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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA CURSO DE ESTATÍSTICA JOSÉ EDSON FERREIRA NUNES JÚNIOR Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em Estatística no Brasil NATAL 2016

Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em ...€¦ · Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET. Nunes Júnior, José Edson Ferreira. Perfil sócio demográfico

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA

CURSO DE ESTATÍSTICA

JOSÉ EDSON FERREIRA NUNES JÚNIOR

Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em Estatística no

Brasil

NATAL

2016

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JOSÉ EDSON FERREIRA NUNES JÚNIOR

Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em Estatística no

Brasil

Monografia apresentada junto a Universidade Federal

do Rio Grande do Norte - UFRN, como parte dos

requisitos necessários para título de Bacharel em

Estatística.

Orientação: Prof. Dr. Marcelo Bourguignon Pereira.

NATAL

2016

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.

Nunes Júnior, José Edson Ferreira.

Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em Estatística no Brasil / José

Edson Ferreira Nunes Júnior. - Natal, 2016. 34 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Bourguignon Pereira.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ciências Exatas e da Terra. Departamento de Estatística.

1. Estatísticos – Monografia. 2. Grade of membership – Monografia. 3. Perfil – Monografia. 4. Rendimento – Monografia. I. Pereira, Marcelo Bourguignon. II.

Título.

RN/UF/BSE-CCET CDU: 311-051

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José Edson Ferreira Nunes Júnior

Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em Estatística no

Brasil

Monografia apresentada junto a Universidade Federal

do Rio Grande do Norte - UFRN, como parte dos

requisitos necessários para título de Bacharel em

Estatística.

_______________________________________________

Prof. Dr. Marcelo Bourguignon Pereira (UFRN)

(Orientador)

_______________________________________________

Prof. Dr. Pledson Guedes de Medeiros (UFRN)

(Examinador interno)

_______________________________________________

Profa. Dra. Jeanete Alves Moreira (UFRN)

(Examinador interno)

Resultado: APROVADO

Em: 23/11/2016

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à minha família, suporte para todos os momentos.

Agradeço ao professor, amigo e companheiro de time Marcelo, por topar ser meu

orientador e auxiliar na construção dessa monografia. Assim como agradeço aos professores

do Departamento de Estatística, que durante meus três anos de curso se mostraram sempre

dispostos a me ajudar quando solicitados.

Por fim, agradeço aos meus amigos, todos que fiz enquanto aluno da UFRN, das mais

diversas graduações e pós-graduações. Por se tratar de uma monografia referente ao curso de

graduação em Estatística, não posso deixar de agradecer de forma especial aos meus amigos

do referido curso, em especial os amigos e amigas da coorte de 2014, da qual faço parte. De

forma ainda mais especial, agradeço a quatro integrantes da minha coorte, pessoas que

compartilhei grandes momentos neste período, e espero que a vida permita que assim

continue.

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"Estatística, a menos exata das ciências exatas!"

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7

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo definir o perfil sócio demográfico e profissional

daquelas pessoas cuja formação superior se deu no curso de Estatística em qualquer estado

brasileiro. Trata-se de um levantamento quantitativo em que foram utilizados os microdados

amostrais do censo demográfico do ano de 2010 para uma análise descritiva e também a

aplicação do método grade of membership para a determinação dos perfis de classificação

para os estatísticos. O método grade of membership consiste na estimação da probabilidade

de resposta l a uma variável j no perfil k, gerando um grau de pertinência de cada individuo

a um determinado perfil extremo. O estudo em questão permitiu uma visão geral sobre as

características dos estatísticos brasileiros e revelou a existência de três perfis extremos dentre

os estatísticos avaliados: i) um perfil com maior rendimento, englobado por pessoas de idade

mais avançada e centrado nas regiões Sudeste e Centro-Oeste; ii) um perfil de rendimento

intermediário, composto por jovens e também centrado no Sudeste; iii) um perfil de

rendimento inferior, consistindo de pessoas de idade intermediária que residem e trabalham

nas demais regiões. Através dessa classificação foi possível observar as diferenças pessoais,

profissionais e demográficas dos estatísticos nas regiões geográficas brasileiras.

Palavras chave: Estatísticos, grade of membership, perfil, rendimento.

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ABSTRACT

This study aims to define the socio demographic and professional profile of those people

whose higher education was given in the course of Statistics in any Brazilian state. This is a

quantitative survey in which the sample data from demographic census 2010 was used to a

descriptive analysis and applied to the grade of membership method for determining the

classification profiles for statisticians. The grade of membership method consists of

estimating the probability of l response to a j variable on k profile, creating a degree of

relevance of each individual to a certain extreme profile. The study in question allowed an

overview of the characteristics of the Brazilian statistical and revealed the existence of three

extreme profiles among the evaluated statistics: i) a profile with higher income, encompassed

by aged people and centered in the Brazilian Southeast and Center-West regions; ii) an

intermediate income profile, composed of young people and also centered in the Southeast

Brazilian region; iii) lower income profile, consisting of people of middle age who live and

work in other regions. Through this classification was possible to observe personal

differences, professional and demographic statistical in geographical regions.

