perfil nutricional ruminantes

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    EDITORES

    Flix H. D. GonzlezJulio Barcellos

    Harold Ospina PatioLuiz Alberto Ribeiro

    PERFIL METABLICO EM RUMINANTES

    SEU USO EM NUTRIO E DOENAS NUTRICIONAIS

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    CIP - CATALOGAO INTERNACIONAL DA PUBLICAO

    P438 Perfil metablico em ruminantes: seu uso em nutrio e doenas nutricionais/

    Editado por Flix H. D. Gonzlez...[et al.]. Porto Alegre, 2000.

    108 p.; il.

    1. Nutrio : ruminantes 2. Metabolismo : ruminantes 3.Nutrioanimal : metabolismo I. Gonzlez, Flix H. D. II. Barcellos, Julio III. Patio,Harold Ospina IV. Ribeiro, Luiz Alberto V. Ttulo.

    CDD 636.085

    CDU 636.084

    Catalogao na publicao:Biblioteca Setorial da Faculdade de Medicina Veterinria da UFRGS

    UFRGSCopyright 2000 by Flix H. D. Gonzlez, Julio Barcellos, Harold Ospina Patio &Luiz Alberto Ribeiro.

    Todos os direitos reservados. No permitida a reproduo total ou parcial destapublicao sem a autorizao escrita e prvia dos editores.

    F. H. D. GONZLEZ, Prof., Dr. Sc.Departamento de Patologia ClnicaFaculdade de Veterinria - UFRGS.e-mail: [email protected]

    Av. Bento Gonalves, 9090.Porto Alegre - RS 91.540-000 BRASIL.

    J. O. BARCELLOS, Prof., M. Sc.Departamento de ZootecniaFaculdade de Agronomia - UFRGS.e-mail: [email protected]. Bento Gonalves, 7712.Porto Alegre - RS 91.540-000 BRASIL.

    H. OSPINA, Prof., Dr. Sc.Departamento de ZootecniaFaculdade de Agronomia - UFRGS.e-mail: [email protected]

    Av. Bento Gonalves, 7712.Porto Alegre - RS 91.540-000 BRASIL.

    L. A. O. RIBEIRO, Prof., M. Sc.Departamento de Medicina AnimalFaculdade de Veterinria - UFRGS.e-mail: [email protected]. Bento Gonalves, 9090.Porto Alegre - RS 91.540-000 BRASIL.

    EDITEDITEDITEDITEDITORESORESORESORESORES

    AAAAAUTUTUTUTUTORES CONTRIBORES CONTRIBORES CONTRIBORES CONTRIBORES CONTRIBUINTESUINTESUINTESUINTESUINTES

    Fernando Wittwer M. M. V.; M. V. Sc.Facultad de Ciencias VeterinariasUniversidad Austral de Chile, Valdivia [email protected]

    Pedro A. Contreras, M. V.; M.Phil.Facultad de Ciencias VeterinariasUniversidad Austral de Chile, Valdivia [email protected]

    Flix. H. D. Gonzlez, M. V., Dr. Sc.Departamento de Patologia ClnicaFaculdade de Veterinria, UFRGS.Porto Alegre BRASILe-mail: [email protected]

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    SUMRIO

    Prefcio7

    Diagnstico dos desequilbrios metablicos de energia emrebanhos bovinosFERNANDO WITTWER

    9Indicadores do metabolismo protico utilizados nos perfismetablicos de rebanhosPEDRO CONTRERAS23

    Indicadores sangneos do metabolismo mineral em ruminantesFLIX H. D. GONZLEZ31

    Marcadores bioqumicos no controle de problemas metablicosnutricionais em gado de leiteFERNANDO WITTWER53

    Uso do perfil metablico para determinar o status nutricional emgado de corteFLIX H. D. GONZLEZ

    63Uso dos perfis metablicos no monitoramento nutricional dosovinosPEDRO CONTRERAS75

    Uso do perfil metablico no diagnstico de doenas metablico-nutricionais em ruminantesFLIX H. D. GONZLEZ89

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    PREFCIO

    O presente documento rene as palestras proferidas durante ocurso Perfil Metablico em Ruminantes: seu Uso em Nutrio e

    Doenas Nutricionais, organizado em Porto Alegre pelo Laboratrio

    de Bioqumica Clnica da Faculdade de Veterinria da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul em julho de 2000.Participaram do curso pesquisadores da Universidade Austral

    de Chile, que vm trabalhando desde finais da dcada de setenta naaplicao dos perfs metablicos em rebanhos de gado de leite erebanhos ovinos, principalmente. Um dos objetivos do curso foiaglutinar grupos de trabalho engajados em docncia e pesquisa narea de metabolismo de ruminantes, bem como de ampliar o conhe-

    cimento e a aplicao dos perfis metablicos entre profissionais vin-culados a nutrio e clnica de ruminantes da regio sul do Brasil.A intensificao nos sistemas de produo animal tem levado

    a um aumento do risco de apresentao de transtornos metablicosnos rebanhos animais uma vez que o desafio metablico imposto pelamaior demanda produtiva favorece o desequilbrio entre o ingresso denutrientes ao organismo, a capacidade para metabolisar esses compo-nentes e os nveis de produo alcanados.

    Para o diagnstico e estudo das doenas metablico-nutri-cionais tm sido empregados desde 1970 os Perfis Metablicos, exa-me que permite estabelecer por meio de anlises sangneas de gru-pos representativos de animais de um rebanho, seu grau de adequaonas principais vias metablicas relacionadas com energia, protenas eminerais, bem como a funcionalidade de rgos vitais.

    O teste do perfil metablico foi desenvolvido inicialmente porPayne em Compton (Inglaterra) como mtodo para estudar as causas

    da alta incidncia das chamadas Doenas de Produo. Nos ltimosanos, o perfil metablico tambm tem sido empregado na avaliao

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    do balano nutricional dos rebanhos, uma vez que em algumas situ-aes os desbalanos nutricionais podem influir nas concentraessangneas de alguns metablitos, tanto no sangue como em outros

    fluidos biolgicos, tais como leite, urina e saliva.Geralmente, a maioria das doenas metablico-nutricionais eos desequilbrios nutricionais tm um efeito de difcil percepo elimitam a produo animal de modo persistente causando diminuiona rentabilidade da empresa pecuria.

    importante dispor de mtodos de diagnstico preventivo quepermitam manter um controle sanitrio nutricional dos animais pormeio de exames simples, de baixo custo e que possam ser realizados

    preferencialmente em amostras de leite ou de urina, a fim de facilitara sua obteno e manejo.O uso rotineiro dos perfs metablicos neste sentido uma

    realidade na maioria dos pases desenvolvidos e alguns do Cone Sul,principalmente o Chile. A tendncia nos prximos anos a ampliaodo seu uso e a procura por marcadores bioqumicos mais especficosque possam aproximar cada vez mais o perfil ao estado metablicoreal dos rebanhos a fim de aumentar a eficincia produtiva.

    Deixo constncia do meu agradecimento s empresas quecolaboraram na realizao do evento, principalmente a Serrana Nutri-o Animal, a Centerlab e a Santista Alimentos, bem como a Pr-Reitoria de Pesquisa da UFRGS, ao Conselho Regional de MedicinaVeterinria do Rio Grande do Sul, na pessoa do seu Presidente Prof.Eduardo Bastos e de forma muito especial ao Programa de Ps-Gra-duao em Cincias Veterinrias, na pessoa do seu coordenador, Prof.Dr. Vladimir Pinheiro de Nascimento. Tambm agradeo a participa-

    o dos alunos bolsistas que colaboraram na organizao.Prof. Flix H.D. Gonzlez (coordenador)

    Porto Alegre, agosto de 2000.

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    DIAGNSTICO DOSDESEQUILBRIOS METABLICOS

    DE ENERGIA EMREBANHOS BOVINOS1

    Fernando Wittwer M. M. V.; M. V. Sc.Universidade Austral do Chile, Valdivia [email protected]

    Introduo

    Nos rebanhos leiteiros de alta produo importante obter umcorreto balano nutricional, especialmente nos perodos de maiores

    requerimentos, que correspondem ao incio da lactao. No perodoinicial da lactao a vaca chega ao mximo de sua produo, apesarde o consumo de alimento estar deprimido, devendo mobilizar as suasreservas corporais para preencher os elevados requerimentos metab-licos. Neste perodo ocorre tambm poca de reproduo, fato im-portante de considerar, uma vez que o aumento das demandas meta-blicas diminui a fertilidade das vacas e, com isso, a meta de obteruma cria ao ano.

    As Doenas Metablicas ou Doenas da Produo, so provo-cadas por um desequilbrio entre os nutrientes que ingressam ao or-ganismo animal (glicdeos, protenas, minerais, gua), o seu metabo-lismo e os egressos atravs das fezes, a urina, o leite e o feto. Osdesbalanos nutricionais que afetam os rebanhos so produzidos de-

    1 WITTWER, F. (2000) Diagnstico dos desequilbrios metablicos de energia em re-banhos bovinos. In: Gonzlez, F. H. D., Barcellos, J. O., Ospina, H., Ribeiro, L. A. O.

    (Eds.) Perfil metablico em ruminantes: seu uso em nutrio e doenas nuricionais.Porto Alegre, Brasil, Grfica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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    vido a que o aporte ou a utilizao dos alimentos no capaz depreencher os requerimentos de manuteno ou produo. Quandoesses desbalanos so de curta durao e no so demasiados severos,

    o metabolismo do animal pode compensar utilizando suas reservascorporais. Entretanto, se o desbalano severo ou moderado, pormpersistente, o animal esgota suas reservas corporais e ocorre a doena.

    Lamentavelmente, a maioria dessas doenas tem um efeito dedifcil percepo e atuam limitando a produo das espcies de ummodo persistente provocando uma diminuio na rentabilidade daempresa pecuria.

    Para o diagnstico e estudo das doenas metablicas nutricio-

    nais tm sido empregados desde 1970 os Perfis Metablicos, exameque permite estabelecer por meio de anlises sangneas de gruposrepresentativos de animais de um rebanho, seu grau de adequao nasprincipais vias metablicas relacionadas com energia, protenas eminerais, bem como a funcionalidade de rgos vitais para a produ-o de leite, como o caso do fgado.

