13
Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108 DEYVISON PEREIRA ADVOCACIA EXCELENTÍSSIMO SR. DR JUIZ DE DIREITO DO 9º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SÃO LUIS MARANHÃO. DEYVISON DOS SANTOS PEREIRA, brasileiro, casado, advogado, portador do CPF 866.741.612-68 RG 272358820047 SSP/MA , residente e domiciliado na Rua do Aririzal, Nº 200, BL 10, AP-202, Ed. Village das Palmeiras II, Cohama, CEP: 65067-197, São Luis/MA. Advogando em causa própria, vem perante V.Exª, propor a seguinte; AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS Em face de BANCO DO BRASIL S/A, inscrito no CNPJ de nº 00.000.000/0001-91, com sede na Avenida dos Holandeses, nº 106, Bairro Calhau, São Luis, Maranhão, Cep: 65.071-380, pelos fatos e fundamentos de direito que articuladamente passa a expor;

PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

EXCELENTÍSSIMO SR. DR JUIZ DE DIREITO DO 9º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SÃO LUIS MARANHÃO.

DEYVISON DOS SANTOS PEREIRA, brasileiro, casado, advogado, portador do CPF nº 866.741.612-68 RG nº 272358820047 SSP/MA , residente e domiciliado na Rua do Aririzal, Nº 200, BL 10, AP-202, Ed. Village das Palmeiras II, Cohama, CEP: 65067-197, São Luis/MA. Advogando em causa própria, vem perante V.Exª, propor a seguinte;

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

Em face de BANCO DO BRASIL S/A, inscrito no CNPJ de nº 00.000.000/0001-91, com sede na Avenida dos Holandeses, nº 106, Bairro Calhau, São Luis, Maranhão, Cep: 65.071-380, pelos fatos e fundamentos de direito que articuladamente passa a expor;

Page 2: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

DOS FATOS

No dia 05/08/2011 o autor se dirigiu à agencia do Banco

do Brasil situado à Av. dos Holandeses, no intuito de receber pagamento de condenação referente ao processo nº 001.2011.014.865-5, no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos rais) conforme Alvará em anexo.

Ao chegar à agência de imediato o autor obteve a SENHA com horário de chegada, para futuro atendimento no saguão com vistas à liberação do crédito. Ressalte-se, que todo o período aguardado pelo autor para que fosse atendido, foi suportado em pé, tendo em vista a insuficiência de bancos disponibilizados pela requerida aos seus clientes.

Ocorre que ao se aproximar ao balcão para atendimento o funcionário do Banco recolheu a senha, alertando que a não devolução da mesma ocasionaria o não atendimento e pagamento do alvará. Neste momento, o autor solicitou que fosse impresso protocolo de horário de atendimento, a fim de comprovar o descaso no qual o referido banco vem dispensando aos seus clientes, conforme documento em anexo. Para receber o pagamento do respectivo alvará o autor chegou às 14h e 38min54seg, e somente teve finalizado o seu atendimento após 2 horas e 4min do horário de chegada, tendo aguardado todo este período em pé pelo motivo citado acima, conforme se comprova pelo protocolo de atendimento requerido pelo autor e juntado aos autos. Há muito pelo País as Câmaras Municipais vêm tentando disciplinar o atendimento ao público pelas Instituições Bancárias, inclusive havendo por parte desde segmento do mercado financeiro enorme resistência no cumprimento das Normas emanadas dos Legislativos Municipais. Respectiva situação não é diferente da enfrentada pela população de São Luis/MA, onde o atendimento disponibilizado pela rede bancaria é deficitário, mormente nos bancos públicos, onde a falta de funcionários se

Page 3: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

Constitui em fator, inclusive de reivindicação na pauta durante as greves.

Inobstante a requerida informar melhorias no atendimento aos consumidores, é notório que o atendimento continua sendo prestado com total desrespeito aos consumidores.

Devido a todos esses fatos, e aos documentos juntados aos autos, que comprovam o abuso e a ilegalidade com que a ré trata seus consumidores, é que faz jus a autora a indenização por danos morais.

II - DA VIOLAÇÃO CONCOMITANTE A PRECEITOS

ESPECÍFICOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR:

Em primeiro lugar, o Código de Defesa do Consumidor, por determinação expressa, é aplicável ao serviço bancário que as entidades requeridas fornecem, ex vi do art. 3º, § 2º, do referido Diploma legal, que dispõe:

"Art. 3º – Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços

(...)

