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ATUALIDADE “Harvard Trends” – livro do ano 2013? Pág. 7 PAULO MORGADO CONSIDERA Remunerações têm mesmo de variar em função dos objetivos SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA CONFIANTE “Teremos nova PAC em janeiro de 2014” “Estamos a fazer tudo para que não haja reduções significativas dos fundos comunitários para Portugal” – afirma José Diogo Albuquerque Pág. 8 www.vidaeconomica.pt PUB Nº 1470 / 30 de novembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt João Peixoto de Sousa 9 720972 000037 01470 PUB PUB PUB “Uma das formas que temos de viver com uma lei laboral mais rígida é haver uma parcela de remuneração que fique ligada aos objetivos” , refere Paulo Morgado, administrador delegado da Capgemini Portugal. Um dos problemas do nosso país é entender o conceito de remuneração variável como um bonús, sem ligar a ação de cada pessoa ao resultado da organização, acrescenta. Págs. 4 e 5 BANCA Transferências “online” gratuitas não são prática generalizada Pág. 37 IMOBILIÁRIO Reforma do arrendamento pode dinamizar o mercado Págs. 34 e 35 MERCADOS Western Union – um negócio a preços sensatos Pág. 41

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ATUALIDADE

“Harvard Trends” – livro do ano 2013?

Pág. 7

PAULO MORGADO CONSIDERA

Remunerações têm mesmo de variar em função dos objetivos

SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA CONFIANTE

“Teremos nova PAC em janeiro de 2014”

“Estamos a fazer tudo para que não haja reduções signifi cativas dos fundos comunitários para Portugal” – afi rma José Diogo Albuquerque

Pág. 8

www.vidaeconomica.pt

PUB

Nº 1470 / 30 de novembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

João Peixoto de Sousa

9 720972 000037

0 1 4 7 0

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“Uma das formas que temos de viver com uma lei laboral mais rígida é haver uma parcela de remuneração que fi que ligada aos objetivos”, refere Paulo Morgado, administrador delegado da Capgemini Portugal. Um dos problemas do nosso país é entender o conceito de remuneração variável como um bonús, sem ligar a ação de cada pessoa ao resultado da organização, acrescenta.

Págs. 4 e 5

BANCA

Transferências “online” gratuitas não são prática generalizada

Pág. 37

IMOBILIÁRIO

Reforma do arrendamento pode dinamizar o mercado

Págs. 34 e 35

MERCADOS

Western Union – um negócio a preços sensatos

Pág. 41

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2 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

ABERTURA

Top da semana

JORGE COELHO

A Mota-Engil é das poucas construtoras nacionais que

tem conseguido fazer face à profunda recessão que afeta a atividade no mercado interno, em resultado da crise. Bem cedo iniciou o processo de internacionalização e muito deve a empresa à liderança de Jorge Coelho. A construtora acaba de comprar uma empresa brasileira e continua a reforçar a sua posição em África. Começam a surgir os resultados da aposta em mercados de elevado potencial de crescimento. O ex-governante tem feito as escolhas acertadas, ainda que não se trate de mercados fáceis aqueles em que a Mota-Engil está presente.

CAVACO SILVA

O Presidente da República veio a público chamar

a atenção para a necessidade de investir na agricultura e nas pescas. Ficou sem se perceber se se tratou de um ato de contrição ou se estava a fugir às responsabilidades passadas. Com efeito, foi durante o consulado de Cavaco, enquanto primeiro-ministro, que mais se desinvestiu naqueles dois importantes setores de atividade e se apostou, erradamente, na política do betão e do asfalto. Os resultados estão agora bem à vista. E só se assiste a um retorno à agricultura porque a economia anda nas ruas da amargura.

PASSOS COELHO

A governação de Passos Coelho continua igual a

si própria e o mesmo se pode dizer do discurso do primeiro-ministro. Insiste Passos Coelho na tónica que não está interessado nas sondagens que lhe dão uma forte quebra da popularidade. Mas deveria ouvir mais os conselhos dos especialistas em fiscalidade, muitos deles vindos do exterior. A execução orçamental está muito longe dos objetivos traçados, pelo que seria tempo de deixar as teimosias e pensar no que está, efetivamente, a correr mal. A humildade é também uma das qualidades dos grandes estadistas. O primeiro-ministro parece manietado pelo ministro das Finanças, aparecendo somente para dar a cara.

EXPANSIÓN

Supervisão bancária única com regras mais claras

O projeto de regulamentação da supervisão bancária única prevê uma separação entre a preparação e a execução das execuções, culminando num único órgão de decisão que será o Conselho de Governo do BCE, a que acrescerá um Conselho de Supervisão. Nesta última entidade estarão representados os supervisores bancários nacionais, da Comissão Europeia e da autoridade bancária europeia. O Conselho de Supervisão será um fórum, o centro de gravidade, da supervisão europeia, e preparará as decisões do Conselho de governo, com um sistema de silêncio positivo.

LES ECHOS

Empresários alemães mais otimistas

Quando os indicadores são mais positivos para a Alemanha, o resto da Europa tem razões para ficar satisfeita. Novembro foi um mês positivo para a maior economia da União Europeia, de acordo com os dados IFO mais recentes.De facto, o índice de confiança dos empresários germânicos registou uma

recuperação em novembro para 101,4 pontos, contra os 100 pontos do mês anterior. O índice relativo às encomendas para os seis meses aumentou para 95,2 pontos, contra 93,2 em outubro. Os bons resultados ficaram a dever-se sobretudo ao desempenho bastante positivo do lado das exportações, com especial destaque para os países fora da Zona Euro.

INVESTIR

Banca europeia pede prorrogação de um ano para Basileia III

Os bancos europeus pediram à Comissão Europeia um adiamento de um ano, para 2014, da introdução da nova regulamentação mais rígida em matéria de fundos próprios, Basileia III. As novas regras obrigam os bancos a triplicarem o montante dos seus capitais, de modo a evitar o recurso a fundos públicos.A Federação Bancária Europeia enviou uma carta à Comissão a pedir o adiamento da entrada em vigor de Basileia III, com o argumento de que os bancos europeus vão sofrer uma desvantagem concorrencial, relativamente aos congéneres norte-americanos. Ora, a Comissão sempre disse que seria encontrada uma plataforma comum com os Estados Unidos, mas este país não tenciona colocar em prática aquelas regras.

ImprensaEM REVISTA

Atualidade .............. Pág. 10A Europa deve optar pela banda larga do futuro

Internacional .......... Pág. 12Setor dos complementos alimentares passa por forte concentração

Fiscalidade .............. Pág. 24Carreiras dos trabalhadores dos impostos estão por regulamentar

Fiscalidade .............. Pág. 25Sociedades desportivas contam com regime fiscal específico

Tecnologias ............ Pág. 26Oracle está a contratar profissionais na Europa

In-Store Media ....... Pág. 31Criatividade no ponto de venda é chave para convencer consumidor

BPI ........................... Pág. 40Governo e bancos aderem aos Serviços Mínimos Bancários

Ford ......................... Pág. 45Problemas de mobilidade afetam consumidores de automóveis

Automóvel .............. Pág. 46Kia, Peugeot e Nissan têm a mão de obra mais barata

Nesta edição

6 Atualidade

Empreendedorismo e cooperação com a Galiza são fatores de crescimento

11 Atualidade

Estado deve corrigir falhas de mercado do setor da floresta

37 Mercados

Transferências online gratuitas não são prática generalizada

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

Medida importante para os fornecedores de Software da Administração Pública - No passado dia 8 de Novembro foi publicado o Regulamento Nacional de Interoperabilidade Digital (RNID), na sequência da Lei, aprovada em Junho de 2011, que estabelece a adopção de normas abertas nos sistemas informáticos do Estado. O novo Regulamento, conjugado com a Lei 36/2011, que tem antepassados como a Resolução do Conselho de Ministros n.º 21/2002, vai um pouco mais longe e publica as especificações técnicas e formatos digitais obrigatórios e recomendados, estabelecendo-se a nulidade de todo e qualquer acto de contratação promovido pela Administração Pública, em caso de incumprimento das especificações técnicas e formatos digitais obrigatórios.

O novo Regulamento visa assegurar a interoperabilidade técnica e semântica dentro da Administração Pública, sendo ainda um dos objetivos a redução de custos de licenciamento de software. Advoga-se ainda que a implementação do Regulamento significará a médio prazo uma oportunidade para as PME portuguesas que produzem software.

Que domínios abrange o RNID? Formatos de dados, formatos de documentos e gestão de conteúdos, incluindo gestão documental, tecnologias de interface web, protocolos de streaming ou transmissão de som e imagens animadas em tempo real, protocolos de correio eletrónico, sistemas de informação geográfica, especificações técnicas e protocolos de comunicação em redes informáticas, especificações técnicas de segurança para redes, serviços, aplicações e documentos, especificações técnicas e protocolos de integração, troca de dados e orquestração de processos de negócio na integração interorganismos.

As novas normas aplicam-se à Administração Pública central, incluindo institutos públicos, Administração Pública regional e sector empresarial do Estado. Fica de fora, para já, a Administração Pública local.

Esta matéria é, desde há muito, alvo de discussões eztremadas, sobretudo numa lógica de dicotomia software proprietário / open source. Fruto disso, a proposta de Regulamento recolheu um número relevante de posições e contributos, enquanto esteve em discussão pública no site participacao.gov.pt,

tendo algumas das posições contribuído para a redação atual.

Em caso de impossibilidade de utilização de norma aberta prevista no Regulamento, deve ser solicitado parecer prévio e vinculativo à Presidência do Conselho de Ministros – essas comunicações e pareceres deverão ser disponibilizados no site da Agência para a Modernização Administrativa (www.ama.pt), que coordenará a implementação e cumprimento das novas regras. No mesmo site será também publicado o Relatório Anual da Interoperabilidade Digital.

Entre os países europeus que já adotaram este tipo de regras estão a Bélgica, a Dinamarca e a Holanda, obrigando, nalguns casos, a um esforço de adaptação por parte de alguns fabricantes de software.

Importante notar a diferença entre “norma aberta” e software aberto, sendo certo que o âmbito da Lei n.º 36/2012 é a adoção de normas abertas para a publicação, transmissão e armazenamento de informação em suporte digital na Administração Pública e a promoção da interoperabilidade dos sistemas informáticos do Estado. Valerá a pena voltar a este tema depois de algum tempo de vigência do Regulamento.

Software na Administração Pública – interoperabilidade em vigor dentro de menos de 90 dias

ANA MARGARIDA [email protected] - AdvogadaResponsável Departamento Direito da Propriedade Intelectual, Tecnologias de Informação e Comércio Eletrónico da Gali Macedo & Associados

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Vida Económica – Qual é o âmbito do curso de Execução Estratégica?

Paulo Morgado - Sou CEO de uma empresa e não alguém que tenha apenas uma carreira académica. Este curso de Exe-cução Estratégica aborda quatro componentes: a execução estra-tégica propriamente dita, em que utilizo uma parte do que escrevi no último livro publicado este ano, em que no fundo, através de 12 verbos, eu explico que a ges-tão hoje em dia não é mais uma gestão estática baseada em orga-nigramas, descrição de funções e de processos, avaliação anual de desempenho, mas uma gestão di-nâmica.

VE - O que significa uma ges-tão dinâmica?

PM - É uma gestão que se su-porta muito mais em alarmística de gestão em tempo real, portan-to os gestores conseguirem rece-ber nos seus PDA e nos seus PC alarmística em tempo real da per-formance de vendas, financeira, recebimentos.

Mas também no fundo haver um conjunto de rituais, ou seja, de reuniões “enquadradas”, em que se olha para a informação com uma determinada regulari-dade, que faz com que seja mais interessante e com mais valor acrescentado do que uma mera gestão estática baseada numa es-tratégia com uma duração fixa a olhar para resultados desatualiza-dos em papel.

O que criámos é um conjunto de rituais sistemáticos, que são reuniões onde se analisa certa informação e se olha para a me-lhor forma de desenvolver uma determinada atividade. Passar de uma inteligência mais analítica e estática para uma inteligência em que se parte da realidade para se perceber melhor, uma inteligên-cia mais baseada na ação, na in-tuição. O que temos de fazer nas organizações é definir um con-junto de rituais.

Estar no terreno a fazer coisas

VE - Nesta área há grandes la-cunas nas empresas e incerteza quanto à estratégia a seguir?

PM - Existe muito uma ideia do pensamento estratégico como sen-do um pensamento eminentemen-te concetual, analítico.

Primeiro, pensa-se, faz-se estra-tégia e depois vai-se para o terreno implementar o que se pensou. Isso é a visão clássica do que é o pen-samento estratégico. E o que estes dois livros, quer o “Gerrir”, quer o “Fazer”, dizem é que o terreno, a execução é portadora de intuições. Não apenas da tal inteligência ana-lítica que decorre do ato de conce-ber e de pensar, mas da inteligência

que se capta na ação. Portanto, só conseguimos ter

uma estratégia verdadeiramente completa já com uma parte da sua execução feita e da sua execução nascem incorreções à estratégia que por sua vez são executadas, que nos dão novos “insites”.

Este ato de estar no terreno a fazer coisas é portador de infor-mação de gestão, de ideias estra-tégicas.

VE - Quem executar bem não tem de se preocupar com o acerto da estratégia, porque ela aparece?

PM – A quem executar com o mínimo de pensamento e quanto mais criarmos nas empresas meca-

PAULO MORGADO, ADMINISTRADOR DELEGADO DA CAPGEMINI PORTUGAL, CONSIDERA

Remunerações têm mesmo de variar

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Bancos espanhóis recebem ajuda de 37 mil milhões Bruxelas aprovou uma ajuda europeia de 37 mil milhões de euros para a reestruturação de quatro cajas espanholas nacionalizadas: BFA-Bankia, Novagalicia Banco, Catalunya Banc e Banco de Valencia (vendido ao La Caixa). Estes fundos não poderão ser usados para realizar aquisições, pa-gamentos de dívida, ou práticas comerciais agressivas.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

“Este acto de estar no terreno a fazer coisas é portador de informação de gestão, de ideias estratégicas”

A remuneração variável deve ser aplicada a todos os colaboradores da empresa. “Uma das formas que temos de viver com uma lei laboral mais rígida é haver uma parcela de remuneração que fique ligada aos objetivos”, afirma Paulo Morgado, administrador delegado da Capgemini Portugal. Paulo Morgado defende também que as empresas devem sair do seu “status quo” e avaliar rapidamente outros mercados com potencial. “Portugal pode ser, neste momento, um país em que é complicado as empresas venderem, mas é um país que dentro de pouco tempo passará a ser muito interessante para se fazer compras de empresas.”

“Portugal é um país que dentro de pouco tempo passará a ser muito interessante para se fazer compras de empresas”, afirma Paulo Morgado.

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nismos que nos ajudem a perceber a realidade do dia a dia.

As empresas, hoje, têm a infor-mação armazenada quase como se fossem stocks. As empresas da nova geração põem essa informação a mexer. Isso cria uma ação na em-presa e é essa ação que é portadora de pensamentos estratégicos.

VE - Quem executa bem não precisa de estratégia?

PM - Precisa. Agora, se executar bem, está é a ter aperfeiçoamen-tos constantes à estratégia que no início delineou e fóruns sistemati-zados dentro da sua empresa para fazer correções a essa estratégia.

VE - Da experiência que tem no terreno, quer na consultoria, quer na formação, quais são as maiores falhas e riscos que as empresas cometem?

PM - Há uma área em que as empresas ainda têm imenso para progredir que é esta de utilização da informação de gestão.

“Temos de ter rituais”

VE - O que existe hoje na maior parte das empresas?

PM - Existem três coisas: folhas de excel, que são distribuídas ao “management” com um conjun-to de informações consideradas pertinentes, existem os chamados query’s, quando alguém pede à área de informática para cruzar uma in-formação com outra coisa que são os “tablaux de bord” montados no passado que são muito rígidos.

No futuro, e já começa a ser as-sim, há dois termos que convém ter muita atenção: o “big data” e o “data analitics”. O “big data”, em vez da informação estar a dormir dentro da empresa, põe-a a circu-

lar, e o “date analitics”, que rela-ciona várias peças de informação dentro de uma organização. Isto é importante porque isto é que é a faísca, a ignição da ação orientada dentro das organizações.

Essa é uma falha que, hoje, as empresas têm: não utilizar a infor-mação acerca da sua performance, a não ser muito espaçadamente. Raras são as empresas que têm esta análise diária e que lhes vem ter às mãos através de automatis-mos como a receção de emails, por exemplo.

Outra falha que existe nas orga-nizações é aquela perspetiva estáti-ca, ou seja, que um organigrama dura vários anos, que uma estraté-gia dura vários anos. Não é assim. Temos de ter rituais. Um ritual é a conjugação de uma reunião com determinados pontos, com uma agenda que cubra aquilo que são os fatores críticos de sucesso para uma determinada empresa. Por um lado, a informação em tempo real, por outro esta questão dos rituais associada à avaliação de de-sempenho e remuneração variável, baseada efetivamente no resultado da ação.

VE - Acha que a crise obriga as empresas a mudarem mais depressa e de uma maneira mais profunda em termos de execução?

PM - Não é só a crise. Claro que, quando há uma crise, temos de avaliar outras oportunidades. Por exemplo, temos de avaliar rapi-damente outros mercados e conse-guir qualificar se são mercados com potencial ou não. Portanto, a crise traz uma necessidade de as empre-sas se mexerem, de saírem do seu status quo.

Como costumo dizer, quem já fazia ginástica anteriormente, não tem tantas lesões. Além da crise, o que temos de ter em conta é que hoje estamos inundados de infor-mação. Temos de pôr máquinas em que pré-parametrizamos o tipo de desvio que consideramos grave e a máquina é que vai à procura se esse desvio se verifica ou não. É esta complexidade do mundo em que vivemos por acesso à informação conjugado com a crise que torna obrigatório que as empresas se me-xam.

Perspetivar e decidir

VE - Para os colaboradores das empresas, qual é o desafio?

PM - Depende sempre do tipo de decisões que são tomadas.

Uma coisa que é muito impor-tante é a perspetiva. Temos sempre várias perspetivas de olhar para o mesmo assunto e devemos procu-rar essas várias perspetivas.

Portugal pode ser, neste momen-to, um país em que é complicado as empresas venderem, mas dentro de pouco tempo passará a ser um país muito interessante para se fa-zer compras de empresas que neste momento não estão a atravessar uma situação financeira boa e há sempre a perspetiva de olhar para Portugal como um país que tem empresas, que até são economica-mente viáveis, mas que estão atra-vessar um momento de escassez de financiamento.

Portanto, outro ponto de vista que um país externo pode ter sobre Portugal é que este é o momento de comprar uma empresa em Por-tugal. O primeiro verbo do “Ger-rir” é precisamente o perspetivar. Ter sempre uma perspetiva que não seja inibidora da ação.

Neste momento, aquilo que as-sistimos, e que é um erro, é que há muitas empresas que julgam que uma não decisão é a melhor coisa a fazer neste momento. Não é. As

empresas têm de continuar a ter uma cadência de decisões. Têm é de ser decisões diferentes daquelas que tinham antigamente.

Costumo dizer que há dois tipos de acontecimentos: uns que de-rivam de atos, que são coisas que os gestores quiseram praticar, e outros que derivam de factos, que são aqueles que não são dependen-tes da vontade do gestor. Ou seja, se não ocorrerem atos, ocorrerão sempre factos, porque isto é uma cadeia de acontecimentos. O mun-do vai se sucedendo num conjunto de coisas.

Todos devem ter uma remuneração variável

VE - Quando falava na impor-tância da remuneração variá-vel, no que é o perfil normal de uma PME portuguesa, qual é a percentagem de colaboradores que devem ter uma remunera-ção variável com avaliação con-tínua?

PM - Todos. Uma das formas que temos de viver com uma lei laboral mais rígida é haver uma parcela de remuneração que fique ligada ao atingimento de objetivos.

A empresa tem de ser ágil quer na atribuição dos objetivos quer nos modelos que estabelece para o empregado os atingir.

Normalmente, a obtenção do objetivo deve depender só da ação do empregado. Claro que pode ter uma componente que depende da performance da empresa como um todo, mas deve depender sobretu-do da sua ação.

Mas toda a gente deve ser sus-cetível de ter uma parte da sua remuneração como remuneração variável para distinguir exatamen-te aqueles que estão nas empresas porque têm um emprego “versus” os que estão nas empresas porque querem ter um trabalho e querem de facto progredir. Normalmente quem fica mais protegido da re-muneração variável são os quadros médios e altos.

VE - Em Portugal já há empre-sas que têm generalizada a re-muneração variável para os seus colaboradores?

PM - Sim. Embora com algu-mas falhas. Muitas vezes existe o conceito de remuneração variável mas não está ligado diretamente à ação da pessoa que é o seu titular. A ser assim, é apenas uma “mise-en--scené” de remuneração variável.

Estágios na Ordem dos Advogados reduzidos para 18 mesesO tempo de estágio na Ordem dos Advogados será reduzido de 24 para 18 meses de duração máxima. Esta alteração decorre da aplicação da nova lei-quadro, diploma que harmoniza o funcionamento das 15 ordens profissionais existentes em Portugal, e que deverá ser transposta para os estatutos de cada uma delas no início do próximo ano.

em função dos objetivos

Ryanair abre nova rota Porto-Estrasburgo a 2 de abrilA Ryanair vai lançar, a partir de 2 de abril, uma nova rota desde o Porto para Estrasburgo, em França, com duas frequências sema-nais. Com esta nova rota, o Porto passará a contar com 12 destinos para a França, o principal destino turístico Europeu e onde se en-contram as maiores comunidades emigrantes portuguesas.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 5

“Normalmente, a obtenção do objetivo deve depender só da ação do empregado”

O ouro do Brasil

As nossas ações refletem a nossa esperança. Quem poupa demonstra confiança no futuro. Quem consome revela a sua fé no aqui e agora. Quem vende acredita no valor do dinheiro e quem compra supõe que pode gozar a coisa que adquire.

Uma das consequências do esforço feito pelo Brasil, desde 2008, para impedir a apreciação do real tem sido o acumular de reservas externas – as sextas maiores do mundo, segundo os dados mais recentes do FMI. Cerca de 80% destas reservas brasileiras estão denominadas em dólares americanos e a maior parte estão aplicadas em obrigações do Governo dos Estados Unidos. Nisto o Brasil é semelhante a outros países que também sofrem do problema de excesso de reservas: à falta de divisas alternativas com mercados de dívida líquidos, profundos e com pouco risco político e de incumprimento, a maior parte delas são aplicadas em dólares. Por aqui se vê onde as autoridades brasileiras têm estado a pôr sua esperança: na continuação do poder de compra da divisa americana.

No entanto, os desenvolvimentos recentes nas políticas monetárias e orçamental norte-americanas têm sido motivo suficiente para as autoridades do país irmão começarem a temer pelo valor das suas reservas. Há já meses que denunciam desvalorizações competitivas, que têm efeitos não só na balança de pagamentos, mas também no valor da sua carteira de divisas. Agora passaram à ação: em outubro o Brasil adquiriu nada menos que 17,2 toneladas de ouro, elevando as suas reservas em metal amarelo para 52,5 toneladas. Esta compra pode ser justificada por uma grande variedade de razões. Mas, mais que qualquer declaração oficial, esta ação indica onde os brasileiros estão agora a por a sua esperança.

JOSÉ MIGUEL PINTO DOS SANTOSProfessor de Finanças, AESE

Gestão de talentos em prática na Capgemini

Um dos problemas do nosso país, segundo Paulo Morgado, reside no entendimento de que “o conceito de remuneração variável é um conceito de bonús que é entregue no final do ano, como complemento salarial, às vezes independente da performance. E que, por vezes, está “depende da performance grupal e não da performance individual”. Isto é, “não existe um mecanismo que ligue diretamente a ação de cada pessoa ao resultado da organização. A avaliação de desempenho também é anual, no melhor dos casos será semestral. Mas não é uma avaliação de desempenho contínua, que estes rituais proporcionam”. “Há empresas que já fazem uma coisa muito interessante que é a gestão de talentos. A gestão de talentos na Capgemini é convidar as pessoas, que ainda não têm senioridade para o fazer, a dar recomendações sobre a estratégia da Capgemini. Pelo desempenho desses papéis as pessoas motivam-se muito.”

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Combater o problema da empregabili-dade dos jovens licenciados, dotando-os de todas as ferramentas necessárias para criarem o seu próprio emprego, e dina-mizar a economia regional são as priori-dades apontadas por João Paulo Vieito. O diretor da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESCE-IPVC) desta-cou importância da formação na confe-rência comemorativa do 11.º aniversário do início da atividade em Valença.

A ESCE criou este ano um projeto de ensino inovador ao nível de licenciaturas.

A partir de agora todos os estudantes que ingressam em qualquer licenciatura desta escola estão obrigados a desenvolver um plano de negócio ao longo dos três anos do curso. Este projeto integra mais de 40 docentes das diversas unidades cur-riculares, que vão estimular o espírito de iniciativa e apoiar os alunos a criarem o seu projeto de forma progressiva e multi-disciplinar. “A prática habitual no ensino superior, ao nível de licenciaturas, consis-te em pedir aos estudantes para desenvol-verem um plano de negócio numa unida-de curricular de empreendedorismo que normalmente se concentra no último ano do curso ou até no último semestre ape-nas. O tempo disponível é muito curto e o que acaba por acontecer na grande maioria das vezes é que os projetos não chegam a ficar suficientemente maduros para serem implementados. Queremos que os nossos alunos pensem numa ideia de negócio desde que entram na escola e a desenvolvam de forma integrada em cada unidade curricular”, evidencia João Paulo Vieito, diretor da Escola Superior de Ciências Empresariais.

O projeto conta com o apoio do IAP-MEI, do Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho (CEVAL), da Câmara Municipal de Valença, do Parque Empre-sarial de Valença Interminho – que dis-ponibiliza espaço para alojar os projetos mais promissores no momento da sua conclusão – e ainda da Caixa de Crédito Agrícola do Noroeste, entre outras parce-rias estabelecidas com instituições públi-cas e privadas, no sentido da facilitação de acesso a programas de financiamento, bem como a bases de dados que possibi-litem a pesquisa de mercados.

Projeto em marcha

Neste primeiro semestre foram já de-senvolvidos na Escola vários workshops de motivação e iniciativa empreendedora dirigidos aos estudantes do primeiro ano e no início do segundo semestre será feita uma primeira avaliação das ideias dos alu-nos, para que comecem desde logo a ser trabalhadas paralelamente a cada unidade curricular. “Do conceito à prática vai um longo caminho e é fundamental testar as ideias, designadamente ao nível da viabi-

lidade financeira. Pretendemos que cada estudante no final da licenciatura tenha já um plano de negócio suficientemente trabalhado e testado, nomeadamente ao nível da pesquisa de investidores, para que, caso assim o queira, possa colocar essa ideia em acção”, salienta João Paulo Vieito que afirma também querer fazer da ESCE-IPVC uma escola de empreen-

dedores. Fruto da situação económica atual,

muitas das pequenas e médias empresas têm vindo a desaparecer. A ESCE-IPVC pretende com este projeto centram no in-divíduo a solução para os seus problemas, reciclando o tecido empresarial com no-vos negócios preparados para concorrer no contexto internacional.

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS CELEBROU 11º ANIVERSÁRIO

Empreendedorismo e cooperação com a Galiza são fatores de crescimento

João Paulo Vieito, Jorge Mendes e João Luís de Sousa durante a conferência que celebrou o 11º aniversário da ESCE.

Portugal pode ter de prolongar programa de ajuda financeiraO Citigroup entende que Portugal terá de prolongar o programa de ajuda ao financiamento externo acordado com a troika internacional, impossibilitando assim o regresso integral aos mercados em 2014. A contração prevista para o PIB português é de 4,6% em 2013 e de 2,4% em 201. A dívida pública deverá crescer para um valor equivalente a 140% do PIB até 2014, sem reestruturação.

Vítor Gaspar garante tratamento igual dado à Grécia As decisões tomadas, em Bruxelas, no sentido de reduzir os níveis de endivi-damento da Grécia serão também aplicadas a Portugal e à Irlanda ao abrigo do “princípio da igualdade de tratamento” que ficará consagrado nas con-clusões da cimeira europeia de 21 Julho de 2011, garantiu no Parlamento o ministro das Finanças, Vítor Gaspar.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Exportações no Alto Minho duplicam em 10 anos

“As exportações do Alto Minho duplicaram em 10 anos, mas o PIB da região manteve-se constante” - afirmou Luis Ceia na conferência que celebrou o 11.º aniversário da Escola Superior de Ciências Empresariais, em Valença.O presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo lamentou que a região tenha abandonado a indústria cerâmica e as indústrias de pesca. Para já, existe falta de investimento em investigação e há pouco valor acrescentado. A região tem bastante potencial pelo aproveitamento do mar, florestas, e condições favoráveis ao setor agrícola.

Situação na Galiza tende a melhorar

“A Euroregião Galiza/Norte de Portugal é apontada como um exemplo a seguir” – afirmou Jorge Mendes, na conferência organizada pela ESCE. Para o presidente da Câmara de Valença, a cooperação transfronteiriça é cada vez mais integradora. Em sua opinião, o pior já passou em relação à crise na Galiza e existe alguma dinâmica dos dois lados da fronteira. Ainda assim, os espanhóis ficaram mais moderados no consumo, gastando agora menos nas compras que fazem em Portugal.

O projeto conta com o apoio do IAPMEI, do Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho (CEVAL) da Câmara Municipal de Valença, do Parque Empresarial de Valença Interminho

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O lançamento de “Harvard Trends” já na próxima semana foi motivo para mais uma conversa com Pedro Barbosa, um ano depois do sucesso da edição original, que bateu recordes de vendas.

Vida Económica - Um ano depois e antes do que se poderia teoricamente esperar, um novo “Harvard Trends”. Por-quê?

Pedro Barbosa - É um livro novo, com material inteiramente original. Cedi à ten-tação de usar uma única linha do conteúdo deste último livro, editado há um ano, e que está perfeitamente actual. Preferi explorar outras tendências relevantes, centrando-me como habitualmente nos temas mais atuais e pertinentes e cujos impactos futuros são consideráveis.

VE - Este ano não há outra grande obra como a biografi a de Jobs. Tem a ambi-ção de chegar ao top nacional de livro do ano nesta área?

PB - Isso seria um prémio, mais do que um objectivo. A meta não passa por ven-der mais nem dirigir o livro para se tornar um best seller. O objetivo é acrescentar va-lor, através da discussão de temas que nem sempre são tão falados nos nossos círculos pessoais e profi ssionais. A ideia passa, no en-tanto ,por democratizar o formato, de for-ma a que qualquer pessoa possa ter interesse e seja capaz de entender os conteúdos com facilidade.

VE - É acessível a todos, portanto?PB - Defi nitivamente.

VE - Que diferenças se afi guram face ao livro anterior?

