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SECRETARIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNCIA SOCIAL - SEDAS GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO, PROJETOS E CAPACITAÇÃO Av. Cruz Cabugá, 665 – Santo Amaro – Recife/PE CEP 50.040.00 – FONE: 3183 3045 / 3051 Planejamento na Área da Assistência Social TEXTO 1 – PLANEJAMENTO: APROXIMAÇÃO CONCEITUAL O planejamento é uma característica inerente à atividade humana. A mais simples tarefa de sair diariamente para o trabalho exige desde a divisão do tempo entre as rotinas domésticas, de higiene pessoal, alimentação e escola dos filhos até a opção pelo meio de transporte a ser utilizado, a definição do trajeto e previsão de possíveis imprevistos com o trânsito. A organização do dia-após-dia é comum a todo tipo de pessoas. Sejam agricultores, donas de casa, viajantes ou gente que adota modelos mais alternativos de vida. O hábito dos dias e o percorrer do calendário, que pode parecer condição automática, exige do ser humano um complexo exercício de premeditação, de organização prévia, de controle e distribuição dos recursos disponíveis. O vivente do cotidiano é sim um gerenciador de tarefas, de tempo, de recursos, de riscos e imprevistos. É especialmente o gestor de objetivos e ambições mais particulares. O movimento do dia a dia não acontece sem propósito. Cada qual, independente da ordem de grandeza, decide sobre o seu pódio de chegada, a sua meta pessoal e as suas próprias estratégias. Portanto, ao discutir os conceitos e metodologias de planejamento, deve-se considerar inicialmente que esse é um tema com o qual todos já têm afinidade. O planejamento no ambiente organizacional ou na implementação de políticas públicas parte dos mesmos princípios já conhecidos e praticados por todos, entretanto está submetido a um conjunto de leis, decretos, portarias, normas e códigos exatamente por tratar de questões que transcendem a decisão particular. Em via de regra envolve um conjunto de atores com visões e expectativas diversas e uma infinidade de fatores políticos-institucionais que norteiam o processo de tomada de decisão e regulam a prática cotidiana comum, cuja responsabilidade por seu êxito, passa a ser de uma coletividade, e não mais do indivíduo em seu universo pessoal. Neste contexto, o planejamento caracteriza-se como ferramenta de trabalho utilizada por um conjunto de atores envolvidos para tomar decisões e organizar ações de modo a promover as transformações desejadas na realidade da organização ou da sociedade. O QUE É PLANEJAMENTO

Planejamento Texto 1 - APROXIMAÇÃO CONCEITUAL + EXERCICIO

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Planejamento no SErviço Social

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    Planejamento na rea da Assistncia Social

    TEXTO 1 PLANEJAMENTO: APROXIMAO CONCEITUAL

    O planejamento uma caracterstica inerente atividade humana. A mais simples tarefa de sair

    diariamente para o trabalho exige desde a diviso do tempo entre as rotinas domsticas, de higiene

    pessoal, alimentao e escola dos filhos at a opo pelo meio de transporte a ser utilizado, a

    definio do trajeto e previso de possveis imprevistos com o trnsito.

    A organizao do dia-aps-dia comum a todo tipo de pessoas. Sejam agricultores, donas de casa,

    viajantes ou gente que adota modelos mais alternativos de vida. O hbito dos dias e o percorrer do

    calendrio, que pode parecer condio automtica, exige do ser humano um complexo exerccio de

    premeditao, de organizao prvia, de controle e distribuio dos recursos disponveis.

    O vivente do cotidiano sim um gerenciador de tarefas, de tempo, de recursos, de riscos e

    imprevistos. especialmente o gestor de objetivos e ambies mais particulares. O movimento do

    dia a dia no acontece sem propsito. Cada qual, independente da ordem de grandeza, decide sobre

    o seu pdio de chegada, a sua meta pessoal e as suas prprias estratgias.

    Portanto, ao discutir os conceitos e metodologias de planejamento, deve-se considerar inicialmente

    que esse um tema com o qual todos j tm afinidade.

