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Na Bahia, estado com 417 municípios e mais de 14 milhões de habitantes, ainda é pequeno o número de estudantes do ensino médio que têm ou já tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de Iniciação Científica Júnior (IC Jr.). Este tipo de atividade é mais amplamente realiza- do por estudantes de graduação das universidades. Após adentrar em um grupo de pesquisa que estude áreas do seu interesse, estudantes trabalham junto com professores universitários na resolu- ção de um chamado “problema de pesquisa”e, para isso, seguem uma metodologia, respeitam um cronograma e precisam apresentar contribuições significativas ao final do processo. O programa de Iniciação Científica Júnior do Brasil foi idealizado pelo microbiologista Isaac Roitman, apaixona- do pela educação científica na juventude e autor do livro “Educação Científica: quanto mais cedo, melhor”, publicado pela editora Ritla. Hoje, órgãos que fomentam a pesquisa no País, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as fundações de amparo à pesquisa, concedem uma bolsa mensal no valor de R$ 100 com duração de doze meses Na Bahia, estado com 417 municípios e mais de 14 milhões de habitantes, ainda é pequeno o número de estudantes do ensino médio que têm ou já tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de Iniciação Científica Júnior (IC Jr.). Este tipo de atividade é mais amplamente realiza- do por estudantes de graduação das universidades. Após adentrar em um grupo de pesquisa que estude áreas do seu interesse, estudantes trabalham junto com professores universitários na resolu- ção de um chamado “problema de pesquisa”e, para isso, seguem uma metodologia, respeitam um cronograma e precisam apresentar contribuições significativas ao final do processo. O programa de Iniciação Científica Júnior do Brasil foi idealizado pelo microbiologista Isaac Roitman, apaixona- do pela educação científica na juventude e autor do livro “Educação Científica: quanto mais cedo, melhor”, publicado pela editora Ritla. Hoje, órgãos que fomentam a pesquisa no País, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as fundações de amparo à pesquisa, concedem uma bolsa mensal no valor de R$ 100 com duração de doze meses OS DESAFIOS DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL E NA BAHIA EDIÇÃO ESPECIAL PARA O 3º ENCONTRO DE JOVENS CIENTISTAS DA BAHIA 28 DE NOVEMBRO DE 2012 - Nº 2 - SALVADOR - BA para jovens estudantes do ensino médio da rede pública que desenvolvam pesquisa dentro de universidades e outras instituições públicas de ensino e/ou pesquisa. BAHIA – Ainda não existem dados mapeados que demonstrem quantitativa- mente as contribuições da Iniciação Científica Júnior para a juventude baiana, mas isso pode ser percebido pelo discurso de quem já teve a experiência. É o caso de Igor Gomes, 19 anos, ex-aluno do Colégio Estadual Odorico Tavares e, atualmente, estudante de engenharia elétrica da Faculdade Área para jovens estudantes do ensino médio da rede pública que desenvolvam pesquisa dentro de universidades e outras instituições públicas de ensino e/ou pesquisa. BAHIA – Ainda não existem dados mapeados que demonstrem quantitativa- mente as contribuições da Iniciação Científica Júnior para a juventude baiana, mas isso pode ser percebido pelo discurso de quem já teve a experiência. É o caso de Igor Gomes, 19 anos, ex-aluno do Colégio Estadual Odorico Tavares e, atualmente, estudante de engenharia elétrica da Faculdade Área Entrevista com o Alexander Kellner Pág. 3 1, em Salvador. Igor foi um dos candida- tos aprovados pela Internacional Associa- tion of Engineers para realizar, em Hong Kong, no próximo ano, o Curso de Especialização em Física Nuclear Aplicada. Depois da oportunidade de realizar um trabalho de pesquisa ainda como estudante do ensino médio, Igor relata como foi beneficiado: “Passei a ter uma visão mais direcionada do que quero, pois foram a partir das experiências das pesquisas de iniciação científica júnior que descobri que queria estudar temas relacionados à física nuclear”, conta. 1, em Salvador. Igor foi um dos candida- tos aprovados pela Internacional Associa- tion of Engineers para realizar, em Hong Kong, no próximo ano, o Curso de Especialização em Física Nuclear Aplicada. Depois da oportunidade de realizar um trabalho de pesquisa ainda como estudante do ensino médio, Igor relata como foi beneficiado: “Passei a ter uma visão mais direcionada do que quero, pois foram a partir das experiências das pesquisas de iniciação científica júnior que descobri que queria estudar temas relacionados à física nuclear”, conta. Igor Gomes foi bolsista de IC Jr. no Projeto Ciência, Arte & Magia da Ufba. Ele irá para Hong Kong, na China, para aprofundar os estudos sobre física nuclear aplicada

PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 2

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Page 1: PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 2

Na Bahia, estado com 417 municípios e mais de 14 milhões de habitantes, ainda é pequeno o número de estudantes do ensino médio que têm ou já tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de Iniciação Científica Júnior (IC Jr.). Este tipo de atividade é mais amplamente realiza-do por estudantes de graduação das universidades. Após adentrar em um grupo de pesquisa que estude áreas do seu interesse, estudantes trabalham junto com professores universitários na resolu-ção de um chamado “problema de pesquisa”e, para isso, seguem uma metodologia, respeitam um cronograma e precisam apresentar contribuições significativas ao final do processo. O programa de Iniciação Científica Júnior do Brasil foi idealizado pelo microbiologista Isaac Roitman, apaixona-do pela educação científica na juventude e autor do livro “Educação Científica: quanto mais cedo, melhor”, publicado pela editora Ritla. Hoje, órgãos que fomentam a pesquisa no País, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as fundações de amparo à pesquisa, concedem uma bolsa mensal no valor de R$ 100 com duração de doze meses

Na Bahia, estado com 417 municípios e mais de 14 milhões de habitantes, ainda é pequeno o número de estudantes do ensino médio que têm ou já tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de Iniciação Científica Júnior (IC Jr.). Este tipo de atividade é mais amplamente realiza-do por estudantes de graduação das universidades. Após adentrar em um grupo de pesquisa que estude áreas do seu interesse, estudantes trabalham junto com professores universitários na resolu-ção de um chamado “problema de pesquisa”e, para isso, seguem uma metodologia, respeitam um cronograma e precisam apresentar contribuições significativas ao final do processo. O programa de Iniciação Científica Júnior do Brasil foi idealizado pelo microbiologista Isaac Roitman, apaixona-do pela educação científica na juventude e autor do livro “Educação Científica: quanto mais cedo, melhor”, publicado pela editora Ritla. Hoje, órgãos que fomentam a pesquisa no País, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as fundações de amparo à pesquisa, concedem uma bolsa mensal no valor de R$ 100 com duração de doze meses

