Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
LEDIAN BARBARO BEQUER BLANCO
PLANEJAMENTO DE AÇÃO PARA PREVENCÃO CONTRA
EPIDEMIAS DA VARICELA
MARABÁ / PARÁ
2018
LEDIAN BARBARO BEQUER BLANCO
PLANEJAMENTO DE AÇÃO PARA PREVENCÃO CONTRA
EPIDEMIAS DA VARICELA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do Pará, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientadora: Professora Drª Margarete Feio Boulhosa
Marabá / Pará
2018
LEDIAN BARBARO BEQUER BLANCO
PLANEJAMENTO DE AÇÃO PARA PREVENCÃO CONTRA EPIDEMIAS DA VARICELA
Banca examinadora Professora Drª Margarete Feio Boulhosa - UEPA Professora Drª Marina maria Guimarães Borges – UFPA Aprovado em Marabá, em14 de dezembro de 2018.
DEDICATÓRIA
Este trabalho aos meus pais, ao meu irmão e a
minha namorada pelo incentivo е apoio constante.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela forca e direcionamento. Agradeço aos meus pais, irmão e minha namorada pelo
amor, incentivo e apoio incondicional.
Agradeço aos meus amigos que torceram por mim. Agradeço à minha equipe da ESF que me ajudou muito
na coleta de dados e dispôs tempo para que esse
trabalho desse certo.
Agradeço а minha orientadora pela disposição em me
ajudar a concluir este trabalho.
RESUMO
A varicela (catapora) é uma doença viral aguda e generalizada, cosmopolita, altamente contagiosa, causada pelo vírus da varicela zoster, da família dos herpesvírus; é um vírus exclusivamente humano, sendo o homem o único reservatório e fonte de infecção, de início súbito, com febre moderada, sintomas gerais mínimos e erupção cutânea maculopapular. O objetivo deste trabalho é criar uma estratégia de intervenção com caráter de urgência para os usuários da Estratégia Saúde da Família Cascalheira, na intenção de diminuir a dissipação da varicela na população na área abrangida por seu alto poder epidêmico. Como metodologia foi utilizado o Planejamento Estratégico Situacional, documentos do Ministério da Saúde, além da busca bibliográfica de periódicos indexados na Biblioteca Virtual em Saúde com os descritores Varicela, vigilância em saúde, prevenção secundária. Com o projeto de intervenção foram realizadas notificações para um melhor controle e prevenção de surto da varicela com a mobilização de diferentes setores populacionais. Espera-se a partir deste projeto implementar ações de saúde na comunidade para que contribuam com redução da disseminação da varicela. No entanto, por seu alto poder epidêmico requer ser abordada na atenção primaria para seu controle e prevenção.
Palavras-chave: Varicela. Estratégia de intervenção. Ações de saúde. Prevenção secundária.
ABSTRACT
Varicella (chickenpox) is a highly contagious, cosmopolitan, acute viral disease caused by the varicella zoster virus of the herpesvirus family; is a human exclusively virus, with man being the only reservoir and source of infection, of sudden onset, with moderate fever, minimal general symptoms and maculopapular rash. The objective of this work is to create a strategy of intervention with an urgent character for the users of the Health Strategy of the Cascalheira Family, in an attempt to reduce the dissipation of varicella in the population due to its high epidemic power. As a methodology was used the Situational Strategic Planning, documents of the Ministry of Health, in addition to the bibliographical search of indexed journals in the Virtual Health Library with the descriptors Varicella, health surveillance, secondary prevention. With the intervention project, notifications were made for a better control and prevention of varicella outbreak with the mobilization of different population sectors. It is hoped from this project to implement health actions in the community to contribute to reducing the spread of chickenpox. However, because of its high epidemic power, it needs to be addressed in primary care for its control and prevention. Keywords: Varicella. Intervention strategy. Health actions. Secondary prevention.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ESF
Estratégia Saúde da Família
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PA
ESF
Pará
Estratégia de Saúde da Família
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 População total, por gênero, de Rio Maria /PA 12
Figura 1 Localização geográfica do município de Rio Maria 13
Quadro 2 Classificação de prioridade para os problemas identificados no
diagnóstico da comunidade adstrita à equipe de Saúde , Unidade