PB - Como disse, o livro é inteiramente novo. Portanto, todo o conteúdo é diferen-te. Quanto à forma, continuei a optar por capítulos curtos, mas um pouco mais pro-fundos do que a versão anterior. O bit-size da versão 2012 acabou por limitar a sua ex-pansão internacional

VE - Como assim, o que aconteceu?PB - Eu e a Ana recebemos contactos

de grandes editoras internacionais, como a Pierson e a McGraw Hill. Foi surpreenden-te e excitante, sobretudo porque passámos rapidamente na análise de conteúdo que efectuam, o que nos deixou orgulhosos e recompensados. Mostraram-se interessa-dos num “rollout” para mais de 20 países, mas acabámos por não conseguir chegar a acordo, porque queriam mudar o formato para capítulos ligeiramente maiores e mais profundos.

VE - E vocês não quiseram?PB - Implicava refazer todo o livro. Se a

ideia fosse fazer dinheiro, teria sido o nos-so enfoque. Mas a ideia era trabalhar num novo livro, já tinha consumido milhares de horas de investigação para o novo “Harvard Trends” e não troquei o potencial comercial pelo prazer de um novo livro, fresco e cheio de sumo novo.

VE - Quantas tendências foram identi-fi cadas nesta obra?

PB - Foram identifi cadas centenas de ten-dências, mas fi ltradas para as 45 mais rele-vantes. Para isso contamos com uma rede de mais de 200 membros da comunidade “Har-vard Trends”, que me ajudaram a perceber quais as tendências mais e menos relevantes. Os textos de cada tendência são de cerca

de 4 a 10 páginas cada, o que permite uma leitura rápida, mas com alguma profundida-de, potenciando também alguns exemplos, o que não foi possível na edição passada.

VE - A investigação durou quanto tem-po?

PB - Um ano, precisamente desde o livro anterior. Mas o enfoque principal ocorreu entre Agosto e Novembro de 2012. A in-vestigação ocupa cerca de 70% do tempo, escrever consome 15% e rever outros 15%. Até eu fi quei surpreendido ao descobrir que tinha lido cerca de 18.000 páginas, para es-crever 500 e depois fi ltrar e sintetizar até às 300 fi nais. Este processo de sintetização é importante, acabando por criar conteúdos mais assertivos.

VE - Quais são as fontes principais?PB - Houve quatro grupos de fontes neste

processo. Por um lado, as academias. As uni-versidades, as suas revistas, publicações, sites, webinars e restantes conteúdos possíveis de consultar. Trabalhei com conteúdos de mais de 30 universidades, embora Stanford, Har-vard e algumas academias europeias liderem a participação neste “Harvard Trends”. Um outro grupo de fontes são as publicações: revistas e livros são uma fonte de perma-nente informação, sobretudo se soubermos escolher bem. Um terceiro grupo são os con-teúdos digitais, distribuídos hoje de forma quase infi nita. É mais difícil fi ltrá-los do que recolhê-los e interpretá-los em nosso provei-to. A quarta fonte sou eu mesmo. Não do que sei, mas do que apreendo. Do que vejo, em cada dia, nas viagens, nas pessoas, nas co-municações não verbais, nas preocupações, nas prioridades, nos comportamentos.

VE - Tem negado isso consecutivamen-te, mas já é visto como um especialista em tendências. Como tem sido receber tantos convites para universidades, con-ferências e participação noutros livros?

PB - Os especialistas em tendências so-mos todos nós, que as fazemos todos os dias. Eu tenho estado atento e procuro saber identifi cá-las, fi ltrá-las e sintetizá-las, mas não considero um expert na matéria. Nem quero ser.

Prefi ro na realidade ser um especialista em curiosidade, um aprendiz eterno. Porque a verdade é que com estes livros quem mais aprende sou eu. E é esse registo a única coisa que me recuso a ceder.

VE - Nos últimos 12 meses lançou três livros, fez uma exposição de arte e aju-dou a criar aquela que é hoje a maior página de Travel & Places portuguesa no Facebook, com mais de duzentos mil se-guidores. O que podemos esperar de si em 2013?

PB - Tudo, menos mais do mesmo.

“Harvard Trends” — livro do ano 2013?

“Prefi ro na realidade ser um especialista em curiosidade, um aprendiz eterno”, Pedro Barbosa.

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Autores: Jorge Farinha e Miguel Soro Páginas: P.V.P.: € 25

Temas abordados na obra:

NOVIDADE

Manual claro e rigoroso, de fácil consulta, sobre

um dos temas mais enigmáticos que tem

acompanhado a evolução das fi nanças empresariais

Com prefácio de Ricardo Salgado

http://livraria.vidaeconomica.pt

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 7

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Não ter havido acordo entre os líderes europeus em Bruxelas quanto ao futuro orçamento europeu “não é um drama em si”, afirma o secretário de Estado da Agricultura, em entrevista à “Vida Económica”. Aliás, se também não for possível um acordo em janeiro, “não será completamente dramático, desde que se possa assegurar que haja orçamento ano a ano”. José Diogo Albuquerque deixa, contudo, a garantia: “Estamos a fazer tudo para que não haja reduções significativas nos fundos comunitários para Portugal”, dizendo acreditar que “teremos uma nova PAC a funcionar a partir de janeiro de 2014”.TERESA [email protected]

Vida Económica – Estamos num mo-mento-chave da negociação da nova PAC 2014-2020, que também está dependente daquele que vier a ser o orçamento da UE. Que diligências tem feito o MAMAOT no sentido de alertar para as especificidades da agricultura de Portugal?

José Diogo Albuquerque - Temos acompanhado em todos os Conselhos de Ministros da Agricultura reuniões da Comissão Europeia, mesmo junto dos deputados do Parlamento Europeu. Há a constante preocupação de alertar para a importância que tem o desenvolvimento rural em Portugal, a PAC em geral, bem

como os apoios diretos. Isto porque a nos-sa agricultura ainda está em ajustamento estrutural e daí ser de extrema importân-cia estes apoios da política agrícola. Além disso, não só participamos ativamente nas reuniões interministeriais de preparação como participamos ‘in loco’ nas reuniões que decorreram agora no Conselho Euro-peu, o que demonstra exatamente a nos-sa preocupação de que as necessidades da agricultura portuguesa sejam refletidas nas decisões comunitárias.

VE – Atendendo ao impasse quanto ao orçamento europeu, com todas as consequências que isso pode ter para a agricultura, acredita que teremos uma nova PAC a funcionar em 1 de janeiro de 2014 ou teremos de passar a fun-cionar por duodécimos?

JDA - Não ter havido acordo agora não é um drama em si. Aliás, as experiências do passado mostram que tanto na defini-ção do orçamento da União Europeia em 1999 como em 2005, aos quais se sucede-rem os quadros plurianuais do orçamento, o acordo sobre o orçamento não foi apro-vado à primeira, até porque os interesses são muito diferentes, tanto no nível da re-ceita como no nível da despesa, e da forma de efetuar a despesa dentro da União Eu-ropeia. Por isso será normal que em janeiro se venha a obter um acordo.

Caso não seja possível, também não será completamente dramático, desde que se possa assegurar que haja orçamento ano a ano. Nesse caso, teríamos de acordar so-bre os regulamentos jurídicos de transição, para assegurar que dentro da PAC os paga-mentos diretos e os mecanismos de merca-do possam ser normalmente pagos.

No desenvolvimento rural temos um programa plurianual que teria de ter a cobertura jurídica da Comissão Europeia para se poder prolongar, uma vez que só está previsto até 2013, mas, com a regra N+2, podia ser ainda aplicável até 2015. O próprio programa de desenvolvimento ru-ral [PRODER], num hipotético cenário de

duodécimos, pelo facto de ter as medidas abertas, agora todas em contínuo, permite operacionalizar o programa no quadro de um sistema de duodécimos.

Nós temos a convicção de que, em ja-neiro, vai haver acordo. Até agora, a Co-missão Europeia fala só em plano A, por-tanto não fala em não aplicar a PAC a 1 de janeiro de 2014, e nós estamos a traba-lhar para termos tudo preparado para em 1 de janeiro de 2014 começar uma nova reforma da PAC. Caso haja a hipótese de trabalharmos em sistema de duodécimos, isso também será possível. É mais fácil nos pagamentos diretos e nos mecanismos de mercados existentes hoje no primeiro pilar (pagamentos diretos aos agricultores) da PAC e pode ser um pouco mais complexo no segundo pilar (medidas de desenvolvi-mento rural) da PAC, porque são progra-mas plurianuais. Mas, mesmo assim, não é impossível. Em resumo, acredito que tere-

mos uma nova PAC efetivamente a funcio-nar a partir de janeiro de 2014.

VE – Se a proposta que está em cima da mesa neste momento vingasse, Portugal poderia ver reduzidos aos seus fundos para a agricultura em 900 milhões de euros, dos quais 800 milhões para o desenvolvimento rural. Como vê esta possibilidade?

JDA - Nós estamos a fazer tudo para que não haja reduções significativas nos fundos comunitários para Portugal. Temos que estar conscientes que é um contexto de redução e há uma forte pressão para re-duzir o orçamento. Mas Portugal tem-se posicionado para que haja uma defesa dos fundos comunitários, nomeadamente para a agricultura, com toda a sua importância para Portugal e a defesa desse orçamento. A posição não é de aceitação, mas de pro-cura de salvaguarda dos interesses da agri-cultura portuguesa neste momento.

SECRETÁRIO DE ESTADO DA AGRICULTURA, JOSÉ DIOGO ALBUQUERQUE, MOSTRA-SE CONFIANTE

“Teremos uma nova PAC a funcionar a partir de janeiro de 2014”

Portos de Lisboa e Setúbal com serviços mínimos até 5 de dezembro O Governo fixou serviços mínimos para a greve nos portos de Lisboa e Setúbal, que se iniciou na quarta-feira e se prolonga até 5 de dezembro. Durante este período, ficam asseguradas a mo-vimentação de cargas destinadas à exportação para dentro e fora da UE, a carga e descarga de animais vivos, mercadorias deterioráveis e bens considerados essenciais à economia nacional.

Orçamento do Estado 2013 aprovado pelo Parlamento O Orçamento do Estado para 2013, que contém um forte aumento de impostos para o próximo ano, em especial do IRS, e as Grandes Opções do Plano foram esta semana aprovados pelo Parlamento, com os votos fa-voráveis do PSD e do CDS, e com o voto contra de PS, PCP, Bloco de Es-querda, Verdes e do deputado Rui Barreto, eleito pelo círculo da Madeira.

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

“O importante é definir objetivos para a nossa agricultura”

Os Estados-membros têm relativa liberdade na gestão dos fundos. A transferência de verbas do primeiro para o segundo pilar ou vice-versa, de modo a afetar as verbas aos setores mais estratégicos, “será uma opção que Portugal tomará após o resultado das negociações e em função dos montantes que venham a ser atribuídos a Portugal ao primeiro e segundo pilar”. “Esta foi também a conclusão que nós retirámos da reunião que fizemos com as organizações do sector a 19 de outubro, em que começámos já a analisar as opções que o Estado membro terá de tomar em termos da reforma da PAC. A transferência de verbas do primeiro para o segundo pilar ou vice-versa é uma opção que será feita à posterior e que reuniu o consenso de todas as organizações para que assim fosse.” “No fundo, o importante é definir objetivos para a nossa agricultura e as políticas públicas ajudarem-nos a conseguir alcançar esses mesmos objetivos. Se é o primeiro ou o segundo pilar, essa é uma questão de instrumentos para atingir os nossos objectivos. Portanto, tudo dependerá das atribuições.”

“O PRODER, num hipotético cenário de duodécimos, pelo facto de ter as medidas abertas, agora todas em contínuo, permite operacionalizar o programa no quadro de um sistema de duodéci-mos”, esclarece José Diogo Albuquerque.

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MARC [email protected]

Estão disponíveis para investimento em novos projetos empreendedores cerca de 54 milhões de euros através das entidades--veículo associadas aos Business Angels. Segundo Ricardo Luz, presidente da Invic-ta Angels, o cenário atual passa pela “falta de projetos e não falta de fundos”. A este montante acresce a capacidade de investi-mento das capitais de risco em empresas ‘start-up’, acrescentou.

Em declarações à VE no âmbito do se-gundo congresso nacional de Business An-gels, realizado pela FNABA – Federação Nacional de Associações de Business An-gels, Ricardo Luz realçou que estes fundos têm um prazo de vigência até junho de

2013. Porém, disse, “temos vindo a falar com as entidades responsáveis, nomeada-mente o Compete, no sentido de ver o prazo alargado e pensamos que há abertura para isso”. Em 2011 e 2012 foram apoia-das 56 empresas.

A proposta da FNABA vai no sentido de criar mecanismos fiscais para a dedução de investimento dos BA em sede do IRS. Esse mecanismo prevê a dedução de 20% em IRS para investimentos até 50 mil euros, até ao limite máximo de 10 mil euros.

Segundo Ricardo Luz, o objetivo da pro-posta “é que mais pessoas com perfil de BA sintam que possa ser interessante investir, ajudar empreendedores e melhorarem en-quanto contínuos empreendedores que são – e pode até ser um bom negócio”, acres-centou.

Business Angels têm 54 milhões para investimento em novas empresas

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 9

Cocktail de negócios “Ideias e Desafios Unplugged”Dar a oportunidade de conhecer uma rede de potenciais clientes e parceiros de negócios, num só local, à mesma hora e com o ambiente certo. Este é o grande objetivo da iniciativa “Cocktail de Negócios” que a consultora Ideias e Desafios promove no pró-ximo dia 5 de dezembro em Lisboa. Inscrições limitadas através do contacto: [email protected].

ESCE-IPVC parceira da EFQMA Escola Superior de Ciências Empresariais, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, tornou-se parceira da European Foundation for Quality Management (EFQM). Como primei-ro iniciativa desta parceria, e ESCE passou a lecionar o curso “Leaders for Excellence” inte-grado na Pós-graduação em Gestão da Qualidade.

ATUALIDADE

A Invicta Angels investiu já um milhão de euros em cinco projetos, de um total de seis milhões dis-poníveis. “Estamos satisfeitos, mas gostaríamos de ter investido muito mais”, afirma Ricardo Luz.

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BRUXELAS, 06 de Novembro de 2012 - A Internet, a banda larga e as telecomunicações, e a informação de nova geração, constituem os pilares sobre os quais deverá ser construída a Europa do futuro. Temos que tomar as decisões certas hoje de modo a criarmos uma Europa orientada ao futuro. A UE pode sair da atual crise económica com a sua posição de player do mercado global das telecomunicações e dos serviços de banda larga muito mais forte, mas este é um grande desafio. É necessário que haja uma liderança forte, capaz de suportar as opções dos decisores na sua escolha da única solução de acesso à banda larga verdadeiramente preparada para o futuro: a Fibre to the Home (fibra até casa)!

O FTTH Council Europe está consciente do longo e árduo caminho que temos pela frente. Deixem-me dar-vos um exemplo daquilo que enfrentamos hoje em dia: o governo local da Baixa Áustria – o maior estado federal deste país, com mais de 1.6

milhões de habitantes, enviou recentemente uma carta aos seus municípios rurais, informando-os de que a sua banda larga iria ser atualizada com a última tecnologia wireless, permitindo um downstream de 8 Mbps. Isto significa que 5 milhões de euros do erário público irão ser gastos em tecnologia que já nem sequer tem capacidade para suportar os objetivos mais elementares da Agenda Digital para a Europa (DAE) 2020 da Comissão Europeia!

Este é um excelente exemplo de como os responsáveis pelas decisões na União Europeia estão a lidar com as TIC e a banda larga. Desde a Agenda Digital 2010, publicada pela Comissão Europeia, que há quem defenda que os objetivos da banda larga são demasiado ambiciosos. Mas se tivermos em linha de conta as ambições e os planos das economias mais desenvolvidas fora da Europa, concluímos que estas metas são apenas as apropriadas, ou até talvez

menos do que isso.Após dois anos de crise crescente, os

governos da Europa e os decisores começam a questionar as metas definidas pela DAE, atrasando etapas e eliminando objetivos, em vez de enfrentarem o desafio e de transformarem a Europa num mercado competitivo. Submetamos os seus principais argumentos a um exame sobre a realidade:

Não é evidente que o mercado precise de mais velocidade

O financiamento das redes não é possível A Europa tem problemas mais urgentes do

que a banda larga

Não é evidente?

A maioria dos operadores de telecomunicações de grande dimensão admite que a Fiber to the Home é a solução ‘end game’, no entanto queixam-se de que não há provas quanto à procura da banda larga. O FTTH Council Europe analisou as taxas de arranque das redes de fibra que já existem há alguns anos. O resultado? Os consumidores subscreverão produtos de fibra de alta velocidade, mesmo que estes sejam comercializados a preços premium. O arranque é uma questão de tempo, e os consumidores que já experimentaram a banda larga e a qualidade dos serviços são muito leais. No entanto, muitos europeus desconfiam da largura de banda anunciada, sobretudo à medida que os estudos têm vindo a demonstrar as enormes diferenças entre os níveis de velocidades prometidos e os que realmente são disponibilizados.

Quando alguém nos diz “ninguém vai precisar de 100 Mbps nos próximos 10 anos’, devemos considerar o seguinte: há um século atrás os governos alegavam que não existiam provas de que mais carros viessem a ser vendidos, e portanto concluíam que não havia necessidade de construir mais estradas. Em 1985, Tom Watson, CEO da IBM, afirmou que “há mercado para cerca de 5 computadores a nível mundial”. Em 1981, Bill Gates defendia que “nenhum computador pessoal irá alguma vez precisar de mais de 640 kB de memória”.

Há apenas 10 anos atrás, os consumidores não conheciam a televisão de alta definição on demand, os LCD’TVs bi-screen, os tablets, os smartphones, o comércio eletrónico ou as máquinas fotográficas digitais. Os primeiros dispositivos 4k, com quatro vezes mais resolução do que a televisão de alta definição, vão estar à venda já no próximo Natal. Os consumidores europeus em breve irão exigir serviços que estão amplamente disponíveis noutras partes do mundo, mas os operadores não os poderão disponibilizar na Europa.

O financiamento é impossível?

Um dos maiores desafios que se colocam em relação às infraestruturas de banda larga – mas que pode ser superado com sucesso – é o da dimensão dos investimentos necessários e a falta de financiamentos para este tipo de projetos. Visando contribuir para a ajudar a disponibilizar os fundos necessários ao financiamento das infraestruturas de banda larga, o FTTH Council conduziu vários estudos sobre este assunto e desenvolveu mesmo um projeto especial de financiamento para redes de fibra.

Muitos dos estudos disponíveis fazem uma análise a nível europeu ou apenas nacional e avançam com indicadores assustadores. Contudo, não revelam quais os modelos subjacentes, tornando, por isso, impossível a verificação das afirmações que fazem. Daí que o FTTH Council Europe tenha decidido criar o seu próprio projeto de custos, preferindo apoiar-se num modelo de cálculo baseado nos custos dos projetos de fibra existentes e nos dados de informação geográfica que estão disponíveis e são reais, em vez de ir pelo caminho da extrapolação das estimativas aproximadas.

E os resultados foram surpreendentes: afinal, disponibilizar redes de fibra ótica junto de quase todas as famílias europeias terá um custo muito mais reduzido do que aquilo que se supunha; na verdade custará menos de metade do valor estimado: pouco mais de 200 mil milhões de euros! (Só a Alemanha já gastou mais de 80 mil milhões de euros em infraestruturas de telecomunicações nos últimos 10 anos…).

Além disso, nos últimos 18 meses, os fundos de pensões, os investidores públicos e privados, bem como os bancos regionais de investimento começaram a avaliar as possibilidades nesta área e a fazer investimentos. Nessa sequência, iremos ter um ‘Investors Day’ durante a FTTH Conference em Londres, já em Fevereiro de 2013, visando reunir e aproximar ainda mais os investidores e os projetos de fibra.

Importa também ter presente que a iniciativa da União Europeia ‘Connected Europe Facility’ (CEF) prevê para o período de 2014-2016 a alocação de 7 mil milhões de euros, de um orçamento total de 9,2 mil milhões de euros, para a banda larga. As ferramentas inovadoras de financiamento e os modelos de parcerias público-privadas irão contribuir para aumentar ainda mais este orçamento.

Assuntos mais urgentes do que as TIC?

Ainda que 9,2 mil milhões de Euros seja um valor reduzido face ao orçamento de 1000 mil milhões de euros da União Europeia, o CEF está debaixo de um ataque cerrado. Os decisores de vários países vão mesmo ao ponto de questionar até as mais pequenas alocações orçamentais para a banda larga, preferindo investir em estradas, ferrovias ou aeroportos, apesar de para estas infraestruturas existir já uma proposta de orçamento cujo valor é quatro vezes superior ao do CEF. O orçamento do CEF pode mesmo vir a ser substancialmente reduzido nos próximos meses. O que muitas vezes os decisores europeus não mencionam nem tão-pouco os estudos económicos sobre a banda larga é a crescente concorrência à escala global e a necessidade imperiosa de os vencedores terem a garantia de um acesso mínimo à banda larga. A este movimento não é alheio o facto de atualmente as principais marcas e fornecedores das TIC, das aplicações e dos serviços de banda larga preferirem basear as suas sedes fora da Europa.

O FTTH Council Europe apoia incondicionalmente os objetivos definidos pela DAE, e de acordo com os quais fica claro que apenas a Fiber to the Home poderá disponibilizar a velocidade que é necessária para o upload e o download, bem como garantir a qualidade dos serviços, agora e no futuro. A Fiber to the Home habilita as aplicações e os serviços na área da saúde, do teletrabalho e do entretenimento em casa, que irão assegurar que a Europa continuará a ser um líder económico à escala global. Assim, enfraquecer os objetivos definidos pela DAE irá ter como resultado a diminuição da capacidade concorrencial da Europa no contexto mundial.

Segundo a Arthur D. Little, por cada aumento de 10% na penetração da banda larga gera-se um acréscimo de 1% no PIB. Por cada 1000 novos clientes finais são criadas 80 novas oportunidades de emprego. Ainda que focados apenas nos efeitos diretos decorrentes da disponibilização da banda larga, os estudos da OCDE, do Banco Europeu e de outras entidades revelam que as redes de fibra “à prova de futuro” produzem um impacto positivo na produtividade e no crescimento económico. Na verdade, estas redes podem mesmo contribuir para vencer a atual crise económica, preparando a Europa para enfrentar com sucesso os desafios mundiais depois de 2020.

A Europa deve optar pela banda larga do

“Os consumidores subscreverão produtos de fibra de alta velocidade, mesmo que estes sejam comercializados a preços premium”

“Após dois anos de crise crescente, os governos da Europa e os decisores começam a questionar as metas definidas pela DAE, atrasando etapas e eliminando objetivos”

KARIN AHLPRESIDENTE DO BOARD DO FTTH COUNCIL EUROPE

Medidas de baixo custo permitem poupar até 40% de energia Na Casa Eficiente - Salão da Construção Sustentável, da Eficiência Energética e da Arquitec-tura de Interiores que decorre na Exposalão, na Batalha, até 2 de dezembro, em simultâneo com a Expodecor e a Festas & Casamentos, é possível constatar como pequenas intervenções e medidas de baixo custo permitem poupar entre 10% e 40% de energia, mantendo as mes-mas condições de conforto.

Nersant exporta portal de negócios para MoçambiqueNo âmbito da Nersant Business 2012, foram celebrados dois protocolos entre a Nersant e a Associação Comercial da Beira (Moçambique) para que a associação ribateja-na preste serviços de formação e disponibilize e adapte a aplicação do seu portal de negócios para a divulgação de produtos e serviços das empresas daquele país.

ATUALIDADE

10 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

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A solução

A conclusão é simples: a Europa simplesmente deve avançar com a implementação das redes de fibra ótica que garantem a banda larga “à prova de futuro”, o mais rapidamente possível. Só assim será possível garantir o desenvolvimento bem-sucedido da economia europeia, da nossa sociedade e do ambiente. Contudo,. para alcançar esta meta, o setor europeu das telecomunicações terá que passar por mudanças significativas, que poderão não ter o suporte imediato quer do mercado quer do público, mas que constituem os alicerces fundamentais do sucesso da Europa a longo prazo. Alguns dos grandes operadores poderão mesmo vir a desaparecer. Porém, continuar a protegê-los poderá colocar em risco toda a União Europeia.

A UE precisa de uma liderança forte e de decisores que compreendam o impacto da banda larga e das TIC no longo prazo. Se eles tomarem as decisões certas hoje, estarão a assegurar que a Europa terá acesso à largura de banda de que necessita para vencer no mercado global até 2020 e para além dessa data.

No próximo ano haverá eleições na Baixa Áustria. O governo local pode ter a expectativa de ganhar os votos dos cidadãos que têm hoje menos de 8 Mbps de largura de banda. No entanto, podem ter subestimado os utilizadores finais que já estão descontentes e têm vindo a reclamar por considerarem insuficiente a atualização dos 6 Mbps que atualmente são disponibilizados pela ligação ADSL, e por acharem que os 5 milhões de euros do erário público alocados a esta operação deveriam ter sido melhor investidos.

É preciso trabalharmos em conjunto para assegurar que os decisores europeus entendem a importância das TIC. É preciso trabalhar no sentido de assegurar que as redes de fibra ótica “à prova de futuro” são disponibilizadas junto do maior número possível de lares europeus. Fazendo-o, estaremos a assegurar que a Europa será bem-sucedida e terá um futuro brilhante.

MARC [email protected]

A contabilização das externalidades positivas geradas pela floresta deverá contribuir para a sua sustentabilidade. Porém, verificam-se falhas de mercado que impedem a fileira de aumentar o seu peso na estrutura produtiva nacional. Estas foram as principais conclusões do seminário “Floresta e Sociedade”, orga-nizado pela Forestis.

A floresta tem capacidade para “pre-encher 30% na reformulação da estru-tura produtiva nacional” a longo prazo, “duplicando de 3% para 6% o peso que atualmente ocupa no PIB”. A convicção do economista João Ferreira do Ama-ral é fortalecida pelas “iniciativas que começam a ser seguidas” no sentido de valorizar as externalidades produzidas pela floresta, desde logo “a contabiliza-ção do carbono” que é retido pela man-cha florestal portuguesa, explicou à VE à margem do seminário “Floresta e So-ciedade”.

Ou seja, para além das tradicionais ati-vidades económicas associadas à floresta, existem outras que poderão dar um forte contributo para o desenvolvimento desta fileira, entre as quais “o turismo de natu-reza, caça, produção de cogumelos”, en-tre outras, enumerou aquele especialista.

No entanto, alertou para a existência de “falhas de mercado” que atualmente ocorrem na fileira. Desde logo, disse, o facto de “se tratar de investimentos de longo prazo, numa época em que se pre-tende obter o máximo de retorno cada vez mais rápido”. Assim, o Estado deve-ria “levar a cabo políticas públicas que garantam maior celeridade” no retorno dos investimentos.

Mais ainda, o Estado deve assegurar que as “externalidades positivas” geradas pela floresta “sejam remuneradas”, no sentido de garantir a sua sustentabilida-de a longo prazo.

Janela de oportunidade

No mesmo sentido vai a opinião do economista britânico Bill Slee, membro do The James Hutton Institute. Na sua perspetiva, “é preciso contabilizar as ex-ternalidades positivas geradas pela flores-ta” e “internalizar as externalidades nas economias locais”, por exemplo através “do turismo da natureza, lazer e outras atividades” conexas.

Também o economista João Salguei-ro, reportando-se ao caso português, salientou que “há agora uma janela de oportunidade para o desenvolvimento do investimento produtivo”, no qual in-clui a fileira florestal. Até porque, disse, “a situação atual do país não tem a ver com a crise, mas com estratégias erradas seguidas nos últimos 15 anos”.

futuro JÁ!ECONOMISTA JOÃO FERREIRA DO AMARAL CONSIDERA

Estado deve corrigir falhas de mercado do setor da floresta

“A iniciativa da União Europeia ‘Connected Europe Facility’ (CEF) prevê uma alocação de sete mil milhões de euros para a banda larga”

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 11

Adecco realiza feira de empregoAdecco IT – Moving & Recruitment é o nome da feira de emprego que a Adecco, empresa de prestação de serviços de gestão de recursos humanos, organiza já no próximo dia 8 de dezembro Esta feira vai de-correr nas instalações da Adecco Portugal, no Parque das Nações, entre as 11h00 e as 16h30.

Projetos de eficiência energética com novas linhas de financiamento O Fundo de Eficiência Energética acaba de lançar novos avisos para o financiamento de proje-tos e iniciativas que promovam a eficiência energética nas áreas residencial, indústria e Estado. Os Avisos 03-Edifício Eficiente 2012, 04-SGCIE 2012 e 05-CE.Estado 2012 são os novos avisos do FEE com candidaturas abertas a partir do dia 30 de novembro.

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A floresta tem capacidade para “preencher 30% na reformulação da estrutura produtiva nacio-nal”, defende João Ferreira do Amaral.

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O setor dos complementos alimentares está em forte con-centração. Estes produtos apre-sentam-se sob a forma de doses (pastilhas, gotas) e representam concentrados de nutrientes que pretendem garantir uma boa saúde. Ora, acontece que estão a suscitar um interesse crescen-te por parte das grandes indús-trias.

A BASF já lançou uma oferta pública de aquisição amigável de 664 milhões sobre o fabricante de Omega 3, a norueguesa Pro-nova BioPharma. Entretanto, a Rechitt Benckiser ofereceu 1,4

mil milhões de dólares sobre a norte-americana das vitaminas Schiff Nutrition, depois de ter sido feita uma oferta também por parte da Bayer. O que se está a passar é que as grandes farmacêuticas estão interessa-das neste segmento de mercado. Acontece que um regulamento europeu, há cerca de seis meses, reconheceu os benefícios para a saúde das vitaminas e dos sais minerais.

Como tal, as vitaminas e os sais minerais são agora valores seguros, com os respetivos mer-cados em crescimento, mesmo

em tempo de crise. O mesmo não se aplica para a outra gran-de família de complementos alimentares que são os fermen-tos lácteos ou certos concen-trados de produtos naturais, reconhecidos pela sua verten-te mais tradicional. Acontece que a ciência médica não lhes reconhece efeitos positivos em termos de saúde, pelo menos para já, havendo ainda muitos ensaios clínicos a fazer nesta área em concreto.

Se o setor dos complementos alimentares conta com grandes empresas como a Bayer, a BASF

ou a Sanofi, também inclui vá-rias PME que não têm as com-petências, nem os meios finan-ceiros, para se lançarem em tais estudos. Daí estarem previstos novos e importantes movimen-tos de concentração nesta in-dústria, agora a captar cada vez mais a atenção dos consumi-dores. A rotação dos produtos é lenta, mas com a nova regu-lamentação há investimentos a realizar, não apenas em termos de aquisição de empresas con-correntes, mas de adaptação aos mais variados níveis da nova re-alidade do mercado.

