Planície Fluvial Do Rio Jaguaribe- Evolução

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  • 7/25/2019 Plancie Fluvial Do Rio Jaguaribe- Evoluo

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARCENTRO DE CINCIAS

    MESTRADO EM GEOGRAFIA

    RBSON PINHEIRO MAIA

    PLANCIE FLUVIAL DO RIO JAGUARIBE: EVOLUOGEOMORFOLGICA, OCUPAO E ANLISE AMBIENTAL

    Dissertao apresentada ao Curso de Mestradoem Geografia do Centro de Cincias daUniversidade Federal do Cear, como requisitoparcial para obteno do grau de mestre narea de concentrao Din!mica "erritorial e#mbiental$

    Fortale%a&Cear'(()

    *rientadora +rofa$ Dra$ anda Claudino -ales

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    AGRADECIMENTOS

    #os meus pais, que al.m de est/mulo, forneceram as condi0es necessrias 1reali%ao deste$

    2 min3a orientadora, +rofessora anda de Claudino -ales, que subsidiou umgrande avano pessoal quanto pesquisador$

    #o +rofessor 4ean +ierre +eulvast, co&orientador deste trabal3o$

    #o +rofessor 5ust6gio 7anderlei Corra Dantas, coordenador do Curso deMestrado$

    2 FU8C#+, pelo financiamento parcial desta pesquisa$

    2 +rofessora #ndr.a #lmeida Cavalcante pela contribuio em vrias etapasdeste trabal3o, principalmente, nas atividades de campo$

    #o +rofessor 7ellington -ilva Fil3o, pela sua constante disponibilidade$

    #os Funcionrios 5valdo Monteiro Maia, 5valdo Fernandes de 9ima, -andraMaia +in3eiro de :arros e 4os. #dir Ferreira 9ima$

    2 amiga #le;sandra *liveira Magal3es pelo constante est/mulo, e ao amigoFranoi :etrd, pela elaborao con

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    RESUMO

    # partir de uma interpretao geomorfol6gica, o presente trabal3o prop0euma reconstituio evolutiva das formas de relevo para o bai;o curso do rio4aguaribe > Cear, remetendo&se a processos estruturais e climticos que definiramsua evoluo$ * bai;o vale do rio 4aguaribe no conte;to cearense constitui umaregio para onde convergem as mais variadas energias, sendo a associada aosrecursos 3/dricos as que assumem papel fundamental no entendimento da origem eevoluo da plan/cie aluvial$ Fa% necessrio remeter&se a eventos geol6gicospassados para poder entender&se as formas presentes$ #ssim, analisar a origem e aevoluo da plan/cie aluvial do :ai;o 4aguaribe significa resgatar o processo deelaborao do relevo cearense no conte;to nordestino atrav.s da anlise dos

    processos internos que influenciam na drenagem e assim a formao dos ambientesdeposicionais$ *s processos estruturais constituem o primeiro elemento consideradona formao do :ai;o 4aguaribe$ # tect?nica assume papel fundamental naconfigurao da topografia de superf/cie definindo atrav.s do controle estrutural dadrenagem e das condi0es de deposio$ 8o caso do :ai;o vale do 4aguaribe aformao da plan/cie no se deu apenas sobre o embasamento como . comum emoutras regi0es$ -ua evoluo est intrinsecamente condicionada a resistncia queas roc3as do Grupo #podi & pertencentes 1 :acia +otiguar, sobre a qual foielaborada a c3apada do #podi & apresentam 1 eroso fluvial, estando estas situadasna borda direita da plan/cie, em seu bai;o curso$ # :acia +otiguar tamb.m assumerelev!ncia no sentido de que constituiu a primeira deposio da rea da atualplan/cie sendo o recuo da c3apada promovido por processos areolares$ * :ai;oale tamb.m . resultado do recuo da vertente sendo a rede de drenagem a principalresponsvel$ +or fim, cita&se como elemento fundamental a ao dos processosmorfogen.ticos ceno%6icos, caracteri%ados por intensa variabilidade climtica, queimprimiram e imprimem o desgaste processual do relevo e conseq@entemente aformao de ambientes de deposio > no caso particular, como resultado da3idrodin!mica fluvial e de seu incessante trabal3o de erodir, transportar e depositar,com o que metamorfoseia constantemente o relevo$

    Palavras Chave:tect?nica, evoluo, paleoclimas, geomorfologia, assoreamento

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    SUMMAR

    7it3in a geomorp3ological interpretation, t3e present AorB aims an interpretation oft3e relief forms along t3e loA course of 4aguaribe river, in Cear state, Ait3 a specialattention to t3e structural and climatic processes A3ic3 defined its evolution$ "3e loAvalle t3e 4aguaribe river, Ait3in Cear conte;t, arises as a region A3ere a largevariet of energ sources converge, being t3e ones A3ic3 are associated to t3eevolution of t3e alluvial plain t3ose A3ic3 pla a fundamental role$ =t is necessar toreturn to past geological events in order to understand t3e present forms$ "3us,anal%ing t3e origin and t3e evolution of t3e alluvial plain of t3e loA 4aguaribe meansrescuing t3e process of elaboration of t3e relief of Cear Ait3in t3e 8ort3easternconte;t b means of t3e analsis of t3e internal processes A3ic3 influence t3e

    drainage and, as a result, t3e formation of t3e alluvial environments$ "3e structuralprocesses constitute t3e first element to be considered in t3e formation of t3e loA4aguaribe relief$ "3e tectonic processes assume a fundamental role in t3econfiguration of t3e surface topograp3, being so defined b means of t3e structuralcontrol of t3e drainage and t3e deposition conditions$ =n t3e case of t3e loA4aguaribe valle, t3e formation of its plain didnt occur onl on t3e embasement as itis usual in ot3er regions$ =ts evolution is intrinsicall conditioned to t3e resistance oft3e rocBs of t3e #podi Group > A3ic3 belong to +otiguar basin, on A3ic3 t3e #podiplateau Aas elaborated > present to t3e fluvial erosion, being t3ese placed on t3erig3t border if t3e plain, at its loA course$ "3e +otiguar basin also assumesrelevance, A3ic3 means t3at it constitutes t3e first disposition of t3e area of t3ecurrent plain, being t3e retreat of t3e plateau due to t3e areolar processes$ "3e loAvalle is also a result of t3e erosion of t3e slope, being t3e drainage t3e mainresponsible factor$ Finall, t3e action of t3e Ceno%oic morp3ogenetic processes arementioned as a fundamental element, being t3ose b an intense climatic variabilit,A3ic3 3ave defined t3e procedural evolution of t3e relief and consequentl t3eformation of t3e deposition environments > particularl in t3is case as a result of t3efluvial 3drodnamics and its incessant action b sculpting, eroding, transporting anddepositing, t3us metamorp3osing t3e relief constantl$

    Ee 7ords "ectonics, 5volution, +aleoclimates, Geomorp3ologf$

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    SUMRIO

    I ! I"#r$%&'($ ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

    II ! Cara*#er+,a'($ Ge$a-.+e"#al ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

    H$$ 9ocali%ao da Irea $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ J

    H$$ Conte;to Geol6gico&Geomorfol6gico $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ '

    H$'$ Conte;to Kidroclimtico $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$'H

    H$H$ Conte;tuali%ao Morfopedol6gica $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$'J

    III ! Press&/$s#$s Me#$%$l01+*$s ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) H'

    '$$ Geomorfologia no Conte;to Geogrfico $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ H

    '$'$ +rocedimentos ".cnico&*peracionais $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ HL

    IV ! Or1a"+,a'($ Es#r&ral %a rea )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

    $$ "ect?nica de +lacas e Conte;to 5strutural $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ '

    $'$ # +rov/ncia :orborema $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ $H$ Nifteamento e "ect?nica Cretcea $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ L

    $$ 8ordeste o Oltimo elo de ligao $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ )'

    V ! F$r-a'($ %a Ba*+a P$#+1&ar ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))L

    )$ #spectos Gerais $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ (

    )$' #rcabouo 5strutural $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

    )$H +rocessos Deposicionais $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

    )$ Configurao do Nelevo Cuesta do #podi e o :ai;o ale do

    4aguaribe$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ J

    VI ! F$r-a'($ e Ev$l&'($ Ge$-$r2$l01+*a %a Pla"3*+e Fl&v+al %$ R+$4a1&ar+.e))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) P)

    $ * Negime de 5scoamento e a 5laborao do Nelevo Cearense $$$$$$$$$$$ P

    $' Configurao 5strutural e a *rgani%ao da Nede de Drenagem $$$$$$$$$ L(

    $H Kidrodin!mica Fluvial $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ LH$ Conte;to Climtico e proposta de 5voluo do Nelevo $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ L

    $) Nesultados da -ondagem $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ '

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    $ #nlise da Nede de Drenagem $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

    VII ! O*&/a'($ Terr+#$r+al e F$r-a'($ %a Re1+($ 4a1&ar+.a"a))))))))))))))))))))) '(

    J$ =ntroduo $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 'J$' +rocesso de *cupao $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ ')

    J$H * ciclo da Cera $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ '

    J$ Um novo Modelo de Desenvolvimento #gr/cola $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 'J

    J$) #gricultura Moderna e suas implica0es no 5spao 4aguaribano $$$$$ 'L

    VIII ! A"5l+se a-.+e"#al))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) H)

    P$H =mpactos #mbientais $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ H

    P$H$ Neestruturao "erritorial e =mpactos na Nede de Drenagem $$ H

    P$H$' Kidrodin!mica Fluvial e Morfometria $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ H

    6I6 ! C$"*l&s($ )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))L

    Re2er7"*+as B+.l+$1r52+*as))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) )

    LISTA DE FIGURAS

    +g$Ca/3#&l$ 8Figura '$ & Mapa Kipsom.trico $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ P

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    Figura '$' & :loco Diagrama do :ai;o 4aguaribe $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 'Figura '$H & Qona de Convergncia =ntertropical $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 'HFigura '$ & "ipos Climticos$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ 'Figura '$) & :acia do 4aguaribe $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ '

    Figura '$ & +erfil morfopedol6gico simplificado do bai;o

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    Figura $' & Fase deposicional ocorrida sob clima seco RKolocenoS $$$$$$$$$$$$$$$ Figura $H & :loco Diagrama evidenciando paleoterrao$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ Figura $ & "ect?nica comprensiva no 8ordeste $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ JFigura $) & +erfis "opogrficos$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ P

    Ca/3#&l$ ) INTRODU?@O>) INTRODU?@O

    # superf/cie da "erra e seu aspecto morfol6gico 3eterogneo sempre

    despertaram a curiosidade 3umana$ "al preocupao . bastante antiga, assim como

    so antigas as tentativas de interpretao$ #ltas montan3as cortadas por vales,

    plan/cies e depress0es, bem como seus processos modeladores, 3istoricamente

    tiveram suas gneses atribu/das 1s a0es divinas, sendo tudo que e;iste, resultado

    direto dessas a0es$ 5ssas e;plica0es perduraram por vrios s.culos, sobretudo

    na =dade M.dia, onde a igre

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    animais aquticos, considerando que anteriormente animais terrestres foram

    aquticos R95=8"Q, LPPS$

    5rast6tenes R'L) > L a$CS calculou a circunferncia da terra utili%andoapenas um fio de prumo colocado em um poo na cidade de #le;andria e outro em

