22
 Jurisprudência dos tribunais federais e dos superiores sobre controle judicial da concessão (ou recusa) de refúgio. Pesquise e compile tudo que encontrar envolvendo refúgio e decisões do C!"#$. %ermos da Pesquisa no site de Jurisprudência &nificada da Justi'a ederal *C!"#$+ e *conce ss ão e re gi o+ , comp il ad as toda s as de ci es encontradas. STF  ____________ _  _  (Ext 1306, Relator RICARDO LEWANDOWSKI) Ementa: EXRADI!"O INSR#$RIA% &O'ERNO DO REINO #NIDO% EXENS"O DO RA AD O OR ROCA DE NO AS% ILAS DE #RKS E CAICOS% CRI*ES DE +#ADRILA E CORR# !"O ASSI'A% D#LA I ICIDADE% CO**ON LAW% I* OSSIILIDADE DE EXA*E DE RO'AS% EDIDO DE RE- .&I O INDE-ERIDO ELO CONARE.  N"O OCORR/NCIA DE ERSE&#I!"O OLICA% ALE&A!ES DE 'CIOS DE NA#RE2A -OR*AL% N"O OCORR/NCIA% A#S/NCIA DE RESCRI!"O% CO*RO*ISSO DO ESADO RE+#ERENE DE CO*#AR A ENA E'EN#AL*ENE I* OS A E* ERIODO N"O S#ERIOR A 30 ANO S% DE RA! "O% EX RAD I!" O DE-ERIDA% I A exten45o o rat ao e Extra785o entre a Re9;l7<a -eerat7=a o ra47l e o Re7no #n7o a &r5retan>a e Irlana o Norte ?4 Il>a4 @r4 e Ca7<o4 Bo7 real7aa 9or 7nterm7o e tro<a e nota4, no4 termo4 o art% 16 o ratao e Ex tr a 78 5o B7rma o entre o4 o74 9a 4 e4 % II F A4 <on @ta4 7m9@ta a4 ao extra7tano, 4@;orno e <on497ra85o, amolam4e ao4 art4% GHH e 31 o CJ7o enal ;ra47le7ro, na me7a em @e, 4e@no a4 7m9@ta8Me4 real7aa4 no E4tao re@erente, a44o<7aram4e ma74 e tr4 9e44oa4 <om o o;et7=o e <ometer <r7me4 e >o@=e 4ol7<7ta85o o@ re<e;7mento e =antaem 7ne=7a 9ara 47 o@ 9ara o@trem, 7reta o@ 7n7retamente, a7na @e Bora a B@n85o 9;l7<a o@ ante4 e a44@m7la, ma4 em ra5o ela% D@9la t797<7ae aten7a% III F O4 el7to4 45o e nat@rea <r7m7nal <om@m, o @e aBa4ta a alea85o e @e 4e e4tar7a extra7tano 9or <r7me 9olt7<o% I' F No 9e7o e extra785o n5o <a;e ao r7;@nal 9e4@74ar o4 elemento4 e <on=7<85o no4 @a74 4e B@no@ a P@4t78a o E4tao e4trane7ro 9ara 7n7<7ar a 7n=e4t7a85o 9enal e e<retar a 9r745o 9re=ent7=a o extra7tano% re<eente4% ' O 9e7 o e reB7o Bo7 7neBer7 o 9elo CONARE e, 9o4ter7ormente, em ra@ e re<@r4o am7n74trat7=o e lt7ma 7n4tQn<7a 9elo *7n74tro e E4tao a P@4t78a% 'I No 9ro<e44o extra7<7onal, o4 474tema4 @r7<o4 e nat@rea 7=er4a, tal <omo o<orre na e49<7e (C7=7l La e Common La), e=em 4er <om9at7;7l7ao4, 4o; 9ena e a <oo9era85o @r7<a 7nterna<7onal tornar4e 7n=7=el% 'II A entrea o extra 7tano B7< a <on7<7onaa ? Bormal7 a 85 o e <om9rom744 o, 9el o E4tao re@erente, e <om@tar em 9ena n5o 4@9er7or a 30 (tr7nta) ano4, a4 9ena4 e 9r7 45o 9er9 t@a e=ent@alment e 7m9 o4ta4 ao ext ra 7tano e a o;4er=Qn<7a a

Pesquisa Dr Eraldo DPU 2

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Pesquisa Dr Eraldo DPU 2

Citation preview

Jurisprudncia dos tribunais federais e dos superiores sobre controle judicial da concesso (ou recusa) de refgio. Pesquise e compile tudo que encontrar envolvendo refgio e decises do CONARE.

Termos da Pesquisa no site de Jurisprudncia Unificada da Justia Federal:CONARE e concesso e refgio compiladas todas as decises encontradas.

STF_______________________________________________________________________(Ext 1306, Relator RICARDO LEWANDOWSKI)Ementa: EXTRADIO INSTRUTRIA. GOVERNO DO REINO UNIDO. EXTENSO DO TRATADO POR TROCA DE NOTAS. ILHAS DE TURKS E CAICOS. CRIMES DE QUADRILHA E CORRUPO PASSIVA. DUPLA TIPICIDADE. COMMON LAW. IMPOSSIBILIDADE DE EXAME DE PROVAS. PEDIDO DE REFGIO INDEFERIDO PELOCONARE.NO OCORRNCIA DE PERSEGUIO POLTICA. ALEGAES DE VCIOS DE NATUREZA FORMAL. NO OCORRNCIA. AUSNCIA DE PRESCRIO. COMPROMISSO DO ESTADO REQUERENTE DE COMUTAR A PENA EVENTUALMENTE IMPOSTA EM PERIODO NO SUPERIOR A 30 ANOS. DETRAO. EXTRADIO DEFERIDA. I - A extenso do Tratado de Extradio entre a Repblica Federativa do Brasil e o Reino Unido da Gr-Bretanha e Irlanda do Norte s Ilhas Turks e Caicos foi realizada por intermdio de troca de notas, nos termos do art. 16 do Tratado de Extradio firmado entre os dois pases. II As condutas imputadas ao extraditando, suborno e conspirao, amoldam-se aos arts. 288 e 317 do Cdigo Penal brasileiro, na medida em que, segundo as imputaes realizadas no Estado requerente, associaram-se mais de trs pessoas com o objetivo de cometer crimes e houve solicitao ou recebimento de vantagem indevida para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo pblica ou antes de assumi-la, mas em razo dela. Dupla tipicidade atendida. III Os delitos so de natureza criminal comum, o que afasta a alegao de que se estaria extraditando por crime poltico. IV No pedido de extradio no cabe ao Tribunal pesquisar os elementos de convico nos quais se fundou a Justia do Estado estrangeiro para iniciar a investigao penal e decretar a priso preventiva do extraditando. Precedentes. V - O pedido de refgio foi indeferido peloCONAREe, posteriormente, em grau de recurso administrativo de ltima instncia pelo Ministro de Estado da Justia. VI - No processo extradicional, os sistemas jurdicos de natureza diversa, tal como ocorre na espcie (Civil Law e Common Law), devem ser compatibilizados, sob pena de a cooperao jurdica internacional tornar-se invivel. VII - A entrega do extraditando fica condicionada formalizao de compromisso, pelo Estado requerente, de comutar em pena no superior a 30 (trinta) anos, as penas de priso perptua eventualmente impostas ao extraditando e a observncia da detrao em relao ao perodo de priso preventiva no Brasil. VIII - Extradio deferida, condicionada formalizao de compromisso._______________________________________________________________________(EMB.DECL.NA EXTRADIO 785, CARLOS VELLOSO)EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. EXTRADIO. PEDIDO DE REFGIO: Lei 9.474, de 1997, art. 31. EMBARGOS DE DECLARAO: PRESSUPOSTOS. CPP, art. 619; RI/STF, arts. 337 a 339. I. - A deciso do Ministro de Estado da Justia, que resolve o recurso interposto da deciso negativa do refgio, proferida peloCONARE,no ser passvel de recurso. Lei 9.474/97, art. 31. Impossibilidade de aplicao subsidiria da Lei 9.874/99, dado que a aplicao subsidiria ocorre no vazio na norma especfica. II. - Inocorrncia de omisso e de contradio. Pressupostos dos embargos de declarao inexistentes. III. - Embargos de declarao rejeitados._______________________________________________________________________(Ext 1008, GILMAR MENDES)EMENTA: Extradio: Colmbia: crimes relacionados participao do extraditando - ento sacerdote da Igreja Catlica - em ao militar das Foras Armadas Revolucionrias da Colmbia (FARC). Questo de ordem. Reconhecimento do status de refugiado do extraditando, por deciso do comit nacional para refugiados -CONARE: pertinncia temtica entre a motivao do deferimento do refgio e o objeto do pedido de extradio: aplicao da Lei 9.474/97, art. 33 (Estatuto do Refugiado), cuja constitucionalidade reconhecida: ausncia de violao do princpio constitucional da separao dos poderes. 1. De acordo com o art. 33 da L. 9474/97, o reconhecimento administrativo da condio de refugiado, enquanto dure, elisiva, por definio, da extradio que tenha implicaes com os motivos do seu deferimento. 2. vlida a lei que reserva ao Poder Executivo - a quem incumbe, por atribuio constitucional, a competncia para tomar decises que tenham reflexos no plano das relaes internacionais do Estado - o poder privativo de conceder asilo ou refgio. 3. A circunstncia de o prejuzo do processo advir de ato de um outro Poder - desde que compreendido na esfera de sua competncia - no significa invaso da rea do Poder Judicirio. 4. Pedido de extradio no conhecido, extinto o processo, sem julgamento do mrito e determinada a soltura do extraditando. 5. Caso em que de qualquer sorte, incidiria a proibio constitucional da extradio por crime poltico, na qual se compreende a prtica de eventuais crimes contra a pessoa ou contra o patrimnio no contexto de um fato de rebelio de motivao poltica (Ext. 493)._______________________________________________________________________(MANDADO DE SEGURANA 24304, CARLOS VELLOSO)EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. EXTRADIO. REFGIO: PEDIDO. CONSELHO NACIONAL DE REFUGIADOS- CONARE. Lei 9.474/97. I. - Inocorrncia de subordinao hierrquica dos membros doCONAREao Ministro de Estado da Justia. Inocorrncia, tambm, de quebra do sigilo das informaes veiculadas no procedimento administrativo do pedido de refgio. Inocorrncia de descumprimento do disposto no art. 2 da Lei 9.784/99 e de violao do devido processo legal (C.F., art. 5, LV). II. - Mandado de Segurana indeferido._______________________________________________________________________(Ext 1170, Relatora ELLEN GRACIE)EXTRADIO. DOCUMENTO DE REFUGIADO EXPEDIDO PELO ALTO COMISSARIADO DA ONU (ACNUR). CONARE. RECONHECIMENTO DA CONDIO DE REFUGIADO PELO MINISTRO DA JUSTIA. PRINCPIO DO NON REFOULEMENT. INDEFERIMENTO. 