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Antonio Victorino Avila Engenheiro Civil. MSc. Engª Produção Introdução à Economia V.1.4 2014-abril

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Page 1: PETIntrodução à Economia2014ago

Antonio Victorino Avila

Engenheiro Civil. MSc. Engª Produção

Introdução à Economia

V.1.4

2014-abril

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Introdução à Economia.

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Prólogo O objetivo deste material é dispor ao aluno de uma

expressão documental coerente com o conteúdo a ser apresentado em sala de aula. E, deste modo, tenha condições de participar, discutir e levantar dúvidas quanto ao assunto.

Recomenda-se que o conteúdo seja lido antes de

cada aula visando o conhecimento do que será discutido bem como a imprescindível consulta à bibliografia recomendada, pois esta apostilha não esgota o assunto abordado.

O autor ficará grato por sugestões e comentários

quanto a erros ou omissões havidos, em prol da melhoria deste trabalho bem como do andamento das aulas, fato que contribuirá para o melhor aproveitamento do aluno.

Autor: Engenheiro Civil Antonio Victorino Avila. MSc.

Disciplina Introdução à Economia

Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Florianópolis - SC, julho de 2002.

Versão 1.4 – abril de 2014.

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção

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Sumário

PARTE 1 - INTRODUÇÃO & CONCEITOS. 6

1.1 - CONCEITOS BÁSICOS. 7

1.1.1 - DEFINIÇÕES 7 1.1.1.1 - Economia 7 1.1.1.2 - Necessidades Humanas. 7 1.1.1.3 – Fatores de Produção. 7 1.1.1.4 – Macro e Micro Economia. 9

1.2 - PROBLEMAS CENTRAIS DE UM SISTEMA ECONÔMICO. 11

1.2.1 - DEFINIÇÕES. 11 1.2.2 - ELEMENTOS DA ESTRUTURA ECONÔMICA 11 1.2.3 - OBJETIVO. 12

1.3 - POLÍTICAS ECONÔMICAS 14

1.3.1. – POLÍTICA MACROECONÔMICA & OBJETIVOS - PRINCIPAIS. 15 1.3.2 - CRESCIMENTO ECONÔMICO. 16 1.3.3 - DISTRIBUIÇÃO DA RENDA GERADA 17 1.3.4 - ESTABILIDADE DO PROCESSO ECONÔMICO. 18

1.4 – SISTEMAS ECONÔMICOS. 20

1.4.1 - TIPOS DE SISTEMAS ECONÔMICOS 20 1.4.2 - SISTEMA ECONÔMICO DE MERCADO 20

1.4.2.1 – Liberalismo Econômico. 22 1.4.2.2 - Características do Sistema de Mercado. 22 1.4.2.3 - Restrições 23 1.4.2.3 - Neoliberalismo. 23

1.4.3 - SISTEMA DE PLANEJAMENTO CENTRALIZADO. 24 1.4.3.1 - Características. 24 1.4.3.2 - Restrições. 24

1.4.4 - SISTEMA MISTO. 24

1.5 - SETORES ECONÔMICOS. 25

1.5.1 - O Setor Público. 26

1.6 - TIPOS DE MERCADO. 27

1.6.1 - A LIVRE CONCORRÊNCIA. 27 1.6.2 – O MONOPÓLIO. 28 1.6.3 - O OLIGOPÓLIO. 28 1.6.4 - O MONOPSÔNIO & O OLIGOPSÔNIO 29

PARTE 2 - MICRO ECONOMIA 34

2.1 – TEORIA DA FIRMA. 35

2.1.1 – OBJETIVO. 35 2.1.2 – TEORIA DA PRODUÇÃO. 35

2.1.2.1 – Conceituação. 35 2.1.2.2 – Processo de Produção. 36 2.1.2.3 – O curto e o longo prazo. 36

2.1.3 – TEORIA DOS CUSTOS. 37 2.1.3.1 - Custos Totais 37 2.1.3.2 - Custos Unitários. 38

2.1.4 – ANÁLISE GRÁFICA. 40 2.1.5 – MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS. 40

2.1.5.1 – Minimização em Concorrência Perfeita. 40 2.1.5.2 – Aplicação à Função Contínua de Custos. 41

2.1.6 – ABORDAGEM DISCRETA. 42 2.1.7 – EXERCÍCIOS. 43 2.1.8 – TEORIA DA RENDA. 44 2.1.9 – PONTO DE EQUILÍBRIO. 46

2.1.9.1 - Definições. 46 2.1.9.2 - Ponto de Equilíbrio Inferior. 47

2.1.10 – MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO NO CURTO PRAZO. 47 2.1.11 - OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO – PRODUÇÃO ÓTIMA. 50

2.1.11.1 - Da Minimização do Custo Total: 50 2.1.11.2 - Da Maximização do Lucro: 51 2.1.11.3 - Produção Ótima - Resumo. 51

2.1.12 – APLICAÇÃO. 52 2.1.13 - RATEIO DO CUSTO FIXO. 54 2.1.14 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS. 55 2.2.1 – OBJETIVO. 60 2.2.2 – O MODELO. 61 2.2.4 – AJUSTE DE CURVA – FUNÇÃO QUADRÁTICA. 62 2.2.5 - EXERCÍCIO. 62 2.2.6 – SISTEMAS LINEARES - ALGORITMO DE GAUSS. 65 2.2.7 – POLINÔMIOS DO 3º GRAU. 68

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Introdução à Economia.

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2.2.7.1 – Método da Bisseção. 68 2.2.7.2 – Algoritmo de Briott – Ruffini. 70 2.2.7.3 – Algoritmo de Newton-Raphson. 71

2.3 – A OFERTA E A PROCURA. 73

2.3.1 - CONCEITOS 73 2.3.1.1 - A Demanda. 73 2.3.1.2 - A Oferta. 73

2.3.2 - O EQUILÍBRIO DO MERCADO. 74 2.3.3 – EXERCÍCIOS. 75 2.3.4 - O COMPORTAMENTO DOS MERCADOS. 75

2.3.4.1 – Tipos de Mercados. 75 2.3.4.2 - Concorrência Perfeita. 75 2.3.4.3 – O Oligopólio. 78 2.3.4.4 – O Monopólio. 79

2.3.5 – POLITICAS DE MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA. 79 2.3.5.1 - Variação de Demanda. 79 2.3.5.2 – Crescimento da Oferta 80 2.3.5.4 – Exercícios Propostos. 81

PARTE III - MACRO ECONOMIA 82

3.1 – PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA ECONÔMICA. 83

3.3.1 – PRINCÍPIO FUNDAMENTAL. 83 3.3.2 - PRINCÍPIO DE SAY 83

3.2 - O EQUILÍBRIO DO MERCADO. 83

3.2.1 - OS FLUXOS MACRO ECONÔMICOS. 83 3.2.2 - A ANÁLISE RENDA - DESPESA. 84 3.2.3 – EQUILÍBRIO EM ECONOMIA FECHADA. 84 3.2.4. - SITUAÇÃO DE DESEQUILÍBRIO 85 3.2.5. - A CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO. 86 3.2.6 - O CIRCUITO RENDA – CONSUMO 88

3.2 - VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS. 90

3.2.1 – PIB E PNB. 90 3.2.2 – PRODUTO NOMINAL E PRODUTO REAL. 91 3.2.3 - PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO. 92 3.2.4 - PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO A PREÇOS DE MERCADO. 92 3.2.5 - PIB PER CAPITA. 92

3.3 – A CONTABILIDADE NACIONAL. 93

3.3.3 - PRINCIPAIS AGREGADOS DA CONTABILIDADE NACIONAL. 93 3.3.4 - Contas Nacionais. 94

3.3.5 - BALANÇO DE PAGAMENTOS 94

3.4 - RELAÇÕES ENTRE MACRO MAGNITUDES. 95

3.4.1 – CONCEITOS. 95 3.4.2 - RENDA NACIONAL DISPONÍVEL 96 3.4.3 – ANÁLISE PELO LADO DA PROCURA. 100 3.4.4 – ANÁLISE DO FLUXO DA PROCURA 100 3.4.5 – ANÁLISE PELO LADO DA OFERTA. 101 3.4.6 – O EQUILÍBRIO AGREGADO. 102 3.4.7 - EXERCÍCIO - QUESTIONÁRIO 103

3.5 - DO PRODUTO NACIONAL AO PRODUTO INTERNO – BRUTOS. 103

3.5.1 - DETERMINANTES DO VALOR DO PIBPM 104 3.5.2 - EFEITO MULTIPLICADOR DE RENDA. 106 3.5.3 – EXERCÍCIOS. 106

3.5.3.1 – Exercícios Resolvidos. 106 3.5.3.2 - Exercícios Propostos. 108

3.6 - TEORIA KEYNESIANA. 109

3.6.1 – OBJETIVO POLÍTICO (). 109 3.6.2 - MODELO KEYNESIANO – CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO. 110

3.7 – TEORIA MONETARISTA. 111

3.7.1 – OBJETIVO POLÍTICO. 111

ANEXO I - O MISTÉRIO DA MOEDA INFLACIONADA 113

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS () 115

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção

5

Realidade: “O pecado da inteligência não tem perdão quando a mediocridade detém o poder da decisão”.

Carlos Frederico Werneck de Lacerda

Jornalista e ex-governador do Rio de Janeiro.

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Introdução à Economia.

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Parte 1 - Introdução & Conceitos.

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção

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1–IntroduçaoeConceitos

1.1 - CONCEITOS BÁSICOS.

1.1.1 - Definições

1.1.1.1 - Economia

A economia estuda a forma de administrar recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para consumo entre os membros da sociedade visando atender as necessidades humanas.

1.1.1.2 - Necessidades Humanas.

Necessidade Humana é a sensação de carência de algo, unida ao desejo de satisfazê-la.

1.1.1.3 – Fatores de Produção.

Voltando à definição de economia, a economia tem a missão de suprir as necessidades humanas, tanto materiais como não materiais, de bens e serviços.

Para tanto, ela deve considerar os meios que dispõe para atender as demandas da sociedade, meios estes denominados Fatores de Produção.

São definidos como meios ou fatores de produção nesta fase histórica transcorrida pela humanidade: Recursos naturais; Força de trabalho; Capital; Tecnologia; Capacidade empresarial.

Historicamente, os fatores de produção considerados

eram os três primeiros da relação: recursos naturais; força de trabalho e capital.

Na época atual, outros dois fatores foram incorporados aos primeiros: a tecnologia; e, a capacidade empresarial.

Tal fato decorreu da crescente competitividade entre

pessoas, empresas e nações, do conhecimento e da visão, ou intuição, das atuais e futuras necessidades do homem e do mercado.

Isto porque, tais necessidades podem ser supridas de distintas formas e, também, devido à criação de novas demandas ou desejos que, antes de serem oferecidas, eram desconhecidas ou inimagináveis e que passam a ter forte apelo de consumo.

A tecnologia compreende ao estudo das ciências e das técnicas corretas e necessárias à realização de objetivos ou a realização dos produtos desejados.

Recursos Naturais

Força de Trabalho

Capital

� Tecnologia

� Capacidade Empresarial

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Introdução à Economia.

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Ao engenheiro, como exigibilidade para o desenvolvimento de suas habilidades e responsabilidades, não cabe apenas do domínio de “como fazer ou utilizar”, know how, uma tecnologia.

Para o domínio e a respeitabilidade de uma sociedade, há que se entender, sobretudo, do saber o “porque fazer“, isto é, o know why.

Dominando o know why, é possível entender o funcionamento dos equipamentos e tecnologias disponíveis, da teoria que amparou a criação desses bens, de seus efeitos sobre o homem e o meio ambiente e a possível aplicação, a partir deles, na criação de novos bens ou produtos. Isto, sem falar na alteração da cultura dos povos onde novas tecnologias são desenvolvidas e realizadas.

Abdicando do saber o “porque” das coisas serem feitas, o engenheiro passa a ser um simples repetidor de tecnologias já dominadas, perdendo capacidade de inovar.

Inovação essa que pode ser relativa tanto à implementação de novo processo de execução - engenharia do processo -, como no desenvolvimento de novas tecnologias a partir dos quais torna-se possível à criação de novos produtos (engenharia do produto).

A capacidade de uma sociedade, ou nação, em traçar seus próprios destinos, dominando a inovação e o desenvolvimento de tecnologias, esta intimamente correlacionada com o know why.

Abdicar do domínio do know why, espontaneamente, é se atrelar como caudatário do desenvolvimento de outras sociedades mais competitivas e tecnologicamente mais preparadas.

Por capacidade empresarial, entende-se a habilidade ou a competência em congregar os demais fatores de produção e os direcionar, através de uma adequada organização e eficiente coordenação de operações, à realização da produção de novos bens, serviços ou empreendimentos.

Sem dispor de capacidade empresarial, é impossível a oferta de novos bens e serviços à sociedade. Ver Figura 1.2.

E capacidade empresarial pode ser entendida como a habilidade em mobilizar recursos humanos, tecnológicos e financeiros, bem como a capacidade correr e administrar situações de riscos.

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção

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Na opinião do autor, em sociedades menos avançadas, cabe ao governo, por ser um forte instrumento de ação e organização da sociedade, e um de seus principais agentes macros econômicos, estabelecer metas, prioridades, políticas, enfim, os meios necessários ao desenvolvimento de uma economia e, em decorrência, de sua sociedade.

Em, especialmente, na pesquisa, desenvolvimento e implantação de tecnologia de ponta ou estratégicas.

1.1.1.4 – Macro e Micro Economia.

O estudo da teoria econômica é dividido em dois principais campos: micro e macro economia. Ver Figura 1.3. I - A Microeconomia

A microeconomia é a área da teoria economia que estuda o comportamento das unidades econômicas, a

exemplo de: dos consumidores ou famílias e das empresas e da indústria onde estas se inserem; bem como suas inter-relações.

II - A Macroeconomia

A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Ou seja, dos grandes agregados econômicos cuja abrangência é o total da economia.

Seu propósito é obter uma visão simplificada da

economia e, ao mesmo tempo, com os dados disponíveis, conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um município estado, uma região ou de um país.

No campo macroeconômico, estuda-se, basicamente, o

inter-relacionamento dos principais agentes que atuam no cenário econômico que são: Famílias; Empresas; Governo; Resto do Mundo (importação × exportação).

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Introdução à Economia.

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A Figura 1.5 – Teorias Econômicas para Definição de Políticas Econômicas relaciona, tanto pelo lado da macroeconomia como da microeconomia, o conjunto de teorias que contribuem para a formação e análise de politicas econômicas.

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1.2 - Problemas Centrais de Um Sistema Econômico. Considerando que as sociedades dispõem de recursos escassos e o aproveitamento desses recursos requer uma organização sócio-política que estabeleça o modo em que ocorrerá a apropriação e o destino a serem dados a eles, há que se conhecer, implantar e gerir três aspectos que transpassam a sociedade e o processo econômico em si: o sistema econômico adotado, o regime econômico instituído e a estrutura econômica disponível.

1.2.1 - Definições. a) Sistema Econômico: corresponde ao conjunto de

relações técnicas, básicas e institucionais que caracterizam a organização econômica da sociedade.

Pode ser definida, também, como a forma pela qual a

sociedade esquematiza seus elementos estruturais, visando organizar suas atividades de produção, circulação de bens e serviços e da apropriação da riqueza gerada. Essas relações

condicionam o sentido geral das decisões fundamentais que se tomam em toda a sociedade e os ramos predominantes de sua atividade. b) Regime Econômico: o regime econômico de um país é

caracterizado pelo conjunto de normas básicas estabelecidas para regular, direcionar e controlar suas atividades econômicas e produtivas.

c) Estrutura Econômica: a estrutura econômica de um país

se revela num conjunto de elementos que apresentam ligações entre seus próprios componentes e inter-relações com componentes de outros elementos.

1.2.2 - Elementos da Estrutura Econômica

A estrutura econômica é determinante e base das condições de funcionamento do conjunto das atividades econômicas de qualquer região e que permitem utilizar seus recursos próprios, Figura 1.5.

Partindo dela, fica plausível o planejamento de um

adequado e conexo programa de desenvolvimento.

Os principais elementos de uma estrutura econômica são: a) Elementos Físicos ou Geográficos - constituídos pelas

condições do clima, relevo e tipo de solo, água, acessos, recursos minerais, etc., a partir dos quais a capacidade de produção de um país pode ser alterada.

b) Elementos Demográficos - diz respeito às

características da população e, conforme sua

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Introdução à Economia.

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distribuição, influi na capacidade de produção de um país. Estas características são: composição da população por faixa etária, sexo, proporção de jovens, idosos e indivíduos em idade produtiva.

c) Elemento Cultural - de fundamental importância para o desenvolvimento da capacidade de produção e, dependendo da qualidade da população, sem as quais qualquer esforço pode ser infrutífero. Neste elemento são considerados o nível de instrução dos indivíduos, a escolaridade, seus usos e costumes.

d) Elemento Institucional - este elemento diz respeito ao

ordenamento jurídico institucional e definido pelo regime econômico.

e) Elemento Econômico - este é dos itens muito importantes para poder avaliar o verdadeiro potencial produtivo do País ou de uma região.

Neste elemento é contabilizado o estoque de capital

disponível.

Ele considera a composição setorial da produção, a

disponibilidade dos fatores de produção, as relações de troca com o exterior, o PIB e a sua proporção exportável, etc. 1.2.3 - Objetivo.

Qualquer que seja a forma de organização da produção adotada, metas devem ser estabelecidas e que devam ser atingidas pelas empresas ou pelo planejamento governamental, ou seja, pelo sistema econômico. Assim, surgem três problemas básicos a serem resolvidos: definir quais produtos e serviços serão executados; definir o processo de produção; e definir o público a ser atendido. Ver Figura 1.8.

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção

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a) Definir quais os produtos e serviços serão elaborados no mercado interno a cada nível de desenvolvimento e o que será adquirido no mercado externo. Para tanto há que se responder aos seguintes questionamentos: O que ou quais bens e serviços serão produzidos, suas quantidades, e isto em especial correlação com a estrutura econômica disponível.

Partindo dos elementos integrantes da estrutura econômica, é possível definir onde se pode ou se quer chegar e definir estratégicas políticas visando alcançar o patamar de desenvolvimento politicamente definido;

b) Como produzir bens e serviços. Este questionamento deve estabelecer quem será o responsável pela produção dos bens; qual o capital financeiro demandado, os recursos humanos desejados e a estrutura institucional necessária. E, também, a ciência e a tecnologia disponível ou a desenvolver. c) Para quem produzir. Esta é uma decisão política que definirá qual será o público alvo dos bens e serviços. Se o destino será a economia interna ou a externa.

Os itens “b” e “c”, acima, definem o quadro a ser eleito pela coalizão dominante de qualquer país, visando à realização de sua política econômica ou do desenvolvimento. Sendo escassos os recursos da sociedade a política econômica ou os planos econômicos de desenvolvimento a serem estabelecidos deverão prever: • Qual o volume de recursos a ser alocado para a

implantação da estrutura de produção dos insumos que compõe cada produto;

• A formação, o treinamento e o desenvolvimento da força de trabalho exigida pela engenharia do processo e do produto de cada bem;

• Estabelecimento do sistema de distribuição; • Programas de financiamento ou de securitização

necessários ao sucesso do programa de desenvolvimento.

Com o objetivo de cumprir o acima exposto, o ideal

será instituir uma adequada combinação entre uma

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Introdução à Economia.

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estrutura produtiva eficiente e uma justa e efetiva distribuição da produção, para que além dos objetivos do desenvolvimento seja obtida uma melhoria na qualidade de vida da nação. Ver Figura 1.9.

Comentando:

a) Uma estrutura produtiva eficiente deve ser obtida através de uma composição ótima das questões “o que”, “como” e “quanto” produzir;

b) Uma justa e efetiva distribuição da produção diz respeito a solucionar, de modo eficiente, o “para quem produzir”. Esta visão de mundo, sem dúvida nenhuma de cunho ideológico, esta visivelmente ligada ao sistema de valores da coalizão política dominante.

1.3 - Políticas Econômicas

Do ponto de vista macroeconômico, isto é, a partir

do conhecimento, inter-relações e importância dos agregados econômicos, a Teoria Econômica propicia um forte instrumento a ser utilizado para atingir objetivos econômicos específicos. Isto é, os objetivos politicamente determinados, no intuito de alcançar o interesse do grupo político que os formulou ou da sociedade neles interessada.

Como exemplo de objetivos específicos ou metas a serem atingidos pela implantação de uma política econômica pode-se citar:

� O aumento de renda em certa classe da população

ou região;

� A criação de novos empregos em determinados setores da economia ou indústrias;

� O incremento da demanda por determinados produtos;

� Privilegiar e desenvolver a criação de produtos, serviços e indústrias;

� Propiciar a qualificação de pessoal especializado em áreas específicas; etc.

� Desenvolver a realização de tecnologias estratégicas.

Assim sendo, quando se usa o termo Política

Econômica, tem-se em vista que o governo está utilizando

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila, MSc Eng.ª Produção

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instrumentos fornecidos pela teoria econômica com o objetivo de condicionar, balizar e conduzir o sistema econômico de um país ou região em função de atingir os objetivos econômicos e sociais politicamente estabelecidos.

Para o cumprimento de políticas econômicas duas

principais diretrizes devem ser adotadas:

• Definição dos principais objetivos econômicos a serem alcançados, compatíveis com outros objetivos políticos e sociais;

• A eleição, dentro do conjunto de teorias econômicas disponíveis, daquelas que melhor se adequem a um programa econômico necessário à consecução dos objetivos determinados.

1.3.1. – Política Macroeconômica & Objetivos - Principais. Entende-se por política macroeconômica o conjunto de

medidas governamentais - leis, regulamentos, procedimentos e normas - cujo objetivo é influir no desenvolvimento da economia em seu conjunto.

Para tanto a política econômica, e a macroeconomia,

deverá entender o comportamento e as causas que contribuem para evolução dos seus três principais objetivos e atuar sobre eles, quais sejam: o crescimento econômico; a distribuição da renda gerada no país; e, a estabilização do processo econômico. Ver Figura 1.10.

É de notar que estes objetivos não são, necessariamente, mutuamente exclusivos, entendimento que não é assumido por diversos autores ou formuladores de políticas econômicas de um país. Especialmente aos defensores do liberalismo puro que não compactuam quanto à intervenção estatal no processo de distribuição da renda gerada.

Outros autores, entretanto, a exemplo do Professor Kelwin Lancaster, associado à Columbia University, EUA, sustentam que o objetivo da política econômica é, primordialmente, atingir objetivos distributivos. Isto porque, seus efeitos produzem impactos no ambiente econômico com reflexos diretos no meio social e na melhoria da qualidade de vida da população.

Enfim, a razão de ser da economia política é administrar a escassez e as necessidades humanas enquanto sociedade. E, destarte, orientar, decidir e prover recursos para o atendimento para a sociedade em geral ou estratos privilegiados dela.

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Introdução à Economia.

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Em segmento, serão discutidos os três principais objetivos de qualquer política macroeconômica.

1.3.2 - Crescimento Econômico.

O crescimento econômico, sem dúvida alguma, é o alavancador do incremento de riqueza de uma nação.

A Política Econômica ao definir: metas de crescimento, taxa de crescimento das variáveis econômicas, relações de troca, etc., contribui para a realização de um ritmo de crescimento compatível com as necessidades da sociedade.

Assim, o objetivo do crescimento econômico é: ampliar e melhorar os recursos disponíveis pela sociedade; ampliar e melhorar a infraestrutura; captar recursos financeiros necessários ao crescimento. Ver Figura 1.11.

Quanto aos recursos disponíveis pela sociedade pode-se considerar: ampliação e melhoria do sistema educacional em todos os níveis; da rede hospitalar e de atendimento ao emergencial ao cidadão; da segurança; da urbanização e serviços urbanos; do desenvolvimento de projetos que contribuam para realização de condições de emprego o renda.

