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Phylum Porifera ou Spongiaria O filo Porifera (Do gr. poros, ‘passagem’, ‘orifício’; lat. ferre, ‘levar’) ou Spongiaria (Do gr. spoggia, atr. do lat. spongia, ‘esponja’; +suf. ário, ‘relação’) é constituído pelos mais primitivos animais da escala zoológica. São considerados como um grupo a parte de todos os outros animais: os poríferos formam o grupo Parazoa (Do gr. para, ‘ao lado’, zoon, ‘animal’) e os demais o grupo Enterozoa (Do gr. énteron, ‘intestino’). São animais diblásticos, ou diploblásticos, pois apresentam apenas dois folhetos germinativos (estes folhetos não são comparáveis aos dos demais animais). Possuem simetria radiada ou ausente. São sésseis, isto é, vivem fixos ao substrato. Podem viver isolados ou em colônias. Quando em colônias, a distinção do que seja um organismo é muito difícil: não dá para saber exatamente onde começa e onde termina um indivíduo completo, devido à grande independência de suas células. As esponjas são exclusivamente aquáticas, predominantemente marinhas. Há uma única família dulcícola, a Spongillidae. Em geral, vivem sobre rochas, conchas ou outros materiais sólidos no solo submarino. Possui três tipos estruturais de organização, nesta ordem de complexidade: 1. Áscon 2. Sycon 3. lêucon Essas não são as classes do filo Porifera, embora existam exatamente três classes. Para a definição destas são levadas em conta, principalmente, as estruturas de sustentação - tipo e disposição.

Phylum Porifera Ou Spongiaria

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Phylum Porifera ou Spongiaria

O filo Porifera (Do gr. poros, ‘passagem’, ‘orifício’; lat. ferre, ‘levar’) ou Spongiaria (Do gr. spoggia, atr. do lat. spongia, ‘esponja’; +suf. ário, ‘relação’) é constituído pelos mais primitivos animais da escala zoológica. São considerados como um grupo a parte de todos os outros animais: os poríferos formam o grupo Parazoa (Do gr. para, ‘ao lado’, zoon, ‘animal’) e os demais o grupo Enterozoa (Do gr. énteron, ‘intestino’).

São animais diblásticos, ou diploblásticos, pois apresentam apenas dois folhetos germinativos (estes folhetos não são comparáveis aos dos demais animais).

Possuem simetria radiada ou ausente. São sésseis, isto é, vivem fixos ao substrato. Podem viver isolados ou em colônias. Quando em colônias, a distinção do que seja um organismo é muito difícil: não dá para saber exatamente onde começa e onde termina um indivíduo completo, devido à grande independência de suas células.

As esponjas são exclusivamente aquáticas, predominantemente marinhas. Há uma única família dulcícola, a Spongillidae. Em geral, vivem sobre rochas, conchas ou outros materiais sólidos no solo submarino.

Possui três tipos estruturais de organização, nesta ordem de complexidade:

1. Áscon2. Sycon 3. lêucon

Essas não são as classes do filo Porifera, embora existam exatamente três classes. Para a definição destas são levadas em conta, principalmente, as estruturas de sustentação - tipo e disposição.

Filo Porífera

Áscon

O tipo áscon é a organização estrutural mais simples dos poríferos . Lembra um cesto de lixo, com a extremidade fixa ao substrato fechada e a extremidade oposta com uma

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grande abertura, o ósculo (Do lat. osculu, dim. de ‘boca’, que, mais tarde, degenerou no sentido de beijo).

A parede do corpo tem numerosos poros (óstios), formados por porócitos. Há uma grande cavidade no corpo, o átrio (Do lat. atrium, ‘vestíbulo’, ‘entrada’) ou espongiocela (Do gr. spoggia, atr. do lat. spongia, ‘esponja’; koyllion, ‘ventre’). A cavidade atrial é completamente revestida por coanócitos - camada gastral. Já a camada externa - camada dermal - é constituida basicamente de pinacócitos.

Áscon

As esponjas asconóides possuem uma superfície de absorção relativamente pequena. A evolução das formas estruturais (áscon - sycon - lêucon) é acompanhada de um aumento da capacidade de absorção de alimento (plâncton e partículas orgânicas).

Sycon

Esponjas do tipo sycon são mais complexas que áscon e menos complexas que lêucon. Esse complexidade é muito nítida, comparando-se os sistemas de canais.

Enquanto em asconóides não encontramos canais (apenas os poros formados por porócitos), em siconóides ocorrem canais horizontais, aumentando a superfície de absorção de alimento.

