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Pág. 2 Jornal de Serv iço Cocama r Jane i ro 2015

Cleber França

As condições climáticas fa-voráveis na maior parte daregião da Cocamar estãocriando a expectativa de umaboa safra de soja. Por contadisso, o departamento técnicoda cooperativa estima umaprodução 30% maior que aregistrada na última tempo-rada (2013/14). A previsãomédia de produtividade é de120 sacas por alqueire(49,5/hectare).

O agricultor Deivid da Silvacultiva 13 alqueires com aoleaginosa no município deÂngulo, próximo a Maringá.A variedade escolhida foi deciclo precoce e, segundo ele,o principal problema regis-trado neste ano foi o ataquede lagartas poucos dias de-

pois da germinação. “Feito ocontrole não tivemos maispreocupações com pragas oudoenças. Tem chovido bem,praticamente todas as sema-nas, ajudando o desenvolvi-mento das lavouras”, relatouSilva, projetando uma boacolheita. As plantas estão nafase de enchimento de grãos,época em que precisam debastante água. “Se continuarassim a produtividade devebeirar 140 sacas por alquei-re”, calcula.

Quem também está ani-mado é o produtor PaulinoBianchinni, também de Ân-gulo. Ele conta que fez a suaparte, optando por cultivaresde qualidade (ciclo precoce),tratamento de sementes eadubação conforme orienta-ção técnica. Nos 40 alqueires

de soja (parte arrendado) asplantas cresceram bem edevem produzir o esperado.“Uma parte plantada maiscedo sofreu com a estiagemem outubro, mas mesmoassim deve ser bom. Já o res-tante está acima das expecta-tivas”, projeta, ressaltandoque houve um grande ata-que de percevejos. “É preciso

ficar atento, não podemosdescuidar um só dia”.

Éder Vilhena também estáconfiante em uma boa produ-tividade nos 135 alqueirescultivados pela família. Coma soja praticamente batendono pescoço a única coisa queele reclama é dos estragoscausados pelo trator na horade pulverizar. “A soja cresceutanto e está tão bonita que dá

até dó entrar com a máqui-na”, comenta Vilhena, que étido como referência na re-gião quando o assunto é tec-nologia.

Expectativa é boa. Mas precisa chover SOJA Na maior parte das regiões,produtores estão confiantes, masSão Pedro precisa ajudar

Deivid da Silva cultiva13 alqueires em Ângulo,

mesmo município deÉder Vilhena, abaixo:

torcida para que o tempocontinue ajudando

“Fizemos a nossa parte e o climavem ajudando, tanto é que temos pivôde irrigação e ainda não precisamos usar.O ano tem tudo para ser bom”

ÉDER VILHENA, de Ângulo

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Em Atalaia as lavourasde soja estão parelhas, indi-cando que a produtividadepoderá ser boa. “Para isso épreciso que continue cho-vendo, como tem ocorrido”,comenta o cooperado Ge-raldo de Marchi. Ele plan-tou 19 alqueires com soja eespera colher bem mais queas 100 sacas por alqueireobtidas no último ano. “Atéo momento não tivemos

problemas com a lagartahelicoverpa e nem com aferrugem. O transtornomaior é o percevejo”.

Em Mandaguaçu, as plan-tações estão igualmente acontento. Nos 60 alqueirescultivados pelo cooperadoOsmar Nalin, a soja cresceubem, está com boa carga devagens e livre de pragas,doenças e ervas daninhas,

que foram controladas. Tempotencial para produziracima das 120 sacas. “Noano passado também vinhabem, mas faltou chuva nofinal e colhemos apenas 50

sacas por alqueire. Esseano vai ser diferente”, acre-dita o agricultor, que tam-bém planta 200 alqueiresem Nova Andradina (MS).

“Lá também tem chovidobem e a produtividade deveser muito boa. Para melho-rar ainda mais a Cocamarestá inaugurando uma uni-dade no município, o quevai facilitar bastante anossa entrega. Vai ficar aapenas três quilômetros dafazenda”, comemora.

No geral, vai bem

De um modo geral a expectativa é boa em grandeparte dos municípios onde a Cocamar está presente.É exatamente isso o que aponta o mais recente re-latório do departamento técnico da cooperativa. “Es-tamos prevendo ótimas produções em algumasregiões, porém as altas temperaturas registradas nasegunda quinzena de janeiro e a falta de chuva emalgumas localidades podem causar danos se nãochover logo”, explica o coordenador Técnico de Cul-turas Anuais da Cocamar, Emerson Nunes.

Segundo ele, os municípios mais afetados até omomento são Sertaneja e Santa Mariana, no nortedo Estado, e Umuarama, no noroeste. “Nesses luga-res, o clima é de certa apreensão”, observa Nunes,informando que na área de ação da Cocamar 65%das áreas estão em fase de enchimento de grãos,15% em estágio de maturação, 12% em florescimentoe 6% em desenvolvimento vegetativo. Apenas 2%das lavouras foram colhidas.

65% das lavourasestavam em fase de granação

no final de janeiro

Tem gente preocupada

Geraldo de Marchi(acima) reclamado percevejo e OsmarNalim, compropriedades emvários municípios,está otimista

Os produtores Flávio Kobata, de Floresta, e Valdomiro Caobianco, o Mirim, deIvatuba, município da região de Maringá, começaram a colheita na última se-mana de janeiro. O primeiro esperava uma média de 180 sacas em seus 63alqueires, o segundo, 170 sacas. Ambos começaram a semear entre os dias 16e 17 de setembro. “Plantando mais cedo, podemos trabalhar com sementes deciclo mais longo, que podem alcançar boa produtividade em um ciclo de vidamaior”, afirma Kobata (foto).

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Há um vazio na Gleba Pin-guim, em Maringá. Um deseus moradores mais queri-dos é agora uma lembrançacultivada com carinho pelosfamiliares e o seu vasto cír-culo de amizades.

Aos 36 anos – iria comple-tar 37 em fevereiro – Lean-dro César Tezolin, quemuitos só chamavam deLéo, era um produtor ruralfascinado pelo que fazia etambém pela sua participa-ção na cooperativa. Sóquem o conheceu para terideia de sua disposição e so-licitude: integrava o Con-selho Fiscal, se interessavapelos eventos da ala jovem,não faltava a nenhuma dasreuniões e assembleias eera presença garantida emdias de campo. Detalhe: es-tava sempre em companhiados pais, Dirceu e Cecília,igualmente participativos, eda irmã Elisângela.

“Um filho e um grandeamigo”, definiu o pai. Tra-balhavam juntos, na la-voura, eram afinados emtudo e Léo nunca deixavade pilotar o maquinário naépoca de semear, pulveri-zar e, também, de conduzir

a colheitadeira. Nascido nocampo, a tal serviço se de-votava com o mesmo entu-siasmo de quando apre-ciava a natureza, o seumundo, ouvindo o barulhodos bichos, observando ocrescimento das plantas, amudança das estações, aformação da chuva e o es-petáculo de cores ao por dosol.

Léo contagiava os ami-gos com sua alegria e avontade de fazer aconte-cer. Se dependesse dele,não haveria tarefa irreali-zável. Um exemplo eramas festas em homenagema São Pedro, um dos pa-droeiros do mês de junho,cumprindo antiga tradiçãofamiliar. Com a participa-ção dele, todos em casasempre se empenharampara o sucesso da emprei-tada, que reuniu ao longodos anos a vizinhança e opovo da cidade. Acendemfogueira, rezam o terço,acompanham a históricacerimônia do mastro. Aofinal, dividem os quitutese se confraternizam, bemao jeito rural. A religiosi-dade também fazia parteda sua personalidade, as-

sim como a vontade deajudar nas realizações daigreja.

O sítio fica próximo da ci-dade mas Dirceu lembraque o filho, em seus deslo-camentos, ou até mesmoquando ia ao supermer-cado, quase nunca deixava

de passar na cooperativa,onde se sentia em casa,brincando com os funcioná-rios e os outros produtores.Além de boa gente, era umcooperado exemplar.

Faleceu no dia 4 de ja-neiro, de complicações re-nais.

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O governo divulgou os números da ba-lança comercial de 2014, que fechou comdéficit. O Brasil importou quase US$ 4 bi-lhões a mais do que exportou, mas a ba-lança do agronegócio seguiu caminhoinverso, com superávit de US$ 80 bilhões.Em 2014, a soja ficou no topo da lista dosprodutos brasileiros mais exportados. O re-corde foi tanto em faturamento, quanto naquantidade vendida. Segundo a Secretariade Comércio Exterior, a receita chegou aUS$ 23,2 bilhões, aumento de 2% sobre oano anterior. O volume exportado foi de45,6 milhões de toneladas, 6,7% a mais.“Ovalor não foi maior em função de uma

queda de preço de 4,4%, mas que, comoum todo, não impediu esse resultado muitopositivo em relação a esse produto”, afirmao secretário de Comércio Exterior do Minis-tério do Desenvolvimento, Daniel Godinho.Outros produtos agropecuários também sedestacaram nas exportações. O café tevealta 31,8% no faturamento, por causa dopreço bom no mercado internacional. Acarne suína, 17,9%, e a exportação de carnebovina aumentou 8,1% na receita. A expor-tação de milho não foi muito bem em 2014e caiu 38% em relação ao ano anterior,principalmente por causa da queda nospreços internacionais.

Cooperativista, Léo vivia cercado de amigos

Mesmo com superávit de US$ 80bilhões do agronegócio, balançacomercial fechou com déficit

“Um filhoe um grandeamigo”

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Da Redação

Com a assessoria do bancocooperativo holandês Rabo-bank, a Cocamar construiu oseu planejamento estratégicoem 2014, com vistas ao quin-quênio 2015/2020. A meta édobrar de tamanho e, paraisso, a cooperativa não deixapor menos: persegue ampliaros volumes de recebimentode grãos, quer industrializar

mais, incorporar novos itensao portfólio industrial, impul-sionar os negócios na áreade insumos, ser mais agres-siva no varejo e, claro, fazercom que o faturamento saltedos R$ 2,8 bilhões em 2014para ao menos R$ 6 bilhõesem 2020.

O crescimento não é opção,mas uma necessidade paraque a Cocamar se mantenha

competitiva, conforme ex-plica o presidente-executivoJosé Fernandes Jardim Jú-nior. Por isso, prospecta opor-tunidades em vários seg-mentos, que se materializamde várias formas.