No caso da ampliação e modernização da infraestrutura pode-se elencar: as rodovias, hidrovias e ferrovias; a geração, transmissão e distribuição de eletricidade; sistemas eficientes de transportes urbanos estrutura portuária e aeroportos; redes de comunicação; estrutura de saneamento considerando agua potável, esgoto e lixo; etc..

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Como rápido comentário, a captação de recursos financeiros pode ocorrer com o aporte de capital oriundo da poupança interna ou da externa. Ver Figura 1.12.

No caso da poupança interna, ela pode ser oriunda de

fontes particulares ou públicas. Quanto à poupança externa, os instrumentos muito

utilizados atualmente pelo Brasil para a sua captação são: a venda de Títulos do Banco Central no exterior, os denominados C-Bonds, ou o aporte direto de capital via empréstimos do FMI – Fundo Monetário Internacional e do BIRD – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Para um País, a fonte de capital mais interessante para

o financiamento do desenvolvimento econômico é aquela propiciada pela poupança interna.

Isto porque, evita-se o pagamento de juros, tanto aos

credores externos como aos internos, fazendo com que estes recursos sejam reinvestidos internamente, no refinanciamento de projetos e serviços.

1.3.3 - Distribuição da Renda Gerada O objetivo da distribuição de renda é promover a justiça

social quanto ao acesso e ao usufruto de bens e serviços produzidos pela nação, ou em dada região, pela sua população.

A distribuição de renda pode ocorrer de forma direta ou

indireta. Ver Figura 1.13. De forma direta, através da melhoria da renda dos indivíduos, conforme Figura 1.13.

Neste caso pode ser citado o estabelecimento de

projetos públicos em que ocorra a demanda de mão de obra, especializada ou não, a exemplo de: programa de edificações, obras públicas, rodovias, construção naval e estaleiros e portos, isto é, investimento principalmente em áreas da construção civil; o aumento da renda dos aposentados e do salário mínimo, programa de seguro desemprego, etc.

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Introdução à Economia.

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De forma indireta, com politicas que incrementem a

rede de serviços públicos, tais como: a saúde pública e ambulatorial; a educação gratuita; as creches; o transporte coletivo; a água para consumo doméstico; serviços esses, total ou parcialmente subsidiados pelo Estado; etc. Estes serviços contribuem para que a coletividade em geral os usufrua sem despender diretamente de suas economias, podendo direcionar o excedente disponível para outras necessidades e, mesmo, promover a sua poupança pessoal. Ver Figura 1.15.

Qualquer programa de melhoria de renda e a melhoria

dos serviços públicos acessíveis ao conjunto da população, somente será possível com o estabelecimento de políticas públicas que promovam tal procedimento.

1.3.4 - Estabilidade do Processo Econômico.

Conforme a bibliografia disponibilizada, os três principais objetivos que justificam a intervenção política do Estado na economia e que visam contribuir para a estabilidade do processo econômico são:

� Garantir empregos à população economicamente ativa. Evitar o desemprego;

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� Manter a estabilidade do nível de preços. Promover o controle da Inflação.

� Equilibrar o balanço de pagamento com o exterior. Evitando deste modo a tomada de recursos externos o que demanda em pagamento de juros. E, no caso de bens e serviços, instituir políticas para que os produtos nacionais sejam competitivos no exterior.

Visando o desenvolvimento, a qualidade e o acesso da

população, principalmente a serviços públicos, além das três politicas acima citadas há o controle do estado em serviços como os de energia, rodovias, agua e esgoto onde a iniciativa particular tem se mostrado incapaz em atendê-los com a proficiência desejada pela sociedade.

Para que estes objetivos sejam cumpridos, o governo

dispõe de alguns instrumentos de ação política, a saber: politica fiscal, monetária, de comercio exterior, de rendas, setoriais industriais, e outras específicas necessárias a apoiar a realização de metas politicamente estabelecidas.

Comentários sobre cada uma delas efetuados no quadro a seguir.

Política Instrumentos

� Fiscal: Tributos, gastos públicos, incentivos fiscais e subsídios.

� Monetária: Controle da quantidade de moeda e da taxa de juros.

� Comércio

Exterior:

Taxa de câmbio, incentivos fiscais e tributários a incentivar as exportações e inibir importações de bens e serviços, instrumentos inibidores de importações podendo ser de fundo quantitativo ou qualitativo.

� De Rendas:

São todos os instrumentos adotados pelo governo para interferir no processo de apropriação de renda e das oportunidades, tanto dos atores econômicos como dos indivíduos em particular.

� Setoriais:

Todos aqueles destinados a tratar setores específicos da economia. Como exemplo: setor elétrico, siderúrgico, bancário, têxtil, cerâmico, agroindustrial, agrícola, etc.

� Específicos

Como instrumentos específicos podem ser citados: os níveis de tributos a serem estabelecidos, incentivos ou renúncia fiscal, facilidades de financiamento, qualificação de mão de obra, amparados em metas politicamente estabelecidas a serem alcançadas por estes setores.

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Introdução à Economia.

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1.4 – Sistemas Econômicos.

1.4.1 - Tipos de Sistemas Econômicos

Basicamente, os sistemas econômicos considerados são:

• Livre iniciativa ou de mercado; • Planejamento Centralizado; • Sistema Misto.

Os dois primeiros tipos de sistemas são casos

extremos ou antagônicos. O primeiro quando ocorre pequena intervenção do estado na economia e o segundo com a economia dirigida pelos interesses do estado.

O que ocorre na atualidade e na maioria dos

países é a adoção de sistemas intermediários, denominados de sistemas mistos, que apresentam características dos dois primeiros sistemas e que diferem uns dos outros segundo um maior ou menor grau de intervenção do governo na economia.

O importante a notar, é que o sistema econômico

define o compasso do desenvolvimento em que se encontra uma sociedade em seu conjunto.

Além disto, o sistema econômico implementado

por uma sociedade é fruto do processo histórico que ela vivenciou, sendo extremamente complexa a forma que uma sociedade chega à adoção de um sistema.

Quanto ao sistema de planejamento

eminentemente centralizado, atualmente ainda é utilizado em países sob sistema dito comunista de governo, a exemplo da Coréia do Norte e de Cuba, sendo que a China já pratica um sistema misto. 1.4.2 - Sistema Econômico de Mercado

Sistema Econômico de Mercado é definido como toda instituição social em que bens e serviços, assim como os fatores de produção, são trocados ou comercializados livremente.

Para estudar o comportamento do mercado para

certo produto, se faz necessário conhecer o comportamento dos demandantes e dos ofertantes, o que será realizado no estudo da oferta, da procura e do equilíbrio do mercado.

O preço de um bem ou serviço, por sua vez, é

definido como a relação de troca por dinheiro, isto é, o número de unidades monetárias pelas quais se troca uma unidade do bem.

Desta forma fica caracterizado que numa economia

de mercado atuam dois tipos básicos de agentes, claramente diferenciados, com atuação distinta e que são: os compradores e os vendedores.

O esquema da Figura 1.17 apresenta o fluxo básico de

bens e serviços, dos fatores produtivos e dos

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pagamentos monetários numa economia de mercado que ocorre entre os compradores e os vendedores.

Os compradores, representados pelas famílias,

consomem bens e serviços finais produzidos pelas empresas e, por outro lado, fornecem a essas empresas fatores produtivos.

Os vendedores, representados pelas empresas,

fornecem bens e serviços aos consumidores e, por outro lado, utilizam e pagam fatores produtivos fornecidos pelas famílias.

O processo de alocação dos recursos em uma economia de mercado funciona segundo o modelo da Figura 1.18 e, como pode ser constado, ocorre em forma de fluxo circular dos recursos, sendo este processo composto de três fases: 1ª Fase - Os consumidores externam suas preferências

ao acessarem o mercado, dando preferência à compra de determinados produtos em detrimento de outros. As tendências apresentadas pelos consumidores direcionam “o que” deva ser produzido.

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Introdução à Economia.

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2ª Fase - O “como” devam ser produzido os bens é definido pela concorrência entre os produtores. Para otimizar seus produtos, os produtores procuram insumos capazes de permitir custos e rendimentos reduzidos, bem como a tecnologia adequada, visando a oferecer preços competitivos.

3ª Fase – O “para quem” produzir é definido através da

oferta e da demanda no mercado de fatores produtivos. A distribuição dela resultante é função da do perfil de distribuição da propriedade ou da renda, das capacidades adquiridas ou herdadas, sem falar das oportunidades que surgem devido à educação recebida.

1.4.2.1 – Liberalismo Econômico.

O principal teórico e considerado o pai da teoria do liberalismo econômico foi Adam Smith. O economista escocês desenvolveu as ideias de Quesnay e Gournay precursores do pensamento liberal, ao estabelecer em seu livro “A Riqueza das Nações” as principais ideias do liberalismo econômico: a prosperidade econômica e a acumulação de riquezas não são concebidas através da atividade rural e nem comercial, mas sim através do trabalho livre, sem nenhum agente regulador ou interventor. (1)

(1) Fonte: http://www.brasilescola.com/economia/liberalismo-economico.htm

Para Smith, não eram necessárias intervenções na economia, visto que o próprio mercado dispunha de mecanismos próprios de regulação da mesma: a chamada “mão invisível”, que seria responsável por trazer benefícios para toda a sociedade, além de promover a evolução generalizada. Os liberalistas defendem a livre concorrência e a lei da oferta e da procura. Estes teóricos foram os primeiros a tratar a economia como ciência.

Laissez-faire é hoje expressão-símbolo do liberalismo econômico, na versão mais pura de capitalismo que entende que o mercado deva funcionar livremente, sem interferência e com apenas uma suficiente regulamentação para proteger os direitos de propriedade.

O liberalismo tornou-se dominante nos Estados Unidos e nos países ricos da Europa durante o final do século XIX até o início do século XX.

1.4.2.2 - Características do Sistema de Mercado. O sistema de mercado ocorre com as seguintes características: • As pessoas podem consumir e produzir conforme

suas preferências e disponibilidades;

• O sistema de preços fará com que a escassez ou o excedente de bens e serviços não dure muito;

• Sistema de preços é que determina sobre o nível de preços e a quantidade de produção à ser alocada ao mercado, sem haver a intervenção do Estado;

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• Havendo aceitação pelos consumidores dos produtos ofertados, os produtores passam a obter lucro e condições de atuar de forma produtiva;

• Na economia de mercado, a demanda de bens e serviços é que determina sua oferta;

• Os preços fazem o equilíbrio entre a oferta e a demanda.

1.4.2.3 - Restrições As restrições ao funcionamento do sistema de

economia de mercado são:

• A renda não se distribui de forma equitativa, excluindo ou restringindo parcelas consideráveis da população do benefício ou acesso ao mercado;

• O mercado não alcança a eficiência econômica e, consequentemente, não tem condições de atender às exegeses sociais, isto por que:

− A concorrência, geralmente, pode ser imperfeita,

favorecendo a instituição de monopólios e oligopólios;

− Efeitos exógenos ao mercado não são considerados;

− Os bens e recursos de propriedade comum tendem a esgotar-se;

− A publicidade é um meio de manipular os consumidores;

− As economias de mercado tendem a ser instáveis.

1.4.2.3 - Neoliberalismo. O neoliberalismo é um sistema de marcado que prega o retorno ao estado liberal dos séculos XVII – XVIII época em que a intervenção do aparelho de Estado sobre a economia era mínima, pois deixava toda a atividade econômica e a intermediação financeira sob a responsabilidade das forças de mercado.

Ele foi desenvolvido em contraposição à ao Estado de Bem Estar Social, cuja política foi proposta durante a reunião de Mont Pelerin, após a última grande guerra, visando o retorno ao puro sistema de livre iniciativa, tendo inicialmente sido implementado durante o governo conservador da Sra. Margareth Thatcher, na Inglaterra.

Como política, propugna a retirada do Estado de dispor de meios de produção ou serviços próprios. E, consequentemente, só tenha responsabilidade quanto aos investimentos sociais em: segurança, justiça, diplomacia e saúde pública. Se bem que esta última sob forte controle do mercado.

Propostas para a implantação de uma política

neoliberal com abrangência mundial foram aprovadas na reunião de Mont Pelerin, Suíça, 1947, contendo como principais diretrizes:

� Capitalismo duro e livre de regras;

� Elevação das taxas de juros;

� Redução de impostos sobre as altas rendas;

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� Abolição dos controles sobre os fluxos financeiros internacionais;

� Desemprego massivo, visando formar um estoque de mão de obra disponível e barata;

� Corte nos gastos sociais, direcionando os recursos públicos ao controle dos agentes econômicos de mercado;

� Instituição de Legislação inibidora de greves;

� Amplo programa de privatizações.

A constatação atual é que o resultado dessa política, nas sociedades onde o neoliberalismo foi introduzido, é a produção de um número crescente de excluídos sendo a economia expressa totalmente pelo mercado e que este é um jogo, onde poucos são informados e conseguem criar condições de apropriação dos recursos disponíveis.

1.4.3 - Sistema de Planejamento Centralizado. Nas economias centralmente planificadas, o proprietário dos meios de produção é o Estado, sendo as decisões de produção e consumo realizadas por agências de planejamento estatais, controladas pelo poder central.

1.4.3.1 - Características. O objetivo da adoção de um sistema centralizado visa estabelecer as seguintes características:

a) Universalização do acesso aos serviços;

b) Garantia do pleno emprego;

c) Redução do nível de pobreza;

d) Planejamento centralizado da produção e distribuição de bens e serviços;

1.4.3.2 - Restrições. O que se verificou nos países que adotaram regime centralizado foi:

a) Concentração do poder econômico na mão do estado;

b) Decisões gerenciais ineficientes;

c) Desperdício de recursos ou utilização acima de capacidade necessária;

d) Empresas não são julgadas pela otimização dos recursos disponíveis;

e) Manutenção artificial da vida de empresas deficitárias;

f) Estabelecimento de uma grande burocracia detentora dos privilégios sociais.

1.4.4 - Sistema Misto.

Como o próprio nome diz, este sistema visa aproveitar características dos dois anteriores.

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Assim, o sistema misto, em cada sociedade pode

apresentar características peculiares e que atendam aos interesses do país onde foi adotado.

Deste modo, no sistema misto algumas funções de

suprimento de bens e serviços são deixadas a cargo do estado e outras à iniciativa particular.

O Estado intervém no domínio econômico de forma a

desenvolver as indústrias locais e proteger o poder aquisitivo de sua população, impedindo a ocorrência de grandes oscilações econômicas e a manutenção do bem estar reinante.

Neste caso a iniciativa particular e o Estado podem

funcionar de forma complementar em resposta às perguntas: o que, como e para quem produzir de modo a serem respondidas de forma ética e com visão social.

O ideal é que as atribuições do Estado e da Iniciativa

Particular sejam estabelecidas a setores ou áreas cujas responsabilidades e interesses sejam bem definidos, atuando cada um deles naqueles onde sejam o mais eficiente possível ou em áreas estratégicas.

Além disso, o Estado pode ser pioneiro em áreas onde a

iniciativa particular tenha dificuldades em se estabelecer, financiando e apoiando a instalação de novos empreendimentos até que estes consigam a autogestão.

1.5 - Setores Econômicos.

A economia pode ser dividida em setores, conforme o ponto de vista institucional ou da produção.

Considerando o ponto de vista institucional, a economia pode ser dividida em setor privado e setor público.

Partindo da diversidade das atividades econômicas ou da produção propiciada pelos agentes econômicos, ela pode ser subdividida em três principais setores:

a) Setor Primário, onde se incluem a agricultura, a

pecuária, a extrativa, a pesca e a mineração, diz respeito àquele grupo de atividade que se desenvolvem mais próximas às bases dos recursos naturais.

Setores

economiaPrimário Secundário Terciário

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b) Setor Secundário diz respeito às atividades industriais onde são transformados os bens, nele incluídos as indústrias e a construção.

c) Setor Terciário, diz respeito àquele grupo de atividades que satisfazem ao setor produtivo, porém não se transformam em algo material, a exemplo de: serviços, comércio, transporte, bancos, escolas, etc.

1.5.1 - O Setor Público.

Entende-se por setor público não só os órgãos de administração direta, mas toda a estrutura para estatal dos estados e municípios.

No século XX, o Estado deixou de ser apenas um garantidor das atividades econômicas e supridor dos serviços de saúde, educação, transporte e segurança.

Passou a ser, também, um agente econômico, atuando como empresário e oferecendo bens e serviços, preenchendo espaços e atividades econômicas sem interesse pela atividade particular ou, então, abrindo espaços econômicos para ser preenchido futuramente pela iniciativa privada.

Enfim, o setor público estabelece o marco jurídico - institucional dentro do qual se desenvolve a atividade econômica. Sendo responsável, também, pelo estabelecimento da política econômica.

Setor Público

Setor Público

Produtivo

Empresas Estatais

� Financeiras � Não Financeiras

Administração Pública

Entes

Territoriais

� Estados � Municípios � Territórios

Previdência

Social

� INSS � Outras Administrações

Administração Central

� Autarquias � Estado

Resumo

Sistema Econômico Característica Básica

Economia de Mercado

Neste sistema a definição do que produzir e dos preços praticados ocorre pelas forças do mercado.

Economias Mistas

Este sistema deixa parte das atividades econômicas em função do mercado e parte efetuada planejadamente. É comum, neste caso, o governo implementar certas atividades e, devidamente instaladas, as repassar à iniciativa particular.

Planejamento Centralizado

Economias Autoritárias. O planejamento da produção e dos serviços ocorre eminentemente sob a centralização do estado.

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Socialismo de Mercado Neste caso o governo libera, embora sob seu controle, parte da atividade econômica para flutuar em função do mercado.

1.6 - Tipos de Mercado.

Os tipos de mercado estão relacionados a duas principais características:

i) O número de empresas participantes como

vendedoras; ii) A substitutibilidade de um dado produto, frente

aos seus concorrentes mais próximos, considerado do ponto de vista quantitativo e qualitativo.

Segundo o número de vendedores, o mercado pode

ser tipificado como de: Livre Concorrência ou Concorrência Perfeita; Monopólio; Oligopólio; Monopsônio; Oligopsônio.

1.6.1 - A Livre Concorrência.

Um mercado esta em livre concorrência, também denominado de concorrência perfeita, quando todos os agentes do mercado são pequenos em relação ao seu tamanho.

Para que um mercado esteja em concorrência

perfeita e garantam uma um mercado livre e impessoal, quatro condições devem ser atendidas:

i) Grande número de pequenas empresas;

ii) O produto deve ser homogêneo, isto é, o produto de qualquer vendedor é idêntico ao dos demais, situação que inibe a propaganda e a diferenciação;

iii) A livre mobilidade dos recursos, ou seja, cada recurso pode imediatamente entrar ou sair do mercado como resposta a impulsos monetários, aí incluídos a fácil entrada ou saída de empresas nesse mercado;

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iv) O perfeito conhecimento por parte dos consumidores, produtores e proprietários dos recursos quanto ao comportamento e nível de preços atualmente praticados, bem como no futuro.

v) O interessante notar é que, na ausência do perfeito conhecimento do mercado por todos os agentes econômicos, a concorrência perfeita não prevalece. Tal situação é reconhecidamente difícil de ocorrer, inexistindo esse modelo no mundo real. Mas, alguns mercados podem se aproximar dela, a exemplo da construção civil leve, da produção de hortifrutigranjeiros e da distribuição de roupas de consumo popular.

1.6.2 – O Monopólio. Diz-se que um monopólio puro existe quando houver um e apenas um vendedor atuando num mercado bem definido. Uma das razões para o estabelecimento e manutenção do monopólio é o controle do insumo ou serviço que oferece, sem o qual não apresenta base de firme sustentação. Os principais motivos para a existência de uma base firme de sustentação do monopólio são: i) Controle da oferta da matéria prima; ii) O direito de exploração de patente e o conhecimento

tecnológico; iii) Licença governamental ou concessão de serviço

público;

iv) Custo de estabelecimento de uma fábrica eficiente, face ao tamanho do mercado.

Para haver monopólio puro, não deve haver concorrência no sentido popular ou de forma direta que é a existência de outras empresas oferecendo o mesmo produto. E, não haver concorrência no sentido técnico, isto é, de forma indireta. A concorrência indireta pode ser de dois tipos: a concorrência potencial e a existência de bens substitutos. i) A possível concorrência potencial, isto é, a

possibilidade de entrar outras firmas no mercado, o que faz o monopolista moderar a política preço × quantidade de produto oferecido.

Isto porque, o preço do monopolista é definido pelo modelo abaixo, fato que faz com que o monopolista procure reduzir seu Preço Unitário visando inibir a entrada de outros atores em seu mercado.

Pmonopolista = Custo + Lucro ii) A existência de possíveis bens substitutos, mesmo não sendo perfeita, pode fazer migrar os consumidores na utilização de um insumo para outro com característica pouco diversa, mas que possa atender aos resultados desejados.

1.6.3 - O Oligopólio.

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O oligopólio ou, em sua forma limite o duopólio, é uma situação de mercado intermediária entre a livre concorrência e o monopólio.

Diz-se existir oligopólio, quando mais de um vendedor estiver no mercado, porém em número não muito grande, mas a ponto de não ser possível negligenciar a importância de cada um deles.

A transcendental importância para o reconhecimento

de uma situação de oligopólio, cada um deles deve estar consciente da ação dos outros rivais, e da reação dos concorrentes quanto a alterações na ação de um deles.

É uma situação em que a propaganda contribui

fortemente na composição dos custos da firma, visando manter ou aumentar sua situação de parcela de mercado.

1.6.4 - O Monopsônio & O Oligopsônio Diz-se haver um monopsônio, quando houver apenas um comprador para um insumo e oligopsônio, quando houver poucos.

Desta forma, o monopsônio pode ser definido como o monopólio no mercado de insumo. Tal situação, de modo análogo ao do monopólio, permite ao comprador estabelecer o preço do insumo desejado.

Inversamente ao Oligopólio, o Oligopsônio é uma estrutura de mercado em que o número de compradores é pequeno, contra o número de fornecedores que é grande. Exemplo: em cidades do interior, produtoras de leite, existem duas ou três empresas de laticínios que adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais. Site: http://gestao-e-lideranca.blogspot.com.br/2010/12/estruturas-de-mercado.html

O monopsônio caracteriza uma estrutura de mercado onde ocorre um único comprador de bens e serviços e diversos vendedores. Em termos de preço, o comprador dita as regras. Ex. Normalmente é representado por empresas Estatais sejam elas municipais, estaduais e federais. Nas obras do metrô, contratação de equipamentos de perfuração do solo.

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Introdução à Economia.

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Os reais beneficiados por um capitalismo regulado.

Hans F. Sennholz , Mark Borkowski e Leandro Roque

http://www.mises.org.br. Acesso: 5 de junho de 2014.

A palavra "capitalismo" é utilizada de duas maneiras contraditórias. Em algumas ocasiões, ela é utilizada com o intuito de denotar um mercado livre e desimpedido, ou laissez-faire. Em outras ocasiões, ela é utilizada para denotar exatamente o arranjo atual em que vive o mundo, uma economia mista em que o governo intervém para privilegiar grandes empresas, criando monopólios e oligopólios.

Logicamente, "capitalismo" não pode ser ambas as coisas. Ou os mercados são totalmente livres, ou o governo os controla. Não é possível ter os dois arranjos ao mesmo tempo.

Mas a verdade é que não há um mercado genuinamente livre em nenhum país do mundo. As regulamentações governamentais, as tarifas, os subsídios, os decretos e as intromissões são generalizados, variando apenas o grau de intensidade com que ocorrem em cada país. Sendo assim, o termo "capitalismo" denotando mercados livres não pode ser aplicado nos dias de hoje.

O que existe é um capitalismo mercantilista, um capitalismo de compadrio, um capitalismo regulado em prol dos regulados e dos reguladores, e contra os consumidores.