§ 2o – Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista." (grifos nossos)

Logo, considerando que o direito que as disposições da Lei Municipal em vigor (Lei n.º 1.367/2000) visam proteger, também foi objeto da preocupação do próprio Código de Defesa do Consumidor, verifica-se que a requerida não escapa do dever de prestar atendimento adequado ao consumidor. Esse é o entendimento do Pretório Superior Tribunal de Justiça quando da análise da matéria, senão vejamos:

Page 4: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

"BANCOS. SUJEIÇÃO AO REGIME DO CDC. O CDC é aplicável a todas as operações bancárias, sejam elas os contratos de financiamento ou até mesmo os serviços oferecidos pelas instituições financeiras a seus clientes. O CDC incide sobre todas as relações e contratos pactuados pelas instituições financeiras e seus clientes e não apenas na parte relativa a expedição de talonários, fornecimento de extratos, cobrança de contas, guarda de bens e outros serviços afins. As relações existentes entre os clientes e os bancos apresentam nítidos contornos de uma relação de consumo". (STJ – 4ª. T. – Resp 213.825/RS – Rel. Min. Barros Monteiro D. j. 22.08.2000) (grifos nossos)

Consolidando tal entendimento, de maneira a não mais surgir subsídios para questionamentos quanto à aplicabilidade do CDC às instituições financeiras, o STJ editou a Súmula n. 297, in verbis:

Súmula n. 297 do STJ, de 09/09/2004:

"O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras". (grifos nossos)

Neste sentido, verifica-se que a prestação de serviços bancários com a designação de pessoal insuficiente para permitir o atendimento ao consumidor de forma rápida e eficiente provoca riscos à saúde contra os quais as requeridas, na qualidade de fornecedoras daqueles serviços, têm o dever de protegê-lo. Não é outra a dicção do art. 6º, inciso I, do CDC, senão vejamos:

"Art. 6º – São direitos básicos do consumidor:

I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos". (grifos nossos)

Essa preocupação do legislador com a saúde do consumidor é tão relevante que aparece ainda no art. 8º, do mesmo Diploma legal, que dispõe que:

"Art. 8º – Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou

Page 5: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

à segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito." (grifos nossos)

Evidente que, ao submeter o consumidor a permanecer, em pé, em filas intermináveis, pelo prazo superior a 2h (duas horas), conforme relatado acima, impõem a requerida aos usuários dos serviços bancários, desconforto, prejuízo e constrangimento físico e emocional, que deveriam, pelo teor do dispositivo legal referido acima, evitar.

III - DA VIOLAÇÃO CONCOMITANTE À RESOLUÇÃO DO BANCO CENTRAL N.º 2.878, DE 26/06/2001.

Embora, como já destacado, o Pretório Superior Tribunal de Justiça haja recentemente decidido que as instituições bancárias não estão acima da Lei Consumerista, o Banco Central, entidade responsável pela execução e administração da política financeira e econômica do País, formulada pelo Conselho Monetário Nacional, baixou em 26 de julho de 2001, a resolução n.º 2.878 (fls. 112/117).

Logo, se houvesse qualquer dúvida quanto a aplicabilidade das disposições da Lei n.º 8.078/90 quanto aos serviços prestados pelas entidades requeridas, apesar do art. 3º, do referido Diploma, havê-los contemplado, expressamente, e a jurisprudência pátria ter declarado sua total aplicabilidade, quanto à resolução, não poderia ser levantado questionamento pelas agências bancárias, uma vez que foi formulada pelo próprio Banco Central, entidade que detém o controle e fiscalização das mesmas.

Entretanto, ainda que a adequação dos estabelecimentos bancários para melhor atendimento da coletividade também esteja regulamentada por referida resolução do Banco Central, nem mesmo esta as instituições requeridas dispõem-se a cumprir. O art. 1º, inc. V, da resolução n.º 2.878, estabelece que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil ‘devem adotar medidas que objetivem assegurar’:

Page 6: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

‘V – efetiva prevenção e reparação de danos materiais e morais causados a seus clientes e usuários". (grifos nossos)

Ora, é clara violação ao dever referido permitir que o consumidor permaneça à espera de atendimento bancário por período superior a 2 (duas) horas, visto que, a uma, o mesmo terá de ter se afastado de suas tarefas laborativas e, pois, deixado de auferir a remuneração respectiva; a duas, desola o consumidor constatar o desprezo impune que lhe dedicam a instituição requerida quanto a seus mais básicos direitos, ainda que disponham de meios materiais suficientes para respeitá-los, mantendo, pelo menos, número suficiente de funcionários no setor de caixa, para uma eficaz prestação de serviço.