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Existem dois tipos de canais em siconóides. Os canais inalantes têm origem em um poro da parede do corpo e terminam em fundo cego, no mesênquima. Os canais exalantes ou radiais começam em fundo cego, no mesênquima, e desembocam na espongiocela.

Aqui os poros (óstios) da parede do corpo são maiores, formados pela ausência de células. Os porócitos promovem apenas a ligação (prosópila) entre os canais inalantes e os canais exalantes. A abertura para a espongiocela é denominada apópila.

Os coanócitos revestem os canais exalantes ou radiais, não aparecendo em nenhum outro lugar no corpo do animal. Os pinacócitos revestem a parede do corpo, a espongiocela e os canais inalantes.

Lêucon

O tipo lêucon ou rágon dos poríferos é o mais complexo. Comparativamente com áscon e sycon, o sistema de canais é muito mais sofisticado.

Esponjas leuconóides possuem câmaras vibráteis, formadas por coanócitos. Estes são os únicos locais onde os coanócitos estão presentes, em lêucon. As câmaras vibráteis são assim denominadas devido à vibração produzida pelo batimento dos flagelos das células com colarinho.

Os canais que ligam o exterior às câmaras vibráteis são denominados inalantes ou aferentes. Já os canais que promovem a comunicação destas câmaras com a espongiocela são chamados de exalantes ou eferentes.

Em leuconóides, todos os canais, a espongiocela e a camada externa do corpo do animal são revestidos por pinacócitos.

Devido ao sistema de canais mais desenvolvido, o mesênquima toma quase todo o espaço do corpo, ficando a espongiocela reduzida.

Histologia de Porifera

As esponjas não formam tecidos típicos. Em geral possuem um revestimento externo - a camada dermal - e um interno - a camada gastral. Entre estas duas camadas celulares encontramos um mesênquima gelatinoso, que pode conter espículas minerais, redes de espongina ou amebócitos. Podemos reconhecer os seguintes tipos celulares:

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Porifera

Reprodução em Porifera

Os poríferos podem reproduzir-se tanto assexuadamente, como sexuadamente. A reprodução assexuada nas esponjas pode ocorrer de três modos:

Regeneração

Quanto menos diferenciadas forem as células de um organismo (quanto mais independentes forem as suas células), maior será a sua capacidade de regeneração. Nas esponjas, a grande capacidade de regeneração chega a ser considerada uma forma de reprodução. Aliás, é muito utilizada na cultura de esponjas de banho (Spongia).

Brotamento

Arqueócitos formam protuberâncias no corpo do animal - os brotos. Estes se desenvolvem, podendo separar-se do corpo da esponja progenitora (formando novos indivíduos isolados) ou permanecer a ele ligados (formando uma colônia).

Gemulação

Tipo especial de reprodução, típico das esponjas dulcícolas, mas também encontrado em algumas esponjas marinhas. Gêmulas são estruturas especiais de resistência contra condições desfavoráveis do meio ambiente, como seca ou frio. São formadas por um aglomerado de arqueócitos, recobertos por espículas protetoras (anfidiscos). Em condições extremas, como a seca de um rio, a esponja progenitora morre e, com a volta da água, as gêmulas desenvolvem-se formando novas esponjas.

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A reprodução sexuada - por meio de gametas - dos poríferos ocorre de uma maneira bastante interessante, pois a fecundação é indireta. Isto porque o espermatozóide não penetra diretamente no óvulo. Os espermatozóides são eliminados na corrente de água, entram pelos poros de outra esponja e são fagocitados pelos coanócitos. Só então os gametas masculinos atingem o mesênquima e fecunda o óvulo. Tanto os óvulos como os espermatozóides são originados pelos arqueócitos. Os poríferos podem ser monóicos (hermafroditas) ou dióicos (de sexo separado). O desenvolvimento é indireto, por meio de uma larva ciliada livre-nadante - a anfiblástula. Depois de um tempo, ela se fixa a um substrato - estágio olinthus.

Reprodução Sexuada das Esponjas

Sistemática do filo Porifera

O filo dos poríferos é dividido em três classes:

1. Classe Calcarea (Calcispongiae)

Esponjas Calcárias. Espículas calcárias, monoaxiais ou com 3 ou 4 raios; superfície do corpo cerdosa; cores apagadas; geralmente com menos de 15 cm de comprimento.

Ex.: Leucosolenia e Scypha.

2. Classe Hexactinellida (Hyalospongiae)

Esponjas de Vidro. Espículas silicosas, com 6 raios (hexactinas); sem epitélio na superfície; comprimento de até 1 metro.

Ex.: Eupletella aspergillum e Hyalonem.