EXPANSÃO REGIONAL - Ainstalação de unidades ope-racionais em regiões pro-missoras do Paraná e Esta-dos vizinhos, está entre elas.Em 2015, iniciam as obraspara a construção de estru-turas destinadas a recebersafras e apoiar os produto-res em pelo menos quatro ci-dades do oeste paulista:

Cândido Mota, Maracaí, Pal-mital e Iepê. Ao mesmotempo, a cooperativa, que jáopera em Nova Andradina,finca os pés em Ivinhema,Fátima do Sul, Sidrolândia eRio Brilhante, no MatoGrosso do Sul. No norte doParaná, depois de investirnos últimos anos na aquisi-ção e na construção de es-truturas de recebimento,comercialização de insumose de armazenagem em vá-rias cidades, a cooperativacoloca em operação, no iní-cio de 2015, as unidades deSão Martinho (no municípiode Rolândia), Caramuru

(Cambé), Ângulo, Querênciado Norte e planeja edificaroutra, para 2016, em Car-doso (município de BelaVista do Paraíso).

Mais soja significará, poroutro lado, uma significativaexpansão do volume de es-magamento na indústria,onde há planos de a linha deprodutos ser ampliada comum novo item, de mercadopróspero: gordura hidroge-nada. Sem falar que a maiorquantidade de matéria-pri-ma é indispensável paraquem pretende investir emuma fábrica de rações.

De acordo com o presidente-executivo José Fernandes Jar-dim Júnior (foto), a Cocamartem conseguido dobrar de ta-manho a cada cinco anos,desde 1994. Em 2010, a re-ceita era de R$ 1,6 bilhão,montante que deve chegar aR$ 3 bilhões neste ano. “Atua-mos em um raio que não ul-trapassa 300km de Maringáe a ideia é continuar assim,porque isto nos beneficia emtermos de logística”, afirma.

A Cocamar calcula que,para concretizar essa meta,terá de desembolsar cerca deR$ 1,1 bilhão de investimen-

tos até 2020, ou pouco maisde R$ 200 milhões anuais.Esse montante já foi inves-tido pela cooperativa no anopassado, parte dele por meiode uma linha de crédito fede-ral de estímulo às estruturasde armazenagem. Atualmen-te, a capacidade de estoca-gem da Cocamar é de 1,1milhão de tone-ladas, mas aperspectiva échegar a 1,4milhão detoneladasdentro dec i n c oanos.

Raio de atuação nãoultrapassa 300km de Maringá

Até 2020, dobrar de tamanho COCAMAR Planejamento estratégicoconcluído no final de 2014 projeta que, naqueleano, a cooperativa estará faturando R$ 6 bilhões

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Pág. 6 Jornal de Serv iço Cocama r Jane i ro 2015

Da Redação

Entre os setores que têmcontribuído para alavancar ocrescimento da Cocamar, aárea de insumos agropecuá-rios fechou 2014 totalizandoR$ 695 milhões em negócios– praticamente o dobro emcomparação a 2011, quandoatingiu R$ 360 milhões. Ouseja: participou com 25% dofaturamento da coope-rativa, de R$2,865 bilhões. Pa-ra este ano, se-gundo o geren-te comercialde In-

sumos, João Carlos Ruiz(foto abaixo), a estimativa écontinuar avançando emritmo acelerado e chegar aR$ 830 milhões.

PORTFÓLIO - Extremamentecompetitiva no segmento,onde atua com lojas nas re-giões noroeste e norte do Pa-raná, oeste paulista e su-doeste do Mato Grosso doSul, a cooperativa não ape-

nas tem sabido aprovei-tar oportunidades queresultam de sua ex-pansão para novasfronteiras, como vemganhando mercado,também, onde opera

tradicionalmente. “Oferece-mos campanhas em excelen-tes condições comerciais oano todo”, afirma Ruiz,acrescentando que os asso-ciados são atendidos poruma equipe preparada econtam com um portfólio deprodutos que atende todasas suas necessidades, “de Aa Z”.

CONFIANÇA - Atenta a ino-vações, a cooperativa nãoapenas procura ampliaresse portfólio como atua-lizá-lo, lembra o gerente.No ano passado, por exem-plo, enquanto de um ladonovos produtos passaram aser oferecidos no segmento

pecuário, de outro houve oacompanhamento da evolu-ção tecnológica em relaçãoa itens como sementes, fer-tilizantes e implementos.“Quando os associados fa-zem seus negócios com acooperativa, têm a certezade que estão levando real-mente o que precisam paraexplorar todo o potencialprodutivo de suas lavouras

e de acordo com as mais re-centes tecnologias”, obser-va. Por isso, segundo Ruiz,a Cocamar conta com a con-fiabilidade do produtor e,na condição de cooperativa,retorna a ele os seus resul-tados. No final do ano, é de-volvido ao associado oequivalente a 1% do mon-tante das compras que efe-tuou.

Área de insumos agropecuários projeta R$ 830 milhões em 2015COCAMAR Alta competitividade dacooperativa, oportunidades que surgem emnovas fronteiras e ganho de mercado

NA ÁREA INDUSTRIAL, a Cocamar atingiu em2014 uma produção de 6,9 milhões de caixas de óleos,volume 3% maior em comparação às 6,7 milhõesde caixas totalizadas em 2013. Como cada caixaacondiciona 20 frascos de 900 ml, foram nadamenos que 138 milhões de embalagens.

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Pág. 8 Jornal de Serv iço Cocama r Jane i ro 2015

Desde maio do ano passado, quando foi publicadoo Decreto Presidencial 8235/14 e a InstruçãoNormativa do Ministério do Meio Ambiente nú-mero 02/14, os proprietários rurais estão procu-

rando agilizar o cadastramento de seus imóveis noCadastro Ambiental Rural (CAR).

Quem ainda não cadastrou, tem, a princípio, o prazo deaté 5 de maio próximo para fazê-lo. Como o governo aindanão informou se haverá prorrogação, o relógio virou ini-migo.

O proprietário que deixar de fazer o cadastramento ficaráimpedido, a partir de 2017, de obter financiamentos junto àsinstituições financeiras do país, e também não poderá efetuarqualquer modificação no cartório de registro de imóveis.

Os principais benefícios da inscrição da propriedade noCAR são a possibilidade de regularização das APPs e/ouReserva Legal, e suspensão de sanções resultantes de in-frações administrativas por supressão irregular de vege-tação nas áreas de APP, Reserva Legal e de uso restrito,cometidas até 22/07/2008.

Governo ainda não sepronunciou sobre eventualprorrogação, mas se o fizer,será pressionado pelosambientalistas, uma vezque o Código foi sancionadoem 2012. Ainda há temposuficiente de o proprietárioagilizar e fazer umcadastramento bem feitoa custos razoáveis, mas sedeixar para a última hora,o arrependimento pode sergrande. Por Rogério Recco

Proprietário tem até 5 de maio para se cadastrar

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O CAR é como uma carteira de identidade amb

iental

das propriedades rurais, com informações s

obre o

tamanho da propriedade, Áreas de Preservaçã

o Per-

manente (APPs), áreas de uso restrito, áreas

conso-

lidadas e áreas de Reserva Legal, se existire

m.

O CAR não é documento de comprovação fun

diária,

e sim um documento declaratório sobre a si

tuação

ambiental do imóvel rural.

O que é

Todos os proprietários e posseiros rurais são obri-gados a fazer a inscrição no CAR, inclusive os quejá possuam Reserva Legal averbada (Sisleg). Arren-datário, comodatário ou parceiro estão dispensados.

Quem deve fazer?

A inscrição no CAR é feita pela internet. Para isso,é necessário baixar no computador um programaespecífico para fazer essa inscrição, disponível noendereço eletrônico do Sistema Nacional de Cadas-tro Ambiental Rural (Sicar): www.car.gov.br

Onde fazer?

• Identificação do proprietário/posseiro (CPF, endereço, email, telefone).

• Dados do imóvel (matrícula, posse).

• Geolocalização do imóvel, constando: perímetro do imóvel rural, áreas de inte-resse social e de utilidade pública; áreas com remanescentes de vegetação nativa;APP e área de Reserva Legal; áreas de uso restrito, áreas consolidadas.

Quais documentos são necessários?

As informações para a inscrição no CAR são de responsabilidade do declarante(proprietário ou posseiro). O cadastro será analisado e homologado pelo InstitutoAmbiental do Paraná (IAP). O declarante incorrerá em sanções penais e adminis-trativas, sem prejuízos de outras previstas na legislação, quando as informaçõesforam total ou parcialmente falsas, enganosas ou omissas.

SERVIÇO - Procure informar-se junto ao gerente de sua unidadena cooperativa, no Sindicato Rural de sua cidade, na Emater,converse com os profissionais da Unicampo. Em Maringá,há uma empresa especializada na prestação desses serviços,

a Estratégia Ambiental, tel. (44) 3020-1141

Quem é o responsável pelas informações?

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Em entrevista ao Jornal Cocamar, o ex-presidente do Instituto Ambiental do Paraná, VítorHugo Ribeiro Burko, faz orientações e também algumas advertências aos produtores. Se-gundo ele, o sistema de cadastro, operacional, é perfeitamente exigível para todos. “É di-ferente do sistema ambiental anterior porque agora é declaratório, como por exemplo oImposto de Renda. O produtor é que escolhe o momento, a forma e o conteúdo de suas de-clarações, e assume total responsabilidade sobre isso”, aponta.

FAZER LOGO - Quanto a possibilidade de uma prorrogação do prazo, Burko afirma: “épossível por somente mais um ano. Contudo, haverá uma pressão muito grande das forçasambientalistas no sentido de que ela não ocorra, especialmente considerando-se que o Có-digo já foi sancionado em 2012. Mesmo que a prorrogação ocorra, quem deixar para a úl-tima hora certamente terá custos maiores e menos tempo para resolver eventuaisproblemas. Por isso é importante fazer o CAR o quanto antes”.