Básica de Saúde Cascalheira, município de Rio Maria, estado de PA
16
Quadro 3 Descritores do problema priorizado 23
Quadro 4 Operações sobre o nó crítico “falta de intervenção adequada na
equipe medica” da Equipe de Saúde da Família Cascalheira, do
município Rio Maria/PA
24
Quadro 5 Operações sobre o nó crítico “ausência de estratégias no combate
de epidemias”, da Equipe de Saúde da Família Cascalheira, do
município Rio Maria/PA
25
Quadro 6
Quadro 7
Operações sobre o nó crítico “não prevenção por vacina”, na
população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família
Cascalheira, do município Rio Maria/PA
Operações sobre o nó crítico “falta de informação para a população
das complicações da doença”, na população sob responsabilidade
da Equipe de Saúde da Família Cascalheira, do município Rio
Maria/PA
26
27
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................11
2 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................18
3 OBJETIVOS ................................................................................................................19
4 METODOLOGIA........................................................................................................20
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................21
6 PLANO DE INTERVENÇÃO...................................................................................23
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................29
REFERÊNCIAS.............................................................................................................
1- INTRODUÇÃO
1.1 Aspectos Gerais do município de Rio Maria.
O município de Rio Maria é uma cidade com 17.721 habitantes conforme
estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o ano 2017 (IBGE,
2017). Está inserida na região norte do Brasil, distante 691 km em linha reta da
capital do Estado.
Quadro 1 – População total, por gênero, Rio Maria/PA
% do Total (2017) População (2017)
População % do Total
População total 17.721 100,00
Homens 9.173 51,76
Mulheres 8.548 48,24
Fonte: Atlas Brasil, 2017.
Os dados do Quadro 1 mostram que a população masculina era um pouco maior do
que a feminina.
O município de Rio Maria foi criado através da Lei nº 5.028, de 13 de maio de
1982, sancionada pelo então governador Alacid Nunes, desmembrado do município
de Conceição do Araguaia, com sede no antigo distrito de Rio Maria, que passou à
categoria de cidade, com a mesma denominação. É constituído somente pelo
distrito-sede de Rio Maria. Na figura 1 está apresentada a localização geográfica do
município de Rio Maria.
Figura 1 – Localização geográfica do município de Rio Maria.
Fonte: Atlas Brasil, 2013.
O município de Rio Maria pertence à Mesorregião Sudeste Paraense e à
Microrregião Redenção. A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas
geográficas: 07º 18'45" de latitude Sul e 50º 02' 00" de longitude a Oeste de
Greenwich.
1.2- Aspectos da Comunidade
A economia do município é voltada para a pecuária de corte, possui o
frigorífico de Rio Maria, exportador, que gera 300 empregos diretos e 200 indiretos;
além da pecuária outras fontes de geração de empregos é a agricultura, a
mineração de onde se extrai o ouro e o comercio também é bastante dinâmico. A
administração do município esteve por oito anos com um só administrador passando
agora para o seu sucessor, a prefeitura rende também vários empregos, tendo sua
grande parcela na economia da cidade.
A cidade tem a tradicional festa da pecuária que basicamente apresenta uma
feira agropecuária, onde vários comerciantes montam seus stands e expõe seus
produtos, regados a shows tanto a nível nacional como também cantores regionais,
o que movimenta bastante a economia do município, e gera vários empregos
temporários.
1.3- O sistema municipal de saúde
O sistema municipal de saúde de Rio Maria é composto pelos seguintes níveis
de atenção:
Atenção Primária: há 14 anos o município adotou a Estratégia Saúde da
Família (ESF) para a reorganização da Atenção Básica. Hoje, esta é
composta por seis equipes de saúde da família e três pontos de apoio às
zonas rurais.
Atenção Especializada: é ofertada na policlínica da cidade, porém contando
com poucas especialidades, como ginecologia-obstetrícia, cirurgia geral,
pediatria e clínico geral. As demais especialidades são encaminhadas para
os municípios vizinhos como Xinguara, Redenção, e Conceição do
Araguaia.
