PINTURA E EXISTÊNCIA: UM PROJETO DE PESQUISAºlio... · Resistência ao mercado ... em quadrinhos e os desenhos animados japoneses, ... fui criando interesse pela reprodução de

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIEcircNCIAIS HUMANAS LETRAS E ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS

DEPARTAMENTO DE ARTES

JUacuteLIO MARIA DE CASTRO SIQUEIRA FILHO

PINTURA E EXISTEcircNCIA

UM PROJETO DE PESQUISA

Natal RN

Dezembro2015

1


PINTURA E EXISTEcircNCIA UM PROJETO DE PESQUISA

Trabalho apresentado como requisito

para a Conclusatildeo do Curso de Licenciatura

em Artes Visuais da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte

Orientador Prof Dr Marcos Andruchak

Coorientador Prof Dr Vicente Vitoriano

Natal RN

Dezembro2015

2

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que me auxiliaram e incentivaram na minha graduaccedilatildeo ao meu

orientador Andruchak e professores do curso especialmente ao meu coorientador Vicente

Vitoriano que foi bastante prestativo e esteve sempre acessiacutevel para me orientar

Agrave UFRN que me concedeu muitas oportunidades e que fez com que me motivasse mais

ainda a chegar nessa etapa de teacutermino do curso

Sobretudo a todos meus amigos e colegas de curso que foram parceriasde energia

positiva em todo meu periacuteodo acadecircmico

3

ldquo Criar ndash eis a grande libertaccedilatildeo do sofrer e o que torna a vida

mais leverdquo

ldquo Quem sobe aos montes mais altos ri das trageacutedias do palco e da vidardquo

Nietzsche

4

RESUMO

Este Trabalho de Conclusatildeo de Curso eacute uma pesquisa em Arte sobre minha produccedilatildeo

artiacutestica referente as produccedilotildees de temaacuteticas existenciais Diz respeito a pinturas que retratam

o homem e seus afetos ligadas agrave minha visatildeo do ser humano Abordo todo o processo de

produccedilatildeo as teacutecnicas e as temaacuteticas demonstro os passos utilizados no estudo e mistura de

cores assim como as referecircncias que me levaram a determinados traccedilos e formas nos

desenhos e pinturas de expressatildeo simboacutelica

PALAVRAS-CHAVE pesquisa em Arte existecircncia Expressatildeo visual processo de

produccedilatildeo simbolismo

5

ENDERECcedilO DAS ILUSTRACcedilOtildeES

FIG 1 Lodoss War Fonte do autor

FIG 2 sem tiacutetulo Fonte do autor


FIG 4 Vazio Interior Fonte do autor

FIG 5 Purgatoacuterio Fonte do autor

FIG 6 Carne X EspiacuteritoFonte do autor

FIG 7 Matildee Natureza Fonte do autor

FIG 8 Cortando Cana Fonte do autor

FIG 9 Unidade na Dualidade Fonte do autor

FIG 10 Evoluccedilatildeo Espiritual Fonte do autor

FIG 11 Corporatocracia Fonte do autor

FIG 12 Mente Nocircmade Fonte do autor

FIG 13 Nirvana Fonte do autor


FIG 15 Apathea Fonte do autor

FIG 16 Ilhas Fonte do autor

FIG 17 Desencanto Fonte do autor

FIG 18 Ciclo Vicioso Fonte do autor

FIG 19 Ter ao Ser Fonte do autor

FIG 20 Dogmas Fonte do autor

FIG 21 Expurgo Fonte do autor

6

FIG 22 pormenor da obra Expurgo Fonte do autor

FIG 23 Renascer Fonte do autor


FIG 25 Muletas Metafiacutesicas Fonte do autor

FIG 26 Anamorfose (visatildeo lateral) Fonte do autor

FIG 27 Anamorfose (visatildeo frontal)Fonte do autor

FIG 28 Primavera da Alma Fonte do autor

FIG 29 SombrasFonte do autor

FIG 30 sem tiacutetuloFonte do autor

FIG 31 O Autor Fonte do autor

FIG 32 Midiocracia Fonte do autor

FIG 33 pormenor da obra Nirvana Fonte do autor

FIG 34 representaccedilatildeo de uma pintura anamoacuterfica em um chatildeo Fonte do autor

FIG 35 Disponiacutevel em httpwwwcocanhacom Acesso em 10 Jul 2015

FIG 36 Disponiacutevel em httpsuploadwikimediaorg Acesso em 22 Jul 2015



FIG 39 Disponiacutevel em httpwwwrgartecombrgt Acesso em 22 ago 2015

FIG 40 Disponiacutevel em httpascortideviantartcom Acesso em 10 Jul 2015

FIG 41 Disponiacutevel em httpdieinpinkcomgt Acesso em 22 ago 2015

FIG 42 Disponiacutevel em httpiimgurcom gt Acesso em 22 ago 2015

FIG 43 Disponiacutevel em httpsptwikipediaorg gt Acesso em 22 ago 2015

7

FIG 44 Disponiacutevel em httpsenwikipediaorg Acesso em 19 dez 2015

FIG 45 Disponiacutevel em httpwwwleopoldmuseumorg Acesso em 19 dez 2015

FIG 46 Disponiacutevel em httpwwwwikiartorgAcesso em 19 dez 2015

FIG 47 Disponiacutevel em httpscommonswikimediaorgwikiAcesso em 19 dez 2015

FIG 48 Disponiacutevel em httpletra-armadablogspotcombr Acesso em 07 Jul 2015

FIG 49 Disponiacutevel em httpfacadaxcom Acesso em 07 Jul 2015

FIG 50 Disponiacutevel em httppoliticanadaimparcialblogspotcombr Acesso em 13 Jul

2015

FIG 51 Disponiacutevel em httpwwwwikiartorg Acesso em 07 Jul 2015

FIG 52 Disponiacutevel em httpwwwtateorguk Acesso em 07 Jul 2015

FIG 53 Disponiacutevel em httpderrotarmontanhasblogspotcombr Acesso em 07 Jul 2015

FIG 54 Disponiacutevel em httppaintingsculturesiteorg Acesso em 07 Jul 2015

FIG 55 Disponiacutevel em httpwwwibogainedesknl Acesso em 13 Jul 2015

FIG 56 Disponiacutevel em httpadamscottmillercom Acesso em 07 Jul 2015

FIG 57 Disponiacutevel em httpssambarearwordpresscom Acesso em 08 Jul 2015


FIG 59 Disponiacutevel em httpwwwfanssharecom Acesso em 08 Jul 2015

FIG 60 Disponiacutevel em httpbeksinskidmochowskigallerynet Acesso em 08 Jul 2015



FIG 63 Disponiacutevel em httpzdzislawbeksinskiblogspotcombr Acesso em 08 Jul 2015


FIG 65 Disponiacutevel em httpmunckjrblogspotcombr Acesso em 08 Jul 2015

FIG 66 Disponiacutevel em httpnoticiasuniversiacombr Acesso em 08 Jul 2015

8

FIG 67 Disponiacutevel em httpartestevesblogspotcombr Acesso em 08 Jul 2015

FIG 68 Disponiacutevel em httpfabriciodequeirozblogspotcombr Acesso em 08 Jul 2015

FIG 69 Disponiacutevel em httppintaraoleoblogspotcombr Acesso em 08 Jul 2015

FIG 70 Disponiacutevel em httpwwwwelovecombr Acesso em 08 Jul 2015

FIG 71 Disponiacutevel em httppaulanapolisblogcom Acesso em 08 Jul 2015

FIG 72 Ocirema Fonte do autor

FIG 73 Thais e sua obra Fonte do autor

FIG 74 Maria Moccedila Fonte do autor

FIG 75 Helena e sua obra Fonte do autor

FIG 76 Por Dois CorposFonte do autor

FIG 77 Luana Produzindo Fonte do autor

FIG 78 Camaleoa Fonte do autor

FIG 79 A Recompensa Fonte do autor

FIG 80 primeiro dia da oficinaFonte do autor

FIG 81 segundo dia da oficina Fonte do autor

9

SUMAacuteRIO

Agradecimentos

Epiacutegrafe

Resumo

Lista de ilustraccedilotildees

1 Introduccedilatildeo 10

2 Obras

21 Desenvolvimento ateacute a identificaccedilatildeo com uma arte existencial 11

22 Produccedilotildees de temaacuteticas existenciais 15

3 Teacutecnicas e materiais utilizados 30

4 Estudo de cores 35

5 Resistecircncia ao mercado 38

6 Referecircncias artiacutesticas

61 O Simbolismo 40

62 A pintura visionaacuteria 43

63 A temaacutetica existencial sob o olhar de alguns artistas 45

7 Existencialismo e vida como obra de arte 53

8 Consideraccedilotildees finais 54

9 Referecircncias 59

10 Apecircndice 61

10

1 INTRODUCcedilAtildeO

Esse Trabalho de Conclusatildeo de Curso eacute uma pesquisa em arte ou seja trata-se de uma

pesquisa sobre meu proacuteprio trabalho artiacutestico ndash que se trata de um memorial reflexivo sobre

minhas pinturas tendo como foco as de temaacutetica existencial que retratam a visatildeo de mundo

com relaccedilatildeo agrave realidade interior humana

A temaacutetica existencial iniciada haacute apenas dois anos surgiu da necessidade de me

expressar de maneira mais autecircntica pois dessa forma represento melhor meu olhar sobre a

vida Tambeacutem pelo fato de ser um campo temaacutetico de fundamental importacircncia natildeo soacute para a

arte mas para muito aleacutem dela Especificamente o assunto de minhas pinturas retratam

aminha subjetividade - a busca pelo sentido da vida e a criacutetica do ser humano

Buscar referencias para esse trabalho natildeo foi faacutecil A relaccedilatildeo de pintura e existecircncia eacute

um assunto pouco falado e haacute poucos livros e artigos que associassem e estudem essas

dimensotildees

Pela proacutepria natureza dessa pesquisa ndash falar de minhas produccedilotildees ndash e pelo fato de

haver poucas referecircncias natildeo procurei teorizar muito ou relacionar as ideias de diversos

autores e pensadores Embora citei uma quantidade consideraacutevel dos mesmos

Para a fundamentaccedilatildeo pesquisei sobre pintura visionaacuteria pesquisa em arte teoria da

cor e alguns pintores de temaacuteticas existenciais Para melhor compreender esses assuntos

utilizei como principais autores Alexandrian (1976) Dias (2011) Pedrosa (2009) Nietzsche

(2009) Mikosz (2009)

Como o assunto deste trabalho estaacute relacionado ao meuprocesso de produccedilatildeo visual

como desenhista e pintor pesquisei quais os pintores conhecidos que abordaram atemaacutetica

existencial e escolhi quatro que considerei mais relevantesEdvaldMunch (1863-1944)

Francis Bacon (1909-1992) Frida Khalo (1907-1954) e Zdzizlaw Beksinski (1929-2005)

A partir do diaacutelogo com esses autores descrevo e narro o processo de produccedilatildeo do

meu trabalho destacando o desenvolvimento de como foi pensado a escolha dos temas das

cores e formas utilizadas

Escolhi essa categoria de pesquisa autobiograacutefica pela intenccedilatildeo de relacionar arte agrave

vida como uma expressatildeo autecircntica do ser Aleacutem disso a importacircncia eacute mostrar como a arte

da pintura eacute rica abrangendo as dimensotildees cultural poliacutetica espiritual e filosoacutefica muito

aleacutem da pintura em si

11

Os objetivos principais deste trabalho foram

Falar de minha produccedilatildeo artiacutestica explicando o conceito das obras a teacutecnica utilizada

e o processo de feitura

Estabelecer algumas comparaccedilotildees com as pinturas que fazem referecircncia agrave

subjetividade como oSimbolismo a pintura visionaacuteria e pintores que trabalharam uma arte

ligada agrave existecircncia humana

Explanar as mensagens que envolvem minha produccedilatildeo de temaacutetica existencial

