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 Pessoa Jurídicas de Direito Público e Privado e Responsabilidade Civil Esse presente artigo, fala sobre as Pessoas Jurídicas, Sobre o Início de sua existência até sua  extinção. Ressalta também as Pessoas Jurídicas de Direito Público e Privado, e a sua responsabilidade. Texto enviado ao JurisWay em 13/9/2011. Indique aos amigos PESSOAS JURIDICAS  1 INTRODUÇÃO Pessoas jurídicas para Carlos Roberto Gonçalves são “Entidades que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações (Carlos Roberto, 2008, pag.182). Conforme o Art. 41 do código civil, as pessoas jurídicas são de Direito Público, interno e externo e de Direito Privado. Há duas teorias relacionadas às pessoas jurídicas, as Negativistas e as Afirmativas, a primeira ela nega a existência da pessoa jurídica que era a teoria civilista de 1916, hoje temos as afirmativas que afirma a existência da pessoa jurídica, dentro das teorias afirmativas são três que devemos citar que são a Ficcionista, a Realista e da Realidade Técnica. A teórica Ficcionista, ela vê a pessoa jurídica como uma ficção, pois sua existência decorre da lei, já a teoria da Realidade, a pessoa jurídica é um ser real e por fim a da Realidade Técnica que é utilizada hoje, que nada mais é a junção das duas teorias, ela existe à conferência da personalidade deco rrente da lei. 2 SURGIMENTO DA PESSOA JURIDICA  A Pessoa Jurídica surge através da vontade humana, o ato constitutivo é o poder de constituir, estabelecer e firmar estatuto, o ato constitutivo pode ser Contrato Social ou Estatuto, conforme a pessoa jurídica a ser criada. A primeira é a vontade de duas ou mais pessoas que contribui como bens ou serviços, para determinado fim mediante atividade econômica, a partilhar entre si os resultados. O Estatuto são pessoas jurídicas também com interesse do lucro, que será revertido em sua finalidade. A Existência legal das pessoas jurídicas de Direito Privado, só começa com o seu registro do ato constitutivo no devido órgão competente. Conforme art. 45 do Código Civil “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessária de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. O registro da Sociedade empresá ria é feita na Junta Comercial, que mantém o Registro Público de Empresas Mercantis, Os Estatutos e os atos constitutivo das demais pessoas jurídicas de direito privado, são registrados em Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, Mas as sociedades simples de advogados só podem ser registradas pela OAB   Ordem dos Advogados do Brasil. No registro serão

Pessoa Jurídicas de Direito Público e Privado e Responsabilidade Civil

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Pessoa Jurídicas de Direito Público e Privado eResponsabilidade Civil

Esse presente artigo, fala sobre as Pessoas Jurídicas, Sobre o Início de sua existência até suaextinção. Ressalta também as Pessoas Jurídicas de Direito Público e Privado, e a suaresponsabilidade.

Texto enviado ao JurisWay em 13/9/2011.

Indique aos amigos 

PESSOAS JURIDICAS 

1 INTRODUÇÃO 

Pessoas jurídicas para Carlos Roberto Gonçalves são “Entidades que a lei confere

personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações (Carlos Roberto,2008, pag.182). Conforme o Art. 41 do código civil, as pessoas jurídicas são de DireitoPúblico, interno e externo e de Direito Privado.

Há duas teorias relacionadas às pessoas jurídicas, as Negativistas e as Afirmativas, aprimeira ela nega a existência da pessoa jurídica que era a teoria civilista de 1916, hojetemos as afirmativas que afirma a existência da pessoa jurídica, dentro das teoriasafirmativas são três que devemos citar que são a Ficcionista, a Realista e da Realidade

Técnica. A teórica Ficcionista, ela vê a pessoa jurídica como uma ficção, pois suaexistência decorre da lei, já a teoria da Realidade, a pessoa jurídica é um ser real e porfim a da Realidade Técnica que é utilizada hoje, que nada mais é a junção das duasteorias, ela existe à conferência da personalidade decorrente da lei.

2 SURGIMENTO DA PESSOA JURIDICA 

A Pessoa Jurídica surge através da vontade humana, o ato constitutivo é o poder deconstituir, estabelecer e firmar estatuto, o ato constitutivo pode ser Contrato Social ouEstatuto, conforme a pessoa jurídica a ser criada. A primeira é a vontade de duas oumais pessoas que contribui como bens ou serviços, para determinado fim medianteatividade econômica, a partilhar entre si os resultados. O Estatuto são pessoas jurídicastambém com interesse do lucro, que será revertido em sua finalidade. A Existência legaldas pessoas jurídicas de Direito Privado, só começa com o seu registro do atoconstitutivo no devido órgão competente. Conforme art. 45 do Código Civil “Começa a

existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do atoconstitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessária de autorização ouaprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por quepassar o ato constitutivo. O registro da Sociedade empresária é feita na Junta Comercial,que mantém o Registro Público de Empresas Mercantis, Os Estatutos e os atosconstitutivo das demais pessoas jurídicas de direito privado, são registrados em Cartório

de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, Mas as sociedades simples de advogados sópodem ser registradas pela OAB – Ordem dos Advogados do Brasil. No registro serão

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colocadas todas as obrigações e deveres da empresa, direito a nome, a que ramo seráutilizado, participação dos sócios a sede e entre vários outros. O ato constitutivo podeser cancelado, no prazo de três anos salvo parágrafo único, através da vontade dossócios ou por determinação judicial.

Lembrando que uma vez constituída a pessoa jurídica, cria uma separação entre pessoafísica e pessoa jurídica, elas constituem patrimônios separados. Pois elas responderãopor seus atos mediante a sua personalidade. Há apenas uma maneira da pessoa físicaresponder pelos atos da pessoa jurídica, no caso de desconsideração da pessoa jurídica,a exemplo de alguém criar uma empresa fantasma, apenas para enriquecer o seupatrimônio pessoal, fazendo empréstimos no nome da pessoa jurídica, a fim deenriquecer. Mediante o art. 50 do código civil cabe ao juiz e ao ministério públicointervir, e por fim no seu funcionamento.

3 SOCIEDADES IRREGULARES E SOCIEDADES SEM PERSONALIDADE 

As sociedades irregulares são sociedades que não tem registro, ela é consideradairregular, é muito comum vermos no dia-a-dia, como é o caso de camelôs ou umalanchonete, mesmo sendo irregular eles respondem subsidiariamente por seus atos deforma direta. Para se provar a sociedade é necessária que outras pessoas provem queaquele estabelecimento exista.

4 DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO. 

Conforme o código civil as pessoas jurídicas de Direito publico são “I - União, II - OEstado Distrito, federal, III - os Municípios IV - as autarquias e as entidades públicascriadas por lei. E de Direito Público Externo são os Estados Estrangeiros e todas aspessoas que forem regidas pelo Direito Internacional público, por exemplo, a ONU, poisela é de direito público, regida pelo direito internacional.

Conforme o art. 43 “As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente

responsáveis por atos de seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros,ressalvando direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, culpa ou dolo”,

ou seja, fala sobre a responsabilidade civil das pessoas jurídicas, a responsabilidade elapode ser objetiva quando tem a obrigação de reparar outrem, no caso de Culpa é quandoela age com (negligência, imprudência e imperícia) no caso de Dolo (Quando tem aINTENÇÃO de causar o dano), lembrando que culpa ou dolo é tanto para o Direito

Civil como para o Direito Penal. Há exemplo de um carro, em nome do Estado, viercausar dano e terceiro, sendo que o dano foi praticado por imprudência, o Estado queserá o responsável para reparar o dano causado pelo seu agente, sendo que o Estadopode entrar com uma ação regressiva a pessoa que estava conduzindo o carro, provandoo contrário, pois o particular agiu com culpa cabe o condutor nesse caso entrar com açãoregressiva contra o proprietário particular.

Mediante art. 44 CC, As pessoas jurídicas de direito privado são “I Associações, II – As

Sociedades, III  – as Fundações, IV  – Organizações Políticas, v –  os partidos políticos”,

lembrando que as empresas de Direito privado, a sua existência legal se dá no registrono devido órgão competente. Apenas as Sociedades buscam o lucro, e o lucro obtido

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serão reinvestidos entre os sócios, as sociedades podem ser Empresariais ou Simples, asempresarias seu registro deve ser feito na Junta Comercial e as Simples em qualquerCartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. . Sobre a responsabilidade civil dasempresas, ela é diferente, há duas maneiras que é a contratual (mediante prova) e aLegal (objetiva) seguidos dos art. 186/187 e 927, que fala de responsabilidade civil e

atos ilícitos, que deve reparar o dano causado outrem, e a empresa também seráresponsabilizada.