Atenção Hospitalar: possui um hospital que pertence à iniciativa pública e
capta a maioria da demanda do próprio município, com estrutura para
internação apenas para casos de baixa e média complexidade.
Apoio Diagnóstico: na área de diagnóstico por imagem de média e alta
complexidade como tomografia computadorizada, ressonância nuclear
magnética, duplex scan de membros inferiores, entre outros, são
encaminhados para cidades vizinhas.
Assistência Farmacêutica: conta com o programa “Farmácia de Todos” do
Governo do Pará, por meio da Secretaria de Rio Maria (SES-RM), criado
para garantir a Assistência Farmacêutica em Rio Maria. Por meio dele os
medicamentos do SUS chegam aos riomarienses.
Consórcio de Saúde: há o consórcio de saúde intermunicipal da região de
Redenção. O Consórcio Intermunicipal de Saúde é uma associação entre
onze municípios, visando assegurar ações e serviços de saúde à população,
que sozinhos seria difícil de oferecerem aos seus moradores.
O Conselho Municipal de Saúde possui como componentes usuários e
profissionais do sistema público de saúde, além de representantes do governo
local. Possuem reuniões regulares, toda última segunda-feira do mês.
14-A Equipe de Saúde da Família Cascalheira, seu território e sua população
Cascalheira de Rio Maria é um distrito de cerca de 5.450 habitantes.
Dividida em seis microáreas, contando com uma equipe composta por um
médico, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, uma recepcionista, uma
dentista, uma auxiliar de saúde bucal e seis agentes comunitárias de saúde.
A população da Cascalheira de Rio Maria hoje vive basicamente da
pecuária de corte e a mineralização. A estrutura de saneamento básico, quanto a
esgotamento sanitário, a maioria da população (53%) conta com a rede pública
de esgoto, 32% o destino é a céu aberto e 15% conta com a fossa séptica,
sendo estas duas últimas porcentagens responsáveis pela zona rural, uma vez
que a zona urbana conta 100% com o sistema público de destino dos dejetos.
Em relação ao destino do lixo, 62 % são coletados pela rede pública, 31%
é enterrado ou queimado e 7% despejado a céu aberto, da mesma forma que o
esgotamento sanitário o destino do lixo na zona urbana é 100% coletado, ficando
os demais destinos para a zona rural que a única solução encontrada pela
população e a queima que reduz o lixo para ser enterrado. O abastecimento de
água se equilibra entre a rede pública e poço ou nascente, sendo estes dois
últimos uma forte realidade da população rural.
1.4 – A Unidade Básica de Saúde Cascalheira
A unidade de saúde da Equipe Cascalheira de Rio Maria foi inaugurada há
cerca de 30 anos, porém ainda não como ESF. Durante vinte anos a unidade
situava na rua principal, no centro do distrito, era uma casa alugada adaptada
para ser um ponto de apoio à saúde, no entanto, há dez anos fizeram uma
construção totalmente voltada para ser uma Unidade de Saúde da Família, com
ótimo aproveitamento do espaço físico. O que gera certa insatisfação de
usuários e profissionais de saúde é a grande procura pelo atendimento médico
de demanda espontânea, dificultando a organização da agenda.
Na UBS é possível marcar consultas para a área de Clínica Geral. Além
disso, as unidades também estão preparadas para fornecer cuidados
relacionados a Odontologia e Enfermagem.
Em paralelo à prevenção de doenças, uma Unidade Básica de Saúde atua em
outras frentes primordiais para proteger a saúde dos cidadãos, como fornecer
diagnóstico preciso e oferecer tratamento e reabilitação adequados aos
pacientes.
1.5 A Equipe de Saúde da Família Cascalheira
A equipe de saúde da família da ESF Cascalheira, localizada em Av.10,
Cascalheira - Rio Maria bairro Cascalheira, cidade de Rio Maria no Estado de
PA. Todo cidadão brasileiro tem direito a atendimento gratuito e integral das
UBS. Organiza a agenda por turno, sendo reservada no turno da manhã 65% da
agenda para demanda programada e 35% para demanda espontânea. À tarde,
75% da agenda correspondem à demanda programada e os 25% restantes à
demanda espontânea, sem haver uma classificação de risco.