    Considerando o anterior, importante dispor de mtodos dediagnstico preventivo que permitam manter um controle sanitrio

    nutricional dos animais por meio de exames simples, de baixo custoe que possam ser realizados em amostras de leite ou de urina, a fimde facilitar a sua obteno e manejo. Embora, esses exames possamter pouca especificidade, servem como um primeiro sinal de alertadiante do problema, para que em casos de detectar uma alterao,possam ser realizados os diagnsticos pertinentes e, assim, corrigiroportunamente a situao.

    Os primeiros antecedentes com relao avaliao do meta-

    bolismo energtico em bovinos fazem referncia determinao daconcentrao de glicose em amostras de sangue, tcnica que rapida-mente foi deixada de lado considerando o forte controle homeostticohormonal que o organismo mantm sobre sua concentrao, o quepermite que se mantenha sempre muito constante, independente defatores associados dieta. Outro fator que influiu foi a dificuldadeprtica para controlar a rpida gliclise in vitroproduzida nas amos-tras de sangue. Este fato significou que muitas das hipoglicemias

    diagnosticadas foram um erro de procedimento antes que um diagns-tico de deficincia energtica.

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    Da mesma forma, tem sido dosada a concentrao de cidosgraxos livres (FFA ou NEFA) em amostras de sangue. Porm, contra-riamente glicemia, foi observado que este metablito apresenta uma

    elevada variao dentro do dia produto do tempo de ingesto e decondies ambientais alheias ao balano de energia, como o caso dostress, limitando assim a sua sensibilidade interpretativa. Alm domais, existem limitaes de ordem prtica e econmica no manejo daamostra, bem como na metodologia analtica disponvel atualmente.

    Considerando o anterior, nos exames de P.M. realizados nonosso laboratrio, sugerimos incluir como variveis para avaliar obalano energtico de vacas leiteiras, a observao da Condio

    Corporal, junto com a determinao das concentraes de -hidroxibutirato (HB) e uria em amostras de sangue ou de leite e,complementarmente, colesterol e a enzima aspartato transaminase(AST) sangneos na forma assinalada na Tabela 1.

    No presente trabalho, so discutidos dados relacionados como uso das variveis antes enunciadas, fundamentalmente as possibili-dades que se apresentam de utilizar, junto com a avaliao da Con-dio Corporal, os resultados obtidos nas anlises de amostras de leitepara o controle da acetonemia e a uremia em alteraes produzidas

    pelo desbalano de energia e protena nas vacas.

    Tabela 1:Variveis usadas para avaliar o balano metablico de energia emvacas leiteiras.

    leviraV aicnreferedolavretnI oaterpretnI

    oidnoC

    laroproc

    )erocse(sotnop0,4a5,2

    ocigloisifodatseododnedneped

    uo adodnedneped>=

    .sacidpilsavreseredoalumuca

    -ixordih-

    otaritub

    L/lomm5,0=

    .levregidanetorp/aigrene

    loretseloC L/lomm3,4a7,1:otrap-rp

    L/lomm3,5a7,2:oatcal

    ,arbif-aigreneedaicnicifed>=

    ;acitpehoaretla

    .ateidanarudrogedossecxe>=

    TSA )C73a(L/U021< airdnucesralulec-otapehosel>=

    .acidpiloazilibomavissecxea

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    Condio corporal em vacas

    A determinao da condio corporal (CC) permite avaliar, de

    forma quantitativa, o grau de depsito ou perda de gordura corporal,ou as reservas de energia. O mtodo consiste em estabelecer, median-te inspeo e palpao, a cobertura de msculo e gordura subcutneana reas dos processos transversos lombares e da fossa isquio-caudal.Esta avaliao, por ser subjetiva, deve tender a ser realizada pelamesma pessoa. A escala mais utilizada em vacas leiteiras a de 1 a5, na qual 1= emaciada; 2= delgada; 3= mdia; 4= pesada; 5= gorda.

    Recomenda-se realizar a determinao da CC idealmente em

    4 oportunidades durante o ciclo produtivo da vaca leiteira, dados quedevem ser tabulados em um grfico que relacione o estado fisiolgico(eixo do x) com a CC (eixo do y). Os valores recomendados so de3,0 a 4,0 desde que a vaca seca at o parto, diminuindo para 2,5 a3,0 at os 2 meses de lactao e depois recuperando aos 3 meses delactao para 2,5 a 3,5 pontos. Destaca-se que o mais importante avariao da C.C. entre dois perodos, a qual idealmente deve ser de0,5 e nunca superior a 1,0 ponto.

    Determinao do -hidroxibutirato

    Os corpos cetnicos, -hidroxibutirato (HB) e acetoacetato,so produtos fisiolgicos do metabolismo de glicdeos e lipdeos deruminantes. Seus precursores so as gorduras e os cidos graxos dadieta, bem como os depsitos de gordura do animal. O cido butrico

    da dieta transformado no epitlio dos pr-estmagos, via acetoacetato,em HB, sendo este o principal corpo cetnico do sangue do ruminantehgido. Por outra parte, os cidos graxos de cadeia longa, produzidosna mobilizao de reservas de gordura, so convertidos no fgado emacetoacetato e depois em HB, o qual pode ser utilizado como fonte deenergia e na sntese de gordura no leite. Desta forma, a cetose pro-duzida quando a produo de corpos cetnicos maior que a sua uti-lizao, quando existe um dficit de energia (oxalacetato), em decor-

    rncia da alta demanda de glicose para produzir lactose.

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    O limite mximo fisiolgico de corpos cetnicos no leite noest estabelecido, embora seja conhecido que este fluido tem umaconcentrao equivalente a 10-20% do sangue. Autores suecos assi-

    nalam um valor limite de 0,4 mmol/L, sobre o qual ocorre perda defertilidade, medida atravs do incremento do perodo parto-primeirocio, parto-primeira inseminao e parto-gestao, alm de aumento donmero de servios. Na Alemanha se aceita o limite de 0,25 mmol/L como valor mximo fisiolgico, embora estudos mais recentes in-dicam um efeito sobre a fertilidade com valores de 0,8 mmol/L.

    O diagnstico da cetose foi baseado por anos na determinaodos corpos cetnicos em amostras de urina, leite ou sangue mediante

    o teste de Rothera, mtodo que tem um nvel de deteco >10 mg/dL(equivalentes a 1,7 mmol/L de acetona ou 1,0 mmol/L de HB).Esta prova reage principalmente com acetona e acetoacetato e, emmenor grau com HB. Na atualidade, utilizada com bastante suces-so nos perfs metablicos a determinao de HB em amostras desangue, tcnica que tem um nvel de deteco de 0,1 mmol/L, consi-derando-se como valor mximo aceitvel de 0,5 mmol/L, salvo vacasno incio de lactao, nas quais se aceita at 0,8 mmol/L.

    Ultimamente tem sido realizado estudos para determinar HBem amostras de leite, devido facilidade de obteno de amostras eao fato que o HB estvel, diferentemente dos outros corposcetnicos que so volteis. Com este objeto tem sido desenvolvidoum mtodo semiquantitativo, baseado em qumica seca (uso de fitasreagentes), nas quais o HB da amostra de leite reage com os reativosda fita, produzindo uma reao de cor violeta cuja intensidade pro-porcional concentrao do HB na amostra, entregando desta forma

    resultados em 6 faixas correspondentes a: 0; 0,05 a 0,1; 0,1 a 0,2; 0,2a 0,5; 0,5 a 1,0 e mais de 1,0 mmol/L. Esta tcnica est orientada aentregar uma informao geral bsica, de carter primrio, para ori-entar sobre a condio de cetose em uma vaca, devendo, em casospositivos, continuar com mtodos diagnsticos de maior preciso.

    Em um trabalho realizado para avaliar um sistema de controlesemanal preventivo da cetose subclnica em vacas de alta produo(>6.000 L), no incio de lactao em dois rebanhos que usavam

    silagens de milho de boa qualidade foi observado que todos os ani-

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    mais tiveram reao negativa ou somente duas vacas tiveram reaopositiva a 0,1 mmol/L de HB. Pelo contrrio em rebanhos que uti-lizavam silagem de pastagem de regular ou baixa qualidade se obser-

    vou por volta de 5% das amostras com valores superiores a 0,1 mmol/L, assinalando que o maior aporte de cido butrico desses silagensinduziu uma cetognese ruminal (Figura 1).

    Os dados relatados indicam que a determinao semiquan-titativa de HB em amostras de leite, mediante qumica seca, pareceser um mtodo sensvel, simples, prtico e rpido para levar um con-trole preventivo da cetose subclnica em vacas leiteiras, requerendoainda maiores informaes do seu emprego na prtica em nossascondies, especialmente no referente ao nmero e tipo de animais a

    serem examinados. Os resultados devem ser considerados como umaajuda preliminar complementar para um diagnstico definitivo decetose destinado a estabelecer as recomendaes pertinentes paraestabelecer um balano energtico.

    Determinao de uria

    A uria um produto de excreo do metabolismo do nitro-gnio e a sua determinao em amostras de soro sangneo, junto com

    A B C D0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45N vacas

    A B C D

    Rebaos

    0 m mol/l

    0,05 mm ol/l

    0,1 mm ol/l

    0,2 mm ol/l

    0,5 mm ol/l

    Figura 1: -hidroxibutirato no leite de vacas de rebanhos leiteiros alimen-tados com silagens de milho de boa qualidade (A e B), e de pastagem de

    regular qualidade (C e D) (Berger, 1995).

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    a albumina, revelam informao sobre a atividade metablica proticado animal. A concentrao sangnea de uria est em relao diretacom o aporte protico da rao, bem como da relao energia : pro-

    tena. Valores baixos de uria no sangue dos animais so encontradosem rebanhos que utilizam dietas deficitrias em protenas e valoresaltos naqueles que utilizam dietas com excessivo aporte protico oucom um dficit de energia.

    No bovino, de 60% a 80% da protena transformada emamnia no rmen, que utilizada pelos microorganismos ruminaispara a sntese de suas protenas estruturais, sendo o excedente absor-vido atravs da parede ruminal para a circulao geral. A amnia

    absorvida chega ao fgado via sangnea, onde transformada emuria, a qual se excreta, uma parte por via renal e uma frao voltaao rmen atravs da saliva, ou por difuso na parede ruminal reinte-grando-se ao ciclo. O anterior ocorre com a frao correspondente protena degradvel, a qual est acompanhada no alimento por prote-nas no degradveis que escapam utilizao ruminal, sendo absor-vidas na forma de aminocidos no intestino delgado. A diminuio daingesto de energia influi inversamente na concentrao de amnia

    ruminal devido reduo da sntese protica microbiana, elevando aconcentrao de uria sangnea. importante considerar que a excreo de N representa um

    gasto em energia para o animal, sendo que o aumento na produo deamnia e uria no somente reduz o apetite, mas tambm a eficinciaprodutiva.

