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PIBID na Educação FísicaUma proposta metodológica e

práticas para o ensino doesporte na escola

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OI OSE D I T O R A

Rogério da Cunha VoserOrganizador

2018

PIBID na Educação FísicaUma proposta metodológica e

práticas para o ensino doesporte na escola

Caderno Pedagógico deEducação Física – PIBID/UFRGS

E-book2a edição

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© Organizador – [email protected]

Editoração: Editora Oikos

Capa: Juliana Nascimento

Imagem da Capa: Kids Playing, por fleaz. iStockphoto vector #6972320

Revisão: Erny Mugge

Arte-final: Jair de Oliveira Carlos

Conselho Editorial (Editora Oikos):Antonio Sidekum (Ed.N.H.)Avelino da Rosa Oliveira (UFPEL)Danilo Streck (Unisinos)Elcio Cecchetti (UNOCHAPECÓ e GPEAD/FURB)Eunice S. Nodari (UFSC)Haroldo Reimer (UEG)Ivoni R. Reimer (PUC Goiás)João Biehl (Princeton University)Luís H. Dreher (UFJF)Luiz Inácio Gaiger (Unisinos)Marluza M. Harres (Unisinos)Martin N. Dreher (IHSL)Oneide Bobsin (Faculdades EST)Raúl Fornet-Betancourt (Aachen/Alemanha)Rosileny A. dos Santos Schwantes (Uninove)Vitor Izecksohn (UFRJ)

Editora Oikos Ltda.Rua Paraná, 240 – B. Scharlau93120-020 São Leopoldo/RSTel.: (51) [email protected]

PIBID na Educação Física: uma proposta metodológica e práticaspara o ensino do esporte na escola. Cadernos Pedagógicos deEducação Física – PIBID/UFRGS [e-book]. / OrganizadorRogério da Cunha Voser. – São Leopoldo: Oikos, 2018.96 p.; 14 x 21 cm.ISBN 978-85-7843-763-31. Professor – Formação. 2. Prática pedagógica. 3. Ensino e

aprendizagem. 4. Ensino – Educação Física – Esporte . I. Voser,Rogério da Cunha.

CDU 371.13

P584

Catalogação na Publicação:Bibliotecária Eliete Mari Doncato Brasil – CRB 10/1184

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Agradecimento

Quero agradecer a todos os colaboradores(escolas, direção, supervisores, bolsistas,

alunos e equipe de apoio do PIBID/UFRGS)que estão envolvidos de alguma forma no

Subprojeto de Educação Física, peladedicação e comprometimento ao longo de

todo o andamento de nossas atividades.

Agradecimento em especial, à Profª DrªRoselane Zordan Costella, Coordenadora

Institucional do PIBID/UFRGS,pela sua competência em liderar e

nos apoiar em todas as nossas ações.

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Sumário

Introdução ....................................................................... 9

Contextualizando o PIBID na UFRGS ........................... 11

Contextualizando o Subprojeto da Educação Física– esporte no Ensino Fundamental e Médio ..................... 14

Manifestações do esporte ................................................ 17

Esporte educacional ....................................................... 19

Metodologia para o ensino dos jogos esportivosno PIBID da Educação Física ......................................... 22

Proposta dos jogos condicionados parao ensino dos esportes ...................................................... 24

Atividades práticas: exemplos para o Futsal .................... 27

Motivações para o ingresso no PIBID ............................. 38

Relatos de experiências ................................................... 41

Considerações finais ....................................................... 93

Referências ..................................................................... 95

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

Introdução

O PIBID é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e avalorização da formação de professores de educação básica.Seus projetos visam promover a inserção dos estudantes denível superior no contexto das escolas públicas, desde o inícioda sua formação acadêmica, para que desenvolvam ativida-des didático-pedagógicas sob orientação de um docente da li-cenciatura e de um professor da escola.

Nesta perspectiva, este caderno pedagógico emerge dasexperiências construídas pelos bolsistas da Educação Físicada UFRGS, no ambiente da escola.

Este caderno pedagógico tem como foco principal apre-sentar uma proposta metodológica e uma série de atividadespráticas para o ensino do esporte no ambiente escolar. Porfim, discorre sobre as motivações iniciais e os relatos de expe-riências dos colaboradores deste subprojeto, ao longo destesdez meses de vivências (março a dezembro de 2014) dentrodo cotidiano da escola.

Espera-se, através deste material produzido, contribuircom a formação de professores e futuros professores.

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

Contextualizandoo PIBID na UFRGS

O PIBID/UFRGS é o Programa Institucional de Bolsade Iniciação à Docência da Universidade Federal do Rio Gran-de do Sul, cujos recursos, provenientes da Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) soba forma de bolsas e de verba de custeio, e com a cooperaçãoda Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul,permitem a realização de ações didático-pedagógicas nas es-colas da Rede Pública Estadual na cidade de Porto Alegre.

No momento, o PIBID/UFRGS vem executando pro-jetos nas áreas Artes Visuais, Ciências Biológicas, CiênciasSociais, Dança – Anos Iniciais, Dança – Anos Finais, Educa-ção Física – Esportes, Educação Física – Ens. Fundamental eMédio, Educação Física – Anos Iniciais, Filosofia, Física,Geografia, História, InterVale, InterSede, Letras – Francês,Letras – Espanhol, Letras – Português, Matemática, Música,Pedagogia Anos Iniciais, Pedagogia Anos Finais, Química eTeatro.

Os coordenadores dos respectivos projetos são todosprofessores efetivos da nossa Universidade, com temáticas depesquisa e atuação profissional no âmbito da Formação deProfessores e nos estágios de docência dos diferentes cursosde Licenciatura que integram o Programa. A realização dotrabalho pedagógico dos nossos licenciandos, no interior decada uma das escolas, conta com a supervisão e o acompa-

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

nhamento dos professores da Rede Pública do Estado, conso-lidando-se, assim, uma parceria entre Universidade e Escolana formação dos futuros profissionais da Educação Básica.

Alguns dos objetivos do PIBID/UFRGS são:

1. Incentivar a formação de docentes em nível superiorpara a Educação Básica, junto às escolas públicas no RS;

2. Contribuir para a valorização do magistério;

3. Elevar a qualidade da formação inicial de professo-res nos cursos de licenciatura, através da integração de açõesentre a universidade e as escolas de Educação Básica;

4. Inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da redepública, proporcionando-lhes oportunidades de criação e par-ticipação em experiências metodológicas, tecnológicas e prá-ticas docentes, de caráter inovador e interdisciplinar, que bus-quem a superação de problemas identificados no processo deensino-aprendizagem e que vem sendo trabalhadas na pesqui-sa nas diferentes áreas de conhecimento específicas;

5. Incentivar as escolas públicas de Educação Básicacomo instituições co-formadoras na formação inicial para omagistério;

6. Contribuir para a articulação entre teoria e práticanecessárias à formação dos docentes, elevando a qualidadedas ações acadêmicas nos cursos de licenciatura da UFRGS,tendo como base os resultados de pesquisas na interface dasáreas educacionais com as áreas de conhecimento específi-cas;

7. Socializar a produção de saber em torno das experiên-cias de sala de aula realizadas e dos processos de inserção es-colar.

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

Entre as metas dos subprojetos estão:

1. Possibilitar a melhoria do ensino a cada ano desteprojeto para os alunos da Educação Básica, das escolas con-veniadas.

2. Fortalecer o espaço institucional dos cursos de licen-ciatura na Universidade, despertando o interesse dos alunosda Graduação pela realização desses cursos.

3. Qualificar o trabalho pedagógico de Professores Su-pervisores das escolas conveniadas.

4. Incentivar a permanência e futura atuação docenteem escolas públicas dos alunos dos cursos de Licenciatura en-volvidos no Projeto.

5. Produzir e socializar materiais didáticos, estratégiasmetodológicas e produtos educacionais derivados das açõesrealizadas por cada um dos subprojetos que compõem o Pro-jeto institucional deste Edital PIBID 2013; e

6. Publicação com caráter de divulgação científica dasexperiências desenvolvidas no âmbito deste projeto Edital 2013e do Programa PIBID-UFRGS como um todo.

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

Contextualizando o Subprojetoda Educação Física – Esporte no

Ensino Fundamental e Médio

Este subprojeto faz parte de um dos três grupos de tra-balho da Educação Física; foi pensado no segundo semestrede 2013 e colocado em prática no início do primeiro semestrede 2014. Tem como objetivo principal estimular o desenvolvi-mento da formação integral dos alunos das escolas públicasatravés de uma proposta baseada na vertente do esporte educa-cional. Com isso, busca, por meio de atividades esportivas, pro-mover a inclusão, a diversidade e o trabalho interdisciplinar.

Esta ação se dá na área da licenciatura da EducaçãoFísica, em modalidade presencial, com atuação no nível deEnsino Fundamental e Médio, de três escolas públicas esta-duais, situadas na cidade de Porto Alegre. Como participan-tes, fazem parte da equipe: um coordenador de área, três su-pervisores e dezesseis alunos bolsistas da Escola de EducaçãoFísica da UFRGS.

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

Coordenador: Dr. Rogério da Cunha [email protected]

Escola Estadual Ensino Médio Professor Júlio GrauAv. Brino, 350 – Santa Maria Goretti – Porto Alegre – RS– Tel.: (51) 3342-9858

Supervisora: Patrícia Frota Muller – Educação Fí[email protected]

Alunos Bolsistas1.Wilian Antiqueira da Luz – Educação Física2. Alam Camejo Sena – Educação Física3. Leonardo da Silva Lima – Educação Física4. Eduardo Araújo Maciel – Educação Física5. Marcelo Farion Rodrigues – Educação Física6. Letieli Cristina de Souza – Educação Física

Escola Estadual Plácido de CastroRua Américo Vespúcio, 615 – Higienópolis – Porto Ale-gre – RS – Tel.: (51) 3343-1503

Supervisor: André Luis Campos Cupertino – Educação Fí[email protected]

Alunos Bolsistas1. Matheus Mesquita de Souza – Educação Física2. Marcelo Gerwer Ginar Telles – Educação Física3. Alexandre Brod Farias – Educação Física

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

4. Eduardo Claus Farias da Rosa – Educação Física5. Eduardo Rodrigues Oliveira – Educação Física6. Miguel Cerva Melo – Educação Física

Escola Estadual Ens. Fund. Padre Theodoro AmstadRua Valentim Vicentini, 255 – Iapi – Porto Alegre – RS– Tel.: 3341-6002

Supervisor: Carlos Alberto Carboni – Educação Fí[email protected]

Alunos Bolsistas1. Daiane Pinto dos Santos – Educação Física2. Thaís Coutinho Toscano de Oliveira – Educação Física3. Alexandre Rossoni da Rocha – Educação Física4. Matheus Lima Moraes – Educação Física

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

Manifestações do esporte

A Constituição Brasileira de 1988, no seu art. 217, pre-vê que os recursos públicos sejam prioritariamente destina-dos à promoção do esporte educacional. A Lei nº 9.615/98,batizada como “Lei Pelé”, regulariza o esporte no país, carac-terizando-o nas seguintes manifestações:

Esporte Educacional: praticado nos sistemas de ensinoe em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seleti-vidade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a fi-nalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduoe a sua formação para o exercício da cidadania e a prática dolazer.

Fonte: Programa Segundo Tempo.

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

Esporte de Participação: praticado de modo voluntá-rio, compreendendo as modalidades desportivas praticadascom a finalidade de contribuir para a integração dos pratican-tes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e daeducação e preservação do meio ambiente.

Esporte de Rendimento: praticado segundo normas ge-rais dessa lei e das regras de práticas desportivas – nacional einternacional –, com a finalidade de obter resultados e inte-grar pessoas e comunidades do país, e estas com outras na-ções.

Em relação ao esporte educacional, que é o foco destaprodução, cabe destacar a Carta Internacional da EducaçãoFísica e do Esporte da UNESCO (1978) que diz: “Todo serhumano tem o direito fundamental de acesso à educação físi-ca e ao esporte, que são essenciais para o pleno desenvolvi-mento da sua personalidade. A liberdade de desenvolver apti-dões físicas, intelectuais e morais, por meio da educação físi-ca e do esporte, deve ser garantido dentro do sistema educacio-nal, assim como em outros aspectos da vida social.”

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

Esporte educacional

Muito se discute sobre o modelo de esporte praticado eestimulado nas escolas. Para tanto, algumas questões iniciaisprecisam ser levantadas de modo a propiciar reflexões:

1. Nossas escolas públicas possuem espaço físico e ma-teriais adequados para a prática dos esportes?

2. Os professores estimulam outras vivências esporti-vas, além daquelas tradicionais (futebol, futsal, vôlei, etc.)?

3. As metodologias utilizadas para o ensino-aprendiza-gem dos esportes na escola vão ao encontro das necessidades,interesses e motivações dos alunos?

4. Além da técnica e da tática, quais comportamentos evalores são incorporados por meio da prática dos esportes daescola?

5. O esporte da escola é desenvolvido junto de outrasdisciplinas, acionando a trans e a multidisciplinaridade pormeio de projetos educacionais integrativos?

Fonte: Programa Segundo Tempo.

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

6. Os professores estão atualizados e capacitados no quese refere às questões conceituais, procedimentais e atitudinaisque envolvem o ensino dos esportes?

7. Nas competições escolares se valorizam outros as-pectos além do “vencer” e ser “campeão”?

Observa-se que as aulas na maioria das vezes colocamo foco no aprendizado da técnica, com a aplicação de meto-dologia analítica, muito parecida com a que é proposta noesporte rendimento. Este modelo de aula é caracterizado pelarepetição, seletividade, exclusão, e pela aplicação do jogo comas regras institucionalizadas.

O esporte da escola por sua vez deve preconizar a for-mação integral do aluno/cidadão, devendo propiciar a parti-cipação de todos, estimulando a inclusão e a diversidade. Es-tas aulas devem ser alegres e desafiadoras.

Nossa convicção é que a escola deve ser transformado-ra. O ensino dos esportes prepara para a vida. A prática dosesportes ensina à criança noções básicas de cidadania, de res-peito às regras, a trabalhar coletivamente, a ganhar e perder.

Para o esporte tornar-se fator de emancipação indivi-dual e, consequentemente, coletiva, alguns preceitos devemser respeitados, como:

1. Inclusão de todos: criar condições, possibilidades eoportunidades para que as crianças e os jovens tenham acessoà prática esportiva;

2. Construção coletiva: elaborar e desenvolver, junta-mente com os educandos, os programas pedagógicos para le-var em consideração suas necessidades e expectativas;

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

3. Respeito à diversidade: reconhecer e respeitar as dife-renças dos alunos em relação à etnia, ao gênero, ao biótipo,além de repertórios e habilidades.

4. Educação integral: ser meio de aprendizagem equili-brada, além da dimensão física, como desenvolvimento dascapacidades psíquica, afetiva e social;

5. Rumo à autonomia: compreender a prática esportivacomo ação emancipatória para a formação de um cidadãoativo, crítico e criativo.

Figura 1: Princípios do Esporte Educacional

Fonte: Instituto Esporte Educação.

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

Metodologia para o ensinodos jogos esportivos no

PIBID da Educação Física

Figura 2: Metodologia Triangular para o Ensino do EsporteEducacional

Fonte: IEE – Instituto Esporte e Educação.

