à Fisioterapia Intensiva na Unidade de Terapia

Intensiva para Adultos da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins.

Salientando-se que este método é de extrema importância para melhor

compreensão daqueles que necessitem de cuidados intensivos e melhores

respaldos tanto ao Fisioterapeuta Intensivista como outros profissionais

envolvidos no tratamento de tais pacientes nesta Unidade de Terapia

Intensiva.

O perfil epidemiológico dos 643 pacientes assistidos pela Fisioterapia

Intensiva na UTI escolhida para esta, desvelou prevalência de uma população

com procedência da própria cidade de Lins, sendo a maioria destes atendidos

pelo SUS, cuja incidência se mostrou evidente em relação à mortalidade

comparada à sobrevivência no período da pesquisa, exceto no ano de 2004; já

aqueles não assistidos por tal sistema apresentaram menor mortalidade em

2007, e maior em 2006, ressaltando menor assistência oferecida por tal setor a

este grupo em relação à assistência prestada pelo SUS.

Observou-se ainda que às afecções dos diversos sistemas orgânicos

encontrados nesta UTI mostrou prevalência inerente a afecções do sistema

nervoso, principalmente no ano de 2006.

Durante o tratamento dos dados pode-se observar prevalência do

gênero masculino e incidência para etnia branca em todos os anos, sendo que

as médias para as idades foram de 59 anos, com tempo de hospitalização de

09 dias em média, execução média de Fisioterapia Intensiva com 15 sessões,

cuja maioria evoluiu para mortalidade. As maiores incidências de processos

patológicos ocorreram em afecções do sistema nervoso através de TCE,

seguido de broncopneumonia relacionada às afecções do sistema

cardiorrespiratório.

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Destaca-se que apesar da expressividade dos dados para o gênero

masculino, em relação às médias para as idades se observou prevalência para

o gênero feminino no período da pesquisa, exceto no ano de 2004.

Em relação ao gênero feminino pode-se observar em todos os anos que

as médias para as idades foram de 62 anos, com valores médios inerentes a:

período médio de hospitalização, média de sessões executadas pela

Fisioterapia Intensiva, além de evolução para mortalidade e incidência para

etnia branca, semelhantes aos valores reportados aos sujeitos do gênero

masculino. As maiores incidências de processos patológicos para o gênero

feminino foram afecções do sistema geniturinário através de insuficiência renal

aguda, seguido de acidente vascular encefálico hemorrágico relacionado às

afecções do sistema nervoso.

As condições supradescritas se referem à epidemiologia dos casos

através de prontuários arquivados no setor de Fisioterapia do Hospital em

questão. Ressaltando-se determinadas peculiaridades que porventura possam

despertar interesse e aprofundamento de tal assunto, inerente a

procedimentos específicos ou gerais para futuras pesquisas que realizem

levantamentos de dados, categorizando ainda mais a população assistida

pelos profissionais que promovem assistência intensiva aos diversos

processos patológicos; proporcionando melhor entendimento e atendimento ao

paciente crítico que requeira suporte intensivo especializado, bem como

contribuir com o enriquecimento de dados para que tal setor promova

melhores atribuições terapêuticas aqueles que necessitem de assistência em

Terapia Intensiva.

O intuito desse trabalho não fora em nenhum momento levantar críticas

a Unidade de Terapia Intensiva escolhida para levantamento dos dados

contidos neste e nem tão pouco ao tratamento oferecido pela equipe

multidisciplinar, incluindo a Fisioterapia Intensiva do mesmo.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Tabela Geral

Sist. (n) Méd. e DP. Méd. e DP. Méd. e DP.

Acom. (%)

Gên. Total Evol. % Idade Hospitaliz.

Sessões

Masc. 3 Alta 0,5 59 ± 20 09 ± 13 15 ± 24

ASGI 14 Óbito 2,2 59 ± 20 09 ± 13 15 ± 24 3,4 Fem. 1 Alta 0,2 69 ± 00 01 ± 00 02 ± 00

4 Óbito 0,6 58 ± 20 09 ± 13 14 ± 21

Masc. 41 Alta 6,4 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 24 ASCR 70 Óbito 10,9 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 23 32,7 Fem. 43 Alta 6,7 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 23

56 Óbito 8,7 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 23

Masc. 9 Alta 1,4 60 ± 20 09 ± 13 17 ± 27 ASGU 17 Óbito 2,6 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 24

9,8 Fem. 7 Alta 1,1 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 23

30 Óbito 4,7 59 ± 20 09 ± 13 15 ± 23

Masc. 9 Alta 1,4 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 23 ASOMA 3 Óbito 0,5 60 ± 20 10 ± 14 17 ± 25

2,8 Fem. 3 Alta 0,5 58 ± 20 09 ± 12 14 ± 21

3 Óbito 0,5 58 ± 21 09 ± 11 15 ± 18

Masc. 88 Alta 13,7 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 23 ASN 69 Óbito 10,7 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 23 37,2 Fem. 35 Alta 5,4 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 24

47 Óbito 7,3 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 24

Masc. 1 Alta 0,2 20 ± 00 06 ± 00 08 ± 00 ASEMN 1 Óbito 0,2 40 ± 00 25 ± 00 42 ± 00

1,4 Fem. 4 Alta 0,6 58 ± 20 08 ± 12 12 ± 17

3 Óbito 0,5 58 ± 20 09 ± 13 14 ± 21

Masc. 26 Alta 4,0 58 ± 20 09 ± 12 15 ± 23 PO 16 Óbito 2,5 58 ± 20 09 ± 12 15 ± 23 10,0 Fem. 12 Alta 1,9 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 24

10 Óbito 1,6 59 ± 20 09 ± 13 15 ± 23

Masc. 9 Alta 1,4 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 24 OUTROS 5 Óbito 0,8 60 ± 20 09 ± 13 17 ± 23

2,8 Fem. 3 Alta 0,5 58 ± 20 09 ± 13 15 ± 24

1 Óbito 0,2 54 ± 00 01 ± 00 01 ± 00

% Total Total (%) 643

% Total 100,0

100 Masc.

186 Alta 28,9 58 ± 20 08 ± 12 15 ± 23

59,3 195 Óbito 30,3 58 ± 20 09 ± 12 15 ± 23

Fem. 108 Alta 16,8 58 ± 20 08 ± 13 15 ± 23

40,7 154 Óbito 24,0 58 ± 20 09 ± 12 15 ± 23

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APÊNDICE B - Termo de consentimento

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APENDICE C Aprovação Comitê de Ética

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