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[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
2
NIVALDO RIBEIRO
A AGÊNCIA BRASILEIRA
1ª. edição
São Paulo
Edição do Autor
2012
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
3
PINDORAMA
Pindorama reescreve a história do Brasil por meio da
poesia; fala também de amor e outros ingredientes...
Escrito numa linguagem simples e descontraída,
certamente agradará aos leitores com assuntos pertinentes
ao gosto de todos os amantes da boa literatura nacional.
Nivaldo Ribeiro
2012
ÍNDICE
I – TERRÀVISTA
08 – Os Lusíadas
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
4
09 – Aldeia Brasil
11 – A Carta de Caminha
14 – A Colonização
18 – Império do Brasil
19 – A República
21 – Senzala e Capoeira
24 – Os Combatentes
26 – Os Bandeirantes
27 – São Paulo de Piratininga
31 – Dicionário Tupi
32 – Diário Paulistano
33 – Observatório
34 – Contrastes Insustentáveis
37 – O Barulho das Coisas
40 – Os Sertanejos
42 – Caboclinha
44 – Brasil no Prato
45 – Brasílica
46 – Baianidade
47 – Autofagia
48 – Terra Azul
49 – Rio
50 – Os Idealistas
II – PALAVRAS SOLTAS
52 – Verbo Comer
53 – Os Mundos
55 – A Idade da Pedra
56 – O Pêndulo da Matriz
57 – Palavras Soltas
59 – O Quadro
60 – Fruto Dourado
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
5
61 – Nenúfar
63 – Mar Adentro
64 – O Grãozinho de Areia
65 – Poemia
66 – Absorção
67 – Sob o Luar
III – NO ESPELHO
69 – Nobres Sonhos
70 – A Arte de Ser Feliz
71 – Da Costela do Poeta
72 – O Poema que Não Escrevi
73 – Quem foi Carlos de Itabira
74 – Tudo é Possível
75 – Náuseas
77 – Os Excluídos
79 – Domingo
81 – O Vendedor de Sonhos
82 – E Agora?
83 – O Moinho o Tempo
84 – Insônia
85 – O Vaso da Solidão
87 – No Espelho
88 – Homem que é Homem
89 – Aventura
IV – ROMANTISMO
91 – Confessionário
92 – Literal
93 – Instante
94 – Sonhos Espalhados
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
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95 – Primeiro Amor
96 – Deste Amor que Sonhei
98 – Nas Estrelas
99 – Romantismo
00 – A Dança
01 – O Jantar
02 – A sós com Julieta
03 – A Carta
04 – Despedida
05 – A Viagem
06 – Virgem aos 40
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
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OS LUSÍADAS
Camões
Vasco da Gama
Pedro Álvares Cabral
Fernando Pessoa
Manuel, Maria
bacalhau e padaria.
ALDEIA BRASIL
PINDORAMA
Em Pindorama o clima era bom!
O vento batia sem dó no oitizeiro
e as águas
se estendiam como estradas.
Frutas haviam muitas
e tudo na beira da estrada.
Madeira cor-de-brasa
tinham-na para exportação.
A terra era tão vasta
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
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que se perdia no longe do mar
era uma terra infinita... linda!
OS TUPI-GUARANIS
Abundavam na areia branca
ou no mato virgem embrenhados
homens descobertos
de arco e flecha bem armados.
Habitavam toscas cabanas
viviam da caça e da pesca
e na língua nativa
chamavam à sua pátria
pindó-retama
a terra das palmeiras.
AS CARAVELAS
Depois chegaram as caravelas
trazendo de além-mares
brancos e negros
e os italianos fugidos da guerra.
Todos com pressa
foram fazendo filhos
e tomaram a nova terra como sua.
COLONIZAÇÃO
Repartiram-na em capitanias
comeram da mandioca boa
ergueram cidades de pedra
criaram os engenhos d’álcool
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
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as casas de fundição de autos
e foram ficando... ficamos!
CAPITALISMO
Depois de explorados
todos os bens de Pindorama
os estrangeiros, à terra arlequinal
deram-lhe brasileiro nome.