3. Classe Demospongiae

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Esqueleto de espículas silicosas, de espongina, de ambas ou ausente; espículas quando presentes são de 6 raios.

(Adaptado de Storer e Usinger)

Deste filo fazem parte as esponjas, animais que constituem indubitavelmente um grupo muito antigo, existindo provas da sua existência desde o Câmbrico mas a sua relação com os restantes animais é algo obscura, principalmente devido á sua simplicidade, sem paralelo no reino, mas também devido a alguns aspectos muito estranhos da sua embriologia.

As esponjas são animais sem simetria ou com simetria radiada, diploblásticos, acelomados e sem cavidade digestiva.

Todas as esponjas são sedentárias e coloniais, vivendo em meio aquático (água doce ou salgada), geralmente da linha da maré baixa até profundidades que atingem os 5500 metros.

Crescem sempre aderidas a substratos imersos, como madeira, conchas, rochas, etc. Muitas apresentam um aspecto quase vegetal (tendo sido consideradas plantas durante muitos séculos), embora possam ser brilhantemente coloridas. A sua natureza animal apenas foi reconhecida em 1765 mas a sua posição sistemática permaneceu incerta até 1857.

A simplicidade da estrutura das esponjas é tal que, se forem trituradas e passadas por uma peneira, de modo a separar as suas células, estas poderão reagrupar-se e formar novamente uma esponja, em tudo semelhante á original.

As células do corpo das esponjas apresentam mesmo um certo grau de independência, sem coordenação por células nervosas. Não apresentam, portanto, tecidos verdadeiros, nem sistemas de órgãos. Outro aspecto intrigante da biologia das esponjas é o facto de serem os únicos animais cuja abertura principal do corpo é exalante. No entanto, a maioria das esponjas reage ao toque, especialmente em volta da sua abertura principal, embora os estímulos sejam conduzidos lentamente, provavelmente célula a célula.

Por todos estes motivos, as esponjas foram colocadas fora do ramo principal da evolução dos invertebrados, no sub-reino Parazoa.

CARACTERIZAÇÃO DOS ORGANISMOS DO FILO

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As esponjas são organismos imóveis mas capazes de movimentar a água em seu redor. As partículas alimentares em suspensão penetram no corpo da esponja através de poros microscópicos – poros inalantes - na sua parede lateral e a água filtrada é retirada através de uma abertura maior – ósculo – na zona oposta á base.

Em certas espécies, o ósculo pode ser lentamente fechado. O ósculo encontra-se quase sempre acima do resto do corpo do animal, uma adaptação importante pois evita a recirculação de água á qual já foram retirados alimento e oxigénio e adicionados resíduos.

Em mais nenhum animal a abertura principal do corpo é exalante, como neste caso, mais uma excentricidade das esponjas.

A parede do corpo das esponjas delimita uma cavidade central, o átrio ou espongiocélio. Em certas esponjas mais complexas não existe apenas uma cavidade central mas um labirinto de canais e câmaras cobertas de células flageladas – câmaras vibráteis.

A respiração e a excreção são feitas directamente por difusão com o meio aquático, pelo que as esponjas não suportam águas estagnadas.

A parede do corpo das esponjas é formada por diversos tipos de células, sustentadas por elementos esqueléticos de vários tipos:

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Pinacócitos

Células achatadas de revestimento da parte externa, formando uma espécie de epiderme designada pinacoderme (embora não seja um verdadeiro tecido);

Coanócitos

Células flageladas com uma expansão membranosa em forma de colarinho, que revestem o espongiocélio e outras câmaras vibráteis internas das esponjas. O movimento dos seus flagelos cria a corrente de água que traz nutrientes e gases. Os nutrientes são filtrados pelo “colarinho” da célula, que não é uma estrutura sólida mas antes um conjunto de pequenos bastonetes erectos e separados por espaços. Qualquer partícula orgânica ou microrganismo planctónico aprisionado no colarinho é encaminhado para baixo, em direcção ao corpo celular e endocitado, ocorrendo uma digestão intracelular, em vacúolos digestivos. Posteriormente os nutrientes são difundidos para a mesogleia ou célula a célula;

Amebócitos

Células livres de vários tipos que se deslocam por movimentos amebóides, presentes no mesênquima ou mesogleia (substância gelatinosa localizada entre as camadas de pinacócitos e coanócitos) e que são responsáveis pelo crescimento e capacidade de regeneração, pois podem originar todos os restantes tipos de célula (excepto os coanócitos) e produzir as espículas do esqueleto. Estas células podem, ainda, transferir os nutrientes presentes na mesogleia para as restantes células e retirar os produtos de excreção para o espongiocélio. São, ainda, responsáveis pela formação dos gâmetas;

Porócitos

Células dotadas de um poro central, designado poro inalante, que as atravessa de lado a lado. Localizam-se a espaços regulares na parede do corpo da esponja, sendo através delas que a água penetra no espongiocélio. Estas microscópicas aberturas podem ser reguladas pelo animal.

