92
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA MARIA CLARA MARTINS CARDOSO DUARTE Petrografia, Química Mineral e Evolução Metamórfica das Rochas Granulíticas do Povoado de Pedrão, Centro-Leste do Estado da Bahia Salvador Bahia Agosto, 2013

Petrografia, Química Mineral e Evolução Metamórfica das ... · Petrografia e Química Mineral das Rochas Granulíticas do Povoado de Pedrão, Centro-Leste do ... paragêneses

  • Upload
    hangoc

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

MARIA CLARA MARTINS CARDOSO DUARTE

Petrografia, Química Mineral e Evolução

Metamórfica das Rochas Granulíticas do Povoado de

Pedrão, Centro-Leste do Estado da Bahia

Salvador – Bahia

Agosto, 2013

MARIA CLARA MARTINS CARDOSO DUARTE

Petrografia, Química Mineral e Evolução

Metamórfica das Rochas Granulíticas do Povoado de

Pedrão, Centro-Leste do Estado da Bahia

Monografia apresentada ao Curso de Geologia,

Instituto de Geociências, Universidade Federal

da Bahia, como requisito parcial para obtenção

do grau de Bacharel em Geologia.

Orientador: Profa. Angela Beatriz de Menezes

Leal

Salvador – Bahia

Agosto, 2013

TERMO DE APROVAÇÃO

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia,

Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

ANGELA BEATRIZ DE MENEZES LEAL - Orientadora

Doutora em Geologia pela Universidade de São Paulo IGEO/UFBA

ERON PIRES MACEDO

Doutor em Geologia pela Universidade Federal da Bahia

Serviço Geológico do Brasil- CPRM

JOHILDO SALOMÃO FIGUEIREDO BARBOSA

Doutor em Geologia pela Université Pierre et Marie Curie, França.

IGEO/UFBA

Salvador, 28 de Agosto de 2013

MARIA CLARA MARTINS CARDOSO DUARTE

Petrografia e Química Mineral das Rochas

Granulíticas do Povoado de Pedrão, Centro-Leste do

Estado da Bahia

À minha mãe Fátima,

pessoa que mais amo e a quem eu mais

dedico essa vitória.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, a quem eu sempre recorri nas horas difíceis e que

nunca me deixou desistir. Nele busquei força e perseverança para vencer os obstáculos

durante esta caminhada. Este é um momento de extrema felicidade e alívio por ter conseguido

cumprir toda esta longa etapa, sempre com o empenho e a dedicação necessária. Por isso, não

posso esquecer de agradecer á algumas pessoas que estiveram ao meu lado.

A minha Mãe, Fátima, minha gordinha linda que eu tanto amo e admiro. Você é a

minha maior inspiração nessa vida. Com você aprendi a distinguir o certo do errado e

principalmente, tirar uma lição de tudo, boa ou ruim. Aprendi encarar as dificuldades como

simplesmente etapas, que funcionam com degraus, os quais subimos lentamente, mas que

sempre passam e deixam lições/aprendizados. Ao meu Vô, por todo amor, atenção, cuidado...

Você foi um verdadeiro pai pra mim, te amo! À minha Vó, pela paciência e amor. As minhas

filhas, Mimi, Juju, Bola e Preta, que sem vocês, como diria um certo autor: “Se eu não tivesse

um cachorro, minha casa seria mais limpa, minha carteira seria mais cheia, mas meu coração

seria mais vazio...”

À Bruno, por todos esses anos, de muita alegria e amor. Obrigada por todos os

conselhos e puxões de orelha, que tenho certeza que sempre foram para o meu bem.

A minha amiga e orientadora “pró” Angela, pela confiança depositada em mim, pelo

carinho e atenção.

Aos meus amigos que compartilharam comigo estes cinco anos e meio, e foram

responsáveis por muitos momentos importantes e que sempre lembrarei com muito carinho:

Mariana (minha Xu), Carol, Liu, Jamille, Mel, Richard, Peu, Schindler, Mário, Dan, Luana,

Tassi, Marcelinho, Van, Fabinho, Johildinho, entre outros não menos especiais. Aos amigos

feitos durante o estágio no NGB: Pérola, Kívia, Felipe, Alemão, Michele e especialmente a

Ana Carolina, pelo apoio nas horas mais difíceis, pelas palavras de carinho e principalmente

por sua amizade.

Ao Núcleo de Geologia Básica - NGB, mais precisamente ao Prof. Johildo e a Profa.

Simone pelo carinho, respeito e confiança depositada em meus trabalhos.

v

Ao Serviço Geológico do Brasil – CPRM, por todo aprendizado e amizade, em

especial a Herman, Eron e principalmente ao meu amigo Valter, pela paciência e pelos

inúmeros conselhos.

Ao corpo docente do Instituto de Geociências da UFBA pela dedicação e contribuição

na minha formação, em especial aos professores Calrson Leite, Flávio Sampaio, Osmário

Leite.

Obrigada, muito obrigada a todos que contribuíram de alguma forma para este

momento.

vi

RESUMO

A área de estudo insere-se na macrounidade geotectônica do Cráton do São Francisco, mais

especificamente no Bloco Jequié, de idade Arqueana. Foram identificados três diferentes

litotipos/unidades: granulitos augen-charnoenderbítico-charnockíticos, granulitos

heterogêneos paraderivados e granulitos heterogêneos ortoderivados, sendo este último o alvo

principal do presente estudo, juntamente com os enclaves máficos boudinados associados a

essas rochas, sobretudo o contato entre estes dois (enclave e granulito). Foram realizados

estudos petrográficos, de química mineral e evolução metamórfica da região.

Petrograficamente os granulitos ortoderivados são constituídos por plagioclásio, quartzo,

mesopertita, piroxênio, anfibólio, biotita, mimerquita, apatita, minerais opaco e zircão com

texturas granoblástica granular e decussada e poiquiloblástica em peneira. Os enclaves

máficos são compostos por anfibólio, clino e ortopiroxênio, biotita, feldspatos, quartzo e

minerais opacos com texturas lepidoblástica, nematoblástica e coroa de reação. Identificou-se

paragêneses metamórficas progressivas e regressivas, tanto nos granulitos ortoderivados

quanto nos enclaves máficos. No estudo de química mineral os ortopiroxênios foram

classificados como ferrossilita, enstatita e na transição entre ferrossilita e enstatita, os

clinopiroxênios classificados como augita e diopsídio (apenas nos enclaves e contato). Os

cristais de plagioclásio tiveram predominantemente composições de andesina, exceto para os

enclaves que foram classificados como labradorita/andesina, provavelmente associados à

composição do protolito máfico (basáltico). Os cristais de anfibólio são cálcicos e situaram-se

no campo da edenita (enclaves e contato) e os cristais de biotita classificados como eastonita.

A presença de ortopiroxênio, clinopiroxênio e mesopertita marcam temperaturas do pico do

metamorfismo granulítico. Os cristais de anfibólio e biotita, associados às bordas dos

piroxênios caracterizam o metamorfismo regressivo (passagem da fácies granulito para

anfibolito), durante o processo de soerguimento orogenético do Bloco Jequié, embora

ocorram cristais de anfibólio e biotita (com altos valores de TiO2) no metamorfismo

progressivo granulítico.

vii

xvii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ 10

LISTA DE FOTOS ............................................................................................................ 12

LISTA DE TABELAS........................................................................................................ 14

LISTA DE PRANCHAS (FOTOMICROGRAFIAS) ....................................................... 15

CAPÍTULO I...................................................................................................................... 18

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 18

1.1. Localização e Acesso ............................................................................................ 19

1.2. Objetivos .............................................................................................................. 19

1.2.1. Geral ............................................................................................................... 19

1.2.2. Específicos ..................................................................................................... 19

1.3. Materiais e Métodos ............................................................................................. 19

1.3.1. Estudos Bibliográficos .................................................................................... 21

1.3.2. Trabalhos de Campo ....................................................................................... 21

1.3.3. Estudos Petrográficos...................................................................................... 22

1.3.4. Estudo da Química Mineral............................................................................. 23

1.3.5. Elaboração da Monografia .............................................................................. 23

CAPÍTULO II .................................................................................................................... 24

2. GEOLOGIA REGIONAL .......................................................................................... 24

CAPÍTULO III................................................................................................................... 30

3. GEOLOGIA LOCAL ................................................................................................. 30

3.1. Granulito Augen-charnoenderbítico-charnockítico ........................................... 30

3.2. Granulito Heterogêneo Paraderivado ................................................................. 34

3.3. Granulito Heterogêneo Ortoderivado ................................................................. 37

CAPÍTULO IV ................................................................................................................... 42

4. PETROGRAFIA ......................................................................................................... 42

4.1. Granulitos Augen-charnoenderbíticos-charnockíticos ....................................... 43

......................................................................................................................................... 45

4.2. Granulitos Heterogêneos Paraderivados ............................................................ 46

......................................................................................................................................... 48

4.3. Granulitos Heterogêneos Ortoderivados e Enclave Máfico ............................... 50

4.3.1. Granulito Heterogêneo Ortoderivado .............................................................. 50

4.3.2. Enclave Máfico ............................................................................................... 60

viii

x

xv

xiv

xii

4.3.3. Contato ........................................................................................................... 64

CAPÍTULO V .................................................................................................................... 65

5. QUÍMICA MINERAL ................................................................................................ 65

5.1. Metodologia .......................................................................................................... 66

5.2. Piroxênios ............................................................................................................. 67

5.3. Plagioclásio ........................................................................................................... 72

5.4. Anfibólio ............................................................................................................... 74

5.5. Biotita ................................................................................................................... 76

CAPÍTULO VI ................................................................................................................... 79

6. EVOLUÇÃO METAMÓRFICA ................................................................................ 79

6.1. Fácies Granulito Progressiva ............................................................................... 79

6.2. Fácies Granulito Regressiva ................................................................................ 81

CAPÍTULO VII ................................................................................................................. 84

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ............................................. 84

CAPÍTULO VIII ................................................................................................................ 87

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 87

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: (A) Mapa de localização da área de estudo no estado da Bahia. (B) Mapa de acesso à área

de estudo...........................................................................................................................................20

Figura 2: Cráton do São Francisco e seus terrenos Arqueanos e Palaeoproterozóicos. Modificado de

(BARBOSA & SABATÉ, 2003). ......................................................................................................25

Figura 3: Posições postuladas dos blocos Arqueanos e início da colisão paleoproterozoica. Fonte:

Barbosa & Sabaté, 2003). ..................................................................................................................26

Figura 4: Mapa simplicado do Estado da Bahia mostrando os domínios tectônicos-geocronológicos

Arqueanos e Paleoproterozóicos. Os traços das estruturas deformacionais paleoproterozoicas,

neoproterozoicas e mesozoicas estão também indicados (BARBOSA et al. 2012). ............................27

Figura 5: Mapa geológico do bloco Jequié mostrando granulitos enderbíticos e charnockíticos além

de rochas anfibolíticas e quartzo-feldspáticas da Banda de Ipiaú do Neoarqueano-Mesoarqueano

modificado de (BARBOSA & DOMINQUEZ, 1996 apud BARBOSA et al. 2012). ..........................29

Figura 6: Mapa geológico simplificado da região de estudo. Modificado e adaptado de Queiroz

(2011). ..............................................................................................................................................31

Figura 7: Mapa geológico simplificado, destacando o granulito augen-charnoenderbítico-

charnockítico. ...................................................................................................................................32

Figura 8: Mapa geológico simplificado, destacando o granulito heterogêneo paraderivado na área de

estudo. ..............................................................................................................................................34

Figura 9: Mapa geológico simplificado, destacando o granulito heterogêneo ortoderivado. ...............37

Figura 10: Aspecto geral do afloramento de Pedrão, mostrando a localização dos furos e amostragem

(Pontos PRD 1 a 18). ........................................................................................................................41

Figura 11: Diagrama Q-A-P modal para os granulitos augen-charnoenderbíticos-charnockíticos

(STRECKEISEN 1976). ...................................................................................................................43

Figura 12: Diagrama Q-A-P modal para os granulitos heterogêneos ortoderivados (STRECKEISEN

1976). ...............................................................................................................................................51

Figura 13: Classificação dos ortopiroxêneios dos granulitos heterogêneos ortoderivados, enclave

máfico e contato, segundo o agrama ternário En- Wo- Fs (MORIMOTO et al. 1988). ........................68

Figura 14: Classificação dos clinopiroxênios dos granulitos heterogêneos ortoderivados e do enclave

máfico, segundo o diagrama ternário En- Wo- Fs (MORIMOTO et al. 1988). ...................................69

Figura 15: Classificação dos cristais de plagioclásio dos granulitos heterogêneos ortoderivados, do

enclave máfico, e do contato, segundo o diagrama ternário Or- Ab- An (DEER et al. 1993). .............72

Figura 16: Classificação dos anfibólios do enclave máfico e do contato, segundo Leake et al. (1997).

Legenda dos litotipos similar a da Figura 13. .....................................................................................74

x

Figura 17: Classificação das micas do granulitos heterogêneos ortoderivados, do enclave máfico e do

contato, segundo o diagrama binário Al (IV) versus Fe/(Fe+Mg) (DEER et al. 1963). Legenda dos

litotipos similar a da Figura 13. .........................................................................................................76

Figura 18: Diagrama binário Ti versus XMg dos cristais de biotita dos granulitos heterogêneos

ortoderivados, do enclave máfico e do contato. Legenda similar a da Figura 13. ................................77

xi

LISTA DE FOTOS

Foto 1: Visão geral do granulito augen-charnoenderbítico-charnockítico, localizado próximo

a cidade de Irajuba, sob a forma de lajedo, evidenciando a coloração amarelo-alaranjado do

solo. Ponto: MC-13. coordenadas UTM: 382380/8533903. .................................................. 32

Foto 2: Visão geral do granulito augen-charnoenderbítico-charnockítico, localizado as

margens da BR-116, sob a forma de corte de estrada. Ponto MC-01. coordenadas UTM:

388796/8538981. ................................................................................................................. 32

Foto 3: Granulitos augen-charnoenderbíticos-chrnockíticos mostrando a coloração variando

de cinza-esbranquiçada quando não alterado e a coloração amarelo-alaranjada quando

alterado. Ponto MC-11, coordenadas UTM: 395650/8533778 .............................................. 33

Foto 4: Porfiroclasto de feldspato. Ponto MC-01, coordenadas UTM: 388796/8538981....... 33

Foto 5: Porfiroclastos de feldpato no granulito augen-charnoenderbítico-charnockítico. Ponto

MC-13, coordenadas UTM: 382380/8533903. ..................................................................... 33

Foto 6: Visão geral dos granulitos heterogêneos paraderivados em um corte de estrada

localizado as margens da BR-116. Ponto MC-01, coordenadas UTM: 388796/8538981. ...... 35

Foto 7: Visão geral dos granulitos heterogêneos paraderivados em um corte de estrada

localizado as margens da BR-116. Ponto MC-01, coordenadas UTM: 388796/8538981. ...... 35

Foto 8: Leve orientação presente no Granulito paraderivado, localizado as margens da BR-

116. Ponto MC-01, coordenadas UTM: 388796/8538981. .................................................... 36

Foto 9: Sistema de fraturas existentes nos Granulitos paraderivados localizado margens da

BR-116. Ponto MC-01, coordenadas UTM: 388796/8538981. ............................................. 36

Foto 10: Alteração supergênica com a presença de manganês nos granulitos paraderivados,

localizado as margens da BR-116. Ponto MC-01, coordenadas UTM: 388796/8538981. ...... 36

Foto 11: Visão geral do granulito ortoderivado sob a forma de lajedo, localizado no povoado

de Pedrão. Ponto MC-05, coordenadas UTM: 390357/8532452. .......................................... 38

Foto 12: Visão geral do granulito ortoderivado em um corte de estrada, localizado as margens

da BR-116. Ponto MC-03, coordenadas UTM: 389322/85119507. ....................................... 38

Foto 13: Pórfiro de Plagioclásio imerso em matriz fanerítica média, localizado as margens da

BR-116. Ponto: MC-03, coordenadas UTM: 389322/85119507. .......................................... 38

Foto 14: Enclave Máfico levemente boudinado inserido na encaixante granulítica, localizado

no afloramento de Pedrão. Ponto: MC-05, coordenada UTM: 390357/8532452. .................. 38

xii

Foto 15: Enclave Máfico cortado por falha que desloca-o com movimento aparente sinistral,

localizado no afloramento de Pedrão. Ponto: MC-05, coordenadas UTM: 390357/8532452. 39

Foto 16: Enclave Máfico cortado por falha que desloca-o com movimento aparente sinistral,

localizado no afloramento de Pedrão. Ponto: MC-05, coordenadas UTM: 390357/8532452. 39

Foto17: Alteração intempérica nos ortopiroxênios do granulito heterogêneo ortoderivado,

evidenciada pela coloração amarronzada no centro do mineral. Afloramento localizado as

margens da BR-116, ponto MC-03, coordenadas UTM: 389322/85119507. ......................... 39

Foto 18: Alteração intempérica nos ortopiroxênio encontrados nos veios pegmatóides que

cortam o bandamento dos granulitos heterogêneos ortoderivados. Afloramento localizado no

povoado de Pedrão, ponto: MC-05, coordenadas UTM: 390357/8532452. 390357/8532452.

............................................................................................................................................ 39

xiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Relação dos pontos amostrados, com litotipo e análises relacionadas. .................. 22

Tabela 2: Relações dos pontos amostrados, com litotipo e análises realizadas. .................... 40

Tabela 3: Abreviação dos minerais utilizados. ..................................................................... 42

Tabela 4: Composição modal dos granulitos heterogêneos paraderivados, da área de estudo.

............................................................................................................................................ 46

Tabela 5: Composição modal dos granulitos heterogêneos ortoderivados, na área de estudo.