RESPONSABILIDADE - O CAR deve ser feito pelo proprietário ou possuidor e não peloarrendatário ou usufrutuário. “Se houver mais de um proprietário ou possuidor poderá serfeito por qualquer um deles”, esclarece. O proprietário que tiver vários imóveis rurais, devefazer um CAR para cada um, lembrando que um imóvel é uma área contínua, independentedo número de matrículas. “Um imóvel pode ter dezenas de matrículas, se forem todas li-mítrofes, vai se fazer um único cadastro.” Todas as pessoas envolvidas na propriedade ouposse de uma área têm responsabilidade solidária. Então alguém vai ter que fazer o CARpara que a propriedade não fique irregular.

BUSQUE AJUDA - Burko deixa claro: “Um CAR bemfeito é garantia de tranquilidade para a vida toda. O pro-dutor pode fazer o cadastro sozinho, mas o ideal é que sejaauxiliado por um profissional capacitado. As cooperativasnormalmente têm relacionamento com profissionais eequipes técnicas preparadas para realizar bons serviçosao produtor”.

INVESTIMENTO E CUIDADOS - Quanto aos custos,o ex-presidente do IAP diz que eles são definidos de acordocom o mercado de trabalho. Hoje estão em patamares ra-zoáveis, com forte tendência de alta quando todos come-çarem a buscar esses profissionais para auxiliá-los. Detoda forma, esse dispêndio é mais um investimento do quepropriamente um custo. Ele recomenda cuidado: “Comoem qualquer outra coisa que envolva dinheiro, aparecemmuitos milagreiros de ocasião, oferecendo serviços e áreasmuito abaixo dos preços de mercado. Existem muitos pro-blemas fundiários envolvidos nesse cadastro, e toda solu-ção excessivamente fácil, especialmente se oferecida porpessoas desconhecidas e não devidamente capacitadas,pode acabar trazendo grandes prejuízos. Assim, tambémno CAR, cuidado e informação não fazem mal a ninguém.Em caso de dúvida, as cooperativas e sindicato ruraispodem ser um bom auxílio para se ter segurança nacorreta regularização ambiental das propriedades”.

“Haverá uma pressão muito grande das forçasambientalistas no sentido de que ela não ocorra[a prorrogação do prazo], especialmente considerando-seque o Código já foi sancionado em 2012”

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CAR

Ex-presidente do IAP,Vitor Hugo Burko, fazorientações e advertências

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Jane i ro 2015 Pág. 11Jornal de Serv iço Cocama r

ATRASOU, PERDEU - “Quem deixar para a últimahora vai ter dificuldade de encontrar profissionais ha-

bilitados, e quem necessita comprar excedente de ReservaLegal não vai encontrar, porque no bioma Mata Atlânticanão existe mata nativa suficiente para todos”, adverteBurko, acrescentando: “Muita gente vai ter que recuperarmata em áreas produtivas, especialmente quem já temárea averbada e não recuperada. O tempo ainda é sufi-ciente, mas quem deixar para os últimos dias certamentevai se arrepender disso”.

TODOS DEVEM FAZER - Burko ressalta que proprie-dades rurais de qualquer tamanho devem fazer o CAR. Asáreas de Preservação Permanente e Reserva Legal a

serem recuperadas é que diferem de acordo com o tamanho da propriedade. De acordocom ele, é necessária pelo menos uma coordenada geográfica e o memorial descritivoamarrado por ela. Não é necessário nenhum documento para o preenchimento do CAR,mas o proprietário deve citar o número das matrículas e ou outros documentos de pro-priedade.

NÃO ENTRA NESSA - Sobre o fato de que muitos produtores ainda estão desinforma-dos em relação ao CAR, Burko enfatiza: “Tem muita gente que não se preocupou em in-formar-se porque pensa que essa lei será mais uma daquelas que ‘não pegam’”. Entretanto,segundo ele, “essa lei foi construída em um grande acordo nacional e todos os líderes doagronegócio a consideram um grande avanço e a libertação do produtor rural, porque trazsegurança jurídica ao campo. Acreditar que essa lei não vai funcionar é acreditar no caosabsoluto e na continuidade do conflito ambiental”. E continua: sem o CAR não se alteranada nos registros da área e a partir de 2017, e nem financiamento agrícola será possívelpara quem estiver irregular.

APP E RL - Ele orienta que as APPs devem ser recuperadas de acordo com as metragensestabelecidas na lei. Não há outra hipótese. Já a Reserva Legal, pode ser recuperada oucompensada em outra propriedade com excedente de mata nativa. Tanto no caso da APPcomo da Reserva Legal, o produtor pode fazer a regularização por sua própria iniciativa,ou se inscrever no PRA e discutir isso com o IAP.

CUIDADO - Depois que o cadastro for enviado corretamente, e estando a propriedadeadequada ambientalmente, o produtor fica em situação de regularidade e nunca mais seincomoda com isso, esclarece Burko. Se o produtor cometer um erro no preenchimento,poderá corrigir isso mais tarde, mas se intencionalmente enviar informação incorreta, po-derá responder criminalmente.

FISCALIZAÇÃO - Assim como no imposto de renda, por um prazo de cinco anos os ór-gãos ambientais poderão fiscalizar as informações prestadas pelo proprietário e inclusivesolicitarem alterações, se necessário. Da mesma forma, havendo alterações na propriedade,elas deverão ser informadas no CAR.

“Essa lei foi construída em umgrande acordo nacional e todosos líderes do agronegócio aconsideram um grande avançoe a libertação do produtor rural,porque traz segurança jurídicaao campo”

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Pág. 12 Jornal de Serv iço Cocama r Jane i ro 2015

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Por possuír áreas com até quatro módulos fiscais, um grandenúmero de proprietários rurais da região está isento da exigênciade recompor a Reserva Legal (RL). No entanto, segundo orientao presidente da cooperativa Unicampo, Nivaldo Barbosa de Mat-tos, é preciso que os proprietários busquem a assistência de umtécnico capacitado não apenas na questão ambiental, mas tam-bém fundiária, para auxiliá-los no levantamento das informaçõesde seu imóvel, assegurando-se de preencherem corretamente oCadastro Ambiental Rural (CAR).

Segundo lembra Mattos, um módulo fiscal varia de tamanhode um município para outro. Enquanto em Maringá ele contém14 hectares, em Floresta são 16 hectares. Se em Londrina seutamanho equivale a 12 hectares e 16 em Bela Vista do Paraíso,no município de Cianorte cada módulo fiscal tem 20 hectares.Mais para o extremo noroeste, em Santa Cruz do Monte Castelo,um módulo possui 24 hectares e, em Querência do Norte, 30.

Isto, segundo o presidente da Unicampo, faz toda a diferença.Ele dá um exemplo. Uma propriedade com 50 hectares em Ma-ringá não pode ser equiparada a uma outra com idêntica dimen-são em Londrina. Na primeira, onde quatro módulos cor-respondem a 56 hectares, ela estaria isenta de recompor a RLou a sua compensação, (aquisição de floresta em outra região,dentro do mesmo bioma); mas em Londrina, onde quatro mó-dulos totalizam 48 hectares, o dono do imóvel não alcançaria omínimo necessário e seria obrigado a recompor ou compensar9,6 hectares (correspondente a 20% de RL).

Pela mesma lógica, o dono de uma área de 60 hectares emCianorte (onde quatro módulos somam 80 hectares) estaria de-sobrigado; já o proprietário de um lote de 60 hectares em Ma-ringá teria que recompor ou compensar 12 hectares (equivalentea 20% de RL).

Além disso, segundo Mattos, há outros detalhes dentro da pro-priedade rural que precisam ser analisados e só mesmo um téc-nico capacitado teria pleno conhecimento para fazê-lo comsegurança. Dependendo da definição de corpo hídrico (intermi-tente, perene e efêmero), por exemplo, para os cursos d'água efê-meros não haverá necessidade de preservação da faixa

marginal; o mesmo se aplica a nascentes (olhos d'água), classi-ficadas como intermitentes e perenes (sendo que só neste se-gundo caso haveria a necessidade de recomposição vegetal). Alargura do corpo hídrico associado ao tamanho do imóvel tam-bém influencia na faixa mínima a ser recomposta.

“É muito importante que o produtor se acerque de profissionaistreinados e que receberam capacitação específica para fazer ocadastramento”, alerta, sugerindo que, em caso de dúvida, sejamconsultados os técnicos ligados à Unicampo.

Proprietário precisar contar com assessoria capacitada para fazer o seu Cadastro

Mattos, à direita,conversa com técnicodurante a SafraTec:“É muito importante

que o produtorse acerque deprofissionaistreinados”

O dono de uma área de 60 hectares em Cianorte (onde quatromódulos somam 80 hectares) estaria desobrigado; já o proprietáriode um lote de 60 hectares em Maringá (onde quatro módulossão 48 hectares) teria que recompor ou compensar 12 hectares

(equivalente a 20% de Reserva Legal)

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Marly Aires

Pequenos produtores, o coo-perado Sigueiro Yoshida, suaesposa Neide e o filho Wilson,sabem que depender apenasda produção de grãos é colo-car a rentabilidade da proprie-dade em risco. “Quando tudodá certo, a renda com a soja émuito boa. Mas o clima podenão ajudar e o mercado é ins-tável. Como temos pequenapropriedade, precisamos bus-car outras opções que deemmaior segurança. Correr orisco de ficar um ano semrenda é muito complicado”,afirma Neide.

Sabe aquele ditado de quenão se deve colocar todos osovos na mesma cesta? Pois afamília, que possui nove al-queires e arrenda mais 24 emSanto Antonio do Paraíso, naárea de ação da unidade daCocamar em São Sebastião daAmoreira, sempre procuroudiversificar. Eles já trabalha-ram com café, bicho-da-seda ehá mais de 30 anos cultivamlegumes e frutas para variaras opções de renda e otimizara mão de obra na proprie-dade, gerando quatro empre-gos diretos.

A soja é a principal cultura,

com quase 30 alqueires plan-tados, mas nem sempre elagarante a maior renda. “Sedependesse apenas de soja etrigo, não teríamos como so-breviver. A renda mensal pro-porcionada pelos legumes efrutas é que dá sustentação àpropriedade”, ressalta Neide.

O clima mais fresco na re-

gião é ideal para a produçãodas frutas de clima tempe-rado. A família tem 1.500 pésde pêssego com produção de30 toneladas na safra e 500pés de maçã, que ainda nãoproduziram muito.

Eles possuem também seteestufas irrigadas com 1,2 milmetros quadrados cada, para

cultivo de pimentão, pepino etomate, colhendo uma médiade 60 caixas de legumes porsemana. A céu aberto aindaplantam brócolis e couve flor.