Ao final dessa pesquisa meu uacuteltimo propoacutesito foi montar uma exposiccedilatildeo com as obras

de que tratarei neste trabalho

Nesta perspectiva produzi 16 pinturas em acriacutelica aquarela grafite e oacuteleo que foram

expostas algumas delas no mecircs de Novembro a Dezembro no Deart Departamento de Artes

da UFRN Todas obras em dimensotildees entre 50 x 65 cm e 70 x 100 cm

2 OBRAS

21DESENVOLVIMENTO ATEacute A IDENTIFICACcedilAtildeO COM UMA ARTE EXISTENCIAL

Desde a infacircncia gostei de desenhar Mesmo sem ter feito algum curso meu aprendizado

e amor pela arte veio naturalmente pela praacutetica No comeccedilo copiava os desenhos de revistas

em quadrinhos e os desenhos animados japoneses tentando fazecirc-lo fielmente (figura 1)

utilizando laacutepis de cor sobre papel sulfite tamanho 20 x 30 cm Passei em torno de 4 anos

trabalhando assim de 2000 a 2004

A partir dos 13 anos fui criando interesse pela reproduccedilatildeo de fisionomias humanas

pois natildeo me satisfazia o que fazia anteriormente Queria algo que envolvesse mais teacutecnica e

verossimilhanccedila com o que retratava Tambeacutem pelo fato de perceber que podia vender meus

trabalhos uma vez que as reproduccedilotildees dos desenhos animados e de revistas ningueacutem

comprava mas os que envolviam rostos sim Foi assim que iniciou meu lado profissional

Nos desenhos de rosto que eu trabalho por encomenda ateacute hoje utilizo a teacutecnica do laacutepis

grafite sobre cartolina como nas figuras 2 e 3Esta ateacute agora eacute a produccedilatildeo comercial

Em 2003 com 14 anos decidi experimentar a pintura quando fiz um curso durante

um ano em Cearaacute-Mirim na Escola Municipal Professora Adele de Oliveira Quem

12

ministrava era um pintor cearamirinense chamado Francisco de Assis mais conhecido como

Trajano Devido agrave praacutetica constante do desenho foi faacutecil aprender a pintar Laacute produzi

utilizando tintas a oacuteleo sobre compensados de madeira cujos temas envolviam basicamente a

reproduccedilatildeo de objetos e paisagens histoacutericas da cidade que era o gosto do professor Sua

maneira de ensino era apenas de orientaccedilatildeo desprovida de teacutecnicas e teorias Era o deixar-

fazer

Neste sentido aprendi a pintar autonomamente e fui descobrindo pela experiecircncia o

conhecimento das teacutecnicas de pintura Ateacute hoje produzo utilizando tintas a oacuteleo material de

que mais gosto pela sua secagem demorada e seu brilho No iniacutecio pintava apenas copiando

imagens depois fui focando meu interesse por figuras humanas criadas por mim

Com o passar do tempo fui diminuindo meu gosto pelo realismo por apenas

representar o que via Queria algo que ao mesmo tempo passasse uma mensagem e que

tivesse mais expressatildeo Em 2009 pintei o primeiro quadro com detalhes que fugiam do

realismo fazendo uma releitura da obra ldquoLaccedilo de Uniatildeordquo de Escher (figura 4) Gostei do

resultado e daiacute entatildeo passei a produzir acreditando na eacutepoca ter o surrealismo como

referecircncia

A fuga do realismo aleacutem da representaccedilatildeo do que via e da utilizaccedilatildeo de cores e formas

de acordo apenas como que percebia com os sentimentos (fig 5 a 11) me proporcionou uma

grande possibilidade de expressar o que sinto e penso pois eacute onde consigo manter uma

linguagem rica de significados e simbologias

Fig 1 Lodoss War Fig 2 sem tiacutetulo Fig 3 sem tiacutetulo Fig 4 Vazio Interior

Laacutepis de cor sobre papel Grafite sobre papel Grafite sobre papel Oacuteleo sobre tela

30 x 21 cm 2001 60 x 40 cm 2008 2008 56 x 45 cm 2009

13

Fig 5 Purgatoacuterio Fig 6 Carne e Espiacuterito Fig 7 Matildee Natureza

Oacuteleo sobre tela 2010 Oacuteleo sobre tela 2011 Oacuteleo sobre tela 2011

Fig 8 Cortando Cana Fig 9 Unidade na Dualidade

Oacuteleo sobre tela 2010 Oacuteleo sobre tela 2012

14

Fig 10 Evoluccedilatildeo Espiritual Caneta 2011

Fig 11 Corporatocracia Oacuteleo 2012

15

22 PRODUCcedilOtildeES DE TEMAacuteTICAS EXISTENCIAIS

A partir de 2014 tomo a decisatildeo de representar o mundo interior do ser humano e sua

busca pelo sentido da vida Isso surgiu da necessidade de ser mais fiel agrave minha visatildeo sobre

a existecircncia como se segue nas figuras 12 a 32

Fig 12 Mente Nocircmade Aquarela 65 x 50 cm Fig 13 Nirvana Cafeacute 75 x 55 cm 2014

Fig 14 sem tiacutetulo Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2014

16

Para a explicaccedilatildeo do processo da feitura escolhi 7 obras das 16 produccedilotildees de 2015 para

falar de cada especificamente depois abordarei o geral de todo processo de produccedilatildeo A

primeira eacute a obra Apathea (fig 15) que produzi no mecircs de Janeiro de 2015

APATHEA

Fig 15 Apathea Oacuteleo sobre tela 79 x 58 cm 2015

Senti a vontade de representar um conceito dos estoacuteicos pensadores da Greacutecia antiga

da corrente filosoacutefica do Estoicismo que diz respeito agrave indiferenccedila (uma espeacutecia de

temperanccedila) frente agrave dor e agrave bonanccedila Para tanto pensei em colocar os elementos das flores e

espinhos e um indiviacuteduo com esses dois em cada braccedilo passando uma ideacuteia de domiacutenio entre

os pares de opostos da vida esses reforccedilados tambeacutem pelo claroescuro e as cores

friasquentes

Neste trabalho utilizei tintas a oacuteleo sobre tela Para os diluentes misturei meio a meio

oacuteleo de linhaccedila e terebintina Este deixa fosco a pintura e aquele ajuda no melhor

17

deslizamento da pincelada e transmite bastante brilho Com a mistura dos dois pouco brilho

se daacute

Todos meus trabalhos a oacuteleo o suporte (a tela) faccedilo de armaccedilatildeo de madeira revestida

com tecido de algodatildeo Antes de produzir a arte passei duas camadas de tinta lavaacutevel branca

misturada com cola para madeira

ILHAS

Fig 16 Ilhas Aquarela sobre papel 75 x 55 cm 2015

18

Como sempre em todas as obras penso em um tema e depois procuro associar a

elementos simboacutelicos uma vez que natildeo represento o mundo material e sim aminha

subjetividade Neste sentido tenho necessidade de utilizar o sentido figurado

No caso de ldquoIlhasrdquo (fig16) como representaccedilatildeo conotativa pintei caixas (de pedras)

cada uma com um indiviacuteduo dentro dela e separados uma das outras Ou seja cada ser

humano isolado distante um do outro como ilhas

A figura em primeiro plano de costas eacute o olhar individual em relaccedilatildeo agrave realidade que

percebe Um olhar inconformado e um espiacuterito de mudanccedila

O proacuteximo passo foi a escolha das cores Para criar atmosfera de drama preferi utilizar

uma paleta de cores curta pois do contraacuterio (muito colorido) mudaria o sentido da obra

Coloquei predominantemente um amarelado como cor base e tons de azul acinzentado em

todo sombreado Pensei em 2 cores que fossem contrastantes para realccedilar todo conjunto dos

elementos

DESENCANTO

Figura 17 Desencanto Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2015

19

Em ldquoDesencantordquo (fig 17) representei basicamente agrave passagem da religiosidade para a

racionalizaccedilatildeo As escolhas dos elementos simboacutelicos foram surgindo associados a coisas que

se relacionam com a ideacuteia do desencantamento ou desmistificaccedilatildeo

O TERCcedilO ndash a feacute e a religiosidade

A MULETA ndash algo em que nos escoramos e dependemos dela De tal forma que sem

ela nos sentimos fragilizados

O PINCEL ndash o espiacuterito criador

A GRANDE TELA ndash a outra realidade criada individualmente

AMONTANHA ndash siacutembolo da superaccedilatildeo e da evoluccedilatildeo humana

Para cada tonalidade de cor fui deixando mais opaco ou mais transparente Para os

tons mais claros utilizei apenas uma camada de tinta e para os tons escuros como no fundo

da imagem fui colocando vaacuterias camadas

O AZUL ndash traz sensaccedilotildees de serenidade e espiritualidade Os tons azuis as utilizo

intensionamente natildeo apenas por uma questatildeo esteacutetica

CICLO VICIOSO

Fig 18 Ciclo ViciosoGrafite sobre papel 63 x 96 cm 2015

20

ldquoCiclo Viciosordquo (fig 18)eacute um desenho produzido com laacutepis de grafite 6B sobre papel

de tamanho 96 x 66 cm e gramatura em torno de 200 Primeiramente pensei em um tema que

diz respeito ao ciclo ininterrupto trabalhar ndash comprar

Na pintura dos elementos utilizei o laacutepis 6B comum Jaacute em todo o fundo da imagem

como tem muito espaccedilo pintei com um grafite puro semelhante na aparecircncia com um giz de

cera preto Com este o trabalho foi mais raacutepido e eficiente

Durante a pinturautilizei em grande parteo dedo indicador friccionando para obter um

sombreamento mais eficiente Profissionalmente o esfuminho (bastonete de papel enrolado

bem apertado utilizado para esfumar as sombras de desenhos a grafite ou carvatildeo) eacute muito

usado para o sombreamento mas natildeo trabalho com esse utensiacutelio pois consigo o mesmo

efeito com o dedo

TER AO SER

Fig 19 Ter ao Ser Grafite sobre papel 66 x 96 cm 2015

Pensei em representar o processo de desapego Para isso desenhei 3 figuras humanas

associando a um mesmo indiviacuteduo com diferentes personalidades A primeira figura eacute a

identificaccedilatildeo com o mundo material A segunda a atitude de resistecircncia e a terceira o

21

desapego e a identificaccedilatildeo com a espiritualidade Para reforccedilar a ideacuteia da obra coloquei

expressatildeo tiacutepica de cada estado de espiacuterito correspondente

No fundo no lado esquerdo pintei com tons escuros e fui clareando ateacute chegar ao

branco do papel no lado direito Essas diferenccedilas de tonalidades significam o esclarecimento

e a sabedoria

DOGMAS

Fig 20 Dogmas Aquarela sobre papel 75 x 55 cm 2015

22

Nesta obra represento a cegueira nos indiviacuteduos a partir dos dogmas a veneraccedilatildeo aos

mesmos e a alienaccedilatildeo derivada Para tanto como elementos simboacutelicos pintei

A SAGRADA ESCRITURA ndash nas matildeos de um sacerdote engravatado passa a

associar a ideacuteia da feacute como ferramenta poliacutetica

O DINHEIRO ndash um dos ou o maior fetiche de poder da sociedade

A ARMA ndash a imposiccedilatildeo da lei e a criminalizaccedilatildeo

Para dar um clima dramaacutetico coloquei bastante tons escuros juntamente com a

predomacircncia do roxo (com o vermelho e tons de azul sobrepostos) no ceacuteu e o contraste deste

com o amarelado do ceacuteu na parte de baixo Para realccedilar a expressatildeo como em todos os

trabalhos da seacuterie faccedilo linhas sinuosas em todas as figuras

EXPURGO

Fig 21 Expurgo Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2015

Esta em relaccedilao as outras pinturas foi a que quiz passar maior expressatildeo ao momento

de resistecircncia ao que perturba nossa mente e nossa paz interior Um expurgo (purificaccedilatildeo)