    Uria no leite

    A uria sangnea, por seu baixo peso molecular, atravessa oepitlio alveolar da glndula mamria difundindo-se no leite, existindouma alta correlao entre as concentraes de uria no sangue e no leitede uma vaca (r = 0,904; p < 0,01). Da mesma forma, h uma associao(r = 0,947; p < 0,01) entre os valores mdios de uria no sangue de umgrupo de vacas com os valores obtidos em amostras de leite de tanques(Figura 2). Estes resultados assinalam que o contedo de uria emamostras de leite de rebanhos similar concentrao mdia de uria

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    sangnea das vacas em lactao, podendo utilizar a sua determinaocomo uma forma simples de estimar o balano de energia:protena,similar informao entregada nos perfs metablicos.

    Situao no Chile

    Dos estudos de perfs metablicos realizados no Chile, podeser destacado que a alterao mais freqentemente diagnosticada(9,4%) o aumento da uria, observado com maior freqncia nosrebanhos leiteiros do sul do pas, durante a primavera e afetandopreferentemente as vacas no pr-parto. Estudos posteriores realizadosnessa zona com amostras de leite em tanques de 82 propriedades,medidas mensalmente durante um ano, mostraram um valor de 4,9 1mmol/L, com intervalo de 1,5 a 11,6 mmol/L (Tabela 2). Valoressimilares foram relatados na Noruega e na Finlndia, enquanto que osvalores obtidos no sul da Alemanha e na Pensilvnia (EUA) somenores e com uma variao menor intra e entre rebanhos, revelandodiferenas na alimentao.

    A elevada variao estacional com valores altos de uria naprimavera e no outono e valores baixos no inverno e no vero, refle-tem as mudanas nutricionais a que so submetidas as vacas em pas-

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    0 2 4 6 8 10 12

    Urea en sangre (m mo l/l)

    Ureaenleche(m

    mol/l)

    Y = 0 . 1 2 7 2 + 0 .9 6 3 5 x

    r= 0 . 9477 (p

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    17

    -20%

    -15%

    -10%

    -5%

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    Mar. Abr. May. Jun. Jul. Ago. Sep. Oct. Nov. Dic. Ene. Feb.

    Mes

    Porcentajederebaos

    Figura 3: Percentual mensal de amostras de 82 rebanhos com valores de

    uria no leite superior e inferior ao intervalo de referncia (2,5-7,0 mmol/L)(Wittwer e col, 1999).

    tagem, em funo do contedo de protenas da forragem e o aporte deenergia da dieta. Este fato explica a maior prevalncia de rebanhoscom valores elevados entre Setembro a Novembro e Abril e Maio evalores diminudos entre Fevereiro a Maro (Figura 3).

    Interpretao

    A quantidade de uria tanto no sangue quanto no leite de-pendente da relao energia:protena, onde um aporte deficiente de

    protenas est associado com a valores diminudos de uria, enquanto

    Tabela 2:Valores de uria em amostras de leite de 82 rebanhos, intervalosde referncia e coeficientes de variao (CV) intra e entre rebanhos (Wittwere col., 1999).

    aidM ordapoivseD olavretnI)L/lomm(airU 9,4 2,1 6,11-5,1

    )%(sohnaber-artnilaunaVC 3,52 1,6 2,74-5,31

    )%(sohnaber-ertnelasnemVC 4,62 8,2 3,13-1,02

    )L/lomm(aicnreferedrolaV 0,7-5,2

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    que valores elevados de uria indicam um aporte excessivo de prote-nas (degradveis + solveis) no rmen, ou ento um aporte deficit-rio de energia. Com o objetivo de definir a qual destas duas ltimas

    causas corresponde o incremento da uria til determinar, junto coma uria, a concentrao de protenas no leite, para realizar a sua in-terpretao de forma conjunta.

    Uria e protenas do leite

    O contedo de protenas do leite dependente diretamente doaporte de energia da dieta, considerando como normal um valor > 30

    g/L, enquanto que valores inferiores indicam uma deficincia de ener-gia. Um aporte deficiente de energia na dieta leva a uma diminuiono contedo de protenas no leite e, por outra parte, um excessoabsoluto ou relativo em relao a energia, de protenas degradveis esolveis no rmen leva a uma excessiva formao e absoro deamnia ruminal com incremento na concentrao de uria no leite.

    Baseado neste conceito e na facilidade de dispor de amostrasde leite, diversas empresas que desenvolvem programas de controle

    leiteiro com anlises de leite, tm incorporado a determinao deuria e protenas, alm das anlises rotineiras de gordura e contedocelular. A interpretao desses resultados est baseada nos resultadosentregados na Tabela 3.

    Tabela 3: Interpretao da concentrao de uria e protenas no leite.

    etielonsanetorP

    )%(

    )L/lomm(etielonairU

    5,2< 0,7-5,2 *0,7>

    0,3< axiab:aigrenE

    saxiab:RDPeRSP

    axiab:aigrenE

    lamron:RDPeRSP

    uo/eaxiab:aigrenE

    satla:RDPeRSP

    2,3-0,3 saxiab:RDPeRSP lanimurainorcniS uo/eaxiab:aigrenE

    satla:RDPeRSP

    2,3> atlaaigrenE

    saxiab:RDPeRSP

    atlaaigrenE

    lamron:RDPeRSP satla:RDPeRSP

    PSR = protenas solveis no rmen; PDR = protenas degradveis no rmen* Uria aumenta 35% por cada 30% de deficincia de energia.

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    importante considerar quando o resultado expressado ou lidose o que foi medido uria ou N urico, uma vez que o valor de uria 2,14 vezes maior que o valor de N urico. Tambm deve ser observada

    a unidade com a que se expressa o resultado pois o Sistema Internacionalde Unidades utiliza mmol/L, enquanto que alguns laboratrios ainda en-tregam o resultado no sistema antigo de medida, isto , mg/dL ou mg/L.Facilmente possvel converter as unidades de um sistema a outro usan-do o fator 0,167 (1 mg/dL = 10 mg/L = 0,167 mmol/L).

    Uria e sade animal

    O excesso de amnia transformada em uria pode danificar ometabolismo intermedirio e influir nas concentraes de glicose,lactato e cidos graxos livres no sangue e na funcionalidade do corpolteo, alm de ocasionar uma diminuio da capacidade imunognicados macrfagos e da linha branca. Por isto, dentro dos efeitos prim-rios do excesso de protenas na sade do rebanho so mencionadasmenor fertilidade, suscetibilidade a cetose e leso ruminal por efeitoda amnia sobre as papilas com perda do apetite e menor produo.

    Tambm relatado que o excesso de uria altera a formao do tecidodos cascos, produzindo maior fragilidade deles em vacas alimentadascom > 18% de protena cru na dieta.

    Diversas referncias indicam que tanto uma concentrao deuria alta quanto uma baixa, esto associadas com problemas repro-dutivos nos rebanhos. O balano de energia:protena tem um papelimportante no incio da atividade ovrica e na involuo uterina dopuerprio inicial. Assim, a sua alterao provoca um retraso no incioda atividade ovrica e, com isto, uma diminuio na fertilidade. Estarelao com a fertilidade tem sido associada ao efeito txico metab-lico da uria, que compromete a sobrevivncia de gametas ou embri-es por sua difuso no trato reprodutivo e no mucus vaginal alterandoo ambiente uterino levando a mortalidade embrionria, alm do efeitoespermicida, manifestando-se com estros silentes e ciclos estrais irre-gulares. Atualmente assinalado que a uremia seria unicamente umsinal de deficincia de energia, que altera a funo do eixo hipot-lamo-hipfise-ovrio com diminuio da progesterona plasmtica,

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    retrasando a primeira ovulao e diminuindo a taxa de concepo.Em Valdvia (sul do Chile) realizamos um trabalho no qual foi

    observado que a Taxa de Gestao ao Primeiro Servio de 2.153

    vacas diminuiu quando a concentrao de uria no leite no perodo decobertura era > 7,0 mmol/L, resultado similar ao relatado por Butleret al. (1996) em Cornell (EUA) (Figura 4).

    Uria no leite, meio ambiente e industrializao

    Um excesso de uria no leite est relacionado com uma maioreliminao de N pelas fezes e a urina, o que implica um desperdciodo ponto de vista produtivo e atua como contaminante do meio am-

    biente. Por outra parte, diversos autores tm assinalado que o excesso

    < 2,0 2,0 - 4,0 4,1 - 5,0 5,1 7,0 > 7,00%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Gestacin1servicio

    < 2,0 2,0 - 4,0 4,1 - 5,0 5,1 7,0 > 7,0

    Urea en leche de estanque (mmol/l)

    Wittwer y col. 1996 Butler y col. 1996 (adaptado)

    Figura 4: Taxa de gestao ao 1 servio em 2.153 vacas de 24 rebanhosconforme a concentrao de uria no leite de tanques no perodo de insemi-nao ou de uria no leite de cada vaca (n = 155) no dia da inseminao.

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    de uria no leite poderia ter alguns efeitos adversos nos processos deindustrializao do leite. Assim, atualmente so realizados estudostendentes a estabelecer sua relao com relao a produo de queijo,

    tempo de coagulao, estabilidade ao calor e outras variveis doprocessamento do leite.Os dados atualmente disponveis com relao ao contedo de

    uria no leite tm levado a que uma srie de pases incorporem a suadeterminao dentro das anlises rotineiras no controle leiteiro. As-sim, instituies da Alemanha, Dinamarca, Eslovnia, Sucia, Finln-dia, Noruega, Canad e EUA aplicam esta prtica atualmente e agoraest sendo iniciada no Chile.

    Concluso

    As anlises da Condio Corporal e das concentraes de HB yde uria em amostras de sangue ou de leite, representam uma in-teressante alternativa para o controle preventivo de desbalanosmetablicos nutricionais de energia provenientes da dieta, especi-almente no incio da lactao em vacas de alta produo.

