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Valorização da docência para qualificar a educação Revista pibid Unilasalle

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Revista pibid Unilasalle 2014

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Valorização da docência para qualificar a educação

Revista pibid Unilasalle

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Centro Universitário La Salle UNILASALLE

ReitorPaulo Fossatti

Vice-ReitorCledes Antonio Casagrande

Pró-Reitora AcadêmicaVera Lúcia Ramirez

Pró-Reitor de DesenvolvimentoLuis Carlos Danesi

Projeto Gráfico e diagramaçãoRicardo F. Neujahr

Unilasalle Canoas | Av. Victor Barreto, 2288 | Centro | Canoas | RS | Cep 92.010-000 | Telefone: (51) 3476.8500

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Apresentação Revista Pibid

O Pibid - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência vem ao encontro das metas e objetivos do Unilasalle desde a sua fundação, na medida em que iniciamos as atividades como ensino superior, em 1976, com três cursos de licenciatura. Além disso, a rede La Salle constitui-se também por uma tradição em escolas em todos os níveis da educação básica no Brasil e em todos os continentes. Atuar junto à docência na formação de professores é seguir a missão do fundador, São João Batista de La Salle, e avançar na perspectiva do crescimento buscando a excelência no ensino, na pesquisa e na extensão com enfoque na inovação associa-nos plenamente aos projetos do Pibid.

Formar educadores aptos a não somente acompanhar as mudanças e sim ser o agente que as propulsiona é uma das tarefas dos pibidianos lassalistas. O projeto atende aos princípios do Unilasalle, conforme o seu PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional, principalmente quanto à educação continuada, inovação, criatividade e empreendedorismo, trabalho em rede e valorização das parcerias. Neste último, enaltecemos a credibilidade e apoio do município de Canoas e do Governo do Estado do RS, através das respectivas Secretarias de Educação por confiar a nós a cedência de espaço e atuação nas escolas. Trata-se de uma oportunidade ímpar para nossos acadêmicos consolidarem seus estudos sob orientação dos professores supervisores e coordenadores de área a fim de tornarem-se profissionais mais qualificados perante o mercado de trabalho. O resultado disso é, certamente, a atuação profícua na sociedade, conhecendo a realidade escolar antes de realizar seus estágios curriculares. Fundamental para esta qualificação profissional é o incentivo oferecido pelo projeto a partir da concessão de bolsas CAPES/CNPq oportunizando experiência aliada à realização de estar à frente de um projeto de reconhecimento em nível local e federal.

Esta Revista se propõe a relatar experiências bem-sucedidas nas diversas áreas do conhecimento em que o Pibid Unilasalle atua. Desejamos aos leitores uma ótima imersão nestas vivências pedagógicas construídas com dedicação profissional dos orientadores e com o avanço dos estudos realizados em sala de aula nos nossos cursos de licenciatura.

Prof. Dra. Lúcia Regina L. Rosa

Diretora de Graduação Unilasalle

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2. PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA BUSCA DA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO

Profª Vera Lúcia Cezar de Castro

Coordenadora Institucional do PIBID

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do Centro Universitário La Salle, teve seu início em agosto de 2012 e buscou, através de parcerias com escolas de Educação Básica da Rede Pública de Canoas, promover o aprendizado e a iniciação da prática docente. Este projeto oportunizou à IES a constituição de espaços de integração entre a formação inicial e continuada de professores, através do intercâmbio entre saberes e atividades práticas.

O desenvolvimento profissional dos futuros docentes se faz necessário através do domínio / produção / desenvolvimento de determinadas competências e saberes. Para operacionalizar o projeto desenhado contamos com a parceria de nove (9) escolas da rede pública do município de Canoas que se empenharam, dedicaram e criaram espaços para o desenvolvimento do mesmo. Os conhecimentos pedagógicos produzidos nas instituições de formação profissional necessitam da prática docente a fim de se constituírem em um saber ancorado na tarefa complexa de ensinar. Portanto, é fundamental investir nas vivências dos futuros professores, no trabalho coletivo e de responsabilidade colaborativa como instância de desenvolvimento profissional. Estes espaços privilegiados oportunizam ao futuro docente desenvolver competências e habilidades cognitivas como também fortalecem suas crenças, valores e princípios da profissão. As atividades desenvolvidas nos projetos procuraram resgatar, de alguma forma, a participação e a responsabilidade dos docentes das escolas no processo de formação de professores por parte da universidade. Todas estas possibilidades dentro dos cursos de licenciatura são extremamente importantes na melhoraria da formação dos seus acadêmicos, uma vez que o cenário educacional brasileiro necessita de novas propostas de formação para os cursos de licenciatura, bem como aproximar os acadêmicos da diversidade dos contextos escolares e da vivência em situações concretas do trabalho docente. Para isto, se faz necessário que os acadêmicos reconheçam a relevância social da carreira docente articulando teoria e prática na busca da integração entre escolas, o que deverá levar à qualificação da educação básica.

O projeto institucional foi planejado visando à valorização da docência para qualificar a educação tendo como objetivos:

• Oportunizar a integração dos acadêmicos do Unilasalle no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência.

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• Incentivar os jovens, efetivamente matriculados nas licenciaturas do Unilasalle, a iniciarem suas atividades de docência valorizando a sua responsabilidade social.

• Promover a melhoria do desempenho das escolas de educação básica nas avaliações nacionais.

• Elevar a qualidade dos cursos de formação de educadores através da articulação teoria-prática.

• Oportunizar momentos de identificação dos acadêmicos com a profissão docente através de experiências inovadoras e de vivências pedagógicas.

• Atender as necessidades de melhoria da qualidade da educação, na região de abrangência do Unilasalle.

É importante destacar a parceria Unilasalle/CAPES/Secretarias de Educação, através do programa Institucional de Bolsa de Iniciação à docência, aproximando os cursos de licenciatura da realidade escolar, estimulando a integração entre os diferentes espaços de educação e promovendo a melhoria dos índices de desenvolvimento da Educação Básica. Contamos com resultados positivos no que se refere:

• à maior integração/cooperação entre a Instituição de Ensino Superior e as Escolas de Educação Básica;

• ao constante aperfeiçoamento dos currículos das licenciaturas para atender as necessidades da educação básica, diagnosticadas através da prática docente;

• ao incentivo à carreira docente;

• à aproximação do acadêmico à realidade das escolas e estudantes de Educação Básica;

• ao estímulo a uma docência criativa e articulada com o contexto social dos alunos e inter-relacionada com as demais áreas do conhecimento;

• à permanência de todos os bolsistas em atividades de docência durante o período de duração do programa;

• à qualificação da prática docente dos licenciandos e futuros professores da Educação Básica.

• à melhoria do rendimento dos alunos e do IDEB das escolas abrangidas pelo programa institucional.

• a promover a formação continuada, através de atividades teórico-práticas integradas com outras áreas do conhecimento científico.