Os elementos esqueléticos das esponjas podem ser de dois tipos básicos:

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Fibras proteicas

Formadas por uma proteína córnea designada espongina, uma substância insolúvel e resistente á digestão por enzimas proteolíticas. A espongina dispõe-se irregularmente no mesênquima;

Espículas minerais

Estes elementos podem ser compostos por dois tipos de minerais:

Carbonato de cálcio – espículas formadas por CaCO3, podem apresentar formas variadas, desde simples eixos rectos a formas complexas e ramificadas;

Sílica – espículas formadas principalmente por H2Si3O7, são geralmente complexas e podem fundir-se, originando uma estrutura relativamente sólida nas chamadas esponjas-de-vidro.

A reprodução das esponjas pode ser assexuada, por fragmentação ou gemulação, originando colónias de grandes dimensões.

Este tipo de reprodução ocorre por migração de pequenos grupos de amebócitos para a superfície da esponja e resulta do surgimento de condições desfavoráveis como o frio ou seca, principalmente em água doce.

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A reprodução sexuada é bastante peculiar, principalmente a nível do desenvolvimento larvar.

As esponjas podem ser hermafroditas ou gonocóricas, permanecendo os óvulos na mesogleia e sendo os espermatozóides libertados para o espongiocélio e daí para o exterior.

A reprodução das esponjas pode ser assexuada, por fragmentação ou gemulação, originando colónias de grandes dimensões.

Este tipo de reprodução ocorre por migração de pequenos grupos de amebócitos para a superfície da esponja e resulta do surgimento de condições desfavoráveis como o frio ou seca, principalmente em água doce.

A reprodução sexuada é bastante peculiar, principalmente a nível do desenvolvimento larvar.

As esponjas podem ser hermafroditas ou gonocóricas, permanecendo os óvulos na mesogleia e sendo os espermatozóides libertados para o espongiocélio e daí para o exterior.

Animais aquáticos, predominantemente marinhos, que geram uma corrente unidirecional de água através de seu corpo, da qual se nutrem e por intermédio da qual se reproduzem. O plano de construção dos poríferos é relativamente simples, com ampla mobilidade celular e constante reorganização do sistema aqüífero. Sua dieta consiste das menores frações orgânicas. Participam da produção primária, quando associados a cianobactérias ou algas; o hábito carnívoro já foi descrito para algumas espécies. Poríferos são os principais bioerodedores de substratos calcários, e já se sugeriu seu uso como biomonitores de qualidade ambiental.

São importantes membros das comunidades bentônicas em todas as faixas batimétricas, bem como lati e longitudinais; especialmente quando em substratos duros, abrigados da luz.

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São considerados animais atípicos. justamente pelo fato não formarem órgãos mas, apesar de sua simplicidade estrutural, são bem adaptados ao ambiente em que vivem. Podem, ainda serem considerados vitoriosos evolutivamente já que, apesar de serem um dos primeiros grupos a se formarem, são abundantes até hoje.

0 nome do filo está relacionado com o grande número de poros presentes no organismo - Pori = poros; phoros = transportador. Esses poros comunicam o meio externo com uma cavidade das esponjas, chamada átrio ou espongiocele.

As esponjas, durante a vida embrionária só apresentam dois folhetos germinativos e devido a isso são diblásticas. Não apresentam órgãos, cabeça, boca ou cavidade gástrica. Sua estrutura corporal está organizada num sistema de canais e câmaras por onde circula a água.

Estrutura e Organização Interna

Podemos descrever o corpo de uma esponja como um pequeno barril completamente perfurado e atravessado pela água, sempre encontrado fixo sobre um substrato. Seu corpo é provido de milhares de poros (ou óstios), orifícios pelos quais a água pode penetrar no corpo.

Todo o corpo do animal é organizado ao redor de um sistema interno de passagem de água, o que garante a sua vida pela chegada de alimentos e de oxigênio em todas as suas células.

Os poríferos apresentam simetria radial. Se cortarmos o seu corpo como uma pizza, as "fatias" serão iguais. Esse tipo de simetria é freqüentemente verificado em animais sésseis, incapazes de se deslocarem em uma direção. Nos animais móveis, que se locomovem preferencialmente em uma direção, o corpo tem simetria bilateral, ou seja, duas partes simétricas, uma ao lado da outra.