Key words: Statisticians, grade of membership, profile, income.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 10

2. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 12

2.1 Fonte de dados ........................................................................................................... 12

2.2 Variáveis .................................................................................................................... 12

2.3 Método Grade of Membership (GoM) ....................................................................... 13

2.3.1 Definição dos perfis ............................................................................................. 15

2.3.2 Caracterização dos perfis extremos ..................................................................... 16

3. ANÁLISE DE RESULTADOS .................................................................................................. 17

3.1 Análise descritiva dos dados ...................................................................................... 17

3.1.1 Características Gerais ......................................................................................... 17

3.1.2 Migração ............................................................................................................. 20

3.1.3 Trabalho e renda ................................................................................................. 22

3.2 Análise de perfis ........................................................................................................ 26

4. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 34

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 35

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1. INTRODUÇÃO

A Estatística é uma ciência que pode ser utilizada em praticamente todas as áreas do

conhecimento. As técnicas estatísticas podem ser utilizadas, por exemplo, na medicina,

agricultura, ciências sociais, jornalismo, engenharia e diversas outras áreas. A palavra

“estatística” é proveniente do latim status (estado), e a utilização de suas técnicas datam desde

a antiguidade, quando os estados viram como necessário o conhecimento relativo à sua

população e território (BORIM; COUTINHO, 2005).

As técnicas estatísticas buscam a otimização de serviços, o estabelecimento de

parâmetros e/ou controle de qualidade de produtos ou serviços, a interpretação de dados, o

mapeamento do tipo de cliente que atende ao seu mercado, previsão de vendas, lucros,

características comuns dos clientes, planejamento de um levantamento amostral,

experimentação laboratorial e industrial, estudar fenômenos através de curvas ou modelos,

coletar, analisar e resumir dados, dentre outros. O amplo leque de possibilidades para o uso da

estatística justifica a profissão ser uma das mais necessárias e importantes no mercado,

independente da área de atuação.

No Brasil, a estatística deu seus primeiros passos através da Real Academia de

Artilharia, Fortificação e Desenho, que foi criada em 1792 e teve seu programa matemático

ampliado em 1810, introduzindo o estudo de “Cálculo de Probabilidades” (recém-consolidado

por Laplace) em sua grade. Em 1934 foi criado o INE (Instituto Nacional de Estatística), que

em 1938 foi fundido ao Conselho Brasileiro de Geografia e passou a ser chamado de IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A profissão de Estatístico no Brasil foi

estabelecida em 1965, através da lei nº 4739, e regulamentada em 1968 pelo decreto nº 62497,

em que foi criada a CONFE (Conselho Federal de Estatística) e os CONRE’s (Conselho

Regional de Estatística).

Cabe ao CONFE “orientar, supervisionar, disciplinar e fiscalizar o exercício da

profissão de Estatísticos em todo o território nacional e contribuir para o desenvolvimento da

Estatística no país” (CONFE; 1972; p.5). O CONFE também funciona como órgão consultivo

do governo, no que tange os interesses profissionais da profissão. Os CONRE’s são órgãos

vinculados ao CONFE e constituem junto a este uma autarquia vinculada ao Ministério do

Trabalho (CONFE; 1974). No total, existem sete CONRE’s, cada um possui uma jurisdição e

uma sede atribuídas através da resolução CONFE nº 2, de 1968. “O CONRE é o órgão

executivo da Autarquia na área de sua jurisdição, responsável [...] pela aplicação e execução

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da Lei e do Regulamento que dispõe sobre o exercício da profissão de Estatístico [...].”

(CONFE; 1974; p.2)

Atualmente, segundo o CONFE1, o Brasil possui 32 cursos de graduação em

Estatística, distribuídos por todo o país. E segundo o Censo Demográfico de 2010 (utilizando-

se dos pesos demográficos distribuídos para cada indivíduo entrevistado na amostra), estima-

se que existam no Brasil mais de 11 mil estatísticos formados.

Dadas estas informações, o presente trabalho teve como objetivo estudar os graduados

em Estatística no Brasil que foram entrevistados através do questionário amostral do censo

demográfico de 2010, realizado pelo IBGE. Foi realizado um levantamento demográfico,

migratório, social e profissional dos Estatísticos, em que foi possível a visualização de

diversas informações a respeito dos formados. Além disso, foi utilizado o método Grade of

Membership (GoM) -detalhado no capítulo posterior- para a determinação de uma tipologia

referente aos estatísticos através do delineamento de perfis característicos.

A metodologia do presente trabalho é inédita no tocante a sua aplicação específica em

estatísticos formados. Informações sobre os bacharéis em Estatística no Brasil são vagas e a

literatura não apresenta estudo específico sobre o tema. Espera-se que o presente trabalho

amplie a visão demográfica e profissional sobre os estatísticos no Brasil e possibilite e

estimule a elaboração de trabalhos futuros com base nesta temática.

Além deste capítulo introdutório, a presente monografia apresenta outros três

capítulos. As poucas informações referentes ao tema abordado pela presente monografia

tornaram inviável a elaboração de um capítulo exclusivo de referencial teórico. Assim, coube

ao presente capítulo realizar uma breve introdução sobre a situação da Estatística no Brasil. O

capítulo dois possui natureza metodológica, dando informações sobre os dados utilizados,

assim como informações referentes às técnicas estatísticas aplicadas sobre estes dados. O

terceiro capítulo possui os resultados obtidos e análises realizadas sobre eles. O capítulo três

pode ser visualizado em duas principais seções: a primeira apresenta resultados descritivos

sobre os dados, visualizados sobre algumas dimensões específicas, e a segunda apresenta um

resultado tipológico dos dados, em que o foco das análises são os perfis delineados pelo GoM.

O quarto e último capítulo apresenta as considerações finais do trabalho, que tenta exibir de

forma sintética os resultados verificados.

1 https://goo.gl/MYV8Wv

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2. METODOLOGIA

2.1 Fonte de dados

Para o exercício desta atividade, foram utilizados dados coletados por meio do Censo

Demográfico brasileiro de 2010. O Censo Demográfico é coordenado pelo IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística) em realizações decenais, abrangendo todo o território

nacional e sua população, e coleta as mais diversas informações referentes às características

pessoais e domiciliares através de um questionário básico.