1.6- Funcionamento da Unidade de Saúde da Família
O Funcionamento atendimento dos serviços de saúde esta organizado por
atenção as famílias em atenção organizacional pelos programas de saúde pelo
turno da manhã 65% da agenda para demanda programada e 35% para
demanda espontânea. À tarde, 75% da agenda correspondem à demanda
programada e os 25% restantes à demanda espontânea, sem haver uma
classificação de risco. Sendo assim as segunda-feira os atendimentos são
voltados as consultas espontâneas, as terça-feira voltadas a hiperDia, as quartas
consultas de pré-natal, as quinta-feira puericulturas e as sexta-feira são
realizadas as visitas domiciliar.
1.7 O dia a dia da Equipe de Saúde da Família Cascalheira
A atenção básica se descreve por meio de um conjunto de ações de saúde de modo
individual e coletivo, baseada na promoção de saúde e prevenção de agravos além
do diagnostico, tratamento e reabilitação de doenças, buscando a manutenção de
saúde da população.
O dia a dia da equipe e desenvolvido por meio do exercício de práticas de cuidado
gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho a equipe voltadas a
população por meio das demandas e necessidades de saúde de maior frequência e
relevância no território, segundo critérios de riscos e vulnerabilidade, dessa forma a
população que busca a UBS são acolhidos na recepção onde encaminhados para a
consulta com o médico ou enfermeiro segundo o estado do paciente que passa
primeiro pela triagem para ai então chegar a consulta. Em casos dos pacientes que
não tem condições de se locomover a UBS, através dos Agentes comunitários de
saúde que fazem as visitas domiciliares, são agendadas as consultas e visitados por
toda equipe em seus domicílios.
1.8-Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade
Os principais problemas encontrados na área de abrangência da ESF são:
pouca atuação exercida pela equipe de saúde diante epidemias da doença, não
abordando a prevenção, promoção e recuperação em saúde; alta incidência de
Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus elevando o risco cardiovascular; na área em
vigilância epidemiológica há atraso em intervir nos casos de surto; pouco
reconhecimento dos pacientes ao grupo Hiperdia.
1.2 Priorização dos problemas
Quadro 2. Priorização dos problemas identificados na comunidade na área de
abrangência da ESF, Rio Maria/PA.
Problemas Importância* Urgência** Capacidade de
enfrentamento***
Seleção/
Priorização****
Atraso em intervir na
dissipação
Alta 10 Parcial 1
Pouca atuação frente
epidemias
Alta 8 Parcial 1
Alto índice de Hipertensão
e Diabetes Mellitus
Alta 7 Parcial 2
Pouco reconhecimento Alta 5 Parcial 3
** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30
***Total, parcial ou fora
Fonte: Autoria própria (2017)
No período em que ocorreu o surto de varicela, entre os meses de setembro e
dezembro de 2017 na população de abrangência da ESF Cascalheira a equipe não
estava pronta pra prevenir e combater a doença por este motivo e importante
trabalhar neste problema pois pode trazer consequências na saúde da população,
foi a época em que faltava um planejamento adequado de prevenção que pudesse
combater a disseminação da doença, havendo um número elevado de casos,
principalmente por não ser abordada na forma adequada as estratégias de
promoção e prevenção de saúde, dando preferência aos casos com mais
necessidade de atendimento imediato.
Contudo é de grande importância elaborar um planejamento e colocá-lo em
prática com medidas adequadas de proteção, isolamento, uso de antivirais e
imunoglobulinas para controlar e evitar o aumento do número de casos por esta
doença assim se precavendo de uma epidemia.