“Não dá para ficar rico, maspelo menos vivemos sem con-tratempos, sem apertos, commaior tranquilidade”, finalizaNeide.

Jane i ro 2015 Pág. 13Jornal de Serv iço Cocama r

REGIÃO Eles plantam grãos, mas ampliaramas fontes de renda para se sentirem maisseguros e ainda geram empregos

Frutas e legumes completam a receita na pequena propriedade

Neide e o filho Wilson: a soja é principal cultura, mas nem sempre ela garante a maior renda

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Jornal de Serviço CocamarJanei ro 2015 - Pág. 14

Informações e muitasInformações e muitasnovidades novidades para uma para uma lavoura mais produtivalavoura mais produtivaRealizada pela Cocamar e seus parceiros entre os dias 20 e 22 de janeiro,feira ganhou novo formato para continuar crescendo nas próximasedições. Por Marly Aires e Rogério Recco

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Jane i ro 2015 Pág. 15Jornal de Serv iço Cocama r

Com uma nova confi-guração e o foco nasuperprodutividadeda soja, a SafraTec

2015 foi promovida entre osdias 20 e 22 de janeiro naUnidade de Difusão de Tecno-logias (UDT) da Cocamar emFloresta, região de Maringá.A iniciativa, que substituiu oDia de Campo de Verão, ficouaberta para o público em ge-ral das 8:30 às 17h e contoucom a participação de maisde 50 empresas parceiras evárias instituições de pes-quisa. Um público de aproxi-madamente 6 mil convida-dos, entre produtores asso-ciados e técnicos, prestigiouo evento.

Se de um lado houve a re-

paginação da feira, que éconsiderada uma das maisimportantes vitrines tecnoló-gicas para o agronegócio re-gional, de outro os protocolose trabalhos ali mantidos fo-ram incrementados para ge-rar ainda mais informação.

Assim, durante os três dias,quando os produtores chega-ram de dezenas de municí-pios da área de atuação dacooperativa, no noroeste enorte do Paraná, e de outrasregiões do Estado, eles con-feriram o que havia de maisavançado em práticas e tec-nologias para aperfeiçoaremos seus negócios.

Os trabalhos estavam volta-dos a temas como “programa

de produtividade e sustenta-bilidade”, “timing de aplica-ção de fungicidas”, “aduba-ção nitrogenada em soja”,“época de semeadura de so-ja”, “efeito do espaçamento edensidade populacional nacultura da soja”, “competiçãode variedades de soja In-tacta”, “manejo do solo”, cul-turas perenes (café e euca-lipto) e dinâmica com máqui-nas agrícolas.

“Vislumbramos um patamarde produtividade de 250 sa-cas de soja por alqueire”, co-menta o gerente de produçãoagrícola da cooperativa, Lean-dro Cezar Teixeira. Esta é,segundo ele, a média dosdez primeiros colocadosdo Desafio Nacional da

Objetivo é contribuir para elevar opatamar de produtividade de soja

para 250 sacas/alqueire

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Máxima Produtividadede Soja, promovido pelo

Cesb. “Reunimos todas ascondições para produzir taisvolumes aqui”, destacou.

Diariamente, após a pro-gramação de abertura,houve palestra sobre oCadastramento Ambien-tal Rural (CAR) com o ex-presidente do IAP, VítorHugo Burko. A grade depalestras incluiu, tam-bém, uma apresentaçãosobre demanda de ener-gia elétrica (madeira), ocultivo de seringueira e

manejo da cultura de café.

Fruto de parceria com aRádio CBN Maringá, umadas novidades foi o espaçodenominado SafraTec CBN2015, que funcionou comuma dezena de empresas,as quais apresentaramseus produtos e serviços,entre caminhões, veículos,utilitários, lançamentosimobiliários, antenas e mó-veis rústicos. O espaço pre-viu também programaçãocultural e gastronômica, di-recionado aos públicos jo-vem e feminino.

DEKALB - A empresa mostrou oDKB290PRO3, híbrido de milho que apresentacaracterísticas de planta e sanidade que resul-tam em um dos maiores potenciais produtivosdo mercado. Segundo a empresa, pertence aogrupo dos híbridos precoces e é um produtocompleto, com peso de grãos acima da média ealtamente responsivo a manejos diferenciados.Recomendado para áreas de alto investimentono período normal de plantio. Indicado e res-ponsivo ao uso de fungicidas. Outra novidadefoi a tecnologia VTPRO3, primeira tecnologiavoltada a proteção de raiz do milho contra oataque da Diabrotica speciosa (larva alfinete) etambém contra as principais pragas aéreas queatacam as folhas, colmo e espiga da cultura (la-garta do cartucho, broca do colmo, lagarta daespiga e lagarta elasmo). Além disso, VTPRO3oferece tolerância ao glifosato, possibilitandoum manejo eficiente de plantas daninhas.

DUPONT - A companhia apresentou o hí-brido de milho P2830 – superprecoce com ele-vado potencial produtivo; o híbrido P3250 –superprecoce, com elevado potencial produtivo,mais tolerância a doenças; e a variedade deSoja 97Y07 – precoce, com bom desenvolvi-mento para plantio antecipado.

DOW - Foi anunciado o lançamento do Tri-cea, um herbicida para trigo que controlatanto azevém quanto aveia. Expôs seu portfó-lio de controle para Buva, demonstrando queSpider não causa “cary over” no milho sa-frinha, nos principais híbridos comercializa-dos na região. Através do programa “CadaVagem Conta”, informou a velocidade de con-trole de seus inseticidas.No estande corpora-tivo aconteceram os lançamentos doshíbridos 2B810PW, 2B610PW, 2B633PW e doSuper Precoce 2B210PW. Em relação as culti-vares de soja, anunciou o lançamento da IN-TACTA 5D6215 IPRO.

BIOMATRIX - A empresa de sementespertencente ao Grupo Agroceres, levou à Sa-fraTec seu novo Portfólio de Híbridos de mi-lho e sorgo para silagem,diante do crescentemercado de bovinos confinados no Brasil,sendo a Biomatrix líder no segmento de sila-gem.

COODETEC – Foram preparados experi-mentos com os seguintes híbridos de milho:CD 3765 PW (precoce, sanidade, estabilidadede produção e ótima arquitetura foliar), CD3770 PW (precoce, rusticidade, sanidade e es-

tabilidade de produção), CD 384 PW (precoce,rusticidade e alto potencial produtivo de grãoe silagem, com tolerância a estiagem). Emmatéria de soja, teve: CD 2620 IPRO – (bomporte e engalhamento, mesmo em condiçõesde antecipação de semeadura) e CD 202 IPRO- tradição e estabilidade agora com IntactaRR2 PROTM.

FMC - “Para soja, apresentamos pela pri-meira vez uma solução combinada, entre onematicida/inseticida Rugby 200 CS e o sis-tema de aplicação “Pulvereasy”, um aplicadorespecialmente desenvolvido para trazer pre-cisão e uso em larga escala no campo paracontrole dos nematoides. Para milho, o inse-ticida Talisman,para o controle de percevejoscom dois modos de ação, também é usadopara cultura da soja com alta performance,além de possuir efeito complementar no con-trole de lagartas. Todas essas soluções dentrode uma proposta de manejo mais equilibradocomposto por inseticidas biológicos. Apresen-tamos ainda a linha Fertís, fertilizantes espe-ciais que promovem a melhor absorção eassimilação de nutrientes pela planta”, ex-plica o Gerente de Marketing Culturas Sul daFMC, Eduardo Menezes.

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“Contamos com a participaçãodos melhores fornecedores deinsumos. O associado tem aquitudo o que precisa para aumentara sua produtividade”

EMERSON NUNES, coordenador técnicode culturas anuais da Cocamar

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A Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária (Em-brapa) e a Fundação Meridio-nal de Apoio à Pesquisa par-ticiparam da SafraTec 2015.Foi dado destaque às caracte-rísticas agronômicas das cul-tivares de soja da parceriaEmbrapa/Fundação Meridio-nal, assim como outros aspec-tos de manejo relacionados àcultura. “É o momento emque a Embrapa e seus parcei-ros estão mais próximos dosagricultores para fazer atransferência das tecnologiasgeradas pela pesquisa”, ava-lia o pesquisador Luiz CarlosMiranda, da Embrapa Produ-tos e Mercados.

A pesquisadora Divania deLima, da Embrapa Soja, re-força que iniciativas assimsão uma etapa importante doprocesso de transferência de

tecnologias geradas pela Em-brapa. “Além de posicionar ascultivares quanto a caracte-rísticas agronômicas (melhorépoca e densidade de semea-dura), os pesquisadores tam-bém tratam de temas comomanejo de doenças, pragas eplantas daninhas, manejo dafertilidade e a importância dafixação biológica do nitrogê-nio”, explica.

BT - Divania diz que com a in-trodução no mercado da sojaBt, na safra 2013/2014, osprodutores vêm buscandomais informações sobre essatecnologia. “Como vários agri-cultores estão cultivando asoja Bt, vamos apresentar in-formações sobre como utili-zar essa nova tecnologiadentro do Manejo Integradode Pragas para buscar maioreficiência”, explica Divania.

Essa nova soja expressa ca-racterísticas de uma toxina si-milar à da bactéria Bacillusthuringiensis (Bt) que con-trola algumas espécies de la-gartas. Ao mesmo tempo emque a soja Bt controla algu-mas lagartas também podehaver, a longo prazo, a sele-ção de insetos resistentes. Porisso, entre as diversas medi-das para reduzir a seleção deindivíduos resistentes, reco-menda-se o plantio de área derefúgio.

REFÚGIO - Segundo os pes-quisadores da Embrapa, o re-fúgio é o cultivo de umapercentagem da área (nomesmo talhão) com a mesmacultura não-Bt. O objetivo dorefúgio é manter a populaçãode insetos suscetíveis à to-xina Bt para que haja o aca-salamento com os indivíduospotencialmente resistentes -provenientes das áreas complantas Bt - retardando, as-sim, a seleção de insetos re-sistentes à tecnologia

CONTATO - Miranda en-tende que esses eventossão uma oportunidade pa-ra promover também o in-tercâmbio de conhecimentoentre pesquisadores e pro-dutores. “Conseguimosobter um feedback impor-tante e conhecer as oco-rrências em relação aomanejo da cultura da sojaque afetam a produção,trocar experiências e escla-recer dúvidas”, avalia Mi-randa.