1. Pedido de extradio formulado pelo Governo da Argentina em desfavor do nacional argentino GUSTAVO FRANCISCO BUENO pela suposta prtica dos crimes de privao ilegtima da liberdade agravada e ameaas. 2. No momento da efetivao da referida priso cautelar, apreendeu-se, em posse do extraditando, documento expedido pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados - ACNUR dando conta de sua possvel condio de refugiado. 3. O Presidente do Comit Nacional para os Refugiados - CONARE atesta que o extraditando um refugiado reconhecido pelo Governo Brasileiro, conforme o documento n. 326, datado de 12.06.1989. 4. O fundamento jurdico para aconcessoou no dorefgio, anteriormente Lei 9.474/97, eram as recomendaes do ACNUR e, portanto, o cotejo era formulado com base no amoldamento da situao concreta s referidas recomendaes, resultando da o deferimento ou no do pedido derefgio. 5. O extraditando est acobertado pela sua condio de refugiado, devidamente comprovado pelo rgo competente - CONARE -, e seu caso no se enquadra no rol das excees autorizadoras da extradio de agente refugiado. 6. Parecer da Procuradoria Geral da Repblica pela extino do feito sem resoluo de mrito e pela imediata concessode liberdade ao extraditando. 7. Extradio indeferida. 8. Priso preventiva revogada. _______________________________________________________________________(Ext 1085, Relator CEZAR PELUSO)EMENTAS: 1. EXTRADIO. Passiva.Refgioao extraditando. Fato excludente do pedido.Concessono curso do processo, pelo Ministro da Justia, em recurso administrativo. Ato administrativo vinculado. Questo sobre sua existncia jurdica, validade e eficcia. Cognio oficial ou provocada, no julgamento da causa, a ttulo de preliminar de mrito. Admissibilidade. Desnecessidade de ajuizamento de mandado de segurana ou outro remdio jurdico, para esse fim, Questo conhecida. Votos vencidos. Alcance do art. 102, inc. I, alnea "g", da CF. Aplicao do art. 3 do CPC. Questo sobre existncia jurdica, validez e eficcia de ato administrativo que concedarefgioao extraditando matria preliminar inerente cognio do mrito do processo de extradio e, como tal, deve ser conhecida de ofcio ou mediante provocao de interessado jurdico na causa. 2. EXTRADIO. Passiva.Refgioao extraditando.Concessono curso do processo, pelo Ministro da Justia. Ato administrativo vinculado. No correspondncia entre os motivos declarados e o suporte ftico da hiptese legal invocada como causa autorizadora daconcessoderefgio.Contraste, ademais, com norma legal proibitiva do reconhecimento dessa condio. Nulidade absoluta pronunciada. Ineficcia jurdica conseqente. Preliminar acolhida. Votos vencidos. Inteligncia dos arts. 1, inc. I, e 3, inc. III, da Lei n 9.474/97, art. 1-F do Decreto n 50.215/61 (Estatuto dos Refugiados), art. 1, inc. I, da Lei n 8.072/90, art. 168, nico, do CC, e art. 5, inc. XL, da CF. Eventual nulidade absoluta do ato administrativo que concederefgioao extraditando deve ser pronunciada, mediante provocao ou de ofcio, no processo de extradio. 3. EXTRADIO. Passiva. Crime poltico. No caracterizao. Quatro homicdios qualificados, cometidos por membro de organizao revolucionria clandestina. Prtica sob imprio e normalidade institucional de Estado Democrtico de direito, sem conotao de reao legtima contra atos arbitrrios ou tirnicos. Carncia de motivao poltica. Crimes comuns configurados. Preliminar rejeitada. Voto vencido. No configura crime poltico, para fim de obstar a acolhimento de pedido de extradio, homicdio praticado por membro de organizao revolucionria clandestina, em plena normalidade institucional de Estado Democrtico de direito, sem nenhum propsito poltico imediato ou conotao de reao legtima a regime opressivo. 4. EXTRADIO. Passiva. Executria. Pedido fundado em sentenas definitivas condenatrias por quatro homicdios. Crimes comuns.Refgioconcedido ao extraditando. Deciso administrativa baseada em motivao formal de justo receio de perseguio poltica. Inconsistncia. Sentenas proferidas em processos que respeitaram todas as garantias constitucionais do ru. Ausncia absoluta de prova de risco atual de perseguio. Mera resistncia necessidade de execuo das penas. Preliminar repelida. Voto vencido. Interpretao do art. 1, inc. I, da Lei n 9.474/97. Aplicao do item 56 do Manual do Alto Comissariado das Naes Unidas - ACNUR. No caracteriza a hiptese legal deconcessoderefgio,consistente em fundado receio de perseguio poltica, o pedido de extradio para regular execuo de sentenas definitivas de condenao por crimes comuns, proferidas com observncia do devido processo legal, quando no h prova de nenhum fato capaz de justificar receio atual de desrespeito s garantias constitucionais do condenado. 5. EXTRADIO. Pedido. Instruo. Documentos vazados em lngua estrangeira. Autenticidade no contestada. Traduo algo deficiente. Possibilidade, porm, de ampla compreenso. Defesa exercida em plenitude. Defeito irrelevante. Nulidade inexistente. Preliminar repelida. Precedentes. Inteligncia do art. 80, 1, da Lei n 6.815/80. Eventual deficincia na traduo dos documentos que, vazados em lngua estrangeira, instruem o pedido de extradio, no o torna inepto, se no compromete a plena compreenso dos textos e o exerccio do direito de defesa. 6. EXTRADIO. Passiva. Executria. Extenso da cognio do Supremo Tribunal Federal. Princpio legal da chamada contenciosidade limitada. Amplitude das questes oponveis pela defesa. Restrio s matrias de identidade da pessoa reclamada, defeito formal da documentao apresentada e ilegalidade da extradio. Questes conexas sobre a natureza do delito, dupla tipicidade e duplo grau de punibilidade. Impossibilidade conseqente de apreciao do valor das provas e de rejulgamento da causa em que se deu a condenao. Interpretao dos arts. 77, 78 e 85, 1, da Lei n 6.815/80. No constitui objeto cognoscvel de defesa, no processo de extradio passiva executria, alegao de insuficincia das provas ou injustia da sentena cuja condenao o fundamento do pedido. 7. EXTRADIO. Julgamento. Votao. Causa que envolve questes constitucionais por natureza. Voto necessrio do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal. Preliminar rejeitada. Precedentes. O Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal tem sempre voto no julgamento dos processos de extradio. 8. EXTRADIO. Passiva. Executria. Deferimento do pedido. Execuo. Entrega do extraditando ao Estado requerente. Submisso absoluta ou discricionariedade do Presidente da Repblica quanto eficcia do acrdo do Supremo Tribunal Federal. No reconhecimento. Obrigao apenas de agir nos termos do Tratado celebrado com o Estado requerente. Resultado proclamado vista de quatro votos que declaravam obrigatria a entrega do extraditando e de um voto que se limitava a exigir observncia do Tratado. Quatro votos vencidos que davam pelo carter discricionrio do ato do Presidente da Repblica. Decretada a extradio pelo Supremo Tribunal Federal, deve o Presidente da Repblica observar os termos do Tratado celebrado com o Estado requerente, quanto entrega do extraditando. _______________________________________________________________________(Ext-QO-QO 784, Relator NRI DA SILVEIRA)EMENTA: EXTRADIO. QUESTO DE ORDEM. SUSPENSO DO PROCESSO DE EXTRADIO.REFGIO.POSSIBILIDADE DE EXTENSO DA SUSPENSO PRISO PREVENTIVA. PRISO DOMICILIAR. INDEFERIMENTO. A priso do extraditando dever perdurar at o julgamento final do processo de extradio, no se admitindo liberdade vigiada ou priso domiciliar (art. 84, pargrafo nico, da Lei 6.815/80). Entretanto, a incidncia do art. 34 da Lei 9.474/97, que determina a suspenso do processo de extradio em caso de apresentado pedido derefgio,altera caractersticas tpicas do processo extradicional. Na hiptese de ocorrer a suspenso do processo, viabiliza-se um juzo do Tribunal no sentido de verificar a convenincia, ou no, de se conceder priso domiciliar, priso albergue ou liberdade vigiada. No presente caso, estando o pedido derefgiotambm suspenso por deciso judicial obtida pelo prprio extraditando e considerando que o pedido de extradio j foi deferido pelo Supremo Tribunal Federal, nada aconselha a suspenso de priso preventiva para o ato extradicional. Questo de ordem resolvida para indeferir os pedidos de revogao da priso preventiva e deconcessoda priso domiciliar._______________________________________________________________________(HC 81127, Relator SYDNEY SANCHES)EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. PRISO PARA FINS DE EXTRADIO. PEDIDO DEREFGIO,PERANTE O MINISTRIO DA JUSTIA: SUSPENSO DO PROCESSO EXTRADICIONAL, SEM DIREITO, PORM, DO EXTRADITANDO, PRISO DOMICILIAR. INTERPRETAO DOS ARTIGOS 34 E 22 DA LEI N 9.474, DE 22.07.1997, EM FACE DO ART. 84 DO ESTATUTO DO ESTRANGEIRO. "HABEAS CORPUS". 