Incapazes de explorar o ambiente onde estão, por serem imóveis, os poríferos "trazem o ambiente até eles"! É incrivelmente grande a quantidade de água que passa pelo corpo de uma esponja diariamente.

Os poros comunicam o meio interno com canais que percorrem o corpo da esponja. Esses canais, por sua vez, abrem-se no átrio (ou espongiocele) , uma cavidade interna. Não se trata de uma cavidade digestiva, uma vez que não ocorrem processos digestivos

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em seu interior. Há esponjas cujos canais passam por câmaras dilatadas incrustadas na parede do corpo, antes de se abrirem no átrio central.

O átrio se comunica com o exterior por meio de orifícios maiores e bem menos numerosos que os poros. São os ósculos. Há um contínuo fluxo de água atravessando os canais, sempre obedecendo ao seguinte sentido:

O fluxo de água é absolutamente vital para as células da esponja.

Nas esponjas de estrutura corporal mais simples, a espessura da parede corporal é muito delgada. A superfície externa é revestida por células achatadas chamadas pinacócitos. Os orifícios que se abrem na superfície corporal se comunicam com tubos. Tanto a borda do orifício como a parede desses tubos representam uma célula dobrada sobre si mesma, formando um cilindro. São os porócitos.

Internamente a essa camada superficial de células, há uma substância gelatinosa, constituída predominantemente por proteínas, chamada mesênquima. Mergulhadas no mesênquima, são encontradas células amebóides, os amebócitos. Também no mesênquima estão as espículas, elementos que garantem a sustentação do corpo das esponjas.

Os amebócitos têm capacidade fagocítica e são responsáveis pela digestão de alimentos. Nas esponjas, a digestão é exclusivamente intracelular. Uma vez que não há um sistema digestivo, todo o processo de fragmentação dos alimentos se dá no interior das células. Algumas outras células mergulhadas no mesênquima são totipotentes, ou seja, são diferenciadas e, de acordo com a necessidade, podem se transformar em cada um dos tipos celulares presentes no corpo das esponjas.

As espículas formam um "esqueleto rudimentar" que sustenta o corpo mole das esponjas. São sintetizadas por tipos especiais de amebócitos, e a sua composição química varia de uma espécie para outra. Algumas esponjas possuem espículas calcárias (carbonato de cálcio) ou de sílica (dióxido de silício). Em algumas esponjas, não são encontradas espículas minerais, mas uma fina trama protéica de fibras de espongina. Essas são as esponjas empregadas em banhos.

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A análise da composição dessas espículas é um importante critério de classificação das diversas espécies de esponjas. Em uma mesma esponja, podem ser encontradas espículas minerais e a rede de espongina.

O átrio é revestido por coanócitos. São células que possuem um flagelo circundado, em sua base, por um "colarinho" constituído por algumas dezenas de filamentos retráteis. O batimento desses flagelos é o principal responsável pelo movimento contínuo da água pelo corpo das esponjas. Os coanócitos também são as células responsáveis pela captação dos alimentos.

Os coanócitos se encontram apenas no revestimento interno do átrio. Esse tipo de esponja é chamada asconóide (ou áscon), e é o que faz a água circular mais lentamente.

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As esponjas um pouco mais complexas apresentam numerosas dobras do revestimento do átrio, de tal forma que a quantidade de coanócitos é proporcionalmente maior que nas do tipo asconóide. Os canais formados pelas dobras da parede do átrio são os canais radiais, e esse tipo estrutural de esponjas é conhecido como siconóide (ou sicon).

O mais alto grau de complexidade e de dobramento do revestimento interno das esponjas é verificado no tipo leuconóide (ou leucon). Nas esponjas com essa estrutura, ao longo dos canais, são encontradas câmaras revestidas por coanócitos. Nessas esponjas, o átrio é bastante reduzido, e são as que conseguem movimentar a água com maior velocidade.

Essa maior eficiência na circulação interna de água, que possibilita maior oferta de oxigênio e de alimentos para as células, permite que as esponjas do tipo leuconóide alcancem tamanhos maiores que as esponjas de outros tipos.

Todo o metabolismo dos poríferos depende da água que circula por suas câm aras e pelos seus canais, banhando as suas células. Da água, as células obtêm o oxigênio e os alimentos de que necessitam, e na água lançam seus resíduos, como o gás carbônico e a amônia. Toda a corrente de água é mantida pelo contínuo batimento dos flagelos dos coanócitos. Essas células também são as responsáveis pela captação de alimentos, que passam através dos seus "colarinhos". As partículas alimentares presentes na água ficam aderidas nos filamentos retráteis do colarinho dos coanócitos. Depois de englobados, esses alimentos são digeridos pelas enzimas dos lisossomos.