............................................................................................................................................ 50

Tabela 6: Composição modal do Enclave máfico. ............................................................... 60

Tabela 7: Composição modal do contato entre o granulito e o Enclave Máfico. ................... 64

Tabela 8: Análises químicas representativas do ortopiroxênio dos granulitos heterogêneos

ortoderivados (G), enclaves máficos (E) e contato entre o granulito e o enclave (C). ............ 70

Tabela 9: Análises químicas representativas dos clinopiroxênios do enclave máfico (E) e do

contato (C). .......................................................................................................................... 71

Tabela 10: Análises representativas do plagioclásio dos granulitos heterogêneos

ortoderivados (G), do enclave máfico (E) e do contato (C). .................................................. 73

Tabela 11: Análises representativas dos anfibólios do enclave máfico (E) e do contato (C). 75

Tabela 12: Análises representativas da biotita dos granulitos heterogêneos ortoderivados (G),

do enclave máfico (E) e do contato (C). ............................................................................... 78

xiv

LISTA DE PRANCHAS (FOTOMICROGRAFIAS)

Prancha 1: A) Textura granoblástica granular e decussada, associada a textura

poiquiloblástica em peneira. B) Porfiroblastos de mesopertita com inclusão de quartzo e

biotita. C) Cristal de mesopertita com inclusão de quartzo. D) Cristal de plagioclásio com

geminação albita e contato embaiado/interlobados com a mesopertita. E) Cristal de anfibólio,

com pleocroísmo variando de amarelo/esverdeado a amarronzado. F) Intercrescimento da

mimerquita, associada ao plagioclásio, quartzo e a mesopertita. Amostra MC- 07. Fotos A, B,

C, D e F com analisador e a E sem analisador. ..................................................................... 45

Prancha 2: A) Textura granoblástica granular e decussada, com presença de inclusões não

orientadas. (textura poiquiloblástica em peneira. B) Pórfiro de plagioclásio com presença da

textura poiquiloblástica em peneira (opaco e quartzo no plagioclásio). C) Mesopertita com

inclusões de quartzo, plagioclásio e opaco. D) Cristal de mesopertita apresentando contatos

curvos e interlobados com plagioclásio e quartzo. E) Cristal de ortopiroxênio, alterado,

apresentando coloração cinza/acastanhada, associado aos minerais opacos. F) Detalhe do

ortopiroxênio da letra (E), com analisador. Amostra MC 01. Fotos A, B, C, D e F com

analisador e E sem analisador. .............................................................................................. 48

Prancha 3: A) Cristal de mineral opaco xenoblástico, possuindo coroa de reação de coloração

marrom/acastanhada. B) Cristal xenoblástico de cordierita, apresentando alteração

denominada de pinita, formada a partir da desestabilização da cordierita. C) Detalhe do cristal

de zircão. Amostra MC- 01. Foto A sem analisador e B e C com analisador. ........................ 49

Prancha 4: A) Textura do tipo granoblástica granular e decussada. Amostra PDR 16, com

analisador. B) Pórfiros de k-feldspato e plagioclásio, apresentando inclusão de quartzo.

Amostra PDR 17, com analisador. C) Textura poiquiloblástica em peneira, com cristal de

ortopiroxênio com inclusão de opaco. Amostra PDR 01, com analisador. D) Cristal de biotita

com inclusão de opaco. Amostra PDR 03, com analisador. E) Textura poiquiloblástica em

peneira, com a presença de plagioclásio incluso no ortopiroxênio. Amostra PDR 06b, com

analisador. F) Textura poiquiloblástica em peneira apresentando cristal de zircão incluso no

plagioclásio. Amostra PDR 02, com analisador. ................................................................... 52

Prancha 5: A) Cristal de plagioclásio subidioblástico, apresentando geminação albita-

Carlsbad, com contatos interlobados com o quartzo e a mesopertita. Amostra: PDR 10, com

analisador. B) Grão de plagioclásio, com geminação albita, com analisador. Amostra PDR 10,

com analisador. C) Cristal de ortopiroxênio subidioblástico, associado a minerais opacos e

xv

com inclusão de apatita. Amostra PDR- 03, sem analisador. D) Mesmo grão, porém com

analisador. E) e F) Cristal de ortopiroxênio apresentando coroa retromretrometamórfica.

Amostra MC 05b. Foto E sem analisador e F com analisador ............................................... 54

Prancha 6: A) Grão de microclima de forma xenoblástica e contato interlobados com o

quartzo. Amostra PDR 10, com analisador. B) Grão de mesopertita, xenoblástico,

apresentando contatos curvos e difusos com plagioclásio e mesoertia. Amostra PDR 12, sem

analisador. C) Mesopertita, com analisador. Amostra PDR 12. ............................................ 55

Prancha 7: A) e B) Cristal de clinopiroxênio, com formas xenoblásticas, inclusões de

plagioclásio e borda de opaco. C) e D) Clinopiroxênio xenoblástico com inclusão de opaco.

porém com analisador. E) Intercrescimento mimerquítico, com inclusão de opaco. F)

Intercrescimento mimerquítico, semelhante ao anterior. Amostra PDR 03. Fotos A e C sem

analisador e B, D, E e F com analisador. .............................................................................. 56

Prancha 8: A e B) Cristal de anfibólio localizado nas bordas do ortopiroxênio, evidenciando

o metamorfismo regressivo que atuou na região. Amostra PDR 02, sem analisador e com

analisador, respectivamente. C) Cristal de anfibólio apresentando pleocroísmo com tom

marrom/esverdeado. Amostra MC 06, sem analisador. D) Biotita na forma de ripa alongada,

associada ao ortopiroxênio e opaco. Amostra PDR 03, sem analisador. E e F) Mineral opaco

com forma xenoblástica e tamanho em torno de 3,0 mm. Amostra PDR 03, sem analisador e

com analisador, respectivamente. ......................................................................................... 58

Prancha 9: A) Cristais de zircão incluso no plagioclásio e na mesopertita. Amostra MC 05b,

com analisador. B) Zircão incluso no plagioclásio em contato com o mineral opaco. Amostra

PDR 06, sem analisador. C) Apatita inclusa no plagioclásio. Amostra PDR 10, com

analisador. D) Apatita inclusa no ortopiroxênio. Amostra PDR 03, com analisador. ............. 59

Prancha 10: A) Textura granoblástica granular e decussada do enclave máfico. Amostra PDR

18, sem analisador. B)Textura lepidoblástica, marcada pela orientação das biotitas de maneira

incipiente. Amostra PDR 18, sem analisador. C) Enclave máfico, com textura lepidoblástica

incipiente, apresentando ainda a textura poiquiloblástica em peneira, com biotita inclusa no

anfibólio, mineraisopacos na biotita, biotita no piroxênio. Amostra PDR 09, sem anlasidador.

D) Textura poiquiloblástica em peneira, apresentando inclusão de minerais opacos na biotita

titanífera e no ortopiroxênio. Amostra PDR 09, sem analisador. ........................................... 61

Prancha 11: A) Cristal de anfibólio xenoblástico, de coloração esverdeada. Amostra PDR 15,

sem analisador. B) Textura de coroa de reação retrometamórfica com o ortopiroxênio

localizado no centro do anfibólio. Amostra PDR 15, sem analisador. C) Textura de coroa de

reação retrometamórfica, onde o ortopiroxênio está se desestabilizando para formar o

xvi

anfibólio. Amostra PDR 18, sem analisador. D) Cristal de biotita titanífera de forma

xenoblástica. Amostra PDR 18, sem analisador. E) Biotita com formas de ripas alongadas ,

apresentando orientação incipiente. F) Paragênese formada pelo anfibólio, clinopiroxênio,

ortopiroxênio, plagioclásio e quartzo. Amostra PDR 09, sem analisador. ............................. 63

Prancha 12: Contato entre o Enclave Máfico e a encaixante granulítica (granulitos

heterogêneos ortoderivados). Amostra PDR 04, sem analisador. .......................................... 64

Prancha 13: Grão de ortopiroxênio que foram previamente delimitados, utilizando esta

marcação redonda, com a posterior análise utilizando a microssonda eletrônica. .................. 66

Prancha 14: A) e B) Reação metamórfica progressiva onde o anfibólio associado ao

plagioclásio reage, originando a paragênese ortopiroxênio + mineral opaco. Amostra PDR 04,

sem analisador e com analisador, respectivamente. C) e D) Reação metamórfica entre o

anfibólio, quartzo e plagioclásio, originando o clinopiroxênio. Amostra PDR 07, sem

analisador e com analisador, respectivamente. E) e F) Reação metamórfica progressiva entre o

anfibólio e o quartzo, originando a paragênese formada pelo Opx, Cpx e Pl. Amostra PDR 14,

sem analisador e com analisador, respectivamente. .............................................................. 80

Prancha 15: A) e B) Reação metemórfica regressiva gerando a paragênese de anfibólio +

quartzo. Amostra PDR 18, sem analisador e com analisador, respectivamente. C) e D) Reação

metamórfica regressiva originando a paragênese formada pela biotita+ quartzo. Amostra PDR

18, sem analisador e com analisador, respectivamente. E) .................................................... 82

xvi

i

18

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

A área de estudo está inserida no Bloco Jequié, no limite entre as folhas Maracás

SD.24-V-D-I) e Amargosa (SD.24-V-D-II), na porção centro-leste do Estado da Bahia, mais

especificamente no povoado de Pedrão. Segundo Macedo (2006), esta região representa uma

das mais importantes províncias de rochas metamórficas de alto grau aflorantes no mundo,

denominada região granulítica do sul/sudeste da Bahia. Esta região foi primeiramente

metamorfisada na fácies anfibolito e, posteriormente, durante a colisão paleoproterozoica

(2,08 G.a), foi deformada e reequilibrada na fácies granulito.

De acordo com Barbosa & Fonteilles (1991), a crosta profunda granulítica, de idade

Arqueana/Paleoproterozoica, vem sendo estudada desde o início da década de 70. A partir daí,

os estudos subsequentes vêm contribuindo bastante para o avanço dos conhecimentos

geológicos da região, com a obtenção de significativas informações, principalmente as

relacionadas à petrografia e geoquímica destes granulitos, a tectônica que atuou nessas áreas e

as idades obtidas através da geocronologia (e. g. SIGHINOLTI, 1970, 1971; CORDANI,

1973; BRITO NEVES, 1982; IYER et al. 1984; WILSON, 1987; CRUZ, 1989). Porém,

quando se trata de metamorfismo, poucas são as informações existentes.

O primeiro estudo relevante sobre o tema foi realizado por Barbosa (1986), que

através de estudos termodinâmicos de equilíbrio entre fases minerais e cálculos barométricos

e termométricos, obteve os primeiros valores quantitativos de pressão e temperatura.

Posteriormente, Barbosa (1989 e 1991) realizou trabalhos na região do povoado de Pedrão e

outros pesquisadores (e.g., BARBOSA & FONTEILLES, 1991; LEITE, 2002; PINHO, 2005;

MACEDO, 2006, entre outros) realizaram estudos em diferentes porções do Bloco Jequié

aprimorando os estudos do metamorfismo e estabelecendo trajetórias P-T-t ao longo do

evento metamórfico, utilizando modelos termodinâmicos testados em terrenos granulíticos.

No presente trabalho será realizado o estudo geológico, petrográfico, de química

mineral e sobre a evolução metamórfica das rochas granulíticas do norte do Bloco Jequié,

porção centro-leste do Estado da Bahia, particularmente no povoado de Pedrão.

19

1.1.Localização e Acesso

A área de estudo está inserida no município de Irajuba, próxima ao Povoado de

Pedrão, às margens da BR-116, localizado na região centro-leste do Estado da Bahia (Figura

1). Dista aproximadamente 301 Km da capital Salvador e seu acesso pode ser feito através

das principais vias federais, saindo de Salvador através da BR-324 até a cidade de Feira de

Santana, onde se continua pela BR-116, até as proximidades com a cidade de Irajuba.

1.2.Objetivos

1. Geral

O presente trabalho tem como objetivo aprofundar os conhecimentos sobre o

metamorfismo que atuou no Bloco Jequié, mais precisamente na região de estudo, situada no

Povoado de Pedrão, localizado nos limites entre as Folhas Maracás (SD.24-V-D-I) e

Amargosa (SD.24-V-D-II).

2. Específicos

Pretende-se: (i) descrever os tipos litológicos que ocorrem na área de estudo; (ii)

realizar descrições petrográficas detalhadas das rochas granulíticas heterogêneas

ortoderivadas e dos enclaves máficos associados, identificando as associações e reações

mineralógicas, relações texturais, além das relações de contato entre os minerais; (iii) através

do quimismo das principais fases minerais (ortopiroxênio, clinopiroxênio, anfibólio,

plagioclásio e biotita), determinar a variação química identificando suas respectivas

variedades mineralógicas, e; (iv) estabelecer a evolução metamórfica da região estudada.

1.3.Materiais e Métodos

O trabalho apresentado foi desenvolvido no Instituto de Geociências (IGEO) da

Universidade Federal da Bahia (UFBA), durante 12 meses e constou da seguinte estratégia

metodológica:

20

Figura 1: (A) Mapa de localização da área de estudo no Estado da Bahia. (B) Mapa de acesso à área de estudo.

21

1. Estudos Bibliográficos

Consistiu no estudo e análise detalhada das publicações existentes (monografias, teses

e artigos científicos), com o intuito de coletar informações básicas referentes à geologia da

área de estudo, abordando os principais litotipos inseridos em um contexto regional, bem

como as informações sobre a geologia estrutural e sobre o metamorfismo. Esta pesquisa

bibliográfica envolveu também um estudo detalhado do tema geral da pesquisa referente ao

tema granulitos.

2. Trabalhos de Campo

Primeiramente, foi realizado o reconhecimento geológico de parte da folha Amargosa

(SD.24-V-D-II) e de parte da folha Maracás (SD.24-V-D-I), Posteriormente cujo o

mapeamento foi realizado por Queiroz (2011). A confecção do mapa geológico deste trabalho

foi realizado a partir da fotointerpretação das fotografias aéreas na escala 1:60.000, que

posteriormente foram carregadas para o software Arcgis 9.3®, onde foi possível a

digitalização das informações obtidas na fotointerpretação e da junção com parte da folha

Maracás (QUEIROZ, 2011).

Com o mapa geológico preliminar (na escala 1:60000), foi realizado uma visita a

campo, com duração de 4 dias, onde coletou-se dados referentes aos litotipos, suas relações de

contato, dados estruturais e as feições metamórficas presentes. Amostras dos tipos litológicos

que ocorrem na região foram coletadas para a confecção de lâminas delgadas. Todos os

afloramentos visitados foram fotografados. Essa viagem de campo contou com o apoio do

IGEO/UFBA.

O mapa da Figura 6, mostra o mapa geológico simplificado da região estudada, com os

pontos amostrados e a Tabela 1 apresenta a relação dos pontos de campo, o litotipo

relacionado, bem como as análises realizadas.

22

Tabela 1: Relação dos pontos amostrados, com os litotipos e as análises relacionadas.

Pontos Litotipo Lâmina Petrográfica Química Mineral

PDR 01 Granulitos Ortoderivados /Enclave X X

PDR 02 Enclave Máfico X X

PDR 03 Granulitos Ortoderivados X X

PDR 04 Granulito/Enclave X X

PDR 05 Enclave Máfico X X

PDR 06a Granulitos Ortoderivados X X

PDR 06b Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 07 Granulito/Enclave X X

PDR 08 Enclave Máfico X X

PDR 09 Enclave Máfico X X

PDR 10 Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 12 Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 14 Enclave Máfico X X

PDR 15 Enclave Máfico X X

PDR 16 Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 17 Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 18 Enclave Máfico X X

MC 02 Granulitos Ortoderivados X ---

MC 03 Granulitos Ortoderivados --- ---

MC 04 Granulitos Ortoderivados --- ---

MC 05a Enclave Máfico X ---

MC 05b Granulitos Ortoderivados X ---

MC 06 Granulitos Ortoderivados X ---

MC 12 Granulitos Ortoderivados --- ---

MC 01a Granulito Paraderivado X ---

MC 04 Granulito Paraderivado X ---

MC 07 Granulito Paraderivado X ---

MC 08 Granulito Paraderivado X ---

MC 09 Granulito Paraderivado X ---

MC 01 Augen Granulito --- ---

MC 07 Augen Granulito X ---

MC 10 Augen Granulito --- ---

MC 11 Augen Granulito --- ---

MC 13 Augen Granulito --- ----

MC 14 Augen Granulito --- ---

3. Estudos Petrográficos

Foram analisadas 24 lâminas delgadas, onde se observou de forma criteriosa, os

minerais presentes, calculando a moda de cada uma delas, suas relações de contato, os

aspectos texturais. A partir daí, foi possível determinar os prováveis protólitos, o ambiente de

metamorfismo e a fácies metamórfica. Foram realizadas algumas fotomicrografias de feições

microestruturais importantes, que estão mostradas no capítulo IV deste trabalho.

23

O estudo petrográfico foi realizado com auxílio de microscópios binoculares Olympus,

modelo BX41, com luz transmitida e plano polarizada do Laboratório de Mineralogia Óptica

e Petrografia do Instituto de Geociências (IGEO) da Universidade Federal da Bahia e o das

fotomicrografias foi realizado com o auxílio do microscópio modelo BX 41, do Núcleo de

Geologia Básica do IGEO/UFBA.

4. Estudo da Química Mineral

As análises de química mineral das principais fases das rochas granulíticas (orto e

clinopiroxênio, plagioclásio, anfibólio e biotita) foram realizadas no Laboratório da

Université Blaise Pascal em Clermont Ferrand (França) e cedidas por Johildo Barbosa para o

desenvolvimento deste trabalho.

Foram realizadas um total de 96 análises de química mineral, no Laboratório da

Université Blaise Pascal em Clermont Ferrand (França), através de microssonda eletrônica

do tipo Cameca SX 50. Analisaram-se cristais de ortopiroxênio, clinopiroxênio, plagioclásio,

biotita e anfibólio, onde foram determinados os teores de SiO2, TiO2, Al2O3, FeO, Cr2O3,

MnO, MgO, CaO, K2O e Na2O. A fórmula estrutural dos minerais foi calculada com o

auxílio do software Minpet (Richard, 1995), para determinar as fases minerais dos piroxênios

e dos plagioclásios. Para o cálculo dos anfibólios foi utilizado o software Newamphical

(Yavuz, 1998) e, para o cálculo da fórmula estrutural da biotita , utilizou-se o o software

Bioterm (Yavuz & Oztas, 1997).

Na confecção de diagramas binários foram utilizados os programas Minpet de Richard

(1995) que adota os critérios da IMA (International Mineralogical Association) e o

Newamphical Yavuz (1998). Estes diagramas permitirão uma rápida visualização, análise e

interpretação dos dados obtidos, bem como a classificação das fases minerais analisadas.

5. Elaboração da Monografia

Com a conclusão de todas as etapas anteriormente citadas, houve a junção de todas

estas informações obtidas (geologia, petrografia e química mineral), sendo possível a

confecção desta monografia final para a conclusão do curso de graduação em Geologia.

24

CAPÍTULO II

2. GEOLOGIA REGIONAL

A área de estudo está inserida na macrounidade geotectônica do Cráton do São

Francisco (CSF), que abrange principalmente os estados da Bahia e de Minas Gerais e é a

mais bem exposta e estudada unidade tectônica do embasamento da Plataforma Sul-

Americana (BARBOSA et al., 2003). O Cráton do São Francisco corresponde a um segmento

crustal consolidado do Paleoproterozoico, cujo substrato mais velho que 1.8 G.a foi poupado

de deformação e metamorfismo durante as colisões que culminaram na aglutinação de

Gondwana Ocidental, no Neoproterozóico Almeida (1977 apud CRUZ, 2004).

Segundo Almeida (1977), o Cráton do São Francisco é bordejado por faixas de

dobramentos desenvolvidas durante o ciclo Brasiliano, que apresentam dobramentos lineares

e grandes falhas, num conjunto estrutural que manifesta vergência em direção a ele. Através

de dados geofísicos, Ussami (1993 apud BARBOSA & SABATÉ, 2003) confirmou seus

limites primeiramente definidos por Almeida (1977), sendo denominados os seguintes

cinturões dobrados durante a orogênese Brasiliana: i) a Norte e a Nordeste do Cráton,

respectivamente, os cinturões Riacho do Pontal e Sergipano (BRITO NEVES et al., 2000); ii)

a Sul cinturão Araçuaí (ALMEIDA, 1977); iii) a Oeste, o cinturão Brasília (ALMEIDA,

1969); iv) mais ao norte do Cráton, Cinturão Rio Preto (INDA & BARBOSA 1978, BRITO

NEVES et al., 2000).

