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Revista Eleitoral TRE/RN - Volume 25, 2011 - 37 o PRINCÍPIO DO PLURALISMO POLÍTICO E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL l NILO FERREIRA PINTO JUNIOR e-mail: [email protected] Advogado e Juiz Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte; Professor de Direito Eleitoral e Hermenêutica da Universidade Potiguar (UNP) e de Filosofia do Direito da Faculdade Maurício de Nassau; Especialista em Direito Processual (CESGRANRIO/RJ) e Do- cência do Ensino Superior (FACEX/RN); Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Autor do Livro "Princípio da Congruência no Direito Processual Civil"; RESUMO: O presente trabalho tem o propósito de abordar o pluralismo político dentro das perspectivas do Estado Democrático de Direito em geral e, especificamente, o pluralismo político brasileiro em face da Constituição Federal e a concepção do sistema partidário como instrumen- to hábil para concretização da democracia representativa, intermédio da vontade da sociedade e o Estado, sem qualquer discriminação seja de ordem cultural, filosófico, intelectual, moral, religioso, econômico, proclamando a liberdade e a igualdade como valores informadores da dig- nidade humana. PALAVRAS-CHAVE: Pluralismo. Pluralismo político. Estado de Direito. Democracia. Partidos Políticos. SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO; 2 ASPECTOS GERAIS SOBRE O PLURALISMO pOLíTICO; 2.1 A Sociedade Plural; 2.2 Breve Noção sobre o Pluralismo Político; 3 A INOVAÇÃO DA COSN- TITUIÇÃO FEDERAL; 3.1 Pluralismo Político, Estado de Direito e Democracia; 3.2 Pluralismo Político e Sistema Partidário Brasileiro; 4 CONCLUSÃO. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo tem por objetivo elucidar os aspectos gerais do pluralismo político, adentrando a concepção de sociedade multifacetada que admite em sua formação, a presença de vários grupos ou centros de poder, com capacidade para harmonizar os interesses conflitantes e caracterizados pela desconcentração da sua administração, com a finalidade de eliminar a centralização e a unicidade de decisões, sejam administrativas ou políticas. Enfim, a sociedade plural é ideologicamente oposta à unificação do poder ou à unanimidade totalitária. Iluminando-se por este propósito, busca-se em seguida fundamentar o pluralismo político como . uma espécie do gênero pluralismo, este como uma decorrência da democracia que tem como escudo a diversidade e as liberdades, devendo estas ser respeitadas pelos diversos grupos que detêm uma parcela de poder. Assim, o fracionamento do poder em grupos independentes não significa a fragi- lidade da soberania, mas a sua unificação através da vontade política comum e una, não obstante o estado ser divisível. As características do pluralismo político são externadas pela liberdade de asso- ciação, possibilidade de participação nas deliberações de poder e a existência de consensos sociais mínimos de cunho axiológicos. O pluralismo é visto como um direito à diferença e este se trata de um direito fundamental intrín- seco ao conceito de dignidade humana, ou seja, um direito ao respeito e à tolerância de, em hipótese alguma, ser discriminado pelo fato de ser diferente ou adotar uma filosofia de vida, reverenciado-se a peculiaridade de cada individuo. Com relação à Constituição Brasileira, nota-se que houve uma preocupação ao adotar o pluralis- mo político, considerando os variados aspectos sociológicos e culturais do nosso país, como a recep- ção em nosso território das variadas etnias de todo o mundo. Com isso, o aparecimento da multipli- cidade cultural trazida pelos nativos indígenas, africanos, dos europeus e dos imigrantes, inclusive orientais. Outrossim, não havia como reunir de forma harmoniosa tanta diversidade sem um regime 1. Artigo apresentado ao Programa de Pós Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientador: Professor Doutor Edilson Nobre Pereira Júnior.

Pinto Junior O Principio PLURALISMO

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  • Revista Eleitoral TRE/RN - Volume 25, 2011 - 37

    o PRINCPIO DO PLURALISMO POLTICO E A CONSTITUIO FEDERALl

    NILO FERREIRA PINTO JUNIORe-mail: [email protected] e Juiz Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte; Professor deDireito Eleitoral e Hermenutica da Universidade Potiguar (UNP) e de Filosofia do Direito daFaculdade Maurcio de Nassau; Especialista em Direito Processual (CESGRANRIO/RJ) e Do-cncia do Ensino Superior (FACEX/RN); Mestre em Direito pela Universidade Federal do RioGrande do Norte; Autor do Livro "Princpio da Congruncia no Direito Processual Civil";

