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1 Acadêmica do curso em Bacharel em enfermagem: Adriana Nunes da Silva Almeida: [email protected]
1 Acadêmica do curso em Bacharel em enfermagem: Andresa Luana Silva Bautz: [email protected]
1 Acadêmica do curso em Bacharel em enfermagem: Bruna Mª. Roque Machado: [email protected]
1 Acadêmica do curso em Bacharel em enfermagem: Cássio David Vieira Pereira: [email protected]
1 Acadêmica do curso em Bacharel em enfermagem: Natiele dos Santos Saraiva: [email protected]
1 Acadêmica do curso em Bacharel em enfermagem: Samella Bruna Luiz Ramalho: [email protected]
1 Acadêmica do curso em Bacharel em enfermagem: Simone Pereira da Silva: [email protected] 2 Mestre em Saúde Pública – UFC, Docente da Faculdade de Pimenta Bueno: [email protected]
PERFÍL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DAS PESSOAS
ACOMETIDAS COM SÍFILIS NO MUNICÍPIO DE CACOAL-
RONDÔNIA, 2014-2017.
Adriana Nunes da Silva Almeida1
Andresa Luana Silva Bautz1
Bruna Maria Roque Machado1
Cássio David Vieira Pereira1
Natiele dos Santos Saraiva1
Samella Bruna Luiz Ramalho1
Simone Pereira da Silva 1
Thayanne Pastro Loth 2
RESUMO: A Sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum patógeno e é, exclusiva do ser humano. É um cancro duro regride espontaneamente entre 4 e 5 semanas sem deixar cicatriz. Após período de latência de 6 a 8 semanas, a doença volta a atividade e acomete pele e órgãos internos. Objetivo foi caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico das pessoas
acometidas com sífilis registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no Município de Cacoal-RO, nos períodos de janeiro 2015 a dezembro de 2017. A metodologia utilizada foi, por meio de uma pesquisa transversal, quantitativa e de caráter descritivo e bibliográfico. Resultado e Discussão: As características sociodemográficas das pessoas diagnosticadas com sífilis, com maior incidência foi em 2016 com 96 casos, um aumento de (34,28%) no ano. Maior incidência com 178 (63,3%) casos do sexo masculino, e 124 (44,3%) com faixa etária entre 15 a 30 anos, 198 (70,7%) os de raça/cor parda, 74, (26,5%) no ensino médio incompleto, 251, (89,1%) com residência em zona urbana.
Conclusão-se que através dos resultados desse estudo poderão direcionar o planejamento de ações de saúde que visem a melhoria da assistência, e a implementação de medidas de prevenção e controle da transmissão da sífilis no município, além de demonstrar a importância dessa doença tanto para nortear melhor a assistência como para subsidiar o âmbito cientifico, visto que através de pesquisas simples é possível identificar os grupos populacionais que mais adoecem e traçar estratégias de prevenção mais específicas.
Palavras-chave: Sífilis. Doenças sexualmente transmissíveis. Perfil epidemiológico.
INTRODUÇÃO
A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica de evolução crônica, de transmissão sexual,
vertical e sanguínea causada pelo Treponema pallidum, patógeno e, é, exclusiva do ser humano.
2
Dessa forma, a sífilis é caracterizada inicialmente por uma ferida dura e indolor que surge no
órgão sexual masculino e no órgão sexual feminino, essa ferida tende a desaparecer depois de
algum tempo (COSTA, et al., 2017).
De acordo com Granato (2018) sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST)
causada por uma bactéria sexualmente transmissível. Quase sempre a sífilis, apresenta fases
distintas com sintomas específicos como sífilis primária, secundária e terciária, onde é
intercalada por períodos latentes. Dessa forma, ela é conhecida por ser um mal silencioso e
requerendo alguns cuidados necessários.
Assim, a sífilis é uma infecção de caráter sistêmico, exclusiva do ser humano, e que,
quando não tratada precocemente, pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas
irreversíveis em longo da vida da pessoa infectada. É transmitida predominantemente por via
sexual (BRASIL, 2015).
O período de incubação da bactéria, do momento da exposição até o desenvolvimento
da lesão primária, aproximadamente por 21 dias. Costa et al. (2017) destaca que a lesão inicial,
o cancro duro ou protossifiloma, desenvolve-se no local de inoculação, que em 95% dos casos
é localizada na região genital. Caracteriza-se por pápula rósea que evolui para vermelho intenso
e ulceração. A úlcera é única e indolor, de bordas endurecidas, margem elevada e funda liso e
limpo, recoberto por material seroso.