Setor dos complementos alimentares passa por forte concentração

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

Russos preocupados com entrada na Organização Mundial do ComércioVários analistas estão preocupados com a entrada da Rússia na OMC. Devido à crise nos mercados internacionais, aumentam os receios, tendo em conta que a economia do país tem de se adaptar a um novo nível de concorrência e a um nível mais elevado de abertura. Acon-tece que os resultados positivos da entrada naquela organização poderão não se fazer sentir no imediato, acarretando riscos para a Rússia, num momento de crise generalizada.

Arábia Saudita torna-se ator central no mercado dos cereaisA Arábia Saudita deixou de ser autossuficiente em cereais. Em apenas duas décadas, os re-cursos de água doce do país foram reduzidos em mais de um terço. Dentro de três anos, os sauditas não vão produzir sequer uma espiga de milho. Nos nove primeiros meses, o país comprou ao exterior cerca de 2,8 mil milhões de dólares de cereais, mais duas vezes do que em igual período do ano passado.

um leque alargado de serviços de apoio aos proprietários

Os proprietários de imóveis estão confrontados com o aumento do IMI, taxas camarárias, os encargos inerentes à sua habitação e as alterações legislativas que regulam os seus direitos e obrigações.

A Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal é uma nova estrutura associativa que lhe proporciona um conjunto único de serviços: gestão de condomínios, aconselhamento jurídico, atualização de rendas, arrendamento de imóveis, obtenção de benefícios fiscais em IMT, IMI, IVA, apoio à conservação de imóveis, assistência técnica.

Ao fazer a sua pré-inscrição na associação pode começar já a beneficiar dos serviços sem qualquer compromisso, tendo a opção de se tornar posteriormente associado, em condições preferenciais, com isenção de joia.

Pode efetuar a sua pré-inscrição por telefone

(tel. 223399492) ou por e-mail [email protected].

Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal

Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 6.º - 4000-263 Porto

ATUALIDADE/Internacional

12 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Grandes laboratórios estão a comprar empresas especializadas em certas áreas dos complementos alimentares, sendo esperados movimentos de fundo no breve prazo.

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Nome

Morada

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E-mail Nº Contribuinte

Solicito o envio de exemplar(es) do livro Ourar e Trajar, com o PVP unitário de 80€.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

Autores: Manuel Rodrigues de Freitas e Amadeu Costa

Páginas: 272

P.V.P.: 80€

(recortar ou fotocopiar)

http://livraria.vidaeconomica.pt

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c4000-263 PORTO

11

As manifestações estéticas da ourivesaria galaico-portuguesa remontam a antes da ro-manização. Diversos achados arqueológicos e alguns relatos de cronistas romanos atestam a veracidade desta afirmação. E o apreço das nossas gentes pela ourivesaria manteve-se ao longo de muitos séculos como indiciam len-das, transmitidas de geração em geração, que chegaram aos nossos dias.

Se a abundância de ouro extraído das mi-nas existentes no território peninsular con-tribuiu para o nascimento e crescimento da ourivesaria regional, o florescimento desta só ocorreu graças ao ouro do Brasil. Na verdade, foi depois do afluxo do ouro da América do Sul à Europa, sobretudo no século XIX, que ela se desenvolveu.

A ourivesaria clássica brotou como mani-festação artística nas repúblicas italianas, espe-cialmente em Génova.

A ourivesaria popular portuguesa enrai-zou-se, como artesanato, no Norte de Por-tugal, principalmente em Gondomar e na Póvoa de Lanhoso, e afirmou-se, sob o signo dos amuletos e como complemento do modo de trajar, em formas predominantemente bar-rocas, tão do agrado das gentes da fachada ocidental ibérica, particularmente do Minho e da Galiza.

The aesthetic manifestations of the Gali-cian-Portuguese jewelry date back to before the roman era. Several archaeological find-ings and some reports from roman chroni-clers prove the veracity of this statement. The esteem of our people for jewelry was main-tained throughout many centuries, as we can see in the legends the were transmitted from generation to generation up to nowadays.

If the abundance of Gold that was extract-ed from the peninsular territory’s goldmines contributed for the birth and growing of the regional jewelry, its flourishing only occurred thanks to the gold from Brazil. Actually, it was after the inflow of the gold from South Ameri-ca to Europe, mainly in the 19th Century, that this type of jewelry has developed.

Classic jewelry sprouted as a manifestation of the Italian republics, specially in Genova.

The Portuguese popular jewelry rooted, as craftwork, in the north of Portugal, especially in Gondomar and Póvoa de Lanhoso, and asserted itself, under the meaning of amulets and as a complement to the way of dressing, in mainly baroque shapes, that pleased the peo-ples of the Iberia occidental coast, particularly in Minho and Galiza.

APRESENTAÇÃO

PREFACE

APRESENTAÇÃOPREFACE

98

OURAR E TRAJAR

104

4

OURAR E TRAJAR

106

OURAR E TRAJAR

do pescoço e nunca, como agora, de volta

inteira. As contas eram enfiadas em fio de al-

godão, tecido artesanalmente, normalmente

amarelo, vermelho, azul ou verde e rematado

por um “pompom”, de uma só das referidas

cores ou com duas à mistura, e um nó de cor-

rer para o chegar ou afastar do pescoço.

O colar de contas era sempre usado com

uma “pendureza”, “penduricalho”, normal-

mente, uma borboleta, uma cruz raiada com

resplendor de filigrana (oca de “canovão” ou

fundido), uma Senhora da Conceição (Se-

nhora do Caneco), uma cruz barroca ou uma

guarnição com libra.

As contas usadas pelas nossas mulheres eram:

DE VIANA (as mais usadas de todas e ainda

as mais vendidas actualmente), são contas redon-

das com aplicações de filigrana na superfície;

DE PIPO dada sua forma ovalada com es-

trias helicoidais;

BRASILEIRAS, pois nos anos 20 eram as

preferidas pelas mulheres dos emigrantes bra-

sileiros (daí o seu nome), são ovais, unidas ao

centro com um pequeno filete de onde par-

tem estrias até ao topo;

BAGOS DE ARROZ de forma ovalada,

mais esguias que as contas de Viana e também

com aplicações de filigrana.

cotton thread, hand woven, generally yellow,

red, blue or green and finished by a “tuft” of

just one of the mentioned colours or with two

mixed in running knot to tighten or loosen it

from the neck.

The beads necklace was always used with

something hanging, a pendant (“penduri-

calho”) generally a butterfly, a veined cross

with a filigree halo (hollow from “canovão” or

molten) a Lady of Conception (Lady of the

Jug) a baroque cross or a frame with a pound.

The beads used by our women were:

From VIANA (the most used and the most

sold), are round beads with incrustations of

filigree on the surface;

From PIPO (barrel form) due to its oval

shape with helicoidally shaped furrows;

From BRAZIL (Brazilians), because in

the 20s they were preferred by the Brazil-

ian emigrants’ wives (thence their name).

They are oval attached to the center with a

small thread with furrows to the top;

RICE BEANS - oval shaped, longer and

thinner than Viana beads and also with some

filigree incrustations.

Colar de contas de

Viana enfiadas

com fio manual

de algodão,

com “pompom”.

Col. M.O.T.

Necklace with

Viana beads strung

with cotton thread

and with pompon.

Coll. M.O.T.

Colar de contas

de “pipo”.

Col. M.O.T.

Necklace with

“cask form” beads

Coll. M.O.T.

ourare trajar

TO GOLDENAND TO WEAR

Este livro de 270 páginas em português e inglês, inclui centenas de imagens de peças da nossa ourivesaria tradicional,

a sua história e os belíssimos trajes de Viana.

FERNANDA SILVA [email protected]

Desenvolver um portal que reu-nisse todas as ofertas disponibili-zadas pelos websites de descontos e onde fosse possível comparar preços foi a missão a que se propu-seram três jovens em Novembro

de 2010. Hoje, dois anos depois, o Forretas.com é já o maior agre-gador de compras coletivas portu-guês.

Reunindo diariamente, e de for-ma gratuita, as ofertas de compras coletivas das principais cidades nacionais, a plataforma reúne já mais de 330 mil utilizadores e re-

gista um crescimento de cerca de 10% ao mês, um valor superior ao próprio mercado de sites de descontos. Prova disso mesmo, a empresa admite ter como objetivo para este ano faturar um milhão de euros.

Em declarações à“Vida Econó-mica”, Gonçalo Poças garante que

Forretas.com prevê faturar um milhão de euros

“Acreditamos que as compras online vão crescer”, afi rma Gonçalo Poças.

PUB esta é uma meta alcançável e lem-bra que“estamos a chegar à época mais quente a nível de consumo, o último trimestre do ano”, um perí-odo que representa, para algumas empresas, cerca de 40% do seu vo-lume de negócios.“Tendo em con-ta o período anímico, económico e social que estamos a atravessar acreditamos que as compras on-line vão crescer porque permitem aos compradores escolher produ-tos e comparar preços comoda-mente”, explica o sócio fundador do Forretas.com.

“Até agora nenhum outro mo-delo de negócio tinha permitido a tantos consumidores experimentar a compra online e isso terá refl exos irreversíveis no comportamento do consumidor português”.

França é a próxima etapa

A empresa iniciou o seu proces-so de internacionalização e está já presente, com nomes e domínios locais, nos mercados espanhol, brasileiro e italiano. Para breve está já prevista a abertura de um ser-viço para o mercado francês mas a empresa admite ter “um forte desejo” de entrar em mercados de grande concorrência, como o Rei-no Unido ou os Estados Unidos.

Desafi ado a partilhar a experi-ência deste processo, Gonçalo Po-ças começa por relevar que “inter-nacionalizar um serviço como este não é tarefa fácil”.

“Primeiramente, estudamos o comportamento dos mercados que selecionamos e tentamos en-contram padrões similares ao mer-cado nacional, que conhecemos bem. Após a decisão do mercado onde queremos entrar passamos por um processo que é moroso mas fundamental para o servi-ço: encontrar o nome ideal. Aqui socorremo-nos, quer de contactos locais, quer dos futuros utilizado-res do serviço, mediante estudos de mercado. Para fi nalizar, foi ne-cessário colocar o site em língua e expressões locais, contratar recur-sos e iniciar o processo de divul-gação do serviço. Se tudo correr bem, o ‘break even’ operacional será atingido em 10 a 12 meses”, fi naliza.

PLMJ cria serviço de análise de risco para evitar tribunaisA PLMJ lançou o “Effi cient Litigation Risk Assessment”, um novo serviço jurídico de análise do risco que propõe soluções alternativas ao recurso aos tribunais. São difi culdades que afetam sobre-tudo particulares e PME. O gabinete de advogados forma uma equipa para análise de cada caso, calcula os riscos e estuda alternativas para a sua resolução. No fi nal é apresentado um relatório em que se refere se se justifi ca recorrer aos tribunais e, se já se está em tribunal, a que as partes encon-trem soluções para terminarem com o confl ito, através de meios alternativos aos tribunais.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

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A NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, em parceria com o jornal “O Mirante”, entregou, ontem, em Alcanena, os prémios Galardão Empresa do Ano 2010.

Passaram 12 anos desde a primeira vez que as duas instituições se juntaram para galardo-ar as melhores performances económicas da região. Este ano, o evento decorreu ontem, no Hotel Eurosol em Alcanena, com a pre-sença de diversos empresários e entidades ins-titucionais e políticas do panorama regional e nacional.

Os galardões distinguem a melhor empresa do ano, a melhor PME e a melhor microem-presa, assim como o jovem empresário do ano e a mulher empresária. Foi ainda entre-gue o prémio Carreira Empresarial.

Esta iniciativa pretende dar destaque ao

tecido empresarial da região, presenteando e reconhecendo o mérito das empresas e empresários que se destacaram pela posi-tiva.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Aprovado formato de fi cheiro de auditoria tributáriaFoi publicada a Portaria nº 382/2012, de 23 de novembro, a qual aprova o novo formato de fi cheiro normalizado de auditoria tributária para exportação de dados (SAFT-PT). As al-terações agora publicadas visam adequar aquele fi cheiro às alterações introduzidas por dois decretos de agosto passado, no âmbito da reforma do regime de faturação. As empresas terão de estar particularmente atentas à nova regulamentação.

CNOP satisfeita com nova lei das ordens profi ssionaisO Conselho Nacional das Ordens Profi ssionais (CNOP) reagiu de forma positiva à aprovação da nova lei das ordens profi ssionais, já que os seus pedidos foram, de uma maneira geral, aten-didos. Considera a instituição que o texto fi nal da lei vai representar uma oportunidade para que cada ordem possa modernizar e adaptar os seus estatutos, numa perspetiva de equilíbrio entre concorrência e qualidade dos serviços prestados pelos respetivos profi ssionais.

16 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Nersant entrega Galardão Empresa do Ano

PUB

Um dos trabalhadores da secção que, atualmente, tem mais traba-lho veio informar-me que, no início do próximo ano, pretende gozar as férias que se venceram em 2012 e que ainda não foram gozadas. Se-gundo este, vai uma temporada para o estrangeiro, ter com um familiar. Pode fazê-lo? E se precisarmos do trabalhador durante esse período, podemos solicitar que ele trabalhe?

A marcação do período de férias dos trabalhadores assume cada vez mais, neste período de crise, uma importância fulcral na produtividade da empresa, uma vez que é essencial manter o normal funcionamento da mesma, independentemente do gozo de férias de trabalhadores especializados.

De acordo com o artigo 237.º, n.ºs 1 e 2, do Código do Trabalho (CT), o trabalhador tem direito, em cada ano civil, a um período de férias retribuídas, que se vence em 1 de janeiro, sendo que este direito a férias reporta-se ao trabalho prestado no ano civil anterior, mas não está condicionado à assiduidade ou efetividade de serviço. Note-se, contudo, que, a partir de 2013, o período de férias será de 22 dias por ano, sem sofrer qualquer majoração pela assiduidade.

Como já aqui referimos, a marcação do período de férias deve ser efetuada por acordo entre empregador e trabalhador, seguindo-se as regras previstas no artigo 241.º do Código do Trabalho (CT). Na falta de acordo, cabe ao empregador marcar o período de férias dos trabalhadores, devendo, para esse efeito, ouvir a comissão de trabalhadores ou, na sua falta, a comissão intersindical ou a comissão sindical representativa dos trabalhadores interessados.

Um dos pontos que o empregador deve ter em conta na defi nição do período de férias prende-se com o período em que essas férias podem ser marcadas. Na verdade, de acordo com o disposto no artigo 241.º, n.º 3, CT, em “pequena, média ou grande empresa, o empregador só pode marcar o período de férias entre 1 de maio e 31 de outubro, a menos que o instrumento de regulamentação coletiva de trabalho ou o parecer dos representantes dos trabalhadores admita época diferente.”

Assim, regra geral, as férias são gozadas no ano civil em que se vencem e entre 1 de maio e 31 de outubro. No entanto, há casos em que estas poderão ser gozadas até 30 de abril do ano civil seguinte. Com efeito, o artigo 240.º,

n.º 2 do CT estabelece que as “férias podem ser gozadas até 30 de abril do ano civil seguinte, em acumulação ou não com férias vencidas no início deste, por acordo entre empregador e trabalhador ou sempre que este as pretenda gozar com familiar residente no estrangeiro.”

Logo, se, no caso em apreço, o trabalhador solicitou o gozo de férias no ano subsequente àquele em que se venceram porque pretende deslocar-se ao estrangeiro para visitar um familiar aí residente, parece que a empresa é obrigada a permiti-lo. De facto, pela forma como a norma se encontra redigida, parece que tal direito não está condicionado ao acordo do empregador.

Quanto à segunda questão, podemos respondê-la lançando mão do disposto no artigo 243.º do CT, que permite

a alteração do período de férias no interesse do empregador. Contudo, para que tal seja lícito, é necessário que haja “exigências imperiosas do funcionamento da empresa”.

Assim, se a presença do trabalhador for indispensável, o empregador pode alterar o período de férias já marcado ou interromper as já iniciadas, tendo o trabalhador direito a receber uma indemnização pelos prejuízos sofridos por deixar de gozar as férias no período marcado. Contudo, esta interrupção só pode ser efetuada se se garantir o gozo seguido de metade do período de férias a que o trabalhador tem direito – cfr. art. 243.º CT.

Em suma, no caso em análise, o trabalhador pode gozar as férias que se venceram em 2012 no estrangeiro, desde que o faça até 31 de abril do ano de 2013.

No entanto, se houver exigências imperiosas do funcionamento da empresa, o empregador pode solicitar que o seu colaborador não goze essas férias. No entanto, o empregador fi cará obrigado a pagar todos os prejuízos que o trabalhador tenha sofrido por esse facto.

Férias junto de familiares no estrangeiro

RICARDO MEIRELES VIEIRA Advogado Gabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados [email protected] www.avlc-advogados.com

CONSULTÓRIO LABORAL

O trabalhador pode gozar as férias que se venceram em 2012 no estrangeiro, desde que o faça até 31 de abril do ano de 2013.

Prémios Galardão do Ano

2010 da NERSANT:

Galardão Empresa do Ano - Danbanho. PME do Ano - Mundiarroz. Micro Empresa do Ano - Batadec. Jovem Empresário - Mário Marques (empresa But Fashion). Mulher Empresária - Alexandra Sousa (empresa STI). Carreira Empresarial – Atribuído a título póstumo a Manuel Matos Gomes e a Martinho Jorge.

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Minisom “exporta” modelo de negócio para EspanhaA Minisom, empresa de serviços e aparelhos auditivos, entrou no mercado espanhol com aabertura de três centros auditivos na Galiza. Trata-se de replicar o modelo de negócio desen-volvido em Portugal pela Minisom, país onde possui 48 centros auditivos. “O sucesso da em-presa em Portugal e as semelhanças de incidência dos problemas auditivos nas populaçõesespanhola e portuguesa foram o ponto de partida que motivou o investimento do grupo nonovo mercado”, de acordo com Miguel Bragança, diretor comercial da Minisom.

Baker Tilly realiza conferência sobre competitividade fiscalCom a aprovação do Orçamento do Estado, impõe-se uma análise do respetivo desfecho, des-tacando os impactos que decorrem do diploma. A Baker Tilly Portugal realiza, no dia 18 de Dezembro, pelas 18.30 horas, no Instituto Superior de Gestão de Lisboa, uma conferência subordinada ao tema “OE 2013 e estratégias de competitividade fiscal para a internacionali-zação”.

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Fabrico de equipamentos de energia solarTenho uma empresa de fabrico de equipamentos para aquecimento com CAE 25210 e pretendo iniciar a produção de uma solução inovadora de energia solar para aquecimento de todo o tipo de edifícios. Para tal vou necessitar de realizar um investimento em equipamentos produtivos que ronda os 800 000 euros.Sei que o QREN apoia a instalação de equipamentos de energias renováveis nas empresas, mas também apoiará os fabricantes desse tipo de equipamentos?

RESPOSTAA CAE 25210 – fabricação de caldeiras e radiadores para aquecimento central é uma das CAE enquadráveis nos Sistemas de Incentivos às Empresas do QREN, pelo que, à partida, pode candidatar-se. Dado que a pretensão é investir em equipamentos produtivos para fabrico de uma solução inovadora, o seu projeto enquadra-se no SI Inovação. Contudo, o SI Inovação tem aberto, de momento, dois concursos distintos: um para os projetos de Empreendedorismo Qualificado (para empresas nascentes e que permite aceder à majoração do empreendedorismo feminino ou jovem) e um para os projetos de Inovação Produtiva (onde entram as empresas criadas há mais de 3 anos).Devido às restrições sectoriais definidas em Aviso de Concurso, a sua CAE não é elegível no SI Inovação – Empreendedorismo Qualificado, contudo, é elegível no SI Inovação – Inovação Produtiva. Acresce que os projetos de criação de empresas apenas se podem candidatar ao SI Inovação – Inovação Produtiva se o investimento elegível proposto for igual ou superior a 1,5 milhões de euros (o que não é o caso). Assim sendo, apenas poderá candidatar-se aos concursos que se encontram abertos se a sua empresa tiver sido criada há pelo menos 3 anos, caso em que se enquadrará no SI Inovação – Inovação Produtiva.Para se candidatar a este concurso terá determinadas condições de acesso, nomeadamente, no que respeita à natureza inovadora do projeto. O seu projeto deverá promover a inovação no tecido empresarial, pela via da produção do novo bem referido (a solução inovadora). É condição necessária que a inovação se verifique pelo menos ao nível da empresa, caso se trate de uma PME,

sendo desejável que exista impacto inovador ao nível do setor ou região. Caso se trate de uma grande empresa, é necessário que a inovação se verifique ao nível da região ou setor, sendo desejável que exista impacto inovador ao nível do País.Acresce que o presente concurso também exige que os projetos contribuam para o reforço do posicionamento das empresas em mercados internacionais. Neste sentido, existe uma condição de acesso relativa à intensidade das exportações no pós-projeto, segundo a qual o peso, no pós-projeto, das exportações no seu volume de negócios deve ser no mínimo de 30%.A taxa base máxima de apoio é de 45% do investimento elegível, podendo beneficiar da majoração “tipo de empresa”: 20 pontos percentuais para micro e pequenas empresas ou 10 pontos percentuais para empresas de média dimensão.Se o projeto se localizar no Algarve ou em Lisboa, o montante máximo de incentivo de que pode beneficiar é de 2 000 000 euros e 500 000 euros, respetivamente.A primeira fase de candidaturas a este concurso encerrou a 29 de novembro, contudo, a segunda fase de candidaturas abre a 30 de novembro de 2012, com encerramento a 18 de fevereiro de 2013.São elegíveis as despesas de investimento realizadas até 30 de junho de 2015.

[email protected] 348 500

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 17

Na última semana estive em Itália. Revisitei algumas explorações de pequenos frutos que já tinha visitado há 20 anos atrás. Tudo continua na mesma, mesmo se hoje a Itália, um gigante económico mas um anão político, continua na incerteza da sua evolução em termos económico-financeiros, mesmo que seja de aplaudir a notável gestão - financeira, política e comunicacional - de um tecnocrata chamado Mário Monti. Dei por mim a pensar que a Itália quase que não precisava de ter Governo. Um “remake” da Bélgica que parece que não deu maus resultados. O que sei é que, na Itália, o sector agrícola, apesar de só ser

responsável por cerca de 3% do PIB, é altamente organizado, possui explorações modernas e os seus empresários sabem o que querem, como querem e para onde querem ir.Quando digo que não precisava de Governo, estou a ironizar. Olho para este setor económico na Itália do Sul e apetece-me dizer, em Portugal, “deixem-nos trabalhar”, parafraseando o então primeiro-ministro Cavaco Silva. Aconselho os jovens empresários agrícolas portugueses a realizar estas viagens de trabalho e de estudo. São muito úteis, proveitosas e conclusivas. Permitem contactos, trocas de experiências e análises

comparativas.Portugal ainda vive agarrado a um estatismo que mata a economia e, principalmente, a agricultura. Quando precisamos do Estado, ele ou não aparece

ou aparece tarde e a más horas, como no caso dos prazos de pagamento e financiamento de projectos. Na maior parte dos casos, o Estado está presente para obstaculizar, burocratizar, travar, adiar. Enfim, para prejudicar a economia e os empresários.É tempo de os senhores governantes virem ao terreno, a países latinos mas com uma cultura organizacional e profissional que nos deve fazer pensar. Aqui, o Estado quando pesa, é colocado na ordem. Os jovens agricultores só têm a ganhar se copiarem o que se faz bem lá fora. Daqui por mais 20 anos, espero regressar a Itália. Sei que não vou ter surpresas negativas.

Uns dias na Itália

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomojosemartino.blogspot.com

Portugal ainda vive agarrado a um estatismo que mata a economia e, principalmente, a agricultura.

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CBRE nomeada empresa imobiliária mais verde A revista norte-americana Newsweek atribuiu à CBRE a classifi cação de empresa imobi-liária mais verde na edição deste ano dos “Green Rankings”. É o quarto ano consecutivo que a empresa consegue esta distinção. Em termos de classifi cação geral, obteve o 96º lu-gar, num total de 500 grandes empresas de capital aberto com sede nos Estados Unidos. O ranking toma como base o empenho de cada empresa quanto ao impacto ambiental, ges-tão e divulgação.

Albenture desenvolve planos de hábitos saudáveis nas empresasSão cada vez mais as entidades que incentivam os seus funcionários a praticar desporto e a de-senvolver hábitos de vida saudáveis. A Albenture desenvolve e promove este tipo de cultura, através de uma série de planos. Estes incluem conferências e debates sobre nutrição, gestão de stress, prevenção cardiovascular e transtornos do comportamento alimentar. Pretende-se fo-mentar a aquisição de hábitos saudáveis para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores.

Workshop Finance XXI Consulting

LISBOA4 dezembro

LOCAL: ISG – Business & Economics School, Lisboa PROGRAMA

9h00 Receção aos participantes (Carlos Vieira ?)

9h15 Abertura da Conferência

1º PAINEL ENQUADRAMENTO E OPORTUNIDADES NO MERCADO GLOBAL

9h30 | 10h15 Estratégias de internacionalização no mercado global: a experiência da África Lusófona José Marques da Silva, CEO Finance XXI

10h15 | 11h00 Desafios da Sustentabilidade no Mercado Global Nuno Gaspar de Oliveira, CIGEST Ambiente & Sustentabilidade/ISG

11h15 Coffee-break

11h30 | 12h15 Parcerias para a Internacionalização Rui Moreira de Carvalho, ISG

12h15 | 13h00 A Sustentabilidade enquanto factor competitivo Luís Rochartre Álvares, CIGEST Ambiente & Sustentabilidade/ISG

13h00 | 14h30 Almoço

2º PAINEL CASOS DE INTERNACIONALIZAÇÃO

14h30 | 15h00 Grupo ISA, José Basílio Simões (Presidente)

15h00 | 15h30 Grupo Visabeira, João Quitério (Administrador da Visabeira Participações)

15h30 | 16h00 Sumol + Compal, Fernando Oliveira (a confirmar)

16h30 Notas Finais (José Marques da Silva, CEO Finance XXI Consulting)

Cerimónia entrega dos prémios APEA

CONDIÇÕES DE INSCRIÇÃO Sócios da APEA - gratuito Estudantes e docentes do ISG – Business & Economics School - gratuito Outros estudantes - 10G Não sócios - 60G Assinantes VE - 40G

OUTRAS CONDIÇÕES:

Empresas e grupos, a partir da 2ª inscrição – 50% de desconto. Será atribuído um certificado de participação. O valor do workshop é creditável em formação no ISG.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

18 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

O mundo está dividido em dois blocos distintos de países:

os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e os PIGS

(Portugal, Irlanda, Grécia e Es-panha). A internacionalização é uma possível estratégia para uma recuperação económica sustenta-da, num quadro em que o mer-cado interno está em retração (atendendo, nomeadamente, à difi culdade de acesso ao crédito e ao desemprego).

Neste contexto, a internaciona-

lização tem dado lugar a solicita-ções para o acompanhamento de diversas empresas além-fronteiras, noutras jurisdições, o que se tem revelado um interessante desafi o, já que Portugal não só tem poten-cial para exportar como também para captar investimento estran-geiro. E por diversas razões: des-de a sua localização geográfi ca de

baixo risco (condição muitas vezes determinante para que um desti-no de investimento seja escolhido ou excluído à partida), como pe-los recursos humanos qualifi cados nas mais diversas áreas.

A verdade é que, por razões de afi nidade histórica e linguística, os países emergentes têm sido muito procurados. No entanto, esta é uma altura em que vale a pena investir na procura de novos mercados e de novos clientes. Para tal, importa co-nhecer profundamente os diversos regimes jurídicos, importa conhe-cer as diferentes culturas, importa perceber os timings de actuação e é determinante conhecer as necessi-dades de cada mercado e as oportu-nidades que, a cada momento, po-dem surgir, em determinado sector ou área de investimento.

Estar ao lado das empresas, num período como aquele que atravessamos, signifi ca muitas vezes aconselhar os empresários, por vezes mostrando que poderá ser mais vantajoso avançar para um determinado mercado, não raras vezes diverso daquele em que pretendia investir.

O primeiro passo num projec-to de internacionalização deve passar, obrigatoriamente, por uma análise profunda da situação em que a empresa se encontra, especialmente do ponto de vista dos recursos humanos e do ponto de vista fi nanceiro: as peças fun-damentais e determinantes numa empresa sólida.

Desengane-se quem julga po-der “salvar” a sua empresa apos-tando num mercado considerado seguro, ou que poderá mandar para fora o trabalhador que cá está desmotivado! A cada empre-sa deverá ser feito um diagnósti-co de internacionalização, aten-dendo às especifi cidades quer da empresa, quer do(s) mercado(s) e sector(es) de actividade em que se pretende investir. É preciso um estudo prévio antes de se esboçar um plano de internacionalização. É um processo que não é, nem pode ser, visto como uma tábua de salvação por si só, que tem o seu tempo e passos próprios, se-guros, com uma margem de risco calculado.

As parcerias estabelecidas e os interlocutores privilegiados, pre-viamente identifi cados, são basi-lares nesta área. Este é um tempo de investimento e de trabalho. De trabalho, de trabalho, de tra-balho: a melhor chave para um projecto correr bem, cá dentro e lá fora. Não é tempo de espe-rar que aconteça, é tempo de fa-zer acontecer, se possível, ainda hoje.

BRICS “versus” PIGS

LEONOR GUEDES DE OLIVEIRAadvogada ([email protected])

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externo, sobretudo Brasil, Norte da Europa e também Angola.

Conciliar vanguardismo e tra-dição continua a ser o ponto for-te desta casa sediada em São João da Azenha (Anadia).

Tal como as anteriores, as pró-ximas garrafas que integram a coleção comemorativa do cen-tenário das Caves São João vão

ostentar um rótulo distinto, a recordar um momento impor-tante da década que assinala. A São João é uma casa que se manteve sempre no mesmo ramo e na mesma família, que vive o presente, mas não esquece o passado e tem sempre os olhos postos no futuro. Os vinhos que produz são a prova disso.

Caves São João assinalam 92 anos de história

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 19

Isabel dos Santos integra administração da ZonIsabel dos Santos continua a reforçar posições nas empresas portuguesas. A empresária ango-lana, filha do presidente José Eduardo dos Santos, passou a integrar a administração da Zon.Possui uma participação de quase 29% nesta empresa de telecomunicações, 10% por via da Kento Holding e 18,8% da Jadeium. Nos nove primeiros meses, a Zon teve lucros de 29,6milhões de euros, mais 3,9% do que em igual período do ano passado. Isabel dos Santos entrana administração como membro não-executivo.

Caixa sai da GalpA Caixa Geral de Depósitos alienou a participação de 1% que detinha na Galp, numa opera-ção que lhe permitiu encaixar mais de 95 milhões de euros. Também a italiana ENI atenuou a sua participação na petrolífera portuguesa, tendo recebido cerca de 381 milhões de euros, passando a deter 24,34% do capital. O acordo entre a Amorim Energia, a ENI e a CGD, estabelecido em Março, prevê que a energética italiana coloque em bolsa 18% do capital da Galp. A Caixa despediu-se em definitivo da petrolífera nacional.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

VIRGÍLIO [email protected]

As Caves São João, empresa familiar e independente fun-dada em 1920, acaba de co-memorar 92 anos de história. Para assinalar a data, a empresa lançou a garrafa nº 3, de uma coleção de 11, desta vez dedica-da ao tema da carta das Nações Unidas.