1. Dispe o art. 34 da Lei n 9.474, de 22 de julho de 1997, que define mecanismos para a implementao do Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras providncias: "Art. 34. A solicitao derefgiosuspender, at deciso definitiva, qualquer processo de extradio pendente, em fase administrativa ou judicial, baseado nos fatos que fundamentaram aconcessoderefgio." E o art. 22: "Enquanto estiver pendente o processo relativo solicitao derefgio,ao peticionrio ser aplicvel a legislao sobre estrangeiros, respeitadas as disposies especficas contidas nesta Lei." 2. E o Estatuto do Estrangeiro (Lei n 6.815, de 19 de agosto de 1980, modificada pela Lei n 6.964, de 9 de dezembro de 1981), regula a extradio do estrangeiro e sua priso para tal fim (artigos 76 a 94). E no art. 84 esclarece: "Art. 84. Efetivada a priso do extraditando (artigo 81), o pedido ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. Pargrafo nico. A priso perdurar at o julgamento final do Supremo Tribunal Federal, no sendo admitidas a liberdade vigiada, a priso domiciliar, nem a priso albergue." Atento a essa expressa disposio, o Supremo Tribunal Federal tem reiteradamente recusado, durante o processo de extradio, a liberdade vigiada, a priso domiciliar e a priso albergue. 3. E no h, na Lei n 9.474, de 22 de julho de 1997, qualquer disposio no sentido de propiciar tais benefcios, sendo certo que, nos termos do artigo 33, somente o reconhecimento da condio de refugiado obstar o seguimento de qualquer pedido de extradio baseado nos fatos que fundamentaram aconcessodorefgio. Assim, se vier a ser indeferido o pedido derefgio,nada obsta o prosseguimento do processo extraditrio, para o qual indispensvel a manuteno do extraditando, na priso, sempre sem direito liberdade vigiada, priso domiciliar e priso albergue. 4. No se vislumbrando, assim, qualquer ilegalidade na priso questionada, inclusive enquanto se processa, no Ministrio da Justia, o pedido derefgio, de se indeferir o pedido de "Habeas Corpus", cassada, em conseqncia, a medida liminar, devendo, pois, o extraditando ser reencaminhado priso em que se encontrava, disposio desta Corte. 5. "H.C." indeferido, cassada a liminar. Deciso unnime._______________________________________________________________________(HC 81176, Relator NELSON JOBIM)EMENTA: HABEAS CORPUS. SUSPENSO DO PROCESSO DE EXTRADIO. PEDIDO DEREFGIOE ASILO. AUSNCIA DE COMPROVAO. NO CARACTERIZAO DO ATO ABUSIVO OU ILEGAL. A L. 9.474/97, art. 34, possibilita a suspenso do processo de extradio, baseado nos fatos que fundamentaram aconcessodorefgio. Para tanto, indispensvel que o paciente comprove a efetivao do pedido derefgioe/ou asilo poltico. Isso no foi feito. Falta a caracterizao do ato abusivo ou ilegal. Requisito constitucional (CF, art. 5, LXVIII). HABEAS indeferido._______________________________________________________________________

STJ

_______________________________________________________________________(MANDADO DE SEGURANA 17611, Relator ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEO, DJE DATA:25/03/2013)EMEN: MANDADO DE SEGURANA. LEI 9.474/97. IMPEDIMENTO DA AUTORIDADE IMPETRADA. NO OCORRNCIA. RECONHECIMENTO DA CONDIO DE REFUGIADO. NECESSIDADE DE DILAO PROBATRIA. SEGURANA DENEGADA. 1. Mandado de segurana impetrado contra ato do Ministro de Estado da Justia que negou provimento a recurso interposto contra deciso do Comit Nacional para os Refugiados- CONAREque, por sua vez, indeferiu pedido de reconhecimento da condio de refugiado, prevista na Lei 9.474/97. 2. Dada a natureza colegiada da deciso proferida peloCONARE,no h ilegalidade no ato impugnado apenas pelo fato de a autoridade impetrada ter negado provimento a recurso interposto contra deciso proferida na poca em que presidia o referido rgo, sobretudo quando no tenha participado efetivamente do procedimento administrativo. 3. No caso, o exame da questo de o impetrante estar ou no sendo alvo de perseguies ou de ser oriundo de regio onde haja grave e generalizada violao de direitos humanos demandaria dilao probatria, o que invivel em mandado de segurana. 4. Segurana denegada._______________________________________________________________________(MANDADO DE SEGURANA 12510, Relator DENISE ARRUDA, PRIMEIRA SEO, DJ DATA:10/09/2007 PG:00178)EMEN: MANDADO DE SEGURANA. LEI 9.474/97. DECLARAO DA CONDIO DE REFUGIADO. BRASILEIRO NATURALIZADO. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTNCIA DE ATO ILEGAL PRATICADO PELA AUTORIDADE IMPETRADA QUE TENHA VIOLADO DIREITO LQUIDO E CERTO DO DEMANDANTE. SEGURANA DENEGADA. 1. Trata-se de mandado de segurana impetrado por MIKE NIGGLI em face de ato praticado pelo Senhor Ministro de Estado da Justia, consubstanciado no Despacho 199, publicado no DOU de 11 de dezembro de 2006, que indeferiu o recurso interposto contra deciso do Comit Nacional para os Refugiados- CONARE- que entendeu pelo indeferimento do pedido de refgio feito pelo impetrante, ante a falta de amparo legal, j que se trata de brasileiro naturalizado, no se aplicando as condies de admissibilidade previstas na Lei 9.474/97. 2. Do exame da documentao juntada aos autos, observa-se que no houve violao dos princpios constitucionais do contraditrio, do devido processo legal e da ampla defesa, uma vez que foi dada cincia ao demandante de todos os atos emanados das autoridades administrativas, bem como a oportunidade de recorrer da deciso proferida peloCONARE. 3. No merece acolhida a alegao de que houve vcio na deciso que indeferiu o pedido de refgio, em razo de no ter sido observada a formalidade prevista no art. 18 da Lei 9.474/97, haja vista que tanto o documento constante das fls. 110/112 como as informaes prestadas pela autoridade impetrada refutam tal assertiva, consignando que houve duas tentativas frustadas de entrevistar o requerente. Ademais, ainda que assim no fosse, sua solicitao de reconhecimento da condio de refugiado foi indeferida por ausncia de pressuposto de admissibilidade, j que se tratava de brasileiro naturalizado, de modo que no haveria sequer a necessidade da realizao da audincia prevista no citado dispositivo. 4. O art. 3, II, da Lei 9.474/97, expressamente afasta a possibilidade de se reconhecer como refugiados os indivduos residentes no territrio nacional que tenham direitos e obrigaes relacionados com a condio de nacional, situao em que se enquadra o demandante, que brasileiro naturalizado, no havendo falar, portanto, em violao de direito lquido e certo por parte da autoridade impetrada. 5. Segurana denegada._______________________________________________________________________ (RESP 200902487335, Relator HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJE DATA:28/02/2012)EMEN: DIREITO INTERNACIONAL PBLICO. DIREITO COMPARADO.REFGIOPOR PERSEGUIO RELIGIOSA. CONFLITO ISRAEL-PALESTINA. CONDIES. IMIGRAO DISFARADA. CONARE. REQUERIMENTO INDEFERIDO. MRITO DO ATO ADMINISTRATIVO. REVISO. IMPOSSIBILIDADE. POLTICAS PBLICAS DE MIGRAO E RELAES EXTERIORES. 1. In casu, cidado israelense ingressa no Brasil com visto para turismo, mas solicita permanncia como refugiado, ao argumento de sofrer perseguio religiosa. Aps se esgotarem as instncias administrativas no Conare, entra com ao ordinria sob o fundamento de que o conflito armado naquele pas, por ser notria, enseja automticaconcessode status de refugiado. 2. Orefgio reconhecido nas hipteses em que a pessoa obrigada a abandonar seu pas por algum dos motivos elencados na Conveno Relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1957 e cessa no momento em que aquelas circunstncias deixam de existir. Exegese dos arts. 1, III, e 38, V, da Lei 9.474/97. 