    RESUMO: O presente trabalho tem o propsito de abordar o pluralismo poltico dentro dasperspectivas do Estado Democrtico de Direito em geral e, especificamente, o pluralismo polticobrasileiro em face da Constituio Federal e a concepo do sistema partidrio como instrumen-to hbil para concretizao da democracia representativa, intermdio da vontade da sociedadee o Estado, sem qualquer discriminao seja de ordem cultural, filosfico, intelectual, moral,religioso, econmico, proclamando a liberdade e a igualdade como valores informadores da dig-nidade humana.PALAVRAS-CHAVE: Pluralismo. Pluralismo poltico. Estado de Direito. Democracia. PartidosPolticos.SUMRIO: 1 INTRODUO; 2 ASPECTOS GERAIS SOBRE O PLURALISMO pOLTICO;2.1 A Sociedade Plural; 2.2 Breve Noo sobre o Pluralismo Poltico; 3 A INOVAO DA COSN-TITUIO FEDERAL; 3.1 Pluralismo Poltico, Estado de Direito e Democracia; 3.2 PluralismoPoltico e Sistema Partidrio Brasileiro; 4 CONCLUSO.

    1 INTRODUOO presente artigo tem por objetivo elucidar os aspectos gerais do pluralismo poltico, adentrando aconcepo de sociedade multifacetada que admite em sua formao, a presena de vrios grupos oucentros de poder, com capacidade para harmonizar os interesses conflitantes e caracterizados peladesconcentrao da sua administrao, com a finalidade de eliminar a centralizao e a unicidade dedecises, sejam administrativas ou polticas. Enfim, a sociedade plural ideologicamente oposta unificao do poder ou unanimidade totalitria.

    Iluminando-se por este propsito, busca-se em seguida fundamentar o pluralismo poltico como. uma espcie do gnero pluralismo, este como uma decorrncia da democracia que tem como escudoa diversidade e as liberdades, devendo estas ser respeitadas pelos diversos grupos que detm umaparcela de poder. Assim, o fracionamento do poder em grupos independentes no significa a fragi-lidade da soberania, mas a sua unificao atravs da vontade poltica comum e una, no obstante oestado ser divisvel. As caractersticas do pluralismo poltico so externadas pela liberdade de asso-ciao, possibilidade de participao nas deliberaes de poder e a existncia de consensos sociaismnimos de cunho axiolgicos.

    O pluralismo visto como um direito diferena e este se trata de um direito fundamental intrn-seco ao conceito de dignidade humana, ou seja, um direito ao respeito e tolerncia de, em hiptesealguma, ser discriminado pelo fato de ser diferente ou adotar uma filosofia de vida, reverenciado-sea peculiaridade de cada individuo.

    Com relao Constituio Brasileira, nota-se que houve uma preocupao ao adotar o pluralis-mo poltico, considerando os variados aspectos sociolgicos e culturais do nosso pas, como a recep-o em nosso territrio das variadas etnias de todo o mundo. Com isso, o aparecimento da multipli-cidade cultural trazida pelos nativos indgenas, africanos, dos europeus e dos imigrantes, inclusiveorientais. Outrossim, no havia como reunir de forma harmoniosa tanta diversidade sem um regime

    1. Artigo apresentado ao Programa de Ps Graduao em Direito da Universidade Federal do Rio Grande doNorte. Orientador: Professor Doutor Edilson Nobre Pereira Jnior.

  • centrado no respeito diferena de cada um, alm do mais deve se considerar ainda a miscigenao,pois a sociedade plural exige a possibilidade de representao de todos, inclusive das minorias.

    Assim a Constituio Federal faz a primeira meno sobre o pluralismo no seu prembulo, defi-nindo as razes do pluralismo no Estado Democrtico de Direito e Democracia, assegurando os di-reitos sociais e individuais, primando pela liberdade, segurana, bem-estar social, igualdade e justiacomo valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, expurgando, pois,qualquer discriminao da natureza seja, tnica, sexual, econmica, filosfica, poltica ou religiosa.

    Os partidos polticos so os principais atores do contexto poltico pluralista, funcionando comoelo entre o povo representado e o Estado, gozando de liberdade e autonomia interna e possuindonatureza jurdica de direito privado. Porm, a liberdade no absoluta, havendo algumas restriesquantitativas e qualitativas.

    Por fim verifica-se a importncia exercida pelas agremiaes polticas na consecuo do EstadoDemocrtico de Direito e da democracia representativa.