Como se vê, sem que as requeridas manifestem qualquer preocupação em adequar a prestação do serviço bancário ao respeito ao direito do consumidor, viola ela todas as disciplinas legais acerca do assunto, como se ao poder econômico que detêm, nada nem ninguém pudesse se opor. Referido comportamento, verdadeira política institucional, não só não se compadece com o Estado Democrático de Direito, mas, sobretudo, promove o desequilíbrio econômico e social cujo aprofundamento por certo compromete a estrutura do Pacto Social e a dignidade da pessoa humana.

DO DANO MORAL

Sobre danos morais bem apropriados são os escólios de CLAYTON REIS (Avaliação do Dano Moral, 1998, ed. Forense), extraídos, senão vejamos:

(...) lesão que atinge valores físicos e espirituais, a honra, nossas ideologias, a paz íntima, a vida nos seus múltiplos aspectos, a personalidade da pessoa, enfim, aquela que afeta de forma profunda não os bens patrimoniais, mas que causa fissuras no âmago do ser, perturbando-lhe a paz de que todos nós necessitamos para nos conduzir de forma equilibrada nos tortuosos caminhos da existência.

Page 7: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

Não é demais mencionar que a obrigatoriedade de reparar o dano moral está consagrada na Constituição Federal, precisamente em seu art. 5.º, "assegurado o direito de resposta, proporcionalmente ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem" (inc. V) e também pelo seu inc. X, onde: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

A jurisprudência dos Tribunais é dominante no sentido do dever de reparação por dano moral, em especial neste caso de aborrecimento suportado pelo consumidor;

O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio, não há como ser provado. Ele existe, tão somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo o bastante para justificar a indenização. (TJPR – 4.º CC - Ap. - 12/12/90 - RT 681/163).

Assim, cabe ao Judiciário atuar para que a legislação vigente seja cumprida, independente do poderio econômico que as requeridas detêm, evitando o desconforto das intermináveis esperas, em pé, em longas filas e, conseqüentemente, a exposição da saúde e, talvez, da própria vida dos consumidores aos graves riscos que poderão surgir. O meio pelo qual a tutela pode ser efetuada é pela indenização do DANO MORAL COLETIVO.

O art. 1º, inc. V, da Resolução n. 2.878, do BACEN dispõe que as instituições financeiras devem adotar medidas que objetivem assegurar:

‘V – efetiva prevenção e reparação de danos materiais e morais causados a seus clientes e usuários;’

Num sentido mais amplo, o art. 6º, do CDC, dispõe que:

"Art. 6.º. São direitos básicos do Consumidor:

(...)

Page 8: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; (grifos nossos)

Tanto a Resolução n. 2.878, quanto o Código de Defesa do Consumidor, expressamente, dão guarida à efetiva prevenção e reparação ao dano moral e, que o Código de Defesa do Consumidor, num sentido mais amplo, dá guarida tanto à teoria do dano moral individual como à do dano moral coletivo, cuja reparação e prevenção afigura-se como um direito básico dos consumidores.

O nexo causal que demonstra o dano ensejador de dano moral decorre do ato ilícito de não observância, pelas requeridas, das normas protetivas do consumidor, tidas como de ordem pública, o que, in casu, ofende os valores da boa-fé objetiva, causando evidente desequilíbrio da relação de consumo, além de colocar em risco a saúde dos consumidores.

A falta do cumprimento dos aludidos dispositivos legais, pela requerida, com a formação de longas filas de usuários, em pé, à espera de atendimento, da qual resulta uma má prestação de serviço, apesar de terem tido tempo suficiente para cumpri-los, pois a Resolução n. 2.878, do BACEN, entrou em vigor em 2.000 e Código de Defesa do Consumidor, em 1990, tem gerado o total descrédito, angústia, indignação, aborrecimento, intranqüilidade, perda de tempo, revolta, ansiedade e desprezo nos consumidores, pois estão vendo seu dia passar, seus compromissos pendentes e tantas outras coisas para fazer, enquanto permanecem "presos" a uma fila de banco.

Nota-se, desta forma, total descaso e desatenção da requerida para com os consumidores, tanto daqueles que chegaram a utilizar o serviço bancário, como de qualquer outro com potencialidade para utiliza-lo, em total ofensa aos DIREITOS DA PERSONALIDADE e, conseqüentemente, à DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, além de estar contrapondo-se aos ditames do princípio da BOA-FÉ OBJETIVA, quais sejam: LEALDADE + CONFIANÇA e do EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO, o que acarreta o Dano Moral.