O que seria esse capitalismo mercantilista? Trata-se de um sistema econômico no qual o mercado é artificialmente moldado por uma

relação de conluio entre o governo, as grandes empresas e os grandes sindicatos. Neste arranjo, o governo concede a seus empresários favoritos uma ampla variedade de privilégios que seriam simplesmente inalcançáveis em um genuíno livre mercado, como restrições de importação, subsídios diretos, tarifas protecionistas, empréstimos subsidiados feitos por bancos estatais, e agências reguladoras criadas com o intuito de cartelizar o mercado e impedir a entrada de concorrentes estrangeiros. Em troca, as empresas beneficiadas lotam os cofres de políticos e reguladores com amplas doações de campanha e propinas.

O capitalismo mercantilista é tão antigo, que Adam Smith já o criticava — e combatia — no século XVIII. Atualmente, não é necessário procurar muito para se encontrar exemplos deste tipo de capitalismo. Basta olhar para o seu próprio país. Todos os cartéis, oligopólios e monopólios que você conhece estão em setores altamente regulados pelo governo, como o setor bancário, o setor aéreo, o setor de transportes terrestres, o setor de transportes aquaviários, o setor de telecomunicações, o setor elétrico, o setor energético (petróleo, postos de gasolina), o setor minerador, o setor farmacêutico etc.

Quem cria cartéis, oligopólios e monopólios é e sempre foi o estado, seja por meio de regulamentações que impõem barreiras à entrada da concorrência no mercado (agências reguladoras), seja por meio de altos tributos que impedem que novas empresas surjam e cresçam, seja por meio da burocracia que desestimula todo o processo de formalização de empresas, seja por meio da imposição de altas tarifas de importação que encarecem artificialmente a aquisição de produtos importados (pense nas fabricantes de automóveis).

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Um capitalismo de livre mercado é um sistema em que os lucros e os prejuízos são privados. Já um capitalismo mercantilista é um arranjo em que os lucros são privados, mas os prejuízos são socializados. Quando são bem-sucedidas, as empresas mantêm seus lucros; quando sofrem prejuízos, recorrem ao governo em busca ou de pacotes de ajuda ou de novas medidas que restrinjam a concorrência. No extremo, pedem ao governo para jogar a fatura do prejuízo sobre os pagadores de impostos.

O papel das regulamentações em um capitalismo mercantilista não é corretamente entendido pelos intervencionistas. Eles genuinamente acreditam que as regulamentações são uma forma de o governo subjugar e domar as grandes corporações. Só que, historicamente, as regulamentações sempre foram uma maneira tida como lícita de determinadas empresas (geralmente as grandes e bem-conectadas politicamente) ganharem vantagens à custa de outras, geralmente menos influentes.

Por exemplo, em teoria, agências reguladoras existem para proteger o consumidor. Na prática, elas protegem as empresas dos consumidores. Por um lado, as agências reguladoras estipulam preços e especificam os serviços que as empresas reguladas devem ofertar. Por outro, elas protegem as empresas reguladas ao restringir a entrada de novas empresas neste mercado. No final, agências reguladoras nada mais são do que um aparato burocrático que tem a missão de cartelizar os setores regulados — formados pelas empresas favoritas do governo —, determinando quem pode e quem não pode entrar no mercado, e especificando quais serviços as empresas escolhidas podem ou não ofertar, impedindo desta maneira que haja qualquer "perigo" de livre concorrência.

Em seu cerne, a regulação é ante-livre iniciativa, anti-livre mercado e anti-concorrência. A regulação não se baseia nas preferências dos consumidores e nem nos valores subjetivos dos consumidores em relação aos bens e serviços ofertados. Ao contrário, ela faz com que as empresas ajam como se fossem ofertantes monopolistas, de modo que os preços passam a ser determinados pelos custos de produção das empresas e não pela preferência dos consumidores.

Mas isso é apenas o primeiro passo: uma empresa regulada pode encontrar várias maneiras de fazer as regulações funcionarem em proveito próprio e contra os interesses dos consumidores.

Por exemplo, não é incomum que grandes empresas façam lobby para criar regulamentações complicadas e onerosas sobre seu próprio setor. Por que elas fazem isso? Para dificultar uma potencial concorrência de empresas novas, pequenas e com pouco capital. Empresas grandes e já estabelecidas têm mais capacidade e mais recursos para atender regulações minuciosas e onerosas. Empresas pequenas, que querem entrar naquele mercado mas que ainda não possuem muitos recursos financeiros, não têm essa capacidade. Empresas grandes podem contratar lobistas (ou podem simplesmente subornar políticos) para elaborar padrões de regulação que elas já atendem ou que podem facilmente atender, mas que são impossíveis de serem atendidos por empresas pequenas e recém-criadas.

O livro "The Big Ripoff: How Big Business and Big Government Steal Your

Money", de Timothy Carney, explica em detalhes como a própria Phillip Morris estimulou a "guerra contra o tabaco" para se beneficiar, como a própria General Motors agitou pela aprovação de rígidas legislações ambientalistas nos EUA (cujas restrições mais rígidas

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Introdução à Economia.

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afetariam a concorrência), e como a poderosa megacorporação Archer Daniels Midland se beneficia dos subsídios para o etanol (algo adorado pelos ambientalistas).

O apoio das grandes empresas às regulamentações criadas pelos governos não apenas não é algo raro, como, na realidade, sempre foi a norma.

Caso ainda não esteja convencido, apenas faça a si mesmo a seguinte pergunta: Qual destas tem uma maior probabilidade de ser afetada por vigorosas regulamentações: grandes corporações com boas conexões políticas e com enormes departamentos jurídicos e contábeis, ou micro e pequenas empresas ainda incipientes e em processo de formalização?

Regulamentações aniquilam a concorrência — e as empresas já estabelecidas adoram que seja assim.

Este arranjo de economia mista é também, como já explicado, ótimo para os governos. Políticos e burocratas adquirem poderes sobre as empresas e, com tais poderes, garantem que seus cofres estejam sempre cheios. Políticos ganham generosas doações de campanha e reguladores ganham fartas propinas. Ambas essas contribuições são feitas pelas grandes empresas e pelos grandes sindicatos em troca da promessa de novas regulamentações que irão lhes favorecer e afetar a concorrência.

Trata-se de uma mistura de socialismo em um arranjo basicamente capitalista, uma mistura suficiente para manter fluidas as receitas do governo e garantir a continuidade dos assistencialismos sociais e corporativos. A porção capitalista dessa economia mista possibilita

um confortável estilo de vida para políticos e para milhões de funcionários públicos.

Defensores das regulações não percebem que elas são essencialmente uma forma de controle estatal. É por isso que todos os partidos políticos atuais endossam agências reguladoras e todo o seu aparato burocrático. Afinal, qual político não gostaria de comandar amplos setores da economia?

Em vez de proteger os inocentes e incautos, regulações estimulam os escroques e incentivam as grandes empresas a manipular o sistema com o intuito de aumentar sua própria fatia de mercado e seus lucros. Como sempre ocorre com todas as interferências governamentais nas questões econômicas e sociais, a regulação gera o efeito exatamente oposto do seu proclamado objetivo. E o pior: em um esforço para se tentar corrigir as inevitáveis consequências desastrosas das regulações, mais e mais regulações vão sendo criadas, levando a um controle estatal da economia cada vez mais paralisante.

Já passou da hora de a população entender a diferença entre livre mercado, que se baseia na liberdade e na concorrência, e capitalismo mercantilista, que se baseia em privilégios concedidos pelo estado.

A conclusão é que os socialistas se reinventaram, trocaram seu rótulo para socialdemocratas, deixaram de lado sua ânsia de estatizar diretamente os meios de produção e optaram por um mais suave modelo fascista, no qual estado e grandes empresas atuam em conluio para se beneficiar mutuamente e prejudicar o cidadão, que tem de aceitar serviços ruins e caros, pois não há mais livre mercado. Exatamente o intuito original dos socialistas.

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Parte 2 - Micro Economia

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Introdução à Economia.

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2–MicroEconomia

2.1 – Teoria da Firma.

2.1.1 – Objetivo.

O objetivo deste capítulo é estudar o comportamento de custos e despesas, contabilmente denominados de gastos ou custos operacionais, necessários a determinar a quantidade de produção que permita produzir a menores custos e, em decorrência, resulte em maior lucro para a empresa.

O objetivo será estudar os limites da firma visando à maximização dos lucros e, em contraposição, a minimização dos custos.

Esses limites são estudados no campo do saber denominado de Teoria da Firma, área do conhecimento que integra o campo de estudo da microeconomia, conhecimento imprescindível para o gestor que se preocupa em estudar e conhecer o comportamento de sua empresa. A Teoria da Firma se subdivide em três áreas: Teoria da Produção; Teoria dos Custos; Teoria dos Rendimentos, conforme Figura 2.1.

2.1.2 – Teoria da Produção.

2.1.2.1 – Conceituação.

Conhecer a Teoria da Produção é importante devido aos seguintes fatos: a) Seus princípios gerais proporcionam as bases para a análise

dos custos e da oferta dos bens produzidos;

b) Seus princípios, também, se constituem peças fundamentais para a análise dos preços e do emprego dos fatores de produção, bem como da alocação desses fatores entre os diversos usos alternativos na economia. (GUERREIRO, 2009).

O estudo da produção pode ser efetuado ao se dispor de uma

Função de Produção, expressão que exprime qual a quantidade a ser produzida de um dado produto a partir da quantidade utilizada dos fatores de produção.

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

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Uma função de produção pode ser expressa pelo modelo abaixo em que xi corresponde à quantidade utilizada de um fator de produção i, seja fixo ou variável, e q, a quantidade a ser produzida.

q = f (x1, x2,..., xn),

E, define-se fator de produção como seno o conjunto de insumos, capital e trabalho demandados no esforço de produção de dado produto.

Os fatores de produção podem ser classificados como sendo fixos ou variáveis.

Um fator de produção é dito fixo quando acarreta dispêndio independentemente da quantidade de produção a ser realizada.

Como exemplo tem-se: salário dos diretores e da

administração da empresa; remuneração de escritório de contabilidade; custos realizados com veículos alocados à administração; aluguel do espaço utilizado, etc.

Um fator de produção é definido como variável quando sua demanda é função do volume de produção a ser realizado.

Como exemplo cita-se: mão de obra empregada no processo

de produção; energia elétrica, matéria-prima, etc.

2.1.2.2 – Processo de Produção.

O processo de produção é realizado sob dois sistemas: o de produção contínua e o da produção por encomenda. O processo de produção contínua ocorre em linha de produção, realizada por produto único ou família de produtos, em que os bens produzidos, via de regra, os permitem ser mantidos em estoque. Como exemplo tem-se as produções de: têxteis, aço, produtos de limpeza, fios e cabos, produtos alimentícios, automóveis, etc. O processo de produção por encomenda visa atender a uma demanda especial do cliente e é produzido para um fim específico. Como exemplo tem-se: geradores de hidrelétricas, transformadores de grande porte, pontes de rodovias, edificações, pontes rolantes, projetos de engenharia em geral, etc. É interessante notar que cada indústria ou empresa apresenta características próprias no seu sistema de produção e gestão e que custos classificados numa empresa como fixos, noutra podem ser classificados como variáveis.

Cabe ao gestor os saber diferenciar e os classificar adequadamente, segundo melhor atender o processo de controle da empresa, visando permitir uma boa análise do seu comportamento em cada etapa da produção e na formação do custo total praticado.

2.1.2.3 – O curto e o longo prazo. O estudo dos fatores de produção, seja ele fixo ou variável, pode ser realizado no curto e no longo prazo.

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Introdução à Economia.

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É fácil notar que qualquer fator de produção com preço fixo

no curto prazo, no longo prazo, também varia. Como exemplo da assertiva acima, seja o aluguel do

espaço utilizado. Ele pode ser constante por alguns meses, e sua variação anual pode até ser desconsiderada. Entretanto, não é correto considerar que esse fator seja fixo em um prazo suficientemente longo, como de dez anos. Portanto, a definição de fatores fixos e variáveis está ligada ao conceito de curto e longo prazo. (GUERREIRO, 2009).

O curto prazo é definido como o espaço de tempo em que pelo menos um fator envolvido no processo de produção é fixo.

O longo prazo corresponde à situação ou período onde todos os fatores de produção são variáveis.

Observa-se que curto e longo prazo são situações sem

uma relação definida com o tempo, mas com a oscilação dos custos e das tecnologias vinculados à elaboração de um produto.

Logo, cabe acompanhamento constante quanto à

oscilação dos fatores de produção visando uma adequada fixação dos preços com o objetivo da realização do lucro ou de manter a margem de lucro pré-definida.

Insumo Produção Trabalho

m.d.obra Capital

Curtíssimo Prazo Fixo Fixo Fixo Curto Prazo Variável Variável Fixo Longo Prazo Variável Variável Variável

O estudo será desenvolvido no curto prazo, isto é, enquanto não ocorrer alteração na escala da planta. Neste caso, a menos da mão de obra não especializada, os demais fatores de produção serão considerados como fixos.

2.1.3 – Teoria Dos Custos.

A metodologia para o estudo da produção considera, basicamente, três grupos de custos: Custos Unitários; Custos Totais e Custos Marginais.

2.1.3.1 - Custos Totais

Os custos totais são constituídos pelos seguintes custos:

� CFT = Custo Fixo Total � CVT = Custo Variável Total � CTC = Custo Total de Curto Prazo

Page 38: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

38

O custo fixo total, CFT, corresponde aos custos incorridos

com despesas de vendas e administrativas da empresa. Logo, cada produto deve suportar parte deste custo, situação efetuada por algum tipo de rateio.

O custo variável total, CVT, corresponde aos custos

incorridos com a produção de bens ou serviços e varia segundo o volume da produção.

A função dos Custos Totais no curto prazo, CTC, é

composta do somatório das funções dos Custos Fixos Totais, CFT, e dos Custos Variáveis Totais, CVT.

ƒCTC (q) = CFT + ƒCVT,(q)

O comportamento típico das curvas de custo é apresentado na Figura 2.3 – Curvas de Custos Totais. De sua analise verifica-se que:

a. Sendo a curva do custo total obtida a partir da soma das

curvas do custo fixo e do custo variável;

b. Sendo a curva representativa dos custos fixos constante, ou seja, uma reta, a curva representativa do Custo total - CTC é paralela à dos Custos Variáveis - CVT.

2.1.3.2 - Custos Unitários. A partir da função de custo total, costuma-se definir as seguintes categorias de custos unitários, os quais são utilizados para calcular os preços dos produtos, do ponto de vista das empresas e, as quantidades ótimas de produção.

� CFM = Custo Fixo Médio � CVM = Custo Variável Médio � CM

C = Custo Médio de Curto Prazo � CMg

C = Custo Marginal de Curto Prazo.

a) - Custo Fixo Médio O Custo Fixo médio é definido como a razão entre a função de Custo Fixo Total e a quantidade produzida.

qCF

CFmT

=

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Introdução à Economia.

39

b) - Custo Variável Médio. O Custo Variável médio é definido como a razão entre a função de Custo Variável Total e a quantidade produzida.

qCV

CVmT

=

c) – O Custo Médio de Curto Prazo. O Custo Médio de Curto Prazo ou Custo Total Médio de

Curto Prazo – CmC – representa o custo por unidade de produção e é calculado dividindo-se o custo total, CT, pela quantidade total, Q, produzida.

MM

Cc CVCF

qCT

Cm +==

d) – Custo Marginal.

Entende-se por Custo Marginal o custo a ser incorrido para que haja o acréscimo de produção de mais uma unidade de produto.

Por definição o Custo Marginal corresponde à razão entre o acréscimo do Custo Total, associado à um dado nível de produção e o acréscimo da Quantidade a ser produzida.

Matematicamente, calculado segundo as expressões abaixo em que a primeira expressão permite o calculo do custo marginal

quando se dispõe de dados discretos. E, a segunda, quando se dispõe de funções de produção.

��� = ����� ��� = �����

Discutindo a obtenção do custo marginal, sabe-se que:

CVmCFmq

CVCFq

)q(CT)q(CM +=

+==

q

CV

qCT

CMg T

∆=

∆=

Da expressão acima, quando se tem um incremento de produção igual a uma unidade, ∆q = 1, tem-se que:

CMg = ∆CT = ∆CVT

Levando ao limite a expressão acima e fazendo ∆q → 0,

dqdCV

dqdCT

qCT

limCMg T

0q==

∆=

Pelo exposto, a expressão do Custo Marginal é obtida

efetuando a derivada primeira do Custo Total ou do Custo Variável Total, em relação à quantidade, o que o caracteriza como a função de variação da função de produção.

Page 40: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

40

2.1.4 – Análise Gráfica.

A Figura 2.4 mostra as curvas típicas dos custos unitários, ao se estabelecer as quantidades produzidas nos eixos das abscissas e os preços unitários em ordenadas.

Neste desenho, as curvas de Custo Médio Total de Curto Prazo e Custo Variável Médio Total são paralelas, pois a primeira é função da segunda acrescida da curva dos Custos Fixos Totais.

A Curva dos Custos Marginais Unitários intercepta as Curvas Custo Médio Total de Curto Prazo e a curva de Custo Variável Médio Total nos seus pontos de mínimo. E, a curva representativa dos Custos Fixos Médios, se apresenta de forma decrescente, ao se aumentar a quantidade produzida. 2.1.5 – Minimização de Custos.

2.1.5.1 – Minimização em Concorrência Perfeita.

Sob concorrência perfeita, os produtores procuram adotar uma capacidade ótima de produção equivalente ao Custo Total mínimo. E, em decorrência, minimizar o Custo Total.

Page 41: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

41

Isto porque, produzindo abaixo da capacidade ótima, não

conseguem otimizar o lucro e, produzindo acima desta capacidade ótima, ocorre um processo de deseconomia de escala, devido ao fato do comportamento do Custo Médio passar a ser crescente.

O objetivo, então, é minimizar a função do Custo Total. E, o ponto ou quantidade ótima correspondente ao mínimo Custo Total é aquele em que a 1ª derivada desta função seja igual a zero e apresentar a 2ª derivada maior que zero, isto é, a função ser crescente. Então, matematicamente:

Minimizar: ƒCT(q) → q* (mínimo)

Minimizando d’ ƒ CT(q ) = 0 = CMg , com d” ƒ CT(q ) > 0

Considerando que a 1ª derivada da função Custo Total corresponde ao Custo Marginal, a quantidade que minimiza os Custos de Produção é a que corresponde ao ponto de interseção da curva do Custo Total Médio - Cm com a curva dos Custos Marginais, conforme apresentado na Figura 2.5. E, como a função d”ƒ( CT ) > 0, para que a condição acima se verifique, a função Custo Marginal deve ser crescente. Deste modo, a quantidade que minimiza os custos de produção é obtida igualando as equações de:

CMg = Cm

2.1.5.2 – Aplicação à Função Contínua de Custos.

Como exemplo de aplicação, solicita-se definir a quantidade que minimiza os custos de produção quando se dispõe das seguintes funções:

CFT = 144 R$ & CVT = 0,8 q² + 3q

a) Obtenção das funções de Custo:

C T = 0,8 q² + 3q + 144 Cm = 0,8 q + 3 + 144 q-1 CMg = 1,6 q + 3

b) Obtenção da Quantidade de Menor Custo ou Ótima: Condição: CMg = Cm ∴ 0,8 q + 3 + 144 q-1 = 1,6 q + 3 ∴ q = 13,42 un c) Elaborando os Cálculos:

q C T Cm CMg

1,00 147,80 147,80 4,60 3,00 160,20 53,40 7,80 5,00 179,00 35,80 11,00 7,00 204,20 29,17 14,20

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9,00 235,80 26,20 17,40 13,00 318,20 24,48 � � 23,80 13,42 328,34 24,47 24,47 15,00 369,00 24,60 � � 27,00

2.1.6 – Abordagem Discreta. É possível definir a quantidade ótima de produção, mesmo não dispondo de uma função de produção. Porém, dispondo dos custos relativos a diversas quantidades inteiras de produção. Do ponto de operacional, este procedimento é o mais expedito.

Para tanto, há que se conhecer os custos fixos totais da empresa, CFT, sendo este, via de regra, um valor rateado e

baseado nas despesas administrativas e de vendas apurados pela contabilidade. Custos esses invariáveis no curto prazo. E, os custos variáveis totais, CVT, definidos pela área de produção para cada nível de produção ou lote de produção. Ao utilizar os custos médios e o conceito de custo marginal, pode-se definir a quantidade ótima de produção ao efetuar o procedimento abaixo sabendo que, por definição:

CMgt=CTt-CTt-1

qt-qt-1

Exemplificando: Partindo do quadro de custos a seguir,

seja definir a quantidade ótima de produção.

q CFT CVT CT CFm CVm Cm CMg 0 100 0 100 - - - - 1 100 40 140 100 40 140 40 2 100 70 170 50 35 85 30 3 100 90 190 33 30 63 20 4 100 140 240 25 35 60 50 5 100 200 300 10 40 60 60 6 100 300 400 16 50 66 100

Primeiramente, calcula-se o custo marginal para cada nível

de produção. Para um nível de produção de duas unidades ele é dado por:

CMg�2�= CT2-CT1q2-q1 =170-1402-1 =30R$/un

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Introdução à Economia.

43

Da mesma forma que no processo contínuo, no ponto em que o Custo Médio - Cm igualar o Custo Marginal - CMg e este se comportar de forma crescente ficará estabelecida a quantidade ótima de produção. Então:

Qó!"#$�CM = CMg ↑

Da tabela acima, a produção ótima ocorre quando a produção for igual a cinco (5) unidades, pois nesta quantidade o custo marginal iguala o custo médio e se apresenta de forma crescente.

A Figura a seguir mostra a evolução das curvas de custo

médio e custo marginal em que, a intersecção dessas curvas ocorre para uma produção de cinco (5) unidades.

2.1.7 – Exercícios. 2.1.7.1 - Uma empresa apresenta a seguinte função de custo total, em que “x” representa a quantidade do produto:

ƒ(CT) = 143 x² - 19 x + 4.900

Pede-se: � Determinar e traçar as curvas dos custos: total médio, total

variável e marginal; � Os custos inerentes à produção de 30 unidades.

ƒ(CT) = 143 x² - 19 x + 4.900

Primeiro, determina-se as funções dos custos fixos e variáveis totais:

CVT = 143 x² - 19 x CFT = 4.900

Partindo das funções acima, obtêm-se as funções dos custos unitários e, substituindo-se o valor dado, chega-se ao custo da produção. CVm = 143 x – 19 ∴ CVm =

CFm = 4.900 x –1 ∴ CFm =

Cm = 143 x - 19 + 4.900 x -1 ∴ CM =

CMg = 286 x – 19 ∴ CMg =

Page 44: PETIntrodução à Economia2014ago

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2.1.7.2 - Uma empresa produtora de artefatos de cimento apresenta a seguinte função de custo, ƒ(CT) = 333q³ + 98q² - 45q + 8.954, em que “q” representa a quantidade do produto. Pede-se: � Determinar e traçar as curvas dos custos: total médio, total

variável e marginal; � Os custos inerentes à produção de 50 unidades. � A quantidade ótima de produção e o Ponto de Equilíbrio. 2.1.7.3 – Calcular os custos de produção de uma empresa que fabrica um produto “P”, sabendo-se que o custo fixo mensal equivale a $100,00. A partir desses custos, indicar qual deverá ser a produção ótima.

Q 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

CVT 0 10 18 24 28 30 33 38 52 71 100

CFT 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

CT 100 110 118 124 128 130 133 138 152 171 200

CFm -

CVm -

Cm - 110 59,0 41,3 32,0 26,0 22,2 19,7 19,0 19,0 20,0

CMg 10 8 6 4 2 3 5 14 19 29

q* = q pois Cm = CMg

2.1.8 – Teoria da Renda.

Como já visto, a empresa pode otimizar a sua produção através da análise de minimização dos custos a um dado nível de produção. Mas, também, através da maximização de seus lucros.

É interessante notar que, ao minimizar custos de produção,

automaticamente estar-se-á maximizando os lucros. A Teoria da Renda abrange conceitos como o da receita

total, da receita média, da receita marginal e do lucro. (GUERREIRO, 2009). Definindo os conceitos expressos no parágrafo anterior e adotando como nomenclatura:

0

20

40

60

80

100

120

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Custo Médio Custo Marginal

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Introdução à Economia.