O embasamento do Cráton do São Francisco é composto por quatro importantes

segmentos crustais, de idades Arqueanas (Figura 2), que tiveram origem e evolução distintas,

sendo eles: o Bloco Gavião, Bloco Serrinha, Bloco Jequié e o Orógeno Itabuna-Salvador-

Curaçá (BARBOSA & SABATÉ, 2004).

25

Figura 2: Cráton do São Francisco e seus terrenos Arqueanos e Palaeoproterozoicos. Modificado de

(BARBOSA & SABATÉ, 2003).

Durante o Paleoproterozoico (2,08 G.a), houve o choque entre os blocos Gavião,

Serrinha e Jequié (Figura 3), o que resultou na formação de importante cadeia de montanha

denominada de Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (BARBOSA & SABATÉ, 2004). Esta

colisão ocorreu com movimento dos blocos no sentido NW-SE, identificado pela presença de

falhas de empurrão e zonas transcorrentes tardias (BARBOSA & SABATÉ, 2003).

26

Figura 3: Posições postuladas dos blocos Arqueanos e início da colisão paleoproterozoica. Fonte: Barbosa &

Sabaté, 2003).

Pesquisas recentes petrológicas, geocronológicas e isotópicas realizadas nesse

embasamento, permitiram identificar seis importantes segmentos crustais, sendo eles: blocos

Gavião, Serrinha, Jequié e Uauá, além dos cinturões, Itabuna-Salvador-Curaçá e Salvador-

Esplanada (Figura 4) (BARBOSA et al., 2012). Vale ressaltar que este modelo proposto por

Barbosa et al.(2012), embora recente, será abordado neste trabalho.

27

Figura 4: Mapa simplicado do Estado da Bahia mostrando os domínios tectônicos-geocronológicos Arqueanos e

Paleoproterozoicos. Os traços das estruturas deformacionais paleoproterozoicas, neoproterozoicas e mesozoicas

estão também indicados (BARBOSA et al., 2012).

28

De acordo com Barbosa et al. (2012), o bloco mais antigo é denominado de Bloco

Gavião, que ocorre tanto na porção oeste-sudoeste quanto na porção noroeste do CSF e é

composto principalmente de ortognaisses tonalítico-granodioríticos e associações gnáissico-

anfibolíticas, às vezes migmatizadas.

O Bloco Serrinha ocorre na porção nordeste do CSF (Figura 4), sendo composto por

ortognaisses e migmatiticos com anfibolitos subordinados, todos Arqueanos e

metamorfizados na fácies anfibolito, os quais constituem o embasamento das sequências

greenstone belts Paleoproterozoicas do Rio Itapicuru (BARBOSA et al., 2012)

O Bloco Uauá localizado na porção nordeste do estado da Bahia (Figura 4), lado

oriental do Bloco Serrinha, É composto por ortognaisses e migmatíticos com alguns corpos de

granodiorito, Seixas et al. (1985 apud BARBOSA et al., 2012). Segundo este último autor

citado, aparentemente as rochas deste bloco serviram de embasamento para o Greenstone

Belts do Rio Capim. Uma das características que torna possível diferenciar o Bloco Serrinha

do Bloco Uauá é a existência, nesse último, de uma malha pronunciada de diques máficos.

O Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá (Figura 4), exposto ao longo da crosta atlântica

desde sudeste da Bahia até nordeste, passando pela cidade de Salvador. É formado

basicamente por granulitos tonalítico-trondhjemíticos e intrusões de monzonito-

monzodiorítos, deformadas e re-equilibrados na fácies granulito. Enclaves de rochas

supracrustais granulitizadas, orientadas paralelamente as deformações também estão

presentes.

O Cinturão Salvador-Esplanada (Figura 4) está situado a nordeste do CSF no estado da

Bahia e, segundo Barbosa et al. (2012), está dividido em dois domínios distintos. O primeiro

ocupa a porção extremo oeste do cinturão e é composto pelos milonitos da Zona Aporá-

Itamira e pela Suíte granitoide Teotônio- Pela Porco. Já o segundo domínio compreende a

Zona denominada de Salvador-Conde, que é composta tanto por rochas da fácies anfibolito

(região do Conde), quanto da fácies granulito (região de Salvador).

Por fim, o Bloco Jequié (Figura 4) que ocorre a SE-SSW do CSF onde está inserida a

área de trabalho (Figura 5). É composto por granulitos enderbíticos, charnoenderbíticos e

charnockíticos, granulitos heterogêneos orto e paraderivados com migmatitos, além de rochas

supracrustais subordinadas, sendo estas últimas também granulitizadas. Segundo Barbosa et

29

al. (2006), as rochas do Bloco Jequié, originalmente na fácies anfibolito, foram deformadas e

re-equilibradas na fácies granulito durante a colisão paleoproterozoica.

Figura 5: Mapa geológico do bloco Jequié mostrando granulitos enderbíticos e charnockíticos além de rochas

anfibolíticas e quartzo-feldspáticas da Banda de Ipiaú do Neoarqueano-Mesoarqueano modificado de

(BARBOSA & DOMINQUEZ, 1996 apud BARBOSA et al., 2012).

Área de estudo

30

CAPÍTULO III

3. GEOLOGIA LOCAL

Foram identificados através da fotointerpretação das fotografias aéreas de parte da

folha Amargosa (SD.24-V-D-II), somado a uma porção do mapeamento realizado por Queiroz

(2011) da folha Maracás (SD.24-V-D-I), três diferentes litotipos na região de estudo: i)

granulitos augen-charnoenderbíticos-charnockíticos; ii) granulitos heterogêneos

paraderivados; e iii) granulitos heterogêneos ortoderivados (alvo principal do estudo) (Figura

6).

Vale ressaltar que o trabalho de campo objetivou essencialmente o reconhecimento e

descrição das unidades geológicas já cartografadas por Queiroz (2011).

3.1.Granulito Augen-charnoenderbítico-charnockítico

Este litotipo corresponde a 35% da área de estudo (Figura 7) e é encontrado na região

sob a forma de lajedo (Foto 1) e em cortes de estrada (Foto 2). Foram encontrados apenas 3

afloramentos deste litotipo (MC-01, MC-11, MC-13), devido a baixíssima frequência de

afloramentos na área. O primeiro as margens da BR-116, localizado a norte da área de estudo

e, os outros, as margens de estradas vicinais.

31

Figura 6: Mapa geológico simplificado da região de estudo. Modificado e adaptado de Queiroz (2011).

32

Figura 7: Mapa geológico simplificado, destacando o granulito augen-charnoenderbítico-charnockítico na área

de estudo.

Foto 1: Visão geral do granulito augen-

charnoenderbítico-charnockítico, localizado próximo

a cidade de Irajuba, sob a forma de lajedo,

evidenciando a coloração amarelo-alaranjado do

solo. Ponto: MC-13. coordenadas UTM:

382380/8533903.

Foto 2: Visão geral do granulito augen-

charnoenderbítico-charnockítico, localizado as

margens da BR-116, sob a forma de corte de estrada.

Ponto MC-01. coordenadas UTM: 388796/8538981.

33

As rochas granuliticas augen-chanoenderbíticas-charnockíticas apresentam coloração

cinza-esbranquiçada, quando não alterados e amarelo-alaranjada quando levemente alterado

(Foto 3). Quando os granulitos augen-charnoenderbbítico-charnockíticos encontram-se

alterados, apresentam solos com coloração amarelo-alaranjado.

Macroscopicamente, a rocha é composta por quartzo, plagioclásio, biotita, feldspato,

piroxênio, anfibólio e magnetita. Possui textura fanerítica média a grossa e está levemente

foliada. Apresenta pórfiroclastos centimétricos de feldspatos (Foto 4 e Foto 5), que estão

contornados pela foliação, formando a estrutura augen, imersos em uma matriz mais fina,

composta pelos minerais existentes na rocha.

Foto 5: Porfiroclastos de feldpato no granulito augen-

charnoenderbítico-charnockítico. Ponto MC-13,

coordenadas UTM: 382380/8533903.

Foto 3: Granulitos augen-charnoenderbíticos-

chrnockíticos mostrando a coloração variando de

cinza-esbranquiçada quando não alterado e a

coloração amarelo-alaranjada quando alterado. Ponto

MC-11, coordenadas UTM: 395650/8533778

Foto 4: Porfiroclasto de feldspato. Ponto MC-01,

coordenadas UTM: 388796/8538981.

34

3.2.Granulito Heterogêneo Paraderivado

Este litotipo representa 18% da área de estudo e encontra-se na porção central do mapa

(Figura 8). Ocorre tanto na forma de lajedos (Foto 6) quanto em cortes de estrada (Foto 7),

apresentando médio grau de intemperismo, originando solos de coloração amarelo ocre a

alaranjado.

Figura 8: Mapa geológico simplificado, destacando o granulito heterogêneo paraderivado na área de estudo.

A rocha possui cores que variam de cinza-amarelada quando alterado e cor

acinzentada quando não alterada. Segundo Queiroz (2011), os granulitos heterogêneos

paraderivados podem ser divididos em granulitos kinzigíticos e quartzitos, podendo ou não

conter granada na sua composição.

35

Os granulitos kinzigíticos apresentam granulometria média a grossa e são compostos

por quartzo, biotita, plagioclásio, granada, k-feldspato, cordierita e ortopiroxênio, minerais

que correspondem a uma paragênese do metamorfismo progressivo na fácies granulito.

Minerais como cordierita e granada são evidências da origem sedimentar- aluminosa deste

litotipo.

Esta litologia apresenta-se desde isotrópica ou com leve orientação (Foto 8), a

foliada/bandada, estando em certos locais, com intensa migmatização. Nos litotipos com

bandamento gnáissico, observa-se a alternância entre as bandas máficas, constituídas por

ortopiroxênio, cordierita, granada e biotita e as bandas félsicas por quartzo, plagioclásio e k-

feldspato. Os quartzitos a granulometria varia de fina a média

Foi observado em campo, na porção central da dobra em laço (Figura 6 e 8), um

possível aumento da temperatura, no qual estaria transformando parcialmente o paragnaisse

granulítico em migmatito. Nesta mesma região, foi descrito um granito que está em contato

transicional com esse paragnaisse intensamente migmatizado que pode ser resultante da fusão

parcial deste litotipo, ou seja, um diatexito.

Um sistema de fraturas bem marcado foi observado (Foto 9), com as seguintes

direções preferencias: N270/75 N, N010/75 SE, N185/84 NW, N070/23 SE. Esta unidade é

cortada ainda por diversas falhas tanto destrais como sinistrais e por zonas de cisalhamentos.

No ponto MC-01 devido à ação intempérica, foi observada a existência de alteração

supergênica, com a presença de manganês (Foto 10).

Foto 6: Visão geral dos granulitos heterogêneos

paraderivados em um corte de estrada localizado as

margens da BR-116. Ponto MC-01, coordenadas

UTM: 388796/8538981.

Foto 7: Visão geral dos granulitos heterogêneos

paraderivados em um corte de estrada localizado as

margens da BR-116. Ponto MC-01, coordenadas UTM:

388796/8538981.

36

Foto 10: Alteração supergênica com a presença de

manganês nos granulitos paraderivados, localizado as

margens da BR-116. Ponto MC-01, coordenadas

UTM: 388796/8538981.

Foto 8: Leve orientação presente no Granulito

paraderivado, localizado as margens da BR-116. Ponto

MC-01, coordenadas UTM: 388796/8538981.

Foto 9: Sistema de fraturas existentes nos Granulitos paraderivados localizado margens da BR-116. Ponto

MC-01, coordenadas UTM: 388796/8538981.

37

3.3.Granulito Heterogêneo Ortoderivado

Este litotipo é encontrado em 47% da área de estudo na porção centro-sul (Figura 9).

Trata-se do alvo principal do estudo, mais especificamente o afloramento de Pedrão, povoado

de mesmo nome, localizado as margens da BR-116, próximo à entrada para a cidade de

Irajuba.

Figura 9: Mapa geológico simplificado, destacando o granulito heterogêneo ortoderivado na área de estudo.

Os granulitos heterogêneos ortoderivados são encontrados tanto sob a forma de lajedo

(Foto 11) quanto em cortes de estrada (Foto 12). Essas rochas apresentam cores que variam

desde amarelo-esbranquiçado, quando alterada, a cinza-esbranquiçado quando não alterada.

38

Macroscopicamente os granulitos ortoderivados são compostos mineralogicamente por

quartzo, plagioclásio, k-feldspato, ortopiroxênio, anfibólio e biotita. Apresenta por vezes,

porfiroclastos centimétricos de plagioclásio (Foto 13), níveis intercalados de rocha

anfibolítica, mostrando-se não raramente boudinados (Foto 14) e também é cortado por falhas

com movimento aparente sinistral (Foto 15).

Este litotipo apresenta diversos níveis de deformação, ou seja, desde isotrópica ou com

leve orientação até foliado/bandado, podendo ocorrer também diversas intensidades de

migmatização. Ocorre predominantemente com granulometria média, porém pode apresentar

granulometria mais grossa bordejando o Enclave Máfico (caso encontrado no ponto MC-05,

ou seja, o afloramento de Pedrão), resultante da percolação de fluidos.

Foto 13: Pórfiro de Plagioclásio imerso em matriz

fanerítica média, localizado as margens da BR-116.

Ponto: MC-03, coordenadas UTM: 389322/85119507.

Foto 14: Enclave Máfico levemente boudinado inserido

na encaixante granulítica, localizado no afloramento de

Pedrão. Ponto: MC-05, coordenada UTM:

390357/8532452.

Foto 11: Visão geral do granulito ortoderivado sob a

forma de lajedo, localizado no povoado de Pedrão.

Ponto MC-05, coordenadas UTM: 390357/8532452.

Foto 12: Visão geral do granulito ortoderivado em um corte de estrada, localizado as margens da BR-116.

Ponto MC-03, coordenadas UTM: 389322/85119507.

39

Foram também observados diversos veios de quartzo e veios pegmatóides que cortam

o bandamento do granulito heterogêneo ortoderivado, sendo que neste último, há cristais

centimétricos de ortopiroxênio e plagioclásio (Foto 16). Comum é a presença da alteração de

coloração amarronzada no núcleo destes ortopiroxênios (Foto17 e 18)

Foto 18: Alteração intempérica nos ortopiroxênio

encontrados nos veios pegmatóides que cortam o bandamento dos granulitos heterogêneos

ortoderivados. Afloramento localizado no povoado de

Pedrão, ponto: MC-05, coordenadas UTM:

390357/8532452. 390357/8532452.

Foto 15: Enclave Máfico cortado por falha que desloca-

o com movimento aparente sinistral, localizado no

afloramento de Pedrão. Ponto: MC-05, coordenadas UTM: 390357/8532452.

Foto 16: Enclave Máfico cortado por falha que

desloca-o com movimento aparente sinistral,

localizado no afloramento de Pedrão. Ponto: MC-05, coordenadas UTM: 390357/8532452.

Foto17: Alteração intempérica nos ortopiroxênios do

granulito heterogêneo ortoderivado, evidenciada pela

coloração amarronzada no centro do mineral.

Afloramento localizado as margens da BR-116, ponto

MC-03, coordenadas UTM: 389322/85119507.

40

No afloramento denominado Pedrão, foi coletado pelo Prof. Johildo Barbosa 18

amostras (simbologia PDR), utilizando perfuratriz, para análises petrográficas e de química

mineral. A Figura 10, mostra a localização e posicionamento da retirada das amostras e na

Tabela 2 é apresentado o ponto, o litotipo amostrado e as análises realizadas.

Tabela 2: Relações dos pontos amostrados, com litotipo e análises realizadas.

Pontos Litotipo Lâmina Petrográfica Análise química

Granulitos Ortoderivados

PDR 01 Granulito/Enclave X X

PDR 02 Enclave Máfico X X

PDR 03 Granulitos Ortoderivados X X

PDR 04 Granulito/Enclave X X

PDR 05 Enclave Máfico X X

PDR 6a Granulitos Ortoderivados X X

PDR 06b Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 07 Granulito/Enclave X X

PDR 08 Enclave Máfico X X

PDR 09 Enclave Máfico X X

PDR 10 Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 12 Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 14 Enclave Máfico X X

PDR 15 Enclave Máfico X X

PDR 16 Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 17 Granulitos Ortoderivados X ---

PDR 18 Enclave Máfico X X

MC 02 Granulitos Ortoderivados X ---

MC 03 Granulitos Ortoderivados --- ---

MC 04 Granulitos Ortoderivados --- ---

MC 05a Enclave Máfico X ---

MC 05b Granulitos Ortoderivados X ---

MC 06 Granulitos Ortoderivados X ---

MC 12 Granulitos Ortoderivados --- ---

Nos capítulos a seguir (IV, V e VI) serão apresentados o estudo petrográfico dos

litotipos da região estudada, o tratamento do quimismo mineral e a evolução metamórfica,

com enfoque principal no granulitos heterogêneo ortoderivado e no enclave máfico.

41

Figura 10: Aspecto geral do afloramento de Pedrão, mostrando a localização dos furos e amostragem (Pontos PRD 1 a 18).

42

CAPÍTULO IV

4. PETROGRAFIA

Neste capítulo será apresentado o estudo petrográfico dos litotipos identificados nos

trabalhos de campo. Foram descritas 25 lâminas petrográficas, sendo 21 delas referentes aos

granulitos heterogêneos ortoderivados (alvo principal do estudo), três relacionadas aos

granulitos heterogêneos paraderivados e uma aos granulitos augen-charnoenderbítico-

charnockítico.

Serão adotadas durante este capítulo, as abreviações dos minerais segundo Kretz

(1983) e Whitney & Evans (2010) (Tabela 3). Em relação as texturas metamórficas foram

utilizadas as definições e recomendações de Spry (1974), Yardley et al (!990), Best (2003) e

Winter (2009).

Tabela 3: Abreviação dos minerais utilizados.

Minerais Abreviação

Plagioclásio Pl

Mimerquita Mim

Mesopertita Mp

Anfibólio Anf

Mineral opaco Op

Ortopiroxênio Opx

Clinopiroxênio Cpx

Zircão Zr

K-feldspato Kfs

Biotita Bt

Quartzo Qz

Apatita Ap

Cordierita Crd

43

4.1.Granulitos Augen-charnoenderbíticos-charnockíticos

Os principais minerais que constituem este litotipo são a mesopertita (27%), quartzo

(25%), plagioclásio (22%), k-feldspato (8%), anfibólio (7%), biotita (6%), ortopiroxênio

(2%), mimerquita (2%) e mineral opaco (1%) e, como mineral acessório, o zircão. A Figura

11 mostra a classificação do protólito das rochas granulíticas augen-charnoenderbíticas-

charnockíticas como granito/charnockíto a granodiorito/charnoenderbito.

Observaram-se as textura granoblástica granular (Prancha 1A) e decussada,

porfiroblástica, com a presença dos cristais de mesopertita (Prancha 1B), plagioclásio e

quartzo, e a textura poiquiloblástica em peneira (biotita, anfibólio, quartzo e opaco na

mesopertita (Prancha 1C), quartzo e opaco no plagioclásio).

Figura 11: Diagrama Q-A-P modal para os granulitos augen-charnoenderbíticos-charnockíticos (STRECKEISEN 1976).