Associação é a união de várias pessoas que se organizem para fins não econômicos, aexemplo de associações religiosas, culturais. As Sociedades elas podem ser Simples(Sociedades LTDA) e Empresariais (Sociedades Anônimas), no caso de sociedadesLTDA, qualquer empresa criada através da vontade de duas ou mais pessoas e forcriado o devido registro, já as sociedades ANÔNIMAS, no caso o BB, empresasociedade anônima tem capital do governo e privado. As Fundações todo seupatrimônio deverá ser utilizada para um devido fim, somente será criada a fundaçãoatravés de Escritura Pública ou Testamento, os lucros das fundações podem ser usados

para fins religiosos, morais, culturais e de assistência.

DESCONSIDERAÇÃO DAS PESSOAS JURIDICAS 

Bom como já citado acima, a extinção da pessoa jurídica se dá com o desvio definalidade ou pela confusão patrimonial, cabendo ao juiz ou ao ministério público a suacassação, ou então a pessoa natural tentar se apropriar ilicitamente dos bens da suapersonalidade jurídica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. 

As pessoas jurídicas são sujeitos de Direitos e obrigações, elas são criadas através davontade de duas ou mais pessoas, uma vez constituindo a pessoa jurídica, ela passa a ter

vida própria, ela será responsabilizada de acordo com o ato que for praticado. Ela só éválida mediante o ato constitutivo que pode ser Contrato social ou Estatuto, conforme asociedade a ser criada. Importante ressaltar que ela ao nomear algum representante, eele resultar algum dano a outrem, a empresa será responsabilizada conforme o atopraticado. A pessoa jurídica é independente da pessoa física, pois ela irá responder deacordo com a sua personalidade, apenas nas desconsiderações da pessoa jurídica apessoa física pode responder pela pessoa jurídica. Na regra geral, sabemos que asassociações elas não visam o lucro, mas na prática é um pouco diferente, como eucoloquei exposto, ela pode sim obter lucro mas apenas para ser reinvestido em suafinalidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

GONÇALVES, Carlos Roberto. DIREITO CIVIL PARTE GERAL. Ed. Saraiva, 2008 

Professor Diego Peterson (assuntos abordados em sala) 

Pessoa Jurídica 

Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil 

Conceito, fundações particulares, sociedade civil e comercial,associações, empresa pública, sociedade de economia mista,capacidade e responsabilidade da pessoa jurídica e domicílio. 

Conceito: é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônio, quevisa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídicacomo sujeito de direitos e obrigações; são 3 os seus requisitos:organização de pessoas ou de bens; lícitude de seus propósitos oufins; capacidade jurídica reconhecida por norma.

Pessoas jurídicas de direito público externo: países estrangeiros,

organismos internacionais, como ONU, OEA, etc..Pessoas jurídicas de direito público interno: União, Estados,Municípios, os Territórios e as autarquias.

Pessoas jurídicas de direito privado: sociedades civis ou comerciais, as associações, os partidos políticos, as fundações e as entidadesparaestatais, como as empresas públicas, as sociedades deeconomia mista e os serviços sociais autônomos; são instituídas poriniciativa de particulares, conforme o art. 16 do CC.

Fundações particulares: é um acervo de bens livres, que recebe dalei a capacidade jurídica para realizar as finalidades pretendidas peloseu instituidor, em atenção aos seus estatutos; sua naturezaconsiste na disposição de certos bens em vista de determinados finsespeciais, logo esses bens são inalienáveis (RT, 252:661); uma vezque assegura a concretização dos objetivos colimados pelofundador, embora, em certos casos, comprovada a necessidade devenda, esta possa ser autorizada pelo magistrado, ouvido o MP, quea tutela, para oportuna aplicação do produto em outros bensdestinados ao mesmo fim (RT, 242:232, 172:525, 422:162; CC,

arts. 26 e 30).

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 Sociedade civil: é que visa fim econômico ou lucrativo, que deve serrepartido entre os sócios, sendo alcançado pelo exercício de certasprofissões ou pela prestação de serviços técnicos; tem ela umacerta autonomia patrimonial e atua em nome próprio, pois suaexistência é distinta dos sócios (CC, art. 20), de modo que osdébitos destes não são da sociedade e vice-versa.

Associações: é a que não tem fim lucrativo ou intenção de dividir oresultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição deseus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais,esportivos, etc.

Sociedades comerciais: visam lucro, mediante exercício de atividademercantil; para diferenciá-la da civil, basta considerar-se a naturezadas operações habituais; se estas tiverem por objeto atos decomércio, a sociedade será comercial, caso contrário, civil.

Empresa pública: é a entidade dotada de personalidade jurídica dedireito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União,criada por lei para a exploração de atividadeeconômica que ogoverno seja levado a exercer por força de contingência ou deconveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer dasformas admitidas em direito.

Sociedade de economia mista: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado criada por lei para a exploração deatividade econômica, sob forma de sociedade anônima, cujas açõescom direito a voto pertençam em sua maioria a União ou à entidadede Administração Indireta.

Existência legal: as pessoas jurídicas de direito público iniciam-seem razão de fatos históricos, de criação constitucional, de leiespecial e de tratados internacionais, se tratar-se de pessoa jurídicade direito público externo; nas pessoas de direito privado, o fato

que lhes dá origem é a vontade humana, sem necessidade dequalquer ato administrativo de concessão ou autorização, salvo oscasos especiais do CC (arts. 18 e 20,§§ 1º e 2º), porém a suapersonalidade jurídica permanece em estado potencial, adquirindostatus jurídico, quando preencher as formalidades ou exigênciaslegais; o processo genético apresenta-se em 2 fases: a do atoconstitutivo, que deve ser escrito, e a do registro público.

Capacidade da pessoa jurídica: decorre da personalidade que aordem jurídica lhe reconhece por ocasião de seu registro; essa

capacidade estende-se a todos os campos do direito; pode exercertodos os direitos subjetivos, não se limitando à esfera patrimonial;

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tem direito à identificação, sendo dotada de uma denominação, deum domicílio e de uma nacionalidade; a pessoa jurídica temcapacidade para exercer todos os direitos compatíveis com anatureza especial de sua personalidade.

Responsabilidade contratual: a pessoa jurídica de direito público eprivado, no que se refere à realização de um negócio jurídico dentrodo poder autorizado pela lei ou pelo estatuto, deliberado pelo órgãocompetente, é responsável, devendo cumprir o disposto nocontrato, respondendo com seus bens pelo inadimplementocontratual (CC, art. 1.056); terá responsabilidade objetiva por fato epor vício do produto e do serviço.

Responsabilidade extracontratual: as pessoas de direito privadodevem reparar o dano causado pelo seu representante queprocedeu contra o direito; respondem pelos atos ilícitos praticadospelos seus representantes, desde que haja presunção juris tantumde culpa in ligendo ou in vigilando , que provoca a reversão do ônusda prova, fazendo com que a pessoa jurídica tenha de comprovarque não teve culpa nenhuma (STF, Súmula 341); as pessoas dedireito público são civilmente responsáveis por atos dos seusrepresentantes que nessa qualidade causem danos a terceiros,procedendo de modo contrário ao direito ou faltando dever prescritopor lei, salvo o direito regressivo contra os causadores do dano;bem como as de direito privado que prestem serviços públicos.

Domicílio: é a sua sede jurídica, onde os credores podem demandaro cumprimento das obrigações; é o local de suas atividadeshabituais, de seu governo, administração ou direção, ou, ainda, odeterminado no ato constitutivo.

Fim da pessoa jurídica: as pessoas de direito público extinguem-sepela ocorrência de fatos históricos, por norma constitucional, leiespecial ou tratados internacionais; termina a pessoa de direitoprivado, conforme prescreve os arts. 21, 22, § único, e 30, § único,

do CC: a) pelo decurso do prazo de sua duração; b) pela dissoluçãodeliberada unanimemente entre os membros; c) por determinaçãolegal, quando se der qualquer uma das causas extintivas previstasno art. 1.399 do CC; d) por ato governamental; e) pela dissolução judicial. Percebe-se que a extinção da pessoa jurídica não se operade modo instantâneo; qualquer que seja o fator extintivo, tem-se ofim da entidade; porém se houver bens de seu patrimônio e dívidasa resgatar, ela continuará em fase de liquidação, durante a qualsubsiste para a realização do ativo e pagamento de débitos,cessando, de uma vez, quando se der ao acervo econômico o

destino próprio; sua existência finda pela sua dissolução eliquidação.