“Evento é fundamental para a transferência detecnologias”, diz Embrapa e Fundação Meridional

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Falando a centenas de as-sociados durante a soleni-dade de abertura daSafraTec 2015, no dia 20, opresidente-executivo da Co-camar, José Fernandes Jar-dim Júnior, ressaltou a im-portância de se avançar pa-ra um novo patamar de pro-dutividade de soja.

Segundo ele, a cooperativatem o compromisso de tra-zer cada vez mais informa-ções aos associados, paraauxiliá-los a melhorar seusníveis de produtividade. “Há30 anos, ficávamos orgulho-sos com uma média de 100sacas por alqueire. Hoje, al-cançar 150 sacas é bom,mas já temos associadospassando das 200 sacas poralqueire”, disse. “Por isso”,acrescentou Jardim Júnior,“temos como meta o pata-mar de 250 sacas por al-queire, que é perfeitamentefactível para a nossa re-gião”.

TROCA DE EXPERIÊNCIAS- De acordo com o presi-

dente, a SafraTec ofereceuma série de inovações etecnologias voltadas a me-lhorar a produtividade dasoja. “Temos aqui os melho-res fornecedores de todos osprodutos necessários paraalcançar esse objetivo”, fri-sou. Para Jardim Júnior, a

SafraTec é importante tam-bém para uma troca de ex-periências entre os própriosprodutores e técnicos. Por

fim, mencionou que os pro-dutores não podem interfe-rir em fatores como o clima,mas depende diretamente

deles tomar decisões e ini-ciativas para o aumento daprodutividade de suas la-vouras.

É preciso avançar para novopatamar de produtividade

A boa produtividade dasoja é uma rotina para ocooperado Arlindo Kinks, deArapongas. Sua expectativapara a colheita deste ano(2014/15) é de ao menos 150sacas por alqueire. “Tudoestá indo muito bem e a tor-

cida é para que continueassim”, afirmou, acrescen-tando: “Mas podemos evo-luir muito mais e para issoestamos aqui”.

João Pestana, produtor emTerra Boa, também está ani-

mado. “Esperamos umas140 sacas por alqueire”, dis-se, lembrando que no anopassado, por causa da seca,sua média ficou em 126.

Tanto Kinks quanto Pes-tana foram à SafraTec

“Podemos evoluir muito mais”

Arlindo Kinks: “A torcida é paraque o clima continue assim”

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“Há 30 anos, ficávamosorgulhosos com uma médiade 100 sacas por alqueire.Hoje, alcançar 150 sacasé bom, mas já temos associadospassando das 200 sacaspor alqueire”

JOSÉ FERNANDES JARDIM JÚNIOR,presidente-executivo da Cocamar

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com o interesse de ver osprotocolos ali apresenta-

dos e saber das novidades.

“A gente não pode ficar para-do, precisa estar sempre indotrás, há sempre novas manei-ras de melhorar”, finalizaPestana, que vê o objetivo dacooperativa de chegar a umpatamar de 250 sacas por al-queire como um grande de-safio. “Mas tudo é perfeita-mente possível”, assinalou.

TECNOLOGIA - Depois de uminício difícil, em que a falta de

chuvas provocou o atraso depraticamente um mês noplantio nas regiões noroestee norte do Estado, as lavou-ras se desenvolvem bem. Ru-bens Vertuan, dono de 12alqueires em Alvorada doSul, acredita que se o tempocontinuar ajudando, conse-guirá uma média de 130 a140 sacas por alqueire. “Plan-tei tudo com a tecnologia desementes Intacta, da Coode-tec”, conta Vertuan. Segundoele, tem sido menor que dasoutras vezes o ataque de pra-gas e doenças: “quase nãodeu percevejo”. Uma das van-

tagens da Intacta, acrescenta,é o melhor enraizamento dasplantas. O produtor diz já tervendido 50% da produção aum preço que variou entreR$ 60 e R$ 62 a saca de 60quilos.

Com seus 94 alqueires emCambira, José Luiz Casini dizacreditar que tem lavourapara 150 sacas por alqueire,em média. “Na minha regiãotem chovido bem”, afirma, as-sinalando que não fez vendaantecipada da produção. Maisde 60% das lavouras foram

cultivadas com a variedadeVetop e o restante com Potên-cia. “O problema é o atualpreço, que deu uma despen-cada”, lamenta o produtor,lembrando ter alcançado em2013 um preço de R$ 66 asaca.

Por volta de 130 sacas poralqueire, se o clima conti-nuar favorável, é a projeçãodos irmãos Osmar e ValdirVolpato, que possuem 100 al-queires em Ourizona, muni-cípio da região de Maringá.Eles deram preferência às

variedades Potência e Ni-dera. “Vamos agora torcerpara que tudo dê certo”, sa-lienta.

“Trouxe toda a família paraaprender. Só a troca de expe-riência já é importante, massempre tem as novidades. Oconsórcio de milho com bra-quiária é uma dos experi-mentos que vi aqui, adotei eque tem dado resultados óti-mos”, afirmou Geraldo JoséLonardoni, ao lado da esposaMarlete e dos filhos Gabriele Erik.

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Casini (o segundo a partir da direita): “Na minha região tem chovido bem”

Rubens Vertuan

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João Pestana

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ÉPOCA DE SEMEADURA – Este é um dos fatoresque mais influenciam no rendimento da soja, segundoaponta o departamento técnico da Cocamar. Semeadurasem época incorretas podem afetar o porte, o ciclo e orendimento da lavoura. Para avaliar a resposta dosmateriais com as diferentes interações ambientais foraminstalados ensaios em três épocas de plantio no ano passado(18/9, 14/10 e 24/10) com quatro variedades cada (VMaxRR,VTopRR, PotênciaRR e NA5909).

ESPAÇAMENTO E DENSIDADE – O objetivo foiavaliar a produtividade da soja em diferentes espaçamentose densidades de plantas (35 cm, 45 cm e 70 cm) utilizandoas variedades mais plantadas na região. Muitos produtoresusam mais sementes do que o recomendado, aumentandocustos e reduzindo produtividade. O que se busca tambémé aproveitar as mesmas máquinas no verão e no inverno,reduzir custos com sementes, diminuir o acamamento, oamassamento de plantas na pulverização e a incidência dedoenças, além de melhorar o controle de plantas daninhas.

ADUBAÇÃO NITROGENADA – O uso de nitrogênio na adubação da sojana dosagem correta, recomendação feita pelo o consultor Antonio Luiz Fancelli,é uma estratégia complementar que tem dado resultado e não conflita com o usode inoculante. Nas áreas de PAPS (Programa de Aumento de Produtividade daSoja) da Cocamar, a produção foi 8,24% a mais do que a testemunha na safra2012/13, o equivalente a um adicional de 4,85 sacas por hectare

COMPETIÇÃO/INTACTA – Foi demonstrado o desempenho das variedades desoja Intacta, o que é a tecnologia e a importância de monitorar a lavoura para avaliar anecessidade ou não de fazer uma aplicação suplementar de produto para controle dealgumas lagartas. Ressaltou-se ainda a necessidade de fazer área de refúgio (20%),para não perder a tecnologia, e de controlar outras pragas e doenças.

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APLICAÇÃO FUNGICIDA – Para o controle efetivoda Ferrugem Asiática e de outras doenças de final de ciclo,as aplicações de fungicidas devem ser feitas no momentocerto, demandando monitoramento. O ideal é fazer aprimeira de forma preventiva, no pré-fechamento (V9), ea segunda 21 dias após, fazendo, no mesmo prazo, umaterceira, se necessário.

EMATER - O controle preventivo da ferrugem asiáticada soja pode ser feito com segurança com base nasinformações obtidas com os coletores de esporos, tecnologiaque a Emater tem lançado mão em suas estações demonitoramento e demonstrado na SafraTec. A presença dadoença foi detectada na região este ano no dia 6 de janeiroem Marialva, Jussara e Água Boa e agora já está em todosos municípios. A recomendação da Emater é que o controlepreventivo seja feito apenas quando são encontrados osesporos viáveis da doença, reduzindo custos sem correrriscos. Também foi dada orientação sobre os bicosideais para a aplicação de cada produto.

INTEGRAÇÃO LPF – O pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, destacou osbenefícios obtidos por quem vem adotando a tecnologia: recuperação de áreasdegradadas, produção de alimento para o animal no inverno fazendo uma “safrinhade boi”, cobertura do solo, aumento da tolerância das lavouras ao estresse hídrico,redução de pragas, doenças e plantas daninhas e melhora das condições químicase físicas do solo, dentre outras.

MANEJO DO SOLO – Considerando o rendimento de soja e milho obtido na áreanão compactada e o na com moderada compactação, o experimento feito por CássioTormena, especialista em solos, mostra que o produtor perderia R$ 1,77 mil por alqueireno ano por falta de um bom manejo do solo. Em um quadro de compactação severa, asperdas são bem maiores – chegando a 13% com a soja e 28% com o milho no experimento.Diferentes estratégias de manejo também são avaliadas nos vários níveis de compactação:rotação de culturas (braquiária, aveia e nabo), escarificação do solo, e o uso de haste(botinha) ou disco na aplicação de adubo.

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CULTURAS PERENES – Seringueira, eucalipto e café foram mostrados naSafraTec 2015 como opções de diversificação, especialmente para a região doarenito, no noroeste do Estado, de forma a garantir sustentabilidade às propriedadesrurais. No evento, foi destacada a importância da mecanização do cafée da busca por produtividade e qualidade.

PAPS – Explorar o máximo potencial produtivo da soja e mostrar como o uso datecnologia recomendada agrega na rentabilidade da cultura, são os objetivos doPrograma de Aumento de Produtividade de Soja. Na safra 2013/14, mais seca, oscooperados que participam do programa na região perceberam como é vantajosoadotar as práticas sugeridas. Em média eles colheram 25 sacas a mais por alqueire,embolsando um ganho adicional de R$ 250 nessa área, comparando com o plantiotestemunha. As tecnologias mais usadas e que têm feito a diferença são adubaçãonitrogenada, velocidade de semeadura, adubação foliar completa, tratamento desemente completo e controle da dosagem de fungicida e inseticida, uso debiorreguladores, e correção do solo com gesso ou calcário, entre outras.