A mesopertita apresenta-se sob a forma granoblástica, de coloração incolor, com

formas variando de subidioblásticas a xenoblásticas. Alguns cristais apresentam extinção

ondulante, com os grãos variando de 0,2 mm (matriz) a 4 mm (pórfiros), com contatos

irregulares, sendo preferencialmente curvos, interlobados e embaiados com o plagioclásio,

quarto e k-feldspato. É possível observar em alguns cristais, a borda sendo transformada em

microclina (k-feldspato), que indica possivelmente atuação do metamorfismo regressivo.

44

O quartzo encontra-se em grãos incolores, com formas xenoblásticas. Tamanhos

bastante variados, desde 0,1 a aproximadamente 3,0 mm, com contatos exclusivamente

irregulares/curvos. Apresentam-se inclusos nos cristais de plagioclásio, na mesopertita, no k-

feldspato, como também hospedam inclusões.

O plagioclásio está disposto sob a forma de grãos subidioblásticos a xenoblásticos

(Prancha 1D), alguns cristais apresentando lamelas de k-feldspato, podendo assim, ser

considerado como plagioclásio pertítico. Tamanhos variando de 0,2 mm (matriz) a 2,8 mm

(pórfiros). Seus contatos são predominantemente irregulares, sendo curvos e alguns meio

difusos com a mesopertita. Apresentam geminação albita e albita-Carlsbad, por vezes,

incompletas ou ausentes.

O k-feldspato apresenta-se na forma de grãos, variando de subidioblásticos a

xenoblásticos. Com tamanhos em torno de 0,6 a 1,5 mm, com contatos predominantemente

irregulares com o plagioclásio, com mesopertita e quartzo. Apresentam geminação Carlsbad.

Os cristais de anfibólio encontram-se na forma de grãos, de coloração e pleocroísmo

para tons esverdeados, apresentando formas predominantemente xenoblásticas e tamanhos

variando de 0,4 a 2,2 mm. Seus contatos são predominantemente irregulares.

A biotita encontra-se em grãos, de coloração e pleocroísmo marrom/acastanhado, com

formas subidioblásticas a xenoblásticas. Seus tamanhos variam de 0,2 a 0,6 mm. Os contatos

são irregulares (curvos/ondulados) principalmente com os cristais de anfibólio, ortopiroxênio

e opacos.

O ortopiroxênio encontra-se na forma de grãos, preferencialmente xenoblásticos, com

tamanhos que variam de 0,6 a 1,5 mm. Seus contatos são irregulares, apresentando-se curvos

e ondulados.

A mimerquita está disposta com formas amebóides/ xenoblásticas, de coloração

incolor. Seus tamanhos variam em torno de 0,2 mm. Apresentam contatos curvos/ondulados

com o quartzo e com o plagioclásio (Prancha 1F).

Os minerais opacos apresentam-se subidioblásticos a xenoblásticos, com tamanhos

que oscilam de 0,2 a 0,7 mm, Contatos irregulares, curvos, ondulados, embaiados com os

cristais de ortopiroxênio, biotita e anfibólios (Prancha 1E). Possivelmente trata-se de

magnetitas, pois são facilmente observadas na rocha quando analisada macroscopicamente.

45

Prancha 1: A) Textura granoblástica granular e decussada, associada a textura poiquiloblástica em peneira. B)

Porfiroblastos de mesopertita com inclusão de quartzo e biotita. C) Cristal de mesopertita com inclusão de quartzo.

D) Cristal de plagioclásio com geminação albita e contato embaiado/interlobados com a mesopertita. E) Cristal de anfibólio, com pleocroísmo variando de amarelo/esverdeado a amarronzado. F) Intercrescimento da mimerquita,

associada ao plagioclásio, quartzo e a mesopertita. Amostra MC- 13. Fotos A, B, C, D e F com analisador e a E sem

analisador.

D

F

E

B

C

A

Mp

Bt Op

Qz MP

Op

Mp

Mp

Mp Qz MP

Qz MP

Mp

Mp Mp

Qz MP

Qz MP

Bt

Mim Mp

Pl

Qz

Pl

Anf

Anf

Op Mp

46

4.2.Granulitos Heterogêneos Paraderivados

Este litotipo é composto mineralogicamente por plagioclásio, quartzo, k-feldspato,

mesopertita, mimerquita, cordierita, biotita e mineral opaco. Foram descritas duas lâminas

petrográficas deste litotipo, onde a moda é representada na Tabela 4.

Os granulitos heterogêneos paraderivados apresentam texturas granoblástica granular

e decussada (Prancha 2A), porfiroblástica e poiquiloblástica em peneira (quartzo e minerais

opacos no plagioclásio (Prancha 2B) e no k-feldspato (Prancha 2D), zircão no plagioclásio e

no quartzo, quartzo na cordierita (Prancha 3B).

Tabela 4: Composição modal dos granulitos heterogêneos paraderivados, da área de estudo.

Amostra Composição Mineralógica

MC-01 Pl (43%); Qz (17%); Mp ( 16%); Kfs (10); Mim

(5%); Op (4%); Bt (3%); Crd (2%)

MC-01a Pl (36%); Qz (16); Mp (13%); Kfs (13%); Opx (9);

Op (7%);Mim (3%) Crd (2%), Zr (1%)

A seguir serão descritos separadamente os minerais presentes por ordem de

abundância/grandeza.

O plagioclásio é o mineral mais abundante deste tipo litológico (36 a 46%),

apresentando coloração incolor e formas variando de xenoblásticas a subidioblásticas.

Tamanhos variando de 0,2 mm (matriz) a 2,5 mm, devido a presença de pórfiros. Seus

contatos tendem a ser preferencialmente irregulares, sendo curvos e interlobados com o

quartzo, opaco, k-feldspato e raramente retos, com a biotita. Apresentam geminação albita e

albita-Calrsbad.

O quartzo apresenta-se em formas predominantemente xenoblásticas. Seus tamanhos

variam de 0,1 a 1,3 mm com contatos exclusivamente irregulares/curvos com plagioclásio,

mesopertita, k-feldspato e mineral opaco. Pode ser observado com inclusões arredondadas no

plagioclásio e na mesopertita.

A mesopertita ocorre com formas variando de subidioblásticas a xenoblásticas

(Prancha 2C), apresentando alguns grãos com extinção ondulante. Seus tamanhos variam em

torno de 0,4 mm (matriz) a 2,1 mm (pórfiros). Possui contatos predominantemente

47

irregulares, variando de curvos, interlobados a embaiados com o quartzo, plagioclásio e k-

feldspato.

O k-feldspato está disposto sob a forma de grãos predominantemente xenoblásticos

(Prancha 2D). Seus tamanhos variam em torno de 0,6 a 1,0 mm com contatos curvos e

interlobados com o quartzo, plagioclásio, mesopertita e mimerquita. Apresenta a geminação

Calrsbad.

O ortopiroxênio apresenta-se bastante alterado, de coloração cinza/acastanhada

(Prancha 2 E e F). Possui formas xenoblásticas e tamanhos variando de 0,7 a 1,5 mm. Possui

contatos irregulares (curvos e embaiados) com os minerais opacos, plagioclásio e quartzo.

A mimerquita está disposta sob a forma de grãos vermiculares, de coloração incolor e

formas exclusivamente xenoblásticas. Seus tamanhos variam em torno de 0,3 mm e estão

sempre em contatos irregulares com quartzo e plagioclásio.

Os minerais opacos apresentam-se em grãos subidioblásticos a xenoblásticos, com

tamanhos variando em torno de 0,3 a 0,6 mm. Estão em contato irregular com o k-feldspato,

plagioclásio, quartzo. Em alguns grãos é possível perceber uma coroa de alteração, de

coloração marrom/acastanhada (Prancha 3A).

A biotita ocorre com coloração acastanhada, apresentando formas xenoblásticas e não

apresenta nenhuma orientação. Seus tamanhos são relativamente pequenos, em torno de 0,4

mm, com contatos irregulares com os minerais presentes na lâmina.

A cordierita apresenta-se na forma de grãos xenoblásticos, com tamanhos que variam

em torno de 1,0 a 1,5 mm. Seus contatos são exclusivamente irregulares, curvos/arredondados

com o quartzo, plagioclásio e mesopertita. É importante ressaltar que este mineral é

facilmente confundindo com o plagioclásio e com o quartzo, ou seja, pode ser que haja uma

pequena variação na composição modal. Para distingui-la do plagioclásio, uma característica é

a presença de pinita (feições douradas/coloridas) que é formada a partir da desestabilização da

cordierita, possivelmente associado ao retrometamorfismo que atuou na região (Prancha 3B).

O zircão está presente sob a forma de grãos xenoblásticos, de coloração acastanhada,

com relevo bem marcado. Seus tamanhos estão em torno de 0,3 mm. Apresentam-se

associados ao quartzo e ao plagioclásio sob a forma de inclusão, com contatos bem

arredondados (Prancha 3C).

48

Prancha 2: A) Textura granoblástica granular e decussada, com presença de inclusões não orientadas. (textura poiquiloblástica em peneira. B) Pórfiro de plagioclásio com presença da textura poiquiloblástica em peneira (opaco

e quartzo no plagioclásio). C) Mesopertita com inclusões de quartzo, plagioclásio e opaco. D) Cristal de mesopertita

apresentando contatos curvos e interlobados com plagioclásio e quartzo. E) Cristal de ortopiroxênio, alterado,

apresentando coloração cinza/acastanhada, associado aos minerais opacos. F) Detalhe do ortopiroxênio da letra (E),

com analisador. Amostra MC 01. Fotos A, B, C, D e F com analisador e E sem analisador.

A

B

C

V

C

V

C

B

B

C

A

E

V

C

V

C

C

C

A

D

D

C

A

F

V

C

V

C

D

C

A

Op

Opx

Pl

Opx Pl

Qz

Opx

Mp

Mp

Qz

Pl

Pl

Mp

Qz

Pl

Kfs

Op

Pl

Qz

Op

49

Prancha 3: A) Cristal de mineral opaco xenoblástico, possuindo coroa de reação de coloração

marrom/acastanhada. B) Cristal xenoblástico de cordierita, apresentando alteração denominada de pinita, formada

a partir da desestabilização da cordierita. C) Detalhe do cristal de zircão. Amostra MC- 01. Foto A sem analisador

e B e C com analisador.

C

V

C

V

C

B

B

C

A

A

B

Crd Mp

Qz

Zr

Op

Pl

Qz

Mp

Pl

Pl

Qz

50

4.3.Granulitos Heterogêneos Ortoderivados e Enclave Máfico

Os granulitos heterogêneos ortoderivados são o principal alvo do estudo (Figura 10).

A petrografia aliada com o estudo da química mineral foi realizada exclusivamente neste

litotipo com o intuito de aprofundar os conhecimentos existentes sobre o metamorfismo que

ocorreu nesta região. Este litotipo apresenta enclaves máficos que também foram estudados.

A seguir serão descritas onzes lâminas da rocha granulítica heterogênea ortoderivada,

sete do Enclave Máfico e três do contato entre estes dois litotipos.

4.3.2 Granulito Heterogêneo Ortoderivado

5. A rocha granulítica é composta essencialmente por ortopiroxênio,

plagioclásio, biotita, quartzo, anfibólio, k-feldspato, mesopertita e mimerquita.

ainda clorita, zircão, minerais opacos e apatita como mineral acessório. As

porcentagens estimadas destes minerais em cada amostra podem ser observadas na

composição modal (Tabela 5) e na

6.

Figura 12 é mostrada a classificação do protólito variando entre granito/charnockito a

granodiorito/ charnoenderbito (STRECKEINSEN, 1976).

Tabela 5: Composição modal dos granulitos heterogêneos ortoderivados, na área de estudo.

Amostras Composição mineralógica

PDR 02 Pl (32); Qz (18%); Opx (11%); Kfs (10%); Cpx (7%); Op (7%); Mp (5%); Mim (4%); Bt (3%); Anf (2%); Zr (1%)

PDR 03 Pl (35%); Qz (24%); Opx (12%); Kfs (10%); Cpx (8%); Op (7%); Bt (2%); Anf (1%); Zr (1%)

PDR 6a Pl (32); Qz (20%); Kfs( 13%); Mp (10%); Opx (8%); Mim (5%); Anf (4%); Cpx (4%); Bt (2%); Cl (1%); Zr (1%)

PDR 06b Pl (27%); Qz (18%); Kfs (14%); Opx (13%); Mp (10%); Cpx (9%); Mim (3%); Bt (3%); Op (2%); Anf (2%); Zr (1%)

PDR 10 Pl (25%); Kfs (20%); Qz (15%); Mp (10%); Opx (9%); Mim (7%); Cpx (5%); Bt (4%); Op (3%); Anf (2%); Zr (1%)

PDR 12 Pl (25%); Kfs (22%); Qz (18%); Mp (10%); Opx (6%); Mim (6%); Cpx (4%); Bt (3%); Anf (3%); Op (2%); Cl (1%)

PDR 16 Pl (28%); Qz (19%); Kfs (13%); Opx (12%); Cpx (8%); Mp (6); Bt (5%); Op (5%); Anf (2%); Zr (2%)

PDR 17 Pl (30%); Qz (20%); Opx (14%); Kfs (10%); Anf (8%); Cpx (5%); Op (5%); Mp (3%); Bt (3%); Mim (1%); Zr (1%)

MC 02 Pl (33%); Kfs (19%); Qz (18%); Opx (11%); Mp (6%); Cpx (5%); Bt (4%); Anf (2%); Op (1%); Zr (1%)

MC 05b Pl (28%); Qz (21%); Kfs (12%); Opx ( 11%); Mp (9%); Anf (7%); Cpx (4%); Bt (3%), Op (3%); Zr (2%)

MC 06 Pl (32%); Qz (17%); Opx (12); Kfs (9%); Cpx (9%); Anf (5%); Op (4%); Bt (4%); Mp (3%); Mim (3%); Zr (2%)

51

Figura 12: Diagrama Q-A-P modal para os granulitos heterogêneos ortoderivados (STRECKEISEN 1976).

Este litotipo apresenta texturas granoblástica granular e decussada (Prancha 4A) com

cristais inequigranulares marcados pela existência de pórfiros de feldspato (Prancha 4B).

Apresentam também as texturas poiquiloblástica em peneira (quartzo incluso no k-feldspato,

plagioclásio e opaco e apatita no ortopiroxênio (Prancha 4C e E), biotita e quartzo no

plagioclásio, opaco na biotita (Prancha 4D), zircão no plagioclásio (Prancha 4F) e a textura de

coroa de reação, onde o ortopiroxênio está sendo desestabilizado para formar o anfibólio,

sendo uma possível evidência do metamorfismo regressivo que atuou na região.

A seguir serão descritos separadamente os minerais presentes por ordem de

abundância/grandeza.

52

D

V

C

V

C

C

C

A

C

V

C

V

C

C

C

A

A

V

C

V

C

C

C

A

B

V

C

V

C

C

C

A

Pl

Pl

Qz

Qz

Pl

Kfs

Pl

Px

Op

Opx

Opx Qz

Pl

Pl

Pl

Bt

Op

Zr

Bt

Pl

Pl Opx

Opx

Qz

Qz

Op

Op

Pl

Prancha 4: A) Textura do tipo granoblástica granular e decussada. Amostra PDR 16, com analisador. B) Pórfiros

de k-feldspato e plagioclásio, apresentando inclusão de quartzo. Amostra PDR 17, com analisador. C) Textura

poiquiloblástica em peneira, com cristal de ortopiroxênio com inclusão de opaco. Amostra PDR 01, com analisador.

D) Cristal de biotita com inclusão de opaco. Amostra PDR 03, com analisador. E) Textura poiquiloblástica em

peneira, com a presença de plagioclásio incluso no ortopiroxênio. Amostra PDR 06b, com analisador. F) Textura

poiquiloblástica em peneira apresentando cristal de zircão incluso no plagioclásio. Amostra PDR 02, com

analisador.

E

V

C

V

C

C

C

A

F

V

C

V

C

C

C

A

53

Os cristais de plagioclásio foram descritos como andesina, apresentando a variação do

teor de anortita (An) entre 37,7 a 39,2%, os quais foram obtidos através do método Michel-

Levi (Kerr, 1959) e foram observados em todas as lâminas estudadas. Apresenta-se sob a

forma de grãos subidioblásticos (Prancha 5A e B) a xenoblásticos. Os tamanhos variam de

0,2mm (matriz) a 3,5 mm, sendo alguns destes grãos dispostos sob a forma de pórfiros.

Contato interlobado, curvo e embaiado. Apresentam geminação albita e albita-Calrsbad, por

vezes formando lamelas incompletas, ausentes ou em forma de cunha (Prancha 5A e B).

O quartzo está presente em todas as lâminas analisadas, sob a forma de grãos

predominantemente xenoblásticos, com tamanhos variados, desde 0,2 até 1,9 mm. Seus

contatos são predominantemente irregulares, sendo curvos, interlobados, embaiado com o

plagioclásio, k-feldspato, mimerquita, mesopertita e minerais opacos.

Os ortopiroxênios foram classificados como ferrossilita (Wo1,39-1,88- En47,71-48,74-

Fs49,38-50,9) e na transição enstatita/ferrossilita (Wo1,33-1,75-En49,24-49,26-Fs49,24-49,42), ou seja, os

ortopiroxênios classificados na transição enstatita/ferrossilita possuem valores maiores de

MgO e menores de FeO, enquanto que a ferrossilita possui os valores de FeO maiores que os

de MgO. Apresentam-se em todas as lâminas estudadas e estão dispostos sob a forma de

grãos, predominantemente xenoblásticos, de coloração acastanhada (Prancha 5C e D),

podendo também ocorrer na forma idioblástica e com tamanhos variando de 0,2 a 2,5 mm.

Seus contatos são irregulares, sendo predominantemente curvos com o plagioclásio, quartzo, e

minerais opacos e retos com a biotita+ plagioclásio+quartzo. Apresenta-se intimamente

associado à hornblenda, caracterizando a textura de coroa de reação do processo retrógrado

(Prancha 5E e F).

O K-feldspato está presente na forma de grãos, variando de subidioblásticos a

xenoblásticos e apresentando a geminação “tartan” ou microclina (Prancha 6A). Seus tamanhos

variam em torno de 0,3 até aproximadamente 1,8 mm e possui contatos tanto irregulares

(interlobados, curvos a embaiados) com os cristais de quartzo, plagioclásio e piroxênio, quanto

regulares (retos com alguns cristais de biotita). A microclina é também encontrada de maneira

intersticial.

A mesopertita apresenta-se sob a forma de grãos variando de subidioblásticos a

xenoblásticos (Prancha 6B e C), apresentando em alguns cristais, a extinção ondulante. Seus

54

tamanhos variam de 0,6 a 1,9 mm e possuem contatos variando de regulares a irregulares com

os minerais.