    2 ASPECTOS GERAIS SOBRE O PLURALISMO pOLTICO

    2.1 A SOCIEDADE PLURAL

    Ab initio, relevante destacar que uma das maiores aspiraes do homem o poder; em todos osseus momentos histricos, buscou-se o poder, ou seja, a capacidade de impor a sua vontade sobre ooutro inserido na relao social. J as relaes sociais so sempre conflituosas, em face das diferenasindividuais dentro da espcie humana, onde cada pessoa possui o seu microcosmo, a sua viso demundo, a sua maneira de interpretar a macro-sociedade.

    Num primeiro momento, h uma demonstrao do homem em fazer-se obedecer intra lar, noseio da famlia - o poder do pai para com o filho. Em seguida a evoluo da famlia para a cl, tribo,enfim a polis. Esta como uma expresso poltica organizada, fez com que as formas de conquistas dopoder tambm progredissem, ultrapassando o individualismo para a organizao coletiva. Com issoadveio a formao e a organizao da sociedade em classes de poder e grupos de poder, como formade influenciar na sua comunidade e a participar na administrao da coisa pblica. Em suma, o po-der sempre um fenmeno social e bilateral, envolvendo sempre uma alteridade, uma relao social.

    Impende destacar que tudo que envolve a participao do poder, por consequncia, envolve umadiscusso poltica, e toda discusso poltica analisa as foras ou grupos que se manifestam interna-mente numa sociedade. Historicamente, a discusso aberta tomada de decises e possibilidade deinterferir nos destinos da comunidade vem da democracia grega, que nos d o exemplo da Agora,como o embrio da sociedade plural, ou seja, o local destinado aos cidados, na parte baixa da ci-dade, para reunirem-se na praa central a fim de debater os problemas da polis, apesar da limitaoquantitativa dos cidados gregos com a possibilidade de utiliz-la com direito a voz e voto comopoder de deciso nos negcios da cidade-estado.

    Na verdade o pluralismo tem uma conceituao polimorfa, necessitando de clareza e objetivaoe preciso na sua definio. O conceito contemporneo de pluralismo traz em seu bojo a possibilida-de de obterem-se decises e solues diferentes para um mesmo problema, ou seja, a interpretaodiversificada de uma realidade, considerando os seus fatores e situaes histricas de um mesmocampo de atuao. Segundo Popper, o pluralismo um mtodo fecundo e racional de coexistncia.A sociedade humana, em face das suas evolues, social, poltica, econmica, cientfica e cultural,tornou-se complexa diante dos desafios da vida moderna, transformando-se numa sociedade poli-ticamente pluralista, ou seja, no h apenas uma nica idia, mas uma gama diversificada de ideias,sejam estas, boas ou ms.

    Com acerto, Jos Afonso da Silva, ao comentar a constituio federal, tratando do pluralismo deidias e de concepo pedaggica, diz:

    A teoria do pluralismo reconhece vrias formas: pluralismo social, jurdico, poltico, de interesse,

    38 - O Princpio do pluralismo poltico e a constituio federal

  • de ideias etc., que reconduzem a dois tipos bsicos: pluralismo ideolgico, que designa a variedadede crenas, de concepes ticas e de valores que os indivduos ou grupos tm por fundamentais -em que entra a liberdade de religio, de pensamento, de ideias etc,; o pluralismo institucional, quecompreende o desenvolvimento das autonomias e o reconhecimento dos direitos e das formaessociais, quais sejam, a famlia, as confisses religiosas, comunidades de trabalho etc2

    Diante de tal esclarecimento, possvel a insero de mais uma categoria de pluralismo, o plu-ralismo poltico. Politicamente, a sociedade plural aquela que admite em sua formao, a presenade vrios grupos ou centros de poder, capaz de harmonizar os interesses conflitantes e caracterizadapela desconcentrao da sua administrao, evitando pois a unicidade de decises seja administra-tiva ou poltica. Enfim, a sociedade plural , ideologicamente, oposta a unificao do poder ou aunanimidade totalitria.

    Maria Helena Diniz define o pluralismo como sendo:

    A teoria pela qual os seres componentes do mundo so mltiplos, individuais e independentes.Logo, no podem ser considerados como fenmenos de uma nica realidade. Em cincia poltica a teoria que prope como modelo a sociedade composta por vrios grupos ou centros do poder,mesmo que em conflito entre si, aos quais se confere a funo de controlar o poder dominante,identificado com o estad03

    A sociedade pluralista tem ainda como caracterstica a participao de grupos sociais fiscalizado-res, evitando que as decises sejam tomadas de forma unilateral. Na verdade o objetivo da sociedadeplural minimizar a capacidade centralizadora do estado, evitando, pois, que as tomadas de decisesvenham a atender aos desideratos de um grupo dominante. Nota-se ainda, que a sociedade plural eivada de contrastes scio-culturais e econmicos, por isso exige-se a conscientizao dos gruposatuantes numa democratizao dos interesses, inclusive admitindo a ampliao do debate entre asideologias opostas.