SICREDI – A cooperativa de crédito instalou doisespaços na SafraTec, oferecendo aos produtores todaa sua linha de produtos e serviços.

SYNGENTA – A companhia recepcionou produtoresem seu espaço ao lado da tenda principal para apresen-tar seu amplo portfólio

SPRAYTEC – Sempre participando dos eventostécnicos da cooperativa, a empresa mostrou odesempenho de seus produtos

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“Daqui há quatro ou cinco anos não ha-verá mais produto químico para controledo amargoso ou outras plantas daninhascom resistência em soja e milho RR. Nãoexiste e não surgirá no médio e longoprazos um herbicida milagroso e se en-gana quem pensa o contrário.”

O intrigante alerta foi feito pelo enge-nheiro agrônomo Luiz Henrique Pencko-wiski, da Fundação ABC, durante o 15ºEncontro de Produtores de Soja realizadocomo um dos destaques da Safratec2015.

Penckowiski ressaltou que o diferencialno manejo da resistência das plantas da-ninhas será a busca de informação e queos sistemas de manejo serão bem maiscomplexos, demandando que os produ-tores sejam proativos e não apenas rea-jam aos problemas. “Por enquanto asplantas são de resistência simples a ummecanismo de ação. Mas como será comresistência múltipla? O produtor tem quevoltar a enxergar a planta daninha, co-

nhecer, monitorar, coisa que deixou defazer desde o surgimento do glifosato eda tecnologia RR”, disse.

FOGO - O engenheiro agrônomo citou quena Austrália os produtores têm usadofogo para controlar o azevém com resis-tência múltipla porque nenhum produtomais controla. Nos EUA, o maior pro-blema da soja já são as plantas daninhasresistentes. Há mais de 26 milhões dehectares com o problema, com gastos deUS$ 1 bilhão só para manejo da área. “Ocontrole da buva aqui foi fichinha pertoda dificuldade de controle e dos prejuízoscausados pelo caruru resistente lá. O ca-ruru já chegou à Argentina e tem tudopara entrar aqui também”, destacou.

No Brasil, as plantas daninhas que jáapresentam resistência são a buva, oamargoso e o azevém. “Em 2014, jáhavia 10 milhões de hectares no Brasilcom o problema, sendo 7 milhões combuva, um milhão e meio com azevém eum milhão e meio com amargoso. “O Pa-

raná se tornou o Estado com maior nú-mero de área com plantas daninhas re-sistentes e um dos poucos no país quetem registro das três”, afirmou Pencko-wiski.

O engenheiro agrônomo disse que umúnico pé de buva que sementeie pode setornar um problema sério. São produzi-das milhares de sementes de fácil disper-são por até 60km de distância, que têma capacidade de germinar na superfície.“É problema nas culturas de verão, masseu manejo deve ocorrer no outono e in-verno. O limite de controle é com 15 cm,quando a eficiência dos produtos é dequase 100%. Se feito com 35 cm, a efi-ciência cai para 50%”.

Como colheita das culturas de invernose dá num período seco, o produtor ficaa espera da chuva para fazer o controleda buva e acaba perdendo o momentocerto de combater. “Tem que monitorare esquecer o clima, fazendo duas aplica-ções para controle”, recomendou.

O agricultor tem que pensar o controle do amargoso o anotodo, porque, diferente da buva, o vegetal germina o anotodo e se o controle não for feito na época correta, se tornadifícil e caro, mais de R$ 300 por hectare, alertou o enge-nheiro agrônomo Luiz Henrique Penckowiski.

“Com até 45 dias de emergência e no máximo 20 cm, é re-lativamente fácil eliminar a buva, com 90% de eficiência.Mas depois que chega a 1 metro e forma os rizomas, há orebrote, fazendo cair o nível de controle para menos de55%. Tem que evitar que forme a touceira”, orientou.

O agrônomo comentou ainda que, de todos os graminici-das, apenas dois controlaram o amargoso e, no Paraná, sóum é liberado. E pior, quando ocorre buva e amargoso re-sistentes na mesma área, cria-se um novo cenário de des-secação, já que a combinação de herbicida latifolicida e degraminicida é antagônica. “Os percentuais de controle caemsignificativamente com a mistura dos dois produtos”.

Amargoso preocupa

O engenheiro agrônomo Luiz Henrique Penckowiski, daFundação ABC disse durante o Encontro de Produtores queas perdas com a infestação de milho RR voluntário na sojapodem ser significativas se não houver controle correto.Com uma planta por metro quadrado, a produtividade cai30% em média; com duas plantas, a perda é de 45% e,quando há quatro espécimes por metro quadrado, a redu-ção pode chegar a 65%.

Penckowiski orientou que o milho voluntário RR tem doisfluxos para controlar: o que nasce da semente e o que nasceda espiga, demandando duas aplicações de graminicida.Alertou ainda que se o controle é feito quando o milhoainda é pequeno, com até três folhas, há várias opções deprodutos e a eficiência é de quase 100%. Mas se o milhotem até sete folhas, as opções reduzem bastante e o nívelde controle cai para 64%.

Perdas com milhoRR voluntário

Nos EUA, o maiorproblema da soja sãoas plantas daninhasresistentes. Há mais de

26 milhões dehectares com oproblema, com gastos

de US$ 1 bilhãosó para manejo da área

“O produtor tem que voltara enxergar a plantadaninha, conhecer,

monitorar, coisa quedeixou de fazer desde osurgimento do glifosato

e da tecnologia RR”,afirmou o palestrante

Cresce a resistência das plantas daninhas

“Daqui há quatroou cinco anos nãohaverá maisproduto químicopara controle doamargoso ououtras plantasdaninhas comresistência emsoja e milho RR”

LUIZ HENRIQUE

PENCKOWISKI,

da Fundação ABC

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Pág. 24 Jornal de Serv iço Cocama r Jane i ro 2015

Parceira da Cocamar, a Rádio CBN Maringá participou pelaprimeira vez do evento técnico com uma área onde instalouseu estúdio e contou com a presença de uma dezena de em-presas, as quais apresentaram produtos e serviços, nos seg-mentos de caminhões, utilitários, veículos de passeio,imobiliárias e construtoras, revendedoras de móveis, televi-são por assinatura, antenas para o meio rural e seguros.

“Foi uma experiência proveitosa, acreditamos que existeaqui um grande potencial de crescimento nos próximosanos”, comentou o diretor comercial da CBN, José RobertoMattos.

Roberto Udo, chefe técnico de seguros rurais, da Sancor,elogiou a qualidade do evento. “Estamos aqui para fortalecera nossa marca junto a um público que interessa muito paranós”, salientou. No ramo imobiliário, o estande montado pelaA. Yoshii Engenharia e a Opção Imóveis, apresentou lança-mentos em edifícios, que podem ser adquiridos com planosadaptáveis à realidade do campo. “Estamos buscando rela-cionamento com os produtores rurais e a SafraTec é, semdúvida, uma boa oportunidade”, comentou o gerente de ven-das da Opção Imóveis, Paulo Miura, ao lado de Weber Ra-dael, coordenador da A. Yoshii.

O diretor da empresa Pedro Granado, Pedro Granado Mar-tinez, visitou a feira e disse acreditar que o evento tem tudopara expandir-se: “Maringá é um polo agrícola importante eesta iniciativa da Cocamar vai se consolidar como umgrande evento regional”.

Espaço CBN foium atrativo à parte

Acima, exposição de veículos e, embaixo, Roberto Udo e Emilly, da Sancor Seguros

Sorteio de brindes, bingo e até dicas para o preparo de pratos especiais,com Mestre Taíco, fizeram parte da programação

Novidade na feira, o espaço foi bastante movimentado e uma das atrações, otest-drive, atraiu muitos interessados, com a realização de vários negócios

Weber Radael, daA. Yoshii Engenharia,

e Paulo Miúra, daOpção Imóveis:

participando pelaprimeira vez

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Pág. 26 Jornal de Serv iço Cocama r Jane i ro 2015

Após a crise financeira global, e mesmo como crescimento da safras nos últimos anos nos

países produtores, uma ameaça de âmbito mundialpaira sobre o planeta: a crise mundial de

alimentos. Sim, ela continua aí.

Este fenômeno poderá lançar milhões de pessoas amais na pobreza, causando grande instabilidadesocioeconômica, já que a alimentação é umanecessidade básica. Atualmente, mais de 840milhões de pessoas já sofrem de fome crônica e,a cada ano, nada menos do que três milhões

de crianças morrem de desnutrição.

Cadeia de suprimentos são elos contínuos que vãoda “fazenda à mesa do consumidor”, os quais garantemque os produtos agrícolas alcancem os consumidoresfinais. Claramente, porém, essa cadeia tem algunselos fracos, o que resulta em desperdício, baixos

investimentos e ineficiência. Grande parte da produçãode comida é simplesmente jogada fora.

A produção de alimentos dentro do agronegóciorepresenta quase 40% da mão de obra mundial econtribui com um terço do Produto Interno

Bruto (PIB) global. Tudo isso começa nas fazendas,com os produtores rurais alimentando o mundo.Se eles não acertarem, todos os outros negócios

serão inviabilizados.

A população mundial está envelhecendo.No ano 1000, a expectativa média de vida

era de 24 anos. No ano de 1970,a expectativa de vida ao nascimento crescia

para 57 anos e hoje é de 68 anos.Até 2050, a expectativa de vida nomundo deve alcançar 76 anos.Entretanto, a população ruralparece estar envelhecendo maisrápido do que a média mundial.

Em países mais produtivos, com os setoresalimentício e agrícola mais desenvolvidos,

mais da metade dos agricultorestem idade acima de 55 anos.

A maioria das fazendas é de propriedadefamiliar, gerenciada pelos próprios membrosda família, e tradicionalmente passada

de geração para geração.

Entretanto, a sucessão de uma fazenda familiar seestende a uma dimensão econômico-empresarialcomplicada e frequentemente envolvendo aspectosemocionais muito mais complexos. Em negócios

familiares, a “família” pode ser a fonte de sua maiorforça ou o potencial de sua maior queda.