3. Aconcessoderefgio,independentemente de ser considerado ato poltico ou ato administrativo, no infenso a controle jurisdicional, sob o prisma da legalidade. 4. Em regra, o Poder Judicirio deve limitar-se a analisar os vcios de legalidade do procedimento daconcessodorefgio,sem reapreciar os critrios de convenincia e oportunidade. Precedentes do STJ. 5. Em casos que envolvem polticas pblicas de migrao e relaes exteriores, mostra-se inadequado ao Judicirio, tirante situaes excepcionais, adentrar as razes que motivam o ato de admisso de estrangeiros no territrio nacional, mormente quando o Estado deu ensejo ampla defesa, ao contraditrio e ao devido processo legal a estrangeiro cujo pedido foi regularmente apreciado por rgo formado por representantes do Departamento de Polcia Federal; do Alto Comissariado das Naes Unidas para Refugiados (Acnur) e dos Ministrios da Justia, das Relaes Exteriores, do Trabalho, da Sade, da Educao e do Desporto, nos termos do art. 14 da Lei 9.474/1997. Precedentes do STJ e do STF. 6. A tendncia mundial no sentido da restrio do papel do Poder Judicirio no que tange anlise das condies paraconcessode asilo. Precedentes do Direito Comparado. 7. No Direito Internacional Pblico, o instituto jurdico dorefgioconstitui exceo ao exerccio ordinrio do controle territorial das naes, uma das mais importantes prerrogativas de um Estado soberano. Cuida deconcessoad cautelam e precria de parcela da soberania nacional, pois o Estado-parte cede temporariamente seu territrio para ocupao por no sdito, sem juzo de convenincia ou oportunidade no momento da entrada, pois se motiva em situao delicada, em que urgem medidas de proteo imediatas e acordadas no plano supranacional. 8. Orefgio,por ser medida protetiva condicionada permanncia da situao que justificou suaconcesso,merece cautelosa interpretao, justamente porque envolve a regra internacional do respeito aos limites territoriais, expresso mxima da soberania dos Estados, conforme orienta a hermenutica do Direito Internacional dos Tratados. Exegese conjunta dos arts. 1, alnea "c", item 5, da Conveno Relativa ao Estatuto dos Refugiados de 1957 e 31, item 3, alnea "c", da Conveno de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969. 9. No se trata de fechar as portas do Pas para a imigrao - mesmo pelo fato notrio de que os estrangeiros sempre foram bem-vindos no Brasil -, mas apenas de pontuar o procedimento correto quando a hiptese caracterizar intuito de imigrao, e no derefgio. 10. Recurso Especial provido para denegar a Segurana._______________________________________________________________________(AGRAVO REGIMENTAL NO MANDADO DE SEGURANA 17612, Relator MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEO, DJE DATA:18/11/2011)EMEN: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANA.REFGIO. ATO DO MINISTRO DA JUSTIA. INDEFERIMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO INTERPOSTO EM FACE DA DECISO DO CONARE. AUSNCIA DE PROVA PR-CONSTITUDA (CPIA DAS DECISES DO CONARE E DO RECURSO ADMINISTRATIVO). 1. Trata-se de mandado de segurana ajuizado por Ali Maqsood em face de ato do Exmo. Sr. Ministro de Estado da Justia consubstanciado no indeferimento de recurso administrativo interposto em face de deciso do Conare que lhe negou a condio de refugiado. 2. Aduz, em sntese, para caracterizar seu direito lqido e certo, que, por ter se casado com mulher de grupo religioso diferente do seu, tem receio de ser perseguido acaso seja obrigado a retornar a seu pas de origem (o Paquisto) - especialmente porque, depois que o impetrante negou apoio a grupo ativista local, sua residncia foi alvo de ataques sistematizados, dos quais resultaram a morte de seu pai e de outros integrantes de sua famlia - e, que, nestas condies, requereu o reconhecimento do status de refugiado. 3. Postulou aconcessode liminar, e, para configurar o perigo na demora, informou que foi comunicado do indeferimento de seu recurso administrativo em 24.6.2011 e que corre risco de sofrer danos irreparveis se seu retorno for levado a cabo. O pedido liminar no foi avaliado porque houve denegao da segurana. 4. Aconcessoda condio de refugiado, conquanto se releve, sem dvida, uma manifestao da soberania brasileira, pode ser sindicvel junto ao Judicirio, na qualidade de ato administrativo. Esta foi a concluso a que chegou o Supremo Tribunal Federal nos autos da Extradio n. 1.085, com superao do precedente que informava a matria anteriormente (caso Padre Medina). 5. Contudo, para que o Judicirio possa se manifestar na esfera de um mandado de segurana, imperiosa a formao dos autos na forma delimitada pelo art. 1 da Lei n. 12.016/09, que exige que o direito em jogo seja marcado pela liqidez e certeza, as quais, por sua vez, esto configuradas pela necessidade de prova pr-constituda. 6. Na espcie, embora a pretenso do impetrante constitua pedido juridicamente possvel e que esta Corte Superior seja competente, em princpio, para processar e julgar o feito, tendo em conta a prerrogativa de foro da autoridade coatora, no h, nos presentes autos, prova do ato coator, com seu inteiro teor. 7. A cpia dos inteiros teores da deciso do Conare e da posterior deciso de indeferimento do recurso administrativo interposto junto ao Ministro de Justia essencial para que se possa avaliar eventual ilegalidade do ato luz da Lei n. 9.474/97 e dos princpios de direito que regulam o instituto humanitrio dorefgio. 8. Sem tais peas, impossvel avaliar o pleito mandamental de forma equilibrada, por ausncia de prova pr-constituda. 9. Sustenta a parte agravante que no juntou os atos que negaram orefgioporque a eles no teve acesso e que a falta de fundamentao para a negativa que justificou a impetrao da segurana. 10. Nada obstante, de se observar, a partir de uma simples leitura da inicial, que o fato de a parte no ter tido acesso s decises administrativas de indeferimento do pedido derefgioclaramente no objeto da presente impetrao, que se volta unicamente contra a ilegalidade, no mrito, do indeferimento do pedido formulado em sede administrativa. 11. Ainda que assim fosse, deveria haver prova de que houve requerimento para acesso aos documentos do procedimento administrativo junto s autoridades competentes, prova esta que, novamente, no existe nesses autos - alis, em tese, se assim fosse, seria outra a medida cabvel. 12. Ora, se a parte recorrente formulou recurso administrativo, teve contato, no mnimo, com a deciso do Conare que impugnou, e ao menos este ato deveria ter sido juntado aos autos, uma vez que ele foi mantido por deciso posterior do Ministro da Justia. 13. Por fim, para a aplicao dos arts. 7, inc. I, e 6, 1, da Lei n. 12.016/09, necessrio ao menos um indcio de ilegalidade, que, reitero, no se vislumbra nestes autos, justamente porque no se sabe os limites e contedo da deciso que indeferiu o recurso administrativo. 14. A falta de prova pr-constituda , pois, evidente. 15. Agravo regimental no provido._______________________________________________________________________(MANDADO DE SEGURANA 13383, Relator CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF 1 REGIO), PRIMEIRA SEO, DJE DATA:04/08/2008)EMEN: MANDADO DE SEGURANA. ATO COATOR DO MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIA EM PROCESSO ADMINISTRATIVO PARACONCESSODEREFGIO.COLOMBIANO. ALEGADA PERSEGUIO PELAS FORAS REVOLUCIONRIAS DA COLMBIA - FARC. ATO COATOR REVESTIDO DAS FORMALIDADES LEGAIS. AUSNCIA DE VIOLAO DE DIREITO LQUIDO E CERTO. DENEGAO DA SEGURANA. 1. O ato de indeferimento daconcessoderefgioencontra-se absolutamente revestido de todos os requisitos legais exigidos. 2. As formalidades legais foram respeitadas no decorrer do processo administrativo, tendo o impetrante acesso aos procedimentos legais, sido oportunamente cientificado do indeferimento do pedido e tendo a oportunidade de recorrer da deciso. 3. Verifica-se a inexistncia, por parte da autoridade coatora - Sr. Ministro de Estado da Justia - de prtica de ato ilegal, comissivo ou omissivo, configurador de leso ao direito subjetivo lquido e certo do impetrante, razo que impe-se a denegao da segurana. 