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 Grupos despersonalizados: constituem um conjunto de direitos eobrigações, de pessoas e de bens sem personalidade jurídica e comcapacidade processual, mediante representação; dentre elespodemos citar a família, as sociedades irregulares, a massa falida,as heranças jacente e vacante, o espólio e o condomínio.

Despersonalização da pessoa jurídica: o órgão judicante estáautorizado a desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade, sehouver, de sua parte: abuso de direito, desvio ou excesso de poder,lesando consumidor; infração legal ou estatutária, por ação ouomissão, em detrimento ao consumidor; falência, insolvência,encerramento ou inatividade, em razão de sua má administração;obstáculo ao ressarcimento dos danos que causar aosconsumidores, pelo simples fato de ser pessoa jurídica (Lei8.078/90, art. 28); na hipótese de desconsideração, haveráresponsabilidade subsidiária das sociedades integrantes do gruposocietário e das controladas, responsabilidade solidárias dassociedades consorciadas e responsabilidade subjetiva das coligadas,que responderão se sua culpabilidade for comprovada.

Dos Bens Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil 

Bens corpóreos e incorpóreos, móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, consumíveis einconsumíveis, divisíveis e indivisíveis, principais e acessórios, particulares e públicos, benfeitorias efrutos. 

Conceito: bens são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir deobjeto a uma relação jurídica; para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso que eleapresente os seguintes caracteres, idoneidade para satisfazer um interesse econômico, gestãoeconômica autônoma e subordinação jurídica ao seu titular.

Bens corpóreos e incorpóreos: corpóreos são os que têm existência material, como uma casa, umterreno, um livro; são o objeto do direito; incorpóreos são os que não têm existência tangível e são

relativos aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, sobre os produtos de seuintelecto ou com outra pessoa, apresentando valor econômico, tais como os direitos reais,obrigacionais e autorais.

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 Bens móveis e imóveis: móveis são os que podem ser transportados por movimento próprio ouremovidos por força alheia; imóveis são os que não podem ser transportados sem alteração de suasubstância.

Bens imóveis por sua natureza: abrange o solo com sua superfície, os seus acessórios e adjacênciasnaturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.

Bens imóveis por acessão física artificial: inclui tudo aquilo que o homem incorporar permanentementeao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirarsem destruição, modificação, fratura ou dano.

Bens imóveis por acessão intelectual: são todas as coisas móveis que o proprietário do imóvelmantiver, intencionalmente, empregadas em sua exploração industrial, aformoseamentooucomodidade. 

Bens imóveis por determinação legal: são direitos reais sobre imóveis (usofruto, uso, habitação,enfiteuse, anticrese, servidão predial), inclusive o penhor agrícola e as ações que o asseguram;apólices da dívida pública oneradas com a cláusula de inaliebilidade, decorrente de doação ou detestamento; o direito à sucessão aberta, ainda que a herança só seja formada de bens móveis.

Bens móveis por natureza: são as coisas corpóreas que se podem remover sem dano, por força

própria ou alheia, com exceção das que acedem aos imóveis, logo, os materiais de construção,enquanto não forem nela empregados, são bens móveis.

Bens móveis por antecipação: são bens imóveis que a vontade humana mobiliza em função dafinalidade econômica; ex: árvores, frutos, pedras e metais, aderentes ao imóvel, são imóveis;separados, para fins humanos, tornam-se móveis; ex: são móveis por antecipação árvores convertidasem lenha.

Bens móveis por determinação de lei: são os direitos reais sobre objetos móveis e as açõescorrespondentes, os direitos de obrigação e as ações respectivas e os direitos de autor.

Bens fungíveis e infungíveis: fungíveis são os bens móveis que podem ser substituídos por outros demesma espécie, qualidade e quantidade; infungíveis são os insubstituíveis, por existirem somente serespeitada sua individualidade.

Bens consumíveis e inconsumíveis: consumíveis são os que se destroem assim que vão sendo usados(alimentos em geral); inconsumíveis são os de natureza durável, como um livro.

Bens divisíveis e indivisíveis: divisíveis são aqueles que podem ser fracionados em porções reais;indivisíveis são aqueles que não podem ser fracionados sem se lhes alterar a substância, ou que,mesmo divisíveis, são considerados indivisíveis pela lei ou pela vontade das partes.

Bens singulares e coletivos: as coisas singulares são as que, embora reunidas, se consideram de persi, independentemente das demais; são consideradas em sua individualidade; coletivas são asconstituídas por várias coisas singulares, consideradas em conjunto, formando um todo único, quepassa a ter individualidade própria, distinta de seus objetos componentes, que conservam suaautonomia funcional.

Bens principais e acessórios: principais são os que existem em si e por si, abstrata ou concretamente;acessórios são aqueles cuja existência supõe a existência do principal.

Bens particulares e bens públicos: são respectivamente, os que pertencem a pessoas naturais ou jurídicas de direito privado e os que pertencem as pessoas jurídicas de direito público, políticas, àUnião, aos Estados a aos Municípios.

Bens públicos de uso comum do povo: são os que embora pertencentes as pessoa jurídica de direitopúblico interno, podem ser utilizados, sem restrição e gratuitamente, por todos, sem necessidade dequalquer permissão especial.

Bens públicos de uso especial: são utilizados pelo próprio poder público, constituindo-se por imóveisaplicados ao serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal, como prédios onde funcionamtribunais, escolas públicas, secretarias, ministérios, etc; são os que têm uma destinação especial.

Bens públicos dominicais: são os que compõem o patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios,como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas; abrangem bens móveis ou imóveis.

Bens que estão fora do comércio: os bens alienáveis, disponíveis ou no comércio, são os que seencontram livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou apropriação,podendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a outro, quer por sua

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natureza, quer por disposição legal, que permite, por exemplo, a venda de bem público; os bensinalienáveis ou fora do comércio são os que não podem ser transferidos de um acervo patrimonial aoutro ou insuscetíveis de apropriação.

Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o ar, o mar, a luz solar;porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar atmosférico ou da água do mar para extrair certoselementos com o escopo de atender determinadas finalidades, pode ser objeto de comércio.

Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de apropriação pelo homem, têm suacomercialidade excluída pela lei, para atender aos interesses econômico-sociais, à defesa social e àproteção de determinadas pessoas; poderão ser alienados, por autorização legal apenas em certascircunstâncias e mediante determinadas formalidades; entram nessa categoria: os bens públicos; osdotais; os das fundações; os dos menores; os lotes rurais remanescentes de loteamentos já inscritos;o capital destinado a garantir o pagamento de alimentos pelo autor do fato ilícito; o terreno onde estáedificado em edifício de condomínio por andares; o bem de família; os móveis ou imóveis tombados;as terras ocupadas pelos índios.

Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de inalienabilidade,temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por ato inter vivos ou causa mortis.

Benfeitorias: são bens acessórios acrescentados ao imóvel, que é o bem principal; podem sernecessárias (imprescindíveis à conservação do imóvel ou para evitar-lhe a deterioração), úteis

(aumentam ou facilitam o uso do imóvel) e voluptuárias (embelezam o imóvel, para mero deleite ourecreio).

Frutos: são bens acessórios que derivam do principal; podem ser naturais (das árvores), industriais(da cultura ou da atividade) e civis (do capital, como os juros).

Bem de família: divide-se em voluntário e legal; voluntário é um instituto em que o casal, ou um doscônjuges, destina um imóvel próprio para domicílio da família, com a cláusula de ficar isento deexecução por dívidas, salvo as que provierem de impostos relativos ao mesmo imóvel (art. 70, CC);essa isenção durará enquanto viverem os cônjuges a até que os filhos completem a maioridade, nãopodendo o imóvel ter outro destino ou ser alienado, sem o consentimento dos interessados e dos seusrepresentantes legais; também não entra no inventário, nem será partilhado, enquanto continuar aresidir nele o cônjuge sobrevivente ou filho menor (art. 20 do Dec-Lei 3.200/41); é o instituído pelaLei 8.009/90, que estabeleceu a impenhorabilidade geral de todas as moradias familiares próprias,uma para cada família, independentemente de qualquer ato ou providência dos interessados; aimpenhorabilidade abrange os seguintes bens, desde que quitados: a casa e seu terreno, os móveisque guarnecem a casa, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos,inclusive os de uso profissional; se a casa for alugada, aplica-se aos bens móveis, que guarnecem aresidência; se for imóvel rural, aplica-se só a sede de moradia móveis.