O que se observa geralmente no ambiente da escola sãoa aplicação de dois modelos: um primeiro, onde o professorapenas ministra algum alongamento e aquecimento e, em se-guida, larga a bola para os alunos jogarem, “largobol”; e umsegundo, onde é aplicado um modelo analítico de ensino, comrepetições, preocupação somente com o gesto motor, longascolunas, jogo formal.

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

A metodologia proposta neste subprojeto desenvolvidopelos bolsistas do PIBID propõe o ensino-aprendizagem dosesportes, utilizando uma abordagem global-funcional. A me-todologia proposta enfoca os “jogos”, sejam eles recreativos,pré-desportivos, situacionais (GRECO e BENDA, 2006) oucondicionados. São métodos de ensino que enfatizam os as-pectos tático-cognitivos do esporte, a compreensão tática, aimportância do entendimento do jogo e da tomada de deci-são.

Kröger e Roth (2005), através da utilização de variadosjogos com bolas diversas, propõem um desenvolvimento cog-nitivo e motor de crianças dando bases para que possam in-gressar no treinamento específico de algum esporte com bola,com habilidade suficiente para o aprendizado.

O método centrado “no jogo” diferentemente do analí-tico-sintético não é dividido em fundamentos técnicos (passe,condução, etc.), e sim, em unidades funcionais, criando eta-pas de ensino correspondentes aos diversos níveis de relação,segundo Garganta (1995):

• Eu – bola: Familiarização com a bola e seu controle;

• Eu – bola – alvo: Objetivo do jogo, finalização;

• Eu – bola – adversário: Atenção sobre a oposição exis-tente no jogo, conservação da posse da bola, busca doobjetivo, drible, 1x1;

• Eu – bola – colega – adversário: Desmarque, passe,contenção, jogo 2x2.

• Eu – bola – colegas – adversários: Criação e anulaçãode linhas de passe, coberturas, penetração, 3x1, 3x2, 3x3;

• Eu – bola – equipe – adversários: Jogo formal, aplica-ção dos princípios do jogo.

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

Proposta dos jogos condicionadospara o ensino dos esportes

Fonte: Programa Segundo Tempo.

São jogos de regras simplificadas ou modificadas, emque podem ser alterados o tipo de bola, o número de jogado-res, as traves, as dimensões da quadra ou se pode, até mesmo,enfatizar algum componente da técnica ou da tática. O objeti-vo desses jogos é promover a compreensão dos componentesdo jogo pela prática de situações reais.

Criam-se alternativas em que a finalidade é repetir es-sas circunstâncias por diversas vezes. Nesse modelo, o aluno/atleta executa e aprende os objetivos propostos, mas tambémpratica o desporto futsal e suas relações, ou seja, ataque, defe-sa, fundamentos técnicos, regras... (BALZANO, 2007).

Segundo Garganta (1998), são jogos voltados para otodo, nos quais as relações das partes são fundamentais para acompreensão da atividade, facilitando o processo de aprendi-

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

zagem da técnica. As ações técnicas são desenvolvidas combase nas ações táticas, de forma orientada e provocada.

Conforme a lógica dessa proposta, para ensinar qualquerjogo desportivo coletivo, o processo deve estar centrado nos jo-gos condicionados, em que, do jogo, parte-se para as situaçõesparticulares; o jogo é decomposto em unidades funcionais (enão em movimentos técnicos), e o seu desenvolvimento ocorrede forma sistemática e com complexidade crescente.

Tem-se, como consequência dessa proposta, o apareci-mento das técnicas em função da tática (ação desencadeadaem função da lógica do jogo), de forma orientada e provoca-da (pelas situações de jogos) e também o surgimento da inteli-gência tática, que nada mais é do que a correta interpretaçãoe aplicação dos princípios do jogo, através de uma viabiliza-ção criativa da técnica nas ações do jogo.

Nos jogos desportivos coletivos, o problema fundamen-tal que se coloca ao indivíduo que joga é essencialmente táti-co. Trata-se de resolver uma situação várias vezes e simulta-neamente, cascatas de problemas não previstos a priori na suaordem de ocorrência de frequência e complexidade.

Essa prática tem as seguintes vantagens: proporcionaum aprendizado prazeroso, inteligente e eficaz; serve para oaquecimento ao treino ou à aula; aprendizado do jogo atravésde situações reais; trabalha o coletivo; desenvolve a partecoordenativa; estimula a tomada de decisão; favorece a leitu-ra do jogo; estimula a visão periférica; estimula o cognitivo;desenvolve a técnica individual; desenvolve os aspectos táti-cos; desenvolve a capacidade técnica e tática de forma simul-tânea; estimula o espírito competitivo.

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

Didática para a execução dos jogos

• Material apropriado para realização dos jogos.

• Local demarcado para realizar os jogos.

• Ter claro os objetivos propostos pelos jogos.

• Ao separar as equipes tentar não repeti-las constante-mente.

• Explicações claras a respeito dos jogos.

• Esclarecer as dúvidas que surgirem durante a realiza-ção dos jogos.

• Corrigir sempre que necessário os jogos e estimular osalunos.

• Paralisar os jogos se as regras forem violadas.

• Permitir a participação dos alunos na elaboração ouproposição das regras.

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

Atividades práticas:exemplos para o Futsal1

1. Futvôlei

Duas equipes, cada uma de um lado da quadra. Umaluno lançará a bola com o pé para o outro lado da quadra.Os jogadores da quadra adversária poderão dar quatro toquessem utilizar as mãos. A bola poderá quicar uma vez no solo.

Objetivos: estimular controle, domínio, passe e tempode bola.

2. Mantenha a área livre

Cada equipe pode manter-se somente em seu campo dejogo. Cada jogador está de posse de uma bola que deverá serchutada em direção ao campo adversário após o início do jogo.

1 VOSER, 2014; BALZANO, 2007.

Fonte: Livro Iniciação ao Futsal: uma abordagem recreativa.

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Caderno Pedagógico de Educação Física – PIBID/UFRGS

Depois disso, cada equipe se esforça para manter seu campo omais livre possível de bolas, fazendo devoluções rápidas (chu-tes de todas as posições). No final de cada tempo, são conta-das as bolas que se encontram em cada lado. Vence a equipeque tiver o menor número de bolas.

Objetivos: propiciar situações de chute de bola.

3. Bola desalojada

Cada uma das equipes encontra-se atrás de sua linha deataque. Por meio de chutes dirigidos a uma bola terapêuticaou a uma bola de basquetebol colocada no centro da “terra deninguém”, cada equipe tentará conduzi-la para além da linhade ataque do adversário. A bola só poderá ser “desalojada”por meio de chutes. Cada resultado positivo conta ponto.

Objetivos: propiciar chutes com direção.

4. Na área vale gol

Serão formadas duas equipes com o número igual departicipantes. Uma das equipes coloca-se em torno da linhada área. A outra equipe terá cada aluno com uma bola. Essesalunos ficarão espalhados perto da linha do tiro livre dos 12metros. Ao sinal dado pelo professor, a equipe que está comas bolas irá em direção ao adversário, tendo de driblá-lo, entrarna área e tentar marcar o maior número de gols possível. Nãohaverá goleiro. As bolas chutadas para fora ou que entraremem gol não poderão entrar novamente em jogo. A equipe queestava na marcação passa a atacar, e a que estava atacando pas-sa a defender. Vencedora será a equipe que marcar mais gols.

Objetivos: propiciar situações de ataque x defesa, pro-mover o drible e a marcação e estimular ações estratégicastanto de ataque como de defesa.

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PIBID na Educação Física: uma proposta metodológicae práticas para o ensino do esporte na escola

5. Touch down

Em campo reduzido e sem traves, são formadas duasequipes de cinco a seis alunos. As equipes devem levar a bolaaté a linha de fundo do adversário. Para marcar ponto, o alu-no deve chegar à linha conduzindo a bola.

Objetivos: propiciar situações de ataque x defesa e situa-ções que promovam a condução de bola em velocidade.

6. Ataque contra defesa

São formadas duas equipes. O jogo desenvolve-se nameia quadra. Uma equipe só ataca e a outra só defende. Quan-do os que estão marcando roubarem a bola dos atacantes,deverão jogá-la para fora. O professor marca um tempo e in-verte as funções das equipes.

Objetivos: desenvolver noções táticas. Estimular a me-lhora de possíveis problemas na marcação ou no ataque.

7. Futsal com quatro goleiras

Cada equipe escolherá a sua goleira lateral e de fundo.As equipes podem fazer gols em duas goleiras e têm de defen-der as suas duas.

Objetivos: propiciar a coletividade, marcação e o ata-que. Comunicação entre companheiros de equipe. Distribui-ção dos atletas por setores. Desenvolver situações táticas. Di-namismo de jogo, com inúmeras situações de ataque e defesa.

8. Sem goleiro, só vale gol dentro da área e é livre o númerode passes

Objetivos: promover o aquecimento. Estimular a descon-tração do grupo. Trabalhar situações de gol próximas ao gol.

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9. Sem goleiro, só vale gol dentro da área e só se podem dardois toques na bola

Objetivos: promover o aquecimento. Desenvolver a ve-locidade ao jogo, passes rápidos e precisos. Estimular a coleti-vidade. Promover a habilidade e o controle de bola.

10. Sem goleiro, livre o número de toques e só vale gol de cabeça

Objetivos: serve para o aquecimento. Descontração dogrupo. Trabalham-se bastante as bolas erguidas, ganchos, lan-çamentos e cabeceios.

11. Regra normal e só vale um toque na bola

Objetivos: velocidade ao jogo. Passes rápidos e preci-sos. Roubar a bola já tendo que armar o jogo. Jogar sempre decabeça erguida. Desenvolve a visão periférica. Aproximaçãopara receber a bola.

12. Futsal com o pé ruim

Amarra-se uma fita na perna em que o jogador tem maisdificuldade de controlar a bola.

Objetivos: estimular que o jogador trabalhe também coma perna em que tem dificuldade. Servir de incentivo para quemais tarde ele realize um trabalho em separado. Automatizaro gesto técnico. Criar confiança para que, se acontecer umasituação no jogo, ele a realize.

13. Minifutsal com bolinha de tênis

São formadas duas equipes. A quadra tem suas dimen-sões reduzidas. No lugar das traves são adaptados dois cones.A bolinha deve ser de tênis, pois esta exige maior controle debola. No restante, a bola deve ser a mesma.

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Objetivos: estimular o domínio de bola dentro da pró-pria realidade de jogo. Proporcionar a descontração e a ale-gria do grupo.

14. Dois contra dois com campo reduzido

Objetivos: desenvolver situações de equilíbrio entre onúmero de jogadores de defesa e ataque. Estimular as jogadasindividuais. Proporcionar um trabalho dinâmico e anaeróbico.

15. Um contra 2

O jogo se realiza em meia quadra. Há um goleiro fixo,dois jogadores de defesa e um atacante. O jogo consiste em oatacante realizar dribles sobre os defensores, fazendo gols. Ojogador defensor que rouba a bola passa a ser o atacante, e oatacante anterior passa a ser defensor.

Objetivos: estimular situações de drible, marcação e acobertura, além de inúmeras defesas do goleiro.

16. Futsal com gancho

As regras são normais. Só que o passe tem de ser degancho.

Objetivos: serve como aquecimento e para estimular opasse de gancho, que é muito utilizado no futsal.

17. Os jogadores de defesa não podem passar para o ataquee nem os atacantes entrar na zona de defesa

Durante o jogo, os jogadores invertem suas funções.

Objetivos: desenvolver noções táticas. Estimula a cole-tividade. São divididas as tarefas de armação e marcação e deataque.

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18. Futsal aos pares

Os alunos formarão duas equipes. Cada equipe será divi-dida em duplas que ficarão de mãos dadas. O jogo terá as suasregras normais. As duplas não podem se soltar.

Objetivos: serve como aquecimento. Estimula a socia-bilização do grupo. Aumenta o grau de dificuldade para ocontrole de bola.

19. Bola nas mãos e nos pés

Os alunos serão divididos em duas equipes. Durante ojogo, além da bola de futsal, cada equipe terá, em mãos, aposse de uma bola de vôlei (handebol). O jogo transcorreránormalmente, só que o aluno que tiver a bola de vôlei nasmãos não poderá receber a bola de futsal com os pés e nemdesarmar o adversário. Para que esse aluno participe da joga-da, ele deverá passar a bola de vôlei para outro colega de equi-pe. Dessa forma, além do jogo de futsal transcorrer normal-mente, ao longo da partida todos serão obrigados a realizarpasses com as mãos.

Objetivos: coordenação motora de membros superiorese inferiores. Raciocínio rápido. Velocidade de reação. Estimulaa criatividade.

20. Cinco contra cinco com três estacas

Serão colocadas como traves três estacas (cones), umaem cada linha de fundo e uma no centro da quadra. O gol serámarcado quando um aluno de uma das equipes acertar naestaca.

Objetivos: promover o aquecimento. Estimular a coleti-vidade. Promover a sociabilização.

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21. Jogo com três traves

Duas equipes se enfrentam em meia quadra de futsal,tendo uma equipe um gol para defender e dois gols para ata-car. Já a equipe contrária terá dois gols para defender e umpara atacar. O jogo é dividido em dois tempos, de modo ainverter as situações.

Objetivos: estimular ora mais a marcação, ora mais o ata-que. Despertar a coletividade. Possibilitar o trabalho tático.

22. Caranguejobol

O jogo será disputado como os jogadores na posição decaranguejo.

Objetivos: estimular a sociabilização e a integração dogrupo. Promover o aquecimento. Desenvolver os grupos mus-culares como um todo.

23. Jogo pelas laterais

Jogo em quadra polivalente. Não será realizado nenhumfundamento no espaço da quadra de vôlei. Esse espaço serápermitido somente para deslocar-se. O jogo acontecerá pelaslaterais da quadra.

Objetivos: estimular uma situação tática de utilizaçãodas laterais da quadra. Propiciar o passe de gancho.

24. Jogo com traves viradas

Os alunos serão divididos em duas equipes. As travesserão deitadas sobre a linha da área com a cobertura direcio-nada para o fundo. O jogo não tem goleiro. O restante dasregras se mantém.

Objetivos: promover o aquecimento. Estimular a socia-bilização do grupo. Proporcionar raciocínio rápido.

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25. Trave móvel

O jogo consiste em duas equipes com um número igualde alunos. Uma dupla de cada equipe carregará no ombro aponta de um mesmo bastão com o comprimento em torno dedois metros, formando uma trave móvel. Cada dupla deverádeslocar-se livremente, visando beneficiar a marcação de golspor parte de seus companheiros e dificultando os gols dos ad-versários. A cada gol feito, as duplas poderão ser trocadas.Valerão gols feitos de ambos os lados da trave.

Objetivos: desenvolver a visão de jogo. Servir comoaquecimento. Estimular a sociabilização e a coletividade dogrupo.

26. Cubículo

Serão formadas duas equipes com número igual de com-ponentes. O jogo será executado valendo dois toques na bola,sem goleiro e com o gol válido somente dentro da área. Paraque o gol seja válido, todos os jogadores da equipe deverãoestar colocados na meia quadra de ataque. Se algum jogadorde defesa do adversário estiver na quadra de ataque, no mo-mento do gol, este valerá por dois.

Objetivos: promover o aquecimento. Estimular o ata-que e a defesa em bloco. Velocidade no jogo, com passes rápi-dos e precisos. Deslocamento sem bola. Proporcionar a cole-tividade e espírito de grupo.