4. Mandado de segurana denegado._______________________________________________________________________(HABEAS CORPUS 77386, Relator FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJ DATA:10/09/2007)EMEN: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINRIO. ART. 1, CAPUT, INCISOS I E VII, DA LEI N 9.613/98. PRISO PREVENTIVA. FUNDAMENTAO. ORDEM PBLICA. APLICAO DA LEI PENAL. SUPERVENINCIA DE SENTENA PENAL CONDENATRIA. PEDIDO DE EXTENSO (ART. 580 DO CPP). AUSNCIA DE IDENTIDADE DE SITUAES PROCESSUAIS. INDEFERIMENTO. I - Resta devidamente fundamentada a custdia cautelar do paciente, para a garantia da ordem pblica, tendo em vista a existncia de indcios concretos de periculosidade do agente, em razo do modus operandi da conduta delituosa (Precedentes). II - No caso, o paciente apontado como membro de cpula de organizao criminosa transnacional, especializada no trfico de drogas, investigada por autoridades de diferentes pases, que teria se utilizado do Brasil comorefgiopara evitar a persecuo criminal e dar proveito e aspecto de licitude aos vultosos recursos financeiros provenientes das atividades criminosas no Mxico e nos Estados Unidos da Amrica. III - Motiva-se a priso cautelar, ademais, na necessidade de se assegurar a aplicao da lei penal, uma vez que se teria apurado que o paciente estaria vivendo h vrios anos no Brasil utilizando-se de identidade falsa, tendo inclusive com ela se naturalizado brasileiro, bem como que teria oferecido alta quantia em dinheiro (um milho de dlares) para que agentes policiais, os quais descobriram a falsa identidade, deixassem de reportar tal informao, de forma a escapar da persecuo penal. IV - No havendo identidade de situao ftico-processual entre os co-rus, descabe, a teor do art. 580 do CPP, deferir pedido de extenso de benefcio obtido por um deles, qual seja, aconcessode liberdade provisria mediante fiana. Ordem denegada._______________________________________________________________________(MANDADO DE SEGURANA 11417, Relator JOS DELGADO, PRIMEIRA SEO, DJ DATA:02/04/2007)EMEN: MANDADO DE SEGURANA. ATO COATOR DO MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIA EM PROCESSO ADMINISTRATIVO PARACONCESSODEREFGIO.ACRDO DO STF QUE DEFERIU PEDIDO DE EXTRADIO FORMULADO PELO GOVERNO DA DINAMARCA. EXTRADITANDO RESPONDENDO PROCESSO-CRIME POR TRFICO INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES NO SEU PAS DE ORIGEM. ATO COATOR REVESTIDO DAS FORMALIDADES LEGAIS. AUSNCIA DE VIOLAO DE DIREITO LQUIDO E CERTO. DENEGAO DA SEGURANA. 1. Trata-se de mandado de segurana impetrado por CLAUS MALMQVIST contra ato do Ministro de Estado da Justia e da Coordenadora Geral do Comit Nacional para os Refugiados - CONARE objetivando, liminarmente, a suspenso dos efeitos das decises proferidas pelo CONARE (em 02/12/05) e pelo ilustre Ministro (em 17/01/06) que redundaram na denegao de recurso interposto em processo administrativo que indeferiu solicitao de reconhecimento da condio de refugiado, em razo de o caso inserir-se na clusula de excluso prevista no inciso III do art. 3 da Lei 9.474/97. Ao final, pleiteia aconcessoda segurana para anular o processo administrativo protocolado sob o n 08000.029881/2005-75 no Ministrio da Justia. Indeferida a liminar, restou no plo passivo apenas o Ministro de Estado. Regularizada a apresentao dos documentos apontados, a autoridade coatora (Ministro de Estado da Justia) ofereceu informaes pugnando pela denegao da segurana. Parecer do Ministrio Pblico Federal opinando pela remessa dos autos ao Colendo STF ou pela denegao do mandamus. 2. O ato de indeferimento daconcessoderefgioencontra-se absolutamente revestido de todos os requisitos legais exigidos para que seja tido como perfeito e acabado: competncia, finalidade, motivo e objeto. As formalidades legais foram respeitadas no decorrer do processo administrativo, tendo o impetrante acesso aos procedimentos legais, sido oportunamente cientificado do indeferimento do pedido e tendo a oportunidade de recorrer da deciso. Portanto, verifica-se a inexistncia, por parte da autoridade coatora (Sr. Ministro de Estado da Justia), de prtica de ato ilegal, comissivo ou omissivo, configurador de leso ao direito subjetivo lquido e certo do impetrante, razo que impe a denegao da segurana. 3. Mandado de segurana denegado._______________________________________________________________________(HABEAS CORPUS 36033, Relator FRANCISCO FALCO, PRIMEIRA SEO, DJ DATA:14/03/2005)EMEN: HABEAS CORPUS.REFGIOPOLTICO. INADEQUAO DA HIPTESE AO TEOR DA LEI N 9474/97. I - O paciente no se enquadra no conceito de refugiado poltico, porquanto segundo as informaes no sofre qualquer ameaa, sendo certo que a localidade de que egresso em Angola no considerada localidade de risco. II - O temor em prestar servio militar no fundamento apto concessoderefgiopoltico. III - Habeas corpus denegado._______________________________________________________________________

TRF 1_______________________________________________________________________(AGRAVO REGIMENTAL NA SUSPENSAO DE LIMINAR OU ANTECIPAO DE TUTELA 00094204420124010000, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL MRIO CSAR RIBEIRO, CORTE ESPECIAL, e-DJF1 DATA:11/01/2013 PAGINA:532)PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSO DA TUTELA ANTECIPADA. MIGRAO HAITIANOS. CONDIO DE REFUGIADO. CONTROLE DE ENTRADA. ATIVIDADE DA ADMINISTRAO PBLICA. PODER JUDICIRIO. INGERNCIA INDEVIDA. LESO ORDEM E A SEGURANA PBLICAS. IMPROVIMENTO DO AGRAVO. 1. No compete ao Judicirio alterar a poltica pblica traada pelos rgos competentes para aconcessoda condio de refugiado ou de vistos permanentes, nem mesmo por questes humanitrias, haja vista no se tratar, nesse caso, de velar pela legalidade dos atos administrativos, seno de substituio da Administrao Pblica em seu juzo de convenincia e oportunidade no tocante poltica de migrao nacional, com induvidoso potencial lesivo ordem pblica, cujo conceito abrange a ordem administrativa em geral, caracterizada como a normal execuo do servio pblico ou do exerccio das funes administrativas pelas autoridades constitudas. 2. A abertura das fronteiras do pas, pelo Poder Judicirio, para que, sem o devido controle das pessoas que aqui ingressam, fere a soberania nacional e causa graves problemas de ordem social e de segurana, submetidos que so a variveis nem sempre sob controle imediato das autoridades constitudas, na medida em que dependem de outras esferas de deciso, por sua vez sujeitas, por fora de lei, a prioridades oramentrias, planejamentos, conjunturas econmico-financeiras etc. 3. A permisso do livre ingresso de estrangeiros, na condio de refugiados, sem controle migratrio, pode dar ensejo entrada massiva de estrangeiros no Pas, que sem infraestrutura que os ampare, contribui para o agravamento da situao dos cidados nacionais, principalmente daqueles habitam nas reas fronteirias, e dos prprios migrantes, gerando colapso na estrutura social dessas localidades, com srio comprometimento da adequada prestao dos servios pblicos, entre os quais o de sade e o de segurana. 4. Afora as hipteses previstas na Lei 9.474/1997, a imigrao no um direito do estrangeiro, mas uma concessodo Estado, que, verificando a inconvenincia do adventcio em seu territrio, pode, inclusive, exigir-lhe a retirada compulsria, caso considere nocivo ordem pblica ou aos interesses nacionais (art. 7 c/c art. 26 da Lei 6.815/1980). 5. Compete ao Poder Executivo, que dispe de rgo especializado denominado Conselho Nacional para os Refugiados (CONARE), vinculado ao Ministrio da Justia, analisar pedidos sobre reconhecimento da condio de refugiado, declarar a perda dessa condio, assim como orientar e coordenar as aes necessrias eficcia da proteo, assistncia, integrao local e apoio jurdico aos refugiados. No prudente ao Judicirio assumir essa funo, permitindo a entrada de todo e qualquer cidado estrangeiro que solicitarrefgio,sem o devido estudo das consequncias advindas dessa liberao. 6. Improvimento ao agravo regimental._______________________________________________________________________(HABEAS CORPUS 00530988020104010000, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL MRIO CSAR RIBEIRO, QUARTA TURMA, e-DJF1 DATA:12/11/2010 PAGINA:233)PROCESSUAL PENAL. "HABEAS CORPUS". ESTRANGEIROS. CLANDESTINOS. REGIME DE LIBERDADE VIGIADA. CONSTITUIO FEDERAL, ARTIGO 5, INCISO LXI. COMPETNCIA. AUTORIDADE JUDICIRIA. PEDIDO DE REFGIO. EXAME DOCONARE.CONSTRANGIMENTO ILEGAL. AUSNCIA. ORDEM DENEGADA. 