    O planejamento no ambiente organizacional ou na implementao de polticas pblicas parte dos

    mesmos princpios j conhecidos e praticados por todos, entretanto est submetido a um conjunto

    de leis, decretos, portarias, normas e cdigos exatamente por tratar de questes que transcendem a

    deciso particular.

    Em via de regra envolve um conjunto de atores com vises e expectativas diversas e uma infinidade

    de fatores polticos-institucionais que norteiam o processo de tomada de deciso e regulam a prtica

    cotidiana comum, cuja responsabilidade por seu xito, passa a ser de uma coletividade, e no mais

    do indivduo em seu universo pessoal.

    Neste contexto, o planejamento caracteriza-se como ferramenta de trabalho utilizada por um

    conjunto de atores envolvidos para tomar decises e organizar aes de modo a promover as

    transformaes desejadas na realidade da organizao ou da sociedade.

    O QUE PLANEJAMENTO

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    o clculo que precede e preside a ao.

    (Matus, 1989)

    o processo sistemtico e ordenado de tomada de decises.

    (Buarque, 1999)

    Um elemento fundamental na conceituao do planejamento a sua compreenso enquanto

    processo. O produto de um processo de planejamento o plano. No se deve confundi-los.

    O plano um instrumento de orientao que rene as concluses do processo de planejamento.

    um composto de vrias declaraes. Declaraes estas que buscam definir com a maior preciso

    possvel o que se pretende exatamente e como alcanar o proposto.

    O processo de planejamento proporciona a participao e a aprendizagem a todos os envolvidos e

    promove a pactuao de um projeto coletivo mediante a tomada conjunta de deciso.

    Nesse sentido, o processo mais importante que o produto.

    PLANEJAMENTO PROCESSO

    x

    Planejamento = Processo

    Plano = Produto

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    Entre as expresses mais usuais do planejamento no mundo organizacional esto o planejamento

    estratgico e o planejamento operacional.

    Em geral, o planejamento operacional abrange o conjunto de metas e atividades de uma

    organizao ou projeto que remete a sua operao propriamente dita. Indica quais atividades

    sero realizadas no perodo, seus respectivos cronogramas, profissionais responsveis e

    recursos disponveis para sua execuo.

    comum que as organizaes possuam plano anual de trabalho. tambm recorrente que as

    equipes se renam com seus coordenadores diretos para traar planos de ao peridicos -

    trimestrais, bimestrais, mensais etc., assim como tambm avaliar os xitos e as dificuldades

    do perodo anterior como forma de refletir sobre as proposies para o novo perodo.

    Normalmente adota-se a forma de matrizes e planilhas onde se definem os objetivos, as

    metas, as aes, os cronogramas, profissionais responsveis e recursos necessrios e

    disponveis.

    um importante instrumento de gesto de curto e mdio prazo. Tem carter dinmico onde

    frequentemente ocorrem mudanas e descontinuidades.

    O Planejamento Estratgico por sua vez utiliza projees de tendncias para o futuro,

    baseadas em dados histricos e atuais. No trata do todo da organizao. Elege temas

    prioritrios, de maior impacto para a organizao, projeto ou poltica. Ele voltado

    exclusivamente para a operacionalizao de estratgias.

    Trata sempre de um largo perodo de tempo. No substitui outros planos e deve ser

    implementado de forma concomitante. Em geral, os outros planos atentam para as opes

    estratgicas da organizao de modo a servi-las. o instrumento mestre da gesto

    estratgica.

    Tradicionalmente os planos estratgicos possuem elementos como diagnstico da situao

    real, viso de futuro, misso, valores, objetivos e projetos estratgicos.

    PLANEJAMENTO OPERACIONAL E PLANEJAMENTO ESTRATGICO

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    O planejamento envolve um ciclo bsico de desenvolvimento. So inmeras as metodologias e

    ferramentas disposio das organizaes. Mas, quase sem exceo, todas elas orientam-se para

    que perguntas e respostas essenciais sejam estabelecidas na forma de plano.

    Estas perguntas referem-se sempre ao estado atual da realidade sobre a qual se planeja incidir e

    sobre seus eventuais obstculos e ameaas, potencialidades e oportunidades, pontos fortes e fracos.