27. Jogo com coringa

O jogo transcorrerá com as regras normais, porém teráum aluno vestindo um jaleco de cor diferenciada dos demais.Sua única função será atacar, independentemente da equipe.

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Objetivos: proporcionar ao aluno coringa muitas situa-ções de jogadas de ataque. Proporcionar situações de vanta-gem e desvantagem numérica a todo o momento.

28. Futsal com vários tipos de bola

Divide-se a turma em duas equipes com o número igualde componentes. A cada cinco minutos, o professor troca otipo de bola que está sendo usada no jogo. Exemplos: bola demeia, de tênis, de borracha, vôlei, futebol e futsal.

Objetivos: propiciar o manuseio dos vários tipos de bo-las. Estimular a coordenação motora.

29. Futsal com duas bolas

Divide-se a turma em duas equipes. O jogo acontece comas regras normais, só que com duas bolas ao mesmo tempo.

Objetivos: possibilitar a atenção, o espírito de grupo e acoletividade.

30. Jogo do passe com o pé direito e o pé esquerdo referenteao lado da quadra

Jogo de futsal normal, mas a quadra é dividida pelametade, na vertical. Utilizar a perna direita no lado esquerdoda quadra e a perna esquerda no lado direito.

Objetivos: desenvolver a aproximação, atenção, visão pe-riférica, noção de ataque/defesa, coordenação motora, noçãoespacial, procura de espaços vazios e velocidade de execução.

31. Jogo ao sinal do apito muda o tipo de passe

Jogo de futsal normal, mas o tipo de passe a ser feitodeverá estar de acordo com o número de silvos que o profes-

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sor executar. Ex.: um silvo, lado interno; dois silvos, gancho;três silvos, sola. Pode também criar tipos de passes e executá-los de acordo com o número de silvos.

Objetivos: desenvolver o passe, a finta, recepção, o chu-te, os deslocamentos e a marcação. Estimular a aproximação,a atenção, visão periférica, noção de ataque/defesa, coorde-nação motora, procura de espaços vazios e velocidade de exe-cução.

32. Jogo do passe com o pé direito no ataque e com o péesquerdo na defesa

Jogo de futsal normal, mas na quadra de defesa utilizar aperna direita, e na quadra de ataque, a perna esquerda. Varia-ção: executar o jogo ao contrário.

Objetivos: desenvolver o passe, a finta, a recepção, ochute, a antecipação, os deslocamentos e a marcação. Esti-mular a aproximação, atenção, visão periférica, noção de ata-que/defesa, coordenação motora, noção espacial, procura deespaços vazios e velocidade de execução.

33. Jogo do número de toques na bola por função do joga-dor na quadra

Jogo de futsal normal, mas cada jogador tem um limitede toques na bola de acordo com sua função na quadra. fixo,um toque; alas, dois toques, e pivô, três toques; goleiro, livre.

Objetivos: desenvolver passe, recepção, marcação, an-tecipação, deslocamentos. Estimular a aproximação, atenção,visão periférica, percepção espacial, noção de ataque/defesa,procura de espaços vazios, noção das funções no futsal e velo-cidade de execução.

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34. Jogo do passe e faz o exercício

Jogo de futsal normal, mas toda a vez que o jogadorrealizar um passe, terá de sair da quadra, ir a um determinadolocal predefinido e realizar um exercício. A variação é poderutilizar mais jogadores.

Objetivos: estimular o passe, a desvantagem e vantagemnumérica, e a parte física.

35. Jogo do par e ímpar

Jogo de futsal com dez jogadores de cada lado e semgoleiro fixo. Só vale gol dentro da área. O jogo inicia comcinco jogadores em cada equipe e cinco jogadores sentadosno chão da quadra. Os cinco iniciantes de cada equipe serão opar, e os cinco sentados, o ímpar. O jogo inicia com os joga-dores pares de cada equipe se enfrentando. Ao sinal do apito,todos os jogadores pares das duas equipes sentam no localonde se encontravam e os dez jogadores ímpares se levantame seguem o jogo. Deve-se ressaltar que, no momento do apito,o jogador de posse de bola deverá deixá-la parada e sentarrapidamente. Outra informação importante é que os jogado-res que estão sentados não podem participar do jogo.

Objetivos: estimular atenção, velocidade de reação, to-mada de decisão, situações de ataque e contra-ataque.

36. Jogo de 3 X 1

Os alunos são divididos em trios. Na frente da área, pro-tegendo o goleiro, fica um marcador. Ao sinal, os trios trocampasses com as mãos em direção ao gol, de maneira que o mar-cador não os intercepte. Para concluir a gol, só vale de cabeça.

Objetivos: estimular o passe, as linhas de passe, as estra-tégias coletivas, a marcação e o cabeceio.

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Motivações para oingresso no PIBID

O quadro abaixo se refere às motivações descritas pelosbolsistas no momento da inscrição para o processo seletivo deentrada no PIBID/UFRGS. Optou-se em descrever os recor-tes mais importantes que foram relatados.

Quadro 1: Respostas dos bolsistas selecionados em relação àsmotivações para ingressar no PIBID

Motivações para o ingresso no PIBID

“Minha mãe é professora... eu estudei em escola pública...PIBID tem um conceito bom na Universidade... O conteúdo tra-balhado na teoria na graduação é colocado em prática...” ACS1

“Oportuniza ao futuro professor vivenciar o dia a dia da es-cola pública conhecendo a clientela e enfrentando desde cedo osdesafios que aparecerão... Só o estágio obrigatório é pouco paraos desafios que a escola pública exige...” ABF2

“...além de agregar muito ao meu currículo em uma futuraoportunidade de emprego na rede pública de educação, seria umagrande chance de adquirir experiência e conhecimento em nossaatividade fim; afinal estamos sendo formados para sermos profes-sores... me agrada muito contribuir para a formação de crianças eadolescentes, me traz grande satisfação e motivação para seguirem frente...” ARR3

“Qualificar para a área de licenciatura... permitirá comparti-lhar e trocar experiências... será um excelente desafio, pois serápossível enfrentar as mais diversas situações, permitindo a refle-xão sobre a experiência e a prática...” DPS4

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“Adquirir experiência para minha carreira profissional... pre-tendo desmistificar que a Educação Física não precisa de profes-sor, bastando apenas uma bola... Como já estudei em colégio pú-blico, sei que há uma maior diferença entre estilos e interesses porparte dos alunos... transformando a aula em um aprendizado nãosó para mim, como para os estudantes.” EAM5

“Entendo que a vivência na sala de aula é muito importantepara a nossa formação... Acredito que é muito interessante conhe-cer uma nova realidade, um novo espaço, uma nova comunida-de... Tenho a intenção de utilizar toda a bagagem que a graduaçãoe minhas experiências anteriores me dão, a fim de proporcionarintensas e valiosas vivencias para os educandos... Acredito queserá uma experiência enriquecedora, e que trará vivencias e co-nhecimentos somente adquiridos na pratica.” ECFR6

“A oportunidade de trabalhar no ambiente escolar e ajudar aformar cidadãos... trabalhar a disciplina desde as series iniciais émuito importante para o desenvolvimento de habilidades... é umaexperiência que preciso ter para me testar... tenho muito para apren-der sobre a docência com a intervenção dos coordenadores, todosdevem ter muito a oferecer...” ERO7

“Escolhi a Educação Física porque acredito que a educação,de uma maneira geral, junto a atividade física, seja um campofavorável desde a idade inicial até a terceira idade...” LSL8

“Durante esse período de aprendizado na graduação encon-tro algumas dificuldades em pensar a escola como é de fato... Gos-taria desde já conhecer qual o perfil dos que lá estão, compreenderseus contextos de vida e assim viver a profissão efetivamente...” LCS9

“Minha vontade é experienciar o papel de professor em es-cola pública... visando diversificar as atividades... Meu principalfoco é realmente aprender... ajudar as pessoas a desenvolver me-lhor suas capacidades motoras e psicológicas.” MFR10

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“Conheci o programa através de uma palestra... o PIBID podeser um grande passo na minha formação como professor... buscoadquirir experiência... me certificar de que esta é a área certa parameu futuro como educador.” MGGT11

“Desempenhar a docência momentaneamente e futuramen-te... possuo disponibilidade de horário para cumprir minhas obri-gações.” MLM12

“Minhas aulas de Educação Física sempre foram muito mo-nótonas e maçantes... Ajudar a construir um indivíduo que saibao valor da coletividade, do respeito, suas qualidades e defeitos...Como professores somos responsáveis pela educação e bom dire-cionamento de nossas crianças...” MMS13

“Tenho interesse nesse programa desde que fiquei sabendode sua existência... fiz um estágio obrigatório na Educação Infan-til e gostei muito, foi minha primeira experiência... considero queo PIBID seja a melhor opção para todos aqueles que querem real-mente se tornar professores.” MCM14

“Será muito importante para o meu crescimento profissio-nal e um grande aprendizado... vivenciar a realidade do ensinopúblico, suas condições de trabalho e estrutura... Com o esporteconseguimos inserir valores e ensinar de uma forma prática.”TCTO15

“O professor é o responsável por ser o exemplo a ser seguidopelos alunos, aquele que mostrará um leque de opções a criançasque muitas vezes já entram na escola sem esperanças de um futuromelhor... acredito que nós, futuros profissionais da educação, te-mos o dever e a responsabilidade em nossas mãos de ser a princi-pal peça de transformação na sociedade em que estamos inseri-dos.” WAL16

Fonte: Autor

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Relatos de experiências

RELATO 1

Coordenador: Dr. Rogério da Cunha Voser

O esporte da escola:valores a serem compartilhados

Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Mé-dio (PCNs) orientam para o desenvolvimento de um currícu-lo que contemple a interdisciplinaridade como algo que váalém da justaposição de disciplinas e, ao mesmo tempo, evitea diluição das mesmas de modo a se perder em generalidades.

Segundo Fazenda (2002), o pensar interdisciplinar par-te da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é emsi mesma racional. Tenta, pois, o dialogo com outras formasde conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. A in-terdisciplinaridade é um processo que visa a desfragmenta-ção dos saberes, sem negar a ideia de especificidade.

Em relação à Educação Física, Bracht (2003) relata queos argumentos que geralmente são usados para justificar a suapresença no currículo escolar diz respeito ao discurso que pre-tende apontar a sua contribuição para a formação integral doser humano. É válido registrar que o saber da Educação Físi-ca, “não é um saber que se esgota num discurso sobre o cor-po/movimento” (BETTI, 1994, p. 42).

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Em nosso projeto do PIBID, com ênfase no esporte edu-cacional desenvolvido no Ensino Médio em uma escola pú-blica da cidade de Porto Alegre, temos como objetivos, alémde conhecer e praticar os esportes, propiciar reflexões e pro-blematizações que envolvam as atitudes frente às situações queocorrem ao longo da aula, mas principalmente na hora dojogo esportivo. Estes valores intrínsecos presentes na práticados esportes devem propiciar o diálogo com os demais com-ponentes curriculares.

Como exemplos concretos de situações ricas para a re-flexão, apresentamos algumas a seguir: Como se dá a escolhadas equipes antes do jogo? Observa-se a inclusão e a diversi-dade? Durante o jogo, como são estabelecidas e respeitadas asregras? Existe cooperação e respeito durante a aula? Ocorreualguma situação de fair play durante o jogo?

Na Educação Física escolar, a utilização de diferentesmetodologias nas aulas, possibilita que os alunos vivenciemdiversas experiências; conheçam os limites de seu corpo, apren-dam a trabalhar em grupo e a tomar decisões, e a fazer esco-lhas, entre outros. É possível aprender habilidades sociais quepodem ser generalizadas para a vida, como: tolerância a frus-tração, busca por objetivos, disciplina, respeito à diversidade,superação, cooperação, altruísmo, autoconhecimento e mui-tos outros comportamentos.

Acreditamos que essas experiências podem ser aprovei-tadas pelo aluno nas demais disciplinas e também em seu con-vívio social. Estes valores (ser e conviver) a serem perseguidospela escola em seu Projeto Político Pedagógico devem ser com-partilhados entre todos os componentes curriculares. Nossaconvicção é que a escola deve ser transformadora. O ensinodos esportes prepara para a vida.

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RELATO 2Supervisora: Patrícia Frota Muller

Quando fui convidada a participar do PIBID, fiqueiansiosa pelo que estava por vir. Ao abrir as portas da EscolaEstadual Professor Júlio Grau aos alunos bolsistas, onde tra-balho há 16 anos, vi que havia feito a escolha certa e que jun-tos, desenvolveríamos um belo trabalho.

Nas minhas aulas o esporte está muito presente; inclu-sive, desenvolvemos escolinhas de futsal – a mais frequentada–, vôlei e handebol que funcionam no turno inverso das aulas.A partir destas escolinhas, formamos equipes para participarde campeonatos como o JERGS, por exemplo. Além disso,temos a OLIMGRAU, que é a nossa gincana esportiva e cul-tural, que acontece sempre no mês de outubro comemorandoo mês da criança, o aniversário da escola e o dia do professor.A minha abordagem nas modalidades esportivas sempre foibem analítica: o aluno deve usar de forma proficiente os ele-mentos técnicos-táticos dos esportes desenvolvidos e depoisajustar sua atuação a princípios de estratégia de jogo coletivo.

Dentro desse quadro, os alunos bolsistas do PIBID trou-xeram para as aulas e para as escolinhas esportivas, uma abor-dagem mais recreativa, que acaba exigindo uma participaçãomais ampla do aluno, envolvendo os fundamentos dos espor-tes sempre com bastante movimentação. Desse trabalho, jácomeçamos a colher frutos: 3º lugar no futsal feminino noJERGS.

Finalmente, ao sentir uma grande sintonia entre os bol-sistas e os alunos e ao apresentar a nossa “sala de aula” que écomposta por três quadras em ótimas condições, tive a cer-

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teza de que serviria de estímulo para que nós, juntos, pudés-semos desenvolver um ótimo trabalho usando a minha ex-periência e todo o aprendizado e os anseios dos alunos doPIBID em busca de uma educação de mais qualidade e aulasde educação física que realmente tragam um significado parao corpo discente.

RELATO 3Bolsista: Wilian Antiqueira da Luz

Se me perguntassem hoje, qual a sensação de estar dian-te de uma turma, mesmo que de maneira inicial, eu respon-deria sem pensar duas vezes: Indescritível. Apesar de todosos desafios e dificuldades impostas neste primeiro semestreatuando no PIBID, acredito que nada acontece por acaso nempor um simples capricho do destino. Quando ingressei no pro-jeto, vários eram meus anseios, dos quais alguns permanecematé hoje. Como será que vão me receber? Como é o dia a dia daescola? Como me portar pela primeira vez como um professor?

Quando aceitei o desafio, mesmo sabendo de todas asdificuldades que tinha pela minha timidez diante do público,sabia que esta era a hora de dar a cara a bater, era a hora detentar, de errar, de acertar, de mudar e de persistir. No primei-ro dia, como sempre, o frio na barriga tomou conta. Olharesdescompromissados dos alunos se perguntando “Quem sãoestes? Porque estão aqui?”, me fizeram entender o porquê étão difícil atuar como alguém responsável pela transmissãode conhecimentos e valores a indivíduos que estão em fase dese descobrir, de se questionar, de construção moral e ética ede valores intrínsecos para a autocrítica.

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Um dos pontos a serem ressaltados neste meu relato é aajuda que recebi da minha orientadora e de meus colegas. Aminha pouca experiência não foi empecilho para que, sempreque eu precisasse, eles estivessem prontos para me ajudar eme dar conselhos que estão sendo muito úteis a quem possuitanta dificuldade para se impor diante dos mais diversos ques-tionamentos.