    O uso do leite como amostra constitui uma forma de facilitar osprogramas de preveno de desbalanos metablicos, associado possibilidade de utilizar tcnicas simples como so o uso de fitasreagentes ou junto a outros programas, como o controle leiteiro.

    Referncias bibliogrficas

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    Arch. Med. Vet. 19:

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    years investigation of urea content in bulk milk samples. VIIInternational Congress. International Society on Animal ClinicalBiochemistry. Glasgow, UK.

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    INDICADORES DO METABOLISMOPROTICO UTILIZADOS NOS

    PERFIS METABLICOS DEREBANHOS1

    Pedro A. Contreras, M.V.; M.Phil.Instituto de Ciencias Clnicas Veterinarias, Facultad de CienciasVeterinarias

    Universidad Austral de Chile. Casilla 567 Valdivia, [email protected]

    Introduo

    O perfil metablico tambm pode colaborar no estudo dobalano nutricional protico dos rebanhos, uma vez que em algumassituaes os desbalanos nutricionais podem influir nas concentra-es sangneas de alguns metablitos. Para isto, foi necessrio estu-dar e definir os metablitos sangneos que, da melhor forma, possamrepresentar o metabolismo protico. Entretanto, para a seleo delesse requer ter presente algumas consideraes: necessrio que exista um procedimento analtico que no apre-

    sente grande dificuldade para sua dosagem; o processamento das amostras deve ter um custo razovel para ser

    utilizado em grupos de animais; os componentes sangneos utilizados no devem apresentar vari-

    aes intensas em sua concentrao durante o dia, para que os

    1 Contreras, P. (2000) Indicadores do metabolismo protico utilizados nos perfsmetablicos de rebanhos. In: Gonzlez, F. H. D., Barcellos, J. O., Ospina, H.,Ribeiro, L. A. O. (Eds.) Perfil metablico em ruminantes: seu uso em nutrio e

    doenas nuricionais. Porto Alegre, Brasil, Grfica da Universidade Federal do RioGrande do Sul.

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    resultados no sejam muito influenciados pela hora do dia em queas amostras de sangue so obtidas;

    o desvio padro dos valores populacionais dos metablitos deve ser

    pequena, para que possa ser utilizado o modelo estatstico, desen-volvido e testado em Compton (Inglaterra) por Rowlands e Pocock(1976) para a interpretao dos perfis metablicos.

    Geralmente, os metablitos mais utilizados so: uria, albumi-na, hemoglobina e adicionalmente, para alguns casos particulares, soconsideradas as globulinas, cujo valor obtido por diferena entre asconcentraes de protenas totais e albumina.

    A uria apresenta a seguinte seqncia de eventos que levam

    a sua sntese: protelise e formao de aminocidos; desaminao de aminocidos e formao de amnia; condensao de duas molculas de amnia com CO2

    Considerando o expressado, a uria o produto da desinto-xicao da amnia quando se condensa com o CO2, processo que serealiza no fgado e representado na seguinte equao:

    2NH3 + CO2 H2N-CO-NH2 + H2O

    Os valores de concentrao sangnea da uria no so deter-minados unicamente pela velocidade de desintoxicao, mas tambminflui na concentrao sangnea a quantidade e a velocidade de suasntese heptica.

    A albumina a protena mais abundante no plasma sangneo,correspondendo aproximadamente a 50% das protenas circulantes.Outras destas protenas globulares so as globulinas. Esses nomes so

    derivados das antigas tcnicas de separao das protenas. Aquelasprotenas solveis que se mantinham solveis em gua pura foramdenominadas albuminas e aquelas que requeriam solues com sal paramanter a sua solubilidade foram chamadas de globulinas. Posteriormen-te, com a utilizao da eletroforese foi comprovado que no sangueexiste somente um grande grupo de albuminas e muitos grupos deglobulinas, que so classificadas como alfa, beta e gama globulinas.

    A albumina sintetizada no fgado e sua concentrao pode

    ser modificada pelo aporte de protena na rao. Entretanto, como foi

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    assinalado, o que determina em maior medida os valores de sua con-centrao sangnea a capacidade do fgado para sintetiz-la.

    A hemoglobina um pigmento transportador de oxignio,

    constituda por uma protena, a globina e uma protoporfirina heme,grupo que contm quatro anis pirrlicos e ferro.Os valores de referncia desses metablitos sangneos proti-

    cos so apresentados na Tabela 1.

    Alguns fatores que influem na concentraosangnea dos indicadores do metabolismo protico

    Existem diversos fatores ou situaes nas quais as concentra-es dos metablitos aumentam ou diminuem no sangue. Estas vari-aes so estudadas nos perfis metablicos, tratando de identificardeficincias ou excessos de alguns nutrientes ou, tambm, de diag-

    nosticar alteraes bioqumicas que diminuem a produo, a fertilida-de ou so responsveis por doenas e mortes de animais.

    Fatores nutricionais

    A alimentao tem influncia na concentrao sangnea dosindicadores proticos do perfil metablico.

    Tabela 1: Valores de referncia de constituintes sangneos proticos parabovinos, ovinos e caprinos*.

    etnenopmoC sedadinU sonivoB sonivO sonirpaC

    anibolgomeH Ld/g 0,31-8,9 1,31-9,8 2,41-6,8

    sanimublA L/g 14-92 24-62 14-52

    sanilubolG L/g 25-82 15-13 84-02

    siatotsanetorP L/g 09-66 88-86 48-06

    airU L/lomm 0,7-6,2 01-0,4 0,8-0,2

    * Laboratrio de Patologia Clnica, Faculdade de Cincias Veterinrias, Universida-de Austral do Chile, Valdvia.

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    Protenas:Quanto maior for a ingesto de protenas na rao,maior a concentrao de uria sangnea e quando a ingesto deprotenas insuficiente, a concentrao de uria diminui. Tambm

    tem sido observado que quando existem deficincias de protenas narao, tambm diminuem as concentraes sangneas da albumina, ahemoglobina (Hb) e o hematcrito. Todavia, o efeito sobre estes l-timos parmetros de menor magnitude que o efeito sobre a uria ese apresenta mais tardiamente.

    No gado de corte, tem sido observada diminuio nas concen-traes sangneas de albuminas, hemoglobina e hematcrito, especi-almente durante o perodo de crescimento, quando o gado mantido

    em pastagens de baixa concentrao de protenas, por um perodo deaproximadamente 4 meses.Em ovinos, uma diminuio no aporte de protenas na rao

    tem produzido uma diminuio nas concentraes de albuminas masno de globulinas.

    O efeito da ingesto de protenas sobre as concentraes deglobulinas tem sido contraditrio. Alguns autores tm observado umacorrelao positiva e outros no.

    A energiada rao tem efeito sobre os indicadores do meta-bolismo protico, situao que tem sido bastante estudada. As mudan-as na concentrao sangnea de uria esto correlacionadas com ocontedo de amnia ruminal e a utilizao da amnia ruminal depen-de da atividade metablica dos microorganismos ruminais. Estestransformam o N da amnia em protena bacteriana, processo querequer energia, a qual deve ser proporcionada no alimento em quan-tidade adequada. Por isto, se a rao estiver deficiente em energia, asconcentraes de amnia aumentam no rmen e a concentrao dauria aumenta no sangue.

    Quando o aporte de energia na rao deficiente tem sidoobservado, somente no final do perodo de lactao, uma diminuionas concentraes de albuminas e hemoglobina.

    A gua um nutriente que nem sempre reconhecido em suaimportncia para os rebanhos. A deficincia de gua est correla-

    cionada com uma maior concentrao de uria sangnea, devido a

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    hemoconcentrao que isto produz. Nessas circunstncias, para poderinterpretar adequadamente o perfil metablico, necessrio medir ohematcrito, que pode identificar a hemoconcentrao e assinalar

    uma deficincia no aporte de gua, responsvel pela maior concentra-o de uria.

    O parto e a lactao

    Estes eventos tm efeito sobre a concentrao da maioria dosmetablitos utilizados no perfil metablico. Entretanto, a maioria dosanimais recupera suas concentraes rapidamente, de forma que no

    interfere no perfil metablico, uma vez que a amostragem realizadaem poca mais afastada do parto. Todavia, alguns autores tm obser-vado uma diminuio das concentraes de protenas totais, globu-linas e Hb antes do parto.

    No incio da lactao, tem sido observado um rpido aumentodas globulinas, bem como diminuio das concentraes de uria e dealbuminas. As albuminas posteriormente aumentam paulatinamentesempre que o aporte de protenas na rao seja adequado. Nos reba-

    nhos em que as concentraes de albuminas esto dentro do intervalode referncia por volta das 10 semanas ps-parto, observa-se umamaior produo de leite no perodo de lactao e melhor fertilidadeque nos rebanhos em que estas concentraes se mantm diminudas.Quando a rao deficiente em protenas, esta diminuio daalbumina persiste at por 2-3 meses durante o ps-parto sendo acom-panhada de uma diminuio da concentrao de Hb e tambm valoresbaixos do hematcrito at 4-5 meses ps-parto.

    As razes para que as albuminas diminuam no so determi-nadas somente pela diminuio das protenas na rao. Alguns auto-res sustentam que a demanda de aminocidos para a sntese de pro-tena no leite reduz a sntese de outras protenas e por isto a concen-trao de albumina e Hb diminui na medida em que a lactao avan-a. Outros autores afirmam que a diminuio das concentraes dealbuminas produzida pela reduo da capacidade de sntese no f-gado, devido ao acmulo de gordura que este rgo sofre no incio da

    lactao.

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    As estaes do ano

    A poca do ano tem um efeito sobre a concentrao dos indicado-

    res do metabolismo protico. Entretanto, muito difcil poder separar oefeito das estaes do ano com o efeito da alimentao, uma vez que asestaes do ano geralmente influem sobre as caractersticas do alimentoe este, por sua vez, influi sobre os indicadores do metabolismo protico.

    As doenas infecciosas

    As doenas infecciosas podem causar aumento das concentraessangneas de globulinas e diminuio das de albuminas. O efeito dasdoenas bacterianas, virais, protozorias e helmnticas tem sido estuda-do, concluindo-se que todas elas tm um efeito similar, porm as doen-as virais so as que provocam menor efeito.

    Concluses

    1. A concentrao sangnea de uria um indicador sensvel e rpi-do da ingesto de protena cru digervel.2. Um aumento na concentrao de uria pode indicar um excesso de

    protena na rao. Porm, esse aumento tambm pode ser produzi-do por um dficit de energia, uma deficincia de gua nos rebanhosou ainda por alteraes da sade dos animais.