    Tambm sobre as perspectivas e projees para o futuro desejado. E, finalmente, sobre os meios

    disponveis e/ou a providenciar para que todo o projetado seja possvel.

    Na viso esquemtica que se apresenta estas etapas esto em interao num processo cclico e

    ininterrupto de planejamento onde a realidade desejada se converte em realidade atual a cada

    renovao de ciclo.

    TRIANGULO INTERATIVO DE PLANEJAMENTO

    importante considerar que, no mbito das organizaes e das polticas, um processo de

    planejamento se d sempre num contexto de mudana. Obviamente de uma situao original para

    uma situao melhorada mediante o enfrentamento de problemas e aproveitamento de

    oportunidades!

    O CICLO DO PLANEJAMENTO

    Qual a realidade

    Como vamos chegar l?

    Qual a realidade

    atual?

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    Sendo assim, conhecer a situao original, realizar um diagnstico preciso e claro da realidade atual

    sobre a qual se planeja uma ao interventiva, o ponto de partida para a deflagrao do processo

    de planejamento. Alguma das metodologias de planejamento mais utilizadas refere-se a esse

    momento do processo como a Anlise de Ambiente, Anlise de Cenrio, ou Estudo de Contexto ou

    simplesmente Diagnstico.

    Nessa etapa investigativa considera-se o conjunto de informaes levantadas e produzidas acerca da

    realidade: indicadores sociais, diagnsticos e estudos, identificao dos problemas, dificuldades,

    potencialidades e oportunidades internas e externas organizao planejada.

    Ao se concluir a etapa de diagnstico, avana-se no ciclo rumo definio da realidade desejada por

    meio da formulao de objetivos. comum a utilizao dos termos objetivo geral e objetivos

    especficos.

    Para alcanar os objetivos propostos rumo realidade desejada, apontam-se um conjunto de meios,

    tais como: resultados esperados, estratgias, metas, aes, atividades, indicadores de desempenho e

    monitoramento e avaliao.

    A presena de um ou outro destes elementos, assim como a posio que ocupam no conjunto do

    plano, varivel conforme o mtodo escolhido. Da mesma forma a terminologia e conceitos

    utilizados.

    PLANEJAMENTO NO CONTEXTO DE MUDANA

    Situao A

    Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema Problema

    Situao B

    Problema Problema

    Problema Problema

    Problema Problema

    Problema Problema

    Problema Problema

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    Os elementos monitoramento e avaliao, concebidos enquanto processo orientado e sistemtico

    de coleta e verificao de informaes so importantes ferramentas na gesto de projetos e de

    polticas.

    Permitem a identificao de desvios, problemticas e avanos e, sobretudo, norteiam a

    determinao de metas e padres de desempenho e xito.

    Monitorar e avaliar significa:

    Acompanhar e verificar o cumprimento de metas, cronogramas de trabalho e normatizaes.

    Monitorar oramentos e execuo financeira.

    CICLO DO PLANEJAMENTO

    ExecuoMonitoramento e Avaliao

    Elaborao do Plano

    Anlise do Ambiente

    Diagnstico Poltico /

    organizacional

    Definio de objetivos,

    metas, prazos, aes etc.

    Implementao do Plano

    Aprendizagem e medidas

    corretivas

    MONITORAMENTO E AVALIO NO CICLO DO PLANEJAMENTO

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    Vigiar e incidir sobre indicadores sociais.

    Adotar medidas preventivas e corretivas na operacionalizao das aes.

    Produzir e divulgar informaes.

    Manter veculos de transparncia.

    Viabilizar o controle social.

    Promover o relacionamento e a colaborao entre esferas de governo e entre diversos

    segmentos da sociedade.

    Criar espaos de aprendizagem e fortalecimento de capacidades tcnicas e gerenciais.

    ALGUNS CONCEITOS DE APOIO PARA O PROCESSO DE PLANEJAMENTO

    Dificuldades

    Situaes negativas, riscos, problemas, obstculos ou impedimentos para o desenvolvimento

    do projeto - atuais ou futuros - capazes de repercutir no perfil de desempenho da

    organizao, projeto ou poltica.