Acredito que a sorte tenha me abraçado ao poder estarnesta escola. Todas as quartas, quando acordo, não vejo a horade ir e aprender cada vez mais com os alunos. A escola deveser um lugar de trocas mútuas, e não apenas um monólogoonde o professor é o artista principal. Ser chamado de profes-sor, ou carinhosamente de “prof.”, é uma motivação inigua-lável e imensurável, que te faz querer aprender, te fazer quererensinar, te faz querer viver cada aula como se fosse a última.

A cada aula, a cada campeonato acompanhando e dan-do apoio, a cada dia, são aprendizados novos que vamos ad-quirindo para poder contemplar nossa formação da maneiramais rica possível. Se me perguntassem agora, após este meurelato, o que eu quero ser quando “crescer” diria: Ser profes-sor de Educação Física. E o PIBID certamente é o agente prin-cipal desta minha motivação para continuar em frente.

RELATO 4Bolsista: Alam Camejo Sena

Este relato tem por objetivo partilhar as experiênciasdesenvolvidas pelo presente aluno de graduação em Educa-ção Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sulcomo bolsista do PIBID na Escola Estadual de 1° Grau Pro-

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fessor Júlio Grau. Nestes 8 meses de atividades foram inúme-ras as experiências adquiridas.

Conforme as concepções de esporte e tendo em vista osubprojeto de trabalhar com o esporte na escola, propusemosmetodologias mais recreativas. Voser e Santini (2008) em seulivro “Ensino dos Esportes Coletivos: uma abordagem recre-ativa e cooperativa” conseguem chamar a atenção e motivaros alunos para a prática, possibilitando experiências positi-vas. As aulas se tornam mais dinâmicas e divertidas e ainda seacaba desenvolvendo os fundamentos do jogo.

Cabe destacar que uma das turmas da escola acima ci-tada tem 45 alunos e se tratando de um 2º ano do EnsinoMédio é bem complicado de abordar somente um determina-do conteúdo em todo tempo da aula. Meu primeiro desafiofoi lidar com um grupo grande de alunos e ainda propor de-senvolver a vivência de vários esportes na mesma aula. Sendoassim, tomei a decisão de assumir a turma com a participaçãoda professora principal da turma e propus desenvolver circui-to, com uma série de estações, com a intenção de manter adinâmica e não formar filas longas. Fui instigando a todos evariando as estações e os esportes, como, por exemplo, futsal,voleibol, handebol, e basquetebol.

Outro ponto que observei na escola foi que próximo àsemana da olimpíada da escola, chamada Olimgrau, alunos eprofessores se engajaram com muita dedicação à preparaçãodo evento.

Durante esta olimpíada tive a oportunidade de partici-par como mesário e como coordenador na organização dasatividades esportivas como, por exemplo, organização de ta-belas e de regulamento das atividades. Assim, pude ver a evo-lução dos alunos durante uma competição.

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Por fim, quero destacar que alguns pontos são funda-mentais para se conseguir dar uma boa aula; destaco: estabe-lecer vínculo afetivo com os alunos, transmitir apoio e segu-rança e manter a motivação.

RELATO 5Bolsista: Leonardo da Silva Lima

Este trabalho tem como objetivo relatar as experiênciasvividas a partir do projeto PIBID (Programa Institucional deBolsa de Iniciação a Docência) com o subprojeto de Iniciaçãoao Esporte em nível médio escolar. Dentro dessa perspectiva,fatores dos mais diversos – tais como emocional, prazer, saú-de, bem-estar, etc. – foram considerados para se ter um bomresultado final, levando em conta elementos socioafetivos, ren-dimento e cognitivo.

O projeto foi iniciado a partir de uma seleção daquelesque optaram pela iniciação a docência. Como escolhido, fuidesignado junto de outros colegas a dar aulas (com o auxílioda professora da escola) para uma turma de 1º ano e outra de2º ano do Ensino Médio. Além disso, tive a oportunidade decoordenar o time masculino de forma efetiva juntamente como também estudante de Educação Física, Marcelo Farion, eauxiliando o referido com o time feminino de futsal. Todos osjovens eram estudantes da escola (Professor Júlio Grau) epossuíam faixa etária entre 14 e 18 anos.

Para que pudesse dar início ao projeto, baseei-me emvivências próprias dentro do esporte, na amostragem que tivee tenho do curso de educação física da UFRGS e na leitura do

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artigo “Adolescência, Esporte e Qualidade de Vida”, que mefez refletir sobre o que é uma aula de verdade, quais os pontosprincipais a serem aprimorados e de que maneira poderia serfeito isso.

O início deu-se em maio de 2014 e apenas de formavisual nas turmas que me seriam destinadas. Na oportunida-de, percebi que grande parte dos alunos tinha boa complexida-de motora, possuindo assim um bom repertório para a maioriadas atividades que poderiam ser propostas. Quanto à questãosocioafetiva, senti que na turma, como acontece na grande dapopulação dessa faixa etária, por conta da mudança de perso-nalidade e pensamentos, tinha uma série de alunos que pen-savam de forma diferente, ainda que chegassem num consen-so, mas de forma relutante. Entendi então que a principal ques-tão a ser otimizada, que já vinha sendo visto com os alunospela professora titular, seria o enfoque social: fazer com que, apartir do esporte, captassem atitudes benéficas – como ajudar ocolega, compreender que cada um tem um ritmo diferente, deque todos devem participar, etc.; dentro de práticas lúdicas eassim pudessem relacionar com o próprio cotidiano.

Por consequência, fui conhecendo os alunos e tendomais liberdade. Consegui ter intimidade com os estudantes aponto de construir uma amizade professor-aluno, tornando-me de certa forma um amigo com quem vinha conversar e emdeterminado momento pedindo ajuda em algum movimentode um esporte específico, em outro querendo saber algo sobrequestões sociais, emocionais, etc. Dessa forma, a ludicidadefoi o tema chave para a conquista nesse processo. Os traba-lhos propostos, dentro dos inúmeros esportes já praticados ali– como vôlei, futsal, handebol, tênis de mesa, xadrez, análi-ses sobre frequência cardíaca, atletismo, etc. foram na grande

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maioria bem aceitos e executados quase que de forma inte-gral.

Em relação aos times de futsal, levamos (eu e o colegaMarcelo Farion) em conta aspectos que fizessem com que ti-vessem maior domínio quanto ao esporte, buscando sempredeixá-los confortáveis e prontos para as situações que pode-riam vir, sendo a favor ou contra. Após muitos treinos e con-versas com eles para decidirmos juntos o que queriam, emque ponto eles queriam chegar a partir dos treinos propos-tos, inscrevemos o time de futsal masculino nos Jogos Aber-tos de Porto Alegre (JAPA) e o masculino e feminino nosJogos Escolares do Rio Grande do Sul (JERGS). Levandoem conta que era nosso primeiro teste como “técnico” deuma equipe (considerando que nessa etapa outro colega deEducação Física, Willian Luz, juntou-se a nós), a experiên-cia foi o que mais valeu. Dentro das 3 etapas (2 campeona-tos do masculino e um do feminino) houve apenas uma der-rota no total de 4 jogos do time masculino; fomos desclassifi-cação nos dois campeonatos e em um deles sem perder, fi-cando atrás do primeiro da chave pelo saldo de gols, e a con-quista do bronze por parte do time feminino. Foi possívelver a importância maior para os guris (o quanto aquilo re-presentava o que eles queriam) em relação às gurias. Nota-velmente o principal foi a participação de todas nos jogos.

Com uma maior intimidade junto aos alunos e com certaexperiência já adquirida, há novas perspectivas por parte dos“pibidianos” para a chegada de final de ano. Acredito que orendimento poderá melhorar e muito.

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RELATO 6Bolsista: Eduardo Araújo Maciel

Sinto-me honrado desde o dia em que fui escolhido parater essa oportunidade de ser professor tão cedo, ainda cursan-do a Licenciatura, porém minha segurança e o afinco ao rea-lizar essa função trouxeram o respeito dos alunos por mim,criando uma relação de amizade recíproca; tornei-me maisdo que um tutor para muitos deles.

O maior desafio que encontrei foi lecionar ao lado dealguém desconhecido, pois além de ter pouca experiência ede não conhecer as possíveis turmas não sabia como o outrobolsista iria lidar com o meu modo de ensino e, por isso, po-deriam ocorrer conflitos de metodologias.

Logo pude mostrar outras vertentes do esporte na esco-la, priorizando os valores éticos e morais, ao mesmo tempoensinando novas técnicas e táticas de alguns esportes e corri-gindo outras, aprimorando as habilidades motoras dos alunos.

O convívio com os professores das outras disciplinas doJúlio Grau, fizeram com que eu adquirisse experiência paralidar com acontecimentos diários e os comportamentos de de-terminados alunos que apresentavam indisciplina. Tambémcontei com a sorte da professora de Educação Física, a Patrí-cia Müller, ser uma pessoa muito dedicada no que faz. Elasempre me deu o espaço necessário para fazer o que eu bementendia.

Todas as sextas-feiras acontecem aulas particulares devôlei para os alunos do período da tarde, em horário inverso,por vontade dos próprios (após as aulas das turmas da ma-nhã). Assim eles podem se aprofundar especialmente nas táti-

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cas e técnicas do esporte, de uma forma que eles não possuíamconhecimento até o dado momento no Ensino Médio. Creioeu que isso se deve ao pouco tempo disponível para o profes-sor lecionar, sendo forçado a ensinar somente o básico de cadaesporte.

A Olimgrau ocorreu e foi o momento em que eles co-locaram em prática as aulas voltadas para o esporte, foco doPIBID do professor Rogério Voser. Foi gratificante notar asturmas que leciono se apresentarem de forma digna em todosos esportes, realizando os movimentos corretamente, contri-buindo para o bom aproveitamento de suas respectivas equi-pes, nunca se esquecendo dos valores ressaltados durante asaulas, como a cooperação, o espírito solidário e o fair play. Aoacompanhar o desempenho de todos os alunos nas diversasmodalidades, tive a oportunidade de perceber as reais capaci-dades das turmas e assim nas próximas aulas focar esportesem que eles apresentaram maior deficiência.

Interessante notar a motivação de toda a escola, inclu-indo os professores e os funcionários, na véspera e durante asemana da olimpíada, contagiando todos e comprovando queos esportes são um meio de integração e uma forma de apri-morar a saúde, ajudando a alcançar o equilíbrio entre o físicoe o mental.

Ao final das partidas de vôlei, nas quais fui mesário,implantamos algo natural do esporte: o cumprimento entreas duas equipes ao final das partidas, para os alunos veremque era uma competição e que a outra turma era sua adversá-ria e não sua inimiga.

Com o fim da Olimgrau, para tirar o foco da própria,que prioriza o futsal, vôlei e handebol com seus respectivoscampeonatos, alternaremos as aulas de Educação Física para

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que os alunos pudessem ter a oportunidade de conhecer no-vas atividades que também englobam o vasto leque da disci-plina de Educação Física e por estarem possivelmente fartosdos esportes antes citados.

RELATO 7Bolsista: Marcelo Farion Rodrigues

No relato a seguir serão transpostas ideias, pensamen-tos e análises sobre o trabalho, a partir do projeto PIBID,com o professor Rogério Voser, juntamente com a professoraPatrícia Müller, que estou realizando na Escola Estadual Pro-fessor Júlio Grau com alunos de idades entre 14 e 18 anos.

O início do trabalho deu-se em maio de 2014, quando,conversando com a professora Patrícia Müller, que se mos-trou muito flexível e atenciosa, sobre a minha disponibilidadee a da escola, fui designado a treinar a equipe de futsal mascu-lina, juntamente com os colegas Leonardo Lima e, posterior-mente, Wilian Luz, a equipe feminina de futsal e treinos devoleibol. Os treinos de futsal, tanto masculino quanto femini-no, tinham como objetivo maior os JERGS (Jogos Escolaresdo Rio Grande do Sul) e os treinos de voleibol tinham comofoco a OLIMGRAU (Olimpíadas da escola Professor JúlioGrau).

Os treinos eram realizados no turno inverso das aulasregulares dos alunos – estudavam pela manhã e treinavam àtarde – e eram abertos aos alunos que tivessem vontade e dis-ponibilidade de comparecer. Inicialmente, pelas próprias ex-periências que tive na disciplina de futsal com o professor Ro-gério Voser, programamos alguns exercícios analíticos, que

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com certeza ajudaram muito alguns alunos que tinham umpouco menos de coordenação motora e afinidade com o es-porte, juntamente com os que já se mostravam mais avança-dos nesse aspecto. Com o passar do tempo conversamos comos alunos sobre como as aulas estavam sendo propostas e oque poderíamos adaptar para que todos pudessem aproveitarao máximo essa experiência, e assim fizemos. Com a equipemasculina foi facilmente percebida a competitividade dos alu-nos e a vontade de ter um bom resultado nos JERGS.

A equipe foi formada baseada na assiduidade de cadaaluno e no empenho que tiveram durante os treinos; os resul-tados foram bons. Participamos dos Jogos Abertos de PortoAlegre, onde empatamos nosso jogo no tempo regular e infe-lizmente perdemos nos acréscimos, mas com uma atuaçãoacima da esperada por parte dos alunos, visto que o time ad-versário já treinava há muito tempo e possuía mais jogado-res para substituição, enquanto possuíamos apenas dois.Posteriormente, participamos dos JERGS, onde ganhamos oprimeiro jogo e empatamos o segundo, não nos classificandopara a próxima fase devido ao saldo de gols. Após esse tempode treino percebemos tranquilamente uma maior aproxima-ção e um maior companheirismo entre os alunos do time.

Nos treinos de futsal feminino foi de fácil percepção umamaior vontade de apenas participar e divertir-se jogando en-tre amigas, com exceção de três alunas que tinham, também,um espírito mais competitivo e queriam bons resultados nosJERGS. Participamos dos JERGS e conseguimos uma ótimacolocação – terceiro lugar. Chamou-me muita a atenção o ní-vel dessa competição feminina, onde a maioria dos times erammuito bem estruturados e com ótimas jogadoras.

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No mês de outubro foi realizada a OLIMGRAU, muitoesperada pelos alunos durante o ano inteiro. Pude acompa-nhar as evoluções das alunas que participaram dos treinosde voleibol, cada uma na sua equipe da turma. As experiên-cias como mesário e “organizador/ajudante” na OLI-MGRAU foram muito boas e proveitosas, pois saímos umpouco da nossa rotina de treinos para participar de um eventomuito bonito e bem organizado pela Escola Estadual Profes-sor Júlio Grau. Chamou-me muita a atenção a organizaçãodas olimpíadas e o comprometimento dos alunos com o even-to, realmente muito bonito de se ver.

Quero destacar que durante o início do trabalho reali-zado na escola senti uma pressão, que até considero “normal”,em relação à aceitação dos alunos com o meu trabalho e meumodo de agir; logo em seguida essa pressão foi transformadaem parceria e entendimento entre ambas as partes. Penso queum desafio que quase sempre estará presente para o professorde Educação Física é o modo de lidar com tantas diferençasculturais e também cognitivas, assim, tentando agregar todosos alunos na mesma atividade sem que se sintam excluídos.