E nos termos da lei
garantiram aos antigos donos
para caça e para pesca
cantinho cercado de mato!
A CARTA DE CAMINHA
MANUELINAS
Certo dia, Dom Manuel
acordou inconsolável...
- Chamem o Cabral!
Foram para a Torre de Belém.
PARTIDA DE BELÉM
Segunda-feira.
Cabral, ansioso, acena
do Tejo para El-Rei
Dom Manuel, o venturoso.
MAR PORTUGUÊS
Cabral vinha
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na marinhagem
d'uma nau novíssima
importada da Inglaterra.
Cabral suava
singrando os mares
dantes navegados
por Vasco da Gama.
Lançando-se ao mar de longo
rumavam à Índia
buscar pimenta e noz moscada.
Às oitavas de Páscoa
a viagem deu para o torto.
Sem tempo forte nem contrário
Vasco de Ataíde se perdeu...
Adeus!
TERRÀVISTA
Houvemos vista de terra:
Uma ilha saída do mar longe
onde o sol se levanta cedo.
Topamos grande quantidade
de ervas compridas
rabos de asno e aves fura-buxos.
Nela não podemos saber
que haja ouro nem prata
pero a terra em si é de muitos bons ares.
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
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AS VÊNIAS
Cabral, nervoso, passeia pela proa:
- Onde estamos Caminha?
- Acho que são índios senhor!
- Então façamos as vênias.
OS SILVÍCOLAS
Nas feições eram pardos
de bons rostos e narizes bem-feitos.
Trazendo arcos nas mãos
subiram todos ao barco
e rijamente ficaram ali
com cara de fome.
BUSINESS
Cabral e seus homens
assentados
numa alcatifa por estrado
acesas as tochas, negociavam...
O índio, esperto, fazia oferta
pelo colar de ouro do capitão-mor.
Cabral pedia as terras do sul
e as árvores de Pau-Brasil.
Cabral mostrou fogo
ofereceu galinha, espelho
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
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e só conseguiu em troca
um monte alto e redondo
o qual chamou: Monte Pascoal.
O TRATADO
Assim nasceu
o primeiro entreposto
Brasil-Portugal.
(No ano de 1.500 de Nosso Senhor.)
A COLONIZAÇÃO
PRIMEIRO FADO
Céu aberto sol dourado
árvores por cima do chão
rios correndo o cerrado
toquemos o fado então.
CERTÃO DO PÁO BRASIL
Da nova e Real Fazenda
os escambos carregavam
às caravelas do velho mundo
toneladas de valiosa madeira
em troca de bugigangas.
ASSENTAMENTO
Na aldeia Tupinambá
o Caramuru Diogo Álvares
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
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se apaixonou pela índia
Catarina Paraguaçu
e saíram fazendo mamelucos...
OS DONATÁRIOS
Os donatários reais
das Capitanias Hereditárias
se tornaram
os primeiros latifundiários
do Governo-Geral do Brasil.
GOVERNO GERAL
Chegou Tomé de Souza
pela Ponta do Padrão
para fundar São Salvador
capital do dendê
da capoeira e do samba de roda.
Havia outra Bahia
no grande Rio de Janeiro;
Bahia de Guanabara
das águas profundas e lindas.
Estácio de Sá, chamou-lhe
então, São Sebastião.
UNIÃO IBÉRICA
Sem Sebastião
nem Henrique
a Espanha dos Filipes
dissolveu o Tratado.
[PINDORAMA] Nivaldo Ribeiro
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A CONJURAÇÃO
Liberdade ainda que tardia!
Tiradentes
reunia-se em Vila Rica
para não pagar a derrama;
ele desejava um país livre
mas, não Joaquim Silvério dos Reis.
O REINO NO RIO
No palácio da família Real
do Reino Unido do Brasil
Algarves e Portugal
D. João mandou plantar
um horto de palmeiras reais
e descansou na sombra grande.
GOODBYE
Despedida de D. João :
- Adeus minha Real Fazenda
meus cavalos, meus vassalos
minhas concubinas, adeus!
IN-DEPENDÊNCIA
Chegada do carteiro real:
- Blá-blá-blá...
Dom Pedro: Fico!