1. Aps o advento da Constituio Federal de 1988, da autoridade judiciria a competncia para decretar a priso de estrangeiro clandestino, assim como para estabelecer as condies relativas a sua permanncia no Pas. 2. O regime de liberdade vigiada pode ser concedido aos estrangeiros que, embora tenham entrado irregularmente no Pas, no representem risco segurana nacional, organizao institucional ou a interesses polticos, sociais ou econmicos do Brasil. Tem por objetivo proteg-los e control-los dentro do Territrio Nacional e no se submete aos prazos estipulados para a priso administrativa, podendo exced-los. 3. O exame do pedido de refgio de competncia do Comit Nacional dos Refugiados/CONARE (Lei n. 9.474/1997, artigo 10, "caput"). Referido pedido, apesar de suspender qualquer procedimento administrativo ou criminal em curso pela entrada irregular no Pas, no enseja, por si s, libertao daqueles que se encontram sob o regime de liberdade vigiada. 4. Caso em que o pedido de refgio encontra-se pendente de apreciao, e que o MM. Juiz Singular insiste na necessidade de os pacientes serem mantidos sob liberdade vigiada, enfatizando que estes no possuem documentos, no podem exercer qualquer atividade financeira, no possuem local para residirem, nem qualquer outra garantia de auxlio de qualquer pessoa ou rgo, encontrando-se instalados em hotel, com despesas e segurana custeadas pela empresa proprietria do navio em que viajaram clandestinamente, tal como determina o artigo 55, 3, da Lei n. 815/1980._______________________________________________________________________(APELAO CRIMINAL 00053206420044013900, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO, TERCEIRA TURMA, DJ DATA:08/04/2005 PAGINA:39)PENAL E PROCESSO PENAL. RU PRESO. USO DE DOCUMENTO FALSO, ART. 304 DO CDIGO PENAL. DEPORTAO. PEDIDO DE REFGIO. INTERESSE DA UNIO FEDERAL. CONFISSO ESPONTNEA. 1. Segundo o art. 6 do Cdigo Penal, o lugar do crime aquele onde ocorreu a ao ou omisso, bem como o local em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 2. Ocorrendo em territrio nacional o uso de documento falso, crime previsto no art. 304 do Cdigo Penal, e, sendo crime de mera conduta, sua consumao se d com o s fato de realizar a ao prevista no tipo legal, independentemente da produo de resultado. 3. O uso de passaportes falsos causa leso f pblica e imagem do Brasil, pois se no fosse tal documento apreendido, e se tivessem conseguido os acusados entrar nos Estados Unidos, o descrdito das autoridades estrangeiras em relao aos documentos portados por cidados que imigram a partir deste pas seria bvio. H, portanto, interesse da Unio no presente caso. 4. De acordo com o art. 12, I, da lei 9.474/97, o processamento e a apreciao de pedido de reconhecimento da condio de refugiado, com base na Conveno sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 e no Protocolo dos Refugiados de 1967, so de competncia das autoridades administrativas, ou seja, do Comit Nacional para Refugiados- CONARE,criado no mbito do Ministrio da Justia. 5. Impossvel a substituio da pena de priso por restritiva de direito, ainda que inferior a quatro anos e no ser infrao penal praticada com violncia ou grave ameaa pessoa, quando os rus no residem no Brasil, no falam o idioma nacional e nem podem permanecer legalmente no pas. 6. No se aplica a atenuante da confisso espontnea, art. 65, "d", do Cdigo Penal, se existem contradies nos depoimentos dados pelos apelantes perante o Juzo e a Polcia Federal. 7. Apelaes no providas._______________________________________________________________________(APELAO EM MANDADO DE SEGURANA 00128832820024013400, DESEMBARGADORA FEDERAL SELENE MARIA DE ALMEIDA, QUINTA TURMA, DJ DATA:31/01/2008 PAGINA:126)DIREITO INTERNACIONAL.CONCESSODEREFGIO.ALEGAO DE INOBSERVNCIA AO DEVIDO PROCESSO LEGAL E CONTRADITRIO. INEXISTNCIA DE PROVA. DECISO SEM FUNDAMENTAO. OCORRNCIA. NULIDADE. PROVIMENTO DO APELO. PARCIALCONCESSODA SEGURANA. 1. O pedido derefgioem razo de perseguio possui meio de processamento prprio que o impetrante no demonstrou ter sido desrespeitado, sendo incabvel anular o processo administrativo nos moldes requeridos. 2. Embora exista a previso inscrita na Lei n 9.474/97 estipulando os casos passveis de acolhimento do pedido, no se pode admitir como fundamentada a deciso do Comit Nacional para Refugiados que se restringe a comunicar o requerente que seu pedido foi indeferido por no adequar-se s hipteses do artigo 1 do referido diploma legal. 3. necessrio fundamentar, ainda que concisamente, fornecendo ao interessado os elementos que lhe permitam impugnar a deciso administrativa, eis que a mesma passvel de recurso. 4. Acolhe-se parcialmente o pedido para determinar que o Comit para Refugiados profira nova deciso apresentando os fundamentos que embasam seu entendimento, sendo desnecessrio processar e instruir novamente o pedido, desde que, realmente os procedimentos previstos na legislao tenham sido observados como afirma a apelada, desde a apresentao das informaes. 5. Apelao provida. 6. Segurana parcialmente concedida._______________________________________________________________________

TRF 2_______________________________________________________________________(APELAO CIVEL 592747, Relator Desembargadora Federal CARMEN SILVIA LIMA DE ARRUDA, SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data::03/12/2013)ADMINISTRATIVO. INTIMAO PESSOAL DE MEMBRO DA DEFENSORIA PBLICA DA UNIO NO MBITO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DE REFGIO. DEVOLUO DE PRAZO PARA APRESENTAO DE RECURSO. REMESSA NECESSRIA E APELAO IMPROVIDAS. 1. Cuida-se de remessa necessria e recurso de apelao interposto contra sentena que, acolhendo a pretenso deduzida em demanda cognitiva proposta pela Defensoria Pblica da Unio e estrangeiro, devolveu prazo a nacional de Angola para interpor recurso no mbito de processo administrativo instaurado perante o CONARE,rgo vinculado ao Ministrio da Justia provocado para apreciar pedido de refgio. 2. Em que pese a cincia pessoal do estrangeiro demandante acerca da deciso que indeferiu o pedido administrativo de refgio (fls. 32), comprovado est nos autos que o mesmo formulou requerimento de refgio junto aoCONAREpor intermdio de Defensor Pblico da Unio. 3. A prerrogativa de intimao pessoal dos membros da Defensoria Pblica est prevista na Lei Complementar n 80/94, norma que assegura, alm da entrega dos autos com vista, sua incidncia nos processos judiciais e administrativos. 4. Apelao e remessa necessria improvidas._______________________________________________________________________(HABEAS CORPUS 3607, Relator Desembargador Federal ANTONIO CRUZ NETTO, SEGUNDA TURMA, DJU - Data::12/04/2005 - Pgina::162)HABEAS CORPUS. ESTRANGEIRO. PRISO ADMINISTRATIVA PARA FINS DE DEPORTAO. DECRETAO POR AUTORIDADE JUDICIRIA. INCENSURABILIDADE EX VI DO ART. 5o, LXI, DA CONSTITUIO FEDERAL. CUMPRIMENTO DA MEDIDA SEGREGATRIA NO PRESDIO ARY FRANCO. INADMISSIBILIDADE. MANUTENO DO PACIENTE EM LIBERDADE VIAGIADA, SOB A RESPONSABILIDADE DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO MNU. 1-) Apreciao do habeas corpus limitada aos aspectos que envolvem a priso do paciente, visto que, das autoridades impetradas, somente o juiz federal tem controle de suas decises sujeito, originariamente, a este Tribunal Regional Federal, em sede de habeas corpus. 2-) Paciente proveniente de Serra Leoa, que ingressou clandestinamente no Brasil, a bordo de navio de bandeira chinesa que aportou em Cabo Frio, que, tendo negado pedido de refgio formalizado junto aoCONARE Comit Nacional para Refugiados tentou ingressar em Madri, na Espanha, fazendo uso de passaporte falso da Repblica da frica do Sul. Frustrada essa tentativa, ao retornar ao Brasil, por determinao das autoridades espanholas, teve decretada sua priso administrativa para fins de deportao. 3-) Com o advento da Constituio Federal de 1988 a priso administrativa s pode ser decretada por autoridade judiciria competente, ex vi do disposto no art. 5o, LXI, descabendo, pois, qualquer censura deciso atacada, neste particular. 4-) Inadmissvel, contudo, que a priso seja cumprida no presdio Ary Franco, local que, alm de imprprio finalidade a que se destina a medida, no caso, garantir a futura deportao dele, vem sendo alvo de constantes rebelies. 