FONTE: RABOBANK

Para refletir

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Jane i ro 2015 Pág. 27Jornal de Serv iço Cocama r

“Estamos lutando agora para conseguirum recurso extra, que virá do orçamentode 2015. E, se não conseguirmos,infelizmente esta será mais uma daspromessas falsas do governo Dilma”

LUIZ CARLOS HEINZE, deputado federal, sobre o fato dea presidente descumprir uma promessa feita em maio doano passado, no lançamento do Plano Safra 2014/15, dedestinar R$ 700 milhões para custear parte do segurorural contratado por milhares de produtores do país.

“Daqui há quatro ou cinco anos nãohaverá mais produto químico para controledo amargoso ou outras plantas daninhascom resistência em soja e milho RR. Nãoexiste e não surgirá no médio e longoprazos um herbicida milagroso e seengana quem pensa o contrário.”

LUIZ HENRIQUE PENCKOWISKI, da Fundação ABC,durante o 15º Encontro de Produtores de Soja realizadocomo um dos destaques da Safratec 2015

“Atuamos em um raio que nãoultrapassa 300km de Maringá e aideia é continuar assim, porque istonos beneficia em termos de logística”

JOSÉ FERNANDES JARDIM JÚNIOR,presidente-executivo da Cocamar, falando aosassociados em reunião no último dia 23 em Maringá

“Acreditar que essa lei não vai funcionaré acreditar no caos absoluto e nacontinuidade do conflito ambiental”

VÍTOR HUGO BURKO, ex-presidente do IAP, sobreo Cadastro Ambiental Rural (CAR), cujo prazotermina no dia 5 de maio. Ele fez palestras durantea SafraTec e concedeu entrevista ao JornalCocamar, publicada nesta edição

Frases e dados

314,37milhões de toneladas

de soja, é a previsão

do USDA para a

safra mundial da

oleaginosa, no

ciclo 2014/15,

conforme relatório

publicado dia 13/1.

Se confirmar-se,

será 11% superior

às 283,74

milhões de

toneladas de

2013/14

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Pág. 28 Jornal de Serv iço Cocama r Jane i ro 2015

Da Redação

Depois das geadasde 2013, que re-duziram a área deplantio em 35%, e

de uma estiagem que de-rrubou drasticamente aprodução da cultura no anopassado, aos poucos a ca-feicultura paranaense co-meça a voltar ao normal.De acordo com informa-ções fornecidas à Folha deLondrina pelo Departa-mento de Economia Rural(Deral) da Secretaria daAgricultura e do Abasteci-mento (Seab), a área deprodução do Estado deverá

saltar de 33,2 mil hectaresna safra 2013/14 para 42,3mil hectares na safra atual,que está em fase de grana-ção, após as floradas dosmeses de setembro, outu-bro e novembro passados.A elevação é de 27%. Nocaso da produção, o salto éainda mais significativo:das 33,4 mil toneladas damirrada safra passadapara 62,2 mil toneladas es-perados, algo em torno de1,1 milhão de sacas e incre-mento de 86%. Já o rendi-mento deve saltar de 1.005quilos/hectare para 1.471quilos/hectare, uma eleva-ção de 46%.

QUEM FICOU, VAI INVESTIR - “Estamos longe dos82 mil hectares que o Estado possuía antes das geadas,mas agora as condições de clima estão mais normaliza-das”, comenta o coordenador estadual da Câmara Seto-rial, Paulo Franzini. Segundo ele, depois de todas asadversidades enfrentadas nos últimos anos, 90% dos quepermaneceram na cultura tendem a realizar mais inves-timentos em mecanização, investem na lavoura e na re-novação dela, além de focar na produtividade. “O quepodemos dizer é que está havendo uma recuperação donível tecnológico para aqueles que persistem na cultura,que sem dúvida está apresentando preços mais interes-santes agora”, relata Franzini. Segundo o Deral, em de-zembro a saca do produto beneficiado fechou em R$402,25, alta de 88% frente a dezembro de 2013.

CADASTRAR - Franzini encabeça um projeto piloto emApucarana que objetiva um levantamento georreferen-cial das lavouras de café, uma espécie de cadastro daspropriedades produtoras, que depois podem ser levadasa outras regiões do Estado. “Visitamos algumas proprie-dades com cafeicultores e aqueles que erradicaram a la-voura em 2013 agora parece que ficaram com uma pontade arrependimento. Quem pensa dessa forma, pode voltara apostar na cultura, mas agora plantando num sistemamais moderno e lucrativo”, complementa.

Café recupera área no ParanáNOVOS TEMPOS Cafezais aumentaram 27% de um ano para cá, no Estado, como resultado daretomada dos preços. Muitos dos que erradicaram a lavoura em 2013, após as geadas, ficaram arrependidos

90%mil toneladas de

grãos é a expectativade produção este anono Estado. Em 2014,foram colhidas 33,4mil toneladas

62,2dos cafeicultoresque permaneceramna atividade tendema investir em práticasmais modernas, como

a mecanização

Em seu primeiro levantamento para a pro-dução brasileira de café na safra 2015/16, aser colhida este ano, a Companhia Nacionalde Abastecimento (Conab) estimou que a co-lheita do grão ficará entre 44,11 milhões a46,61 milhões de sacas de 60 quilos. Isto sig-nifica qud a safra pode ter uma redução de2,7% ou aumento de 2,8% em relação às45,34 milhões de sacas do ciclo anterior(2014/15).

A Conab estimou que a produção de caféarábica deve ficar entre 32,5 milhões a 34,4milhões de sacas em 2015/16, alta de 0,6%

a 6,5% ante o ciclo anterior. O arábica repre-senta 73,7% da produção total. A projeção éresultado do crescimento da cultura na Zonana Mata mineira e na produção do Paraná,segundo a autarquia.

Já para o café conillon (robusta), a Conabreduziu a estimativa de produção entre 8,8%e 6,3% sobre a safra passada, para entre11,61 milhões a 12,21 milhões de sacas. Deacordo com o órgão, a redução se deve àforte estiagem no fim da safra anterior e aointenso frio durante a florada da tempo-rada atual.

No país, produção estável

p

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Jane i ro 2015 Pág. 29Jornal de Serv iço Cocama r

“Se analisarmos uma tendência histórica, estamoscom uma tendência de estabilizar a produção de café

em 45 milhões de toneladas, tanto em ano de bienalidadepositiva quanto em 2015 (bienalidade negativa). Isto se devemuito a questões climáticas em Estados produtores comoMinas, com quase 52% da produção nacional e EspíritoSanto, com 26%, disse Rubens Rodrigues, presidente daConab, ao Valor Econômico.

pObjetivo é que reuniões sejam nas propriedades dos participantes

Para promover o desenvol-vimento técnico, administra-tivo e comercial de produ-tores de café, a Cocamaracaba de implantar gruposde trabalho nos municípiosde Altônia, Apucarana, Car-lópolis, Cianorte, Congonhi-nhas, Maringá, Pitanguei-ras, Rolândia e São Jerôni-mo da Serra.

O objetivo, em resumo, é oaumento da rentabilidade dacultura, o que será conse-

guido por meio da mecani-zação do manejo e da condu-ção da lavoura, do aumentoda produtividade e da conse-quente redução de custos.

De acordo com a coopera-tiva, haverá grupos de 15 a20 produtores, organizan-do-se, a cada dois meses,reuniões e atividades práti-cas nas lavouras dos pró-prios participantes. Nessasocasiões, vão ser discutidosassuntos relacionados a ca-da época do ano, fases dacultura e analisados temascomo mercado, crédito, se-guro e outros.

As reuniões nas proprieda-des visa fomentar a troca deexperiências entre os parti-cipantes e demonstrar even-tuais iniciativas e novidadesque possam ser adotadasentre eles.

A condução das reuniõesestá a cargo do engenheiroagrônomo Adenir Fernan-des Volpato, o “Gabarito”,consultor da cooperativa,mas poderá contar tambémcom outros profissionais.

Prática habitual na Coca-mar, a realização de visitasa outras regiões produtorasserá estimulada entre os ca-feicultores, como forma dese conhecer maneiras maiseficientes de condução de la-voura, bem como o uso demáquinas e equipamentos.

Numa primeira etapa,foram organizadas reuniõespara apresentação da pro-posta aos produtores nosmunicípios selecionados,que foi bem aceita. A partirde fevereiro começam, efeti-vamente, as atividades teó-ricas e práticas.

Cocamar implanta grupos de produtores para aprimorarem-se

Produtores que persistemna cultura tendem aprofissionalizar-se einvestir em máquinaspara suprir a falta demão de obra

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“O lugar era muito bom para café. Produzi-mos muito. Também dava muito milho”,conta Sílvio. Ele diz que os pais mantiverama sociedade com os tios até 1975, ano em quea geada negra pôs fim ao cafezal. Tool aindapermaneceu sócio de um dos irmãos, Tomio,até a década de 1980, quando se separaram.

Conforme o café ia sendo arrancado, a sojaentrava com força total. A família até chegoua plantar um pouco de algodão, mas a olea-ginosa é que ganhou espaço. Com o faleci-mento dos pais, Sílvio assumiu a pro-priedade de 109 hectares da família, culti-vando 92 hectares de soja, a principal cul-tura (produzindo de 58 a 62 sacas porhectare). No inverno, ele planta 84 hectaresde trigo (média de 54 a 58 sacas por hec-tare) e oito de alho.

Para o café foi reservado apenas um hec-tare e meio, como diversificação, conduzidopela própria família e os funcionários. Coma geada de 2013, o cafezal foi arrancado eplantadas novas mudas.

Os Nakamura possuem também uma re-presa com cinco hectares de lâmina de águaonde produzem tilápia, carpa, traíra e lam-bari para consumo da família. Recente-mente, introduziram ali um tanque-rede e,com o aumento da produção, foi possível co-mercializar o excedente. Diante da grandeprocura, surgiu a ideia de investir na pro-dução de peixes para otimizar o aproveita-mento das áreas de relevo mais acidentado.O objetivo da família é instalar inicialmentemais 15 tanques e ir aumentando, até chegara 40.

Marly Aires

Com todo o conforto e tec-nologia que hoje dispõe paraa produção de grãos, SílvioShigueyuki Nakamura,agricultor e cooperado emSanto Antonio do Paraíso,município atendido pela uni-dade da Cocamar em SãoSebastião da Amoreira, nonorte do Estado, diz quenem consegue imaginar oque foi a luta dos pais eavós para desbravar estaterra.