A

V

C

V

C

C

C

A

B

V

C

V

C

C

C

A

C

V

C

V

C

C

C

A

D

V

C

V

C

C

C

A

Mp

Pl Pl

Mp

Qz Qz

Op

Qz Qz

Mp

Opx

Ap Ap

Opx

Pl

Op

Prancha 5: A) Cristal de plagioclásio subidioblástico, apresentando geminação albita-Carlsbad, com contatos

interlobados com o quartzo e a mesopertita. Amostra: PDR 10, com analisador. B) Grão de plagioclásio, com

geminação albita, com analisador. Amostra PDR 10, com analisador. C) Cristal de ortopiroxênio subidioblástico,

associado a minerais opacos e com inclusão de apatita. Amostra PDR- 03, sem analisador. D) Mesmo grão, porém

com analisador. E) e F) Cristal de ortopiroxênio apresentando coroa retromretrometamórfica. Amostra MC 05b.

Foto E sem analisador e F com analisador

E

V

C

V

C

C

C

A

F

V

C

V

C

C

C

A

Opx Opx Anf

Anf

Op Op

Anf

55

Os cristais de clinopiroxênio foram classificados como augita e diopsídio e foram

observados em todas as lâminas estudadas, porém em algumas de forma pouco expressiva.

Está disposto sob a forma de grãos, variando de subidioblásticos a xenoblásticos, com

coloração acastanhada (Prancha 7A a D). Seus tamanhos variam de 0,2 a 2,2 mm. Os contatos

são predominantemente irregulares, sendo a maioria deles arredondados e interlobados com o

plagioclásio, quartzo e minerais opacos.

A mimerquita (intercrescimento de quartzo vermicular e plagioclásio quando este

último encontra-se em contato com o K-feldspato) ocorre com formas

arredondadas/vermiculares (Prancha 7 E e F) e tamanhos variando em torno de 0,2 a 0,4 mm.

Esta associada aos plagioclásios e k-feldspatos e quartzo, possuindo contatos curvos e difusos.

Prancha 6: A) Grão de microclima de forma xenoblástica e contato interlobados com o quartzo. Amostra PDR 10,

com analisador. B) Grão de mesopertita, xenoblástico, apresentando contatos curvos e difusos com plagioclásio e

mesoertia. Amostra PDR 12, sem analisador. C) Mesopertita, com analisador. Amostra PDR 12.

Kfs

Qz

Op

Mp

Mim

Mp

Qz

Mp

Pl

A

V

C

V

C

C

C

A

C

V

C

V

C

C

C

A

B

V

C

V

C

C

C

A

Pl

56

Os cristais de anfibólio foram classificados como hornblenda-edenita e estão presentes

na maioria das lâminas estudadas sob a forma de grãos, predominantemente xenoblásticos

(arredondados). Apresentam dois tipos de pleocroísmo, um que varia com tons

Prancha 7: A) e B) Cristal de clinopiroxênio, com formas xenoblásticas, inclusões de plagioclásio e borda de

opaco. C) e D) Clinopiroxênio xenoblástico com inclusão de opaco. porém com analisador. E) Intercrescimento

mimerquítico, com inclusão de opaco. F) Intercrescimento mimerquítico, semelhante ao anterior. Amostra PDR 03.

Fotos A e C sem analisador e B, D, E e F com analisador.

Cpx Op

Bt

Pl

Mp

Mp

Pl

Mp

Qz

Bt

Cpx

Pl

Cpx

Qz

Qz Pl

Pl

Qz

Qz

Pl

Op Op

Mim

Op

Op Pl Qz Mim Pl

Qz

E

F

A

C

B

D

57

amarelos/esverdeado a amarronzado e o outro possuindo tons esverdeado. Esta diferença

observada é consequência da origem distinta. Segundo (Eron Macedo- Comunicação verbal),

o primeiro é de origem metamórfica progressiva e o segundo pode ser considerado como

retrógrado (Prancha 8A e C). Seus tamanhos variam em torno de 0,2 até 0,5 mm. Apresentam-

se intimamente ligados aos ortopiroxênios, a biotita e aos minerais opacos, porém também

fazem contatos com o plagioclásio e quartzo. É possível perceber que em certos pontos da

lâmina, a hornblenda-edenita está localizada nas bordas do ortopiroxênio, que evidencia um

possível retrometamorfismo atuante na região (Prancha 8A e B).

A biotita está disposta predominantemente sob a forma de ripas alongadas (Prancha

8D), porém podem ser observadas algumas na forma de grãos, variando de idioblásticos a

xenoblásticos. São cristais pleocróicos com cor variando de tons castanhos a avermelhados.

Os tamanhos variam desde 0,1 até 0,6 mm e apresenta contatos predominante retos, com

plagioclásio, mineral opaco e piroxênio.

Os minerais opacos são encontrados em todas as lâminas estudadas deste litotipo sob

a forma xenoblásticas (Prancha 8D) e tamanhos bastante variados, desde 0,1mm até 3,0 mm

(Prancha 8E e F).

O zircão está presente em praticamente todas as lâminas estudadas, com formas

idioblásticas a subidioblásticas, coloração castanho escuro, com relevo bastante elevado

(Prancha 9A e B). Seus tamanhos variam em torno de 0,2 a 0,3 mm e apresentam-se quase

sempre inclusos no plagioclásio, mas também podem ser observados inclusos nos minerais

opacos, nos ortopiroxênios e na mesopertita.

A apatita está presente na forma de grãos idioblásticos basais (formas hexaédricas)

(Prancha 9C e D). Seus tamanhos variam em torno de 0,2 mm e normalmente são encontradas

como inclusões nos cristais de ortopiroxênio e plagioclásio.

:

58

Pl

Pl

Zr

Anf

Opx

Opx

Op

Anf

Opx

Opx

Pl

Pl

Zr

Op Op

Bt Opx

Pl

A

B

C

E

F

Op Op

Px Px

D

Anf

Opx

Bt

Prancha 8: A e B) Cristal de anfibólio localizado nas bordas do ortopiroxênio, evidenciando o metamorfismo

regressivo que atuou na região. Amostra PDR 02, sem analisador e com analisador, respectivamente. C) Cristal de

anfibólio apresentando pleocroísmo com tom marrom/esverdeado. Amostra MC 06, sem analisador. D) Biotita na

forma de ripa alongada, associada ao ortopiroxênio e opaco. Amostra PDR 03, sem analisador. E e F) Mineral

opaco com forma xenoblástica e tamanho em torno de 3,0 mm. Amostra PDR 03, sem analisador e com analisador,

respectivamente.

59

D

C

B

A

Op Op

Op Zr

Pl

Zr

Ap Opx

Ap

Qz

Pl

Prancha 9: A) Cristais de zircão incluso no plagioclásio e na mesopertita. Amostra MC 05b, com analisador. B)

Zircão incluso no plagioclásio em contato com o mineral opaco. Amostra PDR 06, sem analisador. C) Apatita

inclusa no plagioclásio. Amostra PDR 10, com analisador. D) Apatita inclusa no ortopiroxênio. Amostra PDR 03,

com analisador.

60

1. Enclave Máfico

Este litotipo é composto essencialmente por anfibólio, clinopiroxênio, biotita,

ortopiroxênio, plagioclásio, quartzo, k-feldspato, mineral opaco e apatita como mineral traço

(Tabela 6 e Figura 10).

Os enclaves máficos caracterizam-se por apresentar texturas do tipo granoblástica

granular (Prancha 10A), decussada, lepidoblástica (Prancha 10B e C), marcada pela

orientação da biotita e nematoblástica, marcada pela orientação dos anfibólios (de forma

incipiente), poiquiloblástica em peneira (Prancha 10D) (opacos inclusos na biotita e no

piroxênio, opaco e biotitas inseridos na hornblenda) e textura do tipo coroa de reação do

retrometamorfismo.

Tabela 6: Composição modal do enclave máfico.

Amostras Composição mineralógica

PDR 05 Anf (50%); Bt (15%); Opx (13%); Pl (8%); Qz (5%); kfs (5%); Cpx (3%); Op (1%)

PDR 08 Anf (47%); Cps (17%); Bt (14%); Opx(7%); Pl (6%); Qz ( 4%); Op (3%); Kfs (2%)

PDR 09 Anf (45%); Cpx (18%); Bt (12%); Opx (8%); Pl (7%); Qz (5%); Kfs (3%); Op (2%)

PDR 14 Anf (55%); Cpx (14%); Bt (12%); Opx (8%); Pl (6%); Qz (3%); Kfs (1%); Op (1%)

PDR 15 Anf (45%); Cpx (15%); Opx (10%); Bt (7%); Pl (7%); Qz (4%); Op (2%); Kfs (1%)

PDR 18 Anf (65%); Cpx (12%); Opx (8%); Bt (5%); Pl (4%); Qz (3%); Kfs (2%); Op (1%)

Mc 05a Anf (49%); Cpx (17%); Bt (10%); Opx (10%); Pl (7%); Qz (4%); Kfs (2); Op (1%)

A seguir serão descritos separadamente os minerais presentes por ordem de

abundância/grandeza.

Os anfibólios foram classificados como hornblenda-edenita (Prancha 11A) e estão

presentes na maioria das lâminas estudadas sob a forma de grãos subidioblásticos a

idioblásticos e em prismas levemente alongados e orientados. Podem ser agrupados em dois

diferentes “tipos”, um possuindo um pleocroísmo que varia com tons amarelos/esverdeado a

amarronzado e o outro possuindo coloração esverdeada. Esta diferença observada é

consequência da origem distinta. Segundo (Eron Macedo- Comunicação verbal), o primeiro é

de origem metamórfica progressiva e o segundo pode ser considerado como retrógrado. Seus

tamanhos são bastante variados, desde 0,2 até 1,9 mm. Apresentam-se intimamente ligados

aos ortopiroxênios, a biotita e aos minerais opacos, porém também faz contato com o

plagioclásio e com o quartzo. É possível perceber que em certos pontos da lâmina, a

hornblenda-edenita está consumindo o ortopiroxênio (Prancha 11B e C), ou seja,

61

desestabilizando-o. Isso pode ser correlacionado com o metamorfismo regressivo que atuou

na área, onde existia este litotipo metamorfizados na fácies granulito e ele foi soerguido, se

hidratando, gerando a hornblenda a partir do ortopiroxênio.

O clinopiroxênio (Prancha 11E e F) encontrado neste litotipo também foi classificado

com augita (Wo28,47-29,26- En41,08-43,46- Fs27,29-30,45) e diopsídio (Wo44,25-55,01- En35,05-44,07- Fs0,91-

18,85). Está disposto sob a forma de grãos xenoblásticos, de coloração acastanhada. Seus

tamanhos variam de 0,3 a 2,6 mm, apresentando contatos preferencialmente irregulares com

os minerais presentas na lâmina.

Prancha 10: A) Textura granoblástica granular e decussada do enclave máfico. Amostra PDR 18, sem analisador. B)Textura lepidoblástica, marcada pela orientação das biotitas de maneira incipiente. Amostra PDR 18, sem

analisador. C) Enclave máfico, com textura lepidoblástica incipiente, apresentando ainda a textura poiquiloblástica

em peneira, com biotita inclusa no anfibólio, minerais opacos na biotita, biotita no piroxênio. Amostra PDR 09,

sem analisador. D) Textura poiquiloblástica em peneira, apresentando inclusão de minerais opacos na biotita

titanífera e no ortopiroxênio. Amostra PDR 09, sem analisador.

A

D

C

B

Bt

Cpx

Op

Op

Cpx

Bt

Anf

Op

Opx

Anf

62

A biotita está disposta predominantemente sob a forma de ripas alongadas, porém

podem ser observadas algumas na forma de grãos idioblásticos a xenoblásticos. (Prancha

11D e E). Possui coloração marrom a marrom/avermelhada (no caso das biotitas com altos

valores de titânio), com tamanhos que variam desde 0,1 até 2,5 mm. Seus contatos são tanto

regulares (retos) quanto irregulares (curvos/arredondados), com o ortopiroxênio,

clinopiroxênio, plagioclásio, quartzo.

O ortopiroxênio varia entre enstatita (Wo0,9-1,32- En50,64-54,09- Fs45,02-48,-4) e ferrossilita

(Wo1,57-En48,9-Fs49,54) , estando dispostos na forma de grãos preferencialmente xenoblásticos e

de coloração acastanhada. Tamanhos bastante variados, de 0,2 até 1,5 mm, com contatos

irregulares, por vezes difusos principalmente com o anfibólio, que juntamente com

ortopiroxênio, forma uma paragênese regressiva, em que o ortopiroxênio desestabiliza-se para

formar o anfibólio (Prancha 11 B e C).

O plagioclásio foi classificado com andesina e labradorita, com teor de anortita (An)

variando de 37,81 a 51,37 %, apresentando-se na forma de grãos variando de subidioblásticos

a xenoblásticos, de coloração incolor, com tamanhos que variam em torno de 0,5 a

aproximadamente 1,0 mm. Possui contatos irregulares (curvos, interlobados) com quartzo,

mineral opaco, ortopiroxênio, clinopiroxênio e anfibólio. Já com a biotita, os contatos são

preferencialmente retos. Apresentam geminação do tipo albita e albita-Calrsbad.

O quartzo apresenta-se na forma de grãos xenoblásticos, com tamanhos em torno de

0,6 mm. Apresenta contatos preferencialmente irregulares, sendo eles interlobados, curvos e

embaiados com o plagioclásio, k-feldspato, com piroxênio e anfibólio. Extinção ondulante é

presente.

O k-feldspato está disposto na forma de grãos subidioblásticos a xenoblásticos, com

tamanhos em torno de 0,5 a 0,7 mm aproximadamente. Contatos predominantemente

irregulares com os minerais presentes na lâmina. Apresenta a típica geminação Calrsbad.

Os minerais opacos encontram-se na forma de grãos xenoblásticos, com tamanhos

muito pequenos, em torno de 0,2 a 0,4 mm. Apresentam-se preferencialmente inclusos nas

biotitas e anfibólios.

63

Prancha 11: A) Cristal de anfibólio xenoblástico, de coloração esverdeada. Amostra PDR 15, sem analisador. B) Textura de coroa de reação retrometamórfica com o ortopiroxênio localizado no centro do anfibólio. Amostra PDR

15, sem analisador. C) Textura de coroa de reação retrometamórfica, onde o ortopiroxênio está se desestabilizando

para formar o anfibólio. Amostra PDR 18, sem analisador. D) Cristal de biotita titanífera de forma xenoblástica.

Amostra PDR 18, sem analisador. E) Biotita com formas de ripas alongadas , apresentando orientação incipiente.

F) Paragênese formada pelo anfibólio, clinopiroxênio, ortopiroxênio, plagioclásio e quartzo. Amostra PDR 09, sem

analisador.

A

E

F

C

D

B

Pl

Bt

Qz

Anf

Pl Pl

Pl

Bt Opx

Anf Anf

Qz

Anf

Opx

Bt Opx

Bt

Anf

Anf

Pl

Bt

Cpx

Anf

Cpx

Op

Bt

Cpx

Opx

Pl

64

2. Contato

O contato entre o granulito heterogêneo ortoderivado e o enclave máfico (Figura 10)

pode ser observado nas seguintes amostras, relacionadas na Tabela 7.

Tabela 7: Composição modal do contato entre o granulito e o enclave máfico.

Amostras Composição mineralógica

PDR 01 Pl (28%); Qz (16%); Opx (15%); Kfs (13%); Cpx(10%); Anf (5%); Mp (5%); Mim (3%); Bt (2%); Op (2%); Zr (1%)

PDR 04 Pl (30%); Qz (22%); Anf (12%); Opx (10%); Kfs (8%); Mp (8%); Cpx (7%); Bt (6%); Mim (2%); Op (1%)

PDR 07 Pl (35%); Qz (15%); Opx (14%); Kfs (10%); Cpx (6%); Anf (5%); Mp (%%); Op (4%); Bt (3%); Mim (2%); Zr (1%)

Neste contato (Prancha 12) é notório algumas evidências do metamorfismo que atuou

na região. Há uma concentração maior de grãos de ortopiroxênio nas bordas do enclave

máfico quando comparado com o centro dele, no qual há uma quantidade maior de

clinopiroxênio.

Prancha 12: Contato entre o enclave máfico e a encaixante granulítica (granulitos heterogêneos ortoderivados). Amostra PDR 04, sem analisador.

Opx

Anf Bt

65

CAPÍTULO V

7. QUÍMICA MINERAL

Este capítulo tem por objetivos, a partir do quimismo das principais fases minerais

(plagioclásio, piroxênios, anfibólio e biotita) dos granulitos heterogêneos ortoderivados e dos

enclaves máficos do povoado de Pedrão, determinar a variação química da cristalização e/ou

recristalização, discriminar as respectivas variedades mineralógicas, estimar dentro das

limitações dos geotermômetros, as pressões e temperaturas de cristalização e/ou

recristalização de algumas dessas fases minerais.

As análises de química mineral foram realizadas nos granulitos heterogêneos

ortoderivado, como também no enclave máfico presente neste litotipo e no contato entre estes

dois, que representam juntos, o alvo principal do estudo (Figura 10).

Os piroxênios foram calculados na base de 6 oxigênios e segundo Morimoto et al.

(1988), a fórmula química geral dos piroxênios é M2M1T2O6, onde o termo (M2) se refere aos

cátions do sítio de coordenação octaédrica distorcida (M2 = Fe+2,

Na+1

, Mn+2

), o termo (M1) ao

sítio de coordenação octaédrica regular (M1 = Fe+2

, Fe+3

, Mn+2

, Cr+3

, Al+3,

Mg+2

) e, o termo

(T) referente ao sítio tetraédrico (T = Si, Al+3

.). Com esses dados obtidos, foi possível calcular

os membros finais Wo (Ca2Si2O6), En (Mg2Si2O6) e Fs (Fe2Si2O6).

Segundo Leake (1978), a classificação dos anfibólios baseia-se em um padrão

calculado com 24 (O, OH, F, Cl), porém devido ao fato de neste trabalho não se ter a

determinação de H20 e também pelo fato destas análises dos anfibólios serem obtidas por

microssonda eletrônica, onde geralmente não fornecem os valores de Fe2O3, será utilizada a

base de 23 oxigênios que é utilizada para calcular o conteúdo catiônico da fórmula padrão

(procedimento adotado para minimizar os problemas obtidos com tais análises parciais).

Depois, há o ajuste do total de cátions, excluindo (Ca+ K+ Na), para 5+8= 13 pela variação de

Fe2/ Fe3, onde este cálculo é obtido através do software Newamphical (Yavuz, 1998).

A nomenclatura utilizada para os anfibólios foi a proposta por Leake (1978), que

considera a composição química, a ocupação de oito posições tetraédricas segundo a fórmula

geral padrão: A0B2CIV

5TIV

8O22 ( OH, F, Cl)2, onde A=NaA; B=Ca, NaB, Fe+2

, Mn+2

, Mg+2

, Ni+2

;

C= AlIV

, Fe+3,

Ti, Cr, e T= Si e AlIV

66

A biotita foi calculada na base de 11 oxigênios, utilizando o software Bioterm (Yavuz

& Oztas, 1997).

7.1.Metodologia

Para utilização do equipamento da microssonda eletrônica, é necessário primeiramente

a confecção de lâminas delgadas polidas. Com as seções delgadas polidas preparadas, é

realizado um estudo petrográfico detalhado onde são observados os minerais presentes, com

as suas texturas e as relações de contato. A partir daí, há uma seleção de quais minerais serão

analisados através da microssonda com a marcação na própria lâmina (Prancha 13), da área

que deseja ser analisada.