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3. A EXPERIÊNCIA DO UNILASALLE NO PIBID

Profª Loiraci Lopes Barbosa

Coordenadora dos processos de Gestão

O Centro Universitário La Salle, inspirado nos Princípios Pedagógicos da Província Lassalista, constituída por Religiosos do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs (Irmãos Lassalistas), oferece uma educação cristã baseada nos fundamentos de São João Batista de La Salle. Tem, em sua gênese, características voltadas para a formação de educadores. Para tanto, propõe-se a oportunizar ao educando uma pedagogia que viabilize a produção, a apropriação e a socialização do conhecimento, necessárias para a compreensão da realidade que o cerca e para que possa intervir nessa realidade progressivamente, buscando alcançar níveis mais complexos do desenvolvimento de suas capacidades humanas.

No Brasil, os Lassalistas estão presentes desde 1907, quando fundaram a sua primeira escola para filhos de operários, no bairro Navegantes, em Porto Alegre, RS. Hoje, mais de 200 Irmãos e 2500 Educadores, em 43 Comunidades Educativas, atendem a mais de 50 mil crianças, jovens e adultos em 11 Estados Brasileiros.

O Unilasalle iniciou sua atuação no ensino superior, em 6 de agosto de 1976 com a implantação do curso de Estudos Sociais, seguido pelos cursos de Letras e Pedagogia, com ênfase na preparação de professores, consonante com a orientação filosófica da Congregação. ( Projeto Pedagógico Institucional)

Hoje, passados 37 anos, o Unilasalle ampliou a oferta de cursos para as diversas áreas do conhecimento, ampliando, também, a oferta de cursos de licenciatura.

Em 2012 o Centro Universitário La Salle aceitou mais um desafio na área de formação de professores: integrou-se ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) financiado pela CAPES. A Instituição vislumbrou neste programa a oportunidade de buscar, junto à comunidade, a vivência da realidade que a cerca, compreendendo seus anseios e suas necessidades, potencialidades e fragilidades. Ao buscar parceria com as escolas da rede pública, o Unilasalle inova na formação de seus licenciandos, ampliando o leque de oportunidades de experiências, através da inserção precoce dos acadêmicos na vida e na rotina escolar.

A experiência dos cinquenta e quatro bolsistas de iniciação à docência junto a nove escolas de educação básica do município de Canoas tem produzido muitos frutos. O conhecimento da realidade, a busca por solução dos problemas encontrados,

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a aprendizagem prática através da docência compartilhada, o convívio diário com as crianças e seus mundos, a observação do trabalho docente são lições inestimáveis. Para o Unilasalle foi uma oportunidade de rever seus projetos pedagógicos, redimensionar seus objetivos, aprimorar sua metodologia e reavaliar suas relações pessoais com a comunidade. Se a Instituição está mais aberta a mudanças, mais participativa e mais integrada à comunidade, os acadêmicos estão mais maduros, mais questionadores, mais independentes nos seus estudos e mais certos da escolha profissional que fizeram.

A experiência do Unilasalle com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) tem sido amplamente satisfatória o que faz com que o mesmo esteja ampliando o número de bolsas para que mais alunos e escolas possam se beneficiar, num contínuo movimento de troca, onde todos passam a ser sujeitos de um processo de ensinar e aprender recíproco.

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ÁREAS DOS SUBPROJETOS

PEDAGOGIA

QUÍMICA

LETRAS

MATEMÁTICA

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

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ESCOLAS PARCEIRAS

Instituto Estadual de Educação Dr. Carlos Chagas

Escola Estadual Bento Gonçalves

Escola Estadual Afonso Charlier

Escola Municipal Profa Nancy Ferreira Pansera

Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade

Escola Municipal Coronel Francisco Pinto Bandeira

Escola Municipal Paulo VI

Escola Municipal Odette Yolanda Oliveira Freitas

Escola Municipal Rio Grande do Sul

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Sumário

O QUE OS SUPERVISORES TÊM A DIZER ......................................................... 12

PROJETO JORNAL NA ESCOLA .......................................................................... 13

PIBID NA ESCOLA ................................................................................................ 15

PARCERIA ............................................................................................................... 16

OFICINA DE SABÃO .............................................................................................. 19

PROGRAMA PIBID – PARCERIA E CREDIBILIDADE ........................................ 21

VIVÊNCIA RELACIONADA AO PIBID EM NOSSA ESCOLA ............................ 23

UMA EXPERIÊNCIA .............................................................................................. 24

ATITUDES SIMPLES PARA CUIDAR DO MEIO AMBIENTE ............................ 26

TORNAR MELHOR É SER DIFERENTE ................................................................ 28

LETRAS: LENDO E APRENDENDO ..................................................................... 30

ENSINO DE CIÊNCIAS NAS SÉRIES INICIAIS .................................................... 32

CONSTRUINDO UM PROJETO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PARA O PIBID/UNILASLALE .............................................................................................. 34

DOCÊNCIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS ......................................................... 38

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O QUE OS SUPERVISORES TÊM A DIZERATIVIDADES PIBID 2013

Supervisora: Maria Lucila de O. Chultes

Escola: E.M. Coronel Pinto Bandeira

Em 2013, com maior segurança iniciamos as atividades do PIBID em março,

com as mesmas estagiárias,duas de Pedagogia e duas de Letras.

Como nas séries finais, o convite feito em 2012, às crianças com baixo aproveitamento em Português do 6º ao 9º ano, não funcionou. Optamos por chamar todos os alunos de algumas turmas, duas vezes por semana, em pequenos grupos. As turmas selecionadas foram 6º e 7º anos, pois são as turmas que têm apresentado maior dificuldade e foi combinado que seria feita chamada. Nas primeiras semanas vieram os alunos em peso, inclusive os que não têm vontade de participar nem pela manhã e transformaram a aula num caos. Deixaram bem claro que estavam ali obrigados e contra á vontade. Então, voltamos ao convite a todas as turmas (conforme horário em anexo), porém enviamos bilhetes aos pais salientando a importância de o aluno ter uma ocasião a mais para tirar suas dúvidas e melhorar seu rendimento. O grupo começou expressivo e logo após foi se esvaziando terminando o semestre com um pequeno número de alunos, que já em sala de aula, mesmo com dificuldades são interessados e/ou gostam de estar na escola.

As atividades propostas e metodologia foram adequadas com atividades variadas e interessantes incluindo a realização de um jornalzinho “Vem pra escola” realizada pelos alunos do 6º anos e a professora estagiária Clarissa Schorr. Mais para o final do semestre um concurso de poesia realizado pela professora estagiária Sidinéia Scariot, com premiação realizada na terça-feria, 13 de julho. Estamos conversando com professores para que as atividades realizadas nas aulas do PIBID também façam parte da avaliação, nesse segundo semestre.

Nas séries iniciais, as mesmas estagiárias continuaram o atendimento às crianças. Um dia na semana com docência compartilhada, e em outro atendimento a pequenos grupos de alunos que necessitam de interferência individualizada ou em grupos menores. As turmas que receberam atendimento foram os terceiros anos, ou seja, houve uma continuidade ao atendimento das mesmas turmas do ano anterior.