Negócio Jurídico 

Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil 

Conceito, classificação, interpretação, elementos constitutivos, capacidade do agente, objeto lícito epossível, consentimento. 

Conceito: é o poder de auto-regulação dos interesses que contém a enunciação de um preceito,independentemente do querer interno.

Os negócios  jurídicos: classificam-se:

1) quanto as vantagens que produz, em gratuitos e onerosos;

2) quanto às formalidades, em solenes e não solenes;

3) quanto ao conteúdo, em patrimoniais e extrapatrimoniais;

4) quanto à manifestação de vontade, em unilaterais e bilaterais;

5) quanto ao tempo em que produzem efeitos, em inter vivos e causa mortis;

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6) quanto aos seus efeitos, em constitutivos, se sua eficácia operar-se ex nunc, ou seja, a partir domomento da conclusão (compra e venda, por exemplo), e declarativos, em que a eficácia é ex tunc,ou melhor, só se efetiva a partir do momento em que se operou o fato a que se vincula a declaraçãode vontade (divisão de condomínio, partilha);

7) quanto à sua existência, em principais e acessórios;

8) quanto ao exercício dos direitos, em negócios de disposição e de simples administração.

Interpretação do negócio jurídico: pode ser: declaratória, se tiver por escopo expressar a intenção dosinteressados; integrativa, se pretender preencher lacunas contidas no negócio, por meio de normassupletivas, costumes, etc; construtiva, se objetivar reconstruir o ato negocial com o intuito de salvá-lo.

Normas interpretativas: o Código Civil possui as seguintes: a) nas declarações de vontade atender-se-á mais a sua intenção do que ao sentido literal da linguagem; b) a transação interpreta-serestritivamente; c) a fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação extensiva; d) os contratosbenéficos interpretar-se-ão estritamente; e) quando a cláusula testamentária for suscetível deinterpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador.

A doutrina e a jurisprudência têm entendido em matéria interpretativa que: a) em relação aoscontratos deve-se ater à boa fé, às necessidades de crédito e a equidade; b) nos contratos que

tiverem palavras que admitam 2 sentidos, deve-se preferir o que mais convier a sua natureza; c) noscontratos de compra e venda, no que concerne à extensão do bem alienado, deve-se interpretar emfavor do comprador; d) no caso de ambigüidade, interpreta-se de conformidade com o costume dopaís; e) na interpretação contratual considerar-se-ão as normas jurídicas correspondentes; f) nasestipulações obrigacionais dever-se-á interpretar do modo menos oneroso para o devedor; g) noconflito entre 2 cláusulas a antinomia prejudicará o outorgante e não o outorgado; h) na cláusulasuscetível de 2 significados, interpretar-se-á em atenção ao que poder ser exeqüível; i) nas cláusulasduvidosas, prevalecerá o entendimento de que se deve favorecer quem se obriga.

Os elementos constitutivos abrangem: os elementos essenciais, imprescindíveis à existência do atonegocial, pois forma sua substância, podem ser gerais e particulares; os naturais, que são efeitosdecorrentes do negócio jurídico, sem que seja necessário qualquer menção expressa, pois a próprianorma jurídica já lhe determina quais são essas conseqüências jurídicas; os acidentais, que sãoestipulações ou cláusulas acessórias que as partes podem adicionar em seus negócios para modificaruma ou algumas de suas conseqüências naturais, como condição, modo, encargo e o termo.

Capacidade do agente: se todo negócio jurídico pressupõe uma declaração de vontade, a capacidadedo agente é indispensável à sua participação válida na seara jurídica; a capacidade especial oulegitimação distingue-se da capacidade geral das partes, para a validez do negócio jurídico, pois paraque ele seja perfeito não basta que o agente seja plenamente capaz; é imprescindível que seja partelegítima, isto é, tenha competência para praticá-lo, dada a sua posição em relação a certos interesses

 jurídicos; sua falta pode tornar o negócio nulo ou anulável; a legitimação depende da particularrelação do sujeito com o objeto do ato negocial.

Objeto lícito e possível: para que o negócio se repute perfeito e válido deverá versar sobre objetolícito, conforme a lei; além de lícito deve ser possível, física ou juridicamente, o objeto do ato negocial.

Consentimento: é a anuência válida do sujeito a respeito do entabulamento de uma relação jurídicasobre determinado objeto; pode ser ele expresso ou tácito desde que o negócio, por sua natureza oudisposição legal, não exija forma expressa.

Forma e Nulidade do Negócio Jurídico 

Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil 

Prova do ato negocial, elementos acidentais, condições, termo, modo ou encargo, nulidade,convalidação, ratificação, ato inexistente e ineficaz, ato ilícito, 

A forma é o meio pelo qual se externa a manifestação da vontade nos negócios  jurídicos, para quepossam produzir efeitos jurídicos; segundo Clóvis Beviláqua, forma é o conjunto de solenidades, quese devem observar para que a declaração de vontade tenha eficácia  jurídica; a sistemática do CCinspira-se pelo princípio da forma livre, o quer dizer que a validade de uma declaração da vontade sódependerá de forma determinada quando a norma jurídica explicitamente o exigir.

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 Prova do ato negocial: é o conjunto dos meios empregados para demonstrar, legalmente, a existênciade negócios jurídicos; a prova dever ser: admissível, não proibida por lei, sendo aplicável ao caso emtela; pertinente, idônea para demonstrar os fatos relacionados com a questão discutida; concludente,apta a esclarecer pontos controversos ou confirmar alegações feitas; os meios de prova dos negócios aque não se impõe forma especial, estão enumerados no CC de maneira exemplificativa e não taxativa:

a) confissão;b) atos processados em juízo;c) documentos públicos e particulares;d) testemunhas;e) presunção;f) exames e vistorias;g) arbitramento; eh) inspeção judicial.

Elementos acidentais do negócio  jurídico são cláusulas que acrescentam a ele, com o objetivo demodificar uma ou algumas de suas conseqüências naturais; são acidentais porque o ato negocial seperfaz sem eles, subsistem mesmo que não haja sua estipulação.

Condição: A condição é a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto;requer sempre um fato futuro, do qual o efeito do negócio ficará dependendo; relaciona-se, ainda, a

um acontecimento incerto, que pode ou não ocorrer.Termo é o dia em que começa ou extingue a eficácia do negócio jurídico; é a cláusula que, porvontade das partes, subordina os efeitos do ato negocial a um acontecimento futuro e certo; poder serinicial, final, certo e incerto.

Modo ou encargo: é a cláusula acessória, em regra, aderente a atos de liberalidade inter vivos(doação) ou mortis causa (testamento,legado), embora possa aparecer em promessas de recompensaou em outras declarações unilaterais de vontade, que impõem um ônus ou uma obrigação à pessoanatural ou jurídica contemplada pelos referidos atos.

Nulidade do negócio jurídico é a sanção imposta pela norma jurídica que determina a privação dosefeitos jurídicos do negócio praticado em desobediência ao que prescreve.

Nulidade absoluta é uma penalidade que, ante a gravidade do atentado à ordem jurídica, consiste naprivação da eficácia jurídica que teria o negócio, caso fosse conforme a lei; um ato que resulta emnulidade é como se nunca tivesse existido desde sua formação, pois a declaração de sua invalidadeproduz efeito ex tunc; são nulos os atos negociais inquinados por vícios essenciais, não podendo terobviamente, qualquer eficácia jurídica, por exemplo, quando lhe faltar qualquer elemento essencial, ouseja, se for praticado por pessoa absolutamente incapaz; se tiver objeto ilícito ou impossível; se nãose revestir de forma prescrita em lei; quando for praticado com infração à lei e os bons costumes,mesmo tendo os elementos essenciais; e quando a lei taxativamente o declarar nulo ou lhe negarefeito.