    3. A albumina, a hemoglobina e o hematcrito so indicadores teis esensveis, somente quando ocorre um perodo prolongado de defici-

    ncia de protenas na rao. A sua concentrao tambm pode serinfluda por problemas da sade de indivduos ou do rebanho.4. Os indicadores proticos no so modificados somente por desba-

    lanos nutricionais proticos. Por isso, a interpretao de suasconcentraes no perfil metablico deve considerar, alm da ali-mentao, aspectos de manejo, sade e estado fisiolgico.

    5. Quando os indicadores proticos no perfil metablico se encontramfora do intervalo de referncia uma manifestao clara de que o

    rebanho deve ser estudado detalhadamente, para fazer as correes

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    da alimentao, do manejo ou da sade do rebanho, evitando assimque diminua a produo, a fertilidade e a rentabilidade da empresapecuria.

    Referncias bibliogrficas

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    INDICADORES SANGNEOS DOMETABOLISMO MINERAL EM

    RUMINANTES1

    Flix H. D. GonzlezUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS, BRASIL

    [email protected]

    Introduo

    Alm das biomolculas orgnicas, os tecidos animais tambmpossuem elementos inorgnicos que fazem parte dos tecidos e seencontram em uma proporo de 2 a 5% do peso total dos animais.Entre esses elementos, os minerais tm funes essenciais tanto na

    estrutura de tecidos e biomolculas, como no prprio metabolismoanimal, participando como cofatores enzimticos, ativadores da aohormonal, e como responsveis pela presso osmtica e pelo equil-brio cido-bsico.

    Os minerais podem ser divididos em: (a) macrominerais (Tabe-la 1), aqueles que esto em maior concentrao no organismo animale cujos requerimentos so expressados em percentagem (%), quaissejam: clcio (Ca), fsforo (P), magnsio (Mg), sdio (Na), cloro (Cl),

    potssio (K) e enxofre (S); (b) microminerais ou oligoelementos (Tabe-la 2), aqueles que esto em concentraes bem menores e cujos reque-rimentos so expressados em partes por milho (ppm) e entre os quaisesto: cobre (Cu), zinco (Zn), iodo (I), selnio (Se), ferro (Fe), cobalto(Co), mangans (Mn), molibdnio (Mo) e flor (F).

    1 Gonzlez, F. H. D. (2000) Indicadores sangneos do metabolismo mineral emruminantes. In: Gonzlez, F. H. D., Barcellos, J. O., Ospina, H., Ribeiro, L. A. O.

    (Eds.) Perfil metablico em ruminantes: seu uso em nutrio e doenas nuricionais.Porto Alegre, Brasil, Grfica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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    So considerados como minerais essenciais para os animaisCa, P, Mg, K, Na, Cl, S, I, Fe, Cu, Co, Mn, Zn, Se, Mo, Cr, Sr, V,Ni e Si. Desses elementos, no so essenciais para as plantas Ca, I,

    Co, Se e Cr, havendo com freqncia deficincias deles na alimenta-o baseada em pastagens. Os requerimentos mdios na alimentao,a concentrao plasmtica e as principais fontes dos principais mine-rais so mostrados na Tabela 3.

    As deficincias mais freqentes de macrominerais nos animaisso as de fsforo e as de sdio, principalmente nos animais mantidosa pastejo. A deficincia de clcio, embora menos freqente, cobra im-portncia nos bovinos de leite. Quanto aos oligoelementos, as deficin-

    cias mais comumente observadas so as de cobre, cobalto e zinco,

    Tabela 1: Funes metablicas mais importantes dos macrominerais.

    lareniMonoisopmoC)%(omsinagro

    onuF

    oiclC)aC(

    2-1oalugaoc,acilbatemoaluger,aessoazilarenimsoslupmiedossimsnart,ralucsumoartnoc,aengnas

    sosovren

    orofsF)P(

    2,1-7,0etrap,ANReANDedetnenopmoc,aessoazilarenimsamizneedoaluger,)PTA(aigreneatlaedsotsopmoced

    soedpilofsofsodetnenopmoc,sacirtsola

    oisstoP)K(

    3,0oslupmiodossimsnart,acitmsoosserpadoalugeroartnoc,ocisb-odicoirbliuqeodoaluger,osovren

    ocirdhoirbliuqeodelortnoc,ralucsum

    erfoxnE)S(

    52,0edetnenopmoc,sodaruflussodiconimaedetnenopmoc,soedracassilopocumedetnenopmoc,animaiteanitoib

    oacixotnisededseaer

    oidS)aN(

    51,0

    ,asovrenoudnoc,acitmsoosserpadoalugeroirbliuqeodoaluger,setneirtunedovitaetropsnart

    oirbliuqeodelortnoc,ralucsumoartnoc,ocisb-odicocirdh

    )lC(orolC 51,0oirbliuqeodoaluger,acitmsoosserpadoalugerodoamrof,ocirdhoirbliuqeodelortnoc,ocisb-odic

    ocirtsgocusonlCHoisngaM

    )gM(540,0

    ,sossosodetnenopmoc,samizne003edsiamedrotafocralucsum-oruenedadivita

    Adaptado de Spears (1999).

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    seguidas de selnio e iodo (Tokarnia et al., 1988). Os graus de defici-ncia, porm, variam bastante, desde estados carenciais leves ou sub-clnicos que afetam principalmente a produtividade e a fertilidade atestados graves com sintomatologia especfica (Tokarnia, 1998).

    As deficincias de minerais podem ser estudadas a partir daanlise do solo e da forragem onde os animais esto localizados.

    Porm, devido s variaes na disponibilidade e as interferncias dosdiferentes minerais, o diagnstico de deficincia mineral no animaldeve preferencialmente ser abordado a partir da anlise de fludos,principalmente sangue e urina, para obter uma idia mais aproximadado balano metablico de um determinado mineral.

    O presente trabalho revisa os principais minerais responsveispor deficincias importantes em ruminantes que podem ser diagnos-ticadas atravs da anlise de um indicador direto ou indireto em flu-

    dos biolgicos.

    Tabela 2: Funes metablicas mais importantes dos microminerais.

    lareniM onoisopmoC

    )mpp(omsinagro onuF

    )eF(orreF 08,anibolgomeh(oingixoedotnemanezamraeetropsnart samizneedetnenopmoc,snortleedetropsnart,)anibolgoim

    -4aninalalinef,esanegixonom-5onafotpirt,esalatac(

    )esatinoca,esanegixonom

    )nZ(ocniZ 03

    ,esanegordisedloocl(samizne07edsiamedetnenopmoc

    ,acinbracesardina,esaremilopANR,esaremilopAND

    ,acingosserpxe,)esanegordisedotavurip,esaditpepixobrac

    sanarbmemsadedadilibatse

    )uC(erboC 3 ,esanisorit,esadixolisil(samiznesatiumedetnenopmoc

    )esatumsidodixrepus,esadixoomorcotic

    )I(odoI 4,0 sonaidioeritsoinmrohsodetnenopmoc

    )nM(snagnaM 3,0

    ,esanigra,esalixobracotavurip(samizneedetnenopmoc

    lisocilg(ocitmiznerodavita,)lairdnocotimesatumsidodixrepus

    )sesarefsnart

    )oC(otlaboC 2,0 21Banimativadetnenopmoc

    oindbiloM

    )oM( 4-1

    ,esadixootiflus,esadixoanitnax(samizneedetnenopmoc

    )esadixoodedla

    )eS(oinleS 20,0 aninoritodoi,esadixorepnoitatulg(samizneedetnenopmoc

    )Iopitesadoied

    Adaptado de Spears (1999).

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    Clcio

    O clcio est intimamente associado ao metabolismo. No plas-ma, existe em duas formas, a forma livre ionizada (cerca de 45%) e aforma orgnica, associada a molculas tais como protenas, principal-mente albumina (cerca de 45%) ou a cidos orgnicos (cerca de 10%).O clcio total, forma como medido no sangue, contm a forma ioni-

    zada que biologicamente ativa, e a forma no ionizada. Estas duasformas esto em equilbrio e sua distribuio final depende do pH, daconcentrao de albumina e da relao cido-base. Quando existe aci-dose, a tendncia para aumentar a forma ionizada de Ca. Uma quedano nvel de albumina causa diminuio do valor de clcio sangneo.

    O nvel de clcio no plasma sangneo da maioria das esp-cies animais bastante constante, localizando-se entre 8 a 12 mg/dl.

    O sistema endcrino envolvendo a vitamina D3, o parator-mnio (PTH) e a calcitonina, responsveis pela manuteno dos n-

    Tabela 3:Concentrao plasmtica mdia, requerimentos mdios na alimen-tao e fontes de macro e microminerais.

    lareniM oartnecnoC

    acitmsalpsotnemireuqeR

    )acesairtaman( setnoF

    aC ld/gm31-4,7 %9,0-4,0 ,ossoeenrac,exiepedsahniraf,sasonimugel,etiel

    ociclcibotafsof

    P ld/gm6,9-0,2 %7,0-4,0 ,ossoeenrac,exiepedsahniraf,siaerec,etiel

    ocidssonomotafsof

    gM ld/gm0,3-8,1 %40,0-30,0 ,aahnileodoglaedsoleraf,sarudevel,ogirt

    gMedodix,sossoedahniraf,overt

    )lCaN(aN l/qem363-213 %1-6,0 etnemlapicnirp,laminamegiroedsotudorp

    mumoclas,sohniramK l/qem82-9 %8,0-5,0 Kedotedoi,Kedotanobracib,Kedoterolc

    lC l/qem734-604 %1,0 mumoclas,enraceexiepedsahnirafeF ld/gm332-75 mpp002-051 odagfeeugnasedsahniraf,setnemes,sasonimugeluC ld/gm002-01 mpp03-51 odagfeeugnasedsahniraf,snegatsap,setnemesnZ ld/gm38-57 mpp02-01 odoglaeajosedsahniraf,siaerec,sarudevel

    oC ld/gm7,0-5,0 mpp3,0-2,0 ,oCedoterolc,oCedotaflus,snegatsap

    oCedotanobracnM mpp01-5 nMedotaflus,enracedahniraf,ogirt,snegatsapeS mpp50,0 aBedotaneles,aNedotaneleseotineles

    I ld/gm02-5 mpp50,0-30,0 )lason(KedotedoioM mpp4-1 ajos

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    veis sangneos de clcio, atua de forma bastante eficiente para ajus-tar-se quantidade de clcio disponvel no alimento e s perdas queacontecem, principalmente na gestao e na lactao. O firme contro-

    le endcrino do Ca faz com que seus nveis variem muito pouco(17%) comparado com o fsforo (variao de 40%) e o magnsio(57%). Portanto, o nvel sangneo de clcio no bom indicador doestado nutricional, enquanto que os nveis de fsforo e magnsiorefletem melhor o balano nutricional com relao a estes minerais.