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• LT, para o lucro da empresa; • R, representando o faturamento, isto é, a receita proveniente

de operações motivo da razão social da empresa; • CT o custo de produção total no curto prazo; • p, o preço unitário de vendas; • v, o custo unitário médio total de vendas; • q, a quantidade vendida; • e, CF os custos fixos ou administrativos.

a) Receita total

A receita total de uma empresa, RT, corresponde ao produto entre a quantidade produzida, q, e o seu preço de venda, p.

RT(q) = p × q

b) Receita média

Por definição, a receita média, RMe, é obtida através do quociente entre a receita total e a quantidade produzida.

pqqpqqRTRMe =×

==)(

Da expressão acima se conclui que a receita média

corresponde ao preço unitário de venda do produto.

c) Receita marginal A receita marginal mede o ganho na receita da empresa

obtido pela produção de uma unidade a mais do bem/serviço a ser produzido. Matematicamente:

preçoqd

qdRTRMg

q

qRTRMg ==⇒

∆= )(

)()(

Ao ser analisada a expressão acima e considerando as

variáveis que compões a receita total, verifica-se para os dois lados da igualdade, que:

RMg = preço.

d) O Lucro

O lucro de uma empresa é definido pela diferença, a maior, entre as receitas e as despesas auferidas. Logo, o lucro total, LT, é expresso matematicamente por:

LT(q) = RT(q) − CT(q)

Sendo:

RT(q) = pu × q e, RT(q) = CM × q = q ( CVm + CFm)

Ao serem levadas as duas expressões acima à expressão do lucro total obtém-se a expressão deste em função do preço

Page 46: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

46

unitário, da quantidade a ser produzida e dos custos totais fixos e variáveis:

LT = (pu × q) - q ( CVm + CFm) ∴

LT = q (pu - CVm - CFm)

Em decorrência, a expressão do lucro unitário, ou seja, o lucro por unidade de produto é obtido ao se dividir a expressão acima por “q”. Então:

LU = { pu - CVm - CFm } 2.1.9 – Ponto de Equilíbrio.

2.1.9.1 - Definições.

Conceitualmente, dado certo nível de preço praticado, o Ponto de Equilíbrio é definido pela quantidade produzida em que a empresa não apresenta lucro ou prejuízo.

Matematicamente, o Ponto de Equilíbrio é obtido igualando

as funções que representam o Custo Total com a de Receitas Totais (ou faturamento).

&'()'*+,-.í01-'�234�+� = 254�+� Graficamente, o Ponto de Equilíbrio é definido pela

intercessão da curva da receita com a curva do custo total.

Conhecer a técnica de definição do Ponto de Equilíbrio contribui para amparar o processo de decisão da empresa, pois permite estabelecer a quantidade a ser produzida e vendida, o custo a ser incorrido, o preço a ser praticado, etc.

Como se pode depreender da Figura 2.6, é possível existir

dois pontos de equilíbrio, um inferior e outro superior, que definem as quantidades de produção entre as quais ocorre a existência de lucro. Assim sendo, abaixo de quantidade QEI a empresa tem prejuízo, já que a curva do custo total é superior à da receita. E, acima da quantidade QES ocorre idêntico fato.

O ponto de equilíbrio, então, possibilita estabelecer a quantidade de produção em que a receita é suficiente para cobrir todos os custos incorridos. Matematicamente, a soma dos custos fixos e dos custos variáveis e, em consequência, o lucro é nulo.

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Introdução à Economia.

47

Para definir a quantidade de equilíbrio, parte-se da

expressão: LUCRO = VENDAS – ( CUSTOS FIXOS + CUSTOS VARIÁVEIS)

Sendo por definição, no ponto de equilíbrio, o Lucro igual a

zero, então:

2.1.9.2 - Ponto de Equilíbrio Inferior. A quantidade de equilíbrio inferior pode ser rapidamente

determinada partindo da expressão do ponto de equilíbrio. Substituindo no lado esquerdo da expressão acima, pelas

variáveis que a compõem, em que “p” representa o preço de vendas do produto e sendo a quantidade de equilíbrio QEI, tem-se:

Vendas = CF + CV Logo: p × QEI = CF + CV

Considerando como “v” o Custo Variável unitário então:

CV= v � QEI

Ao se substituir esta variável na expressão acima, obtém-

se uma expressão expedita para a definição da quantidade de equilíbrio:

QQQQEIEIEIEI= CFCFCFCFpppp-vvvv

2.1.10 – Maximização do Lucro no Curto Prazo.

Sob concorrência perfeita, como já citado, a empresa não tem condições de exercer influência sobre seus preços de venda, já que estes são definidos pelo mercado e constituem dados para o empresário.

Disto resulta que a receita de venda é função direta do acréscimo de produção.

Então, da mesma forma que os custos, as receitas da empresa são função da quantidade produzida, “q”.

VENDAS = CUSTOS FIXOS + CUSTOS VARIÁVEIS

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Utilizando como nomenclatura: L, para o lucro da empresa; R como sendo o faturamento, isto é, a receita proveniente das operações inerentes à razão social da empresa; e CT o custo de produção total no curto prazo; p, o preço unitário de vendas; v, o custo unitário médio total de vendas; q, a quantidade vendida.

Então: L(q) = RT(q) - CT(q)

Considerando que a política mais adotada pelas empresas é a de maximização dos lucros, o modelo simplificado pode ser expresso sob a seguinte expressão:

Maximizar: ƒ L(q) = ƒ { RT(q) – CT(q) }

Para maximizar a função acima, a condição de primeira

ordem para que o lucro seja máximo, é que a derivada primeira da ƒ L(q) em relação à “q”, seja nula: L’(q) = 0. Logo:

ou, RMg = CMg

Substituindo na parte da expressão da Receita, equação acima, pelas suas variáveis componentes; derivando apenas essa componente da expressão e considerando que o preço, p, é uma constante, tem-se:

d(p·q)d(q)

-dCVT(q)

d�q� =0 ∴ pd(q)d(q)

=dCVT(q)d�q�

Considerando que a derivada primeira da ƒ(CVT) é o Custo Marginal, o empresário que deseje obter o máximo de lucro deve produzir uma quantidade do bem “q” tal que seu custo marginal correspondente seja igual ao preço de vendas praticado pelo mercado, “pM”.

pM=CMg=dCVT(q)d�q�

Além disso, como segunda condição para a definição do

ponto de lucro máximo, tem-se que a derivada segunda da função Lucro seja negativa:

022

<−=dq

)q(CVd

dq)q(Ld T

02

22 <==dq

)q(CTd)q(CTd)q(CVd T

Tal expressão significa que a função custo marginal correspondente a um volume de produção que propicie obter um lucro máximo, deve ser crescente. Finalizando, para definir uma quantidade de produção em que o Lucro seja Máximo, deve-se observar a seguinte igualdade:

RMg = CMg = preço de mercado

Ressalta-se que, em regime de concorrência perfeita e

independente do tipo de mercado onde atue uma empresa, a

0=−=dq

)q(dCVdq

)q(dRdq

(q) Ld T

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Introdução à Economia.

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maximização do lucro ocorrerá quando a Receita Marginal igualar o Custo Marginal de produção e o Preço praticado pelo mercado.

Resumindo: A definição da quantidade ótima de produção, q*, que permite a obtenção do Lucro Máximo, é definida sob as seguintes condições:

RMg = CMg = Preço de Mercado Para tanto, deve-se atender: 1ª Condição: d’ƒ (LT) = 0 2ª Condição: d’ƒ (LT) < 0

Analisando a Figura 2.6, pode-se perceber que o Lucro é crescente entre quantidades que variam entre qI e q*, situação denominada de economia de escala.

Porém, entre as quantidades que variam de q* a qS, mesmo em havendo aumento da quantidade produzida, ocorre redução do Lucro Total, fato este denominado de deseconomia de escala.

Page 50: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

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2.1.11 - Otimização da Produção – Produção Ótima.

Anteriormente foram estudadas as condições para o estabelecimento das quantidades que, respectivamente, Minimizem os Custos Totais e Maximizem os Lucros.

Nos itens a seguir, serão analisados, conjuntos e comparativamente, os resultados dos processos acima e que visam estabelecer a quantidade ótima, q*, de produção.

Quantidade essa que permite, simultaneamente, Maximizar o Lucro e Minimizar o Custo Total, em outras palavras, que otimize a produção.

2.1.11.1 - Da Minimização do Custo Total: Como já demonstrado, a quantidade de produção que decorre no menor custo é obtida ao se igualar as equações de:

Desta igualdade, pode-se obter o Preço da Firma, isto é, definir o preço que a empresa deve praticar para que seu produto seja economicamente viável. Isto porque, ao serem igualadas as expressões do Custo Médio e a do Custo Marginal, se obtêm o valor da quantidade ótima de produção, q*. Ao ser levado este valor em qualquer das expressões de custo anteriormente citadas, fica definido o Preço

Custo Marginal = Custo Médio = Preço da Firma

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Introdução à Economia.

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da Firma. O Preço da Firma é aquele que permite a obtenção de lucro desejado. Assim sendo, três casos podem ocorrer:

Quando Situação

PM > PF

Este é o caso mais favorável à empresa. Ocorre a existência de lucro extraordinário, pois o preço de mercado é muito superior àquele estabelecido para atender o interesse da empresa.

PM = PF Neste caso, a empresa tem condições de participar do mercado, porém apresentando um lucro “normal”.

PM < PF

Esta é a situação em que a empresa não tem competitividade para participar do mercado pois o preço a ser praticado é inferior àquele desejado. Nesta condição a empresa gerará prejuízo.

2.1.11.2 - Da Maximização do Lucro: Como demonstrado no item anterior, a quantidade de produção que define que o lucro seja máximo é obtida ao ser igualado o Preço de Mercado ao Custo Marginal:

A igualdade acima, ao se equiparar ao Preço de Mercado, permite definir a quantidade ótima de produção considerando o preço praticado pelo mercado. Porém, neste caso, é necessário verificar se a quantidade obtida contribui, ou não, para a realização de lucro. Nestas condições, recomenda-se levar a quantidade obtida na expressão do lucro, visando verificar se ha ocorrência de lucro ou não.

Lucro = Receita – Custo Total Sendo o lucro positivo, a quantidade a ser produzida pode interessar ao proprietário visando levar o produto ao mercado.

2.1.11.3 - Produção Ótima - Resumo. Comparando as expressões acima, a quantidade ótima de produção, q*, isto é, aquela quantidade que produz o máximo lucro ao mínimo custo de produção é dada por:

RMg = CMg = Preço de Mercado

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RMg = CMg = CMédio = Preço Mercado

2.1.11.4 – Economia e Deseconomia de Escala

As técnicas do ponto de equilíbrio e da otimização do lucro, juntas, permitem estabelecer duas regiões de produção denominadas de economia de escala e deseconomia de escala. Ver Figura 2.9.

Na região nomeada de economia de escala, que abrange a produção situada entre a quantidade zero e a quantidade ótima, quanto mais se produz, maior é o lucro da empresa. Na região de deseconomia de escala, que se inicia na quantidade ótima de produção, em havendo aumento de produção ocorre um processo de redução do lucro e, persistindo o aumento na escala de produção, pode ocorrer prejuízo para a empresa. Conhecer e estabelecer os limites dessas duas regiões, para cada produto ofertado, é de capital importância à sobrevivência da empresa. Isto porque, o entendimento comum que diz “...QUANTO MAIS SE PRODUZ, MAIOR O LUCRO...!”. Pode não ser verdade. É verdade na região de economia de escala.

2.1.12 – Aplicação. Um empresário deseja ofertar no mercado um cujo preço vem sendo praticado a $6,00/un. Qual deverá ser a quantidade ótima de produção, visando a maximização do lucro, sabendo-se que a função de custo total é:

ƒCT (q) = q³ - 6q² + 15 q + 20 a) 1º Procedimento – Considerando o Preço de Mercado. O empresário racional, desejando obter o lucro máximo, procura produzir uma quantidade de bem ‘q’ de modo a igualar o seu custo marginal ao preço de vendas ‘p’. Neste caso, o preço a

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Introdução à Economia.

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ser adotado é o preço de mercado, pois corresponde àquele preço possível de ser adotado e, também, por ser competitivo. Para tanto:

CMg (q) = preço de mercado. i) Estabelecendo a equação do custo marginal:

CMg (q) = 3q² - 12q +15 ii) Calculando a quantidade ótima.

3q² - 12q +15 = 6 ∴ 3q² - 12q +9 = 0 ∴ q² - 4q +3 = 0 q’ = 3 unidades e q” = 1 unidade.

iii) Verificando o Resultado.

Levando os valores de q=3 & q=1 na equação do Lucro, obtêm-se dois resultados negativos, respectivamente: L’ = -20 $ e L” = -24,00 $.

Lucro = Receita – Custo Total Lucro = 6q – {q³ - 6q² + 15 q + 20}

Considerando que em ambos os casos a produção propiciará prejuízo igual a L’ = -20 $ & L’ = -24 $, o empresário poderá manter a produção se considerar que a dificuldade de mercado seja passageira. Caso contrário, o interessante é retirar o produto de pauta. b) 2º Procedimento – Considerando o Preço da Firma.

Sob esta ótica, o empresário deseja saber se a quantidade ótima de produção é compatível com o preço desejado e calculado pela própria empresa. Neste caso, o modelo a ser seguido adota a igualdade do custo médio com o custo marginal. Então:

CM(q) = CMg(q) = preço da firma

i) Calculando as Equações dos Custos Médio e Marginal:

q

20q15q6q)q(Cm

23 ++−= ∴ CMg (q) = 3q² - 12q +15

ii) Calculando a Quantidade Ótima:

15q12q3q

20q15q6q 223

+−=++− ∴

q15q12q320q15q6q 2323 +−=++− ∴ 010q3q 23 =−−

Resolvendo a equação acima pelo método da Bisseção (ver item 2.2.7.1), chega-se ao valor da quantidade ótima de produção: q* = 3,7219 unidades. iii) Calculando o Preço Firma:

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

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O preço da firma é obtido levando o valor de q* = 3,7219 na expressão do custo médio ou do custo marginal:

CM(q) = CMg(q) = Preço da Firma

Substituindo o valor de q* = 3,7219 em qualquer das expressões acima se obtém o Preço da Firma:

Preço da Firma = 11,90 $

Como o preço calculado para a cobertura de todos os custos, ou seja, o Preço da Firma = 11,90$ é superior ao Preço de Mercado = 6,00$, é evidente que a empresa não tem condições de competir nesse mercado. E, se assim o fizer, apresentará lucro negativo como anteriormente determinado.

2.1.13 - Rateio do Custo Fixo. Um questionamento a ser feito, ao se considerar uma empresa que disponha mais de um produto em pauta, é o modo de ratear o Custo Fixo da empresa, também denominado de Custo Indireto, ao ser elaborada uma função de produção. Nesta situação, o recomendável é efetuar um rateio do custo total da empresa, adotando algum critério que permita uma proporcionalidade de alocação desses custos, mas que seja racional.

Como exemplo de critério de rateio tem-se: número de homens hora, número de horas disponíveis de máquina, montante dos custos indiretos de cada produto, produtividade, etc.

a) Exemplo de rateio:

Considere-se o caso de uma empresa que elabora três produtos: A,B & C. Cada um deles, requerendo, apara sua fabricação tA, tB & tC horas de máquina. Calcular o Custo Fixo a ser alocado a cada produto considerando que o Custo Fixo Total da empresa equivale a CFT,

Sendo: CFA + CFB + CFC = CFT

CBA

ATA ttt

tCFCF

++×=

CBA

CTC ttt

tCFCF

++×=

CBA

BTB ttt

tCFCF

++×=

b) Exemplo Numérico: Calcular o custo indireto ou fixo de produção a ser atribuído a cada um dos três produtos elaborados por uma empresa sabendo-se que:

- O Custo Fixo Total corresponde a 53.000,00 reais por mês; - O produto A consome um total de 1.200,00 horas de máquina; - O produto B consome um total de 2.850,00 horas de máquina; - O produto C consome um total de 1.930,00 horas de máquina;

Page 55: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

55

CBA

nTn ttt

tCFCF

++×=

$R45,635.10930.1850.2200.1

200.1000.53CFA =

++×=

2.1.14 – Exercícios Propostos. a) Definir o ponto de equilíbrio, a quantidade ótima de produção e o lucro máximo a ser auferido por uma empresa que dispõe de um produto cujo preço de mercado é praticado a R$ 60,00/um e que dispõe da seguinte função de custo total:

ƒ CT(q) = q3 – 35q² – 300q + 12.000 b) Dispondo da função de Custo Total dos produtos abaixo e os preços praticados pelo mercado, em concorrência perfeita, determinar o nível de produção que corresponda ao ponto de equilíbrio.

CT = 4q2 + 16q + 20 e, p=40,00

CT = 1,8q² + 2,9q + 5 e, p=14,00. c) Considerando os produtos abaixo, indicados pelas suas funções de Custo Total e os respectivos preços de mercado, em concorrência perfeita, verificar se os mesmos são viáveis para serem produzidos. Caso afirmativo, definir o lucro máximo para cada um deles.

CT(A) = q³ - 2 q² +8 q +6 sendo p= 25,00 CT(B) = 20q³ - 10q² +30q + 40 sendo p= 55,00 CT(C) = 2,6q³ - 8,3q² + 4,5 q + 4,8 sendo p= 17,00

d) Calcular o ponto de equilíbrio, a quantidade ótima de produção e o montante do lucro máximo, visando a produção de um produto, sabendo que o mercado o pratica ao preço de R$ 80,00 por unidade. Sabe-se que:

Custo Variável Total: CVT = q3 – 18q² - 99q Custo Fixo Total: CFT = 11.162, 00 R$

e) Sua empresa fabrica três produtos. Dispondo das seguintes informações, calcule a quantidade de produção de cada produto, visando maximizar o lucro da empresa.

� Custos Indiretos Totais da Empresa: 22.800,00 $/ mês. � Horas semanais de Produção = 44 horas. � Mês: 4,3452 semanas. � Elabore os respectivos gráficos de custos.

Produto

Preço dos Equipament

os

Consumo de

Energia/um

Produtividade

um/h

Preço de Mercado

A 24.600,00 22k wh/h 44 2.112,00 $/um

B 32.400,00 33 kwh/h 52 3.415,00 $/um

C 19.900,00 18 kwh/h 75 6.818,00

Page 56: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

56

$/um

A: ƒ CTC (q) = q4- 5q² - 20 q + kA B: ƒ CTC (q) = 2q³ - 27q² + kB C: ƒ CTC (q) = q³ - 3q² - 30 q + kC

f) Ronaldo, em 1999, resolveu abrir uma loja para vender brigadeiros. Para tanto, investiu economias no montante de $10.000,00. Dispondo dos seguintes dados: I – Os custos variáveis montam a $10,00 por lote de 50 brigadeiros. II – Os custos fixos mensais são compostos, basicamente, de: Salário, com encargos, do gerente da loja.............. $1.000,00; Salário, com encargos, de 2 vendedores............ $600,00/cada; Aluguel da loja........................................................... $1.500,00; Depreciações...................................................................100,00. III – O preço de vendas, descontados os tributos, dos brigadeiros é $1,20 por unidade. IV – No primeiro ano de funcionamento as vendas trimestrais foram:

Janeiro a março....................30.000 unidades; Abril a junho.......................... 6.000 unidades; Julho a setembro.................. 6.000 unidades; Outubro a dezembro............ 20.000 unidades.

Com essas informações pede-se:

� Informar se negócio deu lucro ou prejuízo em 1999?

� Qual o ponto de equilíbrio mensal?

� Considerando que Ronaldo deseja uma remuneração de 2% ao mês sobre o capital aplicado, quantos brigadeiros a loja deve vender, no mínimo?

� Quantos brigadeiros devem ser vendidos para proporcionar um lucro de $ 10.000,00 por mês?

� Qual seria o novo ponto de equilíbrio sendo o salário do gerente mudado para $400,00 por mês, mais uma comissão de $0,05 por unidade?

� No próximo exercício, considerando a queda de vendas ocorrida entre os meses de abril e setembro, o proprietário esta estudando em reduzir o preço de vendas para $0,70/unidade. Neste caso, qual a quantidade mínima a ser vendida visando a manter o lucro?

� Considerando os dados originais e o baixo desempenho da loja havido nos meses de abril a setembro, pergunta-se: “é vantajoso o fechamento temporário da loja, no citado período, com a dispensa dos dois vendedores?”

� Visando o incremento de vendas, esta sendo estudado o investimento em propaganda na ordem de $ 1.000,00 por mês. Quantas unidades deveriam ser vendidas para compensar o investimento?

g) Um funcionário de uma concessionária de energia elétrica pensa em ingressar num plano de demissão incentivada e abrir a sua própria empresa, uma pequena geradora de energia, no intuito de vender energia para a sua cidade natal.

Page 57: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

57

O projeto dessa pequena geradora tem as seguintes características: Capacidade instalada de geração..................................................... 1.000 kw; Capacidade Máxima de Geração: 30 dias×24horas×1.000kw = 720.000 kwh; Preço de venda da energia elétrica:................................................ $ 0,11/kwh; Custos variáveis:............................................................................ $ 0,01/ kwh; Custos e despesas fixos:................................................. $ 21.600,00 por mês; Depreciação, já inclusa no valor acima, ........................................ $15.000,00.

Sabendo que o funcionário recebia, bruto, um salário de $10.000,00 e o consumo de energia da cidade alvo, em dado mês, foi de 300.000 kwh, pergunta-se:

� Qual o custo unitário do produto sob o princípio de custeio integral?

� Qual o custo unitário do produto sob o princípio de custeio variável?

� No citado mês, a empresa foi, ou não, superavitária?

� Qual o ponto de equilíbrio do negócio?

� Qual o volume de vendas necessário para cobrir o antigo salário do funcionário?

� Qual é o mínimo volume de vendas para não tomar dinheiro emprestado?

� Um plano de marketing prevê a distribuição, gratuita, de chuveiros e ferros elétricos mais potentes à população da cidade. Em decorrência desse fato, há uma previsão de aumento de consumo de energia elétrica para 400.000 kWh. O investimento nesse tipo de bem esta previsto para montar a $ 30.000,00. Nesta situação, em quanto tempo ocorrerá o retorno do capital investido?

h) O gerente da empresa Desterceiriza Ltda. esta analisando fabricar, internamente, um dos componentes de um produto fabricado pela empresa, atualmente adquirido ao valor de $ 10,00 por unidade. Dois são os equipamentos disponíveis para a elaboração do produto: M1 e M2.

O equipamento M1 aumentará os custos fixo mensais em $5.000,00. Em compensação, os custos variáveis unitários seriam, apenas, $ 8,00.

O equipamento M2 aumentará os custos fixos mensais em $15.000,00 e os custos variáveis em $7,00.

Com os dados acima, deseja-se saber:

� Qual o nível de atividade que justifica a aquisição da Máquina M1? � Qual o nível de atividade que justifica a aquisição da Máquina M2? � Suponde que a empresa trabalhe com um nível de atividade na ordem de 4.000 unidades, qual seria a melhor alternativa? � Detalhe o nível de produção que justificaria cada alternativa.

i) Um cidadão, que anteriormente trabalhava como empregado e percebia um salário de R$ 2.000,00, abriu um negócio de confecções.

Sua confecção incorria nos seguintes custos mensais:

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

58

Item R$ Matéria prima: Salários com encargos sociais: Energia elétrica: Aluguel: Seguros e impostos: Depreciação: Outros:

40.000,00 4.000,00

530,00 1.500,00

223,00 350,00 50,00

A exceção da matéria prima, os demais itens podem ser considerados como custos fixos.

A empresa determina seu preço de venda sob o método do custeio integral, considerando um lucro de 50% sobre os custos incorridos.

A capacidade máxima de produção mensal da empresa é de 5.000 unidades. Porém, no ultimo semestre, somente 4.000 unidades foram produzidas por mês.

Com os dados acima, pede-se:

� Qual o ponto de equilíbrio, mensal?