    -iena, ambos ao meio dia observou e mediu o !ngulo formado pelos raios solares,

    e dessa forma determinou a circunferncia da "erra com notvel preciso R-#995-,

    LLJS$

    rios s.culos mais tarde comeam a surgir os primeiros trabal3os

    sistemticos com 9eonardo da inci R)'&)LS e :uffon RJ(J&JPPS, que

    detal3am o trabal3o erosivo dos rios em escavar vales, erodir material, transport&lode um lugar e deposit&lo em outro, transformando assim a superf/cie da "erra

    RN*--, '(((S$

    Contempor!neo de :uffon, 4ames Kutton RJ'J&JLJS, considerado o

    principal precursor nos estudos em Geomorfologia Fluvial, estudou a capacidade

    modeladora dos rios e desenvolveu teorias bali%adas em crit.rios rigorosos de

    observao da nature%a, a partir de leis que regem a din!mica do mundo natural$

    5studar o presente para entender o passado, constitu/a o princ/pio que ficou

    con3ecido como princ/pio do atualismo RM#NTU5-, LL)S$

    4o3n +lafair RJP&PLS estudou a 3idrologia de canais e o taman3o dos

    vales como resultado direto do trabal3o erosivo do rio que o ocupa$ "amb.m foi um

    dos principais seguidores de Kutton,

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    #tualmente a Geomorfologia, como cincia que estuda a forma e a

    evoluo da superf/cie terrestre e sua espaciali%ao, constitui um ramo do

    con3ecimento intrinsecamente ligado ao entendimento da gnese e din!mica das

    paisagens a partir de seus agentes modeladores RCN=-"*F*95""=, LP(S$

    Dentre os diversos elementos que constituem a paisagem geogrfica, as

    correntes fluviais tm carter fundamental no processo de evoluo f/sica do globo$

    *s rios em toda a 3ist6ria 3umana tm desempen3ado importante papel, agindo

    como fontes abastecedoras de gua para o consumo das civili%a0es que vieram a

    desenvolver a agricultura, a pesca, a construo de moradias, a criao de animais$

    *s primeiros agrupamentos 3umanos locali%avam&se sempre pr6;imos de regi0es

    onde a gua era de fcil acesso para o consumo, para a produo de alimentos e

    para o uso dom.stico$ Grandes civili%a0es desenvolveram&se e;atamente nos vales

    dos grandes rios, como a eg/pcia no vale do 8ilo e a c3inesa no vale do rio #marelo

    R:5Q5NN#, '(('S$ "amb.m constituem os principais agentes de eroso e

    transporte de part/culas finas em suspenso at. grandes cal3aus, que so

    depositados nas plan/cies, nos lagos, e no mar R-UGU=*, LP(S$

    Ko

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    ser revisto o processo de formao da regio a partir dos diferentes usos

    econ?micos e sociais na qual o territ6rio

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    CAPTULOCAPTULO 88

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    8) CARACTERIA?@O GEOAMBIENTAL8) CARACTERIA?@O GEOAMBIENTAL

    8)> L$*al+,a'($ %a rea

    -ituado no setor leste do 5stado do Cear, o bai;o vale do 4aguaribe,

    compreende a sub&bacia 3idrogrfica do rio de denominao 3om?nima, sendo

    tamb.m o mais importante recurso 3/drico do 5stado$ Drenando uma rea

    equivalente 1 metade do espao cearense, o rio 4aguaribe, em seus ( Bm de

    curso, fa%&se presente nas mais diversificadas reas at. atingir seu bai;o curso,

    onde desenvolve uma plan/cie situada em um grande vale que se alarga para

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    apro;imadamente P( mt, configurando um desn/vel topogrfico entre sua superf/cie

    e o bai;o vale, da ordem de )( mt$

    Fig$ '$ & Mapa Kipsom.trico

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    # topografia do bai;o 4aguaribe . representada por sucessivos planos

    separados por desn/veis variados, sendo toda a rea notavelmente aplainada,

    composta por sedimentos de idade, origem e n/veis litognicos diferenciados, com

    destaque para osaluvi0es$

    *s aluvi0es atuais e sub&atuais, constituem a maior parte do bai;o

    4aguaribe, alargando seus dep6sitos a partir da cidade de "abuleiro do 8orte RMapa

    '$S, formando uma plan/cie de cerca de ( Bm de largura por (( Bm de

    comprimento onde os principais rios R4aguaribe e :anabuiOS delimitam seu curso$

    5ste . o bai;o 4aguaribe propriamente dito, no qual os dois

    grandes rios vo misturar suas guas, camin3ando com dificuldadepelos leitos sinuosos e variados at. a %ona do esturio,serpenteando entre o macio cristalino a oeste e a fal.sia doscalcrios do #podi, a leste, no meio de florestas de carnaOba querevestem as %onas bai;as inundveis R-UD585W#-M=C, LJS$

    #ssim foi descrito a regio 4aguaribana por estudos pioneiros como o G4

    RGrupo de 5studos do ale do 4aguaribeS, que foram reali%ados na d.cada de (, e

    constituem importante documento de carter descritivo da paisagem 4aguaribana$

    '$$ :ai;o 4aguaribe R'S Foto Cavalcante, '(()$

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    Como . poss/vel perceber, o predom/nio das superf/cies de acumulao

    configuram %onas aplainadas, com destaque para as formas de eroso pronunciada

    como a escarpa do #podi situada na e;trema direita da foto$

    * recorte espacial estabelecido compreende parte dos munic/pios de

    "abuleiro do 8orte, 9imoeiro, Tui;er., Nussas e 4aguaruana RMapa '$S$ # rea em

    questo situa&se no lado leste do 5stado do Cear, sendo seu acesso, feito pela

    rodovia :N , distando P( Bm no sentido -udoeste de Fortale%a$

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    8)8) As/e*#$s Ge$l01+*$!Ge$-$r2$l01+*$s

    # geologia da rea est representada basicamente pelos sedimentos +lio&

    pleistocnicos da Formao Faceira, 3olocnicos dos aluvi0es RCap$ S e cretceos

    do grupo #podi RCap$)S, bem como pelo embasamento cristalino referente ao +r.&

    cambriano RCap$SRMapa $S$ +or.m, em abrangncia espacial na rea de estudo

    predominam os terrenos sedimentares quaternrios, envolvendo a plan/cie aluvial do

    rio 4aguaribe e seus paleo&terraos$

    Fig$ '$' :loco Diagrama do :ai;o 4aguaribe

    Marcada por um intenso processo de deposio sobre o embasamento

    cristalino, a plan/cie fluvial do rio 4aguaribe, assim como as demais reas de

    deposio, foi formada pela interao con

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    *s dep6sitos +leistocnicos e Kolocnicos RN#D#M:N#-=9, LPS da

    plan/cie fluvial so compostos principalmente de aluvi0es constitu/dos por areias

    finas a grosseiras, al.m de materiais de menor granulometriaX como os dep6sitos

    arenosos, e de maior granulometria como os cascal3os$

    *s sedimentos do vale do Nio 4aguaribe foram estudados por

    :rasilW-UD585 RLJS para fins 3idrogeol6gicos, cu

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    processos de pedimentao$ -ua topografia apresenta fei0es aplainadas com

    declividades suaves que convergem para o fundo dos vales RM*N#=- et al$, LLJS$

    8)) As/e*#$s H+%r$*l+-5#+*$s

    * escoamento das guas, principal processo modelador e transformador

    do relevo, . influenciado diretamente pela conte;tuali%ao climtica da regio,

    marcada por estar inserida no dom/nio do clima semi&rido$ * dom/nio -emi&rido,

    predominante no 8ordeste :rasileiro, tem como caracter/stica principal a e;istnciade dois per/odos definidos um seco e longo, em m.dia com oito meses de durao,

    e um Omido, curto e irregular com m.dia pluviom.trica de J(( mmWano distribu/dos

    desigualmente no tempo e no espao$

    Dentre os diversos condicionantes da precipitao, a Qona de

    Convergncia =ntertropical RQC="S, assume carter fundamental R8=M5N, LJLS$

    Dependendo do grau de inclinao dos raios solares no equador, sua incidncia

    favorecer, a partir da atuao dos anticiclones do #tl!ntico 8orte e -ul, a subida ou

    descida em relao ao equador da QC=" RFig$ '$HS$

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    Fig$ '$H Qona de Convergncia =ntertropical

    De acordo com o Nadambrasil RLPS, que analisa a rea delimitada pelosparalelos 'YH( a Y(( de latitude sul e pelos meridianos HPY(( e 'Y(( de longitude

    oeste, rea de interesse deste trabal3o, 3 uma marcada influncia da circulao

    atmosf.rica e de fatores geogrficos na configurao de um quadro pluviom.trico

    altamente diferenciado no interior de um espao, relativamente, redu%ido e muito

    varivel de ano para ano$

    #crescenta&se a isso a gnese das c3uvas em termos de circulao

    atmosf.rica, ao da Convergncia =ntertropical, perturba0es nas correntes de

    #l/sios e fatores geogrficos associados 1 latitude, orientao do litoral em relao 1

    corrente de #l/sios e ao relevo R-*UQ#, '(('S$

    # estao c3uvosa Racima de (Z do todo anualS ocorre variando entre

    maro a maio e

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    5ssas caracter/sticas constituem fatores de grande import!ncia para o

    regime de precipitao local e aspectos f/sico&ecol6gicos, sendo tamb.m de

    fundamental import!ncia para o desenvolvimento econ?mico do 5stado e sua

    pol/tica de e;portao de frutas tropicais$

    Com uma e;tenso de cerca de ( Bm, desde as nascentes a sudoeste

    at. o litoral a nordeste, o rio 4aguaribe e seus tributrios percorrem uma regio

    dominada, basicamente, pelas forma0es vegetais da savana est.pica RCaatingaS e

    as de tenso ecol6gica, do tipo contato savana&estepe na regio da serra do +ereiro

    e estepe&floresta estacional no setor e;tremo sulR=:G5, LLLS$

    # variao flor/stica deriva diretamente de condi0es climticas, edficas egeomorfol6gicas$ 8a rea de estudo a associao de solos aluviais, vertissolos e

    pod%6licos

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    Fig$ '$) :acia do 4aguaribe RS :etard e Maia '(()