    A hipocalcemia freqente nas vacas leiteiras de alta produ-o, podendo causar febre do leite ou paresia do parto. A quantidadetotal de clcio em uma vaca adulta est em torno de 6.000 g, 90% dos

    quais armazenados nos ossos. Cerca de 1% (60 g) est no sangue enos tecidos moles, sendo que na corrente circulatria h cerca de 8 g.Uma vaca que produza 30 kg de leite perde diariamente cerca de 36g de clcio, isto , mais de 4 vezes a quantidade de clcio sangneo.Estima-se que durante o perodo de uma lactao, cerca de 18% domineral do esqueleto perdido. Portanto, a taxa de reposio deve serrpida o suficiente para cobrir a demanda e evitar a hipocalcemia.Qualquer interferncia com a absoro intestinal e a mobilizao

    ssea do Ca pode ser fatal.A absoro de clcio no intestino diminui com a idade. Ani-mais mais velhos sofrem reduo na capacidade de mobilizar reservasde Ca quando ocorrem desequilbrios, sendo, portanto, mais suscet-veis de sofrer hipocalcemia.

    A absoro de clcio no intestino tambm afetada por outrosfatores, tais como: (a) a relao Ca:P nos alimentos (a relao tima de 2:1); (b) a quantidade de protena na dieta, uma vez que a defi-

    cincia de protena causa diminuio da absoro de clcio; (c) aingesto excessiva de magnsio, que interfere com a absoro declcio, por competio nas clulas intestinais; (d) a suplementaoexcessiva de vitamina D3 que aumenta a absoro de clcio e podecausar calcificao dos tecidos moles.

    A hipercalcemia rara. Pode ocorrer por intoxicao comvitamina D, neoplasias, hiperparatireoidismo primrio e dietas ricasem Ca. Em touros, o excesso de clcio pode causar osteopetrose

    (excessiva calcificao dos ossos).

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    Fsforo

    A deficincia de fsforo o distrbio mineral mais comum e

    economicamente o mais importante em bovinos mantidos em regimede campo, devido s mltiplas funes que desempenha no organismoe deficincia generalizada em solos e forrageiras, alm do elevadocusto de sua suplementao.

    O fsforo existe em combinaes orgnicas dentro das clu-las, mas o interesse principal no perfil metablico reside no fsforoinorgnico que se apresenta no plasma. A manuteno do nvel de Pdo sangue governada pelos mesmos fatores que promovem a assi-

    milao do Ca. Porm, na interpretao do perfil os dois mineraisindicam diferentes problemas. Por outro lado, o controle da concen-trao de clcio via endcrina mais rigoroso e o nvel de fsforoinorgnico no plasma sangneo dos bovinos geralmente oscila bemmais que o nvel de clcio.

    Os nveis de P so variveis tambm em funo da grandequantidade que se recicla via saliva e sua absoro no rmen e intes-tino. A interrupo do ciclo leva a hipofosfatemia. Normalmente a

    perda de P nas secrees digestivas chega a 10 g/dia. Por outro lado,o P no rmen necessrio para a normal atividade da microflora eportanto para a normal digesto.

    A disponibilidade de P alimentar diminui com a idade (90%em bezerros, 55% em vacas adultas). Da que os nveis sangneos deP sejam menores em animais mais velhos. Deficincias no fsforono tem efeitos imediatos, como o caso do clcio, porm a longoprazo podem causar crescimento retardado, osteoporose progressiva,

    infertilidade e baixa produo. A deficincia severa de fsforo, ma-nifestada por nveis sangneos de

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    No leite a relao Ca:P de quase 1:1. Entretanto, a relaoCa:P tima nos alimentos para absoro de 2:1, a mesma que existenos ossos. Assim, no metabolismo normal haveria uma deficincia de

    P, especialmente em vacas em produo. Nesses animais, uma alimen-tao com concentrados, rica em P, pode evitar problemas de defici-ncia de P.

    Geralmente, as pastagens so abundantes em Ca e deficientesem P, acontecendo uma relativa deficincia de P por excesso de Ca.Porm, os ruminantes esto bem adaptados para compensar altas re-laes Ca:P (at mais de 3:1). Por outro lado, o excesso de suplemen-tao com Ca e P podem causar diminuio da absoro intestinal de

    outros minerais: Mg, Zn, Mn e Cu.Dietas com excesso de cereais, especialmente trigo, que con-tm alto teor de P, podem causar hiperfosfatemia em ovelhas e cabras,em decorrncia da qual pode ocorrer urolitase. O mesmo pode acon-tecer com gado sobrealimentado com concentrados.

    Visto que a deficincia de fsforo pode ser confundida comoutros estados deficitrios devido aos sinais clnicos e que deficin-cias marginais no so facilmente detectveis, o fator determinante

    para caracterizar a deficincia deste mineral a resposta favorvel nodesempenho do animal frente suplementao com fontes de fsforo.

    Magnsio

    No existe controle homeosttico do Mg, portanto sua con-centrao sangunea reflete diretamente o nvel da dieta. O controlerenal de Mg est mais direcionado para prevenir a hipermagnesemia,mediante a excreo do excesso de Mg pela urina. Diante de umadeficincia de Mg, seus nveis na urina caem a praticamente zero.Assim, os nveis de Mg na urina so indicadores da ingesto domineral nos alimentos.

    A hipomagnesemia tem srias conseqncias para os ruminan-tes podendo conduzir morte, enquanto que a hipermagnesemia nocausa maior transtorno. A hipomagnesemia ou a tetania hipomag-nesmica constitui uma doena da produo, geralmente causada pelabaixa ingesto de magnsio na dieta. O Mg absorvido no intestino

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    mediante um sistema de transporte ativo que pode ser interferido pelarelao Na:K e ainda pela quantidade de energia, de Ca e de P pre-sentes no alimento.

    A hipomagnesemia tambm pode ser conseqncia de umaexcessiva liplise em decorrncia de uma deficincia de energia.O Mg um mineral no essencial para o crescimento das

    pastagens. J o potssio, que essencial, muitas vezes fica em exces-so especialmente por causa dos fertilizantes. Esse K em excesso inibea absoro intestinal de Mg e, associado deficincia de Mg, podelevar facilmente a hipomagnesemia. O nvel de Mg no perfil metab-lico pode indicar estados subclnicos antes de surgir o problema (n-

    vel normal 2,0-3,0 mg/dl), sendo especialmente til antes do partopara evitar problemas de tetania no ps-parto, geralmente complica-dos com febre de leite.

    Configura-se hipomagnesemia com nveis abaixo de 1,75 mg/dl, aparecendo sintomas com concentraes abaixo de 1,0 mg/dl. Onveis de Mg na urina podem ser indicativos de deficincia quandoesto abaixo de 0,5 mg/dl (nvel normal de Mg na urina: 10-15 mg/dl). aconselhvel fazer monitoramento dos nveis de Mg no sangue

    ou na urina ao longo do ano para prevenir hipomagnesemias. O leite relativamente deficiente em Mg (0,15 g/kg), portanto recomenda-sesuplementar aos bezerros lactentes, os quais necessitam de 5 g/dia.

    A hipomagnesemia pode causar, alm da tetania,hiperexcitabilidade, reteno de placenta, bem como anormalidade dadigesto ruminal e diminuio da produo de leite. Tambm predis-pe apresentao de febre do leite em vacas aps o parto, devido aque nveis baixos de Mg (

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    dos intra e extracelulares, no transporte de nutrientes e na transmissode impulsos nervosos.

    Os sais de Na nos alimentos e nos suplementos minerais so

    fcil e rapidamente solubilizados e absorvidos pelo tratogastrointestinal. O Na absorvido por transporte ativo, atravs de umsistema de bomba Na-K-ATPase. Cerca de 80% do Na que entra notrato digestivo provm de secrees internas, tais como, saliva, flui-dos gstricos, bile e suco pancretico. O Na excretado na urinacomo sal, por ao primria da aldosterona, sendo excretado em pe-quenas quantidades nas fezes e no suor.

    A deficincia de Na a mais comum das deficincias mine-

    rais, principalmente nos animais em pastejo, devido a que os vegetais,em geral, contm baixos teores do mineral.Os animais mais predispostos a sofrer de deficincia de Na

    so aqueles que esto na fase de crescimento e recebendo dietasbaseadas em cereais ou forragens com baixo teor de Na. Tambmmerecem suplementao os animais em lactao, os que executamtrabalho e os que transpiram em abundncia ou que esto em condi-es de altas temperaturas.

    Os principais sintomas da deficincia de Na em ruminantesso alotrofagia (consumo de material estranho), plo spero e seco,baixa produtividade, exausto, atraso no crescimento em animais jo-vens, diminuio da produo de leite, perda de apetite e perda depeso. Sinais mais severos da deficincia incluem incoordenaomotora, irritao, fraqueza e arritmia cardaca que pode levar o ani-mal morte. O tratamento consiste na suplementao com sal conten-do 20 a 35% de NaCl, na quantidade de 45 a 50 g/animal/dia.

    Zinco

    O zinco participa como cofator ou ativador de vrias enzimas,principalmente DNA e RNA polimerases, sendo portanto participantede processos de proliferao celular e sntese de protenas. O Zn,sendo constituinte da anidrase carbnica, atua no equilbrio cido-bsico e na calcificao dos ossos e , nas aves, na formao da cascado ovo.

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    O Zn participa na produo, armazenagem e secreo de al-guns hormnios, tais como insulina, testosterona e cortisol, alm deativar os seus stios receptores nas clulas-alvo.

    Outra funo do Zn est relacionada com a integridade dosistema imunolgico, principalmente pela sua participao na prolife-rao de linfcitos.