� Qual o nível de vendas para que o proprietário mantenha a renda que percebia enquanto empregado?

� Qual o nível de vendas para que a empresa não necessite recorrer a recursos de terceiros?

� No verão, a venda do produto diminui bastante. Assim o proprietário esta analisando a possibilidade de suspender, temporariamente, as atividades nos meses de novembro a março. Tal atitude possibilitará a redução dos custos fixos em R$ 4.000,00. Neste caso, deseja-se saber o nível de vendas abaixo do qual a suspensão de atividades é vantajosa.

� Um estudo de mercado indica que, havendo investimentos mensais na ordem de R$ 10.000,00 em publicidade, a

empresa poderá funcionar em sua capacidade máxima de produção e vender seu produto a R$ 20,00/unidade. Neste caso deseja-se conhecer: o novo ponto de equilíbrio contábil e o lucro a ser obtido.

j) Uma empresa tem seu único produto vendido a R$ 1,00 por unidade. Em dado período, praticou os seguintes custos:

- MP = 12.000,00 R$ - MOD = 6.000,00 R$ - CIF fixos = 27.000,00 R$ - CIF variáveis = 4.500,00 R$

Sua capacidade instalada é para produzir 100.000,00 unidades mês. Porém, vem produzindo, apenas, 90.000 unidades.

Considerando que os custos incorridos com MOD seja variáveis, pergunta-se:

� Qual o ponto de equilíbrio? � Qual o lucro mensal? � Qual nível de atividade resulta num lucro mensal de R$ 10.000,00? k) Você pode ganhar a importância de R$ 500,00 como

empregado ou comprar um hotel e ser proprietário de um negócio.

Assim comprou um hotel que opera nas seguintes condições:

− Diárias: R$ 50,00 − Custos variáveis por diária: R$ 5,00 − Custos Fixos:

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Introdução à Economia.

59

− Depreciação: R$ 6.000,00 − Outros Custos Fixos (elimináveis): R$ 9.000,00 − Outros Custos Fixos (não elimináveis): R$ 1.000,00 − Utilização do Hotel.

Capacidade e utilização do hotel Baixa

Temporada Alta

Temporada

Aluguéis de quartos a plena capacidade 9.500 9.100

Quartos Alugados 5.100 8.500

Vagas 4.050 600

Pergunta-se:

� Você esta ganhando ou perdendo dinheiro?

� Quantos aluguéis são necessários no ponto de equilíbrio?

� Se, na baixa temporada, o aluguel fosse reduzido para R$ 16,00, qual seria o ponto de equilíbrio?

� Qual seria o mínimo de atividade que justificaria o fechamento do empreendimento na baixa temporada?

l) Conhecendo as funções de custo de um determinado produto e sabendo que o preço de mercado em concorrência perfeita é de R$ 26,00, determine: � O nível de produção em que ocorra ponto de equilíbrio;

� O máximo lucro possível de se obter com a comercialização desse produto;

� O lucro máximo a ocorrer no ponto de equilíbrio; � Esboce um gráfico representativo do caso em pauta;

Funções de Custos: CF = 6 e, CV= 5q2 + 8 q m) O mercado de um produto funciona em livre concorrência e apresenta o seguinte comportamento:

Curva de Oferta: p = 6q + 8.200 Curva de Procura: p = 4q2 – 12q – 30.000

Considerando uma empresa analisando sua participação nesse mercado e dispondo da uma curva de Custo Total como abaixo, pergunta-se:

• Essa empresa apresenta condições de competitividade para participar do mercado em questão;

• Qual será o lucro máximo possível ocorrendo a sua participação.

CT(q) = 3q² + 86,66 q + 4.800 n) Uma empresa produz apenas um produto e o vende a R$ 70,00 por unidade e seus custos fixos mensais montam a R$ 40,00. Com os dados expressos na tabela, calcular o abaixo solicitado.

Os custos: CT, CV, CFm, CVm, CMg, para os níveis de produção considerados; A quantidade ótima de produção e o possível lucro máximo;

Page 60: PETIntrodução à Economia2014ago

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60

q 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 CM

126

106

93 82 72 64 62

64 67 70

o) Calcular o ponto de equilíbrio e a quantidade ótima de produção visando a produção de um produto, sabendo que o mercado pratica o preço de R$ 180,00 por unidade, sujeito à seguinte função de Custo: CT(q) = q3 – 18q² + 99q – 162.

p) Estabelecidas as funções de custo de um produto, e sabendo que o seu preço de mercado é de R$ 50,00.

CFT (q) = 20 e, CVT (q)= 4q²+16q Solicita-se:

• O nível de produção relativo ao ponto de equilíbrio; • O lucro máximo possível com a venda do produto; • A quantidade ótima de produção; • O montante do lucro no ponto de equilíbrio; • O gráfico representativo da questão.

2.2 - Ajuste de Curvas Polinomiais.

2.2.1 – Objetivo.

No item anterior foram estudados os vários tipos de custos, utilizando funções contínuas ou a forma discreta.

Na vida profissional, os dados de custos são obtidos de

forma discreta, partindo dos custos fixos e dos custos variáveis conexos a cada volume de produção, ou melhor, a cada quantidade produzida.

Havendo interesse conhecer valores intermediários de modo mais expedito, é possível ajustar uma curva que represente a função de custos, ao se dispor de um conjunto de pontos custos × quantidade, os exprimindo por meio de uma função polinomial.

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Introdução à Economia.

61

Alerta-se que, quanto maior for o conjunto de pontos disponíveis, maior será a representatividade da curva polinomial. 2.2.2 – O Modelo.

O modelo a ser discutido e proposto para o ajustamento de curvas será o método dos Mínimos Quadrados.

No caso, será ajustada uma função polinomial aos dados discretos, obtidos a partir dos custos calculados.

Para tanto, a função y = ƒ(x) pode ser escrita da seguinte forma:

y = a0 + a1x1 + a2x

2 + a3x3 + a4x

4 + … + anxN

Onde: � x é a variável independente. Ela expressa a quantidade de

produção desejada; � y a variável dependente. Correspondente ao custo de

produção; � a0 , a1, a2, a3 , a4, … , an, constantes paramétricas a serem

determinadas.

Resolver uma função polinomial significa determinar suas constantes paramétricas.

Para tanto, são necessárias tantas equações quantas são as constantes a determinar.

Via de regra, para resolver uma função polinomial de grau “n”, são necessárias “n+1” equações.

Milone & Angelini em Estatística Aplicada pg. 166, mostram que o sistema de equações normais que possibilita calcular os coeficientes da função polinomial apresenta a seguinte forma geral:

Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2 + a3 Σx3 + ...+ an Σxn Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3 + a3 Σ x4 + ...+ an Σ xn+1 Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4 + a3 Σ x5 +...+ an Σ xn+2 Σx3y = a0 Σx3 + a1 Σ x4 + a2 Σ x5 + a3 Σ x6 +...+ an Σ xn+3 Σx4y = a0 Σx4 + a1 Σ x5 + a2 Σ x6 + a3 Σ x7 +...+ an Σ xn+4 ........................................................................................

Σxny = a0 Σxn + a1 Σxn+1+ a2 Σ x n+2+ a3 Σx n+3+...+ an Σ x2n 2.2.3 - Ajuste de Reta.

Uma reta, ou função linear, é resolvida por um sistema de duas equações a duas incógnitas.

Page 62: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

62

<= ∑? = (@A +CD∑E∑F? = @A ∑ E +CD∑EGH Neste caso da reta, o sistema assume as seguintes condições:

2.2.4 – Ajuste de Curva – Função Quadrática.

As funções polinomiais quadráticas são representadas por parábolas, possíveis de serem determinadas por um sistema de três equações a três incógnitas.

Forma Canônica: y = a0 + a1 x + a2 x²

Partindo do caso geral, a função é resolvida utilizando um sistema de três equações a três incógnitas: ou, substituindo pelos coeficientes segundo expresso na forma canônica, obtêm-se o seguinte sistema de equações:

2.2.5 - Exercício. 2.2.5.1 - Ajustar um polinômio do segundo grau representativo dos custos de produção abaixo: Quant

. 0 5 10 15 20 25 30

custos 2500 2855 3160 3595 3820 4185 4535 Quantidade em mil unidades; Custos em R$

Função Quadrática de Custos - Parábola

n q Custo x2 x3 x4 xy y x2

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Σ

Σy = n a + b Σx + c Σx2 Σxy = a Σx + b Σ x2 + c Σ x3 Σx2y = a Σx2 + b Σ x3 + c Σ x4

Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2 Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3 Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4

Σy = na + b Σx Σxy = a Σx + b Σ x2

Page 63: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

63

2.2.5.2 - Ajustar uma curva representativa dos Custos Totais e dos Custos Marginais, dispondo dos dados abaixo.

q 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 CV 10 18 24 28 30 33 38 52 71 100 131

CF 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

CT 110 118 124 128 130 133 138 152 171 200 231

CM 110 59 41,3 32 26 22,2 19,7 19 19 20 21

CMg 10 8 6 4 2 3 5 14 19 29 31

Curva de Custo Total

n x = q y = CT x2 x3 x4 xy y x2

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Σ

Page 64: PETIntrodução à Economia2014ago

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64

Curva de Custo Marginal

n x = q CMg x2 x3 x4 xy y x2

1 1 10

2 2 8

3 3 6

4 4 4

5 5 2

6 6 3

7 7 5

8 8 14

9 9 19

10 10 29

11 11 31

Σ

É comum, utilizando simplesmente os quantitativos de produção, que os números calculados na tabela cheguem a valores muito altos, fato que dificulta a operacionalização dos mesmos.

Um artifício visando reduzir o tamanho destes valores é atribuir à quantidade intermediária de “x”, na tabela N= 6, o valor zero. A seguir, recomenda-se atribuir aos valores anteriores ao

Ajuste de Curva Total

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

quantidade

va

lore

s e

m R

$

Quant x Custo Total

Page 65: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

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valor intermediário o sinal negativo e, aos superiores, o sinal positivo. Mantendo-se, porém, a variação de quantidade.

Custo Marginal n x

=q y = CM x² x³ x4 xy x²y

1 -5 10 25 -125 625 -50 250 2 -4 8 16 -64 256 -32 128 3 -3 6 9 -27 81 -18 54 4 -2 4 4 -8 16 -8 16 5 -1 2 1 -1 1 -2 2 6 0 3 0 0 0 0 0 7 1 5 1 1 1 5 5 8 2 14 4 8 16 28 56 9 3 19 9 27 81 57 171

10 4 29 16 64 256 116 464 11 5 31 25 125 625 155 775

Σ - 131,0 110,0 - 1.958, 251,00 1.921,0

Montando o sistema de equações necessário à determinação dos coeficientes do polinômio:

Forma Canônica: y = a0 + a1 x + a2 x²

Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2 Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3 Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4

Resolvendo o sistema acima obtém-se os valores dos coeficientes:

a0 = 1,2269 ; a1 = 2,2818 ; a2 = 0,9798 Substituindo estes valores na expressão canônica, chega-se à equação representativa dos custos:

y = 1,2269 + 2,2818 x + 0,9798 x²

2.2.6 – Sistemas Lineares - Algoritmo de Gauss.

O objetivo deste item é apresentar a resolução de sistemas lineares de equações utilizando o algoritmo de Gauss.

Para tanto, será discutido o ajuste de uma parábola (curva do 2º grau) aos seguintes dados relativos ao custo da produção:

Quantidade Produzida = x 1 2 4 5

Custo de Produção = y 3 3 8 10

2.2.6.1 – Ajuste da Parábola.

y = a0 + a1 x + a2 x²

Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2 Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3 Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4 131 = 11 a0 + 0 a1 + 110 a2

251 = 0 a0 + 110 a1 + 0 a2 1.921 = 110 a0 + 0 a1 + 1958 a2

Page 66: PETIntrodução à Economia2014ago

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a) Definição do Sistema Linear

n x =q y = CM x² x³ x4 xy x²y

1 1 3 1 1 1 3 3 2 2 3 4 8 16 6 12 3 4 8 16 64 256 32 128 4 5 10 25 125 625 50 250 Σ 12 24 46 198 898 91 393

24 = 4 a0 + 12 a1 + 46 a2 91 = 12 a0 + 46 a1 + 198 a2 393 = 46a0 + 198 a1 + 898a2

iii) Aplicação do Método de Gauss.

O método permite calcular os coeficientes das equações do sistema acima definido: a0 ; a1 e a2

Para tanto, é montada a matriz representativa do sistema linear.

A solução do sistema ocorrerá depois de efetuada uma série de operações (2) elementares sobre matrizes que permitirão atribuir aos termos integrantes da diagonal principal o valor um. E, aos termos situados abaixo da diagonal principal o valor zero.

(2 ) Operações Elementares Sobre Matrizes: I – Dividir ou multiplicar linha ou coluna por um número; II – Somar ou subtrair linha de linha; III – Trocar posição de linhas.

Os valores obtidos para os termos situados acima da diagonal principal permitirão a resolução do sistema de equações já citado.

Como exemplo de matriz a ser obtida:

∆3100

∆2δ10

∆1βα1

Partindo desta matriz pode-se reescrever o sistema de equações sob a seguinte forma:

I@A + J@K + L@M = ∆K@K + O@M = ∆M@M = ∆P I

Visando obter o sistema que permitirá definir os coeficientes das equações, dois procedimentos serão examinados:

� Operando a divisão da diagonal principal; � Operando sem divisão

a) Operando a divisão da diagonal principal:

Inicialmente, para definir como 1 o primeiro termo da diagonal principal, os valores da Linha 1 da matriz serão divididos por 4: L1÷4.

Page 67: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

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39389819846

911984612

2446124 →

39389819846

911984612

65,1131

Operando a seguir as linhas: L2: L2 – 12 L1 e, L3: L3 – 46 L1

117369600

1960100

65,1131 Operando a linha L2: L2 ÷ 10

117369600

19610

65,1131 Operando a linha L3: L3 – 60 L2

3900

9,1610

65,1131 Dividindo a linha L3 por 9:

333,0100

9,1610

65,1131

Com os valores desta última matriz, depois de obtidos os valores 1 para os coeficientes da diagonal principal e zero para aqueles que lhes ficam abaixo, é possível montar o sistema de

equações que permitirá resolver o sistema anteriormente definido:

Resolvendo o sistema acima se obtém:

a2 = 0,33333 ; a1 = - 0,1 e, a0 = 2,466667. Substituindo os coeficientes acima na expressão canônica:

y = a0 + a1 x + a2 x²

y = 2,466667 – 0,1 x + 0,33333 x²

iv) Operando sem divisão. Neste item é apresentado um procedimento visando resolver o sistema sem efetuar a divisão.

39389819846

911984612

2446124Operando L2: 4L2 – 12 L1 e, 4L3-46L1

a2 = 0,333 a1 + 6 a2 = 1,9 a0 + 3 a1 + 11,5a2 = 6

Page 68: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

68

42814762400

76240400

2446124 Operando L3: 40 L3 – 240 L2

480144000

76240400

2446124

Desta matriz, considerando que os coeficientes que se

encontram situados abaixo da diagonal principal são nulos, pode-se escrever o seguinte sistema:

Resolvendo o sistema acima o resultado obtido apresenta os mesmos valores daqueles anteriormente obtidos, c.q.d.:

a2 = 0,33333 ; a1 = - 0,1 e, a0 = 2,466667

Sendo na forma canônica: y = a0 + a1 x + a2 x² A Parábola representativa dos custos dados tem a seguinte expressão:

y = 2,466667 – 0,1 x + 0,33333 x²

2.2.7 – Polinômios do 3º Grau.

Os polinômios de terceiro grau podem ter suas raízes obtidas através de diversas metodologias, notadamente:

� Método da Bisseção; � Algoritmo de Briott-Ruffini; � Algoritmo de Newton Raphson (3).

2.2.7.1 – Método da Bisseção. a) A Metodologia

O método da Bisseção visa, partindo de uma solução arbitrada e a mais próxima possível da real raiz de um polinômio e, efetuando um numero sucessivo de iterações, definir uma de suas raízes.

Esta metodologia é um processo de fácil aplicação, com o inconveniente de ser muito trabalhoso. Ver Figura 2.12.

O processo é iniciado ao ser arbitrado um possível valor para a raiz do polinômio e verificado se esse valor zera o valor do mesmo.

Sendo este primeiro valor positivo, (+), arbitra-se outro valor maio e calcula-se, novamente, o valor do polinômio.

Tal operação deverá ser repetida até ser encontrado um valor negativo para o polinômio.

(3 ) a demonstração do algoritmo não será motivo de discussão neste curso.

Page 69: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

69

Ao ser definida uma possível raiz em que o valor obtido para resultado do polinômio seja menor que zero, volta-se ao procedimento inicial. Isto é, procura-se uma raiz menor que a ultima encontrada em que o valor do polinômio seja positivo.

Como recomendação para acelerar o processo de cálculo, a próxima raiz a ser adotada para o calculo do valor do polinômio deve ser a média aritmética obtida entre a ultima raiz

encontrada que apresentou um valor negativo ao resultado do polinômio e a ultima em que esse valor tenha sido positivo.

O processo deverá ser repetido tomando-se valores cada vez mais próximos, até a obtenção de um valor para o polinômio que apresente um resultado o mais próximo possível de zero.

b) Aplicação. Calcular uma das raízes reais do polinômio abaixo definido:

y = x³ - 10 x² + 75 x - 722 Início do Processo: Arbitrando o valor k=10 para a primeira tentativa, para: k=10, tem-se y = 28.

y = x³ - 10 x² + 75 x - 722

k y k y 10,0 28,00 8,0 -250,00 9,0 -128,00 9,5 -54,625

9,75 -14,51 9,875

92

8102 =

+=k ; 5,9

2910

3 =+

=k ; 75,92

5,9104 =

+=k

875,92

1075,95 =

+=k

Page 70: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

70

Da tabela, depreende-se que o valor a ser atribuído à variável x como raiz do polinômio é k = .

2.2.7.2 – Algoritmo de Briott – Ruffini. O Algoritmo de Briott – Ruffini permite a obtenção de raízes

inteiras de polinômios do 3º grau utilizando.

Para tanto, a metodologia possibilita, inicialmente, determinar uma das raízes inteiras do polinômio. E, de posse dessa raiz é possível representá-lo em forma do produto de um polinômio do 1º grau por um polinômio do 2º grau, este de fácil solução. Forma canônica do polinômio: y = a0 + a1x + a2 x² + a3 x³ Forma desejada: y = ( x – k ) (a’0 + a’1x + a’2 x²)

O objetivo, então, é achar a raiz “k”, que passa a ser o termo independente do polinômio do 1º grau e, concomitantemente, uma das raízes do polinômio do terceiro grau em consideração.

Obtida a raiz “k”, o algoritmo permite escrever o polinômio na forma desejada e, em seguida, resolver a equação do 2º grau conexa, cujas raízes equivalem às duas raízes do polinômio do 3º grau que faltam ser determinadas.

A utilização do dispositivo prático de Briott-Ruffini será apresentada ao serem calculadas as raízes do polinômio abaixo.

y = x³ - 18 x² + 99 x - 162

1º Passo – Decompor o termo independente em seus fatores primos.

162

2

2 x 34 = 162

81 3 27 3 9 3 3 3 1

2º Passo – O Algoritmo de Briott – Ruffini. Considerando que o número 3 é o fator que aparece com maior frequência na decomposição do termo independente, então será o valor adotado para a verificação de ser uma das raízes do polinômio.

1 -18 99 -162

3

3 × 1 = 3

3 × -15 = - 45

3 × 54 =162 1 -15 54 0

Sendo, após a aplicação do algoritmo, o resultado da ultima iteração igual a zero, fica constatado ser o número 3, efetivamente, uma das raízes procuradas. Logo: k1 = 3

Page 71: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

71

3º Passo: Rebaixamento do Nível do Polinômio

Forma desejada: y = ( x – k ) (a’0 + a’1x + a’2 x²) Substituindo na expressão acima a raiz 3 no primeiro termo e os coeficientes oriundos do algoritmo no 2º termo da expressão, é possível escrever o polinômio na seguinte forma:

y = (x – 3) (54 - 15 x + x²) Igualando a zero o segundo termo da expressão, obtêm-se as duas raízes faltantes:

x² - 15 x + 54 = 0 ∴ k2 = 9 e, k3 = 6

Assim, as raízes do polinômio são: 3;6 e 9.

2.2.7.3 – Algoritmo de Newton-Raphson. 2.2.7.3.1 – O Algoritmo. O algoritmo de Newton-Raphson permite determinar uma das raízes reais de um polinômio.

Considerado uma função de custo ƒC expressa sob a forma polinomial e, sendo: “q” a variável que expressa as quantidades a serem produzidas, ƒ’C(qi) a derivada da função de custos para cada valor de “q” e, ai os coeficientes numéricos relacionados a cada variável:

nn

33

22

110 qaqaqaqaa)q(C +++++=ƒ L

O calculo de uma das raízes reais do polinômio, q*, que zera a função de custos ƒC=0, é obtida através um processo interativo.

Para tanto, os procedimentos abaixo devem ser seguidos:

a) Para reduzir o número de iterações e acelerar o processo, ao ser efetuada a primeira iteração deve-se atribuir a “q” o valor zero.

b) A cada iteração, tanto para a determinação da ƒC como de ƒ’C, adota-se para oi valor de “q” aquele obtido na iteração anterior.

c) O processo de iteração pode ser interrompido quando um qi, qualquer, que faça ƒC≈0 ou, que a variação da função ƒC para valores de qi e qi+1, seja mínima ou aproximadamente zero.

A metodologia segue, então, os seguintes procedimentos:

)0q(C'f)0q(fC

q0 =

=−=

)q(C'f

)q(fCqq

0

001 −=

)q(C'f

)q(fCqq

1

112 −=

)q(C'f

)q(fCqq

2

223 −=

Page 72: PETIntrodução à Economia2014ago

Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

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...............................

)q(C'f

)q(fCqq

1n

1n1nn

−− −=

Quando qn≈ qn-1 ou ƒC≈0 , o processo pode ser interrompido.

2.2.7.3.2 – Aplicação.

Utilizando o método de Newton-Raphson, calcular uma das raízes do seguinte função de custos:

CT=q³-2q²+8q+6

E, sendo: 8q4q3dq

dCT 2 +−=

1ª Iteração: fazendo q=0

CT =6 e, CT’ = 8 ∴ 75,086

)0q(C'f)0q(fC

q0 −=−==

=−=

2ª Iteração: fazendo q = - 0,75

CT= -1,2725 e, CT’= 12,6875

6497,01003,075,06875,122725,1

75,0)q(C'f

)q(fCqq

0

001 −=+−=

−−−=−=

3ª Iteração: fazendo q = - 0,6497.

CT= - 4,7337 e, CT’ = 11,8651

2507,03990,06497,08651,117337,4

6497,0)q(C'f

)q(fCqq

1

112 −=+−=

−−−=−=

4ª Iteração: fazendo q = - 0,2507

CT= 3,8529 e, CT’ = 9,1913

6699,04192,02507,01913,98529,3

2507,0)q(C'f

)q(fCqq

2

223 −=−−=−−=−=

Page 73: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

73

2.3 – A Oferta e a Procura.

2.3.1 - Conceitos

2.3.1.1 - A Demanda.

Lei da Demanda ou Procura: para a maioria dos produtos, quanto maior o seu preço, menor será a quantidade que cada indivíduo estará disposto a comprar ou demandar. Do mesmo modo, quanto menor o preço de um bem, maior será o número de unidades demandadas. Comportamento esse mostrado na Figura 2.13.

A curva de demanda de mercado, mostra a relação entre a quantidade demandada de um bem por todos os indivíduos e o

preço a que eles estão dispostos a pagar, mantida a condição “ceteris paribus”(4), isto é, que somente haja variação de um fator, no caso o preço, mantida a quantidade ofertada.

Por condição “ceteris paribus” entende-se a situação em que apenas ocorre a alteração do preço de um bem em função da quantidade consumida, ou vice versa. Enquanto outros fatores que influenciam a aquisição deste mesmo bem e, portanto, as flutuações de seu preço permanecem constantes, a exemplo de: gosto, renda, preço de outros bens correlacionados, etc..