Nulidade relativa ou anulabilidade: refere-se a negócios que se acham inquinados de vício capaz delhes determinar a ineficácia, mas que poderá ser eliminado, restabelecendo-se a sua normalidade;gera efeitos ex nunc , de modo que o negócio produz efeitos até esse momento; serão anuláveis osatos negociais: se praticados por pessoa relativamente incapaz, sem a devida assistência; se viciadospor erro, dolo, coação, simulação ou fraude; se a lei assim o declarar, tendo em vista a situaçãoparticular em que se encontra determinada pessoa.

Obs: distinções entre nulidade e anulabilidade: a absoluta é decretada no interesse da coletividade,tendo eficácia erga omnes; a relativa, no interesse do prejudicado, abrangendo apenas as pessoas quealegaram; - a nulidade pode ser argüida por qualquer interessado, pelo MP e pelo juiz de ofício; aanulabilidade só poderá ser alegada pelos prejudicados ou seus representantes, não podendo serdecretada de ofício pelo juiz; - a absoluta não pode ser suprida pelo juiz, nem ratificada; a relativapode ser suprida e ratificada; a nulidade, em regra, não prescreve; a anulabilidade é prescritível emprazos mais ou menos exíguos.

Convalidação é a transformação de ato anulável em ato plenamente válido.

Ratificação é a aprovação, a confirmação ou a homologação de ato jurídico praticado pela partecontrária, ou de ato anulável, pela própria parte.

Ato jurídico inexistente é aquele que contém grau de nulidade tão relevante, que nem chega a entrarno mundo jurídico, independendo de ação para ser declarado como tal; é inconvalidável.

Ato jurídico ineficaz é o ato jurídico perfeito, válido somente entre as partes, mas que não produzefeitos perante terceiros (ineficácia relativa) ou então não produz efeito perante ninguém (ineficácia

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absoluta).

Ato ilícito é o praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direito subjetivo individual;causa dano a outrem, criando o dever de reparar tal prejuízo; produz efeito jurídico imposto pela lei;para sua caracterização é necessário que haja uma ação ou omissão voluntária, que viole um direitosubjetivo individual; é preciso que o infrator tenha conhecimento da ilicitude de seu ato, agindo comdolo, se intencionalmente procura lesar outrem, ou culpa, se, consciente dos prejuízos que advêm de

seu ato, assume o risco de provocar o evento danoso.

Conseqüência do ato ilícito: a obrigação de indenizar é a conseqüência jurídica do ato ilícito;responsabilidade pela reparação do dano, causado pela própria pessoa ou por terceiro.

Atos lesivos que não são ilícitos: são os casos especiais que não constituem atos ilícitos apesar decausarem lesões ao direito de outrem; são eles:

a) legitima defesa: é considerada excludente de responsabilidade, se com uso moderado de meiosnecessários alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de terceiro; nãoacarreta qualquer reparação por perdas e danos;

b) exercício regular ou normal de um direito reconhecido, que lesar direitos alheios exclui qualquerresponsabilidade pelo prejuízo, por não ser um procedimento prejudicial ao direito;

c) estado de necessidade: consiste na ofensa do direito alheio para remover perigo iminente, quandoas circunstâncias o tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites doindispensável para a remoção do perigo.

Defeitos do Negócio Jurídico - Vícios do Consentimento 

Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil 

São vícios do consentimeto o erro, dolo, coação, simulação e fraude contra credores. 

Defeitos do negócio  jurídico: são os vícios do consentimento, como o erro, o dolo e a coação, que sefundam no desequilíbrio da atuação volitiva relativamente a sua declaração; esses vícios aderem àvontade, penetram-na, aparecem sob forma de motivos, forçam a deliberação e estabelecemdivergência entre a vontade real, ou não permitem que esta se forme.

Erro é uma noção inexata, não verdadeira, sobre alguma coisa, objeto ou pessoa, que influencia aformação da vontade; o erro para viciar a vontade e tornar anulável o negócio deve ser substancial,escusável e real, no sentido de que há de ter por fundamento uma razão plausível, ou ser de tal montaque qualquer pessoa inteligente e de atenção ordinária seja capaz de cometê-lo.

Erro escusável é aquele que é justificável, tendo-se em conta as circunstâncias do caso.

O erro substancial haverá, quando recair sobre a natureza do ato, quando atingir o objeto da principaldeclaração em sua indentidade, quando incidir sobre as qualidades essenciais do objeto e quandorecair sobre as qualidades essenciais da pessoa; erro substancial é erro de fato por recair sobrecircunstâncias de fato, isto é, sobre qualidades essenciais da pessoa ou da coisa.

Erro acidental é concernente às qualidades secundárias ou acessórias da pessoa, ou do objeto, nãoinduz anulação do negócio por não incidir sobre a declaração de vontade.

Erro de direito é aquele relativo à existência de uma norma jurídica, supondo-se, que ela esteja emvigor quando, na verdade, foi revogada; o agente emite uma declaração de vontade no pressupostofalso de que procede conforme a lei.

Erro quanto ao fim colimado (falsa causa): em regra, não vicia o ato jurídico, a nào ser quando nelefigurar expressamente, integrando-o, como sua razão essencial ou determinante, caso em que o tornaanulável.

Dolo é o emprego de um artifício ou expediente astucioso para induzir alguém à pratica de um ato queo prejudica e aproveita ao autor do dolo ou a terceiro.; várias são suas espécies:

a) Dolus bonus ou malus: o bonus não induz anulabilidade; é um comportamento lícito e tolerado,consistente em reticências, exageros nas boas qualidades, dissimulações de defeitos; é o artifício que

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não tem a finalidade de prejudicar; o malus consiste no emprego de manobras astuciosas destinadas aprejudicar alguém; é desse dolo que trata o CC, erigindo-o em defeito do ato jurídico, idôneo aprovocar sua anulabilidade;

b) Dolus causam ou principal e dolus incidens ou acidental: o principal é aquele que dá causa aonegócio jurídico, sem o qual ele não se teria concluído, acarretando, então, a anulabilidade daquelenegócio; o acidental é o que leva a vítima a realizar o negócio, porém em condições mais onerosas ou

menos vantajosas, não efetuando sua declaração de vontade, embora provoque desvios, não seconstituindo vício de consentimento, por não influir diretamente na realização do ato, que se teriapraticado independentemente do emprego de artifícios astuciosos; não acarreta a anulação do ato,obrigando apenas à satisfação de perdas e danos ou a uma redução da prestação acordada;

c) dolo positivo ou negativo: positivo é o dolo por comissão em que a outra parte é levada a contratar,por força de artifícios positivos, ou seja, afirmações falsas sobre a qualidade da coisa; o negativo seconstitui numa omissão dolosa ou reticente; dá-se quando uma das partes oculta alguma coisa que oco-contratante deveria saber e se sabedor não realizaria o negócio; para o dolo negativo deve haverintenção de induzir o outro contratante a praticar o negócio, silêncio sobre uma circunstância ignoradapela outra parte, relação de causalidade entre a omissão intencional e a declaração de vontade e ser aomissão de outro contratante e não de terceiro.

Coação seria qualquer pressão física ou moral exercida sobre a pessoa, os bens ou a honra de umcontratante para obrigá-lo ou induzi-lo a efetivar um negócio jurídico; para que se configure a coação

moral é mister a ocorrência dos seguintes requisitos:a) a coação deve ser a causa determinante do negócio jurídico;

b) deve incutir à vítima a um temor justificado;

c) o temor deve dizer a respeito a um dano iminente;

d) o dano deve ser considerável ou grave;

e) o dano deve ser igual, pelo menos, ao receável do ato extorquido (a ameaça deve referir-se aprejuízo que influencie a vontade do coacto a ponto de alterar suas determinações).

Excluem a coação: a ameaça do exercício normal de um direito ou o simples temor reverencial. Acoação exercida por terceiro, ainda que dela não tenha ciência o contratante, vicia o negócio,causando sua anulabilidade; porém, se for previamente conhecida pela parte a quem aproveitar, estaresponderá solidariamente com aquele por todas as perdas e danos.

Simulação é uma declaração enganosa da vontade, visando a produzir efeito diverso doostensivamente indicado; caracteriza-se pelo intencional desacordo entre a vontade interna e adeclarada, no sentido de criar, aparentemente, um negócio jurídico, que, de fato, não existe, ou entãooculta, sob determinada aparência, o negócio realmente querido; Ela pode ser:

a) absoluta, quando da declaração enganosa da vontade exprime um negócio bilateral ou unilateral,não havendo intenção de realizar negócio algum; fingem uma relação jurídica que na realidade nãoexiste;

b) Relativa, quando resulta no intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada; dá-sequando uma pessoa, sob aparência de um negócio fictício, pretende realizar outro que é o verdadeiro,diverso, no todo ou em parte, do primeiro; a simulação relativa pode ser subjetiva ou objetiva,inocente ou maliciosa.