    Em suma, o pluralismo garante o direito diferena. Contudo, no se deve confundir o plura-lismo poltico com relativismo, pois no se trata de qualquer ideal social sem uma fundamentaocriteriosa, mas de propostas com validade contextualizada e substancialmente voltada para o serhumano em sua inter relao social.

    Logo, de fcil concluso reconhecer-se a multiplicidade e diversidade dos objetivos humanos,no mbito de um estado plural, onde se busca evitar a concentrao de responsabilidades poltico--administrativa a uma nica pessoa ou grupo, gerando desgraa e opresso, devendo, portanto, havero fracionamento em grupos organizados, muito embora sob a tutela estatal, mas que possibilite avariedade de mtodos e opinies que possam influenciar e fiscalizar de forma mais democrtica aatuao dos integrantes da sociedade na tomada de decises sobre o destino e o interesse nacional,tornando, assim, uma nao com uma viso mais humanitria.

    2.2 BREVE NOO SOBRE O PRINCPIO DO PLURIPARTIDARISMO

    Num primeiro momento, importante lembrar que a sociedade formada por um aglomeradode indivduos, no obstante organizada e, dependendo da anlise e da complexidade, pode-se falarem organizaes microssociais e macrossociais. A primeira como a individualizao de grupos esubgrupos que influenciam o poder. J a segunda no que se refere a sistematizao ou conjunto dosdiversos grupos pertencente a um determinado espao geopoltico 4. Dito isto, conforme j men-cionado alhures, o pluralismo manifesta-se das mais variadas formas: social, poltica, econmica,cientfica e cultural, o que requer uma gama de aes voltadas para os diferentes valores-sociais comofito de harmonizar as inter-relaes da sociedade. Nesse sentido aduz Fvila Ribeiro:

    Os confljtos subjacentes na sociedade precisam encontrar formaes grupais mais identificadas e2. SILVA,JosAfonso da. Comentrio Contextual Constituio. 5 ed. SoPaulo:Malheiros. 2007.p.7873.DINIZ, Maria Helena. Dicionrio Jurdico. 2 ed. Rev.,atual. E aum. Vol.3. SoPaulo: Saraiva,2005.p. 7014. COELHO,Luis Fernando. Direito Constitucional e FilosofiaConstitucional. 1 ed. Curitiba: Juru. 2006. p.281.

    Revista Eleitoral TRE/RN - Volume 25, 2011 - 39

  • vinculadas aos seus especficos interesses, assumindo posies que reflitam os antagonismos queprecisam encontrar vlvulas institucionais descompressoras, revelando-se.o sistema do pluralis-mo poltico como componente da mais rica eficcia social, atravs dos dilogos, entendimentos etransaes recprocass.

    Considerando o pluralismo poltico como uma espcie do gnero pluralismo, decorrente doprincpio democrtico que tem como escudo a diversidade e as liberdades, devendo estas ser res-peitadas pelos diversos grupos que detm uma parcela do poder. Muito embora a soberania seja oatributo bsico de um estado que estabelece a sua independncia em relao aos estados estrangeiros, possvel, teoricamente, admitir uma relativizao da soberania interna; assim, podemos admitirque os grupos integrantes do poder tambm so soberanos no sentido de evitar a centralizao emexcesso ou mesmo a existncia de um grupo social inteiramente soberano, muito embora admita-sea presena de grupos ou setores mais organizados, o que traduz uma maior influncia nas decisesdo poder; contudo, deve-se preservar a interferncia harmnica de outros grupos sociais tidos comomais frgeis ou minoritrios.

    O pluralismo poltico aponta para uma diversidade do poder, ou melhor, um fracionamento desteem grupos independentes, muito embora haja uma unificao atravs da soberania como uma von-tade poltica comum e uma; no entanto, o Estado divisvel.

    Assim, a democracia a encarnao mais autntica e legtima da teoria da multiplicidade deidias e interesses pois opositora concentrao de poderes em um s poder centralizado; a des-centralizao poltica na verdade uma limitao para os exercentes do poder poltico dominante,especialmente nos regimes democrticos onde a existncias de grupos rivalizando-se ou em plurali-dade de foras sociais enseja o maior engajamento dos sindicatos, partidos polticos e OrganizaesNo Governamentais na participao e fiscalizao, direta ou indireta, da Administrao Pblica,inclusive dando maior legitimidade s decises de governo.