Verifica-se, pois, que o precário serviço de atendimento no caixa prestado pela requerida, além de, muito freqüentemente,

Page 9: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

ter a origem na falta de pessoal suficiente designado para prestá-lo, indubitavelmente, dá mostras de que valores que toda a sociedade esperava fossem respeitados, tais como a defesa dos direitos do consumidor, em verdade, foram esquecidos, pois, de outro lado, é notório que a requerida têm tido os mais expressivos marcos de crescimento econômico do País, sem que a crise que o assola venha também a atingi-las – antes, parece açodar-lhes a expansão do lucro.

Enquanto, os CONSUMIDORES se deparam, numa drástica situação, pois têm que se SUBMETER ÀS LONGAS FILAS, EM PÉ, NAS REFERIDAS AGÊNCIAS, DEVIDO À FALTA DE MAIS FUNCIONÁRIOS PARA DESEMPENHAR TAIS FUNÇÕES, vê-se, de outro lado, a crescente expansão econômica da respectiva instituição bancária, já que apenas O LUCRO LÍQUIDO DO BANCO DO BRASIL (EM ANEXO), no primeiro TRIMESTRE de 2.011, foi de R$2,932 BILHÃO (DOIS BILHÕES, NOVECENTOS E TRINTA E DOIS MILHÕES DE REIAS), sendo 24,7% superior em relação ao mesmo período de 2010. Portanto, em desleal afronta ao critério da boa-fé objetiva e do equilíbrio das relações de consumo, caracterizado está o DANO MORAL.

Essa espera, em pé, em uma fila bancária, é fato inadmissível e inaceitável na sociedade moderna. Em pleno horário comercial de um dia útil, é lógico presumir-se que as pessoas possuem muitos compromissos e obrigações a cumprir, não sendo tolerável que permaneçam mais de 2 horas em uma fila bancária; não nos dias de hoje, na vida moderna!

E, se na esteira dos argumentos acima, já há decisão no TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO, no âmbito individual, de fixação de dano moral em favor de cliente que esperou por mais de duas horas em fila de banco, Vejamos, na íntegra, o recente acórdão proferido pela Quarta Turma Recursal de São Luiz/MA:

"1. — RECURSO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Recurso que se insurge contra a condenação em danos morais pelo fato noticiado na inicial dando conta de que o recorrido havia esperado mais de duas horas em fila do estabelecimento bancário o que teria contrariado a Lei Municipal n.º 42/2000. 02 - DANO MORAL - Danos morais são lesões sofridas pelas pessoas físicas ou jurídicas, em certos aspectos da sua personalidade, em razão de investidas

Page 10: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

injustas de outrem. São aqueles que atingem a moralidade e a afetividade da pessoa, causando-lhe constrangimento, vexames, dores, enfim, sentimentos e sensações negativa, podendo, muita das vezes, resultar em angústia e abalo psicológico, resvalando no ferimento de valores e bens jurídicos tutelados como honra, liberdade, saúde, integridade psicológica, causando sofrimento, tristeza, vexame e humilhação à vítima. Em análise ao caso noticiado nos autos, vejo como uma espera em fila de Banco causou desassossego, dissabor, contrariedades e perda de tempo que o recorrido não deu causa. Nesse sentir, o acontecimento é apto para dar ensejo à reparação pecuniária. 04. Quantum - A penosa missão de tarifar o dano moral é da exclusiva responsabilidade do juiz, que deve atuar, em face do caso concreto, com moderação e prudência, não perdendo de vista que a indenização deve ser a mais completa possível, mas não pode tornar-se fonte de lucro indevido, desse modo, a quantia de R$ 4500,00(quatro mil e quinhentos reais) se revela por demais excessiva e fora de razão quando confrontada com os fatos que narram a reclamação e a concorrência da recorrida no desencadeamento dos eventos. Nesse sentir, entendo que a quantia de R$ 2500,00 (dois mil e quinhentos reais) é proporcional ao dano sofrido alcançando sua exata extensão nos termos do artigo 944 o Código Civil e seu parágrafo único. 05 - Recurso conhecido e improvido. 06 - Súmula do julgamento que serve de acórdão. 07 — Inteligência do art. 46, segunda parte, da Lei 9.099/95". (Quarta Turma Recursal Cível de São Luiz/MA, Recurso n. 6.135/04, Acórdão n. 9862/05, Rel. Dra. Maria do Socorro Mendonça Carneiro, D.j. 12/08/2005) (grifos nossos).