Fraude contra credores á a prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam o seu patrimônio,com o escopo de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos direitos creditóriosalheios; possui o elemento objetivo, que é todo ato prejudicial ao credor, e o subjetivo, que é a má fé,a intenção de prejudicar do devedor.

Ato Jurídico em Sentido Estrito 

Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil 

Conceito, atos materiais ou reais, participações, ato e negócio jurídico. 

Conceito: é o que gera conseqüências jurídicas previstas em lei e não pelas partes interessadas, não

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havendo regulamentação da autonomia privada; é aquele que surge como mero pressuposto deefeito  jurídico, preordenado pela lei, sem função e natureza de auto-regulamento; classificam-se ematos materiais ou reais, e participações.

Atos materiais ou reais: consistem numa atuação de vontade que lhes dá existência imediata, porquenão se destinam ao conhecimento de determinada pessoas, não tendo, portanto, destinatário; trata-sede atos a que a ordem jurídica confere efeitos invariáveis, de maneira que tais conseqüência jurídicas

estão adstritas tão-somente ao resultado da atuação, produzindo-se independentemente daconsciência que o agente tenha de que seu comportamento o suscita; os efeitos decorrentes de todosesses atos estão pré-definidos na lei. 

Participações: consistem em declarações para ciência ou comunicação de intenções ou de fatos; têmdestinatário, pois o sujeito pratica o ato para dar conhecimento a outrem de que tem certo propósitoou que ocorreu determinado fato.

Ato jurídico em sentido estrito e negócio  jurídico: negócio jurídico é ato de autonomia privada, com oqual o particular regula por si só os próprios interesses, logo a sua essência é a auto-regulamentaçãodos interesses particulares reconhecida pelo ordenamento jurídico, e o ato jurídico não tem função enatureza de auto-regulamento.

A presença necessária da emissão de vontade no negócio jurídico e sua conformidade com a lei sugereuma investigação a esse vínculo volitivo, o que já não ocorre com o ato jurídico em sentido estrito em

que a intenção das partes situa-se em plano secundário, e cujo efeito produz ex lege; a função, torna-se, no negócio jurídico, um objeto, porque em relação a ele a ordem jurídica admite autonomiaprivada.

No ato jurídico não se pode falar em objeto, porque no que concerne a ele a ordem jurídica requerautonomia privada, sendo que sua função consiste na realização do interesse de cuja satisfação o atoé ordenado, segundo a rigidez da previsão normativa; assim o negócio jurídico considera o escopocolimado pelos interessados; o ato jurídico só se atém à função que a ordem jurídica estabelece para opróprio ato.

Fato Jurídico em Sentido Estrito 

Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil 

Conceito, prescrição, prazos, requisitos e efeitos, causas interruptivas, suspensivas e impeditivas,ações imprescritíveis, decadência e seus efeitos. 

Conceito: é o acontecimento independente da vontade humana que produz efeitos jurídicos, criando,modificando ou extinguindo direitos; podem ser classificados quanto à sua normalidade em ordináriose extraordinários.

Prescrição: é a extinção de uma ação ajuizável, em virtude da inércia de seu titular durante um certolapso de tempo, na ausência de causas preclusivas de seu curso; Pontes de Miranda pontifica que aprescrição seria uma exceção que alguém tem contra o que não exerceu, durante um lapso de tempofixado em norma, sua pretensão ou ação; o que a caracteriza é que ela visa extinguir uma ação, masnão o direito propriamente dito.

Requisitos da prescrição: existência de uma ação exercitável; inércia do titular da ação pelo seu nãoexercício; continuidade dessa inércia durante um certo lapso de tempo; ausência de algum fato ou atoa que a lei confere eficácia impeditiva, suspensiva ou interruptiva de curso prescricional, que é seufator neutralizante.

Causas interruptivas: são as que inutilizam a prescrição iniciada, de modo que o seu prazo recomeça acorrer da data do ato que a interrompeu ou do último do processo que a interromper, como: a)cessação da violação do direito; b) reconhecimento do direito pelo devedor; c) ato do titularreclamando seu direito; quanto a seus efeitos, o princípio é de que ela aproveita tão-somente a quema promove, prejudicando aquele contra quem se processa.

Causas impeditivas: são as circunstâncias que impedem que seu curso inicie; estão arroladas nos arts.168, I a IV, 169, I, e 170, I e II do CC, que se fundam no status da pessoa individual ou familiar,atendendo as razões de confiança, amizade e motivos de ordem moral.

Causas suspensivas: são as que paralisam temporariamente o seu curso; superado o fato suspensivo,a prescrição continua a correr, computado o tempo decorrido antes dele; são as mencionadas nos arts.169, II e III, e170, III, do CC, ante a situação especial em que se encontram o titular e o sujeito

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passivo ou devido a circunstâncias objetivas.

Prescrição aquisitiva e extintiva: a extintiva ou liberatória atinge qualquer ação, fundamentando-se nainércia do titular e no tempo; a aquisitiva ou usucapião visa à propriedade, fundando-se na posse e notempo; a prescrição extintiva concede ao devedor a faculdade de não ser molestado, a aquisitiva retiraa coisa ou o direito do patrimônio do titular em favor do prescribente.

Normas gerais sobre a prescrição: o CC contém normas que facilitam a aplicaçào da prescrição; são asseguintes:

a) somente depois de consumada a prescrição, desde que não haja prejuízo de terceiro, é que podehaver renúncia expressa ou tácita por parte do interessado;

b) a prescrição poderá ser alegada em qualquer instância ou fase do processo, pela parte a quemaproveita;

c) tanto as pessoas naturais como as jurídicas sujeitam-se aos efeitos da prescrição, ativa oupassivamente, ou seja, podem invocá-la em seu proveito ou sofrer suas conseqüências quandoalegadas ex adverso;

d) as pessoas que a lei priva de administrar os próprios bens têm ação regressiva contra os seusrepresentantes legais, quando estes, por dolo, ou negligência, derem causa a prescrição;

e) a prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu herdeiro;

f) o juiz pode não conhecer da prescrição de direitos patrimoniais, se não foi invocada pelosinteressados, não podendo, portanto, decretá-la de ofício;

g) com o principal prescrevem os direitos acessórios;

h) a prescrição em curso não origina direito adquirido;

i) as partes podem restringir o prazo prescricional fixado por lei, desde que se trate de direitopatrimonial;

 j) deve-se determinar o momento exato em que a prescrição começa a correr para que se calculecorretamente o prazo.

Prazos prescricionais: as ações pessoais, que têm por fim fazer valer direitos oriundos de umaobrigação de dar, fazer ou não fazer algo, prescrevem em 20 anos; as ações reais, que são as queobjetivam proteger os direitos reais, prescrevem em 10 anos, entre presentes, e em 15 anos entraausentes, contados da data em que poderiam ter sido propostas; tanto as ações pessoais como asreais, versando sobre direitos que fazem parte do patrimônio do titular, são ações patrimoniais;existem casos de prescrição especial, para os quais a norma jurídica estatui prazos mais exíguos, pelaconveniência de reduzir o prazo geral para possibilitar o exercício de certos direitos.

Ações imprescritíveis: todas as ações são prescritíveis; a prescritibilidade é a regra, aimprescritibilidade, a exceção; são imprescritíveis as que versam sobre: os direitos da personalidade;o estado das pessoas; os bens públicos; bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito,penhor ou mandato; a direito de família no que concerne à questão inerente à pensão alimentícia, àvida conjugal, ao regime de bens; a pretensão do condômino de a qualquer tempo exigir a divisão dacoisa comum, de pedir-lhe a venda ou a meação do muro divisório; a exceção de nulidade; sempreserá possível pleitear sua invalidade por meio de exceção de nulidade.