OS DESAFIOS DA INICIAÇÃO CIENTÍFICANO BRASIL E NA BAHIA

EDIÇÃO ESPECIAL PARA O 3º ENCONTRO DE JOVENS CIENTISTAS DA BAHIA

28 DE NOVEMBRO DE 2012 - Nº 2 - SALVADOR - BA

para jovens estudantes do ensino médio da rede pública que desenvolvam pesquisa dentro de universidades e outras instituições públicas de ensino e/ou pesquisa. BAHIA – Ainda não existem dados mapeados que demonstrem quantitativa-mente as contribuições da Iniciação Científica Júnior para a juventude baiana, mas isso pode ser percebido pelo discurso de quem já teve a experiência. É o caso de Igor Gomes, 19 anos, ex-aluno do Colégio Estadual Odorico Tavares e, atualmente, estudante de engenharia elétrica da Faculdade Área

para jovens estudantes do ensino médio da rede pública que desenvolvam pesquisa dentro de universidades e outras instituições públicas de ensino e/ou pesquisa. BAHIA – Ainda não existem dados mapeados que demonstrem quantitativa-mente as contribuições da Iniciação Científica Júnior para a juventude baiana, mas isso pode ser percebido pelo discurso de quem já teve a experiência. É o caso de Igor Gomes, 19 anos, ex-aluno do Colégio Estadual Odorico Tavares e, atualmente, estudante de engenharia elétrica da Faculdade Área

Entrevista com oAlexander Kellner

Pág. 3

4

REALIZAÇÃO PATROCÍNIO APOIO

PARCEIROSCEP- Nilton Sucupira

CRÉD

ITO: M

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IAS | SEC

OM

BA

A ficção científica é uma dimen-são literária desenvolvida no século XIX que reúne a imaginação e o impacto da ciência na extrapola-ção sobre fatos e princípios científicos. Os primeiros clássicos nos primórdios da ficção científica foram: Frankenstein de Mary Shelley (1818) e a obra de Robert Louis Stevenson: "O médico e o monstro" (1886). Julio Verner que é conhecido como o pai desse gênero literário em suas famosas histórias de aventura, descrevia descobertas científicas muito antes delas se tornarem realidades descrevendo viagens espaciais (Viagem ao redor da lua - 1869) e o mundo submarino (Vinte mil léguas submarinas - 1870). Mais recentemente esse gênero literário tem sido representado por escrito-res notáveis como Herbert G. Wells, Isaac Asimov e Artur Clarck que anteciparam inventos e descobertas que indicam que não estamos muito longe de um mundo cheios de robôs imaginados por esses escritores. O conhecimento científico se tornou o valor mais importante para o desenvolvimento social, econômi-co e político do século XXI e as políticas na área devem ser planejadas a curto, médio e longo prazo. O desenho do futuro é estudado hoje através da prospec-ção que se caracteriza como o processo que se ocupa de procu-rar, sistematicamente o exame do futuro da ciência e da sociedade, com o objetivo de identificar as áreas de pesquisas estratégicas e as tecnologias emergentes que podem gerar benefícios econômi-cos e sociais. Nesse processo se procura entender as forças que orientam o futuro, antecipar e entender o percurso das mudanças, subsidiar o processo de tomada de decisões e priorizar as ações em ciência, tecnologia e inovação.

Ao contrário das previsões dos escritores ficcionistas, a prospecção hoje utiliza metodo-logias apropriadas sendo hoje uma atividade coletiva. Ela ganhou força a partir da década de 80 do século passado, face às profundas mudanças políticas, econômi-cas e tecnológicas. Em 1993 o Reino Unido criou o Programa de Prospecção Tecnológica com o objetivo de reunir cientistas, tecnólogos, empresas e consumidores para discutir o futuro. Entre nós a iniciativa mais marcante foi à criação em 2001 do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) que vem desenvolvendo estudos com visão prospectiva, avalia-ção estratégica, informação em ciência, tecnologia e inovação. Nos exercícios de prospecção são identificadas áreas prioritá-rias que devem ser acompanha-das de avaliações dos impac-tos das tecnologias em várias dimensões como educação, saúde, meio ambiente, ética e as questões sociais. É absoluta-mente fundamental que os gestores públicos das áreas de

ciência e tecnologia não se preocupem somente com os resultados a curto prazo, que podem render dividendos políticos, mas sim implantar projetos e ações que podem impactar a qualidade de vida das futuras gerações. Inspirado no pensamento de John Dewey: "Todo grande progresso da ciência resultou de uma nova audácia da imaginação", devemos colocar a formação de recursos humanos como eixo central para o desenvolvimento científico e tecnológico. Independentemente das reflexões sobre as áreas estratégicas prioritárias a formação correta dos futuros pesquisadores deve ser moldada pela excelência e iniciada na educação infantil, principalmente entre zero a seis anos de idade, onde a curiosidade, a imaginação e o exercício do pensar deverão ser estimulados. O objetivo do ensino funda-mental e médio deverá ser o de dar competência ao estudante para que possa mobilizar os seus recursos

cognitivos para a resolução de novos problemas e desafios. É importante identificar e desen-volver o talento de jovens estudantes com altas habilida-des, através de programas educacionais bem estruturados. Os programas de iniciação científica do Conselho Nacio-nal de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para estudantes de ensino médio e universitário deverão ser ampliados e aperfeiçoados para alimentar os cursos de Pós-Graduação com estudantes familiarizados com o pensamento científico. Por sua vez esses cursos devem ser planejados para formar recursos humanos adequados nas áreas estratégi-cas priorizadas.Planejar a ciência com o olhar para o futuro é colocar em prática o pensamento de Mahatma Gandhi que dizia: "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente".

A CIÊNCIA COM OLHAR PARA O FUTURO, POR ISAAC ROITMAN

*Isaac Roitman é decano de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Brasília. Artigo publicado no Correio Braziliense em 8 de outubro de 2012

CRÉD

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Isaac Roitman implantou, na década de 80, em seu laboratório na UnB, um arrojado programa de iniciação científica para estudantes do ensino médio. Esta iniciativa é conside-

rada o embrião do que viria a ser o Programa de Iniciação Científica Júnior do CNPq

1, em Salvador. Igor foi um dos candida-tos aprovados pela Internacional Associa-tion of Engineers para realizar, em Hong Kong, no próximo ano, o Curso de Especialização em Física Nuclear Aplicada. Depois da oportunidade de realizar um trabalho de pesquisa ainda como estudante do ensino médio, Igor relata como foi beneficiado: “Passei a ter uma visão mais direcionada do que quero, pois foram a partir das experiências das pesquisas de iniciação científica júnior que descobri que queria estudar temas relacionados à física nuclear”, conta.