Existe também no Censo Demográfico um questionário amostral, aplicado em uma

parcela da população em cada município. O percentual da população que compõe o banco de

dados amostral varia de acordo com o tamanho populacional de seu município. No censo de

2010 foram utilizadas cinco frações diferentes, de municípios com população de até 2.500

habitantes que tiveram 50% de sua população entrevistada pelo questionário amostral, a

municípios com mais de 500.000 habitantes, em que apenas 5% de sua população respondeu

ao questionário amostral (ALBIERI; FREITAS, 2008).

Este trabalho concentra-se nas pessoas que responderam, no questionário amostral,

que possuem graduação em Estatística, independente de nacionalidade ou outros fatores. Um

total de 691 estatísticos foi identificado pelo censo em todas as regiões brasileiras. Para a

aplicação do método GoM, apenas estatísticos que realizavam alguma atividade remunerada

na data de referência do censo (537 indivíduos) foram levados em consideração.

2.2 Variáveis

As variáveis utilizadas abrangeram as mais diversas informações referentes aos

estatísticos. Questões pessoais, educacionais, profissionais e migratórias foram utilizadas

tanto para análise descritiva quanto para aplicação do método GoM. A listagem completa de

variáveis pode ser encontrada no dicionário de descrição das variáveis, disponibilizados no

sítio eletrônico do IBGE2.

As variáveis foram trabalhadas por meio dos softwares Microsoft Excel 2010 e IBM

SPSS Statistics 22. Onde foram abordadas de forma descritiva e também foram configuradas

para ser possível a aplicação do método GoM.

2 https://goo.gl/fVo3QC

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2.3 Método Grade of Membership (GoM)

Para a criação de uma tipologia referente aos estatísticos, será utilizado o método

Grade of Membership (GoM). “O GoM é um método de modelagem de dados categorizados

que permite o agrupamento dos indivíduos utilizando a lógica dos conjuntos difusos”

(CARDOSO et. al., 2011, p.337). Ou seja, o método em questão analisa os dados utilizados e,

através deles, gera perfis extremos de pertinência, em que cada perfil possui características

estimadas pelo próprio método.

É com o objetivo de superar as maiores dificuldades na construção de uma

classificação, que são a identificação dos grupos (perfis) e a descrição das diferenças entre

eles, que o GoM é utilizado (MANTON et at., 1994), pois o mesmo consegue lidar com estes

problemas, apresentando vantagem em relação a outros métodos de classificação. O GoM se

utiliza do método de máxima verossimilhança e é necessária a presença exclusiva de variáveis

discretas para sua utilização. Ou seja, caso existam variáveis contínuas no conjunto de dados,

elas devem ser categorizadas, ou então o processo de aplicação do GoM será inviabilizado.

O GoM classifica os indivíduos em grupos através da lógica difusa (fuzzy sets), que se

baseia na atribuição pós-análise de um grau de pertinência (ou grau de pertencimento, ou

score GoM) para cada elemento referente a cada perfil extremo gerado. Ou seja, um indivíduo

pode pertencer parcialmente a mais de um perfil, algo que não ocorre na maioria dos métodos

estatísticos padrões (análise de agrupamentos, por exemplo), que se utilizam da lógica

discreta (crisp sets), em que cada indivíduo apresenta uma pertinência dicotômica para cada

perfil (ou o indivíduo faz parte ou o indivíduo não faz parte do perfil).

Este grau de pertinência é denotado por gik e seus valores variam no intervalo [0,1].

Um elemento i com grau de pertinência 0 (zero) não pertence ao perfil de referência k, ao

passo que o grau de pertinência 1 (um) indica que o elemento possui todas as características

do k-ésimo perfil (SALEJ, 2009). Na medida em que um elemento apresenta um alto grau de

pertencimento em relação a um perfil extremo, mais distante ele estará dos demais perfis.

Existe ainda a possibilidade de o indivíduo pertencer parcialmente a mais de um perfil,

ocasionando assim a criação de perfis mistos.

Os escores gik devem atender as seguintes restrições:

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i. kig ik ,10 ;

ii. igK

k

ik

11

.

Define-se Yijl como a resposta do indivíduo i, à categoria l, da variável j, sendo esta

uma variável binária, assumindo valor 1 (um) caso a resposta pertença à l-ésima categoria ou

0 (zero), caso contrário. As seguintes suposições são necessárias para a formulação do

modelo:

1) As variáveis aleatórias Yijl são independentes para diferentes valores de i, ou seja, as

respostas das diferentes unidades de estudo são independentes;

2) Os valores de gik, k = 1, 2,..., K são realizações das componentes do vetor aleatório ξi

= (ξ1, ξ2, ξ3, ... ξk) com função de distribuição H(x) = P( ξi ≤ x ).

3) Se o grau de pertinência gik é conhecido, as respostas de cada elemento i, para as

várias questões (Yijl) são independentes para as categorias de cada variável;

4) A probabilidade da resposta l, para a j-ésima variável, pelo elemento com k-ésimo

perfil extremo é denotada por λkjl. Por pressuposto do modelo, existe pelo menos um

elemento que é membro bem definido do k-ésimo perfil. Este pressuposto dá a

probabilidade de resposta, para este elemento, para os vários níveis de cada variável.

Os valores de λkjl obedecem às seguintes restrições:

iii. ljkkjl ,,10 ;

iv. i

kjl jk,1 .

5) A probabilidade de uma resposta l para a j-ésima variável pelo elemento i,

condicionada aos escores gik, é dada por:

K

k

kjlikijl gYP1

)1( .

Com base nas informações é possível formular o modelo de probabilidade para

estimação de máxima verossimilhança. O modelo de probabilidade, para uma amostra

aleatória, é o produto do modelo multinomial com a probabilidade de cada elemento dado por:

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K

k

kjlikijl gYE1

)( ,

em que cada gik e λkjl são conhecidos e satisfazem as restrições i, ii, iii e iv.