Decadência: é a extinção do direito pela inação de seu titular que deixa escoar o prazo legal ouvoluntariamente fixado para seu exercício; seu objeto é o direito que, por determinação legal ou porvontade humana unilateral ou bilateral, está subordinado à condição de exercício em certo espaço detempo, sob pena de caducidade; pode ser argüida tanto por via de ação (se o titular, desprezando adecadência, procura exercitar o direito: o interessado pela ação, pleiteará a declaração da decadência)como por via de exceção (se o titular exercitar seu direito por meio de ação judicial: o interessado, porexceção, pleiteará a decadência); pode ser argüida em qualquer estado da causa e em qualquerinstância, quando ao argüente á dado falar no feito, antes do julgamento; se o direito se extingue peladecadência, não poderá mais produzir os seus efeitos, assim se alegada e comprovada a qualquertempo, durante o litígio, impedido estará o juiz de reconhecer um direito extinto, assegurando suaeficácia.

Efeitos da decadência: seu efeito direto é a extinção do direito em decorrência da inércia de seu titularpara o seu exercício; indiretamente, extingue a ação correspondente; prazo decadencial corre contra

todos; nem mesmo aquelas pessoas contra as quais não corre a prescrição ficam isentas dos seusefeitos; a decadência não se suspende nem se interrompe e só é impedida pelo efetivo exercício dodireito, dentro do lapso de tempo prefixado.

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 Teoria Geral dos Fatos Jurídicos 

Direito Civil - Teoria Geral do Direito Civil 

Fato jurídico em sentido amplo, fato natural e humano, aquisição de direitos, expectativa de direito,modificação dos direitos e extinção dos direitos. 

Conceito de fato jurídico em sentido amplo: fatos jurídicos seriam os acontecimentos, previstos emnorma de direito, em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem asrelações  jurídicas; para Savigny, são os acontecimentos em virtude dos quais as relações nascem e seextinguem; pode ser natural ou humano.

Fato natural: advém de fenômeno natural, sem intervenção da vontade humana, que produz efeito jurídico; esse evento natural consiste no fato jurídico stricto sensu, que se apresenta ora comoordinário (nascimento, decurso do tempo, etc) ou extraordinário (caso fortuito, força maior).

Fato humano: é o acontecimento que depende da vontade humana, abrangendo tanto os atos lícitos

como ilícitos; pode ser voluntário, se produzir efeitos jurídicos queridos pelo agente, caso que se temo ato jurídico em sentido amplo (abrande o ato em sentido estrito e o negócio jurídico); e involuntário,se acarretar conseqüências jurídicas alheias à vontade do agente, hipótese em que se configura o atoilícito, que produz efeitos previstos em norma jurídica, como sanção, porque viola mandamentonormativo.

Aquisição de direitos: aquisição de um direito é a sua conjunção com seu titular; no âmbitopatrimonial são 2 os modos de aquisição: o ordinário, se o direito nascer no momento em que o titularse apropria do bem de maneira direta, sem interposição ou transferência de outra pessoa; o derivado,se houver transmissão do direito de propriedade de uma pessoa a outra, existindo uma relação

 jurídica entre a anterior e o atual titular.

A aquisição pode ser ainda, gratuita, se não houver qualquer contraprestação, e onerosa, quando opatrimônio do adquirente enriquece em razão de uma contraprestação; levando-se em consideração amaneira como se processa, temos: aquisição a título universal, se o adquirente substitui o seu

antecessor na totalidade de seus direitos ou numa quota ideal deles, e aquisição a título singular,quando se adquire uma ou várias coisas determinadas, apenas no que concerne aos direitos, comosucede o legatário, que herda coisa individuada.

Quanto ao processo formativo, pode ser: simples, se o fato gerador da relação jurídica consistir numsó ato, ou complexa, se for necessário a intercorrência simultânea ou sucessiva de mais de um fato,por exemplo, o usucapião que requer posse prolongada, lapso temporal, inércia do titular e em certashipóteses justo título e boa-fé.

Normas legais sobre a aquisição de direitos: adquirem-se direitos mediante ato adquirente ou porintermédio de outrem; pode uma pessoa adquiri-los para si, ou para terceiros; dizem-se atuais osdireitos completamente adquiridos, e futuros os cuja aquisição não se acabou de operar.

Expectativa de direito: é uma mera possibilidade ou esperança de adquirir um direito.

Direito eventual: ocorre se houver interesse, ainda que incompleto, pela falta de um elemento básicoprotegido por norma jurídica.

Direito condicional: é o que se perfaz pelo advento de um acontecimento futuro e incerto, de modoque o seu titular só o adquire se sobrevier a condição.

Modificação dos direitos: tem-se modificação objetiva quando atingir a qualidade ou quantidade doobjeto ou conteúdo da relação jurídica; qualitativa será a modificação quando o conteúdo do direito seconverte em outra espécie; há uma modificação na natureza do direito creditório, sem quaisqueralterações no crédito; será quantitativa a modificação se o seu objeto aumentar ou diminuir novolume, sem aumentar a qualidade do direito, em virtude de fato jurídico stricto sensu; a modificaçãosubjetiva é a pertinente ao titular, subsistindo a relação jurídica, hipótese em que se pode ter asubstituição do sujeito de direito inter vivos ou causa mortis.

Defesa dos direitos: para resguardar seus direitos, o titular deve praticar atos conservatórios como oprotesto, retenção, arresto, seqüestro, caução fideijussória ou real, interpelações judiciais para

constituir devedor em mora, quando esta não resulta de cláusula expressa na convenção ou de termoestipulado com esse escopo de notificação extrajudicial; quando sofrer ameaça ou violação, o direito

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subjetivo é protegido por ação judicial; o titular também está provido de instrumentos de defesapreventiva, para impedir a violação de seu direito, que poder ser extrajudicial (arras, fiança, etc) ou

 judicial (interdito proibitório, ação de dano infecto, etc.); esta prevista também a autodefesa, em quea pessoa lesada, empregando força física, se defende usando meios moderados, mediante agressãoatual e iminente, sem recorrer ao Judiciário.

Extinção dos direitos: extinguem-se quando ocorrer:

a) perecimento do objeto sobre o qual recaem se ele perder suas qualidades essenciais ou o valoreconômico; se se confundir com outro de modo que não se possa distinguir; se cair em lugar onde nãopode mais ser retirado;

b) alienação, que é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a outro, havendo perda do direitopara o antigo titular;

c) renúncia, que é o ato jurídico pelo qual o titular de um direito dele se despoja, sem transferi-lo aquem quer que seja, sendo renunciáveis os direitos atinentes ao interesse privado de seu titular, salvoproibição legal;

d) abandono, que é a intenção do titular de se desfazer da coisa;

e) falecimento do titular, sendo o direito personalissímo e por isso intransmissível;

f) prescrição, que extinguindo a ação faz com que o direito desapareça pela ausência da tutela jurídica;

g) decadência, que atinge o próprio direito;

h) confusão, quando numa só pessoa se reúnem as qualidades de credor e de devedor;

i) implemento de condição resolutiva;

 j) escoamento do prazo, se a relação jurídica for constituída a termo;

k) perempção da instância ou do processo, ficando ileso o direito de ação;

l) aparecimento de direito incompatível com o direito atualmente existente e que o suplanta.

Direito Civil - Das Pessoas Jurídicas 

A pessoa jurídica é uma entidade, geralmente constituída por um grupo de pessoas, a quem a leiconfere personalidade jurídica para atuar na ordem civil, tendo direitos e obrigações, como umapessoa natural. Entretanto, embora sendo formada por pessoas, a personalidade das mesmas nãose mistura com a da entidade, que tem sua personalidade própria independente da doscomponentes do grupo.

A personalização jurídica de um determinado grupo de pessoas tem a finalidade de dar a elemelhores possibilidades, condições para exercerem sua atividade em nome da coletividade,

considerando que um indivíduo se une a outro em razão de sua deficiência, incapacidade deexercer determinada atividade sozinho. Ao unir-se com outro e adquirir personalidade jurídica, osatos serão praticados em nome de todos, em nome da entidade, não mais em nome de cadacomponente.

A origem da personalidade jurídica baseia-se na deficiência humana e, consequentemente, nanecessidade do homem de se unir a outras pessoas, com o intuito de unir forças para desenvolverdeterminadas atividades. A união desses indivíduos pode ou não ter finalidade lucrativa. No casode interesse em obter lucro, a união pode ser para constituir uma empresa, uma associação. Nocaso de não haver interesse em obter lucro, pode ser uma associação beneficente, um grupo deassistência social , ou até mesmo para cultuar alguma religião.

Pode ocorrer ainda que alguém destine bens disponíveis (parte de um patrimônio) paradeterminado fim, de acordo com o qual serão administrados e geridos separadamente aquelesbens, dando-lhes a lei personalidade jurídica, surgindo assim uma fundação.