1, em Salvador. Igor foi um dos candida-tos aprovados pela Internacional Associa-tion of Engineers para realizar, em Hong Kong, no próximo ano, o Curso de Especialização em Física Nuclear Aplicada. Depois da oportunidade de realizar um trabalho de pesquisa ainda como estudante do ensino médio, Igor relata como foi beneficiado: “Passei a ter uma visão mais direcionada do que quero, pois foram a partir das experiências das pesquisas de iniciação científica júnior que descobri que queria estudar temas relacionados à física nuclear”, conta.

Igor Gomes foi bolsista de IC Jr. no Projeto Ciência, Arte & Magia da Ufba. Ele irá para Hong Kong, na China, para aprofundar os estudos sobre física nuclear aplicada

Page 2: PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 2

Atualmente estamos vivendo um choque tecnológico, onde nossas crianças e adolescen-tes estão sempre precisando do que é mais novo, mais de ponta, mais atual, mais completo, mais na moda. Será que precisaremos também nos adequar ao mesmo modelo, pois nossos estudantes já estão pensando no MP100? Será que precisamos? Ou apenas queremos? Novos tempos de coisas descartáveis, onde poucos pensam em consertar, reformar e reutilizar. A estes, o ambiente agradece. Como sobreviver aos novos modelos (im) postos?Considero a educação como ponto de partida para tudo e todas as respostas dessa sociedade complexa e intensa. Buscar no estudante o ler, o interpretar, o refletir. Expor ideias é o nosso desafio, pois a tecnologia e todos os seus benefícios trouxeram também um problema: novas notícias e informações a cada segundo, antes mesmo de termos lido e interpretado as anteriores. E passamos a nos desligar das coisas que realmente importam, pois em um segundo teremos uma nova enxurrada de informações para “digerir”. Uma das melhores formas de resgatar esses estudantes está na iniciação científica desde os primeiros anos escolares. Ser um jovem cientista e produzir trabalhos para divulgação em eventos e em outras instituições de ensino, melhora a autoestima desses jovens e estimula outros estudantes a caminhar na mesma direção. O 3º Encontro Jovens Cientistas da Bahia é uma oportunidade de socialização de conhecimentos e integração de estudantes de várias escolas públicas e particulares, desde o ensino fundamental ao universitário, o que demonstra claramente essa ação como democrática. Os resultados alcançados e os frutos colhidos desse trabalho estão para além do que conseguimos imaginar e ter consciência. Todos os nossos estudantes são brilhantes, o que estão precisando é de incentivo verdadeira, com ações afirmativas.

Editorial

28 DE NOVEMBRO DE 2012 - Nº 2 - SALVADOR - BA

DR. BERINJELA EXPLICA!

POR QUE MUITAS PESSOASPOSSUEM MAU HÁLITO?Quais as causas desta doença?

O primeiro a se saber sobre halitose ou mau hálito é que não se trata de uma doença e sim de um sintoma de que algo não vai bem no organismo. O desafio é detectar a causa do desequilí-brio e tratá-lo. Com isso, a halitose desaparece. Os portadores desse sintoma geralmente não o percebem, pois o olfato, depois de exposto constan-temente a um determinado odor, acostuma-se a ele, num mecanismo biológico que lhe permite detectar novos odores. Esse mecanismo é conhecido como fadiga olfatória, e é o que faz com que pessoas que possuem mau hálito comumente não saibam que o possuem. Um sintoma comumente associado à halitose é a boca seca ou a sensação de sabor amargo. Ela pode decorrer de problemas bucais (cerca de

O primeiro a se saber sobre halitose ou mau hálito é que não se trata de uma doença e sim de um sintoma de que algo não vai bem no organismo. O desafio é detectar a causa do desequilí-brio e tratá-lo. Com isso, a halitose desaparece. Os portadores desse sintoma geralmente não o percebem, pois o olfato, depois de exposto constan-temente a um determinado odor, acostuma-se a ele, num mecanismo biológico que lhe permite detectar novos odores. Esse mecanismo é conhecido como fadiga olfatória, e é o que faz com que pessoas que possuem mau hálito comumente não saibam que o possuem. Um sintoma comumente associado à halitose é a boca seca ou a sensação de sabor amargo. Ela pode decorrer de problemas bucais (cerca de

Olá! Meu nome é Marco Vinícius dos Santos, tenho 15 anos e estudo no Colégio Estadual Thales de Azevedo, no Costa Azul. Faço o 1º ano ainda. Adoro a natureza e a tecnologia. Desde pequeno tenho interesse em exercer alguma função dentro da Biologia. Quando eu era menor falava para meus pais: “Um dia vou ser um cientista!”. E ainda continuo falando! Conto sempre com o apoio deles e sei que vou conse-guir alcançar este objetivo de vida! Sou uma pessoa que gosta de inovação, de astronomia. Também penso em ser

Olá! Meu nome é Marco Vinícius dos Santos, tenho 15 anos e estudo no Colégio Estadual Thales de Azevedo, no Costa Azul. Faço o 1º ano ainda. Adoro a natureza e a tecnologia. Desde pequeno tenho interesse em exercer alguma função dentro da Biologia. Quando eu era menor falava para meus pais: “Um dia vou ser um cientista!”. E ainda continuo falando! Conto sempre com o apoio deles e sei que vou conse-guir alcançar este objetivo de vida! Sou uma pessoa que gosta de inovação, de astronomia. Também penso em ser

astrônomo. Este é um desejo recente! Sei que penso alto, mas sempre sabendo do meu potencial. Gosto de ler algo que me desperte interesse. Meus estilos preferidos são aventura, romance e ficção. Adoro o livro Um Amor Para Recordar. Acho lindo. Um filme que eu gosto é À Espera de Um Milagre. Sempre tento me atualizar o máximo possível sobre o mundo da ciência. Se eu fosse um animal gostaria de ser uma águia, porque ela consegue ver seu objetivo de longe. Estou determinado a ser um Cientista!

astrônomo. Este é um desejo recente! Sei que penso alto, mas sempre sabendo do meu potencial. Gosto de ler algo que me desperte interesse. Meus estilos preferidos são aventura, romance e ficção. Adoro o livro Um Amor Para Recordar. Acho lindo. Um filme que eu gosto é À Espera de Um Milagre. Sempre tento me atualizar o máximo possível sobre o mundo da ciência. Se eu fosse um animal gostaria de ser uma águia, porque ela consegue ver seu objetivo de longe. Estou determinado a ser um Cientista!

pesquisador hoje em dia fazer bons trabalhos. É claro que isto é o principal, mas ele tem que dialogar com a sociedade. E como a gente faz com o tema paleontologia? Tanto mostran-do o que foi descoberto para a imprensa, que possui uma relação especial em relação à difusão do conhecimento científico, quanto tentar fazer exposições, palestras e mostrar um pouquinho daquilo que o próprio público está pagando por meio de impostos.