Considerando os pressupostos, a função de máxima de verossimilhança pode ser

escrita como:

𝐿(𝑌) = ∏ ∏ ∏ (∑ 𝑔𝑖𝑘𝜆𝑘𝑗𝑙

𝐾

𝑘=1

)

𝑦𝑖𝑗𝑙𝐿𝑗

𝑙=1

𝐽

𝑗=1

𝐼

𝑖=1

O processo de cálculo é iterativo e incremental. A principal vantagem da

caracterização pelo método GoM é que nenhuma suposição sobre a distribuição das

variáveis (Yij) é necessária. Isso ocorre porque os parâmetros de pertencimento (gik)

não são considerados como seguindo uma distribuição e os parâmetros de

probabilidade (λkjl) são estimados simultaneamente a eles. Dessa forma a

distribuição dos elementos de análise é absorvida na estimação de gik sem

contaminar ou influenciar os λkjl. (SALEJ, 2009, p.7)

2.3.1 Definição dos perfis

Um indivíduo i pertencerá a um determinado perfil extremo k se:

gik ≥ 0.75 , para um determinado k, ou

0.5 ≤ gik < 0.75, para um determinado k; e gik < 0.25, para os demais k’s.

O perfil de um indivíduo i é considerado misto se:

0.5 ≤ gik < 0.75, para o valor k de características principais, e

0.25 ≤ gik < 0.5, para o valor k de características secundárias, e

gik < 0.25, para o valor k restante.

Para indivíduos que apresentem: gik < 0.5, para todos os perfis extremos k’s, o perfil é

considerado “Não Definido”.

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2.3.2 Caracterização dos perfis extremos

Quando os valores estimados de λkjl superam a frequência percentual de uma

determinada variável-resposta em um determinado percentual, pode-se considerar esta

característica pertencente ao referido perfil. Este valor é arbitrário e sua escolha dependerá do

grau de heterogeneidade que se queira apreender da amostra. Quanto maior este valor, mais

restritivo será o processo de inclusão de categorias de variáveis a um determinado perfil. Para

o presente trabalho o valor definido foi de 20%, valor este utilizado de forma majoritária na

literatura (CERQUEIRA, 2004; CARDOSO, 2011).

Page 17: Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em ...€¦ · Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET. Nunes Júnior, José Edson Ferreira. Perfil sócio demográfico

17

3. ANÁLISE DE RESULTADOS

3.1 Análise descritiva dos dados

3.1.1 Características Gerais

O estudo aqui realizado abordou informações referentes aos estatísticos presentes nos

microdados amostrais do censo demográfico de 2010 em todo o Brasil. Foram contabilizados

691 estatísticos, em que mais da metade reside na região sudeste brasileira (Figura 1),

demonstrando como a região é de fato o grande polo brasileiro referente à profissão de

estatístico. Devido à presença de empresas e melhores oportunidades, os estatísticos formados

residem em quase sua totalidade em zonas urbanizadas (Figura 2).

Figura 1 - Distribuição de graduados em Estatística, no Brasil, segundo região de moradia, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

%

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18

Figura 2- Distribuição de graduados em Estatística segundo zona domiciliar, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

A questão sexo-idade apresentou frequências equilibradas. O número de homens

entrevistados foi levemente superior ao de mulheres (Figura 3). A análise etária quinquenal

demonstrou um destaque para as faixas etárias 25 a 29 anos, 30 a 34 anos e 60 anos ou mais,

porém, as demais faixas etárias também seguem em proporções próximas (Figura 4). No

tocante à cor/raça, os graduados em estatística se autodeclaram majoritariamente como

Brancos (70%), enquanto os autodeclarados negros ou pardos são 26% da amostra (Figura 5).

Figura 3- Distribuição de graduados em Estatística segundo sexo, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

98%

2%

Urbana

Rural

53%

47%

Masculino

Feminino

Page 19: Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em ...€¦ · Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET. Nunes Júnior, José Edson Ferreira. Perfil sócio demográfico

19

Figura 4 - Distribuição de graduados em Estatística segundo faixa etária, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

Figura 5 - Distribuição de graduados em Estatística segundo cor/raça, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

A Figura 6 exibe o nível acadêmico mais alto cursado pelos estatísticos. Observa-se o

percentual de 74% para os indivíduos que encerram seus estudos após a graduação,

demonstrando que apenas uma pequena proporção seguiu se qualificando no âmbito

acadêmico. A pequena parcela de mestres e doutores entrevistados surpreende, podendo

indicar que há dados incompletos ou mal coletados no questionário amostral do Censo

Demográfico 2010.

8,0

14,5

13,5

8,8

9,0

10,1

12,2

10,3

13,7

20 a 24

25 a 29

30 a 34

35 a 39

40 a 44

45 a 49

50 a 54

55 a 59

60+

%

An

os

70%

26%

4%

Branca

Preta/Parda

Outros

Page 20: Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em ...€¦ · Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET. Nunes Júnior, José Edson Ferreira. Perfil sócio demográfico

20

Figura 6 - Distribuição de graduados em Estatística segundo curso mais elevado frequentado,

Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

3.1.2 Migração

A temática migração ajuda a identificar os polos migratórios dos estatísticos no Brasil,

para onde os graduados mais se locomovem, qual localidade com mais emigração, qual o

fluxo migratório nas regiões, etc.