Essas experiências proporcionadas pelo PIBID forammuito legais e proveitosas e, espero que ano que vem os resul-tados sejam ainda melhores. Além do papel como professor,me sinto realizado com tantas amizades e o companheirismoque construí com os alunos e professores da escola, que sem-pre me acolheram muito bem.

Gostaria de agradecer principalmente à gestão doPIBID, ao professor Rogério Voser e à professora Patrícia Mül-ler pelas orientações e pela confiança depositada em mim.Muito obrigado.

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RELATO 8Bolsista: Letieli Cristina de Souza

A inscrição para participar no Programa Institucionalde Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) deu-se após algunssemestres de aulas regulares na universidade. Nestas senti di-ficuldade em compreender e visualizar a teoria e como esta semostraria na prática. Minha dificuldade aliada à minha expe-riência escolar de Educação Física fez com que eu pudessepensar na mesma para além de suas modalidades tradicionais.

Quando fui selecionada para o projeto, criei muitas ex-pectativas sobre como seria o decorrer das atividades em aula.A princípio senti o medo em me deparar com alunos que seconhecem a longo prazo, que por vezes tem certa afinidadecom o professor titular e que talvez não estivessem tão recep-tivos a estilos e planos de aula alternativos àquilo que lhes eracomum. Tive receio quanto ao ambiente escolar de forma ge-ral. Se haveria ou não estrutura adequada para as atividadespensadas anteriormente e se existiriam materiais necessáriospara essas práticas.

Quando o assunto era a professora titular, o medo erade que ela não fosse aberta a conversas; essa incerteza se justi-fica por experiências anteriores em meus anos de escola bási-ca, onde era perceptível a falta de interação entre professor eestagiário. Outro fator importante além da estrutura física epessoal da escola, era a sua localização. Muitas vezes ao lerum jornal ou assistir os noticiários na televisão nos damosconta do quão difícil pode ser trabalhar em periferias por cau-sa da violência sofrida pelo professor em muitas delas.

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Após conhecer a escola para a qual fui designada, du-rante a primeira visita desmistifiquei muitos receios. As tur-mas são em sua maioria de Ensino Médio – restando apenasduas turmas de oitavo ano, antes da extinção do Ensino Fun-damental nessa escola estadual – no período da manhã. Ocolégio, apesar de não apresentar um ginásio fechado em suaestrutura física, apresenta ótimas condições. Possui duas qua-dras poliesportivas, uma quadra de vôlei, além de materiaisvariados para a prática de vivências corporais esportivas. Hátambém uma mesa e acessórios para o tênis de mesa, bastões,cones de tamanhos e cores diferentes que facilitam as ativida-des, materiais esportivos novos como bolas de futsal, basque-te, handebol e voleibol e suas respectivas redes. As tabelas debasquete serão instaladas e novas bolas e acessórios foram ad-quiridos a partir do convênio da escola com o PIBID.

Nas primeiras aulas que ministrei observei diferentesreações dos alunos(as). Para muitos, evidente entusiasmo, paraoutros, não tão adeptos das práticas esportivas, era necessárioum empurrãozinho para sua participação. Percebi em muitosdeles a vergonha de não dominar a prática, o medo de errar, oego elevado por executar a atividade com eficiência. Haviatambém a dificuldade decorrente do uso de roupas inadequa-das para a prática esportiva, principalmente, se tratando dasmeninas.

Em relação às meninas, é impossível deixar de consta-tar a interferência dos papéis culturalmente determinados (ho-mem/mulher). Tive condições de observar durante a perma-nência no PIBID, como a escola influencia nestas definições.Desde o primeiro momento na sala de aula víamos as meni-nas não ousarem além do que tradicionalmente conhecemoscomo feminino, existindo poucas exceções. O padrão que se

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observa é ainda mais evidente durante as aulas de EducaçãoFísica; nestas estava presente o uso de botas, sapatilhas, cal-ças jeans justas, acessórios e unhas compridas, além da hi-pótese de que determinadas práticas diminuiriam a feminili-dade que o gênero determina. Seria diminuída a feminilida-de daquelas que gostam e participam efetivamente das aulasde futsal? Em conversa informal com essas alunas-exceções,elas dizem que não, apesar das demais alunas não consegui-rem dissociar seu papel como ainda frágil e com esporte es-colar delimitado: o voleibol. Os meninos também não fo-gem dos estereótipos: “Os meninos jogam bola!”. É maiscomum que o sexo masculino seja mais ativo e participe maisdas aulas, entretanto, isso não se dá apenas pelo fato de real-mente gostarem de participar; essa participação acontecetambém por uma pressão cultural, inclusive de forma incons-ciente. Então, temos o incentivo para a integração dos meni-nos nas atividades e, por outro lado, a exclusão das meninasde várias experiências (correr, jogar futsal, se pendurar, lu-tar, etc.), seguidas com conhecidas falas: “Isso não é coisade menina!” e “Meninas jogam vôlei!”.

O interesse demasiado pelo futebol masculino e a resis-tência feminina nas aulas me trouxeram angústias nas primei-ras tentativas de ministrar as aulas. Todos os processos de es-colha das atividades, da ordem dos exercícios à modalidade,geravam sempre algum desconforto antecipado. Todavia, como decorrer de cada atividade que pude considerar bem sucedi-da, havia entusiasmo e vontade de continuar, que se fortalece-ram com o companheirismo e a troca de experiências com aprofessora titular que em todos os momentos foi muito recep-tiva e aberta a diálogos sobre assuntos relacionados ou não aocotidiano da escola.

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Durante a minha vivência no PIBID, foram organiza-das e realizadas as Olimpíadas interséries da escola, denomi-nadas Olimgrau. Este evento mobilizou todas as turmas noâmbito esportivo e cultural. Pelo seu caráter competitivo, ob-servamos as turmas unidas entre si, sem os típicos grupos de-finidos por afinidades que são comuns no dia a dia. Era per-ceptível também a disposição e o interesse para a prática es-portiva, o uso de vestuário que facilitavam os exercícios e aevolução no desempenho esportivo geral. Tais rendimentosforam possíveis através de trabalhos específicos para cada mo-dalidade com as quais trabalhamos, sendo elas, principalmente,o futsal, o handebol e o voleibol, somados ao trabalho de re-sistência com corridas ao redor do perímetro da escola. Nes-te, havia como obstáculo a irregularidade do calçamento, asraízes de árvores que adentravam a calçada e a necessidade demaior atenção e tempo de reação para desviar destes obstácu-los e pedestres que ali caminhavam.

Entre essas e tantas outras situações que pude vivenciarme relacionando como professora consegui direcionar meuinteresse a um tema específico que acompanha os alunos(as)desta escola desde os anos fundamentais até sua conclusão doensino médio: o gênero.

Para concluir, pretendo continuar minha experiência noPIBID e finalizar um artigo sobre o gênero feminino que estáem construção para expor as relações presentes no cotidianoescolar e debater esse tema, que por vezes é pouco aprofunda-do em muitas realidades.

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RELATO 9Supervisor: André Luis Campos Cupertino

Antes de falar do PIBID gostaria de fazer um breve re-lato a respeito de nossa escola. A Escola Estadual de EnsinoFundamental Plácido de Castro é uma escola de inclusão, ouseja, é uma escola que atende crianças com necessidades es-peciais, tendo para isso uma Sala de Recursos, com professorespecializado que auxilia estas crianças no seu aprendizado,seja no turno de aula ou no turno inverso; recebemos inclusi-ve crianças de outras escolas por sermos uma escola-polo, dereferência nesta área.

O PIBID iniciou em nossa escola no mês de abril de2014, com seis estagiários, Matheus de Souza e Miguel Melono turno da manhã, com as séries iniciais e Marcelo Telles,Alexandre Brod, Eduardo Claus, Eduardo Rodrigues no tur-no da tarde, do 6°ano à 8° série.

Matheus e Miguel desenvolvem as suas aulas no perío-do da manhã, nas segundas e quartas, dando um período de50 minutos para cada turma, sendo o 1° e 2°ano juntos, porser uma turma multisseriada. Vale lembrar que as séries iniciaisnão contam com professor de Educação Física no currículo,ficando tal responsabilidade para o professor regente, que nãotem especialização nesta área. Neste sentido tivemos um gan-ho significativo com o PIBID, e particularmente com os esta-giários Matheus e Miguel, que se apresentaram apreensivos einseguros nas primeiras aulas, e com o passar do tempo ad-quiriram confiança e carinho dos alunos, o que facilitou otrabalho com as turmas. Nas séries iniciais, quer seja pelafalta do professor de Educação Física, ou pela imaturidade,

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as crianças muitas vezes entram em conflito nas atividades pro-postas, fazendo com que os estagiários tenham de intercederpara intermediar tais conflitos; neste sentido, foram propostosentre outras atividades, jogos e brincadeiras em que as criançaspudessem adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e soli-dariedade, buscando solucionar os conflitos de forma não vio-lenta; isso se refletiu de forma positiva na sala de aula, ondeaqueles alunos que seguidamente se indispunham com os seuscolegas, agora conseguem lidar melhor com esta situação.

No plano motor e lúdico, Matheus e Miguel desenvol-veram aulas bem variadas e dinâmicas, utilizando os mais di-versos materiais que a escola dispõem; vale lembrar aqui umagradecimento ao Coordenador do Projeto PIBID, professorRogério Voser pelos materiais de auxílio às aulas que a escolarecebeu, como, bolas, cones, arcos, etc. No Dia do Desafio(28/05), Matheus e Miguel organizaram uma gincana na es-cola que envolveu todos os alunos da manhã, assim como pro-fessores e funcionários.

Matheus também participou, juntamente com os esta-giários da tarde, do Torneio de Integração de Futsal entre aEscola Plácido de Castro e a Escola Júlio Grau, no mês dejunho.

Com relação aos estagiários da tarde Eduardo Claus,Eduardo Rodrigues, Marcelo Telles e Alexandre Brod, tivemais contato com a primeira dupla, que ministra as suas au-las nas terças e quintas, para as turmas de 6°ano e 8°série.

Eduardo Claus e Eduardo Rodrigues, nas primeirasaulas, tiveram dificuldades de implantar a sua proposta de tra-balho; as turmas se mostravam bastante impacientes com o aque-cimento/alongamento, e subsequente atividade educativa, queiria ser seguida pelo jogo; mas, à medida que as aulas avança-

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ram foi se tornando mais fácil o trabalho. Faltou aqui para osestagiários mais experiência, no sentido de que se a turma nãoestá receptiva para a atividade proposta, cabe ao professor tor-ná-la mais atrativa, dinâmica. Eu não posso ficar engessadopelo meu plano de aula, tenho de alterá-lo, se for o caso.

Com relação às meninas maiores muitas não têm inte-resse em participar das aulas; participam somente da primei-ra parte da aula-alongamento/aquecimento, e jogos educati-vos; na parte final do jogo não participam, alegando que osmeninos são muito brutos ou não passam a bola quando elasjogam com eles. É proposto neste caso, que um dos estagiá-rios acompanhe as meninas com uma atividade paralela, ne-gociando com elas inclusive uma atividade que fosse de seuinteresse, além daquela proposta por eles.

Nas terças e quintas, Eduardo Claus e Eduardo Rodri-gues, com auxílio do Supervisor do Projeto, criaram uma Es-colinha de Iniciação Esportiva, para crianças de 6 a 10 anosde idade, aberta à comunidade; tivemos até 8 alunos matricu-lados, e gradativamente este número tem decaído, em razãoda saída de alguns alunos de nossa escola e da dificuldade dospais em trazer os seus filhos, que são pequenos.

Com relação ao trabalho com os alunos especiais, sen-do dois do 6°ano, dois do 7°ano e dois da 8° série, EduardoClaus e Eduardo Rodrigues pouco a pouco vem trabalhandoos aspectos psicomotores, cognitivos e sociais. Este trabalhodesenvolvido tem auxiliado o trabalho que a dupla AlexandreBrod e Marcelo Telles tem realizado com estas crianças nassextas-feiras, quando trabalham com os mesmos de forma iso-lada. Estes alunos especiais também participam das aulas deEducação Física, de forma integrada com os demais alunos;pelo relato dos professores, percebe-se ganhos na parte moto-

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ra, cognitiva e social, sendo esta última a meu ver a principal,fazendo com que estas crianças se sintam acolhidas pelos seuscolegas.

Em relação à dupla Marcelo Telles e Alexandre Brod,tive pouca possibilidade de acompanhar “in loco” o seu tra-balho, uma vez que não estou na escola nestes dias, trabalhoem outro local, deixando o auxílio diário por conta do profes-sor Carlos Fernandez. Procuro ajudar os estagiários repassan-do as informações dadas pelo Coordenador do projeto, assimcomo dando sugestões de atividades de auxílio às aulas, alémde recursos didáticos diversos, que são colocados em uma pastado PIBID, para auxiliar nas suas aulas.

Marcelo Telles e Alexandre Brod foram muito importan-tes na organização do Torneio de Integração de Futsal entre aEscola Plácido de Castro e o Colégio Júlio Grau; cerca de 30crianças estavam presentes, foram formadas 4 equipes mistas,com entrega de medalhas a todos participantes. Gostaria deagradecer à Professora Patrícia, responsável pelos alunos da es-cola Júlio Grau, sem a qual a atividade não seria um sucesso.

Os estagiários da tarde queixam-se da não participa-ção de algumas meninas nas aulas, assim como pouco inte-resse da 8°série nas atividades; aqui se coloca novamente aquestão de motivar estas crianças, procurando realizar aulasatrativas, além de negociar e aceitar sugestões dadas pelos mes-mos. Com relação às meninas sugeri aos estagiários aulas commúsica, de ginástica localizada, com pesos; para tanto conta-mos com uma sala de aula para atividades em dias de chuva,colchonetes, som, etc.

Fazendo uma análise do PIBID até o momento, dentrode nossa escola, com certeza vemos prevalecer os aspectos qua-litativos, seja no ganho para os pibidianos que vivenciam novas

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experiências, que a faculdade não proporciona, seja no conví-vio com o diferente, buscando compreender, desenvolver e va-lorizar os mais variados aspectos que permeiam o indivíduo.

Sabemos que isto é uma via de dois rumos que transfor-ma não só a eles, mas a todos nós, sejamos alunos, professo-res, funcionários, pais ou comunidade em geral. É muito bomtermos “sangue novo” em nossas escolas, e se eles algumasvezes se acomodam nós do outro lado também ficamos iner-tes, e devemos estar sempre em movimento, em sintonia coma vida, assim como a noite que precede o dia, aonde um dianunca é igual ao outro.

RELATO 10Bolsista: Matheus Mesquita de Souza

O presente relato de experiência tem como objetivo com-partilhar minhas vivências no Programa Institucional de Bol-sa de Iniciação à Docência (PIBID), do qual sou bolsista des-de o primeiro semestre de 2014. Sou estudante de EducaçãoFísica da UFRGS e atuo na Escola Estadual de Ensino Fun-damental Plácido de Castro de Porto Alegre.

A Escola Plácido de Castro é uma escola de inclusão e,portanto, nos fornece a excelente oportunidade de darmosaulas de Educação Física para alunos especiais também. Naparte da manhã (turno em que dou minhas aulas) temos tur-mas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental (normalmente,dos seis aos dez anos). Ou seja, o lúdico e o brincar são deextrema importância para o desenvolvimento das atividadesutilizadas em aula.

