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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 2 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 3 2.1 Ichthyophthirius multifilis ........................................................................... 3 2.2 Lernaea cyprinacea .................................................................................. 4 2.3 Myxobolus cerebralis ................................................................................ 5 2.4 Argulus sp ................................................................................................. 5 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 7 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 8

Piscicultura doenças parasitárias em peixes

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 3

2.1 Ichthyophthirius multifilis ........................................................................... 3

2.2 Lernaea cyprinacea .................................................................................. 4

2.3 Myxobolus cerebralis ................................................................................ 5

2.4 Argulus sp ................................................................................................. 5

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 7

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 8

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1. INTRODUÇÃO

Ao longo dos tempos, tem aumentado consideravelmente a importância

dos estudos relacionados com parasitos e outros patógenos de organismos

aquáticos, e isto se deve ao fato destes patógenos atacarem direta ou

indiretamente o fruto de produção da atividade de piscicultura, prática está

cada vez mais crescente em nosso país. Com isso, notou-se um aumento

considerável, por parte dos criadores, no que diz respeito à redução dos

prejuízos econômicos causados por altas taxas de mortalidade de peixes e em

reduzir perdas, tais como à incidência de enfermidades que comprometem o

desenvolvimento dos animais, o tratamento dessas enfermidades que podem a

vir acometer os mesmos e, em até em caso extremo, à mortalidade destes.

Outro fator importante que também pode vir a resultar em elevadas

taxas de doenças prejudiciais a esta pratica são as altas produções intensivas

de organismos aquáticos que visam somente os ganhos monetários sem levar

em conta as condições favoráveis para o pleno crescimento e desenvolvimento

dos animais (ROBERTS & BULLOCK, 1980).Para evitar tais acontecimentos

devem ser tomados certos cuidados no que diz respeito ao manejo dos animais

para que seja possível minimizar as perdas econômicas na criação.

Assim sendo, fatores como a má qualidade da água, a redução do

oxigênio dissolvido, as alterações bruscas de temperatura, a alta densidade

populacional de peixes, o manejo inadequado ou a nutrição desequilibrada são

fatores capazes de produzir estresse nestes animais, predispondo-os a

diferentes infecções, sejam elas bacterianas, fúngicas ou parasitárias (ROCHA,

1994).

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Na piscicultura asdoenças parasitárias cada vez mais representam as

causas mais comuns e importantes de prejuízos em criações de cativeiro

(FERRAZ, 1990). Dentre essas enfermidades, numerosas infecções são

causadas por protozoários e metazoários, sendo que estas se destacam pelos

elevados índices de mortalidade (PAVANELLI, 2002). Com base no exposto, o

presente trabalho visa explanar sobre alguns dos parasitos mais importantes

para a piscicultura brasileira, sendo eles os seguintes:

2.1Ichthyophthirius multifilis

Ectoparasitos ciliados localizados na pele e nas brânquias dos peixes de

água doce. É o agente etiológico da ictiofitiríase ou “doença dos pontos

brancos”, conhecido popularmente como “ictio”. O parasito adulto, chamado de

trofonte, está presente no tecido branquial ou na pele dos hospedeiros, este

quando atinge a maturidade, sai do hospedeiro e fica no substrato dos tanques

de cultivo, recebendo então o nome de teronte, que são as formas

infectantes,que possuem forma claviformes esão ciliadas.

Os sinais da presença deste parasito são pontos brancos na superfície

do corpo, das nadadeiras e das brânquias, além de hemorragias e pode vir a

acontecer, posteriormente, uma invasão bacteriana e fúngicas nos locais de

infecção deste parasito.Ao se notarem peixes aglomerados na entrada da água

e súbito emagrecimento, estes são os sintomas característicos da doença.

Quando ataca o tecido branquial, o parasito é responsável por

considerável perda funcional do órgão. Para que seja possível a realização do

diagnóstico, o mesmo deve ser feito através da observação macroscópica dos

pontos brancos, porem também pode ser feito observando-se o trofonte com

núcleo característico em forma de ferradura.