    Oportunidades

    Situaes positivas, potenciais ou aspectos facilitadores - atuais ou futuros - que

    adequadamente identificadas e aproveitadas, tendem a influenciar positivamente no

    desenvolvimento da organizao, projeto ou poltica.

    ambiente Interno

    Ambiente interno da organizao, no mbito da organizao que planeja: questes relativas

    gesto, ambiente onde se tem governabilidade, capacidade de interveno direta.

    Ambiente Externo

    Ambiente externo organizao, fora do mbito da organizao que planeja: cenrio

    econmico, social e poltico da cidade - ambiente no qual no se tem capacidade de

    interveno direta mas que, no entanto, pode-se exercer influncia ou por ele ser

    influenciado.

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    Objetivo Geral

    Representa a finalidade, os impactos a serem promovidos ps-implementao do plano.

    Mostra como o plano contribuir para a soluo de um determinado problema social.

    Descreve a situao almejada. O objetivo geral especifica o benefcio decorrente das aes do

    plano. Benefcio maior pretendido com ele. Sua funo no conjunto do plano a de ser um

    objetivo de orientao. Orienta de forma geral a atuao do plano e evidencia o seu

    propsito. Ele tem que ser visvel, palpvel, realisticamente alcanvel. Vrios projetos ou

    aes, quando combinados em planos estratgicos ou operacionais, podem ter o mesmo

    objetivo geral.

    Objetivo Especfico

    Descrevem as mudanas a serem promovidas pelo plano. Especifica o grupo beneficirio

    direto. So hipteses sobre os benefcios que se esperam obter a partir dos produtos /

    servios desenvolvidos no mbito do plano. Descrevem concretamente a situao esperada

    para o grupo beneficirio, e tem como base e o detalhamento do objetivo geral. Explicita a

    nova situao que se pretende alcanar com a implantao do plano. Impacto ou efeito

    provocado nos grupos objetivo.

    Resultados Esperados

    aquilo que se consolida ao final do plano. So bens ou servios produzidos. Tem que ser

    mensurveis qualitativamente e quantitativamente. So responsabilidades, compromissos

    assumidos pela organizao ao publicizar, ou submeter ao financiamento, seu plano e suas

    aes.

    Indicadores

    Podem ser definidos como uma situao ou uma caracterstica que serve como um sinal

    comprobatrio de que o planejado foi alcanado. Marcas, parmetros ou sinalizadores que

    permitem a aferio, monitoramento e avaliao indicando aos gestores quais as medidas

    corretivas necessrias quando o plano no estiver alcanado seus objetivos.

    Atividades

    Constituem a base operacional do projeto. Representam o passo a passo para a efetivao do

    plano. Tm que ser necessrias e suficientes. Cada atividade deve ter os seus respectivos

    cronogramas, oramentos e responsveis. Somente a partir das atividades possvel

    estabelecer os recursos necessrios.

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    O envolvimento de uma coletividade na interpretao de uma dada realidade e num processo de

    tomada de deciso confere dimenses tcnicas e polticas ao planejamento.

    O carter tcnico do planejamento revela-se quando o mesmo se configura como um instrumento

    de organizao ao interventiva, quando sistematiza o conjunto das informaes institucionais,

    quando zela pelo tratamento tcnico e cientfico dos dados e quando, a partir destes, subsidia a

    tomada de decises.

    O planejamento manifesta seu aspecto poltico quando se traduz enquanto instrumento de

    negociao e pactuao de interesses, enquanto se prope ferramenta de suporte ao processo de

    escolhas e tomada de decises, enquanto comunica e expressa a opo poltica dos atores que

    planejam.

    A percepo do planejamento enquanto sntese tcnico-poltica (Buarque, 1999) determinante

    para a compreenso plena de sua matriz conceptiva.

    A dimenso poltica do planejamento refere-se tambm a sua estreita relao com as estruturas de

    poder, numa organizao ou na sociedade. Neste sentido, o planejamento pode-se revelar como a

    expresso de um amplo processo participativo e democrtico ou como a declarao de uma

    hegemonia ou vontade dominante.