2.3.1.2 - A Oferta.

Lei da Oferta: quanto maior a oferta de um bem, maior será o preço que os ofertantes desejarão cobrar por ele.

(4) Do latim, mantidas as demais condições.

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

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Identicamente à demanda, a oferta de um bem ou serviço depende de uma série de fatores. Podem ser citados: tecnologia; preço da terra, do trabalho e do capital, bem como o preço de mercado do bem que se deseja oferecer.

A curva de oferta de mercado mostra a relação entre a quantidade oferecida de um bem por todos os produtores e o respectivo preço, ceteris paribus.

Da Figura 2.14 - Curva de Demanda, pode-se constatar que o comportamento dos produtores é aumentar os preços dos produtos e serviços conforme cresce a quantidade oferecida ou demandada pelo mercado.

2.3.2 - O Equilíbrio do Mercado.

A interação e comportamento do conjunto de produtores e

dos consumidores podem ser analisados quando colocados em contato, ou postos em mercado, situação em que cada um deles demonstra o respectivo comportamento.

O ponto de equilíbrio de mercado e consequentemente o preço de mercado é definido, graficamente, na intersecção da curva de oferta com a de demanda. E, em decorrência, a quantidade de equilíbrio do mercado. Ver Figura 2.15 – O Equilíbrio do Mercado.

Por definição, o preço de equilíbrio de mercado é aquele em que coincidem os planos dos demandantes ou consumidores e o dos ofertantes ou produtores.

Em situação de equilíbrio, as quantidades ofertadas e demandadas se igualam. E, também, os preços.

Sendo os preços expressos em função das quantidades,

)q(fP =

E, sendo a curva de Oferta representada por PO e a de demanda PD, o ponto de equilíbrio de mercado ocorre quando:

PO f(q)= PD f(q)

Page 75: PETIntrodução à Economia2014ago

Introdução à Economia.

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2.3.3 – Exercícios.

a) Calcular o ponto de equilíbrio de um produto, cujas curvas de oferta e procura são, respectivamente:

Po = 43 – 3q e, Pd = 5q + 7.

Para obter o Ponto de Equilíbrio, igualam-se as duas expressões e chega-se ao valor da quantidade de equilíbrio em que qo = qd = q* = 4,5 un. E, consequentemente, o preço de equilíbrio p* = 29,50 $.

b) Defina o equilíbrio de um mercado, sabendo que os consumidores apresentam comportamento linear expresso pela equação Pd = 7q + 12. E, os produtores apresentam um comportamento segundo o modelo Po = 5q² - 3q + 12. Trace os gráficos. c) Qual deverá ser o Custo Marginal de produção de uma empresa que deseja colocar certo produto no mercado cujas curvas de oferta e procura, são: yo = 10 q + 48 e yd = 205 – 3q . Apresente graficamente a sua assertiva. d) Considerando o exercício anterior, defina o novo ponto de equilíbrio de mercado, sabendo-se que, devido a uma evolução do quadro de oferta, a sua curva representativa passou a apresentar o modelo P0¹ = 6q² - 3,6+ 14,4.

2.3.4 - O Comportamento dos Mercados.

2.3.4.1 – Tipos de Mercados. Os tipos de mercado, conforme anteriormente relacionado, são diferenciados segundo o número de vendedores ou de compradores que deles participam, e que são:

� Livre Concorrência ou Concorrência Perfeita; � Monopólio; � Oligopólio; � Monopsônio & Oligopsônio.

Nos mercados relacionados, a quantidade a ser produzida por qualquer tipo de indústria ou de mercado são regulamentadas pelo preço. Anteriormente foram estudados a formação do preço e o comportamento do mercado.

Agora, o objetivo deste item é mostrar o sistema econômico como um todo coerente, tornando conexos os assuntos estudados.

2.3.4.2 - Concorrência Perfeita.

2.3.4.2.1 – Conceituação.

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Os mercados perfeitamente competitivos são caracterizados por possuírem um grande número de participantes, a entrada e a saída de competidores é livre, pois o processo decisório de cada empresa é independente e os produtos vendidos são homogêneos.

Todos os concorrentes praticam o preço determinado pelo mercado, pois nenhum deles detém controle sobre o preço praticado pelo mercado.

Assim, uma empresa atuando em mercado de

concorrência perfeita consegue vender a quantidade desejada desde que se sujeite ao preço praticado pelo mercado. E, tendo por base o seu custo marginal, a empresa decidira o quanto poderá produzir.

Q* = ƒ (CMg)

Considerando que no curto prazo o preço é constante, os

lucros serão maximizados ao nível de produção em que o custo marginal se equiparar ao preço praticado, isto é, quando a Receita Marginal for igual ao Custo Marginal.

RMg = CMg

Assim, dado qualquer preço praticado, a empresa atuante

em mercado perfeitamente competitivo, produzira uma quantidade de bens em que o Preço é igual ao seu Custo Marginal.

Preço = CMg

Pelo exposto, a curva de custo marginal da empresa perfeitamente competitiva é também a sua curva de oferta. A seguir, é apresentado o comportamento de uma empresa, Figura 2.16, e do mercado onde atua, Figura 2.17.

Nessas figuras, é visto que o vendedor individual venderá uma quantidade – Q* - definida pela sua curva de custo marginal. Quantidade essa, Q*, que maximiza o lucro do produtor.

Em contrapartida, o preço praticado será definido pela intercessão das curvas de oferta e da procura do mercado.

Do ponto de vista da empresa, se o preço por ela estipulado para os seus produtos for superior ao de mercado, isto é, o seu CMg for superior ao preço definido pelo Ponto de Equilíbrio de

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Introdução à Economia.

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mercado, ela deve se abster oferecer seus produtos por não serem competitivos.

2.3.4.2.2 – A Firma e o Mercado.

Sendo pF o preço da firma e pm o preço praticado pelo mercado, tem-se as seguintes situações:

Quando Situação

pF >>>> pm Nesta situação a participação no mercado indica

prejuízo.

pF = pm A empresa participa do mercado, cobrindo seus custos, porém sem obter lucros extraordinários.

pF <<<< pm A empresa obtém lucro extraordinário, muito

superior àquele normalmente obtido ou desejado, o que permite uma grande capitalização.

a) Preço de Mercado Superior ao Da Firma.

A participação da empresa no mercado depende do preço calculado para seus produtos comparado àquele praticado pelo mercado em concorrência perfeita. No desenho apresentado pelas Figuras 19 e 20, o preço do mercado é superior ao da empresa, o que demonstra uma situação de lucro puro. Sendo PFIR = Preço da firma, ou seja, o preço que cobre os custos, os tributos e o lucro desejado; PPRA o preço praticado pela firma igual ao preço de equilíbrio de mercado, P0. E, sendo o preço de mercado superior ao da firma, ocorre o que se denomina de lucro puro, sendo este acréscimo de lucro igual ao valor da área achurada na Figura 2.19: ∆L=QFIRR�PPRA-PFIR�

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b) Preço da Firma Superior ao de Mercado.

Este caso é o inverso do anterior em que, pois o preço do mercado é superior ao da firma. Caso ela persista em oferecer o produto, ela incorrerá em prejuízo em valor equivalente ao da área achurada conforme Figura 2.21, pois o preço de mercado P0, definido conforme a Figura 2.22, se mostra inferior àquele necessário a cobrir os custos da firma.

2.3.4.2.3 – Exercício. Considerando o mercado em livre concorrência para certo produto e que apresenta o seguinte comportamento.

Curva de Oferta: p = 6q + 32

Curva de Procura: p = 4q² - 13 q - 136 A luz dos seus conhecimentos, uma empresa que dispõe de uma curva de Custo Total abaixo definida, pode participar deste mercado?

CT(q)= 4q³ - 3 q² + 86q + 15.400

2.3.4.3 – O Oligopólio. Um mercado em Oligopólio tem como característica principal haver um pequeno grupo de empresas concorrendo entre si com produtos levemente diferenciados uns dos outros. Podem ocorrer algumas situações nesse caso:

• Cartelização, com determinação de preço visando ocorrer lucro extraordinário;

• Concorrência visando o domínio de mercado, quando a propaganda é um forte instrumento;

• Regulamentação do mercado pelo governo.

O cartel é definido como um acordo entre empresas independentes visando uma atuação coordenada de suas operações de modo a restringir a concorrência entre elas e elevar preços, situação essa prejudicial economicamente ao mercado consumidor.

Para evitar formação de cartel e o controle dos oligopólios,

especialmente quando as empresas são concessionárias de

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Introdução à Economia.

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serviços públicos, podem ser instituídas Agências Reguladoras que tem como instrumentos de ação:

� Adoção de Empresa espelho. � Controle de custos e remessa de lucros. � Metas de desempenho e modernização técnica. � Impedir controle das empresas por holding comum.

2.3.4.4 – O Monopólio. O monopólio é caracterizado pela existência de um único fornecedor de bem ou serviço que não possua substituto próximo numa determinada região ou País. Neste caso o produtor determina o seu preço, normalmente sob o modelo:

Preço = Custo + Lucro.

Para impedir o aumento abusivo de preços, o governo define uma regra para determinar a formação do preço final ou mesmo do lucro.

Como exemplo tem-se o caso da energia elétrica onde o preço

é formado pela remuneração de duas variáveis: os custos e a remuneração dos ativos.

Visando a proteção do consumidor, os órgãos ou agências

reguladoras definem metas visando atender politicas tais como:

a) Limitação dos custos incorridos, quando as empresas devem cumprir os custos de uma empresa “espelho”;

b) A definição do modo e percentual de remuneração do ativo imobilizado em serviço;

c) Metas de desempenho e qualidade dos serviços. d) Procedimentos para remuneração dos custos quando as

tarifas são insuficientes.

2.3.5 – Politicas de Mercado em Concorrência Perfeita.

A discussão neste item é quanto à formação de politicas a serem implantadas quanto ao aumento da oferta ou da demanda sem que se rompa a situação de equilíbrio do mercado ou gerando inflação ou a perda de postos de trabalho.

2.3.5.1 - Variação de Demanda. Havendo aumento de demanda, visando evitar a ocorrência da

inflação e a consequente manutenção dos preços praticados, a contrapartida é aumentar a oferta de bens e serviços usando de instrumentos como:

• Financiamento do aumento da produção com juros atrativos;

• Incentivos fiscais visando reduzir custos ou preços; • Importação de produtos;

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80

Com o aumento da oferta, ocorre um deslocamento da respectiva curva fazendo com que a quantidade demandada cresça mantendo os preços constantes.

2.3.5.2 – Crescimento da Oferta

Havendo aumento de oferta, o objetivo é aumentar a demanda visando evitar a instalação de um processo de deflação.

O objetivo, nesta situação de aumento de oferta é manter o

nível de preços de modo que não ocorra, num segundo momento, um processo de retração da oferta.

É interessante notar que havendo deflação, pode ocorrer a

redução de produção pela insuficiente remuneração dos ativos e

a demissão de trabalhadores, fatos que podem decorrer na redução da economia e na intranquilidade social.

Neste contexto, o objetivo politico é promover o incremento do consumo visando manter o nível de preços manter de modo que os produtores mantenham a oferta de seus bens ou serviços e, em consequência, o nível de emprego. Para tanto podem ser implantadas politicas de:

• Aumento de renda dos consumidores; • Manutenção da renda de aposentados e pensionistas; • Melhoria nos serviços de saúde, educação e serviços

públicos; • Gratuidade em alguns serviços de interesse público; • Redução de importações; • Redução de tributos;

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Introdução à Economia.

81

• Incentivos fiscais na aquisição de insumos.

2.3.5.4 – Exercícios Propostos.

a) É licito afirmar:

• Havendo aumento da capacidade aquisitiva da população ocorre um crescimento da demanda por produtos. Visando evitar o estabelecimento de um processo inflacionário o governo pode privilegiar o financiamento da capacidade instalada de certo tipo indústrias.

• A oferta gratuita para a população em geral de serviços médicos de qualidade pode aumentar a demanda por bens de consumo durável de baixo valor aquisitivo.

• Recentemente, em varias cidades do Brasil, foi tentado aumentar o IPTU, de um exercício para outro, em valores que triplicariam ou quintuplicariam o valor pago anteriormente. Tal fato, se fosse realizado, poderia não afetaria o consumo de bens de consumo duráveis de baixo valor, pois os contribuintes poderiam optar pelo pagamento deste tributo de modo parcelado.

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Parte III - Macro Economia

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Introdução à Economia.

83

3–MACROECONOMIA.

Repetindo o já comentado na Parte I, a macroeconomia

estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Ou seja, os grandes agregados econômicos cuja abrangência é o total da economia.

O propósito da desse estudo é obter uma visão

simplificada da economia e, ao mesmo tempo, com os dados disponíveis, conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um município estado, uma região ou de um país. E, para tanto, procurar o equilíbrio econômico da sociedade dentro de uma visão de desenvolvimento e, como atualmente também é propugnado, em função da melhoria da qualidade de vida da sociedade, pois permite balizar politicas que contribuam para um ordenamento dos recursos nacionais. 3.1 – Princípios da Ciência Econômica.

3.3.1 – Princípio Fundamental. A ciência econômica tem como princípio fundamental:

“O poder de compra não pode ser destruído”.

Este princípio leva ao estabelecimento da identidade contábil da macroeconomia, que diz, “para um determinado nível de produto, a procura agregada é igual à oferta agregada”. Em expressão matemática:

Despesa Agregada = Produto Agregado = Renda Agregada

ou

Procura Agregada = Oferta Agregada

3.3.2 - Princípio de Say

O Princípio de Say, Jean Baptiste Say - economista francês do período clássico, estabelece a relação entre produção, oferta e demanda. E, diz:

“A atividade de produção de todas as firmas gera o produto agregado e, simultaneamente, o poder de compra dos fatores de produção.”

Noutras palavras: a produção cria a renda que permite comprar, integralmente o produto.

Este princípio leva a concluir que a atividade de geração do produto agregado cria, simultaneamente, a renda agregada, a oferta desse produto no mercado cria, logicamente, a sua possibilidade de compra, isto é, a demanda agregada.

3.2 - O Equilíbrio do Mercado. 3.2.1 - Os Fluxos Macro Econômicos.

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

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O estudo da macroeconomia quanto ao equilíbrio do mercado parte do conceito de “Fluxo Econômico”.

Aí são analisadas as condições em que ocorre a circulação da moeda e, consequentemente, dos bens e serviços produzidos internamente a uma economia e como esse ciclo pode ser interrompido ou restabelecido.

Para tanto, serão analisados os fluxos decorrentes de duas situações distintas: i) o de Renda – Despesa cujo objeto é a analise dos fluxos externos; e o de Renda - Consumo cujo objetivo é a analise dos fluxos internos da economia.

3.2.2 - A Análise Renda - Despesa. A análise renda - despesa é um instrumento macroeconômico que pretende responder os seguintes questionamentos:

• O nível do PIB real de uma economia, para um dado período de tempo, pode ser previsto?

• O nível do PIB pode ser influenciado ou não?

• O que, ou quais variáveis, pode ser manipulado para influenciar a variação do nível do PIB?

• Podem ser previstos os efeitos de uma manipulação do PIB?

• Qual será o efeito dos impostos sobre o PIB real?

• Qual o impacto de uma ação brusca nas atividades de investimento sobre o PIB?

• Havendo variações nas despesas governamentais, o que ocorre com o PIB real?

Inicialmente, este estudo considerara o caso de uma economia fechada, isto é, quando não existam fluxos monetários e troca de bens entre ela e o exterior.

E, a seguir, o caso de uma economia aberta, onde

existam fluxos de bens e serviços com o exterior ou, segundo a nomenclatura utilizada, com o resto do mundo.

3.2.3 – Equilíbrio em Economia Fechada.

No caso da economia fechada, ocorre uma situação de equilíbrio quando todo o produto colocado no mercado é absorvido pelos consumidores. Ver Figuras 3.1.

Nesta situação, o valor monetário do produto equivale ao

nível de renda obtida pelos produtores e, consequentemente, é igual à demanda ou despesa efetuada pelos consumidores.

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Introdução à Economia.

85

Matematicamente, a igualdade representativa desse fluxo de mercado, também denominada de Igualdade Macro - Econômica, é:

RENDA = PRODUTO = DESPESA

No caso em exemplo, é levado ao mercado um produto no montante de $100 e demandado o mesmo valor. Assim, os produtores obtêm uma renda igual à despesa dos consumidores, igual a $100,00.

Figura 3.1 - Fluxo circular da Renda em EquilíbrioFonte: LANCASTER, 1979.

Mercado

Produto = $ 100

RENDA

Consumidores

Produtores

Consumo = $ 100

No exemplo apresentado na Figura 3.1, o mercado se apresenta em equilíbrio, para um nível de produto equivalente ao da demanda, ambos iguais a $100 unidades monetárias.

O equilíbrio do mercado, então, ocorre quando o valor do produto corrente corresponde exatamente ao valor da despesa planejada. Em outras palavras e macro economicamente falando, quando:

Receita Agregada = Despesas Agregadas

Esse fato acontece quando não há motivos para os

produtores mudarem o nível de produção nem os consumidores a gastar mais do que a sua própria renda, situação esta que pode se perpetuar indefinidamente.

3.2.4. - Situação de Desequilíbrio Antes de entrar na análise em pauta, serão definidos

os conceitos econômicos de injeções e vazamentos:

• Vazamento corresponde à renda gasta pelos consumidores de uma determinada economia em outra economia, ou com o resto do mundo.

• Injeções ocorrem quando economias externas adquirem bens e serviços numa economia local e, em contra partida, injetam capital nesta economia. Assim, qualquer valor advindo de fora do fluxo primário renda - despesa caracteriza injeção no fluxo da renda.

Considerando, agora, o caso de uma economia aberta,

quando os nacionais adquirem produtos, serviços ou, simplesmente, gastam sua renda em outras economias.

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Neste caso ocorre um vazamento de recursos, havendo desvio de consumo de um mercado em equilíbrio para outras economias. Em decorrência, faltam recursos para o consumo dos produtos ofertados no mercado interno. No exemplo apresentado na Figura 3.2, o desequilíbrio do mercado ocorre devido ao vazamento de $10,00 unidades monetárias. Para que o mercado retorne ao equilíbrio, há a necessidade da injeção de outras $10,00 unidade.

No caso de não haver condições de exportação, o mercado passará, em um segundo momento, a se equilibrar em $90 unidades.

Neste caso, ocorrerá uma menor oferta de bens e serviços e, consequentemente, a redução da renda agregada devido à diminuição de pessoal empregado ou dos salários, ou de ambos, simultaneamente. Fato esse que ocorre, comumente, em economias como a brasileira.

3.2.5. - A Condição de Equilíbrio.

Como já comentado, uma economia pode se manter em equilíbrio somente se a renda existente gere despesa suficiente para adquirir o produto do qual a renda é gerada.

Por outro lado, o nível do produto da economia pode ser mantido, se o total dos vazamentos for perfeitamente contrabalançado pelo total das injeções. Ver Figura 3.3.

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Introdução à Economia.

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Se as injeções forem menores que os vazamentos, as perdas provenientes do fluxo renda-despesa não são compensadas pelos ganhos externos. A despesa total acrescida das injeções é menor que a renda total, que deve ser igual ao valor planejado do produto.

Assim, a despesa passa a ser insuficiente para a

compra do produto planejado, o que faz a necessidade de alguma intervenção ou ajustamento para voltar ao equilíbrio.

O processo de ajustamento pode ser efetuado através três tipos de ações: i) Redução do produto real, mantendo os preços anteriormente praticados; ii) Manutenção do nível de produção e redução dos preços dos produtos; Neste caso, ocorre a redução de todos os preços, inclusive o dos fatores de produção e aí considerados os salários.

iii) Uma combinação das duas ações acima descritas.

Do resultado das ações acima, podem ocorrer dois

movimentos na economia, a saber:

a) Redução da Economia - Se o resultado das ações acima conduz a uma redução do produto real, do preço ou de ambos, diz-se que está havendo uma pressão para baixo sobre a economia ou recessão; b) Crescimento da Economia - Se as injeções excederem os vazamentos, haverá uma pressão para cima, com tendência

de aumentar o nível do produto real ou o nível de preços, ou ambos.

Deste modo, pode-se concluir que, ocorrerá uma pressão para baixo, sobre os preços ou sobre o nível do produto real ou sobre ambos, se os vazamentos excederem as injeções.

E, haverá uma pressão para cima, se as injeções

excederem os vazamentos, promovendo um aumento no nível do produto real com possível acréscimo nos preços.

Situação Efeito sobre nível dos Preços ou Produtos

Vazamentos > Injeções Pressão para BAIXO (recessão)

Injeções > Vazamentos Pressão para CIMA (crescimento)

O processo de reequilíbrio do mercado pode ocorrer,

basicamente, com a adoção de dois tipos de políticas:

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i) Injeções devidas a um esforço de exportação, que

permita a entrada na economia considerada do volume de recursos necessários ao seu equilíbrio;

ii) E, na injeção de recursos monetários externos. Figura 3.4.

No caso das injeções ocorrerem por esforço de

exportação, pode-se dizer ter havido um processo virtuoso, pois aumenta o superávit monetário com relação a outras economias, aumentado em consequência a mobilização de sua força de trabalho.

A dificuldade desse processo é o tempo de sua

realização, pois ocorre em lapso de tempo de médio a longo prazo para a sua realização.

Esse processo de esforço de exportações requer uma

politica governamental permanente de substituição de importações, melhoria da produtividade, agregação de valor em produtos primários exportáveis, mudança cultural e o incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias.

No caso de se optar pela entrada de recursos

monetários externos, duas politicas podem ser desenvolvidas:

1º. A captação de recursos para aplicação em ativos produtivos;

2º. A captação de recursos para aplicação em ativos financeiros.

No 1º caso, também há a exigibilidade de ações de

médio a longo prazo para a sua realização. Entretanto tem o

conveniente de propiciar o desenvolvimento de novos bens e serviços internos, o que contribui para o desenvolvimento e a mobilização da força de trabalho.

No 2º caso, referente à captação de recursos

financeiros, tal fato pode ocorrer com ações de curto prazo. Porém, se essa politica for mantida permanentemente, ocorre um endividamento crescente que, como se tem visto no Brasil, inibe o fortalecimento da economia interna e o melhor aproveitamento do próprio potencial seja de capital humano seja de recursos naturais. Enfim, uma subutilização dos próprios meios de produção, isso sem falar na migração de capitais produtivos internos para a ciranda financeira.

3.2.6 - O Circuito Renda – Consumo Na análise anterior, referente ao circuito renda despesa, foi discutido o caso em que o fluxo da renda para a despesa abrangia o funcionamento global da economia doméstica.

Naquele caso, os vazamentos constituíam perdas e gastos em favor de outras economias e as injeções eram oriundas de fontes, também de outras economias. Pelo caso anteriormente exposto, foi analisada a situação de uma economia aberta, isto é, economias que possuem relações de comércio e pagamentos com o resto do mundo. No caso atual, será estudado o caso do fluxo da renda e do consumo que ocorrem internamente a uma economia, também denominados de fluxos endógenos. Para tanto, será

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Introdução à Economia.

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estendido o conceito de injeções e vazamentos para o fluxo interno, visando à análise em consideração. Ver Figura 3.5.

O mais importante componente da despesa total, em todas as economias, é o consumo, isto é, a parte da renda que é despendida pelos consumidores na obtenção dos bens e serviços que desejam ou necessitam. Além disto, o fator determinante do nível de consumo de uma sociedade é o nível de renda.

Havendo redução do consumo de bens produzidos internamente, o nível de produção cai, procurando o mercado se acomodar em um patamar de produção, ou PIB, inferior àquele em que se encontrava originalmente, situação que leva a uma redução dos postos de trabalho, queda do emprego real e da renda agregada.

Além disso, os mais competitivos podem retirar seus capitais dessa economia, agravando o nível de emprego.