    Com efeito, importante destacar a conceituao atribuda a grupos de poder e classes de poder.No entanto, possvel que um cidado possa ingressar em vrios grupos, uma vez que os interessesdestes podem interessar a uma pluralidade de classes sociais. Contudo, no seria possvel pertencera vrias classes de poder.

    Para a compreenso da definio do pluralismo poltico, o professor Samuel Dal-Farra Naspoliniidentifica as seguintes caractersticas:

    a) Liberdade de associao - como a licitude dos indivduos agruparem-se em entes autnomosresponsveis pela defesa organizada de seus interesses particulares ou coletivos, dotados de plenaliberdade de expresso e reunio;b) Possibilidade de participao - dos entes associativos nas deliberaes coletivas, exigindo doEstado a conformao de canais institucionais que viabilizem a participao dos grupos na arenapoltica, sendo os partidos polticos a melhor espcie de ente poltico plural;c) Existncia de consensos sociais mnimos - abordando os princpios e valores juridicamente.estabelecidos, sob os quais se desenvolve a competio intergrupal pelo poder6

    Nessa senda, apesar da ligao intimista, no se pode confundir pluralismo poltico com a di-versidade partidria, pois os grupos de poderes podem atuar na sociedade em busca do controle dopoder, ignorando a opo poltico-partidria como meio de defesa de seus interesses. Portanto, opluralismo poltico tem uma atuao mais abrangente que o pluralismo partidrio; este necessaria-mente vincula a sua existncia ao pluralismo poltico nas suas multifacetadas formas de conquista eparticipao do poder; aquele como um gnero (lato sensu) e este como uma espcie (strito sensu).Nesse sentido aduz Orides Mezzaroba, citado por Samuel Dal-Farra Naspolini:

    [oo.J, se o princpio do pluralismo poltico lato sensu .se caracteriza pela oposio a qualquer arte-

    40 - O Princpio do pluralismo poltico e a constituio federal

    5. RIBEIRO,Fvila.Direito Eleitoral. 5 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998p. 886.NASPOLINI,SamuelDal-Farra. Pluralismo Poltico.1 ed. Curitiba: Jum. 2008,p.37

  • fato monopolista, seja social, poltico, cultural, educacional, econmico ou de comunicao', porconcluso 'o pluripartidarismo se fundamenta no compromisso de institucionalizar um sistemapoltico, com mltiplos partidos, como imagem global do conjunto, no de aspecto que reflita aindividualidade do partido?'

    Enfim, o pluralismo poltico o escudo contra os regimes monolticos e fechados do poder, pos-sibilitando ao cidado a plena liberdade e o direito de pertencer a entidades de cunho cultural, filo-sfico, intelectual, moral, religioso, econmico, pois somente na sociedade plural que se admite odesenvolvimento do ser humano em sua plenitude. Mais uma vez recorremos aos ensinamentos deJos Afonso da Silva, ao discorrer sobre o pluralismo poltico, afirmou o seguinte:

    Quer realizar-se como princpio da democracia de poder aberto, estabelecendo o liame entre aliberdade e a multiplicidade dos meios de vida, no apenas como uma nova maneira de afirmar aliberdade de opinio ou de crena, mas como um sistema que enraza essa liberdade na estruturasociaLB

    Pois bem, a liberdade de opinies s vezes conflitantes adjudicadas ao cidado pelo pluralismopoltico, no o afasta dos demais componentes da comunidade, mas, contextualmente, este pluralis-mo o instrumento hbil para consolidar a garantia desta liberdade. Alis, como bem ensina GilmarFerreira Mendes, verbis:

    [...]Fato primeira vista poderia sugerir tratar-se de um princpio que se refere apenas a pre-ferncias polticas e/ou ideolgicas, em verdade a sua abrangncia muito maior, significandopluralismo na polis, ou seja, um direito fundamental diferena em todos os mbitos e expressesda convivncia humana.9

    Assim, o pluralismo, como direito diferena, trata-se de um direito fundamental intrnseco aoconceito de dignidade humana, ou seja, um direito ao respeito e a tolerncia de, em hiptese alguma,ser discriminado pelo fato de ser diferente ou adotar uma filosofia de vida, reverenciado-se a pecu-liaridade de cada indivduo. Em outras palavras, cada ser humano possuidor do seu microcosmo,do seu prprio mundo individualizado, logo no h pessoas iguais, mas diferentes, e essa condio reflete a preservao dignidade do homem, como homem.