A digestão das esponjas é exclusivamente intracelular. Uma parte do alimento é transferida dos coanócitos para os amebócitos do mesênquima, que também contribuem com a atividade digestiva. Depois de fragmentados, os alimentos são distribuídos por difusão por todas as outras células do corpo. Devido a esse padrão alimentar, as esponjas são consideradas organismos filtradores. Uma esponja com 10 centímetros de altura filtra mais de 100 litros de água por dia. Estima-se que, para crescer e acrescentar 3 gramas ao seu peso, as esponjas tenham de filtrar mais de uma tonelada de água!

As trocas gasosas (obtenção de O2 e eliminação de CO2) acontecem por difusão simples, assim como a eliminação de resíduos metabólicos. O papel de um sistema circulatório é parcialmente executado pela cavidade interna e também pelos amebócitos que, ao se deslocarem pelo mesênquima, auxiliam na distribuição de substâncias.

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Os poríferos não possuem sistema nervoso, de tal forma que um estímulo não será transmitido para outras partes do corpo. Entretanto, pode resultar em uma reação local, como o fechamento do ósculo

Reprodução

Entre as esponjas, ocorrem reprodução assexual e reprodução sexual. A reprodução assexual se faz através do brotamento. Os brotos crescem ligados ao corpo, podendo se soltar em determinados momentos e formar um novo organismo.

Algumas espécies de esponjas de água doce formam brotos internos, chamados gêmulas. Possibilitam a sobrevivência da esponja em condições adversas, como o frio intenso. As gêmulas se formam a partir de células amebóides do mesênquima, que se enchem de substâncias nutritivas e são circundadas por um envoltório resistente. Com a morte da esponja, o seu corpo se desintegra e libera as gêmulas. Quando as condições ambientais voltam a ser favoráveis, as gêmulas liberam suas massas celulares internas, que se desenvolvem e originam novas esponjas.

Como são formadas por tecidos pouco diferenciados, as esp onjas têm um elevado poder de regeneração. Ao se passar uma esponja por uma peneira, fragmentando-se o seu corpo em centenas de pequenos pedaços, as células se reorganizam e formam centenas de novas esponjas.

A reprodução sexual depende da formação de gametas a partir de diferenciação de algumas células presentes no mesênquima. Há espécies hermafroditas e espécies com sexos separados. A corrente de água leva os espermatozóides ao encontro dos óvulos, e a fecundação (fusão dos gametas masculino e feminino) ocorre no mesênquima. O desenvolvimento embrionário é indireto, pois há passagem por um fase larvária, chamada anfiblástula.

Empregamos, no parágrafo anterior, alguns conceitos importantes relacionados com a reprodução e que serão empregados diversas vezes na Zoologia.

Animais hermafroditas são os que possuem, em um mesmo organismo, sistemas reprodutores masculino e feminino. Esses hermafroditas podem ser monóicos, quando apenas um indivíduo forma gametas masculinos (espermatozóides) e femininos (óvulos) que se fundem e originam um novo indivíduo. Esse evento se chama autofecundação. A tênia (ou "solitária") é um exemplo de hermafrodita monóico.

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Há, também, hermafroditas dióicos. São animais que, embora produzam gametas masculino e feminino, os gametas masculinos de um organismo não são capazes de fecundar os gametas femininos do mesmo organismo, havendo a necessidade de dois indivíduos para que ocorra a fecundação, que recebe o nome de fecundação cruzada. As minhocas são hermafroditas dióicos. Embora um mesmo animal produza espermatozóides e óvulos, a fecundação acontece entre os espermatozóides de um animal e os óvulos do outro, e vice-versa.

Todos os animais de sexos separados, como o homem, são dióicos e realizam apenas a fecundação cruzada.

São esponjas

Filo Porifera - animais metazoários sedentários, habitantes dos mares com algumas formas de água doce (família Espongilidae). No geral as esponjas tem o aspecto de um vaso; podem ser ramificadas, globulares ou de formas variadas. As esponjas tem um aspecto poroso (o corpo com muitas aberturas), daí o nome Porifera.

O esqueleto das esponjas é interno e está situado no mesênquima. As esponjas apresentam dois tipos de esqueletos: o esqueleto mineral (espículas calcáreas e silicosas) e o esqueleto orgânico (rede de fibras de espongina, uma escleroproteína). Possuem coloração verde, amarelo, laranja, vermelha, azul - proteção à radiação solar ou coloração de alerta.