Em 2010, ano em que se ini-ciaram as comemorações cen-tenárias das Caves S. João, que terão o seu apogeu em 2020, o vinho tinto 90 Anos de História, garrafa nº 1 da coleção, versou sobre o tema “The Jazz Singer” – 1º filme sonoro em 1927. Em 2011, foi lançada a garrafa nº 2 com o Espumante 91 Anos de História, com um tema baseado

na emissão radiofónica de Orson Wells sobre uma fictícia invasão marciana (1938).

Em 2012, um vinho tinto re-trata a década de 40-50, relem-brando a carta das Nações Unidas subscrita em 1945.

A apresentação aos jornalistas foi antecedida de uma visita à adega e garrafeira onde estagiam milhares de garrafas, algumas com mais de 50 anos, especial-mente tintos, mas também bran-cos. Alguns dos vinhos estiveram à prova, durante um almoço, onde foi possível constatar har-monizações perfeitas entre al-gumas especialidade culinárias e os vinhos velhos das Caves São João, explicados pelo enólogo José Carvalheira.

Vinhos com tradição e modernidade

As Caves São João contam com três marcas fortes: o Frei João Re-serva, o Porta dos Cavaleiros e o Caves São João Reserva. Desta-que ainda para o Poço do Lobo Reserva e para o facto de os espu-mantes pesarem cada vez mais no volume de negócios da empresa, 10% em 2010 e 30% em 2012.

Célia Alves, gerente, salientou durante o encontro a presença das Caves São João no mercado

Espumantes pesam já 30% de negócios da empresa.

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O grupo editorial Vida Económica vai apresentar a obra “Banca e empresas – Parceiros”, da autoria de António Guimarães Pimenta. O livro é apre-sentado em Lisboa a 3 de dezembro, na sede do Montepio, a partir das 18 horas. No Por-to, o evento decorre à mesma hora, no

Foyer Nascente da Casa da Música, no dia 5 de dezembro.

Este é um livro que resulta da experi-ência de um diretor que trabalhou num banco e que aborda a realidade atual e os paradigmas com que se deparam clientes e banca, tendo em consideração exemplos práticos.

Também aponta o apoio ao empre-endedorismo como factor de combate à exclusão social. “A abordagem do cré-dito na ótica do cliente e na ótica ban-

cária com objetivos pedagógicos, onde se tenta sensibilizar para a importância de poupar e nos prepararmos para os momentos mais difíceis, não menos-prezados. A importância de refletir e de aprender com experiências alheias na-cionais ou estrangeiras prepara o leitor para evitar facilitismos”, refere António Tomás Correia, presidente do Monte-pio, no prefácio. A nota de apresentação é da responsabilidade de José António Barros.

Vida Económica apresenta livro sobre banca e empresas

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Encomendas:

EGL passa a Axpo IberiaFERNANDA SILVA [email protected]

A Axpo Group, empresa suíça líder no setor energético, anunciou este mês que “foi concluída a inte-gração da EGL dentro de sua estru-tura operacional” com a aquisição de todas as ações da antiga empre-sa. A operação proporcionará ao grupo uma “maior força fi nancei-ra” e permitirá disponibilizar “um serviço mais completo aos seus clientes”. Assim sendo, a EGL terá como nova denominação em Por-tugal e Espanha “Axpo Iberia S.L.”.

Em declarações à “Vida Eco-nómica”, Ignacio Soneira garante que a única coisa que vai mudar é o nome das empresas e a imagem externa. Contatos, produtos e ser-viços permanecerão inalterados. As raízes locais e o foco das subsidiárias sobre as necessidades dos respetivos mercados não serão contrariados”.

“A Axpo continuará a concentrar a atividade das suas subsidiárias nos mercados locais e na proximidade ao cliente. Além disso, ao integrar as forças da EGL e da Axpo sob a mesma designação comercial, os nossos clientes terão acesso a um parque de produtos de energia com mais de 100 centrais em toda a Europa, o que irá reforçar a posi-ção do grupo como um fornecedor líder e independente de serviços de produção de energia”, salienta o di-retor geral da Axpo Iberia.

Ainda segundo Ignacio Soneira, a principal motivação por detrás desta consolidação da estrutura operacional passa por “otimizar a estrutura societária”, a fi m de en-frentar os desafi os colocados pela “turbulência nos mercados fi nan-ceiros e de moeda, dos efeitos dos acontecimentos em Fukushima e das decisões regulamentares”, e “aumentar a rentabilidade no fu-turo”. Por acréscimo, as fi liais da Axpo nos diferentes países conta-rão agora com novas oportunida-des em áreas de negócio em que já tinham mostrado o seu sucesso, o que redundará em benefícios adi-cionais para os nossos clientes e parceiros”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

20 SEXTA-FEIRA, 30 D ENOVEMBRO 2012

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Cerca de 20 mil pessoas passa-ram, entre os dias 22 e 24 de no-vembro, pela 15ª edição da Feira do Empreeendedor, organizada pela ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários, no Cen-tro de Congressos da Alfândega do Porto. Em destaque estive-ram, sobretudo, os empreende-dores qualificados, promotores de negócios que têm por base o conhecimento e que procuram gerar valor acrescentado a partir de uma forte aposta na inovação e na internacionalização. A Loja do Empreendedor voltou a reve-lar-se ponto de paragem obriga-tório para quem ali se deslocou em busca de acompanhamento consultivo nas áreas de criação e desenvolvimento de empresas.

Centenas de oportunidades de negócio, inúmeras possibili-dades de networking e diversi-ficadas formas de aprendizagem e apoio resumem a oferta dis-ponível durante as três jornadas do certame. Entre os exposito-res encontravam-se consultoras, empresas de recursos humanos e

formação profissional, institui-ções financeiras, prestadores de serviços, fornecedores de equi-pamentos diversos, franchisa-dores, imobiliárias, órgãos de comunicação social, associações empresariais, institutos públi-cos de apoio ao investimento e à criação de emprego, estabele-cimentos de ensino, autarquias e incubadoras de empresas.

Acelerador de novos negócios

A grande novidade do plano de atividades complementares à Feira do Empreendedor foi o inovador programa New Busi-ness Accelerator. Este acelerador de novos negócios desenvolveu--se durante os três dias do even-to, recorrendo à metodologia DSI - Dream, Start e Invest. Promovido pela ANJE, no âm-bito do Projeto Inovação Portu-gal, o Business Accelerator tem o propósito de estimular e apoiar a iniciativa empresarial, acom-panhando jovens de elevado

potencial, desde a formulação da ideia até à conquista de in-vestidores. De resto, a introdu-ção de um programa deste cariz na Feira do Empreendedor foi estratégica e teve como propó-sito a multiplicação de sinergias entre os participantes do New

Business Accelerator e os parti-cipantes das remanescentes ini-ciativas do certame, os exposito-res, os visitantes e outros players envolvidos.

Cada uma das fases Dream, Start e Invest correspondeu a uma jornada de preparação, tu-toria e apoio informativo/con-sultivo, visando acelerar ideias, planos de negócio e processos de financiamento. No primei-ro dia, os temas “NovaMente”, “Inspiring to Action”, “Inteli-gência Emocional” e “Sonhalida-de” ocuparam as sessões de tra-balho, envolvendo profissionais da Academia das Emoções, da Power Coaching, da EME Saúde e da Team Building. Sob o mote “Start”, o dia 23 de novembro deu seguimento ao programa com um conjunto de temáticas associadas à materialização de novos projetos no contexto atual, a saber: “Pensar Global” (Global Sport), “Marke-ting de Guerrilha – low budger/maximum return” (Bazooka), “Criatividade nas Apresenta-ções em Público” (FORDOC) e “Como Deslumbrar os seus Clientes” (Wurth Portugal). Por fim, durante toda a manhã do dia 24 de novembro, 10 projetos selecionados pelo seu carácter inovador e previsível viabilidade foram apresentados perante um painel de investidores.

Negócios qualificados

em destaque na Feira

do Empreendedor

Bootcamp Empresarial em Lisboa

A ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, em parce-ria com a ACL – Associação Co-mercial de Lisboa, a Feed – Busi-ness Performance, o The Lisbon MBA e a agência de Comunica-ção Atlas, promove, no próximo 5 de dezembro, a iniciativa Boot-camp Empresarial - Desafios Prá-ticos de Gestão. Trata-se de uma jornada dedicada ao mundo das empresas, que recorre a formatos diferenciadores de partilha de ex-periências entre empresários, em-preendedores e start-ups.

Entre conferências simultâ-neas, “case studies” e mesas-re-

dondas de debates especializados estarão em destaque temas tão atuais como “Social Market Inte-ligence”, “Facebook Marketing”, “Vendas” ou “Financiamen-to Especializado”. Os oradores convidados diferenciam-se pelas diversificadas experiências pro-fissionais que acumulam e pela inovação e qualidade dos projetos que representam. Destaque para nomes como Miguel Pina Mar-tins, da Scienc4you, Ernesto Fer-reira, da E-Goi, ou José Gomes Ferreira, da SIC.

As ferramentas digitais de apoio à gestão estarão em desta-que neste Bootcamp Empresarial, sendo o propósito da iniciativa estimular novos ímpetos de rees-truturação, mudança e inovação no seio das empresas.

Será um verdadeiro bootcamp de cariz empresarial, durante o qual empresários, gestores e qua-dros das empresas serão desafia-dos a conhecer e adotar novas so-luções e ferramentas, no sentido de reforçar a promoção dos res-petivos serviços e produtos junto de potenciais e atuais clientes. Informações e inscrições no site www.anje.pt.

Conferências, workshops e sessões especializadas O ciclo de 24 conferências práticas continua a distinguir-se entre os pontos fortes da programação paralela à Feira do Empreendedor. O apoio informativo foi complementado por um simulador de entrevistas de emprego, quatro workshops e um encontro empresarial sobre eficiência energética.

Empreender no feminino A sessão de empreendedorismo Women Inov voltou a reunir atuais e potenciais empresárias na Feira do Em-preendedor. Marta Vaz Alberto, da Masterblank, e Joana Mota Ferreira, da Drycarwash, partilharam o respetivo testemunho, num formato informal e de proximidade com a plateia.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 21

As próximas grandes ideias de negócio

Quem visitou a Feira do Empreendedor na tarde da passada sexta-feira, dia 23, não ficou certamente indiferente ao desfile de ideias de negócio que aconteceu perante as câmaras do programa “The Next Big Idea”, da SIC Notícias. Mais de 30 empreendedores, previamente inscritos e selecionados, não quiseram perder a oportunidade de dar a conhecer os respetivos

projetos de negócio através do programa televisivo que diariamente transmite novas propostas empreendedoras. Para lá da exposição mediática, que pode também ser canalizada em prol da conquista de clientes e investidores, os participantes competiam pela atribuição de um programa de mentoring desenhado à medida.

José Gomes Ferreira, da SIC, Miguel Pina Martins, da Scienc4you, e Ernesto Ferreira, da E-Goi, destacam-se entre os oradores convidados para partilhar experiências e know-how nos vários formatos deste bootcamp: conferências, “case studies” e mesas-redondas.

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O ano de 2011 fica marcado como o de maior execução de fundos da política de coesão em Portugal. Apesar dos fortes efeitos que a crise económica fez sentir na execução do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), registou-se, só naquele ano, mais de 3,5 mil MJ de despesa validada. Neste contexto, foram apoiadas cerca de 14,5 mil empresas, a maioria das quais PME.MARTA ARAÚ[email protected]

Os dados constam do mais recente Re-

latório Anual do QREN, proveniente da Comissão Técnica de Coordenação do quadro de referência e mostram que os 3,5 mil MJ de despesa validada em 2011, cor-respondem a um volume de investimento elegível associado de mais de 3% do PIB.

No que às empresas diz respeito, o docu-mento aponta que foram apoiadas cerca de 14,5 mil empresas, das quais 6.752 através de mecanismos de engenharia financeira, e 7.651 empresas através de apoios diretos, a maioria das quais PME, mobilizando um volume de negócios de cerca de 7,7 mil MJ.

A comissão técnica refere que em 2011 a crise económica impôs dois desafios ao QREN: “acelerar o ritmo execução, sem desvirtuar as prioridades estratégicas defi-nidas; contribuir, enquanto instrumento financeiro de política pública, para a con-solidação das contas públicas e a dinamiza-ção da economia, de modo a combater os efeitos sociais da crise no país”.

Mais de 14 mil empresas apoiadas pelo QREN

Setor exportador será alvo preferencial do Quadro Estratégico ComumApoiar os setores exportadores, reforço do investimento na educação e integração das pessoas em risco de pobreza e ao combate à exclusão social, políticas ativas de emprego, promoção da coe-são e competitividades territoriais, são as principais prioridades do Quadro Estratégico Comum (QEC), mecanismo que irá suceder ao QREN, e estão já publicadas em Diário da República.

Fundos comunitários vão ser geridos por banco públicoO Quadro Estratégico Comum (QEC), que integra os fundos estruturais da União Europeia para o período 2014-2020, será gerido por um banco público. De acordo com a resolução do Conselho de Ministros publicada esta semana em Diário da República, o sucessor do atua QREN, que só receberá novas candidaturas a financiamentos europeus até ao fim de 2013, vai gerir a parte dos apoios comunitários que têm de ser reembolsados pelos beneficiários.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/QREN

22 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Só em 2011, o QREN registou mais de 3,5 mil MJ em despesa validada.

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O trabalho, enquanto ativida-de que deve conjugar um con-junto diverso de recursos - sejam eles matérias-primas, força labo-ral, maquinaria ou marketing; permite conceber um produto ou serviço que, ao ser reconhe-cido pelo mercado; isto é, ao ser comprado e valorizado pelo cliente, é uma fonte de energia e continuidade da empresa.

O conhecimento dos líderes e a sua capacidade de interpretar os desejos dos clientes e conse-guir que a sua empresa conceba, produza, entregue e satisfaça a

necessidade reconhecida, é o es-sencial duma qualquer organiza-ção.

Num negócio de origem fa-miliar, o rosto de quem lidera reflete muito do caráter e valo-res que se encontram refletidos na atitude e comportamento da empresa. Ao existirem laços fa-miliares entre os gestores - mui-tas vezes também executantes ou excelentes conhecedores dos processos produtivos - e as pes-

soas que trabalham na empresa, a execução e cumprimento do acordado possui um outro valor e vínculo que se refletem obvia-mente na capacidade de concre-tização e alcance do acordado com o cliente.

É também por esta razão que muitas vezes se identifica e justi-fica a grande paixão que as famí-lias dedicam ao seu negócio fa-miliar, como tipificada no artigo anterior.

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

A capacidade de trabalho na empresa familiar

Temas para reflexão:

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ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTA

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares - Santiago – Porto www.efconsulting.es [email protected]

Science4you reforça presença em África com chegada a Cabo VerdeA Science4you, empresa portuguesa que se dedica à produção, desenvolvimento e comercialização de brinquedos científicos em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, reforçou a sua presença no mercado africano, com a re-cente entrada em Cabo Verde.

Grupo Cerealis reforça posição no mercado da farinhaA marca de farinha Concordia, que pertence ao grupo Cerealis, acrecentou dois novos pro-dutos à sua gama de produtos. A Farinha Brioche e Farinha Especial Frio são as novas apostas que, de acordo com a empresa, têm como objetivo satisfazer as necessidades dos mais exigen-tes profissinais do setor da panificação. O grupo transforma anualmente cerca de 400 mil to-neladas de cereais e a sua carteira de clientes é superior a três mil, sendo os produtos comer-cializados nos cinco continentes.

MARTA ARAÚJO

A Sotecnisol, empresa portuguesa que opera nos setores construção, ambiente e energia, foi selecionada para realizar a em-preitada de impermeabilização, isolamento e proteção mecânica dos edifícios e do es-pelho de água do “data center” da Portugal Telecom na Covilhã. A obra, no que diz respeito especificamente à empresa Sotec-nisol Coberturas & Fachadas, está orçada em 900 mil euros.

O negócio foi adjudicado à Sotecnisol Coberturas & Fachadas pelo consórcio ACE constituído pelas empresas Opway e Somangue, responsável pela execução da obra do novo Data Center da PT na Co-vilhã. A área de intervenção prevista nesta fase é de 22 000 m2 e deverá estar total-mente concluída no prazo de seis meses.

Para José Luís Castro, presidente da So-tecnisol, “mais do que uma obra, o “data center” da PT na Covilhã é, pela nature-za do projeto e da obra, um desafio para a Sotecnisol a vários níveis, por esta razão foi com agrado que recebemos a notícia da adjudicação”. O mesmo responsável acres-centa que “a Sotecnisol conta já com um grande portfólio de obras de coberturas ajardinadas, sendo que esta será, sem dúvi-da, a mais representativa de todas”.

Esta ”cidade-jardim” conjuga a ecolo-gia com a sustentabilidade, um projeto da autoria do arquiteto João Luís Carrilho da Graça. A Sotecnisol tem já um grande portfólio de obras de coberturas ajardina-das. A realização desta obra, a primeira,

em Portugal, é candidata em simultâneo à classificação “Gold” para o edifício Data Center e a certificação “Platinum” para o edifício de Serviços. Estas classificações são respeitantes à certificação LEED, atribuí-das pelas suas características no âmbito do ambiente e sustentabilidade. O “data cen-ter”, terá ainda a certificação TIER III do Uptime Institute.

Está presente no mercado ibérico, ita-liano, brasileiro, angolano e argelino. Atualmente, a empresa está organizada por centros de competência e especiali-zação, nomeadamente Sotecnisol Mate-riais, Sotecnisol Coberturas & Fachadas, Sotecnisol Energia, Sotecnisol Ambiente, Sotecnisol Engenharia e Sotecnisol Reves-timentos.

Sotecnisol faz negócio de 900 milhões em obra do “data center” da PT

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 23

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No caso de um sujeito pas-sivo (singular), que possui o trespasse de um estabeleci-mento comercial (padaria), pretender trespassar a um terceiro, quais os enquadra-mentos em termos de IRC?

O dito sujeito passivo, para além da padaria que preten-de trespassar, é dono e explo-ra um restaurante. Se fizer obras de remodelação no res-taurante após o trespasse da padaria, é considerado rein-vestimento e qual o período considerado para poder fazer o reinvestimento?

Resposta do Assessor Fiscal:Se, nos termos do artigo 32º do Código do IRS, o sujeito passivo singular determinava

os rendimentos empresariais que obtinha na padaria e no restaurante com base na contabilidade, apurando um (único) lucro tributável de acordo com as regras do Código do IRC, são também aplicáveis as regras deste Código ao resultado obtido na venda da padaria.Pelos dados que são apresentados, a pessoa singular, ao adquirir a padaria, reconheceu no seu ativo incorpóreo um determinado valor a título de “Trespasse”.Ao vender a padaria, vende, concerteza, todos os bens e direitos com ela relacionados. Assim, tem de atribuir preços de venda (preços de mercado) aos diversos bens que integram a padaria (inventários, ativos fixos tangíveis, etc.), os quais devem constar do documento legal que

serve de suporte à operação de trespasse.O resultado obtido na venda dos inventários constitui um rédito normal de vendas; o resultado apurado na venda dos ativos fixos tangíveis constitui um rendimento de mais-valias. O valor correspondente à diferença entre o preço de venda da padaria e o preço de venda atribuído àqueles bens é que constitui o “preço de venda” do “trespasse” que figurava na contabilidade, dando origem à obtenção de uma mais-valia ou menos-valia.Quando à possibilidade de reinvestimento do valor de realização, há que distinguir os ativos fixos tangíveis do “trespasse” propriamente dito. O valor de realização dos ativos fixos tangíveis pode ser objecto

de reinvestimento, no prazo e nos termos previstos no artº 48º do Código do IRC. Se reinvestir todo o valor de realização destes ativos no prazo aí previsto, a diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias fiscais só é tributada em 50%. Já o valor de realização do “trespasse” propriamente dito não pode ser objecto de reinvestimento, dado que os ativos intangíveis estão fora do âmbito de aplicação daquele preceito.Para poder beneficiar do regime de reinvestimento dos valores de realização, o sujeito passivo tem de preencher obrigatoriamente o Quadro 13 do Anexo C à Declaração Modelo 3 de IRS, onde é prestada toda a informação sobre o reinvestimento já efetuado ou ainda a efetuar.

STI LAMENTA E PROMETE NOVAS AÇÕES DE PROTESTO

Carreiras dos trabalhadores dos impostos estão por regulamentar

NOVEMBRO

Até ao dia 30

Liquidação, por transmissão elerónica de da-dos, e pagamento do Imposto Único de Cir-culação - IUC, relativo aos veículos cujo ani-versário da matrícula ocorra no presente mês.

Entrega dos pedidos de restituição do IVA suportado pelos sujeitos passivos no ano ci-vil anterior ou no próprio ano, noutro Estado Membro ou país terceiro, nos termos do De-creto-Lei nº 186/2009, de 12 de agosto.

DEZEMBRO

Até ao dia 10

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de outubro. Con-juntamente com a declaração periódica, deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas nesse mês.

Até ao dia 15

-soas coletivas- 3º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) de-vido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza comer-cial, industrial ou agrícola e por não residen-tes com estabelecimento estável, com periodi-cidade coincidente com o ano civil.

-soas singulares- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos No-tários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competên-cia para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a re-gisto predial, das relações dos atos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir ren-dimentos.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADE

24 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Introduzidas alterações em sede

Foi aprovado em Conselho de Ministros um diploma que introduz alterações à legislação tributária, de modo a garantir o adequado funcionamento da Unidade dos Grandes Contri-buintes, no âmbito da Autoridade Tributária e Aduaneira. Está prevista a criação de um “pro-cedimento de assistência pré-declarativa” relativamente às operações de maior complexidade – resultante da incerteza quanto à quantificação jurídico-tributária – e a atribuição à UGC de competência para a decisão das reclamações graciosas.

Não existe qualquer diploma que regule as carreiras do pessoal da Autoridade Tri-butária e Aduaneira. Considera o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) que esta situação é inaceitável e que é urgente iniciar a negociação de carreiras. Os traba-lhadores dos impostos mostram-se insatis-feitos com as atuais condições de trabalho, com as indefinições criadas pelo atual Go-verno e com a falta de recursos humanos e técnicos. Falam mesmo em situação de pré-rutura nos serviços.

O primeiro grande objetivo do STI pas-sa por garantir a obtenção do vínculo de nomeação. Uma reivindicação a que junta dois outros itens, tidos como inegociáveis, a extensão do grau de complexidade fun-cional três a todos os trabalhadores da AT – que exercem funções técnicas – e o levan-tamento da suspensão dos ciclos de avalia-ção permanente, “com a necessária conclu-são dos ciclos de avaliação interrompidos e com o início de novos ciclos para todos os restantes trabalhadores”.

Acontece que para a concretização de tais metas haverá que implementar um novo regime de carreiras que possa desbloquear os constrangimentos existentes nos regimes que vigoravam relativamente aos trabalha-dores das extintas direções-gerais. Adianta o STI sobre esta matéria: “Acresce que ne-nhuma destas reivindicações tem qualquer impacto em termos orçamentais.” Mas a realidade é que não tem sido possível en-cetar um diálogo com a tutela, de acordo com os dirigentes sindicais, pelo menos desde o início do ano.

A situação está a tornar-se incomportá-vel, na perspetiva do sindicato: “Estamos a falar das legítimas pretensões dos mesmos trabalhadores que tudo têm dado para que o país atinja o nível de receitas necessário para ultrapassar a crise, sobretudo em ter-

mos de cobrança coerciva, facto que está diretamente relacionado com o esforço em-preendido pelos trabalhadores da AT. Tudo isto num contexto de completa rutura em termos de recursos humanos e em que mais de 10% dos trabalhadores possui penden-tes pedidos de aposentação. Cenário que agrava ainda mais as condições necessárias para que a máquina tributária e aduaneira continue a prestar ao país o serviço de exce-lência que lhe tem sido reconhecido.”

Para realçar a sua posição, o sindicato recorre à intervenção de Cândida Almei-da durante o 35º aniversário do STI, em que foi realçado o facto de os trabalhado-res dos impostos exercerem um poder do

Estado, sendo que este é um poder/dever que o Estado tem de exercer diretamen-te, através de funcionários seus represen-tantes, não podendo diferi-lo a interme-diários. Adiantou aquela magistrada: “É uma obrigação direta da administração do Estado. Daqui deve retirar-se a necessária conclusão, que parece óbvia e única, que os agentes a quem a lei atribui concreta-mente esta missão têm e devem constituir um corpo especial de funcionários do Es-tado, a promover por nomeação definitiva e nunca por obediência lógica aos prin-cípios estruturantes de funcionamento e administração do Estado democrático, através da contratação.”

PRÁTICA FISCAL

TRESPASSE

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

“Vida Económica”

lança curso

de preparação A “Vida Económica” vai lançar o Curso

de Preparação para o Concurso de Inspetor Tributário.

Esta ação, que decorrerá em Lisboa e no Porto, em data a fixar, visa proporcionar os conhecimentos indispensáveis nas áreas do Direito Administrativo, Direito Fiscal e Direito das Sociedades para os candidatos ao acesso à categoria de Inspetor Tributário do quadro de pessoal da Direcção-Geral de Impostos.

As garantias dos contribuintes, o regime geral das infrações tributárias, a natureza e tipologia dos impostos no sistema fiscal português, a atividade administrativa e o processo contencioso, com a abordagem da responsabilidade civil extracontratual dos poderes públicos, e o direito das sociedades são as temáticas abordadas neste curso.

Segundo o aviso publicado no Diário da República do dia 21 de novembro, existem mil lugares em aberto, nas áreas da Econo-mia, Gestão ou Contabilidade e Auditora (900), Informática (80) e Informação Esta-tística (20). O prazo para apresentação de candidaturas termina a 12 de dezembro.

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Assistimos, na última década, à crescente informatização do relacionamento entre contribuintes e Administração Fiscal. Nas empresas, os Técnicos Oficiais de Contas deixaram de ter de se deslocar aos Serviços de Finanças para entregar declarações, para fazer pagamentos, para pedir certidões, entre outros serviços.Dentro de poucas semanas irá entrar em vigor a obrigatoriedade de comunicação das faturas emitidas, pelos sujeitos passivos que pratiquem operações sujeitas a IVA. Tal implica que a Administração Tributária fique com informação que lhe permitirá não só assegurar a correta liquidação de IVA sobre as operações praticadas mas também ter mais um instrumento para controlar os valores de rendimento declarados em IRS (categoria B) e em IRC.Esta nova obrigação insere-se numa tendência de intensificação da obrigação do uso de meios informáticos para emitir faturas e documentos de transporte. Em abril deste ano, entrou em vigor a portaria que impunha o uso exclusivo de programas informáticos de faturação, a determinados sujeitos passivos, com a característica adicional de que tais programas deviam ser previamente certificados pela Autoridade Tributária (AT)Com a publicação do Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto, estabeleceu-se a obrigação de comunicação dos dados das faturas mas também dos dados dos documentos de transporte emitidos. Em virtude destas imposições, a Administração Fiscal vem “empurrando” os sujeitos passivos para o uso de programas informáticos, que, quando adquiridos já após abril de 2012, terão de ser obrigatoriamente certificados. A conclusão que se pode, desde já, tirar é que, pese embora a dispensa de uso de programas informáticos certificados em função do volume de negócios ou do número de documentos emitidos, em 2013, vai aumentar significativamente o número de sujeitos passivos que irão ter programas certificados, o que implica também a existência da possibilidade de produção e exportação do ficheiro SAF-T (PT).

No passado dia 23 de novembro, foi publicada a Portaria que aprovou um novo formato normalizado de auditoria tributária, o designado SAF-T(PT). Esta contém como grande novidade a inclusão de dados relativos aos documentos de movimentação de mercadorias, ou seja, documentos de transporte, e os relativos aos documentos de conferência de entrega de mercadorias ou da prestação de serviços. Para os mais atentos, não se pode dizer que a inclusão destes dados seja surpresa, em virtude do disposto no art. 7º da Portaria que regulamenta a certificação dos programas informáticos de faturação e ainda das recentes alterações ao Regime dos Bens em Circulação.Pese embora a existência de muitos pontos de indefinição na implementação destas medidas, desde já, pode concluir-se que a Autoridade Tributária vai ter na sua posse mais e melhor informação sobre as operações praticadas pelos sujeitos passivos. Se, em regra, o uso de meios informáticos sempre causou alguma desconfiança, nomeadamente quando efetivados na relação entre contribuintes e Fisco, o facto é que estes também sempre souberam tirar o proveito inerente à melhor organização das suas atividades e à otimização do tempo despendido nos contactos necessários com a Administração Fiscal.Portanto, admite-se que este maior rigor a que os sujeitos passivos vão ser obrigados também implique, do “outro lado da moeda”, a disponibilidade de dados, quase em tempo real e com maior grau de exatidão, para a sua contabilidade. Compete ao Técnico Oficial de Contas operacionalizar tal benefício e aproveitar a redução do tempo em funções mais burocráticas para melhor compilar a resultante informação económica e financeira da empresa, tratá-la e disponibilizá-la aos que nela tomam as decisões correntes e também estratégicas, para que estes possam adotar as medidas mais convenientes, em tempo útil. Afinal, a capacidade de antevisão dos problemas e rápida reação aos acontecimentos são, agora cada vez mais, fatores estratégicos da sobrevivência das empresas.

ANA CRISTINA SILVACONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

Autoridade Tributária esclarece tributação de softwareOs pagamentos respeitantes ao direito de distribuir cópias estandardizadas de software – ex-cluindo o direito de as adaptar ou reproduzir – não devem ser considerados como “royalties”, mas como lucros empresariais, esclarece a Autoridade Tributária. Não estão, na ausência de estabelecimento estável situado em território português ao qual tais pagamentos sejam impu-táveis, sujeitos a imposto na fonte.

Alfândega do Porto recebe Congresso de CustosO Instituto Internacional de Custos e a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, em parceria com a Faculdade de Economia da Universidade do Porto, a Universidade do Minho e o Insti-tuto Politécnico do Cávado, organizam o XIII Congresso de Custos, sob o tema “Gestão pelos custos – Um caminho em tempos de crise”. Os trabalhos têm lugar nos dias 18 e 19 de Abril, na Alfândega do Porto. Os dois dias serão também ocupados com sessões paralelas.

FISCALIDADE

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 25

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Solicito o envio de exemplar(es) do livro Banca e Empresas - Parceiros? , com o PVP unitário de 16,90 €.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

(recortar ou fotocopiar)

Autor: António Guimarães Pimenta Páginas: P.V.P.: € 16,90

É um livro de imprescindível leitura, não só para os gestores bancários, mas tam-bém para todos os clientes que tem no banco um parceiro, contribuindo para um melhor entendimento deste serviço tão essencial numa saudável economia de mercado.