23

Contrastes de tons e cores Para tanto pintei as figuras com expressatildeo facial e fiz traccedilos

sinuosos Nas cores o roxo e o negro passam uma atmosfera de drama

Neste trabalho utilizei uma teacutecnica que natildeo tinha testado antes e que gostei do seu

efeito Coloquei tinta para tecido Acrilex branco nas cerdas de um pinceacutel razoavelmente largo

e posicionei meu dedo indicador sobre as cerdas e fiquei batendo nelas de forma que

ldquoexpirrourdquo a tinta na regiatildeo do papel escolhida de tal forma que deu um efeito parecido com

uma constelaccedilatildeo e que ao mesmo tempo passa a ideacuteia de algo que sai bruscamente No caso

da mente para fora Na figura abaixo podemos ver os detalhes do efeito em um pormenor da

obra

Fig 22 pormenor da obra Expurgo

OUTRAS OBRAS DE 2015

As outras obras produzidas em 2015 satildeo Renascer sem tiacutetulo (escalada) Anamorfose

Muletas Metafiacutesicas Midiocracia Primavera da Alma O Autor Sombras e uma obra sem

tiacutetulo (homens com celulares) figuras 23 a 32

Todas elas seguem as mesmas teacutecnicas e estudo de cores Como se percebe todas

possuem cores azuis em alguma regiatildeo Utilizo os tons azuis para passar sensaccedilotildees de

tranquilidade e espiritualidade Como nas outras obras jaacute mencionadas desenho traccedilos um

tanto sinuosos para reforccedilar a expressatildeo uma das teacutecnicas bastante utilizadas pelos

expressionistas como explicado no capiacutetulo sobre os mesmos

24

No que se refere aos elementos simboacutelicos pintei flores representando o florescer no

sentido conotativo o desenvolver e renovaccedilatildeo pessoal

Em ldquoMuletas Metafiacutesicasrdquo as bengalas satildeo os apoios (em coisas natildeo materiais) sem

os quais nos tornamos fracos A obra remete agrave dependencia e alienaccedilatildeo Outro elemento eacute o

pincel presente em Renascer Muletas Metafiacutesicas e em O Autor querepresenta a vida como

obra de arte conceito que jaacute tratei aqui

Nas obras Midiocracia e a dos homens com celulares pintei estes e televisores como

elementos principais Estes com sentido literal poreacutem num contexto temaacutetico surreal em que

represento a dependecircncia moderna aos meios eletrocircncios

Fig 23 Renascer Aquarela sobre papel 50 x 65 cm 2015

25

Fig 24 sem tiacutetuloaquarela 75 x 55 2015

Fig 25Muletas Metafiacutesicas Aquarela sobre papel 75 x 55 cm 2015

26

Figuras 26 e 27 Anamorfose Aquarela sobre papel 50 x 75 cm 2015 visatildeo lateral e frontal

27

Fig 28 Primavera da Alma Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2015

28

Fig 29 Sombras Acriacutelica sobre tela 50 x 75 cm 2015

Fig 30 sem tiacutetulo Acriacutelica sobre tela 75 x 96 cm 2015

29

Fig31 O Autor Acriacutelica sobre tela 2015

Fig 32 Midiocracia Acriacutelica sobre tela 57 x 79 2015

30

3 TEacuteCNICAS E MATERIAIS UTILIZADOS

No que se refere as teacutecnicas e materiais que utilizo durante o decorrer dos anos fui

aprendendo outras maneiras de trabalhar e recursos que fui descobrindo com a praacutetica

No comeccedilo da minha produccedilatildeo profissional desenhava apenas com laacutepis grafite

Quando iniciei a carreira na pintura comecei pintando apenas com tinta a oacuteleo

Na universidade aprendi pintura em aquarela em 2012 e com a entrada no Guap

(Grupo Universitaacuterio de Aquarela e Pastel da UFRN) em 2014 passei a pintar bastante com

esse material e dei uma pausa na tinta a oacuteleo

Este ano de 2015 aprendi a pintar com tinta acriacutelica e gostei pois eacute semelhante com o

oacuteleo na textura brilho e cor diferenciando no tempo da secagem e nos diluentes solventes

Visto que no caso da acriacutelica eacute apenas aacutegua

Dentro de cada material desses falarei a seguir a teacutecnica que utilizo para cada um

31 AQUARELA

A aquarela utilizei em vaacuterias obras a partir de 2014 Comecei produzindo com um

estojo de aquarelas (soacutelidas) de 12 cores da marca Faber-Castell escolar Mas com elas natildeo

consegui o efeito esperado O contraste de tons natildeo era o suficiente e as cores eram pouco

intensas justamente pelo fato do pigmento ser pouco concentrado

Depois decidi comprar tinta de uma marca chamada Talens Van Gogh em bisnagas

(pastosas) Minha intenccedilatildeo aleacutem da qualidade era ter apenas as cores primaacuterias magenta

amarelo e ciano Comprei na loja apenas o amarelo e um vermelho que se aproxima do

magenta porque um azul baacutesico natildeo encontrei Passei a gostar do resultado mas queria

apenas as primaacuterias

31

Depois tive a ideia de utilizar tintas de impressora pois satildeo primaacuterias e seus

pigmentos satildeo extremamente concentrados

Por fim comprei aquarelas liacutequidas nas cores ciano magenta e amarelo A partir daiacute

natildeo quis mais trabalhar com a aquarela soacutelida e nem com a pastosa pois com a liacutequida aplico

melhores efeitos de mancha desejado nas minhas pinturas

Aleacutem dos materiais acima citados tive a curiosidade de experimentar cafeacute soluacutevel

Por ser liacutequido a loacutegica de seu manuseio eacute a mesma das aquarelas liacutequidas Como jaacute tinha

praacutetica suficiente com estas trabalhar com o cafeacute natildeo foi tarefa difiacutecil Inclusive foi bem

prazerosa pois o cafeacute garantiu efeitos desejados de cor brilho e contrastes

Na pintura Nirvana usei esse rcurso Para tanto coloquei um pequeno pacote

completo de cafeacute soluacutevel em uma vasilha de 250 ml de suporte Depois despejei uma

quantidade pequena de aacutegua de tal forma que o cafeacute natildeo ficou liacutequido mas sim pastoso de

aparencia bastante semelhante a um mel grosso Nesta consistencia a sua cor eacute bastante

escura proacuteximo ao preto Pintei todos os tons negros da obra Para os tons meacutedios e claros fui

acrescentando aacutegua em quantidades proporcionais agrave tonalidade que queria A figura 33 eacute um

pormenor da pintura Nirvana em que eacute possiacutevel ver alguns detalhes dos efeitos

proporcionados pelo cafeacute soluacutevel

Fig 33 pormenor da obra Nirvana

32

Tanto na aquarela como nas obras de cafeacute que fiz pintei sobre um papel de gramatura

300 de dimensotildees de 75 x 55 cm

32 TINTA A OacuteLEO E TINTA PARA TECIDO

Aleacutem da aquarela utilizei tinta a oacuteleo em 3 obras e tinta para tecido em uma Do oacuteleo

como nos outros materiais uso apenas as cores primaacuterias ou proacuteximas a elas No caso desta o

Amarelo de Caacutedmio Vermelhatildeo Chinecircs (ou Vermelho de Caacutedmio) azul ceruacuteleo branco de

titacircneo preto e terra de siena queimada Como diluente utilizo oacuteleo de linhaccedila misturada com

terebintina Este para amenizar o brilho do oacuteleo eacute conveniente Aleacutem desses diluentes

tambeacutem misturo na composiccedilatildeo o secante de cobalto para acelerar a secagem Ao inveacutes de

passar alguns dias para secar passa-se algumas horas Como solvente estou usando gasolina

para lavar os pinceacuteis Um dos liacutequidos mais acessiacuteveis e baratos Razatildeo de trabalhar com ele

Nas obras deste ano de 2015 produzi apenas uma obra com tintas para tecido que

depois pintei novamente por cima pois natildeo tinha gostado do resultado Neste material as

cores que uso satildeo apenas 4 as mais baacutesicas amarelo ouro azul turqueza vermelho tomate e

branco Delas exploro ao maacuteximo as possibilidades de cores diferentes misturando bastante

Gosto muito de experimentar a mesclagem por isso que compro soacute as primaacuterias ou neste

caso as mais proacuteximas delas Aleacutem das tintas o uacutenico diluente e solvente eacute apenas a aacutegua

Em toda pintura que natildeo seja aquarela produzo sobre telas de algodatildeo

33 ACRIacuteLICA

Natildeo gostei de experimentar as tintas para tecido e isso me motivou pintar apenas uma

obra com esse material e sobrepocirc-la com acriacutelica As mesmas satildeo completamente foscas e natildeo

concedem um acabamento que considero ideal

Aleacutem da tinta a oacuteleo que mais gosto de utilizar estava experimentando a acriacutelica a

qual possue menos compostos quiacutemicos que prejudicam a sauacutede Os diluentes e solventes

que acompanham as tintas a oacuteleo satildeo tambeacutem prejudiciaiacutes a longo prazo A partir daiacute

experimentei as tintas acriacutelicas Gostei de sua textura e brilho que satildeo semelhantes aos da tinta

a oacuteleo a qual jaacute tinha muito apreccedilo A diferenccedila eacute no tempo de secagem pois enquanto a

33

acriacutelica seca em questatildeo de alguns minutos a pintura a oacuteleo seca em dias Sendo assim

efeitos de degradecirc e luz e sombra natildeo satildeo praacuteticos de manejar como no oacuteleo Em

compensaccedilatildeo a acriacutelica eacute lavaacutevel natildeo possui tanto aparato quiacutemico e natildeo eacute prejudicial a

sauacutede

Como dito antes procuro trabalhar com as cores mais proacuteximas das primaacuterias que

posso encontrar o que me possibilita economizar e ter mais experiencias em misturas Das

tintas acriacutelicas natildeo encontrei no mercado as primaacuterias mas comprei 3 cores que considerei

ideais e branco e preto a saber amarelo escuro (que na verdade seu tom eacute meacutedio) alizarin

crimson azul ceruacuteleo

34 GRAFITE

Os desenhos produzo com grafite sobre papel Utilizo laacutepis 6B e para pintar as partes

largas de cada elemento do desenho principalmente o fundo de imagem uso um grafite puro

9B (sem a parte da madeira) Quanto maior a numeraccedilatildeo do B mais escuro eacute a pintura

Tambem maior eacute a maciez do grafite Esta eacute a razatildeo de eu escolher a numeraccedilatildeo 6B ou maior

pois possibilita maiores contrastes entre o claro e escuro e facilita no sombreamento O

mesmo faccedilo apenas friccionando o dedo indicador com movimentos de vai e vem Dando o

efeito de esfumaccedilado usando apenas o dedo

35 TEacuteCNICA DA ANAMORFOSE OBLIacuteQUA NA OBRA ldquoANAMORFOSErdquo

Na pintura intitulada Anamorfose (figura 26) utilizei uma teacutecnica de mesmo nome

Essa teacutecnica consiste na deformaccedilatildeo de uma imagem de maneira a ficar muito esticada no seu

comprimento Poreacutem em um determinado acircngulo vemos a imagem natildeo deformada (figura

27) No desenho abaixo (fig 34) podemos ver uma simulaccedilatildeo de uma grande pintura de uma

esfera no chatildeo de forma bastante alongada e semelhante a um bastatildeo (vista frontalmente) Em

frente agrave pintura da esfera deformada uma pessoa visualiza a imagem de um acircngulo onde a

mesma eacute retificada Essa teacutecnica foi muito utilizada nos seacuteculos XVI e XVII para representar

mensagens subliminares ou seja

34

(mensagens) pornograacuteficas poliacuteticas de magia e caricaturas tambeacutem para

mensagens secretas em periacuteodo de guerra Atualmente a teacutecnica eacute usada em

publimetas (letreiros usados em propagandas nas quadras de esporte) arte

urbana e sinalizaccedilao de transito (SEMMER SILVA e NEVES 2013)

Fig 34 representaccedilatildeo de uma pintura anamoacuterfica em um chatildeo vista por um observador

Na figura 36 temos um bom exemplo de anamorfose na pintura Os Embaixadores de

Hans Holbein enquanto que na figura 35 na visatildeo frontal no chatildeo abaixo dos peacutes das

pessoas representadas vemos uma figura estranha semelhante a um bastatildeo Na maneira em

que o espectador vai se posicionando a um dos lados da pintura se encostando na parede

percebe abaixo a imagem de uma caveira A mesma foi alongada na posiccedilatildeo horizontal em

torno de 10 vezes mais o seu tamanho (fig 38)