    * padro da rede de drenagem . dentr/tico, apresentando em alguns

    pontos, em funo das mudanas nas caracter/sticas do substrato, um padro

    anastomosado e subdendr/tico$ 8o geral, apresenta um adensamento de canais em

    direo 1 montante, caracter/stica que deriva diretamente das condi0es deimpermeabilidade do terreno, diferentemente do que ocorre no bai;o curso, onde os

    canais, geralmente de HY e Y ordem, drenam elevado volume de gua em uma

    superf/cie onde a ramificao . menos e;pressiva$

    8)9) C$"#e#&al+,a'($ M$r2$/e%$l01+*a

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    5specificamente na rea estudada Rplan/cie fluvial do :ai;o 4aguaribeS a

    realidade apresenta&se de modo bastante diferente em relao ao que e;iste 1

    montante$ Como se trata de uma rea de deposio, os aluvi0es funcionam como

    bons reservat6rios, drenando a gua, favorecendo maior arma%enamento e menor

    escoamento dada 1 boa porosidade e suficiente permeabilidade$ -ua recarga 3/drica

    . assegurada pelas precipita0es pluviom.tricas e pela contribuio da rede de

    drenagem influente, particularmente no decorrer dos per/odos de c3eias$ +ortanto,

    por ser uma rea sedimentar de fcil infiltrao, predomina a presena de gua

    subterr!nea em toda sua e;tenso$

    * conte;to temporal e evolutivo da pedognese regional pode ser dividido

    em dois momentos distintos, dados a partir de fen?menos de nature%a estrutural e

    climtica que definem a formao de diferentes ambientes$ 5m um primeiro

    momento a formao da bacia sedimentar +otiguar, no cretceo, vem constituir o

    elemento do relevo mais antigo da rea em destaque$ * plat? formado a partir da

    eroso de vertentes por pediplanao, como . comum em todo semi&rido

    8ordestino, . formado por dep6sitos biognicos marin3os consolidados e sua

    decomposio deu origem ao manto de intemperismo no qual encontram&se

    atualmente os cambissolos$

    5m um segundo momento, a geomoforgnese ceno%6ica, em um conte;to

    de variabilidade climtica, imprimiu fases pedognicas e morfognicas, dando dessa

    forma, condi0es para a formao da plan/cie aluvial atrav.s dos processos de

    3idrodin!mica fluvial dados com o desencadear do trabal3o de erodir, transportar e

    depositar todo material dispon/vel$ #ssim foram gerados os dep6sitos que deram

    origem a solos desenvolvidos de material inconsolidado e de gnese al6ctone$

    * mosaico de solos que comp0em o recorte espacial em destaque pode

    ser definido pelos cambissolos, na c3apada do #podi R:acia +otiguarS, solos aluviais

    e vertissolos na plan/cie fluvial que margeia as roc3as cretceas do grupo #podi,

    neossolos lit6licos no limite entre o bai;o e o m.dio 4aguaribe e nos rebordos e

    patamares da bacia +otiguar RFig$ '$S$

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    Fig$ '$$ +erfil morfopedol6gico simplificado do bai;o 4aguaribe$

    # bacia sedimentar cretcea margeia toda poro leste da rea

    pesquisada e deriva de sedimentao marin3a e continental, sendo seu topo

    formado por roc3as calcreas pertencentes 1 Formao 4anda/ra$ Da decomposio

    desta, origina&se os cambissolos, por ve%es associados com o latossolo$ *s solos

    desta unidade so os mais antigos da pedologia regional, pois a bacia sedimentar naqual esto assentados teve sua origem no Cretceo, o que diferencia dos terrenos

    ".rcio&Tuaternrios que ocorrem em sua base RN#D#M:N#-=9, LPS$

    +roduto de decomposio de roc3as calcrias, os cambissolos no 5stado

    do Cear limitam&se 1 bacia sedimentar +otiguar, onde pro

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    C"C' e so praticamente neutros em funo da alcalinidade do calcreo$ #

    drenagem . regular em funo da topografia e da matri% argilosa R=+9#8C5, LLJS$

    8a base do +lat?, encontram&se, associado 1s deposi0es fluviais, osertissolos que so solos argilosos apresentando alto teor de frao argilosa do

    grupo da Montmorillonita R'S R95="5, LLJS, que possuem capacidade de e;pandir&

    se e contrair&se a partir do e;cesso ou deficincia 3/drica$

    Dessa caracter/stica, denominada propriedade v.rtica, deriva sua

    ta;onomia$ "al processo implica em constante remobili%ao do material de

    superf/cie em dire0es mais internas a partir do acesso dado com o fendil3amento$

    5sta ocorrncia . facilitada nos per/odos secos, quando as gretas se desenvolvempermitindo a mistura do material nos primeiros cent/metros de solo atrav.s de sua

    descida que preenc3e o espao interno da fenda impossibilitando o surgimento de

    um 3ori%onte : RFig$ '$JS$

    Fig$ '$J$ Gretas de contrao em vertissolo

    #ssim como os aluviais, os vertissolos so solos pouco desenvolvidos

    originados de deposi0es fluviais R95+-CK, '(('S, correlacionadas 1 influncia

    receptiva de material calcreo, que neste caso tem como fonte a escarpa ocidental

    da bacia potiguar R+5N5=N#, N$C$M$ =nformao erbalS

    2Refere-se capacidade de adsoro de ctions pelas argilas.

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    8os per/odos c3uvosos tornam&se enc3arcados, apresentando

    caracter/stica de pega C$ +ossuem alto potencial agr/cola, sendo

    utili%ados com agricultura de subsistncia$ -o os seguintes materiais originados

    destes solos no 5stado do Cear aS sedimentos argilosos e siltosos referidos ao

    Koloceno Rsedimentos das vr%eas sob influncia de calcrios da regioSX bS arenitos

    finos e m.dios com intercala0es de fol3el3os e siltitos da formao #u RCretceoS

    RN#D#M:N#-=9, LPS$

    *s solos aluviais, predominantes na rea de pesquisa, correspondem aos

    solos desenvolvidos a partir de sedimentos quaternrios pelas deposi0es fluviais$

    -ua distribuio se d em toda a plan/cie fluvial, estando limitado pela formao

    #u, a oeste, e aos "abuleiros RFormao FaceiraS a leste$ 5stando limitados por

    terrenos sedimentares, o :ai;o 4aguaribe possui plan/cie de inundao larga

    limitada por bai;os n/veis de terraos dispostos nas margens de forma paralela ao

    curso, ficando mais evidentes nas margens c?ncavas do rio onde este desenvolve

    trabal3o erosivo de forma mais incisiva$

    *s aluvi0es so representados por areias finas a grosseiras de cores

    variadas, incluindo cascal3os, mataco e argilas com mat.ria org!nica em

    decomposio RN#D#M:N#-=9, LPS$

    +ossui perfil incompleto, sem desenvolvimento de 3ori%onte :,

    apresentando descontinuidade litol6gica em todo perfil, em funo de sua

    estratigrafia apresentar camadas diferenciadas sem rela0es pedogen.ticas entre si,

    que denunciam diferentes conte;tos deposicionais$ 8o possuem, portanto, relao

    com a roc3a sobre

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    5m associao a essa conte;tuali%ao pedol6gica, tem&se tamb.m uma

    vegetao caracter/stica t/pica de uma caatinga arbustiva fec3ada e aberta

    representada principalmente pela CarnaOba RCopernicia cer/feraS e *iticica R9icania

    r/gidaS$

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    CAPTULOCAPTULO 0303

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    ) PRESSUPOSTOS METODOLGICOS) PRESSUPOSTOS METODOLGICOS

    * tratamento metodol6gico em Geomorfologia consiste na aplicao de

    modelos evolutivos do relevo, elaborados a partir de princ/pios que variam de acordo

    com seus ideali%adores$

    8o :rasil, o modelo davisiano do ciclo geogrfico e eroso normal, foi o

    que mais influenciou as primeiras pesquisas em Geomorfologia$ V not6rio a

    linguagem davisiana nos primeiros trabal3os de #b -ber e #roldo de #%evedo na

    d.cada de )( do s.culo passado$ 5sses autores classificaram as %onas bai;as eaplainadas de peneplanos e os planaltos em maturamente erodidos ou relevos

    re

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    modifica0es climticas da norma e devem ser colocadas a parte para discusso em

    separado RD#=-, LLS$H

    +or.m, . a impossibilidade da aplicao de um Onico m.todo para e;plicaro relevo terrestre, como propun3a o ciclo do relevo de Davis, que leva o ge6grafo

    alemo #lbrec3t +enB, na primeira metade do s.culo , a relacionar litologia, solos,

    3idrografia e clima na elaborao do relevo, sendo o primeiro a propor as

    correla0es entre %onalidade climtica e evoluo das formas de relevo$ +enB,

    desde ento, torna&se pioneiro no estabelecimento da relao entre processos

    e;6genos e end6genos como condio do entendimento do relevo que constitui,

    necessariamente, o produto desta relao na qual c3amou ]feio atual da

    morfologia^ RN*--, '(((S$

    8o in/cio da primeira metade do s.c$ , o ge6grafo francs 5manuel De

    Marttone torna&se o precursor da Geomorfologia Climtica, colocando o clima como

    fator do relevo, dando nfase especial a este no trabal3o morfodin!mico

    RCN=-"*F*95""=, LP(S$ 5nquanto Davis enfati%a o trabal3o erosivo das correntes

    fluviais, De Marttone resgata diretamente os condicionantes climticos que iro

    definir a precipitao e o escoamento$

    +ara De Marttone, mesmo sendo a eroso promovida pelos cursos dgua

    e sendo as violentas a0es promovidas pelas enc3entes dos grandes rios a forma

    mais con3ecida do trabal3o e;odin!mico, . no trabal3o lento e cont/nuo da

    decomposio das roc3as que reside a import!ncia do clima$ +ara ele, tal

    import!ncia . condio pr.via, cu

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    relevo seria na verdade polic/clico, com

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    processo, ou ao combinada de vrios, fa%endo do con) Ge$-$r2$l$1+a "$ *$"#e#$ Ge$1r52+*$

    8a elaborao do entendimento referente 1 produo do espao, a

    Geografia F/sica, diante da 3ipertrofia geomorfol6gica, torna&se ausente dos

    trabal3os gestados na pr6pria Geografia$ *u se

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    espacial dos fen?menos, passando a quantificar e discutir apenas os processos, ou

    se

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    vista que a quantidade de variveis a serem trabal3adas no estudo geossistmico

    torna esse fato dif/cil$

    * que se observa, . que na matri% ambiental, os pilares da GeografiaF/sica, materiali%ados nos clssicos trabal3os de Climatologia e Geomorfologia,

    principalmente, tornam&se por ve%es obsoletos, caindo em desuso pelos trabal3os

    de cun3o ambientalista$

    Unir sociedade e nature%a em uma mesma escala de anlise que se

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    potencialidades naturais morfopedol6gicas e os problemas ambientais atuais

    decorrentes da elevada presso e;ercida sobre seus recursos$

    8a efetivao de tal proposta, o presente trabal3o, sob o prisma daGeografia F/sica, reOne um con

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    # etapa de campo consistiu em um con

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    CAPTULOCAPTULO 04049) ORGANIA?@O ESTRUTURAL DA REA9) ORGANIA?@O ESTRUTURAL DA REA

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    9)> Te*#"+*a %e /la*as e *$"#e#$ es#r&ral