O resultado nessas turmas é bem evidenciado porque, em primeiro lugar, é realizado no mesmo turno com a docência compartilhada que é muito bem recebida pelas professoras das séries. Também houve uma continuidade no atendimento das turmas que foram contempladas no ano passado. Esperamos poder contar com o PIBID nos próximos anos e quem sabe consigamos estagiários de Matemática, que é outro sério problema de nossos alunos.

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PROJETO JORNAL NA ESCOLA

Supervisor: Rinaldo S. Soares

Escola: E.M. Nancy Ferreira Pansera

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Nancy Ferreira Pansera, do bairro Guajuviras, em Canoas, dá início ao projeto JORNAL NA ESCOLA, junto com as alunas Bruna Ribeiro e Mônica Eliseu, bolsistas do projeto CAPES-PIBID do curso de Letras- Unilasalle/ Canoas. O jornal teve parceria dos alunos da 8ª série, participantes das oficinas. A formação do jornal dentro da escola tem como objetivo veicular as notícias da escola, proporcionando a formação sociocultural do aluno, além de estimular o interesse pela leitura, desenvolver a compreensão, a escrita e valorizar a linguagem exposta no jornal.

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ALUNOS DO MUNICÍPIO PARTICIPAM DE ATIVIDADES NO UNILASALLE

No dia 17 de junho de 2013 os alunos da 7ª série da E.M.E.F. Profª Nancy

Pansera, acompanhados de quatro professores da escola e uma graduanda do

Curso de Ciências Biológicas do Unilasalle, participante do projeto PIBID, foram ao

Centro Universitário La Salle para participarem de uma atividade diferenciada nas

dependências da instituição, onde visitaram o laboratório de anatomia e tiveram uma

aula prática com peças anatômicas humanas sob a supervisão do tec. do laboratório.

Após, os alunos foram a outras atividades onde puderam usar os microscópios e ver

algumas lâminas de células e tecidos humanos e também visitaram o MCN (Museu de

Ciências Naturais) do Unilasalle onde puderam visualizar diversos animais expostos

no museu e algumas réplicas de fosseis.

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PIBID NA ESCOLA

Supervisora: Profª Márcia Beatriz Bolze Cigolini

Escola: E.M. Paulo VI

A CAPES proporcionou às instituições de ensino públicas, a implantação do

Programa Institucional de bolsas de iniciação à Docência (PIBID) através de uma

parceria com o UNILASALLE.

Foi com grande expectativa que recebemos os bolsistas que têm contribuído

para elevar o índice de aproveitamento dos alunos.

As atividades que são realizadas por este seleto grupo, proporcionam aos

alunos que apresentam dificuldades em algumas disciplinas, aprimorarem seus

conhecimentos de forma agradável, com uma visão inovadora de aprender.

O grupo docente da Escola Municipal de Ensino Fundamental Paulo VI demonstra

total aceitação aos seis bolsistas disponibilizados pelo UNILASALLE através dos

cursos de graduação, para desenvolverem estas atividades.

BOLSISTAS: Vera Cristina Pereira Fernandes (Pedagogia); Julia Manoela Gabriel (Pedagogia); Dilene Santos da Silva (Letras); Cátia Rosane Würth (Letras); Francini de Souza (Ciências); Leonardo Caldeira Benites (Matemática).

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PARCERIA

Supervisora: Ana Lúcia Catelan

Escola: EMEF. Carlos Drummond de Andrade

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência –Unilasalle, de iniciativa da Capes promove a parceria da universidade com escola, isto é, o acadêmico inserido na rede pública faz a ponte da teoria com a prática, através das inúmeras vivências que o espaço escolar proporciona. A escola, por sua vez, através dos subprojetos oferece aos alunos e aos professores atividades diferenciadas que fazem com que o docente repense sua prática e os alunos construam conhecimentos significativos e prazerosos através das inúmeras atividades diversificadas que o bolsista proporciona.

Na EMEF Carlos Drummond de Andrade são desenvolvidos os seguintes Subprojetos: Pedagogia, Letras, Matemática e Ciências Biológicas.

Cada Subprojeto tem a orientação dos supervisores do Unilasalle e ao chegar na escola ainda contam com a ajuda e parceria de um professor supervisor que auxilia, orienta e faz a mediação com o professor titular da escola, objetivando integrar o bolsista ao cotidiano escolar.

O conhecimento é construído de forma sistêmica, através da docência compartilhada onde o bolsista e o professor titular fazem trocas, planejam e propõem aos alunos atividades diferenciadas que promovem além do conhecimento a auto-estima, o senso crítico e a autonomia dos alunos.

O Subprojeto da Pedagogia é desenvolvido com alunos de 3º ano e 5º ano e tem como objetivo principal reconhecer e utilizar as diferentes unidades lingüísticas, resgatando a auto-estima dos alunos através de jogos, brincadeiras e atividades variadas, pois são turmas que apresentam alunos com dificuldades de aprendizagem e inseridos em ambiente de vulnerabilidade social.

Já os bolsistas de letras buscam aprofundar os conhecimentos da Língua Portuguesa através de oficinas de teatro e música que são apresentados na escola através de um Sarau Literário.

O grupo de estudo da Matemática também está sendo muito valorizado pela comunidade, pois a partir da entrega das avaliações do primeiro trimestre muitos alunos conseguiram aprender com maior facilidade e demonstram interesse em participar do grupo de estudo que está sendo proporcionado em turno inverso.

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Nas Ciências Biológicas o bolsista desenvolveu oficinas em contra turno que estimularam o senso crítico dos alunos, destaco um dos projetos onde o professor fez uma saída de campo e levou os alunos ao lixão onde são reciclados vários materiais. Partindo da saída de campo e do tema proposto, foram feitas várias oficinas onde os alunos compartilharam os conhecimentos construídos com os alunos das séries iniciais.

Ao retornarem para a escola foram feitas as discussões e alinhavadas as próximas oficinas. Os alunos sugeriram construir maquetes, cartazes explicativos sobre a decomposição dos materiais vistos e exposição aos alunos.

Etapas do projeto

1 - Saída de campo: visitação ao lixão-reciclagem

2 - Construção das maquetes

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3 - Pesquisa sobre decomposição

4 - Exposição aos alunos das séries iniciais

O trabalho desenvolvido atingiu plenamente os objetivos propostos. O professor deu autonomia aos alunos que partindo das observações feitas na saída de campo promoveram o espaço da discussão sobre o tema e juntamente com os alunos construíram as oficinas que foram trabalhadas por eles nos próximos encontros.

Com este trabalho e todos os demais, cada um com sua especificidade, percebemos o quanto importante é para os nossos alunos participarem de projetos que partam do interesse deles, que os motivem, que promovam novas vivências e discussões. A escola se movimenta, os professores desacomodam e os nossos alunos ganham muito. A EMEF Carlos Drummond agradece ao Unilasalle pela oportunidade recebida.