O cancro duro regride espontaneamente entre 4 e 5 semanas sem deixar cicatriz. Após
período de latência de 6 a 8 semanas, a doença volta a atividade e acomete pele e órgãos
internos, como a sífilis secundária. Na pele, as lesões (sifílides) apresentam-se como máculas
eritematosas roséola sifilítica de curta duração. O acometimento das regiões palmares e
plantares é característico, enquanto na face, as pápulas se agrupam em volta do nariz e da boca
(COSTA, et al., 2017).
Ainda Costa et al. (2017) ressalta que, o quadro pode ser acompanhado de sintomas
gerais, como febre, cefaléia, fadiga, adenopatia, alopecia e perda de peso. As lesões
desaparecem espontaneamente após 2 a 6 semanas. Depois um longo período de latência, caso
não haja tratamento adequado, a doença poderá evoluir para a fase de pior prognóstico, a sífilis
terciária. O paciente desenvolve lesões localizadas envolvendo pele e mucosas, sistema
cardiovascular e nervoso. A característica das lesões terciárias é a formação de granulomas
destrutivos gomas e ausência quase total de treponemas. Podem estar acometidos ainda ossos,
músculos e fígado.
3
O diagnóstico laboratorial pode ser realizado pela pesquisa direta do T. pallidum por
microscopia de campo escuro, pelos métodos de coloração ou pela imunofluorescência direta,
em amostras de lesões, aspirado de linfonodo ou material de biópsia. Os anticorpos começam
a surgir na corrente sanguínea cerca de 7 a 10 dias após o aparecimento do cancro duro. Por
isso, no início desse estágio, os testes imunológicos podem não apresentar reatividade
(BRASIL, 2017).
Dessa forma, entre 2015 e 2016, a sífilis adquirida teve um aumento de 27,9%; a sífilis
em gestantes, de 14,7%; e a congênita que são transmitidas da mãe para o bebê pela placenta
ou no momento do parto de 4,7% (GRANATO, 2018).
De acordo com o crescente aumento do número de casos de sífilis, deu-se a importância
de realizar o estudo, pois o aumento da sífilis, segundo Costa et al. (2017) é reflexo, além da
melhoria no registro e informação no SINAN dos casos de infecção, dos comportamentos de
risco ao qual os pacientes têm se exposto. O surgimento de medicamentos que tratam doenças
sexualmente transmissíveis (DST) e que propiciam uma sobrevida maior aos infectados com a
sífilis levou a população a se tornar mais destemida e menos cuidadosa na prevenção dessa
doença.
Esse trabalho possui por objetivo, caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico das
pessoas acometidas com sífilis registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN) no Município de Cacoal-RO, nos períodos de janeiro 2015 a dezembro de 2017, que
levou-se ao conhecimento do perfil clínico do paciente acometido com sífilis em Cacoal e a
importância do tratamento precoce com alta chances de cura se evitada ou tratada corretamente.
MATERIAL E MÉTODO
A seleção da amostra aconteceu por meio de amostragem não probabilística, foi
composta por pessoas que foram acometidas por qualquer forma de sífilis e que foram
notificadas no banco de dados do SINAN, nos períodos de janeiro 2014 a dezembro de 2017,
de 46 Bairros do Município de Cacoal. Para característica da população, foi realizada uma
pesquisa no município de Cacoal situado na região sul de Rondônia, localizada ao longo da BR-
364 no Km 507, que conta com uma população de acordo com o IBGE em 2016 estimada em
87.877 habitantes. A área urbana aglomera maior parte da população.
Trata-se de uma pesquisa transversal, quantitativa e de caráter descritivo e bibliográfico.
Quanto aos critérios de inclusão, foram todas as pessoas residentes no município, de ambos os
4
sexos, faixas etárias que foram acometidas com sífilis e estão registradas no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no Município de Cacoal-RO, nos períodos de
janeiro 2014 a dezembro de 2017. Enquanto aos critérios de exclusão foram todas as pessoas
acometidas da doença sífilis registradas no (SINAN) anterior e posterior aos períodos de janeiro
2014 a dezembro de 2017.
A pesquisa foi realizada em duas etapas, na primeira foi apresentado um ofício
confeccionado pela coordenadora do curso de enfermagem ao secretário municipal de saúde,
que a partir deste, liberou o acesso ao banco de dados do SINAN. Após o recolhimento dos
dados os mesmos foram analisados, tabulados e representados através de tabelas usando
percentuais, que foi realizado com auxílio dos programas Word e Excel, com exposição
quantitativa e descritiva.
O estudo foi realizado a partir de dados secundários, portanto não acarretará em
transtornos ou possíveis desconfortos ao paciente, atendendo dessa forma as normas da
resolução 466/2012.