    :uscando entender a estrutura, a forma e a evoluo do relevo terrestre, a

    Geomorfologia remete&se com freq@ncia a eventos geol6gicos passados para

    poder assim reconstruir 3ipoteticamente a evoluo das formas presentes$

    #s por0es s6lidas da crosta e do manto Ra "ectonosfera de 5lsasser,

    LPS so formadas por um nOmero limitado de grandes placas litosf.ricas mais ou

    menos r/gidas$ #s placas incluem tanto a crosta continental quanto a oce!nica, que

    se movem relativamente entre si e sobre a astenosfera menos viscosa no manto

    superior R9*CQ`, LP(S$

    "oda essa dinamicidade se d em funo das correntes de conveco da

    astenosfera que levam material mant.lico fundido para as partes superiores da

    crosta, gerando um flu;o turbulento que condiciona o movimento e a direo de

    deslocamento das placas$ "al movimento se d a partir de um modelo de conveco

    engendrado pela liberao de energia t.rmica pelo nOcleo, que vai influenciar a

    circulao de mat.ria na astenosfera$ Como a crosta no . flu/da, no participa daconveco$ Conseq@entemente, a influncia da movimentao do manto define a

    tect?nica de placas R-Q#"M#N=, LL(S$

    5stes processos geram articulaoWcoalescncia e

    desarticulaoWdisperso de massas continentais, com fec3amento e abertura de

    fundos oce!nicos$ "al din!mica . uma resposta ao conte;to global, cont/nuo e

    irrevers/vel, resultado de perda de calor do interior do planeta R855-, LLLS$

    "al movimentao ocorre das mais diversas formas, podendo uma placa

    dirigir&se em relao 1 outra em um movimento convergente, ou ao contrrio em um

    movimento divergente, favorecendo a ascenso de magma ou ainda desli%ando uma

    em relao 1 outra em um movimento do tipo transformante$ Como e;emplo do

    processo de divergncia pode&se citar o que ocorre na dorsal oce!nica do atl!ntico

    que limita a placa americana e africana e tamb.m pode desenvolver um movimento

    tangencial, quando uma placa desli%a em sentido contrrio em relao a placa que

    l3e fa% contato R-"#QM#N=, LL(S$

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    Como . poss/vel perceber, a litosfera no . cont/nua, tampouco

    3omognea, sendo formada por fragmentos com cordil3eiras tanto oce!nicas como

    continentais, depress0es, fossas oce!nicas, cadeia de montan3as e plan/cies$ #

    estes fragmentos de litosfera denomina&se placas tect?nicas RFig$ $S$ #tualmente

    3 sete placas muito grandes Rafricana, indoustraliana, sulmericana, norte&

    #mericana, eursia, antrtida e pac/ficaS e vinte pequenas Rna%ca, cocos, do caribe,

    filipina, arbica, dentre outras$S R"#--=8#N=, '(((S, e provavelmente devem ser

    descobertas mais algumas pequenas placas$

    Fig$ $ & +lacas "ect?nicas

    "odo o con3ecimento sobre a din!mica das placas litosf.ricas .

    relativamente novo$ V no inicio do s.c$ que o meteorologista alemo #lfred

    9ot3ar 7egener desenvolve a teoria da deriva continental$ #o fa%er estudos de

    paleoclimas na Groel!ndia percebeu que os blocos de gelo quebravam&se,

    afastavam&se e depois poderiam ser refundidos$ 5le acreditava que de alguma forma

    o sial Rdenominao gen.rica para as roc3as gran/ticas que comp0em os

    continentesS movimentava&se sobre o sima Rroc3a basltica que comp0em o

    assoal3o oce!nicoS$ #tualmente as id.ias sobre sima e sial bem como a teoria da

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    deriva continental foram substitu/das pela teoria da tect?nica de placas desenvolvida

    nos anos ( do s.c$ RM#"*-, LL(, LL', LLL, '(((X "#--=8#N=, '(((X

    -"#QM#N=, LL'S$

    # "eoria de "ect?nica de +lacas . fundamentada principalmente nos

    elementos plaus/veis das 3ip6teses de deriva continental e e;panso do assoal3o

    oce!nico R9*CQ`, LP(S$ "al teoria busca e;plicar a comple;idade da evoluo

    crustal terrestre a partir da interao das placas litosf.ricas e das mudanas das

    formas continentais$

    *s atuais continentes constituem uma soma alg.brica positiva e

    isostaticamente elevada dos processos de convergncia que produ%em fuso Waglutinao e divergncia, dados a partir da fisso W disperso de massas litosf.ricas

    ao longo dos Oltimos quatro bil30es de anos R855-, LLLS$

    #tualmente, os estgios de con3ecimento sobre a din!mica das placas e

    seus respectivos processos mel3oraram consubstancialmente o entendimento sobre

    a formao e evoluo da crosta, sendo 3o

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    5ntre ,H e ,( bil3o de anos atrs, os principais blocos de crosta

    continental se

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    # diviso do +an6tia possibilitou em seguida a formao do +ang.a 3

    'H( Ma R855-, '(('S e sua disperso, iniciada no 4urssico superior, teve suas

    primeiras manifesta0es dadas a partir da tendncia de movimentao 9&* que

    residia entre aquela poro da crosta que viria ser a #m.rica e a que seria a Ifrica

    RFN#8_*9=8, LPJS$

    * con3ecimento sobre a tect?nica e seus efeitos na crosta continental so

    fundamentais no entendimento da 3ist6ria geol6gica de uma determinada rea$ +ara

    a rea de estudo, necessrio se fa% a compreenso do conte;to estrutural na qual

    ela se ac3a inserida, no caso, a prov/ncia :orborema, associando 1 orognese do

    megacontinente +an6tia e a tafrognese do +ang.a$

    9)8) A Pr$v3"*+a B$r.$re-a

    # prov/ncia :orborema RFig$ $HS compreende uma e;tensa regio

    geol6gica no 8ordeste do :rasil de idade pr.&Cambriana, caracteri%ada pela

    atuao de um intenso magmatismo gran/tico e de e;tensas %onas de cisal3amento

    transcorrentes, resultado da atuao do ciclo brasiliano R#9M5=D#, '(((S$

    * ciclo brasiliano . proposto como de nature%a Ailsoniana, incluindo

    processos que interviram na quebra e disperso de Nod/nia e na posterior

    aglutinao de +an6tia R855- [ 85"*, '(('S$

    # rea de estudo integra a prov/ncia da :orborema em seu setor norte$ *

    recorte espacial estabelecido compreende o bai;o curso do rio 4aguaribe > Ce, onde

    este limita seu tra

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    88*&--5$ Comportam&se como estruturas delimitadoras das unidades

    geotect?nicas como os macios e os sistemas de dobramentos ad

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    Fig$ $H +rov/ncia :orborema, adaptado de "rompette RLLS por -ilva Fil3o R'((S$

    # fragmentao do continente Nod/nia entre P(( e )(( M$a, criou

    fragmentos de crosta independentes que voltaram a colidir, dando origem ao

    supercontinente +an6tia, 3 ))( M$a$ 8essa aglutinao, GondAana permaneceu

    inteiro no 3emisf.rio sul, sendo a outra parte referente 1 #m.rica do 8orte, 5uropa e

    Isia$ * supercontinente +an6tia iniciou sua fragmentao 3 )(( M$a e todas as

    massas continentais voltaram a se colidir 3 'H( M$a formando o +ang.a, que

    iniciou nova fragmentao 3 P( M$a, individuali%ando #m.rica do sul e Ifrica$ RFig$

    $' e $S R"#--=8#N=, '((S$

    Fig$ $ #glutina0es e dispers0es continentais

    Geomorfologicamente, a prov/ncia :orborema, por muitas d.cadas, fora

    classificada como produto e;clusivo do processo de pediplanao associada 1

    epirogenias p6s&cretceas e mudanas climticas$ De acordo com tal modelo de #b

    -ber e :igarella RLS, a prov/ncia apresenta&se como um con

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    correlativos que partem da partes superiores Rat. ((( mS apresentando caimento

    topogrfico suave no sentido do fundo dos vales e do litoral$

    #tualmente os trabal3os de +5U9#-" e C9#UD=8*&-#95- R'(((,'((', '((H, '((S, abordando a evoluo morfotect?nica do 8ordeste :rasileiro,

    tm questionado o modelo de sucessivos soerguimentos p6s&cretceos como os

    responsveis pelo desenvolvimento at. o +lio&+leistoceno de superf/cies de

    aplainamento sucessivamente embutidas$ =ncorporando os processos estruturais

    referentes 1 tect?nica de +lacas, os eventos de nature%a estrutural dados a partir de

    rifteamento, orognese, e atividade tect?nica associada, gan3am destaque nas

    discuss0es mais atuais em Geomorfologia$

    Dessa forma, o resgate sobre a evoluo estrutural da prov/ncia

    :orborema revela que a mesma formou&se a partir da

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    Fig$ $) > #fastamento entre os continentes #mericano e #fricano

    * processo de abertura do #tl!ntico -ul foi inicialmente marcado pela

    implantao do sistema de riftes ou vales de grande e;tenso formados a partir de

    um movimento distensivo da crosta R"#--=8#N=, '(((S$ *s riftes cretceos do 85

    foram posteriormente abortados, culminando na ocorrncia de um regime distensivo

    que atingiu seu limite m;imo e posteriormente condu%iu a ruptura litosf.rica do tipo

    margem transformante, dando origem ao oceano #tl!ntico RM#"*-, LL'S$

    5m regime tect?nico distensivo, como no caso evidenciado, os esforos

    que produ%iram o afastamento dos continentes, promoveram atrav.s de um

    mecanismo de e;tensionamento e, conseq@entemente, afinamento crustal, a

    subsidncia dada a partir de fal3amentos -7&85 paralelos ao movimento das

    placas litosf.ricas #mericana e #fricana RM#"*-, LL'S$

    *s esforos que produ%iram o afastamento agiram atrav.s da ascenso

    do magma em direo 1 superf/cie$ 5nergia e foras naturais internas foram assim

    gradativamente consumindo a crosta continental, dando origem aos riftes$ *sprocessos que condu%em a rifteamento RquebraS e disperso RdivergnciaS so

    partes da tafrognese e esto associados com afinamento crustal e litosf.rico

    R855-, LLLS$

    *s processos de rifteamento da parte sul de GondAana e por0es

    meridionais da #m.rica do sul e da Ifrica, que culminaram na separao

    continental, tiveram sua ocorrncia 3 ( M$a, no final do 4urssico e in/cio do

    Cretceo =nferior$ # separao setentrional ocorreu ainda no Cretceo =nferior, 3

  • 7/25/2019 Plancie Fluvial Do Rio Jaguaribe- Evoluo

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    '( M$a, tendo a completa e definitiva separao ocorrido por volta de (( M$a