    A absoro de Zn ocorre no rmen e, em animais monogs-tricos, no duodeno. A quantidade absorvida menor nos monogstri-cos (7-15%) do que nos ruminantes (20-40%), podendo ser afetadapela interao exercida por outros elementos como Ca, Cu e Fe. Aabsoro de Zn favorecida pelo Mg, fosfatos e vitamina D. O ex-

    cesso de cido ftico, presente principalmente nas forrageiras, noscereais e nas sementes de oleaginosas (soja, algodo) diminui a ab-soro do mineral, devido formao de um complexo insolvel defitato de Zn, podendo causar deficincia.

    As dietas a base de concentrados geralmente contm suficien-te Zn para garantir os valores nutricionais timos, ou seja, 40 ppmnos bezerros e 90 ppm em vacas em produo. Alimentos especial-mente ricos em Zn so cereais, farinha de ossos e melao. Entretanto,

    as pastagens brasileiras so geralmente deficitrias no mineral, sendorecomendada a sua suplementao em animais em pastejo. interes-sante que nunca ocorre deficincia de Zn quando se usam tubulaese tanques galvanizados para a distribuio de gua.

    O nvel sanguneo normal de Zn est entre 80 a 120 mg/dl,tendo como limiar indicador de deficincia 70 mg/dl. Um indicadoralternativo para avaliar o nvel de zinco a metalotionena, protenasintetizada pelo fgado que se une avidamente a Zn atravs de seus

    numerosos resduos de cistena. A metalotionena parece servir no scomo armazenadora de Zn, mas como detoxificante por unir cdmio,mercrio e outros metais pesados.

    O zinco parece ter um controle homeosttico bastante eficien-te, mediante diferenas na taxa de absoro no intestino, a qual podeaumentar a 100% em situaes de deficincia. A capacidade de arma-zenagem de Zn no fgado e nos ossos limitada e contribui poucopara a homeostase. A excreo do Zn feita principalmente pelas

    fezes (secreo pancretica, biliar e gastrointestinal), com pequenasquantidades sendo eliminadas pela urina e pelo leite.

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    A deficincia de zinco est relacionada com a apresentao devrios eventos:(a) baixo crescimento, por sua participao na proliferao celular e

    sntese de protenas;(b) cicatrizao retardada;(c) infertilidade, tanto em machos por falha na espermatognese,

    quanto em fmeas, por falhas na ovulao e na sobrevivnciaembrionria;

    (d) diminuio da competncia imunolgica por falha na resposta dasclulas T (produo de imunoglobulinas);

    (e) paraqueratose, com engrossamento e rachaduras da pele, especi-

    almente nos joelhos e na bere, considerado como sinal caracte-rstico da deficincia de Zn, particularmente em sunos;(f) alopecia, despigmentao do plo e perda de l;(g) falha de crescimento de cascos e chifres, com leses, deforma-

    es, laminite e claudicaes;(h) diminuio da sntese de protenas plasmticas causando hipoal-

    buminemia e hipoglobulinemia;(i) inflamao das articulaes;

    (j) queda da produo de leite.Tem sido mencionado que a fotossensibilizao, causada embovinos por toxinas ligadas ao fungo Pithomyces chartarum(esporo-desmina), presente em espcies do pasto Braquiaria, responde ao tra-tamento com Zn, sem que se tenha esclarecimento sobre este efeito.

    A suplementao de Zn pode ser feita em forma qumicacomo carbonato, sulfato, cloreto ou xido de Zn.

    Cobre

    O cobre importante componente de algumas metalopro-tenas, muitas das quais so enzimas vitais, quase todas participandode reaes de xido-reduo.

    O cobre tambm participa na hematopoiese por favorecer aabsoro intestinal de ferro, bem como a sua mobilizao. A pigmen-tao de plos e de l tambm depende do cobre.

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    O cobre participa ainda da mineralizao dos ossos, da forma-o e integridade do sistema nervoso central e da manuteno daestrutura do miocrdio.

    Na maioria das espcies, a taxa de absoro de cobre pelointestino baixa, sendo de 5-10% em adultos e de 15-30% em jovens.Como no caso do Zn, a taxa de absoro est influenciada pela neces-sidade do organismo, pela forma qumica do elemento e pela quantida-de de outros minerais, que podem exercer efeito antagnico. Nestesentido, o Mo um importante fator no caso do Cu. Nveis a partir de10 ppm de Mo no alimento causam interferncia na absoro intestinalde cobre. A relao Cu/Mo ideal para evitar interferncias de 4. O

    enxofre inorgnico e ainda o excesso de aminocidos sulfurados tam-bm limitam a absoro do cobre. O excesso de clcio bem como deprotena total tambm interfere com a absoro de cobre.

    O lugar de maior concentrao de cobre no organismo est nofgado, diminuindo com a idade. Os ovinos constituem uma exceo,pois a concentrao de cobre heptico aumenta com a idade.

    O cobre transportado do fgado para os rgos perifricospela ceruloplasmina, uma globulina plasmtica que atua como

    armazenadora e transportadora para manter a homeostase do cobre. Aconcentrao mdia normal de cobre no sangue de 80-120 mg/dl.Um nvel de cobre no sangue menor de 50 mg/dl indicador dedeficincia. A determinao de ceruloplasmina plasmtica ou daenzima superxido dismutase dos eritrcitos, que possuem uma altacorrelao com os nveis de cobre sanguneos, so tambm usadospara detectar estados carenciais. A excreo de cobre pela urina muito pequena.

    O cobre necessrio para a sntese de hemoglobina, junta-mente com o ferro, alm de participar na absoro intestinal emobilizao deste mineral. A deficincia de Cu causa anemia de tipohipocrmico. Em muitos casos, a doena insidiosa, ou seja, clinica-mente silente, causando perdas na produo e infertilidade.

    Como o cobre tem uma importante funo no sistemacitocromo-oxidase, sua deficincia causa transtornos no metabolismooxidativo, o que pode manifestar-se de mltiplas formas, entre outras

    por perda de condio corporal, crescimento retardado, queda da

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    produo e malabsoro intestinal que leva a diarria, constituindoeste um sintoma tpico de deficincia.

    A funo do Cu na osteognese faz com que, diante de uma

    deficincia, ocorra depresso do metabolismo dos osteoblastos comcrescimento defeituoso dos ossos, claudicaes e osteoporose.O papel do Cu na sntese de melanina e de tecido conjuntivo

    leva, na carncia do mineral, a transtornos na pele como aspereza,alopecia, perda de pigmentao do plo e perda da ondulao na l.Casos graves de deficincia de cobre em bovinos podem levar a dege-nerao do miocrdio por falha na oxidao do tecido cardaco, quecausam degenerao fibrosa progressiva e podem levar a morte sbita.

    Em carneiros jovens, a deficincia de cobre causa falha namielinizao dos neurnios, devido diminuio na sntese deesfingolipdeos, provocando incoordenao e problemas para cami-nhar (ataxia).

    A deficincia de cobre tem sido detectada em muitos pases.No Brasil, foi detectada deficincia de cobre unida a deficincia decobalto em vacas e ovelhas da regio nordeste, chamando o problemacomo Mal do Roncado, doena caracterizada por baixo crescimento

    dos animais (Tokarnia et al., 1973).Em geral, pastos com menos de 3 ppm de cobre podem desen-cadear deficincias, o que pode ser agravado se tiver excesso de Mo,S, Fe, Ca ou de protenas. Dietas baseadas em concentrados geral-mente tm suficiente teor de cobre para evitar deficincias. Entretan-to, as pastagens em quase todo o Brasil so deficitrios em cobre.Depois do fsforo, a deficincia de Cu a mais severa limitao emanimais em pastejo.

    Quando existam riscos de deficincia de cobre resulta tilsuplementar preventivamente para garantir 10 ppm na matria seca doalimento, na forma de sulfato de cobre, tomando cuidado para evitarsobredosificao, s vezes fatal especialmente em ovelhas que soanimais mais sensveis ao excesso de Cu. Em casos de deficinciacom sintomas clnicos manifestos, o melhor medicar o cobre viaparenteral.

    As ovelhas so a espcie mais suscetvel de sofrer intoxicao

    com cobre, ocorrendo inclusive em animais em pastejo com altos

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    ndices de cobre e baixos de molibdnio no solo. O consumo exces-sivo de cobre leva a acmulo nos tecidos, principalmente no fgado,sem que sejam observados sinais clnicos. Em situaes de stress, e

    quando o fgado esgota a sua capacidade de armazenamento, o cobre liberado rapidamente para o sangue, causando uma crise hemoltica,caracterizada por hemoglobinria, ictercia e hemorragias generaliza-das. A necropsia revela sempre severa necrose heptica. Outros sin-tomas observados na intoxicao por cobre so gastroenterite severacom dor e diarria devido irritao das mucosas, queda da tempe-ratura corporal, aumento da freqncia cardaca, colapso e morte em24 horas. O molibdnio pode ajudar nos casos de intoxicao por

    cobre, ajudando a diminuir a sua absoro.

    Iodo

    O metabolismo do iodo est estreitamente relacionado com atireide, pois o nico rgo que pode acumular iodo em altas quan-tidades e incorpor-lo nos hormnios tireoidianos (HT).

    As plantas marinhas so boas fontes de iodo, mas as plantas

    terrestres no o contm, existindo amplas regies do planeta que sodeficientes em iodo e que constituem reas de risco de bcio. Atual-mente, com a iodao do sal, menos freqente encontrar bcio nosanimais ou no homem.

    O iodo deve ser incorporado no sal em proporo de 10 a 100ppm de sal. Contudo, as principais fontes do elemento, iodetos de K,Na e Ca, podem ser lixiviados e evaporados na mistura de sal emcondies de temperatura e umidade elevadas. Desta forma, no seriararo observar deficincias de iodo por diminuio da concentraodeste elemento no sal.

    Em geral, a quantidade diria recomendada de iodo na dieta de 35 mg/kg de peso corporal para adultos e de 70 mg/kg de pesopara neonatos. O leite no fonte adequada de iodo, contribuindocom apenas 5% dos requerimentos.

    Sob nveis normais de ingesto de iodo, a concentrao deiodeto inorgnico no plasma do co de 5 a 10 mg/dl. O excesso deiodo excretado principalmente pela urina ou pelo leite. Pequenas

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    quantidades podem ser excretadas via saliva, lgrimas e suor. Nosruminantes, as fezes servem de significativa via de excreo de iodo.