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OFICINA DE SABÃO

Supervisora: Paula D. R Miranda de Oliveira

Escola: Estadual de Ensino Médio Affonso Charlier

Descrição de Atividade

A Oficina de Sabão teve a finalidade de conscientizar a comunidade da Escola Estadual de Ensino Médio Afonso Charlier sobre os impactos causados pelo óleo de cozinha quando descartado incorretamente no meio ambiente, mostrando uma maneira de reutilizá-lo, a fim de aprender a confeccionar o sabão.

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PROGRAMA PIBID – PARCERIA E CREDIBILIDADE

Supervisora: EDILEINE CARVALHO BISINELLA

Escola: EMEF RIO GRANDE DO SUL

Quando recebi o convite para atuar como professora supervisora do projeto PIBID fiquei bastante entusiasmada. Na realidade, não conhecia tal programa, mas a idéia de que o futuro professor tivesse contato direto com a escola antes de seu estágio formal, pareceu-me inovadora. Reportei-me à minha própria vivência: comecei a lecionar em meio à formação acadêmica e assim fiz o estágio final com minhas próprias turmas. Na época, a oportunidade surgiu a partir de seleção emergencial para substituir uma professora em escola particular, o que me abriu as portas da licenciatura. No ensino médio fiz curso técnico e não tive experiência com o estágio do magistério. Assim, minha chegada à sala de aula foi um misto de ousadia e fé na educação. Abracei a causa que continua até hoje como foco de minha vida profissional. Por ser absolutamente novata, acreditar no que estava fazendo foi o passaporte para a continuidade nesta caminhada.. Aprendi nos meses iniciais o equivalente a um curso de especialização.

O PIBID chegou e precisei estudar o programa. Somente após algumas reuniões com outros supervisores e coordenadores da Instituição é que pude compreender o papel dos bolsistas e o meu. O primeiro passo foi estabelecer algumas mudanças nos paradigmas que recaem sobre atividades extracurriculares. Hoje são ofertados às escolas muitos projetos paralelos, que embora sempre interessantes, não têm sido suficiente para que alcancemos índices comemorativos em nossos IDEBs. Então, esta proposta não poderia ser apenas mais um adendo ocupando o tão disputado espaço físico do ambiente escolar.

À medida em que o programa foi sendo estabelecido o maior desafio não foi envolver os alunos, para isto, é apenas importante usar bons argumentos. O principal entrave é que a ideia de um programa inovador não seja somente aceito - o que pode acontecer até por imposição- mas adotado. É preciso que seja adotado por todo o grupo de professores, que seja incentivado como mais um entre os instrumentos de avaliação. E aí residem inúmeras resistências. Há professores que não consideram a possibilidade de aprender com jovens iniciantes. Há professores que não entendem como é importante modificar suas práticas, moldadas depois de anos de experiência e, portanto, legítimas. Aos que chegam cabe a busca por um lugar de atuação em um universo complexo, desafiador, somado aos estudos e trabalhos contínuos da

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vida acadêmica. É um grande esforço, cujo retorno só se dará se o foco extrapolar o objetivo financeiro.

O desenvolvimento do programa em minha escola já traz resultados motivadores, mesmo que em doses menores do que se gostaria de obter. Porque a realidade da escola pública exige criatividade. Criar espaços, adequar horários, contentar ânimos. Adaptar condições. Analisar possibilidades, redefinir metas. É um permanente desafio articular projetos de modo a que se complementem sem estimular a idéia de que os conteúdos curriculares devam ser esquecidos. Então, os Serviços de Supervisão e Orientação, mesmo sobrecarregados, são apoios imprescindíveis nestas costuras pedagógicas...

Voltando aos resultados, o que se percebe é que após um ano, há o entendimento por parte dos alunos atendidos da necessidade de seu protagonismo. São convidados a participar como agentes do processo, onde seu interesse é o combustível para que a engrenagem continue funcionando. Saem da posição passiva de “copiadores da matéria”, são instigados a responder, agir, trocar, experimentar. Em sala de aula, pela forma e sistema vigente, onde um professor deve atender a um grande universo de alunos, muitas vezes o atendimento mais individualizado não acontece com a mesma frequência. Só este suporte já seria justificativa para continuidade e ampliação do programa, mas seus benefícios estendem-se por quatro vias: ganha o bolsista pela experiência adquirida, ganha a escola pela dedicação destes “iniciantes”, ganham os estudantes por preencheram lacunas em seu aprendizado e ganham os professores por terem viva a lembrança do caráter dinâmico da profissão que exercem, onde novas gerações exigem também novos paradigmas.

Agradeço o convite que tem exigido de mim ainda mais um tanto de estudo. Sei que temos ainda muito que compreender deste programa e suas possibilidades. E é só através da troca de experiências com outras escolas que perceberemos avanços. Parceria é a palavra-chave, o ingrediente fundamental para esta receita. Parceria entre escolas, entre professores e bolsistas. Parceria pela educação, nossa causa, a causa de um país que vive momentos de profundas reflexões.

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VIVÊNCIA RELACIONADA AO PIBID EM NOSSA ESCOLA

Supervisora: Gleci Guimarães

Escola: EM Odette Yolanda Freitas

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) vem sendo uma estratégia de auxílio aos educadores da rede municipal de educação, bem como estímulo às licenciaturas oferecidas nas Universidades e Faculdades do Brasil, possibilitando aos licenciandos o contato direto com a docência de uma maneira diferenciada. Assim, nós da Escola Odette Freitas acreditamos que o programa está sendo muito importante para despertar nos nossos alunos o gosto pelo estudo e por tudo o que envolve a escola, através das atividades diversificadas que estão sendo oferecidas pelos bolsistas.

Com o programa, podemos destacar vários pontos positivos: alternativas pedagógicas diferenciadas, desenvolvimento de novas metodologias, um novo olhar sobre a educação e oportunidade remunerada aos bolsistas de se envolverem com a docência, possibilitando com isso incentivo á iniciação dos futuros professores. Acreditamos no programa de incentivo à docência e estamos muito felizes, apesar da escolha ser o baixo índice do IDEB, por nossa escola estar tendo a oportunidade de trocar experiências com aqueles que já foram nossos mestres (coordenadores do La Salle) e com aqueles que serão nossos possíveis colegas (bolsistas) em prol de um bem maior que é a busca por uma educação de qualidade.

Dentre os trabalhos dos bolsistas em nossa escola destacamos o de uma aluna do curso de Pedagogia, Idionéia, que através do seu olhar comprometido com o trabalho indicou a aluna Vitória do terceiro ano a participar de mais um projeto assistencial no Chimarrão da Amizade. A aluna freqüenta o local duas vezes por semana, isto vem auxiliando muito o seu comportamento em sala de aula e, consequentemente, refletindo avanços qualitativos em sua aprendizagem. A ajuda foi de extrema importância, visto que a aluna apresenta problemas de comportamento e dificuldades de aprendizagem. Hoje ela consegue comunicar-se melhor com os colegas, esperar sua vez de falar e ouvir e dar sua opinião nos assuntos discutidos em sala de aula.