35

Fig 35 Os Embaixadores Hans Holbein o Jovem Fig 36 mesma obra vista de

oacuteleo sobre tela207 cm times 2095 cm 1533 onde se pode ver a imagem da caveira

Fig 37 caveira de Fig 38 mesma imagem esticada 10 vezes mais

Os Embaixadores

Para a seacuterie de pinturas desse ano de 2015 utilizei os seguintes materiais aquarela sobre

papel oacuteleo sobre papel grafite sobre papel e tinta para tecido sobre tela

36

4 ESTUDO DE CORES

Nas pinturas sempre misturo as tintas criando minhas proacuteprias cores a todo momento

Neste sentido utilizo uma paleta miacutenima de cores possiacutevel as primaacuterias ou de tonalidades

proacutexima e o preto e o branco

As cores passam sensaccedilotildees diversas como tranquilidade forccedila vibraccedilatildeo

dramaticidade entre outras e cada obra o artista imprime uma intencionalidade

Consequentemente cada produccedilatildeo teraacute determinadas cores consoantes com o seu sentimento

No meu caso escolho a paleta cromaacutetica que iraacute dialogar com os elementos e a

temaacutetica que faraacute parte da obra ndash cores de tons natildeo vivos para transmitir um ar de seriedade e

reflexatildeo Utilizo as terciaacuterias poreacutem com pouca intensidade da cor Apesar de utilizar ateacute 5

cores uso uma paleta bem variada obtida pela mistura delas Para tanto distribuo em vasilhas

cada uma dessas 5 cores Depois em outras vasilhas vou formando coloraccedilotildees terciaacuterias

Dificilmente aplico secundaacuterias e raramente primaacuterias pois satildeo tonalidades que considero

muito vivas

Os ciacuterculos cromaacuteticos das figura 41 e 42 eacute possiacutevel esclarecer esses estudos e

conceitos que destaquei Como primaacuterias (cores que natildeo se originam de nenhuma outra)

temos o magenta o amarelo e o ciano Da mistura delas originam-se as secundaacuterias que satildeo

o vermelho o verde e o azul

Da mistura das secundaacuterias com as primaacuterias surgem as terciaacuterias o amarelo

esverdeado ou verde inglecircs (verde + amarelo) o azul turquesa (verde + ciano) o azul ceruacuteleo

- cor do ceacuteu (ciano + azul meacutedio) o lilaacutes (azul + magenta) o rosa (magenta + vermelho) e o

laranja (vermelho + amarelo)

Com relaccedilatildeo agraves misturas partindo das primaacuterias nas figuras 39 e 40 destaco a

formaccedilatildeo do verde do vermelho e do azul Um detalhe curioso eacute que a mistura das primaacuterias

(em suas tonalidades mais fortes) em quantidades iguais produzem o preto Nas minhas

produccedilotildees com tintas de cartucho de impressora como satildeo de tonalidades extremamente

fortes utilizo soacute o magenta amarelo e ciano pois produzo todas as cores possiacuteveis inclusive

o preto

37

Fig 39e 40 Ciano Magenta e Amarelo e suas misturas Fig 41 ciacuterculo cromaacutetico

No que se refere a combinaccedilatildeo de cores haacute algumas disposiccedilotildees entre elas que datildeo

beleza Natildeo eacute interessante que a escolha delas seja aleatoacuteria mas que seja harmocircnica Na

figura 43 mostra umas possibilidades de combinaccedilotildees Dentre elas as que utilizo de maneira

conciente satildeo as complementares e as meio-complementares Exemplo de umas combinaccedilotildees

as que mais uso satildeo o lilaacutes com o amarelo e o azul com laranja Como disse antes para natildeo

ficar muito colorido a pintura e natildeo daacute um tom muito alegre mas sim um tom de seriedade e

reflexatildeo o lilaacutes e o amarelo por exemplo deixo com tonalidades amenas Enquanto que as

complementares uso-as basicamente quando trabalho a luz e sombra dos elementos

Entre as cores iguais a mais excelente seraacute aquela que esteja mais proacutexima da

cor que lhe seja contraacuteria como o vermelho ao lado do que lhe eacute paacutelido o preto

com o branco o amarelo dourado com o azul o verde com o vermelho cada cor

parece mais acentuada perto de sua contraacuteria do que a o lado de sua similar

(Da Vinciapud PEDROSA 2009)

Fig 42 ciacuterculo de cores e tons Fig 43 ciacuterculo cromaacutetico e suas combinaccedilotildees

38

Sempre admirei as pinturas renascentistas e barrocas pela beleza advinda das teorias

de proporccedilatildeo harmonia das formas entre outras teacutecnicas Aleacutem disso o que eacute interessante eacute

agrande diversidade de cores pelo fato de haver em sua maioria cores natildeo intensas Neste

sentido a paleta cromaacutetica eacute extensa devido ao acreacutescimo de variedade de cores chamados

cinza-coloridos Satildeo todas do ciacuterculo cromaacutetico sendo que com acrescimo de tons de cinzas

Quanto mais o acrescimo delas mais a cor se neutraliza Esse acreacutescimo pode ser com o

proacuteprio cinza ou pela mistura equacircnime das primaacuterias Trabalho na loacutegica desta uacuteltima

O cinza-colorido eacute uma siacutentese evocativa e sua beleza adveacutem da forccedila

levemente indicada de todas as qualidades latentes das cores e dos valores que o

formam A manipulaccedilatildeo desse cinza pode revelar uma capacidade coloriacutestica

tatildeo grande quanto a da manipulccedilatildeo dos tons puros (PEDROSA 2009)

Eacute claro precisamos nos manter financeiramente pagar contas comprar materiais etc

Eacute necessaacuterio vender obras ou pelo contraacuterio necessaacuterio seria ter uma outra profissatildeo Poreacutem

o que pretendo dizer eacute que em geral o artista tem o compromisso em manter o foco na sua

identidade artiacutestica e ter outras coisas como vendas e gosto do senso comum em segundo

plano

5 RESISTEcircNCIA AO MERCADO

Outro ponto que natildeo podia deixar de tratar eacute a minha resistecircncia ao mercado Para

mim Arte enquanto sua essecircncia natildeo eacute comercial Neste sentido todo artista ou passou

alguma vez ou passa por resistecircncia ao que se eacute vendaacutevel quando quer produzir algo genuiacuteno

A Arte natildeo depende de nada fora do criador inclusive do mercado Pois a pessoa pinta um

quadro que gosta e que eacute sua expressatildeo genuiacutena ou produz apenas em funccedilatildeo de vendas do

que o cliente quer Considero que a Arte tem um valor em si mesma a qual essa importacircncia

vem de dentro do artista que por sua externaliza e natildeo de algo exterior

O trecho abaixo da artista escultora Ana Antunes expressa bem o que estou querendo

elucidar

39

A minha maior preocupaccedilatildeo eacute com o FAZER Artiacutestico a venda vem muito

depois ela eacute simplesmente decorrente Tambeacutem natildeo gosto de encomendas

porque tolhem a minha criatividade pois todo o meu trabalho eacute sequencial natildeo

faccedilo repeticcedilotildees (ANTUNES 2011)



o que pretendo dizer eacute que o verdadeiro artista tem o compromisso em manter o foco na sua


plano

No meu caso dedico mais naquilo que eu pretendo produzir e por isso assumo

poucas encomendas Essa atitude faz parte do caminho que passei a trilhar na minha

identidade nas pinturas de modo tal que a maioria dos observadores reconhecem minha

produccedilatildeo referindo que todos os personagens das pinturas e a linguagem satildeo semelhantes

40

6 REFEREcircNCIAS ARTIacuteSTICAS

Procuro ser autecircntico no que produzo e ter uma linguagem calcada na minha visatildeo de

mundo Entretanto nenhuma ideia surge a partir do nada Todo artista tem suas referecircncias

No meu caso textos humanistas que leio pinturas dos grandes mestres que observo e um

olhar criacutetico da vida humana satildeo propiciadores para as minhas pinturas A seguir tratarei das

caracteriacutesticas dos movimentos artiacutesticos e pintores que possuiacuteram maneiras de produccedilatildeo agraves

quais meu trabalho se assemelha em determinados aspectos

61 O SIMBOLISMO

Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica natildeo poderia deixar de falar em um movimento artiacutestico

pelo qual tenho como referecircncia pela espiritualidade e introspecccedilatildeoO Simbolismo eacute um dos

movimentos que considero proacuteximo ao meu tipo de trabalho pois a grande maioria das

caracteriacutesticas do movimento coincidem

O movimento preza pelo que eacute aleacutem do que eacute visiacutevel Desvaloriza-se assim a

representaccedilatildeo naturalista e o materialismo O termo Simbolismo vem de siacutembolo no sentido

deuma representaccedilatildeo de algo que numa linguagem direta natildeo seria suficiente Neste sentido

essa representaccedilatildeo possui um caraacuteter enigmaacutetico e leva a termos interpretaccedilotildees natildeo exatas

mas sim polissecircmicas de sentidos variados Portanto o expectador se sente intimado a

decodificar a obra natildeo soacute pelo raciociacutenio mas pelas suas sensaccedilotildees e percepccedilotildees

O simbolismo prezava pelos valores da alma e a valorizaccedilatildeo dos sentidos e sensaccedilotildees

por isso que o expectador de uma pintura simbolista deve entender a obra pelo sentir e natildeo soacute

pela razatildeo O trecho abaixo explica no geral o movimento

Interessava e a busca se pautava fundamentalmente em evocar os objetos por

intermeacutedio de determinados aspectos que pudessem suscitar os (por ele

denominados) estados da alma fruto do subjetivismo e do subconsciente Nesta

perspectiva a visatildeo oniacuterica idealizada e prenhe de simbologia caracterizar-se-ia

na uacutenica possibilidade a partir da qual a arte poderia ser concebida eou

alcanccedilada apresentando o oculto (preacute-loacutegico) o transcendente e o inexoraacutevel

que corresponderiam aos sentimentos verdadeiros e ideais(FILHO 2014 p13)

41

Nas imagens abaixo (fig 44 a 47) eacute perceptiacutevel a subjetividade e a espiritualidade

caracteriacutesticas que os simbolistas mais gostavam

Fig 44 Democircnio Sentado Mikhail Vrubel 1890 Fig 45 Morte e Vida Gustav Klimt 1910

Fig 46 Faetonte Oacuteleo Fig 47 O Beijo da Esfinge

Gustave Moreau65 x 99 cm Franz von Stuck 1895

62 A PINTURA VISIONAacuteRIA

Dentre os movimentos artiacutesticos desde o Renascimento houve timidamente uma

abordagem pela qual tenho bastante apreccedilo chamada de ldquoArte Visionaacuteriardquo

42

Apesar de natildeo trabalhar com esse tipo de artea tenho como uma das referecircncias para

estudo Essa abordagem natildeo teve e natildeo tem um periacuteodo em que se destacou o qual podemos

dizer em que tempo comeccedilou e como se iniciou visto que determinados artistas em diversas

eacutepocas produziram algumas obras que tinham caracteriacutestica visionaacuteria mesmo sem ser na

eacutepoca nomeado desta forma

Escolhi como referecircncia por se tratar de um movimento artiacutestico mais subjetivo em

relaccedilatildeo aos outros pois estaacute relacionado agrave representaccedilatildeo do que haacute de mais iacutentimo ndash as visotildees

e os ENOC estados natildeo ordinaacuterios de consciecircncia Tratarei apenas o que se refere agrave pintura

pois esta abordagem eacute trabalhada quase sempre nesta teacutecnica

Segundo LaurenceCaruana

A Arte Visionaacuteria pode ser entendida como um fazer artiacutestico onde a produccedilatildeo

estaacute condicionada agraves experiecircncias advindas de estados natildeo ordinaacuterios de

consciecircncia (CaruanaapudMIKOSZ 2009 p114)

O autor ainda enfatiza que

[] A Arte Visionaacuteria tem como propoacutesito transcender o mundo fiacutesico retratar

visotildees que muitas vezes incluem temas espirituais e miacutesticos ou pelo menos

alicerccedilados em tais experiecircncias (MIKOSZ 2009 p114)