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Segundo Chateau (1987), “uma criança que não sabebrincar, uma miniatura de velho, será um adulto que nãosaberá pensar”. Ou seja, uma criança precisa ter a oportuni-dade de brincar desde seus primeiros meses de vida, pois issoproporcionará um melhor desenvolvimento geral, que aju-dará a criança a se autodescobrir e a descobrir o mundo aoseu redor.

Toda criança tem a necessidade de brincar. É brincandoque, na fase infantil, as crianças experienciam o mundo e, comisso, tendem a aumentar suas sensibilidades, tanto visuaisquanto auditivas. Além disso, é brincando que as crianças sesentem mais à vontade para criar, fazer e compreender as coi-sas e pessoas ao seu redor, o que favorece o desenvolvimentopsicossocial e a criatividade, entre outras habilidades que sãode suma importância para um completo desenvolvimento dacriança. De acordo com Wajskop (1995), “Brincar é a fasemais importante da infância – do desenvolvimento humanoneste período – por ser a autoativa representação do interno –a representação de necessidades e impulsos internos”.

Comecei as minhas atividades na Escola Plácido deCastro no dia 07 de Abril de 2014. Para o primeiro mês, foiplanejado o reconhecimento das turmas e de cada aluno indi-vidualmente. Logo as primeiras aulas foram planejadas como objetivo de conhecer os alunos, suas habilidades motoras esuas limitações. Preocupei-me, também, em planejar ativida-des divertidas e agradáveis para os alunos sentirem prazer emparticipar da aula de Educação Física. Para isso foram elabo-radas atividades que visassem à cooperação entre os alunos eà minha interação com eles. Pois, para mim, um bom profes-sor não é aquele que prende a turma na aula e, sim, aqueleque desperta no aluno a vontade de aprender.

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A aceitação e a receptividade dos alunos foi, para mim,algo incrível. O tempo que levei para me adaptar com as tur-mas e com o funcionamento da escola foi bem menor do quehavia planejado e isso foi muito bom, pois criei laços com osalunos, não apenas como Professor deles, mas também comoamigo. Essa questão, para mim, é imprescindível, pois quan-do o aluno vê o Professor apenas pelo lado hierárquico (semque haja outra relação) isso pode acabar causando uma “bar-reira” entre os dois. Já quando há amizade antes da relaçãohierárquica entre Aluno-Professor, há uma liberdade maiorpara o aluno conversar, pedir conselhos (aconselhar também),expressar-se, entre outras questões que facilitam o processode aprendizagem do aluno e, também, do professor.

Além disso, as crianças nessa idade têm a necessidadede movimentar-se, de descobrir coisas novas, o mundo ao re-dor delas; a aula de Educação Física pode (e deve, é claro)propiciar tudo isso à criança. É seguindo nessa ideia que ten-to levar para as minhas aulas atividades que façam o aluno seautodescobrir (mental e fisicamente), descobrir e compreen-der o ambiente em que ele está inserido, além, é claro, de brin-cadeiras que visem desenvolver as principais habilidades mo-toras básicas que são: correr, saltar, caminhar, rastejar, arre-messar, subir, pegar, receber, quicar, chutar, entre outras.

Também sempre tento fazer eles se descobrirem comosujeitos. Fazê-los pensar além de suas capacidades e possibili-dades. Fazê-los enxergar além, para terem uma visão de mun-do maior e não limitada. Engana-se quem pensa que a aula deEducação Física é apenas um momento dos alunos relaxaremda carga horária de matérias teóricas ou ficarem na quadra“jogando bola”. Os professores de Educação Física têm a fun-ção de AJUDAR a educar seus alunos em diversos aspectos,

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principalmente, no aspecto motor para essas crianças, no fu-turo, não se tornarem “analfabetos motores”.

No início das minhas atividades na escola Plácido deCastro, minhas aulas ocorriam nas segundas e quartas-feiras.Continuo com os mesmos dias e horários, porém, no primei-ro semestre de 2014 as aulas das segundas-feiras eu dava sozi-nho, pois os dias de aula do meu colega eram quartas e quintas.Sendo assim, tínhamos de dar uma aula sozinho e uma aulaem dupla por semana. Com essas circunstâncias, ficava umpouco mais difícil de dar uma aula produtiva e agradável a to-dos nas segundas-feiras já que eu estava sozinho nestes dias.

Nesta escola temos vários alunos especiais, dentre elesum aluno autista, um cadeirante que tem diagnóstico de para-lisia cerebral leve e teve hidrocefalia, um com fissura labial,muito conhecida como lábio leporino (este aluno inclusive temdificuldades de relacionar-se com os colegas e de socializa-ção), entre outros alunos que acabam nos propiciando mo-mentos e experiências inesquecíveis, além de nos ensinar aolhar a vida com outros olhos. Todos estes alunos, não apenaspor serem diagnosticados com suas respectivas patologias, me-recem um tratamento especial durante as aulas e é isso quetentamos fazer em nossas aulas de Educação Física dentro daEscola. Busco sempre aproveitar ao máximo as capacidadesdeles e não focar apenas suas limitações.

Pensar em aulas que integrem toda a turma e mais essesalunos citados acima, realmente foi uma dificuldade que en-contrei no início. Contudo, nada melhor que o tempo paranos ensinar. Com o andamento do semestre foi possível ir des-cobrindo algumas estratégias que tornassem possível essa in-tegração geral dos alunos em nossas aulas. Além do mais, onúmero de alunos em cada turma é relativamente pequeno, o

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que acaba limitando o número de atividades que podem serdesenvolvidas na aula de Educação Física. As turmas têm, emmédia, de 8 a 10 alunos. O pequeno número de alunos em cadaturma também pode ser visto como um aspecto a favor do pro-cesso de aprendizagem, pois quando há poucos alunos fica maisfácil de o professor dar o feedback necessário para cada aluno eos ajudar, de forma individualizada, facilitando o entendimen-to e a compreensão dos alunos nas atividades.

O reconhecimento e os elogios recebidos dos professo-res sobre o nosso trabalho também é algo muito gratificante,pois assim descobrimos que estamos no caminho certo, sem-pre tentando melhorar e dinamizar nossas aulas de EducaçãoFísica, visando um melhor desenvolvimento (cognitivo, físi-co, motor, social, afetivo) das nossas crianças na Escola.

RELATO 11Bolsista: Marcelo Gerwer Ginar Telles

Comecei minha participação neste projeto no início domês de abril. Logo no primeiro dia de projeto tive uma im-pressão de que seria algo difícil, visto que a estrutura da esco-la é muito simples e alguns dos alunos têm dificuldades cogni-tivas e motoras.

Apesar do material para as aulas ser de boa qualidade,a quadra de esportes deixa a desejar. É de cimento e possuiuma grande árvore de um lado, fazendo com que as raízestenham desnivelado o espaço.

Sobre os alunos, estamos trabalhando com as turmasde sexto e sétimo ano e também da oitava série. Pude notar

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que os alunos mais novos são mais receptivos às atividadesque tentamos desenvolver enquanto os mais velhos, na faixade 15 anos, sempre apresentam resistência às atividades pro-postas.

Também é visível a separação por gênero na turma desexto ano. Os meninos são um pouco agressivos em relaçãoàs meninas, dificultando a integração na turma e fazendo comque as mesmas não se sintam à vontade em relação às ativida-des com mais contato.

Sobre a turma de sétimo ano, é a mais unida da escola.Meninas e meninos participam com regularidade das aulas esão muito receptivos às novas atividades que tentamos desen-volver. Nesta turma temos uma aluna especial que ainda nãoconseguiu se encaixar nas aulas, participando somente dasaulas para os alunos especiais.

Na oitava série é onde encontramos mais dificuldade.Os meninos são muito resistentes a qualquer esporte que nãoseja o futsal e as meninas quase nunca participam de qualqueratividade, por mais simples que seja.

Nas sextas-feiras desenvolvemos uma aula de 30 minu-tos somente com os alunos que apresentam problemas cogni-tivos. São aulas simples, com atividades básicas de basqueteou vôlei e que são desenvolvidas para que haja uma integra-ção entre estes alunos e num futuro, uma melhor integraçãoem relação aos outros colegas de classe.

Em relação ao meu sentimento, acho que em algunsmomentos existe uma frustração causada pela desmotivaçãode certos alunos. Por mais que nós tentamos sempre trazeralguma atividade que envolva a todos, muitos dos mais ve-lhos preferem ficar sentados sem participar. Por outro lado, é

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muito gratificante quando uma atividade é bem-sucedida epodemos ver no rosto dos alunos a vontade de participar. Es-tou aprendendo bastante com este projeto; no próximo anoespero conseguir dar aula para alunos das séries iniciais, áreana qual pretendo trabalhar após a conclusão do curso.

RELATO 12Bolsista: Alexandre Brod Farias

Assumimos o PIBID na Escola Plácido de Castro comas turmas de sexto ano, sétimo ano e oitava série. As salas deaula são muito defasadas, construções de madeira mais conhe-cidas como brizoletas. As turmas são pequenas, mas é uma es-cola de inclusão de alunos especiais. A estrutura voltada para aEducação Física é considerada boa, no nosso ponto de vista.Uma quadra de asfalto e outra quadra improvisada no pátio,juntamente com diversos materiais estão à nossa disposição.

Logo na primeira aula levamos um choque ao receberalunos regulares e especiais, de diferentes idades, tamanhos eníveis de maturação, tudo em uma mesma turma. A partirdesse momento começamos a perceber que, algumas vezes, afaculdade não nos proporciona subsídios necessários para li-dar com a estrutura e situação da escola pública. A experiên-cia no PIBID nos oportuniza a vivenciar o dia a dia da escolapública conhecendo as inúmeras e diferentes dificuldades queiremos encontrar e enfrentando desde cedo os desafios queaparecerão na vida de professor.

A turma de sexto ano é muito participativa e respeitosa,porém tem dois alunos especiais que dificultam muito o an-

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damento da aula. É muito visível a questão de separação porgênero presente nessa turma. Os meninos são agressivos comas meninas e esse comportamento faz com que as mesmasnão se sintam à vontade e encorajadas de participar das ativi-dades propostas por nós em conjunto com os meninos.

A turma de sétimo ano é a maior da escola e, de ummodo geral, tem a participação de meninos e meninas emconjunto. É importante ressaltar que nesta turma há uma alu-na especial que ainda não conseguiu participar das aulas efe-tivamente. Geralmente ela apresenta medo dos demais cole-gas e se afasta dos mesmos. Porém, em algumas aulas ela con-segue se reunir com uma ou duas colegas para realizar algu-ma atividade.

Por outro lado, a turma de oitava série é a mais compli-cada. As meninas quase nunca participam das atividades pro-postas e quando o fazem, é com muito desinteresse e desmo-tivação. Os meninos são muito resistentes a outros esportesdiferentes do futsal, mas conseguimos desenvolver atividadesque incentivam e proporcionam oportunidades de conhece-rem e aprimorarem técnicas de outros esportes, apesar do bai-xo número de alunos da turma.

Tivemos a oportunidade de conversar com alguns pro-fessores sobre possíveis mudanças que esperávamos que acon-tecessem. Eles nos relataram que foi visível a adesão dos alu-nos às aulas de Educação Física, a partir da nossa chegada àescola, e os comentários sobre novas atividades propostas,muitas vezes com aprovação e às vezes com rejeição, mas oimportante foi o envolvimento dos alunos na nova proposta.

Alguns alunos dessa escola têm ou já tiveram algum pro-blema que afeta ou afetou seu desenvolvimento físico, mentalou interpessoal. Por isso, no decorrer das aulas, tentamos prio-

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rizar atividades que ampliam as oportunidades de desenvol-ver aspectos cognitivos, psicomotores e socioafetivos, com jo-gos cooperativos e recreativos principalmente.

Também temos um espaço para realizar atividades comos alunos especiais da escola. Dois alunos do sexto ano, trêsalunos do sétimo ano e um da oitava série participam destasatividades. Realizamos atividades básicas de coordenação mo-tora e cognição. Individualmente nos movimentos e aos pou-cos realizando a interação aluno-aluno dentro do proposto.

Sobre estes alunos que participam dessa aula especial,vale ressaltar o caso de um menino da oitava série. No come-ço ele apresentava muita resistência às atividades propostas enão participava das aulas com os demais colegas de série. Apósalgumas aulas com os outros alunos especiais, ele começou ademonstrar grande confiança e passou a frequentar as ativi-dades nos períodos de Educação Física com os demais cole-gas de série que passaram a incentivar o seu progresso.

Há momentos de frustração e decepção quando os alu-nos não querem participar da aula, quando perdemos o con-trole da turma; quando refletimos sobre a situação da educa-ção pública e sobre a desvalorização do professor; mas tam-bém há momentos de alegria e realização quando percebe-mos os alunos felizes, agradecidos, com saudade, demonstran-do carinho; e também com motivação e empenho nas ativida-des propostas. Até então estamos absorvendo do PIBID tudoo que ele pode nos oferecer em relação ao futuro profissional,as atitudes com diversos alunos, bem como nos preparar maise melhor, além dos estágios obrigatórios do curso, para a car-reira de professor.

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RELATO 13Bolsista: Eduardo Claus Farias da Rosa

Meu ingresso no PIBID se deu pela vontade de vivenciare experienciar a rotina dos professores que trabalham na redepública do estado do Rio Grande do Sul. O subprojeto foiescolhido por ser uma das vertentes da Educação Física quemuito me interessa.

Quando chegamos ao colégio, não sabíamos exatamenteo que faríamos, o que encontraríamos em termos de estruturapara as aulas, questão de material, nem de alunos.

Embora imaginássemos encontrar uma estrutura defi-ciente e sem condições de material para o desenvolvimentodas aulas, a escola nos trouxe uma estrutura, que embora nãoseja a ideal, possibilita o pleno desenvolvimento das ativida-des planejadas pelos bolsistas. Ao ser informado de que traba-lharíamos com crianças especiais, confesso que fiquei um pou-co receoso, pois não sabia quais eram as necessidades especiaisdos alunos nem como lidar com elas, quaisquer que fossem.

No entanto, vimos, no decorrer das primeiras aulas, quetudo transcorreria bem, pois não era o bicho de sete cabeçasque se desenhara em nossas mentes, ao receber a notícia. Valesalientar que a direção e a coordenação da escola sempre fo-ram muito solícitas quanto a esse ponto, sempre nos trazendomaterial sobre necessidades especiais dos alunos e nos possi-bilitando diálogo com a professora da sala de recursos, quetrabalha diariamente com esses alunos.

Apesar do baque ao saber dos alunos especiais, não foiisso o que mais me preocupou, e sim, o fato de uma parte dosalunos estarem desmotivados e tratarem com descaso as au-

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las de Educação Física. Estava aí nosso maior desafio: remo-tivar as crianças com aulas criativas e que chamassem os alu-nos a participar. Traz-se como forte característica a dificulda-de em trazer as meninas para a prática esportiva e sobrepujara resistência dos meninos ao que não é futebol. Começamos,então, a planejar aulas que fossem participativas, dinâmicas,interessantes e divertidas, sempre buscando embasamento nasnossas experiências, vivências e aprendizados adquiridos na gra-duação e fora dela. Desse modo começamos a conquistar osalunos, que cada vez mais participam ativamente das aulas.Nosso receio inicial, quanto aos alunos especiais, foi diminuin-do na medida em que todos participavam e integravam os cole-gas com mais dificuldade, encorajando-os a participar e possi-bilitando melhorias e crescimento em seus repertórios moto-res, algo que os ajuda também nos âmbitos cognitivo e social.