2- JUSTIFICATIVA
É de suma importância relevar sobre o tema pois a varicela é uma doença
altamente contagiosa que trouxe com o surto no ano de 2017 complicações graves,
despesas, ausência ao trabalho e escolas, na população afetada, aumento de
atendimentos nos postos de saúde, por estas razões é fundamental dar atenção ao
tema proposto e construir um plano de intervenção que vise estratégias contra
epidemias futuras da varicela, sendo a principal medida de prevenção a vacina, isso
devido ao surto ocorrido de setembro a dezembro no ano de 2017 em nossa área de
abrangência, podendo assim evitar que futuramente ocorra novas epidemias.
Em 2013 o Ministério da Saúde introduziu a vacina tetravalente viral, que
protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). Tendo assim a
equipe o conhecimento necessário para prevenir que ocorra novos casos na
população. No caso de surgir alguma manifestação do vírus a mesma, saber
combater a varicela e amenizar o número de casos atingidos por esta doença.
Com isto o presente trabalho e definido pela equipe de UBS ter se proposto
planejar ações de prevenção que tem por finalidade ajudar a evitar epidemias
futuras e se ocorrer casos estar preparada para que de modo rápido atue no
combate de acontecimentos infecciosos.
3- OBJETIVOS Objetivo geral:
Construir um planejamento de intervenção para Equipe de Saúde com a
intenção de prevenir e combater as manifestações da doença varicela na população.
Objetivos específicos:
Obter ações necessárias para a equipe no combate da doença varicela.
Possuir estratégias de prevenção contra o vírus.
Atuar com precisão nas manifestações ocorridas frente a epidemias.
Ter a vacina da tríplice viral disponível para toda população.
4- METODOLOGIA
A metodologia do trabalho foi realizada através de um estudo aprofundado na
leitura e anotações feitas através de artigos, livros, dados da secretaria de saúde.
Segundo as pesquisas na comunidade dos casos clínicos ocorridos, foi possível
obter dados que estão apresentados nos quadros citados no trabalho. Onde foi
observado e descrito pela situação real epidemiológica da varicela na comunidade
da nossa área que foi abrangida, com isto contribuiu na realização de um
planejamento que pudesse prevenir futuras epidemias, combater e reduzir o índice
de infestação da doença na comunidade.
Foi realizada buscas de informações em diferentes bibliografias para a equipe
obter um maior conhecimento, onde assim pudesse enfrentar com eficiência as
manifestações da varicela para poder com isto reduzir o impacto da doença na
sociedade daquele local.
Visto a realidade da situação e após ter obtido as informações para o
conhecimento buscado a equipe teve condições de traçar planos de ações com
objetivos de possuir estratégias que reduzissem os impactos desta epidemia.
5- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A varicela (catapora) é uma doença viral aguda e generalizada, cosmopolita,
altamente contagiosa, causada pelo vírus da varicela zoster, da família dos
herpesvírus; é um vírus exclusivamente humano, sendo o homem o único
reservatório e fonte de infecção, de início súbito, com febre moderada, sintomas
gerais mínimos e erupção cutânea maculopapular. (ALBAVERA ; RODRIGUEZ
2003-2007).
A varicela e por geral adquirida por secreções respiratórias em suspenção no
ar desde um hospedeiro infectado. A natureza altamente contagiosa do vírus da
varicela explica as epidemias. (FIOCRUZ 2014)
De modo geral a varicela pode ser diagnosticada por seu estado clinico típico,
sem nenhuma analise. A erupção vesiculoeritematosas muito pruriginosas e a
manifestação principal para estabelecer seu diagnóstico. (REDACAO 2017)
A principal forma de prevenir a varicela e pela vacinação contra a doença.