Vitória tem um carinho muito especial pela bolsista e fala com entusiasmo das atividades desenvolvidas pelos bolsistas do PIBID durante as aulas compartilhadas.

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UMA EXPERIÊNCIA

Bolsista: Cristiano

Escola: E.E. Bento Gonçalves

Acreditando que é possível inovar na educação, o Pibid veio construir novas

possibilidades, dar um novo olhar ao que se faz em sala de aula. Sair do quadro/giz

ou quadro/caneta não seria necessariamente a melhor solução, pensa-se em utilizar

os instrumentos já existentes e conhecidos ou permitir administrá-los em pequenas

“doses” adicionando outros mecanismos inovadores.

O Pibid na Escola E. Bento Gonçalves iniciou o ano corrente com a idéia de um

projeto em trabalho conjunto com uma bolsista da química onde seria proposta uma

pesquisa nos produtos industrializados e quantidade de açúcar existente neles (projeto

interrompido por troca de bolsistas), neste contexto começamos no subprojeto da

matemática com planejamento de uma aula sobre Estatística, indicando os princípios

básicos de moda, mediana e construção e análise de gráficos estatísticos. Trabalhou-

se como atividade prática o cálculo do IMC (índice de massa corporal) passando por

todos os processos de construção e tabela estatística para construção de gráficos,

promovendo, desta forma, a participação dos alunos através da coleta de seus dados

pessoais como amostra.

Em seguida, começamos o planejamento de 3 aulas com o tema “Educação

Financeira”, onde foi apresentado aos alunos o funcionamento de uma instituição

bancária (como funciona um Banco, seus conceitos básicos de produtos e serviços),

depois aprofundamos os conceitos do correto uso do dinheiro como processo para

uma educação financeira. Os alunos ficaram muito interessados no assunto devido sua

aplicabilidade na vida diária, sendo que muito já gerenciam seus recursos financeiros.

Os alunos conheceram estratégias para um bom planejamento financeiro, com

utilização da ferramenta do EXCELL. Como encerramento, introduzimos os conceitos

básicos de matemática financeira, suas principais características e mostramos

aplicações existentes no dia-a-dia, tornando-se um assunto muito interessante para

a turma.

Acompanhamos o andamento das turmas de 1º ano de uma professora. Nesta

realidade, pensou-se em introduzir a ideia do comportamento das funções de 1º e 2º

grau no ambiente do laboratório de informática. Utilizou-se o software disponível no

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sistema LINUX nos computadores da escola, um plotter chamado KMPLOT, que é

acessível e com os recursos necessários para o pretendido. O planejamento baseou-

se na dificuldade que os alunos ainda possuem em visualizar uma função, não somente

como conjunto de pontos no sistema cartesianos, mas como um comportamento que

respeita uma lei, entendendo a função como lei. Desta forma, relacionamos funções

básicas como F(x)= x, e incluímos termos que modificariam o comportamento do

gráfico, por exemplo f(x)= x+2, o que ocorreria com a reta comparando com F(x)=

x. A aula acontecendo no laboratório de informática tornou-se muito interessante e

participativa, pois mudamos o ambiente.

Recentemente, planejou-se uma atividade para contextualizar e conceituar o

conteúdo de Logaritmos. Através de um vídeo sobre a “Escala Richter”, aplicamos os

conceitos de logaritmos, mostrando aos alunos em uma atividade prática e tão bem

estudada antigamente. Após mostramos os principais conceitos e propriedades dos

logaritmos e passamos alguns exercícios.

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ATITUDES SIMPLES PARA CUIDAR DO MEIO AMBIENTE

Luís Fernando Conceição dos Santos

Curso: Ciências Biológicas

Introdução

A expedição visitou o lugar da coleta de dados uma única vez, localizada na Rua Esperança no município de Canoas. A coleta de dados se deu a partir de resíduos em decomposição no meio ambiente.

Os estudante da 7ªserie da escola Carlos Drummond de Andrade localizado na Rua 6, Guajuviras, com orientação do bolsista do Pibid concluíram o trabalho e depois apresentaram para os estudantes da 3ª série da escola.

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo refletir a concepção e prática dos 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar.

Palavras-chave: Pibid, Cuidar, Meio Ambiente, Escola e Atitude.

Metodologia

Após consultar as bibliografias os estudantes fizeram cartazes, exposição e maquetes.

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RESULTADOS

• Reduzir-Apagar luz de casa quando não estiver ninguém.

• Reciclar- O material é encaminhado para empresa e depois um novo produto

é criado.

• Reutilizar-Criar brinquedos com garrafa pet.

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TORNAR MELHOR É SER DIFERENTE

Prof. Carlos Venhofen Flores

Coordenador do subprojeto de Matemática

A contribuição da área de matemática num programa de porte como o PIBID é e sempre será cercada de muitas expectativas e esperanças. Presente nos instrumentos de avaliação como centro das atenções para produzir tecnologia e mentes capazes de destacar o país, coloca-se sobre essa ciência a responsabilidade de ser um dos maiores termômetros de análise de nossa educação.

Conscientes desse elemento, iniciamos nossa participação com dez bolsistas distribuídos em sete escolas de ensino fundamental (escolas municipais e estaduais) e médio ( apenas estaduais). Aos bolsistas, aconselhamos que, além de conhecer bem o Subprojeto Matemática, atentassem para os seguintes aspectos:

I) Ao chegarem à escola designada, sempre com o auxílio de supervisor, procurassem conhecer o maior número possível de pessoas, escutar opiniões, sondar espaços para desenvolver o trabalho. Afinal, contávamos com a diversidade de situações. Em síntese, haveria ambientes favoráveis para o desempenho de determinada ação. Em outros, o ambiente era completamente adverso A noção disso, já seria um grande aprendizado.

II) Pelo “peso” de nossa área, mencionado no início deste artigo, seria muito fundamental torná-la mais leve. As atividades seriam pensadas, então, tendo presente a curiosidade como alimentadora do interesse resultando, ao final, um mínimo de conhecimento capaz de um novo interesse, estabelecendo assim um ciclo.

III) Nas escolas existem várias efemérides. Centramos a atenção de todos ou de grande parte dos alunos num assunto por um determinado período, nem que seja por um dia. Isso deveria ser atingido também pela matemática. Que fosse organizado um momento forte, que podia ser exposição, gincana, seminário ou palestra, mas que divulgasse a área como, não só importante, mas benéfica para a realização de nossas aspirações.

Independente de várias outras atividades e situações, aqui não elencadas, a presença dos bolsistas nas escolas tem a ver como o respeito às diferenças, alternativas do processo de aprendizagem e desmistificação da matemática. Nas reuniões de avaliação, a frase de um bolsista resume o que se busca. Mesmo lembrando que o processo não é simples, nem do interesse de todos que poderiam ser beneficiados, o bolsista sintetiza:

• A gente sente que faz a diferença.