Com o transcorrer das aulas, outro problema que tínha-mos foi quase que totalmente resolvido. O “vai ter futebol, nésôr!?”, “é futebol a aula toda hoje?”, foi sendo conversado comos alunos. Explicamos que a Educação Física serve não sópara o lazer deles, mas que também possibilitamos novosaprendizados, desenvolvemos valências físicas, trabalhamosaspectos fisiológicos, sociais e culturais muito importantes, queenglobam muitas outras coisas que não só o futebol.

Para que aliássemos a participação deles nas aulas e tam-bém a satisfação deles em jogar, por vezes acordamos que coma aula transcorrendo de forma satisfatória, uma parte do finalda aula seria destinada ao jogo tão requisitado por eles. Isso, ameu ver, foi uma estratégia bem-sucedida, pois os alunos sa-bem que quando possível e dependendo da resposta deles du-rante as aulas, terão o tão querido jogo de futebol, o que fazcom que se empenhem nas outras partes da aula também.

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A relutância de uma grande parte das meninas em par-ticipar das atividades comuns continua sendo uma dificulda-de nas aulas. Já tentamos propostas em que adaptávamos asregras para que participassem sem medo do contato mais for-te dos meninos (que era algo trazido por elas, como motivoda sua não participação); buscamos propor atividades pedi-das por elas após perguntarmos o que as motivaria a partici-par; fizemos, por inúmeras vezes, atividades separadas em gru-pos de meninas e meninos, mas em todos os casos semprehavia algum empecilho para que não participassem.

Em virtude disso, começamos a pedir às meninas quenão participavam das aulas que fizessem um relato/descriçãoda aula para fins de avaliação, mas mesmo assim o desinteres-se das alunas com a aula era evidente em seus relatos. Eramvistos comentários ofensivos a seus colegas, além de descri-ções superficiais de apenas partes das aulas.

Em conversas com as meninas, tentando convencê-las aparticipar e mostrando o porquê participar, muitas vezes ou-vimos coisas do tipo “nunca fiz e nunca rodei, por que devofazer agora?”, “eu que vou perder pontos mesmo...”, o quecaracteriza a cultura que trazem há anos, talvez até de casa.Isso só evidencia a falta de seriedade com que a EducaçãoFísica é tratada por alguns alunos e, provavelmente, por suasfamílias.

Enfim, cabe a nós trabalharmos para mudar isso, a fimde desenvolver uma nova concepção de cultura esportiva e deatividade física desses sujeitos. No entanto, é muito difícil paranós que escolhemos essa área do conhecimento e sabemos daimportância dela em todos os âmbitos que ela pode agregar,ver alunos que trazem essa postura de desleixo. Tal posiciona-mento, muitas vezes, pode ter origem na forma como foi tra-

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tada no passado essa faceta tão importante do desenvolvimentodos sujeitos.

Ressalto ainda que, ao assumirmos a posição de profes-sor, devemos desempenhá-la com o maior esforço para quemudemos esse panorama.

RELATO 14Bolsista: Eduardo Rodrigues Oliveira

A ideia principal desse texto é falar de modo geral sobrea experiência que o PIBID tem proporcionado aos bolsistas ealunos da escola desde quando foi implantada a escolinha es-portiva do subprojeto esporte na escola, que tem por objetivodesenvolver as habilidades motoras básicas dos alunos e opor-tunizar sua participação em práticas esportivas no ambienteescolar, no turno contrário ao que o aluno estuda.

Logo depois da chegada de nós bolsistas na escola, foiproposto o início da escolinha para aumentar a nossa vivên-cia prática dentro da área esportiva escolar. Essa intenção foivista com bons olhos e recebida positivamente. Trabalhar comdiversas faixas etárias só amplia o aprendizado no trabalhocom os alunos e propicia experiências diferenciadas quandose trata do exercício da docência.

Encontramos algumas dificuldades no desenvolvimentodas aulas como a diferença grande de idade dos alunos: nummesmo espaço tínhamos alunos de 7 anos e outros com 11 anos.Como foi mencionado anteriormente, é benéfico trabalhar comfaixas etárias diferentes, porém é um desafio a ser enfrentado,encontrar uma maneira de agrupar todos; fazê-los participar

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de maneira satisfatória das aulas não foi uma tarefa muito fácil.Aí entra o trabalho com atividades recreativas: serviu para so-cializar alunos que normalmente nem convivem no mesmoambiente dentro da escola e manteve o seu interesse no con-teúdo que fôra desenvolvido no período da escolinha.

Em algumas ocasiões, os alunos chegavam mais cedo naescola. Mesmo não sendo o horário da aula, eles já se dirigiamdireto para a quadra e por lá ficavam brincando ou conversan-do, o que já era resultado da interação entre eles, o que ocorreudurante as aulas. Porém, no momento da aula nós encontráva-mos os alunos muito agitados e dispersos, justo por já estareminteragindo no local há algum tempo. Quando acontecia talfato, o início da aula era disponibilizado para os mesmos aque-cerem, fazendo qualquer atividade, a que julgassem mais diver-tida; nós apenas passamos orientações pontuais ou instigamosa que convencessem os colegas que continuavam dispersos aparticipar juntos na brincadeira. Depois que já estavam maiscalmos, dividíamos a turma entre os mais novos e os mais ve-lhos; o trabalho em duplas facilita esse tipo de ação.

Atualmente estamos tentando captar mais alunos paraa escolinha, pois durante o ano sofremos algumas perdas jáque alguns alunos fizeram transferência para outra escola. En-tretanto, é notável a mudança comportamental de alguns alu-nos, comparando como eram quando começou a escolinha ecomo estão agora.

O ganho que os bolsistas obtiveram até agora é o enri-quecimento em suas experiências; saber lidar com os obstácu-los que irão aparecer em sua vida profissional é parte funda-mental na formação docente, e observar que a aula planejadamotiva e diverte seus alunos ao mesmo tempo em que enri-quece seu repertório motor é algo que traz muita satisfação.

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RELATO 15Bolsista: Miguel Cerva Melo

Pretendo, através deste relato, compartilhar minhas im-pressões e experiências obtidas no projeto PIBID, dentro dosubprojeto da educação esportiva e com isso esclarecer e mo-tivar os futuros bolsistas e até ajudar e confortar atuais bolsis-tas que encontrem desafios semelhantes aos que eu encontreiaté o presente momento.

Para nossa atuação no projeto partimos (eu e o colegaMatheus Sousa) do entendimento que o ensino dos esportesdeve ser feito de maneira lúdica, a fim de tornar a aula maisdivertida e atrativa aos alunos, além de contar com o poderque as brincadeiras têm de inclusão; me arrisco a dizer que nabrincadeira as diferenças podem até desaparecer momentane-amente. Também elegemos o ensino através da concepçãoconstrutivista do esporte.

A concepção construtivista pressupõe estratégias de in-tervenção pedagógica manifestada através da integração en-tre educação intelectual e corporal e de um conceito de auto-construção; ou seja, o processo de elaboração de conhecimentose dá a partir da participação e intervenção ativa do indivíduoem todas as atividades de aprendizagem (BALBINOTTI apudVOSER, 2004).

A minha escolha por um projeto que trabalhe com es-porte é, em primeiro lugar, pela minha paixão pelos esportese, em segundo, por reconhecer que o esporte me ensinou mui-tas coisas e com certeza influenciou minha escolha profissio-nal-acadêmica. Além disso, acredito que o esporte é impor-tante para todos, indo ao encontro do que diz Voser (2011),

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que será benéfica para a criança a sua participação em ativi-dades físico-desportivas, seja pelo aspecto da saúde como porse tratar de importante meio de interação social, entre outros.

Nosso primeiro semestre de atuação na escola Plácidode Castro foi marcado por dois grandes desafios. O primeirodesafio creio ser recorrente a muitos bolsistas do programa: afalta de experiência como professor, mesmo em detalhes quea princípio parecem “bobos”, como fazer a chamada, modu-lação da voz, como e quando usar o apito, se fazer entenderpor crianças de diversas idades, resolver conflitos entre alu-nos e como motivar os alunos. Todas essas “bobagens” sãoelementos próprios da prática que se aprende fazendo. Ne-nhum professor da graduação pode te ensinar essas coisas, jáque cada professor deve construir sua própria identidade en-quanto docente. Esse primeiro desafio foi superado através denossa de vontade de aprender e de fazer uma aula estimulanteaos alunos e, por entendermos o quanto podemos marcar umaluno, já que a influência e a participação dos profissionais deEducação Física podem ser fator determinante no processode aderência, permanência e até abandono esportivo do jo-vem iniciante (VOSER, 2011). E queremos que nossos alunospratiquem sempre o esporte, não só na escola, mas, fora delae depois dela.

O segundo desafio se deu por conta da incidência dealunos especiais na escola, que está em torno de 10% dos alu-nos em cada turma. Para esse desafio o nosso maior aliado foio esporte. Através dele conseguimos trazer todos os alunospara nossa aula, já que não só as crianças, mas as pessoas demaneira geral gostam de esportes. Trazendo os alunos para aaula podemos, através dos jogos, propor momentos de intera-

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ção social para esses alunos. O esporte ainda proporcionoumomentos em que os alunos vivenciassem o perder e o ga-nhar. O momento de protagonista e de coadjuvante podendoreconhecer que você tem a mesma importância do outro den-tro de um jogo. Proporcionou que os alunos se desenvolves-sem de forma motora pela prática esportiva e cognitiva atra-vés de estratégias, planos e entendimento das regras. E aindaproduziu momentos em que os alunos pudessem reconhecersuas limitações, mas, principalmente suas potencialidades.

No segundo semestre essas dificuldades foram até certoponto superadas e nossa atuação tornou-se pouco mais tran-quila, muito provavelmente em função da pequena, mas, valio-sa experiência adquirida até aqui e do vínculo que consegui-mos estabelecer com nossos alunos. Apesar dos fatos, não nosacomodamos e seguimos trabalhando para estarmos prontospara novos desafios.

Mesmo não tendo me desligado ainda do projeto, pos-so concluir que ele é muito importante e necessário a todos dalicenciatura, seja para verificar se a escola é mesmo sua “praia”ou para se capacitar enquanto profissional da educação.

RELATO 16Supervisor: Carlos Alberto Carboni

Este relato irá tratar sobre a experiência como supervi-sor do subprojeto de Educação Física, do PIBID. A oportuni-dade dentro deste programa é nova e trouxe algumas dúvidase também novas responsabilidades.

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Entre as dúvidas estão questões relativas quanto às me-lhores formas de intervenção junto aos bolsistas e as ativida-des desenvolvidas por eles. Quanto às responsabilidades estasse somam às inerentes ao trabalho cotidiano dentro daescola. Por essa razão temos que estar atentos a mais detalhesporque passamos a trabalhar como um grupo.

O programa tem objetivos bem definidos e acredito,apesar do pouco tempo em que participo dele, tem-se obtidobons resultados, visto que os bolsistas têm desempenhado seupapel de forma satisfatória e, por outro lado, os alunos têmdado boa resposta dentro das aulas. Quanto à intervenção eparticipação junto aos futuros colegas temos melhorado pou-co a pouco o nosso diálogo visando cumprir com as deman-das que se apresentam.

Uma colocação importante que precisa ser feita é comrelação aos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, quecomeçaram a discutir com mais ênfase as três dimensões dosconteúdos nas aulas de Educação Física na escola. Sendo as-sim, o papel desse componente curricular ultrapassou o ensi-no dos temas da cultura corporal, como apenas seus funda-mentos e técnicas (dimensão procedimental). O professor tam-bém necessita pensar nos conceitos que estão ligados aos pro-cedimentos selecionados (dimensão conceitual) e nos valorese atitudes (dimensão atitudinal) que os alunos devem ter naspráticas corporais ensinadas (DARIDO et al., 2001).

Darido (2008) sinaliza os diversos aspectos da dimen-são atitudinal dos conteúdos que podem ser desenvolvidosdurante as aulas de Educação Física. Entre eles estão: valori-zação do patrimônio de jogos e brincadeiras em seu contexto;respeito aos adversários e colegas; resolução de problemas com

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atitudes de diálogo e não violência; estímulo à participaçãodas atividades em grupos, cooperando e interagindo, reconhe-cendo atitudes não preconceituosas quanto aos níveis de ha-bilidade, sexo, religião, entre outras.

Os bolsistas têm atuado também de forma coerente como que está colocado dentro dos PCNs, de forma que os objeti-vos dentro das aulas tem sido alcançados mais facilmente; claroque nem tudo funciona dentro do que é planejado, seja porresistência dos alunos, por falta de melhores recursos mate-riais e até de infraestrutura. Sem dúvida, fazer o planejamen-to como vem sendo feito facilita e consegue prever eventuali-dades.

As atividades desenvolvidas nas aulas ao longo do anotêm trazido novas experiências e oportunidades para que osalunos ampliem seu repertório motor e não somenteisso, mas também melhorem as relações interpessoais. Esteponto tem sido observado de forma destacada nos anos ini-ciais, já que essa faixa etária não tem professor com formaçãoespecífica em Educação Física.

Penso que com a continuidade do programa os resulta-dos serão ainda melhores, tanto para os bolsistas, que ganhamem experiência enriquecendo cada vez mais sua futuraprofissão, quanto para os alunos que têm se mostrado muitoreceptivos, o que facilita o trabalho dos graduandos. Sendoassim, o PIBID cumprirá com seus propósitos.

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RELATO 17Bolsista: Daiane Pinto dos Santos

Este relato de experiência refere-se ao trabalho realiza-do na Escola Estadual de Ensino Fundamental PadreTheodoro Amstad, com as turmas do 6º ao 9º anos, peloPIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Do-cência) de Educação Física da UFRGS (Universidade Fede-ral do Rio Grande do Sul), onde se assegurou aosalunos atividades práticas e teóricas visando à prática da cul-tura corporal. Conteúdos desenvolvidos até o momento: ojogo, esporte e lutas. Dessa forma pretende-se, com as aulasde Educação Física, que o aluno não apenas desenvolva aquestão motora, mas aliado a isso desenvolva o social, emocio-nal e cognitivo, sendo capaz de refletir, explorar, criar e recriaratravés dessas manifestações.

Em um primeiro momento passamos por uma fase deadaptação e observação das turmas, permitindo conhecer arealidade da escola e as práticas anteriores dos alunos. Noinicio enfrentamos certa resistência por parte dos alunos namudança das aulas de Educação Física, pois, conforme relatodos mesmos eles estavam acostumados a realizar atividadesem que tinham interesse (atividades livres). Mas com o pas-sar do tempo fomos ganhando a confiança dos adolescentes,auxiliando-nos na continuidade da nossa proposta, de umaEducação Física estruturada, planejada e com a finalidade deproporcionar as diferentes vivências e conhecimento sobre oseu corpo. Acredito que isso contribui para uma maior parti-cipação e satisfação dos alunos.

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A motivação para a prática nas aulas foi realizada me-diante o diálogo com os alunos. Deixamos claro os objetivose a importância da prática de educação física no dia a dia,na manutenção e melhoria da saúde. Usamos essas estratégiasem todas as aulas, para mantê-los participativos. Porém, nemsempre essas estratégias foram efetivas, pois em alguns mo-mentos os alunos participavam das atividades propostas, semdemonstrar interesse e prazer pela prática, o que dificultavanão somente o nosso trabalho, mas de toda a turma, já que asturmas são pequenas, com no máximo 15 alunos. Apesar deter excelentes vantagens em trabalhar com uma turma menor,permitindo um acompanhamento de todos os alunos, dificul-ta quando alguns alunos não estão dispostos a fazer o plane-jado, pois reduz o quadro de alunos envolvidos nas ativida-des. A forma com que lidamos nesses momentos foi de passara responsabilidade da prática, do envolvimento com a Educa-ção Física, para o aluno, tornando-o mais maduro, reflexivo ecrítico sobre suas ações.