A denominaccedilatildeo ldquo Arte Visionaacuteriardquosoacute foi oficialmente divulgada a partir do Primeiro

Manifesto com esse tiacutetulo lanccedilado em 2001 e apenas no iniacutecio de 2013 na Aacuteustria onde foi

fundada a Academia Vienense de Arte Visionaacuteria

Eacute um movimento pouquiacutessimo conhecido mas ao mesmo tempo muito antigo pois haacute

pinturas visionaacuterias desde o Renascimento Por se tratar apenas de um movimento como o

surrealismo a abordagem natildeo tem um estilo especiacutefico pois haacute obras visionaacuterias no

Renascimento Maneirismo Romantismo periacuteodo Preacute-rafaelita Simbolismo Arte Nouveau

Abstracionismo Surrealismo Realismo Fantaacutestico e no Psicodelismo Sendo que bem mais

presente no Surrealismo por se trabalhar muito com o inconsciente Os artistas visionaacuterios

retratam as experiecircncias e visotildees dos ENOC como meditaccedilotildees uso de drogas esquizofrenia

ou psicoses principalmente Um retrato da vivecircncia interna e transcendentedo ser humano

43

Importante notar que o mais relevante nesse tipo de arte satildeo as visotildees subjetivas do que

apintura em si

As figuras 48 a 56 satildeo alguns exemplos de pinturas visionaacuterias em diversas eacutepocas

A PINTURA VISIONAacuteRIA NOS MOVIMENTOS ARTIacuteSTICOS

No Renascimento

Fig 48Jardim das DeliacuteciasOacuteleo sobre madeira 220 cm times 389 cm 1504 Hieronymus Bosch

No Romantismo periacuteodo Preacute-Rafaelita e Simbolimo consecutivamente

Fig 49 O Grande Dragatildeo Vermelho Fig 50 O Pescador e a Fig 51 Galatea Aquarela

e a Mulher Vestida de Sol Oacuteleo Sereia Oacuteleo Frederic Gustave Moreau

William Blake entre 1805-1810 Leighton 1856-58 1896

44

No Abstracionismo Surrealismo e Realismo Fantaacutestico consecutivamente

Fig 52 Composition Tinta Fig 53 A Ascensatildeo de Cristo Fig 54 Adatildeo e Eva em Frente

Aquarela e grafite sobre papel Oacuteleo sobre tela agrave Aacutervore do Conhecimento

34 x 27 cm 1913 W Lewis 1958 Salvador Daliacute Oacuteleo1989 Ernst Fuchs

No Psicodelismo

Fig 55MaituchishcamiRestaurando Energia Fig 56 Celestial Shore Oacuteleo sobre tela

do Corpo 1987 Pablo Amaringo 2010 Adam Scott Miller

A pintura visionaacuteria tem pouco reconhecimento por ser uma abordagem em que muito

pouco eacute praticado visto que essa arte eacute praticada por artistasque aleacutem de experienciar visotildees

em estados de ENOC retratam as mesmas em suas telas Tambeacutem pelo fato de ser um

movimento artiacutestico bastante novo

45

63 A TEMAacuteTICA EXISTENCIAL SOB O OLHAR DE ALGUNS ARTISTAS

Na pesquisa teoacuterica procurei saber quais pintores e movimentos artiacutesticos trabalharam

o lado existencial Aqueles que tinham a subjetividade em primeiro plano Uma representaccedilatildeo

que eacute associada ao ser humano diante das questotildees referente agrave sua vida interior e sua visatildeo

criacutetica de um mundo sem sentido e fuacutetil

Eacute fundamental termos conhecimento de temaacuteticas e estilos artiacutesticos com os quais

trabalhamos Neste sentido aleacutem de acrescentarmos um repertoacuterio de conhecimentos que

serviraacute de referecircncia e fundamentaccedilatildeo para quem produz arte tambeacutem se faz importante

sabermos o que jaacute foi produzido para simplesmente natildeo repetirmos mas sim agregarmos

novas ideias que complementem ou ateacute mesmo contrariem o que jaacute foi feito Isso garantiraacute

autonomia e identidade artiacutesticas

Dentre os pintores que escolhi para ver e ler sobre suas obras dois satildeo surrealistas e os

outros dois expressionistas respectivamente a saber Frida Khalo Zdzislaw Beksinski

Edvard Munch e Francis Bacon

FRIDA KAHLO

Como percebemos toda pintura existencial tem seu caraacuteter subjetivo e

expressivamente intenso por ser justamente uma forma sincera e veemente do artista projetar

a sua vida seus sentimentos e seu modo de ver o mundo de maneira singular nas telas Frida

Kahlo foi uma das pintoras que produziu uma arte assim

Nascida no Meacutexico em 1907 a pintora teve uma vida sofrida Ela sofreu um grave

acidente quando tinha 18 anos que afetou toda sua existecircncia O ocircnibus em que ela estava

colidiu com um bonde eleacutetrico ldquoUma haste de ferro atravessou sua virilha atingindo sua

coluna e seu sistema reprodutorrdquo O trecho abaixo eacute uma fala da proacutepria artista e deixa claro o

quanto sofria

Cada vez que me puxam na cama derramo litros de laacutegrimas mas eacute claro que

como diz natildeo se deve confiar nos latidos dos catildees nem nas laacutegrimas das

mulheresrdquo (BASTOS e RIBEIRO apud Kahlo 2007 p 54)

46

Na figura 57 Frida simboliza sua doenccedila provocada pelo acidente Depois desse

acidente Frida natildeo pocircde ter filho Mesmo depois de relacionamentos sexuais com Diego

Rivera do qual queria muito ter um filho Aleacutem disso todos os relacionamentos amorosos da

pintora passaram a ser dolorosos por natildeo darem certo Principalmente sua relaccedilatildeo com Rivera

por causa de sua infidelidade

Os quadros de Frida Kahlo refletiam suas ideologias suas vivecircncias e tudo

aquilo em que ela acreditava ou ainda coisas que a horrorizavam (MELO

2012)

Na figura 58 eacute representado a esterilidade de Kahlo a doenccedila e a sua vontade de ter

filho Ela retrata um caracol uma peacutelvis um feto e a cama com o nome do hospital onde foi

tratada

As pinturas de Frida expressatildeo o que ela era e sentia Especialmente os seus

autorretratos Conhecendo sua vida entendemos bem melhor sua obra

Esse tipo de trabalho me interessa bastante e foi o motivo de escolher estudar um

pouco sua obra e de outros citados nesta pesquisa visto que apontam uma relaccedilatildeo com minha

produccedilatildeo no que se refere a uma arte existencial e subjetiva

Frida foi uma pessoa que sabia ldquodar a volta por cimardquo e superar suas dificuldades e

desafios Procurava em seu trabalho uma forma de refuacutegio e de compensaccedilatildeo Foi uma artista

que seguiu um caminho de resistecircncia persistindo no que queria Encarou o machismo e o

preconceito quebrando tabus pois teve experiecircncias homossexuais e se vestia muitas vezes

com roupas masculinas Tambeacutem resistiu ao mercado uma vez que natildeo pintava quadros

vendaacuteveis e sim simplesmente o que queria no caso a representaccedilatildeo de sua subjetividade

47

Fig 57 Coluna Partida Fig 58 Henry Ford Hospital ou Cama Voadora

Oacuteleo 40 x 30 cm 1944 Oacuteleo sobre tela 77 x 96 cm 1932

Fig 59 Frida na sua doenccedila pintando

ZDZISLAW BEKSINSKI

Dos artistas que selecionei para essa pesquisa Zdzislaw Beksinski (sdzuaacute bekchinski)

pintor escultor e fotoacutegrafo polonecircs foi o que mais me chamou a atenccedilatildeo por seus trabalhos

Suas pinturas a oacuteleo representam sua visatildeo de mundo profundamente existencial e enigmaacutetica

Por esse motivo suas obras me servem de referecircncia por ser um dos objetivos de minha seacuterie

que eacute tema desse TCC

48

Interpretar as pinturas de Zdzislaw natildeo eacute nada faacutecil O que podemos ter eacute tentativas e

possibilidades de interpretaccedilotildees pois o artista representa um universo bastante subjetivo que

faz parte de seu modo singular de ver o mundo Algo que soacute o pintor pode explicar com

veracidade A arte de Zdzislaw eacute enigmaacutetica principalmente pelo fato de nenhum de seus

quadros possuiacuterem tiacutetulos Mas eacute justamente isso que nos faz ter curiosidade em saber o

sentido De qualquer forma sua obra transmite bastante expressatildeo Tambeacutem percebemos um

peso existencial nas figuras de Beksinski bem representado nas figuras 63 e 64 morbidez

bem claro nas figuras 60 a 62 pelo fato de se ter elementos esqueleacuteticos e poderiacuteamos dizer

pessimismo diante da vida

Segundo Sokolowska-smyl (2014) grande parte da obra do pintor expressa alguns

traumas da sua infacircncia E eacute interessante como o artista expressa essas experiecircncias vividas a

tal ponto de chegar manifestar em suas obras um conteuacutedo moacuterbido e grotesco poreacutem ao

mesmo tempo belo pois demonstra grandiosa habilidade das teacutecnicas pictoacutericas Quando falo

da morbidez isso natildeo eacute manifesto apenas pelas figuras em si representadas mas pelos tons e

cores utilizadas com esse objetivo como podem ser facilmente percebidos nas imagens

abaixo

Fig 60 sem tiacutetulo oacuteleo Fig 61 sem tiacutetulo oacuteleo e Fig 62 sem tiacutetulo oacuteleo

Beksinnski 1983acriacutelica s painel Beksinski 1989 sobre painel Beksinski 1989

49

Fig 63 sem tiacutetulo oacuteleo Beksinski 1971 Fig 64 sem tiacutetulo oacuteleo sobre painel Beksinski

EDVARD MUNCH

O expressionismo eacute o movimento artiacutestico mais introspectivo que considero por se

tratar de uma abordagem que leva em maior consideraccedilatildeo os aspectos subjetivos do ser

humano Neste sentido mesmo a seacuterie Existecircncia e Persistecircncia natildeo se tratar de

expressionismo me contribuiu como fonte de referecircncia pela ecircnfase nas representaccedilotildees dos

estados de espiacuteritos do ser humano suas anguacutestias seus anseios suas desilusotildees e suas visotildees

de mundo Edvard Munch um dos maiores nomes desse movimento artiacutestico me interessou

em estudar suas pinturas por se tratar de um pintor bastante existencial em sua arte Um dos

pintores que buscaram retratar a essecircncia humana

Segundo o proacuteprio artista

Minha pintura eacute na verdade uma confissatildeo feita por meu livre arbiacutetrio uma

tentativa de esclarecer a mim mesmo meu conceito da vida Natildeo quis perder a

esperanccedila de poder ajudar os outros a alcanccedilar a percepccedilatildeo sobre si

mesmos(MUNCH apud COLECcedilAtildeO FOLHA GRANDES MESTRES DA

PINTURA 2007)

Edvard Munch foi um pintor norueguecircs que nasceu em 1863 de famiacutelia humilde e

estruturada fortemente na tradiccedilatildeo religiosa Assim como todos os artistas vanguardistas foi

um criacutetico veemente do detalhismo das pinturas muito presente nas obras acadecircmicas O

mesmo natildeo se preocupava em representar o que ele via mas o que ele sentia

50

Para tanto utilizou uma caracteriacutestica que predominou em seus trabalhos ndash os traccedilos

sinuosos Tambeacutem para reforccedilar a expressatildeo utilizou cores que juntas davam sensaccedilotildees de

dramaticidade como nas figuras 65 e 68 da sequecircncia abaixo Tons azuis harmonizados com

cores pasteacuteis predominando a tonalidade escura delas Na famosa pintura O Grito (figura 66)

vemos traccedilos bastante sinuosos cores escuras que passam sensaccedilatildeo de drama juntamente

com intensidade e desespero do laranja no ceacuteu Na figura 67 a predominacircncia dos tons

escuros reforccedilam o estado de negatividade e solidatildeo da personagem representada