Gostaríamos que o senhor deixasse um breve recado aos jovens cientistas da Bahia que aguardam a chegada do evento para assistir à sua conferência.Primeiro recado, como não podia deixar de ser, é que vejam a conferência, aproveitem, conversem comigo durante e depois da apresentação. Usufruir ao máximo essa breve estadia minha aí. Em segundo lugar, que não deixem de visitar os museus e se informem um pouquinho mais sobre este mundo maravilhoso que é a pesquisa científica.

DO FUTEBOL À CIÊNCIASaiba como o paleontólogo Alexander Kellner despertou sua vocação para a ciência e como recebeu o apelido “Caçador de Dinossauros” Autor da coluna Caçadores de Fósseis, sucesso de público na revista Ciência Hoje Online, Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da UFRJ, é o convidado especial do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia para esta terça-feira (27/11). Gradua-do em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com doutorado na Columbia University, Kellner já participou da descoberta e descrição de 17 novas espécies de vertebrados fósseis, tendo com especialidade os répteis fósseis, tais como pterossauros, dinossauros e crocodilomorfos. O pesquisador já organizou diversas expedições em distintas partes do mundo como o deserto do Atacama, no Chile, Montana, nos Estados Unidos, Patagônia, na Argentina, e a região de Kerman, no Irã. Confira abaixo a entrevista!

Em que momento da sua vida você percebeu o interesse pelo conhecimento sobre fósseis e quando foi que decidiu tornar-se paleontólogo?Talvez a maioria das pessoas que lerem esta entrevista não vai acreditar. Mas o meu ingresso na paleontologia está intimamente ligado aum jogo de futebol. Resumindo, eu estudava numa escola que teve a oportunidade de jogar contra um time juvenil aqui do Rio de Janeiro,o Flamengo. E isso pra gente era uma grande honra. E o que é que a gente fez? Além de montarmos um time, chamamos pessoas da universidade. Eu tinha a pior posição que é a do goleiro. Mas neste dia eu tive bastante sorte e foi aquela história. Quando se tem um time forte contra um time fraco, ou goleiro sai como herói ou como vilão. E nesse dia eu tive sorte. Então, quando nós saímos para a comemora-ção eu comecei a conversar com os alunos mais velhos e teve um que olhou pra mim e falou que ele fazia Geologia. Eu não tinha a menor ideia do que era e falei: “Geo o quê?”. E ele me falou que era a ciência que estudava sobre superfície e quando eu falei que me interessava por estudar aqueles animais que ficavam preservados nas rochas, ele virou e falou: “Olha, Alex, isso é Paleontologia”.

Como surgiu a proposta da criação da colunaCaçadores de Fósseis? Vou ser bem franco. A motivação básica é aquela história do que a gente está fazendo para ajudar os outros. Quem paga a minha pesquisa? Quem paga são desde as pessoas mais simples até as ricas, que financiam a maioria das pesquisas realizadas no nosso País. Eu, por exemplo, trabalho no Museu Nacional que pertence à UFRJ, ou seja, eu sou um funcionário público. E eu sempre penso sobre o

que eu faço do ponto de vista de retribuição social. E eu confesso que a minha profissão é fazer pesquisa, orientar, formar novos pesquisadores e isso eu faço bem. Só que quando a gente vai devolver para a socieda-de, francamente, eu não fazia tanta coisa assim e foi daí que surgiu a ideia da coluna, com o objetivo de divulgar a pesquisa científica de uma forma bastante simples.

Como surgiu o apelido “Caçador de Dinos-sauros” que hoje lhe é conferido?Pois é, eu tenho a impressão de que muito mais pessoas tem esse apelido. Quando as pessoas vão fazer a atividade que eu faço, que é ir para regiões remotas, de difícil acesso, passando até um pouquinho de privação, você está sempre com aquela visão romântica da descoberta de toda atividade de um paleontólogo e, se não me engano, foi um jornalista que colocou esse apelido e eu acabei aceitando.

Sobre a extensão do território brasileiro, ainda existem muitos fósseis a serem descobertos?Existem muitos fósseis mesmo! Sabe uma das regiões que eu acho que vai nos oferecer gratas surpresas do ponto de vista de novas descobertas? É exatamente aí na Bahia, um dos maiores estados do nosso País e que, em termos de fósseis, pouquíssima pesquisa foi feita. E você pode escrever se, em alguns anos, houver investimento tanto de outros grupos de pesquisa como também reforçando os próprios pesquisadores baianos, você vai fazer várias descobertas importantes.

Qual a região na Bahia que o senhor se refere?Região do recôncavo. Basicamente o interior da Bahia. Tem muitas áreas que as pessoas não conhecem bem. Todas as áreas que tem sedimentos do período Mesozoico, que é onde viveram os dinossauros, são áreas de grande potencial. Então, pode ter certeza, região do recôncavo, Tucano e Jatobá são áreas muito promissoras para descobertas científicas. Até mesmo Itaparica tem muitos fósseis.

O senhor costuma afirmar que é necessário que o pesquisador dialogue com a sociedade. Que não adianta se encastelar com os jargões científicos e não repassar esse conhecimento. Nos tempos atuais, qual deve ser a postura dos cientistas?Realmente, estou convencido - não só eu, mas vários colegas tanto nacionalmente e internacionalmente -, de que não basta o

Bárbara Rosemar Nascimento de Araújo Comissão Organizadora do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia

QUE TIPO DE JOVEMCIENTISTA VOCÊ É?

90%) e origens metabólicas (extrabucais, cerca de 10%). A halitose crônica, entretan-to, não pode ser causada pelo estômago, embora possa acontecer em casos pontu-ais, quando o gás oriundo do estômago através de arrotos ou refluxo tem mau cheiro, normalmente após alimentação pesada. Nesses casos, a halitose tem uma característica ácida, bem diferente do tradicional cheiro de enxofre que a halitose crônica possui. A principal causa de halitose é a chamada saburra lingual, uma camada esbranquiçada ou amarelada que se forma sobre a língua e se caracteriza pelo odor fétido. Nesses casos, a melhoria na higiene oral com a remoção física dessa saburra resolve. Problemas comumente associados à halitose crônica são as doenças periodontais, estas resolvidas com a visita regular ao odontologista.