    3 A INOVAO DA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988

    O constituinte brasileiro, acertadamente, ao adotar o pluralismo poltico considerou diversos as-pectos sociolgicos e culturais. Ora, a nossa ptria "me gentil" recepcionou as variadas etnias detodo o mundo; consequentemente, veio acoplada a cultura de cada povo que por aqui se fixou. Anossa histria registra a multiplicidade cultural dos indgenas, dos africanos, dos europeus e maisrecentemente dos imigrantes, inclusive orientais. Da no havia como reunir de forma harmoniosatanta diversidade sem um regime centrado no respeito diferena de cada um, alm do mais deve serconsiderada ainda a miscigenao; assim, a sociedade plural exige a possibilidade de representaode todos, inclusive das minorias.

    Com isso a possibilidade da participao de todos em grupos ou foras sociais de representaoe participao no poder poltico torna-se uma necessidade primria, ou melhor, o respeito e a tole-rncia a todos, so caractersticas do Estado Democrtico de Direito.

    3.1 PLURALISMO pOLTICO, ESTADO DEMOCRTICO DE DIREITO E DEMOCRACIA

    A idia de pluralismo encontra-se enraizada aos conceitos de Estado Democrtico de Direito eDemocracialO Nota-se, ab initio, a presena do termo pluralismo logo no prembulo da ConstituioFederal, nos moldes do chamado Estado Democrtico que possam assegurar, dentre outros, os direi-

    7. NASPOLINI,SamuelDal-Farra. Pluralismo Poltico.1 ed. Curitiba: Juru. 2008, p.848. SILVA,JosAfonso da. Comentrio Contextual Constituio. 5 ed. SoPaulo:Malheiros. 2007. p.409. MENDES,Gilmar Ferreira; Coelho, Inocencio Martires; Branco, Paulo Gustavo Gonet. Curso de DireitoConstitucional. 3 ed. SoPaulo: Saraiva,2008 p. 15610. NASPOLINI,SamuelDal-Farra. Pluralismo Poltico.1 ed. Curitiba: Juru. 2008, p.84

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  • tos sociais e individuais, primando pela liberdade, segurana, bem-estar social, a igualdade e a justiacomo valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, expurgando, pois,qualquer discriminao, seja, tnica, sexual, econmica, filosfica, poltica ou religiosa.

    Em seguida no ttulo I da Carta Magna, define os seus "Princpios Fundamentais" constituindo--se em um Estado Democrtico de Direito: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana,os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo poltico. Considerando que os prin-cpios constituem os pilares de sustentao do sistema poltico, ganham mais importncia ainda aoreceber o adjetivo fundamentais.

    Assim, a referncia ao termo significa a delegao da soberania ao povo, isto , este elege seusrepresentantes polticos, podendo, inclusive, participar das aes governamentais diretamente. Con-sequentemente, atribui ao Estado, com base no princpio da legalidade, o dever de respeitar fielmentea legislao, restringindo a sua ao somente se por esta for permitido ou determinado. Logo, oregime poltico adotado no Brasil o representativo, ou seja, o da democracia indireta. No entanto,h nuanas da democracia direta, como nos casos da iniciativa popular, o plebiscito e o referendum.

    No cabvel metodologicamente, ater-se aos conceitos principiolgicos da soberania, a cidada-nia, a dignidade da pessoa humana1! os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, mas adentrarespecificamente no quinto princpio objetivado no presente estudo, isto , o pluralismo poltico. Estecomo uma composio de foras grupais organizadas que representam as mais variadas ideologias einteresse das camadas sociais no domnio poltico, atuando especialmente na esfera legislativa. Afi-nal, a soberania popular deve ser exercitada, pois o poder do povo que o exercer atravs dos seusrepresentantes.

    3.2 PLURALISMO pOLTICO E SISTEMA PARTIDRIO BRASILEIRO

    A adoo do princpio do pluralismo poltico representativo, traz conseqncias no Direito Eleitoral,especificamente nos chamados sistemas partidrios. Em primeiro plano deve-se buscar uma brevenoo de sistemas eleitorais, como sendo do conjunto de normas jurdico-eleitorais que tutelam oprocesso de escolha dos representantes do povo nas circunscries municipal, distrital, estadual efederal.

    No h dvidas de que os partidos polticos so atores principais no cenrio poltico represen-tativo; na verdade, partidos polticos, cronologicamente, so um fato recente do sculo XIX, dadaa importncia atribuda aos parlamentos e universalizao do direito ao sufrgio e, por fim, suaconsolidao no regime democrtico. No se deve confundir partidos polticos com grupos de pres-sol2 , apesar de estes comporem o pluralismo poltico. Os grupos de presso advogam apenas os seusinteresses particulares, enquanto os partidos polticos devem primar pelo interesse pblico dos seusrepresentados.