    PLANEJAMENTO E PODER

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    Engrenagem poltica

    Conhecimento da realidade

    Tomada de deciso

    Execuo

    Monitoramento e Avaliao

    ENTO, PARA QUE PLANEJAR?

    Para melhor conhecer a realidade

    Para melhorar a compreenso e aprendizagem

    Para ampliar e fortalecer capacidades

    Para estimular a participao e o controle social

    Para democratizar a tomada de deciso

    Para conciliar interesses

    Para tomar decises acertadas

    Para organizar a operacionalizao das aes

    Para Para transformar a realidade

    Para perceber e corrigir desvios e problemas

    Para prevenir riscos

    Para melhorar a comunicao intra e interinstitucional e com o usurio

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    Estava finalmente a mais de duzentas milhas da costa mais prximo, e j comeava a pensar no

    futuro, numa distante ilha chamada Santa Helena, pelo menos um ms a minha frente.

    medida que ganhava distncia da frica, aumentava minha confiana no barco e a certeza de que

    um dia deixaria para trs a ilha onde Napoleo perdeu sua ltima batalha. Que grande dia seria este!

    Que significativa vitria para mim! Eu teria, ento, provado que meus planos estavam certos e que a

    mais importante chave para o xito da travessia estava h muito em minhas mos: a rota.

    Numa faixa larga, traada dois anos antes e pintada de vermelho, estava a minha segurana - a

    certeza de que o projeto era vivel. Passando em suave curva entre as ilhas ocenicas de Ascenso e

    Santa Helena, e ligando a costa da Nambia ao litoral baiano, esta faixa indicava os limites de

    navegao em que deveria manter-me. Apesar da predominncia de ventos do sul e da forte

    tendncia de deriva para o norte, o esforo que eu fazia para me manter dentro da rota prevista era

    menor do que o trabalho que tivera, ainda em terra, para definir a trajetria ideal.

    Dois anos de estudo foram consumidos nesta operao, em que no faltaram discusses

    apimentadas e dvidas perturbadoras.

    A viagem de veleiro para Caiena fazia parte deste trabalho. As interminveis investigaes em

    bibliotecas e tratados de navegao tambm. Mas o maior problema talvez tenha sido a escassez de

    dados e informaes a respeito do assunto. Baseei-me sobretudo nas Pilot Charts inglesas e

    americanas e em outros estudos sobre correntes e ventos do Atlntico Sul fornecidos pela Diretoria

    de Hidrografia e Navegao, da Marinha (DHN).

    No mar, o menor caminho entre dois pontos no necessariamente o mais curto, mas aquele que

    conta com o mximo de condies favorveis. Assim, mesmo um poderoso superpetroleiro

    obrigado, s vezes, a desviar do seu caminho para ganhar, em tempo e segurana, o que perde em

    distncia. No meu caso, tendo como nica propulso um par de remos, o estudo de regime de

    ventos e correntes passava a ser fundamental.

    impossvel remar vinte e quatro horas por dia. Assim, enquanto estivesse dormindo e o barco

    ficasse a deriva, era importante contar com correntes, se no favorveis, pelo menos que no me

    viessem pelo nariz, roubando durante a noite o que eu ganhava, com muito esforo, de dia.

    TEXTO PARA REFLEXO

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    Esse estudo descartou, por exemplo, a hiptese de cruzar o Atlntico, de Serra Leoa ao cabo

    Calcanhar, no Rio Grande do Norte, num percurso de apenas 1.500 milhas nuticas (contra as 3.700

    do meu percurso) por uma regio quente e relativamente tranquila.

    A minha rota, longa, fria e tempestuosa, contava, no entanto, com correntes favorveis na quase

    totalidade do trajeto e com a preciosa regularidade dos alsios de sudeste que unem o sul da frica

    ao nordeste brasileiro. Caminho difcil e longo, mas o nico possvel para um barquinho a remo.

    Para atravessar o mau tempo e as depresses do caminho mais longo bastaria um barco forte e bem

    estudado; mas, para vencer com os braos o fluxo contrrio do caminho mais curto, nem toda a

    disposio do mundo seria suficiente.