RESULTADOS
Ao analisar o gráfico 1, percebeu que, nos períodos entre 2014 a 2017 houveram280
casos de sífilis notificados, sendo com maiores incidências nos anos de 2016 e 2017, onde foram
registrados só em 2016, 96 casos e em 2017, 93 casos, assim houve um aumento de (34,28%)no
ano de 2016 e em 2017 (33,21%).
Gráfico 1- Notificação dos casos de sífilis, por ano, em Cacoal/RO, 2014-2017.
13,21
19,28
34,28 33,21
0
5
10
15
20
25
30
35
40
2014 2015 2016 2017
%
5
Fonte: Banco de dados (SINAN) Secretaria de Saúde do Município de Cacoal-RO, 2018.
Quanto ao gráfico 2, em 2014, os meses com maiores incidências foram: março, maio e
setembro com 5 pessoas em cada mês, totalizantes 37 ao ano. Já em 2015, foram os meses de
junho e setembro 8 pessoas por mês notificadas, com um total de 54 pessoas anual. No ano de
2016, foram os meses com maiores incidência, julho 16 e agosto 18, totalizando 96pessoas no
ano. E por último, 2017, foram notificadas em julho 12 e em novembro 13 pessoas notificadas,
totalizando 93 pessoas no ano.
Assim os meses com maiores incidências foram julho e agosto de 2016 e fevereiro, julho
e novembro em comparação aos meses de julho e agosto de 2014 foi um aumento de
aproximadamente (80%).
Gráfico 2- Notificações de sífilis (mês/ano), em Cacoal/RO, 2014-2017.
Fonte: Banco de dados (SINAN) Secretaria de Saúde do Município de Cacoal-RO, 2018.
O gráfico 3 apresentam as variáveis em 46 bairros do Município de Cacoal, onde
observou-se, incidência de pessoas infectadas, com maiores números de casos diagnosticados
e detectados entre janeiro de 2014 a dezembro de 2017, os bairros com maiores evidencias
foram: Jardim Clodoaldo com 27, (9,64%) casos notificados, os bairros Brison e Vista Alegre
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
2014 2015 2016 2017
6
com 20, (7,14%)casos notificados cada um, o bairro Liberdade com 18, (6, 42%) casos
notificados.
Gráfico 3- Notificações de sífilis por bairros, em Cacoal/RO, 2014-2017.
Fonte: Banco de dados (SINAN) Secretaria de Saúde do Município de Cacoal-RO, 2018.
A Tabela 1 apresenta a frequência das variáveis como sexo, faixa etária, zona de
moradia, raça/cor e escolaridade no município de Cacoal–RO. Observou-se que o sexo
masculino apresenta 178 (63,6%) casos e as mulheres 102(36,2%) casos. Entre a faixa etária
maior números de incidência foram na faixa etária entre 15 anos até os 30 com 124 (44,3%)
casos e segundo lugar ficou a faixa etária entre 31 a 45 anos com 92 (33,0%) casos. Assim
(89,6%) das pessoas acometidas da doença sífilis com moradia na zona urbana, e apenas
(29,1%) com moradia na zona rural, e nos indivíduos de cor pardo198 pessoas notificadas que,
corresponde (70,7%). No quesito a escolaridade foi observada que, obteve-se maior incidência
em indivíduos com a formação da 5º à 8º série incompleta do Ensino Fundamental, com
(26,5%), com 74 pessoas notificadas.
5 7 1 3
2013
1 83
2
527
4
52
20
13
18
23515422
2
244
10
101
212
95
1 27 11
4 10
9 6
Alpha Parque Arco Íris Beira Rio BR 364
Brizon Centro Conjunto Halley Floresta
Habitar Brasil Incra Industrial Jardim Clodoaldo
Jardim Bandeirantes Jardim Itália Jardim Limoeiro Jardim Vista Alegre
Jardim Vitória Josino Brito Liberdade Linha 02 e 03
Linha 04 Linha 05 Linha 07 Linha 08 (aldeia)
Linha 09, 10 e 11 Linha 13 Linha 19 e 208 Linha 383
Moradia digna Moradia do Sol Mutirão Novo Cacoal
Novo horizonte Parque alvorada Parque Fortaleza Princesa Isabel
Riozinho Santo Antônio São Jorge São Marcos
7
Tabela 1- Caracterização do perfil sociodemográfico de pessoas acometidas pela Sífilis, 2014-2017,
Cacoal/Rondônia.