5-) Acresce que, relativamente utilizao de passaporte falso, o paciente sequer responde a inqurito policial, visto que o Ministrio Pblico Federal, a despeito de favorvel deportao dele, requereu o arquivamento do procedimento. Alm disso, vrias das entidades impetrantes comprometeram-se a acompanh-lo enquanto perdurar a tramitao de novo pedido de refgio que formalizou. 6-) A hiptese , pois, de manuteno do paciente em liberdade vigiada, nos termos da liminar concedida, at que haja pronunciamento do Senhor Ministro da Justia quanto ao pedido de reconsiderao deduzido por ele. 7-) No se conhece do pedido formulado na impetrao, relativamente ao Senhor Delegado de Polcia Federal, bem assim em relao ao Senhor Presidente doCONARE,por serem autoridades cujos atos no se sujeitam ao controle por este tribunal. 9-) Concedido, em parte, o pleito deduzido em face do Juzo da 5a Vara federal Criminal, confirmando a liminar anteriormente concedida para que a priso administrativa de IYKE MORRIS seja convertida em liberdade vigiada, nos termos do art. 73 da Lei n 6.815/80, ficando o paciente sob a responsabilidade do MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO MNU, mediante assinatura do competente termo, cabendo ao paciente guardar as normas de comportamento que lhe venham a ser estabelecidas._______________________________________________________________________(APELAO CRIMINAL 4035, Relator Desembargadora Federal TANIA HEINE, TERCEIRA TURMA, DJU - Data::30/11/2004 - Pgina::118)PENAL PASSAPORTE FALSO I- Inexigibilidade de conduta diversa, tendo em vista a perseguio sofrida pela chinesa que gerou mais de um filho, em contrariedade poltica social de seu pas. II- Os motivos do indeferimento peloCONARE,do pedido de refgio da denunciada, no so suficientes para a sua condenao. III- Recurso improvido. _______________________________________________________________________(AGRAVO DE INSTRUMENTO 214375, Relator Desembargador Federal REIS FRIEDE, STIMA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data::18/09/2012 - Pgina::232)AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO INTERNACIONAL PBLICO. ESTRANGEIRO. DECLARAO DA CONDIO DE REFUGIADO. REQUERIMENTO INDEFERIDO. MRITO DO ATO ADMINISTRATIVO. REVISO. IMPOSSIBILIDADE. POLTICAS PBLICAS DE MIGRAO E RELAES EXTERIORES. I. A entrada, a permanncia e a sada compulsria de estrangeiro so matrias cometidas autoridade do Poder Executivo com elevado grau de discricionariedade. O controle de quem so os estrangeiros autorizados a sentar p no territrio nacional inerente idia de Estado, intrinsecamente inserido em seus fundamentos, e exerccio tpico de soberania. Como manifestao direta e muito prxima dessa soberania, peculiar matria que esteja submetida convenincia da autoridade: da o alto grau de discricionariedade. II. Nessa linha de pensamento, aconcessoderefgio ato eminentemente poltico do estado Brasileiro e os atos polticos no so passveis de reviso pelo Poder Judicirio, sob pena de restar violado o princpio da separao dos poderes. III. Agravo Interno improvido._______________________________________________________________________(RECURSO DE HABEAS CORPUS EX OFFICIO 242, Desembargador Federal SERGIO FELTRIN CORREA, PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, DJU - Data::02/05/2007 - Pgina::101)PENAL. RECURSO EX OFFICIO EM HABEAS CORPUS. PEDIDO DEREFGIOINDEFERIDO A NACIONAL DE ANGOLA. COMPROVAO DE UNIO ESTVEL COM BRASILEIRA. ORDEM CONCEDIDA. SENTENA MANTIDA. - Demonstrada a convivncia more uxria do paciente, cuja proteo est assegurada pelo artigo 226, 3 da Carta Magna, correta aconcessodefinitiva da ordem. -Recurso Ex Officio conhecido e improvido._______________________________________________________________________

TRF 3_______________________________________________________________________(HABEAS CORPUS 59221, Relator JUIZ CONVOCADO ALESSANDRO DIAFERIA, DCIMA PRIMEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:29/09/2014)DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRFICO TRANSNACIONAL DE DROGAS. DESNECESSIDADE DE REALIZAO DE AUDINCIA DE CUSTDIA. PEDIDO DE REVOGAO DA PRISO PREVENTIVA. SOLICITAA DE REFGIO. PRESENA DOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CDIGO DE PROCESSO PENAL. CUSTDIA CAUTELAR NECESSRIA PARA CONVENINCIA DA INSTRUO CRIMINAL E ASSEGURAR A APLICAO DA LEI PENAL. AUSNCIA DE ILEGALIDADE. ORDEM DENEGADA. 1. A realizao da audincia de custdia no imprescindvel para o fim de determinar a priso preventiva do paciente ou a aplicao de medidas cautelares diversas (CPP, arts. 312 e 319). Isso porque ainda que se entenda existir previso legal acerca de referida audincia, sua realizao condiciona-se demonstrao de sua efetiva necessidade, o que no ocorreu in casu. 2. As disposies relativas audincia de custdia, previstas na Conveno Americana de Direitos Humanos e no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Polticos, dependem de regulamentao interna, sendo que, no Brasil, a apresentao ao juiz do auto de priso em flagrante cumpre tal papel. 3. O exame dos autos revela que a apresentao do auto de priso em flagrante foi suficiente sua converso em preventiva, nos termos do art. 310, II, do Cdigo de Processo Penal, o que foi feito de maneira fundamentada pela autoridade impetrada, diante da situao concreta que lhe foi submetida. 4. A decretao da priso preventiva foi motivada pela autoridade impetrada com base na situao especfica dos autos, em que foi apreendida com o paciente relevante quantidade de droga (quase dois quilos de cocana), mais um fator indicativo da gravidade concreta do delito. Alm disso, no h nos autos informaes acerca dos antecedentes do paciente, que, segundo consta, no exerce atividade lcita. Outrossim, h dvida acerca de sua residncia fixa no Brasil. 5. O fato de o paciente ter solicitado refgio junto ao Comit Nacional para os Refugiados- CONAREno assegura sua permanncia em territrio nacional ou influi em sua priso preventiva, haja vista que a hiptese no de priso administrativa, para fins de expulso ou deportao, mas sim de priso processual penal, em feito que se apura a suposta prtica do crime de trfico transnacional de drogas. 6. A presena de eventuais condies favorveis do paciente no garante, de per si, a revogao da priso preventiva, diante da existncia de outros elementos que justificam tal medida, como na espcie. Precedentes. 7. Ordem denegada._______________________________________________________________________(HABEAS CORPUS 8786, DESEMBARGADORA FEDERAL RAMZA TARTUCE, QUINTA TURMA, DJU DATA:14/03/2000 PGINA: 564)"HABEAS CORPUS" - PENAL - ESTRANGEIRO - INGRESSO IRREGULAR NO PAS - ORDEM DE REEMBARQUE - RESISTNCIA - PRISO INJUSTIFICADA - LEI 9.474/97. 1. Inexistindo prova de que os pacientes estavam sendo deportados para o Pas de origem e, ainda, de ordem brasileira nesse sentido, inexiste justificativa para a afirmao de que as agentes policiais cumpriam ordem administrativa de reconduo dos pacientes aeronave que os levaria de volta ao Pas de origem. 2. O estrangeiro que chegar ao territrio nacional poder expressar sua vontade de solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade migratria (artigo 7, Lei 9.474/97). 3. O estrangeiro que ingressar de forma irregular no Pas, deve solicitarrefgios autoridades competentes, nos termos do artigo 8, da Lei 9.474/97. 4. A insistncia em permanecer no Pas deve ser resolvida perante as autoridades competentes e somente aps a ordem de reconduo que se justifica a atitude adotada contra os pacientes de os obrigar ao embarque com destino ao seu Pas. 5. Enquanto assim no acontecer, ao invs de serem conduzidos ao crcere, os pacientes haveriam que ser apresentados a autoridade migratria competente. 6. Aconcessoda fiana no serve, do fato, para convalidar a estada irregular dos pacientes no Brasil. O direito liberdade, entretanto, como instituto de Direitos Humanos, se sobrepe forma utilizada para preserv-lo. 7. Ordem concedida, com a ressalva de que os pacientes no esto desobrigados a regularizar sua estada neste Pas._______________________________________________________________________

TRF 4_______________________________________________________________________

No h resultados para a pesquisa._______________________________________________________________________