Fig 65 Goacutelgota oacuteleo sobre tela Munch 1900 Fig 66 O Grito oacuteleo e pastel sobre

cartatildeoMunch 1896

Fig 67 Puberdade Fig 68 Trabalhadores a Caminho de Casa

oacuteleo sobre tela Munch 1895 Munch 1914

51

FRANCIS BACON

Natildeo podia deixar de falar tambeacutem sobre Francis Bacon um pintor que produziu obras

profundamente existenciais expressivas e grotescas Pintor nascido na Irlanda em 1909

Bacon eacute um exemplo de pintor que explorou ao maacuteximo a expressatildeo

Para tanto buscou uma maneira de reforccedilar isso Procurou representar nas figuras

humanas aparecircncias com carnes dilaceradas distorccedilotildees das figuras e predominacircncia de tons

vermelhos e negros (figura 71) Cores que quando muito utilizadas nas pinturas reforccedilam

dramaticidade e intensidade No seu caso podemos falar ateacute em sensaccedilotildees de violecircncia

Suas figuras retratam a selvageria de uma orgia de carnes dilaceradas feridas

tensas em constante movimento de luta como se fossem uma uacutenica substacircncia

um amontoado de carne sendo impossiacutevel a distinccedilatildeo dos corposrdquo (SIQUEIRA

2007 p53)

Neste trecho Siqueira deixa claro que a arte de Bacon tem uma sensibilizaccedilatildeo

violenta grotesca e provocante Dentre os temas utilizados por ele temos a anguacutestia o grito a

morte a homossexualidade o deboche das instituiccedilotildees religiosas (figura 69) e os autorretratos

(figura 70)

Outra caracteriacutestica do artista eacute sua imprevisibilidade Quando pintava seu quadros natildeo

se preocupava com planejamento e natildeo se identificava com a racionalidade artiacutestica O que

mais focava era na essecircncia das coisas

Afirma que sua vontade eacute de pintar a essecircncia das coisas da paisagem da aacutegua

das pessoas aquilo que delas emana sua substacircncia (SIQUEIRA 2007 p58)

52

Fig 69 Estudo do Retrato do Papa Inocecircncio X Fig 70 Autorretrato Oacuteleo sobre tela

Segundo Velaacutezquez Oacuteleo F Bacon 1953 Francis Bacon 1971

Fig 71 Trecircs Estudos para uma Crucificaccedilatildeo Oacuteleo sobre tela Francis Bacon 1962

53

7 EXISTENCIALISMO E VIDA COMO OBRA DE ARTE

Dentro ainda de minha fundamentaccedilatildeo teoacuterica estudei um pouco mais sobre a

abordagem filosoacutefica chamada de Existencialismo Essa corrente do pensamento tem como

perspectiva o pensar sobre o sentido da vida Especificamente defende que todo homem

nasce sem nenhum propoacutesito predeterminado e o mesmo eacute o uacutenico responsaacutevel pelo seu

destino Sendo assim se faz necessaacuterio a legitimaccedilatildeo de sua natural liberdade de escolha e a

autoconstruccedilatildeo de seu projeto de vida

Aproveitei o que tinha lido sobre os pensadores Nietzsche e Sartre O pensamento

deles eacute muito complexo entatildeo procurei encontrar apenas qual o ponto das ideias haacute de

comum com o que penso sobre o ser humano e consequentemente com o que haacute de comum

com minhas pinturas Pois toda arte reflete o espiacuterito do artista Tanto Nietzsche como Sartre

possuem um conceito de vida como obra de arte

Para Nietzsche segundo Rosa Dias em sua obra Nietzsche Vida Como Obra de Arte

ldquoviver natildeo eacute apenas adaptar-se agraves circunstacircncias externasrdquo (DIAS 2011 p 15) Viver

verdadeiramente eacute construir sua proacutepria singularidade e estaacute muito aleacutem do ldquorebanhordquo ou

seja da massa que busca preservar doutrinas pensando todos com um uacutenico ideal e propoacutesito

Para o filoacutesofo alematildeo o homem natildeo deve apenas seguir uma tradiccedilatildeo religiatildeo ou sistema

que buscam a conservaccedilatildeo Isso tolhe o espiacuterito criador Eacute necessaacuterio que o homem seja um

inventor de novos valores e que tenha sua forma uacutenica de interpretar o mundo Isto eacute que

busque a efetivaccedilatildeo de novas possibilidades de viver pela sua vontade criadora aquela em que

se busca a expansatildeo e superaccedilatildeo de si ndash a ldquoVontade de Potecircnciardquo Rosa dias no trecho abaixo

resume bem a ideia de vida como obra de arte [] A vida deve ser pensada querida e desejada

tal como um artista deseja e cria sua obra ao empregar toda a sua energia para produzir um objeto

uacutenico (DIAS 2011 p13)

A mesma ideia acima eacute abordada por Sartre explicada de maneira diferente quando

dizia que a existecircncia precede a essecircncia O filoacutesofo quis dizer com isso que primeiramente

existimos Soacute depois a nossa essecircncia ou personalidade surge e se transforma a cada dia

Diferentemente de um animal ou de um objeto dos quais suas essecircncias satildeo imutaacuteveis Por

exemplo todo gato nasce e morre com a sua natureza de gato Do iniacutecio ao fim de sua vida ele

sempre mia e se lambe Como exemplo de um objeto - uma bola de futebol ndash antes haacute a

essecircncia (a ideia) de bola na mente do homem Depois ele cria o utensiacutelio ou seja a essecircncia

54

precede a existecircncia A bola passa ser a ter a mesma essecircncia sempre a de ser utilizada para

jogo A natildeo ser que a mesmo homem que criou ela ou outra pessoa mude sua funccedilatildeo

Para o ser humano jaacute eacute o contraacuterio A essecircncia precede a existecircncia O homem nasce

sem nenhum propoacutesito predeterminado Primeiro existe e depois se define E sua natureza natildeo

eacute imutaacutevel como a do objeto ou seja sempre mudamos a cada segundo Sempre mudamos de

pensamento de atitudes de gostos etc

Neste sentido Sartre argumenta que natildeo haacute um ser supremo que nos criou colocou

uma natureza humana em noacutes e que passa a nos controlar diariamente (providecircncia divina)

Natildeo haacute um criador chamado Deus mas haacute um criador chamado ser humano que define sua

proacutepria existecircncia e se autoconstroacutei a cada dia visto que []ldquoPrimeiramente o homem existe se

descobre surge no mundo e soacute de pois se definerdquo (SARTRE 2014)

8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Nesta pesquisa apresentei um pouco sobre alguns artistas que abordaram a temaacutetica

existencial nas suas pinturas sobre o surrealismo e a arte visionaacuteria Foi um desafio encontrar

pintores que retratavam temas existenciais mas acredito que os pintores que escolhi foram

suficientes para ser feito um paralelo com minhas produccedilotildees pois retrato a subjetividade

humana

Com relaccedilatildeo ao Simbolismo foi importante o estudo sobre esse movimento pois

caracteriacutesticas da interioridade humana presentes nas obras me possibilitaram ampliar minhas

ideias e reflexotildees nas temaacuteticas de minhas pinturas

Dialogar com os principais pintores na minha opiniatildeo que retrataram temaacuteticas

existenciais como Munch Bacon Frida e Beksinski foi enriquecedor pra minha produccedilatildeo

Natildeo na imitaccedilatildeo mas em determinados aspectos pictoacutericos e temaacuteticos que afloraram minhas

ideias

Com relaccedilatildeo agrave ideia de vida como obra de arte dos filoacutesofos Nietzsche e Sartre foi

importante esse dialogo com tais pensadores para eu apreender a temaacutetica de minhas

produccedilotildees que jaacute venho trabalhando Inclusive para eu aprofundar a teoria da cor que serviu

de embasamento para compreender minhas produccedilotildees teacutecnicas e mateacuterias utilizados nas

pinturas

55

No geral considero que a bibliografia correspondeu ao que eu esperava conseguir de

referenciais apesar de terem sido poucas mas foram suficientes visto que a natureza desta

pesquisa eacute voltada mais para uma praacutetica pictoacuterica do que uma filosofia da arte

Natildeo cheguei a descobrir novas ideais dentro do mundo da pintura mas acredito que

esta pesquisa ampliou a compreensatildeo sobre o assunto tratado principalmente no que se refere

agrave temaacutetica da existecircncia

Com relaccedilatildeo agrave metodologia utilizada deu tempo de ler os textos e livros das

referencias e produzir num ritmo bom de forma que foi suficiente alcanccedilar meu objetivo de

produccedilatildeo de 16 pinturas

Esta eacute minha contribuiccedilatildeo acadecircmica no campo da pintura Espero que este trabalho

seja uma boa referencia para quem pretende escrever sobre pesquisa em arte e tambeacutem

principalmente seja um bom repertoacuterio para todos os artistas pintores

56

9 REFEREcircNCIAS

ANTUNES Ana O Fazer Artiacutestico 2011 Disponiacutevel em

lthttpceramicaanablogspotcombrgt Acesso em 04 ago2015

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BASTOS Marli M RIBEIRO Maria A C Frida Khalo Uma Vida Psicanaacutelise amp Barroco

ndash Revista de Psicanaacutelise v5 n2 46-76 dez 2007

BRADLEY Fiona Surrealismo Satildeo Paulo Cosac ampNaify 1999 (Seacuterie Movimentos da arte

Moderna)

Folha de Satildeo Paulo Edvard Munch Satildeo PauloEditorial Sol 2007 (Coleccedilatildeo Folha Grandes

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2011 (Coleccedilatildeo contemporacircnea Filosofia literatura e artes)

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Acesso em maio 2015

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Forma de Expressatildeo da Dor Ocasionada Pelos Horrores da Guerra Revista Filosofia

Disponiacutevel em lthttpfilosofiauolcombrfilosofiaideologia-sabedoria45arte-e-

existencialismo-conheca-o-movimento-artistico-que-surgiu-302539-1aspgt Acesso em 24

ago 2014

MEDEIROS Liliane Silveira de FLORES Claacuteudia R O Efeito Anamorfose e a Educaccedilatildeo

Matemaacutetica primeiros apontamentos Disponiacutevel

emhttpmatematicaulbrabrocsindexphpebrapem2012xviebrapempaperviewFile29028

5 Acesso em out 2015

57

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Eletrocircnicos do IV Seminaacuterio Nacional Literatura e Cultura Satildeo CristoacutevatildeoSE GELICUFS

03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128

MIKOSZ Joseacute Elieacutezer Histoacuteria da Arte Visionaacuteria In A Arte Visionaacuteria e a Ayahuaska

Representaccedilotildees das Espirais e Voacutertices nos Estados Natildeo Ordinaacuterios de Consciecircncia (ENOC)

Tese de doutorado Florianoacutepolis PPGICH-UFSC 2009 pp115-156

NIETZSCHE Friedrich Assim Falava Zaratrusta Um Livro para Todos e Para Ningueacutem

Trad Maacuterio Ferreira dos Santos 3ed Petroacutepolis RJ Vozes 2009 (Coleccedilatildeo Textos )

NOGUEIRA Isabel Edvard Munch ou a Imagem como Intensificadora do Real

Universidade de Coimbra Disponiacutevel em httphdlhandlenet1031623529 Acesso em 18

abr 2015

PEDROSA Israel Da Cor agrave Cor Inexistente 10 ed Rio de Janeiro Senac Nacional 2009

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emhttpadconrngovbrACERVOCENADOCDOC000000000046610PDF Acesso em

28 jun 2015

SALOMEacute Joseacutelia S TORRES Renato A Pesquisa em Arte e Sobre Arte no Processo de

Formaccedilatildeo do Professor Disponiacutevel em

lthttpwwwpucprbreventoseducereeducere2008anaispdf777_507pdfgt Acesso em 07

nov 2014

SARTRE Jean-Paul O Existencialismo eacute umHumanismoTrad Joatildeo BatistaKreuch 3 ed

Petroacutepolis RJ Vozes 2014 (Vozes de Bolso)