Para que a ictiofitiríase não se prolifere dentro do ambiente é preciso

levar em conta a qualidade da água, e evitar expor o animal a um

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estresse,principalmente oscilações térmicas bruscas (EWING. 1985;

VENTURA; PAPERNA, 1985).

2.2 Lernaea cyprinacea

Espécie que está sendo introduzida no Brasil junto com a importação de

carpas húngaras, disseminou-se no ambiente aquático brasileiro a partir das

criações destas espécies (PAVANELLI, 2002). Trata-se de um ectoparasita,

que tem a capacidade de acometer pequenos ciprinideos, causando ruptura e

necrose do epitélio das brânquias, o que pode levar o peixe parasitado à morte

(VARGAS, 2001).

A literatura de ROBERTS (1981) descreve o corpo deste crustáceo

como sendo bilateralmente simétrico, segmentado, provido de apêndices

articulados e cobertos por uma cutícula de quitina rígida ou semirrígida, além

de possuir um formato alongado, medindo mais de 1 cm de comprimento.

Citando estudos científicos realizados por BRANDÃO (2004), o macho

apresenta-se na vida livre, sendo apenas a fêmea capaz de parasitar o

hospedeiro.

As infestações por estes crustáceos são mais frequentes nos períodos

mais quentes do ano devido à facilidade de procriação do parasito. Uma vez

parasitados os peixes mostram-se apáticos, com hemorragias no corpo,

perdem o senso da direção e ficam aglomerados na superfície do local de

criação. Em alguns casos, o parasito pode atingir algum órgão e causar

infecções secundárias graves internamente no animai parasitado (SILVA-

SOUZA, 2000).

Para que a diagnose do parasito seja feita, deve-se realizar uma simples

observação destes aderidos ao corpo dos peixes, principalmente na base das

nadadeiras, próximo à cavidade ocular e na cavidade bucal. Pratica esta que

pode ser feita a olho nu, já que os parasitas adultos são relativamente grandes,

ou através de uma lupa de mão para garantir eficiência (PAVANELLI, 2002).

E o tratamento poderá ser feito com cloreto de sódio 3-5% durante 1

minuto ou com Metrifonato, embora exista serias restrições ao uso deste

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produto, além da adoção da quarentena para peixes oriundos de novos lotes

(PAVANELLI, 2002).

2.3 Myxobolus cerebralis

Parasitos encontrados formando cistos nas brânquias, nos órgãos

internos e na musculatura de peixes, estes provocam a “doença do rodopio”

que afeta a truta-arco-íris e salmões. Apresenta esporos arredondados,

providos de duas cápsulas polares alongadas (KENT, 2001).

Em cada um desses hospedeiros encontram-se esporos com

características diferentes. O local de desenvolvimento dos esporos é a

cartilagem do hospedeiro, com preferência pelos alevinos, existindo destruição

do tecido, que é responsável pela característica principal da doença

(THOMPSON, 2002).

Estes parasitos podem se localizar na zona posterior da vértebra,

causando assim uma pressão muito grande sobre os nervos que controlam as

células pigmentares da zona da cauda, o que faz com que esta adquira uma

intensa coloração escura, e também se são encontrados alojados próximo da

cápsula auditiva dos hospedeiros o que ocasiona em distúrbios natatórios

característicos (PAVANELLI, 2002).

A principal forma pela qual ocorre a disseminação é a transferência

artificial de peixes sem os cuidados necessários. Fato este que leva a não

existência de um tratamento eficaz deste parasito, por isso para evitar o

surgimento/proliferação do mesmo são de suma importância os métodos

profiláticos, principalmente a quarentena dos alevinos, devido a que muitos

peixes são portadores assintomáticos (EIRAS, 1994; PAVANELLI, 2002).