Mas a melhor forma de prevenção e evitar o contato com pessoas que estejam com
a doença, pois existe a possibilidade da transmissão. (REDACAO 2017)
A varicela (catapora) é uma doença viral aguda e generalizada, cosmopolita,
altamente contagiosa, causada pelo vírus da varicela zoster, da família dos
herpesvírus; é um vírus exclusivamente humano que afeta principalmente crianças
de um a quinze anos, sendo o homem o único reservatório e fonte de infecção, de
início súbito, com febre moderada, sintomas gerais mínimos e erupção cutânea
maculopapular. A transmissão ocorre por meio do contato pessoal direto ou pelo ar,
dificilmente pelo contato com lesões de pele. Por isso, alguns cuidados são
recomendados para evitar surtos da doença (ALBAVERA, 2003-2007)
A varicela é doença de notificação compulsória no Brasil e no Pará. Casos
suspeitos e surtos em ambientes restritos como creches, escolas e hospitais devem
ser devidamente notificados e registrados no Boletim de Notificação de Surtos do
SINANNET devido a serias complicações da varicela, sobretudo em pessoas
imunocomprometidas (SBlm 2017)
1.3 Breves informações sobre a doença
Em Rio Maria, na comunidade de ESF de Cascalheira ocorreu um surto de
varicela no período entre setembro e dezembro de 2017 causando gastos para o
sistema de saúde, ausência na escola e trabalho.
O tratamento da varicela é geralmente sintomático, principalmente com o uso
de cremes ou loções que secam, desinfetam e aliviam as lesões da varicela.
Também pode se utilizar anti-histamínicos contra a coceira e paracetamol contra dor
e febre.(GRUFFAT 2017).
Deve ser evitado o uso de aspirina (ácido acetilsalicílico), cujo o uso para a
varicela se associa a síndrome de Reye. (PARIS 2016).Normalmente a catapora tem
um curso benigno, fácil de resolver, sendo preciso somente controlar os sintomas
para a pessoa se sentir melhor. No entanto, em casos raros, podem surgir sequelas
como: Problemas pulmonares, como pneumonia/ insuficiência respiratória,
diminuição do número de plaquetas, podendo surgir púrpura, paralisia e dificuldade
em movimentar os membros, problemas nos olhos, como infecções recorrentes,
mais rara, encefalite.( BELTRAME 2018)
Devido os casos ocorridos da varicela na comunidade abrangida a equipe se
propôs apresentar uma proposta de intervenção para o combate de epidemias e
prevenção da doença na população da Estratégia de Saúde da Família em
Cascalheira, Rio Maria.
6- PLANO DE INTERVENÇÃO A proposta refere-se em um plano que possa intervir com precisão no combate de
epidemias e na prevenção da doença.
6.1 Descrição do problema selecionado
Para descrição do problema priorizado, a equipe da ESF utilizou dados que
foram produzidos por ela mesma de notificações individuais de casos confirmados
clinicamente através de pacientes com erupção papulovesicular generalizada de
início agudo e sem outras causas aparentes. Além de casos confirmados por
laboratório através de isolamento do vírus da varicela ou aumento de quatro vezes
no nível de imunoglobulina IgG, medida por qualquer prova sanguínea habitual e
indicadores de surtos de varicela notificados e investigados no Brasil (aumento do
número de casos em comunidades fechadas como instituições educativas, cárceres
ou localidade).
Para facilitar o processo de descrição, a Equipe de Saúde de Cascalheira,
utilizou as informações dadas a seguir:
Quadro 3: Descritores do problema priorizado. 2017
Descritores Quantidades relevantes Fontes
Casos suspeitos 76 Registro da equipe
Casos confirmados clinicamente 53 Registro da equipe
Casos confirmados por exames
laboratoriais
7 Registro da equipe
Casos de surtos notificados no
Brasil(2000 a 2013)
7113 Registro pela
família SBIm
6.2 Explicação do problema selecionado
Pode-se explicar o problema a partir do analise da origem dele e suas
complicações. A doença pode causar custos na saúde, investimento que poderia ser
utilizado na sua prevenção, assim além de poupar vidas, representa menos gastos
com tratamento e internações.Embora considerada uma doença típica da infância e
havendo vacina para preveni-la, a doença não faz parte do calendário oficial de
vacinação do Ministério de saúde, a qual poderia evitar epidemias e complicações
na sociedade por esta doença
6.5 Seleção dos nós críticos
A Equipe Cascalheira selecionou como “nós críticos” situações de relação
com o problema referente no qual a equipe poderia intervir com ações mais precisas
onde causaria redução de complicações do problema. A seguir analisemos quais são
os problemas considerados “nós críticos” pela Equipe:
-Falta de intervenção adequada da equipe medica;
-Ausência de estratégias no combate de epidemias;
-Não prevenção por vacinação;
- Falta de informação para a população das complicações da doença;
6.6 Desenho das operações
Fonte: Autoria própria (2017)
Quadro 4 – Operações sobre o nó crítico “ Falta de intervenção adequada na equipe medica” da Equipe de Saúde da Família Cascalheira, do município Rio Maria, estado do Pará.