Sexo n %
Feminino 102 36,4
Masculino
178 63,6
Faixa etária n %
< 15 anos 3 1,0
15 a 30 anos 124 44,3
31 a 45 anos 92 33,0
46 a 60 anos 40 14,2
> 60 anos
21 7,5
Zona de moradia n %
Rural 29 1,0
Urbana 251 89,6
Raça/cor n %
Branco 47 16,8
Preta 25 8,9
Pardo 198 70,7
Indígena 5 1,8
Ignorado 5 1,8
Escolaridade
Analfabeto 5 1,8
4ª série completa do EF 26 9,3
Ensino Médio Incompleto 74 26,5
Ensino superior
incompleto
41 16,6
Ensino superior completo 8 3,8
Ignorado 126 42,0
Fonte: Banco de dados (SINAN) Secretaria de Saúde do Município de Cacoal-RO, 2018.
DISCUSSÃO
Considerando o Município de Cacoal o quinto mais populoso do Estado de Rondônia,
segundo o censo de 2016 (IBGE 2016), interessa saber qual é o perfil das pessoas que foram
acometidas com sífilis em Cacoal.
Em relação às notificações de Sífilis, 280 casos foram notificados e a sua maior
distribuição ocorreu nos anos de 2016 e 2017 que somando os dois anos juntos foram 189 casos
notificados de sífilis. De acordo com Brasil (2014) o Ministério da Saúde, um dos motivos para
o aumento dos casos de sífilis é a escassez de penicilina, medicamento este utilizado para tratar
8
da doença em âmbito global. Esse cenário existe desde 2014 e acarretou uma epidemia da
doença no Brasil em 2016. Também houve um aumento na quantidade de testes realizados, o
que possibilitou os registros de maior quantidade de diagnósticos realizados.
De acordo com Granato (2018) o crescimento da doença em nível nacional, ainda é mais
expressivo, do ano de 2010, quando os registrados mostram 1.249 casos de Sífilis. Enquanto
em 2015, esse número saltou para 65.878, um aumento de mais de 5.000%, e chegou em 87.593
casos em 2016.
Enquanto que Cacoal no ano de 2016, nos meses de julho dezesseis (16) pessoas e agosto
dezoito (18), totalizando noventa e seis (96) pessoas no ano notificados com sífilis. E por
último, 2017, foram notificadas em julho doze (12) e em novembro (13) pessoas notificadas,
totalizando noventa e três (93) pessoas no ano.
Para Costa et al. (2017) a sífilis, reconhecidamente como um problema de saúde pública,
merecendo destaque nas políticas públicas brasileira com vistas a diminuir o número de casos
da doença e o impacto que o agravo pode causar na pessoa infectada, através de um tratamento
de qualidade, realizar diagnóstico laboratorial do Treponema pallidum preventivamente, e
oferecer de maneira adequada o preventivo contra doença sexualmente transmissíveis.
Conforme mostrou o gráfico 3 da pesquisa, onde as variáveis em 46 bairros do
Município de Cacoal, com incidência de pessoas infectadas, com maiores números de casos
diagnosticados e detectados entre janeiro de 2014 a dezembro de 2017, os bairros com maiores
evidencias foram: Jardim Clodoaldo com vinte e sete (27) 9,64% casos notificados, os bairros
Brison e Vista Alegre com vinte (20)7,14% casos notificados cada um, o bairro Liberdade com
dezoito (18) 6, 42% casos notificados, bairros estes mais descentralizados, periféricos. Segundo
Pinto et al. (2014) fatores relevantes na transmissibilidade da sífilis, podem estar relacionados
a aspectos sociais, biológicos, culturais e comportamentais que influenciam a ocorrência da
doença na população.
Bottega et al. (2016) destaca que, o acesso a informação pode minimizar as crescentes
taxas dessas doenças entre os jovens e adultos, entre homens e mulheres. Essa informação é
fundamental que seja através da influência dos profissionais de saúde, educadores e governantes
em campanhas continuas de caráter informativo e preventivo, por meio de palestras centros
comunitários, postos de saúde e escolas. Ações essas, que são de fundamental importância para
a prevenção da proliferação da doença sífilis.
Granato (2018) ressalta que através do uso de preservativos durante as relações sexuais
é a maneira mais segura de prevenir a doença.
9
De acordo as variáveis da tabela 1, o sexo masculino apresenta 178 (63,6%) casos e as
mulheres 102(36,2%) casos de sífilis. A sífilis é considerada uma doença passível de prevenção,
como qualquer infecção sexualmente transmissível, entretanto, o seu controle é difícil - tendo
em vista o peso moral que esse tipo de doença traz consigo doença vinculada a práticas sexuais,
considerada como punição ao pecado desde o seu reconhecimento, incluindo mudanças nos
hábitos de vida das pessoas, inclusive do sexo masculino quanto ao uso do preventivo
camisinha, especificamente no comportamento relacionado à sexualidade masculina.