90%) e origens metabólicas (extrabucais, cerca de 10%). A halitose crônica, entretan-to, não pode ser causada pelo estômago, embora possa acontecer em casos pontu-ais, quando o gás oriundo do estômago através de arrotos ou refluxo tem mau cheiro, normalmente após alimentação pesada. Nesses casos, a halitose tem uma característica ácida, bem diferente do tradicional cheiro de enxofre que a halitose crônica possui. A principal causa de halitose é a chamada saburra lingual, uma camada esbranquiçada ou amarelada que se forma sobre a língua e se caracteriza pelo odor fétido. Nesses casos, a melhoria na higiene oral com a remoção física dessa saburra resolve. Problemas comumente associados à halitose crônica são as doenças periodontais, estas resolvidas com a visita regular ao odontologista.

PERGAMINHO CIENTÍFICO – Informativo oficial do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia. TIRAGEM: 300 exemplares/edição. ENDEREÇO: Rua Barão de Geremoabo, 147, Campus de Ondina, Instituto de Biologia. Cep.: 40.170-290 –

Salvador/BA. TEL.: (71) 3283-6564. E-MAIL: [email protected]. BLOG: jovenscientistasdabahia.wordpress.com FOTO CAPA: Divulgação COMISSÃO ORGANIZADORA: Rejâne Maria Lira-da-Silva (Coordenadora); Rosely Cristina Lira

da Silva; Josefa Rosimere Lira da Silva; Jorge Lúcio Rodrigues das Dores; Yukari Figueroa Mise; Bárbara Rosemar Nascimento Araújo; Maria Dulcinéia Sales dos Santos. ASSESSORIA DO EVENTO: Anne Evelyn Cerqueira Gomes. ASSESSORIA DE

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IMPRENSA E WEBDESIGN: Mariana Alcântara – Jornalista (DRT BA 2962) e Mariana Sebastião – Jornalista (DRT BA 4260). IDENTIDADE VISUAL: David Marques. PROJETO GRÁFICO/PAGINAÇÃO: Thais Mota e Daniel Pita.

Eu confesso que a minha profissão é fazer pesquisa, orientar, formar novos pes-quisadores e isso eu faço bem. Só que quando a gente vai devolver para a sociedade, francamente, eu não fazia tanta coisa assim e foi daí que surgiu a ideia da coluna

leia e ouça a entrevista na íntegra em:jovenscientistasdabahia.wordpress.com

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ALEXANDER KELLNERPALEONTÓLOGO

Marco Vinícius é amante da natureza e tecnologia. Como aluno do Colégio Estadual Thales de Azevedo, irá apresentar o experimento “Você precisa de protetor solar? O escorpião, não!”

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Page 3: PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 2

Atualmente estamos vivendo um choque tecnológico, onde nossas crianças e adolescen-tes estão sempre precisando do que é mais novo, mais de ponta, mais atual, mais completo, mais na moda. Será que precisaremos também nos adequar ao mesmo modelo, pois nossos estudantes já estão pensando no MP100? Será que precisamos? Ou apenas queremos? Novos tempos de coisas descartáveis, onde poucos pensam em consertar, reformar e reutilizar. A estes, o ambiente agradece. Como sobreviver aos novos modelos (im) postos?Considero a educação como ponto de partida para tudo e todas as respostas dessa sociedade complexa e intensa. Buscar no estudante o ler, o interpretar, o refletir. Expor ideias é o nosso desafio, pois a tecnologia e todos os seus benefícios trouxeram também um problema: novas notícias e informações a cada segundo, antes mesmo de termos lido e interpretado as anteriores. E passamos a nos desligar das coisas que realmente importam, pois em um segundo teremos uma nova enxurrada de informações para “digerir”. Uma das melhores formas de resgatar esses estudantes está na iniciação científica desde os primeiros anos escolares. Ser um jovem cientista e produzir trabalhos para divulgação em eventos e em outras instituições de ensino, melhora a autoestima desses jovens e estimula outros estudantes a caminhar na mesma direção. O 3º Encontro Jovens Cientistas da Bahia é uma oportunidade de socialização de conhecimentos e integração de estudantes de várias escolas públicas e particulares, desde o ensino fundamental ao universitário, o que demonstra claramente essa ação como democrática. Os resultados alcançados e os frutos colhidos desse trabalho estão para além do que conseguimos imaginar e ter consciência. Todos os nossos estudantes são brilhantes, o que estão precisando é de incentivo verdadeira, com ações afirmativas.

Editorial

28 DE NOVEMBRO DE 2012 - Nº 2 - SALVADOR - BA

DR. BERINJELA EXPLICA!

POR QUE MUITAS PESSOASPOSSUEM MAU HÁLITO?Quais as causas desta doença?

O primeiro a se saber sobre halitose ou mau hálito é que não se trata de uma doença e sim de um sintoma de que algo não vai bem no organismo. O desafio é detectar a causa do desequilí-brio e tratá-lo. Com isso, a halitose desaparece. Os portadores desse sintoma geralmente não o percebem, pois o olfato, depois de exposto constan-temente a um determinado odor, acostuma-se a ele, num mecanismo biológico que lhe permite detectar novos odores. Esse mecanismo é conhecido como fadiga olfatória, e é o que faz com que pessoas que possuem mau hálito comumente não saibam que o possuem. Um sintoma comumente associado à halitose é a boca seca ou a sensação de sabor amargo. Ela pode decorrer de problemas bucais (cerca de

O primeiro a se saber sobre halitose ou mau hálito é que não se trata de uma doença e sim de um sintoma de que algo não vai bem no organismo. O desafio é detectar a causa do desequilí-brio e tratá-lo. Com isso, a halitose desaparece. Os portadores desse sintoma geralmente não o percebem, pois o olfato, depois de exposto constan-temente a um determinado odor, acostuma-se a ele, num mecanismo biológico que lhe permite detectar novos odores. Esse mecanismo é conhecido como fadiga olfatória, e é o que faz com que pessoas que possuem mau hálito comumente não saibam que o possuem. Um sintoma comumente associado à halitose é a boca seca ou a sensação de sabor amargo. Ela pode decorrer de problemas bucais (cerca de

Olá! Meu nome é Marco Vinícius dos Santos, tenho 15 anos e estudo no Colégio Estadual Thales de Azevedo, no Costa Azul. Faço o 1º ano ainda. Adoro a natureza e a tecnologia. Desde pequeno tenho interesse em exercer alguma função dentro da Biologia. Quando eu era menor falava para meus pais: “Um dia vou ser um cientista!”. E ainda continuo falando! Conto sempre com o apoio deles e sei que vou conse-guir alcançar este objetivo de vida! Sou uma pessoa que gosta de inovação, de astronomia. Também penso em ser