    RM#"*-, LL'S$

    MAPA GEOTECTNICO DAPLATAFORMA AFRO!BRASILEIRA

    "errenos +rotero%6icos

    Cratons

    Direo de deformao e;tensional

    Fal3as

    :#C=#- N=F" 85*C*M=#8#-

    "ren Gabo & -ergipe & #lagoas

    "ren Cariri & +otiguar

    :acia do +arna/ba R +aleo%6icoS

    "ren Nec?ncavo & "ucano & 4atob

    SIN!RIFTNEOCOMIANO

    Ba*+aP$#+1&ar

    Fig$ $ > Negime de fal3as e conte;to estrutural do 85 submetido 1 distenso

    * progressivo alargamento do sistema rifte, que gerou a individuali%ao

    de GondAana, tamb.m originou o *ceano #tl!ntico, dada a formao da fossa

    tect?nica de direo norte&sul, produto da separao continental$ # referida fossa

    configurou uma depresso que foi ocupada pelas guas oce!nicas, o que deu

    origem a um golfo proto&oce!nico em um primeiro momento e ap6s a completa

    ruptura, 1 formao do #tl!ntico R9=M#, LLLS$

    Mesmo mais espessa que a crosta oce!nica, . na pr6pria crostacontinental onde originam&se os riftes, dada a maior resistncia da primeira$ *s riftes

    so originados em regime distensivo, em geral ao longo de lin3as de fraque%a pr.&

    e;istentes RFN#8_*9=8, LPJS$

    * processo tafrognico cretceo teve seu desenvolvimento cessado 1

    altura do 8ordeste em funo de uma maior resistncia ao rifteamento e;istente

    neste setor R-Q#"M#N= et al, LPJS, que ter sua individuali%ao analisada no

    t6pico a seguir$

    9)9) N$r%es#e: O Jl#+-$ el$ %e l+1a'($

    -istema de rifts cretceos do 85 :rasileiro originados em resposta aoprocesso de estiramento e afinamento crustal atuante na regio durante

    a fragmentao do GondAana$-oares, '((H adaptado

    de Matos, LL'$

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    # abertura do atl!ntico iniciada pelo sul R#ptiano & H a (P M$aS teve seu

    desenvolvimento cessado 1 altura da regio 85 em funo dos dobramentos

    brasilianos terem representado obstculo mec!nico ao processo de rifteamento -&8

    R"ucano&4atobS$ *s dobramentos interromperam a propagao do rifte para o norte$

    "rs eram os ei;os de rifteamentos principais "ucano&4atob, -ergipelagoas e

    Cariri&+otiguar RFig$ $JS RFN#8_*9=8, LPJS$

    Fig $J > 5i;os de rifteamento no 8ordeste :rasileiro

    5sses riftes foram abortados e no evolu/ram$ Uma ve% abortado, o rifte

    "ucano&4atob no evoluiu e o rifteamento passou a se processar por outro

    camin3o, ao longo de uma fai;a curvilinear que formou a atual margem continental

    desde -alvador at. 4oo +essoa e 8atal RFN#8_*9=8, LPJS$

    5nquanto o ei;o Cariri&+otiguar e "ucano&4atob foram abortados, o ei;o

    -ergipelagoas reiniciou a separao que logo passou a ser transcorrente$ *

    rompimento do Oltimo elo que unia os dois continentes permitiu a acelerao das

    placas continentais, desli%ando uma contra a outra, em movimentao transcorrente

    RFig$ $PS, ou transformante RM#"*-, LLLS, ao longo da costa norte do :rasil e de

    sua sim.trica #fricana RC5-5N*, LLJS$

    # margem equatorial atl!ntica brasileira foi desenvolvida durante o

    intervalo #ptiano&Cenomaniano, e sua fragmentao se iniciou no #ptiano, sob

    condi0es transtracionais, ou se

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    tamb.m atrav.s de uma movimentao tangencial cisal3ante RFig$ $LS

    RFN#8_*9=8, LPJX M#"*-, '(((X +5U9#-" [ C9#UD=8* -#95-, '((HS$

    # poro equatorial das margens brasileira e africana representam umaoportunidade Onica de estudo das margens transformantes, desenvolvidas a partir

    do #ptiano, quando toda a regio comeou a se fragmentar sobre condi0es

    transtracionais RM#"*-, LLLS$

    # margem equatorial :rasileira e do oeste #fricano, constituem o Onico

    e;emplo de margem transformante caracteri%ado por uma s.rie de bacias formados

    por riftes, originados no Meso%6ico RM#"*-, '(((S$

    5nquanto os riftes "ucano&4atob e Cariri&+otiguar foram abortados, o

    rifteamento -ergipelagoas evoluiu para uma margem passiva que deu origem ao

    *ceano #tl!ntico RFig$ $LS$

    Como "ucano&4atob e Cariri&+otiguar no evolu/ram no sentido de

    ampliao dos sistemas riftes, no qual tiveram origem, permaneceram como reas

    intracontinentais deprimidas que receberam sedimentao$ "al sedimentao veio

    como resultado da eroso dos relevos da borda dos riftes RC9#UD=8*&-#95-,'(('S, constituindo dessa forma, importantes bacias sedimentares da costa

    8ordeste do :rasil$

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    Fig$ $P > Margem transformante

    # ruptura, como

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    Fig$ $L > -eparao :rasil&Ifrica e esquema de rifte passivo e ativo

    8o in/cio, com movimentos em dire0es contrrias entre si RdivergentesS, a

    movimentao da placa sul&americana no sentido oeste em sua poro sul era maior

    do que no norte$ Dessa forma imprimiu&se uma movimentao que al.m de

    divergente era rotacional em torno de um p6lo definido espacialmente RFN#8_*9=8,

    LPJS$ 5sta movimentao deu&se pela impossibilidade da separao continentalconstituir um fato puramente bidimensional, com foras e movimentos orientados

    perpendicularmente 1 lin3a de separao RM#"*-, '(((S$

    Dessa forma um movimento rotacional se deu no sentido 3orrio na placa

    sul&americana, em torno de um ei;o de rotao locali%ado no 85 :rasileiro, mais

    especificadamente ao sul da cidade de Fortale%a e ao norte da bacia "ucano&4atob

    RFN#8_*9=8, LPJS$ #ssim, a movimentao de carter divergente, causou na

    margem equatorial brasileira, compresso a oeste e distenso a leste do p6lo fi;o

    RFig$ $(S Destes processos resultaram tamb.m as diversas bacias interiores do

    8ordeste do :rasil R9=M#, '((HS$

    8a margem leste a rotao causava compresso ao norte e distenso ao

    sul do p6lo$ * trec3o locali%ado ao sul de 4oo +essoa era submetido 1 distenso e

    o trec3o norte a compresso, ambas de direo leste&oeste RFN#8_*9=8, LPJS$

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    # propagao da ruptura, que ocorreu de sul para norte na margem leste,

    foi bastante comple;a na margem equatorial$ 8esta regio, as principais fei0es

    estruturais so paralelas 1 costa R9=M#, '((HS$

    Fig$ $( > compreenso e distenso no 8ordeste

    Dessa forma durante o 8eocomiano, 3ouve na prov/ncia da :orborema a

    formao e reativao de numerosas fal3as na regio$ Fal3as de direo 9&* e -*&

    85 como as que deram origem ao rifte +otiguar, se formaram nesse per/odo$

    8o in/cio do #lbiano a crosta continental do GondAana encontrava&se

    rompida ao longo de toda a atual margem atl!ntica -ulmericana, permitindo o

    in/cio do movimento divergente 9&* entre os continentes -ulmericano e #fricano

    RFN#8_*9=8, LPJS$ 8esse per/odo, uma transgresso marin3a atingiu todas as

    bacias da margem equatorial :rasileira, sendo que para o Cear, tal processo est

    representado nos sedimentos de origem marin3a da bacia +otiguar RCap$ ()S

    R-*UQ#, LPS$

    Com o avano da separao entre as placas sul&americana e africana,

    iniciou&se ento, o estgio de deriva continental$ 5sse estgio foi inicialmente

    marcado, nas bacias marginais, pelo desenvolvimento de amplas plataformas

    carbonticas$ * progresso da separao, associado 1s modifica0es climticas

    indu%idas pelo e;tenso oceano gerado, posteriormente inibiu a gnese e deposio

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    carbontica, de modo que as seq@ncias sedimentares evolu/ram para um sistema

    predominantemente siliciclstico que persiste at. 3o

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    Fig$ $ +rincipais fal3amentos e lineamentos do 8ordeste

    # configurao estrutural da rea . marcada, como . comum no 8ordeste

    :rasileiro, por fal3as de direo 9&* e 85&-*, dando&se destaque especial 1 fal3ado 4aguaribe, que se estende do sul do 5stado e adentra os dep6sitos sedimentares

    ceno%6icos do bai;o curso do Nio 4aguaribe$ 8esse segmento, o curso fluvial .

    controlado por estruturas resultantes do fal3amento em grande parte do seu tra

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    CAPTULOCAPTULO 0505

    ) FORMA?@O DA BACIA POTIGUAR ) FORMA?@O DA BACIA POTIGUAR

    )> As/e*#$s Gera+s

    9ocali%ada na poro mais oriental do 85 do :rasil, a bacia +otiguar RFig$)$S, abrange parte dos estados do Nio Grande do 8orte e Cear e suas respectivas

    plataformas continentais R-*#N5-, '((HS$ 9imita&se ao sul, leste e oeste com

    roc3as do embasamento cristalino e ao norte com o oceano #tl!ntico$

    # origem e a evoluo de uma bacia sedimentar est diretamente

    relacionada com a atividade tect?nica e com o ambiente climtico na qual se

    desenvolve$ * regime tect?nico define o substrato geol6gico a partir da

    movimentao das placas e sua litologia e a atuao climtica promove o desgastegradual da crosta e conseq@entemente deposio e diagnese$

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    Figura )$ > 9ocali%ao da :acia +otiguar R:rasil, 85 e CearS$