(MAUCH, et al.,2012).
Mauch et al. (2012, p. 136) escreveu que, “Os homens mais jovens, mais escolarizados
representam a sífilis como uma DST igual a qualquer outra doença”. Nesta perspectiva,
qualquer pessoa que não se previna pode se infectar, quanto os homens com mais idade e menos
escolarizados, entretanto, a representam como uma doença, cuja transmissão somente ocorre
em relações sexuais consideradas impuras, que não seja com suas parceiras fixa, por meio de
um contágio que não tem relação com o microrganismo patogênico, mas com a impureza que
vem de dentro da pessoa infectada.
Segundo Neto (2015) a estatística tem permitido ainda relevar outros dados: a sífilis foi
descrita três vezes mais frequentemente nos homens do que nas mulheres, com uma taxa global
de 6,6 casos por 100.000, em homens, e 1,8 nas mulheres; um sexto de todos os casos de sífilis
em 2010 (17%) era jovem entre 15 e 24 anos de idade; a maioria dos casos referia-se a
indivíduos com mais de 25 anos; e metade (55%) das ocorrências relatadas dizia respeito a
homens que praticam sexo com homens.
Ainda a tabela 1 destacou a variável de pessoas acometidas com sífilis que moram na
zona urbana com (89,6%) com apenas (29,1%) com moradia na zona rural, dessa foram
acredita-se por ter maior acesso às festas e facilidade de reuniões entre os amigos e vizinhos e
também por falta de informações e orientações em prevenção.
Também foi analisado que pessoa da cor parda ocorreu com maior incidência, que
correspondeu198 pessoas acometidas com sífilis chegando a (70,7%). No Brasil, nos últimos
quatro anos, foi observado um aumento constante no número de casos de sífilis nas pessoas,
isso pode ser atribuído, que em parte, pela falta de escolaridade, conhecimento e redução do
uso de preservativo.
Como mostra na tabela n. 1 descreve sobre a escolaridade de pessoas acometidas pela
sífilis, analisa-se que a pessoa com menos escolaridade, estão mais suscetíveis a acometerem a
doença, onde se pressupõem que por falta de informação leva ao índice maior de pessoas
10
notificadas. Assim, compreende-se que o nível de escolaridade dos casos de pessoas com Sífilis
obteve maior incidência foi em indivíduos com a formação da 5º à 8º série incompleta do Ensino
Fundamental, com (26,5%,) na qual corrobora aos achados do estudo (SILVA; TEXEIRA;
NASCIMENTO, 2016), ao constatar que o baixo grau de instrução contribui para a falta de
cuidados e, consequentemente, a doença.
Desse modo, é possível inferir que as pessoas acometidas da doença sífilis com baixa
escolaridade estão mais susceptíveis a adquirir a sífilis, facilitando a transmissão (TEIXEIRA,
et al., 2015). Dessa forma, salienta-se que a educação requer atenção especial, dado que a
escolarização é uma variável importante, pois facilita a compreensão de informações, o acesso
aos serviços de saúde e, consequentemente, a melhoria das condições de vida e de saúde da
população.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos dados obtidos percebeu-se, grande incidência do aumento da sífilis, onde
requer urgência na adoção de medidas que visem o controle e o tratamento dos casos já
existentes, bem como medidas de prevenção da transmissão para evitar o surgimento de novos
casos. Assim, campanhas educacionais e preventivas devem ser aplicadas de forma continuada
pelas autoridades locais de saúde.
Os resultados desse estudo poderão direcionar o planejamento de ações de saúde que
visem a melhoria da assistência, e a implementação de medidas de prevenção e controle da
transmissão da sífilis no município, além de demonstrar a importância da notificação dessa
doença, mas que existem lacunas nos documentos analisados, que alguns municípios os
funcionários da saúde interpretam que não há a necessidade da notificação.
A notificação faz-se necessário para nortear melhor a assistência como para subsidiar o
âmbito científico, visto que através da pesquisa simples é possível identificar os grupos
populacionais que mais adoecem e traçar estratégias de prevenção mais específicas. Também
foi observado que a ficha de acompanhamento analisadas não está com todos os dados dos
clínicos dos pacientes corretamente, sendo assim, a pesquisa foi tabulada apenas com os dados
sociodemográfico e não com os dados clínicos.
Assim conclui-se, que se faz necessário a notificação obrigatória para melhor
acompanhamento e planejamento de estratégias de prevenção a sífilis para promover uma saúde
de qualidade a sociedade.
11
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