Olá! Meu nome é Marco Vinícius dos Santos, tenho 15 anos e estudo no Colégio Estadual Thales de Azevedo, no Costa Azul. Faço o 1º ano ainda. Adoro a natureza e a tecnologia. Desde pequeno tenho interesse em exercer alguma função dentro da Biologia. Quando eu era menor falava para meus pais: “Um dia vou ser um cientista!”. E ainda continuo falando! Conto sempre com o apoio deles e sei que vou conse-guir alcançar este objetivo de vida! Sou uma pessoa que gosta de inovação, de astronomia. Também penso em ser

astrônomo. Este é um desejo recente! Sei que penso alto, mas sempre sabendo do meu potencial. Gosto de ler algo que me desperte interesse. Meus estilos preferidos são aventura, romance e ficção. Adoro o livro Um Amor Para Recordar. Acho lindo. Um filme que eu gosto é À Espera de Um Milagre. Sempre tento me atualizar o máximo possível sobre o mundo da ciência. Se eu fosse um animal gostaria de ser uma águia, porque ela consegue ver seu objetivo de longe. Estou determinado a ser um Cientista!

astrônomo. Este é um desejo recente! Sei que penso alto, mas sempre sabendo do meu potencial. Gosto de ler algo que me desperte interesse. Meus estilos preferidos são aventura, romance e ficção. Adoro o livro Um Amor Para Recordar. Acho lindo. Um filme que eu gosto é À Espera de Um Milagre. Sempre tento me atualizar o máximo possível sobre o mundo da ciência. Se eu fosse um animal gostaria de ser uma águia, porque ela consegue ver seu objetivo de longe. Estou determinado a ser um Cientista!

pesquisador hoje em dia fazer bons trabalhos. É claro que isto é o principal, mas ele tem que dialogar com a sociedade. E como a gente faz com o tema paleontologia? Tanto mostran-do o que foi descoberto para a imprensa, que possui uma relação especial em relação à difusão do conhecimento científico, quanto tentar fazer exposições, palestras e mostrar um pouquinho daquilo que o próprio público está pagando por meio de impostos.

Gostaríamos que o senhor deixasse um breve recado aos jovens cientistas da Bahia que aguardam a chegada do evento para assistir à sua conferência.Primeiro recado, como não podia deixar de ser, é que vejam a conferência, aproveitem, conversem comigo durante e depois da apresentação. Usufruir ao máximo essa breve estadia minha aí. Em segundo lugar, que não deixem de visitar os museus e se informem um pouquinho mais sobre este mundo maravilhoso que é a pesquisa científica.

DO FUTEBOL À CIÊNCIASaiba como o paleontólogo Alexander Kellner despertou sua vocação para a ciência e como recebeu o apelido “Caçador de Dinossauros” Autor da coluna Caçadores de Fósseis, sucesso de público na revista Ciência Hoje Online, Alexander Kellner, paleontólogo do Museu Nacional da UFRJ, é o convidado especial do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia para esta terça-feira (27/11). Gradua-do em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com doutorado na Columbia University, Kellner já participou da descoberta e descrição de 17 novas espécies de vertebrados fósseis, tendo com especialidade os répteis fósseis, tais como pterossauros, dinossauros e crocodilomorfos. O pesquisador já organizou diversas expedições em distintas partes do mundo como o deserto do Atacama, no Chile, Montana, nos Estados Unidos, Patagônia, na Argentina, e a região de Kerman, no Irã. Confira abaixo a entrevista!

Em que momento da sua vida você percebeu o interesse pelo conhecimento sobre fósseis e quando foi que decidiu tornar-se paleontólogo?Talvez a maioria das pessoas que lerem esta entrevista não vai acreditar. Mas o meu ingresso na paleontologia está intimamente ligado aum jogo de futebol. Resumindo, eu estudava numa escola que teve a oportunidade de jogar contra um time juvenil aqui do Rio de Janeiro,o Flamengo. E isso pra gente era uma grande honra. E o que é que a gente fez? Além de montarmos um time, chamamos pessoas da universidade. Eu tinha a pior posição que é a do goleiro. Mas neste dia eu tive bastante sorte e foi aquela história. Quando se tem um time forte contra um time fraco, ou goleiro sai como herói ou como vilão. E nesse dia eu tive sorte. Então, quando nós saímos para a comemora-ção eu comecei a conversar com os alunos mais velhos e teve um que olhou pra mim e falou que ele fazia Geologia. Eu não tinha a menor ideia do que era e falei: “Geo o quê?”. E ele me falou que era a ciência que estudava sobre superfície e quando eu falei que me interessava por estudar aqueles animais que ficavam preservados nas rochas, ele virou e falou: “Olha, Alex, isso é Paleontologia”.

Como surgiu a proposta da criação da colunaCaçadores de Fósseis? Vou ser bem franco. A motivação básica é aquela história do que a gente está fazendo para ajudar os outros. Quem paga a minha pesquisa? Quem paga são desde as pessoas mais simples até as ricas, que financiam a maioria das pesquisas realizadas no nosso País. Eu, por exemplo, trabalho no Museu Nacional que pertence à UFRJ, ou seja, eu sou um funcionário público. E eu sempre penso sobre o

que eu faço do ponto de vista de retribuição social. E eu confesso que a minha profissão é fazer pesquisa, orientar, formar novos pesquisadores e isso eu faço bem. Só que quando a gente vai devolver para a socieda-de, francamente, eu não fazia tanta coisa assim e foi daí que surgiu a ideia da coluna, com o objetivo de divulgar a pesquisa científica de uma forma bastante simples.

Como surgiu o apelido “Caçador de Dinos-sauros” que hoje lhe é conferido?Pois é, eu tenho a impressão de que muito mais pessoas tem esse apelido. Quando as pessoas vão fazer a atividade que eu faço, que é ir para regiões remotas, de difícil acesso, passando até um pouquinho de privação, você está sempre com aquela visão romântica da descoberta de toda atividade de um paleontólogo e, se não me engano, foi um jornalista que colocou esse apelido e eu acabei aceitando.

Sobre a extensão do território brasileiro, ainda existem muitos fósseis a serem descobertos?Existem muitos fósseis mesmo! Sabe uma das regiões que eu acho que vai nos oferecer gratas surpresas do ponto de vista de novas descobertas? É exatamente aí na Bahia, um dos maiores estados do nosso País e que, em termos de fósseis, pouquíssima pesquisa foi feita. E você pode escrever se, em alguns anos, houver investimento tanto de outros grupos de pesquisa como também reforçando os próprios pesquisadores baianos, você vai fazer várias descobertas importantes.

Qual a região na Bahia que o senhor se refere?Região do recôncavo. Basicamente o interior da Bahia. Tem muitas áreas que as pessoas não conhecem bem. Todas as áreas que tem sedimentos do período Mesozoico, que é onde viveram os dinossauros, são áreas de grande potencial. Então, pode ter certeza, região do recôncavo, Tucano e Jatobá são áreas muito promissoras para descobertas científicas. Até mesmo Itaparica tem muitos fósseis.