    Como os antigos navegadores que, com suas velas quadradas, no podiam vencer ventos e correntes

    contrrias e eram obrigados a aceitar os rumos ditados pelo vento, eu me valeria, no da fora para

    ir contra as correntes, mas da astcia em saber acompanh-las. Por esta razo, seria necessrio um

    especial cuidado em respeitar os limites da faixa ideal de navegao que eu traara.

    Amyr Klink, em Cem dias entre cu e mar. 17 edio. Jos Olympio. Rio de Janeiro, 1986.

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    VALARELLI. Leandro Lamas. Indicadores de resultado de projetos sociais www.rits.org.br . Rits, 1999.

    VALERIANO. Dalton L. Gerenciamento Estratgico e Administrao por Projetos. Makron Books,

    2001. So Paulo - SP.

  • SECRETARIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO E ASSISTNCIA SOCIAL - SEDAS GERNCIA DE PLANEJAMENTO, PROJETOS E CAPACITAO

    Av. Cruz Cabug, 665 Santo Amaro Recife/PE CEP 50.040.00 FONE: 3183 3045 / 3051

    Planejamento na rea da Assistncia Social

    TEXTO 1 PLANEJAMENTO: Aproximao Conceitual

    TEXTO 1 EXERCCIO

    Questo 1

    Sobre o conceito de planejamento falso afirmar que:

    a. ( ) ferramenta de trabalho destinada a organizar aes de modo a promover transformaes desejadas

    b. ( ) promove a pactuao de um projeto coletivo mediante a tomada conjunta de deciso

    c. ( ) um documento que contm objetivos, metas e atividades, entre outros elementos

    d. ( ) envolve um conjunto de atores com vises e expectativas diversas

    e. ( ) plano produto de um processo de planejamento

    Questo 2

    Assinale a alternativa correta. O ciclo de planejamento composto por:

    a. ( ) Diagnstico / Anlise de Contexto

    b. ( ) Definio de Objetivos

    c. ( ) Definio de Metas e Resultados

    d. ( ) Definio de Atividades, Cronogramas e Oramentos

    e. ( ) Todas as alternativas

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    Questo 3

    Relacione os elementos do planejamento com seus respectivos conceitos em seguida marque a sequncia correta de cima para baixo:

    1. Monitoramento ( ) Marcas, parmetros ou sinalizadores que permitem aferio, monitoramento e avaliao.

    2. Oportunidades ( ) Base operacional do plano. Passo a passo.

    3. Objetivo Geral ( ) Aquilo que se consolida ao final do plano. Bens ou servios produzidos. Mensurveis qualitativamente e quantitativamente.

    4. Resultados Esperados ( ) Finalidade, impactos a serem promovidos ps-implementao do plano. Situao almejada.

    5. Indicadores ( ) Processo orientado e sistemtico de coleta e verificao de informaes.

    6. Atividades ( )

    Situaes positivas, potenciais ou aspectos facilitadores - atuais ou futuros - que adequadamente identificadas e aproveitadas, tendem a influenciar positivamente

    Sequncia Correta

    ( ) 6-5-4-3-2-1

    ( ) 3-1-2-5-6-4

    ( ) 2-6-5-3-1-4

    ( ) 4-3-2-1-6-5

    ( ) 5-6-4-3-1-2

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    Questo 4

    Marque V para verdadeiro e F para falso nas seguintes afirmaes: No relato do navegador Amir Klink evidencia-se que...

    ( ) ... o importante ser hbil e competente para enfrentar situaes de risco no mar.

    ( ) ...navegar com segurana e chegar ao destino de acordo com o desejado exige um cauteloso e suficiente processo de planejamento.

    ( ) ...ao atravessar oceanos o ideal escolher o trajeto mais curto, independente dos riscos.

    ( ) ...o estudo das correntes martimas e dos ventos que definem o melhor trajeto.

    ( ) ... o estudo prvio ocupa demasiadamente o tempo que deveria ser dedicado exclusivamente viagem.

    ( ) ...se o barco no for forte e potente o suficiente, a viagem no deve ser realizada