    Para avaliar o status de iodo no organismo podem ser medidos

    seus nveis no sangue, na urina e/ou no leite. Considera-se que, navaca, nveis de iodo no leite abaixo de 8 mg/dl so indicadores dedeficincia. J no plasma do suno, o limiar indicador de deficincia de 2 mg/dl. A forma mais prtica para avaliar o equilbrio de iodo mediante a dosagem dos hormnios tireoidianos, principalmentetiroxina, no plasma.

    A deficincia de iodo causa diminuio da atividade tireoidia-na e, em casos avanados, o bcio, que a hiperplasia no neoplsica

    e no inflamatria da tireide. Pode ser observado em todos os ma-mferos, sendo causado por: (a) deficincia de iodo, (b) ingesto desubstncias bociognicas, (c) excesso de iodo na dieta, ou (d) falhasgenticas de enzimas da via biossinttica dos HT. Todas estas causasdiminuem a secreo dos HT, o que leva a uma elevada secreocompensatria de TSH da hipfise, provocando hiperplasia e hiper-trofia das clulas foliculares da tireide.

    A principal causa de bcio a deficincia de iodo, mas as

    substncias bociognicas, contidas em alguns alimentos so tambmcausas importantes. As substncias bociognicas so aquelas que alte-ram a sntese, liberao ou ao dos hormnios tireoidianos. Os tiocia-netos se produzem no rmen pela digesto de plantas com glicosdeoscianognicos (trevo branco, gergelim, soja). As plantas crucferas dogneroBrassica (repolho, couve, brcolis) contm goitrina, substnciabociognica derivada dos glicosinolatos destas plantas, que inibe aorganificao do iodo. Outras plantas como a leguminosa Leucaena

    leucocephala contm mimosina, aminocido txico para a tireide. Oexcesso de iodo na alimentao pode ocorrer por consumo de algassecas, podendo causar bcio pois interfere na biossntese dos HT aoinibir a protelise da tireoglobulina nos lisossomos.

    Mangans

    O mangans atua como cofator enzimtico nas vias relaciona-das com sntese de ATP, alm de ser ativador de enzimas. O Mg,

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    ction bivalente, pode substituir parcialmente ao Mn com pouco ounenhum prejuzo da atividade enzimtica.

    O Mn essencial no desenvolvimento da matriz orgnica dos

    ossos, composta basicamente por mucopolissacardeos. Quando ocor-re deficincia de Mn, o sulfato de condroitina, da cartilagem epifisi-ria, diminui acentuadamente.

    O Mn tambm parece estar relacionado com o desenvolvimen-to dos rgos genitais e o funcionamento do corpo lteo. Tambm, oMn participa da sntese de colina e de colesterol.

    O Mn nico no sentido de que se absorve muito pouco, nomais de 1% no intestino, e tem nveis sanguneos muito baixos (1 mg/

    l). A absoro ainda pode ser diminuda por nveis elevados de clcioe fsforo. Seu transporte no sangue feito principalmente pelatransferrina e sua distribuio maior em ossos, fgado, rins e pn-creas. As reservas corporais so baixas e diante de um excesso de Mnna dieta, diminui a eficincia de absoro e aumenta a excreo,principalmente nas fezes (98%).

    O nvel de Mn considerado apropriado nos alimentos de 50ppm. Pode ocorrer deficincia em solos pobres em Mn (

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    importante de glicose via gliconeognese. A vitamina B12tambm par-ticipa da formao dos eritrcitos, participando na sntese daprotoporfirina.

    Nos ruminantes a fonte de vitamina B12 so os microorga-nismos do rmen, sempre que houver suficiente cobalto disponvel. Avitamina se absorve facilmente nas paredes do rmen.

    Existe deficincia de cobalto em muitas partes do planeta,embora seja difcil de detectar devido falta de um mtodo rpido ebarato para a dosagem do Co, o qual se determina por espectrofoto-metria de absoro atmica ou da vitamina B12no sangue, determina-da por radioimunoensaio. Um mtodo indireto para detectar estados

    deficitrios mediante a determinao de cido metilmalnico naurina, pois este metablito se acumula, excretando-se pelo rim quan-do falta vitamina B12.

    A pastagem torna-se deficitria com concentraes de Co in-feriores a 0,08 ppm, ou quando o solo tem menos de 0,25 ppm. NoBrasil, principalmente na regio centro-oeste, as forrageiras costu-mam ser deficientes em cobalto. A situao se complica em solosalcalinos porque o pH elevado interfere com a absoro de Co pela

    planta. O excesso de mangans no solo tambm atua como inibidorda disponibilidade de cobalto pelas plantas. Os nveis sanguneosnormais de Co so da ordem de 300-400 mg/ml. Nveis menores de250 mg/ml indicam deficincia.

    A sintomatologia de deficincia de cobalto em ruminantesrene uma srie de sinais que tm sido integrados na definio demarasmo enzotico. No Brasil tem recebido nomes como peste desecar, mal-do-colete, chorona, toca e pela-rabo.

    Os animais com deficincia de Co/vitamina B12 sofrem ane-mia, hipoglicemia, queda da produo, perda de apetite, pele e pela-gem speras, emaciao, letargia, infertilidade e cetose. Bezerrosnascidos de vacas deficientes em cobalto nascem fracos e morrem empoucos dias.

    O tratamento nos ruminantes consiste na suplementao ade-quada de cobalto necessariamente por via oral, de forma a garantir umnvel de 0,07 ppm na matria seca. A administrao parenteral de

    cobalto ineficaz no tratamento da deficincia. Nos monogstricos e

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    em alguns casos de ruminantes, pode ser necessria a injeointramuscular de vitamina B12.

    Selnio

    Os limites entre nveis essenciais e txicos do selnio sobastante estreitos, mas a essencialidade deste elemento foi reconheci-da desde 1957, como fator preventivo da degenerao do fgado emratos, a ditese exudativa dos pintos e a distrofia muscular dos bezer-ros e cordeiros.

    Junto com a vitamina E, o Se tem funo protetora antioxi-

    dante das membranas plasmticas contra a ao txica dos perxidoslipdicos (peroxidao dos cidos graxos insaturados ligados a fosfo-lipdios de membrana). O Se participa como componente da enzimaglutation peroxidase (GSH-Px), presente em grande quantidade noseritrcitos. O contedo de Se no organismo est positivamente rela-cionado com a atividade da GSH-Px no sangue. Nveis sanguneosmenores de 200 mU/l da enzima indicam deficincia de Se.

    A vitamina E limita a peroxidao dos cidos graxos insa-

    turados. O Se apresenta interao com esta vitamina em relao a seuefeito com os aminocidos sulfurados, via cistina-glutation, embora omecanismo bioqumico no est esclarecido. Em alguns casos, a vi-tamina E reduz a necessidade de Se, e vice-versa.

    Muitos solos, especialmente solos cidos, so deficientes emSe. A concentrao de Se nas plantas abaixo de 0,1 ppm consideradacrtica para que ocorram casos clnicos de deficincia, causando a cha-mada distrofia muscular enzotica ou doena do msculo branco.

    A deficincia de Se/vitamina E causa acmulo de perxidosnas membranas celulares causando necrose, com posterior fibrose ecalcificao, principalmente nos msculos esqueltico e cardaco. Oconsumo de cidos graxos insaturados (de leos vegetais) e a defici-ncia de vitamina E podem precipitar o problema. Tambm, a arma-zenagem de cereais midos ou tratados com cido propinico emsilos causa destruio da vitamina E, produzindo silagem deficiente.

    Os animais mais afetados so as aves, as ovelhas e os rumi-nantes jovens em rpido crescimento. s vezes pode acontecer morte

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    sbita devida a leses no msculo cardaco (distrofia e calcificaono miocrdio).

    De forma menos aguda, pode ocorrer queda da produo,

    diminuio do crescimento e diarria, degenerao muscular comclaudicao e decbito. Tambm pode ser notado edema, principal-mente no mesentrio, pulmo e tecido subcutneo.

    O aumento na incidncia de reteno placentria tem sidomencionada em vacas como efeito da deficincia de Se, devido a quea suplementao com Se/vitamina E tem diminudo tal incidncia.Existem evidncias que mostram que o Se e a vitamina E melhorama imunocompetncia, demonstrado pelo aumento de produo de

    imunoglobulinas.Em vacas a deficincia de selnio/vitamina E predispe asofrer de sndrome de fgado gorduroso, talvez devido ao dano sobreas membranas dos hepatcitos causado pelos perxidos.

    Na deficincia de selnio, alm de uma diminuio da ativi-dade da enzima GSH-Px, o perfil sanguneo mostra aumento da ati-vidade das enzimas indicadoras de dano muscular, principalmentecreatina quinase (CPK) e alanina aminotransferase (AST).

    O nvel adequado de Se no alimento est por volta de 0,1ppm. A concentrao de Se no sangue varia em funo da espcie: emcavalos de 26 mg/ml, em gado de corte pode estar entre 19 a 48 mg/ml, em ovelhas o nvel mnimo deve estar em 0,1 mg/ml, sendo quenveis abaixo de 0,05 mg/ml no sangue so compatveis com sintomasde deficincia.

    O tratamento pode incluir a suplementao de Se no alimento(0,1 ppm) na forma de sais inorgnicos (selenito e selenato de sdio)

    ou de formas orgnicas (selenometionina, selenocistena, Se-levedu-ra). Tambm pode ser administrado em injeo intramuscular (0,1 mgde Se/kg de peso e 70 UI de vitamina E), sempre tendo cuidado comprovocar uma intoxicao, pois uma dose de 1 mg/kg de peso (10vezes a dosagem indicada) pode ser mortal.

    No Brasil sabe-se que existem tanto regies pobres em Se,como selenferas; porm falta adequada demarcao. Entretanto, apesquisa disponvel mostra que a maior parte do territrio pobre

    neste mineral.

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    MARCADORES BIOQUMICOS NOCONTROLE DE PROBLEMAS

    METABLICOS NUTRICIONAIS EMGADO DE LEITE1

    Fernando Wittwer M. M.V.; M.V.Sc.Universidade Austral do Chile, Valdivia - [email protected]

    Introduo

    O processo de intensificao nos sistemas de produo deleite, requerido para alcanar uma adequada rentabilidade na empresa

    pecuria, tem levado a um aumento do risco de apresentao de trans-tornos metablicos nos rebanhos leiteiros, em funo de que facil-mente podem ocorrer desequilbrios entre o ingresso de n