    # bacia +otiguar situa&se na metade sententrional do 5stado do Nio

    Grande do 8orte, numa e;tenso de HP$((( Bm\, sendo $((( Bm\ imersos no*ceano #tl!ntico, indo at. a is6bata de '(( metros$ Dentre as forma0es

    constituintes, as Onicas que afloram no espao cearense, constituindo o Grupo

    #podi, so as forma0es #u e 4anda/ra R-*UQ#, '(('S$

    * arcabouo estrutural que forma a bacia . composto por grabens com

    direo -7&85 que foram preenc3idos de sedimentos desde o Cretceo$

    #tualmente, apresenta limite escarpado com apro;imadamente (( metros de altura

    em sua poro ocidental$

    =ntrinsecamente relacionados, o rifteamento da crosta continental e a

    deposio da bacia sedimentar constituem o ob

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    # partir da ruptura crustal, com a tafrognese do +ang.a, o regime

    divergente possibilitou o constante afastamento entre os dois continentes rec.m

    formados RIfrica e :rasilS$ Dessa forma, 3ouve a progressiva ampliao da rea da

    plataforma oce!nica em formao, que resultou na constante ampliao do espao

    situado entre os dois continentes$ 5sse espao foi rapidamente ocupado pelas

    guas marin3as do tamb.m rec.m formado oceano #tl!ntico RFN#8_*9=8 [

    -Q"#M#N= LPJS$

    "al processo no s6 deu origem 1 margem continental :rasileira e

    #fricana, como tamb.m produ%iu marcas na crosta atrav.s do regime distensivo de

    margem passiva que resultou em fal3amentos de reas continentais R+*8"5, LLS

    e, conseq@entemente, formao de bacias sedimentares, encai;amento de vales

    fluviais e formao de plan/cies$

    * processo de rifteamento da crosta superior foi definido, como

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    LP(S$ #ssim sendo, a ta;a de deposio . funo direta do tectonismo, o que

    define a intensidade de suprimento atrav.s da subsidncia$

    * arcabouo estrutural da :acia +otiguar RFig$ )$'S . decorrente dosfal3amentos normais que formaram grabens e altos internos embutidos entre as

    plataformas lim/trofes 87 e -5 R#racati e "ouros respectivamenteS$ #s plataformas

    foram originadas durante o Cretceo =nferior, quando desenvolveu&se o rifte que

    precedeu a abertura do *ceano #tl!ntico$ Dessas fal3as, a de maior import!ncia . a

    que deu origem ao graben +endncia que sofreu deposio continental de

    denominao 3om?nima R-*UQ#, LP'S$

    -ua origem Rarcabouo estrutural da bacia +otiguarS esta diretamenterelacionada 1 evoluo da margem equatorial atl!ntica R-*UQ#, LP'S, em curso

    desde o 4urssico$ -ua gnese est diretamente vinculada ao abortamento do

    sistema rifte que culminou na abertura do #tl!ntico -ul$ 8esta fase, o estiramento

    crustal de sentido 87&-5 produ%iu a subsidncia tect?nica que deu origem 1 bacia,

    ou se

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    Figura )$' & :acia +otiguar perfil esquemtico de sua estruturao interna$

    "ais fal3amentos se deram em funo do regime e;tensional dado a partir

    da diviso continental, o que gerou o sistema de fal3as que originaram a rea

    depressiva, configurada atualmente pela bacia +otiguar R9=M#, '((HS$

    * ei;o de estiramento 85&-7 do regime distensivo na fase de rifteamento

    e afastamento :rasil&Ifrica, coincide com a direo de fal3amentos entre os estados

    do Nio Grande do 8orte e Cear RFig$ )$HS # compartimentao estrutural do

    estiramento crustal est notadamente controlada pelas e;tensas %onas de

    ci%al3amento protero%6icas RC#-"N*, LLJS$

    -egundo Castro RLLJS, o afinamento crustal pode ser at. ')( Em no

    interior do continente RFig$ )$HS e estende&se por cerca de H( Bm na direo 87&

    -5$ 8esta regio a espessura da crosta decresce de at. ' a H Bm em direo as

    reas ad

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    paralelamente a por0es onde o substrato foi submetido a esforos e;tensivos$ "al

    possibilidade ser revista no final deste cap/tulo$

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    )) Pr$*ess$s De/$s+*+$"a+s

    # poro emersa da crosta no . estanque nem do ponto de vista das

    estruturas, nem do ponto de vista dos processos$ 5m reas que sofreramsoerguimento, os agentes erosivos, atuando como uma ao niveladora, se faro

    sentir ao desgastar a poro que foi elevada, transportando o material para as

    partes mais bai;as do terreno$ +or.m, se a rea sofrer um rebai;amento, receber

    material das reas circun

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    sedimentar onde os estratos apresentam mergul3o suave em direo 1 plataforma

    continental R+58"5#D*, LP(S$

    #s condi0es da plataforma brasileira foram estabelecidas em um per/odode transio marcado pelo esmorecimento da atividade tect?nica e,

    conseq@entemente, consolidao da plataforma ocorrida no +r.&cambriano

    R#9M5=D#, LLS$

    # sedimentao que passou a se processar sob a plataforma rec.m

    consolidada&estabili%ada se deu em condi0es tect?nicas estveis$ 8o final do

    Cretceo, a atividade tect?nica, dada a partir dos esforos tensionais que

    produ%iram a separao dos continentes #fricano e #mericano com a fragmentaode +ang.a, promoveu a instalao dos sistemas de fossas do 85, que se

    implantaram subordinadamente 1s 3eranas estruturais +r.&cambrianas R-*UQ#,

    LP'S$

    V =mportante ressaltar que o processo de rifteamento e de formao de

    grabens e, logo ap6s, a deposio da bacia no foram lineares, nem na dimenso

    temporal, nem na dimenso espacial$ *s processos atuantes que levaram 1

    deposio, ora continentais, ora oce!nicos, distribu/ram&se, 3eterogeneamente ao

    longo de sua 3ist6ria evolutiva$

    # bacia +otiguar est preenc3ida por sedimentos depositados desde o

    Cretceo =nferior RH) a (P MaS$ "rs estgios so definidos em seu processo

    deposicionalWevolutivo rifte, transicional e drifte R:5N"#8= et al, LL(S$

    8o primeiro estgio, a subsidncia e a sedimentao foram controladas

    por um mecanismo de e;tenso e afinamento crustal, enquanto nos dois Oltimos, os

    controles foram basicamente, resfriamento da crosta e balano isosttico$ -omente

    os sedimentos do terceiro estgio ocorrem na rea de pesquisa RM#=#, LLHS$

    * estgio rifte foi caracteri%ado principalmente pelo estabelecimento de

    um regime de fal3as, configurando um arcabouo disposto em grabens, os quais

    foram ocupados por lagos$ "al con

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    8o estgio rifte, a distenso atingiu o limite elstico da crosta e,

    finalmente, condu%iu 1 ruptura da placa litosf.rica RM#"*-, LLLS$ * fal3amento

    que se estabeleceu gerou cal3as tect?nicas que foram colmatadas por

    sedimentao do tipo leques aluviais controlados por fal3as$ 8as bacias da margem

    leste, o in/cio do rifte foi mais ou menos simult!neo, ocorrendo no in/cio do Cretceo

    R9=M#, '((HS$

    * processo da separao entre as placas sul&americana e africana

    permitiu a entrada intermitente de gua marin3a no estreito e alongado golfo

    moldado durante a fase rifte$ 5ssa incurso marin3a marcou o in/cio do estgio

    transicional e nas bacias da margem equatorial ocorreu entre o final do #ptiano e o

    Cenomaniano RL a L' MaS$ # fase transicional corresponde 1 diminuio dos

    fal3amentos por distenso crustal, mas ta;as de sedimentao ainda altas

    ocorreram no in/cio desta fase devido 1 subsidncia t.rmica R9=M#, '((HS$

    * estgio transicional foi marcado pelo progressivo resfriamento da crosta

    e conseq@entemente subsidncia e sedimentao$ 8este estgio foi depositado a

    Formao #lagamar que consiste de fol3el3os de origem deposicional continental

    R-*UQ#,LPS$

    8o estgio drifte, o sistema deposicional se deu a partir de varia0es

    eustticas, dadas em ambiente sob a influncia direta do mar, com o #tl!ntico rec.m

    formado$ * regime tect?nico divergente proporcionou neste Oltimo estgio relativa

    estabilidade 1 sedimentao RM#=#, LLHS$

    "amb.m pode ser dividida em estgios tect?nicos referentes 1 diviso do

    GondAana, e conseq@entemente 1 formao de :acias$ "rs so as distintas fases,

    denominadas sin rifte =, sin rifte == e sin rifte === RFig$ )$S R+*8"5, LL'S$

    Fig$ )$ > Fases -in&Nifte

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    8a poro emersa da :acia, s6 ocorrem dep6sitos referentes 1 fase sin&

    rifte == Rin/cio do Cretceo =nferiorS, os quais se caracteri%am pelo desenvolvimento

    de bacia rifte intracontinental controlada por fal3as de re

  • 7/25/2019 Plancie Fluvial Do Rio Jaguaribe- Evoluo

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    funo do fim da subsidncia e in/cio de um soerguimento geral da bacia R-*UQ#,

    LP'S, que mudou o sentido do mergul3o das camadas dei;ando os estratos

    sedimentares mais vulnerveis aos agentes erosivos$

    5m seguida, ainda compondo do ponto de vista morfol6gico uma e;tensa

    rea deprimida, o ambiente foi submetido a um sistema deposicional fluvial Rfluvial

    na poro inferior e deltaico estuarino na poro superiorS que possibilitou a

    deposio da Formao #lagamar representando o segundo ciclo tectono&

    sedimentar da :acia +otiguar RM#"*-, LL(S$

    * nome desta unidade prov.m da il3a de #lagamar, situada no litoral do

    Nio Grande do 8orte$ #nteriormente inclu/da na Formao #u RD8+M, LPS, .aqui destacada como uma unidade 1 parte por apresentar caracter/sticas litol6gicas

    diferenciadas das originalmente atribu/das 1 Formao #u RD8+M, LPS$

    8a bacia +otiguar a primeira incurso marin3a ocorreu no #ptiano RH

    MaS, com registros precrios desta incurso nos sedimentos da Formao #lagamar

    e posteriormente na Formao 4anda/ra$ =ntercalados nestas regress0es ocorreram

    diversas transgress0es, bem marcadas pelos registros sedimentares de origem

    continental R-*UQ#, LP'S$

    * tectonismo . mais intenso na poro inferior, com pelo menos duas

    interrup0es na deposio, seguidas de soerguimento e eroso$ Uma ampla

    transgresso, e;travasando os bai;os e cobrindo os altos ad

  • 7/25/2019 Plancie Fluvial Do Rio Jaguaribe- Evoluo

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    # partir de uma subsidncia da crosta continental que ocorreu do #lbiano

    ao Campaniano RPH a J' M$aS, formou&se uma e;tensa plan/cie aluvial que comp?s a

    base da Formao #u$ Com a continuao da subsidncia e formao de um

    ambiente lacustrino, os dep6sitos se deram a partir da atuao de uma rede de

    drenagem organi%ada em leques deltaicos, ambientes de deposio fluvial e

    deltaicos estuarinos, definindo o sistema deposicional da Formao #u RFig$ '$S

    R-*UQ#, LP'S$

    # partir do #lbiano R(P MaS, tem in/cio a deposio da seq@ncia flOvio&

    marin3a na bacia +otiguar, representada pelos sedimentos siliciclsticos da

    formao #u R-*#N5- et al, '((HS$

    5sta Formao tem espessuras entre (( e P(( metros e teve sua

    formao no Cretceo M.dio$ Compreende uma seo principal inferior de

    terr/genos grosseiros predominantemente fluviais e nos (( metros superiores da

    unidade, terr/genos finos deltaicos que so recobertos pelos calc.reos da Formao

    4anda/ra RC#-"N* et al, LPS$

    *s movimentos de subsidncia gradual da crosta continental promoveram

    a instalao de uma ampla feio sinclinal sobre a qual se acomodou a plan/cie

    aluvial$ +aralelamente, foram depositados os sedimentos de algumas forma0es em

    que se destaca a Formao #u, depositada abai;o da Formao 4anda/ra

    RC##9C#8"5, '((S$

    De acordo com a classificao proposta pelo D8+M, a Formao #u

    pode ser subdividida em uma seo inferior de arenitos grosseiros, uma m.dia de

    arenitos finos e uma superior de arenitos calc/feros RD8+M, LPS$ Composta

    predominantemente de arenito a Formao #u corresponde 1 unidade

    litoestratigrfica clstica que constitui a base do cinturo de afloramentos que

    circundam a bacia RE5G59, L)JS$

    * arenito #u representa um ciclo de sedimentao bem n/tido,

    comeando com conglomerado, passando para arenito de granulao mais fina e

    fol3el3o com substituio do feldspato por calcita, finali%ando com o calcrio

    RE5G59, L)JS$

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    5stratigraficamente, as unidades inferior e superior da Formao #u, so