Nó crítico 1 Falta de intervenção adequada na equipe medica
Operação (operações) Planejamento preciso para equipe
Projeto Resposta ativa
Resultados esperados Agia intervenção
Produtos esperados Evitar números de casos pela doença.
Recursos necessários Cognitivo: preparação da equipe.
Político: intervenção de diferentes setores. Financeiro: recursos precisos de informações.
Organizacional: compromisso da equipe.
Recursos críticos Cognitivo: capacitação da equipe. Político: alcançar o conhecimento geral nos diferentes setores. Financeiro: recursos informativos.Organizacional: compromisso da equipe para ações necessárias.
Controle dos recursos críticos
Equipe de saúde. Setores populacionais.
Ações estratégicas Intervir com o projeto que previna e combata a doença.
Prazo Início e término em uma semana
Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações
Equipe médica.
Fonte: Autoria própria (2017)
Quadro 5 – Operações sobre o nó crítico “ Ausência de estratégias no combate
de epidemias”, da Equipe de Saúde da Família Cascalheira, do município Rio
Maria, estado do Pará.
Nó crítico 2 Ausência de estratégias no combate de epidemias
Operação
(operações)
Ações de controle e prevenção da doença
Projeto Atuar +
Resultados
esperados
Maior controle e prevenção da doença na população
diminuindo a incidência de casos.
Produtos
esperados
Aplicação de práticas no combate.
Recursos
necessários
Cognitivo: elaboração de estratégias intervencionistas
eficazes.
Financeiros: fontes de estudos para criação de estratégias.
Organizacional: mobilização da equipe.
Recursos críticos Cognitivo: estratégia intervencionista eficaz.
Político: compromisso Intersetorial.
Organizacional: mobilização da equipe.
Controle dos recursos críticos
Equipe de saúde da família e gestores.
Ações estratégicas
Ações sociais como palestra educativa, pesquisas de casos sintomáticos.
Prazo Duas semanas
Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações
Equipe de saúde.
Fonte: Autoria própria (2017)
Quadro 6 – Operações sobre o nó crítico “ Não prevenção por vacinação” , na
população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Cascalheira,
do município Rio Maria, estado do Pará.
Nó crítico 3 Não prevenção por vacinação
Operação
(operações)
Estabelecer acesso da vacinação para população.
Projeto Prevenção
Resultados
esperados
Imunização completa da população.
Produtos
esperados
Acesso direto a vacina .
Recursos
necessários
Financeiros: aquisição para vacina.
Político: implantação da vacina no esquema de vacinação por
gestores.
Organizacional: articulação populacional.
Recursos críticos Financeiros: aquisição de mais vacinas e materiais.
Político: incorporação da vacina por gestores.
Organizacional: associação Intersetorial.
Controle dos recursos críticos
Ministério de Saúde. Gestores da saúde.
Ações estratégicas
Campanha de vacinação.
Prazo Um mês.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações
Gestores de saúde.
Pessoal da vacinação.
Fonte: Autoria própria (2017)
Quadro 7 – Operações sobre o nó crítico “ Falta de informação para a
população das complicações da doença”, na população sob responsabilidade
da Equipe de Saúde da Família Cascalheira, do município Rio Maria, estado do
Pará.
Nó crítico 4 Falta de informação para a população das complicações da doença
Operação
(operações)
Maior publicidade de informações.
Projeto Entender
Resultados
esperados
Conhecimento geral.
Produtos
esperados
Panfletos informativos.
Palestras educativas.
Recursos
necessários
Cognitivo: elaboração de informativos
Organizacional: associação Intersetorial.
Financeiro: recursos para rede de informações.