Ao persistir esse processo por muito tempo, ocorre o que se denomina em economia de processo de causação circular cumulativa, fazendo com que o nível de produto, cada vez mais, procure se acomodar num nível mais baixo.

A condição de equilíbrio da economia pode ser mantida ao nível do produto existente, enquanto os vazamentos puderem ser compensados com o mesmo nível de injeções ou vice versa.

A condição relevante para determinar as condições de

ajustamento ou equilíbrio de uma economia, e motivo de discussão entre os meios políticos e acadêmicos, é a resposta a um questionamento objetivo, após a qual será possível estabelecer uma política adequada para tal:

........." O ajustamento de uma economia tem lugar, primeiramente, devido a alterações no nível de produto real ou por meio das alterações nos níveis dos preços e dos salários? ".......

Respondida as indagações efetuadas no parágrafo

anterior, é possível traçar a política desejada visando alcançar o equilíbrio da economia.

Basicamente, dois são os modelos disponíveis para alcançar o equilíbrio de mercado: o Modelo Keynesiano ou o Modelo Monetarista.

Os principais tipos de vazamentos que ocorrem no fluxo renda-consumo são: poupança, impostos e importações.

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a) Despesas realizadas no exterior devido à aquisição de

decorrentes da aquisição de bens produzidos no exterior (importações);

b) Aumento dos saldos monetários. É o caso do entesouramento, que tanto pode ocorrer pela guarda de dinheiro como por acumulação dos saldos bancários;

c) Compra de títulos governamentais ou de ações, já que não são bens e serviços produzidos de forma corrente;

d) Impostos, pois é parte da renda das empresas e famílias que passam a fugir de seu controle.

Por outro lado, as principais fontes de injeções são:

investimentos, despesas governamentais e exportações. Analisando os itens acima relacionados, considera-se:

a) Despesas devido à aquisição de bens domésticos efetuada por estrangeiros, ou exportações em geral;

b) Investimentos em bens de capital a exemplo de

equipamentos e edificações; c) Despesas Governamentais, aquelas realizadas pelo

governo, em todos os níveis, na aquisição de bens e serviços produzidos dentro da economia;

d) Capital de empréstimo de longo prazo ou capital

especulativo. Nesse caso de capital especulativo, o mesmo vem para se beneficiar do nível de juros pago por títulos do governo ou para o jogo em bolsa de valores.

3.2 - Variáveis Macroeconômicas. Nesta sessão serão apresentadas definições e conceitos nos quais se apoiam o estudo da macroeconomia.

3.2.1 – PIB e PNB.

Produto Nacional Bruto - PNB, também denominado de Renda Nacional, representa o somatório ou agregado, de todos os bens e serviços produzidos num pais ou numa região, descontados o valor dos bens e serviços intermediários utilizados na sua consecução.

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Introdução à Economia.

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PNB = Σ Agregado dos Bens + Σ dos Serviços.

O Produto Interno Bruto, PIB, é definido como a soma do PNB, acrescido da renda líquida enviada ao exterior.

O PIB pode ser calculado de três formas diferentes:

• Pela ótica da oferta; • Pela ótica da demanda; • Pela ótica do rendimento.

Seja qual for a ótica que for adotada para o calculo do valor do PIB o resultado apresentado deve ser o mesmo.

PIB = PNB + Renda Líquida Enviada ao Exterior

ou

PIB = PNB + (Renda Enviada - Renda Recebida)

Como comentários adicionais às definições do PIB e do

PNB, a diferença primordial entre esses dois instrumentos de mensuração macroeconômicos é quanto o tratamento das transações internacionais.

O PNB agrega as rendas dos residentes e das firmas

domésticas no exterior, o que não ocorre na mensuração do PIB.

O PIB agrega as rendas resultantes da atividade de não residentes ou firmas estrangeiras que atuam dentro do País. Na mensuração do PNB, esses itens são excluídos.

Como exemplo do acima exposto, toma-se os lucros

auferidos por uma firma estrangeira no Brasil. Esses lucros seriam agregados ao PIB e no PNB, não.

A eleição de um desses instrumentos, PIB ou PNB, como

base dos estudos macroeconômicos e das relações entre as principais contas nacionais, varia de País para País.

Froyen sita o caso do Paquistão e dos EEUU. Enquanto

os primeiros adotam o PNB, já que é expressivo o número de trabalhadores paquistaneses que trabalham no exterior e remetem suas rendas para seu país. O EEUU preferem adotar o PIB, dado este fator ter pouca expressão, em como a renda auferida por empresas estrangeiras em seu território é similar àquela recebida pelas firmas americanas no exterior.

3.2.2 – Produto Nominal e Produto Real.

O Produto Nominal representa o valor do somatório de todos os bens finais de mercadorias e serviços calculados a preço corrente de mercado, relativos a uma dada economia em um determinado período. Tanto o PNB como o PIB pode ser definido em termos de moeda corrente.

O Produto Real representa o PIB em termos de moeda de poder aquisitivo constante, no qual é descontada a variação

Richard T. Froyen. Macroeconomia.

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de preços, ou inflação, ocorrida no período de tempo considerado.

Como, neste estudo, será utilizado o símbolo PIBPM para

o PIB nominal, tem-se.

PIBREAL = PIBPM ÷ Φ (Índice de variação de Preços)

PIBREAL=PIBPM

Φt=1t=n

3.2.3 - Produto Nacional Líquido.

O Produto Nacional Líquido é obtido após ser descontada a depreciação do Produto Nacional Bruto.

PNL = PNB - Depreciação

3.2.4 - Produto Nacional Líquido a Preços de Mercado. O PNL a preço de mercado equivale ao valor do Produto Nacional Líquido considerando o preço dos insumos necessários à realização dos produtos e serviços, acrescido dos impostos incorridos no processo produtivo.

PNL a preços de mercado = PNL a custo dos fatores + Impostos Indiretos

3.2.5 - PIB Per Capita.

O PIB per capita, também denominado de renda per capita é uma medida da renda média obtida por uma dada população.

PIBPERCAPITA=PIBPM

PopulaçãoTotal

A restrição que se faz ao PIB per capita como indicador da qualidade de vida de uma população é que fica subentendido que todos os indivíduos integrantes desta população participam igualmente da renda por ela gerada. Quando muito, esse indicador serve para comparar a pujança de uma economia frente à outra.

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Introdução à Economia.

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Mas, sem dúvida alguma, como é uma média aritmética, oferece conclusão distorcida quanto à participação do indivíduo na apropriação ou distribuição da riqueza nacional.

3.3 – A Contabilidade Nacional. A contabilidade nacional, também denominada de contabilidade social, relaciona, define, e mede o valor dos agregados econômicos.

O estudo das variáveis macroeconômicas é realizado através das contas nacionais, cuja abordagem é semelhante à utilizada na contabilidade empresarial.

Identicamente às contas da contabilidade empresarial

onde existem contas de ativo e passivo, a macro economia também pode ser estudada sob duas óticas: o lado do produto e o lado da renda.

No lado do produto, são medidas a produção e as

vendas. No lado da renda, é medida a distribuição do resultado monetário das vendas.

Isto é possível com o estabelecimento de uma série de

contas que integram a contabilidade nacional e o registro das transações realizadas entre os diferentes setores da economia do país, bem como com a de outros países.

O principal grupo de itens das contas nacionais é integrado

pelas seguintes contas, também denominadas de macro

agregados: governo, famílias, resto do mundo, produção, acumulação.

Estas contas são consolidadas em seus principais agregados e divulgadas pela Diretoria de Pesquisa do Departamento de Contas Nacionais, organismos públicos integrantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, órgão que tem como uma de suas atribuições a coleta de dados e a definição destas contas. Do lado do produto, duas são as medidas largamente utilizadas para avaliar a produção global. O Produto Interno Bruto e o Produto Nacional Bruto.

3.3.3 - Principais Agregados da Contabilidade Nacional. Considerando a identidade contábil macroeconômica, a economia pode ser estudada e analisada pelo lado do gasto, isto é, da demanda agregada; ou, pelo lado da renda, também denominada de oferta agregada em que o valor da demanda agregada é igual ao valor da oferta agregada. O modelo adotado nesses estudos é dado no quadro a seguir:

Demanda Agregada Oferta Agregada

+Consumo Privado + Consumo Público + Formação Bruta de Capital + Variação de Estoques + Exportação

+Agricultura e Pesca + Indústria + Construção + Serviços

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(-) Importação

(-) Impostos Indiretos + Subsídios

PIB custo dos fatores = PIB custo dos fatores

3.3.4 - Contas Nacionais. Nas tabelas seguintes, são apresentadas as Contas Nacionais, relacionando os seus principais agregados.

Conta Resto do Mundo Fluxo de Saída Fluxo de Entrada

• Exportações • Poupança do Resto do Mundo

• Importações • Renda Líquida Enviada ao Exterior

Σ = X + RLR Σ = M + RLE

Conta Governo Gastos e Resultado Receitas

• Consumo do Governo • Investimentos Governamentais • Transferências Governamentais • Subsídios • Déficit/Superávit (+/-)

• Impostos Indiretos • Impostos Pessoais • Impostos sobre Lucros • Contribuições Patronais à

Previdência • Contribuições Pessoais à

Previdência Σ = G Σ = YDg

Conta Famílias Gastos e Poupança Receitas

• Consumo das Famílias • Impostos Pessoais • Contribuições Pessoais à

Previdência

• Salários • Juros • Lucros Distribuídos • Aluguéis

• Poupança das Famílias • Transferências Governamentais • (-) Renda Líquida enviada ao

exterior ( Rle = Renv – Rrecb) Σ = C Σ = Ydp

Conta Acumulação Investimentos Poupança

• Formação Bruta de Capital • Variação nos Estoques

• Lucros Retidos • Depreciação • Poupança das Famílias • Poupança do Governo • Poupança do Resto do Mundo

Σ = I Σ = P

3.3.5 - Balanço de Pagamentos

Um balanço de pagamento é o registro das entradas e saídas de divisas de um país, num dado período de tempo.

Esse registro segue uma metodologia estabelecida pelo

FMI - Fundo Monetário Internacional e é seguido pelo Brasil.

O resultado ou saldo das transações da Balança Comercial também é denominado Resultado Primário das transações correntes.

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Balanço de Pagamentos 1. Balança Comercial (+) Exportação de mercadorias (-) Importações de mercadorias 2. Balança de Serviços ( viagens, fretes, lucros, juros, etc.) (+) Receitas de Serviços (-) Despesas de Serviços 3. Transferências Unilaterais (+) Recebimentos (-) Pagamentos 4. Saldo em transações correntes (1+2+3) 5. Movimento de Capitais

5.1. Empréstimos e Financiamentos a) (+) empréstimos e financiamentos recebidos do resto do mundo. b) (-) pagamentos/amortizações de empréstimos e financiamentos. c) (-) empréstimos/ financiamentos realizados para o resto do mundo. d) (+) recebimentos e amortizações de empréstimos concedidos. 5.2. Investimentos (+) capital de risco recebido (-) investimentos de risco realizados no resto do mundo. 6. Erros e Omissões (+/-).

7. Déficit ou Superávit Global ( 4+5+6) 3.4 - Relações entre Macro Magnitudes.

3.4.1 – Conceitos.

A análise macroeconômica é apoiada na Identidade Macro Econômica, considerando o Fluxo Circular da Economia e que, para um dado nível de produto, será denominado de Produto Interno Bruto - PIB.

Antes de iniciar o estudo das macro magnitudes,

recorda-se que, para um determinado nível de produto, a identidade contábil macroeconômica estabelece que:

Oferta Agregada = Procura Agregada

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ou

Renda Agregada = Produto Agregado = Despesa Agregada

Antes de se distinguir entre PNB - Produto Nacional Bruto & PNL - Produto Nacional Líquido, há que se conhecer os seguintes conceitos: a) Investimento Bruto corresponde ao somatório ou agregado

dos gastos efetuados em novas plantas e equipamentos mais a variação de estoques;

b) Investimento Líquido corresponde ao investimento bruto

descontado da depreciação ou amortizações.

PNB = C + Investimento Bruto + G + (X - M)

PNL = C + Investimento Líquido + G + (X - M)

Igualando-se as duas expressões acima se têm:

PNL = PNB - (depreciação ou amortização)

3.4.2 - Renda Nacional Disponível

RND = RN + RLE Em que:

• RND = Renda Nacional Disponível; • RN = Renda Nacional;

• RLE = Transferências Líquidas de Recursos Financeiros para o Resto do Mundo.

A Renda Líquida Enviada para o Exterior, RLE , por sua

vez , equivale ao saldo do balanço dos recursos financeiros envolvidos com o resto do mundo, obtida pela diferença entre a Renda Enviada ao Exterior, RENV, e a Renda Recebida do Exterior, RREC.

RLE = R ENV - R REC

Tanto a análise dos fluxos macro econômicos, como a do PIBpm , será realizada sob duas óticas: i) pelo lado da oferta; ii) pelo lado da procura.

Visando facilitar o entendimento do aluno é apresentado

o desenho da Estrutura Macro Econômica Básica, Figura 3.5, esquema que permite visualizar o inter-relacionamento dos fluxos básicos da economia realizado entre os principais agentes econômicos, tanto pelo lado da oferta como pelo lado da procura, mantido um determinado nível de produto.

Para tanto, o inter-relacionamento dos fluxos

macroeconômicos ocorre entre os seguintes atores: o governo, as famílias, o mercado de capitais e o resto do mundo.

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A Figura 3.6 mostra um modelo da Estrutura Macroeconômica Básica onde se pode visualizar o fluxo circular da renda, a identidade contábil macroeconômica e a situação dos atores acima descritos no fluxo circular da renda. LANCASTER, Kelvin, 2ª Edição.

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Para que se possa entender a formulação dos modelos matemáticos que exprimem os fluxos macroeconômicos expressos na Figura 3.6, há que conhecer a nomenclatura e as definições a seguir:

Símbolo Definição

PIBpm = Produto Interno Bruto a preço de mercado Y = Renda = PIBpm C = Consumo das Famílias I = Investimentos: I = IP+IN G = Gastos do Governo Ib = Investimento bruto X = Exportação de mercadorias e serviços M = Importações de mercadorias e serviços

Ydp = Renda disponível pelo Setor Privado Ydg = Renda Disponível pelo Setor Público RLE = Renda Líquida Enviada ao Exterior

Símbolo Definição PIBpm = Produto Interno Bruto a preço de mercado

Y = Renda = PIBpm C = Consumo das Famílias I = Investimentos: I = IP+IN G = Gastos do Governo Ib = Investimento bruto X = Exportação de mercadorias e serviços M = Importações de mercadorias e serviços

Ydp = Renda disponível pelo Setor Privado Ydg = Renda Disponível pelo Setor Público RLE = Renda Líquida Enviada ao Exterior

a) Ydp = Renda Disponível – significa o total recebido como rendimentos pela população, a título de salários de empregados, remuneração de autônomos, juros e lucros, aluguéis, royalties e licenças de utilização, recebidos dentro do país. Não integram esse grupo as transferências

realizadas para o governo devido ao pagamento de impostos e os lucros retidos;

b) Ydg = Renda do Governo, integram esta conta o agregado de todos os impostos arrecadados, diretos e indiretos, deduzidas as devoluções havidas, mais o lucro das empresas estatais e os juros e multas pagos ao governo.

c) Pe = Poupança das Empresas, equivale à formação de capital fixo pelas empresas, principalmente utilizando os lucros retidos e os incorporando à conta de Capital Social das empresas.

d) I = Investimentos. Corresponde à aquisição de máquinas, equipamentos e instalações destinados à produção de bens e serviços a serem consumidos pelas empresas, tanto do setor público como do privado;

Para o estudo do Investimento, I, é comum dividi-lo em duas parcelas fundamentais: os Investimentos Planejados e os Investimentos Não Planejados, estes também denominados de Variações de Estoques. Matematicamente:

I = IP + IN

Os Investimentos Planejados correspondem aos

agregados das contas dos investimentos realizados em equipamentos e bens produtivos. Os Investimentos Não Planejados referem-se ao aumento ou a diminuição dos estoques disponíveis para consumo.

e) G = Gastos do Governo, são os gastos realizados com o pagamento de pessoal e custeio da máquina administrativa, na aquisição de bens e serviços;

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f) RLE = Renda líquida enviada ao exterior. Esta renda e resultado do capital enviado ao exterior menos o capital recebido. RLE = RLENV-RLREC

g) RLENV = Renda Líquida Enviada, equivale a recursos financeiros enviados ao exterior a exemplo de: capital de risco, empréstimos, compra de ativos financeiros, compra de ouro, doações enviadas, salários pagos no exterior, etc.;

h) RLREC = Renda Líquida Recebida do exterior, integram esse grupo as mesmas despesas definidas no item anterior, porém em sentido inverso, isto é, a internalização desses recursos.

Associando os símbolos acima por setor da economia e dada à igualdade contábil macroeconômica tem-se:

Setor Renda Despesa

População - Famílias Ydp C Governo Ydg G Empresas Pe I Resto do Mundo RLENV RLREC ΣΣΣΣ = PIBpm Y D

PIB – valores correntes – BRASIL – 2006 a 20012 Bilhões de Reais

2006 2.369 2007 2.661 2008 3.032 2009 3.239 2010 3.770 2011 4.143 2012 4.403 2013 4.838

Fonte: http://brasilemsintese.ibge.gov.br/contas-nacionais/pib-valores-correntes. Acesso: 22.04.2014

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3.4.3 – Análise pelo Lado da Procura.

Sabendo-se que, numa economia aberta, a oferta de produtos e serviços é equivalente ao Produto Interno Bruto a preços de mercado, acrescido das importações tanto de mercadorias como de serviços:

Oferta Agregada = Y + M

E que a demanda, ou procura, agregada dentro da mesma economia equivale ao somatório das despesas nela efetuadas:

Procura Agregada = C + I + G + X

Sabendo-se que, em termos contábeis e para um mesmo nível de produto, a oferta é igual à procura. Ou respectivamente, em outras palavras, a renda obtida pelos ofertantes dos bens e serviços é igual à despesa efetuada pelos agentes econômicos, podem-se igualar os segundos termos das equações acima:

Y + M = C + I + G + X ∴

Y = C + I + G + (X - M)

3.4.4 – Análise do Fluxo da Procura

Podem-se realizar as seguintes inferências quanto à situação da economia frente às demais economias do mundo, considerando as igualdades acima, especialmente a descrita no item 3.4.1: Y = C + I + G + ( X - M ).

• Economia superavitária: Y - {C + I + G + (X - M)} > 0

• Economia equilibrada: Y - {C + I + G + (X - M)} = 0

• Economia deficitária: Y - {C + I + G + (X - M)} < 0

Sendo superavitária a economia, entram mais recursos financeiros na economia nacional, propiciando ao governo condições de enxugamento do meio circulante para que não ocorra inflação pelo excesso de moeda disponível. No caso de ser deficitária, o governo deverá propiciar uma adequada injeção de recursos visando o equilíbrio macro econômico. Essa injeção de recursos poderá ocorrer por:

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• Empréstimos em moeda; • Capital de risco, mais volátil, pois normalmente

destinado à Bolsa de Valores ou Títulos do Governo; • Investimentos em ativos permanentes.

Além disso, podem-se efetuar as seguintes inferências ao

serem analisadas as identidades: ( C+ I + G ) correspondendo à procura (consumo) interna de bens e serviços e ( X - M ) o saldo da balança de pagamentos ou a procura de bens externos. Se (C+ I + G) > PIBpm , então as exportações deverão superar

as importações de tal forma a equilibrar o balanço de pagamentos. No caso das exportações e importações, apresentar um

balanço, (X - M ) com saldo negativo, para haver o equilíbrio contábil deverá ocorrer a captação de recursos externos ou a queima de divisas. No momento de pagar dívidas, será necessário que as

importações sejam inferiores às exportações. Além disto, para que se disponha de saldo de bens, a demanda interna devera ser inferior à produção anual representada pelo (Y) PIBpm.

3.4.5 – Análise pelo Lado da Oferta. Para a análise do PIBpm e dos fluxos monetários pelo lado da oferta ou da renda agregada, três principais fluxos ou macro variáveis são considerados: a renda obtida pelo setor privado, aí consideradas as famílias e as empresas; a renda

disponível pelo setor público, principalmente os impostos; e a renda líquida enviada ao exterior, expressivamente os juros, amortização de dívidas e o repatriamento de capitais. Sendo: Y = PIBpm

Y = PIBpm = Ydp + Ydg + Rle

Considerando que a Oferta Agregada é igual à Procura Agregada e levando a equação acima na da Procura Agregada:

Ydp + Ydg + RLE = C + I + G + (X - M) Ao ser agrupado o fluxo com o Resto do Mundo, tem-se:

Ydp + Ydg - (X - M - RLE) = C + I + G

Analisando as igualdades acima, podem-se efetuar as seguintes inferências:

C + I + G ⇒ Representa o valor de mercado da demanda interna de bens e serviços realizados pelas famílias, governo e pelos investimentos das empresas;

Ydp + Ydg ⇒ Representa o poder de compra devido a renda gerada e distribuída internamente, ou seja, a renda disponível do governo e a renda disponível do setor privado;

(X - M - RLE) ⇒ Representa o balanço dos recursos tomados ou enviados ao exterior. Considerando as variáveis X & M, estas representam o fluxo de mercadorias e RLE o fluxo de recursos financeiros.

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O lado esquerdo, em seu conjunto, exprime o poder de

compra de uma economia representado pela renda distribuída internamente: Ydp + Ydg - (X - M - RLE). A expressão acima pode ser subdividida em dois fatores, a saber: a) Ydp + Ydg Que representa a renda disponível pelo

governo, acrescida da renda disponível pelo setor privado.

b) (X - M - RLE) Representando o Balanço de Pagamentos nacional, isto é, as exportações deduzidas das importações e da renda líquida enviada ao exterior.

É interessante notar que “X”, as exportações, se por um lado retiram bens do consumo nacional, por outro propiciam um fluxo positivo de divisas, o que faz com que uma economia se fortaleça perante o resto do mundo.

Sendo o valor do agregado “X” muito maior do que “M”, as importações, o saldo da balança comercial passa a ser superavitário. Essa situação leva ao aumento do poder de compra dos nacionais frente aos demais países, com expressão direta na taxa de câmbio, assunto a se visto oportunamente. Além disto, quanto maior for “X”, maior a demanda de mão de obra e recursos internos, com expressão direta no bem estar da população.

3.4.6 – O Equilíbrio Agregado. Do acima exposto, verifica-se que a economia como um todo, isto é, o sistema econômico esta em equilíbrio quando as despesas agregadas são iguais à renda nacional, Y.

O nível de Produção Máximo, ou Produto Nacional Potencial, é determinado por dois fatores:

� O volume dos recursos disponíveis; � A tecnologia adotada.

O aumento dos recursos disponíveis desloca o nível de produção potencial para cima. A redução dos recursos, em situação oposta, desloca o nível de produção para baixo. Ver Figura 3.7.

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Introdução à Economia.

103

Mas, para que a produção real se mantenha nos mesmos níveis que a produção potencial, é necessário uma expansão, simultânea, das despesas agregadas. A despesa agregada é composta pelo consumo das famílias, investimentos, gastos do governo e o saldo da balança de pagamentos (X-M). Juntos, eles determinam o nível de equilíbrio da Renda e do Produto Nacional. Se o PNB potencial, isto é, o produto que a economia for capaz de produzir, for igual ao PNB de equilíbrio, então a economia se encontrará em pleno emprego e sem inflação. Sendo a Renda Nacional de equilíbrio abaixo da renda nacional de pleno emprego, ocorrerá a subutilização dos recursos. Se a renda de equilíbrio nacional exceder o potencial que a economia é capaz de produzir, haverá inflação. Considerando que nem todos os setores da economia atingem simultaneamente a condição de pleno emprego, as pressões inflacionárias serão sentidas já em fase em que outros setores da economia ainda estão operando em situação de subemprego dos recursos. Os economistas denominam este último caso como sendo de estrangulamento inflacionário. 3.4.7 - Exercício - Questionário

Dado as identidades acima, podem ser formulados alguns questionamentos quanto ao PIBpm :

Que este conceito representa em termos de bem estar para a sociedade?