SEMMER Simone SILVA Sani de Carvalho R NEVES Marcos Cesar D Anamorfose no

Ensino de Geometria ALEXANDRIA Revista de Educaccedilatildeo em Ciecircncia e Tecnologia v6

n3 p61-68 nov 2013 ISSN1982-5153Disponiacutevel em fileDJulioDownloads38010-

126015-1-SMpdf Acesso em out 2015

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SIQUEIRA Beatriz Elisa FFrancis Bacon Um Grito Suspenso na Distorccedilatildeo da

ImagemDisponiacutevel

emlthttpwwwpsicanaliseebarrocoprobrrevistarevistas07FRANCISBACONpdfgt

Acessoem 29 jun 2015

SOKOLOWSKA-SMYL BeataZdzislawBeksinskirsquos Paintings of the ldquoFantastic Periodrdquo as

an Expression of Early Childhood ExperienceCreativity Theories ndash Research ndash

ApplicationsMaria Curie Sklodowska UniversityPolocircniaV 1 2014

FILHO Juacutelio de Mesquita Simbolismo Unesp

DisponiacutevelemlthttpwwwteatrosemcortinasiaunespbrHomeHistoriadoTeatroMundial33

evolucao---simbolismo_revisao-prontapdfgt Acesso em 19 dez 2015

TESZNER Andy In Beksinskiacutes Atelier [filme-viacutedeo]Traduccedilatildeo e legendas de Andy

Teszner Polocircnia TVP (tv polonesa) 1989 19 min 10 segDisponiacutevel em

lthttpswwwyoutubecomwatchv=IkzcGK4mDOcamplist=PLcV3WS-

TbsGY3QlTKCSBwUP0DrzwqwBebgt Acesso em maio 2015

ZAMBONI Siacutelvio A pesquisa em arte Um Paralelo Entre Arte e Ciecircncia 2ed Campinas

SP Autores Associados 2001

59

10 APEcircNDICE

ATIVIDADE PEDAGOacuteGICA DO TCC

Como atividade pedagoacutegica desta pesquisa realizei uma oficina de pintura em acriacutelica no

Deart departamento de artes da UFRN com alguns estudantes da UFRN e membros do

GUAP Grupo Universitaacuterio de Aquarela e Pastel o qual sou bolsista deste 2014 A oficina

foi feita nos dias 16 e 18 de Novembro das 1430 as 1730 e teve como objetivo por em

praacutetica a proposta deste trabalho de conclusatildeo Em paralelo com a temaacutetica desta pesquisa

sugeri aos oficineiros abordarem a subjetividade nas suas pinturas ou seja expressarem seus

afetos emoccedilotildees sensibilidades desejos sonhos etc Tambeacutem em consonacircncia levei apenas

as 5 cores baacutesicas de que uso nos meus trabalhos (as 3 primaacuterias o preto e o branco)

Dentre eles selecionei os trabalhos de alguns dos oficineiros para mostrar abaixo

juntamente com suas explicaccedilotildees de suas obras Os materiais que utilizei com eles foram tinta

acriacutelica nas cores alizarincrimson amarelo azul ceruacuteleo preto e branco e cartolina

MERGULHO EXISTENCIAL

A pintura Mergulho Existencial representa a projeccedilatildeo de algo que natildeo estava resolvido em sua vida Ai

neste sentido a figura estaacute emergindo para uma realidade que ateacute entatildeo natildeo tinha despertado A figura

dentro da aacutegua significa que a pessoa estava mergulhado em coisas que natildeo estava tendo muito

significado para ela ou seja ensimesmada

Ocirema

Fig 72 Mergulho Existencial Acriacutelica 2015

60

MARIA MOCcedilA

Maria Moccedila foi referenciada na mini-seacuterie de tv Hoje eacute Dia de Maria

produzida pela rede Globo A imagem ilustra a personagem protagonista da

histoacuteria jaacute adulta no momento onde se une a um grupo de saltimbancos e passa

a fazer parte de um espetaacuteculo Por isso foi representada usando adereccedilo com

flores na cabeccedila e maquiagem carregada A expressatildeo facial da personagem

representa em seu olhar semicerrado a tristeza de um amor perdido Jaacute as cores

do fundo da pintura que trata de um retrato satildeo utilizadas para dar a impressatildeo

do sol do sertatildeo e da alegria do espetaacuteculo que sempre tem que continuar a

revelia dos sentimentos dos artistas que encenam

Thais Schmidt

Fig 73 Thais e sua obra Fig 74 Maria Moccedila Acriacutelica

papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS

A minha intensatildeo na pintura Por Dois Corpos foi passar um sentimento de

amor Eu tentei representar o amor de casal a partir das cores e nos dois

personagens Na pintura vemos um casal se beijando O sol e a lua satildeo opostos

que se complementam Estatildeo associados ao casal

Helena

61

Fig 75 Helena e sua obra Fig 76Por Dois CorposAcriacutelica 20 x 20 cm 2015

CAMALEOA

A ideacuteia eacute mostrar a mulher com pele de camaleoa para retratar suas mudanccedilas

No quesito dela se adaptar para fazer vaacuterias coisas Mas principalmente retratar

sua sensualidade Como a mulher se transforma ao novo meio da paixatildeo Ela eacute

uma para seus filhos e outra para seu amante Revelam uma capacidade de estar

bem em ambientes diferentes

Luana Bertuleza

Fig 77 Luana produzindo Fig 78 CamaleoaAcriacutelica sobre papel 2015

62

A RECOMPENSA

Na obra A Recompensa faccedilo uma alusatildeo agrave passagem do Apocalipse capiacutetulo 5

versiacuteculo 8 onde diz que as oraccedilotildees do povo de Deus estatildeo guardadas no Ceacuteu

em taccedila de ouro Portanto o azul representa o Ceacuteu o triangulo a trindade santa

e as bocas as oraccedilotildees em taccedilas de ouro

Elisama

Fig 79 A Recompensa Acriacutelica sobre tela 2015

63

Fig 80 Primeiro dia da oficina

Fig 81 Segundo dia da oficina

64

DADOS DE TODAS AS OBRAS PRODUZIDAS ATEacute DEZEMBRO DE 2015

1 Luana Grafite sobre papel 2015

2 Milena Grafite sobre papel 2015

3 O Autor da Vida Acriacutelica sobre tela 2015

4 Sambistas Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2015

5 Sombras Acriacutelica sobre tela 2015

6 sem tiacutetulo (homens com celulares) Acriacutelica sobre tela 2015

7 Midiocracia Acriacutelica sobre tela 2015

8 Primavera da Alma Aquarela sobre papel 75 x 55 cm 2015

9 Expurgo Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2015

10 Dogmas Aquarela sobre papel 75 x 55 cm 2015

11 Apathea Oacuteleo sobre tela 79 x 58 cm 2015

12 Desencanto Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2015

13 Ter ao Ser Grafite sobre papel 66 x 96 cm 2015

14 Ciclo Vicioso Grafite sobre papel 63 x 96 cm 2015

15 Ilhas Aquarela sobre papel 75 x 55 cm 2015

16 Crepuacutesculo da Heteronomia Esmalte sinteacutetico sobre parede 10m x 25m 2015

17 Renascer Aquarela sobre papel 50 x 65 cm 2015

18 Muletas Metafisicas Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2015

19 sem tiacutetulo (homem escalando montanha) aquarela sobre papel 75 x 55 cm 2015

20 Anamorfose Aquarela sobre papel 50 x 75 cm 2015

21 sem tiacutetulo aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2014

22 4 Grandes Tipos de Dominaccedilatildeo Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2014

23 Transcendencia das Aparencias Aquarela sobre papel 55 x 75 cm 2014

24 Viacutecios e Virtudes Aquarela sobre papel 75 x 55 cm2014

25 Em Busca da Interna Harmonia Aquarela sobre papel 68x50 cm 2014

26 Apathea Aquarela sobre papel 20 x 30 cm 2014

27 Melancolia da Estiagem Aquarela sobre papel 65 x 50 cm 2014

28 As 3 Metamorfoses do Espiacuterito (triacuteptico) Aquarela 65 x 50 cm cada2014

29 Fuga da Normose Aquarela sobre papel 50 x 65 cm 2014

30 Sem tiacutetulo Cafeacute sobre papel 75 x 55 2014

31 Dogmautomatismo Aquarela sobre papel 50 x 65 2014

65

32 Sequestro da Subjetividade Aquarela sobre papel 65 x 55 2014

33 Mente Nocircmade Aquarela sobre papel 65 x 50 2014

34 Libertacoacuteticos Aquarela sobre papel 50 x 65 2014

35 Nirvana Cafeacute sobre papel 75 x 55 2014

36 Midiocridade Aquarela sobre papel 75 x 55 cm 2014

37 Raissa Aquarela sobre papel 2014

38 Praia de Maracajauacute Oacuteleo sobre tela 2014

39 Satildeo Francisco Esmalte sinteacutetico sobre parede 2014

40 Cristo oacuteleo sobre tela 2013

41 Vinde a Mim Oacuteleo sobre tela 2013

42 N S da conceiccedilatildeo (teto da igreja N S da Conceiccedilatildeo de Cearaacute-Mirim) Oacuteleo sobre tela

em torno de 6m (no comprimento maior) 2013

43 Intuiccedilatildeo Aquarela sobre papel 2013

44 Erasmo Aquarela sobre papel30 x 20 cm 2013

45 Santa Aacutegueda (teto da igreja N S da Conceiccedilatildeo de Cearaacute-Mirim) Oacuteleo sobre tela em

torno de 4m (no comprimento maior) 2013

46 sem tiacutetulo Aquarela sobre papel 2013

47 Unidade na Dualidade Oacuteleo sobre tela 2012

48 Corporatocracia Oacuteleo sobre tela 2012

49 Harmonia com a Natureza Oacuteleo sobre tela 40 x 30 cm 2012

50 Pesadelo das Matildeos Metafiacutesicas Cera sobre papel 2012

51 Nara Coralina Caneta esferograacutefia azul sobre papel 2012

52 Anilan Bezerra Cera sobre papel 2012

53 Evoluccedilatildeo Espiritual Caneta esferograacutefica sobre papel 2011

54 Mariazinha Oacuteleo sobre tela 2011

55 Matildee Natureza Oacuteleo sobre tela 2011

56 O Eu e o Ego Oacuteleo sobre tela 2011

57 Uniatildeo das Diferenccedilas Oacuteleo sobre tela 2011

58 Desintegraccedilatildeo Material Oacuteleo sobre tela 2011

59 Satildeo Joatildeo da Vizinhanccedila Cera sobre papel 2011

60 D Quixote Nordestino Caneta sobre papel2011

61 Diaacutelogo Inter-religioso oacuteleo sobre tela 2011

62 Carne X Espiacuterito Oacuteleo sobre tela 2011

63 Manipulaccedilatildeo Midiaacutetica Oacuteleo sobre tela 2011

66

64 Toque das 7Trobetas Caneta sobre papel 2011

65 Ceia Oacuteleo sobre papel

66 Purgatoacuterio oacuteleo sobre tela 2010

67 Trindade Oacuteleo sobra tela 2010

68 Cortando Cana Oacuteleo sobre tela 2010

69 Frei Damiatildeo Oacuteleo sobre tela 2010

70 Grandes Nomes da MPB Oacuteleo sobre tela 2010

71 Corte Celeste Grafite sobre papel 95 x 65 cm 2010

72 Guernica (releitura) Grafite sobre papel 95 x 65 cm 2010

73 Quixote Sertanejo Grafite sobre papel 65 x 45 cm 2010

74 Vidas Secas Grafite sobre papel 65 x 45 cm 2010

75 Paixatildeo de Cristo Oacuteleo sobre tela 2009

76 Maacutescara Oacuteleo sobre tela 2009

77 Autorretrato com Cara de cachorro Oacuteleo sobre tela 2009

78 Esculpido e Encarnado Oacuteleo sobre tela 2009

79 Vazio Interior Oacuteleo sobre tela 2009

80 Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus (teto da igreja N S da Conceiccedilatildeo de Cearaacute-Mirim) Oacuteleo sobre

tela em torno de 4m (no comprimento maior) 2009

81 MST Oacuteleo sobre tela 2008

82 Cristo Grafite sobre papel 2008

83 sem tiacutetulo (senhora de matildeos postas) Grafite sobre papel 2008

84 sem tiacutetulo (busto de uma adolescente) Grafite sobre papel 2008

85 Autorretrato Oacuteleo sobre tela 2006

86 Ana Hickman Oacuteleo sobre tela 2006

1


PINTURA E EXISTEcircNCIA UM PROJETO DE PESQUISA

Trabalho apresentado como requisito

para a Conclusatildeo do Curso de Licenciatura

em Artes Visuais da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte

Orientador Prof Dr Marcos Andruchak

Coorientador Prof Dr Vicente Vitoriano

Natal RN

Dezembro2015

2

AGRADECIMENTOS








3


mais leverdquo


Nietzsche

4

RESUMO









5























6























7








2015

















8
















9

SUMAacuteRIO

Agradecimentos

Epiacutegrafe

Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

10













dimensotildees







(2009) Mikosz (2009)