O senhor costuma afirmar que é necessário que o pesquisador dialogue com a sociedade. Que não adianta se encastelar com os jargões científicos e não repassar esse conhecimento. Nos tempos atuais, qual deve ser a postura dos cientistas?Realmente, estou convencido - não só eu, mas vários colegas tanto nacionalmente e internacionalmente -, de que não basta o

Bárbara Rosemar Nascimento de Araújo Comissão Organizadora do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia

QUE TIPO DE JOVEMCIENTISTA VOCÊ É?

90%) e origens metabólicas (extrabucais, cerca de 10%). A halitose crônica, entretan-to, não pode ser causada pelo estômago, embora possa acontecer em casos pontu-ais, quando o gás oriundo do estômago através de arrotos ou refluxo tem mau cheiro, normalmente após alimentação pesada. Nesses casos, a halitose tem uma característica ácida, bem diferente do tradicional cheiro de enxofre que a halitose crônica possui. A principal causa de halitose é a chamada saburra lingual, uma camada esbranquiçada ou amarelada que se forma sobre a língua e se caracteriza pelo odor fétido. Nesses casos, a melhoria na higiene oral com a remoção física dessa saburra resolve. Problemas comumente associados à halitose crônica são as doenças periodontais, estas resolvidas com a visita regular ao odontologista.

90%) e origens metabólicas (extrabucais, cerca de 10%). A halitose crônica, entretan-to, não pode ser causada pelo estômago, embora possa acontecer em casos pontu-ais, quando o gás oriundo do estômago através de arrotos ou refluxo tem mau cheiro, normalmente após alimentação pesada. Nesses casos, a halitose tem uma característica ácida, bem diferente do tradicional cheiro de enxofre que a halitose crônica possui. A principal causa de halitose é a chamada saburra lingual, uma camada esbranquiçada ou amarelada que se forma sobre a língua e se caracteriza pelo odor fétido. Nesses casos, a melhoria na higiene oral com a remoção física dessa saburra resolve. Problemas comumente associados à halitose crônica são as doenças periodontais, estas resolvidas com a visita regular ao odontologista.

PERGAMINHO CIENTÍFICO – Informativo oficial do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia. TIRAGEM: 300 exemplares/edição. ENDEREÇO: Rua Barão de Geremoabo, 147, Campus de Ondina, Instituto de Biologia. Cep.: 40.170-290 –

Salvador/BA. TEL.: (71) 3283-6564. E-MAIL: [email protected]. BLOG: jovenscientistasdabahia.wordpress.com FOTO CAPA: Divulgação COMISSÃO ORGANIZADORA: Rejâne Maria Lira-da-Silva (Coordenadora); Rosely Cristina Lira

da Silva; Josefa Rosimere Lira da Silva; Jorge Lúcio Rodrigues das Dores; Yukari Figueroa Mise; Bárbara Rosemar Nascimento Araújo; Maria Dulcinéia Sales dos Santos. ASSESSORIA DO EVENTO: Anne Evelyn Cerqueira Gomes. ASSESSORIA DE

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IMPRENSA E WEBDESIGN: Mariana Alcântara – Jornalista (DRT BA 2962) e Mariana Sebastião – Jornalista (DRT BA 4260). IDENTIDADE VISUAL: David Marques. PROJETO GRÁFICO/PAGINAÇÃO: Thais Mota e Daniel Pita.

Eu confesso que a minha profissão é fazer pesquisa, orientar, formar novos pes-quisadores e isso eu faço bem. Só que quando a gente vai devolver para a sociedade, francamente, eu não fazia tanta coisa assim e foi daí que surgiu a ideia da coluna

leia e ouça a entrevista na íntegra em:jovenscientistasdabahia.wordpress.com

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ALEXANDER KELLNERPALEONTÓLOGO

Marco Vinícius é amante da natureza e tecnologia. Como aluno do Colégio Estadual Thales de Azevedo, irá apresentar o experimento “Você precisa de protetor solar? O escorpião, não!”

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Page 4: PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 2

Na Bahia, estado com 417 municípios e mais de 14 milhões de habitantes, ainda é pequeno o número de estudantes do ensino médio que têm ou já tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de Iniciação Científica Júnior (IC Jr.). Este tipo de atividade é mais amplamente realiza-do por estudantes de graduação das universidades. Após adentrar em um grupo de pesquisa que estude áreas do seu interesse, estudantes trabalham junto com professores universitários na resolu-ção de um chamado “problema de pesquisa”e, para isso, seguem uma metodologia, respeitam um cronograma e precisam apresentar contribuições significativas ao final do processo. O programa de Iniciação Científica Júnior do Brasil foi idealizado pelo microbiologista Isaac Roitman, apaixona-do pela educação científica na juventude e autor do livro “Educação Científica: quanto mais cedo, melhor”, publicado pela editora Ritla. Hoje, órgãos que fomentam a pesquisa no País, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as fundações de amparo à pesquisa, concedem uma bolsa mensal no valor de R$ 100 com duração de doze meses

Na Bahia, estado com 417 municípios e mais de 14 milhões de habitantes, ainda é pequeno o número de estudantes do ensino médio que têm ou já tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de Iniciação Científica Júnior (IC Jr.). Este tipo de atividade é mais amplamente realiza-do por estudantes de graduação das universidades. Após adentrar em um grupo de pesquisa que estude áreas do seu interesse, estudantes trabalham junto com professores universitários na resolu-ção de um chamado “problema de pesquisa”e, para isso, seguem uma metodologia, respeitam um cronograma e precisam apresentar contribuições significativas ao final do processo. O programa de Iniciação Científica Júnior do Brasil foi idealizado pelo microbiologista Isaac Roitman, apaixona-do pela educação científica na juventude e autor do livro “Educação Científica: quanto mais cedo, melhor”, publicado pela editora Ritla. Hoje, órgãos que fomentam a pesquisa no País, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as fundações de amparo à pesquisa, concedem uma bolsa mensal no valor de R$ 100 com duração de doze meses