Em nível municipal, a Figura 7 identifica, por região, a proporção de estatísticos que

está residindo no mesmo município onde nasceu. O norte e o sudeste são as regiões onde a

maioria dos estatísticos reside na mesma cidade de nascimento. O centro-oeste apresentou

situação bem oposta, pouco mais de 70% dos estatísticos que lá residem nasceram em outras

cidades, sendo um demonstrativo de como a região possui algum município ou municípios

com grande tendência imigratória, cita-se a capital federal brasileira, Brasília, como maior

exemplo e provável causa dessa estatística.

A Figura 8 identifica questões de migração interestadual em cada região brasileira.

Identifica-se no centro-oeste uma predominância de imigrantes de origem do sudeste,

seguidos pelos imigrantes do nordeste. No sul, a imigração interestadual é advinda de estados

da própria região. O sudeste e o nordeste apresentam dados semelhantes, a imigração nestas

regiões é de origem de estados do sudeste, seguidos de imigrantes nordestinos. A região norte

apresenta uma forte migração interestadual interna, com quase 60% dos imigrantes saindo de

estados da própria região.

74,1

23

2,8 0,2

Graduação Especialização Mestrado Doutorado

%

Page 21: Perfil sócio demográfico e profissional dos graduados em ...€¦ · Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET. Nunes Júnior, José Edson Ferreira. Perfil sócio demográfico

21

Figura 7 - Graduados em Estatística que residem em município de nascimento, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

Figura 8 - Graduados em Estatística segundo migração interestadual, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

Quando os estados são observados de forma individual (Figura 9), percebe-se que o

estado de São Paulo é aquele que mais recebe imigrantes em seu território, seguido do Rio de

Janeiro e do Distrito Federal. Pode-se então considerar estes estados como os principais polos

do mercado de Estatística. Destacam-se também os estados do Paraná, Bahia e Minas Gerais.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

%

Região

Sim

Não

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Região de nascimento

Re

gião

de

re

sid

ên

cia

Centro-Oeste

Sul

Sudeste

Nordeste

Norte

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22

Figura 9 - Distribuição de graduados em Estatística migrantes, segundo UF de destino, Brasil,

2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

3.1.3 Trabalho e renda

Dos 691 estatísticos entrevistados na amostra do censo 2010, 18% são aposentados ou

pensionistas. A parcela de 3,8% estava desempregada e 0,4% realizavam trabalhos não

remunerados (Figura 10). Dos que estavam trabalhando no período de referência do censo,

predominou-se os trabalhadores com carteira de trabalho assinada, seguido dos funcionários

públicos e daqueles que trabalham por conta própria. Os dados também foram compostos por

empregadores, militares e empregados sem carteira de trabalho assinada.

No tocante a renda bruta mensal, os empregadores apresentam a maior renda dentre os

tipos de trabalho, apresentando uma média de R$6.841,00 mensais. Na sequência aparecem os

funcionários públicos, seguidos dos empregados com carteira assinada e dos trabalhadores

autônomos.

A renda média dos estatísticos no Brasil em 2010 (Figura 12) apresentou valor de

R$4.212,00 mensais. A maior média salarial por região foi registrada pela região centro-oeste,

com média salarial de R$7573,00 mensais. Na sequência aparece o sudeste (R$4.733,00),

nordeste (R$3.288,00), sul (R$3.038,00) e por fim o norte (R$2.132,00).

24,0%

14,0%

10,0% 8,0%

6,0% 6,0%

32%

São Paulo Rio deJaneiro

DistritoFederal

Paraná Bahia MinasGerais

Demais UFs

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23

Figura 10 - Distribuição de graduados em Estatística segundo tipo de trabalho, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

Tabela 1 - Média salarial de graduados em Estatística segundo tipo de trabalho, Brasil, 2010.

Tipo de trabalho Frequência Média salarial

Empregado com carteira de trabalho assinada 324 4163

Militar do exército, marinha, aeronáutica, policia militar ou corpo de bombeiros

6 3583

Empregado pelo regime jurídico dos funcionários públicos 95 4761

Empregado sem carteira de trabalho assinada 34 2491

Conta própria 61 3906

Empregador 17 6841

Total 537 3678

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

0,4%

0,9%

2,5%

3,8%

4,9%

8,8%

13,7%

18,2%

46,7%

Não remunerado

Militar do exército, marinha, aeronáutica, policia militarou corpo de bombeiros

Empregador

Desempregados

Empregado sem carteira de trabalho assinada

Conta própria

Empregado pelo regime jurídico dos funcionáriospúblicos

Aposentados/Pensionistas

Empregado com carteira de trabalho assinada

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24

Figura 11 - Média salarial de graduados em Estatística segundo tipo de trabalho, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

Figura 12 - Média salarial de graduados em Estatística segundo região de trabalho, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

Os estatísticos entrevistados que estavam inseridos no mercado de trabalho

apresentaram os mais diversos cargos profissionais. O cargo mais frequente foi de estatístico,

seguidos de escriturários, professores de ensino fundamental, analistas de sistemas,

contadores, professores de ensino médio e diversos outros cargos, muitos sem vínculo com a

graduação em estatística.

2.491,15

3.583,33 3.905,92 4.163,48

4.760,55

6.841,18

Empregado semcarteira de trabalho

assinada

Militar Conta própria Empregado comcarteira de trabalho

assinada

Funcionário público Empregador

R$

Tipo de trabalho

2.132

3.288,00

4.733,00

3.038,00

7.573,00

4.212,00

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

R$

Região

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25

Figura 13 - Graduados em estatística segundo cargo profissional, Brasil, 2010.