    Portanto, os partidos polticos so instituies importantes na formao da vontade poltica, atu-

    11. O Professor Edilson Pereira Nobre Jnior, ao dissertar sobre o Direito Brasileiro e o Princpio da DignidadeHumana assevera que: "Ao cabo das breves consideraes expendidas, percebe-se que o Constituinte de 1988plasmou, guisa de fundamento da Repblica Federativa do Brasil como Estado Democrtico de Direito, a dig-nidade da pessoa humana, retratando o reconhecimento de que o indivduo h de constituir o objetivo primacialda ordem jurdica. Dito fundamental, o princpio - cuja funo de diretriz hermenutica lhe irrecusvel- tra-duz a repulsa constitucional s prticas, imputveis aos poderes pblicos ou aos particulares, que visem a exporo ser humano, enquanto tal, em posio de desigualdade perante os demais, a desconsider-lo como pessoa,reduzindo-o condio de coisa, ou ainda a priv-lo dos meios necessrios sua manuteno:' In: NOBREJNIOR, Edilson Pereira. O Direito brasileiro e o princpio da dignidade da pessoa humana. Jus Navigandi,Teresina, ano 4, n. 41, maio 2000. Disponvel em: . Acessoem: 22 dez. 200812. De acordo com Darcy Azambuja, "grupos de presso qualquer social, permanente ou transitrio, quepara satisfazer interesses prprios, procure obter determinadas medidas dos poderes do Estado e influenciara opinio pblica:' - AZAMBUJA. Darcy. Introduo Cincia Poltica. 17 ed. So Paulo: Globo. 2005. p. 315

    42 - O Princpio do pluralismo poltico e a constituio federal

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    ando como mediador entre o povo e o estado. Em suma, o pluralismo poltico, previsto como umprincpio fundamental, insere os direitos polticos na categoria dos direitos e garantias fundamentais,arrastando consigo os partidos polticos.

    A definio clssica de partido poltico dada por Jos Afonso da Silva e complementada porPietro Virga, vejamos:

    o partido poltico uma forma de agremiao de um grupo social que se prope a organizar, coor-denar e instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder para realizar seu programade governo. No dizer de Pietro Virga, 'so associaes de pessoas com uma ideologia ou interessescomuns, que, mediante uma organizao estvel (partei-apparat) miram exercer influncia sobre adeterminao da orientao poltica do pasY

    Quanto a classificao dos partidos polticos, so diversos os critrios adotados pela doutrina,dentre eles: a estrutura, os membros, a origem social, os fins etc. No objetivo na presente pesquisaadentr -los especificamente.

    Os sistemas polticos, a priori, abarcam a idia da existncia de mais de um partido poltico; taissistemas visam definir as formas de coexistncia ou interao concorrencial entre no mnimo duasagremiaes polticas. Nessa esteira leciona Gianfranco Pasquino, citado por Samuel Dal-Farra Nas-polini:

    O sistema de partidos pressupe' a interaco horizontal, concorrencial, entre um mnimo de doispartidos, bem como a interaco vertical entre vrios elementos: eleitores, partidos, parlamentos,governos. ' por conseguinte, dado que os 'diversos planos interagem uns com os outros, a naturezae a qualidade dos sistemas de partidos sero determinadas por interaes mltiplas. '14

    Outro ponto que merece destaque dentro do pluralismo poltico brasileiro a autonomia outor-gada aos partidos polticos de organizao, estrutura interna, funcionamento, considerando o pr-prio estatuto, evitando assim o controle ideolgico da parte do estado. Porm, a liberdade partidriano absoluta, conforme veremos adiante. Com relao natureza do partido poltico, o artigo17, 2 estatui: "os partidos polticos, aps adquirirem personalidade jurdica, na forma da lei civil,registraro seus estatutos no tribunal superior eleitoral': J o novo Cdigo Civil no artigo 44, incisov, atribui ao partido poltico a categoria de pessoa jurdica de direito privado.

    Assim a natureza jurdica dos partidos polticos de natureza privada, apesar de posicionamen-tos divergentes na doutrina que atribui ao artigo 2 da lei nO5.682/1971 (Lei Orgnica dos PartidosPolticos), atriburem aos partidos polticos a natureza jurdica de direito pblico interno.