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LETRAS: LENDO E APRENDENDO

Profª Hilaine Gregis

Coordenadora do subprojeto de Letras

“O grande desafio dos ciclos iniciais de uma educação é entender as relações

entre sons, letras e significados, aprendendo a ler, para que se possa passar a ler para

aprender.” Em seu texto intitulado “Autópsia de um fiasco”, o economista Cláudio de

Moura Castro, ao discorrer sobre as razões do alto índice de analfabetismo funcional no

Brasil, salienta a grande importância da compreensão leitora para o desenvolvimento

cognitivo de nossos alunos nas mais diversas áreas. O desenvolvimento de atividades

que priorizem a leitura e a compreensão, seja nas séries iniciais, seja nas etapas mais

avançadas da educação básica, é o arsenal de que lança mão o projeto PIBID na

área de Língua Portuguesa para lutar contra esse problema que impede o avanço do

nosso ensino. Somente aprendendo a ler com dedicação e maestria, nossos alunos

aprenderão a ler o mundo que os cerca, ampliando seus horizontes e, possivelmente,

libertando-se das amarras da exclusão social.

O projeto PIBID do curso de Letras do Unilasalle tem por objetivo priorizar

metodologias de ensino voltadas para a prática textual à luz dos modernos estudos

linguísticos, cujo foco é o reconhecimento (bem como o correto manejo) das diferentes

modalidades da língua portuguesa, seja sua vertente vernacular, seja seu viés culto-

formal. O linguista Marcos Bagno, a partir da criação de um neologismo curioso e

inteligente – os “sem-língua” –, nos faz refletir sobre o tratamento que se deve dar à

variação linguística em sala de aula, permitindo que nossos alunos apropriem-se deste

bem precioso – sua língua materna –, aprendendo a utilizá-la de maneira adequada

em diferentes situações comunicativas. Para tanto, a leitura se faz essencial: é ela

que desenvolve o senso crítico e com isso nos insere na sociedade, tornando-nos

sujeito de nossas próprias ideias e ações.

A dificuldade de nossos alunos em relação à leitura e à interpretação de textos e

imagens revela-se um percalço na assimilação e compreensão de conteúdos em todas

as disciplinas escolares. O estímulo à leitura tem como objetivo a formação de leitores

competentes, capazes de ler e compreender qualquer tipo de texto e só assim exercer

sua plena cidadania. Atividades variadas de leitura, compreensão, expressão oral e

escrita têm sido desenvolvidas com grande empenho pelos alunos-docentes, com

excelente aceitação do corpo docente e discente das escolas envolvidas no projeto.

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Pesquisas recentes realizadas pelo Programa Internacional de Avaliação de

Estudantes (PISA) revelam que a maioria dos estudantes brasileiros tem dificuldade

de processar cognitivamente textos escritos; muitos alunos apenas decodificam os

sinais gráficos, mas não compreendem adequadamente o que leram, ou seja, apenas

depreendem os signos da língua, sem que a atividade de leitura seja devidamente

internalizada. Com tal deficiência em compreensão leitora, esses alunos conseguem

simplesmente ler pequenos textos, mas, à medida que se deparam com materiais

escritos de maior complexidade, revelam grandes dificuldades de compreensão e

interpretação. Nesse sentido, as atividades de nossos alunos-docentes privilegiam

o estímulo à leitura em seus variados gêneros – considerando-se que o hábito e o

gosto pela leitura podem e devem ser desenvolvidos – auxiliando-os na assimilação

e compreensão de conteúdos em todas as disciplinas. Para isso, no ensino das

diferentes modalidades da língua materna, a gramática stricto sensu não é o objeto

linguístico de base, mas uma ferramenta abordada por meio das unidades básicas de

ensino: leitura, oralidade e produção textual.

Para que a aula de língua portuguesa seja voltada à análise linguística, é

preciso ainda que o professor mantenha-se com atitude de professor-pesquisador,

estudando permanentemente teorias e práticas docentes. Nesse sentido, reuniões,

orientação e seminários temáticos têm sido regularmente realizados, com o objetivo

de compartilhar experiências e aprimorar um trabalho cujos resultados nos apontam

que, se já estamos colhendo bons frutos, muito ainda deve ser realizado para que

possamos de fato contribuir com o decréscimo da taxa de analfabetismo funcional em

nosso estado e, em maior âmbito, no Brasil.

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ENSINO DE CIÊNCIAS NAS SÉRIES INICIAIS

Profª Paula Nunes

Coordenadora do subprojeto de Química

O subprojeto de Química do Unilasalle atende a três escolas do município de

Canoas. Dentre essas, está o Instituto Estadual de Educação Dr. Carlos Chagas que,

entre outras modalidades de ensino conta com turmas de magistério.

Uma das atividades desenvolvidas por esse subprojeto tem sido trabalhar com

as estudantes do magistério sobre atividades práticas para o ensino de ciências nas

séries iniciais do Ensino Fundamental e até mesmo na Educação Infantil.

Quanto à importância da ciência na formação de indivíduos críticos, conscientes

e ativos na sociedade muito se tem dito e os documentos legais, entendidos aqui

como os PCNs, dão conta de apontar isso.

Mas isso vale também para as crianças? Apoiamos-nos aqui, no entendimento

de que

A ciência, nos primeiros anos de vida, deve provocar um encontro com o desconhecido, convidando as crianças a navegar nesse mundo utilizando as ferramentas com as quais poderão enfrentar a ciência com um olhar mais aguçado, que as incentivará a buscar respostas e a compreender o porquê das coisas e das ações que há por trás delas (Fuentes, 2012).

A criança, desde o nascimento, busca conhecer o mundo, primeiramente com

seus sentidos e, mais tarde, com a capacidade de questionar, de buscar relações

entre o que vê e o que já conhece.

Nesse sentido é potente pensar no ensino de Ciências como uma oportunidade

de estimular essa curiosidade, de incentivar a criança a explorar o mundo ao seu

redor e, com o tempo, de buscar desenvolver nela o espírito científico. Não no sentido

de formar cientistas mirins, mas no intuito de valorizar o questionamento, a vontade

de saber, o desenvolvimento intelectual e com isso a autonomia na aprendizagem e o

interesse pelo conhecimento.

Para, além disso, buscar conhecer a natureza tem o intuito de desenvolver,

desde muito cedo, esse cuidado com o ambiente, tão em pauta nesses nossos dias e

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fundamental para as nossas futuras gerações.

Nossa avaliação é de que essas atividades com o magistério são muito

profícuas uma vez que nem sempre, em sua formação inicial, essas estudantes/

futuras professoras têm a área de ciências com horas suficientes para dar conta do

arcabouço de conhecimento e atividades que pode ser desenvolvido nessa área e as

acadêmicas bolsistas do PIBID têm aprendido muito sobre educação, principalmente

nessa faixa etária em que muito pouco trabalhamos na nossa área, uma vez que a

licenciatura em química dá conta, geralmente, do ensino médio.