11













2 OBRAS
















12






fazer










referecircncia







30 x 21 cm 2001 60 x 40 cm 2008 2008 56 x 45 cm 2009

13





14



15







16




APATHEA







friasquentes



17


se daacute




ILHAS


18













elementos

DESENCANTO


19















CICLO VICIOSO


20











efeito com o dedo

TER AO SER





21





e a sabedoria

DOGMAS


22











EXPURGO




23









obra











24











25



26


27


28



29



30













31 AQUARELA










31



















32



















33 ACRIacuteLICA









33




sauacutede






34 GRAFITE

















34












35




Os Embaixadores



36

4 ESTUDO DE CORES













muito vivas














o preto

37
















38
















plano










elucidar

39









plano





40








61 O SIMBOLISMO





















41









42





























43


apintura em si



No Renascimento






44





No Psicodelismo







45















FRIDA KAHLO









quanto sofria




46








2012)



tratada












47




ZDZISLAW BEKSINSKI






48
















abaixo



49


EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





50












51

FRANCIS BACON











2007 p53)




(figura 70)






52




53
































54

















humana







ideias





pinturas

55













56

9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





ago 2014





57



03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




nov 2014







58

















59

10 APEcircNDICE


















Ocirema


60

MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

61


CAMALEOA






Luana Bertuleza


62

A RECOMPENSA





Elisama


63



64

































65



































66

























2

AGRADECIMENTOS








3


mais leverdquo


Nietzsche

4

RESUMO









5























6























7








2015

















8
















9

SUMAacuteRIO

Agradecimentos

Epiacutegrafe

Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

10













dimensotildees







(2009) Mikosz (2009)












11













2 OBRAS
















12






fazer










referecircncia







30 x 21 cm 2001 60 x 40 cm 2008 2008 56 x 45 cm 2009

13





14



15







16




APATHEA







friasquentes



17


se daacute




ILHAS


18













elementos

DESENCANTO


19















CICLO VICIOSO


20











efeito com o dedo

TER AO SER





21





e a sabedoria

DOGMAS


22











EXPURGO




23









obra











24











25



26


27


28



29



30













31 AQUARELA










31



















32



















33 ACRIacuteLICA









33




sauacutede






34 GRAFITE

















34












35




Os Embaixadores



36

4 ESTUDO DE CORES













muito vivas














o preto

37
















38
















plano










elucidar

39









plano





40








61 O SIMBOLISMO





















41









42





























43


apintura em si



No Renascimento






44





No Psicodelismo







45















FRIDA KAHLO









quanto sofria




46








2012)



tratada












47




ZDZISLAW BEKSINSKI






48
















abaixo



49


EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





50












51

FRANCIS BACON











2007 p53)




(figura 70)






52




53
































54

















humana







ideias





pinturas

55













56

9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





ago 2014





57



03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




nov 2014







58

















59

10 APEcircNDICE


















Ocirema


60

MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

61


CAMALEOA






Luana Bertuleza


62

A RECOMPENSA





Elisama


63



64

































65



































66

























3


mais leverdquo


Nietzsche

4

RESUMO









5























6























7








2015

















8
















9

SUMAacuteRIO

Agradecimentos

Epiacutegrafe

Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

10













dimensotildees







(2009) Mikosz (2009)












11













2 OBRAS
















12






fazer










referecircncia







30 x 21 cm 2001 60 x 40 cm 2008 2008 56 x 45 cm 2009

13





14



15







16




APATHEA







friasquentes



17


se daacute




ILHAS


18













elementos

DESENCANTO


19















CICLO VICIOSO


20











efeito com o dedo

TER AO SER





21





e a sabedoria

DOGMAS


22











EXPURGO




23









obra











24











25



26


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31 AQUARELA










31



















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33 ACRIacuteLICA









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sauacutede






34 GRAFITE

















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Os Embaixadores



36

4 ESTUDO DE CORES













muito vivas














o preto

37
















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plano










elucidar

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plano





40








61 O SIMBOLISMO





















41









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apintura em si



No Renascimento






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No Psicodelismo







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FRIDA KAHLO









quanto sofria




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2012)



tratada












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ZDZISLAW BEKSINSKI






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abaixo



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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





50












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FRANCIS BACON











2007 p53)




(figura 70)






52




53
































54

















humana







ideias





pinturas

55













56

9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





ago 2014





57



03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




nov 2014







58

















59

10 APEcircNDICE


















Ocirema


60

MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

61


CAMALEOA






Luana Bertuleza


62

A RECOMPENSA





Elisama


63



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65



































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4

RESUMO









5























6























7








2015

















8
















9

SUMAacuteRIO

Agradecimentos

Epiacutegrafe

Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

10













dimensotildees







(2009) Mikosz (2009)












11













2 OBRAS
















12






fazer










referecircncia







30 x 21 cm 2001 60 x 40 cm 2008 2008 56 x 45 cm 2009

13





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APATHEA







friasquentes



17


se daacute




ILHAS


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elementos

DESENCANTO


19















CICLO VICIOSO


20











efeito com o dedo

TER AO SER





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e a sabedoria

DOGMAS


22











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obra











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31 AQUARELA










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34 GRAFITE

















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Os Embaixadores



36

4 ESTUDO DE CORES













muito vivas














o preto

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plano










elucidar

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61 O SIMBOLISMO





















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apintura em si



No Renascimento






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No Psicodelismo







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FRIDA KAHLO









quanto sofria




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2012)



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ZDZISLAW BEKSINSKI






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abaixo



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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





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FRANCIS BACON











2007 p53)




(figura 70)






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humana







ideias





pinturas

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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





ago 2014





57



03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




nov 2014







58

















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10 APEcircNDICE


















Ocirema


60

MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

61


CAMALEOA






Luana Bertuleza


62

A RECOMPENSA





Elisama


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SUMAacuteRIO

Agradecimentos

Epiacutegrafe

Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

10













dimensotildees







(2009) Mikosz (2009)












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2 OBRAS
















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fazer










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30 x 21 cm 2001 60 x 40 cm 2008 2008 56 x 45 cm 2009

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APATHEA







friasquentes



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ILHAS


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CICLO VICIOSO


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TER AO SER





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DOGMAS


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31 AQUARELA










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33 ACRIacuteLICA









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34 GRAFITE

















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Os Embaixadores



36

4 ESTUDO DE CORES













muito vivas














o preto

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plano










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61 O SIMBOLISMO





















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apintura em si



No Renascimento






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No Psicodelismo







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FRIDA KAHLO









quanto sofria




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ZDZISLAW BEKSINSKI






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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





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FRANCIS BACON











2007 p53)




(figura 70)






52




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humana







ideias





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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





ago 2014





57



03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




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10 APEcircNDICE


















Ocirema


60

MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

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CAMALEOA






Luana Bertuleza


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A RECOMPENSA





Elisama


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Agradecimentos

Epiacutegrafe

Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

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dimensotildees







(2009) Mikosz (2009)












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2 OBRAS
















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fazer










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APATHEA







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ILHAS


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CICLO VICIOSO


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DOGMAS


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obra











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31 AQUARELA










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sauacutede






34 GRAFITE

















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Os Embaixadores



36

4 ESTUDO DE CORES













muito vivas














o preto

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61 O SIMBOLISMO





















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apintura em si



No Renascimento






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No Psicodelismo







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FRIDA KAHLO









quanto sofria




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ZDZISLAW BEKSINSKI






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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





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FRANCIS BACON











2007 p53)




(figura 70)






52




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humana







ideias





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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





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abr 2015




28 jun 2015




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10 APEcircNDICE


















Ocirema


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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

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CAMALEOA






Luana Bertuleza


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A RECOMPENSA





Elisama


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Epiacutegrafe

Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

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dimensotildees







(2009) Mikosz (2009)












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2 OBRAS
















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30 x 21 cm 2001 60 x 40 cm 2008 2008 56 x 45 cm 2009

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CICLO VICIOSO


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Os Embaixadores



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4 ESTUDO DE CORES













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61 O SIMBOLISMO





















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No Renascimento






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FRIDA KAHLO









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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





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FRANCIS BACON











2007 p53)




(figura 70)






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humana







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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


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10 APEcircNDICE


















Ocirema


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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

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CAMALEOA






Luana Bertuleza


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A RECOMPENSA





Elisama


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Agradecimentos

Epiacutegrafe

Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

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dimensotildees







(2009) Mikosz (2009)












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Os Embaixadores



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MARIA MOCcedilA










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A RECOMPENSA





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Resumo



2 Obras







61 O Simbolismo 40






10 Apecircndice 61

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(2009) Mikosz (2009)












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2 OBRAS
















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CICLO VICIOSO


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Os Embaixadores



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4 ESTUDO DE CORES













muito vivas














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61 O SIMBOLISMO





















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No Renascimento






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FRIDA KAHLO









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ZDZISLAW BEKSINSKI






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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





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FRANCIS BACON











2007 p53)




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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




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03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








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Ocirema


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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

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CAMALEOA






Luana Bertuleza


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A RECOMPENSA





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Os Embaixadores



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61 O SIMBOLISMO





















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No Renascimento






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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





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FRANCIS BACON











2007 p53)




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Mestres da Pintura)




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MARIA MOCcedilA










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A RECOMPENSA





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2007 p53)




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61 O SIMBOLISMO





















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No Renascimento






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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





ago 2014





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03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




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10 APEcircNDICE


















Ocirema


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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





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9 REFEREcircNCIAS








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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


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POR DOIS CORPOS





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Os Embaixadores



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Acesso em maio 2015





ago 2014





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03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




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10 APEcircNDICE


















Ocirema


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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





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Ocirema


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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

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CAMALEOA






Luana Bertuleza


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Os Embaixadores



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MARIA MOCcedilA










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Os Embaixadores



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MARIA MOCcedilA










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Os Embaixadores



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Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

61


CAMALEOA






Luana Bertuleza


62

A RECOMPENSA





Elisama


63



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No Psicodelismo







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FRIDA KAHLO









quanto sofria




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2012)



tratada












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ZDZISLAW BEKSINSKI






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abaixo



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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





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FRANCIS BACON











2007 p53)




(figura 70)






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humana







ideias





pinturas

55













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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





ago 2014





57



03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




nov 2014







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10 APEcircNDICE


















Ocirema


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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

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CAMALEOA






Luana Bertuleza


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A RECOMPENSA





Elisama


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FRIDA KAHLO









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ZDZISLAW BEKSINSKI






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EDVARD MUNCH














PINTURA 2007)





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FRANCIS BACON











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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





ago 2014





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03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


papel 30 x 20 cm 2015

POR DOIS CORPOS





Helena

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CAMALEOA






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Mestres da Pintura)




Acesso em maio 2015





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03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


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POR DOIS CORPOS





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CAMALEOA






Luana Bertuleza


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A RECOMPENSA





Elisama


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FRANCIS BACON











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9 REFEREcircNCIAS








Moderna)


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Acesso em maio 2015





ago 2014





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03 e 04 de maio de 2012 ISSN 2175-4128








abr 2015




28 jun 2015




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MARIA MOCcedilA










Thais Schmidt


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MARIA MOCcedilA










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MARIA MOCcedilA










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Luana Bertuleza


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Luana Bertuleza


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PINTURA E EXISTÊNCIA: UM PROJETO DE PESQUISAºlio... · Resistência ao mercado ... em quadrinhos e os desenhos animados japoneses, ... fui criando interesse pela reprodução de