Fonte: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

52,5%

1,7%

1,8%

2,0%

2,0%

2,2%

2,2%

2,2%

2,4%

2,6%

2,6%

2,6%

4,4%

5,7%

12,9%

Demais cargos

AGENTES DE SEGUROS

DIRIGENTES DE VENDAS E COMERCIALIZAÇÃO

GERENTES (BANCOS, SERVIÇOS FINANCEIROS E DE…

PROFESSORES DE UNIVERSIDADES E DO ENSINO…

PROFISSIONAIS DA PUBLICIDADE E DA…

SECRETÁRIOS (GERAL)

SERVIÇOS ESTATÍSTICOS, FINANCEIROS E DE…

ANALISTAS DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO

PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO

CONTADORES

ANALISTAS DE SISTEMAS

PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL

ESCRITURÁRIOS GERAIS

MATEMÁTICOS, ATUÁRIOS E ESTATÍSTICOS

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26

3.2 Análise de perfis

Trabalhos que utilizam o GoM, como Cerqueira (2004), tendem a utilizar como 3 o

número de perfis a serem delineados. Isto é justificado pelo fato de que, com três perfis

extremos, o número de perfis mistos será de 6, além do perfil amorfo (não definido). Ou seja,

o GoM atribui aos indivíduos do estudo um total de 10 perfis de classificação. Trabalhando-se

com quatro perfis extremos, por exemplo, o total de perfis passaria a ser de 16 (além do

amorfo), dificultando a interpretação dos resultados. Baseando-se nesta justificativa, optou-se

por utilizar na presente monografia o total de 3 perfis extremos, por consequência, gerando

outros 6 perfis mistos.

Para realização desta etapa, o método GoM foi aplicado no conjunto de dados dos

estatísticos que na data de referência do censo 2010 exerciam alguma atividade remunerada,

criando assim uma tipologia profissional para os graduados em Estatística no Brasil. Os

Quadro 1 e 2 mostram os perfis extremos e suas características.

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27

Quadro 1 – Fatores delineadores de perfis extremos, frequência marginal relativa e estimativas

de coeficientes λkjl dos estatísticos, Brasil, 2010.(continua)

Variável Descrição Frequência percentual

Probabilidades de respostas

Perfis extremos

λ1jl λ2jl λ3jl Perfil

1 Perfil

2 Perfil

3

Região de

residência

Norte 4,8 0,169 0,000 0,000 3,53 0,00 0,00

Nordeste 19,4 0,627 0,000 0,000 3,23 0,00 0,00

Sudeste 57,4 0,000 0,896 0,744 0,00 1,56 1,30

Sul 13,9 0,204 0,104 0,133 1,47 0,75 0,96

Centro Oeste 4,4 0,000 0,000 0,123 0,00 0,00 2,79

Sexo Masculino 55,6 0,134 0,491 1,000 0,24 0,88 1,80

Feminino 44,4 0,866 0,510 0,000 1,95 1,15 0,00

Idade

Até 30 anos 28,9 0,000 0,832 0,000 0,00 2,88 0,00

De 31 a 39 anos 21,1 0,363 0,168 0,145 1,72 0,79 0,69

de 40 a 50 anos 26,3 0,637 0,000 0,253 2,42 0,00 0,96

Acima de 50 anos 23,7 0,000 0,000 0,602 0,00 0,00 2,54

Cor/Raça

Branco 70,2 0,425 0,690 0,948 0,60 0,98 1,35

Negro/Pardo 26,3 0,576 0,265 0,000 2,19 1,01 0,00

Outros/NR 3,5 0,000 0,045 0,052 0,00 1,29 1,49

Nasceu no

município?

Sim, sempre morou 45,6 0,347 0,670 0,327 0,76 1,47 0,72

Sim, morou fora 8,1 0,085 0,044 0,115 1,05 0,55 1,42

Não 46,3 0,567 0,286 0,558 1,23 0,62 1,20

Estado

Civil

Casado(a) 44,1 0,683 0,000 0,733 1,55 0,00 1,66

Separado(a) judicialmente

2,4 0,000 0,000 0,066 0,00 0,00 2,75

Divorciado(a) 6,9 0,000 0,000 0,186 0,00 0,00 2,70

Viúvo(a) 1,9 0,048 0,000 0,015 2,52 0,00 0,79

Solteiro(a) 44,8 0,269 1,000 0,000 0,60 2,23 0,00

Curso mais

elevado

frequentado

Graduação 74,1 0,739 0,773 0,710 1,00 1,04 0,96

Especialização 23,0 0,222 0,180 0,285 0,97 0,78 1,24

Mestrado 2,8 0,039 0,047 0,000 1,39 1,69 0,00

Doutorado 0,2 0,000 0,000 0,006 0,00 0,00 3,00

Quantidade

de

trabalhos

Um 90,6 0,754 1,000 0,929 0,83 1,10 1,03

Dois ou mais 9,4 0,246 0,000 0,071 2,61 0,00 0,76

Tipo de

trabalho

Empregado com carteira assinada

60,1 0,118 0,992 0,554 0,20 1,65 0,92

Militar 1,2 0,000 0,008 0,023 0,00 0,71 2,07

Funcionário Público 17,7 0,652 0,000 0,000 3,71 0,00 0,00

Empregado sem carteira assinada

6,4 0,231 0,000 0,000 3,66 0,00 0,00

Conta própria 11,4 0,000 0,000 0,321 0,00 0,00 2,84

Empregador 3,2 0,000 0,000 0,087 0,00 0,00 2,82

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28

Quadro 1 – Fatores delineadores de perfis extremos, frequência marginal relativa e estimativas de

coeficientes λkjl dos estatísticos, Brasil, 2010.(continuação)