Referências:

Fuentes, S.S. O porquê e o como das ciências na Educação infantil. Revista Pátio, n.33 Outubro, 2012.

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CONSTRUINDO UM PROJETO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PARA O PIBID/UNILASLALE

Prof. Jairo Luis Cândido

Coordenador do subprojeto de Ciências Biológicas

O projeto de Ciências Biológicas do PIBID/UNILASALLE teve início em 2012 com 10 acadêmicos distribuídos em 7 escolas públicas de Canoas, RS. De acordo com a escola de lotação os acadêmicos envolveram-se em atividades com professores e alunos do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio.

O projeto elaborado no Unilasalle apresentou um conjunto de atividades que poderiam ser adaptadas à realidade de cada escola, organizadas em dois grandes programas de ações: o Laboratório de Ensino de Biologia e o Clube de Ciências.

O Laboratório de Ensino de Biologia se propunha a atuar mais diretamente com turmas do Ensino Médio desenvolvendo atividades pedagógicas diferenciadas para a (re)construção dos conceitos necessários à aprendizagem em Ciências Biológicas. Entre as atividades propostas destacamos:

• Construção de webquest, blogs e outros materiais virtuais;

• Construção de modelos (célula, proteínas, DNA-RNA, desenvolvimento embriológico, tecidos

• celulares, dioramas/maquetes);

• Construção de jogos pedagógicos sobre os conteúdos de Biologia;

• Visitas orientadas ao Unilasalle e outros espaços de aprendizagem (Museus, Jardins Botânicos

• etc).

Já o Clube de Ciências, com foco em turmas do Ensino Fundamental, apresentou-se como um espaço de sensibilização ambiental e aprendizagem sobre sustentabilidade que previa ações além dos muros escolares, buscando a integração da comunidade do entorno da Escola e as famílias dos alunos envolvidos. Para o Clube de Ciências foram previstas as seguintes atividades:

• Atividades de Educação Ambiental envolvendo a comunidade escolar;

• Estímulo ao desenvolvimento de lideranças estudantis nas questões ambientais;

• Produção de matérias de sensibilização ambiental para a comunidade escolar (alunos, professores e familiares);

• Organização de exposições de trabalhos desenvolvidos pelos alunos nas atividades realizadas;

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• Visitas orientadas a locais relacionados às questões ambientais (aterro sanitário, Associações de Recicladores, ONGs ambientalistas etc).

Partindo de estudantes em início de curso sem qualquer experiência em sala de aula até alunos mais próximos da conclusão da graduação e já com alguma vivência em sala de aula (seja em Anos Iniciais do Ens. Fundamental ou como contratados para Ciências e/ou Biologia no Magistério Estadual), a heterogeneidade do grupo enriqueceu os debates e trocas nos encontros de acompanhamento e no desenvolvimento das atividades nas escolas.

Encarando a realidade escolar pública

Nos primeiros encontros com o grupo de bolsistas foi possível perceber certa ingenuidade, característica de quem ainda não conhece a realidade escolar pública e tem ainda a certeza de que apenas com sua vontade de acertar e ações futuras irá revolucionar o mundo. Ao mesmo tempo que essa “jovialidade” e “vontade de fazer acontecer” empolga e estimula, retroalimentando o próprio grupo, a possibilidade de embate com a realidade dura da Escola poderia arrefecer os ânimos do grupo, o que sempre causa alguma apreensão seja no processo de orientação do grupo, seja no planejamento das atividades.

Porém, apesar do “susto inicial” de alguns, no geral o enfrentamento dessa realidade não foi um obstáculo para os bolsistas de Ciências Biológicas, pelo contrário, os relatos trazidos ao debate nos encontros de acompanhamento eram sempre seguidos de falas de estímulo e sugestões de como contornar a situação, ou então de novos relatos, especialmente dos mais experientes, de situações já vivenciadas anteriormente e da necessidade de encarar com alguma naturalidade a resistência de alunos e mesmo de professores, pois não temos como “modificar a realidade de um dia para o outro”. A conscientização de que o trabalho continuado, nunca deixando de acreditar que é possível fazer a diferença a longo prazo, foi um destaque interessante na caminhada desse grupo de bolsistas.

Crescimento dos Acadêmicos

O grupo que inicio o projeto em 2012 não é o mesmo que encerra o projeto em 2013. Não apenas pela substituição de dois membros da equipe, mas principalmente pela transformação que cada um e cada uma apresentaram ao longo do trabalho. A tomada de consciência da importância do trabalho do professor para além da sala de aula e da própria escola; o engajamento de todos no sentido de defender a(s) licenciatura(s) como formação fundamental para a construção de uma sociedade mais igualitária e sustentável; o desenvolvimento de uma postura crítica e reflexiva sobre os “discursos” construídos sobre o que vem a ser fazer educação no Brasil, são alguns dos aspectos observáveis nas falas e nos materiais escritos pelos bolsistas ao longo do projeto.

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A própria disposição de todos os que estão no projeto em dar continuidade na próxima edição serve como indício da importância que os acadêmicos identificaram no PIBID para a sua formação como futuros profissionais da educação.

Novas perspectivas

A divulgação das atividades do PIBID através do Fórum das Licenciaturas Lassalistas e do Seminário PIBID Unilasalle bem como as manifestações dos acadêmicos envolvidos junto aos colegas, fez com que mais estudantes se interessassem em participar do programa.

Assim sendo elaboramos a nova proposta de Ciências Biológicas para o Edital PIBID/CAPES 2014-2017. Essa proposta foi aprovada e conta com 18 vagas para acadêmicos de Licenciatura em Ciências Biológicas atuarem em 3 escolas da rede pública de ensino, na cidade de Canoas.

As reflexões sobre o que deu certo e o que deixou a desejar na primeira experiência foram balizadores para construção do novo projeto. Algumas atividades foram aprofundadas, outras remodeladas, tornando-as melhor adequadas à realidade das escolas públicas.

Percebemos que não foram apenas os acadêmicos que amadureceram ao longo dos 18 meses de desenvolvimento do projeto, mas todos os envolvidos... supervisores, professores, coordenadores, etc. Ganhou a comunidade acadêmica de Educação Básica de Canoas, ganhou também o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Unilasalle, seus professores e acadêmicos.

Que os próximos 4 anos de trabalho sejam tanto ou mais proveitosos para todos(as) quanto o foi essa primeira experiência desenvolvida em parceria CAPES/UNILASLLE.

SEMINÁRIO DO PIBID

Foi com grande alegria que o Unilasalle recebeu, na data de 09 e 10 de outubro, a Secretaria Municipal de Educação, de Canoas, a 27ª Coordenadoria de Educação, as escolas parceiras, os nossos alunos bolsistas do PIBID e demais convidados para realizar o I Seminário Institucional do PIBID.