Posteriormente com a utilização de um evaporador, as amostras são revestidas com

camadas de nanômetro de carbono. Vale ressaltar que a qualidade nos resultados obtidos com

as análises químicas, está diretamente relacionada com a qualidade da preparação destas

amostras.

Prancha 13: Grãos de ortopiroxênio que foram previamente delimitados, utilizando esta marcação redonda, com a

posterior análise utilizando a microssonda eletrônica.

67

Estas lâminas delgadas polidas foram encaminhadas para o laboratório (que neste

trabalho foi o da Université Blaise Pascal em Clermont Ferrand – França), e analisadas por

microssonda eletrônica. A microssonda eletrônica analisa locais pontuais, ou seja, em um

mesmo mineral podemos ter a análise por exemplo da borda e do núcleo do mineral, ela nos

dá a distribuição de elementos nas amostras realizadas na forma de óxidos.

7.2.Piroxênios

Serão abordados separadamente os resultados obtidos tanto nos ortopiroxênios quanto

nos clinopiroxênios sendo e plotados no diagrama de Morimoto et al. (1988). Tanto as

análises da química mineral dos ortopiroxênio (26 análises- Tabela 8) quanto dos

clinopiroxênios (14 análises- Tabela 9) foram realizadas no núcleo destes minerais, não se

tendo nenhuma análise representando a borda dos minerais.

Ortopiroxênio

As análises químicas referentes aos ortopiroxênio foram plotadas no diagrama

triangular Wo-En-Fs (Figura 14) de Morimoto et al. (1988), Observou-se que os granulitos

heterogêneos ortoderivados foram classificados como ferrossilita (Wo1,39-1,88- En47,71-48,74-

Fs49,382-50,91) (amostras PDR 02, PDR 03A e PDR 03b e entre ferrossilita e enstatita com

composição de membros finais variando de Wo1,33-1,75- En49,005-49,26- Fs49,24-49,42 (amostras

PDR 10 e PDR 06A).

Nos enclaves máficos verifica-se a presença de enstatita em onze amostras com

composição variando de Wo0,9-1,45- En50,64-54,09-Fs45,02-48,08, uma amostra classificada como

ferrossilita (Wo1,57- En48,9 - Fs49,54) e três amostras no campo entre ferrossilita/enstatita

(Wo0,93-1,56- En49,06-49,34- Fs49,38-49,73). Nas amostras do contato entre o granulito e o enclave

máfico, os ortopiroxênios foram classificados com enstatita (Wo1,39-1,4- En50,23-51,34- Fs47,06-

48,38), ferrossilita (Wo1,05-1,64- En48,71-48,11- Fs50,24-50,25) e entre ferrossilita/enstatita (Wo1,29-1,55 -

En49,29-49,40- Fs49,38-49,31). Através da química mineral é possível diferenciar a enstatita da

ferrossilita, devido a enstatita possuir valores maiores de Mg0 e menores de FeO e Al2O3,

quando comparado com os valores da Ferrossilita.

68

Os valores médios das frações molares (XMg) da enstatita variam entre 0,515-0,540 no

enclave máfico e 0,515- 0,522 no contato entre os litotipos. As frações molares da

ferrossilita variam de 0,501- 0,525 nos granulitos, 0,503 no enclave máfico e 0,505 no

contato, sendo assim, muito próximos. As análises químicas realizadas nos cristais de

ortopiroxênio de todos os litotipos analisados mostram que todos os valores de Al2O3 são

menores que 1%. Segundo Pinho (2005) é possível determinar se o ortopiroxênio é formado

durante o metamorfismo progressivo ou se foi reequilibrado durante o metamorfismo

regressivo, quando se comparam os resultados obtidos nas frações molares XMg entre a borda

e o núcleo deste mineral. Devido ao fato de neste estudo as análises da química mineral do

ortopiroxênio serem exclusivamente do núcleo desse mineral, não será possível determinar

através da comparação entre as frações molares XMg, as possíveis origens destes ortopiroxênio

existentes nos litotipos analisados.

Figura 13: Classificação dos ortopiroxêneios dos granulitos heterogêneos ortoderivados, enclave máfico e

contato, segundo o diagrama ternário En- Wo- Fs (MORIMOTO et al., 1988).

Clinopiroxênio

Foram analisadas 12 amostras dos enclaves máficos e duas do contato (Tabela 9). Os

clinopiroxênios dos granulitos heterogêneos ortoderivados não foram analisados. As análises

químicas referentes ao clinopiroxênio ao serem plotadas no diagrama triangular Wo- En- Fs

69

(Figura 14) de Morimoto et al. (1988), mostram que as amostras PDR 04d (contato), PDR 05d

e PDR 14d (enclave), situam-se no campo da augita, com as composições dos membros finais

variando de Wo28,47-29,26- En41,08-43,46- Fs27,29-30,45, enquanto que as frações molares destes

piroxênios variam entre XMg (0,733-0,755). As demais amostras, estão no situadas no campo do

diopsídio, apresentando as composições dos membros finais variando de Wo45,62-En39,15-

Fs17,22 (contato) a Wo44,25-55,01-En44,07-35,05- Fs0,91-18,05 (enclave) e, as frações molares dos

diopsídios variam entre XMg 0,3 (contato) a 0,87 a 1,0 (enclave).

Figura 14: Classificação dos clinopiroxênios dos granulitos heterogêneos ortoderivados e do enclave máfico,

segundo o diagrama ternário En- Wo- Fs (MORIMOTO et al., 1988).

70

Tabela 8: Análises químicas representativas do ortopiroxênio dos granulitos heterogêneos ortoderivados (G), enclaves máficos (E) e contato entre o granulito e o enclave (C).

Amostra PDR 01 PDR 02 PDR 03a PDR 03b PDR 04a PDR 04b PDR 04c PDR 05a PDR 05b PDR 07a PDR 07b PDR 07c PDR 08a PDR 08b PDR 08c PDR 08d PDR 09a PDR 09b PDR 10 PDR 14a PDR 14b PDR 15a PDR 15b PDR 18a PDR 18b PDR 6a

Litotipo C G G G C C C C C C C C E E E E E E G E E E E E E G

SiO2 50.667 51.174 50.975 50.868 51.003 50.626 50.962 50.530 50.915 51.418 51.514 51.349 51.165 51.411 51.026 51.240 51.343 51.144 50.849 51.358 50.731 51.099 51.144 51.022 50.346 51.118

TiO2 0.072 0.052 0.017 0.083 0.048 0.063 0.088 0.102 0.092 0.073 0.000 0.042 0.067 0.075 0.013 0.120 0.165 0.095 0.137 0.102 0.142 0.077 0.095 0.000 0.080 0.080

Al2O3 0.642 0.554 0.608 0.746 0.582 0.516 0.642 0.629 0.733 0.453 0.516 0.486 0.493 0.627 0.820 0.590 0.735 0.656 0.467 0.782 0.862 0.607 0.618 0.572 0.805 0.688

FeO 30.533 30.850 30.150 29.511 28.575 29.620 29.486 28.806 27.986 30.044 29.868 29.444 28.565 28.144 28.362 29.797 29.580 30.017 29.598 28.047 28.775 28.393 28.954 28.007 28.978 29.850

Cr2O3 0.028 0.000 0.038 0.048 0.047 0.060 0.025 0.000 0.020 0.013 0.003 0.028 0.067 0.077 0.013 0.035 0.085 0.001 0.050 0.091 0.061 0.039 0.075 0.042 0.075 0.000

MnO 0.603 0.637 0.564 0.553 0.589 0.790 0.665 0.690 0.705 0.496 0.526 0.497 0.793 0.662 0.589 0.656 0.520 0.553 0.693 0.688 0.705 0.784 0.782 0.625 0.817 0.549

MgO 16.727 16.562 16.659 16.650 17.924 16.546 16.848 17.503 17.842 17.181 17.086 17.441 17.614 17.942 17.949 16.952 16.670 17.045 16.942 18.126 17.438 17.852 17.675 19.303 17.995 16.975

CaO 0.791 0.669 0.817 0.893 0.680 0.498 0.603 0.519 0.716 0.751 0.620 0.673 0.466 0.548 0.569 0.444 0.743 0.754 0.635 0.631 0.632 0.623 0.595 0.445 0.541 0.845

Na2O 0.034 0.022 0.024 1.016 0.009 0.057 0.063 0.040 0.086 0.024 0.042 0.000 0.019 0.088 0.008 0.016 0.007 0.065 0.000 0.030 0.000 0.040 0.000 0.031 0.046 0.035

K2O 0.000 0.006 0.000 0.136 0.012 0.005 0.029 0.000 0.004 0.012 0.000 0.000 0.000 0.000 0.017 0.041 0.033 0.016 0.000 0.017 0.000 0.001 0.000 0.012 0.039 0.004

Total 100.060 99.722 100.096 100.524 99.852 100.505 99.469 98.781 99.412 98.818 99.100 99.881 100.346 100.467 100.175 99.959 99.249 99.576 99.366 99.891 99.871 99.346 99.515 99.937 99.371 100.144

Si 1,96 1,975 1,976 1,939 1,968 1,984 1,98 1,967 1,97 1,977 1,986 1,98 1,983 1,98 1,969 1,983 1,988 1,968 1,978 1,971 1,966 1,972 1,97 1,944 1,939 1,972

AlIV 0,029 0,025 0,024 0,033 0,026 0,016 0,02 0,029 0,03 0,021 0,014 0,02 0,017 0,02 0,031 0,017 0,012 0,03 0,021 0,029 0,034 0,028 0,028 0,026 0,037 0,028

Fe3 0,011 0 0 0,027 0,005 0 0 0,004 0 0,003 0 0 0 0 0 0 0 0,002 0 0 0 0,001 0,002 0,031 0,025 0

AlVI 0 0 0,004 0 0 0,007 0,009 0 0,003 0 0,009 0,002 0,006 0,008 0,007 0,01 0,022 0 0 0,006 0,005 0 0 0 0 0,003

Ti 0,002 0,002 0 0,002 0,001 0,002 0,003 0,003 0,003 0,002 0 0,001 0,002 0,002 0 0,003 0,005 0,003 0,004 0,003 0,004 0,002 0,003 0 0,002 0,002

Cr 0,001 0 0,001 0,001 0,001 0,002 0,001 0 0,001 0 0 0,001 0,002 0,002 0 0,001 0,003 0 0,002 0,003 0,002 0,001 0,002 0,001 0,002 0

Mg 0,96 0,953 0,963 0,86 0,969 0,966 0,976 0,967 0,966 0,977 0,982 0,981 0,984 0,976 0,969 0,978 0,962 0,966 0,982 0,971 0,97 0,971 0,972 0,941 0,936 0,971

Fe2 0,94 0,95 0,946 0,778 0,889 0,948 0,947 0,904 0,877 0,942 0,954 0,935 0,919 0,895 0,892 0,957 0,95 0,933 0,95 0,882 0,913 0,89 0,908 0,803 0,848 0,94

Mn 0,02 0,021 0,019 0,018 0,019 0,026 0,022 0,023 0,023 0,016 0,017 0,016 0,026 0,022 0,019 0,022 0,017 0,018 0,023 0,022 0,023 0,026 0,026 0,02 0,027 0,018

Ca 0,033 0,028 0,034 0,036 0,028 0,021 0,025 0,022 0,03 0,031 0,026 0,028 0,019 0,023 0,024 0,018 0,031 0,031 0,026 0,026 0,026 0,026 0,025 0,018 0,022 0,035

Na 0,003 0,002 0,002 0,075 0,001 0,004 0,005 0,003 0,006 0,002 0,003 0 0,001 0,007 0,001 0,001 0,001 0,005 0 0,002 0 0,003 0 0,002 0,003 0,003

K 0 0 0 0,007 0,001 0 0,001 0 0 0,001 0 0 0 0 0,001 0,002 0,002 0,001 0 0,001 0 0 0 0,001 0,002 0

∑ cátions 4 4 4 3,993 3,999 4 3,999 4 4 3,999 4 4 4 4 3,999 3,998 3,998 3,999 4 3,999 4 4 4 3,999 3,998 4

WO 1,635 1,385 1,703 1,879 1,405 1,054 1,267 1,083 1,493 1,548 1,288 1,393 0,973 1,142 1,182 0,929 1,566 1,56 1,327 1,307 1,319 1,291 1,229 0,896 1,108 1,753

EN 48,112 47,714 48,315 48,74 51,539 48,709 49,263 50,84 51,781 49,29 49,402 50,227 51,168 52,005 51,871 49,337 48,895 49,064 49,256 52,23 50,64 51,486 50,805 54,086 51,262 49,005

FS 50,253 50,901 49,982 49,382 47,056 50,237 49,47 48,077 46,726 49,161 49,31 48,381 47,859 46,853 46,947 49,734 49,539 49,376 49,418 46,463 48,041 47,222 47,965 45,018 47,631 49,242

XMg 0,505 0,501 0,504 0,525 0,522 0,505 0,508 0,517 0,524 0,509 0,507 0,512 0,517 0,522 0,521 0,505 0,503 0,509 0,508 0,524 0,515 0,522 0,517 0,540 0,525 0,508

XFe 0,495 0,499 0,496 0,475 0,478 0,495 0,492 0,483 0,476 0,491 0,493 0,488 0,483 0,478 0,479 0,495 0,497 0,491 0,492 0,476 0,485 0,478 0,483 0,460 0,475 0,492

Classif. Ferr Ferr Ferr Ferr Enst Ferr Trans Enst Enst Trans Trans Enst Enst Enst Enst Trans Ferr Trans Trans Enst Enst Enst Enst Enst Enst Trans

FÓRMULA ESTRUTURAL (NA BASE DE 6 OXIGÊNIOS)

71

Tabela 9: Análises químicas representativas dos clinopiroxênios do enclave máfico (E) e do contato (C). Diop.=diopsídio.

Amostra PDR 04d PDR 04e PDR 05c PDR 05d PDR 05e PDR 05f PDR 08e PDR 08f PDR 08g PDR 08h PDR 14c PDR 14d PDR 18c PDR 18d

Litotipo C C E E E E E E E E E E E E

SiO2 43.470 52.432 51.689 44.266 51.559 51.938 51.009 52.327 52.010 52.549 51.330 42.970 50.699 51.833

TiO2 1.823 0.070 0.128 1.578 0.180 0.138 0.347 0.142 0.163 0.177 0.187 2.190 0.138 0.203

Al2O3 9.474 0.765 1.340 9.356 1.763 1.045 2.076 1.122 1.296 1.100 1.731 10.033 1.663 1.685

FeO 14.725 10.561 10.177 14.155 11.316 10.333 11.002 10.139 10.261 10.589 11.277 15.251 10.952 0.203

Cr2O3 0.525 0.042 0.126 0.132 0.146 0.121 0.153 0.158 0.155 0.101 0.175 0.300 0.257 0.174

MnO 0.098 0.285 0.270 0.115 0.249 0.297 0.288 0.253 0.262 0.254 0.272 0.198 0.293 0.279

MgO 12.301 13.130 12.683 12.751 12.746 13.231 11.887 12.895 12.827 13.119 12.689 11.694 13.270 13.129

CaO 11.554 22.433 22.024 11.945 21.252 21.984 21.833 22.630 22.360 22.177 21.174 11.275 21.644 22.801

Na2O 1.174 0.252 0.322 1.394 0.369 0.426 0.458 0.377 0.341 0.318 0.363 1.564 0.305 0.340

K2O 1.651 0.013 0.005 1.299 0.000 0.019 0.008 0.020 0.012 0.016 0.000 1.635 0.007 0.007

Total 99.227 100.729 96.796 99.984 98.764 96.990 99.580 99.533 99.062 100.064 99.688 100.399 99.198 97.108

Si 1,673 1,967 1,963 1,692 1,945 1,953 1,938 1,96 1,956 1,963 1,944 1,649 1,914 2,09

Al 0,327 0,033 0,037 0,308 0,055 0,046 0,062 0,04 0,044 0,037 0,056 0,351 0,074 0

Fe3 0 0 0 0 0 0,001 0 0 0 0 0 0 0,012 0

AlIV 0,103 0,001 0,023 0,113 0,023 0 0,031 0,009 0,014 0,011 0,021 0,103 0 0,08

Ti 0,053 0,002 0,004 0,045 0,005 0,004 0,01 0,004 0,005 0,005 0,005 0,063 0,004 0,006

Cr 0,016 0,001 0,004 0,004 0,004 0,004 0,005 0,005 0,005 0,003 0,005 0,009 0,008 0,006

Mg 0,559 0,734 0,718 0,572 0,717 0,742 0,673 0,72 0,719 0,731 0,716 0,517 0,747 0,789

Fe2 0,204 0,07 0,071 0,186 0,106 0,073 0,068 0,056 0,065 0,081 0,105 0,182 0,092 0

Mn 0,003 0,009 0,009 0,004 0,008 0,009 0,009 0,008 0,008 0,008 0,009 0,006 0,009 0,01

Ca 0,477 0,902 0,896 0,489 0,859 0,886 0,889 0,908 0,901 0,888 0,859 0,464 0,876 0,985

Na 0,088 0,018 0,024 0,103 0,027 0,031 0,034 0,027 0,025 0,023 0,027 0,116 0,022 0,027

K 0,081 0,001 0 0,063 0 0,001 0 0,001 0,001 0,001 0 0,08 0 0

∑ cátions 3,919 3,999 4 3,937 4 3,999 4 3,999 3,999 3,999 4 3,92 4 4

WO 28,712 45,623 46,048 29,258 44,26 45,148 46,268 46,482 46,176 45,355 44,254 28,467 44,273 55,012

EN 42,533 37,154 36,897 43,456 36,935 37,807 35,05 36,852 36,857 37,331 36,9 41,081 37,768 44,074

FS 28,755 17,223 17,055 27,285 18,805 17,046 18,681 16,666 16,968 17,314 18,846 30,451 17,96 0,914

XMg 0,733 0,913 0,910 0,755 0,871 0,910 0,908 0,928 0,917 0,900 0,872 0,740 0,890 1,000

Xfe 0,267 0,087 0,090 0,245 0,129 0,090 0,092 0,072 0,083 0,100 0,128 0,260 0,110 0,000

Class. Augita Diop. Diop. Augita Diop. Diop. Diop. Diop. Diop. Diop. Diop. Augita Diop. Diop.

FÓRMULA ESTRUTURAL( NA BASE DE 6 OXIGÊNIOS)

72

7.3.Plagioclásio

Foram analisados 22 cristais de plagioclásio (4 dos granulitos heterogêneos

ortoderivados, 13 dos enclaves máficos e 5 do contato) (Tabela 10) e, a partir dos resultados

obtidos, foi possível plotar estes dados no diagrama ternário Or-Ab-Na (Figura 15) (Deer et al.

1963).

Figura 15: Classificação dos cristais de plagioclásio dos granulitos heterogêneos ortoderivados, do enclave máfico,

e do contato, segundo o diagrama ternário Or- Ab- An (DEER et al., 1993).

As amostras dos granulitos heterogêneos ortoderivados foram classificadas como

andesina, com composição média variando de An 37,70-39,15 Ab 50,36-61,28 Or 0,75-1,41.