Que ele tem a ver com o nível de emprego dos recursos produtivos?

Que faz com que este indicador aumente ou diminua de um período para outro?

Porque países tem PIBpm diferentes ?

Qual a relação do com os conceitos de desenvolvimento e subdesenvolvimento?

Qual a importância do e de suas variações para as organizações?

3.5 - Do Produto Nacional ao Produto Interno – Brutos.

Quando se considera o Produto Interno Bruto a custo dos fatores de produção, PIBc.f. , há que se entender dois conceitos agregados à este termo:

i. Que o PIB é calculado sem a consideração dos impostos

indiretos, isto é, aqueles impostos que não são suportados pelo produtor, mas, transferidos à pessoa que adquire o produto ou serviço;

ii. Que o termo interno significa que as atividades produtivas

foram produzidas dentro da fronteira do país ou região.

Assim:

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

104

PIBc.f. = PNBc.f. + RRE - RRN Em que: RRE = rendas obtidas pelos residentes estrangeiros no país; RRN = renda obtida por nacionais no exterior.

No caso do PIB a preços de mercado, há que considerar os impostos e os subsídios incidentes sobre o preço dos produtos, já que eles influenciam a formação do preço final. Então:

PIBpm = PIBcf + TRI - SUB

Em que:

PIBpm = PIB a preço de mercado PIBcf = PIB considerando o custo dos fatores. TRI = Tributos ou impostos indiretos, isto é, aqueles que são

transferidos aos consumidores; Exemplo: ICMS, IPI, CPMF, Contribuição Social.

SUB = Subsídios recebidos.

3.5.1 - Determinantes do Valor do PIBpm

Este item visa demonstrar como a evolução das variáveis macroeconômicas determinam uma variação do PIB.

Isto é, em havendo variação do nível dos agregados e

da influência que uns exerçam sobre os outros, como ocorre um aumento ou uma diminuição no PIBpm , de um período para outro.

Keynes e Kalecki, em manifestação quanto a este assunto chegaram a seguinte conclusão:...”o nível da produção e do emprego dependem da procura, ou demanda, agregada “.

Noutras palavras, a procura agregada é que determinará

a oferta agregada e não o contrário. Então, para a determinação da variação do PIB

interessará saber o comportamento das variáveis integrantes do lado direito da igualdade macroeconômica. E, no caso inverso, em havendo redução na renda das famílias, ocorre redução no consumo.

Do modelo acima demonstrado:

Y = C + I + G + ( X - M )

Neste modelo, “C” representa o consumo das famílias e é uma variável que depende do nível de renda das mesmas. Isto é, conforme aumenta a renda, consequentemente aumenta o consumo das famílias.

Considerando ser “C” o consumo das famílias, ele pode

ser subdividido em duas partes. Uma que represente um consumo que independa do crescimento da renda, sendo relativa ao consumo básico das famílias. A outra vinculada ao aumento de Ydp. Matematicamente:

C = Cf + kY

Em que:

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Introdução à Economia.

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• Cf = o consumo efetuado pelas famílias, independentemente do nível do PIB.

• k = propensão marginal a consumir.

A Teoria de Keynes, pelo exposto, associa univocamente, a cada nível de renda das famílias, Ydp, um nível de consumo, C.

Por definição, a propensão marginal a consumir, é

considerada como a razão entre o incremento da renda das famílias que será destinada a gastos de consumo, a cada unidade monetária de ganho adicional de renda. Matematicamente,

dpYC

k∆

∆=

Considerando que o gasto com consumo agregado das famílias é inferior à renda gerada, tem-se que k<1.

Por outro lado, a poupança efetuada devido a acréscimo

marginal de renda é expressa por (1 - k). Deste modo, se a Propensão Marginal a Consumir,

PMgC, equivalente a “k” e menor que 1, estabelece a parcela da renda que é destinada ao consumo não compulsório, a Propensão Marginal a Poupar, PMgP, representa o seu complemento, (1-k).

Considerando, ainda, que I, G, ( X - M ) são variáveis

autônomas, isto é, podem variar independentemente do nível

de renda e da produção. E, substituindo as variáveis acima descritas na equação da renda, acima:

Y = Co + k Y + G + I + (X - M)

Ao ser isolado o termo do PIBpm , chega-se a uma

equação denominada Renda Ou Produto de Equilíbrio.

Y=C0BGBIB�X-M�

�1-k�

Complementando, havendo intervenção sobre a

demanda, é possível aumentar ou diminuir o PIBpm, a Renda Nacional .

E, esta intervenção sobre a renda pode ser efetuada através da adoção de uma série de políticas disponíveis, ao se incrementar restringir a renda ou os investimentos necessários à formação da demanda.

• Propensão Marginal a Consumirk

• Propensão Marginal a Poupar1-k

• Efeito Multiplicador de Renda1/(1-k)

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106

3.5.2 - Efeito Multiplicador de Renda.

O efeito multiplicador de renda, µ, é um fator que indica

qual será a variação do PIBpm, quando ocorrer alterações nas diversas variáveis que integram o modelo.

A partir da equação da Renda de Equilíbrio, é possível demonstrar como é obtido esse fator. Sendo Y = Renda = PIBpm tem-se:

Y=C0BGBIB�X-M�

�1-k�

Considerando um incremento na demanda do governo, G, consequentemente ocorrerá uma variação incremental no valor da renda, Y. Assim, pode-se escrever:

YB∆Y= C0B�GB∆G� BIB�X-M�

�1-k� ∴

YB∆Y = C0BGBIB�X-M�

�1-k�B

∆a

�1 − c�

Ao ser efetuada a substituição da expressão representativa da renda situada do lado direito da igualdade acima por Y e, eliminando-o por subtração, já que consta dos dois lados da equação, chega-se a:

∆Y=∆G

�1-k� ∴ ∆Y=∆G∙

1

�1-k�

Em que:

1

�1-k� = μ � efeito multiplicador da renda.

A importância do conhecimento do efeito multiplicador de renda é conhecer a proporção em que é alterado o nível de renda de uma sociedade, ou seja, o PIBpm , havendo uma variação nalgum dos macro agregados: G, I, Co e (X -M).

Como exemplo e aplicação do acima comentado, no desenho da Figura 3.8 é demonstrado uma queda do PIB, ou do PNB, motivado pela redução do Consumo, C, após o governo propiciar um aumento de impostos. 3.5.3 – Exercícios. 3.5.3.1 – Exercícios Resolvidos.

b) Calcular o PIBpm para uma economia, considerando ela apresentar as seguintes características:

• C = 1.000 + 0,6 PIBpm • G = 6.000 $ • I = 5.000 $ • (X - M) = 0

i. Cálculo do PIBpm. PIBpm = ( 1000 + 6000 + 5000 + 0 ) ÷ ( 1 - 0,6 ) = 30.000 $

ii. Simulações.

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Introdução à Economia.

107

A situação expressa em "a", indica uma situação de equilíbrio e que, variando o PIBpm e mantendo fixas outras condições, é possível analisar o que acontece com as demais variáveis.

• Procura Efetiva = demanda voluntária de bens e serviços = C + G + (X-M) + Investimentos Voluntários.

• Investimentos Voluntários = formação bruta de capital fixo +

formação (redução) de estoques.

• Procura Agregada = Procura Efetiva + Formação Voluntária (Involuntária) de Estoques

• Investimento Bruto = investimentos voluntários + formação (ou redução) involuntária de estoques.

PIBpm C G

Inve

stim

ento

V

olun

tário

X-M

Pro

cura

E

fetiv

a

Inve

stim

ento

In

volu

ntár

io

Pro

cura

A

greg

ada

40.000 25.000 6.000 5.000 0 36.000 4.000 40.000 35.000 22.000 6.000 5.000 0 33.000 2.000 35.000 30.000 19.000 6.000 5.000 0 30.000 0,00 30.000 25.000 16.000 6.000 5.000 0 27.000 -2.000 25.000 20.000 6.000 5.000 0 -4.000 20.000

PIBpm = Procura Agregada Fonte: Economia Aplicada à Administração/ Silva & Jorge.

c) Considerando que o governo promoveu um incremento nos impostos na ordem de 50×109 $ e que a economia em consideração apresenta uma PMgC igual a 0,75, o calculo da variação no PNB é dado por:

No caso em pauta, pode-se verificar que ocorrerá uma variação para menor:

d) Calculo do Decréscimo do Consumo:

∆C = k · ∆G ∴ ∆C = 0,75 × 50 = 37,5 109 $

b) Calculo do Decréscimo do PIB.

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47501

11=

−==µ

),(PMgC

∆PNB = 4 × 37,5 = (150,0 109 $ )

iii. Cálculo do Decréscimo da Poupança.

Com os dados acima, pode-se calcular o quanto cairá a

poupança nacional, dado o incremento dos impostos na ordem de $50×109.

∆P = 50 – 37,5 = 12,5 109 $

3.5.3.2 - Exercícios Propostos.

e) A partir da equação da Renda de Equilíbrio, definir µ quando ocorre um incremento nos investimentos e no balanço de pagamentos.

f) O produto existente em uma economia monta a $1.200

milhões. A poupança planejada é de $100 milhões. O fluxo de arrecadação do governo é de $250 milhões e a economia privada participa valores na ordem de $200 milhões.

g) Considerando ser uma economia fechada, isto é,

inexistem transações internacionais, pergunta-se: • Qual será o nível de despesa governamental que

equilibrará a economia em seu produto existente? • Qual a propensão marginal a consumir para o nível da

economia considerada?

• Considerando os dados do exercício anterior e que seja uma economia aberta cujas exportações montam a $20 milhões e as importações $16 milhões, pergunta-se:

• Qual será o nível de equilíbrio da despesa

governamental necessário a manter o nível do produto existente?

h) Considerando os dados do exercício “a” e que seja uma

economia aberta cujas exportações montam a $20 milhões e as importações $36 milhões, pergunta-se: Qual será o nível de equilíbrio da despesa governamental necessário a manter o nível do produto existente? Neste caso, comente o que acontece com essa economia em termos globais?

e) Na economia descrita no exercício “a”, a despesa

governamental é tal que equilibra e economia em seu nível de produto original de $1.200 milhões. O sistema de impostos é tal que para cada unidade monetária de produto adicional acima dos $1.200 milhões, aumentara os impostos em $0,50 unidades monetárias.

Considerando que os níveis de investimentos e poupança não sejam afetados pelo aumento do nível do produto, de quanto deverá este crescer, se a despesa governamental aumentar em $ 1 milhão?

f) Uma economia apresentou, para o exercício de 2001, um

PIBpm no montante de $1.088 bilhões, configurado segundo os macro agregados relacionados na tabela abaixo.

A previsão para o exercício seguinte é que ela cresça em 3%.

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Introdução à Economia.

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Há, porém, a previsão de novos pagamentos de juros e amortização de dívidas, o que acarretará um incremento de 86,20% na remessa líquida de recursos para o exterior. Mostre qual será a política que você propõe para o próximo exercício, visando manter equilibradas as contas nacionais, de forma a não comprometer expressivamente o endividamento externo e a quantificação das respectivas metas.

Exercício de 2001

Renda Despesa Ydg .....................382,0 Ydp......................598,0 R.Enviada.. ....... 58,0 (-) R.Recebida.... 47,0 M....................... 97,0

G1......................111,0 G2..................... 271,0 C....................... 509,0 I .........................119,0 X ......................... 78,0

$ 1.088 Bilhões $ 1.088 Bilhões Obs.: G1 - investimento infra estrutura; G2 – despesas de custeio.

3.6 - Teoria Keynesiana.

3.6.1 – Objetivo Político (5).

Conjunto de ideias que propunham a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de conduzir a um regime de pleno emprego.

(5) Fonte: http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html

As teorias de John Maynard Keynes tiveram enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. Acreditava que a economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o desemprego uma situação temporária que desapareceria graças às forças do mercado.

O objetivo do keynesianismo era manter o crescimento da demanda em paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria um aumento da inflação.

Na década de 1970 o keynesianismo sofreu severas críticas por parte de uma nova doutrina econômica: o monetarismo.

Em quase todos os países industrializados o pleno emprego e o nível de vida crescente alcançados nos 25 anos posteriores à II Guerra Mundial foram seguidos pela inflação.

Os keynesianos admitiram que fosse difícil conciliar o pleno emprego e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos com os empresários por aumentos salariais.

Por esta razão, foram tomadas medidas que evitassem o crescimento dos salários e preços, mas a partir da década de 1960 os índices de inflação foram acelerados de forma alarmante.

A partir do final da década de 1970, os economistas têm adotado argumentos monetaristas em detrimento daqueles

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

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propostos pela doutrina keynesiana; mas as recessões, em escala mundial, das décadas de 1980 e 1990 refletem os postulados da política econômica de John Maynard Keynes.

3.6.2 - Modelo Keynesiano – Condições de Equilíbrio.

Considerando uma economia fechada e modo simplificado, o modelo Keynesiano parte do entendimento que o produto estará em equilíbrio quando o produto nacional bruto, o PNB, seja igual à demanda agregada. FROYEN, 1999.

Y = D

Analisando expressão matemática de equilíbrio do mercado acima, e a Figura 3.10 que mostra o fluxo circular da renda, num

modelo de economia fechada (6), o equilíbrio do mercado, no modelo Keynesiano, pode ser realizado sob três modos distintos:

1º. Da Figura 3.1, que mostra o fluxo circular da renda, verifica-se que o modelo de equilíbrio ocorre quando que o valor do PIB é equivalente ao somatório do consumo das famílias, dos investimentos realizados e dos gastos do governo. FROYEN, 1999.

Matematicamente: Y = D.

Considerando a demanda expressa por suas variáveis componentes pode-se escrever:

Y = D = C + I + G

Do modelo acima se tem que o valor do produto agregado, Y, equivale ao somatório do consumo das famílias, dos investimentos e dos gastos governamentais.

2º - Considerando as variáveis componentes da demanda, D, e do fluxo circular da renda Figura 3.9, infere-se que:

Y = D = C+S+T = C+I+G

S + T = I + G

Do modelo acima se infere que, para haver equilíbrio numa economia fechada o valor da poupança somada aos tributos deva ser equivalente ao valor dos investimentos somados aos gastos do governo. FROYEN, 1999.

(6) Note-se que numa economia fechada, o produto nacional bruto é equivalente ao produto interno bruto.

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Introdução à Economia.

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3º - Considerando pelo lado da demanda e uma economia fechada, o produto nacional bruto, Y, corresponde à renda nacional agregada. Então, pode-se escrever que:

Y≡ C+S+T

A equação acima deve ser entendida como uma equação contábil. Ela indica que a renda nacional cuja totalidade seja paga às famílias em troca dos serviços dos seus fatores de produção, seja inteiramente consumida, C, poupada, S, ou paga em impostos. FROYEN, 1999.

É importante notar que as contas nacionais registram todos os bens produzidos, sejam eles vendidos ou não. Em não serem vendidos ocorre o investimento em estoques, tenham sido esses investimentos planejados ou não.

Por outro lado, conforme expresso na Figura 3.10, tem-se pelo lado do consumo que Y ≡ C + IR + G, em que IR corresponde aos investimentos realizados.

Então, sendo Y = C + I + G e Y ≡ C + IR + G, o equilíbrio ocorre quando:

IR = I

Em decorrência da afirmação ou expressão acima Y ≠ D. Assim podem ocorrer duas situações de desequilíbrio:

a) IR > I.

Neste caso, Y>D, onde IR – I = ∆AE que representa o acumulo não planejado de estoque. Nesta situação a produção não vendida excede o valor dos investimentos planejados em estoques.

b) IR < I.

Neste caso, Y<D, onde I- IR = ∆EE que corresponde à escassez não planejada de estoque. A demanda é maior que o produto e as firmas vendem mais do que o planejado.

3.7 – Teoria Monetarista.

3.7.1 – Objetivo Político.

Monetarismo é uma teoria econômica que defende ser

possível manter a estabilidade de uma economia capitalista através de instrumentos monetários, ou seja, pelo controle do volume de moeda disponível e de outros meios de pagamento. (7)

(7)Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monetarismo.

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Enquanto teoria monetária adota os pressupostos da

Teoria Quantitativa da Moeda - TQM, uma das primeiras e mais polêmicas interpretações do funcionamento da economia.

Enquanto ideologia adota os pressupostos do "laissez-

faire", que prega as virtudes do sistema econômico de produzir, por suas próprias forças, o pleno emprego e o bem-estar social, sendo desnecessária a intervenção governamental, exceto no controle da oferta de moeda. (8)

A TQM é a hipótese de que as variações na quantidade

de moeda são a causa principal das variações no seu valor ou no seu poder aquisitivo. A TQM assume que as variações no valor da moeda são determinadas principalmente por variações na sua quantidade.

A consequência imediata é que, quando a moeda é

abundante, seu valor ou poder de compra cai e, quando a moeda é escassa, seu valor ou poder aquisitivo aumenta. O valor da moeda é determinado pela sua quantidade, porque esta afeta diretamente o nível geral de preços.

Foi a principal teoria de oposição ao keynesianismo. Até

o século XX, foi respaldado pela "Teoria Quantitativa da Moeda" de Irwin Fisher, formalizando-se na equação onde o nível geral de preços equivalia à quantidade de dinheiro multiplicada por sua "velocidade de circulação" dividida pelo volume de transações.

Os principais defensores do monetarismo, em épocas recentes, foram os economistas da Escola de Chicago,

(8)http://www.ufrgs.br/decon/publionline/textosdidaticos/textodid11.pdf

liderados por George Stigler e Milton Friedman, ambos laureados com o Prémio Nobel da Economia.

Suas ideias são associadas à teoria neoclássica da formação de preços e ao liberalismo econômico. Adotam o fundamentalismo de livre mercado como sua ideologia e refutam e rejeitam o Keynesianismo em favor do monetarismo; abominam qualquer regulamentação da economia em favor de um laissez-faire quase absoluto.

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Introdução à Economia.

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Anexo I - O Mistério da moeda inflacionada

Jornalista Hélio Fernandes. Jornal Tribuna da Imprensa 24 e 25 de Abril de 2004.

Quem tinha 1 trilhão de cruzeiros em 1944 e não movimentou, hoje, 60 anos depois, ficou sem nada.

A propósito das sucessivas alterações do padrão monetário nacional, provocadas ou justificadas pelas altas taxas inflacionárias com que o País conviveu por muitos anos, leiam o seguinte episódio, que bem poderia receber o título de "Tragédia Financeira". No Natal de 1942, uma pessoa depositou, numa conta corrente bancária não sujeita a qualquer tipo de remuneração, a importância de Cr$ 1.000.000.000.000,00 (um trilhão de cruzeiros). Não tendo movimentado a conta corrente nos anos subseqüentes, o depósito, em 01.07.94, quando foi criado o "real", estava reduzido à irreal quantia de R$ 0,00, como a seguir fica mostrado e demonstrado.

1944

1.000.000.000.000,00, ou 1 trilhão de cruzeiros. Exatamente nessa época, pressionado pela guerra, pelo excesso de exportação sem receber, pela inflação crescente, Vargas ditador trocou o mil-réis que vinha do Império pelo cruzeiro. Ainda se acreditava que a moeda era a matriz de todos os males. Bastaria substituir a moeda e tudo se acertaria.

1964

1.000.000.000. Um trilhão de cruzeiros, que continuava com a mesma denominação, perdeu apenas os centavos. A "convicção" sofrera modificação. Para os economistas de plantão, já não era necessário trocar toda a moeda, bastava jogar os centavos ao mar como se fez criminosamente com o café.

1967

1.000.000.000,00. Voltaram os centavos, a moeda passou a se chamar de cruzeiro novo. Lógico, o caos continuou o mesmo por dentro e aumentou a confusão por fora.

1970

1.000.000.000. Novamente cruzeiro novo, a denominação da moeda. Perdeu a virgindade, perdão, os centavos. E foi chamada pela primeira vez de "moeda transitória". As outras eram transitórias pela incompetência, essa passou a ser provisória por decreto.

1984

Essa "moeda provisória" durou 14 anos. Aí perdeu os centavos e o cruzeiro novo, outra vez simplesmente cruzeiro. Quem tinha, digamos, 10 cruzeiros e 50 centavos passou a ter 10 cruzeiros. Sem vírgula e sem os algarismos (centavos) que vinham depois. Muitos prejuízos, claro, mas ninguém podia reclamar.

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Eng.º Civil Antonio Victorino Avila

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1986

Um simples decreto-lei criou o cruzado. Cada mil cruzeiros eram trocados por 1 cruzado. Voltou o centavo. Quem tinha, por exemplo, 2 milhões, 250 mil e 500 cruzeiros, passou a escrever (e a receber) assim: CZ$ 2 mil, 250 cruzados e cinqüenta centavos.

1989

No mesmo governo Sarney mas já com o terceiro ministro da Fazenda, o cruzado passou a ser cruzado novo ou novo cruzado. Quem tinha mil cruzados passou a trocá-lo por 1 cruzado novo. Restabeleceram o centavo. Dando o mesmo exemplo da importância da referência acima, quem tinha 2 mil e 500 cruzados passou a possuir apenas 2 cruzados novos e 50 centavos.

1990

Veio Collor e com enorme criatividade mudou a moeda. E como a imaginação era a mesma, voltaram a chamá-la de cruzeiro, com centavos. Usando o mesmo valor aplicado a outras denominações, quem tinha 2 mil cruzados novos e 500 centavos passou a ter 2 mil e 500 cruzeiros. Imaginem o que o cidadão-contribuinte-eleitor foi deixando por esse caminho pedregoso.

1993

Aí exibiram um pouquinho de criatividade, a moeda deixou de ser cruzeiro, novo ou antigo, cruzado, novo ou antigo, ganhou roupagem extra. Virou cruzeiro real. Por cada mil cruzeiros, o cidadão tinha direito a 1 cruzeiro real. Com centavos. Usando o mesmo total de dinheiro, quem tinha 2 mil e 500 cruzeiros ficou com 2 cruzeiros reais e 50 centavos.

1994

Foi última mudança, por enquanto, por enquanto. A partir de julho de 1994, perdeu a denominação de cruzeiro real, passou a ser exclusivamente real. Cada 2 mil, 750 cruzeiros reais eram trocados por 1 real, de acordo com a "transformação" determinada pela URV. E aí, os cálculos feitos com as moedas citadas nas outras mudanças não têm mais razão de ser. Pois 11 mil cruzeiros reais passaram a valer 4 reais, inacreditável. Com todas essas mudanças, modificações, malabarismo, mobilização, mistificações, se comprova a constatação inicial destas notas: quem em 1942 tinha 1 TRILHÃO DE CRUZEIROS e não movimentou, agora, 60 anos depois, FICOU REDUZIDO A ZERO. O cidadão deve esse empobrecimento a Vargas, Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, João Figueiredo, José Sarney, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Itamar Franco. FHC, que se aproveitou largamente, usou e abusou da moeda, já recebeu tudo pronto, não precisou fazer alteração. FHC não participa das mudanças da História e não participará da História propriamente dita.

PS - Essa é a realidade de um País que acredita na moeda e não no desenvolvimento. Só pensa nas "dívidas" e não no emprego. Não faz com medo de errar, caindo no crime da omissão. De 1944 a 2004, todos os governos são culpados e indefensáveis.

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Introdução à Economia.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (9)

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FROYEN, Richard T. – “Macroeconomia”. São Paulo. Editora Saraiva. 1999.

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HALL, Robert E. Macroeconomia – Princípios e Aplicações. Editora Pioneira Ltda. São Paulo, SP. 2001.

(9) As referências assinaladas com (*) são obras clássicas do pensamento econômico e recomendadas àqueles que se interessarem em conhecer o desenvolvimento do assunto.

* LANCASTER, Kelvin - A Economia Moderna: Teoria e Aplicações. 2ª Edição. Zahar Editores. Rio de Janeiro. RJ. 1979.

MAITAL, Shlomo. “Economia Para Executivos”, Editora Campus. Rio de Janeiro. 1996.

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