António Godinho, Administrador da Sartorial e do Grupo Onebiz

NOVIDADE

Contributos

para um melhor

relacionamento

dos bancos com os seus

clientes

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O papel do TOC num contexto de crescente informatização

O Conselho de Ministros aprovou uma proposta de lei que estabelece o regime fis-cal específico das sociedades desportivas. O novo regime passa a atribuir relevância fis-cal às importâncias pagas pelas sociedades desportivas, a título de direitos de imagem, uma vez que esses pagamentos constituem para as referidas entidades uma inevitabi-lidade.

Com a intenção de garantir o combate à fraude e à evasão fiscais, é estabelecido um critério objetivo, de natureza percentual, para possibilitar a aceitação como custo

fiscal – até ao respetivo limite – dos mon-tantes envolvidos. Prevê-se, ainda, de forma expressa que sejam objeto de amortização as quantias pagas a agentes ou intermediários nas transferências dos agentes desportivos.

Por outro lado, o diploma datado de 22 de Novembro estabelece que em matéria de depreciações se justifica a ampliação do período de amortização nos casos em que a renovação dos contratos ocorra em mo-mento anterior ao do termo do contrato de trabalho desportivo ou, em alternativa, pre-ver um novo período de amortização, este a

partir da data da renovação.Já um outro diploma, do mesmo Conse-

lho de Ministros, define o regime jurídico das sociedades desportivas a que ficam su-jeitos os clubes desportivos que pretendem participar em competições desportivas pro-fissionais. Neste caso, procedeu-se à refor-mulação do regime jurídico das sociedades desportivas, impondo que a participação em competições desportivas profissionais se concretize sob a forma jurídica societária – extinguindo-se o regime especial de gestão –, admitindo-se agora que as entidades des-portivas de natureza desportiva possam op-tar entre a constituição de uma sociedade anónima desportiva ou de uma sociedade

desportiva unipessoal por quotas.As sociedades desportivas continuam a

ser subsidiariamente regidas pelas regras ge-rais aplicáveis às sociedades comerciais. De entre tais especificidades, são de realçar as referentes ao capital social mínimo e à sua forma de realização, ao sistema especial de fidelização da sociedade ao clube desporti-vo fundador, à possibilidade das regiões au-tónomas, os municípios e as associações de municípios poderem subscrever até 50% dos capitais próprios das sociedades sedia-das na sua área de jurisdição e ao estabele-cimento de regras especiais para a transmis-são do património do clube fundador para a sociedade desportiva.

Sociedades desportivas contam com regime fiscal específico

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ANTÓNIO SÁ DA COSTA, PRESIDENTE DA APREN, GARANTE

Corte nas rendas do setor elétri

Academia ADENE com formação em CoimbraA cidade de Coimbra recebe, nos próximos dias 3 e 4 de de-zembro, o Curso de Elaboração de Relatórios de Sustentabili-dade, a mais recente aposta da ADENE – Agência para a Ener-gia, através da Academia ADENE, organizado em parceria com a BSD Consulting. O curso decorrerá nas instalações da Ordem dos Engenheiros.

ASSOCIATIVISMO

26 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

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FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica - No seguimento do memorado assinado com a “troika”, o Governo aprovou um conjunto de medi-das tendo em vista a redução do peso das remunerações do setor elétrico. Como avalia as medidas adotadas?

António Sá da Costa – As medidas co-brem vários setores, algumas podem fazer sentido, outras não. Muitos dos acertos que foram feitos foram questões de reen-genharia financeira, em que as entidades envolvidas abdicaram de alguns dos seus ganhos, e outras são coisas que não pare-cem muito razoáveis e que não tiveram em conta outras implicações, nomeadamente

no mercado do trabalho ou mesmo acabar com a garantia de potência. No setor elé-trico existem coisas que não se podem gerir só por critérios economicistas, pois existem outro tipo de implicações. Tenho pena que há mais de 30 anos a Secretaria de Estado da Energia tenha deixado de ter um setor dedicado ao planeamento de energia, inde-pendentemente da cor política.

VE - Qual foi o impacto destas medi-das em termos de investimento no setor das energias renováveis? Quais foram os segmentos mais penalizados na sua opinião?

ASC – Em relação às eólicas, custa-me muito ver acordos estabelecidos e depois serem cortados unilateralmente e isso, mais tarde ou mais cedo, vai acabar em tri-bunal. O que fizemos neste setor foi uma negociação em que houve contrapartida: por um lado, vai haver um encaixe na or-dem de 150 milhões de euros até 2020 por parte do setor eólico, que vai contribuir de forma voluntária, mas, por outro, há uma estabilização do que se vai passar nos 5 a 7 anos a seguir ao fim do período de tarifa garantida e que está diretamente relaciona-do com o preço de mercado. Em termos práticos, o consumidor não vai pagar mais no futuro, mas essa contribuição vai amor-tizar parte do défice tarifário.

Consequências da suspensão de novas licenças apenas se vão sentir em 2015

VE - No caso das eólicas, o Governo suspendeu a atribuição de novas licen-ças até 2014, momento em que fará

uma reavaliação da situação… Existem projetos cancelados em resultado desta decisão?

ASC – O Governo não dá apoios, não paga rendas nem subsídios, tudo isto é pago pelos consumidores. Este acordo foi feito pelo Governo em nome dos consu-midores, de modo a que não se pagasse mais no futuro. Os promotores eólicos ga-nharam com isto um bocadinho mais de estabilidade. Se é estável, o risco é menor, assim sendo, a taxa de juro de quem em-presta o dinheiro para se fazer esses proje-tos é menor, conseguindo assim um preço mais competitivo, e quem acaba por bene-ficiar de tudo isto é o consumidor.

VE - E quais poderão ser as conse-quências ao nível industrial? O risco de encerramento de empresas é real?

ASC – Não, porque, em termos concre-tos, foram atribuídas licenças a projetos em concursos, projetos que estão em discus-são ou estão em marcha. Existe, sim, um abrandamento desses projetos, mas tal não pode ser atribuído à questão das licenças, mas sim por dificuldades de financiamen-to. Em condições normais, a potência que estava em concurso deveria estar executada até 2014/2015, por isso a paragem que foi decretada em 2011 só se vai sentir a partir de 2015, quando as coisas não aparecerem. Há aqui um desfasamento que é normal, mas depois, quando se sentir, é tarde de mais. Não se devia parar, devia-se abrandar e perspetivar o futuro. Há duas coisas na vida: as urgentes e as importantes. Urgente é a conta que nos chega para pagar no final do mês da eletricidade, o importante é o que se vai passar no futuro. E muitas vezes

“Custa-me muito ver acordos estabelecidos e depois serem cortados unilateralmente” e isso, “mais tarde ou mais cedo, vai acabar em tribunal”, garante o presidente da Associação das Energias Renováveis (APREN), em entrevista à ‘Vida Económica’, à margem da Conferência APREN 2012.

O Governo não dá apoios, não paga rendas nem subsídios, tudo isto é pago pelos consumidores, afirma Sá da Costa.

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ASSOCIATIVISMO

Porto recebe Segundas Jornadas APG A Associação Portuguesa de Geólogos está a organi-zar as Segundas Jornadas da APG, este ano dedicadas à prospeção e exploração de Recursos Minerais em Portugal. Este evento decorrerá nos dias 7 e 8 de de-zembro de 2012, na Faculdade de Ciências da Uni-versidade do Porto.

Fórum ALF analisou crise económica em PortugalA crise económica em Portugal e o papel do financiamento espe-cializado no âmbito do financiamento às PME foram os temas em destaque no Fórum da Associação Portuguesa de Leasing, Facto-ring e Renting, que contou com a intervenção de Miguel Beleza e dos vice-presidentes da CGD, António Nogueira Leite, BES (An-tónio Souto), BPI (Celeste Hagatong) e BCP (Miguel Maya).

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 27

co “vai acabar em tribunal”

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pensamos nas coisas urgentes e esquece-mos as coisas importantes.

Setor “é incontornável” e “não pode parar”

VE - O Governo diz que as empresas do setor se devem reorientar para a ex-

portação… Os mercados externos po-dem ser a solução?

ASC – No setor das renováveis existem duas coisas. Há o setor que a APREN re-presenta, que produz eletricidade de origem renovável e, como tal, digo que não posso exportar eletricidade. Não posso carregar um camião de eletricidade em pó e ir ven-

der para outro sítio. O que se pode exportar neste setor das renováveis é o ‘know how’, os serviços de engenharia e consultadoria, ou os equipamentos fabricados. Quer as empresas de consultadoria, engenharia, financeira, advogados ou as empresas pro-dutoras de equipamentos não estão repre-sentadas na APREN, por isso o pequeno

promotor que tem 4 ou mesmo 10 MW que podia fazer mais dois ou três não tem hipótese de fazer nem vai lá para fora.

A estratégia tem de ser adaptada e esseajustamento faz todo o sentido, mas não se pode parar nem pensar que as coisas vão ficar mal para sempre. Mais tarde ou mais cedo a retoma económica vai acontecer.

“Chineses vieram

pelo know how”

Confrontado com as recentes alterações registadas no setor elétrico nacional, decorrentes sobretudo da privatização da EDP e da REN e da entrada das chinesas Three Gorges e State Grid no capital destas empresas, António Sá da Costa garante que esta é a prova do reconhecimento do ‘know how’ nacional no segmento das energias renováveis.“Porque será que os chineses vieram comprar a EDP e a REN? Eles sabem que precisam de ter renováveis na China com fartura e sabem que quem fez isso melhor na Europa foi a EDP e a REN (Portugal). Então pensaram: tenho hipótese de entrar no capital deles e ter acesso ao ‘know how’ em primeira mão, saber os truques para depois ir fazer. Por isso, deixa mas é entrar”. A verdade, acrescenta o presidente da APREN, é que as empresas chinesas “não vieram pelo negócio em si, porque isto é uma gota de água para eles. Vieram sim atrás do conhecimento e da experiência”, pois “há coisas que são supra partidárias”, remata.“O setor das renováveis é incontornável, a sustentabilidade passa por isso. Antes de 2050 vamos ter em Portugal eletricidade 100% renovável, o que vai ajudar ao nosso crescimento económico, pois deixaremos de estar dependentes do preço do petróleo. A idade da pedra não acabou por falta de pedra, a idade do petróleo não vai acabar por falta de petróleo, vai haver um outro paradigma tecnológico que o vai substituir e o torna obsoleto para os usos que fazemos atualmente.”

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Bizdirect mantém “ouro” da HPA Bizdirect alcançou com sucesso todos os requi-sitos colocados pela HP com vista à renovação do seu estatuto de “Gold Specialist” no âmbito do programa ServiceONE, reforçando assim a credibilidade dos seus serviços para o ano fiscal de 2013.

TECNOLOGIAS

28 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Mark Hurd, o CEO da norte-americana Oracle, foi a Londres reunir-se com alguns jornalistas europeus para assegurar que aquela que é a segunda maior companhia de software do mundo vai continuar a investir no Velho Continente. O presidente disse que a empresa está a recrutar acima da média do mercado, inclusivamente no espaço europeu, nomeadamente programadores. “Há empresas que estão a cortar recursos, mas eu quero deixar bem claro que estamos a investir.” A “Vida Económica” tentou perceber até que ponto é que a “casa” portuguesa irá ter direito a algum investimento, nomeadamente ao nível do recrutamento, mas a Oracle Portugal não pode fornecer números e projeções a nível local. SUSANA MARVÃO, EM [email protected]

A Oracle está bem… e recomenda-se. Pelo menos é o que garante Mark Hurd, presidente da norte-americana Oracle, segunda maior empresa de software do mundo. Num encontro promovido com jornalistas europeus, em Londres, o CEO comentou que os resultados dos últimos trimestres têm sido satisfatórios, com o software a crescer dois dígitos nos Estados Unidos, Ásia e América Latina, sendo que o comentário para a Europa foi: “Portámo--nos bastante bem”. O CEO disse ainda que a empresa está a recrutar acima da mé-dia do mercado, inclusivamente no espaço europeu, nomeadamente programadores. “Há empresas que estão a cortar recursos, mas eu quero deixar bem claro que estamos a investir.”

A “Vida Económica” tentou perceber se a “casa” portuguesa vai ter “direito” a algum deste investimento, nomeadamente no que diz respeito à contratação de profissionais, mas a Oracle Portugal não pode fornecer números e projeções a nível local. “No en-tanto, podemos dizer que em Portugal a nossa estratégia não difere da que é perse-guida pela nossa corporação e nesse sentido estamos alinhados nos mesmos objetivos e propósitos.”

Questionamos ainda os responsáveis nacionais sobre a forma como a estrutura

portuguesa vai alavancar o crescimento no próximo ano: “Estamos constantemente a adaptar a nossa estrutura a novas situações e condições. Os nossos objetivos são de con-tinuar a crescer e preservar as nossas mar-gens.”

No entanto, em conferência de imprensa, Vítor Rodrigues, country manager da com-panhia no nosso país, adiantou que Oracle Portugal quer continuar a crescer este ano e apontou os sistemas como áreas de maior crescimento, que arrastarão o software e ser-viços.

A administração pública vai continuar a ter um potencial significativo

A administração pública vai continuar, segundo Vítor Rodrigues, a ter um poten-cial significativo, mesmo na atual conjuntu-ra económica e política.

Durante o terceiro trimestre, o volume total das receitas alcançou os 9,1 mil mi-lhões de dólares, traduzindo um crescimen-to de 3%. Já as novas licenças de software cresceram 7%, situando-se nos 2,4 mil mi-lhões de dólares. A renovação de licenças e suporte cresceu 8% até aos 4,1 mil milhões de dólares, enquanto as vendas dos sistemas de hardware situaram-se nos 869 milhões de dólares, traduzindo um decréscimo de

16%. Os resultados operacionais da com-panhia registaram um crescimento de 11% e alcançaram os 3,3 mil milhões de euros.

Este ano fiscal, que teve início em Junho passado, a Oracle prevê investir cinco mil milhões de dólares em Investigação e De-senvolvimento, sendo que, o ano passado, investiu, segundo Mark Hurd, 4,5 mil mi-lhões de dólares. Em 2010, o valor foi de 3 milhões de dólares.

Outro aspeto salientado em Londres pelo CEO foi o investimento realizado o ano passado em aquisições, centrado em seis mil milhões de dólares. “Devíamos pensar nisso como I&D incremental que nos aporta ca-pacidades tecnológicas”.

Do portfólio de produtos da Oracle, cujas novidades foram apesentadas no Oracle Open Word, em São Francisco, Mark Hurd destacou a nova versão da base de dados 12c. Uma base de dados “mais rápida, com mais privacidade, mais performance e cujo ‘c’ deri-va de cloud”. O CEO destacou ainda o Exa-data, uma versão 20 vezes mais rápida do que a anterior e a aposta na platform as a service (PaaS) e na infrastructure as a service (IaaS).

EM LONDRES, MARK HURD FALOU DA SAÚDE FINANCEIRA DA EMPRESA E DO REFORÇO DA APOSTA NA EUROPA

Oracle está a contra

Em Londres, Mark Hurd explicou que a Oracle respira da saúde financeira e vai continuar a apostar na Europa.

Empresas facilitam

demasiado

o acesso aos seus

recursos internos

A mobilidade tem trazido uma série de no-vos desafios para as empresas. E são vários os estudos e os alertas dados pelos especialistas no sentido de que esta nova tendência tem de ser acompanhada por uma postura ativa da empresa na salvaguarda dos seus recursos internos. Ou seja, basicamente, da sua infor-mação.

Um novo estudo vem sugerir que 20% das empresas já perderam informação corporativa como resultado da perda ou roubo de disposi-tivos móveis. E, apesar destes dados, 33% das empresas permitem aos seus colaboradores o acesso sem restrições aos recursos da empresa através dos seus smartphones, para além de que só 9% delas planeiam introduzir algum tipo de controlo estrito no uso de dispositi-vos pessoais. O agora tão falado BYOD ou Bring Your Own Device (Traga o seu próprio dispositivo).

O certo é que as empresas contam com infraestruturas cada vez mais heterogéneas, já que aos tradicionais postos de trabalho juntam-se agora os smartphones, os tablets e os portáteis, que, na maioria dos casos, são propriedade dos próprios colaboradores. Por este motivo, as empresas precisam de adaptar as suas políticas de segurança a esta nova re-alidade.

“Os smartphones, devido ao seu uso cada vez mais alargado, tornaram-se em mais do que um simples canal de comunicação. Hoje em dia, são uma ferramenta de trabalho com-pleta, utilizada normalmente pelos funcioná-rios para aceder à informação corporativa”, lê-se no documento que apresenta o estudo sobre os riscos de segurança informática reali-zado pela B2B International em colaboração com a Kaspersky Lab.

Entre os dados obtidos, destaca-se que, em-bora cada vez mais profissionais de TI estejam inclinados a considerar os dispositivos móveis pessoais como uma ameaça à segurança, as empresas não mostram muita vontade de os proibir ou limitar o seu uso. Por exemplo, os smartphones pessoais são proibidos em ape-nas 19% das empresas, enquanto o acesso to-tal aos recursos corporativos é permitido por 33% das empresas. As pequenas empresas são menos propensas a introduzir restrições. Por exemplo, o uso de portáteis pessoais é permi-tido em quase metade das empresas (48%), enquanto nas grandes empresas o número é de 39%.

Smartphones com maior utilização

O nível de implementação de ferramentas dedicadas a garantir a segurança dos disposi-tivos móveis (Mobile Device Management) ainda é extremamente baixo tanto em peque-nas como em grandes empresas.

Mas não são unicamente os smartphones a porem em xeque a segurança informática da empresa. Uma tendência em alta dentro das organizações é “Traga o seu próprio dispositi-vo” ou “Bring Your Own Device – BYOD”, entre o qual se incluem também PC ou ta-blets.

Resultado cresceu 11%, para 869 milhões de dólares

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TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 29

SAFIRA desenvolve suite específica para mercado africanoComposta por sete soluções, a SUITeasy foi desenvolvida inter-namente pela tecnológica portuguesa e tem como objetivo faci-litar a gestão, automatizar os processos, melhorar a produtividade e potenciar o negócio das organizações que atuam no mercado dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).

McAfee All Access 2013 aumenta proteção para todos os dispositivos A McAfee apresentou melhorias no McAfee All Access um produto que protege todos os dispositivos, sejam PC, Mac, smartphone ou tablet. O produto permite que os consumi-dores monitorizem rápida e facilmente a forma como os dispositivos estão protegidos, que convidem os membros da família a instalar esta proteção nos seus dispositivos e que acedam gratuitamente a apoio técnico premium.

tar na EuropaEstrategicamente, Mark Hurd disse que a

Oracle está a trabalhar em “best of breed” ou seja, em produtos que sejam os melhores da sua categoria. “Em todos os produtos que de-senvolvemos esta vai ser a nossa estratégia.”

Outra vertente da estratégia é pegar nesses tais produtos “best of breed” e integrá-los no Exadata, Exalogic e Exalitics. “Pensem nisto como sistemas a trabalharem de forma conjunta, sintonizados e otimizados”.

A terceira vertente da estratégia é basica-mente assente em Fusion Cloud Applications, que vão estar disponíveis em cloud pública, privada ou nas suas próprias instalações.

A última parte desta estratégia foi defi-nida por Mark Hurd como o investimento

nas indústrias. Retalho, comunicações, setor energético e setor público vão, por exem-plo, ser alvos preferenciais da companhia norte-americana com produtos específicos que lhes serão endereçados. “Temos muita confiança no nosso portfólio de produtos. Quase todos são muito ‘frescos’, muito fo-ram lançados nos últimos 18 a 24 meses e a sua maioria no último ano”.

Outras áreas que serão ainda alvo da es-

tratégia da empresa norte-americana são a mobilidade e o acesso a dados de forma imediata, em qualquer lugar.

O mês passado, a Oracle apresentou no seu Oracle Open Word várias novidades, nomeadamente a ampliação da oferta de serviços em cloud. São sete os novos serviços integrados na cloud e que serão disponibi-lizados no modelo de subscrição: novos ser-viços de plataforma, serviços aplicacionais e serviços sociais. A Oracle Cloud, segundo dados fornecidos pela própria empresa, já possui 10 mil clientes e mais de 25 milhões de utilizadores em todo o mundo.

Outro lançamento foi o Oracle Fusion Tap para iPad. Uma aplicação personalizá-

vel automaticamente e que vem redefinir osníveis de produtividade que os utilizadorespodem alcançar quando estão fora do seuescritório.

Mais uma novidade é que, pela primeiravez, os utilizadores do serviço Oracle Sales& Marketing na nuvem podem escolherentre uma ampla variedade de soluções in-tegradas de outros fornecedores, tendo aoseu alcance serviços contínuos de imple-mentação e desfrutando de uma visão únicados clientes.

Oracle ERP Cloud Service, novas versõesde Oracle Exalogic Elastic Cloud e OracleExalytics In-Memory Machine foram aindaoutras das novidades apresentadas.

Mobilidade e acesso imediato a dados são alvo estratégico

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As novas latas, disponíveis já em novembro no mercado nacional de Horeca (hotéis, restaurantes, bares, cafés e similares) do nosso país nas marcas Coca-Cola, Coca--Cola Zero e Coca-Cola Light, irão diferenciar-se claramente das outras bebidas refrescantes por serem as primeiras, nesta gama de bebidas, a apresentarem este formato exclusi-vo de latas, para além da imagem totalmente renovada.

Conheça as oportunidades do sector agrícola

A agricultura é um dos setores com maior potencial de crescimento.

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MARTA ARAÚ[email protected]

Três monumentos portugueses que são considerados Património da Humanidade vão aparecer nas latas de Coca-Cola. Sendo o seu conteúdo apreciado por milhões, a sua embalagem afirma-se como um dos suportes de comunicação mais eficazes em todo o mundo. O

acordo de protocolo de colaboração entre a marca e Direção-Geral do Património foi já assinado.

Carlos Cruz, diretor comercial da Refrige/Coca-Cola, lembra que “a embalagem de Coca-Cola tem um alcance enorme como veículo de informação. Está presente em todo o país, em mesas de refeição, esplanadas de cafés e locais de con-

vívio” pelo que, sublinha, “enten-demos que, face ao momento que Portugal atravessa, é necessário in-jetar um pouco de otimismo nos portugueses numa altura em que tudo é posto em causa. Despertar o orgulho que sentimos nos nossos monumentos, na nossa cultura e história é o nosso pequeno contri-buto. Levar um pouco mais de fe-

licidade pelo orgulho que sentimos em sermos portugueses”.

Através do formato da embala-gem mais comercializado em Por-tugal – a lata – a Coca-Cola preten-de elogiar a cultura e a história de Portugal, promovendo nas mesas de refeição dos cafés, esplanadas e pontos de convívio do nosso país o que há de mais belo em Portugal.

Coca-Cola promove monumentos e cultura portuguesa

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Luís de Camões na nova campanha do Licor BeirãoO Licor Beirão tem um novo protagonista na sua nova campanha: o poeta Luís de Ca-mões. A personagem será encarnada pelo humorista João Paulo Rodrigues, vencedor

do programa “A tua cara não me é Estranha”. Daniel Redondo, responsável de marca do Licor Beirão explica ser “com o humor que carateriza as nossas campanhas que queremos reforçar a marca como um dos elementos essen-ciais para acompanhar os portugueses durante esta época festiva”.

MARKETING

30 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Inforpress é nova agência de comunicação da Avon

A Inforpress é a nova agência de comunicação da Avon. A gestão da conta fica a cargo do departamento de consumo com o apoio de uma equipa multidisciplinar que englo-ba as áreas de comunicação de con-sumo, comunicação corporativa e comunicação junto da comunidade blogger. O trabalho da agência pas-sa também pela promoção da em-presa e marcas através de ações de marketing e gestão e coordenação de eventos.

“Ao longo de mais de 125 anos, a Avon tem vindo a oferecer às mu-lheres a oportunidade de conquistar independência financeira criando o seu próprio negócio de cosmética. Acreditamos que a comunicação será uma ferramenta chave para o nosso crescimento, posicionamen-to e notoriedade, aproximando-nos das nossas clientes, revendedores e dos media”, refere Susana Pereira, diretora de Marketing da Avon.

Já a country manager da Infor-press, Ana Margarida Ximenes, ex-plica que “a maioria dos consumi-dores tem a Avon em top of mind”.

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Quinta dos Açores chega ao mercado com branding da Santa FéA Santa Fé Associates foi a empresa responsável pelo branding, ambiente e packaging da nova marca Quinta dos Açores, nascida nos Açores. O conceito criativo desenvolvido pela agência parte da trilogia natureza, tradição e inovação, traduzida na identidade e assinatura da marca. “Saber fazer natural” encerra o posicionamento único da Quinta dos Açores: “a união entre a força da natureza e uma enorme vontade de fazer diferente”, explica a agência.

Initiative cria campanha para a Transportadora Aérea AngolanaA Initiative e a Executive Center com a parceria da JCDecaux criaram para a Transportadora Aérea Angolana (TAAG) um mupi especial que simula uma janela de avião que é um espelho, onde a imagem da pessoa se reflete, como se a mesma viajasse a bordo de um avião TAAG. A campanha pretende convencer os familiares da comunidade portuguesa em Luanda e os an-golanos que queiram visitar a sua família no Natal.

MARKETING

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Criatividade no ponto de venda é chave para convencer consumidor

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 31

A par do preço, a criatividade na forma e no conteúdo do marketing aplicado no ponto de venda é essencial para convencer os consumidores. A ideia é defendida por Nuno Saraiva de Ponte, diretor-geral da In-Store Media Portugal. Em entrevista à “Vida Económica”, o responsável desta agência especializada na gestão da publicidade no ponto de venda fala das principais conclusões de um estudo inovador que avaliou o comportamento no ponto de venda em Portugal. MARTA ARAÚ[email protected]

Vida Económica - Quais são as principais conclusões do estudo sobre o comportamen-to do consumidor no ponto de venda?

Nuno Saraiva de Ponte - O estudo que a in-Store Media le-vou a cabo com a TNS e com a Sonae MC trabalhou três verten-tes. A primeira vertente do estu-do passou pelo registo do campo de visão dos consumidores, no seu percurso de compra, através de uma ferramenta denominada Eyecam. Após centenas de horas de visionamento das imagens registadas pelos consumidores,

através de uns óculos com uma microcâmara de filmar incor-porada, a TNS pôde confirmar, com um elevado grau de preci-são, quais os elementos publici-tários que realmente são vistos em loja pelos consumidores, bem como a duração e o momento da visualização.

Neste âmbito, confirma-se, por exemplo, que a campanha da marca Tresemmé que estava colocada em Alarm-Media (pu-blicidade colocada num suporte

específico das antenas de entrada dos hipermercados) foi vista por 100% dos consumidores, que a campanha da Nescafé Galão e do Whisky Cutty Sark, que estavam em Stopper-Media (publicidade colocada num suporte específico nas prateleiras dos hipermerca-dos) foi vista por 83% dos con-sumidores, e que a campanha do Axe, que estava em Floor-Media (publicidade colocada em vinilo autocolante no chão dos hiper-mercados) foi vista por cerca de

20% dos consumidores. Quanto à duração do impacto

publicitário, medido também de forma precisa com o Eyecam, ele varia entre os 3 e os 10 segundos, período relativamente considerá-vel.

A segunda vertente do estudo trabalhou as variáveis que a in--Store Media tem analisado com frequência, que permitem avaliar a qualidade dos suportes ao ní-vel do reforço da notoriedade da marca anunciada e da intenção de compra do produto publicitado. Destaco o incremento do “top of mind” das marcas nas lojas com publicidade (+206%) e da sua notoriedade espontânea (+24%). De referir ainda o aumento da intenção de compra (+91%), que é também estudada pelo impacto real da publicidade em vendas, medido na terceira vertente do nosso estudo.

VE - Quais são as principais diferenças de comportamento, às quais os players não podem/devem ficar indiferentes?

NSP - O shopper é exposto numa loja a 15 000 referências das quais apenas vai levar 12. É também na loja que grande parte das decisões de compra é tomada, até porque será na loja que mui-tas das novidades serão conhe-cidas pela primeira vez. Assim, nenhum player deve descurar a comunicação das suas marcas e

dos seus produtos no ponto de venda, sob pena de perder umdos últimos momentos de comu-nicação e um dos mais eficazes.

VE - Considera que, em Por-tugal, o comportamento “smartdowntrader shopper” está já enraizado?

NPS - Penso que há, de facto, downtrading no consumo, video peso cada vez maior da marca própria, que tem de ser visto àluz deste comportamento, mastambém há um smart downtra-ding ou um smart shopping, namedida em que os consumidores estão sempre abertos a novos pro-dutos e a algo que satisfaça as suas necessidades, ainda que o rendi-mento total se reduza, como severificou e se verificará nos próxi-mos anos. Os consumidores cadavez têm mais informação, pelo que tomam decisões de compracada vez mais inteligentes, pelomenos naquilo que medem comoutilidade. A publicidade no pon-to de venda tem de ser vista à luz dessa racionalidade na compra, edeve ser utilizada para informarou para seduzir o consumidor.

VE - Do seu ponto de vista, que tipo de classe de produtosdeverá investir/inovar mais na comunicação com o consumi-dor no ponto de venda?

NPS - Diria sobretudo que já não é tanto o tipo de produtos que deve investir na comunicação com o consumidor, mas como o devem fazer: o que comunicar, em que formatos e com que cria-tividade. E é aí que ainda residealguma da arte da publicidadeque, não alterando os atributos do produto que comunica, podetransmitir ao consumidor benefí-cios deste superiores ao seu custo, levando a uma compra.

Nuno Saraiva de Ponte, diretor-geral da In-Store Media Portugal, sublinha que “os consumidores cada vez têm mais informação, pelo que tomam de-cisões de compra cada vez mais inteligentes”.

“O shopper é exposto numa loja a 15000 referências das quais apenas vai levar 12”

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Soube, através desta coluna, que po-deria atualizar a renda de um estabele-cimento instalado num imóvel meu mui-to bem localizado que está arrendado desde 1987.

Desde logo enviei carta ao meu in-quilino que já respondeu propondo uma renda muito baixa que nem sequer che-ga ao valor, indicado anteriormente nes-ta coluna de 1/15 do valor do locado nas fi nanças, como renda anual.

Não haverá alternativa à atualização da renda com o referido limite?

Para além da atualização de renda, as alterações legislativas ao NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano) que entraram em vigor em 12.11.2012 vêm possibilitar a transição do contrato para o regime do NRAU que, depois de ocorrida, passará a permitir a aplicação das normas deste regime a este tipo de contratos mais antigos e aos quais se têm aplicado normas transitórias.

Quando se fala em contratos mais antigos, pretende-se referir os arrendamentos habitacionais anteriores a 19.10.1990, data em que entrou em vigor o RAU (Regime de Arrendamento Urbano) e os arrendamentos não habitacionais celebrados antes da entrada em vigor do DL 257/95, que ocorreu em 05.10.1995, como é o caso do contrato do leitor que é de 1987.