Nota-se que há três formas de nascimento de uma pessoa jurídica: uma associação de pessoascom finalidade lucrativa, uma associação, sociedade de pessoas sem finalidade lucrativa e a

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disposição de bens patrimoniais.

Diversas correntes, diversas teorias nasceram com o intuito de explicar a existência dapersonalidade jurídica. Uma delas é a teoria da ficção legal (que tem Savigny com seu principaldefensor), a qual sustentava que a personalidade jurídica era uma invenção da lei, não sendo real,sendo uma ficção legal, assim como a personalidade natural é uma criação da natureza, não dodireito.

Há também a teoria da pessoa jurídica como realidade objetiva (de procedência germânica: Gierkee Zitelmann), que vai de encontro com a teoria da ficção legal, determinando que a vontadehumana, seja pública ou particular, tem poderes para criar uma entidade, uma organização deexistência própria, podendo ser titular de direitos e obrigações e tendo sua personalidade distintadas de seus componentes, ou seja, tratam a personalidade jurídica como uma realidadesociológica com vida própria, proveniente da vontade da sociedade.

Uma outra teoria, denominada teoria da pessoa jurídica como realidade técnica (Saleilles, Geny,Michoud, Ferrara), sustenta que a personalidade jurídica é um organismo de ordem técnica quetem o escopo de atingir interesses humanos, ainda que indiretamente. Segundo Planiol e Ripert, apersonalidade jurídica existe porque é "tecnicamente útil aos homens, no seu interesse, criar seresnos quais farão repousar direitos que a final se destinam a beneficiar os próprios homens".

Além dessas já apresentadas, surgiu ainda a teoria institucionalista de Hauroiu, defendendo que jáexiste uma instituição no momento em que nasce uma pessoa jurídica, considerando a existênciade uma idéia criadora do vínculo social, a união de pessoas com o mesmo objetivo e vários meiosdestinados a criação de tal instituição, ou seja, esta já tinha vida interior, vindo a se exteriorizar,tornar-se pessoa jurídica em razão de uma atividade organizada de seus membros.

Estas são apenas algumas, as principais, de várias outras teorias que surgiram com o intuito deexplicar o criação, a existência e a natureza da pessoa jurídica. Na verdade, cada uma delas reúneum pouco do que formaria um todo de uma possível explicação. Que elas existem é inegável, mascomo explicá-las, melhor critério terá cada um para fazê-lo.

Classificação das pessoas jurídicas

As pessoas jurídicas classificam-se em: Pessoa Jurídica de Direito Público, dividindo-se em PessoaJurídica de Direito Público Interno e de Direito Público Externo (ou Internacional), Pessoa Jurídicade Direito Privado. O Código Civil classifica as pessoas jurídicas em seu artigo 13, nos seguintestermos: "As pessoas jurídicas são de direito público interno, ou externo, e de direito privado".

Após classificá-las, o Código, artigo 14, determina quais são as pessoas de direito público interno:"São pessoas de direito público interno:I - a União;II - cada um dos Estados e o Distrito Federal;III - cada um dos Municípios legalmente constituídos".

Determina também quais são as pessoas de direito privado, em seu artigo 16: "São pessoas jurídicas de direito privado:I - as sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, as associações de utilidadepública e as fundações;

II - as sociedades mercantis;III - os partidos políticos".

A seguir serão analisados cada tipo de pessoa jurídica e os órgãos que as compõem.

Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo: regidas pelo direito internacional, são os países eorganizações públicas de ordem internacional como a ONU e o FMI; assim também Santa Sé éconsiderada. A República Federativa do Brasil é uma pessoa jurídica de Direito Público Interno(quando desempenha funções dentro do âmbito nacional através da União, tendo apenasautonomia, assim como os Estados-Membros e os Municípios também tem) e externo (quandomantém, como um Estado totalitário, relações com outros países, faz parte de organizaçõesinternacionais, declara paz ou guerra, enfim, quando age em nome da nação, tendo soberania emrelação aos demais países, e autonomia em relação às demais pessoas jurídicas de direito públicointerno).

Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno: são aqueles grupos representantes de umaorganização política e entidades formadas com finalidades públicas, sendo a União, os Estados e o

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Distrito Federal e os Municípios.

A União: como já dito anteriormente, a União (que representa a República Federativa do Brasil) épessoa jurídica tanto de Direito Público Externo como Interno. Como pessoa jurídica de DireitoPúblico Interno, ela tem autonomia, e exerce atividades de ordem do interesse público,determinadas pela Constituição Federal, tendo competência para, por exemplo, autorizar efiscalizar a produção e o comércio de material bélico, administrar as reservas cambiais do País e

fiscalizar as operações de natureza financeira, organizar e manter as polícias federais, civis emilitares, planejar e promover a defesa permanente contra calamidades públicas etc.

Os Estados: Estes, assim como a União, tem também autonomia, sendo conferido a eles pelaConstituição Federal a capacidade de auto-organização, auto-legislação, autogoverno e auto-administração (artigos 18, 25 a 28, CF).

O Distrito Federal: Este, também como a União e os Estados tem autonomia, tendo também suascompetências determinadas pela Constituição Federal, porém, tem uma peculiaridade: é nele quese situa a Capital Federal (Brasília). É regido por sua Lei Orgânica própria (art. 32, CF).

Os Municípios: assim como as demais Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno, são entidadespolítico-administrativas, tem autonomia (política, administrativa e financeira), sendo tambémcomo entidades estatais, componentes da estrutura federativa.

Pessoa Jurídica de Direito Privado: é toda entidade constituída por iniciativa privada, seja com afinalidade de realização de obras de interesse coletivo, seja com a finalidade de realizar atividadesde interesse particular.

Sociedades (civis): pessoa jurídica de direito privado, proveniente da união de duas ou maispessoas, com uma finalidade comum de realizar determinada atividade, sem o escopo de obterlucro.

Associações: pessoa jurídica de direito privado, também caracterizada pela união de pessoas comfinalidades comuns de exercer certas atividades, sejam de ordem pública ou particular.Geralmente exige a formação de um patrimônio comum formado pela afetação de bensparticulares de seus integrantes.

Fundações: pessoa jurídica de direito privado, formada não pela união de pessoas, mas peladisposição de bens patrimoniais destinados a um fim em razão da vontade de uma só pessoa, ouseja, é fruto de uma declaração unilateral de vontade.

Sociedades mercantis: são sociedades (acima definidas) com fins lucrativos.

Partidos Políticos: pessoa jurídica de direito privado caracterizada pela união de pessoas com afinalidade específica de exercer a atividade política. Não tem fins lucrativos.

Para a existência da pessoa jurídica é necessário o preenchimento de alguns requisitos. Ela deveconstituir-se por ato jurídico (unilateral se fundação, plurilateral se associação ou sociedade);depende de autorização estatal. Há dois critérios para sua formação: o da autorização (ela só podefuncionar através de um ato especial do Estado autorizando) e o formalístico (para funcionar devecumprir formalidades exigidas em lei, que permitiram sua identificação e publicidade).

A extinção de uma sociedade pode se dar de duas formas: através da dissolução (quando acabampela vontade dos sócios ou com o término de sua duração) e da liquidação (são extintas por forçade ato de autoridade competente). Além dessas duas formas, podem se extinguir também atravésda consecução do fim social, da verificação da sua inexequibilidade, da morte ou incapacidade deum dos sócios, da insolvência, da extinção do capital social.

Uma Associação pode findar-se de três formas: através da extinção (quando falta um doselementos essenciais da personalidade jurídica: falta de associação, falta de escopo ou perda depatrimônio), da dissolução (pela vontade geral dos sócios) e da supressão (por ato de autoridadecompetente).

Havendo fim de uma dessas pessoas jurídicas, seu patrimônio terá destinação diversa: se forsociedade, será dividido entre os sócios; se for associação, será devolvido à pessoa apontada noestatuto e, sendo este omisso, para que determinar a lei.

Uma fundação se extingue quando verificada nocividade em sua finalidade ou a impossibilidade desua manutenção. Extinta, seu patrimônio será incorporado ao patrimônio de outra fundação

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similar à extinta.

Bibliografia:

GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. 11ª ed. Rio de Janeiro. Forense. 1995.

RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil: Parte Geral. 25ª ed. São Paulo. Saraiva. 1995. v. 1.

BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 18ª ed. São Paulo. Saraiva. 1997.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 11ª ed. São Paulo. Malheiros.1996.