Quando industrializadas para a produção de esponjas de banho, as esponjas perdem totalmente o seu esqueleto mineral, sobrando apenas as fibras de espongina. As esponjas apresentam simetria radial ou podem ser assimétricas. Possuem dois folhetos germinativos e não apresentam órgãos diferenciados.

Entretanto apresentam uma certa diversidade celular relacionada a cada função fisiológica.

Assim temos os seguintes tipos celulares:

Pinacócitos

Células justapostas que formam camada dermal.

Coanócitos

Células flageladas, providas de colarinho, que revestem a camada gastral (interna). Podem realizar funções como a captura e digestão de alimentos. Porócitos - células tubulosas com uma perfuração cônica, pela qual a água passa do meio externo para o interno e vice-versa.

Miócitos

Células alongadas e contrácteis, formando um esfíncter em torno do ósculo.

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Amebócitos

Células de movimento amebóide que ocorrem no mesênquima. Existem dois tipos principais de amebócitos, denominados de acordo com a função que exercem. Desta maneira os escleroblastos secretam espículas minerais e os arqueócitos podem receber e digerir o alimento capturado pelos coanócitos e podem formar as células reprodutivas.

As esponjas podem apresentar três estruturas básicas: Ascon, Sicon, e Leucon.

O tipo Áscon é a forma mais primitiva dos espongiários, tem forma tubular ou de um vaso fixo a um substrato. No ápice deste tipo de esponja aparece uma abertura denominada de ósculo, por onde sai a água que penetra pela superfície porosa da esponja. O corpo da esponja apresenta uma camada dermal de origem ectodérmica (externa) e outra camada gastral de origem endodérmica (interna). Entre as duas existe uma mesênquima gelatinoso. No centro existe uma cavidade chamada de átrio ou espongiocela.

O tipo Sícon, também tem um aspecto de um vaso fixo a um substrato. A parede do corpo aparece com uma série de dobras que formam os canais inalantes externos, que terminam num fundo cego; e os canais exalantes internos, que desembocam no átrio.

O tipo Leucon apresenta uma estrutura mais complexa que a dos dois anteriores. Neste tipo o átrio é reduzido e as paredes do corpo são bem desenvolvidas. Nestas esponjas ocorrem uma série de canais que desembocam em câmaras vibráteis. Os canais que partem dos poros externos são denominados de canais inalantes e os canais que partem dos poros internos (do átrio) são os canais exalantes.

Nas câmaras vibráteis, os coanócitos vibram a água circundante com seus flagelos, capturando os alimentos que ali circulam. Os alimentos das esponjas são plânctons e partículas orgânicas, que circulam pelo átrio, pelos canais ou pelas câmaras vibráteis, conforme o tipo da esponja. A digestão é intracelular, realizada principalmente pelos amebócitos, os quais recebem o alimento capturado pelos coanócitos. Feita a digestão intracelular em cada amebócito, os excretas eliminados por estes, caem na corrente de água e são eliminados. A respiração nas esponjas é realizada por cada célula, não existindo um órgão respiratório.

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A reprodução nas esponjas pode ser assexuada ou sexuada.

A reprodução assexuada pode ser:

Regeneração

A perda acidental de partes ou mesmo a separação artificial de uma esponja, leva a sua regeneração

Brotamento

Muito comum nas esponjas marinhas, onde um grupo de arqueócitos entram em divisão e diferenciação o que leva a formação de um broto ligado à "mãe" e podendo originar assim, uma colônia

Gemulação

Mais comum nas esponjas de água doce, estruturas de reprodução denominadas de gêmulas, formam-se a partir dos arqueócitos e ficam envolvidas por uma membrana resistente revestida por anfidiscos. Quando das condições ambientais desfavoráveis, as esponjas podem morrer, mas deixar a sua gêmula em estado latente, até que as condições se tornem favoráveis; assim os arqueócitos saem da gêmula e podem se organizar em novas esponjas.

Reprodução sexuada

Sabemos que as esponjas podem ser monóicas (hermafroditas) ou dióicas (sexos separados). Os óvulos e os espermatozóides, originam-se de arqueócitos ou coanócitos (não existem órgãos reprodutores diferenciados). Assim quando da reprodução sexuada o espermatozóide pode chegar a um dos canais radiais da esponja, de onde poderá ser dispersado pelas correntes de água até o átrio; lá ele poderá se fixar em um coanócito, o qual perderá o seu colarinho e flagelo e vai migrar até o óvulo (que permanece no mesênquima). Portanto a fecundação é chamada de indireta.

Nas esponjas não existe sistema circulatório nem sistema nervoso. São animais enormemente dependentes da água, com a água entra o oxigênio, alimento e esperma e saem detritos metabólitos, resíduos nitrogenados, esperma e larvas.