No caso em análise, em que o senhorio já recebeu resposta do inquilino, cabe agora ao leitor responder ao arrendatário, também no prazo de 30 dias contados da receção da resposta daquele, dizendo se aceita ou não a proposta, pois a falta de resposta do senhorio vale como aceitação da renda, bem como do

tipo e duração do contrato propostos pelo arrendatário.

Se o leitor não responder, ou se aceitar o valor da renda proposto, o contrato fi ca submetido ao NRAU, a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao da receção da comunicação pelo arrendatário ou do termo do prazo previsto para o efeito, de acordo com o tipo e a duração acordados. No silêncio das partes acerca do tipo ou da duração do contrato, como parece ser o presente caso em que nada é indicado sobre tais itens, este considera-se celebrado com prazo certo, pelo período de cinco anos.

Se o leitor não aceitar o valor da renda proposto pelo arrendatário, nem pretender aplicar o limite de atualização previsto legalmente, de 1/15 do valor do locado como renda anual, poderá, na sua resposta, denunciar o contrato de arrendamento, mediante o pagamento ao arrendatário de uma indemnização equivalente a cinco anos de renda resultante do valor médio das propostas formuladas pelo senhorio e pelo arrendatário.

A indemnização em questão, que só será paga no momento da entrega do locado, poderá ser agravada para o dobro ou em 50% se a renda oferecida pelo arrendatário não for inferior à proposta pelo senhorio em mais de 10% ou 20%, respetivamente.

Se o leitor optar pela denúncia, esta produzirá efeitos no prazo de seis meses a contar da comunicação da mesma e o arrendatário será obrigado a desocupar o imóvel e entregá-lo ao senhorio no prazo de 30 dias, vigorando, entretanto a renda antiga ou a proposta pelo arrendatário, consoante a que for mais elevada.

ENQUADRAMENTO: Os aspetos financeiros encontram-se subjacentes

a toda a atividade empresarial. Por tal fato, o conhecimento do impacto das decisões quotidianas sobre os resultados globais da empresa é de extrema importância.

OBJETIVOS:

contabilísticos e financeiros básicos

dia a dia

resultados globais da empresa

cultura financeira indispensável a todos os elementos com responsabilidades numa empresa.

PROGRAMA:

significativos

uma empresa

das empresas

Formador:

LISBOA 17 e 18 Dezembro

Preços*: Público Geral: G 120

G 90 *+ IVA

Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Vida Económica – Patricia Flores

E-mail: [email protected]

Panrico vende negócio das bolachas à Nutrexpa A Panrico chegou a acordo com a Nutrexpa para a venda do seu negócio de bolachas. O processo durou mais de cinco meses e participaram mais de 10 em-presas na sua fase fi nal. A operação, que está pendente de aprovação da Autoridade da Concorrência, in clui a totalidade dos ativos de bolachas Artiach.

EM FOCO

32 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

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Atualização extraordinária da rendaem arrendamento não habitacional

— denúncia do contrato pelo senhorio

PROPRIEDADE HORIZONTAL

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Estimar as suas vendas futuras pode não ser assim tão difícil.Existem duas realidades que o podem ajudar: o passado e o presente. Analise a informação de cada um dos períodos. Avalie como o passado e o presente afetam os seus potenciais clientes e como estes utilizam o seu produto ou serviço.

A informação, quando compreendida, ajudá-lo-á a prever o futuro. Aqui vão algumas sugestões para o ajudar a prever melhor o seu futuro…

Estude o passado. O passado pode conter aspetos difíceis. É, precisamente, aí que pode encontrar as vivências que lhe darão o saber-fazer e a experiência para lidar com o presente e com o futuro.

O sucesso e o fracasso possuem raízes comuns. A sua função é a de juntar informação histórica para que possa compreender qual a melhor forma de transmitir aos seus potenciais clientes como os pode ou vai poder ajudar e quais as capacidades presentes e futuras da sua empresa.

Conhecer o passado dar-lhe-á vantagem para compreender o presente e criar uma perspetiva sobre o futuro.

Oriente o seu estudo do passado de forma a compreender quais as necessidades originais dos seus clientes, como e porque é que eles lhe compraram, quais foram as razões que estiveram subjacentes e como foram tomadas as

decisões e, por fi m, quais os problemas que estiveram envolvidos e como foram resolvidos.

Pergunte aos seus clientes quais as perspetivas para o futuro. Vai verifi car que eles adoram falar sobre os seus planos e sonhos. Assim, mesmo que você não consiga projetar a mente deles para o futuro, eles fazem isso por si, à medida que vão falando.

O passado é importante. O presente é mais importante. O futuro é o mais importante (porque é para lá que tem que dirigir o seu negócio). O empresário tem que conhecer qual a direção que os seus clientes querem tomar – a visão deles – para que você também possa alinhar a sua

empresa nessa direção, e se tornar parte dessa visão.

Pergunte aos seus clientes quais são os seus planos para o futuro e que necessidades irão encontrar. A sua empresa está preparada para os ajudar a alcançar os planos deles?

Pergunte aos seus clientes que mudanças anteveem, tendências sectoriais e que impacto vão produzir. Que impacto produzirão essas mudanças no seu negócio?

Quando apropriado, partilhe com os seus clientes alguns planos da sua empresa. Demonstre-lhes como é que isso os vai ajudar.

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.quantumcrescimentonegocios.com

Como estimar as suas vendas futuras?

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“O mercado do arrendamento está es-tagnado com 700 mil imóveis arrendados, dos quais cerca de 30% são contratos an-tigos” – afirmou Tiago Gali Macedo na abertura da conferência promovida pela Vida Económica, com o apoio da GMA e da ANJE.

A iniciativa reuniu uma centena de par-ticipantes na sede da ANJE proporcio-nando o esclarecimento e debate sobre as alterações introduzidas pelo novo regime.

Os jovens estão cada vez menos no mer-

cado de arrendamento – lamentou Tiago Gali Macedo. Tem havido uma forte pro-teção do arrendatário e falhas no sistema que estimulam o incumprimento dos con-tratos e o não pagamento das rendas.

A nova reforma do arrendamento vai in-troduzir alterações profundas – considerou Gravato Morais. O professor da Univer-sidade do Minho recordou que a reforma anterior, aprovada em 2006 pelo Governo de José Sócrates, se revelou burocrática e de difícil execução.

CONFERÊNCIA VIDA ECONÓMICA/GMA ANALISA NOVO REGIME LEGAL

Reforma do arrendamento pode o mercado imobiliário

Sotecnisol conclui reabilitação do Reservatório dos Olivais da EpalA Sotecnisol Engenharia acabou de concluir a reabilitação da célula I do Reservatório de Água dos Olivais, proprieda-de da EPAL, SA. Esta intervenção, cujo valor ronda os 300 mil euros, teve como objetivo a redução das perdas de água e o prolongamento da vida útil deste reservatório.

Poças Vintage 2009 na 20ª posição do Top 100 da “Wine Spectator”O vinho do Porto Vintage 2009 da Poças foi classificado em 20º lugar no Top 100 da conceituada revista “Wine Spectator”. O Vintage 2009 obteve 95 pon-tos, o que lhe permite integrar em posição destacada o mais influente ranking de vinhos mundial, onde além, da Poças, figura apenas mais um vinho portu-guês.

EM FOCO

34 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

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A atual reforma pretende ser mais libe-ral, chegando a ser radical, mas o impac-to nas mudanças é atenuado pelo regime transitório e pelas exceções que contem-pla.

A atualização assenta na negociação en-tre senhorio e inquilino. Sendo pedido um valor elevado de renda, o inquilino tem a possibilidade de optar pela rescisão, que é calculada sobre o montante de renda pro-posto pelo senhorio. Na falta de acordo, o valor anual de renda corresponde a 1/15 do valor patrimonial do imóvel.

Despejos agilizados

Uma das novidades da reforma do ar-rendamento está na agilização dos despejos for falta de pagamento de rendas. Confor-me explicou Ana Sofia Oliveira, advogada da sociedade Gali Macedo e Associados, a nova lei prevê a criação do Balcão de Ar-rendamento que pretende seguir a forma de funcionamento da Secretaria-Geral das Injunções, reduzindo a intervenção do tri-bunal e acelerando os prazos de tramitação dos processos.

Taxa liberatória é medida favorável

“Se o inquilino não se opuser à execu-ção, o despejo é feito sem intervenção ju-dicial” – referiu Ana Sofia Oliveira.

“Não era possível agilizar o arrendamen-to sem ser criada uma taxa liberatória para as rendas” – afirmou Andreia Júnior, advo-gada da Gali Macedo e Associados. Segun-do referiu, a taxa liberatória de 28% que se

Gravato Morais, Tiago Gali Macedo, João Luís de Sousa, Andreia Júnior e Ana Sofia Oliveira.

“As Caixas Agrícolas têm uma atitude personalista e são

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dinamizar

Startup Lisboa Commerce abre portasLisboa tem uma nova incubadora dedicada exclusivamente aos setores do comércio e turismo. Dá pelo nome de Startup Lisboa Commerce e nasce de uma parceria entre o Municí-pio de Lisboa, a União de Associações de Comércio e Serviços (UACS), o Montepio, o IAPMEI e a Sage.

EM FOCO

exemplo de banca do nosso país”, sublinha Francisco Silva, presidente da FENACAM.

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 35

equipara à tributação dos rendimentos de capitais que vinha sendo pedida ao longo do tempo.

Entretanto, o OE para 2013 contempla várias alterações fiscais com incidência no

arrendamento. A taxa de retenção na fonte subiu de 16,5% para 25%. Entretanto, as perdas com rendimentos prediais podem ser reportadas no rendimento dos cinco anos seguintes.

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Está em cima da mesa a discussão do papel do Estado. O Estado existe para servir os cidadãos e estes têm que se rever na capacidade positiva deste de legitimar uma relação de confi ança essencial. Quando David Osborne nos fala da crescente oportunidade e necessidade de recolocar na agenda o “reinventing the government”, está claramente a colocar a tónica num dos elementos centrais da modernidade competitiva das nações. Importa mais do que nunca reposicionar o Estado como “pivot” central da organização, monitorização e funcionamento adequado da nossa sociedade e fazer com que os cidadãos se sintam perfeitamente legitimados numa relação de confi ança validada por um novo contrato social.

A reinvenção estratégica do Estado, enquanto “plataforma de centralidade” onde convergem as dinâmicas de qualifi cação dos diferentes atores sociais,

ganhou hoje um paradigma que não se pode cingir às especifi cações operativas de mecanismos mais ou menos necessários de Governo eletrónico ou de ajustamentos organizacionais adequados a determinados posicionamentos conjunturais de orgânica interna. Se é importante, como Francis Fukuyama não para de reiterar, a evidência da capacidade da sociedade civil protagonizar dinâmicas de liderança nos processos de mudança, não menos verdade é que compete ao Estado modelar a dimensão estratégica dessa mudança.

Há que fazer por isso opções. Opções claras em termos operacionais no sentido de agilizar a máquina processual e através dos mecanismos da efi ciência e produtividade garantir estabilidade e confi ança em todos os que sustentam o tecido social. Opções claras em torno dum modelo objetivo de compromisso entre governação

qualifi cada central, geradora de dimensão estabilizadora e indução de riqueza territorial através da participação inovadora dos atores sociais. Opções assumidas na capacidade de projetar no futuro uma lógica de intervenção do Estado que não se cinja ao papel clássico, “dejá-vu”, de correção “in extremis” das defi ciências endémicas do sistema mas saiba com inteligência criativa fazer emergir, com articulação e cooperação, mecanismos auto-sustentados de correção dos desequilíbrios que vão surgindo.

Mais do que nunca se impõe neste tempo complexo um novo Estado, capaz de projetar no país uma dinâmica de procura permanente da criação de valor e aposta na criatividade. Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem é capaz de antecipar as expectativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, o novo Estado não pode demorar. Tem que se

assumir como ator “perturbador” do sistema, induzindo na sociedade e na economia um capital de exigência e de inovação que lhe conferirá um desejado estatuto de centralidade e sobretudo de inequívoca liderança no processo de mudança em curso.

Um novo Estado é um desafi o à capacidade de mudança de Portugal. Porque o novo Estado é um percurso possível decisivo na nossa matriz social, o sucesso com que conseguir assumir este novo desafi o que tem pela frente será também em grande medida o sucesso com que o país será capaz de enfrentar os exigentes compromissos da globalização e do conhecimento. O novo Estado tem que assumir dimensão global ao nível da geração de conhecimento, valor, mas também de imposição de padrões sociais e culturais. O novo Estado tem que ser o grande ator da mudança que se quer para Portugal.

36 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

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IMPÕE-SE UM CONTRATO DE CONFIANÇA QUE MOBILIZE A SOCIEDADE CIVIL PARA O FUTURO

Compromisso para um novo Estado

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Conhecimento

EM FOCO

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As transferências bancárias pelo canal online têm vindo a baixar de preço, mas a ausência de custos ainda não é generalizada nos bancos portugueses. Das 10 entidades analisadas pela “Vida Económica”, metade cobra comissões pelas transferências para outros bancos. Apenas na ATM há isenções na totalidade das instituições.AQUILES [email protected]

O netbanking é, hoje, in-contornável no contacto entre bancos e clientes, que recorrem àquele canal para efetuar várias operações, entre as quais trans-ferências. O preço destas opera-ções através da Internet é cada vez mais baixo, mas a ausência de custos ainda não é uma prá-tica corrente nos bancos portu-gueses. Com efeito, cinco dos dez preçários de outras tantas instituições financeiras anali-

sadas pela “Vida Económica” preveem cobrança de comissões para a transferência que simulá-mos (transferência interbancária de 500 euros, feita por cliente particular).

Em termos de custos asso-ciadas a transferências, o ne-

tbanking está entre as ATM (nenhum dos bancos analisados cobra comissões quando o clien-te escolhe a caixa Multibanco) e o balcão. Esta revela-se a opção mais cara, numa clara tentativa de desincentivar a escolha da-quele canal para efetuar a ope-ração.

Voltando às transferências bancárias online, das institui-ções cujos preçários analisá-mos, BPI, BES, Caixa Geral de Depósitos, Banif e Crédito Agrícola não cobram qualquer valor. Pelo contrário, há lugar ao pagamento de comissões no Santander Totta (um euro), Montepio (um euro), Millen-nium bcp (0,96 euros), Banco Popular (0,90 euros) e Barclays (0,50 euros).

Importa, no entanto, tal como na generalidade dos produtos bancários, contactar o gestor de conta para obter informações mais detalhadas, pois há bancos com contas mais direcionadas para este canal. O Montepio, por exemplo, prevê isenção de custos com transferências nas contas de serviços mínimos ban-cários, assim como nas soluções Montepio Consigo, Montepio Valor e Montepio Viva.

Balcão com custo mínimo de três euros

Em relação ao custo das trans-ferências ao balcão, o valor mais baixo entre as instituições finan-ceiras que a “Vida Económica” analisou é o de Banco Popular e Barclays, ambos com três eu-ros. Seguem-se BPI (3,30 eu-ros), Millennium bcp (3,85 eu-ros), Montepio (quatro euros),

BES (cinco euros), Banif (cincoeuros), Crédito Agrícola (5,20 euros) e Santander Totta (5,44 euros). A Caixa Geral de Depó-sitos adota um preçário diferen-te, pois cobra 1% por transfe-rência solicitada ao balcão, comum mínimo 3,40 euros e um máximo de 7,02 euros. De notar que a todos os valores cobradoshá a acrescentar imposto de selo à taxa de 4%.

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 37

“VIDA ECONÓMICA” ANALISOU PREÇÁRIOS DE 10 BANCOS E SÓ CINCO ISENTAM CUSTOS

Transferências online gratuitas não são prática generalizada

Cinco dos 10 bancos analisados pela “Vida Económica” cobram comissões pelas transferências interbancárias online.

MERCADOS

PSI-20 (28.11) 5223,00

-1,51% Var. Semana

-4,94% Var. 2012

Dow Jones 28/Nov .....12952,13

Var Sem ................................1,28% Var 2012 ................................6,01%

Nasdaq 28/Nov ...........2978,395

Var Sem ................................ 2,11% Var 2012 ..............................14,33%

IBEX 35 28/Nov ............. 7837,60

Var Sem ................................0,41% Var 2012 ...............................-8,51%

DAX 28/Nov ..................7343,41

Var Sem ................................2,21% Var 2012 ..............................24,50%

CAC40 28/Nov ...............3515,19

Var Sem ................................1,09% Var 2012 .............................. 11,25%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

5150

5200

5250

5300

5350

22 Nov 23 Nov 26 Nov 27 Nov 28 Nov

Banca direta também cobra

Mesmo a banca direta, que tem no netbanking e no mobile banking (através de smartphones e tablets) uma plataforma privilegiada de contacto com os clientes, não faz o pleno da ausência de cobrança de transferências interbancárias online. A “Vida Económica” analisou os preçários de ActivoBank, Best e BIG e se os dois primeiros não cobram comissões por transferências online, o terceiro prevê uma cobrança de 0,50 euros. Já no ATM, há isenção nos três bancos.Em relação às ordens de transferências interbancárias feitas ao balcão, as comissões são de 3,37 euros ActivoBank, de 4,5 euros no Best e atingem o valor de 10 euros no BIG. Recorde-se que, tal como na banca tradicional, também aqui aos valores cobrados há a acrescentar 4% de imposto de selo.

BIG também cobra comissão

Instituição Balcão E-banking ATM

ActivoBank J 3,37 Isento Isento

Best Isento Isento Isento

BIG J 10 J 0,50 Isento

Obs 1. A transferência VE é interbancária, de J500 e feita por cliente particularObs 2. A todos os valores indicados acrescem 4% de imposto de seloFonte: Preçarios dos bancos

Caixas ATM isentas em todos os bancos

Instituição Balcão E-banking ATM

BES J 5 isento isento

Banco Popular J 3 J 0,90 isento

Banif J 5 isento isento

Barclays J 3 J 0,50 isento

BPI J 3,30 isento isento

CGD 1% (min. J 3,40 - máx. J 7,02) isento isento

Crédito Agrícola J 5,20 isento isento

Millennium bcp J 3,85 J 0,96 isento

Montepio J 4 J 1 isento*

Santander Totta J 5,44 J 1 isento

Obs 1. A transferência VE é interbancária, de J 500 e feita por cliente par-ticular.Obs 2. A todos os valores indicados acrescem 4% de imposto de selo*o Montepio não apresenta valores para ATM, mas para Chave24Fonte: Preçários dos bancos.

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0,88% Var. Semana -0,004% Var. Semana -1,80% Var. Semana

-0,15% Var. 2012 -0,877% Var. 2012 1,38% Var. 2012

Euro/Libra 28/Nov ....0,8085

Var Sem ........................ -0,48% Var 2012 .........................3,08%

Euro/Iene 28/Nov .105,9830

Var Sem ........................ -0,20% Var 2012 ........................ -5,96%

Euribor 3M 28/Nov ...0,1880

Var Abs Sem .................. -0,002 Var 2012 ..........................-0,813

Euribor 1Y 28/Nov ....0,5780

Var Abs Sem .................. -0,003 Var 2012 ......................... -0,926

Ouro 28/Nov......... 1720,05

Var Sem ..................... -0,56% Var 2012 ...................... 9,13%

Prata 28/Nov ............33,66

Var Sem ...................... 1,15% Var 2012 .................... 19,42%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (28.11) 1,2942 EURIBOR 6M (28.11) 0,3470 PETRÓLEO BRENT (28.11) 108,91

1,28

1,285

1,29

1,295

1,3

22 Nov 23 Nov 26 Nov 27 Nov 28 Nov0,344

0,346

0,348

0,35

0,352

22 Nov 23 Nov 26 Nov 27 Nov 28 Nov107108109110111112

22 Nov 23 Nov 26 Nov 27 Nov 28 Nov

MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Depois do primeiro perdão, eis que surge o segundo: a Grécia beneficiará agora de uma redução dos juros que paga aos seus credores da zona euro, beneficiará também de um alargamento dos prazos de reembolso da dívida contraída junto desses mesmos credores e, ainda, a cereja em cima do bolo, obterá um período de carência de dez anos durante os quais não pagará os tais juros. Em suma, depois do “haircut”, o reescalonamento. Segue-se Portugal, embora no nosso caso vá ser ao contrário: primeiro o reescalonamento, e um dia, quem sabe, talvez mesmo um “haircut”. Enfim, a História repete-se.

Este segundo perdão de dívida à Grécia representa o incumprimento na modalidade suave da coisa. Depois da versão “hardcore”, oferecida há meses pelo Tesouro grego aos seus credores privados, sucede-se uma versão mais levezinha dirigida aos seus credores públicos. A realidade venceu a retórica, e dentro de meses seguir-se-á nova derrota da retórica perante a realidade, pois a Grécia vai necessitar de um terceiro resgate ou de um terceiro perdão. Quanto a Portugal, há que aproveitar a boleia do reescalonamento grego, pedindo o mesmo

tratamento, reescalonando a nossa dívida pública, como aliás aqui tenho defendido desde há meses. Assumindo critérios iguais, e só na moratória dos juros durante dez anos (às taxas de hoje), Portugal poderia poupar perto de 1000 milhões de euros por ano. É dinheiro, e representaria uma redução do serviço da dívida em 2013 superior a 10% do valor que está orçamentado para essa rubrica. Será, pois, um atentado de lesa-pátria se o Governo não actuar decisivamente no sentido de agarrar esta oportunidade. Felizmente, o nosso ministro das Finanças já deu a entender que vai mesmo procurar agarrá-la.

Lentamente, não obstante a recessão europeia, as condições externas parecem estar novamente a melhorar. E a troika parece estar a despertar. Por um lado, o Governo português parece perto de conseguir a taxa especial de IRC de 10% para novos investimentos. Por outro lado, a troika, em particular o Fundo Monetário Internacional (FMI), quem mais pressionou para este novo perdão grego, dá sinais de se ter vergado às evidências: o plano em curso, sendo necessário a fim de expurgar

os excessos do passado recente, não chega. Mais: o FMI dá sinais de ter entendido que também os credores, e não apenas os devedores, terão de sofrer. Só não entendeu ainda que nem a sua organização escapará incólume! Mas, enfim, essas já serão contas de outro rosado, e estaria a adiantar-me no tempo se perdesse muito tempo com o assunto. O que interessa nesta história é que a História se repete, e que as crises creditícias, ultrapassado um certo ponto crítico, como tem sucedido nesta crise das dívidas soberanas, se resolvem com incumprimento nominal (“haircut”) ou real (reescalonamento). Ponto final.

Isto dito, os desafios em Portugal permanecem imensos, e na Grécia mais ainda. De resto, quanto à Grécia, continuo a acreditar que acabará mesmo por abandonar o euro. Em todo o caso, e no que diz respeito a Portugal, todas as medidas que fomentarem o investimento, como a medida do IRC e a redução do fardo creditício, como a moratória de juros e o alargamento dos prazos, serão bem- -vindas e constituirão elementos decisivos na eventual recuperação do País. Poderão

revelar-se insuficientes, porém, ainda assim, serão necessários à reanimação da esperança que nos vai faltando, uma desesperança que se intensificará no final de Janeiro quando os cidadãos receberem os seus (novos e reduzidos) salários. Não existindo margem para erro, é na identificação correcta dos problemas e na adopção dos respectivos estímulos que residirá a frágil fronteira que nos separa do abismo declarado e oficial. Neste sentido, continuam a faltar as medidas que estimulem a poupança. Sobretudo a poupança que, satisfeitas as necessidades básicas de consumo, possa ser destinada ao investimento produtivo no nosso País, criando emprego em terras portuguesas. É, aliás, neste domínio que, assumindo a manutenção de algum bom senso que a troika parece ter agora descoberto, reside a maior interrogação de todas: como fazer da economia portuguesa uma economia plena de oportunidades? Sim, é uma grande interrogação, porque, convenhamos, só a taxa especial de IRC, não obstante constituir um passo na direcção certa, não chegará certamente.POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Numa altura em que instrumentos financeiros populares como as acções e os fundos de investimento oferecem rentabilidades baixas, muitas pessoas procuram novas soluções de investimento. Os aforradores conseguem obter rendimentos mais atractivos ao diversificar a carteira de investimento com diferentes classes de activos e instrumentos financeiros.

As matérias-primas são um exemplo duma classe de activos que está num movimento ascendente de longo prazo, “bullmarket”. A procura por metais preciosos como o ouro e a prata deve-se à pressão inflacionista exercida pelas políticas monetárias de vários bancos centrais. Mercadorias agrícolas como a soja e o açúcar têm subido graças às compras de países emergentes como a China e o Brasil.

Recentemente, generalizou-se a negociação de instrumentos como os contratos por diferença (CFD), que permitem beneficiar

da queda das acções e dos índices accionistas ao receber a diferença entre o preço de abertura e o preço de fecho da posição. Além disso, os contratos por diferença são negociados em margem, isto é, o investidor apenas precisa de dispor duma pequena parte da exposição total no mercado. O efeito da alavancagem permite investir com pouco capital, libertando fundos para novos investimentos.

Num contexto de procura por rentabilidades superiores, a formação é crucial para poder adquirir conhecimentos sólidos e novos hábitos financeiros. Compreender o funcionamento dos vários instrumentos e as tendências dos mercados financeiros e gerir riscos com prudência contribui decisivamente para melhorar o resultado dos investimentos.

Para prever a evolução dos activos, é fundamental conhecer os princípios da análise técnica, que estuda o movimento dos preços com

base nos gráficos. Aborda também os padrões repetitivos de preço que reflectem o comportamento humano. A análise técnica remonta ao século XVIII, no Japão, quando um comerciante de arroz defendeu que sem conhecer os gráficos ninguém conseguia ter lucro na negociação.

A análise técnica baseia-se em três princípios: 1) o preço desconta tudo, incorporando todas as notícias sobre apresentações de resultados empresariais, intempéries, alterações nas taxas de juro ou mudanças governamentais; 2) o preço move-se em tendências, isto é, o preço segue maioritariamente uma tendência principal, que devemos respeitar; 3) a história tende a repetir-se, ou seja, a reacção humana aos acontecimentos repete-se frequentemente, levando a padrões gráficos semelhantes aos que foram registados no passado. Ao compreender e obedecer a estes princípios, o

desempenho do investidor vai melhorar.

No entanto, é preciso formar os investidores não só quando começam a transaccionar mas também quando precisam de aprender estratégias de negociação mais sofisticadas. Os conhecimentos introdutórios e, depois, as técnicas mais complexas podem ser transmitidos através de manuais, de vídeos, de glossários, de cursos presenciais e sobretudo de seminários online. Com efeito, os seminários transmitidos pela internet são eficazes, uma vez que permitem aos espectadores ver o terminal do orador, interagir com ele e esclarecer dúvidas.

Assim, a educação inicial reforçada pelo acompanhamento permanente à negociação permite retirar rendimento adicional de investimentos alternativos como as matérias-primas e de instrumentos financeiros como os contratos por diferença.A PEDIDO DO AUTOR, ESTE TEXTO SEGUE A ANTIGA ORTOGRAFIA

A oportunidade

Formar investidores para uma nova realidade financeira

EspeculaçãoRICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

STEVEN SANTOSaccount manager da XTB Portugal

Competição

europeia premeia

revista Montepio

A revista Montepio foi distinguida no Grand Prix 2012 da FEIEA – Federa-tion of European Business Communica-tors Associations, conquistando dois ga-lardões. A revista é editada pela entidade em parceria com a editora Plot Content Agency.

Os prémios surgem depois de, em Maio, a revista ter sido distinguida pela SPD – Society of Publications Designers como uma das seis melhores publicações do mundo na categoria de redesign. Desta feita, mereceu distinções no Grand Prix 2012 da FEIEA, em especial nas categorias “Best internal magazine/news-magazine” e “Best front cover on an internal publica-tion”.

“Alinhados com melhores práticas”

“A participação no Grand Prix da FEIEA, competição europeia, permitiu-nos avaliar o trabalho que realizamos e confirmar, uma vez mais, que estamos alinhados com as melhores práticas comunicacionais”, considera a diretora de comunicação ins-titucional do Montepio, Rita Branco. Na cerimónia de entrega de prémios, realizada em Zurique, foram distinguidos os melho-res trabalhos, entre 103 projetos a concur-so, oriundos de 11 países e de empresas como a Siemens Portugal, EDP, Grupo CH, Zurich, Crédit Suisse, ING Insuran-ce, Centrica Energy e Mercator.

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Carlos Costa admite que Portugal vive crise de créditoO país vive uma crise de crédito que “exige uma solução urgente”, afirma o governador do Banco de Portugal, num documento a que o jornal “i” teve acesso e que noticiou esta semana. “Os desafios atuais para o desenvolvimento da economia portuguesa requerem ação decidida e políticas públicas urgentes para fechar as falhas de financiamento e resolver a crise de crédito imposta sobre o investi-mento produtivo”, refere Carlos Costa.

Presidente da APB vê com bons olhos alargamento do empréstimo Faria de Oliveira vê com bons olhos um eventual alargamento do empréstimo a Portugal em moldes semelhantes ao concedido à Grécia pelo FMI, após negociações com o Eurogrupo, embora defenda a manutenção das metas de execução do programa. “Quando for o momen-to adequado, o alargamento do prazo dos financiamentos seria muito positivo para Portugal”, disse o presidente da Associação Portuguesa de Bancos.

MERCADOS

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SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 39

A apresentação do livro “Dividendos e Recompra de Ações – da Teoria à Prática”, da autoria de Jorge Farinha e Miguel Soro, levou, na última sexta-feira (dia 23), cerca de centena e meia de pessoas à Porto Bu-siness School, lotando o auditório daquela escola de negócios. Os presentes puderam ouvir os autores, bem como o economista Daniel Bessa, também presente na apre-sentação da obra editada pelo grupo Vida Económica.

O livro vai, agora, ser apresentado em Lisboa, no ISEG, na próxima terça-feira (dia 4). Marcado para as 18.30, o evento vai contar com a presença de Ricardo Sal-gado, CEO do BES, que assina o prefácio, e João Duque, presidente do ISEG.

No prefácio do “Dividendos e Recompra de Ações – da Teoria à Prática”, Ricardo Salgado deixa rasgados elogios aos autores.

“Tiveram a preocupação de identificar as condicionantes que devem ser tomadas em consideração na definição de uma política de dividendos, assente num algoritmo dis-ponível através de software customizado. Trata-se, portanto, de uma obra excelente que utilizou uma ampla e consistente bi-bliografia e que não ficou apenas no domí-

nio científico, tendo aplicação imediata”, refere o CEO do BES.

Descrição do tema

Esta obra apresenta as bases conceituais a as práticas das empresas e mercados de capi-tais em relação à definição e implementação de políticas de dividendos e de recompra de ações. Para além de uma descrição exaustiva dos vários formatos que os dividendos po-dem assumir, do padrão internacional das políticas de distribuição de resultados e da sua evolução histórica até aos nossos dias, os autores passam detalhadamente em revista as principais teorias e conclusões de estudos empíricos existentes sobre essa temática. Os processos de recompra de ações são aborda-dos na mesma perspetiva, encarados como uma alternativa aos dividendos que têm vindo a assumir uma importância crescente a nível internacional.