Nos enclave máfico apenas uma amostra situa-se no campo da labradorita com

composição de An51,37 Ab47,86 Or0,78 (amostra PDR 18a) e aproximadamente na transição

andesina/labradorita (amostras PDR 08c e PDR 14b), apresentando composição média de

An49,817 Ab48,866 Or1,318. As outras amostras analisadas do enclave foram plotadas no campo da

andesina, com composição variando de An 48,69-37,81 Ab 50,36-61,44 Or 0,75-1,41.

As amostras do contato entre o granulito e enclave foram classificadas como andesina

(An 36,98-39,23 Ab 59,38-68,11 Or 0,54-2,10).

73

Tabela 10: Análises representativas do plagioclásio dos granulitos heterogêneos ortoderivados (G), do enclave máfico (E) e do contato (C).

Amostra PDR 01 PDR 02 PDR 03 PDR 04a PDR 04b PDR 05 PDR 07a PDR 07b PDR 08a PDR 08b PDR 08c PDR 09a PDR 09b PDR 09c PDR 10 PDR 14a PDR 14b PDR 15a PDR 15b PDR 18a PDR 18b PDR 6a

Litotipo C G G C C E C C E E E E E E G E E E E E E G

SiO2 59.068 58.424 58.432 58.430 57.260 56.223 58.758 58.445 56.214 55.833 55.878 57.553 58.300 58.792 58.736 56.342 55.549 56.146 56.238 54.849 55.626 58.730

TiO2 0.000 0.000 0.122 0.013 0.013 0.012 0.040 0.030 0.000 0.000 0.000 0.080 0.003 0.000 0.037 0.000 0.000 0.032 0.007 0.000 0.000 0.001

Al2O3 25.912 26.229 25.893 25.745 26.274 26.962 25.432 26.186 27.601 27.210 27.695 26.263 25.760 25.855 25.927 27.695 27.686 27.053 26.928 28.296 27.593 25.745

FeO 0.094 0.113 0.239 0.122 0.152 0.125 0.069 0.130 0.207 0.093 0.642 0.183 0.103 0.147 0.187 0.107 0.513 0.136 0.491 0.274 0.255 0.100

MnO 0.003 0.046 0.023 0.000 0.025 0.000 0.000 0.000 0.018 0.017 0.017 0.008 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.005 0.000 0.000 0.046 0.000

MgO 0.002 0.000 0.018 0.018 0.000 0.000 0.000 0.000 0.015 0.000 0.000 0.017 0.000 0.000 0.005 0.000 0.007 0.000 0.053 0.000 0.000 0.013

CaO 7.803 8.293 8.229 7.788 8.822 9.780 7.869 8.244 10.115 9.607 10.271 8.671 8.091 8.068 8.133 10.039 10.357 9.707 9.810 10.550 9.895 7.942

Na2O 7.023 7.023 7.106 7.228 6.760 5.997 7.270 6.895 5.834 6.017 5.701 6.879 7.267 7.206 7.284 6.004 5.919 6.101 5.930 5.432 6.006 7.125

K2O 0.369 0.152 0.152 0.161 0.096 0.187 0.181 0.245 0.167 0.246 0.296 0.239 0.136 0.173 0.218 0.170 0.171 0.243 0.233 0.134 0.201 0.177

Cr2O3 0.013 0.045 0.000 0.019 0.028 0.000 0.000 0.000 0.004 0.048 0.000 0.000 0.019 0.000 0.013 0.000 0.000 0.000 0.006 0.019 0.012 0.000

Total 99.554 99.634 100.285 100.325 100.214 99.525 99.430 99.285 99.891 99.680 100.241 99.618 100.174 100.175 99.070 100.500 100.357 100.111 99.423 99.685 100.540 99.835

Si 10,533 10,433 10,453 10,504 10,338 10,184 10,551 10,447 10,103 10,139 10,045 10,349 10,477 10,501 10,473 10,104 10,018 10,164 10,167 9,936 10,064 10,522

Al 5,441 5,516 5,455 5,45 5,586 5,752 5,378 5,512 5,842 5,819 5,863 5,561 5,452 5,438 5,444 5,849 5,88 5,768 5,733 6,037 5,879 5,432

Ti 0 0 0,016 0,002 0,002 0,002 0,005 0,004 0 0 0 0,011 0 0 0,005 0 0 0,004 0,001 0 0 0

Fe2 0,014 0,017 0,036 0,018 0,023 0,019 0,01 0,019 0,031 0,014 0,097 0,028 0,015 0,022 0,028 0,016 0,077 0,021 0,074 0,042 0,039 0,015

Mn 0 0,007 0,003 0 0,004 0 0 0 0,003 0,003 0,003 0,001 0 0 0 0 0 0,001 0 0 0,007 0

Mg 0,001 0 0,005 0,005 0 0 0 0 0,004 0 0 0,005 0 0 0,001 0 0,002 0 0,014 0 0 0,003

Ca 1,491 1,587 1,577 1,5 1,706 1,898 1,514 1,579 1,948 1,869 1,978 1,671 1,558 1,544 1,554 1,929 2,001 1,883 1,9 2,048 1,918 1,524

Na 2,428 2,432 2,465 2,519 2,366 2,106 2,531 2,39 2,033 2,119 1,987 2,398 2,532 2,496 2,518 2,088 2,07 2,142 2,079 1,908 2,107 2,475

K 0,084 0,035 0,035 0,037 0,022 0,043 0,041 0,056 0,038 0,057 0,068 0,055 0,031 0,039 0,05 0,039 0,039 0,056 0,054 0,031 0,046 0,04

∑cátions 19,992 20,027 20,045 20,035 20,047 20,004 20,03 20,007 20,002 20,02 20,041 20,079 20,065 20,04 20,073 20,025 20,087 20,039 20,022 20,002 20,06 20,011

Ab 60,65 59,99 60,46 62,11 57,79 52,04 61,94 59,38 50,58 52,39 49,27 58,15 61,44 61,19 61,09 51,48 50,36 52,49 51,55 47,86 51,76 61,28

An 37,25 39,15 38,68 36,98 41,67 46,90 37,05 39,23 48,47 46,21 49,05 40,52 37,81 37,85 37,70 47,56 48,69 46,14 47,11 51,37 47,11 37,73

Or 2,10 0,86 0,86 0,91 0,54 1,06 1,00 1,39 0,95 1,41 1,69 1,33 0,75 0,96 1,21 0,96 0,95 1,37 1,34 0,78 1,13 0,99

Classif Andesina Andesina Andesina Andesina Andesina Andesina Andesina Andesina Andesina Andesina And/labrad Andesina Andesina Andesina Andesina Andesina Andesina And/labrad Andesina Labrad Andesina Andesina

FÓRMULA ESTRUTURAL (NA BASE DE 8 OXIGÊNIOS)

74

7.4.Anfibólio

Foram analisados através da microssonda eletrônica 6 cristais de anfibólio do enclave

máfico e um contato. Não foram analisados os anfibólios dos granulitos heterogêneos

ortoderivados (Tabela 11).

Ao serem plotados no diagrama de Leake et al. (1997), as amostras foram situadas no

campo da edenita (Figura 16), sendo classificados como anfibólios do grupo cálcio. Segundo

Yavuz & Oztas (1997) o anfibólio do grupo cálcico possui (Ca)b ≥ 1,5, (Na+K)A ≥ 0,5 e Ti < 0,5,

fato observado a partir dos cálculos obtidos com as fórmulas estruturais onde (Ca)b varia em

torno de 1,84 (contato) a 1,85-1,91 (enclave), as razões (Na+K)A entre 0,68 (contato) e 0,81

(enclave) e Ti 0,19 a 0,47.

.

Figura 16: Classificação dos anfibólios do enclave máfico e do contato, segundo Leake et al. (1997). Legenda dos

litotipos similar a da Figura 13.

Apresentam os teores de MgO variando entre 11,32 (contato) e 11,70 a 12,47% (enclave),

os de Na2O relativamente baixos, variando entre 1,33 (contato) e 1,6 a 1,69% (enclave) e, os de

CaO variando de 11,52 (contato) e 11,40 a 11,86%. (enclave) Conforme Raase (1974), o

conteúdo de Ti no sítio “C” da estrutura em anfibólios da fácies granulito retrógrado varia de

0,19 a 0,23, valores estes compatíveis aos valores encontrados nos anfibólios das amostras PDR

18a e b, PDR 05, PDR 08a e b e PDR 14 (enclave máfico). No entanto, a amostra PDR 04

(contato) possui valores de 0,47 sugerindo assim, que foi gerada em uma fase do pico

metamórfico granulítico.

75

Segundo Pinho (2005), para que os anfibólios sejam considerados cristalizados sob as

condições regressivas, precisam apresentar baixos valores de TiO2, fato este que foi observado,

com os teores variando em torno de 1,66 a 2,16. A única amostra que foge de tal padrão é a PDR

04, que apresenta TiO2 de 4,25. As frações molares (XMg) encontradas para estes anfibólios

situam-se em torno 0,61 (contato) e de 0,58 a 0,61 (enclave).

Tabela 11: Análises representativas dos anfibólios do enclave máfico (E) e do contato (C).

Amostra PDR 18a PDR 18b PDR 04 PDR 05 PDR 08a PDR 08b PDR 14

Litotipo E E C E E E E

SiO2 42.93 42.78 42.96 42.77 43.67 43.90 43.94

TiO2 1.70 1.70 4.25 2.16 2.03 1.66 1.68

Al2O3 10.45 10.23 9.94 10.10 9.85 9.74 9.27

FeO 14.51 14.66 14.47 14.50 14.85 15.16 14.49

MnO 0.07 0.17 0.16 0.17 0.10 0.20 0.13

MgO 12.47 12.40 11.32 11.71 11.70 12.04 12.47

CaO 11.57 11.55 11.52 11;40 11.64 11.61 11.86

Na2O 1.67 1.69 1.33 1.69 1.60 1.69 1.62

K2O 1.57 1.69 1.61 1.54 1.43 1.24 1.41

Cr2O3 0.44 0.43 0.58 0.22 0.35 0.29 0.19

Total 96.94 96.87 97.55 96.04 96.86 97.25 96.89

Si 6.44 6.44 6.39 6.49 6.56 6.58 6.60

Al 1.84 1.81 1.74 1.81 1.75 1.72 1.65

Ca 1.86 1.86 1.84 1.85 1.87 1.86 1.91

Mg 2.79 2.78 2.51 2.65 2.62 2.69 2.79

Mn 0.01 0.02 0.02 0.02 0.01 0.03 0.02

Fe 1.82 1.84 1.80 1.84 1.87 1.90 1.82

Ti 0.19 0.19 0.47 0.25 0.23 0.19 0.19

Na 0.49 0.49 0.38 0.50 0.47 0.49 0.47

K 0.30 0.32 0.30 0.30 0.27 0.24 0.27

Cr 0.05 0.05 0.07 0.03 0.04 0.03 0.02

AlIV 1.56 1.56 1.61 1.51 1.44 1.42 1.40

AlVI 0.28 0.25 0.13 0.30 0.31 0.30 0.25

Fe+2 1.76 1.78 1.69 1.84 1.87 1.90 1.82

Fe+3 0.06 0.06 0.11 0.00 0.00 0.00 0.00

XMg(Fe+2) 0.61 0.61 0.60 0.59 0.58 0.59 0.61

Classif. Edenita Edenita Edenita Edenita Edenita Edenita Edenita

FÓRMULA ESTRUTURAL (NA BASE DE 23 OXIGÊNIOS)

76

7.5.Biotita

Foram analisados 16 cristais de biotita (4 dos granulitos heterogêneos ortoderivados, 8

dos enclaves máficos e 4 do contato entre os granulitos e o enclave) com a microssonda

eletrônica (Tabela 12) e ao serem plotados no diagrama binário Al (IV) versus XFe (Figura 17)

(DEER et al., 1992), todas as amostras situam-se no campo da eastonita. Os valores de Al (IV)

variam de 1,17 a 1,28 (granulitos), de 1,12 a 1,14 (enclave) e de 1,12 a 1,28 (contato) e a XFe

varia de 0,38 a 0,47 (granulitos), de 0,32 a 0,41 (enclave) e 0,38 a 0,93 (contato).

Figura 17: Classificação das micas do granulitos heterogêneos ortoderivados, do enclave máfico e do contato,

segundo o diagrama binário Al (IV) versus Fe/(Fe+Mg) (DEER et al., 1963). Legenda dos litotipos similar a da

Figura 13.

Todos os cristais de biotita analisados apresentam altos valores de TiO2 (2,89 a 5,94%

nos granulitos, 3,89 a 6,71% nos enclaves e 3,73 a 4,60% no contato) e altas razões para XMg

(0,66 a ,078 nos granulitos, 0,59 a 0,79 no enclave e 0,65 a 0,96 no contato). Segundo Dooley &

Patino Douce (1986) apud Pinho (2005), estas feições observadas são típicas de cristalização

ocorrida em fácies granulito.

As análises químicas representativas destes cristais de biotita foram também plotadas no

diagrama binário de Ti versus XMg (Figura 18), mostrando a relação de Ti com o MgO.

77

Figura 18: Diagrama binário Ti versus XMg dos cristais de biotita dos granulitos heterogêneos ortoderivados, do

enclave máfico e do contato. Legenda similar a da Figura 13.

78

Tabela 12: Análises representativas da biotita dos granulitos heterogêneos ortoderivados (G), do enclave máfico (E) e do contato (C).

Amostra PDR 18 PDR 01 PDR 02a PDR 02b PDR 03 PDR 04a PDR 04b PDR 04c PDR 05 PDR 09 PDR 08a PDR 08b PDR 14a PDR 14b PDR 15 PDR 10

Litotipo E C G G G C C C E E E E E E E G

SiO2 37,96 37,11 32,58 36,37 36,83 34,83 33,68 37,71 37,51 36,08 37,69 37,73 38,14 38,02 37,74 37,47

TiO2 4,01 4,32 5,94 3,45 2,89 4,24 3,73 4,60 4,58 6,71 5,26 4,76 4,72 3,89 4,99 5,13

Al2O3 13,01 13,51 13,77 13,44 13,86 13,00 13,69 12,63 12,61 12,37 12,75 12,81 12,89 13,15 12,94 13,15

FeO 13,39 17,57 19,39 18,27 16,76 17,80 18,97 15,41 13,98 14,69 15,27 15,13 14,10 14,06 15,11 16,66

MnO 0,03 0,03 0,08 0,03 0,06 0,13 0,06 0,03 0,06 0,05 0,10 0,05 0,07 0,09 0,06 0,07

MgO 16,27 12,84 12,12 13,62 15,32 14,59 14,74 14,28 14,95 11,76 14,00 14,59 14,86 16,56 14,56 12,95

CaO 0,14 0,21 3,69 0,19 0,19 0,14 0,03 0,22 0,15 3,04 0,02 0,07 0,04 0,14 0,00 0,07

Na2O 0,21 0,13 0,07 0,12 0,07 0,11 0,06 0,10 0,11 0,04 0,10 0,10 0,13 0,05 0,03 0,08

K2O 9,97 9,06 3,32 8,38 8,19 6,14 5,80 9,56 9,84 8,05 10,15 10,15 9,95 9,64 10,06 9,69

Cr2O3 0,28 0,01 0,04 0,00 0,00 0,05 0,02 0,29 0,23 0,27 0,27 0,29 0,32 0,27 0,20 0,10

Total 95,26 94,77 91,00 93,88 94,17 91,02 90,77 94,82 94,02 93,06 95,61 95,67 95,20 95,87 95,68 95,36

Si 2,83 2,82 2,58 2,80 2,80 2,74 2,67 2,85 2,84 2,78 2,83 2,83 2,85 2,82 2,83 2,83

Al 1,14 1,18 1,28 1,20 1,20 1,20 1,28 1,12 1,13 1,12 1,13 1,13 1,14 1,15 1,14 1,17

Ca 0,01 0,02 0,31 0,02 0,02 0,01 0,00 0,02 0,01 0,25 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01

Mg 1,81 1,46 1,43 1,56 1,73 1,71 1,74 1,61 1,69 1,35 1,57 1,63 1,66 1,83 1,62 1,46

Mn 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00

Fe 0,83 1,11 1,29 1,18 1,06 1,17 1,26 0,98 0,89 0,95 0,97 0,95 0,89 0,87 0,95 1,05

Ti 0,23 0,25 0,35 0,20 0,16 0,25 0,22 0,26 0,26 0,39 0,30 0,27 0,27 0,22 0,28 0,29

Na 0,03 0,02 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01

K 0,95 0,88 0,34 0,82 0,79 0,62 0,59 0,92 0,95 0,79 0,97 0,97 0,95 0,91 0,96 0,93

Cr 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01

Al iv 1,14 1,18 1,28 1,20 1,20 1,20 1,28 1,12 1,13 1,12 1,13 1,13 1,14 1,15 1,14 1,17

Al vi 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe2+0,57 0,80 0,41 0,71 0,56 0,17 0,08 0,69 0,62 0,95 0,60 0,67 0,64 0,49 0,60 0,74

Fe3+0,26 0,31 0,88 0,47 0,50 1,00 1,18 0,29 0,27 0,00 0,37 0,28 0,25 0,38 0,35 0,31

Fe/Fe+Mg 0,32 0,43 0,47 0,43 0,38 0,41 0,42 0,38 0,34 0,41 0,38 0,37 0,35 0,32 0,37 0,42

Mg/Mg+Fe2+0,76 0,65 0,78 0,69 0,76 0,91 0,96 0,70 0,73 0,59 0,72 0,71 0,72 0,79 0,73 0,66

Fe3+

/Fe 0,31 0,28 0,68 0,40 0,47 0,85 0,94 0,30 0,30 0,00 0,38 0,29 0,28 0,44 0,37 0,30

Class. Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita Eastonita

FÓRMULA ESTRUTURAL (NA BASE DE 11 OXIGÊNIOS)

79

CAPÍTULO VI

8. EVOLUÇÃO METAMÓRFICA

Neste capítulo será apresentada uma breve discussão sobre a evolução metamórfica das

rochas granulítica heterogêneas ortoderivadas e do enclave máfico com base nos aspectos

texturais (relações de contatos, feições de recristalização e/ou cristalização) e nas associações

mineralógicas (paragêneses minerais ou reações minerais evidentes) observadas.

Adicionalmente, quando possível, serão utilizados nesta discussão os resultados obtidos no

estudo do quimismo das fases minerais (piroxênios, anfibólio e biotita).

A partir destes estudos (petrografia e química mineral) foi possível identificar que os

granulitos heterogêneos ortoderivados são caracterizados por constituir rochas de alto grau com

reações progressivas e regressivas.

8.1.Fácies Granulito Progressiva

Nos litotipos da região estudada ocorrem associações minerais que indicam progressão

das condições metamórficas em direção à fácies granulito. Por exemplo, as reações 1, 2 e 3

apresentadas abaixo e identificadas nas lâminas estudadas, todas com perda de H2O, são reações

que correspondem à desidratação das rochas na fácies granulito pelo aumento progressivo da

temperatura e pressão do metamorfismo.

Hbl + Pl <=> Opx+ Op (reação 1, Prancha 14A e B)

Hbl + Pl + Qz <=> Cpx (reação 2, Prancha 14B e C)

Hbl + Qz <=> Opx + Cpx + Pl (reação 3,Prancha 14D e F)

80

Prancha 14: A) e B) Reação metamórfica progressiva onde o anfibólio associado ao plagioclásio reage, originando a paragênese ortopiroxênio + mineral opaco. Amostra PDR 04, sem analisador e com analisador, respectivamente.