Os poríferos possuem alto poder de regeneração, este fato é largamente utilizado nos cultivos de esponjas. Algumas esponjas vivem somente um ano, outras vivem muitos anos. Em regiões temperadas durante o inverno passa por um período de dormência.

Os poríferos possuem grande importância ecológica - fazem simbiose com organismo fotossintéticos (zooxantelas - matriz amarelada ou cianobactérias - matriz verde, violeta, marrom), vivem em águas rasas e claras, aumento na taxa metabólica entre 33% e 80%. Abriga grande comunidade de organismos aquáticos. Servem de alimento para muitas teias alimentares.

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Geralmente estão associados com recifes de corais, abrigando grande diversidade de organismos marinhos.

Em algumas unidades de conservação estes organismos são protegidos por lei, como é o caso do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e Parque Nacional Marinho de Abrolhos entre outras áreas naturais.

Fonte: www.ambientebrasil.com.br

Filo Porífera

Posição Sistemática

Reino Animalia

Sub reino Parazoa

Filo Porifera

Subfilo CellulariaClasse CalcareaClasse Demospongiae

Subfilo Symplasma

Características Gerais

Animais aquáticos, predominantemente marinhos, que geram uma corrente unidirecional de água através de seu corpo, da qual se nutrem e por intermédio da qual se reproduzem. O plano de construção dos poríferos é relativamente simples, com ampla mobilidade celular e constante reorganização do sistema aqüífero.

As esponjas, durante a vida embrionária só apresentam dois folhetos germinativos e devido a isso são diploblásticas. Não apresentam órgãos, cabeça, boca ou cavidade gástrica. Sua estrutura corporal está organizada num sistema de canais e câmaras por onde circula a água.

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Podemos descrever o corpo de uma esponja como um pequeno barril completamente perfurado e atravessado pela água, sempre encontrado fixo sobre um substrato. Seu corpo é provido de milhares de poros (ou óstios), orifícios pelos quais a água pode penetrar no corpo. Todo o corpo do animal é organizado ao redor de um sistema interno de passagem de água, o que garante a sua vida pela chegada de alimentos e de oxigênio em todas as suas células.

Os poros comunicam o meio interno com canais que percorrem o corpo da esponja. Esses canais, por sua vez, abrem-se no átrio (ou espongiocele), uma cavidade interna. Não se trata de uma cavidade digestiva, uma vez que não ocorrem processos digestivos em seu interior. Há esponjas cujos canais passam por câmaras dilatadas incrustadas na parede do corpo, antes de se abrirem no átrio central.

O átrio se comunica com o exterior por meio de orifícios maiores e bem menos numerosos que os poros. São os ósculos.

Internamente a essa camada superficial de células, há uma substância gelatinosa, constituída predominantemente por proteínas, chamada mesênquima. Mergulhadas no mesênquima, são encontradas células amebóides, os amebócitos. Também no mesênquima estão as espículas, elementos que garantem a sustentação do corpo das esponjas.

Os amebócitos têm capacidade fagocítica e são responsáveis pela digestão de alimentos. Nas esponjas, a digestão é exclusivamente intracelular. Uma vez que não há um sistema digestivo, todo o processo de fragmentação dos alimentos se dá no interior das células.

O átrio é revestido por coanócitos. São células que possuem um flagelo circundado, em sua base, por um "colarinho" constituído por algumas dezenas de filamentos retráteis. O batimento desses flagelos é o principal responsável pelo movimento contínuo da água pelo corpo das esponjas. Os coanócitos também são as células responsáveis pela captação dos alimentos.

As trocas gasosas (obtenção de O2 e eliminação de CO2) acontecem por difusão simples, assim como a eliminação de resíduos metabólicos. O papel de um sistema circulatório é parcialmente executado pela cavidade interna e também pelos amebócitos que, ao se deslocarem pelo mesênquima, auxiliam na distribuição de substâncias.

Sistema Nervoso dos Poríferos

Os poríferos não possuem sistema nervoso, de tal forma que um estímulo não será transmitido para outras partes do corpo. Entretanto, um estímulo pode resultar em uma reação local, como o fechamento do ósculo. Eles possuem um “esboço de sistema nervoso difuso” (uma rede de células nervosas pelo corpo).

Células Nervosas dos Poríferos

As células individuais apresentam pouca coordenação, que depende da transmissão de substâncias mensageiras por meio de difusão no interior do mesoilo, pelas células amebóides e ao longo de células fixas em contato entre si. A condução elétrica não envolve potenciais de ação.