Rendimento

bruto

mensal

Abaixo do Quartil 1 25,2 0,858 0,000 0,000 3,41 0,00 0,00

Entre Quartis 1 e 2 33,5 0,142 0,833 0,000 0,42 2,49 0,00

Entre Quartis 2 e 3 18,5 0,000 0,167 0,352 0,00 0,90 1,90

Acima do Quartil 3 22,8 0,000 0,000 0,648 0,00 0,00 2,84

Horas

semanais de

trabalho

Até 20h 9,6 0,327 0,000 0,000 3,40 0,00 0,00

20h às 30h 8,5 0,291 0,000 0,000 3,42 0,00 0,00

30h às 40h 56,7 0,383 1,000 0,358 0,67 1,76 0,63

Mais de 40h 25,2 0,000 0,000 0,642 0,00 0,00 2,55

Local de

trabalho

Próprio domicilio 15,7 0,000 0,165 0,271 0,00 1,05 1,72

Neste município 58 1,000 0,449 0,391 1,72 0,77 0,67

Outro município 24,6 0,000 0,386 0,293 0,00 1,57 1,19

Outro país 0 0,000 0,000 0,000 0,00 0,00 0,00

Mais de um município/país

1,7 0,000 0,000 0,046 0,00 0,00 2,69

Zona de

moradia

Área urbanizada 97,8 0,920 1,000 1,000 0,94 1,02 1,02

Área não urbanizada 2,2 0,080 0,000 0,000 3,65 0,00 0,00

Fonte primária: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

Através da observação das características destes perfis pode-se definir o perfil extremo

3 como o que concentra os estatísticos com maior poderio econômico, onde estão incluídos

especialistas e doutores do sexo masculino. Eles são militares e empresários com idade

predominante superior aos 50 anos. Trabalham mais de 40 horas por semana, geralmente no

próprio domicílio ou em mais de um município/país. Os membros desse perfil extremo não

são naturais do município de residência, ou são naturais porém já moraram em outros

municípios. São casados ou divorciados e residem predominantemente nas regiões sudeste e

centro-oeste do país.

O perfil extremo 2 pode ser considerado o perfil de rendimento médio, é composto de

jovens solteiros de até 30 anos. São empregados com carteira assinada que trabalham em

município diferente daquele em que reside. Sua jornada de trabalho é de 30 a 40 horas

semanal. São predominantes do sudeste brasileiro.

Já o perfil extremo 1 é composto dos estatísticos com menor rendimento bruto. São

predominantemente mulheres viúvas ou casadas, negras ou pardas, com idade entre 31 e 59

anos. São funcionários públicos ou empregados sem carteira assinada, predominantes de

zonas rurais das regiões norte, nordeste ou sul do Brasil.

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29

Quadro 2 – Características dos perfis extremos dos estatísticos, Brasil, 2010.

Característica Perfil extremo 1 Perfil extremo 2 Perfil extremo 3

Região de

residência

Norte Nordeste

Sul Sudeste

Sudeste Centro-Oeste

Sexo Feminino - Masculino

Idade 31 a 50 anos Até 30 anos Acima de 50 anos

Cor/Raça Negro/Pardo Outros/NR Branco

Outros/NR

Nasceu no

município? Não

Sim, e sempre morou.

Sim, mas morou fora. Não

Estado

Civil Casado Viúvo Solteiro

Casado Separado judicialmente

Divorciado

Curso mais

elevado

frequentado

Mestrado Mestrado Especialização

Doutorado

Quantidade

de

trabalhos

Mais de um - -

Tipo de

trabalho

Funcionário público Empregado sem carteira

assinada

Empregado com carteira assinada

Militar Conta própria Empregador

Rendimento

bruto

mensal

Abaixo do Quartil 1 Entre Quartil 1 e 2 Acima do Quartil 2

Horas

semanais de

trabalho

Até 30h De 30 às 40h Mais de 40h

Local de

trabalho Neste município Outro município

Mais de um município/país

Próprio domicílio

Zona de

moradia Rural - -

Fonte: Quadro 1.

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30

A Figura 14 exibe a distribuição percentual dos estatísticos em cada perfil extremo ou

misto. Observa-se a predominância dos perfis extremos 3 e 2, indicando que os estatísticos

presentes no perfil de menor rendimento são minoria dentre os entrevistados, representando

8,1% no perfil extremo 1 e 13,1% nos perfis mistos em que a predominância é o perfil

extremo 1.

Figura 14 - Distribuição dos perfis extremos e mistos dos estatísticos no Brasil, 2010.

Fonte primária: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

Através da distribuição cruzada entre os perfis e a região de residência dos estatísticos

(Figura 15) é possível perceber qual o perfil predominante em cada setor regional. O Norte e o

Nordeste apresentam predominância do perfil 1 e seus derivados, com pouco mais de 60% e

50% de representatividade, respectivamente. O Nordeste, porém, apresenta o perfil 3 como a

segunda maior frequência na região, representando cerca de 25% do total em sua área. O Sul

apresenta o perfil de remuneração intermediária e avançada como os predominantes na região.

Esta região também apresenta o menor percentual de estatísticos no perfil de rendimento

baixo entre todas as regiões. O Sudeste apresenta um equilíbrio entre os perfis, com

predominância para o perfil 3 e seus derivados. O Centro-Oeste consiste de mais de 60% dos

estatísticos ocupando o perfil de maior remuneração e seus derivados, sendo a maior

frequência entre todas as regiões.

11,1

18,0

7,0

10,9

18,3

8,3

5,0

8,1 7,2

5,9

%

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31

Figura 15 - Distribuição dos perfis extremos e mistos dos estatísticos no Brasil, segundo região,

2010.

Fonte primária: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

No tocante a faixa etária dos perfis, o perfil 1 e seus derivados estão concentrados

entre as idades de 30 a 49 anos. O perfil 2, como exibido anteriormente, é o mais jovem. Sua

faixa etária esta concentrada entre 20 e 34 anos. O perfil de alto rendimento é também o mais

envelhecido, seus componentes apresentam a idade predominante na faixa dos 50 a 60 anos.