    Igualmente, o pluralismo poltico especificado nos partidos polticos, conforme j mencionado,por no ser absoluto, sofre alguns controles eleitorais quantitativos e qualitativos. Os primeiros tmcomo exemplo a chamada clusula de barreira, como uma viga de excluso ou limitao de agre-miaes polticas, sob o argumento de evitar-se a proliferao de partidos polticos sem qualquerrepresentatividade; contudo, no seria necessariamente um golpe na democracia, mas aos prpriospartidos que devero demonstrar um bom desempenho, provando o seu carter nacional e a repre-sentao parlamentar.

    No admissvel, portanto, a limitao aritmtica dos partidos, sob pena de limitar o pluralismopoltico. Quanto s limitaes qualitativas, so o resguardo da soberania nacional, do regime de-mocrtico, do pluripartidarismo, bem como os direitos fundamentais da pessoa humana. Assim, anenhum partido poltico permitido a incluso em seus estatutos, qualquer texto que possa afrontartais princpios.

    O pluralismo poltico se constitui como um instrumento-bssola que norteia as constituiesdos estados democrticos de direito na atualidade, exerce uma funo primordial de ordem polticae jurdica, bem como a preservao dos variados interesses da sociedade e a participao no poder

    13. SILVA,JosAfonso da. Comentrio Contextual Constituio. 5 ed. SoPaulo:Malheiros. 2007. p. 23514.NASPOLINI,SamuelDal-Farra. Pluralismo Poltico.1 ed. Curitiba: Jum. 2008, p. III

  • poltico, atravs do sufrgio universal, igualitrio e livre de qualquer preconceito, fortalecendo osdireitos fundamentais da igualdade e liberdade como primados da dignidade humana.

    4 CONCLUSO

    Assim sendo, conclui -se o que o homem, por viver em sociedade, sempre aspirou ao poder, buscandode todas as formas alcan-lo. A sociedade humana evoluiu e tornou-se complexa diante dos desa-fios impostos pela histria e, como toda relao social, tornou-se politicamente pluralista, ou seja,no havendo apenas a prevalncia de uma s ideia, mas um conjunto variado de ideias e propostasque buscam dinamizar as solues dos problemas sociais.

    Na verdade, a teoria do pluralismo gnero ao qual pertence uma infinidade de "pluralismos"tais como: pluralismo social, jurdico, cultural, filosfico, poltico, religioso, de interesse, de ideiasetc., ou seja, so concepes axiolgicas e ticas que os indivduos ou grupos tm por fundamentais.Desse modo, o pluralismo poltico norteia-se na diversidade do poder ou fracionamento deste, pos-sibilitando o surgimento de grupos polticos organizados, mas resguardando-se a soberania, atuan-do, pois, como um escudo contrrio dos regimes monolticos e fechados, pois a sociedade somentedesenvolve-se quando tem a plena liberdade e encontra as suas razes no conceitos de Estado Demo-crtico de Direito e Democracia.

    Outra considerao relevante sobre o pluralismo poltico que este no se restringe apenas spreferncias poltico-ideolgica, mas atua de forma mais ampla dentro da comunidade, traduzindo--se num direito fundamental diferena em todas as esferas da convivncia social, sendo vedadoqualquer preconceito tnico, religioso, econmico, sexual, cultural etc.

    No caso especfico da Constituio brasileira, houve uma preocupao com as nossas identidadesantropolgica, sociolgica e cultural, uma vez que o constituinte assimilou os conceitos supra identi-ficados de pluralismo e adotou-os nossa realidade, haja vista ser o Brasil um pas plural, abarcandouma multiplicidade de etnias e culturas que formaram o arcabouo da sociedade brasileira, isto , oBrasil plural por natureza. Baseado neste fato, a Constituio Federal abre o seu prembulo concei-tuando a nao como um Estado Democrtico de Direito e a sociedade como pluralista e em seguidaelenca os "Princpios Fundamentais" da soberania, da cidadania, da dignidade da pessoa humana,dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo poltico.

    Nesse contexto, chega-se a concluir a importncia exercida pelos partidos polticos no cenriopoltico representativo, como uma agremiao de um grupo social que se prope a organizar, coor-denar e instrumentalizar a vontade popular com o fim de assumir o poder para realizar seu programade governo, em suma, o partido poltico transforma-se no intermedirio da vontade social e o Estado.

    Por fim, o pluralismo poltico uma espcie de bssola inserida nas Constituies dos EstadosDemocrticos de Direito na era contempornea, exercendo uma funo primordial de ordem pol-tica e jurdica, preservando as diferenas entre os membros da sociedade bem como seus variadosinteresses e possibilitando ainda a participao dos cidados no poder poltico, alavancando os di-reitos fundamentais da igualdade e liberdade como primados da dignidade humana e focalizando ohomem como centro do universo jurdico.

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