    constitu/das de sedimentos aluviais, deltaicos estuarinos e marin3os restritos,

    respectivamente, representando um grande ciclo transgressivo albo&cenomaniano

    que culmina com a deposio do calcreo 4anda/ra RCretceo -uperiorS RC#-"N*

    et al, LPS$

    # deposio da Formao 4anda/ra foi resultado de um per/odo

    transgressivo ocorrido no "uroniano, em que o mar cobriu toda a bacia permitindo a

    acumulao de carbonatos marin3os fossil/feros que recobrem concordantemente a

    Formao #u RFig$ )$)S R-*UQ#, LP'S$

    Fig$ )$) > Mapa Geol6gico da :acia +otiguar

    * apogeu desta transgresso ocorreu na passagem do Cenomaniano RL

    a L' MaS para o "uroniano RL' a PP MaS, sendo marcado pelo afogamento dos

    sistemas fluviais da Formao #u, bem como pela implantao de uma ampla

    plataforma carbontica denominada de Formao 4anda/ra R-*#N5- et al, '((HS$

    -egundo #rai RLLLS, no per/odo que vai do #ptiano ao Cenomaniano,

    3ouve um mar interior ocupando grande parte do territ6rio :rasileiro$ Nesultado deuma elevao eusttica mesocretcea ocorrida antes da separao :rasil&Ifrica, em

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    um conte;to tect?nico, onde os continentes encontravam&se estirados e deprimidos,

    favorecendo assim a formao de um amplo mar interior no #ptiano$

    # Formao 4anda/ra fa% parte da coluna estratigrfica da bacia +otiguarRFig$ )$)S e caracteri%a&se, tanto em superf/cie como em sub&superf/cie, pela

    predomin!ncia de carbonatos marin3os RD8+M, LPS$ 9argamente aflorante,

    comp0em&se de calcarenito com bioclastos de moluscos, algas verdes e calcilutitos$

    -eu ambiente deposicional engloba fceis de mar., laguna rasa, plataforma rasa e

    mar aberto com espessura m;ima de )( metros RD8+M, LLJS$

    Com o desaparecimento das condi0es de subsidncia nos blocos

    tectonicamente rebai;ados das bacias costeiras do norte do :rasil, as fossas foramsendo preenc3idas aos poucos, at. que, ap6s o -antoniano, os processos de

    sedimentao cessaram e deram lugar 1 eroso R+5"N=, LPHS$

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    Fig$ )$ > -eo colunar do grupo #podi nas pro;imidades de Mossor6

    8o Campaniano 3ouve um soerguimento geral da :acia RM#=#, LLHS,

    dei;ando a merc dos agentes erosivos o calcrio 4anda/ra e o arenito #u$

    )9) C$"2+1&ra'($ %$ relev$: C&es#a %$ A/$%+ e $ Ba+$ Vale %$ 4a1&ar+.e

    Dentro da rea delimitada pela pesquisa, as roc3as carbonticas e

    aren/ticas afloram na forma de vertente posicionada na poro leste do bai;o

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    4aguaribe$ 8a poro sul ocorre uma cuesta apresentando vertente sulcada pela

    eroso$ 8o segmento cearense que limita o vale do Nio 4aguaribe, camadas

    calcreas assentam sobre a possante camada de arenito que avana em terrao

    para at. ento alcanar em 9imoeiro e Nussas a bai;ada quaternria R*9=5=N#,

    LJPS$

    # predomin!ncia de superf/cies planas ou com ine;pressivo gradiente

    topogrfico . a principal caracter/stica do bai;o ale no setor pesquisado$

    -uperf/cies de acumulao referente 1 plan/cie aluvial e o front da cuesta

    configuram um relevo com sucessivos planos, sendo aqueles superiores ao n/velatual, interpretados como paleosuperf/cies$

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    Fig$ )$J :loco Diagrama RS

    *s trabal3os de Eegel RL)JS descreveram a coluna estratigrfica dogrupo #podi em sua poro ocidental, onde apresenta limite escarpado na qual as

    camadas ficam e;postas RFig$ )$PS$

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    Fig$ )$P > -eo colunar do grupo #podi na vertente da cuesta em Tui;er.

    # maior espessura do pacote sedimentar para o norte, os mergul3os sub&

    3ori%ontais e a altern!ncia de camadas com resistncias diferentes, do um padro

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    cuestiforme ao relevo$ # vertente voltada para o 8orte e o 9este . /ngreme,

    configurando a frente de cuesta RFig$ )$PS R-*UQ# et al, '(('S$ # corni

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    =mportante ressaltar que a relao que se estabelece entre o rio e o relevo

    regional . indissocivel, pois o trabal3o erosivo que o rio e;ecuta no decorrer de seu

    processo evolutivo, erodindo, transportando e depositando materiais, define novas

    fei0es geomorfol6gicas nas paisagens onde sua presena . percebida$

    8a rea de estudo a bacia apresenta limite escarpado em contato com os

    aluvi0es da plan/cie fluvial do Nio 4aguaribe$ -ob o aspecto geomorfol6gico regional

    desenvolve cuesta com caimento topogrfico suave no sentido do litoral e

    apresentando seu front voltado para o interior$

    #tualmente o trabal3o erosivo da rede de drenagem evidenciou corpos

    granit6ides anteriormente soterrados pela sedimentao cretcea$ 5stes estosendo e;umados pela ao dos processos areolares e lineares associados ao rio

    4aguaribe, que avana no sentido das intrus0es, as quais ao mesmo tempo atuam

    como obstculos mec!nicos ao trabal3o 3idrodin!mico fluvial$

    "ais inselbergs conforme modelo proposto por +5U9#-" e C9#UD=8*&

    -#95- R'((S, provavelmente constitu/ram reas fonte de material dentro de um

    con

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    Fig$ )$( > 5stgios Deposicionais -in&Nifte e +6s&Nifte

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    5m um primeiro momento a sedimentao Cretcea envolve os corpos

    gran/ticos com sedimentos da formao #u e 4anda/ra, para posteriormente por

    eroso areolar, a bacia ter suas bordas erodidas por recuo de vertente atrav.s dos

    processos e;6genos$ # e;umao dos inselbergs fica mais evidente no munic/pio de

    Tui;er., sendo este o que possui o maior corpo gran/tico em volume em

    comparao aos vrios outros afloramentos de roc3as e;istentes no leito do rio,

    onde este limita com os terrenos cretceos do Grupo #podi$

    =nselbergs Foto :etard '(()

    Foto )$ =nselbergs e;umados RTui;er.S

    8este caso a fisiografia do canal fluvial se adequa 1 vertente da cuesta do

    #podi RMapa )$S e esta corresponde ao trabal3o erosivo que os agentes

    e;odin!micos areolares reali%a, estabelecendo assim o recuo de forma equivalente

    ao trabal3o erosivo do rio$ erifica&se nesse conte;to que os componentes da

    paisagem e os processos atuantes na elaborao do relevo regional tm not6ria

    interdependncia, sendo os atuais impactos na drenagem e suas poss/veis

    mudanas no escoamento, fatos a serem considerados no estudo geomorfol6gico

    regional, abordados no cap/tulo ($

    * desenvolvimento da atual morfologia

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    Fig$ )$$ +aleogeografia da bacia potiguar na seo de estudo

    V poss/vel perceber que os dep6sitos de origem fluvial estendem&se emdireo oeste, evidenciando tanto antigos n/veis de deposio, como conte;tos

    deposicionais diferenciados$ -e os dep6sitos de origem fluvial situam&se na margem

    esquerda do rio 4aguaribe, e do lado direito, estes limitam&se com o material

    cretceo da borda da bacia +otiguar, . poss/vel constatar que a evoluo fluvial vem

    ocorrendo de oeste R7S para leste R9S, ou se

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    CAPTULOCAPTULO

    0606;) FORMA?@O E EVOLU?@O DA PLANCIE;) FORMA?@O E EVOLU?@O DA PLANCIEFLUVIAL DO BAI6O 4AGUARIBEFLUVIAL DO BAI6O 4AGUARIBE

    ;)> O re1+-e %e es*$a-e"#$ e a ela.$ra'($ %$ relev$ *eare"se

    *s rios constituem os agentes mais importantes no transporte dos

    materiais intemperi%ados das reas elevadas para as mais bai;as e dos continentespara o mar$ -ua import!ncia . capital entre todos os processos morfogen.ticos

    RCN=-"*F*95""=, LP(S$

    # gua que escoa sobre a terra . responsvel pelo transporte de P)Z a

    L(Z dos sedimentos marin3os R-#9G#D*&9#:*N=#U, LLS$ Dessa forma, pode&

    se imaginar ento como tem sido a transformao dos continentes no decorrer do

    tempo geol6gico, a partir dos processos e;odin!micos reali%ando o incessante

    trabal3o de erodir, transportar e depositar material, rebai;ando reas elevadas e

    entul3ando vales e depress0es$

    *s estudos geomorfol6gicos de evoluo de bacias de drenagem e

    formao de reas de deposio fluvial assumem relev!ncia, tendo em vista que so

    as plan/cies fluviais os ambientes interioranos, sobretudo no semi&rido nordestino,

    os mais valori%ados em funo de suas potencialidades naturais quanto 1 ocupao

    e a e;plorao dos recursos e;istentes levando, conseq@entemente, a uma elevada

    presso sobre esses ambientes$

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    5m funo desta realidade,