TRF 5_______________________________________________________________________(Apelao em Mandado de Segurana 96409, Relator Desembargador Federal Geraldo Apoliano, Terceira Turma, DJ - Data::22/05/2007 - Pgina::401 - N::97)CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANA. ESTRANGEIROS EM SITUAO IRREGULAR NO PAS. DEPORTAO. PEDIDO DE REFGIO SUBSCRITO POR ADVOGADO CONSTITUDO. ALEGAO DE POSSIBILIDADE DE PERSEGUIO POR MOTIVO DE F NO CASO DE RETORNO AO PAS DE ORIGEM. NO APRECIAO DO PEDIDO SOB O ARGUMENTO DE QUE NO PODERIA TER SIDO FORMULADO POR TERCEIRO. 1. Provimento judicial que determinou a suspenso de procedimento administrativo de deportao, em face da existncia de requerimento de refgio, em favor dos Impetrantes, formulado com base nas disposies da Lei n 9.474/97, por procuradora legalmente constituda, at o exame da pretenso, pelo mrito, noCONARE. 2. Pedido que no fora administrativamente apreciado sob o fundamento de que, cuidando-se de direito personalssimo, teria de ser requerido pelos prprios Apelados. Seno possvel de ser regularizado, de sorte a ensejar o exame da pretenso em sede administrativa. Sentena confirmada. Apelao e Remessa Necessria improvidas._______________________________________________________________________(Habeas Corpus 2065, Relator Desembargador Federal Paulo Gadelha, Terceira Turma, DJ - Data::09/06/2005 - Pgina::682 - N::109)CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ESTRANGEIRO. PRISO ADMINISTRATIVA. COMPETNCIA DA AUTORIDADE JUDICIRIA. ART. 5, LXI, DA CF. SOLICITAO DE REFGIO. ART. 10 DA LEI 9.474/97. MANUTENO DO PACIENTE EM ESTABELECIMENTO ADEQUADO. ORDEM CONCEDIDA. 1. No h discutir da competncia exclusiva do Juiz indigitado coator para decretar prises e sobre elas decidir, luz do disposto no artigo 5, LXI, da Constituio Federal. 2. Em face da suspenso do procedimento de expatriao do paciente, no mais existe motivo da priso cautelar, pois cessara a situao real de permanecer ele no territrio brasileiro como pessoa indesejada. Dessa sorte, e at que sobrevenha apreciao do pedido de refgio pelo CONARE,revela-se ilegal a deciso da autoridade coatora que negou reconsiderar a priso administrativa do paciente, submetido ao vexame de ser recolhido a dependncia do Departamento de Polcia Federal. 3. Paciente confiado responsabilidade do Conselho Estadual de Direitos Humanos do Estado de Alagoas, confiando sua custdia Secretaria Especializada de Cidadania e Direitos Humanos daquele Estado. 4. Ordem de habeas corpus concedida. _______________________________________________________________________(Habeas Corpus 5774, Relator Desembargador Federal Geraldo Apoliano, Terceira Turma, DJE - Data::11/02/2015 - Pgina::68)CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. "HABEAS CORPUS". PRISO PREVENTIVA. ESTRANGEIROS. PASSAPORTES FALSIFICADOS. MATERIALIDADE E INDCIOS DE AUTORIA SUFICIENTES. AUSNCIA DE PROVA SEQUER DA NACIONALIDADE DOS PACIENTES. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISRIA INDEFERIDO. NECESSIDADE DE ASSEGURAR A APLICAO DA LEI PENAL. ORDEM DENEGADA. 1. "Habeas Corpus' impetrado pela Defensoria Pblica da Unio em favor dos Pacientes, presos preventivamente desde o dia 05.10.2014, pela suposta prtica dos crimes previstos nos arts. 288 (associao criminosa), 299 (falsidade ideolgica) e 304 (uso de documento falso), todos do Cdigo Penal, tendo sido detidos no Aeroporto Internacional Aluzio Alves, em So Gonalo do Amarante/RN, aps a comunicao da Holanda acerca de estrangeiros de origem turca e sria que estariam viajando do Oriente Mdio para a Europa com passaportes falsificados do Estado de Israel. 2. A Lei n 12.403/2011, em vigor desde 04.07.2011, alterou a sistemtica das prises cautelares, dando nova redao aos arts. 312 e 313, do Cdigo de Processo Penal, e da leitura destes artigos depreende-se que, para aconcessoda liberdade provisria, preciso que o Ru, alm de ser primrio e ter bons antecedentes, no deve preencher os requisitos do art. 312, do CPP, ou responder por crime cuja pena mxima em abstrato seja igual ou superior a 04 (quatro) anos de recluso. 3. Os ora Pacientes esto sendo investigados pelos crimes previstos nos arts. 288 (associao criminosa), 299 (falsidade ideolgica) e 304 (uso de documento falso), todos do Cdigo Penal, sendo que apenas o crime de falsidade ideolgica do documento pblico (passaporte), de 05 (cinco) anos de recluso, de forma que eles j no possuem um dos requisitos objetivos para aconcessoda liberdade provisria. Ausncia de atendimento a um dos requisitos objetivos fixados pela Lei n 12.403/2011 para aconcessoda liberdade provisria. 4. Os documentos que instruem o writ no demonstram sequer a nacionalidade real dos Pacientes, visto que apenas possuem como identificao os passaportes falsificados, no havendo provas dos empregos fixos ou das residncias definidas nos Estados de origem ou mesmo em Israel, alm de no possurem qualquer lao profissional, vnculo ou afetivo com o Pas. 5. Apesar de alegarem serem refugiados de Pases em guerra ou em situao de conflito, como Sria e Israel, afirmaram Polcia Federal que vieram ao Brasil como turistas, visitando o Rio de Janeiro/RJ e Fortaleza/CE, para, em seguida, partir para a Holanda, onde fixariam residncia irregular, aps terem comprados os passaportes falsificados na Turquia, no se coadunando suas condutas com as de candidatos aorefgiohumanitrio. 6. Fatos que autorizam a mantena da constrio cautelar que, nos termos do artigo 312 do CPP vigente, se justifica na medida em que muito possvel, e mesmo provvel que, soltos, os Pacientes podem deixar o Pas e, com assim, inviabilizar, ao menos em tese, a aplicao da lei penal, ou dificultar o alcance da verdade real, objetivo da persecuo penal. 7. Deciso que indeferiu a liberdade provisria ressalta que "se o Estado brasileiro(Justia), em sendo conhecedor dos denunciados em burlar as normativas de ingresso em um determinado pas que declaradamente adota polticas restritivas neste sentido, decidir conceder-lhes a liberdade, sem nenhum fundamento legal para tanto, certo que age em afronta aos princpios que regem a Repblica Federativa do Brasil, a saber, a defesa da paz e a soluo pacfica dos conflitos (art. 3. Incisos VI e VII da Constituio Federal)". 8. Ordem denegada._______________________________________________________________________(Remessa Ex Offcio 568665, Desembargador Federal Cesar Carvalho, Segunda Turma, DJE - Data::29/05/2014 - Pgina::315)CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANA. ESTRANGEIRO EM SITUAO IRREGULAR NO PAS. AUTO DE INFRAO LAVRADO APS O PEDIDO DEREFGIO.SUSPENSO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS. ART. 10 DA LEI 9.474/97. IMPOSIO DE MULTA E NOTIFICAO PARA DEIXAR O PAS, SOB PENA DE DEPORTAO. IMPOSSIBILIDADE. CANCELAMENTO DO ATO ADMINISTRATIVO. 1. Trata-se de remessa oficial de sentena que concedeu a segurana para determinar, em carter definitivo, o cancelamento do ato administrativo de deportao do impetrante em 3 dias, contados a partir da notificao, anulando o auto de infrao que cominou multa de R$ 827,75, assim como determinou autoridade impetrada promover a devida anotao de cancelamento da ordem de deportao no passaporte do impetrante. 2. O exame dos vcios de legalidade do procedimento paraconcessodorefgio ato que no deve ser excludo da apreciao do Poder Judicirio. Precedentes do STJ e do TRF da 1 Regio: RESP 200902487335, Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJE 28/02/2012; e AC 200642000011860, Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, Sexta Turma, e-DJF1 28/02/2011. 3. A Lei 9.474/97 define os mecanismos para a implementao do Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras providncias, extraindo-se da norma do art. 10 da do citado diploma legal que a solicitao derefgiosuspender qualquer procedimento administrativo ou criminal decorrente da entrada irregular de estrangeiro. 4. Assim, o auto de infrao lavrado pelo Departamento de Polcia Federal com a imposio de multa e notificao para o impetrante deixar o pas, sob pena de deportao, no se revestiu de legalidade, uma vez que o impetrante havia apresentado pedido derefgioadministrativamente, devidamente comprovado nos autos, o qual tem efeito suspensivo, consoante a disciplina do Estatuto dos Refugiados (art. 10). 5. Remessa oficial improvida._______________________________________________________________________