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do Centro Universitário La Salle, teve seu início em agosto de 2012 e buscou, através de parcerias com escolas de Educação Básica da Rede Pública de Canoas, promover o aprendizado e a iniciação da prática docente. Este projeto oportuniza à IES a constituição de espaços de integração entre a formação inicial e continuada de professores, através do intercâmbio entre saberes e atividades práticas. O desenvolvimento profissional dos

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futuros docentes se faz necessário através do domínio / produção / desenvolvimento de determinadas competências e saberes.

Para tanto contamos com a parceria de 9 escolas da rede pública do município de Canoas que se empenharam, dedicaram e criaram espaços para o desenvolvimento do projeto. O Seminário é um momento privilegiado para a socialização dos resultados alcançados durante o período de vigência do programa bem como para uma reflexão sobre as práticas realizadas nas escolas.

O seminário teve a seguinte organização:

Data: 09/10/2013

18h30min – espaço cultural

19h - Abertura oficial do encontro

19h30min- Palestra: profª Lúcia da Rosa- Docência: desafios e perspectivas

20h – Mesa redonda: contribuições do PIBID para as escolas

Coordenadores de subprojetos: profª Cláudia Acosta e Paula Nunes

Supervisores: profªs Ana Lúcia Catelan e Paula Vop

Bolsistas: Cíntia Castro Verardi e Abner Lopes Bitencourt

Data: 10/10/2013

18h30min. Oficinas: inscrição com os coordenadores dos subprojetos e no dia 09/10/2013

1. Trabalho com o texto jornalístico - sala 101/8

Alfabetização: Lisiane Zimmermann, Margarete Geschwandtner Zoccoli e Susana Cagliari

2. Trabalho com o texto jornalístico- sala 102/8

Pós Alfabetização: Cláudia Oliveira Pilger e Maria Cristina Pacheco Rodrigues

3. Materiais Pedagógicos - 01 oficina: sala 103/8

1. Alfabetização: Nara Beatriz Felix Schmitt e Cláudia Lauls Nunes

Jogos Didáticos: Denise Lemos Marcuzzo

4. Jornal na sala de aula - Auditório Bruno Ruedell (prédio 6)

Clarissa Helena Martins Schorr

5. Construção de Blogs - sala 205/8

6. Publicidade e Preservação Ambiental Atitudes Simples para Cuidar do Meio Ambiente– sala 104/8

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DOCÊNCIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Prof. Lúcia Regina Lucas da Rosa

Diretora de Graduação do Unilasalle

Atualmente muito se fala em inovação em todas as áreas profissionais, virou palavra de ordem, causando inquietação e, ao mesmo tempo, mobilizando para o crescimento. Na área educacional, o tempo para a mudança é mais longo devido à dificuldade de alterar certezas arraigadas pelos professores que atuam na profissão há muito tempo. A experiência prolongada tende a fazer com que as pessoas adquiram know how suficiente para se garantir em seus empregos, muitos deles, adquiridos por concursos públicos. Crenças em aulas passivas a partir do poder do conhecimento docente tornam o momento da aula um mero passar do tempo, ou ainda, um modo de desperdiçar algo que poderia ser uma experiência significativa.

Diante disso, acreditamos estar nas mãos dos novos docentes a transformação desse processo. Inovar no plano pedagógico significa problematizar situações de aprendizagem. É reorganizar o velho sem abrir mão da tradição, aproveitando experiências sem repeti-las e sim, atualizando-as. É inovar na direção de “produzir formas metabólicas novas de ser escola” (AZEVEDO e REIS, 2013, p. 243). Nesta concepção, devemos mais repensar as formas de ensino do que propostas de mudança de currículo. Na educação básica, a finalidade do planejamento pedagógico é ser um plano reflexivo e prático, aliando ciência, tecnologia e cultura. Primar também pela formação cidadã e ética do indivíduo, na perspectiva de que os alunos adquiram bases sólidas de humanização, com capacidade de enfrentar as dificuldades e ultrapassar as barreiras do cotidiano. Para que o conhecimento seja pleno, é preciso haver conexão entre o interior da pessoa e sua integridade com o social, não basta ser exímio conhecedor de teorias se não for capaz de relacionar-se com o outro de forma saudável. E este relacionamento começa em cada aula, na relação aluno-aluno e aluno-professor; para que isto ocorra, recai sobre o professor a tarefa de conduzir e mediar os ânimos da convivência, pois “fazer um bom trabalho na sala de aula é a primeira condição para garantir o equilíbrio emocional dos professores [...] exige atualização permanente... comprometimento profissional” (MARCHESI, 2008, p. 124).

Ser um bom professor implica ser um bom pesquisador-observador das relações interpessoais com capacidade de reorganizá-las a fim de criar equipes aptas a modificar a sociedade e até prever qualificações necessárias no futuro. Antever formas de convivência e de necessidades forma professores pela reflexividade da própria

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atuação, como afirma Markus Brauer (2012, p. 18), “ser professor é um ofício que se aprende como qualquer outro [...] o que determina a eficácia de um ensino são os métodos pedagógicos utilizados”. É disso que o professor necessita para exercer seu trabalho com qualidade: relacionar-se bem e saber como realizar seus conteúdos, ou seja, de que formas seus alunos conseguirão apropriar-se do conhecimento e produzir novos saberes. O ensino eficaz ocorre de forma mais plena pelas metodologias ativas, nas quais, mais que ouvir, ler, discutir e se engajar levam à resolução de problemas. As informações vazias de significados e sem relações com outras informações fazem com que não haja produção de conhecimento. Toda forma passiva de pensamento está na contramão da função da escola, cujo horizonte de possibilidades não se esgota no momento da aula, vai além da sala de aula e inibe formas reducionistas de crescimento. Escola é o espaço da diversidade por meio de um currículo flexível e relacional; o fazer educativo pressupõe alargamento do pensar para a formação integral do ser humano. Questionar a prática requer dedicar-se a tarefas de raciocínio superior, como analisar, sintetizar, avaliar e recriar.

Para estas ações, o projeto Pibid é uma oportunidade ímpar para a contribuição do fazer pedagógico, é um laboratório de experimentações didáticas, de criação e de inovação pedagógica. O ensino superior integra-se à educação básica e, por fim, nele, o professor tem a oportunidade de, por sua prática, tornar-se um pesquisador e formar pesquisadores.

Referências

AZEVEDO, Clovis de e REIS, Jonas Tarcísio (orgs.). Reestruturação do ensino médio: pressupostos teóricos e desafios da prática. São Paulo: Fundação Santillana, 2013.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. O professor pesquisador – introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

BRAUER, Markus. Ensinar na universidade – conselhos pedagógicos, dicas, métodos pedagógicos. Trad. de Marcos Marcionilo. SP: Parábola Editorial, 2012.

LIMA, Maria Emilia Caixeta de Castro. Sentidos do trabalho – a educação continuada de professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

MARCHESI, Álvaro. O bem-estar dos professores. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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