C) e D) Reação metamórfica entre o anfibólio, quartzo e plagioclásio, originando o clinopiroxênio. Amostra PDR

07, sem analisador e com analisador, respectivamente. E) e F) Reação metamórfica progressiva entre o anfibólio e

o quartzo, originando a paragênese formada pelo Opx, Cpx e Pl. Amostra PDR 14, sem analisador e com

analisador, respectivamente.

B

E

F

D

C

A

Opx Opx

Anf

Op

Pl Pl Pl Pl

Bt

Anf

Opx

Cpx Pl

Qz

Cpx

Anf

Pl Qz

Anf Qz Qz

Anf

Px Px

Pl Pl

81

A coexistência de anfibólio rico em titânio (Amostra PRD 04- Tabela 11 e Prancha 8C) e

anfibólios com pleocroísmo variando de tons marrons, associado às paragêneses metamórficas

com contatos poligonais compostas de plagioclásio + quartzo + piroxênio (Prancha 8C)

identificadas nestas rochas mostram condições em equilíbrio e formadas no pico do

metamorfismo granulítico.

8.2.Fácies Granulito Regressiva

Transformações metamórficas regressivas, as quais transformam parcialmente ou

totalmente paragêneses da fácies granulito em paragêneses da fácies anfibolito, são identificadas

nas rochas granulíticas da região do Povoado de Pedrão. As reações metamórficas indicativas de

transformações mineralógicas podem ter ocorrido estaticamente ou podem ter sido dinâmicas, ao

mesmo tempo que às deformações tectônicas tardias que atuaram na área.

As reações 4 e 5 identificadas nos litotipos estudados demonstram a transição de fácies

granulito para fácies anfibolito, caracterizando metamorfismo retrógrado.

Opx + Cpx + Pl + H2O <=> Hbl + Qz (reação 4, Prancha 15A e B)

Opx + K2O + H2O <=> Bt + Qz (reação 5, Prancha 15C e D)

As reações demonstram que durante o cisalhamento dúctil houve elevação de blocos de

granulitos para porções mais superficiais da crosta e introdução de fluídos ricos em água através

das zonas de cisalhamento. Microfraturas nos piroxênios e nos feldspatos preenchidas por

anfibólio e biotita também corroboram as evidências encontradas de penetração de fluido na

rocha (Prancha 15 E e F).

Adicionalmente as reações metamórficas observadas, o pleocroismo dos anfibólios

variando em tons esverdeados associados aos cristais de piroxênios substituindo-os parcial ou

totalmente, como também o desenvolvimento de microclina intersticial (Prancha 15G) corrobora

para a presença de deformações relacionadas ao metamorfismo retrógrado na região estudada.

82

Prancha 15: A) e B) Reação metemórfica regressiva gerando a paragênese de anfibólio + quartzo. Amostra PDR

18, sem analisador e com analisador, respectivamente. C) e D) Reação metamórfica regressiva originando a

paragênese formada pela biotita+ quartzo. Amostra PDR 18, sem analisador e com analisador, respectivamente. E)

A

E

F

D

C

B

Anf

Qz

Opx

Opx

Cpx

Opx Bt

Kfs

Anf

Opx Bt

Anf

Qz Qz

Opx

Kfs

Kfs

Opx

Anf

Qz

Cpx

83

Continuação Prancha 15: Microclina intersticial

existente nos granulitos heterogêneo ortoderivados.

Amostra PDR 07, com analisador.

Kfs

G

84

CAPÍTULO VII

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Os estudos realizados sobre a geologia, petrografia, química mineral e metamorfismo das

rochas granulíticas do povoado de Pedrão, porção centro-leste do Estado, permitiram chegar as

seguintes considerações finais:

A área de estudo insere-se na macrounidade geotectônica do Cráton do São Francisco,

mais especificamente no Bloco Jequié, de idade Arqueana. A partir dos trabalhos de campo foi

possível reconhecer três diferentes unidades/litotipos: (i) granulitos augen-charnoenderbítico

charnockíticos, que correspondem a 35% da área; (ii) granulitos heterogêneos paraderivados que

representam 18% da área e (iii) granulitos heterogêneos ortoderivados que cobre 47% da área de

estudo, que incluem os enclaves máficos em forma de boudins. Este último tipo litológico

constitui o objeto principal de estudo.

No estudo petrográfico foi difícil o reconhecimento da mineralogia e das relações

texturais reliquiares plutônicas, uma vez que as rochas foram reequilibradas em alto grau

obliterando assim as feições originais/primárias. Foram identificados como minerais

metamórficos os piroxênios (clino e orto) e a mesopertita e, como minerais retrógrados o

anfibólio (pleocroismo esverdeado) e a biotita (pleocroismo acastanhado), preferencialmente nas

bordas ou nos contatos dos piroxênios, bem como a microclina intersticial. Os feldspatos

(plagioclásio e microclina) e quartzo foram reequilibrados durante o metamorfismo granulítico.

Ocorre também, mas menos abundante anfibólios (pleocroismo de tons castanhos) e biotita

(pleocroismo avermelhado) que correspondem a mineralogia da fácies progressiva.

Como texturas metamórficas foram identificadas o arranjo granoblástico (granular a

poligonal) dos cristais, coroa de reação (bordas de anfibólio ou biotita nos piroxênios) nos

granulitos e, lepidoblástica e nematoblástica (orientação incipiente da biotita e anfibólio,

respectivamente) nos enclaves máficos.

As análises químicas das principais fases minerais dos granulitos heterogêneos

ortoderivados mostraram que os ortopiroxênios foram classificados como ferrossilita (Wo1,39-1,88-

En47,71-48,74- Fs49,382-50,9) e entre ferrossilita e enstatita com composição de membros finais

85

variando de Wo1,33-1,75- En49,005-49,26- Fs49,24-49,42. Os plagioclásios são de composição andesina

(An37,70-39,15 Ab59,99-61,28 Or0,86-1,21) e a biotita classificada como eastonita, de origem retrógrada,

uma vez que está associada as bordas dos piroxênios. Embora ocorram biotita relacionada a fase

progressiva (alto teor de Ti). Para estes granulitos não foram analisados os anfibólios e

clinopiroxênios.

No quimismo mineral dos enclaves máficos verificou-se a presença de enstatita (Wo0,9-

1,45- En50,64-54,09-Fs45,02-48,08), ferrossilita (Wo1,57- En48,9 - Fs49,54) e na transição entre

ferrossilita/enstatita (Wo0,93-1,56- En49,06-49,34- Fs49,38-49,73). Os clinopiroxênios foram classificados

como augita (Wo28,47-29,26- En41,08-43,46- Fs27,29-30,45) e diopsídio (Wo44,25-55,01-En44,07-35,05- Fs0,91-

18,05). Os anfibólios são cálcicos e representados pela edenita. Os plagioclásios foram

classificados como labradorita (An51,37 Ab47,86 Or0,78), na transição andesina/labradorita (An49,817

Ab48,866 Or1,318), estes possivelmente relacionado a relíquias do protólito e como andesina (An

50,36-61,44 Ab 48,69-57,81 Or 0,75-1,41). A biotita foi classificada como eastonita, possivelmente

associada ao metamorfismo retrógrado.

Nas amostras do contato entre o granulito e o enclave máfico, os ortopiroxênios foram

classificados como enstatita (Wo1,39-1,4- En50,23-51,34- Fs47,06-48,38), ferrossilita (Wo1,05-1,64- En48,71-

48,11- Fs50,24-50,25) e entre ferrossilita/enstatita (Wo1,29-1,55 - En49,29-49,40- Fs49,38-49,31). O

clinopiroxênio é a augita (Wo28,47-29,26- En41,08-43,46- Fs27,29-30,45). O anfibólio foi classificado

como edenita, a biotita como eastonita e o plagioclásio como andesina (An 36,98-39,23Ab59,38-68,11

Or0,54-2,10).

Com os trabalhos de campo, associado com as reações metamórficas observadas no

estudo petrográfico e o quimismo mineral das rochas granulíticas heterogêneas ortoderivadas e

dos enclaves máficos associados, podemos sugerir para a região do Pedrão, porção norte do

Bloco Jequié, a seguinte história de evolução metamórfica:

1- A encaixante destes enclaves boudinados eram granodioritos a monzogranitos plutônicos,

que foram metamorfisados na fácies granulito, originando os granulitos heterogêneos

ortoderivados (granulitos charnoenderbíticos a charnockíticos) com paragênese associada

ao pico do metamorfismo (Hbl+ Qz → Opx+ Cpx+ Plg+ H2O). A presença de

ortopiroxênio, clinopiroxênio e mesopertita indicam que as temperaturas do

metamorfismo granulítico foram atingidas;

86

2- Os enclaves máficos (provavelmente antigos basaltos) ao serem metamorfisados na fácies

granulito, geraram granulitos básicos com paragênese constituída por

ortopiroxênio+clinopiroxênio, caracterizando o metamorfismo regional progressivo

(Hbl+Qz → Opx+Cpx+Plg+H2O). O contato entre o enclave máfico e a encaixante

granulítica (charnoenderbitos/charnockítos) é marcado por uma aureola constituída por

formação de ortopiroxênio. No estudo petrográfico foi observado que a quantidade de

ortopiroxênio aumenta do enclave máfico em direção a este contato.

3- Posteriormente, houve um processo de soerguimento orogenético do Bloco Jequié, no

qual as rochas sofreram resfriamento (processo de descompressão) reequilibrando rochas

da fácies granulito para fácies anfibolito, caracterizando o metamorfismo regional

regressivo. Este processo é marcado pela presença de anfibólio e biotita nas bordas dos

piroxênios e presença de microclina intersticial.

4- Foram observadas feições que caracterizam deformações rúpteis associadas a essas

rochas estudadas, como microfraturamento dos cristais de piroxênios, plagioclásio,

mesopertita e quartzo, extinção fortemente ondulante dos cristais de quartzo, geminação

incompleta ou ausente nos plagioclásios e geminação em cunha dos plagioclásios.

Como recomendações para trabalhos futuros é sugerido:

1- Maior detalhamento no quimismo mineral das fases minerais, incluindo análises nas

bordas dos minerais para caracterização da variação química. Realizar análises nos outros

litotipos da região para uma melhor caracterização do metamorfismo;

2- Estimativas das condições de T e P do metamorfismo utilizando modelos termodinâmicos

testados em terrenos granulíticos e assim, determinar as trajetórias P-T-t do

metamorfismo atuante da região;

3- Realização de geoquímica de rocha total nos tipos litológicos da região, a fim de

caracterizar a petrogênese;

4- Realização de datação geocronológica com intuito de estabelecer o panorama das idades.

87

CAPÍTULO VIII

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, F.F.M. Diferenciação tectônica da plataforma brasileira. In: CONG. BRAS. GEOL.,

23, Anais... Salvador, SBG, p. 29-46. (1969).

ALMEIDA, F.F.M. O Cráton do São Francisco. Revista Brasileira Geociências, 7(4): 349-364.

(1977).

ARCANJO, J.B.A.; BARBOSA, J.S.F.; OLIVEIRA, J.F. Caracterização petrográfíca e

metamórfica dos granulitos arqueanos/proterozóicos inferior da região de Itabuna (BA). Revista

Brasileira de Geociências, 22(l):47-55. (1992).

BARBOSA, J.S.F. Química mineral utilizada na identificação das fácies metamórficas da região

granulítica do sul da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Geociências, 19(3): 350-366. (1989).

BARBOSA, J.S.F. Projeto Geologia e Metalogenia do Domínio da Costa Atlântica da Região

Granulítica do Sul da Bahia. Salvador, Convênio SME/SGM/UFBa. (Rel. Final). (1991).

BARBOSA, J.S.F. & FONTEILLES, M. Exemen critique des resultats fournis par certains

barometres courament utilisés en terrains granulitiques. Exemples des granulites de Bahia

(Brésil) et du Massif de I´Agly (France). Bulletin Mineral. 109: 359-376. (1986).

BARBOSA, J.S.F. & FONTEILLES, M. Caracterização dos protólitos da região granulítica do

Sul da Bahia - Brasil. Revista Brasileira de Geociências, 18(2): 162-169. (1989).

BARBOSA, J.S.F. & FONTEILLES, M. O Metamorfismo da Região Granulítica do Sul da

Bahia – Brasil. Revista Brasileira de Geociências, 21: 6-13. (1991).

BARBOSA, J.S.F., SABATÉ, P. Colagem paleoproterozóica de placas arqueanas do Cráton do

São Francisco na Bahia. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, 33(1): p.7-14. (2003).

88

BARBOSA, J.S.F., SABATÉ, P. Archean and Paleoproterozoic Crust of the São Francisco

Cráton, Bahia, Brazil: geodynamic features. Precam, Res., 133: 1-27. (2004).

BARBOSA, J.S.F., SABATÉ, P., MARINHO, M.M. O Cráton do São Francisco na Bahia: Uma

Síntese. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo. Volume 33(1): p.3-6. (2003).

BARBOSA, J. S. F., NICOLLET, C., LEITE, C., KIENAST, J., FUCK, R. A., MACEDO, E. P.

Hercynite-quartz-bearing granulites from Brejões Dome Area, Jequié Block, Bahia, Brazil:

Influence of charcockite intrusion on granulite facies metamorphism. Lithos, 92 (3–4): 537–556.

(2006).

BARBOSA, J.S.F., CRUZ, S.S.P., SOUZA, J.S. Terrenos Metamórficos do Embasamento. In:

BARBOSA, J.S.F. (Coordenação Geral). Geologia da Bahia. Pesquisa e Atualização. Volume 1,

pag. 101-201 (2012).

BERMANN, R. G. Thermobarometry using multi–equilibrium calculations: a new technique

with petrological applications. Canadian Mineralogist, v. 29p. 833-855. (1991).

BEST, M.G. Igneous and Metamorphic Petrology. Ed. Wiley. 729p. (2003).

BJERG, S., MOGESSIE, A., BJERGB, E. The mineral formula calculation program (PAS-

FORM). (1995).

BRITO NEVES B.B., SANTOS E.J., VAN SCHMUs W. R. Tectonic history of the Borborema

province. In: U.G.Cordani; E.J. Milani; A Thomaz Filho; D.A. Campos (eds.) Tectonic

Evolution of the South America. 31st International Geological Congress, 2000, Rio de Janeiro,

Brasil, pp. 151-182. (2000).

CRUZ, S.C.P. A interação tectônica entre o aulacógeno do Paramirim e o Orógeno Araçuaí-

Oeste Congo, p. 11-15. Tese (Doutorado em Geologia) Instituto de Geociências, Universidade

Federal de Ouro Preto, Minas Gerais. (2004).

DEER, W.A.; HOWIE, R.A.; ZUSSMAN, J. Rock forming minerals. Londres, Longman, 558p.

(1963).

89

INDA, H.A.V. & BARBOSA, J.S.F. Texto explicativo para o mapa geológico da Bahia em

escala 1: 1000 000. Salvador: SGM/COM. (1978).

KERR, P.F. Optical Mineralogy. Mcgraw-Hill Book Co. 3. Ed.,New York. p.442. (1959).

KRETZ, R. Symbols of rock-forming mineral. American Mineralogist, 68, 277-279. (1983).

LEAKE, B.E. Nomenclature of amphiboles. Canadian Mineralogist, 16: 501-520. (1978).

LEAKE, B. E., SCHUMACHER, J. C., SMITH, D. C., UNGARETTI, L., WHITTAKER, E. J.

W., YOUZHI, G. Nomenclature of amphiboles. European Journal of Mineralogy, Sttutgart, v.

9, p. 623-651. (1997).

LEITE C. M. M. A evolução geodinâmica da orogênese paleoproterozóica nas regiões de Capim

Grosso - Jacobina e Pintadas - Mundo Novo (Bahia, Brasil): Metamorfismo, Anatexia Crustal e

Tectônica. 412 f. Tese (Doutorado em Geologia) Instituto de Geociências, Universidade Federal

da Bahia, Salvador. (2002).

MACEDO, E. P. Petrografia, Litogeoquímica, Metamorfismo e Evolução Geotectônica dos

Granuliots das Regiões de Amargosa, Brejões, Santa Inês, Jaguaquara e Itamari, Bahia, Brasil.

305 f. Tese (Doutorado em Geologia) Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia,

Salvador (2006).

MORIMOTO, N.; FABRIES, J.; FENGUSON, A.K.; GINZBURG, I.V.; ROSS, M.; SEIFERT,

F.A.; ZUSSYMAN, J.; AOKI, K.; GOTTARDI, G. Nomenclatura of pyroxenes. Mineralogical

Magazine. Mineralogical Society., 52: 535-550. (1988).

PINHO, I.C.A. Geologia dos metatonalitos/metatrondhjemitos e granulitos básicos das regiões

de Camamu-Ibaitaba-Itabuna, Bahia. 158 f. Tese (Doutorado em Geologia) Instituto de

Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador. (2005).

QUEIROZ, T.D.A. Mapeamento Geológico, petrografia, aspectos litogeoquímicos e geofísicos

dos Granulitos da região de Lajedo do Tabocal: Uma Contribuição a Geologia da Folha Maracás

90

(SD.24-V-D-I), Bahia. 67 f. Monografia de Graduação. Instituto de Geociências, Universidade

Federal da Bahia, Salvador. (2011).

RAASE, P. Al and Ti Contents of Hornblende, Indicators of Pressure and Temperature of

Regional Metamorphism. Contr. Mineral. Petrol., 45: 231-236. (1974).

RECHE, J. & MARTINEZ, F.J. GPT: An Excel spreadsheet for thermobarometric calculations

in metapelitic rocks. Computers Geosc, 22 (7): 775 – 784. (1996).

RICHARD, L.R. Mineralogical and petrological data processing system. (MINPET), (1995).

SPRY, A. Metamorphic Textures. New York: Ed Pergamon Press, 350p. (1974).

STRECKEISEN, A. To each plutonic rock its proper name. Earth Sci. Rev., 12: 1- 33. (1976).

YARDLEY, B.W.D. et al. Atlas of metamorphic rocks and their textures. Longman Scientific &

Technical. 120p. (1990).

YAVUZ, F. & OZTAS, T. Bioterm. A program for evaluating and plotting microprobe analyses

of biotite from barre and mineralized magmatic suítes. Istambul, Turkey. (1997).

WHITNEY, D. L., EVANS, B. W. Abbreviations for names of rock-forming minerals.

American Mineralogist. 95:185-187. (2010).

WINTER, D.J. Principles of Igneous and Metamorphic Petrology (2nd Edition). Xxxp. (2009).

YAVUZ, F. New Amphical. A program to classify microprobe wet chemical amphibole

analyses. P.K. 90, 81302. Kadiköy, Istambul, Turkey. (1998).

USSAMI, N. Estudos geofísicos no Cráton do São Francisco: estágio atual e perpesctivas. In:

DOMINGUEZ JML & MISI A. (Eds). Simpósio sobre o Cráton do São Francisco. Salvador,

Bahia, Brasil. SBG/SGM/CNPq. Especial Publicação, p. 35-62. (1993).

91

92