Recursos críticos Cognitivo: eficácia de assimilar as informações. Organizacional: associação Intersetorial. Financeiro: aquisição de materiais.
Controle dos recursos críticos
Secretaria de educação. Equipe de saúde
Ações estratégicas
Planejamento de informações claras para entendimento da população.
Prazo Um mês.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das operações
Locutores.
Professores.
Gestores.
7- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como a varicela é uma doença de um elevado nível epidêmico, decidir
apresentar uma proposta de um planejamento que possa intervir no combate da
doença onde vise estratégias de caráter preventivo contra epidemias, com objetivo
de reduzir o número de casos prevenindo e combatendo a doença na população da
Estratégia de saúde da família Cascalheira.
Além disto este projeto de intervenção possui recomendação de trabalho e
uma estratégia dirigida a modificar o impacto das epidemias desta doença que afeta
cada vez um maior número de pessoas e gera altos custos econômicos, também
tem por finalidade apoiar as estratégias de atenção primaria de saúde, fomentando a
realização por parte de todos os profissionais de saúde de ações de prevenção e
promoção, dirigidas a aumentar os níveis de conhecimento da população.
REFERENCIAS
Família SBIm. Catapora. VSN; OMS Atualizada em 15 agosto 2017. disponível em: https://familia.sbim.org.br/doencas/84-catapora-varicela
ALBAVERA, Cidronio, RODRIGUEZ, Jorge Martín. Epidemiological situation of
chickenpox in Pradera municipality. Valle del Cauca, Colombia 2003-2007 p.55 Acesso
disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-
55522010000100007
FIOCRUZ. Sintomas, transmissão e prevenção. Manguinhos, Rio de Janeiro 2014
disponível em : https://www.bio.fiocruz.br/index.php/varicela-sintomas-transmissao-e-
prevencao
REDACAO CR Catapora: sintomas, tratamento, vacina, remédios, contágio e mais.
Minutosaudavel. 29/06/2017 disponível em : https://minutosaudavel.com.br/catapora-
sintomas-tratamento-vacina-remedios-contagio-e-mais/
GRUFFAT, Xavier. Viver com boa saúde mais tempo. Criasaúde. São Paulo. v.7. n 2261,
dez. 2017 disponível em : https://www.criasaude.com.br/N2261/doencas/varicela.html
PARIS, Eva. La grave reacción que el ibuprofeno podría haber causado a un niño con
varicela .Bebés y más. España, abr. 2016 disponível em :
https://www.bebesymas.com/salud-infantil/la-grave-reaccion-que-el-ibuprofeno-podria-
haber-causado-a-un-nino-con-varicela
BELTRAME, Beatriz. Sequelas e Complicações da Catapora. Tua Saúde. Paraná Março
2018 disponível em : https://www.tuasaude.com/sequelas-da-catapora/
Hospital for Sick Children. Chickenpox (Varicella). Canada 16 Dez 2009. disponível em: https://www.aboutkidshealth.ca/Article?contentid=760&language=Portuguese
RIO MARIA. Prefeitura Municipal de Rio Maria Boletim de Vigilância em Saúde. Rio
Maria, ano v. 3 ed. 2015.
BRASIL. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, Coordenação de Imunização e
Vigilância de Doenças Imunopreviníveis. Diretoria de Vigilância Epidemiológica – Bahia,
2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância
epidemiológica– Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância Epidemiológica. – 7. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009.
CARTINEIRAS, T.M.P.; PEDRO, L. F, G.; MARTINS, F.S.V. Cives: Centro de Informação
em Saúde para Viajantes. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em<
http://www.cives.ufrj.br/informacao/varicela/var-iv.html>.Acesso em: 2 setembro 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE - Censo
Populacional 2013. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 27 jun. 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE Cidades@. 2016.
Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php>.
PARÁ. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenação de Doenças e Agravos Transmissíveis.
Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Protocolo de Varicela. Pará, 2011.
SOCIEDADE DE INFECCIOLOGIA PEDIÁTRICA / SOCIEDADE PORTUGUESA DE
PEDIATRIA - S.I.P./S.P.P. Recomendações para a vacinação contra a varicela, 2009