2.4 Argulus sp

São ectoparasitos responsáveis por grandes prejuízos nas pisciculturas,

conhecidos como “piolhos de peixe”. Apresentam uma carapaça ovóide ou

foliácea, e o formato achatado como característica morfológica. Quando no

hospedeiro encontram-se alojados na superfície do corpo, das nadadeiras e

das brânquias.

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Estes parasitos são capazes de mudar de hospedeiro, podendo ficar

livres por um longo período na coluna de água, facilitando assim sua

disseminação. Suas poderosas mandíbulas, equipadas com estilete usado para

perfuração são os mecanismos que conferem a este sua ação patogênica.

Ao se alimentarem estes introduzem seu estilete no tegumento dos

hospedeiros e inoculam enzimas digestivas que, além de serem tóxicas, têm

ação destruidora de tecidos, o que vem a provocar ulcerações nos peixes,

devido a isso hemorragias ocorrem com frequência nos hospedeiros, e estas

podem evoluir para lesões de maior tamanho ocasionando até mesmo a morte

do animal (EIRAS, 1994; MARTINS, 1998; PAVANELLI, 2002).

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos principais fatores para a disseminação de parasitos na

piscicultura é a introdução de peixes já infectados aos tanques de realização da

atividade, além disso,outraquestão muito importante a ser observada é a água

utilizada tanto no transporte de alevinos quanto no desenvolvimento da

atividade em si, que se não for controlada rigorosamente pode conter larvas de

parasitos.

Falta de conhecimento, por parte dos produtores, das corretas técnicas

de manejo e sanidade é outro fator importante que também pode vir a

ocasionar em doenças quando não observados os tratos necessários para

cada fase do animal envolvido na atividade, porem este pequeno entrave pode

ser facilmente corrigido aplicando-se a operacionalização do programa de

educação sanitária em aquicultura, que visa auxiliar/ensinar as técnicas

necessárias para o correto manejo dos animais.

Faz-se muito importante o estabelecimento de um controle periódico da

qualidade de agua utilizada nos tanques, bem como o controle fitossanitário

dos animais alvo desta atividade. Este controle deve ser realizado por meio de

exames de amostras da água utilizada na piscicultura, o que irá possibilitar a

identificação precoce de uma possível contaminação do tanque por agentes

patogênicos, favorecendo assim o controle de relevantes enfermidades que

podem vir a afetar à criação de peixes e causar prejuízos econômicos a prática.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Almeida, Porto, 339p., 1994.

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310, 1985.

FERRAZ, E.; THATCHER, V.E. Camallanus acaudatus sp. n. (Nematoda:

Camallanidae) é uma descrição do macho de Camallanus tridentatus (D.,

1884) parasitas de peixes da Amazônia brasileira. Amazoniana, v. 11, n. 1-

2, p. 135-145, 1990.

KENT, M.L.; ANDREE, K.B.; BARTHOLOMEW, J.L.; ELMATBOULI, M.;

DESSER, S.S.; DEVLIN, R.H.; FEIST, S.W.; HEDRICK, R.P.; HOFFMANN,

R.W.; KHATTRA, J.; S.L. HALLETT; LESTER, R.J.G.; LONGSHAW, M.;

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395–413, 2001.

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PAVANELLI, G.C.; J.C. EIRAS; R.M. TAKEMOTO. Doenças de peixes.

Profilaxia, diagnóstico e tratamento. Editora Universidade Estadual de

Maringá, 305p. 2002.

ROCHA, R.C.G.A., CECCARELLI, P. S., SANTOS NETO, J. C. Eficácia de

Diferentes Produtos Químicos no Controle de Ichthyophthirius multifilis

(Fouquet, 1876), em Alevinos de Pacu Piaractus mesopotamicus

(Holmberg, 1887). Boletim Técnico do CEPTA, Pirassununga, SP. v.7, n.1, p.1

- 8, 1994.

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(Osteichthyes, Anostomidae). Revista Brasileira de Biologia, v. 60, n. 2, p.

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VENTURA, M.T.; I. PAPERNA. Histopathology of Ichthyophthirius multifilis

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