Aliás, uma das dificuldades encontradas durante o está-gio foi além dos recursos materiais escassos e o mau estadopara uso: foi a falta de maturidade dos alunos. A fase da ado-lescência vivida pelos alunos é onde a pessoa descobre a suaidentidade e define a sua personalidade, que naturalmente iráresultar na maturidade desses. Porém, são poucos alunos crian-do responsabilidades e agindo de uma forma mais madura econsciente. Acredito que o ambiente escolar proporcionado pelaescola possa contribuir nessa dificuldade dos alunos em ama-durecer. Pois a escola tem regras e normas que não auxiliam nodesenvolvimento de alunos autônomos, reflexivos e críticos.

Mesmo a escola não dispondo de bons espaços físicos ede recursos materiais, foram atingidos os objetivos propostos

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em aula. Notamos que é possível trazer novas propostas paraas aulas de Educação Física na escola, para além do que ve-mos nas atividades tradicionais: futsal e vôlei e para alémdo fazer por fazer. A mudança na nossa prática educativacontribui em uma nova identidade para a Educação Física den-tro da escola, já que essa se encontra desprestigiada por escola,alunos e sociedade. Além disso, auxilia no processo de ensino-aprendizagem e na construção de conhecimento dos alunos.

RELATO 18Bolsista: Thaís Coutinho Toscano de Oliveira

O objetivo desse relato é compartilhar minha experiên-cia no subprojeto do PIBID Educação Física. Atuamos naEscola Estadual Padre Teodoro Amstad duas vezes por sema-na, dando aulas de Educação Física para turmas de 6º ano à8ª série, quatro turmas no total.

Ao me candidatar para a vaga de bolsista no PIBID,relatei em minha carta minhas intenções de vivenciar e co-nhecer a realidade das escolas públicas utilizando o esportecomo forma de socialização, desenvolvimento motor, cogni-tivo e físico, e propagação de valores. Ao começar a conheceras turmas pude perceber que as aulas de Educação Física nãoestavam auxiliando em nada os aspectos citados anteriormente.

Os alunos não se respeitavam, o desenvolvimento cog-nitivo e físico estavam abaixo do esperado, sendo o desenvol-vimento motor muito abaixo. Ao conversar com os alunos eprofessores cheguei à conclusão de que isso se dava por faltade organização e valorização da Educação Física por parte daescola. O discurso nem sempre acompanhava a prática, e quan-

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do teoricamente a escola teria que seguir os PCNs e pelo me-nos planejar aulas tendo uma progressão de acordo com asérie ou ano das turmas, o que acontecia era que na prática osalunos faziam na maioria das aulas de Educação Física o queestavam com vontade. Não pareceu haver um planejamentopara o ano ou para que houvesse uma progressão de série parasérie. Isso atrapalhou muito o desenvolvimento motor dos alu-nos já que a maioria se encontra em um nível rudimentar dashabilidades básicas.

No início tivemos muita dificuldade em mudar a men-talidade dos alunos, que só queriam fazer a aula se a práticafosse a escolhida por eles. Houve também uma resistência ini-cial a atividades analíticas e globais antes do jogo/esporte emsi, ou alunos queriam apenas jogar sem se importar em ter oconhecimento das regras, outro fator surpreendente.

Planejamos as aulas buscando uma progressão rápida,já que essa progressão não tinha acontecido nos anos iniciais.

A falta de habilidade da maioria dos alunos acabou fa-zendo com que houvesse uma evolução no decorrer das au-las, porém não a esperada para a etapa em que se encontra-vam. Poucos alunos se destacavam por possuir alguma habili-dade motora mais desenvolvida e quando isso acontecia, nor-malmente era pela experiência fora da escola. Sendo assim, aescola pouco contribui para o desenvolvimento e aumento dorepertório motor dos alunos. Pude perceber alunos poucomotivados na maior parte do tempo, sempre preferindo ficarà parte das atividades, muitas vezes por não se achar compe-tentes para a prática do esporte.

Creio que a falta de estímulo nos anos iniciais gera nacriança uma autoimagem negativa; assim ela leva isso para os

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anos futuros e acaba inibida na prática de esportes e ativida-des físicas pelos insucessos. Deveria ser função do professorproporcionar uma maior diversidade de atividades, buscandosempre proporcionar novas experiências e agregar mais aorepertório motor do indivíduo. A base é muito importante paraque possa haver uma progressão e um enriquecimento dashabilidades motoras.

RELATO 19Bolsista: Alexandre Rossoni da Rocha

O objetivo deste relato é transmitir e compartilhar as difi-culdades, os momentos e as experiências vividas no PIBID, comenfoque na tentativa de ensinar os alunos na área da Educa-ção Física, com base na iniciação dos esportes, principalmen-te esportes coletivos.

Logo que entrei no projeto e fui conhecer os alunos e aescola, tive um grande baque. As turmas com quem eu iriatrabalhar eram de crianças de primeiro a quarto ano. Isso mecausou uma leve estranheza, pois era esperado que fossemalunos de Ensino Médio, ou de Ensino Fundamental anosfinais e não anos iniciais.

Isso prejudica muito o trabalho de iniciação esportiva,pois as crianças nessa idade geralmente não costumam prati-car esportes e muito menos atividades físicas que envolvamalguma técnica mais refinada; apenas brincam o que achamlegal e divertido e não se importam com mais nada. Alémdisso, estes alunos de escolas estaduais têm pouca oferta e

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opções de atividades extracurriculares, dificultando ainda maisem relação a experiências motoras básicas.

Além disso, as crianças, principalmente as mais novas,apresentavam um atraso em seu desenvolvimento cognitivomotor muito evidente, tendo em vista que muitas nunca ti-nham tido educação física na vida, ou seja, não tinham esti-mulação desses fatores importantíssimos da aprendizagem dosesportes, que são os aspectos cognitivos e motores. Preciseifazer trabalhos específicos de esquema corporal, coordena-ção motora, percepção, equilíbrio, força, flexibilidade, entreoutros aspectos que já deviam ter sido trabalhados minima-mente na Educação Infantil. Porém, muitas crianças comoelas, não têm a oportunidade de desenvolver essas habilida-des essenciais para iniciar qualquer prática de iniciação es-portiva.

Apesar de tudo não desanimei e fui procurando pro-porcionar a experiência esportiva aos poucos nas aulas de cadauma dessas turmas. Eu nunca havia trabalhado com essa fai-xa etária e não tinha a mínima ideia de como seria difícil,exaustivo e intrigante trabalhar com esses alunos. Ao mesmotempo em que as dificuldades iam aparecendo, a vontade deensinar da melhor maneira, fazer com que eles aprendessem erealmente conseguissem ter essa experiência esportiva em suasvidas foi crescendo junto.

Aos poucos, fui relacionando brincadeiras com as prá-ticas esportivas, fui inserindo as bolas de todos os esportesque a escola tinha (basquete, futsal, tênis, handebol e tentan-do usufruir disso da melhor maneira possível. É claro que aqualidade desses materiais não era a melhor, o que dificultouum pouco mais; porém, fiz o que pude. Tentei trabalhar valo-res fundamentais para a prática esportiva, ressaltando atitu-

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des coletivas, com regras de inclusão de gêneros (meninas emeninos praticando o mesmo esporte, jogando juntos e deforma igualitária), a solidariedade com os colegas, o respeitoao próximo, a alegria e a cooperação lúdica, lutando contra aindividualidade extrema que a sociedade transmite e eles ab-sorvem muito nessa idade.

Com isso, pude perceber uma evolução em cada um dosalunos que tive; todos melhoravam em algo e assim a sensa-ção de dever cumprido e de gratificação foram aparecendo. Acada passe feito corretamente, a cada movimentação corretacom base nas instruções, a confiança no trabalho ia crescendojunto. Tenho certeza que plantei uma semente em cada umdeles e que algumas coisas ficaram enraizadas na vida de cadaum.

Participei também de algumas atividades muito inte-ressantes realizadas pela direção da escola, nas quais pude au-xiliar na organização, realização e observação dos alunos.Eram eventos como gincanas, torneios esportivos, apresenta-ções de coreografias temáticas, etc.

Todas estas atividades envolvendo e proporcionando in-tegração entre os alunos da escola, professores e funcionáriostrabalhando juntos para um bem comum, para que tudo ocor-resse da melhor maneira possível e para que os alunos apro-veitassem o máximo. Isto serviu para entender melhor esseambiente de luta diária, de dedicação incessante e de muitapaciência que é a escola. Ali está o futuro de nosso povo e denosso país e só nós, professores, podemos fazer com que estascrianças, ou a maioria delas, possam ter uma vida digna e dequalidade, construindo assim um país melhor.

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RELATO 20Bolsista: Matheus Lima Moraes

Este relato tem como objetivo refletir sobre a experiên-cia no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docên-cia, o PIBID.

O trabalho vai retomar a chegada à escola, as primeirasimpressões, as turmas que são trabalhadas, alguns temas usadosnas aulas, bem como vai abordar os desafios e a experiência jáadquirida durante esses meses de trabalho exercendo a docência.

A Escola Padre Theodoro Amstad está situada no bair-ro Passo D’Areia, mais precisamente na “Vila IAPI”, muitopróximo ao Centro de Saúde IAPI. Os estudantes residem, agrande maioria, na região.

É uma escola de Ensino Fundamental que pode ser con-siderada pequena, com um espaço físico interno muito bom;possui biblioteca, sala de informática, refeitório, salas para to-das as turmas, entre outros espaços. No turno da manhã, turnoem que trabalho, há uma turma por série, com exceção da oita-va série, que possui duas turmas; as turmas são pequenas comuma média de doze alunos por turma. O espaço físico externotambém é muito bom: possui uma quadra de futsal, outra devôlei, também um minicampo de futebol, duas praças com brin-quedos, mais uma miniquadra, e por fim, um pequeno espaçocoberto, que pode ser utilizado em dias de chuva fraca. A maiordificuldade é nos dias de chuva forte. Não existe escolha, sen-do a sala de aula a única opção.

O nosso primeiro dia na escola foi 8 de abril de 2014.Conhecemos os funcionários, a professora Patrícia nos apre-sentou a os espaços da escola e nos mostrou também as tur-

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mas e os horários em que trabalharíamos. No dia 10 de abrilrealizamos a primeira aula com as turmas.

Trabalhamos com quatro turmas do Ensino Fundamen-tal (1º, 2º, 3º e 4º anos) nas terças e quintas-feiras; varia aidade de 6 a 13 anos, com turmas de em média 12 alunoscada. Abaixo algumas características de cada turma:

4º Ano – Esta turma possui 9 alunos. É uma turma muitocalma; a aula com esta turma acontece no primeiro período.Talvez seja por isso também que são mais calmos; mostraramaté agora uma grande evolução, pois tinham inicialmente al-gumas dificuldades motoras.

3º Ano – É a turma mais agitada. Possui 13 alunos. Agrande maioria mostra boa coordenação motora, mas muitadificuldade em manter a atenção nas atividades; rapidamenteeles se dispersam; é uma turma bem difícil, pois eles tambémnão lidam bem com o trabalho em equipe. É a turma que me-nos evoluiu até o momento.

2º Ano – São 11 alunos, turma também agitada, masmais participativa quando comparada ao terceiro ano. Sãosuperativos; a aula é no último período; por isso, percebemosque eles estão mais cansados em prestar a atenção nos exercí-cios propostos; mostraram uma boa evolução.

1º Ano – Esta turma tem 12 alunos. São os caçulas; poresse motivo acredito que eles dão maior importância à aulade Educação Física; fazem todas atividades propostas, e mes-mo sendo os mais novos, mostram menos dificuldades em re-lacionar-se entre si.

O exercício da docência é bem complicado, porque naverdade estudamos na graduação, os professores auxiliam, dãodicas, passam o conhecimento e o que deve ser feito. Mas quan-

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do nos deparamos com a real situação, tudo fica mais difícil.As dificuldades aparecem; existe todo o tipo de aluno, os queparticipam, os que ajudam muito no bom andamento da aula,os rebeldes que adoram desafiar o professor, e também os quetêm dificuldades de aprendizado; é então que percebemos quesó exercendo a docência vamos realmente aprender como li-dar com as diversas situações que aparecerão cotidianamente.

Como experiências anteriores tenho os estágios obriga-tórios da graduação, e confesso que o que sempre me deixouapreensivo foi a questão de conseguir administrar meninos emeninas nas aulas de Educação Física. Entretanto, como nun-ca tinha dado aula para essas idades, e nessa faixa etária, per-cebi que a maturação biológica é muito semelhante, assimcomo as aptidões físicas, por isso não causa grandes dificul-dades nesse quesito; percebo sim, uma diferença por parte dosalunos, mas essa diferença é cultural; eles pensam da seguinteforma: meninos fazem uma atividade e as meninas outra dife-rente. Em minha opinião, essa é a visão dos alunos.

Outra preocupação que tinha previamente é a excessivacompetitividade dos alunos nas aulas, pois sempre há umagrande reclamação por parte dos alunos com o trabalho emgrupo, em reconhecer as limitações dos colegas. Essa apreen-são se confirmou, e, através de jogos cooperativos e o ensinodos esportes, conseguimos melhorar consideravelmente algunsaspectos que prejudicavam as aulas.

Pude perceber o quão importante tem sido a experiên-cia com estas crianças, pois frequentemente estamos apren-dendo a lidar com situações que acontecem na escola.

Por fim, concluo que exercitar a docência tem sido im-portante na minha formação como professor, assim como for-mar um perfil de bom profissional.

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Considerações finais

Ao compartilhar esta proposta desejamos contribuirpara a qualificação e potencialização da formação docente,principalmente no que se refere a trazer novas práticas para aescola e reflexões sobre estas experiências.

Sabe-se que o esporte na escola ainda traz arraigadomodelos e exemplos do esporte de rendimento. Nesse senti-do, não é tarefa fácil para o bolsista pibidiano mudar os para-digmas deste modelo de esporte adotado no ambiente da es-cola até então.

Dentro do cenário acima, os relatos de experiências per-mitiram observar que muitas das dificuldades iniciais resul-tam da inquietude advinda do distanciamento do que é apren-dido na universidade e a realidade prática.

Por outro lado, estas oportunidades de vivências, expe-riências e crescimento, trouxeram falas importantes sobre in-clusão, gênero, interdisciplinaridade, aprendizagens positivase significativas para a formação de todos os envolvidos, prin-cipalmente dos acadêmicos.

Apesar de se saber que há escolas diferentes, que po-dem diferenciar-se por sua prática pedagógica até a sua infra-estrutura, é importante salientar que a receptividade e o aco-lhimento dos acadêmicos pelos profissionais e a coordenaçãoda escola foram fundamentais para que se conseguisse atingiros objetivos nestes primeiros oito meses do programa.

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Ainda que não seja o único caminho, até então, a avalia-ção destas experiências e destes relatos têm contribuído mui-to com reflexões críticas e ativas sobre a formação discente edocente. Neste contexto, a continuidade do Programa é mui-to importante.

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