O livro termina com um conjunto de reflexões sobre a evolução futura dos di-videndos, nomeadamente no seio da atual crise financeira, e com a apresentação de um algoritmo prático de auxílio ao proces-

so de determinação, por parte dos gestores de empresas, de uma política de dividen-dos realista, sustentável e com valor acres-centado. Jorge Farinha é vice-presidente da direção da Porto Business School e Miguel Soro é diretor no BES, no segmento das PME.

APRESENTAÇÃO EM LISBOA MARCADA PARA TERÇA-FEIRA

“Dividendos e Recompra de Ações” encheu auditório da Porto Business School

Daniel Bessa, Jorge Farinha, Miguel Soro e Nuno de Sousa Pereira (Porto Business School).

O auditório da Porto Business School ficou lotado.

Simulador online de dividendos

O livro “Dividendos e Recompra de Ações – da Teoria à Prática” tem um site dedicado no portal da loja online do grupo editorial Vida Económica. Disponível em www.evida-store.pt/dividendos/, o site disponibiliza várias informações, sobre a obra de Jorge Farinha e Miguel Soro, a editora e o tema do dividendos. O destaque vai, no entanto, para uma área, reservada a quem compra o livro (o que pode, também, ser feito online), de simulação de dividendos. Colocando as características da empresa que pretende distribuir dividendos, o visitante é aconselhado sobre a melhor forma de o fazer (e se o deve fazer de todo).

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TERESA [email protected]

O Governo quer ver reduzidas as despesas dos consumidores com serviços bancários, particularmen-te dos mais endividados. Para tal, o secretário de Estado adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, Almeida Henriques, as-sinou esta semana, em Lisboa, em nome do Executivo, um protoco-lo com o Banco de Portugal e seis instituições de crédito aderentes ao regime jurídico dos Serviços Mínimos Bancários.

Instituído pelo Decreto-Lei 225/2012, de 17 de Outubro, este regime abrange os bancos BPI, Millenium BCP, Banco Es-pírito Santo, Santander Totta, Montepio e Caixa Geral de De-

pósitos, sendo aplicável a todos os clientes bancários. São, con-tudo, considerados “destinatários preferenciais” os consumidores tidos como mais vulneráveis, no-meadamente de menores recur-sos económicos, idosos e endivi-dados, detentores de uma única conta à ordem, num único ban-co, sem qualquer cartão de crédi-to associado.

O regime dos Serviços Míni-mos Bancários estabelece um li-mite na cobrança de custos, taxas ou encargos dos serviços bancá-rios, não podendo ser cobrados valores que, anualmente e no seu conjunto, representem mais de 1% do valor referente ao salário mínimo nacional, ou seja, cerca de cinco euros por ano.

Estão ainda englobados neste conceito a constituição, manu-tenção e gestão de conta de de-pósito à ordem, a titularidade de cartão de débito, o acesso à movi-mentação da conta através de cai-xas automáticas, homebanking e balcões, operações de depósito, levantamento, pagamento de bens e serviços, débito direto e transferências intrabancárias na-cionais.

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Não pretendo neste artigo anunciar um evento de verão com bandas como Black Sabbath, Iron Maiden, Deep Purple (ou o que resta delas)... Nem a próxima actuação dos inspirados iBlaze que vão mantendo o espírito ‘heavy metal’ bem vivo no panorama musical do nosso país.

Falemos sim de metais base (não ferrosos), como o alumínio, o níquel, o estanho, o cobre, o chumbo e o zinco, que já são cotados na London Metal Exchange (LME) há vários anos, beneficiando assim de um mercado financeiro muito desenvolvido. Em 2008, também o aço passou a estar cotado em Londres, e mais recentemente o cobalto seguiu o passo dos outros metais.

Aqui, o alumínio ganha claro destaque, pois além de representar 8% da crosta terrestre (só ultrapassado pelo oxigénio e pelo silício) dispõe de preços cotados na LME desde 1978, servindo esta bolsa como principal referência para as empresas produtoras/consumidoras deste metal. Nem sempre foi assim, pois nos primeiros anos os principais produtores mundiais manifestaram alguma relutância em alterar o método utilizado

até então (baseado em preços históricos), mas, com o decorrer do tempo, o preço transparente e líquido em bolsa venceu os participantes mais tradicionais.

Dadas as suas características (bom condutor de calor e eletricidade, resistente à corrosão, metal não tóxico, etc.), o alumínio é presença comum em diversos bens duráveis. Este metal é utilizado na indústria aeronáutica e na automobilística (o alumínio começa a substituir o ferro, trazendo com isso benefícios na redução de emissões de CO2), e ainda na construção e em alguns sectores alimentares.

Com estes fatores, é notório que o preço do alumínio está condicionado pelo ambiente económico mundial, o mesmo acontecendo com o preço do níquel, do cobre e do zinco. A queda destes preços em 2012 reflete a pouca procura neste momento de abrandamento económico, mas também a elevada oferta física destes metais (são frequentes as notícias sobre a elevada acumulação de alumínio em armazéns asiáticos, europeus e também americanos), tendo recentemente a LME lançado uma proposta que visa reduzir as dificuldades no escoamento físico destas matérias-primas.

No entanto, esta queda pode ter sido suavizada por novos dados económicos fortes por parte da China, e também por alguns rumores que indicam uma eventual disponibilidade do Governo deste país para acumular cobre como parte das suas reservas estatais.

Ainda neste país, é de salientar a prática comum de obtenção de financiamentos à importação (concedidos em USD) através da utilização do cobre como colateral, dadas as taxas de juro mais atrativas, a valorização recente do yuan e a menor dificuldade na obtenção deste crédito (principalmente, para as pequenas empresas) comparativamente a um empréstimo bancário.

Neste panorama, quando os preços parecem suportados pelos diversos interesses da China (responsável por quase metade da produção mundial de aço e de alumínio), os nossos analistas estimam que os preços em dólares dos metais base poderão valorizar, em média, entre 35% e 40% nos próximos três anos...

Se assim for, e se for mantida a correlação com a economia mundial, talvez o título da música “I Rise”, dos iBlaze, possa ser um bom prenúncio para os próximos anos!

Festival do metal

RUI CORREIADirector da Sala de Mercados do Barclays

Governo e bancos aderem aos Serviços Mínimos Bancários

2012 tem sido mais um ano de emoções fortes, em particular nos mercados acionistas. Os ganhos apresentados pelos principais índices mundiais – tanto Eurostoxx50 como S&P500 apresentam performances desde o início do ano próximas dos 10% – escondem de alguma forma a volatilidade considerável a que assistimos até agora.

De facto, após quedas consideráveis até meados do ano, os principais índices encetaram recuperações significativas que foram entretanto moderadas pela correção verificada nas últimas semanas. Ao contrário de 2011, em que a crise da dívida soberana europeia dominou praticamente a totalidade das atenções do mercado, o atual ano tem tido, a acrescentar à situação europeia, outras preocupações.

A necessidade de encontrar uma solução para o denominado “fiscal cliff” nos Estados Unidos tem sido um dos temas mais comentados, pela necessidade de evitar as alterações automáticas (em termos de corte da despesa pública e subida de impostos) que, caso não exista acordo entre os democratas e os republicanos até lá, implicaria um impacto em termos de PIB de vários pontos percentuais. Numa economia que, apesar de ter mostrado recentemente alguns dados animadores, se encontra ainda numa situação de crescimento bastante anémico, um impacto de tal ordem implicaria uma elevada probabilidade de 2013 ser novamente marcado por uma recessão, cujas implicações, dado o baixo crescimento registado em diversas regiões do globo, não seria apenas doméstico. Embora as declarações mais recentes, tanto do lado democrata como do lado republicano, tenham apontado para a possibilidade de ser atingido um consenso, este é um tema que continuará presente e que se tornará cada vez mais urgente à medida que o prazo de 31 de dezembro se for aproximando.

Os receios com o crescimento económico, reforçados aliás pela desaceleração sentida nos mercados emergentes e pela confirmação de um cenário recessivo na zona euro, têm feito com que as taxas de juro tenham registado quedas expressivas, em particular nos países cujo crédito

é considerado mais seguro. De facto, a curva de taxas de juro de países como os Estados Unidos, Alemanha ou mesmo França registam níveis próximos dos mínimos históricos ou mesmo mais baixas que esses mínimos, o que se reflete em ganhos expressivos nos produtos de taxa fixa.

Mesmo nas obrigações consideradas de maior risco, com qualidade creditícia mais baixa ou sem o estatuto agora apenas reconhecido a cada vez menos países emitentes, o ano foi de retornos bastante positivos. Tanto o espaço do high yield (no qual Portugal e a generalidade das empresas portuguesas agora se encontram incluídos) como as obrigações de empresas com rating de investimento acima de junk proporcionaram retornos significativos aos investidores.

Em resumo, temos assim um 2012 que, estando próximo do seu final, se afigura como um ano de retornos bastante positivos nas duas principais classes de ativos: ações e obrigações. Sendo muito mais importante (e também muito mais difícil) antecipar o que poderá trazer 2013 do que apenas analisar o que trouxe 2012, pensamos que as expectativas sobre o crescimento económico serão, senão o principal, pelo menos um dos temas mais relevantes do novo ano que se aproxima. Um desanuviar das nuvens sobre o outlook para o crescimento económico deverá ter como consequência uma melhor performance da componente acionista à custa da componente obrigacionista (em particular das obrigações governamentais dos países usualmente denominados “core”). Por outro lado, uma continuação ou agravamento do crescimento anémico atualmente registado não deixará de ter impacto nas estimativas de vendas e lucros que suportam o preço das ações. Assim, o tema do crescimento económico global deverá continuar a prender as atenções da maioria dos investidores durante pelo menos o início de 2013. No que será certamente acompanhado pela evolução da crise da zona euro que, mesmo com a ajuda implícita do Banco Central Europeu, parece estar longe de ser definitivamente resolvida.

2012 quase no fim

DIOGO SERRAS LOPESDiretor de Investimentos, Banco Best

Banca europeia ainda tem muitas dificuldades pela frenteOs analistas de Morgan Stanley consideram que a capacidade da banca europeia para melho-rar os resultados e distribuir os dividendos continua débil, devido aos problemas do contexto macroeconómico. A sua perspetiva é especialmente negativa para as entidades financeiras dos países periféricos, sobretudo no que toca à Espanha e à Itália. Os desafios para a banca euro-peia são muitos, especialmente terá de dar resposta aos rácios de capital exigidos, isto a par de um crédito malparado que, nalguns países, apresenta níveis excessivos. Entretanto, continuará a registar-se a quebra de crédito a particulares e empresas.

Citigroup fecha metade das agências na GréciaO Citigroup anunciou o encerramento de metade da sua rede de balcões na Grécia. Este é o último grande banco internacional que ainda mantém uma presença em todo o território gre-go. Agora pretende fechar todas as agências no exterior de Atenas e Tessalónia. Esta medida vai implicar a perda de mais 170 postos de trabalho. O banco quer alterar a sua estratégia e colocar o enfoque no investimento, nos produtos financeiros e nos cartões de crédito. De sa-lientar que vários bancos deixaram totalmente o mercado grego, face aos problemas com que se defronta o país.

São, considerados “destinatários preferenciais” os consumidores tidos como mais vulneráveis

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A Western Union, que tem a sua ori-gem no negócio de envio e receção de telegramas, foi criada há mais de 150 anos. Disponibiliza serviços de transfe-rências de dinheiro, nacionais e inter-nacionais, através de uma rede global com mais de 500 mil agentes. É a maior empresa de transferências de dinheiro do mundo, com quase 20% de quota de mercado do volume total das remessas internacionais.

Desde 2006, altura em que foi feito a separação (spin-off ) do negócio da FirstData, a empresa tem procurado novas formas de negócio, tais como pagamentos de empresa para empre-sa e a expansão para novos mercados, rentabilizando melhor a sua rede de agentes. Apesar de novos serviços le-varem tempo para se assumirem como fontes de receitas significativas, com mais de quatro mil milhões de pessoas em todo o mundo sem conta bancária ou com serviços bancários marginais, a rede global da Western Union apresen-ta grandes vantagens competitivas face aos seus concorrentes.

A evolução natural da empresa levou--a a entrar, com excelentes resultados, no negócio das transferências eletró-nicas de dinheiro. Uma indústria em crescimento, com várias oportunidades de mercado e vantagens competitivas consideráveis, posiciona a empresa numa trajetória de sucesso para o longo prazo.

A Western Union é claramente líder num setor de atividade onde a dimen-são confere vantagens significativas. O negócio de transferências de dinheiro goza de economias de escala, pois os custos de processamento de transações adicionais são mínimos. Isso dá à em-presa uma vantagem de custo signifi-cativa em relação aos seus rivais, e as suas margens operacionais são mais do dobro das dos seus concorrentes mais próximos. Além disso, os seus 500 mil

agentes criam um efeito de rede rele-vante, já que cada novo agente torna a rede mais útil para os clientes. Para além disso, a marca Western Union é a mais reconhecida na indústria e a di-mensão da empresa permite-lhe inves-tir significativamente com o objetivo de manter essa vantagem. Em Portugal, a empresa encontra-se representada nas agências dos CTT, do Millennium BCP e da Caixa de Crédito Agrícola.

Mercado mundial em crescimento

Cerca de 200 milhões de pessoas vi-vem fora do seu país de origem, e o crescimento contínuo da população migrante mundial tem impulsionado o crescimento do mercado de transferên-cia de dinheiro. O fluxo de emigrantes de países pobres para ricos, em busca de melhores oportunidades, e a cada vez maior mobilidade global pela expan-são do negócio de turismo justificam o crescimento do negócio.

Quando esses imigrantes deixam os seus países de origem, muitas vezes dei-xam para trás os membros da família que precisam de apoio financeiro regular. Para enviar dinheiro para casa, frequen-temente usam transmissores de dinheiro como a Western Union, com as redes de agentes externos que podem recolher e distribuir dinheiro em todo o mundo.

A região Ásia-Pacífico, de onde pro-vêm cerca de 12% das receitas e onde considera ter ainda uma presença redu-zida, deverá ser responsável por 20% do mercado global de transferências de dinheiro. A empresa tem demonstrado que pode ser bem sucedida na expansão nesses mercados, conseguindo, nos úl-timos cinco anos, aumentar as vendas na Índia por um fator de seis vezes.

A dimensão confere vantagens competitivas

O negócio da Western Union carac-teriza-se pela forte geração de “cash flo-ws”, ao mesmo tempo que as necessida-des de investimento para manutenção da sua estrutura são mínimas. O custo da adição de novos agentes vai pouco mais além do custo da colocação do sinal da Western Union na janela do agente, e o free cash flow da empresa, que se cifrou em média em 20% das vendas nos últimos anos, aumentará no longo prazo. A situação financeira da Western Union é bastante sólida. A empresa terminou o ano de 2011 com cerca de dois mil milhões de dólares de dívida líquida, menos de duas vezes o seu free cash flow anual. A administra-ção pretende manter o nível de endivi-damento, motivada sobretudo pela re-compra de ações próprias, distribuição de dividendos e aquisições que permi-

tem fortalecer as vantagens competiti-vas da empresa.

Na última apresentação de resulta-dos, a empresa apresentou lucros re-corde e melhores do que as estimativas dos chamados “analistas”. Avisou que os resultados de 2013 serão pressiona-dos pelas alterações de regulação em alguns mercados relevantes para a em-presa, como o México. Estas alterações fizeram a Western Union perder alguns agentes nestes mercados e obrigam a apresentar preçários mais competitivos a curto prazo. O resultado serão mar-gens menores nos próximos dois a três trimestres.

A Western Union não tem, no en-tanto, ficado imune à recessão global. Menos emprego significa menos di-

nheiro para enviar para casa, e oportu-nidades mais limitadas de emprego noestrangeiro significam que um maiornúmero de emigrantes potenciais pode-rá manter-se em casa. Por outro lado,embora os clientes da Western Uniontendam a continuar a usar os serviçosde transferências de dinheiro, eles estãoa transferir menos por transação, o quepressiona as receitas da empresa.

No entanto, a Western Union, com oseu modelo de negócio extremamenterentável e um balanço estável, deverásair desta grave conjuntura económicamais forte do que nunca, com os seusconcorrentes menos rentáveis a sofreremprovavelmente muito mais. A cotaçãoda empresa traduz um PER (Price Ear-nings Ratio – a relação do preço com oslucros que a empresa gera anualmente)de cerca de sete, o que historicamente éum valor muito baixo indicando que aação se encontra a cotar a um descontomuito significativo do valor justo.

Uma empresa com negócio simples,muito rentável e com capacidade paramanter a sua posição competitiva e re-munerar o acionista, transaciona nestaaltura com uma margem de segurançamuito grande face ao seu valor intrín-seco. A Western Union é, sem dúvida,um investimento em valor.

AVISO: Esta não é uma recomenda-ção de compra. A recomendação de-pende da situação financeira de cadainvestidor, da composição do seu pa-trimónio financeiro, do temperamentoadequado para suportar a volatilidadenos mercados financeiros e da capa-cidade de manter os investimentos o

tempo necessário para que a oportuni-dade se materialize, ou seja, para que opreço seja igual ao valor.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 41

Western Union – um bom negócio a preços sensatos

A Western Union, com o seu modelo de negócio extremamente rentável e um balanço estável, deverá sair desta grave conjuntura económica mais forte do que nunca, com os seus concorrentes menos rentáveis a sofrerem provavelmente muito mais

O negócio de transferências de dinheiro goza de economias de escala, pois os custos de processamento de transações adicionais são mínimos. Isso dá à empresa uma vantagem de custo significativa em relação aos seus rivais

EMÍLIA O. VIEIRAPresidente do Conselho de Administração

Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, SA

www.casadeinvestimentos.pt

Investimento em valor

Western Union: evolução desde o spin-off (2006). Cotação no 1º eixo direito do PER no eixoesquerdo, resultados por ação no 2º eixo direito. EPS – Earnings Per Share (lucros por ação).Fonte: Bloomberg.

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Montepio afasta despedimentosO Montepio vai, segundo o seu presidente, António Tomás Correia, ter resultados líquidos positivos para este ano, ainda que eventualmente menores do que os 45 milhões de euros de 2011, e não estão previstos quaisquer cortes em postos de trabalho. A informação foi divulgada à margem da apresentação do portal de educação financeira que a entidade lan-çou em parceria com a Microsoft.

Gestão ambiental da Sonae renova certificação internacionalA Sonae recebeu a certificação do seu sistema de gestão ambiental na área de retalho, segundo a norma inter-nacional ISO 14001. A distinção atribuída pelo Lloyd’s Register Quality Assurance realça a “eficácia” do sistema de gestão ambiental das áreas de retalho da Sonae e o “es-forço de melhoria continua” que tem permitido “atingir os objetivos estabelecidos”.

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Chama-se “Poupança Futuro” e, como o próprio nome indica, é uma conta para amealhar em “slow motion” e cujos resultados só serão mensuráveis com maior volume vários anos depois. Trata-se de um depósito simples do Crédito Agrícola, não à ordem, com o prazo de um ano, que pode ser subscrito a partir de 25 euros e aceita reforços pontuais ou programados de, pelo menos, 10 euros. Pensado para os jovens até 30 anos, remunera a uma TANB humilde mas segura (0,775%) assinalando a fidelidade através de um prémio de permanência anual de 0,2% a incidir na taxa de juro em vigor.

MARTA ARAÚ[email protected]

“O futuro começa quando se pensa nele”

Deve ser encarado como uma espécie de PPR. Pode servir para o substituir ou, melhor ainda, para ser um complemento a esse mesmo PPR com o objetivo de as-segurar, paulatinamente, o futuro. Atual-mente, proliferam os produtos financeiros nos quais é possível colocar dinheiro de lado, havendo soluções para todo o tipo de carteira: desde as micropoupanças que funciona através de arredondamentos até valores que rondam os 25 ou 30 euros, pas-sando ainda para as soluções que obrigam a maior investimento. As taxas, evidente-mente, vão sendo mais atrativas quanto maior for a capacidade de investidor.

Mas, nos dias que correm, o ditado “de-vagar se vai ao longe” deve ser levado à le-tra, no sentido em que é melhor conseguir

amealhar pouco do que nada, não obstante o esforço que vários núcleos familiares têm de travar para o fazer.

Neste sentido, o importante é fazer o exercício, ir colocando nem que seja, como é este o caso, 10 euros de lado para ir re-forçando este mealheiro. Nestas condições, evidentemente que a taxa remuneratória não é o mais importante. Deve ser vista, isso sim, como um estímulo. E a pensar especificamente nos jovens em início de carreira profissional, que se encontram a braços com vários desafios, este tipo de poupança tem tudo para ser pedagógica.

Devido às suas caraterísticas, e porque o Crédito Agrícola, a par de outras insti-tuições bancárias em Portugal, tem vindo a apostar consistentemente nas jovens fa-mílias, exige que a subscrição desta “Pou-pança Futuro” seja feita por pessoas que tenham até 30 anos.

Devagar se vai ao longe e se for fiel ganha prémio de permanência

Trata-se então de uma conta poupança

a um ano, renovável automaticamente por igual período de tempo e com capi-talização de juros.

A conta pode ser subscrita com 25 eu-ros e permite reforços, pontuais ou pro-gramados, sempre que o cliente desejar e tenha possbilidade, com um montante mínimo de 10 euros

Aqui, a taxa de juro é fixa: TANB de 0,775% (o que corresponde a uma TANL de 0,581%). Sendo que a mesma incide sobre todo o capital aplicado e será atualizada no início de cada período anual de renovação da poupança.

De salientar que esta taxa poderá ser acrescida de um prémio de permanên-cia. Isto é: a cada renovação da poupan-ça, será atribuído um prémio de perma-nência de 0,20% até ao máximo de 1%, desde que o liente efetue, pelo menos, um reforço por período e não realize mobilizações.

Caso sejam realizadas mobilizações, serão mantidas as bonificações ganhas no período anterior.

A NOSSA ANÁLISE

Crédito Agrícola com poupança para sub-30 a partir de 10 euros

CONSELHOS

O valor das ordens sobre ins-trumentos financeiros recebidas pelos intermediários registou uma quebra de 9,5%, em outu-bro, face ao mês anterior, para 15,4 mil milhões de euros. No entanto, nos dez primeiros me-ses, verificou-se um acréscimo de

94,8%, relativamente a período homólogo do exercício anterior.

A descida de outubro ficou a dever-se, sobretudo, à desci-da das ordens recebidas sobre a dívida pública (29%) e ações (3%). Em contrapartida, o montante das ordens sobre dívi-

da privada subiu 20%, compa-rativamente a setembro. Entre janeiro e outubro, o valor das ordens recebidas sobre ações desceu 8%, enquanto o valor das ordens sobre dívida pública e privada cresceu, respetivamen-te, 216% e 168%, em relação ao

mesmo período do ano passa-do. O BESI (14,5%), a Fincor (13,8%) e o BES (12,1%) tive-ram as maiores quotas de mer-cado nas transações sobre ações. Na dívida pública e privada a maior quota pertenceu ao BES (70,7%), seguido do Intermo-

ney Valores Portugal (16,3%) e do BESI (4%). No período considerado, o valor das ordens de residentes subiu 12,8%, para 9,9 mil milhões de euros, e o de não residentes desceu cerca de 33%, para 5,5 mil milhões de euros.

Dívida pública e ações penalizam intermediação financeira

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Fixing28.nov.12

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1,2891 0,67% -0,55% -0,37%

EUR/JPY 105,44 -0,05% 2,37% 8049,01%

EUR/GBP 0,8069 0,39% 0,08% -37,64%

EUR/CHF 1,2033 -0,07% -0,43% -1,01%

EUR/NOK 7,3415 0,21% -1,30% -5,32%

EUR/SEK 8,6174 -0,05% 0,02% 566,00%

EUR/DKK 7,4592 0,02% -0,01% 0,34%

EUR/PLN 4,1076 -0,42% -0,55% 217,46%

EUR/AUD 1,2339 -0,15% -1,20% -3,02%

EUR/NZD 1,5710 -0,20% -0,35% 21,42%

EUR/CAD 1,2823 0,38% -1,06% -2,97%

EUR/ZAR 11,4339 -0,44% 2,22% 9,07%

EUR/BRL 2,6947 0,61% 2,33% 11,54%

Euro recua

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Desde meados de julho que o índice nacional vinha registando uma forte recuperação . No entanto, após o máximo de 6 meses registado no mês passado, os movimentos do PSI-20 têm vindo a demonstrar um menor momentum ascendente. Atualmente, o índice está com performance lateral, “balizado” entre os 5555 e 5200 pontos. A quebra da zona de suporte 5160/5200 pontos poderá pôr em causa os ganhos obtidos desde o segundo trimestre.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O índice alemão tem nas últimas semanas demonstrado incapacidade de continuar com a recuperação iniciada em julho. Apesar de há duas semanas o DAX ter cotado em valores abaixo dos 7200 pontos, o que quebrou o comportamento “lateral” entre os 7200 e 7500 pontos, o comportamento desta semana e da anterior permitiu ao índice anular a totalidade das perdas registadas anteriormente. Este evento ilustra a difi culdade de aumento de força descendente, ainda sufi ciente para afastar mais quedas de curto prazo. Uma visita aos 6900/7000 é ainda possível.

A queda das taxas Euribor na última semana foi absolutamente marginal, fortalecendo cada vez mais a ideia de que o potencial de convergência para a atual taxa de depósito do BCE a 0% se está a esgotar. Na última semana todo o foco do mercado europeu foi para as negociações que envolviam a dívida grega, tendo-se chegado a um acordo por parte das instituições da “troika”, ainda que existam riscos de implementação. Já poucos acreditarão nesta altura na hipótese de o BCE cortar a sua taxa central de referência na próxima reunião, havendo no entanto analistas que continuam a pensar que tal será possível em 2013. A confi ança dos consumidores alemães caiu pouco, sendo notório o baixo receio que existe neste país relativamente à hipótese de uma recessão. O consumo interno está a compensar parte das perdas nas exportações. As taxas de

juro basicamente nulas levam a uma redução na propensão à poupança e, consequentemente, a um maior nível de gastos em bens e serviços. Tendo em conta as circunstâncias actuais, este fenómeno não está a provocar inflação, mas o Bundesbank segue atento, pouco agradado com um período tão longo de taxas tão baixas. Alguns estudos europeus dão conta do ajustamento fiscal que se está a verificar nos países do Sul, que na prática estão a aumentar a competitividade dos mesmos. Começa a ficar provada a possibilidade de se conseguirem ajustamentos dentro do euro que alguns só acreditavam serem possíveis com recurso à desvalorização cambial.Nos prazos mais longos, as taxas recuperaram um pouco, suportadas pela decisão relativamente à Grécia. O país terá à sua disponibilidade fundos para recompra dos seus títulos que negoceiam em mercado a

valores muito baixos, permitindo desta forma uma redução da sua dívida. Como e quando isso vai ser feito ainda não está totalmente esclarecido. Os gregos têm assim melhores condições, desde que continuem a evidenciar o cumprimento do que se tinham proposto em matéria fi scal e de despesa pública. Os mercados fi caram agradados com o acordo, sendo que Espanha benefi ciou desde logo ao conseguir emitir J 4,1 mil milhões de bilhetes de tesouro a 3 e 6 meses, pagando 1,25% e 1,67% respetivamente. No último leilão haviam pago 1,41% e 2,02% pelos mesmos prazos. Também a Caixa Geral de Depósitos deverá conseguir hoje a colocação de J 500 milhões a 3 anos pagando 5,75%. Parece cada vez mais aberto o caminho para o regresso aos mercados da República Portuguesa em 2013.

ANÁLISE PRODUZIDA A 28 DE NOVEMBRO DE 2012

Países do sul competem pela via fi scal

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE GARCIAfi [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd Após duas semanas a registar

ganhos, tendo conseguido cotar nos 1,30 dólares, a resistência verifi cada neste valor impediu o câmbio de continuar com as su-bidas observadas anteriormente. O recuo permitiu ao câmbio re-gistar um máximo relativo mais baixo, confi rmando a tendência negativa de médio prazo. Apesar de, no curto prazo, valores pró-ximos dos 1,2800 dólares serem prováveis, apenas valores abaixo dos 1,2670 dólares deverão per-mitir um signifi cativo aumen-to do momentum descendente para o médio prazo.

Eur/JpyO Eur/Jpy recua dos máxi-

mos de 7 meses observados na semana passada, no entanto mantém a forte tendência de

alta registada desde meados de julho. Apesar de, no curto pra-zo, podermos ver valores pró-ximos dos 104,60 ienes, serão necessários valores abaixo dos 100 ienes para que a tendência de alta de médio prazo seja pos-ta em causa.

Eur/GbpA tendência positiva do Eur/

Gbp está ainda intacta. Esta semana, o câmbio registou um recuo dos máximos um mês, registando um máximo relativo mais baixo. Este evento sinaliza uma diminuição de força as-cendente, o que sugere valores próximos das 0,80 libras para o curto prazo. No entanto, ape-nas valores abaixo das 0,7960 libras podem pôr em causa a tendência de alta registada des-de meados de julho.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)28.novembro12 31.outubro12 10.outubro12

1M 0,107% 0,107% = 0,000 0,110% -0,003

3M 0,188% 0,190% -0,002 0,197% -0,009

1Y 0,578% 0,582% -0,004 0,618% -0,040

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

Janeiro 13 0,175%Fevereiro 13 0,170%

Março 13 0,165%Junho 13 0,180%

Setembro 14 0,400%Março 16 0,955%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,160 0,2003X6 0,145 0,1851X7 0,310 0,3503X9 0,325 0,3656X12 0,320 0,36012X24 0,618 0,658

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,394 0,4143Y 0,501 0,5165Y 0,847 0,8628Y 1,383 1,41310Y 1,657 1,687

Obrigações 5Y 10Y 6,34 7,77

4,19 5,340,79 2,070,39 1,373,40 4,600,80 1,770,63 1,620,18 0,72

Fontes: Reuters e IMF

SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012 43

MERCADOS

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Risco vindo dos EUA continua a dominar os mercados

O risco inerente ao chamado “precipício fiscal” continua a dominar os mercados. As divergências entre republicanos e democratas estão longe da superação e o efeito contracionista que terá na maior economia do mundo a redução da despesa e subida de impostos automática num valor estimado em 607 mil milhões de dólares é algo impensável para a generalidade dos analistas.

Os ativos de maior risco, caso de todo o equity, foram penalizadas em face do mercado de dívida pública. Frisam os analistas do Millennium bcp que nem sequer foram relevantes os dados económicos dos EUA para inverterem o sentimento negativo. Afirma-se num documento desta semana daqueles mesmos analistas que o sentimento dos consumidores, avaliado pelo Conference Board, revelou, em novembro, “uma melhoria para o nível mais elevado desde fevereiro de 2008, estimulado por um maior otimismo quanto às perspetivas de emprego”. Adianta a mesma fonte que estes dados “parecem augurar robustez das vendas no período natalício de dezembro”, para de seguida salientar que o índice de sentimento dos empresários de Richmond “revelou uma expansão inesperada em novembro”. A par das ações europeias, também os títulos asiáticos caíram nas últimas sessões, “com preocupações renovadas sobre o precipício fiscal”, adianta a corretora XTB.