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    Dessa forma, ao ser drenada para as partes mais bai;as do relevo, a

    gua coloca em evidencia seu trabal3o degradacionalW agradacional RFig$ $S como

    agente definidor da evoluo das paisagens onde sua presena . percebida$

    Fig$ $ :acia de drenagem

    Formada por um substrato cristalino, o piso no s6 do relevo

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    "al regime 3idrol6gico caracteri%a&se pela predomin!ncia do escoamento

    superficial que pode ser observado em quase a totalidade do espao cearense no

    per/odo c3uvoso$ * embasamento cristalino . marcado pela 3egemonia de roc3as

    pr.&cambrianas que ocupam 'WH do territ6rio dispostas na rea central do 5stado,

    sendo circundadas internamente por bacias sedimentares paleo&meso%6icas e

    e;ternamente pelos sedimentos tercio&quaternrios da Formao :arreiras e do

    litoral R-*UQ#, LPPS$

    # relativa 3omogeneidade litol6gica dos nOcleos crat?nicos compreende

    reas de estabilidade e imp0e limites 1 eroso que fica submetida 1 morfognese

    mec!nica$ # morfologia evolui por pediplanao produ%indo vastas superf/cies

    aplainadas pontuadas eventualmente por inselbergs R-*UQ#, LPS$

    * incessante trabal3o de erodir, transportar e depositar material, fica ao

    encargo da gua de escoamento que tem sua ao acentuada onde seu deflOvio

    possibilita uma maior energia cin.tica, e conseq@entemente, maior capacidade

    erosiva Rcompetncia fluvialS$ *nde a topografia no . plana, a gua de escoamento

    tende a erodir todo o material, pois l3e . fornecido pelo relevo acidentado a energia

    potencial necessria para escoar, erodir e transportar material para as partes maisbai;as, promovendo o aplainamento da regio submetida 1 pediplanao$

    # desagregao mec!nica consiste em um processo intemp.rico no

    3omogneo$ # ao erosiva se far sentir mais aguda onde a capacidade de

    remoo da gua for maior$ #ssim, o escoamento de superf/cie apresentar poder

    de inciso elevado nas vertentes em funo da topografia inclinada aumentar a

    energia cin.tica da gua, fa%endo do seu trabal3o uma esp.cie de esteira na qual

    retira o material de um lugar elevado e o transporta para outro mais rebai;ado$

    +ara "ricart RLJJS, atrav.s da ao seletiva da eroso diferencial o recuo

    das vertentes se estabelece, ampliando depress0es relativas e diminuindo por

    eroso lateral as superf/cies elevadas$ Diferentemente, em climas Omidos o

    modelado evolui de forma completamente distinta, pois a gua na forma de vapor,

    distribu/da 3omogeneamente no espao em quantidades elevadas define um

    desgaste tamb.m 3omogneo em toda a superf/cie e;posta 1 ao abrasiva 3/drica,

    que no desagrega a roc3a fisicamente, mas imp0em uma decomposio gradual

    dos minerais que a comp0em, dando possibilidade da criao de um manto de

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    alterao, que na permanncia de um clima Omido gan3ar progressivamente

    espessura$

    # import!ncia do trabal3o que o clima e;erce sobre o relevo

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    dado, no em funo de sua pr6pria din!mica, mas, sobretudo, pela topografia

    definida pela tect?nica$

    * rio 4aguaribe segue a direo de fal3amento da poro ondedesenvolve seu curso, dirigindo seu deflOvio em direo 1 nordeste onde encontra o

    oceano #tl!ntico RFig$ $HS$

    Fig$ $H Controle estrutural do rio 4aguaribe

    #tualmente, a maioria das fal3as, sobretudo na bacia do 4aguaribe,

    constituem fal3as transcorrentes, ou se

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    +ereiro que constitui elemento definidor do curso do rio que se desenvolve paralelo

    1 direo de fal3amento RFig$ $S$

    Fig$ $ :acia do M.dio 4aguaribe

    8o sentido macrogeomorfol6gico, o caimento topogrfico em direo ao

    litoral

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    processo de deposio e, conseq@entemente, formao da plan/cie de acumulao

    fluvial ter iniciado$

    * processo din!mico das correntes fluviais na formao desses ambientes. dado a partir da interrelao entre diversos par!metros, entre os quais a energia

    do rio deve ser considerada como ponto primordial$ 8esse conte;to, o trabal3o que o

    rio e;ecuta Reroso, transporte e deposio de sedimentosS, est intimamente ligado

    1 turbulncia das guas e 1 sua velocidade que iro depender da declividade, do

    volume das guas, da forma da seco, do coeficiente de rugosidade e da

    viscosidade da gua$ +ara analisar a import!ncia desse trabal3o deve&se considerar

    a energia do rio tanto na sua forma potencial como cin.tica R-UGU=*, LL(S$

    ;) H+%r$%+"K-+*a Fl&v+al

    * entendimento da gnese das part/culas sedimentares assume carter

    fundamental no entendimento de ambientes de deposio como . o caso da plan/cie

    estudada, bem como as condi0es de transporte e decantao das part/culas e sua

    diagnese$

    # fonte de sedimentos na formao desses ambientes est relacionada

    com a disponibilidade de sedimentos durante os processos transgressivos$ # eroso

    de diversas unidades morfol6gicas, durante esses eventos, gerou a disponibilidade

    de detritos ao longo do sistema fluvial RM5=N595-, '((S$

    -edimentos so combina0es de part/culas materiais m6veis

    desagregadas, de origem mineral6gica diversa, movimentando&se atrav.s de um

    meio fluido que possibilite seu transporte, apresentando granulometria distinta entre

    as popula0es que os constituem$ 8este caso a gua . o elemento definidor, atrav.s

    de influncias mOtuas que do forma aos ambientes onde se fa% presente$ "rs sub&

    popula0es estabelecem a geometria e a mensurao dos gros as de arcabouo,

    representadas pelas part/culas movidas por saltaoX a intersticial, transportadas por

    suspenso, sendo to finos que cabem nos interst/cios dos gros de arcabouoX e

    as de contato que so transportados por rolamento$ # predomin!ncia de uma sub&

    populao num espao de deposio varia a partir das condi0es de transporte e

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    processos de interao 3idrodin!mica entre os gros, al.m do n/vel de descarga

    s6lida R-UGU=*, LP(S$

    * comportamento de uma part/cula sedimentar em movimento atrav.s deum flu/do pode ser definido pela equao de Nenolds, que considera a energia do

    transporte e da caracter/stica do material transportado$ "al equao . representada

    pela seguinte f6rmula

    u elocidade da part/cula

    d Di!metro da part/cula

    p Densidade da +art/cula

    U elocidade de flu;o

    "rs so os processos fundamentais de transporte de part/culas

    sedimentares em meio fluido trao ou rolamento, saltao ou suspenso$ *s

    gr!nulos de maior di!metro e, portanto, de maior volume sofrem a influncia da

    gravidade, de tal forma, que seu transporte se d apenas por trao, ou se

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    n/vel de precipitao, fisiografia do canal, n/vel de intemperi%ao e eroso 1

    montante$

    De acordo com Cavalcante R'((S, a contribuio no que di% respeito 1descarga s6lida que o rio 4aguaribe fornece ao bai;o curso, . da ordem de H$JJ(

    tWano, sendo cerca de $P toneladas no per/odo de estiagem e '$'P toneladas

    no per/odo c3uvoso Rvalores encontrados para o per/odo de LLL & '(((S$

    Com uma rea superior a J$((( Em\, a bacia do 4aguaribe e sua imensa

    abrangncia territorial, apresenta as mais diversas litologias bem como padr0es de

    drenagem distintos e locali%ados, sendo o padro dendr/tico o que predomina RMapa

    $S R N#D#M :N#-=9, LPS$

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    Mapa $ :acia do 4aguaribe RKipsometria e rede de drenagemS

    * :ai;o ale do 4aguaribe comp0em parte de todo um con

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    Foram selecionados os perfis que envolviam o bai;o 4aguaribe, no intuito

    de se promover uma conte;tuali%ao geol6gica e geomorfol6gica na qual o

    ambiente de estudo est inserido$

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    #s mudanas nos padr0es de circulao atmosf.rica RpluviometriaSX

    definem o regime climtico que por sua ve% rege os processos intemp.ricos e

    condicionam a evoluo do relevo$

    V sabido que durante o per/odo Tuaternrio, mudanas climticas se

    estabeleceram, fa%endo o n/vel da gua do mar elevar&se em per/odos quentes

    Rtransgress0esS, dei;ando assim, o clima mais Omido, e recuar em per/odos frios

    RregressoS, dei;ando o clima mais seco$ "ais altera0es imprimem mudanas

    significativas nos condicionantes evolutivos das paisagens$ * avano e recuo da

    lin3a de costa, aliados 1s a0es Rremoo, eroso, translado, transporte,

    desnudaoX sedimentao, agradaoX decomposio, desagregaoX agradaoS

    dos agentes morfol6gicos Rfluvial, flOvio&marin3o, glacial, ondas, mar.s, correntes

    marin3as, vento, gravidade, placas litosf.ricas, magmaS associados aos efeitos das

    mudanas climticas, dei;aram como resultados e;tensas plan/cies costeiras no

    litoral :rasileiro RM5=N595-, '((S, bem como plan/cies aluviais nos bai;os cursos

    dos rios RFig$ $S$

    +5"N*:NI- apud Morais '(()Fig$ $ aria0es do n/vel do mar durante o Ceno%6ico

    # concepo de que a morfognese mec!nica imposta por climas secos

    condu% 1 formao das superf/cies pedimentadas eWou aplainadas teve

    recon3ecimento generali%ado$ +or outro lado, tamb.m . considerado que cada

    per/odo seco de elaborao de aplainamento dei;a um dep6sito correlativo e cada

    per/odo Omido de dissecao dei;a formas ental3adas$ Re$g$ -*UQ#, '(('S$

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    * entendimento referente 1 formao e evoluo dos ambientes de

    deposio fluvial como as plan/cies, reside no conte;to climtico que se

    estabeleceu, definindo fases de remoo e deposio de material e fases de ental3e

    e inciso dos dep6sitos da fase anterior$

    Dessa forma, a 3ist6ria climtica assume fundamental import!ncia tendo

    em vista que o n/vel de intemperi%ao das roc3as e o respectivo fornecimento de

    sedimentos dependem da atuao da temperatura e da precipitao$

    # e;trema instabilidade climtica ocorrida durante o +leistoceno imprimiu

    na paisagem modelos de evoluo distintos e sucessivos, sendo a altern!ncia entre

    fases Omidas e secas, a caracter/stica fundamental desse per/odo R:=G#N599#,'((HS$

    * clima da terra no decorrer de sua 3ist6ria natural modificou&se por

    variadas ve%es$ *s motivos desta inconst!ncia esto relacionados 1 quantidade de

    energia t.rmica que c3ega ao planeta, sendo esta, o combust/vel principal do clima

    e suas a0es e rea0es respectivas$

    De acordo com #oade RLLPS, dentre os diversos movimentos que a terrapromove, a variao da e;centricidade da 6rbita,P a variao da obliq@idade da

    ecl/pticaLe o deslocamento do peri.lio(so os mais destacveis na compreenso

    das constantes mudanas do clima$

    #s e;plica0es apresentadas pelo que se convencionou c3amar de ciclo

    de MilanBovic3, segundo -algado&9aboriau RLLS, parecem ser as mais aceitas

    para e;plicar tanto a origem das glacia0es quanto das mudanas climticas de

    origem natural$ 5sta teoria sugere que fatores ligados aos movimentos orbitais da

    "erra, como as altera0es da dist!ncia da "erra em relao ao -