Deste modo, como já há entendimento pacificado junto às Turmas Recursais do Tribunal de Justiça do Maranhão, é que pede o requerente e confia na justiça, pela condenação da ré ao pagamento de dano moral não inferiores a 40 salários mínimos.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

Na aferição do quantum indenizatório, CLAYTON REIS (Avaliação do Dano Moral, 1998, Forense), em suas conclusões,

Page 11: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

assevera que deve ser levado em conta o grau de compreensão das pessoas sobre os seus direitos e obrigações, pois "quanto maior, maior será a sua responsabilidade no cometimento de atos ilícitos e, por dedução lógica, maior será o grau de apenamento quando ele romper com o equilíbrio necessário na condução de sua vida social".

Isso leva à conclusão de que diante do dano suportado pelo autor, e tendo em vista o valor pago pelo produto, o gravame produzido à honra deste e, considerando que este sempre agiu honesta e diligentemente, pagando suas dívidas, mister se faz que o quantum indenizatório corresponda a uma cifra cujo montante seja capaz de trazer o devido apenamento à Requerida, e de persuadi-la a nunca mais deixar que ocorram tamanhos desmandos contra as pessoas.

É de bom alvitre suscitar, ainda, que a importância da indenização vai além do caso concreto, posto que a sentença tem alcance muito elevado, na medida em que traz conseqüências ao direito e toda sociedade. Por isso, deve haver a correspondente e necessária exacerbação do quantum da indenização tendo em vista a gravidade da ofensa à honra do autor; os efeitos sancionadores da sentença só produzirão seus efeitos e alcançarão sua finalidade se esse quantum for suficientemente alto a ponto de apenar a ré e assim coibir que outros casos semelhantes aconteçam.

A eminente jurista MARIA HELENA DINIZ (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7.º vol., 9.ª ed., Saraiva), ao tratar do dano moral, ressalva que a REPARAÇÃO tem sua dupla função, a penal:

(...) constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando à diminuição de seu patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da pessoa (integridade física, moral e intelectual) não poderá ser violado impunemente", e a função satisfatória ou compensatória, pois "como o dano moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos extra patrimoniais, provocando sentimentos que não têm preço, a reparação pecuniária visa proporcionar ao prejudicado uma satisfação que atenue a ofensa causada. Daí, a necessidade de observarem-se as condições e ambas as partes.

Page 12: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

O Ministro Oscar Correa, em acórdão do STF (RTJ 108/287), ao falar sobre dano moral, bem salientou que:

não se trata de pecúnia doloris, ou pretium doloris, que se não pode avaliar e pagar; mas satisfação de ordem moral, que não ressarce prejuízo e danos e abalos e tribulações irreversíveis, mas representa a consagração e o reconhecimento pelo direito, do valor da importância desse bem, que é a consideração moral, que se deve proteger tanto quanto, senão mais do que os bens materiais e interesses que a lei protege." Disso resulta que a toda injusta ofensa à moral deve existir a devida reparação.

Por fim, levando-se em consideração a ofensa suportada pelo autor, ao adquirir produto fruto de propaganda enganosa e ainda suportar o descaso da requerida em solucionar o seu problema, resta a V.Exª calcular o quantum indenizatório, levando-se em consideração tudo aquilo que foi exposto.

DOS PEDIDOS.

Ante ao exposto acima caracterizado que o Autor sofreu prejuízos de ordem moral e material, e por tudo que será suprido pelo ilibado saber jurídico de Vossa Excelência, respeitosamente PEDE e REQUER: Incialmente requer a inversão do ônus da prova. Seja a ré condenada a indenizar o autor pelos danos morais que lhe causou, nos termos da jurisprudência do TJ/MA citada acima, em pena a ser fixada por V. Exª, não inferiores a 40 salários mínimos, por ter a ré submetido ao consumidor (autor) à espera na fila de atendimento por mais de 2 horas em pé; Seja citada a ré para que apresente resposta no prazo legal, sob pena de revelia e confissão; Seja deferida a assistência gratuita.

Page 13: PETIÇÃO FILA EM BANCO DANOS MORAIS

Rua do Aririzal, Cond. Village das Palmeiras II nº 200, BL-10, AP-202, Bairro

Turu, CEP: 65067-190, São Luis - MA, Cel - (98) 8163-7108

DEYVISON PEREIRA

ADVOCACIA

Requer por fim, seja condenada a ré ao pagamento de 20% em honorários advocatícios.

Requer a produção de todos os meios de provas admitidos em direito, sobretudo as provas documentais;

Dá-se à causa o valor de R$ 21.800,00 (vinte e um mil e oitocentos reais)

Nestes termos

Pede e espera atendimento.

São Luis 09 de agosto de 2011.

DEYVISON DOS SANTOS PEREIRA

OAB/MA 9.146