Tabela 2 - Distribuição do perfil dos estatísticos no Brasil segundo faixa etária, 2010.

Faixa etária (anos)

Não definido

P1/PM12/PM13 P2/PM21/PM23 P3/PM31/PM32 Total

20-24 1,7% 4,3% 20,0% 0,0% 7,4%

25-29 11,7% 6,1% 42,9% 2,1% 16,9%

30-34 11,7% 18,3% 22,9% 8,8% 15,6%

35-39 6,7% 16,5% 5,3% 11,3% 10,0%

40-44 6,7% 15,7% 3,5% 14,4% 10,4%

45-49 20,0% 20,0% 2,4% 13,9% 12,2%

50-54 26,7% 12,2% 2,4% 18,6% 13,0%

55-60 10,0% 4,3% 0,6% 17,5% 8,5%

>60 5,0% 2,6% 0,0% 13,4% 5,9% Fonte primária: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Norte Nordeste Sul Sudeste Centro Oeste

Não definido

P1/PM12/PM13

P2/PM21/PM23

P3/PM31/PM32

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32

Quando os perfis são cruzados com o tipo de trabalho, é possível observar em quais

perfis cada tipo de trabalho predomina. Empregados com carteira assinada estão concentrados

no perfil intermediário, mas também são frequentes no perfil de alto rendimento, por

exemplo. Destacam-se os empregadores (88%), autônomos (73%) e militares (66%), que se

concentram majoritariamente no perfil de alto rendimento.

Tabela 3 - Distribuição do perfil dos estatísticos no Brasil segundo tipo de trabalho, 2010.

Tipo de trabalho Não

definido P1/PM12/PM13 P2/PM21/PM23 P3/PM31/PM32 Total

Empregado com carteira assinada

8,64% 11,73% 47,84% 31,79% 100%

Militar 16,67% 0,00% 16,67% 66,67% 100%

Funcionário público 14,74% 56,84% 8,42% 20,00% 100%

Empregado sem carteira assinada

17,65% 55,88% 11,76% 14,71% 100%

Conta própria 14,75% 6,56% 4,92% 73,77% 100%

Empregador 11,76% 0,00% 0,00% 88,24% 100%

Fonte primária: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

O rendimento médio dos perfis foi de acordo com o nome dado para os mesmos. O

maior valor foi apresentado pelo perfil extremo 3. As quatro seguintes médias salariais dentre

os perfis são todas atribuídas a perfis mistos cujo perfil 3 está incluso, demonstrando assim

que o perfil extremo 3, nomeado aqui de perfil de alto rendimento, realmente apresenta os

maiores valores salariais dentre todos os perfis. Os menores salários médios são apresentados

pelo perfil misto PM12 (R$1480,00), perfil misto PM21 (R$1713,00), e perfil extremo 1

(R$1975,00) indicando que o perfil de baixo rendimento realmente apresenta os menores

índices salariais.

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33

Figura 16 - Distribuição dos perfis extremos e mistos dos estatísticos no Brasil segundo

rendimento bruto médio, 2010.

Fonte primária: Censo demográfico 2010, resultados da amostra.

3837

1975

1480

4537

2660

1713

4189

8326

5880

4363

Nãodefinido

P1 PM12 PM13 P2 PM21 PM23 P3 PM31 PM32

R$

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34

4. CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste trabalho descrevem os estatísticos, de modo geral, como

pessoas brancas, do sexo masculino, residentes da zona urbana no sudeste brasileiro,

funcionário de empresas privadas e possuindo salário bruto mensal de R$ 3.678,00.

Não é correto, no entanto, generalizar o estatístico brasileiro da forma acima. As

proporções continentais do Brasil causam uma variação de características de região para

região para qualquer tipo de estudo com essa temática. Cada região brasileira apresenta

dimensões diferentes no tocante às características de mercado e de formação.

Observou-se, como esperado, a região Sudeste (em especial São Paulo e Rio de

Janeiro) e Centro-Oeste (em especial o Distrito Federal) como os grandes polos da Estatística

no Brasil. O Sudeste apresenta a maior concentração de estatísticos no país e a segunda maior

renda bruta mensal média entre as regiões. O Centro-Oeste, por outro lado, possui a menor

concentração de estatísticos no país; em contrapartida, possui a maior média salarial do país,

demonstrando a força da profissão na região. O Nordeste também apresentou um forte

mercado de trabalho, possuindo a segunda maior população de estatísticos e a terceira maior

média salarial entre as regiões (destaca-se a Bahia como o estado que mais recebe imigrantes

estatísticos na região).

O delineamento dos perfis através do GoM exibiu a diferença existente entre o Sudeste

e o Centro-Oeste com relação às demais regiões. O perfil de maior rendimento englobou

apenas as duas regiões citadas, enquanto as outras três regiões são dadas como significantes

apenas no perfil extremo de menor rendimento salarial.

Apesar da diferença regional no salário bruto mensal recebido pelos estatísticos, pode-

se afirmar que a média salarial do estatístico no Brasil, em comparação com o salário mínimo

vigente à época do Censo 2010 (R$510,00), é alta. A média salarial dos estatísticos em todo o

Brasil (R$ 4.212,00) é mais de oito vezes superior ao salário mínimo citado. Essas

informações vão de encontro com outros resultados do Censo 2010, onde apontam a profissão

estatístico como a segunda mais bem remunerada no Brasil.

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35

REFERÊNCIAS

ALBIERI, Sonia; FREITAS, Marcos Paulo Soares de. Censo Demográfico de 2010: plano

amostral para a coleta de dados. 2008. Disponível em: <https://goo.gl/hL4qro>. Acesso em:

Novembro 2016.

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