OS DESAFIOS DA INICIAÇÃO CIENTÍFICANO BRASIL E NA BAHIA

EDIÇÃO ESPECIAL PARA O 3º ENCONTRO DE JOVENS CIENTISTAS DA BAHIA

28 DE NOVEMBRO DE 2012 - Nº 2 - SALVADOR - BA

para jovens estudantes do ensino médio da rede pública que desenvolvam pesquisa dentro de universidades e outras instituições públicas de ensino e/ou pesquisa. BAHIA – Ainda não existem dados mapeados que demonstrem quantitativa-mente as contribuições da Iniciação Científica Júnior para a juventude baiana, mas isso pode ser percebido pelo discurso de quem já teve a experiência. É o caso de Igor Gomes, 19 anos, ex-aluno do Colégio Estadual Odorico Tavares e, atualmente, estudante de engenharia elétrica da Faculdade Área

para jovens estudantes do ensino médio da rede pública que desenvolvam pesquisa dentro de universidades e outras instituições públicas de ensino e/ou pesquisa. BAHIA – Ainda não existem dados mapeados que demonstrem quantitativa-mente as contribuições da Iniciação Científica Júnior para a juventude baiana, mas isso pode ser percebido pelo discurso de quem já teve a experiência. É o caso de Igor Gomes, 19 anos, ex-aluno do Colégio Estadual Odorico Tavares e, atualmente, estudante de engenharia elétrica da Faculdade Área

Entrevista com oAlexander Kellner

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REALIZAÇÃO PATROCÍNIO APOIO

PARCEIROSCEP- Nilton Sucupira

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A ficção científica é uma dimen-são literária desenvolvida no século XIX que reúne a imaginação e o impacto da ciência na extrapola-ção sobre fatos e princípios científicos. Os primeiros clássicos nos primórdios da ficção científica foram: Frankenstein de Mary Shelley (1818) e a obra de Robert Louis Stevenson: "O médico e o monstro" (1886). Julio Verner que é conhecido como o pai desse gênero literário em suas famosas histórias de aventura, descrevia descobertas científicas muito antes delas se tornarem realidades descrevendo viagens espaciais (Viagem ao redor da lua - 1869) e o mundo submarino (Vinte mil léguas submarinas - 1870). Mais recentemente esse gênero literário tem sido representado por escrito-res notáveis como Herbert G. Wells, Isaac Asimov e Artur Clarck que anteciparam inventos e descobertas que indicam que não estamos muito longe de um mundo cheios de robôs imaginados por esses escritores. O conhecimento científico se tornou o valor mais importante para o desenvolvimento social, econômi-co e político do século XXI e as políticas na área devem ser planejadas a curto, médio e longo prazo. O desenho do futuro é estudado hoje através da prospec-ção que se caracteriza como o processo que se ocupa de procu-rar, sistematicamente o exame do futuro da ciência e da sociedade, com o objetivo de identificar as áreas de pesquisas estratégicas e as tecnologias emergentes que podem gerar benefícios econômi-cos e sociais. Nesse processo se procura entender as forças que orientam o futuro, antecipar e entender o percurso das mudanças, subsidiar o processo de tomada de decisões e priorizar as ações em ciência, tecnologia e inovação.

Ao contrário das previsões dos escritores ficcionistas, a prospecção hoje utiliza metodo-logias apropriadas sendo hoje uma atividade coletiva. Ela ganhou força a partir da década de 80 do século passado, face às profundas mudanças políticas, econômi-cas e tecnológicas. Em 1993 o Reino Unido criou o Programa de Prospecção Tecnológica com o objetivo de reunir cientistas, tecnólogos, empresas e consumidores para discutir o futuro. Entre nós a iniciativa mais marcante foi à criação em 2001 do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) que vem desenvolvendo estudos com visão prospectiva, avalia-ção estratégica, informação em ciência, tecnologia e inovação. Nos exercícios de prospecção são identificadas áreas prioritá-rias que devem ser acompanha-das de avaliações dos impac-tos das tecnologias em várias dimensões como educação, saúde, meio ambiente, ética e as questões sociais. É absoluta-mente fundamental que os gestores públicos das áreas de

ciência e tecnologia não se preocupem somente com os resultados a curto prazo, que podem render dividendos políticos, mas sim implantar projetos e ações que podem impactar a qualidade de vida das futuras gerações. Inspirado no pensamento de John Dewey: "Todo grande progresso da ciência resultou de uma nova audácia da imaginação", devemos colocar a formação de recursos humanos como eixo central para o desenvolvimento científico e tecnológico. Independentemente das reflexões sobre as áreas estratégicas prioritárias a formação correta dos futuros pesquisadores deve ser moldada pela excelência e iniciada na educação infantil, principalmente entre zero a seis anos de idade, onde a curiosidade, a imaginação e o exercício do pensar deverão ser estimulados. O objetivo do ensino funda-mental e médio deverá ser o de dar competência ao estudante para que possa mobilizar os seus recursos

cognitivos para a resolução de novos problemas e desafios. É importante identificar e desen-volver o talento de jovens estudantes com altas habilida-des, através de programas educacionais bem estruturados. Os programas de iniciação científica do Conselho Nacio-nal de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para estudantes de ensino médio e universitário deverão ser ampliados e aperfeiçoados para alimentar os cursos de Pós-Graduação com estudantes familiarizados com o pensamento científico. Por sua vez esses cursos devem ser planejados para formar recursos humanos adequados nas áreas estratégi-cas priorizadas.Planejar a ciência com o olhar para o futuro é colocar em prática o pensamento de Mahatma Gandhi que dizia: "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente".

A CIÊNCIA COM OLHAR PARA O FUTURO, POR ISAAC ROITMAN

*Isaac Roitman é decano de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Brasília. Artigo publicado no Correio Braziliense em 8 de outubro de 2012

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Isaac Roitman implantou, na década de 80, em seu laboratório na UnB, um arrojado programa de iniciação científica para estudantes do ensino médio. Esta iniciativa é conside-

rada o embrião do que viria a ser o Programa de Iniciação Científica Júnior do CNPq

1, em Salvador. Igor foi um dos candida-tos aprovados pela Internacional Associa-tion of Engineers para realizar, em Hong Kong, no próximo ano, o Curso de Especialização em Física Nuclear Aplicada. Depois da oportunidade de realizar um trabalho de pesquisa ainda como estudante do ensino médio, Igor relata como foi beneficiado: “Passei a ter uma visão mais direcionada do que quero, pois foram a partir das experiências das pesquisas de iniciação científica júnior que descobri que queria estudar temas relacionados à física nuclear”, conta.

1, em Salvador. Igor foi um dos candida-tos aprovados pela Internacional Associa-tion of Engineers para realizar, em Hong Kong, no próximo ano, o Curso de Especialização em Física Nuclear Aplicada. Depois da oportunidade de realizar um trabalho de pesquisa ainda como estudante do ensino médio, Igor relata como foi beneficiado: “Passei a ter uma visão mais direcionada do que quero, pois foram a partir das experiências das pesquisas de iniciação científica júnior que descobri que queria estudar temas relacionados à física nuclear”, conta.

Igor Gomes foi bolsista de IC Jr. no Projeto Ciência, Arte & Magia da Ufba. Ele irá para Hong Kong, na China, para aprofundar os estudos sobre física nuclear aplicada