Os mercados europeus estiveram a perder força durante toda a semana e a Nyse Euronext Lisbon não fugiu à norma. Os títulos mais líquidos caíram, com as ações dos títulos de multimédia a serem uma exceção, caso da Cofina e da Impresa. Os analistas alertam para o grande volume de especulação, sobretudo devido ao impacto da privatização da RTP nesta indústria, e ainda sobre o interesse de grupos de media externo, nomeadamente, angolanos, nas empresas nacionais. A verdade é que as ações Cofina brilharam durante os últimos dias.

Os títulos mais líquidos sofreram quedas, caso da Jerónimo Martins, mas também da PT e da Galp Energia. Esta última foi influenciada negativamente pela venda de grande parte da posição que a italiana ENI detinha em carteira para alienar. Dos 18% da empresa, esta terá vendido 13% em mercado, mas a fazer cair o preço em cerca de 6%, o que colocou as ações nos 11,48 euros, quando analistas como o BPI apresentavam recomendações de compra e um preço-alvo de 18,40 euros por título. Analistas questionam o potencial da ação, tendo em conta que a ENI não conseguiu vender toda a posição que pretendia, mesmo depois de ter assumido um valor bastante mais baixo do que a média do mercado. Analistas do BESI, citados pelo Negócios, argumentam que o facto de ter mantido ainda 5% para vender em bolsa é algo negativo para o título.

Os mercados estão a afastar-se da parte de equity e a olhar para os emitentes soberanos e para as emissões corporate. A ENI e o BES anunciaram recentemente novas emissões de dívida e fonte do setor assinalou o forte interesse nestas operações.

Os investidores estão novamente interessados em saber o que se passa na Europa, nomeadamente na reestruturação da dívida grega, no impacto para outros países intervencionados, caso de Portugal, ou ainda na operação de recapitalização da banca espanhola. O Governo vizinho tem-se esforçado por demonstrar que as ajudas à banca por parte dos parceiros europeus apresentam um custo muito baixo.

VÍTOR [email protected]

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0,626 13,20% 2,000 0,528 -0,314 0,022 -- 28,455 -- 0,00% 28-11-2012 16:38:00

INDITEX 103,95 2,77% 104,750 59,489 3,887 4,370 26,743 23,787 1,54% 2,16% 28-11-2012 16:38:00

REPSOL YPF 16,38 0,31% 24,230 10,900 1,613 1,685 10,155 9,721 6,85% 5,18% 28-11-2012 16:38:00

TELEFONICA 10,025 -1,33% 13,948 7,900 1,184 1,250 8,467 8,020 -- 0,00% 28-11-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 7,938 -3,60% 12,920 7,835 1,274 1,168 6,231 6,796 17,38% 11,63% 28-11-2012 16:37:52

LVMH 133,75 3,68% 136,800 103,200 7,221 7,975 18,522 16,771 2,17% 2,26% 28-11-2012 16:39:29

BAYER AG O.N. 70,05 3,40% 70,500 44,025 5,432 5,933 12,875 11,788 2,36% 2,59% 28-11-2012 05:00:00

DEUTSCHE BK 33,28 1,42% 39,510 22,110 3,825 4,473 8,688 7,430 2,25% 2,21% 28-11-2012 05:00:00

DT. TELEKOM 8,34 -0,39% 10,060 7,688 0,586 0,668 14,215 12,470 8,39% 8,39% 28-11-2012 05:00:00

VOLKSWAGEN 152,45 0,79% 154,850 101,750 36,200 24,310 4,212 6,272 1,96% 2,20% 28-11-2012 05:00:00

ING GROEP 6,81 -0,42% 7,580 4,440 0,942 1,143 7,229 5,958 -- 0,10% 28-11-2012 16:35:00

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,495 9,85% 1,495 0,945 0,172 0,167 8,692 8,952 1,34% 0,47% 28-11-2012 16:38:47

B. COM. PORT. 0,068 -2,86% 0,141 0,047 -0,062 -0,014 -- -- -- 0,00% 28-11-2012 16:35:00

B.ESP. SANTO 0,777 2,91% 1,055 0,434 0,032 0,053 24,281 14,660 -- 0,13% 28-11-2012 16:35:00

BANIF-SGPS 0,128 -1,54% 0,460 0,100 -0,330 -0,120 -- -- -- -- 28-11-2012 16:19:15

B. POP. ESP. 0,610 3,39% 1,973 0,520 -0,314 0,022 -- 27,727 -- 0,00% 28-11-2012 15:27:20

BANCO BPI 0,800 -2,08% 0,919 0,338 0,104 0,077 7,692 10,390 -- 0,00% 28-11-2012 16:35:00

BRISA 1,920 -0,52% 2,785 1,620 0,094 0,086 20,426 22,326 -- 13,44% 28-11-2012 16:35:00

COFINA,SGPS 0,622 53,96% 0,820 0,300 0,051 0,048 12,196 12,958 1,61% 2,09% 28-11-2012 16:36:02

CORT. AMORIM 1,510 -1,95% 1,650 1,200 0,260 0,270 5,808 5,593 4,30% 5,30% 28-11-2012 16:35:00

CIMPOR,SGPS 3,160 -1,25% 5,700 2,930 0,370 0,430 8,541 7,349 5,25% 6,33% 28-11-2012 16:35:13

EDP 1,917 -2,19% 2,518 1,628 0,288 0,269 6,656 7,126 9,65% 9,70% 28-11-2012 16:35:00

MOTA ENGIL 1,358 0,00% 1,439 0,951 0,147 0,187 9,238 7,262 8,10% 7,88% 28-11-2012 16:35:00

GALP ENERGIA 11,525 -6,87% 13,775 8,330 0,440 0,529 26,193 21,786 2,78% 2,00% 28-11-2012 16:37:45

IMPRESA,SGPS 0,320 10,35% 0,620 0,260 0,009 0,001 35,556 320,000 -- 0,00% 28-11-2012 16:35:00

J. MARTINS 14,500 2,26% 16,070 11,255 0,631 0,747 22,979 19,411 1,90% 2,15% 28-11-2012 16:37:36

MARTIFER 0,520 -5,46% 1,140 0,500 -0,115 0,020 -- 26,000 -- -- 28-11-2012 16:35:00

NOVABASE 2,130 -1,39% 2,350 1,610 0,235 0,240 9,064 8,875 1,41% 3,99% 28-11-2012 16:35:00

GLINTT 0,100 -9,09% 0,160 0,090 -- -- -- -- -- -- 28-11-2012 15:43:46

P. TELECOM 3,562 -3,21% 5,103 3,003 0,336 0,365 10,601 9,759 24,42% 11,09% 28-11-2012 16:35:00

PORTUCEL 2,090 0,24% 2,174 1,680 0,267 0,252 7,828 8,294 10,57% 8,47% 28-11-2012 16:35:00

REDES E. NAC. 1,984 -0,30% 2,295 1,800 0,259 0,274 7,660 7,241 8,52% 8,52% 28-11-2012 16:35:00

S. COSTA 0,150 0,00% 0,440 0,140 -0,070 0,020 -- 7,500 -- -- 28-11-2012 14:17:20

SEMAPA 5,125 0,57% 6,035 4,602 0,948 0,903 5,406 5,676 4,98% 4,98% 28-11-2012 16:35:00

SONAECOM 1,440 0,70% 1,500 1,042 0,158 0,145 9,114 9,931 4,86% 4,24% 28-11-2012 16:35:00

SONAE,SGPS 0,580 0,35% 0,592 0,366 0,048 0,056 12,083 10,357 5,71% 5,52% 28-11-2012 16:35:56

SONAE IND. 0,448 -1,32% 0,740 0,384 -0,260 -0,132 -- -- -- 0,00% 28-11-2012 16:35:00

SAG GEST 0,390 11,43% 0,520 0,280 -0,090 -0,010 -- -- -- -- 28-11-2012 09:47:45

TEIX. DUARTE 0,250 -7,41% 0,310 0,170 -- -0,030 -- -- -- -- 28-11-2012 13:58:45

Z. MULTIMEDIA 2,640 0,27% 2,759 1,881 0,123 0,152 21,463 17,368 6,06% 6,33% 28-11-2012 16:35:00

Sonae Capital com resultado líquido de mais de dois milhõesA Sonae Capital registou um resultado líquido de 2,1 milhões de euros, nos nove primeiros me-ses, menos 13,3 milhões do que em igual período do ano passado, o qual incluiu 20,3 milhões de euros relativos à venda da participação na TP. O EBITDA cifrou-se em 1,9 milhões de euros, o que compara com 400 mil euros negativos em termos homólogos, “sendo evidente o contri-buto do plano estratégico concebido para o desenvolvimento da área da energia e do processo de reestruturação de custos em curso”, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM.

Soares da Costa ganha obras em ÁfricaO grupo Soares da Costa continua a reforçar a sua posição no mercado angolano. Viu-lhe agora ser adjudicada uma obra em São Tomé e Príncipe, no valor de 6,5 milhões de euros e que respeita à construção do futuro edifício sede do banco central deste país. Uma obra que se junta a uma outra (relativa a uma estrada) no valor de 5,3 milhões de euros. Entretanto, apro-veitando a capacidade instalada em Moçambique, recebeu a intenção de adjudicação de uma obra na Suazilândia, referente a uma estrada, esta no valor de 17,6 milhões de euros.

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

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(AQUILES [email protected])

A Peugeot Portugal está a reforçar a posição no canal online. Um ano após o lançamento da WebStore Peugeot, a marca francesa lan-ça agora uma ação Vendas Privadas Peugeot para clientes pré-selecionados que, durante um curto período de tempo, desfrutam de oportunidades e preços excecionais para fe-char negócio.

A fi lial nacional da marca, do grupo PSA, está satisfeita com o desempenho da loja “onli-ne”, lançada em Portugal no fi nal de 2011. “Já tivemos mais de 700 potenciais clientes que reservaram ‘online’ a viatura pretendida, ge-rando no fi nal mais de 70 vendas. Temos vin-do a assistir a um crescimento mensal do nú-mero de entradas no site WebStore Peu geot e número de reservas (mais 20% ao longo deste ano), o que confi rma que foi uma boa aposta nesta ferramenta”, disse à “Vida Económica” o

A ação Vendas Privadas Peugeot segue-se à WebStore na estratégia digital da marca.

PARA ALÉM DO ORÇAMENTO DO ESTADO

4 DEZEMBRO 2012 :: 9H00Centro de Congressos de Lisboa

O grupo Moneris, a Associação Industrial Portuguesa e o Vida Económica têm o prazer de convidá-lo a estar presente no seminário dedicado ao tema “Para além do Orçamento do Estado”, a realizar no dia 4 de dezembro de 2012, às 9h00, no Centro de Congressos de Lisboa.

PROGRAMA

Rui Pedro Almeida, CEO, MonerisJoão Luis de Sousa, Diretor, Vida Económica

Mira Amaral, Economista, Ex-Ministro do Trabalho e Segurança Social e da Indústria e Energia

Moderador: João Luís de Sousa, Diretor, Vida EconómicaPainel: João Gomes, Senior Manager, Moneris Jorge Pires, Senior Manager, Moneris

Manuel P. Barrocas, Partner, Barrocas Advogados

Nélson Sousa, Diretor-Geral, AIP

09H00

09H15

10H00

11H0011H15

11H45

12H15

INSCRIÇÕESInscrições gratuitas,limitadas à capacidade do auditório. Informações: [email protected]

Iniciativa de: Apoio: Media Partner:

Para percorrer os temas mais importantes decorrentes da Proposta do Orçamento do Estado para 2013, contaremos com um brilhante painel de oradores, ao qual se juntará o Eng. Mira Amaral, introduzindo o debate sobre “A competitividade de Portugal - qual o futuro da nossa Economia?”.

Ricardo Grilo, Advogado, Barrocas Advogados

SEMINÁRIO MONERIS

Peugeot reforça vendas pela Internetresponsável de relações externas e imprensa da Peugeot Portugal, Nuno Marques.

Na segunda-feira (dia 26), uma seleção de clientes, bem como os fãs da Peugeot Portu-gal no Facebook receberam, por e-mailing ou SMS, um convite para inscrição na ação, que desvendou desde logo alguns dos modelos abrangidos, assim como o respetivo desconto. Os interessados deverão efetuar a inscrição até hoje (dia 30) para receberem o link de acesso restrito onde está colocada toda a oferta de veículos e respetivo preço de venda. Após a escolha de um veículo e o fornecimento dos seus dados, o internauta será contactado num espaço máximo de oito horas úteis pelo con-cessionário com o carro em stock.

Reagir ao mercado

A WebStore Peugeot, em Portugal, supe-rou as expectativas. A ferramenta veio di-

namizar claramente a procura online, com uma taxa de conversão em venda que ronda os 10% e que é a mais elevada de toda a Europa”, afi rmou Laurent Barria, diretor de marketing e comunicação da Peugeot Por-tugal.

“Agora chegou a hora de um novo desa-fi o, ao qual demos o nome de Vendas Pri-vadas Peugeot. Não se trata de mais uma promoção em massa, mas sim de umaoferta exclusiva e limitada no tempo, que proporcionará excelentes oportunidades denegócio a um conjunto de clientes seleccio-nados. Estou certo que teremos uma grande adesão”, acrescentou. No duríssimo con-texto que o mercado automóvel atravessa,remata Laurent Barria “esta operação é um bom exemplo da dinâmica da Peugeot Por-tugal, que não se acomoda, reage e continua a trabalhar mais e melhor para chegar com sucesso ao cliente”.

A maioria dos europeus continua a querer manter a propriedade de um automóvel, mas têm preocupações crescentes com o conges-tionamento de trânsito, custos de condução e com o meio ambiente, de acordo com um estudo encomendado pela Ford à consultora “The Futures Company”. Segundo a análi-se, a maioria das pessoas dizem que a vida seria “impossível” sem um automóvel, mas 76% dos europeus dizem que são afetados pelo stress provocado pelo congestionamento de trânsito e pelos preços dos combustíveis. Demonstra também que 74% utiliza trans-portes públicos, 37% partilham automóveis

para fazer o mesmo percurso e 3% recorrem a planos formais de partilha de automóveis.

“O estudo determina que precisamos de um diálogo público e envolver todas as partes interessadas para resolver os pro-blemas de mobilidade e responsabilidade ambiental”, disse Barb Samardzich, vice--presidente do desenvolvimento de produ-to da Ford Europa. “À medida que a po-pulação no mundo aumenta e se urbaniza, não queremos perder a liberdade de mobi-lidade, e é por esta razão que precisamos duma abordagem cooperativa e integrada”, acrescentou Samardzich.

A DECO afi rma não haver diferenças entre os combustíveis aditivados e os “low-cost”. A garantia é dada após ter efetuado um estudo para o qual com-prou quatro automóveis iguais, tendo cada depósito sido atestado com gasóleo Galp Force, Galp hi-energy, Jumbo e In-termarché.

A Galp já reagiu, entretanto, ao estudo, atestando, em comunicado, que a maior parte dos combustíveis comercializados em Portugal sai das suas refi narias, mas depois passam por circuitos e processos diferentes

“e é aqui que as principais petrolíferas fa-zem toda a diferença”. A Galp garante ter estudos que dão melhores resultados aos combustíveis aditivados e que a idade dos carros também infl uencia: “Os benefícios da utilização dos combustíveis aditivados aumentam com a idade do veículo, um es-tudo efetuado com motores novos, como foi o caso do estudo da DECO, natural-mente resultará em benefícios inferiores aos que se verifi cam para um automóvel cuja idade corresponda à média do parque automóvel português”.

INDICA ESTUDO DA FORD

Problemas da mobilidade afetam consumidores de automóveis

GALP JÁ RESPONDEU QUE HÁ DIFERENÇAS

DECO “atestou” igualdade entre combustíveis “low-cost” e aditivados

Volkswagen nomeada “Anunciante do Ano” pela Eurobest A Volkswagen vai ser homenageada como o galardão de “Anun-ciante do Ano” pela Eurobest, “em reconhecimento pela sua de-dicação contínua à criatividade e inovação em termos de comu-nicação em toda a Europa”, segundo a marca alemã. O prémio vai ser entregue hoje (dia 30) numa cerimónia a realizar em Lis-boa.

AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO 2012 45

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AUTOMÓVEL

AQUILES [email protected]

A Kia é a marca com o custo por hora de mão de obra (MO) mais baixo das redes oficiais em Portugal. De acordo com a marca coreana, o valor, com IVA, varia entre 24,6 euros e 39,36 euros, pelo que a média se situa nos 31,98 euros (de novo com IVA). À Kia seguem-se segundo análise da “Vida Económica”, Peugeot e Nissan, mas a alguma distância, ao apresentarem, respetivamente, 39,36 euros e 39,98 euros. Sem surpresa, as marcas “premium” es-tão, sem exceção, na parte inferior da tabela, acima do valor médio por hora de MO, que se situa, em Portugal, nos 45,66 euros.

O nosso jornal solicitou, en-tão, os preços da MO aos repre-sentantes das marcas automó-veis, tendo obtido 18 respostas. Para obter os dados dos 13 cons-trutores que não nos forneceram a informação em tempo, recor-remos à consultora automóvel Boxer, que nos facultou os dados da Associação Automóvel de Portugal relativos a janeiro des-te ano. Importa clarificar que os valores fornecidos pelas marcas são médios, já que a lei proíbe as marcas de imporem um valor a cobrar, podendo apenas reco-mendar um preço. Além disso, fatores como os custos de con-textos ou as próprias necessida-des de mercado podem levar a diferenças entre representantes da mesma marca de regiões dife-rentes do país (ver caixa).

Isso mesmo é explicado pelo di-retor-geral da MCK Motors, João Seabra. “O valor de MO pratica-do na rede Kia é (como em todas as redes) variável em função da localização do reparador autoriza-do. O valor é definido pelo repa-rador autorizado em função dos valores praticados em cada zona

e, no caso da Kia, varia dos 20 aos 32 euros [sem IVA] dependente dos casos. A MO é mais barata no interior do país e tem valores

mais elevados nas grandes cidades (Lisboa e Porto), onde o imobili-ário também é mais caro”, disse à “Vida Económica” o responsável

máximo pelo importador da Kia para Portugal.

“Em todo o caso”, João Seabra destaca “não pelo preço de MO que há grande diferença de pre-ços” entre os diversos operadores no mercado. “Pois por muito di-ferente que seja o preço desta, o que é facto é que em faturas de manutenção programa (a maioria daquelas que um cliente paga en-quanto usa um automóvel) o nú-mero de horas oscila entre uma e 2,5 pelo que o diferencial a cobrar em MO ao cliente não será mais de 15 a 37,5 euros”, explica.

Redes apostam em campanhas

A crise económica está a levar os portugueses a adiarem as visi-tas às oficinas, pelo que, além da imposição legal, os reparadores autorizados estão a levar a cabo campanhas, com descontos em MO ou peças. “A Renault Portu-gal não tem qualquer intervenção na definição deste custo pelo que os concessionários são livres para

praticar os valores que entendem serem justos para o mercado”, disse-nos fonte da marca francesa (44,28 euros, com IVA).

Também no grupo Fiat, segun-do as relações com a imprensa da empresa, o valor fornecido (42,03 euros, com IVA) para as três marcas, ou seja, também para Alfa Romeo e Lancia, “não inclui eventuais descontos passíveis de serem praticados pela rede neste âmbito”.

Muitas das campanhas desti-nam-se a carros mais antigos, que as marcas procuram recuperar para as redes oficiais. A Ford é um exemplo, ao promover as se-manas azuis, e a Peugeot é outro, ao praticar um preço de MO mais baixo para viaturas mais antigas. “O preço médio de MO na rede de reparadores autorizados Peuge-ot é de 32 euros mais IVA (39,36 com IVA) no serviço normal e de 28 euros mais IVA (34,44 euros, com IVA) na tarifa Serviço 5+, para veículos com mais de cinco anos”, disse-nos fonte da marca francesa.

“VIDA ECONÓMICA” ANALISOU CUSTOS NAS OFICINAS DE MARCA

Kia, Peugeot e Nissan têm mão de obra mais barata

46 SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO 2012

Oficinas multimarca cobram 30 euros As oficinas multimarca têm um preço médio por hora de mão de obra (MO) a rondar os 30 euros (com IVA), mas também aqui há assimetrias regionais. Segundo a “Vida Económica” apurou, os valores por hora de MO rondam os 20 euros (24,6 com IVA) no interior, os 25 euros (30,75 euros com IVA) em cidades de dimensão média e os 30 euros (36,9 euros com IVA) nos principais centros urbanos.O diretor-geral da MCK Motors defende ser necessária uma análise cuidada aos preçários dos reparadores multimarca. “Há ainda uma grande ‘mistificação’ em relação a estes custos e ao facto de as redes de reparadores autorizados de cada marca serem mais caros que outros operadores independentes”, afirma João Seabra.“Sempre que se analisam em detalhe as operações, verificações e substituição de peças que em cada caso é cobrado, verificamos que, quando há grandes diferenças de preços, deve-se a que, nas redes independentes, muitas vezes não se está a incluir toda a recomendação de substituições (em especial filtros de habitáculo) que a marca impõe para que a garantia contratual se mantenha. Depois de se ajustar as ofertas aos mesmos itens, verifica-se que os preços são idênticos”, refere o responsável pelo importador da Kia.

Faro tem a assistência de marca mais cara

Os consumidores que recorrem às redes oficiais para prestarem assistência aos seus automóveis têm como opção mais em conta para a hora de mão de obra (MO) o distrito de Portalegre (média de 37,82 euros, com IVA). Pelo contrário, o distrito mais caro é o de Faro, cuja média por hora de MO se aproxima dos 50

euros (49,67 euros, com IVA)Aquele distrito suplanta, aliás, Lisboa em termos de custos médio da MO. A capital tem o segundo valor mais alto, 49,22 euros (com IVA). O Porto, por seu turno, é “apenas” o quinto distrito mais caro, com 44,32 euros (com IVA) por hora de MO.

DISTRITOS Sem IVA Com IVA

Portalegre 30,75 J 37,82 J

Açores 30,86 J 37,96 J

Santarém 31,97 J 39,32 J

Beja 32,30 J 39,73 J

Évora 32,45 J 39,91 J

Braga 32,56 J 40,05 J

C. Branco 32,81 J 40,36 J

Viana Castelo 33,00 J 40,59 J

Viseu 33,20 J 40,84 J

Bragança 33,43 J 41,12 J

DISTRITOS Sem IVA Com IVA

Aveiro 33,95 J 41,76 J

Vila Real 34,19 J 42,05 J

Guarda 34,23 J 42,10 J

Coimbra 35,42 J 43,57 J

Porto 36,03 J 44,32 J

Madeira 36,23 J 44,56 J

Leiria 36,51 J 44,91 J

Setúbal 36,95 J 45,45 J

Lisboa 40,02 J 49,22 J

Faro 40,38 J 49,67 J

Fonte: Boxer/ACAP/janeiro 2012

Kia lidera destacadaMARCAS Sem IVA Com IVA

Kia 26,00 J 31,98 J

Peugeot 32,00 J 39,36 J

Nissan 32,50 J 39,98 J

Citroën* 32,93 J 40,50 J

Ford 33,60 J 41,33 J

Toyota 33,90 J 41,70 J

Mitsubishi 34,00 J 41,82 J

Hyundai 34,04 J 41,87 J

Alfa Romeo 34,17 J 42,03 J

Fiat 34,17 J 42,03 J

Lancia 34,17 J 42,03 J

Skoda* 34,42 J 42,34 J

Honda 34,92 J 42,95 J

Suzuki* 35,03 J 43,09 J

Volkswagen* 35,49 J 43,65 J

Opel* 35,58 J 43,76 J

Seat* 35,62 J 43,81 J

Chevrolet* 35,64 J 43,84 J

Renault 36,00 J 44,28 J

Dacia 36,00 J 44,28 J

Smart* 36,49 J 44,88 J

Mazda* 36,54 J 44,94 J

Audi* 37,66 J 46,32 J

Volvo 39,17 J 48,18 J

Land Rover* 39,67 J 48,79 J

Mercedes-Benz* 40,03 J 49,24 J

BMW 44,00 J 54,12 J

Mini 44,00 J 54,12 J

Jaguar* 45,00 J 55,35 J

Lexus 52,10 J 64,08 J

Porsche 56,00 J 68,88 J

Média 37,12 J 45,66 J

Fonte: Marcas e dados Boxer/ACAP/janeiro 2012 (com*)

De acordo com a Kia, o valor, com IVA, varia entre 24,6 euros e 39,36 euros, pelo que a média se situa nos 31,98 euros.

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OCDE traça cenário negro para Portugal

As últimas previsões da OCDE para Portugal são bastante preocupantes. Os indicadores apontam para mais recessão, mais défi ce e mais desemprego no ano que vem. O cenário é ainda mais negro do que aquele avança-do pelo Banco de Portugal.

De acordo com a organi-zação, a economia nacional vai registar uma recessão de 1,8% e o país só deverá sair da crise em 2014, altura em que deverá verifi car um crescimento de 0,9%. Isto devido sobretudo às expor-tações e ao investimento. No entanto, a situação será de manutenção de quebra ao nível do consumo priva-do. Muito preocupantes são os números relativos ao de-semprego. A OCDE espe-ra um novo recorde, com a taxa a atingir os 16,9%, de-vendo permanecer a níveis elevados durante um lon-go período de tempo. Além disso, Portugal vai falhar a meta do défi ce, ao contrá-rio do que tem sido afi rma-do pelo Governo.

Agências de rating têm novas regras para aumentar transparência

As agências de rating te-rão novas regras. A Comis-são Europeia, o Parlamento e o Conselho Europeu che-garam a acordo sobre esta matéria, em que se permite “reduzir a dependência ex-cessiva das notações, elimi-nar os confl itos de interesse e estabelecer um regime de responsabilidade civil para as empresas de rating”, re-ferem as três instituições.

A partir de agora, as agências de notação fi -nanceira terão de ser mais transparentes quando ava-liam os estados e têm de defi nir um calendário onde anunciam o momento das notas que são atribuídas às dívidas soberanas dos pa-íses da União Europeia. Também poderão ser res-ponsabilizadas se causarem prejuízos a um investidor, quer por negligência, quer intencionalmente. E serão aplicadas regras em termos de rotação das agências no que respeita aos instru-mentos fi nanceiros estru-turados complexos. Além disso, se um investidor ti-ver posições acionistas nas várias agências, estas não podem ultrapassar 5% do respetivo capital, isto para evitar confl itos de interes-se.

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO:

Quando a Islândia e a Irlanda entraram em dificuldades (importadas do exterior), os cripto-comunistas apressaram-se a apontar o dedo. Eu avisei então: quando o motor interno é saudável, a recuperação acaba por chegar; mas quando não é …

Instituto de Liberdade Económica

Fonte: Anexo Estatístico da Economia Europeia, Novembro de 2012, Comissão Europeia

Taxa média anual de crescimento do PIB a preços constantes, 2013

Da aparência à substância

Como resposta à ausência de medidas a favor do crescimento, está a ser preparada uma mudança no IRC com uma taxa de 10% para novos investimentos. A União Europeia já terá aceitado o princípio, não vendo nesta descida um dumping fi scal contrário à letra e espírito dos tratados europeus.

Portugal esboça uma primeira medida de aproximação à Irlanda, que há vários anos optou por reduzir para 12,5% a taxa de tributação sobre as empresas. Como a Irlanda foi um bom exemplo no ciclo do crescimento e está a ser o país em situação de resgate que melhor recupera, Portugal espera seguir os mesmos passos.

Mas a mudança promete estar mais na aparência do que na substância. Ao limitar a taxa de 10% aos novos projectos empresariais, a medida promete excluir as atuais empresas, que são as que mais contam no presente e serão determinantes para o futuro.

A expectativa para as empresas existentes não é apenas a de terem uma taxa nominal de 25% que pode ser considerada pouco competitiva na comparação com a Irlanda e outros países com uma tributação mais atrativa.

É acima de tudo continuarem confrontadas com uma estrutura completamente distorcida do IRC que agrava o encargo fi scal e em muitos casos torna quase irrelevante a taxa nominal do imposto.

Ao longo dos anos, o IRC foi sendo desfi gurado. Começou por ser um imposto sobre os resultados das

empresas, à semelhança do que acontece nos outros países. Mas, paulatinamente, foi alvo de modifi cações que relegaram para segundo plano a tributação sobre os resultados na maioria dos casos.

Apesar de ter sido incluído no IRC, o Pagamento Especial Por Conta é um imposto distinto que incide sobre as vendas das empresas e funciona como uma colecta mínima. Da mesma forma, as taxas de tributação autónoma que vêm sendo agravadas e alargadas ano após ano constituem um imposto sobre as despesas das empresas, não tendo qualquer relação com a verdadeira natureza do IRC.

Para a maioria das pequenas empresas, o IRC que pagam em cada ano depende do valor das vendas, do mínimo do PEC, das despesas suportadas e não do resultado que apuram. Ainda que a taxa nominal de IRC fosse reduzida para zero, o valor de IRC que a generalidade das empresas suporta continuaria a ser o mesmo.

Esta distorção do IRC é uma obra conjunta dos governos anteriores do PS e do PSD. Convergiram em criar exceções que se tornaram regra, dando origem ao atual sistema perverso que penaliza a actividade das empresas, prejudicando o investimento e o emprego.

Até agora, não houve qualquer sinal do Governo sobre a necessidade de eliminar os “quistos” do IRC, voltando à essência normal do imposto, ou seja, a tributação dos resultados obtidos pela aplicação da taxa estabelecida.

Ao anunciar apenas uma taxa reduzida para novos investimentos, o Governo revela a intenção de não ir muito além da aparência, sem alterar a substância e tudo o que está errado.

Uma taxa de 10% permite dizer que Portugal ultrapassa a Irlanda em competitividade fi scal, mas a mudança pode ser apenas de fachada, um exemplo de fi scalidade enganosa.

O ministro das Finanças já veio dizer que não deveria haver alteração das taxas sem uma reformulação da estrutura do IRC, o que foi interpretado como uma forma de travar a nova taxa reduzida.

Mas é provável que a nova taxa reduzida avance e, simultaneamente, sejam mantidas ou mesmo agravadas todas as distorções do IRC.

Assim, os governantes conseguem o melhor dos dois mundos: uma taxa aparente de IRC muito atractiva e uma tributação bastante gravosa das empresas.

NOTA DE FECHO

A estrutura completamente distorcida do IRC agrava o encargo fi scal e em muitos casos torna quase irrelevante a taxa nominal do imposto.

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1470 / 30 de novembro 2012 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Preços (IVA incl.)

Público Geral: 40 GAssinantes VE: 30 G

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INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Vida Económica – Patrícia Flores

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