A família colocou os pés noParaná ainda na década de1930, vindo da região deAvaré (SP). Em Cambará, osavós Quinhiti e Kimi traba-

lharam por uns tempos naFazenda Matsubara. Foi as-sim que conseguiram juntardinheiro para comprar seusprimeiros 73 hectares emSanta Mariana, onde se fi-xaram e onde permaneceuparte dos familiares.

A propriedade de 356 hec-tares inteiramente de mataem Santo Antonio do Para-íso foi adquirida pelos avósem 1949 e deixada como he-rança para Tool, pai de Síl-

vio, e mais dois de seus 10irmãos: Mamol e Tomio. En-frentar a mata fechada nãofoi nada fácil para Tool, oúnico dos três ainda solteirona época.

Os irmãos se embrenha-ram na mata e, com a ajudade alguns peões, puseramtudo abaixo, plantaram cafée só então construíram ascasas, trazendo esposas efilhos. Tool só se casou comSigueyo em 1952.

FAMÍLIA DOCAMPO NoParaná desde osanos 1930, eles seestabeleceram emSanto Antonio doParaíso, no nortedo Estado, em 1949,para plantar café.

Pág. 30 Jornal de Serv iço Cocama r Jane i ro 2015

Os Nakamura, esses desbravadores

Na foto de cima, parte da família; embaixo, Silvio comprodução de alho: colheita de oito a nove mil quilos

por hectare que ajuda na receita da propriedade

Ali deu muito café. Agora, lidam com grãos e vários negócios Para ampliar as opções de renda da propriedade, em 2006

Sílvio plantou 10 quilos de alho, fazendo uma experiência.Animado, no ano seguinte cultivou logo 500 quilos, obtendouma colheita de 6,5 toneladas em meio hectare, cuja rendacorrespondeu a quase 30 hectares de trigo. Atualmente eleplanta de oito a 10 mil quilos e produz de oito a nove milquilos por hectare.

“Tem ano que dá dinheiro, mas também tem ano que agente perde grande parte da produção”, explica Sílvio. Háalguns períodos críticos em que não pode chover, sob orisco de perda da safra, como na colheita e principalmentenos 10 dias de formação da cabeça do alho. Se vem muitaumidade, o vegetal brota, mas não se desenvolve ou ficasem peso. Quando é assim, tudo vai direto para a indústria,a um preço irrisório.

Na propriedade, a família faz a secagem, o embalamentoe mantém estocada em ambiente refrigerado a produção dealho, que tem compradores certos. Como faz sushi para ven-der nos mercados, a esposa de Sílvio, Teresa, aproveitauma pequena parcela para produzir tempero e comerciali-zar junto.

Cultivando alho

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Seguindo a tradição das famílias japone-sas, os pais de Sílvio, Tool e Sigueyo, se ca-saram em 1952 por meio de um miai(casamento arranjado). Os pais de ambos jáse conheciam no Japão e vieram para o Bra-sil tentar a sorte em Avaré (SP) na condiçãode colonos em lavouras de café. Já naquelaépoca haviam combinado a união entre asduas famílias.

“Como moravam distantes, o quarto encon-

tro de meus pais foi no dia do casamento”,ilustra Sílvio. Mas, diferente do avô, Quin-hiti, que teve onze filhos, o pai do cooperadosó teve dois: o próprio Sílvio, o caçula, eEliana, que se casou com Heigi Kuniyoshie se mudou para Ourinhos, no Estado deSão Paulo.

Casado com Teresa desde 1985, Sílvio, queé engenheiro agrônomo, é pai de Gisele, Jés-sika, Gracielle, Marcelo e Rafael.

Casamento combinado ainda no Japão

O pai de Sílvio, Tool Nakamura, perdeu a visão aos 33anos, no início de 1960, devido a um acidente. A famíliaestava escavando um poço de água quando chegou a umaformação de pedra. Como normalmente era feito, Tool co-locou dinamite no buraco, saiu e acendeu o pavio.

Como estava chuviscando e demorando muito para ex-plodir, ele achou que o pavio havia apagado. Mas, impru-dentemente, ao entrar no poço para conferir, a dinamiteexplodiu, arremessando-o para fora. No acidente, perdeualguns dedos e os dois olhos.

Sílvio era bem pequeno, mas se lembra da correria e dapreocupação estampada no rosto de todos. De caminhão,levaram Tool até um hospital em Londrina. Mas como nãohavia muitos recursos, depois de 30 dias o estado deleainda era grave, apresentando sinais de necrose nas feri-das. Decidiram então levá-lo para tratamento em hospitaismais equipados em São Paulo, onde ficou por meses.

Com o marido impossibilitado de trabalhar, Sigueyo as-sumiu os negócios, tendo até mesmo que aprender a dirigircaminhão. Orientada pelo marido e outros parentes próxi-mos, passou a tomar conta de tudo, tocando a propriedade,cuidando das contas no banco e negociando a produção.

Acidente com dinamitetirou a visão de Tool

Jane i ro 2015 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 31

Para recobrar o ânimo e o vigor, Tool mantinha uma receitainfalível: uma pinga curtida com cobra cascavel. Quandohavia um trabalho extra ou um jogo de basebol, ele e os ami-gos tomavam uma dose para “levantar o astral”.

A receita de garrafada de Tool era conhecida e bastantecomum entre os produtores rurais, conta Sílvio, que ele diznão saber se realmente funcionava. Após a morte do pai, eledoou a cobra “curtida” na pinga para uma escola. “Mesmomuito tempo depois, ainda vinham amigos do meu pai per-guntarem pela bebida”, recorda-se.

Antes do acidente com dinamite, sendo um apreciador decaça e pesca, Tool costumava se embrenhar na mata ou ficarhoras à beira do Tibagi. “Na época havia muitos animais”,conta Sílvio, comentando que era só o pai mexer com as armasque a cachorrada já se agitava. Depois, sem visão, ele se con-tentava quando era levado para pescar, diz o cooperado.

Pinga curtida na cobra

O cooperativismo foi liçãoaprendida no berço. Da mes-ma forma que lhe ensinaramos pais, Sílvio vê nesse mo-delo o caminho para os pe-quenos produtores.

A família foi associada devárias cooperativas que pas-saram pela região, sempreparticipando dos conselhosfiscal e administrativo ouexercendo papel de liderança.

Atualmente, Silvio faz partedo Conselho Consultivo daCocamar e brinca dizendoque, quando morrer, ao ladoda cruz, vai ter no túmulo osímbolo do cooperativismo.

Cooperativista

Acima, Tool e Shigueyo, pais de Silvio;ao lado, foto antiga da família

Em vez de futebol ou qualquer outra prá-tica esportiva, a alegria dos produtores naregião de Santo Antonio do Paraíso era o ba-sebol. Sílvio conta que como havia ali mui-tos japoneses, cada propriedade mantinha oseu time. “Nós tínhamos um campo, comtoda a infraestrutura. Sempre eram realiza-dos torneios. Vinha gente de toda a região,mas também íamos jogar fora com frequên-cia. Era sempre uma festa”, recorda-se.

No sítio dos Nakamura havia mais de 30

famílias de colonos que trabalhavam nocafé, somando mais de 150 pessoas. Silviolembra com carinho de sua infância. Feitasas obrigações do dia, como cuidar das cria-ções, o cafezal e o terreirão se transforma-vam no parque da diversão da criançada.

No início da década de 1970, ele foi morarcom um tio em Apucarana, para poder con-tinuar os estudos, e depois se mudou paraCuritiba, onde cursou agronomia, retor-nando depois para ajudar no sítio.

O basebol agitava a região

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agroalmanaque

Jornal de Serviço CocamarJanei ro 2015 - Pág. 32

Já que a carne bovina estáem pauta, que tal conhecerum restaurante de BuenosAires que serve um dos me-lhores chorizos da cidade?

O bairro portenho de LaBoca não é conhecido apenaspelas casinhas coloridas doCaminito e pelo Estádio LaBombonera, a casa do BocaJuniors. Um lado pouco co-nhecido dos turistas que visi-tam o bairro é a gastronomia,com ótima comida, porções gi-gantes e preços convidativos.

Então, não passe direto

pelas casas “pega-turistas” dePuerto Madero e vá diretopara La Boca. Destino: Bode-gón El Obrero.

Quem vê a fechada, se as-susta. Está caindo aos peda-ços. Mas o lugar já recebeuaté mesmo o antigo Rei daEspanha, Juan Carlos, alémde Mick Jagger, Bono Vox e,é claro, Maradona.

O El Obrero surgiu em1910, inicialmente como ar-mazém de bebidas e local depernoite. Aos poucos, passoutambém a alimentar os tra-balhadores da região. Adqui-rido por dois irmãos as-turianos, virou restauranteem 1954.E está do mesmojeito até hoje.

As carnes altas e bem servi-das, seladas à perfeição e in-crivelmente macias atraemfamílias portenhas, turistas deoutras regiões do país e domundo, dispostos a aventurar-se na ruazinha de apenasduas quadras há poucos pas-sos da Autopista Buenos Airese perto do cruzamento dasavenidas Almirante Brown, aprincipal do bairro, com aCalle Benito Pérez Galdós..

O cardápio oferece entradas,sopas, saladas e massas, maso carro-chefe são as carnes,assadas ao tradicional modoportenho, em uma pequenaparrilla nos fundos. Umagrande coifa evita que a fu-maça de carvão tome conta dosalão.

El Obrero, o boteco que serve umadas melhores carnes de Buenos Aires Esqueça as casas“pega-turistas” e façacomo muita gentefamosa: vá diretopara La Boca

Em sentido horário, o assador em sua parrilla,a a fachada despojada do lugar, a carne alta

e muito macia, e o interior aconchegante, decoradocom camisas e flâmulas de equipes de futebol.

Lugar surgiu em 1954 e é do mesmo jeito até hoje

Nunca desista do seu sonho. Se acabounuma padaria, procure em outra(Barão do Itararé)

Diga rápido: “O tempo perguntou pro tempo quantotempo o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo queo tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”

PÉ D’ÁGUA –Maringá escurecerápido e lá vem anuvem pesada,trazendo temporal.A gente toda ficaassustada, masjaneiro é sempreassim, pessoal!

TRAVA-LÍNGUA

A FRASE

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